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#Toque55: Quem Venceu o Campeonato Nacional 2018?
#Soneto22: José Lemos
#Toque54: Quem Venceu Nazaré Paulista 2018?
#Toque53: Músico, Nerd e Quadrinhos!
#Toque52: Fanfarra Simples!
#Toque51: As Linhas de Frente Das Bandas Marciais de S...
#Toque49: Quem Venceu o Estadual do Rio de Janeiro 201...
#Toque48: Versão Original Vol.2 / Dia de Rock, Bebê!
#Toque47: Davi & Golias de Lucas Espíndola
#Toque46: Associação de Ribeirão Preto
#Toque45: Wildcats Marchando para o Futuro
#Toque44: Quem Venceu Francisco Morato 2018?
#Toque43: Quem Venceu Santa Isabel 2018?
#Toque42: Helvio Costa, Músico e Político
#Toque41: Pelas Bandas do Rio de Janeiro
#ToqueDeCaixa6: Respeito
#Soneto21: Alexandre Polini
#Toque40: Confaban de Santa Isabel 2018, Eu Vou!
#Soneto20: Dossiê Ronaldo Faleiros Capítulo 5
#Soneto19: Dossiê Ronaldo Faleiros Capítulo 4
#Soneto18: Dossiê Ronaldo Faleiros Capítulo 3
#Soneto17: Dossiê Ronaldo Faleiros Capítulo 2
#Soneto16: Dossiê Ronaldo Faleiros Capítulo 1
#ToqueDeCaixa5: Caminhões, Política e Badernismo!
#Toque39: Portugal x Brasil e a Formação Musical
#Soneto15: Paul Murtha
#Toque38: Lei Rouanet 2.0
#Soneto14: Rossano Galante
#Toque37: Ordem Unida
#Toque36: Lei de Incentivo PROAC-ICMS
#Toque35: Especial Dia da Mulher 2018
#Toque34: Imaginando com a Imagination!
#ToqueDeCaixa4: Seja um Patrono!
#Toque33: A Fama da FAMA!
#Toque32: Campeonato Nacional 2017
#Toque31: Rocky Um Lutador (1976)
#Toque30: Famuta Campeã Mundial 2017
#Toque29: Pelas Banda de Santa Catarina
#Toque28: Leis de Incentivo
#Soneto13: Eduardo Stella
#Toque27: Conhecendo o Circuito dos Amigos
#Toque26: Quem Venceu Caieiras 2017?
#Toque25: Versão Original Vol.1
#Toque24: Pelas Bandas da Amazônia
#Toque23: Fanfarras e Bandas Paulistas
#Toque22: Eleições na Ocifaban
#Toque21: Conhecendo a FACMOL
#Toque20: Eu sou Um Potencial
#Toque19: Resultado Pesquisa 2017
#Toque18: Conhecendo a AFABAN
#Toque17: Introduzindo o Terceiro Setor
#Soneto12: Valéria Homem
#Toque16: Conhecendo a CONAFFABAN
#Soneto11: Fabiano André
#Toque15: Lyra de Mauá vs João XXIII
#Soneto10: Marim Meira
#Soneto9: Elizeu Miranda
#Soneto8: Marco Rodrigues
#Soneto7: Robert W. Smith
#Toque14: Quem Venceu o OpenBrasil2017?
#Toque13: Especial Dia da Mulher 2017
#Toque12: Já viu a Banda Passar?
#Soneto6: Mônica Giardini
#Toque11: Apresentado o OpenBrasil2017
#ToqueDeCaixa3: Entendendo a Renúncia da Diretoria da...
#Toque10: Especial Crossover Brasil x EUA
#ToqueDeCaixa2: Assistimos Rogue One
#ToqueDeCaixa1: SOS Banda Sinfônica
#Toque9: Você Leu o Regulamento?
#Toque8: Clássico vs Contemporâneo
#Soneto5: Carlos Binder
#Soneto4: Roberto Weingrill Jr.
#Soneto3: Rogério W. Brito
#Soneto2: Célia Bitencourt
#Soneto1: Flávio Gabriel
#Toque7: Política x Bandas
#Soneto: Música em Palavras
#Toque6: Ritmo Total (Drumline, 2002)
#Toque5: Ocifaban x Frente Parlamentar
#Toque4: União, Garra, Mauá!
#Toque3: O Mito da Caverna
#Toque2: Evolução da Percussão
#Toque1: A Origem das Bandas
#Toque0: Por Estas Bandas
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#Toque9: Você Leu o Regulamento?
#Toque8: Clássico vs Contemporâneo
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Você já imaginou que a meia-calça era um acessório muito usado por homens antigamente? Conheça a história da meia-calça, seus usos e suas revoltas.
**OS PRIMÓRDIOS**
No Ocidente, enrolar tiras finas de pele de animal em volta das pernas foi o primórdio da meia-calça moderna. Esse fenômeno entrou e saiu de moda por séculos até a meia-calça de tricô começar a fazer sucesso em meados do século XVI. Já os egípcios usavam meias de tricô por volta do século IV ou V a.C.: eles as envolviam no calcanhar mil anos antes dos ingleses tornarem a peça popular. Se para você isso não é a prova definitiva de que eles foram orientados por alienígenas, não sei o que mais pode te convencer.
Curiosidade: quando os saxões governaram a Inglaterra, um monge saxão foi proibido de celebrar a missa com as pernas de fora, então ele enrolava ataduras finas de linho branco ao redor delas. A essa altura, a autoridade romana já tinha atingido seu auge e colapso na Inglaterra. O clero em Roma, claramente formado por pervertidos desde sempre, usava meias-calça de seda.
**MATERIAIS**
Cem anos depois de Jesus morrer, os europeus começaram a usar pelo de animal em vez da pele para cobrir as pernas. O poeta e epigramatista M. Valerius Martialis falou sobre a “udo”, como era chamada: “Não vem da lã, mas sim da barba do bode. Seus pés encontrarão refúgio no tecido feito de pelo de bode”. Esse bode majestoso veio de um rio da África. A primeira meia-calça que não foi feita com pelo de bode veio de uma ovelhinha minúscula e peculiar da Floresta de Sherwood, que tinha a lã com os filamentos mais longos já vistos até então. A seda se tornou popular em 1560, quando a Rainha Elizabeth ganhou um par de meias compridas de seda fina. Ela gostou tanto delas que se recusou a usar qualquer outra coisa depois disso. Nas colônias inglesas na América, uma série de leis confusas restringia o comércio de lã, então encontraram cânhamo em pântanos e tricotaram as primeiras meias-calças americanas. Em 1939, a primeira meia-calça de nylon foi lançada para o mundo, e milhares de pessoas fizeram fila para comprá-las. Em pouco tempo, ninguém estava mais nem aí para a seda.
**A CENA INDUSTRIAL DA MEIA**
William Lee inventou a primeira máquina de tecer que produzia meias em 1589, o que basicamente erradicou as meias tricotadas à mão. Em 1811, a mecanização já havia substituído o artesanato quase que totalmente e, para completar, os fabricantes de meias cobravam aluguel dos tecelões para usar as máquinas. Até que resolveram acabar com isso: um grupo de trabalhadores furiosos – supostamente liderados pelo provavelmente mítico e inexistente Ned Ludd – se organizou na Floresta de Sherwood. Por um ano, eles atacaram máquinas de tecelagem com martelos em ondas de violência, destruindo os equipamentos em uma tentativa de acabar com a indústria e voltar a ganhar a vida com o artesanato. Assim nascia o movimento Ludista.
No dia dos namorados de 1812, o governo aprovou uma lei que punia com a morte quem quebrasse máquinas industriais. Com os artesãos baderneiros reprimidos, produzir uma meia-calça se tornou um processo de zilhões de partes, envolvendo contratos complicados para cada uma delas: costura, ligação, tecelagem e aluguel (das agulhas da máquina até o espaço onde ela ficava).
**COR**
De meados do século XIV até meados do século XVI, as meias eram ostentadas nos corpos masculinos como a plumagem de um pássaro bonito. Peças de seda, algodão, linho ou lã eram cortadas por alfaiates para se ajustar às pernas e coxas – curtas ou longas, largas ou justas, ou ornadas na parte de cima e ao redor dos tornozelos, em uma variedades de cores sem fim. Meias amarelas, assim como neve amarela, significavam problema, pelo menos de 1552 até mais ou menos 1600. Além de serem usadas por crianças inválidas no Christ’s Hospital, também faziam referência a confusão de gênero e até eunuquismo, graças à
*Noite de Reis do Shakespeare*. Depois de 1550, a tendência de misturar e combinar as meias caiu em desuso, e de 1670 a 1680 os ingleses ficaram tão obcecados com vestimenta monocromática que as meias eram feitas sob medida e tingidas para combinarem com o resto da indumentária. No entanto, na Paris do século XVII meias finas ainda podiam ser adquiridas em 50 cores diferentes, cada uma com seu próprio rótulo: Desejo Sensual, Amigo Triste, Tempo Perdido, Pecado Mortal.
**LEGISLAÇÃO**
Ataduras para as pernas eram vistas como sinal de barbarismo na Roma do final do século III. Se você fosse pego usando meias, era punido com servidão eterna e o confisco de todas as suas posses. No entanto, em 100 anos as coisas mudaram. Em 1555, uma lei suntuária foi aprovada na Inglaterra decretando que ninguém além dos vereadores e prefeitos poderia usar meias de seda, sob a pena de multa de dez libras e encarceramento. Em 1656, a justiça de Massachusetts, Estados Unidos, ordenou que toda mulher e criança desocupada cujas mãos não estivessem quebradas deveriam trabalhar na fiação, muitas vezes de meias. Também nos Estados Unidos, no estado de Connecticut, o ato de um homem usar qualquer peça de vestuário feminino, incluindo meia-calça de tricô, se tornou ilegal em em 1796. Mas meias de couro – que eram basicamente charrões – estavam liberadas, certamente dando início à tendência do couro. Mas isso já é uma outra história.
Fonte:
**Revista Vice**.
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Você já imaginou que a meia-calça era um acessório muito usado por homens antigamente? Conheça a história da meia-calça, seus usos e suas revoltas.
**OS PRIMÓRDIOS**
No Ocidente, enrolar tiras finas de pele de animal em volta das pernas foi o primórdio da meia-calça moderna. Esse fenômeno entrou e saiu de moda por séculos até a meia-calça de tricô começar a fazer sucesso em meados do século XVI. Já os egípcios usavam meias de tricô por volta do século IV ou V a.C.: eles as envolviam no calcanhar mil anos antes dos ingleses tornarem a peça popular. Se para você isso não é a prova definitiva de que eles foram orientados por alienígenas, não sei o que mais pode te convencer.
Curiosidade: quando os saxões governaram a Inglaterra, um monge saxão foi proibido de celebrar a missa com as pernas de fora, então ele enrolava ataduras finas de linho branco ao redor delas. A essa altura, a autoridade romana já tinha atingido seu auge e colapso na Inglaterra. O clero em Roma, claramente formado por pervertidos desde sempre, usava meias-calça de seda.
**MATERIAIS**
Cem anos depois de Jesus morrer, os europeus começaram a usar pelo de animal em vez da pele para cobrir as pernas. O poeta e epigramatista M. Valerius Martialis falou sobre a “udo”, como era chamada: “Não vem da lã, mas sim da barba do bode. Seus pés encontrarão refúgio no tecido feito de pelo de bode”. Esse bode majestoso veio de um rio da África. A primeira meia-calça que não foi feita com pelo de bode veio de uma ovelhinha minúscula e peculiar da Floresta de Sherwood, que tinha a lã com os filamentos mais longos já vistos até então. A seda se tornou popular em 1560, quando a Rainha Elizabeth ganhou um par de meias compridas de seda fina. Ela gostou tanto delas que se recusou a usar qualquer outra coisa depois disso. Nas colônias inglesas na América, uma série de leis confusas restringia o comércio de lã, então encontraram cânhamo em pântanos e tricotaram as primeiras meias-calças americanas. Em 1939, a primeira meia-calça de nylon foi lançada para o mundo, e milhares de pessoas fizeram fila para comprá-las. Em pouco tempo, ninguém estava mais nem aí para a seda.
**A CENA INDUSTRIAL DA MEIA**
William Lee inventou a primeira máquina de tecer que produzia meias em 1589, o que basicamente erradicou as meias tricotadas à mão. Em 1811, a mecanização já havia substituído o artesanato quase que totalmente e, para completar, os fabricantes de meias cobravam aluguel dos tecelões para usar as máquinas. Até que resolveram acabar com isso: um grupo de trabalhadores furiosos – supostamente liderados pelo provavelmente mítico e inexistente Ned Ludd – se organizou na Floresta de Sherwood. Por um ano, eles atacaram máquinas de tecelagem com martelos em ondas de violência, destruindo os equipamentos em uma tentativa de acabar com a indústria e voltar a ganhar a vida com o artesanato. Assim nascia o movimento Ludista.
No dia dos namorados de 1812, o governo aprovou uma lei que punia com a morte quem quebrasse máquinas industriais. Com os artesãos baderneiros reprimidos, produzir uma meia-calça se tornou um processo de zilhões de partes, envolvendo contratos complicados para cada uma delas: costura, ligação, tecelagem e aluguel (das agulhas da máquina até o espaço onde ela ficava).
**COR**
De meados do século XIV até meados do século XVI, as meias eram ostentadas nos corpos masculinos como a plumagem de um pássaro bonito. Peças de seda, algodão, linho ou lã eram cortadas por alfaiates para se ajustar às pernas e coxas – curtas ou longas, largas ou justas, ou ornadas na parte de cima e ao redor dos tornozelos, em uma variedades de cores sem fim. Meias amarelas, assim como neve amarela, significavam problema, pelo menos de 1552 até mais ou menos 1600. Além de serem usadas por crianças inválidas no Christ’s Hospital, também faziam referência a confusão de gênero e até eunuquismo, graças à
*Noite de Reis do Shakespeare*. Depois de 1550, a tendência de misturar e combinar as meias caiu em desuso, e de 1670 a 1680 os ingleses ficaram tão obcecados com vestimenta monocromática que as meias eram feitas sob medida e tingidas para combinarem com o resto da indumentária. No entanto, na Paris do século XVII meias finas ainda podiam ser adquiridas em 50 cores diferentes, cada uma com seu próprio rótulo: Desejo Sensual, Amigo Triste, Tempo Perdido, Pecado Mortal.
**LEGISLAÇÃO**
Ataduras para as pernas eram vistas como sinal de barbarismo na Roma do final do século III. Se você fosse pego usando meias, era punido com servidão eterna e o confisco de todas as suas posses. No entanto, em 100 anos as coisas mudaram. Em 1555, uma lei suntuária foi aprovada na Inglaterra decretando que ninguém além dos vereadores e prefeitos poderia usar meias de seda, sob a pena de multa de dez libras e encarceramento. Em 1656, a justiça de Massachusetts, Estados Unidos, ordenou que toda mulher e criança desocupada cujas mãos não estivessem quebradas deveriam trabalhar na fiação, muitas vezes de meias. Também nos Estados Unidos, no estado de Connecticut, o ato de um homem usar qualquer peça de vestuário feminino, incluindo meia-calça de tricô, se tornou ilegal em em 1796. Mas meias de couro – que eram basicamente charrões – estavam liberadas, certamente dando início à tendência do couro. Mas isso já é uma outra história.
Fonte:
**Revista Vice**.
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**MUTUM**- por *Moisés Gonçalves* **TAGS:**piscina, mergulho, trampolim, esporte, coragem, pulando na água, errou o alvo, caiu, bateu a cabeça, natação, salto ornamental, fail **BINGO**- por *Moisés Gonçalves* **TAGS:**tirinhas para escola, cachorro agitado faz muita bagunça quando está sozinho dentro de casa, pegadas, confusão, baderna, sujeira **JUBA, O BÁRBARO**- por *Moisés Gonçalves* **TAGS:**nunca irá me derrotar, feito de pedra, aço, metal, forte, inquebrável, cócegas, cosquinhas, método infalível **MINDINHO**- por *Moisés Gonçalves* **TAGS:**às vezes me sinto tão pequeno, mundo tão grande, enorme, complexo, engraçadinho você né, reflexão, inferioridade, pequenino
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Por Marcos Alencar
A Portaria MTB 1.129/2017 publicada 16/10/17, do Ministério do Trabalho, veio resgatar um certo equilíbrio e bom senso, contra o mal que aflige o País, que eu denomino de “esquerdopatia esquizofrênica”.
Essa doença ideológica, a “esquerdopatia esquizofrênica”, baseia-se na inversão de valores e na perseguição de todos aqueles que se arvoram em empreender no Brasil. A doença é persecutória do lucro, mesmo que esse lucro gere centenas ou milhares de empregos. Essa mazela se manifesta no Manual de Combate ao Trabalho Escravo, que agora esta sendo revogado.
Os que sofrem dessa doença, estão presentes principalmente no setor trabalhista brasileiro, em todas as suas escalas, inclusive na esfera dos advogados trabalhistas. O doente passa a achar que dinheiro nasce em árvores e que os “almoços são grátis” eternamente, privilegiando a inversão de valores, sempre contra a produção e o crescimento do País. A intenção é a de nivelar por baixo, alinhando-se com a mediocridade.
Parabenizo a coragem do Ministro do Trabalho em romper com essa doença e delimitar o que é escravidão no País, seguindo a linha do PL 3842/12, que impede uma definição genérica, ampla, na verdade uma indefinição, do que venha a ser trabalho escravo.
Sem que se tenha uma definição precisa, o risco do produtor rural e também dos empresários urbanos, mas principalmente dos ruralistas, é a acusação de que naquele estabelecimento se pratica o trabalho escravo e por ser genérica a definição, em tudo que for degradante pode se aplicar a definição de que a relação é de escravidão.
Em todos os artigos que já escrevi neste blog (segue um editado em 30/01/2012), sempre me posicionei firmemente que não se pode comparar condição degradante de trabalho com trabalho escravo. Para mim, e é nessa direção que a nova Portaria segue, para que seja considerado aquele trabalho como escravo é necessário a coação e o aprisionamento, por menor que seja. A pessoa vítima do trabalho escravo deve estar obrigada para estar ali, ou seja, tem que existir aprisionamento (repito).
O art. 149 do Código Penal, que muito se usa nas acusações praticadas por autoridades do trabalho, é algo que precisa ser alterado também, porque segue a mesma linha da indefinição, o que permite punir empregadores que não estão praticando o trabalho escravo. A falta de uma tipificação exata, permite as mais diversas conjecturas.
Em Recife, Pernambuco, tivemos um caso emblemático de denúncia de trabalho escravo na construção de um grande shopping center, o Rio Mar. A fiscalização do trabalho, numa meia força tarefa, entendeu – seguindo a malsinada cartilha do trabalho escravo (que vigorava) para acusar o empreendimento dessa desumana prática – o que na verdade não ocorria. Os absurdos são tamanhos, a falta de iluminação, uma refeição estragada, pelo Manual que me refiro, poderiam gerar este tipo de acusação.
Eu defendo que precisa estar presente a condição de degradação humana e também o cerceamento da liberdade. O trabalhador além da condição degradante deve estar impedido de sair daquela situação e de denunciá-la. Nestas condições, concordo que o trabalho exercido é análogo a escravidão.
Nada impede que as condições degradantes, sem o aprisionamento do trabalhador, não sejam alvo de força tarefa do Ministério do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho, da Polícia Federal, e que receba o infrator uma pesada multa, porém, o que quero deixar claro é que isso nada tem a ver com trabalho escravo.
É importante pontuar, que o Supremo Tribunal Federal já se pronunciou em caso concreto, defendendo tese contrária a que eu defendo aqui, pois para o STF a intensidade e a continuidade da condição degradante, demonstrando-se vinculada a uma dependência econômica do trabalhador, seriam suficientes para rotular esta situação como de trabalho escravo.
Discordo do STF, pois a palavra escravidão não pode ser entendida sem o componente da restrição de liberdade. O contrário da escravidão é a liberdade plena. Portanto, entender que qualquer condição de trabalho degradante possa vir a ser considerado como trabalho escravo vejo como um exagero e uma perseguição contra a atividade, principalmente, rural.
Para que se entenda o trabalho rural, é preciso que se visualize as condições de moradia do trabalhador do campo. Muitas vezes o Auditor Fiscal do Trabalho considera que a falta de um banheiro adequado é motivo para enquadrar em trabalho escravo, esquecendo ele que o trabalhador não tem sequer esta condição na sua residência.
Não estou querendo aqui justificar o descaso do Poder Público para com a sociedade, amparando essa baderna social que vivemos na condição degradante de trabalho, mas que é preciso equilíbrio e legalidade para analisarmos caso a caso, se a lei não define com precisão o que venha a ser escravidão, ficará o empregador a mercê do que pensa a autoridade do trabalho.
Segue um link do meu post de repúdio ao Manual do Trabalho Escravo, escrito em 30/01/2012, que esta nova Portaria revoga.
LINK: POST CONTRA MANUAL TRABALHO ESCRAVO
SEGUE a Portaria MTB 1.129/2017:
Dispõe sobre os conceitos de trabalho forçado, jornada exaustiva e condições análogas à de escravo para fins de concessão de seguro-desemprego ao trabalhador que vier a ser resgatado em fiscalização do Ministério do Trabalho, nos termos do artigo 2-C da Lei nº 7998, de 11 de janeiro de 1990; bem como altera dispositivos da PI MTPS/MMIRDH nº 4, de 11 de maio de 2016.
O Ministro de Estado do Trabalho, no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal, e
Considerando a Convenção nº 29 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), promulgada pelo Decreto nº 41.721, de 25 de junho de 1957;
Considerando a Convenção nº 105 da OIT, promulgada pelo Decreto nº 58.822, de 14 de julho de 1966;
Considerando a Convenção sobre a Escravatura de Genebra, promulgada pelo Decreto nº 58.563, de 1º de junho de 1966;
Considerando a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, promulgada pelo Decreto nº 678, de 6 de novembro de 1992; e
Considerando a Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, bem como a Lei 10.608, de 20 de dezembro de 2002,
Resolve:
Art. 1º Para fins de concessão de beneficio de seguro-desemprego ao trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, nos termos da Portaria MTE nº 1.153, de 13 de outubro de 2003, em decorrência de fiscalização do Ministério do Trabalho, bem como para inclusão do nome de empregadores no Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores à condição análoga à de escravo, estabelecido pela PI MTPS/MMIRDH nº 4, de 11.05.2016, considerar-se-á:
I – trabalho forçado: aquele exercido sem o consentimento por parte do trabalhador e que lhe retire a possibilidade de expressar sua vontade;
II – jornada exaustiva: a submissão do trabalhador, contra a sua vontade e com privação do direito de ir e vir, a trabalho fora dos ditames legais aplicáveis a sua categoria;
III – condição degradante: caracterizada por atos comissivos de violação dos direitos fundamentais da pessoa do trabalhador, consubstanciados no cerceamento da liberdade de ir e vir, seja por meios morais ou físicos, e que impliquem na privação da sua dignidade;
IV – condição análoga à de escravo:
a) a submissão do trabalhador a trabalho exigido sob ameaça de punição, com uso de coação, realizado de maneira involuntária;
b) o cerceamento do uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto, caracterizando isolamento geográfico;
c) a manutenção de segurança armada com o fim de reter o trabalhador no local de trabalho em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto;
d) a retenção de documentação pessoal do trabalhador, com o fim de reter o trabalhador no local de trabalho;
Art. 2º Os conceitos estabelecidos no artigo 1º deverão ser observados em quaisquer fiscalizações procedidas pelo Ministério do Trabalho, inclusive para fins de inclusão de nome de empregadores no Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores à condição análoga à de escravo, estabelecido pela PI MTPS/MMIRDH nº 4, de 11.05.2016.
Art. 3º Lavrado o auto de infração pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, com base na PI MTPS/MMIRDH nº 4, de 11.05.2016, assegurar-se-á ao empregador o exercício do contraditório e da ampla defesa a respeito da conclusão da Inspeção do Trabalho de constatação de trabalho em condições análogas à de escravo, na forma do que determina a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 e a Portaria MTE 854, de 25 de junho de 2015.
§ 1º Deverá constar obrigatoriamente no auto de infração que identificar o trabalho forçado; a jornada exaustiva; a condição degradante ou a submissão à condição análoga à de escravo:
I – menção expressa a esta Portaria e à PI MTPS/MMIRDH nº 4, de 11.05.2016;
II – cópias de todos os documentos que demonstrem e comprovem a convicção da ocorrência do trabalho forçado; da jornada exaustiva; da condição degradante ou do trabalho em condições análogas à de escravo;
III – fotos que evidenciem cada situação irregular encontrada, diversa do descumprimento das normas trabalhistas, nos moldes da Portaria MTE 1.153, de 14 de outubro de 2003;
IV – descrição detalhada da situação encontrada, com abordagem obrigatória aos seguintes itens, nos termos da Portaria MTE 1.153, de 14 de outubro de 2003:
a) existência de segurança armada diversa da proteção ao imóvel;
b) impedimento de deslocamento do trabalhador;
c) servidão por dívida;
d) existência de trabalho forçado e involuntário pelo trabalhador.
§ 2º Integrarão o mesmo processo administrativo todos os autos de infração que constatarem a ocorrência de trabalho forçado; de jornada exaustiva; de condição degradante ou em condições análogas à de escravo, desde que lavrados na mesma fiscalização, nos moldes da Portaria MTE 854, de 25 de junho de 2015.
§ 3º Diante da decisão administrativa final de procedência do auto de infração ou do conjunto de autos, o Ministro de Estado do Trabalho determinará a inscrição do empregador condenado no Cadastro de Empregadores que submetem trabalhadores a condição análoga às de escravo.
Art. 4º O Cadastro de Empregadores previsto na PI MTPS/MMIRDH nº 4, de 11.05.2016, será divulgado no sítio eletrônico oficial do Ministério do Trabalho, contendo a relação de pessoas físicas ou jurídicas autuadas em ação fiscal que tenha identificado trabalhadores submetidos a condições análogas à de escravo.
§ 1º A organização do Cadastro ficará a cargo da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), cuja divulgação será realizada por determinação expressa do Ministro do Trabalho.
§ 2º A inclusão do empregador somente ocorrerá após a prolação de decisão administrativa irrecorrível de procedência do auto de infração ou do conjunto de autos de infração.
§ 3º Para o recebimento do processo pelo órgão julgador, o Auditor-Fiscal do Trabalho deverá promover a juntada dos seguintes documentos:
I – Relatório de Fiscalização assinado pelo grupo responsável pela fiscalização em que foi identificada a prática de trabalho forçado, jornada exaustiva, condições degradantes ou condições análogas à escravidão, detalhando o objeto da fiscalização e contendo, obrigatoriamente, registro fotográfico da ação e identificação dos envolvidos no local;
II – Boletim de Ocorrência lavrado pela autoridade policial que participou da fiscalização;
III – Comprovação de recebimento do Relatório de Fiscalização pelo empregador autuado;
IV – Envio de ofício à Delegacia de Polícia Federal competente comunicando o fato para fins de instauração.
§ 4º A ausência de quaisquer dos documentos elencados neste artigo, implicará na devolução do processo por parte da SIT para que o Auditor-Fiscal o instrua corretamente.
§ 5º A SIT poderá, de ofício ou a pedido do empregador, baixar o processo em diligência, sempre que constatada contradição, omissão ou obscuridade na instrução do processo administrativo, ou qualquer espécie de restrição ao direito de ampla defesa ou contraditório.
Art. 5º A atualização do Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores à condição análoga à de escravo será publicada no sítio eletrônico do Ministério do Trabalho duas vezes ao ano, no último dia útil dos meses de junho e novembro.
Parágrafo único. As decisões administrativas irrecorríveis de procedência do auto de infração, ou conjunto de autos de infração, anteriores à data de publicação desta Portaria valerão para o Cadastro após análise de adequação da hipótese aos conceitos ora estabelecidos.
Art. 6º A União poderá, com a necessária participação e anuência da Secretaria de Inspeção do Trabalho e da Consultoria Jurídica junto ao Ministério do Trabalho, observada a imprescindível autorização, participação e representação da Advocacia-Geral da União para a prática do ato, celebrar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), ou acordo judicial com o administrado sujeito a constar no Cadastro de Empregadores, com objetivo de reparação dos danos causados, saneamento das irregularidades e adoção de medidas preventivas e promocionais para evitar a futura ocorrência de novos casos de trabalho em condições análogas à de escravo, tanto no âmbito de atuação do administrado quanto no mercado de trabalho em geral.
§ 1º A análise da celebração do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou acordo judicial deverá ocorrer mediante apresentação de pedido escrito pelo administrado.
§ 2º O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou acordo judicial somente poderá ser celebrado entre o momento da constatação, pela Inspeção do Trabalho, da submissão de trabalhadores a condições análogas às de escravo e a prolação de decisão administrativa irrecorrível de procedência do auto de infração lavrado na ação fiscal.
Art. 7º A Secretaria de Inspeção do Trabalho disciplinará os procedimentos de fiscalização de que trata esta Portaria, por intermédio de instrução normativa a ser editada em até 180 dias.
Art. 8º Revogam-se os artigos 2º, § 5º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10, 11 e 12 da PI MTPS/MMIRDH nº 4, de 11.05.2016, bem como suas disposições em contrário.
Art. 9º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA”.
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As notícias aqui geralmente não saem na chamada grande imprensa ou são poucos divulgadas.
SE VOCÊ NÃO FOR CUIDADOSO OS JORNAIS FARÃO VOCÊ ODIAR AS PESSOAS QUE ESTÃO SENDO OPRIMIDAS E AMAR AS PESSOAS QUE ESTÃO OPRIMINDO (Malcon X)
De 15 deputados, pelo menos dez receberam recursos das acusadas. 'A sociedade não pode aceitar que os investigadores tenham recebido dinheiro da corrupção'
Najla Passos
Nesta quinta (25), durante a primeira reunião da nova CPI da Petrobrás, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) apresentará um requerimento preliminar para impedir que os deputados que receberam doações de campanha das empresas investigadas pela Operação Lava Jato possam integrar o grupo.
De acordo com Valente, um levantamento preliminar aponta que, dos 15 membros já indicados para integrar à comissão, pelo menos dez receberam doações das empresas que, agora, devem investigar. A lista inclui o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), e o relator, Luiz Sérgio (PT/RJ).
Dados disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que, do total dos R$ 742 mil arrecadados para a campanha de Motta, R$ 451 mil foram doados pelas empreiteiras Andrade Gutierrez e Odebrecht, ambas investigadas por participação no esquema de propinas alvo da Lava Jato.
Já Luiz Sérgio recebeu R$ 962,5 mil em doações das empresas Queiroz Galvão, OAS, Toyo Setal e UTC, o que representa 39,6% da receita da sua campanha. Pelo requerimento do PSOL, também ficam excluídos da CPI os deputados que receberam doações indiretas dessas empresas, ou seja, por meio de repasses aos comitês partidários.
“A sociedade não pode aceitar que os investigadores tenham recebido, ou sejam suspeitos de terem recebido, dinheiro da corrupção”, afirma Valente. Segundo ele, esta CPI precisa ‘investigar de verdade, sem interferências externas”. E, para isso, é preciso ser isenta e imparcial em relação aos envolvidos. “A CPI não pode ficar sob pressão do poder econômico”, reforça.
O deputado acrescenta que, sem uma investigação rigorosa, é impossível saber se o dinheiro usado para as doações de campanha é limpo ou se é produto das propinas distribuídas pelo esquema. “A CPI precisa investigar, inclusive, a relação do financiamento de campanha com a corrupção envolvendo a Petrobrás”, defende.
O requerimento tem como base o artigo 180 do Regimento da Casa, que prevê que os parlamentares não podem votar em causa própria, nem em assuntos de seu interesse. A decisão é exclusiva do presidente da CPI, que pode ouvir o plenário só se julgar recomendável.
Sempre aparecem aquelas músicas que se torna a onda do momento e a grande maioria passa a escutar nem sempre pela qualidade da música! Mas ultimamente em todos os assuntos tem a onda do momento e na política não poderia ser diferente.
Quando garoto, a toada era se criticar o Regime Militar e todos aqueles que sofreram algum tipo de revezes apareceram como as almas puras que mereciam serem eleitos para algum cargo. Com o tempo se percebeu, que ficar contra o regime militar ou mesmo os que foram perseguidos por eles, nem sempre estavam preocupados com os problemas sociais. Alguns defendiam interesses próprios e apenas sofreram perseguição dos concorrentes (caso de muitos empresários).
Quando fiquei adulto, a toada era que deveríamos eleger representantes dos trabalhadores. Por incrível que pareça, nem sempre os chamados representantes dos trabalhadores defendem interesses dos trabalhadores e nessa toada (onda) a coisa ficou ainda mais difícil identificar quem realmente estava defendendo interesses de toda sociedade, já que se misturaram a ideia de se eleger representantes dos trabalhadores, os que se diziam perseguidos ou não do Regime Militar e os que só estavam defendendo interesses próprios.
Mas a música do momento e caçar e acabar com a corrupção como se no passado não existissem corruptos e corruptores (clique para ler O Golpismo e a última pesquisa do Datafolha). Na grande imprensa os músicos (jornalistas) manipulam as informações como se as construtoras e demais empresas (estatais e privadas) passaram a ser corruptas somente a partir de 2005 (clique para ler Petrobrás: governo que moraliza leva a fama de bandido)! O problema é que todos seguem os músicos, igualmente a história do tocador de flauta que conseguiu hipnotizar, está manipulando a todos e sem perceberem que a música está levando a todos ao abismo. Somente este procedimento está levando algumas empresas à falência com fechamento e desemprego em massa. Em países, os considerados mais desenvolvidos, em que existe uma preocupação social em defender os empregos, os corruptos e corruptores seriam presos e em seus lugares seriam colocados sócios substitutos ou interventores para que as empresas fossem mantidas e para manter a sociedade funcionando sem prejuízos dos trabalhadores, do Estado e demais sócios destas empresas. A quem interessa que essas empresas continuem fechando e desempregando tantos trabalhadores? Para quem ou para quais empresas esses músicos estão tocando essa música? (clique para ler Construtoras da Lava a Jato enfrentam enxurradas de ações).
Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso foram fechados os estaleiros, gerando milhares de desempregados e somente durante o governo Luiz Inácio esses estaleiros voltaram a funcionar gerando milhares de empregos. Devido a Operação lava-jato está investigando e dificultando operações da Petrobras com as construtoras de navios e de rebocadores já está promovendo e fechando empresas de construções de navios, cortando pagamentos de construtoras e fazendo diminuir o valor das ações da Petrobras.
Mas eu pensava que todos os seguidores entravam no ritmo da música inconsciente para punir corruptores e corrompidos! (Clique para ler Um advogado a favor da destruição das empresas de construção). Estranhamente muitos jornalistas e políticos estão pedindo o fechamento das maiores construtoras do país (geram milhares ou mesmo milhões de empregos) e substituam por empresas estrangeiras como se nas empresas estrangeiras não existe corrupção! O mais estranho é que os chamados militantes do PSDB acham que deveríamos contratar construtoras americanas e os chamados militantes de esquerda contam em verso e prosa que deveríamos contratar construtoras Russas e Chinesas (vi muita gente defendendo essa opção). Além dos problemas sociais que podem causar no Brasil, será que os caçadores de corruptos sabem que as construtoras estrangeiras também são consideradas altamente corruptas? Será que estão escondendo esses fatos com interesses escusos?
A cegueira é tão grande que esses músicos conseguem criar uma onda onde os brasileiros pedem que sejam fechadas nossas empresas, nossos trabalhadores demitidos e toda tecnologia existente nessas empresas sejam entregues aos concorrentes! (clique e leiam PRG viaja aos EUA para acusar o próprio país?) Será que não perceberam que podem estarem utilizando o momento para fecharem nossas construtoras e a Petrobras que são concorrentes fortíssimas (são detentoras de alta tecnologia nos seus respectivos ramos) dessas empresas internacionais e que podem está sendo manipulados para que entreguemos nossas empresas de mão beijadas!!!
Que se puna os corruptores e corrompidos (clique para ler Petroleiros: Punir corruptos, mas sem destruir a Petrobras), sem causar problemas e prejudicando milhares de brasileiros que trabalham arduamente nessas empresas. Temos de lembrar que esses donos de empresa e políticos corrutos se apossam dessas riquezas, mas os trabalhadores nunca são beneficiados, pelo contrário, também são alvos da ganância de empresários que ganham retirando do Estado e também ganham retirando direitos desses mesmos trabalhadores.
As manifestações, chamadas PRIVAMERA ÁRABE, ocorreram em vários países dos diversos continentes. Pode-se dizer que as manifestações, de junho de 2013, foram um reflexo desta PIRMAVERA ÁRABE e que os participantes diziam que eram contra tudo que está aí! Mas na prática, as manifestações PRIMAVERA ÁRABE, serviram para os EUA influenciarem e derrubarem governos e colocarem políticos que lhes eram favoráveis (um grande exemplo ocorreu no Egito). A nossa PRIMAVERA ÁRABE será um pouco diferente? A quem interessa?
Dou uma zanzada pelo Twitter de manhã e alguém posta o link de um artigo do Estadão que critica a reserva de mercado nos projetos de pesquisa e exploração em petróleo. “A reserva criou amigos do rei”, segundo o Estadão.
Retifico: não foi alguém que postou. Foi Tuca Pinheiro, assessor de Roberto Freire e marido de uma repórter do Estadão que produz grandes quantidades de reportagens contra o governo.
Tuca, todos os dias, despeja no Twitter links antipetistas. Quase todo material novo da Veja é retuitado por ele.
Pensei o seguinte, ao ler aquele tuíte específico. Não. Fiz mais que pensar. Escrevi.
“E a reserva de mercado na mídia, criou o quê?”
Pouca gente sabe que as empresas de jornalismo ainda hoje, tantos anos depois que a globalização abriu mercados mundo afora, são protegidas por uma reserva de mercado.
É uma contradição espetacular para empresários que gostam de pregar as virtudes do capitalismo.
Eles gostam da competição que o capitalismo traz. Mas não para eles.
A reserva de mercado que ainda vigora no Brasil é um dos maiores símbolos de como a mídia conseguiu manter velhos privilégios graças a seu poder de intimidação, influência e retaliação.
É virtualmente impossível encontrar, nos jornais e revistas brasileiros, algum texto sobre o assunto, pelo caráter vexatório dele.
Procure na Folha, por exemplo, algum editorial que defenda a reserva para ela.
O Globo uma vez deu um artigo que defendia o que é indefensável.
Dois pontos eram sublinhados para justificar a reserva. Um: ela elimina o risco de propaganda maoísta.
Imagino que a referência fosse à possibilidade de algum grupo chinês desejar se estabelecer no Brasil não para fazer dinheiro, como o australiano Murdoch ao se expandir para a Inglaterra e para os Estados Unidos – mas para promover, insidiosamente, o comunismo ateu.
O segundo argumento é que, vedando o acesso a estrangeiros, estaria preservado o patrimônio cultural brasileiro representado pelas telenovelas.
Este artigo foi escrito pelo advogado Luís Roberto Barroso, hoje no STF, quando trabalhava para a Abert, associação de lobby da Globo.
Na prática, a reserva facilitou extraordinariamente a vida das empresas jornalísticas nacionais.
Somada a outros privilégios como a bilionária verba publicitária oficial e o acesso generoso a financiamentos de bancos públicos como o BNDES, a reserva explica em boa parte o país pobre e os empresários da mídia riquíssimos.
Governos como o de Sarney e o de FHC foram coniventes com a pilhagem do dinheiro público pelos barões da imprensa.
Mais recentemente, nem Lula e nem Dilma tiveram coragem de enfrentar os privilégios.
Como sempre acontece quando vantagens são concedidas a certos grupos poderosos, e depois mantidas perenemente, é a sociedade que perde.
Graças à internet este debate é agora, ao menos, possível.
Antes, nem isso – pelo bloqueio imposto por jornais e revistas.
Bancos pagam menos impostos que os assalariados. Alguns brasileiros detêm US$520bi em paraísos fiscais. A estrutura tributária devora o futuro da nação.
Joaquim Palhares - Diretor da Carta Maior
Em tese, a política fiscal seria o espaço da solidariedade no capitalismo.
Caberia a ela transferir recursos dos mais ricos para os fundos públicos, destinados a contemplar os mais pobres e o bem comum.
Sem carga tributária adequada não se constrói uma Nação, mas um ajuntamento desprovido de laços e valores compartilhados em direitos e deveres comuns.
A carga tributária adequada depende do estágio de desenvolvimento da sociedade. Mas não só isso. Sua composição é decisiva na incidência regressiva ou redistributiva que provoca.
Um país como o Brasil, com 200 milhões de habitantes e enormes carências estruturais, não pode avançar com uma carga inferior a de uma Europa, por exemplo, cuja infraestrutura está consolidada (nos dois casos, a carga média gira em torno de 36%; mas há vários países com infraestrutura madura onde a carga passa de 40%).
O sistema brasileiro avulta, ademais, como um caso pedagógico de regressividade.
Impostos indiretos, embutidos nos preços dos bens de consumo, representam mais de 60% do que se recolhe.
Não importa a renda do consumidor: ganhe um ou 100 salários mínimos por mês, o imposto que paga por litro de leite é o mesmo.
Regressividade é isso: uma engrenagem fiscal feita para taxar igual os desiguais. Pagam mais os pobres do que os ricos.
O imposto sobre o patrimônio, em contrapartida, que incide diretamente sobre os endinheirados, não chega a 3,5% da arrecadação total no Brasil.
Nem é preciso ir à Suécia para um contraponto.
Na festejada Coréia do Sul, meca da eficiência capitalista, ele é da ordem de 11%; nos EUA passa de 12%.
A taxação direta no Brasil recai muito fortemente sobre os assalariados da classe média (amplo sentido). Isso explica, em parte, a revolta com a baixa qualidade dos serviços públicos obtidos em troca da elevada contribuição.
Cerca de 25% da receita fiscal incide diretamente sobre a renda, assim:
a) a metade sobre o holerite da classe média;
b) a outra metade sobre os ganhos de capitais, que é onde se concentra cada vez mais a riqueza no capitalismo financeiro dos nossos dias.
Bancos, por exemplo, pagam menos impostos no Brasil que o conjunto dos assalariados. Um exemplo sugestivo e muito recente: Bradesco e Itau, foram flagrados em operações em paraísos fiscais, que lhes propiciaram, apenas em 2009, abater US$ 200 milhões em tributos.
As distorções não param aí.
Artimanhas contábeis, por exemplo, permitem que um banco lance o pagamento de dividendos como gasto com juros, abatendo o montante do imposto. Assim por diante.
A receita obtida tampouco se destina automaticamente a reduzir abismos sociais.
Há filtros de classe pelo caminho
A dívida pública é o principal deles.
Ela funciona como uma espécie de reforço na regressividade do sistema fiscal brasileiro.
Assemelha-se a um enforcador que subordina o princípio da solidariedade à primazia rentista.
O mecanismo ‘autossustentável’ ganhou seu upgrade com a ascensão da agenda neoliberal que privilegiou o Estado mínimo em todo o mundo.
A ideia era deixar à proficiência do mercado a tarefa de alocar a riqueza, ao menor custo e com a máxima eficiência.
Em vez de arrecadar, isentar os ricos passou a ser a lógica.
Sem espaço político para taxar endinheirados e o seu patrimônio, governos então passaram a ser cada vez mais compelidos a compensar a anemia tributária com endividamento público.
Emprestam e pagam juros por aquilo que deveriam arrecadar taxando os ricos, as heranças, as operações financeiras, o capital especulativo, o ganho da república dos acionistas (isento).
Do ponto de vista do dinheiro grosso, apesar de toda a lengalenga do ‘impostômetro’ o Brasil é um belo exemplar dessa lógica.
Simples assim: a dívida cresce, engessa o futuro do desenvolvimento, eleva a dependência em relação ao mercado financeiro e abre novos piquetes de engorda do capital rentista.
Piketty resumiu: se o capital financeiro rende mais que o crescimento da economia – como tem sido sistematicamente o caso do Brasil -- consolida-se uma casta de riqueza inoxidável que se descola da sociedade e perpetua a cicatriz da desigualdade.
O segredo do negócio é a vigilância diuturna da matilha midiática sobre a boa gestão da engrenagem, leia-se da dívida pública.
O dinheiro grosso investe nisso. Uma legião de consultores dá plantão permanente no telefone para esclarecer e municiar seus ventríloquos e ventríloquas lotados em obsequiosas colunas diárias.
Os economistas de banco estão sempre disponíveis. Faz parte de seu trabalho municiar a guerra rentista.
Prover a ração bilionária destinada anualmente aos juros é o objetivo. No linguajar técnico, trata-se de fazer cumprir a ‘meta cheia do superávit primário’.
Reconquistar a ‘confiança’ rentista na política fiscal, teoricamente ensombrecida por artifícios contábeis cometidos em 2013 no país – tolos, mas lícitos — é o cerne do ajuste pilotado nesse momento pelo centurião das boas causas do ramo, Joaquim Levy, sugestivamente conhecido como ‘Joaquim Mãos de Tesoura’.
Mídia, consultores, professores banqueiros e assemelhados adiantam que o que se assiste é só o começo.
O Brasil precisa de arrocho efetivo, dizem eles; corte real nas despesas, sem aumento de impostos, para recuperar a credibilidade.
E mais juros.
A agenda fiscal brasileira foi sequestrada pelo rentismo há muito tempo.
Discute-se de tudo -- carga excessiva, gestão deficiente dos gastos, superávit insuficiente, maquiagens, etc.
Menos o custo do próprio rentismo para o país.
Em média, o preço da supremacia financeira sobre a agenda fiscal custa R$ 200 bilhões por ano.
Cerca de 5% do PIB em juros pagos aos detentores de títulos da dívida pública.
Equivale a quase dez vezes o custo do Bolsa Família.
É quatro vezes mais o que supostamente custaria a implantação da tarifa zero no transporte coletivo das grandes cidades brasileiras.
Treze vezes o que o programa ‘Mais Médicos’ prevê investir em obras em 16 mil Unidades Básicas de Saúde; na aquisição de equipamentos para 5 mil unidades já existentes; com as reformas em 818 hospitais; para equipar 2,5 mil outros e providenciar melhorias nas instalações de 877 Unidades de Pronto Atendimento.
Repita-se: o dinheiro destinado ao rentismo em um ano daria para multiplicar por 13 a escala e a intensidade do programa ‘Mais Médicos’, atacando mais depressa carências sabidas na infraestrutura da saúde pública.
Não serve de consolo, mas já foi pior. No final do governo FHC, gastava-se quase 10% do PIB com juros.
No momento em que o país está sendo coagido a adotar o arrocho para resgatar sua credibilidade macroeconômica, nunca é demais recordar que a injustiça fiscal é só a primeira película da riqueza rentista.
A sonegação é outra camada espessa dessa cebola ardida.
Sendo a oitava economia do mundo, o Brasil tem a quarta maior fortuna abrigada nos paraísos fiscais do planeta: US$ 520 bilhões . Como esse dinheiro chegou lá? Não chegaria sem a inestimável colaboração de bancos e instituições do mercado cujos chefes de departamento de 'análise econômica' inundam os jornais com alertas sobre o 'desequilíbrio fiscal' e oferecem o antídoto: 'as reformas', cujo cerne é o escalpo de direitos, de serviços públicos e de folhas de servidores
No escândalo mais atual dessa cepa, o do HSBC, a lista de sonegadores inclui mais de sete mil contas de brasileiros que mantinham valor superior a US$ 7 bi depositado junto a recursos de traficantes e terroristas internacionais na subsidiária suíça do banco britânico.
Sugestivamente, o valor equivale aos R$ 18 bilhões que o ministro ‘Joaquim Mãos de Tesoura’ pretende obter com economias extraídas da redução de direitos dos trabalhadores, alongando o prazo de acesso ao seguro desemprego etc.
Naturalmente, não se trata de um capricho contábil do ministro.
A equação fiscal condensa uma correlação de forças.
Aqueles que, a exemplo de Carta Maior, evocam espírito público da parte dos profissionais da medicina, diante da dimensão emergencial do ‘Mais Médicos’, não podem exigir menos da pátria rentista que assim se locupleta.
Sabe-se de antemão que seu quociente de solidariedade é baixo. Por certo, inferior a 0,38% dos cheques robustos que emite.
Essa era a alíquota da CPMF, derrubada no apagar das luzes de 2006, por um mutirão que reuniu la creme de la creme do espírito cidadão entre nós: a coalizão demotucana, os endinheirados, o jogral midiático conservador e alguns estranhos próceres da esquerda que se avoca consequente.
Não por acaso a foto comemorativa desse golpe contra as filas do SUS é muito, muito, incomodamente muito semelhante ao flagrante da alegria conservadora na comemoração da vitória recente de Eduardo Cunha à presidência da Câmara.
Não é só uma coincidência estética: a junção das imagens ilustra a interação entre a injustiça fiscal e hegemonia conservadora no país.
Essa espinha dorsal só se quebra nas ruas: será nelas, não nas mãos dos centuriões do mercado que a questão fiscal deixará de ser uma extensão do poder dos endinheirados, para se tornar uma ferramenta do desenvolvimento convergente da sociedade.
Discutir essa travessia é o objetivo deste novo Especial de Carta Maior. Não é propriamente um enrêdo de folia para esses dias de carnaval. Mas o fato é que por aí tem samba: o samba de um futuro em que as mandíbulas da injustiça social sejam apenas uma alegoria de escola de samba, sobre um Brasil que passou.
A mídia que achincalha a Petrobrás protege indecorosamente o HSBC e os barões ladrões por trás desse grande escândalo financeiro.
Antonio Lassance
Um escândalo de grandes proporções abala o mundo das finanças.
O assunto envolve ninguém menos que o segundo maior banco do mundo, o HSBC, e políticos, grupos de comunicação, esportistas, artistas e demais celebridades do mundo dos superendinheirados.
Os bacanas, milhares deles brasileiros, cometeram crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão em grandes proporções. Isso sem contar com outros crimes que podem estar associados à origem do dinheiro.
Depósitos milionários foram feitos no banco britânico HSBC, em sua filial na Suíça, para desviar montanhas de dinheiro que deveriam ser pagas em impostos, mas que preferiram fazer um passeio pelos Alpes.
Não se trata de dinheiro privado. É dinheiro público depositado em contas privadas. É corrupção da grossa, mesmo que feita por 'gente fina' - gente diferenciada, pelo menos por suas contas bancárias; e gente educada, pelo menos na arte de sonegar impostos e lavar dinheiro.
Sonegação e lavagem de dinheiro são e devem ser tratados como crimes de assalto aos cofres públicos. Por isso, a tradução exata do escândalo conhecido lá fora como SwissLeaks (**), em bom Português, é Suíçalão.
Suíçalão do HSBC, para ficar claro o mentor intelectual do crime e para manter no ar a suspeita, mais que plausível, de que muitos outros bancos possam ter feito o mesmo.
É preciso tratar o caso pelo apelido que ele merece, nem acima, nem abaixo do que se fez com os mensalões, o petrolão e o trensalão.
Chega de camaradagem com a corrupção privada. Sonegação e lavagem de dinheiro são coisas de gente que faz - como dizia a propaganda do finado Banco Bamerindus, doado a esse mesmo gigante das finanças, o HSBC, por um Banco Central que foi sempre muito benevolente com Londres e a Suíça.
O fato de que os crimes relatados vinham sendo cometidos há décadas deixa claro como o mundo dos ricos é mantido em uma zona de conforto por governos - incluíndo-se aí seus bancos centrais -, judiciário e imprensa, mesmo quando as táticas são mais que conhecidas.
O escândalo ainda mostra como os grandes bancos são as maiores lavanderias do planeta. O HSBC não apenas abriu suas portas e seus cofres para os depósitos em dinheiro. O banco orientou clientes a como realizar em segredo práticas sabidamente criminosas.
Para coibir a prática de forma mais eficaz seria preciso estabelecer uma regulação do sistema financeiro internacional que impusesse maior transparência e punições mais duras. Alguém imagina que, sem isso, coisas desse tipo jamais irão se repetir? Claro que não. Ficar à espera de vazamentos é pouco.
Os barões ladrões brasileiros estão na nona colocação entre os que mais surrupiaram dinheiro, com a ajuda do HSBC suíço.
O valor sonegado apenas por esse seleto grupo está estimado, por enquanto, em R$ 20 bilhões.
O valor é próximo aos R$ 18,7 bilhões não pagos em impostos pelo Itaú quando realizou a fusão com o Unibanco, em 2008.
O dinheiro dessas duas 'pequenas' sonegações é maior que o de qualquer outro escândalo de corrupção, mas nem todos se escandalizam em igual proporção.
A corrupção fiscal é hoje o principal inimigo do Estado brasileiro, de suas políticas sociais, como a saúde, há décadas subfinanciada, e até mesmo de suas políticas fiscal e monetária.
Daria para pagar um bom pedaço dos juros da dívida pública com o dinheiro dos ricos, ou melhor, o dinheiro dos pobres que os ricos preferem sonegar.
Apesar de todas essas evidências, o escândalo de corrupção até agora tem merecido apenas notas de rodapé do cartel de mídia aqui presente.
Como na época da ditadura militar, sabemos detalhes do escândalo mais pela mídia internacional do que pelo cartel midiático que nos habita.
A mídia que achincalha a Petrobrás protege indecorosamente o HSBC e os barões ladrões por trás desse grande escândalo financeiro. Todos são tratados com candura ou mantidos em obsequioso segredo.
É que, para nossa mídia orwelliana, todos são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.
(*) Antonio Lassance é cientista político.
(**) A expressão SwissLeaks se refere aos vazamentos ('leaks') que permitiram que investigações sob segredo de justiça se tornassem públicas. A Suíça ('Swiss') foi o destino preferido do dinheiro roubado.
Créditos da foto: reprodução (montagem: Carta Maior)
Foto do Facebook de Maurício Machado registra: “período que antecede o governo petista” é governo FHC!
por Luiz Carlos Azenha
Milhares de pessoas cercam o prédio de uma assembleia legislativa. Encaram bombas e balas de borracha. Impedem a votação do plano de austeridade de um dos principais governos estaduais do Brasil.
Manchete da Folha? Outra notícia, vinda também de Curitiba, extraída de um antigo depoimento do doleiro: José Dirceu sabia (dos desvios na Petrobras). Depoimento, aliás, desmentido pelo próprio. E pelo também citado tesoureiro do PT, João Vaccari. O doleiro disse à PF o que bem entendeu. No caso, ele é o réu confesso. Mas sua palavra é publicada como verdade absoluta e inquestionável.
O que está acontecendo?
O suposto envolvimento de Dirceu cai como uma luva no roteiro. Mensalão + petrolão = Lula derrotado em 2018. Mas, para que tenha credibilidade, é preciso eliminar do escândalo o que a Globonews chamou de “período que antecede o governo petista”. Sarney? Itamar? Médici?
É por isso que, como notou o presidente do PT, a curiosidade dos delegados que colhem depoimentos na Operação Lava Jato parece se fixar no período pós-2003.
É como se Youssef, o doleiro, não tivesse servido também a tucanos.
Aliás, a credibilidade do PT está no fim com os eleitores também pelo fato de o partido ter convivido muito bem, sempre, com a herança maldita dos antecessores.
A origem da máfia dos sanguessugas — que vendia ambulâncias superfaturadas — foi o ministério da Saúde sob José Serra, mas ela prosseguiu depois que Lula assumiu o poder.
O mesmo aconteceu com a máfia dos vampiros — que negociava hemoderivados.
O PT de Lula, em nome de um acordo em Minas, manteve no poder em Furnas o diretor Dimas Toledo, justamente o homem da Lista de Furnas, o esquema de financiamento de campanha de tucanos e aliados através dos fornecedores da estatal.
Marcos Valério serviu ao esquema de caixa 2 do PSDB e aliados antes de repetir a jogada com o PT e aliados.
Quando o PT no poder teve a oportunidade de provocar rupturas com o passado, não o fez.
CPI do Banestado? Terminou em acordão. CPI da Privataria? Nem então, nem depois do livro de Amaury Ribeiro Jr.
Quando um delegado da Polícia Federal teve a coragem de encanar o banqueiro, o governo se voltou… contra o delegado. O chefe da Polícia Federal foi mandado para o exílio. O banqueiro hoje financia um site de apoio ao governo Dilma!
Quando um repórter da Veja foi flagrado em aliança jornalística com o bicheiro, o PT olhou, olhou e fez que não viu.
Por isso, não foi surpresa quando o vice de um governador tucano — Afif Domingos — se tornou ministro de uma presidente petista.
Ninguém enrubesce com a perspectiva de ver Marta Suplicy, petista histórica, concorrendo à Prefeitura de São Paulo pelo PSB com o apoio de Geraldo Alckmin.
É nesta geleia geral que Curitiba assume relevância ainda maior. Não a Curitiba do Moro, mas a que impediu a austeridade de Beto Richa.
É junho de 2013, de novo.
Mas a mídia não entendeu isso. Ela está ocupada na campanha que parece não ter fim: criminalizar apenas um dos irmãos — eles estão ficando cada vez mais parecidos.
Não mencionem “PSDB” que ela enterra nas páginas internas. Na Globo, como famosamente saia no Jornal Nacional já na campanha de 2006, é “o governo anterior”.
Para esconder o grande desastre em andamento no Brasil, o apagão da água em São Paulo — este sim, não é um depoimento sem provas –, disfarça criando a perspectiva de um racionamento de energia que ainda nem é considerado.
É a mídia, em campanha permanente contra o trabalhismo desde 2003.
PS do Viomundo: Conforme dissemos anteriormente, quando a blogosfera entrou em surto com a eleição de Eduardo Cunha, ele nunca se interessou pelo impeachment de Dilma. Definido como lobista por Altamiro Borges, o deputado carioca é isso: serviçal da grana. Ele não vai entregar a chave do cofre para os tucanos. Jamais. Cunha é o artífice da reação da elite brasileira contra junho de 2003. Se deixarem, vai fazer uma reforma política que nos fará ficar com saudade daquele Congresso cercado pelos manifestantes.
A mídia, abestalhada de tanto bolor reacionário, não deu a mínima para os protestos contra as medidas do governo do Paraná, que coincidentemente, é do PSDB
Da redação
Na última quinta-feira, Curitiba, a capital paranaense, assistiu a uma rebelião como há muito não se via no estado, governado atualmente pelo tucano Beto Richa, reeleito em 2014.
Milhares de professores e servidores públicos em greve cercaram a Assembleia Legislativa do Estado para impedir a entrada de deputados e a sessão do dia. Na pauta principal havia um fornido pacotaço de arrocho que atingiria duramente a qualidade da escola pública e a remuneração do professorado do Paraná.
A base de apoio de Beto Richa, festejada pela mídia conservadora como um ’tucano promissor’ após a reeleição em primeiro turno no ano passado, conseguiu alcançar o prédio viajando em ônibus blindado e escoltado, que usou o acesso dos fundos do edifício.
Foto: Leandro Taques / Mídia Ninja
O episódio só elevou a tensão do lado de fora.
A partir daí, o aparato policial que despejava bombas, cacetes e gás nos manifestantes percebeu que a revolta dificilmente seria contido sem sangue quando a massa decidisse invadir o prédio.
Acuado pelo formigueiro humano em ebulição, o governador do PSDB recuou e retirou o pacotaço da pauta. De saída chamou de ‘baderneiros’ os manifestantes que festejavam nas ruas da capital paranaense sem baixar o cerco na Assembleia.
Fosse na Ucrânia, ou no conflagrado Paquistão, ou ainda no Congo, ou por certo se ocorresse no entorno da Casa Rosada, na Argentina, melhor ainda, tivesse havido um cerco semelhante no palácio do governo em Caracas, quem sabe em Havana, como reagiria a mídia isenta e seu colunismo abestalhado de tanto bolor reacionário?
Foto: Leandro Kissner / Fotos Públicas
Abriria fotos de cinco colunas na primeira página dos diários e providenciaria escaladas extras dos telejornais em cobertura ao vivo.
Em estado de choque, porém, com o atropelamento de um de seus delfins, o que se viu de fato foi a suavização indecorosa do noticiário do levante curitibano, que teve suas imagens sonegadas em quase todos os diários na primeira página, e uma cobertura envergonhada nas internas. A Folha, por mérito, se impõe como paradigma dessa norma. Ao lado de uma foto de Pizzolato, entrando e um carro na Itália, deu um pequeno registro da explosão popular em Curitiba na 1ª página. E só na página 8 voltaria ao assunto com uma cobertura burocrática na qual não informava, sequer, o motivo da revolta e a reivindicação dos manifestantes: imedir o desmonte da escola pública por um governador do PSDB.
Para suprir essa lacuna deliberada de informação, leia abaixo as explicações do Sindicato dos professores do Paraná:
GREVE GERAL! BARRAR O DESMONTE DA ESCOLA PÚBLICA NO PARANÁ
Ele foi eleito Governador, não Imperador!
Só a mobilização imediata com uma GREVE GERAL por tempo indeterminado poderá barrar a sanha destrutiva do governo Beto Richa(PSDB) sobre a educação do Paraná!
Os(as) Trabalhadores(as) em Educação Pública do Paraná, através da APP-Sindicato, vem há décadas lutando intensamente pela ampliação de seus direitos, por melhores condições de trabalho e consequentemente por uma escola pública de mais qualidade. Juntamente com colegas educadores(as) de todo o Brasil reunidos na CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, travamos uma luta por um sistema público de educação e por valorização dos profissionais da Educação que remonta aos tempos do Brasil imperial.
Assim pensando, lutando e resistindo, avançamos coletivamente nos últimos anos em conquistas importantíssimas como: Planos de carreira de Professores(as) e Funcionários(as), equiparação salarial do magistério – não faz tempo os professores recebiam salários muito mais baixos que os demais servidores aos quais também é exigido nível superior para ingresso no mundo do trabalho público paranaense – 1/3 de hora atividade para professores(as) – tempo destinado ao trabalho docente fora da sala de aula - eleição para diretores(as) de escolas, além de manter uma luta permanente pelos direitos de uma aposentadoria digna depois de uma vida laboral dedicada aos fazeres do ensino-aprendizagem das gerações.
A reeleição em primeiro turno do governador do estado promoveu uma verdadeira guinada no comportamento de um político que afirmou com todas as letras que não mediria esforços para a valorização da escola pública e de seus Educadores. Em debate com os demais candidatos na APP-Sindicato no dia 19 de agosto, durante a campanha eleitoral, assumiu compromissos com uma pauta extensa que estava até agora em processos de debates, em grupos de trabalho, construção esta que vai por terra com as ultimas medidas adotadas.
Foram inúmero ataques até agora:
- Cancelamento do processo de eleição dos diretores e diretoras das escolas – o governador juntamente com um grupo de deputados estadual, desfez a própria resolução que havia desencadeado todo o processo. As escolas já tinham realizado assembleias, eleito comissões eleitorais e chapas já haviam se inscrito para o pleito marcado para o final de novembro/2014.
- Tarifaço final de ano – Além de penalizar toda a população paranaense com aumentos do IPVA, e a tarifa de ICMS de mais de 95 mil produtos, atacou a previdência pública, taxando em 11% o salário dos aposentados do estado bem como criou o fundo complementar para os futuros servidores públicos, estes fundos tem sido criticados mundialmente especialmente pela insegurança que geram quanto ao futuro pois quebra princípios caros na cultura previdenciária brasileira como o da solidariedade entre ativos e inativos.
- Impedimento de matrículas para 6º anos do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio em muitas escolas de pequeno porte, especialmente as escolas do campo, em curto período em escolas estarão fechadas para sempre, novamente sem ouvir a comunidade escolar nem os diretores.
- Decretos da posse – Não bastasse os mais de 20 projetos de lei do pacotaço, em plena data da posse o governador anuncia um conjunto de decretos que promovem uma não assumida reforma de estado.
Outras dívidas com a Educação:
- 29 mil professores(as) PSS – contratados temporários – com atrasos de pagamento, sem acertos da rescisão, demitidos sumariamente.
- 10 mil funcionários(as) de escola afastados com a promessa de corte de 30 % deste efetivo – as escolas do Paraná carecem de mais funcionários(as) para atender adequadamente os(as) estudantes.
- Não pagamento (conforme o governo anunciara) de 1/3 das férias – cerca de R$ 150 milhões.
- Não pagamento de promoções e progressões de professores(as) e funcionários(as) durante todo o ano de 2014, direito esse garantido pelos Planos de Carreira dos dois segmentos. Essa dívida já soma 90 milhões.
- Atraso sistemático no repasse de parcelas do fundo rotativo – esse recurso são utilizados para a manutenção e pequenos reparos nas escolas.
- atrasos do pagamento de convênios com escolas, entidades da educação especial, escolas itinerantes da reforma agrária.
- cancelamento da distribuição de aulas feitas em dezembro.
- Retomada de portaria antiga sobre o porte de escola – portaria esta que reduz horas para direção das escolas, número de pedagogos e pedagogas, funcionários(as) em número insuficiente para manter as escolas em condições de atender adequadamente os(as) estudantes.
- Superlotação de alunos(as) em salas de aulas.
Não bastasse todo o DESMONTE que denunciávamos como o caos instalado na educação do Paraná, veio mais um pacote de maldades divulgado nesta quarta-feira pela ALEP – Assembleia Legislativa do Paraná!
As mensagens de lei 01/2015 e 02/2015, enviadas pelo governador Beto Richa, se aprovadas pelos deputados(as), promoverão um tão retrocesso nas escolas que não serão recuperados senão em longo prazo. Gerações serão penalizadas com a precarização da escola pública.
Essas mensagens promovem um ataque com retirada de direitos de todos os segmentos dos Trabalhadores(as) em Educação, inclusive os(as) aposentados(as).
GASTOS DO ESTADO – Temos avaliado que a crise financeira do Paraná, passa principalmente pela péssima gestão desta área no governo Richa. Retrocessos na transparência tornam cada vez mais difícil estabelecer uma avaliação adequada e mais precisa. Porém ações governamentais apontam a opção clara deste governo neoliberal, promover estado mínimo com enriquecimento da parcela encastelada no poder: mais de R$ 400 milhões, em publicidade e propaganda, aumento de mais de 4.000% em processamento de dados, rompendo a política de software livre; aumento de 295% para salários dos cargos comissionados; antecipação de receitas extraordinárias que farão faltas futuramente; renegociou precatórios.
Assim sendo, com o agravamento da crise generalizada no interior das escolas paranaenses, iremos para a assembleia estadual no sábado(07), em Guarapuava, num consenso preliminar de que não há mais um dia sem iniciar a greve geral.
O esforço e a pauta central da greve será exatamente lutar para derrotar este pacotaço de desmonte geral dos direitos dos(as) TRABALHADORES(AS) EM EDUCAÇÃO bem como barrar o DESMONTE ORGANIZATIVO E ADMINISTRATIVO DAS ESCOLAS.
Hermes Silva Leão, professor de Educação Física e Pedagogo, é Presidente da APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná
A Abril Educação, que era considerada a fonte de sustentação das revistas do grupo, acaba de ser vendida. E agora, Veja? Pra onde correr?
Altamiro Borges - altamiroborges.blogspot.com.br
No início de janeiro, os funcionários do Grupo Abril, que edita a asquerosa revista “Veja”, foram surpreendidos na chegada ao prédio da empresa, na capital paulista. O busto do fundador do império midiático, Victor Civita, havia sido retirado do hall de entrada. Em grave crise financeira, a empresa foi obrigada a devolver metade do espaço à Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que é dona do edifício. Agora, eles recebem outra notícia preocupante. A Abril Educação, que era considerada a fonte de sustentação das revistas do grupo, acaba de ser vendida para o fundo de investimentos Tarpon. O clima nas redações é de suspense e temor. Antes desta negociação, a empresa já havia fechado vários títulos e transferido outros, num processo agonizante que já se estende há três anos. Agora, ninguém sabe qual será o futuro das publicações que restaram do Grupo Abril.
Segundo relato da Folha, a empresa da famiglia Civita “vendeu a totalidade das ações da Abril Educação para fundos de investimentos da gestora Tarpon, em uma operação avaliada em R$ 1,3 bilhão. O valor representa a soma da fatia de 20,73% do capital social total adquirido nesta segunda-feira (9) com os 19,91% que o Tarpon havia adquirido em agosto do ano passado, considerando o valor de R$ 12,33 por ação. De janeiro a setembro de 2014, a Abril Educação faturou R$ 753,7 milhões, alta de 32,6% ante igual período do ano anterior. A venda do negócio de educação é mais um passo no processo de enxugamento que vem sendo implementado no Grupo Abril desde a morte do empresário Roberto Civita, em maio de 2013. Desde então, a empresa descontinuou quatro títulos (‘Alfa’, ‘Bravo’, ‘Gloss’ e ‘Lola’), vendeu as frequências da MTV e transferiu dez títulos para a Editora Caras”.
Quando da queda do busto de Victor Civita, o jornalista Paulo Nogueira, do blog “Diário do Centro do Mundo”, escreveu um artigo demolidor sobre “A agonia da Editora Abril” e do restante da mídia tradicional. Agora, com a notícia da venda da totalidade das ações da Abril Educação, as suas palavras se revelam ainda mais verdadeiras. Reproduzo o texto baixo:
*****
A retirada do busto de Victor Civita do saguão da sede da editora Abril neste começo de janeiro é um capítulo dramático do declínio acelerado daquela que foi uma das maiores empresas de jornalismo.
A Abril está morrendo.
Victor Civita foi abatido porque a Abril já não tinha mais como bancar o aluguel do megalomaníaco prédio da Marginal de Pinheiros.
Ao devolver uma das duas torres, perdeu o direito de exibir o fundador da empresa. Para os futuros inquilinos, o busto de VC, como era chamado, não faria sentido nenhum.
A morte de uma empresa de jornalismo é um processo lento. Não é fácil identificar o momento em que as coisas começam a dar errado.
Depois tudo se aclara, e o fim é evidente. As últimas etapas são agônicas, e é isto o que a Abril está vivendo.
A torre remanescente dificilmente sobreviverá por muito tempo, bem como uma série de revistas e, lamentavelmente, centenas de empregos.
Como todas as empresas que gozam de reserva de mercado e são objeto de mamatas do Estado – anúncios copiosos, financiamentos a juros maternais em bancos públicos – a Abril nunca foi exatamente um modelo de administração.
É o preço que se paga por privilégios. Você não tem que ser o melhor da classe para receber prêmios.
Isto vale para a Abril e todas as grandes empresas jornalísticas brasileiras, a começar pela Globo.
Nunca foram expostas à competição estrangeira e sempre foram mimadas por sucessivos governos: não há receita mais eficaz para a ineficiência gerencial.
Dito isso, a agonia da Abril se deve muito mais a uma mudança de mercado do que a uma gestão trôpega em vários momentos.
Produzir revistas nestes tempos é como fabricar carruagens no final do século 19, quando os carros começavam a ganhar as ruas.
Nem o mais fabuloso fabricante de carruagens sobreviveu com o correr dos dias.
A Abril antecipa o que deve acontecer, no futuro, com outra potência da mídia brasileira: a Globo.
Anos atrás, ninguém imaginava um mundo sem revistas. Mas hoje é fácil imaginar.
Até há pouco também, igualmente, ninguém imaginava um mundo sem tevê como a conhecemos. Mas hoje já não é tão difícil imaginar.
Uma pesquisa recente americana traduziu isso em números. A pergunta que foi feita era a seguinte: você acha que seria duro viver sem o quê?
As alternativas eram internet, celular e televisão. A televisão ficou em último lugar. Alguns anos atrás, na mesma pesquisa, ficara em primeiro: a maior parte dos entrevistados não considerava a hipótese de ficar sem tevê.
Tanto a Abril como a Globo se empenham em ter relevância na internet. Mas jamais se replicará, no universo digital, a relevância que elas tiveram em mídias que vão se tornando obsoletas.
Aproxima-se velozmente do fim o tempo em que a Globo consegue cobrar uma fortuna por comerciais de uma programação em constante declínio.
E está muito distante a era em que a publicidade na internet terá preços remotamente praticados pela Globo na tevê.
Entre uma coisa e outra, a Globo entrará no que se poderia definir como “Vale do Desespero”, para usar uma expressão em voga entre os economistas.
Na destruição de um velho mundo na imprensa e na construção de um novo, a remoção do busto de Victor Civita é um marco histórico.
Créditos da foto: Ayolt de Roos / Flickr (montagem - Carta Maior)
Pelas tecnologias desenvolvidas para produção no pré-sal, Petrobras receberá em Houston (EUA) o prêmio que é considerado o 'Oscar' das empresas de petróleo
Petrobras: Blog Fatos e Dados
Em maio de 2015, em Houston (EUA), a Petrobras receberá pela terceira vez o prêmio OTC Distinguished AchievementAward for Companies, Organizations, and Institutions em reconhecimento ao conjunto de tecnologias desenvolvidas para a produção da camada Pré-Sal. Esse prêmio é o maior reconhecimento que uma empresa de petróleo pode receber na qualidade de operadora offshore.
Em 1992, a Petrobras recebeu o prêmio por conquistas técnicas notáveis relacionadas ao desenvolvimento de sistemas de produção em águas profundas relativas ao campo de Marlim e, em 2001, por avanços nas tecnologias e na economicidade de projetos de águas profundas, no desenvolvimento do campo de Roncador.
Em carta comunicando a premiação à Petrobras, o Presidente da Offshore Technology Conference (OTC), Edward G. Stokes, destacou: “Este prêmio é um reconhecimento das conquistas notáveis, significativas e únicas alcançadas pela Petrobras, e das grandes contribuições para a nossa indústria (óleo e gás offshore). O comitê de seleção (da OTC) ficou extremamente impressionado com esta nomeação. As conquistas que a Petrobras fez na perfuração e produção desses reservatórios desafiadores são de classe mundial. A indústria aprendeu muito a partir das informações compartilhadas pela Petrobras sobre o Pré-Sal nos artigos e sessões apresentados na OTC. Nós todos nos beneficiamos do seu sucesso.”
Desde 1969, a OTC promove anualmente o maior evento de negócios do mundo na área de produção offshore de óleo e gás. É frequentado por praticamente todas as operadoras de óleo e gás offshore, além de seus fornecedores. Atualmente tem uma frequência de 100 mil congressistas de 130 países.
Nele é discutido o estado da arte da tecnologia offshore de exploração, perfuração, produção e proteção ao meio ambiente e também são exibidas as mais recentes inovações em produtos e serviços da atividade de exploração e produção.
Produção no Pré-Sal
O recente recorde de produção de óleo na camada Pré-Sal, de 713 mil barris diários de petróleo, obtido em 21/12/2014, demonstra a robustez das tecnologias aplicadas.
Esqueçamos as sutilezas: o PSDB, derrotado nas urnas, está buscando a manifestação de juristas para derrubar o governo eleito democraticamente.
Wadih Damous, ex-presidente da OAB-RJ, é advogado
A Folha de São Paulo publicou nesta semana artigo de Ives Gandra Martins, consistente na síntese de um parecer que ele próprio teria elaborado acerca da existência de fundamento jurídico para o impeachment de Dilma Rousseff.
Segundo ele, ao contrário do que alguns veículos de mídia já haviam noticiado, o parecer não foi contratado por nenhum empreiteira, mas sim por um advogado a ele próximo, Dr. José de Oliveira Costa, que vem a ser – coincidência? - advogado de Fernando Henrique Cardoso e membro do Conselho do Instituto FHC.
Segundo o resumo publicado, o parecer teria analisado diversos textos legais para chegar à conclusão de que a hipótese de impeachment por culpa (e não por dolo) seria juridicamente possível e que há concretamente culpa configurada por parte de Dilma relativamente aos alegados desvios e supostos atos de má gestão na Petrobrás.
Ives Gandra afirma não saber quem é o verdadeiro contratante, enquanto o advogado contratante diz que a contratação do parecer não tem conotação política.
Como não acredito em “coincidências” na política, vamos deixar de lado as filigranas: pareceres jurídicos são contratados por centenas de milhares de reais para fundamentarem alguma investida jurídica, não para mero deleite ou sede de aprendizado de seu contratante.
Também não é razoável, para dizer o mínimo, que um advogado contrate um parecer para si próprio (ainda que o faça em seu nome), e sim para algum cliente seu que pretenda se amparar em seus fundamentos e conclusões para adotar determinada medida juridicamente relevante, seja preventiva, seja contenciosa.
Outra “ingenuidade” é achar que alguém contratado para elaborar parecer jurídico tem liberdade para analisar a questão a ele apresentada, de forma neutra. A não ser em caso em que o parecer tem finalidade puramente preventiva (o que obviamente não é o caso, já que trata de fatos já consumados), ninguém pagará centenas de milhares de reais sem saber as conclusões que serão apresentadas. Na prática, a liberdade de convicção do parecerista se limita à recusa em elaborar o parecer, por ter convicção jurídica que contraria os interesses do contratante.
Ainda por cima, tal artigo foi publicado poucos dias após Fernando Henrique Cardoso (ao que tudo indica, verdadeiro contratante do parecer) ter publicado artigo em que defende abertamente a virada de mesa por meio de alguma investida jurídica. Também não pode ser coincidência o fato de terem apelado, logo de início, para um jurista notoriamente conservador e entusiasta do golpe civil-militar de 1964, do Ato Institucional-5 e da repressão praticada naquele triste período da história brasileira.
Então, esqueçamos as sutilezas: o PSDB, derrotado nas urnas, está buscando a manifestação de juristas para derrubar o governo eleito democraticamente. Não é à toa que, ao final do artigo, Ives Gandra afirme já contar com o apoio informal de outros dois juristas de renome.
Bem, quanto ao mérito, o artigo revela pouco sobre o conteúdo substancial do parecer.
Mas, pelo tal resumo, Dilma teria cometido crime de responsabilidade ao não impedir, enquanto Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, que ocorressem desvios de dinheiro e que a empresa fosse prejudicada pela compra da refinaria de Pasadena, e, enquanto Presidenta, de “manter a mesma diretoria que levou à destruição da Petrobrás”.
Além de amparar tais conclusões em fatos cuja existência e dinâmica ainda não foram apuradas satisfatoriamente pelos órgãos competentes, bem como lançar a polêmica tese de que os crimes de responsabilidade podem ser omissivos, o que Ives Gandra está propondo, em suma, é que o Administrador Público deve responder criminalmente pelos atos de seus subordinados.
Trata-se do mesmo Ives Gandra que, em passado recente, ao emitir opinião pessoal livre (e não por ocasião de um parecer encomendado), manifestou-se veementemente contra a teoria do domínio do fato, a qual, como é sabido, amparou parte das condenações na Ação Penal 470, conhecida como “mensalão”. Repare-se que, nessa ocasião, não estava em jogo a destituição de um governo, mas apenas a condenação criminal de alguns cidadãos. Confira-se uma de suas manifestações sobre o tema:
– Com ela (teoria do domínio do fato), eu passo a trabalhar com indícios e presunções. Eu não busco a verdade material. Você tem pessoas que trabalham com você. Uma delas comete um crime e o atribui a você. E você não sabe de nada. Não há nenhuma prova senão o depoimento dela – e basta um só depoimento. Como você é a chefe dela, pela teoria do domínio do fato, está condenada, você deveria saber. Todos os executivos brasileiros correm agora esse risco. É uma insegurança jurídica monumental. Como um velho advogado, com 56 anos de advocacia, isso me preocupa. A teoria que sempre prevaleceu no Supremo foi a doin dubio pro reo.
Ora, a vingar o raciocínio do Ives Gandra de 2015, chegar-se-ia à absurda consequência de se sujeitar o Presidente da República ao impeachment caso qualquer servidor público federal, em qualquer instância, pratique ato de improbidade e saia ileso, seja por não ter processo disciplinar instaurado, seja por ter sido indevidamente absolvido.
O raciocínio está errado, em primeiro lugar, porque o parecerista adota parâmetros da lei de improbidade para configuração de ato penalmente relevante. A analogia não é possível, já que a principiologia do direito penal é substancialmente diversa e tem como princípios fundamentais, dentre outros, a presunção de inocência e o in dubio pro reo. Por força dessa principiologia não há que se falar, no caso de crimes de responsabilidade, de modalidade culposa, a qual só poderia ser admitida por disposição expressa de lei.
Outro erro de premissa na tese de Ives Gandra é a de tentar atribuir crime de responsabilidade à Presidenta por ato praticado em outro cargo (Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás). Ora, o crime de responsabilidade é crime próprio do Presidente da República, Ministros de Estado, Ministros do Supremo Tribunal Federal e do Procurador-Geral da República, por atos praticados no exercício dessas funções. Com relação ao Presidente da República, isso está mais do que claro no Art. 4º da Lei 1.079/50: só configuram crime de responsabilidade atos praticados no exercício do respectivo cargo.
Já a tese de que a Presidenta poderia ser responsabilizada pelo simples fato de não ter trocado a direção da empresa, cabe lembrar que a Petrobrás não é um órgão da Administração Direta, e sim uma sociedade de economia mista de capital aberto, da qual a maior parte das ações com direito a voto são titularizadas pelo governo federal.
A Presidência, tecnicamente, não nomeia ou destitui seus diretores por ato meramente discricionário, tal como se daria no caso de um cargo de confiança, ou mesmo no caso da nomeação ou destituição de Ministros de Estado.
Pode-se até dizer que, na prática, acaba ocupando o posto a pessoa indicada pela Presidência da República. Porém, tecnicamente, quem o elege é o Conselho de Administração, que pode alçar ao posto pessoa diferente daquela indicada pelo governo ou mantê-la a despeito da vontade do chefe do Poder Executivo.
Ainda que não fosse assim, a nomeação ou destituição de diretor nada tem a ver com sua responsabilização, que pode se dar apesar ou independentemente de sua permanência no cargo.
Reitere-se, ainda, que a tese está amparada em fatos cuja ocorrência sequer está ainda comprovada.
Por fim, cabe observar que o próprio Ives Gandra reconhece a inutilidade de sua equivocada tese jurídica, ao afirmar, com razão, que o processo de impeachment tem natureza política. Não custa lembrar, também, que as autoridades que podem sofrer impeachment não estão sujeitas à ação de improbidade administrativa, por conta da vedação do bis in idem – punir alguém duas vezes pelo mesmo fato.
Fica, então, essa reflexão ao leitor: qual Ives Gandra está correto? O que, enquanto “advogado militante há 56 anos“, preocupou-se com a grave ameaça ao Estado Democrático de Direito e ao Devido Processo Legal, rechaçando a responsabilização em cadeia dos chefes sobre os atos de seus subordinados no chamado mensalão, ou o Ives Gandra parecerista, chamado à trincheira da oposição, por meio da emissão de parecer contratado por aqueles que pretendem dar aparência legal para disfarçar um golpe de estado?
A vontade das urnas tem que prevalecer!
Créditos da foto: Assembleia Legislativa de São Paulo Texto original: CARTA MAIOR
Mais de 40% dos encarcerados brasileiros são presos provisórios que têm as vidas destruídas mesmo quando inocentes, antes de qualquer processo legal.
Andrea Dip, da Agência Pública
Francisco* (foto) estava no sofá assistindo televisão e aproveitando seu primeiro dia de férias, quando a polícia quebrou o portão e invadiu sua casa gritando, com armas em punho. Apesar de não saber do que se tratava, o coletor de lixo não reagiu nem para dizer que era trabalhador de carteira assinada. Por experiência anterior (ele já havia passado seis meses em um Centro de Detenção Provisória e depois inocentado) sabia que seria pior tentar argumentar naquele momento. A filha de 15 anos estava no banho, a esposa e a filha mais nova, de 5 anos, não estavam na casa, localizada no litoral sul de São Paulo.
Foi levado algemado para a delegacia do DHPP, na capital. Só então ficou sabendo que a vítima de um sequestro, um homem que pagara 400 mil reais de resgate, havia supostamente reconhecido sua tatuagem em um álbum de pessoas com passagem pelo sistema carcerário, apresentado pela polícia. A vítima teria dito que o sequestrador tinha uma tatuagem no braço, e escolhido Francisco no álbum com fotos de ex-detentos que batiam com a descrição de tipo físico e da tatuagem mostrado pela polícia.
Mesmo com provas e testemunhas de que estava trabalhando nos dias em que a vítima afirmou ter ficado 24 horas sob olhares do algoz, em outra cidade, Francisco ficou preso por dois meses no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, em São Paulo, em uma cela “pequenininha assim”, com mais de cinquenta pessoas, “às vezes mais, às vezes menos”, esperando que o delegado chamasse a vítima para um novo reconhecimento.
“O delegado dizia que não estava encontrando o homem” conta a esposa de Francisco, que acabou ela mesma descobrindo o endereço e passando ao delegado. “Só aí que ele ficou sem graça e chamou pra reconhecer” lembra a mulher. Durante os dois meses em que esteve no CDP, Francisco não viu as filhas, porque não queria que as meninas passassem pela humilhação da revista vexatória. O que mais o marcou foram as revistas com cães dentro das celas, quando eram obrigados a se despir e se encolher “com os cães fungando no cangote”.
Quando saiu, perdeu o emprego. “Me disseram que foi porque a empresa foi vendida e tiveram que demitir algumas pessoas” explica. Diz que a filha pequena chora quando vê passar um carro de polícia na rua – tem medo que levem o pai mais uma vez. Sua esposa tem trabalhado dobrado pra sustentar a casa enquanto ele procura outro serviço. Mas com seu nome ainda não liberado do processo, “tá bem difícil”.
O caso de Francisco dá feição humana aos números escandalosos do encarceramento provisório no Brasil, denunciados por vários órgãos de defesa de direitos humanos e, mais recentemente, pelo Relatório Mundial 2015, da Human Rights Watch, publicado em janeiro, que analisa anualmente avanços e retrocessos na proteção dos direitos humanos em mais de 90 países.
Sobre o Brasil destaca esse gargalo do sistema penitenciário entre denúncias de tortura, tratamento cruel, desumano ou degradante e falta de infraestrutura dos presídios. Em setembro de 2014, o Grupo de Trabalho da ONU sobre Prisão Arbitrária também apresentou um relatório apontando a superlotação endêmica, o acesso à justiça severamente deficiente e o encarceramento como regra e não exceção mesmo em casos de delitos leves e sem violência.
O “Mapa das Prisões” da organização de direitos humanos Conectas, mostra um crescimento de 317,9% na taxa de encarceramento (número de presos por cada grupo de 100 mil habitantes) do país entre 1992 e 2013, passando de 74 para 300,96 enquanto a Rússia, por exemplo, registrou redução de cerca de 4% no mesmo período.
Segundo os últimos dados disponibilizados pelo InfoPen do Ministério da Justiça de junho de 2013, o Brasil contava com mais de 581 mil pessoas privadas de liberdade, 41% delas em prisão provisória. É a quarta maior população carcerária do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Rússia. O déficit de vagas supera 230 mil.
No estado do Amazonas mais de 70% dos encarcerados são presos provisórios e em São Paulo 36% do total, segundo os últimos dados do Ministério da Justiça. Mas de acordo com Bruno Shimizu, defensor público do Núcleo de Situação Carcerária de São Paulo, o número de provisórios é ainda maior já que esta conta diz respeito apenas aos presos sem julgamento, não incluindo os que não tiveram ainda o processo concluído: “Os dados apontados pelo Depen não mostram um número real porque quando a pessoa tem uma sentença de 1o grau ela continua sendo inocente até o fim do processo”.
Uma pesquisa feita em parceria entre Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontou que, em 37,2% dos casos em que há aplicação de prisão provisória, os réus não são condenados à prisão ao final do processo ou recebem penas menores que seu período de encarceramento inicial.
Pela ordem pública
“O Brasil é conhecido internacionalmente como um país que extrapola qualquer limite no número de prisões preventivas. É uma prisão que pela Constituição é excepcionalíssima e na prática ela é a regra. No fim das contas, serve como uma forma antecipada de pena e como forma de contenção social mesmo” diz o defensor público coordenador do Núcleo de Situação Carcerária Patrick Cacicedo.
Ele explica que a prisão preventiva ou cautelar, segundo a lei, serve para garantir o andamento regular do processo. “Pela lei e pela nossa Constituição, que diz que ‘ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória’, ela só deve ser utilizada quando se tiver elementos concretos que mostrem que aquela pessoa vai atrapalhar o andamento do processo de alguma maneira, fugir, em casos de crimes contra a ordem econômica do país ou para a garantia da ordem pública. E é aí que se prende mais. Porque ninguém sabe o que é ‘ordem pública’. É um termo vago. Quando não se tem um motivo concreto – e quase nunca tem – ela faz valer a grande maioria das prisões preventivas” explica.
Muitas vezes, como mostra a pesquisa Tecer Justiça – Presas e presos provisórios da cidade de São Paulo, feita pelo Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC) e Pastoral Carcerária, o primeiro contato entre o defensor e o acusado coincide com a realização da audiência de instrução, debates e julgamento, que pode vir a acontecer meses após a prisão.
10 anos no limbo
O processo de Gabriel* (foto), ao qual a Pública teve acesso, chega a ser inacreditável.
O homem, réu confesso de homicídio em 2004 teve o processo suspenso pouco tempo após sua prisão preventiva decretada a partir de um flagrante. O motivo foi um laudo psiquiátrico que considerou-o inimputável. O juiz determinou que ele fosse internado em um hospital-presídio para tratamento imediato. Por repetidas alegações de falta de vagas, permaneceu em Centros de Detenção Provisória por 10 anos. Durante esse período, foi avaliado periodicamente por especialistas que reafirmavam sua condição mental e a necessidade de tratamento urgente. Só em 2014, o caso foi parar no Supremo Tribunal Federal e Gabriel foi finalmente transferido para um hospital-presídio.
E ele é exceção não por conta do longo tempo que passou esquecido – isso é mais ou menos comum – mas porque a parcela de presos provisórios por homicídios é ínfima perto de crimes como furto, roubo e tráfico de poucas quantidades de drogas, segundo a pesquisa do IITC.
Enquanto as vítimas são majoritariamente brancas (mais de 70%) os réus são em sua maioria pretos e pardos (67%), têm entre 18 e 25 anos, um ou dois filhos, com expressiva incidência de situação de rua. Mais de 80% das mulheres presas são mães. O relatório aponta ainda que na unidade do CDPI de Pinheiros, muitos são usuários de drogas ou dependentes químicos e vivem em situação de rua.
"Quem a viatura para?” questiona o desembargador Marcelo Semer, membro e ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia, que atua na área criminal há 25 anos e passou alguns deles em uma Vara Criminal de São Paulo. “90% dos processos que a gente tinha na Vara Criminal eram de flagrantes da Polícia Militar, era quem fazia nossa triagem. E a PM aborda muito mais na periferia que no centro, muito mais o jovem que o idoso, o negro que o branco, isso já traz uma seleção”, define. “E o réu é o último a ser ouvido, isso não acontece antes de dois meses”.
Rafael Custódio, coordenador do programa de justiça da Conectas acrescenta: “Só depois desse período acontece o primeiro contato do réu com juiz e o defensor público. Se há tortura, como está o contato com a família, condições de saúde, tudo isso só vai ser avaliado depois desse tempo. Quer dizer, o Estado só sabe que esse cara existe depois de no mínimo dois meses”.
Segundo levantamento de 2013 da Anadep (Associação Nacional de Defensores Públicos) e do Ipea, o Brasil conta hoje com 11,8 mil juízes, 9,9 mil promotores e apenas 5 mil defensores. Só no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, cada defensor é responsável por 2,5 mil processos criminais.
Lei veio pra soltar, mas prende ainda mais
Em 2011, foi criada a lei 12.403/2011 para tentar melhorar esse cenário. Ela proibiu, por exemplo, a prisão preventiva nos casos em que mesmo se a pessoa fosse condenada não receberia pena de prisão. Também trouxe mais opções de medidas cautelares que podem substituir a prisão. Mas o que se tem visto, segundo os defensores públicos, é que a lei tem prendido mais do que soltado.
“Uma das medidas que ganhou força com essa lei foi a fiança. Então para uma pessoa que não pode ter a prisão preventiva decretada, o juiz determina que pague tantos salários mínimos. E aí a gente descobriu uma coisa assustadora que é o número de pessoas presas simplesmente por não ter dinheiro para pagar essa fiança” explica Patrick. “No início tiveram casos absurdos de fiança de 5 mil reais para moradores de rua. O juiz diz ‘não estou decretando prisão, estou pedindo fiança’ e a pessoa não tem como pagar”.
Bruno lembra um caso recente: “Nós acabamos de soltar uma mulher que tinha furtado uma barrinha de chocolate e o juiz sentenciou a pagar fiança de um salário mínimo. Obviamente ela não tinha o dinheiro, por isso ficou presa. E o juiz sabe disso, né? Ele não é inocente nessa história, a finalidade é essa, de continuar um projeto higienista de tirar a pobreza da rua e já que não dá pra jogar todo mundo na prisão a gente dá um jeito de fazer isso! A gente tinha várias reformas para diminuir a população carcerária no país que incrivelmente só incrementam”.
Patrick lembra de um caso tocante: "Eu estava no Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária de São Paulo), na Barra Funda e tinha dois casos de fiança. Chegaram duas famílias. Uma tinha juntado todo o dinheiro que podia e foi para o Fórum com 600 reais. A outra tinha um pouco mais. Mas as duas eram muito pobres. A decisão do juiz, para as duas famílias, foi fiança de um salário mínimo. Uma das famílias tinha e a outra não. O juiz não quis reduzir o valor. Então uma família deu a diferença para a outra. ‘Olha, meu filho foi liberado, não achamos justo o seu ficar. Toma aqui esses 180 reais’".
Marcelo Semer acrescenta: “Com a nova lei aumentou o número de crimes afiançáveis e portanto o uso da fiança. Só que, para quem não tem condição de pagar fiança, significa prender. E eu vi isso muitas vezes na Vara Criminal. Em muitos casos o réu já podia ter pago a fiança mas não pagou e estava preso. A gente tem que somar isso a uma enorme seletividade da prisão. Acho que esse é o problema maior. A gente só tem esse volume grande de prisão provisória porque ela é seletiva. Só tem esses milhares de presos provisórios porque atinge uma camada excluída”.
Outro ponto polêmico, segundo Semer, é o uso de tornozeleiras eletrônicas. “A ideia da tornozeleira seria interessante se tirasse as pessoas da prisão mas o que se faz, em via de regra, é levar um pouco de prisão para a liberdade. Naqueles casos em que a pessoa vai ser solta, o juiz manda por a tornozeleira para a pessoa não ficar totalmente solta”.
A advogada Gabriela Ferraz, do ITTC explica: “Tem dois momentos em que você poderia usar a tornozeleira: a primeira é quando o juiz tem algum elemento de que a pessoa vá fugir ou que ameaça alguma testemunha, algum elemento concreto. E serviria para que a pessoa não fosse presa e reduzir o contingente carcerário. Em segundo lugar, nas saídas temporárias. No natal, por exemplo”.
Bruno Shimizu acrescenta: “Não é uma tornozeleira, é uma tornozeleira com uma mochila e um GPS bem difícil de carregar. A mochila não pode ficar distante da tornozeleira. Qual é o resultado disso? Quando a defesa pede que se aplique uma medida cautelar para que a pessoa não fique presa, o juiz responde não temos tornozeleiras então vamos decretar prisão. Mas quando a pessoa já teria direito a saída de natal, tem tornozeleira”.
Patrick lembra que a Defensoria foi convidada a participar de uma Audiência Pública na Assembléia Legislativa, para discutir o uso de tornozeleiras e percebeu que o perfil da plateia estava diferente do usual. “A plateia estava cheia de pessoas engravatadas. Na hora em que abriram para as perguntas, todas as pessoas que levantaram as mãos eram representantes de empresas desse equipamento, querendo participar de licitação”. Semer observa que “o Estado natural do réu dentro do processo é a prisão quando na lógica tem que ser ao contrário. Quando você libera o réu diz que concede liberdade provisória. Só por esse nome a gente já vê o quão fugaz é a ideia de liberdade”.
O que o Estado me devolveu
Dona Rosa chega à sede da entidade “Mães dos Cárceres”, fundada e mantida pela rapper Andréia M.F na Praia Grande, com vários papéis dobrados nas mãos. São os laudos médicos e receitas que mostram os surtos que seu neto tem desde que saiu do CDP da Praia Grande há mais de 5 anos.
A avó conta que ele foi pego, aos 18 anos, em uma batida policial em um salão onde cortava os cabelos e levado junto de pequenos traficantes. Ficou lá por dois anos. “Quando ele saiu, não era o mesmo. Eu percebi que ele foi mudando comigo, sabe? Quando eu ia visitar ele não me reconhecia, me mandava embora. E eu que criei ele, a gente era muito apegado”.
Quando ele saiu, conta Dona Rosa, não reconhecia ninguém, não quis voltar a trabalhar e nas poucas vezes que abriu a boca foi pra dizer que comeu sabão, que sofreu, que quase morreu e para brigar com ela. “Ele nunca teve nada, daí agora o médico disse que é esquizofrenia. Ele quebrou minha casa inteira, me expulsou de casa. Eu vendo camarão na praia e ele não me deixa entrar lá pra cozinhar. Estou dormindo em um quartinho do lado da casa mas não sei como vou fazer. Internaram ele na Santa Casa mas mandaram de volta um mês depois. Ele não quer tomar o remédio, não quer fazer o tratamento, já apanhou na rua de uns meninos e da polícia. Você vê, foi isso que o Estado me entregou de volta”.
Lei de drogas agrava o problema
Rafael Custódio acredita que a lei de drogas também agrava muito o uso abusivo da prisão provisória no país. “Não dá pra falar sobre presos provisórios sem falar sobre lei de drogas. Porque 90% dos presos relacionados a drogas são presos em flagrante, muitos de uma vez. 60%, 70% tem um perfil muito claro que é o cara da periferia, jovem, que é preso sem armas, já distante da sociedade de consumo estabelecida e que é preso por conta dessa estrutura a criminal que a gente tem. Quem mais age aí é PM, que é quem mais prende no Brasil. E ela trabalha na lógica da quantidade mesmo, que é uma lógica pouco inteligente e sofisticada, quase sem investigação. Você não está desarticulando o sistema do tráfico de drogas, sequer chegando perto disso. Você pega o menino que está nessa atividade que é rapidamente substituído. Nosso sistema hoje é construído para proteger o patrimônio e cumprir lei de drogas”.
Marcelo Semer acrescenta que a lei mais severa também criou um grande problema de encarceramento feminino. “Antes o número era pequeno mas elas passaram a a cumprir no mínimo três anos em regime fechado. Nem homicídio cumpre isso”.
Tortura e más condições
Na pesquisa do ITTC, abundantes foram os depoimentos de homens e mulheres que disseram ter vivenciado experiências de tortura como o “zigue-zague” (para desorientar e fazer com que as pessoas algemadas batam a cabeça), o “micro-ondas” (quando o suspeito fica horas “esquentando” dentro do camburão) , o uso de spray de pimenta diretamente nos olhos e no nariz, a invasão de domicilio, o flagrante forjado, a extorsão, a discriminação racial e a ameaça contra parentes (inclusive crianças).
“Em se tratando da população feminina, também foram marcantes as denúncias de violência sexual, que abrangem pedido de propina sexual, apalpadas durante a revista por policial masculino, obrigação de ficar nua e ameaça de estupro” aponta. Os números chamam a atenção: dos entrevistados, 57% dos homens disseram ter sido abordados por policiais muitas vezes; 56% disseram ter sido agredidos verbalmente por policiais muitas vezes, 35,6% disseram ter sido agredidos fisicamente por policiais muitas vezes. Entre as mulheres o número cai para 19,4% abordadas muitas vezes por policiais; 23% agredidas verbalmente; 10,2% agredidas fisicamente muitas vezes e 43,7% que viram muitas vezes policiais agredirem pessoas.
As más condições dos Centros de Detenção Provisória também têm sido denunciadas pelos órgãos de direitos humanos. “O CDP de Pinheiros chegou a abrigar mais de 1700 presos ao passo que sua capacidade é de 520, tendo sido interditado em dezembro de 2010, período que foram interrompidas as inclusões. A penitenciária feminina de Santana possui capacidade para 2400 mulheres mas sua população, em 2010, era de 2700 (ver site da SAP) das quais 840 eram presas provisórias” relata a pesquisa do ITTC. No CDP da Praia Grande, a situação é tão grave – há mais de 1600 presos em um espaço com capacidade para 512 em instalações e condições extremamente precárias – que a Defensoria Pública entrou com uma Ação Civil Pública pedindo sua interdição parcial.
“O CDP de Pinheiros já tem essa alcunha de novo Carandiru, porque tem 6 mil homens onde cabem 4 mil. E você conversa com os caras lá, são viciados em crack então roubaram, ou são viciados por isso traficam. Tem uma das unidades que fica a população de rua, a cracolândia, casos que não representam nenhum perigo” comenta Rafael Custódio. E acrescenta: “Os CDP’s geralmente são piores do que as penitenciárias porque em geral a estrutura física não é praquilo, não foi concebida para ter tanta gente, por tanto tempo. São grandes pra encher de gente. Falta médico, dentista, advogado, atendimento psicológico, roupa, comida de qualidade”.
O Centro de Detenção Provisória do Complexo de Pedrinhas, no Maranhão, também ganhou a mídia em 2014, quando mais de 15 homens foram encontrados mortos e mais de 100 fugiram.
Audiência de custódia
Ainda neste mês de fevereiro deve ser implementado em São Paulo um projeto piloto, de Audiência de Custódia. A ideia é que, dentro de 24 horas, o juiz entreviste o preso e ouça manifestações do seu advogado ou da Defensoria Pública, além do Ministério Público. Ele deve analisar se a prisão é necessária e poderá conceder a liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas cautelares. Também poderá avaliar se houve tortura ou maus-tratos.
Na verdade, isso não é algo novo.
A audiência de Custódia está prevista em pactos e tratados internacionais assinados pelo Brasil como o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, conhecida como Pacto de San Jose. Caso não seja distorcido como a lei de 2011, deve começar uma mudança nesse cenário das prisões provisórias. Mas na opinião de quem trabalha com isso, é difícil de acreditar que uma política possa mudar um conceito maior, que está sob o guarda-chuva do encarceramento em massa.
“Qual é o centro do direito penal? A propriedade. Não é a vida. Quer ver? Para homicídio você tem uma pena que vai de 6 a 11 anos. Excepcionalmente quando qualificado você tem uma pena que vai pra 12 anos a 30. O roubo com arma já começa com no mínimo 5 anos e 4 meses. E há uma chance muito maior do homicídio simples ganhar o semi-aberto do que o roubo. Você pega o sequestro que a gente tem como um crime grave. O sequestro em si é um crime leve. Quando você coloca sequestro com objetivos libidinosos ele fica um pouco mais duro. Mas ele se torna um crime grave quando é extorsão mediante sequestro. Quando tem dinheiro é um crime ‘top’. O latrocínio já começa com 20 anos. Mesmo que não tenha sido intencional. Se na hora do roubo a vítima morre, mínimo de 20 anos. Se furtar uma coisa pequena sua ou se ele te der um soco e você ficar internado no hospital é a mesma coisa. Todo o direito penal, o epicentro dele é a propriedade privada. Então se o crime contra a propriedade é mais importante, é obvio que o pobre vai ser mais preso do que o rico” explica Semer.
E a coordenadora de pesquisa do Programa Justiça sem Muros do ITTC, Raquel da Cruz Lima, conclui: “A gente está chegando em um ponto insustentável. Mesmo o gestor mais entusiasta das prisões está em dificuldade. Faltam mais de 200 mil vagas e já se provou que com esse modelo não é possível. Essas alternativas que têm surgido também estão ligadas a essa insustentabilidade. Mas se o sistema continuar respondendo de forma dura, cruel, com a finalidade desse encarceramento compulsório, nada disso vai adiantar”.
_________________
*Os nomes foram trocados para preservar a identidade dos entrevistados
Assista ao minidoc do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania sobre Como se Prende no Brasil.
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**Enfim, 2018 chega ao final.** **Um ano que certamente não será esquecido. Um ano onde vimos a prisão do lÍder máximo da quadrilha vermelha, confesso que jamais acreditei na prisão, depois passei a não acreditar no tempo de mais de 24 horas de detenção. Surpreendentemente o lixo está recolhido vai para 9 meses. Uma gestação huáahuáhuá!!! Vai nascer outro rebeldinho sem causa!!!** **E a turma do ELENÃO heim??? Essa nem vou perder meu tempo e o de vocês comentando.** **Certo que as manobras dos vermelhos e alguns sabujos da justiça nos colocaram e ainda colocam em sobressalto à cada semana. A segurança institucional do Bananistão fica à mercê do humor ou comprometimento ideológico do magistrado de plantão e beiços foram sendo dados aos baldes com a finalidade em soltar o meliante às pressas com tempo suficiente para que ele chegasse ao Uruguai antes que as verdadeiras autoridades do país se dessem conta e com isso a perpetuação da narrativa de perseguido político ganharia força por ter o verme sob asilo político assegurado pelos comunas do país vizinho poderia andar pelo mundo se vitimizando e espalhando suas mentiras sem fim.** **Ainda corremos esse risco em ver esse crápula solto, tudo depende do tal "insulto" de Natal que o presidente Conde Drácula pode assinar a qualquer momento. Oremos.** **Objetivamente o que mais deixará marcas neste ano de 2018 é a visão e percepção de momento que os "entendidos" tiveram sobre as eleições. TODOS os institutos, pesquisadores, cientistas políticos e palpiteiros de plantão davam como favas contadas a derrota de Bolsonaro em todos os cenários do segundo turno. Ganharia raspando só da Magrina Selva. E a derrota garantiria mais quatro anos de PT no poder e a liberdade mais rápida que caganeira do meliante dos nove dedos. Apostavam pesado nas fraudes das urnas, só que o povo nas ruas colocou um freio nas intenções de phoderem o país através do voto novamente.** **Fraudes nas urnas é certo que houveram, o Fantoche Andrade chegar em segundo com 44% dos votos foi a manipulação mais do que imoral na tentativa de esvaziar a vitória do Capitão e colocar o PT no cenário de principal opositor do governo Bolsonaro. Explodiu na cara dos vermes... E de principal opositor se tornou o maior mico da história. Claro que maior que o do PT só o do Picolé de Chuchu que gastou uma bala em grana pública para chegar em quinto lugar perdendo até para a Magrina. E viva os institutos de pesquisa dinheirinho na mão calcinha no chão!! Pensa num ser que se phodeu? Poizé!** **Os dias foram passando e a imprensa fazendo o trabalho em desacreditar o futuro governo com fakenews aos montes, até os mais médicos foi finalmente descontinuado na tentativa de derrubar a vontade da maioria do povo Tupiniquim. Por enquanto estão levando no rabo.** **A combalida democracia saiu arranhada, quase ilesa do estupro institucional que foi cometido contra o povo durante quase 14 anos.** **O PT perdeu as ruas, a narrativa, esvaziou e está a beira do colapso financeiro, sobrou apenas o "Oba-oba" em fazer presepada diante da sede da PF em Curitiba como forma de manter a caquética e ultrapassada "la revolución." Perderam mais uma vez o bonde da história e continuam perdendo o pouco que sobrou de uma dignidade caolha que a quadrilha acredita que ainda tem. O povo de verdade, não os encabrestados pelas bolsas miséria, o povo mesmo, esse esqueceu e abandonou a manipulação das ruas.** **Certo que muito dessa situação se deve ao fechamento das fartas torneiras sindicais onde espoliavam o trabalhador em contribuições estelionatárias para abastecer o partido. O fim da contribuição obrigatória foi a pá de cal nas intenções de perpetuação do comunismo em Terras Brasilis.** **Sem grana, endividado, sem prestígio e quase sem cargos eletivos, com a possibilidade de limpeza na estrutura do estado onde estão empilhados um sem número de cumpanherus que em breve terão que buscar empregos de verdade engrossando a fila dos desempregados. O partido se não mudar de narrativa, excluir a sabujada presepera e sem noção dos quadros tende a desaparecer, o PT precisa se reinventar, mas com Crazy Hoffmann e sua turma de sabujos vai ser difícil. Eles preferem enterrar a biografia do partido a entregarem os pontos e aceitarem que já eram. E ficam se agarrando na tal inocência do líder. Foi o que sobrou.** **Se Bolsonaro, espero, fizer um bom governo e for alçado à reeleição, o partido dos trabalhadores vai desaparecer.** **A esquerda do Bananistão ainda não entendeu que democraticamente foram defenestrados do poder e como crianças birrentas e mimadinhas atrelada a doutrinação implantada sem dó na cabeça de vento de parcela da juventude abastecida a maconha, cerveja e promiscuidade dentro das universidades eles ainda tentam dar um golpe de estado e retomar o poder na marra.** **A democracia para esse povo só serve quando é a seu favor, se for contra o negócio é quebrar a banca e jogar o país na baderna.** **O PT está moribundo, ainda não fecharam o caixão, até lá toda atenção é necessária para manter essa turma fora do poder. Estou vendo os braços armados do partido, MST, MTST e PCC se aglutinando para bagunçar o inicio do governo Bolsonaro é nessa hora que o Capitão diante do prestígio popular que amealhou na campanha jogar pesado contra essa turma e sentar o dedo se necessário. O Bananistão está vivendo uma crise de segurança pública e institucional nuncaantesvistanahistóriadestepaís e vagabundo só entende uma linguagem, a repressão dura e tolerância zero. É só mandar para cova os cem primeiros que eles enfiam o rabo entre as pernas e saem de fininho. Outra coisa é dar um certo calor no STF e mostrar quem é que manda. Democraticamente e com essa constituição vagabunda que temos não saímos do buraco em que estamos, vagabundo tem milhares de direitos e deveres quase nenhum. Precisamos de uma constituição séria e determinada onde direitos são seguidos dos deveres e onde vagabundo não tem vez. Esse negócio de quatro instâncias de justiça para punir um assassino endinheirado é uma afronta ao povo trabalhador. As grandes democracias tem duas instâncias e cadeia no filhodaputa.** **O Brasil precisa ser reinventado, recriado e pacificado, só que com essa esquerda burra e vagabunda nada sai do lugar se não for na porrada, então porrada neles. Estão no planeta para se dar bem, roubar e atrapalhar os planos dos outros. São ladrões até dos sonhos.** **Bem, faltam menos de dois dias para um novo amanhã. Muda-se o calendário e renovam-se as esperanças de vermos o Brasil ocupar o lugar que merece diante do mundo. Temos a esperança em ver um grande governo nascer, mas com a certeza de que se ele pisar na bola não temos bandidos de estimação.** **A chegada de Benjamin Netanyahu ao país, o primeiro ministro de Israel, a única democracia do oriente médio mostra que os tempos estão mudando, sem a sabujada cumpanherada ideológica chegando feito ratos como nos tempos do PT os verdadeiros democratas irão fazendo história. E a esquerdalha pira em ver o "judeu" vindo para a posse do "nazista". Mais uma narrativa que vai para o saco. Só se phodem e não cansam em passar vergonha.** **E os novos tempos precisam ventar muito para afastar o "politicamente correto" que transformou o mundo em um lugar chato pra caraleo. Criou uma geração de jovens bundas mole que se ofendem até com o por do sol. Tomanocú!!** **Bem meus caros, acredito em mudanças e prefiro esquecer 2018 e comemorar a chegada de 2019 com muita saúde para todos nós, muitas realizações e principalmente paz para podermos viver tranquilos.** **E para a turma do PT e satélites desejo muitos processos e cadeia em abundância em nome da estabilidade democrática.** **FELIZ 2019.** **E O LULLA CONTINUA PRESO, BABACA** **E PHODA-SE!!!**
## 4 comentários:
Feliz ano novo, Mascate.
Estamos no mesmo barco e, independentemente de crenças ideológicas, temos que torcer pelo novo governo. O sucesso dele será o nosso sucesso. O seu fracasso cairá no nosso colo. Que tudo dê certo é o nosso desejo!
Adeus 2018 e bemvindo 2019.
Oi mascate
Feliz Ano para você e para seus três leitores.
Entre os quais me incluo.
Espero que essa corja de amamāezados deixe nosso país e a nós em paz.
Felicidades
Feliz ano novo, Mascate.
Vc continuaremos sempre vigilantes, para que o partido das trevas nunca mais voltei ao poder.
Um abraço!!!
Masca, já pensou em um canal no youtube? Algum projeto de maior abrangência mas q nã violasse os seus princípios.
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2019-01-21T12:20:06Z
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**TRIGÉSIMOS SÉTIMOS ALUMBRAMENTOS**
Tudo era, evidentemente, deduções de uma pós-adolescência, não seria eu o dono da verdade e nem também da genética. E, claro, nem ninguém. Com a inclusão aí de que tinha ainda muito que aprender e apreender. (Talvez, no máximo, indo aos poucos ditando as normas que poderiam me fixar como um sujeito além de uma época). Estava, portanto, no comecinho de uma fase adulta propriamente dita. Em conseqüência, se não surgisse algo que atrapalhasse a minha trajetória, teria um longo caminho a trilhar e repisar. Neste caso...
Enfrentei a faculdade e, além disso, tive minhas dedicações em vários setores, uma vez que também fazia parte de movimentos estudantis em ações paralelas e questões para o amadurecimento de uma causa nobre que seria o bem-estar de todos. Mas, devido o clima sorumbático e excluso do período, quase nada se podia fazer, visto que muita gente inocente foi presa e morta, acarretando daí uma precaução nos que ali ainda permaneciam. Inclusive um amigo nosso em atividade e que foi presidente de algumas entidades e participava sempre dos debates organizados. Pois bem! Este companheiro de lutas estudantis foi torturado e morto em uma prisão, a cada dia tiravam-lhe, com um alicate, um pedaço de seu corpo (sic). Teve uma morte horrível, apodrecendo no final. Só que depois estamparam nos jornais que ele teria sido baleado em um confronto policial noutra instância qualquer. E logo a seguir (ou, antes mesmo) outras vítimas desapareceriam em circunstâncias ambíguas. Era outro momento de medo, mentira, aproveitamento instantâneo.
Naquela fase de nossas vidas houve um certo desvio das atividades em geral e os jovens foram induzidos para causas alienantes, alguns começando e outros continuando, em pequenas escalas, no uso das drogas. Proposições feitas parece-me com intenção deliberada e advindas de logradouros distantes, motivando, desde então, a alegria da crescente traficância. E, a partir daí, dando um salto para a estratégia organizada com o consumo evoluindo e exalando em intensidade, evidenciando sua força nas áreas pré-estabelecidas. Para os donos da situação era menos difícil uma falta de coerência do que propriamente um atributo que pudesse estimular atos considerados danosos. Assim sendo poderiam manipulá-los ao seu bel-prazer. E tudo depois virou uma baderna e o vício foi barganhado, com a dinheirama correndo solta e se espalhando no mundo afora.
Foi mais ou menos neste ínterim, no intervalo de uma idade proveitosa e perigosa, pasmem!, que conheci aquela com quem iria me casar. Conheci-a por acaso, nas coincidências ou não de uma vida, no que poderíamos dizer que seria o nosso destino ou apenas circunstâncias de um encontro qualquer. Não sei, contudo, esclarecer se foi um fato, sei somente dizer que foi um ato. Um ato de coragem ao me decidir casar num momento delicado da existência, um tempo em que você fica na dúvida se seria o caminho ideal a ser traçado. Mas, o amor tem particularidades nunca atingíveis. A afeição vem crescendo como uma criança. E falando em termos casuais, um acontecimento bastante curioso aflorou nas minhas questiúnculas amorosas: a data do término de meus namoros (e principalmente a do último) coincidia com o aniversário das garotas subseqüentes, juntando-se aí um certo ou suposto
**poderio**da jovem e futura pretendente. Seria uma ação eventual prevendo-se determinada energia e de influências misteriosas? Sei não, sei não... Mas, indiferente a tais regras imprevisíveis e talvez impossíveis de apanhar, me deixei levar por elas. **ESPAÇO LIVRE**
*EROTISMO* **Em teu corpo pousarei**
como um pássaro faminto
uma ave a aterrissar.
Despirei tuas vestes
beberei em tua pele
embevecido de aflição.
Sugarei desejos derramados
na ilusão de te possuir
desesperado como um órfão.
O silêncio a despertar astúcias
sussurrando faíscas de amor.
E no duelo inevitável
duas existências feridas.
como um pássaro faminto
uma ave a aterrissar.
Despirei tuas vestes
beberei em tua pele
embevecido de aflição.
Sugarei desejos derramados
na ilusão de te possuir
desesperado como um órfão.
O silêncio a despertar astúcias
sussurrando faíscas de amor.
E no duelo inevitável
duas existências feridas.
*Bené Chaves* **por**
benechaves **às**
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2019-01-18T04:11:23Z
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#BLOGdoMaracajá
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Pelas ruas de Natal: Convocação à baderna
Pelas ruas de Natal: Convocação à baderna
: imagem original: print screen https://www.facebook.com/carloseduardoprefeito/photos/a.484186348259280.115087.482701438407771/130479703619...
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2019-01-23T15:49:53Z
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segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Pelas ruas de Natal: Convocação à baderna
Pelas ruas de Natal: Convocação à baderna
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2019-01-23T16:32:29Z
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Quando todos os Domingos de Pascoa era tradição, imposta pelo meu pai, a alvorada ainda de madrugada, para um dia de passeio com almoço e jantar fora de casa, e regresso já noite cerrada, eu como criança achava que aquela atitude era ditatorial, pois levantar cedo, ainda mais num Domingo era um verdadeiro afrontamento atentatório aos direitos do sono, ainda mais num dia em que se podia dormir até mais tarde e brincar todo o santo dia com os amigos. Essa situação só era compensada, mais tarde, com as sempre interessantes visitas a casa de familiares ou amigos que moravam no Porto, Viseu, Aveiro, Braga ou Coimbra.
O dia acabava por ser compensador, mas o seu inicio era sempre aterrador com o levatar sempre acompanhado com o despacha-te para não sair-mos tarde, etc...
Só passados alguns anos entendo a razão dessas matutinas saidas pascais. O Domingo de Pascoa na Região Norte de Portugal é acompanhado tradicionalmente pela visita do padre, que vai de casa em casa, dizendo que vai abençoar a casa e a familia. Na realidade o padre vai de casa em casa com alguém segurando um cristo crucificado, acompanhado pelo seu sequito de ajudantes, para encher o "bandulho" com uns petiscos aqui, uns copos ali, uns dinheirinhos recolhidos em casa de cada encauto, e no final do dia, com os sacos cheios de dinheiro e a barriga cheia, o saldo foi um repasto de se lhe tirar o chapeu, invariavelmente acompanhado por uma "carraspana" de não se conseguir aguentar de pé.
Aproveita ainda o padre para além de ir recebendo uns cobres de casa em casa, para ir vendo e escolhendo em especial as paroquianas mais apeteciveis, para mais tarde tentar a sua sorte nas conquistas erotico/sexuais de sacristia.
Lembro sempre um Domingo de Pascoa em casa dos pais do meu cunhado, em Lamego, em que o padre, fez todo o mundo esperar por ele para se poder almoçar, e quando chegou cerca das 14 horas, já acompanhado por uma valente "carraspana" aproveitou a deslocação para além de encher o "bandulho" de boa comida e bom vinho, dizer ainda umas graçolas, a uma das irmãs do meu Cunhado, a São, por sinal, uma jovem bastante bonita, e solteira na altura, encantos a que não escapou o olho criterioso do padre, e muito bem, pois um padre não deixa de ser um homem, agora o que está mal é na sua condição de divulgador da palavra de cristo, andar a pregar a fé e o amor pelo próximo e ao mesmo tempo andar-se a fazer à filha ou irmã de cada um.
Porque será que não acabam com o celibato, seria muito mais razoável e leal para com os paroquianos. No fundo são homens, funcionam como homens, mas para o exterior querem fazer transmitir uma imagem de santos como se de eunucos se tratassem, quando na realidade não é assim, são heterosexuuais, homessesuais, bisexuais, como qualquer outro ser humano, e tem os seus gostos, defeitos e virtudes como qualquer homem.
A relação do meu pai com a Igreja Catolica, e com todas as outras igrejas foi sempre de firmeza e frontalidade, não lhes dando espaço para duvidas em relação ao seu pensamento sobre as actuações de sada religião ou seita.
A caridade não se faz ou prega numa Igreja, ou numa leitura da biblia. A caridade prega-se e faz-se em cada um de nós em cada dia, nas palavras e actos praticados. E estar a encher o "bandulho" a um padre e aos seus ajudantes de campo, não estava nas intensões do meu pai. Hoje consigo entender bem porque tomava essas atitudes.
E ele tinha razão, mais vale dár um prato de sopa ou um pão a um faminto que nos bate à porta, com fome, do que fazer que a caridade só existe dentro da porta de cada igreja, e quando alguém lhes solicita ajuda, leva invariavelmente como resposta um chuto no "cú".
Para os crentes, seguir a doutrina da sua fé, na realidade não obriga a prestar vassalagem a um qualquer individuo que se diz representante deste ou daquele Deus. Crêr em algo é defender factualmente por palavras e actos essa fé, essa crença.
Bem sei que uma andorinha não faz a primavera, mas como se pode acreditar em pessoas que se intitulam representantes disto ou daquilo, e depois provam o contrário.
Por exemplo:
Não matarás! E depois surgem padres como por exemplo o Brasileiro da Calheta, que homossexual assumido matou o namorado por ciumes ao descobrir que ele dava o "rabinho" a outros apreciadores, e o atirou da ravina abaixo para o mar, e depois de julgado e condenado conseguiu fugir para o Brasil, onde se passeia impune pelo calçadão do Rio de Janeiro.
Não Roubaras! E depois surgem padres que fazem desaparecer as caixas de esmolas, ou pedem para os empregados das bombas de gasolina do Barreiro, onde abastecem os seus carros, lhes emitirem recibos de 5.000$00, quando na realidade só abasteceram 2.000$00 de combustivel, o que poder ser atestado pelo meu bom amigo Luis Filipe, mais conhecido pelo "Gasolinas", ou enganam os alunos de cursos de formação, obrigando-os a assinar recibos de um valor superior ao que realmente recebem, como é o exemplo do Padre Azevedo da Paroquia de Santo André no Barreiro, de que ainda guardo religiosamente os depoimentos de grande parte dos alunos, assinados e reconhecidos notarialmente, para que não ficassem duvidas ou ameaças aos alunos não surgissem para tentar apagar os rastos de um dos maiores "Vigaristas" de que existe memoria, e que continua impunemente a passear-se pelas ruas do Barreiro, e a resar missas.
Não cobiçarás a mulher do próximo! E depois sugem padres como o Adão de Cinfães do Douro, que além de cobiçar as mulheres dos outros, e de manter um relacionamento homessexual com o Sacristão, ainda mantinha um relacionamento sexual com a mulher do seu próprio irmão.
Não cometeras actos pecaminosos! E depois surgem padres como os dos Estados Unidos que recentemente foram afastados por estarem envolvidos em redes de pedofilia e homossexualismo, e que se afirmavam dentro das suas paroquias como combatentes desses actos, e no entanto eles próprios davam um exemplo contrário ao praticarem os mesmos actos pessoalmente.
Não cometeras usura! E depois olha-se para o Vaticano, e observa-se um dos maiores tesouros do mundo, alicerçado num dos maiores bancos do mundo, e na maior rede de produção de dinheiro que são os santuários e tudo o que gira em seu redor em termos economicos, para além dos seus avultados investimentos em toda a economia Americana.
Não mentirás! E depois observamos todas as muitas patranhas das diversas igrejas e seitas do mundo com os seus dogmas nunca devidamente esclarecidos.
E tantos e tantos outros nãos, que se poderiam aqui analisar, e gastar linhas e linhas de interrogações a que ninguém consegue dár respostas concretas e factuais.
É com base em tudo isso que assumo a minha condição de Ateu praticante, e entendo hoje a razão de ser de o meu pai também ter sido Ateu toda a sua vida, para além de entender agora a fundamentação das saidas madrugadoras nos Domingos de Pascoa, da minha infância na casa do pai Antunes da Silva.
Não que o meu pai, tal como eu, fosse um contestatário da Igreja Catolica e de outras religiões e seitas, mas sim um verdadeiro credulo de factos concretos e não de simples e despudoradas "baboseiradas".
Um dia no Lavradio, Barreiro, recebeu a visita de duas simpaticas senhoras que lhe disseram vir trazer a palavra do Senhor. Ele muito prontamente mandou-as entrar e sentar na sala, e quando elas se preparavam para iniciar a lenga-lenga lá da sua inclinação religiosa, o meu pai com a maior cara de pau de mundo, disse-lhes: "... pois bem minhas senhoras tenho a minha cozinha com o lava-loiça cheio de tralhas para lavar, por certo as senhoras com a ajuda e a companhia do Senhor de quem dizem vir trazer-me a palavra, vão conseguir lavar essa loiça toda rápido, por outro lado; tenho a minha esposa doente e internada no hospital já à algum tempo, e como sabem um homem não é de ferro e tem certas necessidades, eu espero que as duas não se importem de me satisfazer um pouco essas necessidades, uma de cada vez claro, pois a idade já pesa e não perdoa, entretanto até que uma pode já ir lavando alguma loiça, com a ajuda lá do tal Senhor, e a outra pode vir já para o quarto."
As duas fugiram a sete pés lá de casa, gritando todo o genero de improperios.
Desceram a escada, e na Rua Grão Vasco nº 17, durante muitos meses nenhum Jeová por ali entrou, para tentar vender o seu peixe, pois tinham medo de ter que lavar a loiça e também fazer a manutenção sexual do Antunes da Silva.
"""
Eu bem sei o que significa a visita desse pessoal pregador a casa de cada um que esta de bem com a vida, e não tem nenhum interesse em aturar essas "badernices".
Na Urbanização da Quinta dos Loios, no Lavradio, quando ali vivi, também recebia a visita constante de umas senhoras, e curiosamente sempre na horas mais improprias, se é que existem horas próprias para ir chatear os outros à sua casa, e ainda por cima com campainhadas quase de fazer cair a casa aos bocados.
Sempre lhes repetia, amavelmente, que não estava interessada em comprar nada, nem em escutar as palavras nem do Senhor nem da Senhora, mas sempre voltavam passados uns dias.
Um dia, mais uma vez fui alertado para uma valente serie de campainhadas, quando estava a tomar banho, e perante mais uma visita não resisti a atacar a insolencia e teimosia, e resolvi acabar de uma vez por todas com aquele problema. Espreitei pelo orificio de segurança da porta, e quando me cerifiquei de que se tratava mais uma vez, das duas "figurinhas de presepio" do costume, não resisti, retirei a toalha, fiquei todo nu, e abri assim mesmo a porta, de uma forma de exposição ostensiva, dizendo-lhes logo que podiam ir entrando que as ia "papar" ás duas...
Gritaram até ao elevador, e nunca mais as tornei a vêr lá pelo predio. Por certo pensaram que se tratava de algum tarado...
Quando morava na Quinta da Lomba, Barreiro, quase todos os Sábados, bem cedo, cerca das 07.30 horas da manhã, dois cavalheiros dos "Mormons" resolviam dár um ár da sua graça com uma valente campainhada, para tentarem falar com alguém lá de casa.
Depois de muitas vezes os ter corrido, reafirmado que não estava interessado em nada, um Sábado resolvi que seria a ultima vez que por ali iriam importunar o pessoal, e estão quando tocaram à porta eu muito simpático e solicito abri; disse-lhes que realmente naquele Sábado alguém iria escutar as suas importantes palavras, e que me dessem só um minuto para chamar o interessado nas suas importantes palavras de mensagem religiosa.
Fui ao quintal, chamei o meu fiel amigo, cão Serra da Estrela "Lord", e levei-o para conhecer os dois enfarpeladinhos. Quando abri a porta apenas foi necessário soltá-lo, e imediatamente ficou com uma banda do casaco de um dos cavalheiros na boca, e enquanto fugiam ele foi a rosnar atrás deles até à porta do edificio. Acabei por o agarrar e acalmar, e quando espreitei, estavam os dois a gritar, num inglês americanizado misturado com português abrisaleirado, que um "leão" os queria comer, avisei-os de que nunca mais os queria por ali vêr, nem eu nem o "leão", que tinha gostado muito de os conhecer aos dois.
Nunca mais por ali passaram pelo edificio, e sempre que os vi a transitar por aquelas bandas, passavam para o passeio do lado contrário, olhando sempre para o nº 13 da Rua D. Francisco de Almeida, com medo da saida do "leão" para os perseguir...
Também eu ao longo da minha vida, tenho muito pouca paciência para aturar esses pregadores da ultima palavra do Senhor, que para mim tem tanta importancia como "charlatões" ou certos "politiquelhos" vendedores da chamada "banha da cobra", e sempre que posso corro com eles depressa e em força, para que não me tornem a tomar o meu precioso tempo, e também para que não lhes restem quaisqueres duvidas sobre a forma como eu os considero no mundo...
"""
A casa dos meus pais em Cinfães do Douro, era visita frequente de um amigão da familia e dos meus irmãos, o Alfredo, que se deslocava numa moto, bem potente para a época, o que constituia para mim , momentos de alegres experiencias motorizadas, sempre que nos visitava eu tinha direito a um passeio extra de alguns km's, e inclusivamente era liberado para poder pilotar aquela infernal máquina.
Pilotar era o termo utilizado, embora na realidade eu fosse colocado na frente da moto, com ele a segurar o guiador conjuntamente comigo e obviamente era ele que colocava as marchas e fazia todo o restante trabalho de condução. Eu ficava maravilhado, pois achava bem mais dificil pilotar aquela máquina infernal do que conduzir um automovel.
Este amigão era casado, um casamento relativamente recente, onde curiosamente a minha irmã acabou por conhecer o seu actual marido, e vivia em Caldas de Aregos, a uns quantos km's de Lamego e da Regua.
Apesar da minha curta idade descobri que a sua vida matrimonial não ia de vento em poupa. Um dia chegou a noticia de todos menos esperada; ele decidiu suicidar-se!
Tinha-se lançado com a moto para debaixo de um autocarro daqueles que faziam as ligações entre diversas localidades da zona, numa das famosas curvas antes das Caldas de Aregos.
O meu pai que era também muito amigo dele, resolveu ajudar a efectuar a autopsia. Nessa época os hospitais de provincia realizavam as autopsias de um modo artesanal, normalmente os médicos não tinham ajudantes, e escolhiam alguém da sua confiança e com disponibilidade para o efeito.
O Dr. Ramos, caso não tivesse um ajudante teria que adiar por alguns dias a resolução da libertação do corpo do Alfredo, para se poder efectuar o funeral.
Assim, o meu pai disponibilizou-se, e contou posteriormente que foi algo de estraordinário poder vêr a composição de um corpo aberto, em especial a impressionante fase da abertura da cabeça e a imagem do interior do cerebro.
Do seu relato resalvo ainda o facto de ele dizer que tudo era naquela epoca feito como se fosse trabalhado numa qualquer oficina, ou seja a cabeça serrada, e aberta para trás como se fosse uma tampa, e outras situações com a ajuda de equipamentos que mais pareciam escopros e martelos de uma obra qualquer.
Recordo ainda a imensa coroa de flores, dentro de uma caixa de madeira hexagonal, que esteve alguns dias guardada no escritório da minha casa, e que foi oferta de todos os seus amigos, e que me impressionou pela sua grandiosidade.
Para mim, constituia o retornar da realidade da morte, que pode surgir a qualquer momento, e por outro lado mais uma vez a prova de que qualquer um, desde que tenha vontade e coragem, pode escolher o seu momento certo de partir deste mundo.
Mas mais importante era verificar a frieza com que o meu pai encarava a morte, pois constituiam para ele passos perfeitamente normais na vida, o nascer e o morrer. E foi assim que o conheci, até ao úlltimo dia em que com ele tive o previlêgio de poder conviver.
"""
Já estava condenado a abandonar Cinfães do Douro, rumo à minha vida no Sul de Portugal, quando fui convidado para estar presente no Magusto da escola, e embora não estivesse alí matriculado para o novo ano léctivo, e já fosse uma partida anunciada para Castanheira do Ribatejo, próximo de Vila Franca de Xira, tiveram essa amabilidade para comigo.
Esta oportunidade de convivio, com os meus colegas de escola e os meus amigos locais, foi a minha última recordação de Cinfães do Douro, e de uma infância feliz que ali vivi.
Por outro lado constitui hoje a recordação do meu pai permitir que a viagem e respectiva mudança se realiza-se uns dias mais tarde para me permitir esses últimos momentos de convivio com os meus amigos de infância.
Parece que ele adivinhou que eu nunca mais voltaria a Cinfães do Douro. Realmente até hoje nunca mais ali voltei em termos fisicos e reais, embora tente acompanhar por via de informações espaçadas no tempo, por contacto com velhos amigos, e também por via das novas tecnologias, tudo o que de importante por ali vai acontecendo. Reconheço que ao longo do tempo, poucas noticias desse local tenho tido excepto umas inaugurações, uns incendios nas matas, umas mortes de imigrantes, e pouco mais.
No entanto, Cinfães do Douro vai permanecer para sempre no meu coração, pela grande importancia que teve para toda a minha vida.
"""
Mas o pai Antunes, deixa na minha memoria tantas outras coisas importantes, que até me custa hoje recordar de todas, no entanto sempre vi com muita curiosidade o facto da minha casa de Cinfães do Douro, estar pejada de aparelhos de televisão e rádios, e nunca se pagar a taxa de rádiodifusão antes da "Revolução dos Cravos", todos os cidadãos que tinham aparelhos de radiodifusão em casa tinham que pagar uma taxa. Nos dias de visita dos fiscais, a minha casa deixava de ter aparelhos visiveis, todos eram colocados dentro das malas dos carros, e a fiscalização entrava lá em casa, vistoriava tudo e nada encontrava.
O mais curioso é que devia ser a casa com mais rádios e televisões por metro quadrado de Cinfães do Douro e arredores, mas nunca me lembro de alguma vez se ter pago qualquer taxa ou multa.
A razão de ser desta atitude, só me foi explicada anos mais tarde, na altura da "Revolução dos Cravos", quando foi abolida essa famigerada taxa.
E a razão por ele invocada era a seguinte: "Porque razão se iria pagar uma taxa, quando já se pagava a energia electrica consumida na utilização desses equipamentos, e que eram bastante caros a quando da sua aquisição com impostos elevados, e considerados como artigos de luxo, e porque razão se iria pagar, quando uma série de gentalha estava isenta, só porque pertenciam a este ou aquele organismo, ou eram o senhor "Dr. Badamerdas", ou o senhor "Juiz Cagalhão", ou o senhor "General Peidol", ou o senhor "Inspector Espreitaqui".
Na realidade ele tinha razão. Então os cidadãos não eram todos iguais perante a lei; porque uns cidadãos haveriam de ter mais direitos do que outros?
Aprendi o sentido especial da legalidade e da ilegalidade, e também da igualdade, dessa forma simples.
Devo mais essa lição, entre outras, ao pai Antunes, para quem preto era preto e branco era branco, amarelo era amarelo, mas que para ele perante a lei todas as cores deviam ser tidas e achadas de igual forma. Uma lição de vida, que me leva ainda hoje a colocar a comer na minha mesa qualquer serviçal que esteja a trabalhar para mim na minha casa, independentemente da sua raça, religião ou opção politica, goste quem gostar que visite a minha casa, e se assim não entender, existe sempre a opção da porta da rua, que como se sabe é a serventia da casa, e por outro lado a não pactuar com actuações de dubia igualdade.
"""
A paciência do meu pai com a electronica era algo a que eu nunca consegui chegar em termos de entendimento. Para umas coisas era tão rude, bruto mesmo a resolver e para outras tornava-se tão delicado tão prefeccionista.
Na nossa casa em Cinfães do Douro um quarto estava transformado num autentico laboratório/oficina de electronica, era ali que ele se refugiava nos poucos momentos que tinha livres para estar em casa.
Existem pessoas que se dedicam a lêr, a escutar musica, ou a outras actividades ludicas. O Antunes não parava e nas suas horas vagas dedicava-se a escutar os noticiários nacionais e internacionais, a escutar musica classica de preferencia, e a lêr e ainda arranjava tempo para ajudar os amigos e muitas vezes para ainda ganhar uns trocos, para o tabaco, como gostava de afirmar, entretendo-se a consertar uma televisão ou um rádio.
Foi nessa oficina, que eu ainda criança tomei conhecimento, em Novembro de 1963, da morte de J. F. Kennedy, sem saber ainda de quem se tratava, embora hoje seja uma das minhas referencias politicas. Mas nesse já longiquo dia, apenas tive a noção de que tinha desaparecido alguém com uma visão diferente do mundo, e que isto significava algo de negativo para todos nós, e só me apercebi disso pelos comentários caseiros e porque escutei o meu pai referir que escutara a noticia numa estação de rádio internacional, na BBC, o acontecido em Dallas, e que portanto estava confirmado, pois a BBC nunca mentia, ao contrário das estações de rádio nacionais, que "cozinhavam" as noticias de acordo com aquilo que mais lhes interessava.
A importancia de J. F. Kennedy tem sido determinante na minha formação pessoal e politica até hoje, pois era um politico que ao longo da sua vida deixou um importante legado para o futuro, e muitas das suas ideias e projectos ainda hoje estão bem actuais e vincadamente actuantes na politica internacional.
Foi ele que entre outras coisas prometeu, num discurso na Universidade de Ricenos EUA, que os EUA colocariam um homem na Lua antes do final da decada, o que veio realmente a acontecer em 1969.
Para além disso foi um politico que tornou o magistério da politica, como algo a ser respeitado, tal como Socrates havia idealizado muitos séculos antes.
Sei também hoje que em Portugal somente muitas horas depois divulgaram o acontecimento, e de uma forma pré-montada, para atingir determinados objectivos que interessavam politicamente ao regime da época.
Afirmaram na época que tinham sido uns delinquentes de esquerda, uns comunistas, a levar a cabo o atentado. Hoje está mais do que provado que assim não foi.
Foi também nessa mesma oficina/laboratório que eu ainda criança, vi o homem colocar pela primeira vez um pé na superficie lunar. Depois de muitas horas de espera a olhar para o êcran e a escutar vozes que mais pareciam vindas de um filme de ficção cientifica, acompanhadas por comentários de um cientista português, que anos mais tarde tive o previlêgio de conhecer pessoalmente, em Almada, e graças á politica, e também pela voz inconfundivel do locutor José Mensurado.
Foi no dia 20 de Junho de 1969, que Niel Armstrong pisou pela primeira vez o solo lunar, e proferiu aquelas miticas e tão famosas palavras:
"Um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade"
Recordo ainda que no dia seguinte, escutei as pessoas a falar na rua sobre o assunto e muitas delas a comentar que era tudo mentira, que o Sr. Padre tinha dito para ninguém acreditar no que tinham visto, pois aquilo tinha sido tudo montado e filmado num estudio e depois transmitido, tal qual como qualquer outro filme de cinema. Obviamente mais uma patranha da retrogada Igreja Catolica daquela época, para quem tudo girava em torno de Cristo e dos seus milagres e dogmas nunca explicados até ao dia de hoje. Tudo quanto a ciencia prova existir e faz evoluir em termos de realização humana é sempre discutivel, veja-se por exemplo o actual exemplo da polemica sobre a utilização dos preservativos, o que demonstra o quanto pouco a Igreja Catolica evoluiu e aprendeu com os erros do passado, ainda mais agora que tem como seu dirigente máximo e actuante um dos Papas mais retrogados da sua história.
"""
Foi também alí que em 1969, eu pude vêr na tv o golo 1.000 (mil) de Pelé, considerado por muitos como o Rei do futebol.
E logo num jogo contra o Vasco da Gama, clube que conjuntamente com o Palmeiras tem até hoje o meu carinho em relação ao futebol brasileiro. Ainda recordo a marcação desse penalti, marcado por Pelé para o seu lado direito da baliza, indefensável para o guarda-redes, um golo memorável e histórico até aos dias de hoje, e só igualado á poucos dias pelo golo 1.000 (mil) de outro Brasileiro, Romário, e por coincidência actual jogador do Vasco da Gama, mas marcado no Estadio de São Januário e não no mitico Maracana do Rio de Janeiro.
"""
Foi ainda nesse mesmo histórico local, numa das preciosas ajudas do meu pai a um seu colega de trabalho, que lhe solicitou o concerto de uma televisão, que por alguma razão não estava a funcionar correctamente, que a mesma veio parar à oficina/laboratório, a aguardar uma boa oportunidade de conserto, e que eu decidi iniciar a minha actividade de "experiente" técnico electronico.
A tv era de um Engenheiro, tratava-se de um aparelho com uma caixa exterior de cor creme, e eu lembro-me bem que o cinescópio era ovalizado, e que eu por alguma razão não engraçara com o aparelho.
Habitualmente andava de martelo em riste, batendo aqui e ali, e num belo dia; farto de vêr aquele "estojo" ali estacionado, resolvi dar-lhe um fim "conserto" técnico à minha maneira, e se bem o pensei, melhor o concretizei. Peguei no martelo, escolhi a melhor posição e não fui de modas, coloquei fim ao aparelho com uma pancada seca no cinescopio, que ao partir-se produziu um ruido tremendo, mais parecia uma bomba a explodir, aliado a uma fumarada de pó e a um cheiro agridoce que ficou a pairar pelo ar durante algum tempo.
Todo o mundo correu até ao laboratório/oficina, para vêr o que se tinha passado, e eu com a maior calma do mundo esclareci que tinha acabado de consertar a televisão do Sr. Engenheiro, com uma simples pancadinha, agora era só uma questão de avisarem, que já podia vir buscar o aparelho.
O meu pai ficou para morrer quando viu o estado em que tinha ficado o aparelho. Não me disse nada! Não fez nada! Ficou imóvel a olhar para a caixa e para o buraco no local onde antes estivera o cinescópio.
Dias depois, recordo a visita do Engenheiro, não assisti à conversa, sei no entanto que nunca reclamou o pagamento da tv, e inclusivamente ao encontrar-me no corredor me disse que a tv já estava um pouco antiquada e algum dia teria o seu fim, e que o melhor era mesmo comprar outra mais moderna e esteticamente mais bonita, e para eu não me preocupar pois não tinha qualquer problema.
Só alguns anos mais tarde me capacitei da gravidade da minha actuação, e dos prejuizos por mim provocados, pois naquele momento ainda assim eu entendia que por certo tinha feito algo de muito util ao Engenheiro que iria comprar uma nova televisão, muito mais moderna, e ao mesmo tempo ao meu pai que se mostrava com muito pouca paciencia para arranjar o aparelho, tal a quantidade de dias que ali tinha permanecido sem qualquer conserto, excepto o meu prestável "arranjo" final.
"""
A vantagem do funcionamento do laboratório/oficina lá em casa era que me possibilitava mais um local para brincadeiras, muito embora desde esse dia fatidico da tv do Engenheiro, eu tenha ficado terminantemente proibido de ali entrar sozinho, e a unica maneira de la poder voltar a entrar seria a presença fisica do meu pai.
No entanto as suas reparações e montagens possibilitavam por vezes umas viagens exteriores interessantes, e numa dessas deslocações fomos até à aldeia de Boassas, eu o meu pai e o meu irmão Carlos Alberto, sendo que o objectivo era montar uma antena de tv, em casa de uma viuva conhecida do meu pai.
Antes da obra a senhora amavelmente preparou um cheiroso cozinhado, tipo cozido à portuguesa, e um arroz de se tirar o chapéu, confeccionados em panelões de ferro forjado, colocados sobre o lume da lareira da cozinha, lembro-me que foi a primeira vez que comi um delicioso arroz feito num forno a lenha.
Depois do repasto, bem regado com vinho tinto, e um sumo a preceito para mim, iniciou-se a montagem da antena de tv, e a minha presença era muito importante??..., pois como missão ajudar o meu irmão a segurar os cabos exteriores, enquanto o meu pai efectuava a respectiva montagem no telhado de casa, e as afinações... de canais no interior.
Era interessante como ele tinha paciencia para estes trabalhos, no entanto naquele dia verifiquei que o trabalho estava a demorar bem mais do que o habitual, e para cumulo, parecia que ele já tinha montado a antena no telhado, mas ordenou que ficasse-mos na mesma postados no exterior da casa a segurar os cabos enquanto segundo ele disse; acabava as ligações e afinações no interior. O resultado foi de mais de meia hora a aguardar a sua aparição do interior da casa, enquanto eu e o meu irmão ficámos "de castigo" a segurar nos cabos no exterior.
A razão de uma demora tão acentuada viemos a descobrir um pouco mais tarde, já durante a viagem de regresso, e depois de termos notado alguma falta de avontade da senhora nas despedidas, depois do terminus da montagem. O pai perante a nossa muita insistência, acabou por confessar que enquanto nós tinhamos ficado a segurar nos cabos no exterior da casa, ele se tinha dedicado a afinar a tv e a efectuar também a montagem da viuva, que coitada estava com a aparelhagem muito necessitada de afinação...
O meu pai era uma coisa extraordinária, não perdoava nem a uma Santa, e fosse em que circunstancia fosse, desde que lhe desse algum gozo pessoal, avançava. Nesse dia ficou esclarecido para mim o seu tão grande interesse na ida a Boassas, e naquela montagem da antena, na verdade não se tratava só de montar uma antena na casa de uma pobre e solitária viuva, mas também de efectuar a montagem e manutenção de uma viuva que lhe tinha agradado!
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A casa de Cinfães do Douro era de um tamanho fora do comum. Todas as suas divisões tinham áreas bastante generosas, em especial a sala, melhor dizendo o salão, que dava para se realizar nele um baile se fosse necessário, com banda e tudo. O seu corredor não tinha fim, servia para eu efectuar brincadeiras várias e inclusivamente para corridas, e lancamentos de bolas, e corridas de carrinhos e outras animações.
Para mim aquele local era o ponto de distribuição de toda a minha actividade interna, por ali passava a minha actividade interna, por ali ficava infindáveis horas a brincar, muito mais do que no meu próprio quarto. Essa imponente casa é um espaço que hoje tenho curiosidade pessoal de revisitar, ainda mais que era propriedade da D. Detinha, nossa vizinha na época, e sobrinha neta do grande Serpa Pinto, e que penso não tinha descendentes directos, e que portanto devem ter dado uma utilidade bem apropriada ao local histórico.
Habituei-me sempre a viver em casas espaçosas e com muitas divisões para possibilitar uma distribuição correcta de todo o mobiliário, e talvez esse meu habitat constante tenha tido origem nessa casa de Cinfães do Douro que era realmente enorme.
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A casa estava situada num local bem central da Vila, construida em zona fronteira ao Jardim Serpa Pinto, e junto da Igreja Matriz. Naquela época aquele local e o largo do Hotel Angola eram os locais "top" de Cinfães do Douro.
Dali podia observar-se toda a "movida" da localidade, e foi também dali que eu comecei a observar o levantamento dos sarcofagos na Igreja Matriz, o que motivou a proibição das minhas saidas habituais, pois todo o pessoal decidiu iniciar uma nova actividade, que consistia em tentar montar um esqueleto, para isso roubavamos ossos humanos das escavações no interior da igreja, e iamos escondendo as diversas peças. Esta situação terminou quando descobriram a marosca, e só porque alguém do grupo foi tentar trocar uns ossos repetidos, e todas as familias foram avisadas da nossa brincadeira morbida.
A Igreja Católica estava a efectuar nessa época a alteração da sua história do passado, e a criar uma nova postura para o futuro, tudo isto fruto das decisões do Concilio de anos antes. Durante muitos séculos os falecidos mais ilustres eram sepultados no interior dos templos católicos. Agora o novo Papa por várias razões, inclusive por questões de higiene, ordenara alterações profundas na adoração dos falecidos e também na sua deposição em termos de locais, e desta forma as sepulturas seriam todas levantadas, no entanto muitos habitantes queriam a preservação dos sarcofagos, pois justificavam a manutenção da situação em termos de tradição cultural, e também por os mesmos pertencerem a ilustres personalidades locais.
Já não recordo como acabou essa modernização cultural e religiosa, porque entretanto abandonei Cinfães do Douro. Recordo isso sim todo o soalho de madeira da Igreja Matriz levantado e os esqueletos à vista de qualquer um, espalhados de forma alinhada, de acordo com os madeiramentos do soalho, e as indicações de cada origem pessoal.
Recordo também os tumulos fechados com pedras trabalhadas, situados no chão junto do altar môr da igreja, e de outros altares laterais, que diziam pertencer a cavaleiros dos tempos de D. Afonso Henriques e Dom Afonso e Dom Sancho, e que a sua abertura estava a gerar na época um grande burburinho local em termos culturais e cientificos.
"""
A vida em Cinfães do Douro corria a uma velocidade tremenda, e de um dia para o outro a firma que o meu pai e o meu irmão tinham aberto: "O Calhambeque", fechou, não sei se por falta de clientes ou por alguma desavença entre eles. E coincide também com a partida do meu irmão para Lisboa, para trabalhar e estudar no instituto Superior Técnico, e eu por ali me mantive conjuntamente com a minha irmã, em casa dos nossos pais.
Depois recordo, uns poucos anos mais tarde, talvez tão somente 2 anos, um dia de inverno, com muita neve, muito próximo do Natal, em que o meu irmão surgiu, como que vindo do nada, tipo D. Sebastião de entre o meio do nevoeiro, e acompanhado de uma namorada, de nome Dilar, que era muito bonita e morena, e que vinha conhecer a nossa familia. Soubemos que as suas origens familiares remontavam lá para os lados do Algarve, em São Bartolomeu de Messines, na Amorosa, mas que no entanto ele a tinha conhecido em Lisboa, e com quem aparentemente já vivia, portanto a situação estava muito adiantada para a época que se vivia naquele Portugal do final dos anos 60.
O irmão Carlos tinha difinitivamente deixado para trás o namorico com a Adelaide, conhecida por Laida, a sua antiga namorada. Ela que também tinha decidido partir para Lisboa, em busca de um novo rumo de vida pessoal e profissional.
E esse deixar para trás era relativo, pois o relacionamento não acabara em Cinfães do Douro, e a causa da sua decisão de ir para Lisboa, poderia ter sido entre outras essa mesma.
No entanto o rompimento intimo entre eles não foi total. Pois inclusivamente existia o conhecimento da manutenção do contacto pessoal mutuo em Lisboa, muito embora já estivessse terminada a relação, e iniciado o namoro e relacionamento com a Dilar, e também de muitos anos mais tarde ainda ele lhe fazer uns serviços intimos, por necessidades intimas mutuas, assuntos obviamente lá das suas vidas conjugais e extra-conjugais, que são do conhecimento geral, mas a que só mesmo a eles dizem respeito em relação a causas e efeitos, e que mereceram bastante preocupação nos anos 70, pois analises conduziram a um tratamento a "Sifles" por razões obvias, de contactos mais ousados e descaracterizados de alguns cuidados mais necessários.
Esta era uma nova alteração na minha vida, o meu irmão também estava para partir em difinitivo, para uma nova vida, o casamento, e embora o nosso relacionamento pessoal fosse algo distante, como alias sempre aconteceu ao longo da minha vida, inclusivamente por razões obvias em termos de assuntos finaceiros graves que me envolveram a mim e a outros membros da familia, e que a seu tempo vou revelar na integra de forma documental, e que motivam o facto de que desde à muitos anos que não falamos, para mim contava nessa época como uma perda de contacto, e de convivio com alguém conhecido.
Tudo isto ficava aliado ás outras mudanças da minha vida que já se emcontravam em agenda, inclusivamente por parte da minha irmã, que também tinha o seu casamento programado, e assim a casa prometia ficar vazia para mim, e com isso a diminuição das minhas defesas familiares, em especial quando entrava em alguma traquinice, pois passava a ficar directamente exposto à observação directa do Antunes e da Libânia...
"""
As nossas viagens agora eram mais longas, já não eram tão somente à cidade do Porto e arredores, agora vinhamos ao Sul de Portugal com mais frequência, não só nas férias, mas em muitas outras ocasiões, e estavamos a preparar a nossa partida para uma nova vida, e eu tinha a leve premonição de que os meus tempos de infância em Cinfães do Douro estavam a chegar ao seu fim, e que uma nova época na minha vida estava para chegar.
Uma vida em que a infância passava lenta mas seguramente para uma juventude mas responsabilizadora, e em que as novidades dessa nova idade estavam para chegar, passando a viver somente com a observação dos meus pais, o que me ia transformar no alvo preferencial dos seus olhos analisadores e criticos.
"""
Entretanto nestas viagens para o Sul de Portugal, que se iniciaram espaçadamente no tempo, anos antes, da viagem difinitiva para o Sul, aconteciam sempre factos dignos de registo, sendo que no dia em que nos deslocámos a Estremoz para o meu cunhado se apresentar no Quartel para se preparar para avançar para Moçambique, para ser incorporado no Guerra do Ultramar, para onde tinha sido destacado, eu apanhei a minha primeira verdadeira bebedeira, graças ao tão famoso vinho tinto da localidade de Venda das Raparigas, na Região Centro de Portugal, e tudo isto fruto da nossa passagem pela antiga estrada nacional numero um, a caminho do Sul.
Foi um dia memorável pois depois de uns bons copos bebidos ás escondidas, retirados à sucapa dos garrafões, durante uma paragem no meio do caminho para fazer um lanche ajantarado, passei todo o resto da viagem cantando o hino nacional português a plenos pulmões, rindo muito nos intervalos da cantilena, e talvez por o ter cantado tantas vezes nesse dia e estando "emborrachado" em vinho tinto, hoje sobrio considere esse como o hino da fome, pois do mar já quase nada se salva, herois também já são muito poucos, e a nação valente e imortal também já pouco ou nada tem de valente e muito menos de imortal depois da entrada para a CEE, e contra os canhões também já ninguém marcha como antigamente pois agora os militares são profissionais da guerra, e guerra real só se for criada lá para os lados das Berlegas para treinarem. Talvez só reste tão somente a ideia de um novo esplendor, hoje o que realmente resta é infelizmente alguma fome e perda de soberania para muitos portugueses, que vêm destruir a cada dia que passa o seu aparelho produtivo e delapidar a sua independencia nacional face ás grande economias mundiais.
"""
Nunca antes tinha visitado Estremoz, e por incrivel que possa parecer eu ainda no caminho para essa localidade Alentejana, fronteiriça a Espanha, afirmei que era um local muito antigo e medieval, com uma fortaleza, e que eu já ali tinha andado a combater os Mouros e os Espanhois. Todos acharam muita graça ás minhas afirmações e riram perante a minha grande contundencia em relação ao assunto.
Fiquei deslumbrado com o local, com as bilhas de barro artesanais, para guardar água fresca, E eu tive realmente a convicção pessoal de que já por ali tinha passado anteriormente, e também que já tinha visto aqueles objectos tão particulares em algum outro local durante a minha vida.
"""
Mais incrivel foi que durante a viagem, ao passar pela Batalha, ter escutado que ali tinha tido lugar uma batalha importante entre os Portugueses e os Espanhois, com o comando das tropas portuguesas por parte de D. João I, Mestre de Avis, e outras informações gerais, a que eu convictamente decidi rebater de uma forma veemente, afirmando que a batalha não tinha tido lugar ali, naquele preciso local onde estava ergido o Mosteiro mas mais ao lado, e que inclusivamente eu sabia que tinha lá uma fonte onde os soldados após o terminus da batalha tinham saciado a sede e lavado o armamento cheio de sangue e também algumas feridas originadas pelo feroz combate.
Esse local é Aljubarrota, e dista alguma distancia da Batalha, onde se encontra edificado o mosteiro, obra realmente de uma beleza sem igual.
Todo o mundo contrestou, e todos acharam estranha esta minha insistência, naqueles argumentos cheios de preciosismos. Anos mais tarde confirmei que realmente a famosa batalha de Aljubarrota não teve lugar naquele exacto local, onde hoje se encontra o Mosteiro da Batalha, mas em terrenos próximos dali, e que realmente existia uma fonte junto do campo onde decorreu a batalha, onde segundo reza a história ocorreu tudo qunto eu afirmei naquele dia, e que foi nessa época alvo de risos e duvidas.
"""
Mais tarde a risota voltou a ser geral naquele dia de viagem, quando eu ao entrar em Santarém voltei a referir já por ali ter passado, e que estivera com D. Afonso Henriques nuns claustros que tem uma praça no meio. O incrivel é que eu também nunca estivera antes em Santarém, desconhecia a existência de uns claustros, e descrevi a figura de D. Afonso Henriques de uma forma muito precisa. A risota passou a espanto, e os presentes dentro do automovel, acharam muito estranhas aquelas minhas visões históricas de alguns locais e factos.
Ainda hoje, tenho uma especial admiração pelos registos históricos dos saudosos tempos de D. Afonso Henriques, e muitas vezes tenho pensado o que realmente me terá levado a fazer determinadas afirmações, que foram na verdade premonições incrivelmente exactas, em relação à realidade de factos passados e locais pré-visualizados, sem que eu alguma vez os tenha visto antes na minha vida.
O pai Antunes, não achou muita graça à situação, e ficou algo apreensivo, durante todo o resto da viagem, pensando, como seria possivel eu estar tão certo de locais e factos. Segundo ele algo de muito estranho se passava, para eu conseguir ter essas ideias e visões. Acho que ele chegou a pensar que eu estava a endoidecer, ou que algum outro fenomeno teria ocorrido.
Durante a sua vida muitas vezes me referiu esses acontecimentos, e comentava comigo e outras pessoas que sempre entendera a situação como algo de muito estranho.
"""
Nessas viagens ao Sul de Portugal, aconteceram muitas ocorrências determinantes para a minha formação pessoal futura. Por exemplo, os meus dentes foram sempre um factor de independencia pessoal, pois eu através deles conseguia mostrar toda a minha capacidade de afirmação pessoal, ao perder prepositadamente várias vezes o aparelho de correcção dental.
Nessa época da minha vida, tanto o meu pai como a minha mãe tentavam corrigir o meu deficiente posicionamento dental. Este tratamento nunca teve a minha concordancia, e se hoje se tornou fino andar publicamente com um aparelho de aprimoramento da posição dental implantado nos dentes, alguns até com cores bem garridas e outros a imitar prata e outras argumentações visuais, nessa época da minha infância essa novidade constituia motivo de risota e de anedota por parte de colegas e amigos, dai que eu me tenha tornado num verdadeiro recordista de esquecimento dos muitos aparelhos que para mim foram comprados.
Eu fazia questão de os esquecer em tudo quanto era local, na tentativa de vêr terminado aquele verdadeiro martirio pessoal.
Quando se viajava, eu tinha uma estrategia infalivel, pois procurava deixar os aparelhos de correcção dos dentes esquecidos em alguns restaurantes, embrulhados num guardanapo em cima da mesa, que iria directamente para a lavandaria, ou esquecido na casa de banho, na esperança de que ninguém o visse até sairmos do restaurante, depois poderia ser de qualquer outra pessoa.
Cada aparelho custava uma verdadeira fortuna para a época, e obrigava a uma serie de visitas ao médico para tirar moldes, fazer testes de provas, etc.
O ultimo aparelho foi estrategicamente esquecido, no dia da nossa mudança de Cinfães do Douro para Castanheira do Ribatejo, em que o aparelho ficou esquecido lá para os lados de Coimbra, no Café Pinto de Ouro, onde costumavamos parar para nos deliciar com umas mágnificas torradas e uns bolos tradicionais de comer e chorar por mais. Somente deram pela falta do aparelho na minha boca, já muito próximo do Carregado, a poucos km's da nova casa, e sem oportunidade de regresso para recuperar o "tesouro".
Esta foi a ultima vez que tive o trabalho de fazer-me auto-esquecer de um aparelho de correcção dental. O meu pai colocado perante mais uma perda do aparelho disse: "... acabou-se! Se não quer, não quer! Não gasto mais dinheiro com essas merdas, para ele andar sempre a perder!"
E assim, acabou o meu grande sacrificio de andar com o aparelho na boca e escutar os mais variados comentários publicos. Hoje tenho os dentes na posição que escolhi, e não me arrependo absolutamente nada de ter tomado essa opção pessoal.
"""
A viagem de Norte para Sul de Portugal, foi uma viagem directa para um outro mundo, para uma realidade totalmente diferente, era como sair do 3º Mundo e chegar ao 1º Mundo, tal a diferença de mentalidades e realidades sociais entre Cinfães do Douro e Castanheira do Ribatejo.
Uma diferença a que por estranho que pareça, eu me adaptei perfeitamente, como se de facto sempre por ali tivesse habitado, e tirando algum sotaque nortenho que não conseguia evitar na minha pronuncia nos primeiros tempos, como as normais trocas dos "Vs" pelos "Bs" e outras comuns entre o Norte e o Sul, tudo o resto foi fácil de assimilar.
Assim tem acontecido ao longo da minha vida, e até hoje, já mudei muitas vezes de Região e até de País, e embora mantendo sempre a minha irreverência e frontalidade, mesmo contra as questões culturais de cada região, nunca me deixei absorver por esta ou aquela cultura, e sempre me adaptei muito bem ás mudanças, e estou certo de que elas não acabaram na minha vida!
"""
Vou despertando deste sonho! Acordo deste sonho que me pareceu interminável!
Um sonho que me pareceu tão real que as suas imagens como que tinham cores, cheiros, até tinham sabores na minha boca.
E volto a fechar momentaneamente os olhos, como que querendo que esse sonho não termine, e consigo vêr-me ainda em Cinfães do Douro, e ainda vêr a minha irmã Alcina, ali tão perto, quase tão perto que me parece que a posso tocar ao estender simplesmente o braço, e concretizando essa intensão com as mãos. E fico só a olhar para ela, menina/mulher, bonita, a brincar comigo, um puto traquinas.
Observo a minha mãe a caminhar para a loja do Senhor Armindo, talvez para ir fazer umas compras, e o meu pai Antunes a subir as escadas de acesso à nossa casa, vindo da garagem e até consigo vêr-me a mim próprio, na varanda, olhando para o coreto do Jardim Serpa Pinto.
Espantosa esta nossa capacidade de visionar a nossa própria vida, a nossa vida passada, de nos ver-mos a nós próprios.
Imagino o quanto importante é saber trabalhar a memória, saber enquadrar os factos por nós vividos no tempo próprio, e conseguir reviver a nossa própria vida numa noite, num sonho... tornado por momentos realidade!
"""
Abro os olhos e vejo a meu lado a mulher que dorme hoje comigo na minha cama, e nem necessitamos de dizer nada um ao outro, e como nos queremos tanto, vamos fazer agora sim sexo, amor ainda não sei bem. Sei que será pelo pouco tempo que resta da noite, pois a dia está a nascer para mais uma realidade actual...
"""
Só agora entendo que consegui reviver praticamente toda a minha infância numa simples noite de sonho. Uma noite de memorias vividas que a vida não apagou, creio no entanto que outras realidades, outras noites com sonhos de outras épocas da minha vida que estão adormecidos no fundo do bau da minha memoria, podem surgir em breve, podem brotar para a realidade a qualquer momento, a um sonho possivel...
Não creio que esses sonhos tenham morrido, pois nós só levamos desta vida: a vida que a gente leva cada dia que passa...
E eu continuo a viver cada dia com tanto prazer como se fosse ou o primeiro ou o ultimo dia da minha vida!
Mas sempre na esperança de que o amanhã volte a sorrir, para eu viver um novo dia, criando novas realidades, para conseguir mais tarde reviver os muitos dias de realidades já por mim vividas e que me faltam ainda voltar a viver em noites de sonho.
"""
Porque eu sei que a vida é feita de episodios, etapas, ciclos, e estou certo de que outros episódios, etapas e ciclos estão ainda para me acompanhar, fico a aguaradar novas noites de sexo, amor e sonho.
"""
Sendo que o mais importante da minha vida tem sido o facto de que acho realmente que: "O Coração não Engana"!!!
## sexta-feira, 15 de junho de 2007
### XV - A IMPORTANCIA DE SE CHAMAR ANTUNES - (Parte II)
Postado por Jose Joao Massapina Antunes da Silva às sexta-feira, junho 15, 2007
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**Vida!...**
Ai esta o tema, a razão de levar anos e anos a lutar, por educação, saúde, emprego, dinheiro, felicidade, e liberdade, e mais umas cem mil razões.
Eu nasci no século XX, um século traumatizado por duas guerras mundiais, com marcas profundas e determinantes de “social – nacionalismo”, com características de incontida dominação mundial, apoiada na invasão de nações, destruição de povos e culturas e lançamento de uma extensa sementeira de ódios e miséria social e temporal.
O mesmo se diga do ‘comunismo’ que se seguiu ao ‘social-nacionalismo’ como doutrina política da moda, e também nada de bom trouxe aos povos por ela dominados.
Foi no fundo o século do confronto direto entre essas duas ideologias dominantes, e das quais nenhuma, acabou por sair vencedora.
Em ambas, a segurança dos ditadores reside claramente na eliminação sistemática de todos quantos tomam a liberdade de pensar de forma contraria á ideologia dominante. Não amar e recusar o pensamento oposto consiste numa das formas mais abjetas da vivencia do ser humano, e foi precisamente isto que essas sociedades colocaram na primeira linha como imagem de marca.
Vem tudo isto a propósito; da minha atualidade de vida, e do que tenho oportunidade, de em pleno século XXI, ver e sentir um pouco por toda esta América Latina, onde hoje habito.
Com o fim anunciado de uma longa ditadura de Fidel Castro em Cuba, já se estão a tentar formar outras, do mesmo estilo pró-esquerdista, como são os exemplos mais gritantes da Venezuela de Hugo Chaves, e a Bolívia de Evo Morales, entre outras.
Sim digo outras, porque outros populistas ainda ensaiam á sua maneira, o mesmo caminho, por vezes mais longo, tendo, um mesmo objetivo final em vista.
O próprio Brasil, que de democracia tem alguns pingos, mas que vive como Nação eivada de uma classe política de forma predominantemente corrupta, pode sofrer também essa tendência, se caminhar para um plebiscito para sufragar o eternizar do populista demagogo Lula no poder da Republica Federativa.
Mas nem só na política, temos que ter uma vivencia de acordo com a necessidade do propósito, do assumir a liberdade e conhecimento e as formas de convívio com os amigos, ou com outros indivíduos com formas de pensar e agir diferenciadas. A liberdade de cada um só começa no preciso instante em que acaba a dos outros e importa sempre saber respeitar todos os outros nas suas máximas diferenças.
Eu felizmente nasci fora das duas grandes guerras mundiais, em termos temporais e geográficos, mas num País que sem ter vivido internamente os dois conflitos de modo bélico, foi largamente influenciado por esses dois conflitos mundiais. Um País que passou por uma ditadura de certo modo com características profundamente de raiz fascista, sem cair na tentação da objetivação totalitária, muito embora de raízes profundamente influenciadas por um pensamento claramente nacionalista. Os maiores expoentes entre outros foram Oliveira Salazar, Cardeal Cerejeira e um dos mentores de tudo o que podia e não podia funcionar, um homem quase sempre na sombra chamado António Ferro. Desse trio de pensadores, acabaram por florescer pilares importantes, para a manutenção e o desenvolvimento da ideologia dita “salazarista” como a Mocidade Portuguesa e a Ação Nacional Popular, e o chamado orgulho da raça, para não esquecer uma das máximas do “Deus, Pátria e Família”.
Depois de 1974, com a chegada da Revolução, conheci um pouco do outro País, do outro Portugal, onde estavam a tentar impor o outro extremo da escala ditatorial, o totalitarismo apoiado no “comunismo” na sua forma mais primaria e destrutiva da sociedade. Nessa época eram exemplos, o combate a algumas liberdades, de que foi um bom exemplo a crise do Jornal Republica, e a clara libertinagem da ocupação da propriedade privada, em especial no Alentejo, bem como a absorção do sistema produtivo e industrial privado, numa clara tentativa de dominação de raiz proletária, que deu resultados desastrosos em Portugal, de todos conhecidos, e catastróficos em alguns outros Países, que se deixaram emaranhar nessas doutrinas utópicas sem fundamentação realística, nomeadamente nas antigas colônias, e em várias Republicas do Leste Europeu.
Foi no choque claro e determinante dessas duas ideologias que se foi formando o meu pensamento social e político, acabando por nascer em mim um homem que racionalmente não é assumidamente nem de esquerda nem de direita, não sendo para todos os efeitos um centrista na verdadeira raiz da palavra: “centrista”.
Leio, observo sempre que possível no local, e retiro as minhas próprias conclusões de forma livre e objetiva, momento a momento, ato a ato, e sem ser um marginal do sistema político, assumo que possa de certa forma ser visto, por alguns como; um anarquista ideológico, que retira pontos positivos tanto á direita como á esquerda do sistema político.
Sei! Isso eu sei, e assumo que o sou, e sempre fui realmente polemico!
Tanto sou polemico a nível político como pessoal, pois não gosto nem admito no meu circulo de conhecimentos e convívio, quem faz dos mistérios a sua arama. É um direito meu, com uma liberdade total, liquida e cristalina o não gostar desse tipo de gente, ou de atitudes, talvez por isso mesmo seja como sou na política e Ateu na Religião.
Gosto de coisas claras, límpidas, cristalinas. Só admito os subterfúgios poéticos de Fernando Pessoa, em tudo o resto da minha vida, e em tudo o que gira em redor dela, exijo muita limpidez e frontalidade.
Nunca militei em partidos de esquerda, respeitando tudo quanto de bom podem ideologicamente poder comportar, nomeadamente na sua vertente social em algumas questões de primordial importância para a minha formação, sem entrar no apoio a determinadas utopias, verdadeiramente voltadas para políticas inconseqüentes.
Militei efetivamente em dois partidos, da chamada zona política do centro direita portuguesa, sem ser assumidamente de direita, mas continuando sempre a defender aquilo que considero em cada momento, o mais importante e fundamental para o País, e sem qualquer hipocrisia, obviamente, o que é mais importante, para aqueles que estimo, e amo, e para mim próprio enquanto cidadão.
A minha primeira filiação partidária foi na J.S.D., Juventude Social Democrata, e simultaneamente no P.P.D./P.S.D., Partido Popular Democrático/Partido Social Democrata, teve mais que ver com um sentimento de absoluta convicção ideológica, personificada numa figura que doutrinariamente tinha um rumo, um objetivo, bebido no que de mais avançado se tinha em termos de Social Democracia na Europa, o exemplo Sueco dos anos 60, 70 e 80.
Esse rumo, essa convicção transformista para um programa ideológico adaptado ás realidades do Portugal dos anos 70 e 80, e compactado num Partido, o PPD da época, liderado pelo Dr. Francisco Sá Carneiro, um conhecido Advogado do Porto, embora nascido no alto Minho, Barcelos, perto do berço de Portugal, era para mim; o espelho da necessidade social e política do Portugal daquela época. Esta situação acabou por ver todas as propostas pessoais e políticas do então líder, serem jogadas por terra, num acidente aéreo, que de acidente nada teve, e só mesmo a grande hipocrisia dos homens pode levar a essa simplista conclusão.
Francisco Sá Carneiro, na verdade foi, e com toda a certeza, assassinado no inicio dos anos 80, por representar uma clara ameaça para, um determinado Portugal, que sentia que uma nova era estava a nascer. Esse novo Portugal existia já, na sua cabeça e nas ambições desse grande artífice político.
Por outro lado, Adelino Amaro da Costa, havia descoberto um imenso escândalo, envolvendo comercio de armamento, e outras jogadas palacianas, envolvendo elementos ligados á extrema esquerda e também á estrema direita.
O País que esses dois gênios da política nacional imaginavam, era um País; á imagem de uma França, que eu conheci pela primeira vez em 1984, e que consegui ver e sentir como uma Nação 25 anos, pelo menos, avante de Portugal em termos sociais, ideológicos e políticos, e muitos anos mais á frente em termos de liberdade e de cultura, sem deixar de ser profundamente nacionalista.
Um País que mesmo em relação á Espanha, anteriormente atrasada, já começara naquela época a dar cartas a um Portugal que parecia parado no tempo.
Uma Itália que na zona Norte da Europa ficava a anos luz, para não falar de uma Suíça ou mesmo em termos comparativos específicos de uma Bélgica, ou até mesmo a Grécia e até mesmo a Turquia.
Aqueles meses na Europa, naquela Europa que me foi dado ver, naquela mesma Europa que hoje é parceira de Portugal na família atual da Comunidade. Nações para as quais Portugal, lamentavelmente, naqueles anos 80 podia ter apenas miragens.
Não posso afirmar que a culpa de toda aquela distancia que os meus olhos viam, era de um regime de quatro décadas de portões meio fechados, e costas voltadas para o mundo real, a que Salazar e os seus companheiros de regime, tinham conduzido Portugal.
No entanto, o meu sentimento perante os fatos concretos que podia observar, era que: A esquerda, existente em Portugal, nos anos 70 e 80, não queria muito progresso. Falava muito, diria eu, “berrava” e gritava muito, sobre a importância do social, mas isso era só ruído de fundo, estava somente transformada isso sim, numa imensa maquina política de caça a privilégios e “tachos”.
Aquele Partido Socialista que Mario Soares acabava de deixar, para se tornar candidato a Presidente da Republica era um ninho de interesses, espalhados um pouco por toda a máquina governativa.
Soares e os seus bons rapazes, como que sufocaram os Ministérios de “boys”, tentando dessa forma; controlar a maquina governamental ao nível ministerial. Imaginaram eles, á boa maneira soviética, que ao controlarem os Ministérios nos níveis médios e inferiores, controlariam eleitoralmente o País, nada, porém de mais errado. O povo não se comporta como mero “cão de fila” ou “pau mandado”. O povo altera a sua forma de estar e pensar de acordo com o volume de notas que lhe entram e saem mensalmente da carteira, e o Partido Socialista, para alimentar o “monstro” imenso, que pariu com a proliferação de empregos e mais empregos espalhados pelos Ministérios, teve que criar ao mesmo tempo alimentação orçamental, através da criação de impostos. Para conseguir manter a maquina alimentada salarialmente, e minimamente operacional, ainda teve que gerar mais impostos, e isso acabou por criar-lhe anti-corpos á sua governação, por parte daqueles mesmos que tinha andado a espalhar pelos gabinetes e repartições, pois não se podia subjugar a população com a criação de novos impostos, todos os dias, para sustentar um autentico “monstro”.
São estes anos, desde a morte de Francisco Sá Carneiro. A derrota presidencial do candidato Soares Carneiro, frente a Ramalho Eanes, e a criação entretanto do chamado Partido Presidencialista, o P.R.D. – Partido Renovador Democrático, criado á imagem de Eanes, e a manutenção de Mario Soares e das suas políticas, como Primeiro Ministro, que contribuíram, conjuntamente com a “badernice” da gestão dos anos 70 pela esquerda totalitária, para o nascimento e crescente aumento de funcionários em alguns Ministérios, e a carência humana em outros, chegando ao estado comatoso da função publica e do Estado nos dias de hoje.
Este processo não se desenvolve de um dia para o outro, leva anos e anos, tal como uma doença crônica, e para tentar corrigir este processo, vão ser necessários ainda mais anos, e muitos sacrifícios pessoais.
Como a criação de pólos eleitorais nos Ministérios, parecia ser inicialmente, em termos eleitorais, uma medida muito útil e boa. Assim o poder local resolveu imitar o poder central, e encher também os diversos órgãos autárquicos de funcionários, e ainda de mais funcionários. O resultado dessa atitude, também esta hoje já á vista um pouco por todo o País, com os Municípios enterrados em dividas e compromissos bancários, e na sua maioria com cerca de 50%, ou em alguns casos mais das suas receitas destinadas exclusivamente ao pagamento de honorários de pessoal. Criaram assim compromissos bancários ao longo do tempo, para poderem investir na melhoria da qualidade de vida das suas populações, uma vez que o restante das verbas se destina ao pagamento exclusivo de funcionários.
Hoje a maioria das autarquias e ministérios, emagrece a carga de honorários, recorrendo a uma política de corte no numero de funcionários e a chamada contratação externa de alguns serviços, só que esta estratégia vai custar anos de imobilismo, porque para além dos compromissos já assumidos, o Estado tem compromissos financeiros com a banca que vai ter que honrar, em muitos casos esses compromissos são de dezenas e dezenas de anos. Ficam assim gerações empenhadas em pagar os erros que outras resolveram cometer, muitas vezes inconscientemente, mas na sua maioria pela mão de gestores que mesmo conscientes dos seus graves erros continuaram a cometer e em alguns casos a agravar situações já de si bastante graves.
Veja-se o caso concreto da Câmara do Barreiro, em que um dos grandes responsáveis do grave empenhamento financeiro ao longo de anos e anos foi Julio Freire, devido à sua falta de capacidade de gestão, á sua visível incompetência bem patente em casos concretos como os TCB’s e as águas, com custos incalculáveis para o município. Hoje essa mesma personagem esta a liderar um processo de incompetência praticamente igual na Santa Casa da Misericórdia do Barreiro, com a criação de investimentos desordenados e sem fundamentação financeira. Quando terminar o seu “reinado” quem vier atrás de si, vai ter anos e anos de compromissos para pagar, arranjados por esse verdadeiro incompetente que se arma em gestor.
É neste tipo de imagem de autentico caos, com inúmeros alegados gestores a criarem dividas injustificáveis, que regresso a Portugal, no meio da década de 80, depois de dois anos passados na Europa, com extensas viagens, e com a análise da muito maior evolução estrangeira, e das novas formas de rigorosa gestão, tendo em vista a qualidade das sociedades.
Decido então que as idéias programáticas do PPD/PSD, ainda eram ainda para mim, como que a matriz programática que poderia ajudar a solucionar algo no País. Todo o ideário legado por Francisco Sá Carneiro, e essa mesma matriz estavam para mim perfeitamente atualizados, e se aplicados ainda a Portugal, essas idéias e projetos, poderiam mudar algo e contribuir para fazer de Portugal um País bem diferente, mais social, mais equilibrado e mais próximo da Europa, a tal Europa que eu tivera oportunidade de conhecer pessoalmente.
A derrota de Diogo Freitas do Amaral, nas eleições presidenciais, contra a candidatura de Mario Soares, por uma percentagem mínima, mostrou um País profundamente dividido.
O pensamento político e social, do, á época, ainda jovem líder do PPD/PSD, Aníbal Cavaco Silva, que tinha trabalhado como Ministro das Finanças, num governo da AD – Aliança Democrática de Francisco Sá Carneiro. E que por sua vez tinha diretamente bebido muito do seu saber e ideais, para além de conhecer os projetos que tinha deixado por terminar, foram determinantes para o preenchimento da minha ficha de adesão como Militante da JSD e do PPD/PSD.
No fundo o meu primeiro ato político havia sido o ter assumido a representação, numa mesa eleitoral, da candidatura de Diogo Freitas do Amaral, pior que isso eu tinha conseguido levar a minha mãe a assumir também o apoio aquela candidatura de ruptura com o presente e o passado de Portugal. E ela própria esteve também numa mesa eleitoral, assumindo como delegada representante da candidatura da AD, nessa altura batizada de “Viva Portugal”, e assim aconteceu tanto na primeira como na segunda volta dessas eleições.
Para um jornalista, como na época eu era, foi o assumir, até mesmo a nível familiar, que as minhas, e nossas, idéias, o nosso pensamento político e social, navegavam em águas bem diferentes das da maioria local, que era por larga maioria ‘comunista’. Mas claro que isso não era já surpresa ou segredo para eles, pois os meus artigos jornalísticos eram muito claros e transparentes em termos da definição do meu pensamento político e social.
Por outro lado eu que sempre usara da palavra em Assembleias Estudantis e Clubisticas, descobri que na verdade em termos de oratória, embora não fosse nenhum tribuno de encher a praça, como costuma dizer-se, também não deixava ficar nada mal os meus créditos, fosse que opção fosse, perante uma platéia.
A diferença era nula, e apenas tinha que continuar a assumir, defender e transmitir, olhos nos olhos, da platéia as minhas idéias sem alterar nada da minha forma de ser e estar na vida, sempre frontal e irreverente, mesmo perante platéias adversas, como aquelas onde eu adorava usar da palavra, para sentir a capacidade de conseguir calar um auditório e de ao mesmo tempo, ter a capacidade de o conseguir virar, tornado uma platéia inicialmente adversa para ao longo da intervenção numa platéia domesticada e voltada para o apoio declarado a novas idéias, e isso eu amava fazer, porque intimamente me dava um enorme gozo, iniciar sendo xingado e terminar aplaudido.
Assim, comecei a comparecer a Assembléias Concelhias, tanto do Partido como da JSD, e logo após o próprio Francisco Mendes Costa me ter convidado, para militante do PPD/PSD, na noite da derrota eleitoral, da segunda volta das presidenciais, entre Freitas do Amaral e Mario Soares. E como era um momento particularmente difícil para o Partido, pois um dos compromissos por parte de Cavaco Silva, no Congresso da Figueira da Foz, onde ganhou o Partido, tinha sido a candidatura presidencial de Freitas do Amaral. O que significava naquela época, uma proposta de ruptura com o passado, uma proposta de novos rumos para o Partido e para o País, e logo ele que tinha ficado nas mãos com um Partido dividido, e agora também um País dividido, e ainda por cima não dispunha de maioria absoluta para poder governar tranquilamente. Eu face a tudo isso, convictamente, aceitei passar a militar no Partido Social Democrata.
Eleições antecipadas eram uma saída para a crise, pois encontrando-se o Partido em minoria e com um Presidente da Republica hostil, a convivência sem uma maioria, seria terrível, daí que o melhor seria clarificar a situação de uma vez por todas.
Recordo também muito bem essa noite eleitoral, na sede do PPD/PSD do Barreiro, e como o homem aparentemente sereno, que eu tinha entrevistado dias antes, estava naquela noite algo nervoso, triste, muito triste, e talvez devido á preocupação perante a situação política. Estava branco como a cal das paredes. Esse era o novo Francisco Mendes Costa, que eu ainda não conhecia nessa sua faceta. Não consigo recordar qualquer depoimento seu, efetuado nessa noite, mas acabei por fazer um apontamento pessoal, que foi publicado num dos jornais locais, assim com os resultados eleitorais do Concelho, e a analise a nível Nacional e Local, e as perspectivas de futuro próximo para o País, em que não errei praticamente uma linha, inclusivamente a necessidade de uma maioria para criar estabilidade a nível nacional, como veio realmente a acontecer poucos anos mais tarde.
O que ainda recordo foi que assinei nessa mesma noite a minha ficha de adesão ao PPD/PSD e á JSD, e o fato curioso da mesma ter vindo a merecer, alguns dias depois, algumas reservas por parte de João Monteiro, que não me conhecia de lado algum, e eu muito menos o conhecia de “porra” de lugar algum, e também de alguns elementos ligados á JSD, que eu também não conhecia de lugar algum, e eles a mim muito menos, tirando claro os artigos nos órgãos de comunicação social, e as minhas intervenções em estações de rádio, no entanto as fichas de adesão foram aprovadas por larga maioria, contrariando esses sépticos.
As assembléias concelhias aconteciam temporariamente tanto no PPD/PSD, como muito mais raramente na JSD, e eu usava da palavra quando assim o entendia, de modo totalmente livre e sobre temas que reputava de importantes, ou que dominava preferencialmente, e ao mesmo tempo discursando de forma clara e frontal, sobre como o Partido estava a ser conduzido no Concelho do Barreiro, personificado numa única pessoa, nada mais, nada menos do que por Francisco Mendes Costa, que diga-se em abono da verdade, era de certa forma, nessa época um líder só, pois ao seu lado contava com algumas, poucas, figuras apagadas, muitas delas bem mais interessadas em retirar algum proveito pessoal do que em assumir claramente diretrizes ideológicas próprias, ou porque lhes faltasse ‘Q.I.’ e alguma massa encefálica suficiente para assumirem o seu pequeno pensamento, ou porque era mais fácil abanar a cabeça e dizer sim, a tudo quanto o líder local apontava como sendo o melhor caminho. Assim figuras como João Monteiro, Fernando Cruz, Fernando Silva, Bernardino, Marlene Abrantes, Pinto Monteiro, Humberto Gorjão, Clarimundo Pereira e muitos outros, navegavam nesse navio de águas mansas, com o “Almirante” Mendes Costa, na ponte de comando, puxando os ‘cordelinhos’ como se eles fossem meras marionetes manobrados pelas suas mãos, cometendo assim o obvio erro pessoal, aliás nunca pessoalmente assumido, de dessa forma desgastar a sua figura, que se devia resguardar, para se preparar para outras batalhas bem mais importantes. Para além de outros diferenciais de gestão, era acima de tudo esta a minha grande sensibilidade em relação a Francisco Mendes Costa, pessoa que sempre considerei um bom estrategista e político astuto e hábil na manobra da política local, debaixo daquele seu simples metro e meio de altura.
Depois surgiam figuras que apoiavam o “Almirante”, mas que tinham a vantagem de ter idéias próprias, mas que; tinham algum receio em as vir a admitir, ou demonstrar claramente, tornando publicas as suas opiniões, com receio de poderem ser tomados como meros “marinheiros amotinados”. Destes, pelas muitas conversas havidas ao longo dos tempos destaco o José Carlos Lopes, Álvaro Ferreira, Gonçalo Rego, Bencatel, Fernando Pineza, e até o Barbosa ex-diretor do Centro de Emprego do Barreiro, que nos momentos sóbrios tinha algum pensamento próprio e que anos mais tarde deixou de militar no Seixal e veio para o Barreiro.
Do outro lado da barricada, estava a chamada oposição interna, que se baseava em termos de oposição efetiva, numa ausência constante da sede concelhia e presenças ostensivas somente quando se realizava alguma assembléia Concelhia do Partido, mas sempre com muito fraca expressão e liderada por um lado pelo Adolfo Vitorino e por outro pelo Oliveira Soares, como oradores, e apoiados por alguns poucos adeptos, muitos deles mais por terem sido deserdados ou expulsos do navio do “Almirante Costa” do que por convicção plena, em termos ideológicos, da necessidade de um novo rumo na estratégia da política local, como por exemplo o Engº Vilela, que outrora fora Presidente da Concelhia, e agora era apenas um mero elemento da oposição.
Dentro das estruturas do Partido em termos autônomos existiam os Autarcas – Associação Nacional dos Autarcas Social Democratas, que como os Autarcas do Concelho eram controlados pela maioria, também essa estrutura era liderada pelos mesmos, manobrados diretamente por Mendes Costa e o seu grupo de diretos colaboradores.
Os trabalhadores, TSD – Trabalhadores Social Democratas que; por falta de orgânica própria, eram também comandados pela maioria e a JSD, Juventude Social Democrata, uma estrutura de jovens com singelos 87 militantes em 1986/1987, liderados á época pelo Paulo Freitas, que embora com idéias próprias, não era, por razões profissionais, mais do que um simples e fiel seguidor das estratégias de Francisco Mendes Costa.
A Estrutura de Juventude não crescia mais em termos de militância, pois era importante manter um chamado clube fechado e restrito, e assim muito facilmente controlável, para não se perder o controle eleitoral interno, se bem que estivesse profundamente dividido em 3 grupos.
Assim Paulo Freitas, como Presidente, liderava um dos grupos, alegadamente o com maior numero de militantes, que dessa forma ia controlando a concelhia. Existia ainda um grupo de oposição, liderado por descontentes como o Carlos Vitorino, e ainda, um outro grupo de descontentes, que nem apoiavam nem um grupo nem o outro, simplesmente nem compareciam nas instalações da sede.
A maioria tinha a sua situação perfeitamente esclarecida em termos de subserviência ao Partido, uma vez que salvo raras exceções, em termos profissionais deviam algo, pelo menos o favor da colocação profissional. No entanto algo idêntico se passava no Partido nessa época, esta estratégia era particularmente utilizada por Mendes Costa, que assim movimentava as suas influencias, na tentativa de dessa forma fixar votos e apoios. Ao mesmo tempo, ia arranjando colocações e ampliando a sua rede de apoios eleitorais internos. Essa mesma estratégia foi tentada comigo pessoalmente, mas sem qualquer êxito, quando me foi oferecida uma colocação política no Ministério do Trabalho, IEFP, no Centro de Emprego do Barreiro, sem que eu me tenha deixado vender ideologicamente. Essa derrota moral contrariou e enervou muito, algumas cabeças pensadoras da época, que entendiam ser essa uma das formas de me tentar domar, e assim me dominar no sentido de apoiar a causa da chamada maioria.
Nos casos particulares da JSD existiam alguns exemplos, por antiguidade o João Azevedo, que tinha sido Presidente da JSD e foi colocado na sede nacional do Partido em Lisboa, e daí na Comissão Nacional de Eleições, e como que desapareceu do Barreiro, para não incomodar. Outro seu companheiro de Comissão Política da JSD, foi como que despachado para a Câmara de Oeiras, e outro ainda para a Câmara de Sintra.
A situação do Paulo Freitas era o maior exemplo, dessa política de colocações, pois tinha sido colocado na Câmara do Barreiro, pelo próprio Mendes Costa, quando era Vereador do Transito. Os apoios do José Carlos Lopes tinham que ver com a sua colocação na Rádio Antena 1, e os Pineza’s na TV. O Fernando Cruz que trabalhava com o pai, recebia por via deste, apoios para a falida empresa familiar de madeiras.
E no Partido tínhamos ainda a situação do Barbosa no Centro de Emprego, e do João Monteiro nos CTT. Muitas mais situações aconteceram ao longo dos anos, um pouco por todo o lado.
Atendendo á minha postura frontal e irreverente e de certa forma incomoda para o Partido, a chamada oposição da JSD, liderada na época por Carlos Vitorino, resolveu apostar em mim para tentar ganhar a JSD, liderada pelo Paulo Freitas e que iria apresentar o Luis Pineza, como candidato á sucessão.
A minha aposta, após o convite que me foi feito, era tentar ganhar a JSD, com uma nova postura, com novidade e como forma de tentar mudar algo no Barreiro a nível do próprio PSD num futuro a médio prazo.
Um dia pela manhã, fui visitado na redação do jornal “Voz do Barreiro” do qual era na época Chefe de Redação, pelo Carlos Vitorino e pelo Álvaro Ferreira, efetivando um convite para uma candidatura á liderança da JSD do Barreiro.
A entrada na política ativa, era para mim naquela época, algo muito longe das minhas cogitações pessoais, que nesses tempos estavam voltadas na sua totalidade para a comunicação social, tanto falada como escrita.
Acabei por lhes pedir algum tempo para pensar e decidir, pois para além de existirem as duas possibilidades em aberto, de ser eu ou o Álvaro a liderar a lista, sendo que o que não lidera-se ficava como Vice-Presidente, ficando assim eu, ainda com algum tempo livre para a comunicação social, e menos exposto. Eu fazia questão de não misturar política com jornalismo, em caso de liderança da lista, pois não entendia a possibilidade de liberdade de opinião num mesmo Concelho, entre jornalismo e política ativa, ainda por cima na liderança.
Assim, decidi conhecer a militância para ter uma imagem real do que poderia ser a JSD atual e futura, para além das reais possibilidades de uma candidatura vitoriosa, uma vez que eu, como em tudo na vida, não gosto de entrar para perder.
Foi facultada uma listagem e com a prestimosa ajuda do Carlos Vitorino, fiquei a conhecer um a um os militantes fixos, da suposta maioria da JSD do Barreiro, ao mesmo tempo iniciei uma visita detalhada aos restantes militantes, para saber da sua real situação e posicionamento político, perante a nossa candidatura.
Este contato, sondagem, porta a porta dava a JSD do Barreiro como que efetivamente dividida em 3 grupos quase iguais, ou seja a lista que iria ser encabeçada pelo Luis Pineza, a nossa lista e um outro grupo de militantes que jamais votariam em nenhuma das duas candidaturas, mas que em ultima instancia poderiam votar em nós, por uma questão de voto de protesto, um vez que afirmavam já não acreditar em muitas mudanças, e que tudo continuava na mesma e outros ainda que afirmavam já nada ter que ver com a JSD e o PPD/PSD.
Depois de analisar muito bem todas as possibilidades, cheguei á conclusão de que aquelas eleições eram um tremendo desafio, que se iriam disputar por um máximo de 3 votos de diferença, para um dos lados, e que essa diferença só poderia acontecer se todos comparecessem e no momento do debate 2 ou 3 votos fossem ganhos para a nossa proposta.
Mais um fator a dificultar era ainda por cima o Álvaro Ferreira, que acabou por ficar assente ser meu Vice-Presidente, e que não iria estar presente, e dessa forma nem votaria nele próprio, o que constituía logo á partida um voto negativo, uma vez que no dia das eleições estaria nos Açores em gozo de um período de ferias.
Resolvi apesar de tudo avançar e apostar.
A minha vida, até hoje, sempre foram apostas e constantes desafios, e quanto mais difíceis eles são, mais se tornam de certa forma, instigantes para mim.
O Partido pressentindo a grande ameaça da nossa candidatura, apostou todas as suas cartas na lista contraria, disponibilizando apoios vários, como viaturas e dinheiro para a campanha, liberdade em termos logísticos para poder utilizar o telefone livremente desde a sede, e outros apoios. Por outro lado o Oliveira Soares decidiu jogar nos dois tabuleiros, e tanto dava apoio a uma lista como á outra, na verdade ele sempre foi assim. Um cidadão tipo vira-casaca á portuguesa, um indefinido, que quer papar tudo, e normalmente no fim acaba por não papar nada.
Eles tinham assim toda a máquina na sua mão, e larga vantagem neste aspecto. Acontece quase sempre que quem está no poder utiliza o poder para se tentar manter, controlando a maquina política. Neste caso nem o fato de alguns membros da Comissão Política Concelhia do Partido, nos serem afetos, nos trazia alguma vantagem, ou diminuía de alguma forma os apoios que estavam concentrados no lado contrario.
Por outro lado ainda podíamos contar com algumas jogadas contrarias, protagonizadas pelo Oliveira Soares, alias o atual dirigente dos Bombeiros do Barreiro sempre foi assim, um exímio manipulador, um dualista, que gosta de se rodear de “nulidades” como é atualmente a sua parceria com Manuel da Luz. Claro que esse tipo de atuação tem valido algum ostracismo interno em termos de cargos. Sempre foi uma personagem que ambicionava dar um salto bem maior do que a sua perna, sendo o seu maior sonho a Vereação da Câmara do Barreiro, ou mesmo algo maior, no entanto nunca conseguiu dar esse pulo a seu gosto. Embora graças ao Dr. Joaquim Eduardo Gomes, então Presidente da Distrital de Setúbal do PPD/PSD, lhe tenham facultado alguns “tachos” de pequeno porte, para o irem entretendo, e irritando direta e indiretamente, de certa forma o Mendes Costa.
No caso concreto da JSD do meu tempo, nada lhe devemos, não fez mais do que a sua obrigação, e nós só tínhamos o nosso crer, vontade, e mais do que tudo um projeto concreto para o futuro dos jovens do Barreiro.
Assim, juntamos os poucos apoios de cada um dos candidatos, e fomos á luta. Foi a primeira campanha da JSD do Barreiro, feita em moldes por assim dizer inovadores, com um orçamento, escasso diga-se, mas um orçamento de campanha para ser cumprido, e recordo que na época foi de cerca de 40.000$00, um programa de candidatura baseado numa moção de estratégia por mim escrita, e apoiada por todos os membros candidatos da equipa. Preparado e enviado para todos os Militantes, sem exceção, por via postal, e onde foi possível também efetuar algumas entregas porta a porta, na mão dos próprios Militantes, num ultimo pelo ao voto.
Durante a campanha, e como a oposição não dispunha de um espaço próprio para se poder reunir, acabamos por adotar o café Skipy, próximo da sede do FC Barreirense e tipografia do pai do Helder Madeira, como sede de campanha e candidatura, e ali passávamos algum do nosso tempo. Foi ali que concluímos as maquetas finais do programa eleitoral e candidatura, e foi também dali que; fizemos o ponto de encontro, no dia das eleições, para concentrar os militantes nossos afetos, antes de seguirmos em grupo unido até á sede no dia e hora das eleições.
Por outro lado também conseguimos alguns apoios desinteressados de militantes, que disponibilizaram viaturas, para se poderem ir buscar militantes que habitavam, em locais, mais distantes da sede. Nomeadamente na zona rural, e que não tinham muita disponibilidade de transporte para poderem deslocar-se, participando na Assembléia. Tudo acabou por correr quase na perfeição, e posso assegurar que foi a eleição, que até hoje, me deu mais prazer em participar e disputar, pessoalmente, como líder de uma das listas, de todas as muitas eleições em que liderei listas a determinado órgão ou lugar. Tão saborosa como esta eleição e vitória, só recordo mesmo, a que disputei no Hospital de São José em Lisboa, como candidato a representante administrativo no Conselho Geral. E que obviamente com muito maior numero de eleitores, vim a conseguir ganhar por maioria absoluta, logo na primeira volta, o que nunca tinha acontecido até então na historia do Conselho Geral, do HSJ para aquela área.
Aquela tarde na sede da JSD do Barreiro foi de intenso e verdadeiro debate político, sobre os programas eleitorais, o passado o presente e o futuro da JSD. Em especial Álvaro Ferreira, que tinha pertencido á Comissão Política que cessava funções, foi largamente atacado, mesmo não estando presente, comigo sempre a não deixar cair em saco roto os ataques, muitos deles até pessoais.
Uma tarde com intervenções acaloradas e esclarecedoras para todos os militantes presentes, e que tornou aquela eleição a mais participada de sempre na JSD do Barreiro até aquela data, pois dos 87 Militantes inscritos, acabaram por votar 61.
Por outro lado, das informações que até hoje me chegam, aquela foi a Assembléia Eleitoral com o debate mais longo e produtivo para o futuro da organização no Barreiro, realizada até ao dia de hoje. Naquele dia analisou-se a fundo o que os Militantes queriam realmente para a JSD do Barreiro, no futuro, e depois desse dia, realmente nada voltou a ser igual.
Quando se deu inicio á votação, já a noite caia, eu; intimamente era já um vencedor!
Eu me senti um vencedor, por considerar que tinha ganho largamente o debate, contra verdadeiros pesos pesados da JSD do Barreiro, daquela época, como o José Carlos Lopes, Fernando Cruz Filho, Luis Pineza, Paulo Freitas, entre muitos outros quadros com projetos e preparação no seio da organização local, como o Carlos Ramos e tantos e tantos outros que naquela tarde usaram da palavra.
Pelo nosso lado, salvo raras exceções e algumas intervenções do Carlos Vitorino, eu naquela tarde estive totalmente só contra o “Mundo”.
Quando o Secretario-Geral da Distrital de Setúbal da JSD, Manuel Mourinho anunciou; o resultado da contagem dos votos, fez-se um silencio enorme na sala, eu escutei serenamente o resultado no fundo da sala, como sempre gosto de fazer, entre os Militantes, que são na verdade quem decide, e quando o Mourinho anunciou a Lista – A liderada pelo Luis Pineza com 30 votos, eu já sabia que tinha ganho.
Em seguida anunciou a Lista – B com 31 votos, liderada por mim. Foi como um imenso alivio. Eu não tinha errado, éramos vencedores por 1 (um) simples voto, os votos foram recontados mais umas duas vezes, dentro da sala fechada da JSD, perante representantes das duas listas, e diversos membros da Distrital de Setúbal presentes. De entre os vários membros incluía-se o próprio Presidente da JSD Distrital, Nuno Silvestre, que assim como os restantes membros, só nesse dia conheci pessoalmente. Mas não havia duvidas, éramos mesmo os vencedores!
A abertura da porta, e o sorriso estampado no rosto do Carlos Vitorino, mandatário da minha lista, confirmavam tudo, e sobretudo, o espantoso resultado final, ainda por cima por um voto.
Tínhamos, ganho a JSD do Barreiro, e terminado com uma época e um estilo muito próprio de fazer política!
Quando usei em seguida da palavra, já como novo Presidente eleito da Juventude Social Democrata do Barreiro, a sala continuava cheia de militantes que me apoiaram, e até de alguns adversários que com toda a dignidade de derrotados, souberam dar-me os parabéns pela vitória. Todos aplaudiram, tantos os da oposição como os meus potenciais votantes, a minha chamada á mesa dos trabalhos, como novo Presidente e para assim usar da palavra, nessa qualidade.
Recordo que anunciei que o programa, ao contrario de outros exemplos anteriores, de que tinha tido conhecimento, era para cumprir e acabou mesmo por ser ultrapassado em alguns pontos. A JSD do Barreiro jamais voltaria a ser a estrutura de jovens com Militantes de 1ª e Militantes e 2ª, seriam todos Militantes iguais, todos Militantes da JSD, o que também se conseguiu concretizar enquanto fui Presidente Concelhio. Por outro lado o Partido teria que nos respeitar com estrutura autônoma, e jamais se voltaria a permitir ingerências internas, o que também veio a acontecer nos meus mandatos e muitas vezes com que custos, mesmo pessoais para mim, e de que formas mais estranhas quantas vezes!
A JSD do Barreiro realmente nunca mais voltou a ser a mesma desde esse dia, e o que antes era uma estrutura organizada para fazer umas gracinhas e; colocar uns cartazes e pendurar umas bandeirolas, para além de fazer algum trabalho “sujo” ao Partido, tornou-se sem duvida na maior organização política de juventude do Concelho do Barreiro, superando mesmo a JCP – Juventude Comunista Portuguesa, em resultados efetivos. Divulgada inclusivamente essa nossa grandeza em jornais nacionais e de modo insuspeito, por jornalistas e comentadores que até eram da área comunista, e comentaram ser com muita preocupação que observavam nessa época este fato político.
A JSD do Barreiro passou dos 87 Militantes do dia da minha eleição, para algumas centenas, e em termos financeiros passou dos 5.755$00 que nos foram transmitidos pelo Paulo Freitas, para algumas centenas de contos, transmitidas ao meu sucessor.
Passamos a conseguir participar em todas as campanhas escolares do ensino secundário, e inclusivamente num dos anos da minha presidência conseguimos conquistar todas as associações de estudantes do Concelho do Barreiro, e conquistar ainda a Associação de Estudantes do Vale da Amoreira, no Concelho da Moita, que nessa época ainda não tinha JSD organizada, um fato inédito, de que nem a JCP algum dia se pode orgulhar.
Dessa maravilhosa equipa não posso passar sem nomear o Álvaro Ferreira como Vice-Presidente, Antonio Melro como Secretário, Fernanda Rodrigues como Tesoureira e os Vogais, Paulo Afonso, João Ilídio, David Figueiredo, Maria do Céu, e como Vogais Suplentes o Sidonio Sousa e o Joaquim Núncio.
O PPD/PSD passou a ter que nos respeitar de igual para igual, e após as eleições do Partido local, realizadas meses depois, tiveram que assinar um termo de acordo de parceria e responsabilização com direitos e deveres em termos de receitas e despesas e posicionamentos políticos. Ficaram também acordados apoios para as eleições das Associações de Estudantes e outros apoios para a organização, bem como a disponibilização imediata das quotas dos militantes da JSD que eram simultaneamente militantes do Partido, e que passaram a ser da responsabilidade da JSD. Nessa altura a JSD deixou de ser vista como o simples grupo de bons rapazes, que serviam simplesmente para colar cartazes e subir aos postes para colocar bandeirolas.
A nível Distrital também a JSD passou a ser respeitada e a ter uma representação condigna, e as primeiras vezes em que o Barreiro passou a ter mais do que um simples elemento na Comissão Política Distrital de Setúbal, como até então acontecia no melhor dos casos.
A nível local a JSD passou a ter voz ativa na comunicação social,e mesmo a nível regional e nacional passamos a ter algumas noticias, periodicamente, devidamente divulgadas, nomeadamente por termos criado um gabinete de imprensa de que nem o Partido se podia orgulhar de possuir e ter divulgado e acabado com certos tipos de compadrio em cursos de formação profissional e outras situações menos claras, onde inclusivamente e de forma bastante infeliz, se movimentavam alguns elementos do Partido.
A minha imagem pessoal que já era de difícil digestão para o Partido no Barreiro, ficou mesmo intragável, e a luta política interna teve o seu inicio, culminando 6 anos mais tarde com a vitória nas eleições para a Comissão Política Concelhia do Partido, e o fim da era do grupo liderado pelo Francisco Mendes Costa, copiosamente derrotados nessas eleições.
A política na nossa vida representa tudo, mesmo que não estejamos empenhados de forma efetiva no desenvolvimento dessa mesma política.
Eu nessa época da minha vida optei por fazer parte da política ativa, e não me deixar comandar pelos políticos, mas fazer também parte das escolhas e decisões desses mesmos políticos.
Se me perguntarem, passados todos estes anos, se considero pessoalmente se fiz bem, ou mal, nessa minha opção de vida, terei que responder que nem poderei dizer que sim, nem que não.
Muito do que fiz na política ativa, ao longo de quase duas décadas, é muito por um lado e pouco por outro, do muito que poderia ter realizado e ajudado a realizar, com outras condições materiais.
No entanto algo eu não posso deixar de vos dizer; tal como na vida, é que fiz política com muito prazer, e tal como na minha vida, só fiz aquilo que me apeteceu fazer, e nunca me deixei comandar por nada nem por ninguém, para fazer algo contra a minha personalidade. Foi para mim um orgulho enorme ter liderado a JSD do Barreiro durante aqueles anos, e puder contar com equipas de colaboradores, tão boas, e com Militantes tão fieis e empenhados numa causa comum.
Fazer política com prazer; podem acreditar que é para mim uma sensação tão boa como poder desfrutar de múltiplos orgasmos, com a mulher que amamos em cada instante...
Eu realmente amei e soube amar a política no momento próprio, sim porque como tudo na vida, existe sempre uma hora e um tem próprios para tudo!
Ai esta o tema, a razão de levar anos e anos a lutar, por educação, saúde, emprego, dinheiro, felicidade, e liberdade, e mais umas cem mil razões.
Eu nasci no século XX, um século traumatizado por duas guerras mundiais, com marcas profundas e determinantes de “social – nacionalismo”, com características de incontida dominação mundial, apoiada na invasão de nações, destruição de povos e culturas e lançamento de uma extensa sementeira de ódios e miséria social e temporal.
O mesmo se diga do ‘comunismo’ que se seguiu ao ‘social-nacionalismo’ como doutrina política da moda, e também nada de bom trouxe aos povos por ela dominados.
Foi no fundo o século do confronto direto entre essas duas ideologias dominantes, e das quais nenhuma, acabou por sair vencedora.
Em ambas, a segurança dos ditadores reside claramente na eliminação sistemática de todos quantos tomam a liberdade de pensar de forma contraria á ideologia dominante. Não amar e recusar o pensamento oposto consiste numa das formas mais abjetas da vivencia do ser humano, e foi precisamente isto que essas sociedades colocaram na primeira linha como imagem de marca.
Vem tudo isto a propósito; da minha atualidade de vida, e do que tenho oportunidade, de em pleno século XXI, ver e sentir um pouco por toda esta América Latina, onde hoje habito.
Com o fim anunciado de uma longa ditadura de Fidel Castro em Cuba, já se estão a tentar formar outras, do mesmo estilo pró-esquerdista, como são os exemplos mais gritantes da Venezuela de Hugo Chaves, e a Bolívia de Evo Morales, entre outras.
Sim digo outras, porque outros populistas ainda ensaiam á sua maneira, o mesmo caminho, por vezes mais longo, tendo, um mesmo objetivo final em vista.
O próprio Brasil, que de democracia tem alguns pingos, mas que vive como Nação eivada de uma classe política de forma predominantemente corrupta, pode sofrer também essa tendência, se caminhar para um plebiscito para sufragar o eternizar do populista demagogo Lula no poder da Republica Federativa.
Mas nem só na política, temos que ter uma vivencia de acordo com a necessidade do propósito, do assumir a liberdade e conhecimento e as formas de convívio com os amigos, ou com outros indivíduos com formas de pensar e agir diferenciadas. A liberdade de cada um só começa no preciso instante em que acaba a dos outros e importa sempre saber respeitar todos os outros nas suas máximas diferenças.
Eu felizmente nasci fora das duas grandes guerras mundiais, em termos temporais e geográficos, mas num País que sem ter vivido internamente os dois conflitos de modo bélico, foi largamente influenciado por esses dois conflitos mundiais. Um País que passou por uma ditadura de certo modo com características profundamente de raiz fascista, sem cair na tentação da objetivação totalitária, muito embora de raízes profundamente influenciadas por um pensamento claramente nacionalista. Os maiores expoentes entre outros foram Oliveira Salazar, Cardeal Cerejeira e um dos mentores de tudo o que podia e não podia funcionar, um homem quase sempre na sombra chamado António Ferro. Desse trio de pensadores, acabaram por florescer pilares importantes, para a manutenção e o desenvolvimento da ideologia dita “salazarista” como a Mocidade Portuguesa e a Ação Nacional Popular, e o chamado orgulho da raça, para não esquecer uma das máximas do “Deus, Pátria e Família”.
Depois de 1974, com a chegada da Revolução, conheci um pouco do outro País, do outro Portugal, onde estavam a tentar impor o outro extremo da escala ditatorial, o totalitarismo apoiado no “comunismo” na sua forma mais primaria e destrutiva da sociedade. Nessa época eram exemplos, o combate a algumas liberdades, de que foi um bom exemplo a crise do Jornal Republica, e a clara libertinagem da ocupação da propriedade privada, em especial no Alentejo, bem como a absorção do sistema produtivo e industrial privado, numa clara tentativa de dominação de raiz proletária, que deu resultados desastrosos em Portugal, de todos conhecidos, e catastróficos em alguns outros Países, que se deixaram emaranhar nessas doutrinas utópicas sem fundamentação realística, nomeadamente nas antigas colônias, e em várias Republicas do Leste Europeu.
Foi no choque claro e determinante dessas duas ideologias que se foi formando o meu pensamento social e político, acabando por nascer em mim um homem que racionalmente não é assumidamente nem de esquerda nem de direita, não sendo para todos os efeitos um centrista na verdadeira raiz da palavra: “centrista”.
Leio, observo sempre que possível no local, e retiro as minhas próprias conclusões de forma livre e objetiva, momento a momento, ato a ato, e sem ser um marginal do sistema político, assumo que possa de certa forma ser visto, por alguns como; um anarquista ideológico, que retira pontos positivos tanto á direita como á esquerda do sistema político.
Sei! Isso eu sei, e assumo que o sou, e sempre fui realmente polemico!
Tanto sou polemico a nível político como pessoal, pois não gosto nem admito no meu circulo de conhecimentos e convívio, quem faz dos mistérios a sua arama. É um direito meu, com uma liberdade total, liquida e cristalina o não gostar desse tipo de gente, ou de atitudes, talvez por isso mesmo seja como sou na política e Ateu na Religião.
Gosto de coisas claras, límpidas, cristalinas. Só admito os subterfúgios poéticos de Fernando Pessoa, em tudo o resto da minha vida, e em tudo o que gira em redor dela, exijo muita limpidez e frontalidade.
Nunca militei em partidos de esquerda, respeitando tudo quanto de bom podem ideologicamente poder comportar, nomeadamente na sua vertente social em algumas questões de primordial importância para a minha formação, sem entrar no apoio a determinadas utopias, verdadeiramente voltadas para políticas inconseqüentes.
Militei efetivamente em dois partidos, da chamada zona política do centro direita portuguesa, sem ser assumidamente de direita, mas continuando sempre a defender aquilo que considero em cada momento, o mais importante e fundamental para o País, e sem qualquer hipocrisia, obviamente, o que é mais importante, para aqueles que estimo, e amo, e para mim próprio enquanto cidadão.
A minha primeira filiação partidária foi na J.S.D., Juventude Social Democrata, e simultaneamente no P.P.D./P.S.D., Partido Popular Democrático/Partido Social Democrata, teve mais que ver com um sentimento de absoluta convicção ideológica, personificada numa figura que doutrinariamente tinha um rumo, um objetivo, bebido no que de mais avançado se tinha em termos de Social Democracia na Europa, o exemplo Sueco dos anos 60, 70 e 80.
Esse rumo, essa convicção transformista para um programa ideológico adaptado ás realidades do Portugal dos anos 70 e 80, e compactado num Partido, o PPD da época, liderado pelo Dr. Francisco Sá Carneiro, um conhecido Advogado do Porto, embora nascido no alto Minho, Barcelos, perto do berço de Portugal, era para mim; o espelho da necessidade social e política do Portugal daquela época. Esta situação acabou por ver todas as propostas pessoais e políticas do então líder, serem jogadas por terra, num acidente aéreo, que de acidente nada teve, e só mesmo a grande hipocrisia dos homens pode levar a essa simplista conclusão.
Francisco Sá Carneiro, na verdade foi, e com toda a certeza, assassinado no inicio dos anos 80, por representar uma clara ameaça para, um determinado Portugal, que sentia que uma nova era estava a nascer. Esse novo Portugal existia já, na sua cabeça e nas ambições desse grande artífice político.
Por outro lado, Adelino Amaro da Costa, havia descoberto um imenso escândalo, envolvendo comercio de armamento, e outras jogadas palacianas, envolvendo elementos ligados á extrema esquerda e também á estrema direita.
O País que esses dois gênios da política nacional imaginavam, era um País; á imagem de uma França, que eu conheci pela primeira vez em 1984, e que consegui ver e sentir como uma Nação 25 anos, pelo menos, avante de Portugal em termos sociais, ideológicos e políticos, e muitos anos mais á frente em termos de liberdade e de cultura, sem deixar de ser profundamente nacionalista.
Um País que mesmo em relação á Espanha, anteriormente atrasada, já começara naquela época a dar cartas a um Portugal que parecia parado no tempo.
Uma Itália que na zona Norte da Europa ficava a anos luz, para não falar de uma Suíça ou mesmo em termos comparativos específicos de uma Bélgica, ou até mesmo a Grécia e até mesmo a Turquia.
Aqueles meses na Europa, naquela Europa que me foi dado ver, naquela mesma Europa que hoje é parceira de Portugal na família atual da Comunidade. Nações para as quais Portugal, lamentavelmente, naqueles anos 80 podia ter apenas miragens.
Não posso afirmar que a culpa de toda aquela distancia que os meus olhos viam, era de um regime de quatro décadas de portões meio fechados, e costas voltadas para o mundo real, a que Salazar e os seus companheiros de regime, tinham conduzido Portugal.
No entanto, o meu sentimento perante os fatos concretos que podia observar, era que: A esquerda, existente em Portugal, nos anos 70 e 80, não queria muito progresso. Falava muito, diria eu, “berrava” e gritava muito, sobre a importância do social, mas isso era só ruído de fundo, estava somente transformada isso sim, numa imensa maquina política de caça a privilégios e “tachos”.
Aquele Partido Socialista que Mario Soares acabava de deixar, para se tornar candidato a Presidente da Republica era um ninho de interesses, espalhados um pouco por toda a máquina governativa.
Soares e os seus bons rapazes, como que sufocaram os Ministérios de “boys”, tentando dessa forma; controlar a maquina governamental ao nível ministerial. Imaginaram eles, á boa maneira soviética, que ao controlarem os Ministérios nos níveis médios e inferiores, controlariam eleitoralmente o País, nada, porém de mais errado. O povo não se comporta como mero “cão de fila” ou “pau mandado”. O povo altera a sua forma de estar e pensar de acordo com o volume de notas que lhe entram e saem mensalmente da carteira, e o Partido Socialista, para alimentar o “monstro” imenso, que pariu com a proliferação de empregos e mais empregos espalhados pelos Ministérios, teve que criar ao mesmo tempo alimentação orçamental, através da criação de impostos. Para conseguir manter a maquina alimentada salarialmente, e minimamente operacional, ainda teve que gerar mais impostos, e isso acabou por criar-lhe anti-corpos á sua governação, por parte daqueles mesmos que tinha andado a espalhar pelos gabinetes e repartições, pois não se podia subjugar a população com a criação de novos impostos, todos os dias, para sustentar um autentico “monstro”.
São estes anos, desde a morte de Francisco Sá Carneiro. A derrota presidencial do candidato Soares Carneiro, frente a Ramalho Eanes, e a criação entretanto do chamado Partido Presidencialista, o P.R.D. – Partido Renovador Democrático, criado á imagem de Eanes, e a manutenção de Mario Soares e das suas políticas, como Primeiro Ministro, que contribuíram, conjuntamente com a “badernice” da gestão dos anos 70 pela esquerda totalitária, para o nascimento e crescente aumento de funcionários em alguns Ministérios, e a carência humana em outros, chegando ao estado comatoso da função publica e do Estado nos dias de hoje.
Este processo não se desenvolve de um dia para o outro, leva anos e anos, tal como uma doença crônica, e para tentar corrigir este processo, vão ser necessários ainda mais anos, e muitos sacrifícios pessoais.
Como a criação de pólos eleitorais nos Ministérios, parecia ser inicialmente, em termos eleitorais, uma medida muito útil e boa. Assim o poder local resolveu imitar o poder central, e encher também os diversos órgãos autárquicos de funcionários, e ainda de mais funcionários. O resultado dessa atitude, também esta hoje já á vista um pouco por todo o País, com os Municípios enterrados em dividas e compromissos bancários, e na sua maioria com cerca de 50%, ou em alguns casos mais das suas receitas destinadas exclusivamente ao pagamento de honorários de pessoal. Criaram assim compromissos bancários ao longo do tempo, para poderem investir na melhoria da qualidade de vida das suas populações, uma vez que o restante das verbas se destina ao pagamento exclusivo de funcionários.
Hoje a maioria das autarquias e ministérios, emagrece a carga de honorários, recorrendo a uma política de corte no numero de funcionários e a chamada contratação externa de alguns serviços, só que esta estratégia vai custar anos de imobilismo, porque para além dos compromissos já assumidos, o Estado tem compromissos financeiros com a banca que vai ter que honrar, em muitos casos esses compromissos são de dezenas e dezenas de anos. Ficam assim gerações empenhadas em pagar os erros que outras resolveram cometer, muitas vezes inconscientemente, mas na sua maioria pela mão de gestores que mesmo conscientes dos seus graves erros continuaram a cometer e em alguns casos a agravar situações já de si bastante graves.
Veja-se o caso concreto da Câmara do Barreiro, em que um dos grandes responsáveis do grave empenhamento financeiro ao longo de anos e anos foi Julio Freire, devido à sua falta de capacidade de gestão, á sua visível incompetência bem patente em casos concretos como os TCB’s e as águas, com custos incalculáveis para o município. Hoje essa mesma personagem esta a liderar um processo de incompetência praticamente igual na Santa Casa da Misericórdia do Barreiro, com a criação de investimentos desordenados e sem fundamentação financeira. Quando terminar o seu “reinado” quem vier atrás de si, vai ter anos e anos de compromissos para pagar, arranjados por esse verdadeiro incompetente que se arma em gestor.
É neste tipo de imagem de autentico caos, com inúmeros alegados gestores a criarem dividas injustificáveis, que regresso a Portugal, no meio da década de 80, depois de dois anos passados na Europa, com extensas viagens, e com a análise da muito maior evolução estrangeira, e das novas formas de rigorosa gestão, tendo em vista a qualidade das sociedades.
Decido então que as idéias programáticas do PPD/PSD, ainda eram ainda para mim, como que a matriz programática que poderia ajudar a solucionar algo no País. Todo o ideário legado por Francisco Sá Carneiro, e essa mesma matriz estavam para mim perfeitamente atualizados, e se aplicados ainda a Portugal, essas idéias e projetos, poderiam mudar algo e contribuir para fazer de Portugal um País bem diferente, mais social, mais equilibrado e mais próximo da Europa, a tal Europa que eu tivera oportunidade de conhecer pessoalmente.
A derrota de Diogo Freitas do Amaral, nas eleições presidenciais, contra a candidatura de Mario Soares, por uma percentagem mínima, mostrou um País profundamente dividido.
O pensamento político e social, do, á época, ainda jovem líder do PPD/PSD, Aníbal Cavaco Silva, que tinha trabalhado como Ministro das Finanças, num governo da AD – Aliança Democrática de Francisco Sá Carneiro. E que por sua vez tinha diretamente bebido muito do seu saber e ideais, para além de conhecer os projetos que tinha deixado por terminar, foram determinantes para o preenchimento da minha ficha de adesão como Militante da JSD e do PPD/PSD.
No fundo o meu primeiro ato político havia sido o ter assumido a representação, numa mesa eleitoral, da candidatura de Diogo Freitas do Amaral, pior que isso eu tinha conseguido levar a minha mãe a assumir também o apoio aquela candidatura de ruptura com o presente e o passado de Portugal. E ela própria esteve também numa mesa eleitoral, assumindo como delegada representante da candidatura da AD, nessa altura batizada de “Viva Portugal”, e assim aconteceu tanto na primeira como na segunda volta dessas eleições.
Para um jornalista, como na época eu era, foi o assumir, até mesmo a nível familiar, que as minhas, e nossas, idéias, o nosso pensamento político e social, navegavam em águas bem diferentes das da maioria local, que era por larga maioria ‘comunista’. Mas claro que isso não era já surpresa ou segredo para eles, pois os meus artigos jornalísticos eram muito claros e transparentes em termos da definição do meu pensamento político e social.
Por outro lado eu que sempre usara da palavra em Assembleias Estudantis e Clubisticas, descobri que na verdade em termos de oratória, embora não fosse nenhum tribuno de encher a praça, como costuma dizer-se, também não deixava ficar nada mal os meus créditos, fosse que opção fosse, perante uma platéia.
A diferença era nula, e apenas tinha que continuar a assumir, defender e transmitir, olhos nos olhos, da platéia as minhas idéias sem alterar nada da minha forma de ser e estar na vida, sempre frontal e irreverente, mesmo perante platéias adversas, como aquelas onde eu adorava usar da palavra, para sentir a capacidade de conseguir calar um auditório e de ao mesmo tempo, ter a capacidade de o conseguir virar, tornado uma platéia inicialmente adversa para ao longo da intervenção numa platéia domesticada e voltada para o apoio declarado a novas idéias, e isso eu amava fazer, porque intimamente me dava um enorme gozo, iniciar sendo xingado e terminar aplaudido.
Assim, comecei a comparecer a Assembléias Concelhias, tanto do Partido como da JSD, e logo após o próprio Francisco Mendes Costa me ter convidado, para militante do PPD/PSD, na noite da derrota eleitoral, da segunda volta das presidenciais, entre Freitas do Amaral e Mario Soares. E como era um momento particularmente difícil para o Partido, pois um dos compromissos por parte de Cavaco Silva, no Congresso da Figueira da Foz, onde ganhou o Partido, tinha sido a candidatura presidencial de Freitas do Amaral. O que significava naquela época, uma proposta de ruptura com o passado, uma proposta de novos rumos para o Partido e para o País, e logo ele que tinha ficado nas mãos com um Partido dividido, e agora também um País dividido, e ainda por cima não dispunha de maioria absoluta para poder governar tranquilamente. Eu face a tudo isso, convictamente, aceitei passar a militar no Partido Social Democrata.
Eleições antecipadas eram uma saída para a crise, pois encontrando-se o Partido em minoria e com um Presidente da Republica hostil, a convivência sem uma maioria, seria terrível, daí que o melhor seria clarificar a situação de uma vez por todas.
Recordo também muito bem essa noite eleitoral, na sede do PPD/PSD do Barreiro, e como o homem aparentemente sereno, que eu tinha entrevistado dias antes, estava naquela noite algo nervoso, triste, muito triste, e talvez devido á preocupação perante a situação política. Estava branco como a cal das paredes. Esse era o novo Francisco Mendes Costa, que eu ainda não conhecia nessa sua faceta. Não consigo recordar qualquer depoimento seu, efetuado nessa noite, mas acabei por fazer um apontamento pessoal, que foi publicado num dos jornais locais, assim com os resultados eleitorais do Concelho, e a analise a nível Nacional e Local, e as perspectivas de futuro próximo para o País, em que não errei praticamente uma linha, inclusivamente a necessidade de uma maioria para criar estabilidade a nível nacional, como veio realmente a acontecer poucos anos mais tarde.
O que ainda recordo foi que assinei nessa mesma noite a minha ficha de adesão ao PPD/PSD e á JSD, e o fato curioso da mesma ter vindo a merecer, alguns dias depois, algumas reservas por parte de João Monteiro, que não me conhecia de lado algum, e eu muito menos o conhecia de “porra” de lugar algum, e também de alguns elementos ligados á JSD, que eu também não conhecia de lugar algum, e eles a mim muito menos, tirando claro os artigos nos órgãos de comunicação social, e as minhas intervenções em estações de rádio, no entanto as fichas de adesão foram aprovadas por larga maioria, contrariando esses sépticos.
As assembléias concelhias aconteciam temporariamente tanto no PPD/PSD, como muito mais raramente na JSD, e eu usava da palavra quando assim o entendia, de modo totalmente livre e sobre temas que reputava de importantes, ou que dominava preferencialmente, e ao mesmo tempo discursando de forma clara e frontal, sobre como o Partido estava a ser conduzido no Concelho do Barreiro, personificado numa única pessoa, nada mais, nada menos do que por Francisco Mendes Costa, que diga-se em abono da verdade, era de certa forma, nessa época um líder só, pois ao seu lado contava com algumas, poucas, figuras apagadas, muitas delas bem mais interessadas em retirar algum proveito pessoal do que em assumir claramente diretrizes ideológicas próprias, ou porque lhes faltasse ‘Q.I.’ e alguma massa encefálica suficiente para assumirem o seu pequeno pensamento, ou porque era mais fácil abanar a cabeça e dizer sim, a tudo quanto o líder local apontava como sendo o melhor caminho. Assim figuras como João Monteiro, Fernando Cruz, Fernando Silva, Bernardino, Marlene Abrantes, Pinto Monteiro, Humberto Gorjão, Clarimundo Pereira e muitos outros, navegavam nesse navio de águas mansas, com o “Almirante” Mendes Costa, na ponte de comando, puxando os ‘cordelinhos’ como se eles fossem meras marionetes manobrados pelas suas mãos, cometendo assim o obvio erro pessoal, aliás nunca pessoalmente assumido, de dessa forma desgastar a sua figura, que se devia resguardar, para se preparar para outras batalhas bem mais importantes. Para além de outros diferenciais de gestão, era acima de tudo esta a minha grande sensibilidade em relação a Francisco Mendes Costa, pessoa que sempre considerei um bom estrategista e político astuto e hábil na manobra da política local, debaixo daquele seu simples metro e meio de altura.
Depois surgiam figuras que apoiavam o “Almirante”, mas que tinham a vantagem de ter idéias próprias, mas que; tinham algum receio em as vir a admitir, ou demonstrar claramente, tornando publicas as suas opiniões, com receio de poderem ser tomados como meros “marinheiros amotinados”. Destes, pelas muitas conversas havidas ao longo dos tempos destaco o José Carlos Lopes, Álvaro Ferreira, Gonçalo Rego, Bencatel, Fernando Pineza, e até o Barbosa ex-diretor do Centro de Emprego do Barreiro, que nos momentos sóbrios tinha algum pensamento próprio e que anos mais tarde deixou de militar no Seixal e veio para o Barreiro.
Do outro lado da barricada, estava a chamada oposição interna, que se baseava em termos de oposição efetiva, numa ausência constante da sede concelhia e presenças ostensivas somente quando se realizava alguma assembléia Concelhia do Partido, mas sempre com muito fraca expressão e liderada por um lado pelo Adolfo Vitorino e por outro pelo Oliveira Soares, como oradores, e apoiados por alguns poucos adeptos, muitos deles mais por terem sido deserdados ou expulsos do navio do “Almirante Costa” do que por convicção plena, em termos ideológicos, da necessidade de um novo rumo na estratégia da política local, como por exemplo o Engº Vilela, que outrora fora Presidente da Concelhia, e agora era apenas um mero elemento da oposição.
Dentro das estruturas do Partido em termos autônomos existiam os Autarcas – Associação Nacional dos Autarcas Social Democratas, que como os Autarcas do Concelho eram controlados pela maioria, também essa estrutura era liderada pelos mesmos, manobrados diretamente por Mendes Costa e o seu grupo de diretos colaboradores.
Os trabalhadores, TSD – Trabalhadores Social Democratas que; por falta de orgânica própria, eram também comandados pela maioria e a JSD, Juventude Social Democrata, uma estrutura de jovens com singelos 87 militantes em 1986/1987, liderados á época pelo Paulo Freitas, que embora com idéias próprias, não era, por razões profissionais, mais do que um simples e fiel seguidor das estratégias de Francisco Mendes Costa.
A Estrutura de Juventude não crescia mais em termos de militância, pois era importante manter um chamado clube fechado e restrito, e assim muito facilmente controlável, para não se perder o controle eleitoral interno, se bem que estivesse profundamente dividido em 3 grupos.
Assim Paulo Freitas, como Presidente, liderava um dos grupos, alegadamente o com maior numero de militantes, que dessa forma ia controlando a concelhia. Existia ainda um grupo de oposição, liderado por descontentes como o Carlos Vitorino, e ainda, um outro grupo de descontentes, que nem apoiavam nem um grupo nem o outro, simplesmente nem compareciam nas instalações da sede.
A maioria tinha a sua situação perfeitamente esclarecida em termos de subserviência ao Partido, uma vez que salvo raras exceções, em termos profissionais deviam algo, pelo menos o favor da colocação profissional. No entanto algo idêntico se passava no Partido nessa época, esta estratégia era particularmente utilizada por Mendes Costa, que assim movimentava as suas influencias, na tentativa de dessa forma fixar votos e apoios. Ao mesmo tempo, ia arranjando colocações e ampliando a sua rede de apoios eleitorais internos. Essa mesma estratégia foi tentada comigo pessoalmente, mas sem qualquer êxito, quando me foi oferecida uma colocação política no Ministério do Trabalho, IEFP, no Centro de Emprego do Barreiro, sem que eu me tenha deixado vender ideologicamente. Essa derrota moral contrariou e enervou muito, algumas cabeças pensadoras da época, que entendiam ser essa uma das formas de me tentar domar, e assim me dominar no sentido de apoiar a causa da chamada maioria.
Nos casos particulares da JSD existiam alguns exemplos, por antiguidade o João Azevedo, que tinha sido Presidente da JSD e foi colocado na sede nacional do Partido em Lisboa, e daí na Comissão Nacional de Eleições, e como que desapareceu do Barreiro, para não incomodar. Outro seu companheiro de Comissão Política da JSD, foi como que despachado para a Câmara de Oeiras, e outro ainda para a Câmara de Sintra.
A situação do Paulo Freitas era o maior exemplo, dessa política de colocações, pois tinha sido colocado na Câmara do Barreiro, pelo próprio Mendes Costa, quando era Vereador do Transito. Os apoios do José Carlos Lopes tinham que ver com a sua colocação na Rádio Antena 1, e os Pineza’s na TV. O Fernando Cruz que trabalhava com o pai, recebia por via deste, apoios para a falida empresa familiar de madeiras.
E no Partido tínhamos ainda a situação do Barbosa no Centro de Emprego, e do João Monteiro nos CTT. Muitas mais situações aconteceram ao longo dos anos, um pouco por todo o lado.
Atendendo á minha postura frontal e irreverente e de certa forma incomoda para o Partido, a chamada oposição da JSD, liderada na época por Carlos Vitorino, resolveu apostar em mim para tentar ganhar a JSD, liderada pelo Paulo Freitas e que iria apresentar o Luis Pineza, como candidato á sucessão.
A minha aposta, após o convite que me foi feito, era tentar ganhar a JSD, com uma nova postura, com novidade e como forma de tentar mudar algo no Barreiro a nível do próprio PSD num futuro a médio prazo.
Um dia pela manhã, fui visitado na redação do jornal “Voz do Barreiro” do qual era na época Chefe de Redação, pelo Carlos Vitorino e pelo Álvaro Ferreira, efetivando um convite para uma candidatura á liderança da JSD do Barreiro.
A entrada na política ativa, era para mim naquela época, algo muito longe das minhas cogitações pessoais, que nesses tempos estavam voltadas na sua totalidade para a comunicação social, tanto falada como escrita.
Acabei por lhes pedir algum tempo para pensar e decidir, pois para além de existirem as duas possibilidades em aberto, de ser eu ou o Álvaro a liderar a lista, sendo que o que não lidera-se ficava como Vice-Presidente, ficando assim eu, ainda com algum tempo livre para a comunicação social, e menos exposto. Eu fazia questão de não misturar política com jornalismo, em caso de liderança da lista, pois não entendia a possibilidade de liberdade de opinião num mesmo Concelho, entre jornalismo e política ativa, ainda por cima na liderança.
Assim, decidi conhecer a militância para ter uma imagem real do que poderia ser a JSD atual e futura, para além das reais possibilidades de uma candidatura vitoriosa, uma vez que eu, como em tudo na vida, não gosto de entrar para perder.
Foi facultada uma listagem e com a prestimosa ajuda do Carlos Vitorino, fiquei a conhecer um a um os militantes fixos, da suposta maioria da JSD do Barreiro, ao mesmo tempo iniciei uma visita detalhada aos restantes militantes, para saber da sua real situação e posicionamento político, perante a nossa candidatura.
Este contato, sondagem, porta a porta dava a JSD do Barreiro como que efetivamente dividida em 3 grupos quase iguais, ou seja a lista que iria ser encabeçada pelo Luis Pineza, a nossa lista e um outro grupo de militantes que jamais votariam em nenhuma das duas candidaturas, mas que em ultima instancia poderiam votar em nós, por uma questão de voto de protesto, um vez que afirmavam já não acreditar em muitas mudanças, e que tudo continuava na mesma e outros ainda que afirmavam já nada ter que ver com a JSD e o PPD/PSD.
Depois de analisar muito bem todas as possibilidades, cheguei á conclusão de que aquelas eleições eram um tremendo desafio, que se iriam disputar por um máximo de 3 votos de diferença, para um dos lados, e que essa diferença só poderia acontecer se todos comparecessem e no momento do debate 2 ou 3 votos fossem ganhos para a nossa proposta.
Mais um fator a dificultar era ainda por cima o Álvaro Ferreira, que acabou por ficar assente ser meu Vice-Presidente, e que não iria estar presente, e dessa forma nem votaria nele próprio, o que constituía logo á partida um voto negativo, uma vez que no dia das eleições estaria nos Açores em gozo de um período de ferias.
Resolvi apesar de tudo avançar e apostar.
A minha vida, até hoje, sempre foram apostas e constantes desafios, e quanto mais difíceis eles são, mais se tornam de certa forma, instigantes para mim.
O Partido pressentindo a grande ameaça da nossa candidatura, apostou todas as suas cartas na lista contraria, disponibilizando apoios vários, como viaturas e dinheiro para a campanha, liberdade em termos logísticos para poder utilizar o telefone livremente desde a sede, e outros apoios. Por outro lado o Oliveira Soares decidiu jogar nos dois tabuleiros, e tanto dava apoio a uma lista como á outra, na verdade ele sempre foi assim. Um cidadão tipo vira-casaca á portuguesa, um indefinido, que quer papar tudo, e normalmente no fim acaba por não papar nada.
Eles tinham assim toda a máquina na sua mão, e larga vantagem neste aspecto. Acontece quase sempre que quem está no poder utiliza o poder para se tentar manter, controlando a maquina política. Neste caso nem o fato de alguns membros da Comissão Política Concelhia do Partido, nos serem afetos, nos trazia alguma vantagem, ou diminuía de alguma forma os apoios que estavam concentrados no lado contrario.
Por outro lado ainda podíamos contar com algumas jogadas contrarias, protagonizadas pelo Oliveira Soares, alias o atual dirigente dos Bombeiros do Barreiro sempre foi assim, um exímio manipulador, um dualista, que gosta de se rodear de “nulidades” como é atualmente a sua parceria com Manuel da Luz. Claro que esse tipo de atuação tem valido algum ostracismo interno em termos de cargos. Sempre foi uma personagem que ambicionava dar um salto bem maior do que a sua perna, sendo o seu maior sonho a Vereação da Câmara do Barreiro, ou mesmo algo maior, no entanto nunca conseguiu dar esse pulo a seu gosto. Embora graças ao Dr. Joaquim Eduardo Gomes, então Presidente da Distrital de Setúbal do PPD/PSD, lhe tenham facultado alguns “tachos” de pequeno porte, para o irem entretendo, e irritando direta e indiretamente, de certa forma o Mendes Costa.
No caso concreto da JSD do meu tempo, nada lhe devemos, não fez mais do que a sua obrigação, e nós só tínhamos o nosso crer, vontade, e mais do que tudo um projeto concreto para o futuro dos jovens do Barreiro.
Assim, juntamos os poucos apoios de cada um dos candidatos, e fomos á luta. Foi a primeira campanha da JSD do Barreiro, feita em moldes por assim dizer inovadores, com um orçamento, escasso diga-se, mas um orçamento de campanha para ser cumprido, e recordo que na época foi de cerca de 40.000$00, um programa de candidatura baseado numa moção de estratégia por mim escrita, e apoiada por todos os membros candidatos da equipa. Preparado e enviado para todos os Militantes, sem exceção, por via postal, e onde foi possível também efetuar algumas entregas porta a porta, na mão dos próprios Militantes, num ultimo pelo ao voto.
Durante a campanha, e como a oposição não dispunha de um espaço próprio para se poder reunir, acabamos por adotar o café Skipy, próximo da sede do FC Barreirense e tipografia do pai do Helder Madeira, como sede de campanha e candidatura, e ali passávamos algum do nosso tempo. Foi ali que concluímos as maquetas finais do programa eleitoral e candidatura, e foi também dali que; fizemos o ponto de encontro, no dia das eleições, para concentrar os militantes nossos afetos, antes de seguirmos em grupo unido até á sede no dia e hora das eleições.
Por outro lado também conseguimos alguns apoios desinteressados de militantes, que disponibilizaram viaturas, para se poderem ir buscar militantes que habitavam, em locais, mais distantes da sede. Nomeadamente na zona rural, e que não tinham muita disponibilidade de transporte para poderem deslocar-se, participando na Assembléia. Tudo acabou por correr quase na perfeição, e posso assegurar que foi a eleição, que até hoje, me deu mais prazer em participar e disputar, pessoalmente, como líder de uma das listas, de todas as muitas eleições em que liderei listas a determinado órgão ou lugar. Tão saborosa como esta eleição e vitória, só recordo mesmo, a que disputei no Hospital de São José em Lisboa, como candidato a representante administrativo no Conselho Geral. E que obviamente com muito maior numero de eleitores, vim a conseguir ganhar por maioria absoluta, logo na primeira volta, o que nunca tinha acontecido até então na historia do Conselho Geral, do HSJ para aquela área.
Aquela tarde na sede da JSD do Barreiro foi de intenso e verdadeiro debate político, sobre os programas eleitorais, o passado o presente e o futuro da JSD. Em especial Álvaro Ferreira, que tinha pertencido á Comissão Política que cessava funções, foi largamente atacado, mesmo não estando presente, comigo sempre a não deixar cair em saco roto os ataques, muitos deles até pessoais.
Uma tarde com intervenções acaloradas e esclarecedoras para todos os militantes presentes, e que tornou aquela eleição a mais participada de sempre na JSD do Barreiro até aquela data, pois dos 87 Militantes inscritos, acabaram por votar 61.
Por outro lado, das informações que até hoje me chegam, aquela foi a Assembléia Eleitoral com o debate mais longo e produtivo para o futuro da organização no Barreiro, realizada até ao dia de hoje. Naquele dia analisou-se a fundo o que os Militantes queriam realmente para a JSD do Barreiro, no futuro, e depois desse dia, realmente nada voltou a ser igual.
Quando se deu inicio á votação, já a noite caia, eu; intimamente era já um vencedor!
Eu me senti um vencedor, por considerar que tinha ganho largamente o debate, contra verdadeiros pesos pesados da JSD do Barreiro, daquela época, como o José Carlos Lopes, Fernando Cruz Filho, Luis Pineza, Paulo Freitas, entre muitos outros quadros com projetos e preparação no seio da organização local, como o Carlos Ramos e tantos e tantos outros que naquela tarde usaram da palavra.
Pelo nosso lado, salvo raras exceções e algumas intervenções do Carlos Vitorino, eu naquela tarde estive totalmente só contra o “Mundo”.
Quando o Secretario-Geral da Distrital de Setúbal da JSD, Manuel Mourinho anunciou; o resultado da contagem dos votos, fez-se um silencio enorme na sala, eu escutei serenamente o resultado no fundo da sala, como sempre gosto de fazer, entre os Militantes, que são na verdade quem decide, e quando o Mourinho anunciou a Lista – A liderada pelo Luis Pineza com 30 votos, eu já sabia que tinha ganho.
Em seguida anunciou a Lista – B com 31 votos, liderada por mim. Foi como um imenso alivio. Eu não tinha errado, éramos vencedores por 1 (um) simples voto, os votos foram recontados mais umas duas vezes, dentro da sala fechada da JSD, perante representantes das duas listas, e diversos membros da Distrital de Setúbal presentes. De entre os vários membros incluía-se o próprio Presidente da JSD Distrital, Nuno Silvestre, que assim como os restantes membros, só nesse dia conheci pessoalmente. Mas não havia duvidas, éramos mesmo os vencedores!
A abertura da porta, e o sorriso estampado no rosto do Carlos Vitorino, mandatário da minha lista, confirmavam tudo, e sobretudo, o espantoso resultado final, ainda por cima por um voto.
Tínhamos, ganho a JSD do Barreiro, e terminado com uma época e um estilo muito próprio de fazer política!
Quando usei em seguida da palavra, já como novo Presidente eleito da Juventude Social Democrata do Barreiro, a sala continuava cheia de militantes que me apoiaram, e até de alguns adversários que com toda a dignidade de derrotados, souberam dar-me os parabéns pela vitória. Todos aplaudiram, tantos os da oposição como os meus potenciais votantes, a minha chamada á mesa dos trabalhos, como novo Presidente e para assim usar da palavra, nessa qualidade.
Recordo que anunciei que o programa, ao contrario de outros exemplos anteriores, de que tinha tido conhecimento, era para cumprir e acabou mesmo por ser ultrapassado em alguns pontos. A JSD do Barreiro jamais voltaria a ser a estrutura de jovens com Militantes de 1ª e Militantes e 2ª, seriam todos Militantes iguais, todos Militantes da JSD, o que também se conseguiu concretizar enquanto fui Presidente Concelhio. Por outro lado o Partido teria que nos respeitar com estrutura autônoma, e jamais se voltaria a permitir ingerências internas, o que também veio a acontecer nos meus mandatos e muitas vezes com que custos, mesmo pessoais para mim, e de que formas mais estranhas quantas vezes!
A JSD do Barreiro realmente nunca mais voltou a ser a mesma desde esse dia, e o que antes era uma estrutura organizada para fazer umas gracinhas e; colocar uns cartazes e pendurar umas bandeirolas, para além de fazer algum trabalho “sujo” ao Partido, tornou-se sem duvida na maior organização política de juventude do Concelho do Barreiro, superando mesmo a JCP – Juventude Comunista Portuguesa, em resultados efetivos. Divulgada inclusivamente essa nossa grandeza em jornais nacionais e de modo insuspeito, por jornalistas e comentadores que até eram da área comunista, e comentaram ser com muita preocupação que observavam nessa época este fato político.
A JSD do Barreiro passou dos 87 Militantes do dia da minha eleição, para algumas centenas, e em termos financeiros passou dos 5.755$00 que nos foram transmitidos pelo Paulo Freitas, para algumas centenas de contos, transmitidas ao meu sucessor.
Passamos a conseguir participar em todas as campanhas escolares do ensino secundário, e inclusivamente num dos anos da minha presidência conseguimos conquistar todas as associações de estudantes do Concelho do Barreiro, e conquistar ainda a Associação de Estudantes do Vale da Amoreira, no Concelho da Moita, que nessa época ainda não tinha JSD organizada, um fato inédito, de que nem a JCP algum dia se pode orgulhar.
Dessa maravilhosa equipa não posso passar sem nomear o Álvaro Ferreira como Vice-Presidente, Antonio Melro como Secretário, Fernanda Rodrigues como Tesoureira e os Vogais, Paulo Afonso, João Ilídio, David Figueiredo, Maria do Céu, e como Vogais Suplentes o Sidonio Sousa e o Joaquim Núncio.
O PPD/PSD passou a ter que nos respeitar de igual para igual, e após as eleições do Partido local, realizadas meses depois, tiveram que assinar um termo de acordo de parceria e responsabilização com direitos e deveres em termos de receitas e despesas e posicionamentos políticos. Ficaram também acordados apoios para as eleições das Associações de Estudantes e outros apoios para a organização, bem como a disponibilização imediata das quotas dos militantes da JSD que eram simultaneamente militantes do Partido, e que passaram a ser da responsabilidade da JSD. Nessa altura a JSD deixou de ser vista como o simples grupo de bons rapazes, que serviam simplesmente para colar cartazes e subir aos postes para colocar bandeirolas.
A nível Distrital também a JSD passou a ser respeitada e a ter uma representação condigna, e as primeiras vezes em que o Barreiro passou a ter mais do que um simples elemento na Comissão Política Distrital de Setúbal, como até então acontecia no melhor dos casos.
A nível local a JSD passou a ter voz ativa na comunicação social,e mesmo a nível regional e nacional passamos a ter algumas noticias, periodicamente, devidamente divulgadas, nomeadamente por termos criado um gabinete de imprensa de que nem o Partido se podia orgulhar de possuir e ter divulgado e acabado com certos tipos de compadrio em cursos de formação profissional e outras situações menos claras, onde inclusivamente e de forma bastante infeliz, se movimentavam alguns elementos do Partido.
A minha imagem pessoal que já era de difícil digestão para o Partido no Barreiro, ficou mesmo intragável, e a luta política interna teve o seu inicio, culminando 6 anos mais tarde com a vitória nas eleições para a Comissão Política Concelhia do Partido, e o fim da era do grupo liderado pelo Francisco Mendes Costa, copiosamente derrotados nessas eleições.
A política na nossa vida representa tudo, mesmo que não estejamos empenhados de forma efetiva no desenvolvimento dessa mesma política.
Eu nessa época da minha vida optei por fazer parte da política ativa, e não me deixar comandar pelos políticos, mas fazer também parte das escolhas e decisões desses mesmos políticos.
Se me perguntarem, passados todos estes anos, se considero pessoalmente se fiz bem, ou mal, nessa minha opção de vida, terei que responder que nem poderei dizer que sim, nem que não.
Muito do que fiz na política ativa, ao longo de quase duas décadas, é muito por um lado e pouco por outro, do muito que poderia ter realizado e ajudado a realizar, com outras condições materiais.
No entanto algo eu não posso deixar de vos dizer; tal como na vida, é que fiz política com muito prazer, e tal como na minha vida, só fiz aquilo que me apeteceu fazer, e nunca me deixei comandar por nada nem por ninguém, para fazer algo contra a minha personalidade. Foi para mim um orgulho enorme ter liderado a JSD do Barreiro durante aqueles anos, e puder contar com equipas de colaboradores, tão boas, e com Militantes tão fieis e empenhados numa causa comum.
Fazer política com prazer; podem acreditar que é para mim uma sensação tão boa como poder desfrutar de múltiplos orgasmos, com a mulher que amamos em cada instante...
Eu realmente amei e soube amar a política no momento próprio, sim porque como tudo na vida, existe sempre uma hora e um tem próprios para tudo!
## Um comentário:
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**Viver uma determinada época das nossas vidas num local, e conviver dia-a-dia com um grupo especial de personalidades, transforma a nossa vivencia em algo que jamais podemos esquecer para o resto das nossas vidas.**
Os jovens de hoje sentem-se desobrigados de conhecer a nossa historia pessoal, cívica e política, inseridas em documentos ou pela tradição oral consistente e consciente, por “ouvir dizer”, e muitas vezes incorrem em equívocos sobre o nosso passado.
Por outro lado existem hoje excessos terríveis na educação das novas gerações, levando muitos pais e educadores a dar demais, criando facilidades que mais tarde se vão transformar em revoltas, caso mudem os tempos áureos do presente. E ai o maior erro é exatamente a ausência da humildade, pois os jovens que hoje visivelmente recebem demais, jamais amanhã reconhecerão o valor desta virtude, tornando-se assim presas fáceis do orgulho, do desespero, da desesperança.
Com efeito, hoje existem pais e mães incapazes de um simples carinho, mas sabem comprar todos os brinquedos que estejam ao seu alcance, como forma de tentar assim recompensar artificialmente os filhos, o que mais rapidamente deseduca, transformando-os em pessoas consumistas e egoístas.
Mais tarde, dificilmente esses jovens conhecerão o valor da integridade do ser, limitando a sua percepção simplesmente á posse e ao poder. Quando chegamos a esse estádio da vida, tudo esta perdido, pois não existe qualquer plástica para a personalidade.
Por outro lado a palavra respeito parece ter perdido totalmente o seu verdadeiro sentido, e aquilo a que nós latinos chamamos de “respectum”.
Ou seja; uma coisa que se guardava no peito, e agora já não serve para nada. Mas houve um tempo, o nosso tempo de juventude, passado naquele Lavradio, em que o respeito era a consciência falante da dignidade. Foi um tempo que não volta mais, e que fez de todos nós melhores homens e mulheres.
Ter vivido na Rua Grão Vasco no Lavradio, em época tão rica em termos de personalidades e acontecimentos, é algo de que me vou orgulhar por toda a minha vida. Foram vivencias que capitalizaram o meu sentido da vida, de justiça, de vida real que muitas vezes se supõe não existirem em parte alguma do mundo, mas que realmente acontecem.
Hoje, passados todos estes anos, o meu relacionamento, a minha ligação ao local é pouco mais do que simbólica. Viajar hoje lá é como que reencontrar apenas os locais, e imaginar os sons e cheiros que jamais voltam a aflorar de modo real á minha mente e aos meus sentidos.
Olhar hoje para o 1º andar, do numero 17, da Rua Grão Vasco, obriga a fechar os olhos e imaginar o interior do que foi a casa dos meus pais durante alguns anos, e no fundo a minha própria casa, com o meu quarto, os meus espaços próprios, onde guardava os meus segredos, os meus arquivos de recortes jornalísticos, alguns esqueletos de escritos nunca publicados, os meus discos, a minha intimidade.
Ir hoje aquele local é percorrer uma viagem dolorosa pelo passado, um via sacra por momentos felizes, por recordações de um passado que marcam indelevelmente a nossa vida.
Olhar para os edifícios e não conseguir reconhecer os rostos que por ali surgiam, e ver em seu lugar, nas varandas ou a espreitar por entre as cortinas das janelas, novas caras, quando antes se abriam as janelas de par em par, com todos os rostos conhecidos, familiares, é entrar numa nave espacial do tempo e, viajar anos luz para a frente neste novo tempo, e não conseguir reconhecer nada do passado, que por nós foi tão intensamente vivido.
Nos últimos dez anos poucas vezes retornei á Grão Vasco, e sempre que isso aconteceu, a melancolia tomou conta de mim. Olhar para o edifício onde morei quase duas décadas e não reconhecer nenhum vizinho, nenhuma ligação ao local em termos humanos, olhar os rostos que por mim se cruzam no meio da rua, olhando de espanto para mim, perante algum cumprimento mais saudosista de alguém do nosso passado que me acabou por reconhecer. Mas não são poucas as dificuldades de memória, e que me levam muitas vezes a que tenha dificuldade em identificar, e pensar que se hoje tudo está tão diferente, então como será amanhã, quando ninguém restar, dessa gente que compunha a imensa “família” da Rua Grão Vasco.
Hoje já são poucos, raros os rostos que me dizem algo, e pensar que; as referencias do passado, na sua maioria, já não moram ali.
Onde estão os irmãos Julio e Idalecio? No Alentejo? Na Alemanha? O Mario Resende, já partiu para a sua nova casa no Barreiro! E aquela senhora, dentuda de cabelo bem alvo, naquele R/ch, só pode ser a mãe do Azevedo, o nosso tão famoso Azedo, sim ela ainda ali resiste, ainda resistia na ultima vez que eu passei em Agosto de 2006 na minha, na nossa Rua.
Os Pelejas já mudaram á muito, e em frente o Saul já partiu para a sua ultima morada, tal como antes dele o Cabanas e o Carlos “Marmitas”, e o Alegria, e o seu vizinho Carlos Santos e até o “Pilicas”, e o meu pai e a minha mãe, e claro eu estou mais velho, e também um dia irei, para não mais voltar aquela Rua, tal como o pai do Victor “Vitinha” que não vai mais á caça com os seus furões, e que é feito do Bito, do Joãozinho, dos pais do Calado Miguel, da mãe do Pedro Super, da “Coxa” viúva do Alegria, e o Carlos da Raquel, será que ainda atiram a loiça um ao outro quando a coisa azeda, e a “Varina” e o Carlos, e o Carlitos que é dele? E o Sr. Costa, o pai do Costinha? E como será o dia em que a imortalidade chegar para o Mario Núncio e a D. Miraldina? Ai... sim! Esse dia vai acabar por chegar e ser doloroso demais para mim, pois são a ultima, a referencia final da nossa Rua, os pais do “Quim-Zé” do Mario “Marinho” e do Pedro “Pedrocas”, são assim como que os últimos guardiões da historia da Rua Grão Vasco.
E eu tenho tanto medo desse dia chegar, pois será como que o juízo final, como que o implodir da nossa Rua, do nosso mundo. O fim do fim de quase tudo o que resta da nossa imaginação de meninos e moços.
Obviamente que na vida tudo tem um principio de um fim, mas nós tentamos sempre adiar o fim anunciado, com a idéia de que se podem sempre fazer reinícios na vida, o que é totalmente falso e destituído de fundamentação.
Eu, quando ali cheguei, criança de 4ª classe primaria, encontrei no local onde hoje esta uma imensa urbanização, um quinta, sim uma quinta, a Quinta do Facho, com o rio ao fundo, era o campo, era o mundo rural ao pé da porta da urbanidade do progresso.
Hoje é só urbanismo, betão e alcatrão, é compressão humana em altura, onde antes era espaço, tempo, natureza, humanidade, hoje é a diferença total e até o tempo parece ser compassado por outro ritmo, com uma cadencia impossível de parar e totalmente acida para a vida.
Se fechar os olhos, ainda posso ver a barreira enorme que ali existia, a casa do Facho ao fundo da quinta, as palmeiras, a mina de água com as plantas de sinzal em volta, cheias de figos a despontar dos seus bicos aguçados, planta a que chamávamos cacto grande, e realmente eram mesmos cactos enormes.
E ainda recordo também o caminho de terra batida, que ladeava a propriedade e conduzia á Baixa da Banheira. Aquele caminho arenoso ali junto do Sucateiro, que recolhia as suas tralhas com a velha carroça, puxada por uma mula mais velha que o tempo, de tão velha que nem ele mesmo lhe sabia a idade.
Aquela carroça, sempre escoltada pelo cão grande, cheio de pulgas e carraças a ladrar atrás. E não esqueço também muito bem na minha memória, o outro cão grande e negro, que ele mantinha preso a uma corrente velha e ferrugenta amarrada a um pneu já sem idade e cheio de cimento, para evitar que o animal fugisse com o pneu a reboque, dali de junto da sua barraca que lhe servia de casa e escritório.
Se me concentrar muito, ainda consigo ver a minha mãe a caminhar por essa vereda arenosa, nas suas viagens diárias até a casa do meu irmão, para ir ver as netas queridas, a Carla Margarida e a Filipa Isabel. Aquelas netas que de tanto que gostavam dela, logo que ficou doente, e já não escorria com uns trocados para gastar nos vícios de criança, logo foi esquecida e nunca lhe conseguiram chegaram ao pé, para a simplesmente a visitar no Hospital. Sim o Hospital, onde acabou por vegetar os seus últimos três dolorosos anos de vida, ligada á vida artificial de que só a muito pedido pessoal, uma mão amiga a conseguiu arrancar, para viver realmente a sua vida noutra galáxia, a da sua imortalidade na minha memória.
Sim consigo imaginar a sua caminhada diária, sempre com um carrinho de compras puxado com esforço no meio do areal do caminho por um mão já calejada pelo tempo, e a outra a segurar um chapéu para se proteger do sol, o tal famoso chapéu que o meu pai dizia servir para regar as flores á meia noite...
Ai!... Como a memória é espantosa, e ainda consigo recordar o tanque grande redondo junto da casa do Facho, com as laranjeiras e os limoeiros. E do outro lado da vereda os eucaliptos enormes que abrigavam e davam sombra á barraca do cigano Toy, que surrupiava dinheiro á mãe e á velha avó, para ir trocar por uma caixa de piões que a Dona Candinha vendia na sua marquise, improvisada de loja, ali junto do tanque de natação, bem ao lado da escola primária. Esse local era mítico para nós. Era também ali, na D. Candinha, que se compravam os cromos da bola, com o “cabeçudo” do Eusébio, a ser sempre o mais difícil da caixa, e por uma vez única o Freitas do Futebol Clube do Porto, a contrariar a regra habitual, prenuncio que os tempos de gloria do “Pantera Negra” estavam a acabar, até nas caixas de cromos da bola.
Era também ali que nos era fornecida a artilharia para a loucura do carnaval, com as rabichas e os estalinhos, e claro as famosas bombinhas de mau cheiro que faziam as delicias em alguns locais.
E o café, sempre o café da nossa Rua ali como ponto de referencia e reunião de uma comunidade que vivia unida como uma família, uma comunidade que era feliz, mas que nesse tempo nem sabia o quanto!!!
Até os jogos de futebol no meio da rua, com duas pedras a improvisar as balizas, faziam parte da harmonia da rua, porque se corria, gritava, jogava para ganhar o nosso mundial, no fundo vivia-se.
Hoje abro os olhos desses sonhos intensamente vividos, e vejo simplesmente uma rua igual a tantas outras que conheço por esse mundo fora.
Uma rua que é hoje igual ás ruas cruas da vida normal, das cidades e vilas normais. Uma rua onde me dizem os jovens de hoje, que não se joga mais á bola, que hoje é um local desumanizado, criador de solidões, de abandonos, um local em que o mundo normal acabou por conseguir finalmente conquistar o seu espaço.
Antes era um mundo impossível de ser conquistado, era a Grão Vasco do Lavradio que conquistava o mundo. A nossa Rua era o mundo, era para todos nós o centro do mundo, como se o café fosse o nosso Capitolio, o Partenon e a casa de cada um, e ao mesmo tempo a extensão da casa do outro, numa vida em comunidade, no entanto cheia de independência e ao mesmo tempo de solidariedade.
Essa causa comum de viver numa certa interligação comunitária fazia-nos viver aventuras desmedidas, em termos realismo e de execução.
A chamada loucura da ida aos pássaros com rede e visco era de tal forma absorvente que com transporte ou sem, todo o mundo acabava por fazer questão de participar de forma efetiva.
Naqueles tempos, por questões de mobilidade ia-se de moto, mas o Saul não tinha medo de arriscar uma deslocação numa bicicleta puxada por uma moto.
Numa dessas gloriosas deslocações, diria mesmo caçadas, e depois de uma noitada de colocação de redes, e da recolha dos pássaros lá pela madrugada, na zona de Rilvas, resolveram regressar, e assim, ao romper do dia, lá amarraram a bicicleta do Saul á moto do Alfredo e vieram de regresso ao Lavradio. No entanto já dentro da Vila de Alhos Vedros, e após uma aceleração maior numa curva mais apertada; acabaram por deixar o Saul sair de frente de rojo pelo chão com os joelhos nos paralelos da rua.
Foi o delírio total, com os joelhos totalmente arrasados e em carne viva, e a bicicleta com o volante partido. A chegada ao Lavradio foi assim triunfal, com os joelhos mandados abaixo a sangrar e ao mesmo tempo a mulher a “zurzir-lhe” a cabeça, perante a risota geral dos presentes, que em grande número, como não podia deixar de ser, junto do café da nossa Rua, se deliciavam com o relato das aventuras da noite e madrugada.
Mas nem só de aventuras exteriores se vivia, e alguns problemas de sociedade também existiam, se bem que a comunidade soubesse lidar bem com algumas questões, como o problema do Delfim, um “homenzarão” com farto bigode, que á primeira vista, para quem não conhecia, parecia muito forte física e psiquicamente. No entanto, tratava-se de um homem a necessitar de ajuda para as suas taras sexuais, e para as imensas crises que lhe instalavam o caos na sua mente e que ele próprio assumia, dizendo que dormia sobressaltado com sonhos terríveis, tendo algumas vezes sido visto aos gritos na varanda contra os “Turras”.
A mulher e os filhos viviam em constante sobressalto, com medo que algum dia pudesse cometer alguma loucura. Ele dizia que dormia todas as noites com uma arma debaixo do travesseiro, e tudo isto devido a um trauma adquirido na guerra colonial ultramarina, onde esteve num palco de guerra difícil, tendo ficado dessa forma afetado para todo o resto da sua vida.
Mesmo defronte da casa do Delfim, ficava a casa do Joãozinho, que na verdade pouco tinha de diminuto no tamanho, antes pelo contrario, pois era um homem com bem mais de 1,80 metros de altura e para cima de 100 kg de peso, e bastante musculoso.
Morava no R/ch, e como a sua esposa fosse de certa forma atraente, alguns olheiros mais atrevidos, dedicavam-se á nobre arte de andar a espreitar pelas frinchas das persianas do quarto, tentando ver bem mais do que serie normal.
Um belo dia, um desses observadores atrevidos, resolveu fazer uma visitinha nas janelas da casa do Joãozinho, no entanto ele apercebeu-se de que estava a ser observado. De forma estratégica disse á mulher para se deixar ficar, como se nada estivesse a acontecer, que ele ia só á sala. Acabou por sair sorrateiramente de casa, dando a volta ao edifício, e sem mais, apenas tocou no ombro do observador que espantado com a companhia, ao voltar-se para ver quem era o novo companheiro de observação, levou um valente soco num dos globos oculares, que o deixou ko.
Nesse dia, mais nada rigorosamente aconteceu, no entanto no dia seguinte, e perante o comentário publico feito no café pelo Joãozinho, e perante o espanto geral, foi visto o incauto observador munido de óculos escuros, e com toda a região do globo ocular bem negra.
Quase ninguém acreditava que aquele digníssimo cavalheiro, pudesse andar a espreitar pelas frinchas das persianas das janelas, para assim andar a observar em trajes menores alguma senhora, ou ver algum casal em pleno relacionamento intimo.
Mas por vezes essa situação estratégica de espreitar pelas frinchas das persianas não é tão indesejada assim. Já sem saber muito bem como, conheci durante um jogo de futebol realizado no ringue junto da piscina, uma jovem bem mais velha do que eu, a Celeste, que vivia com uma tia num R/ch do Parque dos Pardalitos, ali no Lavradio.
Era para a sua idade demasiado desenvolvida fisicamente, e porque não dizer, também emocionalmente. Daí que para além de me escrever longas cartas de erótico amor, que me fazia chegar das formas mais variadas, se dedicava também a desafiar-me para a um dia a ir ver através das persianas do seu quarto. Prometia mostrar isto e aquilo, e fazer isto e aquilo, só para eu a ver, e ela ter o prazer de saber isso.
Andei logo tempo imaginando se seria razoável e normal uma tal situação, e se não iria acabar por ser apanhado a espreitar pela janela, ainda mais que se tratava de um local publico de muita freqüência.
No entanto um dia não resisti, e combinei com ela uma ida a essa autentica projeção cinematográfica ao vivo.
Para mim foi um dia de deslumbramento tanto pela positiva como pela negativa.
Assim ela, á hora marcada, já fora do horário de maior movimento no passeio junto da casa, se não me falha a memória era o R/ch, esqº do numero 26, tinha a luz acessa como sinal. Eu lá fui, tremulo e receoso do que iria encontrar e do que poderia acontecer.
Lá estava ela, realmente, com o quarto simplesmente iluminado pela luz de um candeeiro da mesa de cabeceira, e dedicou-se a fazer para mim um autentico strip completo, a que nem faltava a musica ambiente do filme Emmanuelle.
Depois veio o deslumbramento pela negativa, pois o seu corpo não era muito bem aquilo que eu tinha idealizado, face á opulência que se podia imaginar pela imagem debaixo do vestuário. Depois, ela não contente com o strip, ainda decidiu dar um autentico espetáculo extra com auto excitação, e introduzir no seu corpo, nos locais mais íntimos alguns estranhos objetos, que para mim nessa época eram uma total novidade, hoje sei tratar-se de ‘vibradores’ e material afim.
Perante a exibição, deduzi que se fazia aquilo a ela própria, então já o deveria ter feito com muita gente ao vivo.
Decidi na hora cair fora dessa minha atração sexual, e o que para alguns continuava a ser um deslumbramento imaginário, para mim virou uma total desilusão.
Ao longo do tempo fui encontrando essa mulher, um pouco de longe em longe no tempo, e por incrível que possa parecer jamais eu consegui ter algum relacionamento intimo com tal pessoa. Sempre lhe consegui falar, mas lamento ter que reconhecer que mesmo face aos muitos e descarados convites ela me metia um nojo a que eu não conseguia minimamente dar a volta.
Resumindo; podemos muitas vezes até ver, muitas vezes até imaginar que se pode gostar, mas daí até realmente se querer poder conquistar e desfrutar vai uma longa distancia, que só a mente e a nossa personalidade é capaz de controlar.
Por sorte não tive razoes de queixa na observação em termos de acidente, mesmo porque estava previamente autorizado, a participar naquele autentico ‘fetiche’ da Celeste, mas sei de outros, que se dedicavam a essa arte com muito menos sorte, alguns até muitas vezes com conseqüências algo trágicas.
Mas os acidentes aconteciam não só por causas mais próprias da bisbilhotice. O João Lagarto, além de meu amigo de infância esteve quase para ser meu cunhado. Acabei por namorar com a Maria do Céu, ainda durante uns bons anos. Mas o João era exímio na condução de motos, de motos todo o terreno, e de tal forma aventureiro que numa brincadeira acabou por ficar cego de uma das vistas, irremediavelmente perdida, pois muito embora os pais tenham gasto uma fortuna com consultas medicas em Barcelona e em outras renomadas clinicas da Europa, nada havia já a fazer.
Curiosamente o João era atreito a acidentes, no mínimo curiosos, veja-se; um dia no decorrer de um dos nossos torneios de dardos, e no preciso momento em que eu atirava ao alvo, ele resolveu passar em frente da linha de passagem do dardo, o resultado foi um dardo espetado nas costas, com ele aos gritos a correr para casa ainda com o dardo espetado a abanar.
Todo o pessoal entrou em delírio, e larga gargalhada, dizendo que eu tinha morto o lagarto com um dardo na cauda, foi uma risota geral que não parava, mesmo perante a gravidade da situação.
Todos os jogos desde sempre me fascinaram, mas nada comparado com a paixão que desde muito cedo me fascina por jogos de loto ou bingo, como lhe queiram chamar, talvez pela grande influência que os mesmos despertaram na minha juventude.
Embora fosse um jogo ilegal, fora dos locais aprovados por lei, muitos clubes de bairro serviam-se desse expediente para ganharem algum dinheiro extra, e eu sempre que podia lá me deslocava no intuito de sacar algum dinheiro extra, fora dos rendimentos habituais.
Na realidade eu tenho como que um estigma, um faro pessoal, que me indica quando devo ou não arriscar, e ao longo da vida já ganhei bom dinheiro neste esquema. Aqui mesmo no Brasil, local onde pela primeira vez joguei em maquinas de leitura de cartões cartonados, já retirei bom dinheiro. No entanto jamais joguei em bingos eletrônicos, pois considero isso uma verdadeira máfia controlada, se bem que também o bingo cartonado tenha as suas jogadas sujas. E qual é o jogo existente no mundo, totalmente limpo de trapaças? Nenhum!
Nos meus tempos de juventude o cartão era fixo, marcado com feijões ou tampinhas “caricas” de cerveja ou refrigerante e custava normalmente não mais de 2$50, sendo que em alguns locais a jogada especial custava 5$00. o Desportivo do Lavradio era nessa época o local mais próximo onde se poderia jogar, alguns dias da semana. Curiosamente mais próximo para nós e para a polícia que tinha uma esquadra a cerca de 100 metros de distancia da sede desse clube. Funcionava num esquema de entrada pela sala do bar, ao lado do balcão, e saída pelas traseiras quando as coisas aqueciam. Sim a saída de emergência era pela Quinta do Bastardinho, pelo beco que dava de frente para a fábrica dos gelados, servia para se puder fugir, caso a policia decidisse aparecer, o que raramente acontecia, pois na sua maioria eram coniventes com a situação, e mesmo alguns agentes até se podiam encontrar na sala a arriscar alguns trocados.
No Lavradio desses tempos, existia uma outra sala de jogo clandestino, nos fundos da barbearia da Avenida J. J. Fernandes, onde os futebolistas se dedicavam a umas cartadas a dinheiro e a uns jogos a moedas, em máquinas eletrônicas, tipo caça moedas, também ilegais, mas muito utilizadas em Espanha, um pouco por todo o lado. Era assim como um míni casino, que em algumas horas também servia de bordel, contando com a visita de algumas jovens, sempre desejosas de provar outros petiscos, e claro receberem também algumas notas para comprar uns vestidinhos extra. Acho que deve ter sido por essas bandas que a famosa Anabela do Chalana, e a irmã do Bragança se iniciaram nas lides artísticas, e conquistaram a celebridade.
A Baixa da Banheira era à época um poço de locais com jogos ilegais, com o salão do saudoso Racing da Baixa da Banheira a ser o campeão dos prêmios, seguido da sucursal do Barreirense, que até funciona numa cave com entrada exterior á sede, ali bem no inicio da Baixa da Banheira, ao lado da Churrascaria dos frangos com coco.
Recordo ainda uma celebre noite em que me desloquei ao Racing, com o José António, e estávamos diabólicos na feitura de bingos, de tal forma que o José António acabou por perder a compostura, e ao fazer mais um bingo, gritou “chega é para o pilinhas!” o resultado foi imediato, pois de tão irritados que estavam com a quantidade de bingos que nós, forasteiros, já tínhamos feito, que resolveram aproveitar para pagar o premio de mais aquela jogada vitoriosa e expulsar-nos da sala, porque segundo eles estávamos a criar desacatos... ao seu bom funcionamento, e foi assim que acabou uma das noites melhor sucedidas no bingo do Racing. Mas outras mais, ainda se seguiram posteriormente, até que acabaram com o jogo no local, e anos mais tarde acabaram também com o clube, fundindo-o com outro e criando uma nova agremiação desportiva local.
Nós próprios, nomeadamente os dirigentes á época dos Leões do Lavradio, acabamos por criar um bingo de pequenas dimensões que funcionava de modo bem modesto e claro artesanal.
Eram momentos bem passados normalmente com o Saul a cantar as bolas saídas, e que eram tiradas de um saco de flanela opaco de cor laranja, feito de dois panos do pó cozidos. Bolas sempre cantadas com ironia e boa disposição para conseguir a risota geral, perante a sua cantoria seqüencial, com números como por exemplo 1, primeiro; 90, ultimo; 22, dois patinhos; 88, colhões do sutã; 69, pra cima e pra baixo; 28, binteoito; 11, dia de são cabrão; 6, meia dúzia; 12, dúzia, e outros adjetivos de numeração alfanumérica pouco dignificantes e coincidentes com a linguagem corrente atual, mas que por incrível conseguiam batizar e assim dar nome a toda a numeração do bingo.
As receitas ali obtidas, nos Leões do Lavradio, eram escassas e a troca dos valores era normalmente feita á posterior, já no café para se evitar confusões, dizer ainda que como não se tivesse energia elétrica, nos primeiros tempos, os sorteios eram realizados sob a iluminação de luminárias alimentadas a petróleo ou a gás.
Por vezes o bingo dava lugar a uns jogos de lerpa com rebuçados para mais tarde serem convertidos em dinheiro, mas o que acontecia era uma enorme confusão e invariavelmente a troca era sempre feita com resultados desastrosos, mesmo para quem tinha a certeza dos ganhos, pois entretanto alguém ia comendo os rebuçados, e no momento da conversão as contas davam resultados desastrosos, mas doces para quem tinha comido os rebuçados.
Mas os Leões do Lavradio não eram só jogos ilegais, a primeira razão da sua criação foi dar cobertura em termos de organização aos apaixonantes jogos de futebol de solteiros contra casados que se realizavam no campo pelado dos Leões do Lavradio, clube entretanto criado com a ajuda em especial de alguns benevolentes Sportinguistas dos 7 costados, que contribuíram com a terraplanagem do terreno e a colocação das balizas, bem como o levantamento da pequena sede desportiva, composta por duas pequenas salas. De salientar que as maquinas para a terraplanagem foram conseguidas pelo Sr. Celso, o pai do João Lagarto, que assim num simples fim de semana procedeu ao trabalho, de forma graciosa.
Depois eram partidas de futebol, cheias de historia e claro de muita “sarrafada” á mistura nas canelas e não só, e por vezes também alguns acontecimentos alheios ao próprio jogo, e que dessa forma contribuíam para animar o pessoal de modo extra.
Claro que ninguém que viveu essa época poderá esquecer-se dos bons “coiratos” assados que se podiam comer no final dos jogos, acompanhados das frescas cervejas.
Existiam jogadores míticos, como o Mário Resende, que defesa duro e rigoroso efetuava marcações impiedosas sobre os perigosos avançados, fazendo lembrar pelo estilo e compleição física o Jorge Costa, ex-capitão do Futebol Clube do Porto.
Quando a baliza da equipa dos casados era defendida pelo Saul ou pelo Lê, tínhamos a garantia de se poderem marcar golos de belo efeito, mas ao mesmo tempo obrigavam os jogadores da linha avançada, tal como eu, a terem que ter muito cuidado nas jogadas de área, pois eles eram temíveis na defesa da sua baliza, não atacavam diretamente a bola mas sim diretamente o jogador que a conduzia o que obrigava a tomar as devidas providencias em cada momento de jogada de ataque para defesa das nossas canelas.
Depois existiam jogadores fora de serie, eu diria mesmo fora de campo, como o Manuel “Cambuta”, que com a bola nos pés não parava de correr sempre em frente, sem olhar nem para colegas de equipa ou adversários, derrubando todos os obstáculos que lhe surgissem ao caminho, e que um celebre dia protagonizou um dos episódios mais pitorescos vividos naquele histórico campo, e que tem tanto de perigoso como de hilariante. Assim alguém resolveu partir um bom grupo de garrafas de azeite, junto de uma das laterais do campo que tinha um desnível e um buraco. Logo por azar o Manuel “Cambuta” correu por aquele extremo do campo e de um momento para o outro desapareceu da nossa visibilidade, tendo caído direto no buraco. Nós ao principio pensamos que fosse brincadeira dele, ao não surgir, depois só conseguíamos escutar os seus gemidos de Ai!, Ai!..., e quando nos aproximamos já ele estava de joelhos, todo cheio de sangue e com vidros espetados por todo o corpo, em especial nos joelhos. Resultado direto de ter caído com a bola em cima das garrafas partidas que alguma criatura idiota ali foi despejar. Poderia ter sofrido um grave acidente, no entanto após cuidadosa retirada dos vidros do seu corpo pudemos verificar que apenas se tratavam de simples e pouco profundos cortes.
Ele era exímio neste tipo de acidentes caricatos, e em outra ocasião conseguiu em plena corrida, enrolar-se totalmente só com a bola, e dar um trambolhão enorme em que ficou cheio de mazelas provocadas pelo arvoredo rasteiro e as pedras existentes no local onde acabou por ir tombar.
Mas futebol habilidade era para quem sabia realmente da arte como o Julio, os muito habilidosos Idalecio e Mario Núncio, sem esquecer o Pedro Núncio que embora pequeno no tamanho, esbanjava talento por todos os poros, e claro os incontornáveis Jorge, Alfredo, Alexandre, José Antonio, Pedro “Super” e como guarda-redes o inconfundível Carlos “coxo”. Para mim o Joaquim Núncio “Quim-Zé” era como uma copia local do famoso Baresi italiano, pois pautava o jogo de tal forma que mais parecia um maestro a comandar a equipa.
Eu entrava nestas equipas como goleador, sempre jogando na frente de ataque, esperando as bolas que lá fossem colocadas ou que por algum atraso mais displicente para ali fossem encaminhadas. Muitos diziam que eu passava a vida á “mama”, mas na verdade eu conseguia fazer milagres, marcando golos quase impossíveis e falhando ao mesmo tempo golos meio feitos, para grande desespero da restante equipa.
Não sendo um pé de chumbo, também não era nenhum craque tipo Paulo Rossi, obviamente que seria impossível a contratação para qualquer equipa digna desse nome.
Os clubes locais do nosso convívio, eram nessa época e por razões dispares o Sporting Lavradiense, a SFAL, e a SRCL.
O Sporting Lavradiense, obviamente por razões clubisticas da maioria e também porque alguns diretores eram nossos amigos ou pertenciam simultaneamente aos dois espaços.
A SFAL porque tinha mesa de bilhar e snoker, xadrez e uns bailes nada maus em termos de bar e buffet, muito em especial na época do carnaval e também o seu famoso baile da Pinha.
A SRCL porque se podia jogar ás cartas e beber uns copos, muitas vezes para além da hora normal, isto para além de umas festas ao ar livre que até não eram assim tão más em termos de bonita presença feminina.
A rivalidade existente em termos desportivos, no entanto mantinha-se, pois o pessoal da SRCL tinha a mania que era campeão de futebol de salão, e nós tínhamos realmente muito boas equipas, mas reconheça-se que eles não eram assim tão maus, e que tinham bem mais organização para participar em torneios.
No entanto tenho que reconhecer que; muito embora de alguma forma desorganizados, as vitórias em torneios relevantes na Moita, no Luso e no 31 de Janeiro, não deixaram por isso de acontecer, para nosso delírio e orgulho bairrista.
A convivência entre gerações sempre foi para nós uma imagem de marca naquela época, e com a devida salvaguarda em termos de respeito por parte dos mais novos, perante os mais velhos, todo o mundo se conhecia e respeitava de forma que se conseguia chegar a um estádio muito perfeito de entendimento sem grandes lutas de geração.
Um desses exemplos foi que durante meses dividi as minhas viagens de barco para Lisboa com o amigo Mário Resende, e como que montamos um esquema para beber uns cafés á conta de alguns incautos otários, que se dedicavam a jogar á sueca a bordo, a troco de um café por pagamento da vitória no jogo. Assim, invariavelmente o café da manhã, e muitas vezes também o da tarde, eram pagos por esses beneméritos benfeitores da nossa carteira.
Entretanto a minha vivencia no Lavradio coincidiu com a época própria para tirar a carta de condução, e o “Chico Aroles” foi um dos meus companheiros no momento de freqüentar a escola de condução para preparar o exame obrigatório.
Como grande trabalhador, iniciou a recolha de fundos para a aquisição de um carro, muito antes de ter sequer assegurado a carta de condução, muito antes até de se ter submetido ao exame de código.
Decidiu ir trabalhar para uma padaria durante a noite, e assim que teve o dinheiro necessário, não escolheu mais, comprou um VW carocha, a que passou a dedicar boa parte do seu dia, em lavagens diárias e polimento dos cromados.
A facilidade na admissão ao serviço na padaria teve que ver com o Manuel “Padeiro” seu vizinho de prédio que habitava logo no andar superior ao seu. Essa figura típica que nunca entendemos muito bem em relação ao seu relacionamento matrimonial, pois muito embora ninguém lhe perguntasse nada, ele não parava de se gabar que jamais seria “cornudo” e outros adjetivos afins, o que era muito estranho, pois a sua conversa descambava sempre nesse assunto pessoal.
No entanto, por seu lado a sua esposa tinha uma vivencia tão estranha que; para além de uma língua bem afiada e comprida e sem tamanho, dava toda a sensação de que tudo quanto ele falava não se acabava por escrever na realidade.
Mas lá da casa do “Padeiro” o que saltava mesmo á vista era a “mamalhuda” da filha mais velha que possuía uns apêndices mamários exageradamente invejáveis para a idade.
O edifício onde ficava a casa dos pais do “Chico Aroles”, era nem mais nem menos que o mesmo do café da nossa Rua, e onde habitavam ainda o “Pilicas” o “Padeiro” o Pedro “Super”.
Assim para além das lavagens dirias do VW Carocha junto do café, e dos polimentos dos cromados, o “Chico Aroles”, dedicava boa parte do seu tempo livre diário, sentado a admirar o interior da viatura. No preciso dia em que tiramos a carta de condução, o “Chico” desde logo organizou uma deslocação a Lisboa, para assim estrear oficialmente a viatura, a saída foi feita com pompa e circunstancia com um bom grupo de animadores a bordo, de que se destacava o Luis Costa, sentado no chamado “lugar do morto” e sempre na primeira linha dessas farras.
O “Chico Aroles” como condutor largamente exímio, e experiente, logo na passagem pela zona da localidade de Coina, sem se saber muito bem como, conseguiu enfeixar-se num enorme deposito plástico do lixo.
Imagina-se a razão, uma vez que a iluminação da viatura também não era das mais fortes, aliada á sua fraca visibilidade com os óculos que possuía na época, e claro a sua fraca, muito fraca experiência como condutor.
Foi então a risota geral dentro do carro, e felizmente que não se verificaram danos pessoais, ou mesmo materiais, tanto para o carro como para o deposito.
Chegados a Lisboa, com entrada pela zona do Marques de Pombal, e apesar dos constantes avisos do Luis Costa, que seguia na frente, no lugar do pendura, tipo co-piloto, o “Chico Aroles” conseguiu colocar o carro em cima do passeio central da Avenida da Liberdade, no sentido descendente para os Restauradores, perante o espanto dos outros condutores e a nossa gritaria dentro do carro. No entanto ele com a maior das calmas do mundo só dizia para se ter paciência, pois aquela era a terceira faixa de circulação, destinada aos carros mais lentos... efetivamente ele era mesmo muito lento, em muitos aspetos!
Somente já em frente do Cinema São Jorge, e meia avenida andada em cima do passeio, inclusivamente com o cruzamento de outras ruas, conseguiu entender que estava a circular em cima do passeio central da avenida.
Essa foi uma noite de largas emoções, pois embora ele só quisesse andar de carro, nós só queríamos o seu estacionamento para nos sentirmos finalmente totalmente seguros. Foi uma aventura e tanto, que nunca mais terminava e que nunca mais voltamos a repetir, mesmo perante a sua grande insistência, pois se nessa noite nada de grave nos aconteceu, dificilmente volta a acontecer em iguais circunstancias.
Por outro lado o “Chico Aroles”, que até nem era um grande adepto do Sporting, e que acompanhava mais o pessoal pelo espírito de camaradagem do que da clubite, não dispensava uma oportunidade de nos poder acompanhar nas nossas saídas para a farra desportiva e afins.
Um dia acompanhou todo o grupo ao ginásio do Futebol Clube Barreirense, para assistir a um jogo de basquetebol com o Sporting, que na época era juntamente com o Futebol Clube do Porto, o grande time do basquetebol nacional.
Naquela época; as deslocações desportivas ao ginásio sede do Futebol Clube Barreirense, eram, sem duvida nenhuma, um verdadeiro tormento para qualquer equipa, pois as dimensões do recinto de jogo eram menos do que mínimas, para além de que a assistência pressionava durante todo o jogo, como claque aguerrida e apaixonada de forma doentia pelo seu clube, o que acontecia bem em cima dos jogadores. Era uma ambiente terrível, de cortar á faca, tanto para os jogadores como para nós adeptos da equipa visitante.
Nós já estávamos mais ou menos habituados aquele tipo de situação, e procurávamos ficar sempre na varanda lateral, longe das claques organizadas. Conseguir acompanhar o Sporting, naquele pavilhão sempre lotado, era sempre uma primeira vitória.
Esse jogo coincidiu com a época do carnaval, e essa era mais uma razão para se ter atenção redobrada.
Recordo-me como se fosse hoje, que o Sporting estava a perder por 1 ponto, a poucos segundos do final do jogo. Então no ultimo ataque o histórico e saudoso jogador Baganha, fez um magnífico lançamento da zona frontal de fora do garrafão, com o seu estilo muito personalizado, que hoje valeria pelas novas regras 3 pontos, mas que na época mesmo valendo somente 2 pontos, chegou e sobrou para assegurar a vitória ao Sporting por 1 ponto.
Foi então o delírio dos adeptos do Sporting, presentes no pavilhão em; pequeno numero, perante o desanimo e a raiva incontida dos fãs do Barreirense, que eram uma claque bem temida no seu recinto.
Como tal a saída foi tumultuada, e como nesses tempos sempre acontecia, a policia comparecia em pequeno numero e não se metia em nada, normalmente essa situação acabava por dar direito a alguns confrontos entre adeptos.
O “Chico Aroles”, pouco ou nada habituado a estas andanças em território inimigo, quis sair todo lampeiro do pavilhão com o lenço verde e branco enrolado ao pescoço, como se fosse um herói napoleônico depois de uma batalha ganha, e assim quando saiu do pavilhão foi presenteado com uma autentica chuva de ovos podres e farinha sobre a sua cabeça, para além de muitos empurrões e também algumas lambadas á mistura, de tal forma que acabou por obrigar-nos a resgatar a sua fraca figura do meio da multidão enfurecida, foi de tal forma conturbada a sua agitada saída que até os óculos lhe conseguiram partir.
Essa foi a ultima vez em que o “Chico Aroles” nos deu o prazer da sua companhia num evento desportivo fora da casa dos “Leões” em Alvalade.
Sempre que o convidávamos respondia perante a gargalhada geral, que o desporto estava muito violento e perigoso, e não queria morrer novo.
Por se falar em colegas, não posso esquecer que o Azevedo “Azedo”, foi meu colega de classe e sala de aula, no curto período em que freqüentei a 4ª classe primaria no Lavradio, até ao dia do certeiro tinteiro na testa da professora, que deixou o Américo Tomas e o Marcelo Caetano todos “borrados” de tinta.
Era um jovem, filho único, ultra, protegido pela mãe, o que lhe originava muitas limitações em termos de capacidade de liberdade de convívio com os outros jovens da sua geração.
A própria mãe colocava o jovem no ridículo sempre que podia, e claro que a todo o mundo na maior galhofa, pois gritava alto e bom som que o filho só tinha problemas porque era o menino mais lindo da rua. Resultaram dai os nascimentos de alegados inimigos de referencia, sendo que o maior de todos era o Alfredo, que sempre que podia o aterrorizava só para o ver em pânico. Por outro lado aventurava-se em jogar ao perde/ganha nos ‘berlindes’ com perdas extraordinárias para o Pedro “Super” que era um exímio jogador de ‘berlinde’, ou ainda os sacos de cromos que acabava por perder, ao jogar nas escadas do seu prédio á palmadinha.
Pessoalmente não tenho nenhuma aventura com o “Azedo” pois isso seria mesmo um milagre, tal o raio de ação e liberdade da sua vida diária. No entanto tenho realmente algumas boas aventuras passadas com o Pedro “Super”, para além claro de me ter quase afogado, para não o deixar só no meio da correnteza da praia da Barra-a-Barra.
O Pedro era um exímio atleta em desportos velocipedicos e quase sempre com resultados finais incrivelmente nada animadores.
Um dia, um grupo de amigos decidiu deslocar-se a Alhos Vedros, para apanhar pinhões nuns pinheiros que tínhamos previamente verificado estarem cheios de pinhas. Todos nós munidos da sua bicicleta, lá nos dirigimos a uma zona situada junto da estação do caminho de ferro, e perante a alegria total fizemos uma boa recolha geral de pinhas. Na hora do regresso fomos confrontados com um bando de ciganos, que nos ameaçavam com paus e pedras, que entendiam ser aquele um território seu, e dessa forma nada nos dava o direito de ali ir buscar pinhas. Decidimos salvar a nossa pele em vez das pinhas, perante tão numeroso e feroz grupo, e assim deixar tudo para trás, mas o Pedro não quis pensar dessa mesma forma, e decidiu realmente trazer os frutos que tinha apanhado.
Nós após o incentivar a vir, e como assim no entendesse, decidimos salvar a nossa pele perante o numeroso grupo, e dessa forma deixar assim tudo para trás, mas o Pedro não quis pensar da mesma forma, e decidiu realmente arriscar.
Acabou por chegar a casa todo esbaforido, e com vários raios da bicicleta partidos e amaldiçoando o fato de nós o termos abandonado a enfrentar sozinho todo o grupo de ciganos.
Claro que a opção foi totalmente pessoal, de assim ter decidido, e o risco foi por si calculado. Ou melhor; dizendo, um risco não calculado. Bem que se poderia aqui utilizar a máxima de que os cemitérios estão cheios de heróis.
Num outra ocasião realizávamos corridas em volta das vivendas de forma que cada volta era contabilizada em termos de tempo gasto.
Numa das saídas do Pedro para uma volta, e como a sua demora em retornar fosse demasiada, fomos investigar a razão desse fato, tendo descoberto na esquina seguinte, para nosso grande espanto, que tinha tido um acidente, tendo batido contra o painel lateral de uma camioneta que efetuava o transporte de batatas. Estava deitado dentro da carroçaria da viatura com a bicicleta partida no meio do alcatrão da rua, e claro todo o mundo, em volta da camioneta, preocupados com o seu estado físico.
A sua capacidade atlética e desportiva não se ficava por aqui, e um dia o filho do “Frutol” emprestou-lhe a sua bicicleta para uma descida da rua da padaria e da escola primaria, até ao cruzamento do Sporting Lavradiense.
No entanto o filho do “Frutol” esqueceu-se de avisar, ou omitiu de propósito essa situação importante, para não dizer fundamental, de que a viatura não possuía travões, sendo que ele para parar, travava a bicicleta somente com o pé no pneu traseiro.
O Pedro lançou-se ladeira abaixo na maior das velocidades possíveis para uma bicicleta, passou o cruzamento da Rua da Cooperativa Lavradiense, e sempre, sempre a pedalar sem parar, e sem olhar sequer para o transito, passou também da mesma forma o cruzamento seguinte da Rua da sede da SFAL, e quando ia quase a chegar ao inicio do edifício do Sporting Lavradiense, é se deparou com uma carroça carregada de carvão, puxada por uma mula, parada á sua frente. Foi somente naquele instante é que então se apercebeu de que a bicicleta não possuía travões. Como ultimo recuso largou-a então, e atirou-se para um dos mastros das bandeiras do Sporting, que ficavam bem na esquina com a bicicleta a ir parar debaixo da carroça e das patas da mula.
De entre os muitos, e variados amigos, que fui juntando ao longo dos anos no Lavradio, o agora, Major Alfredo, da Brigada de Transito da Guarda Nacional Republicana, era naquela época um dos jovens mais independentes da zona.
O Alfredo vivia com os irmãos em virtude dos pais estarem emigrados na Alemanha, e dessa forma a sua vida era controlada ao mínimo pelo irmão e pela irmã.
Quando todos os anos, se deslocava, para um período de férias junto dos pais, regressava portador de algumas novidades, ora fosse uma bola de futebol adidas, umas botas de futebol modernas, uns tênis de nova marca, estilo ou geração, um disco com os últimos êxitos além fronteiras, ou como aconteceu um ano com um barco insuflável de borracha.
Esse barco acabou por virar autentica celebridade pelas mais variadas ocorrências de que acabou por vir a ser protagonista direto.
Um dia na praia fluvial da Barra-a-Barra, decidimos andar de barco e mergulhar longe da praia, para tal o grupo organizou-se para que alguém ficasse a bordo a fim de assegurar o bom regresso da embarcação.
A figura escolhida foi o Luis Costa, que só posteriormente viemos a tomar conhecimento de que nadava bem como um prego. Ou seja; não sabia dar uma única braçada e muito menos remar.
O resultado foi desastroso!
Acabou por entrar em pânico, mal se viu sozinho no interior do barco, tendo mesmo acabado por perder os remos no meio da corrente, e quando colocado perante o movimento acelerado do barco no meio da corrente, entrou em desespero. Quanto nós mais lhe gritávamos para se acalmar e sentar, mais ele se agitava, tendo estado muito próximo de limite para cair borda fora ou virar mesmo o barco.
Tudo acabou, quando um barco “varino” o resgatou, já bem ao longe, a caminho do Rosarinho, na outra margem do rio, e completamente desesperado, como se fosse um naufrago abandonado numa balsa salva vidas, á largos dias no mar alto, e foi assim que o rebocou até bom porto, como um “gato pingado” perfeitamente paralisado de terror.
O Alfredo nunca negava um pedido a um amigo, e um dia o Valdemiro resolveu ir até á praia com a mulher, os filhos e a sua “santa” sogra, tendo pedido o barco emprestado para proporcionar um passeio fluvial agradável a toda a família.
Esqueceu-se, no entanto, que o barco tinha limite de lotação e peso na tribulação, e como eram para a época, uma família bem anafada o resultado final não foi muito animador, pois quando já se encontravam com a embarcação bem ao longe, já no meio da corrente, a mesma começou a adornar e a meter água, tendo-se gerado o pânico geral a bordo, e não fora a presença previdente de outra embarcação, e a família Valdemiro teria morrido toda ali afogada, na praia da barra-a-barra, pois só mais tarde se constatou que ninguém sabia nadar a bordo da embarcação.
Depois disso o Alfredo tomou providencias e somente emprestava o barco a pessoal com a máxima garantia de segurança e de destreza aquática, para não vir a ser acusado de co-responsável em alguma tragédia naval.
As idas á praia da barra-a-barra também não eram inocentes em termos emocionais, pois no meio de uns bons banhos de rio, de uns jogos de futebol, nunca se podia esperar que não surgisse a oportunidade de poder ter alguns momentos de prazer com alguma jovem transviada, em especial vinda das bandas da Baixa da Banheira, para quem os jovens do Lavradio e do Barreiro eram naqueles tempos considerados um luxo fora do normal. Algo que não encontravam lá pelas bandas do Concelho da Moita.
Foi assim que não poucas vezes tive oportunidade de poder ter alguns momentos de larga intimidade com uma amiga da futura mulher do “Quim Avantajado” que se apaixonou perdidamente por mim, e dedicava horas a deliciar-se comigo debaixo da toalha no meio das dunas, longe dos olhares mais comuns. Nem sei até hoje como foi possível nunca ter acontecido alguma gravidez indesejada, tal a falta de prevenção a que nós nos predispúnhamos no nosso relacionamento intimo.
Jamais eu poderia imaginar que poderia ser o primeiro homem de alguém sem um aviso prévio, assim sem mais nem menos, e logo no meio das dunas de uma praia fluvial. Pior do que isso também eu jamais poderia imaginar que ela sem o mínimo de pudor pudesse ter tido a falta de sigilo para ter divulgado essa situação perante todas as suas amigas. Dessa forma ganhei indiretamente uma, por assim dizer, má fama, e fiquei fora de competição por aquelas bandas, pois era sempre apontado perante as jovens da zona como o primeiro da Cristina.
A Rua era um espaço físico que se estendia um pouco para fora da sua área geográfica própria, chegando ás vivendas do Pimenta e do Ferrari, e claro ás ruas contíguas e onde se compartilhava o espírito algo familiar e de companheirismo.
No primeiro andar do prédio esquinado, fronteiro ao café morava o, para nós muito famoso, Alegria, figura típica pela sua imagem de trabalhador incontinente. O Alegria estava sempre equipado de fato de macaco, seboso de óleo e ferrugem, pois trabalhava numa oficina automóvel, junto da escola velha, situada á entrada do Lavradio.
Que me lembre, apenas o vi uma única vez com outro vestuário, foi num dia de eleições, nos finais dos anos 70, e a diferença era tão grande que até chegamos a pensar que era outra pessoa.
Uma vida agitada e comandada pela esposa, outra figura típica, com um desnível em uma das pernas, o que obrigava á utilização de uma bota com tacão extra para compensar. A “coxa” como foi batizada, não se furtava à ida diária ao café, muito embora o pobre Alegria, sempre chorava a miséria de ordenado com que tinha de viver com a mulher e tentar criar com o mínimo de dignidade os seus dois filhos. A jovem era bem calminha e também muito feiazinha de cara. O rapaz por seu lado era um dos maiores terrores da zona, chegando ao ponto de se lançar de cabeça da varanda do 1º andar para o passeio, para conseguir ir para a rua brincar, isto para além dos inúmeros acidentes que sofreu, devido ás suas brincadeiras fora de nexo, tendo como resultado; nomeadamente com a cabeça partida varias vezes.
Recordo duas das suas maiores aventuras, como algo incrível de acontecer a jovens normais.
Assim, a ex-fabrica do sal tinha praticamente desde a época da revolução de 74, as suas instalações abandonadas e a saque. A zona da báscula era uma atração especial, devido á cave que se formava sob o tabuleiro, no entanto devido ao abandono encontrava-se cheia de água e lama, mas não deixava por isso de ser ponto obrigatório, das brincadeiras de alguns dos mais jovens aventureiros, invariavelmente dirigidos pelo Pedro Núncio. Numa dessas incursões na cave da báscula, não se sabe bem como, o Alegria “Junior”, acabou por cair dentro de água e lama, o resultado quando de lá conseguiu sair era como se tivesse sido recuperado de dentro de um pântano, para além de que o seu cheiro era nauseabundo, com um fedor a podre que chegava a quilômetros de distancia, nós que estávamos no café deliramos com o tratamento dado pela sua mãe, no entanto era um jovens que parecia feito de borracha, pois quanto mais apanhava, mais apetite tinha para entrar em novas e irrefletidas aventuras, e não se importava muito com os repetidos castigos aplicados.
Assim imaginaram, um dia, construir um túnel por debaixo da rua, com inicio junto da marquise da casa do Sr. Carlos Santos, e que segundo os projetos iria terminar do outro lado da rua, já muito próximo da porta de entrada do café.
As escavações tiveram o seu inicio, e seguiam já em muito bom ritmo, quando alguém se apercebeu de que estava a nascer um imenso monte de terra e entulhos diversos, que se podia observar junto da entrada de um túnel.
Na verdade eles só pararam a construção porque foram impossibilitados de prosseguir devido ao fato de terem encontrado na sua frente as manilhas de betão do abastecimento de água e recolha dos esgotos que se situavam bem no meio da rua.
Qualquer um deles estava num estado lastimoso, e só com uma grande barrela foi possível recuperar o Pedro Núncio o Alegria e os seus diversos ajudantes, pois o cheiro e a lama que cobria os seus corpos e vestuário era incrível.
Ali bem junto do inicio desta aventura subterrânea juvenil, morava o Sr. Carlos Santos, que era uma alma boa. Homem trabalhador do ramo de hotelaria, pai do Nelson “Fome”.
O Sr. Carlos tinha vindo de Angola, fugido da independência daquela ex-colonia portuguesa, com a família, e habituado a uma vida de padrão de classe media em África, teve que se ambientar á sua nova realidade na metrópole.
Para alem de Sportinguista convicto, era alguém que nos merecia muita estima, pois era um cidadão calmo, bom conversador e ainda por cima não era nada mau jogador de cartas, o que possibilitava uma boa parceria de quando em vez.
A sua amizade como grupo mais jovem da Rua foi assim rápida e durou até à hora da sua morte, tendo-se tornado sempre respeitável e desejada a sua presença.
Depois de muitas colocações em bares e restaurantes, acabou por fazer uma época estival na Costa da Caparica.
Como fossemos visita habitual daquela estância balneária, passamos também a ser seus clientes no restaurante onde trabalhava, e verdade se diga que não poucas vezes ali degustamos um bom frango assado ou umas ótimas sardinhas assadas, com a conta a ser ridiculamente avultada, mas mesmo assim a ser dividida por todos os comensais. Também outras vezes aconteceu que no momento de se pagar, era recusada a entrega da conta, o que nos deixava ainda mais folgados, para permitir a realização de outros gastos extra, especialmente durante os inesquecíveis fins de semana na Costa da Caparica.
Anos mais tarde, estando eu colocado no Ministério do Trabalho, consegui anular uma grave injustiça que iria ser cometida contra ele, pois ao abrigo de um programa ocupacional, pretendiam efetuar a sua colocação para abrir valas e montar estruturas metálicas na preparação dos pavilhões para a feira industrial do Barreiro, a ‘Barrind’, tendo, no entanto; acabado por ser colocado no seu verdadeiro espaço profissional. Na verdade estou convicto de que não fora já a sua idade, algo avançada, e bem que poderia ter tido, um outro tipo de vida, mais ensolarada na metrópole.
Ficamos amigos para toda a vida, e sempre que necessitava de um qualquer, simples favor, ou uma opinião ou conselho sobre este ou aquele documento, quase sempre recorria á minha ajuda, fosse para fazer um simples requerimento ou para contestar alguma outra situação.
Um dos fatos mais curiosos acontecidos comigo na política, teve-o a ele como protagonista.
Assim, num dos comícios realizados no Barreiro com o Partido Popular, ele lá estava no meio da multidão, apenas para me dar um abraço de apoio e amizade. Na primeira vez em que o voltei a encontrar confidenciou-me que havia estado ali porque eu sempre tinha sido frontal e verdadeiro com ele, e dessa forma um seu leal amigo, poderia assim contar com o seu voto, muito embora aquele não fosse o seu partido político de opção, pois se assumia como um social democrata.
Nesse dia chorou ao abraçar-me no salão dos “Franceses”, ao dizer-me que poderia ter tido uma vida tão diferente, ele e a sua família, mas que o destino tudo pode e agora já era tarde para tentar mudar algo no seu destino. Nesse dia fiquei com a idéia que poderia estar doente, tal o tipo de conversa premonitória que efetuou.
Agora, segundo ele; era a hora dos novos, dos novos como eu, e que me desejava tudo de bom como se fosse meu filho...
A mecânica proteção, aos novos, como que passava de geração em geração, ali na nossa Rua, e o apoio e protecionismo como que tinha sempre alguém escolhido para apadrinhar por sua livre iniciativa um dos jovens da geração seguinte á nossa. Eu acabei por não fugir muito a essa regra e para mim alguns jovens tinham uma afeição especial no tratamento. Dessa lista de auto – protecionismo, fazia parte entre outros o José Peleja, a quem desde logo adotamos o nome de guerra de “Cebolinha”, pelas suas naturais parecenças físicas com aquela conhecida e popular figura da banda desenhada, e também desde criança o Pedro Núncio, que se revelava a cada dia, um produto explosivo da natureza, sendo uma criança irreverente e dotada de uma habilidade muito especial para todo o gênero de malandrices e também para o futebol, mas talvez nesse campo por simples deformação familiar.
Nascido no chamado meio de uma geração especial, que apelidamos de os chamados “Putos da nossa Rua”, foi desde sempre ele a tomar a iniciativa de organizar e comandar as mais diversas aventuras infantis, a que todos os restantes se juntavam numa união total, qual exercito bem comandado.
Como grande amigo pessoal dos irmãos, e de certa forma como admirador de algumas das suas façanhas, nunca deixei de modo indireto de apoiar algumas das suas rebeldias, quanto mais não fosse condescendendo na necessária distração familiar e defendendo o seu espírito de algumas ameaças que algumas vezes surgiam de gerações mais velhas.
De entre muitas ocorrências, recordo uma em que a sua rebeldia deu lugar a um bom comportamento e tranqüilidade e que infelizmente outros queriam transformar em injustiça, pois dessa vez não existia a mínima razão de queixa do seu comportamento.
Existia uma época em que as habitações eram entregues aos novos locatários devidamente alcatifadas, e em que os restos das alcatifas acabavam para servir para inúmeras brincadeiras, de entre os quais, após se desfazer a teia aproveitavam-se rolos de fio para servir de guia para lançar papagaios ao vento.
Alguns miúdos mais habilidosos construíam papagaios com canas e papel celofane ou papel de lustre, que posteriormente eram lançados ao vento para delicia de miúdos e graúdos.
Na rua desde há alguns anos que habitavam duas famílias de negros, o que para a época era quase um fenômeno. De um lado o Roberto, ex-saco de treino de boxe de ‘Moamed Ali’, de quem tinha inúmeras recordações entre fotos conjuntas e mesmo alguns troféus, e que era uma pessoa bem respeitada e amiga do seu amigo, nunca ninguém veio a ter o mais mínimo problema com a sua família. Mudando mais tarde para uma vivenda na Vila Chã, passando a ser vizinho do meu bom amigo Luis Simão, local onde acabou por vir a viver a tragédia da morte do filho mais novo por motivos de overdose de droga, situação que estava muito longe de acontecer no Lavradio, onde ninguém tinha a mais leve suspeita dessa situação com o jovem.
Do outro lado da rua, morava outra família, precisamente no prédio do Azevedo, no 2º andar, vivia uma família oriunda de Cabo Verde. Esta tinha como referencias o pai imigrante na Holanda, e que muito raramente se podia ver por aquelas bandas, e uma jovem particularmente bonita, pois que muito embora fosse de raça negra, e pequena na estatura possuía uns olhos verdes deveras maravilhosos para além de um rosto muito bem alinhavado. Compunha ainda a família a mãe que veio a falecer por razões nunca explicadas, anos mais tarde, e um jovem, o outro filho da família que era mesmo o terror da sua casa e das imediações, e que anos mais tarde veio a ter problemas sérios com as autoridades por motivo de furtos.
O jovem Humberto tinha a mania de que era um ser superior, e como praticava artes marciais tentava dessa forma aterrorizar toda a rua com essas suas mistificações.
Eu que não prestava muita atenção a essa historia de artes marciais, e que ainda hoje entendendo que para se combater essa lenga–lenga não existe nada melhor do que ou duas boas mãos para assentar o seu peso no local próprio. Ou então um pé certeiro para acertar num certo local entre as pernas, ou em ultimo recurso um bom revolver carregado e pronto a disparar. Também já nessa época não ligava a esses atributos mais cênicos do que reais.
Daí que ainda recorde perfeitamente esse dia dedicado ás artes marciais, porquanto escutei um imenso barulho de gritos de larga!..., larga!..., vindos da rua e que me levaram a ir á varanda do meu quarto observar o que se passava, e para meu espanto, o alegado lutador de artes marciais estava a destruir um papagaio que o Pedro Núncio e meu vizinho Alexandre bem como outros jovens da sua geração haviam construído.
Acabei por constatar que aquela atitude era apenas por pura diversão, pelo prazer de destruir e tentar assim demonstrar o seu poderio, como alias sempre tentava fazer.
Eu que por varias razões não encarava já muito bem esse jovem, fiquei como que possesso. Perante o meu aviso lançado de cima da varanda, para que se fosse embora, ele apenas se limitava a rir e continuava a destruir, rindo em ar de puro gozo para com todos os presentes, e ninguém em seu redor fazia nada, absolutamente nada, como se ele fosse um ser superior e intocável.
Lembro também que em determinado momento me disse lá para cima para a varanda onde eu estava:
“... pois tu estas ai preso em casa, na varanda, e eu é que mando aqui!”
Eu se já estava bravo com ele, ainda pior fiquei, com a agravante de que ele não tinha já idade para se meter com os “Putos da Rua”, sendo que teria ai uns 7 ou 8 anos a mais do que todos eles que o rodeavam.
Não sei como aquilo aconteceu, no entanto eu inconscientemente qual alpinista que no fundo já era nessa época, saltei a vedação da varanda, aproveitei o umbral superior do R/ch, da casa do Valdemiro, e saltei do 1º andar para o passeio, e quando o “negro” menos esperava, e perante a surpresa geral de todos os presentes, eu agarrei o famoso lutador... e o afastei dos jovens. De imediato começou aos saltinhos e a fazer os habituais gritinhos de lutador á minha frente, mais parecia um gato gritando Hu!..., Há!..., Fu!..., Xu!..., etc..., e outras ladainhas e gesticulando com as mãos, eu no entanto vinha cego de raiva e ódio, e como até ao dia de hoje nunca gostei de ameaças, sejam elas verbais ou mais leais de mãos limpas ou mesmo com armas, e tenho como reação imediata avançar para o autor da provocação, perdendo normalmente a cabeça e a noção da violência utilizada, mais uma vez nesse dia assim procedi e colocado perante aquela autentica “macacada” do “kong-fu”, avancei de imediato para cima dele, dizendo-lhe:
“... pois já te vou dar o “kong-fu” no cú meu macacão!”
Acabei por o conseguir agarrar e; reconheço hoje que deveras me excedi, pois desatei ao soco e ao pontapé por tudo quanto era sitio do seu corpo. Acabou por cair no chão a poder de pontapé, soco e chapada, mais parecia um saco de batatas, e nem me recordo o quanto e como lhe dei, lembro que fui descarregando como sempre faço tudo o que posso, e que estava no meu intimo contra a pessoa em questão.
Todos os jovens estavam mudos e quedos a assistir, e do que ainda recordo nessa situação foi de estar a bater com a cabeça dele numa tampa metálica do saneamento no meio da rua, e da chegada aos gritos apressados do Lê e do Cabanas que me conseguiram segurar e afastar do corpo imóvel e inanimado do tipo e de me chamarem louco. O Lê com aquele seu ar malandro me dizia:
“... mas tu queres mesmo matar o ‘macaco’ não é?!”
O Cabanas estava branco, perante o estado lastimável da criatura, e finalmente agarrou no tipo e o arrastou lá para as bandas do prédio dele.
Desde esse dia resultaram duas situações para mim e para toda a rua; para mim nasceu durante algum tempo o constante medo; de que a malta da etnia “negra”, se junta-se para me tentar fazer pagar pela sova dada no seu elemento, e por outro lado o “negro” Humberto nunca mais ameaçou ninguém na rua, tendo inclusivamente acabado com as “macacadas” da arte marcial, de que até aos dias de hoje não observei grande utilidade, tirando alguns bons filme do saudoso Bruce Lee, pois que até anos mais tarde tive a oportunidade de encontrar um novo amante dessa alegada arte, desta feita em Itália, que me ameaçou e a quem eu com a maior dos á vontades encostei a até hoje minha companheira inseparável de viagem ao pescoço, e se ele não tivesse desistido de continuar a ser ameaçador, pois garanto que nesse dia a faca de caça submarina teria feito o seu trabalho, tal como se faz ás galinhas, ainda mais que a fronteira com a Suíça estava a dois passos, e quem se iria importar com um simples ladrão vagabundo de pescoço cortado.
Mas a versatilidade do Pedro Núncio é algo incrível até aos dias de hoje. Deve ser o jovem nascido e criado naquela rua, recordista de vezes em que partiu a cabeça, e sempre por causa de brincadeiras megalômanas, como por exemplo; andar a fazer malabarismos nas estruturas dos tetos da ex-fabrica do sal, saltar de alturas bem apreciáveis, lutas com outros bandos de jovens rivais, e mais um sem numero de acontecimentos, onde se pode incluir, á muito poucos anos conseguir partir a cana do nariz, durante um jogo de futebol, e mesmo assim acabar o jogo em campo, tamponando as narinas com algodão.
No entanto este jovem soube crescer rápido em responsabilidades e relativamente cedo se tornou pai e chefe de família.
Para além de muitas aventuras que tive a oportunidade de presenciar ou tomar conhecimento posterior por relatos verbais de observadores, destaco um fim de semana alargado na Costa da Caparica, em que decidimos chegar na véspera de todo o restante grupo, e partimos no final da tarde de uma sexta-feira, no entanto a deslocação foi mal organizada em termos de horário, e também de trajeto, uma vez que se deveria ter feito a travessia para Cacilhas e daí apanhar um autocarro para a Costa da Caparica. Mas decidimos ir diretos para a Praça de Espanha em Lisboa, a fim de ali apanhar um autocarro para a Costa da Caparica.
No entanto devido á hora tardia de chegada a Lisboa, já não conseguimos apanhar o ultimo transporte, pelo que fomos obrigados a pernoitar na via publica, aguardando a passagem da noite, para então ás 05.40 horas da manhã, apanhar o primeiro autocarro com destino á praia da Costa.
Foi uma noite memorável para o Pedro Núncio, acho que até hoje jamais deve ter esquecido essa aventura, e embora habituado a; por certo muitas aventuras, não conseguiu dormir na via publica, em virtude do seu constante receio de ser atacado por uma das muitas ratazanas, que mais pareciam coelhos devido ao seu avantajado tamanho, que se podiam observar a circular livremente por toda a zona.
Eu estendi a minha esteira e o saco cama na calçada e dormi o sono dos justos como normalmente acontece. Recordo no entanto, as inúmeras vezes em que fui acordado pelo Pedro, gritando como podes dormir aqui com toda esta bicharada em volta; “olha ali aquela enorme junto do passeio!”.
Nessa noite não expliquei ao Pedro que a razão do meu á vontade em dormir no passeio com algumas ratazanas a passear na rua se prendia unicamente com o fato de que existindo barracas de alimentação próximas, os ratos claro que preferem atacar comida imóvel e indefesa, que lhes dá muito menos trabalho a conquistar do que a atacar o homem, pois tem receio da sua reação, e só nos atacariam se estivessem realmente muito desesperadas com fome, o que não era o caso, assim com tanta comida ali próxima disponível.
No entanto reconheço que nas minhas muitas aventuras estrada fora, e algumas noites de sono dormidas na via publica, um pouco por toda a Europa, nunca tinha presenciado umas ratazanas tão grandes e também tão destemidas, pois mesmo vendo ali a nossa presença, atravessavam a estrada sem medo algum.
Pela madrugada lá acabamos por apanhar o transporte para a Costa, e montar a tenda no respectivo parque de campismo, mas quando o Pedro imaginava que iria poder dormir, tal não aconteceu e fomos diretos para a praia, onde também recordo o delicioso espetáculo que decidiu dar, ao começar a circular pela praia fazendo o pino, tanto pelo areal como pelas pedras que compõem o apoio de estabilização do paredão, o Pedro Núncio, nesse dia, mesmo cheio de sono, mais parecia um artista de circo, e atraiu largo publico para admirar a sua destreza sobre s mãos.
A Costa era para nós um local mítico, e muito em especial no período fora da época alta, nomeadamente em Setembro e Outubro.
Adorávamos ficar por ali acampados, ora fosse na Orbitur, ou mesmo no camping ilegal da “Ti Maria”, que apenas dava para dormir e tomar banho, pois como não dispunha de arvores, um dia dentro da tenda o sol não era recomendável para ninguém uma vez que a temperatura deveria corresponder a muitas dezenas de graus e claro a uma certidão de óbito certa por desidratação.
Poder cheirar a terra molhada, desfrutar dos salões de jogos quase vazios, jogar á bola no extenso areal quase deserto, conviver com algumas miúdas lisboetas giras e descomprometidas que por ali aportavam, devido sobretudo as casas de familiares que eram disponibilizadas para os fim de semana. As garotas lisboetas adoravam nessa época trocar a zona da Linha do Estoril e Cascais, pela Costa. Nós próprios achávamos a linha um local que reputávamos de beco dos “betinhos”, e praias a que não achávamos qualidade nenhuma, e para onde nunca fomos, e claro que o convívio entre todo o grupo de amigos era bem mais importante de realizar num local que nos desse prazer em estar.
Numa dessas deslocações, reunimos um grupo bem mais numeroso do que o habitual e com alguns elementos que nunca nos costumavam acompanhar, de que se destaca entre outros, pelo ocorrido o Nelson Lopes, que foi apelidado nessa ocasião de “Fome” devido a essa deslocação e aos fatos ocorridos no próprio acampamento.
Esta aventura começou logo torta desde o seu inicio, com a chegada de todo o grupo á Costa a uma hora imprópria para se ter acesso ao camping. Ficou então decidido o acampamento de todo o pessoal na mata contígua ao parque de campismo da Orbitur.
Com muito pouca iluminação, o local da clareira ficava metido dentro de um denso arvoredo, foi logo razão para alguma celeuma para alguns dos participantes, mais atemorizados com o ambiente isolado do local.
Para ajudar em toda a seqüência, no preciso momento da montagem das tendas, desabou um intenso temporal que levou á montagem apressada e mal ordenada das tendas, com algumas delas a ficarem mesmo inundadas.
A noite prometia ainda muitas aventuras, com o surgimento primeiro de um grupo de 2 vadios que foram prontamente rechaçados e posteriormente de uma matilha de cães vadios e esfomeados. Mais tarde deu-se a adoção imediata por parte do grupo, de um cão de grande porte, que por ali apareceu perdido, e que acabou por acompanhar o grupo durante todo o fim de semana, tendo inclusivamente entrado para o parque de campismo.
Colocados perante a não autorização de animais no parque de campismo, quando questionados pelos porteiros sobre quem era realmente o responsável do cão, em conjunto todos se recusaram a assumir, no entanto para risota geral foi dito que; tínhamos duvidas de que alguém colocasse a mão no cão para não o deixar entrar ou pôr fora, pois que por certo seria comido por ele na hora. Acabou obviamente por entrar no parque, e por ficar sempre residente no nosso acampamento e dali no saia, rosnando a todos quantos por ali se aproximavam, como se fosse um fiel guarda.
A noite foi demolidora no acampamento improvisado, com ruídos constantes de indivíduos a circular nas imediações, pelo meio da mata e inclusive algumas ameaças verbais gritadas de alguma distancia para as tendas.
Mal o dia despontou o acampamento foi levantado e desde logo montada paragem na recepção do parque para se entrar e montar as tendas e tentar dormir um pouco para recuperar da noite terrifica.
Finalmente acampados no camping da Orbitur da Costa, com as diversas tendas em circulo que nem um acampamento índio, onde só faltava o fogo no centro com o caldeirão em cima, e com o enorme cão como guarda, todos pensamos que tudo iria começar a correr pelo melhor, mas estávamos totalmente enganados.
A vida em comunidade obriga a certos referenciais, que para quem esta familiarizado acabam por ser fáceis, mas para quem se estréia, para além da novidade são bastante estranhos, assim o simples fato de todo o mundo estar a viver em comunidade não autoriza que se possa abusar das coisas de outrem, sem o mínimo de consentimento, informação ou respeito, e a partilha das compras alimentícias ou se faz em conjunto, ou então cada grupo gere a seu belo prazer aquilo que comprou, e obviamente o que é seu, como foi o que aconteceu.
A partilha comum obriga a uma constante obrigação de informar para não se deixarem esgotar os stoks, bem como não criar desconfianças entre o grupo que contribui por igual.
Todo o grupo, depois de devidamente instalado foi por sua vez ás compras, mas decidiram que cada tenda faria a sua gestão do espaço e claro do stok adquirido, tendo inclusivamente as compras sido feitas, nos mais variados locais e com as mais diversas escolhas e quantidades, de acordo com os gostos e opções de cada um, e de cada grupo.
Sabe-se que existem produtos que num local como uma tenda de campismo sem frigorífico, á partida são perecíveis, após algum tempo de abertura, e que ao serem abertos devem ser consumidos no mais breve espaço de tempo possível, como os yogurtes, salsichas e outros enlatados. Por outro lado num acampamento normal o pão e bebidas variadas não podem faltar, mas isto não significa que: quem compra, se não consome na hora, veja os seus produtos desaparecerem do dia para a noite, assim sem mais explicação.
O Joaquim Núncio, “Quim-zé” abasteceu a sua tenda, com uma boa quantidade de tudo quanto gostaria de degustar, e como estivesse com alguma fome resolveu abrir uma lata de salsichas e comer umas duas ou três com pão, guardando o restante para mais tarde.
Decidiu ir tomar banho e mudar de roupa, e neste meio tempo, viemos a confirmar mais tarde, que o Nelson que ainda não se tinha preocupado em ir fazer as suas compras, decidiu fazer um lanche de salsichas á conta do “Quim-zé”, ou seja dos mantimentos alheios.
Com pão daqui, refrigerante dali, e as salsichas do “Quim-Zé” acabou por fazer um belo de um lanche beneficente.
Acabou por não dizer nada a ninguém sobre o seu auto-abastecimento. Devido somente a esse pormenor conseguiu lançar a grande confusão. Essa confusão teve lugar no regresso de alguns elementos, que foram constatando a falta de alguma coisa, uma coca-cola aqui, pão ali, e o assalto ás salsichas do “Quim” foi o mais notado. Todo o mundo brincou que deveria ter sido o cão que tinha resolvido lanchar, o que até estava certo para pagar o seu trabalho de guarda, agora ninguém conseguia entender como tinha andado a escolher por cada tenda um produto, e até aberto umas ‘coca-colas’. Claro que só podia ser uma fabula!...
A brincadeira ficou mesmo por ai, pois o acampamento virou rebelião de imediato, perante gritos e insultos entre os componentes do grupo que se iam acusando mutuamente, e para os novos elementos que não estavam muito habituados a este nível de convivência a situação ainda foi pior.
A segurança do parque chegou a intervir para tentar serenar os ânimos, mas já nada haveria a fazer, pois que após se ter descoberto quem tinha sido o autor do lanche á conta dos outros, a guerra campal estalou mesmo, com a violência a surgir, chegando-se mesmo a vias de fato.
Recordo que não se sabe bem como, se formaram dois grupos, e que todo o mundo entrou em confronto com alguém. O “Quim-zé” deu um soco no Nelson “Fome” que este ao tombar, melhor dizendo ao voar, acabou por derrubar totalmente a tenda de alguém, e tudo isto por se ter comprovar a origem do mistério do desaparecimento dos alimentos.
O confronto físico ainda durou algum tempo, e o que deveria ser um acampamento de amigos, acabou por virar um conjunto de tendas de quase desconhecidos.
A beleza desse fim de semana ficou assim comprometida de modo total, com a pior das divisões, e durante os restantes dias, podiam ser encontrados grupinhos ou na praia ou nos restaurantes ou em outros locais, mas ninguém falava com ninguém.
Pela vida fora, até aos dias de hoje, muitos desses elementos nunca mais se voltaram a falar, e sempre que se fala em Nelson Lopes, surge sempre o apelido “Fome”, bem como a nossa memória fica sempre indelevelmente marcada com a importância que a nossa geração dava ao abuso de confiança, que ninguém admitia de forma alguma.
Por outro lado. A ironia das ironias, e alvo de piadas e risota entre nós, ficou como a:
“Historia das salsichas do ‘Fome’ na Costa!”
Esta historia vai morrer com cada um de nós um dia, mas até lá faz parte integrante do nosso espolio histórico pessoal.
Á poucos dias o “Quim-Zé”, via internet, disse-me que tinha encontrado o Nelson “Fome” e que até esteve para lhe dar os sentimentos pela morte do pai, mas depois; veio-lhe á lembrança as salsichas, e nem sabia como ele iria reagir, se ele lhe tivesse dirigido a palavra.
Achei piada, e nesse momento até me lembrei de uma brincadeira que seria muito interessante, pois que eu saiba, e se ainda estamos felizmente todos vivos, até que seria engraçado reunir novamente todo o grupo para um fim de semana, de preferência na Costa da Caparica ou noutro local, para fazerem-se as pazes, e porque não comprar entre todos os mantimentos, para fazer um bom jantar, com ou sem salsichas...
Com tudo isto seria lógico e fácil perguntarem:
“Mas afinal onde vão morar os nossos afetos, os nossos agrados, o nosso jeito de lembrar?”
A minha resposta mais imediata seria pegar num pensamento resumido de Alcines Carneiro, que responde a isso da seguinte forma:
“Viver de lembranças é morrer de saudades!”
Realmente; todo o lugar e tempo, guarda nos seus interiores os seus encantos, como um tempo de origem, e a Costa da Caparica não foge a esta máxima, e mesmo podendo morrer de saudades, é bom ter o que lembrar, porque normalmente só queremos lembrar as coisas boas da vida.
Pois eu guardo na minha memória, apesar de todos os acontecimentos negativos daquele fim de semana, uma saudade muito grande desses tempos, que jamais poderemos voltar a viver com igual intensidade e loucura saudável.
Toda a zona da Costa da Caparica era para nós um mundo a viver e a descobrir em termos de afetos. Toda a extensão da linha de comboio até á Fonte da Telha era para nós um mundo a capitalizar, muitas vezes com custos para além do que normalmente se convencionou apelidar de razoável.
Numa das muitas deslocações, o numero de tendas a ocupar era deveras inferior aos participantes, mas como fosse um simples fim de semana, e partindo do principio que em algumas noites algumas tendas, estariam abaixo da sua lotação máxima, uma vez que os seus ocupantes poderiam pernoitar noutros locais, todos os participantes nesta deslocação deveriam ter lugar.
O elemento mais aventureiro em termos de participação, e sempre sem tenda era o Lisboa, que todas as vezes que decidiu nos acompanhar nunca tinha tenda própria para poder pernoitar, mas nem mesmo assim deixou de nos acompanhar, e lá acabava por solucionar o seu problema de alojamento das formas mais incríveis que se possa imaginar.
Desta feita, na primeira noite, passada no areal junto ao terminal de comboios, na Fonte da Telha, resolveu a questão estendendo uma toalha á porta de uma das tendas. Pura e simplesmente embrulhar-se em jornais de folhas grandes como o semanário “Expresso” e o jornal desportivo a “Bola”, que nessa época tinham folhas bem grandes, num formato maior do que os outros jornais. Colocou a cabeça no interior da tenda e assim ficou abrigado, para dormir plenamente toda a noite.
A grande proximidade do mar, conjugada com a noite, originava um abaixamento da temperatura e á normal queda de umidade do tipo cacimba.
O Lisboa dormiu impecavelmente enroscado, e no dia seguinte assim que os primeiros raios de sol começaram a bater em cima das folhas de jornal, logo despertou e resolveu ir esperar o restante pessoal, sentado no bar que ficava logo ali ao lado do terminal.
Quando acordamos, e desmontamos as tendas logo fomos ter com ele, e ai foi o delírio total. Todo o mundo que passava no bar olhava o Lisboa com bastante curiosidade pelo simples fato de que podia ler algumas noticias nas suas costas e mesmo no rosto.
Com a umidade a tinta das paginas dos periódicos tinha passado diretamente para a sua pele e ele mais parecia um jornal vivo, podíamos ler noticias desportivas completas, e também a primeira pagina do Expresso nas suas costas, e em grandes partes do corpo.
Era o delírio total, e a risota geral, ainda aumentada perante a sua cara de espanto, sem saber qual a razão porque estavam a rir de si. Claro que o seu mau humor logo acabou por surgir.
O Lisboa era um das figuras típicas da zona e sempre pensamos que devido ás suas constantes e repetidas mudanças de humor, que por certo teria algum problema de retardo mental, devido também ao seu temperamento instável e modo de pensar e agir. Alguns dos seus pensamentos e ações, eram o espelho, dessa sua mesma forma estranha de estar na vida.
O seu maior sonho declarado aos sete ventos era na realidade um fetiche de índole sexual. Conseguir estar com 2 mulheres em termos sexuais ao mesmo tempo, e segundo ele acabou por confidenciar anos mais tarde, acabou mesmo por conseguir concretizar esse sonho em troca de uns escudos, na conhecida casa da massagista da Recosta. Esta casa que até á pouco tempo ainda funcionava em pleno, ficava situada num famoso 3º andar, com a placa de massagista colocada na varanda, mas que claro se dedicava a outras especialidades e atividades mais intimas. Era uma casa segura, sem problemas de funcionamento e segurança, uma vez que nessa época era protegida por um dos graduados da Policia de Segurança Publica do Barreiro, que protegia a madame em troca provavelmente de uns favores das meninas.
Não poucas vezes, nessa época gloriosa, víamos uma viatura da PSP estacionada na zona e alguns policiais a entrar ou sair do edifício, e como ali não funcionava nenhuma esquadra ou departamento da policia, era obvio que a Madame estava a trabalhar em pleno. A Madame a quem carinhosamente chamavam de madrinha, morava lá com 2 trabalhadoras, e as restantes massagistas... oriundas da cidade de Lisboa, surgiam no salão diariamente, para delírio da imensa clientela.
Tinha muito bom gosto esta Madame, pois tinha mulheres loiras, pretas, morenas, brancas e até mesmo uma “bimbalhona” com sotaque do Norte que era sem duvida a mais interessante.
Outro dos grandes motivos de prazer para o Lisboa era o Bingo, e esse fato acabou por contribuir para arruinar a sua vida profissional e pessoal que estava minimamente organizada. Segundo ele dizia era a razoavelmente remunerado e vivia com a mãe, portanto menos encargos, mas a partir de certa época da sua vida começou a gastar o que tinha e não tinha em jogo nos bingos, na cidade de Lisboa e também da margem Sul.
Acabou por aceitar receber uma compensação para deixar o emprego, e acabou por destruir todo esse dinheiro em meia dúzia de meses, em especial nos bingos e casas de prostituição.
A vida do Lisboa ficou depois condicionada a subsídios, e a trabalhos de ocasião, deixou de morar no Lavradio, sendo as ultimas referencia que conheço sobre o seu destino a sua residência no Vale da Amoreira, bairro problemático na zona da Baixa da Banheira.
Outras figuras míticas tornavam a zona um espelho da sociedade real, de um Portugal especial daquela época, uma dessas figuras era o César, que embora membro de uma geração mais velha, acompanhou toda a nossa juventude,desde logo marcada pelas suas inúmeras historias e vigarices.
A sua vida foi um amontoado de aventuras na nobre arte de viver de expedientes e de saber enganar o próximo.
A primeira recordação que tenho do César, esta ligada á sua vida militar, e com a sua patente. Na verdade ele não passava de um mero básico, mas que fazia questão de se abrilhantar com o posto de Capitão, e para tal nem se esquecia de colocar umas divisas na farda quando se deslocava a casa para passar um fim de semana. Invariavelmente esses fins de semana não acabavam muito bem, pois em vez de regressar no domingo ao quartel estendia a sua estadia até quarta ou quinta feira, ou mesmo por toda a semana, e o regresso era quase sempre feito por meio da visita da Policia Militar que o apanhava a passear pelo Lavradio, ou no café a jogar ás cartas.
Para não ficar mal visto, assim que via o jipe da PM, disfarçava e dizia para toda a malta presente:
“Pronto, meus amigos! Vou ter que me ausentar mais uma vez. Já ai esta o meu motorista e o meu aspirante que me vieram buscar, para me escoltar. As obrigações esperam-me!”
Normalmente os PM, lá condescendiam em não dar mau aspecto, e aguardavam a sua ida a casa para vestir a farda e buscar o saco com a restante roupa. Claro que já sabíamos que durante algumas semanas ninguém iria ver por ali o César, que teria muitas obrigações para cumprir na prisão militar, para pagar mais uma refração. A sua vida militar devia ter durado cerca do dobro do que seria normal ter que cumprir, devido aos muitos castigos com que acabou por ser premiado.
Quando finalmente regressou da vida militar, a sua vida não se alterou muito e continuou a ser feita de expedientes, mas sempre com a maior das posturas em termos de imagem.
Emprestar, dar, dinheiro ao César era o caminho mais rápido para não mais o recuperar, para alem de que tudo em que o César se metia, em termos de negócios, só podia vir a dar buraco, ou uma imensa cratera.
Dos muitos episódios do César, que recordo com muita clareza é de uma noite de temporal, em que após um jogo de cartas, e umas quantas picardias, conseguimos colocar o César á pancada, no meio do lamaçal existente no caminho barrento por detrás do café, precisamente com o outro César, o “Gaguinchas”.
Foi uma cena hilariante, pois como a chuva era tanta, e as poças de água tinham virado autênticos lamaçais, aliado á pouca luminosidade do local e também á grande bebedeira que tinham, acabavam por cair sem parar, mais vezes por sua iniciativa do que em virtude do contato físico direto de um com o outro.
Acabamos por decidir terminar como show de luta livre no meio da lama, já a noite ia bem avançada na hora, e após os separar, e deixar cada um junto á porta do seu edifício, pois mesmo separados ainda gritavam impropérios um ao outro.
No dia seguinte os efeitos do show eram bem visíveis em cada um deles com alguns arranhões, escoriações ligeiras a nível facial e o mais notório era o fato década um ter um globo ocular bem negro.
Falta referir que o artífice central desta brincadeira foi o Julio, que foi dizendo a um e a outro, coisas que alegava um teria dito do outro. Os ânimos foram aquecendo, até ao desenvolvimento final no meio do lamaçal, perante a numerosa e animada assistência.
Verdade se diga que o César tinha uma característica deveras interessante, pois conseguia inventar dinheiro fosse de que forma fosse, ou em sua substituição forma de pagamento para as suas mais diversas aventuras.
Nas primeiras tentativas, argumentava com o empréstimo de dinheiro, digo empresta’dado’ da vitima escolhida, e depois arranjava esquemas maquiavélicos, não medindo recursos e meios para atingir os seus fins.
Como conseguia arranjar algumas colocações profissionais, ainda hoje é um autentico mistério, pois que na primeira oportunidade estava fora. Tentava ajudar em termos de comercio, mas logo que algum dinheiro lhe passava diretamente pela mão, ponto! Acabavam-se os compromissos.
Foi assim com a Mini dos jornais na Avª J. J. Fernandes, com o Luis no leite e também com as ‘Mijonas’ no café.
Retirando estas situações, era um verdadeiro perigo confiar algo á guarda do César, ou ao seu alcance, com liberdade de movimentação.
Os cunhados, os Mota, futebolistas profissionais, depois de terem sido formados no Sporting, e serem colocados a rodar em alguns clubes do continente, foram jogar para a Ilha da Madeira, tendo deixado a casa totalmente montada em Setúbal, á guarda da sogra. O César conseguiu uma copia da chave e imagine-se, conseguiu nada mais, nada menos, do que vender todo o recheio de uma das casas, desde carpetes, móveis, no fundo tudo, só restando no final, as paredes do apartamento.
Quando o cunhado regressou ia morrendo ao entrar em casa e deparar só com as paredes, contaram que nem o tapete da porta da entrada escapou.
Numa outra ocasião, ficou a dormir em casa dos pais do “Chicha”, seus tios e primo. Aproveitou o sono pesado, e num abrir e fechar de olhos retirou o relógio de corda, prenda do avo.
No dia seguinte, procedeu à sua venda, na ourivesaria, fronteira ao Sporting Lavradiense. Pouco tempo depois, o “Chicha” deu por falta do relógio, e deduziu desde logo o que tinha acontecido. Após uma busca em todos os ourives e relojoeiros das redondezas acabaram por encontrar o relógio exposto na montra, já para venda. A única solução foi voltar a comprar o relógio.
Por falar em relógios, o seu pai, pessoa muito honrada e de estima, trabalhava com encaixilharia de quadros em madeira. Fez alguns trabalhos inclusivamente para os meus pais, e numa das suas idas para entregar um trabalho, contou que um relógio de parede de muita estima, tinha desaparecido da sua casa misteriosamente. O pai tinha toda a vergonha do mundo de assumir diretamente quem tinha sido o mentor do mistério do relógio de parede, mas claro que sabia muito bem quem tinha lá em casa capaz de realizar esse fenômeno.
Os seus expedientes eram por vezes magistrais; deslocava-se a uma, qualquer, conhecida casa de alterne e conseguia fazer-se passar por um conhecido futebolista, acabava por ter algumas benesses ele e claro também os seus acompanhantes.
Quase sempre os seus companheiros inseparáveis nestas aventuras de alterne, eram o Luis e o Luis Costa e conseguia muitas vezes chegava ao ponto de conseguir ir até ao privado com alguma das pequenas mais incautas.
Idas com ele a um restaurante, eram uma verdadeira aventura para a carteira dos acompanhantes, pois solicitava tudo do bom e do melhor como se fosse ele a pagar, ou no mínimo a participar conjuntamente. No entanto na hora de pagar a conta, invariavelmente desaparecia, não sem antes chegar ao desplante de ser ele próprio a pedir a conta o empregado, para dessa forma, fazer crer para a geral que era ele quem iria pagar a despesa.
Mesmo assim, e, sobretudo, pelo seu a vontade, o César não se escusava de estar presente em todas as deslocações e iniciativas em que pudesse, fosse qual fosse o destino e o potencial final da despesa.
O César é assim visto por mim como um ser que reputo de ‘oleagenoso’, uma substancia etérea e onipresente, detectável nas ondas do mar ou no tilintar dos metais, a sua musicalidade era muito mais do que som e movimento, imagem, tato e ritmo, era mesmo sinônimo de; uma certa forma de viver a vida.
Mas outras figuras da zona construíam também um mundo muito próprio que vivia de ganhos e expedientes ocasionais, e de todos esses no posso esquecer de forma alguma o Manelito, que muito embora fosse um ótimo carpinteiro, não conseguia fixar-se num local certo em termos de emprego. Depois, ao longo dos anos, as companhias que foi arranjando, e um desmiolar total da sua vida, acabaram por o conduzir a um consumo desmedido de drogas, que por sua vez consumiram as suas capacidades, e nos últimos tempos não passava de um autentico farrapo humano.
Outra figura típica, esta importada da Baixa da Banheira era o “Facadas” que para além de exímio jogador de cartas, onde acabou por ganhar a alcunha, uma vez que sempre que o jogo não se lhe apresentava favorável, ele repetia: “Mas que facada!” conseguia ter a importante missão de nos conseguir, quase diariamente, adquiria os bilhetes para o cinema, a troco de entre todos se lhe pagar o seu bilhete.
E por se falar em figuras de certa forma, com expedientes bem interessantes, também no podia esquecer aquele que foi durante algum tempo o “papa bilhetes” de cinema. O Pina, hoje um ilustre comerciante na zona do Alto do Seixalinho no Barreiro, tinha o costume de encomendar o seu bilhete para o cinema conjuntamente com os nossos, mas na hora de pagar, invariavelmente nunca tinha o dinheiro. Um dia eu próprio, decidi acabar com essa “chulice”, e quando chegou a hora de trocar os bilhetes, e ele mais uma vez não apresentou o dinheiro, eu mesmo o informei de que quem não tinha dinheiro, não tinha vícios, e sem dinheiro não havia mais bilhetes. Quase andamos perto de chegar a vias de fato á porta do cinema da ‘Quimigal’, ‘Casa da Cultura’, e posso confirmar que tinha muito prazer em lhe dar umas “charutadas” naquela carinha de anjo. Mas eu mesmo paguei o bilhete, e o lugar ficou vago, e acabou o nosso problema. O Pina desapareceu de circulação dentro do grupo e nunca mais voltamos a gastar dinheiro com um verdadeiro parasita.
Muitas vezes pela vida fora o voltei a encontrar, e sempre que lhe olhava para a cara, me vinha aquela sensação de estar a ver um “chuleco”, a quem tinha ficado a dever um murro no focinho.
Um “chuleco” agora armado em ourives, que me dizem instalado com loja ali defronte da escola de Condução Barreirense. Será que hoje vende ouro da mesma forma que ia ao cinema? Duvido!
E por falar em ouro, desde logo me vem á memória a “Varina” Zulmira, e o seu marido Carlos, sempre cheios de ouro, fosse nos brincos dela ou nos dedos pejados de anéis de ambos e nos fios pendurados ao peito, que faziam muito gosto em mostrar de forma ostensiva.
As suas vidas eram de trabalho e ao mesmo tempo de alguma penitencia e sacrifício perante o filho mais novo, Jony, que era um dos terrores da vizinhança e que tantos problemas lhes deu ao longo da vida, tendo somente acabado o martírio muito recentemente, quando foi abatido a tiro pela policia, durante a fuga de mais alguma das suas “ratonices”.
Eu pessoalmente conheci a “peça” bem cedo, quando comecei a verificar problemas de vazamento nos contadores de água do prédio onde os meus pais habitavam. Um belo dia, consegui finalmente detectar a origem dessa estranha situação.
Escutei a porta de madeira do local onde se encontrava o contador da água da casa do meu pai a ser aberto, e como na véspera lá tinha estado o funcionário a efetuar a rotineira leitura da contagem mensal, achei desde logo estranho. Consegui observar pelo ralo de segurança da porta o jovem “Jony”; a dar cabo das torneiras de segurança dos contadores da água, por puro ato de vandalismo.
Perante a imagem, no resisti, abri a porta e corri atrás dele, tendo-lhe aplicado uns valentes “lambadões” na cara, culminando com uns 2 ou 3 pontapés no fundo das costas, onde elas mudam de nome, como lição para não mais voltar a mexer onde não devia.
Estávamos na época em 1979, eu tinha toda a minha pujança física de atleta federado, e tive mesmo que a colocar á prova, pois quando menos podia calcular surgiu a “Varina”, com uma faca enorme, gritando que me ia matar por ter batido no seu “Jony”, no seu menino. Até hoje não sei que historia ele contou á mãe, mas que ela estava assustadoramente fera comigo. Disso ninguém duvide.
Talvez na minha vida nunca tenha encontrado uma mulher tão assustadora e ameaçadora da minha integridade física, como naquele dia a “Varina” Zulmira, e também talvez na minha vida eu nunca tenha tido tanta disposição para testar as minhas capacidades físicas. Assim em vez de correr para casa, escapando das garras da “Varina”, decidi dar também uma lição á Zulmira e então, gritei-lhe:
“Pois queres matar-me, anda daí, mostra lá o que vales, vamos ver se me apanhas...”
Eu iniciei o circuito correndo em volta da Rua Grão Vasco, descendo frente á escola primária e retornando á Rua Grão Vasco, pela Rua da antiga farmácia em frente ao tanque de natação. Eram uns mil e poucos metros em cada volta completa, e ao contrario daquilo que eu poderia imaginar, ela estava bem preparada, ou então a sua resistência vinha da raiva incontida que deixava transparecer. Eu de certa forma brincava com a situação, perante a enorme algazarra do pessoal nos passeios e da muita gente que acabou por se juntar, um pouco por todo o lado. Muitos acabaram por vir para as varandas e janelas ver também o que se passava, com um espetáculo deveras curioso, com uma mulher a correr atrás de um jovem, com uma faca na mão, aos gritos.
A brincadeira era de tal forma interessante, que até deixava criar alguma expectativa em relação ao desenlace final, pois eu corria e aumentava a velocidade para lhe diminuir alguma aproximação, mas quando reduzia, e como ela ficava de novo perto a uns 15 ou 20 metros, eu periodicamente aumentava de novo a velocidade, aumentando sempre a distancia quando tal era necessário. Lembro-me que acabamos por dar umas boas 3 ou 4 voltas, completas, ao quarteirão, até que ela ficou esgotada e acabou por desistir ficando sentada em frente ao café, no lancil do passeio, continuando a gritar que me iria matar.
Eu fui para casa, tranqüilo de que nesse dia nada mais poderia acontecer. O “Jony” nunca mais na sua vida estragou contadores de água, pelo menos no numero 17 da Rua Grão Vasco, e durante muito tempo eu tinha muito cuidado, ou evitava mesmo passar na zona da casa da “Varina”.
Reconheço hoje que não era má pessoa, muito pelo contrário, e muito pouco tempo transcorrido desse episodio, até acabamos ficando amigos.
Assim para grande espanto meu, passados pouco mais de três meses, eu estive internado no Hospital de Santa Marta em Lisboa, no Serviço de Cardiologia, e um dia a minha mãe disse-me que ela fazia questão de todos os dias a esperar no seu regresso da visita para lhe perguntar como eu estava, e desejar-me as melhoras.
Ao principio pensei mesmo que seria para ter a certeza e o prazer de ir ao meu funeral, caso alguma coisa de negativo acontecesse. Mais preocupado fiquei quando um dia a minha mãe me perguntou se ela me poderia visitar. Ai eu perante essa noticia, relembrei tudo o que tinha ocorrido pouco tempo antes, mas a minha mãe acabou por me tranqüilizar, e dizer que ela inclusivamente já tinha pedido desculpas de toda a situação, e que o filho só lhe arranjava problemas, e inimizades desnecessárias.
Acabei por aceder na autorização da sua visita, e para meu grande espanto, um dia no horário normal da visita ela lá apareceu, reluzente de ouro e vestida como eu nunca a tinha visto, parecia uma dama de Viana do Castelo em dia de festa da Senhora da Agonia.
Pediu-me desculpas daquele dia em que se comportara como uma mãe mais do que galinha. Acabou por me confessar que o filho era um problema muito difícil que ela tinha mais o marido, e que temia que pudesse vir a ser ainda pior no futuro. Acabou infelizmente por vir a ter toda a razão na sua premonição.
Ficamos amigos, até o dia de hoje. Ela e o marido o Sr. Carlos, são gente muito boa, a que ninguém pode esquecer as suas dádivas de amor, como as suas idas aos hospitais para doar sangue de forma anônima, as caixas de sardinhas ofertadas nos santos populares para festas de rua, e muitas outras situações de puro altroismo, boa vizinhança e companheirismo.
O filho “Jony” esse sim era mesmo o grande problema nas suas vidas, e devido a isso a sua casa mais parecia um “bunker” com grades nas janelas, portas de entrada blindadas. Todo este aparato era motivado por causa do filho, um verdadeiro terror, que com o passar dos anos se tornou um dos maiores ‘gangsters’ da zona, preso várias vezes e sempre em fuga, acabou por ser abatido a tiro pela policia, numa operação para proceder á sua capturar.
E por se falar em terror, é bom analisar também a situação contraria, ou seja, alguém que viveu fora das margens da legalidade e se soube auto-regenerar e hoje é um homem digno da sociedade. Falo entre outros do Carlos Peleja, que por via de algumas amizades menos próprias deu alguns passos errados na sua juventude, chegando ao ponto de ser detido por assalto a uma loja de material desportivo, com tentativa de fuga pela linha do caminho de ferro.
O Carlos, apesar de todas estas suas peripécias na área criminal, sempre foi visto por mim como um amigo, e para todos nós sempre ficou bem idealizado o gosto no sonho da sua regeneração, o que felizmente veio a acontecer.
Mas nem só de maus momentos vivem as recordações sobre o Carlos, também existem muito boas do futebol em que era craque, e outras hilariantes como aquele episodio em que ele e o seu irmão, os dois a bordo de um Austin Mini, acabado de comprar, conseguiram a proeza de na viagem inaugural matar uma vaca. O animal surgiu desgarrado no meio da estrada, e decidiu investir contra o carro e dessa forma o acabou por destruir totalmente com o impacto.
O seu caráter na juventude era propenso a confusões, nomeadamente após a ingestão de álcool, tornava-se incontrolável, e a sua presença em bailes ou festas quando já com algum excesso de álcool no sangue era invariavelmente sinônimo de confusão. Recordo especialmente uma noite em que decidiu armar a maior confusão no baile de carnaval da SFAL, e só a presença de largo contingente policial conseguiu colocar um ponto final em toda a agitação.
Hoje é um bom cidadão, trabalhador e bom chefe de família, deve essa sua situação atual a si próprio, que soube mudar a sua forma de ser e estar na sociedade, para seu próprio bem e para grande alegria dos seus verdadeiros amigos.
Por se falar em amigos, e sempre com claro temor de esquecer algum, tenho que arriscar e falar em alguns que embora longe do nosso contato, á algum tempo, nem por isso deixam de ser considerados, ou votados no lote dos de menor importância.
São amigos que ficam indelevelmente marcados na nossa memória, e de entre esses destaco desde já o Pimenta, pelo que representam para uma geração, como menino das vivendas, filho de pais alegadamente ricos, que brincava com os brinquedos mais caros, mas que convivia com todo o restante pessoal de uma forma totalmente livre de oportunismos ou reservas morais.
Das muitas recordações que contam com a sua presença, respingo as batalhas de pedrada com os jovens da Baixa da Banheira, os jogos de futebol tanto na Quinta do Facho como no campo onde hoje se situa a Urbanização da Quinta dos Loios, a que chamávamos campo dos eucaliptos. Ainda as muitas tardes passadas na sua casa encestando bolas de basket na tabela pregada na parede lateral da garagem, sempre com certo receio de que o enorme cão lobo da Alsacia, negro, se soltasse do seu espaço e nos ataca-se.
Mas as recordações passam ainda pelos jogos de cartas, os torneios de tiro com espingardas de pressão de ar a moedas de 2$50 e 5$00, colocadas quase sempre nos eucaliptos. Torneios disputados depois de mais uma infrutífera caçada aos pardais, sempre com todos os sentidos alerta, para a possibilidade real da chegada do jipe da Guarda Nacional Republicana, e que até hoje não consigo entender se o temor á autoridade era maior responsável do que a nossa falta de habilidade para acertar nos pássaros em movimento.
Mais tarde, anos mais tarde, a memória transporta-me para a construção da míni - discoteca numa das salas da garagem da casa dos seus pais, que acabou por servir de local de encontros com alguma namorada mais rápida, e tantas outras aventuras que fizeram da nossa juventude algo bem mais rico do que o normal que se vivia naquela época.
Mas também aconteciam situações bem hilariantes, e muitas outras estranhas e até bizarras, nas nossas vidas.
Como poderia esquecer os acampamentos na Praia dos Coelhos na Arrabida, em que a lavagem da loiça acabava por cair sempre sob a responsabilidade do mesmo infeliz, a que por ironia de umas cartas bem embaralhadas, acabavam por surgir sempre os malfadados reis, e como o batizamos de ‘Padre’, pois sempre que se realizava o sorteio ele repetia a mesma ladainha:
“... meu deus, como é possível eu ter sempre tanto azar ao jogo!”
Também não posso esquecer o dia em que o meu bom amigo Pimenta, resolveu presentear-me com um cão da raça Basset, vulgarmente conhecido por chouriço.
Este famoso cão, tinha sido da sua namorada daquela época, mais tarde batizada de ‘Viuva Porcina’, e que ela lhe tinha deixado de herança no final do namoro, mas que ele não tinha a mínima intenção de cuidar, e de que a mãe também já tinha perdido a paciência de ter que tratar.
O Pimenta, alegava em sua defesa que não tinha tempo para cuidar do animal, além disso, já tinham um outro cão lá em casa, e como ele se tinha afeiçoado a mim, e ele sabia do meu gosto por animais, alem de que segundo ele dizia o animal não ladrava, e portanto era indicado para poder morar num apartamento, chegando mesmo a argumentar que ocupava pouco espaço, além de ser muito higiênico, e também não comer muito. Para além de tudo isto ele jurava a pés juntos que o cão não ladrava.
Eram no seu entendimento pessoal só vantagens?!
Acabei por ceder na recepção da oferta, e depois de ter convencido os meus pais, mentindo ao dizer que seria só por uma curta temporada a sua estadia, lá instalei o “Boby” em minha casa, perante os olhares intrigantes dos meus pais, sobre as reais qualidades, características e predicados do animal.
Durante o dia o “Boby” até que se comportou maravilhosamente bem, não destruindo nada em casa, foi o mais sociável e higiênico possível, fez amizade facilmente com todo o pessoal da casa, incluindo a tartaruga terrestre africana “Chico” que se passeava livremente por toda a casa dos meus pais. O fato mais curioso, e que até mereceu referencia positiva geral, foi que não ladrou uma única vez durante todo o dia.
Até o meu pai ficou maravilhado com o seu comportamento e acabou brincando que achava que ele devia ser mudo, e que dessa forma, pois bem poderia ali permanecer todo o tempo que fosse necessário.
Mas mal chegou a noite, uma autentica revolução se operou, o “Boby” levou toda a noite a uivar. Eu abria a porta de acesso á varanda do meu quarto e ele deixava de ladrar dentro de casa, mas em contrapartida saia e começava a ladrar e uivar no exterior. Voltava a entrar e claro que voltava a ladrar e uivar no interior do apartamento. Eu saia com ele para a rua e deixava de ladrar. Acabamos por dar uma volta enorme ao quarteirão, e passado pouco mais de meia hora, voltou ao tormento anterior; com uivos e ‘ladradelas’ constantes, tanto dentro como fora de casa. Foi uma noite terrível, e que parecia nunca mais ter fim. O caos só terminou com o nascer do sol, em que finalmente decidiu dormir como um bebe. Eu, claro também exausto adormeci com a certeza plena de que o “Boby” não poderia passar mais nenhuma noite ali, naquela casa, sob pena de eu me tornar um “morcego” ou enlouquecer, ou ainda poder vir a sofrer um ataque coletivo dos vizinhos e claro uma guerra civil com os meus pais.
Pela tarde providenciei a resolução do assunto com a devolução do hospede temporário “Boby” ao seu legitimo dono e ao seu habitat anterior, perante o meu alivio e também o suspiro dos meus pais, para já não falar provavelmente de todos os vizinhos que se sentiram atacados por uma noite inteira de ladrares e uivos. Ainda por cima o seu ladrar era bastante sonoro, é que o “Boby” embora não sendo um animal de grande porte, era muito forte e sonoro no ladrar e a uivar mais parecia um lobo.
A família Pimenta, como todas as famílias que se prezam, tinha também as suas historias, algumas sobre a vida pessoal dos seus pais, situação que nunca mereceu da nossa parte o maior ou menor comentário. Outros relatos foram surgindo, sobre familiares próximos, no caso concreto sobre uma tia, mãe solteira que vivia na Rua da Cooperativa Lavradiense.
Alguns mais atrevidos na analise afirmavam que era uma mulher de vida fácil, outros que se tinha transformado em lésbica por causa de um amor mal sucedido, e outros ainda afirmavam bem alto que não tinha uma opção sexual definida. Eu na verdade nunca tive grande interesse pessoal por tirar a limpo essa historia escabrosa, ainda mais que ela parecia realmente uma ‘Maria homem’.
Anos mais tarde, regressava eu de uma reunião política na Moita, e decidi passar na zona ribeirinha da Baixa da Banheira, para encontrar-me com alguns amigos e ex-colegas das lides radiofônicas, tendo acabado em amena ‘cavaqueira’ numa cervejaria entre umas boas e frescas canecas de cerveja, e duas ou três doses de sapateira e enguias fritas.
A animada sessão, só terminou já a noite ia bem adiantada. No final da contenda, sabedores do meu destino, os meus amigos desde logo me solicitaram a possibilidade de dar uma boleia a uma jovem com boa aparência e com imagem de ter por ai uns cerca de vinte e poucos anos, que dizia morar nas vivendas junto da ex-fabrica do sal, no Lavradio.
Como todo o mundo afirmava conhecer a jovem, e que era de confiança, e ainda por cima o trajeto era relativamente curto acabei por aceder, muito embora seja avesso a dar boleia a desconhecidos.
No entanto, para meu espanto pessoal, a noite acabou por ser mais longa do que eu poderia esperar. Assim a jovem mal entrou no carro desatou a falar, e não perdeu muito tempo dizendo ao que vinha, tendo solicitado que parasse na zona ribeirinha já ao fundo da alameda do novo parque, pois segundo ela queria andar um pouco e ver as estrelas. Como me parecia uma jovem culta e com alguma formação e maturidade em termos de conversa, lá lhe fiz a vontade e com o desenrolar da conversa os temas foram-se encadeando e a conversa animando.
Acabou por se insinuar de tal forma, que acabamos sem eu saber muito bem como, e de forma totalmente inesperada e irresponsável da minha parte, por fazer sexo, mesmo ali nos bancos da zona do parque onde outrora ficava a casa do Facho, e o famoso tanque redondo. Não posso negar que foi um sexo gostoso, e bem feito, se assim se pode dizer, pois ela apesar da idade mostrava muita destreza, perícia e ligeireza no trato sobre a matéria nas suas mais diversas vertentes.
Acabei por a ir levar a casa quase ao nascer do dia, e para meu grande espanto ela morava na casa dos pais do Pimenta, era portanto a prima do Pimenta, que eu conhecera desde catraia.
Acabou por me confessar que quando entrou no carro já sabia quem eu era, e que desde á muito queria ter essa oportunidade de transar comigo, pois além de simpatizar comigo gostava de homens mais velhos. Depois ainda me confidenciou que para além de que ninguém da sua casa tivesse conhecimento, ela era prostituta, atuando naquela zona da cervejaria, para poder alimentar o seu vicio de consumo de droga em que era consumidora compulsiva na universidade.
Depois de um monte de puxões de orelhas e recomendações verbais, lá a acabei por deixar em casa, e como que o pagamento da boleia foi aquela interessante noite.
O fato de ela referir que ninguém sabia da sua atividade extra escolar não era real, pois questionei posteriormente vários amigos que ainda habitam na zona, e todos eles me referiram saber que na realidade tinha aquela atividade extra curricular.
Muito embora tivesse feito muita questão de ficar com o meu numero de telefone, e tivesse ligado posteriormente um monte de vezes, eu fiz questão de nunca responder ás suas chamadas e não manter mais qualquer contato.
Á muitos anos que não encontro pessoalmente o Pimenta, mas para todos os efeitos é a sua prima que surge na liça, e eu nunca gostei de manter relacionamentos deste ou de outro tipo em termos mais íntimos com familiares de amigos meus. De toda a forma eu gostaria de ter tido uma conversa com este meu amigo sobre este assunto, mas foi impossível, mesmo tentando por meio de amigos comuns manter o contacto, umas vezes por impossibilidade minha e outras por impossibilidade dele próprio. No entanto também sei que a conversa que poderia vir a ter com ele de pouco iria adiantar. Pois que; como tantas vezes já referi, o destino somos nós que fabricamos, de acordo com as linhas de vida que traçamos. A linha de vida e o destino da prima do Pimenta, já á muito que esta traçada, e vim a saber que infelizmente se transformou ao longo do tempo numa consumidora incontrolável de estupefacientes.
A família Pimenta era muito especial, e o avo Pimenta era para nós, um idoso estimável, como uma peça única e muito rara num museu, atendendo á sua provecta idade, ás suas experiências de vida e á qualidade de vida que naquela época levava.
Todos os dias as suas romarias alcoólicas eram um fator de boa disposição, pois totalmente só ou acompanhado pelo seu amigo Silva “Alfaiate”, ele fazia a romaria das ‘tasquinhas’ e botecos, desde o inicio da Avenida J. J. Fernandes até á tasca do tio do Camarão, e regressava pelas ruas interiores da localidade, visitando as restantes “capelinhas” sem exceção, terminando no café da Rua, com um vulgarmente conhecido “traçadinho” que não é mais do que a mistura de vinho com um refrigerante. No caso do avo Pimenta, o pedido era sempre o mesmo com um sonoro:
“Carlinhos podes me dar, por favor, um branquinho com ‘casoza’?”
E o Carlos “Marmitas”, com a maior das reverencias e amizade:
“Claro Ti Pimenta! Cá esta o mesmo de sempre!”
Sei que já faleceu, mas com uma idade admirável para o estilo de vida que levava, e muito embora os muitos “Branquinhos com ‘casoza’” a sua saúde aparentava ser de ferro, também o seu amigo Silva “Alfaiate” já faleceu, e até escolheu para local desse acontecimento a sua terra natal, por ironia do destino Cinfães do Douro, onde ainda foi viver muitos anos, e segundo chegavam informações até deixou de beber, quem sabe se por falta do seu amigo e companheiro de farras, o Pimenta.
Ironia do destino o próprio Carlos “Marmitas” também já faleceu, deixou o nosso convívio diário, e quem sabe se numa outra vida não pode estar a servir o avo Pimenta com “Branquinhos com casoza” tal como o “Frutol” com umas “Carlos Alberto”, que muito embora a quantidade incalculável de cerveja Carlsberg consumida em especial no decorrer das muitas tardes de jogo, acabou por falecer aparentemente de forma serena e totalmente só, ao largo do Cabo Espichel, dentro do seu barco, a pescar, uma atividade que tanto amava fazer para além das suas jogatanas de “Sueca”.
Com tudo isto, não quero de modo algum defender o alcoolismo, muito pelo contrario, apenas demonstrar que nem sempre aquilo que imaginamos poder ir contribuir para acelerar, e muitas vezes concretizar o nosso fim, é realmente a causa principal desse mesmo fim, pois que de uma forma ou de outra ninguém é imortal.
Para mim o fim e o principio fazem parte integrante da vida, e sigo á risca uma máxima que á alguns anos escutei, reproduzida pelo escritor Brasileiro, Paulo Coelho, e com origem num pensamento de Ron:
“Viver é caminhar sobre uma placa de vidro que pode quebrar a qualquer momento. Caminhe portanto consciente dessa verdade!”
A vida deve então ser vivida de forma consciente, sabendo cada um de nós os riscos que tem correr par viver, alargando as nossas avenidas do entendimento, e costurando de forma bem compacta ao longo da vida parcerias indispensáveis à realização dos nossos objetivos, sem renunciar obviamente á nossa própria filosofia de vida.
Existe uma frase, uma máxima do ex-lider chinês Deng Xiaoping que foi aplicada para traduzir o seu entendimento sobre o comercio externo, que no entanto se aplica na perfeição á nossa vida, aos conhecimentos e amigos que vamos encontrando e cultivando ao longo da nossa caminhada da vida:
“Não importa se o gato é branco ou preto, contando que pegue os ratos.”
É uma lição de verdadeiro pragmatismo da vida, uma lição voltada para um absoluto sentido de eficácia, tendo como meta objetiva a vida, e a melhor forma de a viver, no respeito total á dignidade sem no entanto esquecer que a vida é recheada de objetivos até ao seu fim.
Por falar em fim, quem também já teve o seu fim, para além do Carlos “Marmitas” foi o Manuel “Cabanas”. Dois prefeitos exemplos de persistente consumo alcoólico, com destinos e historias finais diferentes, e também com destinos e objetivos pessoais bem definidos ao longo da vida.
Do Carlos ”Marmitas”, ficam na nossa memória muitos acontecimentos que vão povoar as nossas recordações por muitos anos.
Das mais irônicas e hilariantes recordo o dia em que o café foi assaltado e mesmo com a casa quase cheia, ninguém se apercebeu, tal o empenho com que se jogava ás cartas nas diversas mesas, aliado ao ruído geral. Só nos acabamos por aperceber da situação, quando escutamos o Carlos aos gritos dentro de uma das arcas congeladoras, reservada a gelados e que se encontrava vazia naquela época do ano. Como estava colocada junto do WC, ninguém tinha escutado nem reparado na situação, somente demos por isso quando o vimos com a cabeça de fora da arca perguntando se ninguém tinha visto ou escutado nada, ao principio até julgamos que se tratava de mais uma brincadeira dele.
Ao vislumbrar a sua figura saída da arca a risota foi geral, e tinha sido mesmo verdade o assalto, e aquele foi o local escolhido pelos assaltantes para o colocarem, sem que ninguém se tenha apercebido de alguma situação estranha. No entanto ele afirmava que lhe tinham levado todo o dinheiro da caixa registradora, bem como o famoso revolver que nunca disparava...
Esse famoso revolver, esse sim do nosso conhecimento, pelas dezenas de vezes em que o ostentava publicamente, mas nunca era disparado.
Nessas ocasiões hilariantes, e que ficam retidas na memória para sempre, pode sem duvida, também, incluir-se a famosa noite da fuga a pé desde Palmela. Uma caminhada após a barricada na estrada, por parte do grupo dos “chulos” que queriam vingar o abandono no meio da mata, por parte do Julio, de uma prostituta que ele afirmava o ter assaltado na Boite “Sorte do azar” na zona da Volta da Pedra em Palmela. Esta Boite era um dos local de peregrinação obrigatória daquele unido grupo de amigos da noite.
Foi uma noite tenebrosa, aquela, para os participantes que acabaram por chegar a casa a pé e em muito mau estado psicológico, e desse grupo fazia parte o Carlos “Marmitas” e por incrível coincidência nessa noite o Nelson “Fome” e o pai Sr. Carlos Lopes, que nunca acompanhavam essas expedições, mas que nessa noite por ironia do destino também lá estavam. Posteriormente comentavam que aquele tinha sido um dos piores dias das suas vidas.
Do Carlos “Marmitas” ficam ainda as suas muitas historias fantásticas. Muitas delas, para não dizer a grande maioria fantasiosas, que sempre escutávamos com muita atenção, tentando retirar os 10% de veracidade em todo o conteúdo relatado.
As suas muitas “tretas” encaixadas no meio dos relatos das viagens pela Arábia Saudita, vários locais da Europa e das Américas, eram motivo de alguma risota, pois muitas vezes se verificava logo a sua constante contradição em alguns fatos que queria relatar e inventar. O mais irônico da sua vida foi ter encontrado o seu fim precisamente numa dessas suas viagens, verídicas, com passagem profissional pelo estrangeiro, mais precisamente na Alemanha ao cair do alto de uma chaminé de uma siderurgia que se encontrava em manutenção.
Do Manuel “Cabanas”, resgata-se o seu estado quase normal e permanente de alcoolizado, que se tornava engraçado, pois perdia a noção do tempo e do espaço, e para fazer um trajeto de cerca de 100 metros até á sua própria casa, poderia levar horas, pois quando não guiado chegava a andar quilômetros dentro do Lavradio até conseguir atinar com a rua e a casa.
Eram bebedeiras “saudáveis” sem criar conflitos ou algum atrito fosse com quem fosse, e sempre norteadas pela grande quantidade de misturas desde cerveja, moscatel, vinho, bagaço, enfim tudo o que fosse alcoolicamente consumível. Por vezes acabava por fazer parelha, também com o avo Pimenta e o Silva “Alfaiate” e então era uma equipa incrivelmente eficiente no consumo de tudo o que fosse colocado em cima de um balcão e que pelo menos tivesse cheiro a álcool.
O mais divertido seria encontrar uma mesa de sueca ou ramy, contando como jogadores o Manuel “Cabanas” e o Silva “Alfaiate”, era então uma risota garantida, com o:
“Joga!...”
“Já joguei ‘porra’, pensas que estou bêbado ou a dormir como tu!...”
“Como é que já jogas-te, tens mais cartas do que eu, vamos lá contar...”
E quantas vezes a contagem se produzia acabando por mostrar o jogo para todos os participantes, o que originava a maior confusão.
Outras vezes, como o álcool já não permitia uma boa visão dos naipes das cartas, as “arrenuncias” eram umas a seguir ás outras, e quando eram descobertas gerava-se então uma confusão tremenda de:
“Eu não joguei isso!”
“Tu é que não jogas-te aquilo!”
“Eu assisti aqui nesta vasa, mas tu não e tinhas desse naipe, pois na jogada seguinte assistes-te á minha puxada, e até que a vasa foi tua...”
Eram verdadeiras aulas de como no se devia jogar ás cartas, e a prova cabal dos efeitos secundários do álcool num potencial jogador de cartas.
Muitas vezes o esclarecimento acabava mal, e no raras vezes, sobretudo o Silva “Alfaiate” acabou por viajar através de uma das montras.
Não sei se por aversão ao jogo, ou falta de habilidade, jamais vi o ‘Ti Pimenta’ jogar fosse a que tipo de jogo fosse, o seu divertimento era mesmo o ‘tinto ou branco com cazosa’
Quando o “Quim-zé“ me deu a noticia da morte do Saul, relatou-me uma deliciosa passagem de um jovem da nova geração, um dos “putos da minha rua” que conseguiu ainda viver a parte final desses saudosos tempos de animação e companheirismo, e que também conseguiu entender o verdadeiro espírito do grupo.
Assim, ironizou ele, e eu estou certo de que nenhum dos retratados se sentiria de forma alguma ofendido com os comentário, antes pelo contrario, acho que iria ter muito gozo em os escutar:
“... então quando o Saul chegou ao céu já estava o Ti Carlos o “Marmitas”, o Manuel “Cabanas” e o “Frutol” á espera, e disseram ao Saul, então só agora?!
Estamos á tua espera e das cartas novas, que ficas-te de nos trazer, á um monte de tempo, para conseguirmos jogar á Sueca!...
Entretanto o Ti Carlos ‘Marmitas’, virou-se para o Saul, e disse: Mas antes ainda vamos ás ‘putas’.
Saul - É pá! Mas eu não posso andar.
Não faz mal, eu levo-te ás costas!...”
Quem sabe se não terá sido este o fim, ou melhor dizendo; o inicio de um novo convívio, agora desenvolvido na eternidade do paraíso...
Por isso aquilo que aparentemente definimos como fim é muito duvidoso, em termos conseqüentes, e quem sabe se não é, pelo menos na nossa imaginação, um mero intervalo no jogo da vida?!
Ainda dentro do jogo da vida vivida, não posso esquecer as hilariantes historias do irmão do Jorge da “Amélia”, por nós conhecido por “Zarolho” devido á sua deficiência visual, uma acentuada disfunção visual devido a estrabismo. O seu grande sonho teria sido tornar-se guarda-redes profissional de futebol e fica registrada a sua famosa frase, que ele afirmava lhe tinha sido transmitida; num treino de captação do Benfica, após uma brilhante defesa??!!:
“... você fez uma defesa na horizontal da vertical do poste que até lhe podem chamar o miúdo!...”
Claro que nos questionávamos porque razão se fosse assim tão bom guarda-redes, não teria ficado, nem lá no Benfica, nem em outro qualquer clube, e para nós era de evitar a sua presença entre os postes de uma baliza, pois podíamos sempre contabilizar muitos mais “frangos” que defesas dignas desse nome.
Quem também era fonte de animação, mas por outras razoes, eram as “Mijonas” que dedicavam as manhãs á colocação dos colchões ao sol, para secar os efeitos noturnos da incontinência urinária. Era uma risota ver a exposição de colchões ao sol. Depois, por onde passavam todo o mundo comentava e sorria sobre as suas famosas “mijadas” noturnas.
Claro que o jogo da vida comporta muitas etapas, umas boas, outras más, e por vezes recordamos quem já teve etapas muito boas e também sabe viver com as muito más, são os chamados extremos da vida, que se tocam.
O Luis “do café” é um dos muitos exemplos que gosto sempre de recordar como paradigma do que é saber viver bem e ter que adaptar a sua vida ás conveniências do destino, que mais uma vez a sua própria vida confirma e ajudamos de forma determinante a criar.
Quando conheci o Luis, nos anos 70, ele era o dono do café da nossa rua e fazia a sua exploração direta, uma vida esforçada de um homem ambicioso em visível crescendo econômico, recém chegado da guerra do ultramar com uma mala carregada de sonhos e muitos projetos.
A vida foi-lhe sorrindo e decidiu alugar o café e mais tarde trespassou mesmo o negocio e lançou-se na aventura da mercearia e mais tarde juntou esse negocio a um deposito de leite para consumo e revenda com distribuição a revendedores, conseguia assim uma representação comercial o que era ótimo para a época.
A sua vida corria de vento em popa, mas ai as famosas deslocações a discotecas e afins, em como o vicio das apostas monetárias em jogos de cartas, que até ai eram meros divertimentos ocasionais, passaram a rotina, e claro que não existe orçamento que consiga resistir a constantes rombos financeiros diários. Era um homem que não conseguia partir totalmente só para a farra, e como tal muitas vezes pagava para poder ter companhia nas deslocações e assim criou alguns amigos inseparáveis e dedicados como o Luis Costa, e lá partiam para as suas aventuras diárias.
Os inúmeros episódios sucediam-se, com hilariantes cenas, tanto no Lavradio como na Moita, Baixa da Banheira, Palmela, Setúbal, Barreiro e mesmo Lisboa, o mundo com dinheiro para gastar torna-se mais fácil de conquistar. As visitas a bares de alterne eram assim um desporto a praticar com muita regularidade, bem como as patuscadas em tascas fornecedoras de bons petiscos.
De entre as suas maiores peripécias, recordo o dia em que numeroso grupo, de que faziam parte entre outros, o Julio, “Chocha”, Carlos “Marmitas”, e mais um ou dois elementos, que a memória já não recorda, resolveram sair a bordo do carro do Julio e como estivessem a decorrer as montagens do arraial luminoso para as festas do Lavradio, na Avenida J. J. Fernandes, existia um carro movimentado manualmente, tipo zorra, com vários pisos, para proceder á montagem das iluminações no cimo dos arcos que atravessavam a avenida.
A velocidade era tanta e por certo o entusiasmo no interior da viatura, apinhada de ocupantes também não seria muito menor, pelo que ao descerem a Avenida nem se deram conta da presença da viatura, que estava estacionada junto da “Tasca do Matateu” com a sua missão de apoiar a instalação elétrica. O impacto foi tão grande que viraram a “zorra” de rodas para o ar e os dois ou três trabalhadores que se encontravam lá no alto ficaram mal tratados ao cair no asfalto.
No entanto, não satisfeitos ainda com a situação criada, e alegando falta de sinalização na via, saltaram do carro e perante a recepção pouco amistosa do grupo montador da iluminação festiva, não resistiram e foi uma cena de pugilismo coletivo de criar bicho. Este cenário só terminou com a intervenção policial, tendo todo o grupo sido conduzido para a esquadra local, onde segundo rezam as crônicas as cenas pouco dignificantes de boxe continuaram.
Naquela época, ainda não se procedia ao controle de alcoolemia, e só isso explica e deve ter obviado a penas mais severas, pois toda a tarde tinha sido dedicada a jogos de cartas acompanhados pelas mais do que normais cervejas, próprias de uma tarde de verão escaldante. Por outro lado era também comum os trabalhadores, montadores de arraiais festivos, não serem flores de cheiro, e também irem trabalhando acompanhados com umas cervejas frescas, o que deixava a situação, como é obvio, empatada nesta questão ‘copofonica’.
Depois de muitos depoimentos e idas a tribunal, tirando uma pena mínima, tipo multa, para o Julio, proprietário e condutor da viatura naquele dia, tudo acabou em mais nada.
A vida do Luis foi correndo de acordo com os lucros e gastos excessivos, e um dia a fonte como que se esgotou, e o negocio teve que ser vendido e a vivenda onde morava, junto da Quinta dos Fidalguinhos também. Tudo saldado para tentar ajudar a pagar as imensas dívidas pessoais, e compromissos que tinham sido criados tanto financeiros como a credores e fornecedores. A sua vida deu uma volta de 180º chegando ao cumulo de ter que passar a viver com a mulher e os filhos na garagem da própria vivenda que antes fora sua, e da qual agora até tinha que pagar renda mensal.
O Luis “do café” como que passou a esconder-se dos antigos amigos, que diga-se, em abono da verdade também na sua maioria como que desapareceram da sua vida, seguindo uma velha máxima do pai Antunes da Silva, que muitas vezes repetia:
“Muito tens, muito vales! Nada tens, nada vales!”
Eu passei a encontrar o Luis, sobretudo aos sábados, ao fim da manhã, quando já morava na Quinta da Lomba, ai aparecia andando a pé, cabisbaixo com olhar triste, e deveras envelhecido fisicamente no aspecto, resumindo um homem abatido. Nunca deixei de lhe falar da mesma forma de sempre, e era eu quem agora lhe tentava pagar um simples café ou uma cerveja, que muitas vezes recusava, não por falta de vontade, suponho, mas por vergonha de não poder retribuir o convite e oferta.
O meu sentimento perante a sua situação era, e só podia ser de pesar e pena, quando me confidenciou que já tinha passado fome e muitas vezes ironicamente nem tinha leite para dar aos filhos, ele que já nadara em leite!
Esta lição de vida, de um que já tinha tido tudo, e acabou por cair até ao fundo do poço da vida, é para nunca esquecer.
Felizmente manteve sempre a dignidade, e tanto quanto me fizeram saber, esta a conseguir reerguer-se.
Fica indelevelmente marcada na minha memória, a sua situação passada e presente, pois no fundo a vida é realmente isto, momentos altos e, momentos baixos. Todos nós temos que saber precaver-nos para conseguir agüentar o melhor possível os baixos, e nunca esbanjar nos momentos altos.
O Luis, apesar de todas as derrapagens da vida, parece estar a dar a volta por cima, outros no entanto, não conseguiram agüentar tão bem os impactos negativos dos momentos baixos, como foi o caso do Victor “Vitinha” meu estimado companheiro de ‘badernice’ e baldas na Escola Álvaro Velho, em que me acompanhava nas farras escolares de 1973/1974, que quase me valeram uma reprovaç4ao, para além claro do primeiro contato com o mundo profissional.
A sua vida decorria comum a tantos jovens, filhos únicos de pais da classe média daquela época. No entanto, anos mais tarde o vicio do consumo de droga, conduziu o Victor a uma situação de dependência quase extrema.
Conseguiu apesar mesmo disso, tirar um ótimo curso de soldador, numa área especifica e bem remunerada, o electrogênio, mas todo o dinheiro seguia direto para alimentar o vicio. A sua situação era de tal forma incrível que numa noite de chuva intensa, um verdadeiro temporal, o encontrei caído numa valeta da via publica, junto da casa do Carlos “Marmitas” e com a ajuda deste lá acabamos por o conduzir até a sua casa, naquela triste figura...
Ainda recordo muito bem a forma bem envergonhada como a mãe nos abriu a porta, para o receber, e como depois de o colocarmos no quarto, em cima da cama, qual peso morto, ela nos confidenciou que era agora praticamente diário aquele seu estado, e que nem ela nem o marido já tinham poder para conseguir fazer alguma coisa para reverter aquele cenário, tentando mudar a situação.
Tive noticia de que conseguiu se recuperar, e felizmente nunca chegou ao estado lastimoso e catastrófico do “Manelito”, no entanto, este foi um dos jovens da nossa geração apanhados nas malhas da droga, que nunca se conseguiram curar a 100% do vicio, que vai conquistando o mundo.
Por outro lado o seu vizinho de prédio e piso, o José Antonio “Cigano Prudêncio” que em certo momento também se viu enredado no vicio, embora a níveis muito mais baixos, conseguiu sair na totalidade e hoje leva uma vida perfeitamente normal. O José Antonio devido ás companhias que começou a ter, nomeadamente o vizinho Victor, Nelson Lopes e “Manelito” entre outros, entrou de certa forma nesse mundo, mas com a sua força de personalidade não se deixou capturar. A sua vida pessoal ajudou-o a recuperar totalmente dessa dependência, mas acabou por agravar uma, outra, que não era nessa época a sua especialidade. Assim e graças á sua passagem pela Marinha passou a ter uma capacidade invulgar de beber, e o que antes eram meros treinos, passaram a ser verdadeiros torneios de levantamento de copo cheio.
Recordo ainda as festas de aniversario na sua casa contando com a presença do Victor, Joaquim Núncio (Quim-Zé) e Alfredo, os chamados 3 amigos da “Vida Airada”, em que se consumiam tão somente refrigerantes e mais nada. Depois a memória dá um salto para uns anos mais tarde, e para umas famosas férias no Algarve, precisamente no ano da minha inspeção militar, em que ele e o “Quim-Zé” partiram mais cedo para o Algarve com destino a Lagos, e dias depois, tal como combinado, acabamos por nos encontrar em Armação de Pêra, e o José António teve que regressar ao Barreiro dias depois, com a viagem paga por nós, pois tinha conseguido gastar em 15 dias todo o dinheiro que seria destinado a um mês e meio.
Segundo o relato dos outros companheiros de viagem, a sua vida em Lagos constava de Discoteca dia-sim, dia-sim, com a companhia, sobretudo, de jovens Nórdicas, que eram a sua perdição. E claro o consumo dos respectivos ‘baldes’ de álcool, chegando pela manhã invariavelmente bem acompanhado, tanto de companhia feminina como ‘copofonica’ ao hotel-pousada, onde se alojaram. O dia era sempre dedicado a tentar recuperar para ao fim da tarde dar inicio a uma nova jornada ‘copofonica’ e de conquista feminina.
Em Armação de Pêra conseguimos reduzir o seu impressionante ritmo, no entanto ainda conseguiu deixar-nos um problema para resolver com um pescador tipo “Hercules” a quem no meio da ‘copofonia’ confundiu com um gay e esbornou.
Conseguimos, eu e o ‘Quim-Zé’, anular uma situação complicadas numa das noites, no entanto, dias mais tarde, já sem a sua presença, tivemos que estabelecer um pacto de não agressão e amizade com o “Hercules” de Armação de Pêra, para não virmos a ter sérios problemas. O José António já tinha regressado ao Barreiro, e o seu problema era mesmo o orçamento pessoal totalmente esgotado. O seu regresso a casa foi inevitável, tendo eu e o “Quim-Zé” continuado umas férias que foram inesquecíveis, terminadas em Sesimbra, depois de muitas peripécias pessoais pelos Algarves.
Claro que a presença de um café como o da nossa Rua, é sempre um desafio para a juventude em termos de descoberta do álcool e outras novidades lúdicas. O José António, sem duvida que ali iniciou o seu tirocínio, acabado mais tarde no decorrer da vida militar, mas pouco importa a geração, pois outros já com mais idade e experiência também se dedicavam a não deixar os seus créditos por mãos alheias. Um desses exemplos era o Vito “Bito” um ‘doente’ sectário ‘Benfiquista’, que de quando em vez conseguia bater recordes imprescindíveis de má disposição aliada de forma direta à ‘copofonia’ baseada na bagaceira.
Em dia de derrota do Benfica sempre seria para nós um dia de plena gozação em cima do “Bito”. Essas jornadas ludicas admitiam muito gozo á sua pessoa, o que originava que ficasse que nem uma fera. A sua resposta com muito má disposição de profundo sofredor encarnado, deixava a todos largamente felizes, mesmo outros ‘Benfiquistas’ gostavam de o ver enfurecido, pois acabava por se tornar altamente ridícula a sua postura. Era um individuo com muito mau saber perder, conflituoso, e eu em toda a minha vida nunca conheci um fanático tão doentio, e que me desse tanto prazer gozar de forma frontal.
A sua clubite doentia chegava ao ponto de não falar meses a fio com o pessoal, muitas vezes devido a alguma simples brincadeira. No entanto, para ele o contrario era já tido como normal, e quando o Sporting perdia era ver o “Bito” que nem um “papagaio” de plumas ao vento.
Acabei por chegar á conclusão que o convívio com aquela pessoa e tipo de personalidade não deveria passar muito para além do bom dia, boa tarde e boa noite, e assim a pouco e pouco comecei a proceder. Outros como o Luis Costa ainda lhe deram algumas oportunidades, mas ao fim de algum tempo acabaram por ser ainda mais radicais cortando totalmente o relacionamento, por vezes por largos meses, e outros mesmo em definitivo.
Se falarmos de individuo endinheirado, ‘novo-rico’ nunca poderemos esquecer o Silva, construtor apelidado por mim de “Pedreiro-Silva”.
Foi meu colega na Escola Álvaro Velho, e vindo da classe media mais baixa, transformou-se radicalmente no protótipo do chamado “Bimbo Novo Rico”.
Assim, e após iniciar a vida profissional, graças ao seu pai, como candidato a empresário, da construção civil, virou projeto de empresário. Nos primórdios, o seu pai era um mero carpinteiro de cofragens, depois passou a efetuar trabalhos como alegado empreiteiro, depois começou a tomar obras de empreitada e mais tarde dedicou-se então a efetuar construções por conta e risco próprio.
Assim que o Silva deixou de morar num simples apartamento, para passar a residir numa moradia por si construída e que não conseguiu vender, a família Silva como que se transformou da noite para o dia como se já fossem os magnatas locais da construção civil.
Ao longo do tempo fomos assistindo não poucas vezes a largas reclamações sobre a qualidade da sua construção e em especial dos acabamentos das obras.
Recordo um dia em que na zona dos Casquilhos, com o Carlinhos e o Humberto, por mero acaso encontramos o Silva com 2 moradores reclamantes que quase o iam “linchando”, não fosse a nossa ocasional presença no local, e tudo por causa de defeitos na instalação elétrica do edifício que segundo eles já tinham provocado graves problemas.
Agora acontecimento digno de nota, foi o incêndio verificado no apartamento do Luis Costa, devido a um exaustor da cozinha mal instalado. Toda a cozinha acabou por arder com prejuízos incalculáveis, para além do obvio risco de vida.
O Silva “Pedreiro” é para mim o mais puro exemplo de um “Aldrabão” que quer enriquecer, á custa do dinheiro dos outros.
Em Portugal, é comum a existência deste tipo de indivíduos, que se servem da construção civil para ir trabalhando esse objetivo, de se tornarem em novos ricos. Vão construindo com material razoavelmente barato, para conseguirem vender com margens de lucro bem altas, mas em que a qualidade final das construções que vão edificando não é minimamente digna do seu custo final, entrando assim diretamente nos bolsos dos clientes de um modo escandaloso.
Ao longo da nossa vida algumas amizades ficam indelevelmente marcadas, seja pela qualidade e quantidade dos acontecimentos ou por outros atributos como a lealdade que eu considero um dos mais importantes e fundamentais numa amizade verdadeira.
Da minha juventude, e convivência passadas na nossa rua, no nosso centro do mundo, na Rua Grão Vasco; acabaram por florescer muitas amizades, embora que duas delas sejam especiais, e obviamente fiquem guardadas na minha memória para toda a vida, no entanto contingências da vida e formas diferenciadas de analisar e considerar a amizade; originaram que a sua graduação ao longo do tempo fosse diferenciada, e onde antes existia amizade surge agora em seu lugar conhecimento e onde existia amizade existe referencial de companheirismo e verdadeira amizade com mais de 30 anos.
O Luis Costa “Costinha” é um conhecimento de mais de 30 anos, que ganha no conhecimento e perde na amizade, devido talvez á contingência astrológica que me torna um ser inconformado e intransigente com a lealdade, perante certas situações, e que me leva a graduar e considerar como de ouro o modo de encarar alguns desafios, com uma preciosidade impossível de contabilizar.
Pode parecer um defeito pessoal meu este sentimento de frontalidade em algumas situações, mas sempre tenho preferido perder um alegado bom amigo, do que, perder a minha dignidade e personalidade, hipotecando aquilo que sei que sou e pela minha maneira de estar na vida sempre; irei continuar a ser enquanto viver.
Um relacionamento de amizade tem para mim de ser leal na verdadeira acepção da palavra, feito de atos e palavras e não de intervenções ou jogos palacianos de bastidores apenas para aparentar aquilo que na verdade não é. Quem é, ou se diz meu Amigo, tem que ser realmente meu Amigo, não jogando nas minhas costas facas, e quando tem algo para me dizer, diz-me na cara e não manda recados por terceiros.
O relacionamento com o Luis Costa e a sua família era realmente, aparentemente, bom, até ao dia, em que senti uma determinada deslealdade no modo de frontalidade com que sempre tratamos tudo nas nossas vidas, ou pelo menos deveríamos tratar.
Agora isso já pouco importa, é passado. Passado é isso mesmo, o que está feito, feito está. Nada mais pode voltar a apagar aquilo que é dito ou feito. São memórias que ficam indelevelmente marcadas para todo o sempre, porque eu sou realmente de perdoar, mas nunca, jamais, de me esquecer.
Recordo do Luis Costa os saudosos jogos de futebol em que ele estava terminantemente proibido pelo pai de se cansar ou apanhar sol na cabeça. Por isso, no velho campo onde hoje esta edificada a Urbanização da Quinta dos Loios, ele jogava sempre na posição de guarda-redes e com um lenço á mão de semear, não fosse o Sr. Costa, pai, chegar ao local sem qualquer aviso prévio.
Nós tínhamos uma espécie de pacto de amizade, e sempre que se avistava o Sr. Costa, logo o Luis era imediatamente substituído na baliza, passando a mero assistente do jogo.
Até uma determinada idade o Luis foi um jovem super protegido pelos pais, tanto nos horários como na sua participação efetiva nos divertimentos e mesmo na liberdade de movimentos, o que já não aconteceu tanto com o seu irmão Jorge, que viveu uma juventude mais livre de compromissos com os pais.
Assim, e enquanto a maioria se movimentava bem á vontade, quase para qualquer local e com horários um pouco liberalizados, o Luis estava de certa forma controlado e empalhado nessas liberdades.
Depois, de um momento para o outro foi a abertura total, e então o Luis passou a conviver conosco de igual para igual.
Sempre foi deveras introvertido, exceto quando bebia um cerveja a mais, ai sim transfigurava-se, e acabava por ficar o tipo mais extrovertido do grupo, com uma capacidade de intervenção e conversa fora do comum.
Recordo as muitas idas ao futebol, não fosse ele um Sportinguista dos sete costados, tal como eu, e das suas muitas aventuras. Recordo ainda muito bem o celebre dia de um jogo da Taça de Portugal, no saudoso estádio José de Alvalade, contra o Alcobaça, em que no momento da saída do estádio, descobriu uma jovem e bela adepta da equipa adversária que estava acompanhada pelo pai, e como estivesse a ameaçar uma queda de chuva, vinha munido de um guarda-chuva, tipo bengala. O bom do Luis, perante tanta beleza, e depois de uns quantos ‘piropos’ dirigidos á jovem, todos eles sem o mínimo de maldade diga-se em abono da verdade, resolveu dirigir-se ao pai, nos seguintes termos:
“É vizinho!...
Bem que me podia dar a sua filha, eu sou bom moço, trabalhador e até trabalho na Quimigal EP!...”
O pai da jovem não se fez rogado ao pedido, e como já estava por certo farto de tanta conversa nas suas costas, dirigida á filha, acabou por se virar e não foi de modas, aplicou uma valente bengalada com o guarda-chuva no Luis, e disse-lhe:
“Pronto meu amigo!...
Já lhe dei a minha filha!”
Foi a risota geral de todas as pessoas que estavam próximas e presenciaram a situação, perante um Luis Costa atônito com o que lhe tinha acabado de acontecer.
As idas ao futebol eram sinônimo direto de mais do que prováveis aventuras. Nós tínhamos como que um ritual, de passagem obrigatória pelo Centro Comercial Caleidoscópio no jardim do Campo Grande, para lanchar e em seguida preparar uma romaria a pé até á baixa da cidade, ou outras vezes só até á chamada boca do metropolitano de Entrecampos, ou ainda se fosse época disso, a uma ida até á saudosa Feira Popular de Entrecampos.
O Luis tinha um dom especial que até hoje ninguém consegue entender, ele sem grande esforço conseguia atrair sobre si o olhar e interesse dos “maricas”. Assim muitas vezes se predispunha á brincadeira hilariante de fazer de conta que se deixava “engatar” e assim conseguir o pagamento de famosos lanches no Centro Comercial Caleidoscópio, pagos integralmente para todo o grupo, pelos “maricas” que por ali paravam em apreciável numero, sempre em busca de aventuras novas.
A estratégia era muito simples, e sempre cheia de êxito. O pessoal lanchava todo e o Luis; entretanto escolhia uma “vitima”, a quem acabava por dar um pouco de conversa, e quando este pensava que tinha o engate consumado, o pessoal estrategicamente ia saindo de cena, deixando o Luis para trás a dar a ultima conversa á “vitima”. Entretanto de modo dissimulado, também ele acabava por ir embora juntando-se ao grupo.
Obviamente que a conta ficava para o “maricas esperto” pagar!
Foram tantas as vezes que comemos laudos lanches, pagos por infelizes “maricas apaixonados e abandonados”.
Nas nossas deslocações á Feira Popular, para além do sempre normal jantar, seguia-se a noitada de tradicional romaria aos diversos divertimentos e claro sempre acompanhada por um grandioso torneio de ‘matraquilhos’ que nos deixava as mãos cheias de calos e bolhas.
Na maioria das noites o divertimento só acabava quando a feira era oficialmente encerrada, já de madrugada, depois das 2 horas. E já sem possibilidade de se apanhar o ultimo barco para o Barreiro. Então, iniciava-se a verdadeira romaria a pé até ao Cais do Sodré, para beber o tradicional cacau da ‘Ribeira’ e se ir fazendo tempo para apanhar o primeiro barco com destino ao Barreiro, e a casa para umas horas de merecido sono.
A chegada a casa depois de mais uma noitada estava sempre programada para muito próximo das 7 horas.
No entanto outras vezes ainda se chegava mais tarde, pois a ida ao cacau era substituída por uma paragem nas ‘roulotes das bifanas’ que na época se situavam no Areiro, Saldanha, Arco do Cego e Cais do Sodré.
Este eclético grupo era normalmente composto por mim, Luis Costa, Quim-Zé, Lagarto, e por elementos variáveis e que muitas vezes davam direito a mais um divertimento extra na hora da chegada ao Lavradio, com o dia já a romper. Por isso ainda recordo entre outras situações divertidas a celebre manhã em que o “Quim Avantajado” depois de nos ter acompanhado em mais uma noitada, ao sair do autocarro na ultima paragem da Avenida J. J. Fernandes, já tinha á sua espera a esposa altamente enfurecida. Foi uma cena incrível de ver, com aquela figura enorme a ser comandada a caminho de casa pela esposa aos gritos a trás de si, mais parecia a mãe e o filho.
Normalmente as aventuras que aconteciam em Lisboa, eram de molde a colocar qualquer um a rir a bandeiras desfraldadas, tal a sua origem diversa e respectivos desenvolvimentos.
Eu pessoalmente participei em muitas, e em outras acabei por posteriormente ser colocado perante a sua narração integral.
Um dia o futebol terminou mais tarde, e o pessoal lá iniciou a romaria habitual com uma primeira paragem no Centro Comercial Caleidoscópio, onde acabaram por ser bebidas mais uma cervejas, bem mais do que a conta, pois já antes no estádio se tinham bebido também uma quantidade apreciável, assim e com o pessoal já bem “entornado” o trajeto foi feito em grande animação pelo interior do parque do Campo Grande, acabando por encontrar-se um cigano junto da zona do parque infantil, ele estava a negociar um revolver, que na verdade era um pistolão enorme, mais parecia uma famosa 45 do tempo do Oeste. Depois de muita negociação foi acertado o preço em 200$00, o que para a época era uma quantia generosa, e depois de feita a transação, qual grupo de caubóis decidiram ir até á Avenida EUA, beber e comer mais alguma coisa.
Então o Luis já bastante ‘festivaleiro’, como que se apaixonou por uma jovem que tranquilamente namorava numa das mesas da pastelaria. Então, armado em D. Juan conquistador, munido de pistola em punho, dirigiu-se á mesa e perante a calma da jovem e o olhar atônito do jovem, não foi de modas, sacou da pistola e correu com ele da mesa. Ele perante a presença da arama, acabou por fugir a sete pés, deixando a jovem sozinha na mesa. Então o Luis; declarou-se á jovem que, perante a conversa, só referia desconhecer que o namorado era assim tão cobarde em deixá-la ali só. Entretanto o dono do café, perante a nossa incomoda presença e a visão da arma, telefonou para a esquadra da policia do Campo Grande. Por mera sorte metade do grupo que não tinha a pistola consigo, foi lá levado para averiguações, claro que foi a risota, com todo o pessoal a afirmar que realmente tinha uma pistola, um pistolão, mas que não tinha balas só dava leite...
Os policias estavam indignados com o grupo e, sobretudo com o dono do café que os tinha feito passar por aquela triste figura.
Horas mais tarde, já com o grupo todo reunido, lá fomos até á Ribeira para o tradicional cacau e umas bifanas para se recuperar da noite de aventuras e começar bem o dia.
Ali junto da ‘roulote’ do cacau, a nossa imagem de grupo unido era bem visível, aliada á imagem do “Quim-Zé” com a arama colocada á cintura, deixando ver a coronha, mais parecendo um policial ou um gangster, o que levou toda a vagabundagem que por ali se encontrava a afastar-se com receio, pensando que era um grupo de jovens policiais ou algum gang de malfeitores vindos de algum bairro da periferia.
Após o regresso a casa o problema era saber quem iria tomar conta da arma e assumir a responsabilidade de guardar aquele empecilho em sua casa. Claro que como o efeito ‘copofonico’ já tinha passado, todos recusavam, pois ninguém sabia na realidade qual a origem do pistolão. No final de muita indecisão e empurra para cá empurra para lá, a mesma acabou por ficar numa primeira ocasião em casa do “Quim-Zé”.
Sei que essa arma se acabou por tornar um verdadeiro empecilho, um inferno em termos de tentativas para fazer desaparecer, tendo acabado, por ter sido lançada ao rio no meio de uma travessia fluvial para Lisboa.
As aventuras em Lisboa, não se resumiam ao impacto pós-futebol, outras deslocações a eventos desportivos e culturais levavam a emocionantes desfechos.
O Sporting atingiu a final da Taça CERS, em hoquei em patins. Numa época em que dispunha de uma equipa verdadeiramente fabulosa. E o jogo final realizou-se na saudosa nave de Alvalade, e como momento único da historia do clube e mesmo do país, o grupo combinou uma deslocação em força. Nesta ocasião importante também se juntou o “cão de luxo”, um Benfiquista de mente saudável e pouco interessando em confusões clubisticas, e que muitas vezes nos acompanhou em algumas aventuras e em eventos desportivos, independentemente do clube.
E assim, perante um pavilhão super cheio de gente, e a rebentar de entusiasmo e emoção, a nossa alegria era transbordante, e a ânsia de assistir ao vivo a mais uma gloriosa vitória internacional era ainda maior.
Depois de um jogo emocionante o Sporting conquistou o troféu, o único que lhe faltava conquistar a nível europeu em hoquei em patins, e ainda por cima conquistado em casa, perante a loucura clubistica dos leões.
O Luis Costa bastante efusivo decidiu invadir o ringue, saltando a rede com o objetivo de festejar no local e ficar com a braçadeira do capitão de equipa, Salema, como recordação do momento histórico. E se bem o pensou, melhor o realizou. Após o apito final do jogo a multidão não se conteve, e muitos adeptos saltaram para dentro do ringue, ele foi um deles, tendo subido a rede e saltado lá do alto, caindo sobre os calcanhares e sobre o próprio jogador Salema, a quem conseguiu rasgar a camisola e retirar a braçadeira de capitão de equipa.
Era a loucura total em Alvalade, pois o Sporting que até já tinha sido Campeão Europeu contra o Barcelona, não tinha ainda aquele troféu e uma vitória em casa era algo de maravilhoso para nunca mais se esquecer.
Entretanto o Luis enquanto esteve, por assim dizer, quente, nem notou que ao cair sobre os calcanhares tinha provocado problemas graves na sua coluna cervical. No meio de toda aquela imensa festa no meio do ringue, e antes mesmo da entrega da taça aos vencedores, demos com o Luis caído num dos cantos, sem conseguir quase andar pelos seus próprios meios, cheio de dores. Queixava-se que não conseguia manter-se de pé, que lhe doíam os pés e as costas.
Pensamos na altura o pior, no entanto como jovens aventureiros e inconscientes, lá o conseguimos encorajar a andar embora apoiado em dois de nós, dizendo que aquilo iria passar dali a pouco, tinha sido só um mau jeito, etc...
Hoje, sabemos que deveria ter sido imobilizado de imediato e deveríamos ter recorrido aos serviços médicos. No entanto como ele também não queria apoio medico naquela altura, acabamos por aceitar a sua decisão e em conjunto com a nossa, decidimos simplesmente ajudar a amparar o seu sacrificado andamento.
Recordo que só conseguiu agüentar, embora com muito sofrimento e sempre amparado, até junto da churrasqueira do Campo Grande. Ali disse que não agüentava mais e tivemos que improvisar rotativamente uma cadeira com as mãos e braços cruzados, e o ir transportando ao colo todo o Campo Grande até ao metropolitano.
Foi uma autentica via sacra, quase uma noite para conseguir trazer o Luis até ao Terreiro do Paço. Hoje sem duvida o teríamos colocado num táxi, mas naquele tempo, nada nem ninguém nos fazia frente a um desafio.
Quando finalmente o conseguimos deixar em casa, todos nós tínhamos a certeza plena de que o que tinha acontecido não se resumia a um simples mau jeito na queda, e também que não iria resolver-se com um simples repouso.
Na realidade viemos posteriormente a tomar conhecimento de que ele tinha tido muita sorte, pois ao cair daquela forma sobre os calcanhares tinha provocado uma lesão muscular na coluna, que o poderia ter levado inclusivamente á morte ou a fica paraplégico.
Acabou por ter que andar algum tempo com a ajuda de muletas, ‘canadianas’ para lhe facilitar o andamento, e fazer fisioterapia e tratamentos vários durante largo tempo. Para nós foi uma experiência terrível e inesquecível.
Mas as aventuras, mesmo com todas as ameaças de se poderem correr riscos, não paravam de se repetir, sendo que uma das mais hilariantes acabou por decorrer mais uma vez na zona do Campo Grande em Lisboa. Após mais um jogo de futebol assistido no Estadio de José de Alvalade, todo o grupo lanchou como sempre no Centro Comercial Caleidoscópio, e ficou decidido que naquele dia iriam andar de barco no lago do Campo Grande.
Sendo um grupo numeroso, alugaram-se dois barcos, e como as cervejas já pesavam um pouco, todo o mundo estava bastante animado.
Descobriram duas gordas que pachorrentamente remavam ao largo, e desde logo ficou traçado como objetivo, animar um pouco a tarde, fazendo um ataque com chapadas de água com os remos junto do barco das gordas. O resultado foi uma verdadeira batalha naval, com um barco de cada lado, e os remos a bater na água e tanto as gordas como os ocupantes dos dois barcos foram ficando encharcados. Elas não paravam de gritar e o pessoal ficou todo ensopado. Para completar, o tempo foi passando e o funcionário que controlava o tempo e a autorização e funcionamento dos barcos não parava de apitar desde a margem, para se terminar com a batalha e regressar ao cais para devolver os barcos.
A loucura foi tanta que por certo se gastou pelo menos o dobro do tempo contratado inicialmente. Ele estava que nem um louco na margem, e quanto mais apitava e gesticulava, mais os barcos se afastavam, chegando perto da outra margem do lago. Ai todo o mundo decidiu abandonar os barcos mesmo ali, sem mais conversas e cair fora para não ter que aturar o empregado, nem pagar o tempo excedente, e ainda por cima os barcos estavam cheios de água no seu interior. Todo o mundo acabou saindo a pé pela água fora até á margem, e os barcos ficaram assim á deriva.
Todo o grupo estava encharcado até aos ossos, e foram cenas dignas de serem filmadas com o grupo a despir-se junto do parque infantil, para torcer a roupa tentando retirar a água e estendendo a mesma nos arbustos e em alguns brinquedos na esperança de que a mesma de alguma forma secasse com o vento.
O “Lagarto” tinha a sua farda de funcionário da ‘Carris’ totalmente ensopada e acabou por ficar somente em cuecas e sapatos na esperança de alguma recuperação das peças de roupa. O “Quim-Zé” torcia o seu casaco de antílope, e a todos parecia que; quanto mais ele o torcia, mais água dele saia. Enfim uma situação hilariante de um grupo de ensopados em trajes menores, no meio do parque do Campo Grande, tentando secar a roupa.
Para completar o cenário, e mesmo naquele triste estado o “Quim-Zé” e o “Lagarto” conseguiram engatar umas miúdas que acharam muita graça á situação e acabaram por ficar por ali a falar com o grupo que se encontrava de tronco nu em cuecas...
A tarde claro que á muito já tinha passado e a noite já ia avançada quando o grupo decidiu ir levar as jovens a casa, agora como se pode conseguir imaginar, o “Lagarto” ébrio, em cuecas, com a fada da ‘Carris’ ensopada e dobrada num braço, na berma da faixa de rodagem do Campo Grande a pedir boleia para Chelas. Foi na verdade das cenas mais caricatas e incríveis que este grupo viveu.
Normalmente as passagens de ano eram momentos aproveitados para o grupo realizar um jantar de confraternização em Lisboa, e depois vaguear de festa em festa. Assim aconteceu durante alguns anos, até que se tornou quase obrigatório e tradicional, ainda mais que raro era o ano em que não aconteciam aventuras incríveis.
Num dos anos, o grupo por motivo de cumprimento da vida militar por alguns elementos, ficou reduzido a mim e ao “Quim-Zé” que mesmo assim lá partimos para Lisboa. No intuito de passar a meia noite num restaurante do Bairro Alto, apanhamos o elevador ali junto dos Restauradores, mas devido ao adiantado da hora, acabamos por passar a meia noite com o ascensorista e uma garrafa de espumante para os três. Foi delirante, pois o homem agradeceu tanto termos ficado por ali com ele, pois caso contrário teria passado de ano totalmente só.
Num outro ano todo o grupo foi adotado por um enorme cão, de raça pastor alemão, que correu meia cidade sempre atrás de nós, e acabou por viajar de barco para o Barreiro, e terminou como fiel amigo do “Gadelhas” da barra-a-barra, uma das figuras típicas do Lavradio.
Na realidade no final da noite, e após ter andado com o grupo todo o tempo, o animal não se queria de forma alguma separar dos novos amigos, e então ficou decidido que viajaria para o Barreiro conosco. O problema inicial era como iria viajar no barco e assim após sorteio coube ao Luis Costa dirigir-se á bilheteira solicitando informação. Poderia sim viajar pagando ½ bilhete, estava então resolvida essa situação, no entanto ele não tinha trela e como bom guarda, rosnava a todo e qualquer estranho que se aproximava do grupo.
Acabamos por comprar o ½ bilhete e conseguir levar a fera para o porão do barco, no entanto sem querer acabamos por espalhar o pânico geral nos outros passageiros, pois ele de sociável com estranhos pouco tinha e não parava de rosnar de forma ameaçadora.
Já no Barreiro, foi impossível utilizar o autocarro com a presença da fera, e por isso acabamos fazendo uma autentica romaria pela linha férrea até ao Lavradio.
Ninguém tinha imaginado em momento algum o ultimo problema. E então chegados a casa, ai sim surgiu a grande questão; quem iria tomar fica responsável por tomar conta da fera?
Resposta: ninguém!
Numa primeira tentativa ficou na minha casa, entrou escondido até á varanda do meu quarto. Imagine-se escondido! Um cão, de raça pastor alemão, escondido num apartamento, só se for mesmo para rir. No entanto aconteceu.
Após lhe ter dado água e comida, na esperança de que se queda-se tranqüilo e se possível o mais mudo possível, nada disso obviamente veio a acontecer, pois ladrava do primeiro andar, para, a todos os transeuntes e viaturas que passavam na rua.
Foi assim rapidamente descoberto, e claro que eu não podia argumentar que ele tinha nascido na minha varanda, ou que tinha vindo numa nave espacial com marcianos que ali tinha aterrado e deixado o cão.
Recebi imediata ordem de despejo do fiel amigo por parte do meu pai, e eu extenuado da noitada, decidi colocar a fera um pouco na rua, junto da porta do edifício na vã esperança de que se acalmasse um pouco. Pensava eu, na possibilidade de que assim me permitisse dormir para depois eu tentar arranjar uma solução. Ainda mais que desde logo eu tinha avisado que a minha disponibilidade era temporária, até que o grupo se voltasse a reunir, para decidir o que fazer, e destino a dar á fera.
Mas nada feito. Ele aproveitava a abertura da porta principal do edifício e subia a escada, e não para de ladrar na soleira da porta do nosso apartamento, como que chamando por mim.
A situação ficou como que incontrolável e acabei por falar com o “Quim-Zé”, que se prontificou a uma tentativa de dominar a fera. No entanto acabei por saber mais tarde que os seus problemas foram idênticos aos meus.
Não sei até hoje muito bem como conseguiram, mas o fato é que o “Gadelhudo” da barra-a-barra acabou por adotar o animal, e a situação ficou resolvida.
Como lição final ficou que nunca mais se deveria voltar a adotar daquela forma um animal. Por outro lado, para nossa grande satisfação, passamos a encontrar o “Gadelhudo” sempre escoltado pelo seu e nosso fiel amigo.
Num outro ano, o Luis Costa passou uma noite de Natal no Quartel de Mafra e a passagem de Ano, de serviço na porta de armas do Estado Maior do Exercito no Restelo. Acabou, no entanto, por ser recordada por nós a sua ausência, chegando a aventar-se a hipótese de uma passada por lá, para uma taça de espumante. No entanto nesse ano acabamos por ter que esmurrar dois bêbados impertinentes, um na rotunda do Marques de Pombal e outro junto da Praça da Alegria, e não restou tempo para essa programada visita.
No ano seguinte decidimos que a passagem de ano teria de ser bem comemorada para fazer esquecer a falha do Luis no ano anterior, e realmente foi uma noite para nunca mais esquecer no resto das nossas vidas.
Acabamos por rumar ao Bairro Alto em Lisboa para degustar um laudo jantar de marisco, bem regado com cerveja e outras bebidas espirituosas e depois decidimos ir visitar algumas festas pela cidade.
Mas tal não veio a acontecer, e mais uma vez o Luis Costa acabou por ser o grande responsável e a ter influencia direta no ocorrido.
Quando nos dirigíamos para a zona do elevador que dá acesso aos Restauradores, fomos abordados por um simpático e afável cavalheiro, que após longa conversa com o Luis, acabou por convencer todo o grupo para uma ida até a sua casa, situada na Rua da Atalaia 176. Assim, e com a argumentação de que iria ter lá na sua casa umas amigas, para uma festa tipo familiar, mas como estava só tinha resolvido tentar encontrar pessoal simpático para animar a noite, lá nos acabou por convencer.
Ao chegarmos a sua casa desde logo descobrimos que se tratava de uma alfaiataria, que tinha a residência a ocupar os fundos da casa. A conversa tinha sido desenvolvida na base de uma festa, mas na realidade por enquanto de amigas nem o cheiro e para festa era visível muito pouca preparação ou mesmo nenhuma. No entanto a sua conversa continuava na base de que iriam chegar a qualquer momento, e como nós fossemos 5 estava tudo ok e não iria haver problema, pois elas eram precisamente seis.
Tinha realmente algumas bebidas em casa, mas não muitas nem diversificadas diga-se, e quanto a comida a situação era igual, mas também ai a sua conversa baseava-se em que elas é que iriam trazer o restante. Tinha argumentação para tudo, e arranjava novos e diversificados argumentos para o que faltava em termos das perguntas que lhe eram colocadas.
A sua argumentação sobre a breve chegada das amigas, já estava a transformar-se em horas, e as bebidas que tinha em casa iam desaparecendo, para além de que cada um de nós começava a ficar bem ‘iluminado’ com tanta mistura ‘copofonica’.
Como o fato em presença, da falta das prometidas damas, e a sua conversa também era pouco animadores. Tudo isto aliado ao fato de todos já termos bebido muito para além da conta, tudo isso contribuiu para um, certo entorpecimento geral, normal perante a quantidade e diversidade do álcool já consumido, o que acabou por degenerar nos cenários que vieram posteriormente a acontecer.
Assim, na verdade e muito resumidamente, ao longo da noite que se iniciou; com muita conversa para entreter, tentando fazer tempo até que as tais alegadas amigas chegassem, o cavalheiro acabou por revelar-se um “maricas” passivo, que sem se saber muito bem como, no meio de toda aquela conversa e entorpecimento geral, acabou por conseguir abrir os fechos das calças do pessoal e consumar sexo oral com todo o grupo.
O homem ficou realizado e deliciado com tanto instrumento ao seu dispor, e nós fomos a pouco e pouco acordando da letargia, e tomando consciência de que não iria ter festa alguma, e amigas muito menos, o seu único objetivo foi ele conseguir fazer a festa dele, e dessa forma poder chupar umas pilas jovens, numa noite de passagem de ano.
No mínimo uma comemoração original diga-se!
Assim, por revanche, decidimos fazer algumas tropelias na casa do “maricas”. No entanto o tipo nada tinha de relevante, em casa só bugigangas. Recordo que levamos somente alguns baralhos de cartas e por pura maldade os seus documentos, no fundo era uma vingança pela patranha que nos tinha arranjado. Para além de tudo o mais que aconteceu como o seu sexo oral coletivo.
Combinamos encontrar-nos no cacau da Ribeira, e então fomos desaparecendo de casa do individuo, uma a um, tendo ficado para o fim o Luis Costa.
O que ocorreu entretanto entre os outros elementos e o alfaiate, até hoje ninguém sabe, eu sei que comigo e o “Quim-Zé” ocorreu o descrito acima, e também que saímos ao mesmo tempo da casa.
E assim pela primeira vez e única na minha vida, um homem se pode deliciar com o meu órgão genital.
Fui também eu, que acabei por destruir, os seus documentos, com o meu inseparável canivete suíço, e deitar os recortes numa ‘sargeta’ junto dos armazéns do Conde Barão, local aonde viemos parar depois de uma intensa correria por becos e ruelas, sempre a descer, tendo como ponto de referencia, que caminhando sempre para baixo, pelas ruas e becos do Bairro Alto, isso nos afastava cada vez mais da Rua da Atalaia e assim acabaria por encontrar-se o rio.
Sobre esta noite existem fatos curiosos, que ainda hoje são por certo recordados sobre este inesperado acontecimento. O grupo só voltou a estar todo reunido cerca de uma hora depois, e até hoje jamais alguém voltou a tocar nesse assunto.
Jogamos varias vezes ás cartas com os dois baralhos trazidos da casa do “maricas” da Rua da Atalaia, e nunca perdemos um conjunto de jogos de sueca, até parecia que as cartas estavam de certa forma enfeitiçadas, sendo que era o único momento em que de alguma forma se referia indiretamente á Rua da Atalaia.
Ao longo da minha vida, recordei algumas vezes este episodio, chegando a rir sozinho com a ingênua situação, pelos motivos bem óbvios e fora do comum.
Acho que até hoje, no máximo por 2 ou 3 vezes, e sempre de forma superficial, o mesmo foi referido em conversa breve entre mim e o “Quim-Zé”. No entanto com os outros elementos, foi como que um segredo de todo o grupo, guardado a sete chaves, até ao dia de hoje. Um segredo que entendo hoje revelar, pois no meu entendimento não deve envergonhar ninguém, pois que no fundo serve como alerta para a juventude de hoje, e de outras gerações para estarem muito atentos para este tipo de situações, e também para nós próprios que como experiência única; nunca mais a vamos esquecer.
Voltei a passar pela Rua da Atalaia, 176, mais algumas vezes na minha vida, ao longo dos anos, mas sempre espaçado no tempo.
Nunca mais voltei a encontrar lá instalada uma alfaiataria, e por muito estranho que possa parecer, acho que até já foi um restaurante. Hoje em dia nem sei mais o que por lá esta instalado, e com o passar dos anos chego por vezes a ter duvidas sobre o local e mesmo o numero da porta, mas não duvido de forma alguma que naquela noite nos aconteceram fatos muito fora do comum.
Também devo referir que; caso o alfaiate se cruzasse comigo na rua no dia seguinte, eu jamais o iria conseguir reconhecer. Aquela noite foi assim como um momento alienado da minha vida, algo que eu sei que realmente aconteceu, mas que nem eu sei explicar como foi possível ter acontecido, acho que pode ter sido um efeito tipo “Absinto!...”
O Luis Costa tinha realmente um dom muito especial de atrair os “maricas”, e fosse porque fosse a razão, eles adoravam falar com ele, e ele brincava seria e largamente com eles como nesta singular situação, daquela inesquecível passagem de ano, no inicio dos anos 80.
Aquela era uma época de loucos e de loucuras. Era a nossa juventude na sua plenitude, e como que se conseguia entender e seguir á risca o que Akira Kurosawa definia numa das suas mais celebres frases:
“Num mundo louco, só os loucos podem ser considerados sãos”
Os anos passam na contagem do tempo das nossas vidas, as memórias, simplesmente as memórias ficaram e a paz que transporto hoje no meu peito é bem diferente da paz que eu um dia sonhei.
Hoje paz é sinônimo de tranqüilidade de aceitar os outros como são. É saber admitir que nem sempre tenho razão, e mesmo que a tenha devo referenciar isso sem, no entanto, brigar por essa razão. Ter paz hoje, com mais de quatro décadas e meia de vida é não querer que os outros se mobilizem apenas para nos agradar, é respeitar as opiniões contrarias sem hipotecar as nossas.
Ter paz hoje é saber e conseguir recordar aquele tempo em que as pessoas se falavam umas com as outras, e não simplesmente com as vozes eletrônicas dos celulares dos dias de hoje. É conseguir reviver um pouco daquele tempo em que as pessoas se cumprimentavam nas ruas e em que se visitavam em casa, quase sempre depois do jantar, e em que vivíamos um tempo em que as criaturas humanas eram feitas de carne e osso e, sobretudo de sentimentos.
Há como gosto de ainda imaginar que é possível reviver nos dias de hoje aqueles tempos em que ainda existiam famílias, porque ‘família’ hoje, como que não existe mais.
Hoje; cada um alimenta-se á hora que mais lhe der na gana, hoje cada um ausenta-se para o mundo que cria; hoje cada um esta sempre numa outra situação diferente do outro e aprende assim a jantar sozinho, a falar sozinho e quase a amar sozinho. Hoje os filhos já não falam nem se misturam com os pais. Esse tempo de hoje, não é o meu tempo, nunca será o meu tempo, pois que eu não me consigo ambientar nesses aspetos a estes novos tempos.
Nem sempre somos nós que escolhemos a forma como se viver, isso hoje eu sei! Todavia a decisão de viver, de uma forma e modo, a vida, essa sim, sem duvida alguma é ainda a nós felizmente que cabe decidir. A decisão de viver como derrotados ou vencedores só poderá ser nossa. Eu pela minha forma de estar na vida, posso ser o ultimo, o único, o que fica só, mas para mim serei sempre um vencedor porque não abdico da minha personalidade, nem pela lei das balas.
Com o correr do tempo, as distancias geográficas e os afazeres do dia-a-dia, aliados ao destino de cada um, tudo isso nos conduz muitas vezes á criação de separações pessoais em termos de convívio, que umas vezes se transformam em definitivas e outras vezes simplesmente em temporais. Estas separações dependem da nossa capacidade pessoal, para conseguir apesar das distancias manter fora de qualquer possibilidade de destruição os laços de amizade e lealdade estabelecidos ao longo do tempo entre os indivíduos.
Todos nós temos a capacidade de ficar ao longo do tempo com amigos e conhecidos introduzidos nas nossas vidas. Todos nós temos bons amigos, sejam muitos ou poucos, em quantidade e ou qualidade, e também temos os amigos que vão ser sempre verdadeiramente amigos.
Na nossa Rua, na Grão Vasco, o Joaquim Núncio, “Quim-Zé” é ainda hoje um dos meus verdadeiros melhores e grandes amigos, alguém que até hoje não falhou em termos de amizade e lealdade, em tudo aquilo que para mim é essencial encontrar e manter temporalmente numa verdadeira amizade.
São anos e anos, décadas de convívio sempre pautado por respeito mutuo e uma desinteressada amizade.
Conseguir ainda hoje relembrar a importância que teve um dia, na década de 80 do século passado, como o tempo passa, ter convidado o “Quim-Zé” para ser uma das minhas testemunhas no meu casamento civil com a Fernanda. Um fato da minha vida para o qual queria o máximo sigilo, pois nem os meus pais nem os dela chegaram a tomar conhecimento em devido tempo da sua realização, sendo somente confrontados com o fato já consumado, meses depois.
Por ironia do destino, a avó do “Quim-Zé” faleceu na madrugada desse mesmo dia 2 de Setembro de 1988. Devido a esse fato ele acabou por não poder ser minha testemunha, é assim como que uma magoa pessoal, uma injustiça da vida e do destino, que foi cometida sem que fosse possível a sua reparação. No entanto, e simplesmente porque os fatos desse tipo não alteram o curso das relações pessoais, ele era e é ainda hoje um dos meus melhores amigos, e ainda por cima um dos que na época estavam geograficamente próximos e hoje esta a muitos milhares de quilômetros de distancia, mas nada disso também afeta a amizade.
No entanto, mentalmente, para mim o “Quim-Zé” é uma das testemunhas do meu primeiro casamento pelo civil, só faltou assinar os papeis, estar lá fisicamente pouco importou, pois todos os outros meus grande amigos também lá estiveram da mesma forma, não fisicamente mas estiveram presentes simplesmente de uma forma mental.
Eu recorro muitas vezes a Fernando Pessoa, para justificar uma grande amizade:
“Não tenho realmente verdadeiros amigos íntimos, e mesmo aqueles a quem posso dar esse nome, no sentido em que geralmente se emprega essa palavra, não são íntimos no sentido em que eu entendo a intimidade.”
Na realidade eu tenho grandes amigos, mas não tenho mesmo amigos íntimos, desses a quem se possa dedicar todos os segredos e ambições da nossa vida. Não desses nunca tive, nem mesmo a mulher com quem vivi 18 anos, casado de papel passado, serviu como amuleto nesse campo da intimidade.
No que diz respeito a grandes amigos, pois sim, eu dedico-lhes toda a atenção, e no caso particular do “Quim-Zé”, pois ainda hoje, como amigo verdadeiro, tento acompanhar de certa forma as suas alegrias e vitórias, derrotas e desgostos, ser um amigo presente mesmo que a geografia não o permita.
Não posso nunca esquecer o quanto admirei e respeitei a sua luta e tenacidade na luta que levou a cabo no momento da doença grave que afetou a sua esposa, Mônica. Felizmente uma luta vencida, e em que eu de longe, de modo indireto, sempre psicologicamente torci, embora sabendo da dificuldade, mas acreditando sempre na vitória, alias como sempre faço na vida.
Da mesma forma admiro a sua constante luta profissional, a sua grande batalha do dia-a-dia por uma vida melhor para si e para os seus.
A minha relação de amizade e liberdade com os amigos verdadeiros, é algo indescritível e difícil de entender para o comum dos racionais, porque eu quando sou amigo, sou-o mesmo até ao fim.
Tudo isto para justificar que a lealdade é tudo o que separa um Luis Costa do Joaquim Núncio. E o que nos une para além dessa lealdade são os momentos especiais de uma vida, que nos transformaram aos dois em homens com destinos bem diferentes, mas com muitas memórias conjuntas.
Recordar as nossas idas com outros amigos, todos de bicicleta para a praia da Lagoa de Albufeira, com partida logo pela madrugada e as insolações que todo o grupo apanhava por se colocar a dormir o sol á chegada.
As namoradas que arranjamos ao longo dos tempos e que levávamos para os camarotes dos velhos cinemas Éden e Condes e os lanches de cumplicidade que se seguiam.
Relembrar a memorável noite em que no cinema Xenon, que ficava ali próximo da Praça do Chile, fomos assistir a mais um filme de um dos nossos atores preferidos, Chuk Norris, e as cadeiras eram reclináveis e como entramos na sala já com as luzes apagadas, ao sentar nas poltronas, desatamos aos gritos que estávamos a cair, provocando a risada geral em toda a sala.
Obviamente que as muitas idas ao futebol com as aventuras com todo o pessoal do grupo ficam indelevelmente marcadas nas nossas memórias.
A tão famosa passagem de ano, com o episodio do “maricas” da Rua da Atalaia. E a outra em que confraternizamos com o ascensorista do elevador que parte dos Restauradores para o Bairro Alto, ali bem junto da Rua da Rosa, onde fica a famosa casa de fados do Alfredo, e que faz parte integrante das nossas memórias dos anos 80 do século passado. Ai como o tempo passa tão rápido nas nossas vidas!
As muitas tardes a jogar bilhar e snoker na sede do Barreirense, vendo as betinhas entrar e sair, e o velho “Tonho” a contabilizar o tempo gasto, e a chamar á atenção para os panos, para os tacos, e para tudo o mais que lhe podia ocupar o tempo morto de alguém que por ali esta, mesmo para não fazer nada, no fim de uma vida em que já tinha feito muita coisa, como por exemplo ser o sócio numero um do Lusitano de Évora, e ninguém saber, que aquele velhote de meio metro de altura também tinha uma historia de vida, como todos aliás.
E os torneios infindáveis de ‘matraquilhos’ realizados na feira popular de Lisboa, ou na Costa da Caparica, e que acabavam, quando eu lhe conseguia ganhar por cansaço... pois que eram sempre em renhidos, e imagine-se chegavam quantas vezes a perto de uma centena de jogos, com as mãos em bolhas de tanto trabalhar os manípulos de cabo de madeira.
Os acampamentos na Costa da Caparica, sempre repletos de mil aventuras e acontecimentos imortais.
E claro, entre outros acontecimentos que se descatam e tornaram as nossas vidas muito mais ricas, famosa cena das salsichas da Costa da Caparica com o ‘Fome’ e as famosas e inesquecíveis ferias no Algarve.
Felizmente que a conjugação das nossas memórias ainda é razoavelmente boa e conseguimos em conjunto relacionar acontecimentos que por vezes já se nos turvam na mente.
Essas férias no Algarve, foram programadas ao milímetro, no entanto como quase sempre na vida, quando se programa muito, á ultima da hora o imponderável acaba por acontecer. Eu fui chamado para me apresentar na inspeção militar obrigatória, e logo precisamente na semana escolhida para o inicio das férias.
A melhor decisão que alguém pode e deve tomar no meio de algumas circunstancias negativas que surgem na vida, é a de continuar vivendo. Foi o que decidimos fazer, pois a vida somente acaba para os fracos e pessimistas.
Perante circunstancias adversas é preciso tomar decisões corajosas. Nenhuma crise dura para sempre na vida e tudo passa, inclusivamente as nuvens densas que ás vezes pairam sobre todos nós.
As circunstancias adversas que surgiram, foram e ainda hoje continuam a ser para todos nós uma lição, para servir como referencia nas nossas vidas futuras.
Por isso mesmo, precisamos continuar a lutar, sonhando e olhando sempre para o futuro, sempre olhando á frente e como em tudo na vida, o mundo não pára e o “Quim-Zé” e o José António lá partiram sem mim, com destino a Lagos, e ás suas férias.
Quando me acabei por reunir ao grupo, passados alguns dias, já o José António estava com dificuldades financeiras, mas como grupo sempre coeso e unido; lá fomos agüentando o “barco” até que o colocamos no comboio com destino ao Barreiro, com dinheiro suficiente para conseguir chegar á soleira da porta de casa.
Passamos a ser os ‘Robin Crusue’ do Parque de Campismo de Armação de Pêra, cada um na sua tenda, começando os dias com pequenos almoços reforçados com umas saborosas ‘sandes de bitoque’ e uma enormes canecas 1 litro de cerveja a acompanhar, no restaurante da alemã em plena praia dos pescadores, e depois seguia-se praia, praia e mais praia e vagabundagem todo o restante dia, sem horários, regras ou destinos estabelecidos, era como viver na ilha selvagem sem leis, porque éramos nós quem decidíamos as nossas tarefas e horários.
As noites eram sempre compostas de animações variadas, que chegaram a incluir uma noite de culinária, em que cada um de nós confeccionou uma metade de um frango. E como a imensa ‘jantarada’ que se seguiu foi regada com um recomendado vinho Lagoa de 15º, o que se deu foi uma enorme bebedeira incontrolável.
Eu consegui, sem saber até hoje como foi possível, ir tomar um ‘duche’, mas como o estado mental, devido ao excesso de álcool, não era dos melhores, tornei-me inconscientemente inconveniente, pois regressei á tenda tal como tinha vindo ao mundo, com os campistas do parque a aplaudir perante a minha admiração por tão súbita fama pois os estrangeiros aplaudiram com good, very good!, etc..., e os portugueses dividiam-se entre os muitos que corriam e colocavam as senhoras e jovens dentro das tendas e caravanas, e os outros que simplesmente sorriam, e eu sem conseguir perceber nada do que estava a acontecer, caminhava de regresso á tenda na maior das calmas do mundo, saudando a todos, como um candidato a alguma eleição próxima.
O “Quim-Zé” não conseguiu entrar no desfile nudista, ficou deitado junto da sua tenda, a tentar recuperar da “borracheira”, montando a esteira e o saco cama de forma estratégica para lhe possibilitar dormir para um lado e ir vomitando para o outro.
Depois de varias horas a dormir, e ao acordar com uma das maiores ressacas da minha vida, graças aos efeitos dos 15º do famoso vinho Lagoa, tinto, tomei então consciência do que tinha realmente acontecido.
Eu conseguira deslocar-me até aos lavabos do Parque e vomitar no WC, depois um pouco mais recomposto tomara um enorme ‘duche’ de água fria no exterior, e de forma inconsciente regressei todo nu com os calções na mão, desfilando como um nudista convicto por todo o parque, até conseguir encontrar a tenda. Sim! Conseguir encontrar a tenda é o que ainda hoje estou para saber como realmente pode acontecer devido ao meu estado altamente ‘copofonico’. Daí os aplausos e apupos da numerosa assistência, onde se inclui toda a freguesia de um dos bares do parque, junto do qual tive obrigatoriamente que passar.
O “Quim-Zé” ficou junto da tenda e passou a noite em romaria mudando a esteira e o saco cama de local, para poder ir vomitando e o mesmo tempo fazendo montinhos de terra e areia para tapar os indícios, mas no entanto no dia seguinte toda a área em redor da sua tenda mais parecia que tinha recebido a visita de uma toupeira, tantos os montes que se podiam encontrar.
Recordo que andamos doentes uns bons dois ou três dias, sem poder ouvir falar em vinho ou em carne de frango. Foi terrível, foram dias de sacrificada recuperação.
Mas essas memoráveis férias também foram um teste á nossa capacidade de poupança e gestão financeira. Assim com o decorrer dos dias perdemos totalmente a noção dos dias da semana, e não mais sabíamos quando era segunda ou sábado. Como tínhamos o nosso dinheiro, o orçamento de férias depositado numa conta minha da caixa econômica postal, que não funcionava nos fins de semana, acabamos por ter problemas de liquidez financeira num fim de semana.
Um sábado, pela manhã, lá fomos como dois tontos á estação local dos correios, para levantar dinheiro, imaginando que seria um dia normal da semana. Depois de alguma espera junto da porta, perguntamos a um transeunte se os correios estavam em greve, perante o seu olhar de grande espanto; respondeu:
“Mas afinal estão a brincar ou que?!... Hoje é sábado, e os correios não abrem ao sábado!... Não sabem já disso!...”
Quando acabou de nos dar essa noticia, olhamos um para o outro, atônitos, pois para além do ridículo da pergunta, agora estávamos reduzidos a uns míseros escudos para passar o fim de semana, com todo o restante dinheiro depositado e impossível de movimentar antes de segunda-feira.
Foi assim que após se ter juntado todas as disponibilidades financeiras, chegamos á conclusão de que teríamos que resistir dois dias comendo pão com atum e bebendo uns refrigerantes não muito caros. Idas a restaurantes e bares estavam vedadas nesses dias, e outras aventuras, com despesas fora do reduzido orçamento, estavam também fora de programação por dois dias.
Foram dias terríveis, e nós para tentar criar um cenário de imaginação de rápida passagem do tempo, fazíamos sandes pela manhã e rumávamos todo o dia para a praia, onde ficávamos quase do nascer ao por do sol.
Na segunda-feira, montamos acampamento pelo fim da madrugada á porta da estação postal, para sermos os primeiros, mas a ironia do destino e do calendário fez com que esse dia fosse feriado.
Assim, passamos mais uma vergonha, ao questionar a razão da no abertura da estação postal, e claro mais um dia de privações e de autentico ridículo, perante a situação de ter que perguntar a razão dos correios fechados, obtendo mais uma vez a indesejada resposta.
No dia seguinte lá estávamos novamente, bem cedo para fazer o levantamento do nosso dinheiro, acho que quase dormimos á porta da estação postal para em seguida poder ir comer um enorme bife com batatas fritas e ovos, mais parecíamos dois animais esfomeados ás 9 horas da manhã a comer como se fosse hora de almoço. E enquanto nas mesas em redor se tomava o pequeno almoço, nos matávamos a fome de três dias de abstinência, perante os olhares admirados de todos os outros clientes do local.
Nesse mesmo ano, o José António resolveu deixar uma herança para nós, assim no meio das suas investidas alcoólicas tinha andado a zombar com um pescador, que aparentemente devido ao seu vestuário parecia gay.
Geralmente acabamos por esbarrar em alegados fantasmas criados ao longo do tempo, e foi isso que nos aconteceu.
Uma manhã; estivemos a observar atentamente um individuo pujante de força a puxar totalmente só um barco para terra. Ele que já nos tinha encontrado varias vezes na companhia do José António, resolveu questionar onde estava o nosso amigo, pois tinha umas contas a ajustar com ele. Acabamos por ficar amigos dele e descobrir que afinal era um mulherengo terrível, e possuía uma compleição física de verdadeiro “Hercules”. Por outro lado felizmente que a alegada herança que nos fora deixada, só mesmo o José António poderia reverter. Acho mesmo que até hoje ele, por essa ou outra razão, nunca mais voltou a Armação de Pêra.
Nesse mesmo ano resolvemos terminar, o período de férias, já mais próximos de casa, em Sesimbra, mas como o comboio vindo do Algarve não tinha ligação em Setúbal com o autocarro, acabamos por ter que ficar a passar um noite inteira a dormir ao relento na via publica, deitados nos sacos cama á porta da empresa rodoviária, situada naquela época em frente ao quartel dos bombeiros de Setúbal, aguardando pela oportunidade de embarcar num autocarro do qual nem sabíamos o horário.
Foi mais uma noite incrível, passada ao relento, e em que mais parecíamos dois mendigos deitados na via publica, sob esteiras e dormindo em sacos cama.
Digo dormindo, mas na realidade pouco, ou nada dormimos nessa noite, com o constante vai e vem de pessoal a incomodar a nossa tranqüilidade.
A própria policia teve também a mesma visão de dois mendigos dormindo na via publica, e varias vezes durante a noite o carro patrulha fez visitas para nos questionar sobre a natureza da nossa inusitada estadia naquele local, e naquele desplante hoteleiro.
Os bombeiros, pensando que nós éramos alguns deserdados da sorte da vida, também queriam ajudar. E nós que apenas queríamos dormir descansados e, estar o mais tranqüilos possível, a aguardar o transporte, não conseguimos de forma alguma estar tranqüilos, e passamos toda a noite a ser incomodados. Ironia do destino, que nem na via publica alguém consegue estar sossegada, mesmo passando por mendigo.
Mas tanto no imaginário como na vida real, tantas vezes somos obrigados a exercitar a resistência diante de determinadas mudanças ou experiências que representam na verdade enormes retrocessos.
Os acontecimentos comuns com o “Quim-Zé”, por si só constituiriam uma narrativa incrivelmente extensa, não posso, no entanto, deixar de nomear que ao longo dos anos tanto ele como outros amigos não se tem medido pelo que tem ou não tem em termos materiais. Pelo que são ou não são. Os meus afetos são os mesmos, seja um rico ou um pobre, um feio ou um bonito. Tenho os meus amigos de infância e juventude que quer morem longe ou perto de mim em termos geográficos, quer não os veja anos a fio ou os veja quase todos os dias, são os meus amigos. Aqueles com que tento não perder o contato, enfim, são os laços afetivos que não acabam nunca mais entre nós.
Os amigos conhecem-se verdadeiramente por aquilo que transmitem sem falsidade em cada momento, e tantos outros como o “Quim-Zé”, ao longo dos tempos nunca conseguiram demonstrar ser falsos amigos ou desleais.
A vida é o hoje, a felicidade que conseguimos viver e nunca um projeto do amanhã, pois se construímos o hoje com amor, na verdade, na sinceridade, na total falta de interesse material, então estaremos sem duvida sendo felizes enquanto o tempo, o nosso tempo de vida o permitir.
As recordações que restam, as memórias que povoam a minha mente sobre os anos passados na nossa Rua, no nosso centro do mundo daqueles anos passados na Rua Grão Vasco, contribuíram de forma determinante para que; perceba que grande parte, uma enorme parte da minha família são, hoje, e sem sombra de alguma duvida, os meus Amigos verdadeiros, que são pessoas especialíssimas e que sem eles eu não existo.
Os jovens de hoje sentem-se desobrigados de conhecer a nossa historia pessoal, cívica e política, inseridas em documentos ou pela tradição oral consistente e consciente, por “ouvir dizer”, e muitas vezes incorrem em equívocos sobre o nosso passado.
Por outro lado existem hoje excessos terríveis na educação das novas gerações, levando muitos pais e educadores a dar demais, criando facilidades que mais tarde se vão transformar em revoltas, caso mudem os tempos áureos do presente. E ai o maior erro é exatamente a ausência da humildade, pois os jovens que hoje visivelmente recebem demais, jamais amanhã reconhecerão o valor desta virtude, tornando-se assim presas fáceis do orgulho, do desespero, da desesperança.
Com efeito, hoje existem pais e mães incapazes de um simples carinho, mas sabem comprar todos os brinquedos que estejam ao seu alcance, como forma de tentar assim recompensar artificialmente os filhos, o que mais rapidamente deseduca, transformando-os em pessoas consumistas e egoístas.
Mais tarde, dificilmente esses jovens conhecerão o valor da integridade do ser, limitando a sua percepção simplesmente á posse e ao poder. Quando chegamos a esse estádio da vida, tudo esta perdido, pois não existe qualquer plástica para a personalidade.
Por outro lado a palavra respeito parece ter perdido totalmente o seu verdadeiro sentido, e aquilo a que nós latinos chamamos de “respectum”.
Ou seja; uma coisa que se guardava no peito, e agora já não serve para nada. Mas houve um tempo, o nosso tempo de juventude, passado naquele Lavradio, em que o respeito era a consciência falante da dignidade. Foi um tempo que não volta mais, e que fez de todos nós melhores homens e mulheres.
Ter vivido na Rua Grão Vasco no Lavradio, em época tão rica em termos de personalidades e acontecimentos, é algo de que me vou orgulhar por toda a minha vida. Foram vivencias que capitalizaram o meu sentido da vida, de justiça, de vida real que muitas vezes se supõe não existirem em parte alguma do mundo, mas que realmente acontecem.
Hoje, passados todos estes anos, o meu relacionamento, a minha ligação ao local é pouco mais do que simbólica. Viajar hoje lá é como que reencontrar apenas os locais, e imaginar os sons e cheiros que jamais voltam a aflorar de modo real á minha mente e aos meus sentidos.
Olhar hoje para o 1º andar, do numero 17, da Rua Grão Vasco, obriga a fechar os olhos e imaginar o interior do que foi a casa dos meus pais durante alguns anos, e no fundo a minha própria casa, com o meu quarto, os meus espaços próprios, onde guardava os meus segredos, os meus arquivos de recortes jornalísticos, alguns esqueletos de escritos nunca publicados, os meus discos, a minha intimidade.
Ir hoje aquele local é percorrer uma viagem dolorosa pelo passado, um via sacra por momentos felizes, por recordações de um passado que marcam indelevelmente a nossa vida.
Olhar para os edifícios e não conseguir reconhecer os rostos que por ali surgiam, e ver em seu lugar, nas varandas ou a espreitar por entre as cortinas das janelas, novas caras, quando antes se abriam as janelas de par em par, com todos os rostos conhecidos, familiares, é entrar numa nave espacial do tempo e, viajar anos luz para a frente neste novo tempo, e não conseguir reconhecer nada do passado, que por nós foi tão intensamente vivido.
Nos últimos dez anos poucas vezes retornei á Grão Vasco, e sempre que isso aconteceu, a melancolia tomou conta de mim. Olhar para o edifício onde morei quase duas décadas e não reconhecer nenhum vizinho, nenhuma ligação ao local em termos humanos, olhar os rostos que por mim se cruzam no meio da rua, olhando de espanto para mim, perante algum cumprimento mais saudosista de alguém do nosso passado que me acabou por reconhecer. Mas não são poucas as dificuldades de memória, e que me levam muitas vezes a que tenha dificuldade em identificar, e pensar que se hoje tudo está tão diferente, então como será amanhã, quando ninguém restar, dessa gente que compunha a imensa “família” da Rua Grão Vasco.
Hoje já são poucos, raros os rostos que me dizem algo, e pensar que; as referencias do passado, na sua maioria, já não moram ali.
Onde estão os irmãos Julio e Idalecio? No Alentejo? Na Alemanha? O Mario Resende, já partiu para a sua nova casa no Barreiro! E aquela senhora, dentuda de cabelo bem alvo, naquele R/ch, só pode ser a mãe do Azevedo, o nosso tão famoso Azedo, sim ela ainda ali resiste, ainda resistia na ultima vez que eu passei em Agosto de 2006 na minha, na nossa Rua.
Os Pelejas já mudaram á muito, e em frente o Saul já partiu para a sua ultima morada, tal como antes dele o Cabanas e o Carlos “Marmitas”, e o Alegria, e o seu vizinho Carlos Santos e até o “Pilicas”, e o meu pai e a minha mãe, e claro eu estou mais velho, e também um dia irei, para não mais voltar aquela Rua, tal como o pai do Victor “Vitinha” que não vai mais á caça com os seus furões, e que é feito do Bito, do Joãozinho, dos pais do Calado Miguel, da mãe do Pedro Super, da “Coxa” viúva do Alegria, e o Carlos da Raquel, será que ainda atiram a loiça um ao outro quando a coisa azeda, e a “Varina” e o Carlos, e o Carlitos que é dele? E o Sr. Costa, o pai do Costinha? E como será o dia em que a imortalidade chegar para o Mario Núncio e a D. Miraldina? Ai... sim! Esse dia vai acabar por chegar e ser doloroso demais para mim, pois são a ultima, a referencia final da nossa Rua, os pais do “Quim-Zé” do Mario “Marinho” e do Pedro “Pedrocas”, são assim como que os últimos guardiões da historia da Rua Grão Vasco.
E eu tenho tanto medo desse dia chegar, pois será como que o juízo final, como que o implodir da nossa Rua, do nosso mundo. O fim do fim de quase tudo o que resta da nossa imaginação de meninos e moços.
Obviamente que na vida tudo tem um principio de um fim, mas nós tentamos sempre adiar o fim anunciado, com a idéia de que se podem sempre fazer reinícios na vida, o que é totalmente falso e destituído de fundamentação.
Eu, quando ali cheguei, criança de 4ª classe primaria, encontrei no local onde hoje esta uma imensa urbanização, um quinta, sim uma quinta, a Quinta do Facho, com o rio ao fundo, era o campo, era o mundo rural ao pé da porta da urbanidade do progresso.
Hoje é só urbanismo, betão e alcatrão, é compressão humana em altura, onde antes era espaço, tempo, natureza, humanidade, hoje é a diferença total e até o tempo parece ser compassado por outro ritmo, com uma cadencia impossível de parar e totalmente acida para a vida.
Se fechar os olhos, ainda posso ver a barreira enorme que ali existia, a casa do Facho ao fundo da quinta, as palmeiras, a mina de água com as plantas de sinzal em volta, cheias de figos a despontar dos seus bicos aguçados, planta a que chamávamos cacto grande, e realmente eram mesmos cactos enormes.
E ainda recordo também o caminho de terra batida, que ladeava a propriedade e conduzia á Baixa da Banheira. Aquele caminho arenoso ali junto do Sucateiro, que recolhia as suas tralhas com a velha carroça, puxada por uma mula mais velha que o tempo, de tão velha que nem ele mesmo lhe sabia a idade.
Aquela carroça, sempre escoltada pelo cão grande, cheio de pulgas e carraças a ladrar atrás. E não esqueço também muito bem na minha memória, o outro cão grande e negro, que ele mantinha preso a uma corrente velha e ferrugenta amarrada a um pneu já sem idade e cheio de cimento, para evitar que o animal fugisse com o pneu a reboque, dali de junto da sua barraca que lhe servia de casa e escritório.
Se me concentrar muito, ainda consigo ver a minha mãe a caminhar por essa vereda arenosa, nas suas viagens diárias até a casa do meu irmão, para ir ver as netas queridas, a Carla Margarida e a Filipa Isabel. Aquelas netas que de tanto que gostavam dela, logo que ficou doente, e já não escorria com uns trocados para gastar nos vícios de criança, logo foi esquecida e nunca lhe conseguiram chegaram ao pé, para a simplesmente a visitar no Hospital. Sim o Hospital, onde acabou por vegetar os seus últimos três dolorosos anos de vida, ligada á vida artificial de que só a muito pedido pessoal, uma mão amiga a conseguiu arrancar, para viver realmente a sua vida noutra galáxia, a da sua imortalidade na minha memória.
Sim consigo imaginar a sua caminhada diária, sempre com um carrinho de compras puxado com esforço no meio do areal do caminho por um mão já calejada pelo tempo, e a outra a segurar um chapéu para se proteger do sol, o tal famoso chapéu que o meu pai dizia servir para regar as flores á meia noite...
Ai!... Como a memória é espantosa, e ainda consigo recordar o tanque grande redondo junto da casa do Facho, com as laranjeiras e os limoeiros. E do outro lado da vereda os eucaliptos enormes que abrigavam e davam sombra á barraca do cigano Toy, que surrupiava dinheiro á mãe e á velha avó, para ir trocar por uma caixa de piões que a Dona Candinha vendia na sua marquise, improvisada de loja, ali junto do tanque de natação, bem ao lado da escola primária. Esse local era mítico para nós. Era também ali, na D. Candinha, que se compravam os cromos da bola, com o “cabeçudo” do Eusébio, a ser sempre o mais difícil da caixa, e por uma vez única o Freitas do Futebol Clube do Porto, a contrariar a regra habitual, prenuncio que os tempos de gloria do “Pantera Negra” estavam a acabar, até nas caixas de cromos da bola.
Era também ali que nos era fornecida a artilharia para a loucura do carnaval, com as rabichas e os estalinhos, e claro as famosas bombinhas de mau cheiro que faziam as delicias em alguns locais.
E o café, sempre o café da nossa Rua ali como ponto de referencia e reunião de uma comunidade que vivia unida como uma família, uma comunidade que era feliz, mas que nesse tempo nem sabia o quanto!!!
Até os jogos de futebol no meio da rua, com duas pedras a improvisar as balizas, faziam parte da harmonia da rua, porque se corria, gritava, jogava para ganhar o nosso mundial, no fundo vivia-se.
Hoje abro os olhos desses sonhos intensamente vividos, e vejo simplesmente uma rua igual a tantas outras que conheço por esse mundo fora.
Uma rua que é hoje igual ás ruas cruas da vida normal, das cidades e vilas normais. Uma rua onde me dizem os jovens de hoje, que não se joga mais á bola, que hoje é um local desumanizado, criador de solidões, de abandonos, um local em que o mundo normal acabou por conseguir finalmente conquistar o seu espaço.
Antes era um mundo impossível de ser conquistado, era a Grão Vasco do Lavradio que conquistava o mundo. A nossa Rua era o mundo, era para todos nós o centro do mundo, como se o café fosse o nosso Capitolio, o Partenon e a casa de cada um, e ao mesmo tempo a extensão da casa do outro, numa vida em comunidade, no entanto cheia de independência e ao mesmo tempo de solidariedade.
Essa causa comum de viver numa certa interligação comunitária fazia-nos viver aventuras desmedidas, em termos realismo e de execução.
A chamada loucura da ida aos pássaros com rede e visco era de tal forma absorvente que com transporte ou sem, todo o mundo acabava por fazer questão de participar de forma efetiva.
Naqueles tempos, por questões de mobilidade ia-se de moto, mas o Saul não tinha medo de arriscar uma deslocação numa bicicleta puxada por uma moto.
Numa dessas gloriosas deslocações, diria mesmo caçadas, e depois de uma noitada de colocação de redes, e da recolha dos pássaros lá pela madrugada, na zona de Rilvas, resolveram regressar, e assim, ao romper do dia, lá amarraram a bicicleta do Saul á moto do Alfredo e vieram de regresso ao Lavradio. No entanto já dentro da Vila de Alhos Vedros, e após uma aceleração maior numa curva mais apertada; acabaram por deixar o Saul sair de frente de rojo pelo chão com os joelhos nos paralelos da rua.
Foi o delírio total, com os joelhos totalmente arrasados e em carne viva, e a bicicleta com o volante partido. A chegada ao Lavradio foi assim triunfal, com os joelhos mandados abaixo a sangrar e ao mesmo tempo a mulher a “zurzir-lhe” a cabeça, perante a risota geral dos presentes, que em grande número, como não podia deixar de ser, junto do café da nossa Rua, se deliciavam com o relato das aventuras da noite e madrugada.
Mas nem só de aventuras exteriores se vivia, e alguns problemas de sociedade também existiam, se bem que a comunidade soubesse lidar bem com algumas questões, como o problema do Delfim, um “homenzarão” com farto bigode, que á primeira vista, para quem não conhecia, parecia muito forte física e psiquicamente. No entanto, tratava-se de um homem a necessitar de ajuda para as suas taras sexuais, e para as imensas crises que lhe instalavam o caos na sua mente e que ele próprio assumia, dizendo que dormia sobressaltado com sonhos terríveis, tendo algumas vezes sido visto aos gritos na varanda contra os “Turras”.
A mulher e os filhos viviam em constante sobressalto, com medo que algum dia pudesse cometer alguma loucura. Ele dizia que dormia todas as noites com uma arma debaixo do travesseiro, e tudo isto devido a um trauma adquirido na guerra colonial ultramarina, onde esteve num palco de guerra difícil, tendo ficado dessa forma afetado para todo o resto da sua vida.
Mesmo defronte da casa do Delfim, ficava a casa do Joãozinho, que na verdade pouco tinha de diminuto no tamanho, antes pelo contrario, pois era um homem com bem mais de 1,80 metros de altura e para cima de 100 kg de peso, e bastante musculoso.
Morava no R/ch, e como a sua esposa fosse de certa forma atraente, alguns olheiros mais atrevidos, dedicavam-se á nobre arte de andar a espreitar pelas frinchas das persianas do quarto, tentando ver bem mais do que serie normal.
Um belo dia, um desses observadores atrevidos, resolveu fazer uma visitinha nas janelas da casa do Joãozinho, no entanto ele apercebeu-se de que estava a ser observado. De forma estratégica disse á mulher para se deixar ficar, como se nada estivesse a acontecer, que ele ia só á sala. Acabou por sair sorrateiramente de casa, dando a volta ao edifício, e sem mais, apenas tocou no ombro do observador que espantado com a companhia, ao voltar-se para ver quem era o novo companheiro de observação, levou um valente soco num dos globos oculares, que o deixou ko.
Nesse dia, mais nada rigorosamente aconteceu, no entanto no dia seguinte, e perante o comentário publico feito no café pelo Joãozinho, e perante o espanto geral, foi visto o incauto observador munido de óculos escuros, e com toda a região do globo ocular bem negra.
Quase ninguém acreditava que aquele digníssimo cavalheiro, pudesse andar a espreitar pelas frinchas das persianas das janelas, para assim andar a observar em trajes menores alguma senhora, ou ver algum casal em pleno relacionamento intimo.
Mas por vezes essa situação estratégica de espreitar pelas frinchas das persianas não é tão indesejada assim. Já sem saber muito bem como, conheci durante um jogo de futebol realizado no ringue junto da piscina, uma jovem bem mais velha do que eu, a Celeste, que vivia com uma tia num R/ch do Parque dos Pardalitos, ali no Lavradio.
Era para a sua idade demasiado desenvolvida fisicamente, e porque não dizer, também emocionalmente. Daí que para além de me escrever longas cartas de erótico amor, que me fazia chegar das formas mais variadas, se dedicava também a desafiar-me para a um dia a ir ver através das persianas do seu quarto. Prometia mostrar isto e aquilo, e fazer isto e aquilo, só para eu a ver, e ela ter o prazer de saber isso.
Andei logo tempo imaginando se seria razoável e normal uma tal situação, e se não iria acabar por ser apanhado a espreitar pela janela, ainda mais que se tratava de um local publico de muita freqüência.
No entanto um dia não resisti, e combinei com ela uma ida a essa autentica projeção cinematográfica ao vivo.
Para mim foi um dia de deslumbramento tanto pela positiva como pela negativa.
Assim ela, á hora marcada, já fora do horário de maior movimento no passeio junto da casa, se não me falha a memória era o R/ch, esqº do numero 26, tinha a luz acessa como sinal. Eu lá fui, tremulo e receoso do que iria encontrar e do que poderia acontecer.
Lá estava ela, realmente, com o quarto simplesmente iluminado pela luz de um candeeiro da mesa de cabeceira, e dedicou-se a fazer para mim um autentico strip completo, a que nem faltava a musica ambiente do filme Emmanuelle.
Depois veio o deslumbramento pela negativa, pois o seu corpo não era muito bem aquilo que eu tinha idealizado, face á opulência que se podia imaginar pela imagem debaixo do vestuário. Depois, ela não contente com o strip, ainda decidiu dar um autentico espetáculo extra com auto excitação, e introduzir no seu corpo, nos locais mais íntimos alguns estranhos objetos, que para mim nessa época eram uma total novidade, hoje sei tratar-se de ‘vibradores’ e material afim.
Perante a exibição, deduzi que se fazia aquilo a ela própria, então já o deveria ter feito com muita gente ao vivo.
Decidi na hora cair fora dessa minha atração sexual, e o que para alguns continuava a ser um deslumbramento imaginário, para mim virou uma total desilusão.
Ao longo do tempo fui encontrando essa mulher, um pouco de longe em longe no tempo, e por incrível que possa parecer jamais eu consegui ter algum relacionamento intimo com tal pessoa. Sempre lhe consegui falar, mas lamento ter que reconhecer que mesmo face aos muitos e descarados convites ela me metia um nojo a que eu não conseguia minimamente dar a volta.
Resumindo; podemos muitas vezes até ver, muitas vezes até imaginar que se pode gostar, mas daí até realmente se querer poder conquistar e desfrutar vai uma longa distancia, que só a mente e a nossa personalidade é capaz de controlar.
Por sorte não tive razoes de queixa na observação em termos de acidente, mesmo porque estava previamente autorizado, a participar naquele autentico ‘fetiche’ da Celeste, mas sei de outros, que se dedicavam a essa arte com muito menos sorte, alguns até muitas vezes com conseqüências algo trágicas.
Mas os acidentes aconteciam não só por causas mais próprias da bisbilhotice. O João Lagarto, além de meu amigo de infância esteve quase para ser meu cunhado. Acabei por namorar com a Maria do Céu, ainda durante uns bons anos. Mas o João era exímio na condução de motos, de motos todo o terreno, e de tal forma aventureiro que numa brincadeira acabou por ficar cego de uma das vistas, irremediavelmente perdida, pois muito embora os pais tenham gasto uma fortuna com consultas medicas em Barcelona e em outras renomadas clinicas da Europa, nada havia já a fazer.
Curiosamente o João era atreito a acidentes, no mínimo curiosos, veja-se; um dia no decorrer de um dos nossos torneios de dardos, e no preciso momento em que eu atirava ao alvo, ele resolveu passar em frente da linha de passagem do dardo, o resultado foi um dardo espetado nas costas, com ele aos gritos a correr para casa ainda com o dardo espetado a abanar.
Todo o pessoal entrou em delírio, e larga gargalhada, dizendo que eu tinha morto o lagarto com um dardo na cauda, foi uma risota geral que não parava, mesmo perante a gravidade da situação.
Todos os jogos desde sempre me fascinaram, mas nada comparado com a paixão que desde muito cedo me fascina por jogos de loto ou bingo, como lhe queiram chamar, talvez pela grande influência que os mesmos despertaram na minha juventude.
Embora fosse um jogo ilegal, fora dos locais aprovados por lei, muitos clubes de bairro serviam-se desse expediente para ganharem algum dinheiro extra, e eu sempre que podia lá me deslocava no intuito de sacar algum dinheiro extra, fora dos rendimentos habituais.
Na realidade eu tenho como que um estigma, um faro pessoal, que me indica quando devo ou não arriscar, e ao longo da vida já ganhei bom dinheiro neste esquema. Aqui mesmo no Brasil, local onde pela primeira vez joguei em maquinas de leitura de cartões cartonados, já retirei bom dinheiro. No entanto jamais joguei em bingos eletrônicos, pois considero isso uma verdadeira máfia controlada, se bem que também o bingo cartonado tenha as suas jogadas sujas. E qual é o jogo existente no mundo, totalmente limpo de trapaças? Nenhum!
Nos meus tempos de juventude o cartão era fixo, marcado com feijões ou tampinhas “caricas” de cerveja ou refrigerante e custava normalmente não mais de 2$50, sendo que em alguns locais a jogada especial custava 5$00. o Desportivo do Lavradio era nessa época o local mais próximo onde se poderia jogar, alguns dias da semana. Curiosamente mais próximo para nós e para a polícia que tinha uma esquadra a cerca de 100 metros de distancia da sede desse clube. Funcionava num esquema de entrada pela sala do bar, ao lado do balcão, e saída pelas traseiras quando as coisas aqueciam. Sim a saída de emergência era pela Quinta do Bastardinho, pelo beco que dava de frente para a fábrica dos gelados, servia para se puder fugir, caso a policia decidisse aparecer, o que raramente acontecia, pois na sua maioria eram coniventes com a situação, e mesmo alguns agentes até se podiam encontrar na sala a arriscar alguns trocados.
No Lavradio desses tempos, existia uma outra sala de jogo clandestino, nos fundos da barbearia da Avenida J. J. Fernandes, onde os futebolistas se dedicavam a umas cartadas a dinheiro e a uns jogos a moedas, em máquinas eletrônicas, tipo caça moedas, também ilegais, mas muito utilizadas em Espanha, um pouco por todo o lado. Era assim como um míni casino, que em algumas horas também servia de bordel, contando com a visita de algumas jovens, sempre desejosas de provar outros petiscos, e claro receberem também algumas notas para comprar uns vestidinhos extra. Acho que deve ter sido por essas bandas que a famosa Anabela do Chalana, e a irmã do Bragança se iniciaram nas lides artísticas, e conquistaram a celebridade.
A Baixa da Banheira era à época um poço de locais com jogos ilegais, com o salão do saudoso Racing da Baixa da Banheira a ser o campeão dos prêmios, seguido da sucursal do Barreirense, que até funciona numa cave com entrada exterior á sede, ali bem no inicio da Baixa da Banheira, ao lado da Churrascaria dos frangos com coco.
Recordo ainda uma celebre noite em que me desloquei ao Racing, com o José António, e estávamos diabólicos na feitura de bingos, de tal forma que o José António acabou por perder a compostura, e ao fazer mais um bingo, gritou “chega é para o pilinhas!” o resultado foi imediato, pois de tão irritados que estavam com a quantidade de bingos que nós, forasteiros, já tínhamos feito, que resolveram aproveitar para pagar o premio de mais aquela jogada vitoriosa e expulsar-nos da sala, porque segundo eles estávamos a criar desacatos... ao seu bom funcionamento, e foi assim que acabou uma das noites melhor sucedidas no bingo do Racing. Mas outras mais, ainda se seguiram posteriormente, até que acabaram com o jogo no local, e anos mais tarde acabaram também com o clube, fundindo-o com outro e criando uma nova agremiação desportiva local.
Nós próprios, nomeadamente os dirigentes á época dos Leões do Lavradio, acabamos por criar um bingo de pequenas dimensões que funcionava de modo bem modesto e claro artesanal.
Eram momentos bem passados normalmente com o Saul a cantar as bolas saídas, e que eram tiradas de um saco de flanela opaco de cor laranja, feito de dois panos do pó cozidos. Bolas sempre cantadas com ironia e boa disposição para conseguir a risota geral, perante a sua cantoria seqüencial, com números como por exemplo 1, primeiro; 90, ultimo; 22, dois patinhos; 88, colhões do sutã; 69, pra cima e pra baixo; 28, binteoito; 11, dia de são cabrão; 6, meia dúzia; 12, dúzia, e outros adjetivos de numeração alfanumérica pouco dignificantes e coincidentes com a linguagem corrente atual, mas que por incrível conseguiam batizar e assim dar nome a toda a numeração do bingo.
As receitas ali obtidas, nos Leões do Lavradio, eram escassas e a troca dos valores era normalmente feita á posterior, já no café para se evitar confusões, dizer ainda que como não se tivesse energia elétrica, nos primeiros tempos, os sorteios eram realizados sob a iluminação de luminárias alimentadas a petróleo ou a gás.
Por vezes o bingo dava lugar a uns jogos de lerpa com rebuçados para mais tarde serem convertidos em dinheiro, mas o que acontecia era uma enorme confusão e invariavelmente a troca era sempre feita com resultados desastrosos, mesmo para quem tinha a certeza dos ganhos, pois entretanto alguém ia comendo os rebuçados, e no momento da conversão as contas davam resultados desastrosos, mas doces para quem tinha comido os rebuçados.
Mas os Leões do Lavradio não eram só jogos ilegais, a primeira razão da sua criação foi dar cobertura em termos de organização aos apaixonantes jogos de futebol de solteiros contra casados que se realizavam no campo pelado dos Leões do Lavradio, clube entretanto criado com a ajuda em especial de alguns benevolentes Sportinguistas dos 7 costados, que contribuíram com a terraplanagem do terreno e a colocação das balizas, bem como o levantamento da pequena sede desportiva, composta por duas pequenas salas. De salientar que as maquinas para a terraplanagem foram conseguidas pelo Sr. Celso, o pai do João Lagarto, que assim num simples fim de semana procedeu ao trabalho, de forma graciosa.
Depois eram partidas de futebol, cheias de historia e claro de muita “sarrafada” á mistura nas canelas e não só, e por vezes também alguns acontecimentos alheios ao próprio jogo, e que dessa forma contribuíam para animar o pessoal de modo extra.
Claro que ninguém que viveu essa época poderá esquecer-se dos bons “coiratos” assados que se podiam comer no final dos jogos, acompanhados das frescas cervejas.
Existiam jogadores míticos, como o Mário Resende, que defesa duro e rigoroso efetuava marcações impiedosas sobre os perigosos avançados, fazendo lembrar pelo estilo e compleição física o Jorge Costa, ex-capitão do Futebol Clube do Porto.
Quando a baliza da equipa dos casados era defendida pelo Saul ou pelo Lê, tínhamos a garantia de se poderem marcar golos de belo efeito, mas ao mesmo tempo obrigavam os jogadores da linha avançada, tal como eu, a terem que ter muito cuidado nas jogadas de área, pois eles eram temíveis na defesa da sua baliza, não atacavam diretamente a bola mas sim diretamente o jogador que a conduzia o que obrigava a tomar as devidas providencias em cada momento de jogada de ataque para defesa das nossas canelas.
Depois existiam jogadores fora de serie, eu diria mesmo fora de campo, como o Manuel “Cambuta”, que com a bola nos pés não parava de correr sempre em frente, sem olhar nem para colegas de equipa ou adversários, derrubando todos os obstáculos que lhe surgissem ao caminho, e que um celebre dia protagonizou um dos episódios mais pitorescos vividos naquele histórico campo, e que tem tanto de perigoso como de hilariante. Assim alguém resolveu partir um bom grupo de garrafas de azeite, junto de uma das laterais do campo que tinha um desnível e um buraco. Logo por azar o Manuel “Cambuta” correu por aquele extremo do campo e de um momento para o outro desapareceu da nossa visibilidade, tendo caído direto no buraco. Nós ao principio pensamos que fosse brincadeira dele, ao não surgir, depois só conseguíamos escutar os seus gemidos de Ai!, Ai!..., e quando nos aproximamos já ele estava de joelhos, todo cheio de sangue e com vidros espetados por todo o corpo, em especial nos joelhos. Resultado direto de ter caído com a bola em cima das garrafas partidas que alguma criatura idiota ali foi despejar. Poderia ter sofrido um grave acidente, no entanto após cuidadosa retirada dos vidros do seu corpo pudemos verificar que apenas se tratavam de simples e pouco profundos cortes.
Ele era exímio neste tipo de acidentes caricatos, e em outra ocasião conseguiu em plena corrida, enrolar-se totalmente só com a bola, e dar um trambolhão enorme em que ficou cheio de mazelas provocadas pelo arvoredo rasteiro e as pedras existentes no local onde acabou por ir tombar.
Mas futebol habilidade era para quem sabia realmente da arte como o Julio, os muito habilidosos Idalecio e Mario Núncio, sem esquecer o Pedro Núncio que embora pequeno no tamanho, esbanjava talento por todos os poros, e claro os incontornáveis Jorge, Alfredo, Alexandre, José Antonio, Pedro “Super” e como guarda-redes o inconfundível Carlos “coxo”. Para mim o Joaquim Núncio “Quim-Zé” era como uma copia local do famoso Baresi italiano, pois pautava o jogo de tal forma que mais parecia um maestro a comandar a equipa.
Eu entrava nestas equipas como goleador, sempre jogando na frente de ataque, esperando as bolas que lá fossem colocadas ou que por algum atraso mais displicente para ali fossem encaminhadas. Muitos diziam que eu passava a vida á “mama”, mas na verdade eu conseguia fazer milagres, marcando golos quase impossíveis e falhando ao mesmo tempo golos meio feitos, para grande desespero da restante equipa.
Não sendo um pé de chumbo, também não era nenhum craque tipo Paulo Rossi, obviamente que seria impossível a contratação para qualquer equipa digna desse nome.
Os clubes locais do nosso convívio, eram nessa época e por razões dispares o Sporting Lavradiense, a SFAL, e a SRCL.
O Sporting Lavradiense, obviamente por razões clubisticas da maioria e também porque alguns diretores eram nossos amigos ou pertenciam simultaneamente aos dois espaços.
A SFAL porque tinha mesa de bilhar e snoker, xadrez e uns bailes nada maus em termos de bar e buffet, muito em especial na época do carnaval e também o seu famoso baile da Pinha.
A SRCL porque se podia jogar ás cartas e beber uns copos, muitas vezes para além da hora normal, isto para além de umas festas ao ar livre que até não eram assim tão más em termos de bonita presença feminina.
A rivalidade existente em termos desportivos, no entanto mantinha-se, pois o pessoal da SRCL tinha a mania que era campeão de futebol de salão, e nós tínhamos realmente muito boas equipas, mas reconheça-se que eles não eram assim tão maus, e que tinham bem mais organização para participar em torneios.
No entanto tenho que reconhecer que; muito embora de alguma forma desorganizados, as vitórias em torneios relevantes na Moita, no Luso e no 31 de Janeiro, não deixaram por isso de acontecer, para nosso delírio e orgulho bairrista.
A convivência entre gerações sempre foi para nós uma imagem de marca naquela época, e com a devida salvaguarda em termos de respeito por parte dos mais novos, perante os mais velhos, todo o mundo se conhecia e respeitava de forma que se conseguia chegar a um estádio muito perfeito de entendimento sem grandes lutas de geração.
Um desses exemplos foi que durante meses dividi as minhas viagens de barco para Lisboa com o amigo Mário Resende, e como que montamos um esquema para beber uns cafés á conta de alguns incautos otários, que se dedicavam a jogar á sueca a bordo, a troco de um café por pagamento da vitória no jogo. Assim, invariavelmente o café da manhã, e muitas vezes também o da tarde, eram pagos por esses beneméritos benfeitores da nossa carteira.
Entretanto a minha vivencia no Lavradio coincidiu com a época própria para tirar a carta de condução, e o “Chico Aroles” foi um dos meus companheiros no momento de freqüentar a escola de condução para preparar o exame obrigatório.
Como grande trabalhador, iniciou a recolha de fundos para a aquisição de um carro, muito antes de ter sequer assegurado a carta de condução, muito antes até de se ter submetido ao exame de código.
Decidiu ir trabalhar para uma padaria durante a noite, e assim que teve o dinheiro necessário, não escolheu mais, comprou um VW carocha, a que passou a dedicar boa parte do seu dia, em lavagens diárias e polimento dos cromados.
A facilidade na admissão ao serviço na padaria teve que ver com o Manuel “Padeiro” seu vizinho de prédio que habitava logo no andar superior ao seu. Essa figura típica que nunca entendemos muito bem em relação ao seu relacionamento matrimonial, pois muito embora ninguém lhe perguntasse nada, ele não parava de se gabar que jamais seria “cornudo” e outros adjetivos afins, o que era muito estranho, pois a sua conversa descambava sempre nesse assunto pessoal.
No entanto, por seu lado a sua esposa tinha uma vivencia tão estranha que; para além de uma língua bem afiada e comprida e sem tamanho, dava toda a sensação de que tudo quanto ele falava não se acabava por escrever na realidade.
Mas lá da casa do “Padeiro” o que saltava mesmo á vista era a “mamalhuda” da filha mais velha que possuía uns apêndices mamários exageradamente invejáveis para a idade.
O edifício onde ficava a casa dos pais do “Chico Aroles”, era nem mais nem menos que o mesmo do café da nossa Rua, e onde habitavam ainda o “Pilicas” o “Padeiro” o Pedro “Super”.
Assim para além das lavagens dirias do VW Carocha junto do café, e dos polimentos dos cromados, o “Chico Aroles”, dedicava boa parte do seu tempo livre diário, sentado a admirar o interior da viatura. No preciso dia em que tiramos a carta de condução, o “Chico” desde logo organizou uma deslocação a Lisboa, para assim estrear oficialmente a viatura, a saída foi feita com pompa e circunstancia com um bom grupo de animadores a bordo, de que se destacava o Luis Costa, sentado no chamado “lugar do morto” e sempre na primeira linha dessas farras.
O “Chico Aroles” como condutor largamente exímio, e experiente, logo na passagem pela zona da localidade de Coina, sem se saber muito bem como, conseguiu enfeixar-se num enorme deposito plástico do lixo.
Imagina-se a razão, uma vez que a iluminação da viatura também não era das mais fortes, aliada á sua fraca visibilidade com os óculos que possuía na época, e claro a sua fraca, muito fraca experiência como condutor.
Foi então a risota geral dentro do carro, e felizmente que não se verificaram danos pessoais, ou mesmo materiais, tanto para o carro como para o deposito.
Chegados a Lisboa, com entrada pela zona do Marques de Pombal, e apesar dos constantes avisos do Luis Costa, que seguia na frente, no lugar do pendura, tipo co-piloto, o “Chico Aroles” conseguiu colocar o carro em cima do passeio central da Avenida da Liberdade, no sentido descendente para os Restauradores, perante o espanto dos outros condutores e a nossa gritaria dentro do carro. No entanto ele com a maior das calmas do mundo só dizia para se ter paciência, pois aquela era a terceira faixa de circulação, destinada aos carros mais lentos... efetivamente ele era mesmo muito lento, em muitos aspetos!
Somente já em frente do Cinema São Jorge, e meia avenida andada em cima do passeio, inclusivamente com o cruzamento de outras ruas, conseguiu entender que estava a circular em cima do passeio central da avenida.
Essa foi uma noite de largas emoções, pois embora ele só quisesse andar de carro, nós só queríamos o seu estacionamento para nos sentirmos finalmente totalmente seguros. Foi uma aventura e tanto, que nunca mais terminava e que nunca mais voltamos a repetir, mesmo perante a sua grande insistência, pois se nessa noite nada de grave nos aconteceu, dificilmente volta a acontecer em iguais circunstancias.
Por outro lado o “Chico Aroles”, que até nem era um grande adepto do Sporting, e que acompanhava mais o pessoal pelo espírito de camaradagem do que da clubite, não dispensava uma oportunidade de nos poder acompanhar nas nossas saídas para a farra desportiva e afins.
Um dia acompanhou todo o grupo ao ginásio do Futebol Clube Barreirense, para assistir a um jogo de basquetebol com o Sporting, que na época era juntamente com o Futebol Clube do Porto, o grande time do basquetebol nacional.
Naquela época; as deslocações desportivas ao ginásio sede do Futebol Clube Barreirense, eram, sem duvida nenhuma, um verdadeiro tormento para qualquer equipa, pois as dimensões do recinto de jogo eram menos do que mínimas, para além de que a assistência pressionava durante todo o jogo, como claque aguerrida e apaixonada de forma doentia pelo seu clube, o que acontecia bem em cima dos jogadores. Era uma ambiente terrível, de cortar á faca, tanto para os jogadores como para nós adeptos da equipa visitante.
Nós já estávamos mais ou menos habituados aquele tipo de situação, e procurávamos ficar sempre na varanda lateral, longe das claques organizadas. Conseguir acompanhar o Sporting, naquele pavilhão sempre lotado, era sempre uma primeira vitória.
Esse jogo coincidiu com a época do carnaval, e essa era mais uma razão para se ter atenção redobrada.
Recordo-me como se fosse hoje, que o Sporting estava a perder por 1 ponto, a poucos segundos do final do jogo. Então no ultimo ataque o histórico e saudoso jogador Baganha, fez um magnífico lançamento da zona frontal de fora do garrafão, com o seu estilo muito personalizado, que hoje valeria pelas novas regras 3 pontos, mas que na época mesmo valendo somente 2 pontos, chegou e sobrou para assegurar a vitória ao Sporting por 1 ponto.
Foi então o delírio dos adeptos do Sporting, presentes no pavilhão em; pequeno numero, perante o desanimo e a raiva incontida dos fãs do Barreirense, que eram uma claque bem temida no seu recinto.
Como tal a saída foi tumultuada, e como nesses tempos sempre acontecia, a policia comparecia em pequeno numero e não se metia em nada, normalmente essa situação acabava por dar direito a alguns confrontos entre adeptos.
O “Chico Aroles”, pouco ou nada habituado a estas andanças em território inimigo, quis sair todo lampeiro do pavilhão com o lenço verde e branco enrolado ao pescoço, como se fosse um herói napoleônico depois de uma batalha ganha, e assim quando saiu do pavilhão foi presenteado com uma autentica chuva de ovos podres e farinha sobre a sua cabeça, para além de muitos empurrões e também algumas lambadas á mistura, de tal forma que acabou por obrigar-nos a resgatar a sua fraca figura do meio da multidão enfurecida, foi de tal forma conturbada a sua agitada saída que até os óculos lhe conseguiram partir.
Essa foi a ultima vez em que o “Chico Aroles” nos deu o prazer da sua companhia num evento desportivo fora da casa dos “Leões” em Alvalade.
Sempre que o convidávamos respondia perante a gargalhada geral, que o desporto estava muito violento e perigoso, e não queria morrer novo.
Por se falar em colegas, não posso esquecer que o Azevedo “Azedo”, foi meu colega de classe e sala de aula, no curto período em que freqüentei a 4ª classe primaria no Lavradio, até ao dia do certeiro tinteiro na testa da professora, que deixou o Américo Tomas e o Marcelo Caetano todos “borrados” de tinta.
Era um jovem, filho único, ultra, protegido pela mãe, o que lhe originava muitas limitações em termos de capacidade de liberdade de convívio com os outros jovens da sua geração.
A própria mãe colocava o jovem no ridículo sempre que podia, e claro que a todo o mundo na maior galhofa, pois gritava alto e bom som que o filho só tinha problemas porque era o menino mais lindo da rua. Resultaram dai os nascimentos de alegados inimigos de referencia, sendo que o maior de todos era o Alfredo, que sempre que podia o aterrorizava só para o ver em pânico. Por outro lado aventurava-se em jogar ao perde/ganha nos ‘berlindes’ com perdas extraordinárias para o Pedro “Super” que era um exímio jogador de ‘berlinde’, ou ainda os sacos de cromos que acabava por perder, ao jogar nas escadas do seu prédio á palmadinha.
Pessoalmente não tenho nenhuma aventura com o “Azedo” pois isso seria mesmo um milagre, tal o raio de ação e liberdade da sua vida diária. No entanto tenho realmente algumas boas aventuras passadas com o Pedro “Super”, para além claro de me ter quase afogado, para não o deixar só no meio da correnteza da praia da Barra-a-Barra.
O Pedro era um exímio atleta em desportos velocipedicos e quase sempre com resultados finais incrivelmente nada animadores.
Um dia, um grupo de amigos decidiu deslocar-se a Alhos Vedros, para apanhar pinhões nuns pinheiros que tínhamos previamente verificado estarem cheios de pinhas. Todos nós munidos da sua bicicleta, lá nos dirigimos a uma zona situada junto da estação do caminho de ferro, e perante a alegria total fizemos uma boa recolha geral de pinhas. Na hora do regresso fomos confrontados com um bando de ciganos, que nos ameaçavam com paus e pedras, que entendiam ser aquele um território seu, e dessa forma nada nos dava o direito de ali ir buscar pinhas. Decidimos salvar a nossa pele em vez das pinhas, perante tão numeroso e feroz grupo, e assim deixar tudo para trás, mas o Pedro não quis pensar dessa mesma forma, e decidiu realmente trazer os frutos que tinha apanhado.
Nós após o incentivar a vir, e como assim no entendesse, decidimos salvar a nossa pele perante o numeroso grupo, e dessa forma deixar assim tudo para trás, mas o Pedro não quis pensar da mesma forma, e decidiu realmente arriscar.
Acabou por chegar a casa todo esbaforido, e com vários raios da bicicleta partidos e amaldiçoando o fato de nós o termos abandonado a enfrentar sozinho todo o grupo de ciganos.
Claro que a opção foi totalmente pessoal, de assim ter decidido, e o risco foi por si calculado. Ou melhor; dizendo, um risco não calculado. Bem que se poderia aqui utilizar a máxima de que os cemitérios estão cheios de heróis.
Num outra ocasião realizávamos corridas em volta das vivendas de forma que cada volta era contabilizada em termos de tempo gasto.
Numa das saídas do Pedro para uma volta, e como a sua demora em retornar fosse demasiada, fomos investigar a razão desse fato, tendo descoberto na esquina seguinte, para nosso grande espanto, que tinha tido um acidente, tendo batido contra o painel lateral de uma camioneta que efetuava o transporte de batatas. Estava deitado dentro da carroçaria da viatura com a bicicleta partida no meio do alcatrão da rua, e claro todo o mundo, em volta da camioneta, preocupados com o seu estado físico.
A sua capacidade atlética e desportiva não se ficava por aqui, e um dia o filho do “Frutol” emprestou-lhe a sua bicicleta para uma descida da rua da padaria e da escola primaria, até ao cruzamento do Sporting Lavradiense.
No entanto o filho do “Frutol” esqueceu-se de avisar, ou omitiu de propósito essa situação importante, para não dizer fundamental, de que a viatura não possuía travões, sendo que ele para parar, travava a bicicleta somente com o pé no pneu traseiro.
O Pedro lançou-se ladeira abaixo na maior das velocidades possíveis para uma bicicleta, passou o cruzamento da Rua da Cooperativa Lavradiense, e sempre, sempre a pedalar sem parar, e sem olhar sequer para o transito, passou também da mesma forma o cruzamento seguinte da Rua da sede da SFAL, e quando ia quase a chegar ao inicio do edifício do Sporting Lavradiense, é se deparou com uma carroça carregada de carvão, puxada por uma mula, parada á sua frente. Foi somente naquele instante é que então se apercebeu de que a bicicleta não possuía travões. Como ultimo recuso largou-a então, e atirou-se para um dos mastros das bandeiras do Sporting, que ficavam bem na esquina com a bicicleta a ir parar debaixo da carroça e das patas da mula.
De entre os muitos, e variados amigos, que fui juntando ao longo dos anos no Lavradio, o agora, Major Alfredo, da Brigada de Transito da Guarda Nacional Republicana, era naquela época um dos jovens mais independentes da zona.
O Alfredo vivia com os irmãos em virtude dos pais estarem emigrados na Alemanha, e dessa forma a sua vida era controlada ao mínimo pelo irmão e pela irmã.
Quando todos os anos, se deslocava, para um período de férias junto dos pais, regressava portador de algumas novidades, ora fosse uma bola de futebol adidas, umas botas de futebol modernas, uns tênis de nova marca, estilo ou geração, um disco com os últimos êxitos além fronteiras, ou como aconteceu um ano com um barco insuflável de borracha.
Esse barco acabou por virar autentica celebridade pelas mais variadas ocorrências de que acabou por vir a ser protagonista direto.
Um dia na praia fluvial da Barra-a-Barra, decidimos andar de barco e mergulhar longe da praia, para tal o grupo organizou-se para que alguém ficasse a bordo a fim de assegurar o bom regresso da embarcação.
A figura escolhida foi o Luis Costa, que só posteriormente viemos a tomar conhecimento de que nadava bem como um prego. Ou seja; não sabia dar uma única braçada e muito menos remar.
O resultado foi desastroso!
Acabou por entrar em pânico, mal se viu sozinho no interior do barco, tendo mesmo acabado por perder os remos no meio da corrente, e quando colocado perante o movimento acelerado do barco no meio da corrente, entrou em desespero. Quanto nós mais lhe gritávamos para se acalmar e sentar, mais ele se agitava, tendo estado muito próximo de limite para cair borda fora ou virar mesmo o barco.
Tudo acabou, quando um barco “varino” o resgatou, já bem ao longe, a caminho do Rosarinho, na outra margem do rio, e completamente desesperado, como se fosse um naufrago abandonado numa balsa salva vidas, á largos dias no mar alto, e foi assim que o rebocou até bom porto, como um “gato pingado” perfeitamente paralisado de terror.
O Alfredo nunca negava um pedido a um amigo, e um dia o Valdemiro resolveu ir até á praia com a mulher, os filhos e a sua “santa” sogra, tendo pedido o barco emprestado para proporcionar um passeio fluvial agradável a toda a família.
Esqueceu-se, no entanto, que o barco tinha limite de lotação e peso na tribulação, e como eram para a época, uma família bem anafada o resultado final não foi muito animador, pois quando já se encontravam com a embarcação bem ao longe, já no meio da corrente, a mesma começou a adornar e a meter água, tendo-se gerado o pânico geral a bordo, e não fora a presença previdente de outra embarcação, e a família Valdemiro teria morrido toda ali afogada, na praia da barra-a-barra, pois só mais tarde se constatou que ninguém sabia nadar a bordo da embarcação.
Depois disso o Alfredo tomou providencias e somente emprestava o barco a pessoal com a máxima garantia de segurança e de destreza aquática, para não vir a ser acusado de co-responsável em alguma tragédia naval.
As idas á praia da barra-a-barra também não eram inocentes em termos emocionais, pois no meio de uns bons banhos de rio, de uns jogos de futebol, nunca se podia esperar que não surgisse a oportunidade de poder ter alguns momentos de prazer com alguma jovem transviada, em especial vinda das bandas da Baixa da Banheira, para quem os jovens do Lavradio e do Barreiro eram naqueles tempos considerados um luxo fora do normal. Algo que não encontravam lá pelas bandas do Concelho da Moita.
Foi assim que não poucas vezes tive oportunidade de poder ter alguns momentos de larga intimidade com uma amiga da futura mulher do “Quim Avantajado” que se apaixonou perdidamente por mim, e dedicava horas a deliciar-se comigo debaixo da toalha no meio das dunas, longe dos olhares mais comuns. Nem sei até hoje como foi possível nunca ter acontecido alguma gravidez indesejada, tal a falta de prevenção a que nós nos predispúnhamos no nosso relacionamento intimo.
Jamais eu poderia imaginar que poderia ser o primeiro homem de alguém sem um aviso prévio, assim sem mais nem menos, e logo no meio das dunas de uma praia fluvial. Pior do que isso também eu jamais poderia imaginar que ela sem o mínimo de pudor pudesse ter tido a falta de sigilo para ter divulgado essa situação perante todas as suas amigas. Dessa forma ganhei indiretamente uma, por assim dizer, má fama, e fiquei fora de competição por aquelas bandas, pois era sempre apontado perante as jovens da zona como o primeiro da Cristina.
A Rua era um espaço físico que se estendia um pouco para fora da sua área geográfica própria, chegando ás vivendas do Pimenta e do Ferrari, e claro ás ruas contíguas e onde se compartilhava o espírito algo familiar e de companheirismo.
No primeiro andar do prédio esquinado, fronteiro ao café morava o, para nós muito famoso, Alegria, figura típica pela sua imagem de trabalhador incontinente. O Alegria estava sempre equipado de fato de macaco, seboso de óleo e ferrugem, pois trabalhava numa oficina automóvel, junto da escola velha, situada á entrada do Lavradio.
Que me lembre, apenas o vi uma única vez com outro vestuário, foi num dia de eleições, nos finais dos anos 70, e a diferença era tão grande que até chegamos a pensar que era outra pessoa.
Uma vida agitada e comandada pela esposa, outra figura típica, com um desnível em uma das pernas, o que obrigava á utilização de uma bota com tacão extra para compensar. A “coxa” como foi batizada, não se furtava à ida diária ao café, muito embora o pobre Alegria, sempre chorava a miséria de ordenado com que tinha de viver com a mulher e tentar criar com o mínimo de dignidade os seus dois filhos. A jovem era bem calminha e também muito feiazinha de cara. O rapaz por seu lado era um dos maiores terrores da zona, chegando ao ponto de se lançar de cabeça da varanda do 1º andar para o passeio, para conseguir ir para a rua brincar, isto para além dos inúmeros acidentes que sofreu, devido ás suas brincadeiras fora de nexo, tendo como resultado; nomeadamente com a cabeça partida varias vezes.
Recordo duas das suas maiores aventuras, como algo incrível de acontecer a jovens normais.
Assim, a ex-fabrica do sal tinha praticamente desde a época da revolução de 74, as suas instalações abandonadas e a saque. A zona da báscula era uma atração especial, devido á cave que se formava sob o tabuleiro, no entanto devido ao abandono encontrava-se cheia de água e lama, mas não deixava por isso de ser ponto obrigatório, das brincadeiras de alguns dos mais jovens aventureiros, invariavelmente dirigidos pelo Pedro Núncio. Numa dessas incursões na cave da báscula, não se sabe bem como, o Alegria “Junior”, acabou por cair dentro de água e lama, o resultado quando de lá conseguiu sair era como se tivesse sido recuperado de dentro de um pântano, para além de que o seu cheiro era nauseabundo, com um fedor a podre que chegava a quilômetros de distancia, nós que estávamos no café deliramos com o tratamento dado pela sua mãe, no entanto era um jovens que parecia feito de borracha, pois quanto mais apanhava, mais apetite tinha para entrar em novas e irrefletidas aventuras, e não se importava muito com os repetidos castigos aplicados.
Assim imaginaram, um dia, construir um túnel por debaixo da rua, com inicio junto da marquise da casa do Sr. Carlos Santos, e que segundo os projetos iria terminar do outro lado da rua, já muito próximo da porta de entrada do café.
As escavações tiveram o seu inicio, e seguiam já em muito bom ritmo, quando alguém se apercebeu de que estava a nascer um imenso monte de terra e entulhos diversos, que se podia observar junto da entrada de um túnel.
Na verdade eles só pararam a construção porque foram impossibilitados de prosseguir devido ao fato de terem encontrado na sua frente as manilhas de betão do abastecimento de água e recolha dos esgotos que se situavam bem no meio da rua.
Qualquer um deles estava num estado lastimoso, e só com uma grande barrela foi possível recuperar o Pedro Núncio o Alegria e os seus diversos ajudantes, pois o cheiro e a lama que cobria os seus corpos e vestuário era incrível.
Ali bem junto do inicio desta aventura subterrânea juvenil, morava o Sr. Carlos Santos, que era uma alma boa. Homem trabalhador do ramo de hotelaria, pai do Nelson “Fome”.
O Sr. Carlos tinha vindo de Angola, fugido da independência daquela ex-colonia portuguesa, com a família, e habituado a uma vida de padrão de classe media em África, teve que se ambientar á sua nova realidade na metrópole.
Para alem de Sportinguista convicto, era alguém que nos merecia muita estima, pois era um cidadão calmo, bom conversador e ainda por cima não era nada mau jogador de cartas, o que possibilitava uma boa parceria de quando em vez.
A sua amizade como grupo mais jovem da Rua foi assim rápida e durou até à hora da sua morte, tendo-se tornado sempre respeitável e desejada a sua presença.
Depois de muitas colocações em bares e restaurantes, acabou por fazer uma época estival na Costa da Caparica.
Como fossemos visita habitual daquela estância balneária, passamos também a ser seus clientes no restaurante onde trabalhava, e verdade se diga que não poucas vezes ali degustamos um bom frango assado ou umas ótimas sardinhas assadas, com a conta a ser ridiculamente avultada, mas mesmo assim a ser dividida por todos os comensais. Também outras vezes aconteceu que no momento de se pagar, era recusada a entrega da conta, o que nos deixava ainda mais folgados, para permitir a realização de outros gastos extra, especialmente durante os inesquecíveis fins de semana na Costa da Caparica.
Anos mais tarde, estando eu colocado no Ministério do Trabalho, consegui anular uma grave injustiça que iria ser cometida contra ele, pois ao abrigo de um programa ocupacional, pretendiam efetuar a sua colocação para abrir valas e montar estruturas metálicas na preparação dos pavilhões para a feira industrial do Barreiro, a ‘Barrind’, tendo, no entanto; acabado por ser colocado no seu verdadeiro espaço profissional. Na verdade estou convicto de que não fora já a sua idade, algo avançada, e bem que poderia ter tido, um outro tipo de vida, mais ensolarada na metrópole.
Ficamos amigos para toda a vida, e sempre que necessitava de um qualquer, simples favor, ou uma opinião ou conselho sobre este ou aquele documento, quase sempre recorria á minha ajuda, fosse para fazer um simples requerimento ou para contestar alguma outra situação.
Um dos fatos mais curiosos acontecidos comigo na política, teve-o a ele como protagonista.
Assim, num dos comícios realizados no Barreiro com o Partido Popular, ele lá estava no meio da multidão, apenas para me dar um abraço de apoio e amizade. Na primeira vez em que o voltei a encontrar confidenciou-me que havia estado ali porque eu sempre tinha sido frontal e verdadeiro com ele, e dessa forma um seu leal amigo, poderia assim contar com o seu voto, muito embora aquele não fosse o seu partido político de opção, pois se assumia como um social democrata.
Nesse dia chorou ao abraçar-me no salão dos “Franceses”, ao dizer-me que poderia ter tido uma vida tão diferente, ele e a sua família, mas que o destino tudo pode e agora já era tarde para tentar mudar algo no seu destino. Nesse dia fiquei com a idéia que poderia estar doente, tal o tipo de conversa premonitória que efetuou.
Agora, segundo ele; era a hora dos novos, dos novos como eu, e que me desejava tudo de bom como se fosse meu filho...
A mecânica proteção, aos novos, como que passava de geração em geração, ali na nossa Rua, e o apoio e protecionismo como que tinha sempre alguém escolhido para apadrinhar por sua livre iniciativa um dos jovens da geração seguinte á nossa. Eu acabei por não fugir muito a essa regra e para mim alguns jovens tinham uma afeição especial no tratamento. Dessa lista de auto – protecionismo, fazia parte entre outros o José Peleja, a quem desde logo adotamos o nome de guerra de “Cebolinha”, pelas suas naturais parecenças físicas com aquela conhecida e popular figura da banda desenhada, e também desde criança o Pedro Núncio, que se revelava a cada dia, um produto explosivo da natureza, sendo uma criança irreverente e dotada de uma habilidade muito especial para todo o gênero de malandrices e também para o futebol, mas talvez nesse campo por simples deformação familiar.
Nascido no chamado meio de uma geração especial, que apelidamos de os chamados “Putos da nossa Rua”, foi desde sempre ele a tomar a iniciativa de organizar e comandar as mais diversas aventuras infantis, a que todos os restantes se juntavam numa união total, qual exercito bem comandado.
Como grande amigo pessoal dos irmãos, e de certa forma como admirador de algumas das suas façanhas, nunca deixei de modo indireto de apoiar algumas das suas rebeldias, quanto mais não fosse condescendendo na necessária distração familiar e defendendo o seu espírito de algumas ameaças que algumas vezes surgiam de gerações mais velhas.
De entre muitas ocorrências, recordo uma em que a sua rebeldia deu lugar a um bom comportamento e tranqüilidade e que infelizmente outros queriam transformar em injustiça, pois dessa vez não existia a mínima razão de queixa do seu comportamento.
Existia uma época em que as habitações eram entregues aos novos locatários devidamente alcatifadas, e em que os restos das alcatifas acabavam para servir para inúmeras brincadeiras, de entre os quais, após se desfazer a teia aproveitavam-se rolos de fio para servir de guia para lançar papagaios ao vento.
Alguns miúdos mais habilidosos construíam papagaios com canas e papel celofane ou papel de lustre, que posteriormente eram lançados ao vento para delicia de miúdos e graúdos.
Na rua desde há alguns anos que habitavam duas famílias de negros, o que para a época era quase um fenômeno. De um lado o Roberto, ex-saco de treino de boxe de ‘Moamed Ali’, de quem tinha inúmeras recordações entre fotos conjuntas e mesmo alguns troféus, e que era uma pessoa bem respeitada e amiga do seu amigo, nunca ninguém veio a ter o mais mínimo problema com a sua família. Mudando mais tarde para uma vivenda na Vila Chã, passando a ser vizinho do meu bom amigo Luis Simão, local onde acabou por vir a viver a tragédia da morte do filho mais novo por motivos de overdose de droga, situação que estava muito longe de acontecer no Lavradio, onde ninguém tinha a mais leve suspeita dessa situação com o jovem.
Do outro lado da rua, morava outra família, precisamente no prédio do Azevedo, no 2º andar, vivia uma família oriunda de Cabo Verde. Esta tinha como referencias o pai imigrante na Holanda, e que muito raramente se podia ver por aquelas bandas, e uma jovem particularmente bonita, pois que muito embora fosse de raça negra, e pequena na estatura possuía uns olhos verdes deveras maravilhosos para além de um rosto muito bem alinhavado. Compunha ainda a família a mãe que veio a falecer por razões nunca explicadas, anos mais tarde, e um jovem, o outro filho da família que era mesmo o terror da sua casa e das imediações, e que anos mais tarde veio a ter problemas sérios com as autoridades por motivo de furtos.
O jovem Humberto tinha a mania de que era um ser superior, e como praticava artes marciais tentava dessa forma aterrorizar toda a rua com essas suas mistificações.
Eu que não prestava muita atenção a essa historia de artes marciais, e que ainda hoje entendendo que para se combater essa lenga–lenga não existe nada melhor do que ou duas boas mãos para assentar o seu peso no local próprio. Ou então um pé certeiro para acertar num certo local entre as pernas, ou em ultimo recurso um bom revolver carregado e pronto a disparar. Também já nessa época não ligava a esses atributos mais cênicos do que reais.
Daí que ainda recorde perfeitamente esse dia dedicado ás artes marciais, porquanto escutei um imenso barulho de gritos de larga!..., larga!..., vindos da rua e que me levaram a ir á varanda do meu quarto observar o que se passava, e para meu espanto, o alegado lutador de artes marciais estava a destruir um papagaio que o Pedro Núncio e meu vizinho Alexandre bem como outros jovens da sua geração haviam construído.
Acabei por constatar que aquela atitude era apenas por pura diversão, pelo prazer de destruir e tentar assim demonstrar o seu poderio, como alias sempre tentava fazer.
Eu que por varias razões não encarava já muito bem esse jovem, fiquei como que possesso. Perante o meu aviso lançado de cima da varanda, para que se fosse embora, ele apenas se limitava a rir e continuava a destruir, rindo em ar de puro gozo para com todos os presentes, e ninguém em seu redor fazia nada, absolutamente nada, como se ele fosse um ser superior e intocável.
Lembro também que em determinado momento me disse lá para cima para a varanda onde eu estava:
“... pois tu estas ai preso em casa, na varanda, e eu é que mando aqui!”
Eu se já estava bravo com ele, ainda pior fiquei, com a agravante de que ele não tinha já idade para se meter com os “Putos da Rua”, sendo que teria ai uns 7 ou 8 anos a mais do que todos eles que o rodeavam.
Não sei como aquilo aconteceu, no entanto eu inconscientemente qual alpinista que no fundo já era nessa época, saltei a vedação da varanda, aproveitei o umbral superior do R/ch, da casa do Valdemiro, e saltei do 1º andar para o passeio, e quando o “negro” menos esperava, e perante a surpresa geral de todos os presentes, eu agarrei o famoso lutador... e o afastei dos jovens. De imediato começou aos saltinhos e a fazer os habituais gritinhos de lutador á minha frente, mais parecia um gato gritando Hu!..., Há!..., Fu!..., Xu!..., etc..., e outras ladainhas e gesticulando com as mãos, eu no entanto vinha cego de raiva e ódio, e como até ao dia de hoje nunca gostei de ameaças, sejam elas verbais ou mais leais de mãos limpas ou mesmo com armas, e tenho como reação imediata avançar para o autor da provocação, perdendo normalmente a cabeça e a noção da violência utilizada, mais uma vez nesse dia assim procedi e colocado perante aquela autentica “macacada” do “kong-fu”, avancei de imediato para cima dele, dizendo-lhe:
“... pois já te vou dar o “kong-fu” no cú meu macacão!”
Acabei por o conseguir agarrar e; reconheço hoje que deveras me excedi, pois desatei ao soco e ao pontapé por tudo quanto era sitio do seu corpo. Acabou por cair no chão a poder de pontapé, soco e chapada, mais parecia um saco de batatas, e nem me recordo o quanto e como lhe dei, lembro que fui descarregando como sempre faço tudo o que posso, e que estava no meu intimo contra a pessoa em questão.
Todos os jovens estavam mudos e quedos a assistir, e do que ainda recordo nessa situação foi de estar a bater com a cabeça dele numa tampa metálica do saneamento no meio da rua, e da chegada aos gritos apressados do Lê e do Cabanas que me conseguiram segurar e afastar do corpo imóvel e inanimado do tipo e de me chamarem louco. O Lê com aquele seu ar malandro me dizia:
“... mas tu queres mesmo matar o ‘macaco’ não é?!”
O Cabanas estava branco, perante o estado lastimável da criatura, e finalmente agarrou no tipo e o arrastou lá para as bandas do prédio dele.
Desde esse dia resultaram duas situações para mim e para toda a rua; para mim nasceu durante algum tempo o constante medo; de que a malta da etnia “negra”, se junta-se para me tentar fazer pagar pela sova dada no seu elemento, e por outro lado o “negro” Humberto nunca mais ameaçou ninguém na rua, tendo inclusivamente acabado com as “macacadas” da arte marcial, de que até aos dias de hoje não observei grande utilidade, tirando alguns bons filme do saudoso Bruce Lee, pois que até anos mais tarde tive a oportunidade de encontrar um novo amante dessa alegada arte, desta feita em Itália, que me ameaçou e a quem eu com a maior dos á vontades encostei a até hoje minha companheira inseparável de viagem ao pescoço, e se ele não tivesse desistido de continuar a ser ameaçador, pois garanto que nesse dia a faca de caça submarina teria feito o seu trabalho, tal como se faz ás galinhas, ainda mais que a fronteira com a Suíça estava a dois passos, e quem se iria importar com um simples ladrão vagabundo de pescoço cortado.
Mas a versatilidade do Pedro Núncio é algo incrível até aos dias de hoje. Deve ser o jovem nascido e criado naquela rua, recordista de vezes em que partiu a cabeça, e sempre por causa de brincadeiras megalômanas, como por exemplo; andar a fazer malabarismos nas estruturas dos tetos da ex-fabrica do sal, saltar de alturas bem apreciáveis, lutas com outros bandos de jovens rivais, e mais um sem numero de acontecimentos, onde se pode incluir, á muito poucos anos conseguir partir a cana do nariz, durante um jogo de futebol, e mesmo assim acabar o jogo em campo, tamponando as narinas com algodão.
No entanto este jovem soube crescer rápido em responsabilidades e relativamente cedo se tornou pai e chefe de família.
Para além de muitas aventuras que tive a oportunidade de presenciar ou tomar conhecimento posterior por relatos verbais de observadores, destaco um fim de semana alargado na Costa da Caparica, em que decidimos chegar na véspera de todo o restante grupo, e partimos no final da tarde de uma sexta-feira, no entanto a deslocação foi mal organizada em termos de horário, e também de trajeto, uma vez que se deveria ter feito a travessia para Cacilhas e daí apanhar um autocarro para a Costa da Caparica. Mas decidimos ir diretos para a Praça de Espanha em Lisboa, a fim de ali apanhar um autocarro para a Costa da Caparica.
No entanto devido á hora tardia de chegada a Lisboa, já não conseguimos apanhar o ultimo transporte, pelo que fomos obrigados a pernoitar na via publica, aguardando a passagem da noite, para então ás 05.40 horas da manhã, apanhar o primeiro autocarro com destino á praia da Costa.
Foi uma noite memorável para o Pedro Núncio, acho que até hoje jamais deve ter esquecido essa aventura, e embora habituado a; por certo muitas aventuras, não conseguiu dormir na via publica, em virtude do seu constante receio de ser atacado por uma das muitas ratazanas, que mais pareciam coelhos devido ao seu avantajado tamanho, que se podiam observar a circular livremente por toda a zona.
Eu estendi a minha esteira e o saco cama na calçada e dormi o sono dos justos como normalmente acontece. Recordo no entanto, as inúmeras vezes em que fui acordado pelo Pedro, gritando como podes dormir aqui com toda esta bicharada em volta; “olha ali aquela enorme junto do passeio!”.
Nessa noite não expliquei ao Pedro que a razão do meu á vontade em dormir no passeio com algumas ratazanas a passear na rua se prendia unicamente com o fato de que existindo barracas de alimentação próximas, os ratos claro que preferem atacar comida imóvel e indefesa, que lhes dá muito menos trabalho a conquistar do que a atacar o homem, pois tem receio da sua reação, e só nos atacariam se estivessem realmente muito desesperadas com fome, o que não era o caso, assim com tanta comida ali próxima disponível.
No entanto reconheço que nas minhas muitas aventuras estrada fora, e algumas noites de sono dormidas na via publica, um pouco por toda a Europa, nunca tinha presenciado umas ratazanas tão grandes e também tão destemidas, pois mesmo vendo ali a nossa presença, atravessavam a estrada sem medo algum.
Pela madrugada lá acabamos por apanhar o transporte para a Costa, e montar a tenda no respectivo parque de campismo, mas quando o Pedro imaginava que iria poder dormir, tal não aconteceu e fomos diretos para a praia, onde também recordo o delicioso espetáculo que decidiu dar, ao começar a circular pela praia fazendo o pino, tanto pelo areal como pelas pedras que compõem o apoio de estabilização do paredão, o Pedro Núncio, nesse dia, mesmo cheio de sono, mais parecia um artista de circo, e atraiu largo publico para admirar a sua destreza sobre s mãos.
A Costa era para nós um local mítico, e muito em especial no período fora da época alta, nomeadamente em Setembro e Outubro.
Adorávamos ficar por ali acampados, ora fosse na Orbitur, ou mesmo no camping ilegal da “Ti Maria”, que apenas dava para dormir e tomar banho, pois como não dispunha de arvores, um dia dentro da tenda o sol não era recomendável para ninguém uma vez que a temperatura deveria corresponder a muitas dezenas de graus e claro a uma certidão de óbito certa por desidratação.
Poder cheirar a terra molhada, desfrutar dos salões de jogos quase vazios, jogar á bola no extenso areal quase deserto, conviver com algumas miúdas lisboetas giras e descomprometidas que por ali aportavam, devido sobretudo as casas de familiares que eram disponibilizadas para os fim de semana. As garotas lisboetas adoravam nessa época trocar a zona da Linha do Estoril e Cascais, pela Costa. Nós próprios achávamos a linha um local que reputávamos de beco dos “betinhos”, e praias a que não achávamos qualidade nenhuma, e para onde nunca fomos, e claro que o convívio entre todo o grupo de amigos era bem mais importante de realizar num local que nos desse prazer em estar.
Numa dessas deslocações, reunimos um grupo bem mais numeroso do que o habitual e com alguns elementos que nunca nos costumavam acompanhar, de que se destaca entre outros, pelo ocorrido o Nelson Lopes, que foi apelidado nessa ocasião de “Fome” devido a essa deslocação e aos fatos ocorridos no próprio acampamento.
Esta aventura começou logo torta desde o seu inicio, com a chegada de todo o grupo á Costa a uma hora imprópria para se ter acesso ao camping. Ficou então decidido o acampamento de todo o pessoal na mata contígua ao parque de campismo da Orbitur.
Com muito pouca iluminação, o local da clareira ficava metido dentro de um denso arvoredo, foi logo razão para alguma celeuma para alguns dos participantes, mais atemorizados com o ambiente isolado do local.
Para ajudar em toda a seqüência, no preciso momento da montagem das tendas, desabou um intenso temporal que levou á montagem apressada e mal ordenada das tendas, com algumas delas a ficarem mesmo inundadas.
A noite prometia ainda muitas aventuras, com o surgimento primeiro de um grupo de 2 vadios que foram prontamente rechaçados e posteriormente de uma matilha de cães vadios e esfomeados. Mais tarde deu-se a adoção imediata por parte do grupo, de um cão de grande porte, que por ali apareceu perdido, e que acabou por acompanhar o grupo durante todo o fim de semana, tendo inclusivamente entrado para o parque de campismo.
Colocados perante a não autorização de animais no parque de campismo, quando questionados pelos porteiros sobre quem era realmente o responsável do cão, em conjunto todos se recusaram a assumir, no entanto para risota geral foi dito que; tínhamos duvidas de que alguém colocasse a mão no cão para não o deixar entrar ou pôr fora, pois que por certo seria comido por ele na hora. Acabou obviamente por entrar no parque, e por ficar sempre residente no nosso acampamento e dali no saia, rosnando a todos quantos por ali se aproximavam, como se fosse um fiel guarda.
A noite foi demolidora no acampamento improvisado, com ruídos constantes de indivíduos a circular nas imediações, pelo meio da mata e inclusive algumas ameaças verbais gritadas de alguma distancia para as tendas.
Mal o dia despontou o acampamento foi levantado e desde logo montada paragem na recepção do parque para se entrar e montar as tendas e tentar dormir um pouco para recuperar da noite terrifica.
Finalmente acampados no camping da Orbitur da Costa, com as diversas tendas em circulo que nem um acampamento índio, onde só faltava o fogo no centro com o caldeirão em cima, e com o enorme cão como guarda, todos pensamos que tudo iria começar a correr pelo melhor, mas estávamos totalmente enganados.
A vida em comunidade obriga a certos referenciais, que para quem esta familiarizado acabam por ser fáceis, mas para quem se estréia, para além da novidade são bastante estranhos, assim o simples fato de todo o mundo estar a viver em comunidade não autoriza que se possa abusar das coisas de outrem, sem o mínimo de consentimento, informação ou respeito, e a partilha das compras alimentícias ou se faz em conjunto, ou então cada grupo gere a seu belo prazer aquilo que comprou, e obviamente o que é seu, como foi o que aconteceu.
A partilha comum obriga a uma constante obrigação de informar para não se deixarem esgotar os stoks, bem como não criar desconfianças entre o grupo que contribui por igual.
Todo o grupo, depois de devidamente instalado foi por sua vez ás compras, mas decidiram que cada tenda faria a sua gestão do espaço e claro do stok adquirido, tendo inclusivamente as compras sido feitas, nos mais variados locais e com as mais diversas escolhas e quantidades, de acordo com os gostos e opções de cada um, e de cada grupo.
Sabe-se que existem produtos que num local como uma tenda de campismo sem frigorífico, á partida são perecíveis, após algum tempo de abertura, e que ao serem abertos devem ser consumidos no mais breve espaço de tempo possível, como os yogurtes, salsichas e outros enlatados. Por outro lado num acampamento normal o pão e bebidas variadas não podem faltar, mas isto não significa que: quem compra, se não consome na hora, veja os seus produtos desaparecerem do dia para a noite, assim sem mais explicação.
O Joaquim Núncio, “Quim-zé” abasteceu a sua tenda, com uma boa quantidade de tudo quanto gostaria de degustar, e como estivesse com alguma fome resolveu abrir uma lata de salsichas e comer umas duas ou três com pão, guardando o restante para mais tarde.
Decidiu ir tomar banho e mudar de roupa, e neste meio tempo, viemos a confirmar mais tarde, que o Nelson que ainda não se tinha preocupado em ir fazer as suas compras, decidiu fazer um lanche de salsichas á conta do “Quim-zé”, ou seja dos mantimentos alheios.
Com pão daqui, refrigerante dali, e as salsichas do “Quim-Zé” acabou por fazer um belo de um lanche beneficente.
Acabou por não dizer nada a ninguém sobre o seu auto-abastecimento. Devido somente a esse pormenor conseguiu lançar a grande confusão. Essa confusão teve lugar no regresso de alguns elementos, que foram constatando a falta de alguma coisa, uma coca-cola aqui, pão ali, e o assalto ás salsichas do “Quim” foi o mais notado. Todo o mundo brincou que deveria ter sido o cão que tinha resolvido lanchar, o que até estava certo para pagar o seu trabalho de guarda, agora ninguém conseguia entender como tinha andado a escolher por cada tenda um produto, e até aberto umas ‘coca-colas’. Claro que só podia ser uma fabula!...
A brincadeira ficou mesmo por ai, pois o acampamento virou rebelião de imediato, perante gritos e insultos entre os componentes do grupo que se iam acusando mutuamente, e para os novos elementos que não estavam muito habituados a este nível de convivência a situação ainda foi pior.
A segurança do parque chegou a intervir para tentar serenar os ânimos, mas já nada haveria a fazer, pois que após se ter descoberto quem tinha sido o autor do lanche á conta dos outros, a guerra campal estalou mesmo, com a violência a surgir, chegando-se mesmo a vias de fato.
Recordo que não se sabe bem como, se formaram dois grupos, e que todo o mundo entrou em confronto com alguém. O “Quim-zé” deu um soco no Nelson “Fome” que este ao tombar, melhor dizendo ao voar, acabou por derrubar totalmente a tenda de alguém, e tudo isto por se ter comprovar a origem do mistério do desaparecimento dos alimentos.
O confronto físico ainda durou algum tempo, e o que deveria ser um acampamento de amigos, acabou por virar um conjunto de tendas de quase desconhecidos.
A beleza desse fim de semana ficou assim comprometida de modo total, com a pior das divisões, e durante os restantes dias, podiam ser encontrados grupinhos ou na praia ou nos restaurantes ou em outros locais, mas ninguém falava com ninguém.
Pela vida fora, até aos dias de hoje, muitos desses elementos nunca mais se voltaram a falar, e sempre que se fala em Nelson Lopes, surge sempre o apelido “Fome”, bem como a nossa memória fica sempre indelevelmente marcada com a importância que a nossa geração dava ao abuso de confiança, que ninguém admitia de forma alguma.
Por outro lado. A ironia das ironias, e alvo de piadas e risota entre nós, ficou como a:
“Historia das salsichas do ‘Fome’ na Costa!”
Esta historia vai morrer com cada um de nós um dia, mas até lá faz parte integrante do nosso espolio histórico pessoal.
Á poucos dias o “Quim-Zé”, via internet, disse-me que tinha encontrado o Nelson “Fome” e que até esteve para lhe dar os sentimentos pela morte do pai, mas depois; veio-lhe á lembrança as salsichas, e nem sabia como ele iria reagir, se ele lhe tivesse dirigido a palavra.
Achei piada, e nesse momento até me lembrei de uma brincadeira que seria muito interessante, pois que eu saiba, e se ainda estamos felizmente todos vivos, até que seria engraçado reunir novamente todo o grupo para um fim de semana, de preferência na Costa da Caparica ou noutro local, para fazerem-se as pazes, e porque não comprar entre todos os mantimentos, para fazer um bom jantar, com ou sem salsichas...
Com tudo isto seria lógico e fácil perguntarem:
“Mas afinal onde vão morar os nossos afetos, os nossos agrados, o nosso jeito de lembrar?”
A minha resposta mais imediata seria pegar num pensamento resumido de Alcines Carneiro, que responde a isso da seguinte forma:
“Viver de lembranças é morrer de saudades!”
Realmente; todo o lugar e tempo, guarda nos seus interiores os seus encantos, como um tempo de origem, e a Costa da Caparica não foge a esta máxima, e mesmo podendo morrer de saudades, é bom ter o que lembrar, porque normalmente só queremos lembrar as coisas boas da vida.
Pois eu guardo na minha memória, apesar de todos os acontecimentos negativos daquele fim de semana, uma saudade muito grande desses tempos, que jamais poderemos voltar a viver com igual intensidade e loucura saudável.
Toda a zona da Costa da Caparica era para nós um mundo a viver e a descobrir em termos de afetos. Toda a extensão da linha de comboio até á Fonte da Telha era para nós um mundo a capitalizar, muitas vezes com custos para além do que normalmente se convencionou apelidar de razoável.
Numa das muitas deslocações, o numero de tendas a ocupar era deveras inferior aos participantes, mas como fosse um simples fim de semana, e partindo do principio que em algumas noites algumas tendas, estariam abaixo da sua lotação máxima, uma vez que os seus ocupantes poderiam pernoitar noutros locais, todos os participantes nesta deslocação deveriam ter lugar.
O elemento mais aventureiro em termos de participação, e sempre sem tenda era o Lisboa, que todas as vezes que decidiu nos acompanhar nunca tinha tenda própria para poder pernoitar, mas nem mesmo assim deixou de nos acompanhar, e lá acabava por solucionar o seu problema de alojamento das formas mais incríveis que se possa imaginar.
Desta feita, na primeira noite, passada no areal junto ao terminal de comboios, na Fonte da Telha, resolveu a questão estendendo uma toalha á porta de uma das tendas. Pura e simplesmente embrulhar-se em jornais de folhas grandes como o semanário “Expresso” e o jornal desportivo a “Bola”, que nessa época tinham folhas bem grandes, num formato maior do que os outros jornais. Colocou a cabeça no interior da tenda e assim ficou abrigado, para dormir plenamente toda a noite.
A grande proximidade do mar, conjugada com a noite, originava um abaixamento da temperatura e á normal queda de umidade do tipo cacimba.
O Lisboa dormiu impecavelmente enroscado, e no dia seguinte assim que os primeiros raios de sol começaram a bater em cima das folhas de jornal, logo despertou e resolveu ir esperar o restante pessoal, sentado no bar que ficava logo ali ao lado do terminal.
Quando acordamos, e desmontamos as tendas logo fomos ter com ele, e ai foi o delírio total. Todo o mundo que passava no bar olhava o Lisboa com bastante curiosidade pelo simples fato de que podia ler algumas noticias nas suas costas e mesmo no rosto.
Com a umidade a tinta das paginas dos periódicos tinha passado diretamente para a sua pele e ele mais parecia um jornal vivo, podíamos ler noticias desportivas completas, e também a primeira pagina do Expresso nas suas costas, e em grandes partes do corpo.
Era o delírio total, e a risota geral, ainda aumentada perante a sua cara de espanto, sem saber qual a razão porque estavam a rir de si. Claro que o seu mau humor logo acabou por surgir.
O Lisboa era um das figuras típicas da zona e sempre pensamos que devido ás suas constantes e repetidas mudanças de humor, que por certo teria algum problema de retardo mental, devido também ao seu temperamento instável e modo de pensar e agir. Alguns dos seus pensamentos e ações, eram o espelho, dessa sua mesma forma estranha de estar na vida.
O seu maior sonho declarado aos sete ventos era na realidade um fetiche de índole sexual. Conseguir estar com 2 mulheres em termos sexuais ao mesmo tempo, e segundo ele acabou por confidenciar anos mais tarde, acabou mesmo por conseguir concretizar esse sonho em troca de uns escudos, na conhecida casa da massagista da Recosta. Esta casa que até á pouco tempo ainda funcionava em pleno, ficava situada num famoso 3º andar, com a placa de massagista colocada na varanda, mas que claro se dedicava a outras especialidades e atividades mais intimas. Era uma casa segura, sem problemas de funcionamento e segurança, uma vez que nessa época era protegida por um dos graduados da Policia de Segurança Publica do Barreiro, que protegia a madame em troca provavelmente de uns favores das meninas.
Não poucas vezes, nessa época gloriosa, víamos uma viatura da PSP estacionada na zona e alguns policiais a entrar ou sair do edifício, e como ali não funcionava nenhuma esquadra ou departamento da policia, era obvio que a Madame estava a trabalhar em pleno. A Madame a quem carinhosamente chamavam de madrinha, morava lá com 2 trabalhadoras, e as restantes massagistas... oriundas da cidade de Lisboa, surgiam no salão diariamente, para delírio da imensa clientela.
Tinha muito bom gosto esta Madame, pois tinha mulheres loiras, pretas, morenas, brancas e até mesmo uma “bimbalhona” com sotaque do Norte que era sem duvida a mais interessante.
Outro dos grandes motivos de prazer para o Lisboa era o Bingo, e esse fato acabou por contribuir para arruinar a sua vida profissional e pessoal que estava minimamente organizada. Segundo ele dizia era a razoavelmente remunerado e vivia com a mãe, portanto menos encargos, mas a partir de certa época da sua vida começou a gastar o que tinha e não tinha em jogo nos bingos, na cidade de Lisboa e também da margem Sul.
Acabou por aceitar receber uma compensação para deixar o emprego, e acabou por destruir todo esse dinheiro em meia dúzia de meses, em especial nos bingos e casas de prostituição.
A vida do Lisboa ficou depois condicionada a subsídios, e a trabalhos de ocasião, deixou de morar no Lavradio, sendo as ultimas referencia que conheço sobre o seu destino a sua residência no Vale da Amoreira, bairro problemático na zona da Baixa da Banheira.
Outras figuras míticas tornavam a zona um espelho da sociedade real, de um Portugal especial daquela época, uma dessas figuras era o César, que embora membro de uma geração mais velha, acompanhou toda a nossa juventude,desde logo marcada pelas suas inúmeras historias e vigarices.
A sua vida foi um amontoado de aventuras na nobre arte de viver de expedientes e de saber enganar o próximo.
A primeira recordação que tenho do César, esta ligada á sua vida militar, e com a sua patente. Na verdade ele não passava de um mero básico, mas que fazia questão de se abrilhantar com o posto de Capitão, e para tal nem se esquecia de colocar umas divisas na farda quando se deslocava a casa para passar um fim de semana. Invariavelmente esses fins de semana não acabavam muito bem, pois em vez de regressar no domingo ao quartel estendia a sua estadia até quarta ou quinta feira, ou mesmo por toda a semana, e o regresso era quase sempre feito por meio da visita da Policia Militar que o apanhava a passear pelo Lavradio, ou no café a jogar ás cartas.
Para não ficar mal visto, assim que via o jipe da PM, disfarçava e dizia para toda a malta presente:
“Pronto, meus amigos! Vou ter que me ausentar mais uma vez. Já ai esta o meu motorista e o meu aspirante que me vieram buscar, para me escoltar. As obrigações esperam-me!”
Normalmente os PM, lá condescendiam em não dar mau aspecto, e aguardavam a sua ida a casa para vestir a farda e buscar o saco com a restante roupa. Claro que já sabíamos que durante algumas semanas ninguém iria ver por ali o César, que teria muitas obrigações para cumprir na prisão militar, para pagar mais uma refração. A sua vida militar devia ter durado cerca do dobro do que seria normal ter que cumprir, devido aos muitos castigos com que acabou por ser premiado.
Quando finalmente regressou da vida militar, a sua vida não se alterou muito e continuou a ser feita de expedientes, mas sempre com a maior das posturas em termos de imagem.
Emprestar, dar, dinheiro ao César era o caminho mais rápido para não mais o recuperar, para alem de que tudo em que o César se metia, em termos de negócios, só podia vir a dar buraco, ou uma imensa cratera.
Dos muitos episódios do César, que recordo com muita clareza é de uma noite de temporal, em que após um jogo de cartas, e umas quantas picardias, conseguimos colocar o César á pancada, no meio do lamaçal existente no caminho barrento por detrás do café, precisamente com o outro César, o “Gaguinchas”.
Foi uma cena hilariante, pois como a chuva era tanta, e as poças de água tinham virado autênticos lamaçais, aliado á pouca luminosidade do local e também á grande bebedeira que tinham, acabavam por cair sem parar, mais vezes por sua iniciativa do que em virtude do contato físico direto de um com o outro.
Acabamos por decidir terminar como show de luta livre no meio da lama, já a noite ia bem avançada na hora, e após os separar, e deixar cada um junto á porta do seu edifício, pois mesmo separados ainda gritavam impropérios um ao outro.
No dia seguinte os efeitos do show eram bem visíveis em cada um deles com alguns arranhões, escoriações ligeiras a nível facial e o mais notório era o fato década um ter um globo ocular bem negro.
Falta referir que o artífice central desta brincadeira foi o Julio, que foi dizendo a um e a outro, coisas que alegava um teria dito do outro. Os ânimos foram aquecendo, até ao desenvolvimento final no meio do lamaçal, perante a numerosa e animada assistência.
Verdade se diga que o César tinha uma característica deveras interessante, pois conseguia inventar dinheiro fosse de que forma fosse, ou em sua substituição forma de pagamento para as suas mais diversas aventuras.
Nas primeiras tentativas, argumentava com o empréstimo de dinheiro, digo empresta’dado’ da vitima escolhida, e depois arranjava esquemas maquiavélicos, não medindo recursos e meios para atingir os seus fins.
Como conseguia arranjar algumas colocações profissionais, ainda hoje é um autentico mistério, pois que na primeira oportunidade estava fora. Tentava ajudar em termos de comercio, mas logo que algum dinheiro lhe passava diretamente pela mão, ponto! Acabavam-se os compromissos.
Foi assim com a Mini dos jornais na Avª J. J. Fernandes, com o Luis no leite e também com as ‘Mijonas’ no café.
Retirando estas situações, era um verdadeiro perigo confiar algo á guarda do César, ou ao seu alcance, com liberdade de movimentação.
Os cunhados, os Mota, futebolistas profissionais, depois de terem sido formados no Sporting, e serem colocados a rodar em alguns clubes do continente, foram jogar para a Ilha da Madeira, tendo deixado a casa totalmente montada em Setúbal, á guarda da sogra. O César conseguiu uma copia da chave e imagine-se, conseguiu nada mais, nada menos, do que vender todo o recheio de uma das casas, desde carpetes, móveis, no fundo tudo, só restando no final, as paredes do apartamento.
Quando o cunhado regressou ia morrendo ao entrar em casa e deparar só com as paredes, contaram que nem o tapete da porta da entrada escapou.
Numa outra ocasião, ficou a dormir em casa dos pais do “Chicha”, seus tios e primo. Aproveitou o sono pesado, e num abrir e fechar de olhos retirou o relógio de corda, prenda do avo.
No dia seguinte, procedeu à sua venda, na ourivesaria, fronteira ao Sporting Lavradiense. Pouco tempo depois, o “Chicha” deu por falta do relógio, e deduziu desde logo o que tinha acontecido. Após uma busca em todos os ourives e relojoeiros das redondezas acabaram por encontrar o relógio exposto na montra, já para venda. A única solução foi voltar a comprar o relógio.
Por falar em relógios, o seu pai, pessoa muito honrada e de estima, trabalhava com encaixilharia de quadros em madeira. Fez alguns trabalhos inclusivamente para os meus pais, e numa das suas idas para entregar um trabalho, contou que um relógio de parede de muita estima, tinha desaparecido da sua casa misteriosamente. O pai tinha toda a vergonha do mundo de assumir diretamente quem tinha sido o mentor do mistério do relógio de parede, mas claro que sabia muito bem quem tinha lá em casa capaz de realizar esse fenômeno.
Os seus expedientes eram por vezes magistrais; deslocava-se a uma, qualquer, conhecida casa de alterne e conseguia fazer-se passar por um conhecido futebolista, acabava por ter algumas benesses ele e claro também os seus acompanhantes.
Quase sempre os seus companheiros inseparáveis nestas aventuras de alterne, eram o Luis e o Luis Costa e conseguia muitas vezes chegava ao ponto de conseguir ir até ao privado com alguma das pequenas mais incautas.
Idas com ele a um restaurante, eram uma verdadeira aventura para a carteira dos acompanhantes, pois solicitava tudo do bom e do melhor como se fosse ele a pagar, ou no mínimo a participar conjuntamente. No entanto na hora de pagar a conta, invariavelmente desaparecia, não sem antes chegar ao desplante de ser ele próprio a pedir a conta o empregado, para dessa forma, fazer crer para a geral que era ele quem iria pagar a despesa.
Mesmo assim, e, sobretudo, pelo seu a vontade, o César não se escusava de estar presente em todas as deslocações e iniciativas em que pudesse, fosse qual fosse o destino e o potencial final da despesa.
O César é assim visto por mim como um ser que reputo de ‘oleagenoso’, uma substancia etérea e onipresente, detectável nas ondas do mar ou no tilintar dos metais, a sua musicalidade era muito mais do que som e movimento, imagem, tato e ritmo, era mesmo sinônimo de; uma certa forma de viver a vida.
Mas outras figuras da zona construíam também um mundo muito próprio que vivia de ganhos e expedientes ocasionais, e de todos esses no posso esquecer de forma alguma o Manelito, que muito embora fosse um ótimo carpinteiro, não conseguia fixar-se num local certo em termos de emprego. Depois, ao longo dos anos, as companhias que foi arranjando, e um desmiolar total da sua vida, acabaram por o conduzir a um consumo desmedido de drogas, que por sua vez consumiram as suas capacidades, e nos últimos tempos não passava de um autentico farrapo humano.
Outra figura típica, esta importada da Baixa da Banheira era o “Facadas” que para além de exímio jogador de cartas, onde acabou por ganhar a alcunha, uma vez que sempre que o jogo não se lhe apresentava favorável, ele repetia: “Mas que facada!” conseguia ter a importante missão de nos conseguir, quase diariamente, adquiria os bilhetes para o cinema, a troco de entre todos se lhe pagar o seu bilhete.
E por se falar em figuras de certa forma, com expedientes bem interessantes, também no podia esquecer aquele que foi durante algum tempo o “papa bilhetes” de cinema. O Pina, hoje um ilustre comerciante na zona do Alto do Seixalinho no Barreiro, tinha o costume de encomendar o seu bilhete para o cinema conjuntamente com os nossos, mas na hora de pagar, invariavelmente nunca tinha o dinheiro. Um dia eu próprio, decidi acabar com essa “chulice”, e quando chegou a hora de trocar os bilhetes, e ele mais uma vez não apresentou o dinheiro, eu mesmo o informei de que quem não tinha dinheiro, não tinha vícios, e sem dinheiro não havia mais bilhetes. Quase andamos perto de chegar a vias de fato á porta do cinema da ‘Quimigal’, ‘Casa da Cultura’, e posso confirmar que tinha muito prazer em lhe dar umas “charutadas” naquela carinha de anjo. Mas eu mesmo paguei o bilhete, e o lugar ficou vago, e acabou o nosso problema. O Pina desapareceu de circulação dentro do grupo e nunca mais voltamos a gastar dinheiro com um verdadeiro parasita.
Muitas vezes pela vida fora o voltei a encontrar, e sempre que lhe olhava para a cara, me vinha aquela sensação de estar a ver um “chuleco”, a quem tinha ficado a dever um murro no focinho.
Um “chuleco” agora armado em ourives, que me dizem instalado com loja ali defronte da escola de Condução Barreirense. Será que hoje vende ouro da mesma forma que ia ao cinema? Duvido!
E por falar em ouro, desde logo me vem á memória a “Varina” Zulmira, e o seu marido Carlos, sempre cheios de ouro, fosse nos brincos dela ou nos dedos pejados de anéis de ambos e nos fios pendurados ao peito, que faziam muito gosto em mostrar de forma ostensiva.
As suas vidas eram de trabalho e ao mesmo tempo de alguma penitencia e sacrifício perante o filho mais novo, Jony, que era um dos terrores da vizinhança e que tantos problemas lhes deu ao longo da vida, tendo somente acabado o martírio muito recentemente, quando foi abatido a tiro pela policia, durante a fuga de mais alguma das suas “ratonices”.
Eu pessoalmente conheci a “peça” bem cedo, quando comecei a verificar problemas de vazamento nos contadores de água do prédio onde os meus pais habitavam. Um belo dia, consegui finalmente detectar a origem dessa estranha situação.
Escutei a porta de madeira do local onde se encontrava o contador da água da casa do meu pai a ser aberto, e como na véspera lá tinha estado o funcionário a efetuar a rotineira leitura da contagem mensal, achei desde logo estranho. Consegui observar pelo ralo de segurança da porta o jovem “Jony”; a dar cabo das torneiras de segurança dos contadores da água, por puro ato de vandalismo.
Perante a imagem, no resisti, abri a porta e corri atrás dele, tendo-lhe aplicado uns valentes “lambadões” na cara, culminando com uns 2 ou 3 pontapés no fundo das costas, onde elas mudam de nome, como lição para não mais voltar a mexer onde não devia.
Estávamos na época em 1979, eu tinha toda a minha pujança física de atleta federado, e tive mesmo que a colocar á prova, pois quando menos podia calcular surgiu a “Varina”, com uma faca enorme, gritando que me ia matar por ter batido no seu “Jony”, no seu menino. Até hoje não sei que historia ele contou á mãe, mas que ela estava assustadoramente fera comigo. Disso ninguém duvide.
Talvez na minha vida nunca tenha encontrado uma mulher tão assustadora e ameaçadora da minha integridade física, como naquele dia a “Varina” Zulmira, e também talvez na minha vida eu nunca tenha tido tanta disposição para testar as minhas capacidades físicas. Assim em vez de correr para casa, escapando das garras da “Varina”, decidi dar também uma lição á Zulmira e então, gritei-lhe:
“Pois queres matar-me, anda daí, mostra lá o que vales, vamos ver se me apanhas...”
Eu iniciei o circuito correndo em volta da Rua Grão Vasco, descendo frente á escola primária e retornando á Rua Grão Vasco, pela Rua da antiga farmácia em frente ao tanque de natação. Eram uns mil e poucos metros em cada volta completa, e ao contrario daquilo que eu poderia imaginar, ela estava bem preparada, ou então a sua resistência vinha da raiva incontida que deixava transparecer. Eu de certa forma brincava com a situação, perante a enorme algazarra do pessoal nos passeios e da muita gente que acabou por se juntar, um pouco por todo o lado. Muitos acabaram por vir para as varandas e janelas ver também o que se passava, com um espetáculo deveras curioso, com uma mulher a correr atrás de um jovem, com uma faca na mão, aos gritos.
A brincadeira era de tal forma interessante, que até deixava criar alguma expectativa em relação ao desenlace final, pois eu corria e aumentava a velocidade para lhe diminuir alguma aproximação, mas quando reduzia, e como ela ficava de novo perto a uns 15 ou 20 metros, eu periodicamente aumentava de novo a velocidade, aumentando sempre a distancia quando tal era necessário. Lembro-me que acabamos por dar umas boas 3 ou 4 voltas, completas, ao quarteirão, até que ela ficou esgotada e acabou por desistir ficando sentada em frente ao café, no lancil do passeio, continuando a gritar que me iria matar.
Eu fui para casa, tranqüilo de que nesse dia nada mais poderia acontecer. O “Jony” nunca mais na sua vida estragou contadores de água, pelo menos no numero 17 da Rua Grão Vasco, e durante muito tempo eu tinha muito cuidado, ou evitava mesmo passar na zona da casa da “Varina”.
Reconheço hoje que não era má pessoa, muito pelo contrário, e muito pouco tempo transcorrido desse episodio, até acabamos ficando amigos.
Assim para grande espanto meu, passados pouco mais de três meses, eu estive internado no Hospital de Santa Marta em Lisboa, no Serviço de Cardiologia, e um dia a minha mãe disse-me que ela fazia questão de todos os dias a esperar no seu regresso da visita para lhe perguntar como eu estava, e desejar-me as melhoras.
Ao principio pensei mesmo que seria para ter a certeza e o prazer de ir ao meu funeral, caso alguma coisa de negativo acontecesse. Mais preocupado fiquei quando um dia a minha mãe me perguntou se ela me poderia visitar. Ai eu perante essa noticia, relembrei tudo o que tinha ocorrido pouco tempo antes, mas a minha mãe acabou por me tranqüilizar, e dizer que ela inclusivamente já tinha pedido desculpas de toda a situação, e que o filho só lhe arranjava problemas, e inimizades desnecessárias.
Acabei por aceder na autorização da sua visita, e para meu grande espanto, um dia no horário normal da visita ela lá apareceu, reluzente de ouro e vestida como eu nunca a tinha visto, parecia uma dama de Viana do Castelo em dia de festa da Senhora da Agonia.
Pediu-me desculpas daquele dia em que se comportara como uma mãe mais do que galinha. Acabou por me confessar que o filho era um problema muito difícil que ela tinha mais o marido, e que temia que pudesse vir a ser ainda pior no futuro. Acabou infelizmente por vir a ter toda a razão na sua premonição.
Ficamos amigos, até o dia de hoje. Ela e o marido o Sr. Carlos, são gente muito boa, a que ninguém pode esquecer as suas dádivas de amor, como as suas idas aos hospitais para doar sangue de forma anônima, as caixas de sardinhas ofertadas nos santos populares para festas de rua, e muitas outras situações de puro altroismo, boa vizinhança e companheirismo.
O filho “Jony” esse sim era mesmo o grande problema nas suas vidas, e devido a isso a sua casa mais parecia um “bunker” com grades nas janelas, portas de entrada blindadas. Todo este aparato era motivado por causa do filho, um verdadeiro terror, que com o passar dos anos se tornou um dos maiores ‘gangsters’ da zona, preso várias vezes e sempre em fuga, acabou por ser abatido a tiro pela policia, numa operação para proceder á sua capturar.
E por se falar em terror, é bom analisar também a situação contraria, ou seja, alguém que viveu fora das margens da legalidade e se soube auto-regenerar e hoje é um homem digno da sociedade. Falo entre outros do Carlos Peleja, que por via de algumas amizades menos próprias deu alguns passos errados na sua juventude, chegando ao ponto de ser detido por assalto a uma loja de material desportivo, com tentativa de fuga pela linha do caminho de ferro.
O Carlos, apesar de todas estas suas peripécias na área criminal, sempre foi visto por mim como um amigo, e para todos nós sempre ficou bem idealizado o gosto no sonho da sua regeneração, o que felizmente veio a acontecer.
Mas nem só de maus momentos vivem as recordações sobre o Carlos, também existem muito boas do futebol em que era craque, e outras hilariantes como aquele episodio em que ele e o seu irmão, os dois a bordo de um Austin Mini, acabado de comprar, conseguiram a proeza de na viagem inaugural matar uma vaca. O animal surgiu desgarrado no meio da estrada, e decidiu investir contra o carro e dessa forma o acabou por destruir totalmente com o impacto.
O seu caráter na juventude era propenso a confusões, nomeadamente após a ingestão de álcool, tornava-se incontrolável, e a sua presença em bailes ou festas quando já com algum excesso de álcool no sangue era invariavelmente sinônimo de confusão. Recordo especialmente uma noite em que decidiu armar a maior confusão no baile de carnaval da SFAL, e só a presença de largo contingente policial conseguiu colocar um ponto final em toda a agitação.
Hoje é um bom cidadão, trabalhador e bom chefe de família, deve essa sua situação atual a si próprio, que soube mudar a sua forma de ser e estar na sociedade, para seu próprio bem e para grande alegria dos seus verdadeiros amigos.
Por se falar em amigos, e sempre com claro temor de esquecer algum, tenho que arriscar e falar em alguns que embora longe do nosso contato, á algum tempo, nem por isso deixam de ser considerados, ou votados no lote dos de menor importância.
São amigos que ficam indelevelmente marcados na nossa memória, e de entre esses destaco desde já o Pimenta, pelo que representam para uma geração, como menino das vivendas, filho de pais alegadamente ricos, que brincava com os brinquedos mais caros, mas que convivia com todo o restante pessoal de uma forma totalmente livre de oportunismos ou reservas morais.
Das muitas recordações que contam com a sua presença, respingo as batalhas de pedrada com os jovens da Baixa da Banheira, os jogos de futebol tanto na Quinta do Facho como no campo onde hoje se situa a Urbanização da Quinta dos Loios, a que chamávamos campo dos eucaliptos. Ainda as muitas tardes passadas na sua casa encestando bolas de basket na tabela pregada na parede lateral da garagem, sempre com certo receio de que o enorme cão lobo da Alsacia, negro, se soltasse do seu espaço e nos ataca-se.
Mas as recordações passam ainda pelos jogos de cartas, os torneios de tiro com espingardas de pressão de ar a moedas de 2$50 e 5$00, colocadas quase sempre nos eucaliptos. Torneios disputados depois de mais uma infrutífera caçada aos pardais, sempre com todos os sentidos alerta, para a possibilidade real da chegada do jipe da Guarda Nacional Republicana, e que até hoje não consigo entender se o temor á autoridade era maior responsável do que a nossa falta de habilidade para acertar nos pássaros em movimento.
Mais tarde, anos mais tarde, a memória transporta-me para a construção da míni - discoteca numa das salas da garagem da casa dos seus pais, que acabou por servir de local de encontros com alguma namorada mais rápida, e tantas outras aventuras que fizeram da nossa juventude algo bem mais rico do que o normal que se vivia naquela época.
Mas também aconteciam situações bem hilariantes, e muitas outras estranhas e até bizarras, nas nossas vidas.
Como poderia esquecer os acampamentos na Praia dos Coelhos na Arrabida, em que a lavagem da loiça acabava por cair sempre sob a responsabilidade do mesmo infeliz, a que por ironia de umas cartas bem embaralhadas, acabavam por surgir sempre os malfadados reis, e como o batizamos de ‘Padre’, pois sempre que se realizava o sorteio ele repetia a mesma ladainha:
“... meu deus, como é possível eu ter sempre tanto azar ao jogo!”
Também não posso esquecer o dia em que o meu bom amigo Pimenta, resolveu presentear-me com um cão da raça Basset, vulgarmente conhecido por chouriço.
Este famoso cão, tinha sido da sua namorada daquela época, mais tarde batizada de ‘Viuva Porcina’, e que ela lhe tinha deixado de herança no final do namoro, mas que ele não tinha a mínima intenção de cuidar, e de que a mãe também já tinha perdido a paciência de ter que tratar.
O Pimenta, alegava em sua defesa que não tinha tempo para cuidar do animal, além disso, já tinham um outro cão lá em casa, e como ele se tinha afeiçoado a mim, e ele sabia do meu gosto por animais, alem de que segundo ele dizia o animal não ladrava, e portanto era indicado para poder morar num apartamento, chegando mesmo a argumentar que ocupava pouco espaço, além de ser muito higiênico, e também não comer muito. Para além de tudo isto ele jurava a pés juntos que o cão não ladrava.
Eram no seu entendimento pessoal só vantagens?!
Acabei por ceder na recepção da oferta, e depois de ter convencido os meus pais, mentindo ao dizer que seria só por uma curta temporada a sua estadia, lá instalei o “Boby” em minha casa, perante os olhares intrigantes dos meus pais, sobre as reais qualidades, características e predicados do animal.
Durante o dia o “Boby” até que se comportou maravilhosamente bem, não destruindo nada em casa, foi o mais sociável e higiênico possível, fez amizade facilmente com todo o pessoal da casa, incluindo a tartaruga terrestre africana “Chico” que se passeava livremente por toda a casa dos meus pais. O fato mais curioso, e que até mereceu referencia positiva geral, foi que não ladrou uma única vez durante todo o dia.
Até o meu pai ficou maravilhado com o seu comportamento e acabou brincando que achava que ele devia ser mudo, e que dessa forma, pois bem poderia ali permanecer todo o tempo que fosse necessário.
Mas mal chegou a noite, uma autentica revolução se operou, o “Boby” levou toda a noite a uivar. Eu abria a porta de acesso á varanda do meu quarto e ele deixava de ladrar dentro de casa, mas em contrapartida saia e começava a ladrar e uivar no exterior. Voltava a entrar e claro que voltava a ladrar e uivar no interior do apartamento. Eu saia com ele para a rua e deixava de ladrar. Acabamos por dar uma volta enorme ao quarteirão, e passado pouco mais de meia hora, voltou ao tormento anterior; com uivos e ‘ladradelas’ constantes, tanto dentro como fora de casa. Foi uma noite terrível, e que parecia nunca mais ter fim. O caos só terminou com o nascer do sol, em que finalmente decidiu dormir como um bebe. Eu, claro também exausto adormeci com a certeza plena de que o “Boby” não poderia passar mais nenhuma noite ali, naquela casa, sob pena de eu me tornar um “morcego” ou enlouquecer, ou ainda poder vir a sofrer um ataque coletivo dos vizinhos e claro uma guerra civil com os meus pais.
Pela tarde providenciei a resolução do assunto com a devolução do hospede temporário “Boby” ao seu legitimo dono e ao seu habitat anterior, perante o meu alivio e também o suspiro dos meus pais, para já não falar provavelmente de todos os vizinhos que se sentiram atacados por uma noite inteira de ladrares e uivos. Ainda por cima o seu ladrar era bastante sonoro, é que o “Boby” embora não sendo um animal de grande porte, era muito forte e sonoro no ladrar e a uivar mais parecia um lobo.
A família Pimenta, como todas as famílias que se prezam, tinha também as suas historias, algumas sobre a vida pessoal dos seus pais, situação que nunca mereceu da nossa parte o maior ou menor comentário. Outros relatos foram surgindo, sobre familiares próximos, no caso concreto sobre uma tia, mãe solteira que vivia na Rua da Cooperativa Lavradiense.
Alguns mais atrevidos na analise afirmavam que era uma mulher de vida fácil, outros que se tinha transformado em lésbica por causa de um amor mal sucedido, e outros ainda afirmavam bem alto que não tinha uma opção sexual definida. Eu na verdade nunca tive grande interesse pessoal por tirar a limpo essa historia escabrosa, ainda mais que ela parecia realmente uma ‘Maria homem’.
Anos mais tarde, regressava eu de uma reunião política na Moita, e decidi passar na zona ribeirinha da Baixa da Banheira, para encontrar-me com alguns amigos e ex-colegas das lides radiofônicas, tendo acabado em amena ‘cavaqueira’ numa cervejaria entre umas boas e frescas canecas de cerveja, e duas ou três doses de sapateira e enguias fritas.
A animada sessão, só terminou já a noite ia bem adiantada. No final da contenda, sabedores do meu destino, os meus amigos desde logo me solicitaram a possibilidade de dar uma boleia a uma jovem com boa aparência e com imagem de ter por ai uns cerca de vinte e poucos anos, que dizia morar nas vivendas junto da ex-fabrica do sal, no Lavradio.
Como todo o mundo afirmava conhecer a jovem, e que era de confiança, e ainda por cima o trajeto era relativamente curto acabei por aceder, muito embora seja avesso a dar boleia a desconhecidos.
No entanto, para meu espanto pessoal, a noite acabou por ser mais longa do que eu poderia esperar. Assim a jovem mal entrou no carro desatou a falar, e não perdeu muito tempo dizendo ao que vinha, tendo solicitado que parasse na zona ribeirinha já ao fundo da alameda do novo parque, pois segundo ela queria andar um pouco e ver as estrelas. Como me parecia uma jovem culta e com alguma formação e maturidade em termos de conversa, lá lhe fiz a vontade e com o desenrolar da conversa os temas foram-se encadeando e a conversa animando.
Acabou por se insinuar de tal forma, que acabamos sem eu saber muito bem como, e de forma totalmente inesperada e irresponsável da minha parte, por fazer sexo, mesmo ali nos bancos da zona do parque onde outrora ficava a casa do Facho, e o famoso tanque redondo. Não posso negar que foi um sexo gostoso, e bem feito, se assim se pode dizer, pois ela apesar da idade mostrava muita destreza, perícia e ligeireza no trato sobre a matéria nas suas mais diversas vertentes.
Acabei por a ir levar a casa quase ao nascer do dia, e para meu grande espanto ela morava na casa dos pais do Pimenta, era portanto a prima do Pimenta, que eu conhecera desde catraia.
Acabou por me confessar que quando entrou no carro já sabia quem eu era, e que desde á muito queria ter essa oportunidade de transar comigo, pois além de simpatizar comigo gostava de homens mais velhos. Depois ainda me confidenciou que para além de que ninguém da sua casa tivesse conhecimento, ela era prostituta, atuando naquela zona da cervejaria, para poder alimentar o seu vicio de consumo de droga em que era consumidora compulsiva na universidade.
Depois de um monte de puxões de orelhas e recomendações verbais, lá a acabei por deixar em casa, e como que o pagamento da boleia foi aquela interessante noite.
O fato de ela referir que ninguém sabia da sua atividade extra escolar não era real, pois questionei posteriormente vários amigos que ainda habitam na zona, e todos eles me referiram saber que na realidade tinha aquela atividade extra curricular.
Muito embora tivesse feito muita questão de ficar com o meu numero de telefone, e tivesse ligado posteriormente um monte de vezes, eu fiz questão de nunca responder ás suas chamadas e não manter mais qualquer contato.
Á muitos anos que não encontro pessoalmente o Pimenta, mas para todos os efeitos é a sua prima que surge na liça, e eu nunca gostei de manter relacionamentos deste ou de outro tipo em termos mais íntimos com familiares de amigos meus. De toda a forma eu gostaria de ter tido uma conversa com este meu amigo sobre este assunto, mas foi impossível, mesmo tentando por meio de amigos comuns manter o contacto, umas vezes por impossibilidade minha e outras por impossibilidade dele próprio. No entanto também sei que a conversa que poderia vir a ter com ele de pouco iria adiantar. Pois que; como tantas vezes já referi, o destino somos nós que fabricamos, de acordo com as linhas de vida que traçamos. A linha de vida e o destino da prima do Pimenta, já á muito que esta traçada, e vim a saber que infelizmente se transformou ao longo do tempo numa consumidora incontrolável de estupefacientes.
A família Pimenta era muito especial, e o avo Pimenta era para nós, um idoso estimável, como uma peça única e muito rara num museu, atendendo á sua provecta idade, ás suas experiências de vida e á qualidade de vida que naquela época levava.
Todos os dias as suas romarias alcoólicas eram um fator de boa disposição, pois totalmente só ou acompanhado pelo seu amigo Silva “Alfaiate”, ele fazia a romaria das ‘tasquinhas’ e botecos, desde o inicio da Avenida J. J. Fernandes até á tasca do tio do Camarão, e regressava pelas ruas interiores da localidade, visitando as restantes “capelinhas” sem exceção, terminando no café da Rua, com um vulgarmente conhecido “traçadinho” que não é mais do que a mistura de vinho com um refrigerante. No caso do avo Pimenta, o pedido era sempre o mesmo com um sonoro:
“Carlinhos podes me dar, por favor, um branquinho com ‘casoza’?”
E o Carlos “Marmitas”, com a maior das reverencias e amizade:
“Claro Ti Pimenta! Cá esta o mesmo de sempre!”
Sei que já faleceu, mas com uma idade admirável para o estilo de vida que levava, e muito embora os muitos “Branquinhos com ‘casoza’” a sua saúde aparentava ser de ferro, também o seu amigo Silva “Alfaiate” já faleceu, e até escolheu para local desse acontecimento a sua terra natal, por ironia do destino Cinfães do Douro, onde ainda foi viver muitos anos, e segundo chegavam informações até deixou de beber, quem sabe se por falta do seu amigo e companheiro de farras, o Pimenta.
Ironia do destino o próprio Carlos “Marmitas” também já faleceu, deixou o nosso convívio diário, e quem sabe se numa outra vida não pode estar a servir o avo Pimenta com “Branquinhos com casoza” tal como o “Frutol” com umas “Carlos Alberto”, que muito embora a quantidade incalculável de cerveja Carlsberg consumida em especial no decorrer das muitas tardes de jogo, acabou por falecer aparentemente de forma serena e totalmente só, ao largo do Cabo Espichel, dentro do seu barco, a pescar, uma atividade que tanto amava fazer para além das suas jogatanas de “Sueca”.
Com tudo isto, não quero de modo algum defender o alcoolismo, muito pelo contrario, apenas demonstrar que nem sempre aquilo que imaginamos poder ir contribuir para acelerar, e muitas vezes concretizar o nosso fim, é realmente a causa principal desse mesmo fim, pois que de uma forma ou de outra ninguém é imortal.
Para mim o fim e o principio fazem parte integrante da vida, e sigo á risca uma máxima que á alguns anos escutei, reproduzida pelo escritor Brasileiro, Paulo Coelho, e com origem num pensamento de Ron:
“Viver é caminhar sobre uma placa de vidro que pode quebrar a qualquer momento. Caminhe portanto consciente dessa verdade!”
A vida deve então ser vivida de forma consciente, sabendo cada um de nós os riscos que tem correr par viver, alargando as nossas avenidas do entendimento, e costurando de forma bem compacta ao longo da vida parcerias indispensáveis à realização dos nossos objetivos, sem renunciar obviamente á nossa própria filosofia de vida.
Existe uma frase, uma máxima do ex-lider chinês Deng Xiaoping que foi aplicada para traduzir o seu entendimento sobre o comercio externo, que no entanto se aplica na perfeição á nossa vida, aos conhecimentos e amigos que vamos encontrando e cultivando ao longo da nossa caminhada da vida:
“Não importa se o gato é branco ou preto, contando que pegue os ratos.”
É uma lição de verdadeiro pragmatismo da vida, uma lição voltada para um absoluto sentido de eficácia, tendo como meta objetiva a vida, e a melhor forma de a viver, no respeito total á dignidade sem no entanto esquecer que a vida é recheada de objetivos até ao seu fim.
Por falar em fim, quem também já teve o seu fim, para além do Carlos “Marmitas” foi o Manuel “Cabanas”. Dois prefeitos exemplos de persistente consumo alcoólico, com destinos e historias finais diferentes, e também com destinos e objetivos pessoais bem definidos ao longo da vida.
Do Carlos ”Marmitas”, ficam na nossa memória muitos acontecimentos que vão povoar as nossas recordações por muitos anos.
Das mais irônicas e hilariantes recordo o dia em que o café foi assaltado e mesmo com a casa quase cheia, ninguém se apercebeu, tal o empenho com que se jogava ás cartas nas diversas mesas, aliado ao ruído geral. Só nos acabamos por aperceber da situação, quando escutamos o Carlos aos gritos dentro de uma das arcas congeladoras, reservada a gelados e que se encontrava vazia naquela época do ano. Como estava colocada junto do WC, ninguém tinha escutado nem reparado na situação, somente demos por isso quando o vimos com a cabeça de fora da arca perguntando se ninguém tinha visto ou escutado nada, ao principio até julgamos que se tratava de mais uma brincadeira dele.
Ao vislumbrar a sua figura saída da arca a risota foi geral, e tinha sido mesmo verdade o assalto, e aquele foi o local escolhido pelos assaltantes para o colocarem, sem que ninguém se tenha apercebido de alguma situação estranha. No entanto ele afirmava que lhe tinham levado todo o dinheiro da caixa registradora, bem como o famoso revolver que nunca disparava...
Esse famoso revolver, esse sim do nosso conhecimento, pelas dezenas de vezes em que o ostentava publicamente, mas nunca era disparado.
Nessas ocasiões hilariantes, e que ficam retidas na memória para sempre, pode sem duvida, também, incluir-se a famosa noite da fuga a pé desde Palmela. Uma caminhada após a barricada na estrada, por parte do grupo dos “chulos” que queriam vingar o abandono no meio da mata, por parte do Julio, de uma prostituta que ele afirmava o ter assaltado na Boite “Sorte do azar” na zona da Volta da Pedra em Palmela. Esta Boite era um dos local de peregrinação obrigatória daquele unido grupo de amigos da noite.
Foi uma noite tenebrosa, aquela, para os participantes que acabaram por chegar a casa a pé e em muito mau estado psicológico, e desse grupo fazia parte o Carlos “Marmitas” e por incrível coincidência nessa noite o Nelson “Fome” e o pai Sr. Carlos Lopes, que nunca acompanhavam essas expedições, mas que nessa noite por ironia do destino também lá estavam. Posteriormente comentavam que aquele tinha sido um dos piores dias das suas vidas.
Do Carlos “Marmitas” ficam ainda as suas muitas historias fantásticas. Muitas delas, para não dizer a grande maioria fantasiosas, que sempre escutávamos com muita atenção, tentando retirar os 10% de veracidade em todo o conteúdo relatado.
As suas muitas “tretas” encaixadas no meio dos relatos das viagens pela Arábia Saudita, vários locais da Europa e das Américas, eram motivo de alguma risota, pois muitas vezes se verificava logo a sua constante contradição em alguns fatos que queria relatar e inventar. O mais irônico da sua vida foi ter encontrado o seu fim precisamente numa dessas suas viagens, verídicas, com passagem profissional pelo estrangeiro, mais precisamente na Alemanha ao cair do alto de uma chaminé de uma siderurgia que se encontrava em manutenção.
Do Manuel “Cabanas”, resgata-se o seu estado quase normal e permanente de alcoolizado, que se tornava engraçado, pois perdia a noção do tempo e do espaço, e para fazer um trajeto de cerca de 100 metros até á sua própria casa, poderia levar horas, pois quando não guiado chegava a andar quilômetros dentro do Lavradio até conseguir atinar com a rua e a casa.
Eram bebedeiras “saudáveis” sem criar conflitos ou algum atrito fosse com quem fosse, e sempre norteadas pela grande quantidade de misturas desde cerveja, moscatel, vinho, bagaço, enfim tudo o que fosse alcoolicamente consumível. Por vezes acabava por fazer parelha, também com o avo Pimenta e o Silva “Alfaiate” e então era uma equipa incrivelmente eficiente no consumo de tudo o que fosse colocado em cima de um balcão e que pelo menos tivesse cheiro a álcool.
O mais divertido seria encontrar uma mesa de sueca ou ramy, contando como jogadores o Manuel “Cabanas” e o Silva “Alfaiate”, era então uma risota garantida, com o:
“Joga!...”
“Já joguei ‘porra’, pensas que estou bêbado ou a dormir como tu!...”
“Como é que já jogas-te, tens mais cartas do que eu, vamos lá contar...”
E quantas vezes a contagem se produzia acabando por mostrar o jogo para todos os participantes, o que originava a maior confusão.
Outras vezes, como o álcool já não permitia uma boa visão dos naipes das cartas, as “arrenuncias” eram umas a seguir ás outras, e quando eram descobertas gerava-se então uma confusão tremenda de:
“Eu não joguei isso!”
“Tu é que não jogas-te aquilo!”
“Eu assisti aqui nesta vasa, mas tu não e tinhas desse naipe, pois na jogada seguinte assistes-te á minha puxada, e até que a vasa foi tua...”
Eram verdadeiras aulas de como no se devia jogar ás cartas, e a prova cabal dos efeitos secundários do álcool num potencial jogador de cartas.
Muitas vezes o esclarecimento acabava mal, e no raras vezes, sobretudo o Silva “Alfaiate” acabou por viajar através de uma das montras.
Não sei se por aversão ao jogo, ou falta de habilidade, jamais vi o ‘Ti Pimenta’ jogar fosse a que tipo de jogo fosse, o seu divertimento era mesmo o ‘tinto ou branco com cazosa’
Quando o “Quim-zé“ me deu a noticia da morte do Saul, relatou-me uma deliciosa passagem de um jovem da nova geração, um dos “putos da minha rua” que conseguiu ainda viver a parte final desses saudosos tempos de animação e companheirismo, e que também conseguiu entender o verdadeiro espírito do grupo.
Assim, ironizou ele, e eu estou certo de que nenhum dos retratados se sentiria de forma alguma ofendido com os comentário, antes pelo contrario, acho que iria ter muito gozo em os escutar:
“... então quando o Saul chegou ao céu já estava o Ti Carlos o “Marmitas”, o Manuel “Cabanas” e o “Frutol” á espera, e disseram ao Saul, então só agora?!
Estamos á tua espera e das cartas novas, que ficas-te de nos trazer, á um monte de tempo, para conseguirmos jogar á Sueca!...
Entretanto o Ti Carlos ‘Marmitas’, virou-se para o Saul, e disse: Mas antes ainda vamos ás ‘putas’.
Saul - É pá! Mas eu não posso andar.
Não faz mal, eu levo-te ás costas!...”
Quem sabe se não terá sido este o fim, ou melhor dizendo; o inicio de um novo convívio, agora desenvolvido na eternidade do paraíso...
Por isso aquilo que aparentemente definimos como fim é muito duvidoso, em termos conseqüentes, e quem sabe se não é, pelo menos na nossa imaginação, um mero intervalo no jogo da vida?!
Ainda dentro do jogo da vida vivida, não posso esquecer as hilariantes historias do irmão do Jorge da “Amélia”, por nós conhecido por “Zarolho” devido á sua deficiência visual, uma acentuada disfunção visual devido a estrabismo. O seu grande sonho teria sido tornar-se guarda-redes profissional de futebol e fica registrada a sua famosa frase, que ele afirmava lhe tinha sido transmitida; num treino de captação do Benfica, após uma brilhante defesa??!!:
“... você fez uma defesa na horizontal da vertical do poste que até lhe podem chamar o miúdo!...”
Claro que nos questionávamos porque razão se fosse assim tão bom guarda-redes, não teria ficado, nem lá no Benfica, nem em outro qualquer clube, e para nós era de evitar a sua presença entre os postes de uma baliza, pois podíamos sempre contabilizar muitos mais “frangos” que defesas dignas desse nome.
Quem também era fonte de animação, mas por outras razoes, eram as “Mijonas” que dedicavam as manhãs á colocação dos colchões ao sol, para secar os efeitos noturnos da incontinência urinária. Era uma risota ver a exposição de colchões ao sol. Depois, por onde passavam todo o mundo comentava e sorria sobre as suas famosas “mijadas” noturnas.
Claro que o jogo da vida comporta muitas etapas, umas boas, outras más, e por vezes recordamos quem já teve etapas muito boas e também sabe viver com as muito más, são os chamados extremos da vida, que se tocam.
O Luis “do café” é um dos muitos exemplos que gosto sempre de recordar como paradigma do que é saber viver bem e ter que adaptar a sua vida ás conveniências do destino, que mais uma vez a sua própria vida confirma e ajudamos de forma determinante a criar.
Quando conheci o Luis, nos anos 70, ele era o dono do café da nossa rua e fazia a sua exploração direta, uma vida esforçada de um homem ambicioso em visível crescendo econômico, recém chegado da guerra do ultramar com uma mala carregada de sonhos e muitos projetos.
A vida foi-lhe sorrindo e decidiu alugar o café e mais tarde trespassou mesmo o negocio e lançou-se na aventura da mercearia e mais tarde juntou esse negocio a um deposito de leite para consumo e revenda com distribuição a revendedores, conseguia assim uma representação comercial o que era ótimo para a época.
A sua vida corria de vento em popa, mas ai as famosas deslocações a discotecas e afins, em como o vicio das apostas monetárias em jogos de cartas, que até ai eram meros divertimentos ocasionais, passaram a rotina, e claro que não existe orçamento que consiga resistir a constantes rombos financeiros diários. Era um homem que não conseguia partir totalmente só para a farra, e como tal muitas vezes pagava para poder ter companhia nas deslocações e assim criou alguns amigos inseparáveis e dedicados como o Luis Costa, e lá partiam para as suas aventuras diárias.
Os inúmeros episódios sucediam-se, com hilariantes cenas, tanto no Lavradio como na Moita, Baixa da Banheira, Palmela, Setúbal, Barreiro e mesmo Lisboa, o mundo com dinheiro para gastar torna-se mais fácil de conquistar. As visitas a bares de alterne eram assim um desporto a praticar com muita regularidade, bem como as patuscadas em tascas fornecedoras de bons petiscos.
De entre as suas maiores peripécias, recordo o dia em que numeroso grupo, de que faziam parte entre outros, o Julio, “Chocha”, Carlos “Marmitas”, e mais um ou dois elementos, que a memória já não recorda, resolveram sair a bordo do carro do Julio e como estivessem a decorrer as montagens do arraial luminoso para as festas do Lavradio, na Avenida J. J. Fernandes, existia um carro movimentado manualmente, tipo zorra, com vários pisos, para proceder á montagem das iluminações no cimo dos arcos que atravessavam a avenida.
A velocidade era tanta e por certo o entusiasmo no interior da viatura, apinhada de ocupantes também não seria muito menor, pelo que ao descerem a Avenida nem se deram conta da presença da viatura, que estava estacionada junto da “Tasca do Matateu” com a sua missão de apoiar a instalação elétrica. O impacto foi tão grande que viraram a “zorra” de rodas para o ar e os dois ou três trabalhadores que se encontravam lá no alto ficaram mal tratados ao cair no asfalto.
No entanto, não satisfeitos ainda com a situação criada, e alegando falta de sinalização na via, saltaram do carro e perante a recepção pouco amistosa do grupo montador da iluminação festiva, não resistiram e foi uma cena de pugilismo coletivo de criar bicho. Este cenário só terminou com a intervenção policial, tendo todo o grupo sido conduzido para a esquadra local, onde segundo rezam as crônicas as cenas pouco dignificantes de boxe continuaram.
Naquela época, ainda não se procedia ao controle de alcoolemia, e só isso explica e deve ter obviado a penas mais severas, pois toda a tarde tinha sido dedicada a jogos de cartas acompanhados pelas mais do que normais cervejas, próprias de uma tarde de verão escaldante. Por outro lado era também comum os trabalhadores, montadores de arraiais festivos, não serem flores de cheiro, e também irem trabalhando acompanhados com umas cervejas frescas, o que deixava a situação, como é obvio, empatada nesta questão ‘copofonica’.
Depois de muitos depoimentos e idas a tribunal, tirando uma pena mínima, tipo multa, para o Julio, proprietário e condutor da viatura naquele dia, tudo acabou em mais nada.
A vida do Luis foi correndo de acordo com os lucros e gastos excessivos, e um dia a fonte como que se esgotou, e o negocio teve que ser vendido e a vivenda onde morava, junto da Quinta dos Fidalguinhos também. Tudo saldado para tentar ajudar a pagar as imensas dívidas pessoais, e compromissos que tinham sido criados tanto financeiros como a credores e fornecedores. A sua vida deu uma volta de 180º chegando ao cumulo de ter que passar a viver com a mulher e os filhos na garagem da própria vivenda que antes fora sua, e da qual agora até tinha que pagar renda mensal.
O Luis “do café” como que passou a esconder-se dos antigos amigos, que diga-se, em abono da verdade também na sua maioria como que desapareceram da sua vida, seguindo uma velha máxima do pai Antunes da Silva, que muitas vezes repetia:
“Muito tens, muito vales! Nada tens, nada vales!”
Eu passei a encontrar o Luis, sobretudo aos sábados, ao fim da manhã, quando já morava na Quinta da Lomba, ai aparecia andando a pé, cabisbaixo com olhar triste, e deveras envelhecido fisicamente no aspecto, resumindo um homem abatido. Nunca deixei de lhe falar da mesma forma de sempre, e era eu quem agora lhe tentava pagar um simples café ou uma cerveja, que muitas vezes recusava, não por falta de vontade, suponho, mas por vergonha de não poder retribuir o convite e oferta.
O meu sentimento perante a sua situação era, e só podia ser de pesar e pena, quando me confidenciou que já tinha passado fome e muitas vezes ironicamente nem tinha leite para dar aos filhos, ele que já nadara em leite!
Esta lição de vida, de um que já tinha tido tudo, e acabou por cair até ao fundo do poço da vida, é para nunca esquecer.
Felizmente manteve sempre a dignidade, e tanto quanto me fizeram saber, esta a conseguir reerguer-se.
Fica indelevelmente marcada na minha memória, a sua situação passada e presente, pois no fundo a vida é realmente isto, momentos altos e, momentos baixos. Todos nós temos que saber precaver-nos para conseguir agüentar o melhor possível os baixos, e nunca esbanjar nos momentos altos.
O Luis, apesar de todas as derrapagens da vida, parece estar a dar a volta por cima, outros no entanto, não conseguiram agüentar tão bem os impactos negativos dos momentos baixos, como foi o caso do Victor “Vitinha” meu estimado companheiro de ‘badernice’ e baldas na Escola Álvaro Velho, em que me acompanhava nas farras escolares de 1973/1974, que quase me valeram uma reprovaç4ao, para além claro do primeiro contato com o mundo profissional.
A sua vida decorria comum a tantos jovens, filhos únicos de pais da classe média daquela época. No entanto, anos mais tarde o vicio do consumo de droga, conduziu o Victor a uma situação de dependência quase extrema.
Conseguiu apesar mesmo disso, tirar um ótimo curso de soldador, numa área especifica e bem remunerada, o electrogênio, mas todo o dinheiro seguia direto para alimentar o vicio. A sua situação era de tal forma incrível que numa noite de chuva intensa, um verdadeiro temporal, o encontrei caído numa valeta da via publica, junto da casa do Carlos “Marmitas” e com a ajuda deste lá acabamos por o conduzir até a sua casa, naquela triste figura...
Ainda recordo muito bem a forma bem envergonhada como a mãe nos abriu a porta, para o receber, e como depois de o colocarmos no quarto, em cima da cama, qual peso morto, ela nos confidenciou que era agora praticamente diário aquele seu estado, e que nem ela nem o marido já tinham poder para conseguir fazer alguma coisa para reverter aquele cenário, tentando mudar a situação.
Tive noticia de que conseguiu se recuperar, e felizmente nunca chegou ao estado lastimoso e catastrófico do “Manelito”, no entanto, este foi um dos jovens da nossa geração apanhados nas malhas da droga, que nunca se conseguiram curar a 100% do vicio, que vai conquistando o mundo.
Por outro lado o seu vizinho de prédio e piso, o José Antonio “Cigano Prudêncio” que em certo momento também se viu enredado no vicio, embora a níveis muito mais baixos, conseguiu sair na totalidade e hoje leva uma vida perfeitamente normal. O José Antonio devido ás companhias que começou a ter, nomeadamente o vizinho Victor, Nelson Lopes e “Manelito” entre outros, entrou de certa forma nesse mundo, mas com a sua força de personalidade não se deixou capturar. A sua vida pessoal ajudou-o a recuperar totalmente dessa dependência, mas acabou por agravar uma, outra, que não era nessa época a sua especialidade. Assim e graças á sua passagem pela Marinha passou a ter uma capacidade invulgar de beber, e o que antes eram meros treinos, passaram a ser verdadeiros torneios de levantamento de copo cheio.
Recordo ainda as festas de aniversario na sua casa contando com a presença do Victor, Joaquim Núncio (Quim-Zé) e Alfredo, os chamados 3 amigos da “Vida Airada”, em que se consumiam tão somente refrigerantes e mais nada. Depois a memória dá um salto para uns anos mais tarde, e para umas famosas férias no Algarve, precisamente no ano da minha inspeção militar, em que ele e o “Quim-Zé” partiram mais cedo para o Algarve com destino a Lagos, e dias depois, tal como combinado, acabamos por nos encontrar em Armação de Pêra, e o José António teve que regressar ao Barreiro dias depois, com a viagem paga por nós, pois tinha conseguido gastar em 15 dias todo o dinheiro que seria destinado a um mês e meio.
Segundo o relato dos outros companheiros de viagem, a sua vida em Lagos constava de Discoteca dia-sim, dia-sim, com a companhia, sobretudo, de jovens Nórdicas, que eram a sua perdição. E claro o consumo dos respectivos ‘baldes’ de álcool, chegando pela manhã invariavelmente bem acompanhado, tanto de companhia feminina como ‘copofonica’ ao hotel-pousada, onde se alojaram. O dia era sempre dedicado a tentar recuperar para ao fim da tarde dar inicio a uma nova jornada ‘copofonica’ e de conquista feminina.
Em Armação de Pêra conseguimos reduzir o seu impressionante ritmo, no entanto ainda conseguiu deixar-nos um problema para resolver com um pescador tipo “Hercules” a quem no meio da ‘copofonia’ confundiu com um gay e esbornou.
Conseguimos, eu e o ‘Quim-Zé’, anular uma situação complicadas numa das noites, no entanto, dias mais tarde, já sem a sua presença, tivemos que estabelecer um pacto de não agressão e amizade com o “Hercules” de Armação de Pêra, para não virmos a ter sérios problemas. O José António já tinha regressado ao Barreiro, e o seu problema era mesmo o orçamento pessoal totalmente esgotado. O seu regresso a casa foi inevitável, tendo eu e o “Quim-Zé” continuado umas férias que foram inesquecíveis, terminadas em Sesimbra, depois de muitas peripécias pessoais pelos Algarves.
Claro que a presença de um café como o da nossa Rua, é sempre um desafio para a juventude em termos de descoberta do álcool e outras novidades lúdicas. O José António, sem duvida que ali iniciou o seu tirocínio, acabado mais tarde no decorrer da vida militar, mas pouco importa a geração, pois outros já com mais idade e experiência também se dedicavam a não deixar os seus créditos por mãos alheias. Um desses exemplos era o Vito “Bito” um ‘doente’ sectário ‘Benfiquista’, que de quando em vez conseguia bater recordes imprescindíveis de má disposição aliada de forma direta à ‘copofonia’ baseada na bagaceira.
Em dia de derrota do Benfica sempre seria para nós um dia de plena gozação em cima do “Bito”. Essas jornadas ludicas admitiam muito gozo á sua pessoa, o que originava que ficasse que nem uma fera. A sua resposta com muito má disposição de profundo sofredor encarnado, deixava a todos largamente felizes, mesmo outros ‘Benfiquistas’ gostavam de o ver enfurecido, pois acabava por se tornar altamente ridícula a sua postura. Era um individuo com muito mau saber perder, conflituoso, e eu em toda a minha vida nunca conheci um fanático tão doentio, e que me desse tanto prazer gozar de forma frontal.
A sua clubite doentia chegava ao ponto de não falar meses a fio com o pessoal, muitas vezes devido a alguma simples brincadeira. No entanto, para ele o contrario era já tido como normal, e quando o Sporting perdia era ver o “Bito” que nem um “papagaio” de plumas ao vento.
Acabei por chegar á conclusão que o convívio com aquela pessoa e tipo de personalidade não deveria passar muito para além do bom dia, boa tarde e boa noite, e assim a pouco e pouco comecei a proceder. Outros como o Luis Costa ainda lhe deram algumas oportunidades, mas ao fim de algum tempo acabaram por ser ainda mais radicais cortando totalmente o relacionamento, por vezes por largos meses, e outros mesmo em definitivo.
Se falarmos de individuo endinheirado, ‘novo-rico’ nunca poderemos esquecer o Silva, construtor apelidado por mim de “Pedreiro-Silva”.
Foi meu colega na Escola Álvaro Velho, e vindo da classe media mais baixa, transformou-se radicalmente no protótipo do chamado “Bimbo Novo Rico”.
Assim, e após iniciar a vida profissional, graças ao seu pai, como candidato a empresário, da construção civil, virou projeto de empresário. Nos primórdios, o seu pai era um mero carpinteiro de cofragens, depois passou a efetuar trabalhos como alegado empreiteiro, depois começou a tomar obras de empreitada e mais tarde dedicou-se então a efetuar construções por conta e risco próprio.
Assim que o Silva deixou de morar num simples apartamento, para passar a residir numa moradia por si construída e que não conseguiu vender, a família Silva como que se transformou da noite para o dia como se já fossem os magnatas locais da construção civil.
Ao longo do tempo fomos assistindo não poucas vezes a largas reclamações sobre a qualidade da sua construção e em especial dos acabamentos das obras.
Recordo um dia em que na zona dos Casquilhos, com o Carlinhos e o Humberto, por mero acaso encontramos o Silva com 2 moradores reclamantes que quase o iam “linchando”, não fosse a nossa ocasional presença no local, e tudo por causa de defeitos na instalação elétrica do edifício que segundo eles já tinham provocado graves problemas.
Agora acontecimento digno de nota, foi o incêndio verificado no apartamento do Luis Costa, devido a um exaustor da cozinha mal instalado. Toda a cozinha acabou por arder com prejuízos incalculáveis, para além do obvio risco de vida.
O Silva “Pedreiro” é para mim o mais puro exemplo de um “Aldrabão” que quer enriquecer, á custa do dinheiro dos outros.
Em Portugal, é comum a existência deste tipo de indivíduos, que se servem da construção civil para ir trabalhando esse objetivo, de se tornarem em novos ricos. Vão construindo com material razoavelmente barato, para conseguirem vender com margens de lucro bem altas, mas em que a qualidade final das construções que vão edificando não é minimamente digna do seu custo final, entrando assim diretamente nos bolsos dos clientes de um modo escandaloso.
Ao longo da nossa vida algumas amizades ficam indelevelmente marcadas, seja pela qualidade e quantidade dos acontecimentos ou por outros atributos como a lealdade que eu considero um dos mais importantes e fundamentais numa amizade verdadeira.
Da minha juventude, e convivência passadas na nossa rua, no nosso centro do mundo, na Rua Grão Vasco; acabaram por florescer muitas amizades, embora que duas delas sejam especiais, e obviamente fiquem guardadas na minha memória para toda a vida, no entanto contingências da vida e formas diferenciadas de analisar e considerar a amizade; originaram que a sua graduação ao longo do tempo fosse diferenciada, e onde antes existia amizade surge agora em seu lugar conhecimento e onde existia amizade existe referencial de companheirismo e verdadeira amizade com mais de 30 anos.
O Luis Costa “Costinha” é um conhecimento de mais de 30 anos, que ganha no conhecimento e perde na amizade, devido talvez á contingência astrológica que me torna um ser inconformado e intransigente com a lealdade, perante certas situações, e que me leva a graduar e considerar como de ouro o modo de encarar alguns desafios, com uma preciosidade impossível de contabilizar.
Pode parecer um defeito pessoal meu este sentimento de frontalidade em algumas situações, mas sempre tenho preferido perder um alegado bom amigo, do que, perder a minha dignidade e personalidade, hipotecando aquilo que sei que sou e pela minha maneira de estar na vida sempre; irei continuar a ser enquanto viver.
Um relacionamento de amizade tem para mim de ser leal na verdadeira acepção da palavra, feito de atos e palavras e não de intervenções ou jogos palacianos de bastidores apenas para aparentar aquilo que na verdade não é. Quem é, ou se diz meu Amigo, tem que ser realmente meu Amigo, não jogando nas minhas costas facas, e quando tem algo para me dizer, diz-me na cara e não manda recados por terceiros.
O relacionamento com o Luis Costa e a sua família era realmente, aparentemente, bom, até ao dia, em que senti uma determinada deslealdade no modo de frontalidade com que sempre tratamos tudo nas nossas vidas, ou pelo menos deveríamos tratar.
Agora isso já pouco importa, é passado. Passado é isso mesmo, o que está feito, feito está. Nada mais pode voltar a apagar aquilo que é dito ou feito. São memórias que ficam indelevelmente marcadas para todo o sempre, porque eu sou realmente de perdoar, mas nunca, jamais, de me esquecer.
Recordo do Luis Costa os saudosos jogos de futebol em que ele estava terminantemente proibido pelo pai de se cansar ou apanhar sol na cabeça. Por isso, no velho campo onde hoje esta edificada a Urbanização da Quinta dos Loios, ele jogava sempre na posição de guarda-redes e com um lenço á mão de semear, não fosse o Sr. Costa, pai, chegar ao local sem qualquer aviso prévio.
Nós tínhamos uma espécie de pacto de amizade, e sempre que se avistava o Sr. Costa, logo o Luis era imediatamente substituído na baliza, passando a mero assistente do jogo.
Até uma determinada idade o Luis foi um jovem super protegido pelos pais, tanto nos horários como na sua participação efetiva nos divertimentos e mesmo na liberdade de movimentos, o que já não aconteceu tanto com o seu irmão Jorge, que viveu uma juventude mais livre de compromissos com os pais.
Assim, e enquanto a maioria se movimentava bem á vontade, quase para qualquer local e com horários um pouco liberalizados, o Luis estava de certa forma controlado e empalhado nessas liberdades.
Depois, de um momento para o outro foi a abertura total, e então o Luis passou a conviver conosco de igual para igual.
Sempre foi deveras introvertido, exceto quando bebia um cerveja a mais, ai sim transfigurava-se, e acabava por ficar o tipo mais extrovertido do grupo, com uma capacidade de intervenção e conversa fora do comum.
Recordo as muitas idas ao futebol, não fosse ele um Sportinguista dos sete costados, tal como eu, e das suas muitas aventuras. Recordo ainda muito bem o celebre dia de um jogo da Taça de Portugal, no saudoso estádio José de Alvalade, contra o Alcobaça, em que no momento da saída do estádio, descobriu uma jovem e bela adepta da equipa adversária que estava acompanhada pelo pai, e como estivesse a ameaçar uma queda de chuva, vinha munido de um guarda-chuva, tipo bengala. O bom do Luis, perante tanta beleza, e depois de uns quantos ‘piropos’ dirigidos á jovem, todos eles sem o mínimo de maldade diga-se em abono da verdade, resolveu dirigir-se ao pai, nos seguintes termos:
“É vizinho!...
Bem que me podia dar a sua filha, eu sou bom moço, trabalhador e até trabalho na Quimigal EP!...”
O pai da jovem não se fez rogado ao pedido, e como já estava por certo farto de tanta conversa nas suas costas, dirigida á filha, acabou por se virar e não foi de modas, aplicou uma valente bengalada com o guarda-chuva no Luis, e disse-lhe:
“Pronto meu amigo!...
Já lhe dei a minha filha!”
Foi a risota geral de todas as pessoas que estavam próximas e presenciaram a situação, perante um Luis Costa atônito com o que lhe tinha acabado de acontecer.
As idas ao futebol eram sinônimo direto de mais do que prováveis aventuras. Nós tínhamos como que um ritual, de passagem obrigatória pelo Centro Comercial Caleidoscópio no jardim do Campo Grande, para lanchar e em seguida preparar uma romaria a pé até á baixa da cidade, ou outras vezes só até á chamada boca do metropolitano de Entrecampos, ou ainda se fosse época disso, a uma ida até á saudosa Feira Popular de Entrecampos.
O Luis tinha um dom especial que até hoje ninguém consegue entender, ele sem grande esforço conseguia atrair sobre si o olhar e interesse dos “maricas”. Assim muitas vezes se predispunha á brincadeira hilariante de fazer de conta que se deixava “engatar” e assim conseguir o pagamento de famosos lanches no Centro Comercial Caleidoscópio, pagos integralmente para todo o grupo, pelos “maricas” que por ali paravam em apreciável numero, sempre em busca de aventuras novas.
A estratégia era muito simples, e sempre cheia de êxito. O pessoal lanchava todo e o Luis; entretanto escolhia uma “vitima”, a quem acabava por dar um pouco de conversa, e quando este pensava que tinha o engate consumado, o pessoal estrategicamente ia saindo de cena, deixando o Luis para trás a dar a ultima conversa á “vitima”. Entretanto de modo dissimulado, também ele acabava por ir embora juntando-se ao grupo.
Obviamente que a conta ficava para o “maricas esperto” pagar!
Foram tantas as vezes que comemos laudos lanches, pagos por infelizes “maricas apaixonados e abandonados”.
Nas nossas deslocações á Feira Popular, para além do sempre normal jantar, seguia-se a noitada de tradicional romaria aos diversos divertimentos e claro sempre acompanhada por um grandioso torneio de ‘matraquilhos’ que nos deixava as mãos cheias de calos e bolhas.
Na maioria das noites o divertimento só acabava quando a feira era oficialmente encerrada, já de madrugada, depois das 2 horas. E já sem possibilidade de se apanhar o ultimo barco para o Barreiro. Então, iniciava-se a verdadeira romaria a pé até ao Cais do Sodré, para beber o tradicional cacau da ‘Ribeira’ e se ir fazendo tempo para apanhar o primeiro barco com destino ao Barreiro, e a casa para umas horas de merecido sono.
A chegada a casa depois de mais uma noitada estava sempre programada para muito próximo das 7 horas.
No entanto outras vezes ainda se chegava mais tarde, pois a ida ao cacau era substituída por uma paragem nas ‘roulotes das bifanas’ que na época se situavam no Areiro, Saldanha, Arco do Cego e Cais do Sodré.
Este eclético grupo era normalmente composto por mim, Luis Costa, Quim-Zé, Lagarto, e por elementos variáveis e que muitas vezes davam direito a mais um divertimento extra na hora da chegada ao Lavradio, com o dia já a romper. Por isso ainda recordo entre outras situações divertidas a celebre manhã em que o “Quim Avantajado” depois de nos ter acompanhado em mais uma noitada, ao sair do autocarro na ultima paragem da Avenida J. J. Fernandes, já tinha á sua espera a esposa altamente enfurecida. Foi uma cena incrível de ver, com aquela figura enorme a ser comandada a caminho de casa pela esposa aos gritos a trás de si, mais parecia a mãe e o filho.
Normalmente as aventuras que aconteciam em Lisboa, eram de molde a colocar qualquer um a rir a bandeiras desfraldadas, tal a sua origem diversa e respectivos desenvolvimentos.
Eu pessoalmente participei em muitas, e em outras acabei por posteriormente ser colocado perante a sua narração integral.
Um dia o futebol terminou mais tarde, e o pessoal lá iniciou a romaria habitual com uma primeira paragem no Centro Comercial Caleidoscópio, onde acabaram por ser bebidas mais uma cervejas, bem mais do que a conta, pois já antes no estádio se tinham bebido também uma quantidade apreciável, assim e com o pessoal já bem “entornado” o trajeto foi feito em grande animação pelo interior do parque do Campo Grande, acabando por encontrar-se um cigano junto da zona do parque infantil, ele estava a negociar um revolver, que na verdade era um pistolão enorme, mais parecia uma famosa 45 do tempo do Oeste. Depois de muita negociação foi acertado o preço em 200$00, o que para a época era uma quantia generosa, e depois de feita a transação, qual grupo de caubóis decidiram ir até á Avenida EUA, beber e comer mais alguma coisa.
Então o Luis já bastante ‘festivaleiro’, como que se apaixonou por uma jovem que tranquilamente namorava numa das mesas da pastelaria. Então, armado em D. Juan conquistador, munido de pistola em punho, dirigiu-se á mesa e perante a calma da jovem e o olhar atônito do jovem, não foi de modas, sacou da pistola e correu com ele da mesa. Ele perante a presença da arama, acabou por fugir a sete pés, deixando a jovem sozinha na mesa. Então o Luis; declarou-se á jovem que, perante a conversa, só referia desconhecer que o namorado era assim tão cobarde em deixá-la ali só. Entretanto o dono do café, perante a nossa incomoda presença e a visão da arma, telefonou para a esquadra da policia do Campo Grande. Por mera sorte metade do grupo que não tinha a pistola consigo, foi lá levado para averiguações, claro que foi a risota, com todo o pessoal a afirmar que realmente tinha uma pistola, um pistolão, mas que não tinha balas só dava leite...
Os policias estavam indignados com o grupo e, sobretudo com o dono do café que os tinha feito passar por aquela triste figura.
Horas mais tarde, já com o grupo todo reunido, lá fomos até á Ribeira para o tradicional cacau e umas bifanas para se recuperar da noite de aventuras e começar bem o dia.
Ali junto da ‘roulote’ do cacau, a nossa imagem de grupo unido era bem visível, aliada á imagem do “Quim-Zé” com a arama colocada á cintura, deixando ver a coronha, mais parecendo um policial ou um gangster, o que levou toda a vagabundagem que por ali se encontrava a afastar-se com receio, pensando que era um grupo de jovens policiais ou algum gang de malfeitores vindos de algum bairro da periferia.
Após o regresso a casa o problema era saber quem iria tomar conta da arma e assumir a responsabilidade de guardar aquele empecilho em sua casa. Claro que como o efeito ‘copofonico’ já tinha passado, todos recusavam, pois ninguém sabia na realidade qual a origem do pistolão. No final de muita indecisão e empurra para cá empurra para lá, a mesma acabou por ficar numa primeira ocasião em casa do “Quim-Zé”.
Sei que essa arma se acabou por tornar um verdadeiro empecilho, um inferno em termos de tentativas para fazer desaparecer, tendo acabado, por ter sido lançada ao rio no meio de uma travessia fluvial para Lisboa.
As aventuras em Lisboa, não se resumiam ao impacto pós-futebol, outras deslocações a eventos desportivos e culturais levavam a emocionantes desfechos.
O Sporting atingiu a final da Taça CERS, em hoquei em patins. Numa época em que dispunha de uma equipa verdadeiramente fabulosa. E o jogo final realizou-se na saudosa nave de Alvalade, e como momento único da historia do clube e mesmo do país, o grupo combinou uma deslocação em força. Nesta ocasião importante também se juntou o “cão de luxo”, um Benfiquista de mente saudável e pouco interessando em confusões clubisticas, e que muitas vezes nos acompanhou em algumas aventuras e em eventos desportivos, independentemente do clube.
E assim, perante um pavilhão super cheio de gente, e a rebentar de entusiasmo e emoção, a nossa alegria era transbordante, e a ânsia de assistir ao vivo a mais uma gloriosa vitória internacional era ainda maior.
Depois de um jogo emocionante o Sporting conquistou o troféu, o único que lhe faltava conquistar a nível europeu em hoquei em patins, e ainda por cima conquistado em casa, perante a loucura clubistica dos leões.
O Luis Costa bastante efusivo decidiu invadir o ringue, saltando a rede com o objetivo de festejar no local e ficar com a braçadeira do capitão de equipa, Salema, como recordação do momento histórico. E se bem o pensou, melhor o realizou. Após o apito final do jogo a multidão não se conteve, e muitos adeptos saltaram para dentro do ringue, ele foi um deles, tendo subido a rede e saltado lá do alto, caindo sobre os calcanhares e sobre o próprio jogador Salema, a quem conseguiu rasgar a camisola e retirar a braçadeira de capitão de equipa.
Era a loucura total em Alvalade, pois o Sporting que até já tinha sido Campeão Europeu contra o Barcelona, não tinha ainda aquele troféu e uma vitória em casa era algo de maravilhoso para nunca mais se esquecer.
Entretanto o Luis enquanto esteve, por assim dizer, quente, nem notou que ao cair sobre os calcanhares tinha provocado problemas graves na sua coluna cervical. No meio de toda aquela imensa festa no meio do ringue, e antes mesmo da entrega da taça aos vencedores, demos com o Luis caído num dos cantos, sem conseguir quase andar pelos seus próprios meios, cheio de dores. Queixava-se que não conseguia manter-se de pé, que lhe doíam os pés e as costas.
Pensamos na altura o pior, no entanto como jovens aventureiros e inconscientes, lá o conseguimos encorajar a andar embora apoiado em dois de nós, dizendo que aquilo iria passar dali a pouco, tinha sido só um mau jeito, etc...
Hoje, sabemos que deveria ter sido imobilizado de imediato e deveríamos ter recorrido aos serviços médicos. No entanto como ele também não queria apoio medico naquela altura, acabamos por aceitar a sua decisão e em conjunto com a nossa, decidimos simplesmente ajudar a amparar o seu sacrificado andamento.
Recordo que só conseguiu agüentar, embora com muito sofrimento e sempre amparado, até junto da churrasqueira do Campo Grande. Ali disse que não agüentava mais e tivemos que improvisar rotativamente uma cadeira com as mãos e braços cruzados, e o ir transportando ao colo todo o Campo Grande até ao metropolitano.
Foi uma autentica via sacra, quase uma noite para conseguir trazer o Luis até ao Terreiro do Paço. Hoje sem duvida o teríamos colocado num táxi, mas naquele tempo, nada nem ninguém nos fazia frente a um desafio.
Quando finalmente o conseguimos deixar em casa, todos nós tínhamos a certeza plena de que o que tinha acontecido não se resumia a um simples mau jeito na queda, e também que não iria resolver-se com um simples repouso.
Na realidade viemos posteriormente a tomar conhecimento de que ele tinha tido muita sorte, pois ao cair daquela forma sobre os calcanhares tinha provocado uma lesão muscular na coluna, que o poderia ter levado inclusivamente á morte ou a fica paraplégico.
Acabou por ter que andar algum tempo com a ajuda de muletas, ‘canadianas’ para lhe facilitar o andamento, e fazer fisioterapia e tratamentos vários durante largo tempo. Para nós foi uma experiência terrível e inesquecível.
Mas as aventuras, mesmo com todas as ameaças de se poderem correr riscos, não paravam de se repetir, sendo que uma das mais hilariantes acabou por decorrer mais uma vez na zona do Campo Grande em Lisboa. Após mais um jogo de futebol assistido no Estadio de José de Alvalade, todo o grupo lanchou como sempre no Centro Comercial Caleidoscópio, e ficou decidido que naquele dia iriam andar de barco no lago do Campo Grande.
Sendo um grupo numeroso, alugaram-se dois barcos, e como as cervejas já pesavam um pouco, todo o mundo estava bastante animado.
Descobriram duas gordas que pachorrentamente remavam ao largo, e desde logo ficou traçado como objetivo, animar um pouco a tarde, fazendo um ataque com chapadas de água com os remos junto do barco das gordas. O resultado foi uma verdadeira batalha naval, com um barco de cada lado, e os remos a bater na água e tanto as gordas como os ocupantes dos dois barcos foram ficando encharcados. Elas não paravam de gritar e o pessoal ficou todo ensopado. Para completar, o tempo foi passando e o funcionário que controlava o tempo e a autorização e funcionamento dos barcos não parava de apitar desde a margem, para se terminar com a batalha e regressar ao cais para devolver os barcos.
A loucura foi tanta que por certo se gastou pelo menos o dobro do tempo contratado inicialmente. Ele estava que nem um louco na margem, e quanto mais apitava e gesticulava, mais os barcos se afastavam, chegando perto da outra margem do lago. Ai todo o mundo decidiu abandonar os barcos mesmo ali, sem mais conversas e cair fora para não ter que aturar o empregado, nem pagar o tempo excedente, e ainda por cima os barcos estavam cheios de água no seu interior. Todo o mundo acabou saindo a pé pela água fora até á margem, e os barcos ficaram assim á deriva.
Todo o grupo estava encharcado até aos ossos, e foram cenas dignas de serem filmadas com o grupo a despir-se junto do parque infantil, para torcer a roupa tentando retirar a água e estendendo a mesma nos arbustos e em alguns brinquedos na esperança de que a mesma de alguma forma secasse com o vento.
O “Lagarto” tinha a sua farda de funcionário da ‘Carris’ totalmente ensopada e acabou por ficar somente em cuecas e sapatos na esperança de alguma recuperação das peças de roupa. O “Quim-Zé” torcia o seu casaco de antílope, e a todos parecia que; quanto mais ele o torcia, mais água dele saia. Enfim uma situação hilariante de um grupo de ensopados em trajes menores, no meio do parque do Campo Grande, tentando secar a roupa.
Para completar o cenário, e mesmo naquele triste estado o “Quim-Zé” e o “Lagarto” conseguiram engatar umas miúdas que acharam muita graça á situação e acabaram por ficar por ali a falar com o grupo que se encontrava de tronco nu em cuecas...
A tarde claro que á muito já tinha passado e a noite já ia avançada quando o grupo decidiu ir levar as jovens a casa, agora como se pode conseguir imaginar, o “Lagarto” ébrio, em cuecas, com a fada da ‘Carris’ ensopada e dobrada num braço, na berma da faixa de rodagem do Campo Grande a pedir boleia para Chelas. Foi na verdade das cenas mais caricatas e incríveis que este grupo viveu.
Normalmente as passagens de ano eram momentos aproveitados para o grupo realizar um jantar de confraternização em Lisboa, e depois vaguear de festa em festa. Assim aconteceu durante alguns anos, até que se tornou quase obrigatório e tradicional, ainda mais que raro era o ano em que não aconteciam aventuras incríveis.
Num dos anos, o grupo por motivo de cumprimento da vida militar por alguns elementos, ficou reduzido a mim e ao “Quim-Zé” que mesmo assim lá partimos para Lisboa. No intuito de passar a meia noite num restaurante do Bairro Alto, apanhamos o elevador ali junto dos Restauradores, mas devido ao adiantado da hora, acabamos por passar a meia noite com o ascensorista e uma garrafa de espumante para os três. Foi delirante, pois o homem agradeceu tanto termos ficado por ali com ele, pois caso contrário teria passado de ano totalmente só.
Num outro ano todo o grupo foi adotado por um enorme cão, de raça pastor alemão, que correu meia cidade sempre atrás de nós, e acabou por viajar de barco para o Barreiro, e terminou como fiel amigo do “Gadelhas” da barra-a-barra, uma das figuras típicas do Lavradio.
Na realidade no final da noite, e após ter andado com o grupo todo o tempo, o animal não se queria de forma alguma separar dos novos amigos, e então ficou decidido que viajaria para o Barreiro conosco. O problema inicial era como iria viajar no barco e assim após sorteio coube ao Luis Costa dirigir-se á bilheteira solicitando informação. Poderia sim viajar pagando ½ bilhete, estava então resolvida essa situação, no entanto ele não tinha trela e como bom guarda, rosnava a todo e qualquer estranho que se aproximava do grupo.
Acabamos por comprar o ½ bilhete e conseguir levar a fera para o porão do barco, no entanto sem querer acabamos por espalhar o pânico geral nos outros passageiros, pois ele de sociável com estranhos pouco tinha e não parava de rosnar de forma ameaçadora.
Já no Barreiro, foi impossível utilizar o autocarro com a presença da fera, e por isso acabamos fazendo uma autentica romaria pela linha férrea até ao Lavradio.
Ninguém tinha imaginado em momento algum o ultimo problema. E então chegados a casa, ai sim surgiu a grande questão; quem iria tomar fica responsável por tomar conta da fera?
Resposta: ninguém!
Numa primeira tentativa ficou na minha casa, entrou escondido até á varanda do meu quarto. Imagine-se escondido! Um cão, de raça pastor alemão, escondido num apartamento, só se for mesmo para rir. No entanto aconteceu.
Após lhe ter dado água e comida, na esperança de que se queda-se tranqüilo e se possível o mais mudo possível, nada disso obviamente veio a acontecer, pois ladrava do primeiro andar, para, a todos os transeuntes e viaturas que passavam na rua.
Foi assim rapidamente descoberto, e claro que eu não podia argumentar que ele tinha nascido na minha varanda, ou que tinha vindo numa nave espacial com marcianos que ali tinha aterrado e deixado o cão.
Recebi imediata ordem de despejo do fiel amigo por parte do meu pai, e eu extenuado da noitada, decidi colocar a fera um pouco na rua, junto da porta do edifício na vã esperança de que se acalmasse um pouco. Pensava eu, na possibilidade de que assim me permitisse dormir para depois eu tentar arranjar uma solução. Ainda mais que desde logo eu tinha avisado que a minha disponibilidade era temporária, até que o grupo se voltasse a reunir, para decidir o que fazer, e destino a dar á fera.
Mas nada feito. Ele aproveitava a abertura da porta principal do edifício e subia a escada, e não para de ladrar na soleira da porta do nosso apartamento, como que chamando por mim.
A situação ficou como que incontrolável e acabei por falar com o “Quim-Zé”, que se prontificou a uma tentativa de dominar a fera. No entanto acabei por saber mais tarde que os seus problemas foram idênticos aos meus.
Não sei até hoje muito bem como conseguiram, mas o fato é que o “Gadelhudo” da barra-a-barra acabou por adotar o animal, e a situação ficou resolvida.
Como lição final ficou que nunca mais se deveria voltar a adotar daquela forma um animal. Por outro lado, para nossa grande satisfação, passamos a encontrar o “Gadelhudo” sempre escoltado pelo seu e nosso fiel amigo.
Num outro ano, o Luis Costa passou uma noite de Natal no Quartel de Mafra e a passagem de Ano, de serviço na porta de armas do Estado Maior do Exercito no Restelo. Acabou, no entanto, por ser recordada por nós a sua ausência, chegando a aventar-se a hipótese de uma passada por lá, para uma taça de espumante. No entanto nesse ano acabamos por ter que esmurrar dois bêbados impertinentes, um na rotunda do Marques de Pombal e outro junto da Praça da Alegria, e não restou tempo para essa programada visita.
No ano seguinte decidimos que a passagem de ano teria de ser bem comemorada para fazer esquecer a falha do Luis no ano anterior, e realmente foi uma noite para nunca mais esquecer no resto das nossas vidas.
Acabamos por rumar ao Bairro Alto em Lisboa para degustar um laudo jantar de marisco, bem regado com cerveja e outras bebidas espirituosas e depois decidimos ir visitar algumas festas pela cidade.
Mas tal não veio a acontecer, e mais uma vez o Luis Costa acabou por ser o grande responsável e a ter influencia direta no ocorrido.
Quando nos dirigíamos para a zona do elevador que dá acesso aos Restauradores, fomos abordados por um simpático e afável cavalheiro, que após longa conversa com o Luis, acabou por convencer todo o grupo para uma ida até a sua casa, situada na Rua da Atalaia 176. Assim, e com a argumentação de que iria ter lá na sua casa umas amigas, para uma festa tipo familiar, mas como estava só tinha resolvido tentar encontrar pessoal simpático para animar a noite, lá nos acabou por convencer.
Ao chegarmos a sua casa desde logo descobrimos que se tratava de uma alfaiataria, que tinha a residência a ocupar os fundos da casa. A conversa tinha sido desenvolvida na base de uma festa, mas na realidade por enquanto de amigas nem o cheiro e para festa era visível muito pouca preparação ou mesmo nenhuma. No entanto a sua conversa continuava na base de que iriam chegar a qualquer momento, e como nós fossemos 5 estava tudo ok e não iria haver problema, pois elas eram precisamente seis.
Tinha realmente algumas bebidas em casa, mas não muitas nem diversificadas diga-se, e quanto a comida a situação era igual, mas também ai a sua conversa baseava-se em que elas é que iriam trazer o restante. Tinha argumentação para tudo, e arranjava novos e diversificados argumentos para o que faltava em termos das perguntas que lhe eram colocadas.
A sua argumentação sobre a breve chegada das amigas, já estava a transformar-se em horas, e as bebidas que tinha em casa iam desaparecendo, para além de que cada um de nós começava a ficar bem ‘iluminado’ com tanta mistura ‘copofonica’.
Como o fato em presença, da falta das prometidas damas, e a sua conversa também era pouco animadores. Tudo isto aliado ao fato de todos já termos bebido muito para além da conta, tudo isso contribuiu para um, certo entorpecimento geral, normal perante a quantidade e diversidade do álcool já consumido, o que acabou por degenerar nos cenários que vieram posteriormente a acontecer.
Assim, na verdade e muito resumidamente, ao longo da noite que se iniciou; com muita conversa para entreter, tentando fazer tempo até que as tais alegadas amigas chegassem, o cavalheiro acabou por revelar-se um “maricas” passivo, que sem se saber muito bem como, no meio de toda aquela conversa e entorpecimento geral, acabou por conseguir abrir os fechos das calças do pessoal e consumar sexo oral com todo o grupo.
O homem ficou realizado e deliciado com tanto instrumento ao seu dispor, e nós fomos a pouco e pouco acordando da letargia, e tomando consciência de que não iria ter festa alguma, e amigas muito menos, o seu único objetivo foi ele conseguir fazer a festa dele, e dessa forma poder chupar umas pilas jovens, numa noite de passagem de ano.
No mínimo uma comemoração original diga-se!
Assim, por revanche, decidimos fazer algumas tropelias na casa do “maricas”. No entanto o tipo nada tinha de relevante, em casa só bugigangas. Recordo que levamos somente alguns baralhos de cartas e por pura maldade os seus documentos, no fundo era uma vingança pela patranha que nos tinha arranjado. Para além de tudo o mais que aconteceu como o seu sexo oral coletivo.
Combinamos encontrar-nos no cacau da Ribeira, e então fomos desaparecendo de casa do individuo, uma a um, tendo ficado para o fim o Luis Costa.
O que ocorreu entretanto entre os outros elementos e o alfaiate, até hoje ninguém sabe, eu sei que comigo e o “Quim-Zé” ocorreu o descrito acima, e também que saímos ao mesmo tempo da casa.
E assim pela primeira vez e única na minha vida, um homem se pode deliciar com o meu órgão genital.
Fui também eu, que acabei por destruir, os seus documentos, com o meu inseparável canivete suíço, e deitar os recortes numa ‘sargeta’ junto dos armazéns do Conde Barão, local aonde viemos parar depois de uma intensa correria por becos e ruelas, sempre a descer, tendo como ponto de referencia, que caminhando sempre para baixo, pelas ruas e becos do Bairro Alto, isso nos afastava cada vez mais da Rua da Atalaia e assim acabaria por encontrar-se o rio.
Sobre esta noite existem fatos curiosos, que ainda hoje são por certo recordados sobre este inesperado acontecimento. O grupo só voltou a estar todo reunido cerca de uma hora depois, e até hoje jamais alguém voltou a tocar nesse assunto.
Jogamos varias vezes ás cartas com os dois baralhos trazidos da casa do “maricas” da Rua da Atalaia, e nunca perdemos um conjunto de jogos de sueca, até parecia que as cartas estavam de certa forma enfeitiçadas, sendo que era o único momento em que de alguma forma se referia indiretamente á Rua da Atalaia.
Ao longo da minha vida, recordei algumas vezes este episodio, chegando a rir sozinho com a ingênua situação, pelos motivos bem óbvios e fora do comum.
Acho que até hoje, no máximo por 2 ou 3 vezes, e sempre de forma superficial, o mesmo foi referido em conversa breve entre mim e o “Quim-Zé”. No entanto com os outros elementos, foi como que um segredo de todo o grupo, guardado a sete chaves, até ao dia de hoje. Um segredo que entendo hoje revelar, pois no meu entendimento não deve envergonhar ninguém, pois que no fundo serve como alerta para a juventude de hoje, e de outras gerações para estarem muito atentos para este tipo de situações, e também para nós próprios que como experiência única; nunca mais a vamos esquecer.
Voltei a passar pela Rua da Atalaia, 176, mais algumas vezes na minha vida, ao longo dos anos, mas sempre espaçado no tempo.
Nunca mais voltei a encontrar lá instalada uma alfaiataria, e por muito estranho que possa parecer, acho que até já foi um restaurante. Hoje em dia nem sei mais o que por lá esta instalado, e com o passar dos anos chego por vezes a ter duvidas sobre o local e mesmo o numero da porta, mas não duvido de forma alguma que naquela noite nos aconteceram fatos muito fora do comum.
Também devo referir que; caso o alfaiate se cruzasse comigo na rua no dia seguinte, eu jamais o iria conseguir reconhecer. Aquela noite foi assim como um momento alienado da minha vida, algo que eu sei que realmente aconteceu, mas que nem eu sei explicar como foi possível ter acontecido, acho que pode ter sido um efeito tipo “Absinto!...”
O Luis Costa tinha realmente um dom muito especial de atrair os “maricas”, e fosse porque fosse a razão, eles adoravam falar com ele, e ele brincava seria e largamente com eles como nesta singular situação, daquela inesquecível passagem de ano, no inicio dos anos 80.
Aquela era uma época de loucos e de loucuras. Era a nossa juventude na sua plenitude, e como que se conseguia entender e seguir á risca o que Akira Kurosawa definia numa das suas mais celebres frases:
“Num mundo louco, só os loucos podem ser considerados sãos”
Os anos passam na contagem do tempo das nossas vidas, as memórias, simplesmente as memórias ficaram e a paz que transporto hoje no meu peito é bem diferente da paz que eu um dia sonhei.
Hoje paz é sinônimo de tranqüilidade de aceitar os outros como são. É saber admitir que nem sempre tenho razão, e mesmo que a tenha devo referenciar isso sem, no entanto, brigar por essa razão. Ter paz hoje, com mais de quatro décadas e meia de vida é não querer que os outros se mobilizem apenas para nos agradar, é respeitar as opiniões contrarias sem hipotecar as nossas.
Ter paz hoje é saber e conseguir recordar aquele tempo em que as pessoas se falavam umas com as outras, e não simplesmente com as vozes eletrônicas dos celulares dos dias de hoje. É conseguir reviver um pouco daquele tempo em que as pessoas se cumprimentavam nas ruas e em que se visitavam em casa, quase sempre depois do jantar, e em que vivíamos um tempo em que as criaturas humanas eram feitas de carne e osso e, sobretudo de sentimentos.
Há como gosto de ainda imaginar que é possível reviver nos dias de hoje aqueles tempos em que ainda existiam famílias, porque ‘família’ hoje, como que não existe mais.
Hoje; cada um alimenta-se á hora que mais lhe der na gana, hoje cada um ausenta-se para o mundo que cria; hoje cada um esta sempre numa outra situação diferente do outro e aprende assim a jantar sozinho, a falar sozinho e quase a amar sozinho. Hoje os filhos já não falam nem se misturam com os pais. Esse tempo de hoje, não é o meu tempo, nunca será o meu tempo, pois que eu não me consigo ambientar nesses aspetos a estes novos tempos.
Nem sempre somos nós que escolhemos a forma como se viver, isso hoje eu sei! Todavia a decisão de viver, de uma forma e modo, a vida, essa sim, sem duvida alguma é ainda a nós felizmente que cabe decidir. A decisão de viver como derrotados ou vencedores só poderá ser nossa. Eu pela minha forma de estar na vida, posso ser o ultimo, o único, o que fica só, mas para mim serei sempre um vencedor porque não abdico da minha personalidade, nem pela lei das balas.
Com o correr do tempo, as distancias geográficas e os afazeres do dia-a-dia, aliados ao destino de cada um, tudo isso nos conduz muitas vezes á criação de separações pessoais em termos de convívio, que umas vezes se transformam em definitivas e outras vezes simplesmente em temporais. Estas separações dependem da nossa capacidade pessoal, para conseguir apesar das distancias manter fora de qualquer possibilidade de destruição os laços de amizade e lealdade estabelecidos ao longo do tempo entre os indivíduos.
Todos nós temos a capacidade de ficar ao longo do tempo com amigos e conhecidos introduzidos nas nossas vidas. Todos nós temos bons amigos, sejam muitos ou poucos, em quantidade e ou qualidade, e também temos os amigos que vão ser sempre verdadeiramente amigos.
Na nossa Rua, na Grão Vasco, o Joaquim Núncio, “Quim-Zé” é ainda hoje um dos meus verdadeiros melhores e grandes amigos, alguém que até hoje não falhou em termos de amizade e lealdade, em tudo aquilo que para mim é essencial encontrar e manter temporalmente numa verdadeira amizade.
São anos e anos, décadas de convívio sempre pautado por respeito mutuo e uma desinteressada amizade.
Conseguir ainda hoje relembrar a importância que teve um dia, na década de 80 do século passado, como o tempo passa, ter convidado o “Quim-Zé” para ser uma das minhas testemunhas no meu casamento civil com a Fernanda. Um fato da minha vida para o qual queria o máximo sigilo, pois nem os meus pais nem os dela chegaram a tomar conhecimento em devido tempo da sua realização, sendo somente confrontados com o fato já consumado, meses depois.
Por ironia do destino, a avó do “Quim-Zé” faleceu na madrugada desse mesmo dia 2 de Setembro de 1988. Devido a esse fato ele acabou por não poder ser minha testemunha, é assim como que uma magoa pessoal, uma injustiça da vida e do destino, que foi cometida sem que fosse possível a sua reparação. No entanto, e simplesmente porque os fatos desse tipo não alteram o curso das relações pessoais, ele era e é ainda hoje um dos meus melhores amigos, e ainda por cima um dos que na época estavam geograficamente próximos e hoje esta a muitos milhares de quilômetros de distancia, mas nada disso também afeta a amizade.
No entanto, mentalmente, para mim o “Quim-Zé” é uma das testemunhas do meu primeiro casamento pelo civil, só faltou assinar os papeis, estar lá fisicamente pouco importou, pois todos os outros meus grande amigos também lá estiveram da mesma forma, não fisicamente mas estiveram presentes simplesmente de uma forma mental.
Eu recorro muitas vezes a Fernando Pessoa, para justificar uma grande amizade:
“Não tenho realmente verdadeiros amigos íntimos, e mesmo aqueles a quem posso dar esse nome, no sentido em que geralmente se emprega essa palavra, não são íntimos no sentido em que eu entendo a intimidade.”
Na realidade eu tenho grandes amigos, mas não tenho mesmo amigos íntimos, desses a quem se possa dedicar todos os segredos e ambições da nossa vida. Não desses nunca tive, nem mesmo a mulher com quem vivi 18 anos, casado de papel passado, serviu como amuleto nesse campo da intimidade.
No que diz respeito a grandes amigos, pois sim, eu dedico-lhes toda a atenção, e no caso particular do “Quim-Zé”, pois ainda hoje, como amigo verdadeiro, tento acompanhar de certa forma as suas alegrias e vitórias, derrotas e desgostos, ser um amigo presente mesmo que a geografia não o permita.
Não posso nunca esquecer o quanto admirei e respeitei a sua luta e tenacidade na luta que levou a cabo no momento da doença grave que afetou a sua esposa, Mônica. Felizmente uma luta vencida, e em que eu de longe, de modo indireto, sempre psicologicamente torci, embora sabendo da dificuldade, mas acreditando sempre na vitória, alias como sempre faço na vida.
Da mesma forma admiro a sua constante luta profissional, a sua grande batalha do dia-a-dia por uma vida melhor para si e para os seus.
A minha relação de amizade e liberdade com os amigos verdadeiros, é algo indescritível e difícil de entender para o comum dos racionais, porque eu quando sou amigo, sou-o mesmo até ao fim.
Tudo isto para justificar que a lealdade é tudo o que separa um Luis Costa do Joaquim Núncio. E o que nos une para além dessa lealdade são os momentos especiais de uma vida, que nos transformaram aos dois em homens com destinos bem diferentes, mas com muitas memórias conjuntas.
Recordar as nossas idas com outros amigos, todos de bicicleta para a praia da Lagoa de Albufeira, com partida logo pela madrugada e as insolações que todo o grupo apanhava por se colocar a dormir o sol á chegada.
As namoradas que arranjamos ao longo dos tempos e que levávamos para os camarotes dos velhos cinemas Éden e Condes e os lanches de cumplicidade que se seguiam.
Relembrar a memorável noite em que no cinema Xenon, que ficava ali próximo da Praça do Chile, fomos assistir a mais um filme de um dos nossos atores preferidos, Chuk Norris, e as cadeiras eram reclináveis e como entramos na sala já com as luzes apagadas, ao sentar nas poltronas, desatamos aos gritos que estávamos a cair, provocando a risada geral em toda a sala.
Obviamente que as muitas idas ao futebol com as aventuras com todo o pessoal do grupo ficam indelevelmente marcadas nas nossas memórias.
A tão famosa passagem de ano, com o episodio do “maricas” da Rua da Atalaia. E a outra em que confraternizamos com o ascensorista do elevador que parte dos Restauradores para o Bairro Alto, ali bem junto da Rua da Rosa, onde fica a famosa casa de fados do Alfredo, e que faz parte integrante das nossas memórias dos anos 80 do século passado. Ai como o tempo passa tão rápido nas nossas vidas!
As muitas tardes a jogar bilhar e snoker na sede do Barreirense, vendo as betinhas entrar e sair, e o velho “Tonho” a contabilizar o tempo gasto, e a chamar á atenção para os panos, para os tacos, e para tudo o mais que lhe podia ocupar o tempo morto de alguém que por ali esta, mesmo para não fazer nada, no fim de uma vida em que já tinha feito muita coisa, como por exemplo ser o sócio numero um do Lusitano de Évora, e ninguém saber, que aquele velhote de meio metro de altura também tinha uma historia de vida, como todos aliás.
E os torneios infindáveis de ‘matraquilhos’ realizados na feira popular de Lisboa, ou na Costa da Caparica, e que acabavam, quando eu lhe conseguia ganhar por cansaço... pois que eram sempre em renhidos, e imagine-se chegavam quantas vezes a perto de uma centena de jogos, com as mãos em bolhas de tanto trabalhar os manípulos de cabo de madeira.
Os acampamentos na Costa da Caparica, sempre repletos de mil aventuras e acontecimentos imortais.
E claro, entre outros acontecimentos que se descatam e tornaram as nossas vidas muito mais ricas, famosa cena das salsichas da Costa da Caparica com o ‘Fome’ e as famosas e inesquecíveis ferias no Algarve.
Felizmente que a conjugação das nossas memórias ainda é razoavelmente boa e conseguimos em conjunto relacionar acontecimentos que por vezes já se nos turvam na mente.
Essas férias no Algarve, foram programadas ao milímetro, no entanto como quase sempre na vida, quando se programa muito, á ultima da hora o imponderável acaba por acontecer. Eu fui chamado para me apresentar na inspeção militar obrigatória, e logo precisamente na semana escolhida para o inicio das férias.
A melhor decisão que alguém pode e deve tomar no meio de algumas circunstancias negativas que surgem na vida, é a de continuar vivendo. Foi o que decidimos fazer, pois a vida somente acaba para os fracos e pessimistas.
Perante circunstancias adversas é preciso tomar decisões corajosas. Nenhuma crise dura para sempre na vida e tudo passa, inclusivamente as nuvens densas que ás vezes pairam sobre todos nós.
As circunstancias adversas que surgiram, foram e ainda hoje continuam a ser para todos nós uma lição, para servir como referencia nas nossas vidas futuras.
Por isso mesmo, precisamos continuar a lutar, sonhando e olhando sempre para o futuro, sempre olhando á frente e como em tudo na vida, o mundo não pára e o “Quim-Zé” e o José António lá partiram sem mim, com destino a Lagos, e ás suas férias.
Quando me acabei por reunir ao grupo, passados alguns dias, já o José António estava com dificuldades financeiras, mas como grupo sempre coeso e unido; lá fomos agüentando o “barco” até que o colocamos no comboio com destino ao Barreiro, com dinheiro suficiente para conseguir chegar á soleira da porta de casa.
Passamos a ser os ‘Robin Crusue’ do Parque de Campismo de Armação de Pêra, cada um na sua tenda, começando os dias com pequenos almoços reforçados com umas saborosas ‘sandes de bitoque’ e uma enormes canecas 1 litro de cerveja a acompanhar, no restaurante da alemã em plena praia dos pescadores, e depois seguia-se praia, praia e mais praia e vagabundagem todo o restante dia, sem horários, regras ou destinos estabelecidos, era como viver na ilha selvagem sem leis, porque éramos nós quem decidíamos as nossas tarefas e horários.
As noites eram sempre compostas de animações variadas, que chegaram a incluir uma noite de culinária, em que cada um de nós confeccionou uma metade de um frango. E como a imensa ‘jantarada’ que se seguiu foi regada com um recomendado vinho Lagoa de 15º, o que se deu foi uma enorme bebedeira incontrolável.
Eu consegui, sem saber até hoje como foi possível, ir tomar um ‘duche’, mas como o estado mental, devido ao excesso de álcool, não era dos melhores, tornei-me inconscientemente inconveniente, pois regressei á tenda tal como tinha vindo ao mundo, com os campistas do parque a aplaudir perante a minha admiração por tão súbita fama pois os estrangeiros aplaudiram com good, very good!, etc..., e os portugueses dividiam-se entre os muitos que corriam e colocavam as senhoras e jovens dentro das tendas e caravanas, e os outros que simplesmente sorriam, e eu sem conseguir perceber nada do que estava a acontecer, caminhava de regresso á tenda na maior das calmas do mundo, saudando a todos, como um candidato a alguma eleição próxima.
O “Quim-Zé” não conseguiu entrar no desfile nudista, ficou deitado junto da sua tenda, a tentar recuperar da “borracheira”, montando a esteira e o saco cama de forma estratégica para lhe possibilitar dormir para um lado e ir vomitando para o outro.
Depois de varias horas a dormir, e ao acordar com uma das maiores ressacas da minha vida, graças aos efeitos dos 15º do famoso vinho Lagoa, tinto, tomei então consciência do que tinha realmente acontecido.
Eu conseguira deslocar-me até aos lavabos do Parque e vomitar no WC, depois um pouco mais recomposto tomara um enorme ‘duche’ de água fria no exterior, e de forma inconsciente regressei todo nu com os calções na mão, desfilando como um nudista convicto por todo o parque, até conseguir encontrar a tenda. Sim! Conseguir encontrar a tenda é o que ainda hoje estou para saber como realmente pode acontecer devido ao meu estado altamente ‘copofonico’. Daí os aplausos e apupos da numerosa assistência, onde se inclui toda a freguesia de um dos bares do parque, junto do qual tive obrigatoriamente que passar.
O “Quim-Zé” ficou junto da tenda e passou a noite em romaria mudando a esteira e o saco cama de local, para poder ir vomitando e o mesmo tempo fazendo montinhos de terra e areia para tapar os indícios, mas no entanto no dia seguinte toda a área em redor da sua tenda mais parecia que tinha recebido a visita de uma toupeira, tantos os montes que se podiam encontrar.
Recordo que andamos doentes uns bons dois ou três dias, sem poder ouvir falar em vinho ou em carne de frango. Foi terrível, foram dias de sacrificada recuperação.
Mas essas memoráveis férias também foram um teste á nossa capacidade de poupança e gestão financeira. Assim com o decorrer dos dias perdemos totalmente a noção dos dias da semana, e não mais sabíamos quando era segunda ou sábado. Como tínhamos o nosso dinheiro, o orçamento de férias depositado numa conta minha da caixa econômica postal, que não funcionava nos fins de semana, acabamos por ter problemas de liquidez financeira num fim de semana.
Um sábado, pela manhã, lá fomos como dois tontos á estação local dos correios, para levantar dinheiro, imaginando que seria um dia normal da semana. Depois de alguma espera junto da porta, perguntamos a um transeunte se os correios estavam em greve, perante o seu olhar de grande espanto; respondeu:
“Mas afinal estão a brincar ou que?!... Hoje é sábado, e os correios não abrem ao sábado!... Não sabem já disso!...”
Quando acabou de nos dar essa noticia, olhamos um para o outro, atônitos, pois para além do ridículo da pergunta, agora estávamos reduzidos a uns míseros escudos para passar o fim de semana, com todo o restante dinheiro depositado e impossível de movimentar antes de segunda-feira.
Foi assim que após se ter juntado todas as disponibilidades financeiras, chegamos á conclusão de que teríamos que resistir dois dias comendo pão com atum e bebendo uns refrigerantes não muito caros. Idas a restaurantes e bares estavam vedadas nesses dias, e outras aventuras, com despesas fora do reduzido orçamento, estavam também fora de programação por dois dias.
Foram dias terríveis, e nós para tentar criar um cenário de imaginação de rápida passagem do tempo, fazíamos sandes pela manhã e rumávamos todo o dia para a praia, onde ficávamos quase do nascer ao por do sol.
Na segunda-feira, montamos acampamento pelo fim da madrugada á porta da estação postal, para sermos os primeiros, mas a ironia do destino e do calendário fez com que esse dia fosse feriado.
Assim, passamos mais uma vergonha, ao questionar a razão da no abertura da estação postal, e claro mais um dia de privações e de autentico ridículo, perante a situação de ter que perguntar a razão dos correios fechados, obtendo mais uma vez a indesejada resposta.
No dia seguinte lá estávamos novamente, bem cedo para fazer o levantamento do nosso dinheiro, acho que quase dormimos á porta da estação postal para em seguida poder ir comer um enorme bife com batatas fritas e ovos, mais parecíamos dois animais esfomeados ás 9 horas da manhã a comer como se fosse hora de almoço. E enquanto nas mesas em redor se tomava o pequeno almoço, nos matávamos a fome de três dias de abstinência, perante os olhares admirados de todos os outros clientes do local.
Nesse mesmo ano, o José António resolveu deixar uma herança para nós, assim no meio das suas investidas alcoólicas tinha andado a zombar com um pescador, que aparentemente devido ao seu vestuário parecia gay.
Geralmente acabamos por esbarrar em alegados fantasmas criados ao longo do tempo, e foi isso que nos aconteceu.
Uma manhã; estivemos a observar atentamente um individuo pujante de força a puxar totalmente só um barco para terra. Ele que já nos tinha encontrado varias vezes na companhia do José António, resolveu questionar onde estava o nosso amigo, pois tinha umas contas a ajustar com ele. Acabamos por ficar amigos dele e descobrir que afinal era um mulherengo terrível, e possuía uma compleição física de verdadeiro “Hercules”. Por outro lado felizmente que a alegada herança que nos fora deixada, só mesmo o José António poderia reverter. Acho mesmo que até hoje ele, por essa ou outra razão, nunca mais voltou a Armação de Pêra.
Nesse mesmo ano resolvemos terminar, o período de férias, já mais próximos de casa, em Sesimbra, mas como o comboio vindo do Algarve não tinha ligação em Setúbal com o autocarro, acabamos por ter que ficar a passar um noite inteira a dormir ao relento na via publica, deitados nos sacos cama á porta da empresa rodoviária, situada naquela época em frente ao quartel dos bombeiros de Setúbal, aguardando pela oportunidade de embarcar num autocarro do qual nem sabíamos o horário.
Foi mais uma noite incrível, passada ao relento, e em que mais parecíamos dois mendigos deitados na via publica, sob esteiras e dormindo em sacos cama.
Digo dormindo, mas na realidade pouco, ou nada dormimos nessa noite, com o constante vai e vem de pessoal a incomodar a nossa tranqüilidade.
A própria policia teve também a mesma visão de dois mendigos dormindo na via publica, e varias vezes durante a noite o carro patrulha fez visitas para nos questionar sobre a natureza da nossa inusitada estadia naquele local, e naquele desplante hoteleiro.
Os bombeiros, pensando que nós éramos alguns deserdados da sorte da vida, também queriam ajudar. E nós que apenas queríamos dormir descansados e, estar o mais tranqüilos possível, a aguardar o transporte, não conseguimos de forma alguma estar tranqüilos, e passamos toda a noite a ser incomodados. Ironia do destino, que nem na via publica alguém consegue estar sossegada, mesmo passando por mendigo.
Mas tanto no imaginário como na vida real, tantas vezes somos obrigados a exercitar a resistência diante de determinadas mudanças ou experiências que representam na verdade enormes retrocessos.
Os acontecimentos comuns com o “Quim-Zé”, por si só constituiriam uma narrativa incrivelmente extensa, não posso, no entanto, deixar de nomear que ao longo dos anos tanto ele como outros amigos não se tem medido pelo que tem ou não tem em termos materiais. Pelo que são ou não são. Os meus afetos são os mesmos, seja um rico ou um pobre, um feio ou um bonito. Tenho os meus amigos de infância e juventude que quer morem longe ou perto de mim em termos geográficos, quer não os veja anos a fio ou os veja quase todos os dias, são os meus amigos. Aqueles com que tento não perder o contato, enfim, são os laços afetivos que não acabam nunca mais entre nós.
Os amigos conhecem-se verdadeiramente por aquilo que transmitem sem falsidade em cada momento, e tantos outros como o “Quim-Zé”, ao longo dos tempos nunca conseguiram demonstrar ser falsos amigos ou desleais.
A vida é o hoje, a felicidade que conseguimos viver e nunca um projeto do amanhã, pois se construímos o hoje com amor, na verdade, na sinceridade, na total falta de interesse material, então estaremos sem duvida sendo felizes enquanto o tempo, o nosso tempo de vida o permitir.
As recordações que restam, as memórias que povoam a minha mente sobre os anos passados na nossa Rua, no nosso centro do mundo daqueles anos passados na Rua Grão Vasco, contribuíram de forma determinante para que; perceba que grande parte, uma enorme parte da minha família são, hoje, e sem sombra de alguma duvida, os meus Amigos verdadeiros, que são pessoas especialíssimas e que sem eles eu não existo.
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**O ano de 1974 não trouxe só a revolução ao Pais, trouxe também a clara mudança de mentalidades ao povo português. A economia até ai funcionando a uma velocidade tipo ponto morto, como que explodiu e com essa explosão por um lado deu-se um incremento em termos de remuneração e por outro a autentica catástrofe para alguns empresários que não estavam preparados para agüentar o embate.**
O meu pai que gostava de brincar ás lojinhas, como ocupação extra a juntar á sua vida profissional, também sofreu com esse embate, pois, como todos os outros, via cada vez mais caloteiros a surgirem no seu ramo de atividade. Assim foi a pouco e pouco mudando a sua mentalidade empresarial, adaptando-se aos novos tempos.
Eu também mudei algo na minha vida, foi o período da minha inicial emancipação laboral.
Assim, e graças á minha provável reprovação no ano letivo da revolução, que afinal não veio a confirmar-se, o meu pai decidiu que eu iria ficar a tirar um tirocínio profissional na sua loja e empresa na Rua Sebastião Saraiva Lima em Lisboa. Foi assim que passei a estar ali muito próximo da Morais Soares e da Praça Paiva Couceiro, a dois passos do cemitério do Alto de São João.
Curiosamente o local, onde um dia depositaram os restos mortais do meu irmão, José Francisco, um dos doze irmãos que a minha mãe decidiu dar á luz. Este era dois anos, mais velho do que eu, e que acabei por nunca vir a conhecer, pois faleceu com tão somente um ano de vida, vitima de tosse convulsa, apanhada na casa da ama que dele tomava conta, enquanto a minha mãe dava aulas no Colégio Infante D. Henrique.
Durante cerca de 3 meses, a minha atividade diária passava diretamente por aquela loja. Uma drogaria, no bom velho estilo do termo português, que vendia de tudo desde material para construção civil, até água raz, lexivia e petróleo que nessa época ainda se vendiam a litro. Parafusos, alvenarias em alumínio e cantoneiras, cal para tentar colocar paredes brancas, até que a umidade ou a passagem do tempo voltasse a tingir a tonalidade. E ainda tudo o mais que se possa imaginar, incluindo material elétrico e até loiças, sem esquecer os tão famosos penicos de porcelana e esmalte que eram tão úteis para quem ainda não tinha nessa época um WC em casa. E parecendo mentira, era verdade que nesses anos 70, em Portugal, muitos ainda tinham que ‘cagar’ no penico, ou ir colocar o traseiro ao vento.
Um WC dentro de casa, nessa época, era ainda considerado um luxo.
Eu que nunca tinha reparado nessa preciosidade, pois sempre convivera com o WC, no interior de casa, achava ridículo ter que urinar ou defecar na casinha separada. E muitas vezes em visitas a casas ainda sem esse ‘luxo’ eu fazia o largo esforço de guardar a necessidade fisiológica até não poder mais, pois não me sentia nada confortável naquele apêndice extra da casa, e quanto a utilizar o famoso e artesanal penico nem falar.
Paralelamente, e além dos penicos, a firma do meu pai tinha ainda a representação das tintas “Potro”, mais tarde batizadas de “Infante de Sagres”, cujas fabricas e sede eram em Vila Nova de Gaia. Mas mais importante do que tudo isso eram as representações da maquinas de café “Cimbaly”, com a manutenção da maquinas a cargo da firma do meu pai, e com as instalações, oficinas, a funcionarem no mesmo local, que era enorme, ocupando toda a área do r/ch do edifício e ainda toda a cave, bem como um imenso terraço traseiro, bem como um saguão existente entre os prédios. Engraçado que foi ai a primeira vez que escutei essa palavra “saguão”. Até achei que se poderia tratar de algum animal, mas afinal era um beco, normalmente úmido por falta da entrada do sol, e que se pode encontrar esquinado entre vários edifícios, mas que raio de ‘bicho’ conseguiram inventar, para denominar um local tão sem utilidade.
Era um mundo empresarial onde nem sequer faltava uma representação de artigos desportivos de uma conhecida marca Coreana, dedicada em especial a tênis de mesa e badminton.
Foi este o universo a que acabei por me ambientar bem melhor do que eu próprio poderia imaginar. Foi com muita rapidez que aprendi a dominar a maioria das manhas e as diversas vertentes do negocio.
No entanto fiquei também certo de que nenhum de nós consegue tolerar a simples noção de que a nossa visão do mundo posa estar baseada em pressupostos falsos. Eu até essa época tinha uma noção e visão daquele mundo onde agora estava a entrar de modo efetivo e que antes teimava em descartar e mesmo contradizer em termos de importância, com a minha visão totalmente distorcida da realidade.
Portanto, nada de mais errado!
Foi assim, ali, naqueles simples meses, daquela quente primavera de 1974, que eu acabei por entender o que até hoje jamais esqueci sobre como a vida fica sem graça quando tudo é muito fácil. Anos mais tarde li uma frase do Sábio Salomão, que me marcou muito, e que de certa forma explica muito bem tudo isto:
“Comer muito mel não é bom!”
Tem toda a razão o Sábio Salomão, pois para além do sentido funcional em que os problemas de saúde podem surgir devido ao excesso de doces, no sentido figurado, provavelmente onde ele queria mesmo chegar, a lógica de uma vida fácil, torna-nos seres egoístas e muito pior do que isso; nada preparados e completamente sem defesas quando confrontados com as dificuldades da vida que em qualquer momento nos podem surgir no dia-a-dia.
Eu até essa primavera, tinha realmente comido demasiado mel!
Hoje mesmo, eu que nunca soube viver sem governar dinheiro em numero considerável, pelo menos suficiente para viver de um modo acima do razoável, passo por opção pessoal, e de modo temporário, por essa fase e dessa forma constato que a vida é sem duvida, feita de constantes contrastes.
Este momento presente da minha vida, esta a ser muito importante, ainda mais que foi determinado por mim de livre e espontânea vontade, e do qual no seu final vou recolher profundos ensinamentos para todo o resto da minha vida. Imagine-se que mesmo vivendo dessa forma eu me consegui tornar economicista e juntar dinheiro, sim virei um autentico ‘forreta’ um ‘mão-de-vaca’, e hoje quando vou gastar um real, penso duas vezes na utilidade do gasto, podem mesmo acreditar, eu nunca fui assim!
A vida é como as estações do ano que vão mudando de acordo com as diversas rotações do nosso universo. Felizes de todos aqueles que tal como eu podem dar-se ao luxo de; de certa forma, poderem comandar essas rotações universais.
No entanto, mesmo assim, muitas vezes temos que saber encarar mudanças bruscas, diferentes de tudo o que estamos habituados a conhecer, sobretudo mudanças antagônicas, pelo que os diversos contrastes são parte integrante da nossa vida.
Assim é o nosso dia-a-dia, um completo conjunto de contradições, no fundo uma grande e constante encruzilhada.
Com muita freqüência a nossa vida é como uma forte ondulação marítima, em alto mar, cheia de alegrias e tristezas, esperanças e desesperos, prazeres e muitas vezes também, dores muito fortes, são assim essas ondas bem altas que melhor refletem o dia-a-dia da nossa existência.
Olhando desta forma simplista, a vida parece uma grande incoerência, uma perfeita insensatez, porque convivemos a todo o instante com todo o gênero de contrastes.
É com a nossa capacidade de equilíbrio perante os contrastes variados da vida, que nos surgem no dia-a-dia, que definimos melhor o nosso destino previsível, aquele que temos capacidade de enfrentar e escolher.
A nossa vida dentro dessa estrada, aonde vamos encontrando encruzilhadas, obriga a escolhas diárias, e o equilíbrio nessas escolhas é que nos dará a dose exata do sabor da vida.
Foi assim que ao fim desse trimestre de 1974, eu colocado perante aquela encruzilhada decidi que por ali não iria, aquele não era o caminho que eu queria de forma alguma tomar.
No entanto, também aproveitei para aprender que é muito bom conhecer, saber como viver e conviver com situações que mais tarde nos podem vir a ser muito úteis noutras áreas da nossa vida. Foi assim que aprendi a conhecer os empregados e a sua capacidade profissional e, sobretudo a sua vontade de bem atender um cliente sem deixar ficar mal o patrão, ou as firmas ou entidades para as quais trabalham, uma autentica aula pratica de relações humanas, que hoje me permite com o mínimo erro distinguir um bom de um mau funcionário, o que também tem os seus inconvenientes pois devido ao meu terrível feitio, eu detesto maus funcionários, seja numa simples loja, num bar ou restaurante, até parece que tenho faro para os cheirar ao longe, e tentar evitar o seu atendimento, para não ter que mais tarde vir a ser indelicado.
Foi também ali que fui aprendendo os muitos truques que comportam o correto funcionamento de um comercio voltado para o atendimento do publico diversificado. Talvez que isso tenha tido alguma, ou muita influencia, direta no meu contato com a política anos mais tarde, pois existe alguma similitude comercial, e dessa forma moldei a minha forma de contato com o cidadão comum, com o contato direto com o potencial eleitor.
Nesse curto espaço de tempo aprendi ainda a lidar com o espécime mais difícil que se pode encontrar na face da terra, e sobretudo no comercio, que são os chamados “caloteiros”, um tipo de individuo que funciona como um verdadeiro camaleão, mudando constantemente de atitudes e métodos persuasivos. Só consegui entende na totalidade o seu modo de agir, ao ser enviado para cobrar algumas dividas, as chamadas cobranças difíceis, e dessa forma utilizar os chamados métodos Antunes da Silva, que eu algumas vezes observei e que também tive que utilizar, e que sem duvida devido ao seu êxito, ainda hoje fazem parte da minha escola da vida para cobrar dividas difíceis, ou mesmo para solucionar algum problema desse gênero.
Clientes difíceis, requerem sempre técnicas difíceis e diversas, adaptadas a cada caso, pois não existem dois casos iguais. E se no caso de um fornecedor ou de um prestador de serviços, caso ultrapasse o razoável em termos de qualidade ou de tempo de entrega ou montagem, eu funciono de um modo geral de um modo bem simples, dispensando pura e simplesmente na hora os seus serviços, no caso das cobranças o assunto é bem mais difícil.
Naquela época, para se recuperar o chamado credito mal parado, os métodos tinham que ser bem diversos, e de acordo com o cliente, o valor em divida, o tempo de antiguidade do calote e a importância da forma ou do cliente. Sendo que para mim, até hoje, a força do método e o modo a utilizar são proporcionais de um modo direto com a importância ou grandeza em presença. Ou seja; para uma loja grande e de renome, só com muita força e uma dose de explosão de fúria em ultimo recurso se consegue resolver, pois essas individualidades detestam escândalos públicos e publicidade negativa, por essa razão evitam esse tipo de abordagem.
Nessa época as minhas grandes vantagens era ser jovem e saber como agir, era por assim dizer um puro, e como tal ao principio não me levavam muito a serio, no entanto em curto espaço de tempo entendiam que eu não brincava em serviço e de que falava muito a serio. Recordo até hoje duas situações com métodos e resolução bem diferentes, mas com iguais resultados finais, positivos.
A firma do meu pai havia vendido uma considerável quantidade de tintas para uma firma situada numa das avenidas que desemboca na rotunda do relógio, a minha memória vai parar talvez á avenida do Brasil, ou a outra muito próxima, mas não tenho já exata certeza, no entanto sei ainda hoje lá ir ter a pé, partindo da Praça do Areiro, porque acabei por fazer todo o caminho de regresso a pé e nunca mais esqueci as muitas voltas que dei:
A conta em divida era naquela época uma pequena fortuna, superior a 300 mil escudos, o que á data quase dava para adquirir um apartamento em Portugal.
O meu pai insistia por via postal e via telefônica, mas os cavalheiros, dois engenheiros civis, com muita lábia e falinhas mansas, prometiam e nada acabavam por resolver, e nessa época o Antunes da Silva já não era o mesmo justiceiro de anos antes, e levava a vida muito mais tranquilamente. Estava a dois dias de partir para África, Moçambique, e a firma era simplesmente um brinquedo que arranjara para se entreter nas horas mortas, no entanto aquela divida, eu sabia que o preocupava devido ao seu volume fora do comum.
Uma desculpa que muitos construtores utilizavam e com total verdade é que tinham os apartamentos prontos para venda, mas o mercado não suportava mais vendas, a economia nesse setor estava rebentada, e sem grandes esperanças de saída a curto prazo. Era verdade, mas também era verdade que os fornecedores de materiais os tinham entregues a tempo e horas e estavam com as dividas acumuladas perante os fabricantes, era assim um ciclo vicioso, em que o elo mais fraco acabava por partir.
Um determinado dia ele acabou por me falar nessa divida e pela necessidade da sua cobrança, e como já estivesse farto daquela firma, entendia que a cobrança desse valor tinha que ser feita nem que para isso fosse necessário uma ‘escandaleira’ lá na sede da firma. Por assim dizer, indiretamente deu-me carta branca para efetuar a cobrança, pois para ele e no seu entendimento, aquele assunto iria para ser resolvido iria obrigar a que se chateasse fortemente.
Então uma manhã, decidi colocar-me a caminho. Na realidade para ele eu iria fazer uma tentativa amigável de resolver o assunto, no entanto para mim, quando sai da loja eu ia decidido a resolver aquele assunto ao modo que fosse possível, mas resolver de uma vez, naquele mesmo dia.
Com um simples papel com a morada e um mapa da cidade numa mão, e uma fatura na outra, lá fui parar direitinho ao edifício da sede da firma, era uma vivenda recuperada e adaptada para sede empresarial, para dar um ar de grandeza a uma firma de calotes.
Para aumentar ainda mais a boa imagem tinham colocado duas simpáticas meninas na recepção que mal entenderam de onde eu vinha e ao que vinha desde logo mostraram largo nervosismo tentando ao máximo abreviar a minha visita. No entanto eu sou muito teimoso e mesmo embirrento quando quero, e nesse dia eu pretendia falar com um dos cavalheiros, donos da firma, ou mesmo com os dois, ou com nenhum deles desde que fosse pago o valor em divida imediatamente.
Como sempre faço, nestas situações, o meu primeiro contato é muito firme, mas cordial, sem deixar, no entanto, de ser bem direto e incisivo. Falando sempre alto para que me escutem muito bem, tentando manter o tom uns decibéis acima do normal para que sintam alguns problemas auditivos e dessa forma entendam logo á primeira de que se necessário irei ainda falar mais alto, e sem deixar qualquer duvida de que estou ali para resolver o problema a qualquer custo.
As meninas, ficaram desde logo muito evasivas, e pouco ou nada convincentes ao afirmar que os cavalheiros não estavam nas instalações, e que não tinham ordem para pagar aquela conta, nem cheques assinados para isso e mais um monte de argumentos do tipo ‘baboseiradas’ para entreter e tentar desmoralizar a minha visita, tentando antecipar a minha partida, e dessa forma mais uma vez deixar tudo na mesma.
Eu, sempre ladino, desde logo entendo toda a jogada, e também que pelo menos um dos cavalheiros se encontrava nas instalações. Como o tempo fosse passando e de soluções nada, resolvi mudar a minha atitude, informando que não iria embora sem resolver o assunto, ou a mal ou a bem, recebendo o valor em divida, e que face ao tempo decorrido, e aos prejuízos já causados á firma do meu pai pela falta desse dinheiro na caixa, não poderia existir prejuízo maior.
Como tal seria muito bom contatarem os cavalheiros para comparecerem naquele momento, sob pena de eu ser obrigado a iniciar um escândalo no local, que passaria pela destruição do mesmo em termos materiais. Afirmei ainda em ar de gozação que seria muito triste ter que dar um novo ar e decoração em tão lindo edifício, desde as montras, ás portas de vidro, ás maquetes das construções em exposição, ao mobiliário, etc..., e que não iria esperar muito mais tempo, pois para mim tempo era também dinheirinho.
Elas ao principio ainda olharam uma para a outra e devem ter pensado que eu estaria a brincar, ou tentar fazer bluf, e alegaram mesmo que eles estavam numa reunião fora de Lisboa, e que não podiam ser contatados, e não queriam mesmo ser incomodados, para além de que elas não sabiam se regressariam naquele dia.
Perante este tipo de argumentação eu nem exitei:
“Pois não querem mesmo ser incomodados, e as senhoras muito menos querem incomodar, então esses dois ‘cornos’ vão ficar muito incomodados mesmo com o que aqui vou deixar depois da minha presença...”
Peguei num monte de revistas e jornais que estavam sobre uma mesa pequena rodeada de sofás na zona de espera, e para iniciar, lancei tudo aquilo para dentro do balcão, para o local de trabalho onde elas se encontravam, avisando que em seguida seria a mesa, os ‘biblots’ das prateleiras, maquetas, sofás, quadros, e que iria partir tudo, incluindo o balcão e que só pararia de partir aquela “merda” toda quando ali aparecesse um responsável ou quando já nada mais estivesse disponível para partir, pois eu tinha muito mais que fazer do meu dia do que estar ali a espera a perder tempo por dois ‘escroques’, ‘chulecos’ e ‘parasitas’ e mais uma boa mão cheia de adjetivos com que os classifiquei.
Desataram as duas aos gritos, a chamar-me louco, malcriado, ordinário, que iriam chamar a policia, etc...
Eu então não parei, parti para o ataque total e gritei-lhes que enquanto o problema não fosse resolvido iria ‘escaqueirar’ tudo. Peguei um pontapé na mesa, e a mesma voou pelos ares com um vidro a menos, estilhaçado pelo chão, agarrei no restante da mesa e atirei para dentro do balcão. Como fizessem menção de utilizar o telefone, arranquei o mesmo com a instalação atrás e tudo. Um quadro com uma foto tipo edifício iluminado, estilo Nova York ou outra cidade parecida, foi arrancado da parede e partido contra o balcão. Elas não paravam de me gritar, e os objetos de voar das prateleiras, caindo dentro do balcão, e quando me preparava para iniciar a destruição de uma das portas de vidro, ou mesmo de uma das montras enormes, eis que surge um cavalheiro alertado pelo imenso barulho e pelos gritos das senhoras. Surgiu bastante alterado, mas logo foi acalmando perante a minha fúria, e de lhe dizer que se queria acabar com aquilo pois que saísse de dentro do balcão, que eu ainda tinha força de vontade para o partir também a ele.
Então mudou a atitude, e foi dizendo que se eu vinha para resolver o assunto, e se falasse em vez de partir o escritório, então poderia chegar-se a um acordo, e tudo ok.
Foi obviamente informado que eu nem tinha vindo tratar de outro assunto, mas que passado todo aquele tempo nada se tinha resolvido, foi também avisado que se vinha para resolver o assunto tudo ok, mas se vinha com falinhas mansas, pois eu mesmo lhe enfiava com uma cadeira nos ‘cornos’ e continuava a festa. Ele que mais parecia um ‘Maricon Espanhol’ de fatinho aos quadradinhos e todo efeminado, numa das fases da discussão, já gritava mais ainda do que as mulheres, com uma ‘vozinha’ meio histérica, acabou por pedir para eu parar para se poder falar.
Eu parei para conseguir saber o que ele realmente queria, mas recusei sair dali para algum gabinete, temia a chamada da policia. Ainda recordo que tudo foi tratado no balcão, comigo com uma cadeira estufada com armação em tubo de alumínio pronta para voar, logo ali á mão de semear, e que ele olhou todo o tempo com um ar aterrorizado, sem saber mesmo se eu não lhe faria pontaria á cabeça com ela.
Tratava-se realmente de um dos cavalheiros, que as meninas tinham afirmado estar fora do escritório, em reunião, e quando consegui confirmei essa situação; então não me contive, mesmo sabendo que tinham cumprido ordens, dirigi-me ás meninas, e com a cadeira ainda nas mãos, disse-lhes:
“estão a ver suas duas pegas como o cabrão do chulo parasita do patrão estava no escritório, cambada de ‘aldrabões’, da próxima vez utilizo a cadeira nos ‘cornos’ para lhes avivar a memória”.
Também não fui nada mole com ele, nada mesmo, fui mesmo o mais ordinário possível no palavreado, pois estava mesmo farto e zangado com aqueles vigaristas. Numa palavra; estava furioso!
Exigi o dinheiro todo, mas ele, no entanto, queria negociar com o meu pai, mas de nada lhe valeram as argumentações ensaiadas. Naquele dia ele tinha que negociar mesmo era comigo, ainda mais que eu achava que ele queria ganhar mais tempo para mandar uma das meninas, alertar, alguma autoridade sobre a situação. Na verdade proibi as saídas, e ninguém saiu da recepção para fazer nada, nem deixava ninguém tentar algum movimento mais fora do comum. Eu reconheço que estava louco de tão furioso que tinha ficado devido ás inúmeras mentiras, e naquela altura por certo não teria medido as conseqüências de qualquer ato que praticasse fora do normal.
Acabou por negociar comigo rápido, ali mesmo ao balcão, e contra a sua proposta inicial de pagar uns míseros cinqüenta mil escudos, que eu recusei na hora, exigi de imediato duzentos mil escudos naquele momento para se começar. E outro cheque na melhor das hipóteses passados 30 dias, com o valor, ainda em divida, e já descontados, os valores apurados com os meus prejuízos nas instalações.
O cavalheiro depois de muito tentar contra argumentar os valores, acabou por cumprir tudo o que foi por mim proposto e exigido, passou os cheques, e incluiu ainda um ultimo com pouco mais de quarenta mil escudos do valor final da divida, pagável a noventa dias e acabou por não receber naquele momento qualquer fatura, pois eu disse-lhe cara a cara que como eram até esse momento uma cambada de ‘aldrabões’, nada me garantia que os cheques tivessem cobertura.
As faturas viriam por via postal, contra o ultimo pagamento, e iriam sendo emitidos recibos, contra o levantamento dos cheques. Ainda regateou bastante, mas, não tinha outra alternativa, ou aquilo ou a cadeira de alumínio funcionava, sendo que ainda o ameacei que poderia voltar com uns amigos, que também gostavam muito daqueles trabalhos. O ‘maricas’ tremia por todo o lado, mais parecia um molho de varas verdes ao vento.
Após ter ainda prometido que o poderia voltar a visitar caso os cheques fossem ‘carecas’, despedi-me com o maior dos cinismos possível. Desejando uma boa arrumação das instalações e regressei á Rua Sebastião Saraiva Lima com um medo tremendo de ser seguido, para um ajuste de contas, pois eu tinha mesmo excedido tudo o que se poderia imaginar para receber aquela conta.
Recordo que decidi fazer todo o trajeto a pé, na esperança de conseguir encontrar um táxi livre, o que só consegui já na Praça do Areiro, hoje Praça Francisco Sá Carneiro. Caminhando como um louco, ou um acossado, olhando para todo o lado, até que lá consegui encontrar um táxi que me colocou em bom porto na porta da loja.
O meu pai obviamente que estranhou a prontidão no pagamento tão rápido dos cavalheiros, logo ele que andava á meses, mais de um ano, para conseguir solucionar aquele assunto. Somente semanas mais tarde acabou por saber como eu tinha conseguido receber aquele avultado valor em divida, e só o soube por mero acaso ao encontrar-se com um dos cavalheiros, que lhe informou da minha iniciativa, dos inúmeros, prejuízos que tinha causado nas instalações, e que não queriam nem ver-me por perto do seu escritório.
Fui recriminado, mas quando me deixou falar. Logo mudou de opinião e acabou por encerrar o assunto mesmo por ali, uma vez que os meus dois argumentos eram imbatíveis:
Em primeiro lugar eu tinha conseguido receber o dinheiro, o que não tinha conseguido naqueles meses todos, e em segundo lugar eu não tinha feito nada que ele antes já não tivesse feito antes, em moldes muito idênticos, ou talvez piores, anos antes.
Eu próprio tinha assistido a uma cena bem pior, no final dos anos 60, para cobrar uma divida em Cinfães do Douro, e onde não se conteve e deu mesmo uns ‘murraços’ bem fortes, num devedor mais atrevido.
No dia em que partiu para Moçambique, jantamos no restaurante do primeiro piso do aeroporto, e recordo que antes de passar para dentro da sala de embarque, se despediu de mim, deixando umas quantas notas, cerca de quarenta mil escudos, no bolso da minha camisa, gozando que era por eu ter poupado dinheiro, ao não ter partido a montra do engenheiro...
Hoje eu sei que a sua recriminação ao meu ato e métodos utilizados, foi justa, e mais para me defender do meu tempestivo temperamento, e de possíveis tentativas futuras, muito embora ainda hoje eu considere que utilizei o único método que poderia ser utilizado, perante a teimosia daquela gente, o chamado método para ser utilizado somente numa situação limite.
Na verdade essas suas recriminações ainda á poucos dias, aqui mesmo no Brasil, me vieram ao cérebro, quando no decorrer de uma violenta discussão, eu estive a dois passos de partir para cima, como se costuma dizer, e me contive, acabando por ganhar a contenda, graças á minha capacidade de argumentação, neste caso física.
Por outro lado, ate hoje não recebi quaisquer despesas pelos prejuízos causados, e mesmo que tivessem surgido jamais seriam pagas com o argumento muito justificável de que poderiam ser atendidas como juros de mora, pelo imenso tempo que tinha decorrido até á resolução da divida.
Em geral não colocamos limitações ás nossas ações, fazendo fé que são justas e são parte da nossa realidade. É, no entanto, importante saber que elas são sempre o resultado dos mais altos valores, que nos foram doados desde a nossa infância.
Seguindo o pensamento de Henry Ford, que conseguiu transformar as simples carruagens puxadas a cavalos em automóveis com a colocação desses metafóricos cavalos lá dentro do motor:
“O que eu desejo da vida posso conseguir!”
“Se você disser que consegue, você conseguirá; se disser que não consegue, não conseguirá”
Se não alcançamos as metas propostas, muitas vezes não tem que ver com fatores externos que estejam, de alguma forma bloqueados, e sim com as conclusões que se vão formando na nossa mente a nosso próprio respeito.
É assim simplesmente uma situação de auto - controle das nossas vidas que nos cabe a nós controlar.
Algum tempo mais tarde, estando eu já fora da obrigação profissional diária, lá para as bandas da Morais Soares, na Sebastião Saraiva Lima, o meu pai solicitou-me o favor de efetuar uma cobrança; de uma tinta vendida para uma drogaria que ficava na zona de Santo António da Charneca, mas com a recomendação de que não deveria tentar o método estremo.
Era uma divida de pouco mais de sessenta mil escudos, e eu até hoje sempre fiquei como um simples “parvo”, na mais completa duvida do valor real total dessa divida, pois acho que ele era bem maior. No entanto, fiquei certo de que ele próprio, já tinha cobrado o valor em “gêneros”, pois a dona da drogaria tinha bem o aspecto de quem sabia resolver alguns problemas efetuando pagamentos sem necessitar de abrir a carteira, abrindo para o efeito outras coisas.
No entanto um dia, desloquei-me ao local, tendo o cuidado de avisar a senhora por via telefônica, sobre a minha visita, e as minhas intenções, para que fosse desde logo portadora do valor da divida em falta, para assim se regularizar a fatura.
Mesmo assim, quando cheguei ao estabelecimento, o mesmo encontrava-se encerrado, e depois de muita investigação efetuada nas redondezas, consegui apurar que a habitação da proprietária ficava situada no mesmo edifício, logo por detrás da loja comercial.
Foi uma autentica ginástica para conseguir chegar á fala com a dama, que depois de reconhecida e finalmente encontrada na sua residência, tentava por todos os meios arranjar argumentos para não pagar, ou melhor, eu acho que tentava arranjar argumentos para o pagamento vir a ser feito diretamente ao meu pai, ou quem sabe, em ultima instancia a mim próprio, utilizando os moldes que eu suspeito que já tinha utilizado anteriormente.
Umas vezes argumentava que depois passaria por Lisboa para pagar lá na loja, outras que de momento não tinha talonário de cheques, outra que o negocio estava muito mau, outras que poderíamos conversar agradavelmente, etc.
Acabou por abrir o estabelecimento, e eu pude conferir que já tinha vendido praticamente todos os produtos que lhe tinham sido fornecidos após a sua encomenda. No entanto, muito embora já tivesse encaixado o dinheiro e respectivos lucros, quanto a pagar o encomendado, nada de intenções, e ainda chegava ao desplante de querer encomendar mais produtos, sem ter qualquer intenção de pagar os primeiros.
Depois de uma acalorada discussão, com direito a assistência de vizinhos e transeuntes, que dessa forma puderam assistir gratuitamente ao espetáculo, eu que de certa forma não deixava os meus créditos por mãos alheias, e decidi que não iria embora sem receber algo, mas em dinheiro, pois a insinuação para outro tipo de pagamento, estava totalmente fora de causa, pois olhando bem para ela, mais me parecia uma ‘Vaca Leiteira’ tresmalhada.
Por fim, vendo que eu não iria abandonar a minha decisão de receber algo, lá resolveu ir contar algumas notas, que mais pareciam guardadas debaixo do colchão, e assim pagar até ao ultimo centavo a divida, para não ser mais envergonhada em frente da vizinhança, com uma imensa platéia que já se tinha formado para assistir aos desenvolvimentos da cobrança a uma verdadeira ‘caloteira’.
Depois de finalmente pagar, e como o produto, segundo ela própria dizia, era de boa qualidade e se vendia muito bem, encomendou desde logo um novo fornecimento, agora com o compromisso de pagar a 120 dias após a data de entrega.
Lamentavelmente, alguns meses mais tarde, fui novamente obrigado, a mais uma visita, desta feita para efetuar a cobrança dessa encomenda, e muito embora tenha acabado por pagar de um modo bem mais rápido, muito embora tenha no entanto lançado uma nova fornada de argumentos, eu não aceitei uma nova encomenda, pois que clientes desse tipo dão muito trabalho e muito poucos lucros, e dessa forma qualquer empresa ganha muito mais em não os ter por clientes na sua carteira. É uma decisão econômica e de gestão financeira que conseguimos entender ao fim de muito pouco tempo no mercado.
O material fora da loja, na mão de clientes deste tipo, somente é rentável se pago no ato de entrega, caso contrario, os compromissos a terem que ser cumpridos com o fabricante ou distribuidor, gerem problemas de imagem para nós próprios. Por outro lado muitas vezes entra-se numa situação de comprometimento, muito comprometido, gerando dinheiro fora da caixa. Ou seja, uma despesa dupla, e que quando se consegue reaver, o valor em divida, os custos diretos e indiretos para efetuar essa cobrança, mais os encargos assumidos acabam obviamente por dar prejuízo a quem vendeu. Mais vale ter o produto na prateleira ou vender em menor quantidade, mas com garantias de receita certa, e se não o conseguir colocar no mercado, fazer o seu estorno com o fornecedor, com encargos mínimos, ou mesmo na maioria das vezes nulos, sem nenhum encargo, tirando as prateleiras ocupadas por algum tempo por um produto imóvel e não rentável.
Muito mais racional e previsível era a representação das máquinas Cimaly, e se bem que o maior volume de negocio fosse a manutenção periódica, aquela atividade era muito mais segura e gratificante do que o irregular negocio da venda das tintas, pois a manutenção das máquinas de café é sempre necessária em termos periódicos e quem contratava esse serviço necessitava da disponibilidade da máquina num curto espaço de tempo, e portanto não reclamava ou atrasava o pagamento do serviço, pois só levantava o equipamento após o bom pagamento do serviço prestado.
Para mim, pessoalmente, foi enriquecedor o conhecimento do funcionamento daquele ramo do negócio por vários motivos. Pelo lado técnico de que a curiosidade foi sempre uma fada madrinha, era deslumbrante poder conhecer o interior da maquina e o funcionamento daquela resma de tubinhos com a caldeira no meio, e saber a verdadeira ciência e os segredos da feitura do café á pressão.
Ao mesmo tempo foi interessante descobrir que o negocio do café pode ser muito rentável, dependendo dos vários truques utilizados desde a quantidade de café introduzida nas ‘manetes’, que inclusivamente tem grelhas para várias quantidades, por outro lado muitos conseguem retirar mais do que uma dose com o mesmo café, e outros truques utilizados para o café com leite, carioca, etc... Segredos que só os técnicos experimentados são conhecedores na sua totalidade, mas que permitem que o café possa dar um lucro incrível de cerca de 500%.
Acabei por conseguir desmontar e montar uma maquina de café totalmente sozinho. Para concretizar esse feito, bastou-me; muita atenção ao ver como os técnicos procediam, e a partir daí aquilo que ao principio me parecia ser uma atividade digna quase de um gênio, passou a ser vista por mim como algo que não exigia muita aplicação, e não passava afinal de uma atividade repetitiva que apenas exigia muita concentração alguma habilidade, para além de paciência na montagem.
Por outro lado eu jamais poderia imaginar que aquelas engenhosas máquinas, pudessem guardar no seu interior tamanha quantidade de calcário. E também de ‘simpáticas’ baratas, que adoravam instalar a sua casa na zona periférica ao calor dos vapores e que não raras vezes acabavam por viajar desde as instalações dos cafés até á oficina de manutenção, camufladas na carnagem das maquinas, e só perante a desmontagem e abertura se deixavam ver.
Quem tem horror a baratas nunca poderá trabalhar num café, pois hoje sei que, por muita higiene ou combate a esses insetos que possa existir num café, elas acabam sempre por aparecer em maior ou menor quantidade, dependendo obviamente dos cuidados que possam existir. Mas por uma questão de clara ambientação á temperatura do local, elas sempre acabam por surgir, e reproduzir-se de um modo espantosamente rápido.
Este trabalho na empresa do meu pai, para mim foi ainda mais gratificante pelas inúmeras possibilidades que me deu de poder conhecer muito bem a zona da baixa lisboeta, no decorrer das minhas visitas quase diárias á oficina que procedia á ‘descalssificação’ e ‘cromagem’ dos tubos e outros acessórios componentes das máquinas.
A empresa encarregue desse trabalho, ficava situada ali bem perto do Coliseu dos Recreios, na Rua das Portas de Santo Antão. Eu não perdia a oportunidade de sempre que possível lá ir, para poder viver o deslumbramento das muitas casas de espetáculos que por ali existiam, os cinemas as cervejarias e poder ver algumas interessantes prostitutas, que naquela época se passeavam bem junto da sede do Benfica. Ao mesmo tempo podia deliciar-me com um bom frango no ‘Rei dos Frangos’, ou outras vezes uma mariscada no ‘Sol e Mar’ passando por jovem playboy que com um bom prato de camarão cozido com umas imperiais a acompanhar, ou quando o orçamento diário estava mais abastado uma boa sapateira recheada acabava por dar nas vistas.
Foi precisamente devido a estas deslocações exploratórias, á baixa lisboeta, que eu me tornei um viciado apreciador de cinema, não perdendo um filme digno desse nome que passasse nos cinemas que por ali existiam, nessa época como cogumelos.
Por outro lado, como poderia esquecer esta época da minha vida, pois foi nesse mesmo tempo que eu ainda sem idade legal, mas com aparência, consegui entrar pela primeira vez no histórico cinema Olímpia. Na época, esta sala era considerada a verdadeira catedral do cinema pornô, e foi logo ali que entrei para ver o meu primeiro filme pornográfico. Foi também ali, e ao mesmo tempo, que me lembro de ter tido o meu primeiro contato visual com o chamado mundo gay, que nesse tempo era algo assim a modos que secreto e muito envergonhado.
Naquela época muitos cavalheiros, faziam-se passar por bons e dedicados chefes de família, mas ao mesmo tempo procuravam uma ida ao cinema Olímpia para poderem dar uma saída, ás suas frustrações emocionais, e muitos deles mesmo de opção sexual.
As sessões eram de projeção continua, e favoreciam assim o satisfazer de alguns dos seus desejos mais íntimos, mas aquilo que eu desconhecia era que ao mesmo tempo, um certo e determinado, grupo especial, e com outros gostos sexuais, aproveitava o espaço para também dar saída aos seus refinados gostos.
Assim, logo que entrei na sala, desde logo me apercebi de que alguma coisa não funcionava normalmente, como em outras salas de cinema onde já entrara. Ou melhor, funcionava demais, pois toda a sala estava como que em constante movimentação, dividida aos pares, e com espaçamento entre os casais e ao andar pela coxia fora para procurar uma fila sem casal veio a confirmação, daquilo que já suspeitava, quando entrara e consegui, através da penumbra observar um casalinho masculino em posição muito pouco recomendável para quem quer ver um filme, numa sala de cinema, ou seja um deles estava a deliciar-se a chupar o pênis do outro, como se estivesse a chupar um gelado.
Outros casais, por vezes quase que nem necessitavam de ter despendido o dinheiro de duas entradas, para assim disporem de duas poltronas, pois só uma bastava.
Nessa altura pensei para comigo, mas afinal que raio, estes gajos vem aqui para ver o filme, para verem as mulheres a fazer sexo na tela, ou para se comerem uns os outros.
Entrei no local errado, na hora errada, e no dia errado!
Na verdade ali não tinha nem dia nem hora errada, era sempre igual.
Aquele tipo de salas tinha os seus rituais, e um dos que deu logo para observar e entender era o vai e vem constante em direção aos WC’s. Levantavam-se um, e passados segundos um e mais outro e seguiam em direção aos WC’s, e depois mais um e outro, sempre esta seqüência sem parar, num vai e vem constante, e com origem nos mais variados pontos da sala.
Se me perguntarem do que constava o argumento do filme, é impossível descrever, pois aproveitei para observar toda aquela envolvente, puramente cultural e de índole sexual, e também porque 99% dos filmes pornográficos não são possuidores de qualquer argumento, apenas sexo e mais sexo, puro e duro.
Recordo o titulo “branca de neve e os sete galifões”, ou algo muito parecido. O filme era igual a todos os outros filmes pornô, ou seja: sem historia, com sexo, sexo e mais sexo, com um bacanal aqui e uma atuação a 3 ou 4 ali. Eu ao fim de uns bons vinte minutos de observação simultânea com o espetáculo da atividade da sala bem como umas trinta ou quarenta posições variadas da atriz principal e de ficar deslumbrado com os diálogos muito poéticos e profundos em termos utilitários com os sim!..., Hui!..., Ai!..., Oh Não!..., vai, sim, por favor!..., quero todo!..., e claro os importantes e imprescindíveis Fod......, Cara........, e afins, resolvi que estava esclarecido e pronto fiquei batizado em definitivo, quanto a esse gênero cinematográfico e também ao modo de funcionar do cinema Olímpia, que mais parecia um bordel sem camas.
Recordo que pouco tempo mais tarde voltei a entrar ali para ver o filme mais esperado da época “último Tango em Paris”, e acabei por ficar agradavelmente surpreendido pela mudança de publico e de comportamentos, e também porque esse filme não é pornográfico. Para mim é dos melhores filmes eróticos que pude ver até hoje, com historia, principio, meio e fim, bons atores, e sem duvida com algumas cenas originais de que obviamente destaco a famosa cena da manteiga no sexo anal do inigualável Jack Nicholson acompanhado pela saudosa Maria She.
Os filmes eróticos são outra visão do cinema, e esses só passavam em outros cinemas, nesses tempos o velho Rex era um bom exemplo, com a Emannuelle a ser desempenhada pela muito bela Silvia Kristel, que era o top 100 da época, e que para além da imensa beleza natural da atriz e das paisagens escolhidas, tinha ainda umas bandas sonoras imperdíveis.
Na minha vida voltei a entrar no celebre cinema Olímpia, ainda uma outra vez, para ver o mitológico filme “Garganta Funda”, esse sim um filme pornô que consta da historia do cinema por variadas razões de aproveitamento das potencialidades tanto dos atores como da capacidade do realizador.
Foi então assim que nasceu a minha paixão pelo cinema de qualidade, a descoberta do bom cinema no Politiema no Condes, Éden, S. Jorge, nas salas do Rossio, Nimas, Estúdio e tantas outras salas históricas, muitas delas já desaparecidas. Foi nessa época que iniciei a exploração das diversas fases do cinema que passaram pela descoberta dos bons realizadores americanos, dos franceses, suecos, alemães, e mais tarde pelos japoneses.
Foi devido, por incrível que possa parecer, ás maquinas de café Cimbaly, que eu passei anos e anos e muitas horas dentro das salas escuras de cinema. Alguns dias de quatro a cinco sessões seguidas, e depois chegava a correr, como um autentico velocista toda a Rua da Prata ou do Ouro e o Terreiro do Paço, para tentar não perder o ultimo barco com destino ao Barreiro, após mais uma sessão da meia noite, que, naquela época para minha felicidade muitas vezes se iniciava ás 23.30 horas ou ás 23.45 horas, e que obrigavam a contar todos os minutos e segundos para tudo bater certo com o transporte para casa.
Tinha que escolher para a última sessão de cinema, uma sala com alguma proximidade geográfica ao Terreiro do Paço, e muitas vezes, mesmo assim, corria o serio risco de ter que dormir na porta da estação fluvial, aguardando a sua reabertura para assim apanhar o primeiro barco com destino a casa.
Ainda recordo o dia em que calculei que seria capaz de conseguir assistir a uma ultima sessão, no cinema Nimas, que ficava ali para os lados de Alcântara, e chegar ainda a tempo de conseguir apanhar o ultimo barco. A previsão foi errada, e por muito rápido que o carro elétrico tivesse andado e eu corresse pelo Terreiro do Paço fora, mesmo que fosse a voar no cavalo do D. José, já só deu para ver o barco zarpar do pontão, com as portas da estação a fechar.
Acabei por ali ficar, como mais um paria da sociedade, na nobre companhia dos filhos da noite, que são os vagabundos, prostitutas, bêbados, maridos sem família que se recolhiam sob o telheiro da entrada. Eu por ali fiquei um pouco mais de três horas, a aguardar o primeiro barco da manhã, desanimado com a espera e algo incomodado por algumas companhias menos agradáveis que pernoitaram ali próximas, mas interiormente satisfeito por mais um bom filme que tinha tido o privilegio de assistir.
O Nimas naquela época, foi uma sala de cinema e espetáculos, que chegou a ser considerada uma das melhores de Lisboa, e dava cartas em termos de qualidade capital, e claro que merecia uma madrugada passada ao relento na porta da gare marítima do sul e sueste.
Com a minha independência e livre determinação alcançada no dia do meu décimo segundo aniversario, eu sabia que poderia entrar tarde em casa. Neste caso era entrar bem cedo, mesmo ao romper do dia. Para isso bastava um simples telefonema a comunicar, e ao longo dos anos assim fui procedendo e nunca em nenhuma ocasião pude ter razão de queixa, muito embora essa noite no Nimas fosse já nos anos 80, eu desde que fui responsabilizado pelas chaves de casa, com uma dúzia de anos, nunca dei razão de falta de confiança aos patronos da casa.
Os anos foram passando e os tempos passados na Rua Sebastião Saraiva Lima em contato com a loja e outros negócios do meu pai viraram memórias. A minha vida e a sua tomaram outros rumos, passando sempre a minha por uma crescente independência pessoal.
Ao longo do tempo nunca fiquei preso a cargos, lugares ou empregos, por isso a minha vida profissional é em larga medida num determinado período diversificada.
Consegui ser empregado comercial, ocupar tempo numa empresa de construções e manutenção de equipamentos, que era do meu irmão, gerir um bar de um primo meu, situado no alto Minho em Ponte da Barca. Ele era de tal forma, ocupado, que nem dos seus negócios conseguia tomar conta.
Ainda consegui ser profissional da comunicação social escrita e falada entre muitas outras coisas, até ter virado funcionário publico.
Alguém que me conheça acredita que eu algum dia possa ter sido vendedor. Pois é mesmo verdade, e logo eu que detesto vendedores, já fui um dia um vendedor, e relações publicas de uma firma de produtos químicos, maquinas e equipamentos para a agricultura. Um emprego muito bom em determinada época da minha vida, e que me transformou num autentico playboy da época, com direito a automóvel e cartão de credito da firma, para me poder deslocar á minha vontade e com um generoso ‘plafond’ para despesas, que eu por muito que tentasse nunca conseguia esgotar.
Foi um período muito interessante, pois permitiu ganhar um manancial de conhecimentos técnicos e pessoais, espantoso, para além de que ao longo desse tempo o meu ordenado mensal era deveras aliciante, e ao final de cada mês, por muito dinheiro mal gasto?!, por muitas borgas em que eu participasse, conseguia chegar ao final de cada mês sempre com aumento do saldo de reserva da conta bancaria.
Mas eu assumo que sou mesmo um ser extraordinariamente insatisfeito, e para mim os desafios da vida são uma constante atração, a que nunca consigo resistir. Assim por minha iniciativa mudei para uma firma internacional franco belga, como coordenador dos seus contatos com produtores da região da Cova da Beira, e na chamada zona dos Saloios nos arredores de Lisboa.
Um novo desafio com mais regalias, maior ordenado, mas também mais trabalho e responsabilidades e menos tempo livre. Claro que como jovem a minha vida exigia outros caminhos, outras aventuras, e ao fim de algum tempo estava já livre de todos esses encargos, pensando antes na vida e como viver e gozar a vida o melhor possível. A Europa chamava por mim para dois anos de constantes desafios e aventuras.
Importa ainda ressaltar, a importância e relevância da presença, da iniciativa própria e os muitos fatos que, direta ou indiretamente, ao longo da vida me tem levado a não temer as mudanças tanto laborais como pessoais.
A minha passagem pelo Ministério do Trabalho, como Coordenador do Programa ATD, no Centro de Emprego do Barreiro, foi determinante para definir que no meu entendimento a função publica, mais do que pudesse cumprir a minha vocação profissional, era sem duvida uma garantia de estabilidade pessoal ao longo do tempo.
No entanto; a coordenação desse programa ocupacional foi algo que acabou por me dar muito prazer pessoal, pois dessa forma pude tomar conhecimento de muitas realidades sociais encobertas. Ao mesmo tempo também foi uma forma para me ser possível tentar ajudar 586 pessoas que estavam desempregadas á mais de um ano, os chamados desempregados de longa duração, e que iriam assim ter uma oportunidade de emprego, numa entidade ou empresa, com alegadas possibilidades de futuro em termos de colocação profissional.
Ao longo do tempo fui infelizmente tomando conhecimento com a dura realidade do aproveitamento humano, que tanto ao nível da própria gestão do Centro de Emprego como ao nível das entidades envolvidas, apresentavam varias situações muito pouco abonatórias.
Assim a maioria das entidades, na sua maioria as publicas, mais não queriam do que utilizar a mão de obra barata, e em larga medida subsidiada pela CEE, e no final de cada projeto, não manifestavam a mínima intenção de contratar alguém.
Aproveitavam assim as verbas comunitárias, de um modo descarado e vergonhoso, serviam-se das pessoas como números e no final, como se fossem mero lixo humano, eram mandadas embora, regressando aos ficheiros do Centro de Emprego, como desempregados em busca de emprego, tal como antes. Por outro lado o País mostrava estatísticas de desemprego enganosas, com abaixamento percentual devido a esses falsos empregos.
Foi assim que Portugal, anos a fio, mentiu com as taxas de desemprego tanto a nível nacional como internacional, e esbanjou muito dinheiro vindo da Europa, para ser utilizado em programas específicos de criação de empregos, que na realidade acabavam por não criar empregos quase nenhuns.
Assim os muitos ou poucos empregos que conseguimos arranjar para essas pessoas foram todos em entidades privadas, quando a Câmara Municipal do Barreiro e as Juntas de Freguesia, Finanças, Bombeiros e outras entidades publicas não contrataram rigorosamente ninguém.
Foi para mim uma frustração pessoal, ver bons profissionais voltarem ás listas do desemprego, depois de largos meses de bons desempenhos nas diversas entidades.
Por outro lado o dia-a-dia no Centro de Emprego acabou por nos deixar tomar um contato diferente e aprofundado com aquele mundo, de um modo real.
Naquela época o Centro de Emprego do Barreiro era dirigido pelo famoso Sr. Barbosa, que não tinha as necessárias habilitações para ocupar o cargo. Um mero delegado político, e que por ali se mantinha apenas devido a uma nomeação política, que olhou mais para a pessoa e muito menos para a sua capacidade, neste caso para a sua larga incapacidade para ocupar o cargo.
Na verdade quem o nomeou para aquele cargo nem devia saber como era possível manter um alcoólatra á frente dos destinos de uma entidade publica, que ainda por cima tinha a responsabilidade de movimentar milhares de contos mensalmente, em diversos projetos e ajudas diversas.
O meu choque pessoal com essa personagem foi algo que acabou por surgir de um modo natural, face á minha personalidade.
Assim quando, para além de outras decisões absurdas, iniciou uma perseguição pessoal a alguns funcionários, sem qualquer razão profissional para isso, eu não me pude conter e o embate foi assim radical, com uma larga discussão no seu gabinete, que eu e o Rui Vilela invadimos, e a que não me faltou o apoio de larga maioria dos outros funcionários.
Essa situação só não se tinha verificado anteriormente apenas por mero medo de represálias. Agora sentindo força e liderança, não resistiram e naquele momento mostravam a sua posição sem receios. Por outro lado, a ajuda do Coordenador do programa OTJ, o Rui Vilela foi também determinante. Nós os dois acabamos por fazer frente ao individuo, no seu próprio gabinete, que colocado perante algumas falcatruas, que já tínhamos conseguido descobrir, em alguns programas e projetos, teve que recuar nas suas intenções ditatoriais.
Foram meses de constante conflito, ainda mais que o individuo após o almoço estava sempre incapaz para tomar alguma decisão, em virtude das monumentais bebedeiras que apanhava no Restaurante do Manuel da Luz.
Essa minha passagem pelo Ministério do Trabalho foi também importante, pelo fato de que foi ali que mantive com a Filomena, a única relação pessoal com uma colega de trabalho, muito embora ela e eu não tivéssemos qualquer relacionamento profissional direto.
O Ministério do Trabalho foi sem duvida uma experiência importante para mim, pelos conhecimentos pessoais, e profissionais conquistados e também pelo meu aumento de conhecimentos ao nível humano.
Por outro lado como que não descansei enquanto não foi possível colocar o nomeado diretor, totalmente sem capacidade para ocupar o cargo, no seu devido lugar, ou seja; onde a sua parca capacidade e conhecimentos profissionais eram legítimos em termos de ocupação.
Poucos anos mais tarde, surgiu essa possibilidade a nível político, e no que de mim dependeu, não tive qualquer duvida; e dessa forma assim foi devidamente corrigida aquela ilegalidade, que chegava ao ponto de permitir que ele, com menos qualificação profissional, pudesse estar a dirigir funcionários bem mais qualificados do que ele, como era exemplo o Sr. Ribeiro, um funcionário com um estatuto e uma postura moral e profissional muito superior á sua.
Com a nomeação da Drª Mercês Borges como Diretora do Centro de Emprego do Barreiro, e com deslocação do Adalberto Barbosa para mero técnico de emprego, tudo foi corrigido. Tarde e más horas, mas foi corrigido!
Devo salientar que a minha passagem pelo Ministério do Trabalho, foi até ao dia de hoje, o único cargo profissional que ocupei, por nomeação política.
Sempre entrei profissionalmente nos diversos cargos por via de concurso publico, ou por concurso e entrevista nas empresas privadas, por isso á política nada devo em termos de colocação profissional ou de qualidade de vida, antes pelo contrário.
A minha chegada ao Ministério da Saúde, em 1989, dá-se por mero acaso, devido a um convite para concorrer a uma das três vagas que tinham sido abertas na Administração para onde acabei por concorrer e ficar colocado durante 12 anos da minha vida. Mais uma vez saí por minha livre e espontânea vontade e iniciativa. Acho até que; se em 2001, não tenho concorrido para o Ministério da Educação, no dia de hoje por certo, ainda estaria naquele mesmo local.
Foi com o Dr. Domingos Nabais, que comecei a trabalhar no Ministério da Saúde, naquele já longínquo ano de 1989. Um homem que me deixou muitas e gratas recordações como profissional exigente e excepcional para além de profundamente competente e ao contrario do que muitos possam pensar, extraordinariamente humanista. Um Administrador Hospitalar como já não existe mais. O molde com que foi fabricado o Domingos Nabais, na Escola Nacional de Saúde Publica, deve ter-se perdido, por isso apesar de ter trabalhado com muitos e categorizados profissionais, que me perdoem todos os outros, mas foi com ele que realmente mais gostei de trabalhar, devido á sua competência e dedicação.
Ademais, o volume de trabalho que conseguia dominar, era altamente qualificado e rigoroso no tratamento de todos os assuntos. Era um Administrador que levantava a “bunda” da secretaria e ia aos locais verificar, in-loco, o que realmente se passava, o que a grande maioria jamais fez ou algum dia fará.
A nossa amizade pessoal conseguiu resistir até ao dia de hoje, e inclusivamente a quinta onde hoje habita, situada no Alentejo, foi por mim negociada para ele, através de outro grande amigo, o Alberto Carreira, que hoje anda por terras de África nos confins da antiga colônia portuguesa de Moçambique, como fazendeiro e industrial de arroz.
A vida é uma soma de equívocos e acertos, a minha entrada para o Ministério da Saúde foi uma soma de todas essas condicionantes.
Ao longo dos doze anos que acabei por passar no Hospital de S. José em Lisboa, pude observar conclusivamente a importância dos conhecimentos ali adquiridos enquanto ser humano. Foram sem duvida muito mais os acertos do que os equívocos, e também posso confirmar que eu em nada estou arrependido com a minha postura perante as muitas situações ali vividas.
Visão e entendimento que eu tenho a certeza não pode ser compartilhado, infelizmente, por alguns funcionários, em especial Administradores Hospitalares que passaram por aquela instituição e não deixaram grande obra feita, pelo contrario na sua maioria deixaram mais problemas para resolver do que os que encontraram quando passaram por debaixo do arco da porta principal.
Ainda bem, para felicidade de muitos cidadãos, que as suas gestões foram fugazes. Ironia á parte, acredito mesmo que no geral alguns eram tão limitados nas suas capacidades profissionais que exerceram os seus cargos cientes de que a sua prestação era algo de muito importante para a humanidade, diria mesmo imprescindível, se bem que da sua passagem nada resta para testemunhar por ali terem andado.
Posso até dar testemunho, pois tive a sorte de poder observar de muito perto, alguns desses comportamentos de gestão desastrosa, e confirmar que lamentavelmente, uns poucos se acabaram por perder na boçalidade, no ‘empavonamento’, e acabavam mesmo por acreditar que; a autoridade dos cargos, por eles exercidos era um poder delegado segundo quase uma concessão divina.
Nesse chamado ‘olimpo’, muitos fazem justiça á ultima piada segundo a qual muitos acham que são Deus e outros tem a certeza!
No final das suas carreiras, normalmente com o som da aposentadoria a bater-lhes á porta, ou o fim dos tempos, do tempo em que tudo queriam comandar, a larga maioria acabou por ser comandada ou pura e simplesmente afastada, tal a quantidade de asneirada produzida ao longo de uma vida.
A irreal imagem cotidiana era tão implícita que; não dava mais, em alguns casos, para se conseguir ficar calado, pois as asneiras não aconteciam só pela via econômica, mas se processavam de forma mental, atingindo muitas vezes a postura dos funcionários, o que para mim constituía um atropelo á própria condição humana, com claros indícios de desumanidade, dando quantas vezes rasteiras do mais baixo calibre.
Alguns destes tristes exemplos foram visíveis, em pessoas como o Dr. Sá de Almeida, ou como o Dr. Victor Fonseca, Administrador Delegado, que depois de se confirmarem como autenticas lesmas, em termos de Gestão Hospitalar, tinham ainda o terrível defeito de tentarem pessoalmente comer rodelas de iguarias á mesa do orçamento, utilizando para isso todo o gênero de artimanhas.
Precisamos refletir hoje mais seriamente sobre os diversos processos do passado, para assim chegarmos a uma análise mais conclusiva, sobre alguns dos métodos utilizados, que passavam por claro beneficio de concorrentes em concursos em troca de benefícios pessoais ou materiais, por isso muitas vezes se deixaram alienar por futilidades e esqueceram o principal; as idéias, o pensamento, a essência, alheios a tudo e julgando os outros pelo que têm e não pelo que são, ou possam valer realmente, quando devidamente aproveitados.
Esse tipo de gente, tão comum a nível profissional, mais até do que se possa imaginar, aproveita-se, sobretudo dos tontos, que fazem da vida um espaço em que não estudam, não pensam, não ousam mudar nada na sua situação ou na situação geral, uma situação aterradora e cheia de corrupções e falta de ética.
Foi por tudo isso que eu cheguei a um estagio como funcionário em que não só decidi participar na tentativa da mudança, mas também passei a questionar, incomodar, contestar, revolucionar e para isso candidatei-me ao Conselho Geral do Hospital de S. José, com total êxito, uma vez que fui eleito por maioria logo na primeira volta das eleições.
Esse era o sinal de que a maioria queria mudar algo. E assim dessa forma passei a ser olhado pelo Conselho de Administração, como um inimigo a tentar abater, só que eu sou muito teimoso e duro, e difícil de me deixar abater, por simples cidadãos que usam a cabeça não para pensar. Usam a cabeça antes para colocar chapéus coloridos, para assim se disfarçarem e ficarem bem vistos na foto de família.
Foi desta forma que a primeira batalha foi iniciada, tendo como objetivo colocar a funcionar um órgão que não reunia á mais de três anos, quando a legislação obriga a que reúna obrigatoriamente no mínimo um bom par de vezes em cada ano.
Os Conselhos de Administração não queriam ser fiscalizados por órgãos independentes e incômodos, e para isso contavam com a clara conivência do Presidente do órgão, no caso concreto do Hospital de S. José, pelo famoso padre Victor Melicias.
Para mim era nessa época uma batalha dupla, pois com esse cavalheiro já estava a disputar outra luta ao nível das Misericórdias, devido ás irregularidades na Santa Casa da Misericórdia do Barreiro, a que ele dava cobertura e ainda hoje continua a dar.
Para aqueles que, pouco ou nada sabem; sobre a santíssima figura, é bom caracterizar que é um homem que está presente em mais de meia centena de entidades, incluindo Bombeiros, Clubes Desportivos, Associações, Mutualistas, Misericórdias, etc...
Para mim, sem qualquer temor reverencial, é considerado ao nível de um “Padrinho” da Máfia. Inclusivamente foi dele a idéia do chamado projeto Antonio Guterrez, que deu os resultados que deu em Portugal, com a chegada até ao limites do pântano.
Ele conduzia de forma determinante alguns setores políticos mais conservadores do Partido Socialista, do Partido Social Democrata e também do CDS/PP, por via de claras influencias diretas e indiretas.
As Misericórdias hoje são na sua maioria um conjunto de braços do imenso polvo que ele controla, e de que ele é a própria cabeça.
Estou certo de que num dia, que espero não muito distante, tudo se vai esclarecer, e todo o mundo vai poder confirmar a terrível importância nefasta deste individuo, que é extraordinariamente perigoso, quando se tenta tocar nos seus jogos de influencia.
É alguém que se movimenta de um modo esponjoso, nomeadamente á boa maneira, da velha casta, jesuíta, mas estranhamente, com muitas atitudes claramente maçônicas. Uma mistura algo estranha, um caldeirão de muitos interesses pessoais, econômicos e políticos que se movimentam, de acordo com as conveniências do momento, e do poder que domina cada geração ou setor.
Este estranho poder, poderia muito bem ser explicado por quem mais conhece o que se passa, e essa pessoa é o Padre Feitor Pinto, inimigo visceral do Padre Melicias, e que de forma indireta vai dando pistas, para o conhecimento desse enorme grupo “mafioso” liderado pelo Padre Franciscano, mais dado ás artes da gestão bancaria e á luxuria no vestir e no comer. Deve este tipo de indivíduos ser a nova imagem franciscana dos tempos modernos?!...
Felizmente que a minha passagem pelo Hospital de São José serviu ainda para reter bons momentos, e aulas de humanismo e competência, com o saudoso Diretor Dr. José Sá de Figueiredo, com a Drª Nazaré Reis Silva, com a Drª Matilde Pereira entre muitos outros.
Serviu também para registrar momentos de larga ironia e boa disposição, e a criação de amigos, que vão ficar para sempre, ligados á minha vida como; o Brazido, José dos Santos, Costinha, o Amaral, a Ana Trindade a Antonina, e muitos outros.
Quanto a ironia e bons momentos, não posso deixar de referir a Alda que chegou ao serviço vinda do Hospital de Santa Marta, era uma pessoa simples, cordial, e que lamentavelmente vivia um drama familiar de entendimento com o marido.
Aproveitava o trabalho e a hora do almoço, para se libertar dessa magoa, e embora levasse todo o tempo a falar da prometida dieta, acabava por cair na tão famosa comidinha caseira, tipo arroz de pato, alheiras de Mirandela, bacalhau á minhota, pernil de porco, arroz de polvo, leitão á bairrada e outras iguarias do gênero, normalmente regadas com um bom vinho verde.
Durante algum tempo foi a minha companhia em alguns bons e agradáveis almoços, em que eu sentia que ela tinha o prazer de poder desabafar e também de degustar uma boa comida, em boa companhia, pois as minhas mesas eram diariamente; refinadas em termos de composição, e claro de boa disposição.
Por fim o trabalho, que de certa forma era o seu único escape foi trocado por uma ida para casa, pela solicitação pessoal de reforma, e ai sim o que ela achava que poderia ser uma solução para o seu casamento, e para a sua vida emocional virou um autentico tormento.
Nunca conheci ninguém que após a reforma se sentisse tão frustrada e com tanto desejo de retornar ao serviço.
Outra funcionaria que deixou gratas imagens tanto pela negativa como pela positiva e sobre a qual escutei alto e bom som argumentos de defesa que me causaram espanto e indignação, era a Benedita.
Uns alegadamente diziam que ela era assim porque estava sem as potencialidades próprias nos Serviços onde era colocada, acabei por me indignar, pois a referida senhora já tinha percorrido quase todos os serviços do hospital e o seu comportamento era sempre igual.
Alguns podem; estar-se a perguntar, ou a franzir a testa, sobre o comportamento, mas não tem qualquer duvida a senhora passava todo o santo dia de trabalho olhando para as paredes, ou admirando a paisagem através das janelas, ou ao telefone ocupando a linha falando com as colegas de outros serviços, ou com as amigas.
As contas telefônicas disparavam em todos os serviços por onde passava, uma vez que era colocada nos secretariados onde tinha acesso livre a linhas diretas.
Mesmo querendo ser um espírito livre, que não se enquadra com os chamados brios de profeta, não dava para agüentar mais a sua presença no serviço e assim foi colocada no Serviço de Sangue onde após uns quantos meses foi transferida para outro e mais outro serviço, e por ai fora sem parar.
Igual á Benedita, só mesmo a Almerinda que passou também pelo Secretariado do meu serviço, e se dedicava a chegar atrasada, perder ou destruir importantes documentos, desde que os mesmo significassem a possibilidade de trabalho extra para si, e claro também o terrível vicio do telefone. Para agravar ainda por cima utilizava o computador de uma das Administradoras para retirar material para os seus estudos de belas artes, e deixava os arquivos cheios de animais, bonecos e outros artefatos. Acabou também por ir parar ao Serviço de Sangue, que mais parecia em determinada época um autentico asilo de celebridades, a que a Chefe Maria Vaz se dedicava a tentar mudar em termos de comportamento e ação.
Quase todos, somos feitos da matéria das estrelas. Mas não estamos á altura do fulgor dos astros, talvez por isso a vida nos impõe muitos limites, e como se isso não bastasse, passamos grande parte da nossa existência confinados em limites que nós próprios nos impomos, para evitar alguns acontecimentos, que por vezes podiam prejudicar-nos, ou a outrem. Serve isto para dizer que o Dr. Gino adorava um bom almoço de entrecosto com arroz de feijão na tasca típica da Mouraria, e se mais vezes; não se repetiu esse repasto, foi devido ao fato de que como era sempre muito bem regado, ele acabava também quase sempre por apanhar uma grande bebedeira, o que em dias de reunião do Conselho de Administração era terrível para a sua imagem e reputação pessoal e profissional.
Acabava por passar a tarde a dormir sobre a secretaria, sem olhar para os imensos papeis e processos por ali espalhados a esmo, e muitas vezes nem comparecia ás reuniões, o que originava enormes atritos, para se conseguir desculpar as suas ausências.
Eu comecei a construir algumas muralhas de defesa, para desta forma colocar um freio de contenção, racionando e impondo alguma auto - estima e disciplina no Dr. Gino.
A sua passagem para o Hospital Curry Cabral foi tão benéfica para ele em termos pessoais como para o próprio serviço, muito embora as duas aves “Catatuas” que o vieram a substituir, no seu conjunto não conseguiam formar um único Administrador, tal o desastre consecutivo em que se emaranhavam todos os dias.
Não posso deixar de referir três casos humanitários, com que me deparei na dúzia de anos em que por ali passei, e também um exemplo de como se deve cortar os males pela raiz.
Começo por referir o altruísmo de uma funcionaria a quem a Junta Médica negava consecutivamente a aposentadoria, mesmo consciente da neoplasia que a afetava, e que a acabou por vitimar, sem que recebesse um único mês de aposentadoria. Essa funcionária, que diariamente fazia um esforço tremendo para comparecer no seu local de trabalho, mesmo residindo bem longe, acabou por ser humanamente liberada das suas tarefas na Lavandaria Hospitalar, e de uma forma incrivelmente generosa, o Sr. Administrador Delegado permitia a assinatura da folha de ponto de um modo algo ilegal, mas humano, no final de cada mês. Na realidade ela estava já na fase terminal, e quase já nem conseguia andar, só mesmo algum medico da Junta Médica, perfeitamente desumanizado, conseguiria manter ao serviço aquela criatura, naquele estado.
Chegou então o dia em que seriamente pensei em dar um novo rumo á minha vida profissional, e dessa forma apresentei candidatura a uma serie de entidades que tinham aberto concursos públicos. Não existe fome que não acabe por dar em fartura, e assim aconteceu. Ao mesmo tempo; que fiquei aprovado para iniciar novas funções no Instituto da Água, também aconteceu o mesmo no concurso do ISCSP, em que fiquei em 1º lugar.
Era então uma mera questão de opção, e de imaginar o futuro em termos de carreira, por outro lado dois colegas meus ficaram fora das vagas, e com a minha desistência, a acontecer, um deles acabaria por entrar. Essa acabou por ser uma das questões que mais peso teve na minha decisão pessoal, e assim optei pelo Ministério da Educação.
Com a minha passagem para o Ministério da Educação, para o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, uma nova etapa se abriu na minha vida profissional, passado uma dúzia de anos, ligado a uma mesma Entidade e a um mesmo Serviço.
Uma nova etapa, que virou um pesadelo, devido ao acumular de manifestas incompetências e atropelos á lei que ali fui encontrar, e que iriam de forma frontal contra a minha mentalidade e personalidade pessoal e profissional.
Se arrependimento mata-se, eu teria morrido umas dezenas de vezes, pois aquela Entidade era, naquela época, um verdadeiro ninho de “corrupção” e “clientelismo”.
As chefias eram ali nomeadas pelos favores que tinham prestado ao longo dos tempos, e pelo numero de trapaças que tinham encoberto a este ou aquele ex-responsável. E figuras como o então Chefe de Repartição, Acácio Almeida Santos, era um dos maiores exemplos de como um mero Continuo, sem o mínimo de preparação, pode chegar por via de nomeações administrativas, até um dos mais altos postos da Entidade, onde até o Reitor daquela época tinha medo da sua atuação.
Por outro lado o nepotismo era evidente, com a sua mulher a ser Chefe de Secção, alcançando esse mesmo cargo da mesma forma administrativa, em meia dúzia de anos, uma carreira feita á imagem do marido.
Depois surgiam as chefias; como o famoso Sr. Rodolfo, responsável pela área financeira, de tal forma competente que a maioria dos dias, no período da tarde, não estava disponível para tratar fosse de que assunto se tratasse, atendendo ás bizarras bebedeiras que ia apanhando, nas inúmeras tertúlias “benfiquistas”, em que todos os dias se; dedicava a despejar garrafas de puro ‘malte inglês’ e vinhos das mais reles categorias, passando assim do oito para o oitenta, como alguém esfrega um olho. Não posso, no entanto, esquecer que era muito habilidoso a nível de gestão, e até um largo “saco azul” conseguia manobrar, para dali pagar festas e almoços, sem contar com os inúmeros Seminários e Conferencias que eram organizados mensalmente, e de modo continuado, para assim proporcionar e justificar horas extraordinárias para os diversos funcionários seus afilhados.
Aquela Entidade encerrava figuras para todos os gostos, como o famoso Valentim, outra chefia, dedicado aos serviços gerais, a que não escapava a possibilidade de um favor de um rabo de saia que estivesse interessado em progredir na carreira, graças a um agrado no armazém de livros ou nalgum gabinete mais abandonado. No entanto funcionário feminino que não lhe fosse dedicado, desde logo era colocado debaixo do seu olho clinico e virado para a intriga, tal como aconteceu com a Filomena, a quem não agradaram as arremetidas emocionais, e que passou a ser vista como inimiga publica numero um.
Verdade se diga que uma Entidade com liberdade em termos de gestão, por via da sua autonomia, é algo que permite todo o gênero de barbaridades financeiras, como é o exemplo da aquisição de livros por grosso para alguns professores poderem fazer o bonito de oferecerem a seu belo prazer, gastando assim de forma incontrolada as verbas da Entidade, como acontecia com o digníssimo ex-Deputado da Nação, Professor Narana, que se dedicava a oferecer livros a quem muito bem entendia, com a cobertura e conivência das chefias de que dependia esse setor, e os olhos fechados do Reitor.
Durante os meses que ali permaneci, entendi muito bem o modo de funcionamento, de uma Entidade que era muito próxima da famosa Universidade Moderna, e onde nem faltavam os Professores de dupla colocação, bem como os amigos vindos dessa famosa escola da “aldrabice”, e que em devido tempo mereceram algum tempo de prisão para alguns habilidosos mais destemidos.
Se algum dia, um Ministro da Educação, digno desse nome, decidir exigir uma verdadeira sindicância ao ISCSP, vai ter uma surpresa terrível, pois estou certo de que muitas das situações ocorridas na Universidade Moderna, são como insignificâncias ou meras migalhas ao pé do que realmente por ali se passava, e em certa medida ainda deve ocorrer com algumas das personagens aqui retratadas, isto se ninguém soube colocar travão na ‘badernice’ ali reinante.
A minha transferência profissional para a ARS do Algarve, acabou por merece verdadeiras decisões de Estado com Despachos e Pareceres de Ministros da Saúde e Educação, Primeiro Ministro, Presidente da Republica, Provedor de Justiça, Comissões Parlamentares, e mais não sei quantas Entidades, até que finalmente foi liberada. Segundo o Senhor Reitor, se dedicava a assinava nos diversos Despachos, produzidos nos meus inúmeros Requerimentos de Transferência, eu era imprescindível para o Serviço, e portando ia indeferindo essa minha pretensão, alegando essa monstruosidade impossível de personificar, seja por quem for, pois ninguém no mundo é insubstituível, nem mesmo o Jesus Cristo para os Crentes.
Nunca na minha vida imaginei poder ter tanta importância para uma Entidade, como a que vim a ter para o ISCSP.
Foi um ano tumultuado aquele que passei no Ministério da Educação, no ISCSP, e só a grande força de vontade e temperamento guerreiro me acabaram por possibilitar a vitória de um regresso ao Ministério da Saúde, agora colocado no Algarve, no Sul de Portugal, longe da confusão da grande cidade capital.
Foi dali que passados 4 anos de serviço efetivo, parti para esta grande aventura nas Américas, onde me encontro à cerca de dois anos, e de onde neste momento penso ser resgatado, pois mais uma vez, como sempre na minha vida, me sinto um insatisfeito, querendo retornar ao serviço efetivo. Tal como o meu pai ao longo da sua vida profissional, também eu acho que estou destinado a trabalhar até bem tarde na vida, pois faz parte da minha mentalidade, da minha cronologia profissional, e não vai ser agora que a vou interromper.
As minhas saudades do estresse diário, dos montes de papeis para despachar, dos problemas para em tempo útil resolver ou se possível antecipar na sua solução para que não cheguem a ser verdadeiros problemas. As saudades do convívio diário com os colegas e amigos que se vão criando e enraizando na nossa vida pessoal e profissional, tudo isso faz com que pense muito seriamente em voltar a sentar-me a uma secretaria com leis e ordens para cumprir, dedicando umas quantas horas diárias aquilo de que desde 1974 realmente não tenho medo e sei fazer; ou seja:
Trabalhar!
O meu pai que gostava de brincar ás lojinhas, como ocupação extra a juntar á sua vida profissional, também sofreu com esse embate, pois, como todos os outros, via cada vez mais caloteiros a surgirem no seu ramo de atividade. Assim foi a pouco e pouco mudando a sua mentalidade empresarial, adaptando-se aos novos tempos.
Eu também mudei algo na minha vida, foi o período da minha inicial emancipação laboral.
Assim, e graças á minha provável reprovação no ano letivo da revolução, que afinal não veio a confirmar-se, o meu pai decidiu que eu iria ficar a tirar um tirocínio profissional na sua loja e empresa na Rua Sebastião Saraiva Lima em Lisboa. Foi assim que passei a estar ali muito próximo da Morais Soares e da Praça Paiva Couceiro, a dois passos do cemitério do Alto de São João.
Curiosamente o local, onde um dia depositaram os restos mortais do meu irmão, José Francisco, um dos doze irmãos que a minha mãe decidiu dar á luz. Este era dois anos, mais velho do que eu, e que acabei por nunca vir a conhecer, pois faleceu com tão somente um ano de vida, vitima de tosse convulsa, apanhada na casa da ama que dele tomava conta, enquanto a minha mãe dava aulas no Colégio Infante D. Henrique.
Durante cerca de 3 meses, a minha atividade diária passava diretamente por aquela loja. Uma drogaria, no bom velho estilo do termo português, que vendia de tudo desde material para construção civil, até água raz, lexivia e petróleo que nessa época ainda se vendiam a litro. Parafusos, alvenarias em alumínio e cantoneiras, cal para tentar colocar paredes brancas, até que a umidade ou a passagem do tempo voltasse a tingir a tonalidade. E ainda tudo o mais que se possa imaginar, incluindo material elétrico e até loiças, sem esquecer os tão famosos penicos de porcelana e esmalte que eram tão úteis para quem ainda não tinha nessa época um WC em casa. E parecendo mentira, era verdade que nesses anos 70, em Portugal, muitos ainda tinham que ‘cagar’ no penico, ou ir colocar o traseiro ao vento.
Um WC dentro de casa, nessa época, era ainda considerado um luxo.
Eu que nunca tinha reparado nessa preciosidade, pois sempre convivera com o WC, no interior de casa, achava ridículo ter que urinar ou defecar na casinha separada. E muitas vezes em visitas a casas ainda sem esse ‘luxo’ eu fazia o largo esforço de guardar a necessidade fisiológica até não poder mais, pois não me sentia nada confortável naquele apêndice extra da casa, e quanto a utilizar o famoso e artesanal penico nem falar.
Paralelamente, e além dos penicos, a firma do meu pai tinha ainda a representação das tintas “Potro”, mais tarde batizadas de “Infante de Sagres”, cujas fabricas e sede eram em Vila Nova de Gaia. Mas mais importante do que tudo isso eram as representações da maquinas de café “Cimbaly”, com a manutenção da maquinas a cargo da firma do meu pai, e com as instalações, oficinas, a funcionarem no mesmo local, que era enorme, ocupando toda a área do r/ch do edifício e ainda toda a cave, bem como um imenso terraço traseiro, bem como um saguão existente entre os prédios. Engraçado que foi ai a primeira vez que escutei essa palavra “saguão”. Até achei que se poderia tratar de algum animal, mas afinal era um beco, normalmente úmido por falta da entrada do sol, e que se pode encontrar esquinado entre vários edifícios, mas que raio de ‘bicho’ conseguiram inventar, para denominar um local tão sem utilidade.
Era um mundo empresarial onde nem sequer faltava uma representação de artigos desportivos de uma conhecida marca Coreana, dedicada em especial a tênis de mesa e badminton.
Foi este o universo a que acabei por me ambientar bem melhor do que eu próprio poderia imaginar. Foi com muita rapidez que aprendi a dominar a maioria das manhas e as diversas vertentes do negocio.
No entanto fiquei também certo de que nenhum de nós consegue tolerar a simples noção de que a nossa visão do mundo posa estar baseada em pressupostos falsos. Eu até essa época tinha uma noção e visão daquele mundo onde agora estava a entrar de modo efetivo e que antes teimava em descartar e mesmo contradizer em termos de importância, com a minha visão totalmente distorcida da realidade.
Portanto, nada de mais errado!
Foi assim, ali, naqueles simples meses, daquela quente primavera de 1974, que eu acabei por entender o que até hoje jamais esqueci sobre como a vida fica sem graça quando tudo é muito fácil. Anos mais tarde li uma frase do Sábio Salomão, que me marcou muito, e que de certa forma explica muito bem tudo isto:
“Comer muito mel não é bom!”
Tem toda a razão o Sábio Salomão, pois para além do sentido funcional em que os problemas de saúde podem surgir devido ao excesso de doces, no sentido figurado, provavelmente onde ele queria mesmo chegar, a lógica de uma vida fácil, torna-nos seres egoístas e muito pior do que isso; nada preparados e completamente sem defesas quando confrontados com as dificuldades da vida que em qualquer momento nos podem surgir no dia-a-dia.
Eu até essa primavera, tinha realmente comido demasiado mel!
Hoje mesmo, eu que nunca soube viver sem governar dinheiro em numero considerável, pelo menos suficiente para viver de um modo acima do razoável, passo por opção pessoal, e de modo temporário, por essa fase e dessa forma constato que a vida é sem duvida, feita de constantes contrastes.
Este momento presente da minha vida, esta a ser muito importante, ainda mais que foi determinado por mim de livre e espontânea vontade, e do qual no seu final vou recolher profundos ensinamentos para todo o resto da minha vida. Imagine-se que mesmo vivendo dessa forma eu me consegui tornar economicista e juntar dinheiro, sim virei um autentico ‘forreta’ um ‘mão-de-vaca’, e hoje quando vou gastar um real, penso duas vezes na utilidade do gasto, podem mesmo acreditar, eu nunca fui assim!
A vida é como as estações do ano que vão mudando de acordo com as diversas rotações do nosso universo. Felizes de todos aqueles que tal como eu podem dar-se ao luxo de; de certa forma, poderem comandar essas rotações universais.
No entanto, mesmo assim, muitas vezes temos que saber encarar mudanças bruscas, diferentes de tudo o que estamos habituados a conhecer, sobretudo mudanças antagônicas, pelo que os diversos contrastes são parte integrante da nossa vida.
Assim é o nosso dia-a-dia, um completo conjunto de contradições, no fundo uma grande e constante encruzilhada.
Com muita freqüência a nossa vida é como uma forte ondulação marítima, em alto mar, cheia de alegrias e tristezas, esperanças e desesperos, prazeres e muitas vezes também, dores muito fortes, são assim essas ondas bem altas que melhor refletem o dia-a-dia da nossa existência.
Olhando desta forma simplista, a vida parece uma grande incoerência, uma perfeita insensatez, porque convivemos a todo o instante com todo o gênero de contrastes.
É com a nossa capacidade de equilíbrio perante os contrastes variados da vida, que nos surgem no dia-a-dia, que definimos melhor o nosso destino previsível, aquele que temos capacidade de enfrentar e escolher.
A nossa vida dentro dessa estrada, aonde vamos encontrando encruzilhadas, obriga a escolhas diárias, e o equilíbrio nessas escolhas é que nos dará a dose exata do sabor da vida.
Foi assim que ao fim desse trimestre de 1974, eu colocado perante aquela encruzilhada decidi que por ali não iria, aquele não era o caminho que eu queria de forma alguma tomar.
No entanto, também aproveitei para aprender que é muito bom conhecer, saber como viver e conviver com situações que mais tarde nos podem vir a ser muito úteis noutras áreas da nossa vida. Foi assim que aprendi a conhecer os empregados e a sua capacidade profissional e, sobretudo a sua vontade de bem atender um cliente sem deixar ficar mal o patrão, ou as firmas ou entidades para as quais trabalham, uma autentica aula pratica de relações humanas, que hoje me permite com o mínimo erro distinguir um bom de um mau funcionário, o que também tem os seus inconvenientes pois devido ao meu terrível feitio, eu detesto maus funcionários, seja numa simples loja, num bar ou restaurante, até parece que tenho faro para os cheirar ao longe, e tentar evitar o seu atendimento, para não ter que mais tarde vir a ser indelicado.
Foi também ali que fui aprendendo os muitos truques que comportam o correto funcionamento de um comercio voltado para o atendimento do publico diversificado. Talvez que isso tenha tido alguma, ou muita influencia, direta no meu contato com a política anos mais tarde, pois existe alguma similitude comercial, e dessa forma moldei a minha forma de contato com o cidadão comum, com o contato direto com o potencial eleitor.
Nesse curto espaço de tempo aprendi ainda a lidar com o espécime mais difícil que se pode encontrar na face da terra, e sobretudo no comercio, que são os chamados “caloteiros”, um tipo de individuo que funciona como um verdadeiro camaleão, mudando constantemente de atitudes e métodos persuasivos. Só consegui entende na totalidade o seu modo de agir, ao ser enviado para cobrar algumas dividas, as chamadas cobranças difíceis, e dessa forma utilizar os chamados métodos Antunes da Silva, que eu algumas vezes observei e que também tive que utilizar, e que sem duvida devido ao seu êxito, ainda hoje fazem parte da minha escola da vida para cobrar dividas difíceis, ou mesmo para solucionar algum problema desse gênero.
Clientes difíceis, requerem sempre técnicas difíceis e diversas, adaptadas a cada caso, pois não existem dois casos iguais. E se no caso de um fornecedor ou de um prestador de serviços, caso ultrapasse o razoável em termos de qualidade ou de tempo de entrega ou montagem, eu funciono de um modo geral de um modo bem simples, dispensando pura e simplesmente na hora os seus serviços, no caso das cobranças o assunto é bem mais difícil.
Naquela época, para se recuperar o chamado credito mal parado, os métodos tinham que ser bem diversos, e de acordo com o cliente, o valor em divida, o tempo de antiguidade do calote e a importância da forma ou do cliente. Sendo que para mim, até hoje, a força do método e o modo a utilizar são proporcionais de um modo direto com a importância ou grandeza em presença. Ou seja; para uma loja grande e de renome, só com muita força e uma dose de explosão de fúria em ultimo recurso se consegue resolver, pois essas individualidades detestam escândalos públicos e publicidade negativa, por essa razão evitam esse tipo de abordagem.
Nessa época as minhas grandes vantagens era ser jovem e saber como agir, era por assim dizer um puro, e como tal ao principio não me levavam muito a serio, no entanto em curto espaço de tempo entendiam que eu não brincava em serviço e de que falava muito a serio. Recordo até hoje duas situações com métodos e resolução bem diferentes, mas com iguais resultados finais, positivos.
A firma do meu pai havia vendido uma considerável quantidade de tintas para uma firma situada numa das avenidas que desemboca na rotunda do relógio, a minha memória vai parar talvez á avenida do Brasil, ou a outra muito próxima, mas não tenho já exata certeza, no entanto sei ainda hoje lá ir ter a pé, partindo da Praça do Areiro, porque acabei por fazer todo o caminho de regresso a pé e nunca mais esqueci as muitas voltas que dei:
A conta em divida era naquela época uma pequena fortuna, superior a 300 mil escudos, o que á data quase dava para adquirir um apartamento em Portugal.
O meu pai insistia por via postal e via telefônica, mas os cavalheiros, dois engenheiros civis, com muita lábia e falinhas mansas, prometiam e nada acabavam por resolver, e nessa época o Antunes da Silva já não era o mesmo justiceiro de anos antes, e levava a vida muito mais tranquilamente. Estava a dois dias de partir para África, Moçambique, e a firma era simplesmente um brinquedo que arranjara para se entreter nas horas mortas, no entanto aquela divida, eu sabia que o preocupava devido ao seu volume fora do comum.
Uma desculpa que muitos construtores utilizavam e com total verdade é que tinham os apartamentos prontos para venda, mas o mercado não suportava mais vendas, a economia nesse setor estava rebentada, e sem grandes esperanças de saída a curto prazo. Era verdade, mas também era verdade que os fornecedores de materiais os tinham entregues a tempo e horas e estavam com as dividas acumuladas perante os fabricantes, era assim um ciclo vicioso, em que o elo mais fraco acabava por partir.
Um determinado dia ele acabou por me falar nessa divida e pela necessidade da sua cobrança, e como já estivesse farto daquela firma, entendia que a cobrança desse valor tinha que ser feita nem que para isso fosse necessário uma ‘escandaleira’ lá na sede da firma. Por assim dizer, indiretamente deu-me carta branca para efetuar a cobrança, pois para ele e no seu entendimento, aquele assunto iria para ser resolvido iria obrigar a que se chateasse fortemente.
Então uma manhã, decidi colocar-me a caminho. Na realidade para ele eu iria fazer uma tentativa amigável de resolver o assunto, no entanto para mim, quando sai da loja eu ia decidido a resolver aquele assunto ao modo que fosse possível, mas resolver de uma vez, naquele mesmo dia.
Com um simples papel com a morada e um mapa da cidade numa mão, e uma fatura na outra, lá fui parar direitinho ao edifício da sede da firma, era uma vivenda recuperada e adaptada para sede empresarial, para dar um ar de grandeza a uma firma de calotes.
Para aumentar ainda mais a boa imagem tinham colocado duas simpáticas meninas na recepção que mal entenderam de onde eu vinha e ao que vinha desde logo mostraram largo nervosismo tentando ao máximo abreviar a minha visita. No entanto eu sou muito teimoso e mesmo embirrento quando quero, e nesse dia eu pretendia falar com um dos cavalheiros, donos da firma, ou mesmo com os dois, ou com nenhum deles desde que fosse pago o valor em divida imediatamente.
Como sempre faço, nestas situações, o meu primeiro contato é muito firme, mas cordial, sem deixar, no entanto, de ser bem direto e incisivo. Falando sempre alto para que me escutem muito bem, tentando manter o tom uns decibéis acima do normal para que sintam alguns problemas auditivos e dessa forma entendam logo á primeira de que se necessário irei ainda falar mais alto, e sem deixar qualquer duvida de que estou ali para resolver o problema a qualquer custo.
As meninas, ficaram desde logo muito evasivas, e pouco ou nada convincentes ao afirmar que os cavalheiros não estavam nas instalações, e que não tinham ordem para pagar aquela conta, nem cheques assinados para isso e mais um monte de argumentos do tipo ‘baboseiradas’ para entreter e tentar desmoralizar a minha visita, tentando antecipar a minha partida, e dessa forma mais uma vez deixar tudo na mesma.
Eu, sempre ladino, desde logo entendo toda a jogada, e também que pelo menos um dos cavalheiros se encontrava nas instalações. Como o tempo fosse passando e de soluções nada, resolvi mudar a minha atitude, informando que não iria embora sem resolver o assunto, ou a mal ou a bem, recebendo o valor em divida, e que face ao tempo decorrido, e aos prejuízos já causados á firma do meu pai pela falta desse dinheiro na caixa, não poderia existir prejuízo maior.
Como tal seria muito bom contatarem os cavalheiros para comparecerem naquele momento, sob pena de eu ser obrigado a iniciar um escândalo no local, que passaria pela destruição do mesmo em termos materiais. Afirmei ainda em ar de gozação que seria muito triste ter que dar um novo ar e decoração em tão lindo edifício, desde as montras, ás portas de vidro, ás maquetes das construções em exposição, ao mobiliário, etc..., e que não iria esperar muito mais tempo, pois para mim tempo era também dinheirinho.
Elas ao principio ainda olharam uma para a outra e devem ter pensado que eu estaria a brincar, ou tentar fazer bluf, e alegaram mesmo que eles estavam numa reunião fora de Lisboa, e que não podiam ser contatados, e não queriam mesmo ser incomodados, para além de que elas não sabiam se regressariam naquele dia.
Perante este tipo de argumentação eu nem exitei:
“Pois não querem mesmo ser incomodados, e as senhoras muito menos querem incomodar, então esses dois ‘cornos’ vão ficar muito incomodados mesmo com o que aqui vou deixar depois da minha presença...”
Peguei num monte de revistas e jornais que estavam sobre uma mesa pequena rodeada de sofás na zona de espera, e para iniciar, lancei tudo aquilo para dentro do balcão, para o local de trabalho onde elas se encontravam, avisando que em seguida seria a mesa, os ‘biblots’ das prateleiras, maquetas, sofás, quadros, e que iria partir tudo, incluindo o balcão e que só pararia de partir aquela “merda” toda quando ali aparecesse um responsável ou quando já nada mais estivesse disponível para partir, pois eu tinha muito mais que fazer do meu dia do que estar ali a espera a perder tempo por dois ‘escroques’, ‘chulecos’ e ‘parasitas’ e mais uma boa mão cheia de adjetivos com que os classifiquei.
Desataram as duas aos gritos, a chamar-me louco, malcriado, ordinário, que iriam chamar a policia, etc...
Eu então não parei, parti para o ataque total e gritei-lhes que enquanto o problema não fosse resolvido iria ‘escaqueirar’ tudo. Peguei um pontapé na mesa, e a mesma voou pelos ares com um vidro a menos, estilhaçado pelo chão, agarrei no restante da mesa e atirei para dentro do balcão. Como fizessem menção de utilizar o telefone, arranquei o mesmo com a instalação atrás e tudo. Um quadro com uma foto tipo edifício iluminado, estilo Nova York ou outra cidade parecida, foi arrancado da parede e partido contra o balcão. Elas não paravam de me gritar, e os objetos de voar das prateleiras, caindo dentro do balcão, e quando me preparava para iniciar a destruição de uma das portas de vidro, ou mesmo de uma das montras enormes, eis que surge um cavalheiro alertado pelo imenso barulho e pelos gritos das senhoras. Surgiu bastante alterado, mas logo foi acalmando perante a minha fúria, e de lhe dizer que se queria acabar com aquilo pois que saísse de dentro do balcão, que eu ainda tinha força de vontade para o partir também a ele.
Então mudou a atitude, e foi dizendo que se eu vinha para resolver o assunto, e se falasse em vez de partir o escritório, então poderia chegar-se a um acordo, e tudo ok.
Foi obviamente informado que eu nem tinha vindo tratar de outro assunto, mas que passado todo aquele tempo nada se tinha resolvido, foi também avisado que se vinha para resolver o assunto tudo ok, mas se vinha com falinhas mansas, pois eu mesmo lhe enfiava com uma cadeira nos ‘cornos’ e continuava a festa. Ele que mais parecia um ‘Maricon Espanhol’ de fatinho aos quadradinhos e todo efeminado, numa das fases da discussão, já gritava mais ainda do que as mulheres, com uma ‘vozinha’ meio histérica, acabou por pedir para eu parar para se poder falar.
Eu parei para conseguir saber o que ele realmente queria, mas recusei sair dali para algum gabinete, temia a chamada da policia. Ainda recordo que tudo foi tratado no balcão, comigo com uma cadeira estufada com armação em tubo de alumínio pronta para voar, logo ali á mão de semear, e que ele olhou todo o tempo com um ar aterrorizado, sem saber mesmo se eu não lhe faria pontaria á cabeça com ela.
Tratava-se realmente de um dos cavalheiros, que as meninas tinham afirmado estar fora do escritório, em reunião, e quando consegui confirmei essa situação; então não me contive, mesmo sabendo que tinham cumprido ordens, dirigi-me ás meninas, e com a cadeira ainda nas mãos, disse-lhes:
“estão a ver suas duas pegas como o cabrão do chulo parasita do patrão estava no escritório, cambada de ‘aldrabões’, da próxima vez utilizo a cadeira nos ‘cornos’ para lhes avivar a memória”.
Também não fui nada mole com ele, nada mesmo, fui mesmo o mais ordinário possível no palavreado, pois estava mesmo farto e zangado com aqueles vigaristas. Numa palavra; estava furioso!
Exigi o dinheiro todo, mas ele, no entanto, queria negociar com o meu pai, mas de nada lhe valeram as argumentações ensaiadas. Naquele dia ele tinha que negociar mesmo era comigo, ainda mais que eu achava que ele queria ganhar mais tempo para mandar uma das meninas, alertar, alguma autoridade sobre a situação. Na verdade proibi as saídas, e ninguém saiu da recepção para fazer nada, nem deixava ninguém tentar algum movimento mais fora do comum. Eu reconheço que estava louco de tão furioso que tinha ficado devido ás inúmeras mentiras, e naquela altura por certo não teria medido as conseqüências de qualquer ato que praticasse fora do normal.
Acabou por negociar comigo rápido, ali mesmo ao balcão, e contra a sua proposta inicial de pagar uns míseros cinqüenta mil escudos, que eu recusei na hora, exigi de imediato duzentos mil escudos naquele momento para se começar. E outro cheque na melhor das hipóteses passados 30 dias, com o valor, ainda em divida, e já descontados, os valores apurados com os meus prejuízos nas instalações.
O cavalheiro depois de muito tentar contra argumentar os valores, acabou por cumprir tudo o que foi por mim proposto e exigido, passou os cheques, e incluiu ainda um ultimo com pouco mais de quarenta mil escudos do valor final da divida, pagável a noventa dias e acabou por não receber naquele momento qualquer fatura, pois eu disse-lhe cara a cara que como eram até esse momento uma cambada de ‘aldrabões’, nada me garantia que os cheques tivessem cobertura.
As faturas viriam por via postal, contra o ultimo pagamento, e iriam sendo emitidos recibos, contra o levantamento dos cheques. Ainda regateou bastante, mas, não tinha outra alternativa, ou aquilo ou a cadeira de alumínio funcionava, sendo que ainda o ameacei que poderia voltar com uns amigos, que também gostavam muito daqueles trabalhos. O ‘maricas’ tremia por todo o lado, mais parecia um molho de varas verdes ao vento.
Após ter ainda prometido que o poderia voltar a visitar caso os cheques fossem ‘carecas’, despedi-me com o maior dos cinismos possível. Desejando uma boa arrumação das instalações e regressei á Rua Sebastião Saraiva Lima com um medo tremendo de ser seguido, para um ajuste de contas, pois eu tinha mesmo excedido tudo o que se poderia imaginar para receber aquela conta.
Recordo que decidi fazer todo o trajeto a pé, na esperança de conseguir encontrar um táxi livre, o que só consegui já na Praça do Areiro, hoje Praça Francisco Sá Carneiro. Caminhando como um louco, ou um acossado, olhando para todo o lado, até que lá consegui encontrar um táxi que me colocou em bom porto na porta da loja.
O meu pai obviamente que estranhou a prontidão no pagamento tão rápido dos cavalheiros, logo ele que andava á meses, mais de um ano, para conseguir solucionar aquele assunto. Somente semanas mais tarde acabou por saber como eu tinha conseguido receber aquele avultado valor em divida, e só o soube por mero acaso ao encontrar-se com um dos cavalheiros, que lhe informou da minha iniciativa, dos inúmeros, prejuízos que tinha causado nas instalações, e que não queriam nem ver-me por perto do seu escritório.
Fui recriminado, mas quando me deixou falar. Logo mudou de opinião e acabou por encerrar o assunto mesmo por ali, uma vez que os meus dois argumentos eram imbatíveis:
Em primeiro lugar eu tinha conseguido receber o dinheiro, o que não tinha conseguido naqueles meses todos, e em segundo lugar eu não tinha feito nada que ele antes já não tivesse feito antes, em moldes muito idênticos, ou talvez piores, anos antes.
Eu próprio tinha assistido a uma cena bem pior, no final dos anos 60, para cobrar uma divida em Cinfães do Douro, e onde não se conteve e deu mesmo uns ‘murraços’ bem fortes, num devedor mais atrevido.
No dia em que partiu para Moçambique, jantamos no restaurante do primeiro piso do aeroporto, e recordo que antes de passar para dentro da sala de embarque, se despediu de mim, deixando umas quantas notas, cerca de quarenta mil escudos, no bolso da minha camisa, gozando que era por eu ter poupado dinheiro, ao não ter partido a montra do engenheiro...
Hoje eu sei que a sua recriminação ao meu ato e métodos utilizados, foi justa, e mais para me defender do meu tempestivo temperamento, e de possíveis tentativas futuras, muito embora ainda hoje eu considere que utilizei o único método que poderia ser utilizado, perante a teimosia daquela gente, o chamado método para ser utilizado somente numa situação limite.
Na verdade essas suas recriminações ainda á poucos dias, aqui mesmo no Brasil, me vieram ao cérebro, quando no decorrer de uma violenta discussão, eu estive a dois passos de partir para cima, como se costuma dizer, e me contive, acabando por ganhar a contenda, graças á minha capacidade de argumentação, neste caso física.
Por outro lado, ate hoje não recebi quaisquer despesas pelos prejuízos causados, e mesmo que tivessem surgido jamais seriam pagas com o argumento muito justificável de que poderiam ser atendidas como juros de mora, pelo imenso tempo que tinha decorrido até á resolução da divida.
Em geral não colocamos limitações ás nossas ações, fazendo fé que são justas e são parte da nossa realidade. É, no entanto, importante saber que elas são sempre o resultado dos mais altos valores, que nos foram doados desde a nossa infância.
Seguindo o pensamento de Henry Ford, que conseguiu transformar as simples carruagens puxadas a cavalos em automóveis com a colocação desses metafóricos cavalos lá dentro do motor:
“O que eu desejo da vida posso conseguir!”
“Se você disser que consegue, você conseguirá; se disser que não consegue, não conseguirá”
Se não alcançamos as metas propostas, muitas vezes não tem que ver com fatores externos que estejam, de alguma forma bloqueados, e sim com as conclusões que se vão formando na nossa mente a nosso próprio respeito.
É assim simplesmente uma situação de auto - controle das nossas vidas que nos cabe a nós controlar.
Algum tempo mais tarde, estando eu já fora da obrigação profissional diária, lá para as bandas da Morais Soares, na Sebastião Saraiva Lima, o meu pai solicitou-me o favor de efetuar uma cobrança; de uma tinta vendida para uma drogaria que ficava na zona de Santo António da Charneca, mas com a recomendação de que não deveria tentar o método estremo.
Era uma divida de pouco mais de sessenta mil escudos, e eu até hoje sempre fiquei como um simples “parvo”, na mais completa duvida do valor real total dessa divida, pois acho que ele era bem maior. No entanto, fiquei certo de que ele próprio, já tinha cobrado o valor em “gêneros”, pois a dona da drogaria tinha bem o aspecto de quem sabia resolver alguns problemas efetuando pagamentos sem necessitar de abrir a carteira, abrindo para o efeito outras coisas.
No entanto um dia, desloquei-me ao local, tendo o cuidado de avisar a senhora por via telefônica, sobre a minha visita, e as minhas intenções, para que fosse desde logo portadora do valor da divida em falta, para assim se regularizar a fatura.
Mesmo assim, quando cheguei ao estabelecimento, o mesmo encontrava-se encerrado, e depois de muita investigação efetuada nas redondezas, consegui apurar que a habitação da proprietária ficava situada no mesmo edifício, logo por detrás da loja comercial.
Foi uma autentica ginástica para conseguir chegar á fala com a dama, que depois de reconhecida e finalmente encontrada na sua residência, tentava por todos os meios arranjar argumentos para não pagar, ou melhor, eu acho que tentava arranjar argumentos para o pagamento vir a ser feito diretamente ao meu pai, ou quem sabe, em ultima instancia a mim próprio, utilizando os moldes que eu suspeito que já tinha utilizado anteriormente.
Umas vezes argumentava que depois passaria por Lisboa para pagar lá na loja, outras que de momento não tinha talonário de cheques, outra que o negocio estava muito mau, outras que poderíamos conversar agradavelmente, etc.
Acabou por abrir o estabelecimento, e eu pude conferir que já tinha vendido praticamente todos os produtos que lhe tinham sido fornecidos após a sua encomenda. No entanto, muito embora já tivesse encaixado o dinheiro e respectivos lucros, quanto a pagar o encomendado, nada de intenções, e ainda chegava ao desplante de querer encomendar mais produtos, sem ter qualquer intenção de pagar os primeiros.
Depois de uma acalorada discussão, com direito a assistência de vizinhos e transeuntes, que dessa forma puderam assistir gratuitamente ao espetáculo, eu que de certa forma não deixava os meus créditos por mãos alheias, e decidi que não iria embora sem receber algo, mas em dinheiro, pois a insinuação para outro tipo de pagamento, estava totalmente fora de causa, pois olhando bem para ela, mais me parecia uma ‘Vaca Leiteira’ tresmalhada.
Por fim, vendo que eu não iria abandonar a minha decisão de receber algo, lá resolveu ir contar algumas notas, que mais pareciam guardadas debaixo do colchão, e assim pagar até ao ultimo centavo a divida, para não ser mais envergonhada em frente da vizinhança, com uma imensa platéia que já se tinha formado para assistir aos desenvolvimentos da cobrança a uma verdadeira ‘caloteira’.
Depois de finalmente pagar, e como o produto, segundo ela própria dizia, era de boa qualidade e se vendia muito bem, encomendou desde logo um novo fornecimento, agora com o compromisso de pagar a 120 dias após a data de entrega.
Lamentavelmente, alguns meses mais tarde, fui novamente obrigado, a mais uma visita, desta feita para efetuar a cobrança dessa encomenda, e muito embora tenha acabado por pagar de um modo bem mais rápido, muito embora tenha no entanto lançado uma nova fornada de argumentos, eu não aceitei uma nova encomenda, pois que clientes desse tipo dão muito trabalho e muito poucos lucros, e dessa forma qualquer empresa ganha muito mais em não os ter por clientes na sua carteira. É uma decisão econômica e de gestão financeira que conseguimos entender ao fim de muito pouco tempo no mercado.
O material fora da loja, na mão de clientes deste tipo, somente é rentável se pago no ato de entrega, caso contrario, os compromissos a terem que ser cumpridos com o fabricante ou distribuidor, gerem problemas de imagem para nós próprios. Por outro lado muitas vezes entra-se numa situação de comprometimento, muito comprometido, gerando dinheiro fora da caixa. Ou seja, uma despesa dupla, e que quando se consegue reaver, o valor em divida, os custos diretos e indiretos para efetuar essa cobrança, mais os encargos assumidos acabam obviamente por dar prejuízo a quem vendeu. Mais vale ter o produto na prateleira ou vender em menor quantidade, mas com garantias de receita certa, e se não o conseguir colocar no mercado, fazer o seu estorno com o fornecedor, com encargos mínimos, ou mesmo na maioria das vezes nulos, sem nenhum encargo, tirando as prateleiras ocupadas por algum tempo por um produto imóvel e não rentável.
Muito mais racional e previsível era a representação das máquinas Cimaly, e se bem que o maior volume de negocio fosse a manutenção periódica, aquela atividade era muito mais segura e gratificante do que o irregular negocio da venda das tintas, pois a manutenção das máquinas de café é sempre necessária em termos periódicos e quem contratava esse serviço necessitava da disponibilidade da máquina num curto espaço de tempo, e portanto não reclamava ou atrasava o pagamento do serviço, pois só levantava o equipamento após o bom pagamento do serviço prestado.
Para mim, pessoalmente, foi enriquecedor o conhecimento do funcionamento daquele ramo do negócio por vários motivos. Pelo lado técnico de que a curiosidade foi sempre uma fada madrinha, era deslumbrante poder conhecer o interior da maquina e o funcionamento daquela resma de tubinhos com a caldeira no meio, e saber a verdadeira ciência e os segredos da feitura do café á pressão.
Ao mesmo tempo foi interessante descobrir que o negocio do café pode ser muito rentável, dependendo dos vários truques utilizados desde a quantidade de café introduzida nas ‘manetes’, que inclusivamente tem grelhas para várias quantidades, por outro lado muitos conseguem retirar mais do que uma dose com o mesmo café, e outros truques utilizados para o café com leite, carioca, etc... Segredos que só os técnicos experimentados são conhecedores na sua totalidade, mas que permitem que o café possa dar um lucro incrível de cerca de 500%.
Acabei por conseguir desmontar e montar uma maquina de café totalmente sozinho. Para concretizar esse feito, bastou-me; muita atenção ao ver como os técnicos procediam, e a partir daí aquilo que ao principio me parecia ser uma atividade digna quase de um gênio, passou a ser vista por mim como algo que não exigia muita aplicação, e não passava afinal de uma atividade repetitiva que apenas exigia muita concentração alguma habilidade, para além de paciência na montagem.
Por outro lado eu jamais poderia imaginar que aquelas engenhosas máquinas, pudessem guardar no seu interior tamanha quantidade de calcário. E também de ‘simpáticas’ baratas, que adoravam instalar a sua casa na zona periférica ao calor dos vapores e que não raras vezes acabavam por viajar desde as instalações dos cafés até á oficina de manutenção, camufladas na carnagem das maquinas, e só perante a desmontagem e abertura se deixavam ver.
Quem tem horror a baratas nunca poderá trabalhar num café, pois hoje sei que, por muita higiene ou combate a esses insetos que possa existir num café, elas acabam sempre por aparecer em maior ou menor quantidade, dependendo obviamente dos cuidados que possam existir. Mas por uma questão de clara ambientação á temperatura do local, elas sempre acabam por surgir, e reproduzir-se de um modo espantosamente rápido.
Este trabalho na empresa do meu pai, para mim foi ainda mais gratificante pelas inúmeras possibilidades que me deu de poder conhecer muito bem a zona da baixa lisboeta, no decorrer das minhas visitas quase diárias á oficina que procedia á ‘descalssificação’ e ‘cromagem’ dos tubos e outros acessórios componentes das máquinas.
A empresa encarregue desse trabalho, ficava situada ali bem perto do Coliseu dos Recreios, na Rua das Portas de Santo Antão. Eu não perdia a oportunidade de sempre que possível lá ir, para poder viver o deslumbramento das muitas casas de espetáculos que por ali existiam, os cinemas as cervejarias e poder ver algumas interessantes prostitutas, que naquela época se passeavam bem junto da sede do Benfica. Ao mesmo tempo podia deliciar-me com um bom frango no ‘Rei dos Frangos’, ou outras vezes uma mariscada no ‘Sol e Mar’ passando por jovem playboy que com um bom prato de camarão cozido com umas imperiais a acompanhar, ou quando o orçamento diário estava mais abastado uma boa sapateira recheada acabava por dar nas vistas.
Foi precisamente devido a estas deslocações exploratórias, á baixa lisboeta, que eu me tornei um viciado apreciador de cinema, não perdendo um filme digno desse nome que passasse nos cinemas que por ali existiam, nessa época como cogumelos.
Por outro lado, como poderia esquecer esta época da minha vida, pois foi nesse mesmo tempo que eu ainda sem idade legal, mas com aparência, consegui entrar pela primeira vez no histórico cinema Olímpia. Na época, esta sala era considerada a verdadeira catedral do cinema pornô, e foi logo ali que entrei para ver o meu primeiro filme pornográfico. Foi também ali, e ao mesmo tempo, que me lembro de ter tido o meu primeiro contato visual com o chamado mundo gay, que nesse tempo era algo assim a modos que secreto e muito envergonhado.
Naquela época muitos cavalheiros, faziam-se passar por bons e dedicados chefes de família, mas ao mesmo tempo procuravam uma ida ao cinema Olímpia para poderem dar uma saída, ás suas frustrações emocionais, e muitos deles mesmo de opção sexual.
As sessões eram de projeção continua, e favoreciam assim o satisfazer de alguns dos seus desejos mais íntimos, mas aquilo que eu desconhecia era que ao mesmo tempo, um certo e determinado, grupo especial, e com outros gostos sexuais, aproveitava o espaço para também dar saída aos seus refinados gostos.
Assim, logo que entrei na sala, desde logo me apercebi de que alguma coisa não funcionava normalmente, como em outras salas de cinema onde já entrara. Ou melhor, funcionava demais, pois toda a sala estava como que em constante movimentação, dividida aos pares, e com espaçamento entre os casais e ao andar pela coxia fora para procurar uma fila sem casal veio a confirmação, daquilo que já suspeitava, quando entrara e consegui, através da penumbra observar um casalinho masculino em posição muito pouco recomendável para quem quer ver um filme, numa sala de cinema, ou seja um deles estava a deliciar-se a chupar o pênis do outro, como se estivesse a chupar um gelado.
Outros casais, por vezes quase que nem necessitavam de ter despendido o dinheiro de duas entradas, para assim disporem de duas poltronas, pois só uma bastava.
Nessa altura pensei para comigo, mas afinal que raio, estes gajos vem aqui para ver o filme, para verem as mulheres a fazer sexo na tela, ou para se comerem uns os outros.
Entrei no local errado, na hora errada, e no dia errado!
Na verdade ali não tinha nem dia nem hora errada, era sempre igual.
Aquele tipo de salas tinha os seus rituais, e um dos que deu logo para observar e entender era o vai e vem constante em direção aos WC’s. Levantavam-se um, e passados segundos um e mais outro e seguiam em direção aos WC’s, e depois mais um e outro, sempre esta seqüência sem parar, num vai e vem constante, e com origem nos mais variados pontos da sala.
Se me perguntarem do que constava o argumento do filme, é impossível descrever, pois aproveitei para observar toda aquela envolvente, puramente cultural e de índole sexual, e também porque 99% dos filmes pornográficos não são possuidores de qualquer argumento, apenas sexo e mais sexo, puro e duro.
Recordo o titulo “branca de neve e os sete galifões”, ou algo muito parecido. O filme era igual a todos os outros filmes pornô, ou seja: sem historia, com sexo, sexo e mais sexo, com um bacanal aqui e uma atuação a 3 ou 4 ali. Eu ao fim de uns bons vinte minutos de observação simultânea com o espetáculo da atividade da sala bem como umas trinta ou quarenta posições variadas da atriz principal e de ficar deslumbrado com os diálogos muito poéticos e profundos em termos utilitários com os sim!..., Hui!..., Ai!..., Oh Não!..., vai, sim, por favor!..., quero todo!..., e claro os importantes e imprescindíveis Fod......, Cara........, e afins, resolvi que estava esclarecido e pronto fiquei batizado em definitivo, quanto a esse gênero cinematográfico e também ao modo de funcionar do cinema Olímpia, que mais parecia um bordel sem camas.
Recordo que pouco tempo mais tarde voltei a entrar ali para ver o filme mais esperado da época “último Tango em Paris”, e acabei por ficar agradavelmente surpreendido pela mudança de publico e de comportamentos, e também porque esse filme não é pornográfico. Para mim é dos melhores filmes eróticos que pude ver até hoje, com historia, principio, meio e fim, bons atores, e sem duvida com algumas cenas originais de que obviamente destaco a famosa cena da manteiga no sexo anal do inigualável Jack Nicholson acompanhado pela saudosa Maria She.
Os filmes eróticos são outra visão do cinema, e esses só passavam em outros cinemas, nesses tempos o velho Rex era um bom exemplo, com a Emannuelle a ser desempenhada pela muito bela Silvia Kristel, que era o top 100 da época, e que para além da imensa beleza natural da atriz e das paisagens escolhidas, tinha ainda umas bandas sonoras imperdíveis.
Na minha vida voltei a entrar no celebre cinema Olímpia, ainda uma outra vez, para ver o mitológico filme “Garganta Funda”, esse sim um filme pornô que consta da historia do cinema por variadas razões de aproveitamento das potencialidades tanto dos atores como da capacidade do realizador.
Foi então assim que nasceu a minha paixão pelo cinema de qualidade, a descoberta do bom cinema no Politiema no Condes, Éden, S. Jorge, nas salas do Rossio, Nimas, Estúdio e tantas outras salas históricas, muitas delas já desaparecidas. Foi nessa época que iniciei a exploração das diversas fases do cinema que passaram pela descoberta dos bons realizadores americanos, dos franceses, suecos, alemães, e mais tarde pelos japoneses.
Foi devido, por incrível que possa parecer, ás maquinas de café Cimbaly, que eu passei anos e anos e muitas horas dentro das salas escuras de cinema. Alguns dias de quatro a cinco sessões seguidas, e depois chegava a correr, como um autentico velocista toda a Rua da Prata ou do Ouro e o Terreiro do Paço, para tentar não perder o ultimo barco com destino ao Barreiro, após mais uma sessão da meia noite, que, naquela época para minha felicidade muitas vezes se iniciava ás 23.30 horas ou ás 23.45 horas, e que obrigavam a contar todos os minutos e segundos para tudo bater certo com o transporte para casa.
Tinha que escolher para a última sessão de cinema, uma sala com alguma proximidade geográfica ao Terreiro do Paço, e muitas vezes, mesmo assim, corria o serio risco de ter que dormir na porta da estação fluvial, aguardando a sua reabertura para assim apanhar o primeiro barco com destino a casa.
Ainda recordo o dia em que calculei que seria capaz de conseguir assistir a uma ultima sessão, no cinema Nimas, que ficava ali para os lados de Alcântara, e chegar ainda a tempo de conseguir apanhar o ultimo barco. A previsão foi errada, e por muito rápido que o carro elétrico tivesse andado e eu corresse pelo Terreiro do Paço fora, mesmo que fosse a voar no cavalo do D. José, já só deu para ver o barco zarpar do pontão, com as portas da estação a fechar.
Acabei por ali ficar, como mais um paria da sociedade, na nobre companhia dos filhos da noite, que são os vagabundos, prostitutas, bêbados, maridos sem família que se recolhiam sob o telheiro da entrada. Eu por ali fiquei um pouco mais de três horas, a aguardar o primeiro barco da manhã, desanimado com a espera e algo incomodado por algumas companhias menos agradáveis que pernoitaram ali próximas, mas interiormente satisfeito por mais um bom filme que tinha tido o privilegio de assistir.
O Nimas naquela época, foi uma sala de cinema e espetáculos, que chegou a ser considerada uma das melhores de Lisboa, e dava cartas em termos de qualidade capital, e claro que merecia uma madrugada passada ao relento na porta da gare marítima do sul e sueste.
Com a minha independência e livre determinação alcançada no dia do meu décimo segundo aniversario, eu sabia que poderia entrar tarde em casa. Neste caso era entrar bem cedo, mesmo ao romper do dia. Para isso bastava um simples telefonema a comunicar, e ao longo dos anos assim fui procedendo e nunca em nenhuma ocasião pude ter razão de queixa, muito embora essa noite no Nimas fosse já nos anos 80, eu desde que fui responsabilizado pelas chaves de casa, com uma dúzia de anos, nunca dei razão de falta de confiança aos patronos da casa.
Os anos foram passando e os tempos passados na Rua Sebastião Saraiva Lima em contato com a loja e outros negócios do meu pai viraram memórias. A minha vida e a sua tomaram outros rumos, passando sempre a minha por uma crescente independência pessoal.
Ao longo do tempo nunca fiquei preso a cargos, lugares ou empregos, por isso a minha vida profissional é em larga medida num determinado período diversificada.
Consegui ser empregado comercial, ocupar tempo numa empresa de construções e manutenção de equipamentos, que era do meu irmão, gerir um bar de um primo meu, situado no alto Minho em Ponte da Barca. Ele era de tal forma, ocupado, que nem dos seus negócios conseguia tomar conta.
Ainda consegui ser profissional da comunicação social escrita e falada entre muitas outras coisas, até ter virado funcionário publico.
Alguém que me conheça acredita que eu algum dia possa ter sido vendedor. Pois é mesmo verdade, e logo eu que detesto vendedores, já fui um dia um vendedor, e relações publicas de uma firma de produtos químicos, maquinas e equipamentos para a agricultura. Um emprego muito bom em determinada época da minha vida, e que me transformou num autentico playboy da época, com direito a automóvel e cartão de credito da firma, para me poder deslocar á minha vontade e com um generoso ‘plafond’ para despesas, que eu por muito que tentasse nunca conseguia esgotar.
Foi um período muito interessante, pois permitiu ganhar um manancial de conhecimentos técnicos e pessoais, espantoso, para além de que ao longo desse tempo o meu ordenado mensal era deveras aliciante, e ao final de cada mês, por muito dinheiro mal gasto?!, por muitas borgas em que eu participasse, conseguia chegar ao final de cada mês sempre com aumento do saldo de reserva da conta bancaria.
Mas eu assumo que sou mesmo um ser extraordinariamente insatisfeito, e para mim os desafios da vida são uma constante atração, a que nunca consigo resistir. Assim por minha iniciativa mudei para uma firma internacional franco belga, como coordenador dos seus contatos com produtores da região da Cova da Beira, e na chamada zona dos Saloios nos arredores de Lisboa.
Um novo desafio com mais regalias, maior ordenado, mas também mais trabalho e responsabilidades e menos tempo livre. Claro que como jovem a minha vida exigia outros caminhos, outras aventuras, e ao fim de algum tempo estava já livre de todos esses encargos, pensando antes na vida e como viver e gozar a vida o melhor possível. A Europa chamava por mim para dois anos de constantes desafios e aventuras.
Importa ainda ressaltar, a importância e relevância da presença, da iniciativa própria e os muitos fatos que, direta ou indiretamente, ao longo da vida me tem levado a não temer as mudanças tanto laborais como pessoais.
A minha passagem pelo Ministério do Trabalho, como Coordenador do Programa ATD, no Centro de Emprego do Barreiro, foi determinante para definir que no meu entendimento a função publica, mais do que pudesse cumprir a minha vocação profissional, era sem duvida uma garantia de estabilidade pessoal ao longo do tempo.
No entanto; a coordenação desse programa ocupacional foi algo que acabou por me dar muito prazer pessoal, pois dessa forma pude tomar conhecimento de muitas realidades sociais encobertas. Ao mesmo tempo também foi uma forma para me ser possível tentar ajudar 586 pessoas que estavam desempregadas á mais de um ano, os chamados desempregados de longa duração, e que iriam assim ter uma oportunidade de emprego, numa entidade ou empresa, com alegadas possibilidades de futuro em termos de colocação profissional.
Ao longo do tempo fui infelizmente tomando conhecimento com a dura realidade do aproveitamento humano, que tanto ao nível da própria gestão do Centro de Emprego como ao nível das entidades envolvidas, apresentavam varias situações muito pouco abonatórias.
Assim a maioria das entidades, na sua maioria as publicas, mais não queriam do que utilizar a mão de obra barata, e em larga medida subsidiada pela CEE, e no final de cada projeto, não manifestavam a mínima intenção de contratar alguém.
Aproveitavam assim as verbas comunitárias, de um modo descarado e vergonhoso, serviam-se das pessoas como números e no final, como se fossem mero lixo humano, eram mandadas embora, regressando aos ficheiros do Centro de Emprego, como desempregados em busca de emprego, tal como antes. Por outro lado o País mostrava estatísticas de desemprego enganosas, com abaixamento percentual devido a esses falsos empregos.
Foi assim que Portugal, anos a fio, mentiu com as taxas de desemprego tanto a nível nacional como internacional, e esbanjou muito dinheiro vindo da Europa, para ser utilizado em programas específicos de criação de empregos, que na realidade acabavam por não criar empregos quase nenhuns.
Assim os muitos ou poucos empregos que conseguimos arranjar para essas pessoas foram todos em entidades privadas, quando a Câmara Municipal do Barreiro e as Juntas de Freguesia, Finanças, Bombeiros e outras entidades publicas não contrataram rigorosamente ninguém.
Foi para mim uma frustração pessoal, ver bons profissionais voltarem ás listas do desemprego, depois de largos meses de bons desempenhos nas diversas entidades.
Por outro lado o dia-a-dia no Centro de Emprego acabou por nos deixar tomar um contato diferente e aprofundado com aquele mundo, de um modo real.
Naquela época o Centro de Emprego do Barreiro era dirigido pelo famoso Sr. Barbosa, que não tinha as necessárias habilitações para ocupar o cargo. Um mero delegado político, e que por ali se mantinha apenas devido a uma nomeação política, que olhou mais para a pessoa e muito menos para a sua capacidade, neste caso para a sua larga incapacidade para ocupar o cargo.
Na verdade quem o nomeou para aquele cargo nem devia saber como era possível manter um alcoólatra á frente dos destinos de uma entidade publica, que ainda por cima tinha a responsabilidade de movimentar milhares de contos mensalmente, em diversos projetos e ajudas diversas.
O meu choque pessoal com essa personagem foi algo que acabou por surgir de um modo natural, face á minha personalidade.
Assim quando, para além de outras decisões absurdas, iniciou uma perseguição pessoal a alguns funcionários, sem qualquer razão profissional para isso, eu não me pude conter e o embate foi assim radical, com uma larga discussão no seu gabinete, que eu e o Rui Vilela invadimos, e a que não me faltou o apoio de larga maioria dos outros funcionários.
Essa situação só não se tinha verificado anteriormente apenas por mero medo de represálias. Agora sentindo força e liderança, não resistiram e naquele momento mostravam a sua posição sem receios. Por outro lado, a ajuda do Coordenador do programa OTJ, o Rui Vilela foi também determinante. Nós os dois acabamos por fazer frente ao individuo, no seu próprio gabinete, que colocado perante algumas falcatruas, que já tínhamos conseguido descobrir, em alguns programas e projetos, teve que recuar nas suas intenções ditatoriais.
Foram meses de constante conflito, ainda mais que o individuo após o almoço estava sempre incapaz para tomar alguma decisão, em virtude das monumentais bebedeiras que apanhava no Restaurante do Manuel da Luz.
Essa minha passagem pelo Ministério do Trabalho foi também importante, pelo fato de que foi ali que mantive com a Filomena, a única relação pessoal com uma colega de trabalho, muito embora ela e eu não tivéssemos qualquer relacionamento profissional direto.
O Ministério do Trabalho foi sem duvida uma experiência importante para mim, pelos conhecimentos pessoais, e profissionais conquistados e também pelo meu aumento de conhecimentos ao nível humano.
Por outro lado como que não descansei enquanto não foi possível colocar o nomeado diretor, totalmente sem capacidade para ocupar o cargo, no seu devido lugar, ou seja; onde a sua parca capacidade e conhecimentos profissionais eram legítimos em termos de ocupação.
Poucos anos mais tarde, surgiu essa possibilidade a nível político, e no que de mim dependeu, não tive qualquer duvida; e dessa forma assim foi devidamente corrigida aquela ilegalidade, que chegava ao ponto de permitir que ele, com menos qualificação profissional, pudesse estar a dirigir funcionários bem mais qualificados do que ele, como era exemplo o Sr. Ribeiro, um funcionário com um estatuto e uma postura moral e profissional muito superior á sua.
Com a nomeação da Drª Mercês Borges como Diretora do Centro de Emprego do Barreiro, e com deslocação do Adalberto Barbosa para mero técnico de emprego, tudo foi corrigido. Tarde e más horas, mas foi corrigido!
Devo salientar que a minha passagem pelo Ministério do Trabalho, foi até ao dia de hoje, o único cargo profissional que ocupei, por nomeação política.
Sempre entrei profissionalmente nos diversos cargos por via de concurso publico, ou por concurso e entrevista nas empresas privadas, por isso á política nada devo em termos de colocação profissional ou de qualidade de vida, antes pelo contrário.
A minha chegada ao Ministério da Saúde, em 1989, dá-se por mero acaso, devido a um convite para concorrer a uma das três vagas que tinham sido abertas na Administração para onde acabei por concorrer e ficar colocado durante 12 anos da minha vida. Mais uma vez saí por minha livre e espontânea vontade e iniciativa. Acho até que; se em 2001, não tenho concorrido para o Ministério da Educação, no dia de hoje por certo, ainda estaria naquele mesmo local.
Foi com o Dr. Domingos Nabais, que comecei a trabalhar no Ministério da Saúde, naquele já longínquo ano de 1989. Um homem que me deixou muitas e gratas recordações como profissional exigente e excepcional para além de profundamente competente e ao contrario do que muitos possam pensar, extraordinariamente humanista. Um Administrador Hospitalar como já não existe mais. O molde com que foi fabricado o Domingos Nabais, na Escola Nacional de Saúde Publica, deve ter-se perdido, por isso apesar de ter trabalhado com muitos e categorizados profissionais, que me perdoem todos os outros, mas foi com ele que realmente mais gostei de trabalhar, devido á sua competência e dedicação.
Ademais, o volume de trabalho que conseguia dominar, era altamente qualificado e rigoroso no tratamento de todos os assuntos. Era um Administrador que levantava a “bunda” da secretaria e ia aos locais verificar, in-loco, o que realmente se passava, o que a grande maioria jamais fez ou algum dia fará.
A nossa amizade pessoal conseguiu resistir até ao dia de hoje, e inclusivamente a quinta onde hoje habita, situada no Alentejo, foi por mim negociada para ele, através de outro grande amigo, o Alberto Carreira, que hoje anda por terras de África nos confins da antiga colônia portuguesa de Moçambique, como fazendeiro e industrial de arroz.
A vida é uma soma de equívocos e acertos, a minha entrada para o Ministério da Saúde foi uma soma de todas essas condicionantes.
Ao longo dos doze anos que acabei por passar no Hospital de S. José em Lisboa, pude observar conclusivamente a importância dos conhecimentos ali adquiridos enquanto ser humano. Foram sem duvida muito mais os acertos do que os equívocos, e também posso confirmar que eu em nada estou arrependido com a minha postura perante as muitas situações ali vividas.
Visão e entendimento que eu tenho a certeza não pode ser compartilhado, infelizmente, por alguns funcionários, em especial Administradores Hospitalares que passaram por aquela instituição e não deixaram grande obra feita, pelo contrario na sua maioria deixaram mais problemas para resolver do que os que encontraram quando passaram por debaixo do arco da porta principal.
Ainda bem, para felicidade de muitos cidadãos, que as suas gestões foram fugazes. Ironia á parte, acredito mesmo que no geral alguns eram tão limitados nas suas capacidades profissionais que exerceram os seus cargos cientes de que a sua prestação era algo de muito importante para a humanidade, diria mesmo imprescindível, se bem que da sua passagem nada resta para testemunhar por ali terem andado.
Posso até dar testemunho, pois tive a sorte de poder observar de muito perto, alguns desses comportamentos de gestão desastrosa, e confirmar que lamentavelmente, uns poucos se acabaram por perder na boçalidade, no ‘empavonamento’, e acabavam mesmo por acreditar que; a autoridade dos cargos, por eles exercidos era um poder delegado segundo quase uma concessão divina.
Nesse chamado ‘olimpo’, muitos fazem justiça á ultima piada segundo a qual muitos acham que são Deus e outros tem a certeza!
No final das suas carreiras, normalmente com o som da aposentadoria a bater-lhes á porta, ou o fim dos tempos, do tempo em que tudo queriam comandar, a larga maioria acabou por ser comandada ou pura e simplesmente afastada, tal a quantidade de asneirada produzida ao longo de uma vida.
A irreal imagem cotidiana era tão implícita que; não dava mais, em alguns casos, para se conseguir ficar calado, pois as asneiras não aconteciam só pela via econômica, mas se processavam de forma mental, atingindo muitas vezes a postura dos funcionários, o que para mim constituía um atropelo á própria condição humana, com claros indícios de desumanidade, dando quantas vezes rasteiras do mais baixo calibre.
Alguns destes tristes exemplos foram visíveis, em pessoas como o Dr. Sá de Almeida, ou como o Dr. Victor Fonseca, Administrador Delegado, que depois de se confirmarem como autenticas lesmas, em termos de Gestão Hospitalar, tinham ainda o terrível defeito de tentarem pessoalmente comer rodelas de iguarias á mesa do orçamento, utilizando para isso todo o gênero de artimanhas.
Precisamos refletir hoje mais seriamente sobre os diversos processos do passado, para assim chegarmos a uma análise mais conclusiva, sobre alguns dos métodos utilizados, que passavam por claro beneficio de concorrentes em concursos em troca de benefícios pessoais ou materiais, por isso muitas vezes se deixaram alienar por futilidades e esqueceram o principal; as idéias, o pensamento, a essência, alheios a tudo e julgando os outros pelo que têm e não pelo que são, ou possam valer realmente, quando devidamente aproveitados.
Esse tipo de gente, tão comum a nível profissional, mais até do que se possa imaginar, aproveita-se, sobretudo dos tontos, que fazem da vida um espaço em que não estudam, não pensam, não ousam mudar nada na sua situação ou na situação geral, uma situação aterradora e cheia de corrupções e falta de ética.
Foi por tudo isso que eu cheguei a um estagio como funcionário em que não só decidi participar na tentativa da mudança, mas também passei a questionar, incomodar, contestar, revolucionar e para isso candidatei-me ao Conselho Geral do Hospital de S. José, com total êxito, uma vez que fui eleito por maioria logo na primeira volta das eleições.
Esse era o sinal de que a maioria queria mudar algo. E assim dessa forma passei a ser olhado pelo Conselho de Administração, como um inimigo a tentar abater, só que eu sou muito teimoso e duro, e difícil de me deixar abater, por simples cidadãos que usam a cabeça não para pensar. Usam a cabeça antes para colocar chapéus coloridos, para assim se disfarçarem e ficarem bem vistos na foto de família.
Foi desta forma que a primeira batalha foi iniciada, tendo como objetivo colocar a funcionar um órgão que não reunia á mais de três anos, quando a legislação obriga a que reúna obrigatoriamente no mínimo um bom par de vezes em cada ano.
Os Conselhos de Administração não queriam ser fiscalizados por órgãos independentes e incômodos, e para isso contavam com a clara conivência do Presidente do órgão, no caso concreto do Hospital de S. José, pelo famoso padre Victor Melicias.
Para mim era nessa época uma batalha dupla, pois com esse cavalheiro já estava a disputar outra luta ao nível das Misericórdias, devido ás irregularidades na Santa Casa da Misericórdia do Barreiro, a que ele dava cobertura e ainda hoje continua a dar.
Para aqueles que, pouco ou nada sabem; sobre a santíssima figura, é bom caracterizar que é um homem que está presente em mais de meia centena de entidades, incluindo Bombeiros, Clubes Desportivos, Associações, Mutualistas, Misericórdias, etc...
Para mim, sem qualquer temor reverencial, é considerado ao nível de um “Padrinho” da Máfia. Inclusivamente foi dele a idéia do chamado projeto Antonio Guterrez, que deu os resultados que deu em Portugal, com a chegada até ao limites do pântano.
Ele conduzia de forma determinante alguns setores políticos mais conservadores do Partido Socialista, do Partido Social Democrata e também do CDS/PP, por via de claras influencias diretas e indiretas.
As Misericórdias hoje são na sua maioria um conjunto de braços do imenso polvo que ele controla, e de que ele é a própria cabeça.
Estou certo de que num dia, que espero não muito distante, tudo se vai esclarecer, e todo o mundo vai poder confirmar a terrível importância nefasta deste individuo, que é extraordinariamente perigoso, quando se tenta tocar nos seus jogos de influencia.
É alguém que se movimenta de um modo esponjoso, nomeadamente á boa maneira, da velha casta, jesuíta, mas estranhamente, com muitas atitudes claramente maçônicas. Uma mistura algo estranha, um caldeirão de muitos interesses pessoais, econômicos e políticos que se movimentam, de acordo com as conveniências do momento, e do poder que domina cada geração ou setor.
Este estranho poder, poderia muito bem ser explicado por quem mais conhece o que se passa, e essa pessoa é o Padre Feitor Pinto, inimigo visceral do Padre Melicias, e que de forma indireta vai dando pistas, para o conhecimento desse enorme grupo “mafioso” liderado pelo Padre Franciscano, mais dado ás artes da gestão bancaria e á luxuria no vestir e no comer. Deve este tipo de indivíduos ser a nova imagem franciscana dos tempos modernos?!...
Felizmente que a minha passagem pelo Hospital de São José serviu ainda para reter bons momentos, e aulas de humanismo e competência, com o saudoso Diretor Dr. José Sá de Figueiredo, com a Drª Nazaré Reis Silva, com a Drª Matilde Pereira entre muitos outros.
Serviu também para registrar momentos de larga ironia e boa disposição, e a criação de amigos, que vão ficar para sempre, ligados á minha vida como; o Brazido, José dos Santos, Costinha, o Amaral, a Ana Trindade a Antonina, e muitos outros.
Quanto a ironia e bons momentos, não posso deixar de referir a Alda que chegou ao serviço vinda do Hospital de Santa Marta, era uma pessoa simples, cordial, e que lamentavelmente vivia um drama familiar de entendimento com o marido.
Aproveitava o trabalho e a hora do almoço, para se libertar dessa magoa, e embora levasse todo o tempo a falar da prometida dieta, acabava por cair na tão famosa comidinha caseira, tipo arroz de pato, alheiras de Mirandela, bacalhau á minhota, pernil de porco, arroz de polvo, leitão á bairrada e outras iguarias do gênero, normalmente regadas com um bom vinho verde.
Durante algum tempo foi a minha companhia em alguns bons e agradáveis almoços, em que eu sentia que ela tinha o prazer de poder desabafar e também de degustar uma boa comida, em boa companhia, pois as minhas mesas eram diariamente; refinadas em termos de composição, e claro de boa disposição.
Por fim o trabalho, que de certa forma era o seu único escape foi trocado por uma ida para casa, pela solicitação pessoal de reforma, e ai sim o que ela achava que poderia ser uma solução para o seu casamento, e para a sua vida emocional virou um autentico tormento.
Nunca conheci ninguém que após a reforma se sentisse tão frustrada e com tanto desejo de retornar ao serviço.
Outra funcionaria que deixou gratas imagens tanto pela negativa como pela positiva e sobre a qual escutei alto e bom som argumentos de defesa que me causaram espanto e indignação, era a Benedita.
Uns alegadamente diziam que ela era assim porque estava sem as potencialidades próprias nos Serviços onde era colocada, acabei por me indignar, pois a referida senhora já tinha percorrido quase todos os serviços do hospital e o seu comportamento era sempre igual.
Alguns podem; estar-se a perguntar, ou a franzir a testa, sobre o comportamento, mas não tem qualquer duvida a senhora passava todo o santo dia de trabalho olhando para as paredes, ou admirando a paisagem através das janelas, ou ao telefone ocupando a linha falando com as colegas de outros serviços, ou com as amigas.
As contas telefônicas disparavam em todos os serviços por onde passava, uma vez que era colocada nos secretariados onde tinha acesso livre a linhas diretas.
Mesmo querendo ser um espírito livre, que não se enquadra com os chamados brios de profeta, não dava para agüentar mais a sua presença no serviço e assim foi colocada no Serviço de Sangue onde após uns quantos meses foi transferida para outro e mais outro serviço, e por ai fora sem parar.
Igual á Benedita, só mesmo a Almerinda que passou também pelo Secretariado do meu serviço, e se dedicava a chegar atrasada, perder ou destruir importantes documentos, desde que os mesmo significassem a possibilidade de trabalho extra para si, e claro também o terrível vicio do telefone. Para agravar ainda por cima utilizava o computador de uma das Administradoras para retirar material para os seus estudos de belas artes, e deixava os arquivos cheios de animais, bonecos e outros artefatos. Acabou também por ir parar ao Serviço de Sangue, que mais parecia em determinada época um autentico asilo de celebridades, a que a Chefe Maria Vaz se dedicava a tentar mudar em termos de comportamento e ação.
Quase todos, somos feitos da matéria das estrelas. Mas não estamos á altura do fulgor dos astros, talvez por isso a vida nos impõe muitos limites, e como se isso não bastasse, passamos grande parte da nossa existência confinados em limites que nós próprios nos impomos, para evitar alguns acontecimentos, que por vezes podiam prejudicar-nos, ou a outrem. Serve isto para dizer que o Dr. Gino adorava um bom almoço de entrecosto com arroz de feijão na tasca típica da Mouraria, e se mais vezes; não se repetiu esse repasto, foi devido ao fato de que como era sempre muito bem regado, ele acabava também quase sempre por apanhar uma grande bebedeira, o que em dias de reunião do Conselho de Administração era terrível para a sua imagem e reputação pessoal e profissional.
Acabava por passar a tarde a dormir sobre a secretaria, sem olhar para os imensos papeis e processos por ali espalhados a esmo, e muitas vezes nem comparecia ás reuniões, o que originava enormes atritos, para se conseguir desculpar as suas ausências.
Eu comecei a construir algumas muralhas de defesa, para desta forma colocar um freio de contenção, racionando e impondo alguma auto - estima e disciplina no Dr. Gino.
A sua passagem para o Hospital Curry Cabral foi tão benéfica para ele em termos pessoais como para o próprio serviço, muito embora as duas aves “Catatuas” que o vieram a substituir, no seu conjunto não conseguiam formar um único Administrador, tal o desastre consecutivo em que se emaranhavam todos os dias.
Não posso deixar de referir três casos humanitários, com que me deparei na dúzia de anos em que por ali passei, e também um exemplo de como se deve cortar os males pela raiz.
Começo por referir o altruísmo de uma funcionaria a quem a Junta Médica negava consecutivamente a aposentadoria, mesmo consciente da neoplasia que a afetava, e que a acabou por vitimar, sem que recebesse um único mês de aposentadoria. Essa funcionária, que diariamente fazia um esforço tremendo para comparecer no seu local de trabalho, mesmo residindo bem longe, acabou por ser humanamente liberada das suas tarefas na Lavandaria Hospitalar, e de uma forma incrivelmente generosa, o Sr. Administrador Delegado permitia a assinatura da folha de ponto de um modo algo ilegal, mas humano, no final de cada mês. Na realidade ela estava já na fase terminal, e quase já nem conseguia andar, só mesmo algum medico da Junta Médica, perfeitamente desumanizado, conseguiria manter ao serviço aquela criatura, naquele estado.
Chegou então o dia em que seriamente pensei em dar um novo rumo á minha vida profissional, e dessa forma apresentei candidatura a uma serie de entidades que tinham aberto concursos públicos. Não existe fome que não acabe por dar em fartura, e assim aconteceu. Ao mesmo tempo; que fiquei aprovado para iniciar novas funções no Instituto da Água, também aconteceu o mesmo no concurso do ISCSP, em que fiquei em 1º lugar.
Era então uma mera questão de opção, e de imaginar o futuro em termos de carreira, por outro lado dois colegas meus ficaram fora das vagas, e com a minha desistência, a acontecer, um deles acabaria por entrar. Essa acabou por ser uma das questões que mais peso teve na minha decisão pessoal, e assim optei pelo Ministério da Educação.
Com a minha passagem para o Ministério da Educação, para o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, uma nova etapa se abriu na minha vida profissional, passado uma dúzia de anos, ligado a uma mesma Entidade e a um mesmo Serviço.
Uma nova etapa, que virou um pesadelo, devido ao acumular de manifestas incompetências e atropelos á lei que ali fui encontrar, e que iriam de forma frontal contra a minha mentalidade e personalidade pessoal e profissional.
Se arrependimento mata-se, eu teria morrido umas dezenas de vezes, pois aquela Entidade era, naquela época, um verdadeiro ninho de “corrupção” e “clientelismo”.
As chefias eram ali nomeadas pelos favores que tinham prestado ao longo dos tempos, e pelo numero de trapaças que tinham encoberto a este ou aquele ex-responsável. E figuras como o então Chefe de Repartição, Acácio Almeida Santos, era um dos maiores exemplos de como um mero Continuo, sem o mínimo de preparação, pode chegar por via de nomeações administrativas, até um dos mais altos postos da Entidade, onde até o Reitor daquela época tinha medo da sua atuação.
Por outro lado o nepotismo era evidente, com a sua mulher a ser Chefe de Secção, alcançando esse mesmo cargo da mesma forma administrativa, em meia dúzia de anos, uma carreira feita á imagem do marido.
Depois surgiam as chefias; como o famoso Sr. Rodolfo, responsável pela área financeira, de tal forma competente que a maioria dos dias, no período da tarde, não estava disponível para tratar fosse de que assunto se tratasse, atendendo ás bizarras bebedeiras que ia apanhando, nas inúmeras tertúlias “benfiquistas”, em que todos os dias se; dedicava a despejar garrafas de puro ‘malte inglês’ e vinhos das mais reles categorias, passando assim do oito para o oitenta, como alguém esfrega um olho. Não posso, no entanto, esquecer que era muito habilidoso a nível de gestão, e até um largo “saco azul” conseguia manobrar, para dali pagar festas e almoços, sem contar com os inúmeros Seminários e Conferencias que eram organizados mensalmente, e de modo continuado, para assim proporcionar e justificar horas extraordinárias para os diversos funcionários seus afilhados.
Aquela Entidade encerrava figuras para todos os gostos, como o famoso Valentim, outra chefia, dedicado aos serviços gerais, a que não escapava a possibilidade de um favor de um rabo de saia que estivesse interessado em progredir na carreira, graças a um agrado no armazém de livros ou nalgum gabinete mais abandonado. No entanto funcionário feminino que não lhe fosse dedicado, desde logo era colocado debaixo do seu olho clinico e virado para a intriga, tal como aconteceu com a Filomena, a quem não agradaram as arremetidas emocionais, e que passou a ser vista como inimiga publica numero um.
Verdade se diga que uma Entidade com liberdade em termos de gestão, por via da sua autonomia, é algo que permite todo o gênero de barbaridades financeiras, como é o exemplo da aquisição de livros por grosso para alguns professores poderem fazer o bonito de oferecerem a seu belo prazer, gastando assim de forma incontrolada as verbas da Entidade, como acontecia com o digníssimo ex-Deputado da Nação, Professor Narana, que se dedicava a oferecer livros a quem muito bem entendia, com a cobertura e conivência das chefias de que dependia esse setor, e os olhos fechados do Reitor.
Durante os meses que ali permaneci, entendi muito bem o modo de funcionamento, de uma Entidade que era muito próxima da famosa Universidade Moderna, e onde nem faltavam os Professores de dupla colocação, bem como os amigos vindos dessa famosa escola da “aldrabice”, e que em devido tempo mereceram algum tempo de prisão para alguns habilidosos mais destemidos.
Se algum dia, um Ministro da Educação, digno desse nome, decidir exigir uma verdadeira sindicância ao ISCSP, vai ter uma surpresa terrível, pois estou certo de que muitas das situações ocorridas na Universidade Moderna, são como insignificâncias ou meras migalhas ao pé do que realmente por ali se passava, e em certa medida ainda deve ocorrer com algumas das personagens aqui retratadas, isto se ninguém soube colocar travão na ‘badernice’ ali reinante.
A minha transferência profissional para a ARS do Algarve, acabou por merece verdadeiras decisões de Estado com Despachos e Pareceres de Ministros da Saúde e Educação, Primeiro Ministro, Presidente da Republica, Provedor de Justiça, Comissões Parlamentares, e mais não sei quantas Entidades, até que finalmente foi liberada. Segundo o Senhor Reitor, se dedicava a assinava nos diversos Despachos, produzidos nos meus inúmeros Requerimentos de Transferência, eu era imprescindível para o Serviço, e portando ia indeferindo essa minha pretensão, alegando essa monstruosidade impossível de personificar, seja por quem for, pois ninguém no mundo é insubstituível, nem mesmo o Jesus Cristo para os Crentes.
Nunca na minha vida imaginei poder ter tanta importância para uma Entidade, como a que vim a ter para o ISCSP.
Foi um ano tumultuado aquele que passei no Ministério da Educação, no ISCSP, e só a grande força de vontade e temperamento guerreiro me acabaram por possibilitar a vitória de um regresso ao Ministério da Saúde, agora colocado no Algarve, no Sul de Portugal, longe da confusão da grande cidade capital.
Foi dali que passados 4 anos de serviço efetivo, parti para esta grande aventura nas Américas, onde me encontro à cerca de dois anos, e de onde neste momento penso ser resgatado, pois mais uma vez, como sempre na minha vida, me sinto um insatisfeito, querendo retornar ao serviço efetivo. Tal como o meu pai ao longo da sua vida profissional, também eu acho que estou destinado a trabalhar até bem tarde na vida, pois faz parte da minha mentalidade, da minha cronologia profissional, e não vai ser agora que a vou interromper.
As minhas saudades do estresse diário, dos montes de papeis para despachar, dos problemas para em tempo útil resolver ou se possível antecipar na sua solução para que não cheguem a ser verdadeiros problemas. As saudades do convívio diário com os colegas e amigos que se vão criando e enraizando na nossa vida pessoal e profissional, tudo isso faz com que pense muito seriamente em voltar a sentar-me a uma secretaria com leis e ordens para cumprir, dedicando umas quantas horas diárias aquilo de que desde 1974 realmente não tenho medo e sei fazer; ou seja:
Trabalhar!
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## 15 de dezembro de 2015
## 6 de novembro de 2015
# Por que Deus permite o mal?
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**Este capítulo faz parte da obra: “O Problema do Mal”, ainda em construção.**
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Outra razão pela qual Deus não intervém o tempo todo destruindo o livre-arbítrio humano é porque ele deu ao homem a autoridade sobre a terra. Este é um conceito muito claro biblicamente, e ao mesmo tempo difícil de explicar sem correr o risco de pender para a heresia.
## 5 de novembro de 2015
# "Ministério da Justiça" do PT quer trazer "progresso" ao país com a imigração de terroristas
Há poucas horas a página oficial do “Ministério da Justiça” (leia-se “PT”) no facebook respondeu a um comentário que dizia que “imigrantes pacíficos são bem-vindos, já os jihadistas devem ser bloqueados de entrar no Brasil”. A resposta foi a seguinte:
# Os desastres naturais e a fome na África são culpa de Deus?
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**Este capítulo faz parte da obra: “O Problema do Mal”, ainda em construção.**
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# O livre-arbítrio cristão não existe?
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**Este capítulo faz parte da obra: “O Problema do Mal”, ainda em construção.**
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## 2 de novembro de 2015
# Cefas, o apóstolo secreto
Um engano que tem ludibriado muita gente nas igrejas é que o número de apóstolos se limitava a doze, e nunca passou disso. Baseado neste antigo erro, alguns chegaram inclusive a alegar que Paulo não era apóstolo verdadeiro(!), porque ele não era dos doze. No entanto, as evidências indicam claramente que havia na Igreja dois grupos de apóstolos: o restrito (limitado aos doze) e o amplo (que incluía outras figuras importantes do início da Igreja). Isso significa que, ao todo, a Igreja tinha bem mais do que doze apóstolos, embora tenha
*começado*com doze. Alguns textos evidenciam claramente alguns destes apóstolos além dos doze, como Paulo e Barnabé:
## 31 de outubro de 2015
# Sofrimento: Um trampolim para a maturidade
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**Este capítulo faz parte da obra: “O Problema do Mal”, ainda em construção.**
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Embora grande parte das pessoas pense que não há razões para Deus permitir o sofrimento em um mundo livre, a realidade nos mostra o oposto. Quase sempre aprendemos algo mediante o sofrimento. Como Norman Geisler e Frank Turek corretamente observam no clássico livro “Não tenho fé suficiente para ser ateu”, você não pode desenvolver a coragem a não ser que esteja em perigo, não pode desenvolver perseverança a não ser que tenha adversidades, não pode desenvolver a compaixão a não ser que alguém esteja passando necessidade, e não pode aprender a servir a não ser que tenha alguém a servir.
## 18 de outubro de 2015
# Comentários de Atos 7
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**Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.**
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## 17 de outubro de 2015
# Comentários de Atos 6
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**Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.**
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## 15 de outubro de 2015
# Comentários de Atos 5
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**Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.**
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# É bíblico o unicismo?
Unicistas são os que creem que Pai, Filho e Espírito Santo não são pessoas distintas, mas três manifestações de uma mesma e única pessoa. Este ensino frequentemente está associado a uma compreensão incorreta em relação à trindade, como se os trinitarianos cressem em três deuses, ou em um deus com três cabeças. Uma vez que a Bíblia ensina claramente a existência de um só Deus, eles descartam a possibilidade da trindade e partem para a teoria das três manifestações do mesmo Deus.
## 14 de outubro de 2015
# Comentários de Atos 4
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**Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.**
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## 13 de outubro de 2015
# Comentários de Atos 3
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**Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.**
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1 E Pedro e João estavam subindo juntos para o Templo à hora da oração (a nona [hora] );
2 E um certo homem estava sendo trazido, que era aleijado desde o ventre de sua mãe, ao qual todo dia colocavam à porta do Templo, chamada [Porta] Formosa, para pedir esmola aos que entravam no Templo.
3 O qual, ao ver Pedro e João perto de entrarem no Templo, ele [lhes] pediu uma esmola.
4 E Pedro, olhando fixamente para ele, junto com João, disse: Olha para nós.
5 E [o aleijado] ficou prestando atenção neles, esperando receber deles alguma coisa.
6 E Pedro disse: Prata e ouro eu não tenho; mas o que eu tenho, isso eu te dou: no nome de Jesus Cristo, o nazareno, levanta-te, e anda!
7 E, tomando-o pela mão direita, levantou [-o] ; e logo os seus pés e tornozelos ficaram firmes.
8 E ele, saltando, pôs-se de pé, e andou, e entrou com eles no Templo, andando, e saltando, e louvando a Deus.
9 E todo o povo o viu andar, e louvar a Deus.
10 E eles o reconheceram, que este era o que se sentava [para pedir] esmola perto da porta formosa do Templo; e ficaram cheios de surpresa e espanto, por causa do que tinha lhe acontecido.
11 E o aleijado que tinha sido curado, tendo se apegado a Pedro e a João, todo o povo correu maravilhado a eles ao alpendre, que se chama de Salomão.
12 E Pedro, vendo [isto] , respondeu ao povo: Homens israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou por que vós olhais com tanta atenção para nós, como se por nosso próprio poder ou santidade tivéssemos feito ele andar?
13 O Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu filho Jesus, ao qual vós entregastes, e diante do rosto de Pilatos o negastes, [mesmo] ele julgando que fosse solto.
14 Mas vós negastes ao santo e justo, e pedistes que um homem assassino fosse vos dado.
15 E vós matastes ao Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas.
16 E pela fé em seu nome, o nome dele deu firmeza a este, que vedes e conheceis; e a fé que é por meio dele deu a este perfeita saúde na presença de todos vós.
17 E agora, irmãos, eu sei que vós fizestes [isso] por ignorância, assim como também vossos líderes.
18 Mas Deus cumpriu assim o que já antes pela boca de todos os seus profetas ele tinha anunciado, que o Cristo tinha de sofrer.
19 Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que vosso pecados sejam apagados, quando vierem os tempos do refrigério da presença do Senhor.
20 E ele enviar a Jesus Cristo, que já vos foi pregado anteriormente.
21 Ao qual convém que o céu receba até os tempos da restauração de todas as coisas, que Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio.
22 Porque Moisés disse aos [nossos] pais: O Senhor, vosso Deus, levantará, d [entre] vossos irmãos, a um profeta como a mim; e ele vós ouvireis em tudo o que ele vos falar.
23 E será que toda alma que não ouvir a este profeta será exterminada do povo.
24 E também todos os profetas, desde Samuel e os posteriores, todos os que falaram, também anunciaram com antecedência destes dias.
25 Vós sois os filhos dos profetas e do pacto que Deus estabeleceu com nossos pais, dizendo a Abraão: E em tua semente serão abençoadas todas as famílias da terra.
26 Deus, ao ressuscitar seu filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que [nisto] vos abençoasse: afastando cada um de vós de vossas maldades.
**3.6** *prata e ouro eu não tenho.*Evidência de que os apóstolos não eram ricos, nem possuíam muitas posses materiais. A única coisa que eles tinham era a cura física, através do nome de Jesus. **3.12** *por que olhais com tanta atenção para nós.*Pedro rejeitou a atitude daquelas pessoas que passaram a louvá-lo após terem visto a cura realizada. O verso 11 diz que "todo o povo correu maravilhado a eles", e quando Pedro viu isso (v.12) fez questão de tirar o foco de si mesmo e trazê-lo a Cristo (v.13), que deve ser sempre o centro do nosso louvor. Se quando os apóstolos estavam *vivos*eles rejeitaram que uma multidão inteira os cercasse para honrá-los e faziam questão que a glória fosse dada totalmente a Deus, o que seria se eles vissem hoje uma multidão que faz procissões com imagens de gesso que supostamente remetem a eles, com a finalidade de exaltá-los e prestar-lhes culto? **3.12** *como se por nosso próprio poder.*Pedro ressalta que eles não curaram o paralítico por algum poder deles mesmos, mas que foi o Senhor Jesus que curou através deles, e por essa mesma razão a glória deveria ser dada a Cristo, e não a eles. Muitos nos dias de hoje invertem este quadro, e prestam honrarias inconvenientes a homens quando veem que este homem fez algo de bom - seja um pastor, um "santo", um cantor ou quem quer que seja - quando toda a glória deveria ser remetida a Deus, o verdadeiro autor da boa obra, e por isso mesmo o digno de todo o mérito. Nós somos apenas "vasos de barro" (2Co.4:7) modelados por Deus, e ninguém em sã consciência louva o vaso em si em vez do seu criador, que fez com que o vaso ficasse bom. **3.15** *ao qual Deus ressuscitou dos mortos.*V. nota em At.2:24. *nós somos testemunhas.*V. nota em At.1:3. **3.17** *por ignorância.*Ignorância espiritual, no mesmo sentido em que Paulo diz que "o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo" (2Co.4:4). Espiritualmente, há um "véu" que cobre a mente dos incrédulos (2Co.3:14), e por essa razão eles não conseguem discernir a verdade, mesmo quando a verdade é exposta diante deles. É somente quando o véu é retirado, através da graça de Deus, que a pessoa se torna apta a entender aquilo que só pode ser entendido por uma mente espiritual (1Co.2:16). **3.19** *arrependei-vos, pois, e convertei-vos.*V. nota em Mt.3:2 e em Mt.3:6. **3.21** *o céu receba até os tempos da restauração de todas as coisas.*Pedro não diz que o Céu vai receber Jesus "para sempre", mas sim " **os tempos da restauração de tudo". A palavra aqui traduzida por "receber" é o grego** *até* *dechomai,*que também significa "conter" ou "segurar", razão pela qual muitas versões traduzem por "convém que o céu o *contenha*até os tempos da restauração". Isso implica que Jesus não viverá para sempre no Céu, mas somente até os "tempos da restauração", quando então Ele reinará conosco em um Reino físico terreno (v. nota em Jo.18:36), e "o tabernáculo de Deus estará com os homens, com os quais ele viverá" (Ap.21:3). **3.22** *um profeta como a mim.*Diante de todo o contexto, se refere indiscutivelmente a Jesus, e não a Maomé, como dizem os muçulmanos. **3.23** *será exterminada.*V. nota em 2Pe.2:6.
## 12 de outubro de 2015
# Comentários de Atos 2
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**Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.**
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1 E ao se cumprir o dia de Pentecostes, estavam todos concordando no mesmo lugar.
2 E de repente houve um ruído do céu, como de um vento forte [e] violento, e encheu toda a casa onde eles estavam sentados.
3 E foram vistas por eles línguas repartidas como que de fogo, e se pôs sobre cada um deles.
4 E eles foram todos cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes dava a discursarem.
5 E havia judeus que estavam morando em Jerusalém, homens devotos, de toda nação abaixo do céu.
6 E acontecendo esta voz, ajuntou-se a multidão; e ela estava confusa, porque cada um os ouvia falar em sua própria língua.
7 E todos estavam admirados, e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Ora, estes que estão falando, não são todos eles galileus?
8 E como nós ouvimos cada um [deles] em nossa própria língua, na qual nascemos?
9 Partos, Medos, Elamitas, os habitantes da Mesopotâmia, da Judeia, Capadócia, Ponto, Ásia,
10 Frígia, Panfília, Egito e regiões da Líbia perto de Cirene, e romanos estrangeiros, tanto judeus como prosélitos,
11 Cretenses e Árabes, os ouvimos em nossas próprias línguas eles falarem das grandezas de Deus.
12 E todos estavam admirados e confusos, dizendo uns aos outros: O que isso quer dizer?
13 E outros, ridicularizando, diziam: Eles estão cheios de vinho doce.
14 Mas Pedro, pondo-se de pé com os onze, levantou sua voz, e lhes falou: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja isto conhecido, e ouvi minhas palavras:
15 Porque estes não estão bêbados, como vós pensais, sendo [ainda] a terceira hora do dia.
16 Mas isto é o que foi dito por meio do profeta Joel:
17 E será nos últimos dias, diz Deus, que: Eu derramarei do meu Espírito sobre toda carne, e vossos filhos e filhas profetizarão, e vossos rapazes terão visões, e vossos velhos sonharão sonhos;
18 E também sobre meus servos e sobre minhas servas, naqueles dias eu derramarei do meu Espírito, e profetizarão.
19 E darei milagres acima no céu, e sinais abaixo na terra; sangue, fogo, e vapor de fumaça;
20 O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e notório dia do Senhor.
21 E será que todo aquele que chamar ao nome do Senhor será salvo.
22 Homens israelitas, ouvi estas palavras: Jesus o nazareno, homem aprovado por Deus entre vós, com maravilhas, milagres e sinais, que Deus fez por meio dele no meio de vós, assim como vós mesmos também sabeis;
23 Este, sendo entregue pelo determinado conselho e conhecimento prévio de Deus, sendo tomando, pelas mãos de injustos [o] crucificastes e matastes;
24 Ao qual Deus ressuscitou, tendo soltado as dores da morte; porque não era possível ele ser retido por ela;
25 Porque Davi diz sobre ele: Eu sempre via ao Senhor diante de mim, porque ele está à minha direita, para que eu não seja abalado.
26 Por isso meu coração está contente, e minha língua se alegra, e até mesmo minha carne repousará em esperança.
27 Pois tu não abandonarás minha alma no mundo dos mortos, nem entregarás a teu santo, para que veja corrupção.
28 Tu tens me feito conhecer os caminhos da vida; tu me encherás de alegria com tua face.
29 Homens irmãos, é lícito eu vos dizer abertamente sobre o patriarca Davi, que morreu, e foi sepultado, e a sepultura dele está conosco até o dia de hoje.
30 Portanto, sendo ele profeta, e sabendo que Deus tinha lhe prometido com juramento que, da sua descendência segundo a carne, levantaria ao Cristo para se sentar no seu trono;
31 Vendo [-o] com antecedência, falou da ressurreição do Cristo, que a alma dele não foi abandonada no mundo dos mortos, nem a carne dele viu corrupção.
32 A este Jesus Deus ressuscitou; do qual todos nós somos testemunhas.
33 Portanto, tendo sido exaltado à direita de Deus, e recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que agora estais vendo e ouvindo.
34 Porque Davi não subiu aos céus; mas sim, ele diz: Disse o Senhor a meu Senhor: Senta-te à minha direita,
35 Até que eu ponha teus inimigos por escabelo de teus pés.
36 Saiba então com certeza toda a casa de Israel, que Deus o fez Senhor e Cristo a este Jesus, que vós crucificastes.
37 E eles, ao ouvirem [estas coisas] , foram afligidos como que perfurados de coração, e disseram a Pedro, e aos outros apóstolos: Que faremos, homens irmãos?
38 E Pedro lhes disse: Arrependei-vos, e batize-se cada um de vós no nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e vós recebereis o dom do Espírito Santo.
39 Porque a promessa é para vós, e para vossos filhos, e para todos que [ainda] estão longe, a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.
40 E com muitas outras palavras ele dava testemunho, e exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa!
41 Então os que receberam a palavra dele de boa vontade foram batizados; e foram adicionados naquele dia quase três mil almas.
42 E eles perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão, e nas orações.
43 E houve temor em toda alma; e muitos milagres e sinais foram feitos pelos apóstolos.
44 E todos os que criam estavam juntos, e tinham todas as coisas em comum.
45 E eles vendiam [suas] propriedades e bens, e as repartiam com todos, conforme a necessidade que cada um tinha.
46 E perseverando a cada dia em concordância no Templo, e partindo o pão de casa em casa, comiam juntos com alegria e sinceridade de coração.
47 Louvando a Deus, e tendo graça, [sendo do agrado] de todo o povo. E a cada dia o Senhor acrescentava à igreja aqueles que estavam sendo salvos.
**2.4** *começaram a falar em outras línguas.*Há grande debate sobre se essas línguas eram línguas terrenas entendíveis ou celestiais ininteligíveis. O que se sabe é que os apóstolos começaram a falar em línguas, e cada pessoa de fora *ouvia*em seu próprio idioma (v.8). Duas interpretações tem sido dadas. A primeira (tradicional) é que cada apóstolo falava em uma língua idiomática diferente, e por essa razão as pessoas de diferentes nacionalidades escutavam alguém falando em seu próprio idioma. A segunda (pentecostal) é que os apóstolos falavam em línguas ininteligíveis (estranhas), mas que de modo sobrenatural o Espírito Santo fez com que nesta ocasião específica cada ouvinte ouvisse como se todos estivessem falando em sua própria língua materna. Essa segunda interpretação é reforçada pelos seguintes quesitos: (a) se cada um estivesse falando em uma língua natural diferente ao mesmo tempo, e se fosse esta língua natural que os descrentes estivessem ouvindo, então dificilmente cada estrangeiro iria entender o que estava sendo dito, já que seria tudo uma grande confusão; (b) o texto não passa a ideia de que cada um falava um idioma terreno diferente, mas sim que todos os apóstolos eram ouvidos no idioma da língua de quem ouvia. Isso fica claro pela expressão "cada um deles", no verso 8, que passa nitidamente a ideia de que quem ouvia de fora entendia que cada um dos apóstolos falava na língua em que o estrangeiro ouvia, e não que cada um deles falava em um idioma diferente e que por coincidência um desses idiomas era o daquele que ouvia um apóstolo em especial. O verso 6 também passa essa noção, ao dizer que "cada um *os*[no plural] __ouvia__falar em sua própria língua", e não que *alguém* __falava__em sua própria língua. O mais provável, portanto, é que os apóstolos estavam falando em línguas estranhas e que Deus fez com que as pessoas de fora ouvissem como se todos estivessem falando no idioma deles, isto é, de quem ouvia. Para ler mais sobre o dom de línguas, veja os comentários ao capítulo 14 de 1Co. **2.13** *cheios de vinho doce.*NVI: "beberam vinho demais", i.e, que estavam "bêbados", embora estivessem sãos. Às vezes, manifestações do Espírito Santo parecem absurdas demais para os de fora, de maneira que parece que a pessoa não está sã, e se torna alvo de ridicularização. No entanto, isso não é justificativa para ir ao extremo oposto, onde o local de culto se torna uma completa desordem e baderna, na contramão do que Paulo prescreve em 1Co.14:40 (v. nota). O culto cristão deve dar liberdade ao agir do Espírito Santo em vez de se centrar em uma liturgia rígida e monótona onde os seres ali presentes só podem observar e repetir frases prontas, mas também não deve desbancar para o outro extremo, onde "tudo é permitido". **2.15** *terceira hora do dia.*O equivalente às "nove horas da manhã" (NVI). **2.17** *nos últimos dias.*É interessante observar que Pedro aplica a profecia de Joel quanto aos "últimos dias" para o seu próprio tempo. Na perspectiva cristã, o mundo presente está dividido em duas eras: o antigo pacto (aliança) e o novo pacto (aliança); a era de Israel e a era da Igreja; o tempo para a primeira vinda e o tempo para a segunda vinda. É como se a história do mundo presente se dividisse em dois tempos: o primeiro, que culminou na morte e ressurreição de Cristo, e o segundo, que se consumará na volta de Jesus. Portanto, todos aqueles que estavam vivos a partir da ressurreição de Cristo já faziam parte do "segundo tempo", que é o *último*tempo. Essa é a razão pela qual por vezes o termo "últimos dias" ou "último tempo" é aplicado ao início daquela segunda era (At.2:17; Tg.5:3; Hb.1:2), ainda que o *final mesmo*ainda esteja por vir. Em suma, embora tenhamos o costume de relacionar os "últimos dias" apenas aos eventos finais que estão por vir, a Bíblia compreende os "últimos dias" como sendo todo o período desde o início até o fim da segunda era; isto é, desde a ressurreição de Cristo até Sua volta gloriosa. **2.17** *filhos e filhas profetizarão.*Não apenas os "filhos", mas também as "filhas". A Bíblia é totalmente favorável ao ministério profético feminino (sobre este mesmo tema, v. nota em At.21:9 e em 1Co.11:5). Levando em consideração que os "últimos dias" compreendem um período que se estende até os dias atuais (2Tm.3:1), logicamente os sonhos, visões e profecias descritos no verso se aplicam ainda hoje. **2.20** *grande e notório dia do Senhor.*Refere-se em todo o NT ao dia da volta gloriosa de Jesus e da ressurreição dos mortos (1Co.5:5; 2Co.1:14; 1Ts.5:2; 2Ts.2:2; 2Pe.3:10). **2.21** **** *todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.*V. nota em Rm.10:13. **2.22** *homem aprovado por Deus.*V. nota em Mc.8:22-26. *Deus fez por meio dele.*Os milagres que Jesus realizava ele não realizava por seu próprio poder, mas pelo poder de Deus que atuava nele (Mt.9:8). **2.24** *ao qual Deus ressuscitou.*Jesus não "ressuscitou a si mesmo", como alguns dizem, mas foi ressuscitado pelo Pai. *tendo soltado as dores da morte.*O estado de "morte" na Bíblia não é visto como algo positivo, mas negativo. A morte não é uma amiga que nos leva ao Céu, mas o último inimigo a ser vencido (1Co.15:26), que ainda tem seu "aguilhão" até ser derrotado na ressurreição dos mortos (1Co.15:55-56). É a ressurreição que é a definitiva vitória sobre a morte, quando somos libertados do estado de morte e trazidos ao estado de vida. Uma vez que a ressurreição de Cristo é a garantia da nossa própria ressurreição (1Co.15:20), sua vitória sobre a morte é o que "nos livrou do medo da morte" (Hb.2:15), pois nos trouxe a garantia da nossa própria ressurreição para uma vida eterna (1Co.15:22-23). **2.27** *mundo dos mortos.*No grego, "Hades", o equivalente ao "Sheol" do hebraico. Sobre o significado do termo, v. nota em Lc.10:15. O sentido do texto é que a alma de Jesus não ficaria "abandonada" no Hades, porque Deus o ressuscitaria antes que ele entrasse em decomposição, e então lhe traria novamente à vida (v.28). **2.29** *a sepultura dele está conosco até o dia de hoje.*Como Davi ainda continuava morto na sepultura, então a ressurreição que ele havia dito no texto citado aqui por Pedro (Sl.16:10) não se referia a si próprio, mas era uma profecia messiânica, que se cumpriu, portanto, em Jesus. **2.30** **** *para se sentar no seu trono.*Cristo é chamado de o "filho de Davi" (v. nota em Mt.22:45), pois nele há o cumprimento de todas as promessas de Deus feitas a Davi e à sua descendência. **2.34** *Davi não subiu aos céus.*Declaração categórica que refuta a tese de que a alma de Davi já estava no Céu. O fato de Davi não estar no Céu é justamente o argumento de Pedro para o fato de que o estar à direita de Deus não se referia ao próprio Davi, mas ao Messias. **2.39** *e para vossos filhos.*No sentido de que a promessa do batismo não se limitava apenas àquela presente geração, mas também para os seus "filhos", i.e, os seus descendentes, por observância perpétua. Outra possibilidade provável é que a "promessa" aqui esteja ligada ao "dom do Espírito Santo", que é a última coisa ressaltada no verso anterior. Pedro fala no verso 38 de arrependimento, batismo e possessão do Espírito Santo, e as crianças pequenas e recém-nascidos em geral só se enquadram no terceiro caso, uma vez que não tem idade suficiente para se arrepender deliberadamente por pecados conscientes praticados, e por essa mesma razão não podem se batizar (v. nota em At.8:12). **2.42** **** *perseveravam na doutrina dos apóstolos.*O foco da perseverança na fé não estava na pessoa dos "apóstolos" em si, mas na *doutrina*ensinada pelos apóstolos. Semelhantemente, nos dias de hoje as igrejas verdadeiras não são necessariamente as que tem "sucessão apostólica", mas as que guardam as *doutrinas*que eram ensinadas pelos apóstolos. Os fariseus também criam ser sucessores de Moisés (Mt.23:2; Jo.9:28) e descendência de Abraão (Jo.8:39) em sentido natural, mas Jesus os repreendeu, pois tinham adicionado tradições extrabíblicas ao conteúdo puro e simples da Palavra de Deus, a Sagrada Escritura (v. notas em Mc.7:15, em Mt.15:2 e em Mt.15:9). **2.42** *no partir do pão.*Em alusão à eucaristia, a Ceia do Senhor. **2.44** *tinham todas as coisas em comum.*Não em um sentido comunista, onde a divisão de bens é forçada, sempre gerando miséria e genocídio por onde passa, mas de livre e espontânea vontade, sem qualquer tipo de coerção. Ademais, este sistema aqui vigente no início da igreja deixa de existir após a dispersão, que ocorreu pouco tempo mais tarde (At.8:1), e não volta a ser mencionado na Bíblia. O que os apóstolos praticavam não era comunismo, mas capitalismo com generosidade (em vez de uma forma de capitalismo onde ninguém ajuda ninguém). **2.46** *no templo... e de casa em casa.*O texto mostra que o problema não era o templo em si, como alguns fanáticos modernos asseveram, como se o fato de congregar em templos fosse em si mesmo algo imundo ou imoral. Se fosse, os discípulos não se reuniriam no templo enquanto ainda podiam fazer isso. Por outro lado, para evitar que caiamos no extremo oposto (onde todo o culto está limitado ao templo), o texto diz também que os discípulos cultuavam nas casas, que mais tarde passou a ser o único meio de reunião, quando o Cristianismo se tornou uma religião ilegal. O importante não é o *local*em que se cultua a Deus e que comumente é chamado de "igreja", mas sim o *coração*dos adoradores ali presentes, e a *doutrina*que está sendo ali ensinada. Se há adoradores em espírito e em verdade (Jo.4:24) compartilhando uma doutrina legitimamente evangélica (Fp.1:27), Deus estará ali presente (Mt.18:20), independentemente se estão se reunindo em um templo, ou em uma casa, ou ao ar livre, ou onde quer que seja. Limitar o agir de Deus para dentro de quatro paredes é justamente o que Paulo critica em At.17:24 (v. nota), e este erro é geralmente praticado tanto pelos adeptos da corrente do "somente templo", quanto pelos adeptos da corrente do "somente casa". **2.47** *louvando a Deus.*O louvor não era a Maria, nem a José, nem a João Batista, nem aos grandes patriarcas do passado que marcaram a história do AT, mas a um só: Deus. Qualquer louvor que tenha como alvo de glorificação uma outra pessoa que não seja Deus, ou como finalidade outra coisa que não a Sua glória, deve ser repudiado - seja ele um louvor mariólatra da cultura romanista, ou um louvor antropocêntrico da cultura gospel moderna.
## 11 de outubro de 2015
# Comentários de Atos 1
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**Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.**
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1 Eu fiz o primeiro livro, ó Teófilo, sobre todas as coisas que Jesus começou, tanto a fazer como a ensinar;
2 Até o dia em que ele foi recebido acima, depois de pelo Espírito Santo ter dado mandamentos aos apóstolos que tinha escolhido;
3 Aos quais também, depois de ter sofrido, apresentou-se vivo com muitas evidências; sendo visto por eles durante quarenta dias, e falando [-lhes] das coisas relativas ao reino de Deus.
4 E, reunindo-os, mandou-lhes que não saíssem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai que (disse ele) de mim ouvistes.
5 Porque João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muitos dias depois destes.
6 Então aqueles que tinham se reunido lhe perguntaram, dizendo: Senhor, tu restaurarás neste tempo o Reino a Israel?
7 E ele lhes disse: Não pertence a vós saber os tempos ou estações que o Pai pôs em sua própria autoridade.
8 Mas vós recebereis poder do Espírito Santo, que virá sobre vós; e vós sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia, e Samaria, e até ao último [lugar] da terra.
9 E tendo ele dito estas coisas, enquanto eles o viam, ele foi levantado acima, e uma nuvem o tirou dos olhos deles.
10 E enquanto eles estavam com os olhos fixos ao céu, depois dele ter ido, eis que dois homens de roupas brancas se puseram junto a eles;
11 Os quais também disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Este Jesus, que foi tomado de vós acima ao céu, assim virá, da maneira como o vistes ir ao céu.
12 Então eles voltaram a Jerusalém do monte que se chama das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém [à distância] de um caminho de sábado.
13 E ao entrarem, subiram ao cômodo superior, onde ficaram Pedro, Tiago, João, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago [filho] de Alfeu, Simão Zelote e Judas [irmão] de Tiago.
14 Todos estes perseveravam concordando em orações, e petições, com as mulheres, com Maria a mãe de Jesus, e com os irmãos dele.
15 E em [algum d] aqueles dias, havendo uma multidão reunida de cerca de cento e vinte pessoas, Pedro se levantou no meio dos discípulos e disse:
16 Homens irmãos, era necessário que se cumprisse a Escritura, que o Espírito Santo, por meio da boca de Davi, predisse quanto a Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus.
17 Porque ele foi contado conosco, e obteve uma porção neste ministério.
18 Este pois, adquiriu um campo por meio do pagamento da maldade, e tendo caído de cabeça para baixo, partiu-se ao meio, e todos os seus órgãos internos caíram para fora.
19 E [isso] foi conhecido por todos os que habitam em Jerusalém, de maneira que aquele campo se chama em sua própria língua Aceldama, isto é, campo de sangue.
20 Porque está escrito no livro dos Salmos: Sua habitação se faça deserta, e não haja quem nela habite; e outro tome seu trabalho de supervisão.
21 Portanto é necessário, que dos homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus entrava e saía conosco,
22 Começando desde o batismo de João, até o dia em que [diante] de nós ele foi recebido acima, se faça um destes testemunha conosco de sua ressurreição.
23 E apresentaram dois: a José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome [o] Justo; e a Matias.
24 E orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra a qual destes dois tu tens escolhido.
25 Para que ele tome parte deste ministério e apostolado, do qual Judas se desviou para ir a seu próprio lugar.
26 E lançaram-lhes as sortes; e caiu a sorte sobre Matias. E ele [passou] a ser contado junto com os onze apóstolos.
**1.1** *o primeiro livro.*I.e, o evangelho de Lucas (Lc.1:1-4). *todas as coisas.*Lucas não diz "algumas" coisas, mas "todas" as coisas, o que nos leva a crer que em seu evangelho já constava tudo o que era suficiente para o nosso conhecimento sobre os ensinos de Jesus, para que possamos crer e ser salvos (sobre o parecer semelhante de João, v. nota em Jo.20:31). **1.3** *com muitas evidências.*A fé cristã não é uma fé desprovida de evidências, mas uma fé que se fundamenta principalmente no fundamento da ressurreição de Cristo, que é a garantia da nossa própria ressurreição para uma vida eterna (1Co.15:22-23). Para os apóstolos, a ressurreição de Cristo era evidente pelo fato de Jesus, mesmo depois de morto, ter aparecido vivo a eles em diversas ocasiões diferentes e inclusive em grupo, o que deita por terra com qualquer chance de ter sido mera alucinação. Já para nós, a evidência da ressurreição de Jesus é o martírio dos apóstolos, que prova que eles estavam sendo sinceros em seu testemunho da ressurreição de Jesus, uma vez que ninguém morre por algo que sabe que é uma mentira. Os discípulos não ganhariam nada inventando uma mentira; de fato, tudo o que eles ganharam foi perseguição, açoites, prisões e privações por toda a vida, e martírio ao final dela. Somente um Cristo literalmente ressurreto e vivo dentre os mortos poderia motivá-los a passar por tantos sofrimentos sem renegar a fé nem por um instante. Esta é a maior evidência da veracidade da fé cristã. [Para ler mais sobre isso, veja o capítulo 5 de meu livro "As Provas da Existência de Deus"]. **1.5** *sereis batizados com o Espírito Santo.*Não se refere à conversão, porque os discípulos já eram convertidos. Não se refere ao batismo nas águas, porque os discípulos já eram batizados. Também não se refere a possuir o Espírito Santo, porque os discípulos já tinham o Espírito Santo pelo menos desde Jo.20:22. Se refere, obviamente, ao dom de línguas que os discípulos receberiam dentro de poucos dias, o que se cumpriu em At.2:1-4. Esta é uma das provas mais fortes de que o batismo com o Espírito Santo se refere não ao momento do novo nascimento, mas sim ao momento em que os dons espirituais passam a ser liberados sobre o já convertido. Isso implica que nem todos aqueles que são convertidos e que já foram batizados nas águas são batizados com o Espírito Santo, como está claro em At.18:25 (v. nota). **1.7** *não compete a vós saber os tempos.*Os discípulos criam em uma restauração literal de Israel como nação, e Jesus em momento algum negou isso, nem jamais lhes disse que esta era uma interpretação equivocada. Ao contrário, quando perguntado sobre os *tempos*em que isso ocorreria, ele não disse que *não vai ocorrer,*mas sim que isso ocorrerá em um tempo que não lhes competia saber. Algo semelhante ao que ele disse sobre o dia da Sua vinda não poder ser descoberto pelos homens (Mt.24:36). Isso implica que realmente haverá uma restauração literal em Israel como nação, o que também é confirmado por Paulo, quando disse que no final "todo o Israel será salvo" (Rm.11:26, v. nota). **1.11** *assim virá, da maneira como o vistes ir ao céu.*Isso significa que a volta de Jesus nas nuvens do céu é tão real e literal quanto a sua ascensão. Da mesma forma que Jesus literalmente subiu ao céu em uma nuvem, ele literalmente voltará à terra em uma nuvem, no arrebatamento pós-tribulacional da Igreja. Diante de um contexto que fala de uma vinda literal nas nuvens por analogia, é simplesmente inócuo tentar usar paralelos de textos poéticos do AT onde Deus figurativamente "cavalga numa nuvem" (Is.19:1) para tentar impugnar uma volta literal de Cristo na segunda vinda. **1.13** *Judas [irmão] de Tiago.*Sobre esta tradução equivocada, v. nota em Lc.6:16. **1.14** *Maria.*É a última vez em que a mãe de Jesus é mencionada na Bíblia. Ela não volta a ser citada em mais nenhuma parte de Atos ao Apocalipse. *irmãos dele.*V. nota em Mc.6:3. **1.21** **** *é necessário.*Estabelece os pré-requisitos necessários para alguém ser considerado "apóstolo" em sentido estrito (para o grupo dos doze). Obviamente, ninguém se enquadra nestes requisitos hoje, uma vez que era necessário que estivesse presente com os discípulos desde o batismo de João Batista. No entanto, há um sentido mais amplo em que o termo aparece nas Escrituras, como quando Paulo e Barnabé são chamados de apóstolos (At.14:14), assim como Tiago (Gl.1:19) e como Andrônico e Júnias (Rm.16:7). Neste sentido, o "apóstolo" é qualquer um que é *enviado*ou designado a uma missão evangelística, uma vez que "enviado" é o significado do termo "apóstolo", em grego. **1.24** *tu tens escolhido.*V. nota em Jo.6:70.
## 8 de outubro de 2015
# Meu novo livro - "Os Evangelhos Comentados"
**•** **Sinopse** *Os Evangelhos Comentados*é parte de uma Bíblia de Estudos com observações no rodapé sobre os versículos mais polêmicos do Novo Testamento, aqueles que geram debate, discussão e dividem doutrinas. Além disso, contém também alguns comentários de caráter devocional e sobre vida cristã. Neste volume, estão incluídos os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João, com seus respectivos comentários. A versão bíblica aqui utilizada é a Bíblia Livre (BLIVRE), traduzida por Diego Santos e Mário Sérgio a partir dos textos originais do grego.
Este comentário aos evangelhos segue as linhas: (a) método gramático-histórico; (b) arminianismo clássico; (c) aniquilacionismo; (d) pentecostalismo moderado; (e) pós-tribulacionismo; (f) Cinco Solas: Sola Scriptura, Sola Fide, Sola Gratia, Solus Christus e Soli Deo gloria. Esta Bíblia de Estudos é ainda complementada pelo meu comentário às epístolas, dividido em dois volumes. Juntos, eles formam
*O Novo Testamento Comentado*. **•** **Download do e-book gratuito**
O download da versão digital completa tanto em formato de Word quanto em PDF pode ser feito através deste link do Mega, juntamente com meus demais livros:
Se alguém não conseguir baixar o arquivo, é só enviar um e-mail para mim ([email protected]) que eu mando por anexo.
**•** **Compra do livro em impresso**
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Paz a todos vocês que estão em Cristo.
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Um ano inteiro.
## 31.12.09
### Sigur Rós, "Svo Hljótt"
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### E os teimosos que teimam que a década acaba hoje?
Dez anos depois, a mesma ladainha. Como se não bastasse o cansativo, repetitivo aranzel dos "balanços" de final de ano – em que se compulsam as personalidades do ano, as frases mais bombásticas, os fracassos, os melhores discos, filmes e livros, etc. –, este ano temos dose dupla de tudo isto porque há muita gente que teima que o último dia de 2009 anuncia o final de uma década. Há dez anos passámos por tudo isto. Com uma agravante: em 1999 havia muita gente convencida que o século XX terminava no trigésimo primeiro dia de Dezembro desse ano.
Das duas, uma: ou toda essa gente tem um problema terrível com os números (e particularmente com a ordenação cardinal), ou têm uma pressa impressionante de andar atrás do tempo. Vou acreditar que se trata da primeira hipótese. São atraiçoados pela mudança de número no terceiro dígito que compõe o ano que começa amanhã. Esse dígito deixa de ser o zero e passa a ser o número um, o que as leva a darem por adquirido que daqui a uma horas já entrámos numa nova década.
Ora, uma década é composta por dez anos. E, a menos que se arranje uma versão adaptada daquela ridícula estrofe de um ícone do cancioneiro ligeiro indígena que sugere que "o natal é todos os dias, é quando um homem quiser", também se podia dizer que uma década termina quando a um homem apraz. Se me apetecer dizer que a década só termina no fim de 2012, é porque considero que ela começou no primeiro dia de 2003. Para as convenções, todavia, as décadas começam num número redondo. Talvez por isso os tais teimosos estejam convencidos que na dobra do ano que muda o terceiro dígito da combinação numérica que compõe o ano se faça a mudança das águas entre duas décadas. Assim como assim – imagino que seja este o seu raciocínio –, o zero é o tal número redondo e até é um número par.
Tudo isso faria sentido se o calendário fosse um aglomerado de datas ao sabor dos caprichos humanos. Não parece que seja esse o caso. O calendário é uma sequência ordenada e obedece a uma coerência. A contagem do tempo teve algures um começo. Se formos pelas normas estabelecidas, foi com o nascimento de Cristo que se iniciou a contagem dos anos. O primeiro ano do calendário foi aquele em que J.C. nasceu. O primeiro ano, logo, o ano um desta contagem. A sequência de dez anos que consuma a década só terminou ao décimo ano, logo, ao ano dez desta contagem.
Por maioria de razão, e decalcando o raciocínio para a década em que estamos, 2009 é o nono ano da década. Então como se teima que hoje termina a década se amanhã se inicia o décimo ano da sequência? Para que os teimosos estivessem certos na sua extemporânea sucessão de décadas, teriam que nos convencer que a presente década tinha começado em 2000. Recuando no tempo, aos alvores da contagem d.C., era como se o ano inicial do calendário tivesse sido o ano zero...
Se não for por atrapalhação algébrica, esta teimosia em apressar o final da década só se explica pela pressa em andar atrás do tempo – ou, também se podia alvitrar, pela pressa em empurrar o tempo com a barriga. Um sinal dos tempos: a paradoxal prisão interna que nos inquieta, divididos entre a tremenda pressa de viver a vida, como se fôssemos nós a atropelar os relógios que marcam o compasso do tempo, e as lamúrias de que o tempo se escoa com uma lentidão exasperante. Tenho a impressão que o extemporâneo funeral da primeira década do século XXI aprova a sensação que domina os teimosos – a de que temos que apressar o tempo que eles sentem passar muito devagar. O que me deixa perplexo, pois padeço de maleita oposta: a cada ano que se dobra, naqueles inevitáveis momentos de interiorização do ano que termina, sinto a apoplexia do tempo que vai numa corrente acelerada.
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## 30.12.09
### Expressões idiomáticas sem sentido (II): vir a talho de foice
Está convencionado dizermos que "vem a talho de foice", a expressão idiomática para se dizer, por palavras diferentes, que "vem a propósito" falar-se disto já que se estava a falar daquilo. Quando alguma coisa vem a talho de foice, fazemos a ponte entre dois assuntos que, à partida, não têm ligação entre si. Mas só aparentemente é que não há vínculo entre eles, pois logo a seguir atamos as pontas separadas enquanto advertimos, "a talho de foice", que afinal uma coisa leva à outra.
Por exemplo, podíamos falar do inverno rigoroso com que fomos agraciados este ano. De caminho, enquanto resgatávamos da memória um anterior inverno tão severo, podíamos interrogar, a talho de foice, se o catastrofismo das alterações climatéricas faz sentido. Ou podíamos discutir a probidade do primeiro-ministro a propósito dos rumores que se ouvem por aí acerca da linguagem de caserna que usou nos telefonemas com o seu grande amigo o banqueiro do BCP. Para, a talho de foice, mergulharmos numa intensa discussão sobre a dignidade (ou indignidade) de usar chamadas telefónicas privadas na batalha política. Terceiro exemplo: enquanto assistimos ao discurso habitualmente enfadonho do presidente da assembleia da república (na muito solene cerimónia em que uma delegação do parlamento vem desejar boas festas ao presidente de república – ou em qualquer circunstância em que Jaime Gama ora), diríamos que vem mesmo a talho de foice falar de medicamentos que induzem o sono.
Esta é uma expressão idiomática que sempre me soou mal. Ouvia as pessoas dizerem "a talho de foice" e não percebia o que tinha o talho a ver com a foice. Pois se no talho se amanham as carnes dos animais já cadáveres que depois se expõem em nacos vistosos e se as foices são usadas para ceifar os cereais, tinha dificuldade em perceber a coerência entre as duas palavras. Naquela curiosidade típica da idade dos porquês que começa na infância e nunca mais pára, recordo-me de ter perguntado ao meu pai o que se pretendia dizer quando alguém pronunciava a expressão "a talho de foice". Sedimentei a resposta sem perceber a explicação. Continuei, pelo tempo fora, a coçar a cabeça de cada vez que escutava alguém dizer que isto vinha a talho de foice daquilo. A certa altura interroguei se não se tratava daquelas expressões idiomáticas que entram nos costumes sem nos darmos conta se elas têm qualquer significado.
Para piorar a embirração com a expressão, ela continha uma palavra que esbarrava em pessoais preconceitos. (E quem afirmar a pés juntos – outra expressão idiomática que dava pano para mangas… – que não tem preconceitos, que atire a primeira pedra ao ar). Eu esbarrava na palavra "foice"; a ininteligibilidade da expressão idiomática ainda não se escorava num preconceito contra a palavra "talho". Encalhava na foice porque a ligava a um dos símbolos do comunismo. Alérgico ao comunismo como sempre me conheci, de cada vez que escutava alguém dizer "a talho de foice", revolvia-me nas entranhas porque a foice tinha a conotação com o escabroso, esclerosado comunismo.
O que é pedagógico é perfurar as paredes da expressão idiomática. Ela combina palavras que aparentemente encerram o significado da própria expressão. Qual é a relação causal entre o "talho" e a "foice"? Nos talhos não se comercializa o que é ceifado nas searas pelas foices empunhadas pelos camponeses. Da mesma forma que nos campos trabalhados pelas foices não se colhe mercadoria vendida nos talhos. Indo a fundo na expressão que combina dois termos tão em descompasso um com o outro, percebe-se o seu significado. Se, quando dizemos que isto vem a talho de foice em relação àquilo, queremos atar as pontas de dois assuntos que na aparência não têm qualquer relação entre si, faz todo o sentido dizer-se que "vem a talho de foice". O talho e a foice também não se entoam na mesma sintonia.
Que é como quem diz – pedindo o calão de empréstimo ao povo: quando se pensava que o cu não tinha a ver com as calças, afinal até tem.
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## 29.12.09
### Agricultores virtuais?
É da natureza humana, a faceta lúdica. Somos jogadores natos. Há quem perca a cabeça – e o património – com apostas viciantes que jogam contra as escassas probabilidades de sair triunfante no jogo. E há outros jogos mais saudáveis porque não estiolam o património de quem por eles se enamora.
Quando éramos jovens dependíamos dos
*flippers*. Depois vieram as primeiras consolas rudimentares (a *ZX Spectrum*), que empancavam a toda a hora para desespero de quem se queria divertir com os pueris joguinhos. Ficámos adultos e a tecnologia cavalgou num trote acelerado. Descobrimos computadores pessoais, consolas mais sofisticadas, processadores potentes e velozes, jogos cada vez mais apetecíveis, com imagens que se aproximam da realidade. Com o advento da internet até passámos a jogar à distância, os adversários porventura anónimos num sítio qualquer que desconhecemos. Soube há dias que a indústria dos jogos para consolas e computadores vale uma fortuna. Sintomático.
O uso do plural ali atrás é uma figura de estilo. Só momentâneos arroubos com estes jogos, pois nunca tive paciência para gastar tempo com eles. Para começo de conversa: os vícios dos outros são-me assunto totalmente estranho. Gastamos o tempo como bem nos aprouver; ninguém, a não ser o próprio, é senhor do seu tempo e soberano em como o vai despender. No máximo, cada um de nós manifesta, no seu íntimo, estranheza pelos vícios dos outros. Sobretudo se não houver mínima identificação com o que os leva a cair no estado de dependência.
Está na moda um jogo em que os jogadores fazem as vezes de agricultores virtuais. Já esteve na moda um outro jogo de realidade virtual em que quem nele embarcasse era convidado a um fútil exercício de esquizofrenia, desmultiplicando-se em personalidades paralelas, tantas as que conseguisse criar e manter. Era uma espécie de Fernando Pessoa e heterónimos exportados para a realidade virtual. O modismo do momento para quem aderiu ao
*Facebook*é ser proprietário fundiário e camponês ao mesmo tempo. No fundo, uma maneira diferente da tal esquizofrenia de personalidades em que a realidade virtual parece fértil. Quem se propuser a ser proprietário fundiário herda, por milagre, uma quinta. Depois tem que a manter – e é aí que o empresário agrícola se converte em camponês de si mesmo.
Noto o passadismo deste jogo. Quando se pensava que o século XXI era o receptáculo da pós-modernidade (há até quem invoque a "pós pós-modernidade"…), as delícias da tecnologia colocaram-se ao serviço de uma tradição de antanho. Foi lá atrás, muito lá atrás no tempo, quando o conhecimento científico e a tecnologia eram rudimentares, que a agricultura teve o seu apogeu. Agora que estamos na era da "pós pós-modernidade", a tecnologia – que em teoria daria mais um golpe nas ancestrais tradições da agricultura – faz a ponte com o anacronismo. O mal pode ser meu, que tenho a mania dos exageros de análise: pode ser por genética antítese com a agricultura, mas é-me dado a ver que a agricultura tem os dias contados. Já sei que me vão interrogar: e sem a agricultura, o que comemos? Até me podem apontar o dedo argumentando que a agricultura é imprescindível para manter a paisagem rural, o contraponto da mancha urbana que se estende com a passagem do tempo e com a sedução das pessoas que se acotovelam nas cidades.
Os teólogos da nova ruralidade argumentam que é no campo que reside a qualidade de vida. Assustados com a vida apressada das cidades, onde o ar é irrespirável e as pessoas se tratam na indiferença do anonimato recíproco, querem construir um novo futuro através do regresso ao passado. Exilam-se no campo, onde se deliciam com o bucolismo da paisagem não composta por betão armado ao alto. Refugiam-se no estado da natureza em que a ruralidade ainda é pródiga.
O jogo que convida os jogadores a serem agricultores virtuais é o berço desta ruralidade pós-moderna? Talvez a resposta esteja no seu próprio enunciado: não passam de agricultores virtuais. Virtuais. Quantos estariam dispostos a mergulhar na vida árdua de quem cultiva (a sério, não no computador) legumes, frutos e cereais? E, no fundo, um jogo não é isto mesmo – a simulação, e só a simulação, da realidade?
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## 28.12.09
### Votos natalícios, os votos impossíveis
Faz parte do imaginário da quadra: um microfone estendido diante de populares anónimos, convidados a formular os desejos para o natal e para um novo ano que se aproxima. As pessoas respondem, com préstimo e generosidade: ora desejam saúde (para cada um e para todos, imagina-se), ora anseiam pela paz sempre adiada. Enterneço-me enquanto espectador deste voluntarismo tão ingénuo.
Os poetas apregoam que os sonhos são o sal da existência. Alguém pode ser acusado por desfiar desejos que, à partida, no seu próprio íntimo, sabe serem objectivos impossíveis? É da natureza humana, a ambição. Se nos demitirmos das metas ambiciosas, arrastamo-nos numa existência vegetativa. Daí que nestas alturas de balanços (o fim do ano é a melhor altura para acertar contas com o que ficou para trás) um laivo de optimismo, um laivo que seja, perfume o exercício prospectivo.
O ingénuo voluntarismo dos anónimos populares é isso mesmo: uma manifestação de vontade que prima pela ingenuidade. Pode dar-se o caso de as pessoas abordadas pelos repórteres de rua serem apanhadas de surpresa quando são interrogadas. Com a pergunta disparada de chofre, nem sequer pensaram no assunto. As primeiras palavras que descem à boca coincidem com a reacção espontânea, com os votos vulgares que se repetem ano após ano – e que todos os anos se desfazem em pó quando, na hora do acerto de contas com o ano dobrado, as metas se repetiram miragens.
As pessoas desejam-se, umas às outras, saúde. Voto inconsequente. Não acontece a existência ser uma roleta russa que a uns distribui saúde de ferro e a outros doenças mais ou menos pungentes? Não vale a pena dar o braço a torcer e fazer coro com as pitonisas de uma vida asséptica que não se cansam de avisar que hábitos desregrados trazem consequências desagradáveis, dolorosas, por vezes fatais. Quem não conhece gente com hábitos de vida irrepreensíveis que foi assaltada pelos caprichos da roleta russa? Como a saúde pertence ao domínio do aleatório, desejar "saúde para todos" é uma forma envergonhada de ambicionar para si próprio um ano longe de hospitais e de médicos. Enquanto, atrás das costas, cruza os dedos num ritual supersticioso.
As pessoas desejam, à humanidade em geral, paz. Só o desconhecimento antropológico da espécie as pode conduzir a semelhante voto. A história da humanidade está repleta de conflitos, mais ou menos sangrentos, que são a negação da paz ambicionada. Para que não haja equívocos: não sou nenhum falcão enamorado por jogos de guerra, como acontece com os militares acantonados na caserna, aqueles militares de baioneta enferrujada mergulhados numa tremenda depressão porque lhes faz falta a acção em "teatro de guerra", o cheiro a pólvora misturado com o odor nauseabundo do sangue e de corpos que jazem derrotados pela absurda guerra. A cada guerra que passa, um lamento, um pungente lamento. E o registo da estupidificação da espécie, teimosamente entretida com a sua antropofagia bélica.
O que era ideal? Que não houvesse guerras. Todavia, o que se deseja é impraticável – e com uma frequência tamanha que isso se converte em regra, desmonta os ideais em nada. Quem insistir em projectar um futuro risonho para o planeta, um cenário aliviado de guerras e guerrinhas, desconhece a natureza da espécie. Ambiciona o desejável que, contudo, é de uma impossibilidade atroz. É nestas alturas que as dores dos desejos impossíveis são lancinantes. Ou nem o chegam a ser por inconsciência de quem formula votos tão belos como insensatos.
Estes desejos que proclamam, nas intenções, um ano melhor do que o ano senescente, são uma de inutilidade pegada. Como se houvesse esta compartimentação da existência fervida na artificialidade dos calendários que se sucedem. Se entendessem que a vida se repete dia após dia, as decepções não caldeavam a diária amargura. Como os dias se repetem sem o espartilho dos calendários, nem a insana cabalística dos anos, talvez não formular votos seja o melhor método. Sobretudo dos votos tangidos pela vulgaridade, os votos impossíveis. De uma impossibilidade além de qualquer utopia.
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## 26.12.09
### Mazzy Star, "Fade Into You"
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## 25.12.09
### O natal impugnado (conto natalício tardio)
Contava-se às crianças, às sucessivas gerações extasiadas com a aproximação do natal: o natal é imorredoiro. E as crianças enfeitavam-se de ilusões. Presas a um alucinante conto do vigário, convencidas, tão inocentes, de fábulas que desfiavam as leis da física. É que nem o pai natal é personagem singular – a menos que também as convencessem que o envelhecido, barbudo Nicolau tem o dom da ubiquidade e uma energia juvenil – nem as renas são animais com
*brevet*de voo.
Mas o natal repetia-se todos os anos, sempre na mesma data por honra às convenções. Enquanto as criancinhas andavam o vinte e quatro de Dezembro num frémito impossível de travar, os mais velhos predispunham-se para o banquete. Os infantes entregues à febre imparável, aquecida pelo relógio que naquele dia parecia demorar-se na sua marcha – e só podia ser de propósito, a preguiça dos ponteiros. Os mais velhos, há muito tempo desfeitas ilusões prodigiosas, nos preparativos para o alambazar tradicional. E um punhado de crentes fixava o natal pelo significado religioso, a imperativa missa do galo marcada para a meia-noite em ponto, um digestivo para os exageros da gula.
Afinal o natal haveria de não ser imorredoiro. Num certo ano, as trevas abateram-se sobre o calendário. Como um tremendo apagão colectivo. Todos anoiteceram a vinte de três de Dezembro. Quando acordaram, nem deram conta que a folha do calendário havia sido mudada, por mistério, para o vigésimo sexto dia do mês. Sem danos para a felicidade dos juvenis. Nem estragos nas vísceras dos mais velhos, noutros anos abrasadas pelos exageros gastronómicos da quadra e pelo exagero do garfo. Nem sequer inquietação para os que cultivam o lado religioso, tão habituados a frequentar missas com assiduidade. Não chegou a haver um único levantamento popular.
Os economistas – e o governo – dariam conta da diferença. Os primeiros, anotando a quebra das vendas, pois afinal as trevas de quarenta e oito horas haviam sido meticulosamente instiladas sem que ninguém desse conta da dispensa das compras natalícias. O governo lamentava um Dezembro anómalo pela escassez de impostos cobrados devido à míngua consumista. Mas era uma força superior, inexplicável, uma força de que não se conhecia origem. Estranhamente, tirando os muito pedagógicos avisos dos economistas e as lágrimas oportunas carpidas pelo governo, o salto no calendário não foi por ninguém lamentado. Era só uma experiência. Para testar as gentes, a sua reacção perante a provisória diluição do natal.
Pela primeira vez, havia mesmo pensamento único. Não se penduraram instalações luminosas nas ruas (e os ecologistas aplaudiram). Não se montaram árvores de natal nas casas. Não houve a corrida ao bacalhau, no necessário encarecimento que não faz esquecer os mecanismos de mercado (os ecologistas também aplaudiram – e a dobrar). Não houve exílio maciço dentro de centros comerciais na demencial corrida às prendas que ficam sempre tardias. Nem reportagens feitas na Lapónia cheia de neve, com entrevistas a filisteus que se fazem passar por pai natal. As escolas tiveram que substituir as intermináveis festas de natal por outras actividades à escolha da criatividade de quem as dirige. Sem preparativos para festas natalícias, nem contos que antecipavam a quadra, ou aquelas músicas que emprenham os ouvidos sempre a partir de fins de Novembro, num convite à alienação estética. O coro de Santo Amaro de Oeiras ficou recolhido nos bastidores.
O natal tinha coalhado. E – surpresa! – ao vigésimo sexto dia de Dezembro, o planeta acordou tão feliz (ou infeliz, depende da perspectiva) como dantes. Soubera-se nesse dia: o natal tinha sido impugnado. Ainda se estava para descobrir quem o tinha banido do calendário e que juiz tão poderoso tinha dado seguimento à impugnação. Ou, melhor dizendo, quem tinha endossado dois dias de calendário às trevas, ditando uma inexplicável letargia colectiva, um longo sono de quarenta e oito horas.
Nesse ano, ao vigésimo sexto dia de Dezembro, o natal só por anamnese.
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## 24.12.09
### O que se aprende com os clérigos
Um bispo anglicano dizia, com a naturalidade de quem ensina o catecismo às criancinhas, que nestes tempos de crise profunda os pobres e desvalidos podem subtrair mantimentos do supermercado sem prejuízo do perdão divino. Um bispo lusitano, encafuado no vetusto conservadorismo da santa igreja católica, anunciava que o casamento entre homossexuais era um atentado à família. É por isso que, nas raras vezes que tenho que frequentar missas (funerais e missas de sétimo dia), fico muito atento à oratória dos curas. Aprende-se muito. Normalmente, aprendo a antítese das palavras ditas nas homilias.
Sobre a revolucionária ideia do bispo anglicano: é dramático o estado de necessidade das famílias a quem a crise degolou os já parcos rendimentos? Concordo. Esse é o pretexto para se branquearem furtos em supermercados, para que essas famílias possam saciar a fome? Discordo. Já que tanto se deifica o papel do Estado, de um Estado que muitos querem cada vez mais omnipresente, que a factura do assistencialismo seja endossada ao generoso Estado.
Admitir furtos ocasionais é uma perigosa ladeira descendente sem fim. O mal está em admitir um começo para as saídas sub-reptícias de supermercados sem se pagarem os víveres. Tudo começava com um punhado de bens essenciais. Um dia destes, vinho de primeira, chocolates opíparos, gelados
*gourmet*, sabe-se lá mais o quê, seriam subtraídos às prateleiras dos supermercados sob pretexto da míngua de rendimentos por culpa da terrífica crise. Tudo começava com gente carenciada. Um dia destes, oportunistas falsamente necessitados estavam a sair à socapa dos supermercados com mantimentos roubados. E um dia destes, nada teria a protecção da propriedade garantida. Se uma pessoa necessitada quisesse viajar para longe, quem se podia opor a que ela não pagasse o bilhete de comboio ou, em última instância, pegasse num carro que não é seu para se deslocar até ao destino?
Eu sei que por estes dias em que os adoradores das heterodoxias económicas andam de peito inchado, convencidos que as suas profecias se realizaram com a crise em que estamos, defender o direito de propriedade é uma heresia. Mas corro o risco de ser bota-de-elástico. Prefiro a estabilidade dos direitos do que normas voláteis que apenas alimentariam o caos. E quem se pode livrar das adversidades do caos? Gostaria de saber a opinião dos esquerdistas radicais – e do bispo anglicano que teve a peregrina ideia – se alguém trespassasse a sua propriedade. Não vale a alegação de que não são endinheirados; o tempo das nacionalizações ficou enquistado na poeira do febril PREC e ser rico não é crime (não é, pois não?). Se tanto se enamoram da sacrossanta igualdade, como defendem que os ricos possam ser atropelados nos seus direitos de propriedade só por serem abastados?
Sobre o bispo viciado no habitual conservadorismo de sacristia da igreja católica: não adianta o diálogo de surdos com quem está aprisionado em quadros mentais muito estreitos. Ou, para ser condescendente, nos seus quadros mentais. Talvez estes preclaros clérigos pudessem perceber que a sua mundividência não é a única forma de olhar para as coisas. A batuta do tempo marca o novo compasso que exige a renovação da visão do mundo. E nem parece acertado cobrir a indignação com o manto da ciência quando invocam a antropologia para atestar o equívoco de admitir que dois homossexuais se possam casar e formar família. Primeiro, a antropologia não é imóvel perante as andanças do tempo. Segundo, se se querem agarrar à ciência como tábua de salvação da inércia dos seus dogmas, deviam incorporar outros estudos que mostram que a homossexualidade não é doença e que as crianças adoptadas por casais homossexuais são tão normais como as demais.
Que raio: custa admitir que outras pessoas tenham preferências sexuais diferentes das nossas? Podemos-lhes negar as mesmas regalias legais que sancionam a opção de duas pessoas serem uma família? E não venham com obtusos argumentos que são apenas uma ilustração da inércia do tempo, quando sugerem que desde tempos imemoriais o casamento é sinónimo da união de pessoas de sexos diferentes. É que a homossexualidade já foi diabolizada em tempos, criminalizada, vista como doença. Mas não hoje. Se dois homens ou duas mulheres vivem juntos e são família, por que não se podem casar? Os monopólios são percursos que levam a destinos fatais.
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## 23.12.09
### O que faz sentido (prontuário surrealista)
"
*Isso explica aquele curioso caso, tantas vezes ocorrido na história, de um homem que julgamos ninguém, apagado e nulo, nos surgir de repente mestre de uma geração ou senhor de um país.*" Fernando Pessoa, *Quaresma, Decifrador*
Na interminável procissão da indigência mental, o homem insiste na sua soberba irritante. Perante a complacência do séquito que se arrasta atrás de si, inebriado com a prosápia de um parlapatão que parece hipnotizar os crentes. As palavras saem todas ao contrário, ou como se fossem tiros que erram sempre no alvo. E aquela sobranceria que vem, a espaços, entrecortada por cínicos sorrisos triunfantes – como se a nota de humor rasteiro fosse a sentença que determina a derrota dos opositores –, resgata toda a pureza da sua indigência mental.
Dir-se-ia: nunca um sistema que escolhe os mandantes através do sufrágio dos representados foi tão lídima expressão de uma gente. Nunca tanta mediocridade junta representou o espelho de uma gente. Mandam as convenções, e o
*fair play*democrático, que se aceitem os resultados sufragados. Que se aprenda a conviver com os mandantes assim escolhidos. Mas lá dizia o homem, a meio da dialéctica com os opositores que insistem em morder nas suas canelas, " *ninguém está acima da crítica*". Precisamente. Ninguém, a começar por ele. E como ele se põe a jeito da crítica!
Esta é a terra onde despontou timoneiro de tão fraca têmpera. Escorregando para o já habitual pessimismo (que, sei-o, não é alimento para ninguém), quase diria que só nesta terra tal possibilidade teria valimento. Como há pouco avisara, em favor desta terra a seguinte conclusão: a tradução da possibilidade é um espelho da gente comum. Haverá maneira mais nítida de retratar a democracia quando os escóis cedem lugar a um representante da mediocridade dominante? O que faz sentido não é estender a rubra passadeira à elite que se empoleira no púlpito, ostentando um estatuto quase divino, lá em cima, no altar inacessível ao comum dos mortais. Depois queixávamo-nos da fractura entre os mandantes e os representados.
Talvez ao contrário do que se sugere, estes não são tempos de protuberância surrealista. Lá está: quando a indigência mental que tomou conta do leme é a imagem fiel da indigência mental que por aí abunda, quem pode anuir no quadro surrealista que os detractores sugerem? Tudo isto faz sentido. Porventura, um terrível sentido, não fosse dar-se o caso de as grandes decisões pertencerem aos decisores europeus. Sem o sabermos, continuamos entretidos a dar protagonismo a actores secundários. A gente que, fossem os parâmetros outros que não os da mediocridade, nunca passaria de um figurante anónimo. Talvez esta seja a marca de água do surrealismo circundante: o povo que, ao contrário dos mandantes, é impossível de mudar.
Soará a sobranceria um juízo tão implacável. Admito que há uma certa altivez na pose de distanciamento, da superioridade intelectual que se reivindica e que não condiz com um estatuto de humildade, quando se cola o homem à interminável procissão de indigência mental. E quando se comete a ousadia de acusar a gente comum de ser serventuária da sufocante mediocridade. Registo uma diferença, contudo: é que eu admito mesmo, sem pestanejar nem reagir com a habitual arrogância do timoneiro, que ninguém está acima da crítica. Posso admitir que o mal seja meu, que a miopia de análise me impeça de ver as coisas como elas são. Até prova em contrário, e até que me convençam que padeço mesmo de miopia, compreendo o estado em que as coisas estão. É tudo isto que faz sentido, mesmo quando a majestade intelectual – ó tamanha sobranceria! – se afadiga em explicar que é tudo ao contrário, que nada disso faz sentido.Tudo soçobra na sua (só aparente) simplicidade. No fundo, o surrealismo habita em mim.
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## 22.12.09
### Meticulosamente
Disciplina mental. Julga, uma mordaça necessária. Olha em redor e distingue-se a rebaldaria mental, um leito de desorganização, um vírus caótico. Amedronta-se diante de qualquer ressonância de caos. Não consegue caminhar entre a desarrumação de tudo. Por isso impõe a si mesmo as algemas da disciplina mental. Férrea disciplina mental. Um jugo irrecusável.
Por onde pisa, sempre vestígios da meticulosa forma de ser. Tudo pensado, como se fosse um arquitecto que não deixa o mínimo traço ao acaso. Não há nada que não seja planeado. As coisas movem-se dentro de um espartilho nascido no afã da meticulosa organização mental. Não deixa de ser um espartilho, pois liquida a espontaneidade, absorve a capacidade de reagir aos imponderáveis que assaltam a forma ordenada dos planos incapazes de lidar com imprevistos. Nem assim se demove. Joga com a lei das probabilidades, com a escassa probabilidade dos imprevistos, para teimar planos milimétricos. Dos planos que não se podem afastar um milímetro que seja das coordenadas fixadas, ou o caos irrompe com o seu macilento, doentio rosto.
Convive mal com a antítese da sua meticulosa peregrinação quotidiana. Incapaz de se dar com gente desorganizada. A falta de sintonia com quem leva vida errante fermenta alguma intolerância. Ou tudo se compõe conforme os seus esboços, ou o caos que se instala causa o desconforto de quem se sente desnorteado, como se tivesse perdido o mapa no meio de um lugar ermo e desconhecido, ou como se em noite de nevoeiro fechado ficasse desprovido de candeia.
Não importam os reptos que desafiem a monotonia. É cultor de todas as rotinas. São o seu oxigénio. A organização mental de que depende é uma rotina instalada. Tudo se passa como se houvesse caminhos mentais que devem ser percorridos todos os dias, numa sucessão organizada de passos que se repetem uns atrás dos outros. Na prisão de uma lógica que se emparelha nos meandros da mente. Se alguém propõe romper a rotina dos dias instalados, num convite à excepcionalidade do espartilho da tremenda organização interior, a espontaneidade tem por uma vez lugar. É essa espontaneidade que devolve resposta negativa ao aceno, não vá a meticulosidade implodir. E o que se seria de si, das suas pessoais exigências, se o endeusado altar da coerência abrisse uma brecha?
Meticulosamente, apanhado todavia numa prisão de si. Ela também meticulosa. Duplamente cárcere. Pela intolerância que desenvolve aos que vagueiam na desorganização mental, entregues ao laxismo, os baldas que não suporta. E cárcere pelas masmorras que cultiva dentro de si. Pelo que nega em si, só para honrar um inane compromisso fixado com a coerência que se impõe, meticulosa e asfixiante, totalitária, algoz da sua própria liberdade.
Pode haver quem faça o diagnóstico da doença. Ou haver quem se limite a respeitar a dependência da ditatorial coerência. Assim como assim, é de dentro de cada um que irrompe uma certa meticulosa forma de ser. Ainda que essa meticulosidade opte por uma militante desorganização mental. Incompreendida pelos cultores da exigência interior, que são incapazes de tolerar a indisciplina mental dos outros. Tudo se resume a saber se somos capazes de aceitar os outros como são. A maior tolerância é que mostramos quando não queremos mudar o que os outros são. De resto, há-de sobrar um vestígio, um vestígio que seja, para tornar compatíveis existências que o não parecem. Esse é o maior desafio: o da dança compassada entre corpos que se movem em direcções diferentes, com ritmos diferentes.
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## 21.12.09
### Alecrim e manjerona
Já cansam. Os arrufos entre suas excelências, o senhor presidente da república e o senhor primeiro-ministro. A comunicação social, como de costume sequiosa de episódios sanguíneos, puxa lustro aos galões da linguagem muito formal e chama-lhe "conflito institucional". Eu, mais terra a terra, prefiro retirar o arsenal cosmético da linguagem e chamar-lhe desvergonha.
Ontem, o gabinete do primeiro-ministro mandou o recado através da comunicação social, dando conta da irritação com a presidência da república. Consta que o presidente da república ficou aborrecido porque o primeiro-ministro faltou ao encontro semanal para estar presente nas jornadas parlamentares da seita socialista. Quem o manda ficar aborrecido? Se ficou abespinhado, que guarde para si o abespinhamento, só para não incomodar os intocáveis socialistas. Pelo caminho, Sérgio Sousa Pinto, aquela inefável personagem que foi líder da juventude socialista (o que assegura pergaminhos pouco recomendáveis), puxou as orelhas ao senhor presidente da república porque este teve o "desplante" de opinar que as suas prioridades do momento não são a legalização do casamento dos homossexuais. Vejam lá o topete do senhor presidente da república, que devia era estar bem caladinho. Ficamos sem saber o que a seita socialista pretende do senhor presidente da república: ora pedem para ele falar, para pôr a oposição em sentido, calando-a no parlamento; ora exigem que se cale. Se dúvidas houvesse da desorientação da seita socialista, ainda não habituada à ideia de que já não tem maioria absoluta, ficavam desfeitas. Habituem-se à ideia.
Esta gente não parece merecedora dos cargos que ocupa. Por isso, só faz sentido retirar o "senhor" que antecede as sinecuras respectivas. Não sei se será por sermos geneticamente atreitos ao circo – um povo com pão e circo que se basta a si mesmo –, temos um presidente da república desastrado que vai caindo nas ciladas do desnorteado primeiro-ministro. O exemplo de ontem: em vez de deixar o primeiro-ministro a falar sozinho nas suas lamentáveis queixinhas, divulgou um comunicado que respondia ao comunicado do outro gajo. Merecem-se um ao outro. E talvez se possa concluir que, por eles, somos nós, que em maioria os escolhemos, que nos merecemos mergulhados na nossa mediocridade.
Diante disto, renovo as juras interiores para me alhear das notícias. Só apetece um exílio sem de cá sair, o exílio que se descobre pelas portas e janelas que se encerram à comunicação social tão entusiasmada com estes abstrusos episódios de ciumeira entre iguais. É que estes arrufos são típicos de duas personalidades miméticas. Confirma-se, ainda, que a política se abastardou de vez. Não são os politólogos que têm protagonismo. Cederam perante os supostos gurus da comunicação, que alinhavam as tácticas ao sabor do momento. Pois é disso que se trata: um amontoado de tácticas esparsas, que não se podem confundir com uma estratégia com fio condutor ao longo do tempo. Esses gurus da comunicação e do
*marketing*, que tentam embelezar a figura do primeiro-ministro, compõem o clima de guerrilha que, julgam, serve os propósitos do grande, querido líder que anda deprimido por já não poder governar sozinho, como quer, como gosta, na linha do "quero, posso e mando". O outro, desastrado, cai na esparrela e ensaboa-se na mesma lama de onde emerge o primeiro-ministro. Ao menos tivemos ensejo de ver o líder dos comunistas a defender um presidente da república "de direita", o que é tão raro como nevar na minha cidade.
A guerra de alecrim e manjerona devia terminar com um acesso de lucidez das duas personagens. Então lúcidos, combinariam apresentar a demissão. À cautela, o presidente da república só apresentava a demissão horas depois do primeiro-ministro o ter feito. É que este gajo não é de confiar.
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## 18.12.09
### Pruridos de linguagem (ou a obscenidade do palavrão)
"
*Os Rage Against the Machine disseram palavrões durante uma actuação para a Radio 5 Live, da BBC, o que obrigou a estação britânica a emitir um pedido de desculpa*", in *Público online*, 17.12.09 (a meio da tarde).
"
*A determinada altura, os actores Gonçalo Waddington e Tiago Rodrigues, protagonistas da peça "O Que Se Leva Desta Vida", não se conseguiam ouvir um ao outro em cima do palco. O espectáculo teve de ser interrompido a metade. (...) O Inatel tinha comprado vários bilhetes para o espectáculo e organizou uma excursão até Lisboa. Mas a linguagem utilizada pelos actores era demasiado obscena para o público sénior.*", Helena Matos, in *Público*de 17.12.09
Punhos de renda. À mesa, onde se sentam as pessoas muito bem comportadas. Não dizem palavrões. Para as donzelas ingénuas não ruborizarem. E para não incomodar os rapazes de província que raras vezes saem da sua torre de marfim. Nem os mais velhinhos, que não podem escutar palavras feias, palavras malditas que estão escondidas no armário para arremessar a familiares no segredo do lar, ou para serem ditas na tasca enquanto sorvem uns copos de três de verde tinto e jogam à sueca.
É disto que eu mais adoro: hipocrisia. Ai de quem solte indecências em público, que as orelhas dos ouvintes podem ficar derretidas pela inconveniência. Podemos proferir essas palavras sem freio na intimidade da família ou na convivência com os amigos. A linguagem escorreita, muito asséptica, não se compadece com palavras indecorosas. E agora que a utilização destas palavras já subiu à estratosfera, eduquem-se os mais novos censurando obscenidades ditas pelas bocas destravadas de artistas rebeldes. Faz todo o sentido: como sabemos, os adolescentes deixarão de entoar constantemente "fuck", "mother fucker", "shit" e quejandos se deixarem de as ouvir na televisão. Há quem acredite no pai natal, ou que os bebés são trazidos por cegonhas que descolam de Paris.
A BBC, ainda muito vitoriana nos costumes, põe a mordaça nos artistas que escorregam para o chinelo. Quem põe a mordaça, lá nos estúdios – podemos apostar com a convicção de não perdermos o dinheiro – nunca, nunca na vida, disse "fuck". Ponto da situação: eles podem soletrar a palavra até à exaustão porque o fazem em privado; quem ouse pronunciar a palavra obscena em público arrisca-se a ter um açaime sob a forma de indiscreto silenciamento.
Os idosos (não se pode dizer velhinhos para Helena Matos não acusar de discriminação social) têm o direito de se manifestar ruidosamente contra as sucessivas grosserias de linguagem que emprenhavam os ouvidos naquela peça de teatro? Os velhinhos (perdão, os idosos) são incapazes de escorregar para a obscenidade semântica, como sabemos. Santa boca, imaculadamente virgem de palavrões tão feios. Ah, já entendi, no teatro – como em muitas ocasiões ditas solenes, onde a responsabilidade deve imperar – não se dizem palavrões. Ninguém obriga os idosos de curtas vistas culturais a saberem que há páginas e páginas de literatura, de poesia, carregadas de linguagem indecente, sem que deixem de ser arte.
Helena Matos pôs os óculos errados ao sugerir que os velhinhos se limitaram a ser partes intervenientes (através da pateada) na peça de teatro. O mal não é o da "intervenção indevida" do público amotinado. O mal é de alguém que não tem sensibilidade para entender que as artes têm diferentes manifestações (incluindo o calão na linguagem), ou de alguém que ficou com a sensibilidade ferida (hipocritamente ferida) e se esqueceu de ser educado. Helena Matos está enganada: malcriados não são os actores que ilustraram a peça com profusão de palavreado indecente; malcriado foi o público idoso ali levado pelo INATEL que, talvez por ser tão boçal, tão cavalar, pateou a peça. A mim ensinaram-me que quando não gosto do que vejo, dou corda às pernas em direcção da porta da saída. Em silêncio.
Quando a Helena Matos assobia o seu vetusto conservadorismo, que às vezes a leva a olhar as coisas com a miopia própria das conveniências, sinto uma pulsão para abjurar as muitas costelas de direita. E para me convencer que esta direita tacanha, conservadora, é o melhor elixir para a existência das esquerdas. De resto, só me apetece dizer isto: que se fodam todos os moralistas da linguagem muito decente.
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## 17.12.09
### Burgueses, somos
Sedução pelo bem-estar, apenas, uma atracção pelos bens materiais que é impossível de rebater? Ah, nem os ideais, os febris ideais da juventude, sobram de pé. Rendidos diante das maravilhas do materialismo. Seguidores do consumismo outrora diabolizado. Tinham razão: o vil metal é mesmo aviltante. Sabem-no por experiência própria estes revolucionários de tempos idos.
A burguesia é uma condição inata aos que conseguiram singrar e hoje têm proventos razoáveis. E é a aspiração dos mais jovens, ainda nos primeiros passos profissionais, ainda muito trémulos, sem saberem se o futuro lhes vai sorrir. Por enquanto, ainda bisonhos, tecem-se nos sonhos em que desfilam muitas aspirações de ordem material. Porventura, este é um retrato em que todos nos revemos – ora no presente em que nos debatemos, ora no passado de que fomos testemunhas vivas.
Por exemplo: por que teimo em tentar a sorte no jogo da Santa Casa da Misericórdia que promete a miragem de uns fartos milhões de euros no primeiro prémio quando se acumulam
*jokers*de semana para semana? A resposta só pode ser uma: há sonhos por cumprir. Inevitavelmente, sonhos materiais. Não vou ao ponto de acreditar em líricos retratos tangentes à historieta de "um amor e uma cabana", ou de escorregar para uma ingenuidade que não é deste tempo se aderisse a uma monástica forma de vida desprendida das virtudes dos bens materiais. Contudo, teimar na mirífica sorte ao jogo (nos míseros euros semanais que salpicam de distante esperança a tentativa de marcar encontro com a sorte), não é a confissão da entrega a uma burguesa forma de vida?
Não sei: é como se estivesse diante de uma daquelas encruzilhadas sem sinais que identificam os destinos a que levam as várias estradas que dali saem para lugares diferentes. É tão fácil ser espectador da futilidade aburguesada que se nota nos sinais que exteriorizam uma certa forma de viver dos outros. Se ao menos fosse possível sairmos de nós e sermos espectadores exteriores de nós mesmos, talvez torcêssemos menos o nariz aos tiques aburguesados dos outros que em nós semeiam alguma repugnância. No fim de contas, esbarramos no mesmo dilema: as teorias que se edificam, muito belas e muito bem conseguidas, desmoronam-se quando as pomos em prática só nos outros. A incapacidade para em nós reproduzir as teorias é a dolorosa sentença de incoerência que as desfaz em nada. Reserva-se-lhes o único lugar merecedor: não teoria, mas um espartilho que, estávamos convencidos, era uma teoria tão à prova de bala.
E, contudo, as contradições não deixam de esbarrar com estrépito, como se fossem nuvens de cargas eléctricas opostas que, em rota de colisão, produzem feérica trovoada. Há trejeitos burgueses que soam nauseabundos. Talvez sem dar conta – porque o espelho de nós mesmos não é perene – também deslizo para os mesmos trejeitos que nos outros causam náuseas. É esta burguesia esquizofrénica, um doentio aburguesar, que atormenta. Pelo mar encapelado de contradições internas que desfazem em nada as teorizações que julgávamos elaboradas. E porque parece que vivemos aprisionados num mundo de dicotomias, como se houvesse apenas preto e branco, isto e o seu contrário, as janelas todas encerradas a formas diferentes de encarar as coisas. Se tudo for assim tão bipolar, como se não houvesse um largo terreiro a separar as duas extremidades – e talvez seja esse largo terreiro um infindável mar de oportunidades por descobrir – o que é o contrário da viciosa burguesia? Sermos burgueses é a prisão pessoal onde se encerra a nossa futilidade. Mas, e depois, estamos preparados para não sair de um convento e dos sacrifícios auto-impostos? Estamos preparados para uma existência toda espiritual e desligada dos vícios materiais?
Parece que a imperturbável insatisfação de tudo é a água fervente que escalda a carne que somos. Nunca estamos contentes com o que temos?
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## 16.12.09
### As Valquírias
(
*Contém alguma linguagem "inapropriada"*)
Há-as de duas categorias. As solteironas inadiáveis. E as divorciadas em lamentável carpideira pública da desgraça que as abraçou. Pulam, em saltinhos histéricos, cheias de energia. As primeiras, como se vagueassem numa eterna juventude que promete o até agora inalcançável. As segundas, farejando qualquer possibilidade de retomarem o que deixaram de ter porque os antigos consortes decidiram debicar noutro galinheiro.
Não param quietas. Desmultiplicam-se em actividades, o sono adiado para os dias em que, por fim, o sossego de espírito e a acalmia dos prazeres tiverem ancoradouro (se esse dia não for uma miragem). Aquilo é um covil onde as hormonas ardem, numa incandescência que se nota à vista desarmada. Quando era mais jovem (mais jovem do que o sou hoje, bem entendido) e tinha paciência para ocasionalmente meter um pé na vida nocturna, havia um sítio da preferência dos meus amigos onde todas as valquírias marcavam encontro: o "Buffalo's", em Matosinhos.
Era impossível estar sossegado. Ir sozinho ao bar era uma aventura. Enquanto esperava pela bebida, não demorava um minuto, um minuto sequer, e aparecia uma trintona ou umas quarenta invariavelmente voluptuosas – e, por vezes, até acontecia aparecer uma de cada lado. À espera que metesse conversa, que elas podem estar esfaimadas mas nisto mantêm-se arreigadas aos costumes de antanho: são os varões que metem conversa. Na esperança, sobretudo delas, que mais tarde se meta outra coisa. Não sei se seria do meu bom aspecto (momento José Mourinho), mas estar momentaneamente desacompanhado na ida ao bar garantia célere companhia de uma qualquer valquíria sequiosa dos meus potencialmente excelentes serviços. Apercebi-me então do efeito revertido do que sentem as donzelas quando são comidas com os olhos pela homenzarrada por que passam: carne para canhão. E se muitas eram autênticos canhões!
As incursões junto do bar eram um exercício curioso, a tal ponto que comecei a fazer apostas com os amigos que me acompanhavam. À custa destas apostas ganhei algumas bebidas de graça (e mais não posso dizer). E eu, que não sou paneleiro – bem pelo contrário – era assaltado por sensações paradoxais. Se aquilo fazia bem ao ego, por outro lado notava a intimidação pelo assédio sempre silencioso das valquírias que se acercavam. Foi então que descobri, tardiamente, uma ingenuidade que não é destes tempos.
Deixei de ser visita da vida nocturna. Perdi o rasto à militância das valquírias com hormonas aos saltos (para não dizer outra coisa). Às vezes, dou de caras com tias prometidas ao celibato e outras que, carpindo mágoas de divórcios mal digeridos, acreditam que o tempo recuou e que retomaram uma pós-adolescência perdida nas ilusões do matrimónio com o que julgavam ser o seu príncipe perfeito (entretanto alcandorado ao estatuto de fariseu da pior espécie). As circunstâncias influenciam os momentos: já não as vejo trajando vestidos justos, na ostensiva saliência das carnes pouco cuidadas, daqueles vestidos que oferecem regaço a amplos decotes que sugeriam à masculina caça onde podiam mergulhar a sua libido. À luz do dia, paramentos mais discretos. Mas cheira, na mesma e à distância, a hormonas aos saltos. Irrequietas, parecem pular em cima de uma inesgotável bola de energia. A espécie mais notória é a das valquírias extrovertidas, as que multiplicam amizades no exacto minuto em que conhecem um estranho por quem imediatamente se encantam. Vão daqui para ali, sempre desejosas de conhecer mais e mais gente. A lei das probabilidades estatísticas explica o aumento das possibilidades de sucesso quando se amplia a amostra (de conhecimentos).
Todavia, esta lei matemática defronta-se com um obstáculo, dir-se-ia, um insondável imponderável: quanto mais perseveram, e quanto mais as hormonas aquecem junto ao ponto de fervura, menos lhes acontece aquilo que tanto desejam. É como se funcionasse uma lei repulsiva: de tanto ostentarem a lascívia impraticável, mais afastam os potenciais caçados. Um azar tremendo. Que deixa as desgraçadas das hormonas a pular, e muito, mas entregues à sua solidão.
## 15.12.09
### Berlusconi apanha nas trombas e nós aplaudimos?
"
*O que a democracia não resolve tem o povo que resolver!*", Renato Teixeira, no blogue "Cinco dias"
Isto foi escrito. Encimando as imagens de Berlusconi ensanguentado depois de ter sido covardemente agredido por um tresloucado qualquer. Só estava escrito isto: "
*o que a democracia não resolve o povo tem de resolver*". Poucas palavras. Só um título e, todavia, um título que fala mais alto do que mil palavras. Todo um pensamento ali encerrado, todo um comportamento.
Berlusconi é um equívoco? De acordo. Berlusconi nunca devia ter sido primeiro-ministro? Não me pronuncio; não voto em Itália. Prefiro respeitar as preferências dos eleitores italianos, ou arrisco-me a que os cidadãos de outros países façam análises pouco simpáticas sobre as opções da maioria do eleitorado lusitano. Continuo a acreditar naquela máxima que ensina que em casa alheia é melhor não mexer palha, nem sequer opinar acerca das opções de decoração.
Considero Berlusconi uma besta (como educadamente muitas esquerdas enfatizam). Mesmo sendo de direita – mas de uma direita que não se revê naquela direita pirosa, arcaica, que cultiva uma personalidade daquele calibre, aquela personagem verbalmente incontinente que tenta fintar a andropausa ostentando feitos carnais com voluptuosas mulheres e cândidas adolescentes. É daquelas personagens que envergonham "a direita" (mesmo que "a direita", assim, unidimensional, não exista). A semântica dá uma ajuda aos esquerdistas que andam de cabelos em pé porque a Itália, vá-se lá saber porquê, teima em escolher esta aberração para primeiro-ministro: o seu nome tem fonética semelhante a "burlesco".
Vou regressar às interrogações: se me tivesse calhado em sorte ter nascido italiano, depositava o voto em semelhante aberração? Jamais. Mas, por mais que lhes custe a admitir, ao menos leiam isto: Berlusconi é uma criatura criada pelas esquerdas italianas. Pela sua inesgotável capacidade autofágica. Elas que não chorem lágrimas de crocodilo. Muitos votam Berlusconi porque se assustam com a ineptidão do mosaico das esquerdas; nem sequer para se entenderem servem. Tenho a impressão que em mais nenhum lado como em Itália funciona o voto com os pés. E não é para enxotar Berlusconi, a cavalgadura, do poder.
Sobra a possibilidade do povo italiano ser burro. É uma hipótese em que muitos esquerdistas gostam de assentar as suas prestigiadas análises. Em sonhos, imaginam a repetição de eleições quando a maioria do povo (portanto, a parte ignara dele) não vota "como deve ser", já que mudar o povo é uma tarefa mais difícil. Se não vai através do voto, soube-o ontem ao ler aquela preciosidade de um tal Ricardo Teixeira, vai pelos punhos não rendados do "povo".
Primeira perplexidade: e por acaso aquele senhor, o senhor agressor, representa "o povo"? Esta é outra adorável faceta destas esquerdas que professam toda a sua intolerância (apesar de se verem como as campeãs da democracia – talvez daquela democracia em que o número de partidos admitidos a concurso eleitoral é ímpar e inferior a três…): esgotados os argumentos da lógica eleitoral, ora se inventam pretextos, ora se convoca a sublevação popular através da barbárie. No primeiro caso, inventando teorias conspirativas que insultam a inteligência dos italianos, pois eles são controlados através do império de comunicação social detido por Berlusconi.
O segundo caso traz-me à segunda perplexidade: as portas escancaradas à barbárie, a um crime que o seria se a vítima fosse uma pessoa comum e que, na cabeça iluminada do tal Renato Teixeira, deixa de o ser crime só porque o figurão estava mesmo a pedi-las. O que deixa o Sr. Teixeira sossegado é que vive numa terra e num sistema político que deixa os Srs. Teixeiras deste jaez vomitarem todas alarvidades mentais sem temerem pela segurança física. Que às vezes apetece dar a esta gente a provar do mesmo veneno, ah lá isso apetece.
(E nisto lembrei-me de um aluno já sexagenário, camarada dos sete costados, que lamentando a queda do muro de Berlim e a derrocada do comunismo, perguntava em público se tanto tinha valido a pena "apenas" – a ênfase é minha – pelas liberdades pessoais que foram conquistadas.)
Publicada por PVM à(s) 07:19 Sem comentários: Hiperligações para esta mensagem
## 14.12.09
### Somos parte interessada no adultério dos outros?
Muita gente escandalizada porque o golfista mais famoso do mundo tinha (ou tem – e o que é que isso interessa?) um harém. Até ouvi um senhor, por sinal com ar pouco recomendável, sentenciar que as imensas actividades lascivas do campeão são inadmissíveis porque ele é um homem de família, casado e com filhos.
Diria que os Estados Unidos têm uma tendência inata para o moralismo. E que o moralismo tem as suas próprias mordaças e alçapões muito perigosos. Todavia, os palpites sobre as questiúnculas conjugais de Tiger Woods preenchem páginas de jornais pelo mundo fora; o mal é global, já que a globalização está tão na moda. Vi ontem uma reportagem que dava conta da proliferação de
*talk shows*e programas onde são chamados prestigiados opinadores para se pronunciarem sobre as perdições hormonais do golfista. Do que fui lendo e ouvindo, o tom geral é de reprovação do adultério sistemático cometido por Woods. Há muita gente de dedo em riste apontado à sua cara, como se este clamor popular fosse uma reprimenda colectiva. Logo Tiger Woods, em exemplo, a deixar-se perder por uns rabos de saia.
Talvez se diga que as figuras públicas, por o serem, têm a vida privada exposta ao escrutínio dos outros. Àqueles que escorregarem para esta condescendência aterradora, só isto: uma vida privada é uma vida privada, seja de uma "estrela" ou de um anónimo; e convinha aprenderem o significado do verbo "devassar". Se tanto se apregoa que "entre marido e mulher não se mete a colher" (imagino que lá nos
*States*deve haver uma variante do adágio), deixamos de ser coerentes com o ditado se formos rudes em relação às facadinhas no matrimónio cometidas por alguém, só porque esse alguém é uma figura pública e – este é o pior dos pecados de Tiger Woods – é um modelo de virtudes. Ora, ao molhar sistematicamente o pincel em mulheres diferentes da consorte, o tigre terá defraudado a confiança que as gentes nele depositavam. Um modelo deve sempre dar o exemplo. Um "modelo social" que escapa frequentemente para as camas das amantes não está a dar um exemplo de decência. A solução é óbvia: crucifique-se em público o já não "modelo social".
É curioso: acabo por escrever sobre o adultério do campeão de golfe, afinal fazendo o contrário do que apregoo. Em meu favor, alguma condescendência, porém. O que seria um "não assunto" tornou-se numa procissão em que muitas virgens pudicas aproveitam para exibir um moralismo enfadonho. Só se tornou assunto por causa das intromissões na esfera privada de Tiger Woods. O que me traz à segunda incoerência: eu, que me recuso a aceitar qualquer moralismo quando se impõe de fora para dentro, acabo por me enredar num contra-moralismo que me interrogo se não é também um moralismo.
Enterneço-me a ver o cortejo de sumidades do moralismo alheio. Tão seguras das suas sentenças. É nestas alturas que me apetecia ser uma formiga e ter um mágico dom da ubiquidade. Só para saber se estes juízes do adultério alheio nunca deram a sua pessoal facadinha no matrimónio. Ou se não se trata de gente assoberbada com a possibilidade de sentir crescer na testa uma vistosa cornadura. Ah, como é encantador ser-se penhor da moral dos outros, sobretudo quando a deles e delas possa ser um antro pouco recomendável para servir como paradigma do que quer que seja. Não que eu tenha algo a ver com isso; só me incomoda que a avaliação dos outros (o que nem devia acontecer) seja feita por padrões muito mais exigentes do que a avaliação que os sacerdotes da moralidade fazem de si próprios.
Se não é a "censura social" (outra doença contemporânea) que se abate sobre Tiger Woods, é o escárnio. Folhear páginas dos jornais e ler insinuações de que Woods tem testosterona a mais sugere-me uma de duas possibilidades: ou se trata do mesmo moralismo numa versão encapotada, ou da mais pura das invejas.
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## 13.12.09
## 11.12.09
### É preciso decoro no parlamento?
Abriu telejornais: dois deputados tiveram uma pega verbal. Terra de brandos costumes, estamos mal habituados quando a confrontação verbal atinge tamanha intensidade que os mais puritanos asseguram ter "passado dos limites". Desta vez a pega verbal meteu insultos. E se nem sequer chegou a haver baderna de tasca, pois os vitupérios que a senhora deputada do PSD dirigiu ao senhor deputado do PS, mais a defesa de honra deste, não entraram pelo enxovalho do calão que faria os puritanos corarem de vergonha, o episódio serviu para abrir telejornais.
Eu continuo a teimar que os brandos costumes não são virtude: é o dos maiores defeitos em que maceramos. Porque, em tudo, nos ficamos pela metade. Entramos cheios de entusiasmo, mas a meio metemos marcha atrás e o entusiasmo no esquecimento. Somos falinhas mansas e os malditos consensos que distribuem vitórias por todos os que entram numa contenda, evitando que as posições se demarquem. O zénite desta covarde maneira de ser é a insistência de que não se deve usar certo tipo de linguagem em determinados locais por respeito "institucional".
O parlamento é um bom exemplo. É a casa da democracia. A linguagem rasteira, mais própria das tascas e das varinas, deve ser combatida. É como no tempo em que havia a mania do cavalheirismo: podiam as más palavras ecoar em pensamentos, mas imperativos de decoro evitavam que elas se soltassem da língua. A língua não era aferroada para não enlamear o nome prestigiado do parlamento. Os tempos mudam. Com a mudança da agulha do tempo, reinventam-se comportamentos. Querem-nos fazer crer que uma troca de insultos entre dois deputados avilta o parlamento e faz corar de vergonha a nação inteira. Eu prefiro dois deputados que libertem a língua e digam o que vai na alma. Prefiro a frontalidade à fina capa de verniz da decência institucional que asfixia um vendaval de maus pensamentos sobre o deputado adversário.
Chego a esta conclusão através de um método que parece esquecido: a analogia. Emprenham-nos os ouvidos com a semântica parlamentar. No parlamento estão os nossos representantes. Devem estar à altura de um órgão de soberania, que ainda por cima é um esteio (e o principal) da sacrossanta democracia. Os puristas esclarecem que os deputados devem dar o exemplo aos que representam. Os representados devem encontrar nos deputados um espelho de boas condutas, recato oratório e respeito pelos adversários. Sem nunca, mas mesmo nunca, escorregarem para o chinelo e dispararem insultos para um deputado que esteja noutro quadrante.
Reverto o método da analogia para contestar o que está convencionado pelos puristas. Pois se os deputados representam o "povo", e se o povo se farta de distribuir insultos e impropérios por conhecidos e desconhecidos, os deputados devem ser uma imagem do "povo" que os colocou na sinecura parlamentar. Defender o contrário e esconder o rosto detrás do incómodo das duras palavras trocadas entre a deputada do PSD que, vinda da "linha de Cascais" (nas palavras do "ofendido"), não resistiu a chamar palhaço ao deputado socialista que a incomodava (o deputado "rural", nas palavras do próprio), é só fazer de conta que o parlamento é um lugar de miragens. O parlamento deve ser um laboratório vivo da sociedade que representa. Exigir que os deputados sejam gente afastada das palavras grosseiras e dos insultos a adversários é desumanizar suas excelências – ou ingloriamente deificá-las em barro. É exigir de mais. Torna o parlamento num equívoco cheio de artificialidades.
O parlamento era mais vivo e humano se os deputados pudessem chamar filhos da puta uns aos outros. Com decência. Diria, sem elevar a voz, "
*se me permite, vossa excelência é um notável filho da puta*". E o outro, em defesa da honra, puxava do microfone e suavemente disparava, sem perder o sorriso discreto, " *com a anuência do senhor presidente da Assembleia, puta é quem assim trata a santa da minha mãezinha*".
Lamentável é noticiar-se o episódio como coisa pouco edificante. Pelos vistos, é preferível escondermo-nos detrás das máscaras e insistir em fazer de conta. Muito, fazer muito de conta.
Publicada por PVM à(s) 07:16 Sem comentários: Hiperligações para esta mensagem
## 10.12.09
### Pai natal surfista
Um pai natal de barbatanas, espalhado por painéis publicitários em paragens de autocarro. De barbatanas e em calções. Dir-se-ia: nesta altura do ano está em funções na Austrália, onde o Verão alimenta a canícula. Faz todo o sentido, um pai natal recriado em alinhamento com a climatologia local. Só que isto não é a Austrália e o Verão é já só uma saudade para os friorentos do costume.
A criatividade deve ter rédeas soltas. Às vezes, da criatividade rasca pendem os frutos da ridicularia. Mas, e então, a ridicularia não nos faz rir? Bem-haja aos publicitários que esgotam a verve em anúncios sem graça que não seja a risível mensagem, a risível figura que dá a cara pela mensagem. Outras vezes o produto é bem conseguido. É quando a inventiva facúndia publicitária oferece um produto que não é estulto, um produto bem acabado que tece loas à imaginação dos humanos.
Já que os petizes são obrigados a acreditar no São Nicolau invariavelmente anafado, trajando roupa "abenficada", com aquelas barbas que não são cortadas há anos (será promessa?), os agasalhos bem nutridos sugerindo temperaturas glaciais que a personagem suporta quando conduz as renas na distribuição dos dotes natalícios, ao menos que sejam permitidas adaptações locais e recriações da figura. Um pai natal de barbatanas deixa no ar a ideia de que está num hemisfério visitado pelo Verão; por que ia o pai natal refrescar-se nas águas do mar que, no hemisfério norte, estão a uma temperatura gélida? Se ao menos envergasse um fato térmico – necessariamente vermelho – podia-se imaginar que o pai natal aproveitasse uma pausa na extenuante função e fizesse companhia aos surfistas que se debatem furiosamente contra ondas tão alterosas como as que se remoem numa banheira cheia de água. Prendia as renas aos aloquetes para bicicletas no dealbar do areal.
Podíamos reinventar o natal inteiro. O pai natal em fato térmico vermelho, ajustado ao corpo como deve ser. Está na moda retocar os heróis da banda desenhada que preencheram o imaginário infantil e adolescente com traços que os ponham de acordo com os cânones do contemporâneo politicamente correcto. Por isso, o pai natal usava fato térmico sem se recear que dele adejassem abundantes adiposidades que eram um traço distintivo da personagem. Agora o pai natal é espadaúdo, com carnes secas, sem ponta de gordura. Pois a obesidade mórbida e a obesidade juvenil oferecida pelos maus hábitos alimentares e pelo sedentarismo não aconselham a manter um pai natal roliço. Para não ser mau exemplo. Já não vinha em companhia das renas, que os defensores dos direitos dos animais (acertadamente) não dariam autorização para o antropocêntrico abuso. Na sua companhia, milhentos Noddy na versão recriada pelo grande Manuel João Vieira: o
*Foddy*.
Entre duas ondas perfuradas pela prancha de surf do último grito (o pai natal tem um salário chorudo), ele e a pandilha de Foddies só distribuíam felicidade. O capitalismo está a entregar a alma ao criador, como assegura esse ícone das verdades incontestáveis totalmente alheadas do manto conspirativo (o "cineasta" Michael Moore, pregador mor do catecismo
*chomskyano*). Temos que renegar o hedonismo e os prazeres materiais, ou perpetuamos o sacrílego capitalismo e a pior das suas doenças – a entrega dos humanos aos prazeres materiais, na celebrada autofagia da liquidação da humanidade. Os petizes seriam instruídos pelas famílias e pelas escolas (aqui seguindo a cartilha do embaixador de Chomsky, o prestigiado sociólogo coimbrão Boaventura): no natal deixaria de haver prendas tangíveis, apenas a distribuição de desejos formulados em caixinhas invisíveis de felicidade, muita felicidade. Os outrora hediondos capitalistas seriam os sem abrigo a quem se recusaria qualquer solidariedade, por pena demorada cativada pelo frade Anacleto Louçã (o novo Richelieu).
Os meninos tinham que endereçar as cartas contendo os modestos pedidos natalícios para uma praia onde houvesse escola de surf. Ai desaguavam excursões escolares para os petizes realizarem o sonho de verem o pai natal descer ao areal, ora carregando a prancha de surf debaixo do braço, ora calçando as barbatanas depois de uma terapêutica jornada de
*snorkelling*. Um pai natal radical.
## 9.12.09
### Há diferenças entre os meninos guerreiros em África e jovens de doze anos metidos nos tumultos em Atenas?
Há tempos vi um filme sobre diamantes de sangue em África. Mostrava – não sei se romanceando os factos – como crianças nos alvores da adolescência são retiradas às famílias por sanguinários guerrilheiros que controlam a extracção e o tráfico de diamantes. As crianças eram subtraídas às famílias para receberem treino militar. O enredo sugeria que eram expostas a formatação mental sob o efeito de psicotrópicos e alucinogénios. Quando estavam preparadas para o combate, punham-lhes nas mãos metralhadoras que disparavam mecanicamente. Estavam, enfim, educadas para matar.
Os diamantes de sangue são assim chamados, entre outras razões, por causa da indignidade que é liquidar a infância e a adolescência de miúdos que, a certa altura, só sabem conjugar o verbo matar, talvez até morrerem precocemente. São a carne para canhão atirada para suicidárias missões de combate. Se morrerem, ninguém dá pela sua falta. As famílias, que perderam o rasto e já só tinham a desesperança da as encontrar, não são convocadas para os funerais. O ocidente, tão zeloso da sua superioridade civilizacional, condena os diamantes de sangue e indispõe-se (acertadamente) contra a privação da adolescência destes guerreiros à força.
De ontem: imagens de tumultos em Atenas. Os jovens (e menos jovens) anarquistas decidiram espalhar o caos por ocasião do aniversário dos motins do ano passado. Podemos celebrar tudo e mais alguma coisa. Se a malta quer festejar os desacatos do ano passado com mais desordem, faça-se-lhes a vontade. Desde que estejam a par do risco de apanharem umas bordoadas da polícia, desde que estejam cientes que podem dar com os ossos numa esquadra e enfrentar o mau humor de uns agentes policiais, seja-lhes garantido o direito ao tumulto. Quando vejo desordem gratuita – o caos pelo caos –, com desprezo pela segurança dos outros e pela propriedade alheia, é o único caso em que tolero violência policial. Digo-o a contragosto, anarquista dos sete costados, mas de linhagem diferente.
Estava embevecido com o código de conduta ateniense que impede a polícia de entrar nas instalações de universidades para perseguir os anarquistas desordeiros. Só com autorização dos reitores podem os polícias pisar terreno que assim é sagrado para quem espalha a confusão. As universidades como se fossem embaixadas em cujo território existe imunidade e a polícia não pode entrar – uma espécie de ilha dentro do Estado de direito. Soube então que agora os anarquistas têm poderosos aliados: "jovens de doze e treze anos", parafraseando quem enviava informações desde Atenas.
Deve-se tratar de jovenzinhos que só são intelectualmente imberbes no bilhete de identidade. De resto, devem estar na posse de uma extemporânea (por antecipação) doutrinação política. Leram os livros todos de Proudhon, Bakunin e Kropotkin. Enfim doutrinados, andam nas ruas à pedrada aos polícias, a estilhaçar montras de lojas, a infernizar quem quer sossego, a vandalizar automóveis, quem sabe se de gente que até tem simpatia pela sua causa. São os muito jovens guerreiros que engrossam a maré anarquista. Não andam de armas na mão, nem devem passar pelos horrores da doutrinação pela violência como sucede com os meninos guerrilheiros em África. Tirando estas diferenças, onde está a diferença entre os meninos guerrilheiros em África e os meninos desordeiros em Atenas? E o mesmo ocidente que condena os diamantes de sangue e se indispõe contra a privação da adolescência destes guerreiros à força, deita-se num revelador silêncio ao ver como jovenzinhos atenienses de tão tenra idade já são guerrilheiros urbanos. Dois pesos, duas medidas.
Diante deste anarquismo violento, um anarquista de outra linhagem sugere aos anarquistas de Atenas – e aos admiravelmente doutrinados "jovens de doze e treze anos" – que leiam Leon Tolstoi, um anarquista que ensina que o anarquismo não é violência.
## 8.12.09
### Gutter Twins, "Idle Hands"
Publicada por PVM à(s) 19:26 Sem comentários: Hiperligações para esta mensagem
**"Confrontacional"**
(Um desnudamento da alma)
Um neologismo, com origem no étimo "confrontação", só para interrogar a necessidade de confrontar, por vezes provocar, reacções nos outros que podem ser reacções hostis. Será pelo desconforto da acomodação típica dos que pensam todos da mesma maneira. Ou uma erupção de mau feitio, o terrível espírito de contradição que não se consegue derrotar.
Não é forma simpática de ser. Grangeia antipatias, por vezes; outras vezes, anticorpos que demora a ultrapassar. Porque a confrontação é recebida como uma áspera manifestação de oposição. Manchada pelo tom agreste das palavras que provocam a reacção adversa, sentida, por vezes ofendida. O que leva a fermentar este desejo irreprimível de encostar às cordas os que são mais ou menos próximos, só para desafiar as suas ideias, ou através das ideias ou das palavras de pessoas com que se identificam indirectamente os desafiar?
Eu gosto de acreditar que a responsável pela desagradável forma de ser é uma tempestade intelectual que não há maneira de me largar. Gosto de acreditar que o desafio dos outros não é desconsideração pessoal. Como poderia honrar as pessoas que assim provoco ou confronto se elas me dizem desde algo a muito? Às vezes digo-lhes, em tom meio confessional, que sou como sou, irrecuperável nesta desagradável maneira de confrontar sobretudo quem me diz algo. Que interessa rebater quem me seja estranho se não há possibilidade de entrar em discussão? Digo-lhes, para apaziguar tensões, que não é por maldade; que adoro uma bela refrega de ideias, a troca fervilhante de palavras reproduzidas em argumentos.
Algumas vezes, o recurso à provocação esfarela a coerência que julgo dominar-me. É quando esmago nos outros palavras que são a negação do que já dissera ou defendera outrora. Ainda bem: a coerência é um garrote que liquida a espontaneidade, adultera a genuinidade do ser, o bom selvagem suprimido por temor às convenções. Esta coerência, sinto-a doentia. Um pesar que se aclimatou só para tornar tudo mais fácil nas dicotomias que desfazem os muitos nós da complexidade em redor. Pergunto-me se a inclinação para a confrontação não reveste a necessidade de expor as pessoais incoerências – que invulgar exibicionismo! Assim seria, contudo, se de todas as ocasiões em que as palavras provocatórias se soltam elas viessem embebidas em flagrantes contradições internas. E nem sempre assim é.
Há critério na selecção dos "alvos"? As munições soltam-se aleatórias, ou são dirigidas com precisão, as letras bem contadas quando se encavalitam nas palavras entoadas através de frases assassinas? Em retrospectiva, não distingo um critério que seja. A confrontação é errática, persegue o que momentaneamente povoa o espírito. Não costumam as provocações ser planeadas. São um típico produto de actos espontâneos. Tenho a impressão que são confrontações terapêuticas. Ao que mais não seja, desmoronam o denso manto racional que asfixia outros olhares, ou outras formas de olhar. Só fica por pedir desculpa aos que se sentiram atingidos. Por serem cobaias de um experimentalismo a que são alheios.
Não estou em acto de contrição. Nem que este desnudamento da alma seja um flanco aberto. A retórica e o retorcimento de argumentos (defeito de formação; da formação que renego) compõem o cenário quando ele escorrega para um lodaçal que me seja desaprazível. Ainda assim, indeclinável o desnudamento da alma. E um flanco aberto. Até à próxima, e porventura totalmente gratuita, confrontação.
Publicada por PVM à(s) 07:20 Sem comentários: Hiperligações para esta mensagem
## 7.12.09
### “Islamofobia”?
Há dias, um referendo na Suíça ditou que não haverá mais minaretes. As ondas de choque vieram a seguir. Há vários países europeus onde estão instaladas comunidades islâmicas. O que se segue? Um efeito dominó, uma certa histeria anti-islâmica propagada pelo resultado do referendo na Suíça? Desabone-se a possibilidade, pelo menos se o instrumento para lá chegar for o mesmo que os suíços utilizaram. A Suíça é a campeã da democracia directa, não estando os referendos vulgarizados (para assuntos desta natureza) em mais nenhum país europeu.
Em todo o caso, a discussão está montada. Será sensato proibir este símbolo da religiosidade muçulmana? Honramos a tradição de liberdade quando lançamos este impedimento sobre os muçulmanos? A discussão é exacerbada por sentimentos que escorregam, com facilidade, para o radicalismo. Quer de quem se opõe à discriminação dos muçulmanos, quer dos que aplaudem com entusiasmo a medida aprovada no referendo suíço.
Quanto a estes, não compreendo a hostilidade contra a comunidade islâmica. Na maior parte dos casos, não há conhecimento de suspeitos de actividades terroristas nestas comunidades. Será preconceito puro? Ou receio de que o continuado crescimento da comunidade islâmica seja uma ameaça para a segurança da Europa? É que já escutei alguém insinuar que a silenciosa "invasão verde" (se pudermos tomar o verde como cor simbólica do islamismo) é uma espécie de cruzada árabe para conquistar a Europa. O alarmismo é a melhor manifestação da irracionalidade.
Do lado contrário também há excessos. Pela voz a quem sugere que os muçulmanos são vítimas de perseguições – directas ou através da desconfiança que os ostraciza – como o foram os judeus em meados do século XX. Essas vozes são as mesmas que alimentam especiosas teorias da conspiração em que, invariavelmente, os maus do costume (a "América" e os judeus) cozinham pratos envenenados para o bem comum. Usam um novo vocábulo para despertar consciências: "islamofobia".
Entristece-me ver gente respeitável a embarcar num soez sectarismo contra os muçulmanos. Não faz jus à sua inteligência (aos demais, aos apedeutas que são contra os árabes por puro preconceito, nem vale a pena contrariar). Primeiro, e acima de tudo, porque se consideram tutores das liberdades e, noutros quadrantes (que não o do espúrio confronto das religiões), pregam pela tolerância. Esquecem-se dela quando negam direitos de culto aos muçulmanos que para aqui vieram viver.
Segundo, o argumento mais indigno é o da intolerância dos muçulmanos. Começam por decair para uma generalização que é, como todas as generalizações, perigosa. Tudo piora quando se percebe onde querem chegar com este raciocínio: impõe-se a intolerância com os que são intolerantes connosco. É uma questão de sobrevivência. Para além do catastrofismo que fica por provar (é o mal de antecipar o futuro que ainda não aconteceu), enredam-se nos mesmos males de comportamento que dizem combater. Só se distinguem dos fundamentalistas muçulmanos por não aceitarem a violência estúpida como arma de arremesso. Mas a proibição de minaretes, ou qualquer outra manifestação de gratuita discriminação em razão do credo, não será uma forma de violência?
Daqui a assegurar que sitiámos os muçulmanos no espartilho da "islamofobia" parece-me exagerado. Trata-se de uma modalidade oposta de catastrofismo, outro decaimento numa generalização improvável (no sentido de não se poder provar). Se houvesse "islamofobia", já tínhamos proibido os muçulmanos de cá entrar. Tínhamos destruído mesquitas. Não lhes dávamos emprego. Proibimos os seus filhos de frequentar escolas. Admito intolerância da parte de pessoas que desconfiam dos muçulmanos. Mas pode-se converter essa intolerância em sentimento generalizado?
A complexidade do assunto aumenta quando medimos o pulso à seguinte interpretação de quem rejeita o que foi aprovado no referendo suíço: aconselham que não é sensato hostilizar os muçulmanos por acendermos o rastilho de um barril de pólvora. Essa condenação é, diria, oportunista e ensimesmada. Não parece preocupada com o que devia preocupar – o atentado aos valores que nos orgulhamos de ter, principalmente os valores da liberdade e da tolerância. Aquela condenação só parece preocupada com o nosso bem-estar. Dando a entender que atropelar o direito de culto dos muçulmanos é, em si, secundário.
A liberdade está penhorada pelas religiões.
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2019-01-23T15:28:26Z
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Um ano inteiro.
## 31.12.09
### Sigur Rós, "Svo Hljótt"
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### E os teimosos que teimam que a década acaba hoje?
Dez anos depois, a mesma ladainha. Como se não bastasse o cansativo, repetitivo aranzel dos "balanços" de final de ano – em que se compulsam as personalidades do ano, as frases mais bombásticas, os fracassos, os melhores discos, filmes e livros, etc. –, este ano temos dose dupla de tudo isto porque há muita gente que teima que o último dia de 2009 anuncia o final de uma década. Há dez anos passámos por tudo isto. Com uma agravante: em 1999 havia muita gente convencida que o século XX terminava no trigésimo primeiro dia de Dezembro desse ano.
Das duas, uma: ou toda essa gente tem um problema terrível com os números (e particularmente com a ordenação cardinal), ou têm uma pressa impressionante de andar atrás do tempo. Vou acreditar que se trata da primeira hipótese. São atraiçoados pela mudança de número no terceiro dígito que compõe o ano que começa amanhã. Esse dígito deixa de ser o zero e passa a ser o número um, o que as leva a darem por adquirido que daqui a uma horas já entrámos numa nova década.
Ora, uma década é composta por dez anos. E, a menos que se arranje uma versão adaptada daquela ridícula estrofe de um ícone do cancioneiro ligeiro indígena que sugere que "o natal é todos os dias, é quando um homem quiser", também se podia dizer que uma década termina quando a um homem apraz. Se me apetecer dizer que a década só termina no fim de 2012, é porque considero que ela começou no primeiro dia de 2003. Para as convenções, todavia, as décadas começam num número redondo. Talvez por isso os tais teimosos estejam convencidos que na dobra do ano que muda o terceiro dígito da combinação numérica que compõe o ano se faça a mudança das águas entre duas décadas. Assim como assim – imagino que seja este o seu raciocínio –, o zero é o tal número redondo e até é um número par.
Tudo isso faria sentido se o calendário fosse um aglomerado de datas ao sabor dos caprichos humanos. Não parece que seja esse o caso. O calendário é uma sequência ordenada e obedece a uma coerência. A contagem do tempo teve algures um começo. Se formos pelas normas estabelecidas, foi com o nascimento de Cristo que se iniciou a contagem dos anos. O primeiro ano do calendário foi aquele em que J.C. nasceu. O primeiro ano, logo, o ano um desta contagem. A sequência de dez anos que consuma a década só terminou ao décimo ano, logo, ao ano dez desta contagem.
Por maioria de razão, e decalcando o raciocínio para a década em que estamos, 2009 é o nono ano da década. Então como se teima que hoje termina a década se amanhã se inicia o décimo ano da sequência? Para que os teimosos estivessem certos na sua extemporânea sucessão de décadas, teriam que nos convencer que a presente década tinha começado em 2000. Recuando no tempo, aos alvores da contagem d.C., era como se o ano inicial do calendário tivesse sido o ano zero...
Se não for por atrapalhação algébrica, esta teimosia em apressar o final da década só se explica pela pressa em andar atrás do tempo – ou, também se podia alvitrar, pela pressa em empurrar o tempo com a barriga. Um sinal dos tempos: a paradoxal prisão interna que nos inquieta, divididos entre a tremenda pressa de viver a vida, como se fôssemos nós a atropelar os relógios que marcam o compasso do tempo, e as lamúrias de que o tempo se escoa com uma lentidão exasperante. Tenho a impressão que o extemporâneo funeral da primeira década do século XXI aprova a sensação que domina os teimosos – a de que temos que apressar o tempo que eles sentem passar muito devagar. O que me deixa perplexo, pois padeço de maleita oposta: a cada ano que se dobra, naqueles inevitáveis momentos de interiorização do ano que termina, sinto a apoplexia do tempo que vai numa corrente acelerada.
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## 30.12.09
### Expressões idiomáticas sem sentido (II): vir a talho de foice
Está convencionado dizermos que "vem a talho de foice", a expressão idiomática para se dizer, por palavras diferentes, que "vem a propósito" falar-se disto já que se estava a falar daquilo. Quando alguma coisa vem a talho de foice, fazemos a ponte entre dois assuntos que, à partida, não têm ligação entre si. Mas só aparentemente é que não há vínculo entre eles, pois logo a seguir atamos as pontas separadas enquanto advertimos, "a talho de foice", que afinal uma coisa leva à outra.
Por exemplo, podíamos falar do inverno rigoroso com que fomos agraciados este ano. De caminho, enquanto resgatávamos da memória um anterior inverno tão severo, podíamos interrogar, a talho de foice, se o catastrofismo das alterações climatéricas faz sentido. Ou podíamos discutir a probidade do primeiro-ministro a propósito dos rumores que se ouvem por aí acerca da linguagem de caserna que usou nos telefonemas com o seu grande amigo o banqueiro do BCP. Para, a talho de foice, mergulharmos numa intensa discussão sobre a dignidade (ou indignidade) de usar chamadas telefónicas privadas na batalha política. Terceiro exemplo: enquanto assistimos ao discurso habitualmente enfadonho do presidente da assembleia da república (na muito solene cerimónia em que uma delegação do parlamento vem desejar boas festas ao presidente de república – ou em qualquer circunstância em que Jaime Gama ora), diríamos que vem mesmo a talho de foice falar de medicamentos que induzem o sono.
Esta é uma expressão idiomática que sempre me soou mal. Ouvia as pessoas dizerem "a talho de foice" e não percebia o que tinha o talho a ver com a foice. Pois se no talho se amanham as carnes dos animais já cadáveres que depois se expõem em nacos vistosos e se as foices são usadas para ceifar os cereais, tinha dificuldade em perceber a coerência entre as duas palavras. Naquela curiosidade típica da idade dos porquês que começa na infância e nunca mais pára, recordo-me de ter perguntado ao meu pai o que se pretendia dizer quando alguém pronunciava a expressão "a talho de foice". Sedimentei a resposta sem perceber a explicação. Continuei, pelo tempo fora, a coçar a cabeça de cada vez que escutava alguém dizer que isto vinha a talho de foice daquilo. A certa altura interroguei se não se tratava daquelas expressões idiomáticas que entram nos costumes sem nos darmos conta se elas têm qualquer significado.
Para piorar a embirração com a expressão, ela continha uma palavra que esbarrava em pessoais preconceitos. (E quem afirmar a pés juntos – outra expressão idiomática que dava pano para mangas… – que não tem preconceitos, que atire a primeira pedra ao ar). Eu esbarrava na palavra "foice"; a ininteligibilidade da expressão idiomática ainda não se escorava num preconceito contra a palavra "talho". Encalhava na foice porque a ligava a um dos símbolos do comunismo. Alérgico ao comunismo como sempre me conheci, de cada vez que escutava alguém dizer "a talho de foice", revolvia-me nas entranhas porque a foice tinha a conotação com o escabroso, esclerosado comunismo.
O que é pedagógico é perfurar as paredes da expressão idiomática. Ela combina palavras que aparentemente encerram o significado da própria expressão. Qual é a relação causal entre o "talho" e a "foice"? Nos talhos não se comercializa o que é ceifado nas searas pelas foices empunhadas pelos camponeses. Da mesma forma que nos campos trabalhados pelas foices não se colhe mercadoria vendida nos talhos. Indo a fundo na expressão que combina dois termos tão em descompasso um com o outro, percebe-se o seu significado. Se, quando dizemos que isto vem a talho de foice em relação àquilo, queremos atar as pontas de dois assuntos que na aparência não têm qualquer relação entre si, faz todo o sentido dizer-se que "vem a talho de foice". O talho e a foice também não se entoam na mesma sintonia.
Que é como quem diz – pedindo o calão de empréstimo ao povo: quando se pensava que o cu não tinha a ver com as calças, afinal até tem.
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## 29.12.09
### Agricultores virtuais?
É da natureza humana, a faceta lúdica. Somos jogadores natos. Há quem perca a cabeça – e o património – com apostas viciantes que jogam contra as escassas probabilidades de sair triunfante no jogo. E há outros jogos mais saudáveis porque não estiolam o património de quem por eles se enamora.
Quando éramos jovens dependíamos dos
*flippers*. Depois vieram as primeiras consolas rudimentares (a *ZX Spectrum*), que empancavam a toda a hora para desespero de quem se queria divertir com os pueris joguinhos. Ficámos adultos e a tecnologia cavalgou num trote acelerado. Descobrimos computadores pessoais, consolas mais sofisticadas, processadores potentes e velozes, jogos cada vez mais apetecíveis, com imagens que se aproximam da realidade. Com o advento da internet até passámos a jogar à distância, os adversários porventura anónimos num sítio qualquer que desconhecemos. Soube há dias que a indústria dos jogos para consolas e computadores vale uma fortuna. Sintomático.
O uso do plural ali atrás é uma figura de estilo. Só momentâneos arroubos com estes jogos, pois nunca tive paciência para gastar tempo com eles. Para começo de conversa: os vícios dos outros são-me assunto totalmente estranho. Gastamos o tempo como bem nos aprouver; ninguém, a não ser o próprio, é senhor do seu tempo e soberano em como o vai despender. No máximo, cada um de nós manifesta, no seu íntimo, estranheza pelos vícios dos outros. Sobretudo se não houver mínima identificação com o que os leva a cair no estado de dependência.
Está na moda um jogo em que os jogadores fazem as vezes de agricultores virtuais. Já esteve na moda um outro jogo de realidade virtual em que quem nele embarcasse era convidado a um fútil exercício de esquizofrenia, desmultiplicando-se em personalidades paralelas, tantas as que conseguisse criar e manter. Era uma espécie de Fernando Pessoa e heterónimos exportados para a realidade virtual. O modismo do momento para quem aderiu ao
*Facebook*é ser proprietário fundiário e camponês ao mesmo tempo. No fundo, uma maneira diferente da tal esquizofrenia de personalidades em que a realidade virtual parece fértil. Quem se propuser a ser proprietário fundiário herda, por milagre, uma quinta. Depois tem que a manter – e é aí que o empresário agrícola se converte em camponês de si mesmo.
Noto o passadismo deste jogo. Quando se pensava que o século XXI era o receptáculo da pós-modernidade (há até quem invoque a "pós pós-modernidade"…), as delícias da tecnologia colocaram-se ao serviço de uma tradição de antanho. Foi lá atrás, muito lá atrás no tempo, quando o conhecimento científico e a tecnologia eram rudimentares, que a agricultura teve o seu apogeu. Agora que estamos na era da "pós pós-modernidade", a tecnologia – que em teoria daria mais um golpe nas ancestrais tradições da agricultura – faz a ponte com o anacronismo. O mal pode ser meu, que tenho a mania dos exageros de análise: pode ser por genética antítese com a agricultura, mas é-me dado a ver que a agricultura tem os dias contados. Já sei que me vão interrogar: e sem a agricultura, o que comemos? Até me podem apontar o dedo argumentando que a agricultura é imprescindível para manter a paisagem rural, o contraponto da mancha urbana que se estende com a passagem do tempo e com a sedução das pessoas que se acotovelam nas cidades.
Os teólogos da nova ruralidade argumentam que é no campo que reside a qualidade de vida. Assustados com a vida apressada das cidades, onde o ar é irrespirável e as pessoas se tratam na indiferença do anonimato recíproco, querem construir um novo futuro através do regresso ao passado. Exilam-se no campo, onde se deliciam com o bucolismo da paisagem não composta por betão armado ao alto. Refugiam-se no estado da natureza em que a ruralidade ainda é pródiga.
O jogo que convida os jogadores a serem agricultores virtuais é o berço desta ruralidade pós-moderna? Talvez a resposta esteja no seu próprio enunciado: não passam de agricultores virtuais. Virtuais. Quantos estariam dispostos a mergulhar na vida árdua de quem cultiva (a sério, não no computador) legumes, frutos e cereais? E, no fundo, um jogo não é isto mesmo – a simulação, e só a simulação, da realidade?
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## 28.12.09
### Votos natalícios, os votos impossíveis
Faz parte do imaginário da quadra: um microfone estendido diante de populares anónimos, convidados a formular os desejos para o natal e para um novo ano que se aproxima. As pessoas respondem, com préstimo e generosidade: ora desejam saúde (para cada um e para todos, imagina-se), ora anseiam pela paz sempre adiada. Enterneço-me enquanto espectador deste voluntarismo tão ingénuo.
Os poetas apregoam que os sonhos são o sal da existência. Alguém pode ser acusado por desfiar desejos que, à partida, no seu próprio íntimo, sabe serem objectivos impossíveis? É da natureza humana, a ambição. Se nos demitirmos das metas ambiciosas, arrastamo-nos numa existência vegetativa. Daí que nestas alturas de balanços (o fim do ano é a melhor altura para acertar contas com o que ficou para trás) um laivo de optimismo, um laivo que seja, perfume o exercício prospectivo.
O ingénuo voluntarismo dos anónimos populares é isso mesmo: uma manifestação de vontade que prima pela ingenuidade. Pode dar-se o caso de as pessoas abordadas pelos repórteres de rua serem apanhadas de surpresa quando são interrogadas. Com a pergunta disparada de chofre, nem sequer pensaram no assunto. As primeiras palavras que descem à boca coincidem com a reacção espontânea, com os votos vulgares que se repetem ano após ano – e que todos os anos se desfazem em pó quando, na hora do acerto de contas com o ano dobrado, as metas se repetiram miragens.
As pessoas desejam-se, umas às outras, saúde. Voto inconsequente. Não acontece a existência ser uma roleta russa que a uns distribui saúde de ferro e a outros doenças mais ou menos pungentes? Não vale a pena dar o braço a torcer e fazer coro com as pitonisas de uma vida asséptica que não se cansam de avisar que hábitos desregrados trazem consequências desagradáveis, dolorosas, por vezes fatais. Quem não conhece gente com hábitos de vida irrepreensíveis que foi assaltada pelos caprichos da roleta russa? Como a saúde pertence ao domínio do aleatório, desejar "saúde para todos" é uma forma envergonhada de ambicionar para si próprio um ano longe de hospitais e de médicos. Enquanto, atrás das costas, cruza os dedos num ritual supersticioso.
As pessoas desejam, à humanidade em geral, paz. Só o desconhecimento antropológico da espécie as pode conduzir a semelhante voto. A história da humanidade está repleta de conflitos, mais ou menos sangrentos, que são a negação da paz ambicionada. Para que não haja equívocos: não sou nenhum falcão enamorado por jogos de guerra, como acontece com os militares acantonados na caserna, aqueles militares de baioneta enferrujada mergulhados numa tremenda depressão porque lhes faz falta a acção em "teatro de guerra", o cheiro a pólvora misturado com o odor nauseabundo do sangue e de corpos que jazem derrotados pela absurda guerra. A cada guerra que passa, um lamento, um pungente lamento. E o registo da estupidificação da espécie, teimosamente entretida com a sua antropofagia bélica.
O que era ideal? Que não houvesse guerras. Todavia, o que se deseja é impraticável – e com uma frequência tamanha que isso se converte em regra, desmonta os ideais em nada. Quem insistir em projectar um futuro risonho para o planeta, um cenário aliviado de guerras e guerrinhas, desconhece a natureza da espécie. Ambiciona o desejável que, contudo, é de uma impossibilidade atroz. É nestas alturas que as dores dos desejos impossíveis são lancinantes. Ou nem o chegam a ser por inconsciência de quem formula votos tão belos como insensatos.
Estes desejos que proclamam, nas intenções, um ano melhor do que o ano senescente, são uma de inutilidade pegada. Como se houvesse esta compartimentação da existência fervida na artificialidade dos calendários que se sucedem. Se entendessem que a vida se repete dia após dia, as decepções não caldeavam a diária amargura. Como os dias se repetem sem o espartilho dos calendários, nem a insana cabalística dos anos, talvez não formular votos seja o melhor método. Sobretudo dos votos tangidos pela vulgaridade, os votos impossíveis. De uma impossibilidade além de qualquer utopia.
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## 26.12.09
### Mazzy Star, "Fade Into You"
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## 25.12.09
### O natal impugnado (conto natalício tardio)
Contava-se às crianças, às sucessivas gerações extasiadas com a aproximação do natal: o natal é imorredoiro. E as crianças enfeitavam-se de ilusões. Presas a um alucinante conto do vigário, convencidas, tão inocentes, de fábulas que desfiavam as leis da física. É que nem o pai natal é personagem singular – a menos que também as convencessem que o envelhecido, barbudo Nicolau tem o dom da ubiquidade e uma energia juvenil – nem as renas são animais com
*brevet*de voo.
Mas o natal repetia-se todos os anos, sempre na mesma data por honra às convenções. Enquanto as criancinhas andavam o vinte e quatro de Dezembro num frémito impossível de travar, os mais velhos predispunham-se para o banquete. Os infantes entregues à febre imparável, aquecida pelo relógio que naquele dia parecia demorar-se na sua marcha – e só podia ser de propósito, a preguiça dos ponteiros. Os mais velhos, há muito tempo desfeitas ilusões prodigiosas, nos preparativos para o alambazar tradicional. E um punhado de crentes fixava o natal pelo significado religioso, a imperativa missa do galo marcada para a meia-noite em ponto, um digestivo para os exageros da gula.
Afinal o natal haveria de não ser imorredoiro. Num certo ano, as trevas abateram-se sobre o calendário. Como um tremendo apagão colectivo. Todos anoiteceram a vinte de três de Dezembro. Quando acordaram, nem deram conta que a folha do calendário havia sido mudada, por mistério, para o vigésimo sexto dia do mês. Sem danos para a felicidade dos juvenis. Nem estragos nas vísceras dos mais velhos, noutros anos abrasadas pelos exageros gastronómicos da quadra e pelo exagero do garfo. Nem sequer inquietação para os que cultivam o lado religioso, tão habituados a frequentar missas com assiduidade. Não chegou a haver um único levantamento popular.
Os economistas – e o governo – dariam conta da diferença. Os primeiros, anotando a quebra das vendas, pois afinal as trevas de quarenta e oito horas haviam sido meticulosamente instiladas sem que ninguém desse conta da dispensa das compras natalícias. O governo lamentava um Dezembro anómalo pela escassez de impostos cobrados devido à míngua consumista. Mas era uma força superior, inexplicável, uma força de que não se conhecia origem. Estranhamente, tirando os muito pedagógicos avisos dos economistas e as lágrimas oportunas carpidas pelo governo, o salto no calendário não foi por ninguém lamentado. Era só uma experiência. Para testar as gentes, a sua reacção perante a provisória diluição do natal.
Pela primeira vez, havia mesmo pensamento único. Não se penduraram instalações luminosas nas ruas (e os ecologistas aplaudiram). Não se montaram árvores de natal nas casas. Não houve a corrida ao bacalhau, no necessário encarecimento que não faz esquecer os mecanismos de mercado (os ecologistas também aplaudiram – e a dobrar). Não houve exílio maciço dentro de centros comerciais na demencial corrida às prendas que ficam sempre tardias. Nem reportagens feitas na Lapónia cheia de neve, com entrevistas a filisteus que se fazem passar por pai natal. As escolas tiveram que substituir as intermináveis festas de natal por outras actividades à escolha da criatividade de quem as dirige. Sem preparativos para festas natalícias, nem contos que antecipavam a quadra, ou aquelas músicas que emprenham os ouvidos sempre a partir de fins de Novembro, num convite à alienação estética. O coro de Santo Amaro de Oeiras ficou recolhido nos bastidores.
O natal tinha coalhado. E – surpresa! – ao vigésimo sexto dia de Dezembro, o planeta acordou tão feliz (ou infeliz, depende da perspectiva) como dantes. Soubera-se nesse dia: o natal tinha sido impugnado. Ainda se estava para descobrir quem o tinha banido do calendário e que juiz tão poderoso tinha dado seguimento à impugnação. Ou, melhor dizendo, quem tinha endossado dois dias de calendário às trevas, ditando uma inexplicável letargia colectiva, um longo sono de quarenta e oito horas.
Nesse ano, ao vigésimo sexto dia de Dezembro, o natal só por anamnese.
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## 24.12.09
### O que se aprende com os clérigos
Um bispo anglicano dizia, com a naturalidade de quem ensina o catecismo às criancinhas, que nestes tempos de crise profunda os pobres e desvalidos podem subtrair mantimentos do supermercado sem prejuízo do perdão divino. Um bispo lusitano, encafuado no vetusto conservadorismo da santa igreja católica, anunciava que o casamento entre homossexuais era um atentado à família. É por isso que, nas raras vezes que tenho que frequentar missas (funerais e missas de sétimo dia), fico muito atento à oratória dos curas. Aprende-se muito. Normalmente, aprendo a antítese das palavras ditas nas homilias.
Sobre a revolucionária ideia do bispo anglicano: é dramático o estado de necessidade das famílias a quem a crise degolou os já parcos rendimentos? Concordo. Esse é o pretexto para se branquearem furtos em supermercados, para que essas famílias possam saciar a fome? Discordo. Já que tanto se deifica o papel do Estado, de um Estado que muitos querem cada vez mais omnipresente, que a factura do assistencialismo seja endossada ao generoso Estado.
Admitir furtos ocasionais é uma perigosa ladeira descendente sem fim. O mal está em admitir um começo para as saídas sub-reptícias de supermercados sem se pagarem os víveres. Tudo começava com um punhado de bens essenciais. Um dia destes, vinho de primeira, chocolates opíparos, gelados
*gourmet*, sabe-se lá mais o quê, seriam subtraídos às prateleiras dos supermercados sob pretexto da míngua de rendimentos por culpa da terrífica crise. Tudo começava com gente carenciada. Um dia destes, oportunistas falsamente necessitados estavam a sair à socapa dos supermercados com mantimentos roubados. E um dia destes, nada teria a protecção da propriedade garantida. Se uma pessoa necessitada quisesse viajar para longe, quem se podia opor a que ela não pagasse o bilhete de comboio ou, em última instância, pegasse num carro que não é seu para se deslocar até ao destino?
Eu sei que por estes dias em que os adoradores das heterodoxias económicas andam de peito inchado, convencidos que as suas profecias se realizaram com a crise em que estamos, defender o direito de propriedade é uma heresia. Mas corro o risco de ser bota-de-elástico. Prefiro a estabilidade dos direitos do que normas voláteis que apenas alimentariam o caos. E quem se pode livrar das adversidades do caos? Gostaria de saber a opinião dos esquerdistas radicais – e do bispo anglicano que teve a peregrina ideia – se alguém trespassasse a sua propriedade. Não vale a alegação de que não são endinheirados; o tempo das nacionalizações ficou enquistado na poeira do febril PREC e ser rico não é crime (não é, pois não?). Se tanto se enamoram da sacrossanta igualdade, como defendem que os ricos possam ser atropelados nos seus direitos de propriedade só por serem abastados?
Sobre o bispo viciado no habitual conservadorismo de sacristia da igreja católica: não adianta o diálogo de surdos com quem está aprisionado em quadros mentais muito estreitos. Ou, para ser condescendente, nos seus quadros mentais. Talvez estes preclaros clérigos pudessem perceber que a sua mundividência não é a única forma de olhar para as coisas. A batuta do tempo marca o novo compasso que exige a renovação da visão do mundo. E nem parece acertado cobrir a indignação com o manto da ciência quando invocam a antropologia para atestar o equívoco de admitir que dois homossexuais se possam casar e formar família. Primeiro, a antropologia não é imóvel perante as andanças do tempo. Segundo, se se querem agarrar à ciência como tábua de salvação da inércia dos seus dogmas, deviam incorporar outros estudos que mostram que a homossexualidade não é doença e que as crianças adoptadas por casais homossexuais são tão normais como as demais.
Que raio: custa admitir que outras pessoas tenham preferências sexuais diferentes das nossas? Podemos-lhes negar as mesmas regalias legais que sancionam a opção de duas pessoas serem uma família? E não venham com obtusos argumentos que são apenas uma ilustração da inércia do tempo, quando sugerem que desde tempos imemoriais o casamento é sinónimo da união de pessoas de sexos diferentes. É que a homossexualidade já foi diabolizada em tempos, criminalizada, vista como doença. Mas não hoje. Se dois homens ou duas mulheres vivem juntos e são família, por que não se podem casar? Os monopólios são percursos que levam a destinos fatais.
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## 23.12.09
### O que faz sentido (prontuário surrealista)
"
*Isso explica aquele curioso caso, tantas vezes ocorrido na história, de um homem que julgamos ninguém, apagado e nulo, nos surgir de repente mestre de uma geração ou senhor de um país.*" Fernando Pessoa, *Quaresma, Decifrador*
Na interminável procissão da indigência mental, o homem insiste na sua soberba irritante. Perante a complacência do séquito que se arrasta atrás de si, inebriado com a prosápia de um parlapatão que parece hipnotizar os crentes. As palavras saem todas ao contrário, ou como se fossem tiros que erram sempre no alvo. E aquela sobranceria que vem, a espaços, entrecortada por cínicos sorrisos triunfantes – como se a nota de humor rasteiro fosse a sentença que determina a derrota dos opositores –, resgata toda a pureza da sua indigência mental.
Dir-se-ia: nunca um sistema que escolhe os mandantes através do sufrágio dos representados foi tão lídima expressão de uma gente. Nunca tanta mediocridade junta representou o espelho de uma gente. Mandam as convenções, e o
*fair play*democrático, que se aceitem os resultados sufragados. Que se aprenda a conviver com os mandantes assim escolhidos. Mas lá dizia o homem, a meio da dialéctica com os opositores que insistem em morder nas suas canelas, " *ninguém está acima da crítica*". Precisamente. Ninguém, a começar por ele. E como ele se põe a jeito da crítica!
Esta é a terra onde despontou timoneiro de tão fraca têmpera. Escorregando para o já habitual pessimismo (que, sei-o, não é alimento para ninguém), quase diria que só nesta terra tal possibilidade teria valimento. Como há pouco avisara, em favor desta terra a seguinte conclusão: a tradução da possibilidade é um espelho da gente comum. Haverá maneira mais nítida de retratar a democracia quando os escóis cedem lugar a um representante da mediocridade dominante? O que faz sentido não é estender a rubra passadeira à elite que se empoleira no púlpito, ostentando um estatuto quase divino, lá em cima, no altar inacessível ao comum dos mortais. Depois queixávamo-nos da fractura entre os mandantes e os representados.
Talvez ao contrário do que se sugere, estes não são tempos de protuberância surrealista. Lá está: quando a indigência mental que tomou conta do leme é a imagem fiel da indigência mental que por aí abunda, quem pode anuir no quadro surrealista que os detractores sugerem? Tudo isto faz sentido. Porventura, um terrível sentido, não fosse dar-se o caso de as grandes decisões pertencerem aos decisores europeus. Sem o sabermos, continuamos entretidos a dar protagonismo a actores secundários. A gente que, fossem os parâmetros outros que não os da mediocridade, nunca passaria de um figurante anónimo. Talvez esta seja a marca de água do surrealismo circundante: o povo que, ao contrário dos mandantes, é impossível de mudar.
Soará a sobranceria um juízo tão implacável. Admito que há uma certa altivez na pose de distanciamento, da superioridade intelectual que se reivindica e que não condiz com um estatuto de humildade, quando se cola o homem à interminável procissão de indigência mental. E quando se comete a ousadia de acusar a gente comum de ser serventuária da sufocante mediocridade. Registo uma diferença, contudo: é que eu admito mesmo, sem pestanejar nem reagir com a habitual arrogância do timoneiro, que ninguém está acima da crítica. Posso admitir que o mal seja meu, que a miopia de análise me impeça de ver as coisas como elas são. Até prova em contrário, e até que me convençam que padeço mesmo de miopia, compreendo o estado em que as coisas estão. É tudo isto que faz sentido, mesmo quando a majestade intelectual – ó tamanha sobranceria! – se afadiga em explicar que é tudo ao contrário, que nada disso faz sentido.Tudo soçobra na sua (só aparente) simplicidade. No fundo, o surrealismo habita em mim.
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## 22.12.09
### Meticulosamente
Disciplina mental. Julga, uma mordaça necessária. Olha em redor e distingue-se a rebaldaria mental, um leito de desorganização, um vírus caótico. Amedronta-se diante de qualquer ressonância de caos. Não consegue caminhar entre a desarrumação de tudo. Por isso impõe a si mesmo as algemas da disciplina mental. Férrea disciplina mental. Um jugo irrecusável.
Por onde pisa, sempre vestígios da meticulosa forma de ser. Tudo pensado, como se fosse um arquitecto que não deixa o mínimo traço ao acaso. Não há nada que não seja planeado. As coisas movem-se dentro de um espartilho nascido no afã da meticulosa organização mental. Não deixa de ser um espartilho, pois liquida a espontaneidade, absorve a capacidade de reagir aos imponderáveis que assaltam a forma ordenada dos planos incapazes de lidar com imprevistos. Nem assim se demove. Joga com a lei das probabilidades, com a escassa probabilidade dos imprevistos, para teimar planos milimétricos. Dos planos que não se podem afastar um milímetro que seja das coordenadas fixadas, ou o caos irrompe com o seu macilento, doentio rosto.
Convive mal com a antítese da sua meticulosa peregrinação quotidiana. Incapaz de se dar com gente desorganizada. A falta de sintonia com quem leva vida errante fermenta alguma intolerância. Ou tudo se compõe conforme os seus esboços, ou o caos que se instala causa o desconforto de quem se sente desnorteado, como se tivesse perdido o mapa no meio de um lugar ermo e desconhecido, ou como se em noite de nevoeiro fechado ficasse desprovido de candeia.
Não importam os reptos que desafiem a monotonia. É cultor de todas as rotinas. São o seu oxigénio. A organização mental de que depende é uma rotina instalada. Tudo se passa como se houvesse caminhos mentais que devem ser percorridos todos os dias, numa sucessão organizada de passos que se repetem uns atrás dos outros. Na prisão de uma lógica que se emparelha nos meandros da mente. Se alguém propõe romper a rotina dos dias instalados, num convite à excepcionalidade do espartilho da tremenda organização interior, a espontaneidade tem por uma vez lugar. É essa espontaneidade que devolve resposta negativa ao aceno, não vá a meticulosidade implodir. E o que se seria de si, das suas pessoais exigências, se o endeusado altar da coerência abrisse uma brecha?
Meticulosamente, apanhado todavia numa prisão de si. Ela também meticulosa. Duplamente cárcere. Pela intolerância que desenvolve aos que vagueiam na desorganização mental, entregues ao laxismo, os baldas que não suporta. E cárcere pelas masmorras que cultiva dentro de si. Pelo que nega em si, só para honrar um inane compromisso fixado com a coerência que se impõe, meticulosa e asfixiante, totalitária, algoz da sua própria liberdade.
Pode haver quem faça o diagnóstico da doença. Ou haver quem se limite a respeitar a dependência da ditatorial coerência. Assim como assim, é de dentro de cada um que irrompe uma certa meticulosa forma de ser. Ainda que essa meticulosidade opte por uma militante desorganização mental. Incompreendida pelos cultores da exigência interior, que são incapazes de tolerar a indisciplina mental dos outros. Tudo se resume a saber se somos capazes de aceitar os outros como são. A maior tolerância é que mostramos quando não queremos mudar o que os outros são. De resto, há-de sobrar um vestígio, um vestígio que seja, para tornar compatíveis existências que o não parecem. Esse é o maior desafio: o da dança compassada entre corpos que se movem em direcções diferentes, com ritmos diferentes.
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## 21.12.09
### Alecrim e manjerona
Já cansam. Os arrufos entre suas excelências, o senhor presidente da república e o senhor primeiro-ministro. A comunicação social, como de costume sequiosa de episódios sanguíneos, puxa lustro aos galões da linguagem muito formal e chama-lhe "conflito institucional". Eu, mais terra a terra, prefiro retirar o arsenal cosmético da linguagem e chamar-lhe desvergonha.
Ontem, o gabinete do primeiro-ministro mandou o recado através da comunicação social, dando conta da irritação com a presidência da república. Consta que o presidente da república ficou aborrecido porque o primeiro-ministro faltou ao encontro semanal para estar presente nas jornadas parlamentares da seita socialista. Quem o manda ficar aborrecido? Se ficou abespinhado, que guarde para si o abespinhamento, só para não incomodar os intocáveis socialistas. Pelo caminho, Sérgio Sousa Pinto, aquela inefável personagem que foi líder da juventude socialista (o que assegura pergaminhos pouco recomendáveis), puxou as orelhas ao senhor presidente da república porque este teve o "desplante" de opinar que as suas prioridades do momento não são a legalização do casamento dos homossexuais. Vejam lá o topete do senhor presidente da república, que devia era estar bem caladinho. Ficamos sem saber o que a seita socialista pretende do senhor presidente da república: ora pedem para ele falar, para pôr a oposição em sentido, calando-a no parlamento; ora exigem que se cale. Se dúvidas houvesse da desorientação da seita socialista, ainda não habituada à ideia de que já não tem maioria absoluta, ficavam desfeitas. Habituem-se à ideia.
Esta gente não parece merecedora dos cargos que ocupa. Por isso, só faz sentido retirar o "senhor" que antecede as sinecuras respectivas. Não sei se será por sermos geneticamente atreitos ao circo – um povo com pão e circo que se basta a si mesmo –, temos um presidente da república desastrado que vai caindo nas ciladas do desnorteado primeiro-ministro. O exemplo de ontem: em vez de deixar o primeiro-ministro a falar sozinho nas suas lamentáveis queixinhas, divulgou um comunicado que respondia ao comunicado do outro gajo. Merecem-se um ao outro. E talvez se possa concluir que, por eles, somos nós, que em maioria os escolhemos, que nos merecemos mergulhados na nossa mediocridade.
Diante disto, renovo as juras interiores para me alhear das notícias. Só apetece um exílio sem de cá sair, o exílio que se descobre pelas portas e janelas que se encerram à comunicação social tão entusiasmada com estes abstrusos episódios de ciumeira entre iguais. É que estes arrufos são típicos de duas personalidades miméticas. Confirma-se, ainda, que a política se abastardou de vez. Não são os politólogos que têm protagonismo. Cederam perante os supostos gurus da comunicação, que alinhavam as tácticas ao sabor do momento. Pois é disso que se trata: um amontoado de tácticas esparsas, que não se podem confundir com uma estratégia com fio condutor ao longo do tempo. Esses gurus da comunicação e do
*marketing*, que tentam embelezar a figura do primeiro-ministro, compõem o clima de guerrilha que, julgam, serve os propósitos do grande, querido líder que anda deprimido por já não poder governar sozinho, como quer, como gosta, na linha do "quero, posso e mando". O outro, desastrado, cai na esparrela e ensaboa-se na mesma lama de onde emerge o primeiro-ministro. Ao menos tivemos ensejo de ver o líder dos comunistas a defender um presidente da república "de direita", o que é tão raro como nevar na minha cidade.
A guerra de alecrim e manjerona devia terminar com um acesso de lucidez das duas personagens. Então lúcidos, combinariam apresentar a demissão. À cautela, o presidente da república só apresentava a demissão horas depois do primeiro-ministro o ter feito. É que este gajo não é de confiar.
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## 18.12.09
### Pruridos de linguagem (ou a obscenidade do palavrão)
"
*Os Rage Against the Machine disseram palavrões durante uma actuação para a Radio 5 Live, da BBC, o que obrigou a estação britânica a emitir um pedido de desculpa*", in *Público online*, 17.12.09 (a meio da tarde).
"
*A determinada altura, os actores Gonçalo Waddington e Tiago Rodrigues, protagonistas da peça "O Que Se Leva Desta Vida", não se conseguiam ouvir um ao outro em cima do palco. O espectáculo teve de ser interrompido a metade. (...) O Inatel tinha comprado vários bilhetes para o espectáculo e organizou uma excursão até Lisboa. Mas a linguagem utilizada pelos actores era demasiado obscena para o público sénior.*", Helena Matos, in *Público*de 17.12.09
Punhos de renda. À mesa, onde se sentam as pessoas muito bem comportadas. Não dizem palavrões. Para as donzelas ingénuas não ruborizarem. E para não incomodar os rapazes de província que raras vezes saem da sua torre de marfim. Nem os mais velhinhos, que não podem escutar palavras feias, palavras malditas que estão escondidas no armário para arremessar a familiares no segredo do lar, ou para serem ditas na tasca enquanto sorvem uns copos de três de verde tinto e jogam à sueca.
É disto que eu mais adoro: hipocrisia. Ai de quem solte indecências em público, que as orelhas dos ouvintes podem ficar derretidas pela inconveniência. Podemos proferir essas palavras sem freio na intimidade da família ou na convivência com os amigos. A linguagem escorreita, muito asséptica, não se compadece com palavras indecorosas. E agora que a utilização destas palavras já subiu à estratosfera, eduquem-se os mais novos censurando obscenidades ditas pelas bocas destravadas de artistas rebeldes. Faz todo o sentido: como sabemos, os adolescentes deixarão de entoar constantemente "fuck", "mother fucker", "shit" e quejandos se deixarem de as ouvir na televisão. Há quem acredite no pai natal, ou que os bebés são trazidos por cegonhas que descolam de Paris.
A BBC, ainda muito vitoriana nos costumes, põe a mordaça nos artistas que escorregam para o chinelo. Quem põe a mordaça, lá nos estúdios – podemos apostar com a convicção de não perdermos o dinheiro – nunca, nunca na vida, disse "fuck". Ponto da situação: eles podem soletrar a palavra até à exaustão porque o fazem em privado; quem ouse pronunciar a palavra obscena em público arrisca-se a ter um açaime sob a forma de indiscreto silenciamento.
Os idosos (não se pode dizer velhinhos para Helena Matos não acusar de discriminação social) têm o direito de se manifestar ruidosamente contra as sucessivas grosserias de linguagem que emprenhavam os ouvidos naquela peça de teatro? Os velhinhos (perdão, os idosos) são incapazes de escorregar para a obscenidade semântica, como sabemos. Santa boca, imaculadamente virgem de palavrões tão feios. Ah, já entendi, no teatro – como em muitas ocasiões ditas solenes, onde a responsabilidade deve imperar – não se dizem palavrões. Ninguém obriga os idosos de curtas vistas culturais a saberem que há páginas e páginas de literatura, de poesia, carregadas de linguagem indecente, sem que deixem de ser arte.
Helena Matos pôs os óculos errados ao sugerir que os velhinhos se limitaram a ser partes intervenientes (através da pateada) na peça de teatro. O mal não é o da "intervenção indevida" do público amotinado. O mal é de alguém que não tem sensibilidade para entender que as artes têm diferentes manifestações (incluindo o calão na linguagem), ou de alguém que ficou com a sensibilidade ferida (hipocritamente ferida) e se esqueceu de ser educado. Helena Matos está enganada: malcriados não são os actores que ilustraram a peça com profusão de palavreado indecente; malcriado foi o público idoso ali levado pelo INATEL que, talvez por ser tão boçal, tão cavalar, pateou a peça. A mim ensinaram-me que quando não gosto do que vejo, dou corda às pernas em direcção da porta da saída. Em silêncio.
Quando a Helena Matos assobia o seu vetusto conservadorismo, que às vezes a leva a olhar as coisas com a miopia própria das conveniências, sinto uma pulsão para abjurar as muitas costelas de direita. E para me convencer que esta direita tacanha, conservadora, é o melhor elixir para a existência das esquerdas. De resto, só me apetece dizer isto: que se fodam todos os moralistas da linguagem muito decente.
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## 17.12.09
### Burgueses, somos
Sedução pelo bem-estar, apenas, uma atracção pelos bens materiais que é impossível de rebater? Ah, nem os ideais, os febris ideais da juventude, sobram de pé. Rendidos diante das maravilhas do materialismo. Seguidores do consumismo outrora diabolizado. Tinham razão: o vil metal é mesmo aviltante. Sabem-no por experiência própria estes revolucionários de tempos idos.
A burguesia é uma condição inata aos que conseguiram singrar e hoje têm proventos razoáveis. E é a aspiração dos mais jovens, ainda nos primeiros passos profissionais, ainda muito trémulos, sem saberem se o futuro lhes vai sorrir. Por enquanto, ainda bisonhos, tecem-se nos sonhos em que desfilam muitas aspirações de ordem material. Porventura, este é um retrato em que todos nos revemos – ora no presente em que nos debatemos, ora no passado de que fomos testemunhas vivas.
Por exemplo: por que teimo em tentar a sorte no jogo da Santa Casa da Misericórdia que promete a miragem de uns fartos milhões de euros no primeiro prémio quando se acumulam
*jokers*de semana para semana? A resposta só pode ser uma: há sonhos por cumprir. Inevitavelmente, sonhos materiais. Não vou ao ponto de acreditar em líricos retratos tangentes à historieta de "um amor e uma cabana", ou de escorregar para uma ingenuidade que não é deste tempo se aderisse a uma monástica forma de vida desprendida das virtudes dos bens materiais. Contudo, teimar na mirífica sorte ao jogo (nos míseros euros semanais que salpicam de distante esperança a tentativa de marcar encontro com a sorte), não é a confissão da entrega a uma burguesa forma de vida?
Não sei: é como se estivesse diante de uma daquelas encruzilhadas sem sinais que identificam os destinos a que levam as várias estradas que dali saem para lugares diferentes. É tão fácil ser espectador da futilidade aburguesada que se nota nos sinais que exteriorizam uma certa forma de viver dos outros. Se ao menos fosse possível sairmos de nós e sermos espectadores exteriores de nós mesmos, talvez torcêssemos menos o nariz aos tiques aburguesados dos outros que em nós semeiam alguma repugnância. No fim de contas, esbarramos no mesmo dilema: as teorias que se edificam, muito belas e muito bem conseguidas, desmoronam-se quando as pomos em prática só nos outros. A incapacidade para em nós reproduzir as teorias é a dolorosa sentença de incoerência que as desfaz em nada. Reserva-se-lhes o único lugar merecedor: não teoria, mas um espartilho que, estávamos convencidos, era uma teoria tão à prova de bala.
E, contudo, as contradições não deixam de esbarrar com estrépito, como se fossem nuvens de cargas eléctricas opostas que, em rota de colisão, produzem feérica trovoada. Há trejeitos burgueses que soam nauseabundos. Talvez sem dar conta – porque o espelho de nós mesmos não é perene – também deslizo para os mesmos trejeitos que nos outros causam náuseas. É esta burguesia esquizofrénica, um doentio aburguesar, que atormenta. Pelo mar encapelado de contradições internas que desfazem em nada as teorizações que julgávamos elaboradas. E porque parece que vivemos aprisionados num mundo de dicotomias, como se houvesse apenas preto e branco, isto e o seu contrário, as janelas todas encerradas a formas diferentes de encarar as coisas. Se tudo for assim tão bipolar, como se não houvesse um largo terreiro a separar as duas extremidades – e talvez seja esse largo terreiro um infindável mar de oportunidades por descobrir – o que é o contrário da viciosa burguesia? Sermos burgueses é a prisão pessoal onde se encerra a nossa futilidade. Mas, e depois, estamos preparados para não sair de um convento e dos sacrifícios auto-impostos? Estamos preparados para uma existência toda espiritual e desligada dos vícios materiais?
Parece que a imperturbável insatisfação de tudo é a água fervente que escalda a carne que somos. Nunca estamos contentes com o que temos?
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## 16.12.09
### As Valquírias
(
*Contém alguma linguagem "inapropriada"*)
Há-as de duas categorias. As solteironas inadiáveis. E as divorciadas em lamentável carpideira pública da desgraça que as abraçou. Pulam, em saltinhos histéricos, cheias de energia. As primeiras, como se vagueassem numa eterna juventude que promete o até agora inalcançável. As segundas, farejando qualquer possibilidade de retomarem o que deixaram de ter porque os antigos consortes decidiram debicar noutro galinheiro.
Não param quietas. Desmultiplicam-se em actividades, o sono adiado para os dias em que, por fim, o sossego de espírito e a acalmia dos prazeres tiverem ancoradouro (se esse dia não for uma miragem). Aquilo é um covil onde as hormonas ardem, numa incandescência que se nota à vista desarmada. Quando era mais jovem (mais jovem do que o sou hoje, bem entendido) e tinha paciência para ocasionalmente meter um pé na vida nocturna, havia um sítio da preferência dos meus amigos onde todas as valquírias marcavam encontro: o "Buffalo's", em Matosinhos.
Era impossível estar sossegado. Ir sozinho ao bar era uma aventura. Enquanto esperava pela bebida, não demorava um minuto, um minuto sequer, e aparecia uma trintona ou umas quarenta invariavelmente voluptuosas – e, por vezes, até acontecia aparecer uma de cada lado. À espera que metesse conversa, que elas podem estar esfaimadas mas nisto mantêm-se arreigadas aos costumes de antanho: são os varões que metem conversa. Na esperança, sobretudo delas, que mais tarde se meta outra coisa. Não sei se seria do meu bom aspecto (momento José Mourinho), mas estar momentaneamente desacompanhado na ida ao bar garantia célere companhia de uma qualquer valquíria sequiosa dos meus potencialmente excelentes serviços. Apercebi-me então do efeito revertido do que sentem as donzelas quando são comidas com os olhos pela homenzarrada por que passam: carne para canhão. E se muitas eram autênticos canhões!
As incursões junto do bar eram um exercício curioso, a tal ponto que comecei a fazer apostas com os amigos que me acompanhavam. À custa destas apostas ganhei algumas bebidas de graça (e mais não posso dizer). E eu, que não sou paneleiro – bem pelo contrário – era assaltado por sensações paradoxais. Se aquilo fazia bem ao ego, por outro lado notava a intimidação pelo assédio sempre silencioso das valquírias que se acercavam. Foi então que descobri, tardiamente, uma ingenuidade que não é destes tempos.
Deixei de ser visita da vida nocturna. Perdi o rasto à militância das valquírias com hormonas aos saltos (para não dizer outra coisa). Às vezes, dou de caras com tias prometidas ao celibato e outras que, carpindo mágoas de divórcios mal digeridos, acreditam que o tempo recuou e que retomaram uma pós-adolescência perdida nas ilusões do matrimónio com o que julgavam ser o seu príncipe perfeito (entretanto alcandorado ao estatuto de fariseu da pior espécie). As circunstâncias influenciam os momentos: já não as vejo trajando vestidos justos, na ostensiva saliência das carnes pouco cuidadas, daqueles vestidos que oferecem regaço a amplos decotes que sugeriam à masculina caça onde podiam mergulhar a sua libido. À luz do dia, paramentos mais discretos. Mas cheira, na mesma e à distância, a hormonas aos saltos. Irrequietas, parecem pular em cima de uma inesgotável bola de energia. A espécie mais notória é a das valquírias extrovertidas, as que multiplicam amizades no exacto minuto em que conhecem um estranho por quem imediatamente se encantam. Vão daqui para ali, sempre desejosas de conhecer mais e mais gente. A lei das probabilidades estatísticas explica o aumento das possibilidades de sucesso quando se amplia a amostra (de conhecimentos).
Todavia, esta lei matemática defronta-se com um obstáculo, dir-se-ia, um insondável imponderável: quanto mais perseveram, e quanto mais as hormonas aquecem junto ao ponto de fervura, menos lhes acontece aquilo que tanto desejam. É como se funcionasse uma lei repulsiva: de tanto ostentarem a lascívia impraticável, mais afastam os potenciais caçados. Um azar tremendo. Que deixa as desgraçadas das hormonas a pular, e muito, mas entregues à sua solidão.
## 15.12.09
### Berlusconi apanha nas trombas e nós aplaudimos?
"
*O que a democracia não resolve tem o povo que resolver!*", Renato Teixeira, no blogue "Cinco dias"
Isto foi escrito. Encimando as imagens de Berlusconi ensanguentado depois de ter sido covardemente agredido por um tresloucado qualquer. Só estava escrito isto: "
*o que a democracia não resolve o povo tem de resolver*". Poucas palavras. Só um título e, todavia, um título que fala mais alto do que mil palavras. Todo um pensamento ali encerrado, todo um comportamento.
Berlusconi é um equívoco? De acordo. Berlusconi nunca devia ter sido primeiro-ministro? Não me pronuncio; não voto em Itália. Prefiro respeitar as preferências dos eleitores italianos, ou arrisco-me a que os cidadãos de outros países façam análises pouco simpáticas sobre as opções da maioria do eleitorado lusitano. Continuo a acreditar naquela máxima que ensina que em casa alheia é melhor não mexer palha, nem sequer opinar acerca das opções de decoração.
Considero Berlusconi uma besta (como educadamente muitas esquerdas enfatizam). Mesmo sendo de direita – mas de uma direita que não se revê naquela direita pirosa, arcaica, que cultiva uma personalidade daquele calibre, aquela personagem verbalmente incontinente que tenta fintar a andropausa ostentando feitos carnais com voluptuosas mulheres e cândidas adolescentes. É daquelas personagens que envergonham "a direita" (mesmo que "a direita", assim, unidimensional, não exista). A semântica dá uma ajuda aos esquerdistas que andam de cabelos em pé porque a Itália, vá-se lá saber porquê, teima em escolher esta aberração para primeiro-ministro: o seu nome tem fonética semelhante a "burlesco".
Vou regressar às interrogações: se me tivesse calhado em sorte ter nascido italiano, depositava o voto em semelhante aberração? Jamais. Mas, por mais que lhes custe a admitir, ao menos leiam isto: Berlusconi é uma criatura criada pelas esquerdas italianas. Pela sua inesgotável capacidade autofágica. Elas que não chorem lágrimas de crocodilo. Muitos votam Berlusconi porque se assustam com a ineptidão do mosaico das esquerdas; nem sequer para se entenderem servem. Tenho a impressão que em mais nenhum lado como em Itália funciona o voto com os pés. E não é para enxotar Berlusconi, a cavalgadura, do poder.
Sobra a possibilidade do povo italiano ser burro. É uma hipótese em que muitos esquerdistas gostam de assentar as suas prestigiadas análises. Em sonhos, imaginam a repetição de eleições quando a maioria do povo (portanto, a parte ignara dele) não vota "como deve ser", já que mudar o povo é uma tarefa mais difícil. Se não vai através do voto, soube-o ontem ao ler aquela preciosidade de um tal Ricardo Teixeira, vai pelos punhos não rendados do "povo".
Primeira perplexidade: e por acaso aquele senhor, o senhor agressor, representa "o povo"? Esta é outra adorável faceta destas esquerdas que professam toda a sua intolerância (apesar de se verem como as campeãs da democracia – talvez daquela democracia em que o número de partidos admitidos a concurso eleitoral é ímpar e inferior a três…): esgotados os argumentos da lógica eleitoral, ora se inventam pretextos, ora se convoca a sublevação popular através da barbárie. No primeiro caso, inventando teorias conspirativas que insultam a inteligência dos italianos, pois eles são controlados através do império de comunicação social detido por Berlusconi.
O segundo caso traz-me à segunda perplexidade: as portas escancaradas à barbárie, a um crime que o seria se a vítima fosse uma pessoa comum e que, na cabeça iluminada do tal Renato Teixeira, deixa de o ser crime só porque o figurão estava mesmo a pedi-las. O que deixa o Sr. Teixeira sossegado é que vive numa terra e num sistema político que deixa os Srs. Teixeiras deste jaez vomitarem todas alarvidades mentais sem temerem pela segurança física. Que às vezes apetece dar a esta gente a provar do mesmo veneno, ah lá isso apetece.
(E nisto lembrei-me de um aluno já sexagenário, camarada dos sete costados, que lamentando a queda do muro de Berlim e a derrocada do comunismo, perguntava em público se tanto tinha valido a pena "apenas" – a ênfase é minha – pelas liberdades pessoais que foram conquistadas.)
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## 14.12.09
### Somos parte interessada no adultério dos outros?
Muita gente escandalizada porque o golfista mais famoso do mundo tinha (ou tem – e o que é que isso interessa?) um harém. Até ouvi um senhor, por sinal com ar pouco recomendável, sentenciar que as imensas actividades lascivas do campeão são inadmissíveis porque ele é um homem de família, casado e com filhos.
Diria que os Estados Unidos têm uma tendência inata para o moralismo. E que o moralismo tem as suas próprias mordaças e alçapões muito perigosos. Todavia, os palpites sobre as questiúnculas conjugais de Tiger Woods preenchem páginas de jornais pelo mundo fora; o mal é global, já que a globalização está tão na moda. Vi ontem uma reportagem que dava conta da proliferação de
*talk shows*e programas onde são chamados prestigiados opinadores para se pronunciarem sobre as perdições hormonais do golfista. Do que fui lendo e ouvindo, o tom geral é de reprovação do adultério sistemático cometido por Woods. Há muita gente de dedo em riste apontado à sua cara, como se este clamor popular fosse uma reprimenda colectiva. Logo Tiger Woods, em exemplo, a deixar-se perder por uns rabos de saia.
Talvez se diga que as figuras públicas, por o serem, têm a vida privada exposta ao escrutínio dos outros. Àqueles que escorregarem para esta condescendência aterradora, só isto: uma vida privada é uma vida privada, seja de uma "estrela" ou de um anónimo; e convinha aprenderem o significado do verbo "devassar". Se tanto se apregoa que "entre marido e mulher não se mete a colher" (imagino que lá nos
*States*deve haver uma variante do adágio), deixamos de ser coerentes com o ditado se formos rudes em relação às facadinhas no matrimónio cometidas por alguém, só porque esse alguém é uma figura pública e – este é o pior dos pecados de Tiger Woods – é um modelo de virtudes. Ora, ao molhar sistematicamente o pincel em mulheres diferentes da consorte, o tigre terá defraudado a confiança que as gentes nele depositavam. Um modelo deve sempre dar o exemplo. Um "modelo social" que escapa frequentemente para as camas das amantes não está a dar um exemplo de decência. A solução é óbvia: crucifique-se em público o já não "modelo social".
É curioso: acabo por escrever sobre o adultério do campeão de golfe, afinal fazendo o contrário do que apregoo. Em meu favor, alguma condescendência, porém. O que seria um "não assunto" tornou-se numa procissão em que muitas virgens pudicas aproveitam para exibir um moralismo enfadonho. Só se tornou assunto por causa das intromissões na esfera privada de Tiger Woods. O que me traz à segunda incoerência: eu, que me recuso a aceitar qualquer moralismo quando se impõe de fora para dentro, acabo por me enredar num contra-moralismo que me interrogo se não é também um moralismo.
Enterneço-me a ver o cortejo de sumidades do moralismo alheio. Tão seguras das suas sentenças. É nestas alturas que me apetecia ser uma formiga e ter um mágico dom da ubiquidade. Só para saber se estes juízes do adultério alheio nunca deram a sua pessoal facadinha no matrimónio. Ou se não se trata de gente assoberbada com a possibilidade de sentir crescer na testa uma vistosa cornadura. Ah, como é encantador ser-se penhor da moral dos outros, sobretudo quando a deles e delas possa ser um antro pouco recomendável para servir como paradigma do que quer que seja. Não que eu tenha algo a ver com isso; só me incomoda que a avaliação dos outros (o que nem devia acontecer) seja feita por padrões muito mais exigentes do que a avaliação que os sacerdotes da moralidade fazem de si próprios.
Se não é a "censura social" (outra doença contemporânea) que se abate sobre Tiger Woods, é o escárnio. Folhear páginas dos jornais e ler insinuações de que Woods tem testosterona a mais sugere-me uma de duas possibilidades: ou se trata do mesmo moralismo numa versão encapotada, ou da mais pura das invejas.
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## 13.12.09
## 11.12.09
### É preciso decoro no parlamento?
Abriu telejornais: dois deputados tiveram uma pega verbal. Terra de brandos costumes, estamos mal habituados quando a confrontação verbal atinge tamanha intensidade que os mais puritanos asseguram ter "passado dos limites". Desta vez a pega verbal meteu insultos. E se nem sequer chegou a haver baderna de tasca, pois os vitupérios que a senhora deputada do PSD dirigiu ao senhor deputado do PS, mais a defesa de honra deste, não entraram pelo enxovalho do calão que faria os puritanos corarem de vergonha, o episódio serviu para abrir telejornais.
Eu continuo a teimar que os brandos costumes não são virtude: é o dos maiores defeitos em que maceramos. Porque, em tudo, nos ficamos pela metade. Entramos cheios de entusiasmo, mas a meio metemos marcha atrás e o entusiasmo no esquecimento. Somos falinhas mansas e os malditos consensos que distribuem vitórias por todos os que entram numa contenda, evitando que as posições se demarquem. O zénite desta covarde maneira de ser é a insistência de que não se deve usar certo tipo de linguagem em determinados locais por respeito "institucional".
O parlamento é um bom exemplo. É a casa da democracia. A linguagem rasteira, mais própria das tascas e das varinas, deve ser combatida. É como no tempo em que havia a mania do cavalheirismo: podiam as más palavras ecoar em pensamentos, mas imperativos de decoro evitavam que elas se soltassem da língua. A língua não era aferroada para não enlamear o nome prestigiado do parlamento. Os tempos mudam. Com a mudança da agulha do tempo, reinventam-se comportamentos. Querem-nos fazer crer que uma troca de insultos entre dois deputados avilta o parlamento e faz corar de vergonha a nação inteira. Eu prefiro dois deputados que libertem a língua e digam o que vai na alma. Prefiro a frontalidade à fina capa de verniz da decência institucional que asfixia um vendaval de maus pensamentos sobre o deputado adversário.
Chego a esta conclusão através de um método que parece esquecido: a analogia. Emprenham-nos os ouvidos com a semântica parlamentar. No parlamento estão os nossos representantes. Devem estar à altura de um órgão de soberania, que ainda por cima é um esteio (e o principal) da sacrossanta democracia. Os puristas esclarecem que os deputados devem dar o exemplo aos que representam. Os representados devem encontrar nos deputados um espelho de boas condutas, recato oratório e respeito pelos adversários. Sem nunca, mas mesmo nunca, escorregarem para o chinelo e dispararem insultos para um deputado que esteja noutro quadrante.
Reverto o método da analogia para contestar o que está convencionado pelos puristas. Pois se os deputados representam o "povo", e se o povo se farta de distribuir insultos e impropérios por conhecidos e desconhecidos, os deputados devem ser uma imagem do "povo" que os colocou na sinecura parlamentar. Defender o contrário e esconder o rosto detrás do incómodo das duras palavras trocadas entre a deputada do PSD que, vinda da "linha de Cascais" (nas palavras do "ofendido"), não resistiu a chamar palhaço ao deputado socialista que a incomodava (o deputado "rural", nas palavras do próprio), é só fazer de conta que o parlamento é um lugar de miragens. O parlamento deve ser um laboratório vivo da sociedade que representa. Exigir que os deputados sejam gente afastada das palavras grosseiras e dos insultos a adversários é desumanizar suas excelências – ou ingloriamente deificá-las em barro. É exigir de mais. Torna o parlamento num equívoco cheio de artificialidades.
O parlamento era mais vivo e humano se os deputados pudessem chamar filhos da puta uns aos outros. Com decência. Diria, sem elevar a voz, "
*se me permite, vossa excelência é um notável filho da puta*". E o outro, em defesa da honra, puxava do microfone e suavemente disparava, sem perder o sorriso discreto, " *com a anuência do senhor presidente da Assembleia, puta é quem assim trata a santa da minha mãezinha*".
Lamentável é noticiar-se o episódio como coisa pouco edificante. Pelos vistos, é preferível escondermo-nos detrás das máscaras e insistir em fazer de conta. Muito, fazer muito de conta.
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## 10.12.09
### Pai natal surfista
Um pai natal de barbatanas, espalhado por painéis publicitários em paragens de autocarro. De barbatanas e em calções. Dir-se-ia: nesta altura do ano está em funções na Austrália, onde o Verão alimenta a canícula. Faz todo o sentido, um pai natal recriado em alinhamento com a climatologia local. Só que isto não é a Austrália e o Verão é já só uma saudade para os friorentos do costume.
A criatividade deve ter rédeas soltas. Às vezes, da criatividade rasca pendem os frutos da ridicularia. Mas, e então, a ridicularia não nos faz rir? Bem-haja aos publicitários que esgotam a verve em anúncios sem graça que não seja a risível mensagem, a risível figura que dá a cara pela mensagem. Outras vezes o produto é bem conseguido. É quando a inventiva facúndia publicitária oferece um produto que não é estulto, um produto bem acabado que tece loas à imaginação dos humanos.
Já que os petizes são obrigados a acreditar no São Nicolau invariavelmente anafado, trajando roupa "abenficada", com aquelas barbas que não são cortadas há anos (será promessa?), os agasalhos bem nutridos sugerindo temperaturas glaciais que a personagem suporta quando conduz as renas na distribuição dos dotes natalícios, ao menos que sejam permitidas adaptações locais e recriações da figura. Um pai natal de barbatanas deixa no ar a ideia de que está num hemisfério visitado pelo Verão; por que ia o pai natal refrescar-se nas águas do mar que, no hemisfério norte, estão a uma temperatura gélida? Se ao menos envergasse um fato térmico – necessariamente vermelho – podia-se imaginar que o pai natal aproveitasse uma pausa na extenuante função e fizesse companhia aos surfistas que se debatem furiosamente contra ondas tão alterosas como as que se remoem numa banheira cheia de água. Prendia as renas aos aloquetes para bicicletas no dealbar do areal.
Podíamos reinventar o natal inteiro. O pai natal em fato térmico vermelho, ajustado ao corpo como deve ser. Está na moda retocar os heróis da banda desenhada que preencheram o imaginário infantil e adolescente com traços que os ponham de acordo com os cânones do contemporâneo politicamente correcto. Por isso, o pai natal usava fato térmico sem se recear que dele adejassem abundantes adiposidades que eram um traço distintivo da personagem. Agora o pai natal é espadaúdo, com carnes secas, sem ponta de gordura. Pois a obesidade mórbida e a obesidade juvenil oferecida pelos maus hábitos alimentares e pelo sedentarismo não aconselham a manter um pai natal roliço. Para não ser mau exemplo. Já não vinha em companhia das renas, que os defensores dos direitos dos animais (acertadamente) não dariam autorização para o antropocêntrico abuso. Na sua companhia, milhentos Noddy na versão recriada pelo grande Manuel João Vieira: o
*Foddy*.
Entre duas ondas perfuradas pela prancha de surf do último grito (o pai natal tem um salário chorudo), ele e a pandilha de Foddies só distribuíam felicidade. O capitalismo está a entregar a alma ao criador, como assegura esse ícone das verdades incontestáveis totalmente alheadas do manto conspirativo (o "cineasta" Michael Moore, pregador mor do catecismo
*chomskyano*). Temos que renegar o hedonismo e os prazeres materiais, ou perpetuamos o sacrílego capitalismo e a pior das suas doenças – a entrega dos humanos aos prazeres materiais, na celebrada autofagia da liquidação da humanidade. Os petizes seriam instruídos pelas famílias e pelas escolas (aqui seguindo a cartilha do embaixador de Chomsky, o prestigiado sociólogo coimbrão Boaventura): no natal deixaria de haver prendas tangíveis, apenas a distribuição de desejos formulados em caixinhas invisíveis de felicidade, muita felicidade. Os outrora hediondos capitalistas seriam os sem abrigo a quem se recusaria qualquer solidariedade, por pena demorada cativada pelo frade Anacleto Louçã (o novo Richelieu).
Os meninos tinham que endereçar as cartas contendo os modestos pedidos natalícios para uma praia onde houvesse escola de surf. Ai desaguavam excursões escolares para os petizes realizarem o sonho de verem o pai natal descer ao areal, ora carregando a prancha de surf debaixo do braço, ora calçando as barbatanas depois de uma terapêutica jornada de
*snorkelling*. Um pai natal radical.
## 9.12.09
### Há diferenças entre os meninos guerreiros em África e jovens de doze anos metidos nos tumultos em Atenas?
Há tempos vi um filme sobre diamantes de sangue em África. Mostrava – não sei se romanceando os factos – como crianças nos alvores da adolescência são retiradas às famílias por sanguinários guerrilheiros que controlam a extracção e o tráfico de diamantes. As crianças eram subtraídas às famílias para receberem treino militar. O enredo sugeria que eram expostas a formatação mental sob o efeito de psicotrópicos e alucinogénios. Quando estavam preparadas para o combate, punham-lhes nas mãos metralhadoras que disparavam mecanicamente. Estavam, enfim, educadas para matar.
Os diamantes de sangue são assim chamados, entre outras razões, por causa da indignidade que é liquidar a infância e a adolescência de miúdos que, a certa altura, só sabem conjugar o verbo matar, talvez até morrerem precocemente. São a carne para canhão atirada para suicidárias missões de combate. Se morrerem, ninguém dá pela sua falta. As famílias, que perderam o rasto e já só tinham a desesperança da as encontrar, não são convocadas para os funerais. O ocidente, tão zeloso da sua superioridade civilizacional, condena os diamantes de sangue e indispõe-se (acertadamente) contra a privação da adolescência destes guerreiros à força.
De ontem: imagens de tumultos em Atenas. Os jovens (e menos jovens) anarquistas decidiram espalhar o caos por ocasião do aniversário dos motins do ano passado. Podemos celebrar tudo e mais alguma coisa. Se a malta quer festejar os desacatos do ano passado com mais desordem, faça-se-lhes a vontade. Desde que estejam a par do risco de apanharem umas bordoadas da polícia, desde que estejam cientes que podem dar com os ossos numa esquadra e enfrentar o mau humor de uns agentes policiais, seja-lhes garantido o direito ao tumulto. Quando vejo desordem gratuita – o caos pelo caos –, com desprezo pela segurança dos outros e pela propriedade alheia, é o único caso em que tolero violência policial. Digo-o a contragosto, anarquista dos sete costados, mas de linhagem diferente.
Estava embevecido com o código de conduta ateniense que impede a polícia de entrar nas instalações de universidades para perseguir os anarquistas desordeiros. Só com autorização dos reitores podem os polícias pisar terreno que assim é sagrado para quem espalha a confusão. As universidades como se fossem embaixadas em cujo território existe imunidade e a polícia não pode entrar – uma espécie de ilha dentro do Estado de direito. Soube então que agora os anarquistas têm poderosos aliados: "jovens de doze e treze anos", parafraseando quem enviava informações desde Atenas.
Deve-se tratar de jovenzinhos que só são intelectualmente imberbes no bilhete de identidade. De resto, devem estar na posse de uma extemporânea (por antecipação) doutrinação política. Leram os livros todos de Proudhon, Bakunin e Kropotkin. Enfim doutrinados, andam nas ruas à pedrada aos polícias, a estilhaçar montras de lojas, a infernizar quem quer sossego, a vandalizar automóveis, quem sabe se de gente que até tem simpatia pela sua causa. São os muito jovens guerreiros que engrossam a maré anarquista. Não andam de armas na mão, nem devem passar pelos horrores da doutrinação pela violência como sucede com os meninos guerrilheiros em África. Tirando estas diferenças, onde está a diferença entre os meninos guerrilheiros em África e os meninos desordeiros em Atenas? E o mesmo ocidente que condena os diamantes de sangue e se indispõe contra a privação da adolescência destes guerreiros à força, deita-se num revelador silêncio ao ver como jovenzinhos atenienses de tão tenra idade já são guerrilheiros urbanos. Dois pesos, duas medidas.
Diante deste anarquismo violento, um anarquista de outra linhagem sugere aos anarquistas de Atenas – e aos admiravelmente doutrinados "jovens de doze e treze anos" – que leiam Leon Tolstoi, um anarquista que ensina que o anarquismo não é violência.
## 8.12.09
### Gutter Twins, "Idle Hands"
Publicada por PVM à(s) 19:26 Sem comentários: Hiperligações para esta mensagem
**"Confrontacional"**
(Um desnudamento da alma)
Um neologismo, com origem no étimo "confrontação", só para interrogar a necessidade de confrontar, por vezes provocar, reacções nos outros que podem ser reacções hostis. Será pelo desconforto da acomodação típica dos que pensam todos da mesma maneira. Ou uma erupção de mau feitio, o terrível espírito de contradição que não se consegue derrotar.
Não é forma simpática de ser. Grangeia antipatias, por vezes; outras vezes, anticorpos que demora a ultrapassar. Porque a confrontação é recebida como uma áspera manifestação de oposição. Manchada pelo tom agreste das palavras que provocam a reacção adversa, sentida, por vezes ofendida. O que leva a fermentar este desejo irreprimível de encostar às cordas os que são mais ou menos próximos, só para desafiar as suas ideias, ou através das ideias ou das palavras de pessoas com que se identificam indirectamente os desafiar?
Eu gosto de acreditar que a responsável pela desagradável forma de ser é uma tempestade intelectual que não há maneira de me largar. Gosto de acreditar que o desafio dos outros não é desconsideração pessoal. Como poderia honrar as pessoas que assim provoco ou confronto se elas me dizem desde algo a muito? Às vezes digo-lhes, em tom meio confessional, que sou como sou, irrecuperável nesta desagradável maneira de confrontar sobretudo quem me diz algo. Que interessa rebater quem me seja estranho se não há possibilidade de entrar em discussão? Digo-lhes, para apaziguar tensões, que não é por maldade; que adoro uma bela refrega de ideias, a troca fervilhante de palavras reproduzidas em argumentos.
Algumas vezes, o recurso à provocação esfarela a coerência que julgo dominar-me. É quando esmago nos outros palavras que são a negação do que já dissera ou defendera outrora. Ainda bem: a coerência é um garrote que liquida a espontaneidade, adultera a genuinidade do ser, o bom selvagem suprimido por temor às convenções. Esta coerência, sinto-a doentia. Um pesar que se aclimatou só para tornar tudo mais fácil nas dicotomias que desfazem os muitos nós da complexidade em redor. Pergunto-me se a inclinação para a confrontação não reveste a necessidade de expor as pessoais incoerências – que invulgar exibicionismo! Assim seria, contudo, se de todas as ocasiões em que as palavras provocatórias se soltam elas viessem embebidas em flagrantes contradições internas. E nem sempre assim é.
Há critério na selecção dos "alvos"? As munições soltam-se aleatórias, ou são dirigidas com precisão, as letras bem contadas quando se encavalitam nas palavras entoadas através de frases assassinas? Em retrospectiva, não distingo um critério que seja. A confrontação é errática, persegue o que momentaneamente povoa o espírito. Não costumam as provocações ser planeadas. São um típico produto de actos espontâneos. Tenho a impressão que são confrontações terapêuticas. Ao que mais não seja, desmoronam o denso manto racional que asfixia outros olhares, ou outras formas de olhar. Só fica por pedir desculpa aos que se sentiram atingidos. Por serem cobaias de um experimentalismo a que são alheios.
Não estou em acto de contrição. Nem que este desnudamento da alma seja um flanco aberto. A retórica e o retorcimento de argumentos (defeito de formação; da formação que renego) compõem o cenário quando ele escorrega para um lodaçal que me seja desaprazível. Ainda assim, indeclinável o desnudamento da alma. E um flanco aberto. Até à próxima, e porventura totalmente gratuita, confrontação.
Publicada por PVM à(s) 07:20 Sem comentários: Hiperligações para esta mensagem
## 7.12.09
### “Islamofobia”?
Há dias, um referendo na Suíça ditou que não haverá mais minaretes. As ondas de choque vieram a seguir. Há vários países europeus onde estão instaladas comunidades islâmicas. O que se segue? Um efeito dominó, uma certa histeria anti-islâmica propagada pelo resultado do referendo na Suíça? Desabone-se a possibilidade, pelo menos se o instrumento para lá chegar for o mesmo que os suíços utilizaram. A Suíça é a campeã da democracia directa, não estando os referendos vulgarizados (para assuntos desta natureza) em mais nenhum país europeu.
Em todo o caso, a discussão está montada. Será sensato proibir este símbolo da religiosidade muçulmana? Honramos a tradição de liberdade quando lançamos este impedimento sobre os muçulmanos? A discussão é exacerbada por sentimentos que escorregam, com facilidade, para o radicalismo. Quer de quem se opõe à discriminação dos muçulmanos, quer dos que aplaudem com entusiasmo a medida aprovada no referendo suíço.
Quanto a estes, não compreendo a hostilidade contra a comunidade islâmica. Na maior parte dos casos, não há conhecimento de suspeitos de actividades terroristas nestas comunidades. Será preconceito puro? Ou receio de que o continuado crescimento da comunidade islâmica seja uma ameaça para a segurança da Europa? É que já escutei alguém insinuar que a silenciosa "invasão verde" (se pudermos tomar o verde como cor simbólica do islamismo) é uma espécie de cruzada árabe para conquistar a Europa. O alarmismo é a melhor manifestação da irracionalidade.
Do lado contrário também há excessos. Pela voz a quem sugere que os muçulmanos são vítimas de perseguições – directas ou através da desconfiança que os ostraciza – como o foram os judeus em meados do século XX. Essas vozes são as mesmas que alimentam especiosas teorias da conspiração em que, invariavelmente, os maus do costume (a "América" e os judeus) cozinham pratos envenenados para o bem comum. Usam um novo vocábulo para despertar consciências: "islamofobia".
Entristece-me ver gente respeitável a embarcar num soez sectarismo contra os muçulmanos. Não faz jus à sua inteligência (aos demais, aos apedeutas que são contra os árabes por puro preconceito, nem vale a pena contrariar). Primeiro, e acima de tudo, porque se consideram tutores das liberdades e, noutros quadrantes (que não o do espúrio confronto das religiões), pregam pela tolerância. Esquecem-se dela quando negam direitos de culto aos muçulmanos que para aqui vieram viver.
Segundo, o argumento mais indigno é o da intolerância dos muçulmanos. Começam por decair para uma generalização que é, como todas as generalizações, perigosa. Tudo piora quando se percebe onde querem chegar com este raciocínio: impõe-se a intolerância com os que são intolerantes connosco. É uma questão de sobrevivência. Para além do catastrofismo que fica por provar (é o mal de antecipar o futuro que ainda não aconteceu), enredam-se nos mesmos males de comportamento que dizem combater. Só se distinguem dos fundamentalistas muçulmanos por não aceitarem a violência estúpida como arma de arremesso. Mas a proibição de minaretes, ou qualquer outra manifestação de gratuita discriminação em razão do credo, não será uma forma de violência?
Daqui a assegurar que sitiámos os muçulmanos no espartilho da "islamofobia" parece-me exagerado. Trata-se de uma modalidade oposta de catastrofismo, outro decaimento numa generalização improvável (no sentido de não se poder provar). Se houvesse "islamofobia", já tínhamos proibido os muçulmanos de cá entrar. Tínhamos destruído mesquitas. Não lhes dávamos emprego. Proibimos os seus filhos de frequentar escolas. Admito intolerância da parte de pessoas que desconfiam dos muçulmanos. Mas pode-se converter essa intolerância em sentimento generalizado?
A complexidade do assunto aumenta quando medimos o pulso à seguinte interpretação de quem rejeita o que foi aprovado no referendo suíço: aconselham que não é sensato hostilizar os muçulmanos por acendermos o rastilho de um barril de pólvora. Essa condenação é, diria, oportunista e ensimesmada. Não parece preocupada com o que devia preocupar – o atentado aos valores que nos orgulhamos de ter, principalmente os valores da liberdade e da tolerância. Aquela condenação só parece preocupada com o nosso bem-estar. Dando a entender que atropelar o direito de culto dos muçulmanos é, em si, secundário.
A liberdade está penhorada pelas religiões.
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2019-01-24T04:07:14Z
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https://ohomossexualismo.blogspot.com/2015/01/a-mentira-do-amor-gay.html
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Por Andrew Comiskey
O facto do mal aparecer sob a forma de luz, de fidelidade, de renovação, de necessidade histórica, de justiça social, é, para o observador com senso comum, algo que confirma a profundidade da sua maldade.
Todos nós experimentamos e reconhecemos a realidade ética não através da astúcia, não através da invenção de truques, mas apenas e só por nos posicionarmos de forma directa na verdade de Deus, e olhando para essa verdade com olhos por ela criada de forma simples e sábia. - Dietrich Bonhoeffer
A cultura Ocidental actual foi cativada pela mentira do amor "gay". Do ídolo que nós fizemos da expressão sexual, fortalecidos pelas injustiças que nós cometemos contra as pessoas fracas na sua segurança sexual, o nosso inimigo comum idealizou uma das estratégias mais divisionistas do nosso século: ou é a maneira "gay", ou não há maneira alguma.
Nos dias de hoje o cidadão Ocidental é considerado "culto" se aceitar a noção de que o homossexualismo é inato e imutável, e que a sua expressão é digna de todos os privilégios atribuídos ao casamento e à família. Por defender o casamento e discordar com o bem ético da práctica "gay", o mesmo cidadão é considerado, na melhor da hipóteses, como um ignorante, e na pior das hipóteses, como uma pessoa intolerante, intimidadora, e cheia de "ódio"
Acusações criminosas podem ser feitas contra ele; quem quer que se encontre fora da carruagem "gay", perderá a sua reputação, chegando até a poder perder o seu negócio se por acaso se recusar a cooperar com casamentos [sic] "gay".
Buscando relevância, a Igreja foi reduzida ao silêncio e depois do silêncio, à lenta concessão do que é uma feroz mas bem camuflada "agenda gay". (Eu mesmo testemunhei esta "agenda" visto que eu saí do homossexualismo no final dos anos 70, e mesmo por essa altura era aparente que os abastados políticos homossexuais tinham como objectivo o anel dourado do "casamento gay").
A táctica é bem simples e ela procede desta forma:
*'As pessoas "gays" são amorosas e encontram-se feridas. Porque é que nós os haveríamos de ferir mais ainda recusando-lhes aquilo que eles pedem? Afinal de contas, nós acreditamos na busca pela felicidade, certo?'*Tentando ser "amorosa", a Igreja verga-se a tais questões superficiais com respostas superficiais.
Fiquei chocado com a entrevista dada pelo Cardeal Schonborn (pessoa por quem tenho profundo respeito) depois do Sínodo sobre a Família onde ele disse:
Conheço um maravilhoso casal "gay" na minha diocese e eles realmente preocupam-se um com o outro.
Com base nisto, Schonborn encorajou (e, acredito eu, falsas) mudanças na abordagem da Igreja Católica em relação às pessoas com atracção homossexual.
O mais novo inimigo da Igreja no entendimento claro da sexualidade humana é "agradável". Sem dúvida que muitas pessoas com atracção homossexual (eu não uso a palavra "gay" visto que a mesma é uma identificação socio-política que impede as pessoas de resolver a atracção) são simpáticas, amorosas e capazes de compromissos sérios.
Não é essa não é a questão.
A questão é: qual é o propósito da sexualidade humana? Se nós como Cristãos não formos claros em afirmar que o propósito do eu, que se encontra em perigo, é amadurecer de forma suficiente para sermos dádivas para outros, de modo a que possamos, juntos, criar nova vida, então já perdemos o nosso rumo.
Não fazemos favores a ninguém quando alteramos as linhas divisórias de modo a que elas aceitem amizades sexualizadas entre pessoas do mesmo sexo, da mesma forma que fizemos uma desserviço ao acomodar o sexo fora do casamento com base no argumento de que "os Cristãos também o fazem".
Os nosso jovens estagiários e eu estudamos recentemente o livro ‘The Bible and Homosexual Practice’ (Abingdon Press, Dr. Robert Gagnon), o melhor e a mais sábia abordagem ao assunto. Sem sombra de dúvida que, do princípio até ao final, as Escrituras proíbem todos os actos homossexuais com base na tese de que a "descomplementaridade" sexual é um acto de traição contra Deus e contra o nosso próximo. Ponto final.
Os nossos corações "amorosos" enganam-nos. A "agenda" enganou-nos. Um inimigo comum enganou-nos. Pode ser demasiado tarde para a nossa nação trazer de volta o casamento das garras dessa agenda, mas o Próprio Senhor Jesus não deixará que a Sua noiva seja enganada. Temos que acordar e arrepender-mo-nos. Ainda não é tarde para colocarmos de parte as nossa concessões "simpáticas" em favor dum inimigo que "veio para roubar, matar e destruir" as nossas vidas (João 10:10).
Conjuntamente com Aquele que veio ao mundo de modo a que "todas possam ter vida e vida em abundância" (João 10:10), que nós possamos abrir de forma escancarada as portas dos nossos corações e das nossas igrejas e disponibilizar um seio misericordioso onde todos se podem arrepender da decepção que os está a destruir.
Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos do nosso Senhor Jesus Cristo, Os quais vos diziam que, nos últimos tempos, haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências. Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito.
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos, sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo,
Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia do nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna; E apiedai-vos de alguns, que estão duvidosos; E salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia, com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne. (Judas 17-23)
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos, sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo,
Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia do nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna; E apiedai-vos de alguns, que estão duvidosos; E salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia, com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne. (Judas 17-23)
Senhor MAGNO QUINTANO, quero avisá-lo que as Afetividades sem Amores são Iscariotismos ou Molestamentos, assim como Amores sem Justiças são Conivências ou Impunidades. Nós devemos colocar os Amores acima das Afetividades e as Justiças acima deles, pois, do contrário, isso pode virar baderna, caos. Por isso, é melhor sermos Joães Batistas do que sermos Judas Iscariotes, pois eles traíram Jesus com uma afetividade chamada "ósculo santo". Agradeço-lhe de todo o meu coração! Obrigado!ResponderEliminar
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2019-01-16T21:30:07Z
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Ganhei esse selinho da querida Liz, que nos conta sobre a reforma da sua casinha no QUE!BADERNA.
Se vcs ainda não conhecem o blog da Liz, façam uma visitinha... a mocinha é super querida! Uma Flor de pessoa!
Liz...
Obrigada pelo selinho tá , Flor?! Fiquei muito feliz! Obrigada por lembrar de mim e também por sempre estar presente por aqui.. visitando , comentando e fazendo parte do My Home ! *Ü*
Regras: .Postar no blog, contar a ideia mais brilhante que vc teve e indicar uma amiga blogueira pra receber o selinho ....
Ai, lá vai... rsrs.... a ideia mais brilhante... foi fazer uma viagem pra Porto Alegre no natal de 2004... foi trocar de lugar com um amigo que estava sentado do lado do Marcus no ônibus... por quem algumas horas depois eu me apaixonei... hehehe .. assim começou a Parte Brilhante da minha história!
Ah, meninas eu já tive outras idéias brilhantes né?! rsrs... Mas a minha vida foi com toda certeza muito mais feliz e completa depois disso!
Agora... eu repasso esse selinho para minha Querida Amiga Geisy , do Páginas da Minha Vida.
Geisy.. pega aí Coração que esse selinho é pra vc!
***
Meninas ... aqui tem SOL!!! Hoje é o terceiro dia já... hehehe (sentiram a felicidade da pessoa??)... mas ainda assim precisamos de mais uns 3 três dias de sol pra secar toda aquela lama... e assim poder começar a terraplanar.
Ontem fomos lá e tinha melhorado quase nada.
Mas, Deus sabe o faz!
Um grande bjo pra vcs!
Taís, vc merece todos os selinhos. É uma blogueira super fofa e dá várias dicas ótemas para a gente!ResponderExcluir
PS: Que imprevisível a forma como conheceu o maridón!
Bjs!
Oi Taís! Eu tb preciso de sol, mas pra secar as roupas! To padecendo com essa chuva interminável! Moro em apartamento, e minha área de serviço não tem ventilação nem iluminação, dai no inverno e com chuva, só com ventilador ligado direto em cima. eu fui uma vez no parque nacional dos Aparados da Serra, pra fazer um trabalho da faculdade (fazia Geografia). Passei uma tarde lá. Chegamos, fizemos uma trilha que dava pro cânion itaimbezinho tiramos fotos, a profa explicou a formação geológica do local e fomos embora. Mas já combinei com meu marido que quero voltar, com calma. E quero ir no cânion Fortaleza tb. Quando chegar o verão, vamos comprar uma barraca e ir acampar por ai. Amo! Parabéns pelo selinho! Um beijão!ResponderExcluir
Oie querida, muuuito obrigada pelo selinho!! Daqui um tempinho eu posto ;)ResponderExcluir
Bjs
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2019-01-17T11:20:29Z
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http://myhousemyhomemyheart.blogspot.com/2010/08/selinho-u.html
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Ganhei mais um selinho fofo! hehe
E quem me deu foi a fofa da Liz , do Que Baderna... obrigada querida por lembrar de mim!!
=)
E tem regrinhas:
1. Postar a imagem do selinho no blog
2.Escrever o link do blog que te indicou:
3. Indicar mais 5 blogs que vc tira o chapéu:
meninas.. vou quebrar essa regrinha... sorry!.. mas quase td mundo que me inpira já ganhou... hehe
Mas ainda falta uma super blogueira pra quem eu tiraria o chapéu muitas vezes... ela é arquiteta, arteira, mãe e muito, muito criativa... quem é ? Quem é?
É a dona Larissa do Fui morar numa casinha.. gente, sinceramente o bloguito dela é inspiração total, recheado de coisas lindas e muitos paps!
Lari querida , pega aí esse selinho que vc merece!
4.Avisar os indicados
5. Contar qual foi o momento mais triste da sua obra:
A construção da casinha tá bem no começo, então ainda não tive (e espero que não tenha), um momento de trizteza...
6. Contar qual foi o momento mais feliz :
Todos os momentos tem sido felizes! Nós celebramos e vibramos com cada pequena conquista... mas meu coração ficou mais saltitante -rs- qd o terreno foi terraplanado... porque ali foi, como disse a querida Liz , o pontapé inicial da construção desse sonho.
Mas tem outras coisas que me deixam feliz como o brilho nos olhos e o sorriso do meu Amor, cada vez que nós vamos lá na obra, e cada vez que falamos nisso.. é muito bom ver Deus transformando os nossos sonhos em realidade!!
***
Liz , obrigada Flor! Pelo selinho, pelo carinho e por estar sempre presente por aqui, fico feliz com suas visitas e recadinhos!!
Um super beijo pra vc!!!
***
Volto daqui a pouco com notícias da casinha!
Oi Ta! Que felicidade, vc é sempre tão dedicada e tão fofa, merece todos os selinhos!ResponderExcluir
Sei como é se sentir feliz com cada pedacinho da obra, eu também sou assim! rsrs
Bjs!
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2019-01-17T11:22:21Z
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http://myhousemyhomemyheart.blogspot.com/2010/08/selinho-u_24.html
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Bom dia Florzitas!!!
Ganhei um selinhoooooo Ü
Recebi esse presentinho da queridona Calli, do Blog Casa da Calli .
Obrigada Flor por lembrar de mim, fiquei muito feliz e receber este selinho!
"O Selo Prêmio Shunshine Award é uma espécie de corrente que visa reconhecer, premiar e homenagear blogueiros blogueiras. Tem como objetivo também criar uma rede de indicações. "
As regrinhas :
-Postar o selinho
-Linkar quem te indicou
-Indicar o prêmio para 12 blogs
Então... as ganhadoras do selinho são:
A minha AmIgOnA Liz do... Que! Baderna
A Mamãe Si do ... Simone e Douglas
A Sheila do ... Concretização de um Sonho
A Soraya do... Cria da Casa Design
A Paty do ... Lar da Família Milk
A Ellen do.... Simples Assim
A Bianca .. do Bianca Bichof
A Cindy do ... Cindy, brincando de casinha
A Paulinha do ... Reformando Nosso Apê
A Ju Moraes do ... Construção Total
Meninas... peguem esse selinho aí... ele agora é de vcs!!
Um super bjo pra Querida Calli, que me presenteou com o selinho!
E um super bjo pra quem recebeu... espero que vcs gostem =)
E um super bjo para as meninas que chegaram por aqui, em breve estarei visitando vcs.... fizemos uma pequena viagem no fim de semana e eu passei um pouquinho mal durante a volta... então ontem como fiquei quase q o dia todo de molho .. hj tenho muiita coisa pra fazer por aqui!
Mas assim que possível, retribuirei as visitinhas! E os recadinhos ok?!
Ah e tenho fotinhos da casinha.... =)
Me aguardem... que logo, logo eu mostro!
*Ü*
Pós-post: Meninas Atenção.... tentei avisar algumas de vcs e não consegui acessar ... pois dá um aviso de malwares !
Tentei avisar todas, mas não consegui! Espero que consigam resolver logo o problema ... !
Bjos!
*******
Também ganhei esse selinho da querida Glória , do blog Casa da Glória.
Obrigada Flor, por lembrar de mim!
E também da querida Paty do blog Lar da Família Milk ... que recebeu o selinho de mim e me presenteou com ele de novo =)
Obrigada pela gentileza Coração!
Meninas muito obrigada pelo carinho de todas vcs!!!
*Ü*
***
Gente ... ganhei o selinho de novo .... e mais duas vezes .... Êeeeee!
Então ... agora ganhei da Querida Isabel do blog Minha Casa é um Sobrado .
Obrigada Flor!
E da Querida Ana Karla do blog A Família sonha... o Senhor faz a obra!
Obrigada Aninha =)
Galerinhaaaaa... fiquei muito feliz em receber esse selinho... várias vezes!
Obrigada peloa carinho de todas vcs!!
Um mega beijo e que Deus abençoe!
Ü
Oi coração!!!ResponderExcluir
a Ti Ta tá melhor???? espero que sim!
obrigada pelo carinho Ta, pois é, vou ter que esperar mais 1 mês, fazer o que né, em quanto isso eu medito.....rsrsrs
obrigada pelo selinho, guardei, vou colocar no blog logo logo.
E a casa como anda?????
bjos!!!!
Muuuuito obrigada pelo selinho! Super-amei! Assim que chegar na terrinha, vou postá-lo no blog. Aqui estou roubando a wireless de algum visinho (olha o desespero) e a conexão está bem ruim... =(( Beijooo!ResponderExcluir
OieeResponderExcluir
Thankss pelo selinho! Vai ficar lindo no meu blog! hehehe
E vamos que vamos com nossas obras!
Beijinhos!
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2019-01-17T11:43:36Z
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http://myhousemyhomemyheart.blogspot.com/2010/08/sobre-bloco-ceramico-estrutural.html
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Olá senhoritas ;)
Como eu disse anteriormente, aqui está o post sobre os blocos... para responder as perguntinhas das meninas... fiz assim pq até agora não vi nenhuma casinha na blogosfera feita com blocos .. então quem não conhecia (como euzinha aqui ) agora conhece.... ok?!
Os blocos =)
A alvenaria com bloco cerâmico ( BC ) é um sistema de construção onde as paredes, além de vedar, tem como responsabilidade a absorvição dos esforços... ou seja ... o 'peso' é distribuido sobre elas tb, não necessitando de vigas e pilares, por esse motivo chamam-se PAREDES AUTOPORTANTES....
As vantagens....
*A instalação elétrica e hidraúlica é feita sem quebras, as tubulações passam no interior dos blocos.
*Como as paredes dos blocos são lisas pode-se aplicar diretamente o gesso ou textura dispensando chapisco e reboco.
*Com BC as etapas da obra são reduzidas, pois não são usadas fôrmas de madeira em grande quantidade como na alvenaria com concreto armado.
*As ferragens tb são utilizadas em menor escala e é feito junto com a alvenaria.
*Com as fases reduzidas a construção se torna mais rápida e mais barata. A alvenaria em BC tem economia de tempo de 30% a 40% e é 25% mais barata que a de concreto armado, consome-se menos materias e menos mão de obra.
*Proporciona maior conforto térmico e acústico , e também gera menos entulho na obra ... por ser um sistema modular ( de encaixe... tipo um lego), quase não são feitos cortes nos blocos.
nessa foto vc visualiza como é feito o encaixe dos blocos nas extremidades das paredes...
A DESVANTAGEM é a limitação dos vãos das paredes e nas restrições no caso de uma reforma... como as paredes são estruturais não podem ser eliminadas ( a menos que seu projeto seja feito, prevendo uma futura reforma ou ampliação).
Modificações elétricas e hidráulicas tb são restritas já que NÃO se pode 'rasgar' as paredes para embutir novas tubulações.
**"A construção com bloco estrutural alia alta produtividade, custos compatíveis, bom desempenho termo-acústico e não possuem retração na secagem ."**
Mas tb requer cuidados:
É essencial um projeto bem desenvolvido. E mão de obra especializada.
E tb alguns materias específicos para BC, como a ARGAMASSA de assentar que desempenha diversas funções na alvenaria estrutural como:
-a solidarização dos blocos
-a absorvição dos esforços originados pela movimentação da estrutura
-e a distribuição uniforme dos esforços nas paredes
E o CONCRETO GRAUTE que é um microconcreto utilizado para preencher as cavidades dos blocos onde são acomodadas as armaduras verticais e amarrações das paredes, e tb a volta de todo os vãos de portas e janelas.
Na volta de portas e janelas... é utilizado o concreto graute e ferragens...
dando mais estabilidade e evitando futuras trincas....
E aqui o buraco de uma coluna .... que também é preenchido com concreto graute e ferragens ...
ela fica embutida.. dentro da parede.
Por essas cavidades também passam as tubulações hidráulicas e elétricas.
Resumindo é isso meninas...
AQUI ... tem uma página muito interessante, que explica o uso dos BC tim tim por tim tim... com desenhos explicativos, tabelas e tudo mais. Vale a pena dar uma olhada!!
Espero ter ajudado nas dúvidas de vcs!
Super beijo!
Tisss... adorei esses blocos. Vou procurá-los para a próxima baderna (daqui uns 5 anos, se tudo ocorrer bem... hehehe). Sua casa vai ficar pronta rapidinha! =)ResponderExcluir
Ahhh, te adicionei no msn. Mas até agora não consegui ver online? Chegou o pedido pra vc? Meu msn é [email protected]. Bjs!ResponderExcluir
Olá! adorei seu blog, vou te seguir. bjsResponderExcluir
Ahhh, finalmente achei alguém construindo com bloco ceramico estrutural!!!ResponderExcluir
Por favor, por favor, por favor, me conta qual sua opinião sobre esse método construtivo agora que sua obra já está bem avançada.
Estou na fase de projeto, comecei um blog também, minha última postagem é justamente sobre isso, e como você, não encontrei ninguém que usou bloco estrutural... pelo menos até agora :)
Dá uma passadinha no meu blog:
http://swissparkcps.blogspot.com/
E agradecimentos à Renatinha que te indicou!
http://casinhadarenatinha.blogspot.com/
Olá.ResponderExcluir
parabéns para o seu HOME-SWEET-HOME!
bom ler o seu blog, sobre o tipo de bloco para construir uma casa.
mas, ainda assim precisamos confiar às pessoas quem é que vai construir a casa. se eles são especialistas em que bloco?
isso faz parte difícil encontrar o construtor de certo, porque eu já conheci alguns deles, e cada um diz em que ele / ela prefere.
Obrigado por compartilhar, e sinta-se livre para escrever o seu comentário no nosso blog: www.swissparkcam.blogspot.com
Rafaah
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2019-01-17T11:18:58Z
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http://myhousemyhomemyheart.blogspot.com/2010/12/brincadeira-u.html
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Bom Dia Galerinha :)
A querida Glória do blog Casa da Glória, me convidou pra participar de uma brincadeira ...
A Brincadeira funciona assim: tenho que listar 5 desejos que quero realizar em 2011 e convidar 5 amigos (as) pra participar ....
E os desejos devem ser 'ilustrados' então..além de palavras tem de se usar imagens... e não pode ser aqueles que todo ano a sempre deseja... saúde ,paz.amor, piriri pororó...rsrs ... mas um desejo pessoal .. tipo pular de páraquedas , mergulhar com tubarões... etc...hehehe ...entenderam?!
Então minha listinha ficou assim:
1º : Ter o meu baby com muita saúde!!
2º : Ir morar na nossa tão sonhada casinha, arrumá-la e deixar ela com a nossa cara =D
E viver cada dia do ano feliz, ao lado da minha família e do meu Amor!
3º : Viajar com a família para um lugar bem legal e calmo ... pra descansar, tirar muita foto e se divertir Ü
4º : Aprender a dirigir !
5º : Fazer muitos mimos pra Casinha e terminar a manta de crochê que eu estou crochetando :)
Agora fica aqui o convite para as 5 meninas participarem da brincadeira:
1. Geisy do Páginas da Minha Vida
2. Liz do Que Baderna
3. Rosane do Lar... Futuro e Doce Lar
4. Mônica do Sua Casa ... faça vc mesmo
5. Neili do Reformando á Dois
Ui.. díficil escolher só 5 ...rsrs
meninas.. espero que vcs gostem de participar!!
Glória ... obrigada pelo convite, Flor! Adorei!
E feliz aniver pra vc!!
Que Deus abençoe sempre!
Beijos ! E fiquem com Deus!
Oláa! Adorei a brincadeira e obrigadinha por lembrar de mim rsResponderExcluir
Já já posto lá minhas respostas, deixa eu pensar, só vale 5 desejos? rsrs
Beijosss
Rosane
Vou fazer sim!!! Obrigadíssimo!!! BjsResponderExcluir
Linda Adorei o convite !!! Vou postar já já ..ResponderExcluir
Espero que vc esteja bem e vc vai ficar uma gravidinha linda !!! Qdo tiver fotos do barrigão coloca aqui para vermos rsss
Bjs
Neili
Q seus desejos se realizem!ResponderExcluir
Um grande bjo!
Oi Tais, que Deus te abençoe e te muita sorte para que vc possa realizar seus desejos!!! BjusResponderExcluir
OI Tais brigadinhu por lembrar de mim e do meu niver... fico muitooo feliz!!!ResponderExcluir
Eu adorei a brincadeira.
AMÉM!!!ResponderExcluir
BJS
Amigaaa, obrigada pelo convite!! Fui correndo responder, que nem deu tempo de vir agradecer =PResponderExcluir
Espero que seus sonhos se realizem tbm =D
E olha, estou pensando seriamente em te dar um 'sobrinho(a)', rsrs. Ora bastante pra Deus me dar coragem!
Beeijo!
tomara que vc realize seus desejosResponderExcluir
beijos
Olá não precisa agradecer, é um prazer passear por aqui, e olha que Deus te abençoe que vc consiga realizar seus sonhos, li que vc está gravidinha, que lindo que momento sublime já sabe o sexo? Obrigado pelo elogio para minha princesa, sim eu também acho ela linda... beijinhos e quando quizer passar por lá vc tb será sempre muito bem vinda...ResponderExcluir
Beijinhos
Nine!
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2019-01-17T11:20:41Z
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http://myhousemyhomemyheart.blogspot.com/2011/01/selinhos-u.html
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Olá galerinha querida do meu core ;)
Hoje vim postar os selinhos que ganhei da Querida Aline do bloguito : A Reforma do nosso Sonho, Nosso Lar.
As regrinhas são agradecer á pessoa que te indicou e indicar os selinhos pra mais 10 amigas ;)
Então... Alineee.. muiiito obrigada Flor! Adorei receber os selinhos!
E obrigada tb pelo seu carinho e sua presença aqui no blog! Fico muito feliz em ter vc por aqui :)
Beijoooooo
E as 10 amigas que eu indico são:
A Geisy, do Páginas da Minha Vida
A Denise, do Construindo nossa Casa
A Thamys, do Construindo sobre a Rocha
A Liz, do Que Baderna!
A Glória, do Casa da Glória
A Rô, do Lar Futuro e Doce Lar
A Calli, do Casa da Calli
A Paty, do Lar da Família Milk
A Ellen, do Simples Assim
A Renatinha, do Futura Casinha da Renatinha
Flowerzitas peguem esses selinhos aêee...
Gente, eu tentarei avisar todo mundo ... mas se vcs passarem por aqui, antes que eu passe aí nos bloguitos... peguem seus selinhos ok?!!!
Dedico á vcs com muito carinho!!!
E mais uma vez meu muito obrigado á Aline!
Um megaaaa beijo e fiquem com Deus!!
* Amanhã eu tenho consulta médica...e se tudo der certo vou almoçar com minha Vó Fofuxa, á dias ando com vontade de comer mandioca e milho verde (na espiga) e ela vai fazer pra mim amanhã ;)
Ter uma Vó , cozinheira de mão cheia é bomdimais!!
hehehe...
Então fotos da casinha acho que só no sábado ok?!!!
;)
bjos
EEEEEEEEEEEEE \O/ResponderExcluir
Vc nem imagina a alegria que eu estou do meu nominho ta ai oh nessa lista cheia de pessoas feras...oh minha amiga brigada viu de coração...vou postar no meu próximo post...
saiba que to aqui longinho mas to ai pertinho torcendo pra dar tudo certo na sua casinha que tá ficando linda e torcendo também pro baby nascer cheio de saúde e lindo como o Arthur...
beijo grande...fik com Deus
oi, Tais !!!ResponderExcluir
Obrigada pelos selinhos e qdo puder posto lá no blog !!! Adorei ser lembrada !! Estou esperando as novidades da casinha. E o baby ?? Se cuida,amiga !! Ah !! Aproveita a vó cozinheira.... bom D+ !!
ótimo fds e beijokas doces !!
Tais! Parabéns pelos selinhos! Vc merece!ResponderExcluir
E obrigada por me indicar, logo posto eles.
Hummm mandioca e milho verde, e ainda feitos pela vovó, realmente bomdimais! rsrs
Se cuida moça
Bjokasss
oi, querida, brigada pela lembrança..bjooosResponderExcluir
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2019-01-17T11:25:25Z
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http://ojantardesabadoanoite.blogspot.com/
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## quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
## segunda-feira, 16 de novembro de 2009
### Jantar e Montar... é Só Começar?
Não. Leva tempo montar e finalizar um longa, e, dependendo do tipo de pequeno filme, também.
Um professor que tive na ELCV, o roteirista Julio Pessoa, nos deu a dica de sempre manter vários projetos (filmes... roteiros... argumentos... edital...) em diferentes estágios de realização. Para com isso adquirir um dinamismo para com todas as partes do processo, e nunca ficar atolado em um só (que está editando, por exemplo).
Percebi isso na prática nestes últimos tempos. Devido à dificuldade em se obter meios e tempo para a montagem do "Jantar", outras idéias e projetos vão sendo tocados. Creio que ainda não comentei aqui a edição propriamente dita do filme, que vem sendo feita pelo Leo (foi som direto) e assistida por mim, esporadicamente desde Setembro, devido à nossa falta de tempo. Temos nossos trampos paralelos e aos fins-de-semana ou feriados nos reunimos para cautelosamente ir dando forma a ele. Posso dizer que tem sido feito com muita empolgação, cuidado e inspiração, sem nunca se colocar a carroça à frente dos bois.
Aos produtores, atores, assistentes e tudo mais, peço que aguardem pacientemente, pois a demora é por uma boa causa. Aos poucos descubro que, além do fato de termos muito material gravado e do filme em si ser de narrativa e detalhes de edição um tanto complexos (e ter defeitos gritantes a serem corrigidos), além disso temos o fator do próprio "bolo" que estamos assando ter o seu tempo de ficar pronto. Nesse meio tempo (um ano, agora), entre viagens longas que fiz, mudança de casa (montei meu ateliê), contratempos e meu trabalho com criação, ilustração e foto/vídeo, venho correndo atrás de softwares de conversão, ilhas de edição, apoio, informações técnicas sobre a câmera, sobre edição (fóruns, google, e até o orkut são ótimas ferramentas pra isso), enfim... começamos só agora, pra valer. E deve demorar o tempo que tiver de ser. Prefiro assim, também, porque querer finalizar uma obra com pressa, em boa coisa não resulta. Bastante estudo se faz necessário.
Tenho lido muitos estudos de Eisenstein e outros cineastas, e também observado a montagem em tudo o que assisto, de cinema até comerciais e jogo de futebol, videoclipes até novela. Há muito por trás disso, não vou me estender aqui, mas prefiro indicar que os interessados pesquisem na net e em livros. Jogar um plano atrás do outro nunca foi o mesmo que "montar" ou "editar". Já vi gente "editando" assim, finalizando 3 curtas em duas semanas, e com certeza não resultou em algo bom. Nosso esforço pra realizar o filme foi imenso, usamos bons equipamentos e praticamente deu tudo certo. Agora ainda falta o dobro de esforço: não pôr tudo a perder na montagem, e torná-la parte da obra.
Dar significado a esse quebra-cabeça de planos e cenas e luzes e sombras e falas e gestos e movimentos é complexo, e se tem um cara que confio para tal, esse cara é o Leo. Ele tem a pegada do tema, das influências que a história tem, e temos quase total sincronia química e de "gosto" para que flua bem. Já vi coisas muito bacanas mesmo, mas basicamente deixo nas mãos dele, e dificilmente o convencerei de que ele está errado quando discordarmos em algum ponto. Por vezes fico pintando enquanto ele monta o material, conversando sobre outros assuntos, falando sobre outros filmes ou alguma besteira. Tem sido ótimo. E estou aprendendo muito com este processo.
A origem dos estudos em cinema de Sergei Eisenstein remonta ao Kabuki (teatro japonês do século XVII), para entender melhor e pirar neste tema interessantíssimo, primeiro indico A Forma do Fime e O Sentido do Filme, de Sergei, e outros textos também podem ser encontrados na net. Filmes dele como O Encouraçado de Potenkin, Outubro ou Ivan O Terrível podem ser baixados por aí também (o "Encouraçado" estava para os soviéticos como "Cidadão Kane" estava para os EUA, mais ou menos... porém as realizações russas são tão ou mais importantes que as americanas para quem fez, faz ou fará cinema na História). É muito importante saber por que tal corte foi dado em determinado frame, e não no outro. Criar ritmo... ter um estilo... uma unidade artística na montagem.
Basicamente era isso.
Ah, alguns atores deste curta ou de fora dele vêm me cobrando um encontro pra botarmos idéias na mesa prum novo trabalho, e digo que tenho várias sendo aprimoradas, de modo que logo, logo vamos nos encontrar pra estudar a possibilidade de realizar algumas delas.
Estou também editando 2 documentários-road-movie que são fruto das minhas viagens pela América do Sul, e espero conclui-los até meio de Dezembro.
E em meios de Dezembro... parto novamente em outro mochilão, desta vez focando mais na América Central, onde pretendo coletar material (filmado e fotografado) para outros projetos. Quem tiver idéias novas para tais filmes de viagem, pode me contactar, dar sugestões ou propor parcerias.
Abrazos!
Um professor que tive na ELCV, o roteirista Julio Pessoa, nos deu a dica de sempre manter vários projetos (filmes... roteiros... argumentos... edital...) em diferentes estágios de realização. Para com isso adquirir um dinamismo para com todas as partes do processo, e nunca ficar atolado em um só (que está editando, por exemplo).
Percebi isso na prática nestes últimos tempos. Devido à dificuldade em se obter meios e tempo para a montagem do "Jantar", outras idéias e projetos vão sendo tocados. Creio que ainda não comentei aqui a edição propriamente dita do filme, que vem sendo feita pelo Leo (foi som direto) e assistida por mim, esporadicamente desde Setembro, devido à nossa falta de tempo. Temos nossos trampos paralelos e aos fins-de-semana ou feriados nos reunimos para cautelosamente ir dando forma a ele. Posso dizer que tem sido feito com muita empolgação, cuidado e inspiração, sem nunca se colocar a carroça à frente dos bois.
Aos produtores, atores, assistentes e tudo mais, peço que aguardem pacientemente, pois a demora é por uma boa causa. Aos poucos descubro que, além do fato de termos muito material gravado e do filme em si ser de narrativa e detalhes de edição um tanto complexos (e ter defeitos gritantes a serem corrigidos), além disso temos o fator do próprio "bolo" que estamos assando ter o seu tempo de ficar pronto. Nesse meio tempo (um ano, agora), entre viagens longas que fiz, mudança de casa (montei meu ateliê), contratempos e meu trabalho com criação, ilustração e foto/vídeo, venho correndo atrás de softwares de conversão, ilhas de edição, apoio, informações técnicas sobre a câmera, sobre edição (fóruns, google, e até o orkut são ótimas ferramentas pra isso), enfim... começamos só agora, pra valer. E deve demorar o tempo que tiver de ser. Prefiro assim, também, porque querer finalizar uma obra com pressa, em boa coisa não resulta. Bastante estudo se faz necessário.
Tenho lido muitos estudos de Eisenstein e outros cineastas, e também observado a montagem em tudo o que assisto, de cinema até comerciais e jogo de futebol, videoclipes até novela. Há muito por trás disso, não vou me estender aqui, mas prefiro indicar que os interessados pesquisem na net e em livros. Jogar um plano atrás do outro nunca foi o mesmo que "montar" ou "editar". Já vi gente "editando" assim, finalizando 3 curtas em duas semanas, e com certeza não resultou em algo bom. Nosso esforço pra realizar o filme foi imenso, usamos bons equipamentos e praticamente deu tudo certo. Agora ainda falta o dobro de esforço: não pôr tudo a perder na montagem, e torná-la parte da obra.
Dar significado a esse quebra-cabeça de planos e cenas e luzes e sombras e falas e gestos e movimentos é complexo, e se tem um cara que confio para tal, esse cara é o Leo. Ele tem a pegada do tema, das influências que a história tem, e temos quase total sincronia química e de "gosto" para que flua bem. Já vi coisas muito bacanas mesmo, mas basicamente deixo nas mãos dele, e dificilmente o convencerei de que ele está errado quando discordarmos em algum ponto. Por vezes fico pintando enquanto ele monta o material, conversando sobre outros assuntos, falando sobre outros filmes ou alguma besteira. Tem sido ótimo. E estou aprendendo muito com este processo.
A origem dos estudos em cinema de Sergei Eisenstein remonta ao Kabuki (teatro japonês do século XVII), para entender melhor e pirar neste tema interessantíssimo, primeiro indico A Forma do Fime e O Sentido do Filme, de Sergei, e outros textos também podem ser encontrados na net. Filmes dele como O Encouraçado de Potenkin, Outubro ou Ivan O Terrível podem ser baixados por aí também (o "Encouraçado" estava para os soviéticos como "Cidadão Kane" estava para os EUA, mais ou menos... porém as realizações russas são tão ou mais importantes que as americanas para quem fez, faz ou fará cinema na História). É muito importante saber por que tal corte foi dado em determinado frame, e não no outro. Criar ritmo... ter um estilo... uma unidade artística na montagem.
Basicamente era isso.
Ah, alguns atores deste curta ou de fora dele vêm me cobrando um encontro pra botarmos idéias na mesa prum novo trabalho, e digo que tenho várias sendo aprimoradas, de modo que logo, logo vamos nos encontrar pra estudar a possibilidade de realizar algumas delas.
Estou também editando 2 documentários-road-movie que são fruto das minhas viagens pela América do Sul, e espero conclui-los até meio de Dezembro.
E em meios de Dezembro... parto novamente em outro mochilão, desta vez focando mais na América Central, onde pretendo coletar material (filmado e fotografado) para outros projetos. Quem tiver idéias novas para tais filmes de viagem, pode me contactar, dar sugestões ou propor parcerias.
Abrazos!
Postado por Will Pereira às 15:51 Nenhum comentário:
## segunda-feira, 24 de novembro de 2008
### Nossos patrocinadores e apoiadores
Foram várias as entidades / estabelecimentos / empresas que nos apoiaram, seja com locações, empréstimos ou equipamentos, na realização do nosso filme. Este filme também é deles, e fica aqui nosso sincero agradecimento a eles. A divulgação dos mesmos estará presente em todo o material de publicidade do curta-metragem.
Locadora de Equipamentos de cinema e vídeo Bureau
Espaço Zé Presidente:
http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=375938722
http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=375938722
Locadora de equipamentos de cinema e televisão Locall.
ELCV: Escola Livre de Cinema e Vídeo, de Santo André.
Prefeitura de Santo André.
MVW Informática.
Bar e Lanchonete Toy (locação do Bar).
Aqueles que eu não coloquei ainda, estou indo atrás dos logotipos, ok?
Obrigado pessoal.
Postado por Will Pereira às 11:02 Um comentário:
### As bandas que apoiaram o curta!
Boa tarde, galera, gostaria de divulgar aqui as 4 bandas que foram muito legais de terem topado tocar na nossa festa de divulgação mês passado. Agradecemos a força e parabenizamos a eles pelo som que fizeram lá no Espaço Zé Presidente!
São eles (com os respectivos MySpace):
Cafeína Coquetel: http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendID=129490060
The Razorblades: http://www.myspace.com/razorbladesband
Tio Bob: http://www.myspace.com/bandatiobob
É isso aí, valeu mais uma vez!
Logo mais colocarei os logos dos outros apoiadores do curta.
abraços
Will
Postado por Will Pereira às 10:41 Nenhum comentário:
## sábado, 15 de novembro de 2008
### A segunda-feira fatídica e o plano final
Continuando a nossa trajetória (depois de uma semana quase sem postar!), de Domingo para Segunda praticamente não dormimos. Logo cedo a perua da prefeitura de Santo André chegou na locação e começamos a carregá-la com o equipamento que seria devolvido para a locadora Locall (o pesado, de luz). E dá-lhe trampo braçal. Assim, sonolentos, partimos eu, Tião e Altair, o motorista, deixando o Daniel com os equipamentos da Bureau (câmera e som) e da ELCV.
Trânsito até a Locall, na Vila Mariana. Chegamos, tivemos que esperar um tempão pra podermos descarregar, pois segunda de manhã é o horário "de pico" lá, pois muita gente está devolvendo toneladas de equipamento de luz (caminhões cheios). Ficamos por lá, conhecendo algumas pessoas da Locall, gravando um pouco do making of. Cheguei a cochilar na kombi, em um momento, pois estava morto, capengando em pé.
Afinal, conseguimos descarregar tudo, e então partimos novamente. Fiquei no metrô (iria descansar umas duas horas em casa), o Tião foi com a kombi levar algumas coisas pra ELCV em Santo André.
Em casa, descarreguei minhas coisas na sala, fui deitar mas não conseguia, de jeito nenhum, dormir. Tínhamos uma diária pela frente e algumas coisas me preocupavam, como o fato de que não tínhamos ainda a locação do hospital (as cenas em que aparece o corredor do hospital onde o Mau trabalha). Fiz algumas ligações, vi que realmente não conseguimos a permissão para gravar em nenhum hospital. Já cogitava algum improviso...
O Victor e o Daniel passariam umas 15 horas em casa, pra irmos a Santo André gravar as cenas externas. A guarda da polícia já estaria lá nos esperando, e o Leo também. A equipe, neste dia, era Daniel, Leo, Victor e eu. Reduzida, pra facilitar transporte e nossas táticas, que tinham que ser ligeiras.
Passaram em casa e fomos. Cansados, mas empolgados com o término das gravações. Entre piadas, histórias e relatos, chegamos rapido. Começou a chover quando entramos em Santo André. Mau presságio. Pensei: "Ferrou. Como fazer as cenas na rua com essa garoa infeliz? Na história, é um dia quente e abafado." Felizmente, depois parou a chuva.
Chegando lá, fui comprar uma fantasia que um dos figurantes (no caso, eu) ia vestir numa cena na rua. Os caras já foram tendo a idéia de transformar o corredor da Escola (que fica num cine-teatro) em cenário, para o hospital. Foi uma ótima idéia e nos salvou.
Fomos montando então o tal corredor de hosital público: improvisamos bancos de espera, uma mesinha, uma "maca", fui conversando com alunos da turma nova que já chegavam para a aula daquela noite. Alguns eu já conhecia, de modo que foi até que fácil convencê-los. Tratava-se de um corredor de hospital por onde transitariam pacientes, médicos, enfermeiros, etc. Esta era a ação. Mau, o anestesista, anda pelo corredor apressado, querendo sair logo do trampo e chegar a tempo no jantar. Em pouco tempo reunimos todos, inclusive alguns alunos da nossa turma: Ana, Ju, Cris... fica aqui o agradecimento a estes colegas salvadores, e também à turma nova (a Gabi por exemplo, e o Rubens, atuaram de verdade mesmo, com falas e tudo mais, no improviso do momento, e ficou bom). O legal é que tínhamos um clima bom e bem-humorado, ainda que tenso. Surgiram várias risadas, porque eram cenas em que o Victor (o Mau) estava muito cômico, quase um Jerry Lewis. Nos cagamos de rir.
Liberamos os figurantes, fizemos as outras cenas que faltavam e começamos a nos agilizar pra ir, acompanhados da guarda, gravar nas ruas. As cenas das ruas foram tranqüilas e também contamos com a boa-vontade de alguns transeuntes que por lá passavam, no calçadão. Nem preciso dizer que foi super engraçado também. Compusemos uns quadros bem bonitos, com a luz noturna e (detalhe muito proveitoso) o chão molhado, pois tinha chovido.
Em seguida fizemos as do ponto de ônibus, em que Mau faz sinal pro ônibus e entra nele (mais figurantes ocasionais apareceram), e voltamos felizes pra Escola.
Na Escola fiz mais alguns planos com o Victor, dele no telefone, de modo improvisado, pois não tínhamos mais tempo. Depois, captamos algumas voz over do Victor, e da Ana e da Cris falando com ele ao telefone, e foi isso. Terminamos no tempo limite, com aquela sensação de dever cumprido. Não posso reclamar de não ter conseguido alguns planos que tinha em mente. Fizemos o possível e o impossível. Nos entregamos mesmo.
E foi isso, na manhã seguinte fui devolver os equipamentos da Bureau, e começar a pagar algumas contas e dívidas que contraí durante as gravações. Essa parte é chata, mas não tem jeito. É assim que é. Ainda hoje, quase duas semanas depois, ainda estou acertando esta parte dos gastos aos poucos, vendo o que deixei pelo caminho, tentando deixar tudo em ordem. E tentando conciliar o meu trabalho de design com essa rotina de loucura que a gente vive quando grava ou filma.
Alguns contatos já foram feitos em relação à montagem do filme (inclusive com um professor nosso muito querido e muito bom), e espero começar em breve a montá-lo. Este fim-de-semana agora estou mexendo no making of, que quero montar antes do filme, e talvez consiga fazerum trailer para iniciar a divulgação. Falando em divulgação, temos idéias muito legais também para cartazes e coisa do tipo.
Manterei a todos informados. E logo mais coloco as fotos, que estou devendo já!
abraços
Will
Trânsito até a Locall, na Vila Mariana. Chegamos, tivemos que esperar um tempão pra podermos descarregar, pois segunda de manhã é o horário "de pico" lá, pois muita gente está devolvendo toneladas de equipamento de luz (caminhões cheios). Ficamos por lá, conhecendo algumas pessoas da Locall, gravando um pouco do making of. Cheguei a cochilar na kombi, em um momento, pois estava morto, capengando em pé.
Afinal, conseguimos descarregar tudo, e então partimos novamente. Fiquei no metrô (iria descansar umas duas horas em casa), o Tião foi com a kombi levar algumas coisas pra ELCV em Santo André.
Em casa, descarreguei minhas coisas na sala, fui deitar mas não conseguia, de jeito nenhum, dormir. Tínhamos uma diária pela frente e algumas coisas me preocupavam, como o fato de que não tínhamos ainda a locação do hospital (as cenas em que aparece o corredor do hospital onde o Mau trabalha). Fiz algumas ligações, vi que realmente não conseguimos a permissão para gravar em nenhum hospital. Já cogitava algum improviso...
O Victor e o Daniel passariam umas 15 horas em casa, pra irmos a Santo André gravar as cenas externas. A guarda da polícia já estaria lá nos esperando, e o Leo também. A equipe, neste dia, era Daniel, Leo, Victor e eu. Reduzida, pra facilitar transporte e nossas táticas, que tinham que ser ligeiras.
Passaram em casa e fomos. Cansados, mas empolgados com o término das gravações. Entre piadas, histórias e relatos, chegamos rapido. Começou a chover quando entramos em Santo André. Mau presságio. Pensei: "Ferrou. Como fazer as cenas na rua com essa garoa infeliz? Na história, é um dia quente e abafado." Felizmente, depois parou a chuva.
Chegando lá, fui comprar uma fantasia que um dos figurantes (no caso, eu) ia vestir numa cena na rua. Os caras já foram tendo a idéia de transformar o corredor da Escola (que fica num cine-teatro) em cenário, para o hospital. Foi uma ótima idéia e nos salvou.
Fomos montando então o tal corredor de hosital público: improvisamos bancos de espera, uma mesinha, uma "maca", fui conversando com alunos da turma nova que já chegavam para a aula daquela noite. Alguns eu já conhecia, de modo que foi até que fácil convencê-los. Tratava-se de um corredor de hospital por onde transitariam pacientes, médicos, enfermeiros, etc. Esta era a ação. Mau, o anestesista, anda pelo corredor apressado, querendo sair logo do trampo e chegar a tempo no jantar. Em pouco tempo reunimos todos, inclusive alguns alunos da nossa turma: Ana, Ju, Cris... fica aqui o agradecimento a estes colegas salvadores, e também à turma nova (a Gabi por exemplo, e o Rubens, atuaram de verdade mesmo, com falas e tudo mais, no improviso do momento, e ficou bom). O legal é que tínhamos um clima bom e bem-humorado, ainda que tenso. Surgiram várias risadas, porque eram cenas em que o Victor (o Mau) estava muito cômico, quase um Jerry Lewis. Nos cagamos de rir.
Liberamos os figurantes, fizemos as outras cenas que faltavam e começamos a nos agilizar pra ir, acompanhados da guarda, gravar nas ruas. As cenas das ruas foram tranqüilas e também contamos com a boa-vontade de alguns transeuntes que por lá passavam, no calçadão. Nem preciso dizer que foi super engraçado também. Compusemos uns quadros bem bonitos, com a luz noturna e (detalhe muito proveitoso) o chão molhado, pois tinha chovido.
Em seguida fizemos as do ponto de ônibus, em que Mau faz sinal pro ônibus e entra nele (mais figurantes ocasionais apareceram), e voltamos felizes pra Escola.
Na Escola fiz mais alguns planos com o Victor, dele no telefone, de modo improvisado, pois não tínhamos mais tempo. Depois, captamos algumas voz over do Victor, e da Ana e da Cris falando com ele ao telefone, e foi isso. Terminamos no tempo limite, com aquela sensação de dever cumprido. Não posso reclamar de não ter conseguido alguns planos que tinha em mente. Fizemos o possível e o impossível. Nos entregamos mesmo.
E foi isso, na manhã seguinte fui devolver os equipamentos da Bureau, e começar a pagar algumas contas e dívidas que contraí durante as gravações. Essa parte é chata, mas não tem jeito. É assim que é. Ainda hoje, quase duas semanas depois, ainda estou acertando esta parte dos gastos aos poucos, vendo o que deixei pelo caminho, tentando deixar tudo em ordem. E tentando conciliar o meu trabalho de design com essa rotina de loucura que a gente vive quando grava ou filma.
Alguns contatos já foram feitos em relação à montagem do filme (inclusive com um professor nosso muito querido e muito bom), e espero começar em breve a montá-lo. Este fim-de-semana agora estou mexendo no making of, que quero montar antes do filme, e talvez consiga fazerum trailer para iniciar a divulgação. Falando em divulgação, temos idéias muito legais também para cartazes e coisa do tipo.
Manterei a todos informados. E logo mais coloco as fotos, que estou devendo já!
abraços
Will
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## segunda-feira, 10 de novembro de 2008
### Mais algumas ilustrações
Caros, peço desculpas pela demora pra prosseguir com o "diário". E também pela demora para colocar os logos dos apoiadores e colaboradores, estou esperando alguns enviarem-me os logos para poder colocar todos de uma só vez.
Seguem algumas ilustrações que estou preparando para a divulgação do filme, além da do Timmy como vinil, na barra lateral do blog, e a do macarrão, do título. As ilustras entrarão em cartazes, capa e coisa do tipo. Ainda não estão finalizadas.
Ainda estou tentando chegar num estilo mais definido para as ilustrações, para o traço. Minhas referências de pesquisa para elas foram o Dr. Fantástico (Kubrick), Tudo sobre minha mãe (Almodóvar) e Juno (Jason Reitman), mas ainda estão cruas, variando muito de identidade.
Postado por Will Pereira às 00:25 Nenhum comentário:
## sexta-feira, 7 de novembro de 2008
### Ação!
É sempre assim, em toda diária (e tem que curtir o fato de ser assim, porque faz parte): o primeiro, segundo planos sempre demoram pacas pra serem "compostos" e filmados. Depois que a coisa engrena aos poucos e flui com maior rapidez.
Os primeiros foram os de Timmy e Laena (o casal de personagens que dá a festa no apê novo) na cozinha. Matamos todos os da cozinha primeiro, esta virando, em seguida, sala de produção (alimentos, objetos de cena, video-assist...). Comecei a ficar meio em pânico, porque estávamos umas duas horas atrasados. Mas devo dizer que os planos ficaram bem trabalhados. A equipe de luz, por exemplo, se tornara ágil e tinha se organizado pra não precisar mudar muito os refletores depois que a parte da cozinha foi feita.
Passamos pros planos da sala, maiores, alguns deles planos-seqüência bem difíceis. O Daniel tinha que se posicionar de uns modos mirabolantes por causa da decupagem absurda que eu propus! Isso influenciava a posição do Leo, do Perillo (assistente de Som, novamente), do video-assist, do cenário, de tudo. Algumas vezes ele ou a Teresa propunham uma mudança de ângulo, de posicionamento, de quadro, etc. Em alguns casos cedi, mas em muitos fui muito teimoso (e peço desculpas a todos por isso) e bati o pé. Sou um cara teimoso demais, esse é um dos defeitos que ficaram evidentes lá, como diretor quase estreante. Se eles fossem uma equipe calejada, com décadas de profissão e vivência nas costas, e, mais ainda, se não fossem meus amigos com muita boa vontade, teriam me mandado à merda e ido embora. No calor da coisa (como disse o Daniel, como no futebol), os ânimos se alteram vez ou outra, e isso faz parte, se não fosse isso não valeria a pena e não cresceríamos como pessoas ou profissionalmente.
A última cena gravada nesta diária foi a última do filme, o final. Era úma das poucas em que o protagonista Mau (vivido pelo Victor) contracenava com o pessoal do Jantar, de modo que liberamos ele do dia seguinte.
As gravações se estenderam até quase de manhã. Quando o pessoal foi embora já deviam ser seis horas, eu acho. Arrumamos algumas coisas pro dia seguinte, mortos de cansaço. Eu me sentia um caco. Satisfeito com o que gravamos, com o empenho de todos, porém temeroso e incerto quanto a Domingo, pois estávamos bem atrasados e eu teria que cortar uma série de planos para dar tempo de fechar a história. Mas sabia que eu não tinha conseguido manter a ordem e a paz total no set, e dar conta de todos planos que nos propusemos a fazer (a maioria) no Sábado.
Fiquei lá pelo Daniel mesmo, eu e o Tião, porque não valeria muito a pena ir pra casa e voltar. Capotei. Descansei até que bem, e era necessário. De manhã, chamei o Tião e batemos aquele papo pra espeirecer, como tínhamos feito semana passada em casa. Fomos tomar um café, respirar. Papo vai, papo vem, hora de voltar.
Sentei com a Teresa e o Daniel (como na semana passada), era hora daquele famoso "super corte", passar o cutelo sem dó. Reduzimos as dezenas de planos a meros - porém essenciais - 13 planos. Primeiro faríamos os que não tinham a Adriani, que chegaria mais tarde, e alguns foram readaptados. A luz permaneceria a mesma, mas mudaríamos a entrada de luz na câmera em alguns casos, que eram os do momento em que a luz da sala é apagada por Luan, o fanfarrão (vivido pelo Vinicius), e a coisa toda começa a virar um caos na história.
Como no Bar, o segundo dia do Jantar fluiu com mais rapidez. Não atrasamos tanto. Mas o cansaço imperava, em muitos momentos. E, por ser Domingo, a coisa se agravava: muitos dos atores e membros da equipe tinham que entrar no trabalho bem cedo, ou tinham provas importantes, enfim... iríamos até a 1 hora no máximo!
Houveram muitos momentos engraçados e divertidos, como os planos em que a Luiza mudava de figurino e estilo e dançava vários ritmos diferentes perto do toca-discos, indicando a passagem do tempo e o avanço do caos na história. Era um tal de muda cabelo, muda maquiagem, muda figurino, muda disco de vinil, muda personagens que estão ao fundo do quadro, ufa!
Faltando dois planos, de certa complexidade (um deles era o longo plano seqüência em que a baderna está rolando solta no jantar - Luan perseguindo Dolores, que sobe na cadeira, bêbada, chuta-o, ele cai, em seguida ela também tomba, a Paty surtando no meio daquilo tudo sem entender nada, e logo mais à frente chegamos à briga dos primos, com a Laena tentando separá-los, endoidecida e trôpega de vinho), corríamos e esquecemos alguns detalhes de continuidade no cenário. Essa foi uma das grandes trapalhadas. Mas foi resolvido, não sei se teve alguma quebra muito grade ainda.
Na parte da briga, devo elogiar a entrega do Juliano (Timóteo "Timmy" Donini) e do Lucas (Janjão Ceregatti), que se pegaram no tapa meio que "de verdade", com muita intensidade, e, como o próprio Leo me contou depois, os sons da briga ficaram bem reais mesmo, no que ele captou. Este plano eu fiz a câmera, na mão, e houveram mil dificuldades, porque ou o fio atrapalhava a movimentação, ou o Leo aparecia em quadro com o boom, ou algum refletor aparecia. Em algumas partes balançou pra caramba, e ainda não sei se incorporo isso à linguagem ou se insiro alguns planos-detalhe no meio da ação geral. Só sei que terminei o plano num contra-plongé ao lado do Lucas, no chão, tento ao "alto" a mão do Juliano pronto pro golpe final (nessa hora é que o Maurício entra no apê no meio daquela confusão toda). Eles estavam como Ray Liota e DeNiro, ou Joe Pesci, em Goodfellas, se pegando no tapa dum modo bem realista, e vibrei muito com esta parte.
Outro momento muito legal foi quando fomos pra rua fazer os planos do Maurício correndo todo detonado, indo do bar pro apê. Já era tarde, as ruas tinham pouco movimento. Com cautela, fomos fazer sem a guarda (houve confusão com o horário que a polícia nos daria apoio), uma câmera (caríssima) na mão e a coragem.
Em certo momento notamos um bar que havia lá, ao lado, onde estava rolando um tipo de baile de Halloween. Algumas pessoas animadas estavam em frente ao bar, e olhavam com curiosidade pro bando de doidos (um vestido de médico, parecendo que levou um tiro na perna, ensangüentada) com uma câmera aquela hora, na rua. Notamos que havia um pessoal fantasiado. Uma mulher vestida de diabinha estava entre eles. Na hora veio a idéia. Acrescentar estes detalhes na hora é a coisa mais divertida. Fui perguntar se ela não queria fazer uma figuração durante a "corrida" do Maurício pelas ruas, e logo veio também a amiguinha dela, igualmente fantasiada de vermelho. Ficou no mínimo surreal aquelas duas moças fantasiadas de diabo, conversando na rua, enquanto o personagem corria desvairado rumo ao Jantar de Sábado à Noite.
Enfim. Terminamos lá pras 2 horas. Uma hora atraso do previsto. Os atores foram indo embora, se despedindo, se abraçando, aquele clima de coisa (parcialmente) concluída. Alguns atores ainda ficaram um pouco. Fomos desproduzindo tudo, juntando equipamentos, cenário e tudo mais, o que levou algumas horas. Mortos de sono, abrimos uma cidra e ficamos batendo papo na sala, onde a atração era o Akira, cão do Daniel e da Teresa, muito divertido e que, por ter ficado preso na garagem durante as gravações, estava eufórico. Demos muitas risadas ali, naquele momento de "descanso", e logo mais já ia amanhecer. Teríamos poucas horas pra dormir, pois tínhamos que devolver equipamentos alugados de manhã, e começar a jornada de segunda-feira, a última diária do curta-metragem.
Os primeiros foram os de Timmy e Laena (o casal de personagens que dá a festa no apê novo) na cozinha. Matamos todos os da cozinha primeiro, esta virando, em seguida, sala de produção (alimentos, objetos de cena, video-assist...). Comecei a ficar meio em pânico, porque estávamos umas duas horas atrasados. Mas devo dizer que os planos ficaram bem trabalhados. A equipe de luz, por exemplo, se tornara ágil e tinha se organizado pra não precisar mudar muito os refletores depois que a parte da cozinha foi feita.
Passamos pros planos da sala, maiores, alguns deles planos-seqüência bem difíceis. O Daniel tinha que se posicionar de uns modos mirabolantes por causa da decupagem absurda que eu propus! Isso influenciava a posição do Leo, do Perillo (assistente de Som, novamente), do video-assist, do cenário, de tudo. Algumas vezes ele ou a Teresa propunham uma mudança de ângulo, de posicionamento, de quadro, etc. Em alguns casos cedi, mas em muitos fui muito teimoso (e peço desculpas a todos por isso) e bati o pé. Sou um cara teimoso demais, esse é um dos defeitos que ficaram evidentes lá, como diretor quase estreante. Se eles fossem uma equipe calejada, com décadas de profissão e vivência nas costas, e, mais ainda, se não fossem meus amigos com muita boa vontade, teriam me mandado à merda e ido embora. No calor da coisa (como disse o Daniel, como no futebol), os ânimos se alteram vez ou outra, e isso faz parte, se não fosse isso não valeria a pena e não cresceríamos como pessoas ou profissionalmente.
A última cena gravada nesta diária foi a última do filme, o final. Era úma das poucas em que o protagonista Mau (vivido pelo Victor) contracenava com o pessoal do Jantar, de modo que liberamos ele do dia seguinte.
As gravações se estenderam até quase de manhã. Quando o pessoal foi embora já deviam ser seis horas, eu acho. Arrumamos algumas coisas pro dia seguinte, mortos de cansaço. Eu me sentia um caco. Satisfeito com o que gravamos, com o empenho de todos, porém temeroso e incerto quanto a Domingo, pois estávamos bem atrasados e eu teria que cortar uma série de planos para dar tempo de fechar a história. Mas sabia que eu não tinha conseguido manter a ordem e a paz total no set, e dar conta de todos planos que nos propusemos a fazer (a maioria) no Sábado.
Fiquei lá pelo Daniel mesmo, eu e o Tião, porque não valeria muito a pena ir pra casa e voltar. Capotei. Descansei até que bem, e era necessário. De manhã, chamei o Tião e batemos aquele papo pra espeirecer, como tínhamos feito semana passada em casa. Fomos tomar um café, respirar. Papo vai, papo vem, hora de voltar.
Sentei com a Teresa e o Daniel (como na semana passada), era hora daquele famoso "super corte", passar o cutelo sem dó. Reduzimos as dezenas de planos a meros - porém essenciais - 13 planos. Primeiro faríamos os que não tinham a Adriani, que chegaria mais tarde, e alguns foram readaptados. A luz permaneceria a mesma, mas mudaríamos a entrada de luz na câmera em alguns casos, que eram os do momento em que a luz da sala é apagada por Luan, o fanfarrão (vivido pelo Vinicius), e a coisa toda começa a virar um caos na história.
Como no Bar, o segundo dia do Jantar fluiu com mais rapidez. Não atrasamos tanto. Mas o cansaço imperava, em muitos momentos. E, por ser Domingo, a coisa se agravava: muitos dos atores e membros da equipe tinham que entrar no trabalho bem cedo, ou tinham provas importantes, enfim... iríamos até a 1 hora no máximo!
Houveram muitos momentos engraçados e divertidos, como os planos em que a Luiza mudava de figurino e estilo e dançava vários ritmos diferentes perto do toca-discos, indicando a passagem do tempo e o avanço do caos na história. Era um tal de muda cabelo, muda maquiagem, muda figurino, muda disco de vinil, muda personagens que estão ao fundo do quadro, ufa!
Faltando dois planos, de certa complexidade (um deles era o longo plano seqüência em que a baderna está rolando solta no jantar - Luan perseguindo Dolores, que sobe na cadeira, bêbada, chuta-o, ele cai, em seguida ela também tomba, a Paty surtando no meio daquilo tudo sem entender nada, e logo mais à frente chegamos à briga dos primos, com a Laena tentando separá-los, endoidecida e trôpega de vinho), corríamos e esquecemos alguns detalhes de continuidade no cenário. Essa foi uma das grandes trapalhadas. Mas foi resolvido, não sei se teve alguma quebra muito grade ainda.
Na parte da briga, devo elogiar a entrega do Juliano (Timóteo "Timmy" Donini) e do Lucas (Janjão Ceregatti), que se pegaram no tapa meio que "de verdade", com muita intensidade, e, como o próprio Leo me contou depois, os sons da briga ficaram bem reais mesmo, no que ele captou. Este plano eu fiz a câmera, na mão, e houveram mil dificuldades, porque ou o fio atrapalhava a movimentação, ou o Leo aparecia em quadro com o boom, ou algum refletor aparecia. Em algumas partes balançou pra caramba, e ainda não sei se incorporo isso à linguagem ou se insiro alguns planos-detalhe no meio da ação geral. Só sei que terminei o plano num contra-plongé ao lado do Lucas, no chão, tento ao "alto" a mão do Juliano pronto pro golpe final (nessa hora é que o Maurício entra no apê no meio daquela confusão toda). Eles estavam como Ray Liota e DeNiro, ou Joe Pesci, em Goodfellas, se pegando no tapa dum modo bem realista, e vibrei muito com esta parte.
Outro momento muito legal foi quando fomos pra rua fazer os planos do Maurício correndo todo detonado, indo do bar pro apê. Já era tarde, as ruas tinham pouco movimento. Com cautela, fomos fazer sem a guarda (houve confusão com o horário que a polícia nos daria apoio), uma câmera (caríssima) na mão e a coragem.
Em certo momento notamos um bar que havia lá, ao lado, onde estava rolando um tipo de baile de Halloween. Algumas pessoas animadas estavam em frente ao bar, e olhavam com curiosidade pro bando de doidos (um vestido de médico, parecendo que levou um tiro na perna, ensangüentada) com uma câmera aquela hora, na rua. Notamos que havia um pessoal fantasiado. Uma mulher vestida de diabinha estava entre eles. Na hora veio a idéia. Acrescentar estes detalhes na hora é a coisa mais divertida. Fui perguntar se ela não queria fazer uma figuração durante a "corrida" do Maurício pelas ruas, e logo veio também a amiguinha dela, igualmente fantasiada de vermelho. Ficou no mínimo surreal aquelas duas moças fantasiadas de diabo, conversando na rua, enquanto o personagem corria desvairado rumo ao Jantar de Sábado à Noite.
Enfim. Terminamos lá pras 2 horas. Uma hora atraso do previsto. Os atores foram indo embora, se despedindo, se abraçando, aquele clima de coisa (parcialmente) concluída. Alguns atores ainda ficaram um pouco. Fomos desproduzindo tudo, juntando equipamentos, cenário e tudo mais, o que levou algumas horas. Mortos de sono, abrimos uma cidra e ficamos batendo papo na sala, onde a atração era o Akira, cão do Daniel e da Teresa, muito divertido e que, por ter ficado preso na garagem durante as gravações, estava eufórico. Demos muitas risadas ali, naquele momento de "descanso", e logo mais já ia amanhecer. Teríamos poucas horas pra dormir, pois tínhamos que devolver equipamentos alugados de manhã, e começar a jornada de segunda-feira, a última diária do curta-metragem.
Postado por Will Pereira às 18:54 Nenhum comentário:
## quinta-feira, 6 de novembro de 2008
### O Segmento do Jantar
Olá, amigos!
Desculpem a demora pra postar novamente! Terminamos segunda à noite a nossa "odisséia", e só estou voltando ao blog agora, quinta-feira. Preferi dar uma descansado antes, fazer um balanço mais racional da coisa toda. Mas vamos lá... recapitulando:
O "Round 2", ou seja, as cenas referentes à ação do jantar de Sábado à noite do título, começou Sábado de manhã. No dia anterior, sexta, tínhamos um atraso considerável em relação a reuniões, decupagem, ordem do dia, e outros aspectos de produção. Eu deixei a coisa atrasar, por descuido, e aí vi a quantidade de responsabilidades que tinha acumulado para mim e para a equipe. Tive, particularmente, uma certa dificuldade para delegar funções e coordenar a área de Direção de Arte, em relação a horários e disponibilidades. Aconteceu que, por exemplo, a maquiadora que chamamos originalmente, Rachel, nao pôde ir no segmento bar e tampouco no do jantar. Foi um dos meus erros de programação. Outro foi em relação ao figurino e os cenários, então acabei tendo que ir atrás de elementos destas áreas, em cima da hora. Sexta-feira à noite, Halloween, o terror começou. Mas ao invés de ficar desesperado, e estando cansado, fui espairecer um pouco e esquecer por alguns momentos as aflições do dia seguinte. Saí de última hora e fui pra Odisséia de Cinema no Espaço Unibanco, que começava às 23:30, meia-noite... e recomendo, pois o evento creio que supera o Noitão do Belas Artes, inclusive. Opções de filmes em 3 salas, com temas diferentes, incluindo estréias e clássicos do terror (provavelmente por causa do Halloween). Nos intervalos, uma "balada" no próprio espaço. Fomos ver o novo do Woody Allen, depois um filme japonês que não lembro o nome (ambos incríveis), e o terceiro optei por não ver. Saí de lá satisfeito. Quando voltei já era de manhã, e não haveria nem tempo para dormir.
Tenho plena consciência do que fiz (não ter descansado o suficiente), mas isso foi previsto e, realmente, não necessito tantas horas de sono quando estou trabalhando com afinco em algo que me interessa. O Daniel sabe bem que, em muitos ensaios e reuniões, eu tinha virado sem dormir, e permanecia até o final, até a hora que precisasse.
Enfim... dormi umas duas horas e levantei pra poder começar a jornada. Alguns telefonemas, e chequei como estavam as coisas: a Teresa na correria com compras que precisávamos fazer de alimentos pra equipe, e itens de elétrica e fotografia (os caras conseguiram montar as barracudas nas paredes do apartamento do Daniel e da Teresa, idéia do Tião que solucionou váios problemas de movimentação de câmera, som e luz. Pra quem não conhece a barracuda fica presa nas paredes, como uma tora, onde se acoplam os refletores e outros itens de iluminação). O Daniel resolvia o equipamento de luz.
Saí correndo. Passei em alguns lugares para comprar parte do cenário e definir o que íamos fazer para forrar as paredes. A idéia no começo era forrá-las com tecido, mas vi que isso ia sair muito caro - queríamos dar a impressão de que tivesse papel de parede, uns bem bregas, coisa que não se usa mais, antigão. Acabei testando uns lençóis de casa e fui com os lençóis mesmo.
Aproveitando uma carona do Vinicius, um dos atores, fomos rumo à locação na casa do Daniel. Lá, a movimentação já era grande. Vi que não havia ninguém fazendo menos do que pudesse. Reconheço, sempre, que o esforço de todos foi fenomenal, além do normal, e que, se não fosse esta equipe e a boa paciência e tolerância do casal Teresa e Daniel, nunca teríamos feito este filme. Toparam usar a casa deles para este segmento, e confesso que dei algumas mancadas no quesito "manter o apartamento em ordem e inteiro". Devo admitir que me faltou experiência e perícia para tal. Mas isso explico melhor mais pra frente.
Aos poucos fomos montando o cenário da cozinha e da sala de jantar, e organizando a sala dos fundos, que serviu como camarim, depósito de objetos de cena e sala de descanso e alimentação para os atores (alguns dormiram lá em certos momentos). Um corredor, ligando estas duas salas, estava atulhado de equipamento de luz, som e outras coisas. Eles podem não acreditar, mas eu olhava pra aquilo com aflição, como se fosse a minha casa, porque sabia que quem ia ouvir um monte depois seria eu. Mas tanto eles como eu, na hora, nos incorporamos ao filme e deixamos a coisa ser feita, do melhor modo possível.
Atores chegando... algumas pessoas se conhecendo. É incrível como algumas pessoas de equipe / elenco só foram se conhecer no dia da gravação! O ambiente era amigável, harmonioso. Logo me preparei para ir para outro lugar (uma garagem, ao ar livre) ensaiar com eles, enquanto a galera terminava de ajustar luz, som e cenário, e enquanto o preparador de elenco não chegava.
Estava novamente um tempo bom, e agradeço aos céus por isso. Acho que realmente influencia o ânimo das pessoas. Mas apesar do clima bom, eu estava tenso por dentro, e às vezes acabava sendo um pouco nervoso com a equipe (estava era cobrando a mim mesmo nestes momentos, e me xingando pela falta de planejamento e preparo).
Descemos, nos acomodamos lá na garagem. Fizemos uma roda, eu e os atores (estavam todos, menos a Adriani, que faz a vizinha patricinha). Ficamos um tempo relaxando, falando besteira e contando causos, piadas... aquilo era muito bom. Senti, naquele momento, mais uma vez, o carinho que tenho por todos eles, e a gratidão que sinto por terem abraçado o projeto, entregues a ele sem cachê. Se transformaram nos personagens do roteiro, adicionando suas próprias nuances, e isso é muito valioso, não tem preço. Foi um momento muito especial, que guardarei com muito carinho. Tentávamos fazer uma nova leitura do roteiro, mas acabávamos fazendo piadas e caíamos na gargalhada. Eram (são) muito divertidos: Lucas, Vinicius, Luiza, Alaissa, Juliano, o Victor... e a Adri também, que chegou depois. Um time bem-humorado, carismático, com uma boa energia e empatia. Os dois "núcleos" do curta, bar e jantar, têm elencos muito especiais. E diferentes. O grupo do Bar é mais misto, em relação à idade e ao estilo, à pegada (acho que essa mescla torna o aspecto "social", a vivência e o contraste de gerações e rumos a serem seguidos o cerne do grupo - em relação à história). Já o Jantar, a galera é toda dos vinte e poucos anos, alguns pensam parecido, têm muita idéia para trocar e se identificam uns com os outros, de uma forma ou de outra. Eu mesmo me identifico com eles, e com seus personagens. Alguns, inclusive, viveram recentemente coisas parecidas com o que os personagens estão vivendo naquela ação do roteiro (isso inclue a minha pessoa).
Mas voltando: fizemos alguns aquecimentos, e começamos o último ensaio antes de gravar. A coisa seguia de modo divertido. Muitas risadas. Acho muito importante se divertir quando se trabalha, especialmente assim, logo antes de gravar, para dar aquela relaxada. Logo veio a maquiadora nova, a Paty. Mulher do Igor, que fez a maquiagem de efeitos no Bar, ela nos savou desta vez, e maquiou e fez os cabelos de todos neste fim de semana. Ela começou a maquiar alguns que já iam gravar, o preparador, Will Damas, chegou, deixei os atores com ele e fui ajeitar os últimos detalhes para começar a gravar. Estava na hora.
Desculpem a demora pra postar novamente! Terminamos segunda à noite a nossa "odisséia", e só estou voltando ao blog agora, quinta-feira. Preferi dar uma descansado antes, fazer um balanço mais racional da coisa toda. Mas vamos lá... recapitulando:
O "Round 2", ou seja, as cenas referentes à ação do jantar de Sábado à noite do título, começou Sábado de manhã. No dia anterior, sexta, tínhamos um atraso considerável em relação a reuniões, decupagem, ordem do dia, e outros aspectos de produção. Eu deixei a coisa atrasar, por descuido, e aí vi a quantidade de responsabilidades que tinha acumulado para mim e para a equipe. Tive, particularmente, uma certa dificuldade para delegar funções e coordenar a área de Direção de Arte, em relação a horários e disponibilidades. Aconteceu que, por exemplo, a maquiadora que chamamos originalmente, Rachel, nao pôde ir no segmento bar e tampouco no do jantar. Foi um dos meus erros de programação. Outro foi em relação ao figurino e os cenários, então acabei tendo que ir atrás de elementos destas áreas, em cima da hora. Sexta-feira à noite, Halloween, o terror começou. Mas ao invés de ficar desesperado, e estando cansado, fui espairecer um pouco e esquecer por alguns momentos as aflições do dia seguinte. Saí de última hora e fui pra Odisséia de Cinema no Espaço Unibanco, que começava às 23:30, meia-noite... e recomendo, pois o evento creio que supera o Noitão do Belas Artes, inclusive. Opções de filmes em 3 salas, com temas diferentes, incluindo estréias e clássicos do terror (provavelmente por causa do Halloween). Nos intervalos, uma "balada" no próprio espaço. Fomos ver o novo do Woody Allen, depois um filme japonês que não lembro o nome (ambos incríveis), e o terceiro optei por não ver. Saí de lá satisfeito. Quando voltei já era de manhã, e não haveria nem tempo para dormir.
Tenho plena consciência do que fiz (não ter descansado o suficiente), mas isso foi previsto e, realmente, não necessito tantas horas de sono quando estou trabalhando com afinco em algo que me interessa. O Daniel sabe bem que, em muitos ensaios e reuniões, eu tinha virado sem dormir, e permanecia até o final, até a hora que precisasse.
Enfim... dormi umas duas horas e levantei pra poder começar a jornada. Alguns telefonemas, e chequei como estavam as coisas: a Teresa na correria com compras que precisávamos fazer de alimentos pra equipe, e itens de elétrica e fotografia (os caras conseguiram montar as barracudas nas paredes do apartamento do Daniel e da Teresa, idéia do Tião que solucionou váios problemas de movimentação de câmera, som e luz. Pra quem não conhece a barracuda fica presa nas paredes, como uma tora, onde se acoplam os refletores e outros itens de iluminação). O Daniel resolvia o equipamento de luz.
Saí correndo. Passei em alguns lugares para comprar parte do cenário e definir o que íamos fazer para forrar as paredes. A idéia no começo era forrá-las com tecido, mas vi que isso ia sair muito caro - queríamos dar a impressão de que tivesse papel de parede, uns bem bregas, coisa que não se usa mais, antigão. Acabei testando uns lençóis de casa e fui com os lençóis mesmo.
Aproveitando uma carona do Vinicius, um dos atores, fomos rumo à locação na casa do Daniel. Lá, a movimentação já era grande. Vi que não havia ninguém fazendo menos do que pudesse. Reconheço, sempre, que o esforço de todos foi fenomenal, além do normal, e que, se não fosse esta equipe e a boa paciência e tolerância do casal Teresa e Daniel, nunca teríamos feito este filme. Toparam usar a casa deles para este segmento, e confesso que dei algumas mancadas no quesito "manter o apartamento em ordem e inteiro". Devo admitir que me faltou experiência e perícia para tal. Mas isso explico melhor mais pra frente.
Aos poucos fomos montando o cenário da cozinha e da sala de jantar, e organizando a sala dos fundos, que serviu como camarim, depósito de objetos de cena e sala de descanso e alimentação para os atores (alguns dormiram lá em certos momentos). Um corredor, ligando estas duas salas, estava atulhado de equipamento de luz, som e outras coisas. Eles podem não acreditar, mas eu olhava pra aquilo com aflição, como se fosse a minha casa, porque sabia que quem ia ouvir um monte depois seria eu. Mas tanto eles como eu, na hora, nos incorporamos ao filme e deixamos a coisa ser feita, do melhor modo possível.
Atores chegando... algumas pessoas se conhecendo. É incrível como algumas pessoas de equipe / elenco só foram se conhecer no dia da gravação! O ambiente era amigável, harmonioso. Logo me preparei para ir para outro lugar (uma garagem, ao ar livre) ensaiar com eles, enquanto a galera terminava de ajustar luz, som e cenário, e enquanto o preparador de elenco não chegava.
Estava novamente um tempo bom, e agradeço aos céus por isso. Acho que realmente influencia o ânimo das pessoas. Mas apesar do clima bom, eu estava tenso por dentro, e às vezes acabava sendo um pouco nervoso com a equipe (estava era cobrando a mim mesmo nestes momentos, e me xingando pela falta de planejamento e preparo).
Descemos, nos acomodamos lá na garagem. Fizemos uma roda, eu e os atores (estavam todos, menos a Adriani, que faz a vizinha patricinha). Ficamos um tempo relaxando, falando besteira e contando causos, piadas... aquilo era muito bom. Senti, naquele momento, mais uma vez, o carinho que tenho por todos eles, e a gratidão que sinto por terem abraçado o projeto, entregues a ele sem cachê. Se transformaram nos personagens do roteiro, adicionando suas próprias nuances, e isso é muito valioso, não tem preço. Foi um momento muito especial, que guardarei com muito carinho. Tentávamos fazer uma nova leitura do roteiro, mas acabávamos fazendo piadas e caíamos na gargalhada. Eram (são) muito divertidos: Lucas, Vinicius, Luiza, Alaissa, Juliano, o Victor... e a Adri também, que chegou depois. Um time bem-humorado, carismático, com uma boa energia e empatia. Os dois "núcleos" do curta, bar e jantar, têm elencos muito especiais. E diferentes. O grupo do Bar é mais misto, em relação à idade e ao estilo, à pegada (acho que essa mescla torna o aspecto "social", a vivência e o contraste de gerações e rumos a serem seguidos o cerne do grupo - em relação à história). Já o Jantar, a galera é toda dos vinte e poucos anos, alguns pensam parecido, têm muita idéia para trocar e se identificam uns com os outros, de uma forma ou de outra. Eu mesmo me identifico com eles, e com seus personagens. Alguns, inclusive, viveram recentemente coisas parecidas com o que os personagens estão vivendo naquela ação do roteiro (isso inclue a minha pessoa).
Mas voltando: fizemos alguns aquecimentos, e começamos o último ensaio antes de gravar. A coisa seguia de modo divertido. Muitas risadas. Acho muito importante se divertir quando se trabalha, especialmente assim, logo antes de gravar, para dar aquela relaxada. Logo veio a maquiadora nova, a Paty. Mulher do Igor, que fez a maquiagem de efeitos no Bar, ela nos savou desta vez, e maquiou e fez os cabelos de todos neste fim de semana. Ela começou a maquiar alguns que já iam gravar, o preparador, Will Damas, chegou, deixei os atores com ele e fui ajeitar os últimos detalhes para começar a gravar. Estava na hora.
Postado por Will Pereira às 16:50 Nenhum comentário:
## quarta-feira, 29 de outubro de 2008
### Round 2
Fim de semana que vem gravamos a segunda metade do curta. Após algumas reuniões de pontos bons e ruins do último fim de semana, estamos confiantes e ralando pra garantir diárias cada vez melhores. Já corro atrás de elementos de arte, cenário... um pouco de tudo. E listando os planos a serem gravados, com aquela "podada" básica, já, porque já vi bem como é a coisa.
Durante esta semana estive dando uma certa descansada. Querendo ou não, filmagens nos desgastam (foram dois dias quase ininterruptos de gravação, produção, desprodução, etc...). Nunca fui de reclamar muito de cansaço, mas é penoso. Porém, vale a pena. Quando você vê, a coisa tomou proporções gigantes e envolve um monte de gente, e isso é que é mais divertido e prazeroso: o coletivo. Aos leigos, aviso o que professores e diretores me passaram, em aulas e em programas de TV: cinema é trabalho em equipe. É convivência. Se você não gosta de trabalhar com outras pessoas, faça quadros (natureza morta) ou esculturas.
E o aprendizado que vem com esta convivência é a melhor coisa, independente do resultado. Uma coisa é o "durante": é mágico, é fugaz, ágil, passa rápido porém tem lá tudo concentrado, meses de planejamento e divagações e criação, e quando se registra os planos, os quadros, todo cuidado é pouco: você tem que pintar o quadro todo naquelas horas, não pode corrigir no dia seguinte. Todos têm de estar entrosados.
Tenho pensado muito sobre isso. E também sobre referências artísticas. Passei muitos filmes para a equipe e para o elenco se basear - fotografia, arte, figurino, atuação -, e é algo pertinente no meu modo de trabalhar. Só pra citar algumas referências estéticas (luz, arte): A Comilança de Marco Ferreri, O Jantar e Feios, Sujos e Malvados, de Ettore Scola, Uma Mulher Sob Influência, do Cassavetes, Os Bons Companheiros, Mean Streets, After Hours, Touro Indomável, Os Infiltrados, de Martin Scorsese, Quando explode a vingança, Era uma vez na América, Era uma vez no Oeste, de Sergio Leone, A Doce Vida, Noites de Cabíria, de Fellini, São Paulo S/A, de Luis Sergio Person, O Bandido da Luz Vermelha, do Sganzerla, e dá-lhe Bertolucci, Sergei Eisenstein, Fernando Meirelles, Anjos da Noite, Carlos Gerbase, Fátima Toledo, Lucrecia Martel, Almodóvar, Taranino, Rodriguez, os cantores Paul Anka, Robeto Carlos, Tony Manero, Fábio Júnior, James Caan em O Poderoso Chefão, Liv Tyler em Beleza Roubada, a Adriana de Rocky, um Lutador, os bandidos de Snatch de Guy Ritchie, os bandidos de Cidade de Deus, Peter Parker, e Bill Murray, e Faça a Coisa Certa, de Spike Lee, e O Cheiro do Ralo, e músicas italianas de Rita Pavone, e Pepino DiCapri, a jovem guarda, o jazz brookliniano de Louie Prima, a música estonteante da Motown, do creoule, do spirituals, Cab Calloway, o hip hop, o samba, o espírito paulistano, a malandragem de nossa cidade, o caos madrugador e acolhedor e contrastante deste lugar onde vivemos... onde tudo borbulha, exagera, mistura, cativa, enoja, misteriza... minha família, a família dos outros, meus grandes amigos de infância, minha descendência, minhas aspirações, minhas brigas, minhas ex-namoradas, minhas festas, colegas, espaços, conflitos e lugares por que passei e vi outros passarem (como meu pai, ou algum ex-chefe, ou algum dono de bar, ou alguma garota que vi passar e nunca mais pensei), viagens, experiências... enfim. Nosso inventário é imenso, e eu tinha (tenho) uma série delas pra expor por aí, esta é a maneira que encontro no momento pra pôr pra fora: um filme. Um filme curto, mas certeiro: pra te acertar no meio da testa em poucos minutos. Ou no estômago. Ou no coração. Tanto faz.
Durante esta semana estive dando uma certa descansada. Querendo ou não, filmagens nos desgastam (foram dois dias quase ininterruptos de gravação, produção, desprodução, etc...). Nunca fui de reclamar muito de cansaço, mas é penoso. Porém, vale a pena. Quando você vê, a coisa tomou proporções gigantes e envolve um monte de gente, e isso é que é mais divertido e prazeroso: o coletivo. Aos leigos, aviso o que professores e diretores me passaram, em aulas e em programas de TV: cinema é trabalho em equipe. É convivência. Se você não gosta de trabalhar com outras pessoas, faça quadros (natureza morta) ou esculturas.
E o aprendizado que vem com esta convivência é a melhor coisa, independente do resultado. Uma coisa é o "durante": é mágico, é fugaz, ágil, passa rápido porém tem lá tudo concentrado, meses de planejamento e divagações e criação, e quando se registra os planos, os quadros, todo cuidado é pouco: você tem que pintar o quadro todo naquelas horas, não pode corrigir no dia seguinte. Todos têm de estar entrosados.
Tenho pensado muito sobre isso. E também sobre referências artísticas. Passei muitos filmes para a equipe e para o elenco se basear - fotografia, arte, figurino, atuação -, e é algo pertinente no meu modo de trabalhar. Só pra citar algumas referências estéticas (luz, arte): A Comilança de Marco Ferreri, O Jantar e Feios, Sujos e Malvados, de Ettore Scola, Uma Mulher Sob Influência, do Cassavetes, Os Bons Companheiros, Mean Streets, After Hours, Touro Indomável, Os Infiltrados, de Martin Scorsese, Quando explode a vingança, Era uma vez na América, Era uma vez no Oeste, de Sergio Leone, A Doce Vida, Noites de Cabíria, de Fellini, São Paulo S/A, de Luis Sergio Person, O Bandido da Luz Vermelha, do Sganzerla, e dá-lhe Bertolucci, Sergei Eisenstein, Fernando Meirelles, Anjos da Noite, Carlos Gerbase, Fátima Toledo, Lucrecia Martel, Almodóvar, Taranino, Rodriguez, os cantores Paul Anka, Robeto Carlos, Tony Manero, Fábio Júnior, James Caan em O Poderoso Chefão, Liv Tyler em Beleza Roubada, a Adriana de Rocky, um Lutador, os bandidos de Snatch de Guy Ritchie, os bandidos de Cidade de Deus, Peter Parker, e Bill Murray, e Faça a Coisa Certa, de Spike Lee, e O Cheiro do Ralo, e músicas italianas de Rita Pavone, e Pepino DiCapri, a jovem guarda, o jazz brookliniano de Louie Prima, a música estonteante da Motown, do creoule, do spirituals, Cab Calloway, o hip hop, o samba, o espírito paulistano, a malandragem de nossa cidade, o caos madrugador e acolhedor e contrastante deste lugar onde vivemos... onde tudo borbulha, exagera, mistura, cativa, enoja, misteriza... minha família, a família dos outros, meus grandes amigos de infância, minha descendência, minhas aspirações, minhas brigas, minhas ex-namoradas, minhas festas, colegas, espaços, conflitos e lugares por que passei e vi outros passarem (como meu pai, ou algum ex-chefe, ou algum dono de bar, ou alguma garota que vi passar e nunca mais pensei), viagens, experiências... enfim. Nosso inventário é imenso, e eu tinha (tenho) uma série delas pra expor por aí, esta é a maneira que encontro no momento pra pôr pra fora: um filme. Um filme curto, mas certeiro: pra te acertar no meio da testa em poucos minutos. Ou no estômago. Ou no coração. Tanto faz.
Postado por Will Pereira às 22:29 Um comentário:
## segunda-feira, 27 de outubro de 2008
### O Assalto de Sábado à Noite (e de tarde, e domingo, e madrugada adentro...)
Boa noite a todos!
Esperava ter feito mais um "ensaio" na sexta-feira antes de começar a correria toda, mas ficou impossível, pois as coisas começaram a acontecer e o tempo apertou e entramos em ritmo de não poder mais parar para pensar, e fazer acontecer.
Sexta pegamos os equipamentos na ELCV e nas locadoras com as quais firmamos parceria, e não era pouca coisa. Minha sala ficou totalmente atulhada de equipamento. Temos até que uma quantidade boa de opções para luz e para som, mais do que eu imaginava ser necessário para "O Jantar". A câmera me deixa bastante satisfeito, assim como ao Daniel (fotógrafo) e os demais membros da equipe. Estamos gravando em cartão de memória, com 8GB e 16GB, o que nos garante despreocupação com pausas para troca de fita e a possibilidade de fazer alguns backups a mais em HD's externos.
Já cansado na sexta à noite, não pude rever os planos com atenção e eliminar alguns como tinha prometido à equipe. Resolvi descansar, coisa que pude fazer até que bem, de sexta pra sábado. De manhã, uma parte da equipe foi pegar o que faltava de equipamento de som e câmera, e íamos nos comunicando por telefone e e-mail. Chegaram numa caravana que já trazia dois atores, o Victor (Mau, o personagem principal) e Stephanie (a Mulher do Violão), que eu só havia falado por telefone (explicando: esta moça corajosa encarnou um papel - menorzinho, é verdade, mas fundamental - no último momento, para nos salvar de um imprevisto que ocorrera com outra atriz, e veio para ensaiar somente no dia, antes de gravarmos!).
Já com boa parte da equipe, almoçamos e fomos carregando os carros com equipamento, para levá-los à locação, o bar, que era próximo e fechava por volta das 15 horas (para nossa sorte!).
Eu, a Teresa (minha assistente) e o Daniel revíamos, às pressas, os planos do dia, tentando eliminar o que pudéssemos, pois minha decupagem apresentava ainda uns 50 planos para serem feitos em dois dias (inviável, é óbvio). Definidos os fundamentais, fomos levar tudo pra lá. Objetos de cena, e tudo mais.
O dia estava extremamente quente (clima de verão, solzão) e isso vi como um ponto positivo, uma por causa da ação da história, que se passa num dia muito quente em São Paulo, e também porque vejo algo muito positivo neste tipo de clima para se trabalhar. Acho que a equipe fica mais empolgada com sol, apesar do calor.
Os atores foram chegando para ensaiarem na minha casa, com o preparador de atores, o Wil Damas. Eles tocavam o ensaio enquanto organizávamos luzes e cenários. Montei o cenário junto com a Renata, enquanto a Carmen (apelido da Maria do Carmo) cuidava dos figurinos, lá no ensaio.
Senti a tensão (e também a excitação) da equipe de luz - Daniel, Wesley e Tião, da elétrica - montando a parafernália e tentando agilizar aquela que é a parte mais pesada e mais demorada. Eu dava uma ajudada em todos os setores (mais no cenário), vira e mexe fazendo o making of junto com o Leo, que já ajustava seu equipamento de som. Mais tarde teríamos a presença de ninguém menos que Rodrigo Perillo no set, sendo o assistente do Leo (e garantindo algumas boas risadas, é claro!).
A tarde foi caindo e logo já era hora de começar. Começamos um pouco atrasados, mas isso parece que é sempre inevitável em cinema. Há muitos imprevistos. O clima era bom, apesar da correria. Mas eu estava bastante tenso, preocupado para que tudo corresse bem. Começamos não me lembro que horas a gravar. No início, as coisas parece que custam a acontecer, se arrastam um pouco. É normal. Até pegar o ritmo é assim. Mas logo comecei a ver que não haveria tempo para fazer toda a decupagem original: cortamos dezenas de planos que, enfim, nem eram cruciais. Eu acho que o crucial, com uma exceção ou outra, foi feito. Mas a situação era preocupante: ter tempo pelo menos de gravar os planos do segmento “bar” que fechassem a história, caso contrário, tudo seria em vão. Em certo momento me senti meio megalomaníaco querendo gravar todos aqueles planos, alguns ultra-difíceis, em dois dias. Fui aconselhado pelo Daniel e a Teresa a cortar e deixar o essencial. Foi o que fizemos.
As gravações se estenderam até o meio da madrugada, e todos – elenco, equipe técnica – já estavam só o pó, eu mesmo não raciocinava mais direito. Foi hora de parar. Arrumar um jeito de todos chegarem em casa pra descansar, e no dia seguinte repensar as cenas, de cabeça um pouco mais fresca. Os planos estavam ficando bons, isso é verdade. Os atores tinham ensaiado bem, tinham a ação toda fluindo bem. O Will Damas fez um trabalho espetacular. Note bem: atores de teatro, todos eles. Atuando, a maioria, pela primeira vez para vídeo (ou cinema). Mas o pessoal estava desgastado, um tanto estressado. Isso acontece. Eu, por exemplo, em alguns momentos fiquei muito estressado, cheguei a explodir uma vez, e isso é algo que estou aprendendo a controlar: ter frieza em certos momentos, e não deixar o emocional se sobrepor sobre o racional.
Fui dormir acho que lá pras 6 da manhã, não me lembro. Dei uma descansada de algumas horas e já levantei. Tião, eletricista, já estava de pé. Ficamos conversando sobre os mais variados temas. Preferi abstrair. Respirar, falar de coisas alheias ao filme.
Depois do bate-papo, telefones tocando, assuntos pra serem resolvidos. Sentei no computador, nem quis olhar as ordens do dia e seqüências de planos que tínhamos feito. O básico estava na cabeça. Uma coisa meio glauberiana: já se sabe a “base” sólida planejada, então é hora de pegar tudo, amassar e jogar fora. Fazer o novo. Escrevi rapidamente, em cinco minutos, todos os planos que eu achava essenciais de se fazer, de impulso. O que montava a história que eu tinha na cabeça já há meses. Imprimi, e era isso. Toca pra locação.
Dia de eleição. Ao lado do bar que nos serviu de locação, dois colégios, zonas eleitorais. Já contávamos com isso, claro. Clima de eleição, muita gente caminhando, muitos carros parados nas ruas lá perto. Sol. Senti uma vibração boa nisso tudo. O pessoal ia chegando, comentando às vezes sobre política, pelo menos um pouco mais descansados agora. Começamos a falar sobre os planos essenciais. Fechamos a pequena lista: se resumiram a 14, pra fazermos até meia-noite.
Após um pequeno atraso, começamos a gravar no Domingo, às 18 horas. Tudo correu bem, e de uma maneira melhor, a meu ver, que o dia anterior: já estávamos mais calejados, mais ágeis. Nota: neste dia foi o Fabrício, da ELCV, quem nos ajudou na assistência de som. E lembrando também do Igor, que foi chamado meio que na última hora, e fez a maquiagem de efeitos e efeitos especiais nos dois dias. A coisa fluiu, a maioria dos planos saiu como imaginávamos. Só no final, que novamente o tempo apertou, foi chegando a meia-noite e faltavam uns 3, 4 pra gravar. Tensão.
Num dos últimos, já sentia aquela empolgação, uma euforia no ar de coisa que está prestes a se consumar, se realizar. Este era um plano complexo, com todos atores num longo plano seqüência, visto de cima (plongé), com troca de tiros, pancadaria, efeitos especiais (sangue do tiro), e a fuga de um dos bandidos pela porta do bar. Eis que numa destas tentativas, quando ele levanta a porta de ferro e escapa correndo pra rua, lá fora está a maior euforia, carros de bombeiro descendo a avenida a toda, sirenes ligadas, criando um certo elo dramático com a situação da história que só posso considerar pura sorte. Era como se a situação alarmante do estopim do assalto encontrasse eco no caos que ocorria, de verdade, nas ruas naquele momento. Vibramos.
Finalizamos o último plano que tinha todos os atores. Alguns membros foram liberados, faltando somente o último plano, o da “discoteca”, em que o personagem Quedinha, um dos bandidos, imagina-se dançando sob um globo de luz dos anos 70, enquanto lembra toda a história da black music, que conta para os reféns do bar. Confesso que foi um momento especial, também. A luz criada pelos caras ficou sensacional, de verdade. Aquele bar virou uma discoteca com cores ótimas, movimento, energia, fechando com chave de ouro a diária.
Houveram falhas, atrasos, imperfeições, mas o esforço todo compensou, creio eu. Todos estavam mortos, caindo em pé. Mas era hora de desproduzir tudo, pois o bar iria abrir às 6 da manhã na segunda-feira. O dono do bar chegou, e todos (incluindo os atores) nos ajudaram a limpar, juntar, varrer, ensacar, reorganizar tudo no ambiente grande que incluía o bar, a cozinha, o depósito e dois banheiros.
Levamos o pessoal pra casa, voltamos, eu, o Tião e o Daniel dormimos poucas horas e já levantamos pra irmos devolver os equipamentos alugados e os da ELCV. Voltando, eu tinha trabalho atrasado para entregar, e não pude nem descansar ainda direito. Mas valeu a pena.
Quero fazer uma menção especial também aos meus pais, que deram a força fundamental pra que tudo funcionasse. Realmente, sem eles, as coisas não teriam dado certo. Foram verdadeiros produtores, assim como alguns atores, e o dono do bar, o Adílson. Os agradecimentos mais do que especiais vão a eles.
Porém, nem tudo é festa ainda. Faltam uns 60% do curta para serem grados Sábado, Domingo e segunda-feira que vem. Espero corrigir algumas falhas em meu trabalho, e organizar o set melhor desta vez, além de ser realista em relação ao pouco tempo que temos pra criar.
Durante a semana, com reuniões, ensaios e produção intensa, posto mais por aqui.
Beijos e abraços
Will
Esperava ter feito mais um "ensaio" na sexta-feira antes de começar a correria toda, mas ficou impossível, pois as coisas começaram a acontecer e o tempo apertou e entramos em ritmo de não poder mais parar para pensar, e fazer acontecer.
Sexta pegamos os equipamentos na ELCV e nas locadoras com as quais firmamos parceria, e não era pouca coisa. Minha sala ficou totalmente atulhada de equipamento. Temos até que uma quantidade boa de opções para luz e para som, mais do que eu imaginava ser necessário para "O Jantar". A câmera me deixa bastante satisfeito, assim como ao Daniel (fotógrafo) e os demais membros da equipe. Estamos gravando em cartão de memória, com 8GB e 16GB, o que nos garante despreocupação com pausas para troca de fita e a possibilidade de fazer alguns backups a mais em HD's externos.
Já cansado na sexta à noite, não pude rever os planos com atenção e eliminar alguns como tinha prometido à equipe. Resolvi descansar, coisa que pude fazer até que bem, de sexta pra sábado. De manhã, uma parte da equipe foi pegar o que faltava de equipamento de som e câmera, e íamos nos comunicando por telefone e e-mail. Chegaram numa caravana que já trazia dois atores, o Victor (Mau, o personagem principal) e Stephanie (a Mulher do Violão), que eu só havia falado por telefone (explicando: esta moça corajosa encarnou um papel - menorzinho, é verdade, mas fundamental - no último momento, para nos salvar de um imprevisto que ocorrera com outra atriz, e veio para ensaiar somente no dia, antes de gravarmos!).
Já com boa parte da equipe, almoçamos e fomos carregando os carros com equipamento, para levá-los à locação, o bar, que era próximo e fechava por volta das 15 horas (para nossa sorte!).
Eu, a Teresa (minha assistente) e o Daniel revíamos, às pressas, os planos do dia, tentando eliminar o que pudéssemos, pois minha decupagem apresentava ainda uns 50 planos para serem feitos em dois dias (inviável, é óbvio). Definidos os fundamentais, fomos levar tudo pra lá. Objetos de cena, e tudo mais.
O dia estava extremamente quente (clima de verão, solzão) e isso vi como um ponto positivo, uma por causa da ação da história, que se passa num dia muito quente em São Paulo, e também porque vejo algo muito positivo neste tipo de clima para se trabalhar. Acho que a equipe fica mais empolgada com sol, apesar do calor.
Os atores foram chegando para ensaiarem na minha casa, com o preparador de atores, o Wil Damas. Eles tocavam o ensaio enquanto organizávamos luzes e cenários. Montei o cenário junto com a Renata, enquanto a Carmen (apelido da Maria do Carmo) cuidava dos figurinos, lá no ensaio.
Senti a tensão (e também a excitação) da equipe de luz - Daniel, Wesley e Tião, da elétrica - montando a parafernália e tentando agilizar aquela que é a parte mais pesada e mais demorada. Eu dava uma ajudada em todos os setores (mais no cenário), vira e mexe fazendo o making of junto com o Leo, que já ajustava seu equipamento de som. Mais tarde teríamos a presença de ninguém menos que Rodrigo Perillo no set, sendo o assistente do Leo (e garantindo algumas boas risadas, é claro!).
A tarde foi caindo e logo já era hora de começar. Começamos um pouco atrasados, mas isso parece que é sempre inevitável em cinema. Há muitos imprevistos. O clima era bom, apesar da correria. Mas eu estava bastante tenso, preocupado para que tudo corresse bem. Começamos não me lembro que horas a gravar. No início, as coisas parece que custam a acontecer, se arrastam um pouco. É normal. Até pegar o ritmo é assim. Mas logo comecei a ver que não haveria tempo para fazer toda a decupagem original: cortamos dezenas de planos que, enfim, nem eram cruciais. Eu acho que o crucial, com uma exceção ou outra, foi feito. Mas a situação era preocupante: ter tempo pelo menos de gravar os planos do segmento “bar” que fechassem a história, caso contrário, tudo seria em vão. Em certo momento me senti meio megalomaníaco querendo gravar todos aqueles planos, alguns ultra-difíceis, em dois dias. Fui aconselhado pelo Daniel e a Teresa a cortar e deixar o essencial. Foi o que fizemos.
As gravações se estenderam até o meio da madrugada, e todos – elenco, equipe técnica – já estavam só o pó, eu mesmo não raciocinava mais direito. Foi hora de parar. Arrumar um jeito de todos chegarem em casa pra descansar, e no dia seguinte repensar as cenas, de cabeça um pouco mais fresca. Os planos estavam ficando bons, isso é verdade. Os atores tinham ensaiado bem, tinham a ação toda fluindo bem. O Will Damas fez um trabalho espetacular. Note bem: atores de teatro, todos eles. Atuando, a maioria, pela primeira vez para vídeo (ou cinema). Mas o pessoal estava desgastado, um tanto estressado. Isso acontece. Eu, por exemplo, em alguns momentos fiquei muito estressado, cheguei a explodir uma vez, e isso é algo que estou aprendendo a controlar: ter frieza em certos momentos, e não deixar o emocional se sobrepor sobre o racional.
Fui dormir acho que lá pras 6 da manhã, não me lembro. Dei uma descansada de algumas horas e já levantei. Tião, eletricista, já estava de pé. Ficamos conversando sobre os mais variados temas. Preferi abstrair. Respirar, falar de coisas alheias ao filme.
Depois do bate-papo, telefones tocando, assuntos pra serem resolvidos. Sentei no computador, nem quis olhar as ordens do dia e seqüências de planos que tínhamos feito. O básico estava na cabeça. Uma coisa meio glauberiana: já se sabe a “base” sólida planejada, então é hora de pegar tudo, amassar e jogar fora. Fazer o novo. Escrevi rapidamente, em cinco minutos, todos os planos que eu achava essenciais de se fazer, de impulso. O que montava a história que eu tinha na cabeça já há meses. Imprimi, e era isso. Toca pra locação.
Dia de eleição. Ao lado do bar que nos serviu de locação, dois colégios, zonas eleitorais. Já contávamos com isso, claro. Clima de eleição, muita gente caminhando, muitos carros parados nas ruas lá perto. Sol. Senti uma vibração boa nisso tudo. O pessoal ia chegando, comentando às vezes sobre política, pelo menos um pouco mais descansados agora. Começamos a falar sobre os planos essenciais. Fechamos a pequena lista: se resumiram a 14, pra fazermos até meia-noite.
Após um pequeno atraso, começamos a gravar no Domingo, às 18 horas. Tudo correu bem, e de uma maneira melhor, a meu ver, que o dia anterior: já estávamos mais calejados, mais ágeis. Nota: neste dia foi o Fabrício, da ELCV, quem nos ajudou na assistência de som. E lembrando também do Igor, que foi chamado meio que na última hora, e fez a maquiagem de efeitos e efeitos especiais nos dois dias. A coisa fluiu, a maioria dos planos saiu como imaginávamos. Só no final, que novamente o tempo apertou, foi chegando a meia-noite e faltavam uns 3, 4 pra gravar. Tensão.
Num dos últimos, já sentia aquela empolgação, uma euforia no ar de coisa que está prestes a se consumar, se realizar. Este era um plano complexo, com todos atores num longo plano seqüência, visto de cima (plongé), com troca de tiros, pancadaria, efeitos especiais (sangue do tiro), e a fuga de um dos bandidos pela porta do bar. Eis que numa destas tentativas, quando ele levanta a porta de ferro e escapa correndo pra rua, lá fora está a maior euforia, carros de bombeiro descendo a avenida a toda, sirenes ligadas, criando um certo elo dramático com a situação da história que só posso considerar pura sorte. Era como se a situação alarmante do estopim do assalto encontrasse eco no caos que ocorria, de verdade, nas ruas naquele momento. Vibramos.
Finalizamos o último plano que tinha todos os atores. Alguns membros foram liberados, faltando somente o último plano, o da “discoteca”, em que o personagem Quedinha, um dos bandidos, imagina-se dançando sob um globo de luz dos anos 70, enquanto lembra toda a história da black music, que conta para os reféns do bar. Confesso que foi um momento especial, também. A luz criada pelos caras ficou sensacional, de verdade. Aquele bar virou uma discoteca com cores ótimas, movimento, energia, fechando com chave de ouro a diária.
Houveram falhas, atrasos, imperfeições, mas o esforço todo compensou, creio eu. Todos estavam mortos, caindo em pé. Mas era hora de desproduzir tudo, pois o bar iria abrir às 6 da manhã na segunda-feira. O dono do bar chegou, e todos (incluindo os atores) nos ajudaram a limpar, juntar, varrer, ensacar, reorganizar tudo no ambiente grande que incluía o bar, a cozinha, o depósito e dois banheiros.
Levamos o pessoal pra casa, voltamos, eu, o Tião e o Daniel dormimos poucas horas e já levantamos pra irmos devolver os equipamentos alugados e os da ELCV. Voltando, eu tinha trabalho atrasado para entregar, e não pude nem descansar ainda direito. Mas valeu a pena.
Quero fazer uma menção especial também aos meus pais, que deram a força fundamental pra que tudo funcionasse. Realmente, sem eles, as coisas não teriam dado certo. Foram verdadeiros produtores, assim como alguns atores, e o dono do bar, o Adílson. Os agradecimentos mais do que especiais vão a eles.
Porém, nem tudo é festa ainda. Faltam uns 60% do curta para serem grados Sábado, Domingo e segunda-feira que vem. Espero corrigir algumas falhas em meu trabalho, e organizar o set melhor desta vez, além de ser realista em relação ao pouco tempo que temos pra criar.
Durante a semana, com reuniões, ensaios e produção intensa, posto mais por aqui.
Beijos e abraços
Will
Postado por Will Pereira às 20:46 Um comentário:
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2019-01-19T00:15:54Z
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Em postagem no dia 24 passado, este Blog anunciou: Afinal, saiu a nomeação de Clóvis Ramos Lima para o cargo de diretor da 2ª Diretoria Regional de Educação (Direc), indicação do deputado federal Colbert Martins Filho (PMDB). Substitui a Lindinalva Maria da Silva Cedraz. Está no “Diário Oficial do Estado”, edição deste sábado, 24, e domingo, 25.
Não é que saiu a informação de que o professor recusou o cargo, depois de nomeado. Quem é o autor da desfeita? Ele próprio? Por que não recusou a indicação antes do ato oficial? Agora, o constrangimento está criado. É a luta intestina entre os partidos aliados ao governo Jaques Wagner. Pelo que se tem informação, o advogado Moura Pinho poderá assumir o cargo. A responsabilidade da indicação continua sendo de Colbert Filho.
## quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
### Cartucho queimado
Em postagem no dia 24 passado, este Blog anunciou: Afinal, saiu a nomeação de Clóvis Ramos Lima para o cargo de diretor da 2ª Diretoria Regional de Educação (Direc), indicação do deputado federal Colbert Martins Filho (PMDB). Substitui a Lindinalva Maria da Silva Cedraz. Está no “Diário Oficial do Estado”, edição deste sábado, 24, e domingo, 25.
### “Não há país igual aos Estados Unidos”
“Pode soar tolo ou cafona dizer isso, mas os EUA são um grande país. Não há outro igual no mundo. Minha família prosperou nos Estados Unidos. E eu, que nasci no Afeganistão, estudei em Harvard, com bolsas do governo. Os americanos são tolerantes e valorizam a diversidade. E algo que eu valorizo muito no país é a liberdade que eu tenho de critíca-lo”.
Essa foi a resposta da escritora afegã Masuda Sultan, autora de “Minha Guerra Particular”, lançado no Brasil pela Nova Fronteira, em entrevista para a revista “Veja” (edição desta semana). A questão foi: Quais os seus sentimentos em relação aos Estados Unidos?
Como se sabe, os americanos invadiram o país muçulmano e decretou a queda do Talibã.
### Projeto de Colbert
O deputado federal Colbert Martins Filho (PMDB) entrou na Câmara dos Deputados com projeto de lei para denominar o viaduto da rodovia BR-324, nas imediações do Clube de Campo Cajueiro, de Engenheiro Civil J. J. Lopes de Brito. Atualmente, o equipamento é denominado pelo Governo Municipal de Portal do Sertão.
### Adilson Simas relança livro sobre Fluminense de Feira
A nova edição terá patrocínio da Fundação Senhor dos Passos, através do Núcleo de Preservação da Memória de Feira. A publicação está em fase de revisão e captação de recursos para ser editado.
O livro original foi lançado em 1973, na inauguração da Galeria Carmac, durante as comemorações do então centenário de Feira de Santana.
### Alívio
Deu no “Raio Laser”, da “Tribuna da Bahia”, edição desta quarta-feira, 28:
“Depois das sessões do YouTube e do Kibeloko, nada melhor do que Valmir Assunção dar um refresco defendendo invasões pelo MST”.
O “nada melhor” colocado deve ser ironia da coluna.
### Previsão orçamentária de Feira foi atingida
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A previsão orçamentária de Feira de Santana para 2006 foi superada em 3,3%. O previsto era a receita de R$ 287.534.235, mas os resultados chegaram a R$ 297.020.382. Os números foram apresentados na tarde desta quarta-feira, 28, pelos secretários da Fazenda Joaquim Bahia e de Planejamento Carlos Brito, em audiência pública realizada na Câmara Municipal.
A Lei de Responsabilidade Fiscal prevê que as contas do Executivo sejam apresentadas a cada quatro meses ao Legislativo - através da Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização, que é presidida por Antônio Carlos Coelho, e à comunidade. No ano passado, os secretários foram à Câmara em maio, setembro. Nesta quarta, a apresentação foi relativa ao terceiro quadrimestre de 2006. Joaquim Bahia destacou a importância da audiência, “porque foi apresentado o fechamento do exercício financeiro da Prefeitura”.
Ele analisou que os resultados do orçamento do Município atingiram as metas porque é elaborado com base na previsão real de receita. “Tudo é feito com base na realidade, com os pés no chão. Por isso que as metas são atingidas”, considerou. As metas orçamentárias de Feira de Santana nos últimos quatro anos estão sendo atingidas, como destacou.
Joaquim Bahia afirmou que as contas estão equilibradas porque o Governo Municipal não gasta mais do que arrecada. “A nossa política é essa, mais o cuidado para que as dívidas sejam pagas dentro dos prazos estabelecidos”, disse.
Os números relativos ao orçamento de 2006 foram projetados em junho de 2005. “Daí a importância se avaliar o nível de acerto”, afirmou Carlos Brito. “São poucas prefeituras que chegam a este índice. Isso acontece porque adotamos a realidade como ferramenta de trabalho. Não mandamos para a Câmara uma peça de ficção, como ficou provado, mas um orçamento que foi elaborado com todos os critérios técnicos. Por isso que dá certo”, afirmou.
Foi apresentado que a receita tributária prevista foi superada em 7% e que as transferências de capital chegaram apenas à metade. Os secretários explicaram que alguns repasses previstos pelo Governo Federal, como o que seria destinado à habitação, não foram efetuados. Daí a diferença.
No ano passado, o Município destinou 49,5% das suas receitas para o pagamento de pessoal, e destinou 2,81 pontos percentuais a mais para a educação (o previsto constitucionalmente é 25%) e 3,46 pontos percentuais a mais para a saúde (o exigido é 15%). Os repasses a mais, disse Joaquim Bahia, “representam a preocupação do Governo Municipal em oferecer à comunidade assistência à saúde de qualidade, bem como uma educação que atende aos anseios dos feirenses”.
### Mais discussão sobre Conselho Municipal de Cultura
Nesta quinta-feira, dia 1º de março, às 18 horas, no Centro de Cultura Maestro Miro, acontece mais um encontro com artistas dos segmentos culturais de Feira de Santana. O propósito é continuar as discussões sobre a formatação do Conselho Municipal de Cultura. Nesta reunião, depois de encontros setorizados, deverão ser apresentados pelos segmentos envolvidos os nomes - titular e suplente - para a composição do órgão consultivo.
A reunião será conduzida pelo secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Maurício Carvalho, e o diretor-presidente da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa, Augusto César Orrico. O Conselho Municipal de Cultura foi criado em 1991, e teve alteração em 1993, devendo agora sofrer nova adequação à realidade atual.
## terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
### Consideração
Como está postado no seu blog, sobre o "Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros", Reinaldo Azevedo considera que "está comprovado de que se trata de uma balela a suposição de que a violência tem origem social, motivada pela pobreza, pelo baixo crescimento econômico ou seja que lá que explicação as esquerdas pretendam dar; - Está comprovado que uma das causas da violência é a falta de Estado. Vejam lá. As cidades mais violentas ou estão em áreas de fronteira - na divisa com outros países - ou são fronteiras econômicas. Sabem o que isso significa? Que a responsabilidade é federal. A quem cabe vigiar essas regiões? À Polícia Federal. Esses crimes nada têm de “social”: ou estão ligados ao tráfico de drogas e de armas ou à pistolagem".
### Feira de Santana fora do mapa da violência
Considerada por muitos como uma cidade violenta, Feira de Santana não está contida no “Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros”, publicado pela Organização dos Estados Ibero-Americanos Para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).
Na verdade, este município aparece no item “Óbitos Por Acidentes de Trânsito”, em 223º lugar, com número médio de 25,3, melhor colocado na Bahia que Salvador (23º), Vitória da Conquista (38º), Itabuna (67º), Juazeiro (121º), Porto Seguro (173º), Ilhéus (182º) e Teixeira de Freitas (197º).
No item “Homicídios”, Feira não está entre os 10% (556) municípios brasileiros com maiores taxas médias (em 100 mil habitantes) na população total, período de 2002-2004. Na Bahia, estão incluídas as cidades: Juazeiro, Itabuna, Simões Filho, Vitória da Conquista, Porto Seguro, Camaçari, Catu e Eunápolis, entre outras.
Feira de Santana também não está entre os 556 municípios no item “Mortes Por Arma de Fogo”. No Estado, cidades como Juazeiro, Simões Filho, Camaçari, Itabuna, Salvador, Catu, Candeias, Ilhéus, Teixeira de Freitas, Vitória da Conquista e Eunápolis, entre outras.
### Estudo revela que 10% dos municípios concentram 71,8% do homicídios
Os óbitos por homicídios no Brasil concentram-se em 556 cidades, o que representa 10% do total de municípios do país. Dos 48.345 óbitos por esta causa, ocorridos em 2004, 34.712 foram registrados nessas cidades. Elaborado com base nos dados do Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, o livro “Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros”, publicação da Organização dos Estados Ibero-Americanos Para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), revela dados como esses.
O estudo revela, ainda, que as mortes violentas vêm ocorrendo, com mais intensidade, nos municípios do interior do país, em especial no Centro-Oeste. Das 10 cidades com as maiores taxas de mortalidade por homicídio, seis encontram-se no Centro-Oeste. Dessas, quatro estão no Mato Grosso. Também chama a atenção o fato de algumas dessas cidades serem de pequeno porte, contrariando a histórica concentração de mortes por causas violentas em grandes cidades.
Com base nos dados do Ministério da Saúde, o levantamento, realizado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, revela que a maior taxa de mortalidade do país, em 2004, foi a de Colniza, cidade do interior do estado do Mato Grosso, com população de 12,4 mil habitantes. Enquanto que o Brasil registrou, naquele ano, 27,2 homicídios por 100 mil habitantes, em Colniza o registro chegou a 165,3 óbitos por 100 mil habitantes. Em segundo lugar, está outra cidade do Mato Grosso, Juruena, com 137,8 óbitos por 100 mil habitantes entre uma população de 6,2 mil.
Outro tema abordado no livro: mortes por acidentes de trânsito. No período avaliado (1994-2004), constata-se um aumento de 20,8% nos óbitos por esta causa. No entanto, houve queda generalizada nas taxas de mortalidade em todas as faixas etárias, com exceção para a que vai dos 20 aos 30 anos. Assim como nos homicídios, os homens são as principais vítimas dos acidentes de trânsito.
Na avaliação do Ministério da Saúde, publicações como essa são importantes porque fornecem subsídios para a implementação de políticas públicas integradas e intersetoriais de prevenção das violências, promoção da saúde e da cultura de paz.O lançamento do livro “Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros” ocorreu nesta terça-feira, 27, durante coletiva de imprensa, no edifício sede do Ministério da Saúde, em Brasília.
Para conhecer o estudo, basta acessar o site www.oei.org.br.
### Superação em nome da família em "À Procura da Felicidade"
Will Smith e Jaden Smith em “À Procura da Felicidade”
Divulgação
Lançado no circuito nacional no dia 2 de fevereiro, um mês depois “À Procura da Felicidade” chega afinal em Feira de Santana. Nos primeiros três dias nos Estados Unidos, o filme - que é baseado numa história real - rendeu mais de 50 milhões de dólares. No Brasil, nas duas primeiras semanas foi visto por mais de 615 mil pessoas, sendo o terceiro lançamento mais visto este ano no país.
No filme, Chris Gardner (Will Smith) é um pai de família consegue que está enfrentando problemas financeiros. Separado da mulher, precisa sustentar e cuidar do filho de cinco anos. Ele consegue um estágio sem remuneração e espera dias melhores para ele e o filho. Trata-se de um drama pungente que envolve o espectador. Superação em nome da família é o tema do filme, assim como respeito e orgulho.
Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator (Will Smith perdeu para Forest Whitaker, pela sua interpretação em “O Último Rei da Escócia”, ainda inédito nesta cidade). Também recebeu duas indicações ao Globo de Ouro, nas categorias de Melhor Ator - Drama (Will Smith) e Melhor Canção Original (“A Father's Way”). Will Smith já havia sido indicado por “Ali”, em 2001.
Interessante que Jaden Smith, estreando no cinema, é mesmo filho de Will Smith, com a atriz Jada Pinkett Smith. O título original (“The Pursuit of Hapyness”) contém a grafia incorreta da palavra happiness (felicidade), substituindo a letra i por y. Um erro foi intencional, justificado por uma referência a uma cena importante do filme. Outra curiosidade: o verdadeiro Chris Gardner e seu filho são vistos em uma pequena ponta no fim do filme, cruzando o caminho de Will Smith e Jaden Smith.
Também nesta sexta-feira, lançamento nacional de “Motoqueiro Fantasma”. Trata-se de adaptação para o cinema do personagem criado pela Marvel sobre o motociclista Johnny Blaze que, para salvar a vida do pai e da namorada, vende sua alma ao diabo para tornar-se um vigilante solitário que luta contra as injustiças e forças demoníacas. Nicolas Cage faz o personagem título e Peter Fonda o de Mephisto.
Outra novidade é a comédia romântica “Amigas Com Dinheiro”, com Jennifer Aniston, sobre relacionamentos e diferenças sociais. Ainda tem “Turistas”, filme de terror filmado no Brasil, que causou certa polêmica por retratar o país como um lugar violento. A animação “Turma da Mônica em uma Viagem no Tempo”, de Maurício de Sousa, entra em terceira semana.
### Festival Internacional de Artistas de Rua da Bahia começa quinta-feira
Desta quinta-feira, 1º de março, a domingo, 4, a sexta edição do Festival Internacional de Artistas de Rua da Bahia. O evento, que terá início na praça Tomé de Souza (a praça Municipal), no dia 1º, marcará a abertura oficial da programação do aniversário de Salvador. Todos os shows são abertos ao público, gratuitamente. O evento foi viabilizado pelo Governo do Estado, através do Fazcultura, com patrocínio da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). As atividades prosseguem na Ribeira (rua Porto dos Tainheiros e largo da Ribeira), nos dias 2 a 4.
O Festival Internacional de Artistas de Rua da Bahia, que tem direção artística de Bernard M. Snyder e realização da Selma Santos Produções e Eventos, conta ainda com o apoio da Prefeitura Municipal do Salvador, através da Fundação Gregório de Mattos, além Instituto Cultural Brasil Itália Europa (Icbie).
O festival levará às ruas de Salvador música, mímica, acrobacia, artes plásticas, teatro e dança, realizados por artistas de 11 países e quatro continentes. Como nas edições anteriores, as apresentações acontecem na rua.
Entre as atrações internacionais se destacam o engolidor de espadas Marco Cardona (da Itália), o mímico Saeed Fekri (do Irã), a marionetista Estee Taylor (do Canadá), assim como o bluesman Rocky Lawrence (dos Estados Unidos) e o balafonista Aly Keita (do Mali).
Estarão presentes vários artistas baianos, como os palhaços Amori e Biancorino, a dançarina do ventre Cristiane Pinho e o Grupo Barravento, que toca samba de raiz. O festival ainda conta com participação de artistas de outros estados do Brasil, como a estátua viva Kari Kolorida (Rio Grande do Sul), o poli-instrumentista William Rodrigues (Ceará) e a cantora, musicista e compositora Tetê Espíndola, que apresenta um espetáculo de música, que inclui a participação do público.
A particularidade do Festival de Rua é exatamente essa, o contato estreito e imediato entre os grupos e o público. Muitos dos espetáculos incluem os espectadores no próprio show.
### Quem é
Em postagem anterior, no sábado, 24, na nota “Conta-gota 2”, o questionamento do Blog Demais de quem era Carlos Frederico Rodrigues, nomeado como diretor-geral do Centro Industrial do Subaé (CIS). Agora, o conhecimento. Ele é coronel reformado da Polícia Militar e comandou o 1º Batalhão de Feira de Santana. Mora em Salvador, mas tem laços com esta cidade, pois é casado com uma irmã do segundo suplente de senador José Francisco Pinto Santana. A indicação é do senador João Durval Carneiro.
Lideranças industriais ouvidas pelo Blog Demais gostaram da indicação de Carlos Frederico, que tem currículo como administrador e que é "preparado para gerir a autarquia".
## segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007
### Premiação para grande diretor de cinema
Divulgação
Pode-se afirmar que Scorsese é um dos grandes diretores de cinema dos Estados Unidos. Ele realiza filmes de grande profundidade nos temas, principalmente sobre a violência urbana, com personagens complexos e perturbações diversas. “Os Infiltrados” é uma prova do seu estilo.
### Quatro premiados exibidos e vistos
Dos 17 filmes com indicação ao Oscar exibidos e vistos em Feira, apenas quatro foram premiados na 79ª cerimônia do Oscar, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, domingo, 25, no Teatro Kodak, em Los Angeles.
“Os Infiltrados”, que recebeu cinco indicações ganhou: Melhor Filme, Melhor Diretor (Martin Scorsese), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Montagem. Só não levou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante (Mark Wahlberg). “Babel”, ainda em exibição, com indicações de Melhor Filme, Melhor Diretor (Alejandro Gonzalez Iñarritu), Melhor Atriz Coadjuvante (Adriana Barraza e Rinko Kikuchi), Melhor Roteiro Original, Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora, somente ganhou este último prêmio. “Piratas do Caribe 2: O Baú da Morte”, com indicações de Melhor Direção de Arte, Melhor Som, Melhor Efeitos Sonoros e Melhor Efeitos Visuais, ganhou este último. O quarto filme premiado foi “Happy Feet: O Pingüim”, como Melhor Animação.“Os Infiltrados” teve lançamento no Orient Cineplace em concomitância com as capitais e grandes cidades brasileira, em 10 de novembro de 2006. Em Feira, ficou em tela durante três semanas, até 30 daquele mês. Foi indicado por este jornalista entre os melhores filmes do ano passado.
### Feira recebe visita do presidente da Biblioteca Nacional
Na oportunidade, ele visitará a Biblioteca Municipal Arnold Silva, Biblioteca Professora Raquel de Freitas Araújo (no distrito de Maria Quitéria), entre outras, onde analisará a possibilidade de celebração de convênio para a inclusão dessas unidades no Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. Parcerias também poderão ser viabilizadas entre a Fundação e órgãos e instituições locais.
Na segunda-feira, 26, às 20 horas, Muniz Sodré vai proferir conferência sobre sua atuação à frente da instituição nacional, bem como sobre comunicação, no Teatro Ângela Oliveira, do Centro de Cultura Maestro Miro. Antes, no mesmo local, concederá entrevista coletiva aos meios de comunicação locais.
QUEM É
Baiano de São Gonçalo dos Campos, Muniz Sodré, que completou 65 anos no dia 12 passado, é professor titular (desde 1984, por concurso público) e coordenador do Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da qual já foi diretor.
Com 26 livros publicados no país e no exterior (traduções), escreveu inúmeros artigos na imprensa e em periódicos especializados, além de proferir conferências e cursos em universidades da Europa e da América Latina.
Muniz é um dos pioneiros no campo dos estudos comunicacionais, sendo, sem dúvida, o mais respeitado professor e pesquisador da área no Brasil, sendo a sua obra uma referência fundamental no acervo bibliográfico em Língua Portuguesa. Tem sido responsável, como orientador de dissertações e teses, pela formação de toda uma geração de novos pesquisadores.
De São Gonçalo ele veio para Feira de Santana, para estudar no Colégio Estadual, onde aprendeu francês como o padre Mário Pessoa, inglês com Stella Dalva, português com Helena Assis, matemática com Joselito Amorim e desenho com Diva Portella, mãe do escritor e acadêmico Eduardo Portella, ex-presidente da Fundação Biblioteca Nacional e seu amigo de longa data. Depois, em Salvador, estudou no Colégio Central.
Muniz Sodré participou da fundação do “Jornal da Bahia”, onde também estavam Glauber Rocha, João Ubaldo Ribeiro, João Carlos Teixeira Gomes, Ariovaldo Matos e outros. O “Jornal da Bahia” e as publicações estudantis que ele coordenou foram as suas escolas de jornalismo.
Depois do golpe de 1964, ele foi para o Rio de Janeiro, onde atuou no “Jornal do Brasil”, “Manchete”, “Fatos & Fotos”, free-lance de “Visão” e de publicações estrangeiras. Em 1966, foi fazer mestrado em Sociologia da Informação na Sorbonne, que hoje se chama Institut Français de Presse et des Sciences de l’Information, tendo Maurice Mouillaud como orientador. De volta ao Rio de Janeiro, em 1968, novamente na imprensa. A partir de 1973, ele passou a viver como professor em escolas de Comunicação. Foi quando surgiu o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da ECO. Entrou em seguida para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se doutorou em letras, e para a Universidade Federal Fluminense (UFF). Voltou a Paris em 1979/1980, para um pós-doutorado. Tem sido professor visitante de algumas universidades estrangeiras.
### Em lembrança do engenheiro das avenidas de Feira
Por Adilson Simas
Perto de completar 92 anos - nasceu em 22 de maio de 1915 -, faleceu domingo, 25, em Salvador, José Joaquim Lopes de Brito, ou simplesmente “Doutor Brito”, feirense que em 1938, concluiu o curso de Engenheiro Civil, na Capital do Estado.
“Doutor Brito” foi professor de várias gerações, na Escola Normal, Colégio Santanópolis e Instituto de Educação Gastão Guimarães e doador dos terrenos onde estão edificadas as escolas João Durval e da Obra Promocional de Santana. Mas não existe na cidade nenhuma escola com o seu nome.
“Doutor Brito”, engenheiro da Prefeitura, concebeu a primeira planta do município, com ela surgindo as largas e longas vias públicas que tanto engrandecem a cidade. Mas não se encontra nenhuma dessas avenidas oficializada com seu nome.
“Doutor Brito”, depois de implantada a nova estrutura administrativa da Prefeitura foi a segunda personalidade a assumir a Secretário de Viação e Obras Públicas - o primeiro foi Colbert Martins (1963/1964) - tendo comandado grandes obras na gestão do prefeito Joselito Amorim. Mas não se conhece uma só edificação publica batizada com seu nome.
“Doutor Brito” foi um dos fundadores do Fluminense de Feira, seu presidente no tempo do amadorismo e influente conselheiro na era profissional. Os velhos livros de atas do clube registram sua presença em todas as reuniões. Mas o seu querido Fluminense, por seus dirigentes, não estava oficialmente presente no dia de sua “viagem”.
“Doutor Brito” foi muito mais além de engenheiro, professor, servidor público e desportista. Foi um apaixonado pela sua Feira de Santana que ajudou a construir e crescer. Mas a Câmara Municipal, da Comenda Maria Quitéria outorgada àqueles com serviços prestados a cidade, e de tantas outras medalhas e honrarias especificando categorias, nunca oficializou qualquer condecoração para o ilustre feirense.
“Doutor Brito” do inseparável cachimbo, partiu para o “andar de cima” deixando aqui, nas terras de Santana, um rosário de ações. Para a nova geração, entretanto, ele está identificado apenas em um conjunto residencial batizado com seu nome entre os bairros Sobradinho e Pampalona e que não se tratar de uma obra pública.
## domingo, 25 de fevereiro de 2007
### Respaldo popular ou fraude eleitoral?
Por Alejandro Peña Esclusa, em 23 de fevereiro de 2007, com tradução publicada no site “Mídia Sem Máscara” (midiasemmascara.org)
Caracas - Acabo de regressar de um giro que me levou a San Salvador, Washington, Miami, Buenos Aires, São Paulo e Bogotá, cujo objetivo foi promover a criação de uma Comissão Internacional que investigue as graves violações à liberdade e aos direitos humanos na Venezuela.
Nas reuniões que mantive, detectei uma péssima opinião sobre Hugo Chávez, a quem se considera um perigoso ditador, que está expandindo seu projeto por toda a América; entretanto, - invariavelmente - todos os meus interlocutores estavam certos do massivo respaldo popular que o tenente-coronel ainda mantém.
Esta falsa percepção deve-se não somente à multimilionária campanha propagandística que o regime venezuelano realiza no mundo inteiro, mas - principalmente - ao fato de que o líder opositor não tenha protestado contra os resultados nas eleições que se realizaram, favoráveis sempre ao oficialismo.
Foi necessário explicar que na Venezuela existe um mecanismo engenhoso e perverso para cometer fraude eleitoral que consiste no seguinte:
Primeiro: promove-se a criação de uma Assembléia Constituinte.
Segundo: a este organismo se outorga - ilegalmente - uma condição “originária” e “supra-constitucional” que lhe permite dissolver os poderes públicos legitimamente constituídos.
Terceiro: nomeiam-se novos poderes, subordinados ao presidente, com interesse especial em controlar as instituições eleitorais.
Quarto: modificam-se as normas que regem as eleições, substituindo o voto manual pelo eletrônico (facilmente manipulável), eliminando o segredo do voto mediante máquinas “capta huellas” (capta digitais), proibindo a contagem manual das cédulas e estabelecendo uma auditoria “aleatória” que só revisa as cédulas em algumas caixas.
Quinto: tergiversa-se o padrão eleitoral, inflando-o exageradamente com votantes inexistentes e outorgando a nacionalidade a milhares de estrangeiros, em troca de seu voto.
Sexto: coage-se os cidadãos a votar no regime, ameaçando-os de perder seus empregos (no caso dos funcionários públicos) ou em negar-lhes subsídios, créditos ou contratos.
Sétimo: criam-se grupos paramilitares, protegidos pelo oficialismo e armados até os dentes, que ameaçam a população em agir com violência se esta se atreve a materializar uma mudança de governo.
Incrivelmente, tudo o que foi dito acima se realiza com uma aparência de legalidade, posto que as ações e normativas são ditadas pelos próprios poderes públicos. Trata-se de um mecanismo para destruir a democracia e impor uma ditadura, utilizando como plataforma as instituições democráticas.
Para que o esquema funcione à perfeição, exige-se candidatos opositores que concorram às eleições e as legitimem com sua participação, como lamentavelmente sucedeu na Venezuela.
Além de Chávez, há outros que querem utilizar o mesmo modelo para perpetuar-se no poder, entre eles, Evo Morales, Rafael Correa e Daniel Ortega.
Depois da explicação, meus interlocutores reagiram com otimismo. Se o respaldo popular que Chávez mantém é fictício, então o poder formal e o inesgotável talão de cheques petroleiro só lhe servirão para manter-se na presidência durante algum tempo; depois, lhe sobrevirá a debacle.
Publicado originalmente no “El Diario de Hoy”, de El Salvador.
### Um crime a cada quatro minutos
A revista “Veja” desta semana destaca a violência do Carnaval de Salvador este ano, na matéria “Não há trégua”. Nela, está contido que foi registrado um crime a cada quatro minutos durante os dias de festa, um crescimento de 24% nos índices de violência em relação ao ano passado, com um total de 1.952 ocorrências registradas pela Polícia.
Depois de reagir contra a Rede Globo, o governador Jaques Wagner tem outra frente para protestar.
### Peneira
Deu na coluna de Dora Kramer, edição deste domingo, 25
“O governador Jaques Wagner não quis comentar as ocorrências do crime no Carnaval da Bahia e, quando o fez, uma vez em meio à folia, foi para acusar os fatos de serem fruto de conspiração de “carlistas” (simpatizantes de Antonio Carlos Magalhães) derrotados por ele na última eleição.
No Rio de Janeiro, esse tipo de atitude era muito comum há alguns anos. Quando a violência ainda era de alguma forma administrável. Não foi um nem foram dois, mas vários os governadores que reagiram como fez agora o baiano, enxergando fantasmas ao meio-dia e fechando os olhos à realidade do horror crescente.
Costumavam dizer que a imprensa carioca era impiedosa, alarmista e derrotista”.
O fantasma de ACM vai perseguir o governador durante quatro anos de seu governo. É o que se anuncia.
## sábado, 24 de fevereiro de 2007
### Conta-gota
Afinal, saiu a nomeação de Clóvis Ramos Lima para o cargo de diretor da 2ª Diretoria Regional de Educação (Direc), indicação do deputado federal Colbert Martins Filho (PMDB). Substitui a Lindinalva Maria da Silva Cedraz. Está no “Diário Oficial do Estado”, edição deste sábado, 24, e domingo, 25.
### Conta-gota 2
Carlos Frederico Rodrigues (quem?) foi nomeado diretor geral do Centro Industrial do Subaé (CIS). A autarquia já teve como titulares João Marinho Gomes Júnior e Alfredo Falcão. Desconhece-se a indicação. Está no “Diário Oficial do Estado”, edição deste sábado, 24, e domingo, 25.
### Conta-gota 3
Maria Lenilda Diniz Santos Moreira (quem?) foi nomeada para o cargo de coordenador III do Hospital Geral Clériston Andrade. Não se sabe quem indicou. Está no “Diário Oficial do Estado”, edição deste sábado, 24, e domingo, 25.
### Unidos venceremos?
José Neto e Colbert Filho: Aliados até quando?
Arquivo
Ambos são virtuais candidatos a prefeito de Feira de Santana em 2008.
Atualmente, aliados do governador Jaques Wagner e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos petistas, disputam acirradamente a indicação para os cargos do Estado neste município, sendo que a maioria ainda não foi preenchida. Dificilmente, um abrirá mão da disputa para o outro nas próximas eleições.
O deputado federal Colbert Martins Filho (PMDB) vai tentar pela quarta vez sentar na cadeira de prefeito. Em 1996, com 46.330 votos, ficou em terceiro lugar na disputa. Em 2000, pelo PPS, ele obteve 69.395 votos (33,78%), ficando em segundo lugar, com José Ronaldo de Carvalho (PFL) ganhando em primeiro turno. Na eleição de 2004, também pelo PPS, a terceira derrota de Colbert Filho, diminuindo sua votação em relação ao pleito anterior, com 47.721 votos (19,21%), perdendo para José Ronaldo, que obteve 170.162 votos (68,49%), também em primeiro turno.O deputado estadual José Neto (PT) disputará sua terceira tentativa em ser prefeito. Em 1996, ficou em quinto lugar entre os nove candidatos, com 9.155 votos. Em 2000, não foi candidato e quatro anos depois, em 2004, ficou em terceiro lugar, com 30.576 votos (12,31%).
### Previsão
Saiu na coluna “Nhenhenhém”, de Jorge Bastos Moreno, de Brasília:
Depois da Semana Santa?
Pelo andar da carruagem da reforma ministerial, essa previsão é exageradamente otimista.
Depois do Pan é a mais certa.
Lula não tem pressa para começar o segundo governo.
### Ferida
Saiu na coluna “Nhenhenhém”, de Jorge Bastos Moreno, de Brasília:
Afinal, o que Jaques Wagner foi fazer no primeiro dia de Carnaval no Rio?
Fugir da violência de Salvador, certamente.
E por que voltou para a Bahia no segundo dia de Momo?
Só para dizer que violência não existe, é coisa da mídia.
Logo ele, que já foi vítima de um violento assalto no interior da Bahia, quando o petista andava de ônibus.
### Nominações
Estão querendo impedir - anonimamente como convém aos furtivos - no Ministério Público que o Parque da Cidade continue com a denominação de Frei José Monteiro Sobrinho. Desde sempre nesta cidade e em qualquer lugar são colocados, até em autopromoção, nomes de pessoas vivas em escolas, ruas, praças e avenidas. Vão ter também que retirar os nomes de João Durval Carneiro em tudo que é logradouro, assim como de Sérgio Carneiro, Yeda Barradas Carneiro, Francisco Pinto, Celso Pereira, Messias Gonzaga, Roberto Tourinho, só para ficar em figuras carimbadas da oposição municipal.
## sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
### Futuro governador de Rotary
O empresário Germínio Orlando Braga, membro do Rotary Clube de Feira de Santana - Leste, foi eleito governador do Distrito 4390 de Rotary International para o ano rotário 2007-2008. Recentemente, acompanhado da esposa Lígia, ele esteve em San Diego, na Califórnia, para encontro (foto) com o presidente da organização para seu mesmo período, o canadense Wilfrid J. Wilkinson. “Rotary Compartilha” é o lema escolhido.
### Teatro Margarida Ribeiro tem solução afinal
Em março, será publicado o edital para a recuperação total do Teatro Municipal Margarida Ribeiro. O espaço está fechado e tem sido motivo de protestos de artistas do segmento, mesmo daqueles que nem mais produzem nada.
Como casa de espetáculos, o equipamento está fechado há dez anos, sendo que completamente desativado há cerca de três anos, pois entre 2001 e 2004, o espaço funcionou para ensaios e oficinas da área.
O anúncio da reforma foi feito pelo secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Maurício Carvalho, na tarde de quinta-feira, 22, durante encontro com artistas locais.
Depois de reformado, o Teatro Margarida Ribeiro será utilizado como uma escola continuada de teatro, bem como espaço para pequenas e médias encenações teatrais.
### Conselho Municipal de Cultura tem nomes indicados pelos artistas
Uma nova reunião com artistas de todos os segmentos culturais locais será realizada na próxima quinta-feira, dia 1º de março, às 18 horas, no Centro de Cultura Maestro Miro, para continuar as discussões sobre a formatação do Conselho Municipal de Cultura. Na oportunidade, depois de encontros setorizados, serão apresentados pelos segmentos envolvidos os nomes - titular e suplente - para a composição do órgão consultivo.
Na reunião da tarde de quinta-feira, 22, o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Maurício Carvalho, e o diretor-presidente da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa, Augusto César Orrico, fizeram um balanço das atividades desenvolvidas nos últimos seis anos - a maioria com programas de inclusão cultural -, bem como explicações, considerações e colocações sobre o papel do órgão e da necessidade de adequação à realidade atual. Primeiro, Maurício Carvalho falou da existência do Conselho Municipal de Cultura, criado em 1991, e da alteração na legislação, em 1993.
Com a participação de cerca de 60 artistas e produtores culturais, muitos deles apresentaram sugestões, além de cobranças e reclamações, de forma bem democrática. Toda área cultural do Governo Municipal esteve presente na reunião. Também esteve presente o vereador Marialvo Barreto (PT), que destacou a movimentação cultural existente em Feira de Santana e o papel do Governo Municipal na condução do processo.
### Como um filme é feito no Brasil
Extraído de texto de Felipe Atxa, publicado no site “Mídia Sem Máscara”
No Brasil, funciona mais ou menos assim: um cineasta militante acorda com uma idéia para um filme. Vamos supor que essa idéia possa ser resumida na sentença “Rapaz se apaixona por garota”. Ele transforma essa idéia numa pequena proposta de filme, expandindo o conceito para “Na época da ditadura militar, rapaz rico e branco se apaixona por garota afro-descendente e pobre, mas a repressão, a tortura e o preconceito da classe média impedem que o casal seja feliz para sempre”.
De posse dessa premissa, o cineasta brasileiro recebe, do Estado, algo em torno de 60 mil reais para transformar a idéia original num roteiro que possa vir a ser filmado. Quando o projeto fica pronto, ele pede ao Estado mais três milhões de reais, agora para realizar o filme inteiro. Embora o valor solicitado seja duas ou três vezes mais do que ele precisaria, de fato, para completar a produção, o cineasta consegue o dinheiro. Após as filmagens, contudo, ele percebe que seu planejamento financeiro foi mal feito (entre desperdícios e auto-remunerações) e ele precisará de mais dois milhões de reais para finalizar seu trabalho. Pede novamente ao Estado o montante que falta, e mais uma vez é atendido.
Com o filme pronto debaixo do braço, o cineasta brasileiro reclama que, por causa dos filmes norte-americanos, que dominam o mercado, não encontrará tantas salas exibidoras quanto quer dispostas a exibir sua produção. Essa desculpa é automaticamente aceita, novamente, pelo Estado, que lhe confere derradeiros 700 mil reais, agora para fazer uma campanha de lançamento de seu filme. Independente disso, algumas salas são obrigadas a, por lei, exibirem seu filme, ainda que em todas as sessões a sala possa estar mais vazia que a mente de um militante petista.
O filme finalmente fracassa: consegue atingir um público de pouco mais de 10 mil espectadores, que destinam ao filme (cuja despesa total até o momento beira os seis milhões de reais) módicos 150 mil reais, dos quais apenas cerca de 40 mil reais podem ser consideradas receitas líquidas da produção. E todo esse processo foi inteiramente custeado por dinheiro público, concedendo ao cineasta o direito de não colocar a mão no bolso uma única vez sequer, exceto para despesas de escritório e remessa postal.
### Museu Regional de Arte: 40 anos
Assis Chateaubriand, Dival Pitombo, Odorico Tavares, João da Costa Falcão e Joselito Falcão de Amorim vão ser homenageados pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), através do Museu Regional de Arte, órgão do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca). Eles são personagens importantes na existência do Museu, que no dia 29 de março comemora 40 anos.
Na oportunidade, uma exposição do artista plástico César Romero e inauguração da Biblioteca Setorial Ernesto Simões Filho.
Curador do Museu Regional de Arte, o artista plástico Gil Mário está à frente da promoção cultural.
### Esqueceram de mim
O deputado federal Colbert Martins Filho aderiu ao PMDB faz tempo e esse fato ainda não mereceu uma notícia nem no site nacional do partido (www.pmdb.org.br) nem do estadual (www.pmdb-ba.com.br).
### Para assistência e reflexão
Cena de "Apocalypto": Elegia à dedicação familiar
Interessante mostrar que os nativos maias não viviam em harmonia, brigando entre si e promovendo sacrifícios humanos, em religiosidade primitiva, contrária ao cristianismo. Até a chegada dos conquistadores espanhóis. Pode ser visto até como uma aula de História.
Para ser incluído entre os melhores filmes do ano. Quem não viu, esperar sair em DVD.
### A Bahia e o “melting pol pot”
Do Blog Reinaldo Azevedo
Saldo do Carnaval em Salvador:
Foram realizados 60 arrastões contra a índole pacífica do povo;Analfabetos sociológicos assassinaram três homens cordiais;Bateram-se 15 mil carteiras de afrodescendentes de origem controlada.O PT, que governa a Bahia, já tem a solução: “melting pol pot”.
### De quem é a foto?
Na postagem “Continuação de ‘Babel’ é a pedida”, a foto publicada é da atriz Rinko Kikuchi, que interpreta uma adolescente surda-muda que se sente rejeitada pelo pai e pelo mundo em “Babel”, filme que conta com outras seis indicações ao Oscar - a dela como Melhor Atriz Coadjuvante.
### Dezessete filmes com indicação ao Oscar exibidos em Feira
Neste domingo, 25, a realização da 79ª cerimônia do Oscar, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, no Teatro Kodak, em Los Angeles.
Vários filmes - 17 exatamente - indicados para o Oscar já foram exibidos e vistos em Feira de Santana. São eles:
“Os Infiltrados”, que recebeu indicações de Melhor Filme, Melhor Diretor (Martin Scorsese), Melhor Ator Coadjuvante (Mark Wahlberg), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem; “Babel”, ainda em exibição, com indicações de Melhor Filme, Melhor Diretor (Alejandro Gonzalez Iñarritu), Melhor Atriz Coadjuvante (Adriana Barraza e Rinko Kikuchi), Melhor Roteiro Original, Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora; “Piratas do Caribe 2: O Baú da Morte”, com indicações de Melhor Direção de Arte, Melhor Som, Melhor Efeitos Sonoros e Melhor Efeitos Visuais; “Apocalypto”, exibido até quinta-feira, 22, com indicações de Melhor Maquiagem, Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som; “Vôo United 93”, que recebeu indicações de Melhor Diretor (Paul Greengrass) e Melhor Montagem; “O Diabo Veste Prada”, com Melhor Atriz (Meryl Streep) e Melhor Figurino; “Filhos da Esperança”, com Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Montagem; “O Grande Golpe”, com Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte; “Carros”, com Melhor Animação, Melhor Canção (“Our Town”); “Volver”, com Melhor Atriz (Penélope Cruz); “Dália Negra”, com Melhor Fotografia; “O Ilusionista”, com Melhor Fotografia; “Poseidon”, com Melhor Efeitos Visuais; “Superman: O Retorno”, com Melhor Efeitos Visuais; “Click”, com Melhor Maquiagem; e “Happy Feet: O Pingüim” e “A Casa Monstro”, ambos com indicação de Melhor Animação.
### Novos jornalistas
Parabéns para Beatriz Ferreira - que vai longe como jornalista -, Kelmo Bernardes e Luiza Diná Souza pela formatura em Comunicação Social pela Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana (Unef). A colação de grau acontece neste sábado, 24, às 20 horas, no Centro de Cultura Amélio Amorim.
O paraninfo da turma, “Comunicar Para Evoluir”, é o jornalista Marcílio Costa, diretor de Jornalismo da TV Subaé, também professor da Unef.
### Relator feirense
O deputado federal Fernando de Fabinho (PFL) será o relator da Medida Provisória 347/07, que capitaliza da Caixa Econômica Federal para elevar empréstimos sociais do Governo Federal. A proposta integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
### Sem senso de ridículo
Ultrapassou as fronteiras da Bahia a imagem do prefeito João Henrique Carneiro (PDT), que se diz evangélico, montado em um cavalo em um bloco do Carnaval de Salvador.
### Violência no Carnaval
Os dados sobre o aumento da violência no Carnaval de Salvador foram divulgados pela própria Secretaria de Segurança Pública. Todos os meios de comunicação divulgaram a notícia, inclusive o jornal “A Tarde”, tão queridinho do governador Jaques Wagner. Mas ele optou por se retar somente com a maior rede de televisão do país.
Com a atitude, muitos estão considerando que Wagner “tenta controlar a imprensa, como nos tempos da ditadura militar”.
### Rede Bahia responde
A Rede Bahia de Televisão esclareceu em nota que “não fez outra coisa senão divulgar o que realmente aconteceu no Carnaval, com dados sobre a violência que foram fornecidos diariamente pela própria Secretaria de Segurança Pública”.No final da nota, a estocada: “A Tv Globo enfatiza que sua cobertura se prendeu exclusivamente aos fatos e que não pode, como veículo de comunicação, deixar de noticiá-los para atender a interesses que não sejam os dos telespectadores que precisam, sempre, conhecer a verdade. O mesmo acontece em relação a qualquer outro Estado da Federação. Em vez de estar reclamando da divulgação de fatos comprovadamente verdadeiros, o governador deveria se preocupar em não permitir que a criminalidade aumente no Estado da Bahia”.
Pois é, passado o Carnaval, Jaques Wagner precisa começar a governar. Para isso que ele foi eleito.
### Comédia
Coitadinho do governador Jaques Wagner, a Rede Globo falou sobre o aumento da violência no Carnaval da Bahia e ele ficou tão triste. Com a atitude do governador, a lembrança do filme “Coitadinho do Papai, Mamãe Pendurou Você no Armário e Eu Estou Muito Triste” (Oh, Dad, Poor Dad, Mama's Hung You in the Closet and I'm Feeling So Sad), comédia de Richard Quine, realizada em 1967.
### Campanha “Volta às Aulas Solidária”
O Shopping Iguatemi realiza até o dia 11 de março, a campanha “Volta às Aulas Solidária”. A campanha tem como principal objetivo arrecadar o maior número possível de livros de literatura, livros didáticos em bom estado de conservação, além de material escolar novo como: canetas, lápis, giz de cera, lápis de cor, hidrocor, dentre outros. Para participar desta campanha é muito simples: é só dirigir-se até o balcão instalado na praça Margarida Ribeiro, do Iguatemi. “Faça a alegria de muitas crianças na volta às aulas. Participe!”, é o apelo.
### Ridicularia
Tem gente em Feira de Santana, figurinha carimbada, que prefere deixar de ser séria para virar uma pessoa folclórica em qualquer lugar que esteja.
### ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTOS
DOGÃO – AMIGO PRA CACHORRO (Doogal) de Dave Borthwick, Jean Duval e Frank Passingham, 2006. Animação. Dogão é um cachorro trapalhão que mora em um lugar onde todos são amigos. Numa de suas trapalhadas ele prende sua amiga Duda e liberta Zé do Mal, um feiticeiro que deseja encontrar três diamantes mágicos, que juntos são capazes de criar uma força capaz de congelar o sol. Isso faz com que Dogão tenha que liderar uma equipe, composta por uma vaca, um coelho, uma lesma e um trem, para tentar impedir os planos do feiticeiro. Classificação indicativa: Livre. Duração: 76 minutos. Horários: 13h50, 15h35, 17h20, 19h05 e 20h50. Sala 2 (160 lugares).
O PACTO (The Covenant) de Renny Harlin, 2006. Com Steven Strait, Laura Ramsey e Jessica Lucas. Suspense. A Spenser Academy é um internato em New England que abriga a elite local. Quando o novo ano escolar tem início os estudantes se reúnem em uma festa ao ar livre. Depois, a polícia encontra o corpo de um estudante, que aparentemente morreu devido a uma overdose. Um grupo de amigos se fecha, pois dividem uma ligação secreta, tendo poderes sobrenaturais. Mas usá-los significa envelhecer prematuramente como conseqüência. Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 97 minutos. Horários: 14h50, 16h45, 18h50 e 21 horas. Sala: 3 (167 lugares).
CONTINUAÇÕES
BABEL (Babel) de Alejandro González-Iñarritu, 2006. Com Brad Pitt, Cate Blanchet, Gael García Bernal e Michael Peña. Drama. Um ônibus repleto de turistas atravessa uma região montanhosa do Marrocos. Entre os viajantes está um casal de americanos. Ali perto, dois meninos manejam um rifle dado pelo pai para proteger a criação de cabras da família. Um tiro atinge o ônibus, ferindo a americana. Este fato afeta a vida de pessoas em vários pontos diferentes do mundo: nos Estados Unidos, onde o casal deixou seus filhos aos cuidados da babá mexicana; no Japão, onde um homem tenta superar a morte trágica de sua mulher e ajudar a filha surda a aceitar a perda; no México, para onde a babá acaba levando as crianças; e mesmo, no Marrocos, onde a polícia passa a procurar suspeitos de um ato terrorista. Em segunda semana. Classificação indicativa: 16 anos. Duração: 145 minutos. Horários: 15 horas, 17h50 e 20h40. Sala 1 (243 lugares).
TURMA DA MÔNICA EM UMA VIAGEM NO TEMPO, de Maurício de Sousa, 2007. Animação. Um acidente na máquina do tempo construída por Franjinha faz com que a turma da Mônica (mais Cebolinha, Magali e Cascão) tenha que viajar por diversas eras. Em segunda semana. Classificação: Livre. Duração: 80 minutos. Horários: 14h10, 15h50, 17h35 e 19h20. Sala 4 (264 lugares).
A GRANDE FAMÍLIA, de Maurício Farias, 2007. Com Marco Nanini, Marieta Severo, Pedro Cardoso, Andréa Beltrão, Guta Stresser, Lúcio Mauro Filho e Dira Paes. Comédia. Após passar mal e ir ao médico, Lineu está convicto de que morrerá em breve. Ele esconde a situação da família e desiste de ir a um tradicional baile, o que faz com que Nenê convide um ex-namorado para lhe causar ciúmes. Em quinta semana. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 105 minutos. Horário: 21h10. Sala.
Obs.: Semana de 23 de fevereiro a 1º de março.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
### Continuação de "Babel" é a pedida
Dois lançamentos nesta semana após Carnaval. Tem a animação “Dogão - Amigo Pra Cachorro”, e o filme de suspense e terror “O Pacto”. Continuam em cartaz: “Babel” (foto) e “Turma da Mônica em uma Viagem no Tempo”, ambos em segunda semana, e “A Grande Família”, em quinta semana.
Em “O Pacto”, quatro rapazes fazem parte de uma seita sobrenatural. Eles são responsáveis pela libertação de uma força maligna, anos antes, e devem fazer com que ela volte ao mundo do qual veio. Com elenco desconhecido, o filme é desses que não se sabe porque são realizados. Não acrescenta nada ao cinema.
O personagem Doogal, traduzido no Brasil como Dogão, foi criado em 1963 pelo animador inglês Ivor Wood, que, mais tarde, pelas mãos do produtor francês Serge Danot, foi colocado no seriado de TV “Le Manege Enchante”. A BBC levou o programa para a Inglaterra e a animação passou por uma série de transformações, tendo seu nome mudado para “Magic Roundabout”, alcançando sucesso nas emissoras de tevê do Reino Unido. Nos anos 90, a série foi redescoberta pelo Channel 4 e ganhou uma nova geração de fãs na França. Porém, no Brasil, o personagem é desconhecido.
Assim, a pedida continua sendo “Babel”, drama que é um verdadeiro mosaico internacional, com narrativa fragmentada em quatro focos, a partir de um tiro acidental que fere uma americana que estava no Marrocos, provocando conseqüências em vários pontos do planeta, mais propriamente nos Estados Unidos, México e Japão, além do próprio Marrocos. O título é bem colocado, a partir do tema bíblico e da confusão de línguas e da incomunicabilidade.
O filme recebeu sete indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante (Adriana Barraza e Rinko Kikuchi), Roteiro Original (Guillermo Arriaga), Montagem e Trilha Sonora, e que ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme - Drama, além de ter sido indicado em outras quatro categorias.
## quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007
### A Reconstrução da História de Feira de Santana a partir das obras de Fernando Ramos e Muniz Sodré
Por Vera Márcia Lopes Santos (*)
Seu Astério, 85 anos, lavrador, morador da localidade de Santa Quitéria, conta que, quando criança, conheceu uma mulher que foi amaldiçoada por Deus por ter batido na mãe, parindo assim uma criança de duas cabeças. Seu Silvero, 79 anos, servidor público aposentado, morador da cidade de Feira de Santana, também tem em sua memória casos dessa natureza. Ele disse que ajudou a perseguir um lobisomem na década de 40 que atacava mulheres para tomar seus pertences. Dona Bernadete, 75 anos, dona de casa e parteira, moradora no distrito de Humildes, disse que ajudou uma mãe a dar à luz uma criança que era meio bicho, por se assemelhar muito a um macaco. Ela conta que o susto que levou a impediu de realizar outros partos; e acha que essa criança não “vingou”. Ela não sabe dizer que destino a família deu à criança, sabe apenas que, anos mais tarde, a mãe, perseguida por pesadelos horripilantes, adquiriu uma doença “braba”, morrendo com o corpo todo “bichado”. Esse fato ela também testemunhou!
Esses relatos são exemplos de narrativas que se constroem a partir de memórias.Tais quais os romances dos escritores feirenses Fernando Ramos e Muniz Sodré, respectivamente: “O Lobisomem de Feira de Santana” (2002) e “O Bicho Que Chegou a Feira (1991). Em ambos os romances, o leitor é remetido à Feira dos anos 40 e 60, a um universo construído a partir de fatos reais e fictícios, permeados de literaralidade. É o cenário em que vivem o jovem Permínio e o mulato Antão, personagens nos quais se apóiam os focos narrativos dos romances. Através das suas memórias, Ramos e Sodré recontam a história de Feira, fornecendo um inventário de elementos diversos que formam as suas matrizes ideológicas, resgatando mitos e revelando as estruturas de sua origem sócio-cultural.
Diferente da posição do historiador que tem o compromisso de descrever a realidade ao relatar os fatos que constituem a história, a tradição literária isenta o autor da responsabilidade pela verdade contida ou não nos seus relatos. Para isso existe a figura do narrador, entidade abstrata à qual é atribuída uma autonomia absoluta na construção do enredo. O escritor português José Saramago, no ensaio “O Autor Como Narrador” (Cult, 1998), contesta essa tradição. Ele diz: “[...] a figura do narrador não existe [...] só o autor exerce função narrativa real na obra de ficção.”. E justifica a assertiva alegando que a expressão de um pensamento inclui nele “os sentimentos, as sensações, as idéias e os sonhos, as vidências do mundo exterior e interior, sem os quais o pensamento se tornaria em puro pensar inoperante”.
O narrador onisciente adotado por Ramos utiliza o personagem Permínio como o elo entre os ambientes distintos, onde se instauram as intrigas. Permínio é o mediador dos conflitos, e é sob a lente dele que o leitor conhece a dimensão dos universos particulares de alguns personagens como o padre Amílcar Marques, expressão máxima da tirania exercida pela Igreja Católica que exerce temor e fascínio, graças à sua instrucional retórica barroca:
“Devotos, os bárbaros sempre espalharam o horror na Ásia, mas não sou historiador para descobrir-lhes a mentalidade aterradora. Sempre, no cair dos séculos, o insensível montou no sensível, os renegados montaram nos quietos, os velhos sofreram nas mãos dos moços. A humanidade viveu na contramão, torpedeando os livros, pouco arejado em guerra [...]” (p.55).
Utilizando uma linguagem referencial, o autor dá ao romance características jornalísticas; ricas, tanto na qualidade, quanto na quantidade de ambientes e personagens. As praças, o cassino de Oscar Tabaréu, o Colégio Santanópolis, lojas tradicionais e o Cine Santana ganham status de entidades vivas pela alegorização que sofrem.
“A casa de seu Lolô, espaçosa e agradável, interpelada numa rua desagradável e torta (rua Tertuliano Carneiro) vivia fechada durante oito meses do ano. [...] O quintal beirava a grandeza, com tamarindeiros em monólogo.” (p 40).
Saramago esclarece esse efeito: “[...] certos autores privilegiam, nas histórias que contam, não a história que vivem ou viveram, mas a história da sua própria memória [...]”. A personificação do quintal e do tamarindeiro supera qualquer intencionalidade descritiva, ela evidencia a impressão emotiva encravada na memória do autor. Ao relatar pequenas ocorrências, fatos curiosos, lembranças saborosas de sua juventude, o autor traça um quadro panorâmico da cidade ao mesmo tempo em que seduz o leitor e o convoca a partilhar de uma experiência particular e exclusiva, na qual a realidade assume, com relativa liberdade, as dimensões fantásticas inerentes ao universo humano.
O leitor vivencia a euforia provocada pela modernidade, configurada pelo advento do cinema, e pelas promessas de progresso pós-segunda guerra mundial; compartilha dos sentimentos ambíguos provocado pelo getulismo; passeia por ruas e ambientes tradicionais; convive com personalidades ilustres como Gastão Guimarães, Honorato Bonfim, Jorge Leal, Eurico Alves, dentre tantos outros que se constituem personagens históricos, além de conhecer personagens - fictícios ou não - que compõem os tipos sociais como a vidente Altamira, a intelectual Dulceleida, o vendedor Idrônico, o vagabundo Jair Capenga e a figura emblemática do lobisomem.
Num cenário marcado por tantos acontecimentos, não se pode minimizar os conflitos gerados a partir das questões religiosas. Era um momento em que a igreja protestante e o espiritismo kadercista ganhavam visibilidade e adeptos, e por isso sofriam ferrenhas e constantes críticas da Igreja Católica.
“Padre Amílcar induzia aos integrantes duas prédicas, seus lances fidalgos de sintaxe, sua presença marcante. Não tinha rancor, mas regra. Hábil em conduzir católicos pouco perspicazes. Quem era descrente, se tornava crente. Quem era odioso, deixava o nevoeiro ruim. Nesse tablado, conduzia os ensinamentos.” (p 56).
Já o lobisomem, presença constante em toda a narrativa, ocupa um lugar secundário no romance. É um transgressor sim, mas um transgressor sem causa que o justifique, sem contra ideologia, desprovido de mistério:
“Enquanto isso, comentavam, o lobisomem deixou de meter medo na cidade, apavorado com a grita. ‘Deve estar no meio da gente’, opinou Danton. ‘Está nos gozando...’ , pilheriou Ligoza.” (p 41).
O romance de Sodré possui características semelhantes ao de Ramos. Ambos resgatam, a partir do relato de suas memórias, eventos históricos importantes e de valor literário inegável. Sodré processa uma narrativa bucólica, de ambientação mais ampla, que inclui o meio rural. É muito rica em alegorias e traz na figura da cobra a grande metáfora do seu romance.
Ambientada nos anos 60, a Feira de Santana retratada por Sodré vive sob a iminência do golpe militar. Antão, mulato classe média, é o personagem que transita entre os diversos ambientes demarcados pelas classes sociais.É através dele que o leitor vai conhecer e explorar o enredo. Vários mitos são resgatados: “o bicho”, figura lendária e ameaça constante às famílias feirenses; o escravo fujão e rebelde que cometeu atrocidades, o Lucas da Feira; o preto velho, representado pelo personagem Vô Alípio; e o capelão, padre polonês que incorporou a adjetivação do bicho, como alegorização do poder tirano e opressor que exerceu naquele momento de repressão e supressão das liberdades.
Os personagens que compõem a trama d’”O Bicho” são mais densos e tipificados. Dentre eles, o poeta Fernando Lopes, o pessoal da pensão, Maria Cacetão, a negrinha Nena, Dr. Osmundo, Celso Reis. Salvo poucas exceções, não se pode saber se os demais personagens existiram de verdade. As discussões regadas a licor de jenipapo na pensão de dona Ester, por ocasião das reuniões das quartas-feiras, revelam a análise política que o autor faz daquele momento histórico. O poeta Fernando Lopes é porta voz dessa crítica direta:
“- Veja, Dr. Lucio, até o início do ciclo do açúcar, a economia deste país não ia além da exploração de pau de tinta. Os europeus já adoravam coisas como o sândalo vermelho, cânfora e almíscar, e quando descobriram o pau-brasil ficaram viciados. Isto aqui, Dr., virou marreta de gringo. Era só o português, o espanhol, o francês vir chegando, esfolando a mão-de-obra que já era pelada de nascença, metendo o machado na mata atlântica e enchendo as burras de dinheiro.” (p 37).
É sempre através de seus personagens que o autor vai tecer suas criticas mais mordazes. A modernidade, representada também pela psicanálise freudiana, aplicada pelo Dr. Osmundo, é sagazmente ironizada no seguinte trecho:
“[...] - Pertenceu ao meu pai talvez o único exemplar neste país da valiosa obra de Fliess intitulada ‘As relações entre nariz e os órgãos sexuais femininos do ponto de vista biológico’, publicada em 1898. Hoje, essa preciosidade encontra-se guardada a sete chaves pelo nosso caríssimo Pena, na biblioteca pública de Feira, com partes traduzidas por meu pai.” (p 59).
Um dos relatos mais fantasiosos do livro diz respeito à experiência de Antão com a maconha. O processo alucinógeno descrito na cena remete ao lugar privilegiado ocupado pelas drogas no mundo inteiro, no final daquela década e início da década de 70. A forte influência da literatura francesa, através de seus expoentes como Rimbaud, Verlaine e Baudelaire e os movimentos hippies, exerceram grande influência sobre o autor e conferiram às drogas o status de rito psicodélico, elemento dilatador da consciência que propiciava a auto-transcendência.
Numa adaptação bem sucedida, Sodré transplanta para a cultura africana essa experiência que propocionou a Antão o tão desejado encontro com Lucas da Feira. A abordagem da cultura africana ganha um aspecto rico e valorativo a partir dos ensinamentos de Vô Alípio. A religiosidade, assim como todo acervo dessa cultura, é plenamente vivenciada pelos seus representantes. O saber “apreciar/assuntar” é o princípio da sabedoria do velho. Essa sabedoria é tratada de forma lírica:
“[...] Pois a terra faz e acontece, faz causo, que maior não há do que a vida acontecendo na barriga da mulher ou da terra. Mulher é terra, mano. Primeiro vem o céu com chuva, que é o jeito de ele se encontrar com a terra, que é o prazer dos dois e, sendo grande a emoção, forma-se o rio e a cachoeira, que transbordam, emprenham, levando a lama a explodir em verde, chamando o mundo para a festa.” (p 80).
O bicho, elemento mítico da obra de Sodré, tem o mesmo tratamento sofisticado que o lobisomem na de Fernando Ramos, embora seja bem mais explorado. Ele aparece, desde o início da narrativa, representado pela cobra. Antão tem verdadeiro fascínio por cobra; a natureza desse réptil lhe é absolutamente intrigante; sua capacidade de permanência e adaptação, além da peçonha que, traduzindo todo seu malefício, expressa o incômodo daquele momento político de absoluta opressão e violência. O bicho é, numa análise mais genérica, uma alegoria do golpe militar e do poder institucionalizado pela força, seja ela manifestada pela brutalidade, seja pela eloqüência discursiva; é também uma alegoria ao outro, ao “diferente”, à dimensão de si mesma negada.
O maniqueísmo originou diversas formas de representação do bem e do mal ao longo de toda a história da humanidade. As representações do bem assumem formas que expressam a bondade, a abnegação, a generosidade, o desapego ao ego. E a religião foi quem melhor soube moldar e difundir esse mito ordenador, tanto que as suas manifestações mais freqüentes estão ligadas às figuras dos santos e anjos. A narrativa ficcional, especialmente a que tinha por destino “educar” as crianças, moldou seus exemplos nas figuras igualmente bondosas de heróis, semideuses, gnomos, duendes e fadas. Curiosamente, a aura do bem, mesmo “divinizada”, sempre permaneceu na dimensão humana, como um mérito, uma particularidade imanente do portador da qualidade.
A manifestação do mal também surge a partir das ações sociais, da expressão dos sentimentos e das relações de poder. Ela está relacionada aos aspectos negativos das constituições humanas, especialmente referentes às transgressões da ordem instituída social e politicamente. As representações do mal também foram especialmente moldadas pela religião como elemento coercitivo e igualmente ordenador. Os mitos surgem a partir de fatos históricos e sofrem deformações pela imaginação popular, cuja exploração moral de um determinado grupo evidenciam um contra - exemplo, um desvio de comportamento a ser evitado. Porém, elas acontecem num processo distinto: à medida que o mal cresce e se torna visível, ele é cindido da dimensão humana e assume identidade própria. Surgem daí os “bichos”, que vão das bruxas horrendas que devoram crianças e voam montadas em vassouras, ao “coisa ruim”, ao chupa-cabras, ao lobisomem, aos demônios.
Nos romances aqui descritos, o discurso lendário une, além dos elementos do imaginário coletivo, elementos políticos e sociais.
Para uma coletividade, a lenda representa a valorização de seu passado, de suas tradições, de seus valores. Funciona como a apropriação de sua história, revelando o modo pelo qual os membros de uma coletividade perceberam os acontecimentos históricos, de maior ou menor importância.
* Vera Márcia Lopes Santos é professora de português, francês, literatura e redação, e aluna do Programa de Especialização em Estudos Lingüísticos da Universidade Estadual de Feira de Santana. É poeta, ensaísta e articulista. Trabalhou como repórter e redatora nos principais jornais de Feira de Santana.
### Palanque
O governador Jaques Wagner continua no palanque e não desce dele. Na quinta-feira, 15, durante a solenidade de abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa, discursou atacando o governo Paulo Souto e os governos anteriores, “ao longo de 40 anos”. Ele falou que “eu não consigo encontrar nenhuma excelência em nenhuma administração”.
A verborragia atingiu até seus aliados João Durval e Waldir Pires, que governaram a Bahia no período indicado. Wagner também se contradisse, pois vinha fazendo alusões positivas ao governo Paulo Souto.
O certo é que em quase 50 dias de governo, ele nada tem para apresentar, pois nada foi realizado. O governador deve se preocupar em governar, é que consideram todos os analistas políticos. Já está começando a frustrar e a decepcionar quem votou nele.
## terça-feira, 20 de fevereiro de 2007
Caros,
### Back-up do blog anterior
20/02/07 23:10:07
Waldir
“A redação da revista “Piauí” gostaria de externar os mais sinceros agradecimentos ao excelentíssimo senhor ministro da Defesa, dr. Waldir Pires, pelo êxito na implantação do PAAA - Programa de Aceleração do Atraso Aéreo”. Trecho do anúncio que a revista veiculou nesta semana na primeira página do jornal “Propaganda & Marketing”.
16/02/07 17:22:57
Repercussão
(Na coluna de Valter Xéu (de Brasília), no “NoiteDia”, desta sexta-feira, 16)
Uma semana depois, continua repercutindo na mídia brasiliense, o discurso do prefeito José Ronaldo perante o presidente Lula na inauguração da fábrica da Nestlé.
16/02/07 17:21:02
Obra magnífica
(De Hugo Navarro, na coluna desta sexta-feira, no “Folha do Norte”)
(...) O prefeito José Ronaldo de Carvalho ao entregar, no último domingo, o Parque da Cidade, realizou antigo sonho do povo e concretizou reivindicação nossa de muitos anos. O Parque é obra magnífica e necessária, com segurança, vastos espaços para lazer e esportes, árvores frondosas, lago artificial, locais para descanso, espetáculos e muito oxigênio para ser respirado.
Queira Deus seja mantido e preservado pelos futuros governantes.
16/02/07 17:15:21
Farra
O governo Jaques Wagner não pode falar de farra publicitária como se referiu ao governo Paulo Souto esta semana. Seu partido, o PT, é campeão nesse item. A propósito, quanto o governo Lula gastou em publicidade nos últimos quatro anos?
16/02/07 17:13:00
I love Bahia
O governador Jaques Wagner gosta tanto da Bahia que vai passar o Carnaval fora de Salvador. No Recife e no Rio de Janeiro.
16/02/07 17:12:25
Será?
O deputado federal Colbert Martins Filho vai ser indicado pelo PMDB para algum cargo, titular ou suplente, nos diversos conselhos e comissões existentes na Câmara dos Deputados?
16/02/07 17:11:56
Colbert sem chance
Não existe nenhuma chance do deputado federal Colbert Martins Filho, que aderiu recentemente ao PMDB, ser escolhido por Lula para ser um dos ministros do partido, que está em briga interna - e eterna - pelas indicações.
16/02/07 17:11:21
Anônimo feirense
Colbert Martins Filho se filiou ao PMDB, mas até agora o fato ainda não mereceu registro no partido. Nem no site www.pmdb.org.br (nacional) nem no www.pmdb-ba.com.br (estadual).
16/02/07 17:10:55
Manchetes desta sexta-feira, 16
“Orçamento tem corte de R$ 16 bilhões”
“Social perde com corte de R$ 16 bi”
“Governo corta R$ 7,6 bi de áreas sociais”
“Orçamento da Saúde sofre corte de mais de R$ 5 bilhões”
16/02/07 17:10:18
Significados
De Ivete Sangalo, quinta-feira, 15, no Circuito Barra-Ondina, Carnaval de Salvador: “Sou a mariposa do axé!”. Para o jornal “A Tarde”, ela é a “musa escrachada”. A cantora se batizou de “Piriguete Sangalo”.
Além do inseto noturno, mariposa tem significado de meretriz, segundo o Aurélio.
16/02/07 17:09:44
Moralista
Moralista é quem preconiza preceitos morais. Mas, para o colunista José Simão, da “Folha de S. Paulo”, a palavra tem um novo significado: “Companheiro (petista) que puxa o saco de Evo Morales”. Está na coluna desta sexta-feira, 16.
16/02/07 17:08:57
Lembrando 27 anos sem Olney São Paulo
Nesta sexta-feira, 16 de fevereiro, 29 anos sem Olney São Paulo, que faleceu em 1978. O cineasta feirense mereceu biografia em livro, “Olney São Paulo e a Peleja do Cinema Sertanejo”, de Ângela José do Nascimento. Em paralelo ao livro, Ângela José realizou o vídeo “O Cineasta do Sertão”, um documentário biográfico cheio de respeito e ternura para com Olney, com depoimentos de colegas, familiares e amigos. O vídeo - foi apresentado no final dos anos 80 nesta cidade, no Feira Palace Hotel - tem texto de Olney Júnior, trilha sonora de Ilya, narração de Irving e participação de Pilar – os quatro filhos dele – e presença de Maria Augusta, sua mulher.
Em Feira de Santana, Olney deu nome a Cine Clube - que não está mais em atividade; seu filme “O Grito da Terra” virou nome de jornal - também extinto; teve mesa com seu nome no Balcão Di Vidros - um bar que já fechou. Também foi nome de premiação, em 1994, do Salão Universitário de Artes Plásticas, do Museu Regional de Arte. Na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) existe o Coletivo Olney São Paulo, entidade formada por professores e alunos para estudar cinema. Na Galeria Carmac, no centro da cidade, tem um espaço chamado praça Olney São Paulo, e no Tomba existe uma extensa rua com seu nome. No Iguatemi, nomina a praça de alimentação do shopping. Ele também foi estudado para uma seleção de mestrado em História da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo, por Johny Guimarães da Silva, com a proposta “O Sertanejo no Cinema de Olney São Paulo”.
No ano de sua morte, a então Secretaria de Turismo (Setur), com Antônio Miranda à frente, promoveu no auditório da Biblioteca Municipal Arnold Silva uma mostra “in memorian” dos filmes “Um Crime na Rua” (fragmentos), “Ciganos do Nordeste” e “Pinto Vem Aí”. O espaço ficou superlotado, mas não por pessoas interessadas na obra do cineasta e sim em ver Francisco Pinto na tela, causando até tumulto. A edição de 1978 da Jornada Baiana de Cinema fez homenagem a Olney. “Muito Prazer”, filme de David Neves, com Ilya São Paulo no elenco, teve lançamento em Feira de Santana, no Íris, em homenagem póstuma a Olney.
“Pinto Vem Aí” foi premiado no V Festival Brasileiro de Curta-Metragem do Jornal do Brasil. “Manhã Cinzenta” foi apresentado em vários festivais internacionais, como Pesaro (Itália), Cracóvia (Polônia), Mannheimm (Alemanha) - onde foi premiado com o Filmdukaten, em 1970, e causou curiosidade nos alemães com sua presença, pois ele foi para o festival de sandálias de tiras de couro cru, naturalmente compradas na feira livre de sua terra -, Londres (Inglaterra), Havana (Cuba), e Viña Del Mar (Chile). “Manhã Cinzenta” (rèalisé par Olney A Sau Paulo) também participou de mostra paralela no Festival de Cannes (França), em 1970. Em 1976, participação no V Festival Internacional de Cinema da Figueira da Foz (Portugal).
Olney foi elogiado por Orson Welles (realizador do maior filme de todos os tempos, “Cidadão Kane”), para quem “Manhã Cinzenta” era um filme extraordinário. Glauber Rocha chamou Olney de “mártir do cinema brasileiro”, disse mais que ele “é a metáfora de uma alegoria. Alegorias estas que muitas vezes foram barradas mas que nunca deixaram de ser registradas”. Sobre “Manhã Cinzenta”, o crítico e cineasta Rubem Biáfora comentou no jornal “O Estado de São Paulo”: “Uma fita mais abertamente polêmica, que a Censura cometeu o erro e a inutilidade de proibir”. A empresa Dezenove Som e Imagem, em São Paulo, dedicada a “filmes de autor”, tem em seu acervo uma cópia de “Manhã Cinzenta”.
Por Dimas Oliveira
16/02/07 17:08:19
Olney e a literatura
Além de inscrever seu nome – e o de Feira de Santana - no cenário cinematográfico nacional e internacional, Olney São Paulo também era ligado à literatura. Ele escreveu o livro de contos “A Antevéspera e o Canto do Sol”, que teve concorrido lançamento na Livraria Jacuípe, de Humberto Mascarenhas. Olney foi diretor da revista “Sertão”, órgão da Associação Cultural Filinto Bastos, exclusivamente cultural. No número 1 da revista, em 1961, ele escreveu o ensaio “Vingança”.
Um trecho: “- Pois bem moço, na minha terra é assim. Homem que veste calça é homem mesmo, não é cabra safado não! Vosmicê não conhece seu Honório do Calumbi? Homem direito aquele, não é? Ampois. Quero ver dinheiro desse mundo fazer Zé Pedro desistir de tirar a vida dele. Está jurado por todos os santos, pela cabra de Arco-Verde. Não adianta pedido do céu nem da terra. (...)”.
Olney também assinava a coluna Cineópolis no jornal “O Coruja”, do Colégio Santanópolis, onde estudava. Começou escrevendo sobre cinema antes de fazer filmes.
16/02/07 17:07:52
Preso e torturado pelo “crime”
de fazer “Manhã Cinzenta”
Por Adilson Simas
O filme mais importante de Olney São Paulo é “Manhã Cinzenta”, média-metragem que o cineasta realizou em 1969. Mas, quem conhece esse filme? Em Feira de Santana, pouca gente. O jornalista Dimas Oliveira assistiu ao filme porque conseguiu um projetor de 16mm para que Olney mostrasse a cópia que tinha em mãos, projetada em sessão secreta numa parede de casa de familiares. “A exibição clandestina não o satisfazia”, conta Dimas, completando que Olney morreu tentando uma revisão da Censura.
Com “Manhã Cinzenta”, Olney São Paulo garantiu um lugar na História. Ele é o único cineasta brasileiro a ser preso, torturado e processado pelo "crime" de ter feito esse filme. Ele registrou nas ruas um momento histórico: a crise estudantil de maio de 1968 e a atuação da repressão. Uma cópia do filme foi parar nas mãos de um dos seqüestradores do Caravelle desviado para Cuba, em 1969, e Olney foi preso porque a fita teria sido exibida aos passageiros como prova dos desmandos da ditadura.
Após o parecer em que o filme foi considerado como "altamente subversivo", por “incitar o povo contra o regime vigente”, Olney viu-se enquadrado na Lei de Segurança Nacional e processado. Corria o ano de 1971. O filme foi censurado e o autor ficou com o rótulo de maldito, ganhando aposentadoria compulsória no Banco do Brasil, onde tinha um emprego conseguido por concurso – ele começou a trabalhar na agência de Feira de Santana e depois foi transferido para o Rio de Janeiro.
A partir do AI-5, outorgado em 13 de dezembro de 1968, a Censura não tinha preocupação em justificar os atos de proibição e cortes dos filmes. Com a prisão, Olney sofreu danos em sua saúde – ele morreu aos 41 anos e a família sustenta que sua saúde frágil foi abalada por maus-tratos na prisão. Também é registrado o completo desaparecimento dos negativos de "Manhã Cinzenta", nas dependências da Censura. Depois de vetado, o filme nunca mais foi encontrado. Praticamente sumiu da memória cinematográfica nacional, um prejuízo artístico e econômico. Sua última exibição conhecida foi na mostra “Cinema Calado - Filmes Censurados”, realizada em 3 de março de 2001, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
15/02/07 22:02:36
A confissão de Lula
(Extraído do Blog Reinaldo Azevedo)
Ao anunciar o acordo com a Bolívia sobre o preço do gás, disse o Apedeuta brasileiro na presença do Apedeuta boliviano: “Reconheço a justeza de todos os pleitos bolivianos”. “Todos” quer dizer “todos”, e isso inclui a expropriação da Petrobras e o endosso aos métodos: por meio de ocupação militar. Como sabem, há tempos escrevo aqui — e o fazia desde o site Primeira Leitura: Luiz Inácio Lula da Silva, o criador do Foro de São Paulo, é o chefe de Morales. O índio pode ter exagerado um pouco na performance, nas momices, mas a tungada na Petrobrás foi um acordo. E isso já não é mais juízo meu: é uma confissão de Lula.
15/02/07 21:51:32
“Maioridade penal e hipocrisia”, de Contardo Calligaris
Publicado na “Folha de S. Paulo”, edição desta quinta-feira, 15
Um adolescente de 16 anos fazia parte da quadrilha que arrastou o corpo de João Hélio, 6 anos, pelas ruas do Rio.
A cada vez que um menor comete um crime repugnante (homicídio, estupro, latrocínio), volta o debate sobre a maioridade penal.
Em geral, o essencial é dito e repetido. E não acontece nada. Aos poucos, o horror do crime é esquecido. Não é por preguiça, é por hipocrisia. Preferimos deixar para lá, até a próxima, covardemente, porque custamos a contrariar alguns lugares-comuns de nossa maneira de pensar. 1) A prisão é uma instituição hipócrita desde sua invenção moderna.
Ela protege o cidadão, evitando que os lobos circulem pelas ruas, e pune o criminoso, constrangendo seu corpo. Mas nossa alma "generosa" dorme melhor com a idéia de que a prisão é um empreendimento reeducativo, no qual a sociedade emenda suas ovelhas desgarradas.
A versão nacional dessa hipocrisia diz que a reeducação falha porque nosso sistema carcerário é brutal e inadequado. Essa caracterização é exata, mas qualquer pesquisa, pelo mundo afora, reconhece que mesmo o melhor sistema carcerário só consegue "recuperar" (eventualmente) os criminosos responsáveis por crimes não-hediondos. Quanto aos outros, a prisão serve para punir o réu e proteger a sociedade.
Essa constatação frustra as ambições do poder moderno, que (como mostrou Michel Foucault em “Vigiar e Punir”) aposta na capacidade de educar e reeducar os espíritos. A idéia de apenas segregar os criminosos nos repugna porque diz que somos incapazes de convertê-los.
Detalhe: Foucault denunciou (com razão) a instituição carcerária, mas, na hora de propor alternativas (conferência de Montreal, em 1975), sua contribuição era balbuciante.
2) Em geral, para evitarmos admitir que a prisão serve para punir e proteger a sociedade (e não para educar), muda-se o foco da atenção: "Esqueça a prisão, pense nas causas". Preferimos, em suma, a má consciência pela desigualdade social à má consciência por punir e segregar os criminosos. Ora, a miséria pode ser a causa de crimes leves contra o patrimônio, mas o psicopata, que estupra e mata para roubar, não é fruto da dureza de sua vida.
Por exemplo, no último número da "Revista de Psiquiatria Clínica" (vol. 33, 2006), uma pesquisa de Schmitt, Pinto, Gomes, Quevedo e Stein mostra que "adolescentes infratores graves (autores de homicídio, estupro e latrocínio) possuem personalidade psicopática e risco aumentado de reincidência criminal, mas não apresentam maior prevalência de história de abuso na infância do que outros adolescentes infratores".
3) A má consciência por punir e segregar é especialmente ativa quando se trata de menores criminosos, pois, com crianças e adolescentes, temos uma ambição ortopédica desmedida: queremos acreditar que podemos educá-los e reeducá-los, sempre -e rapidamente, viu?
No fim de 2003, outra quadrilha, liderada por um adolescente, massacrou dois jovens, Liana e Felipe, que passavam o fim de semana numa barraca, no Embu-Guaçu. Depois desse crime, na mesma "Revista de Psiquiatria Clínica" (vol. 31, 2004), Jorge Wohney Ferreira Amaro publicou uma crítica fundamentada e radical do Estatuto da Criança e do Adolescente. Resumindo suas conclusões:
Ou o menor é consciente de seu ato, e, portanto, imputável como um adulto;
Ou seu desenvolvimento é incompleto, e, nesse caso, nada garante que ele se complete num máximo de três anos;
Ou, então, o jovem sofre de um Transtorno da Personalidade Anti-Social (psicopatia), cuja cura (quando acontece) exige raramente menos de uma década de esforços.
Em suma, a maioridade penal poderia ser reduzida para 16 ou 14 anos, mas não é isso que realmente importa. A hipocrisia está no artigo 121 do Estatuto da Criança e do Adolescente, segundo o qual, para um menor, "em nenhuma hipótese, o período máximo de internação excederá a três anos".
Ora, a decência, o bom senso e a coerência pedem que uma comissão, um juiz especializado ou mesmo um júri popular decidam, antes de mais nada, se o menor acusado deve ser julgado como adulto ou não. Caso ele seja reconhecido como menor ou como portador de um transtorno da personalidade, o jovem só deveria ser devolvido à sociedade uma vez "completado" seu desenvolvimento ou sua cura -que isso leve três anos, ou dez, ou 50.
15/02/07 21:07:45
Feira ganha viadutos
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O prefeito José Ronaldo anunciou, na sessão solene desta quinta-feira, 15, na Câmara, que o Município vai construir cinco viadutos na cidade, com investimento de aproximadamente R$ 50 milhões. A obra está prevista para ser financiada em condições de igualdade por receitas próprias do Município - a Prefeitura entra com a metade - e a outra parte advinda de financiamento externo. Foi lido na Câmara o projeto de lei que pede autorização para que o Executivo contraia o empréstimo junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), com sede na Venezuela.
Os locais onde serão construídos os viadutos já foram definidos. O maior, devido à localização e necessidade, vai ficar na rotatória da Cidade Nova, e os outros nos cruzamentos entre as avenidas Eduardo Fróes da Motta com Maria Quitéria/Francisco Fraga Maia, João Durval Carneiro/Ayrton Sena e Getúlio Vargas/Nóide Cerqueira. O quinto será construído no cruzamento entre as João Durval Carneiro e a Getúlio Vargas. “As decisões foram tomadas com base na observação do fluxo de veículos nos horários de pico. Milhares de automóveis passam por estes locais todos os dias. Estes equipamentos vão tornar o trânsito mais seguro, contribuindo para que vidas não corram perigo”, disse.
O prefeito destaca que a concretização da obra não apenas vai beneficiar o tráfego, mas melhorar a qualidade de vida dos feirenses, melhorar substancialmente o nível de emprego e uma considerável repercussão na economia local. “Mas devemos salientar que o projeto tem metas mais abrangentes. Vai fixar novos vetores de atração de investimentos e projetar várias alternativas de desenvolvimento para a comunidade”, informou. Os vetores de crescimento seriam possibilitados pela construção de avenidas radiais, que interligariam pontos importantes da área urbana, projetando o deslocamento habitacional.
José Ronaldo afirmou que os projetos apresentados nas mais diversas estâncias do Governo Federal foram aprovados. “Seguimos todos os parâmetros fixados na Lei Federal aplicável à matéria, além de elaborarmos nossa proposta dentro dos parâmetros orçamentários e financeiros vigentes no município”. Ele destacou que os recursos serão destinados à melhoria da qualidade de vida dos feirenses. O prazo da contratação é de dez anos. “Nós estamos como Classe A, na capacidade de tomar empréstimos. Vamos tomar o valor que é necessário, aquilo que o Município vai poder pagar sem oferecer problemas para o desenvolvimento da administração”, afirmou.
Os projetos estão prontos. Foram elaborados a partir do levantamento do volume de tráfego de veículos nos cinco pontos onde serão construídos os viadutos e até mesmo projeção de evolução para os próximos anos, bem como levando em consideração a possível e futura duplicação da avenida Fróes da Mota, o Anel de Contorno. “Acreditamos que em junho todo o processo burocrático deverá estar concluído, até mesmo a licitação internacional. É preciso que façamos uma observação: o Município vai investir em recursos próprios o mesmo valor do empréstimo”, encerrou.
28/12/06 12:13:55
Pois é
As emendas de deputados estaduais que sugeriram aumentar os recursos para universidades estaduais – a Uefs incluída – não foram acatadas pela bancada do governador eleito Jaques Wagner.
27/12/06 12:34:39
CINEMA
Os melhores filmes do ano
Por Dimas Oliveira
Desde 1966, há 40 anos, que escolho os melhores filmes exibidos nas telas e vistos no ano. O gosto é pessoal. Neste ano, o melhor filme entre os melhores foi “Munique”, uma pungente reflexão sobre o terrorismo. Os melhores de 2006, estão em duas listas de dez filmes. A ordem é cronológica, de exibição.
A primeira lista: “Munique” (Munich), de Steven Spielberg; “A Marcha dos Pingüins” (La Marche de L’Empereur), de Luc Jacques; “Capote” (Capote), de Bennett Miller; “Crash: No Limite”, de Paul Haggis; “O Plano Perfeito” (Inside Man), de Spike Lee; “V de Vingança”, de James McTeigue; “Vôo United 93” (United 93), de Paul Greengrass; “Os Infiltrados” (The Depparted), de Martin Scorsese; “Volver” (Volver), de Pedro Almodóvar; e “O Grande Truque” (The Prestige), de Christopher Nolan.
A segunda lista consta de: “Soldado Anônimo” (Jarhead), de Sam Mendes; “Syriana” (Syriana), de Stephen Gaghan; “Johnny e June” (Walk the Line), de James Mangold “Superman - O Retorno” (Superman Returns), de Bryan Singer; “A Prova” (Proof), de John Madden; “A Cidade Perdida” (The Lost City), de Andy Garcia; “Dália Negra” (The Black Dahlia), de Brian de Palma; “O Diabo Veste Prada” (The Devil Wears Prada), de David Frankel; “As Torres Gêmeas” (World Trade Center), de Oliver Stone; e “O Ilusionista” (The Illusionist), de Neil Burger.
22/12/06 20:59:41
CINEMA
Filmes brasileiros lançados em 2006
Por Dimas Oliveira
O ano está acabando e já se pode fazer um balanço dos filmes brasileiros exibidos em Feira de Santana, no Orient Cineplace. Na última semana do ano poderá entrar em cartaz, “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, completando 20 títulos nacionais na temporada.
O começo de 2006 foi com “Xuxinha e Guto Contra os Monstros”, que foi lançado em 25 de dezembro do ano passado e ficou em tela até 12 de janeiro. Outro filme que teve pré-estréia no Natal de 2005 até 5 de janeiro foi “Se Eu Fosse Você”, que teve a maior permanência em cartaz, de 6 de janeiro a 23 de fevereiro, sendo o filme brasileiro mais visto este ano, não só nesta cidade como em todo o país.
“Didi: O Caçador de Tesouros” entrou de 6 a 19 de janeiro e depois de 27 de janeiro a 9 de fevereiro. O superestimado “A Máquina” só durou uma semana, de 7 a 12 de abril, sendo um grande fracasso de público. Outra decepção foi “Irmã Vap: O Retorno”, também com somente uma semana em cartaz, de 12 a 18 de maio. “Achados e Perdidos” passou de 12 a 18 de maio. Os meses de junho e julho não tiveram nenhum filme brasileiro.
“Zuzu Angel” ficou duas semanas em cartaz, de 4 a 17 de agosto. A segunda bobagem da turma do Casseta & Planeta, “Seus Problemas Acabaram”, durou três semanas, de 1º a 21 de setembro.
“Anjos do Sol”, passou desapercebido, de 1º a 6 de setembro. A comédia “Trair e Coçar É Só Começar”, ficou em tela por três semanas, de 22 de setembro a 11 de outubro, já “O Maior Amor do Mundo”, de 6 a 11 de outubro, apenas uma semana, assim como “A Ilha do Terrível Rapaterra”, de 27 de outubro a 1º de novembro. “Muito Gelo e Dois dedos d’Água” permaneceu duas semanas em tele, de 2 a 16 de novembro; “Fica Comigo Esta Noite” durou duas semanas, de 17 a 30 de novembro.
“O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias” passou apenas uma semana, de 24 a 30 de novembro. Também somente durou uma semana os filmes “Eu Me Lembro”, de 1 a 7 de dezembro; “Canta Maria” e “Sonhos e Desejos”, de 8 a 14 deste mês.
Como o ano começou com Xuxa, termina com ela, em dose dupla, “Xuxa Gêmeas”
De todos esses filmes, apenas cinco foram lançamentos em concomitância com o circuito nacional: “Se Eu Fosse Você”, “Didi: O Caçador de Tesouros”, “Zuzu Angel”, “Seus Problemas Acabaram”, “Xuxa Gêmeas”.
Dos vinte títulos, destaque para “Zuzu Angel”, “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias”, o melhor de todos, “Canta Maria” e o baiano “Eu Me Lembro”.
19/12/06 18:38:38
Maestro Miro vai ser reaberto nesta quinta-feira
O Centro de Cultura Maestro Miro será reaberto na próxima quinta-feira. Fechado desde fevereiro, o espaço cultural retoma suas atividades depois de passar por reparos em sua estrutura. A solenidade contará com a presença do prefeito José Ronaldo de Carvalho, do secretário de Cultura, Esporte e Lazer Maurício Carvalho e do diretor presidente da Fundação Cultural Egberto Costa, Augusto César Orrico.
A Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e a Fundação Cultural Egberto Costa já definiram a programação de reabertura. Na quinta-feira, às 20h, depois de solenidade, show “Eu Apenas Queria Que Você Soubesse”, com Carlos Pitta, Bando Anunciador e convidados -, ele comemorando 25 anos de carreira.
Na sexta-feira, 22, às 20h, apresentação da Companhia de Dana Rita Bastos com o espetáculo “Corpo em Poesia”. No sábado, 23, apresentação do espetáculo teatral “Graxeiras Graças a Deus”, com direção de Fernando Marinho e Márcio Sherrer, José Guedes e Adriano Lima no elenco.
Na terça-feira, 26, às 20h, apresentação do espetáculo teatral “A Carroça Mágica”, com direção de Grasca e Cristiane Veiga.
Por fim, na quarta-feira, dia 27, às 19h30, lançamento do CD do festival de música Vozes da Terra, edição 2006, com apresentação musical de Paulo Bindá e Banda Vozes da Terra, além dos finalistas das edições 2005 e 2006.
15/12/06 18:50:15
Cada parlamentar custará até R$113.883,33 por mês
(Do Blog Reinaldo Azevedo)
Somados todos os benefícios, cada parlamentar passará a custar ao país R$113.883,33 mil por mês. Além do ganho mensal de R$28.583,33 (14 salários somados e divididos por 12), os congressistas recebem:
a - de R$ 4,1 mil a R$ 16,5 mil para passagens aéreas (depende o Estado de origem);
b - R$ 3 mil mensais de auxílio-moradia;
c - R$ 50.8 mil por mês para gastos com pessoal;
d - Até R$ 15 mil para gastos com escritório e locomoção no Estado de origem.
Sim, os valores foram calculados pelo teto nos itens a e b.
15/12/06 18:25:54
Viva o povo brasileiro
O novo salário dos deputados federais (R$24.500,00) é 23 vezes maior que o salário médio (R$1.046,50) do brasileiro. Em relação ao salário mínimo, 70 vezes maior.
14/12/06 16:48:16
Muniz Sodré participa de evento em Paris
Muniz Sodré, presidente da Biblioteca Nacional, participou no início de dezembro, em Paris, de um encontro internacional sobre biblioteca digital em que teve a oportunidade de relatar a experiência da instituição que dirige.
Em junho, a Biblioteca Nacional inaugurou um novo formato para seu site, que contém a Biblioteca Nacional Digital, constituído pela digitalização de parte do acervo.
Promovido pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, o evento aconteceu nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, na sede da Unesco.
Muniz, 63 anos, é natural de São Gonçalo dos Campos e foi criado em Feira de Santana. É filho de Antônio Leopoldo Cabral. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais na Bahia, fez mestrado na Sorbonne em Sociologia da Informação, em Paris, doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em Teoria da Literatura de Massa, e pós-doutorado novamente na Sorbonne em Sociologia, Antropologia e Lingüística.
Muniz Sodré publicou 26 livros e atualmente é professor titular da Escola de Comunicação da UFRJ, onde leciona há mais de dez anos e foi diretor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura. Jornalista, ele trabalhou na Bloch Editores, no “Jornal do Brasil” e na revista “Visão”.
14/12/06 16:45:28
O homem errado
O título é de um filme clássico de Alfred Hitchcock, o mestre do suspense, realizado em 1956, com Henry Fonda. Cinqüenta anos depois é usado para considerar sobre a indicação do “feirense” Ildes Ferreira de Oliveira para o primeiro escalão do governo Jaques Wagner.
Com retardo, ele foi anunciado nesta quinta-feira, 14, para o cargo de secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, atualmente um órgão extraordinário na estrutura do Estado e com um técnico da área como titular, Rafael Luchesi, mas sem ter muita visibilidade.
Como sociólogo de formação, com mestrado na área, professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), integrante do Departamento de Ciências Humanas e Filosofia, que em sala de aula ensina Marx e Gramsci, dirigente do Movimento de Organização Comunitária (MOC), assessor e consultor da Apaeb (Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira), articulista eventual em jornais e outras publicações, escrevinhador de cartas para painéis de leitores em publicações nacionais, não tem nada a ver com o cargo para o qual foi indicado.
Ildes também foi vereador - seu mandato foi entre 1996 e 2000, com 1.711 votos. Candidato derrotado à reeleição em 2000, quando conseguiu 1.921 votos. Em 2004, com 1.561 votos - foi o mais votado do PPS e o 46º entre os candidatos, outra derrota nas urnas.
Este o homem de Feira de Santana - ele é natural de Valente - no primeiro escalão do primeiro governo petista na Bahia.
Como tem até um engenheiro eletricista na Comunicação...
13/12/06 00:09:03
FILMES EM CARTAZ
Pela primeira vez numa sessão de cinema
Jason Statham e Amy Smart em “Adrenalina”
Divulgação
Dezembro, mês de férias escolares e tempo propício de programas para o público infantil, no Orient Cineplace. Nesta semana tem os lançamentos nacionais do filme de animação “Por Água Abaixo” e da bobagem anual de Xuxa, agora em dose dupla com “Xuxa Gêmeas”. Ainda para o público alvo do período tem a deliciosa animação “Happy Feet - O Pingüm”, em quarta semana.
Outras duas novidades são o filme de ação “Adrenalina”, com distribuição e promoção da Califórnia Filmes, e o drama “Um Bom Ano”, com Russell Crowe de novo dirigido por Ridley Scott, que estiveram juntos em “Gladiador”. Esses dois títulos são recomendados.
Enquanto isso, alunos da Escola Municipal Nóide Cerqueira, no Campo Limpo, estiveram na noite de terça-feira passada, pela primeira vez numa sessão de cinema. Cerca de 50 integrantes do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) assistiram junto com professores ao filme “Canta Maria”, que esteve em cartaz até ontem no Orient Cineplace.
A professora Leiva Beatriz Maria Santana Franco foi quem teve a iniciativa de promover este complemento pedagógico. Depois da sessão, este jornalista teve a oportunidade de falar um pouco sobre o filme. A atividade foi em parceria com a distribuidora Califórnia Filmes, a empresa Orient Filmes, e esta coluna semanal no “NoiteDia”. Também, apoio da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa.
“Canta Maria”, de Francisco Ramalho Júnior, é baseado no romance “Os Desvalidos”, do escritor sergipano Francisco J. C. Dantas, com ação passada nos anos 30 e que tem como pano de fundo o cangaço, um tema regionalista por excelência. Depois, de “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias”, o melhor filme brasileiro exibido em Feira de Santana este ano.
11/12/06 21:48:27
“Essa Dor Seca do Sertão” vai à Queimadinha
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A peça “Essa Dor Seca de Sertão” será apresentada pela primeira vez em Feira de Santana, dentro da programação do projeto “Teatro Vai aos Bairros”, de inclusão cultural, realizado pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Fundação Cultural Egberto Costa. A encenação será neste sábado, às 19 horas, no Colégio Edelvira Oliveira, no Cruzeirinho, Queimadinha.
Montagem da Cia Cênica Retalhos, “Essa Dor Seca de Sertão” tem texto de Beldes Ramos e direção de José Guedes. Segundo ele, que faz sua estréia guiando um espetáculo teatral - ele que é conhecido ator - o texto “nos emociona justamente por representar o espírito de luta do nordestino, sua religiosidade e fé, e sua perseverança na busca de dias melhores, mesmo que a sua condição de sofrimento prenuncie o contrário e o faça errar por veredas de atribuições”.
Beldes Ramos trata a seca de modo realista e lúdico, levando o espectador a refletir sobre a temática. O espetáculo mescla realidade e fantasia. “A partir dos quatro elementos (água, fogo, terra e ar), tentaremos recompor o universo impresso no texto, transformando o que se lê, no que se vê”, considerou José Guedes.
O elenco da peça é formado por Dejane Martins (Rogaciana), Claudeilton Garizas (Josué), Rafael Ferreira (Retirantes, Arauto da Morte), Silvânia Santos (Poeta, Vendedor de Ilusões), Jorge Figueredo (Cangaceiro), e Adriana Oliveira (Diabo, Morte).
O projeto é desenvolvido há seis anos pelo Governo Municipal e conta com apoio cultural da Coelba, através do programa FazCultura, do Governo do Estado.
11/12/06 21:47:23
Sessão de cinema pela primeira vez
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Alunos da Escola Municipal Nóide Cerqueira, no Campo Limpo, vão na noite desta terça-feira, 12, às 19h10, pela primeira vez ano cinema. Uma turma de 50 alunos do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) vão assistir junto com professores ao filme “Canta Maria”, que está em cartaz no Orient Cineplace.
A professora Leiva Beatriz Maria Santana Franco é quem teve a iniciativa de promover este complemento pedagógico. Com o programa, implantado pela Secretaria da Educação, jovens e adultos voltam à sala de aula. Quem não teve oportunidade de estudar na idade apropriada, ou que por algum motivo abandonou a escola antes de terminar a Educação Básica, tem procurado instituições de ensino para completar seus estudos.
Além de assistirem ao filme os participantes terão direito à pipoca e refrigerante, que compõem o programa de uma sessão cinematográfica. A atividade é em parceria com a distribuidora Califórnia Filmes, empresa Orient Filmes, e a coluna “Cinema”, do jornalista Dimas Oliveira, no jornal “NoiteDia”.
O filme “Canta Maria”, de Francisco Ramalho Júnior, é baseado no romance “Os Desvalidos”, do escritor sergipano Francisco J. C. Dantas, com ação passada nos anos 30 e que tem como pano de fundo o cangaço, um tema regionalista por excelência.
11/12/06 21:44:32
“Natal na Praça” tem início nesta terça-feira
Incidência de fortes ventos e chuvas adiou programação
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O projeto “Natal na Praça”, em sua sexta edição, desenvolvido pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Fundação Cultural Municipal Egberto Costa, não foi iniciado no sábado passado, como estava previsto. A incidência de fortes ventos e chuvas na tarde daquele dia provocou o adiamento da programação para esta quarta-feira, pois a estrutura montada na praça de alimentação, na avenida Getúlio Vargas, foi prejudicada.
Segundo o secretário Maurício Carvalho as atrações programadas para os primeiros dias do “Natal na Praça” serão intercaladas nos demais dias do evento. “Estamos promovendo remanejamento para acomodar toda a programação anteriormente definida”, disse. O feriado de Natal, 25, e o dia 26 podem também serem utilizados no programa.
Reunir famílias em praça pública num clima de confraternização natalina, com apresentações de artistas locais e regionais com música, dança, teatro, presépio vivo, além de filarmônicas e corais, é o objetivo do programa. Durante duas semanas, a programação de uma série de atrações, são 54 no total, sendo três a quatro por dia.
08/12/06 23:34:58
Você conhece alguém do secretariado anunciado?
Aumento no número de secretarias, mudanças e criação de novas secretarias e indicação de nomes completamente desconhecidos. Este o balanço do anúncio do secretariado pelo governador eleito Jaques Wagner (PT), na manhã desta sexta-feira, 8. Ainda falta ele divulgar três futuros secretários (Planejamento, Administração e Ciência e Tecnologia).
Os nomes divulgados contemplam o PT e partidos aliados - PC do B, PMDB, PSB, PTB e PV - faltaram o PDT, do senador eleito João Durval Carneiro e do prefeito de Salvador, e o PPS, do deputado federal feirense Colbert Martins Filho. Resumo da ópera: Nenhum nome de Feira de Santana no secretariado. Nem Ildes Ferreira, nem Valmir Motta, nem Messias Gonzaga, muito menos Evaldo Martins, Marlede Oliveira, Albertino Carneiro e Jairo Cedraz. Pois é.
Eis o secretariado, anunciado depois de dois meses e uma semana do resultado das eleições:
Administração - Não divulgado
Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária - Geraldo Simões (PT)
Casa Civil - Eva Maria (PT)
Casa Militar – Não divulgado
Ciência e Tecnologia - Não divulgado
Desenvolvimento Urbano - Afonso Florêncio
Educação - Adeum Sauer (PT)
Fazenda - Carlos Martins (PT)
Governo - Fernando Schmidt (PSB)
Indústria, Comércio e Mineração - Rafael Amoedo (PMDB)
Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Juliano Matos (PV)
Planejamento - Não divulgado
Procurador Geral do Estado - Rui Moraes Cruz
Saúde - Jorge Solla (PT)
Novas e mudadas
Articulação - Ruy Costa (PT)
Cultura - Márcio Meirelles
Desenvolvimento Regional - Edmon Lucas (PTB)
Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza - Walmir Assunção (PT)
Direitos Humanos - Marília Murici
Infraestrutura e Transportes - Batista Neves (PMDB)
Justiça e Segurança - Paulo Bezerra
Promoção Social - Luiz Alberto (PT)
Trabalho e Emprego - Nilton Vasconcelos (PC do B),
Turismo - Domingos Leonelli (PSB)
08/12/06 23:33:28
Deu em Cláudio Humberto:
(sexta-feira, 8 de dezembro)
Prefeito desafia Wagner a acabar programa
O prefeito de Feira de Santana (BA), José Reinaldo de Carvalho (PFL), assegurou aos 650 pequenos agricultores do Programa de Avicultura Familiar que vai dar continuidade ao programa, independente da decisão do futuro governo petista de Jaques Wagner de mantê-lo ou não. O programa é uma parceria do governo estadual. Feira de Santana é agora o principal reduto do carlismo na Bahia. José Ronaldo foi reeleito com quase 80% dos votos e pode bater chapa com Wagner, em 2010.
Até petistas votaram no candidato de ACM
O futuro ministro do Tribunal de Contas da União, deputado Aroldo Cedraz (PFL-BA), foi bem votado até mesmo na bancada do PT. Deputados petistas como os baianos Nelson Pelegrino e Walter Pinheiro preferiram votar o candidato apoiado por ACM a ajudar a eleger o colega Paulo Delgado (PT-MG), de quem não gostam.
Estas nota estão no site www.claudiohumberto.com.br
08/12/06 23:31:39
07/12/06 23:06:47
Na tela
"Nada me abala. Não sou um cara vulnerável a notícia de jornal. Aliás, se você soubesse o bem que é ficar 20 dias sem ler jornal para o leitor! Não abro um jornal! E não desaprendo nada. Por que você acha que sou esse cara equilibrado? Porque não fico subordinado às oscilações das notícias. Ninguém tem que ligar para a minha casa para dizer: "Vai sair tal coisa na Folha de S.Paulo amanhã". F*#*-se! Deixa sair" (Lula, em "Atos – A Companhia Pública de Lula", documentário de João Moreira Salles sobre os bastidores da campanha presidencial de 2002).
07/12/06 23:03:54
Casarão dos Olhos d´Água tem inauguração
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O casarão dos Olhos d´Água será entregue aos feirenses e à comunidade acadêmica totalmente recuperado nesta sexta-feira, 8. O evento está marcado para as 9h30. Segundo estudiosos da história local, é o marco zero de Feira de Santana. Teria sido construído no século XVIII, e servido de moradia do casal Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandão, donos da fazenda que deu origem a cidade. Está em poder da família Pedra há mais de dois séculos. Foi transformado na Fundação Alfredo da Costa e Almeida Pedra.
O governador Paulo Souto será um dos convidados. O prefeito José Ronaldo de Carvalho vai estar presente. A reforma foi custeada pelo Governo do Estado, através do Programa FazCultura e através da renúncia fiscal do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A empresa parceira foi a Pirelli, que tem uma unidade no Centro Industrial do Subaé (CIS).
O prefeito José Ronaldo disse que a recuperação do casarão foi por décadas pedida pela intelectualidade agora se concretiza. “Recuperar um patrimônio cultural se torna um referencial para a memória coletiva de toda comunidade. Adotamos a preservação de prédios e igrejas como campo de ação. Tenho a convicção que contribuímos decisivamente para que a nossa cultura se tornasse um pouco mais rica. Para isso, contamos com o decisivo apoio do governador Paulo Souto, que se mostrou amigo do povo de Feira de Santana”, disse.
Ele disse mais que o casarão tem um valor histórico e afetivo para os feirenses. “A intervenção impediu que o imóvel fosse totalmente ao chão. Já não restava muito das suas paredes que certamente carregavam muita história. O novo espaço também será um local onde a história feirense, que é rica, será evidenciada todos os dias. Desde o ciclo do couro à sua industrialização. É, de certa forma, um resgate do nosso passado”, considerou.
Em Feira de Santana igrejas seculares já foram recuperadas, todas com apoio do FazCultura: a de Nossa Senhora dos Humildes, que fica no distrito de Humildes, a Catedral Metropolitana de Santana, a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, a Igreja Senhor dos Passos e a de São José das Itapororocas, no distrito de Maria Quitéria.
O casarão onde viveu o político João Pedreira – e foi sede da Prefeitura, Fórum, Biblioteca, entre outros órgãos, esquina das avenidas Senhor dos Passos e Getúlio Vargas, está em fase final de recuperação pelos seus proprietários. Há alguns anos foi parcialmente destruído por um incêndio. O octagenário prédio da Prefeitura passa por profunda e completa restauração. O casarão Fróes da Motta, que pertence à Fundação Senhor dos Passos, está sendo recuperado.
Uma moderna praça foi construída no local onde existe uma cruz de madeira. Era naquela área, segundo os conhecedores da história local, que os tropeiros, que iam ou vinham do sertão, tangendo boiada ou transportando outros produtos, repousavam. O casarão e a praça serão transformados em espaços culturais, abertos à comunidade e aos eventos produzido por ela.
“O nosso objetivo é transformar o casarão num espaço vivo, onde a cultura pulse e que todas suas salas sejam ocupadas por representantes de todos segmentos da cultura local”, disse Jorge Pedra, bisneto proprietário do imóvel. “Ficou do jeito que a gente e as pessoas desejavam. Foi reerguido e será mantido pelos feirenses com muito carinho. Afinal, este casarão representa o nosso começo. Agora é o recomeço”, falou.
06/12/06 18:51:00
Educando a sociedade “de que”...
(Extraído do Blog Reinaldo Azevedo)
Imprensa e Educando de... – Ontem, falando a autoridades do Judiciário, com aquela fluência e clareza que tão bem o caracterizam, disse o Apedeuta, o Babalorixá de Banânia: “Possivelmente, eu acho que, do ponto de vista econômico, a notícia ruim deve dar muito mais dinheiro do que a notícia boa. Como é que a gente vai educar a sociedade brasileira de que as coisas boas acontecem em maior número que as coisas ruins no país?" Como a gente vê, Lula está pensando em “educar a sociedade de” algumas coisas. E a imprensa está na mira. O modelo petista já está pronto. Consiste em mobilizar os seus esbirros, amamentados com o leite de pata da verba publicitária do governo e das estatais, para cantar as suas glórias. O chato é que as emissoras cuja profissão é puxar o saco não têm audiência, e as revistas cuja tarefa é inventar uma metafísica para o petismo não têm leitores. Pior para o governo e melhor para os espertalhões. No fundo, querem que o PT se dane. O negócio é meter a mão na grana.
06/12/06 18:33:53
FILMES EM CARTAZ
“Fonte da Vida” e “Canta Maria” chamam a atenção
Sete filmes em cartaz nesta 50ª semana cinematográfica, a partir desta sexta-feira, 8. Quatro novidades, duas delas, filmes brasileiros, e três continuações. Os filmes que mais chamam a atenção são “Fonte da Vida”, que é ficção científica, e o drama brasileiro “Canta Maria”, com o cangaço de volta às telas. O filme brasileiro “Sonhos e Desejos”, tem os anos 70 como pano de fundo (como os recentes “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias” e “Eu Me Lembro”), assim, um tema mais que recorrente atualmente. As novidades fecham com a animação “O Segredo dos Animais”. Continuam: “Happy Feet - O Pingüim”, deliciosa animação musical; “Jesus - A História do Nascimento”, que narra o episódio da natividade, como está na Bíblia, e que merece ser visto; e o excelente “O Grande Truque”.
Em “Fonte da Vida”, em três épocas distintas da humanidade - passado, presente e futuro - um homem busca respostas que possam ajudá-lo a compreender a existência. Dirigido por Darren Aronofsky tem Hugh Jackman, Rachel Weisz e Ellen Burstyn no elenco.
Durante a maior parte de sua produção o título do filme seria “Os Desvalidos”, o mesmo do livro o qual sua história é baseada, do escritor sergipano Francisco J. C. Dantas. O definitivo “Canta Maria”, é uma referência à letra de uma canção, composta por Daniela Mercury e Gabriel Povoas para o filme. O cangaço, que é um tema dos mais interessantes da história brasileira está de volta à pauta cinematográfica. O movimento que abalou o Nordeste nas primeiras décadas do século 20, uma das grandes vertentes do cinema nacional no passado, ganha releitura neste filme.
O escritor Francisco J. C. Dantas é natural de Riachão do Dantas e o livro “Os Desvalidos” foi lançado em 1993. É considerado um sopro novo na literatura de cunho regionalista, um autor cujo talento vem sendo comparado a Guimarães Rosa e Graciliano Ramos.
O principal local das filmagens foi Cabaceiras, pequeno município com pouco mais de quatro mil habitantes, no interior da Paraíba.
A produção nacional é mais uma distribuição da Califórnia Filmes. Nos programas "Rádio Repórter", da Rádio Subaé, na quinta-feira, e "Bom Dia, Feira, na Rádio Princesa, no sábado, a realização de promoção de ingressos para assistência ao filme "Canta Maria", em parceria com a distribuidora.
06/12/06 18:29:48
Ah, como é difícil governar
“Wagner espera um cenário de dificuldades”. Esta a chamada da “Tribuna da Bahia”, edição desta quarta-feira, 6.
O governador eleito, Jaques Wagner (PT), está antevendo a situação. Nem tomou posse e já está justificando. Discurso é uma coisa, prática é outra. E a amizade com o presidente Lula não vai render nada para aliviar a dificuldade? Triste Bahia.
05/12/06 21:40:25
Acervo Pedro Roberto em funcionamento
O Acervo Pedro Roberto, um memorial de cultura, foi aberto na noite do dia 30 de novembro passado, em concorrida mostra do trabalho e ateliê do artista plástico Pedro Roberto, falecido em 1º de janeiro deste ano. O espaço fica na Vila Carsioli, no bairro Campo Limpo. Bazar beneficente, em prol da Associação de Apoio as Pessoas Com Câncer (AAPC), também marcou a inauguração.
Desejo exposto em vida, o sonho de Pedro Roberto foi concretizado por familiares, anexo ao loft que construiu quando retornou de São Paulo para Feira de Santana, em 2005.
Pedro Roberto Boaventura de Oliveira nasceu em 29 de junho de 1950, em Angico, distrito de Mairi, na Bahia. Filho da professora Hilda Pereira Boaventura de Oliveira (já falecida) e do comerciante Carlos Simões de Oliveira. Aos dois anos de idade ele veio morar em Feira de Santana e, desde criança, mostrou muito interesse por trabalhos manuais, desenhos e um conhecimento especial sobre cinema, na época, o grande divertimento da garotada.
Aos 16 anos, foi trabalhar com o arquiteto Amélio Amorim, então, o mais renomado da cidade, onde aprendeu desenho técnico, tornando-se logo, um dos mais requisitados nessa área. Com a dupla de arquitetos José Monteiro Filho e Juraci Dórea, ele continuou desenhista até o início dos anos 70, quando prestou vestibular em Salvador, cursando Artes Plásticas na Universidade Federal da Bahia (Ufba), até 1976.
Em 1973, realizou sua primeira exposição individual, no Clube de Campo Cajueiro, em Feira de Santana, denominada “Realismo Fantástico”, que obteve repercussão imediata, tanto na parte comercial como na mídia especializada, recebendo citação em matéria da conceituada crítica Matilde Matos, do “Jornal da Bahia”.
Até o final dos anos 80, realizou dezenas de exposições individuais, participou de salões e coletivas, criou cartazes (duas vezes para a Micareta de Feira de Santana) e figurinos para teatro, decoração para eventos, murais, além de cenários para desfiles de moda e peças teatrais.
Aos 30 anos de idade foi morar no Rio de Janeiro e, em 1982, mudou-se para São Paulo, onde abriu o atelier “Garagem 957” juntamente com a designer de jóias Jeanette Pires.
Em 1988, foi convidado pelo estilista Ney Galvão para mostrar seus
quadros no programa “Veja o Gordo” e indicado pelo mesmo para ser cenógrafo no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Ele trabalhou dezesseis anos na emissora, até 2004, exercendo os cargos de assistente de Cenografia, cenógrafo, chefe de Cenografia, gerente de Contra-Regra, gerente de Cenografia & Contra-regra, gerente de Cenografia & Figurino e como coordenador de Cenografia & Figurino.
Vitimado por um câncer, ele voltou para Feira de Santana em dezembro de 2004, depois de ter se submetido a uma delicada cirurgia. Nesta cidade, fez tratamento de quimioterapia e radioterapia. Realizou a que seria sua última exposição, “Faces”, de desenhos, na Galeria de Arte Carlo Barbosa. Em setembro de 2005, com o recrudescimento da doença, ele voltou para São Paulo, onde faleceu no primeiro dia deste ano. Seu corpo veio para Feira de Santana, onde foi sepultado no dia 3 de janeiro, no Cemitério Piedade.
05/12/06 21:39:29
05/12/06 19:37:37
Teatro vai ao Fraternidade com “Debaixo da Ponte”
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O espetáculo “Debaixo da Ponte” é a próxima apresentação do projeto cultural “O Teatro Vai aos Bairros”, nesta quarta-feira, às 19 horas, no bairro Fraternidade. A iniciativa que visa proporcionar inclusão cultural é do Governo Princesa do Sertão, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa, com apoio da Coelba, através da FazCultura.
De autoria de Marcello Ricardo Almeida e Morche Ricardo Almeida, a peça, que foi escrita em 1983, trata sobre um drama urbano: a estória de dois mendigos lutando pela sobrevivência e travando uma disputa territorial ao domínio de um ponto onde passar uma noite.
Montagem da Companhia Teatral Squachixe, “Debaixo da Ponte” tem José Guedes e Roberval Barreto no elenco, ambos comemorando 30 anos de carreira teatral. Eles interpretam Sobaco e Chulé, dois velhos mendigos que disputam um espaço sob uma ponte, aonde um chegou quando o outro já estava. Nos diálogos, o retrato de um modo de vida, as rejeições, a maneira de ver o mundo, a falta de moradia e a luta pela posse.
05/12/06 19:35:59
Prefeitura trabalha para reduzir o
déficit habitacional no município
Responsável pela execução da política habitacional do Governo Municipal, a Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária busca desenvolver os trabalhos de concepção e estruturação da estratégia montada pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho, visando equacionar ou minimizar o déficit habitacional, além de produzir uma melhor qualidade de vida e moradia para a população mais carente de Feira de Santana.
Um dos principais aspectos da Secretaria de Habitação é direcionado para a política fundiária, para estabelecer, em médio prazo, as bases de implantação das políticas de desenvolvimento urbano no município, que sejam capazes de viabilizar a implementação de programas habitacionais. Esse trabalho está sendo executado pelo Departamento de Regularização Fundiária, entre eles destacam-se os bairros do Aviário, Rua Nova, Jussara, Agrovila, Renascer e Feira X. “Essa ação é de fundamental importância porque a questão habitacional precisa ser enfrentada de forma articulada com as políticas urbana, fundiária e de saneamento”, disse o secretário Genésio Serafim.
“O déficit habitacional é uma questão nacional, complexa e que envolve diversos aspectos a serem superados, entre eles podemos citar alguns: saneamento básico, segurança, transporte, garantia de qualidade, educação, integração dos governos federal, estadual e municipal, disponibilidade de recursos para construção de casas populares para quem não tem rendimento familiar igual ou menor do que o salário mínimo, aplicação de novas tecnologias, levantamento de áreas, entre outros”, comentou o prefeito José Ronaldo.
05/12/06 19:33:57
Paulo Souto e José Ronaldo inauguram
Casarão dos Olhos d’Água nesta sexta
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O histórico Casarão dos Olhos d’Água, na rua Araújo Pinho, será entregue à comunidade feirense, totalmente recuperado, nesta sexta-feira, dia 8, às 9h30, durante solenidade com as presenças do governador Paulo Souto e prefeito José Ronaldo de Carvalho. A iniciativa é fruto do projeto FazCultura, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, através de parceria com a indústria de pneus Pirelli e a Fundação Alfredo da Costa Almeida Pedra.
A restauração do imóvel possibilitou o resgate de um importante ícone da história de Feira de Santana. Segundo historiadores, o casarão teria sido a primeira habitação erguida no município pelos fundadores da cidade, o casal Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandão.
A intervenção dos poderes públicos em parceria com a iniciativa privada viabiliza a concretização de um antigo sonho de historiadores, pesquisadores e defensores da cultura. Uma luta que passou a se concretizar a partir do dia 24 de março deste ano, quando o prefeito José Ronaldo assinou convênio viabilizando a recuperação do antigo prédio, que estava em ruínas.
O imóvel foi recuperado e manteve-se a estrutura original. As paredes foram reconstruídas em adobe, enquanto as seis colunas principais de sustentação das paredes e do telhado foram mantidas em sua forma original, um dos traços principais da época. No período, como não existia cimento, o barro ganhava mais consistência com a mistura de óleo de baleia e ostra.
O prédio possui nove cômodos. São seis quartos, uma sala de jantar, uma cozinha ampla e mais uma sala de visita. O acesso à parte dos quartos é através de um corredor. E no entorno da casa, uma ampla varanda, como na estrutura original. E, para garantir segurança e preservação do imóvel, foi necessária a construção de muro.
O imóvel ocupa 500 metros quadrados de área construída. Todas as paredes foram reerguidas com tijolos de adobe fabricados artesanalmente. Da mesma forma, telhados, portas e janelas possuem características rústicas.
04/12/06 20:52:21
“Não dê esmolas, garanta direitos”
Projeto quer criança longe das ruas, vivendo com familiares e na escola
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Uma pesquisa feita há cerca de três anos constatou que existem em Feira de Santana cerca de 280 crianças esmolando pelas ruas da cidade, principalmente nas mais movimentadas do centro comercial. É justamente este grupo que se pretende tirar das ruas com a aplicação do projeto “Não dê esmolas, garanta direitos”, iniciativa do Governo Municipal, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, para atender as crianças e adolescentes em situação de rua.
A presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, Thelma Carneiro, explica que o projeto não será impositivo. “Vamos procurar convencê-los de que é melhor voltar para casa dos pais, para ficar em companhia dos irmãos e outros parentes, do que ficar nas ruas, enfrentando os perigos. Vai ser um trabalho de conquista”, disse. A outra parte, informa, é a participação ativa da sociedade. “As pessoas devem estar conscientes de que a moedinha não é nada boa para o futuro da criança e que a doação não vai melhorar em nada a situação”, completa.
Não dar esmolas - tampouco virar o rosto de lado - é a solução. “Este vínculo deve ser imediatamente quebrado, porque as crianças ficam acostumadas a pedir e não buscam outra vida. Quando elas se virem sem o dinheiro das doações, acredito que passarão a ser mais abertas aos nossos argumentos, que é tirá-las das ruas e levá-las para um espaço seguro”, disse mais.
Thelma Carneiro disse ainda que aquelas que ainda mantém vínculos familiares serão orientadas a voltar para suas casas. Quem não tiver este relacionamento, vai ser encaminhado para o Programa de Políticas Integradas Para a Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes e Situação de Rua, para onde vai ser levado para instituições conveniadas à rede de atenção que oferecem abrigo, depois de avaliação de especialistas. A depender da idade, a Associação Cristã Nacional (ACN), Palácio do Menor, AMA, entre outras.
Quando as especialistas - assistentes sociais e psicólogas - constarem que o problema é gerado no núcleo familiar, partirão para trabalhar todo grupo, e não apenas parte dele. Às vezes o comportamento inadequado de alguns pais contribui para afastar a criança da sua casa. O trabalho será focado na recuperação da confiança que deve existir entre as partes, voltado no fortalecimento do núcleo familiar.
A presidente diz que para se chegar aos resultados positivos, é necessário que se faça um trabalho integrado. E não apenas com os cidadãos. Segundo ela, a Secretaria de Educação vai providenciar vagas nas escolas da rede municipal e informar o desempenho - dificuldades ou progresso - destas crianças e jovens. “Resultados positivos estão diretamente relacionados à participação ativa de todos”, encerra.
29/11/06 20:23:24
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTO NACIONAL
JESUS – A HISTÓRIA DO NACIMENTO (The Nativity Story), de Catherine Hardwicke, 2006. Com Keisha Castle-Hughes, Oscar Isaac, Hiam Abbass, Ciaran Hinds e Alexander Siddig. Drama. A jovem Maria recebe a visita do anjo Gabriel, que anuncia que Deus a escolheu para ser mãe de Seu filho. Casada com o carpinteiro José, Maria segue os conselhos do anjo e viaja para a casa de Zacarias e Isabel, seus parentes, para escapar dos guardas do rei Herodes. Após ter um sonho, José aceita a situação da esposa. Obrigados a viajar devido ao censo, José e Maria partem para Belém. Eles enfrentam o risco de serem descobertos e ainda são procurados pelos três reis magos, que buscam indícios do local de nascimento de Jesus Cristo. Em lançamento nacional. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 95 minutos. Horários: 14h50, 16h50, 18h50 e 20h50. Sala 4 (264 lugares).
LANÇAMENTOS
EU ME LEMBRO, de Edgar Navarro, 2005. Com Lucas Valadares, Fernando Neves, Arly Arnaud e Nélia Carvalho. Drama. A vida de um homem, da infância à idade adulta, mostrando a sua trajetória até descobrir o cinema, a literatura e a política, acompanhando em paralelo os acontecimentos do Brasil nas décadas de 50, 60 e 70. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 108 minutos. Horários: 14h20 e 19 horas. Sala 2 (160 lugares).
VOLVER (Volver), de Pedro Almodóvar, 2006. Com Penélope Cruz, Carmen Maura e Lola Dueñas. Comédia dramática. Mulher trabalhadora e atraente tem um marido desempregado e uma filha adolescente. Como a família enfrenta problemas financeiros, ela acumula vários empregos. Sua irmã mais velha possui um salão de beleza e vive sozinha desde que o marido a abandonou para fugir com uma de suas clientes. Um recebe ligação e fica sabendo que uma tia faleceu. Mas ela não pode comparecer ao enterro. É que pouco antes do telefonema da irmã encontrou o marido morto na cozinha, com uma faca enterrada no peito. A filha confessa que matou o pai, que estava bêbado e queria abusar dela sexualmente. A partir de então ela busca meios de salvar a filha. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 122 minutos. Horários: 16h30 e 21h10. Sala 2.
O GRANDE TRUQUE (The Prestige), de Chritopher Nolan, 2006. Com Christian Bale, Hugh Jackman, David Bowie, Michael Caine e Scarlett Johansson. Ação e suspense. Nó século XIX, em Londres, dois mágicos iniciam uma intensa rivalidade que envolve grandes segredos do ilusionismo e pode chegar ao extremo de transformá-los e assassinos. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 130 minutos. Horários: 13h30, 16h05, 18h40 e 21h15. Sala 3 (167 lugares).
CONTINUAÇÃO
HAPPY FEET - O PINGÜIM (Happy Feet), de George Miller, 2006. Animação. No mundo dos pingüins imperadores, na Antártica, os animais que melhor conseguem cantar são os que arrumam as melhores parceiras na hora do acasalamento. Mumble é um pingüim que nasceu sem a habilidade vocal, mas não desiste da dança do acasalamento, reforçando na sua habilidade: o sapateado. Em segunda semana. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 108 minutos. Horários: 14 horas, 16h15, 18h30 e 20h40. Sala 1 (243 lugares).
Obs.: programação válida até o dia 7 de dezembro.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
29/11/06 20:22:45
FILMES EM CARTAZ
Dezembro inicia a gosto
Nesta primeira semana do último mês do ano, a programação cinematográfica está a gosto de quem aprecia cinema. Tem o lançamento nacional de “Jesus - A Historia do Nascimento”, o mais recente filme de Pedro Almodóvar, a comédia dramática “Volver”, além do bem recebido “O Grande Truque”, sobre ilusionismo, bem como o filme baiano, “Eu Me Lembro”.
“Eu Me Lembro”, de Edgar Navarro, mostra a vida de um homem até ele descobrir o cinema, a literatura e a política, acompanhando em paralelo os acontecimentos do Brasil nas décadas de 50, 60 e 70.
Este filme, realizado no ano passado, ganhou sete troféus Candango, no Festival de Brasília, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz (Arly Arnaud), Melhor Ator Coadjuvante (Fernando Neves), Melhor Atriz Coadjuvante (Valderez Freitas Teixeira) e Prêmio da Crítica.
A temática feminina é recorrente na obra do cineasta espanhol Almodóvar e não é diferente em “Volver”. Na narrativa, uma mulher trabalhadora busca meios de salvar sua filha, após ela ter matado o pai por querer abusar sexualmente dela. Foi escolhido como representante da Espanha para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Recebeu seis indicações ao European Film Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz (Penelope Cruz), Melhor Roteiro, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora. Ganhou os prêmios de Melhor Atriz (Penelope Cruz) e de Melhor Roteiro, no Festival de Cannes. Ganhou ainda o Prêmio Fipresci, no Festival de San Sebastián.
Em “O Grande Truque”, de Christopher Nolan, mesmo diretor do excelente “Amnésia”, a apresentação de uma mágica revolucionária faz com que outro mágico, que é seu rival há anos, busque meios de descobrir como ela acontece. Considerado intrigante, surpreendente e que prende a atenção do início ao fim.
O maior personagem de todos os tempos tem seu nascimento contado mais uma vez pelo cinema em “Jesus - A História do Nascimento”, que foi o primeiro filme a ter sua première mundial no Vaticano, realizada no domingo passado.
29/11/06 20:12:15
Feira apresenta um dos menores índices de dengue
O Levantamento do Índice Rápido de infestação por Aedes Aegypti, que transmite a dengue, constatou que Feira de Santana apresenta o terceiro menor registro entre os 14 municípios baianos que têm mais de 100 mil habitantes. O levantamento foi feito pelo Ministério da Saúde. Este índice atingiu 1,1%, padrão bem próximo do preconizado pelo órgão federal.
As ações intensificadas de prevenção são a principal estratégia traçada e posta em prática pela Secretaria de Saúde, através da Divisão de Controle Epidemiológico, no combate ao mosquito.
O levantamento foi feito 170 municípios de todo país e considerados prioritários no controle à propagação do mal por ter mais de 100 mil habitantes. Na Bahia, foram escolhidas 14 cidades.
O trabalho desenvolvido pela Secretaria de Saúde em Feira de Santana é desenvolvido com prioridade, daí os números reduzidos.
29/11/06 20:07:58
Acervo Pedro Roberto
Nesta quinta-feira, dia 30 de novembro, às 19 horas, será aberto o Acervo Pedro Roberto, um memorial de cultura. Com mostra de trabalhos do artista plástico, que faleceu em 1º de janeiro deste ano, e com bazar beneficente, em prol da Associação de Apoio as Pessoas Com Câncer (AAPC).
27/11/06 21:35:45
“Vida, Viver, Vivendo” foi atração teatral no Feira IX
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Pouco mais de meia hora antes do espetáculo começar as 200 cadeiras colocadas na praça do Povo, no Feira IX, começaram a ser ocupadas pelo público - principalmente as crianças, atraído pela parafernália de luzes e som.
“Vida, Viver, Vivendo”, que mistura dança e teatro, foi o espetáculo programado para a noite de sexta-feira, 24, pelo projeto “Teatro Vai aos Bairros”, em sua sexta edição, realizado pela Prefeitura, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Fundação Cultural Municipal Egberto Costa, com patrocínio da Coelba, pelo FazCultura.
O texto conta sobre o sonho de uma jovem de vulnerabilidade econômica e social que não tem acessibilidade às artes e à cultura. Até que um dia ela realiza o seu sonho ao conseguir participar de uma montagem de teatro. “Fala de tudo que uma jovem excluída gostaria de realizar”, disse Gilberto Rios, que dirige cenicamente o espetáculo.
“Vida, Viver, Vivendo” é “o cartão de visita do Galpão de Artes”, considerou Ana Lúcia Bahia, presidente desta organização não governamental e que faz a coreografia do espetáculo, que já foi apresentado, em parte, em Portugal, bem como em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “Este projeto da Prefeitura é fantástico. Agora, nos consideramos inseridos no Município em que atuamos”, contou Ana Lúcia.
A partir do texto de Alice Campos, que fala da vida de jovens excluídos, como é o público alvo da ong, “Vida, Viver, Vivendo” agradou à platéia que acorreu ao local da apresentação. A constatação se deu pelos aplausos constantes e risos pelas situações hilárias colocadas. Também pelos comentários após apresentação.
As pessoas também se identificaram com a mensagem de esperança passada no palco. “Não importa a realidade em que se vive, não importa a vida que se tem, é possível buscar a felicidade”, disse Maria de Lourdes Santos, moradora do bairro. “Cultura deve ser instrumento de inclusão social, como vimos esta noite”, salientou Edna Fonseca, que assistiu ao espetáculo que agitou a praça.
“Vida, Viver, Vivendo” começa como um ensaio de uma apresentação de dança e faz uma viagem de ritmos, passando do samba ao tango, da axé music ao arrocha, do jazz ao hip hop. Faz citação à Micareta e interagiu com o Feira IX. Tudo ritmado, alegre, dançante, cheio de cores. Em meio a isso, a interferência da personagem Lu, interpretada pela talentosa Marilúcia Santos, exemplo da inclusão promovida pelo Galpão de Artes.
“Fedra” será apresentada quinta-feira no Novo Horizonte
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O espetáculo teatral “Fedra” será apresentado gratuitamente para a comunidade do bairro Novo Horizonte, nesta quinta-feira (30), a partir das 19 horas. A iniciativa está inserida no programa de inclusão cultural “O Teatro Vai aos Bairros”, promovido pelo Governo Municipal, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Fundação Cultural Municipal Egberto Costa, com apoio da Coelba, através do FazCultura.
Com a apresentação, será o último espetáculo deste mês e o sexto dentro da programação para os bairros periféricos de Feira de Santana. Outros sete espetáculos foram promovidos na zona rural, contemplando todos os distritos feirenses durante o mês de outubro até o início de novembro.
25/11/06 12:14:38
O que é isso companheiro?
A ministra-chefe da Casa Civil Dilma Roussef está em Salvador. Ele veio interferir no processo de transição do governador eleito Jaques Wagner (PT). A convite, ela “ajuda” Wagner a compor sua equipe de governo. Os petistas e aliados baianos candidatos aos cargos de todos os escalões não reagiram bem à ingerência na montagem do secretariado.
Como ela não deve conhecer nenhum nome local, Feira de Santana se distancia mais ainda de participação no futuro gabinete.
25/11/06 12:13:08
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTO NACIONAL
HAPPY FEET - O PINGÜIM (Happy Feet), de George Miller, 2006. Animação. No mundo dos pingüins imperadores, na Antártica, os animais que melhor conseguem cantar são os que arrumam as melhores parceiras na hora do acasalamento. Mumble é um pingüim que nasceu sem a habilidade vocal, mas não desiste da dança do acasalamento, reforçando na sua habilidade: o sapateado. Em lançamento nacional. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 108 minutos. Horários: 14 horas, 16h10, 18h25 e 20h40. Sala 4 (264 lugares).
LANÇAMENTOS
O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS, de Cao Hamburger, 2006. Com Michael Joelsas, Caio Blat, Pauto Autran e Simone Spoladore. Drama. 1970. Mauro é um garoto de 12 anos. Um dia sua vida muda completamente, já que seus pais saem de casa de forma inesperada. Na verdade, eles foram obrigados a fugir por serem perseguidos pela ditadura, tendo que deixá-lo com o avô paterno, que enfrenta problemas, e faz com que ele tenha que ficar com um velho judeu solitário que é seu vizinho. Enquanto aguarda um telefonema dos pais, Mauro precisa lidar com sua nova realidade, que tem momentos de tristeza pela situação em que vive e também de alegria, ao acompanhar o desempenho da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 106 minutos. Horários: 14h20, 16h30, 18h45 e 21 horas. Sala 1 (243 lugares).
LUCAS, UM INTRUSO NO FORMIGUEIRO (The Ant Bully), de John A. Davis, 2006. Animação. Após afogar um formigueiro com sua pistola d’água, Lucas tem seu tamanho misteriosamente diminuído, até ficar da mesma altura que uma formiga. Ele é então obrigado a trabalhar como escravo na reconstrução do formigueiro que ele mesmo destruiu. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 89 minutos. Horários: 15 horas, 16h50 e 18h45. Sala 3 (167 lugares).
CONTINUAÇÕES
FICA COMIGO ESTA NOITE, de João Falcão, 2006. Com Vladimir Brichta, Alinne Moraes, Laura Cardoso, Gustavo Falcão e Milton Gonçalves. Comédia. Em meio à uma crise no casamento, um homem morre. Arrependido, ele decide manter contato com sua esposa, e tenta convencer um fantasma a ajudá-lo. Em segunda semana. Classificação: 10 anos. Duração: 74 minutos. Horários: 13h40, 15h20 e 17 horas. Sala 2 (160 lugares).
AS TORRES GÊMEAS (World Trade Center), de Oliver Stone, 2006. Nicolas Cage, Michael Pena, Maggie Gyllenhaal e Maria Bello. Drama. O atentado ao World Trade Center narrado através de dois policiais, que entraram no prédio entre os dois ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Integrantes das equipes de salvamento, ambos acabam soterrados e passam longas horas sob os escombros, sem nenhuma comunicação. Em segunda semana. Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 128 minutos. Horários: 18h35 e 21h10. Sala 2.
OS INFILTRADOS (The Departed), de Martin Scorsese, 2006. Com Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg e Martin Sheen. Um jovem policial recebe a missão de se infiltrar na máfia. Aos poucos ele conquista a confiança do chefe, ao mesmo tempo em que um mafioso que foi infiltrado na polícia como informante do grupo, também ascende dentro da corporação. Tanto um quanto o outro se sentem aflitos devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação de sempre obter informações. Porém quando a máfia e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo. Em terceira semana. Classificação indicativa: 18 anos. Duração: 152 minutos. Horário: 20h40. Sala 3.
Obs.: programação válida até o dia 30 de novembro.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
25/11/06 12:09:07
25/11/06 12:08:31
FILMES EM CARTAZ
Lançamento nacional de “Happy Feet - O Pingüim”
Em ritmo de comédia e musical, a animação “Happy Feet - O Pingüm”, em lançamento no circuito nacional, é o principal programa desta semana cinematográfica que se inicia nesta sexta-feira, no Orient Cineplace. Destaque também para o drama brasileiro “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias”, com a ditadura militar e a Copa do Mundo de 1970 como pano de fundo. Outra novidade também é filme de animação: “Lucas, Um Intruso no Formigueiro”. Continuam em cartaz: “Os Infiltrados”, para ser visto e revisto, em terceira semana, “As Torres Gêmeas”, sobre o 11 de Setembro de 2001, e “Fica Comigo Esta Noite” - não deu para agüentar até o final de tão ruim que é esse filme nacional. O diretor João Falcão conseguiu lançar este ano dois filmes ruins - o outro foi “A Máquina”.
Na Antártica, a vida do pingüim Imperador se resume a uma coisa, que é ter uma canção do coração. A partir desta canção é que o pingüim será respeitado e conquistará o amor de uma fêmea. Todo pingüim já nasce com sua canção do coração. Mas, diferentemente de todos, Mumble (Mano, no Brasil) não sabe cantar e sim sapatear, para o espanto de todos. Apaixonado por Gloria, mas sem ter como conquistá-la, pois os pingüins fazem isso através da música, ele se afasta de seu bando e acaba conhecendo outra espécie de pingüins, os Adelie. Mano é idolatrado por seus passos de dança e logo forma um forte laço de amizade com alguns pingüins, principalmente com Ramon. Mas ele não desistiu de viver entre os seus e tentará mostrar que a dança pode mover montanhas.
O diretor é George Miller, o mesmo de “Babe, O Porquinho Atrapalhado na Cidade”, de 1998, continuação de “Babe, O Porquinho Atrapalhado”, de 1995, que ele produziu e participou do roteiro. No filme, músicas de The Beatles, Frank Sinatra, Prince, Queen, hip-hop modernos.
A narrativa mostra a trajetória de Mumble em uma jornada pessoal. Além disso, o pingüim descobre que há uma diminuição no número de peixes e tenta descobrir a razão.
“Happy Feet” foi inteiramente realizado com a técnica stop-motion, modalidade de animação que utiliza modelos reais em diversos materiais, como massa de modelar e os movimentos fotografados quadro a quadro que serão posteriormente montados em uma película cinematográfica, criando a impressão de movimento real.
Interessante que um dos melhores filmes lançados neste ano também tem pingüins Imperadores como tema: “A Marcha dos Pingüins”.
25/11/06 12:03:35
25/11/06 10:55:53
25/11/06 10:52:00
25/11/06 10:50:13
24/11/06 22:45:28
Prefeitura qualifica servidor sobre controle interno
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A Prefeitura de Feira de Santana está promovendo o curso de Controle Interno do Setor Público. Participam do evento, na Spazzio, auditores, técnicos e funcionários que lidam com gerenciamento de recursos, na administração direta e indireta. O curso terá 40 horas. Será dividido em cinco dias. O curso foi iniciado na quinta-feira, prosseguiu nesta sexta-feira (24). Os participantes retornarão às atividades em dezembro, nos dias 4, 5 e 6. O objetivo é unificar os procedimentos de controle interno entre as secretarias.
A implantação do Sistema de Controle Interno é preconizada na Constituição Federal promulgada em 1988. A Resolução 1120/2005, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), determinou que estes órgãos deveriam ser instalados em todos municípios até setembro. O controlador geral do Municioi é Paulo Nunes. Cerca de 50 pessoas estão participando do curso.
“Preparar os funcionários para o bom desempenho das suas funções é uma das obrigações da administração pública. É o que a gente está fazendo. Entendo que não adianta implantar a Controladoria, sem que os servidores saibam qual seu objetivo e como fazer para atender o que prevê a lei”, afirmou o prefeito José Ronaldo de Carvalho, na cerimônia de abertura. “Ética e transparência são fundamentais na gestão municipal”, disse mais. Ele estava acompanhado pelo secretário da Fazenda, Joaquim Bahia. “É um tema importante e está sendo tratado como absoluta prioridade”, completou.
O prefeito disse estar ciente da importância do órgão. “O controle interno é fundamental para a administração pública, bem como a capacitação dos servidores, que com os conhecimentos adquiridos, passarão a agir com o rigor que a gestão pública exige. Se tornarão mais eficientes. Quem vai ganhar com isso é o município e os seus cidadãos”, destacou, salientando o trabalho que vem sendo realizado no município nos últimos anos, no tocante às contas públicas, que vêm sendo aprovadas pelo TCM sem ressalvas.
Paulo Nunes afirmou que a absorção dos conhecimentos vai unificar os procedimentos do controle interno, através deste aprimoramento. “Servidores capacitados e integrados significa um trabalho unificado. Sem problemas, porque eles saberão o que devem fazer. Como foram treinados, o farão com eficiência”, disse.
O professor-mestre Inaldo da Paixão Santos Araújo, que está ministrando o curso, afirmou ser importante capacitar os servidores para que desempenhem bem suas funções, neste contexto. “Estamos mostrando as versões nacionais e internacionais de controle interno, evidenciando, assim, as parte teórica e prática”, considerou. O instrutor analisa que pessoal devidamente treinado contribui para a redução de custos e para a eficiência e eficácia operacional da gestão. “ De forma simplificada, podemos dizer que o controle interno deve garantir o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual”, encerrou.
22/11/06 21:29:58
Fusão entre PPS, PHS e PMN gera Mobilização Democrática
(Dos jornais)
"O PPS, o PHS e o PMN formalizaram no dia 19 de novembro a fusão dos três partidos para a criação da MD (Mobilização Democrática), que contará com 27 deputados federais. Mais do que uma vontade, a união tornou-se uma necessidade legal já que as três siglas não conseguiram superar sozinhas a "cláusula de barreira".
A cláusula, prevista na Lei dos Partidos Políticos, prevê que as legendas devem obter pelo menos 5% dos votos válidos na disputa para a Câmara dos Deputados, distribuídos em no mínimo nove estados em que tenha recebido ao menos 2% do total em cada um. Parlamentares eleitos por partidos que não cumprissem a meta perderiam uma série de direitos para exercer seus mandatos.
O deputado federal Roberto Freire, então presidente do PPS e eleito primeiro presidente do MD, afirmou que "não havia outra saída. É a fusão ou abandono da vida partidária".
Além de 27 deputados federais, a MD tem dois governadores - Blairo Maggi, do Mato Grosso, e Ivo Cassol, de Roraima -, três vice-governadores, um senador e 81 deputados estaduais.
O cumprimento da cláusula também foi motivo para a fusão do PL com o Prona, que fundaram o PR (Partido da República), e a incorporação do PAN pelo PTB".
O deputado federal feirense Colbert Martins Filho ainda não deu nenhuma declaração sobre a fusão. A especulação é que ele deve mudar de partido, depois do apoio dado a Jaques Wagner e a Lula.
22/11/06 21:11:59
Diploma, lead e saco de ração
(Transcrito do Blog Reinaldo Azevedo)
Por enquanto, a segunda turma do STF apenas referendou a liminar do ministro Gilmar Mendes que suspende a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da função. Não houve julgamento de mérito, sei disso. Mas é um bom sinal. A luta, claro, continua. Espero que os ministros do Supremo tenham a clarividência de perceber que ninguém precisa de um canudo para fazer uma reportagem; espero que saibam que as redações e os leitores só têm a ganhar com a colaboração, no cotidiano das redações, de pessoas formadas em medicina, história, geografia, direito, economia etc. Quem pode explicar melhor a taxa de juros no Brasil: um economista que saiba escrever ou um bom especialista em texto que não saiba economia?
A regulamentação da profissão e a exigência do diploma, ademais, não protegem ninguém de nada. Só são úteis ao cartório corporativista de sindicatos, federação e assemelhados. É mentira que a não exigência do diploma provocaria o rebaixamento das condições de trabalho de jornalistas, a começar dos salários. Ao contrário: boa parte dos não-jornalistas de formação que se dedicam à área acabam obtendo salários até maiores porque cobram por sua especialidade.
Jornalismo é só um exercício de técnica e, quando há talento, também de estilo. A história da imprensa se confunde com a da liberdade de expressão. Não é por acaso que a lei que cria a exigência do diploma é uma das pérolas da ditadura militar. Só que, nesse caso, é um entulho autoritário que restou porque passou a ser útil às esquerdas. Senhores ministros, façam um favor ao país e acabem com essa excrescência. Haverá uma certa gritaria aqui e ali de minorias organizadas — os sindicatos — que farão de tudo, como sempre, para parecer uma maioria avassaladora.
Esses aparelhos já não representam nem mesmo a categoria. Basta ver quantos de seus dirigentes são ativos nas redações. A maioria não sabe distinguir um lead de um saco de ração".
Demais assina em baixo.
22/11/06 19:52:46
Lançada campanha do Grupo de Apoio à Criança Com Câncer
O Grupo de Apoio à Criança Com Câncer (Gacc) lançou na terça-feira passada, 21, durante almoço no Tomate Secco, a sua campanha de telemarketing para Feira de Santana. O ato contou com as presenças das secretárias Denise Mascarenhas, da Saúde, e Lúcia Miranda, de Desenvolvimento Social, além de dirigentes de instituições e representantes dos meios de comunicação.
Segundo Roberto Sá Menezes, presidente da organização não-governamental, instalada em Salvador, o percentual de atendimento a crianças e adolescentes, de zero a 19 anos, desta cidade e da região alcança 30 por cento. Dos 750 pacientes do Gacc, cerca de 150 são de Feira e cidades vizinhas.
A campanha apela para que o feirense dê a sua colaboração, ou continue dando, à instituição. “Abra o seu coração e dê sua doação”, diz o apelo. O propósito é continuar mantendo todos os serviços e benefícios, objetivando que o tratamento dispensado não perca a qualidade e não seja interrompido. “Atenda o nosso telefonema e colabore”, completa o apelo. Mais informações sobre o Gacc pelos telefones 55 (71) 3399-2000 e 55 (71) 3399-2007; e-mail: [email protected]. A instituição está instalada na avenida Oceano Pacífico, 210, Recanto das Ilhas, Pau da Lima, Salvador.
22/11/06 19:43:22
Deu no jornal
Indicações
“O PPS baiano indicou Evaldo Martins, ex-diretor do Desenbanco no governo de Waldir Pires, para a Secretaria de Planejamento na gestão de Jaques Wagner (PT). O partido indicou ainda o deputado estadual Walmir Motta, que não se reelegeu, para atuar na área social. Já o PSC quer emplacar o nome de Átila Brandão, candidato derrotado ao Governo da Bahia, na gestão petista”. No “Informe da Bahia”, no “Correio da Bahia”, edição de quarta-feira, 22.
O deputado federal Colbert Martins Filho, reeleito, presidente do PPS na Bahia, é quem deve ter feito as indicações. Como deverá ser candidato, de novo, a prefeito de Feira de Santana, em 2008, ele prefere continuar na Câmara, em Brasília, do que ser eventualmente secretário do governo petista. Evaldo é seu irmão.
22/11/06 19:24:45
Lei Maria da Penha: símbolo de luta contra violência doméstica
(Da Secretaria de Comunicação Social)
“É lei, é para valer. A partir de agora, os agressores não mais ficarão impunes”. O alerta é da delegada Isabel Alice Jesus de Pinho, titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, de Salvador, ao fazer uma síntese sobre a Lei de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, denominada “Lei Maria da Penha”. Há 10 anos à frente da Deam, ela afirmou que houve avanços significativos no combate à agressividade de maridos e companheiros, pois as mulheres perderam o medo de denunciar e a legislação passou a dar suporte no sentido de punir implacavelmente os homens violentos.
“Hoje, existe uma visibilidade maior da problemática, que é a violação dos direitos humanos das mulheres. A Lei Maria da Penha surge em um momento importante, fortalecendo a atuação da polícia, principalmente das delegacias especializadas, visando reduzir sensivelmente o índice de agressões”, disse Isabel Alice, observando que “toda mulher tem direito a uma vida livre de violência”, pois, conforme acrescentou, “sua vida recomeça quando a violência termina”. Mais adiante, a delegada completou: “quem ama não mata”. Ou não espanca.
Durante palestra no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, órgão responsável pelo evento, a delegada questionou sobre “quantas mulheres carregaram consigo as culpas por ser vítimas de violência por anos a fio, a quantos silêncios elas teriam se submetido e quanta violência não foi justificada nos tribunais pela ‘defesa da honra’ masculina?”
LUTA
Para reduzir a estatística – ou até quem sabe erradicar de vez o que denominou de “atrocidades” -, segundo a delegada, não foram poucas as mudanças que a Lei Maria da Penha estabeleceu, tanto na tipificação dos crimes de violência contra a mulher, quanto nos procedimentos judiciais e da autoridade policial. Resumindo: altera o Código Penal e possibilita que agressores sejam presos em flagrante ou tenham prisão preventiva decretada. Prevê, ainda, inéditas medidas de proteção para as mulheres que correm risco de morte, como o afastamento do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação física da vítima e dos filhos. Com base em pesquisa, a delegada Isabel Alice informou que uma mulher é agredida a cada quatro minutos no país.
“A Lei Maria da Penha dá cumprimento, finalmente, à convenção para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher”, acrescentou a delegada Martine Veloso, também palestrante, titular da Deam em Feira de Santana, município onde anualmente são registradas centenas de ocorrências de agressões. Segundo ela, “a situação tem mudado também em Feira. A mulher despertou para a realidade e, encorajada com a criação das delegacias especializadas, passou a exigir seus direitos”.
Na abertura do debate, a secretária de Saúde, Denise Mascarenhas, destacou a importância da discussão, reunindo os mais diversos segmentos da sociedade. “A lei é oportuna, pois foram muitos anos de luta para que as mulheres pudessem dispor deste instrumento legal e para que o Estado brasileiro passasse a enxergar a violência doméstica e familiar contra a mulher”, disse. “Diga não a violência, principalmente contra a mulher”, ratificou Rita Rios, coordenadora do Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher (Paism).
SANCIONADA
A Lei de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 7 de agosto, e entrou em vigor em 22 de setembro. “Essa mulher se transformou em um símbolo da luta contra a violência doméstica”, afirmou a delegada Isabel Alice ao tecer comentários em torno do caso. O projeto foi elaborado por um grupo interministerial a partir de um anteprojeto de organizações não-governamentais. O Governo Federal o enviou ao Congresso Nacional no dia 25 de novembro de 2004. Lá, ele se transformou no Projeto de Lei de Conversão 37/2006, aprovado e agora sancionado.
A Secretaria Especial de Políticas Para as Mulheres colocou à disposição um telefone para denunciar a violência doméstica e orientar o atendimento. O número é o 180, que recebe três mil ligações por dia.
QUEM É
A biofarmacêutica Maria da Penha Maia lutou durante 20 anos para ver seu agressor condenado. Ela virou símbolo contra a violência doméstica. Em 1983, o marido dela, o professor universitário Marco Antonio Herredia tentou matá-la duas vezes. Na primeira vez, deu um tiro e ela ficou paraplégica. Na segunda, tentou eletrocutá-la. Na ocasião, ela tinha 38 anos e três filhas, entre seis e dois anos de idade.
A investigação começou em junho do mesmo ano, mas a denúncia só foi apresentada ao Ministério Público Estadual em setembro de 1984. Oito anos depois, Herredia foi condenado a oito anos de prisão, mas usou recursos jurídicos para protelar o cumprimento da pena. O caso chegou à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que acatou, pela primeira vez, a denúncia de um crime de violência doméstica. Herredia foi preso em 28 de outubro de 2002 e cumpriu dois anos de prisão. Hoje, está em liberdade.
Após as tentativas de homicídio, Maria da Penha Maia começou a atuar em movimentos sociais contra violência e impunidade e hoje é coordenadora de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV) no seu estado, o Ceará.
AGRESSÕES POR MINUTO
O caso de Maria da Penha Maia não é isolado. Muitas mulheres sofrem agressão dentro de casa. Muitas não denunciam por medo ou vergonha de se expor. Uma pesquisa realizada em 2001 pela Fundação Perseu Abramo estima a ocorrência de mais de dois milhões de casos de violência doméstica e familiar por ano. O estudo apontou ainda que cerca de uma em cada cinco brasileiras declara espontaneamente ter sofrido algum tipo de violência por parte de algum homem.
Dentre as formas de violência mais comuns destacam-se a agressão física mais branda, sob a forma de tapas e empurrões, sofrida por 20% das mulheres; a violência psíquica de xingamentos, com ofensa à conduta moral da mulher, vivida por 18%, e a ameaça através de coisas quebradas, roupas rasgadas, objetos atirados e outras formas indiretas de agressão, vivida por 15%.
JUIZADOS ESPECIAIS
A Lei Maria da Penha estipula a criação, pelos tribunais de Justiça dos estados e do Distrito Federal, de um juizado especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher para dar mais agilidade aos processos. Além disso, as investigações serão mais detalhadas, com depoimentos também de testemunhas. Atualmente, o crime de violência doméstica é considerado de “menor potencial ofensivo” e julgado nos juizados especiais criminais junto com causas como briga de vizinho e acidente de trânsito.
PRISÃO EM FLAGRANTE
O Brasil triplicou a pena para agressões domésticas contra mulheres e aumentou os mecanismos de proteção das vítimas. A Lei Maria da Penha aumentou de um para três anos o tempo máximo de prisão – o mínimo foi reduzido de seis meses para três meses.
A nova lei altera o Código Penal e permite que agressores sejam presos em flagrante ou tenham a prisão preventiva decretada. Também acaba com as penas pecuniárias, aquelas em que o réu é condenado a pagar cestas básicas ou multas.
Altera ainda a Lei de Execuções Penais para permitir que o juiz determine o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.
A lei também traz uma série de medidas para proteger a mulher agredida, que está em situação de agressão ou cuja vida corre riscos. Entre elas, a saída do agressor de casa, a proteção dos filhos e o direito de a mulher reaver seus bens e cancelar procurações feitas em nome do agressor. A violência psicológica passa a ser caracterizada também como violência doméstica.
A mulher poderá também ficar afastada do trabalho por seis meses sem perder o emprego se for constatada a necessidade de manutenção de sua integridade física ou psicológica.
O Brasil passa a ser o 18º da América Latina a contar com uma lei específica para os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, que fica assim definida: qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. O texto define as formas de violência vividas por mulheres no cotidiano: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
22/11/06 19:19:08
José Ronaldo autoriza reforma da
Escola Professor José Raimundo
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Começa a reforma geral da Escola Municipal Professor José Raimundo Pereira de Azevedo, também conhecida como Caic, no conjunto Feira VII. A obra, realizada com recursos próprios, foi autorizada pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho, na manhã de quarta-feira (22/11). A quantidade de estudantes passa de dois mil.
As obras envolvem pintura geral, substituição de piso em algumas salas, substituição do alambrado, restauração de cobertura. As intervenções estão sendo realizadas pela empresa Morada Empreendimentos, vencedora de licitação pública promovida pela Prefeitura, e devem ser concluídas dentro de 90 dias.
A importância dos investimentos maciços na área de educação pública do município foi destacada pelo prefeito. Observou que com o serviço os alunos já vão iniciar o ano letivo de 2007 em instalações mais confortáveis, com a reforma geral da unidade escolar, situada ao lado da Escola Faustino Dias Lima, construída este ano pelo Governo Municipal.
“São investimentos promovidos pelo governo municipal, com recursos próprios, contemplando vários bairros e também os distritos, com a ampliação da oferta de vagas através da construção de novas unidades escolares, ampliação de outras e também a reforma das existentes”, ressaltou José Ronaldo.
A diretora-geral da escola, Seilma Maria de Souza, destacou a sensibilidade do governo em atender a reivindicação para promover a reforma da unidade escolar. “Esta é uma reforma que desejamos. E o importante é que será realizada sem interferir no calendário escolar”, frisou.
As aulas na unidade escolar serão encerradas no dia 8 de dezembro. Até lá, as obras serão desenvolvidas em salões, área externa, área de recreação e setores que não interfiram nas aulas. Somente a partir do recesso escolar é que as reformas também serão realizadas nas salas.
Durante o início das obras também estiveram acompanhando o prefeito José Ronaldo os secretários José Pinheiro, de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente; Genésio Serafim, de Habitação; e Justiniano França, de Serviços Públicos, além de professores e pais de alunos.
22/11/06 19:12:25
Abertura do Acervo Pedro Roberto no dia 30
Na próxima quinta-feira, 30, a abertura do Acervo Pedro Roberto. Mostra de trabalhos e do atelier do artista plástico, além de um bazar beneficente, em prol da Associação de Apoio as Pessoas Com Câncer (AAPC) marcam a abertura do espaço cultural, na rua Mons. Moisés G. do Couto, 129, Vila Carsioli, Campo Limpo.
Vitimado por um câncer, Pedro Roberto voltou para Feira de Santana em dezembro de 2004, depois de ter se submetido a uma delicada cirurgia. Nesta cidade, fez tratamento de quimioterapia e radioterapia e realizou a que seria sua última exposição, “Faces”, de desenhos, na Galeria de Arte Carlo Barbosa. Em setembro de 2005, com o recrudescimento da doença, ele voltou para São Paulo, onde faleceu no primeiro dia deste ano. Seu corpo veio para Feira de Santana, onde foi sepultado no dia seguinte, 2 de janeiro, no Cemitério Piedade.
No período em que se restabelecia em Feira, ele construiu seu loft e atelier, que agora será aberto como Acervo Pedro Roberto, embrião de fundação que levará o nome do artista.
Desde os dois anos de idade, quando veio morar em Feira de Santana, Pedro Roberto mostrou muito interesse por trabalhos manuais, desenhos e um conhecimento especial sobre cinema, na época, o grande divertimento da garotada.
Aos 16 anos, foi trabalhar com o arquiteto Amélio Amorim, o mais renomado da cidade, onde aprendeu desenho técnico, tornando-se logo, um dos mais requisitados nessa área. Com a dupla de arquitetos José Monteiro Filho e Juraci Dórea continuou desenhista até o início dos anos 70, quando prestou vestibular em Salvador, cursando Artes Plásticas na Universidade Federal da Bahia (Ufba), até 1976.
Em 1973, realizou sua primeira exposição individual, no Clube de Campo Cajueiro, em Feira de Santana, denominada “Realismo Fantástico”, onde obteve repercussão imediata, tanto na parte comercial como na mídia especializada, recebendo citação em matéria da conceituada crítica Matilde Matos, do “Jornal da Bahia”.
Paralelamente, em Salvador, trabalhou com vários arquitetos, entre eles Itamar Batista, Geraldo Gordilho, Luiz Humberto Carvalho e Neilton Dórea.
Até o final dos anos 80, realizou dezenas de exposições individuais, participou de salões e coletivas, criou cartazes (duas vezes para a Micareta de Feira de Santana) e figurinos para teatro, decoração para eventos, murais, além de cenários para desfiles de moda e peças teatrais.
Aos 30 anos de idade foi morar no Rio de Janeiro e, em 1982, mudou-se para São Paulo, onde abriu o atelier “Garagem 957” juntamente com a designer de jóias Jeanette Pires.
Em 1988, foi convidado pelo estilista Ney Galvão para mostrar seus
quadros no programa “Veja o Gordo” e indicado pelo mesmo para ser cenógrafo no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Ele trabalhou dezesseis anos na emissora, até 2004, exercendo os cargos de assistente de Cenografia, cenógrafo, chefe de Cenografia, gerente de Contra-Regra, gerente de Cenografia & Contra-regra, gerente de Cenografia & Figurino e como coordenador de Cenografia & Figurino.
22/11/06 19:08:29
Lei que não é cumprida. Mais uma
“B., pernas torneadas, cabelos cacheados, bumbum empinado, com acessórios e fantasias”; “Abasteça-se. C. gordinha, completíssima, liberal! Hotéis e motéis 24 horas”; “70,00 uma rapidinha. Faço gostoso. E., loira de pernas grossas e peludas”.
Anúncios como esses são encontrados nos classificados dos jornais locais. É o comércio do sexo e da prostituição mostrando sua cara.
Detalhe é que a Câmara Municipal promulgou a Lei Nº 160, de 12 de setembro de 2005, que “torna obrigatória a publicação nos jornais diários, de advertência quanto à exploração e maus tratos contra crianças e adolescentes”.
No Artigo 1º está contido: “Os jornais que circulam diariamente no Município de Feira de Santana e tragam em seus classificados anúncios de acompanhantes, saunas, massagistas e profissionais do sexo, ficam obrigados a publicar advertência quanto à exploração sexual e maus tratos contra crianças e adolescentes”, com o Parágrafo Único: “A advertência de que trata o caput deste Artigo deverá conter a seguinte frase: EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES É CRIME”.
O Artigo 2º faz especificações sobre o anúncio.
A Lei entrou em vigor e ninguém nunca viu a advertência acompanhando os anúncios dos “encontros pessoais”. Muitas leis são feitas para não serem cumpridas, não é mesmo?
22/11/06 19:06:01
Filmografia de Robert Altman
(20.02.1925-20.11.2006)
O diretor norte-americano faleceu no dia 20 passado, em plena atividade cinematográfica, aos 81 anos. Ele recebeu este ano o Oscar honorário, pelo conjunto de sua obra - são quase 50 anos de carreira. A principal característica de seus filmes era a fina ironia.
“Os Delinqüentes” (The Dellinquents), 1957
“The James Dean Story”, 1957
“No Assombroso Mundo da Lua” (Countdown), 1968 (*)
“Uma Mulher Diferente” (The Cold Day in the Park), 1969
“M.A.S.H.” (M.A.S.H.), 1970 (*) - Palma de Ouro no Festival de Cannes
Comédia de humor negro que consagrou o cineasta pela anarquia criativa. Melhor filme do diretor.
“Voar É Com os Pássaros” (Brewster McCloud), 1970 (*)
“Quando os Homens São Homens” (McCabe and Mrs. Miler), 1971 (*)
“Imagens” (Images), 1972
“O Perigoso Adeus” (The Long Goodbye), 1973
“Renegados Até a Última Rajada” (Thieves Like Us), 1974
“Jogando Com a Sorte” (California Split), 1974 (*)
“Nashville” (Nashville), 1976 (*)
Este filme é considerado sua principal obra-prima
“West Selvagem” (Buffalo Bill and the Indians, or Sitting Bull’s History Lesson), 1976 (*)
“Três Mulheres” (Three Women), 1977
“Cerimônia de Casamento” (A Wedding), 1978 (*)
“Quinteto” (Quintet), 1978
“Um Casal Perfeito” (A Perfect Couple), 1979
“Popeye” (Popeye), 1980 (*)
“Health”, 1980
“O Exército Inútil” (Streamenrs), 1983
“Secret Honor”, 1983
“Louco Por Amor” (Fool For Love), 1985 (*)
“Loucos, Apaixonados e Incuráveis” (Beyond Terapy), 1986
“O. C. and Stiggs”, 1987
“Aria” (Aria), episódio, 1987
“Vincent e Theo” (Vincent & Theo), 1990 (*)
“O Jogador” (The Player), 1992 (*)
“Cenas da Vida” (Short Cuts), 1993 (*) - Leão de Ouro do Festival de Veneza
Outro grande filme do cineasta
“Prêt-a-Porter” (Pret-a-Porter), 1994 (*)
“Jazz’34”, 1994
“Kansas City” (Kansas City), 1996 (*)
“The Gingerbread Men”, 1998
“A Fortuna de Cookie” (Cookie’s Fortune), 1999 (*)
“Dr. T e as Mulheres” (Dr. T and the Womens), 2000 (*)
“Assassinato em Gosford Park” (Gosford Park), 2001 (*) - Globo de Ouro como Melhor Diretor, outra obra-prima do cineasta
“De Corpo e Alma” (The Company), 2003
“A Última Noite” (A Praire Home Companion), 2006 - Seu último filme, ainda inédito na Bahia.
(*) Filmes vistos
Por Dimas Oliveira
21/11/06 22:44:02
Troféu Tracaja 2006 no sábado
O Troféu Tracajá, na sua quarta edição, será realizado neste sábado, 25, a partir de 11 horas, no Restaurante Casa do Sertão, tendo como destaque a presença de cantores feirenses como Cescé, Asa Filho, Janno, Carlos Pitta, Dito Leopardo, Fernando Oliveira, Mairi Monte Alegre e outros valores que estarão se apresentando. Surgido em 2002 como forma de valorizar pessoas da comunidade que, em suas áreas de atuação, "contribuem para o desenvolvimento da cidade e nem sempre têm o merecido reconhecimento, o evento ganhou corpo, tornando-se um acontecimento indispensável no calendário festivo do feirense".
Segundo os organizadores, o aspecto de informalidade, de descontração, é um dos fatores mais marcantes pois deixa a todos muito à vontade. "Afinal, Tracajá é uma festa literalmente democrática que consegue reunir em um mesmo espaço profissionais de diferentes áreas e condições socio-econômicas, em um clima de perfeito entendimento". Haverá a distribuição de prêmios e a entrega do Troféu Tracajá a cerca de 50 pessoas relacionadas pela comissão organizadora. O Troféu Tracajá é uma criação e realização das Organizações Tracajá.
21/11/06 22:38:42
Resultado dos recursos deve ser divulgado até 6ª pela Uefs
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Mais de 100 recursos contestando suas pontuações na prova de títulos. Os documentos foram apresentados à Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que elaborou, aplicou e corrigiu as provas. A instituição foi contratada pelo Município. A Prefeitura de Feira de Santana oferece 200 vagas para o seu quadro estável.
Segundo o coordenador geral do concurso, por parte da Uefs, Sérgio Tranzillo, os resultados destas reavaliações dos documentos deverão ser divulgados até sexta-feira, 24. “Foram apresentados muitos documentos que não deveriam. Um candidato a agente de trânsito não deveria ter como título experiência como comerciário, porque não são áreas afins”, contou.
Sérgio Tranzillo também disse que os resultados finais poderão ser divulgados até o final da próxima semana. “Todos os recursos serão analisados criteriosamente. As equipes estão orientadas para analisar os argumentos dos candidatos sob todos os ângulos”, disse. À segunda fase foram convocadas 2.190 pessoas. O edital previa dez vezes mais do que o número de vagas. A diferença foi creditada ao empate no número de pontos.
As avaliações dos recursos serão feitas por novas bancas formadas pela Uefs. “Serão análises com base nos argumentos apresentados pelos candidatos por pessoas que não participaram do primeiro processo de avaliação”, afirmou. Os resultados da segunda etapa, que corresponde à prova de título e tem peso 3, foram divulgados na semana passada. “Na próxima semana vamos divulgar uma lista completa”, informou.
A parte escrita da prova teve peso 7 e a segunda, como já foi dita, 3. A soma das duas etapas é a nota final. O chamamento será feito obedecendo rigorosamente a ordem de classificação.
21/11/06 22:35:08
Dupla comemora 30 anos de carreira com espetáculo em projeto cultural
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A apresentação do espetáculo “Debaixo da Ponte”, dentro da programação do projeto cultural “O Teatro Vai aos Bairros”, no próximo dia 6 de dezembro, às 19 horas, no bairro Fraternidade, marca os 30 anos de carreira dos atores José Guedes e Roberval Barreto. A dupla faz parte da Companhia Teatral Squachixe e comemora a data com apresentação aberta ao público, por iniciativa do Governo Municipal, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Fundação Cultural Municipal Egberto Costa, visando proporcionar a inclusão cultural.
O espetáculo é de autoria de Marcello Ricardo Almeida, dirigido pelos próprios atores. Conta a estória de dois mendigos que lutam pela sobrevivência, travando uma disputa territorial pelo domínio de um ponto de pedinte debaixo de uma ponte.
Durante a apresentação são abordados os subtemas da saúde, educação e moradia, com muita sátira e alerta ao grave problema social enfrentado por muitas pessoas, inclusive famílias, que vivem em condições subumanas, abandonadas pela sorte nas vias públicas por todos os cantos do país.
A iniciativa foi idealizada pela dupla para comemorar o aniversário de carreira dos atores, que decidiram unir os talentos na Companhia Squachixe a partir de 1992, com apresentação do espetáculo “Squarchixe – Bum!”. Depois veio a performance “A Viração” e, em seguida, “Auto da Alma” e “Um Fudevu de Caçarolê”.
De forma independente, a dupla também faz apresentações em outras companhias teatrais ao longo dos anos. José Guedes é do município de Entre Rios e Roberval Barreto é de Serrinha, mas estão em Feira de Santana há quase duas décadas, promovendo alegria e muita animação através das apresentações teatrais.
20/11/06 20:30:25
Família Cidadã oficializa união de
180 casais no dia 19 de dezembro
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O programa Família Cidadã, promovido pelo Governo Municipal, através da Secretaria de Desenvolvimento Social em parceria com a Justiça, vai regularizar a situação conjugal de 180 casais no próximo dia 19 de dezembro. O casamento coletivo, é sem nenhum custo para os noivos, será realizado no Ginásio de Esportes do Colégio Castro Alves, a partir das 8h30.
Os últimos preparativos para a cerimônia coletiva serão definidos durante reunião com os noivos, na sexta-feira (24), a partir das 8 horas, no auditório da Secretaria de Saúde, na avenida João Durval Carneiro. Na oportunidade serão realizadas palestras abordando sobre a importância da legalização conjugal, o convívio familiar e ainda distribuídos alguns brindes.
Em sua quinta edição, o programa vem se firmando como importante ferramenta de inclusão social, garantindo o direito de famílias carentes a regularizarem a situação conjugal, sem a necessidade de investirem os parcos recursos. Tudo é garantido gratuitamente pela Prefeitura e pela Justiça, numa iniciativa que a cada ano vem atraindo mais casais.
Na avaliação da secretária de Desenvolvimento Social, Lúcia Miranda, o sucesso do programa é constatado na credibilidade que ele conquistou desde sua implantação, pelo Governo Municipal. “São iniciativas como esta, de grande alcance social, que refletem a preocupação e o compromisso do governo do prefeito José Ronaldo com os mais carentes”, disse.
A data e local para realização do casamento coletivo foram definidos em função do número de pessoas inscritas para participar do programa. A expectativa é de que durante a cerimônia estejam presentes pelo menos mil pessoas, entre padrinhos, familiares e convidados
20/11/06 20:20:46
Deu nos jornais
Boquinha
O governado eleito da Bahia Jaques Wagner (PT), terá muito mais dor-de-cabeça do que imagina para compor sua equipe de governo. O motivo é que os tradicionais “companheiros” de sindicatos e associações de classes dão sinais claros de que não abrirão mão de uma “boquinha” no primeiro e segundo escalão do governo petista. No “Informe da Bahia”, no “Correio da Bahia”, edição de 19 de novembro de 2006.
Nas alturas
Apesar de todo o tiroteio dos militares e do apagão dos aeroportos, o ministro da Defesa, Waldir Pires, ainda acha que pode ficar no cargo. Tem usado uma justificativa bastante singela para explicar seu desejo de permanecer: “O mundo não vai bem, e o Brasil tem de estar com sua defesa preparada”. No “Informe JB”, no “Jornal do Brasil”, edição de 19 de novembro de 2006.
19/11/06 22:50:18
FILMES EM CARTAZ
Face do terror de 11 de Setembro em “As Torres Gêmeas”
Por Dimas Oliveira
Afinal chega a Feira de Santana, “As Torres Gêmeas” (World Trade Center), de Oliver Stone, drama sobre o atentado terrorista de 11 de Setembro de 2001. O filme é o principal lançamento - já está no circuito nacional há várias semanas - a partir desta sexta-feira, no Orient Cineplace. Outras novidades nesta semana são as comédias “Um Cara Quase Perfeito” e “Fica Comigo Esta Noite”. Continuam: “Os Infiltrados”, um dos melhores filmes deste ano, e “Os Cavaleiros do Zodíaco - Prólogo do Céu”.
Baseando-se nos relatos dos policiais John McLoughlin e William Jimeno, que ficaram presos durante 22 horas nos escombros do World Trade Center, o diretor Oliver Stone mostra o drama que se abateu em Nova York quando dos atentados terroristas em 11 de setembro de 2001. O drama é pleno de suspense e emoção. Outra face do terror da tragédia americana foi visto antes em “Vôo 93”.
Há cinco anos, Jimeno, integrante do Departamento da Polícia Portuária de Nova York, parte para mais um dia de trabalho. O sargento John McLoughlin, veterano do Departamento, já estava acordado há algumas horas, em decorrência de sua ronda diária de uma hora e meia até a cidade. Jimeno, McLoughlin e seus colegas partem para o centro de Manhattan, como se fosse um dia qualquer. Até que um ataque terrorista ao World Trade Center muda completamente a situação, fazendo com que toda a equipe seja convocada com urgência ao local do ataque. A primeira equipe a entrar na torre não-atingida é composta por cinco homens, incluindo Jimeno e McLoughlin. Porém enquanto eles estão dentro do prédio, tentando ajudar os sobreviventes da torre em chamas, um segundo ataque terrorista atinge o World Trade Center, exatamente no prédio que ainda não tinha sido atingido.
O verdadeiro policial William Jimeno aparece no filme. O diretor Oliver Stone utilizou vários cadastrados no site www.policeactors.com, que interpretaram policiais no filme. Todos os integrantes do site estão na ativa ou são aposentados do serviço policial, sendo também membros da Screen Actors Guild, a associação de atores dos Estados Unidos.
No filme, um personagem que encarna o típico herói norte-americano. O ex-fuzileiro Dave Karnes, que, depois de abandonar o serviço militar, volta a usar seu uniforme para ajudar nos resgates do World Trade Center. Além de ter todo o discurso nacionalista de vingança contra os terroristas, ainda sai como herói ao ter papel-chave na ação de resgates. Um personagem necessário, a favor da guerra em defesa nas fronteiras norte-americanas.
O orçamento de “As Torres Gêmeas” foi de 63 milhões de dólares. No Brasil, em seis semanas foi visto por 684.720 pessoas.
19/11/06 22:49:07
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTOS
AS TORRES GÊMEAS (World Trade Center), de Oliver Stone, 2006. Nicolas Cage, Michael Pena, Maggie Gyllenhaal e Maria Bello. Drama. O atentado ao World Trade Center narrado através de dois policiais, que entraram no prédio entre os dois ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Integrantes das equipes de salvamento, ambos acabam soterrados e passam longas horas sob os escombros, sem nenhuma comunicação. Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 128 minutos. Horários: 13h30, 16 horas, 18h35 e 21h10. Sala 1 (243 lugares).
UM CARA QUASE PERFEITO (Man About Town), de Mike Binder, 2006. Com Ben Affleck, Rebecca Romijin, John Cleese, Gina Gershon e Jerry O’Connell. Comédia. Um destacado agente de Hollywood leva uma vida praticamente perfeita. Ele tem carreira brilhante, muito dinheiro e uma linda mulher. De repente, os negócios começam a ir mal, ele é traído pela mulher e seu pai fica louco. Classificação: 14 anos. Duração: 96 minutos. Horários: 14h50, 16h50, 18h55 e 21 horas. Sala 2 (160 lugares).
FICA COMIGO ESTA NOITE, de João Falcão, 2006. Com Vladimir Brichta, Alinne Moraes, Laura Cardoso, Gustavo Falcão e Milton Gonçalves. Comédia. Em meio à uma crise no casamento, um homem morre. Arrependido, ele decide manter contato com sua esposa, e tenta convencer um fantasma a ajudá-lo. Classificação: 10 anos. Duração: 74 minutos. Horários: 14h10, 15h50, 17h30, 19h10 e 20h50. Sala 4 (264 lugares).
CONTINUAÇÕES
OS INFILTRADOS (The Departed), de Martin Scorsese, 2006. Com Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg e Martin Sheen. Um jovem policial recebe a missão de se infiltrar na máfia. Aos poucos ele conquista a confiança do chefe, ao mesmo tempo em que um mafioso que foi infiltrado na polícia como informante do grupo, também ascende dentro da corporação. Tanto um quanto o outro se sentem aflitos devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação de sempre obter informações. Porém quando a máfia e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo. Em segunda semana. Classificação indicativa: 18 anos. Duração: 152 minutos. Horários: 13h30, 18h20 e 21h20. Sala 3 (167 lugares).
OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – PRÓLOGO DO CÉU (Saint Seya: Tenkai-hen Josô - Overture), de Shigeyasu Yamauchi, 2006. Animação. Os Cavaleiros do Zodíaco se deparam com um novo inimigo, a poderosa deusa Ártemis, que pretende tomar o poder de todo o planeta. Em segunda semana. Classificação: Livre. Duração: 84 minutos. Horário: 16h30. Sala 3.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
17/11/06 09:33:01
Jornalista precisa é de Machado, Balzac e Shakespeare, não de "deproma"
(Transcrito do Blog Reinaldo Azevedo)
"Embora a decisão seja em caráter liminar, está suspensa, até que haja o julgamento de mérito, a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da função. A decisão é do ministro do STF Gilmar Mendes, atendendo a um pedido do procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza.
Em 2001, o Ministério Público Federal protocolou uma ação civil pública na Justiça contra a exigência do diploma. Na primeira instância, a decisão foi favorável ao MP, mas não no Tribunal Regional Federal da 3ª. Região (SP). O caso foi parar no Supremo. A última palavra será da 2ª turma do STF, composta por cinco ministros. Será uma boa palavra? Em defesa da liberdade? Espero que sim.
A exigência do diploma é uma lei da ditadura militar e fazia parte de um pacote destinado a tirar das redações os “intelectuais” de esquerda disfarçados de jornalistas. Hoje, com raras exceções, são os esquerdistas que defendem o diploma porque ele garante uma forte presença do “companheirismo” nas redações.
Não por acaso, a entidade que se apega com mais entusiasmo à lei ditatorial é a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas). É aquela entidade que queria o Conselho Federal de Jornalismo e que não emitiu um pio quando três jornalistas da Veja foram intimidados pela Polícia Federal. Vai ver eles não eram “de confiança” — dos companheiros... A Fenaj chegou a arrumar um parlamentar laranja para lavar um projeto seu, ampliando as funções no jornalismo que seriam privativas de diplomados. Até câmera seria obrigado a ter canudo. Uma piada! É a mesma turma que prega o chamado “controle social dos meios de comunicação”.
Apelo aqui à consciência dos senhores ministros. O jornalismo é uma das expressões da liberdade de pensamento. Que não pede registro em cartório — ou liberdade não é. O que o jornalismo tem de geral, de genérico, prima pela multidisciplinaridade. Num misto de esforço pessoal com o aprendizado nas redações, os profissionais vão encontrando os temas com os quais se afinam mais. Quantos professores de jornalismo sabem a diferença entre taxa Selic e spread bancário? Cabe, sim, um papel à universidade, embora eu tenha minhas dúvidas se esta que temos daria conta do recado: o debate sobre a ética.
Que existam cursos de pós-graduação em jornalismo para economistas, historiadores, dentistas, geógrafos... Mas, sob nenhuma hipótese ou justificativa, cabe a exigência de um diploma. Nem do ensino fundamental. Ninguém aprende a escrever na universidade. Datilografia faz mais falta a um jornalista do que curso superior. Repórteres, editores e redatores precisam de Machado de Assis, Balzac (detestava jornalistas) e Shakespeare.
A exposição de motivos de Mendes me deixou otimista. Ele lembrou que a Constituição garante a livre manifestação de pensamento, criação, expressão e informação. Também acatou o argumento do procurador-geral, que é real: há hoje um grande número de profissionais que atuam como jornalistas sem o registro do Ministério do Trabalho.
PS: Eu tenho "deproma". Tanto os que gostam de mim como os que não gostam já sabem que ele não é garantia de nada".
17/11/06 09:32:40
17/11/06 09:18:08
23 professoras são beneficiadas com mudança de regime de trabalho
(Da Secretaria de Comunicação Social)
“A espera terminou. Estamos seguras para o futuro”, comemorou, emocionada, a mudança de regime de trabalho de 20 horas para 40 horas semanais, a professora Maria Inês Pereira, que há nove anos estava como substituta. Ela e mais outras 22 professoras foram beneficiadas com esta mudança. Os decretos foram assinados pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho e se constituíam no último item do acordo salarial firmado com a APLB-Sindicato (Associação dos Professores Licenciados da Bahia) no ano passado.
O prefeito disse que as mudanças não deverão apenas render ganhos salariais. “Acredito que, a partir de agora, por estarem mais tranqüilas, estas professoras renderão mais e quem vai ganhar são os alunos e o sistema educacional como um todo”, disse. Ele enfatizou que a medida incorpora as horas em substituição aos salários. “É uma segurança para as aposentadorias”, considerou.
José Ronaldo disse ainda que o Governo Municipal oferece tratamento igualitário para todos os funcionários. “Todos os direitos dos servidores são respeitados. Principalmente aqueles que são combinados durante as negociações salariais”, afirmou. Ele lembrou que mais de 200 professores mudaram de referência neste ano, procedimento também previsto nos acordos. “Tudo isto é feito dentro das possibilidades administrativas e respeitando o Plano de Cargos e Salários da categoria”, informou.
A presidente da APLB-Sindicato, Indiara Batista, que participou na solenidade, realizada numa sala anexa ao gabinete do prefeito, disse que o plano de cargos e salários do professorado de Feira de Santana não foi destruído ou jogado no lixo, “como dizem nas ondas de boatos, fruto do desconhecimento”. Com relação ao aumento dos salários, ela afirmou que o município vem acompanhando a conjuntura nacional. “O quadro econômico é este”, constatou.
Outro ponto evidenciado pela sindicalista é com relação à valorização do professor. Lembrou do período que entrou no quadro de professores do município, há 20 anos. “A desvalorização era tanta que ninguém queria trabalhar 40 horas semanais. Isto era reflexo da desvalorização da profissão, que não tinha crédito no comércio, recebia os salários em uma garagem e não se tinha data para recebê-los. Os alunos afirmavam que era melhor a gente ir lavar roupa do que ensinar. Hoje todos querem ser enquadrados”, disse.
A secretária de Educação, Ana Rita Almeida, analisou que a mudança de regime não apenas dá tranqüilidade para aos professores, mas serenidade para que esta ação seja revertida em garantia de qualidade dentro da sala de aula. “É um avanço significativo para todos, porque significa, no primeiro momento, um melhor salário, e fundamental para que o trabalho deles seja desenvolvido com tranqüilidade”, disse.
O Governo Municipal regulamentou a substituição. Antes, os professores que faziam este trabalho não recebiam seus salários durante as férias. “Os vencimentos caiam à metade neste período”, disse o secretário de Administração, João Marinho Gomes Júnior. A mudança de regime de trabalho lhes garante todos os direitos. A partir de agora eles receberão integralmente, mesmo durante o recesso escolar.
Em 2004, cerca de 400 professores tiveram seus regimes de trabalho alterados. Dos 23 que foram beneficiados agora, 13 não tinham completado o período de trabalho exigido à época em substituição, que era de dois anos.
13/11/06 21:17:04
Tão sincero quanto o medo
Debate das lideranças
De Millôr Fernandes
- Dá licença?
- Licença só na Prefeitura.
- Como é que é?
- Sendo.
- Mas como é que vai?
- Aquela coisa.
- E a família?
- Na mesma.
- Mas, fala, o que é que há?
- Está para haver o diabo e você está no meio.
- E quando é que você revela de onde veio o dinheiro?
- No Dia de São Nunca a qualquer hora em ponto.
- Ah, é? E agora?
- Suja na mão e bota fora.
- O que é que você quer dizer com isso?
- Chouriço.
- Mostra, eu quero ver.
- Não tem vista nem revista. Nem nariz de lagartixa.
- Mas que time é o teu?
- Andaraí no seu gramado.
- Jacaré no seco anda?
- Cachorro que late n’água late enterra.
- Jura?
- Juro como a cabeça da coisa é dura.
- Mas eu pensava.
- Pensando morreu um burro com cangalha e tudo.
- Posso comer?
- O que não mata, engorda
- A coisa está feia.
- Feia só? Feia e meia.
- É mesmo. Ontem eu vi ela.
- Viela é um beco sem saída.
- Que horas são?
- As mesmas de ontem a essas horas.
- Então, vamo-nos.
- Vamos nus porém vestidos.
- Veremos.
- Isso dizia o cego e nunca viu nada.
- Então, até o dia 29!
- Vá com Deus, a paz e o livramento. Se achar um buraco cai dentro.
Extraído da revista “Veja”, de 18 de outubro de 2006.
13/11/06 19:34:02
NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS
Uefs divulga resultado da prova de títulos do concurso
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) entregou no início da tarde de segunda-feira, 13, à Secretaria de Administração, os resultados relativos à segunda etapa do concurso público para a Prefeitura Municipal, que consistiu na prova de títulos. Foram disponibilizadas 200 vagas para 21 cargos.
A lista completa pode ser vista nos sites www.uefs.br e www.feiradesantana.ba.gov.br. Como na primeira fase, uma lista será fixada no Ginásio Municipal de Esportes, na rua Aloísio Resende, no centro. O resultado desta etapa estava previsto para ser divulgado até o dia 15.
O secretário João Marinho Gomes Júnior disse que os resultados finais serão divulgados logo após as avaliações dos recursos que porventura sejam impetrados. Os candidatos têm três dias para entrar com recurso, a partir da data da publicação dos resultados da prova de títulos.
O concurso tem duas etapas. Na primeira, a escrita, o peso corresponde a 70%, e na segunda, 30%. “Tudo está transcorrendo dentro do esperado. Sem anormalidades. Dentro de mais alguns dias espero que a lista final seja divulgada”, disse João Marinho Gomes Júnior.
A não apresentação de títulos não significa que o candidato esteja eliminado. Quem não os apresentou, de acordo com o edital, ficou com nota zero na avaliação. A prova teve caráter classificatório e foi aplicada a todos os cargos.
Audiências públicas para Plano Diretor começam no dia 20
(Da Secretaria de Comunicação Social)
As audiências públicas de revisão do Plano Diretor de Feira de Santana serão realizadas a partir da segunda-feira da próxima semana, dia 20. Ao todo acontecerão quatro encontros, com participação da população e de associações representativas. Eles formularão, executarão e acompanharão planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano. São nas audiências que surgirão as propostas que se pretende revisar. As audiências serão realizadas no Ginásio Municipal de Esportes, localizado na rua Aloísio Resende. O Plano Diretor é um conjunto de medidas para ordenar o desenvolvimento e o crescimento do município a médio e longo prazo.
No dia 20 serão realizadas duas audiências. A primeira, às 10 horas, e a segunda, às 14h30. A terceira está marcada para o dia 30 e a quarta acontece no dia 7 de dezembro. O Plano Diretor é previsto no Estatuto da Cidade, que estabelece que as funções da cidade e da propriedade urbana sejam ordenadas por políticas públicas dispostas em um conjunto de normas legais. O estatuto determinou que todo município que tenha mais de 20 mil habitantes que não tenha o plano ou que o tenha aprovado há mais de dez anos o faça ou o revise.
O Plano Diretor vai ser encaminhado à Câmara Municipal, para apreciação do Poder Legislativo, no dia 12 de dezembro. Segundo o secretário de Planejamento, Carlos Brito, o Plano Diretor local está sendo revisado. “Estamos obedecendo a uma lei federal e vamos adequá-lo à situação atual da cidade e planejar seu futuro para os próximos anos”, afirmou, acrescentando que o Plano Diretor será uma ferramenta flexível, para que as mudanças futuras que eventualmente aconteçam no município sejam inseridas. “Não elaboramos um plano que ‘engesse’ a cidade. Fizemos um estudo cujas metas são atingíveis ao longo dos anos”, considerou.
O secretário argumentou que a população é quem vai dizer o que quer da cidade. “A participação é livre e todas as opiniões serão ouvidas e devidamente analisadas. Por isso é que a presença de todos os segmentos da sociedade é tão importante, porque todos contribuirão, com suas idéias e sugestões, para que este importante instrumento de política de desenvolvimento seja revisado”, disse.
Alguns procedimentos serão adotados durante as reuniões, como gravá-las e arquivar seus teores, as propostas e questionamentos deverão ser apresentados depois de inscrição prévia do seu autor - que deverá apresentar a carteira de identidade e o título de eleitor atualizado, cada participante poderá falar por três minutos, podendo este tempo ser prorrogado a critério da mesa diretiva. Uma segunda intervenção da mesma pessoa só vai poder ser feita mediante nova inscrição ou a convite da mesa. As normas para a realização das audiências públicas contam no Decreto 7.1999, assinado pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho.
A mesa diretiva vai ser composta pelas seguintes pessoas: o secretário de Planejamento, Carlos Brito, que a presidirá, representantes da Secretaria de Planejamento e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente e da Procuradoria Geral do Município. Poderão integrar a mesa autoridades presentes aos eventos, a critério do presidente. O projeto de lei de revisão do Plano Diretor local vai ser disponibilizado no site da Prefeitura Municipal (www.feiradesantana.ba.gov.br), na Biblioteca Central Julieta Carteado, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e na Biblioteca Municipal Arnold Silva.
“Teatro Vai aos Bairros” inicia fase urbana
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A fase urbana do projeto “O Teatro Vai aos Bairros” vai ser iniciada nesta terça-feira, dia 14. O espetáculo “Flores”, de Vado Fernandes, será apresentado no Papagaio, às 19 horas, na Pré-Escola Dalva Suzarte Gomes, na rua L. A primeira fase contemplou todos os distritos. Na sede serão apresentadas mais 12 peças. O projeto tem o apoio da Coelba, por meio do FazCultura.
O diret0or-presidente da Fundação Cultural Egberto Costa, Augusto César Orrico, disse que a primeira fase foi concluída com sucesso. “A participação em todos os distritos ficou acima das expectativas. O público não apenas esteve presente, mas podemos observar que ele se emocionou com o que viu. Ver uma peça de teatro é emoção única”, afirmou. A fundação é quem executa o projeto.
Para Orrico, os resultados da interiorização do programa poderão ser sentidos a curto. “É, sem dúvidas, um despertar, porque a grande maioria dos espectadores deste ano nunca viu uma peça. Plantamos uma semente. Acredito que no próximo ano a presença de público vai ser maior. A iniciativa do governo municipal está contribuindo para a formação de novas platéias”, disse.
Oferecer opções de cultura para o povo deve ser um dos pilares governamentais. “Este projeto está plenamente consolidado na cidade”, disse o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Maurício Carvalho. “Vamos começar esta etapa, com a certeza de que todos os espetáculos serão vistos por centenas de pessoas, como vem acontecendo nas cinco edições passadas”, completou.
Espetáculos também serão apresentados nas Baraúnas, Santo Antônio dos Prazeres, Feira IX, Novo Horizonte, Campo Limpo, Fraternidade, Campo do Gado Novo, Beira Riacho, Homero Figueiredo, Queimadinha e Subaé.
Centro de Referência da Assistência Social tem inauguração
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O prefeito José Ronaldo de Carvalho inaugura nesta terça-feira, 14, às 18 horas, o Centro de Referência da Assistência Social (Cras), órgão da Secretaria de Desenvolvimento Social, que funcionará no George Américo, na rua J-1, 262, O centro deverá atender cerca de mil famílias cadastradas no bairro e circunvizinhança.
O Cras prestará atendimento na área psicossocial, visando o fortalecimento comunitário e familiar e acolhimento da família. Por isso está sendo denominado de “Casa da Família”. “Atuará na prevenção da situação de risco pessoal e social, atendendo tanto crianças como idosos”, explicou o coordenador do órgão, Marcelo Carneiro de Souza.
O atendimento à comunidade será feito pela assistente social Laura Murici Teles e a psicóloga Ana Paula Barros. O cadastramento da comunidade será realizado a partir da quinta-feira, 16, contemplando principalmente os moradores do George Américo, além de Sítio Novo e Campo Limpo.
A psicóloga Ana Paula Barros explicou que o atendimento será desenvolvimento através de trabalho multidisciplinar. “Será um casamento perfeito entre atendimento psicológico e de assistência social, já testado com sucesso em outras cidades onde o Cras já foi implantado”, frisou.
O atendimento é voltado para o enfrentamento de todos os tipos de violência. O órgão também funcionará como acolhimento e encaminhamento para atendimento em outros órgãos e entidades, através de parceria com os Centros de Atendimento Psicossocial (Caps), Programa Sentinela e Programa Saúde da Família (PSF), além da própria Secretaria de Desenvolvimento Social.
O serviço será prestado à comunidade de segunda-feira à sexta, das 7 às 16 horas. A sede do órgão possui instalações novas e modernas, com recepção e duas salas para atendimento.
Iniciada Semana Contra Tuberculose
(Da Secretaria de Comunicação Social)
“Tuberculose tem cura, só não pode parar o tratamento”. A declaração, em tom de alerta, foi feita na manhã de segunda-feira, 13, pela coordenadora municipal da Divisão de Controle Epidemiológico da Secretaria de Saúde, Janice Soares Brito Estrela, quando da abertura da Semana Nacional de Mobilização e Luta contra a Tuberculose. “Tuberculose tem remédio. O paciente deve procurar um posto de saúde. É grátis”, resumiu a secretária Denise Mascarenhas ao ressaltar a importância do evento, que se estenderá até sexta-feira, 17. O tratamento do paciente é feito no Centro de Saúde Especializado (CSE), situado na rua Geminiano Costa, próximo ao Feira Tênis Clube.
Devido à importância do evento, a Secretaria de Saúde decidiu massificar, desde o mês passado, a campanha no município a fim de atentar a comunidade sobre o perigo, prevenção e o combate à doença. “Tosse com catarro por mais de quatro semanas pode ser tuberculose”, alerta o cartaz da campanha. Além da tosse prolongada, segundo Janice Estrela, os outros sintomas da doença são falta de apetite, emagrecimento e desânimo, dores nas costas e no peito, suores noturnos, cansaço e fraqueza fáceis, dificuldade ao respirar e febre baixa, geralmente à tarde.
De acordo com a coordenadora, as pessoas que têm maior risco de adoecer são as que vivem com o portador do Bacilo de Kock, que transmite a doença, em lugares fechados e aquelas em condições precárias de alimentação, habitação e saúde. Conforme ela, a tuberculose é uma doença infecto-contagiosa e que o germe é aeróbico, transmitido de pessoa a pessoa, através da tosse, da fala, espirro e até da respiração.
Por isso, em 90% dos casos, a doença se desenvolve no pulmão, recebendo o nome de tuberculose pulmonar. O bacilo também pode se instalar em outras partes do organismo, como gânglios, pleura, ossos, rins, olhos, entre outros, causando a tuberculose extrapulmonar.
EXAMES
Apesar da gravidade, a tuberculose é descoberta facilmente, através de diagnóstico da doença feito por meio de exames, escarro e raios X, que são realizados gratuitamente pela rede municipal de saúde. “A maioria dos doentes em tratamento, não necessita de internamento”, destacou Janice Estrela. Sobre o tratamento, segundo a coordenadora, é feito através de medicação fornecida também gratuitamente pelo município.
“Após os 15 primeiros dias de tratamento, geralmente, não existe mais o perigo do doente transmitir o bacilo para outras pessoas”, acrescentou Janice Estrela, observando, entretanto, que “o paciente só estará curado se não interromper o tratamento antes de seis meses”. E mais: “o paciente deve retornar mensalmente ao posto de saúde para avaliação e acompanhamento médico”. Durante o tratamento, o paciente recebe cesta básica de alimentos, mensalmente.
A Secretaria de Saúde alerta também, através de folhetos, que “toda a família do doente deve comparecer à unidade de saúde para realizar exames necessários, a fim de saber se foi contaminada”. A quimioprofilaxia é indicada como forma de prevenção para os grupos de maior risco (contactantes menores de 15 anos, idosos e imunodeprimidos) e consiste no uso diário de uma medicação durante seis meses.
Prevenir é simples: a vacina BCG, obrigatória em menores de um ano, protege as crianças de zero a quatro anos das formas graves da doença, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar. Nos adultos, a prevenção é feita pelo controle e cuidado com os contactantes, pessoas que vivem no mesmo ambiente do doente, na família e na comunidade. Deve-se evitar locais fechados, com muitas pessoas e sem ventilação, pois facilitam a contaminação, caso tenha um doente na área.
Cuidados durante o tratamento
A medicação deve ser tomada todos os dias, de preferência em jejum, conforme orientação médica, pois a dosagem é ajustada para cada pessoa; As refeições devem ser normais, sem restrição para alimentos, consumindo principalmente leite, frutas, verduras, feijão, arroz, carnes e ovos; As bebidas alcoólicas devem ser evitadas, pois o álcool diminui as defesas do organismo. O consumo de chás, água de coco e suco de frutas deve ser preferido; Se o doente for fumante deve parar imediatamente para reduzir o risco de infecções que comprometem o sistema respiratório; A pessoa em tratamento pode e deve continuar trabalhando, evitando, no entanto fazer esforços exagerados.
Saúde da mulher tem debate durante a semana
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Aprimorar e fortalecer a rede de saúde da mulher. Este é o objetivo da I Semana de Conscientização da Saúde da Mulher, iniciada na segunda-feira, 13, no auditório da Secretaria de Saúde. São realizados debates e palestras até terça-feira, 14. Nos demais dias da semana, serão desenvolvidas atividades educativas nas unidades de saúde do município, através do Programa de Saúde Familiar, Unidade Básica de Saúde e nas policlínicas.
O evento acontecerá anualmente e atende a determinação da lei municipal 2.692, de 30 de junho de 2006, autoria do vereador Luciano Paim. Na segunda-feira foram discutidos temas sobre planejamento familiar e fluxograma do município, que teve como palestrante Juraci Leite Neves Neto. Em seguida, Érica Araújo proferiu palestra sobre pré-natal e aleitamento materno.
Ainda na segunda-feira, as palestrantes Cláudia Braga e Caroline Barreto destacaram a importância do comitê de mortalidade materna e a operacionalização do Centro de Referência Municipal de DST/Aids. Para terça-feira, estão programadas discussões sobre câncer de mama e colo de útero, além da violência contra a mulher. As palestrantes são, respectivamente, Flávio Amorim, Núbia Fátima e Rita Cristina Carvalho Rios.
De acordo com a coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Rita Rios, a Secretaria de Saúde já desenvolve um vasto programa de atenção à mulher, mas ressalta a importância da Semana de Conscientização no sentido de discutir mais amplamente os interesses da mulher, especialmente a saúde. “É uma forma de aprimorar e fortalecer a rede de saúde da mulher”, completou.
13/11/06 19:26:18
13/11/06 18:33:36
Primeira vez
Pela primeira vez na história, o Brasil tem um presidente declaradamente comunista. Trata-se do deputado federal Aldo Rebelo (PC do B), presidente da Câmara, que com a doença do vice José Alencar, se tornou o primeiro na linha de sucessão na Presidência da República. A substituição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou para a Venezuela, se deu entre domingo e segunda-feira, 13.
“Apagão”
Depois do “apagão” aéreo, já se prevê um “apagão” geral, provocado pela inexistência de investimentos do Governo federal em infra-estrutura. Deve atingir energia elétrica e transportes rodoviário e marítimo.
De José Simão: “E por que o Lula não aproveita e lança mais um programa social? O Bolsa Sutiã. Nada faz mais justiça social que o sutiã: oprime os grandes, levanta os caídos e protege os pequenos”. (12.11.2006).
Ainda o José Simão: “E o grande babado do verão é o maiô da dona Marisa: aquele maiô branco com uma estrela vermelha no panceps! Tríceps, bíceps e panceps. Parece um barril da Texaco! Bomba da Texaco! E depois que eu vi a dona Marisa de maiô eu inventei um novo slogan pro Lula: ‘Deixa o homem beber!’. E o Lula fazendo alongamento? Faça ginástica com o Lula e ganhe uma balança de chope! E avisa pra dona Marisa que uma estrela só não faz verão!”. (13.11.2006).
13/11/06 13:45:47
Deputado comemora aprovação do Super Simples no Senado
(Da assessoria de Fernando de Fabinho)
O deputado federal Fernando de Fabinho (PFL) está comemorando a aprovação, no Senado, do projeto de lei complementar que cria o Estatuto das Micro e Pequenas Empresas. Depois de aprovada no Senado, a matéria que tramitou por quase três anos na Câmara voltará para que os deputados apreciem apenas as alterações feitas. Assim, a tramitação deverá ser mais rápida.
O estatuto deverá entrar em vigor em 1º de julho de 2007 e esse será um dos itens que os deputados analisarão, logo após a desobstrução da pauta da Câmara, trancada por oito medidas provisórias.
Também denominado de Supersimples, o Estatuto reduz a carga tributária de micro e pequenas empresas, além de desburocratizar a arrecadação de impostos. Com a nova lei, serão cobrados de uma só vez oito tributos: Imposto Sobre Serviços (ISS), Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto de Renda, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS), Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição Para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e a contribuição patronal para o INSS.
Fernando de Fabinho opina que o Supersimples é um dos projetos mais importantes para o setor produtivo do país. “É fundamental por aliviar a carga tributária das micro e pequenas empresas e promover a formalização de empreendimentos além de ser o primeiro passo no sentido de uma reforma tributária mais ampla, pois o sistema substituiu diversos tributos por apenas oito, que serão arrecadados em uma só guia”. O deputado feirense lembrou que a aprovação do Estatuto “era uma exigência da própria sociedade” e que é “estratégico para a geração de novos empregos”.
13/11/06 13:38:13
NOTÍCIA EXTRA
São Roque é a 25ª micro em crescimento do país
Por Batista Cruz, Toré Comunicação
Creditar o sucesso empresarial aos funcionários é uma maneira sutil, e extremamente elegante, de incentivá-los. Pode até ser um lugar comum. Mas é à parte que transpira mais que a empresária Eliana Souza Santos, que preside o Conselho Administrativo da Distribuidora São Roque, dá todos os créditos pelo crescimento da empresa. A feirense São Roque ocupa a 25ª posição nacional entre aquelas que mais cresceram - em termos de faturamento - nos últimos três anos, segundo um levantamento feito pela “Exame PME”, em parceria com a consultoria Deloitte, a revista tem como foco as pequenas e médias empresas. No triênio, o crescimento foi de 126,1%. O faturamento saltou de R$ 22.288 em 2003 para R$ 50.391, no ano passado.
Ser a primeira no seu segmento de trabalho é motivo de orgulho para toda e qualquer organização. A empresária disse que recebeu a notícia, publicada na última edição - a revista é bimensal - com satisfação. Mas que a surpresa não foi total porque alguns indicadores já mostravam o bom desempenho da distribuidora. No ano passado ficou na segunda colocação estadual no Ranking Nacional de Atacadistas. Diz que as metas de crescimento para este ano deverão ser atingidas, mesmo num período difícil. Para ela, o comércio é o combustível que move o município. A pesquisa confirma a vocação econômica da cidade.
Navegando num cenário econômico turbulento e enfrentando uma concorrência antropofágica nunca vista no setor atacadista, a distribuidora registrou um crescimento médio anual cerca de 20 vezes maior do que o Produto Interno Bruto (PIB), índice que mede a riqueza nacional produzida durante um ano. Para 2007, a meta é manter o mesmo ritmo de crescimento. Se confirmadas as projeções, a empresa vai faturar mais de R$ 75 milhões. Nada mau para quem começou pequeno na rua Visconde do Rio Branco. Isto há 23 anos. Na pesquisa, que apontou uma centena de empresas, apenas quatro atuam no comércio atacadista. A feirense é a única do interior nordestino que foi citada.
Quando se vê o esforço de vendas é que se pode dimensionar o valor dado aos funcionários. A equipe externa é formada por mais de 80 pessoas. Este batalhão está presente em todas regiões da Bahia, exceto no Oeste. Internamente, o serviço é tocado por 250 pessoas. Para atender clientes em pontos tão distantes, o setor de distribuição funciona 24 horas. O planejamento é feito de modo que o pedido de um comerciante estabelecido em Rodelas, na divisa do Pernambuco, seja atendido em 48 horas. Por mês são mais de três mil operações de vendas, média de uma centena de negócios fechados por dia.
Para o próximo ano, a meta é chegar à região que tem como município pólo Barreiras. A empresária salienta que a distribuidora está se consolidando na macrorregião para se voltar rumo ao oeste. Mas espera crescer com os pés no chão. “Como é um mercado altamente competitivo, não dá para dormir no ponto”. Quem trabalha neste setor sabe que não pode ficar restrito a apenas uma área, porque também sabe que se torna um alvo fixo à concorrência. Por isso, abrir novos mercados é necessário. Enfrentar a concorrência em terrenos diferentes é fundamental.
Também no próximo ano, logo em janeiro, acontece o 2º Encontro de Clientes - o primeiro foi realizado em 2004. O jornalista da Rede Globo, Alexandre Garcia, será um dos palestrantes. É a política da boa vizinhança com o cliente. É o momento de se saber o que ele pensa e o que espera da empresa. De saber qual a melhor forma de atendê-lo. De fidelizá-lo. Afinal, uma das máximas do setor diz que cliente satisfeito continua o relacionamento comercial. Uma pesquisa feita pela empresa revelou que 85% dos clientes da Distribuidora São Roque estão satisfeitos.
Vender é importante. Mas entregar no prazo combinado é a receita de parte do sucesso da Distribuidora São Roque. Fazer os produtos chegarem ao destino final é tanto importante quanto vendê-los. O entra e sai de caminhões na central de distribuição, na avenida Eduardo Fróes da Motta, é intenso. Parte entrega mercadoria e a outra é carregada. “Para tanto, investimos em logística e nas vendas”. E são operações de entrega planejadas em minúcias. Não pode atrasar, sob pena de comprometer todo esquema de vendas. Jogar ralo abaixo todo um esforço concentrado. “Quando o cliente pede é porque quer receber”, diz a empresária.
Outro ponto importante para quem sobrevive das vendas é investir em treinamento do pessoal, principalmente aquele que forma a linha de frente, e na aquisição de tecnologia que facilite o trabalho. Periodicamente a equipe de vendas recicla seus conhecimentos e potenciais. Em campo, usam um palm top, aparelho que se comunica praticamente em tempo real com o Centro de Distribuição. Com ele, o vendedor sabe o que tem em estoque e a quantidade. Não vende o que não dispõe no momento. Dá o toque de modernidade, aliada aos preços, que encanta o cliente. O mix da empresa é formado por dois mil itens. Para ela, a parte mais delicada de todo sistema é manter o pessoal motivado.
Com foco no atacado, a empresa mantém um olho voltado num atacado diferenciado. A loja da rua Castro Alves é aberta à pessoa física. O consumidor encontra produtos embalados em pequenas quantidades. Para o consumo familiar, mas com preços diferenciados do mercado. Até pouco tempo atrás tinha um supermercado, que está fechado para reforma.
A empresa, que é familiar, é administrada a oito mãos. A diretoria é formada apenas por irmãos. Roque Eudes Souza Santos é diretor comercial; Cláudia Souza Santos é diretora financeira e Carla Simone Santos Lima dirige o Departamento de Recursos Humanos. Eles sabem que numa empresa com estas características é tênue a linha que separa o bom andamento empresarial da disputa pelo poder. A história vem mostrando que nem sempre a saúde das organizações está imune às intrigas geradas nas salas de trabalho. “Fazemos terapia familiar com vistas à boa saúde da empresa”. Pelo visto, a definição de espaços, com vistas às boas práticas administrativas, e a busca de orientação externa vem dando certo.
Como a pesquisa foi feita
O ranking foi baseado na expansão da receita líquida entre 2003 e 2005. Puderam se inscrever companhias com faturamento entre R$ 5 milhões e R$ 150 milhões, com sede no Brasil e que operaram ao longo dos últimos três anos. Para participar, as empresas respondera a um questionário elaborado pela consultoria Deloitte e pela revista Exame PME. No total, foram recebidos 527 questionários, dos quais 327 obedeceram aos critérios estabelecidos. Dessas empresas, 244 encaminharam também suas demonstrações financeiras de 2003, 2004 e 2005. A Distribuidora São Roque compôs a amostra final do estudo que originou a lista das 100.
11/11/06 20:44:27
FILME VISTO
Mentira e falsidade em “Os Infiltrados”
Por Dimas Oliveira
Em cartaz em Feira de Santana, no Orient Cineplace, assim como nas principais capitais e cidades brasileiras, desde sexta-feira passada (10), “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, já pode ser considerado como um dos melhores filmes deste ano. Inspirado em “Conflitos Internos”, filme chinês de 2002. A guerra entre polícia e mafiosos passa de Hong Kong para Boston. O título original “The Departed” quer dizer “Os Mortos”.
“Os Infiltrados” pode ser adjetivado como um filme complexo, contundente, envolvente, fascinante, instigante, inteligente, vertiginoso, vigoroso, violento. Nada é o que parecer ser com tanta mentira e falsidade. Mas, elas cansam, pelo medo, solidão, pela incerteza, o desejo de uma vida normal, a questão sobre o bem e o mal.
Os “infiltrados” do título brasileiro são Colin (Matt Damon) e Bill (Leonardo Di Caprio). Apesar de terem crescido em Boston, num bairro dominado por descendente de irlandeses, como os próprios, eles não se conhecem. Cada um deles é colocado em lados opostos. Colin é membro de uma máfia infiltrado na polícia e Bill é o policial trabalhando secretamente na quadrilha de mafiosos. A trama mostra um mocinho que parece vilão, e um vilão que parece mocinho. Assim, personagens cheios de duplicidades. Ambos têm um desafio: descobrir a identidade do outro antes de ser identificado. A situação limite leva o público a se envolver totalmente com a narrativa.
Um detalhe do filme é o uso de aparelhos celulares - como ícones tecnológicos. Grande parte da tensão do filme está nas chamadas feitas pelos telefones dos personagens.
O elenco é de primeira. Jack Nicholson tem interpretação primorosa como o chefão mafioso, personagem que exerce o papel de ser o mais forte elo de ligação entre os dois infiltrados. Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Mark Wahlberg também estão bem.
O filme remete a outros momentos de Martin Scorsese como realizador de filmes sobre o mesmo tema - ele que é considerado como um dos mais talentosos cineastas norte-americanos em atividade -, exemplos de “Caminhos Perigosos”, de 1973, “Os Bons Companheiros”, de 1990, e “Cassino”, de 1995. Assim, o mundo violento do crime, da contravenção, tem sido tratado por Scorsese com freqüência.
Nos Estados Unidos, em cinco semanas, “Os Infiltrados” já rendeu cerca de 102 milhões de dólares, em mais de 2.700 salas. A produção custou 90 milhões de dólares.
Filme de visão obrigatória de quem gosta de cinema. Para ser visto mais de uma vez.
11/11/06 19:45:44
Cine-Clube Modelo Dimas Oliveira
Na quarta-feira, 8, no Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, teve início o projeto Cine-Clube Modelo Dimas Oliveira, com a exibição do filme “Terra em transe”, de Glauber Rocha.
Projeto idealizado pelo professor Volnei Menezes, o Cine-Clube foi acolhido pelo diretor da instituição, Gilzon Gonçalves.
Ficamos agradecidos pela deferência da nominação do projeto.
11/11/06 19:38:05
Sobre o "politicamente correto"
No início de maio de 2005, um tema causou polêmica. Foi a cartilha elaborada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, que reúne palavras, expressões e piadas consideradas politicamente incorretas.
O escritor baiano João Ubaldo Ribeiro escreveu então, “Pelo direito de expressão”:
“É estarrecedor. Estamos ingressando numa era totalitária, em que o Governo dá o primeiro passo para instituir uma nova língua e baixar normas sobre as palavras que devemos usar?
Será proibido em breve o uso de palavrões na língua falada no Brasil? Serão eliminados dos dicionários vocábulos e expressões não consideradas apropriadas pelo Governo? Palavras veneráveis da língua, como “beata”, em qualquer sentido, deverão ser banidas? Será criada uma polícia da linguagem? Os brasileiros serão proibidos por lei de discutir vigorosamente e xingar os interlocutores?
Que autoridade tem essa Secretaria para emitir essas opiniões, que por enquanto podem ser apenas opiniões, mas nada impede, na ditadura mal disfarçada em que vivemos, que uma Medida Provisória, da mesma forma com que já nos confiscaram a poupança e os depósitos bancários, venha a ser baixada, confiscando também a nossa língua e os nossos costumes, mesmo os inaceitáveis pela maioria?
Os escritores e jornalistas terão seus livros e textos examinados para que se expurguem termos ou expressões condenadas? Contar piadas será tido como conduta anti-social e discriminatória? O Governo é o dono da língua?
As palavras “negro”, “preto”, “escuro” e semelhantes, nos casos em que não estiverem sendo usadas sem relação alguma com a cor da pele de ninguém, serão vedadas, se em qualquer contexto julgado negativo?
As nuvens de chuva por acaso são brancas e alguém está insultando os negros, quando diz que há nuvens negras no horizonte (e há)? Os túneis são escuros e existe alusão racial na expressão “luz no fundo do túnel”? A peste bubônica não poderá mais ser mencionada como a “peste negra”?
Tratar-se-á como injúria ou difamação chamar de comunista alguém que até o seja, mas não se considere como tal? Não se poderá mais dizer que alguém é burro ou cometeu uma burrice? Será publicada uma lista de palavras de uso permitido, ou de uso proibido? Acontece isto em alguma outra parte do mundo? Se um homossexual, como fazem muitos deles, rotular-se a si mesmo de “veado”, poderá ser censurado ou punido? O pronome indefinido peculiar à língua falada no Brasil (“nego”, como em “nêgo aqui gosta muito de uma festa”) só será aceitável se for numa afirmação elogiosa ou “positiva”?
O ridículo dessa cartilha não nos deve cegar para o fato de que está começando o que parece ser uma ampla distribuição, que certamente atingirá as escolas, nas quais, já hoje, são obrigadas a classificar racialmente os alunos, dando a entender que certas áreas certamente considerarão um progresso e um passo em direção ao ambicionado terceiro mundo a instituição da segregação no Brasil.
Não podemos aceitar esse delírio totalitário, autoritário, preconceituoso (ele, sim), asnático, deletério e potencialmente destrutivo - e, o que é pior, custeado com o nosso dinheiro. Que está acontecendo neste país? Aonde vamos, nesse passo? Quanto tempo falta para que os burocratas desocupados que incham a máquina governamental regulem nossa conduta sexual doméstica ou nosso uso de instalações sanitárias?
Enfim, o que é isso, pelo amor de Deus? Até quando vamos suportar sermos tratados como um povo de ovinos imbecis e submetidos ao jugo incontestável da “autoridade”? Todo poder emana do povo ou da burocracia? Podermos ser processados, se chamarmos um membro do serviço público de “funcionário”? Temos liberdade para alguma coisa?
Foi o Estado que nos concedeu o direito de pensar, opinar e dizer, ou este é um direito básico e inalienável, que não nos pode ser tirado? Não sei mais o que dizer sobre esse descalabro, esse escândalo, essa vergonha, esse sinal de atraso monstruoso, que de agora em diante não deverei mais poder chamar de palhaçada, para não insultar os palhaços.
Até onde vamos regredir? É preciso que reajamos, é indispensável que os homens responsáveis por tal despautério sejam dispensados do serviço público, porque lá estão para cometer atentados à liberdade e arbitrariedades desse tipo.
É indispensável que assumamos nosso papel de cidadãos, detentores da soberania que, pelo menos nominalmente, é entre nós a soberania popular. CHEGA DE BURRICE, CHEGA DE ABUSO, CHEGA DE INCOMPETÊNCIA, CHEGA DE MERDA JOGADA SOBRE NOSSAS CABEÇAS!
Ou então que nos calemos e vivamos o destino de gado a que forcejam para cada vez mais nos impor, a escolha é nossa e essa iniciativa grotesca e idiota seja imediatamente esmagada, ou em breve não teremos direito a mais nada, nem à nossa língua, aos nossos sentimentos e à escolha de nosso comportamento que, não sendo criminoso, é exclusivamente da nossa conta e de mais ninguém.
Não podemos ser mais humilhados e envergonhados dessa forma, exijamos respeito e seriedade, defendamos nossa integridade e dignidade, rebelemo-nos e, sim, xinguemos - bons filhos das p... - ou, melhor, bons rebentos de profissionais femininas do sexo, para respeitar as novas diretrizes.
Vão se catar, e não às nossas custas, como vêm fazendo até agora. Desculpem, mas eu não posso conter a indignação e tentar passá-la para tantos compatriotas quanto possível. Saudações democráticas, revoltadas e dispostas a se tornarem revoltosas, de João Ubaldo Ribeiro”.
A proposta foi arquivada. Mas, quem garante que ela não seja retomada?
O que não se deve falar
A Secretaria Especial dos Direitos Humanos elaborou e chegou a começar a distribuir a cartilha “Politicamente Correto”. Ela reúne 96 palavras, expressões e piadas consideradas pejorativas e que revelam discriminações contra pessoas ou grupos sociais, como negros, mulheres, homossexuais, religiosos, pessoas portadoras de deficiência e prostitutas.
A tiragem inicial da cartilha foi de cinco mil exemplares e o público-alvo inclui políticos, policiais, jornalistas e professores. O texto foi elaborado pelo professor Antônio Carlos Queiroz, da Universidade de Brasília (UnB).
Seguem algumas expressões condenadas pela cartilha que despertou a fúria do escritor João Ubaldo Ribeiro:
A COISA FICOU PRETA - Forte conotação racista contra os negros, pois associa o preto a uma situação ruim.
AIDÉTICO - Termo discriminador, o correto é HIV positivo ou soropositivo, para quem não apresenta os sintomas, e pessoa com Aids ou doente de Aids, para quem apresenta os sintomas.
ANÃO - São vítimas de um preconceito peculiar: o de sempre serem considerados engraçados. Não há nada especialmente engraçado. O fato de ser anão não afeta a dignidade.
BAIANADA - Atribui aos baianos inabilidade no trânsito. É um preconceito de caráter regional e racial, como os que imputam malandragem aos cariocas, esperteza aos mineiros, falta de inteligência aos goianos e orientação homossexual aos gaúchos.
BAITOLA – Palavra utilizada para depreciar os homossexuais, assim como bicha e boiola. Sugeridos como corretos: gay e entendido(a).
BARBEIRO - Xingamento para motorista inábil. Ofensiva ao profissional especializado em cortar cabelo e aparar a barba.
BEATA - Deprecia mulheres que vão com muita freqüência à missa.
CABEÇA-CHATA - Termo insultuoso e racista dirigido aos nordestinos, cearenses em especial.
COMUNISTA - Contra eles foram inventadas calúnias e insultos, para justificar campanhas de perseguição que resultaram em assassinatos em massa, de caráter genocida, como durante o regime nazista na Alemanha.
FARINHA DO MESMO SACO - Junto com expressões como todo político é ladrão, todo jornalista é mentiroso, muçulmanos são terroristas. Ilustra a falsidade e leviandade das generalizações apressadas. O fato de haver políticos corruptos, jornalistas imprecisos e muçulmanos extremistas não significa que a totalidade desses segmentos mereça aquelas respectivas acusações.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO - Depois de sistemáticas campanhas de desprestígio contra o serviço público, os trabalhadores dos órgãos e empresas públicas preferem ser chamados de servidores públicos, para enfatizar que servem ao público mais do que ao Estado.
GILETE - O termo adequado é bissexual.
HOMOSSEXUALISMO - É mais adequado usar homossexualidade. Homossexualismo tem carga pejorativa ligada à crença de que a orientação homossexual seria uma doença, uma ideologia ou movimento político.
LADRÃO - Termo aplicado a indivíduos pobres. Os ricos são preferencialmente chamados de corruptos, o que demonstra que até xingamentos tem viés classista.
MULHER DA VIDA OU DE VIDA FÁCIL - Eufemismos para caracterizar a profissional do sexo, prostituta.
MULHER NO VOLANTE, PERIGO CONSTANTE - Frase preconceituosa contra as mulheres, a quem se atribui menos habilidade no trânsito em comparação com os homens, contrariando, aliás, os levantamentos estatísticos.
NEGRO - A maioria dos militantes do movimento negro prefere este termo a preto. Mas em certas situações as duas expressões podem ser ofensivas. Em outras, podem denotar carinho no diminutivo “neguinho” ou “minha preta”.
PALHAÇO - O profissional que vive de fazer as pessoas rirem pode se ofender quando alguém chama de palhaço uma terceira pessoa a quem se atribui pouca seriedade.
PRETO DE ALMA BRANCA - Um dos slogans mais terríveis da ideologia do branqueamento no país, que atribui valor máximo à raça branca e valor mínimo aos negros. Frase altamente racista e segregadora.
SAPATÃO - Usada para discriminar lésbicas, mulheres homossexuais. Entendidas e lésbicas são termos mais adequados.
VEADO - Uma das referências mais comuns e preconceituosas aos homossexuais masculinos. Expressões adequadas são gay, entendido e homossexual.
XIITA - Um dos ramos do islamismo se tornou no Brasil termo pejorativo que caracteriza militantes políticos radicais e inflexíveis.
11/11/06 19:07:26
Em memória de um artista singular
O painel “Flagelo de Lucas” representa a síntese de toda a obra do artista plástico Carlo Barbosa (1945-1988). O trabalho exposto no Museu de Arte Regional do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) é mesmo a mais importante obra existente em Feira de Santana, como também considera Lígia Motta, que dirige a Galeria de Arte com o nome do artista, que é um dos grandes ausentes do cenário artístico de Feira, ao lado de Raimundo de Oliveira.
Ainda bem que Carlo Barbosa, artista singular, está presente com o seu legado deixado para a posteridade. Não somente com essa pintura de propriedade do Município, que está sob a tutela da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), mas também com telas espalhadas por todos os cantos e as pertencentes ao acervo da família (na Fundação Carlo Barbosa), que estiveram expostas no Museu de Arte Contemporânea.
Com estilo próprio e definido, Carlo Barbosa soube retratar bem manifestações populares de sua terra, universalizando-a através das cores fortes. A raiz popular sempre esteve nas telas do artista. Sua pintura pode ser definida como figurativa. Seus trabalhos, principalmente da última fase, são de grande força e vigor, de composição dramática que refletem visões que povoavam a sua mente.
A morte parece elevar mais as pessoas. Depois de 14 anos de seu desaparecimento, Carlo Barbosa aumenta o seu reconhecimento, sua obra é mais vista, estudada e discutida. Sua maturidade artística é indiscutível. Que a memória dele seja para sempre.
Dimas Oliveira
11/11/06 19:03:37
Filmes brasileiros lançados em 2006
Por Dimas Oliveira
Até agora, treze filmes brasileiros exibidos em Feira de Santana este ano, no Orient Cineplace, incluindo “Muito Gelo e Dois Dedos d’Água”, que está há duas semanas em cartaz, desde o dia 2 de novembro.
“Xuxinha e Guto Contra os Monstros”, que foi lançado em 25 de dezembro do ano passado, entrou este ano até 12 de janeiro. Outro filme que teve pré-estréia no Natal de 2005 até 5 de janeiro foi “Se Eu Fosse Você”, que teve a maior permanência em tela, de 6 de janeiro a 9 de fevereiro, sendo o filme brasileiro mais visto este ano, não só nesta cidade como em todo o país.
“Didi: O Caçador de Tesouros” entrou de 6 a 19 de janeiro e depois de 27 de janeiro a 9 de fevereiro. O superestimado “A Máquina” só durou uma semana, de 7 a 12 de abril, sendo um grande fracasso de público. Outra decepção foi “Irmã Vap: O Retorno”, também com somente uma semana em cartaz, de 12 a 18 de maio. “Achados e Perdidos” passou de 12 a 18 de maio. Os meses de junho e julho não tiveram nenhum filme brasileiro.
Melhor filme brasileiro deste ano, pelo menos dos exibidos aqui, “Zuzu Angel” ficou duas semanas em cartaz, de 4 a 17 de agosto. A segunda bobagem da turma do Casseta & Planeta, “Seus Problemas Acabaram”, durou três semanas, de 1º a 21 de setembro.
“Anjos do Sol”, passou desapercebido, de 1º a 6 de setembro. A comédia “Trair e Coçar É Só Começar”, ficou em tela por três semanas, de 22 de setembro a 11 de outubro, já “O Maior Amor do Mundo”, de 6 a 11 de outubro, apenas uma semana, mesmo período do fraco “A Ilha do Terrível Rapaterra”, de 27 de outubro a 1º de novembro.
De todos esses filmes, apenas quatro foram lançamentos em concomitância com o circuito nacional: “Se Eu Fosse Você”, “Didi: O Caçador de Tesouros”, “Zuzu Angel” e “Seus Problemas Acabaram”.
Certamente que até o final deste ano mais filmes brasileiros serão exibidos nas salas do Multiplex do Iguatemi. Um exemplo é “Canta Maria”, filme que retoma a temática do cangaço.
11/11/06 18:43:07
Dica de DVD
Livre arbítrio é o tema
de “Advogado do Diabo”
Por Dimas Oliveira
“Advogado do Diabo” (The Devil´s Advocate), de Taylor Hackford, EUA, 1997, apresenta uma das mais assustadoras representações do diabo, que é um dos personagens mais apresentados pelo cinema e outras manifestações artísticas – quase sempre com simpatia e tentadora presença. O filme confirma a presença real do diabo no mundo. Ele e seus demônios.
Na trama, Kevin Lomax (Keanu Reeves) é um jovem e promissor advogado do interior da Flórida e que quer alcançar os degraus da fama e da fortuna. Ele é seduzido por uma proposta de um grande escritório de advocacia de Nova York – “terra do demônio”. Seu patrão é John Milton (Al Pacino), o diabo em pessoa, que não esconde a alegria de ter comprado mais uma alma, para tentar ganhar uma batalha contra Deus.
No início, ele faz da vida do jovem um verdadeiro paraíso na terra. Depois, vem a cobrança da conta pelo sucesso, começando por destruir seu casamento com a bela Mary Ann (Charlize Theron) e colocando Kevin numa dúvida, num dilema sobre sua carreira.
“Eu sou o dono do século XX”, diz o diabo em discurso que blasfema contra Deus, chamando Ele de “babaca”, afirmando que o Senhor fez o homem e o entregou Pa própria sorte. O diabo se considera mais compreensivo e menos repressivo que Deus, pois humanista, amante dos instintos e das imperfeições humanas.
No filme, o diabo afirma que “o papa e os adoradores de serpentes são a mesma coisa”. Uma escultura da Catedral de Washington tem uma réplica no gabinete do diabo, com as figuras ficando vivas em atos de perversão sexual e de possessão demoníaca.
“Advogado do Diabo” trata principalmente sobre livre arbítrio – desde o princípio, depois que Adão e Eva optaram por comer do fruto proibido e desobedeceram a Deus, que Ele ofereceu ao homem a capacidade de decidir seus próprios caminhos -, também sobre o bem e o mal e sobre vaidade, que é o pecado que o diabo mais gosta que os homens cometa.
Com embalagem de thriller psicológico, o filme também pode ser visto como uma modernização de “Fausto”, obra do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), sobre um homem que vende a alma ao diabo para obter sucesso.
11/11/06 14:21:08
Fluminense de Feira na Copa São Paulo de Futebol Júnior
O Fluminense de Feira vai participar pela primeira vez da Copa São Paulo de Futebol Júnior. O clube feirense foi convidado pela Federação Paulista de Futebol. A 38ª edição da competição será realizada em janeiro do próximo ano.
Trata-se de mais um tento da gestão do presidente do clube feirense, empresário Everton Cerqueira - o time principal disputa a final da Copa Bahia Sergipe de Futebol Profissional, o Nordestinho, com o Sergipe.
Para participar da Copa São Paulo, o Fluminense vai avaliar jogadores da sua divisão de base, bem como fazer peneiras ao longo deste mês.
11/11/06 14:19:36
Holocausto não deve
ser apagado da memória
Os adeptos da pós-modernidade que defendem um bárbaro tirano como Saddam Hussein e condenam a ação de George W. Bush lembram do Holocausto, período doloroso da História, quando os nazistas perseguiam os judeus? Eles deveriam assistir ao filme “O Pianista”, que é uma verdadeira aula de História. E bem didática. A realidade histórica precisa ser mais conhecida, não pode ser deixada para trás. Mas, ao contrário, eles mantém posição de ignomínia do anti-semitismo e querendo apagar o Holocausto da memória. É tempo de lembrar e se informar sobre o Holocausto – quando seis milhões de judeus foram exterminados. Sobre a guerra em curso no Iraque é a Palavra de Deus sendo cumprida. Israel é o alvo. É o início do fim, que está próximo. Jesus está voltando.
Os fatos mostrados no filme são reais. O próprio diretor do filme, Roman Polanski, viveu experiências semelhantes às contadas e testemunhadas pelo pianista Wladyslaw Szpillman (1911-2000) em seu livro autobiográfico, escrito em 1946, mas publicado na íntegra somente no início dos anos 90, que serviu de ponto de partida para o roteiro.
O filme não tem metáforas nem alegorias. Entre 1939 e 1945, durante a 2ª Guerra Mundial, 360 mil judeus poloneses sofreram todas as privações, humilhações e violências, durante a ocupação nazista em Varsóvia. Os judeus sofreram restrições,degradações e abusos e foram confinados por muros em guetos, antes de serem deportados para campos de concentração, onde eram exterminados.
Além de ser uma aula de História, “O Pianista” também é uma aula de cinema. No meio de um cenário de tanto horror e dor, o belo com a música – a execução da “Balada Nº 1 em Sol Menor, Opus 23”. O frágil personagem busca sobreviver, salva-se da deportação e de várias situações por uma série de coincidências, tenta participar da resistência, e escondido nos escombros – vivendo como um rato - observa o desenrolar da guerra. No final, a redenção, a vitória do ser humano.
A humanidade e sua maldade, barbárie, crueldade, sordidez, indiferença e solidariedade, está retratada secamente em “O Pianista”. É muita dor e sem anestesia. Chega a ser assustador. Desde já eleito como um dos melhores filmes do ano.
As recordações não são agradáveis, mas o Holocausto não é para ser esquecido!
O filme recebeu a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Vencedor de sete Les César des Arts et Techniques du Cinema 2003, incluindo Melhor Filme, Diretor e Ator. Recebeu dois prêmios, melhor filme e ator, da British Academy of Film and Television Arts Award (Bafta) na mesma categoria. Das sete indicações ao Oscar – Melhor Filme, Diretor, Ator (Adrien Brody), Roteiro Adaptado (Ronald Harwood, Roman Polanski e Wladyslaw Szpilman), Fotografia (Pawel Edelman) Montagem (Hervé de Luze) e Figurino (Anna Sheppard). Teve duas indicações – Filme e Ator - ao Globo de Ouro.
Por Dimas Oliveira
11/11/06 14:13:19
A verdade existe sim
Por Dimas Oliveira
O mundo está vivendo um momento de transição nestes que são os últimos dias, com muitas mudanças na ciência e na intelectualidade. É a pós-modernidade, onde tudo o que acontece é considerado válido. Até mesmo o terrorismo, com o ataque do dia 11 de setembro aos Estados Unidos sendo considerado como normal. Ninguém se envergonha de mais nada e dá “interpretação cultural” que achar conveniente.
Com isto, as pessoas viram depósito de muitas idéias e passam a acreditar que a verdade não existe, pois cada fato é interpretado de uma forma, levando-se à constatação de que a verdade não está em lugar algum. Com a pós-modernidade, o que vale é o prazer da emoção de tudo. Muita gente se regozijou com as torres gêmeas do World Trade Center ruindo e com parte do Pentágono destruída.
A constatação é a de que tudo que se fala hoje é raso, não tem nenhuma profundidade. É o resultado do caldeirão cultural do que tudo é bom. Do politicamente correto.
A Igreja Evangélica neste tempo de avivamento tem começado a se posicionar contra este estado de coisas, exortando ao crente a não se deixar abalar com os ataques à Palavra de Deus. A verdade é que não se pode desistir do céu, não se pode cair da graça, tem que se buscar qualidade de vida diante de Deus, ter a mente de Cristo e comunhão com a Palavra, com firmeza.
O Bem e o mal existem. O mundo diz que é maniqueísmo. São duas forças: a do Bem, que é Deus, a do mal, que é o diabo. Ou se está com um ou com outro, não existe muro nem meio termo. Neste momento, por exemplo, os EUA não são a mais recente e bem-sucedida encarnação de Satanás, o “grande satã” como quer os terroristas. Na verdade, a guerra é da modernidade contra a idade da pedra, que reage contra a civilização ocidental. Por causa de Israel, que é o alvo, trava-se uma guerra espiritual, além da guerra física.
Como o Bem e o mal existem, também o branco e o preto, o tudo e o nada, o masculino e o feminino, o sim e o não, a cabeça e a cauda, a modernidade e o atraso. São paradigmas que não agradam ao mundo, que são rejeitados pelos que não se posicionam e rebuscam filosofias, afirmando tolices como “não penso, sou pensado”.
Se através da Bíblia, Deus não quis dizer o que disse por que não disse o que queria dizer?, se questiona. Tudo o que está na Bíblia é para todo o sempre não para uma cultura de uma época. Deus é contemporâneo, é de todas as épocas.
11/11/06 14:06:40
Filosofia de vida : Esquerda ou Direita
Uma universitária cursava o sexto semestre da faculdade. Como é comum no meio universitário, pensava que era de esquerda e estava a favor da distribuição da riqueza.
Tinha vergonha do fato de seu pai ser de direita e, portanto, contrário aos programas e projetos socialistas que previam dar benefícios aos que não mereciam e impostos mais altos aos que tinham mais dinheiro. A maioria dos seus professores tinha afirmado que a filosofia de seu pai era equivocada.
Por tudo isso, um dia, decidiu enfrentar o pai.
Falou com ele sobre o materialismo histórico e a dialética de Marx, procurando mostrar-lhe que estava errado ao defender um sistema tão injusto como o da direita.
No meio da conversa o pai perguntou:
- Como vão as aulas?
- Vão bem. - respondeu ela - A média das minhas notas é 9, mas me dão muito trabalho consegui-las. Não tenho vida social, durmo pouco, mas vou em frente.
O pai prosseguiu:
- E a tua amiga Sônia, como vai?
Ela respondeu com muita segurança:
- Muito mal. A sua média é 3, principalmente, porque passa os dias em shoppings e em festas. Pouco estuda e algumas vezes nem sequer vai às aulas. Com certeza, repetirá o semestre.
O pai, olhando nos olhos da filha, aconselhou:
- Que tal se você sugerisse aos professores ou ao coordenador do curso para que sejam transferidos 3 pontos das suas notas para as da Sônia. Com isso, vocês duas teriam a mesma média. Não seria um bom resultado para você, mas convenhamos, seria uma boa e democrática distribuição de notas para permitir a futura aprovação de você duas.
Ela indignada retrucou:
- Por que?! Eu estudei muito para conseguir as notas que tive, enquanto a Sônia buscava o lado fácil da vida. Não acho justo que todo o trabalho que tive, seja simplesmente, dado a outra pessoa.
Seu pai, então, a abraçou carinhosamente, dizendo:
- BEM-VINDA A DIREITA!
11/11/06 14:02:39
Preso e torturado pelo “crime”
de fazer “Manhã Cinzenta”
O filme mais importante de Olney São Paulo é “Manhã Cinzenta”, média-metragem que o cineasta realizou em 1969. Mas, quem conhece esse filme? Em Feira de Santana, pouca gente. O jornalista Dimas Oliveira assistiu ao filme porque conseguiu um projetor de 16mm para que Olney mostrasse a cópia que tinha em mãos, projetada em sessão secreta numa parede de casa de familiares. “A exibição clandestina não o satisfazia”, conta Dimas, completando que Olney morreu tentando uma revisão da Censura.
Com “Manhã Cinzenta”, Olney São Paulo garantiu um lugar na História. Ele é o único cineasta brasileiro a ser preso, torturado e processado pelo "crime" de ter feito esse filme. Ele registrou nas ruas um momento histórico: a crise estudantil de maio de 1968 e a atuação da repressão. Uma cópia do filme foi parar nas mãos de um dos seqüestradores do Caravelle desviado para Cuba, em 1969, e Olney foi preso porque a fita teria sido exibida aos passageiros como prova dos desmandos da ditadura.
Após o parecer em que o filme foi considerado como "altamente subversivo", por “incitar o povo contra o regime vigente”, Olney viu-se enquadrado na Lei de Segurança Nacional e processado. Corria o ano de 1971. O filme foi censurado e o autor ficou com o rótulo de maldito, ganhando aposentadoria compulsória no Banco do Brasil, onde tinha um emprego conseguido por concurso – ele começou a trabalhar na agência de Feira de Santana e depois foi transferido para o Rio de Janeiro.
A partir do AI-5, outorgado em 13 de dezembro de 1968, a Censura não tinha preocupação em justificar os atos de proibição e cortes dos filmes. Com a prisão, Olney sofreu danos em sua saúde – ele morreu aos 41 anos e a família sustenta que sua saúde frágil foi abalada por maus-tratos na prisão. Também é registrado o completo desaparecimento dos negativos de "Manhã Cinzenta", nas dependências da Censura. Depois de vetado, o filme nunca mais foi encontrado. Praticamente sumiu da memória cinematográfica nacional, um prejuízo artístico e econômico. Sua última exibição conhecida foi na mostra “Cinema Calado - Filmes Censurados, realizada em 3 de março de 2001, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
Por Adilson Simas
11/11/06 13:59:48
“Cidade Baixa”, um filme para esquecer
Por Dimas Oliveira
“Cidade Baixa”, filme baiano, continua sendo alvo de tratados até sociológicos, ganhou o Prêmio da Juventude no 58o Festival de Cinema de Cannes, foi considerado como espetacular pela revista “SET”, mas nem assim conseguiu atrair grande público ao cinema, mesmo com o forte apelo de sexo contido. A recepção foi muito fria por parte do público. Também não agradou à nossa visão crítica.
O filme não tem nada a ver com “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, de Bruno Barreto, 1976, que é o recordista de público brasileiro, muito menos com “Uma Mulher Para Dois” (Jules et Jim), de François Truffaut, 1964, como foi sugerido por aí. O único referencial é que trata do relacionamento de dois homens e uma mulher, um tema mais que recorrente do cinema.
Além da falta de ritmo e de continuidade, da péssima iluminação, o que incomoda em “Cidade Baixa” é a baixaria apresentada, a falta de pudor. Em cada fala de todos os personagens a presença insistente de linguagem grosseira, palavrões muitas vezes desnecessários. Tanto que a classificação indicativa passou de 16 para 18 anos, onze dias depois do lançamento. Não é mesmo um filme recomendado para jovens. Para ninguém.
Os personagens de “Cidade Baixa” são marginais, à deriva, vidas sem rumo. No filme, estão presentes: prostituição, drogas, malandragem, trambiques, assalto, assassinato, suicídio, estelionato, traições, briga de galos e de homens e até sugestão de aborto. Um leque de crimes. Realmente, amor não é o tema do filme. Sim, paixões desenfreadas, pois permeado de sexo e sentimentos carnais.
A teoria do diretor Sérgio Machado é que “gente é tudo igual. De perto, todo mundo é igual”. Na verdade, cada um é diferente, ou não?
Enfim, “Cidade Baixa” é um filme sem esperança. Sem redenção. Esquecível.
11/11/06 11:41:10
FILMES EM CARTAZ
Por Dimas Oliveira
“Os Infiltrados” e “O Sacrifício” são destaques
Drama sobre lealdade e traição, “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, é o principal lançamento - nacional - desta semana cinematográfica, no Orient Cineplace. Outra novidade é o thriller de suspense “O Sacrifício”, já lançado no circuito nacional. Ainda tem o filme de animação japonês “Os Cavaleiros do Zodíaco - Prólogo do Céu”. Continuam em cartaz, o filme de terror “Jogos Mortais 3” e a comédia de erros brasileira “Muito Gelo e Dois Dedos d’Água”, que é até um pouco interessante.
“Os Infiltrados” é a versão americana do filme chinês “Conflitos Internos”, de 2002. A ação com muita violência muda de Hong Kong para Boston: a polícia infiltra um homem no grupo comandado por um chefe do crime organizado, que também consegue infiltrar uma pessoa na polícia. O conflito está instalado. No elenco: Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg, Martin Sheen e Alec Baldwin. Teve orçamento de 90 milhões de dólares e vem precedido de comentários bem favoráveis.
Em “O Sacrifício”, refilmagem de “O Homem de Palha” (realizado em 1973, com Christopher Lee no elenco), Nicolas Cage faz um policial que depois de presenciar um trágico acidente, no qual nada pôde fazer, fica abalado psicologicamente. Ele recebe então uma carta de sua ex-noiva, que o abandonara há anos sem explicações. Ela pede ajuda, pois sua filha pequena desapareceu em Summerisle, uma ilha isolada na costa do estado americano do Maine. Ele se dirige ao local para tentar resgatar a criança. Lá, se vê cercado por uma série de estranhos eventos, que vão se tornando cada vez mais grotescos à medida que avançam os preparativos para a festa anual da colheita promovida pela estranha comunidade. Até que é surpreendido por um encontro com o Homem de Palha.
O diretor Neil LaBute é o mesmo de “Possessão”, de 2002. Teve orçamento de 40 milhões de dólares. O lançamento é da California Filmes.
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTO NACIONAL
OS INFILTRADOS (The Departed), de Martin Scorsese, 2006. Com Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg e Martin Sheen. Um jovem policial recebe a missão de se infiltrar na máfia. Aos poucos ele conquista a confiança do chefe, ao mesmo tempo em que um mafioso que foi infiltrado na polícia como informante do grupo, também ascende dentro da corporação. Tanto um quanto o outro se sentem aflitos devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação de sempre obter informações. Porém quando a máfia e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo. Em lançamento nacional. Classificação indicativa: 18 anos. Duração: 152 minutos. Horários: 15, 18 e 21 horas. Sala 4 (264 lugares).
LANÇAMENTOS
O SACRIFÍCIO (The Wicker Man), de Neil LaBute, 2006. Com Nicolas Cage, Ellen Burstyn, James Franco e Leelee Sobieski. Suspense. Ao investigar o desaparecimento de uma jovem em uma ilha isolada, policial descobre que os moradores da comunidade escondem um grave segredo. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 125 minutos. Horários: 13h45, 16h10, 18h40 e 21h10. Sala 2 (160 lugares.
OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – PRÓLOGO DO CÉU (Saint Seya: Tenkai-hen Josô - Overture), de Shigeyasu Yamauchi, 2006. Animação. Os Cavaleiros do Zodíaco se deparam com um novo inimigo, a poderosa deusa Ártemis, que pretende tomar o poder de todo o planeta. Classificação: Livre. Duração: 84 minutos. Horários: 15h40 e 17h25. Sala 3 (167 lugares).
CONTINUAÇÕES
JOGOS MORTAIS 3 (Saw 3), de Darren Lynn Bousman, 2006. Com Tobin Bell, J. LaRose e Angus MacFayden. Terror. O assassino Jigsaw consegue escapar da polícia e mais uma vez desapareceu. Ao mesmo tempo em que é perseguido por um grupo de detetives, ele tem uma médica como alvo. Após uma noite de plantão ela é seqüestrada e levada para uma casa abandonada. A intenção dele é que com seus conhecimentos médicos, ela o mantenha vivo para que possa continuar seus jogos. Em segunda semana. Classificação indicativa: 18 anos. Duração: 109 minutos. Horários: 14h40, 16h50, 19h05 e 21h20. Sala 1 (243 lugares).
MUITO GELO E DOIS DEDOS D’ÁGUA, de Daniel Filho, 2006. Com Mariana Ximenes, Paloma Duarte, Laura Cardoso, Thiago Lacerda e Ângelo Paes Leme. Comédia. Duas irmãs nutrem um desejo de vingança em relação à avó, que durante a infância delas as atormentava. Agora em torno dos 30 anos, elas decidem seqüestrar a avó e levá-la para a casa de praia da família. Juntamente com elas viaja um advogado amigo que não sabe o conteúdo porta-malas. O marido de uma delas estranha a repentina viagem. Em segunda semana. Classificação indicativa: 16 anos. Duração: 99 minutos. Horários: 13h40, 19h15 e 21h20. Sala 3.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
Esta coluna é publicada em concomitância no jornal "NoiteDia" e no site "Infocultural"
10/11/06 23:27:57
NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS
Contas de Feira aprovadas de novo sem ressalvas
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Em sessão realizada no dia 9 passado, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) do Estado da Bahia aprovou, por unanimidade, as contas do Governo Municipal de Feira de Santana, referentes ao ano passado, decisão que se repete pela quinta vez consecutiva, desde que José Ronaldo de Carvalho assumiu a administração feirense, em 1º de janeiro de 2001.
Os conselheiros do TCM também aprovaram as contas sem ressalvas, procedimento que vem se repetindo nos últimos anos. “A decisão reflete o empenho e a dedicação da nossa equipe, aplicando os recursos com seriedade, com responsabilidade, respeitando planejamento pré-estabelecido”, comemorou o prefeito José Ronaldo.
Segunda etapa de concurso tem resultado até dia 15
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O resultado da segunda etapa do concurso, que corresponde à prova de títulos, para todos os candidatos, e o de psicotécnico para motorista, guarda, agente de trânsito e fiscal de serviços públicos, será divulgado pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) até a próxima quarta-feira, dia 15. O concurso foi realizado para preencher 200 vagas, em 21 funções, no quadro permanente da Prefeitura de Feira de Santana.
O secretário de Administração, João Marinho Gomes Júnior, disse que o resultado final será divulgado alguns dias depois. “Antes, se algum candidato entrar com recurso, ele terá que ser analisado”, afirmou. O período para que se entre com recurso é de até três dias após a divulgação dos resultados. “A Uefs está trabalhando intensamente para que os prazos sejam cumpridos”, completou João Marinho.
Os títulos foram entregues entre os dias 16 e 18 de outubro e o psicotécnico foi realizado no dia 22 do mês passado. O primeiro tem caráter classificatório. Significa que quem não o entregou não está eliminado - por motivos diversos a documentação não foi entregue. O segundo não foi computado para fins de pontuação. Mas serviu para definir a permanência ou eliminação do candidato.
A prova de títulos tem peso 3, em termos de pontuação. Enquanto que a prova escrita teve peso 7. De acordo com o edital do concurso, foram chamados à segunda etapa dez vezes o número de vagas para cada cargo. Significa que mais de dois mil candidatos foram convocados a apresentar a documentação, porque foram registrados empates na pontuação da primeira etapa.
Casarão dos Olhos d’Água tem inauguração no dia 8 de dezembro
Solenidade com participação do prefeito
José Ronaldo e governador Paulo Souto
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O prefeito José Ronaldo de Carvalho e o governador Paulo Souto inauguram o histórico casarão dos Olhos d’Água, na rua Araújo Pinho, onde teria nascido a cidade de Feira de Santana, no próximo dia 8 de dezembro. A solenidade para entrega do patrimônio histórico e cultural, totalmente recuperado através de parceria com e a Pirelli, a Fundação Alfredo da Costa Almeida Pedra e o FazCultura, programa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, será às 10 horas.
O início das obras foi autorizado pelo prefeito José Ronaldo no dia 24 de março deste ano, quando foi assinado o convênio de parceria. O serviço já está em fase de acabamento, mantendo a estrutura original do prédio e todas as suas características, típicas do período em que o imóvel teria sido habitado pelo casal Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandão.
O imóvel possui nove cômodos, sendo seis quartos, uma sala, uma cozinha e sala de visita, além de corredor e ampla varanda em todo entorno. Além disso, o casarão foi totalmente murado, visando proporcionar maior segurança, o passeio é em pedra portuguesa, possui muro de contenção e todo o piso é em lajota. Ocupa uma área construída de 500 metros quadrados.
As paredes foram reconstruídas da forma original, com tijolos de adobe fabricados artesanalmente no fundo do próprio imóvel. Tanto o telhado quanto portas e janelas mantêm características bastante rústicas, semelhantes às originais. Curiosamente, o sanitário é separado da casa, como ocorria em muitos imóveis àquela época. Por isso será construído junto ao muro, no quintal.
O resgate das raízes culturais e da memória do povo feirense tem sido um dos compromissos do Governo Municipal desde os primeiros momentos do governo do prefeito José Ronaldo. E os esforços, inclusive com a participação de parceiros da iniciativa privada, não têm sido poupados para garantir a recuperação da história das origens da cidade a partir das ruínas do antigo casarão.
Para viabilizar a reconstrução do antigo casarão, a Pirelli destinou recursos do ICMS, através do FazCultura, para execução das obras.
O casarão dos Olhos d’Água, segundo alguns historiadores, teria sido construído com adobe e óleo de baleia, recurso utilizado na época para garantir maior resistência às obras em alvenaria, já que ainda não existia cimento.
Do antigo imóvel restavam apenas 12 colunas que mantinham as principais estruturas das paredes. Toda a estrutura foi desmontada e remontada criteriosamente, seguindo os mesmos padrões, sendo observada a planta original do imóvel, que estará aberta à visitação pública a partir do próximo mês.
Aprovado projeto sobre tarifas telefônicas
(Da assessoria do deputado federal Fernando de Fabinho)
Foi aprovado no dia 8 de novembro o parecer ao Projeto de Lei 6711/02, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, que legisla sobre tarifas telefônicas. Entre os projetos apensados, está o do deputado federal Fernando de Fabinho (PFL) que obriga as empresas prestadoras do Serviço Telefônico Fixo Comutado a utilizarem tarifação local para ligações telefônicas originadas e terminadas em um mesmo município.
Segundo o parlamentar, em diversas localidades do país, é possível verificar que as operadoras de telefonia fixa vêm adotando a prática de cobrar tarifas por ligações efetuadas dentro dos limites de um mesmo município. Diante disso, milhares de assinantes que utilizam o serviço para fazer chamadas telefônicas entre distritos situados em um único município vêm sendo prejudicados em virtude do exercício dessa prática lesiva ao consumidor. Ele citou como exemplo, a situação no distrito feirense de Humildes, e se repete em dezenas de outras cidades. O projeto deverá ir à Plenário onde será julgado pelos deputados.
Inclusão Digital tem aulas a partir do dia 21
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O programa Educação Digital, de inclusão no mundo globalizado da informática, dá início às aulas no próximo dia 21 deste mês. As matrículas dos novos 40 alunos, pessoas de baixo poder aquisitivo, foram realizadas na manhã de sexta-feira, 10, pela Ação Feminina das Voluntárias Sociais (AFE), organização não-governamental presidida pela primeira-dama Ivanette Rios de Carvalho.
O curso é o básico de informática, englobando conhecimentos sobre os programas Word (textos), Excel (planilhas de cálculos) e Internet (mundo globalizado da informática), exigidos atualmente na maioria dos empregos oferecidos, inclusive no comércio. Será ministrado com uma carga horária de 40 horas de duração, até o dia 20 de dezembro.
Em seu quinto ano de funcionamento, o programa Educação Digital, conforme a primeira-dama, continua cumprindo a função de revelar para muitas pessoas o mundo fantástico da informática. “Esta tem sido uma oportunidade imperdível para a grande maioria dos alunos, que chegam a vibrar já no primeiro contato que têm com os computadores. E, depois que vão se familiarizando, descobrem o leque de conhecimentos que podem obter através da informática, além das oportunidades de trabalho”, explicou.
Esta nova turma será a última deste ano oferecida pela AFE, totalmente gratuita para a comunidade. Cada computador é utilizado apenas por um aluno por turma, o que possibilita um melhor aprendizado. As aulas são ministradas no primeiro andar do Centro Empresarial Mandacaru. A primeira-dama explicou que como o curso é intensivo, os alunos não podem faltar às aulas a fim de não comprometer a qualidade do aprendizado.
“Atualmente o conhecimento básico de informática é bastante exigido pelo comércio. Por isso, muita gente que enfrentava dificuldades para adquirir o primeiro emprego por falta de oportunidades e de capacitação, agora estão tendo oportunidades”, informou a primeira-dama.
Pista de bicicross coloca Feira no grupo de vanguarda nacional
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Montes e montes de areia. Máquinas e caçambas em tráfego frenético. É a pista de bicicross de Feira de Santana, que está sendo construída pela Prefeitura no conjunto Morada das Árvores. O equipamento público, construído com recursos próprios do Município, está ganhando seus primeiros contornos. Vai ser inaugurado no dia 3 de dezembro, quando a cidade vai sediar a última prova do Campeonato Nordestino.
A pista terá dimensões oficiais. Serão 360 metros de extensão e 20 obstáculos de média e de alta dificuldade. O serviço está sendo acompanhado pelo paulista Eduardo Campos, responsável pela parte de construção de pistas da Confederação Brasileira de Ciclismo e de desenvolvimento do BMX em todo país, sediada em São Paulo. Ele afirmou estar satisfeito com o andamento da obra, bem como a estrutura da pista.
“A pista terá condições de sediar competições nacionais, porque terá nível para isso”, disse o representante da confederação. “A área é boa e observa todos os detalhes técnicos preconizados pelo BMX”, completou. Na opinião dele, a pista vai estimular o crescimento deste esporte na cidade e na região, bem como o aparecimento de novos talentos. “O pessoal local treina há alguns anos em locais que não são adequados. Aqui, poderão mostrar plenamente seus talentos, que não são poucos na cidade”, considerou.
O cuidado é para que as rampas tenham a altura certa - que permitam que os competidores mostrem todas técnicas em saltos espetaculares - e as curvas as inclinações que permitem o desenvolvimento da velocidade e manobras radicais, bem na essência deste esporte que nasceu nos Estados Unidos, há quase quatro décadas.
O presidente da Associação Feirense de Bicicross, Laelson Carneiro Rios, também vem acompanhando a construção da pista há mais de um mês. Diariamente vai ao local. Diz que a cada monte de areia que é formado, é parte de um sonho acalentado há 14 anos que é realizado. “Depois de muitos anos, apenas o prefeito José Ronaldo de Carvalho nos ouviu e afirmou que construiria a pista. E que não seria uma pista qualquer. Seria um equipamento que nos orgulhasse e nos destacasse em termos nacionais. É o que está sendo feito”, disse.
O vice-presidente da associação, Jorge Bike, prevê que o número regular de praticantes deste esporte salte dos quase 70 para pelo menos o dobro já até o final do próximo ano. “Uma pista com esta estrutura vai estimular o aparecimento de muitos e muitos atletas. Este é um dos nossos objetivos. O outro é preparar a nossa equipe para que ela se torne ainda mais competitiva. Local de treinamento e para competição a gente vai ter”, afirmou.
A pista está sendo construída numa área que mede quase 10 mil metros quadrados. Está todo cercado com tela. Em volta foi construído um passeio. A parte mais alta é a da largada, que terá gate eletrônico. Num espaço que já está sendo coberto vão funcionar: lanchonete, sala de reunião, sanitários e banheiros para homens e mulheres, entre outros ambientes. Os espectadores ficarão numa arquibancada, que terá quatro lances, com capacidade para acomodar confortavelmente 500 pessoas.
Cadastradas 200 famílias carentes para receber pão
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A Ação Feminina das Voluntárias Sociais de Feira de Santana (AFE) cadastrou 200 famílias de baixa renda para receber pão, quinzenalmente, nos bairros Agrovila e São João do Cazumbá. A iniciativa, coordenada pela primeira-dama Ivanette Rios de Carvalho, contempla diretamente cerca de mil pessoas, dentre as quais crianças e idosos, garantindo-lhes uma complementação alimentar.
São 100 famílias em cada bairro contemplado com a iniciativa, sempre às quartas-feiras, cada semana em uma das duas localidades. Cada família cadastrada, conforme a primeira-dama, receberá um pacote contendo 10 pães.
Para facilitar o trabalho, a AFE distribuiu cartões entre os cadastrados, como forma de acompanhar a distribuição dos alimentos. Estes mesmos bairros já vinham sendo contemplados com a distribuição de sopa e pão, todas as terças-feiras e quintas.
Conforme a primeira-dama Ivanette Rios de Carvalho, a iniciativa faz parte de um leque de ações promovidas pela AFE visando garantir melhoria na qualidade de vida de famílias carentes. “Dentre os nossos trabalhos, o de maior alcance social tem sido o de distribuição de retalhos para confecção de trabalhos artesanais, garantindo o sustento de muitas famílias. Não temos um número exato de beneficiados, uma vez que a cada semana entram mais pessoas, mas o importante é que esta iniciativa gera profissão”.
Mais que oferecer oportunidades para as pessoas obterem uma renda extra ou garantir o sustento, o incentivo a produção artesanal a partir de retalhos de tecidos também representa uma grande conquista para as famílias contempladas. “Nossa maior satisfação é sabermos que estas pessoas poderão continuar exercendo a profissão, sem depender de nós, pois ao invés de darmos o peixe, damos a vara de pesca, o anzol e ensinamos a pescar”.
Artecapital no maior prêmio da propaganda brasileira em São Paulo
Por Linea Fernandes
Os publicitários Antônio Miranda e André Mascarenhas, diretores da Artecapital Propaganda, viajam nesta terça-feira, 14, juntamente com parte da equipe da agência para São Paulo. Eles vão assistir à final do 28º Profissionais do Ano, considerado o maior prêmio da propaganda brasileira. A agência feirense é uma das três finalistas 2006, na classe nacional, o que é um feito considerável.
Para se ter idéia do que essa premiação representa, a Artecapital concorre com agências consideradas gigantes do mercado, que atuam nos principais centros da economia brasileira como também no exterior, dentre as quais, a DM9DDB, do publicitário Nizan Guanaes, e a multinacional Loducca.
Criado em 1978, o Prêmio Profissionais do Ano é realizado pela Rede Globo com o propósito de homenagear os profissionais que concebem e transformam idéias criativas em comerciais que divertem e informam. A final vai ser mostrada no programa “Fantástico”, da Rede Globo, do próximo dia 19.
10/11/06 23:26:36
Carta à primeira-dama
Por Danuza Leão
“D. Marisa, a senhora deve estar muito feliz; seu marido ganhou as eleições, e será presidente por mais quatro anos. Parabéns.
Imagino que quando ele foi eleito pela primeira vez, deve ter sido difícil para a senhora; seria para qualquer mulher. Se habituar a uma nova vida, ter que fazer coisas em que nunca pensou; por outro lado, não poder mais fazer um monte de coisas às quais estava habituada, ter que obedecer ao protocolo, andar cercada por seguranças, não poder entrar num shopping - a senhora deve ser louca por um shopping, não?
E tendo que ter uma vida privada quase secreta, já que a imprensa está sempre de olho. De olho para falar da cor do esmalte de suas unhas, do penteado, do botox que botou - ou não - e correndo sempre o risco de alguém de sua intimidade ser indiscreta e contar o que a senhora come no café da manhã, se faz dieta, se fuma, enfim, todas essas coisas que qualquer mulher tem liberdade para fazer, menos a primeira-dama.
Devem ter sido quatro anos difíceis, mas já passaram. Agora a senhora tem mais quatro pela frente; quais são seus planos? Não seria hora de fazer alguma coisa além de ficar sentada naquela cadeirinha, nas cerimônias oficiais, enquanto seu marido discursa? Ah, D.Marisa, esse país é cheio de problemas, e a senhora poderia ajudar em alguma coisa.
Já existe o Bolsa Família e o Fome Zero, mas ainda há muita coisa a ser feita.
Não digo que a senhora seja a mulher mais poderosa do país, mas é casada com o homem mais poderoso, por isso pode decidir fazer o que quiser, e terá toda a ajuda de que precisar. Ajuda financeira, e ajuda de centenas de mulheres que adorariam colaborar com qualquer coisa que a senhora inventasse fazer.
Capacidade a senhora tem: não me esqueço de um programa de televisão onde a vi fazendo sanduíches para vender nas assembléias de metalúrgicos, anos antes de sonhar onde iria chegar. Esse tipo de coisa a senhora não precisa mais fazer, mas existem outras que não seriam nenhum sacrifício, e que poderiam fazê-la até muito feliz por estar ajudando o governo de seu marido. Porque botar uma camiseta, sorrir e aplaudir, convenhamos, é muito pouco.
Fazer o quê? Não falta quem lhe diga. Seu marido tem um monte de assessores, todos prontos para ter 50 idéias geniais para que a senhora faça alguma coisa que melhore a vida de quem precisa. A senhora é forte, decidida, e não tem sentido passar mais quatro anos trocando de terninho para acompanhar o presidente nas viagens, sorrindo para os fotógrafos, não dizer nada sobre assunto algum, e não fazer rigorosamente nada. Não que a senhora tenha obrigação, mas seria bacana termos uma primeira-dama engajada em algum projeto social, fosse ele qual fosse.
Mas se a senhora quiser continuar a viver a vidinha que vive há quatro anos, poderia pelo menos - pela imagem, D. Marisa, pela imagem - visitar às vezes um hospital público (sem avisar, para ver a fila na porta), uma creche, uma escola, para mostrar que se interessa pelos mais necessitados, e que seus próximos quatro anos não serão mais apenas umas férias passadas entre o Alvorada e a Granja do Torto, além de viajar pelo mundo no seu luxuoso jatinho. Pense nisso, D. Marisa. Pegaria muito bem”.
Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”
10/11/06 23:25:45
Sabedoria do porco-espinho
“Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo esta situação, resolveram se juntar em grupos. Assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente. Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que forneciam calor.
E, por isso, tornavam a se afastar uns dos outros. Voltaram a morrer congelados e precisavam fazer uma escolha: Desapareceriam da face da Terra ou aceitavam os espinhos do semelhante.
Com sabedoria, decidiram voltar e ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. Sobreviveram.
O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aceita os defeitos do outro e consegue perdão pelos próprios defeitos”.
Ditados populares
Diz-se:
Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão...
Enquanto o correto é: Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão...
No popular se diz: Cor de burro quando foge
O correto é: Corro de burro quando foge!
Outro que no popular todo mundo erra: quem tem boca vai à Roma
O correto é: Quem tem boca vaia Roma...
Outro que todo mundo diz errado: “Cuspido e escarrado”, quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.
Correto é: Esculpido em Carrara (Carrara é um tipo de mármore)
Mais um famoso: Quem não tem cão, caça com gato...
O correto é: Quem não tem cão, caça como gato... ou seja, sozinho!
10/11/06 23:24:31
Para refletir
* “Quando os crimes não são castigados logo, o coração do homem se enche de planos para fazer o mal” (Eclesiastes 8:11)
* “Para que o mal triunfe, basta que os bons cruzem os braços” (padre Charbonneau).
* “O homem pode ser privado de tudo, menos de uma coisa: a possibilidade de optar por uma atitude, de escolher um modo de agir, quaisquer que sejam as circunstâncias” (Victor Frankl, sobrevivente do holocausto).
Flash-back
* “Ao réu é dado o direito de mentir. Então, não acho que o réu petista seja diferente de outros réus” (Jaques Wagner, governador eleito).
* “O PT é, de fato, um partido interessante: começou com presos políticos e vai acabar com políticos presos” (Joelmir Beting, em outubro de 2005).
* “O que Deus me tirou em altura me deu em coragem para combater a corrupção do governo dele” (deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto, do PFL, em resposta ao presidente Lula, que o chamou de “deputadozinho”).
* “Araguaia: quem procura osso é cachorro”, “Direitos humanos: o esterco da vagabundagem" (cartazes expostos na entrada do gabinete do deputado Jair Bolsonaro).
Considerações
* “Quanto mais blogs melhor. As pessoas que ficam em casa, diante do computador, contando o que viram, fizeram, acharam ou deixaram de achar, não irão, ao menos no tempo em que se leva para digitar um soneto, me assaltar na rua, dando uma porretada na minha cabeça e me roubando a carteira e todos os documentos” (Ivan Lessa, colunista da BBC).
* “Cuba foi um erro histórico. Irreparável. Não há saúde e educação que possa ser usada em troca de liberdade de expressão e do direito de ir e vir. O fim da era Fidel talvez faça brotar uma bananeira em cada esquina de Cuba” (Fernando Rodrigues, colunista do jornal “Folha de S.Paulo”).
* “O presidente gosta de Zezé Di Camargo & Luciano. O ministro da Cultura gosta de Bob Marley. Ou seja, a música do Brasil não deve ir bem” (Dori Caymmi, cantor e compositor).
* “Eles se amam” (Preta Gil, sobre a amizade entre seu pai, ministro da Cultura Gilberto Gil, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva).
10/11/06 22:16:38
CBA lança unidade em Feira de Santana
Líder nacional no segmento de benefício alimentação, a CBA lançou no dia 29 de setembro, na sede do Centro das Indústrias de Feira de Santana (Cifs), as cestas natalinas 2006. A expectativa é que, este ano, a marca atinja dois milhões de unidades produzidas, o que representa 10% a mais que no ano passado, segundo afirmou Ricardo Freitas, diretor comercial da CBA no Nordeste.
O evento, que contou com a presença de representantes de empresas e associações, além do prefeito José Ronaldo de Carvalho, marcou o início das atividades da nova unidade da CBA em Feira de Santana. Instalada no Centro Industria Subaé, numa área construída de três mil metros quadrados, ela vai distribuir e produzir até o final do ano 30 mil cestas, gerando inicialmente 50 empregos diretos.
“Vejo com bons olhos a chegada da CBA em Feira, principalmente porque não temos hoje nenhuma empresa similar no mercado. Já éramos clientes da CBA, em Minas Gerais, e trazíamos de lá as cestas básicas para nossos funcionários. Agora, vamos comprar aqui”, afirmou o diretor de Recursos Humanos da Belgo Bekaert, Antônio Luiz Sampaio.
O diretor de produção da Yasak, indústria do setor automotivo que fabrica componentes para a Ford, Thomas Pracuch, afirmou que a chegada de uma empresa neste segmento é importante porque “o mercado da Bahia, não estava atendendo a demanda a contento”. Ele explicou que “tínhamos que recorrer a outro estado para comprar as cestas de alimentação, o que impactava na logística e no custo do produto”.
Na opinião de Pracuch, o benefício serve como diferencial competitivo. “É um fator de motivação na captação de recursos humanos e na manutenção de talentos dentro da organização”, afirmou, ressaltando que os departamentos de RH devem fazer estudos e análises para viabilizar a implantação destes benefícios nas suas empresas.
Na Sólida Estruturas Pré-Moldados, segundo o diretor José de Anchieta Leite, os funcionários já recebem benefício alimentação, mas na modalidade de cartão. O problema, segundo ele, é que o crédito nem sempre se reverte em alimento, pois muitos estabelecimentos, que aceitam este tipo de convênio, vendem desde produtos de beleza a bebidas alcoólicas. “Já estamos fazendo a conta para oferecer o benefício da cesta, pois sabemos que ela vai beneficiar não só o nosso funcionário, mas a sua família que também se sentirá valorizada”, afirmou ele.
A abertura do evento, em Open-Door, foi feita pelo presidente do Cifs, Luiz da Costa Neto. “O momento atual representa um crescimento nunca visto na história industrial de Feira de Santana”, afirmou dando boas vindas e louvando a decisão da CBA em instalar no CIS seu segundo empreendimento, uma vez que o grupo já mantém no local a Savon Detergentes em Pó.
O presidente da CBA, Simon Bolívar, fez um rápido pronunciamento lembrando a solidez do grupo, que tem 20 anos de mercado e conta hoje com 4 mil colaboradores. “Estamos trazendo a este mercado o que há de mais moderno em produção, gerenciamento e administração de benefícios aos trabalhadores. Nosso compromisso é trabalhar assessorando as empresas que se preocupam tanto com a qualidade de vida e satisfação dos seus colaboradores como com seu aumento de produtividade”, falou.
Além de assistir a um vídeo institucional, os empresários presentes puderam conferir de perto as cestas natalinas, através de um show room montado no local. Para empresário Dázio Brasileiro Filho, da Merca-Tudo Alimentos, o Natal chegou mais cedo. Ele foi contemplado, através de sorteio, com uma cesta natalina que será entregue em sua residência. “Com esta idade, nunca ganhei nada em sorteio. Esta é a primeira vez. É um bom presságio”, afirmou sorrindo.
10/11/06 20:56:23
FILMES EM CARTAZ
“Os Infiltrados” e “O Sacrifício” são destaques
Por Dimas Oliveira
Drama sobre lealdade e traição, “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, é o principal lançamento - nacional - desta semana cinematográfica, no Orient Cineplace. Outra novidade é o thriller de suspense “O Sacrifício”, já lançado no circuito nacional. Ainda tem o filme de animação japonês “Os Cavaleiros do Zodíaco - Prólogo do Céu”. Continuam em cartaz, o filme de terror “Jogos Mortais 3” e a comédia de erros brasileira “Muito Gelo e Dois Dedos d’Água”, que é até um pouco interessante.
“Os Infiltrados” é a versão americana do filme chinês “Conflitos Internos”, de 2002. A ação com muita violência muda de Hong Kong para Boston: a polícia infiltra um homem no grupo comandado por um chefe do crime organizado, que também consegue infiltrar uma pessoa na polícia. O conflito está instalado. No elenco: Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg, Martin Sheen e Alec Baldwin. Teve orçamento de 90 milhões de dólares e vem precedido de comentários bem favoráveis.
Em “O Sacrifício”, refilmagem de “O Homem de Palha” (realizado em 1973, com Christopher Lee no elenco), Nicolas Cage faz um policial que depois de presenciar um trágico acidente, no qual nada pôde fazer, fica abalado psicologicamente. Ele recebe então uma carta de sua ex-noiva, que o abandonara há anos sem explicações. Ela pede ajuda, pois sua filha pequena desapareceu em Summerisle, uma ilha isolada na costa do estado americano do Maine. Ele se dirige ao local para tentar resgatar a criança. Lá, se vê cercado por uma série de estranhos eventos, que vão se tornando cada vez mais grotescos à medida que avançam os preparativos para a festa anual da colheita promovida pela estranha comunidade. Até que é surpreendido por um encontro com o Homem de Palha.
O diretor Neil LaBute é o mesmo de “Possessão”, de 2002. Teve orçamento de 40 milhões de dólares. O lançamento é da California Filmes.
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTO NACIONAL
OS INFILTRADOS (The Departed), de Martin Scorsese, 2006. Com Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg e Martin Sheen. Um jovem policial recebe a missão de se infiltrar na máfia. Aos poucos ele conquista a confiança do chefe, ao mesmo tempo em que um mafioso que foi infiltrado na polícia como informante do grupo, também ascende dentro da corporação. Tanto um quanto o outro se sentem aflitos devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação de sempre obter informações. Porém quando a máfia e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo. Em lançamento nacional. Classificação indicativa: 18 anos. Duração: 152 minutos. Horários: 15, 18 e 21 horas. Sala 4 (264 lugares).
LANÇAMENTOS
O SACRIFÍCIO (The Wicker Man), de Neil LaBute, 2006. Com Nicolas Cage, Ellen Burstyn, James Franco e Leelee Sobieski. Suspense. Ao investigar o desaparecimento de uma jovem em uma ilha isolada, policial descobre que os moradores da comunidade escondem um grave segredo. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 125 minutos. Horários: 13h45, 16h10, 18h40 e 21h10. Sala 2 (160 lugares.
OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – PRÓLOGO DO CÉU (Saint Seya: Tenkai-hen Josô - Overture), de Shigeyasu Yamauchi, 2006. Animação. Os Cavaleiros do Zodíaco se deparam com um novo inimigo, a poderosa deusa Ártemis, que pretende tomar o poder de todo o planeta. Classificação: Livre. Duração: 84 minutos. Horários: 15h40 e 17h25. Sala 3 (167 lugares).
CONTINUAÇÕES
JOGOS MORTAIS 3 (Saw 3), de Darren Lynn Bousman, 2006. Com Tobin Bell, J. LaRose e Angus MacFayden. Terror. O assassino Jigsaw consegue escapar da polícia e mais uma vez desapareceu. Ao mesmo tempo em que é perseguido por um grupo de detetives, ele tem uma médica como alvo. Após uma noite de plantão ela é seqüestrada e levada para uma casa abandonada. A intenção dele é que com seus conhecimentos médicos, ela o mantenha vivo para que possa continuar seus jogos. Em segunda semana. Classificação indicativa: 18 anos. Duração: 109 minutos. Horários: 14h40, 16h50, 19h05 e 21h20. Sala 1 (243 lugares).
MUITO GELO E DOIS DEDOS D’ÁGUA, de Daniel Filho, 2006. Com Mariana Ximenes, Paloma Duarte, Laura Cardoso, Thiago Lacerda e Ângelo Paes Leme. Comédia. Duas irmãs nutrem um desejo de vingança em relação à avó, que durante a infância delas as atormentava. Agora em torno dos 30 anos, elas decidem seqüestrar a avó e levá-la para a casa de praia da família. Juntamente com elas viaja um advogado amigo que não sabe o conteúdo porta-malas. O marido de uma delas estranha a repentina viagem. Em segunda semana. Classificação indicativa: 16 anos. Duração: 99 minutos. Horários: 13h40, 19h15 e 21h20. Sala 3.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
10/11/06 20:32:15
Comentário de “O Que Sócrates Diria a Woody Allen”
Depois de considerações gerais sobre os perfis de Sócrates e Woody Alen, o seguinte comentário:
“Este livro pretende ser uma introdução à filosofia para os amantes do cinema e uma introdução ao cinema para os amantes da filosofia”, disse Juan Antonio Rivera, filósofo espanhol autor do livro, que é uma coletânea de ensaios escritos a partir da seleção de 26 filmes (“Casablanca”, “Cidadão Kane”, “Balde Runner”, “Laranja Mecânica”, “Matrix”, “Sindicato de Ladrões”, “O Show de Truman - O Show da Vida”, entre outros).
O autor faz introdução a algumas das principais questões éticas e morais de todos os tempos. No livro, encontramos filósofos mais conhecidos, além de Sócrates, Kant, Nietzsche Platão, entre outros, que são apresentados de forma descontraída, o que torna a leitura bem fluída. As ilustrações que precedem a reflexão são extraídas dos grandes filmes citados.
Assim, a mistura de filosofia e cinema rende uma ótima obra literária. O filósofo Juan Antonio Rivera dá-nos uma visão acerca dos filmes e suas implicações morais e psicológicas. Ele faz uma ponte de maneira brilhante entre assuntos que pertencem ao cotidiano da maioria dos seres humanos, como o acaso, o amor, a falta de vontade, a felicidade, entre outras, e que precisam ser ponderados e avaliados.
O livro tem linguagem de fácil assimilação e provoca questionamentos para o livre-pensamento. Rivera parte do princípio que as questões levantadas pelos filmes analisados aparecem como resultado da invenção de vidas fictícias. Um livro profundo e ameno para quem gosta de cinema e de pensar. Ajuda a entender filosofia e a gostar mais ainda de cinema.
Este ano, o autor já lançou outro livro: “Carta Aberta de Woody Allen a Platão”.
Waldir
“A redação da revista “Piauí” gostaria de externar os mais sinceros agradecimentos ao excelentíssimo senhor ministro da Defesa, dr. Waldir Pires, pelo êxito na implantação do PAAA - Programa de Aceleração do Atraso Aéreo”. Trecho do anúncio que a revista veiculou nesta semana na primeira página do jornal “Propaganda & Marketing”.
20/02/07 23:35:19
1
16/02/07 17:08:19
Olney e a literatura
Além de inscrever seu nome – e o de Feira de Santana - no cenário cinematográfico nacional e internacional, Olney São Paulo também era ligado à literatura. Ele escreveu o livro de contos “A Antevéspera e o Canto do Sol”, que teve concorrido lançamento na Livraria Jacuípe, de Humberto Mascarenhas. Olney foi diretor da revista “Sertão”, órgão da Associação Cultural Filinto Bastos, exclusivamente cultural. No número 1 da revista, em 1961, ele escreveu o ensaio “Vingança”.
Um trecho: “- Pois bem moço, na minha terra é assim. Homem que veste calça é homem mesmo, não é cabra safado não! Vosmicê não conhece seu Honório do Calumbi? Homem direito aquele, não é? Ampois. Quero ver dinheiro desse mundo fazer Zé Pedro desistir de tirar a vida dele. Está jurado por todos os santos, pela cabra de Arco-Verde. Não adianta pedido do céu nem da terra. (...)”.
Olney também assinava a coluna Cineópolis no jornal “O Coruja”, do Colégio Santanópolis, onde estudava. Começou escrevendo sobre cinema antes de fazer filmes.
16/02/07 17:07:52
Preso e torturado pelo “crime”
de fazer “Manhã Cinzenta”
Por Adilson Simas
O filme mais importante de Olney São Paulo é “Manhã Cinzenta”, média-metragem que o cineasta realizou em 1969. Mas, quem conhece esse filme? Em Feira de Santana, pouca gente. O jornalista Dimas Oliveira assistiu ao filme porque conseguiu um projetor de 16mm para que Olney mostrasse a cópia que tinha em mãos, projetada em sessão secreta numa parede de casa de familiares. “A exibição clandestina não o satisfazia”, conta Dimas, completando que Olney morreu tentando uma revisão da Censura.
Com “Manhã Cinzenta”, Olney São Paulo garantiu um lugar na História. Ele é o único cineasta brasileiro a ser preso, torturado e processado pelo "crime" de ter feito esse filme. Ele registrou nas ruas um momento histórico: a crise estudantil de maio de 1968 e a atuação da repressão. Uma cópia do filme foi parar nas mãos de um dos seqüestradores do Caravelle desviado para Cuba, em 1969, e Olney foi preso porque a fita teria sido exibida aos passageiros como prova dos desmandos da ditadura.
Após o parecer em que o filme foi considerado como "altamente subversivo", por “incitar o povo contra o regime vigente”, Olney viu-se enquadrado na Lei de Segurança Nacional e processado. Corria o ano de 1971. O filme foi censurado e o autor ficou com o rótulo de maldito, ganhando aposentadoria compulsória no Banco do Brasil, onde tinha um emprego conseguido por concurso – ele começou a trabalhar na agência de Feira de Santana e depois foi transferido para o Rio de Janeiro.
A partir do AI-5, outorgado em 13 de dezembro de 1968, a Censura não tinha preocupação em justificar os atos de proibição e cortes dos filmes. Com a prisão, Olney sofreu danos em sua saúde – ele morreu aos 41 anos e a família sustenta que sua saúde frágil foi abalada por maus-tratos na prisão. Também é registrado o completo desaparecimento dos negativos de "Manhã Cinzenta", nas dependências da Censura. Depois de vetado, o filme nunca mais foi encontrado. Praticamente sumiu da memória cinematográfica nacional, um prejuízo artístico e econômico. Sua última exibição conhecida foi na mostra “Cinema Calado - Filmes Censurados”, realizada em 3 de março de 2001, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
15/02/07 22:02:36
A confissão de Lula
(Extraído do Blog Reinaldo Azevedo)
Ao anunciar o acordo com a Bolívia sobre o preço do gás, disse o Apedeuta brasileiro na presença do Apedeuta boliviano: “Reconheço a justeza de todos os pleitos bolivianos”. “Todos” quer dizer “todos”, e isso inclui a expropriação da Petrobras e o endosso aos métodos: por meio de ocupação militar. Como sabem, há tempos escrevo aqui — e o fazia desde o site Primeira Leitura: Luiz Inácio Lula da Silva, o criador do Foro de São Paulo, é o chefe de Morales. O índio pode ter exagerado um pouco na performance, nas momices, mas a tungada na Petrobrás foi um acordo. E isso já não é mais juízo meu: é uma confissão de Lula.
15/02/07 21:51:32
“Maioridade penal e hipocrisia”, de Contardo Calligaris
Publicado na “Folha de S. Paulo”, edição desta quinta-feira, 15
Um adolescente de 16 anos fazia parte da quadrilha que arrastou o corpo de João Hélio, 6 anos, pelas ruas do Rio.
A cada vez que um menor comete um crime repugnante (homicídio, estupro, latrocínio), volta o debate sobre a maioridade penal.
Em geral, o essencial é dito e repetido. E não acontece nada. Aos poucos, o horror do crime é esquecido. Não é por preguiça, é por hipocrisia. Preferimos deixar para lá, até a próxima, covardemente, porque custamos a contrariar alguns lugares-comuns de nossa maneira de pensar. 1) A prisão é uma instituição hipócrita desde sua invenção moderna.
Ela protege o cidadão, evitando que os lobos circulem pelas ruas, e pune o criminoso, constrangendo seu corpo. Mas nossa alma "generosa" dorme melhor com a idéia de que a prisão é um empreendimento reeducativo, no qual a sociedade emenda suas ovelhas desgarradas.
A versão nacional dessa hipocrisia diz que a reeducação falha porque nosso sistema carcerário é brutal e inadequado. Essa caracterização é exata, mas qualquer pesquisa, pelo mundo afora, reconhece que mesmo o melhor sistema carcerário só consegue "recuperar" (eventualmente) os criminosos responsáveis por crimes não-hediondos. Quanto aos outros, a prisão serve para punir o réu e proteger a sociedade.
Essa constatação frustra as ambições do poder moderno, que (como mostrou Michel Foucault em “Vigiar e Punir”) aposta na capacidade de educar e reeducar os espíritos. A idéia de apenas segregar os criminosos nos repugna porque diz que somos incapazes de convertê-los.
Detalhe: Foucault denunciou (com razão) a instituição carcerária, mas, na hora de propor alternativas (conferência de Montreal, em 1975), sua contribuição era balbuciante.
2) Em geral, para evitarmos admitir que a prisão serve para punir e proteger a sociedade (e não para educar), muda-se o foco da atenção: "Esqueça a prisão, pense nas causas". Preferimos, em suma, a má consciência pela desigualdade social à má consciência por punir e segregar os criminosos. Ora, a miséria pode ser a causa de crimes leves contra o patrimônio, mas o psicopata, que estupra e mata para roubar, não é fruto da dureza de sua vida.
Por exemplo, no último número da "Revista de Psiquiatria Clínica" (vol. 33, 2006), uma pesquisa de Schmitt, Pinto, Gomes, Quevedo e Stein mostra que "adolescentes infratores graves (autores de homicídio, estupro e latrocínio) possuem personalidade psicopática e risco aumentado de reincidência criminal, mas não apresentam maior prevalência de história de abuso na infância do que outros adolescentes infratores".
3) A má consciência por punir e segregar é especialmente ativa quando se trata de menores criminosos, pois, com crianças e adolescentes, temos uma ambição ortopédica desmedida: queremos acreditar que podemos educá-los e reeducá-los, sempre -e rapidamente, viu?
No fim de 2003, outra quadrilha, liderada por um adolescente, massacrou dois jovens, Liana e Felipe, que passavam o fim de semana numa barraca, no Embu-Guaçu. Depois desse crime, na mesma "Revista de Psiquiatria Clínica" (vol. 31, 2004), Jorge Wohney Ferreira Amaro publicou uma crítica fundamentada e radical do Estatuto da Criança e do Adolescente. Resumindo suas conclusões:
Ou o menor é consciente de seu ato, e, portanto, imputável como um adulto;
Ou seu desenvolvimento é incompleto, e, nesse caso, nada garante que ele se complete num máximo de três anos;
Ou, então, o jovem sofre de um Transtorno da Personalidade Anti-Social (psicopatia), cuja cura (quando acontece) exige raramente menos de uma década de esforços.
Em suma, a maioridade penal poderia ser reduzida para 16 ou 14 anos, mas não é isso que realmente importa. A hipocrisia está no artigo 121 do Estatuto da Criança e do Adolescente, segundo o qual, para um menor, "em nenhuma hipótese, o período máximo de internação excederá a três anos".
Ora, a decência, o bom senso e a coerência pedem que uma comissão, um juiz especializado ou mesmo um júri popular decidam, antes de mais nada, se o menor acusado deve ser julgado como adulto ou não. Caso ele seja reconhecido como menor ou como portador de um transtorno da personalidade, o jovem só deveria ser devolvido à sociedade uma vez "completado" seu desenvolvimento ou sua cura -que isso leve três anos, ou dez, ou 50.
15/02/07 21:07:45
Feira ganha viadutos
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O prefeito José Ronaldo anunciou, na sessão solene desta quinta-feira, 15, na Câmara, que o Município vai construir cinco viadutos na cidade, com investimento de aproximadamente R$ 50 milhões. A obra está prevista para ser financiada em condições de igualdade por receitas próprias do Município - a Prefeitura entra com a metade - e a outra parte advinda de financiamento externo. Foi lido na Câmara o projeto de lei que pede autorização para que o Executivo contraia o empréstimo junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), com sede na Venezuela.
Os locais onde serão construídos os viadutos já foram definidos. O maior, devido à localização e necessidade, vai ficar na rotatória da Cidade Nova, e os outros nos cruzamentos entre as avenidas Eduardo Fróes da Motta com Maria Quitéria/Francisco Fraga Maia, João Durval Carneiro/Ayrton Sena e Getúlio Vargas/Nóide Cerqueira. O quinto será construído no cruzamento entre as João Durval Carneiro e a Getúlio Vargas. “As decisões foram tomadas com base na observação do fluxo de veículos nos horários de pico. Milhares de automóveis passam por estes locais todos os dias. Estes equipamentos vão tornar o trânsito mais seguro, contribuindo para que vidas não corram perigo”, disse.
O prefeito destaca que a concretização da obra não apenas vai beneficiar o tráfego, mas melhorar a qualidade de vida dos feirenses, melhorar substancialmente o nível de emprego e uma considerável repercussão na economia local. “Mas devemos salientar que o projeto tem metas mais abrangentes. Vai fixar novos vetores de atração de investimentos e projetar várias alternativas de desenvolvimento para a comunidade”, informou. Os vetores de crescimento seriam possibilitados pela construção de avenidas radiais, que interligariam pontos importantes da área urbana, projetando o deslocamento habitacional.
José Ronaldo afirmou que os projetos apresentados nas mais diversas estâncias do Governo Federal foram aprovados. “Seguimos todos os parâmetros fixados na Lei Federal aplicável à matéria, além de elaborarmos nossa proposta dentro dos parâmetros orçamentários e financeiros vigentes no município”. Ele destacou que os recursos serão destinados à melhoria da qualidade de vida dos feirenses. O prazo da contratação é de dez anos. “Nós estamos como Classe A, na capacidade de tomar empréstimos. Vamos tomar o valor que é necessário, aquilo que o Município vai poder pagar sem oferecer problemas para o desenvolvimento da administração”, afirmou.
Os projetos estão prontos. Foram elaborados a partir do levantamento do volume de tráfego de veículos nos cinco pontos onde serão construídos os viadutos e até mesmo projeção de evolução para os próximos anos, bem como levando em consideração a possível e futura duplicação da avenida Fróes da Mota, o Anel de Contorno. “Acreditamos que em junho todo o processo burocrático deverá estar concluído, até mesmo a licitação internacional. É preciso que façamos uma observação: o Município vai investir em recursos próprios o mesmo valor do empréstimo”, encerrou.
15/02/07 21:02:28
Antônio Carlos Borges Júnior assume
O vice-prefeito Antônio Carlos Borges Júnior foi empossado prefeito, na tarde desta quinta-feira, 15, por José Ronaldo. Ele vai ficar no cargo nos próximos dez dias. O prefeito viaja à noite para a Europa, onde terá encontros de trabalho na Itália e na Espanha. Retorna ao país no dia 25. De acordo à Lei Orgânica do Município, quando o chefe do Executivo viaja ao exterior deve transmitir ao cargo ao vice.
“Vamos a Latina, na Itália, e a Madri, na Espanha, onde teremos reuniões de trabalho”, disse o prefeito. “Neste período, a cidade vai ficar muito bem representada, como na outras duas oportunidades, pelo vice-prefeito, que vem dando sucessivas demonstrações de que é preparado e corresponde às nossas expectativas”, disse.
Antônio Carlos Borges Júnior disse que o afastamento temporário de José Ronaldo não influencia das decisões e metas do governo. “Será a continuidade administrativa e operacional, porque todo plano de ação já está definido. A meta, nos próximos dez dias, é manter o ritmo de trabalho. Como tudo está planejado as ações serão implantadas sem problemas”, considerou.
15/02/07 20:59:29
José Ronaldo destaca realizações do governo desde 2001
Na abertura dos trabalhos do terceiro período da 15ª legislatura da Câmara Municipal, nesta quinta-feira, 15, o prefeito José Ronaldo de Carvalho, destacando as realizações do governo desde 2001, enfatizou a alegria pela inauguração do Parque da Cidade Frei José Monteiro Sobrinho, da fábrica da Nestlé e lembrou do apoio, da demonstração de carinho, da atenção e do respeito que sente por Feira de Santana o ex-governador Paulo Souto.
DESEMPREGO
Ele disse que o desemprego, o mais dramático problema social dos tempos atuais, se combate com medidas efetivas, concretas, dispensando a retórica e os malabarismos do fraseado bonito e sedutor. “O Governo Municipal vem desenvolvendo um conjunto de ações que está apresentando resultados práticos, trazendo para o município empresas que aumentam a oferta de emprego”, disse.
O prefeito afirmou que a Prefeitura aprovou projeto de redução do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e do Imposto Sobre Serviços (ISS), podendo chegar até mesmo a 100% de isenção, a depender da quantidade de empregos diretos. Também instituiu, e nisto tem a marca do pioneirismo, o programa de desburocratização e redução da carga tributária para pequenas e microempresas. Ele disse que as medidas, aliadas ao apoio do ex-governador Paulo Souto, foram indispensáveis para o incremento do Centro Industrial do Subaé (CIS), registrando 54 novos empreendimentos no período de seis anos, mais da metade já em pleno funcionamento, representando, como falou, “a extraordinária cifra de um bilhão e quatrocentos milhões de reais em investimentos, com a geração de 4.500 empregos diretos”.
CONSCIÊNCIA
José Ronaldo afirmou que a maior realização do homem público é a consciência de ter honrado os compromissos assumidos com a comunidade. “Bem ao estilo do homem sertanejo, com franqueza ao extremo, sem rodeios e sem manipulação das palavras podemos afirmar, com absoluta convicção, que cumprimos plenamente o que afirmamos nesta tribuna, no ano passado”, considerou. Ele disse que o Hospital da Criança, conforme anunciado no ano passado, foi inaugurado no dia 12 de outubro e está funcionando plenamente.
A política de desenvolvimento social que está sendo praticada em Feira de Santana tem como alicerce o preceito do respeito à cidadania, tratando o indivíduo com dignidade, ignorando e desprezando práticas clientelistas ou movidas por apadrinhamentos. “Por isso mesmo, nosso trabalho nessa área vem recebendo o reconhecimento de instituições como Unicef e Fundação Abrinq, que outorgaram ao Município o título de amigo da criança, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ministério da Saúde, Ministério da Educação e Secretaria Especial dos Direitos Humanos”, alinhou.
José Ronaldo disse ainda que neste ano vai ser implantado o Projeto de Acessibilidade aos Portadores de Necessidades Especiais, Acesso Total, serviço gratuito de transporte para portadores de necessidades especiais, para viagens em vans, levando passageiros para hospitais, centros de reabilitação, escola e até universidade. Também falou sobre o conjunto habitacional para famílias carentes, no Aviário, fruto de uma parceria entre o Município, o Estado e a União, com 270 residências. “Pela primeira vez na história de Feira de Santana, um empreendimento desta natureza é entregue com infra-estrutura completa: água encanada, energia elétrica e rede de esgotamento sanitário”, contou.
CULTURA
José Ronaldo afirmou que o respeito ao passado, ao patrimônio artístico e cultural também são preocupações constantes do governo. Graças a gestões que foram realizadas junto aos empresários, foi possível a restauração de vários prédios históricos. “Entretanto, a iniciativa mais direta está sendo a restauração do Paço Municipal, o imponente prédio que leva o nome da heroína Maria Quitéria, construído na década de 20, do século passado, com linhas arquitetônicas de grande beleza estética, que voltarão aos traços e cores originais. Agora, com a pintura do Mercado de Arte Popular teremos, no centro da cidade, um sítio histórico revitalizado, formado também pela Igreja de Senhor dos Passos, o prédio em frente e a Prefeitura”.
O prefeito disse que vai continuar trabalhando com o mesmo entusiasmo e compromissos registrados em 1o de janeiro de 2001, “quando tínhamos consciência da dimensão do desafio que iríamos enfrentar, sabíamos do quanto seríamos exigidos, o Executivo, o Legislativo e a sociedade. E tínhamos certeza de que Feira não nos abandonaria no apelo de união em defesa da nossa terra, para soerguermos a Princesa do Sertão, para levantarmos a dignidade do nosso povo, para regatarmos a auto-estima e amor por este rincão formoso”.
Ele disse que vai continuar pavimentando ruas, atendendo as reivindicações da população, principalmente nos bairros mais carentes e mais necessitados, bem como continuar com as obras de esgotamento sanitário, como as que recentemente foram iniciadas no Conjunto Milton Gomes e no Centenário e na Chácara São Cosme. “Praças novas serão construídas e outras serão restauradas ou reconstruídas, para que a população disponha de áreas para o lazer, para a diversão, para o encontro de amigos e familiares. Vamos continuar investindo no Centro de Abastecimento, concluindo o galpão de ferragem, conhecido como Pau da Miséria e vamos licitar a restauração do galpão de verduras, bem como dar prosseguimento ao projeto de revitalização das feiras livres”, enumerou.
Por fim, também afirmou que vai ser construída uma ciclovia de seis quilômetros e meio na avenida João Durval e na avenida Presidente Dutra.
15/02/07 20:34:56
Apoio
Agradecimento ao radialista Renato Ribeiro pelo apoio que tem dado a este blog, divulgando-o em seu programa “Rádio Repórter”, de segunda-feira a sexta, na Rádio Subaé, entre 16 e 18 horas.
15/02/07 20:32:45
Istoé
A revista “Istoé” agora é de um baiano (de Juazeiro). A publicação estava em crise e com funcionários em greve, mesmo com todo apoio que deu ao governo Lula. Nelson Tanure, também dono do “Jornal do Brasil”, fechou a transação com Domingo Alzugaray.
15/02/07 20:29:09
“Parlamento ou chiqueiro”
Conhecida por seu estilo contundente e elegante, a revista “The Economist” critica os políticos brasileiros na edição desta semana. “Parlamento ou chiqueiro?” é a questão colocada no título do editorial, na seção “Américas”. No texto, a explicação de que a matéria trata sobre “a campanha fracassada para limpar uma legislatura corrompida”.
O texto da revista conclui que “a tarefa mais difícil é proteger a democracia brasileira dela mesma”.
Os antiamericanos devem estar indignados pelas verdades contidas.
15/02/07 20:23:30
Nos corredores
Deu na coluna “Tempo Presente”, do jornal “A Tarde”, edição de quarta-feira, 14:
“Minutos depois de Lula pedir ao PMDB que indicasse um nome competente e ético para assumir um ministério, brincava-se ontem em Brasília que alguém perguntou ao presidente: pode ser só competente”.
Nesse partido, nem uma coisa nem outra. Competência e ética passam longo dele.
15/02/07 20:18:26
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTO NACIONAL
TURMA DA MÔNICA EM UMA VIAGEM NO TEMPO, de Maurício de Sousa, 2007. Animação. Um acidente na máquina do tempo construída por Franjinha faz com que a turma da Mônica (mais Cebolinha, Magali e Cascão) tenha que viajar por diversas eras. Classificação: Livre. Duração: 80 minutos. Horários: 14h10, 15h55, 17h40 e 19h25. Sala 4 (264 lugares).
LANÇAMENTOS
BABEL (Babel) de Alejandro González-Iñarritu, 2006. Com Brad Pitt, Cate Blanchet, Gael García Bernal e Michael Pena. Drama. Um ônibus repleto de turistas atravessa uma região montanhosa do Marrocos. Entre os viajantes está um casal de americanos. Ali perto, dois meninos manejam um rifle dado pelo pai para proteger a criação de cabras da família. Um tiro atinge o ônibus, ferindo a americana. Este fato afeta a vida de pessoas em vários pontos diferentes do mundo: nos Estados Unidos, onde o casal deixou seus filhos aos cuidados da babá mexicana; no Japão, onde um homem tenta superar a morte trágica de sua mulher e ajudar a filha surda a aceitar a perda; no México, para onde a babá acaba levando as crianças; e mesmo, no Marrocos, onde a polícia passa a procurar suspeitos de um ato terrorista. Classificação indicativa: 16 anos. Duração: 145 minutos. Horários: 15 horas, 17h55 e 20h50. Sala 1 (243 lugares).
ANTONIA, de Tata Amaral, 2006. Com Negra Li, Leilah Moreno, Quelynah, Cindy, Thaíde e Sandra de Sá. Drama. Quatro amigas de infância que moram na periferia de São Paulo têm em comum o sonho de decolar na carreira musical. Elas formam um conjunto e passam a cantar rap, soul, MPB e pop em bares e festas da classe média. Mas, no caminho vão enfrentar como obstáculos o cotidiano violento em que vivem e a pobreza. Classificação: 12 anos. Duração: 90 minutos. Horário: 21h10. Sala 4.
CONTINUAÇÕES
A GRANDE FAMÍLIA, de Maurício Farias, 2007. Com Marco Nanini, Marieta Severo, Pedro Cardoso, Andréa Beltrão, Guta Stresser, Lúcio Mauro Filho e Dira Paes. Comédia. Após passar mal e ir ao médico, Lineu está convicto de que morrerá em breve. Ele esconde a situação da família e desiste de ir a um tradicional baile, o que faz com que Nenê convide um ex-namorado para lhe causar ciúmes. Em quarta semana. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 105 minutos. Horários: 14h30, 16h40, 18h50 e 21 horas. Sala 2 (160 lugares).
ROCKY BALBOA (Rocky Balboa), de Sylvester Stallone, 2006. Com Sylvester Stallone, Burt Young e Milo Ventimiglia. Drama. O lendário boxeador Rocky Balboa está aposentado e leva uma vida tranqüila. Mas, uma simulação de computador faz com que Rocky retorne aos ringues, para enfrentar o campeão mundial dos pesos pesados, que o desafia. Em segunda semana. Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 103 minutos. Horários: 14 e 19 horas. Sala 3 (167 lugares).
APOCALYPTO (Apocalypto), de Mel Gibson, 2006. Com Rudy Youngblood, Dalia Hernandez e Jonathan Brewer. Aventura. Jaguar Paw leva uma vida tranqüila, mas que é interrompida devido a uma invasão. Os governantes de um império maia em declínio acreditavam que a chave para a prosperidade seria construir mais templos e realizar mais sacrifícios humanos. Ele é capturado para ser sacrificado, mas consegue escapar. Agora, guiado apenas pelo amor que sente por sua esposa e pela filha, ele realiza uma corrida desesperada para chegar em casa e salvar sua família. Em segunda família. Classificação indicativa: 16 anos. Duração: 146 minutos. Horários: 16h10 e 21h10. Sala 3.
Obs.: Semana de 16 a 22 de fevereiro.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
15/02/07 20:17:10
Filmes em Cartaz
“Babel” é mais importante lançamento
Três novidades e três continuações nesta oitava semana cinematográfica. O mais importante lançamento é o drama “Babel”, dos espanhol Alejandro González-Iñarritu, que recebeu sete indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor, e que ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme - Drama, além de ter sido indicado em outras quatro categorias.
”Antonia” é um drama brasileiro, que mostra quatro garotas que formam um conjunto na periferia de São Paulo e enfrentam obstáculos como a violência e a pobreza. “Turma da Mônica em uma Viagem no Tempo”, em lançamento nacional, é uma animação de Maurício de Souza, que utilizou 2D (segunda dimensão) e 3D (terceira dimensão), esta nos cenários.
Continuam em cartaz o excelente “Apocalypto”, de Mel Gibson, sobre a decadência do império maia; “Rocky Balboa”, com Sylvester Stallone revivendo sua criação e maior sucesso - são cinco os filmes anteriores da série -, ambos em segunda semana, e a comédia brasileira “A Grande Família”, já em quarta semana.
14/02/07 19:44:14
Do Blog Reinaldo Azevedo:
Muita sociologia velha está dourando os crimes novos, como sempre”
Dever do PT
Quanto mais o PT se comportar como ele realmente é, melhor. É preciso que seus “aliados” tenham claro que o primeiro dever do petismo com a sua história é a traição.
O que é isso, companheiro?
Lula pediu ao PMDB nomes “competentes e éticos” para integrar o governo. Xiii. E agora? Três coisas num só: peemedebista, competente e ético? É agora que eu quero ver.
Demagogia
(...) posso afirmar com conhecimento de causa - e quem me conhece sabe que é verdade: o crime é uma escolha. Como qualquer outra. Eu, por exemplo, tive chance de dizer “não”, tanto quanto outros, submetidos ao mesmo ambiente e às mesmas variáveis socioeconômicas, disseram “sim”. Há mais pobres criminosos não porque a pobreza predisponha ao crime, mas porque há mais pobres no mundo.
14/02/07 19:15:26
Prefeito passa dez dias na Europa
O prefeito José Ronaldo viaja para Europa, nesta quinta-feira, 15. Será a terceira viagem que faz ao “Velho Continente, a trabalho” - a primeira foi para a Alemanha, a segunda para a França e, nesta terceira vai à Itália e, depois, à Espanha. Retorna ao Brasil no domingo, 25.
A transmissão do cargo - como a viagem é para fora do país, este procedimento deve ser feito -, para o vice-prefeito e secretário de Transportes e Trânsito, Antônio Carlos Borges Júnior, está marcado para a tarde de quinta-feira em solenidade simples no seu gabinete de trabalho, no prédio da Prefeitura.
Na Itália José Ronaldo vai participar, em Latina, região de Lazio, da terceira reunião do Projeto Internacional dos Direitos da Mulher Solteira, que tem a coordenação da cidade anfitriã e a participação do município italiano de Ariccia, das organizações Evnar, da Bélgica e Enaip Sardegna, da Itália, dos municípios de Independencia, do Peru, San Joaquim e El Bosque, ambos do Chile, Tres de Febrero, da Argentina e de São Bernardo do Campo, de São Paulo.
O prefeito vai apresentar aos participantes do projeto, que é desenvolvido pela Urbal-Rede 10 e pela União Européia, o censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Feira de Santana, com foco no número de mulheres que chefiam economicamente suas famílias. “É a nossa realidade que vai estar sendo mostrada para os representantes dos municípios participantes e dos órgãos e instituições da Europa”, afirmou.
“Acredito que a realidade destas cidades, exceto as européias, não sejam muito diferentes da nossa, onde as mulheres cada vez mais estão tomando a dianteira das decisões nas suas casas”, disse José Ronaldo. Em Feira, cerca de 32% dos domicílios são chefiados por pessoas do sexo feminino. “Temos um problema: nem sempre elas estão devidamente preparadas para assumir mais esta responsabilidade. Vamos tentar buscar a solução, que são as viabilidades para que este segmento desempenhe bem as suas funções e, assim, aumentem suas rendas”, considerou.
Na Espanha, vai a Madri se encontrar com autoridades e funcionários do município. “Estamos buscando intercâmbio técnico, cultural e, se possível, alguma ajuda para podermos desenvolver projetos na área social de Feira de Santana. Estamos muito interessados em aprender, em trocar experiências”, falou.
14/02/07 19:14:34
José Ronaldo apresenta mensagem na Câmara nesta quinta-feira
O prefeito José Ronaldo de Carvalho participa nesta quinta-feira, 15, na Câmara Municipal, da sessão solene de abertura do terceiro período da atual legislatura. Na sua mensagem, ele vai fazer um detalhado balanço do que fez à frente do Município nos últimos seis anos e quais são as principais metas de governo para os próximos dois anos.
“A Tribuna da Câmara é o local ideal para que as realizações feitas em vários setores sejam evidenciadas. De mostrar à sociedade o que foi feito, onde o dinheiro foi aplicado. Afinal, na galeria vai estar o povo e no plenário seus representantes políticos”, afirmou o prefeito. A cerimônia está marcada para às 9 horas.
Na mensagem ele vai citar os avanços na saúde pública, com a construção do Hospital da Criança e de dezenas de unidades do Programa Saúde da Família (PSF), da pavimentação de ruas, extensão das redes de energia elétrica e de abastecimento de água na zona rural, recuperação e construção de novas escolas, a chegada de novas indústrias ao Centro Industrial do Subaé (CIS), que estão gerando milhares de empregos diretos e indiretos e a inauguração do Parque da Cidade Frei José Monteiro Sobrinho.
José Ronaldo também vai falar sobre suas metas para os exercícios de 2007 e para o próximo ano, em todos os campos da administração pública. “Não vamos criar expectativas entre os feirenses, mas mostrar o que pretendemos realizar. São obras e serviços que efetivamente vão contribuir para que se registre ganho na qualidade de vida de todos”, considerou. Ele também vai agradecer o apoio que vem recebendo da Câmara. “É uma sintonia que vem dando bons resultados para o município. Como prega a democracia, somos independentes, mas harmônicos”, disse.
O prefeito salientou o que se quer é um município mais próspero e mais humano: “É visto que avançamos em praticamente todas as áreas. Fizemos muito, mas temos muito ainda para ser feito. Essa é a nossa determinação. E acredito que este também seja o desejo de todos os feirenses”.
14/02/07 19:14:03
Funcionamento do Iguatemi no Carnaval
Durante os festejos do Carnaval, o Iguatemi funcionará em horário especial. Confira:
Sábado, 17: Lojas, das 10 às 22 horas; praça de alimentação, das 12 às 21 horas.
Domingo, 18: Lojas, das 14 às 20 horas; praça de alimentação, das 12 às 21 horas.
Segunda-feira, 19: Lojas estarão fechadas; praça de alimentação, das 12 às 21 horas.
Terça-feira, 20: Lojas estarão fechadas; praça de alimentação, das 12 às 21 horas; Lojas Americanas, das 12 às 20 horas; Hiper Bompreço, das 8 às 19 horas.
Quarta-feira, 21: Lojas, das 10 às 22 horas; praça de alimentação, das 12 às 21 horas.
O Multiplex Iguatemi funcionará normalmente durante o período.
14/02/07 18:00:00
Nomeação
Saiu no “Diário Oficial do Estado” desta quarta-feira, 14, a nomeação de Gilmário Evangelista dos Santos, para o cargo de coordenador II do Hospital Geral Clériston Andrade. Não se sabe de quem foi a indicação.
14/02/07 14:33:19
Deu no Blog de Carlos César
(jornalista Carlos César Higa, de Brasília)
O que um cargo não faz
Ao ver que Lula daria cargos no governo para o PDT, o senador Jefferson Perez deixou de lado as críticas contra o governo e se pôs ao lado do cara que até o ano passado ele dizia que era um “semideus” e que sua reeleição seria um risco para o país. O que um cargo não faz para que um político mude de idéia.
14/02/07 14:32:34
Deu no Blog de Carlos César
(jornalista Carlos César Higa, de Brasília)
O PT odeia a imprensa
Se dependesse do PT, a imprensa brasileira deveria ter como exemplo a revista “CartaCapital” e os escritos de Paulo Henrique Amorim no seu blog. As corrupções do governo Lula começaram no governo anterior. Lula não sabia de nada e a imprensa é muito preconceituosa contra um operário que chegou ao cargo mais importante do país. Para os petistas, a imprensa brasileira deveria ignorar as denúncias de corrupção do governo Lula. Deveria passar para todo o Brasil que tudo foi feito há muito tempo e que não seria justo se eles não se beneficiassem destas manobras um dia combatida por eles.
Mas, a imprensa não apresentou Marcos Valério para Delúbio Soares. Muito menos recomendou à Lula que fizesse de Roberto Jefferson um aliado. A imprensa não trouxe de volta as denúncias contra Jáder Barbalho quando este se aliou à Lula. O PT quer passar a impressão que a vitória de Lula foi uma derrota da mídia nativa. Foi a mídia nativa que seqüestrou Lula e não deixou que ele participasse dos debates no primeiro turno. Foi a mídia nativa que cochichou no ouvido dos aloprados que os Vedoin tinha um dossiê que poderia acabar com a candidatura de José Serra para o governo de São Paulo e detonar Geraldo Alckmin fazendo ele perder para Lula já no primeiro turno. A mídia foi tão boazinha para o governo Fernando Henrique, para que este preconceito contra o governo Lula?
Quando era oposição, o PT pegava jornais e revistas e subia nos palanques gritando punições contra os envolvidos. Hoje, quando o PT está no governo, vemos os mesmos corruptos tão criticados no passado sendo aliados do governo Lula, um governo que defendia a ética na política.
O PT quer fiscalizar a imprensa. Quer que ela dê notícias agradáveis sobre o governo Lula e as desagradáveis (como as trapalhadas dos seus aloprados) fosse mostrada como algo que sempre acontecia. A imprensa precisa ser livre, independente de vontades político-partidárias ou estatais. Mesmo com seus erros, a imprensa precisa ter voz ativa na nossa sociedade e, divulgando os podres do governo para que sejam investigados e os corruptos punidos.
14/02/07 14:26:50
Deu no Blog de Carlos César
(jornalista Carlos César Higa, de Brasília)
Prefeito
Em outra situação constrangedora, desta vez na inauguração de uma fábrica da Nestlé em Feira de Santana (108 km de Salvador), Lula e o governador da Bahia, Jaques Wagner, ouviram o prefeito da cidade, José Ronaldo (PFL), creditar ao ex-governador Paulo Souto (PFL) os méritos pela instalação da fábrica.
O prefeito agradeceu ao presidente pelos investimentos realizados na Bahia, mas completou: “Agradeço ainda mais ao governador Paulo Souto pela inauguração da fábrica. Ninguém trabalhou mais para trazer esta unidade do que meu amigo Paulo Souto”.
Constrangido, Wagner, que derrotou Souto na última eleição, reconheceu o trabalho do seu antecessor. “O governo passado trabalhou bem e trouxe a Nestlé para a Bahia. Eu apenas dei sorte de ganhar as eleições e participar da inauguração da fábrica”.
14/02/07 14:09:09
Conferência nacional sobre comunidades terapêuticas entre 16 e 19
Entre esta sexta-feira, 16, e segunda-feira, 19, Feira de Santana vai acolher a VIII Conferência da Aliança das Comunidades Evangélicas Terapêuticas do Brasil (Aceb). O evento, de caráter nacional, tem como tema “Transformação”. Segundo o pastor José Alberto dos Santos Bispo, presidente da instituição, “neste ano, o convite é à uma transformação para uma vida com propósito. Por isso, estaremos aprendendo, buscando e lutando por uma transformação ética, familiar, religiosa e social”.
A Aceb é uma organização não-governamental que aglutina comunidades terapêuticas especializadas na prevenção primária, secundária e terciária ao uso abusivo de drogas e também igrejas evangélicas que apóiam ou desenvolvem ação missionária nessa área, como é o caso da Igreja Batista Bethânia - que apóia o Centro de Recuperação Nova Vida - e que será local do evento.
Estão confirmadas presença de delegações do Espírito Santo, Goiás, Maranhão e Mato Grosso, além da Bahia. Entre os palestrantes, o pastor Roberto Alves, que desenvolve ação missionária em Goiânia, e o professor Nelson Navarro, que vai tratar sobre ética.
13/02/07 19:16:33
Defesa de mestrado
Para obtenção do título de Mestre em Clínica Odontológica, o odontólogo Waldécio dos Santos Vita defendeu dissertação, “Análise Morfológica da Resposta Tecidual ao Implante de Dois Materiais Retrobturadores no Tecido Subcutâneo de Ratos”, de mestrado
A banca examinadora foi formada pelos professores doutores Mitermayer Galvão dos Reis, Jean Nunes dos Santos e Aparecida Maria Cordeiro Marques.
O local da defesa de mestrado foi Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), no dia 9 passado.
Segundo Vita, a justificativa da pesquisa foi “a busca por materiais que apresentem boas propriedades físico-química e comportamento biológico aceitável com custo mais acessível aos profissionais e aos pacientes, que é um objetivo constante na odontologia”.
13/02/07 19:16:00
Sérgio Aras é finalista de prêmio na área de segurança do trabalho
O diretor do Departamento de Meio Ambiente, órgão da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Sérgio Aras, é um dos 15 finalistas do Prêmio Destaque 2007 de Segurança no Trabalho, que é realizado anualmente pela revista “Cipa”, que é editada em São Paulo. Ele é primeiro secretário da Federação Nacional dos Técnicos em Segurança do Trabalho (Fenatest). A votação é feita pela Internet, no site www.cipanet.com.br/premio.asp. É permitida apenas um voto por máquina.
A eleição é anual e relativa a 2006. Participam os técnicos que desenvolveram serviços considerados relevantes. Sérgio Aras, até o momento, está na décima posição. “O importante não é ganhar, mas ter o trabalho reconhecido pela categoria profissional, porque participam técnicos em segurança do trabalho de todo país”, considerou. Os mais citados na primeira fase passam à fase seguinte.
A solenidade de entrega dos diplomas aos 15 finalistas acontece no final deste mês, em São Paulo. Apenas dois técnicos que desenvolvem suas atividades no Nordeste estão entre os finalistas. “Este afunilamento dá a exata dimensão da importância deste prêmio. Se vamos chegar entre os primeiros, não sei. Mas é sempre bom figurar entre aqueles que participarão do evento final”, afirmou Aras.
13/02/07 19:11:21
Chuva é bênção
Segundo o Canal do Tempo (http://weather.com) vai chover até a próxima quarta-feira, 21. Chuva deve ser vista como bênção de Deus.
13/02/07 19:10:24
PPP
Informações publicadas nos jornais desta terça-feira, 13, dão conta que nos próximos 30 dias, poderá ser lançado o edital de concorrência para as empresas - que vão cobrar pedágio - que pretendem restaurar e manter trechos das rodovias BR-324 (trecho que liga Feira de Santana a Salvador) e BR-116 (trecho que vai de Feira de Santana à divisa da Bahia com Minas Gerais. Será a primeira Parceria Pública-Privada (PPP) do Governo Federal, que está sendo inserida no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou os estudos técnicos, econômicos e financeiros do projeto.
13/02/07 19:09:53
Visita inútil
O senador César Borges (PFL) considerou que a visita do presidente Lula foi “inútil para os baianos”. Segundo o senador, “além de não trazer nenhum benefício ao povo do Estado, Lula ainda inaugurou obras realizadas com recursos privados, obtidos pela política de atração de investimentos sustentada por governos do PFL”.
“O presidente está se notabilizando por inaugurar investimentos privados, isto é, os que ainda não foram desestimulados pela sua política econômica”, disse mais. Para César Borges, “enquanto Lula inaugura investimentos privados, como a nova fábrica da Nestlé, ou outros que foram iniciados por governos anteriores, como a exploração de gás no campo de Manati, o seu próprio governo ainda não conseguiu nada de novo para a Bahia”.
13/02/07 19:09:21
ACM e as gafes de Lula
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) denunciou da tribuna do Senado, na segunda-feira, 12, o que considerou gafes do presidente Lula e do governador Jaques Wagner, que inauguraram na sexta-feira, 9, a fábrica da Nestlé “como se tivessem trabalhado para atrair essa obra”. Ele disse que “tudo começa mal quando a verdade não é explícita”. ACM falou que a falácia do presidente e do governador foi desmentida pelo prefeito José Ronaldo. Segundo o senador, “é terrível para um presidente ouvir o que ouviu” (referindo-se ao discurso do prefeito).
13/02/07 12:57:23
Agora um novo golpe: Multa do Detran
Nos cruzamentos das cidades, alguém com uma câmera digital, fotografa placas dos carros que passam. Com as placas e as fotos e com ajuda de despachantes, descobrem os endereços e nomes dos proprietários dos veículos.
Com um computador e uma impressora laser fazem uma montagem e imprimem boletos perfeitamente idênticos a uma multa. Só que os dados para liquidação dessa multa, são de uma conta laranja.
A vítima recebe a multa pelo correio, fica na dúvida da infração, mas acaba pagando no banco ou via Internet, sem verificar no site do Detran se essa multa existe mesmo, mas na realidade foi vítima de um golpe.
Portanto, antes de pagar qualquer multa, entre no site do Detran e verifique se essa multa existe mesmo.
A recomendação é de Jorge Nery, da chefia de Segurança do Detran.
12/02/07 20:21:17
Nomeação
O capitão Leonir Oliveira Moraes foi nomeado para o cargo de diretor adjunto do Colégio da Polícia Militar, em Feira de Santana. Saiu no “Diário Oficial do Estado”, edição de sábado, 10, e domingo, 11. Ele também é pastor evangélico.
12/02/07 19:09:31
Lesmice
Alfredo Falcão ainda está como diretor-geral do Centro Industrial do Subaé (CIS) no “Guia de Órgãos e Titulares do Governo do Estado da Bahia”, publicação da Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb). O mesmo acontece com Maria das Graças Pimenta, que ainda aparece como diretora da Diretoria Regional de Saúde (2ª Dires). Ambos já foram exonerados dos cargos.
12/02/07 18:59:13
Conselho Municipal de Cultura
Os artistas de todos os segmentos culturais locais estão sendo convidados para participar das discussões sobre a criação do Conselho Municipal de Cultura da Cidade de Feira de Santana.
O encontro está marcado para o dia 22, às 15h, no Centro de Cultura Maestro Miro, na Muchila, com a participação do secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Maurício Carvalho, e do diretor-presidente da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa, Augusto César Orrico.
12/02/07 18:51:49
Marketing
Norma Mônaco assumiu a Gerência de Marketing da Orient Filmes, empresa que controla o Orient Cineplace, em Feira de Santana, Multiplex Iguatemi, Cineplace Itaigara, Center Lapa, Ponto Alto e Tupy, em Salvador, Villas Boulevard, em Lauro de Freitas, Cariri I e II, em Juazeiro do Norte-CE, River I e II, em Petrolina-PE.
Ela é filha de Aquiles Mônaco, fundador da empresa. Norma substitui a Iracema Volta. O Blog Demais deseja boas-vindas e um trabalho profícuo e de parceria.
11/02/07 18:28:54
Ponto
A inauguração do Parque da Cidade mobilizou Feira de Santana na manhã deste domingo, 11. Todo mundo queria conhecer o equipamento. A região ficou congestionada com o evento. A cidade agora tem um espaço público de lazer. Ponto para o governo do prefeito José Ronaldo.
11/02/07 18:28:21
Presenças e ausências
Pelo menos enquanto estive no Parque da Cidade, na manhã de ontem, durante os atos de inauguração do importante equipamento, não foram vistos o deputado estadual Tarcízio Pimenta e a ex-deputada Eliana Boaventura. Estavam lá junto com o prefeito José Ronaldo de Carvalho: o ex-governador Paulo Souto, muito cumprimentado, seu filho, deputado federal Fábio Souto, deputado federal Fernando de Fabinho, vice-prefeito Antônio Carlos Borges Júnior, todos secretários municipais, muitos diretores e chefes, ex-secretária de Estado da Educação Anaci Paim, ex-deputado estadual Humberto Cedraz, vários vereadores da bancada governista e até o vereador petista Marialvo Barreto. “Estou aqui para conhecer este espaço público. Só não vou fazer festa com eles (com o prefeito e aliados)”, disse ao blog.
11/02/07 18:27:13
A Bahia e o PIB
A Bahia segue sendo um dos espaços privilegiados de crescimento dos investimentos privados no Brasil. No primeiro bimestre, fruto da política de atração de empresas, entraram em operação dois grandes empreendimentos, a Nestlé e a Bridgestone, ampliando e diversificando o parque industrial do Estado e dando novo impulso ao crescimento do PIB.
Aliás, o incremento do PIB baiano em 2006 foi de 3%, número expressivo numa conjuntura em que o Brasil apresentou um crescimento inferior a 2,5%. E, o mais importante, quem puxou o crescimento foi a indústria. Não fosse o fraco desempenho da agropecuária, debilitada pelos problemas de câmbio e do clima, o PIB baiano cresceria mais.
De Armando Avena, em sua coluna “Momento Econômico”, no “Correio da Bahia”, edição deste domingo, 11.
11/02/07 00:31:24
Povo, povinho, povão
Por Ildásio Tavares
Uma das melhores conceituações de democracia que conheço é a de Abraham Lincoln no famoso discurso de Gettisburg, todo ele um primor de concisão, a servir de exemplo para os nossos políticos e seus intragáveis bolodórios, a começar pelo inimigo público número um da língua portuguesa, o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva.
Eis a definição de Lincoln: o governo do povo, para o povo e pelo povo. Caso ressuscitasse, ele remorreria de raiva se soubesse que, ao sul da fronteira, o seu conceito se tivesse transformado em governo do bolso, para o bolso e pelo bolso.
E, para que esta proposta se concretizasse, ela teria que vir camuflada pela mais torpe demagogia, isto é, em nome do povo, pode-se fazer tudo. As mais arbitrárias arbitrariedades, as mais cafajestes cafajestadas, tudo, tudo pode-se fazer, acobertado pelo fim que justifica o vil e desonesto. Para a maior glória da esquerdice.
Tinturou a camisa da incompetência, ela sobe no pódio e de lá comanda um caminhão de asneiras que, no mínimo, funcionam sim, como competentes cabos eleitorais da direita. Eu já vi este filme.
Uma caterva de imbecis, cheios de idéias tão revolucionárias quanto desastrosas começam a mudar tudo e tudo começa a dar merda.
Mesmo assim a galera continua a se atolar na própria fantasia, pois quanto mais se mexe na merda, mais ela fede.
Neguinho não está nem aí. É tudo dono da verdade. Têm solução pra tudo, principalmente porque tudo está errado e algum salvador da pátria tem que aparecer pra botar o trem nos trilhos. E tome-lhe besteira. Aplaudida. Justificada em longas entrevistas de futurologia na imprensa esperançosa, coitada, louca, louca por alguma solução, alguma garantia, promessa até, de que a vaca dôdia não vai pro brejo, nem que seja com a mídia toda segurando a dita cuja pelo rabo em mais um capítulo do filme “Brasileiro, Profisão Masoquista”.
Povo é povo. Mas nossos líderes não querem que o seja. Querem que sejamos um povinho, com a mão estendida, choramingando. Nos tratam como povinho, na tapeação, dando-nos migalhas da renda que nós geramos com o nosso trabalho e ganhando fortunas nas nossas costas. Povinho. Quanto tempo vai ficar assim? Povão, talvez seja pior. Povão quer circo e pão. Televisão. Um forrozão. Carnaval e feijoada. Terceira divisão e cacete de Filipão. Ah, povão besta, que pensa que é povo, mas é pior que zé mane, é povinho mesmo, quer viver de esmola, pensando que o governo é outra coisa quando ele faz parte de nós e não passa de nossa banda podre. Povo, povinho, povão. Quem rima é a corrupção. Brasileira que é Raimunda precisa tomar vergonha.
Transcrito da “Tribuna da Bahia”, edição deste sábado, 10.
11/02/07 00:04:14
Erro
O ministro de Minas e Energia, que fez parte da comitiva do presidente Lula em Feira de Santana, na sexta-feira, 9, é Silas Rondeau e não Silas Rondon como grafou o jornal “Folha do Estado”, edição deste sábado, 10.
11/02/07 00:00:05
Lembrança e cobrança
Ainda em seu discurso, o prefeito José Ronaldo lembrou ao presidente Lula, que quando ele esteve em Feira de Santana (em 12 de setembro de 2003), para inaugurar a ampliação da Pirelli, solicitou a duplicação do Anel de Contorno. Mais de três anos depois, nada aconteceu.
10/02/07 23:55:07
Prefeito de atitude
O prefeito de Feira de Santana é José Ronaldo de Carvalho. Lula é o presidente do país e Jaques Wagner o governador do Estado da Bahia. Ambos, estavam pongando num empreendimento em que nada contribuíram para sua concretização.
Então, nada mais oportuno que a fala do prefeito durante a inauguração da unidade da Nestlé, na sexta-feira, 9. José Ronaldo, na presença de Lula e Wagner, salientou a importante participação do ex-governador Paulo Souto na captação a indústria de alimentos para o Centro Industrial do Subaé (CIS).
“Agradeço a presença do presidente e do governador, mas agradeço muito mais ao meu querido amigo e ex-governador Paulo Souto. Ele, sim, foi o responsável pela inauguração desta fábrica e de outras tantas que estão povoando o pólo industrial do Subaé”, disse, com propriedade, firmeza e segurança. Imagens da televisão e fotografias mostram Lula coçando a cabeça e Wagner engolindo em seco no momento em que disparou o petardo.
A atitude de José Ronaldo em seu discurso foi vista até como “deselegância” e “piti”, em notas na coluna “Raio Laser”, da “Tribuna da Bahia”. Notícias em jornais, programas de televisão e sites comentaram sobre o que consideraram constrangimento, principalmente para Lula, pois o prefeito antecipou correção ao governador, que em sua fala procurou assumir o empreendimento como seu.
10/02/07 23:25:40
Por que sou tão reacionário
Certo. Um monte de “humanistas” preferiu me criticar a atacar aquelas pobres “vítimas do capitalismo” que saíram pela cidade do Rio a arrastar o menino João. Sabem o que eu tenho a lhes dizer? São tão covardes quanto os assassinos. São homicidas morais, co-autores intelectuais do crime. Eu tenho uma proposta objetiva: cada militante da origem social da violência deveria adotar um bandido. O PT está querendo fazer plebiscitos para decidir tudo em votação direta, na ágora, sem mediação. O diabo sopra aos meus ouvidos. “Vai, Reinaldão, deixa o povão decidir. Pode ser até interessante”. É, pode ser... Não há crime em massa que não tenha sido praticado sem a ajuda dos humanistas. Podem ver. Engenheiros, por exemplo, como não costumam ser utopistas, quando matam, matam pouco. Morte aos milhões mesmo, em pencas, só intelectuais conseguem fabricar. Para os padrões chineses, Mao Tse-Tung era um intelectual. Matou 70 milhões. Pol Pot teve aula com marxistas franceses. Três milhões de cadáveres. Lênin, Stálin, Hitler. Todos tinham ambições filosóficas. Acreditem. Não nasce marxismo nas selvas do Camboja. Brota nas bibliotecas de Paris e de Londres — onde Marx descansou por longo tempo seu traseiro cheio de furúnculos. A glorificação do crime e da “cultura da periferia”, no Rio, não é coisa do povo, do pobre. Este quer que seus filhos estudem, que aprendam a “cultura” de quem vive ao nível do mar. Quem quer o “morro” falando a sua própria linguagem é o “branco” do asfalto. Gosta de ver o pobre como uma variante antropológica, uma nova civilização. Dá nisso aí.
Extraído do Blog Reinaldo Azevedo
10/02/07 23:23:09
O menino João é o guri dos sem-Chico Buarque
Aquele “menor”, bem maior do que o menino João, cujo corpo ele ajudou a espalhar pelas avenidas do Rio, vai ficar três anos internado. E depois será solto entre os meninos-João, por quem não se rezam missas de apelo social. Resta só a dor da família: privada, sem importância, sem-ONG, “sem ar, sem luz, sem razão”. Sobre o assassino, há de se derramar a baba redentora rousseauniana: ele nasceu bom; foram os insensíveis da classe média, à qual pertencia o menino João, que o tornaram um facínora. Simbolicamente, a culpa é de quem morre. Também notei que os jornalistas ficaram um tanto revoltados com a polícia, que obrigou os bandidos a mostrar o rosto. Não há dúvida: terrível ameaça à privacidade. Era só o que faltava: trucidar o menino João e ainda ser obrigado a expor a cara... Que país é este? Já não se pode mais nem arrastar uma criança num automóvel e permanecer no anonimato? Sabem do que morreu o menino João? De um ataque virulento de progressismo. Para o menino João, não tem ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), não. Não tem ONG, não. Não tem música do Chico, não. O menino João já nasceu sem perdão. É o guri dos sem-Chico Buarque.
Extraído do Blog Reinaldo Azevedo
10/02/07 23:14:41
Collor - O Retorno
“Não se faz política em traidores”. Definição do senador Fernando Collor de Mello.
10/02/07 23:14:04
Lulice
“PT dá tiro no próprio pé. É fantástico”. Consideração do presidente Lula, sexta-feira, 9, em Salvador, durante reunião do partido.
10/02/07 23:11:17
Feira de Caruaru vira patrimônio cultural
A feira livre de Caruaru, um símbolo de Pernambuco, recebeu neste sábado, 10, o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, e o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida, entregaram a certidão ao prefeito da cidade, Tony Gel, pela manhã.
Lembrar que em Feira de Santana existia feira livre, até o ano de 1973, que foi extinta pelo então prefeito José Falcão da Silva.
10/02/07 23:10:44
As quatro visitas de Lula
Como presidente, Lula esteve em Feira de Santana em quatro oportunidades, contando com a de sexta-feira, 9. A primeira vez foi em 12 de setembro de 2003, quando inaugurou ampliação da Pirelli e visitou a Fazenda do Menor. Depois, em 8 de agosto de 2004, ele veio inaugurar fábrica de material esportivo da Fundação de Apoio ao Menor de Feira de Santana (Famfs). Em 16 de setembro do ano passado, como candidato à reeleição, o presidente participou de comício na praça Padre Ovídio.
10/02/07 01:03:32
Desinformação
“Lula em Feira pela terceira vez” foi a manchete de sexta-feira, 9, do jornal “Tribuna Feirense”. “Lula vem a Feira pela segunda vez inaugurar fábrica”, foi o título de matéria na página 2 do jornal “Folha do Estado”, na mesma data. Ambos erraram, pois foram quatro as visitas do presidente a esta cidade. Não foi lembrada a sua visita, em campanha pela reeleição, em comício antes das eleições do ano passado.
09/02/07 20:44:02
Talento
O jovem Diego Nascimento Públio Pereira, 17 anos, está fazendo programa de intercâmbio nos Estados Unidos, mais propriamente em Detroit, no Michigan. Lá, ele acaba de ganhar um concurso estadual na área de publicidade, com um filmete sobre bebida e trânsito. Diego também tem atuado na tradução de textos em português para o inglês.
Ele é filho do médico cardiologista Ebenézer Públio Pereira e da professora Ariadne Nascimento Pereira, que ensina Metodologia do Ensino da Matemática, na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
09/02/07 19:25:55
Desantenado
A coluna “Ponto & Vírgula”, do jornal “Folha do Estado”, desta sexta-feira, 9, traz a seguinte nota, com o título “Imbassahy”:
“Surpreendentemente, o ex-prefeito de Salvador e candidato recentemente derrotado ao Senado, Antônio Imbassahy, declarou no programa ‘Se Liga Bocão’, de Zé Eduardo, que está fazendo um curso para se habilitar como radialista no município de Feira de Santana. Surpreendentemente porque há pouco tempo Imbassahy fez um curso de seis meses”.
Mais surpreendente é o jornal não tomar conhecimento da nota postada neste blog, no dia 4 passado, com o título “No rádio”:
Sem estardalhaço, o ex-prefeito de Salvador e candidato derrotado ao Senado, Antônio Imbassahy (PSDB), está fazendo curso de radialismo do Sindicato dos Trabalhadores em Radiodifusão e Publicidade de Feira de Santana em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Ele já tem até convite para fazer comentários em programa local de rádio.
08/02/07 23:20:15
Cargo mais importante tem novo diretor
Posse sem estardalhaço e sem presença da imprensa
O cargo mais importante da estrutura do Estado em Feira de Santana teve direção mudada nesta quinta-feira, 8, sem nenhum estardalhaço e sem presença da imprensa. O auditor fiscal Ariosvaldo Ailton dos Santos Moreira, que atuava na Inspetoria Fazendária local, assumiu a direção da Diretoria de Administração Tributária da Região Norte (DAT Norte), substituindo a Wagner Walter Gonçalves Santos, que estava há três anos no cargo, período em que colocou o órgão com os melhores índices indicadores, de metas e de arrecadação na Secretaria da Fazenda.
Outros dois cargos importantes na área fazendária, a Inspetoria de Fiscalização de Mercadorias em Trânsito da Região Norte e a Inspetoria de Fiscalização de Grandes Empresas, continuam com Ana Rita Silva Sacramento e Fernando Carneiro de Almeida Júnior, respectivamente, pelo menos por enquanto.
O secretário da Fazenda, Carlos Martins, não veio. Quem deu posse foi o superintendente de Administração Tributária, Cláudio Meirelles Matos.
A indicação do diretor da DAT Norte não é política, e sim técnica. Mas sabe-se que o deputado federal José Neto (PT) aprovou a indicação do Sindsefaz.
08/02/07 21:52:44
“Nem na ditadura”
Na “Veja” que está nas bancas, nas páginas amarelas, entrevista com o diplomata Roberto Abdenur, que foi embaixador brasileiro nos Estados Unidos. Ele é direto na crítica que faz sobre a política externa e a doutrinação ideológica em curso no Itamaraty. Abdenur afirma que as decisões são pautadas pela miopia de um grupo de esquerdistas. “Um processo de doutrinação assim no Itamaraty não aconteceu nem na ditadura”, diz. O ex-embaixador lamenta o viés antiamericano, anticapitalista e antiglobalização, bem como a dimensão dada à cooperação entre os países menos desenvolvidos.
08/02/07 21:43:44
Carta de um feirense na “Veja”
Hugo Chávez
Cumprimento VEJA pela qualidade e sensatez da reportagem “O coronel agora é censor” (31 de janeiro). Novamente o psiquiátrico Hugo Chávez arma a tenda do seu circo de baboseiras e desmandos absurdos. Exercendo seu terceiro mandato, o caudilho intruso agora investe na retórica do “socialismo do século XXI”, um indigesto conjunto de “normas” que inclui partido único, presidente vitalício e poderes para governar por decreto. E, ao que parece, inclui também a petulante ousadia de intrometer-se em questões de nosso país.
Kelmo Oliveira Bernardes, Feira de Santana, BA.
É isso aí, Kelmo. Tem que se concordar com tudo que disse sobre a reportagem. Quem não vai gostar é Valter Xéu, defensor das “belezas” de Cuba, Bolívia e Venezuela.
08/02/07 21:07:23
FILMES EM CARTAZ
Três novidades em cartaz
“Apocalypto”, de Mel Gibon, é o principal lançamento desta semana, no Orient Cineplace. Outros dois filmes elogiados também são novidades a partir desta sexta-feira, sétima semana do ano: “Rocky Balboa”, com Sylvester Stallone retornando o personagem, dezesseis anos depois; e “Perfume - A História de um Assassino”, baseado no livro de Patrick Süskind, best-seller que já vendeu mais de 15 milhões de exemplares e traduzido para 45 idiomas. Continuam em cartaz, em terceira semana, dois filmes brasileiros: “A Grande Família” e “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”.
“Apocalypto”, com três indicações ao Oscar (Melhor Som, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Maquiagem), é inteiramente falado em dialeto maia e teve orçamento de 40 milhões de dólares. Rendeu cerca de 50 milhões de dólares nas seis primeiras semanas nos Estados Unidos. No filme, um jovem é capturado para ser sacrificado, em nome da prosperidade do império maia. Ele consegue fugir e tenta voltar para casa, para salvar sua família. Como “Paixão de Cristo”, um filme que está causando polêmica no mundo todo.
“Perfume - A História de um Assassino” teve orçamento de 65,8 milhões de dólares e trata-se do filme mais caro já feito na Alemanha até então. Classificado como filme de suspense, a ação mostra um jovem que possui um olfato especial, tendo capacidade para distinguir os mais diversos odores. Obcecado em manter o aroma de forma permanente, ele passa a realizar experiências.
Em “Rocky Balboa”, flash-backs de todos os filmes da série, com exceção de “Rocky V”. O personagem Rocky Balboa esteve pela primeira vez nas telas em “Rocky, um Lutador”, em 1976, filme que teve dez indicações ao Oscar e ganhou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Diretor (John G. Avildsen) e Melhor Edição. Três anos depois, “Rocky II - A Revanche”, em 1979. Depois, “Rocky III - O Desafio Supremo”, em 1982; “Rocky IV”, em 1985; e “Rocky V”, em 1990.
Neste sexto filme sobre o lutador, uma simulação de computador faz com que Rocky retorne aos ringues, para enfrentar o campeão mundial dos pesos pesados. Nas primeiras cinco semanas nos Estados Unidos rendeu 68 milhões de dólares. O filme custou 24 milhões de dólares.
Dimas Oliveira é jornalista especializado em cinema desde 1967.
Esta coluna é publicada em concomitância com o jornal "NoiteDia" mais os sites “Infocultural” e “Portal Livre”)
08/02/07 21:04:39
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTOS
ROCKY BALBOA (Rocky Balboa), de Sylvester Stallone, 2006. Com Sylvester Stallone, Burt Young e Milo Ventimiglia. Drama. O lendário boxeador Rocky Balboa está aposentado e leva uma vida tranqüila. Mas, uma simulação de computador faz com que Rocky retorne aos ringues, para enfrentar o campeão mundial dos pesos pesados, que o desafia. Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 103 minutos. Horários: 14h20, 16h30, 18h40 e 20h50. Sala 1 (243 lugares).
PERFUME - A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO (Perfume: The Story of a Murderer), de Tom Tykwer, 2006. Com Simon Chandler, Dustin Hoffman, Rachel Hurd-Wood e Alan Rickman. Suspense. Um jovem possui um olfato especial, tendo capacidade para distinguir os mais variados odores e criando perfumes cada vez mais elaborados. Obcecado em manter o aroma de forma permanente, ele passa a realizar experiências nesse sentido e se envolvendo em uma trama sinistra. Classificação indicativa: 16 anos. Duração: 147 minutos. Horários: 18h15 e 21h10. Sala 2 (160 lugares).
APOCALYPTO (Apocalypto), de Mel Gibson, 2006. Com Rudy Youngblood, Dália Hernandez e Jonathan Brewer. Aventura. Jaguar Paw leva uma vida tranqüila, mas que é interrompida devido a uma invasão. Os governantes de um império maia em declínio acreditavam que a chave para a prosperidade seria construir mais templos e realizar mais sacrifícios humanos. Ele é capturado para ser sacrificado, mas consegue escapar. Agora, guiado apenas pelo amor que sente por sua esposa e pela filha, ele realiza uma corrida desesperada para chegar em casa e salvar sua família. Classificação indicativa: 16 anos. Duração: 146 minutos. Horários: 15h10, 18h05 e 21 horas. Sala 4 (264 lugares).
CONTINUAÇÕES
O CAVALEIRO DIDI E A PRINCESA LILI, de Marcus Figueiredo, 2006. Com Renato Aragão, Camila Rodrigues, Vera Holtz e Werner Schunemann. Comédia infantil. Didi é cavalariço, amigo e confidente do rei Lindolfo, o que não agrada a Jafar, que planeja casar a princesa com seu filho Galante. Em terceira semana. Classificação indicativa: Livre. Duração: 90 minutos. Horários: 14h30 e 16h20. Sala 2.
A GRANDE FAMÍLIA, de Maurício Farias, 2007. Com Marco Nanini, Marieta Severo, Pedro Cardoso, Andréa Beltrão, Guta Stresser, Lúcio Mauro Filho e Dira Paes. Comédia. Após passar mal e ir ao médico, Lineu está convicto de que morrerá em breve. Ele esconde a situação da família e desiste de ir a um tradicional baile, o que faz com que Nenê convide um ex-namorado para lhe causar ciúmes. Em terceira semana. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 105 minutos. Horários: 14h40, 16h50, 19 horas e 21h10. Sala 3 (167 lugares).
Obs.: Semana de 9 a 15 de fevereiro.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
08/02/07 21:03:46
Intelecto embotado
Chega a ser assustador como pessoas não têm a mínima vergonha de demonstrar ter perdido o senso de ridículo. Atitudes de caráter infantil, de retaliação, acabam em ridicularia, em rebaixamento, em ressentimentos que apenas comprovam a falta de importância de certas pessoas ávidas de quinze minutos de fama, de estarem no cenário.
São causas inerentes de quem embota o intelecto em vez de o aguçar.
08/02/07 20:41:55
Sem comentários
Ele introduziu as frases “o impacto sensorial”, “o meio é a mensagem” e “aldeia global” como metáforas para a sociedade contemporânea. Todas se tornaram parte da linguagem do cotidiano. Ele adquiriu proeminência internacional com idéias que estimularam milhares de artistas, intelectuais e jornalistas, em todo o mundo, inclusive em Feira de Santana. A revista “Fortune” chegou a nomeá-lo como “uma das principais influências intelectuais do nosso tempo”.
Segundo ele, aldeia global quer dizer simplesmente que o progresso tecnológico estava reduzindo todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia. Traduzindo: a possibilidade de se intercomunicar diretamente com qualquer pessoa que nela vive.
Tudo isso foi profetizado há 38 anos, mas o sociólogo canadense Marshall McLuhan (21.07.1911-31.12.1980) foi chamado em Feira de Santana, em um artigo em jornal local, por Marck Luhan. (Leia nota abaixo)
08/02/07 20:41:17
E mais
William Shakespeare (1564-1616), o mais famoso dramaturgo e poeta inglês de todos os tempos, virou Sheakepeare. O dramaturgo americano Thomas Lanier Williams, conhecido internacionalmente como Tennessee Williams foi nominado de Tenessee Willians. Virginia Woolf, escritora inglesa que se suicidou em março de 1941, foi chamada de Virginia Wolff. O francês Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière (1622-1673) - escritor de peças de teatro, é considerado um dos mestres da comédia satírica, que teve um papel de absoluta importância na dramaturgia francesa -, foi grafado como Moliere.
Todos esses equívocos com nomes obrigatórios para quem se quer intelectual foram praticados em apenas um parágrafo em artigo publicado em jornal local.
08/02/07 12:42:36
Deixa como está
O governador Jaques Wagner assinou na quarta-feira, 7, o decreto de prorrogação do programa Sua Nota É um Show de Solidariedade, marcando o início de sua 12ª etapa, que contará com notas válidas emitidas entre 1º de janeiro e 30 de abril deste ano. Desde 1999, R$ 58 milhões já foram distribuídos para 1,2 mil entidades que arrecadaram mais de um bilhão de notas e cupons fiscais. O valor arrecadado pode ser aplicado em construções, reformas, pagamentos de contas de água e luz e compras de equipamentos e bens duráveis. “Esse programa é importante, pois combina educação tributária com apoio financeiro às organizações que prestam serviços sociais para a comunidade”, disse o governador, reconhecendo a importância do programa, criado pelo grupo carlista.
08/02/07 12:14:28
Palavras
“Devemos nos esforçar para trocar a soberba pela humildade. Temos de reconhecer o nosso nada diante do universo. Se até o corpo fica embaixo da terra, imaginem os atos. Tudo vai embora”. Trecho do primeiro discurso de Clodovil como deputado federal.
08/02/07 00:28:34
Júnior Baiano
O feirense Júnior Baiano está atuando no América do Rio. Na noite desta quarta-feira, 7, no Maracanã, contra o Vasco da Gama, o zagueiro foi o autor do primeiro gol do time rubro, logo aos cinco minutos, que acabou vencendo por 2 a 1, estando na liderança do Grupo B da Taça Guanabara.
08/02/07 00:03:53
Os colégios particulares de Salvador no Enem
O colégio particular de Salvador melhor classificado no Enem 2006 foi o Anchieta, com média 67,67, abaixo do Colégio Helyos, de Feira de Santana, com média 70,19 das provas objetiva e de redação,.
Depois, os melhores classificados foram; São Paulo (64,95); Pan Americano (64,08); Sartre (62,17); Marista (61,84); e Integral (61,44).
07/02/07 23:57:51
A classificação dos colégios particulares no Enem
Conforme nota postada anteriormente, o Colégio Helyos, de Feira de Santana, está classificado em oitavo lugar, com média 70,19 das provas objetiva e de redação, no Enem 2006, estando entre as 20 escolas do país com melhores classificações, segundo dados divulgados pelo Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta quarta-feira, 7.
Entre os colégios particulares locais, depois do Helyos, os melhores classificados são: Castro Alves (63,69); Gênesis (62,82); Padre Ovídio (61,89); Acesso (60,73); Nobre (58,82) e Visão (58,35).
07/02/07 23:50:18
Resultados do Enem
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou nesta terça-feira, 7, o balanço geral da nona edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2006. O instituto apresenta as médias nacionais de desempenho na redação e parte objetiva da prova, assim como as médias nas 27 unidades da Federação e as notas obtidas pelos alunos em cada uma das escolas participantes.
Os participantes do Enem 2006 obtiveram médias de desempenho iguais a 36,90 na parte objetiva da prova e 52,08 na redação, numa escala que vai de 0 a 100. Mais de 2,7 milhões (2.784.192) compareceram ao exame no dia 27 de agosto do ano passado, do total de 3.743.370 inscritos. Foi a maior edição de todas, em número de inscritos e participantes efetivos.
Participaram da prova alunos que concluíram o Ensino Médio em 2006 e também os egressos, ou seja, aqueles que já haviam finalizado a educação básica em anos anteriores. Os egressos obtiveram médias de 38,14 na parte objetiva e 53,40 na redação, enquanto as médias entre os concluintes foram de 35,52 na parte objetiva e 50,72 na redação.
FEIRA
As escolas de Feira de Santana, incluindo da rede particular e rede estadual, tiveram média total (redação e prova objetiva) com correção de participação de 42,821, maior do que a média do país (42,558) e do Estado (39,831). Em relação à Salvador, Feira ficou um pouco abaixo; a capital teve média total de 42,844.
Notas Médias
Média prova objetiva
Feira Salvador Bahia Brasil
34,842 36,636 31,671 35,314
Média Total (redação e prova objetiva)
Feira Salvador Bahia Brasil
43,724 43,223 40,200 42,892
Média da prova objetiva com correção de participação
Feira Salvador Bahia Brasil
34,301 36,161 31,239 34,909
Média Total (redação e prova objetiva) com correção de part.
Feira Salvador Bahia Brasil
42,821 42,844 39,831 42,558
07/02/07 20:06:45
Publicado
O artigo “Aridez cultural aonde?”, postado na terça-feira, 6, também foi publicado no jornal “Tribuna Feirense”, edição desta quarta-feira, 7.
07/02/07 20:04:20
Colégio Helyos eleva Feira de Santana
Em oitavo lugar, com média 70,19 das provas objetiva e de redação, o Colégio Helyos, em Feira de Santana, está entre as 20 escolas do país com melhores classificações no Enem 2006, segundo dados divulgados pelo Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta quarta-feira, 7.
Do Nordeste, além do Helyos, apenas o Instituto Dom Barreto, de Teresina-PI, em primeiro lugar, com 74,17; Colégio de Aplicação do CE da Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe), no Recife, em 12º lugar, esta uma das três da rede pública entre as 20 melhores classificadas; e Colégio Equipe, também no Recife, em vigésimo, com média 69,12.
Realmente, o Colégio Helyos é uma referência em educação. A posição conquistada eleva Feira de Santana.
07/02/07 01:35:52
Dize-me com quem andas, dir-te-ei quem és
Agora integrante do PMDB, o deputado federal Colbert Martins Filho tem a companhia no partido de nomes como: Renan Calheiros, José Sarney, Orestes Quércia, Anthony Garotinho, Helio Costa, Moreira Franco, Geddel Vieira Lima, Jader Barbalho, Itamar Franco, Michel Temer, Eliseu Padilha, Anthony Garotinho, Roberto Requião, Newton Cardoso, Ney Suassuna, Moreira Franco, Genebaldo Correa, Luciano Santos, Clailton Mascarenhas, Germano Correia, entre outros.
07/02/07 00:52:13
Nada
Uma semana depois, a adesão do deputado federal Colbert Martins Filho, ex-PPS ao PMDB, não foi motivo de uma linha nos sites do partido.
07/02/07 00:42:58
Por que?
Os deputados estaduais petistas Yulo Oiticica e Zé das Virgens prestigiaram a posse, na terça-feira, 6, do ex-deputado Walmir Mota como diretor da Fundação de Apoio do Menor e do Adolescente (Fundac). Nem José Neto (PT) nem o deputado federal Colbert Martins Filho (PMDB) deram as caras.
06/02/07 22:10:05
A bússola e a biruta
Por Percival Puggina, em 5 de fevereiro de 2007, no site “Midia Sem Máscara” (www.midiasemmascara.org).
Freqüentemente se ouve que a Igreja perde fiéis por não se adequar às tendências da modernidade: é contra o divórcio, contra o aborto, contra o casamento de homossexuais, condiciona o exercício do sacerdócio ao celibato, não ordena mulheres, se opõe a diversas práticas de controle da natalidade e por aí afora.
Fico imaginando o pleno atendimento dessas reivindicações: a Igreja reinstituindo a carta de divórcio (explicitamente abolida por Jesus, num visível erro de apreciação), aconselhando as mães a abortar e os médicos a aprimorarem as técnicas de aborto, as igrejas celebrando casamentos entre homens, entre mulheres, bem como outras uniões extravagantes que se sabe existir por aí, sacerdotes e sacerdotisas distribuindo “camisinhas” nas missas dos jovens, e por aí afora.
Chocante? Ridículo? Por quê? Não é exatamente o que parecem desejar que a Igreja faça para adequar-se aos ventos da opinião pública e da permissiva cultura contemporânea? Quantos cristãos parecem crer que, de fato, a Igreja “precisa atualizar-se” nestas coisas?
Existe nos aeroportos um instrumento colocado próximo à pista, formado por uma haste metálica na qual é fixado um tubo de pano. É chamado “biruta” e serve para sinalizar o sentido e a direção dos ventos de superfície. Em todas as aeronaves existe também um outro aparelho, chamado bússola, que sinaliza o norte magnético e é um dos mais antigos e utilizados instrumentos para orientação de navegadores em terra, mar e ar.
Felizmente, a Igreja não comete a insensatez de confundir a “biruta” com a bússola porque se assim procedesse acabaria tão extraviada quanto ficaria o piloto que olhando para o tubo de pano junto à pista do aeroporto, confundisse aquilo com uma bússola e seguisse o vento, pensando tomar o rumo do norte. Não! A Igreja e o Cristianismo cumprem através da história esse papel de bússola, indicando firmemente o norte apesar dos ventos da superfície, aos quais conhece, mas aos quais não segue. Ao agir assim, procede como Cristo, que denunciou os padrões de conduta de seus contemporâneos.
E foi à cruz por causa disso! Não tivesse agido assim teria conseguido mais seguidores em seu tempo, mas ninguém o seguiria hoje. E nenhum seguidor de Cristo pode deixar de ser sinal de contradição. A Igreja não é a bússola e não é o Norte. Ela é apenas a agulha imantada pelo Norte da Revelação, que de Deus recebeu e que não pode deslocar ou recondicionar.
06/02/07 21:45:43
Derrota minimizada
Bastou a Seleção Brasileira perder (tomou 2 a 0 de Portugal, nesta terça-feira, 6) para a mídia esportiva considerar que o jogo amistoso não valia nada. Pois é. Antes, enchiam a bola de Dunga pela invencibilidade à frente do time. O certo é que a seleção de Luiz Felipe Scolari dominou o jogo e no segundo tempo o Brasil não deu um único chute a gol.
06/02/07 21:42:43
Deu na “Folha de S. Paulo”, de segunda-feira, 5:
Gastos com cartão corporativo cresceram 52,2%
Os gastos do governo Lula por meio de cartões corporativos cresceram 52,2% no ano passado em comparação a 2005. Passaram de R$ 21 milhões para R$ 33 milhões. O grosso dos gastos sigilosos com cartões está na Abin (Agência de Inteligência), com R$ 5,5 milhões, e na Presidência da República, com R$ 4,8 milhões. Cerca de 96% de todos os gastos com cartão sob responsabilidade da Presidência (secretaria administrativa e Abin) estão cobertos pelo sigilo.Cartões corporativos são usados para pequenos gastos emergenciais e acabaram virando alvo de críticas do TCU (Tribunal de Contas da União) pela falta de transparência. A Presidência lidera em gastos gerais desse tipo (sigilosos ou não), com R$ 10,8 milhões, 32,7% do total da máquina, mas o maior crescimento ocorreu no Ministério do Planejamento -de R$ 271 mil, em 2005, para R$ 4,5 milhões em 2006. No Ministério da Educação, principalmente por conta da Universidade de Brasília, os gastos desse tipo subiram 190%.
06/02/07 21:41:33
Deu no blog de Reinaldo Azevedo
A Bíblia já prevê o aquecimento global. Mas salva os “serezumanos” bacanas, é claro.
Uma boa teoria escatológica merece uma profecia à altura. É o que eu sempre digo. O que falta ao mundo? Cultura religiosa. Não, não estou fazendo proselitismo. Crer não é para qualquer um. Só para quem consegue. Refiro-me à religião como um conhecimento, uma fonte de metáforas, o deslindamento de uma forma de pensar. Noto, em relação ao aquecimento global, uma coisa curiosa. A exemplo do Apocalipse, o Livro, parece que, se você acreditar nele, será salvo, assim como foram salvos da destruição os crentes. Abaixo, publico um trecho do texto de São João. Está tudo ali. Os ecologistas perdem tempo. É claro que é uma metáfora da poluição e da destruição do planeta pelo “serumano”, esse piolho nojento das esferas.
Leiam:
”E depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar,
Dizendo: “Näo danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus.”
(...)
E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. (...) E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocá-las. E o primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra, que foi queimada na sua terça parte; queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada. E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar. E morreu a terça parte das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a terça parte das naus. E o terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas. E o nome da estrela era Absinto, e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas. E o quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas; para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente a noite. E olhei, e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: “Ai! ai! ai! dos que habitam sobre a terra! por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que häo de ainda tocar. (...)”.
E, agora, leitor, a pior de todas as predições: “E naqueles dias os homens buscaräo a morte, e näo a acharäo; e desejaräo morrer, e a morte fugirá deles.” Já imaginaram? A terra quente como o inferno, sem ar condicionado. E você condenado a viver.
06/02/07 20:46:10
Ranking
O aumento do número de filmes brasileiros não se traduziu em uma demanda do público aos cinemas. A maioria dos filmes nacionais ficou abaixo de 100 mil espectadores, segundo análise do ranking de 2006, feito pela Filme B.
06/02/07 18:07:21
Nada mais
O que coube a Feira de Santana no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), o pacote de Lula em seu segundo governo, foi apenas uma obra já prevista anteriormente: a recuperação da rodovia BR-324, a Feira-Salvador, através de Parcerias Público-Privada (PPP). Nada mais. Nada além do que uma ilusão.
06/02/07 18:06:30
Parque da Cidade
Feira de Santana está ganhando seu primeiro parque. No espaço público são encontradas atrações que proporcionam atividades de lazer e momentos de descontração junto à natureza. Com amplo espaço e estrategicamente fora da zona urbana central, o Parque da Cidade, que leva o nome de Frei José Monteiro, conta com equipamentos de diversão, cuidando da preservação de ecossistemas originais com a valorização da flora e fauna. São ciclovias, pista de Cooper, lago artificial com pedalinhos, campo de futebol, quadra poliesportiva, área de shows, quiosques. Com certeza vai ser coqueluche. Ponto para o governo do prefeito José Ronaldo de Carvalho.
06/02/07 18:06:00
Feira elevada
Não faltam razões para a elevação de Feira de Santana, num momento em que muitos tentam voltar a puxar a cidade para baixo. Lembrar que ela foi - ainda é - fonte de inspiração para artistas.
Feira de Godofredo Filho e suas poesias. Feira de Georgina Erissman e seu belo hino. Feira de Olney São Paulo e filmes como “Manhã Cinzenta” e “O Grito da Terra”. Feira de Raimundo de Oliveira, Carlo Barbosa e Pedro Roberto e suas pinturas que correm mundo. Feira que dançou com Ângela Oliveira. Feira de Fernando Ramos e seus romances. Feira de Moniz Sodré e seus estudos comunicacionais.
06/02/07 13:49:41
Aridez cultural aonde?
Por Dimas Oliveira
Nunca se praticou tanto inclusão cultural em Feira de Santana como no governo do prefeito José Ronaldo de Carvalho. Teatro, música, artes plásticas, dança, cinema, arte popular, artesanato. Todas manifestações artísticas e culturais, populares ou não, têm vez nos espaços culturais existentes.
Não se pode dizer que existe aridez cultural nesta cidade. São seis anos realizando ações e promoções artísticas em todas as áreas, com programas permanentes como o “Arte de Viver”, que atinge a população carente com oficinas diversificadas, incentivando o fazer artístico de forma acessível, descobrindo e oportunizando novos talentos; festival de música “Vozes da Terra”, inclusive com lançamento de CDs, projeto “O Teatro Vai aos Bairros”, formando público, principalmente; projeto “Natal na Praça”, projeto “Canteiros Musicais”.
Existe política cultural em Feira pela expressa determinação do prefeito José Ronaldo, ampliada com a implantação da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa, que há sete meses tem cumprido a finalidade de planejar e executar atividades que visem o desenvolvimento artístico e cultural, com todos segmentos sendo valorizados. Também, projetos de resgate da memória histórica de Feira de Santana.
A Biblioteca Municipal Arnold Silva tem sido motivo de incentivo, com ampliação de acervo, projeto de informatização, e local de atividades culturais. Foi implantada em Maria Quitéria, a Biblioteca Municipal Professora Raquel de Freitas Araújo. O Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira tem sido local freqüente de exposições de artes plásticas e fotografias, lançamentos de livros, encontros, exibição de filmes, palestras. Seus dez anos de atividades foram comemorados de forma bastante significativa.
O Centro de Cultura Maestro Miro recebeu adequações estruturais e seus espaços - teatro, foyer, galeria, salas de aula para oficinas, infocentro -, já estão em plena atividade.
Além de projetos próprios, apoio e parcerias aos mais diversos eventos e manifestações culturais, como apresentação em praça pública de Balé do Teatro Castro Alves, Balé da Amazônia, Orquestra Sinfônica da Bahia, filarmônicas locais e de outras cidades, entre mais ações.
Para completar, a conquista do projeto do Teatro e Centro de Convenções, que está sendo construído pelo Governo do Estado. Não é pouca coisa.
A política cultural do Governo Municipal é até anunciada nos meios de comunicação social, com peças promocionais em jornais, emissoras de rádio e televisão, outdoors, dando a contrapartida necessária.
Naturalmente que, pode existir pessoas ou grupos insatisfeitos com a política cultural praticada desde 2001 e que, pelo menos, vai até o final de 2008. Mesmo assim, não se pode afirmar, com tantas ações positivas e outras tantas nem referidas, que existe aridez cultural em Feira de Santana.
05/02/07 12:35:02
Desculpas
Estão aparecendo uma série de desculpas, esfarrapadas, para justificar a derrota do PT e do governo Wagner na eleição da União dos Municípios da Bahia (UPB). A mais recente saiu publicada nesta segunda-feira, 5, no jornal “Tribuna da Bahia”, em sua coluna “Raio Laser”, afirmando que a aproximação de Carlos Brasileiro, prefeito de Senhor do Bonfim, com o ex-deputado federal Josias Gomes (PT), acusado de ser mensaleiro, custou a falta de apoio do governo à campanha.
04/02/07 18:57:08
Trailer de “Turistas”
Já está passando o trailer de “Turistas”, no Orient Cineplace. Trata-se de um filme trash americano que coloca o Brasil como um lugar de mulheres perfeitas, paisagens deslumbrantes e libertinagem.
Na narrativa, seis turistas acabam nas mãos de um traficante de órgãos e são drogados e assaltados.
Prepostos do governo tentaram impedir a exibição do filme preocupados com a imagem do país, criando uma polêmica desnecessária e que deverá levar o público brasileiro aos cinemas, pois polêmica é a melhor publicidade para um filme.
O certo é que o próprio cinema brasileiro esculhamba o país, com filmes como “Cidade de Deus”, “Cidade Baixa”, “Carandiru” e tantos outros, até patrocinados por estatais e premiados em festivais.
“Turistas” não é filme para ser levado a sério, pois deve ser ruim de doer. A crítica americana o execrou. Na estréia, em dezembro, arrecadou tão-somente 3,5 milhões de dólares.
04/02/07 16:29:42
Sobre o CinemaScope
Por Dimas Oliveira
O primeiro filme visto em Feira de Santana no então revolucionária tecnologia foi “Trapézio” (Trapeze), de Carol Reed, 1956, com Burt Lancaster, Tony Curtis e Gina Lollobrigida. O Cine Íris foi reformado para instalar a tela grande em sua sala. Corria o ano de 1957. Foi há 54 anos, em 1953, que a 20th Century Fox, lançou o processo CinemaScope (lente anamórfica) com “O Manto Sagrado” (The Robe), de Henry Koster, com Richard Burton, Jean Simmons e Victor Mature. O cinema era retangular e espetacular.
Nos anos 1950, a televisão começava a ocupar deu lugar nos EUA. Assim, o cinema foi sacrificado. Naquele tempo, o cinema era quase quadrado, com a proporção de 1 metro por 1,33 da tevê. O enquadramento de rosto fica perfeito, ou de um personagem do torso para cima.
Então, nesse mesmo período, os estúdios de Hollywood precisavam transformar cinema em espetáculo para trazer de volta o público às salas. Em 1952, veio o Cinerama, que resolvia o problema da tela larga mas era tecnicamente caro e complicado. No ano seguinte, houve a corrida pelo CinemaScope.
Henry Chrétien, ótico francês, tinha nas mãos uma lente que fazia tela larga em câmera comum das que todos já tinham. Os executivos da Fox chegaram em seu escritório antes dos da Warner e, de lá, saíram com um contrato de licença da patente mais suas lentes que foram direto para testes nos estúdios onde já se rodava o “Manto Sagrado”. Era a lente anamórfica, que distorcia a imagem no filme de 1 por 1,33. Na hora de projetar o filme, uma lente com o efeito contrário alargava e o 1,33 dobrava em comprimento: 2,66 para cada 1 de altura.
Por uma série de questões técnicas, os filmes anamórficos hoje são menos compridos, 1 por 2,35. Continua um formato. Com o surgimento do videocassete, institucionalizou-se a política já adotada pelas redes de televisão de cortar os filmes widescreen pelos lados para que encaixasse no quadrado da telinha. Se no filme comum já se perde, num filme anamórfico joga-se fora, principalmente nos filmes mais antigos, metade da tela.
Quando é bem feito este corte, a cada quadro seleciona-se que trecho há de aparecer. Em muitos casos, corta-se sempre o quadro do meio e pronto – assim, às vezes, aparecem só os narizes de dois atores que conversam. Em alguns casos, como no clássico “A Leste do Éden”, de Elia Kazan, incluiu-se minutos a mais no filme para que algumas cenas onde havia ação nos dois cantos da tela aparecessem duas vezes. Primeiro um lado, depois o outro.
No tempo do DVD a cultura vai mudando. Não é regra, principalmente no Brasil. Nos EUA, em que o mercado é maior, é comum que alguns filmes sejam lançados em duas versões – uma com as faixas pretas em cima e embaixo que preservam tudo que o fotógrafo viu, outra cortada. No Brasil é meio caótico, não há critério. Às vezes, um filme de ação comum para o público geral pode ser lançado em widescreen.
Mas envelheceu bem o CinemaScope e, na sala escura, continua a proporcionar grandes espetáculos. Pena que salas grandes, daquelas onde a tela envolve o público, já não existam mais.
CinemaScope era o sistema de filmagem em 35mm e projeção panorâmica, baseada em lente anamórfica criada pelo professor e astrônomo francês Henri Chrétien (1879-1956). O procedimento foi adquirido em 1952 pela 20th Century Fox e logo explorado comercialmente, sendo o primeiro filme do sistema “O Manto Sagrado”.
O sistema anamórfico consistia que na filmagem as imagens eram comprimidas para reintegra-la no momento da projeção com proporções normais
04/02/07 16:27:36
Quando o lazer é incomodado
Por Dimas Oliveira (publicado originalmente no jornal “Folha do Estado”)
Continuam sendo freqüentes as reclamações de grande parte do público contra o comportamento inadequado e mal-educado de freqüentadores, de todas as idades e de ambos os sexos, das salas do Orient Cineplace, o Multiplex do Iguatemi. Detalhe é que não é só em Feira de Santana que o fato ocorre. As reclamações existem em Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, em qualquer grande cidade ou capital brasileira.
São atitudes grosseiras e exibicionistas que incomodam e irritam a quem vai ao cinema para ver filmes, a exemplo de ligações telefônicas em celulares, conversas durante a exibição, gritos histéricos, trinados de relógios, embrulhos e sacolas de compras que fazem barulho quando colocados no colo, pipocas jogadas em que está na frente até em sacos, piadinhas de mau gosto, entrada atrasada desviando a atenção, assim como saída antecipada, e colocação de pés descalços ou calçados nas poltronas. E o espectador que com a sala com vários lugares vazios senta bem na sua frente? Os incômodos de quem vai ao cinema em certas sessões são inúmeros. Não dá para dizer: os incomodados que se mudem.
Ver filmes é entretenimento e não somente isso. É prazer estético e reflexão, onde é necessário silêncio e concentração no escurinho do cinema para ver o que se passa na tela com intensidade. O incômodo não é só provocado somente por adolescentes rebeldes, mas também por adultos baderneiros, principalmente quando estão em grupo. Eles vão ao cinema para praticar desordens, falar besteiras e descarregar frustrações no resto da platéia, que se torna uma vítima.
Tem gente que reclama ainda do consumo de pipoca e de refrigerantes na sala de cinema. Mas a maior parte do público acha a pipoca fundamental no ato de assistir filmes e nenhuma empresa vai dispensar uma fonte de lucro como essa.
Os funcionários do cinema não têm como agir em situações comportamentais que são criadas dentro das salas. Quando interferem provocam reações agressivas daqueles que não aceitam serem chamados à atenção. Além de incomodar os vizinhos durante a sessão, os mal educados e caras-de-pau chegam a destratar funcionários, uma atitude arrogante, pois geralmente são pessoas mais simples que estão no serviço. Antigamente, os chamados lanterninhas dos cinemas eram respeitados. Retiravam os que praticavam molecagem da sala, sem precisar de ajuda policial.
É que atualmente quase todo mundo se acha no direito de agir como lhe convém, mesmo ferindo o direito alheio. Na bilheteria, não se pergunta se o cidadão (?) vai se comportar bem na sessão. A questão é mesmo de educação doméstica. Mas isso não é mais cultivado nestes tempos pós-modernos, onde tudo é permitido, não é mesmo?
Outro dia, antes do filme terminar uma espectadora (sim, uma senhora) levantou e ficou parada na frente de quem estava atrás. Quando ouviu a reclamação, ficou irritada e quase parte para a briga, ameaçando com xingamentos e desaforos o queixoso, que apenas queria ver as imagens em movimento na tela. Numa sessão noturna da estréia, outro exemplo, houve uma verdadeira guerra de pipoca entre um bando de moleques. Tem outro nome?
E as pessoas que atendem e ligam de celulares com a maior desfaçatez e cara-de-pau, mantendo conversação durante o filme? Tem coisa mais tosca que essa? Quem se comporta assim devia ficar em casa ou ir extravasar em estádio de futebol.
04/02/07 16:26:43
Dois filmes que acusam a Igreja Católica
Por Dimas Oliveira
Inspirado em fatos reais, “Em Nome de Deus” (The Magdalene Sisters), de Peter Mullan, visto em DVD, é um filme que traz uma acusação direta contra a Igreja Católica na Irlanda, sem ser exagerada, muito menos gratuita.
O drama foca três casos documentados de internas em uma instituição de caridade dirigida por freiras, em Dublin. Uma foi estuprada pelo primeiro namorado; outra teve um filho bastardo que teve que dar para adoção; e a terceira era criada num orfanato e a direção achou que ela tinha vocação para prostituta. Ou seja, todas elas eram inocentes.
Consideradas como pecadoras, elas são internadas num convento como escravas, trabalhando sem receber nada, sem poder conversar, quanto mais sair, sofrendo abusos e crueldades, sendo açoitadas e forçadas a viver muito tempo sem esperança de liberdade.
Sobre seu filme, Peter Mulan afirmou que “só queria expor uma das maiores injustiças da segunda metade do século XX”. Realização de 2002, o filme ganhou em setembro daquele ano o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza. Não foi exibido nos cinemas em Feira de Santana.
Outro filme visto em DVD que coloca em cheque a Igreja Católica é “Amém” (Amen), de Costa-Gavras, que trata da responsabilidade do Vaticano devido à sua passividade durante o genocídio dos judeus pelos nazistas. Costa-Gavras disse que “a Igreja aceitou que a cruz convivesse durante mais de dez anos com o sistema nazista”.
O cartaz do filme já é provocador: uma cruz prolongada em três de seus braços pelo de uma cruz gemada, formando a suástica, que é símbolo do nazismo.
A Igreja Católica até que tentou se defender da polêmica questão de seus vínculos com o Terceiro Reich, mas, como exemplo, o Vaticano só aprovou o Estado de Israel em 1993, quase 50 anos depois que foi formado.
Durante a Segunda Guerra Mundial, um químico e oficial alemão cria um produto para tornar mais eficiente a limpeza de tanques. Sua invenção se transforma e começa a ser utilizada para matar judeus nos campos de concentração. Horrorizado, Gerstein (Ulrich Tukur) procura a ajuda de um jovem jesuíta, Ricardo (Mathieu Kassovitz). Ele decide ir até o Vaticano pedir que o papa Pio XII (Marcel Iures) faça uma denúncia contra esses crimes, para tentar parar o genocídio dos judeus.
“Amém” mostra a indiferença de todos aqueles que preferiram se omitir, mesmo sabendo o que estava acontecendo.
04/02/07 14:37:18
Holocausto não deve
ser apagado da memória
Os adeptos da pós-modernidade que defendem um bárbaro tirano como Saddam Hussein e condenam a ação de George W. Bush lembram do Holocausto, período doloroso da História, quando os nazistas perseguiam os judeus? Eles deveriam assistir ao filme “O Pianista” - disponível em DVD -, que é uma verdadeira aula de História. E bem didática. A realidade histórica precisa ser mais conhecida, não pode ser deixada para trás. Mas, ao contrário, eles mantém posição de ignomínia do anti-semitismo e querendo apagar o Holocausto da memória. É tempo de lembrar e se informar sobre o Holocausto – quando seis milhões de judeus foram exterminados. Sobre a guerra em curso no Iraque é a Palavra de Deus sendo cumprida. Israel é o alvo. É o início do fim, que está próximo. Jesus está voltando.
Os fatos mostrados no filme são reais. O próprio diretor do filme, Roman Polanski, viveu experiências semelhantes às contadas e testemunhadas pelo pianista Wladyslaw Szpillman (1911-2000) em seu livro autobiográfico, escrito em 1946, mas publicado na íntegra somente no início dos anos 90, que serviu de ponto de partida para o roteiro.
O filme não tem metáforas nem alegorias. Entre 1939 e 1945, durante a 2ª Guerra Mundial, 360 mil judeus poloneses sofreram todas as privações, humilhações e violências, durante a ocupação nazista em Varsóvia. Os judeus sofreram restrições,degradações e abusos e foram confinados por muros em guetos, antes de serem deportados para campos de concentração, onde eram exterminados.
Além de ser uma aula de História, “O Pianista” também é uma aula de cinema. No meio de um cenário de tanto horror e dor, o belo com a música – a execução da “Balada Nº 1 em Sol Menor, Opus 23”. O frágil personagem busca sobreviver, salva-se da deportação e de várias situações por uma série de coincidências, tenta participar da resistência, e escondido nos escombros – vivendo como um rato - observa o desenrolar da guerra. No final, a redenção, a vitória do ser humano.
A humanidade e sua maldade, barbárie, crueldade, sordidez, indiferença e solidariedade, está retratada secamente em “O Pianista”. É muita dor e sem anestesia. Chega a ser assustador.
As recordações não são agradáveis, mas o Holocausto não é para ser esquecido!
O filme recebeu a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Vencedor de sete Les César des Arts et Techniques du Cinema 2003, incluindo Melhor Filme, Diretor e Ator. Recebeu dois prêmios, melhor filme e ator, da British Academy of Film and Television Arts Award (Bafta) na mesma categoria. Das sete indicações ao Oscar – Melhor Filme, Diretor, Ator (Adrien Brody), Roteiro Adaptado (Ronald Harwood, Roman Polanski e Wladyslaw Szpilman), Fotografia (Pawel Edelman) Montagem (Hervé de Luze) e Figurino (Anna Sheppard). Teve duas indicações – Filme e Ator - ao Globo de Ouro.
04/02/07 01:06:14
No rádio
Sem estardalhaço, o ex-prefeito de Salvador e candidato derrotado ao Senado, Antônio Imbassahy (PSDB), está fazendo curso de radialismo do Sindicato dos Trabalhadores em Radiodifusão e Publicidade de Feira de Santana em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Ele já tem até convite para fazer comentários em programa local de rádio.
03/02/07 20:37:25
Carpe diem
A vida é breve. É preciso aproveitar cada momento. Depois, para quem tem a salvação, a vida eterna.
03/02/07 20:37:01
Medida
Quem rouba pouco, em geral, é porque não conseguiu roubar muito. Podendo, passará do tostão ao milhão. Quem rouba um ovo, rouba um boi. Ladrão é para estar na cadeia.
03/02/07 20:36:40
Sinistra
A esquerda brasileira, como o significado da palavra (sinistra), tem conotação apropriada.
03/02/07 20:36:09
Com água na boca
O título é de chanchada dos anos 50. Mas serve bem para o momento atual de petistas e aliados, sequiosos pelos cargos estaduais disponíveis.
03/02/07 20:35:47
Provérbio
Dize-me com quem andas, dir-te-ei quem és. Como o ditado popular mostra, um homem pode ser julgado pelo conjunto de suas relações sociais ou de suas companhias.
03/02/07 20:35:23
Tempo de traição
Uns traem a troco de cargos, proveitos pessoais e outras vantagens imediatas ou não. Outros, gratuitamente, pelo simples prazer ou vocação de trair. São políticos de todos os níveis.
03/02/07 17:45:09
Festa não deve voltar
No ocaso de seu segundo governo, em 1988, o prefeito José Falcão, que já havia acabado com a feira-livre, acabou com a Festa de Santana, em seu lado profano. Ele atendeu aos apelos do então bispo da cidade, dom Silvério de Albuquerque, que reclamava da bandalheira na porta da igreja e de sua casa.
Agora, quase 20 anos depois, quando ninguém mais lembra do festejo, o vereador Renildo Brito está com proposta de que se volte a realizar o evento.
A festa não deve voltar. Quando existia, tudo nela era permitido, pela ausência de repressão e censura. Nos anos 80, a festa perdeu todo seu aspecto lúdico e passou a ser sinônimo de: confusão e desordem, de libidinagem e sensualidade, de prostituição, de bebedeira, de violência, de tráfico e consumo de drogas, e de doenças, principalmente as sexualmente transmissíveis.
Assim, a festa causava danos morais e prejuízos, pois fechava avenidas, ruas e praças, dificultando o direito de ir e vir das pessoas, além de perturbar moradores em zona residencial.
03/02/07 17:44:13
“Mão Única Para o Céu”
Produzido, escrito, dirigido e interpretado por Robert Duvall, o filme “O Apóstolo”, 1997, revisto em DVD, proporciona uma jornada aos mistérios da fé.
O personagem, Euliss “Sonny” Dewey, é um pastor pentecostal do Texas que aquieta as almas dos outros mas é incapaz de fazer o mesmo com a sua própria. Carismático (de carisma, não do movimento católico que imita evangélicos), sua energia envolve a todos. Casado, pai de dois filhos, dedica pouco tempo à família.
Ao descobrir que sua mulher o trai com um pastor mais jovem e faz intriga com os membros da igreja levando-o a perder seu rebanho, ele fica descontrolado e acaba por cometer um crime, sendo obrigado a fugir da polícia, deixando tudo para trás, até sua mãe doente.
Arrependido, vai para o interior da Lousianna tentar recomeçar a vida. Com sua fé em Deus renovada, assume nova identidade e com a ajuda de um reverendo aposentado reconstrói uma pequena igreja em uma comunidade negra, denominando-a de “One Way Road To Heaven” (“Mão Única Para o Céu”).
Robert Duvall dá uma conotação naturalista e semidocumental ao seu filme, o que torna “O Apóstolo” realista e digno de ser visto. No filme, tem até pregação em tempo real. Tem uma narrativa de luxúria, obsessão e vingança, mas principalmente de fé e redenção de um homem, que é falível, pecador, atormentado pelo lado obscuro do desejo e da fúria, que comete um crime de paixão, mas que tem a iluminação de Deus para levar a Sua Palavra.
A redenção do personagem se dá com a nova missão e a busca do caminho da salvação. Enquanto espera a inevitável chegada da lei, ele canta, dança e prega (“saia da frente lua, saiam da frente estrelas, que vamos subir direto para Jesus”), além de rever os princípios da fé.
03/02/07 14:02:42
Reconhecimento
O governador Jaques Wagner (PT) reconheceu durante a inauguração da Bridgestone Firestone, em Camaçari, na sexta-feira, 2, o esforço do ex-governador Paulo Souto (PFL) na atração do investimento da indústria para a Bahia.
Na próxima sexta-feira, dia 9, em Feira de Santana, ele deverá repetir o reconhecimento a Paulo Souto pela captação da Nestlé para o parque industrial de Feira de Santana. É louvável o comportamento do atual governador em fazer referência ao seu antecessor.
03/02/07 14:01:47
Reeleição
Tem muitos deputados da base aliada do governo pensando em apresentar emenda constitucional que permita ao presidente Lula concorrer à reeleição em 2010. O modelo Hugo Chávez contamina a esquerda brasileira.
03/02/07 14:00:51
Articulador
O médico baiano Candido Vaccarezza, eleito deputado federal de São Paulo pelo PT, tem laços com Feira de Santana, onde vivem familiares. Nesses dias, foi destacado na mídia por ter sido um dos principais articuladores da candidatura do colega Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara dos deputados. Segundo a coluna “Painel”, na “Folha de S. Paulo” ganhou até o apelido de “Toureza”, em referência “à força que demonstrou logo na estréia”. Na coluna de Tereza Cruvinel, em “O Globo”, nota afirmando que “quem se destacou como articulador da candidatura de Arlindo Chinaglia foi o estreante Candido Vaccarezza”.
Noticiário completamente diferente de quando era acusado de ser funcionário fantasma na Câmara Municipal de São Paulo, como saiu publicado na revista “Veja”, edição de 8 de janeiro de 1997.
02/02/07 23:15:41
Mão à palmatória
Às 11h56 postamos nota com o título “Ação ignorada”, criticando que a Agecom não havia registrado a visita à Feira de Santana do secretário Ildes Ferreira, da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Só que às 12h40 foi publicada matéria sobre a visita, “Secretário apresenta projetos de CT&I para empresários de Feira de Santana”.
Apressado come cru, diz o ditado. Este blog dá a mão à palmatória.
02/02/07 23:15:01
Solange Farkas dirige Museu de Arte Moderna da Bahia
(Da Agecom)
“Pioneira no mapeamento da produção de arte eletrônica no Brasil, diretora e curadora do Festival Internacional de Arte Eletrônica e uma ativa articuladora das artes no circuito mundial, Solange Farkas é a nova diretora do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM).
“Trazer para o MAM a curadora internacional de arte eletrônica tem o propósito de ampliar o diálogo da arte da Bahia com o mundo, não só abrigando grandes exposições, mas também promovendo o intercâmbio de artistas e saberes”, afirmou o secretário da Cultura, Márcio Meirelles. Ele ressaltou que Solange Farkas tem muito a contribuir para as artes com sua experiência com a arte tecnológica, onde até o celular é um audiovisual.
“Assumir esse desafio tem a ver com voltar às raízes, mas com o olhar dirigido para o futuro”, disse Solange Farkas, assumindo o compromisso de olhar apara s práticas artísticas contemporâneas, às quais está especialmente ligada, mas respeitando as tradições. “Vamos lidar com o histórico na contemporaneidade. É o momento de conectar a Bahia com outras expressões e entrar no circuito contemporâneo internacional, que é muito colaborativo, principalmente com a troca de experiências entre os artistas”, disse.
Natural de Feira de Santana, Solange Farkas conduz a Associação Cultural Videobrasil, que abriga um acervo de aproximadamente três mil títulos, englobando uma significativa produção de vídeos experimentais no Brasil e na América Latina. Tem participado do circuito de festivais e mostras internacionais de arte eletrônica como curadora e jurada. É membro permanente do conselho para o programa de atividade do Prince Claus Fund (Amsterdã, Holanda), do conselho curatorial do Centro Cultural São Paulo e do conselho editorial da revista “Tela Viva”.
O anúncio da nova diretora aconteceu em reunião nesta sexta-feira, 2, na sede da Secretaria da Cultura, com as presenças do diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), Frederico Mendonça, e das dirigentes dos museus Abelardo Rodrigues, Wanderley Pinho, Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica, Tempostal e Coleção de Arte Popular”.
Ao contrário do que diz a matéria, Solange Farkas não é feirense. Ela é natural de Mundo Novo, onde nasceu em 1955. É casada com o fotógrafo de cinema Pedro Farkas, com quem tem três filhas. Ela começou sua trajetória atuando como jornalista cultural dos principais jornais baianos e editando a revista de fotografia “Fotóptica”.
02/02/07 22:34:00
Deu no Blog Reinaldo Azevedo:
Iluminismo antiiluminação
Os franceses são mesmo encantadores... Decidiram fazer o maior sacrifício de que são capazes contra o aquecimento global: apagar a Torre Eiffel por cinco minutos. O capitalismo tremeu nas bases. Imagino a humilhação de Bush, o ogro do Protocolo de Kyoto, quando ficou sabendo de tamanha doação dos franceses à causa.
Sexta-feira, 2
02/02/07 22:12:23
Aviso aos navegantes
Os comentários postados neste blog serão selecionados para publicação de acordo com critérios. Serão desconsideradas as mensagens ofensivas, anônimas, que contenham termos de baixo calão, e aquelas cujos autores não possam ser contatados por terem fornecido e-mails falsos.
02/02/07 22:11:55
Seis deputados deixam PPS para aderir ao Governo Lula
Cedendo a forte pressão que o governo vem fazendo junto aos parlamentares, seis deputados federais eleitos pelo PPS deixaram a bancada do partido para se filiar a partidos da base do presidente Lula. Comunicaram a decisão à direção nacional do PPS os deputados Homero Pereira (MT), Lucenira Pimentel (AP), Raimundo Veloso (BA), Colbert Martins (BA), Ratinho Júnior (PR) e Neilton Mulin (RJ).
A direção da partido lamenta a decisão dos parlamentares e comunica que já acatou os pedidos de desfiliação.
Assim o site do PPS (www.pps.org.br) noticiou a saída dos seis parlamentares, em sua edição de quarta-feira, 31.
O site do PMDB Nacional (www.pmdb.org.ba) não fez nenhuma referência à chegada de Colbert Martins Filho. Muito menos o site do PMDB da Bahia (www.pmdb-ba.com.br).
02/02/07 20:15:08
Lançamento
“E a História Continua...”, livro de autoria da escritora Lélia Vitor Fernandes de Oliveira, será lançado no dia 26 de fevereiro, às 20 horas, no Museu de Arte Contemporânea.
02/02/07 20:14:45
Adesistas
Os deputados estaduais Emério Resedá, Paulo Câmera e Reinaldo Braga, que eram do PFL, mais Fernando Torres e Maria Luiza Láudano são os que aderiram ao governo Jaques Wagner. Na linguagem petista, estão agregando valor e não praticando fisiologismo.
02/02/07 20:12:04
Desinformação
O primeiro Teatro Margarida Ribeiro, na rua Carlos Gomes, em imóvel onde antes funcionou um beliche, foi feito às pressas pelo então prefeito João Durval Carneiro, em 1971. A inauguração foi com a peça “Cleóputo”, de Antônio Miranda.
Artigo publicado no jornal “Tribuna Feirense”, edição desta sexta-feira, uma desinformação. A de que foi José Falcão o autor da ação pela cultura. É preciso mais cuidado com o que se escreve.
02/02/07 12:31:48
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTOS
O MAR NÃO ESTÁ PRA PEIXE (Shark Bait), de Howard E. Baker e John Fox, 2006. Animação. Pequeno peixe órfão sai pelo mar em busca de familiares e acaba se apaixonando por uma linda e desejada peixinha. O problema é que um perigoso tubarão também está de olho nela. Assim, o peixinho vai arriscar sua vida para ficar com a amada. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 108 minutos. Horários: 14h20, 16h30 e 18h45. Sala 2 (160 lugares).
MAIS ESTRANHO QUE A FICÇÃO (Stranger Than Fiction), de Marc Forster, 2006. Com Will Ferrell, Emma Thompson, Maggie Gyllenhaal e Dustin Hoffman. Comédia dramática. De repente, homem passa a ouvir uma voz feminina que narra seus pensamentos e emoções. Ele acaba descobrindo que é o personagem de um romance que está sendo escrito por uma autora inglesa. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 113 minutos. Horário: 21 horas. Sala 2.
CONTINUAÇÕES
UMA NOITE NO MUSEU (Night at the Museum), de Shawn Levy, 2006. Com Ben Stiller, Robin Williams, Dick Van Dyck, Owen Wilson e Mickey Rooney. Aventura e comédia. Larry Daley é um homem de bom coração, que trabalha como segurança noturno em um museu de história natural. Num de seus turnos coisas estranhas começam a acontecer: esqueletos de dinossauros e estátuas de cera começam a ganhar vida. Em meio ao caos instalado, a única pessoa que pode ajuda-lo é a estátua de cera de Theodore Roosevelt, que, assim como as demais, também ganhou vida. Em quarta semana. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 109 minutos. Horários: 14 horas e 16h10. Sala 1 (243 lugares).
007 - CASSINO ROYALE (Casino Royale), de Martin Campbell, 2006. Com Daniel Craig, Evan Green, Judi Dench, Jeffrey Wright, Giancarlo Gianini. Aventura. Em sua primeira missão, o agente secreto James Bond, o 007, investiga Le Chiffre, banqueiro de organizações terroristas, que participará de um jogo de pôquer milionário no Cassino Royale. Em segunda semana. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 148 minutos. Horários: 18h25 e 21h20. Sala 1.
O CAVALEIRO DIDI E A PRINCESA LILI, de Marcus Figueiredo, 2006. Com Renato Aragão, Camila Rodrigues, Vera Holtz e Werner Schunemann. Comédia infantil. Didi é cavalariço, amigo e confidente do rei Lindolfo, o que não agrada a Jafar, que planeja casar a princesa com seu filho Galante. Em segunda semana. Classificação indicativa: Livre. Duração: 90 minutos. Horários: 14h50, 16h40, 18h35 e 20h30. Sala 3 (167 lugares).
A GRANDE FAMÍLIA, de Maurício Farias, 2007. Com Marco Nanini, Marieta Severo, Pedro Cardoso, Andréa Beltrão, Guta Stresser, Lúcio Mauro Filho e Dira Paes. Comédia. Após passar mal e ir ao médico, Lineu está convicto de que morrerá em breve. Ele esconde a situação da família e desiste de ir a um tradicional baile, o que faz com que Nenê convide um ex-namorado para lhe causar ciúmes. Em segunda semana. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 105 minutos. Horários: 14h40, 16h50, 19 horas e 21h10. Sala 4 (264 lugares).
Obs.: Semana de 2 a 8 de fevereiro.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
02/02/07 11:56:15
Ação ignorada
“Não há noticiário desta Secretaria nesta edição”. A Secretaria é a de Ciência, Tecnologia e Inovação, a edição, do “Diário Oficial do Estado”, na parte de noticiário, é desta sexta-feira, 2. O mesmo ocorreu no dia anterior. Assim, a visita que o secretário Ildes Ferreira fez a Feira de Santana no dia de ontem, para encontro com empresários, foi ignorada pela Assessoria Geral de Comunicação Social do Estado da Bahia (Agecom), que não registrou o fato no noticiário do seu site (www.agecom.ba.gov.br).
02/02/07 11:29:54
Deu no jornal
“Derradeiro
O senador João Durval (PDT) foi o último a votar na eleição para a presidência do Senado, ontem. Isso porque ele não acertava colocar a senha para marcar a presença no painel da Casa”. Na coluna “Informe da Bahia”, do “Correio da Bahia”, desta sexta-feira, 2.
Veneno do jornal de ACM sobre a inabilidade do desafeto.
02/02/07 11:26:40
De novo
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) reconduzido à presidência da Comissão de Constituição e Justiça, que é a mais importante da Casa.
02/02/07 11:25:04
Ditadura implantada
A esquerda brasileira não pára de aplaudir Hugo Chávez, que acaba de ganhar plenos poderes para governar a Venezuela, incluindo a censura aos meios de comunicação, que atinge até a imprensa brasileira. Não passa de um ditador.
02/02/07 11:22:43
Ouvidoria
A Ouvidoria da Assembléia Legislativa da Bahia será ocupada pelo deputado estadual Tarcízio Pimenta (PFL).
02/02/07 11:21:31
Deu no jornal
“Sucessão
Para regozijo da família Carneiro, especialmente do pai e senador João Durval (PDT) e da mãe, Yeda Barradas, o deputado federal Sérgio Carneiro (PT) transferiu ontem seu título de eleitor para Feira de Santana, dando o primeiro passo para disputar a sucessão do prefeito José Ronaldo (PFL) na cidade”. Na coluna “Raio Laser”, na “Tribuna da Bahia”, desta sexta-feira, 2.
Pois é, o que todos falavam se confirma. Sérgio Carneiro, que deixou Feira depois da derrota de 1988, está de volta.
02/02/07 11:15:31
02/02/07 11:14:50
02/02/07 08:51:11
Chá de sumiço
O deputado federal Colbert Martins Filho está sumido da mídia feirense. Todos comunicadores estranhando a posição do parlamentar e dando explicações diferentes para o caso.
02/02/07 08:48:45
Parece até carlista
O governador baiano Jaques Wagner já contratou sem licitação duas agências de propaganda. Inclusive a Leiaute, que fez sua campanha. Deu no blog de Claudio Humberto (www.claudiohumbeto.com.br), edição de ontem, 1º.
01/02/07 23:20:46
“Mais Estranho Que a Ficção” é destaque
Comédia dramática bem recebida pela crítica, “Mais Estranho Que a Ficção”, é a principal novidade desta sexta semana cinematográfica, no Orient Cineplace. O filme recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator de Comédia/Musical (Will Farrell). Outra novidade é destinada ao público infantil, a animação “O Mar Não Está Pra Peixe”.
Continuam em cartaz: “007 - Cassino Royale”, em segunda semana, assim como “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”. Também, “a comédia de aventuras “Uma Noite no Museu”, em quarta semana.
Em “Mais Estranho Que a Ficção”, certa manhã Harold Crick, um auditor do Imposto de Renda, passa a se encontrar em situação estranha, ouvindo seus pensamentos como se fossem narrados por uma voz feminina. A voz narra não apenas suas idéias, mas também seus sentimentos e atos com grande precisão. Apenas ele consegue ouvir esta voz, o que o faz ficar angustiado. Esta sensação aumenta ainda mais quando descobre pela voz que está prestes a morrer, o que o faz desesperadamente tentar descobrir quem está falando em sua cabeça e como impedir sua própria morte. Em paralelo, uma escritora está escrevendo um livro sobre um auditor. Misteriosamente, as vidas dos dois se cruzam.
O filme é desses intrigantes e instigantes, com roteiro inteligente e interpretações destacadas. O diretor é o alemão Marc Forster, o mesmo de “Em Busca da Terra do Nunca”, exibido em Feira de Santana em 2005.
“A Grande Família” foi o filme mais visto na semana passada, alcançando no país, público de quase 290 mil espectadores nos três primeiros dias de estréia, entre sexta-feira e domingo, e arrecadação de cerca de R$ 2,5 milhões. É o primeiro grande lançamento brasileiro do ano.
Dimas Oliveira é jornalista especializado em cinema desde 1967.
Esta coluna é publicada em concomitância com o jornal “NoideDia”, sites “Infocultural” e “Portal Livre”)
[email protected]
01/02/07 23:19:37
Califórnia Filmes em nono lugar no mercado nacional
A California Filmes encerrou 2006 em nono lugar entre as distribuidoras do mercado cinematográfico nacional. Em 2005, a California Filmes iniciou a distribuição em cinema e alcançou um público de cerca de 163 mil espectadores. Um ano depois, em 2006, a distribuidora obteve um crescimento vertiginoso com mais de 1,1 milhão de ingressos vendidos, segundo pesquisa da Filme B.
O longa-metragem “O Sacrifício”, lançado em 27 de outubro, foi o top list da California, fechando o ano com participação de 38% (mais de 400 mil espectadores). “Maldição”, lançado em 29 de setembro, ficou em segundo lugar com 16% (176 mil), seguido de “Adrenalina”, lançado em 1º de dezembro e ainda em cartaz, com 13%. “Abismo do Medo” vem logo atrás com 12% e “Caché”, lançado em maio de 2006, ficou 35 semanas consecutivas em cartaz e é responsável por 10% da participação. Desses filmes, apenas “Caché” não foi exibido em Feira de Santana.
Com produções maiores e grandes elencos, o crescimento atingido teve reflexos no market share da California Filmes, que figurava em 14º lugar, no início do ano, e encerrou 2006 com o nono lugar entre as distribuidoras do mercado cinematográfico nacional. A posição deve-se ao trabalho de promoção de Ana Paula Garrido como diretora de Marketing da distribuidora.
01/02/07 12:27:05
Só há uma raça humana
O que é que define espécie animal ou raça? Pelo que se sabe é a interfecundidade. Se um caucasiano e uma japonesa são capazes de gerar descendência fértil, trata-se da mesma espécie animal ou mesma raça. O mesmo se aplica a um africano e uma índia.
Assim, está claro que só há uma raça humana no mundo, sendo as diferenciações superficiais (cor de pele, formato de olhos e cabelos etc.) meras adaptações a circunstâncias climáticas.
01/02/07 12:07:18
Dicionário politicamente correto
De MIllôr Fernandes, 2005
Albino: Hipopigmentado.
Bicha: Macho distraído.
Caolho: Camoniano.
Capenga: Ambulante alternativo.
Cego: Homérico.
Desemprego: Lazer não solicitado.
Gago: Loquaz intermitente.
Gagueira: Elocução capenga.
Hiperinflação: Estrutura econômica que ultrapassou os níveis negativos máximos estabelecidos por projeções tecnocratas.
Pau no exame: Conclusão negativa de um período estabelecido para absorção de informações culturais.
Suborno: Pagamento a agente burocrático não especificado no código de vantagens.
Voyeur: Observador oculto de relações íntimas no plano fisiológico.
01/02/07 11:42:56
Derrota de Wagner
O prefeito de Santo Estevão Orlando Santiago, candidato do PFL, do prefeito José Ronaldo de Carvalho, a que substitui, do senador ACM e do ex-governador Paulo Souto, é o novo presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB). A vitória contra o candidato do governador Jaques Wagner foi por 179 votos a 163.
31/01/07 18:59:41
Um delicioso filme politicamente incorreto
“Team América - Detonando o Mundo”, de Trey Parker, foi visto em DVD. Lançado em 2004, não chegou ao cinema, pelo menos em Feira de Santana. Trata-se de um filme de marionetes que só um país livre como os Estados Unidos pode conceber e realizar. É desses filmes em que se precisa ter a mente aberta para assistir. Mente aberta, mas não a ponto de o cérebro pular fora, entenda-se.
Não tem nada de politicamente correto no filme, nada de diplomacia. Chega a ser considerado preconceituoso pelo que mostra. Literalmente detona o mundo com sua sátira política, atirando para todos os lados.
Interessante como tira sarro de atores e atrizes ativistas, politicamente ligados à esquerda, a exemplo de Alec Baldwin, George Clooney, Matt Damon, Samuel L. Jackson, Michael Moore, Sean Penn, Tim Robbins, Susan Sarandon, Martin Sheen e Liv Tyler, entre os mais conhecidos além do jornalista Peter Jennings, do inspetor da ONU Hans Blix e do ditador norte-coreano Kim Jong II.
A classificação indicativa é 18 anos, pela linguagem chula e escatologia contidas.
31/01/07 12:31:27
Diferencial
Os servidores da Prefeitura do Salvador vão receber seus vencimentos nos de janeiro nos dias 7 a 9 de fevereiro. O atraso é uma constante na gestão do prefeito João Henrique Carneiro.
Que diferença dos servidores municipais de Feira de Santana, que nesses seis anos e um mês de administração do prefeito José Ronaldo de Carvalho recebem sempre no mês trabalhado.
30/01/07 21:25:27
Fenaj e Chávez
Por Sandro Guidalli
O site da Fenaj, a Federação Nacional do Jornalistas, deixa bem explícito: ela é francamente contra qualquer cerceamento da liberdade de agir dos profissionais da imprensa, no Brasil e no mundo. Nele, uma banner encaminha o leitor para uma página especialmente dedicada ao tema. São freqüentes campanhas em favor da expressão sem limites dos jornalistas ao lado das tradicionais bandeiras de entidades do gênero, como a luta por melhores salários e proteção aos jornalistas sindicalizados. Mais recentemente, a Fenaj está empenhada em evitar o fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão, assunto em pauta no STF e motivo para outro artigo.
Não é segredo, porém, que a Fenaj é dominada por sindicalistas esquerdistas simpáticos ao PT. Não poderia ser diferente, pois é da natureza dos jornalistas ligados aos movimentos sindicais uma formação marxistóide da realidade. Aliás, esta formação é a regra e não a exceção das escolas de comunicação. É absolutamente natural, portanto, que a direção do órgão veja as delinqüências do PT com olhos amenos e que reverbere pouco politicamente quando se trata de algo que possa causar desconforto ao partido em geral.
Dentro destas circunstâncias está a grande incoerência da Fenaj e que muitas vezes margeia o cinismo. Vigilante defensora dos direitos de expressão dos jornalistas, a Fenaj torna-se órgão auxiliar do PT e de Lula quando é necessário omitir seus crimes. Este amparo vai além e significa também apoiar os aliados do continente.
O caso mais flagrante no momento é o do governo de Hugo Chávez. Disposto a eliminar paulatinamente a imprensa livre venezuelana, o aspirante a ditador substituto de Fidel Castro como líder continental vai transformar seu país num cercado de ovelhinhas em que qualquer crítica independente ao seu governo será tratata como infidelidade à pátria. O fim próximo das emissoras privadas coincidirá com a presença asfixiante de Chávez e seus subordinados em programas de TV e rádio a dar vazão à obsessão anti-americana e à propaganda comunista.
Este escândalo continental, entretanto, se é timidamente tratado pela própria imprensa brasileira, é simplesmente ignorado pela Fenaj, zelosa em não ferir os sentimentos dos aliados que tem no governo. A entidade, pelo que se sabe, até agora não emitiu uma nota de repúdio à decisão de Chávez, contrariando sua política de intolerância ao cerceamento do trabalho da imprensa. Na verdade, esta política tem duas faces. Ela surgirá, com rigor, quando governos conservadores como o dos Estados Unidos forem acusados de arranhar a liberdade de imprensa. E sumirá, por completo, quando o centro das acusações forem governos esquerdistas e anti-capitalistas, como Cuba e, agora, Venezuela.
Além disso, a Fenaj tem pretensões políticas que, para obter sucesso, dependem muito do governo Lula. Seus diretores e associados mais atuantes lutam para a criação de um Conselho de Jornalistas, uma espécie de “OAB da imprensa”, órgão que teria como objetivo justamente o de controlar estes profissionais criando uma série de normas que visariam enquadrá-los ideologicamente. Em linha com esta “bandeira”, está a desesperada campanha em favor do diploma. Num país em que o exercício da profissão de jornalista é absolutamente livre, fica muito mais difícil controlar a imprensa e muito mais árdua a manutenção dos sindicatos, base sobre a qual se sustenta a Fenaj. O fim do diploma acabaria com a filiação compulsória de recém-formados aos sindicatos de jornalistas estaduais. Isso representa perda de poder pois o oxigênio desta entidade está justamente na quantidade dos focas-proletários (*).
Desmascarar a Fenaj é, por isso, tarefa inadiável e fundamental para o respeito aos milhares de consumidores de jornais e revistas do país, diariamente ludibriados quanto aos interesses reais dos sindicalistas de duas caras.
(*) Foca é o nome que se dá ao jornalista sem experiência mesmo diplomado e geralmente manipulado pela chefia esquerdista. É capaz de sair às ruas, se chamado, para gritar slogans contra Bush, por exemplo.
Sandro Guidalli nasceu em Lages, principal município da serra catarinense a 200 quilômetros de Florianópolis. É jornalista desde 1989, tendo prestado serviços para inúmeros jornais e publicações do país, entre eles a “Folha de S. Paulo” e “O Globo”. Foi editor de “Mídia Sem Máscara” entre fevereiro e julho de 2003.
guidalli.blogspot.com
Artigo publicado em 30 de janeiro de 2007.
© 2007 MidiaSemMascara.org
30/01/07 20:39:49
Mais visto
“A Grande Família” foi o filme mais visto, alcançando no país, público de quase 290 mil espectadores nos três primeiros dias de estréia, entre sexta-feira e domingo, e arrecadação de cerca de R$ 2,5 milhões. É o primeiro grande lançamento brasileiro do ano.
30/01/07 20:39:15
O que vem
Comédia dramática bem recebida pela crítica, “Mais Estranho Que a Ficção”, é a principal novidade desta sexta semana cinematográfica, no Orient Cineplace, que inicia na sexta-feira, 2. O filme recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator de Comédia/Musical (Will Farrell).
Em “Mais Estranho Que a Ficção”, certa manhã Harold Crick, um auditor do Imposto de Renda, passa a se encontrar em situação estranha, ouvindo seus pensamentos como se fossem narrados por uma voz feminina. A voz narra não apenas suas idéias, mas também seus sentimentos e atos com grande precisão. Apenas ele consegue ouvir esta voz, o que o faz ficar angustiado. Esta sensação aumenta ainda mais quando descobre pela voz que está prestes a morrer, o que o faz desesperadamente tentar descobrir quem está falando em sua cabeça e como impedir sua própria morte. Em paralelo, uma escritora está escrevendo um livro sobre um auditor. Misteriosamente, as vidas dos dois se cruzam.
O filme é desses intrigantes e instigantes, com roteiro inteligente e interpretações destacadas. O diretor é o alemão Marc Forster, o mesmo de “Em Busca da Terra do Nunca”, exibido em Feira de Santana em 2005.
30/01/07 12:01:53
Ai que preguiça
O governo Jaques Wagner continua com dificuldade para preencher cargos do segundo e terceiro escalões. Trinta dias não foram bastante para o processo. A lentidão é patente. Não se sabe se pela briga entre os aliados, por falta de quadros ou de competência. Enquanto isso, muitos cargos permanecem com os gestores antigos, que são oposição.
29/01/07 23:14:44
Futebol profissional
Público de 6.730 pagantes domingo, 28, no Jóia da Princesa, no jogo entre Fluminense de Feira x Atlético de Alagoinhas, sendo cinco mil referente à promoção do programa Sua Nota É um Show, rendendo R$ 15 mil. Com o público das bilheterias, a renda total foi de R$23.650,00. Tirando as despesas, o clube ficou apenas com R$1.965,75 mais 8.617,78, total de R$10.583,53, menos da metade do arrecadado. É o quadro do futebol profissional.
29/01/07 23:14:17
Pirataria é aqui
O Brasil é o quarto país com pior índice de combate à pirataria. O ranking foi divulgado pela Ação Empresarial Para o Fim da Falsificação e Pirataria (Bascap). Na frente do país: China, Rússia e Índia.
29/01/07 23:13:52
Ato de Satã
O prefeito de Moscou Yury Luzhkov afirmou nesta segunda-feira, 29, que jamais permitirá que uma parada gay seja realizada na capital russa e qualificou a manifestação como “um ato de Satã”. Ele disse que “existe uma pressão sem precedentes sobre Moscou para que uma parada gay seja realizada aqui. Isto pode apenas ser descrito como um ato de satã. Nós não permitimos a parada no passado e não vamos permiti-la no futuro”.
Segundo Luzhkov, grupos homossexuais estariam recebendo dinheiro do Ocidente para propagar “este tipo de iluminismo” na Rússia. O prefeito disse que sempre defenderá os valores tradicionais.
29/01/07 21:15:04
Se o PAC desse certo, país teria apagão. Quem diz? O próprio governo
Deu no “Estado de S. Paulo”, de domingo, 28:
Se o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) der certo e a economia alcançar taxas de expansão na casa dos 5%, o país corre o risco de um novo apagão. É o que informa um relatório confidencial da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda, ao qual o Estado teve acesso. O documento, que circulou quando o PAC estava em preparação, diz que um crescimento de 4% entre 2007 e 2010 só será sustentável se todas as usinas hidrelétricas programadas para entrar em funcionamento no período ficarem prontas no prazo e não houver problemas no abastecimento de gás natural para as térmicas. Caso contrário, o consumo de energia ficará acima dos níveis considerados seguros para o fornecimento, que embutem uma margem de segurança de 5% na capacidade das usinas. Em outras palavras, o crescimento acelerado não obrigatoriamente levará ao apagão, mas fará com que o sistema elétrico opere no limite. Bastará um ano de chuvas fracas, um crescimento inesperado no consumo ou um problema no abastecimento de gás para que o País enfrente novo racionamento. “Esse déficit (entre o consumo e a chamada energia assegurada) não significa a necessidade de decretar um racionamento, mas que seu risco é elevado”, alerta o relatório. “É necessário que as autoridades competentes atentem para o aumento do risco sistêmico.” O PAC, anunciado na semana passada, ataca alguns problemas levantados pelo documento.
29/01/07 20:45:29
José Umberto e cangaço
“Com a amizade de sempre”, o cineasta José Umberto nos brindou com o livro “Cangaço - O Nordestern no Cinema Brasileiro”, organizado por Maria Rosário Caetano e lançado em 2005. Trata-se de uma coletânea de textos fundamentais sobre o tema cangaço em filmes brasileiros, inclusive do próprio José Umberto, que escreveu sobre “Benjamin Abrahão - O Mascate Que Filmou Lampião”, narrativa publicada anteriormente nos “Cadernos de Pesquisa”, número 1, do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro/Embrafilme.
Ele realizou sobre o tema o curta “A Musa do Cangaço”, em 1981, sobre Dada, mulher do cangaceiro Corisco.
29/01/07 20:33:43
Aleluia
Finalmente, um durvalista no governo Jaques Wagner. No “Diário Oficial do Estado”, de sábado e domingo, 27 e 28, a nomeação de Luiz Alberto Barradas Carneiro (PDT), candidato a deputado estadual derrotado, para o cargo de diretor geral da Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (Sucab), da estrutura da Secretaria de Desenvolvimento Urbano.
29/01/07 20:32:53
Oficinas artísticas gratuitas
Foram abertas nesta segunda-feira, 29, as inscrições - que são gratuitas - para as oficinas artísticas do programa “Arte de Viver”, que reúne uma dúzia de projetos de várias áreas - Artes Plásticas, Canto Coral, Dança Flamenca, Dança Moderna e Jazz, Dança de Salão, Dança do Ventre, Teatro Adolescente, Teatro Adulto, Teatro Infantil, Violão e Cavaquinho, além de uma novidade, que é Balé (Baby Class, para crianças de três a seis anos).
A atividade é mantida pelo Governo Municipal, através da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa. As inscrições vão até o dia 16 de fevereiro, das 9 às 11 e das 14 às 17 horas, no Centro de Cultura Maestro Miro, onde são realizadas as oficinas, atendendo a pessoas carentes da Muchila e bairros adjacentes, principalmente. No dia 5 de março, o início das oficinas.
27/01/07 16:26:25
Trechos
* “O Brasil está indo a reboque da Venezuela, o que não só é ridículo em termos econômicos como é ridículo em termos políticos”.
* “Lula não entende bulhufas do que está dizendo. Ele está entregando a liderança do continente a um debilóide que é o Hugo Chávez”.
* “Imagina se o sujeito beneficiado pelo Bolsa-Família vai querer jogar isso fora por um emprego de salário mínimo”.
Do escritor João Ubaldo Ribeiro, em entrevista na “Tribuna da Bahia”, de sexta-feira, 26.
27/01/07 16:26:00
Estilo PT de governar
Deu na coluna “Painel”, da “Folha de S. Paulo”, de sexta-feira, 26, que “a extinção da Rede Ferroviária Federal, uma das medidas do PAC, demandará a formação de um grupo de trabalho para o qual estão sendo criados 157cargos de confiança. A estatal hoje tem 459 funcionários”.
Pois é.
27/01/07 16:25:28
Deu no jornal
“Acéfalos
Caso dependa exclusivamente de nomes qualificados ligados à esquerda, o governador Jaques Wagner pelo visto pode terminar seu mandato sem conseguir emplacar dirigentes para os principais órgãos estaduais em Feira de Santana”. Da coluna “Olho Vivo”, na edição do jornal “NoiteDia”, de 26.01 a 02.02.
É que até agora, somente dois cargos foram preenchidos. O de direção do Hospital Geral Clériston Andrade e de direção do Conjunto Penal.
27/01/07 13:33:27
Dica
O prefeito João Henrique está concretando a praia do Farol da Barra, o governador Jaques Wagner está em Portugal, Leonelli quer construir um aeroporto em Mata de São João, o padre Pinto vai pintar no Carnaval de cacique Taparica, as cachorras funkeiras do Zorra Total estão fazendo ponto na praia de Aleluia, um saci é sucesso no Bahia e tão dizendo que o mundo vai se acabar em 2040.
Então, você está esperando o quê para acessar o www.bahiaja.com.br. Está pensando que é o anúncio do sabão ipê daquela atriz que levou touca de touro com o maridão no motel de Jacarepaguá.
É para já. É fácil: www.bahiaja.com.br. Jornalismo com picardia, com notícias diferenciadas, com conteúdo, com humor.
Direção de Tasso Franco, 40 anos no mercado, cronista, dez livros sobre Bahia publicados, repórter em tempo integral.
27/01/07 12:43:34
FILMES EM CARTAZ
Afinal, “007 - Cassino Royale”
Por Dimas Oliveira
Lançado no circuito nacional em dezembro, finalmente “007 - Cassino Royale”, 21º filme protagonizado pelo agente britânico James Bond, chega em Feira de Santana, entrando em cartaz nesta sexta-feira, no Orient Cineplace.
“Cassino Royale” é o primeiro livro com o personagem James Bond escrito por Ian Fleming. Foi o único livro do personagem que o produtor Harry Saltzman não conseguiu obter os direitos de adaptação para o cinema, em 1961. Isto fez com que ele fosse adaptado por outros produtores em 1967, como “Cassino Royale”, em tom de comédia. Assim, mesmo contando com o personagem, não é considerado como parte integrante da série oficial de James Bond no cinema - que foi lançada em DVD em dezembro.
Daniel Craig estréia como intérprete de James Bond, sendo o sexto ator a fazer 007, sendo precedido por Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce Brosnan.
Com orçamento de 72 milhões de dólares, “007 - Cassino Royale”. Nas primeiras oito semanas nos Estados Unidos rendeu 160 milhões de dólares. No Brasil, em quatro semanas, até o dia 7 passado, foi visto por mais de 1.300.000 espectadores.
OSCAR
Vários filmes - 15 exatamente - indicados para o Oscar já foram exibidos e vistos em Feira de Santana. São eles:
“Os Infiltrados”, que recebeu indicações de Melhor Filme, Melhor Diretor (Martin Scorsese), Melhor Ator Coadjuvante (Mark Wahlberg), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem; “Piratas do Caribe 2: O Baú da Morte”, com indicações de Melhor Direção de Arte, Melhor Som, Melhor Efeitos Sonoros e Melhor Efeitos Visuais; “Vôo United 93”, que recebeu indicações de Melhor Diretor (Paul Greengrass) e Melhor Montagem; “O Diabo Veste Prada”, com Melhor Atriz (Meryl Streep) e Melhor Figurino; “Filhos da Esperança”, com Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Montagem; “O Grande Golpe”, com Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte; “Carros”, com Melhor Animação, Melhor Canção (“Our Town”); “Volver”, com Melhor Atriz (Penélope Cruz); “Dália Negra”, com Melhor Fotografia; “O Ilusionista”, com Melhor Fotografia; “Poseidon”, com Melhor Efeitos Visuais; “Superman: O Retorno”, com Melhor Efeitos Visuais; “Click”, com Melhor Maquiagem; e “Happy Feet: O Pingüim” e “A Casa Monstro”, ambos com indicação de Melhor Animação.
A 79ª cerimônia do Oscar será realizada em 25 de fevereiro, no Teatro Kodak, em Los Angeles.
27/01/07 12:42:45
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTO NACIONAL
A GRANDE FAMÍLIA, de Maurício Farias, 2007. Com Marco Nanini, Marieta Severo, Pedro Cardoso, Andréa Beltrão, Guta Stresser, Lúcio Mauro Filho e Dirá Paes. Comédia. Após passar mal e ir ao médico, Lineu está convicto de que morrerá em breve. Ele esconde a situação da família e desiste de ir a um tradicional baile, o que faz com que Nenê convide um ex-namorado para lhe causar ciúmes. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 105 minutos. Horários: 14h40, 16h50, 19 horas e 21h20. Sala 4 (264 lugares).
LANÇAMENTOS
007 – CASSINO ROYALE (Casino Royale), de Martin Campbell, 2006. Com Daniel Craig, Evan Green, Judi Dench, Jeffrey Wright, Giancarlo Gianini. Aventura. Em sua primeira missão, o agente secreto James Bond, o 007, investiga Le Chiffre, banqueiro de organizações terroristas, que participará de um jogo de pôquer milionário no Cassino Royale. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 148 minutos. Horários: 14h50, 17h50 e 20h50. Sala 1 (243 lugares).
O CAVALEIRO DIDI E A PRINCESA LILI, de Marcus Figueiredo, 2006. Com Renato Aragão, Camila Rodrigues, Vera Holtz e Werner Schunemann. Comédia infantil. Didi é cavalariço, amigo e confidente do rei Lindolfo, o que não agrada a Jafar, que planeja casar a princesa com seu filho Galante. Classificação indicativa: Livre. Duração: 90 minutos. Horários: 14h50, 16h40, 18h35 e 20h30. Sala 3 (167 lugares).
CONTINUAÇÃO
UMA NOITE NO MUSEU (Night at the Museum), de Shawn Levy, 2006. Com Ben Stiller, Robin Williams, Dick Van Dyck, Owen Wilson e Mickey Rooney. Aventura e comédia. Larry Daley é um homem de bom coração, que trabalha como segurança noturno em um museu de história natural. Num de seus turnos coisas estranhas começam a acontecer: esqueletos de dinossauros e estátuas de cera começam a ganhar vida. Em meio ao caos instalado, a única pessoa que pode ajuda-lo é a estátua de cera de Theodore Roosevelt, que, assim como as demais, também ganhou vida. Em terceira semana. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 109 minutos. Horários: 14h20, 16h30, 18h45 e 21 horas.
Obs.: Semana de 26 de janeiro a 1º de fevereiro.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
23/01/07 20:53:47
Indicados ao Oscar exibidos e vistos em Feira
Vários filmes - 15 exatamente - indicados para o Oscar já foram exibidos e vistos em Feira de Santana. São eles:
“Os Infiltrados”, que recebeu indicações de Melhor Filme, Melhor Diretor (Martin Scorsese), Melhor Ator Coadjuvante (Mark Wahlberg), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem; “Piratas do Caribe 2: O Baú da Morte”, com indicações de Melhor Direção de Arte, Melhor Som, Melhor Efeitos Sonoros e Melhor Efeitos Visuais; “Vôo United 93”, que recebeu indicações de Melhor Diretor (Paul Greengrass) e Melhor Montagem; “O Diabo Veste Prada”, com Melhor Atriz (Meryl Streep) e Melhor Figurino; “Filhos da Esperança”, com Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Montagem; “O Grande Golpe”, com Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte; “Carros”, com Melhor Animação, Melhor Canção (“Our Town”); “Volver”, com Melhor Atriz (Penélope Cruz); “Dália Negra”, com Melhor Fotografia; “O Ilusionista”, com Melhor Fotografia; “Poseidon”, com Melhor Efeitos Visuais; “Superman: O Retorno”, com Melhor Efeitos Visuais; “Click”, com Melhor Maquiagem; e “Happy Feet: O Pingüim” e “A Casa Monstro”, ambos com indicação de Melhor Animação.
A 79ª cerimônia do Oscar será realizada em 25 de fevereiro, no Teatro Kodak, em Los Angeles.
23/01/07 20:53:08
Mantidos
No “Diário Oficial do Estado”, edição dos dias 20 e 21, decreto assinado pelo governador Jaques Wagner nomeando os empresários João Baptista Ferreira e Hugo da Cruz Dórea, este suplente, como representantes da comunidade do Conselho de Administração da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Na verdade, foram reconduzidos ao órgão.
23/01/07 12:19:41
Censura na China
A frase “governo chinês” está censurada nos websites oficiais chineses. Se alguém busca por “governo central da República Popular da China” no site “Best Tone 114”, que é o portal e provedor de Internet da estatal de comunicações China Telecom, tem como resposta: “frase confidencial”. O nome “Mao Tse Tung” é listado com “informação ilegal” em alguns mecanismos de busca, assim como a palavra “democracia”.
23/01/07 12:12:12
Pacote
O Plano de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal, lançado na segunda-feira, 22, é mais um pacote. A própria sigla entrega: PAC.
23/01/07 12:05:34
Entra e sai
Diretor adjunto da Colônia Penal de Simões Filho, Edmundo Nemeri Dumet foi nomeado nesta terça-feira pelo governador Jaques Wagner para o cargo de diretor do Conjunto Penal de Feira de Santana. Ele substitui a Antônio Almeida Lima, que foi exonerado na mesma data.
23/01/07 11:34:19
Viés
O Brasil deveria se aproximar mais de países como Canadá, Chile, Estados Unidos e México, para ficar só com os americanos prósperos e democráticos. Mas, está preferindo relações com Bolívia, Cuba, Equador e Venezuela.
23/01/07 11:32:40
Banco da praça
Em banco na praça Monsenhor Renato Galvão, que muitos erradamente ainda chamam de praça da Matriz (a igreja depois de matriz virou catedral), encontro na manhã desta terça-feira, 23, com o jornalista Adilson Simas, realmente, um dos grandes nomes da mídia local. Em cerca de meia hora de conversa, ficamos sabendo que ele está relançando o livro que escreveu nos anos 60 sobre o Fluminense de Feira, com apoio da Fundação Senhor dos Passos. Ainda no papo, os bastidores da política local, estadual e nacional.
22/01/07 12:38:12
Humor cubano
A professora cubana mostra aos alunos um retrato de George Bush e pergunta:
- De quem é esse retrato?
Silêncio.
- Vou ajudá-los. É por causa dele que estamos passando fome.
- Ah, professora! Sem barba e uniforme não dá para reconhecer!
22/01/07 12:37:00
Puragoiaba
Diogo Mainardi perguntou a Ruy Goiaba, do “Blog Puragoiaba” (http://www.puragoiaba.apostos.com/):
- Há vida inteligente no bloguismo lulista?
Ruy Goiaba respondeu: É mais fácil achar cabeça de bacalhau e assistir enterro de anão do que encontrar um blogueiro lulista inteligente. São coisas incompatíveis.
20/01/07 22:00:47
Caetano
Em o “Globo” deste sábado, 20, uma entrevista com Caetano Veloso, que fala de Lula - para ele, a esquerda brasileira chegou ao poder sem ter um projeto para o país e, ainda por cima “resolveu pegar no pé da imprensa acusando-as de ser contra o povo” -, de Hugo Chavez e sua pretensão de se eternizar no cargo de presidente da Venezuela.
20/01/07 22:00:23
Ironia
“Jaques Wagner precisa pensar mais na Bahia do que em mim”. A ironia é de ACM. Para o senador, o novo governo ainda não mostrou a que veio. ACM ainda deu recado: “Manda Wagner cortar o cabelo e trabalhar. Ele só fica viajando”. O líder pefelista criticou que em 20 dias, o governador já viajou duas vezes a Brasília, uma a Natal e outra ao Rio de Janeiro.
20/01/07 21:50:53
A bem da verdade
Em post de sexta-feira, 19, o Blog demais informou sobre o escritor, jornalista e professor, Muniz Sodré, presidente da Fundação Biblioteca Nacional, que “está em férias baianas, incógnito em uma praia, longe do assédio da imprensa - nenhum jornal sabe de sua estadia na Bahia. Descoberto pelo Blog Demais, um contato amigável sobre perspectivas futuras”. A bem da verdade, o repórter Ronaldo Oliveira, do jornal “A Tarde” descobriu Muniz Sodré e o entrevistou para o caderno “Cultural”, edição deste sábado, 20.
19/01/07 17:19:33
São Paulo, com carinho
Merece leitura este texto do jornalista Ricardo Kotscho, publicado na coluna “No Mínimo”, desta sexta-feira, 19. Trata sobre o papel do jornalista, sobre responsabilidade, ação e omissão de todos. Enfim, sobre cidadadia.
Quanto mais viajo, e no ano passado dei várias voltas pelo Brasil, maior é a sensação de felicidade ao retornar para minha cidade. Por isso, fico triste quando as pessoas falam mal dela.
Pode parecer esquisito fazer esta declaração de amor exatamente no momento em que São Paulo ainda está consternada com o desabamento e as mortes nas obras do metrô em Pinheiros, bairro onde morei boa parte da minha vida.
Vai ver que é por isso mesmo. É nessas horas difíceis, como se fosse uma pessoa querida, com tantos dramas e transtornos causados pela tragédia, que São Paulo mais precisa do carinho de seus filhos, os que aqui nasceram ou para cá vieram em busca de uma vida melhor.
Blasfemar não resolve, só faz mal para nós mesmos.
Como não acredito que sejamos mais de dez milhões de masoquistas os que neste canto do mundo vivemos, e ninguém é obrigado a ficar, todos ganhariam se dedicassem parte de seu tempo a pensar no que cada um poderia fazer para tornar a convivência por aqui mais agradável e menos insegura em vez de ficar xingando o destino e caçando culpados pela desgraça.
A começar por nós mesmos, repórteres. Só na caudalosa cobertura do pós-tragédia ficaríamos sabendo que:
1) há vários meses moradores de imóveis ao longo de todas as dez estações da Linha Amarela estavam assustados com rachaduras e trincas provocadas pelas obras do metrô;
2) dias antes do desabamento já havia sinais de sérios problemas na estação Pinheiros e ninguém da vizinhança nem do governo foi alertado para o perigo pelas empreiteiras responsáveis.
Assim como o PCC já existia há muito tempo, mas só ganhou as manchetes quando a bandidagem botou fogo na cidade no ano passado, os problemas com a obra da Linha Amarela do Metrô apenas despertaram a atenção da imprensa quando a estação Pinheiros implodiu na última sexta-feira tragando sete vítimas.
Se andasse mais pelas ruas e pelos becos e ouvisse mais gente fora dos gabinetes, lá onde moram seus leitores, certamente algum repórter poderia ter descoberto antes o que estava acontecendo nas obras do metrô ou nos presídios paulistas.
Quantas outras armadilhas estarão espalhadas pela cidade nesse momento e nós não estamos sabendo porque a nossa imprensa foi cada vez mais se afastando da realidade do nosso dia a dia?
Como hoje se costuma fazer reportagem sem sair da redação, por telefone ou pela internet, com os jornalistas mais empenhados em cobrir as futricas da eterna disputa político-partidária do que com a vida real, acabamos sendo tão surpreendidos quanto os bombeiros quando soa o alarme.
Depois, não adianta encher os jornais de editoriais e artigos indignados. No tempo devido, caberá à Justiça, consultados os peritos especializados no assunto e as provas técnicas produzidas, denunciar os responsáveis pelo desabamento - não a nós, jornalistas, engenheiros de obras (mal) feitas.
De uns tempos para cá, estamos desenvolvendo esse péssimo hábito de denunciar, julgar e condenar, assumindo ao mesmo tempo o papel de delegados, juízes e promotores, que ninguém nomeou para isso.
Tem dia em que morre mais gente na rotina do nosso trânsito maluco do que foram as vítimas da obra do metrô, e nem por isso a cidade não presta, nem vamos sair pelas ruas tentando fazer justiça com as próprias mãos, caçando os motoristas assassinos que andam à solta por aí.
Poderia eu também estar passando junto à obra quando a cratera se abriu, pois por ali transitava freqüentemente. Por quase trinta anos, morei bem em frente ao local do desabamento, do outro lado do rio Pinheiros, no Butantã.
A barulheira das obras, com explosões freqüentes precedidas do aviso da sirene, começou pouco antes de eu me mudar de lá em 2005, mas não adiantou muito porque uma outra estação do metrô está sendo construída na rua onde moro agora. Parece perseguição, mas nem por isso vou renegar a minha cidade.
Embora não me lembre de alguma vez ter usado o metrô em São Paulo (prefiro andar a pé ou de táxi), trata-se de uma obra importantíssima, vital para a cidade, que já vem com décadas de atraso. Além disso, sempre ouvi falar que o nosso metrô é um dos melhores do mundo, com baixo índice de acidentes.
É muito fácil sair por aí batendo nos nossos governantes passados e presentes, empreiteiras e engenheiros, mas entendo que somos – ou deveríamos ser – todos responsáveis por tudo de bom ou de ruim que acontece nesta cidade, pela nossa ação ou omissão, até porque somos nós que escolhemos os prefeitos e governadores, que por sua vez contratam as empreiteiras encarregadas das obras.
Mas o que se pode esperar de uma população em que a maioria, segundo as pesquisas, nem sabe o nome do prefeito da sua cidade? Está certo que o atual prefeito era apenas o vice do atual governador, mas Gilberto Kassab já está no cargo desde meados do ano passado.
Quem lá vai lembrar do nome do vereador em quem votou nas últimas eleições? Quantos de nós alguma vez participamos de algum movimento em defesa da nossa rua ou do nosso bairro, já nem falo da cidade? Ou já fizemos algum trabalho voluntário, qualquer um, para melhorar a vida dos mais necessitados de ajuda?
No final dos anos 60, na véspera de mais um aniversário de São Paulo, o editor local do “Estadão”, que estava com falta de matérias para fechar as suas muitas páginas no feriado, me encomendou uma crônica sobre a cidade.
“Amo essa cidade com todo ódio”, foi o título que perpetrei, sem perceber que estava apenas repetindo um sentimento até hoje dominante em boa parte de seus moradores. Coisa besta de quem mal tinha completado 20 anos, e ainda achava que jornalista foi feito para chocar a burguesia e arrancar aplausos dos seus colegas.
Nesta semana que antecede a festa de seus 453 anos, São Paulo mereceria não apenas carinho, mas também um pouco mais de respeito de todos nós, tanto por sua belíssima história, que no último século a transformou numa das principais metrópoles do mundo, como também por que é aqui, afinal, de um jeito ou de outro, que continuarão vivendo nossos filhos e netos.
Precisamos acabar com essa paranóia de achar, a cada seis meses, a cada acidente de maiores proporções, enchente ou nova explosão de violência, que o mundo acabou. A vida continua.
Apesar de tudo, parabéns, São Paulo. Tenho muito orgulho de ser o primeiro paulistano de uma família que veio da Europa, ter nascido na Pró-Matre, maternidade próxima à emblemática avenida Paulista e, ainda por cima, ser são-paulino, atualmente morador do Jardim Paulista.
Já fui assaltado e atropelado, já perdi boa parte da minha vida em congestionamentos, já morei na Alemanha, em Curitiba e Brasília, já rodei esses anos todos o Brasil e o mundo, mas meu sonho de uns tempos para cá é ficar por aqui mesmo, de preferência em casa com a família, que não pára de crescer, como a cidade, e agora só tem paulistanos.
Vista da minha janela, a cidade é linda, mesmo em dia de chuva e com helicópteros pairando bem em cima do meu prédio me azucrinando a vida a tarde toda. É a minha cidade.
Só me resta amar São Paulo, sem ódio.
[email protected]
19/01/07 11:03:14
Presidente da Biblioteca Nacional em férias na Bahia
Escritor, jornalista e professor, Muniz Sodré, que há um ano está na presidência da Fundação Biblioteca Nacional (sediada no Rio de Janeiro), está em férias baianas, incógnito em uma praia, longe do assédio da imprensa - nenhum jornal sabe de sua estadia na Bahia. Descoberto pelo Blog Demais, um contato amigável sobre perspectivas futuras.
QUEM É
Baiano de São Gonçalo dos Campos, Muniz Sodré, que completou 65 anos no dia 12 passado, é professor titular e coordenador do Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da qual já foi diretor.
Com mais de duas dezenas de livros publicados no país e no exterior (traduções), escreveu inúmeros artigos na imprensa e em periódicos especializados, além de proferir conferências e cursos em universidades da Europa e da América Latina.
Ele é um dos pioneiros no campo dos estudos comunicacionais, ele é, sem dúvida, o mais respeitado professor e pesquisador da área no Brasil, sendo a sua obra uma referência fundamental no acervo bibliográfico em Língua Portuguesa. Tem sido responsável, como orientador de dissertações e teses, pela formação de toda uma geração de novos pesquisadores.
“Antropológica do Espelho: Uma Teoria da Comunicação Linear e em Rede” é a obra que ele considera como “o meu melhor livro sobre comunicação”. Os mais recentes de seus 26 livros são: “Claros e Escuros: Identidade, Povo e Mídia no Brasil” e “Mestre Bimba: Corpo de Mandinga”.
FEIRA DE SANTANA
De São Gonçalo ele veio para Feira de Santana, para estudar no Colégio Estadual, onde aprendeu francês como o padre Mário Pessoa, inglês com Stella Dalva, português com Helena Assis, matemática com Joselito Amorim e desenho com Diva Portella, mãe do escritor e acadêmico Eduardo Portella, ex-presidente da Fundação Biblioteca Nacional e seu amigo de longa data. Depois, em Salvador, estudou no Colégio Central, onde confirmou alguns desses saberes, acrescentando Filosofia com Machado Neto e algumas artes de rua, como passeata de protesto, panfletagem, capoeiragem etc.
“Eu me orgulho disto, porque é prova de meu amor ao território, assim como me orgulho muito particularmente de ter sido discípulo de Manoel dos Reis Machado, o Mestre Bimba. Finalmente, a Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, onde Glauber Rocha, João Ubaldo Ribeiro, Ildásio Tavares, Romélio Aquino, João Carlos Teixeira Gomes e outros amigos meus preocupavam-se com tudo, menos com Direito”, contou.
Muniz Sodré participou da fundação do “Jornal da Bahia”, onde também estavam Glauber Rocha, João Ubaldo Ribeiro, João Carlos Teixeira Gomes, Ariovaldo Matos e outros. O “Jornal da Bahia” e as publicações estudantis que ele coordenou foram as suas escolas de jornalismo.
ILUSÃO PERDIDA
Depois do golpe de 1964, ele foi para o Rio de Janeiro, onde “mourejei na imprensa”: “Jornal do Brasil”, “Manchete”, “Fatos & Fotos”, free-lance de “Visão” e de publicações estrangeiras. Fez algumas traduções. Em 1966, foi fazer mestrado em Sociologia da Informação na Sorbonne, que hoje se chama Institut Français de Presse et des Sciences de l’Information, tendo Maurice Mouillaud como orientador. “Mas a grande atração mesmo era o Centre d'Éstudes des Communications de Masse, animado por Georges Friedmann, Roland Barthes, Edgar Morin, Olivier Burgelin e tantos outros. Na Alemanha, tomei contato com os trabalhos de Alfons Sillbermann”, contou mais.
De volta ao Rio de Janeiro, em 1968, novamente na imprensa, onde “se vivia em atmosfera de banheiro público, ou seja, em ambiente irrespirável, devido ao recrudescimento do regime militar”. Ele contou que depois do AI-5, a imprensa era, para mim, uma ilusão perdida. É verdade que foi um momento de astúcia para a imprensa diária, de rasgos de coragem da imprensa semanal e de criativa para a imprensa alternativa. Mas, para mim, o jornalismo e seus compromissos burocráticos e empresariais tornaram-se sufocantes. Decidi respirar outros ares”.
A partir de 1973, ele passou a viver (“melhor, sobreviver”) como professor em escolas de Comunicação. “Conheci, tornei-me amigo e discípulos do professor Emmanuel Carneiro Leão, sob cuja égide (com o apoio do professor Simeão Leal) nasceu o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da ECO”, revelou. Entrou em seguida para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e para a Universidade Federal Fluminense (UFF). Então, publicou um “livrinho, quase um panfleto”, intitulado “A Comunicação do Grotesco”, que foi bem recebido e o animou a continuar publicando sobre comunicação e cultura.
PARIS
Muniz Sodré doutorou-se em Letras na UFRJ. Voltou a Paris em 1979/1980, para um pós-doutorado. Fez novos amigos intelectuais lá: Baudrillard, Maffesoli, Jeudy e outros. Desde 1984 é professor titular (por concurso público) da UFRJ, onde coordena a Pós-Graduação em Comunicação e Cultura. Tem sido professor visitante de algumas universidades estrangeiras.
Ele contou mais que “foi a paixão pela linguagem - idiomas, literatura, análise dos sistemas lingüísticos, retórica, dialética - que me trouxe para o campo da Comunicação. Mas o meu objeto teórico é cultura - tanto a produzida pela mídia - portanto, a indústria cultura, a tecnocultura - quanto aquela que a mídia exclui, isto é, a do povo em sua versão negra. Disto falam os meus livros. Disto tenho falado insistentemente nos congressos, nos seminários, nos cursos, nas entrevistas de jornal, rádio e televisão”.
Para ele, jornalismo é também uma arte reflexiva da narração de casos. “Por isto, carrego com satisfação o título de jornalista, mas não confundo esta função com a gerência empresarial da notícia ou do texto. Jornalismo, para mim, é uma tarefa comprometida com o espírito público (e ativo, transformador de mundo) da filosofia e não com o registro burocrático da atualidade”. Muniz Sodré considerou que jornalismo com novíssimas tecnologias, como o que se pratica na Internet, “só será realmente novo, quando disser ética, técnica e politicamente a que veio”.
URGÊNCIA DA BUSCA
O professor analisou que “Escola de Jornalismo é, portanto, Escola de Comunicação empenhada na formação ético-técnico-política do sujeito, o que implica aprender a pensar, conhecer História, iniciar-se na economia, tornar-se usuário digno da língua e ter uma perspectiva crítica do fenômeno comunicacional”. Segundo Muniz Sodré “o novo jornalista não deverá resumir-se à mera prática desencantada e desencarnada da rede cibernética, esses avatares daqueles jornalistas que já Lukács chamava de seres ‘sem objetividade nem subjetividade’ e que Maffesoli descreve como ‘levados para onde sobra o vento, apenas fazem pose, mas, em suas opiniões ao sabor do momento, estão sempre à procura de uma geral e estável opinião pública’”.
Lembrando Drummond, com “onde não há jardins, as flores nascem de secreto investimento em formas improváveis”, Muniz Sodré disse que “é isto o que devemos transmitir às novas gerações: a urgência da busca, inclusive do improvável. Esta é a Comunicação que persigo: nas relações interpessoais, uma sincera e amorosa interrogação recíproca; nas relações sociais, no jornalismo, um serviço de pensamento público, capaz de criticar e narrar”.
18/01/07 21:57:20
FILMES EM CARTAZ
Filme para toda a família
Um porco recebe a atenção de uma garota, que o ajuda a crescer. Ao se mudar para um novo celeiro ele faz amizade com uma aranha, que o ajuda quando ele corre risco de vida. Este o resumo de “A Menina e o Porquinho” (Charlotte’s Web), filme infantil que entra em cartaz nesta sexta-feira, baseado na obra de E.B. White, que é o livro infantil mais vendido em todos os tempos.
Esta é a segunda vez em que o livro infantil é levado ao cinema. A anterior foi em 1973. É um filme para toda a família com alvo principal nas crianças, que mostra valores morais inquestionáveis. A menina do título é Dakota Fanning.
GLOBO DE OURO
Quatro filmes exibidos em Feira de Santana no ano passado e vistos foram premiados no Globo de Ouro, realizado na noite de segunda-feira passada: Martin Scorsese, como Melhor Diretor por “Os Infiltrados”; Meryl Streep como Melhor Atriz em Comédia ou Musical por “O Diabo Veste Prada”; “Carros” como Melhor Filme de Animação; e “Happy Feet - O Pingüm” como Melhor Música Original (“The Song of the Heart”).
O Globo de Ouro, um dos principais prêmios de Hollywood, foi entregue pela Associação de Correspondentes Estrangeiros em Hollywood.
PROMOÇÃO
Em parceria desta coluna com a Espaço/Z Marketing de Entretenimento e a distribuidora Downtown Filmes, a promoção de ingressos para a assistência de “O Segredo de Beethoven”, 25 leitores e 15 ouvintes do programa “Rádio Repórter”, da Rádio Subaé, foram contemplados.
CURTAS
Até ontem, durante apenas uma semana, a exibição de “O Segredo de Beethoven”, até agora o melhor filme visto neste novo ano./// Continua em cartaz a comédia romântica “O Amor Não Tira Férias”, que é bem interessante e que faz uma homenagem à Hollywood dos “anos de ouro”./// Esta coluna é publicada em concomitância com o Blog Demais (www.dimasoliveira.globolog.com.br), sites “Infocultural” (www.infocultural.infocultural.com) e “Portal Livre” (www.portallivre.com.br). Este jornalista especializado em cinema também participa dos programas “Rádio Repórter”, na Rádio Subaé AM, às quintas-feiras, e no “Bom Dia, Feira”, na Rádio Princesa FM, aos sábados.
18/01/07 21:39:04
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTOS
O DONO DA FESTA 2 (Van Wilder 2: The Rise of Taj), de Mort Nathan, 2006. Com Kal Penn, Lauren Cohan e Daniel Percival. Comédia. Jovem parte para a Inglaterra e ingressa na Universidade de Oxford, onde reúne um grupo de alunos rejeitados pelas irmandades locais e monta sua própria irmandade. Mas os únicos integrantes que consegue atrair são justamente os rejeitados pelas demais irmandades. Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 97 minutos. Horários: 14h40, 16h40, 18h45 e 20h50. Sala 1 (243 lugares).
A MENINA E O PORQUINHO (Charlotte’s Web), de Gary Winnick, 2006. Com Dakota Fanning, Beau Bridges, Gary Basaraba e Kevin Anderson. Infantil. Fern é uma das poucas pessoas a perceber que o porquinho Wilbur é um animal muito especial. Com seu carinho e atenção ela ajuda a tornar Wilbur em um porco vistoso e radiante. Quando se muda para um novo celeiro, o porquinho faz amizade com a aranha Charlotte. Os laços de amizade dos dois fazem com que os demais animais vivam como uma família. Porém quando surge a notícia de que Wilbur em breve será morto, Charlotte busca um meio de convencer o fazendeiro que ele merece ser salvo. Classificação indicativa: Livre. Duração: 115 minutos. Horários: 16h15 e 20h30. Sala 2 (160 lugares).
CONTINUAÇÕES
XUXA GÊMEAS, de Jorge Fernando, 2006. Com Xuxa Meneghel, Ivete Sangalo e Elisângela. Comédia. Duas gêmeas foram separadas quando ainda eram bebês e crescem sem saber da existência da outra. Em sexta semana. Classificação indicativa: Livre. Duração: 88 minutos. Horários: 14h20 e 18h35. Sala 2.
O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS (The Holiday), de Nancy Meyers, 2006. Com Cameron Diaz, Kate Winslet, Jude Law e Jack Black. Comédia romântica. Após sofrerem desilusões amorosas, duas mulheres de estilo de vida bem diferentes combinam de trocar suas casas temporariamente. A mudança faz com que elas encontrem novas paixões. Em segunda semana. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 138 minutos. Horários: 15h20, 18h10 e 21 horas. Sala 3 (167 lugares).
UMA NOITE NO MUSEU (Night at the Museum), de Shawn Levy, 2006. Com Ben Stiller, Robin Williams, Dick Van Dyck, Owen Wilson e Mickey Rooney. Aventura e comédia. Larry Daley é um homem de bom coração, que trabalha como segurança noturno em um museu de história natural. Num de seus turnos coisas estranhas começam a acontecer: esqueletos de dinossauros e estátuas de cera começam a ganhar vida. Em meio ao caos instalado, a única pessoa que pode ajuda-lo é a estátua de cera de Theodore Roosevelt, que, assim como as demais, também ganhou vida. Em segunda semana. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 109 minutos. Horários: 14h40, 16h50, 19h05 e 21h20. Sala 4 (264 lugares).
Obs.: Semana de 19 a 25 de janeiro.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
17/01/07 18:15:58
Mancada de Colbert
Outra mancada nacional de Colbert Martins Filho. Está no “Contraponto” da coluna “Painel” da “Folha de S. Paulo” desta quarta-feira, 17, a nota que tem o título de “Pensando bem”, que mostra a posição dúbia do parlamentar:
O deputado federal Colbert Martins (PPS-BA) foi abordado na semana passada por um jornalista que fazia uma enquête. Uma das perguntas era se o parlamentar defendia o voto secreto em algumas sessões da Câmara, como a cassação de deputados e a eleição do presidente da Casa.
- Sou radicalmente contra qualquer tipo de voto secreto, por uma questão de princípios – disse.
O jornalista então quis saber quem ele iria apoiar na disputa pela presidência da Câmara entre Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Após um momento de silêncio, o deputado esquivou-se:
- Desculpe, mas não vou te revelar. O voto é secreto.
17/01/07 17:57:28
O que vou dizer lá em casa
Como o governo Wagner vai explicar ao servidor que o seu vencimento-base, hoje em R$324,00, com o salário mínimo de R$350,00? O nivelamento deve esbarrar no limite prudencial da despesa de pessoal, que é estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal em 60%.
17/01/07 17:56:58
Prática
O nepotismo corre solto na Prefeitura de Salvador, segundo as notícias dos jornais desta semana. São parentes de todos os graus em cargos de confiança.
17/01/07 17:50:53
Entrevista - Augusto César Orrico
Orçamento para cultura é cerca de três vezes maior que o de 2006
Astrônomo e matemático, Augusto César Pereira Orrico está licenciado da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), onde é funcionário estatutário. A convite do prefeito José Ronaldo de Carvalho ele assumiu no dia 14 de junho de 2006 o cargo de diretor presidente da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa. Nesta entrevista ao jornalista Dimas Oliveira, ele conta sobre seus primeiros seis meses à frente da instituição e sobre os projetos em andamento para desenvolver a cultura em Feira de Santana. César Orrico tem experiência na captação de recursos junto a instituições e empresas. Um exemplo: foi ele quem conseguiu junto à Tintas Suvinil, com a parceria da Tintas Alves, a doação de todo o material necessário para a pintura externa e interna do Mercado de Arte Popular (MAP). A empresa fez até doação direta, sem utilização de leis de incentivos.
Em seis meses de atuação à frente da Fundação Cultural Egberto Costa, o que foi realizado pela instituição?
Primeiro foi feito o levantamento dos bens patrimoniais da Fundação, dos projetos em andamento, das instalações físicas existentes, bem como tomamos conhecimento sobre o quadro de pessoal e suas carências.
Qual o papel da Fundação no Governo Municipal?
Pela sua própria essência de ordem estrutural e estatutária, a Fundação possui autonomia para viabilizar projetos e captação de recursos em nível nacional e internacional. Além de administrar os projetos em andamento, a Fundação promoverá a captação de recursos para todas as secretarias municipais e autarquias, constituindo-se em uma entidade que pode viabilizar projetos de um modo geral, não só os culturais.
Quais os projetos a serem executados neste ano?
Será dada continuidade aos projetos existentes, a exemplo do Arte de Viver, com sua gama de oficinas, Teatro Vai aos Bairros, Vozes da Terra, Natal na Praça, Canteiro Musical, dentre outros. Está sendo elaborado um plano gestor para o corrente ano, que visa captar recursos para equipar com informática as bibliotecas (Biblioteca Municipal Arnold Silva, Biblioteca Raquel Freitas, em Maria Quitéria), e o Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira. Outro ponto a ser destacado é a recuperação total do Teatro Margarida Ribeiro, cujos cálculos estruturais e planilhas complementares estão sendo concluídas pelos arquitetos e engenheiros da Secretaria de Planejamento.
Desses projetos qual o mais importante para a cidade?
Seguramente, a reabertura do Teatro Margarida Ribeiro é a intervenção mais importante, não desmerecendo as demais ações previstas.
Todas as manifestações culturais estão sendo atendidas pelo Governo?
Sim. A dotação orçamentária prevista para o corrente ano contemplará todas as ações propostas no plano gestor de 2007. O prefeito José Ronaldo é sensível à área cultural. Prova disso é que o orçamento para o corrente ano é cerca de três vezes maior que o do ano passado.
A cultura em Feira de Santana tem algum nó para ser desatado?
Tem sim. Estamos fazendo levantamento para formatação do Censo Cultural de Feira de Santana, onde vai ser identificado o número de artistas e artesãos que atuam nas diversas áreas culturais. Em paralelo a esse trabalho vai ser realizado o projeto de identidade cultural, que vai permitir dirigir as ações com foco mais específico deixando de serem pontuais.
A sua indicação para ser gestor de um órgão cultural causou um certo reboliço no meio artístico. Como isso foi visto?
É normal que um profissional que atuou 31 anos na vida pública vindo de uma instituição científica (o Observatório Astronômico Antares), provoque num primeiro momento atenção. Entretanto, no próprio Observatório já eram desenvolvidos projetos culturais, como lançamento de livros, exposições de artes plásticas, mostra de fotografias, palestras, exibição de filmes, entre outros. Também, fui fundador da Rádio Antares FM, sendo seu diretor por 12 anos, período em que foi dado apoio a inúmeros eventos de ordem cultural e social da cidade. Ressalte-se que a experiência adquirida por ter conseguido edificar o Observatório nos deu norrau para elaborar projetos visando captação de recursos.
16/01/07 18:48:48
Talentos nas artes plásticas em exposição no Iguatemi
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Aporta no Iguatemi nesta quinta-feira (18) a exposição de trabalhos de alunos da Oficina de Artes Plásticas, que é mantida pela Prefeitura, através da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa e da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer. A abertura será às 10h e a atividade fica em pauta até o dia 31 de janeiro.
A mostra sai da Galeria de Arte Aliomar Simas, do Centro de Cultura Maestro Miro e vai para a alameda Helena Assis do shopping. Antes, a exposição esteve em pauta no Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira.
São 13 alunos-artistas do programa “Arte de Viver” expondo 40 trabalhos no estilo figurado acadêmico em acrílica sobre tela e no introdutório nas técnicas expressionista e abstrata. A Oficina de Artes Plásticas tem como professor o artista plástico e educador Silvio Portugal. Em 2006, cerca de 150 alunos foram matriculados e atendidos nessa oficina.
Alice Pereira Magalhães, Ana Kamila, Ana Paraíso, Cori Amorim, Douglas Amâncio, Eliene Leal, Lúcia Gardênia Carvalho, Maria Auxiliadora Ferreira, Maria da Conceição Farias, Neide Sandes, Nilson Raimundo Sobrinho, Rita Monaliza Barreto e Vera Nascimento participam da exposição.
A intenção da atividade no Shopping Iguatemi é ampliar a visibilidade do trabalho desenvolvido pelo programa municipal, segundo o diretor-presidente da Fundação, Augusto César Orrico. “São talentos emergentes que têm a oportunidade de iniciação no cenário artístico”, considerou Silvio Portugal.
16/01/07 18:37:37
Carneirada no Touro
O deputado federal eleito Sérgio Carneiro (PT) não emplacou nada no governo Jaques Wagner mas impôs uma bomba ao Fluminense de Feira, através de José Francisco Pinto (segundo suplente de senador): a contratação de Nelsinho Góes como supervisor, que na apresentação afirmou ser olheiro técnico, sabe-se lá o que é isso. A contratação causou mal estar no clube, pelo alto custo e a incerteza de resultados.
16/01/07 11:40:52
Globo de Ouro
No Globo de Ouro realizado na noite de segunda-feira, 15, a premiação de Martins Scorsese, como Melhor Diretor por “Os Infiltrados”; Meryl Streep como Melhor Atriz em Comédia ou Musical por “O Diabo Veste Prada”; “Carros” como Melhor Filme de Animação; e “Happy Feet – O Pingüm” como Melhor Música Original (“The Song of the Heart”).
Essas premiações são destacadas pois os filmes já foram exibidos e vistos em Feira de Santana.
O Globo de Ouro, um dos principais prêmios de Hollywood, foi entregue pela Associação de Correspondentes Estrangeiros em Hollywood.
16/01/07 11:33:23
Cinema com visão espiritual
Por Dimas Oliveira
“Sonhadora”, de John Saltius, 2005, não chegou ao cinema, pelo menos em Feira de Santana. Trata-se de uma realização que com sua simplicidade prende a atenção e emociona. Superação é o principal tema do drama.
A narrativa gira em torno da família de Cale Crane (Dakota Fanning), uma garota que ama demais o pai e tenta se aproximar dele por meio de seu trabalho. Ben Crane ( Kurt Russell) é treinador de cavalos de corrida, mas um dia já foi um grande criador. Soñadora é uma égua com um incrível potencial como animal de corrida até o momento em que fratura uma das patas. É quando seu dono pede para Ben sacrificá-la. Contrário ao pedido, pelos apelos da filha, ele é demitido e, em um acordo, recebe a água como parte do pagamento.
A família está passando por crise de relacionamento e situação financeira difícil, tanto que a mãe, Lily (Elisabeth Shue), trabalha como garçonete para ajudar no sustento. A garota nunca perde a esperança e vê em Soñadora a chance de restauração e reconstrução da família, trazendo a união e o amor de volta ao haras em que a família vive, junto com Pop Crane (Kris Kristofferson), o avô.
A história é verídica e aconteceu em 1995. “Sonhadora” é um desses filmes para toda a família, edificante, com princípios bíblicos e valores morais. Contêm lições sobre esperança, visão de fé e confiança, redenção, restituição, conserto e, como o título afirma, sobre sonhos.
Por tudo isso é que foi considerado piegas e arrasado por parte da crítica. Por ser visto com visão espiritual, a consideração positiva. A assistência foi em vídeo.
15/01/07 12:41:58
Do Blog Reinaldo Azevedo
Sexobras 1
Pedem-me que comente o projeto do governo federal de instalar máquinas com camisinhas nas escolas. Querem que eu diga o quê? Tenho 45 anos. Já (ou ainda) sou de um tempo em que se acreditava que a escola tivesse um valor, vá lá, iluminista. Supunha-se que havia algo a aprender e a ensinar lá. Hoje em dia? Basta o proselitismo. Se tudo der certo e se resolverem problemas técnicos, não tarda, e se botará um laptop na mão de cada analfabeto funcional do país. É o Brasil de Lula.
Sexobras 2
A camisinha nas escolas pode coibir a expansão da AIDS? Claro que não! Vai ampliar. É óbvio que se trata de um convite. Numa idade pautada pela emulação, pela competição, somada à cultura machista, o que se faz é incentivar o sexo precoce e irresponsável. Com ou sem camisinha. Será uma janela a mais para a síndrome, para outras doenças sexualmente transmissíveis e para a gravidez precoce. Há mais: o Estado passa a invadir, obviamente, o espaço da moralidade privada, assumindo a orientação que diz respeito à educação familiar.
Sexobras 3
Por falar no assunto, vem aí o Carnaval. Daqui a pouco, começam as propagandas na TV, se é que já não começaram, incentivando o “sexo responsável”. Entende-se por responsável manter relações sexuais com pessoas estranhas desde que haja a proteção da camisinha. Temos um governo que substituiu a escolha moral - porque sempre será isso - por um pedaço de látex. E ainda acham um absurdo a Igreja Católica não aplaudir a iniciativa... Estatizaram o baixo ventre do brasileiro. O país precisa de um Pai Patrão que decida até o que o cidadão faz com a sua genitália. Sempre achei que o povo não sabe direito onde tem o nariz. A coisa, vê-se, é mais séria.
15/01/07 12:29:33
Erramos
Na nota “Ao por do sol”, postada na quinta-feira, 11, uma incorreção. O instrumento de Tetê Espíndola é craviola e não graviola como saiu grafado equivocadamente.
15/01/07 11:30:36
Fora de foco
“Estado vai incrementar crescimento da Grande Salvador e do Recôncavo”, informa o secretário Afonso Florence, de Desenvolvimento Urbano, em entrevista na “Tribuna da Bahia”, edição desta segunda-feira, 15.
Isso que quer dizer que Feira de Santana e o resto da Bahia não estarão no foco do governo Jaques Wagner? Na entrevista, Feira é vista como cidade-dormitório.
15/01/07 11:30:05
Quadro
O editor de política da “Tribuna da Bahia”, Jânio Lopo, já está torcendo para que os próximos quatro anos passem como um relâmpago. Em artigo na edição desta segunda-feira, 15, ele está antevendo um triste quadro para a Bahia sem Lula ajudando Wagner.
15/01/07 11:29:42
Gafes
No artigo “Gafes iniciais do poder”, publicado na edição desta segunda-feira, 15, da “Tribuna da Bahia”, o jornalista e escritor Tasso Franco comenta sobre lapsos de quem está chegando ao poder.
De cara, ele trata sobre gafes cometidas pelo secretário Ildes Ferreira, da Ciência, Tecnologia e Inovação. Leiam no jornal ou no site www.cronicasdabahia.com.br.
14/01/07 22:59:28
Triste experiência
A primeira participação do Fluminense de Feira na Copa São Paulo foi mesmo desastrosa. Três jogos, três derrotas (0x4 União São João, 0x8 Corinthians, e 2x3 Paysandu). Entre os 88 participantes, ficou em 86º lugar, na frente do ABC e do Comerciário. O time feirense foi um dos 14 times que não marcaram nenhum ponto. Com pouco tempo entre o convite e a realização dos jogos e com pouco treinamento não podia dar outra coisa.
13/01/07 21:28:56
Desencanto cedo
“Dilma rejeita pedidos de Wagner”, na chamada de capa do jornal “A Tarde” deste sábado, 13. “Dilma não atende à lista de Wagner”, título da matéria no interior do jornal, que é como um “Diário Oficial” paralelo do novo governo baiano.
Dilma (Roussef) é a poderosa ministra da Casa Civil do governo Lula. (Jaques) Wagner é o governador da Bahia, que dizem ser muito amigo do presidente.
Com 12 dias de governo, uma cruel realidade para quem foi pedir ajuda e pouco recebeu.
13/01/07 21:28:17
Comédia romântica envolvente
Por Dimas Oliveira
“Amor Não Tira Férias”, de Nancy Meyers (a mesma diretora de “Alguém Tem Que Ceder”, 2003), que está em cartaz no Orient Cineplace, é uma comédia que agrada principalmente ao público feminino, pelo romantismo envolvente que contém. São duas histórias de amor que se desenvolvem em paralelo, ambas tratando de mudança de vida, com texto bem escrito, com falas fortes e delicadas, fazendo rir e chorar. O melhor do filme é a marcante homenagem que faz ao cinema.
As personagens principais são duas mulheres completamente diferentes. Uma, Amanda (Cameron Diaz) é uma bem-sucedida produtora de trailers de cinema, que vive numa mansão em Los Angeles. Ela rompe com o namorado e é incapaz de derramar uma lágrima. Outra, Iris (Kate Winslet) é uma jornalista inglesa que escreve sobre casamentos e que vive sozinha num chalé nos arredores de Londres. Ela nutre um amor não correspondido por um colega de trabalho.
Elas nunca se viram, mas seus destinos se cruzam por meio da Internet, através de um site que fornece endereços ao redor do mundo para pessoas que estiverem interessadas em trocar de casa por temporada. Assim, Amanda viaja à Inglaterra e se hospeda na casa de Iris, que viaja aos Estados Unidos para ficar na casa da outra.
Amanda se apaixona por Graham (Jude Law), que é irmão de Iris, e inicia uma amizade com o roteirista da “Era de Ouro” de Hollywood, Arthur Abbott, de 90 anos, além de conhecer Miles (Jack Black), que é compositor de trilhas sonoras. Com a amizade, Iris cria o hábito de ver filmes antigos e nas personagens femininas deles ela encontra a força para tomar novas atitudes. O roteirista é interpretado pelo grande ator Eli Wallach, que em fala critica o cinema contemporâneo. Trilhas sonoras de filmes são citadas, incluindo a de “Conduzindo Miss Daisy”, que é composta por Hans Zimmer, o mesmo de “O Amor Não Tira Férias”. Dustin Hoffman aparece numa locadora de DVDs, sendo mais uma citação ao cinema dentro do filme.
Nos Estados Unidos, nas cinco primeiras semanas rendeu cerca de 60 milhões de dólares. No Brasil, em três semanas desde o lançamento, foi visto por cerca de 600 mil pessoas.
12/01/07 18:38:35
Boiando
Em 12 dias de governo, Jaques Wagner ainda não tem idéia de como começar a trabalhar. Não tem nenhum plano de governo. Discursar em palanque é fácil.
12/01/07 18:38:10
Mão única
O senador eleito João Durval Carneiro (PDT), que comeu poeira junto a Jaques Wagner, continua fora do novo Governo. Não emplacou ninguém no primeiro escalão e restam poucos cargos no segundo e nada. Aliança de mão única.
12/01/07 18:37:38
Queda
O prefeito de Salvador João Henrique Carneiro (PDT), que se diz evangélico, reverenciou Senhor do Bonfim durante a Lavagem de quinta-feira, 11, segundo os jornais desta sexta-feira. Ele até batucou pandeiro e entrou em roda de samba.
12/01/07 18:37:07
Marca
O novo governo já tem marca oficial: “Governo da Bahia. Terra de todos nós”. Trata-se de “uma representação gráfica baseada nas cores da Bahia, que inaugura um novo momento e, ao mesmo tempo, remete ao estandarte da Revolta dos Alfaiates”.
12/01/07 18:36:37
Nomeada
Maria Renilda Daltro Moura, militante de carteirinha do PT, que foi diretora de Turismo no governo do prefeito Colbert Martins, foi nomeada assessora especial do Gabinete do Secretário de Educação. O decreto saiu no “Diário Oficial do Estado” desta sexta-feira, 12.
12/01/07 18:35:55
Verbetes
No “Dicionário de Autores Baianos”, publicado pela extinta Secretaria de Cultura e Turismo, a presença de vários nomes de Feira de Santana. São verbetes com gente da estirpe de Antônio Moreira, Edith Mendes da Gama e Abreu, Edivaldo Boaventura, Eduardo Portella, Eurico Alves Boaventura, Fernando Ramos, Filinto Bastos, Godofredo Filho, José Maria Nunes Marques, Vivaldo Costa Lima, entre outros.
11/01/07 22:40:11
Fora de contexto
Está contido em matéria sobre Juraci Dórea no jornal laboratório da Unef, edição de novembro e dezembro de 2006: “Qualquer um que chegue na estação rodoviária de Feira de Santana e admire os desenhos expostos nas paredes, pode estar contemplando uma de suas obras”.
Na verdade, há quarenta anos, o painel de azulejos do artista plástico Lênio Braga é admirado não só pelos que chegam na cidade.
Em 1967, o então governador Lomanto Júnior encomendou a Lênio Braga, artista paranaense, mas apaixonado pela cultura nordestina, a montagem de um painel que retratasse a história do município de Feira de Santana. Desde então, é considerada a maior obra de arte pública nesta cidade. Na obra, o artista resgatou lendas do folclore e registrou seus elementos nos sete painéis de azulejos que a compõem. Em 1º de outubro de 2001, o então governador César Borges decretou o tombamento pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) do “bem público de valor cultural”.
Também, não é recente como diz o texto a série de Juraci Dórea chamada “Fantasia Sertaneja”, pois, há uns vinte anos que o artista comercializa essas obras.
Assim, desinformação pura.
11/01/07 22:39:38
Ao por do sol
A produtora cultural Selma Santos promovendo em Salvador nesta sexta-feira, 12, a partir das 18 horas, na Barraca Bungalow Brazil, na praia do Flamengo, em Salvador, show com Jânia Carvalho que recebe Tetê Espíndola e sua graviola ao pôr do sol. Tetê já esteve em Feira em Projeto Pixinguinha, nos anos 80. A natureza é a sua escola musical. “Aprendi a cantar com os passarinhos”, conta. O couvert artístico custa R$10,00.
11/01/07 22:38:59
Festival de Besteiras Que Assolam o País
“Fica terminantemente proibida a ocorrência de enchentes nos bairros da cidade, provocadas em razão de chuvas fortes, chuvas de granizo, tempestades com raios, vendavais e cheias no Rio Paraíba do Sul e seus afluentes no município”. Trecho de projeto enviado pelo prefeito de Aparecida, interior de São Paulo, para a Câmara.
11/01/07 22:38:37
Irmão contra irmão
“Se tivesse cinco turnos, eu votava cinco turnos no Geraldo Alckmin. Meus irmãos estão loucos para me dar uns cascudos”. De Jackson Inácio da Silva, irmão do presidente Lula.
11/01/07 22:37:58
Como o diabo gosta
Prometendo implantar o “socialismo do século XXI” e proclamando em seu juramento: “Pátria, socialismo ou morte”, Hugo Chávez iniciou na quarta-feira, 10, seu terceiro mandato presidencial de seis anos na Venezuela. Por decreto, ele pretende acabar com o limite de reeleições. No país vizinho, jornais e emissoras que fazem oposição de televisão são fechados.
Mas, tem que considere que o governo chavista é uma verdadeira democracia.
11/01/07 22:37:30
Números
Em 2006, a Bahia fechou o ano com um montante de 6,8 bilhões de dólares em exportações. O recorde é histórico, com um crescimento de 13,1% em comparação ao ano anterior no comércio do Estado para o exterior.
Como serão os números deste ano?
11/01/07 21:11:39
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTO NACIONAL
UMA NOITE NO MUSEU (Night at the Museum), de Shawn Levy, 2006. Com Ben Stiller, Robin Williams, Dick Van Dyck, Owen Wilson e Mickey Rooney. Aventura e comédia. Larry Daley é um homem de bom coração, que trabalha como segurança noturno em um museu de história natural. Num de seus turnos coisas estranhas começam a acontecer: esqueletos de dinossauros e estátuas de cera começam a ganhar vida. Em meio ao caos instalado, a única pessoa que pode ajuda-lo é a estátua de cera de Theodore Roosevelt, que, assim como as demais, também ganhou vida. Teve pré-estréia aberta ao público até ontem. Classificação indicativa: Livre. Duração: 109 minutos. Horários: 14h20, 16h30, 18h45 e 21 horas. Sala 4 (264 lugares).
LANÇAMENTO
O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS (The Holiday), de Nancy Meyers, 2006. Com Cameron Diaz, Kate Winslet, Jude Law e Jack Black. Comédia romântica. Após sofrerem desilusões amorosas, duas mulheres de estilo de vida bem diferentes combinam de trocar suas casas temporariamente. A mudança faz com que elas encontrem novas paixões Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 138 minutos. Horários: 13 horas, 15h40, 18h25 e 21h10. Sala 1 (243 lugares).
O SEGREDO DE BEETHOVEN (Copying Beethoven), de Agnieszka Holland, 2006. Com Ed Harris, Diane Kruger, Ralph Riach e Bill Stewart. Drama. Jovem estudante do Conservatório de Música de Viena sonha em ser compositora. Ela é indicada para um cobiçado cargo em uma editora musical. Devido a uma série de eventos ocasionais acaba designada para trabalhar juntamente a Ludwig van Beethoven, o mais celebrado artista vivo da época. Inicialmente descrente, ele faz à jovem um desafio de improvisação, no qual ela demonstra sua sensibilidade musical. Beethoven a aceita como copista, dando início a um forte relacionamento entre os dois. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 104 minutos. Horários: 18h35 e 20h45. Sala 2 (160 lugares).
CONTINUAÇÕES
XUXA GÊMEAS, de Jorge Fernando, 2006. Com Xuxa Meneghel, Ivete Sangalo e Elisângela. Comédia. Duas gêmeas foram separadas quando ainda eram bebês e crescem sem saber da existência da outra. Em quinta semana. Classificação indicativa: Livre. Duração: 88 minutos. Horários: 13 horas, 14h50 e 16h40. Sala 2.
POR ÁGUA ABAIXO (Flushed Away), de David Bowers e Sam Fell, 2006. Animação. Um rato de estimação tenta enganar um rato de esgoto e acaba sendo jogado na privada da casa em que mora. Preso no esgoto, ele busca agora uma forma de retornar ao seu lar. Em quinta semana. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 87 minutos. Horários: 13h40 e 15 horas. Sala 3 (264 lugares).
ERAGON (Eragon) de Stefan Fangmeier, 2006. Com Edward Speelers, Sienna Guillory, Djimon Hounson, Jeremy Irons, John Malkovich e Robert Carlyle. Aventura. Um jovem encontra na floresta uma estranha pedra azul, da qual nasce um dragão. Ele passa a ser então o portador de uma dinastia antiga, que foi aparentemente exterminada pelo governante do reino em que vive. Ele se torna o mais novo Cavaleiro de Dragões. Em quarta semana. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 109 minutos. Horários: 16h50, 19h05 e 21h20. Sala 3.
Obs.: Semana de 12 a 18 de janeiro.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
11/01/07 21:11:04
FILMES EM CARTAZ
Beethoven e a “Nona Sinfonia” na tela
A paixão por trás de um gênio musical. Este o tema de “O Segredo de Beethoven”, em cartaz a partir desta sexta-feira, no Orient Cinelace. Com este lançamento - o principal desta semana - os leitores da coluna “Cinema”, no jornal “NoiteDia” - e ouvintes do programa “Rádio Repórter”, na Rádio Subaé AM -, podem participar de promoção de sorteio de ingressos para assistência ao filme, em parceria com a Espaço/Z Marketing de Entretenimento e a distribuidora Downtown.
Jovem, Anna Holtz (Diane Kruger), aspira se tornar uma compositora. Ela está em busca de inspiração e quer traçar uma carreira na capital mundial da música, Viena. Como estudante do conservatório de música, ela é indicada para a cobiçada posição e por uma seqüência de eventos fortuitos, tem a oportunidade de trabalhar ao lado do maior, e mais celebrado artista vivo de então, Ludwig van Beethoven (Ed Harris).
Cético e descrente, Beethoven lança um desafio de improvisação e Anna demonstra competência e sensibilidade musical. Ele a aceita como sua copista, dando início a um forte relacionamento que irá transformar a vida de ambos.
O filme se passa durante os últimos anos da vida de Beethoven, nos anos 20 do século XIV, período turbulento que envolve sua luta contra a surdez, solidão e trauma familiar existente, que acabam como profundas inspirações para a mais incontentável sinfonia de todos os tempos: a “Nona Sinfonia”.
Beethoven é um desses personagens maiores que a vida - sobre os quais pode se falar “Tudo que você ouviu é verdadeiro, ou ao menos parte disso”, como explicou a diretora Agnieszka Holland. “Ele transformou toda a noção primária da música, destruindo regras, convenções - e também os nervos de quem trabalhou com ele - ao longo de sua trajetória”, completou.
Em uma das cenas mais reveladoras do filme, Beethoven explica para Anna que Deus vive não somente nas mentes dos homens em suas almas, mas também na sua coragem.
O filme mergulha nas relações conturbadas entre aluno e professor, entre idólatras e idolatrados. Anna sabe que há um alto preço a ser pago caso ela deseje continuar bebendo da experiência do mestre, ao mesmo tempo em que o consagrado compositor também pode aprender muito com a dedicação da aluna.
A produção é bem caprichada, com belas locações na Hungria, fotografia e figurinos notáveis e a participação da Sinfônica de Londres. Naturalmente que o melhor de tudo é a irresistível música do compositor. Para ser visto.
05/01/07 17:07:37
Salto
O advogado Vitalmiro Cunha toma posse na próxima segunda-feira, 8, como vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - Seção do Estado da Bahia.
05/01/07 17:06:10
Ato de governo
Um dos primeiros atos de Jaques Wagner como governador foi decretar o 30 de outubro como Dia do Sindicalista. Incrível que numa “república sindicalista” já não existisse a comemoração
05/01/07 17:04:04
Na TV E
O jornalista Josias Pires, que também é documentarista, tomou posse como novo diretor da TV Educativa. Em Feira de Santana, ele atuou no jornal “Feira Hoje”, no final dos anos 80 e início dos anos 90. Em janeiro de 1993, foi um dos demitidos da redação a pedido do prefeito João Durval, recém empossado no cargo, que logo deixaria para se aventurar em candidatura ao Governo do Estado.
05/01/07 16:59:38
Pé na jaca
O vereador de Salvador e deputado federal eleito Sérgio Carneiro (PT), tomou posse na Câmara dos Deputados como suplente na vaga aberta pelo deputado federal Luís Alberto, que assumiu Secretaria do governo Wagner. Segundo o noticiários dos jornais desta sexta-feira, 5, ele está sendo contemplado com as mordomias proporcionadas pelo mandato-tampão de menor de um mês em pleno recesso parlamentar.
No período, Sérgio deve receber cerca de R$ 85 mil, incluindo o subsídio parlamentar e todas as vantagens financeiras. Como outros suplentes ganhará para não trabalhar no período de recesso, sem nenhuma atividade parlamentar.
Como se sabe, ele é filho do senador João Durval (PDT) e irmão do prefeito de Salvador João Henrique (PDT), além de ser pré-candidato a prefeito de Feira de Santana.
04/01/07 23:29:43
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
PRÉ-ESTRÉIA
UMA NOITE NO MUSEU (Night at the Museum), de Shawn Levy, 2006. Com Ben Stiller, Robin Williams, Dick Van Dyck, Owen Wilson e Mickey Rooney. Aventura e comédia. Larry Daley é um homem de bom coração, que trabalha como segurança noturno em um museu de história natural. Num de seus turnos coisas estranhas começam a acontecer: esqueletos de dinossauros e estátuas de cera começam a ganhar vida. Em meio ao caos instalado, a única pessoa que pode ajuda-lo é a estátua de cera de Theodore Roosevelt, que, assim como as demais, também ganhou vida. Pré-estréia aberta ao público. Classificação indicativa: Livre. Duração: 109 minutos. Horários: 19 horas e 21h15. Sala 4 (264 lugares).
LANÇAMENTO
MENORES DESACOMPANHADOS (Unacompanied Minors), de Paul Feig, 2006. Com Lewis Black, Dyllan Christopher e Gina Mantegna. Comédia. Uma nevasca impede os vôos em um aeroporto na véspera do Natal. Cansados de esperar na área reservada para menores desacompanhados, algumas crianças decidem conquistar a liberdade. Classificação indicativa: Livre. Duração: 90 minutos. Horários: 13h30, 15h20, 17h15, 19h10 e 21h05. Sala 2 (160 lugares).
CONTINUAÇÕES
ERAGON (Eragon) de Stefan Fangmeier, 2006. Com Edward Speelers, Sienna Guillory, Djimon Hounson, Jeremy Irons, John Malkovich e Robert Carlyle. Aventura. Um jovem encontra na floresta uma estranha pedra azul, da qual nasce um dragão. Ele passa a ser então o portador de uma dinastia antiga, que foi aparentemente exterminada pelo governante do reino em que vive. Ele se torna o mais novo Cavaleiro de Dragões. Em terceira semana. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 109 minutos. Horários: 14h20, 16h30, 18h45 e 21 horas. Sala 1 (243 lugares).
XUXA GÊMEAS, de Jorge Fernando, 2006. Com Xuxa Meneghel, Ivete Sangalo e Elisângela. Comédia. Duas gêmeas foram separadas quando ainda eram bebês e crescem sem saber da existência da outra. Em quarta semana. Classificação indicativa: Livre. Duração: 88 minutos. Horários: 13 horas, 14h50, 16h40, 18h35 e 20h30. Sala 3 (167 lugares).
POR ÁGUA ABAIXO (Flushed Away), de David Bowers e Sam Fell, 2006. Animação. Um rato de estimação tenta enganar um rato de esgoto e acaba sendo jogado na privada da casa em que mora. Preso no esgoto, ele busca agora uma forma de retornar ao seu lar. Em quarta semana. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 87 minutos. Horários: 13h20, 15h10 e 17h05. Sala 4 (264 lugares).
Obs.: Semana de 5 a 11 de janeiro.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
04/01/07 18:51:03
“Cometa Mambembe”: Musica que marca Carlos Pitta
Por Dimas Oliveira
Quando a estrela brilhar na cabeleira
E o galope acordar na beira-mar
Em dias feirenses, o cantor e compositor Carlos Pitta, 51 anos, lembra os vinte anos da música que é a sua marca, “Cometa Mambembe”, composta por Edmundo Caroso. Ele é o autor da melodia.
Carlos Pitta conta que a música surgiu quando da passagem do cometa Halley em 1986. Em visita ao Observatório Astronômico Antares, o astrônomo Augusto César Orrico (hoje, diretor-presidente da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa) sugeriu a ele a criação de uma música que falasse do cometa.
Bem-te-vi a canção na goiabeira
Brisa lua no mato pra cheirar
Naquele mesmo ano, a música teve a sua primeira gravação, por Carlos Moura, sendo até lançada no programa “Fantástico”, da Rede Globo. Foi a senha para “Cometa Mambembe” estourar. No Carnaval de Salvador de 1987 e na Micareta de Feira de Santana do ano seguinte foi a música mais executada. Ela passou cinco anos nessa condição.
“Cometa Mambembe” é um frevo agalopado. “Tem estrutura de frevo e andamento de arrasta-pé, que entrou com muita facilidade no gosto popular”, disse Pitta.
No cometa da guitarra baiana
Ou nas cores da calda do pavão
Pode-se afirmar que “Cometa Mambembe” é um dos hinos do Carnaval da Bahia - e da Micareta de Feira. O outro é “Chame Gente”, de Armandinho. O ex-secretário de Cultura e Turismo Paulo Gaudenzi considera-a como “a música mais forte e bonita da Bahia”. Osmar Martins tinha consideração similar.
Zamzibar, tuareges e batutas
Andaluzes de Gandhi coração
Vinte anos depois, Carlos Pitta afirma que não tem mérito no “estouro” de “Cometa Mambembe”. Para ele, a música aconteceu por Edmundo Caroso ter acreditado nela.
Além do Carnaval, a música também é hit no período junino. Cantada por Alcimar Monteiro, ele trocou “cometa da guitarra baiana” por “cometa do forrobodó”. Marinês e Sua Gente também toca no período junino, assim como a Banda Brucelose, de Pernambuco. Nesse Estado, onde o frevo domina, “Cometa Mambembe “ se impôs no repertório. É uma das músicas mais executadas nas baladas de São Paulo, onde até existe coreografia própria para ela nas festas.
No Carnaval, praticamente todas bandas em cima de trios elétricos continuam tocando o sucesso. Das famosas Chiclete Com Banana, Eva, Jammil e Uma Noites, Ara Ketu, além de Luís Caldas, às pouco conhecidas Pataquintera, Cheiro de Menina, Batom na Cueca e muitas outras.
Tenha fé no azul que está no frevo
Que o azul é a cor da alegria
“Cometa Mambembe” é uma das músicas brasileiras mais tocadas em Portugal, principalmente na capital, Lisboa. É conhecida em Montreux, na Suíça; Nice, na França; Bruxelas, na Bélgica; Milão, na Itália, Manheim e Tubingem, na Alemanha; Nova York, nos Estados Unidos.
Um cavalo mambembe sem relevo
No galope de Olinda pra Bahia
Enfim, “Cometa Mambembe” é a música “carro-chefe” da carreira de Carlos Pitta, que em todos shows que realiza é cobrado a executá-la, quase sempre atendendo a pedidos do público. Esta música o marcou definitivamente. Ela rende direitos autorais ao artista, que até perdeu o controle sobre a obra.
04/01/07 18:49:40
03/01/07 14:08:28
Presença
Está no noticiário que seis vereadores não foram à posse da nova Mesa Diretiva da Câmara Municipal. Como se fosse uma novidade. Afinal, são poucas as sessões, ordinárias ou especiais, em que são registrados 100 por cento de freqüência. Em compensação, dois vereadores licenciados - Genésio Serafim e Justiniano França - marcaram presença.
03/01/07 14:07:45
Palanque
Com a Lei de Responsabilidade Fiscal e outros instrumentos de controle da execução orçamentária não dá para nenhum gestor entrante reclamar do antecessor, como o governador Jaques Wagner está fazendo com Paulo Souto. Ainda mais, no caso, pela transparência nos atos do ex-governador. Wagner ainda está no palanque.
03/01/07 14:06:03
Sem visibilidade
Ildes Ferreira foi empossado na segunda-feira como secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação. O decreto saiu no “Diário Oficial do Estado”. Mas, no noticiário dos jornais de Salvador e de Feira de Santana nenhum registro do fato. Assim, no primeiro dia útil do ano, 2, não se sabe se ele iniciou o trabalho sem cerimônia oficial ou se assumiu formalizando a posse no cargo. É a falta de visibilidade do órgão e do titular.
03/01/07 14:05:27
Boquinha
“Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”, o título do filme de Pedro Almodóvar, vem a calhar na situação em que vivem os homens também na lentidão da definição dos cargos de segundo e terceiro escalão pelo governador Jaques Wagner.
03/01/07 14:04:21
Deu no jornal
“Duendes
João Henrique faz de conta que manda, os secretários fazem de conta que obedecem e os vereadores fazem de conta que fiscalizam. Salvador entrou em profundo processo de degradação física, social, econômica e financeira”. Da “Coluna de Geraldo Vilalva”, no jornal “Bahia Negócios”, edição de dezembro de 2006.
02/01/07 23:14:05
Feirense em “Amazônia”
O ator feirense Ilya São Paulo está no elenco da minissérie “Amazônia: De Galvez a Chico Mendes”, que teve estréia nesta terça-feira, 2, na rede Globo. Filho do cineasta Olney São Paulo e do também ator Irving São Paulo, ambos falecidos, Ilya interpreta o seringueiro Viriato. Pela sinopse, ele se apaixona e casa com Delzuite (Giovanna Antonelli), mesmo sabendo que ela está grávida do boto. Quando abandonado pela mulher, ele se casa novamente, agora com Dina (Cacau Melo).
O personagem apareceu na abertura da minissérie nesta terça-feira, em três cenas com Delzuite, às 21h52, 22h05 e 22h11.
Na Globo, Ilya trabalhou antes nas novelas “Perigosas Peruas”, em 1992, e “Irmãos Coragem”, em 1995. Também atuou nas minisséries “Os Maias”, em 2001; “A Casa das Sete Mulheres”, em 2005; “Hoje É Dia de Maria”, em 2005; e “JK”, em 2006. Também em episódios de “Você Decide”, entre 1996 e 1998, e de “Kubanacan”, em 2004.
02/01/07 23:02:28
FRASES
“Toma cuidado com teu nome, pois ele permanecerá contigo por mais tempo do que uma grande quantidade de ouro”.
Bíblia Sagrada
“Aqueles que utilizam o seu tempo da pior maneira são os primeiros a se queixar de sua brevidade”.
Jean de La Bruyère
“Quando você contrata pessoas mais inteligentes que você, prova que é mais inteligente do que elas”.
R. H. Grant
“Um objetivo nada mais é do que um sonho com limite de tempo”.
Joe L. Griffith
“Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade”.
Elmer Letterman
“O sucesso na vida depende unicamente de insistência e ação”.
Emerson
“Uma atitude vitoriosa é meio caminho andado para o sucesso”.
Arthur Riedel
“O único lugar no mundo onde sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”.
Vidal Sasson
“Não busque os lucros desonestos. Os lucros desonestos são prejuízos”.
Hesíodo
“A qualidade de seu trabalho tem tudo a ver com a qualidade de sua vida”
Orison Swett Marden
“Somos o que repetidamente fazemos, portanto a excelência não é um feito, mas um hábito”.
Aristóteles
“Você conhece alguém que faz bem o seu trabalho? Saiba que ele é melhor que a maioria e merece estar na companhia de reis”.
Bíblia Sagrada
02/01/07 22:19:07
Destaque
Na revista “Nossa História”, edição de dezembro de 2006, que está nas bancas, no dossiê sobre protestantismo oferecido, um trabalho de Elizete da Silva, doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), professora titular da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), onde coordena o Centro de Pesquisa da Religião, e professora na pós-graduação em História da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Em “A presença protestante no Brasil”, ela descreve a chegada ao Brasil do “movimento protestante, seus conflitos com a Igreja Católica e suas estratégias para, driblando preconceitos e perseguições, se tornar uma força religiosa importante no país”. Ela é autora da tese “Cidadãos de Outra Pátria: Anglicanos e Batistas na Bahia”, apresentada na USP, em 1998.
02/01/07 21:07:43
Os feriados de 2007
Só o São João cai em dia de domingo
Por Dimas Oliveira
2007. Como em todo ano, começou com um feriado. Primeiro de janeiro é o Dia da Confraternização Universal. O feriado é nacional pela Lei Nº 662, de 6 de abril de 1949. Os próximos feriados deste ano são dos chamados tradicionais, pois consagrados à comemoração decorrente de costumes populares ou religiosos, como o Carnaval, na terça-feira, 20 de fevereiro, Quarta-Feira de Cinzas, 21 de fevereiro, este até o meio-dia. São datas que não têm qualquer amparo legal, e a eventual dispensa do trabalho restringe-se à mera liberalidade patronal.
Em Feira de Santana, por exemplo, não tem Carnaval, mas o “feriado” existe. Este ano, são oito feriados nacionais, um estadual e quatro municipais, afora outros dias que são “enforcados”.
Em 6 de abril, a Sexta-Feira Santa, feriado municipal. Também em abril, no dia 21, o dia de Tiradentes, um sábado, feriado nacional, por Lei nº 1.266 de 8 de dezembro de 1950. Ainda no quarto mês do ano, a realização da festa local, de 19 a 23, a Micareta, incidindo no dia 21, que já é feriado. A Micareta é como o Carnaval.
Outro feriado nacional é o Dia do Trabalho, em 1º de maio, uma terça-feira, criado por Lei nº 662 de 6 de abril de 1949.
Em junho, dois feriados municipais; Corpus Christi, data móvel, sempre em quinta-feira, neste ano de 2007 no dia 7. O outro feriado é São João, no dia 24, um domingo.
Em 2 de julho, caindo numa segunda-feira, o feriado estadual pela Independência da Bahia, através da Lei nº 9.093 de 12 de setembro de 1995. No dia 26 deste mês, quinta-feira, dia de Senhora Santana, padroeira do lugar, também feriado municipal, o quarto e último do ano, nesta classificação.
Em 7 de setembro, uma sexta-feira, é o Dia da Pátria, quando de comemora a Independência do Brasil, o feriado é nacional, pela Lei nº 662, de 6 de abril de 1949. Outro feriado nacional, pela Lei nº 6.802, de 30 de junho de 1980, é 12 de outubro, que cai numa sexta-feira, dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, quando também se comemora o Dia das Crianças.
Em novembro, mais dois feriados classificados como nacionais: Dia de Finados, em 2, uma sexta-feira, Lei nº 10.607, de 19 de dezembro de 2002; e Proclamação da República, dia 15, quinta-feira, pela Lei nº 662, de 6 de abril de 1949.
Finalmente, o feriado nacional de Natal, em 25 de dezembro, que cai numa terça-feira este ano. Os dias 30 e 31 de dezembro não são considerados úteis para o sistema financeiro: as agências bancárias não funcionam nestes dias.
Ainda existe o ponto facultativo, data em que os poderes executivos, nacional, estadual ou municipal decidem liberar total ou parcialmente do trabalho os servidores públicos respectivos. Eles não trazem qualquer vinculação ou obrigação para os estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços. Um exemplo é o Dia da Cidade, que desde 2001 é comemorado em 18 de setembro, que cai numa terça-feira neste ano.
02/01/07 19:09:15
Sensação
“Assistir à posse de segundo mandato dá a mesma sensação de euforia ao comprar um carro usado”. No site de Cláudio Humberto.
02/01/07 18:57:25
Espanto
Banco da Ana, Banco da Maria. A agência do Banco do Brasil da rua Conselheiro Franco está com novo nome, causando espanto. Trata-se de campanha de marketing para popularizar ainda mais o BB. Na passagem de ano, a mudança.
02/01/07 18:56:52
Deu no jornal I
“Números ralos
O Cerimonial do Congresso expediu 1.260 convites para a posse do presidente Lula. Apenas 360 convidados apareceram. O jeito foi abrir as cadeiras do plenário da Câmara para o batalhão de jornalistas sentarem, dando a impressão de casa cheia”. No “Informe JB”, do “Jornal do Brasil”, edição desta terça-feira, 2 de janeiro de 2007.
Deu no jornal II
“(...) Mas, infelizmente, os primeiros passos não são alvissareiros. Ao contrário, são preocupantes. A ponto de se temer a repetição do desgoverno de Waldir Pires, em 1986, quando a Bahia deu um passo atrás na maioria dos indicadores sociais e econômicos. (...) De iniciativa do próprio Wagner, infelizmente, não se deve esperar muito. É torcer para que não haja um retrocesso na rota do desenvolvimento do Estado”. Trecho do editorial “O novo governo baiano”, na edição desta terça-feira do “Correio da Bahia”.
02/01/07 14:19:04
Novo ano promete
Lançados em 2006, continuam em cartaz, no Orient Cineplace, o Multiplex do Iguatemi, “O Ilusionita”, que está na nossa segunda lista de melhores do ano passado, bem como “Filhos da Esperança”, ainda não visto, mas que poderia estar na relação, pelos comentários que o procedem. Este novo ano promete muito em termos de lançamentos cinematográficos.
22/12/06 20:59:41
CINEMA
Filmes brasileiros lançados em 2006
Por Dimas Oliveira
O ano está acabando e já se pode fazer um balanço dos filmes brasileiros exibidos em Feira de Santana, no Orient Cineplace. Na última semana do ano poderá entrar em cartaz, “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, completando 20 títulos nacionais na temporada.
O começo de 2006 foi com “Xuxinha e Guto Contra os Monstros”, que foi lançado em 25 de dezembro do ano passado e ficou em tela até 12 de janeiro. Outro filme que teve pré-estréia no Natal de 2005 até 5 de janeiro foi “Se Eu Fosse Você”, que teve a maior permanência em cartaz, de 6 de janeiro a 23 de fevereiro, sendo o filme brasileiro mais visto este ano, não só nesta cidade como em todo o país.
“Didi: O Caçador de Tesouros” entrou de 6 a 19 de janeiro e depois de 27 de janeiro a 9 de fevereiro. O superestimado “A Máquina” só durou uma semana, de 7 a 12 de abril, sendo um grande fracasso de público. Outra decepção foi “Irmã Vap: O Retorno”, também com somente uma semana em cartaz, de 12 a 18 de maio. “Achados e Perdidos” passou de 12 a 18 de maio. Os meses de junho e julho não tiveram nenhum filme brasileiro.
“Zuzu Angel” ficou duas semanas em cartaz, de 4 a 17 de agosto. A segunda bobagem da turma do Casseta & Planeta, “Seus Problemas Acabaram”, durou três semanas, de 1º a 21 de setembro.
“Anjos do Sol”, passou desapercebido, de 1º a 6 de setembro. A comédia “Trair e Coçar É Só Começar”, ficou em tela por três semanas, de 22 de setembro a 11 de outubro, já “O Maior Amor do Mundo”, de 6 a 11 de outubro, apenas uma semana, assim como “A Ilha do Terrível Rapaterra”, de 27 de outubro a 1º de novembro. “Muito Gelo e Dois dedos d’Água” permaneceu duas semanas em tele, de 2 a 16 de novembro; “Fica Comigo Esta Noite” durou duas semanas, de 17 a 30 de novembro.
“O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias” passou apenas uma semana, de 24 a 30 de novembro. Também somente durou uma semana os filmes “Eu Me Lembro”, de 1 a 7 de dezembro; “Canta Maria” e “Sonhos e Desejos”, de 8 a 14 deste mês.
Como o ano começou com Xuxa, termina com ela, em dose dupla, “Xuxa Gêmeas”
De todos esses filmes, apenas cinco foram lançamentos em concomitância com o circuito nacional: “Se Eu Fosse Você”, “Didi: O Caçador de Tesouros”, “Zuzu Angel”, “Seus Problemas Acabaram”, “Xuxa Gêmeas”.
Dos vinte títulos, destaque para “Zuzu Angel”, “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias”, o melhor de todos, “Canta Maria” e o baiano “Eu Me Lembro”.
19/12/06 18:38:38
Maestro Miro vai ser reaberto nesta quinta-feira
O Centro de Cultura Maestro Miro será reaberto na próxima quinta-feira. Fechado desde fevereiro, o espaço cultural retoma suas atividades depois de passar por reparos em sua estrutura. A solenidade contará com a presença do prefeito José Ronaldo de Carvalho, do secretário de Cultura, Esporte e Lazer Maurício Carvalho e do diretor presidente da Fundação Cultural Egberto Costa, Augusto César Orrico.
A Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e a Fundação Cultural Egberto Costa já definiram a programação de reabertura. Na quinta-feira, às 20h, depois de solenidade, show “Eu Apenas Queria Que Você Soubesse”, com Carlos Pitta, Bando Anunciador e convidados -, ele comemorando 25 anos de carreira.
Na sexta-feira, 22, às 20h, apresentação da Companhia de Dana Rita Bastos com o espetáculo “Corpo em Poesia”. No sábado, 23, apresentação do espetáculo teatral “Graxeiras Graças a Deus”, com direção de Fernando Marinho e Márcio Sherrer, José Guedes e Adriano Lima no elenco.
Na terça-feira, 26, às 20h, apresentação do espetáculo teatral “A Carroça Mágica”, com direção de Grasca e Cristiane Veiga.
Por fim, na quarta-feira, dia 27, às 19h30, lançamento do CD do festival de música Vozes da Terra, edição 2006, com apresentação musical de Paulo Bindá e Banda Vozes da Terra, além dos finalistas das edições 2005 e 2006.
15/12/06 18:50:15
Cada parlamentar custará até R$113.883,33 por mês
(Do Blog Reinaldo Azevedo)
Somados todos os benefícios, cada parlamentar passará a custar ao país R$113.883,33 mil por mês. Além do ganho mensal de R$28.583,33 (14 salários somados e divididos por 12), os congressistas recebem:
a - de R$ 4,1 mil a R$ 16,5 mil para passagens aéreas (depende o Estado de origem);
b - R$ 3 mil mensais de auxílio-moradia;
c - R$ 50.8 mil por mês para gastos com pessoal;
d - Até R$ 15 mil para gastos com escritório e locomoção no Estado de origem.
Sim, os valores foram calculados pelo teto nos itens a e b.
15/12/06 18:25:54
Viva o povo brasileiro
O novo salário dos deputados federais (R$24.500,00) é 23 vezes maior que o salário médio (R$1.046,50) do brasileiro. Em relação ao salário mínimo, 70 vezes maior.
14/12/06 16:48:16
Muniz Sodré participa de evento em Paris
Muniz Sodré, presidente da Biblioteca Nacional, participou no início de dezembro, em Paris, de um encontro internacional sobre biblioteca digital em que teve a oportunidade de relatar a experiência da instituição que dirige.
Em junho, a Biblioteca Nacional inaugurou um novo formato para seu site, que contém a Biblioteca Nacional Digital, constituído pela digitalização de parte do acervo.
Promovido pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, o evento aconteceu nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, na sede da Unesco.
Muniz, 63 anos, é natural de São Gonçalo dos Campos e foi criado em Feira de Santana. É filho de Antônio Leopoldo Cabral. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais na Bahia, fez mestrado na Sorbonne em Sociologia da Informação, em Paris, doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em Teoria da Literatura de Massa, e pós-doutorado novamente na Sorbonne em Sociologia, Antropologia e Lingüística.
Muniz Sodré publicou 26 livros e atualmente é professor titular da Escola de Comunicação da UFRJ, onde leciona há mais de dez anos e foi diretor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura. Jornalista, ele trabalhou na Bloch Editores, no “Jornal do Brasil” e na revista “Visão”.
14/12/06 16:45:28
O homem errado
O título é de um filme clássico de Alfred Hitchcock, o mestre do suspense, realizado em 1956, com Henry Fonda. Cinqüenta anos depois é usado para considerar sobre a indicação do “feirense” Ildes Ferreira de Oliveira para o primeiro escalão do governo Jaques Wagner.
Com retardo, ele foi anunciado nesta quinta-feira, 14, para o cargo de secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, atualmente um órgão extraordinário na estrutura do Estado e com um técnico da área como titular, Rafael Luchesi, mas sem ter muita visibilidade.
Como sociólogo de formação, com mestrado na área, professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), integrante do Departamento de Ciências Humanas e Filosofia, que em sala de aula ensina Marx e Gramsci, dirigente do Movimento de Organização Comunitária (MOC), assessor e consultor da Apaeb (Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira), articulista eventual em jornais e outras publicações, escrevinhador de cartas para painéis de leitores em publicações nacionais, não tem nada a ver com o cargo para o qual foi indicado.
Ildes também foi vereador - seu mandato foi entre 1996 e 2000, com 1.711 votos. Candidato derrotado à reeleição em 2000, quando conseguiu 1.921 votos. Em 2004, com 1.561 votos - foi o mais votado do PPS e o 46º entre os candidatos, outra derrota nas urnas.
Este o homem de Feira de Santana - ele é natural de Valente - no primeiro escalão do primeiro governo petista na Bahia.
Como tem até um engenheiro eletricista na Comunicação...
13/12/06 00:09:03
FILMES EM CARTAZ
Pela primeira vez numa sessão de cinema
Jason Statham e Amy Smart em “Adrenalina”
Divulgação
Dezembro, mês de férias escolares e tempo propício de programas para o público infantil, no Orient Cineplace. Nesta semana tem os lançamentos nacionais do filme de animação “Por Água Abaixo” e da bobagem anual de Xuxa, agora em dose dupla com “Xuxa Gêmeas”. Ainda para o público alvo do período tem a deliciosa animação “Happy Feet - O Pingüm”, em quarta semana.
Outras duas novidades são o filme de ação “Adrenalina”, com distribuição e promoção da Califórnia Filmes, e o drama “Um Bom Ano”, com Russell Crowe de novo dirigido por Ridley Scott, que estiveram juntos em “Gladiador”. Esses dois títulos são recomendados.
Enquanto isso, alunos da Escola Municipal Nóide Cerqueira, no Campo Limpo, estiveram na noite de terça-feira passada, pela primeira vez numa sessão de cinema. Cerca de 50 integrantes do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) assistiram junto com professores ao filme “Canta Maria”, que esteve em cartaz até ontem no Orient Cineplace.
A professora Leiva Beatriz Maria Santana Franco foi quem teve a iniciativa de promover este complemento pedagógico. Depois da sessão, este jornalista teve a oportunidade de falar um pouco sobre o filme. A atividade foi em parceria com a distribuidora Califórnia Filmes, a empresa Orient Filmes, e esta coluna semanal no “NoiteDia”. Também, apoio da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa.
“Canta Maria”, de Francisco Ramalho Júnior, é baseado no romance “Os Desvalidos”, do escritor sergipano Francisco J. C. Dantas, com ação passada nos anos 30 e que tem como pano de fundo o cangaço, um tema regionalista por excelência. Depois, de “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias”, o melhor filme brasileiro exibido em Feira de Santana este ano.
11/12/06 21:48:27
“Essa Dor Seca do Sertão” vai à Queimadinha
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A peça “Essa Dor Seca de Sertão” será apresentada pela primeira vez em Feira de Santana, dentro da programação do projeto “Teatro Vai aos Bairros”, de inclusão cultural, realizado pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Fundação Cultural Egberto Costa. A encenação será neste sábado, às 19 horas, no Colégio Edelvira Oliveira, no Cruzeirinho, Queimadinha.
Montagem da Cia Cênica Retalhos, “Essa Dor Seca de Sertão” tem texto de Beldes Ramos e direção de José Guedes. Segundo ele, que faz sua estréia guiando um espetáculo teatral - ele que é conhecido ator - o texto “nos emociona justamente por representar o espírito de luta do nordestino, sua religiosidade e fé, e sua perseverança na busca de dias melhores, mesmo que a sua condição de sofrimento prenuncie o contrário e o faça errar por veredas de atribuições”.
Beldes Ramos trata a seca de modo realista e lúdico, levando o espectador a refletir sobre a temática. O espetáculo mescla realidade e fantasia. “A partir dos quatro elementos (água, fogo, terra e ar), tentaremos recompor o universo impresso no texto, transformando o que se lê, no que se vê”, considerou José Guedes.
O elenco da peça é formado por Dejane Martins (Rogaciana), Claudeilton Garizas (Josué), Rafael Ferreira (Retirantes, Arauto da Morte), Silvânia Santos (Poeta, Vendedor de Ilusões), Jorge Figueredo (Cangaceiro), e Adriana Oliveira (Diabo, Morte).
O projeto é desenvolvido há seis anos pelo Governo Municipal e conta com apoio cultural da Coelba, através do programa FazCultura, do Governo do Estado.
11/12/06 21:47:23
Sessão de cinema pela primeira vez
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Alunos da Escola Municipal Nóide Cerqueira, no Campo Limpo, vão na noite desta terça-feira, 12, às 19h10, pela primeira vez ano cinema. Uma turma de 50 alunos do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) vão assistir junto com professores ao filme “Canta Maria”, que está em cartaz no Orient Cineplace.
A professora Leiva Beatriz Maria Santana Franco é quem teve a iniciativa de promover este complemento pedagógico. Com o programa, implantado pela Secretaria da Educação, jovens e adultos voltam à sala de aula. Quem não teve oportunidade de estudar na idade apropriada, ou que por algum motivo abandonou a escola antes de terminar a Educação Básica, tem procurado instituições de ensino para completar seus estudos.
Além de assistirem ao filme os participantes terão direito à pipoca e refrigerante, que compõem o programa de uma sessão cinematográfica. A atividade é em parceria com a distribuidora Califórnia Filmes, empresa Orient Filmes, e a coluna “Cinema”, do jornalista Dimas Oliveira, no jornal “NoiteDia”.
O filme “Canta Maria”, de Francisco Ramalho Júnior, é baseado no romance “Os Desvalidos”, do escritor sergipano Francisco J. C. Dantas, com ação passada nos anos 30 e que tem como pano de fundo o cangaço, um tema regionalista por excelência.
11/12/06 21:44:32
“Natal na Praça” tem início nesta terça-feira
Incidência de fortes ventos e chuvas adiou programação
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O projeto “Natal na Praça”, em sua sexta edição, desenvolvido pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Fundação Cultural Municipal Egberto Costa, não foi iniciado no sábado passado, como estava previsto. A incidência de fortes ventos e chuvas na tarde daquele dia provocou o adiamento da programação para esta quarta-feira, pois a estrutura montada na praça de alimentação, na avenida Getúlio Vargas, foi prejudicada.
Segundo o secretário Maurício Carvalho as atrações programadas para os primeiros dias do “Natal na Praça” serão intercaladas nos demais dias do evento. “Estamos promovendo remanejamento para acomodar toda a programação anteriormente definida”, disse. O feriado de Natal, 25, e o dia 26 podem também serem utilizados no programa.
Reunir famílias em praça pública num clima de confraternização natalina, com apresentações de artistas locais e regionais com música, dança, teatro, presépio vivo, além de filarmônicas e corais, é o objetivo do programa. Durante duas semanas, a programação de uma série de atrações, são 54 no total, sendo três a quatro por dia.
08/12/06 23:34:58
Você conhece alguém do secretariado anunciado?
Aumento no número de secretarias, mudanças e criação de novas secretarias e indicação de nomes completamente desconhecidos. Este o balanço do anúncio do secretariado pelo governador eleito Jaques Wagner (PT), na manhã desta sexta-feira, 8. Ainda falta ele divulgar três futuros secretários (Planejamento, Administração e Ciência e Tecnologia).
Os nomes divulgados contemplam o PT e partidos aliados - PC do B, PMDB, PSB, PTB e PV - faltaram o PDT, do senador eleito João Durval Carneiro e do prefeito de Salvador, e o PPS, do deputado federal feirense Colbert Martins Filho. Resumo da ópera: Nenhum nome de Feira de Santana no secretariado. Nem Ildes Ferreira, nem Valmir Motta, nem Messias Gonzaga, muito menos Evaldo Martins, Marlede Oliveira, Albertino Carneiro e Jairo Cedraz. Pois é.
Eis o secretariado, anunciado depois de dois meses e uma semana do resultado das eleições:
Administração - Não divulgado
Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária - Geraldo Simões (PT)
Casa Civil - Eva Maria (PT)
Casa Militar – Não divulgado
Ciência e Tecnologia - Não divulgado
Desenvolvimento Urbano - Afonso Florêncio
Educação - Adeum Sauer (PT)
Fazenda - Carlos Martins (PT)
Governo - Fernando Schmidt (PSB)
Indústria, Comércio e Mineração - Rafael Amoedo (PMDB)
Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Juliano Matos (PV)
Planejamento - Não divulgado
Procurador Geral do Estado - Rui Moraes Cruz
Saúde - Jorge Solla (PT)
Novas e mudadas
Articulação - Ruy Costa (PT)
Cultura - Márcio Meirelles
Desenvolvimento Regional - Edmon Lucas (PTB)
Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza - Walmir Assunção (PT)
Direitos Humanos - Marília Murici
Infraestrutura e Transportes - Batista Neves (PMDB)
Justiça e Segurança - Paulo Bezerra
Promoção Social - Luiz Alberto (PT)
Trabalho e Emprego - Nilton Vasconcelos (PC do B),
Turismo - Domingos Leonelli (PSB)
08/12/06 23:33:28
Deu em Cláudio Humberto:
(sexta-feira, 8 de dezembro)
Prefeito desafia Wagner a acabar programa
O prefeito de Feira de Santana (BA), José Reinaldo de Carvalho (PFL), assegurou aos 650 pequenos agricultores do Programa de Avicultura Familiar que vai dar continuidade ao programa, independente da decisão do futuro governo petista de Jaques Wagner de mantê-lo ou não. O programa é uma parceria do governo estadual. Feira de Santana é agora o principal reduto do carlismo na Bahia. José Ronaldo foi reeleito com quase 80% dos votos e pode bater chapa com Wagner, em 2010.
Até petistas votaram no candidato de ACM
O futuro ministro do Tribunal de Contas da União, deputado Aroldo Cedraz (PFL-BA), foi bem votado até mesmo na bancada do PT. Deputados petistas como os baianos Nelson Pelegrino e Walter Pinheiro preferiram votar o candidato apoiado por ACM a ajudar a eleger o colega Paulo Delgado (PT-MG), de quem não gostam.
Estas nota estão no site www.claudiohumberto.com.br
08/12/06 23:31:39
07/12/06 23:06:47
Na tela
"Nada me abala. Não sou um cara vulnerável a notícia de jornal. Aliás, se você soubesse o bem que é ficar 20 dias sem ler jornal para o leitor! Não abro um jornal! E não desaprendo nada. Por que você acha que sou esse cara equilibrado? Porque não fico subordinado às oscilações das notícias. Ninguém tem que ligar para a minha casa para dizer: "Vai sair tal coisa na Folha de S.Paulo amanhã". F*#*-se! Deixa sair" (Lula, em "Atos – A Companhia Pública de Lula", documentário de João Moreira Salles sobre os bastidores da campanha presidencial de 2002).
07/12/06 23:03:54
Casarão dos Olhos d´Água tem inauguração
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O casarão dos Olhos d´Água será entregue aos feirenses e à comunidade acadêmica totalmente recuperado nesta sexta-feira, 8. O evento está marcado para as 9h30. Segundo estudiosos da história local, é o marco zero de Feira de Santana. Teria sido construído no século XVIII, e servido de moradia do casal Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandão, donos da fazenda que deu origem a cidade. Está em poder da família Pedra há mais de dois séculos. Foi transformado na Fundação Alfredo da Costa e Almeida Pedra.
O governador Paulo Souto será um dos convidados. O prefeito José Ronaldo de Carvalho vai estar presente. A reforma foi custeada pelo Governo do Estado, através do Programa FazCultura e através da renúncia fiscal do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A empresa parceira foi a Pirelli, que tem uma unidade no Centro Industrial do Subaé (CIS).
O prefeito José Ronaldo disse que a recuperação do casarão foi por décadas pedida pela intelectualidade agora se concretiza. “Recuperar um patrimônio cultural se torna um referencial para a memória coletiva de toda comunidade. Adotamos a preservação de prédios e igrejas como campo de ação. Tenho a convicção que contribuímos decisivamente para que a nossa cultura se tornasse um pouco mais rica. Para isso, contamos com o decisivo apoio do governador Paulo Souto, que se mostrou amigo do povo de Feira de Santana”, disse.
Ele disse mais que o casarão tem um valor histórico e afetivo para os feirenses. “A intervenção impediu que o imóvel fosse totalmente ao chão. Já não restava muito das suas paredes que certamente carregavam muita história. O novo espaço também será um local onde a história feirense, que é rica, será evidenciada todos os dias. Desde o ciclo do couro à sua industrialização. É, de certa forma, um resgate do nosso passado”, considerou.
Em Feira de Santana igrejas seculares já foram recuperadas, todas com apoio do FazCultura: a de Nossa Senhora dos Humildes, que fica no distrito de Humildes, a Catedral Metropolitana de Santana, a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, a Igreja Senhor dos Passos e a de São José das Itapororocas, no distrito de Maria Quitéria.
O casarão onde viveu o político João Pedreira – e foi sede da Prefeitura, Fórum, Biblioteca, entre outros órgãos, esquina das avenidas Senhor dos Passos e Getúlio Vargas, está em fase final de recuperação pelos seus proprietários. Há alguns anos foi parcialmente destruído por um incêndio. O octagenário prédio da Prefeitura passa por profunda e completa restauração. O casarão Fróes da Motta, que pertence à Fundação Senhor dos Passos, está sendo recuperado.
Uma moderna praça foi construída no local onde existe uma cruz de madeira. Era naquela área, segundo os conhecedores da história local, que os tropeiros, que iam ou vinham do sertão, tangendo boiada ou transportando outros produtos, repousavam. O casarão e a praça serão transformados em espaços culturais, abertos à comunidade e aos eventos produzido por ela.
“O nosso objetivo é transformar o casarão num espaço vivo, onde a cultura pulse e que todas suas salas sejam ocupadas por representantes de todos segmentos da cultura local”, disse Jorge Pedra, bisneto proprietário do imóvel. “Ficou do jeito que a gente e as pessoas desejavam. Foi reerguido e será mantido pelos feirenses com muito carinho. Afinal, este casarão representa o nosso começo. Agora é o recomeço”, falou.
06/12/06 18:51:00
Educando a sociedade “de que”...
(Extraído do Blog Reinaldo Azevedo)
Imprensa e Educando de... – Ontem, falando a autoridades do Judiciário, com aquela fluência e clareza que tão bem o caracterizam, disse o Apedeuta, o Babalorixá de Banânia: “Possivelmente, eu acho que, do ponto de vista econômico, a notícia ruim deve dar muito mais dinheiro do que a notícia boa. Como é que a gente vai educar a sociedade brasileira de que as coisas boas acontecem em maior número que as coisas ruins no país?" Como a gente vê, Lula está pensando em “educar a sociedade de” algumas coisas. E a imprensa está na mira. O modelo petista já está pronto. Consiste em mobilizar os seus esbirros, amamentados com o leite de pata da verba publicitária do governo e das estatais, para cantar as suas glórias. O chato é que as emissoras cuja profissão é puxar o saco não têm audiência, e as revistas cuja tarefa é inventar uma metafísica para o petismo não têm leitores. Pior para o governo e melhor para os espertalhões. No fundo, querem que o PT se dane. O negócio é meter a mão na grana.
06/12/06 18:33:53
FILMES EM CARTAZ
“Fonte da Vida” e “Canta Maria” chamam a atenção
Sete filmes em cartaz nesta 50ª semana cinematográfica, a partir desta sexta-feira, 8. Quatro novidades, duas delas, filmes brasileiros, e três continuações. Os filmes que mais chamam a atenção são “Fonte da Vida”, que é ficção científica, e o drama brasileiro “Canta Maria”, com o cangaço de volta às telas. O filme brasileiro “Sonhos e Desejos”, tem os anos 70 como pano de fundo (como os recentes “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias” e “Eu Me Lembro”), assim, um tema mais que recorrente atualmente. As novidades fecham com a animação “O Segredo dos Animais”. Continuam: “Happy Feet - O Pingüim”, deliciosa animação musical; “Jesus - A História do Nascimento”, que narra o episódio da natividade, como está na Bíblia, e que merece ser visto; e o excelente “O Grande Truque”.
Em “Fonte da Vida”, em três épocas distintas da humanidade - passado, presente e futuro - um homem busca respostas que possam ajudá-lo a compreender a existência. Dirigido por Darren Aronofsky tem Hugh Jackman, Rachel Weisz e Ellen Burstyn no elenco.
Durante a maior parte de sua produção o título do filme seria “Os Desvalidos”, o mesmo do livro o qual sua história é baseada, do escritor sergipano Francisco J. C. Dantas. O definitivo “Canta Maria”, é uma referência à letra de uma canção, composta por Daniela Mercury e Gabriel Povoas para o filme. O cangaço, que é um tema dos mais interessantes da história brasileira está de volta à pauta cinematográfica. O movimento que abalou o Nordeste nas primeiras décadas do século 20, uma das grandes vertentes do cinema nacional no passado, ganha releitura neste filme.
O escritor Francisco J. C. Dantas é natural de Riachão do Dantas e o livro “Os Desvalidos” foi lançado em 1993. É considerado um sopro novo na literatura de cunho regionalista, um autor cujo talento vem sendo comparado a Guimarães Rosa e Graciliano Ramos.
O principal local das filmagens foi Cabaceiras, pequeno município com pouco mais de quatro mil habitantes, no interior da Paraíba.
A produção nacional é mais uma distribuição da Califórnia Filmes. Nos programas "Rádio Repórter", da Rádio Subaé, na quinta-feira, e "Bom Dia, Feira, na Rádio Princesa, no sábado, a realização de promoção de ingressos para assistência ao filme "Canta Maria", em parceria com a distribuidora.
06/12/06 18:29:48
Ah, como é difícil governar
“Wagner espera um cenário de dificuldades”. Esta a chamada da “Tribuna da Bahia”, edição desta quarta-feira, 6.
O governador eleito, Jaques Wagner (PT), está antevendo a situação. Nem tomou posse e já está justificando. Discurso é uma coisa, prática é outra. E a amizade com o presidente Lula não vai render nada para aliviar a dificuldade? Triste Bahia.
05/12/06 21:40:25
Acervo Pedro Roberto em funcionamento
O Acervo Pedro Roberto, um memorial de cultura, foi aberto na noite do dia 30 de novembro passado, em concorrida mostra do trabalho e ateliê do artista plástico Pedro Roberto, falecido em 1º de janeiro deste ano. O espaço fica na Vila Carsioli, no bairro Campo Limpo. Bazar beneficente, em prol da Associação de Apoio as Pessoas Com Câncer (AAPC), também marcou a inauguração.
Desejo exposto em vida, o sonho de Pedro Roberto foi concretizado por familiares, anexo ao loft que construiu quando retornou de São Paulo para Feira de Santana, em 2005.
Pedro Roberto Boaventura de Oliveira nasceu em 29 de junho de 1950, em Angico, distrito de Mairi, na Bahia. Filho da professora Hilda Pereira Boaventura de Oliveira (já falecida) e do comerciante Carlos Simões de Oliveira. Aos dois anos de idade ele veio morar em Feira de Santana e, desde criança, mostrou muito interesse por trabalhos manuais, desenhos e um conhecimento especial sobre cinema, na época, o grande divertimento da garotada.
Aos 16 anos, foi trabalhar com o arquiteto Amélio Amorim, então, o mais renomado da cidade, onde aprendeu desenho técnico, tornando-se logo, um dos mais requisitados nessa área. Com a dupla de arquitetos José Monteiro Filho e Juraci Dórea, ele continuou desenhista até o início dos anos 70, quando prestou vestibular em Salvador, cursando Artes Plásticas na Universidade Federal da Bahia (Ufba), até 1976.
Em 1973, realizou sua primeira exposição individual, no Clube de Campo Cajueiro, em Feira de Santana, denominada “Realismo Fantástico”, que obteve repercussão imediata, tanto na parte comercial como na mídia especializada, recebendo citação em matéria da conceituada crítica Matilde Matos, do “Jornal da Bahia”.
Até o final dos anos 80, realizou dezenas de exposições individuais, participou de salões e coletivas, criou cartazes (duas vezes para a Micareta de Feira de Santana) e figurinos para teatro, decoração para eventos, murais, além de cenários para desfiles de moda e peças teatrais.
Aos 30 anos de idade foi morar no Rio de Janeiro e, em 1982, mudou-se para São Paulo, onde abriu o atelier “Garagem 957” juntamente com a designer de jóias Jeanette Pires.
Em 1988, foi convidado pelo estilista Ney Galvão para mostrar seus
quadros no programa “Veja o Gordo” e indicado pelo mesmo para ser cenógrafo no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Ele trabalhou dezesseis anos na emissora, até 2004, exercendo os cargos de assistente de Cenografia, cenógrafo, chefe de Cenografia, gerente de Contra-Regra, gerente de Cenografia & Contra-regra, gerente de Cenografia & Figurino e como coordenador de Cenografia & Figurino.
Vitimado por um câncer, ele voltou para Feira de Santana em dezembro de 2004, depois de ter se submetido a uma delicada cirurgia. Nesta cidade, fez tratamento de quimioterapia e radioterapia. Realizou a que seria sua última exposição, “Faces”, de desenhos, na Galeria de Arte Carlo Barbosa. Em setembro de 2005, com o recrudescimento da doença, ele voltou para São Paulo, onde faleceu no primeiro dia deste ano. Seu corpo veio para Feira de Santana, onde foi sepultado no dia 3 de janeiro, no Cemitério Piedade.
05/12/06 21:39:29
05/12/06 19:37:37
Teatro vai ao Fraternidade com “Debaixo da Ponte”
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O espetáculo “Debaixo da Ponte” é a próxima apresentação do projeto cultural “O Teatro Vai aos Bairros”, nesta quarta-feira, às 19 horas, no bairro Fraternidade. A iniciativa que visa proporcionar inclusão cultural é do Governo Princesa do Sertão, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa, com apoio da Coelba, através da FazCultura.
De autoria de Marcello Ricardo Almeida e Morche Ricardo Almeida, a peça, que foi escrita em 1983, trata sobre um drama urbano: a estória de dois mendigos lutando pela sobrevivência e travando uma disputa territorial ao domínio de um ponto onde passar uma noite.
Montagem da Companhia Teatral Squachixe, “Debaixo da Ponte” tem José Guedes e Roberval Barreto no elenco, ambos comemorando 30 anos de carreira teatral. Eles interpretam Sobaco e Chulé, dois velhos mendigos que disputam um espaço sob uma ponte, aonde um chegou quando o outro já estava. Nos diálogos, o retrato de um modo de vida, as rejeições, a maneira de ver o mundo, a falta de moradia e a luta pela posse.
05/12/06 19:35:59
Prefeitura trabalha para reduzir o
déficit habitacional no município
Responsável pela execução da política habitacional do Governo Municipal, a Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária busca desenvolver os trabalhos de concepção e estruturação da estratégia montada pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho, visando equacionar ou minimizar o déficit habitacional, além de produzir uma melhor qualidade de vida e moradia para a população mais carente de Feira de Santana.
Um dos principais aspectos da Secretaria de Habitação é direcionado para a política fundiária, para estabelecer, em médio prazo, as bases de implantação das políticas de desenvolvimento urbano no município, que sejam capazes de viabilizar a implementação de programas habitacionais. Esse trabalho está sendo executado pelo Departamento de Regularização Fundiária, entre eles destacam-se os bairros do Aviário, Rua Nova, Jussara, Agrovila, Renascer e Feira X. “Essa ação é de fundamental importância porque a questão habitacional precisa ser enfrentada de forma articulada com as políticas urbana, fundiária e de saneamento”, disse o secretário Genésio Serafim.
“O déficit habitacional é uma questão nacional, complexa e que envolve diversos aspectos a serem superados, entre eles podemos citar alguns: saneamento básico, segurança, transporte, garantia de qualidade, educação, integração dos governos federal, estadual e municipal, disponibilidade de recursos para construção de casas populares para quem não tem rendimento familiar igual ou menor do que o salário mínimo, aplicação de novas tecnologias, levantamento de áreas, entre outros”, comentou o prefeito José Ronaldo.
05/12/06 19:33:57
Paulo Souto e José Ronaldo inauguram
Casarão dos Olhos d’Água nesta sexta
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O histórico Casarão dos Olhos d’Água, na rua Araújo Pinho, será entregue à comunidade feirense, totalmente recuperado, nesta sexta-feira, dia 8, às 9h30, durante solenidade com as presenças do governador Paulo Souto e prefeito José Ronaldo de Carvalho. A iniciativa é fruto do projeto FazCultura, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, através de parceria com a indústria de pneus Pirelli e a Fundação Alfredo da Costa Almeida Pedra.
A restauração do imóvel possibilitou o resgate de um importante ícone da história de Feira de Santana. Segundo historiadores, o casarão teria sido a primeira habitação erguida no município pelos fundadores da cidade, o casal Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandão.
A intervenção dos poderes públicos em parceria com a iniciativa privada viabiliza a concretização de um antigo sonho de historiadores, pesquisadores e defensores da cultura. Uma luta que passou a se concretizar a partir do dia 24 de março deste ano, quando o prefeito José Ronaldo assinou convênio viabilizando a recuperação do antigo prédio, que estava em ruínas.
O imóvel foi recuperado e manteve-se a estrutura original. As paredes foram reconstruídas em adobe, enquanto as seis colunas principais de sustentação das paredes e do telhado foram mantidas em sua forma original, um dos traços principais da época. No período, como não existia cimento, o barro ganhava mais consistência com a mistura de óleo de baleia e ostra.
O prédio possui nove cômodos. São seis quartos, uma sala de jantar, uma cozinha ampla e mais uma sala de visita. O acesso à parte dos quartos é através de um corredor. E no entorno da casa, uma ampla varanda, como na estrutura original. E, para garantir segurança e preservação do imóvel, foi necessária a construção de muro.
O imóvel ocupa 500 metros quadrados de área construída. Todas as paredes foram reerguidas com tijolos de adobe fabricados artesanalmente. Da mesma forma, telhados, portas e janelas possuem características rústicas.
04/12/06 20:52:21
“Não dê esmolas, garanta direitos”
Projeto quer criança longe das ruas, vivendo com familiares e na escola
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Uma pesquisa feita há cerca de três anos constatou que existem em Feira de Santana cerca de 280 crianças esmolando pelas ruas da cidade, principalmente nas mais movimentadas do centro comercial. É justamente este grupo que se pretende tirar das ruas com a aplicação do projeto “Não dê esmolas, garanta direitos”, iniciativa do Governo Municipal, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, para atender as crianças e adolescentes em situação de rua.
A presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, Thelma Carneiro, explica que o projeto não será impositivo. “Vamos procurar convencê-los de que é melhor voltar para casa dos pais, para ficar em companhia dos irmãos e outros parentes, do que ficar nas ruas, enfrentando os perigos. Vai ser um trabalho de conquista”, disse. A outra parte, informa, é a participação ativa da sociedade. “As pessoas devem estar conscientes de que a moedinha não é nada boa para o futuro da criança e que a doação não vai melhorar em nada a situação”, completa.
Não dar esmolas - tampouco virar o rosto de lado - é a solução. “Este vínculo deve ser imediatamente quebrado, porque as crianças ficam acostumadas a pedir e não buscam outra vida. Quando elas se virem sem o dinheiro das doações, acredito que passarão a ser mais abertas aos nossos argumentos, que é tirá-las das ruas e levá-las para um espaço seguro”, disse mais.
Thelma Carneiro disse ainda que aquelas que ainda mantém vínculos familiares serão orientadas a voltar para suas casas. Quem não tiver este relacionamento, vai ser encaminhado para o Programa de Políticas Integradas Para a Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes e Situação de Rua, para onde vai ser levado para instituições conveniadas à rede de atenção que oferecem abrigo, depois de avaliação de especialistas. A depender da idade, a Associação Cristã Nacional (ACN), Palácio do Menor, AMA, entre outras.
Quando as especialistas - assistentes sociais e psicólogas - constarem que o problema é gerado no núcleo familiar, partirão para trabalhar todo grupo, e não apenas parte dele. Às vezes o comportamento inadequado de alguns pais contribui para afastar a criança da sua casa. O trabalho será focado na recuperação da confiança que deve existir entre as partes, voltado no fortalecimento do núcleo familiar.
A presidente diz que para se chegar aos resultados positivos, é necessário que se faça um trabalho integrado. E não apenas com os cidadãos. Segundo ela, a Secretaria de Educação vai providenciar vagas nas escolas da rede municipal e informar o desempenho - dificuldades ou progresso - destas crianças e jovens. “Resultados positivos estão diretamente relacionados à participação ativa de todos”, encerra.
29/11/06 20:23:24
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTO NACIONAL
JESUS – A HISTÓRIA DO NACIMENTO (The Nativity Story), de Catherine Hardwicke, 2006. Com Keisha Castle-Hughes, Oscar Isaac, Hiam Abbass, Ciaran Hinds e Alexander Siddig. Drama. A jovem Maria recebe a visita do anjo Gabriel, que anuncia que Deus a escolheu para ser mãe de Seu filho. Casada com o carpinteiro José, Maria segue os conselhos do anjo e viaja para a casa de Zacarias e Isabel, seus parentes, para escapar dos guardas do rei Herodes. Após ter um sonho, José aceita a situação da esposa. Obrigados a viajar devido ao censo, José e Maria partem para Belém. Eles enfrentam o risco de serem descobertos e ainda são procurados pelos três reis magos, que buscam indícios do local de nascimento de Jesus Cristo. Em lançamento nacional. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 95 minutos. Horários: 14h50, 16h50, 18h50 e 20h50. Sala 4 (264 lugares).
LANÇAMENTOS
EU ME LEMBRO, de Edgar Navarro, 2005. Com Lucas Valadares, Fernando Neves, Arly Arnaud e Nélia Carvalho. Drama. A vida de um homem, da infância à idade adulta, mostrando a sua trajetória até descobrir o cinema, a literatura e a política, acompanhando em paralelo os acontecimentos do Brasil nas décadas de 50, 60 e 70. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 108 minutos. Horários: 14h20 e 19 horas. Sala 2 (160 lugares).
VOLVER (Volver), de Pedro Almodóvar, 2006. Com Penélope Cruz, Carmen Maura e Lola Dueñas. Comédia dramática. Mulher trabalhadora e atraente tem um marido desempregado e uma filha adolescente. Como a família enfrenta problemas financeiros, ela acumula vários empregos. Sua irmã mais velha possui um salão de beleza e vive sozinha desde que o marido a abandonou para fugir com uma de suas clientes. Um recebe ligação e fica sabendo que uma tia faleceu. Mas ela não pode comparecer ao enterro. É que pouco antes do telefonema da irmã encontrou o marido morto na cozinha, com uma faca enterrada no peito. A filha confessa que matou o pai, que estava bêbado e queria abusar dela sexualmente. A partir de então ela busca meios de salvar a filha. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 122 minutos. Horários: 16h30 e 21h10. Sala 2.
O GRANDE TRUQUE (The Prestige), de Chritopher Nolan, 2006. Com Christian Bale, Hugh Jackman, David Bowie, Michael Caine e Scarlett Johansson. Ação e suspense. Nó século XIX, em Londres, dois mágicos iniciam uma intensa rivalidade que envolve grandes segredos do ilusionismo e pode chegar ao extremo de transformá-los e assassinos. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 130 minutos. Horários: 13h30, 16h05, 18h40 e 21h15. Sala 3 (167 lugares).
CONTINUAÇÃO
HAPPY FEET - O PINGÜIM (Happy Feet), de George Miller, 2006. Animação. No mundo dos pingüins imperadores, na Antártica, os animais que melhor conseguem cantar são os que arrumam as melhores parceiras na hora do acasalamento. Mumble é um pingüim que nasceu sem a habilidade vocal, mas não desiste da dança do acasalamento, reforçando na sua habilidade: o sapateado. Em segunda semana. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 108 minutos. Horários: 14 horas, 16h15, 18h30 e 20h40. Sala 1 (243 lugares).
Obs.: programação válida até o dia 7 de dezembro.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
29/11/06 20:22:45
FILMES EM CARTAZ
Dezembro inicia a gosto
Nesta primeira semana do último mês do ano, a programação cinematográfica está a gosto de quem aprecia cinema. Tem o lançamento nacional de “Jesus - A Historia do Nascimento”, o mais recente filme de Pedro Almodóvar, a comédia dramática “Volver”, além do bem recebido “O Grande Truque”, sobre ilusionismo, bem como o filme baiano, “Eu Me Lembro”.
“Eu Me Lembro”, de Edgar Navarro, mostra a vida de um homem até ele descobrir o cinema, a literatura e a política, acompanhando em paralelo os acontecimentos do Brasil nas décadas de 50, 60 e 70.
Este filme, realizado no ano passado, ganhou sete troféus Candango, no Festival de Brasília, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz (Arly Arnaud), Melhor Ator Coadjuvante (Fernando Neves), Melhor Atriz Coadjuvante (Valderez Freitas Teixeira) e Prêmio da Crítica.
A temática feminina é recorrente na obra do cineasta espanhol Almodóvar e não é diferente em “Volver”. Na narrativa, uma mulher trabalhadora busca meios de salvar sua filha, após ela ter matado o pai por querer abusar sexualmente dela. Foi escolhido como representante da Espanha para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Recebeu seis indicações ao European Film Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz (Penelope Cruz), Melhor Roteiro, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora. Ganhou os prêmios de Melhor Atriz (Penelope Cruz) e de Melhor Roteiro, no Festival de Cannes. Ganhou ainda o Prêmio Fipresci, no Festival de San Sebastián.
Em “O Grande Truque”, de Christopher Nolan, mesmo diretor do excelente “Amnésia”, a apresentação de uma mágica revolucionária faz com que outro mágico, que é seu rival há anos, busque meios de descobrir como ela acontece. Considerado intrigante, surpreendente e que prende a atenção do início ao fim.
O maior personagem de todos os tempos tem seu nascimento contado mais uma vez pelo cinema em “Jesus - A História do Nascimento”, que foi o primeiro filme a ter sua première mundial no Vaticano, realizada no domingo passado.
29/11/06 20:12:15
Feira apresenta um dos menores índices de dengue
O Levantamento do Índice Rápido de infestação por Aedes Aegypti, que transmite a dengue, constatou que Feira de Santana apresenta o terceiro menor registro entre os 14 municípios baianos que têm mais de 100 mil habitantes. O levantamento foi feito pelo Ministério da Saúde. Este índice atingiu 1,1%, padrão bem próximo do preconizado pelo órgão federal.
As ações intensificadas de prevenção são a principal estratégia traçada e posta em prática pela Secretaria de Saúde, através da Divisão de Controle Epidemiológico, no combate ao mosquito.
O levantamento foi feito 170 municípios de todo país e considerados prioritários no controle à propagação do mal por ter mais de 100 mil habitantes. Na Bahia, foram escolhidas 14 cidades.
O trabalho desenvolvido pela Secretaria de Saúde em Feira de Santana é desenvolvido com prioridade, daí os números reduzidos.
29/11/06 20:07:58
Acervo Pedro Roberto
Nesta quinta-feira, dia 30 de novembro, às 19 horas, será aberto o Acervo Pedro Roberto, um memorial de cultura. Com mostra de trabalhos do artista plástico, que faleceu em 1º de janeiro deste ano, e com bazar beneficente, em prol da Associação de Apoio as Pessoas Com Câncer (AAPC).
27/11/06 21:35:45
“Vida, Viver, Vivendo” foi atração teatral no Feira IX
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Pouco mais de meia hora antes do espetáculo começar as 200 cadeiras colocadas na praça do Povo, no Feira IX, começaram a ser ocupadas pelo público - principalmente as crianças, atraído pela parafernália de luzes e som.
“Vida, Viver, Vivendo”, que mistura dança e teatro, foi o espetáculo programado para a noite de sexta-feira, 24, pelo projeto “Teatro Vai aos Bairros”, em sua sexta edição, realizado pela Prefeitura, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Fundação Cultural Municipal Egberto Costa, com patrocínio da Coelba, pelo FazCultura.
O texto conta sobre o sonho de uma jovem de vulnerabilidade econômica e social que não tem acessibilidade às artes e à cultura. Até que um dia ela realiza o seu sonho ao conseguir participar de uma montagem de teatro. “Fala de tudo que uma jovem excluída gostaria de realizar”, disse Gilberto Rios, que dirige cenicamente o espetáculo.
“Vida, Viver, Vivendo” é “o cartão de visita do Galpão de Artes”, considerou Ana Lúcia Bahia, presidente desta organização não governamental e que faz a coreografia do espetáculo, que já foi apresentado, em parte, em Portugal, bem como em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “Este projeto da Prefeitura é fantástico. Agora, nos consideramos inseridos no Município em que atuamos”, contou Ana Lúcia.
A partir do texto de Alice Campos, que fala da vida de jovens excluídos, como é o público alvo da ong, “Vida, Viver, Vivendo” agradou à platéia que acorreu ao local da apresentação. A constatação se deu pelos aplausos constantes e risos pelas situações hilárias colocadas. Também pelos comentários após apresentação.
As pessoas também se identificaram com a mensagem de esperança passada no palco. “Não importa a realidade em que se vive, não importa a vida que se tem, é possível buscar a felicidade”, disse Maria de Lourdes Santos, moradora do bairro. “Cultura deve ser instrumento de inclusão social, como vimos esta noite”, salientou Edna Fonseca, que assistiu ao espetáculo que agitou a praça.
“Vida, Viver, Vivendo” começa como um ensaio de uma apresentação de dança e faz uma viagem de ritmos, passando do samba ao tango, da axé music ao arrocha, do jazz ao hip hop. Faz citação à Micareta e interagiu com o Feira IX. Tudo ritmado, alegre, dançante, cheio de cores. Em meio a isso, a interferência da personagem Lu, interpretada pela talentosa Marilúcia Santos, exemplo da inclusão promovida pelo Galpão de Artes.
“Fedra” será apresentada quinta-feira no Novo Horizonte
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O espetáculo teatral “Fedra” será apresentado gratuitamente para a comunidade do bairro Novo Horizonte, nesta quinta-feira (30), a partir das 19 horas. A iniciativa está inserida no programa de inclusão cultural “O Teatro Vai aos Bairros”, promovido pelo Governo Municipal, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Fundação Cultural Municipal Egberto Costa, com apoio da Coelba, através do FazCultura.
Com a apresentação, será o último espetáculo deste mês e o sexto dentro da programação para os bairros periféricos de Feira de Santana. Outros sete espetáculos foram promovidos na zona rural, contemplando todos os distritos feirenses durante o mês de outubro até o início de novembro.
25/11/06 12:14:38
O que é isso companheiro?
A ministra-chefe da Casa Civil Dilma Roussef está em Salvador. Ele veio interferir no processo de transição do governador eleito Jaques Wagner (PT). A convite, ela “ajuda” Wagner a compor sua equipe de governo. Os petistas e aliados baianos candidatos aos cargos de todos os escalões não reagiram bem à ingerência na montagem do secretariado.
Como ela não deve conhecer nenhum nome local, Feira de Santana se distancia mais ainda de participação no futuro gabinete.
25/11/06 12:13:08
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTO NACIONAL
HAPPY FEET - O PINGÜIM (Happy Feet), de George Miller, 2006. Animação. No mundo dos pingüins imperadores, na Antártica, os animais que melhor conseguem cantar são os que arrumam as melhores parceiras na hora do acasalamento. Mumble é um pingüim que nasceu sem a habilidade vocal, mas não desiste da dança do acasalamento, reforçando na sua habilidade: o sapateado. Em lançamento nacional. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 108 minutos. Horários: 14 horas, 16h10, 18h25 e 20h40. Sala 4 (264 lugares).
LANÇAMENTOS
O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS, de Cao Hamburger, 2006. Com Michael Joelsas, Caio Blat, Pauto Autran e Simone Spoladore. Drama. 1970. Mauro é um garoto de 12 anos. Um dia sua vida muda completamente, já que seus pais saem de casa de forma inesperada. Na verdade, eles foram obrigados a fugir por serem perseguidos pela ditadura, tendo que deixá-lo com o avô paterno, que enfrenta problemas, e faz com que ele tenha que ficar com um velho judeu solitário que é seu vizinho. Enquanto aguarda um telefonema dos pais, Mauro precisa lidar com sua nova realidade, que tem momentos de tristeza pela situação em que vive e também de alegria, ao acompanhar o desempenho da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 106 minutos. Horários: 14h20, 16h30, 18h45 e 21 horas. Sala 1 (243 lugares).
LUCAS, UM INTRUSO NO FORMIGUEIRO (The Ant Bully), de John A. Davis, 2006. Animação. Após afogar um formigueiro com sua pistola d’água, Lucas tem seu tamanho misteriosamente diminuído, até ficar da mesma altura que uma formiga. Ele é então obrigado a trabalhar como escravo na reconstrução do formigueiro que ele mesmo destruiu. Cópia dublada. Classificação indicativa: Livre. Duração: 89 minutos. Horários: 15 horas, 16h50 e 18h45. Sala 3 (167 lugares).
CONTINUAÇÕES
FICA COMIGO ESTA NOITE, de João Falcão, 2006. Com Vladimir Brichta, Alinne Moraes, Laura Cardoso, Gustavo Falcão e Milton Gonçalves. Comédia. Em meio à uma crise no casamento, um homem morre. Arrependido, ele decide manter contato com sua esposa, e tenta convencer um fantasma a ajudá-lo. Em segunda semana. Classificação: 10 anos. Duração: 74 minutos. Horários: 13h40, 15h20 e 17 horas. Sala 2 (160 lugares).
AS TORRES GÊMEAS (World Trade Center), de Oliver Stone, 2006. Nicolas Cage, Michael Pena, Maggie Gyllenhaal e Maria Bello. Drama. O atentado ao World Trade Center narrado através de dois policiais, que entraram no prédio entre os dois ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Integrantes das equipes de salvamento, ambos acabam soterrados e passam longas horas sob os escombros, sem nenhuma comunicação. Em segunda semana. Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 128 minutos. Horários: 18h35 e 21h10. Sala 2.
OS INFILTRADOS (The Departed), de Martin Scorsese, 2006. Com Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg e Martin Sheen. Um jovem policial recebe a missão de se infiltrar na máfia. Aos poucos ele conquista a confiança do chefe, ao mesmo tempo em que um mafioso que foi infiltrado na polícia como informante do grupo, também ascende dentro da corporação. Tanto um quanto o outro se sentem aflitos devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação de sempre obter informações. Porém quando a máfia e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo. Em terceira semana. Classificação indicativa: 18 anos. Duração: 152 minutos. Horário: 20h40. Sala 3.
Obs.: programação válida até o dia 30 de novembro.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
25/11/06 12:09:07
25/11/06 12:08:31
FILMES EM CARTAZ
Lançamento nacional de “Happy Feet - O Pingüim”
Em ritmo de comédia e musical, a animação “Happy Feet - O Pingüm”, em lançamento no circuito nacional, é o principal programa desta semana cinematográfica que se inicia nesta sexta-feira, no Orient Cineplace. Destaque também para o drama brasileiro “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias”, com a ditadura militar e a Copa do Mundo de 1970 como pano de fundo. Outra novidade também é filme de animação: “Lucas, Um Intruso no Formigueiro”. Continuam em cartaz: “Os Infiltrados”, para ser visto e revisto, em terceira semana, “As Torres Gêmeas”, sobre o 11 de Setembro de 2001, e “Fica Comigo Esta Noite” - não deu para agüentar até o final de tão ruim que é esse filme nacional. O diretor João Falcão conseguiu lançar este ano dois filmes ruins - o outro foi “A Máquina”.
Na Antártica, a vida do pingüim Imperador se resume a uma coisa, que é ter uma canção do coração. A partir desta canção é que o pingüim será respeitado e conquistará o amor de uma fêmea. Todo pingüim já nasce com sua canção do coração. Mas, diferentemente de todos, Mumble (Mano, no Brasil) não sabe cantar e sim sapatear, para o espanto de todos. Apaixonado por Gloria, mas sem ter como conquistá-la, pois os pingüins fazem isso através da música, ele se afasta de seu bando e acaba conhecendo outra espécie de pingüins, os Adelie. Mano é idolatrado por seus passos de dança e logo forma um forte laço de amizade com alguns pingüins, principalmente com Ramon. Mas ele não desistiu de viver entre os seus e tentará mostrar que a dança pode mover montanhas.
O diretor é George Miller, o mesmo de “Babe, O Porquinho Atrapalhado na Cidade”, de 1998, continuação de “Babe, O Porquinho Atrapalhado”, de 1995, que ele produziu e participou do roteiro. No filme, músicas de The Beatles, Frank Sinatra, Prince, Queen, hip-hop modernos.
A narrativa mostra a trajetória de Mumble em uma jornada pessoal. Além disso, o pingüim descobre que há uma diminuição no número de peixes e tenta descobrir a razão.
“Happy Feet” foi inteiramente realizado com a técnica stop-motion, modalidade de animação que utiliza modelos reais em diversos materiais, como massa de modelar e os movimentos fotografados quadro a quadro que serão posteriormente montados em uma película cinematográfica, criando a impressão de movimento real.
Interessante que um dos melhores filmes lançados neste ano também tem pingüins Imperadores como tema: “A Marcha dos Pingüins”.
25/11/06 12:03:35
25/11/06 10:55:53
25/11/06 10:52:00
25/11/06 10:50:13
24/11/06 22:45:28
Prefeitura qualifica servidor sobre controle interno
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A Prefeitura de Feira de Santana está promovendo o curso de Controle Interno do Setor Público. Participam do evento, na Spazzio, auditores, técnicos e funcionários que lidam com gerenciamento de recursos, na administração direta e indireta. O curso terá 40 horas. Será dividido em cinco dias. O curso foi iniciado na quinta-feira, prosseguiu nesta sexta-feira (24). Os participantes retornarão às atividades em dezembro, nos dias 4, 5 e 6. O objetivo é unificar os procedimentos de controle interno entre as secretarias.
A implantação do Sistema de Controle Interno é preconizada na Constituição Federal promulgada em 1988. A Resolução 1120/2005, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), determinou que estes órgãos deveriam ser instalados em todos municípios até setembro. O controlador geral do Municioi é Paulo Nunes. Cerca de 50 pessoas estão participando do curso.
“Preparar os funcionários para o bom desempenho das suas funções é uma das obrigações da administração pública. É o que a gente está fazendo. Entendo que não adianta implantar a Controladoria, sem que os servidores saibam qual seu objetivo e como fazer para atender o que prevê a lei”, afirmou o prefeito José Ronaldo de Carvalho, na cerimônia de abertura. “Ética e transparência são fundamentais na gestão municipal”, disse mais. Ele estava acompanhado pelo secretário da Fazenda, Joaquim Bahia. “É um tema importante e está sendo tratado como absoluta prioridade”, completou.
O prefeito disse estar ciente da importância do órgão. “O controle interno é fundamental para a administração pública, bem como a capacitação dos servidores, que com os conhecimentos adquiridos, passarão a agir com o rigor que a gestão pública exige. Se tornarão mais eficientes. Quem vai ganhar com isso é o município e os seus cidadãos”, destacou, salientando o trabalho que vem sendo realizado no município nos últimos anos, no tocante às contas públicas, que vêm sendo aprovadas pelo TCM sem ressalvas.
Paulo Nunes afirmou que a absorção dos conhecimentos vai unificar os procedimentos do controle interno, através deste aprimoramento. “Servidores capacitados e integrados significa um trabalho unificado. Sem problemas, porque eles saberão o que devem fazer. Como foram treinados, o farão com eficiência”, disse.
O professor-mestre Inaldo da Paixão Santos Araújo, que está ministrando o curso, afirmou ser importante capacitar os servidores para que desempenhem bem suas funções, neste contexto. “Estamos mostrando as versões nacionais e internacionais de controle interno, evidenciando, assim, as parte teórica e prática”, considerou. O instrutor analisa que pessoal devidamente treinado contribui para a redução de custos e para a eficiência e eficácia operacional da gestão. “ De forma simplificada, podemos dizer que o controle interno deve garantir o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual”, encerrou.
22/11/06 21:29:58
Fusão entre PPS, PHS e PMN gera Mobilização Democrática
(Dos jornais)
"O PPS, o PHS e o PMN formalizaram no dia 19 de novembro a fusão dos três partidos para a criação da MD (Mobilização Democrática), que contará com 27 deputados federais. Mais do que uma vontade, a união tornou-se uma necessidade legal já que as três siglas não conseguiram superar sozinhas a "cláusula de barreira".
A cláusula, prevista na Lei dos Partidos Políticos, prevê que as legendas devem obter pelo menos 5% dos votos válidos na disputa para a Câmara dos Deputados, distribuídos em no mínimo nove estados em que tenha recebido ao menos 2% do total em cada um. Parlamentares eleitos por partidos que não cumprissem a meta perderiam uma série de direitos para exercer seus mandatos.
O deputado federal Roberto Freire, então presidente do PPS e eleito primeiro presidente do MD, afirmou que "não havia outra saída. É a fusão ou abandono da vida partidária".
Além de 27 deputados federais, a MD tem dois governadores - Blairo Maggi, do Mato Grosso, e Ivo Cassol, de Roraima -, três vice-governadores, um senador e 81 deputados estaduais.
O cumprimento da cláusula também foi motivo para a fusão do PL com o Prona, que fundaram o PR (Partido da República), e a incorporação do PAN pelo PTB".
O deputado federal feirense Colbert Martins Filho ainda não deu nenhuma declaração sobre a fusão. A especulação é que ele deve mudar de partido, depois do apoio dado a Jaques Wagner e a Lula.
22/11/06 21:11:59
Diploma, lead e saco de ração
(Transcrito do Blog Reinaldo Azevedo)
Por enquanto, a segunda turma do STF apenas referendou a liminar do ministro Gilmar Mendes que suspende a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da função. Não houve julgamento de mérito, sei disso. Mas é um bom sinal. A luta, claro, continua. Espero que os ministros do Supremo tenham a clarividência de perceber que ninguém precisa de um canudo para fazer uma reportagem; espero que saibam que as redações e os leitores só têm a ganhar com a colaboração, no cotidiano das redações, de pessoas formadas em medicina, história, geografia, direito, economia etc. Quem pode explicar melhor a taxa de juros no Brasil: um economista que saiba escrever ou um bom especialista em texto que não saiba economia?
A regulamentação da profissão e a exigência do diploma, ademais, não protegem ninguém de nada. Só são úteis ao cartório corporativista de sindicatos, federação e assemelhados. É mentira que a não exigência do diploma provocaria o rebaixamento das condições de trabalho de jornalistas, a começar dos salários. Ao contrário: boa parte dos não-jornalistas de formação que se dedicam à área acabam obtendo salários até maiores porque cobram por sua especialidade.
Jornalismo é só um exercício de técnica e, quando há talento, também de estilo. A história da imprensa se confunde com a da liberdade de expressão. Não é por acaso que a lei que cria a exigência do diploma é uma das pérolas da ditadura militar. Só que, nesse caso, é um entulho autoritário que restou porque passou a ser útil às esquerdas. Senhores ministros, façam um favor ao país e acabem com essa excrescência. Haverá uma certa gritaria aqui e ali de minorias organizadas — os sindicatos — que farão de tudo, como sempre, para parecer uma maioria avassaladora.
Esses aparelhos já não representam nem mesmo a categoria. Basta ver quantos de seus dirigentes são ativos nas redações. A maioria não sabe distinguir um lead de um saco de ração".
Demais assina em baixo.
22/11/06 19:52:46
Lançada campanha do Grupo de Apoio à Criança Com Câncer
O Grupo de Apoio à Criança Com Câncer (Gacc) lançou na terça-feira passada, 21, durante almoço no Tomate Secco, a sua campanha de telemarketing para Feira de Santana. O ato contou com as presenças das secretárias Denise Mascarenhas, da Saúde, e Lúcia Miranda, de Desenvolvimento Social, além de dirigentes de instituições e representantes dos meios de comunicação.
Segundo Roberto Sá Menezes, presidente da organização não-governamental, instalada em Salvador, o percentual de atendimento a crianças e adolescentes, de zero a 19 anos, desta cidade e da região alcança 30 por cento. Dos 750 pacientes do Gacc, cerca de 150 são de Feira e cidades vizinhas.
A campanha apela para que o feirense dê a sua colaboração, ou continue dando, à instituição. “Abra o seu coração e dê sua doação”, diz o apelo. O propósito é continuar mantendo todos os serviços e benefícios, objetivando que o tratamento dispensado não perca a qualidade e não seja interrompido. “Atenda o nosso telefonema e colabore”, completa o apelo. Mais informações sobre o Gacc pelos telefones 55 (71) 3399-2000 e 55 (71) 3399-2007; e-mail: [email protected]. A instituição está instalada na avenida Oceano Pacífico, 210, Recanto das Ilhas, Pau da Lima, Salvador.
22/11/06 19:43:22
Deu no jornal
Indicações
“O PPS baiano indicou Evaldo Martins, ex-diretor do Desenbanco no governo de Waldir Pires, para a Secretaria de Planejamento na gestão de Jaques Wagner (PT). O partido indicou ainda o deputado estadual Walmir Motta, que não se reelegeu, para atuar na área social. Já o PSC quer emplacar o nome de Átila Brandão, candidato derrotado ao Governo da Bahia, na gestão petista”. No “Informe da Bahia”, no “Correio da Bahia”, edição de quarta-feira, 22.
O deputado federal Colbert Martins Filho, reeleito, presidente do PPS na Bahia, é quem deve ter feito as indicações. Como deverá ser candidato, de novo, a prefeito de Feira de Santana, em 2008, ele prefere continuar na Câmara, em Brasília, do que ser eventualmente secretário do governo petista. Evaldo é seu irmão.
22/11/06 19:24:45
Lei Maria da Penha: símbolo de luta contra violência doméstica
(Da Secretaria de Comunicação Social)
“É lei, é para valer. A partir de agora, os agressores não mais ficarão impunes”. O alerta é da delegada Isabel Alice Jesus de Pinho, titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, de Salvador, ao fazer uma síntese sobre a Lei de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, denominada “Lei Maria da Penha”. Há 10 anos à frente da Deam, ela afirmou que houve avanços significativos no combate à agressividade de maridos e companheiros, pois as mulheres perderam o medo de denunciar e a legislação passou a dar suporte no sentido de punir implacavelmente os homens violentos.
“Hoje, existe uma visibilidade maior da problemática, que é a violação dos direitos humanos das mulheres. A Lei Maria da Penha surge em um momento importante, fortalecendo a atuação da polícia, principalmente das delegacias especializadas, visando reduzir sensivelmente o índice de agressões”, disse Isabel Alice, observando que “toda mulher tem direito a uma vida livre de violência”, pois, conforme acrescentou, “sua vida recomeça quando a violência termina”. Mais adiante, a delegada completou: “quem ama não mata”. Ou não espanca.
Durante palestra no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, órgão responsável pelo evento, a delegada questionou sobre “quantas mulheres carregaram consigo as culpas por ser vítimas de violência por anos a fio, a quantos silêncios elas teriam se submetido e quanta violência não foi justificada nos tribunais pela ‘defesa da honra’ masculina?”
LUTA
Para reduzir a estatística – ou até quem sabe erradicar de vez o que denominou de “atrocidades” -, segundo a delegada, não foram poucas as mudanças que a Lei Maria da Penha estabeleceu, tanto na tipificação dos crimes de violência contra a mulher, quanto nos procedimentos judiciais e da autoridade policial. Resumindo: altera o Código Penal e possibilita que agressores sejam presos em flagrante ou tenham prisão preventiva decretada. Prevê, ainda, inéditas medidas de proteção para as mulheres que correm risco de morte, como o afastamento do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação física da vítima e dos filhos. Com base em pesquisa, a delegada Isabel Alice informou que uma mulher é agredida a cada quatro minutos no país.
“A Lei Maria da Penha dá cumprimento, finalmente, à convenção para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher”, acrescentou a delegada Martine Veloso, também palestrante, titular da Deam em Feira de Santana, município onde anualmente são registradas centenas de ocorrências de agressões. Segundo ela, “a situação tem mudado também em Feira. A mulher despertou para a realidade e, encorajada com a criação das delegacias especializadas, passou a exigir seus direitos”.
Na abertura do debate, a secretária de Saúde, Denise Mascarenhas, destacou a importância da discussão, reunindo os mais diversos segmentos da sociedade. “A lei é oportuna, pois foram muitos anos de luta para que as mulheres pudessem dispor deste instrumento legal e para que o Estado brasileiro passasse a enxergar a violência doméstica e familiar contra a mulher”, disse. “Diga não a violência, principalmente contra a mulher”, ratificou Rita Rios, coordenadora do Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher (Paism).
SANCIONADA
A Lei de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 7 de agosto, e entrou em vigor em 22 de setembro. “Essa mulher se transformou em um símbolo da luta contra a violência doméstica”, afirmou a delegada Isabel Alice ao tecer comentários em torno do caso. O projeto foi elaborado por um grupo interministerial a partir de um anteprojeto de organizações não-governamentais. O Governo Federal o enviou ao Congresso Nacional no dia 25 de novembro de 2004. Lá, ele se transformou no Projeto de Lei de Conversão 37/2006, aprovado e agora sancionado.
A Secretaria Especial de Políticas Para as Mulheres colocou à disposição um telefone para denunciar a violência doméstica e orientar o atendimento. O número é o 180, que recebe três mil ligações por dia.
QUEM É
A biofarmacêutica Maria da Penha Maia lutou durante 20 anos para ver seu agressor condenado. Ela virou símbolo contra a violência doméstica. Em 1983, o marido dela, o professor universitário Marco Antonio Herredia tentou matá-la duas vezes. Na primeira vez, deu um tiro e ela ficou paraplégica. Na segunda, tentou eletrocutá-la. Na ocasião, ela tinha 38 anos e três filhas, entre seis e dois anos de idade.
A investigação começou em junho do mesmo ano, mas a denúncia só foi apresentada ao Ministério Público Estadual em setembro de 1984. Oito anos depois, Herredia foi condenado a oito anos de prisão, mas usou recursos jurídicos para protelar o cumprimento da pena. O caso chegou à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que acatou, pela primeira vez, a denúncia de um crime de violência doméstica. Herredia foi preso em 28 de outubro de 2002 e cumpriu dois anos de prisão. Hoje, está em liberdade.
Após as tentativas de homicídio, Maria da Penha Maia começou a atuar em movimentos sociais contra violência e impunidade e hoje é coordenadora de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV) no seu estado, o Ceará.
AGRESSÕES POR MINUTO
O caso de Maria da Penha Maia não é isolado. Muitas mulheres sofrem agressão dentro de casa. Muitas não denunciam por medo ou vergonha de se expor. Uma pesquisa realizada em 2001 pela Fundação Perseu Abramo estima a ocorrência de mais de dois milhões de casos de violência doméstica e familiar por ano. O estudo apontou ainda que cerca de uma em cada cinco brasileiras declara espontaneamente ter sofrido algum tipo de violência por parte de algum homem.
Dentre as formas de violência mais comuns destacam-se a agressão física mais branda, sob a forma de tapas e empurrões, sofrida por 20% das mulheres; a violência psíquica de xingamentos, com ofensa à conduta moral da mulher, vivida por 18%, e a ameaça através de coisas quebradas, roupas rasgadas, objetos atirados e outras formas indiretas de agressão, vivida por 15%.
JUIZADOS ESPECIAIS
A Lei Maria da Penha estipula a criação, pelos tribunais de Justiça dos estados e do Distrito Federal, de um juizado especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher para dar mais agilidade aos processos. Além disso, as investigações serão mais detalhadas, com depoimentos também de testemunhas. Atualmente, o crime de violência doméstica é considerado de “menor potencial ofensivo” e julgado nos juizados especiais criminais junto com causas como briga de vizinho e acidente de trânsito.
PRISÃO EM FLAGRANTE
O Brasil triplicou a pena para agressões domésticas contra mulheres e aumentou os mecanismos de proteção das vítimas. A Lei Maria da Penha aumentou de um para três anos o tempo máximo de prisão – o mínimo foi reduzido de seis meses para três meses.
A nova lei altera o Código Penal e permite que agressores sejam presos em flagrante ou tenham a prisão preventiva decretada. Também acaba com as penas pecuniárias, aquelas em que o réu é condenado a pagar cestas básicas ou multas.
Altera ainda a Lei de Execuções Penais para permitir que o juiz determine o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.
A lei também traz uma série de medidas para proteger a mulher agredida, que está em situação de agressão ou cuja vida corre riscos. Entre elas, a saída do agressor de casa, a proteção dos filhos e o direito de a mulher reaver seus bens e cancelar procurações feitas em nome do agressor. A violência psicológica passa a ser caracterizada também como violência doméstica.
A mulher poderá também ficar afastada do trabalho por seis meses sem perder o emprego se for constatada a necessidade de manutenção de sua integridade física ou psicológica.
O Brasil passa a ser o 18º da América Latina a contar com uma lei específica para os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, que fica assim definida: qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. O texto define as formas de violência vividas por mulheres no cotidiano: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
22/11/06 19:19:08
José Ronaldo autoriza reforma da
Escola Professor José Raimundo
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Começa a reforma geral da Escola Municipal Professor José Raimundo Pereira de Azevedo, também conhecida como Caic, no conjunto Feira VII. A obra, realizada com recursos próprios, foi autorizada pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho, na manhã de quarta-feira (22/11). A quantidade de estudantes passa de dois mil.
As obras envolvem pintura geral, substituição de piso em algumas salas, substituição do alambrado, restauração de cobertura. As intervenções estão sendo realizadas pela empresa Morada Empreendimentos, vencedora de licitação pública promovida pela Prefeitura, e devem ser concluídas dentro de 90 dias.
A importância dos investimentos maciços na área de educação pública do município foi destacada pelo prefeito. Observou que com o serviço os alunos já vão iniciar o ano letivo de 2007 em instalações mais confortáveis, com a reforma geral da unidade escolar, situada ao lado da Escola Faustino Dias Lima, construída este ano pelo Governo Municipal.
“São investimentos promovidos pelo governo municipal, com recursos próprios, contemplando vários bairros e também os distritos, com a ampliação da oferta de vagas através da construção de novas unidades escolares, ampliação de outras e também a reforma das existentes”, ressaltou José Ronaldo.
A diretora-geral da escola, Seilma Maria de Souza, destacou a sensibilidade do governo em atender a reivindicação para promover a reforma da unidade escolar. “Esta é uma reforma que desejamos. E o importante é que será realizada sem interferir no calendário escolar”, frisou.
As aulas na unidade escolar serão encerradas no dia 8 de dezembro. Até lá, as obras serão desenvolvidas em salões, área externa, área de recreação e setores que não interfiram nas aulas. Somente a partir do recesso escolar é que as reformas também serão realizadas nas salas.
Durante o início das obras também estiveram acompanhando o prefeito José Ronaldo os secretários José Pinheiro, de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente; Genésio Serafim, de Habitação; e Justiniano França, de Serviços Públicos, além de professores e pais de alunos.
22/11/06 19:12:25
Abertura do Acervo Pedro Roberto no dia 30
Na próxima quinta-feira, 30, a abertura do Acervo Pedro Roberto. Mostra de trabalhos e do atelier do artista plástico, além de um bazar beneficente, em prol da Associação de Apoio as Pessoas Com Câncer (AAPC) marcam a abertura do espaço cultural, na rua Mons. Moisés G. do Couto, 129, Vila Carsioli, Campo Limpo.
Vitimado por um câncer, Pedro Roberto voltou para Feira de Santana em dezembro de 2004, depois de ter se submetido a uma delicada cirurgia. Nesta cidade, fez tratamento de quimioterapia e radioterapia e realizou a que seria sua última exposição, “Faces”, de desenhos, na Galeria de Arte Carlo Barbosa. Em setembro de 2005, com o recrudescimento da doença, ele voltou para São Paulo, onde faleceu no primeiro dia deste ano. Seu corpo veio para Feira de Santana, onde foi sepultado no dia seguinte, 2 de janeiro, no Cemitério Piedade.
No período em que se restabelecia em Feira, ele construiu seu loft e atelier, que agora será aberto como Acervo Pedro Roberto, embrião de fundação que levará o nome do artista.
Desde os dois anos de idade, quando veio morar em Feira de Santana, Pedro Roberto mostrou muito interesse por trabalhos manuais, desenhos e um conhecimento especial sobre cinema, na época, o grande divertimento da garotada.
Aos 16 anos, foi trabalhar com o arquiteto Amélio Amorim, o mais renomado da cidade, onde aprendeu desenho técnico, tornando-se logo, um dos mais requisitados nessa área. Com a dupla de arquitetos José Monteiro Filho e Juraci Dórea continuou desenhista até o início dos anos 70, quando prestou vestibular em Salvador, cursando Artes Plásticas na Universidade Federal da Bahia (Ufba), até 1976.
Em 1973, realizou sua primeira exposição individual, no Clube de Campo Cajueiro, em Feira de Santana, denominada “Realismo Fantástico”, onde obteve repercussão imediata, tanto na parte comercial como na mídia especializada, recebendo citação em matéria da conceituada crítica Matilde Matos, do “Jornal da Bahia”.
Paralelamente, em Salvador, trabalhou com vários arquitetos, entre eles Itamar Batista, Geraldo Gordilho, Luiz Humberto Carvalho e Neilton Dórea.
Até o final dos anos 80, realizou dezenas de exposições individuais, participou de salões e coletivas, criou cartazes (duas vezes para a Micareta de Feira de Santana) e figurinos para teatro, decoração para eventos, murais, além de cenários para desfiles de moda e peças teatrais.
Aos 30 anos de idade foi morar no Rio de Janeiro e, em 1982, mudou-se para São Paulo, onde abriu o atelier “Garagem 957” juntamente com a designer de jóias Jeanette Pires.
Em 1988, foi convidado pelo estilista Ney Galvão para mostrar seus
quadros no programa “Veja o Gordo” e indicado pelo mesmo para ser cenógrafo no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Ele trabalhou dezesseis anos na emissora, até 2004, exercendo os cargos de assistente de Cenografia, cenógrafo, chefe de Cenografia, gerente de Contra-Regra, gerente de Cenografia & Contra-regra, gerente de Cenografia & Figurino e como coordenador de Cenografia & Figurino.
22/11/06 19:08:29
Lei que não é cumprida. Mais uma
“B., pernas torneadas, cabelos cacheados, bumbum empinado, com acessórios e fantasias”; “Abasteça-se. C. gordinha, completíssima, liberal! Hotéis e motéis 24 horas”; “70,00 uma rapidinha. Faço gostoso. E., loira de pernas grossas e peludas”.
Anúncios como esses são encontrados nos classificados dos jornais locais. É o comércio do sexo e da prostituição mostrando sua cara.
Detalhe é que a Câmara Municipal promulgou a Lei Nº 160, de 12 de setembro de 2005, que “torna obrigatória a publicação nos jornais diários, de advertência quanto à exploração e maus tratos contra crianças e adolescentes”.
No Artigo 1º está contido: “Os jornais que circulam diariamente no Município de Feira de Santana e tragam em seus classificados anúncios de acompanhantes, saunas, massagistas e profissionais do sexo, ficam obrigados a publicar advertência quanto à exploração sexual e maus tratos contra crianças e adolescentes”, com o Parágrafo Único: “A advertência de que trata o caput deste Artigo deverá conter a seguinte frase: EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES É CRIME”.
O Artigo 2º faz especificações sobre o anúncio.
A Lei entrou em vigor e ninguém nunca viu a advertência acompanhando os anúncios dos “encontros pessoais”. Muitas leis são feitas para não serem cumpridas, não é mesmo?
22/11/06 19:06:01
Filmografia de Robert Altman
(20.02.1925-20.11.2006)
O diretor norte-americano faleceu no dia 20 passado, em plena atividade cinematográfica, aos 81 anos. Ele recebeu este ano o Oscar honorário, pelo conjunto de sua obra - são quase 50 anos de carreira. A principal característica de seus filmes era a fina ironia.
“Os Delinqüentes” (The Dellinquents), 1957
“The James Dean Story”, 1957
“No Assombroso Mundo da Lua” (Countdown), 1968 (*)
“Uma Mulher Diferente” (The Cold Day in the Park), 1969
“M.A.S.H.” (M.A.S.H.), 1970 (*) - Palma de Ouro no Festival de Cannes
Comédia de humor negro que consagrou o cineasta pela anarquia criativa. Melhor filme do diretor.
“Voar É Com os Pássaros” (Brewster McCloud), 1970 (*)
“Quando os Homens São Homens” (McCabe and Mrs. Miler), 1971 (*)
“Imagens” (Images), 1972
“O Perigoso Adeus” (The Long Goodbye), 1973
“Renegados Até a Última Rajada” (Thieves Like Us), 1974
“Jogando Com a Sorte” (California Split), 1974 (*)
“Nashville” (Nashville), 1976 (*)
Este filme é considerado sua principal obra-prima
“West Selvagem” (Buffalo Bill and the Indians, or Sitting Bull’s History Lesson), 1976 (*)
“Três Mulheres” (Three Women), 1977
“Cerimônia de Casamento” (A Wedding), 1978 (*)
“Quinteto” (Quintet), 1978
“Um Casal Perfeito” (A Perfect Couple), 1979
“Popeye” (Popeye), 1980 (*)
“Health”, 1980
“O Exército Inútil” (Streamenrs), 1983
“Secret Honor”, 1983
“Louco Por Amor” (Fool For Love), 1985 (*)
“Loucos, Apaixonados e Incuráveis” (Beyond Terapy), 1986
“O. C. and Stiggs”, 1987
“Aria” (Aria), episódio, 1987
“Vincent e Theo” (Vincent & Theo), 1990 (*)
“O Jogador” (The Player), 1992 (*)
“Cenas da Vida” (Short Cuts), 1993 (*) - Leão de Ouro do Festival de Veneza
Outro grande filme do cineasta
“Prêt-a-Porter” (Pret-a-Porter), 1994 (*)
“Jazz’34”, 1994
“Kansas City” (Kansas City), 1996 (*)
“The Gingerbread Men”, 1998
“A Fortuna de Cookie” (Cookie’s Fortune), 1999 (*)
“Dr. T e as Mulheres” (Dr. T and the Womens), 2000 (*)
“Assassinato em Gosford Park” (Gosford Park), 2001 (*) - Globo de Ouro como Melhor Diretor, outra obra-prima do cineasta
“De Corpo e Alma” (The Company), 2003
“A Última Noite” (A Praire Home Companion), 2006 - Seu último filme, ainda inédito na Bahia.
(*) Filmes vistos
Por Dimas Oliveira
21/11/06 22:44:02
Troféu Tracaja 2006 no sábado
O Troféu Tracajá, na sua quarta edição, será realizado neste sábado, 25, a partir de 11 horas, no Restaurante Casa do Sertão, tendo como destaque a presença de cantores feirenses como Cescé, Asa Filho, Janno, Carlos Pitta, Dito Leopardo, Fernando Oliveira, Mairi Monte Alegre e outros valores que estarão se apresentando. Surgido em 2002 como forma de valorizar pessoas da comunidade que, em suas áreas de atuação, "contribuem para o desenvolvimento da cidade e nem sempre têm o merecido reconhecimento, o evento ganhou corpo, tornando-se um acontecimento indispensável no calendário festivo do feirense".
Segundo os organizadores, o aspecto de informalidade, de descontração, é um dos fatores mais marcantes pois deixa a todos muito à vontade. "Afinal, Tracajá é uma festa literalmente democrática que consegue reunir em um mesmo espaço profissionais de diferentes áreas e condições socio-econômicas, em um clima de perfeito entendimento". Haverá a distribuição de prêmios e a entrega do Troféu Tracajá a cerca de 50 pessoas relacionadas pela comissão organizadora. O Troféu Tracajá é uma criação e realização das Organizações Tracajá.
21/11/06 22:38:42
Resultado dos recursos deve ser divulgado até 6ª pela Uefs
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Mais de 100 recursos contestando suas pontuações na prova de títulos. Os documentos foram apresentados à Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que elaborou, aplicou e corrigiu as provas. A instituição foi contratada pelo Município. A Prefeitura de Feira de Santana oferece 200 vagas para o seu quadro estável.
Segundo o coordenador geral do concurso, por parte da Uefs, Sérgio Tranzillo, os resultados destas reavaliações dos documentos deverão ser divulgados até sexta-feira, 24. “Foram apresentados muitos documentos que não deveriam. Um candidato a agente de trânsito não deveria ter como título experiência como comerciário, porque não são áreas afins”, contou.
Sérgio Tranzillo também disse que os resultados finais poderão ser divulgados até o final da próxima semana. “Todos os recursos serão analisados criteriosamente. As equipes estão orientadas para analisar os argumentos dos candidatos sob todos os ângulos”, disse. À segunda fase foram convocadas 2.190 pessoas. O edital previa dez vezes mais do que o número de vagas. A diferença foi creditada ao empate no número de pontos.
As avaliações dos recursos serão feitas por novas bancas formadas pela Uefs. “Serão análises com base nos argumentos apresentados pelos candidatos por pessoas que não participaram do primeiro processo de avaliação”, afirmou. Os resultados da segunda etapa, que corresponde à prova de título e tem peso 3, foram divulgados na semana passada. “Na próxima semana vamos divulgar uma lista completa”, informou.
A parte escrita da prova teve peso 7 e a segunda, como já foi dita, 3. A soma das duas etapas é a nota final. O chamamento será feito obedecendo rigorosamente a ordem de classificação.
21/11/06 22:35:08
Dupla comemora 30 anos de carreira com espetáculo em projeto cultural
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A apresentação do espetáculo “Debaixo da Ponte”, dentro da programação do projeto cultural “O Teatro Vai aos Bairros”, no próximo dia 6 de dezembro, às 19 horas, no bairro Fraternidade, marca os 30 anos de carreira dos atores José Guedes e Roberval Barreto. A dupla faz parte da Companhia Teatral Squachixe e comemora a data com apresentação aberta ao público, por iniciativa do Governo Municipal, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Fundação Cultural Municipal Egberto Costa, visando proporcionar a inclusão cultural.
O espetáculo é de autoria de Marcello Ricardo Almeida, dirigido pelos próprios atores. Conta a estória de dois mendigos que lutam pela sobrevivência, travando uma disputa territorial pelo domínio de um ponto de pedinte debaixo de uma ponte.
Durante a apresentação são abordados os subtemas da saúde, educação e moradia, com muita sátira e alerta ao grave problema social enfrentado por muitas pessoas, inclusive famílias, que vivem em condições subumanas, abandonadas pela sorte nas vias públicas por todos os cantos do país.
A iniciativa foi idealizada pela dupla para comemorar o aniversário de carreira dos atores, que decidiram unir os talentos na Companhia Squachixe a partir de 1992, com apresentação do espetáculo “Squarchixe – Bum!”. Depois veio a performance “A Viração” e, em seguida, “Auto da Alma” e “Um Fudevu de Caçarolê”.
De forma independente, a dupla também faz apresentações em outras companhias teatrais ao longo dos anos. José Guedes é do município de Entre Rios e Roberval Barreto é de Serrinha, mas estão em Feira de Santana há quase duas décadas, promovendo alegria e muita animação através das apresentações teatrais.
20/11/06 20:30:25
Família Cidadã oficializa união de
180 casais no dia 19 de dezembro
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O programa Família Cidadã, promovido pelo Governo Municipal, através da Secretaria de Desenvolvimento Social em parceria com a Justiça, vai regularizar a situação conjugal de 180 casais no próximo dia 19 de dezembro. O casamento coletivo, é sem nenhum custo para os noivos, será realizado no Ginásio de Esportes do Colégio Castro Alves, a partir das 8h30.
Os últimos preparativos para a cerimônia coletiva serão definidos durante reunião com os noivos, na sexta-feira (24), a partir das 8 horas, no auditório da Secretaria de Saúde, na avenida João Durval Carneiro. Na oportunidade serão realizadas palestras abordando sobre a importância da legalização conjugal, o convívio familiar e ainda distribuídos alguns brindes.
Em sua quinta edição, o programa vem se firmando como importante ferramenta de inclusão social, garantindo o direito de famílias carentes a regularizarem a situação conjugal, sem a necessidade de investirem os parcos recursos. Tudo é garantido gratuitamente pela Prefeitura e pela Justiça, numa iniciativa que a cada ano vem atraindo mais casais.
Na avaliação da secretária de Desenvolvimento Social, Lúcia Miranda, o sucesso do programa é constatado na credibilidade que ele conquistou desde sua implantação, pelo Governo Municipal. “São iniciativas como esta, de grande alcance social, que refletem a preocupação e o compromisso do governo do prefeito José Ronaldo com os mais carentes”, disse.
A data e local para realização do casamento coletivo foram definidos em função do número de pessoas inscritas para participar do programa. A expectativa é de que durante a cerimônia estejam presentes pelo menos mil pessoas, entre padrinhos, familiares e convidados
20/11/06 20:20:46
Deu nos jornais
Boquinha
O governado eleito da Bahia Jaques Wagner (PT), terá muito mais dor-de-cabeça do que imagina para compor sua equipe de governo. O motivo é que os tradicionais “companheiros” de sindicatos e associações de classes dão sinais claros de que não abrirão mão de uma “boquinha” no primeiro e segundo escalão do governo petista. No “Informe da Bahia”, no “Correio da Bahia”, edição de 19 de novembro de 2006.
Nas alturas
Apesar de todo o tiroteio dos militares e do apagão dos aeroportos, o ministro da Defesa, Waldir Pires, ainda acha que pode ficar no cargo. Tem usado uma justificativa bastante singela para explicar seu desejo de permanecer: “O mundo não vai bem, e o Brasil tem de estar com sua defesa preparada”. No “Informe JB”, no “Jornal do Brasil”, edição de 19 de novembro de 2006.
19/11/06 22:50:18
FILMES EM CARTAZ
Face do terror de 11 de Setembro em “As Torres Gêmeas”
Por Dimas Oliveira
Afinal chega a Feira de Santana, “As Torres Gêmeas” (World Trade Center), de Oliver Stone, drama sobre o atentado terrorista de 11 de Setembro de 2001. O filme é o principal lançamento - já está no circuito nacional há várias semanas - a partir desta sexta-feira, no Orient Cineplace. Outras novidades nesta semana são as comédias “Um Cara Quase Perfeito” e “Fica Comigo Esta Noite”. Continuam: “Os Infiltrados”, um dos melhores filmes deste ano, e “Os Cavaleiros do Zodíaco - Prólogo do Céu”.
Baseando-se nos relatos dos policiais John McLoughlin e William Jimeno, que ficaram presos durante 22 horas nos escombros do World Trade Center, o diretor Oliver Stone mostra o drama que se abateu em Nova York quando dos atentados terroristas em 11 de setembro de 2001. O drama é pleno de suspense e emoção. Outra face do terror da tragédia americana foi visto antes em “Vôo 93”.
Há cinco anos, Jimeno, integrante do Departamento da Polícia Portuária de Nova York, parte para mais um dia de trabalho. O sargento John McLoughlin, veterano do Departamento, já estava acordado há algumas horas, em decorrência de sua ronda diária de uma hora e meia até a cidade. Jimeno, McLoughlin e seus colegas partem para o centro de Manhattan, como se fosse um dia qualquer. Até que um ataque terrorista ao World Trade Center muda completamente a situação, fazendo com que toda a equipe seja convocada com urgência ao local do ataque. A primeira equipe a entrar na torre não-atingida é composta por cinco homens, incluindo Jimeno e McLoughlin. Porém enquanto eles estão dentro do prédio, tentando ajudar os sobreviventes da torre em chamas, um segundo ataque terrorista atinge o World Trade Center, exatamente no prédio que ainda não tinha sido atingido.
O verdadeiro policial William Jimeno aparece no filme. O diretor Oliver Stone utilizou vários cadastrados no site www.policeactors.com, que interpretaram policiais no filme. Todos os integrantes do site estão na ativa ou são aposentados do serviço policial, sendo também membros da Screen Actors Guild, a associação de atores dos Estados Unidos.
No filme, um personagem que encarna o típico herói norte-americano. O ex-fuzileiro Dave Karnes, que, depois de abandonar o serviço militar, volta a usar seu uniforme para ajudar nos resgates do World Trade Center. Além de ter todo o discurso nacionalista de vingança contra os terroristas, ainda sai como herói ao ter papel-chave na ação de resgates. Um personagem necessário, a favor da guerra em defesa nas fronteiras norte-americanas.
O orçamento de “As Torres Gêmeas” foi de 63 milhões de dólares. No Brasil, em seis semanas foi visto por 684.720 pessoas.
19/11/06 22:49:07
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTOS
AS TORRES GÊMEAS (World Trade Center), de Oliver Stone, 2006. Nicolas Cage, Michael Pena, Maggie Gyllenhaal e Maria Bello. Drama. O atentado ao World Trade Center narrado através de dois policiais, que entraram no prédio entre os dois ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Integrantes das equipes de salvamento, ambos acabam soterrados e passam longas horas sob os escombros, sem nenhuma comunicação. Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 128 minutos. Horários: 13h30, 16 horas, 18h35 e 21h10. Sala 1 (243 lugares).
UM CARA QUASE PERFEITO (Man About Town), de Mike Binder, 2006. Com Ben Affleck, Rebecca Romijin, John Cleese, Gina Gershon e Jerry O’Connell. Comédia. Um destacado agente de Hollywood leva uma vida praticamente perfeita. Ele tem carreira brilhante, muito dinheiro e uma linda mulher. De repente, os negócios começam a ir mal, ele é traído pela mulher e seu pai fica louco. Classificação: 14 anos. Duração: 96 minutos. Horários: 14h50, 16h50, 18h55 e 21 horas. Sala 2 (160 lugares).
FICA COMIGO ESTA NOITE, de João Falcão, 2006. Com Vladimir Brichta, Alinne Moraes, Laura Cardoso, Gustavo Falcão e Milton Gonçalves. Comédia. Em meio à uma crise no casamento, um homem morre. Arrependido, ele decide manter contato com sua esposa, e tenta convencer um fantasma a ajudá-lo. Classificação: 10 anos. Duração: 74 minutos. Horários: 14h10, 15h50, 17h30, 19h10 e 20h50. Sala 4 (264 lugares).
CONTINUAÇÕES
OS INFILTRADOS (The Departed), de Martin Scorsese, 2006. Com Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg e Martin Sheen. Um jovem policial recebe a missão de se infiltrar na máfia. Aos poucos ele conquista a confiança do chefe, ao mesmo tempo em que um mafioso que foi infiltrado na polícia como informante do grupo, também ascende dentro da corporação. Tanto um quanto o outro se sentem aflitos devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação de sempre obter informações. Porém quando a máfia e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo. Em segunda semana. Classificação indicativa: 18 anos. Duração: 152 minutos. Horários: 13h30, 18h20 e 21h20. Sala 3 (167 lugares).
OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – PRÓLOGO DO CÉU (Saint Seya: Tenkai-hen Josô - Overture), de Shigeyasu Yamauchi, 2006. Animação. Os Cavaleiros do Zodíaco se deparam com um novo inimigo, a poderosa deusa Ártemis, que pretende tomar o poder de todo o planeta. Em segunda semana. Classificação: Livre. Duração: 84 minutos. Horário: 16h30. Sala 3.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
17/11/06 09:33:01
Jornalista precisa é de Machado, Balzac e Shakespeare, não de "deproma"
(Transcrito do Blog Reinaldo Azevedo)
"Embora a decisão seja em caráter liminar, está suspensa, até que haja o julgamento de mérito, a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da função. A decisão é do ministro do STF Gilmar Mendes, atendendo a um pedido do procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza.
Em 2001, o Ministério Público Federal protocolou uma ação civil pública na Justiça contra a exigência do diploma. Na primeira instância, a decisão foi favorável ao MP, mas não no Tribunal Regional Federal da 3ª. Região (SP). O caso foi parar no Supremo. A última palavra será da 2ª turma do STF, composta por cinco ministros. Será uma boa palavra? Em defesa da liberdade? Espero que sim.
A exigência do diploma é uma lei da ditadura militar e fazia parte de um pacote destinado a tirar das redações os “intelectuais” de esquerda disfarçados de jornalistas. Hoje, com raras exceções, são os esquerdistas que defendem o diploma porque ele garante uma forte presença do “companheirismo” nas redações.
Não por acaso, a entidade que se apega com mais entusiasmo à lei ditatorial é a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas). É aquela entidade que queria o Conselho Federal de Jornalismo e que não emitiu um pio quando três jornalistas da Veja foram intimidados pela Polícia Federal. Vai ver eles não eram “de confiança” — dos companheiros... A Fenaj chegou a arrumar um parlamentar laranja para lavar um projeto seu, ampliando as funções no jornalismo que seriam privativas de diplomados. Até câmera seria obrigado a ter canudo. Uma piada! É a mesma turma que prega o chamado “controle social dos meios de comunicação”.
Apelo aqui à consciência dos senhores ministros. O jornalismo é uma das expressões da liberdade de pensamento. Que não pede registro em cartório — ou liberdade não é. O que o jornalismo tem de geral, de genérico, prima pela multidisciplinaridade. Num misto de esforço pessoal com o aprendizado nas redações, os profissionais vão encontrando os temas com os quais se afinam mais. Quantos professores de jornalismo sabem a diferença entre taxa Selic e spread bancário? Cabe, sim, um papel à universidade, embora eu tenha minhas dúvidas se esta que temos daria conta do recado: o debate sobre a ética.
Que existam cursos de pós-graduação em jornalismo para economistas, historiadores, dentistas, geógrafos... Mas, sob nenhuma hipótese ou justificativa, cabe a exigência de um diploma. Nem do ensino fundamental. Ninguém aprende a escrever na universidade. Datilografia faz mais falta a um jornalista do que curso superior. Repórteres, editores e redatores precisam de Machado de Assis, Balzac (detestava jornalistas) e Shakespeare.
A exposição de motivos de Mendes me deixou otimista. Ele lembrou que a Constituição garante a livre manifestação de pensamento, criação, expressão e informação. Também acatou o argumento do procurador-geral, que é real: há hoje um grande número de profissionais que atuam como jornalistas sem o registro do Ministério do Trabalho.
PS: Eu tenho "deproma". Tanto os que gostam de mim como os que não gostam já sabem que ele não é garantia de nada".
17/11/06 09:32:40
13/11/06 21:17:04
Tão sincero quanto o medo
Debate das lideranças
De Millôr Fernandes
- Dá licença?
- Licença só na Prefeitura.
- Como é que é?
- Sendo.
- Mas como é que vai?
- Aquela coisa.
- E a família?
- Na mesma.
- Mas, fala, o que é que há?
- Está para haver o diabo e você está no meio.
- E quando é que você revela de onde veio o dinheiro?
- No Dia de São Nunca a qualquer hora em ponto.
- Ah, é? E agora?
- Suja na mão e bota fora.
- O que é que você quer dizer com isso?
- Chouriço.
- Mostra, eu quero ver.
- Não tem vista nem revista. Nem nariz de lagartixa.
- Mas que time é o teu?
- Andaraí no seu gramado.
- Jacaré no seco anda?
- Cachorro que late n’água late enterra.
- Jura?
- Juro como a cabeça da coisa é dura.
- Mas eu pensava.
- Pensando morreu um burro com cangalha e tudo.
- Posso comer?
- O que não mata, engorda
- A coisa está feia.
- Feia só? Feia e meia.
- É mesmo. Ontem eu vi ela.
- Viela é um beco sem saída.
- Que horas são?
- As mesmas de ontem a essas horas.
- Então, vamo-nos.
- Vamos nus porém vestidos.
- Veremos.
- Isso dizia o cego e nunca viu nada.
- Então, até o dia 29!
- Vá com Deus, a paz e o livramento. Se achar um buraco cai dentro.
Extraído da revista “Veja”, de 18 de outubro de 2006.
13/11/06 19:34:02
NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS
Uefs divulga resultado da prova de títulos do concurso
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) entregou no início da tarde de segunda-feira, 13, à Secretaria de Administração, os resultados relativos à segunda etapa do concurso público para a Prefeitura Municipal, que consistiu na prova de títulos. Foram disponibilizadas 200 vagas para 21 cargos.
A lista completa pode ser vista nos sites www.uefs.br e www.feiradesantana.ba.gov.br. Como na primeira fase, uma lista será fixada no Ginásio Municipal de Esportes, na rua Aloísio Resende, no centro. O resultado desta etapa estava previsto para ser divulgado até o dia 15.
O secretário João Marinho Gomes Júnior disse que os resultados finais serão divulgados logo após as avaliações dos recursos que porventura sejam impetrados. Os candidatos têm três dias para entrar com recurso, a partir da data da publicação dos resultados da prova de títulos.
O concurso tem duas etapas. Na primeira, a escrita, o peso corresponde a 70%, e na segunda, 30%. “Tudo está transcorrendo dentro do esperado. Sem anormalidades. Dentro de mais alguns dias espero que a lista final seja divulgada”, disse João Marinho Gomes Júnior.
A não apresentação de títulos não significa que o candidato esteja eliminado. Quem não os apresentou, de acordo com o edital, ficou com nota zero na avaliação. A prova teve caráter classificatório e foi aplicada a todos os cargos.
Audiências públicas para Plano Diretor começam no dia 20
(Da Secretaria de Comunicação Social)
As audiências públicas de revisão do Plano Diretor de Feira de Santana serão realizadas a partir da segunda-feira da próxima semana, dia 20. Ao todo acontecerão quatro encontros, com participação da população e de associações representativas. Eles formularão, executarão e acompanharão planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano. São nas audiências que surgirão as propostas que se pretende revisar. As audiências serão realizadas no Ginásio Municipal de Esportes, localizado na rua Aloísio Resende. O Plano Diretor é um conjunto de medidas para ordenar o desenvolvimento e o crescimento do município a médio e longo prazo.
No dia 20 serão realizadas duas audiências. A primeira, às 10 horas, e a segunda, às 14h30. A terceira está marcada para o dia 30 e a quarta acontece no dia 7 de dezembro. O Plano Diretor é previsto no Estatuto da Cidade, que estabelece que as funções da cidade e da propriedade urbana sejam ordenadas por políticas públicas dispostas em um conjunto de normas legais. O estatuto determinou que todo município que tenha mais de 20 mil habitantes que não tenha o plano ou que o tenha aprovado há mais de dez anos o faça ou o revise.
O Plano Diretor vai ser encaminhado à Câmara Municipal, para apreciação do Poder Legislativo, no dia 12 de dezembro. Segundo o secretário de Planejamento, Carlos Brito, o Plano Diretor local está sendo revisado. “Estamos obedecendo a uma lei federal e vamos adequá-lo à situação atual da cidade e planejar seu futuro para os próximos anos”, afirmou, acrescentando que o Plano Diretor será uma ferramenta flexível, para que as mudanças futuras que eventualmente aconteçam no município sejam inseridas. “Não elaboramos um plano que ‘engesse’ a cidade. Fizemos um estudo cujas metas são atingíveis ao longo dos anos”, considerou.
O secretário argumentou que a população é quem vai dizer o que quer da cidade. “A participação é livre e todas as opiniões serão ouvidas e devidamente analisadas. Por isso é que a presença de todos os segmentos da sociedade é tão importante, porque todos contribuirão, com suas idéias e sugestões, para que este importante instrumento de política de desenvolvimento seja revisado”, disse.
Alguns procedimentos serão adotados durante as reuniões, como gravá-las e arquivar seus teores, as propostas e questionamentos deverão ser apresentados depois de inscrição prévia do seu autor - que deverá apresentar a carteira de identidade e o título de eleitor atualizado, cada participante poderá falar por três minutos, podendo este tempo ser prorrogado a critério da mesa diretiva. Uma segunda intervenção da mesma pessoa só vai poder ser feita mediante nova inscrição ou a convite da mesa. As normas para a realização das audiências públicas contam no Decreto 7.1999, assinado pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho.
A mesa diretiva vai ser composta pelas seguintes pessoas: o secretário de Planejamento, Carlos Brito, que a presidirá, representantes da Secretaria de Planejamento e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente e da Procuradoria Geral do Município. Poderão integrar a mesa autoridades presentes aos eventos, a critério do presidente. O projeto de lei de revisão do Plano Diretor local vai ser disponibilizado no site da Prefeitura Municipal (www.feiradesantana.ba.gov.br), na Biblioteca Central Julieta Carteado, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e na Biblioteca Municipal Arnold Silva.
“Teatro Vai aos Bairros” inicia fase urbana
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A fase urbana do projeto “O Teatro Vai aos Bairros” vai ser iniciada nesta terça-feira, dia 14. O espetáculo “Flores”, de Vado Fernandes, será apresentado no Papagaio, às 19 horas, na Pré-Escola Dalva Suzarte Gomes, na rua L. A primeira fase contemplou todos os distritos. Na sede serão apresentadas mais 12 peças. O projeto tem o apoio da Coelba, por meio do FazCultura.
O diret0or-presidente da Fundação Cultural Egberto Costa, Augusto César Orrico, disse que a primeira fase foi concluída com sucesso. “A participação em todos os distritos ficou acima das expectativas. O público não apenas esteve presente, mas podemos observar que ele se emocionou com o que viu. Ver uma peça de teatro é emoção única”, afirmou. A fundação é quem executa o projeto.
Para Orrico, os resultados da interiorização do programa poderão ser sentidos a curto. “É, sem dúvidas, um despertar, porque a grande maioria dos espectadores deste ano nunca viu uma peça. Plantamos uma semente. Acredito que no próximo ano a presença de público vai ser maior. A iniciativa do governo municipal está contribuindo para a formação de novas platéias”, disse.
Oferecer opções de cultura para o povo deve ser um dos pilares governamentais. “Este projeto está plenamente consolidado na cidade”, disse o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Maurício Carvalho. “Vamos começar esta etapa, com a certeza de que todos os espetáculos serão vistos por centenas de pessoas, como vem acontecendo nas cinco edições passadas”, completou.
Espetáculos também serão apresentados nas Baraúnas, Santo Antônio dos Prazeres, Feira IX, Novo Horizonte, Campo Limpo, Fraternidade, Campo do Gado Novo, Beira Riacho, Homero Figueiredo, Queimadinha e Subaé.
Centro de Referência da Assistência Social tem inauguração
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O prefeito José Ronaldo de Carvalho inaugura nesta terça-feira, 14, às 18 horas, o Centro de Referência da Assistência Social (Cras), órgão da Secretaria de Desenvolvimento Social, que funcionará no George Américo, na rua J-1, 262, O centro deverá atender cerca de mil famílias cadastradas no bairro e circunvizinhança.
O Cras prestará atendimento na área psicossocial, visando o fortalecimento comunitário e familiar e acolhimento da família. Por isso está sendo denominado de “Casa da Família”. “Atuará na prevenção da situação de risco pessoal e social, atendendo tanto crianças como idosos”, explicou o coordenador do órgão, Marcelo Carneiro de Souza.
O atendimento à comunidade será feito pela assistente social Laura Murici Teles e a psicóloga Ana Paula Barros. O cadastramento da comunidade será realizado a partir da quinta-feira, 16, contemplando principalmente os moradores do George Américo, além de Sítio Novo e Campo Limpo.
A psicóloga Ana Paula Barros explicou que o atendimento será desenvolvimento através de trabalho multidisciplinar. “Será um casamento perfeito entre atendimento psicológico e de assistência social, já testado com sucesso em outras cidades onde o Cras já foi implantado”, frisou.
O atendimento é voltado para o enfrentamento de todos os tipos de violência. O órgão também funcionará como acolhimento e encaminhamento para atendimento em outros órgãos e entidades, através de parceria com os Centros de Atendimento Psicossocial (Caps), Programa Sentinela e Programa Saúde da Família (PSF), além da própria Secretaria de Desenvolvimento Social.
O serviço será prestado à comunidade de segunda-feira à sexta, das 7 às 16 horas. A sede do órgão possui instalações novas e modernas, com recepção e duas salas para atendimento.
Iniciada Semana Contra Tuberculose
(Da Secretaria de Comunicação Social)
“Tuberculose tem cura, só não pode parar o tratamento”. A declaração, em tom de alerta, foi feita na manhã de segunda-feira, 13, pela coordenadora municipal da Divisão de Controle Epidemiológico da Secretaria de Saúde, Janice Soares Brito Estrela, quando da abertura da Semana Nacional de Mobilização e Luta contra a Tuberculose. “Tuberculose tem remédio. O paciente deve procurar um posto de saúde. É grátis”, resumiu a secretária Denise Mascarenhas ao ressaltar a importância do evento, que se estenderá até sexta-feira, 17. O tratamento do paciente é feito no Centro de Saúde Especializado (CSE), situado na rua Geminiano Costa, próximo ao Feira Tênis Clube.
Devido à importância do evento, a Secretaria de Saúde decidiu massificar, desde o mês passado, a campanha no município a fim de atentar a comunidade sobre o perigo, prevenção e o combate à doença. “Tosse com catarro por mais de quatro semanas pode ser tuberculose”, alerta o cartaz da campanha. Além da tosse prolongada, segundo Janice Estrela, os outros sintomas da doença são falta de apetite, emagrecimento e desânimo, dores nas costas e no peito, suores noturnos, cansaço e fraqueza fáceis, dificuldade ao respirar e febre baixa, geralmente à tarde.
De acordo com a coordenadora, as pessoas que têm maior risco de adoecer são as que vivem com o portador do Bacilo de Kock, que transmite a doença, em lugares fechados e aquelas em condições precárias de alimentação, habitação e saúde. Conforme ela, a tuberculose é uma doença infecto-contagiosa e que o germe é aeróbico, transmitido de pessoa a pessoa, através da tosse, da fala, espirro e até da respiração.
Por isso, em 90% dos casos, a doença se desenvolve no pulmão, recebendo o nome de tuberculose pulmonar. O bacilo também pode se instalar em outras partes do organismo, como gânglios, pleura, ossos, rins, olhos, entre outros, causando a tuberculose extrapulmonar.
EXAMES
Apesar da gravidade, a tuberculose é descoberta facilmente, através de diagnóstico da doença feito por meio de exames, escarro e raios X, que são realizados gratuitamente pela rede municipal de saúde. “A maioria dos doentes em tratamento, não necessita de internamento”, destacou Janice Estrela. Sobre o tratamento, segundo a coordenadora, é feito através de medicação fornecida também gratuitamente pelo município.
“Após os 15 primeiros dias de tratamento, geralmente, não existe mais o perigo do doente transmitir o bacilo para outras pessoas”, acrescentou Janice Estrela, observando, entretanto, que “o paciente só estará curado se não interromper o tratamento antes de seis meses”. E mais: “o paciente deve retornar mensalmente ao posto de saúde para avaliação e acompanhamento médico”. Durante o tratamento, o paciente recebe cesta básica de alimentos, mensalmente.
A Secretaria de Saúde alerta também, através de folhetos, que “toda a família do doente deve comparecer à unidade de saúde para realizar exames necessários, a fim de saber se foi contaminada”. A quimioprofilaxia é indicada como forma de prevenção para os grupos de maior risco (contactantes menores de 15 anos, idosos e imunodeprimidos) e consiste no uso diário de uma medicação durante seis meses.
Prevenir é simples: a vacina BCG, obrigatória em menores de um ano, protege as crianças de zero a quatro anos das formas graves da doença, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar. Nos adultos, a prevenção é feita pelo controle e cuidado com os contactantes, pessoas que vivem no mesmo ambiente do doente, na família e na comunidade. Deve-se evitar locais fechados, com muitas pessoas e sem ventilação, pois facilitam a contaminação, caso tenha um doente na área.
Cuidados durante o tratamento
A medicação deve ser tomada todos os dias, de preferência em jejum, conforme orientação médica, pois a dosagem é ajustada para cada pessoa; As refeições devem ser normais, sem restrição para alimentos, consumindo principalmente leite, frutas, verduras, feijão, arroz, carnes e ovos; As bebidas alcoólicas devem ser evitadas, pois o álcool diminui as defesas do organismo. O consumo de chás, água de coco e suco de frutas deve ser preferido; Se o doente for fumante deve parar imediatamente para reduzir o risco de infecções que comprometem o sistema respiratório; A pessoa em tratamento pode e deve continuar trabalhando, evitando, no entanto fazer esforços exagerados.
Saúde da mulher tem debate durante a semana
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Aprimorar e fortalecer a rede de saúde da mulher. Este é o objetivo da I Semana de Conscientização da Saúde da Mulher, iniciada na segunda-feira, 13, no auditório da Secretaria de Saúde. São realizados debates e palestras até terça-feira, 14. Nos demais dias da semana, serão desenvolvidas atividades educativas nas unidades de saúde do município, através do Programa de Saúde Familiar, Unidade Básica de Saúde e nas policlínicas.
O evento acontecerá anualmente e atende a determinação da lei municipal 2.692, de 30 de junho de 2006, autoria do vereador Luciano Paim. Na segunda-feira foram discutidos temas sobre planejamento familiar e fluxograma do município, que teve como palestrante Juraci Leite Neves Neto. Em seguida, Érica Araújo proferiu palestra sobre pré-natal e aleitamento materno.
Ainda na segunda-feira, as palestrantes Cláudia Braga e Caroline Barreto destacaram a importância do comitê de mortalidade materna e a operacionalização do Centro de Referência Municipal de DST/Aids. Para terça-feira, estão programadas discussões sobre câncer de mama e colo de útero, além da violência contra a mulher. As palestrantes são, respectivamente, Flávio Amorim, Núbia Fátima e Rita Cristina Carvalho Rios.
De acordo com a coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Rita Rios, a Secretaria de Saúde já desenvolve um vasto programa de atenção à mulher, mas ressalta a importância da Semana de Conscientização no sentido de discutir mais amplamente os interesses da mulher, especialmente a saúde. “É uma forma de aprimorar e fortalecer a rede de saúde da mulher”, completou.
13/11/06 19:26:18
13/11/06 18:33:36
Primeira vez
Pela primeira vez na história, o Brasil tem um presidente declaradamente comunista. Trata-se do deputado federal Aldo Rebelo (PC do B), presidente da Câmara, que com a doença do vice José Alencar, se tornou o primeiro na linha de sucessão na Presidência da República. A substituição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou para a Venezuela, se deu entre domingo e segunda-feira, 13.
“Apagão”
Depois do “apagão” aéreo, já se prevê um “apagão” geral, provocado pela inexistência de investimentos do Governo federal em infra-estrutura. Deve atingir energia elétrica e transportes rodoviário e marítimo.
De José Simão: “E por que o Lula não aproveita e lança mais um programa social? O Bolsa Sutiã. Nada faz mais justiça social que o sutiã: oprime os grandes, levanta os caídos e protege os pequenos”. (12.11.2006).
Ainda o José Simão: “E o grande babado do verão é o maiô da dona Marisa: aquele maiô branco com uma estrela vermelha no panceps! Tríceps, bíceps e panceps. Parece um barril da Texaco! Bomba da Texaco! E depois que eu vi a dona Marisa de maiô eu inventei um novo slogan pro Lula: ‘Deixa o homem beber!’. E o Lula fazendo alongamento? Faça ginástica com o Lula e ganhe uma balança de chope! E avisa pra dona Marisa que uma estrela só não faz verão!”. (13.11.2006).
13/11/06 13:45:47
Deputado comemora aprovação do Super Simples no Senado
(Da assessoria de Fernando de Fabinho)
O deputado federal Fernando de Fabinho (PFL) está comemorando a aprovação, no Senado, do projeto de lei complementar que cria o Estatuto das Micro e Pequenas Empresas. Depois de aprovada no Senado, a matéria que tramitou por quase três anos na Câmara voltará para que os deputados apreciem apenas as alterações feitas. Assim, a tramitação deverá ser mais rápida.
O estatuto deverá entrar em vigor em 1º de julho de 2007 e esse será um dos itens que os deputados analisarão, logo após a desobstrução da pauta da Câmara, trancada por oito medidas provisórias.
Também denominado de Supersimples, o Estatuto reduz a carga tributária de micro e pequenas empresas, além de desburocratizar a arrecadação de impostos. Com a nova lei, serão cobrados de uma só vez oito tributos: Imposto Sobre Serviços (ISS), Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto de Renda, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS), Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição Para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e a contribuição patronal para o INSS.
Fernando de Fabinho opina que o Supersimples é um dos projetos mais importantes para o setor produtivo do país. “É fundamental por aliviar a carga tributária das micro e pequenas empresas e promover a formalização de empreendimentos além de ser o primeiro passo no sentido de uma reforma tributária mais ampla, pois o sistema substituiu diversos tributos por apenas oito, que serão arrecadados em uma só guia”. O deputado feirense lembrou que a aprovação do Estatuto “era uma exigência da própria sociedade” e que é “estratégico para a geração de novos empregos”.
13/11/06 13:38:13
NOTÍCIA EXTRA
São Roque é a 25ª micro em crescimento do país
Por Batista Cruz, Toré Comunicação
Creditar o sucesso empresarial aos funcionários é uma maneira sutil, e extremamente elegante, de incentivá-los. Pode até ser um lugar comum. Mas é à parte que transpira mais que a empresária Eliana Souza Santos, que preside o Conselho Administrativo da Distribuidora São Roque, dá todos os créditos pelo crescimento da empresa. A feirense São Roque ocupa a 25ª posição nacional entre aquelas que mais cresceram - em termos de faturamento - nos últimos três anos, segundo um levantamento feito pela “Exame PME”, em parceria com a consultoria Deloitte, a revista tem como foco as pequenas e médias empresas. No triênio, o crescimento foi de 126,1%. O faturamento saltou de R$ 22.288 em 2003 para R$ 50.391, no ano passado.
Ser a primeira no seu segmento de trabalho é motivo de orgulho para toda e qualquer organização. A empresária disse que recebeu a notícia, publicada na última edição - a revista é bimensal - com satisfação. Mas que a surpresa não foi total porque alguns indicadores já mostravam o bom desempenho da distribuidora. No ano passado ficou na segunda colocação estadual no Ranking Nacional de Atacadistas. Diz que as metas de crescimento para este ano deverão ser atingidas, mesmo num período difícil. Para ela, o comércio é o combustível que move o município. A pesquisa confirma a vocação econômica da cidade.
Navegando num cenário econômico turbulento e enfrentando uma concorrência antropofágica nunca vista no setor atacadista, a distribuidora registrou um crescimento médio anual cerca de 20 vezes maior do que o Produto Interno Bruto (PIB), índice que mede a riqueza nacional produzida durante um ano. Para 2007, a meta é manter o mesmo ritmo de crescimento. Se confirmadas as projeções, a empresa vai faturar mais de R$ 75 milhões. Nada mau para quem começou pequeno na rua Visconde do Rio Branco. Isto há 23 anos. Na pesquisa, que apontou uma centena de empresas, apenas quatro atuam no comércio atacadista. A feirense é a única do interior nordestino que foi citada.
Quando se vê o esforço de vendas é que se pode dimensionar o valor dado aos funcionários. A equipe externa é formada por mais de 80 pessoas. Este batalhão está presente em todas regiões da Bahia, exceto no Oeste. Internamente, o serviço é tocado por 250 pessoas. Para atender clientes em pontos tão distantes, o setor de distribuição funciona 24 horas. O planejamento é feito de modo que o pedido de um comerciante estabelecido em Rodelas, na divisa do Pernambuco, seja atendido em 48 horas. Por mês são mais de três mil operações de vendas, média de uma centena de negócios fechados por dia.
Para o próximo ano, a meta é chegar à região que tem como município pólo Barreiras. A empresária salienta que a distribuidora está se consolidando na macrorregião para se voltar rumo ao oeste. Mas espera crescer com os pés no chão. “Como é um mercado altamente competitivo, não dá para dormir no ponto”. Quem trabalha neste setor sabe que não pode ficar restrito a apenas uma área, porque também sabe que se torna um alvo fixo à concorrência. Por isso, abrir novos mercados é necessário. Enfrentar a concorrência em terrenos diferentes é fundamental.
Também no próximo ano, logo em janeiro, acontece o 2º Encontro de Clientes - o primeiro foi realizado em 2004. O jornalista da Rede Globo, Alexandre Garcia, será um dos palestrantes. É a política da boa vizinhança com o cliente. É o momento de se saber o que ele pensa e o que espera da empresa. De saber qual a melhor forma de atendê-lo. De fidelizá-lo. Afinal, uma das máximas do setor diz que cliente satisfeito continua o relacionamento comercial. Uma pesquisa feita pela empresa revelou que 85% dos clientes da Distribuidora São Roque estão satisfeitos.
Vender é importante. Mas entregar no prazo combinado é a receita de parte do sucesso da Distribuidora São Roque. Fazer os produtos chegarem ao destino final é tanto importante quanto vendê-los. O entra e sai de caminhões na central de distribuição, na avenida Eduardo Fróes da Motta, é intenso. Parte entrega mercadoria e a outra é carregada. “Para tanto, investimos em logística e nas vendas”. E são operações de entrega planejadas em minúcias. Não pode atrasar, sob pena de comprometer todo esquema de vendas. Jogar ralo abaixo todo um esforço concentrado. “Quando o cliente pede é porque quer receber”, diz a empresária.
Outro ponto importante para quem sobrevive das vendas é investir em treinamento do pessoal, principalmente aquele que forma a linha de frente, e na aquisição de tecnologia que facilite o trabalho. Periodicamente a equipe de vendas recicla seus conhecimentos e potenciais. Em campo, usam um palm top, aparelho que se comunica praticamente em tempo real com o Centro de Distribuição. Com ele, o vendedor sabe o que tem em estoque e a quantidade. Não vende o que não dispõe no momento. Dá o toque de modernidade, aliada aos preços, que encanta o cliente. O mix da empresa é formado por dois mil itens. Para ela, a parte mais delicada de todo sistema é manter o pessoal motivado.
Com foco no atacado, a empresa mantém um olho voltado num atacado diferenciado. A loja da rua Castro Alves é aberta à pessoa física. O consumidor encontra produtos embalados em pequenas quantidades. Para o consumo familiar, mas com preços diferenciados do mercado. Até pouco tempo atrás tinha um supermercado, que está fechado para reforma.
A empresa, que é familiar, é administrada a oito mãos. A diretoria é formada apenas por irmãos. Roque Eudes Souza Santos é diretor comercial; Cláudia Souza Santos é diretora financeira e Carla Simone Santos Lima dirige o Departamento de Recursos Humanos. Eles sabem que numa empresa com estas características é tênue a linha que separa o bom andamento empresarial da disputa pelo poder. A história vem mostrando que nem sempre a saúde das organizações está imune às intrigas geradas nas salas de trabalho. “Fazemos terapia familiar com vistas à boa saúde da empresa”. Pelo visto, a definição de espaços, com vistas às boas práticas administrativas, e a busca de orientação externa vem dando certo.
Como a pesquisa foi feita
O ranking foi baseado na expansão da receita líquida entre 2003 e 2005. Puderam se inscrever companhias com faturamento entre R$ 5 milhões e R$ 150 milhões, com sede no Brasil e que operaram ao longo dos últimos três anos. Para participar, as empresas respondera a um questionário elaborado pela consultoria Deloitte e pela revista Exame PME. No total, foram recebidos 527 questionários, dos quais 327 obedeceram aos critérios estabelecidos. Dessas empresas, 244 encaminharam também suas demonstrações financeiras de 2003, 2004 e 2005. A Distribuidora São Roque compôs a amostra final do estudo que originou a lista das 100.
11/11/06 20:44:27
FILME VISTO
Mentira e falsidade em “Os Infiltrados”
Por Dimas Oliveira
Em cartaz em Feira de Santana, no Orient Cineplace, assim como nas principais capitais e cidades brasileiras, desde sexta-feira passada (10), “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, já pode ser considerado como um dos melhores filmes deste ano. Inspirado em “Conflitos Internos”, filme chinês de 2002. A guerra entre polícia e mafiosos passa de Hong Kong para Boston. O título original “The Departed” quer dizer “Os Mortos”.
“Os Infiltrados” pode ser adjetivado como um filme complexo, contundente, envolvente, fascinante, instigante, inteligente, vertiginoso, vigoroso, violento. Nada é o que parecer ser com tanta mentira e falsidade. Mas, elas cansam, pelo medo, solidão, pela incerteza, o desejo de uma vida normal, a questão sobre o bem e o mal.
Os “infiltrados” do título brasileiro são Colin (Matt Damon) e Bill (Leonardo Di Caprio). Apesar de terem crescido em Boston, num bairro dominado por descendente de irlandeses, como os próprios, eles não se conhecem. Cada um deles é colocado em lados opostos. Colin é membro de uma máfia infiltrado na polícia e Bill é o policial trabalhando secretamente na quadrilha de mafiosos. A trama mostra um mocinho que parece vilão, e um vilão que parece mocinho. Assim, personagens cheios de duplicidades. Ambos têm um desafio: descobrir a identidade do outro antes de ser identificado. A situação limite leva o público a se envolver totalmente com a narrativa.
Um detalhe do filme é o uso de aparelhos celulares - como ícones tecnológicos. Grande parte da tensão do filme está nas chamadas feitas pelos telefones dos personagens.
O elenco é de primeira. Jack Nicholson tem interpretação primorosa como o chefão mafioso, personagem que exerce o papel de ser o mais forte elo de ligação entre os dois infiltrados. Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Mark Wahlberg também estão bem.
O filme remete a outros momentos de Martin Scorsese como realizador de filmes sobre o mesmo tema - ele que é considerado como um dos mais talentosos cineastas norte-americanos em atividade -, exemplos de “Caminhos Perigosos”, de 1973, “Os Bons Companheiros”, de 1990, e “Cassino”, de 1995. Assim, o mundo violento do crime, da contravenção, tem sido tratado por Scorsese com freqüência.
Nos Estados Unidos, em cinco semanas, “Os Infiltrados” já rendeu cerca de 102 milhões de dólares, em mais de 2.700 salas. A produção custou 90 milhões de dólares.
Filme de visão obrigatória de quem gosta de cinema. Para ser visto mais de uma vez.
11/11/06 19:45:44
Cine-Clube Modelo Dimas Oliveira
Na quarta-feira, 8, no Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, teve início o projeto Cine-Clube Modelo Dimas Oliveira, com a exibição do filme “Terra em transe”, de Glauber Rocha.
Projeto idealizado pelo professor Volnei Menezes, o Cine-Clube foi acolhido pelo diretor da instituição, Gilzon Gonçalves.
Ficamos agradecidos pela deferência da nominação do projeto.
11/11/06 19:38:05
Sobre o "politicamente correto"
No início de maio de 2005, um tema causou polêmica. Foi a cartilha elaborada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, que reúne palavras, expressões e piadas consideradas politicamente incorretas.
O escritor baiano João Ubaldo Ribeiro escreveu então, “Pelo direito de expressão”:
“É estarrecedor. Estamos ingressando numa era totalitária, em que o Governo dá o primeiro passo para instituir uma nova língua e baixar normas sobre as palavras que devemos usar?
Será proibido em breve o uso de palavrões na língua falada no Brasil? Serão eliminados dos dicionários vocábulos e expressões não consideradas apropriadas pelo Governo? Palavras veneráveis da língua, como “beata”, em qualquer sentido, deverão ser banidas? Será criada uma polícia da linguagem? Os brasileiros serão proibidos por lei de discutir vigorosamente e xingar os interlocutores?
Que autoridade tem essa Secretaria para emitir essas opiniões, que por enquanto podem ser apenas opiniões, mas nada impede, na ditadura mal disfarçada em que vivemos, que uma Medida Provisória, da mesma forma com que já nos confiscaram a poupança e os depósitos bancários, venha a ser baixada, confiscando também a nossa língua e os nossos costumes, mesmo os inaceitáveis pela maioria?
Os escritores e jornalistas terão seus livros e textos examinados para que se expurguem termos ou expressões condenadas? Contar piadas será tido como conduta anti-social e discriminatória? O Governo é o dono da língua?
As palavras “negro”, “preto”, “escuro” e semelhantes, nos casos em que não estiverem sendo usadas sem relação alguma com a cor da pele de ninguém, serão vedadas, se em qualquer contexto julgado negativo?
As nuvens de chuva por acaso são brancas e alguém está insultando os negros, quando diz que há nuvens negras no horizonte (e há)? Os túneis são escuros e existe alusão racial na expressão “luz no fundo do túnel”? A peste bubônica não poderá mais ser mencionada como a “peste negra”?
Tratar-se-á como injúria ou difamação chamar de comunista alguém que até o seja, mas não se considere como tal? Não se poderá mais dizer que alguém é burro ou cometeu uma burrice? Será publicada uma lista de palavras de uso permitido, ou de uso proibido? Acontece isto em alguma outra parte do mundo? Se um homossexual, como fazem muitos deles, rotular-se a si mesmo de “veado”, poderá ser censurado ou punido? O pronome indefinido peculiar à língua falada no Brasil (“nego”, como em “nêgo aqui gosta muito de uma festa”) só será aceitável se for numa afirmação elogiosa ou “positiva”?
O ridículo dessa cartilha não nos deve cegar para o fato de que está começando o que parece ser uma ampla distribuição, que certamente atingirá as escolas, nas quais, já hoje, são obrigadas a classificar racialmente os alunos, dando a entender que certas áreas certamente considerarão um progresso e um passo em direção ao ambicionado terceiro mundo a instituição da segregação no Brasil.
Não podemos aceitar esse delírio totalitário, autoritário, preconceituoso (ele, sim), asnático, deletério e potencialmente destrutivo - e, o que é pior, custeado com o nosso dinheiro. Que está acontecendo neste país? Aonde vamos, nesse passo? Quanto tempo falta para que os burocratas desocupados que incham a máquina governamental regulem nossa conduta sexual doméstica ou nosso uso de instalações sanitárias?
Enfim, o que é isso, pelo amor de Deus? Até quando vamos suportar sermos tratados como um povo de ovinos imbecis e submetidos ao jugo incontestável da “autoridade”? Todo poder emana do povo ou da burocracia? Podermos ser processados, se chamarmos um membro do serviço público de “funcionário”? Temos liberdade para alguma coisa?
Foi o Estado que nos concedeu o direito de pensar, opinar e dizer, ou este é um direito básico e inalienável, que não nos pode ser tirado? Não sei mais o que dizer sobre esse descalabro, esse escândalo, essa vergonha, esse sinal de atraso monstruoso, que de agora em diante não deverei mais poder chamar de palhaçada, para não insultar os palhaços.
Até onde vamos regredir? É preciso que reajamos, é indispensável que os homens responsáveis por tal despautério sejam dispensados do serviço público, porque lá estão para cometer atentados à liberdade e arbitrariedades desse tipo.
É indispensável que assumamos nosso papel de cidadãos, detentores da soberania que, pelo menos nominalmente, é entre nós a soberania popular. CHEGA DE BURRICE, CHEGA DE ABUSO, CHEGA DE INCOMPETÊNCIA, CHEGA DE MERDA JOGADA SOBRE NOSSAS CABEÇAS!
Ou então que nos calemos e vivamos o destino de gado a que forcejam para cada vez mais nos impor, a escolha é nossa e essa iniciativa grotesca e idiota seja imediatamente esmagada, ou em breve não teremos direito a mais nada, nem à nossa língua, aos nossos sentimentos e à escolha de nosso comportamento que, não sendo criminoso, é exclusivamente da nossa conta e de mais ninguém.
Não podemos ser mais humilhados e envergonhados dessa forma, exijamos respeito e seriedade, defendamos nossa integridade e dignidade, rebelemo-nos e, sim, xinguemos - bons filhos das p... - ou, melhor, bons rebentos de profissionais femininas do sexo, para respeitar as novas diretrizes.
Vão se catar, e não às nossas custas, como vêm fazendo até agora. Desculpem, mas eu não posso conter a indignação e tentar passá-la para tantos compatriotas quanto possível. Saudações democráticas, revoltadas e dispostas a se tornarem revoltosas, de João Ubaldo Ribeiro”.
A proposta foi arquivada. Mas, quem garante que ela não seja retomada?
O que não se deve falar
A Secretaria Especial dos Direitos Humanos elaborou e chegou a começar a distribuir a cartilha “Politicamente Correto”. Ela reúne 96 palavras, expressões e piadas consideradas pejorativas e que revelam discriminações contra pessoas ou grupos sociais, como negros, mulheres, homossexuais, religiosos, pessoas portadoras de deficiência e prostitutas.
A tiragem inicial da cartilha foi de cinco mil exemplares e o público-alvo inclui políticos, policiais, jornalistas e professores. O texto foi elaborado pelo professor Antônio Carlos Queiroz, da Universidade de Brasília (UnB).
Seguem algumas expressões condenadas pela cartilha que despertou a fúria do escritor João Ubaldo Ribeiro:
A COISA FICOU PRETA - Forte conotação racista contra os negros, pois associa o preto a uma situação ruim.
AIDÉTICO - Termo discriminador, o correto é HIV positivo ou soropositivo, para quem não apresenta os sintomas, e pessoa com Aids ou doente de Aids, para quem apresenta os sintomas.
ANÃO - São vítimas de um preconceito peculiar: o de sempre serem considerados engraçados. Não há nada especialmente engraçado. O fato de ser anão não afeta a dignidade.
BAIANADA - Atribui aos baianos inabilidade no trânsito. É um preconceito de caráter regional e racial, como os que imputam malandragem aos cariocas, esperteza aos mineiros, falta de inteligência aos goianos e orientação homossexual aos gaúchos.
BAITOLA – Palavra utilizada para depreciar os homossexuais, assim como bicha e boiola. Sugeridos como corretos: gay e entendido(a).
BARBEIRO - Xingamento para motorista inábil. Ofensiva ao profissional especializado em cortar cabelo e aparar a barba.
BEATA - Deprecia mulheres que vão com muita freqüência à missa.
CABEÇA-CHATA - Termo insultuoso e racista dirigido aos nordestinos, cearenses em especial.
COMUNISTA - Contra eles foram inventadas calúnias e insultos, para justificar campanhas de perseguição que resultaram em assassinatos em massa, de caráter genocida, como durante o regime nazista na Alemanha.
FARINHA DO MESMO SACO - Junto com expressões como todo político é ladrão, todo jornalista é mentiroso, muçulmanos são terroristas. Ilustra a falsidade e leviandade das generalizações apressadas. O fato de haver políticos corruptos, jornalistas imprecisos e muçulmanos extremistas não significa que a totalidade desses segmentos mereça aquelas respectivas acusações.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO - Depois de sistemáticas campanhas de desprestígio contra o serviço público, os trabalhadores dos órgãos e empresas públicas preferem ser chamados de servidores públicos, para enfatizar que servem ao público mais do que ao Estado.
GILETE - O termo adequado é bissexual.
HOMOSSEXUALISMO - É mais adequado usar homossexualidade. Homossexualismo tem carga pejorativa ligada à crença de que a orientação homossexual seria uma doença, uma ideologia ou movimento político.
LADRÃO - Termo aplicado a indivíduos pobres. Os ricos são preferencialmente chamados de corruptos, o que demonstra que até xingamentos tem viés classista.
MULHER DA VIDA OU DE VIDA FÁCIL - Eufemismos para caracterizar a profissional do sexo, prostituta.
MULHER NO VOLANTE, PERIGO CONSTANTE - Frase preconceituosa contra as mulheres, a quem se atribui menos habilidade no trânsito em comparação com os homens, contrariando, aliás, os levantamentos estatísticos.
NEGRO - A maioria dos militantes do movimento negro prefere este termo a preto. Mas em certas situações as duas expressões podem ser ofensivas. Em outras, podem denotar carinho no diminutivo “neguinho” ou “minha preta”.
PALHAÇO - O profissional que vive de fazer as pessoas rirem pode se ofender quando alguém chama de palhaço uma terceira pessoa a quem se atribui pouca seriedade.
PRETO DE ALMA BRANCA - Um dos slogans mais terríveis da ideologia do branqueamento no país, que atribui valor máximo à raça branca e valor mínimo aos negros. Frase altamente racista e segregadora.
SAPATÃO - Usada para discriminar lésbicas, mulheres homossexuais. Entendidas e lésbicas são termos mais adequados.
VEADO - Uma das referências mais comuns e preconceituosas aos homossexuais masculinos. Expressões adequadas são gay, entendido e homossexual.
XIITA - Um dos ramos do islamismo se tornou no Brasil termo pejorativo que caracteriza militantes políticos radicais e inflexíveis.
11/11/06 19:07:26
Em memória de um artista singular
O painel “Flagelo de Lucas” representa a síntese de toda a obra do artista plástico Carlo Barbosa (1945-1988). O trabalho exposto no Museu de Arte Regional do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) é mesmo a mais importante obra existente em Feira de Santana, como também considera Lígia Motta, que dirige a Galeria de Arte com o nome do artista, que é um dos grandes ausentes do cenário artístico de Feira, ao lado de Raimundo de Oliveira.
Ainda bem que Carlo Barbosa, artista singular, está presente com o seu legado deixado para a posteridade. Não somente com essa pintura de propriedade do Município, que está sob a tutela da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), mas também com telas espalhadas por todos os cantos e as pertencentes ao acervo da família (na Fundação Carlo Barbosa), que estiveram expostas no Museu de Arte Contemporânea.
Com estilo próprio e definido, Carlo Barbosa soube retratar bem manifestações populares de sua terra, universalizando-a através das cores fortes. A raiz popular sempre esteve nas telas do artista. Sua pintura pode ser definida como figurativa. Seus trabalhos, principalmente da última fase, são de grande força e vigor, de composição dramática que refletem visões que povoavam a sua mente.
A morte parece elevar mais as pessoas. Depois de 14 anos de seu desaparecimento, Carlo Barbosa aumenta o seu reconhecimento, sua obra é mais vista, estudada e discutida. Sua maturidade artística é indiscutível. Que a memória dele seja para sempre.
Dimas Oliveira
11/11/06 19:03:37
Filmes brasileiros lançados em 2006
Por Dimas Oliveira
Até agora, treze filmes brasileiros exibidos em Feira de Santana este ano, no Orient Cineplace, incluindo “Muito Gelo e Dois Dedos d’Água”, que está há duas semanas em cartaz, desde o dia 2 de novembro.
“Xuxinha e Guto Contra os Monstros”, que foi lançado em 25 de dezembro do ano passado, entrou este ano até 12 de janeiro. Outro filme que teve pré-estréia no Natal de 2005 até 5 de janeiro foi “Se Eu Fosse Você”, que teve a maior permanência em tela, de 6 de janeiro a 9 de fevereiro, sendo o filme brasileiro mais visto este ano, não só nesta cidade como em todo o país.
“Didi: O Caçador de Tesouros” entrou de 6 a 19 de janeiro e depois de 27 de janeiro a 9 de fevereiro. O superestimado “A Máquina” só durou uma semana, de 7 a 12 de abril, sendo um grande fracasso de público. Outra decepção foi “Irmã Vap: O Retorno”, também com somente uma semana em cartaz, de 12 a 18 de maio. “Achados e Perdidos” passou de 12 a 18 de maio. Os meses de junho e julho não tiveram nenhum filme brasileiro.
Melhor filme brasileiro deste ano, pelo menos dos exibidos aqui, “Zuzu Angel” ficou duas semanas em cartaz, de 4 a 17 de agosto. A segunda bobagem da turma do Casseta & Planeta, “Seus Problemas Acabaram”, durou três semanas, de 1º a 21 de setembro.
“Anjos do Sol”, passou desapercebido, de 1º a 6 de setembro. A comédia “Trair e Coçar É Só Começar”, ficou em tela por três semanas, de 22 de setembro a 11 de outubro, já “O Maior Amor do Mundo”, de 6 a 11 de outubro, apenas uma semana, mesmo período do fraco “A Ilha do Terrível Rapaterra”, de 27 de outubro a 1º de novembro.
De todos esses filmes, apenas quatro foram lançamentos em concomitância com o circuito nacional: “Se Eu Fosse Você”, “Didi: O Caçador de Tesouros”, “Zuzu Angel” e “Seus Problemas Acabaram”.
Certamente que até o final deste ano mais filmes brasileiros serão exibidos nas salas do Multiplex do Iguatemi. Um exemplo é “Canta Maria”, filme que retoma a temática do cangaço.
11/11/06 18:43:07
Dica de DVD
Livre arbítrio é o tema
de “Advogado do Diabo”
Por Dimas Oliveira
“Advogado do Diabo” (The Devil´s Advocate), de Taylor Hackford, EUA, 1997, apresenta uma das mais assustadoras representações do diabo, que é um dos personagens mais apresentados pelo cinema e outras manifestações artísticas – quase sempre com simpatia e tentadora presença. O filme confirma a presença real do diabo no mundo. Ele e seus demônios.
Na trama, Kevin Lomax (Keanu Reeves) é um jovem e promissor advogado do interior da Flórida e que quer alcançar os degraus da fama e da fortuna. Ele é seduzido por uma proposta de um grande escritório de advocacia de Nova York – “terra do demônio”. Seu patrão é John Milton (Al Pacino), o diabo em pessoa, que não esconde a alegria de ter comprado mais uma alma, para tentar ganhar uma batalha contra Deus.
No início, ele faz da vida do jovem um verdadeiro paraíso na terra. Depois, vem a cobrança da conta pelo sucesso, começando por destruir seu casamento com a bela Mary Ann (Charlize Theron) e colocando Kevin numa dúvida, num dilema sobre sua carreira.
“Eu sou o dono do século XX”, diz o diabo em discurso que blasfema contra Deus, chamando Ele de “babaca”, afirmando que o Senhor fez o homem e o entregou Pa própria sorte. O diabo se considera mais compreensivo e menos repressivo que Deus, pois humanista, amante dos instintos e das imperfeições humanas.
No filme, o diabo afirma que “o papa e os adoradores de serpentes são a mesma coisa”. Uma escultura da Catedral de Washington tem uma réplica no gabinete do diabo, com as figuras ficando vivas em atos de perversão sexual e de possessão demoníaca.
“Advogado do Diabo” trata principalmente sobre livre arbítrio – desde o princípio, depois que Adão e Eva optaram por comer do fruto proibido e desobedeceram a Deus, que Ele ofereceu ao homem a capacidade de decidir seus próprios caminhos -, também sobre o bem e o mal e sobre vaidade, que é o pecado que o diabo mais gosta que os homens cometa.
Com embalagem de thriller psicológico, o filme também pode ser visto como uma modernização de “Fausto”, obra do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), sobre um homem que vende a alma ao diabo para obter sucesso.
11/11/06 14:21:08
Fluminense de Feira na Copa São Paulo de Futebol Júnior
O Fluminense de Feira vai participar pela primeira vez da Copa São Paulo de Futebol Júnior. O clube feirense foi convidado pela Federação Paulista de Futebol. A 38ª edição da competição será realizada em janeiro do próximo ano.
Trata-se de mais um tento da gestão do presidente do clube feirense, empresário Everton Cerqueira - o time principal disputa a final da Copa Bahia Sergipe de Futebol Profissional, o Nordestinho, com o Sergipe.
Para participar da Copa São Paulo, o Fluminense vai avaliar jogadores da sua divisão de base, bem como fazer peneiras ao longo deste mês.
11/11/06 14:19:36
Holocausto não deve
ser apagado da memória
Os adeptos da pós-modernidade que defendem um bárbaro tirano como Saddam Hussein e condenam a ação de George W. Bush lembram do Holocausto, período doloroso da História, quando os nazistas perseguiam os judeus? Eles deveriam assistir ao filme “O Pianista”, que é uma verdadeira aula de História. E bem didática. A realidade histórica precisa ser mais conhecida, não pode ser deixada para trás. Mas, ao contrário, eles mantém posição de ignomínia do anti-semitismo e querendo apagar o Holocausto da memória. É tempo de lembrar e se informar sobre o Holocausto – quando seis milhões de judeus foram exterminados. Sobre a guerra em curso no Iraque é a Palavra de Deus sendo cumprida. Israel é o alvo. É o início do fim, que está próximo. Jesus está voltando.
Os fatos mostrados no filme são reais. O próprio diretor do filme, Roman Polanski, viveu experiências semelhantes às contadas e testemunhadas pelo pianista Wladyslaw Szpillman (1911-2000) em seu livro autobiográfico, escrito em 1946, mas publicado na íntegra somente no início dos anos 90, que serviu de ponto de partida para o roteiro.
O filme não tem metáforas nem alegorias. Entre 1939 e 1945, durante a 2ª Guerra Mundial, 360 mil judeus poloneses sofreram todas as privações, humilhações e violências, durante a ocupação nazista em Varsóvia. Os judeus sofreram restrições,degradações e abusos e foram confinados por muros em guetos, antes de serem deportados para campos de concentração, onde eram exterminados.
Além de ser uma aula de História, “O Pianista” também é uma aula de cinema. No meio de um cenário de tanto horror e dor, o belo com a música – a execução da “Balada Nº 1 em Sol Menor, Opus 23”. O frágil personagem busca sobreviver, salva-se da deportação e de várias situações por uma série de coincidências, tenta participar da resistência, e escondido nos escombros – vivendo como um rato - observa o desenrolar da guerra. No final, a redenção, a vitória do ser humano.
A humanidade e sua maldade, barbárie, crueldade, sordidez, indiferença e solidariedade, está retratada secamente em “O Pianista”. É muita dor e sem anestesia. Chega a ser assustador. Desde já eleito como um dos melhores filmes do ano.
As recordações não são agradáveis, mas o Holocausto não é para ser esquecido!
O filme recebeu a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Vencedor de sete Les César des Arts et Techniques du Cinema 2003, incluindo Melhor Filme, Diretor e Ator. Recebeu dois prêmios, melhor filme e ator, da British Academy of Film and Television Arts Award (Bafta) na mesma categoria. Das sete indicações ao Oscar – Melhor Filme, Diretor, Ator (Adrien Brody), Roteiro Adaptado (Ronald Harwood, Roman Polanski e Wladyslaw Szpilman), Fotografia (Pawel Edelman) Montagem (Hervé de Luze) e Figurino (Anna Sheppard). Teve duas indicações – Filme e Ator - ao Globo de Ouro.
Por Dimas Oliveira
11/11/06 14:13:19
A verdade existe sim
Por Dimas Oliveira
O mundo está vivendo um momento de transição nestes que são os últimos dias, com muitas mudanças na ciência e na intelectualidade. É a pós-modernidade, onde tudo o que acontece é considerado válido. Até mesmo o terrorismo, com o ataque do dia 11 de setembro aos Estados Unidos sendo considerado como normal. Ninguém se envergonha de mais nada e dá “interpretação cultural” que achar conveniente.
Com isto, as pessoas viram depósito de muitas idéias e passam a acreditar que a verdade não existe, pois cada fato é interpretado de uma forma, levando-se à constatação de que a verdade não está em lugar algum. Com a pós-modernidade, o que vale é o prazer da emoção de tudo. Muita gente se regozijou com as torres gêmeas do World Trade Center ruindo e com parte do Pentágono destruída.
A constatação é a de que tudo que se fala hoje é raso, não tem nenhuma profundidade. É o resultado do caldeirão cultural do que tudo é bom. Do politicamente correto.
A Igreja Evangélica neste tempo de avivamento tem começado a se posicionar contra este estado de coisas, exortando ao crente a não se deixar abalar com os ataques à Palavra de Deus. A verdade é que não se pode desistir do céu, não se pode cair da graça, tem que se buscar qualidade de vida diante de Deus, ter a mente de Cristo e comunhão com a Palavra, com firmeza.
O Bem e o mal existem. O mundo diz que é maniqueísmo. São duas forças: a do Bem, que é Deus, a do mal, que é o diabo. Ou se está com um ou com outro, não existe muro nem meio termo. Neste momento, por exemplo, os EUA não são a mais recente e bem-sucedida encarnação de Satanás, o “grande satã” como quer os terroristas. Na verdade, a guerra é da modernidade contra a idade da pedra, que reage contra a civilização ocidental. Por causa de Israel, que é o alvo, trava-se uma guerra espiritual, além da guerra física.
Como o Bem e o mal existem, também o branco e o preto, o tudo e o nada, o masculino e o feminino, o sim e o não, a cabeça e a cauda, a modernidade e o atraso. São paradigmas que não agradam ao mundo, que são rejeitados pelos que não se posicionam e rebuscam filosofias, afirmando tolices como “não penso, sou pensado”.
Se através da Bíblia, Deus não quis dizer o que disse por que não disse o que queria dizer?, se questiona. Tudo o que está na Bíblia é para todo o sempre não para uma cultura de uma época. Deus é contemporâneo, é de todas as épocas.
11/11/06 14:06:40
Filosofia de vida : Esquerda ou Direita
Uma universitária cursava o sexto semestre da faculdade. Como é comum no meio universitário, pensava que era de esquerda e estava a favor da distribuição da riqueza.
Tinha vergonha do fato de seu pai ser de direita e, portanto, contrário aos programas e projetos socialistas que previam dar benefícios aos que não mereciam e impostos mais altos aos que tinham mais dinheiro. A maioria dos seus professores tinha afirmado que a filosofia de seu pai era equivocada.
Por tudo isso, um dia, decidiu enfrentar o pai.
Falou com ele sobre o materialismo histórico e a dialética de Marx, procurando mostrar-lhe que estava errado ao defender um sistema tão injusto como o da direita.
No meio da conversa o pai perguntou:
- Como vão as aulas?
- Vão bem. - respondeu ela - A média das minhas notas é 9, mas me dão muito trabalho consegui-las. Não tenho vida social, durmo pouco, mas vou em frente.
O pai prosseguiu:
- E a tua amiga Sônia, como vai?
Ela respondeu com muita segurança:
- Muito mal. A sua média é 3, principalmente, porque passa os dias em shoppings e em festas. Pouco estuda e algumas vezes nem sequer vai às aulas. Com certeza, repetirá o semestre.
O pai, olhando nos olhos da filha, aconselhou:
- Que tal se você sugerisse aos professores ou ao coordenador do curso para que sejam transferidos 3 pontos das suas notas para as da Sônia. Com isso, vocês duas teriam a mesma média. Não seria um bom resultado para você, mas convenhamos, seria uma boa e democrática distribuição de notas para permitir a futura aprovação de você duas.
Ela indignada retrucou:
- Por que?! Eu estudei muito para conseguir as notas que tive, enquanto a Sônia buscava o lado fácil da vida. Não acho justo que todo o trabalho que tive, seja simplesmente, dado a outra pessoa.
Seu pai, então, a abraçou carinhosamente, dizendo:
- BEM-VINDA A DIREITA!
11/11/06 14:02:39
Preso e torturado pelo “crime”
de fazer “Manhã Cinzenta”
O filme mais importante de Olney São Paulo é “Manhã Cinzenta”, média-metragem que o cineasta realizou em 1969. Mas, quem conhece esse filme? Em Feira de Santana, pouca gente. O jornalista Dimas Oliveira assistiu ao filme porque conseguiu um projetor de 16mm para que Olney mostrasse a cópia que tinha em mãos, projetada em sessão secreta numa parede de casa de familiares. “A exibição clandestina não o satisfazia”, conta Dimas, completando que Olney morreu tentando uma revisão da Censura.
Com “Manhã Cinzenta”, Olney São Paulo garantiu um lugar na História. Ele é o único cineasta brasileiro a ser preso, torturado e processado pelo "crime" de ter feito esse filme. Ele registrou nas ruas um momento histórico: a crise estudantil de maio de 1968 e a atuação da repressão. Uma cópia do filme foi parar nas mãos de um dos seqüestradores do Caravelle desviado para Cuba, em 1969, e Olney foi preso porque a fita teria sido exibida aos passageiros como prova dos desmandos da ditadura.
Após o parecer em que o filme foi considerado como "altamente subversivo", por “incitar o povo contra o regime vigente”, Olney viu-se enquadrado na Lei de Segurança Nacional e processado. Corria o ano de 1971. O filme foi censurado e o autor ficou com o rótulo de maldito, ganhando aposentadoria compulsória no Banco do Brasil, onde tinha um emprego conseguido por concurso – ele começou a trabalhar na agência de Feira de Santana e depois foi transferido para o Rio de Janeiro.
A partir do AI-5, outorgado em 13 de dezembro de 1968, a Censura não tinha preocupação em justificar os atos de proibição e cortes dos filmes. Com a prisão, Olney sofreu danos em sua saúde – ele morreu aos 41 anos e a família sustenta que sua saúde frágil foi abalada por maus-tratos na prisão. Também é registrado o completo desaparecimento dos negativos de "Manhã Cinzenta", nas dependências da Censura. Depois de vetado, o filme nunca mais foi encontrado. Praticamente sumiu da memória cinematográfica nacional, um prejuízo artístico e econômico. Sua última exibição conhecida foi na mostra “Cinema Calado - Filmes Censurados, realizada em 3 de março de 2001, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
Por Adilson Simas
11/11/06 13:59:48
“Cidade Baixa”, um filme para esquecer
Por Dimas Oliveira
“Cidade Baixa”, filme baiano, continua sendo alvo de tratados até sociológicos, ganhou o Prêmio da Juventude no 58o Festival de Cinema de Cannes, foi considerado como espetacular pela revista “SET”, mas nem assim conseguiu atrair grande público ao cinema, mesmo com o forte apelo de sexo contido. A recepção foi muito fria por parte do público. Também não agradou à nossa visão crítica.
O filme não tem nada a ver com “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, de Bruno Barreto, 1976, que é o recordista de público brasileiro, muito menos com “Uma Mulher Para Dois” (Jules et Jim), de François Truffaut, 1964, como foi sugerido por aí. O único referencial é que trata do relacionamento de dois homens e uma mulher, um tema mais que recorrente do cinema.
Além da falta de ritmo e de continuidade, da péssima iluminação, o que incomoda em “Cidade Baixa” é a baixaria apresentada, a falta de pudor. Em cada fala de todos os personagens a presença insistente de linguagem grosseira, palavrões muitas vezes desnecessários. Tanto que a classificação indicativa passou de 16 para 18 anos, onze dias depois do lançamento. Não é mesmo um filme recomendado para jovens. Para ninguém.
Os personagens de “Cidade Baixa” são marginais, à deriva, vidas sem rumo. No filme, estão presentes: prostituição, drogas, malandragem, trambiques, assalto, assassinato, suicídio, estelionato, traições, briga de galos e de homens e até sugestão de aborto. Um leque de crimes. Realmente, amor não é o tema do filme. Sim, paixões desenfreadas, pois permeado de sexo e sentimentos carnais.
A teoria do diretor Sérgio Machado é que “gente é tudo igual. De perto, todo mundo é igual”. Na verdade, cada um é diferente, ou não?
Enfim, “Cidade Baixa” é um filme sem esperança. Sem redenção. Esquecível.
11/11/06 11:41:10
FILMES EM CARTAZ
Por Dimas Oliveira
“Os Infiltrados” e “O Sacrifício” são destaques
Drama sobre lealdade e traição, “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, é o principal lançamento - nacional - desta semana cinematográfica, no Orient Cineplace. Outra novidade é o thriller de suspense “O Sacrifício”, já lançado no circuito nacional. Ainda tem o filme de animação japonês “Os Cavaleiros do Zodíaco - Prólogo do Céu”. Continuam em cartaz, o filme de terror “Jogos Mortais 3” e a comédia de erros brasileira “Muito Gelo e Dois Dedos d’Água”, que é até um pouco interessante.
“Os Infiltrados” é a versão americana do filme chinês “Conflitos Internos”, de 2002. A ação com muita violência muda de Hong Kong para Boston: a polícia infiltra um homem no grupo comandado por um chefe do crime organizado, que também consegue infiltrar uma pessoa na polícia. O conflito está instalado. No elenco: Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg, Martin Sheen e Alec Baldwin. Teve orçamento de 90 milhões de dólares e vem precedido de comentários bem favoráveis.
Em “O Sacrifício”, refilmagem de “O Homem de Palha” (realizado em 1973, com Christopher Lee no elenco), Nicolas Cage faz um policial que depois de presenciar um trágico acidente, no qual nada pôde fazer, fica abalado psicologicamente. Ele recebe então uma carta de sua ex-noiva, que o abandonara há anos sem explicações. Ela pede ajuda, pois sua filha pequena desapareceu em Summerisle, uma ilha isolada na costa do estado americano do Maine. Ele se dirige ao local para tentar resgatar a criança. Lá, se vê cercado por uma série de estranhos eventos, que vão se tornando cada vez mais grotescos à medida que avançam os preparativos para a festa anual da colheita promovida pela estranha comunidade. Até que é surpreendido por um encontro com o Homem de Palha.
O diretor Neil LaBute é o mesmo de “Possessão”, de 2002. Teve orçamento de 40 milhões de dólares. O lançamento é da California Filmes.
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTO NACIONAL
OS INFILTRADOS (The Departed), de Martin Scorsese, 2006. Com Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg e Martin Sheen. Um jovem policial recebe a missão de se infiltrar na máfia. Aos poucos ele conquista a confiança do chefe, ao mesmo tempo em que um mafioso que foi infiltrado na polícia como informante do grupo, também ascende dentro da corporação. Tanto um quanto o outro se sentem aflitos devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação de sempre obter informações. Porém quando a máfia e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo. Em lançamento nacional. Classificação indicativa: 18 anos. Duração: 152 minutos. Horários: 15, 18 e 21 horas. Sala 4 (264 lugares).
LANÇAMENTOS
O SACRIFÍCIO (The Wicker Man), de Neil LaBute, 2006. Com Nicolas Cage, Ellen Burstyn, James Franco e Leelee Sobieski. Suspense. Ao investigar o desaparecimento de uma jovem em uma ilha isolada, policial descobre que os moradores da comunidade escondem um grave segredo. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 125 minutos. Horários: 13h45, 16h10, 18h40 e 21h10. Sala 2 (160 lugares.
OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – PRÓLOGO DO CÉU (Saint Seya: Tenkai-hen Josô - Overture), de Shigeyasu Yamauchi, 2006. Animação. Os Cavaleiros do Zodíaco se deparam com um novo inimigo, a poderosa deusa Ártemis, que pretende tomar o poder de todo o planeta. Classificação: Livre. Duração: 84 minutos. Horários: 15h40 e 17h25. Sala 3 (167 lugares).
CONTINUAÇÕES
JOGOS MORTAIS 3 (Saw 3), de Darren Lynn Bousman, 2006. Com Tobin Bell, J. LaRose e Angus MacFayden. Terror. O assassino Jigsaw consegue escapar da polícia e mais uma vez desapareceu. Ao mesmo tempo em que é perseguido por um grupo de detetives, ele tem uma médica como alvo. Após uma noite de plantão ela é seqüestrada e levada para uma casa abandonada. A intenção dele é que com seus conhecimentos médicos, ela o mantenha vivo para que possa continuar seus jogos. Em segunda semana. Classificação indicativa: 18 anos. Duração: 109 minutos. Horários: 14h40, 16h50, 19h05 e 21h20. Sala 1 (243 lugares).
MUITO GELO E DOIS DEDOS D’ÁGUA, de Daniel Filho, 2006. Com Mariana Ximenes, Paloma Duarte, Laura Cardoso, Thiago Lacerda e Ângelo Paes Leme. Comédia. Duas irmãs nutrem um desejo de vingança em relação à avó, que durante a infância delas as atormentava. Agora em torno dos 30 anos, elas decidem seqüestrar a avó e levá-la para a casa de praia da família. Juntamente com elas viaja um advogado amigo que não sabe o conteúdo porta-malas. O marido de uma delas estranha a repentina viagem. Em segunda semana. Classificação indicativa: 16 anos. Duração: 99 minutos. Horários: 13h40, 19h15 e 21h20. Sala 3.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
As informações sobre programação e horário são prestadas pela empresa exibidora, a Orient Filmes.
Esta coluna é publicada em concomitância no jornal "NoiteDia" e no site "Infocultural"
10/11/06 23:27:57
NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS NOTÍCIAS
Contas de Feira aprovadas de novo sem ressalvas
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Em sessão realizada no dia 9 passado, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) do Estado da Bahia aprovou, por unanimidade, as contas do Governo Municipal de Feira de Santana, referentes ao ano passado, decisão que se repete pela quinta vez consecutiva, desde que José Ronaldo de Carvalho assumiu a administração feirense, em 1º de janeiro de 2001.
Os conselheiros do TCM também aprovaram as contas sem ressalvas, procedimento que vem se repetindo nos últimos anos. “A decisão reflete o empenho e a dedicação da nossa equipe, aplicando os recursos com seriedade, com responsabilidade, respeitando planejamento pré-estabelecido”, comemorou o prefeito José Ronaldo.
Segunda etapa de concurso tem resultado até dia 15
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O resultado da segunda etapa do concurso, que corresponde à prova de títulos, para todos os candidatos, e o de psicotécnico para motorista, guarda, agente de trânsito e fiscal de serviços públicos, será divulgado pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) até a próxima quarta-feira, dia 15. O concurso foi realizado para preencher 200 vagas, em 21 funções, no quadro permanente da Prefeitura de Feira de Santana.
O secretário de Administração, João Marinho Gomes Júnior, disse que o resultado final será divulgado alguns dias depois. “Antes, se algum candidato entrar com recurso, ele terá que ser analisado”, afirmou. O período para que se entre com recurso é de até três dias após a divulgação dos resultados. “A Uefs está trabalhando intensamente para que os prazos sejam cumpridos”, completou João Marinho.
Os títulos foram entregues entre os dias 16 e 18 de outubro e o psicotécnico foi realizado no dia 22 do mês passado. O primeiro tem caráter classificatório. Significa que quem não o entregou não está eliminado - por motivos diversos a documentação não foi entregue. O segundo não foi computado para fins de pontuação. Mas serviu para definir a permanência ou eliminação do candidato.
A prova de títulos tem peso 3, em termos de pontuação. Enquanto que a prova escrita teve peso 7. De acordo com o edital do concurso, foram chamados à segunda etapa dez vezes o número de vagas para cada cargo. Significa que mais de dois mil candidatos foram convocados a apresentar a documentação, porque foram registrados empates na pontuação da primeira etapa.
Casarão dos Olhos d’Água tem inauguração no dia 8 de dezembro
Solenidade com participação do prefeito
José Ronaldo e governador Paulo Souto
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O prefeito José Ronaldo de Carvalho e o governador Paulo Souto inauguram o histórico casarão dos Olhos d’Água, na rua Araújo Pinho, onde teria nascido a cidade de Feira de Santana, no próximo dia 8 de dezembro. A solenidade para entrega do patrimônio histórico e cultural, totalmente recuperado através de parceria com e a Pirelli, a Fundação Alfredo da Costa Almeida Pedra e o FazCultura, programa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, será às 10 horas.
O início das obras foi autorizado pelo prefeito José Ronaldo no dia 24 de março deste ano, quando foi assinado o convênio de parceria. O serviço já está em fase de acabamento, mantendo a estrutura original do prédio e todas as suas características, típicas do período em que o imóvel teria sido habitado pelo casal Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandão.
O imóvel possui nove cômodos, sendo seis quartos, uma sala, uma cozinha e sala de visita, além de corredor e ampla varanda em todo entorno. Além disso, o casarão foi totalmente murado, visando proporcionar maior segurança, o passeio é em pedra portuguesa, possui muro de contenção e todo o piso é em lajota. Ocupa uma área construída de 500 metros quadrados.
As paredes foram reconstruídas da forma original, com tijolos de adobe fabricados artesanalmente no fundo do próprio imóvel. Tanto o telhado quanto portas e janelas mantêm características bastante rústicas, semelhantes às originais. Curiosamente, o sanitário é separado da casa, como ocorria em muitos imóveis àquela época. Por isso será construído junto ao muro, no quintal.
O resgate das raízes culturais e da memória do povo feirense tem sido um dos compromissos do Governo Municipal desde os primeiros momentos do governo do prefeito José Ronaldo. E os esforços, inclusive com a participação de parceiros da iniciativa privada, não têm sido poupados para garantir a recuperação da história das origens da cidade a partir das ruínas do antigo casarão.
Para viabilizar a reconstrução do antigo casarão, a Pirelli destinou recursos do ICMS, através do FazCultura, para execução das obras.
O casarão dos Olhos d’Água, segundo alguns historiadores, teria sido construído com adobe e óleo de baleia, recurso utilizado na época para garantir maior resistência às obras em alvenaria, já que ainda não existia cimento.
Do antigo imóvel restavam apenas 12 colunas que mantinham as principais estruturas das paredes. Toda a estrutura foi desmontada e remontada criteriosamente, seguindo os mesmos padrões, sendo observada a planta original do imóvel, que estará aberta à visitação pública a partir do próximo mês.
Aprovado projeto sobre tarifas telefônicas
(Da assessoria do deputado federal Fernando de Fabinho)
Foi aprovado no dia 8 de novembro o parecer ao Projeto de Lei 6711/02, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, que legisla sobre tarifas telefônicas. Entre os projetos apensados, está o do deputado federal Fernando de Fabinho (PFL) que obriga as empresas prestadoras do Serviço Telefônico Fixo Comutado a utilizarem tarifação local para ligações telefônicas originadas e terminadas em um mesmo município.
Segundo o parlamentar, em diversas localidades do país, é possível verificar que as operadoras de telefonia fixa vêm adotando a prática de cobrar tarifas por ligações efetuadas dentro dos limites de um mesmo município. Diante disso, milhares de assinantes que utilizam o serviço para fazer chamadas telefônicas entre distritos situados em um único município vêm sendo prejudicados em virtude do exercício dessa prática lesiva ao consumidor. Ele citou como exemplo, a situação no distrito feirense de Humildes, e se repete em dezenas de outras cidades. O projeto deverá ir à Plenário onde será julgado pelos deputados.
Inclusão Digital tem aulas a partir do dia 21
(Da Secretaria de Comunicação Social)
O programa Educação Digital, de inclusão no mundo globalizado da informática, dá início às aulas no próximo dia 21 deste mês. As matrículas dos novos 40 alunos, pessoas de baixo poder aquisitivo, foram realizadas na manhã de sexta-feira, 10, pela Ação Feminina das Voluntárias Sociais (AFE), organização não-governamental presidida pela primeira-dama Ivanette Rios de Carvalho.
O curso é o básico de informática, englobando conhecimentos sobre os programas Word (textos), Excel (planilhas de cálculos) e Internet (mundo globalizado da informática), exigidos atualmente na maioria dos empregos oferecidos, inclusive no comércio. Será ministrado com uma carga horária de 40 horas de duração, até o dia 20 de dezembro.
Em seu quinto ano de funcionamento, o programa Educação Digital, conforme a primeira-dama, continua cumprindo a função de revelar para muitas pessoas o mundo fantástico da informática. “Esta tem sido uma oportunidade imperdível para a grande maioria dos alunos, que chegam a vibrar já no primeiro contato que têm com os computadores. E, depois que vão se familiarizando, descobrem o leque de conhecimentos que podem obter através da informática, além das oportunidades de trabalho”, explicou.
Esta nova turma será a última deste ano oferecida pela AFE, totalmente gratuita para a comunidade. Cada computador é utilizado apenas por um aluno por turma, o que possibilita um melhor aprendizado. As aulas são ministradas no primeiro andar do Centro Empresarial Mandacaru. A primeira-dama explicou que como o curso é intensivo, os alunos não podem faltar às aulas a fim de não comprometer a qualidade do aprendizado.
“Atualmente o conhecimento básico de informática é bastante exigido pelo comércio. Por isso, muita gente que enfrentava dificuldades para adquirir o primeiro emprego por falta de oportunidades e de capacitação, agora estão tendo oportunidades”, informou a primeira-dama.
Pista de bicicross coloca Feira no grupo de vanguarda nacional
(Da Secretaria de Comunicação Social)
Montes e montes de areia. Máquinas e caçambas em tráfego frenético. É a pista de bicicross de Feira de Santana, que está sendo construída pela Prefeitura no conjunto Morada das Árvores. O equipamento público, construído com recursos próprios do Município, está ganhando seus primeiros contornos. Vai ser inaugurado no dia 3 de dezembro, quando a cidade vai sediar a última prova do Campeonato Nordestino.
A pista terá dimensões oficiais. Serão 360 metros de extensão e 20 obstáculos de média e de alta dificuldade. O serviço está sendo acompanhado pelo paulista Eduardo Campos, responsável pela parte de construção de pistas da Confederação Brasileira de Ciclismo e de desenvolvimento do BMX em todo país, sediada em São Paulo. Ele afirmou estar satisfeito com o andamento da obra, bem como a estrutura da pista.
“A pista terá condições de sediar competições nacionais, porque terá nível para isso”, disse o representante da confederação. “A área é boa e observa todos os detalhes técnicos preconizados pelo BMX”, completou. Na opinião dele, a pista vai estimular o crescimento deste esporte na cidade e na região, bem como o aparecimento de novos talentos. “O pessoal local treina há alguns anos em locais que não são adequados. Aqui, poderão mostrar plenamente seus talentos, que não são poucos na cidade”, considerou.
O cuidado é para que as rampas tenham a altura certa - que permitam que os competidores mostrem todas técnicas em saltos espetaculares - e as curvas as inclinações que permitem o desenvolvimento da velocidade e manobras radicais, bem na essência deste esporte que nasceu nos Estados Unidos, há quase quatro décadas.
O presidente da Associação Feirense de Bicicross, Laelson Carneiro Rios, também vem acompanhando a construção da pista há mais de um mês. Diariamente vai ao local. Diz que a cada monte de areia que é formado, é parte de um sonho acalentado há 14 anos que é realizado. “Depois de muitos anos, apenas o prefeito José Ronaldo de Carvalho nos ouviu e afirmou que construiria a pista. E que não seria uma pista qualquer. Seria um equipamento que nos orgulhasse e nos destacasse em termos nacionais. É o que está sendo feito”, disse.
O vice-presidente da associação, Jorge Bike, prevê que o número regular de praticantes deste esporte salte dos quase 70 para pelo menos o dobro já até o final do próximo ano. “Uma pista com esta estrutura vai estimular o aparecimento de muitos e muitos atletas. Este é um dos nossos objetivos. O outro é preparar a nossa equipe para que ela se torne ainda mais competitiva. Local de treinamento e para competição a gente vai ter”, afirmou.
A pista está sendo construída numa área que mede quase 10 mil metros quadrados. Está todo cercado com tela. Em volta foi construído um passeio. A parte mais alta é a da largada, que terá gate eletrônico. Num espaço que já está sendo coberto vão funcionar: lanchonete, sala de reunião, sanitários e banheiros para homens e mulheres, entre outros ambientes. Os espectadores ficarão numa arquibancada, que terá quatro lances, com capacidade para acomodar confortavelmente 500 pessoas.
Cadastradas 200 famílias carentes para receber pão
(Da Secretaria de Comunicação Social)
A Ação Feminina das Voluntárias Sociais de Feira de Santana (AFE) cadastrou 200 famílias de baixa renda para receber pão, quinzenalmente, nos bairros Agrovila e São João do Cazumbá. A iniciativa, coordenada pela primeira-dama Ivanette Rios de Carvalho, contempla diretamente cerca de mil pessoas, dentre as quais crianças e idosos, garantindo-lhes uma complementação alimentar.
São 100 famílias em cada bairro contemplado com a iniciativa, sempre às quartas-feiras, cada semana em uma das duas localidades. Cada família cadastrada, conforme a primeira-dama, receberá um pacote contendo 10 pães.
Para facilitar o trabalho, a AFE distribuiu cartões entre os cadastrados, como forma de acompanhar a distribuição dos alimentos. Estes mesmos bairros já vinham sendo contemplados com a distribuição de sopa e pão, todas as terças-feiras e quintas.
Conforme a primeira-dama Ivanette Rios de Carvalho, a iniciativa faz parte de um leque de ações promovidas pela AFE visando garantir melhoria na qualidade de vida de famílias carentes. “Dentre os nossos trabalhos, o de maior alcance social tem sido o de distribuição de retalhos para confecção de trabalhos artesanais, garantindo o sustento de muitas famílias. Não temos um número exato de beneficiados, uma vez que a cada semana entram mais pessoas, mas o importante é que esta iniciativa gera profissão”.
Mais que oferecer oportunidades para as pessoas obterem uma renda extra ou garantir o sustento, o incentivo a produção artesanal a partir de retalhos de tecidos também representa uma grande conquista para as famílias contempladas. “Nossa maior satisfação é sabermos que estas pessoas poderão continuar exercendo a profissão, sem depender de nós, pois ao invés de darmos o peixe, damos a vara de pesca, o anzol e ensinamos a pescar”.
Artecapital no maior prêmio da propaganda brasileira em São Paulo
Por Linea Fernandes
Os publicitários Antônio Miranda e André Mascarenhas, diretores da Artecapital Propaganda, viajam nesta terça-feira, 14, juntamente com parte da equipe da agência para São Paulo. Eles vão assistir à final do 28º Profissionais do Ano, considerado o maior prêmio da propaganda brasileira. A agência feirense é uma das três finalistas 2006, na classe nacional, o que é um feito considerável.
Para se ter idéia do que essa premiação representa, a Artecapital concorre com agências consideradas gigantes do mercado, que atuam nos principais centros da economia brasileira como também no exterior, dentre as quais, a DM9DDB, do publicitário Nizan Guanaes, e a multinacional Loducca.
Criado em 1978, o Prêmio Profissionais do Ano é realizado pela Rede Globo com o propósito de homenagear os profissionais que concebem e transformam idéias criativas em comerciais que divertem e informam. A final vai ser mostrada no programa “Fantástico”, da Rede Globo, do próximo dia 19.
10/11/06 23:25:45
Sabedoria do porco-espinho
“Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo esta situação, resolveram se juntar em grupos. Assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente. Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que forneciam calor.
E, por isso, tornavam a se afastar uns dos outros. Voltaram a morrer congelados e precisavam fazer uma escolha: Desapareceriam da face da Terra ou aceitavam os espinhos do semelhante.
Com sabedoria, decidiram voltar e ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. Sobreviveram.
O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aceita os defeitos do outro e consegue perdão pelos próprios defeitos”.
Ditados populares
Diz-se:
Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão...
Enquanto o correto é: Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão...
No popular se diz: Cor de burro quando foge
O correto é: Corro de burro quando foge!
Outro que no popular todo mundo erra: quem tem boca vai à Roma
O correto é: Quem tem boca vaia Roma...
Outro que todo mundo diz errado: “Cuspido e escarrado”, quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.
Correto é: Esculpido em Carrara (Carrara é um tipo de mármore)
Mais um famoso: Quem não tem cão, caça com gato...
O correto é: Quem não tem cão, caça como gato... ou seja, sozinho!
10/11/06 23:24:31
Para refletir
* “Quando os crimes não são castigados logo, o coração do homem se enche de planos para fazer o mal” (Eclesiastes 8:11)
* “Para que o mal triunfe, basta que os bons cruzem os braços” (padre Charbonneau).
* “O homem pode ser privado de tudo, menos de uma coisa: a possibilidade de optar por uma atitude, de escolher um modo de agir, quaisquer que sejam as circunstâncias” (Victor Frankl, sobrevivente do holocausto).
Flash-back
* “Ao réu é dado o direito de mentir. Então, não acho que o réu petista seja diferente de outros réus” (Jaques Wagner, governador eleito).
* “O PT é, de fato, um partido interessante: começou com presos políticos e vai acabar com políticos presos” (Joelmir Beting, em outubro de 2005).
* “O que Deus me tirou em altura me deu em coragem para combater a corrupção do governo dele” (deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto, do PFL, em resposta ao presidente Lula, que o chamou de “deputadozinho”).
* “Araguaia: quem procura osso é cachorro”, “Direitos humanos: o esterco da vagabundagem" (cartazes expostos na entrada do gabinete do deputado Jair Bolsonaro).
Considerações
* “Quanto mais blogs melhor. As pessoas que ficam em casa, diante do computador, contando o que viram, fizeram, acharam ou deixaram de achar, não irão, ao menos no tempo em que se leva para digitar um soneto, me assaltar na rua, dando uma porretada na minha cabeça e me roubando a carteira e todos os documentos” (Ivan Lessa, colunista da BBC).
* “Cuba foi um erro histórico. Irreparável. Não há saúde e educação que possa ser usada em troca de liberdade de expressão e do direito de ir e vir. O fim da era Fidel talvez faça brotar uma bananeira em cada esquina de Cuba” (Fernando Rodrigues, colunista do jornal “Folha de S.Paulo”).
* “O presidente gosta de Zezé Di Camargo & Luciano. O ministro da Cultura gosta de Bob Marley. Ou seja, a música do Brasil não deve ir bem” (Dori Caymmi, cantor e compositor).
* “Eles se amam” (Preta Gil, sobre a amizade entre seu pai, ministro da Cultura Gilberto Gil, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva).
10/11/06 22:16:38
CBA lança unidade em Feira de Santana
Líder nacional no segmento de benefício alimentação, a CBA lançou no dia 29 de setembro, na sede do Centro das Indústrias de Feira de Santana (Cifs), as cestas natalinas 2006. A expectativa é que, este ano, a marca atinja dois milhões de unidades produzidas, o que representa 10% a mais que no ano passado, segundo afirmou Ricardo Freitas, diretor comercial da CBA no Nordeste.
O evento, que contou com a presença de representantes de empresas e associações, além do prefeito José Ronaldo de Carvalho, marcou o início das atividades da nova unidade da CBA em Feira de Santana. Instalada no Centro Industria Subaé, numa área construída de três mil metros quadrados, ela vai distribuir e produzir até o final do ano 30 mil cestas, gerando inicialmente 50 empregos diretos.
“Vejo com bons olhos a chegada da CBA em Feira, principalmente porque não temos hoje nenhuma empresa similar no mercado. Já éramos clientes da CBA, em Minas Gerais, e trazíamos de lá as cestas básicas para nossos funcionários. Agora, vamos comprar aqui”, afirmou o diretor de Recursos Humanos da Belgo Bekaert, Antônio Luiz Sampaio.
O diretor de produção da Yasak, indústria do setor automotivo que fabrica componentes para a Ford, Thomas Pracuch, afirmou que a chegada de uma empresa neste segmento é importante porque “o mercado da Bahia, não estava atendendo a demanda a contento”. Ele explicou que “tínhamos que recorrer a outro estado para comprar as cestas de alimentação, o que impactava na logística e no custo do produto”.
Na opinião de Pracuch, o benefício serve como diferencial competitivo. “É um fator de motivação na captação de recursos humanos e na manutenção de talentos dentro da organização”, afirmou, ressaltando que os departamentos de RH devem fazer estudos e análises para viabilizar a implantação destes benefícios nas suas empresas.
Na Sólida Estruturas Pré-Moldados, segundo o diretor José de Anchieta Leite, os funcionários já recebem benefício alimentação, mas na modalidade de cartão. O problema, segundo ele, é que o crédito nem sempre se reverte em alimento, pois muitos estabelecimentos, que aceitam este tipo de convênio, vendem desde produtos de beleza a bebidas alcoólicas. “Já estamos fazendo a conta para oferecer o benefício da cesta, pois sabemos que ela vai beneficiar não só o nosso funcionário, mas a sua família que também se sentirá valorizada”, afirmou ele.
A abertura do evento, em Open-Door, foi feita pelo presidente do Cifs, Luiz da Costa Neto. “O momento atual representa um crescimento nunca visto na história industrial de Feira de Santana”, afirmou dando boas vindas e louvando a decisão da CBA em instalar no CIS seu segundo empreendimento, uma vez que o grupo já mantém no local a Savon Detergentes em Pó.
O presidente da CBA, Simon Bolívar, fez um rápido pronunciamento lembrando a solidez do grupo, que tem 20 anos de mercado e conta hoje com 4 mil colaboradores. “Estamos trazendo a este mercado o que há de mais moderno em produção, gerenciamento e administração de benefícios aos trabalhadores. Nosso compromisso é trabalhar assessorando as empresas que se preocupam tanto com a qualidade de vida e satisfação dos seus colaboradores como com seu aumento de produtividade”, falou.
Além de assistir a um vídeo institucional, os empresários presentes puderam conferir de perto as cestas natalinas, através de um show room montado no local. Para empresário Dázio Brasileiro Filho, da Merca-Tudo Alimentos, o Natal chegou mais cedo. Ele foi contemplado, através de sorteio, com uma cesta natalina que será entregue em sua residência. “Com esta idade, nunca ganhei nada em sorteio. Esta é a primeira vez. É um bom presságio”, afirmou sorrindo.
10/11/06 20:56:23
FILMES EM CARTAZ
“Os Infiltrados” e “O Sacrifício” são destaques
Por Dimas Oliveira
Drama sobre lealdade e traição, “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, é o principal lançamento - nacional - desta semana cinematográfica, no Orient Cineplace. Outra novidade é o thriller de suspense “O Sacrifício”, já lançado no circuito nacional. Ainda tem o filme de animação japonês “Os Cavaleiros do Zodíaco - Prólogo do Céu”. Continuam em cartaz, o filme de terror “Jogos Mortais 3” e a comédia de erros brasileira “Muito Gelo e Dois Dedos d’Água”, que é até um pouco interessante.
“Os Infiltrados” é a versão americana do filme chinês “Conflitos Internos”, de 2002. A ação com muita violência muda de Hong Kong para Boston: a polícia infiltra um homem no grupo comandado por um chefe do crime organizado, que também consegue infiltrar uma pessoa na polícia. O conflito está instalado. No elenco: Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg, Martin Sheen e Alec Baldwin. Teve orçamento de 90 milhões de dólares e vem precedido de comentários bem favoráveis.
Em “O Sacrifício”, refilmagem de “O Homem de Palha” (realizado em 1973, com Christopher Lee no elenco), Nicolas Cage faz um policial que depois de presenciar um trágico acidente, no qual nada pôde fazer, fica abalado psicologicamente. Ele recebe então uma carta de sua ex-noiva, que o abandonara há anos sem explicações. Ela pede ajuda, pois sua filha pequena desapareceu em Summerisle, uma ilha isolada na costa do estado americano do Maine. Ele se dirige ao local para tentar resgatar a criança. Lá, se vê cercado por uma série de estranhos eventos, que vão se tornando cada vez mais grotescos à medida que avançam os preparativos para a festa anual da colheita promovida pela estranha comunidade. Até que é surpreendido por um encontro com o Homem de Palha.
O diretor Neil LaBute é o mesmo de “Possessão”, de 2002. Teve orçamento de 40 milhões de dólares. O lançamento é da California Filmes.
ROTEIRO DE CINEMA – ORIENT CINEPLACE
LANÇAMENTO NACIONAL
OS INFILTRADOS (The Departed), de Martin Scorsese, 2006. Com Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg e Martin Sheen. Um jovem policial recebe a missão de se infiltrar na máfia. Aos poucos ele conquista a confiança do chefe, ao mesmo tempo em que um mafioso que foi infiltrado na polícia como informante do grupo, também ascende dentro da corporação. Tanto um quanto o outro se sentem aflitos devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação de sempre obter informações. Porém quando a máfia e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo. Em lançamento nacional. Classificação indicativa: 18 anos. Duração: 152 minutos. Horários: 15, 18 e 21 horas. Sala 4 (264 lugares).
LANÇAMENTOS
O SACRIFÍCIO (The Wicker Man), de Neil LaBute, 2006. Com Nicolas Cage, Ellen Burstyn, James Franco e Leelee Sobieski. Suspense. Ao investigar o desaparecimento de uma jovem em uma ilha isolada, policial descobre que os moradores da comunidade escondem um grave segredo. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 125 minutos. Horários: 13h45, 16h10, 18h40 e 21h10. Sala 2 (160 lugares.
OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – PRÓLOGO DO CÉU (Saint Seya: Tenkai-hen Josô - Overture), de Shigeyasu Yamauchi, 2006. Animação. Os Cavaleiros do Zodíaco se deparam com um novo inimigo, a poderosa deusa Ártemis, que pretende tomar o poder de todo o planeta. Classificação: Livre. Duração: 84 minutos. Horários: 15h40 e 17h25. Sala 3 (167 lugares).
CONTINUAÇÕES
JOGOS MORTAIS 3 (Saw 3), de Darren Lynn Bousman, 2006. Com Tobin Bell, J. LaRose e Angus MacFayden. Terror. O assassino Jigsaw consegue escapar da polícia e mais uma vez desapareceu. Ao mesmo tempo em que é perseguido por um grupo de detetives, ele tem uma médica como alvo. Após uma noite de plantão ela é seqüestrada e levada para uma casa abandonada. A intenção dele é que com seus conhecimentos médicos, ela o mantenha vivo para que possa continuar seus jogos. Em segunda semana. Classificação indicativa: 18 anos. Duração: 109 minutos. Horários: 14h40, 16h50, 19h05 e 21h20. Sala 1 (243 lugares).
MUITO GELO E DOIS DEDOS D’ÁGUA, de Daniel Filho, 2006. Com Mariana Ximenes, Paloma Duarte, Laura Cardoso, Thiago Lacerda e Ângelo Paes Leme. Comédia. Duas irmãs nutrem um desejo de vingança em relação à avó, que durante a infância delas as atormentava. Agora em torno dos 30 anos, elas decidem seqüestrar a avó e levá-la para a casa de praia da família. Juntamente com elas viaja um advogado amigo que não sabe o conteúdo porta-malas. O marido de uma delas estranha a repentina viagem. Em segunda semana. Classificação indicativa: 16 anos. Duração: 99 minutos. Horários: 13h40, 19h15 e 21h20. Sala 3.
ENDEREÇO E TELEFONES
Orient Cineplace - Shopping Iguatemi, telefax 3225-3056 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
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## sexta-feira, 29 de março de 2013
### Feliz Páscoa
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Postado por Dimas Oliveira às 18:52 1 comentários
### Feliz Páscoa
Páscoa é ajudar mais gente a ser gente, é viver em constante libertação, é crer na vida que vence a morte. Páscoa é renascimento, é recomeço, é uma nova chance pra gente melhorar as coisas que não gostamos em nós." Tenham todos ao lado da família uma Páscoa abençoada!!!
**Beijos, Lilia Campos**
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Postado por Dimas Oliveira às 18:09 0 comentários
### Feliz Páscoa
Todos nós buscamos adquirir bens para motivar nossa felicidade. Até que um determinado momento da vida, começamos a perceber que nós é que fazemos as mudanças internas.
Cristo há muito já nos convidava para uma mudança contínua em busca de Paz, Harmonia, União e Fraternidade.
Procurando sentir o valor verdadeiro da vida que se apresenta a todos nós. O SinVest deseja que todos iniciemos a busca por este ideal, deixando que a Páscoa não seja apenas um símbolo de um dia, e se transforme numa forma de vida para toda a Humanidade.
Renasçam, Renovem, Revivam...
Tenham uma Feliz Páscoa!
**A Diretoria** **Sindicato da Indústria do Vestuário de Feira de Santana e Região (SindVest)**
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Postado por Dimas Oliveira às 18:06 0 comentários
## quinta-feira, 28 de março de 2013
### Filmes em Exibição no Orient Cineplace
**Período de 29 de fevereiro a 4 de abril** *LANÇAMENTOS NACIONAIS* **JACK O MATADOR DE GIGANTES**(Jack the Giant Slayer), de Bryan Singer, 2013. Com Nicholas Hoult, Ewan McGregor, Stanley Tucci, Bill Nighy e Eleanor Tomlinson. Aventura. Uma guerra antiga se reinicia quando um jovem trabalhador do campo abre inconscientemente um portal entre o mundo e uma raça de gigantes apavorantes. Soltos na Terra pela primeira vez depois de séculos, os gigantes tentam reconquistar seu território que foi perdido, forçando o jovem Jack a entrar na batalha de sua vida para impedi-los. Ele luta por um reino e seu povo e pelo amor de uma corajosa princesa. Cópia dublada. Não recomendável para menores de 10 anos. Duração: 114 minutos. Horários: 13h20, 15h50, 18h20 e 20h50. Sala 3 (167 lugares). **G.I. JOE 2: A RETALIAÇÃO**(G.I. Joe 2: Retaliation) de Jon M. Chu, 2013. Com Channing Tatum, Bruce Willis, Dwayne Johnson, Ray Park, Adrianne Palick e Jonathan Pryce. Ação. A equipe não está lutando conta apenas seu inimigo mortal, Cobra, mas é forçada a enfrentar ameaças de dentro do governo, que põem em risco sua própria existência. Cópia dublada. Em 3D. Não recomendável para menores de 12 anos. Duração: 110 minutos. Horários: 14h10, 16h30, 18h50, 21h10. Sala 4 (264 lugares) *CONTINUAÇÕES* **VAI QUE DÁ CERTO**, de Maurício Farias, 2012. Com Danton Melo, Lúcio Mauro Filho, Fábio Porchat, Bruno Mazzeo, Gregório Duvivier e Natália Lage. Comédia. Cinco amigos compartilham a frustração de não terem alcançado o sucesso que projetaram para suas vidas. A possibilidade de recuperar o tempo perdido surge através de uma tentadora e arriscada proposta: o assalto a uma transportadora de valores. Em segunda semana. Não recomendável para menores de 12 anos. Duração: 87 minutos. Horários: 13, 15, 17, 19 e 21 horas. Sala 1 (243 lugares). **OS CROODS**, (The Croods) de Kirk De Micco e Chris Sanders, 2012. Animação. A caverna da família Croods é destruída por um terremoto. O clã se vê obrigado a partir em busca de uma nova casa. Liderado por Grug, tenta encontrar um caminho em ambiente perigoso e hostil. A família encontra um nômade que encanta com seus modos modernos, especialmente a filha mais velha. Em segunda semana. Copia dublada. Classificação: Livre. Duração: 93 minutos. Horários: 14h30 e 16h50. Sala 2 (160 lugares). **A BUSCA**, de Luciano Moura, 2012. Com Wagner Moura, Brás Moreau Antunes, Mariana Lima e Lima Duarte. Drama. Um pai é obrigado a jogar-se na estrada em busca de seu filho que desaparece. O repentino e inexplicável sumiço é a última carta a desabar no castelo dele. Seu casamento acaba de ruir. Não recomendável para menores de 12 anos. Duração: 96 minutos. Horários: 19h10 e 21h20. Sala 2. *ENDEREÇO E TELEFONES*
Orient Cineplace - Multiplex do Boulevard Shopping, telefax 3225-3185 e telefone 3610-1515 para saber informações sobre programas e horários.
(Com informações do Departamento de Marketing de Orient Cinemas)
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Postado por Dimas Oliveira às 20:28 0 comentários
### "'Lei da promiscuidade' pode enquadrar Lula
O ex-presidente Lula, que viaja em jatinhos de empreiteiras para defender seus interesses mundo afora, desautoriza uma lei que seu governo propôs em 2006. A pretendida "lei da promiscuidade" regulamenta os conflitos de interesses entre agentes do setor público, incluindo ex-governantes, e a área privada, fixando penas severas para os transgressores. Exemplo de transparência que agora ele desmente.
**Dormitando**
A "lei da promiscuidade" jamais foi aprovada. Durante anos dormitou na Câmara e hoje está na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
**Aprovou, dançou**
Se a maioria governista permitir a aprovação da "lei da promiscuidade", o ex-presidente Lula poderá ser o primeiro enquadrado por ela.
**Escorregadio**
Lula não desmente o uso de jatinhos. Defende-se afirmando que pior é FHC que segundo ele ganha dinheiro para falar mal do Brasil lá fora.
**Fonte: Claudio Humberto**
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Postado por Dimas Oliveira às 04:16 1 comentários
## quarta-feira, 27 de março de 2013
### Convite inauguração Íbis Hotel
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Postado por Dimas Oliveira às 21:33 0 comentários
### "Feliciano, a Comissão de Direitos Humanos e a evidência escandalosa de uma fraude intelectual e política"
**Por Reinaldo Azevedo**
O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, expulsou um manifestante da sala que o chamou de "racista". O rapaz integrava a turma que queria impedir uma nova sessão da comissão. A pauta do dia nada tinha a ver com direitos dos gays, mas com a contaminação por chumbo na cidade de Santo Amaro da Purificação, na Bahia, terra de Caetano Veloso. Caetano Veloso é aquele senhor que se destaca na música e que acredita, com acerto, que o Brasil precisa de um Congresso. Mas deu a entender também que o Congresso aceitável é aquele formado por pessoas com as quais ele concorda. Se jovens cantores e compositores se inspirarem em Caetano, estarão, creio, no bom caminho no que respeita à música popular. Se pessoas interessadas em democracia política tiverem Caetano como referência, aí estamos fritos.
Mas volto. "Racismo" é crime. Acusar alguém de "racista" corresponde a acusá-lo de ter cometido um crime. Não havendo provas, trata-se de calúnia, o que também é… crime!!! A imprensa brasileira tem sido vergonhosa nesse caso. Ela é livre para odiar Feliciano o quanto quiser; é livre para considerá-lo o mais despreparado dos seres para essa comissão ou qualquer outra. Mas é uma estupidez acusar alguém de homofobia por ser contra o casamento gay ou de racismo porque cita (e mal) um trecho da Bíblia. Isso é militância, não é jornalismo. Eu opino bastante, sim, quebro o pau a valer. Mas não atribuo nem às pessoas que mais desprezo crimes que não cometeram só para facilitar a minha crítica. Ao contrário até: prefiro a crítica difícil; prefiro demonstrar o erro de quem considero aparentemente certo a evidenciar o obviamente errado. Que graça há nisso?
Feliciano mandou retirar o rapaz da Câmara. Se quiser, pode processá-lo, sim, e aí o moço teria de provar que Feliciano cometeu racismo - se não o fizer, caracteriza-se a calúnia.Muito bem! Expulso, e com motivos, da sala, Marcelo Regis Pereira, de 35 anos, antropólogo, gravou um vídeo, que já está no YouTube. Diz-se vítima de preconceito - e a imprensa está dando corda - por ser, atenção!, "negro, gay e pobre". Vejam o vídeo, Volto em seguida.
**Voltei**Negro, como se vê, Pereira não é. Como ele mesmo diz, assim ele se "autodeclara". Eu posso me "autodeclarar" índio, por exemplo. Tenho legitimidade pra isso. Meu bisavô paterno mal arranhava o português. Aliás, a melhor parte que há em mim é o Espírito da Floresta. Feliciano, que tem comprovadamente a mãe negra, deve ser mais negro do que o acusador.
Ele chama o outro de "racista", é expulso da sala e diz "Fizeram isso porque sou gay". Ainda que isso estivesse na cara, ser gay não lhe dá o direito de ofender os outros. Ou dá? Mas como Feliciano poderia saber? Está escrito na testa? Há gente que parece e é, que não parece e é, que parece e não é… A menos que devamos estabelecer agora um outro padrão. Ofendido por alguém, ao reagir, devemos antes indagar: "Por favor, cidadão, como o senhor define a sua sexualidade? Hétero? Ah, então vou responder". Ou no outro caso: "Ah, o senhor é gay? Então eu peço desculpas por tê-lo levado a me ofender".
O rapaz tem 35 anos e é antropólogo. Não existe faculdade de antropologia no Brasil. É uma pós-graduação. Isso quer dizer que ele tem um curso universitário e uma especialização. É esse o padrão da pobreza no Brasil? Tome tento, meu senhor! Tenha compostura! Não seja ridículo! Pobre não tem cara, não! Mas a pobreza, ah, essa tem? Revejam: é o caso dele? Ademais, meus caros, "universitário com especialização" se declarar "pobre", num país como o Brasil, ofende a inteligência de qualquer pessoa de bom senso.
Esse vídeo é a manifestação do mais escancarado oportunismo. Faltassem evidências da pantomima que está em curso, agora não falta mais, está aí.
De fato, há gente acreditando que é legítimo invadir uma comissão, subir na mesa, chamar o outro de racista etc. Uma vez coibida a agressão, então é hora de gritar: "Preconceito!" Com a pressurosa colaboração da imprensa, esse troço está indo longe demais!
Se e quando, na comissão, Feliciano fizer alguma coisa que esteja fora de sua competência e de seu direito legal, então que se proteste - aliás, a praça é imensa! Tentar arrancá-lo de lá porque não gostam de suas opiniões é intolerância, sim. De resto, esses fanáticos não se dão conta de que, na prática, estão dando à luz um herói. Já volto ao tema.A farsa, enfim, se revela.
**Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"**
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Postado por Dimas Oliveira às 20:24 1 comentários
### "O gueto da intolerância"
**Por José Mário e Silva**
A liberdade de expressão no Brasil está com os dias contados. A caçada humana dos ativistas gays contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) não coloca em risco apenas a liberdade religiosa (o que já seria grave) - ela pode amordaçar a liberdade de expressão no País, inclusive a liberdade da própria imprensa, que, com raras exceções, também hostiliza o pastor da Assembleia de Deus desde que ele foi eleito, em 7 de março, para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM). O deputado Marco Feliciano está sendo perseguido implacavelmente sob a acusação de ser homofóbico, machista e racista e que, por isso, não poderia presidir a referida comissão. Por esse critério (e com muito mais razão), o deputado José Genoíno (PT-SP) - condenado pelo Supremo - não poderia integrar a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Câmara; nem Tiririca (PR-SP), suspeito de analfabetismo, poderia presidir sessões da Comissão de Educação.
A guerra deflagrada contra o deputado Marco Feliciano não se justifica por seus defeitos, que são muitos, mas pela intolerância de seus detratores, inegavelmente fascistas. Para eles, os direitos humanos não derivam da humanidade inerente a cada pessoa, mas da ideologia dos grupos a que pertencem. Dessa forma, se o indivíduo não se enquadra em uma das minorias santificadas pela universidade, como os negros, os gays e os drogados, ele se vê destituído de sua condição humana e pode até ser acusado dos crimes de que é vítima. É o que tem acontecido com Marco Feliciano, acusado de agir ditatorialmente na presidência da comissão, quando ocorre justamente o contrário - ele é que é vítima da truculência de seus adversários, que não o deixam nem mesmo falar, cassando à força, por meio do grito e da baderna, a vontade das 211.855 pessoas que o elegeram. Para se ter uma ideia do que isso representa, o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), militante do movimento gay, foi eleito com 13.018 votos.
A mobilização contra o pastor Marco Feliciano não é espontânea, como finge ser. Se a imprensa cumprisse o seu papel e destrinchasse o DNA dos grupelhos que o perseguem, veria que todos eles são mantidos por ongs, partidos de esquerda, universidades e órgãos públicos. Entre esses grupos, prevalece o que chamo de "militância cruzada" - os mesmos indivíduos se entrecruzam na Marcha das Vadias, na Pedalada Pelada, na Marcha da Maconha, na Luta Antimanicomial, nas paradas gays, no Mamaço das Mães e nos diversos "coletivos" de esquerda que infernizam a vida urbana. Como conseguem ter tanta disponibilidade para promover manifestações em horário comercial? Simples: praticamente 100% dos profissionais de passeata desfrutam de alguma forma de financiamento público, direto ou indireto, por meio de bolsas universitárias, subsídios de fundações estrangeiras (como a Fundação Ford), ou de ongs, sindicatos, conselhos profissionais e partidos políticos. O movimento gay, por exemplo, só existe porque sempre foi cevado, desde o berço, com fartas verbas governamentais, especialmente do Ministério da Saúde.
**Cruzada da intolerância**
Os grupelhos de militantes que perseguem o deputado Marco Feliciano se dizem representantes dos homossexuais, das mulheres e dos negros e mobilizam as redes sociais contra o pastor, organizando protestos em diversas cidades. Também contam com o apoio frequente de outros profissionais de passeata, como os ideólogos-sobre-duas-rodas (os cicloativistas) e as autointituladas "vadias". Para esses grupelhos, a Comissão de Direitos Humanos é privativa do PT, tanto que fizeram questão de acrescentar ao seu nome o penduricalho "minorias" - outra categoria social politicamente monopolizada pela esquerda. A maioria dos veículos de comunicação também se engajou na luta para destituir o deputado, não apenas dando ampla cobertura aos protestos, como também levantando declarações passadas de Marco Feliciano que possam lhe causar constrangimento. A imprensa usa de dois pesos e duas medidas, pois o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nos oito anos em que fez do Palácio do Planalto um palanque diário, era uma usina de baboseiras por minuto, produzindo muitíssimas tiradas machistas, racistas e "homofóbicas" em sua carreira de falastrão.
A cruzada da intolerância, promovida por esses grupos, está surtindo efeito. Na tarde de quarta-feira, 20, durante audiência pública conjunta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias e da Comissão de Seguridade Social e Família, os manifestantes mostraram seu poder de força. Mediante proposta do deputado Henrique Afonso (PV-AC), aprovada pela maioria de membros da comissão, seria discutida a questão do atendimento aos portadores de transtornos mentais, com a presença de dois palestrantes convidados: o psicólogo Aldo Zaiden, mestre em Estudos Comparados pela UnB e assessor da Coordenação de Saúde Mental, Álcool e Drogas da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, e o psiquiatra Juberty Antônio de Souza, doutor em Ciências da Saúde pela UnB e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, que estava representando a Associação Brasileira de Psiquiatria. Mas a audiência acabou sendo suspensa, depois de 40 minutos de bate-boca entre os deputados, ao som de uma ruidosa manifestação de protesto contra Marco Feliciano.
A audiência pública foi aberta às 14h31 pelo deputado Marco Feliciano, que, além das vaias dos manifestantes, que tentavam cassar sua palavra, também teve de enfrentar a hostilidade dos parlamentares do PT que integram a comissão. Menos de quatro minutos depois de iniciados os trabalhos, o presidente da Comissão de Direitos Humanos passou o comando da audiência pública para o deputado Henrique Afonso, que a havia proposto, e deixou o recinto, sob o protesto dos deputados de esquerda, que tinham apresentado questões de ordem justamente para confrontá-lo. O deputado Nilmário Miranda (PT-MG), uma espécie de decano da Comissão de Direitos Humanos, disse não reconhecer a legitimidade da comissão sob a presidência de Marco Feliciano e decidiu se retirar da audiência. Antes, para gáudio dos manifestantes, defendeu a Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos Humanos, lançada na semana passada, com o objetivo de promover ações paralelas ao trabalho oficial da comissão e, com isso, deslegitimar o mandato do pastor Marco Feliciano no comando da mesma.
**Polêmica com feministas**
O deputado Domingos Dutra (PT-MA), também presente na tumultuada audiência pública, foi ainda mais duro. Ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos, ele contestou as declarações do deputado Marco Feliciano às "Páginas Amarelas" da revista "Veja", em que o pastor o acusou de ter descumprido um acordo partidário. Feliciano disse à revista: "Veja o que aconteceu com o Domingos Dutra. Eu conversei com ele um dia antes da votação que me elegeu. Tudo na paz. Ele disse: 'Fica tranquilo'. Era um acordo partidário. E acordo partidário não se quebra nesta Casa. Estava tudo certo. No dia seguinte, ele chegou à Câmara e deu um espetáculo. Renunciou à presidência da comissão e ameaçou chorar, disse que o que ele estava vendo lá era totalitarismo, uma ditadura. Foi uma encenação piegas, um teatro grotesco”. Na audiência pública, Domingos Dutra retrucou: "Eu nunca conversei com ele, nem antes nem depois. A minha retirada é porque eu não aceitava participar de uma reunião da comissão de portas fechadas, com a Polícia Legislativa. O deputado Marco Feliciano, além de homofóbico, é racista, é mentiroso". Dutra também se retirou da audiência.
Outra a se retirar da audiência para esvaziar a comissão foi a deputada Erica Kokay (PT-DF). Antes de abandonar os trabalhos, ela manteve o núcleo duro do linchamento moral do pastor Marco Feliciano - "homofóbico e racista" - e acrescentou que ele também é "machista". Mas, em termos de inversão de valores, seu discurso foi superado pelo pronunciamento de sua colega Janete Pietá (PT-SP), professora e arquiteta da cidade de Guarulhos e coordenadora da bancada feminina na Câmara dos Deputados. Janete Pietá acusou Marco Feliciano de ter sido "eleito de forma clandestina" para a presidência da comissão e se indignou com uma entrevista concedida por ele em junho do ano passado e exumada agora pelo jornal "O Globo". A entrevista - publicada num livro sobre os evangélicos na política e sua relação com as reivindicações de mulheres e homossexuais - rendeu manchete ao jornal na quarta-feira, 20: "Marcos Feliciano diz que direitos das mulheres atingem as famílias". No destaque, o jornal pôs mais pimenta: "Em entrevista para livro, o deputado pastor diz que reivindicações feministas estimulam o homossexualismo".
A deputada Janete Pietá, depois de tecer outras críticas a Marco Feliciano e ressalvar que não é contra os evangélicos, deixou claro que estava usando a palavra como coordenadora da bancada feminina na Câmara dos Deputados para repudiar "as declarações, sempre infelizes, do que preside essa comissão" (pastor Marco Feliciano) e que foi "eleito de forma clandestina". Apesar dos 65 anos de idade, Janete Pietá falou com a indignação adolescente de uma estudante de grêmio livre: "A afirmação dele no Globo de hoje a respeito das mulheres é uma afirmação anticonstitucional, porque o artigo 5º da nossa Constituição diz que homens e mulheres têm direitos iguais. E esse deputado diz que, quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem..." Ela não completou o raciocínio, de tão enraivecida, mas continuou: "E cadê a Constituição? Isto é anticonstitucional. Então, demonstra que tem que haver uma rediscussão dessa comissão. O foco aqui fala tudo, é o artigo 5º. Eu vou dar entrada nessa Casa contra o deputado. Essa Casa não pode assistir alguém que é contra a Lei Maior do Brasil que fundamenta os direitos iguais".
**A "dialética dos sexos"**
Apesar da fala excessivamente truncada da deputada Janete Pietá, em que pese ela escandir as palavras de modo lento, arrastado, até arrogante, percebe-se que sua compreensão do estado de direito é bastante precária. Se havia alguém "anticonstitucional" na audiência pública, esse alguém era justamente ela. A deputada petista acredita que o pastor Marco Feliciano tem de ser proibido de criticar a emancipação das mulheres porque, se o fizer, estará sendo "anticonstitucional", isto é, estará ferindo a Constituição. É com base nessa premissa torta que a deputada diz que não se pode "assistir alguém que é contra a Lei Maior do Brasil". Ou seja, na concepção da deputada paulista, se uma pessoa discorda de aspectos da Constituição, ela está proibida de manifestar essa discordância em voz alta, sob pena de ser considerada "anticonstitucional" e, quem sabe, até ser presa ou, no mínimo, proibida de exercer determinadas funções na sociedade. Logo, estaremos queimando em praça pública a obra de Schopenhauer, sob a acusação de que ele fere a Constituição por ser machista.
Ora, o mesmo artigo 5º da Constituição de 88 que diz que "homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações" também diz que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença" e que "é livre a manifestação do pensamento". Logo, tanto um machista empedernido é livre para afirmar publicamente que o lugar da mulher é na cozinha, quanto uma feminista radical pode defender a greve do sexo, afirmando - em franca discordância com a Constituição - que a família é uma arma capitalista para subjugar as mulheres e que é preciso apagar a distinção entre os sexos, garantindo às mulheres o controle exclusivo da reprodução - o que, na prática, significaria a escravidão dos homens, submetidos a comunidades de amazonas. Era o que defendia, por exemplo, a feminista canadense Shulamith Firestone, de origem judaica, autora de "A Dialética do Sexo", um livro que muito me espantou e me entusiasmou no alvorecer da juventude, quando ainda acreditava em revolução, sobretudo se guiada por uma bela e inteligente jovem de 26 anos, de longos cabelos e óculos de intelectual, como Shulamith se revelava na contracapa do livro, publicado originalmente em 1970.
Quando li "A Dialética dos Sexos", pareceu-me que a autora tinha razão em acreditar que a verdadeira emancipação das mulheres só seria possível mediante uma revolução biológica, propiciada pela ciência, que libertasse a mulher da maternidade. Sem isso, sempre haveria uma dependência implícita da mulher em relação ao homem. Tratava-se de uma utopia radical e, talvez, a autora tenha percebido, na própria carne, a impossibilidade de existir um mundo com felicidade e igualdade para todos. Sua própria vida mostrou isso. Shulamith Firestone foi encontrada morta em 28 de agosto do ano passado. Tinha 67 anos e vivia reclusa num apartamento em Nova York. O mau cheiro alertou os vizinhos, e a polícia encontrou seu corpo, cerca de uma semana depois, num apartamento com muitos livros, inclusive clássicos gregos, cujo aluguel era pago por familiares. Sofrendo de esquizofrenia, ela passou boa parte da vida em hospitais psiquiátricos, calvário que se prenunciou logo após o lançamento de seu livro, quando abandonou o ativismo feminista e iniciou uma carreira de pintora. Uma das raras pessoas de sua convivência nos últimos anos, uma lésbica assumida, disse a um jornal nova-iorquino que Shulamith Firestone nunca falava de sua orientação sexual e nunca tinha se prendido a ninguém.
**O preconceito invertido**
A triste história de Shulamith Firestone não prova que o feminismo faz mal para as mulheres, como um Marco Feliciano se apressaria em acreditar. Mas prova, sem dúvida, que a felicidade individual - e, por consequência, os direitos humanos - não se resolve segundo a equação fácil dos profissionais de passeata, que acreditam na instituição do bem-estar geral e da igualdade por decreto mediante a imposição de leis que garantem às minorias exóticas todos os direitos e obriga a maioria silenciada a arcar com todos os deveres. As feministas, gays e negros de passeata querem o monopólio da Comissão de Direitos Humanos para que possam continuar tentando aprovar o Projeto de Lei Complementar 122 (PLC-122), que legaliza o conceito de "homofobia" e, concomitantemente, transforma a "homofobia" em crime. Por diversas vezes, o movimento gay tentou aprovar esse projeto apenas nas comissões do Congresso, sem passar pelo plenário - o que é absurdo, dadas as graves implicações que ele terá na vida das igrejas, empresas, hospitais, escolas e até nos lares, quando uma família tiver que contratar uma empregada, por exemplo.
Felizmente, parte da bancada evangélica - solitária e heroicamente - vem conseguindo barrar esse atentado à liberdade de todos os demais cidadãos. Resta saber até quando, pois o cerco das minorias organizadas às instituições vem se tornando cada vez mais feroz e eficiente. Antes mesmo de existir uma lei que tipifique o crime de "homofobia", evangélicos e católicos já estão sendo perseguidos pelo Estado em face de qualquer crítica pública ao movimento gay. E o que é mais grave: o conceito de "homofobia", tal como vem sendo disseminado, é altamente subjetivo. Não tem a menor sustentação científica - nem sociológica, nem psicológica, nem médica - e jamais deveria ser transformado em tipo penal, pois se isso ocorrer qualquer pessoa que não seja gay poderá ser condenado por "homofobia", seja por ação, seja por omissão. Se um gay se candidatar a uma vaga numa empresa e for preterido na seleção, não será difícil para ele provar que foi vítima de preconceito. Os caminhos para isso estão dados: até alunos que transcreveram uma receita de miojo e o hino do Palmeiras na prova de redação do Enem obtiveram boas notas pelos textos bárbaros e desonestos. E a absurda justificativa do MEC para não zerar a redação e não desclassificar os alunos por fraude (que seria o correto) é que eles teriam respeitado os direitos humanos nos trechinhos menos burlescos das redações, como se o ato fraudulento já não fosse, em si, um atentado ao que se entende por direito, justiça e moralidade.
Ora, se até o vestibular oficial do País - que seleciona os futuros professores, engenheiros, médicos, operadores do direito e outros profissionais de nível superior — já não dá a menor importância para a formação cognitiva e moral do aluno, subjugando todo o conhecimento acumulado pela humanidade à ditadura irracional do discurso politicamente correto, como é que o dono de uma panificadora, ao selecionar candidatos a uma vaga de padeiro - sob a égide da futura Lei de Combate à "Homofobia" - conseguirá provar que contratou João, o candidato heterossexual, porque ele sabe fazer um pão melhor que do que José, o candidato homossexual? Ou, caso contrate os dois, e tenha que demitir o incompetente José, como conseguirá explicar que o está demitindo por ser incapaz e não por ser gay? Esse é apenas um dos muitos problemas graves que a Lei da "Homofobia" vai suscitar, caso seja aprovado. Parafraseando o escritor Mário de Andrade, "homofobia" é o que o gay de passeata chama de "homofobia". Prova disso é que o próprio pastor Marco Feliciano, pelo fato de alisar o cabelo, está sendo chamado de "bicha", "santa" e "gay" pelos próprios militantes do movimento gay - esses verdadeiros aprendizes de Marta Suplicy, que insinuou que Gilberto Kassab é homossexual. Mas ninguém diz que isso é "homofobia" - é apenas a liberdade de expressão dos gays, que vai se tornando infinita e anulando a liberdade de expressão dos demais.
**José Maria e Silva** **é jornalista e sociólogo**
Publicado no jornal "Opção"
Publicado no jornal "Opção"
**Fonte: "Mídia ASem Máscara"**
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Postado por Dimas Oliveira às 20:06 1 comentários
### Corre no Facebook
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Postado por Dimas Oliveira às 19:21 1 comentários
### Era uma vez uma fachada
Seqüência de imagens (
**Fotos: Blog Demais**), feita na manhã desta quarta-feira, 27, que mostram o avanço da demolição da fachada do Cine Íris.
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Postado por Dimas Oliveira às 19:12 0 comentários
### Damha Urbanizadora presente em feijoada
Um dos eventos pré-micaretescos mais aguardados da cidade, a Feijoada NoiteDia, ocorreu no sábado, 23, na Mansão 888. Centenas de pessoas curtiram a feijoada e aproveitaram para conhecer um pouco mais sobre a Damha Urbanizadora. A empresa, que muito em breve chegará à Feira de Santana com seu primeiro empreendimento, recepcionou os convidados logo na entrada, com a entrega de um kit especial, composto por uma caneca e uma pochete de braço, que imediatamente fizeram sucesso entre os presentes.
Além disso, no espaço montado pela Damha, duas tevês mostraram imagens dos empreendimentos já lançados pela empresa em todo o Brasil e um divertido totem interativo tirou centenas de fotos dos presentes, disponibilizando-as na página da Damha no Facebook (facebook/DamhaUrbanizadora).
(Com informações de Lilia Campos, da Assessoria de Imprensa)
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Postado por Dimas Oliveira às 18:59 0 comentários
### Feliz Páscoa
Prezado colega,
Desejamos uma Semana Santa de muita paz, harmonia e saúde.
Saudações,
Desejamos uma Semana Santa de muita paz, harmonia e saúde.
Saudações,
Sílvia Dantas
Sílvia Dantas
**Assessora de Comunicação da Faculdade Anísio Teixeira (FAT)**
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Postado por Dimas Oliveira às 18:25 0 comentários
### "Presidente da Câmara está chamando isto aqui de democracia"
**Por Reinaldo Azevedo**
Vejam essa foto de autoria de Wilson Pedrosa, do Estadão. Manifestante sobe sobre a mesa da Comissão de Direitos Humanos e Minoria da Câmara para protestar. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que resolveu dar uma lavadinha na biografia junto ao jornalismo politicamente correto e engajado, está chamando isso de democracia. Fica o recado para todos os descontentes do Brasil. Quando vocês não gostarem de alguma coisa no Congresso, entrem lá, subam na mesa e botem pra quebrar.
**Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"**
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Postado por Dimas Oliveira às 05:59 0 comentários
### Supremo nega pedido de mensaleiro
O ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do mensalão, indeferiu pedido formulado pelos advogados de José Dirceu, que reivindicavam a divulgação dos votos dos ministros antes da publicação do acórdão.
Em resposta a José Dirceu, Joaquim Barbosa anotou em seu despacho: "Os votos proferidos quando do julgamento da Ação Penal 470 foram amplamente divulgados e, inclusive, transmitidos pela TV Justiça". Mais: "Todos os interessados no conteúdo das sessões públicas de julgamento, em especial os réus e seus advogados, puderam assisti-las pessoalmente no plenário desta Corte."
Barbosa foi ao ponto: "Noutras palavras, as partes que eventualmente pretendam opor embargos de declaração já poderiam tê-los preparado (ou iniciado a sua preparação) desde o final do ano passado, quando o julgamento se encerrou."
Vence na segunda-feira, 1º de abril, o prazo para que o Supremo publique o resultado do julgamento do mensalão. Dá-se de barato que haverá atraso. Os recursos dos réus só podem ser protocolados depois que sair o acórdão. E as penas só poderão ser executadas depois que todos os recursos forem julgados. No mês passado, Barbosa estimara que tudo estaria definido até julho.
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Postado por Dimas Oliveira às 05:52 0 comentários
### "Amigos!"
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### No tempo do cartão postal
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Postado por Dimas Oliveira às 05:37 1 comentários
### Foto mais que centenária
Foto da rua Conselheiro Franco, em Feira de Santana, no início do século passado. Compartilhada no Facebook por Joel Carvalho.
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### Quando a praça era do Comércio e não da Bandeira
Foto da praça do Comércio, hoje praça da Bandeira, em Feira de Santana, no início do século passado, em dia de segunda-feira. Compartilhada no Facebook por Joel Carvalho.
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### Benefícios dados a obras atrasadas da Copa do Mundo criticados
O senador Alvaro Dias criticou na terça-feira, 26, um projeto do colega Romero Jucá, que fixa em 30 de junho de 2014 a data limite para o início da execução das obras da Copa. Para Dias, as obras de infraestrutura não são consideradas no teto de dívidas e nos percentuais de comprometimento da receita corrente líquida.
"Estamos premiando a incompetência. Aqueles que não cumprem cronograma de obras, que recebem benefícios para acelerar a execução e executam morosamente, ficam com os benefícios e não oferecem perspectiva de retorno mais rápido", disse. "Os empreiteiros de obras públicas são os grandes campeões dessa Copa do Mundo. Eles, sim, estão conquistando o título do superfaturamento de obras", completou.
**Fonte: Claudio Humberto**
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Postado por Dimas Oliveira às 05:10 0 comentários
### Greta Garbo, Quem Diria, Acabou em Feira de Santana
No Facebook, Ruy Barcellos compartilhou na Linha de Tempo esta foto dele (
**à direita**)ao lado de Victor Macedo e Alvalice Mércia na peça "Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá", encenada nos anos 70.
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Postado por Dimas Oliveira às 05:09 0 comentários
### Parabéns, Ísis
Nesta quarta-feira, 27, aniversário de Ísis Moraes, que atua na TV Olhos d'Água, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Licenciada em Letras Vernáculas, ela tem especialização em Estudos Literários e mestrado em Literatura e Diversidade Cultural, em Los Angeles.
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Postado por Dimas Oliveira às 05:03 0 comentários
## terça-feira, 26 de março de 2013
### Trailer de "G.I. Joe 2: A Retaliação"
Trailer do filme de ação "G.I. Joe 2: A Retaliação", que tem lançamento nesta sexta-feira, 29, no Orient Cineplace.
**Assista:**http://youtu.be/N50cJ4C2PK8
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Postado por Dimas Oliveira às 19:22 0 comentários
### Trailer de "Jack o Caçador de Gigantes"
Trailer do filme de aventura "Jack o Caçador de Gigantes", que tem lançamento nesta sexta-feira, 29, no Orient Cineplace.
**Assista:**http://youtu.be/4eNeinfMteY
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Postado por Dimas Oliveira às 19:20 0 comentários
### Como era o cinema na semana santa
Jennifer Jones em "A Canção de Bernadete", visto na Sexta-Feira da Paixão de 1962, no Cine Íris
**Foto: Reprodução**
Com a semana santa, a Sexta-Feira da Paixão, a lembrança dos anos 50 e 60, com a visão anual do filme "Nascimento, Vida, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo", ou simplesmente "Vida de Cristo", sempre com as mesmas cópias estragadas que pareciam pertencer aos cinemas de então - Madrid, Íris, Plaza, Santanópolis e Santo Antônio.
Eram sessões praticamente contínuas, a partir das 14 horas, que atraíam muita gente às salas (tanto o Cine Íris como o Cine Santanópolis possuíam mais de 1.000 lugares). Assistir ao filme religioso fazia parte da tradição do dia santo, antes, durante ou depois de participar da procissão do Senhor Morto.
O filme era mudo, sem créditos (de elenco, direção, roteiro), com entre-títulos, mas causava comoção no público, mesmo sem mostrar a face de Cristo na crucificação.
De quando em vez um filme como "A Canção de Bernadete" (The Song of Bernadette), sobre a adolescente francesa que tem uma visão e os moradores consideram que a imagem é da Virgem Maria. Com direção de Henry King e Jennifer Jones ganhando o Oscar de Melhor Atriz em sua estréia no cinema. O filme também ganhou o prêmio nas categorias Melhor Fotografia, Trilha Sonora e Direção de Arte, em 1943. Foi visto na Sexta-Feira da Paixão de 1962, no Cine Íris. Outro filme foi "O Beijo de Judas", sem mais referências.
A tradição foi quebrada em 1972, com o Santanópolis passando a ser Cine Timbira. Na primeira semana santa, a programação de "O Passageiro da Chuva" (Le Passager de la Pluie), de Renè Clément, 1970, um filme de ação com Charles Bronson e Marlene Jobert. Desde então, quase que nunca mais um filme religioso como antigamente.
O filme era mudo, sem créditos (de elenco, direção, roteiro), com entre-títulos, mas causava comoção no público, mesmo sem mostrar a face de Cristo na crucificação.
De quando em vez um filme como "A Canção de Bernadete" (The Song of Bernadette), sobre a adolescente francesa que tem uma visão e os moradores consideram que a imagem é da Virgem Maria. Com direção de Henry King e Jennifer Jones ganhando o Oscar de Melhor Atriz em sua estréia no cinema. O filme também ganhou o prêmio nas categorias Melhor Fotografia, Trilha Sonora e Direção de Arte, em 1943. Foi visto na Sexta-Feira da Paixão de 1962, no Cine Íris. Outro filme foi "O Beijo de Judas", sem mais referências.
A tradição foi quebrada em 1972, com o Santanópolis passando a ser Cine Timbira. Na primeira semana santa, a programação de "O Passageiro da Chuva" (Le Passager de la Pluie), de Renè Clément, 1970, um filme de ação com Charles Bronson e Marlene Jobert. Desde então, quase que nunca mais um filme religioso como antigamente.
**Esta matéria foi postada originalmente 4 de abril de 2007, depois em 21 de março de 2008, 8 de abril de 2009, 1º de abril de 2010, 21 de abril de 2011, 6 de abril de 2012 e agora revisada e ampliada em 26 de março de 20123.**
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Postado por Dimas Oliveira às 19:15 0 comentários
### Ação e aventura são novidades
O Orient Cineplace volta a programar exibição em 3D, com o lançamento do filme de ação "G.I. Joe 2: A Retaliação" (G.I. Joe 2: The Retaliation), de Jon M. Chu, com Bruce Willis (
**Foto 1: Divulgação**) o elenco - é o terceiro filme dele somente este ano.
Outra novidade nesta 14ª semana é a aventura "Jack o Matador de Gigantes" (Jack the Giant Slayer), de Bryan Singer, baseado em "João e o Pé de Feijão", conto de fadas de origem inglesa. Nicholas Hoult (
**Foto 2: Divulgação**) faz Jack.
São três continuações, todas em segunda semana: a animação "Os Croods" (The Croods), e dois filmes brasileiros, a comédia "Vai Que Dá Certo", de Maurício Farias; e o drama "A Busca", de Leonardo Moura, com Wagner Moura.
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Postado por Dimas Oliveira às 19:11 0 comentários
### "Contra-ataque pronto"
**Por Lauro Jardim**
Jair Bolsonaro tem certeza de que poderá convencer Henrique Eduardo Alves a voltar atrás na ideia de varrer Marco Feliciano da presidência do Comissão de Direitos Humanos.
Bolsonaro argumenta que "o presidente da Câmara não tem ideia de como era desempenhado o trabalho de uma das principais comissões da Casa" até o deputado pastor assumi-la e, agora, quer apresentar a Henrique Alves dados que - segundo Bolsonaro, claro - comprovam o desserviço prestado pelo colegiado durante as gestões anteriores.
Entre eles, elenca o aliado de Feliciano, estão medidas que estimulavam a pedofilia, o homossexualismo infantil e mau uso do dinheiro público, como o financiamento de eventos da causa gay.
Perguntado se não se preocupa com o péssimo clima nas reuniões da comissão, que terminam sem nenhum item da pauta apreciado, Bolsonaro radicaliza e compara, bem ao seu estilo:
- Olha, mesmo que a comissão fique fechada, com todas as reuniões canceladas, será mais útil ao país do que era antes.
**Fonte: "Radar On-line"**
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Postado por Dimas Oliveira às 06:01 0 comentários
### A charge do Amarildo
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Postado por Dimas Oliveira às 05:53 0 comentários
### Neymar igual a "xixi de gato"
Do meia inglês Joey Baton, do Olimpique de Marselha, no Twitter: "Neymar é o Justin Bieber do futebol. Brilhante no YouTube, mas um xixi de gato da realidade".
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Postado por Dimas Oliveira às 05:49 0 comentários
### " PSDB quer saber quanto custou Dilma em Roma"
**Por Josias de Souza**
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) protocolou na Mesa diretora do Senado um requerimentode informações dirigido ao ministro petista Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência). No documento, pede que sejam detalhados os gastos da viagem de Dilma Rousseff e de sua comitiva a Roma, para participar da missa inaugural do papa Francisco.
Ao fundamentar sua iniciativa, o senador diz que não faz reparos ao fato de Dilma ter prestigiado o papa. Incomodou-o uma anomalia: para cumprir uma agenda de compromissos de cinco horas, a presidente e seus acompanhantes passaram três dias em Roma. Ocuparam 52 apartamentos em "hotel luxuosíssimo".
Citando uma cifra recolhida do noticiário, o senador tucano enfatizou que, apenas em hospedagem, a viagem custou ao contribuinte brasileiro R$ 325 mil. No dizer do senador, Dilma foi a Roma com uma "enorme caravana de turistas brasileiros". A comitiva, por numerosa, deslocou-se pelas ruas da capital italiana em 17 veículos alugados - "ostentação sem igual", disse Alvaro.
Ele comparou a delegação brasileira à missão dos Estados Unidos. Washington enviou a Roma o vice-presidente Joe Biden e alguns poucos assessores. Não recorreram à rede hoteleira. Hospedaram-se na embaixada americana.
A requisição de informações do Executivo é uma prerrogativa dos congressistas prevista na Constituição. A autoridade demandada é obrigada a responder. No seu questionário, Alvaro pergunta:
Quantas e quais pessoas fizeram parte da comitiva presidencial?; qual a missão e a função desempenhada por cada uma delas?; qual foi o custo global da viagem?; quanto custaram o transporte e alimentação da comitiva?; quantas aeronaves oficiais foram utilizadas?; quantos veículos foram alugados? qual a origem dos recursos destinados ao pagamento dos custos da comitiva? por que a comitiva não se hospedou na embaixada do Brasil em Roma?
A iniciativa de Alvaro Dias chega no mesmo dia em que a BBC noticiou o seguinte: em viagens internacionais de Dilma, escalas nas quais ela não teve nenhum compromisso oficial custaram à Viúva R$ 433 mil.
Estão incluídas nessa cifra despesas com hospedagem e diárias em escalas de viagens de Dilma e seu séquito à Ásia. Estiveram, por exemplo, em Atenas, na Grécia; em Praga, na República Tcheca; e em Granada, na Espanha. Ouvida, a Presidência alegou que foram "escalas obrigatórias de caráter técnico."
**Fonte: "Blog do Josias**"
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Postado por Dimas Oliveira às 05:46 0 comentários
### Lembrando o Cine Íris e o Projeto Pixinguinha
No final dos anos 80, o Proxeto Pixinnguinha aportou em Feira de Santana, tendo como local de apresentação o Cine Íris com sua platéia de cerca de 1.000 lugares (
**Foto: Blog Demais**). Então, o feirense teve oportunidade de prestigiar grandes nomes da música popular brasileira.
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### Necessária digitalização de "Tapera"
"E como a velhice humana e decrepitude dos edifícios que as noites dos anos rondaram em sentinelas. E como tal inspira-nos respeito e amor." (Eurico Alves Boaventura)
Filme elegia, reminiscências de velhos solares perdidos no tempo, "Tapera", Super 8 de Everaldo Cerqueira e Juraci Dórea, é inspirado no poema de Eurico Alves Boaventura "Elegia do Solar Abandonado". Com Maria do Rosário (
**Foto: R** **eprodução**) e Dimas Oliveira.
Dimas Oliveira, que também editou o filme, escreveu no programa, quando do lançamento no Clube de Cinema de Feira de Santana, em sessão em sala da antiga Faculdade Estadual de Educação, hoje Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca): "A linguagem que Everaldo & Juraci utilizam é adequada para a exigüidade de um curta em pequena bitola. Crítica, realista, não convencional. A ausência de diálogos (ou monólogos), sequências curtas e/ou longas, conseguindo plano através plano num ambiente natural, compor um filme puro, de inegável beleza plástica e cromática, num clima de metamorfose, lirismo, poesia."
"Tapera" participou em 1974 da III Jornada Norderstina de Curta Metragem, em Salvador, junto com "O Vampiro Ralipiu" e "Corpo a Corpo", ambos de Dimas Oliveira.
Eis um filme a ser digitalizado para maior conhecimento do público.
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Postado por Dimas Oliveira às 05:33 0 comentários
### "Do velho latim"
**Por Evandro Oliveira**
O vocábulo "maestro" vem do latim "magister" e este, por sua vez, do adjetivo "magis" que significa "mais" ou "mais que". Na antiga Roma o "magister" era o que estava acima dos restantes, pelos seus conhecimentos e habilidades.
Por exemplo um "magister equitum" era um chefe de Cavalaria, e um "magister militum" era um chefe militar.
Já o vocábulo "ministro" vem do latim "minister" e este, por sua vez, do adjectivo "minus" que significa "menos" ou "menos que". Na antiga Roma o "minister" era o servente ou o subordinado que apenas tinha certas habilidades.
COMO SE VÊ, O LATIM EXPLICA A RAZÃO PORQUE QUALQUER IMBECIL PODE SER MINISTRO... MAS NÃO MAESTRO!!!
**Fonte: "Blog Santanópolis"**
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Postado por Dimas Oliveira às 05:01 0 comentários
## segunda-feira, 25 de março de 2013
### "Tucanos só sabem fazer oposição ao PSDB"
**Por Augusto Nunes**
É secundário saber se José Serra tem ou não motivos para a declaração de guerra à candidatura de Aécio Neves em 2014. O que importa é a constatação: Serra tem combatido o companheiro de partido com a agressividade que lhe faltou na campanha presidencial de 2010.
Se tivesse enfrentado Dilma Rousseff com a determinação e a bravura exibidas na luta contra o senador mineiro, poderia ter vencido a disputa com o poste que Lula inventou. Na pior das hipóteses, não seria derrotado tão facilmente.
Tucanos são péssimos quando precisam opor-se aos inimigos de verdade. Mas esbanjam competência quando o adversário é outro tucano.
**Fonte: "Direto ao Ponto"**
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Postado por Dimas Oliveira às 21:01 0 comentários
### "Herança maldita da dupla Lula-Gabrielli: acionistas da Petrobras perdem 21% em 12 meses"
**Por Reinaldo Azevedo** ****
Volte e meia penso o que teria acontecido a José Sérgio Gabrielli, que presidiu a Petrobras nos oito anos de governo Lula e no primeiro ano de governo de Dilma, se tivesse sido dirigente de uma empresa privada. Não seria convidado nem para servir um cafezinho. A quantidade de más notícias que a estatal acumula decorrentes de sua gestão é uma coisa espantosa. Por quê? Porque a gigante foi usada para fazer política. Em vez de cair no index dos maus gestores, no entanto, Gabrielli foi ser secretário de Planejamento da Bahia, e o governador Jaques Wagner (PT) tenta emplacá-lo como candidato do partido à sua sucessão.
Num país com uma oposição um pouco mais atilada e com um Parlamento minimamente independente, já se teria instalado a CPI da Petrobras. Mas quê… Basta tocar no nome da empresa para que alguns vigaristas apontem longo alguma conspiração. Na Presidência da gigante, Gabrielli chegou a contar uma mentira escandalosa: afirmou que FHC tinha a intenção de privatizar a parte pública da empresa. A Petrobras é uma empresa de economia mista, mas foi gerida durante nove anos como se fosse uma extensão do PT. Leiam o que informa Maria Paula Autran, na Folha:
Cálculos feitos para a Folha pela empresa de informações financeiras Comdinheiro mostram que quem aplicou R$ 10 mil há 12 meses no papel mais negociado da estatal (o preferencial, sem direito a voto) tinha, em 19 de março deste ano, R$ 7.912,18, já considerando os proventos (dividendos, juros sobre capital próprio e rendimentos). Quem investiu o valor na ação ordinária (menos negociada, com direito a voto) perdeu mais dinheiro: o saldo diminuiu para R$ 7.021,70.
As ações caíram no período pressionadas pela desconfiança dos investidores em relação à ingerência do governo na empresa, que impediu, por exemplo, reajustes mais elevados da gasolina por causa da inflação. Além disso, a companhia reduziu os dividendos (fatia do lucro distribuída aos acionistas) no ano passado. Na avaliação de especialistas, para quem tem papéis da companhia ou pensa em comprá-los com uma visão de retorno no curto prazo, a perspectiva não é boa.
"O fator político é preponderante e, se isso continuar no lugar de maximização de valor, o resultado não tem por que ser diferente", diz Rafael Paschoarelli, professor da USP e um dos responsáveis pelo levantamento.
(…)
(…)
**Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"** ****
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Postado por Dimas Oliveira às 20:58 0 comentários
### Lembrando o Íris com mais gente do lado de fora
Nos anos 60, no velho Cine Íris, a visão do clássico western "Tambores Distantes" (Distant Drums), de Raoul Walsh, 1951 - que foi revisto em DVD da minha coleção.
Gary Cooper faz o capitão Quincy Wyatt, que tem a missão de reprimir uma rebelião dos índios semínoles na Flórida, bem como impedir que contrabandistas vendam armas para os índios. Baseado em história real ocorrida em 1840.
No filme, o confronto final entre o capitão e o chefe índio Oscala (Larry Carper), que não pode ser resolvido num duelo à bala, vira uma briga de faca, debaixo d'água. Uma seqüência eletrizante e com muita plasticidade.
Provavelmente pela cena, na tarde de domingo em que consegui ver o filme, do lado de fora do cinema ficou mais gente que dentro da sala de mais de 1.000 lugares.
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Postado por Dimas Oliveira às 20:31 0 comentários
### Como era a Micareta nos anos 60
Micareta de Feira de Santana no final dos anos 60. João Durval era o prefeito. Imagens do Clube de Campo Cajueiro, Euterpe Feirense, da Micareta de rua, escola de samba, carro alegórico, trio elétrico (
**Foto: Reprodução**), desfile de fantasias, Charles Albert, Wilza Carla. São quase sete minutos de duração. **Imagens da Sani Filmes** **Assista:**http://youtu.be/VZlNk33gXDY
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Postado por Dimas Oliveira às 20:05 0 comentários
### Venda antecipada de ingressos do filme "Homem de Ferro 3"
Os telespectadores da Globo assistirão em primeira mão novas cenas de "Homem de Ferro 3", da Marvel. A exibição será realizada no intervalo comercial da final do programa "Big Brother Brasil 13", nesta quarta-feira, 27. Esse 'spot', chamado Blast, fará o anúncio da venda antecipada dos ingressos, à meia noite, no site ingresso.com. A campanha para o lançamento do filme inclui countdown no Facebook da Marvel Brasil (facebook.com/MarvelBR), e-banner, banner impresso, countdown no hotsite, no ingresso.com e na home, spots na Rádio Disney e comerciais no Telecine e no XD.
Com estreia marcada para o dia 26 de abril em todo o país, a superprodução marca a terceira aventura de Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) nas telas. Desta vez, o super-herói precisará proteger o mundo e sua namorada, Pepper (Gwyneth Paltrow), de vários inimigos, incluindo Mandarim (vivido por Ben Kingsley). Depois que o protagonista tem a sua mansão em Malibu totalmente destruída (ao dar o seu endereço publicamente), ele precisará se refugiar num rancho distante para recuperar as forças e reconstruir a sua poderosa armadura.
Confira material de Homem de Ferro 3:
· Curta no Facebook: facebook.com/MarvelBR
· Fotos para divulgação: www.image.net
(Com informações de Amenar Costa, Atendimento Disney, de Selma Santos Produções e Eventos)
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Postado por Dimas Oliveira às 19:42 0 comentários
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2019-01-20T11:04:59Z
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http://oliveiradimas.blogspot.com/2013/06/
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## domingo, 30 de junho de 2013
### "Esse é o legado que a Copa das Confederações"
Uma foto tirada momentos antes da partida entre Brasil e México, em Fortaleza, tem sido compartilhada por milhares de usuários de redes sociais. A imagem foi registrada pelo fotógrafo Edimar Soares, do jornal "O Povo", no entorno da Arena Castelão e retrata claramente o abismo social existente no Brasil.
Enquanto torcedores caminhavam animados para a partida, uma jovem procurava comida em uma lixeira na entrada do estádio. Sem pensar duas vezes, o fotógrafo registrou a cena impactante. "Esse é o legado que a Copa das Confederações deixa para algumas pessoas, uma cena humilhante", escreveu Edimar em seu perfil no Facebook.
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Postado por Dimas Oliveira às 18:07 0 comentários
### Parabéns, Ludimila de Oliveira
Quem comemora aniversário neste domingo, 30, é Ludimila de Oliveira (
**Facebook**), colega do curso de Comunicação Social - Jornalismo na Unef. **Foto:**
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Postado por Dimas Oliveira às 17:59 0 comentários
### Consideração que corre no Facebook
**Luiz
Fernando Vaz considerou no Facebook:**
Debochar de Marco Feliciano acusando-o de ser um 'gay enrustido' não seria 'homofobia'? Ora, se você acredita diminuir a moral de alguém dessa forma é porque algo na condição homossexual tem de demérito.
Se procuro atingir a inteligência ou a falta de inteligência de alguém xingando-o de 'burro' é porque acredito que o alegado demérito do animal justifica a comparação.
Fazer uma montagem debochada de 'Marcos Feliciano' retratado como um travesti espalhafatoso não seria um preconceito contra os mesmos travestis espalhafatosos?
O que tem de mal em ser um travesti espalhafatoso para que isso possa ser ofensivo a Marcos Feliciano?
Espalhar maldosamente uma suposta declaração de que o ator Alexandre Frota 'ficou' com Marcos Feliciano não seria uma ridicularização desse tipo de relacionamento?
O politicamente correto faz uma estranha justiça: combate a ofensa elevando a enésima potência o direito de ofender.
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Postado por Dimas Oliveira às 17:18 0 comentários
### "Dilma é vaiada em evento de evangélicos que reúne centenas de milhares de pessoas. Ou: Os protestos e a exaltação dos que respeitam a ordem democrática e o estado de direito"
**Por Reinaldo Azevedo**
Sei que a questão mexe com o fígado de muitos dos nossos ditos "progressistas", que suportam, claro!, a diferença desde que os diferentes se calem e não digam o que pensam. Neste sábado, em São Paulo, a Marcha para Jesus, organizada por igrejas evangélicas, reuniu, segundo os organizadores, 2 milhões de pessoas. Digamos que estejam exagerando. A Polícia Militar fala em 800 mil. É gente que não acaba mais. O tratamento dado por nossa imprensa, quando se ocupa do assunto, é discreto - e, se possível, sempre por um viés que tenta caracterizar aquela massa como expressão do atraso. Atenção! Até as 18 horas - depois disso, não sei, mas é provável que tenha se mantido -, não havia sido registrada uma só ocorrência policial. Nada! "Esse Reinaldo é um reaça! Elogia povo pacífico na rua!" É isto mesmo! ELOGIO OS QUE DE FATO SÃO PACÍFICOS, NÃO AQUELES QUE INSTRUMENTALIZAM A VIOLÊNCIA DOS LOBOS PARA POSAR DE CORDEIROS.
Atenção! Dilma não estava presente, mas foi sonoramente vaiada. Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, que em
**janeiro de 2012**afirmou que o PT tinha de disputar influência com os evangélicos, compareceu ao evento e resolveu discursar. Ao citar o nome de Dilma, ouviu-se uma vaia de fazer inveja àquela que o Maracanã estava reservando para a soberana. Carvalho mudou de assunto e passou a falar de temas mais pios, religiosos. Aí, até foi aplaudido. Entre os presentes, havia faixas como "Procura-se Lula". Outra anunciava, informa o **Globo Online**: **"Manifestação pacífica tem limite. Fora baderna e vandalismo"**. A imprensa teve de noticiar, claro! Mas uma marcha da maconha com 200 gatos-pingados teria recebido, como já recebeu, mais destaque. É fato, não conjectura.
É evidente que aquela massa que estava na rua - maior do que em qualquer manifestação de protesto destes dias - tem convicções morais e políticas mais conservadoras do que a agenda influente da imprensa. Mas deve, por isso, ser ignorada ou, então, tratada com menoscabo? Por quê? Em que país do mundo democrático o conservadorismo é tomado como sinônimo de anomalia, como uma posição ilegítima, um crime de lesa-democracia? Não faz tempo, em plena quarta-feira, evangélicos juntaram outros milhares em Brasília num protesto contra o controle da mídia e em favor da liberdade de opinião, da liberdade de expressão, da família tradicional e do direito à vida. Também naquele caso, houve certo esforço para esconder o evento. É assim que se pratica a democracia nos EUA, na França, na Alemanha, na Itália, na Suíça, na Suécia, no Japão? Não! Assim se pratica democracia, deixem-me ver, em Cuba, na Venezuela, na China…
**Feliciano**
O noticiário que se ocupou da marcha, mais uma vez, resolveu dar grande destaque ao deputado Marco Feliciano (PSC-SP), que esteve presente, subiu numa espécie de trio elétrico, mas não discursou. Vestia uma camiseta com a inscrição: "Eu represento vocês" - alusão, é evidente, àquela tolice do "não me representa" que tomou corpo entre os que o combatem. Ora, é claro que ele não representa quem quer derrubá-lo. Entre as faixas, uma era esta:
E é mesmo verdade, só que incompleta. A invenção é dos ativistas gays, mas em parceria com a imprensa. Já expliquei
**aqui por quê**. E pouco me importa o quanto se vitupere por aí, não vou condescender com uma mentira. Não existe projeto nenhum de cura gay. O que existe é um Projeto de Decreto Legislativo que derruba o parágrafo único do Artigo 3º e o Parágrafo 4º de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia. Eis a íntegra dos dois parágrafos. Volto depois. **"Art. 3° –**os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados." **Parágrafo único –**Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades. **Art. 4° –**Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica. **Voltei**
Como se nota, ninguém toca no caput do Artigo 3º. É o que interessa. O Parágrafo Único e o Artigo 4º são dois requintes do abuso e interferem de modo absurdo no trabalho dos profissionais e nas escolhas dos pacientes. Não existe esse grau de interferência de um conselho profissional em nenhum lugar do mundo. Afirmar que existe um "projeto de cura gay" faz supor que alguém apresentou uma proposta com esse fim na Câmara. É mentira!
Antes que prossiga: os leitores - católicos, evangélicos, agnósticos, ateus etc. - conhecem a minha opinião: não acredito em "cura gay" porque não acho que seja doença. Nessa área, as pessoas são o que são em toda a sua complexidade. E ponto! Mas também não acredito no autoritarismo e na mentira.
Qual é o mal fundamental do parágrafo único e do Artigo 4º? A chance que se abre para a perseguição a profissionais que não rezem segundo a cartilha do conselho - sela ela qual for. Ora, passará a ser considerada tentativa de cura aquilo que alguém achar que é. Onde estão as notas técnicas, os critérios?
**Vergonha**
É uma vergonha que a própria imprensa designe esse projeto de "cura gay", sem atentar para o seu próprio trabalho. Imaginem uma resolução que trouxesse a seguinte restrição:
**"Jornalistas ficam proibidos de escrever coisas que atentem contra a democracia e o estado de direito"**. É evidente que eu também acho que jornalistas não devem fazer essas coisas. Mas quem julga? Quem se oferece para ser o tribunal? Lembro que, quando alguns pterodáctilos do lulo-petismo queriam criar ao Conselho Federal de Jornalismo, era mais ou menos isso o que se pretendia fazer. Deu para entender agora? Ainda não? Então tento mais um exemplo.
Médicos existem para curar pessoas e, entendo eu, para salvar vidas, certo? E que tal uma resolução genérica assim: "Médicos jamais adotarão procedimentos que ponham em risco a vida do paciente". Seria a porta aberta para toda sorte de perseguição odienta. Todas as ditaduras comunistas tinham - e têm, as que restam - uma lei que pune os que "atentam contra a revolução". Mas o que é "atentar contra a revolução"??? Em Cuba ou na China, por exemplo, basta que se defenda a democracia.
O caput do Artigo 3º, que é preservado, basta para que se não se trate a homossexualidade como patologia. O que não é aceitável - e é isso que fazem os trechos que o PLD quer derrubar - é que profissionais fiquem sujeitos a uma espécie de tribunal de consciências. Os jornalistas não quereriam isso para si mesmos; os médicos também não. Profissional de nenhuma área gostaria de se submeter ao arbítrio.
A partir de 2014, teremos uma história oficial no Brasil: a contada pela "Comissão da Verdade", que tem tudo para ser um amontoado de mentiras. Imaginem um conselho que adotasse a seguinte resolução: "Historiadores não mais escreverão livros e textos benevolentes com a ditadura militar". Seria aceitável?
Dia desses, em seu programa, Jô Soares falou de modo um tanto indignado, meio furioso, sobre o tal projeto da "cura gay". Parece-me que também ele não sabia direito do que se tratava. Que tal uma resolução assim do um suposto Conselho Federal de Humoristas?
**"Os humoristas não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação a homossexuais, negros, mulheres, religiões, portadores de deficiências, gordos, magros, míopes, estrangeiros…"**
Quem distinguiria uma simples piada do "reforço um preconceito"? No caso dos psicólogos, quem vai arbitrar a diferença entre uma mera opinião divergente e uma transgressão de conduta profissional?
"Isso não tem importância! Por que dar espaço a isso?" Tem, sim! Um lobby, por mais bem-intencionado que seja, não tem o direito de dizer que existe aquilo que não existe - e não existe um "projeto da cura gay". E a imprensa, por mais amiga de causas que seja, também não tem o direito de sustentar que é aquilo que não é.
Se essas farsas prosperam sem resistência, outras prosperarão. As pessoas têm todo o direito de ter uma opinião e de se opor ao PLD. Mas que se oponham, então, ao que existe, não ao que não existe.
**Para encerrar**
Os evangélicos faziam marcha na Avenida Paulista. Dado o número de pessoas, foram convidados a realizá-la em outro lugar. Aceitaram. Neste sábado, a caminhada saiu da Praça da Luz e foi até a Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, na Zona Norte de São Paulo. O itinerário foi previamente fornecido à Prefeitura e à Secretaria de Segurança Pública. As forças da lei puderam, portanto, se organizar para que o evento provocasse o menor transtorno possível.
O nome disso? Respeito à ordem democrática e ao estado de direito.
**Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"**
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Postado por Dimas Oliveira às 17:06 0 comentários
### "Trapalhadas de Dilma angustiam Comitê Olímpico"
A negligência da presidenta Dilma quanto à Copa do Mundo criou para o Brasil problemas de credibilidade e a capacidade de organizar grandes eventos. O Comitê Olímpico Internacional tem enviado observadores ao Brasil para examinar de perto a situação e quer relatórios semanais sobre os estragos que toda essa confusão causou na capacidade do governo de organizar os Jogos Olímpicos de 2016.
**** **Pesadelo**
Assessores do Planalto entram em pânico diante da hipótese, cada vez menos remota, de cancelamento da Rio 2016.
**** **Fonte: Cláudio Humberto**
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Postado por Dimas Oliveira às 08:16 0 comentários
### Lembrando o Dia do Caminhoneiro
Em sua página oficial no Facebook - http://www.facebook.com/JoseRonaldo25, o prefeito José Ronaldo lembra do Dia do Caminhoneiro, que se comemora neste domingo, 30 de junho. Com um pack a homenagem aos profissionais do volante que contribuem decisivamente para o progresso e o desenvolvimento de Feira de Santana, ilustrado com o Monumento ao Caminhoneiro, inaugurado na praça Jackson do Amaury, em 15 de setembro de 2007, no último ano de seu segundo governo.
O Monumento ao Caminhoneiro, de arquitetura abstrata bastante moderna, foi criado pelo artista plástico feirense Gil Mário. Remete à ideia da cabine de um caminhão e sua carroceria atravessando a pista.
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Postado por Dimas Oliveira às 08:10 0 comentários
## sábado, 29 de junho de 2013
### "A Caldeira do Diabo" revisto
Lee Philips, Lana Turner e Diane Varsi em "A Caldeira do Diabo"
**Foto: Reprodução**
Na tarde deste sábado, 29, no Tele Cine Cult, a revisão do drama "A Caldeira do Diabo" (Peyton Place), de Mark Robson, baseado no livro homônimo, escrito por Grace Metalious, que vendeu 40 mil cópias nos Estados Unidos em apenas dez dias após seu lançamento, então um recorde. Em 1958, foi o segundo filme de maior bilheteria nos cinemas dos Estados Unidos. Em Feira de Santana, foi exibido no Cine Íris, no início dos anos 60.
O filme é reconhecido por subverter na época os melodramas de Hollywood. Pela forte temática enfrentou censura - a classificação foi de 18 anos - e fez escola ao narrar a hipocrisia dos moradores de uma cidade do interior que escondem segredos como aborto, adultério, assassinato, estupro, incesto (quase) e suicídio. Trata de relações familiares, repressão e sexualidade.
A história se passa 1941, em Peyton Place, na Nova Inglaterra, a maioria das pessoas trabalha para uma fábrica de tecidos, os jovens estudam numa boa escola secundária e as famílias frequentam igrejas aos domingos. A adolescente Allison Mackenzie (Diane Varsi), que narra todo o drama, vive com sua mãe viúva Constance (Lana Turner), que administra uma loja de sua propriedade enquanto uma empregada (Betty Field) cuida da casa. Constance é o interesse romântico do professor Michael Rossi (Lee Philips), novo diretor da escola A melhor amiga de Allison é Selena (Hope Lange), filha da empregada, que vive em uma cabana com seu irmão menor e seu padrasto alcoólico, Lucas (Arthur Kennedy). O melhor amigo de Alisson é seu colega Norman (Russ Tamblyn), um rapaz reprimido pela mãe opressora. Depois que sua mãe lhe faz revelações, Allison sai de casa e vai sozinha para Nova York. Depois de um ano, Selena confessa um crime e vai a julgamento, motivo de Allison voltar à Peyton Place. Enquanto isso, os rapazes da cidade são alistados para a Segunda Guerra Mundial.
Foi indicado para nove premiações do Oscar: Melhor Filme, Melhor Direção (Mark Robson), Melhor Roteiro Adaptado (John Michael Hayes), Melhor Atriz (Lana Turner), Melhor Atriz Coadjuvante (Diane Varsi e Hope Lange), Melhor Ator Coadjuvante (Arthur Kennedy e Russ Tamblyn), Melhor Fotografia (William C. Mellor).
**Assista aos créditos de abertura:**http://youtu.be/zHFJTMaao0w **Assista ao trailer:**http://youtu.be/zRlqYOYNPRQ
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Postado por Dimas Oliveira às 19:07 0 comentários
### "A fuga de Lula e a mudez dos três parceiros informam: no Maracanã superlotado, vai haver lugar de sobra na tribuna de honra"
**Por
Augusto Nunes**
Em silêncio sobre o caso Rose há 217 dias, faz 22 que Lula não abre a boca em público sobre as manifestações de rua que vêm ocorrendo em centenas de cidades desde 6 de junho. E vai fazer o que pode para continuar longe do assunto. Nesta sexta-feira, depois de permanecer enfurnado algumas semanas no Instituto Lula, o maior dos governantes desde Tomé de Souza tratou de afastar-se a jato - cedido por um empreiteiro amigo, naturalmente - de problemas antigos ou novos. E caiu fora do país que perdeu a paciência com os vendedores de fumaça que inventaram o Brasil Maravilha.
Como informa a coluna do meu irmão Ricardo Setti, o palanque ambulante foi tapear plateias na África. Além de escondê-lo de perguntas sobre o caso de polícia que protagoniza ao lado da segunda-dama Rosemary Noronha, além de poupá-lo de caçar explicações para a onda de descontentamento que varre o paraíso imaginário, a viagem livrou o foragido do dilema que atormenta a presidente Dilma Rousseff, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes: ir ou não ir ao Maracanã neste domingo.
Antes de decidir o que fazer, a trinca de ases das urnas quer saber o que farão nas imediações do estádio os participantes da manifestação de protesto contra as patifarias bilionárias que transformaram a Copa de 2014 num monumento à ladroagem e à gastança. O jeitão assustadiço dos três parceiros reforça a suspeita de que, se soubessem dos planos de Lula, teriam garantido a pontapés uma vaga no jatinho do chefe. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, terá de ouvir desacompanhado a sequência de vaias.O Maracanã estará superlotado. Mas haverá lugar de sobra na tribuna de honra.
**Fonte: "Direto ao Ponto"**
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Postado por Dimas Oliveira às 16:05 0 comentários
### Treinamento da Liquida Feira adiado por medida de segurança
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Postado por Dimas Oliveira às 12:30 0 comentários
### Feira de Santana no "Paixão do Interior"
Foi exibida em 4 de junho no canal SporTV, no quadro "Paixão do Interior", sobre
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Postado por Dimas Oliveira às 08:44 0 comentários
### Os festejos juninos e a recriação da sua musicalidade
**Por Carina Góes**
A autêntica música junina, lastreada no velho e autêntico forró pé-de-serra, ou mesmo forró tradicional, não conta mais nem com a sala de reboco, com o grande salão e muito menos com a sanfona e o zabumba.
O mês de Junho é o momento da fusão entre o tradicional e suas recriações. A cada ano as antigas tradições são reinventadas e vivenciadas também por gerações cada vez mais novas. O que antes era marchinha, agora é sertanejo. No lugar do quentão, a cerveja. Símbolos religiosos, esses se misturam e pouco a pouco, a manifestação cultural descendente dos portugueses e adaptada pelo nordeste brasileiro, vem ganhando novos significados, hábitos e costumes
**.**
Diante disso, a expressão São João na roça, tão comum para indicar o autêntico e tradicional festejo junino nas distâncias interioranas, já não serve mais para tal finalidade. Agora tudo mudou, os valores foram invertidos e as comemorações ganharam características bem diferentes.
Acompanhando os festejos juninos deste ano e conversando com amigos que comemoraram a data em lugares distintos, pude perceber a mudança. Primeiro, as comemorações não são as mesmas de tempos atrás, porque como sabemos a vida, a cultura, não é parada no tempo, ela é dinâmica. Sendo assim, porque as festividades juninas não poderiam ter suas mudanças?
Uma das evidências de maior destaque desta mudança que socializarei aqui, está na musicalidade. A autêntica música junina, lastreada no velho e autêntico forró pé-de-serra, ou mesmo forró tradicional, não conta mais nem com a sala de reboco, com o grande salão e muito menos com a sanfona, o zabumba, o triângulo, o pandeiro e o cantador.
A cada ano surgem novos ritmos, numa mistura de axé, sertanejo e modismos de duplo sentido. O arrocha ganha destaque na versão Universitária, Forrócha e Genérica. Quem tiver um tempinho e quiser conferir, basta pesquisar na internet os festejos juninos dos municípios do norte e nordeste, e logo perceberá que praticamente não há mais o autêntico forrozeiro com sua sanfona e muito menos um nome atual reconhecido no cenário nordestino. Pelo contrário, encontrará programações que são as mesmas de uma micareta ou de um carnaval. Isso em pleno São João.
Sei que ninguém é obrigado a mudar seus gostos musicais ou ter de passar a apreciar as preferências, os costumes e as tradições de outros tempos, já que cada época possui sua própria feição e nela se mira a modernidade de então, principalmente os mais jovens.
Também, não pretendo ser nostálgica, e muito menos ofender aos adeptos dos novos ritmos. Apenas, penso que ao se optar por transformar o São João em uma balada com bandas e grupos musicais voltados apenas para os mais jovens, estaremos perdendo as tradições típicas da época pelos modismos atuais, o que seria culturalmente injustificável.
É preciso rever a questão, e buscar a qualidade artística e cultural da programação organizada para as festas juninas nas diversas regiões do País, com muito debate e reflexão com a participação de todos os segmentos envolvidos, com políticas públicas que disciplinem a qualidade da programação traçada para essas atividades
Com toda essa mudança, com certeza, o grande Luiz Gonzaga, no seu repouso eterno, deve estar dizendo: "Acorda, povo, que São João chegou!". Acorda "sanfoneiro macho", desperta "assum preto", e vem cantar sob o "luar do sertão".
Acompanhando os festejos juninos deste ano e conversando com amigos que comemoraram a data em lugares distintos, pude perceber a mudança. Primeiro, as comemorações não são as mesmas de tempos atrás, porque como sabemos a vida, a cultura, não é parada no tempo, ela é dinâmica. Sendo assim, porque as festividades juninas não poderiam ter suas mudanças?
Uma das evidências de maior destaque desta mudança que socializarei aqui, está na musicalidade. A autêntica música junina, lastreada no velho e autêntico forró pé-de-serra, ou mesmo forró tradicional, não conta mais nem com a sala de reboco, com o grande salão e muito menos com a sanfona, o zabumba, o triângulo, o pandeiro e o cantador.
A cada ano surgem novos ritmos, numa mistura de axé, sertanejo e modismos de duplo sentido. O arrocha ganha destaque na versão Universitária, Forrócha e Genérica. Quem tiver um tempinho e quiser conferir, basta pesquisar na internet os festejos juninos dos municípios do norte e nordeste, e logo perceberá que praticamente não há mais o autêntico forrozeiro com sua sanfona e muito menos um nome atual reconhecido no cenário nordestino. Pelo contrário, encontrará programações que são as mesmas de uma micareta ou de um carnaval. Isso em pleno São João.
Sei que ninguém é obrigado a mudar seus gostos musicais ou ter de passar a apreciar as preferências, os costumes e as tradições de outros tempos, já que cada época possui sua própria feição e nela se mira a modernidade de então, principalmente os mais jovens.
Também, não pretendo ser nostálgica, e muito menos ofender aos adeptos dos novos ritmos. Apenas, penso que ao se optar por transformar o São João em uma balada com bandas e grupos musicais voltados apenas para os mais jovens, estaremos perdendo as tradições típicas da época pelos modismos atuais, o que seria culturalmente injustificável.
É preciso rever a questão, e buscar a qualidade artística e cultural da programação organizada para as festas juninas nas diversas regiões do País, com muito debate e reflexão com a participação de todos os segmentos envolvidos, com políticas públicas que disciplinem a qualidade da programação traçada para essas atividades
Com toda essa mudança, com certeza, o grande Luiz Gonzaga, no seu repouso eterno, deve estar dizendo: "Acorda, povo, que São João chegou!". Acorda "sanfoneiro macho", desperta "assum preto", e vem cantar sob o "luar do sertão".
**Fonte: "Diário Nordestino"**
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Postado por Dimas Oliveira às 08:30 0 comentários
### "Com medo da vaia no Maracanã, Dilma não vai ao jogo"
**Por Reinaldo Azevedo**
Na quarta-feira, escrevi aqui: "O Brasil está na final da Copa das Confederações. Venceu o Uruguai por 2 a 1. Coitada da presidente Dilma Roussseff! Terá de encarar o Maracanã. A chance de uma vaia de dimensões oceânicas é gigantesca. As peças de propaganda para excitar o patriotismo e o ufanismo começam a se transformar num peso." Pois é… Dilma tomou uma decisão: não vai! E isso também é um vexame. Seus assessores avaliaram que seria catastrófico levar uma vaia estrepitosa aos olhos do Brasil inteiro e da imprensa internacional.
É uma ironia e tanto, não? Os eventos esportivos foram pensados como o símbolo do "Brasil Grande da Era Lulista". A final de amanhã deveria ser o primeiro momento de consagração. E, no entanto, Dilma terá de se esconder.
**Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"**
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Postado por Dimas Oliveira às 08:25 0 comentários
### "Dilma repete façanha de Collor: a aprovação a seu governo despenca 35 pontos em três meses - 27 pontos em três semanas; hoje, só 30% o consideram bom ou ótimo; índice de ruim-péssimo chega a 25%. Então Dilma já era?"
**Por Reinaldo Azevedo**
O prestigio da presidente Dilma Rousseff teve uma queda de 27 pontos percentuais em três semanas, segundo pesquisa Datafolha, publicada na
**Folha**neste sábado, 29. Apenas 30% das pessoas ouvidas consideram o governo "bom" ou "ótimo" - na primeira semana deste mês, eram 57%; em março, 65%. Em três meses, pois, a queda foi de estupendos 35 pontos. Só um governante antes dela repetiu tal façanha: Fernando Collor. E olhem lá. Imediatamente antes da posse, 71% tinham a expectativa de um governo bom ou ótimo. Em junho, depois do confisco da poupança, esse índice caiu para 35% - ainda assim, cinco pontos acima do número alcançado por Dilma. E olhem que ela não confiscou a poupança de ninguém. O que isso diz sobre o futuro? Já chego lá. Antes, algumas considerações. **Estão arrependidos?**
Se arrependimento matasse, alguns petistas e esquerdistas associados (MAS NÃO TODOS, JÁ DIGO POR QUÊ) não veriam nascer a luz do sol neste sábado. Fizeram mau negócio ao tentar estimular o caos em São Paulo já naquele fatídico 13 de junho, o dia do pior confronto entre a Polícia Militar e manifestantes, que já haviam, sim, recorrido à violência em três manifestações anteriores, a primeira ocorrida no dia 6. No dia 11, por exemplo, coquetéis molotov foram jogados contra os policiais. Estações de metrô tinham sido depredadas. No próprio dia 13, sem nem mesmo dar um telefonema ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), o ministro da Justiça, José Eduardo Cadozo, oferecia uma hipócrita "ajuda" a São Paulo. No dia seguinte, ele e outros petistas, como Fernando Haddad - prefeito que havia reajustado a tarifa de ônibus - engrossaram o coro da imprensa contra a "repressão". Os petistas mobilizaram a sua tropa nas redes sociais para demonizar a PM de São Paulo. E se começou a falar, então, de uma megamanifestação na segunda-feira, dia 17. Algo começava a sair do script quando se percebeu que o resto do país também se mobilizava. No dia marcado, 65 mil marcharam em São Paulo. O Rio pôs 100 mil pessoas na rua. Algo estava fora da ordem e do controle - inclusive dos coxinhas radicais do Passe Livre.
Com a garantia dada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo de que a cidade era território livre - desde que não houvesse depredação -, criou-se o ambiente "occupy" o que lhe dá na telha. E esse ambiente tomou o país. Insatisfações represadas ao longo de muitos anos - afinal, os canais de representação social foram comprados pelo PT, e as oposições sempre foram tímidas em mobilizar a resistência ao lulo-petismo - foram às ruas: corrupção, saúde e educação precárias, gastos excessivos com a Copa do Mundo… O governo federal se tornou o alvo principal dos protestos. E é explicável que assim seja. Ao longo de 10 anos, os governos petistas se quiseram os monopolistas do bem e da virtude e se apresentaram como os garantidores da felicidade geral. Afinal, se podiam tanto, por que não fizeram? A redução das tarifas do transporte público acabou se perdendo apenas como uma das reivindicações. E não! Definitivamente, as manifestações não eram pacíficas. "Ah, mas a maioria…" A maioria era pacífica até na Revolução Russa!
Eis aí… Nem nos seus temores mais secretos, a presidente Dilma e os petistas da sua turma poderiam imaginar que um protesto contra tarifa de transporte - assunto municipal ou estatual - fosse a centelha a fazer explodir o paiol em que estavam armazenas as insatisfações as mais variadas. Se pudessem voltar atrás, Haddad, Cardozo, a rede petralha e todos aqueles que atuaram para leva o casos às ruas de São Paulo fariam outra coisa. Mas isso não é possível.
**Economia**
Os protestos tiveram um efeito devastador na avaliação de Dilma, mas eles só se difundiram porque há insatisfações, e a principal é com a economia. Informa a Folha: "A expectativa de que a inflação vai aumentar continua em alta. Foi de 51% para 54%. Para 44% o desemprego vai crescer, ante 36% na pesquisa anterior. E para 38%, o poder de compra do salário vai cair - antes eram 27%."
A insatisfação com Dilma, como os protestos, se espalha pelo país. Sua aprovação caiu mais de 20 pontos em todo o país.
**Então Dilma já era? E o fator Lula**
Então Dilma já era? Ela e o PT já podem ir fazendo as malas? É muito cedo! Terá o Datafolha feito também uma pesquisa eleitoral? Vamos ver. É bom lembrar que, em dezembro de 2005 - ano do mensalão - a aprovação de Lula era de apenas 28%, Inferior, ainda que na margem de erro, aos 30% de Dilma. Onze meses depois, ele se reelegeu presidente da República. Assim, é um pouco cedo para dizer.
O Datafolha fez uma pesquisa, com margem de erro enorme, de 4 pontos percentuais, só entre os manifestantes da passeata realizada no dia 20 em São Paulo. Joaquim Barbosa liderou as intenções de voto para presidente, com 30%. Marina Silva ficou em segundo, com 22%. A presidente Dilma ficou com 10%. O tucano Aécio Neves foi citado por 5%, e Eduardo Campos, do PSB, por 1%.
**Apoio ao plebiscito**
Ainda que eu duvide que a esmagadora maioria saiba do que se trata exatamente - até porque nem o meio político sabe -, o Datafolha apurou que 68% dos entrevistados apoiam o plebiscito da reforma política, ideia lançada pela presidente. A questão é saber como operacionalizar isso. Se existe o endosso, cria-se uma franja de contato com a opinião pública.
A situação de Dilma, hoje, é muito difícil. Franklin Martins voltou a ser um interlocutor frequente. Ele assumiu a área de comunicação do governo Lula em 2007. Teve início, então, um trabalho agressivo de demonização da imprensa e da oposição. Ambas passaram ser tratadas como aliadas (o que era e é falso) e golpista. Montou-se uma grande rede de apoio ao governo na Internet, capitaneado por sites e blogs financiados por estatais. Franklin deixou pronta uma proposta de "controle social da mídia", que Dilma engavetou. Sabe-se lá que conselho ele está dando para a soberana. Coisa boa não deve ser.
**O fator Lula**
Antes dessa pesquisa, o coro "volta, Lula" já não era nada discreto no PT. Vai se fazer mais audível depois desses números. Como já informei aqui, já gente na cúpula do próprio governo dizendo que "Dilma já era!" São, é evidente, lulistas entusiasmados. É claro que ele voltou a ser o que não era em março, quando ela tinha 65% de aprovação: pré-candidato a presidente em 2014.
Se isso acontecesse, seria fácil vencer desta vez? Ora, resta evidente que Dilma é cria de Lula. Todos os eleitores sabem disso. É de se supor que a reputação do Apedeuta, nesses embates, também tenha sido abalada. Em que medida? Ainda não há pobres na rua, embora se deva supor, pelos números, que há muitos descontentes.
**Cuidado com a volatilidade**
Os números têm de ser vistos com cuidado - e não estou desconfiando, como nunca desconfiei, do rigor técnico da pesquisa. O cuidado é de outra natureza: é claro que há nesse levantamento opiniões ainda não consolidadas. Em três semanas, não aconteceu nada de tão formidável que justifique mudança tão radical de humor. "Três semanas, Reinaldo? É coisa dos últimos 10 anos!" Pode ser; o fato é que os brasileiros eram livre para se manifestar e não o fizeram, certo?
Os petistas caíram na própria arapuca. Vamos ver como vão tentar sair dela.
**Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"**
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Postado por Dimas Oliveira às 08:22 0 comentários
### "Plebiscito e reforma enfiados goela abaixo do PT"
Dilma teve de enquadrar o PT para manter a decisão do plebiscito sobre a reforma política. O líder do PT, José Guimarães (CE), e o presidente petista Ruy Falcão avisaram serem contra a proposta, que obriga o Congresso a parar de enrolar e ouvir o grito das ruas. Ela nem quis saber da resistência. Fez ver aos correligionários que o plebiscito não resolve apenas problemas imediatos do País, mas do próprio PT.
**Eleição é o que importa**
A presidenta Dilma quer as regras valendo para 2014. Acha que pode usar as mudanças da reforma política como bandeira da sua reeleição.
**Causa própria**
Dilma enfrenta resistência de líderes da base e da oposição quanto à reforma política, que mudará as regras que os elegeram em 2010.
**Fonte: Cláudio Humberto**
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Postado por Dimas Oliveira às 06:39 0 comentários
### Pedro Roberto completaria 63 anos se estivesse vivo
Se estivesse vivo, o artista plástico Pedro Roberto faria 63 anos neste sábado, 29. Pedro Roberto Boaventura de Oliveira nasceu em 29 de junho de 1950, em Angico, distrito de Mairi, na Bahia. Filho da professora Hilda Pereira Boaventura de Oliveira e do comerciante Carlos Simões de Oliveira, ambos falecidos, sendo o oitavo filho do casal. Aos dois anos de idade veio morar em Feira de Santana e, desde criança mostrou muito interesse por trabalhos manuais, desenhos e um conhecimento especial sobre cinema, na época, o grande divertimento da garotada.
Aos 16 anos, com incentivo de sua mãe, foi trabalhar com o arquiteto Amélio Amorim, então, o mais renomado da cidade, onde aprendeu desenho técnico, tornando-se logo, um dos mais requisitados nessa área. Com a dupla de arquitetos José Monteiro Filho e Juraci Dórea continuou desenhista até o início dos anos 70, quando prestou vestibular em Salvador, cursando Artes Plásticas na Universidade Federal da Bahia (Ufba), até 1976. Em 1973, realizou sua primeira exposição individual, no Clube de Campo Cajueiro, em Feira de Santana, denominada “Realismo Fantástico”, que obteve repercussão imediata, tanto na parte comercial como na mídia especializada, recebendo citação em matéria da conceituada crítica Matilde Matos, do “Jornal da Bahia”. Paralelamente, em Salvador, trabalhou com vários arquitetos, entre eles Itamar Batista, Geraldo Gordilho, Luiz Humberto Carvalho e Neilton Dórea.
Até o final dos anos 80, realizou dezenas de exposições individuais, participou de salões e coletivas, criou cartazes (duas vezes para a Micareta de Feira de Santana) e figurinos para teatro, decoração para eventos, murais, além de cenários para desfiles de moda e peças teatrais.
Aos 30 anos de idade foi morar no Rio de Janeiro e, em 1982, mudou-se para São Paulo, onde abriu o atelier “Garagem 957” juntamente com a designer de jóias Jeanette Pires.
Em 1988, foi convidado pelo estilista Ney Galvão para mostrar seus quadros no programa “Veja o Gordo” e indicado pelo mesmo para ser cenógrafo no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Ele trabalhou dezesseis anos na emissora, até 2004, exercendo os cargos de assistente de Cenografia, cenógrafo, chefe de Cenografia, gerente de Contra-Regra, gerente de Cenografia & Contra-regra, gerente de Cenografia & Figurino e como coordenador de Cenografia & Figurino.
Vitimado por um câncer, ele voltou para Feira de Santana em dezembro de 2004, depois de ter se submetido a uma delicada cirurgia. Nesta cidade, fez tratamento de quimioterapia e radioterapia. Realizou a que seria sua última exposição, “Faces”, de desenhos, na Galeria de Arte Carlo Barbosa. Em setembro de 2005, com o recrudescimento da doença, ele voltou para São Paulo, onde faleceu em 1º de janeiro de 2006. Seu corpo veio para Feira de Santana, onde foi sepultado no dia seguinte, 2 de janeiro, no Cemitério Piedade.
A Fundação Carlo Barbosa lançou em 13 de dezembro de 2012 um álbum sobre o artista, assim como sobre Marcus Moraes, dando continuidade ao projeto "Memórias - Pintores de Feira de Santana", que já contemplou os artistas plásticos Carlo Barbosa (in memoriam), Gil Mário, Cesar Romero, Leonice Barbosa e Juraci Dórea.
Até o final dos anos 80, realizou dezenas de exposições individuais, participou de salões e coletivas, criou cartazes (duas vezes para a Micareta de Feira de Santana) e figurinos para teatro, decoração para eventos, murais, além de cenários para desfiles de moda e peças teatrais.
Aos 30 anos de idade foi morar no Rio de Janeiro e, em 1982, mudou-se para São Paulo, onde abriu o atelier “Garagem 957” juntamente com a designer de jóias Jeanette Pires.
Em 1988, foi convidado pelo estilista Ney Galvão para mostrar seus quadros no programa “Veja o Gordo” e indicado pelo mesmo para ser cenógrafo no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Ele trabalhou dezesseis anos na emissora, até 2004, exercendo os cargos de assistente de Cenografia, cenógrafo, chefe de Cenografia, gerente de Contra-Regra, gerente de Cenografia & Contra-regra, gerente de Cenografia & Figurino e como coordenador de Cenografia & Figurino.
Vitimado por um câncer, ele voltou para Feira de Santana em dezembro de 2004, depois de ter se submetido a uma delicada cirurgia. Nesta cidade, fez tratamento de quimioterapia e radioterapia. Realizou a que seria sua última exposição, “Faces”, de desenhos, na Galeria de Arte Carlo Barbosa. Em setembro de 2005, com o recrudescimento da doença, ele voltou para São Paulo, onde faleceu em 1º de janeiro de 2006. Seu corpo veio para Feira de Santana, onde foi sepultado no dia seguinte, 2 de janeiro, no Cemitério Piedade.
A Fundação Carlo Barbosa lançou em 13 de dezembro de 2012 um álbum sobre o artista, assim como sobre Marcus Moraes, dando continuidade ao projeto "Memórias - Pintores de Feira de Santana", que já contemplou os artistas plásticos Carlo Barbosa (in memoriam), Gil Mário, Cesar Romero, Leonice Barbosa e Juraci Dórea.
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Postado por Dimas Oliveira às 06:17 9 comentários
## sexta-feira, 28 de junho de 2013
### Licitação para projeto do BRT
Em sua página oficial no Facebook, o prefeito José Ronaldo coloca: "Neste sábado, 29, sai publicado na edição do jornal 'Folha do Estado', o edital de Licitação para contratação de empresa que vai elaborar o projeto executivo para implantação do Bus Rapid Transit (BRT) em Feira de Santana."
Ele diz que "o governo trabalha pelo andamento da implantação do BRT" e considera que "com fé em Deus uma vitória para o Município."
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Postado por Dimas Oliveira às 20:50 0 comentários
### Deputado Marco Feliciano desmente imprensa sobre "cura gay"
Este artigo aborda a mentira veiculada na mídia brasileira sobre "cura gay", que teria sido aprovada na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDMH) da Câmara dos Deputados, sob a presidência de Marcos Feliciano.
Ele desmente jornalistas do Brasil usando provas irrefutáveis e pede ao povo que espalhe a verdade sobre o fato.
Assista ao vídeo e perceba o quanto a militância LGBT, através da televisão - veículo de concessão pública - e outros meios de comunicação, tenta manipular a opinião do povo brasileiro despudoradamente.
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Postado por Dimas Oliveira às 19:32 0 comentários
### Rochinho já atuou como zabumbeiro do famoso Trio Sabiá
**Por Evandro Matos**
Muitos nem o conhecem, mas José Miranda de Lima, de 61 anos, conhecido artisticamente como Rochinho (
**Foto, primeiro da esquerda para a direita, em capa de disco do Trio Sabiá**), é mais uma prova de que a cidade de Riachão do Jacuípe é mesmo um celeiro de talentos musicais.
Além do forrozeiro Del Feliz, do maestro Benzinho, do guitarrista Renatinho e tantos outros nomes que começam a despontar no meio artístico local, o também jacuipense Rochinho já teve momentos de glória como zabumbeiro do Trio Sabiá, um trio que ganhou fama, gravou quatro discos e chegou a rivalizar com o famoso Trio Nordestino, mas acabou por um simples descontentamento de um dos seus integrantes durante um show em Vitória da Conquista.
Atualmente residindo na avenida Maria Quitéria, em Feira de Santana, onde ainda atua na mesma arte e mantém um comércio de peixes no Centro de Abastecimento, Rochinho falou à nossa reportagem por telefone e contou como foi a sua passagem pelo Trio Sabiá, além de falar sobre a vida que leva atualmente. "Não estou rico, mas ganhei um dinheiro na música, mas desperdicei. Mas o culpado sou eu mesmo, não foi a música", comentou.
**A história**
Cauteloso e de fala pousada, Rochinho só se soltou quando nos apresentamos e lhe informamos sobre o objetivo da nossa entrevista. "Nós reconhecemos que você é um artista de talento, que pertenceu e um trio famoso e, por isso, precisa ser mostrado aos que não lhe conhecem", ponderamos.
"Muito obrigado, pode ficar à vontade. Tem um bom tempo que não vou a Riachão com frequência, tenho até vergonha de dizer isso, mas é a nossa luta diária...", disse.
Rochinho então começa a contar como foi a criação do trio, em 1985. "Foi o Davi Cruz e Tio Joca que me convidaram para fundar o Trio Sabiá. Tio Joça tocava a sanfona, eu era o zabumbeiro e Davi Cruz batia o triangulo e cantava", revela.
Antes de entrar para o Trio Sabiá, Rochinho já havia feito parte de outro grupo, Os Três Nordestinos. "Foi logo que cheguei em Feira de Santana. O trio era formado por mim (Rochinho), Zé Bezerra e Assis (ambos já mortos)", esclarece.
O jacuipense lembra com orgulho as temporadas juninas do Trio Sabiá, que alcançou sucesso a ponto de rivalizar com o Trio Nordestino. "Nós encontramos muito com eles e Luiz Gonzaga pelas festas. Tocamos muito lá para cima, em Juazeiro, Petrolina, Aracaju, Caruaru, Campina Grande e Feira de Santana", conta.
Segundo Rochinho, em 1990, após um show em Vitória da Conquista, o Trio acabou. "O Davi acabou o trio por um problema no palco. Foi durante um show que nós fomos fazer para uma FM de Vitória da Conquista, ele se chateou porque o som estava ruim, reclamou ao técnico do som e foi para o camarim. Nós ainda tentamos, mas ele não mudou de opinião. Quando voltamos para Feira, ele disse que estava saindo do trio", disse, ainda desapontado.
**Mágoa**
Quando narra o episódio, Rochinho não consegue disfarçar a mágoa e o desapontamento pelo fim do Trio Sabiá. E não poupa Davi Cruz pelo episódio, a quem considera "uma pessoa difícil para se conviver, diferente do Tio Joca, que era uma pessoa santa".
Com o fim do Trio Sabiá, cada integrante seguiu o seu destino. "Tio Joca foi embora para São Paulo, mas eu preferi ficar aqui, apesar dele ter me convidado para seguir junto. Davi era daqui de Feira de Santana", pontua, lembrando ainda que o Tio Joca era irmão de Pedro Sertanejo (pai de Osvaldinho do Acordeon), um sanfoneiro consagrado, que praticamente introduziu a sanfona em São Paulo.
Era o ano de 1990 e Rochinho, então, decidiu fundar o Trio Sertanejo junto com Davi Cruz e Ceará. O trio ainda chegou a gravar três discos, mas também já acabou.
Depois dessas experiências, Rochinho disse que não tem mais interesse de integrar outro grupo. "Quero cuidar da minha vida até o dia que Deus quiser. Me chateei com esse negócio de grupo. Hoje não se acha mais gente boa para trabalhar. Grupo, não quero mais", reiterou.
Apesar disso, Rochinho continua tocando e disse que não pára de achar convite. "Toco assim, individual, toco direto. Mas cuido também do meu comércio de peixe", revelou.
**Origem**
"Sou de Riachão, nasci na sede mesmo, filho de Manoel Cetinha. Meus irmãos (Pino, Del e Roque), todos são da música também", detalha Rochinho, já revelando as suas origens.
"Eu comecei a tocar com Pedro de Dário e Zé Aristides. Quem me colocou no forró foi Pedro de Dário. Comecei há uns 40 anos, no inicio dos anos 70. Mas não tinha um grupo definido", revela. "Sempre tive amor pela música", acrescenta.
Indagado sobre qual artista mais gostava ou se inspirou na carreira, o zabumbeiro revela: "Lindú, Cobrinha e Coroné era um show no palco. Não sei se é porque era fã deles...". E hoje? "Flávio José e Adelmário Coelho, pela voz deles e o trabalho", respondeu.
**Evandro Matos edita o site "Interior da Bahia"**
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Postado por Dimas Oliveira às 18:39 0 comentários
### Reunião sobre Proferr - Ferrovias
O prefeito José Ronaldo colocou em sua página oficial no Facebook:
**Proferr - Ferrovias**
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está convidando para participação na reunião pública promovida com vistas ao recebimento de contribuições acerca dos estudos preliminares que buscarão disciplinar a concessão, à iniciativa privada, do trecho ferroviário compreendido entre Feira de Santana e Ipojuca-PE, projeto integrante do Programa de Investimentos em Logística (PIL) do Governo Federal - Proferr Ferrovias.
A reunião em Feira de Santana será realizada nesta segunda-feira, 1º de julho, entre 14 e 18 horas, no Salão Jacarandá 1 e 2 do Ibis Hotel.
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Postado por Dimas Oliveira às 18:26 0 comentários
### Entrevista gravada na Jovem Pan
Na manhã desta sexta-feira, 28, entre 7 e 8 horas, no programa "Jornal da Manhã", na Rádio Jovem Pan, entrevista gravada por Renato Ribeiro, que está na Europa, com o jornalista Dimas Oliveira, sobre cinema. Instituição de 7 de agosto como do Dia Nacional do Documentário Brasileiro, homenagem à data de nascimento - em 1936 - do cineasta Olney São Paulo, demolição da fachada do Cine Theatro Íris e cenário do cinema brasileiro são questões abordadas.
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Postado por Dimas Oliveira às 06:14 0 comentários
### "Lula destrata fotógrafos que o divulgam"
O ex-presidente Lula aparece em um vídeo de 15 segundos, ainda pouco divulgado no Youtube, destratando fotojornalistas. Os profissionais pediram permissão para fotografá-lo durante um evento e, por isso, o político se irritou: "Esses caras andam atrás de mim o dia inteiro - batem foto o dia inteiro - e ainda querem uma foto aqui? Porra!". Depois da insistência dos assessores, Lula permite a entrada dos fotógrafos, mas ordena que fiquem no local por apenas dois minutos. "Manda vim, vai. Mas também é pra tirar a foto e ir embora. Dois minutos", diz no vídeo. O PT é conhecido por sua aversão à imprensa, tanto que defende sua censura por meio do "Marco Regulatório das Comunicações", uma espécie de nome bonito para "Controle da Mídia".
**Assista:**
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Postado por Dimas Oliveira às 06:09 0 comentários
### "Uma camiseta das Farc na guerra de rua em Fortaleza!"
**Por Reinaldo Azevedo** ****
Mandam-me esta foto. Vejam ali a camiseta do fortão que, com o rosto coberto, usa um estilingue para atingir policiais no Ceará.
O símbolo que traz no peito é o das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Sim, há pessoas no Brasil - e não me estranha que ele esteja no protesto - que envergam camisas de narcoterroristas.
Moleques hoje, que eu saiba, não brincam mais de estilingue, coisas do meu tempo, do meu interior. Sei que não era muito bonito, mas o fato é que a gente matava passarinho. Hoje, quando eles começam a cantar antes das 5 da matina, penso em estilingues, confesso… Deus me livre! Hoje em dia, iria todo mundo para a Fundação Casa, acho. E teriam menos pena da gente do que dessas "vítimas da sociedade" que põem fogo em gente… É que passarinho não aquece o planeta. Um estilingue pode provocar um ferimento muito grave com pedra ou bola de gude - que, pra mim, continua a ser "fubeca". Sim, a depender do caso, pode ser uma arma letal.
Nada de errado, não é?, em usar a camiseta das Farc por aqui! Afinal, o governo petista não considera terroristas aqueles valentes. Lembro-me até de que Lula chegou a dar uns conselhos aos companheiros: deveriam fazer como o PT e disputar eleições. Como esquecer que Dilma Rousseff, quando chefe da Casa Civil, requisitou para trabalhar em Brasília, no Ministério da Pesca, a mulher do terrorista conhecido como Padre Medina, que está refugiado em Banânia? Numa democracia convencional, dar-se-ia um jeito de achar esse rapaz para que ele se explicasse… Mas quê! Se Dilma não teve de se explicar,
**por que ele teria?** **Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"**
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Postado por Dimas Oliveira às 06:05 0 comentários
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2019-01-20T10:48:25Z
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**"Pais omissos é o caralho!"**
Disseram que não sabemos dar limite aos nossos filhos.
E eles invadiram o Congresso, desmascararam a Fifa e mandaram a Globo tomar no cu.
Disseram que os mimamos demais e damos tudo que eles pedem.
E eles espernearam até conseguir abaixar a tarifa do ônibus, derrubar projetos de lei duvidosos e movimentar a reforma política.
Disseram que não ensinamos o respeito à autoridade.
E eles não abaixaram a cabeça nem com bala de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.
Disseram que somos ausentes.
E eles compareceram.
Nos chamaram de desatentos.
E eles atraíram a atenção do mundo inteiro.
Falaram que era absurdo famílias desestruturadas, pais veados e mães sapatas criarem uma criança.
E eles gritaram que absurda é intolerância e a homofobia.
Nos acusaram de sermos frouxos por educarmos sem bater.
E eles gritaram pela não violência.
Previram que essa geração não teria futuro.
E eles devolveram que um futuro como o nosso, eles não fazem questão alguma de ter.
Da próxima vez que alguém nos apontar o dedo e ditar regras sobre como criar nossos filhos, apontemos outro. O do meio.
E sigamos de cabeça erguida.
*Foto tirada daqui: http://heroisbadernistas.tumblr.com*
## 4 comentários:
...traigo
ecos
de
la
tarde
callada
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
COMPARTIENDO ILUSION
TAIS VINHA
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE EXCALIBUR, DJANGO, MASTER AND COMMANDER, LEYENDAS DE PASIÓN, BAILANDO CON LOBOS, THE ARTIST, TITANIC…
José
Ramón...
Da próxima vez que receber pitaco na criação das minhas filhas, vou lembrar do seu post...
Adorei conhecer seu blog, parabéns!
Hehehehehe, adorei.
Nossa, adorei!! Acabei de descobrir seu blog por causa dos seus textos sobre as crianças adiantadas, pois estou passando pelo mesmo problema e já virei fã!
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2019-01-21T13:39:39Z
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http://omeioambienteemfoco.blogspot.com/2011/12/mpf-comunica-ameacas-de-morte-em-belo.html
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O Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA) recebeu ontem (12) denúncia de ameaças de morte contra o jornalista Ruy Sposati, que trabalha para o movimento Xingu Vivo para Sempre e estava acompanhando demissões de trabalhadores em um escritório do Consórcio Construtor de Belo Monte na rodovia Transamazônica.
As ameaças ocorreram assim que o jornalista chegou no local, ontem pela manhã, após ser avisado por trabalhadores que homens da Polícia Militar (PM) estavam escoltando trabalhadores do canteiro de obras da usina de Belo Monte para serem demitidos no escritório do consórcio. Segundo Sposati, um homem em uma camionete prata o abordou com agressividade, usando termos como “vagabundo” e “baderneiro”.“Eu vou te matar é agora mesmo”, disse ao repórter.
Depois que ele se identificou como jornalista, ainda de acordo com o depoimento prestado ao MPF/PA, o homem tentou arrancar a câmera fotográfica das mãos de Sposati. A confusão só terminou com a interferência dos próprios trabalhadores que aguardavam pagamento das rescisões contratuais. Os homens da PM que, fardados, faziam um cordão de isolamento em torno do prédio do consórcio, não intervieram.
O jornalista não conseguiu registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil ontem, mas fez a denúncia à Procuradoria da República em Altamira, que encaminhou o caso para o Procurador-Geral de Justiça (do Ministério Público Estadual) e para o Corregedor da Polícia Militar no Pará.
No depoimento, o jornalista assinalou que a camionete prateada de onde saiu o homem que fez as ameaças, foi identificada posteriormente como de propriedade da PM. A investigação sobre as ameaças deve ficar a cargo do MP Estadual porque é da competência da Justiça Estadual e da Justiça Militar. E a corregedoria da PM foi comunicada para que apure se pertence à corporação o autor das ameaças e porque estava usando o carro oficial nessas circunstâncias. As informações são do MPF. (DOL)
As ameaças ocorreram assim que o jornalista chegou no local, ontem pela manhã, após ser avisado por trabalhadores que homens da Polícia Militar (PM) estavam escoltando trabalhadores do canteiro de obras da usina de Belo Monte para serem demitidos no escritório do consórcio. Segundo Sposati, um homem em uma camionete prata o abordou com agressividade, usando termos como “vagabundo” e “baderneiro”.“Eu vou te matar é agora mesmo”, disse ao repórter.
Depois que ele se identificou como jornalista, ainda de acordo com o depoimento prestado ao MPF/PA, o homem tentou arrancar a câmera fotográfica das mãos de Sposati. A confusão só terminou com a interferência dos próprios trabalhadores que aguardavam pagamento das rescisões contratuais. Os homens da PM que, fardados, faziam um cordão de isolamento em torno do prédio do consórcio, não intervieram.
O jornalista não conseguiu registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil ontem, mas fez a denúncia à Procuradoria da República em Altamira, que encaminhou o caso para o Procurador-Geral de Justiça (do Ministério Público Estadual) e para o Corregedor da Polícia Militar no Pará.
No depoimento, o jornalista assinalou que a camionete prateada de onde saiu o homem que fez as ameaças, foi identificada posteriormente como de propriedade da PM. A investigação sobre as ameaças deve ficar a cargo do MP Estadual porque é da competência da Justiça Estadual e da Justiça Militar. E a corregedoria da PM foi comunicada para que apure se pertence à corporação o autor das ameaças e porque estava usando o carro oficial nessas circunstâncias. As informações são do MPF. (DOL)
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2019-01-19T21:50:11Z
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3
Olá!
Oi Meninas passei para desejar uma boa páscoa e um bom fds e vou visita las agora, novidades eu tenho mais falta tempo para postar buaaa mais nunca me esqueço de vcs um bjinho meu e do Mose .
Postado por
Amor desde infância
às
13:49
3 comentários
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(c) Marli Soares Borges, 2013
*** Tudo está conectado. Nossas atitudes, não importa onde vivemos, repercutem em todo o universo. *** Pelos caminhos que ando, um dia vai ser. Só não sei quando. (Leminski). *** Verba volant, scripta manent.***
## 27 junho, 2013
### HORA DE DEFENDER OS INDEFESOS
Temos de ir às ruas e falar também pelos animais, que além de serem escravizados, são desrespeitados em seus direitos mais básicos. Nós que assistimos à cena, não podemos fazer nada para amenizar-lhes o sofrimento porque nesses casos, a contenção tem de ser imediata. E a burocracia nos impede. Todo o santo dia somos obrigados a tolerar crimes praticados com requintes de crueldade, contra esses seres indefesos. E os crimes são cometidos às escâncaras. Impunemente. E os criminosos? Vão bem, obrigada, estão orgulhosos de seus crimes, porque sabem que, embora à revelia da lei, sempre podem contar com o beneplácito do Estado que não os incrimina no momento oportuno. Amanhã esses criminosos impunes, cansarão dos animais e se voltarão contra as pessoas. Seviciarão os mendigos, trucidarão as crianças e se aproveitarão dos idosos... Porque os mendigos, as crianças e os idosos, juntamente com os animais, compõem a seleta lista de seres indefesos, contra os quais, -- na mente dos criminosos impunes --, as atrocidades estão liberadas! Acho que é chegada a hora de manifestar nossa indignação contra essas irresponsabilidades. Um ser indefeso é um ser indefeso. Um criminoso é um criminoso. E ponto. O Direito não compactua com a criminalidade, mas ao que parece, o mesmo não se pode dizer dos responsáveis pela aplicação da lei.
Postado por Anônimo às 11:04
## 21 junho, 2013
### ORDEM __EM__ PROGRESSO...
Embora a grande mídia brasileira faça de conta que nada acontece e insista em noticiar somente as ações nefastas dos vândalos, -- aqueles
*paus-mandados,*que tudo fazem para desmerecer o protesto --, sabemos que o povo brasileiro está nas ruas escrevendo sua história. Uma história que espero, seja de conquista e de sucesso. História que começou com foco no transporte público e evoluiu, trazendo à lume outras carências que temos suportado por décadas. A meu ver, já somos vencedores pois obtivemos uma conquista sem precedentes na história, uma conquista de cidadania. Até hoje nunca havia acontecido que indivíduos se mobilizassem para um propósito, fazendo tratativas apenas nas redes sociais. Pois não é que aconteceu? As pessoas combinaram e saíram à rua para se manifestar e, embora sem espaços para atuarem, foram impondo sua participação, empurrando a realidade para frente, e interferindo diretamente nela. Isso é inédito e me parece que com essa atitude inauguramos uma nova era, um comportamento social cujo despontar acena para uma cidadania que não está mais na dependência de governos, partidos ou sindicatos para exercer seu direito legitimo de manifestar sua indignação nas ruas! Num olhar de superfície parece que esses movimentos não têm lideranças, mas é evidente que têm! São lideranças difusas, múltiplas, que não andam à cata de holofotes. -- Um novo modelo de democracia talvez? -- E os políticos estão atônitos no meio disso tudo. Jamais esperavam que sua autoridade fosse desafiada pelo povo, num movimento espontâneo, sem precedentes na história. Juntos protestamos e colocamos os políticos na berlinda, chega de roubalheira. O povo cabisbaixo, carregador de piano e pagador das contas da corrupção está definitivamente enterrado. Será mesmo que está? Ops, fugi do assunto. Voltando. Já obtivemos sucesso naquilo que foi nosso foco inicial. Eles recuaram nos preços das passagens. Mas a luta continua e, é claro que podemos aumentar nossa *pontuação*. Anote aí. O sucesso de qualquer demanda, e aqui não é diferente, supõe e inclui a clareza de ideias, -- de preferência muito bem expostas --, numa pauta de reivindicações. Assim facilita o diálogo e objetiva o resultado. Por último um detalhe não menos importante: como anda nosso comportamento individual? Acho que precisa ser revisto, e, por um simples motivo: como partes do todo que somos, nossa conexão é real. Então, não tem sentido sairmos às ruas exigindo mudanças, se não mudarmos também nossa conduta pessoal, abandonando de vez, as pequenas corrupções que protagonizamos na vida diária. Para quem ainda não se deu conta, preste atenção: a corrupção além de intrínseca é endêmica. O que me leva a crer que, se quisermos que o país mude, precisamos antes mudar nossas próprias atitudes. E nisso sou irredutível e obsessiva: se não mudarmos, como o país mudará?
© Marli Soares Borges, 2013
Postado por Anônimo às 23:43
Etiquetas: manifestações
## 18 junho, 2013
### PACIÊNCIA, PRA QUE TE QUERO AGORA?
"Se o mundo pensou que somos um povo sem educação por causa das vaias à Dilma, acertou! Sem educação, sem saúde e, finalmente, sem paciência!" *infiltrados*, agem na base da baderna, da violência, do terror e da provocação, no afã de legitimar a truculência da polícia e desmerecer as manifestações pacíficas e legítimas do povo, que protesta apenas pelos direitos que lhe pertencem.
© Marli Soares Borges, 2013
Postado por Anônimo às 17:31
Etiquetas: manifestações
## 06 junho, 2013
### ZOOFILIA E O PROGRAMA DO JÔ SOARES
Gente,
Minha indignação é tanta que resolvi trazer para cá "intacta" a postagem que fiz na madrugada de hoje, no Facebook, a respeito do Sr. Jô Soares. Meu Deus, será que ele está com algum tipo de demência senil? E se está, porque ainda continua mantendo um programa no ar?
Bom, é melhor você ler, porque o texto do jornalista Gilberto Pinheiro é auto-explicativo e você vai se inteirar do que aconteceu.
Ao post!
Minha indignação é tanta que resolvi trazer para cá "intacta" a postagem que fiz na madrugada de hoje, no Facebook, a respeito do Sr. Jô Soares. Meu Deus, será que ele está com algum tipo de demência senil? E se está, porque ainda continua mantendo um programa no ar?
Bom, é melhor você ler, porque o texto do jornalista Gilberto Pinheiro é auto-explicativo e você vai se inteirar do que aconteceu.
Ao post!
"... eu já estava indo dormir quando dei de cara com uma foto do Jô, numa lastimável entrevista que aconteceu no dia 23/maio. Fiquei estarrecida. Olha, assino embaixo de tudo o que o jornalista Gilberto Pinheiro publicou. Trouxe aqui pra você ler. Mais do que nunca precisamos de envolvimento. Não dá pra levar numa boa. Até porque é numa ruim... muito ruim mesmo.
----------------------
ZOOFILIA E O PROGRAMA DO JÔ SOARES
Autor: Gilberto Pinheiro
É preciso entender que os tempos são outros e que muitos valores estão mudando. A defesa dos animais veio para ficar. É irreversível, pois somos a alma, o coração, a voz dos animais. Quem os maltrata, maltrata a mim e aos defensores.
Digo isso, pela decepção em relação a algumas pessoas populares e emblemáticas e ficar ciente do deboche em relação aos animais, como aconteceu quinta-feira passada, durante o programa do Jô Soares, quando o ator André Gonçalves falou sobre sua iniciação sexual, exatamente com galinhas, vacas, etc - o incauto ator não deve saber que prática de zoofilia ou apologia da mesma é crime.
O apresentador, assim como o público riam muito. E o público é universitário. O Brasil está mal de estudantes. Aliás, falar de estudantes universitários até envergonha - o Brasil possui 74% de analfabetos funcionais (leem mas não entendem) e, nesse contingente, pasmem, 38% estão nas .....universidades. Qual o futuro dessa nação medíocre com universitários que não sabem pensar e escrevem erradamente???
ZOOFILIA (crime previsto na Lei Federal 9605/98, artigo 32)
O deslumbrado e abobalhado ator, com a anuência do senhor Jô que não o advertiu, riram muito, debocharam dos animais, simularam sexo com eles. Como é possível isso na tv, um incentivo grotesco ao crime contra os infelizes animais? E o salário desses irresponsáveis e astronômico.
ISSO NÃO PASSARÁ INCÓLUME
Todavia, os defensores dos animais não deixarão passar esse ato de irresponsabilidade em branco.
Eu mesmo já entrei em contato com a equipe do Jô repudiando sua atitude maniqueísta e esdrúxula de achar graça de um ator que ridicularizou os animais, como se isso fosse algo superior a aceitável. Eu assisti à entrevista e fiquei pasmado, horrorizado com essa infâmia e decadência moral. O ataque é sempre contra os mais fracos. E todos riram muito. Deus, ó Deus, onde estás que não respondes??????
Zoofilia é crime, previsto na lei 9605/98, artigo 32. Embora o fato tenha acontecido na infância desse infeliz ator, a apologia é criminosa. Fazer propaganda como algo aceito, é ilícito, como nesse caso.
Jô Soares terá que se explicar, pedir desculpas publicamente. Inclusive, citarei o fato em meu programa de rádio.
Acabou o silêncio; terminou a impunidade e agora, quem falar sobre os animais, terá que medir as palavras, pois liberdade de comunicação é uma coisa; fazer apologia criminosa de zoofilia, gera processo criminal e será cobrado.Bom, por enquanto era isso.
OS ANIMAIS PRECISAM SER RESPEITADOS - O HOLOCAUSTO DELES TEM QUE TER FIM
Embora vivamos num país medíocre, onde as leis são sufocadas pelo jeitinho brasileiro, mesmo assim, não iremos nos calar. Agora, terão que aturar para sempre os defensores dos animais. A minha vida não passará em branco, isso eu posso assegurar. NÃO tenho medo de nada - se eu viver mais 10 anos, sinceramente, ficarei grato a Deus. Não preciso mais do que isso. Estou cansado desse mundo mau, de gente falsa, hipócrita; estou saturado de ver e ouvir notícias de maldade contra os mais fracos, no caso, crianças, idosos e animais.
A prática de zoofilia é tão abominável quanto a pedofilia. São pessoas abjetas, desprezíveis, inferiores, seus pensamentos são miasmáticos, exalam mau-cheiro assim como suas atitudes inferiores fazem mal à sociedade educada, que defende a vida em sua complexidade."
Postado por Anônimo às 09:09
Etiquetas: animais
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2019-01-22T07:09:11Z
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Oi, gente!
Nesse post eu quis fazer algo bem diferente do que costumo fazer, que é expor minhas ideias e opiniões diante dos fatos.
Dessa vez passarei a bola para vocês; quero ler o que acham...
Bem, postei um vídeo que eu achei muiiiiiito interessante, uma entrevista do grande Freddie Mercury concedida à jornalista Glória Maria.
Não sei se já assistiram, mas não tem como ficar impassível diante da imagem.
A única coisa que eu direi é que fiquei na dúvida de qual marcador colocar, se o tema seria "Vídeo" ou "Humor"...
Ai, que saudade do Freddie...
Se estivesse vivo, teria feito aniversário no dia 5 de setembro, há poucos dias.
Beijos, onde quer que esteja, meu gateiro preferido!
E aí? O que vocês acharam?
## 14 comentários:
SAUDAÇÕES!
Amiga,
Que Vídeo Fantástico!
Ao que parace a nossa entrevistadora ainda não tinha segurança o que tornou a entrevista mais autêntica!
Uma preciosidade!
Parabéns pelo Post!
Abraços!
LISON.
É Freddie deixou saudades, muito bom cantor.
Abraços forte
Oi, Mary, só quero dizer que a glória Maria mudou muito no seu visual e o video foi muito engraçado, apesar de ser uma matéria séria.
João batista da cunha (JBCPOETA)dihitt
Oi, Lison!
É, autêntica e um tanto -ahn- amadora, não? rsrsrs
Obrigada pelo comentário, amigo!
Um abraço,
Mary :-)
Príncipe,
Na minha opinião, um dos maiores!
Ele deixou muitas saudades p/ todos nós...
Abração da Mary p/ vc! :-)
Oi,João!
rsrsrs Quanta mudança, não é mesmo?
Início de carreira é fogo!
Quem já não passou por isso algumas vezes na vida?
Abração, querido!
Mary :-)
Todo tem um começo .... e pelo que parece também tem um fim. Cade a Glória?
foi mesmo os carinhas do fantastico que inventaram o titulo "METALEIROS"
ADORO!!!!
E ó vídeo é ótimo, não conhecia! Adorei!
Bjs!
Só por ser fã do Freddie já virei fã do Blog.
Abraços
Oi, Joselito!
Se formos parar p/ pensar no q vc disse, é mesmo...
O começo da Glória Maria parece ter sido aquele q vimos no vídeo, mas o fim(se é q podemos chamar assim), foi o sumiço repentino dela do "Fantástico", q ninguém entendeu nada!...
Tomara q ela volte!
Gosto dela como jornalista.
Abraços,
Mary.
FRiend X,
Não foi bem a galera do "Fantástico", mas, sim, Glória Maria, q era a apresentadora do 1.o Rock in Rio, q usou o termo "metaleiros" e o Nelson Motta assinou embaixo...
Ela não fez por mal, só q os "headbangers" ( como gostam verdadeiramente de ser chamados os q curtem heavy metal), acharam q a Globo em si queria depreciar os fãs, sugerindo assim, q fossem porcos, baderneiros e fizessem som estridente e ruim.
Uma vez fui chamar um amigo meu de meu querido metaleiro, e ele só faltou ter um troço! rsrsrs
Aliás, foi ele quem me explicou a história toda...
Bjs,
Mary :-)
Oi, Larissa!
Freddie é tudo de bom!
Tenho muitas saudades dele...
Ele era, p/ mim, um diferencial nesse cenário artístico tão pobre de boas inovações, né?
Ah, também adorei esse vídeo!
Fiquei encantada não só pelo humor, mas por conter dois fatos interessantes: o começo da Glória e o
Freddie ainda vivíssimo!
Bjs,
Mary. :-)
Oi, Eduardo!
Pelo o q eu reparei, muita gente era muito fã do Freddie Mercury!
Fico imaginando ele vivo hoje.
Acho q ele já teria "catado" Susan Boyle p/ cantar algo c/ ele, não?
Ele adorava inovações; marasmo musical não era c/ aquele bigodudo maravilhoso! rsrsrs
Não vê q não sossegou enquanto não conseguiu convencer Montserrat Caballé a cantar "How can I go on"?
Infelizmente os grandes se vão, e nos restam esses "lixos musicais" q nem me atrevo a citar nomes.
São tantos!...
Um abraço e obrigada por gostar do blog!
Mary :-)
eh,então tá...
Interessante Mary. O Freddie era um grande astro.
Para quem interessar a Glória Maria adoptou duas (achou eu! ) crianças e vive sossegadamente aqui em Salvador.
abraços Mary.
PS. tem uma tarefa para você lá no meu blog :)
Oi, Pedro!
Freddie era unanimidade, pelo menos é o q parece!
O cara era bom demais mesmo!
Sim, já sabia sobre a Glória Maria adotando duas meninas.
Profissionalmente é q ela anda sumida, não é mesmo?
Gesto muito bonito esse dela em adotar crianças carentes...
Já botei em dia a tarefa! rsrsrs
Vide o post da semana!
Abração da Mary p/ vc! :-)
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2019-01-21T13:19:38Z
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http://marymiranda-fatosdefato.blogspot.com/2009/09/freddie-mercury-e-gloria-maria.html?showComment=1253048418433
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Oi, gente!
Nesse post eu quis fazer algo bem diferente do que costumo fazer, que é expor minhas ideias e opiniões diante dos fatos.
Dessa vez passarei a bola para vocês; quero ler o que acham...
Bem, postei um vídeo que eu achei muiiiiiito interessante, uma entrevista do grande Freddie Mercury concedida à jornalista Glória Maria.
Não sei se já assistiram, mas não tem como ficar impassível diante da imagem.
A única coisa que eu direi é que fiquei na dúvida de qual marcador colocar, se o tema seria "Vídeo" ou "Humor"...
Ai, que saudade do Freddie...
Se estivesse vivo, teria feito aniversário no dia 5 de setembro, há poucos dias.
Beijos, onde quer que esteja, meu gateiro preferido!
E aí? O que vocês acharam?
## 14 comentários:
SAUDAÇÕES!
Amiga,
Que Vídeo Fantástico!
Ao que parace a nossa entrevistadora ainda não tinha segurança o que tornou a entrevista mais autêntica!
Uma preciosidade!
Parabéns pelo Post!
Abraços!
LISON.
É Freddie deixou saudades, muito bom cantor.
Abraços forte
Oi, Mary, só quero dizer que a glória Maria mudou muito no seu visual e o video foi muito engraçado, apesar de ser uma matéria séria.
João batista da cunha (JBCPOETA)dihitt
Oi, Lison!
É, autêntica e um tanto -ahn- amadora, não? rsrsrs
Obrigada pelo comentário, amigo!
Um abraço,
Mary :-)
Príncipe,
Na minha opinião, um dos maiores!
Ele deixou muitas saudades p/ todos nós...
Abração da Mary p/ vc! :-)
Oi,João!
rsrsrs Quanta mudança, não é mesmo?
Início de carreira é fogo!
Quem já não passou por isso algumas vezes na vida?
Abração, querido!
Mary :-)
Todo tem um começo .... e pelo que parece também tem um fim. Cade a Glória?
foi mesmo os carinhas do fantastico que inventaram o titulo "METALEIROS"
ADORO!!!!
E ó vídeo é ótimo, não conhecia! Adorei!
Bjs!
Só por ser fã do Freddie já virei fã do Blog.
Abraços
Oi, Joselito!
Se formos parar p/ pensar no q vc disse, é mesmo...
O começo da Glória Maria parece ter sido aquele q vimos no vídeo, mas o fim(se é q podemos chamar assim), foi o sumiço repentino dela do "Fantástico", q ninguém entendeu nada!...
Tomara q ela volte!
Gosto dela como jornalista.
Abraços,
Mary.
FRiend X,
Não foi bem a galera do "Fantástico", mas, sim, Glória Maria, q era a apresentadora do 1.o Rock in Rio, q usou o termo "metaleiros" e o Nelson Motta assinou embaixo...
Ela não fez por mal, só q os "headbangers" ( como gostam verdadeiramente de ser chamados os q curtem heavy metal), acharam q a Globo em si queria depreciar os fãs, sugerindo assim, q fossem porcos, baderneiros e fizessem som estridente e ruim.
Uma vez fui chamar um amigo meu de meu querido metaleiro, e ele só faltou ter um troço! rsrsrs
Aliás, foi ele quem me explicou a história toda...
Bjs,
Mary :-)
Oi, Larissa!
Freddie é tudo de bom!
Tenho muitas saudades dele...
Ele era, p/ mim, um diferencial nesse cenário artístico tão pobre de boas inovações, né?
Ah, também adorei esse vídeo!
Fiquei encantada não só pelo humor, mas por conter dois fatos interessantes: o começo da Glória e o
Freddie ainda vivíssimo!
Bjs,
Mary. :-)
Oi, Eduardo!
Pelo o q eu reparei, muita gente era muito fã do Freddie Mercury!
Fico imaginando ele vivo hoje.
Acho q ele já teria "catado" Susan Boyle p/ cantar algo c/ ele, não?
Ele adorava inovações; marasmo musical não era c/ aquele bigodudo maravilhoso! rsrsrs
Não vê q não sossegou enquanto não conseguiu convencer Montserrat Caballé a cantar "How can I go on"?
Infelizmente os grandes se vão, e nos restam esses "lixos musicais" q nem me atrevo a citar nomes.
São tantos!...
Um abraço e obrigada por gostar do blog!
Mary :-)
eh,então tá...
Interessante Mary. O Freddie era um grande astro.
Para quem interessar a Glória Maria adoptou duas (achou eu! ) crianças e vive sossegadamente aqui em Salvador.
abraços Mary.
PS. tem uma tarefa para você lá no meu blog :)
Oi, Pedro!
Freddie era unanimidade, pelo menos é o q parece!
O cara era bom demais mesmo!
Sim, já sabia sobre a Glória Maria adotando duas meninas.
Profissionalmente é q ela anda sumida, não é mesmo?
Gesto muito bonito esse dela em adotar crianças carentes...
Já botei em dia a tarefa! rsrsrs
Vide o post da semana!
Abração da Mary p/ vc! :-)
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2019-01-21T13:35:49Z
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http://mcastrorn.blogspot.com/2017/05/com-baderna-generalizada-em-brasilia.html
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O presidente da República, Michel Temer, decretou uma ação de garantia de lei e da ordem em Brasília, declarou o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Tropas federais já se encontram no Palácio do Planalto e no Palácio Itamaraty, disse o ministro. “O senhor presidente da República decretou, por solicitação do presidente da Câmara, uma ação de garantia da lei e da ordem.”
A declaração foi dada no Palácio do Planalto, sede da Presidência, logo após todos os prédios da Esplanada dos Ministérios serem evacuados após as pastas da Agricultura e da Fazenda sofrerem incêndios.
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2019-01-17T09:28:49Z
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http://memoriasdeumlobodemadeira.blogspot.com/2010_03_08_archive.html
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Como lhes foi anunciado na postagem anterior, estou entrando numa trajetória (observem que na mesmíssima postagem anterior, uma das tags foi "Trajetórias", usada anteriormente somente no Space Invaders) importante da minha vida: a busca de uma vida decente, aonde, na verdade, não se trata de uma trajetória propriamente dita, mas de um conjunto de mudanças em minhas próprias atitudes que fará com que a minha vida se torne algo decente. Claro que, como todo bom badernista, está sendo complicado e delicado seguir em tal trajetória, mas estou caminhando em passos calmos, sabendo que isso vai ser bom para minha formação como pessoa, pois não há segunda opção, ela até existe, mas prefiro não pensar nos horrores.
Enfim, deixando as filosofias juvenis de lado, falemos de algo que realmente é relevante (minha vida em si não é uma relevância para vocês, leitores), embora os temas que serão ditos não sejam tão quantitativos assim.
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Não há necessidade atualmente de subdividir entre "
Sobre "
Sobre os
Sobre os
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Sobre minhas nerdisses internetescas, não há muito o que falar, só que estou mais envolvido na DS Party, embora o meu post ainda não tenha sido avaliado, e não estou com muita vontade de ficar correndo atrás disso, creio que não há mais nada internetesco para falar, pois como já foi dito, meu tempo está reduzido.
Pelo o que andei observando, saíram versões novas do (SNES)
Em suma, por enquanto é somente isso que tenho para falar, me desculpem, mas a culpa não é minha se os assuntos são poucos, culpem minha nova vida e a minha trajetória. Não sei se vocês perceberam, mas de agora em diante, pretendo sempre fazer minhas postagens em
Até mais,
Enfim, deixando as filosofias juvenis de lado, falemos de algo que realmente é relevante (minha vida em si não é uma relevância para vocês, leitores), embora os temas que serão ditos não sejam tão quantitativos assim.
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Não há necessidade atualmente de subdividir entre "
**My ROMHackos**" e " **ROMHackos of others**", devido à precariedade do número das minhas ações ROMHackeenses, consigo resumir tudo em poucas linhas. **Battleship**está parado, spyblack voltou à ativa recentemente, e receio que vai demorar mais um pouquinho para sair, mas se estivesse somente comigo, iria demorar muito mais. Estou averiguando se dá para sair um BETA do **Picross DS**, talvez saia logo, depende muito da minha espontâniedade e disponibilidade, mas vale ressaltar que vai estar pouco traduzido (até porque, é BETA). Em resumo, é só isso que fiz nesse tempo, sendo as novidades do Battleship foram de agora pouco.
Sobre "
**ROMHacko of others**", tem mais coisas do que foi dito no paragráfo anterior, naturalmente, visando que sou um só.
Sobre os
**ROMHackos da nossa pátria amada**, saíram apenas alguns "upgrades" de traduções já lançadas anteriormente, uma delas se trata do "Spelunker" de **Nintendo Entertainment System**lançada pelo **Jorge Manoel**, colega no qual conversei pouco, e a outra se trata do grande e clássico "Super Mario World" do melhor sistema já existente na história, o **Super Nintendo Entertainment System**, lançada pelo **Killer Skull**, tradução na qual tive a honra de participar, sendo ela atualmente a única tradução do jogo com os gráficos " *MARIO START*, *LUIGI START*, *Course Clear*, *TIME UP*, *BONUS GAME*e *GAME OVER*" traduzidos, e junto com a tradução do **Samus**(no qual também tive a honra em ajudar), são as duas últimas e, ao meu ver, melhores traduções lançadas do jogo para o Português. **Errata**(dia 09/03/10): A tradução do **Super Mario World**do **Killer Skull**citada era a versão 1.1, que não contava com o gráfico " **Course Clear**", era algo que não sabia, mas o **Killer Skull**acaba de me falar, porém, acabo de ver também que ele lançou a versão **1.2**, possivelmente a versão final da tradução, e agora sim conta com o gráfico " **Course Clear**" traduzido.
Sobre os
**ROMHackos of the world**, saiu apenas uma tradução, uma tradução que me fez refletir muito, embora possa ser apenas uma implicância minha, mas é uma coincidência tremenda, visando os fatos, retornemos à um momento flashback: *[flashback] Como devem saber, lancei há uns meses atrás a primeira tradução na história que se tem conhecimento de um jogo para SG-1000, tanto que até notifiquei a minha trajetória com esse jogo aqui no blog [/flashback]*, e essa minha tradução me fez refletir se realmente inflingiu nesse ROMHack gringo que saiu. O ROMHacko em si é do jogo "The Black Onyx" para **SG-1000**lançado pelo **Hungdongs**. Para mim pareceu ser bem estranho depois de todos esses anos, sair uma tradução do sistema para o inglês somente depois que alguém de outra nação conseguiu fazer tal feito, pode ser uma grande coincidência, mas para mim pareceu um fato um tanto intrigante. Opinião do **Knirt**a respeito: " *Haha, se todo mundo tivesse uma iniciativazinha como a sua, vai ver os gringos só estão acomodados, esperando que nós mostremos que podemos fazer muito sem eles, pra se mobilizar e voltar a trabalhar também! :D*". De qualquer forma, foi somente esse ROMHack intrigante que saiu na cena internacional (ou melhor, que apareceu no RHDN).
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Sobre minhas nerdisses internetescas, não há muito o que falar, só que estou mais envolvido na DS Party, embora o meu post ainda não tenha sido avaliado, e não estou com muita vontade de ficar correndo atrás disso, creio que não há mais nada internetesco para falar, pois como já foi dito, meu tempo está reduzido.
Pelo o que andei observando, saíram versões novas do (SNES)
**bsnes**(bsnes 0.061 BETA win); (MULTI) **Kega Fusion**(Kega Fusion 3.64 win); (PCE / PCE CD) **PCEjin**(PCEjin svn 128 win); (NDS) **iDeaS**(iDeaS 1.0.3.4 BETA win) e (PCE / PCE CD) **Ootake**(Ootake 2.33 win). Também saíram versões novas de outros emuladores também, mas que realmente me interessam foram somente desses. Vale ressaltar que esses só rodam no Windows (observe que em todas as versões adicionei um "win" no nome), pois infelizmente os criadores não quiseram portar esses últimos releases para outros sistemas operacionais.
Em suma, por enquanto é somente isso que tenho para falar, me desculpem, mas a culpa não é minha se os assuntos são poucos, culpem minha nova vida e a minha trajetória. Não sei se vocês perceberam, mas de agora em diante, pretendo sempre fazer minhas postagens em
**textos justificados**, realmente antes achava isso uma grande frescura, mas agora estou vendo como os textos ficam mais bonitos assim. Abraços e uma boa semana para vocês, queridos leitores.
Até mais,
**Wolfwood**
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2019-01-17T21:54:35Z
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https://menosemaisblog.blogspot.com/2017/02/sobre-o-carnaval.html
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O Carnaval causa em mim um sentimento de amor x ódio. Amo o feriado, o fato de ficar 5 dias sem trabalhar e poder botar minhas coisas da vida pessoal em dia e descansar sem ser descontada por isso. Como não amar? Por outro lado, das festividades do ano é a que menos gosto. Muito calor, muita gente feliz pulando pra lá e pra cá, muita desordem, acidentes, brigas e isso tudo pelo senso de irresponsabilidade inerente à festividade. Certamente nem todos são assim: há os que viajam para lugares que não tenham Carnaval justamente para fugir da baderna ou os que ficam em casa, de boas, porém, de maneira geral, as pessoas perdem a noção no Carnaval - muitas vezes essa gente
*apenas finge*ter noção durante o ano e chega em fevereiro extravasa o que tem de pior mesmo.
Como eu não vou viajar, vou ficar em casa e já estipulei algumas coisinhas para fazer nos meus 5 dias livres:
Sábado: dar aula particular (meu aluno fará uma prova em abril e para ele não haverá feriado) e ir ao cinema.
Domingo: fazer um churrasco em família, me dedicar às minhas plantinhas, fazer uma faxina no guarda-roupa e na sapateira.
Segunda: estudar espanhol, tentar fazer torrões de açúcar* para estocar (nunca se sabe quando vou querer dar uma lembrancinha a alguém), fazer marmitas para a semana.
Terça: nada-nada-nada (cama + youtube)
Quarta: dar uma volta no shopping, vou encontrar um amigo.
OBS: Para todos esses dias estou contando em ler os últimos livros da série Hannibal, dar uma volta de bike e quem sabe
~~tomar vergonha na cara~~ me motivar para voltar a caminhar/correr. Falta de tempo não será minha desculpa.
* se der certo, falarei sobre.
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Não fale com os outros o que não gostaria que falassem com sua mãe.
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2019-01-17T13:34:35Z
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Os ferroviários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) encerraram a greve da categoria na noite desta quinta-feira (13) após assembleia dos funcionários, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana.
|Foto: Diário da CPTM
A categoria deve voltar a trabalhar ainda nesta noite, mas não há previsão para o horário de retorno ao funcionamento. As Linhas 11- Coral e 12-Safira continuavam paralisadas no início da noite. A Linha 9-Esmeralda, que também estava parada, voltou a funcionar no trecho entre as estações Grajaú e Pinheiros por volta das 17h40 desta quinta-feira (13).
De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, a greve foi julgada não abusiva, com determinação de retorno imediato de 100% da categoria, sob pena de multa diária de R$ 200 mil. Houve um aumento da multa, que antes era de R$ 100 mil reais. Na próxima quarta-feira (19) haverá uma segunda reunião do julgamento do dissídio coletivo, também no TRT.
Nas linhas paralisadas, funcionava o Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese), com ônibus percorrendo os trechos entre as estações paralisadas. A estação Júlio Prestes da Linha 8-Diamante também estava fora de funcionamento no horário.
**Encerramento**
A greve que afeta quatro linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) será encerrada nesta quinta-feira (13), segundo Everson Craveiro, representante do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Transporte de Passageiros da Zona Sorocabana.
Funcionários e representantes do sindicato dos ferroviários se reuniram em frente à Estação da Luz, na região central de São Paulo, nesta tarde para avaliar o movimento. O grupo anunciou que a greve será encerrada após julgamento do movimento no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
"Vamos terminar a greve comemorando ou decidindo nosso próximo passo", disse. Segundo ele, a paralisação será encerrada independentemente da decisão da Justiça. A sessão do tribunal ocorre às 17h no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na Rua da Consolação.
"Os trens voltam a funcionar tão logo a gente saia do tribunal e chegue aos locais de trabalho", disse. "Vamos voltar a trabalhar porque não tem mais o que fazer na greve. (...) O ferroviário é pacífico e tem comando", afirmou.
O grupo, até o fim da assembleia, por volta das 15h30, não havia chegado a um acordo com a CPTM em relação a três principais pontos: vale-alimentação, planos de cargo, carreira e salário e adicional de risco de vida.
Durante assembleia, representantes de outras entidades e sindicatos deram apoio à causa dos ferroviários. Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do sindicato dos metroviários, foi um deles. "A causa é uma só!", afirmou.
Ao fim da assembleia, os manifestantes se dirigiram em passeata até o TRT, com o pedido de Craveiro de que a marcha seja feita de "forma organizada" e "sem baderna".
Segundo a assessoria do TRT, no fim da tarde os magistrados irão julgar se a greve é ou não abusiva. Na quarta, durante audiência no TRT, representantes da CPTM e do sindicato dos ferroviários não chegaram a acordo.
**Paralisação**
A paralisação dos ferroviários interrompe completamente as linhas 9-Esmeralda, 11- Coral e 12-Safira. A linha 8-Diamante, que funcionava normalmente, agora circulará apenas entre as estações Itapevi e Barra Funda.
A greve dos funcionários da CPTM começou à 0h desta quinta-feira, após assembleia realizada na noite desta quarta-feira (12). Em nota, a CPTM afirmou que considera irresponsável a decisão dos sindicatos que representam os empregados das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda 11-Coral e 12-Safira de paralisar a prestação dos serviços.
A companhia divulgou nota dizendo que considera irresponsável a decisão do Sindicato dos Trabalhadores da Zona Sorocabana, representante dos empregados das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central, que representa os empregados das linhas 11-Coral e 12-Safira de paralisar a prestação dos serviços.
Diretor do Sindicato Central do Brasil, Lourival Júnior afirma que a categoria está em campanha salarial desde março e esgotaram-se as tentativas de conciliação na Justiça do Trabalho. "A gente ainda aguarda uma proposta digna", afirmou. O sindicato exige reajuste de 6,77% para reposição da inflação medida pelo INPC, do IBGE, e mais 5% a título de produtividade.
Segundo a CPTM, na reunião de conciliação realizada nesta terça-feira (12), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) a CPTM apresentou nova proposta garantindo 8,56% de reajuste salarial, que repõe a inflação do período, considerando o IPC-FIPE de 5,91%, e garante aumento real de 2,5%.
Além disso, também foi oferecido aumento de 20% no vale-refeição, que passaria de 22 para 24 cotas de R$ 23 por dia, totalizando R$ 552 ao mês. A empresa diz também que ofereceu a substituição da cesta básica por vale-alimentação, valor de referência ampliado de R$ 76,86 para R$ 100 e benefício optativo de adiantar 50% do 13º salário em janeiro.
O Sindicato dos Engenheiros Ferroviários em São Paulo e o Sindicato dos Ferroviárias de São Paulo chegaram a um acordo com a CPTM em relação à campanha salarial e aceitaram o reajuste salarial de 6,97% e a implantação de plano de cargos, carreiras e salários com adequações salariais.
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2019-01-23T12:40:42Z
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READ MORE - Rio enfrentou mais um dia sem ônibus. Greve chegou à Baixada Fluminense
A greve de um grupo dissidente de rodoviários do município do Rio de Janeiro entra hoje no segundo dia de paralisação. O número de ônibus circulando nas ruas aumentou um pouco, mas está longe de atingir a meta determinada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) de garantir 70% dos trabalhadores em atividade. Na manhã de hoje (14), a geve ganhou adesão de um grupo dissidente de motoristas e cobradores de cinco municípios da Baixada Fluminense.
De acordo com o secretário Municipal de Transportes, Alexandre Sansão, o panorama hoje é muito melhor com vários ônibus voltando às ruas, com motoristas voltando a trabalhar. Ele disse que o plano de contingência continua em prática com trens, metrô e barcas em esquema especial para dar suporte à população.
"Nós estamos priorizando as linhas de integração com outros tipos de modais e o corredor expresso BRT [corredor exclusivo para ônibus articulado] que está com 50% da frota operando entre o terminal Alvorada, na Barra da Tijuca e Campo Grande. O trecho até Santa Cruz ainda não está operando. Estamos esperando um número maior de ônibus para colocar esse trecho em operação", disse Sansão.
De acordo com balanço do Sindicato das Empresas de Ônibus (Rio Ônibus), ontem (13) foram depredados 158 ônibus. As principais avarias são quebra de parabrisas, janelas, retrovisores e furto de chaves.
Na Baixada Fluminense, o sindicato que representa 37 empresas de ônibus de Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo e Mesquita - Transônibus, divulgou nota na qual afirma que "está tomando as providências para garantir o transporte da população, já tendo solicitado apoio à Polícia Militar para evitar piquetes e ações de vandalismo. O Transônibus e o Sindicato dos Rodoviários de Nova Iguaçu não reconhecem a legitimidade do grupo para tomar decisões em nome da categoria e lamentam que a decisão unilateral esteja sendo tomada sem qualquer aviso prévio".
O secretário municipal de Transportes de Nova Iguaçu, Rubens Borborema, disse que a adesão à greve é baixa, com 85% da frota do município operando. "A probabilidade é que nas próximas horas tenhamos 100% da frota operando. Estamos em contato também com a Polícia Militar para que não haja baderna, não haja tumulto e a situação aparentemente é bem tranquila". O superintendente da Transônibus, Jorge Murilo, disse que 75% da frota dos rodoviários estão nas ruas, "podendo chegar à normalidade no transporte público até as 10h, porque muitos rodoviários não chegaram a tempo nas empresas", disse.
Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Informações: Agência Brasil
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2019-01-21T19:25:00Z
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A onda de desestabilização política, a sabotagem à governabilidade seguido da tentativa de engessamento ou paralisação do poder executivo no Brasil, é um golpe fértil que favorece através de desvalorização artificial do câmbio, um universo de especuladores e manipuladores oportunistas nacionais internacionais, que se beneficiam financeiramente com a baderna calculada. **Um escândalo de proporções internacionais coloca frente a frente o CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico) e o Banco Central, em torno de um cartel internacional especializado em manipular cotações de moedas.**
O caso foi descoberto nos Estados Unidos e envolve grandes bancos internacionais com atuação no
O caso foi descoberto nos Estados Unidos e envolve grandes bancos internacionais com atuação no
**** **mercado brasileiro.**
norte-americanas. Trinta dias após as autoridades norte-americanas anunciarem os acordos, foi
assinado o acordo de leniência com o primeiro banco disposto a receber os benefícios da delação
premiada.
Como o cartel atuava em âmbito internacional, é comum que as empresas negociem
Como o cartel atuava em âmbito internacional, é comum que as empresas negociem
concomitantemente acordos de leniência com as autoridades de cada país onde se deu o crime.
No Brasil, só a primeira empresa a aderir tem os benefícios integrais do acordo - caso entregue
No Brasil, só a primeira empresa a aderir tem os benefícios integrais do acordo - caso entregue
informações relevantes sobre a atuação do cartel. Quem vier depois, terá direito apenas à redução de
multas, no caso de apresentarem provas consistentes sobre as operações.
***
Feito o acordo, juntaram-se os especialistas do CADE e do Bacen para apurar a natureza do crime.
Os dados levantados até agora dizem respeito à conduta praticada lá fora, nos chamados mercados
***
Feito o acordo, juntaram-se os especialistas do CADE e do Bacen para apurar a natureza do crime.
Os dados levantados até agora dizem respeito à conduta praticada lá fora, nos chamados mercados
offshore, tanto à vista como nos mercados futuros. Mas há indícios eloquentes de prejuízos a clientes
brasileiros.
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Os indícios iniciais apontam que havia conluio tanto para fixar spreads (a parcela do banco em cada
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Os indícios iniciais apontam que havia conluio tanto para fixar spreads (a parcela do banco em cada
operação) quanto manipular índices de referência - fundamentalmente o índice Reuters, o do Banco
Central Europeu e a nossa PTAX (o dólar de referência para as operações de mercado). Investiga-se
se essas manipulações responderam pela apreciação artificial do real no mercado de câmbio.
Se comprovada, abre espaço para ações gigantescas de indenização. Mas, por enquanto, não existem
Se comprovada, abre espaço para ações gigantescas de indenização. Mas, por enquanto, não existem
evidências a esse respeito.
Em relação à PTAX, o BC diz que seria difícil manipular o índice internamente, já que ele se baseia
Em relação à PTAX, o BC diz que seria difícil manipular o índice internamente, já que ele se baseia
em consulta a um universo maior de operadores. Mas apenas as investigações dirão.
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O cartel atuava com clientes de várias nacionalidades, incluindo brasileiros - o que justifica a entrada
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O cartel atuava com clientes de várias nacionalidades, incluindo brasileiros - o que justifica a entrada
do CADE e do BC nas investigações. Dificultava a entrada de novos participantes e a soma das
operações dos seus bancos era majoritária nos mercados internacionais.
Causa espécie que o BC jamais tenha identificado esses prejuízos, mostrando que o consumidor –
Causa espécie que o BC jamais tenha identificado esses prejuízos, mostrando que o consumidor –
Pessoa Física ou mesmo grandes Pessoas Jurídicas – jamais esteve no centro de sua atuação.
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O episódio reacendeu uma velha disputa de competência entre CADE e BC. Cabe ao CADE analisar
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O episódio reacendeu uma velha disputa de competência entre CADE e BC. Cabe ao CADE analisar
tudo o que se relacione com condutas anticompetitivas, principalmente nas operações de fusão e
incorporação. O BC não concordava e, pelos idos de 2009, houve um acordo em torno de um Projeto
de Lei definindo o papel de cada um: inicialmente, o BC analisaria o impacto de fusões e
incorporações sobre o mercado bancário; aprovando a operação, caberia ao CADE analisar as
implicações sobre a concorrência
Foi só surgir o caso do cartel do câmbio, para Alexandre Tombini se mover rapidamente,
Foi só surgir o caso do cartel do câmbio, para Alexandre Tombini se mover rapidamente,
pretendendo que a presidente Dilma Rousseff assine uma Medida Provisória afastando totalmente o
CADE da qualquer análise sobre o sistema financeiro, inclusive sobre práticas anticoncorrenciais.
Como uma agência capturada pelo sistema financeiro, em que pese a qualidade da supervisão
Como uma agência capturada pelo sistema financeiro, em que pese a qualidade da supervisão
bancária, não seria prudente conferir ao Bacen o monopólio da fiscalização de práticas do sistema
financeiro.
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Cláudio R. Duarte
Após a morte acidental do cinegrafista em fevereiro de 2014, a mídia burguesa rotinizou o que sempre foi sua especialidade, desde junho de 2013, data do início de todos os protestos: incriminou, julgou e convocou a polícia para descer o sarrafo em quem quer que estivesse na rua. Alckimin e sua polícia entenderam muito bem o recado e passaram à ação. Apareceu na rua, pronto, é black bloc, é baderneiro, vândalo, vagabundo comunista ou - que ironia sem graça - "petralha".
O que se seguiu ontem então, sábado 22 de fevereiro, uma data que sem dúvida vai entrar para a história, é mais uma vez o velho "estado de exceção preventivo". Uma espécie de ensaio contra as manifestações durante a Copa de Junho de 2014 - ensaio de uma suspensão do direito de se reunir e de se manifestar nas ruas, seja qual for o motivo ou forma da ação. Não só manifestantes, mas também jornalistas e advogados foram presos ou coagidos pela polícia - pois a ideia é claramente aterrorizar a todos para expulsar toda "desordem" das ruas. Enquanto isso, o cinismo midiático vai glorificando as manifestações que ocorrem lá fora, na Ucrânia e na Venezuela, como se reformas democráticas radicais estivessem realmente em curso, armadilha em que parte da esquerda brasileira mais cega ou mais brucutu também cai, como se houvesse algum lado realmente positivo para aderir. (1*)
Segundo um jornal, a polícia confirma cinicamente que irá continuar a agir da mesma forma daqui para diante. Com o que se conclui que o estado de exceção só não foi decretado e declarado abertamente - porém rege na surdina todo o corpo social. Na mídia, nas redes sociais, a vigilância ostensiva continua a suprimir qualquer conteúdo virtualmente subversivo. Quarenta lideranças foram convocadas no Deic, exatamente no dia e na hora dessa última manifestação.
Ontem, 22 de fevereiro, mais de 200 pessoas, ao que se sabe, foram presas no centro de São Paulo, sem motivo justificável. Em junho de 2013, como se sabe, a polícia foi arbitrária e violenta, socando o pau antes de ver ou perguntar qualquer coisa. Ontem, a mesma coisa se repetiu, de forma ainda mais clara. E dessa vez havia mais polícia do que manifestantes nas ruas. Conhecemos muito bem este filme da tela quente...
O que pensar e fazer a partir disso? Para onde vamos? Cenas assim, iguais ou piores que as de junho de 2013, vão virando rotina e se naturalizando. Infelizmente. É preciso reconhecer que o movimento insurgente, sem apoio da massa da classe trabalhadora nas ruas, vai inexoravelmente perdendo a legitimidade, sendo confundido irracionalmente com o desatino de moleques sem nenhuma pauta concreta, senão o estilingue, a bola de gude e a paçoca inflamável. A tática black bloc, espontaneísta e voluntarista, parece que finalmente se esgotou, porque sem dúvida o inimigo de classe tem muito mais força. A estratégia estatal de desmonte dos movimentos sociais é clara: prender e autuar qualquer um de agora em diante para acuar a massa e afugentar qualquer oposição, pelo menos até junho de 2014. Enquanto na esfera federal, vale lembrar, vai sendo tecido o novo AI-5 que transformará manifestantes em terroristas.
Também é preciso reconhecer que o estado de exceção facilmente se justificará em termos ideológicos para as classes conservadoras da ordem - o que inclui o grosso da classe média e boa parte da classe trabalhadora despolitizada - enquanto não criarmos uma verdadeira alternativa política ao PT e à reaçada restante no poder. Noutras palavras, eles vencerão através da prática violenta, mas também através do discurso deles, mobilizado pela imprensa conservadora, que preenche sozinha a nossa ausência de discurso e de práxis política coerentes.
O começo dessa virada poderá ser aproveitada se a esquerda souber estudar as consequências e as reações possíveis à nova rodada de crise global que vai se afirmando no cenário internacional. União Europeia, Estados Unidos, Japão - nenhum país ou região "vencedora" está seguro(a) de sair realmente da recessão, principalmente quando os próprios "emergentes" - e o megaendividamento chinês (mais de 220 trilhões de dólares!) é o barril de pólvora mais explosivo para o futuro - já dão sinais de desaceleração e de patinação no gelo da nova fase da crise estrutural. A crise ambiental, além do mais, ainda vai bater à nossa porta, mais cedo ou mais tarde. Nesse contexto, o modelo neokeynesiano de Dilma, assentado em gastos com obras públicas e crédito popular, irá fatalmente se esgotar, assim que as exportações caírem.
Para a esquerda, resta retomar as pautas radicais ligadas às necessidades da área social, da saúde, da educação, do transporte e da moradia e a retificação da carga tributária regressiva e injusta, que penaliza os mais pobres. O que demanda renovarmos a política partidária articulada aos movimentos sociais radicais, através da criação de um projeto claro e inventivo. Esta, a meu ver, a verdadeira pauta para a esquerda que ainda resta, que traria novamente a classe trabalhadora para as ruas, criando um novo consenso radical socialista, ou antes, "comunista" - pois o termo precisa realmente ser reinventado, para além de toda a mácula antidemocrática e antilibertária produzida pelo "socialismo real". O passo seguro para a crítica da sangria da dívida pública e a ruptura com o capital internacional, como estratégia de transição para além do capital.
O mais lamentável é constatar que o estado de exceção vem à tona com a condescendência ou mesmo pelas mãos das forças da velha esquerda decrépita, exatamente no aniversário de 50 anos do golpe de 64.
Para a esquerda, resta retomar as pautas radicais ligadas às necessidades da área social, da saúde, da educação, do transporte e da moradia e a retificação da carga tributária regressiva e injusta, que penaliza os mais pobres. O que demanda renovarmos a política partidária articulada aos movimentos sociais radicais, através da criação de um projeto claro e inventivo. Esta, a meu ver, a verdadeira pauta para a esquerda que ainda resta, que traria novamente a classe trabalhadora para as ruas, criando um novo consenso radical socialista, ou antes, "comunista" - pois o termo precisa realmente ser reinventado, para além de toda a mácula antidemocrática e antilibertária produzida pelo "socialismo real". O passo seguro para a crítica da sangria da dívida pública e a ruptura com o capital internacional, como estratégia de transição para além do capital.
O mais lamentável é constatar que o estado de exceção vem à tona com a condescendência ou mesmo pelas mãos das forças da velha esquerda decrépita, exatamente no aniversário de 50 anos do golpe de 64.
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Nota
(*1) Ver o texto de Joelton Nascimento, "Há saídas em disputa?", fev. de 2014, http://diariodocolapso.blogspot.com.br/2014/02/ha-saidas-em-disputa.html
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### A santa ingenuidade da Folha de S. Paulo e o MPL
|(Fonte da imagem: Exame)
Bom dia pessoal. No último final de semana, fiz um post neste blog falando um pouco dos aspectos econômicos da ideia do "passe livre". E fui enfático em dizer que a ideia, por si só, é uma vigarice intelectual, uma vez que para alguém que use sem pagar o transporte coletivo haverá a necessidade de alguém que pague, às vezes sem usar. "Ora, mas isso é óbvio, né cara pálida?!", dirão alguns. Pois é, aqui no Brasil ainda é necessário discutir coisas óbvias. É necessário que um Ministro da Fazenda esclareça isso. Na verdade não surpreende tanto se pensarmos que os candidatos às universidades, que eventualmente engrossarão tais movimentos no futuro, possuem um desempenho pífio em matemática e redação. Aliás, o ano passado foi recheado de exemplos em que obviedades em qualquer lugar no mundo precisam ser detalhadamente discutidas e explicadas no Brasil, como exemplifiquei em um post no dia 12/12/2014.
Hoje, a Folha de S. Paulo publicou um editorial cobrando um posicionamento claro do MPL (Movimento Passe Livre) em relação aos
*black blocs*, grupos (ou para não incomodar os "sensíveis", adeptos de uma tática) que adotam o quebra-quebra de patrimônio alheio como meio de protesto. Por mais que tentem fazer uma crítica ao movimento organizador da última onda de manifestações eles falham pela ingenuidade e pela falsa simetria moral em alguns pontos. Seguem alguns trechos (em azul), com comentários após os mesmos:
"[...] Reeditam-se agora, guardadas as devidas proporções, as manifestações de junho de 2013,
**que tiveram o efeito não só de impedir o reajuste das passagens mas também de revelar um saudável inconformismo com a precariedade dos serviços públicos no país.**
Também se repete, contudo, uma parte lamentável desse roteiro:
Não sendo o assunto central desta postagem, portanto abro um parêntese: qual era o pedido diante desse inconformismo com a precariedade dos serviços públicos no país? Que os mesmos responsáveis por estes serviços precários atuem cada vez mais. Qual a probabilidade de isso dar certo? Bem, finalizado o parêntese, percebe-se que o editorial da Folha já começa mal no sentido de criar equivalência moral entre os policiais e os
Não que essa tática por parte da imprensa de tratar policiais e terroristas (sim,
Da mesma forma que as Forças de Defesa de Israel têm o uso legítimo da força e o Hamas não, a PM de SP também tem o uso legítimo da força, enquanto que os
**depois de terem participado de uma caminhada pacífica, alguns manifestantes se desgarram dos demais para protagonizar cenas de vandalismo e violência, às quais se segue a reação truculenta e desastrada da polícia.**
São os adeptos da tática "black bloc", em geral jovens encapuzados vestidos de preto que veem na depredação do patrimônio público e privado uma forma legítima de protesto. Sua presença nos atos demorou a ser destrinchada um ano e meio atrás, mas hoje já não representa nenhuma surpresa.
**Não é aceitável, assim, que as tropas de segurança ainda se mostrem incapazes de conter esses grupos sem ameaçar, ao mesmo tempo, os diversos princípios democráticos em jogo. Seria de esperar que estivessem mais bem preparadas para assegurar o respeito à lei.** **Tampouco é aceitável, entretanto, a atitude do Movimento Passe Livre (MPL). Responsável pela convocação das manifestações, a organização se recusa a condenar o "modus operandi" dos vândalos. [...]"**
Não sendo o assunto central desta postagem, portanto abro um parêntese: qual era o pedido diante desse inconformismo com a precariedade dos serviços públicos no país? Que os mesmos responsáveis por estes serviços precários atuem cada vez mais. Qual a probabilidade de isso dar certo? Bem, finalizado o parêntese, percebe-se que o editorial da Folha já começa mal no sentido de criar equivalência moral entre os policiais e os
*black blocs*. Não, não estou dizendo que todas as ações da PM sejam justificáveis e que esta age corretamente o tempo todo. Só que há uma diferença considerável - para dizer o mínimo - de um agrupamento ter o direito ao uso legítimo da força por parte do Estado no sentido de garantir a segurança e a ordem pública (não custa lembrar que tumultos são perturbações da ordem pública, como pontuei de forma bem clara em um de meus posts sobre os rolezinhos) e se exceder no cumprimento de seu papel e um grupo de pessoas que não possuem prerrogativas de garantir a segurança ou a justiça de alguma coisa achar que podem empregar violência gratuita em nome de sua causa.
Não que essa tática por parte da imprensa de tratar policiais e terroristas (sim,
*black blocs*são terroristas e deveriam ser tratados como tal) como lados moralmente equivalentes de um conflito seja novidade (mesmo antes de junho de 2013 tal método já era costumeiramente usado em situações de guerra), mas a recorrência em que os jornalistas adotam esse método, somada à ingenuidade em torno da postura do MPL (que tratarei mais adiante), acabou me levando a fazer um comentário sobre este ponto. Aproveito que citei as situações de guerra para traçar um paralelo entre os *black blocs*e os terroristas do Hamas (guardadas as devidas proporções, para ficar bem claro), que se envolveram em um conflito no ano passado contra Israel após dispararem foguetes contra seu país: o grupo terrorista islâmico efetua os disparos a partir de estruturas civis (hospitais, escolas, mesquitas, etc.), que são utilizadas como escudo. Os *black blocs*depredam patrimônio alheio e enfrentam a polícia utilizando manifestantes (em tese) pacíficos como escudo. As Forças de Defesa de Israel possuem o dever de responder às agressões dos terroristas e de proteger vidas e patrimônio de seu país. A PM de SP possui o dever de responder às agressões dos baderneiros (não chamei agora de terroristas para não desagradar aos leitores mais chatos) e proteger vidas, patrimônio e a ordem pública. A não resposta das FDI implica em risco para a vida e o patrimônio os cidadãos israelenses. A não resposta da PM de SP implica em risco para a vida, o patrimônio e a ordem pública dos paulistas. É logisticamente impossível realizar uma operação "cirúrgica" para eliminar os terroristas do Hamas. Assim como é igualmente impossível em termos de logística a polícia escolher um por um os vândalos a serem presos.
Da mesma forma que as Forças de Defesa de Israel têm o uso legítimo da força e o Hamas não, a PM de SP também tem o uso legítimo da força, enquanto que os
*black blocs*não. Sendo assim, mesmo admitindo que haja erros de ambos os lados, tanto nos conflitos em Gaza como nas confusões que ocorrem após os protestos daqui, **não há equivalência moral entre os policiais e os** *Da mesma forma que não há equivalência moral entre Israel e o Hamas. E como adendo, digo que tanto a ação militar israelense em contra-atacar o Hamas como a da polícia paulista para dispersar e deter os vândalos são defensáveis.* **black blocs.**
"Na superfície, o MPL alega não poder escolher quem participa dos protestos,
**mas por baixo do verniz democrático se esconde a verdadeira razão: o tumulto e o confronto integram uma fórmula eficaz para ampliar a repercussão dos eventos**, embora nem sempre com o foco nas legítimas demandas.
Não há de ser por acaso que tantas outras entidades consigam terminar suas passeatas sem que se registrem episódios de descontrole. Nem todos os movimentos escolhem o caminho da violência porque a violência isola os movimentos que escolhem esse caminho.
**O MPL tem mais uma oportunidade de mostrar de que lado está. Se insistir na omissão diante do quebra-quebra, será mais honesto abandonar o papel de vítima e assumir o de cúmplice.**"
Finalmente a Folha de S. Paulo descobriu a pólvora: o MPL vê nos
*black blocs*como "aliados úteis" na causa. Afinal, ainda que da pior forma, estes dão visibilidade às manifestações, não precisam ser assumidos como parte integrante pelos militantes da "tarifa zero" e, por cima, criam um álibi de truculência policial, construído com a omissão, ou pior, da conivência da grande imprensa. Ainda assim, mesmo enxergando o óbvio (pelo menos é óbvio para mim há algum tempo) a Folha ainda diz que se o MPL insistisse na omissão seria mais honesto a este deixar o papel de vítima e assumir o de cúmplice. Ora bolas, o jornal acompanha *in loco*todos os entreveros e ainda tem dúvidas de que o MPL é conivente com as ações dos vândalos? Precisa realmente do MPL assumir alguma coisa diante de indícios tão claros e inequívocos ao longo de, pelo menos, 18 meses?
Santa ingenuidade, hein Folha!
**Em tempo:**alguns dos protestos que não terminaram em descontrole foram, por exemplo, os que pediram o *impeachment*de Dilma Rousseff e até mesmo intervenção militar. As críticas da imprensa, inclusive da Folha de S. Paulo, foram muito mais pesadas. Talvez achem melhor ter outro Santiago Andrade. **Em tempo 2:**nos protestos sempre surgem aspirantes a Hamas. Infelizmente não há pelo menos um prefeito que seja um aspirante a Netanyahu. **Em tempo 3:**tanto lá em Israel como aqui no Brasil desproporcional é 7 a 1.
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2019-01-19T21:42:23Z
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### Por uma imprensa e sociedade que deem nomes aos bois. Ou: é ataque terrorista islâmico sim!
|(Fonte da imagem: G1)
Hoje, o mundo ficou chocado pela demonstração crassa de estupidez em nome de uma religião. Terroristas armados com fuzis invadem a Charlie Hebdo, uma revista parisiense que teve envolvimento na publicação de charges do profeta Maomé (sagrado aos muçulmanos) e abrem fogo, matando 12 pessoas e deixando outras 11 feridas, a maioria em estado grave. Após o ataque, os terroristas gritaram "Alá é grande" e fugiram em um carro. Paris, bem como o restante da França, está em alerta máximo e diversos líderes mundiais manifestaram solidariedade às vítimas, lamentando a tragédia.
Em se tratando das manifestações dos terroristas, do alvo atingido e das recentes polêmicas envolvendo a revista com as charges do profeta Maomé (diferentemente do Brasil, não há restrições quanto à satirização de símbolos religiosos na França),
**qualquer pessoa que saiba ligar fatos e use o mínimo de lógica afirmaria com certeza que se trata de mais um ataque terrorista islâmico.**Mas é pouquíssimo provável que você veja na imprensa algo que denomine o que aconteceu em Paris dessa forma. Na verdade, digo que você, leitor, jamais verá essa denominação. E bastou uma breve percorrida nos portais de sites de notícias no Brasil e mesmo no mundo para observar essa postura pusilânime da imprensa: o ataque terrorista islâmico era denominado tão somente de "ataque", "atentado" ou mesmo "tiroteio". Já os terroristas eram chamados de "atiradores" ou mesmo "militantes". Por que tanta indecisão para dar nomes aos bois, mesmo após sinais tão óbvios, como os de declarar "vingança ao profeta"?
|(Fonte da imagem: Carlitos Maldonado/Facebook)
Essa postura
Na verdade, essa postura do jornalismo brasileiro (bem como do ocidental de uma forma geral) de tentar não dar o nome real aos fatos, como se isso fosse o suficiente para mudar a realidade dos mesmos, reflete a perda ou o péssimo direcionamento do senso crítico que nossa sociedade sofreu nas últimas décadas. Perdemos a capacidade de comparar, criticar, julgar e afirmar se dado elemento é certo ou errado, e mesmo quando este elemento é errado, tentamos dar justificativas de forma a tornar o erro mais tolerável. Caímos na patota de achar que não podemos comparar - ou pior, que podemos comparar e afirmar que há equivalência moral - entre a cultura ocidental (fundamentada no Estado de direito, democracia representativa, economia de mercado e amplas liberdades civis) e a cultura islâmica, que, nos países onde esta religião é predominante, grupos de outras religiões, mulheres e homossexuais possuem seus direitos restringidos, quando não negados. Por exemplo, quando o assunto é a violência de gênero e a violência contra grupos LGBT, o Ocidente, salvo algumas exceções, vê esta questão como algo a ser combatido e punido. Já os países do mundo islâmico, salvo algumas exceções, vêem isso não só como algo natural mas também como política de Estado em alguns casos. Definitivamente não, não é a mesma coisa. E muito menos dá para dizer que "são apenas culturas diferentes".
"Ah, mas o ato foi praticado por extremistas, a maioria dos muçulmanos são 'moderados' e condenam isso!", dirá alguém que aprendeu a palavra "islamofóbico" ontem e resolveu xingar qualquer um que considere a ação um ato em nome da religião maometana. Sim, concordo, a maioria dos seguidores de Alá são 'moderados' e certamente não apoiam o ocorrido em Paris. O problema é que ao invés de trazê-los para unir forças em combate aos extremistas, simplesmente fazemos coro a esses no sentido de combater qualquer ação governamental no sentido de coibir o extremismo. E não custa lembrar que os muçulmanos desfrutam de liberdades civis e religiosas no Ocidente que os demais grupos religiosos jamais sonhariam em ter no Oriente Médio, por exemplo (exceto no "famigerado" Estado de Israel). Inclusive, nos países governados por grupos islâmicos 'moderados'.
Mas existe algo ainda pior na postura não só de algumas pessoas como também de setores da imprensa em relação a essa barbárie: além de não dar o real nome ao ocorrido, ainda tentam justificar a ação dos terroristas, além de criar espantalhos em torno de reações que são desprezíveis, quando não inexistentes. Abaixo segue alguns exemplos:
**pusilânime**(para ser generoso e não chamar isso de **covarde**) por parte da imprensa, por mais lamentável que seja, não é novidade. Há algum tempo o jornalismo, não só brasileiro, mas de todo o Ocidente, pelo menos, tem adotado uma postura de "morde e assopra" (ou só de assoprar mesmo) quando o assunto é dar nomes aos fatos. Trazendo isso à realidade brasileira, é uma postura que é identificável, pelo menos, desde as manifestações ocorridas em junho de 2013. Por exemplo, aqueles que quebravam patrimônio público e atacavam a polícia com coquetéis molotov não eram chamados mais de "vândalos" ou "baderneiros", mas sim de "manifestantes" ou "ativistas", e tal nomenclatura continua mesmo com a morte de um cinegrafista em um desses protestos, já em fevereiro de 2014. Já quando criminosos assaltam ou matam um cidadão comum, eventualmente você verá "suspeito", "suposto ladrão", "suposto assaltante", "suposto sei-lá-o-quê". Não se vê mais com tanta frequência o nome de "bandido" ou de "criminoso". Quando um café foi invadido em Sydney, mesmo com as evidências de um pedido de uma bandeira do ISIS, por exemplo, o invasor era chamado tão somente de "sequestrador". Chamá-lo de "terrorista" ou além, de "terrorista islâmico"? Não, isso não pode...
Na verdade, essa postura do jornalismo brasileiro (bem como do ocidental de uma forma geral) de tentar não dar o nome real aos fatos, como se isso fosse o suficiente para mudar a realidade dos mesmos, reflete a perda ou o péssimo direcionamento do senso crítico que nossa sociedade sofreu nas últimas décadas. Perdemos a capacidade de comparar, criticar, julgar e afirmar se dado elemento é certo ou errado, e mesmo quando este elemento é errado, tentamos dar justificativas de forma a tornar o erro mais tolerável. Caímos na patota de achar que não podemos comparar - ou pior, que podemos comparar e afirmar que há equivalência moral - entre a cultura ocidental (fundamentada no Estado de direito, democracia representativa, economia de mercado e amplas liberdades civis) e a cultura islâmica, que, nos países onde esta religião é predominante, grupos de outras religiões, mulheres e homossexuais possuem seus direitos restringidos, quando não negados. Por exemplo, quando o assunto é a violência de gênero e a violência contra grupos LGBT, o Ocidente, salvo algumas exceções, vê esta questão como algo a ser combatido e punido. Já os países do mundo islâmico, salvo algumas exceções, vêem isso não só como algo natural mas também como política de Estado em alguns casos. Definitivamente não, não é a mesma coisa. E muito menos dá para dizer que "são apenas culturas diferentes".
"Ah, mas o ato foi praticado por extremistas, a maioria dos muçulmanos são 'moderados' e condenam isso!", dirá alguém que aprendeu a palavra "islamofóbico" ontem e resolveu xingar qualquer um que considere a ação um ato em nome da religião maometana. Sim, concordo, a maioria dos seguidores de Alá são 'moderados' e certamente não apoiam o ocorrido em Paris. O problema é que ao invés de trazê-los para unir forças em combate aos extremistas, simplesmente fazemos coro a esses no sentido de combater qualquer ação governamental no sentido de coibir o extremismo. E não custa lembrar que os muçulmanos desfrutam de liberdades civis e religiosas no Ocidente que os demais grupos religiosos jamais sonhariam em ter no Oriente Médio, por exemplo (exceto no "famigerado" Estado de Israel). Inclusive, nos países governados por grupos islâmicos 'moderados'.
Mas existe algo ainda pior na postura não só de algumas pessoas como também de setores da imprensa em relação a essa barbárie: além de não dar o real nome ao ocorrido, ainda tentam justificar a ação dos terroristas, além de criar espantalhos em torno de reações que são desprezíveis, quando não inexistentes. Abaixo segue alguns exemplos:
|Sim, nos anos 1930 judeus cometiam atentados na Europa por publicarem charges de Iavé e Moisés. Só que não. (Fonte da imagem: Blog do Mario Magalhães/UOL)
Não, não vou negar que considero charges ou qualquer material humorístico com uso de símbolos religiosos algo ofensivo. Mas de nenhuma forma isso justifica sair por aí abrindo fogo e matar inocentes. Pelo menos no ambiente ocidental existem duas formas de se lidar com isso caso alguém ache ofensivo: o boicote a quem financia esses materiais e, em último caso, ações judiciais. E mesmo se as instituições francesas estivessem mais avançadas que as nossas no estado falimentar continuaria sendo um ato de barbarismo este ataque. E sim, mesmo levando em conta os movimentos xenófobos na Europa, a ameaça do extremismo islâmico é muito mais real e evidente. E provavelmente você não verá nenhuma mesquita apagando as luzes em memória aos mortos de Paris. Por muito menos catedrais da vizinha Alemanha apagaram as luzes contra uma islamofobia de escala desprezível, para não dizer quase imaginária.
Enfim, o episódio de hoje deveria ser útil à sociedade no sentido de chamar as ameaças pelo que elas realmente são ou representam. Ou damos nomes aos bois ou estes nos destruirão. Para finalizar, um interessante vídeo de Ben Shapiro sobre a "minoria radical" islâmica. Seis minutos gastos que valem a pena:
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No Jornal da Cultura, doutora em Saúde Mental falando sobre o vício em redes sociais ou em internet. Engraçado que o vício em televisão é também bastante destrutivo, mas tenho certeza que tal pesquisa nunca será aceita em instituição universitária de qualquer lugar do Brasil, muito menos aparecer na televisão brasileira em qualquer canal aberto ou a cabo.
## sábado, 28 de fevereiro de 2015
### Emburrecendo os Outros.
Vi no reclame do Fantástico, como as crianças merecem apanhar dos pais, mas veja se quem recomenda isto bate nos filhos, são dois pesos e duas medidas cínicas, faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Foi esta lição que grupo do assassino do ACM passou à minha mãe, reforçado pela mídia. Foi nos anos 60's e nada mudou para a Globo. Aposto que ACM Neto nunca apanhou do ACM Jr. Assim que se emburrece as novas gerações e se garante o monopólio da inteligência para uns poucos.
## sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
### Globando de Alguém.
Brazil's quagmire = Atoleiro brasileiro, Esta imagem deve ter sido mais um ridicularização da imoralidade da Globo do que uma crítica ao Governo do PT, o contrário do que foi dito no Jornal da Globo de ontem. Afinal, quem tem maior relação com o carnaval no Brasil? como deve ter sido imparcial a escolha da campeã do carnaval carioca 2015, a Beija-Flor...
**Imbecil:** *"Glória Perez, ela é uma das Globetes que aparelharam aqui a vizinhança e minha moradia para alimentar sua fraca imaginação para contar histórias... Ela chama isso de "pesquisa"... Aliás, esse tipo de escravidão tem servido não apenas a autores de má ficção, costuma ter aplicações na pesquisa de mercado publicitária e na calibração da linguagem jornalística também... Como não somos ninguém, são décadas de cobaias para a Globosta e as suas emissoras vassalas."* **Eles dizem:**
"esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade"
então, vamos ver, a julgar pela sentença de morte lenta por asfixia social que eu recebi da Globandalha.
Na Pós-Graduação da ECA-USP em
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO I: TEORIA E PESQUISA EM COMUNICAÇÃO temos:
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO I: TEORIA E PESQUISA EM COMUNICAÇÃO temos:
Em 1. Linha de Pesquisa – Epistemologia, Teoria e Metodologia da Comunicação
a) Telenovela brasileira: transmidiação e internacionalização.
b) Comunicação e Censura no mundo do trabalho: instituições, marcas e poder econômico como cerceadores da liberdade de expressão e do direito à informação.
c) Livros e censura no Brasil: censura, circulação e comércio de livros na ditadura militar - os pareceres censórios.
b) Comunicação e Censura no mundo do trabalho: instituições, marcas e poder econômico como cerceadores da liberdade de expressão e do direito à informação.
c) Livros e censura no Brasil: censura, circulação e comércio de livros na ditadura militar - os pareceres censórios.
Em 2. Linha de Pesquisa – Linguagens e Estéticas da Comunicação
"A produção de sentido por meio da linguagem audiovisual: gêneros, temas e discursos em minisséries brasileiras."
Então, existo numa realidade impossível, ou não a consideram, ou a negam, o que dá na mesma, embora tenham alimentado esse tipo de Organização Contratual de Gestão dos Interesses de Grupo.
Então, existo numa realidade impossível, ou não a consideram, ou a negam, o que dá na mesma, embora tenham alimentado esse tipo de Organização Contratual de Gestão dos Interesses de Grupo.
*"Somos todos reféns"*
Engraçado que esse departamento do CCA-ECA-USP
*(não confundir com CAC)*
Censurar não pode, destruir pode...
Eu disse nesse blog que fui produzido como bando para a rede Globo pela ECA-USP
No momento não consigo, nem explicar muito bem como a ECA-USP me produziu de bando para a Rede Globo, nem como se dá, na real, esse aparelhamento de minha vizinhança para fins de construção de novelas, desapropriação de cancioneiro, de filmes publicitários e de jornalismo por gente sem imaginação e sem compromisso ético, quero dizer, como se dá a construção deste corredor polonês em que vivo ainda, tendo eles necessidade de escravizar um núcleo familiar para tal fim. Mas, em breve conseguirei explicá-lo, se não me matarem antes de indigência ou de susto, de bala ou vício. Mas, aqueles estudiosos dessas citada áreas de pesquisa da ECA-USP sabem muito melhor do que eu como isso se fez e como se dá, só não sei se admitem sabê-lo, ou desejam compartilhar tal informação.
Aí na faculdade marcaram minha língua e meu corpo, e me formaram como bando da Globo.
Meu conhecimento é incompleto e irreversível, tal como a simetria partícula/onda ou a simetria velocidade/posição ou a simetria matéria/força ambas da física teórica.
Vou exemplificar um caso concreto, também por meio de ficção, embora minha imaginação não precise de escravizar gente real como a deles, e que serve de paralelo ao que eu estou questionando, uma tauromaquia semelhante em matéria de vizinhança:
Então, de atropelados por tauromaquia para atropeladores por tauromaquia...
**Os lugares:**
HSBC
O Negócio de Mentirinha
Banco Rural, Globassassina e Procuradoria Geral
Empire Investment Group Ltd. empresa de papel da Globandalha
Beija-Flor, campeã 2015 com 10 milhões de $ da ditadura sanguinolenta da Guiné Equatorial
Universidade Pública de playboys
Globactéria
**Os personagens, vizinhos na Avenida Atlântica 2266:**
Fantasma do Roberto Marinho, ex-dono do triplex
Anísio Abraão David da Beija-Flor com triplex
Funcionária da Receita Federal que engoliu um processo de Sonegação
Joseph, o correntista gringo da Norwell
Gloria Perez moradora do prédio do triplex
Rodrigo, advogado da Globandalha e filho glorioso
Malícia, atriz da empresa, tia do vizonho do Imbecil
Imbecil, um personagem que tem conteúdo roubado desde os 14 anos de idade, mas só percebeu isto aos 40, que, "misteriosamente", mora em outro condomínio e em outra cidade.
**O objeto em disputa:**
Uma máquina que tem a simetria entre um dispositivo de organização social e um dispositivo tecnológico.
O primeiro é a realidade de uma vizinhança que utiliza todos os métodos de observação possíveis, câmeras de vizinhança, auscultação de paredes, subtração de correspondência, difamação pública, embargo social secreto, processo judicial à revelia, advogados que agem com descaso, roda viva de vizinhos que fingem ajudar, mas estão a manipular, et tal. Enfim, tudo o que consta na lei do racismo, comprometendo vizinhança, serviços e trabalho, mas não somos exatamente negros, só temos cabelo ruim.
O segundo é basicamente tecnológico, um dispositivo de emissão de sinal para produzir imagens e sons à distância, e outro dispositivo que são os aparelhos receptores, para reprodução destes sinais. Ambos são complementares e seu funcionamento depende da criação de um núcleo familiar bode-expiatório, de maneira a redirecionar a agressão em um grupo mais fraco e que não tem como enfrentar 21 bilhões da família mais poderosa do país.
O objeto em disputa, de fato, é o monopólio da violência simbólica (Bourdieu).
**A trama:**
Glória Perez é uma autora de novela bem sucedida que usa do brutal assassinato da filha atriz como justificativa para montar um esquema social de dominação também brutal para fins de aprimorar a história das novelas que ela finge inventar, mas, de fato, é tudo observação de situações reais que devidamente "disfarçadas" (troca de nomes, sexos, lugares, posições sociais, idades, roupas, enfim, tudo isso tem nomes mais apropriados, mas agora misturo realidade e ficção, se eles podem, eu também posso), assim se tornam impossíveis de serem comprovadas todas na justiça.
Anomia é uma corrupção não prevista em leis.
Esta estrutura passou a ser utilizada por qualquer autor de novelas da Globabaca. Assim, ela se mete em relações de poder com ditadura sanguinolentas da Africa, também com intermediários de paraísos fiscais, de modo a obter "inspiração" para sua má ficção, até ela topar com o imbecil, um palhaço que acidentalmente desmonta a farsa, mas por saber demais é morto de indigência imposta pelos 21 bilhões de dólares. acontece que o Imbecil descobre como funciona essa tauromaquia humana e começa a antecipar alguns eventos...
"esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade"
### Esse Blog Numa Frase.
isso é a classe média alta branca trollando a classe baixa
## quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
### Razão pela Razão.
Tudo bem, mas estou desistindo de provar que sei parecer intelectual falando coisas inteligentes, cada vez mais me afasto desta atitude, um caso concreto é mais importante do que uma racionalização vazia que está afastada dos referentes reais dela. Saca?
### Impitimá
Então, Golpe de Estado pra se safar de condenação por corrupção, sim, Marx estava certo, primeiro como tragédia, depois como farsa, o que acontece é reclicar a farsa de novo e de novo e de novo.
### Globalheira XI
Tudo bem, tem gente contra o que a mídia faz, mas não conhece os métodos dela em profundidade, ou podem estar guardando para o futuro, ou podem estar se utilizando dos mesmos métodos secretamente.
Mas, viu?
Sabe como é: Uma vida nua apenas não faz nenhuma diferença, não causa comoção, nem desperta atenção.
Mas, viu?
Sabe como é: Uma vida nua apenas não faz nenhuma diferença, não causa comoção, nem desperta atenção.
Mesmo que seja um monstro que esteja se criando, mas não é esse o engano, não é o monstro em si, mas quem o esteja manobrando.
### Globalheira X
é poisé, de vez em quando me desespero, mas, não me arrependo, tudo que estou dizendo é verdade, e uma verdade não deixa de ser verdade, mesmo que ninguém acredite nela, bjs
### Globalheira IX
Eu marquei pra tentar LOAS, e minha mãe não quis me dar o comprovante de renda dela, agora, me ligaram da prefeitura me dizendo que, para eu conseguir passe de ônibus para esquizofrênico, eu teria de ir no exame com algum parente, não há ninguém que fosse comigo, simplesmente, não há. O lance é que aqui em casa todos querem me ver ferrado, inclusive minha mãe, e não há ninguém que possa me dar qualquer tipo de apoio. Aí, o funcionário da prefeitura disse que o problema sou eu, que houve falta de comunicação, e um abraço!
O funcionário me responsabilizou pelo modo brutal de ser da minha família.
Existem leis de seguridade social, mas os burocratas inventam regrinhas para limitar sua aplicação, assim vemos muita gente nas ruas em necessidade concreta de seguridade que não podem ser atendidas.
Disse ele que era impossível a comunicação, deixa eu ver, o conceito de comunicação para o Estado é: Eu mando e você obedece.
O PT até oferece ajuda, mas só pra famílias convencionais.
Tem de ser alguém certinho e comportado, se há anomalia, anomia, a anormalidade na tua família, foda-se, sua única saída é virar bandido.
Ah, sim, eu ia esquecendo do que a Globactéria tem a ver com isso: é que a GloboNews, parece que sabendo que eu tinha marcado na previdência pro LOAS, fez com uma campanha pesada contra tudo que é seguridade social, inclusive LOAS; bolsa-família, aposentadoria, licença-médica, seguro-desemprego, enfim...
### Globalheira VIII
facebook limitando todas minhas postagens com "Rede Globo"
decidi, no lugar de "Rede Globo" usarei o nome de algum programa, ex.: "Jornal Naiciona", ou "Império", aleatóriamente, ou algum canal a cabo, ex.: Futura", ou "Viva", posso usar tb: "Fundação Roberto Marinho", ou "Telecurso", tem tb: "Galvão Bueno", "Faustão", "Ana Maria Braga", só não usarei Big Brother Brasil, pois já existem reclamações específicas, ainda tem: "Som Livre", "O Globo", "CBN", "Revista Época", enfim, tenho ódio o suficiente pra usar tudo disponível e ainda faltar...
posso ainda trocar/substituir/acrescentar lerrtras e/ou sinais: "Globo-", "Faustãop", posso usar clássicos como: "Fora Rede Globo", "Cala a Boca, Galvão", tem tb "Globosta", "Globbels", "Rede Troço de Televisão", "Gloaca", "Rede Esgoto de Televisão"
sim, tudo começando com "b"
Globoçal Globichada Globandida Globoato Globasta Globizarra Globesteira Globalela Globocilga Globolinando Globobagem Globode-espiatório Globedelho Globodum Gloglobofetada Globolada Globoicote Globolor Globolota GloGlobocejo Globabaca Globordéu Globotulismo Globovino Globurro Globaderna Globandidagem
tem um dicionário inteiro!
de "B.O."
### Globalheira VII
Escreva aí, de fato faço música, e seria uma grande oportunidade na carreira aparecer na televisão, mas farei pior que o Mano Brown, pois nem na fascista da TV Cultura eu iria. A Rede Globo me condena enquanto grupo, pois sou de esquerda e tenho diagnóstico de esquizofrenia, mas sabe quem eu sou e me bloqueia a vida individualmente. Tenho constatado que essa empresa quer me roubar as canções e entregar ao Michel Té Logo, ou outra merda dessas, pois após a morte, sem registro em gravadoras, ficará muito fácil roubá-las.
### Gobalheira VI
Minha mãe é burra, tem orgulho de ser burra e espanca criança inteligente.
é cultura familiar, bater na inteligência, a condenação deles será na hora de necessitarem da inteligência, pois essa hora sempre vem,
pior de tudo é suportar as ironias de como a porrada é superior à inteligência,
aliás, isso resume todo o relacionamento com família burra, orgulhosa de ser burra
(público-alvo da Globordéu)
### Globalheira V
Tô ferrado mesmo, separei roupas boas que vou tentar salvar com meus livros, mas emprego está difícil, principalmente se quem está contra você é a Rede Globo. Morro como indigente, sem nada, mas com dignidade.
Acontece que haverá reintegração de posse, a sociedade prometeu a minha família que, dando um fim em mim, será recompensada, acontece que a morte é irreversível, as promessas não são.
### Globalheira IV
O objetivo da RedeGlobichada é incitar minha família a me matar. Desta acho que escapo. Mas não escapo de ser morto por playboy de classe média alta, quando estiver na condição de morador de rua.
### Globalheira III
Aqui nessa casa é assim, os irmãos vão para as academias de lutas para agredir dentro de casa, pois na rua é com a polícia. Mentalidade UFC. Detalhe, todo mundo tem mais de 40.
### Globalheira II
Não sou jornalista, mas como ando falando mal da vizinhança cruel, andei ouvindo ameaças, sigo ignorando-as, mas a grande mídia está incluída entre os denunciados que andam me ameaçando, e esconde o fato, pois, se a grande mídia é corrupta também,..
A Globirra é violenta, desonesta, desviante e perigosa. E pode matar sem tocar no assassinado.
Anomia é o que escapa à jurisdição da norma.
Anomia planejada pelo congresso que tem 190 integrantes que são também empresários de comunicação social.
### Globalheira I
Essa mentalidade da propaganda de televisão, em que basta você tentar para conseguir, aqui não é assim, a Globandidagem decidiu que devo ser morto discretamente, sem espetáculo é claro, e na indigência, e não há ninguém que acredite, e a Globaderna não só sabe disso, como é quem fomenta o caso, não há ninguém que acredite nesse fato, e se há, não há quem tenha coragem de enfrentá-la, pois me fizeram surtar algumas vezes e é difícil acreditar em quem surtou um dia. E todas as emissora, sem exceção, dependentes todas da Globocalidade se juntam para conseguir isto. Liberdade de expressão, ou uma maneira de mata usando apenas a comunicação.
Essa mentalidade invadiu tudo quanto é espaço no mundo, e não há como sair dela. Tem outro fato, como o mundo ficou monótono de tão organizado, e com todos os postos sociais garantidos do início da vida a té a morte, todos os postos garantidos para as classes mais altas, enquanto nós aqui vivemos na base dessa gestão de penúria, enfim, resumindo,a sociedade não quer reconhecer esse fato, pois assim eu deixaria de ser um zé ruela, como eles dizem, para passar a outra condição.
Fora, ainda, que é melhor que eu esteja morto, depois de ter visto tudo o que eu vi, nem esquerda, nem direita suportariam minha existência digna, manifesta e expressa. É um típico caso de reserva de poder.
Coisa que bunda-mole nenhum, de classe média alta teve coragem de enfrentar.
Essa mentalidade invadiu tudo quanto é espaço no mundo, e não há como sair dela. Tem outro fato, como o mundo ficou monótono de tão organizado, e com todos os postos sociais garantidos do início da vida a té a morte, todos os postos garantidos para as classes mais altas, enquanto nós aqui vivemos na base dessa gestão de penúria, enfim, resumindo,a sociedade não quer reconhecer esse fato, pois assim eu deixaria de ser um zé ruela, como eles dizem, para passar a outra condição.
Fora, ainda, que é melhor que eu esteja morto, depois de ter visto tudo o que eu vi, nem esquerda, nem direita suportariam minha existência digna, manifesta e expressa. É um típico caso de reserva de poder.
Coisa que bunda-mole nenhum, de classe média alta teve coragem de enfrentar.
Obs.: Eu não sou importante, e todo esse aparato comunicativo-belicoso está montado, justamente, para que eu continue zé roela.
Quer que desenhe?
## terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
### Uso das Câmeras de Segurança em Condomínios II
Imagina só, uma ditadura num país com as empresas de segurança aliadas dos militares com todas as suas câmeras de segurança. Nem precisamos de golpe de estado.
Assim, o zelador lhe vê saindo do edifício pela câmera de seguranças, ou algum outro desafeto lhe vê saindo, então avisa o assassino de aluguel que lhe esperará na rua de mutuca.
O assassino de aluguel já sabe quem é você, pois lhe apontaram na rua um dia destes.
As câmeras de segurança conhecem meus hábitos.
Eu não confio em segurança privada, já é difícil confiar na polícia. Veja só.
Ainda mais comigo exibindo os podres deste inferno e ligado a mais responsáveis externos, como a Globo, por exemplo. Hoje aconteceu algo que me fez temer pela minha segurança. Só digo isto.
Lembrando que apenas 1% dos homicídios são investigados, e eu não sou nem importante o suficiente para isso, nem seria selecionado pelo Datena ou Marcelo Resende para fazer a investigação andar.
Na cadeia só crime contra o patrimônio ou tráfico de drogas, e cheio de moleque primário.
Alguém aí duvida que vivemos uma ditadura?
Daqui a pouco a Globo e seu jornalista investigativo/seletivo vai exibir programa (Profissão Repórter) sobre homicídios, despolitizado, é claro.
## segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
## quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
### Bando de Alguém...
Minha mãe estava bem, parou para assistir televisão, e ficou amarga de novo, o problema é que eu, no topo de meu fracasso profissional, não tenho reconhecimento social para convencê-la do mecanismo operatório da televisão... (ainda)
Desconfio até de que a Globo sabe disso e o faz deliberadamente, fui produzido para 'bando' na ECA-USP e eles têm pânico de eu me soltar, já me soltei, na verdade, mas não consigo vencer a hegemonia da televisão e seu discurso de sucesso material.
Bando é, segundo Agamben, uma condição do líder de um grupo, no topo do social, que, para manter sua força no mesmo grupo, precisa de uma espécie de bode expiatório social, alguém no fundo do mesmo social, para estruturar a ordem deste grupo. Bando é um termo germânico para nomear, ao mesmo tempo, o líder grupal e o fudido grupal lá de baixo.
Baudrillar deu uma pista do jeito irônico dele: Organização Contratual de Gestão de Interesses do Grupo, ou, Gestão da Penúria. Para ele, é uma estrutura condenada...
## sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
### Luto.
Mais Tomie Ohtake!
### Já Deu!
Esse papo de que só pessoas boas têm direitos já deu no saco!
## quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
### Marte, Deus da Luta, Companheiro!
Luz da manhã que arde,
Na alvorada de Marte,
Acorde, antes que tarde,
E vê essa obra de arte!
### Atitude de Gente.
atitude de dono
deste funcionário
é o que me dá sono
a cara de otário
atitude de dono
foi deslocupletado
é o que me dá sono
tá fodido e mal-pago
atitude de dono
neste desgoverno
é o que me dá sono
com gravata e terno
atitude de dono
acaba no abandono
é o que me dá sono
e nas quadras detono
### Falando com Propriedade.
Meu amigo de web, você nunca mais vai ouvir de mim metáforas mais enriquecidas ou diretas tais quais: "meu cu", "tô cagando pra isso", "um bosta".
Não será por falta de senso de 'humour', mas será por serem tais linguajares típicos de playboyzadas-filhinhos-de-papai-classe-média-alta-branca que tem morada garantida, não têm nem ideia do que é estar desabrigado...
Pois, eu nunca defecarei na calçada nem na moita da praça, não sou um 'pet' (sou bem mais que isso) e tenho muito respeito pela oportunidade de ter um sanitário para usar, e respeito não só pelo banheiro da casa em que habito, como por qualquer banheiro público, e uso ambos com o mesmo respeito.
Ao contrário dos playboyzinhos em questão, me preocupo com um mundo muito além do meu próprio quintal e do meu próprio W.C.
## quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
### Uso das Câmeras de Segurança em Condomínios.
O zelador aqui do prédio se liga nas câmeras de segurança para ver como estou e assim me surpreender com alguma provocação, como ficar me encarando, por exemplo, fiz um cartaz com a escrita enorme: "Tá olhando o quê?", para o momento da filmagem, em que ele me vê e eu não o vejo, de modo a ser avaliado para ser provocado por meio de uma câmera de segurança...
(ele faz isso com minha mãe também, mas eu percebi a molecagem)
(ele faz isso com minha mãe também, mas eu percebi a molecagem)
Câmeras de segurança usadas não para a defesa de moradores, mas para atacar!
## terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
### Sonho de Consumo.
Eu quero Liberdade! Se vier acompanha de Expressão, eu também vou gostar!
### Anjo de Klee.
eu freudianamente estou vendo um falo em direção a um útero,
a sombra do nariz é o falo, as bolsas escrotais estão acima dos olhos, bem desenhinho de banheiro escolar mesmo, e a vulva é aquilo que se parece com a cauda é a vulva, o coito está representado como uma vista aérea, talvez seja um anjo invejoso olhando todo esse negócio errado aí na Terra.
esse Paul Klee fica fazendo mensagem subliminar em obras-primas, é um abusado mesmo!!!
os testículos, são os olhos!
(acho que virei tarado, pois vejo falos em tudo que é canto!)
os cabelos os pentelhos!
(Klee e eu, tarados!)
você pode até ver as pernas abertas ao redor da cauda/vulva!
Klee #profeta
é a concepção!
(pq ele naum usa camisinha, claro!)
rsrsrs
### "Controle" da Mídia.
o termo "controle" é inadequado, a proposta não toca em conteúdo, é uma medida econômica de descentralização da propriedade para aumentar o número de donos, aumentar a competição e distribuir a propriedade empresarial.
a medida objetiva é proibir a propriedade cruzada de meios de comunicação
não é censura, é uma medida exclusivamente administrativo-econômica.
NINGUÉM QUER INTERFERIR EM CONTEÚDO!
deem uma busca em Expressão: http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/
Fórum Nacional de Democratização da Comunicação
tá explicadinho lá
(e não é uma proposta da Dilma, é uma proposta da sociedade civil que está recolhendo assinaturas para transformá-la em lei, pois se for pra esperar os políticos... Já viu... a Dilma apenas apoia a proposta)
NÃO É CENSURA O QUE BUSCAMOS.
É NÃO SER CENSURADOS POR UMA MEGA-CORPORAÇÃO.
### Escolha as Armas.
O nome do míssil-derruba-rede-globo, mais conhecido como anti-cristo é "proibição de birôs de mídia".
Hoje, o Jornal Nacional estava bonzinho recheado de bajulações nova iorquinas e tudo mais.
Eu sou astrólogo, e toca Raul.
Estou aguardando de camarote a Rede Globo, do alto da fortuna de 66 bilhões de dólares das três marinhas, alegarem "censura econômica" à Rede Globo pelos sei-lá-quem e mimimimi. Lembrem-se da senha de volta para o futuro: PROIBIÇÃO BIRÔS DE MÍDIA. Sem mais.
O cinturão de Valium.
### Quando o FDP da TV tem mais crédito que VC na sua família.
Ontem discuti com minha mãe, ela e meus irmãos, de tanto verem televisão, ficaram iguais à maquina que os embrutece.
Só falam e não ouvem.
No futuro a televisão será lembrada pelos historiadores como a responsável pela Segunda Idade das Trevas.
plim-plim
### Existência.
Minha atitude em relação ao Mercado Publicitário mudou totalmente depois que soube que a Globo é despóstica na publicidade brasileira, e a mantém refém, e como essa área é estratégica, então toda o mercado criativo está comprometido gravemente. Agora faz sentido, a Globo quer provara à Sociedade, a fim de intimidá-la, que pode MATAR ALGUÉM usando COMUNICAÇÃO SOCIAL COMO ARMA.
E eu fui o escolhido, como EXEMPLO E EXCEÇÃO.
REDE GLOBO, VÁ TOMAR NO CU,, ANTES QUE EU ME ESQUEÇA!
### Desabafo Desabado.
eu li recentemente o absurdo que está rolando na mídia brasileira, vou tentar lhe informar um resumo:
as organizações Globo mantém refém todo um setor da economia, o mercado publicitário.
e assim, mantém dependente todo o mercado criativo brasileiro, música, vídeo, cinema, teatro, jornais, etc...
numa economia saudável os clientes, as empresas, pagariam as agências de publicidade, e estas repassariam para o anunciante, a Globo, o valor devido.
não é assim que se dá, os clientes pagam à Globo, e esta, se quiser, repassa às agências de publicidade uma tal de BV (bonificação de volume), além de, centralizando todo o capital, ainda decide sobre a produção do material veiculado, filmes, anuncios de rádio, etc...
no governo FHC (tinha de ser) foram proibidos os Birôs de Mídias, escritórios de comercialização de espaço publicitários em todos os veículos, o que criaria concorrência e descentralizaria a publicidade.
o Grupo Abril é contra, mesmo afundando por causa da Globo.
gente, governo nenhum pode viver sem anunciar, nesse sentido, até a comunicação social do governo é refém desse "escândalo das BV (Bonificações de Volume)"
quem fala uma asneira dessas não conhece comunicação social, no mínimo, pra essa pessoa, fazer uma crítica à mídia é analizar o que vê na TV...
mas o aspecto econômico não tem relação com o criativo, embora o condicione.
também acho que falta conteúdo,
como a Rede Globo, com essa prática imposta das bonificações de volume, centraliza todo o capital da comunicação social do país, ela tem o poder de decidir o que pode e o que não pode ser divulgado, ser distribuído, o que pode e o que não pode sobreviver econômicamente.
então, tudo relacionado a conteúdo está dependente da Globo: música, séries de tevê, jornalismo, cinema, teatro, sites, blogues, shows.
ou seja, tudo ligado à audiência está severamente comprometido.
depois, o Brasil é um país com ZERO inovação, e ninguém explica.
ninguém explica por medo dessa ditadura das Organizações Globo.
e, as três marinhas do cinturão de valium, so não mandam no país por que há distância entre intensão e ato, entre o fazer e o falar, pois nem tudo que é comunicado é obedecido, ainda bem!
concordo com tudo o que você disse, queria só acrescentar algumas informações:
a atividade de Birô de Mídia proibida só favorece esse mercado viciado que você descreveu com detalhes aí.
a coisa toda não anda, pois a Globo sempre empurra a discussão para o congresso, onde sempre vence, quando deveria a discussão ir para a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, ou para o CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico).
para piorar, todos sabemos como se consegue uma concessão de televisão ou de rádio no país, não é?
### ...
"Os usuários são usados pelo facebook, no lugar de usá-lo." (Adorno)
### ...
"Você vai gostar do que eu vou lhe mostrar, por que eu quero que assim seja, e não se atreva à desobediência por que você gosta assim que eu sei." (The Big Broder)
### ...
"Obedecemos no trabalho, obedecemos em casa, sempre aos mesmos amos, e gostamos." (Jornadas do Jornal)
### ...
"Minha sedução, sua fascinação, o esquema da dominação." (Articulador Doloroso)
### ...
"Uma mentira repetida mil vezes até virar inconfessável." (Globbels)
### Relíquia Danada.
Dizem os antigos que a gente só tem duas chances na vida: quando nasce e quando casa, eu acrescentaria mais três: mega sena, corrupção política e o estudo.
a última, na minha opinião, é a mais digna de todas, embora, as outras sejam mais socialmente reconhecidas. Desde que você não seja descoberto.
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Tudo bem, mas estou desistindo de provar que sei parecer intelectual falando coisas inteligentes, cada vez mais me afasto desta atitude, um caso concreto é mais importante do que uma racionalização vazia que está afastada dos referentes reais dela. Saca?
## quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
### Impitimá
Então, Golpe de Estado pra se safar de condenação por corrupção, sim, Marx estava certo, primeiro como tragédia, depois como farsa, o que acontece é reclicar a farsa de novo e de novo e de novo.
### Globalheira XI
Tudo bem, tem gente contra o que a mídia faz, mas não conhece os métodos dela em profundidade, ou podem estar guardando para o futuro, ou podem estar se utilizando dos mesmos métodos secretamente.
Mas, viu?
Sabe como é: Uma vida nua apenas não faz nenhuma diferença, não causa comoção, nem desperta atenção.
Mas, viu?
Sabe como é: Uma vida nua apenas não faz nenhuma diferença, não causa comoção, nem desperta atenção.
Mesmo que seja um monstro que esteja se criando, mas não é esse o engano, não é o monstro em si, mas quem o esteja manobrando.
### Globalheira X
é poisé, de vez em quando me desespero, mas, não me arrependo, tudo que estou dizendo é verdade, e uma verdade não deixa de ser verdade, mesmo que ninguém acredite nela, bjs
### Globalheira IX
Eu marquei pra tentar LOAS, e minha mãe não quis me dar o comprovante de renda dela, agora, me ligaram da prefeitura me dizendo que, para eu conseguir passe de ônibus para esquizofrênico, eu teria de ir no exame com algum parente, não há ninguém que fosse comigo, simplesmente, não há. O lance é que aqui em casa todos querem me ver ferrado, inclusive minha mãe, e não há ninguém que possa me dar qualquer tipo de apoio. Aí, o funcionário da prefeitura disse que o problema sou eu, que houve falta de comunicação, e um abraço!
O funcionário me responsabilizou pelo modo brutal de ser da minha família.
Existem leis de seguridade social, mas os burocratas inventam regrinhas para limitar sua aplicação, assim vemos muita gente nas ruas em necessidade concreta de seguridade que não podem ser atendidas.
Disse ele que era impossível a comunicação, deixa eu ver, o conceito de comunicação para o Estado é: Eu mando e você obedece.
O PT até oferece ajuda, mas só pra famílias convencionais.
Tem de ser alguém certinho e comportado, se há anomalia, anomia, a anormalidade na tua família, foda-se, sua única saída é virar bandido.
Ah, sim, eu ia esquecendo do que a Globactéria tem a ver com isso: é que a GloboNews, parece que sabendo que eu tinha marcado na previdência pro LOAS, fez com uma campanha pesada contra tudo que é seguridade social, inclusive LOAS; bolsa-família, aposentadoria, licença-médica, seguro-desemprego, enfim...
### Globalheira VIII
facebook limitando todas minhas postagens com "Rede Globo"
decidi, no lugar de "Rede Globo" usarei o nome de algum programa, ex.: "Jornal Naiciona", ou "Império", aleatóriamente, ou algum canal a cabo, ex.: Futura", ou "Viva", posso usar tb: "Fundação Roberto Marinho", ou "Telecurso", tem tb: "Galvão Bueno", "Faustão", "Ana Maria Braga", só não usarei Big Brother Brasil, pois já existem reclamações específicas, ainda tem: "Som Livre", "O Globo", "CBN", "Revista Época", enfim, tenho ódio o suficiente pra usar tudo disponível e ainda faltar...
posso ainda trocar/substituir/acrescentar lerrtras e/ou sinais: "Globo-", "Faustãop", posso usar clássicos como: "Fora Rede Globo", "Cala a Boca, Galvão", tem tb "Globosta", "Globbels", "Rede Troço de Televisão", "Gloaca", "Rede Esgoto de Televisão"
sim, tudo começando com "b"
Globoçal Globichada Globandida Globoato Globasta Globizarra Globesteira Globalela Globocilga Globolinando Globobagem Globode-espiatório Globedelho Globodum Gloglobofetada Globolada Globoicote Globolor Globolota GloGlobocejo Globabaca Globordéu Globotulismo Globovino Globurro Globaderna Globandidagem
tem um dicionário inteiro!
de "B.O."
### Globalheira VII
Escreva aí, de fato faço música, e seria uma grande oportunidade na carreira aparecer na televisão, mas farei pior que o Mano Brown, pois nem na fascista da TV Cultura eu iria. A Rede Globo me condena enquanto grupo, pois sou de esquerda e tenho diagnóstico de esquizofrenia, mas sabe quem eu sou e me bloqueia a vida individualmente. Tenho constatado que essa empresa quer me roubar as canções e entregar ao Michel Té Logo, ou outra merda dessas, pois após a morte, sem registro em gravadoras, ficará muito fácil roubá-las.
### Gobalheira VI
Minha mãe é burra, tem orgulho de ser burra e espanca criança inteligente.
é cultura familiar, bater na inteligência, a condenação deles será na hora de necessitarem da inteligência, pois essa hora sempre vem,
pior de tudo é suportar as ironias de como a porrada é superior à inteligência,
aliás, isso resume todo o relacionamento com família burra, orgulhosa de ser burra
(público-alvo da Globordéu)
### Globalheira V
Tô ferrado mesmo, separei roupas boas que vou tentar salvar com meus livros, mas emprego está difícil, principalmente se quem está contra você é a Rede Globo. Morro como indigente, sem nada, mas com dignidade.
Acontece que haverá reintegração de posse, a sociedade prometeu a minha família que, dando um fim em mim, será recompensada, acontece que a morte é irreversível, as promessas não são.
### Globalheira IV
O objetivo da RedeGlobichada é incitar minha família a me matar. Desta acho que escapo. Mas não escapo de ser morto por playboy de classe média alta, quando estiver na condição de morador de rua.
### Globalheira III
Aqui nessa casa é assim, os irmãos vão para as academias de lutas para agredir dentro de casa, pois na rua é com a polícia. Mentalidade UFC. Detalhe, todo mundo tem mais de 40.
### Globalheira II
Não sou jornalista, mas como ando falando mal da vizinhança cruel, andei ouvindo ameaças, sigo ignorando-as, mas a grande mídia está incluída entre os denunciados que andam me ameaçando, e esconde o fato, pois, se a grande mídia é corrupta também,..
A Globirra é violenta, desonesta, desviante e perigosa. E pode matar sem tocar no assassinado.
Anomia é o que escapa à jurisdição da norma.
Anomia planejada pelo congresso que tem 190 integrantes que são também empresários de comunicação social.
### Globalheira I
Essa mentalidade da propaganda de televisão, em que basta você tentar para conseguir, aqui não é assim, a Globandidagem decidiu que devo ser morto discretamente, sem espetáculo é claro, e na indigência, e não há ninguém que acredite, e a Globaderna não só sabe disso, como é quem fomenta o caso, não há ninguém que acredite nesse fato, e se há, não há quem tenha coragem de enfrentá-la, pois me fizeram surtar algumas vezes e é difícil acreditar em quem surtou um dia. E todas as emissora, sem exceção, dependentes todas da Globocalidade se juntam para conseguir isto. Liberdade de expressão, ou uma maneira de mata usando apenas a comunicação.
Essa mentalidade invadiu tudo quanto é espaço no mundo, e não há como sair dela. Tem outro fato, como o mundo ficou monótono de tão organizado, e com todos os postos sociais garantidos do início da vida a té a morte, todos os postos garantidos para as classes mais altas, enquanto nós aqui vivemos na base dessa gestão de penúria, enfim, resumindo,a sociedade não quer reconhecer esse fato, pois assim eu deixaria de ser um zé ruela, como eles dizem, para passar a outra condição.
Fora, ainda, que é melhor que eu esteja morto, depois de ter visto tudo o que eu vi, nem esquerda, nem direita suportariam minha existência digna, manifesta e expressa. É um típico caso de reserva de poder.
Coisa que bunda-mole nenhum, de classe média alta teve coragem de enfrentar.
Essa mentalidade invadiu tudo quanto é espaço no mundo, e não há como sair dela. Tem outro fato, como o mundo ficou monótono de tão organizado, e com todos os postos sociais garantidos do início da vida a té a morte, todos os postos garantidos para as classes mais altas, enquanto nós aqui vivemos na base dessa gestão de penúria, enfim, resumindo,a sociedade não quer reconhecer esse fato, pois assim eu deixaria de ser um zé ruela, como eles dizem, para passar a outra condição.
Fora, ainda, que é melhor que eu esteja morto, depois de ter visto tudo o que eu vi, nem esquerda, nem direita suportariam minha existência digna, manifesta e expressa. É um típico caso de reserva de poder.
Coisa que bunda-mole nenhum, de classe média alta teve coragem de enfrentar.
Obs.: Eu não sou importante, e todo esse aparato comunicativo-belicoso está montado, justamente, para que eu continue zé roela.
Quer que desenhe?
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2019-01-24T02:14:21Z
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http://mmmais3.blogspot.com/2010/05/primeira-foto-em-familia.html
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Embora o Mathias, a Carolina e o Guilherme tenham ficado bem juntinhos na barriga da mamãe por 26 semanas e 4 dias, logo após o nascimento cada um foi para sua incubadora e ficaram separados!!
Não víamos a hora de colocarmos os 3 juntinhos de novo!!
No dia 20 de março, eu estava com a Carol no colo e o Marcelo com Gui! Daí, o tio Alexandre e a tia Paty, técnicos que estavam cuidando do trio aquela noite, fizeram uma baderna na nossa sala!! Isso para que pudéssemos tirar a primeira foto em família!!!
Foi o máximo!!
Pela primeira vez, estávamos nós 5 bem juntinhos!!! Como sonhamos com este momento mágico!!!!
Essa foi a primeira foto de muitas!!!
Olhem que momento legal!!
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2019-01-24T12:56:20Z
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http://molinacuritiba.blogspot.com/
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**Não dá para esquecer de que quem indicou a maioria absoluta dos integrantes do Supremo Tribunal Federal foi o próprio governo que eles, os acusados e condenados, elegeram. Grande parte destes dirigentes condenados pertencem ao primeiro escalão partidário, sendo que o Zé Dirceu era o maior dirigente. O Dirceu foi o maior estrategista, os mais próximos do comando carinhosamente o chamam de general. Até em relação as políticas de alianças a voz dele foi a soberana. Foi ele o defensor mais firme que a prioritária seria, e foi, com o PMDB, fato que vez "o governo do PT" dar uma guinada ainda mais a direita. Dizem que o José Dirceu foi quem indicou o Joaquim Barbosa, e isto teria ocorrido por este ter sido recomendado pelo Frei Beto. Este pertence a TDL (Teologia da Libertação, e quando ele saiu do governo foi uma atitude desta, que começava romper com o governo do PT, partido ao qual gerou. Sem as Comunidades Eclesiais de Base os núcleos do PT, começo do Partido, não teriam existido. Hoje o PT não é mais uma força enraizada no seio do povo. Os Movimentos Sociais, enfraquecidos pela inanição dos mais de oito anos de imobilidade e espera para que a pauta social, que era muito mais do que um Bolsa Família ou um Pró Uni e cotas, fosse atendida, foram para a oposição. Quando vemos o MST começando a novamente radicalizar quanto a questão da Reforma Agrária, quando vemos o CIMI exigindo a Demarcação da Terras Indígenas, além do Movimento dos Sem Tetos exigindo moradia e da CUT exigindo o fim do fator previdenciário e das flexibilizações, e todos juntos exigindo o fim das privatizações, é a TDL que vemos novamente em campo. A marcha da bandeira que caminha voltou para os caminhos do povo. O recomeço da jornada da Via Campesina e de seus Movimentos coirmãos se deu quando o bispo fez a greve de fome na beira do Rio São Francisco. Ali a Igreja Progressista se voltava contra o caríssimo projeto da transposição, que até agora só beneficiou os grandes empreiteiros e logo irá beneficiar grandes proprietários de terra e as multinacionais que controlam o mercado de produção de frutas naquela região, enquanto o povo continua passando sede e fome e vendo a concentração de terra aumentar nas mãos de poucos. Este governo está tão a direita que para ele meras reformas keynesianas são chamadas de "coisa da ultra esquerda" e povo nas ruas "virou coisa de baderneiro". A borracha que apaga idéias voltou a descer no lombo do povo. Será que o Joaquim, que diz que sempre votou no Lula, está só e seus propósitos? Antes que eu esqueça, entre o cinco que votaram pela imediata prisão dos condenados, além do Joaquim Barbosa, indicação do frei Betto, tem o Roberto Barroso que é da máxima confiança da Dilma, que não quer ver está crise estourando no eleitoral ano que vem, e o Dias Toffoli é pessoa da máxima confiança do Lula. Pelo jeito ninguém quer ver o Zé aguardando por mais muito tempo a voz de prisão, coisa que causa muito desgaste ao grupo no poder e dá voz a oposição! O que a não muito tempo atrás disse o Frei Betto: saída de Dirceu foi correta e tardia http://www.mabnacional.org.br/artigo/frei-betto-sa-da-dirceu-foi-correta-e-tardia**
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2019-01-19T03:59:35Z
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http://satiro-hupper.blogspot.com/2013/06/trogloditas.html
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**A RESPOSTA É MAIS DEMOCRACIA**
Não enxergar o elo entre as ruas e o ciclo histórico costuma
ser fatal às lideranças de uma época. Acreditar que o elo, no caso dos recentes protestos em São Paulo, está no aumento de 20 centavos sobre uma tarifa de transporte congelada desde janeiro de 2011, é ingenuidade. Supor que a ordenação entre uma coisa e outra poderá ser restabelecida à base de cassetetes e pedradas é o passaporte para o desastre. Desastre progressista, bem entendido. A lógica conservadora nunca alimentou dúvidas existenciais ou políticas quanto a melhor forma de manter o caos nos eixos. O colapso do trânsito, inclua-se nesse desmanche o custo e o tempo despendidos nos deslocamentos, é o termômetro mais evidente de um metabolismo urbano comatoso. Cerca de 1/3 dos paulistanos, aqueles mais pobres, residentes nas periferias distantes, levam mais de uma a até mais de duas horas no trajeto da casa ao trabalho. Os tempos indicados são referentes à ida; não consideram o gasto no retorno. Não se produz uma irracionalidade desse calibre sem um acumulo deliberado. O Brasil tem a taxa de urbanização mais alta em uma América Latina que lidera o ranking mundial, diz a ONU. Isso se fez sob a chibata de uma ditadura militar e não poderia ter sido feito exceto assim. Não é figura de retórica dizer que esses ingredientes acionam o pino de cada bomba de gás lacrimogênio e faíscam o pavio de cada enfrentamento irrefletido nas batalhas campais registradas em São Paulo nos últimos dias. Carta Maior saudou a vitória de Fernando Haddad em 2012 por entender,como entende, que ele representa o resgate do cimento da democracia na reconstrução de São Paulo. O trunfo do prefeito é ter sido eleito para isso. Ele tem legitimidade para subtrair espaços à engrenagem opressora e devolve-los a uma cidadania há muito alijada das decisões referentes ao seu destino e ao destino do seu lugar. A capacidade de erguer essas linhas de passagem terá um peso decisivo nas disputas em curso na vida brasileira. (
**LEIA MAIS AQUI**)
# Em dia de maior repressão da PM, ato em SP termina com jornalistas feridos e mais de 60 detidos
# Rodrigo Vianna: A baderna é da polícia!
Qual o nome para o que a Polícia Militar fez em São Paulo durante mais uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus e metrô? Proibiu carros de som e megafones nas ruas, agrediu jornalistas e fotógrafos, encurralou manifestantes, atirou bombas a esmo, pisoteou a Democracia.
Desacostumado com manifestações públicas, o brasileiro aceitou a versão da velha mídia, após os atos da semana passada, que classificou os manifestantes como simples “baderneiros”?
Dessa vez, quem tentou impedir uma manifestação pacífica em São Paulo? Como se pode nomear as cenas protagonizadas pela polícia (e devidamente registradas e espalhadas em tempo real pelas redes sociais)? Baderna ou barbárie?
A polícia tentou cercear o direito à manifestação. Atacou a liberdade de expressão. Isso se chama “subversão”. Sim, a PM paulista subverteu a ordem democrática.
A Polícia Militar foi baderneira e subversiva!
E pra completar: manifestantes foram presos com base numa lei que trata ativistas sociais como “quadrilheiros”. O mais chocante: o PT e outros partidos de esquerda, as centrais sindicais mais representativas e os movimentos sociais importantes estão ignorando a garotada que foi pra rua enfrentar a barbárie. É preciso dizer: não aceitamos que o governador de São Paulo trate manifestantes como “quadrilha”. Movimento social não é quadrilha. O próximo passo, disse-me há pouco o colega blogueiro Renato Rovai, é tratar movimento social como “terrorismo”.
Aliás, acompanhe cobertura ao vivo da Revista Fórum, sob coordenação do Rovai.
Alckmin tenta se cacifar junto a conservadorismo paulista. Ele sabe bem o que está fazendo. É chocante ouvir por aí – na classe média supostamente bem educada – que “essa gente tem é que levar borachada”. É a base alkmista. Mas o mais chocante é perceber que o petismo e as bases lulistas ficam sem saber o que dizer. Talvez à espera do sinal dos “líderes”, à espera dos cálculos que submetem tudo, absolutamente tudo, à lógica eleitoral.
Humildemente, lembro que há questões inegociáveis. E uma delas é o direito à manifestação. Ah, mas esses atos são convocados por “radicalóides” do PSTU e do PSOL! Então, façamos com que sejam mais do que isso, mais amplos. Ah, mas há provocadores que vão pra rua depredar e atirar pedras! Ora, desde que o mundo é mundo, isso é assim. Não há manifestação com mais de 2 mil ou 3 mil pessoas em que não surja gente disposta apenas a tumultuar.
Mas volto a insistir. Manifestação não é baderna, nunca foi e nunca será. Baderna, isso sim, é polícia que dá tiro em manifestante ajoelhado, baderna é governador usar a cavalaria na avenida Paulista, baderna é partido de esquerda (ou, ao menos, com bases de esquerda) submeter-se à lógica eleitoral e não vir a público denunciar o fascismo social que se tenta implantar em São Paulo.
Isso tudo, sim, é baderna pura! É um Pinheirinho no centro de São Paulo. Um Pinheirinho na avenida Paulista.
Há erros na ação dos manifestantes? Parece que sim. Mas há um mérito inequívoco na atitude deles: retirar da letargia jovens que, na última década, foram acostumados com a idéia de que nenhuma ação coletiva faz sentido.
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2019-01-17T21:44:39Z
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http://piratanordestino.blogspot.com/2010/03/caso-de-policia.html
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São 22h e 15 minutos no horário de Brasília, quando um garoto e uma garota de apenas 12 anos brincam nas ruas perigosas do bairro, tocando a campainha de seus vizinhos e atormentando o sono daquele que vos escreve e que também irá se referir em terceira pessoa neste texto. Ah mas é claro que ele não estava dormindo! Apenas gostava de sacanear crianças faveladas sem futuro algum. E que atire a primeira pedra aquele que nunca esbravejou palavras indecentes para algum maloqueiro que tenha lhe feito algum mal! E também se nunca o fez não me interessa, textos politicamente corretos serão encontrados no site do Papa e do R.R Soares...
Pois bem, estava ele em casa apreciando as pinturas de sua parede quando tocam sua campainha de forma misteriosa. Prontamente o garoto sai com sua mãe no portão e nada nem ninguém visto. Curiosamente, segurando uma tesoura cega da Tramontina o garoto abre destemidamente o portão para olhar o que se passa na rua e nada ali encontra. Seria um fantasma que tocou a campainha? Uma falha no aparelho? Estaria ouvindo vozes? Não meu caro leitor, pois eis que surge um garoto e uma garota de seus 12 anos chamados por seus pais extremamente responsáveis, correndo de trás de um caminhão da feira para dentro de sua casa que coincidentemente fica em frente à casa do rapaz armado com a tesoura. De inicio nada foi feito, nada foi falado e nem comentado neste dia.
Passada uma semana é tocada a campainha de um vizinho da rua, que por sua vez sai gritando na rua, mas não encontra nenhum culpado. Com sede de vingança e coração de investigador, o rapaz, armado apenas de sua astucia se esconde dentro de uma Kombi com vidro fumê para ficar de tocaia e analisar os fatos que se seguem... Não demora muito e uma garota de fora da vizinhança toca a campainha de outro vizinho, com gritos de moral vindos de sua turma, que no caso é o garoto e a garota de 12 anos. Mas sem fugir ao assunto um senhor aparece na janela perguntando quem era. O rapaz abre o portão e avisa que foi uma maloqueira que passou correndo de bicicleta e apertou a campainha de várias casas, mas logo fechou o portão e retornava para dentro de sua casa para apreciar a pintura do teto.
Mas logo foi indagado por um outro garoto se existia alguma criança na rua àquela hora de quase 23h, e logo o rapaz responde que sim, que tinha um monte de crianças fazendo baderna e atrapalhando o descanso dos demais.
Ao ouvir isso, o atencioso pai que assistia Mama Brusqueta no Silvio Santos se enfurece com as acusações feitas contra seus educados e intelectuais filhos e faz um bate boca de acusações com a família toda do rapaz por cerca de 5 minutos do alto de sua casa. Não podendo vencer uma briga verbal de 3 x 1 ele desce com olhos vermelhos como sangue dizendo que irá resolver essa parada e pega um objeto escuro de dentro de seu carro para sair no portão. E é neste momento que todos se alarmam e começam a gritar: “ele está armado! Chamem a policia!!!”.
A policia foi chamada e ao chegar no local a briga que começou por motivos banais toma um rumo completamente diferente e passa a ser discutida leis de trânsito e construção civil e arquitetura.
Mas deixemos o lado de escritor de suspense por um momento para incorporar o lado do escritor critico que não segue as regras de redação. Na verdade a discussão que deveria ser sobre porte de arma do pai dos moleques que tocavam campainha, acabou se tornando sobre ele estacionar o carro em frente a nossa casa, impossibilitando a saída da Kombi para a rua.
Acusações daqui e ali o policial sargento tem uma brilhante idéia para resolver o problema, já que segundo ele a via é pública e ninguém é obrigado a retirar o carro da rua só porque nós queremos, a idéia seria de retirar uma coluna da minha casa e expandir a garagem para facilitar a saída da Kombi, o que segundo o sargento sairia por menos de 600 reais.
Eu realmente entendi essa merda ou o sargento me mandoueu demolir uma parte da minha casa para retirar meu carro de dentro da garagem porque o meu vizinho está bloqueando a passagem com o Uno dele? Mas é ótimo saber disso pois agora podemos aplicar isso em vários outros aspectos. Vamos aos exemplos:
**Caso 1:**eu poderia estacionar meu carro na frente da casa deste meu vizinho ou de qualquer outro, impossibilitando que saiam de suas casas com seus carros, pois assim todos seriam obrigados a demolir suas casas para construir uma outra saída para a rua? **Caso 2:**se dois carros estacionarem na rua, cada um de um lado, quem quiser passar pela rua deverá entrar com um projeto de ponte? Ou deverá pedir para a prefeitura demolir algumas casas e fazer uma rua de escape que dê a volta nos dois carros parados?
E se segundo o sargento somente um carro pode ficar parado de um lado da rua, mas dois não podem pois atrapalhariam o trânsito, quem deveria ser o carro escolhido para ficar parado na rua? Aquele que estacionar ali primeiro é o dono? Que se foda se você estacionou depois meu amigo! Procure outra rua livre.
**Caso 3:**se eu estacionar um ônibus no meio da marginal Tietê que é uma via pública, tenho total direito de ficar lá? Afinal é uma via pública e ninguém pode me retirar de lá! Obrigando que o governo do estado construa uma avenida secundária apenas para desviar do meu ônibus lá estacionado. **Caso 4:**se eu estacionar meu carro na frente da garagem da delegacia, proibindo a passagem dos carros da policia, se alguém vier me prender posso sugerir que façam uma outra saída para os carros da policia? Afinal o pátio é grande e uma entrada feita perto das arvores seria muito mais fofo e bonitinho.
Ou será que segundo o sargento só podemos estacionar nossos carros em via pública se for apenas para atrapalhar nossos vizinhos de sair com seus carros? Pois deve ter sido assim que começou nos países do Oriente Médio, não são ataques suicidas, são vizinhos irritados com carros estacionados que preferem explodir aquela porra toda e abrir caminho, o único problema é que costumam exagerar na quantidade de dinamite...
Isso realmente aconteceu a algumas semanas atrás aqui em casa e não estou querendo diminuir a imagem da instituição policial, até porque eu sou um dos maiores defensores da mesma, mas o meu problema está com a falta de bom senso da parte humana de um sargento que me manda retirar o pilar da minha casa para que eu saia com meu carro, o único problema é se for numa emergência, devo chamar um taxi ou passar por cima com a Kombi do carro do infeliz ou devo dinamitar meu pilar? Afinal não dá pra chamar um pedreiro pra refazer a estrutura da casa em 10 minutos, não é mesmo?
Avante!
eu odeio policiaisResponderExcluir
mas enfim chama o detran, eles rebocam o carro
ou entra na justiça dizendo q vc passou mal e teve uma crise pq não chegou no hospital a tempo que não tinha como o carro sair, ai vc pede uma indenização, como ele não vai ter dinheiro, vc manda penhorar o uno hauhauhauha, ai ele tira de la
eu odeio policiais
eu odeio seu vizinho tb
Não é assim também né Jackie hahahaha... Quem odeia policia é bandido, a instituição é extremamente necessária para manter a ordem e fazer cumprir a lei. O problema é que existe gente (humanos como eu e você) que são concursadas e passam e acabam se tornando pessoas sem muita necessidade, ou seja, uma pessoa com patente que fala algo totalmente sem lógica.ResponderExcluir
Mas a policia é importante e deve atuar em conjunto com toda a população para o bem geral de todos.
Avante!
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2019-01-16T04:43:15Z
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https://pleeaseumcafe.blogspot.com/2017/08/cosplay-imprevistos-no-evento.html
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### [DIÁRIO] IMPREVISTOS NO EVENTO
Oee, faz tempo que não apareço aqui q
Enfim, vim falar sobre a minha sobre minha segunda experiência como cosplay, eu fiz como planejado
**Kuriyama Mirai do anime Kyokai no Kanata, versão idol**. Ok, tudo lindo, mandei fazer a roupa décadas antes, pedi a peruca também décadas antes. Tava tudo perfeito.
Acordei cedo, fiz a maquiagem, ajeitei a peruca. Tudo perfeito. Então, cheguei no evento desci do carro e fui caminhando até a entrada, quando um bando de adolescentes bêbados começaram a fazer baderna perto da entrada, apressei o passo, só que tinha uma grades logo na entrada e meu vestido enganchou, e rasgou na ponta.
Eu segurei o choro (de verdade), e minhas amigas me ajudaram a procurar o camarim pra vê se alguém tinha agulha e linha(Liguei desesperada pro meu namorado pra saber se ele podia levar 10sespero). Mas eu estava realmente desanimada, de verdade.
Quando encontramos, tinha um kit de agulhas e linhas (GRAÇAS A DEUS) e a minha melhor amiga (que também tava de cosplay) me ajudou a costurar. No fim, deu certo!
Me diverti muito, mesmo estando naquele salto torturante. E muitas pessoas pediram para bater foto e até achei outras versões da minha personagem.
Enfim, foi um ótimo dia com as melhores pessoas, e próximo meta será Sakura Card Captor ou Arwen do Lord of rings <3
**CONSELHO:** **Sempre leve linha e agulha, durex, cola e etc. Se vc não precisar pelo menos poderá ajudar alguém!**
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2019-01-17T09:56:20Z
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http://pois-ze.blogspot.com/2009/
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Os colegas de trabalho eram taxativos: o Alberto era uma figuraça. Bastava saírem juntos para uma confraternização qualquer, para que ele começasse a monopolizar as atenções falando de suas experiências como escritor. Sim, escritor: ninguém sabia dizer ao certo quando ou como tudo começou, mas de um dia pro outro ele chegou no trabalho anunciando a todos que tinha sido seduzido pela arte das palavras, e que iria se dedicar ao ofício de romancista nas horas vagas.
O que no começo parecia só mais uma das inúmeras invencionices passageiras do Alberto, foi se tornando uma coisa séria. Quase todos os dias ele chegava cedo só para relatar aos colegas, em detalhes, todos os meandros e tramas dos quatro romances diferentes que estava escrevendo simultaneamente.
-E então a Frida... Lembra da Frida, aquela personagem secundária que te falei ontem?
-Desculpe Alberto.Eu estava checando esses relatórios... Nem estava te ouvindo direito.
-Eu estava falando da Frida, a personagem do meu livro.
-Ah sim...
-Então... A Frida, repentinamente, vai descobrir que ela é uma androide assassina criada pelo governo da Coréia do Norte, e que tem como objetivo principal eliminar os Sete Ninjas Samurais Secretos.
-Humm...
-E então, a partir disso, ela passa a se questionar sobre sua natureza não humana... Se ela tem mesmo que seguir sua programação e matar os Sete Ninjas Samurais Secretos ou se ela deve resistir e fugir desta programação. Tá acompanhando meu raciocínio?
-Desculpe, Alberto. Estava falando comigo?
Os amigos ainda apostavam que cedo ou tarde o rapaz desistiria da literatura e arranjaria outro hobbie menos exótico, como videogame ou xadrez. Mas o Alberto estava levando tão a sério a novidade que já estava começando a se vangloriar de suas “habilidades literárias” com desconhecidos.
-Muito prazer, sou o Alberto. Bancário e escritor...
O choque de todos foi ainda maior quando certo dia ele não apareceu no trabalho pela manhã, e mandou um e-mail à tarde avisando a todos que tinha abandonado o emprego para se dedicar exclusivamente a sua carreira de escritor. Disse que jamais se esqueceria do apoio dos amigos, e que prometia mandar uma cópia autografada do seu primeiro livro para todos.
Uma pequena força tarefa formada por seus colegas se mobilizou para tentar dissuadir o Alberto da ideia de abandonar o emprego, mas não tiveram sucesso. Tudo o que conseguiram foi ouvir a revelação de que ele estava tão empolgado com os novos projetos, que tinha resolvido gastar todas as suas economias em viagens ao redor do mundo com o objetivo de conhecer culturas de outros países, e com isso, escrever romances baseados nos hábitos e na tradição de cada povo que visitasse. Já tinha até comprado a passagem. Iria começar pelo Iraque.
Depois de muitos meses sem qualquer tipo de notícia sobre seu paradeiro, um de seus amigos do trabalho encontrou o Alberto na rua, maltrapilho, pedindo moedas aos transeuntes. Surpreso com a situação, levou-o para casa, onde ele lhe explicou que depois de visitar vários países, acabou ficando sem dinheiro e sem ideias, e foi deportado para o Brasil faziam poucos dias. Sem nenhum bem de valor (tudo o que tinha foi vendido para financiar suas viagens) e nem ter para onde ir, resolveu fazer um laboratório para um novo romance, a história de um belo e talentoso escritor que, desmemoriado, viveu alguns anos nas ruas, até conhecer e se casar com uma rica e poderosa condessa australiana que passava pelo país.
Ao contar para os ex-colegas da situação do Alberto, todos se mobilizaram para reaver seu emprego, o que foi conseguido depois de algum tempo.
Hoje o Alberto vive uma vida normal e feliz, trabalhando novamente como bancário. E quem achou que os inúmeros romances abandonados pela metade o frustraram, se enganou. o rapaz não largou o hobbie de escritor, e anunciou que está mais confiante do que nunca com seu novo projeto literário, o qual ele jura que finalmente será lançado: um livro de auto ajuda onde o rapaz conta todos os segredos para que pessoas comuns possam vencer na vida e ter sucesso em suas iniciativas mais ousadas.
Quem entende do gênero, garante: vai ser sucesso.
## quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
## terça-feira, 17 de novembro de 2009
### Pílulas
Se conheceram no banquinho de um parque. Idosos, ambos com mais de 80 anos. Como todo clichê que se preze, ele alimentava alguns pombos com migalhas de pão, enquanto ela tricotava um suéter. Faziam isso todos os dias, mas demoraram a se dar conta um do outro. Depois de compartilharem a mesma área do parque por meses sem se notar, cruzaram os olhares por acaso. Simpatia mútua.
Foi ele quem tomou a iniciativa da aproximação. Era do tempo em que os homens tinham por obrigação moral tomar a atitude. Sentou-se discretamente num banco próximo ao da senhora simpática que, com um esforço tremendo, tentava notar disfarçadamente sua aproximação com o canto dos olhos. A vista cansada já não permitia uma percepção tão eficiente quanto a da juventude, mas era possível notar que o cavalheiro grisalho tinha se colocado próximo a ela.
O silêncio perdurou por alguns minutos. Ele tentava achar um bom pretexto para puxar conversa. Ela, tentava se fazer de distraída.
-Olá! Bom dia.
Ela não respondeu. Se deu conta de que precisava falar mais alto.
-Olá!
-Oi!
-Me permite?
-O que?
-Alimentar os pombos.
-Claro.
-Gosta de pombos?
-Não muito. Dizem que são aves sujas.
-Também pensava assim. Mudei de ideia com o tempo.
-Entendo. Eu, desde menina, aprendi a não mexer com eles.
-Força do hábito, não é?
-Acho que sim.
O silêncio voltou a imperar. Ele achou-a simpática. Tinha uma voz bonita, e era surpreendentemente articulada. Sorria toda vez que terminava uma frase. Ela também tinha simpatizado com o senhor. Não sabia explicar bem o motivo, mas tinha gostado. Tinha um ar elegante, envolvente. Não tinha perdido o charme mesmo com aquela idade.
No entanto, nenhum dos dois sabia bem sobre o que falar. Fazia muito tempo que estavam sozinhos: a vida tinha levando embora seus companheiros cedo demais. Naquela altura da vida, a insegurança era inevitável. Ambos sentiam-se sem assunto, mas acima de tudo, sem a coragem necessária para manterem um diálogo qualquer. Quem diria que depois de décadas sentiriam a mesma timidez dos tempos de adolescente.
Cruzaram os olhares novamente. Sorriram, e voltaram aos seus afazeres apenas para manter as aparências, já que ainda estavam pensando em uma forma de continuar a conversa. Nenhuma ideia surgia. Concluíram, resignados, que o tempo tinha lhes tirado a habilidade de se relacionar com as pessoas. Que faltava-lhes o tato necessário para se aproximar de alguém, mesmo que de idade semelhante.
O tempo, no fim das contas, era cruel.
Conformado, ele olhou no relógio e tateou os bolsos à procura de alguma coisa. De lá tirou um estojo, que manuseou com cuidado sob o olhar curioso da senhora que tricotava. Ao abri-lo, foi possível enxergar um surpreendente número de pílulas e comprimidos de todos os tipos, cores, e tamanhos, numa visão que lembrava um catálogo de medicamentos.
Surpresa com o “arsenal” do simpático senhor que estava sentado ao seu lado, a senhora idosa, sem nem ao menos se dar conta, puxou conversa:
-Nossa! Quanta coisa.
Ele sorriu. Sua quase coleção de pílulas era uma espécie de pequeno orgulho hipocondríaco. Boa parte de sua aposentadoria era reservada para manter o estojo atualizado com as últimas novidades da medicina geriátrica. Se surpreendeu com o interesse repentino da senhora, mas não se incomodou. Pelo contrário: aquela era uma oportunidade perfeita para “se exibir”.
-Pois é. Aqui tem pílula para todos os gostos.
-Entendo. Tudo isso é seu?
-Sim. Tudo.
-Bacana.
-É meio mórbido, eu sei. Mas virou um hábito. Quando mais jovem tinha horror a remédios, mas conforme a idade foi chegando eles viraram meus companheiros. Me habituei, sabe?
Ela riu satisfeita. Ele achou aquilo lindo. Faziam décadas que nenhuma mulher ria assim de alguma coisa que ele tinha dito. E não havia deboche em sua gargalhada, podia sentir. Apenas satisfação. Contentamento. Não sabia explicar ao certo. Tinha apenas a certeza de que algo que tinha dito agradou a simpática senhora.
-Posso lhe confessar uma coisa? – Perguntou ela.
-Claro, por favor.
-Você não é o único a ter este hábito.
Para a surpresa do senhor, de dentro de uma bolsa que trazia, ela retirou uma caixa retrátil que, ao ser aberta, revelou uma variedade de pílulas e comprimidos ainda mais ampla que a que ele guardava em seu estojo. Estava tudo arrumado em pequenos compartimentos separados alfabeticamente. Organização absolutamente impecável. As cores das pílulas, variadas, tornavam a visão da caixa agradável a qualquer olhar, mas exerceram um fascínio ainda maior no senhor do estojo, que, boquiaberto, mal podia acreditar no que via.
-Nossa!
-Gostou?
-É... Incrível.
-Que bom que gostou. Essa caixinha aqui, modéstia a parte, é o meu orgulho.
-E eu que achava que era o único a ter uma variedade dessas. Só de olhar já deu para ver que você me superou.
-Imagina. Não diga isso. Já vi que você tem muitas coisas interessantes aí no seu estojo.
-É... Tem sim. Mas, se me permite, posso te fazer uma pergunta?
-Claro.
-Pra que serve esta vermelhinha?
-Hipertensão! É novidade. Mal chegou no país.
-Percebi. Não conhecia. Pra hipertensão eu tomo essa.
-Transparente... Nossa!
-Também é novidade. Dica do meu médico.
-Já viu essa? Três cores! Azul, amarelo e vermelho.
-Linda.
-Osteoporose.
-A minha pra osteoporose é bem simplesinha. Branca, redonda. Parece aspirina.
-Sei.
-E essa daqui? Roxa, grandona. Você tem?
-Tenho sim. Labirintite, certo?
-Isso! E pílulas diuréticas, você usa?
-Algumas. Gosto dessas verdes aqui.
-Eu também. Que coincidência! Tomo duas de uma vez.
- E essas amarelas e cinzas? São do que?
-Bronquite. Mas só tomo quando tenho crises, junto com um xarope.
-Eu, quando tive bronquite, tomava estas. Marrons.
-Conheço. Cheguei a tomar, mas não fizeram o efeito esperado. E me deram alergia!
-Alergia? Conhece esta? Resolve alergia de qualquer tipo.
-Não, nunca tinha visto.
-Eu só não me lembro do nome. Sou péssima para decorar essas coisas. Mas se quiser ficar com uma, talvez um farmacêutico saiba lhe dizer o nome certo.
-Não se preocupe. Meu médico descobre. Ele é especialista isso.
-E ele te incentiva a ir atrás de todos esses comprimidos?
-Não. Ele vive me dando bronca. Diz que apesar de eu precisar tomar um bocado de coisas, eu exagero.
-Conheço o tipo. Meu médico também é assim.
-Mas ele é novinho. Tem muito o que aprender ainda.
-É verdade. O meu diz que eu sou hipocondríaca e que isso é perigoso.
-Todos dizem isso. Mal saíram da faculdade, e querem palpitar. Mas eles se esquecem que viver, por si só, já é perigoso.
-É verdade. Eles me dão nos nervos.
-Nervos? Eu tenho um calmante aqui que é tiro e queda.
-Um de capsula preta?
-Esse mesmo!
-Já conheço. Meu favorito!
-E pra reumatismo? Toma algum?
-Tomo sim. Esse daqui, ó. Mandei fazer numa farmácia de manipulação.
-E é bom?
-Muito! Eu tomava um vermelho e...
-Vermelho e azul?
-Esse mesmo! Mas depois de um tempo, ele já não fazia o mesmo efeito de antigamente. Acabei recorrendo a uma farmácia de manipulação. Resolveu o problema.
-De farmácia de manipulação eu só tomo um que é para afinar o sangue. Faz maravilhas.
A conversa seguiu animada.Tinham encontrado um assunto em comum, um “hobbie” mútuo que serviu para lhes aproximar. A hipocondria, por mais incrível que pareça, também tinha suas vantagens.
-Tá vendo essa rosa, aqui? – Perguntou ele.
-Sim.
-Diabetes!
-É boa?
-Muito. Mudou minha vida!
-Vou atrás dessa. Eu tomo uma amarela, mas não estou satisfeita.
-Vai ser difícil de encontrar esta. Importada. Tenho uns esquemas para trazer.
-Poxa. Que pena.
-Mas eu tenho uma caixa extra lá em casa. Gostaria que eu lhe trouxesse?
-Mas não vai te fazer falta?
-Imagina. Já encomendei outras. Sempre deixo uma de reserva.
-Bem... Se não for incômodo, eu aceito sim.
-Não é incômodo algum, pode apostar.
-Poxa... Obrigada! Amanhã, trarei também minhas outras exclusividades. Se tiver alguma coisa que lhe interessar...
-Seria ótimo. Fiquei interessado em uma porção de coisas que me citou.
-Pois amanhã poderá conferir tudo.
-Que bom, que bom...
Ficaram se encarando, felizes, durante algum tempo. Por fim, constataram que já era tarde. Deram-se as mãos, sorridentes, prometendo que se reencontrariam no dia seguinte.
Foram para casa satisfeitos, com a certeza de que, mesmo depois de todos aqueles anos, ainda era possível encontrar boas surpresas pelo caminho.
O tempo, quem diria, não era tão cruel assim.
Foi ele quem tomou a iniciativa da aproximação. Era do tempo em que os homens tinham por obrigação moral tomar a atitude. Sentou-se discretamente num banco próximo ao da senhora simpática que, com um esforço tremendo, tentava notar disfarçadamente sua aproximação com o canto dos olhos. A vista cansada já não permitia uma percepção tão eficiente quanto a da juventude, mas era possível notar que o cavalheiro grisalho tinha se colocado próximo a ela.
O silêncio perdurou por alguns minutos. Ele tentava achar um bom pretexto para puxar conversa. Ela, tentava se fazer de distraída.
-Olá! Bom dia.
Ela não respondeu. Se deu conta de que precisava falar mais alto.
-Olá!
-Oi!
-Me permite?
-O que?
-Alimentar os pombos.
-Claro.
-Gosta de pombos?
-Não muito. Dizem que são aves sujas.
-Também pensava assim. Mudei de ideia com o tempo.
-Entendo. Eu, desde menina, aprendi a não mexer com eles.
-Força do hábito, não é?
-Acho que sim.
O silêncio voltou a imperar. Ele achou-a simpática. Tinha uma voz bonita, e era surpreendentemente articulada. Sorria toda vez que terminava uma frase. Ela também tinha simpatizado com o senhor. Não sabia explicar bem o motivo, mas tinha gostado. Tinha um ar elegante, envolvente. Não tinha perdido o charme mesmo com aquela idade.
No entanto, nenhum dos dois sabia bem sobre o que falar. Fazia muito tempo que estavam sozinhos: a vida tinha levando embora seus companheiros cedo demais. Naquela altura da vida, a insegurança era inevitável. Ambos sentiam-se sem assunto, mas acima de tudo, sem a coragem necessária para manterem um diálogo qualquer. Quem diria que depois de décadas sentiriam a mesma timidez dos tempos de adolescente.
Cruzaram os olhares novamente. Sorriram, e voltaram aos seus afazeres apenas para manter as aparências, já que ainda estavam pensando em uma forma de continuar a conversa. Nenhuma ideia surgia. Concluíram, resignados, que o tempo tinha lhes tirado a habilidade de se relacionar com as pessoas. Que faltava-lhes o tato necessário para se aproximar de alguém, mesmo que de idade semelhante.
O tempo, no fim das contas, era cruel.
Conformado, ele olhou no relógio e tateou os bolsos à procura de alguma coisa. De lá tirou um estojo, que manuseou com cuidado sob o olhar curioso da senhora que tricotava. Ao abri-lo, foi possível enxergar um surpreendente número de pílulas e comprimidos de todos os tipos, cores, e tamanhos, numa visão que lembrava um catálogo de medicamentos.
Surpresa com o “arsenal” do simpático senhor que estava sentado ao seu lado, a senhora idosa, sem nem ao menos se dar conta, puxou conversa:
-Nossa! Quanta coisa.
Ele sorriu. Sua quase coleção de pílulas era uma espécie de pequeno orgulho hipocondríaco. Boa parte de sua aposentadoria era reservada para manter o estojo atualizado com as últimas novidades da medicina geriátrica. Se surpreendeu com o interesse repentino da senhora, mas não se incomodou. Pelo contrário: aquela era uma oportunidade perfeita para “se exibir”.
-Pois é. Aqui tem pílula para todos os gostos.
-Entendo. Tudo isso é seu?
-Sim. Tudo.
-Bacana.
-É meio mórbido, eu sei. Mas virou um hábito. Quando mais jovem tinha horror a remédios, mas conforme a idade foi chegando eles viraram meus companheiros. Me habituei, sabe?
Ela riu satisfeita. Ele achou aquilo lindo. Faziam décadas que nenhuma mulher ria assim de alguma coisa que ele tinha dito. E não havia deboche em sua gargalhada, podia sentir. Apenas satisfação. Contentamento. Não sabia explicar ao certo. Tinha apenas a certeza de que algo que tinha dito agradou a simpática senhora.
-Posso lhe confessar uma coisa? – Perguntou ela.
-Claro, por favor.
-Você não é o único a ter este hábito.
Para a surpresa do senhor, de dentro de uma bolsa que trazia, ela retirou uma caixa retrátil que, ao ser aberta, revelou uma variedade de pílulas e comprimidos ainda mais ampla que a que ele guardava em seu estojo. Estava tudo arrumado em pequenos compartimentos separados alfabeticamente. Organização absolutamente impecável. As cores das pílulas, variadas, tornavam a visão da caixa agradável a qualquer olhar, mas exerceram um fascínio ainda maior no senhor do estojo, que, boquiaberto, mal podia acreditar no que via.
-Nossa!
-Gostou?
-É... Incrível.
-Que bom que gostou. Essa caixinha aqui, modéstia a parte, é o meu orgulho.
-E eu que achava que era o único a ter uma variedade dessas. Só de olhar já deu para ver que você me superou.
-Imagina. Não diga isso. Já vi que você tem muitas coisas interessantes aí no seu estojo.
-É... Tem sim. Mas, se me permite, posso te fazer uma pergunta?
-Claro.
-Pra que serve esta vermelhinha?
-Hipertensão! É novidade. Mal chegou no país.
-Percebi. Não conhecia. Pra hipertensão eu tomo essa.
-Transparente... Nossa!
-Também é novidade. Dica do meu médico.
-Já viu essa? Três cores! Azul, amarelo e vermelho.
-Linda.
-Osteoporose.
-A minha pra osteoporose é bem simplesinha. Branca, redonda. Parece aspirina.
-Sei.
-E essa daqui? Roxa, grandona. Você tem?
-Tenho sim. Labirintite, certo?
-Isso! E pílulas diuréticas, você usa?
-Algumas. Gosto dessas verdes aqui.
-Eu também. Que coincidência! Tomo duas de uma vez.
- E essas amarelas e cinzas? São do que?
-Bronquite. Mas só tomo quando tenho crises, junto com um xarope.
-Eu, quando tive bronquite, tomava estas. Marrons.
-Conheço. Cheguei a tomar, mas não fizeram o efeito esperado. E me deram alergia!
-Alergia? Conhece esta? Resolve alergia de qualquer tipo.
-Não, nunca tinha visto.
-Eu só não me lembro do nome. Sou péssima para decorar essas coisas. Mas se quiser ficar com uma, talvez um farmacêutico saiba lhe dizer o nome certo.
-Não se preocupe. Meu médico descobre. Ele é especialista isso.
-E ele te incentiva a ir atrás de todos esses comprimidos?
-Não. Ele vive me dando bronca. Diz que apesar de eu precisar tomar um bocado de coisas, eu exagero.
-Conheço o tipo. Meu médico também é assim.
-Mas ele é novinho. Tem muito o que aprender ainda.
-É verdade. O meu diz que eu sou hipocondríaca e que isso é perigoso.
-Todos dizem isso. Mal saíram da faculdade, e querem palpitar. Mas eles se esquecem que viver, por si só, já é perigoso.
-É verdade. Eles me dão nos nervos.
-Nervos? Eu tenho um calmante aqui que é tiro e queda.
-Um de capsula preta?
-Esse mesmo!
-Já conheço. Meu favorito!
-E pra reumatismo? Toma algum?
-Tomo sim. Esse daqui, ó. Mandei fazer numa farmácia de manipulação.
-E é bom?
-Muito! Eu tomava um vermelho e...
-Vermelho e azul?
-Esse mesmo! Mas depois de um tempo, ele já não fazia o mesmo efeito de antigamente. Acabei recorrendo a uma farmácia de manipulação. Resolveu o problema.
-De farmácia de manipulação eu só tomo um que é para afinar o sangue. Faz maravilhas.
A conversa seguiu animada.Tinham encontrado um assunto em comum, um “hobbie” mútuo que serviu para lhes aproximar. A hipocondria, por mais incrível que pareça, também tinha suas vantagens.
-Tá vendo essa rosa, aqui? – Perguntou ele.
-Sim.
-Diabetes!
-É boa?
-Muito. Mudou minha vida!
-Vou atrás dessa. Eu tomo uma amarela, mas não estou satisfeita.
-Vai ser difícil de encontrar esta. Importada. Tenho uns esquemas para trazer.
-Poxa. Que pena.
-Mas eu tenho uma caixa extra lá em casa. Gostaria que eu lhe trouxesse?
-Mas não vai te fazer falta?
-Imagina. Já encomendei outras. Sempre deixo uma de reserva.
-Bem... Se não for incômodo, eu aceito sim.
-Não é incômodo algum, pode apostar.
-Poxa... Obrigada! Amanhã, trarei também minhas outras exclusividades. Se tiver alguma coisa que lhe interessar...
-Seria ótimo. Fiquei interessado em uma porção de coisas que me citou.
-Pois amanhã poderá conferir tudo.
-Que bom, que bom...
Ficaram se encarando, felizes, durante algum tempo. Por fim, constataram que já era tarde. Deram-se as mãos, sorridentes, prometendo que se reencontrariam no dia seguinte.
Foram para casa satisfeitos, com a certeza de que, mesmo depois de todos aqueles anos, ainda era possível encontrar boas surpresas pelo caminho.
O tempo, quem diria, não era tão cruel assim.
## terça-feira, 10 de novembro de 2009
### Musas
Colegas reunidos ao redor da ampla mesa do bar. Cervejas geladas aos montes, aperitivos variados nos pratos, e assuntos de todos os tipos sendo debatidos. Típico cenário de mais uma noite boêmia.
Na roda, o assunto da vez eram mulheres. Belas mulheres. Mulheres de ontem e de hoje, não importava: cada um devia citar sua musa, a mulher por quem perderiam a compostura na mesma hora, por quem largariam a família, por quem deixariam de ver o time de coração numa final de campeonato se ela assim quisesse.
-Mulheres bonitas eram as antigas.
-Não diga isso... As novas tem seu valor.
-Não é bem assim. Hoje em dia não há quem supere uma Brigitte Bardot, por exemplo.
-Linda!
-Disse tudo. Aquilo sim era mulher.
-Alguém lembra da Sophia Loren? A mais linda que eu já conheci...
-Que olhos meu Deus, que olhos.
-Você fala como se fossem só os olhos que chamassem a atenção nela... E o resto do corpo?
-Tem razão. Que corpo! Eram tempos escassos para os olhos. Os vestidos eram largos. Era difícil enxergar qualquer coisa além de pano. Mas ela tinha curvas tão generosas que dava pra ver todos os seus atributos... Em detalhes!
-E a boca, então?
-Divina! Não há mais mulheres hoje em dia com uma boca como aquela... Deus teve ter esgotado o estoque.
-Discordo! E a Angelina Jolie? Não existe mais boca do que aquilo. O dia que venderem bocas por aí, a dela vai estar na capa do catálogo.
-É verdade. Jolie é Jolie.
-Sei lá. Falta charme.
-E quem precisa de charme quando se tem um corpo daqueles?
-Aquilo é a luxúria em pessoa. Uma blasfêmia ambulante!
-Não sei explicar. Falta harmonia. Aliás, não só nela, mas em todas as mulheres de hoje em dia. Veja essas novas musas dos adolescentes... Como a... Sei lá... Megan Fox!
-Mulherão!
-Pois então: aquilo é só peito.
-Peito, bunda e vulgaridade.
-Vulgaridade?
-Sim. Repare: não tem uma cena de um filme em que ela apareça sem se insinuar. Mulher pra ser atraente não precisa disso.
-Precisar não precisa. Mas que ajuda, isso ajuda...
-Eu nunca precisei ver o útero da Brigitte Bardot pra achar ela linda.
-Pois é. Vendo assim, acho que você até tem razão.
-Mas vamos seguir em frente: quero outros exemplos.
-Julianne Moore.
-Lindíssima. Adoro ruivas.
- Já eu, sou fascinado pela Audrey Tatou.
-Tá de brincadeira, né? O que ela tem de especial? É uma mulher como outra qualquer.
-Sei lá... Gosto das francesas. Ela tem algo que me atrai.
-Eu acho feia.
-Deixa ele. Gosto não se discute.
-Francesa por francesa, fico com a Carla Bruni.
-Meu Deus... Aí sim! Ela é sensacional.
-Concordo. Além do mais, gosta de homens feios.
-Feios e poderosos. Não é a toa que está com o presidente da França.
-São todas assim. Suscetíveis ao poder.
-Digam o que disserem, acho que ainda não inventaram nada melhor que a Paz Vega.
-É verdade. Tinha me esquecido da Paz Vega.
-Me desculpe, mas mulher como aquela não se esquece. Tem sangue espanhol... Sangue quente!
-Isso não quer dizer nada. E a Yelena Isinbayeva? É russa, mas ainda está pra nascer mulher mais quente do que aquela.
-Bem lembrado: além de linda, é atleta. Já viu o abdômen dela? Uma perdição. Nunca achei salto com vara tão divertido.
-É bela, mas forte demais. Cadê a delicadeza feminina?
-E a Maria Sharapova, a tenista?
-Viva a Rússia!
-Pois é: mas país por país, sou mais o Brasil.
-É... As brasileiras são as melhores, indiscutivelmente.
-Concordo. Taí a Gisele Bundchen para provar.
-A Gisele é clichê. E na minha opinião não chega aos pés de uma Alessandra Ambrósio.
-É verdade. Se um dia ela me encontra na rua e me manda um sorriso, eu me aposentava.
-Se o assunto são modelos, eu ainda prefiro a Adriana Lima. Quase perfeita.
-É justo, é justo.
-E a Alice Braga?
-Divina. Beleza simples, mas marcante. É a simpatia em pessoa.
-Pois é. Mas brasileira boa mesmo é Juliana Paes.
-Ô se é. Muitos caminhões de areia já arriaram por ela...
-Preferência nacional.
-Falta charme nela, sei lá.
-Você e o charme. Nunca vi ninguém tão fixado nisso.
-Mas é algo importante. Eu acho.
-Ah é? E quem é sua musa, afinal de contas?
-A mamãe.
O silêncio que seguiu a afirmação do Gonzaga foi tomado como absoluta precaução. Ninguém sabia se o rapaz, notório por seus gostos peculiares, falava sério ou tinha feito uma anedota com a situação. Sendo assim, por via das dúvidas, todos seguraram pacientemente a gargalhada.
-A mamãe sim. Bonita. Charmosa. Beleza na medida certa.
Mesmo constatando que o Gonzaga falava sério, o pessoal até pensou em gargalhar com a situação. No entanto, de súbito, todos tiraram quase simultaneamente a mesma conclusão: no fundo, ele até tinha razão. Afinal de contas, mãe é mãe.
Chamaram o garçom, pediram outra rodada, e mudaram de assunto.
Na roda, o assunto da vez eram mulheres. Belas mulheres. Mulheres de ontem e de hoje, não importava: cada um devia citar sua musa, a mulher por quem perderiam a compostura na mesma hora, por quem largariam a família, por quem deixariam de ver o time de coração numa final de campeonato se ela assim quisesse.
-Mulheres bonitas eram as antigas.
-Não diga isso... As novas tem seu valor.
-Não é bem assim. Hoje em dia não há quem supere uma Brigitte Bardot, por exemplo.
-Linda!
-Disse tudo. Aquilo sim era mulher.
-Alguém lembra da Sophia Loren? A mais linda que eu já conheci...
-Que olhos meu Deus, que olhos.
-Você fala como se fossem só os olhos que chamassem a atenção nela... E o resto do corpo?
-Tem razão. Que corpo! Eram tempos escassos para os olhos. Os vestidos eram largos. Era difícil enxergar qualquer coisa além de pano. Mas ela tinha curvas tão generosas que dava pra ver todos os seus atributos... Em detalhes!
-E a boca, então?
-Divina! Não há mais mulheres hoje em dia com uma boca como aquela... Deus teve ter esgotado o estoque.
-Discordo! E a Angelina Jolie? Não existe mais boca do que aquilo. O dia que venderem bocas por aí, a dela vai estar na capa do catálogo.
-É verdade. Jolie é Jolie.
-Sei lá. Falta charme.
-E quem precisa de charme quando se tem um corpo daqueles?
-Aquilo é a luxúria em pessoa. Uma blasfêmia ambulante!
-Não sei explicar. Falta harmonia. Aliás, não só nela, mas em todas as mulheres de hoje em dia. Veja essas novas musas dos adolescentes... Como a... Sei lá... Megan Fox!
-Mulherão!
-Pois então: aquilo é só peito.
-Peito, bunda e vulgaridade.
-Vulgaridade?
-Sim. Repare: não tem uma cena de um filme em que ela apareça sem se insinuar. Mulher pra ser atraente não precisa disso.
-Precisar não precisa. Mas que ajuda, isso ajuda...
-Eu nunca precisei ver o útero da Brigitte Bardot pra achar ela linda.
-Pois é. Vendo assim, acho que você até tem razão.
-Mas vamos seguir em frente: quero outros exemplos.
-Julianne Moore.
-Lindíssima. Adoro ruivas.
- Já eu, sou fascinado pela Audrey Tatou.
-Tá de brincadeira, né? O que ela tem de especial? É uma mulher como outra qualquer.
-Sei lá... Gosto das francesas. Ela tem algo que me atrai.
-Eu acho feia.
-Deixa ele. Gosto não se discute.
-Francesa por francesa, fico com a Carla Bruni.
-Meu Deus... Aí sim! Ela é sensacional.
-Concordo. Além do mais, gosta de homens feios.
-Feios e poderosos. Não é a toa que está com o presidente da França.
-São todas assim. Suscetíveis ao poder.
-Digam o que disserem, acho que ainda não inventaram nada melhor que a Paz Vega.
-É verdade. Tinha me esquecido da Paz Vega.
-Me desculpe, mas mulher como aquela não se esquece. Tem sangue espanhol... Sangue quente!
-Isso não quer dizer nada. E a Yelena Isinbayeva? É russa, mas ainda está pra nascer mulher mais quente do que aquela.
-Bem lembrado: além de linda, é atleta. Já viu o abdômen dela? Uma perdição. Nunca achei salto com vara tão divertido.
-É bela, mas forte demais. Cadê a delicadeza feminina?
-E a Maria Sharapova, a tenista?
-Viva a Rússia!
-Pois é: mas país por país, sou mais o Brasil.
-É... As brasileiras são as melhores, indiscutivelmente.
-Concordo. Taí a Gisele Bundchen para provar.
-A Gisele é clichê. E na minha opinião não chega aos pés de uma Alessandra Ambrósio.
-É verdade. Se um dia ela me encontra na rua e me manda um sorriso, eu me aposentava.
-Se o assunto são modelos, eu ainda prefiro a Adriana Lima. Quase perfeita.
-É justo, é justo.
-E a Alice Braga?
-Divina. Beleza simples, mas marcante. É a simpatia em pessoa.
-Pois é. Mas brasileira boa mesmo é Juliana Paes.
-Ô se é. Muitos caminhões de areia já arriaram por ela...
-Preferência nacional.
-Falta charme nela, sei lá.
-Você e o charme. Nunca vi ninguém tão fixado nisso.
-Mas é algo importante. Eu acho.
-Ah é? E quem é sua musa, afinal de contas?
-A mamãe.
O silêncio que seguiu a afirmação do Gonzaga foi tomado como absoluta precaução. Ninguém sabia se o rapaz, notório por seus gostos peculiares, falava sério ou tinha feito uma anedota com a situação. Sendo assim, por via das dúvidas, todos seguraram pacientemente a gargalhada.
-A mamãe sim. Bonita. Charmosa. Beleza na medida certa.
Mesmo constatando que o Gonzaga falava sério, o pessoal até pensou em gargalhar com a situação. No entanto, de súbito, todos tiraram quase simultaneamente a mesma conclusão: no fundo, ele até tinha razão. Afinal de contas, mãe é mãe.
Chamaram o garçom, pediram outra rodada, e mudaram de assunto.
## terça-feira, 3 de novembro de 2009
### Gordas
-Gorda, gorda, gorda!
-Exagero.
-Exagero, pois não é com você.
-Foi inveja.
-Foi a realidade. São fatos, querida... Fatos! Tá vendo isso daqui?
-O que é que tem?
-Banha!
-Que nada, menina. Isso todo mundo tem. E para de apertar seu abdômen que ele vai ficar roxo!
-Que fique. Vai ser castigo. Penitência por ter me descuidado.
-Larga isso, pelo amor de Deus! Você vai ficar com marca.
-Ok.
-Você está ótima. Linda de morrer.
-Mentira!
-Não é não. Sério! Garanto que qualquer homem por aí baba por você.
-Poupe seu tempo, amiga. Você não vai me convencer.
-Você não acredita em mim, é isso?
-Acredito... Menos quando o assunto é esse.
-Quer dizer que na minha palavra você não acredita, não é? Mas na palavra daquela mulher, quase desconhecida, que estudou com você há vários anos, você dá crédito. Quanta consideração comigo, hein?
-Mas veja os fatos!
-Que fatos?
-Ela veio lá do outro lado do salão... De um salão enorme, cheio de gente dançando... Exclusivamente pra me dizer: “Nossa! Você cresceu, ou é impressão minha?”. Entende? Olha o nível!
-Mas ela disse que você cresceu, não que você engordou.
-Você não viu os olhos dela. Cinismo. Ironia. Deboche. Além do mais, toda mulher gosta de cutucar a outra indiretamente. Era sarcasmo.
-Pelo amor de Deus! Você mesma me disse que faziam uns 15 anos que ela não te via. Eram crianças da última vez que vocês tinham se visto. É óbvio que ela estava mesmo se referindo ao seu tamanho...
-Não. Aquele cinismo não me engana. Ela me chamou de gorda.
-Isso é só coisa da sua cabeça.
-Eu não sou paranoica, tá? Eu sei o que eu vi... E o que eu ouvi.
-Você não é gorda. Não diga isso...
-Digo sim. É a realidade. Ainda estou longe de ser magra.
-Você vai acabar passando mal. Não tem nem se alimentado direito...
-As folhas de alface que eu como me oferecem tudo o que eu preciso por hora.
-Mas você não sai da academia! Faz três semanas que tem malhado sem parar. Precisa de proteínas, fibras, carboidratos...
-Para, vai... Ganhei dois quilos só de ouvir isso.
-Além do mais, você fica tomando esta porcaria de emagrecedor que você nem sabe qual é a procedência.
-Tava anunciando na TV de madrugada. É coisa séria.
-Esse negócio fede. É nojento!
-Mas faz maravilhas.
-Deve custar uma fortuna.
-Sim, mas vale o investimento. Mês que vem eu compro outra caixa. Eles parcelam em 12 vezes!
-Menina... Você está fazendo mal para si mesma! Teu corpo não tem mais o que perder de gordura.
-Tem sim. E isso é só o começo.
-Olha... Quer saber? Se você se acha gorda, é sinal que eu também sou gorda. Nós temos o mesmo peso, esqueceu? Estou mentindo?
-Não.
-Então. Meu médico sempre diz que eu estou em plena forma.
-E você acreditou?
-Como assim?
-Que você está em forma?
-Mas é claro.
-Hehehe... Então tá!
-Peraí, peraí! Que risadinha foi essa?
-Risadinha?
-Eu escutei você dando uma risadinha. Não finja que não me entendeu!
-Ai amiga... É que assim: eu odeio ter que te dizer isso...
-Humm...?
-Mas é que, sei lá, tô te achando meio...
-Meio...?
-Cheinha!
-Aff!
-Sério. Me aperta o coração falar.
-Meu médico falou que meu índice de gordura corporal está perfeito.
-Médicos não entendem disso. Tem coisas que só o olhar clínico de uma mulher é capaz de enxergar. E o meu olhar diz que você precisa perder uns quilinhos...
-Mas...
-Não é muito, não. Só uns 10, 12 kg...
-Meu namorado diz que eu sou linda!
-Isso até ele te trocar por uma moça magérrima e alegar que você era insuportavelmente gorda.
-Será?!
-Vai por mim, amiga. Se estou falando isso é para o seu bem.
-Poxa...
-Venha almoçar comigo, que isso já passa. Temos muito o que conversar. A gente pode dividir o almoço, que tal? Estou achando que tenho exagerado na alface... Na minha atual fase, isso é um perigo.
-Ei... Escuta!
-Sim?
-Você tem aí o telefone daqueles caras que vendem o emagrecedor?
***
-Exagero.
-Exagero, pois não é com você.
-Foi inveja.
-Foi a realidade. São fatos, querida... Fatos! Tá vendo isso daqui?
-O que é que tem?
-Banha!
-Que nada, menina. Isso todo mundo tem. E para de apertar seu abdômen que ele vai ficar roxo!
-Que fique. Vai ser castigo. Penitência por ter me descuidado.
-Larga isso, pelo amor de Deus! Você vai ficar com marca.
-Ok.
-Você está ótima. Linda de morrer.
-Mentira!
-Não é não. Sério! Garanto que qualquer homem por aí baba por você.
-Poupe seu tempo, amiga. Você não vai me convencer.
-Você não acredita em mim, é isso?
-Acredito... Menos quando o assunto é esse.
-Quer dizer que na minha palavra você não acredita, não é? Mas na palavra daquela mulher, quase desconhecida, que estudou com você há vários anos, você dá crédito. Quanta consideração comigo, hein?
-Mas veja os fatos!
-Que fatos?
-Ela veio lá do outro lado do salão... De um salão enorme, cheio de gente dançando... Exclusivamente pra me dizer: “Nossa! Você cresceu, ou é impressão minha?”. Entende? Olha o nível!
-Mas ela disse que você cresceu, não que você engordou.
-Você não viu os olhos dela. Cinismo. Ironia. Deboche. Além do mais, toda mulher gosta de cutucar a outra indiretamente. Era sarcasmo.
-Pelo amor de Deus! Você mesma me disse que faziam uns 15 anos que ela não te via. Eram crianças da última vez que vocês tinham se visto. É óbvio que ela estava mesmo se referindo ao seu tamanho...
-Não. Aquele cinismo não me engana. Ela me chamou de gorda.
-Isso é só coisa da sua cabeça.
-Eu não sou paranoica, tá? Eu sei o que eu vi... E o que eu ouvi.
-Você não é gorda. Não diga isso...
-Digo sim. É a realidade. Ainda estou longe de ser magra.
-Você vai acabar passando mal. Não tem nem se alimentado direito...
-As folhas de alface que eu como me oferecem tudo o que eu preciso por hora.
-Mas você não sai da academia! Faz três semanas que tem malhado sem parar. Precisa de proteínas, fibras, carboidratos...
-Para, vai... Ganhei dois quilos só de ouvir isso.
-Além do mais, você fica tomando esta porcaria de emagrecedor que você nem sabe qual é a procedência.
-Tava anunciando na TV de madrugada. É coisa séria.
-Esse negócio fede. É nojento!
-Mas faz maravilhas.
-Deve custar uma fortuna.
-Sim, mas vale o investimento. Mês que vem eu compro outra caixa. Eles parcelam em 12 vezes!
-Menina... Você está fazendo mal para si mesma! Teu corpo não tem mais o que perder de gordura.
-Tem sim. E isso é só o começo.
-Olha... Quer saber? Se você se acha gorda, é sinal que eu também sou gorda. Nós temos o mesmo peso, esqueceu? Estou mentindo?
-Não.
-Então. Meu médico sempre diz que eu estou em plena forma.
-E você acreditou?
-Como assim?
-Que você está em forma?
-Mas é claro.
-Hehehe... Então tá!
-Peraí, peraí! Que risadinha foi essa?
-Risadinha?
-Eu escutei você dando uma risadinha. Não finja que não me entendeu!
-Ai amiga... É que assim: eu odeio ter que te dizer isso...
-Humm...?
-Mas é que, sei lá, tô te achando meio...
-Meio...?
-Cheinha!
-Aff!
-Sério. Me aperta o coração falar.
-Meu médico falou que meu índice de gordura corporal está perfeito.
-Médicos não entendem disso. Tem coisas que só o olhar clínico de uma mulher é capaz de enxergar. E o meu olhar diz que você precisa perder uns quilinhos...
-Mas...
-Não é muito, não. Só uns 10, 12 kg...
-Meu namorado diz que eu sou linda!
-Isso até ele te trocar por uma moça magérrima e alegar que você era insuportavelmente gorda.
-Será?!
-Vai por mim, amiga. Se estou falando isso é para o seu bem.
-Poxa...
-Venha almoçar comigo, que isso já passa. Temos muito o que conversar. A gente pode dividir o almoço, que tal? Estou achando que tenho exagerado na alface... Na minha atual fase, isso é um perigo.
-Ei... Escuta!
-Sim?
-Você tem aí o telefone daqueles caras que vendem o emagrecedor?
***
## terça-feira, 27 de outubro de 2009
### Capítulo 1
Certos hábitos nunca mudam.
Por exemplo, não importa o quanto eu tenha crescido, o quanto eu me sinta maduro, ou quantos livros do Shakespeare eu tenha lido, sempre que tiver uma oportunidade, eu irei perder uma manhã inteira na frente da TV assistindo a algum desenho animado que passa em uma emissora de TV qualquer. Não importa que eu já tenha assistido o tal desenho uma dúzia de vezes, muito menos os apelos desesperados de minha consciência que grita algo como “Pelo amor de Deus, Zé! Olha o teu tamanho, cara! Você não tem mais idade pra essas coisas”.
A verdade é que eu gosto disso. Por mais banal e inútil que seja este hábito, ele gera um prazer característico que eu não consigo resistir. Uma endorfina natural, suponho, que faz com que deixe de lado outras dúzias de coisas mais produtivas. Quase um vício.
O mesmo sentimento eu sinto ao escrever. Desde minha infância eu costumava flertar com minhas idéias em folhas de cadernos já usados, escrevendo textos que refletiam meu estado de espírito. Sim, eu era um menino esquisito. Fazia questão de bolar histórias e botá-las no papel, com único intuito de ler posteriormente, e rir das próprias tiradas. Algo que mais tarde eu descobri ser chamado de narcisismo.
O fato é que escrever me dava a possibilidade de exercitar uma habilidade que não tinha: a de falar bem. Sempre fui um orador desprezível, incapaz de dizer uma frase de impacto sem algumas horas de ensaio, mesmo que ela já estivesse pronta em minha cabeça. Botar as idéias no papel passou a ser minha desforra: uma vingança particular contra a incapacidade que tinha de ser um “Ás” nas palavras.
Por anos, esta vertente escritora ficou restrita as gavetas de minha estante, ou as caixas de cadernos velhos guardadas em algum canto empoeirado da casa.
Isto só mudou numa manhã de janeiro de 2007: durante uma folga do trabalho, e num momento de tédio, resolvi criar um blog na Internet onde poderia exercitar publicamente minhas vertentes de escritor. Nascia aí o “Eu Não Sei Fazer Poesia”, site pessoal que passou a abrigar os textos que, até então, eram dedicados às traças.
Pois é... Criar um blog, é quase como tentar aparecer numa câmera de TV por trás de um repórter durante uma matéria. Por mais que não quisesse admitir, era óbvio que, no fundo, eu desejava que mais pessoas pudessem ler o que eu costumava escrever. Queria aparecer.
Com um início confuso, onde não sabia bem o que, e nem como escrever, fui criando uma pequena identidade no espaço. Sendo assim, o site pessoal que abrigaria postagens variadas sobre assuntos que agradavam o autor, passou a ser dedicado quase que exclusivamente aos meus devaneios literários: crônicas, geralmente com tom mais humorístico, em que tratava de assuntos do cotidiano. O tema que, no fundo, sempre foi minha principal motivação para criar o blog.
Durante cerca de um ano e seis meses, o “Eu Não Sei Fazer Poesia” abrigou postagens “regulares” (cof, cof...) com crônicas criadas pelo rapaz que até então preferia guardar seus textos numa gaveta. As tais postagens com “variedades” quase nunca existiram.
O hobbie de escrever foi ganhando importância, de forma que me via cada vez mais distraído enquanto pensava em alguma situação que pudesse render uma “boa” história. Já tinha virado um hábito.
No entanto, o mundo vai dando voltas que nem sempre somos capazes de acompanhar: fui perdendo o fôlego para manter o blog atualizado. Meu tempo livre foi diminuindo na mesma proporção em que minhas responsabilidades no trabalho, na faculdade e no cotidiano aumentavam. Somado a isso, por um problema técnico, minha senha para entrar no blog ficou travada, o que, misteriosamente, só foi se resolver meses depois de minha última postagem. A situação chegou a tal ponto que não tive mais de onde tirar motivação para continuar: mesmo sem um anúncio oficial, ou um enterro digno, o “Eu Não Sei Fazer Poesia” tinha morrido.
Mas, como disse anteriormente, certos hábitos não morrem.
Por isso, pouco mais de um ano depois de minha última postagem no falecido site, decidi dar início a um novo projeto: o “Pois Zé”, blog pessoal que seguirá a mesma linha do seu antecessor, abrigando textos de minha autoria.
As diferenças? Praticamente nenhuma. O foco é o mesmo: as crônicas supostamente bem humoradas e uma ou outra colocação mais pessoal. Talvez a grande mudança é que tentarei exercitar outros gêneros além do humor em meus textos. Mas uma coisa não muda: o mal gosto e as tiradas sem graça serão as mesmas de sempre.
E antes que alguém me avise, eu sei: os blogs estão fora de moda. A onda agora é o Twitter, o famoso microblog que virou coqueluche entre os internautas do planeta. É mais ou menos a mesma febre vivida pelo Orkut no Brasil lá por 2004 e 2005. Mas, como todo bom rapaz fora de moda, eu resisto bravamente à tentação de me embrenhar nesse mundo. Da mesma forma que “eu não sei fazer poesia”, eu também não sei escrever em menos de 140 caracteres. Quem sabe eu até me converta a esta onda, e vire mais um fã desse treco no futuro. Até lá, prefiro continuar resistindo.
Deixo desde já, aos amigos e visitantes que por ventura passarem por aqui, o meu sincero muito obrigado. É em função do carinho de vocês que eu continuo em minha sina de maltratar o bom gosto literário... Com mais de 140 caracteres, é claro.
Sejam todos bem vindos e, na medida do possível, divirtam-se!
Até.
Por exemplo, não importa o quanto eu tenha crescido, o quanto eu me sinta maduro, ou quantos livros do Shakespeare eu tenha lido, sempre que tiver uma oportunidade, eu irei perder uma manhã inteira na frente da TV assistindo a algum desenho animado que passa em uma emissora de TV qualquer. Não importa que eu já tenha assistido o tal desenho uma dúzia de vezes, muito menos os apelos desesperados de minha consciência que grita algo como “Pelo amor de Deus, Zé! Olha o teu tamanho, cara! Você não tem mais idade pra essas coisas”.
A verdade é que eu gosto disso. Por mais banal e inútil que seja este hábito, ele gera um prazer característico que eu não consigo resistir. Uma endorfina natural, suponho, que faz com que deixe de lado outras dúzias de coisas mais produtivas. Quase um vício.
O mesmo sentimento eu sinto ao escrever. Desde minha infância eu costumava flertar com minhas idéias em folhas de cadernos já usados, escrevendo textos que refletiam meu estado de espírito. Sim, eu era um menino esquisito. Fazia questão de bolar histórias e botá-las no papel, com único intuito de ler posteriormente, e rir das próprias tiradas. Algo que mais tarde eu descobri ser chamado de narcisismo.
O fato é que escrever me dava a possibilidade de exercitar uma habilidade que não tinha: a de falar bem. Sempre fui um orador desprezível, incapaz de dizer uma frase de impacto sem algumas horas de ensaio, mesmo que ela já estivesse pronta em minha cabeça. Botar as idéias no papel passou a ser minha desforra: uma vingança particular contra a incapacidade que tinha de ser um “Ás” nas palavras.
Por anos, esta vertente escritora ficou restrita as gavetas de minha estante, ou as caixas de cadernos velhos guardadas em algum canto empoeirado da casa.
Isto só mudou numa manhã de janeiro de 2007: durante uma folga do trabalho, e num momento de tédio, resolvi criar um blog na Internet onde poderia exercitar publicamente minhas vertentes de escritor. Nascia aí o “Eu Não Sei Fazer Poesia”, site pessoal que passou a abrigar os textos que, até então, eram dedicados às traças.
Pois é... Criar um blog, é quase como tentar aparecer numa câmera de TV por trás de um repórter durante uma matéria. Por mais que não quisesse admitir, era óbvio que, no fundo, eu desejava que mais pessoas pudessem ler o que eu costumava escrever. Queria aparecer.
Com um início confuso, onde não sabia bem o que, e nem como escrever, fui criando uma pequena identidade no espaço. Sendo assim, o site pessoal que abrigaria postagens variadas sobre assuntos que agradavam o autor, passou a ser dedicado quase que exclusivamente aos meus devaneios literários: crônicas, geralmente com tom mais humorístico, em que tratava de assuntos do cotidiano. O tema que, no fundo, sempre foi minha principal motivação para criar o blog.
Durante cerca de um ano e seis meses, o “Eu Não Sei Fazer Poesia” abrigou postagens “regulares” (cof, cof...) com crônicas criadas pelo rapaz que até então preferia guardar seus textos numa gaveta. As tais postagens com “variedades” quase nunca existiram.
O hobbie de escrever foi ganhando importância, de forma que me via cada vez mais distraído enquanto pensava em alguma situação que pudesse render uma “boa” história. Já tinha virado um hábito.
No entanto, o mundo vai dando voltas que nem sempre somos capazes de acompanhar: fui perdendo o fôlego para manter o blog atualizado. Meu tempo livre foi diminuindo na mesma proporção em que minhas responsabilidades no trabalho, na faculdade e no cotidiano aumentavam. Somado a isso, por um problema técnico, minha senha para entrar no blog ficou travada, o que, misteriosamente, só foi se resolver meses depois de minha última postagem. A situação chegou a tal ponto que não tive mais de onde tirar motivação para continuar: mesmo sem um anúncio oficial, ou um enterro digno, o “Eu Não Sei Fazer Poesia” tinha morrido.
Mas, como disse anteriormente, certos hábitos não morrem.
Por isso, pouco mais de um ano depois de minha última postagem no falecido site, decidi dar início a um novo projeto: o “Pois Zé”, blog pessoal que seguirá a mesma linha do seu antecessor, abrigando textos de minha autoria.
As diferenças? Praticamente nenhuma. O foco é o mesmo: as crônicas supostamente bem humoradas e uma ou outra colocação mais pessoal. Talvez a grande mudança é que tentarei exercitar outros gêneros além do humor em meus textos. Mas uma coisa não muda: o mal gosto e as tiradas sem graça serão as mesmas de sempre.
E antes que alguém me avise, eu sei: os blogs estão fora de moda. A onda agora é o Twitter, o famoso microblog que virou coqueluche entre os internautas do planeta. É mais ou menos a mesma febre vivida pelo Orkut no Brasil lá por 2004 e 2005. Mas, como todo bom rapaz fora de moda, eu resisto bravamente à tentação de me embrenhar nesse mundo. Da mesma forma que “eu não sei fazer poesia”, eu também não sei escrever em menos de 140 caracteres. Quem sabe eu até me converta a esta onda, e vire mais um fã desse treco no futuro. Até lá, prefiro continuar resistindo.
Deixo desde já, aos amigos e visitantes que por ventura passarem por aqui, o meu sincero muito obrigado. É em função do carinho de vocês que eu continuo em minha sina de maltratar o bom gosto literário... Com mais de 140 caracteres, é claro.
Sejam todos bem vindos e, na medida do possível, divirtam-se!
Até.
### Quem é este cara? (O Autor)
Nascido numa noite quente de quarta-feira na segunda metade dos anos 80, José Luiz Sykacz, popularmente conhecido como Zé, é mais uma das provas de que a década em questão foi absolutamente nociva para o futuro da humanidade.
Criado numa cidade da Região Metropolitana de Curitiba, o garoto mostrava desde cedo sua vocação para o jornalismo e para criação de histórias ao rabiscar com canetinhas multicolor personagens fictícios em páginas de jornais. Aprendeu a ler em casa junto com a avó paterna e logo virou fã de carteirinha de grandes personagens da literatura nacional, como Mônica, Cascão e Cebolinha.
Nerd não convicto, era alvo de gozações na escola por possuir uma cabeça avantajada, e por passar por situações constrangedoras com uma frequência assustadoramente grande. Com o tempo, passou a incorporar o título de palhaço da turma, título que ele carregou orgulhosamente até o fim do ensino médio. É do tipo que perde o amigo, a namorada e o ônibus, mas não perde a piada.
Apaixonado por leitura, é fã incondicional de autores como Luiz Fernando Veríssimo (sua “musa” inspiradora), Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, Gay Talese e Joseph Mitchel.
Adora escrever, mesmo admitindo que não é grande coisa. Gosta de criar contos de humor, e críticas moralistas sobres assuntos que não tem pleno domínio. Tem paixão por frases de efeito, e acha que a vida é o clichê de Deus. Não é gago, mas é tímido o bastante para ter enormes dificuldades de se comunicar verbalmente. É adepto do ditado que diz que as vezes é melhor ficar quieto e deixar que todos pensem que você é um idiota, do que abrir a boca e não deixar dúvida nenhuma.
Gosta de desenhos animados, apesar de não ter mais idade para isso, e costuma torrar várias horas produtivas do dia à frente de um videogame. É pisciano, apesar de não entender chongas sobre este tipo de coisa. Já viu discos voadores, não acredita em duendes, e nunca usou drogas, muito embora já tenha assistido a programas de TV no domingo à tarde, o que na prática é quase a mesma coisa.
Amante do cinema, é fã de obras lendárias da sétima arte como “Corra que a Polícia Vem Aí” e “Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu”. Gosta de diretores como Stanley Kubrick, Michel Gondry e Jorge Furtado. Sim, ele é bem eclético. Tem o hábito de frequentar cinemas sozinho, e jura que ainda vai tirar aos tapas alguma criança ou adolescente baderneiro de dentro da sala.
Gosta de vários estilos musicais, apesar de quase nunca se aprofundar muito em nenhum deles. No rock, é fã de bandas antigas como Ramones e recentes como Strokes. É tarado por Johnny Cash. Nunca tocou nenhum instrumento na vida, mas ainda pretende ser baterista. Acha que a música está em decadência, e que depois dos anos 90 quase nada se salva.
Tem pavor de sangue, odeia cebola, não vive sem café, e costuma mudar entre assuntos que não tem a menor relação entre si de uma hora para outra. Heterossexual assumido, está à procura de uma mulher inteligente, bonita, sarcástica e bem humorada, embora tenha convicção que ganhar na loteria é mais fácil.
Adora esportes, mas é um completo desastre na prática de quase qualquer um deles. Ainda quer trabalhar com isso. Apaixonado por futebol , é goleiro nas horas vagas, e como outros milhões de brasileiros, acha que seria um bom nome a ser considerado para o cargo de técnico da seleção. Ama frequentar estádios, e já se dirigiu a inúmeros árbitros usando boa parte dos insultos existentes na língua portuguesa, embora não se orgulhe disso.
Formado em jornalismo, é do tempo em que ainda era preciso estudar para se praticar a profissão. Tem paixão por seu ofício, mas finalmente entendeu depois de formado os motivos de sua mãe lhe pedir para cursar medicina ou direito. Não liga muito para dinheiro, mas vive reclamando que o dinheiro também não da muita bola para sua carteira.
Em 2007, criou um blog pessoal chamado “Eu Não Sei Fazer Poesia”, que foi encerrado um ano e meio depois por falta de atualizações. Em 2009, criou o Pois Zé, novo blog pessoal que ele promete atualizar com alguma frequência, mesmo sem especificar se tal periodicidade será semanal, mensal, ou anual.
Apreciador incorrigível de ironias, tem quase a absoluta certeza de que irá se arrepender amargamente de ter escrito tal perfil daqui a alguns meses. Portanto, se você estiver lendo este texto do ano de 2010 em diante, é sinal de que este blog está abandonado, e o autor não se recorda mais das abobrinhas que escreveu.
Veja mais:
» O blog
» E-mail para contato
» Orkut do blogueiro
Criado numa cidade da Região Metropolitana de Curitiba, o garoto mostrava desde cedo sua vocação para o jornalismo e para criação de histórias ao rabiscar com canetinhas multicolor personagens fictícios em páginas de jornais. Aprendeu a ler em casa junto com a avó paterna e logo virou fã de carteirinha de grandes personagens da literatura nacional, como Mônica, Cascão e Cebolinha.
Nerd não convicto, era alvo de gozações na escola por possuir uma cabeça avantajada, e por passar por situações constrangedoras com uma frequência assustadoramente grande. Com o tempo, passou a incorporar o título de palhaço da turma, título que ele carregou orgulhosamente até o fim do ensino médio. É do tipo que perde o amigo, a namorada e o ônibus, mas não perde a piada.
Apaixonado por leitura, é fã incondicional de autores como Luiz Fernando Veríssimo (sua “musa” inspiradora), Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, Gay Talese e Joseph Mitchel.
Adora escrever, mesmo admitindo que não é grande coisa. Gosta de criar contos de humor, e críticas moralistas sobres assuntos que não tem pleno domínio. Tem paixão por frases de efeito, e acha que a vida é o clichê de Deus. Não é gago, mas é tímido o bastante para ter enormes dificuldades de se comunicar verbalmente. É adepto do ditado que diz que as vezes é melhor ficar quieto e deixar que todos pensem que você é um idiota, do que abrir a boca e não deixar dúvida nenhuma.
Gosta de desenhos animados, apesar de não ter mais idade para isso, e costuma torrar várias horas produtivas do dia à frente de um videogame. É pisciano, apesar de não entender chongas sobre este tipo de coisa. Já viu discos voadores, não acredita em duendes, e nunca usou drogas, muito embora já tenha assistido a programas de TV no domingo à tarde, o que na prática é quase a mesma coisa.
Amante do cinema, é fã de obras lendárias da sétima arte como “Corra que a Polícia Vem Aí” e “Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu”. Gosta de diretores como Stanley Kubrick, Michel Gondry e Jorge Furtado. Sim, ele é bem eclético. Tem o hábito de frequentar cinemas sozinho, e jura que ainda vai tirar aos tapas alguma criança ou adolescente baderneiro de dentro da sala.
Gosta de vários estilos musicais, apesar de quase nunca se aprofundar muito em nenhum deles. No rock, é fã de bandas antigas como Ramones e recentes como Strokes. É tarado por Johnny Cash. Nunca tocou nenhum instrumento na vida, mas ainda pretende ser baterista. Acha que a música está em decadência, e que depois dos anos 90 quase nada se salva.
Tem pavor de sangue, odeia cebola, não vive sem café, e costuma mudar entre assuntos que não tem a menor relação entre si de uma hora para outra. Heterossexual assumido, está à procura de uma mulher inteligente, bonita, sarcástica e bem humorada, embora tenha convicção que ganhar na loteria é mais fácil.
Adora esportes, mas é um completo desastre na prática de quase qualquer um deles. Ainda quer trabalhar com isso. Apaixonado por futebol , é goleiro nas horas vagas, e como outros milhões de brasileiros, acha que seria um bom nome a ser considerado para o cargo de técnico da seleção. Ama frequentar estádios, e já se dirigiu a inúmeros árbitros usando boa parte dos insultos existentes na língua portuguesa, embora não se orgulhe disso.
Formado em jornalismo, é do tempo em que ainda era preciso estudar para se praticar a profissão. Tem paixão por seu ofício, mas finalmente entendeu depois de formado os motivos de sua mãe lhe pedir para cursar medicina ou direito. Não liga muito para dinheiro, mas vive reclamando que o dinheiro também não da muita bola para sua carteira.
Em 2007, criou um blog pessoal chamado “Eu Não Sei Fazer Poesia”, que foi encerrado um ano e meio depois por falta de atualizações. Em 2009, criou o Pois Zé, novo blog pessoal que ele promete atualizar com alguma frequência, mesmo sem especificar se tal periodicidade será semanal, mensal, ou anual.
Apreciador incorrigível de ironias, tem quase a absoluta certeza de que irá se arrepender amargamente de ter escrito tal perfil daqui a alguns meses. Portanto, se você estiver lendo este texto do ano de 2010 em diante, é sinal de que este blog está abandonado, e o autor não se recorda mais das abobrinhas que escreveu.
Veja mais:
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### O Blog
O Pois Zé é um blog pessoal escrito pelo desconhecido Zé Luiz Sykacz, paranaense formado em jornalismo, que gosta de criar textos literários de gosto duvidoso e se exibir para os amigos.
Esta é a segunda empreitada do autor no universo dos blogs pessoais que quase ninguém lê. Em 2007, ele criou o Eu Não Sei Fazer Poesia, espaço onde publicava suas criações em intervalos de tempo não definidos à espera de que um amigo amável fizesse um comentário elogioso. Ou não.
Atarefado, acabou abandonando o espaço não oficialmente no segundo semestre de 2008, prometendo que voltaria algum dia. A profecia se cumpriu em outubro de 2009 quando o rapaz pôs no ar o Pois Zé, blog que segue a mesma proposta do seu antecessor.
Além de crônicas novas e antigas (reescritas, se necessário), o Pois Zé trará eventualmente postagens sobre assuntos variados que por ventura chamarem a atenção do autor, além de possíveis colaborações de amigos e colegas. Isso, até ele enjoar da brincadeira e abandonar o espaço, o que pode acontecer a qualquer momento.
Vale lembrar que o autor é adepto do uso de dose cavalares de sarcasmo em alguns destes textos, sendo assim, se por ventura sentir-se ofendido(a) com algumas de suas colocações, ignore. No fundo o pobre infeliz estava só tentando fazer piada de alguma coisa, mas sem nenhuma maldade.
Sejam muito bem vindos!
Dúvidas, críticas ou sugestões?:
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Esta é a segunda empreitada do autor no universo dos blogs pessoais que quase ninguém lê. Em 2007, ele criou o Eu Não Sei Fazer Poesia, espaço onde publicava suas criações em intervalos de tempo não definidos à espera de que um amigo amável fizesse um comentário elogioso. Ou não.
Atarefado, acabou abandonando o espaço não oficialmente no segundo semestre de 2008, prometendo que voltaria algum dia. A profecia se cumpriu em outubro de 2009 quando o rapaz pôs no ar o Pois Zé, blog que segue a mesma proposta do seu antecessor.
Além de crônicas novas e antigas (reescritas, se necessário), o Pois Zé trará eventualmente postagens sobre assuntos variados que por ventura chamarem a atenção do autor, além de possíveis colaborações de amigos e colegas. Isso, até ele enjoar da brincadeira e abandonar o espaço, o que pode acontecer a qualquer momento.
Vale lembrar que o autor é adepto do uso de dose cavalares de sarcasmo em alguns destes textos, sendo assim, se por ventura sentir-se ofendido(a) com algumas de suas colocações, ignore. No fundo o pobre infeliz estava só tentando fazer piada de alguma coisa, mas sem nenhuma maldade.
Sejam muito bem vindos!
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Certos hábitos nunca mudam.
Por exemplo, não importa o quanto eu tenha crescido, o quanto eu me sinta maduro, ou quantos livros do Shakespeare eu tenha lido, sempre que tiver uma oportunidade, eu irei perder uma manhã inteira na frente da TV assistindo a algum desenho animado que passa em uma emissora de TV qualquer. Não importa que eu já tenha assistido o tal desenho uma dúzia de vezes, muito menos os apelos desesperados de minha consciência que grita algo como “Pelo amor de Deus, Zé! Olha o teu tamanho, cara! Você não tem mais idade pra essas coisas”.
A verdade é que eu gosto disso. Por mais banal e inútil que seja este hábito, ele gera um prazer característico que eu não consigo resistir. Uma endorfina natural, suponho, que faz com que deixe de lado outras dúzias de coisas mais produtivas. Quase um vício.
O mesmo sentimento eu sinto ao escrever. Desde minha infância eu costumava flertar com minhas idéias em folhas de cadernos já usados, escrevendo textos que refletiam meu estado de espírito. Sim, eu era um menino esquisito. Fazia questão de bolar histórias e botá-las no papel, com único intuito de ler posteriormente, e rir das próprias tiradas. Algo que mais tarde eu descobri ser chamado de narcisismo.
O fato é que escrever me dava a possibilidade de exercitar uma habilidade que não tinha: a de falar bem. Sempre fui um orador desprezível, incapaz de dizer uma frase de impacto sem algumas horas de ensaio, mesmo que ela já estivesse pronta em minha cabeça. Botar as idéias no papel passou a ser minha desforra: uma vingança particular contra a incapacidade que tinha de ser um “Ás” nas palavras.
Por anos, esta vertente escritora ficou restrita as gavetas de minha estante, ou as caixas de cadernos velhos guardadas em algum canto empoeirado da casa.
Isto só mudou numa manhã de janeiro de 2007: durante uma folga do trabalho, e num momento de tédio, resolvi criar um blog na Internet onde poderia exercitar publicamente minhas vertentes de escritor. Nascia aí o “Eu Não Sei Fazer Poesia”, site pessoal que passou a abrigar os textos que, até então, eram dedicados às traças.
Pois é... Criar um blog, é quase como tentar aparecer numa câmera de TV por trás de um repórter durante uma matéria. Por mais que não quisesse admitir, era óbvio que, no fundo, eu desejava que mais pessoas pudessem ler o que eu costumava escrever. Queria aparecer.
Com um início confuso, onde não sabia bem o que, e nem como escrever, fui criando uma pequena identidade no espaço. Sendo assim, o site pessoal que abrigaria postagens variadas sobre assuntos que agradavam o autor, passou a ser dedicado quase que exclusivamente aos meus devaneios literários: crônicas, geralmente com tom mais humorístico, em que tratava de assuntos do cotidiano. O tema que, no fundo, sempre foi minha principal motivação para criar o blog.
Durante cerca de um ano e seis meses, o “Eu Não Sei Fazer Poesia” abrigou postagens “regulares” (cof, cof...) com crônicas criadas pelo rapaz que até então preferia guardar seus textos numa gaveta. As tais postagens com “variedades” quase nunca existiram.
O hobbie de escrever foi ganhando importância, de forma que me via cada vez mais distraído enquanto pensava em alguma situação que pudesse render uma “boa” história. Já tinha virado um hábito.
No entanto, o mundo vai dando voltas que nem sempre somos capazes de acompanhar: fui perdendo o fôlego para manter o blog atualizado. Meu tempo livre foi diminuindo na mesma proporção em que minhas responsabilidades no trabalho, na faculdade e no cotidiano aumentavam. Somado a isso, por um problema técnico, minha senha para entrar no blog ficou travada, o que, misteriosamente, só foi se resolver meses depois de minha última postagem. A situação chegou a tal ponto que não tive mais de onde tirar motivação para continuar: mesmo sem um anúncio oficial, ou um enterro digno, o “Eu Não Sei Fazer Poesia” tinha morrido.
Mas, como disse anteriormente, certos hábitos não morrem.
Por isso, pouco mais de um ano depois de minha última postagem no falecido site, decidi dar início a um novo projeto: o “Pois Zé”, blog pessoal que seguirá a mesma linha do seu antecessor, abrigando textos de minha autoria.
As diferenças? Praticamente nenhuma. O foco é o mesmo: as crônicas supostamente bem humoradas e uma ou outra colocação mais pessoal. Talvez a grande mudança é que tentarei exercitar outros gêneros além do humor em meus textos. Mas uma coisa não muda: o mal gosto e as tiradas sem graça serão as mesmas de sempre.
E antes que alguém me avise, eu sei: os blogs estão fora de moda. A onda agora é o Twitter, o famoso microblog que virou coqueluche entre os internautas do planeta. É mais ou menos a mesma febre vivida pelo Orkut no Brasil lá por 2004 e 2005. Mas, como todo bom rapaz fora de moda, eu resisto bravamente à tentação de me embrenhar nesse mundo. Da mesma forma que “eu não sei fazer poesia”, eu também não sei escrever em menos de 140 caracteres. Quem sabe eu até me converta a esta onda, e vire mais um fã desse treco no futuro. Até lá, prefiro continuar resistindo.
Deixo desde já, aos amigos e visitantes que por ventura passarem por aqui, o meu sincero muito obrigado. É em função do carinho de vocês que eu continuo em minha sina de maltratar o bom gosto literário... Com mais de 140 caracteres, é claro.
Sejam todos bem vindos e, na medida do possível, divirtam-se!
Até.
## terça-feira, 27 de outubro de 2009
### Quem é este cara? (O Autor)
Nascido numa noite quente de quarta-feira na segunda metade dos anos 80, José Luiz Sykacz, popularmente conhecido como Zé, é mais uma das provas de que a década em questão foi absolutamente nociva para o futuro da humanidade.
Criado numa cidade da Região Metropolitana de Curitiba, o garoto mostrava desde cedo sua vocação para o jornalismo e para criação de histórias ao rabiscar com canetinhas multicolor personagens fictícios em páginas de jornais. Aprendeu a ler em casa junto com a avó paterna e logo virou fã de carteirinha de grandes personagens da literatura nacional, como Mônica, Cascão e Cebolinha.
Nerd não convicto, era alvo de gozações na escola por possuir uma cabeça avantajada, e por passar por situações constrangedoras com uma frequência assustadoramente grande. Com o tempo, passou a incorporar o título de palhaço da turma, título que ele carregou orgulhosamente até o fim do ensino médio. É do tipo que perde o amigo, a namorada e o ônibus, mas não perde a piada.
Apaixonado por leitura, é fã incondicional de autores como Luiz Fernando Veríssimo (sua “musa” inspiradora), Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, Gay Talese e Joseph Mitchel.
Adora escrever, mesmo admitindo que não é grande coisa. Gosta de criar contos de humor, e críticas moralistas sobres assuntos que não tem pleno domínio. Tem paixão por frases de efeito, e acha que a vida é o clichê de Deus. Não é gago, mas é tímido o bastante para ter enormes dificuldades de se comunicar verbalmente. É adepto do ditado que diz que as vezes é melhor ficar quieto e deixar que todos pensem que você é um idiota, do que abrir a boca e não deixar dúvida nenhuma.
Gosta de desenhos animados, apesar de não ter mais idade para isso, e costuma torrar várias horas produtivas do dia à frente de um videogame. É pisciano, apesar de não entender chongas sobre este tipo de coisa. Já viu discos voadores, não acredita em duendes, e nunca usou drogas, muito embora já tenha assistido a programas de TV no domingo à tarde, o que na prática é quase a mesma coisa.
Amante do cinema, é fã de obras lendárias da sétima arte como “Corra que a Polícia Vem Aí” e “Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu”. Gosta de diretores como Stanley Kubrick, Michel Gondry e Jorge Furtado. Sim, ele é bem eclético. Tem o hábito de frequentar cinemas sozinho, e jura que ainda vai tirar aos tapas alguma criança ou adolescente baderneiro de dentro da sala.
Gosta de vários estilos musicais, apesar de quase nunca se aprofundar muito em nenhum deles. No rock, é fã de bandas antigas como Ramones e recentes como Strokes. É tarado por Johnny Cash. Nunca tocou nenhum instrumento na vida, mas ainda pretende ser baterista. Acha que a música está em decadência, e que depois dos anos 90 quase nada se salva.
Tem pavor de sangue, odeia cebola, não vive sem café, e costuma mudar entre assuntos que não tem a menor relação entre si de uma hora para outra. Heterossexual assumido, está à procura de uma mulher inteligente, bonita, sarcástica e bem humorada, embora tenha convicção que ganhar na loteria é mais fácil.
Adora esportes, mas é um completo desastre na prática de quase qualquer um deles. Ainda quer trabalhar com isso. Apaixonado por futebol , é goleiro nas horas vagas, e como outros milhões de brasileiros, acha que seria um bom nome a ser considerado para o cargo de técnico da seleção. Ama frequentar estádios, e já se dirigiu a inúmeros árbitros usando boa parte dos insultos existentes na língua portuguesa, embora não se orgulhe disso.
Formado em jornalismo, é do tempo em que ainda era preciso estudar para se praticar a profissão. Tem paixão por seu ofício, mas finalmente entendeu depois de formado os motivos de sua mãe lhe pedir para cursar medicina ou direito. Não liga muito para dinheiro, mas vive reclamando que o dinheiro também não da muita bola para sua carteira.
Em 2007, criou um blog pessoal chamado “Eu Não Sei Fazer Poesia”, que foi encerrado um ano e meio depois por falta de atualizações. Em 2009, criou o Pois Zé, novo blog pessoal que ele promete atualizar com alguma frequência, mesmo sem especificar se tal periodicidade será semanal, mensal, ou anual.
Apreciador incorrigível de ironias, tem quase a absoluta certeza de que irá se arrepender amargamente de ter escrito tal perfil daqui a alguns meses. Portanto, se você estiver lendo este texto do ano de 2010 em diante, é sinal de que este blog está abandonado, e o autor não se recorda mais das abobrinhas que escreveu.
Veja mais:
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Criado numa cidade da Região Metropolitana de Curitiba, o garoto mostrava desde cedo sua vocação para o jornalismo e para criação de histórias ao rabiscar com canetinhas multicolor personagens fictícios em páginas de jornais. Aprendeu a ler em casa junto com a avó paterna e logo virou fã de carteirinha de grandes personagens da literatura nacional, como Mônica, Cascão e Cebolinha.
Nerd não convicto, era alvo de gozações na escola por possuir uma cabeça avantajada, e por passar por situações constrangedoras com uma frequência assustadoramente grande. Com o tempo, passou a incorporar o título de palhaço da turma, título que ele carregou orgulhosamente até o fim do ensino médio. É do tipo que perde o amigo, a namorada e o ônibus, mas não perde a piada.
Apaixonado por leitura, é fã incondicional de autores como Luiz Fernando Veríssimo (sua “musa” inspiradora), Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, Gay Talese e Joseph Mitchel.
Adora escrever, mesmo admitindo que não é grande coisa. Gosta de criar contos de humor, e críticas moralistas sobres assuntos que não tem pleno domínio. Tem paixão por frases de efeito, e acha que a vida é o clichê de Deus. Não é gago, mas é tímido o bastante para ter enormes dificuldades de se comunicar verbalmente. É adepto do ditado que diz que as vezes é melhor ficar quieto e deixar que todos pensem que você é um idiota, do que abrir a boca e não deixar dúvida nenhuma.
Gosta de desenhos animados, apesar de não ter mais idade para isso, e costuma torrar várias horas produtivas do dia à frente de um videogame. É pisciano, apesar de não entender chongas sobre este tipo de coisa. Já viu discos voadores, não acredita em duendes, e nunca usou drogas, muito embora já tenha assistido a programas de TV no domingo à tarde, o que na prática é quase a mesma coisa.
Amante do cinema, é fã de obras lendárias da sétima arte como “Corra que a Polícia Vem Aí” e “Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu”. Gosta de diretores como Stanley Kubrick, Michel Gondry e Jorge Furtado. Sim, ele é bem eclético. Tem o hábito de frequentar cinemas sozinho, e jura que ainda vai tirar aos tapas alguma criança ou adolescente baderneiro de dentro da sala.
Gosta de vários estilos musicais, apesar de quase nunca se aprofundar muito em nenhum deles. No rock, é fã de bandas antigas como Ramones e recentes como Strokes. É tarado por Johnny Cash. Nunca tocou nenhum instrumento na vida, mas ainda pretende ser baterista. Acha que a música está em decadência, e que depois dos anos 90 quase nada se salva.
Tem pavor de sangue, odeia cebola, não vive sem café, e costuma mudar entre assuntos que não tem a menor relação entre si de uma hora para outra. Heterossexual assumido, está à procura de uma mulher inteligente, bonita, sarcástica e bem humorada, embora tenha convicção que ganhar na loteria é mais fácil.
Adora esportes, mas é um completo desastre na prática de quase qualquer um deles. Ainda quer trabalhar com isso. Apaixonado por futebol , é goleiro nas horas vagas, e como outros milhões de brasileiros, acha que seria um bom nome a ser considerado para o cargo de técnico da seleção. Ama frequentar estádios, e já se dirigiu a inúmeros árbitros usando boa parte dos insultos existentes na língua portuguesa, embora não se orgulhe disso.
Formado em jornalismo, é do tempo em que ainda era preciso estudar para se praticar a profissão. Tem paixão por seu ofício, mas finalmente entendeu depois de formado os motivos de sua mãe lhe pedir para cursar medicina ou direito. Não liga muito para dinheiro, mas vive reclamando que o dinheiro também não da muita bola para sua carteira.
Em 2007, criou um blog pessoal chamado “Eu Não Sei Fazer Poesia”, que foi encerrado um ano e meio depois por falta de atualizações. Em 2009, criou o Pois Zé, novo blog pessoal que ele promete atualizar com alguma frequência, mesmo sem especificar se tal periodicidade será semanal, mensal, ou anual.
Apreciador incorrigível de ironias, tem quase a absoluta certeza de que irá se arrepender amargamente de ter escrito tal perfil daqui a alguns meses. Portanto, se você estiver lendo este texto do ano de 2010 em diante, é sinal de que este blog está abandonado, e o autor não se recorda mais das abobrinhas que escreveu.
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### O Blog
O Pois Zé é um blog pessoal escrito pelo desconhecido Zé Luiz Sykacz, paranaense formado em jornalismo, que gosta de criar textos literários de gosto duvidoso e se exibir para os amigos.
Esta é a segunda empreitada do autor no universo dos blogs pessoais que quase ninguém lê. Em 2007, ele criou o Eu Não Sei Fazer Poesia, espaço onde publicava suas criações em intervalos de tempo não definidos à espera de que um amigo amável fizesse um comentário elogioso. Ou não.
Atarefado, acabou abandonando o espaço não oficialmente no segundo semestre de 2008, prometendo que voltaria algum dia. A profecia se cumpriu em outubro de 2009 quando o rapaz pôs no ar o Pois Zé, blog que segue a mesma proposta do seu antecessor.
Além de crônicas novas e antigas (reescritas, se necessário), o Pois Zé trará eventualmente postagens sobre assuntos variados que por ventura chamarem a atenção do autor, além de possíveis colaborações de amigos e colegas. Isso, até ele enjoar da brincadeira e abandonar o espaço, o que pode acontecer a qualquer momento.
Vale lembrar que o autor é adepto do uso de dose cavalares de sarcasmo em alguns destes textos, sendo assim, se por ventura sentir-se ofendido(a) com algumas de suas colocações, ignore. No fundo o pobre infeliz estava só tentando fazer piada de alguma coisa, mas sem nenhuma maldade.
Sejam muito bem vindos!
Dúvidas, críticas ou sugestões?:
» Quem é este cara?
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Esta é a segunda empreitada do autor no universo dos blogs pessoais que quase ninguém lê. Em 2007, ele criou o Eu Não Sei Fazer Poesia, espaço onde publicava suas criações em intervalos de tempo não definidos à espera de que um amigo amável fizesse um comentário elogioso. Ou não.
Atarefado, acabou abandonando o espaço não oficialmente no segundo semestre de 2008, prometendo que voltaria algum dia. A profecia se cumpriu em outubro de 2009 quando o rapaz pôs no ar o Pois Zé, blog que segue a mesma proposta do seu antecessor.
Além de crônicas novas e antigas (reescritas, se necessário), o Pois Zé trará eventualmente postagens sobre assuntos variados que por ventura chamarem a atenção do autor, além de possíveis colaborações de amigos e colegas. Isso, até ele enjoar da brincadeira e abandonar o espaço, o que pode acontecer a qualquer momento.
Vale lembrar que o autor é adepto do uso de dose cavalares de sarcasmo em alguns destes textos, sendo assim, se por ventura sentir-se ofendido(a) com algumas de suas colocações, ignore. No fundo o pobre infeliz estava só tentando fazer piada de alguma coisa, mas sem nenhuma maldade.
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Nascido numa noite quente de quarta-feira na segunda metade dos anos 80, José Luiz Sykacz, popularmente conhecido como Zé, é mais uma das provas de que a década em questão foi absolutamente nociva para o futuro da humanidade.
Criado numa cidade da Região Metropolitana de Curitiba, o garoto mostrava desde cedo sua vocação para o jornalismo e para criação de histórias ao rabiscar com canetinhas multicolor personagens fictícios em páginas de jornais. Aprendeu a ler em casa junto com a avó paterna e logo virou fã de carteirinha de grandes personagens da literatura nacional, como Mônica, Cascão e Cebolinha.
Nerd não convicto, era alvo de gozações na escola por possuir uma cabeça avantajada, e por passar por situações constrangedoras com uma frequência assustadoramente grande. Com o tempo, passou a incorporar o título de palhaço da turma, título que ele carregou orgulhosamente até o fim do ensino médio. É do tipo que perde o amigo, a namorada e o ônibus, mas não perde a piada.
Apaixonado por leitura, é fã incondicional de autores como Luiz Fernando Veríssimo (sua “musa” inspiradora), Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, Gay Talese e Joseph Mitchel.
Adora escrever, mesmo admitindo que não é grande coisa. Gosta de criar contos de humor, e críticas moralistas sobres assuntos que não tem pleno domínio. Tem paixão por frases de efeito, e acha que a vida é o clichê de Deus. Não é gago, mas é tímido o bastante para ter enormes dificuldades de se comunicar verbalmente. É adepto do ditado que diz que as vezes é melhor ficar quieto e deixar que todos pensem que você é um idiota, do que abrir a boca e não deixar dúvida nenhuma.
Gosta de desenhos animados, apesar de não ter mais idade para isso, e costuma torrar várias horas produtivas do dia à frente de um videogame. É pisciano, apesar de não entender chongas sobre este tipo de coisa. Já viu discos voadores, não acredita em duendes, e nunca usou drogas, muito embora já tenha assistido a programas de TV no domingo à tarde, o que na prática é quase a mesma coisa.
Amante do cinema, é fã de obras lendárias da sétima arte como “Corra que a Polícia Vem Aí” e “Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu”. Gosta de diretores como Stanley Kubrick, Michel Gondry e Jorge Furtado. Sim, ele é bem eclético. Tem o hábito de frequentar cinemas sozinho, e jura que ainda vai tirar aos tapas alguma criança ou adolescente baderneiro de dentro da sala.
Gosta de vários estilos musicais, apesar de quase nunca se aprofundar muito em nenhum deles. No rock, é fã de bandas antigas como Ramones e recentes como Strokes. É tarado por Johnny Cash. Nunca tocou nenhum instrumento na vida, mas ainda pretende ser baterista. Acha que a música está em decadência, e que depois dos anos 90 quase nada se salva.
Tem pavor de sangue, odeia cebola, não vive sem café, e costuma mudar entre assuntos que não tem a menor relação entre si de uma hora para outra. Heterossexual assumido, está à procura de uma mulher inteligente, bonita, sarcástica e bem humorada, embora tenha convicção que ganhar na loteria é mais fácil.
Adora esportes, mas é um completo desastre na prática de quase qualquer um deles. Ainda quer trabalhar com isso. Apaixonado por futebol , é goleiro nas horas vagas, e como outros milhões de brasileiros, acha que seria um bom nome a ser considerado para o cargo de técnico da seleção. Ama frequentar estádios, e já se dirigiu a inúmeros árbitros usando boa parte dos insultos existentes na língua portuguesa, embora não se orgulhe disso.
Formado em jornalismo, é do tempo em que ainda era preciso estudar para se praticar a profissão. Tem paixão por seu ofício, mas finalmente entendeu depois de formado os motivos de sua mãe lhe pedir para cursar medicina ou direito. Não liga muito para dinheiro, mas vive reclamando que o dinheiro também não da muita bola para sua carteira.
Em 2007, criou um blog pessoal chamado “Eu Não Sei Fazer Poesia”, que foi encerrado um ano e meio depois por falta de atualizações. Em 2009, criou o Pois Zé, novo blog pessoal que ele promete atualizar com alguma frequência, mesmo sem especificar se tal periodicidade será semanal, mensal, ou anual.
Apreciador incorrigível de ironias, tem quase a absoluta certeza de que irá se arrepender amargamente de ter escrito tal perfil daqui a alguns meses. Portanto, se você estiver lendo este texto do ano de 2010 em diante, é sinal de que este blog está abandonado, e o autor não se recorda mais das abobrinhas que escreveu.
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É um núcleo educacional que tem por finalidade oferecer apoio pedagógico através de atividades educativas. Além de fomentar a reflexão acadêmica através de pesquisas e de publicações, presta apoio às comunidades de base, ao movimento de mulheres e às redes de solidariedade diversas, através da promoção de cursos, de reforço escolar, de alfabetização e letramento, de grupos de estudos, de apoio pedagógico, de intercâmbios, de maneira comprometida com a transformação social.
## quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
## sábado, 25 de setembro de 2010
### Memórias de minha terra
**Memórias de minha terra**
por
**Weslley Moreira de Almeida**
Sou da feira
de Feira de Santana.
Feira de Lucas da Feira
O Bandido-herói.
De Maria Quitéria
Soldado Medeiros
Mulher destemida
aguerrida.
Ambos símbolos transgressores
fortalecedores
de um povo
de sua história e cultura.
Feira...
Feira de frutas, cereias
de carne e verduras
tudo exposto e disposto
no meio da rua.
Agora com aparência de organizada
tem muito além
do que gado, couro e agricultura
tem toda sorte de bens.
Tem bugigangas de tudo que é sorte
e tudo mais
se agente for logo alí
próximo à Matriz
na feira do Feiraguay.
Falando da experiência
a mim por ti concedida
Falo então da minha-nossa
nostálgica e presente história
de vida ora vivida.
Me resido desde sempre
na velha Estação Nova
perto da feirinha
onde tudo é mais barato
domingo no fim do dia
na barraca de Eduardo da Carne
e de seu Wilson da Farinha.
Não, não sou turco
Mas moro bem alí
ou aqui
na rua Turquia
próximo à antiga lagoa
onde antes era mata e taboa
junto a Loro, tia Carlinda. tio Izaltino e tia Julia.
É...
Agora
esta rua
que antes
era apenas um caminho
esá paralelepipidizada
urbanizou-se.
Passam carros onde antes passava a boiada.
Onde passavam bois, hoje passam motores.
Nosso playground
Onde brincávamos de bola
de picula
e de gude
e - às vezes - com nosso carro
feito de vaso de Qboa.
Em tempos hodiernos
A Feira entroncada
Com viadutos em tudo que é canto
os carros enraivados
passam zunindo
poluindo
amostra de uma cidade que ultrapassa os sinais vermelhos
é a modernidade chegando...
Prrédios altos arranhando a fumaça.
Sim, até shoppings ja existem
Universidade
e faculdades
Ciber Cafés
e Lan Houses
trazendo uma nova cara
para uma velha-nova cidade.
As feiras na rua
cada vez mais
proibidas
Polícia fica atrás dos verdureiros ambulantes
pois só as lojas que são grandes
é que agora tem validade.
Êta minha Feira mudada.
Pode mudar à vontade.
Mas como de costume
acolhedora continua...
dos que aqui chegam e nascem
dos que aqui labutam
e lutam por ti e por si
e te formam o que és e serás
Portal do sertão
nossa amante
casa
e faina
Nossa cidade!
## domingo, 12 de setembro de 2010
### Eu não quero o Reino dos Céus, eu só aguento a sua promessa!
“Eu não quero o Reino dos Céus, eu não o quero, só aguento a sua promessa!” (G.H. In Clarice Lispector,
*A paixão Segundo G.H*)
Justiça, paz e alegria, são os atributos do "Reino de Deus" no texto bíblico.
Tá difícil ein compadre e comadre ver acontecer aqui na terra! Vai ver que esse Reino só existe nos céus!
Justiça não aguento não, viu...mas temos a tão bonitinha Declaração dos Direitos Humanos, que diz: Todo o homem tem direito a....e o tão arrumadinho Estatuto da Criança e do Adolescente que diz: Toda criança tem direito a...
Todos os dias vejo homens e mulheres sem direito a um monte de coisa....e todos os dias também sei de pais que violentam os filhos, outros que deixam de mandar seus filhos para escola, e ainda outros que, todos os dias, agridem verbalmente seus filhos...e....e o que acontece? Nada.
Vocês souberam? Mais uma mulher, essa semana, dessa vez em Salvador, saiu de sua casa e não voltou até hoje, desapareceu....e o principal suspeito? De novo o namorado, que afirma para a polícia não saber nada a esse respeito....e...e o que acontece? Nada até agora.
Amanhã é segunda-feira, e já tenho medo de ler as notícias dos jornais da minha cidade ou ouvir as notícias do rádio. Por que? Perdi as contas de quantos assassinatos acontecem nos fins-de-semana, e na segunda-feira até perdemos as contas dos crimes....e...e o que acontece? nada....
E quanto a Paz, que ideia é essa?
Eu sou a favor da paz mundial! Eu defendo a paz no mundo! E você? Eu vou fazer uma corrente da paz na minha comunidade! Vamos fazer uma campanha de oração pela paz! Vamos cruzar os dedos para que as guerras no mundo acabem! Vamos fazer a campanha do desarmamento!
Desarmem os bandidos nos morros! Êpa, pera aí, esqueceram de desarmar aqueles que se armam das leis, da própria justiça, das próprias fardas, dos cargos públicos, da função de poder, dos cargos políticos, dos papéis de líderes religiosos, do papel de mãe e de pai e de marido e de mulher, de irmão mais velho, de professor, de líder...e...
Ah, “essa paz que sinto na minha alma, não é porque tudo me vai bem”. Vamos fingindo que está tudo bem, colocando cerca elétrica nos nossos muros...Precisamos nos proteger! Afinal todos estão se protegendo. Os americanos se protegem dos terroristas e investem pesado em segurança, mesmo que isso signifique a insegurança dos outros. Queremos ser embaixadores da paz! Mas, as notícias no Haiti contradizem alguns projetos de paz, as fronteiras do México são um retrato dos projetos violentos de garantia da paz, os mulçulmanos que vivem o sonho da América são testemunhas vivas ou mortas desse sonho de paz.
Viva o sonho de liberdade e de democracia! Porque como realidade, liberdade e democracia seriam insuportáveis! Como aceitar que cada um escolha se quer votar ou não, como aceitar que cada mulher tem autonomia sobre o próprio corpo, ou ainda, como aceitar que cada indivíduo tem direito de ter sua opção sexual? Como aceitar que os outros também tem os mesmos direitos do que eu? É mais fácil querer que todos tenham uma mesma forma para não ter o trabalho de conviver com o diferente e com a diversidade.
Vamos semear paz em África, mandem os soldados da paz! Em Africa, “não se sabem” os motivos de tanta violência, como essa agora em Moçambique ou aquela espécie de guerra-fria em Angola. Não, não, sabe-se sim: A culpa é do povo, essas pessoas vândalas, sem instrução, que querem quebrar tudo, simplesmente porque seus direitos básicos lhes são negados, e dos pais que apenas por não ter dinheiro para comprar comida para seus filhos, vendo-os morrerem de fome, saem quebrando tudo. Só por causa disso? Isso é motivo para quebrar lojas e prédios públicos e fazerem baderna?
Olha o que aconteceu numa cidade do Congo na semana passada! Será possível que nem nos lugares onde as bases da ONU estão se têm paz? Afinal, o que é que vem garantindo a união das nações? A paz de quais países defende a ONU?
Talvez é melhor conviver com a ideia de que a verdadeira paz se encontra no interior de cada um... Ah, que romântica ideia! Cada um por si e Deus por todos! Ah, gente é isso mesmo: Cada um no seu canto padece o seu tanto, e também goza o seu tanto! Cada um que cuide da sua riqueza ou da sua miséria.
Alegria então, ein...ummm, isso é sinônimo de brasilidade! Todos dizem que somos o povo mais feliz do mundo, o mais alegre, o mais receptivo. Buarque de Holanda já dizia que nós demos ao mundo como herança “o homem cordial”. Somos o povo mais cordial do mundo. Até Stallone disse que aqui no Brasil “podia-se atirar nas pessoas, queimar coisas, e ainda te dariam um macaco de presente!”. Viva o Brasil! Viva a democracia! Afinal temos o orgulho de dizer que nós sofremos, mas vivemos sorrindo! Não temos nada para comer até, mas vivemos cantando! Viva a essa beleza de passividade! Viva a tão admirada cordialidade brasileira!
Viva a promessa de um mundo melhor! Viva a essa aldeia global que nos mostra, cada vez mais, as promessas que o mundo todo faz de justiça, de paz e de alegria para todos.
Viva a promessa de Reino de Deus! Porque esse Reino em si, eu não aguento não!
## terça-feira, 7 de setembro de 2010
### GRITO DA INDEPENDÊNCIA DA MULHER!
Em todo o país manifestações saúdam esse dia. Afinal, a independência é mesmo para quem? Que independência comemoramos?
Ah, comemoramos um sonho de independência das mulheres! Foi publicada hoje a seguinte notícia em todos os jornais brasileiros:
- Aprovada uma nova lei sobre os direitos reprodutivos em que a mulher tem autonomia e autodeterminação reprodutiva
- Pesquisa constata que mais de 70% ou pelo menos 70% de mulheres estão participando ativamente da construção política desse país sem serem barradas ou discrimidadas ,e postas atrás dos panos pelos partidos políticos.
-Índice 0% na divisão sexual do trabalho
- Mulheres brasileiras recebem os mesmos salários que os homens em qualquer função desempenhada em seus trabalhos
- Os trabalhos que antes foram considerados de cunho inferior, como por exemplo, atividades domésticas, atividades de docência em escolas de educação infantil e creches estão sendo tão bem pagos quanto as funções tradicionalmente valorizadas pela sociedade brasileira
-Fim da política de discriminação das mulheres negras
- Índice 0% de violência contra a mulher
- O governo garante segurança: direito de ir e vir para as mulheres. E nos últimos 2 anos não foram registrados crimes passionais, em "defesa da honra" ,em todo território nacional.
- A imprensa decreta severo combate a misoginia e toda a forma de exploração da imagem da mulher.
HOJE COMEMORAMOS A INDEPENDÊNCIA DA MULHER BRASILEIRA!!
## sexta-feira, 3 de setembro de 2010
### ESTUPRO EM MASSA EM LUVUNGI – REPÚBLICA DO CONGO
Luvungi, uma cidade da República do Congo, que fica somente a 30 quilômetros de uma base das forças de paz da ONU, foi invadida e ocupada por rebeldes entre os dias 30 de julho e 02 de agosto. O alvo: mulheres e crianças. Mulheres, meninas e bêbes foram estupradas. A maioria das mulheres, foram estupradas pelo menos seis vezes na frente de seus maridos e filhos. O Congo, no passado, já foi conhecido como “Capital Mundial do estupro”, pela grande e frequente ocorrência de abusos sexuais contra mulheres e crianças. A missão da ONU foi alvo de crítica por não proteger a população local da ação de soldados, visto que o país, há pelo menos cinco anos, é aterrorizado pelos conflitos ocorridos por disputas das grandes reservas minerais. Historicamente, em grandes conflitos, onde o objetivo foi a apropriação de riquezas de um determinado povo, os alvos principais foram sempre mulheres e crianças. Até quando vamos fechar os olhos para a violência que acontece a nível mundial contra mulheres e crianças?
Você pode ler mais sobre esse assunto no site BBC-Brasil, http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/09/100902_congo_estupro.shtml
Você pode ler mais sobre esse assunto no site BBC-Brasil, http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/09/100902_congo_estupro.shtml
## quinta-feira, 2 de setembro de 2010
### PARADA GAY em Feira de Santana
A avenida Getúlio Vargas esteve completamente tomada, animada por dois trios elétricos. Vários rostos misturaram-se e formaram as cores da parada gay, desde aqueles mais conscientes, que estavam lá para unir vozes em defesa dos direitos de gays e das lésbicas, até aqueles curiosos que estavam só para se divertir. Ainda é notório a desinformação da população acerca dessa temática, e necessário se faz, por parte das autoridades de direito, a promoção de mesas de discussão pública com a população.
## quarta-feira, 1 de setembro de 2010
### CENTRO DE ESTUDOS SEMEAR
CENTRO DE ESTUDOS SEMEAR
SEU FILHO PRECISA DE APOIO PEDAGÓGICO?
ELE PRECISA DE REFORÇO ESCOLAR??
O QUE É O CENTRO DE ESTUDOS SEMEAR?
O centro é uma extensão do projeto GAIA, e pretende ser um espaço alternativo de apoio pedagógico para crianças e ajuda para mães. É um espaço de integração e interação, onde o seu filho pode receber apoio pedagógico e auxílio nas atividades escolares.
O QUE TEM DE DIFERENTE?
A diferença é que além de oferecer reforço escolar, o seu filho pode estar no centro para desenvolver também outras actividades como: xadrez, artesanato, inglês, que vão servir como apoio pedagógico. E ainda, durante o período que o seu filho estiver no centro, ele poderá realizar consultas a nossa biblioteca virtual, com um grande acervo de livros, fazer pesquisas na internet, e também a biblioteca do centro com livros que poderão ser consultados durante o tempo que ele estiver no centro.
O centro também oferece o serviço de BABYSITER, no próprio espaço ou em domicílio (mais uma opção, se você quer viajar ou precisa ir para uma reunião de trabalho, pode deixar seus filhos em segurança e com profissional capacitado).
O centro também estará realizando a ESCOLA DE FÉRIAS ( atividades em grupo durante o período de férias com visitas em lugares da cidade, idas ao cinema, mercado de arte popular, e aulas diversificadas e pequenas viagens e retiros). E em breve (2011) começará a Escola de Línguas (inglês, francês, português e tcheco). As vagas são limitadas!
POSSO CONFIAR?
Claro que sim. O Centro de estudos Semear, encontra-se num bairro seguro da cidade, que é a Serraria Brasil, no encontro das duas avenidas Maria Quitéria e João Durval, bem pertinho mesmo do Condomínio Parque Cajueiro. É a sede do projeto GAIA.
QUEM É A RESPONSÁVEL?
Quem está a frente do centro de estudos Semear é a professora Sidinea Pedreira.
CONTATO!!Ligue : (75) 88363330 e faça-nos uma visita!!
SEU FILHO PRECISA DE APOIO PEDAGÓGICO?
ELE PRECISA DE REFORÇO ESCOLAR??
O QUE É O CENTRO DE ESTUDOS SEMEAR?
O centro é uma extensão do projeto GAIA, e pretende ser um espaço alternativo de apoio pedagógico para crianças e ajuda para mães. É um espaço de integração e interação, onde o seu filho pode receber apoio pedagógico e auxílio nas atividades escolares.
O QUE TEM DE DIFERENTE?
A diferença é que além de oferecer reforço escolar, o seu filho pode estar no centro para desenvolver também outras actividades como: xadrez, artesanato, inglês, que vão servir como apoio pedagógico. E ainda, durante o período que o seu filho estiver no centro, ele poderá realizar consultas a nossa biblioteca virtual, com um grande acervo de livros, fazer pesquisas na internet, e também a biblioteca do centro com livros que poderão ser consultados durante o tempo que ele estiver no centro.
O centro também oferece o serviço de BABYSITER, no próprio espaço ou em domicílio (mais uma opção, se você quer viajar ou precisa ir para uma reunião de trabalho, pode deixar seus filhos em segurança e com profissional capacitado).
O centro também estará realizando a ESCOLA DE FÉRIAS ( atividades em grupo durante o período de férias com visitas em lugares da cidade, idas ao cinema, mercado de arte popular, e aulas diversificadas e pequenas viagens e retiros). E em breve (2011) começará a Escola de Línguas (inglês, francês, português e tcheco). As vagas são limitadas!
POSSO CONFIAR?
Claro que sim. O Centro de estudos Semear, encontra-se num bairro seguro da cidade, que é a Serraria Brasil, no encontro das duas avenidas Maria Quitéria e João Durval, bem pertinho mesmo do Condomínio Parque Cajueiro. É a sede do projeto GAIA.
QUEM É A RESPONSÁVEL?
Quem está a frente do centro de estudos Semear é a professora Sidinea Pedreira.
CONTATO!!Ligue : (75) 88363330 e faça-nos uma visita!!
### PAGAMOS ALTOS PREÇOS PELA DOMINAÇÃO MASCULINA
Manter a sociedade patriarcal funcionando mesmo as custas da violência contra a mulher, já está se tornando um lema introjetado por muitos, e que recebe o aval de boa parte das mídias brasileiras. Estrategicamente culpabilizam a mulher pela violência sofrida, criando uma imagem destroçada desta. Exemplo disso são os casos de Mércia Nakashima, e de Elisa Samudio. Neste último, o advogado do acusado, Bruno Fernandes, alegou que a palavra de Elisa não deveria ser levada em consideração, visto ser ela pessoa de má índole, atriz de filme pornô. Existem justificativas para atos violentou ou para atentar contra a vida de uma outra pessoa?
Apesar da Lei Maria da Penha estar em vigor, a violência contra a mulher é banalizada em nossa sociedade, onde prevalece uma cultura machista. O nível de assassinato feminino no Brasil fica acima da média internacional. Nesse Brasil onde homens ainda decidem sobre a vida e sobre a morte de mulheres, são mortas 10 mulheres por dia. Difícil transformar as Leis em realidade e justiça nesse país!
Apesar da Lei Maria da Penha estar em vigor, a violência contra a mulher é banalizada em nossa sociedade, onde prevalece uma cultura machista. O nível de assassinato feminino no Brasil fica acima da média internacional. Nesse Brasil onde homens ainda decidem sobre a vida e sobre a morte de mulheres, são mortas 10 mulheres por dia. Difícil transformar as Leis em realidade e justiça nesse país!
### Brasileiros presos por estupro em Paris
"Quatro brasileiros foram indiciados e presos em Paris pelo envolvimento no estupro de uma jovem estudante francesa de 21 anos, em um trem que fazia o trajeto Barcelona-Paris" . Notícia divulgada pela BBC Brasil nesta terça-feira. Os jovens que tem entre 23 e 24 anos, foram presos ao tentar fugir para outro trem na paragem de uma estação. Eles foram identificados pelo sistema de câmeras do trem.
Esperamos que possam ser punidos pelo crime hediondo, e que o Brasil não esconda mais esse tipo de notícia, que deve ser mostrada para a população, para que o tema de violência contra a mulher seja discutido no nosso país, pois é assustador e faz parte do dia a dia dos brasileiros, infelizmente. Jovens turistas, fazendo passeio pela Europa realiza estupro. Que sujeira! Abre a boca Brasil! Mostra a cara desses jovens para todo mundo ver o que anda produzindo essa sociedade brasileira misogina!
Esperamos que possam ser punidos pelo crime hediondo, e que o Brasil não esconda mais esse tipo de notícia, que deve ser mostrada para a população, para que o tema de violência contra a mulher seja discutido no nosso país, pois é assustador e faz parte do dia a dia dos brasileiros, infelizmente. Jovens turistas, fazendo passeio pela Europa realiza estupro. Que sujeira! Abre a boca Brasil! Mostra a cara desses jovens para todo mundo ver o que anda produzindo essa sociedade brasileira misogina!
## quinta-feira, 29 de abril de 2010
### Programa de promoção da igualdade de GÊNERO, RAÇA E ETNIA
Para fortalecer as conquistas institucionais e a participação social, o Sistema ONU (Organização das Nações Unidas) realiza, no Brasil, o Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia. Iniciativa pioneira no País com aporte do Fundo das Nações Unidas para o Alcance dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), o Programa é resultado da cooperação internacional entre o Governo Espanhol e o Governo Brasileiro, por meio da SPM - Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e da SEPPIR- Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Campos de Ação
Atuar para a redução da violência de gênero e a efetividade das legislações de igualdade de gênero, raça e etnia;
Aumentar a participação política de mulheres, particularmente de mulheres negras, nos espaços de poder e decisão;
Inserir as dimensões de gênero, raça e etnia na gestão da política de trabalho, emprego e habitação.
Linhas Estratégicas
O programa tem por missão contribuir para a incorporação dos princípios de equidade de gênero e raça, transparência e inovação na gestão pública e o fortalecimento da participação social nas políticas de desenvolvimento humano.
**Gestão Pública**: mensuração do impacto das políticas públicas de gênero, raça e etnia; especialização de gestoras e gestores públicos e fortalecimento dos organismos governamentais para mulheres e igualdade racial; e melhoria da rede de atendimento às mulheres. **Participação Social:**ampliação e consolidação da participação igualitária, plural e multirracial das mulheres nos espaços de decisão. **Comunicação**: monitoramento dos conteúdos e incentivo para maior cobertura da temática de promoção da igualdade de gênero, raça e etnia nos meios de comunicação; especialização de profissionais de mídia nos temas de gênero, raça e etnia; e estímulo às ações de mídia advocacy. **Resultados Esperados**
Compreendendo o caráter estratégico das dimensões de gênero, raça e etnia no cotidiano da gestão pública, o Programa estabelece quatro resultados interdependentes:
1. Aperfeiçoamento da transversalidade de gênero, raça e etnia nas políticas, programas e serviços públicos;
2. Apoio à implementação dos Planos Nacionais de Políticas para as Mulheres de Promoção da Igualdade Racial nas esferas estadual e municipal;
3. Aumento da participação das mulheres nos espaços de decisão, de forma igualitária, plural e multirracial;
4. Ampliação do apoio dos meios de comunicação à promoção da igualdade de gênero, raça e etnia.
**VAMOS FICAR DE OLHO!!!** **A Gestão do Programa quem faz é:**
A supervisão e orientação estratégica do programa são de responsabilidade do Comitê Diretivo Nacional, formado por representantes do Governo Brasileiro, do Governo Espanhol e pela Coordenação Residente do Sistema das Nações Unidas no Brasil. A coordenação operacional está a cargo do Comitê Gestor integrado por: SPM, SEPPIR, UNIFEM, UNICEF, UNFPA, ONU-HABITAT, PNUD e OIT.
Quer saber mais e cobrar os resultados? Escreve para:
Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia - Brasil
Coordenadora do Programa
ANGELA FONTES
e-mail: [email protected]
tel: + 55 (61) 3038.9282
Assistente do Programa
BÁRBARA SANTOS
e-mail: [email protected]
tel: + 55 (61) 3038.9147
## segunda-feira, 26 de abril de 2010
### Conferência Mundial dos Povos sobre Mudança do Clima e Direitos da Mãe Terra.
Expressão coletiva de mulheres feministas contra as mudanças climáticas
Publicada em: 23.04.2010
As feministas de todo o mundo, de diferentes culturas, origens e integrantes da Marcha Mundial das Mulheres dos cinco continentes, mais uma vez reúnem suas vozes e se expressam através da sua participação conjunta na Conferência Mundial dos Povos sobre Mudança do Clima e Direitos da Mãe Terra.
Na ocasião, várias delas apresentaram as análises que trazem de seus países para torná-las conhecidas coletivamente, junto com militantes da Marcha Mundial das Mulheres. Este é o caso de lideranças feministas do Peru, que há anos têm trabalhado para a mitigação de desastres, mas desde 1998 levantam também a necessidade de alterar o modelo econômico para resfriar o planeta.
No que se refere à soberania alimentar, a pequena e média produção orgânica pode contribuir para resfriar o planeta, no entanto, os povos debem continuar a resistência aos transgênicos, barragens e agronegócio, porque “sem esta resistência todo o trabalho desenvolvidos em torno da biodiversidade seria destruído e por isso, por um lado temos que apontar alternativas concretas em nossa vida cotidiana e, por outro lado, temos que organizar nossa resistência para mudar o modelo econômico”, enfatizam as feministas peruanas.
Por outro lado, a equatoriana Magdalena León, representante da REMTE Rede Latinoamericana Mulheres Transformando a Economia, afirmou que a realização desta Conferência dos Povos na Bolívia é uma convocatória histórica, que acima de tudo deve buscar que prevaleça a voz dos povos e se transforme em poder de decisão frente ao poder abusivo, arbitrário e depredador do capitalismo e das forças hegemônicas que conduzem a sociedade a um ponto “quase sem saída para a vida no planeta”. Esta convocatória nos fala de recuperar a voz do povo, dizendo basta e encontrar saídas, na medida de nossa trajetória histórica, de uma prática econômica que tem sido protetora e cuidadora da vida, ao invés de destruidora, afirmou Magdalena León.
As mulheres de todo o mundo afirmam que o planeta inteiro deve assumir outra prática econômica, e que esta outra economia deve ser assumida por todos e todas colocando a reprodução da vida no centro. Este trabalho deve ser encarado através da recuperação do público e comunitário, afirmaram as feministas da Marcha Mundial das Mulheres, que manifestam uma expressão coletiva na conferência dos povos sobre a mudança climática.
Cintia Mamani - Marcha Mundial das Mulheres / Minga Informativa dos Movimentos Sociais
Fonte: Cintia Mamani - Marcha Mundial das Mulheres / Minga Informativa dos Movimentos Sociais
disponível em: http://www.sof.org.br/marcha/?pagina=inicio&idNoticia=421
### MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES
Entre os dias 8 e 18 de março, as mulheres brasileiras mostraram, mais uma vez, sua força e organização. Nos onze dias de marcha, entre as cidades de Campinas e São Paulo, as caminhantes demonstraram que a luta feminista está mais viva do que nunca. Sob o lema “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, a mobilização reuniu mulheres vindas de todos os estados brasileiros, de diferentes raças, idades e origens. Além de reforçar a diversidade existente em nossa sociedade, a realização da marcha foi um exemplo de auto-organização das mulheres e, com certeza, fortaleceu e seguirá fortalecendo nossa luta.
Participaram da Marcha cerca de 3 mil mulheres vindas de todos os estados do país. A Ação contou também com mulheres de diversos movimentos sociais como CUT, Contag, MST, UNE, MAB e MMC.
Participaram da Marcha cerca de 3 mil mulheres vindas de todos os estados do país. A Ação contou também com mulheres de diversos movimentos sociais como CUT, Contag, MST, UNE, MAB e MMC.
A Ação foi construída integralmente pelas mulheres, que se dividiram em equipes de cozinha, limpeza, infra-estrutura, segurança, comunicação, formação e cultura, saúde, água e creche. A cozinha permaneceu fixa em Cajamar e o transporte do almoço e do jantar foi feito por caminhões. Além das equipes, as delegações se revezaram para os trabalhos de limpeza dos alojamentos e cozinha.
A caminhada de 11 dias também demonstrou a solidariedade das brasileiras às mulheres do Haiti após o terremoto que atingiu o país em janeiro. Houve coleta de contribuições para a reconstrução da ação das mulheres da MMM no Haiti e do movimento feminista do país.
**Dia a dia**
Durante os onze dias de caminhada, as mulheres passaram pelas cidades de Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Várzea Paulista, Cajamar, Jordanésia, Perus, Osasco e São Paulo. Na abertura, marcando o centenário da proposição do Dia Internacional da Mulher, um grande ato público no centro de Campinas deu início à caminhada. No dia seguinte, as mulheres marcharam até Valinhos e deram início à programação de debates, oficinas e demais atividades de formação e culturais, realizadas pelas próprias marchantes.
Foram abordadas questões como trabalho doméstico; saúde da mulher e práticas populares de cuidado; sexualidade, autonomia e liberdade; educação não sexista e não racista; economia solidária e feminista; soberania alimentar, reforma agrária e trabalho das mulheres; agroecologia; biodiversidade, energia e mudanças climáticas; políticas de erradicação da violência doméstica e sexual; tráfico de mulheres e direito ao aborto.
As caminhantes participaram ainda de um ato público na cidade de Várzea (13/3), onde foi lançada a publicação “As origens e a comemoração do Dia Internacional das Mulheres”, uma tradução coletiva do livro de autoria da historiadora espanhola Ana Isabel Álvarez González, publicado pela SOF (Sempreviva Organização Feminista) e pela Editora Expressão Popular.
A Marcha contou com duas participações especiais. No dia 11, em Louveira, a feminista brasileira, radicada na França, Helena Hirata, debateu o trabalho das mulheres e a autonomia econômica, apontando questões centrais para uma transformação estrutural na sociedade que supere a desigual divisão sexual do trabalho. E em Perus, no dia 16, Aleida Guevara, médica cubana e filha de Ernesto Che Guevara, falou sobre o processo revolucionário de Cuba. Neste dia, as militantes entoaram com mais força uma das principais palavras de ordem desta caminhada: “Sou feminista, não abro mão do socialismo e da revolução!”
Após passar por todas as cidades, as mulheres chegaram à São Paulo. O último dia de caminhada foi marcado pela batucada feminista, que esteve a frente da caminhada com cerca de 150 jovens, sintetizando os ritmos e palavras de ordem entoados pelas caminhantes ao logo de toda a marcha.
O último dia contou também com as “Caminhantes”: duas bonecas com vestidos confeccionados em oficina pelas mulheres de vários estados, juntamente com a artista Biba Rigo. As Caminhantes sintetizam as lutas das mulheres brasileiras e tem dois destinos programados. O primeiro é a Ação regional da Marcha Mundial das Mulheres na Colômbia, contra a militarização do continente. O segundo destino é a República Democrática do Congo, no encerramento da 3ª ação internacional, em 17 de outubro.
A 3ª Ação Internacional continua!
A 3ª Ação Internacional tem como eixos principais quatro campos de ação que falam diretamente à realidade das mulheres: autonomia econômica, violência contra a mulher, paz e desmilitarização e bens comuns e serviços públicos. Os eixos foram adaptados à realidade das mulheres brasileiras e deram os contornos da plataforma política apresentada à sociedade a ao Estado. Entre as reivindicações estão: a criação de aparelhos públicos que contribuam com a socialização do trabalho doméstico, a não privatização de nossos recursos naturais, o aumento do salário mínimo, o fim de todas as formas de violência contra a mulher, a realização da reforma agrária e a legalização do aborto.
A mobilização é parte do calendário da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, que acontece entre 8 de março e 17 de outubro de 2010. No primeiro período, mais de 20 países fizeram atividades de lançamento da 3ª ação, manifestações públicas e marchas de diferentes formatos. O encerramento da 3ª Ação Internacional será em Kivu do Sul, na República Democrática do Congo. Realizadas de cinco em cinco anos, as Ações Internacionais reúnem mulheres de vários países em grandes atos, mobilizações e atividades, que têm como objetivos centrais denunciar as condições de desigualdade em que vivem as mulheres e impulsionar a luta feminista para a transformação de nossas realidades – e do mundo.
Fonte: http://www.sof.org.br/marcha/?pagina=inicio&idNoticia=419
## quinta-feira, 15 de abril de 2010
## quinta-feira, 18 de março de 2010
### ENTRE EM CONTATO CONOSCO!!!
Fale com a gente! Estamos interessados no diálogo, na parceria e troca de informações.
Nosso E-MAIL: [email protected]
Nosso E-MAIL: [email protected]
### Vem semear ....entra na roda com a gente também!
A Roda
Vem,
Não é possível crer que tudo é fácil
há muita força que produz a morte,
gerando dor e tristeza e desolação
é necessário romper o cordão! Por isso vem!!
Vem,
**entra na roda com a gente**também **você é muito importante**, vem...
Não é possível crer que tudo é fácil
há muita força que produz a morte,
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“Eu não quero o Reino dos Céus, eu não o quero, só aguento a sua promessa!” (G.H. In Clarice Lispector,
*A paixão Segundo G.H*
)
Justiça, paz e alegria, são os atributos do "Reino de Deus" no texto bíblico.
Tá difícil ein compadre e comadre ver acontecer aqui na terra! Vai ver que esse Reino só existe nos céus!
Justiça não aguento não, viu...mas temos a tão bonitinha Declaração dos Direitos Humanos, que diz: Todo o homem tem direito a....e o tão arrumadinho Estatuto da Criança e do Adolescente que diz: Toda criança tem direito a...
Todos os dias vejo homens e mulheres sem direito a um monte de coisa....e todos os dias também sei de pais que violentam os filhos, outros que deixam de mandar seus filhos para escola, e ainda outros que, todos os dias, agridem verbalmente seus filhos...e....e o que acontece? Nada.
Vocês souberam? Mais uma mulher, essa semana, dessa vez em Salvador, saiu de sua casa e não voltou até hoje, desapareceu....e o principal suspeito? De novo o namorado, que afirma para a polícia não saber nada a esse respeito....e...e o que acontece? Nada até agora.
Amanhã é segunda-feira, e já tenho medo de ler as notícias dos jornais da minha cidade ou ouvir as notícias do rádio. Por que? Perdi as contas de quantos assassinatos acontecem nos fins-de-semana, e na segunda-feira até perdemos as contas dos crimes....e...e o que acontece? nada....
E quanto a Paz, que ideia é essa?
Eu sou a favor da paz mundial! Eu defendo a paz no mundo! E você? Eu vou fazer uma corrente da paz na minha comunidade! Vamos fazer uma campanha de oração pela paz! Vamos cruzar os dedos para que as guerras no mundo acabem! Vamos fazer a campanha do desarmamento!
Desarmem os bandidos nos morros! Êpa, pera aí, esqueceram de desarmar aqueles que se armam das leis, da própria justiça, das próprias fardas, dos cargos públicos, da função de poder, dos cargos políticos, dos papéis de líderes religiosos, do papel de mãe e de pai e de marido e de mulher, de irmão mais velho, de professor, de líder...e...
Ah, “essa paz que sinto na minha alma, não é porque tudo me vai bem”. Vamos fingindo que está tudo bem, colocando cerca elétrica nos nossos muros...Precisamos nos proteger! Afinal todos estão se protegendo. Os americanos se protegem dos terroristas e investem pesado em segurança, mesmo que isso signifique a insegurança dos outros. Queremos ser embaixadores da paz! Mas, as notícias no Haiti contradizem alguns projetos de paz, as fronteiras do México são um retrato dos projetos violentos de garantia da paz, os mulçulmanos que vivem o sonho da América são testemunhas vivas ou mortas desse sonho de paz.
Viva o sonho de liberdade e de democracia! Porque como realidade, liberdade e democracia seriam insuportáveis! Como aceitar que cada um escolha se quer votar ou não, como aceitar que cada mulher tem autonomia sobre o próprio corpo, ou ainda, como aceitar que cada indivíduo tem direito de ter sua opção sexual? Como aceitar que os outros também tem os mesmos direitos do que eu? É mais fácil querer que todos tenham uma mesma forma para não ter o trabalho de conviver com o diferente e com a diversidade.
Vamos semear paz em África, mandem os soldados da paz! Em Africa, “não se sabem” os motivos de tanta violência, como essa agora em Moçambique ou aquela espécie de guerra-fria em Angola. Não, não, sabe-se sim: A culpa é do povo, essas pessoas vândalas, sem instrução, que querem quebrar tudo, simplesmente porque seus direitos básicos lhes são negados, e dos pais que apenas por não ter dinheiro para comprar comida para seus filhos, vendo-os morrerem de fome, saem quebrando tudo. Só por causa disso? Isso é motivo para quebrar lojas e prédios públicos e fazerem baderna?
Olha o que aconteceu numa cidade do Congo na semana passada! Será possível que nem nos lugares onde as bases da ONU estão se têm paz? Afinal, o que é que vem garantindo a união das nações? A paz de quais países defende a ONU?
Talvez é melhor conviver com a ideia de que a verdadeira paz se encontra no interior de cada um... Ah, que romântica ideia! Cada um por si e Deus por todos! Ah, gente é isso mesmo: Cada um no seu canto padece o seu tanto, e também goza o seu tanto! Cada um que cuide da sua riqueza ou da sua miséria.
Alegria então, ein...ummm, isso é sinônimo de brasilidade! Todos dizem que somos o povo mais feliz do mundo, o mais alegre, o mais receptivo. Buarque de Holanda já dizia que nós demos ao mundo como herança “o homem cordial”. Somos o povo mais cordial do mundo. Até Stallone disse que aqui no Brasil “podia-se atirar nas pessoas, queimar coisas, e ainda te dariam um macaco de presente!”. Viva o Brasil! Viva a democracia! Afinal temos o orgulho de dizer que nós sofremos, mas vivemos sorrindo! Não temos nada para comer até, mas vivemos cantando! Viva a essa beleza de passividade! Viva a tão admirada cordialidade brasileira!
Viva a promessa de um mundo melhor! Viva a essa aldeia global que nos mostra, cada vez mais, as promessas que o mundo todo faz de justiça, de paz e de alegria para todos.
Viva a promessa de Reino de Deus! Porque esse Reino em si, eu não aguento não!
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2019-01-21T13:29:26Z
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**Em meio a baderna generalizada, as vaias e gritos, o professor, conhecido pelas suas ideias libertárias, subiu ao púlpito e com firmeza na voz pronunciou: ** **É nosso objetivo defender uma sociedade livre, justa e solidária.** **COMUNISTAAA!!! VOLTA PARA CUBA!** **Deve-se garantir o desenvolvimento nacional. ** **ESTADISTAAAA! PRIVATIZAÇÃO JÁ!** **Temos que combater a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.** **PETISTAAA! VAI MORAR NA VENEZUELA!** **É necessário promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer formas de discriminação. ** **DOUTRINADOR! ESQUERDOPATA!** **Respirou fundo, arrumou óculos e sentenciou: Artigo 3º da Constituição da República Federativa do Brasil.** **Um silêncio pairou no ar.**
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**SEMPRE BAHIA** esteve presente na Reunião do Conselho Deliberativo do Esporte Clube Bahia, ontem à noite, e divulga para a grande NAÇÃO TRICOLOR, em primeira mão, o resultado da alteração do Estatuto. O **ACORDO** feito entre os dirigentes tricolores e a **BAMOR/ POVÃO** não foi aprovado em sua totalidade, ficando pendências para serem discutidas posteriormente. No ACORDO era previsto que o Sócio-Contribuinte pagaria uma taxa mensal no valor de **R$ 20,00** **com 1 ano de carência** para poder votar para presidente, mas por incentivo de Paulo Maracajá, que quer **R$ 25,00 com carência de 2 anos**, o Conselho não aprovou esses itens.
Na reunião, foi discutido também o futuro da Sede de Praia do clube, considerada um verdadeiro "elefante branco". Ficou decidido que a mesma deverá ser vendida e uma comissão foi criada para tentar viabilizar à venda do imóvel, procurando interessados na compra.
É importante destacar a presença da
**REVOLUÇÃO TRICOLOR** na Reunião do Conselho que, através do diálogo, conseguiu convencer dirigentes e conselheiros a deixarem o GRUPO assistir a votação. Vale ressaltar que, do grupo de "oposição" responsável pela elaboração do ACORDO, o único presente foi o Advogado Ademir Ismerim, sendo que as Torcidas Organizadas Bamor e Povão não se fizeram presentes, nem através de seus diretores...
## terça-feira, 22 de julho de 2008
### CONSELHO APROVA ACORDO COM RESSALVAS
Postado por Euclides Almeida às 08:24
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## 21 comentários:
Lamentável a ausência dos diretores das torcidas organizadas. Disto se deduz que eles estão satisfeitos com os 1000 ingressos?
Euclides, joguei seu post nos dois blogs (baheaminhaporra e revolucao). Coloquei link pra cá também. Tudo certo?
É muito claro a participação dos diretores da Bamor e da Povão nesse processo de mudança de estatuto, eles receberam seu cala boca e se acovardaram mais uma vez.Por essas e outras que o nosso clube não vai p frente. Volto a repetir em minha opinião esses caras n representam a torcida do bahia, apenas lideram um grupo de torcedores apaixonados do qual retiram um valor significativo dos mesmos.Ou seja o que está em questão é o valor, o quanto será arrecadado com essa história no sentido individual, o coletivo já n existe no dicionário desses cidadãos. A diretoria cada vez mais se fortalece pois a ¨oposição¨dependendo do valor pedido vira ¨situação¨.A torcida do Bahia não é a Bamor nem a povão q se vendem por qualquer coisa.Precisamos nos unir com a revolução tricolor, q é um grupo sério, com pessoas realmente qualificadas e embuídas nas melhorias da instituição e não de seus bolsos.
Parabéns semprebahia mais uma vez!!!
concordo com vc augusto!!! torcidas q se curvam por merdas de ingressos!! temos q democratizar e profissionalizar o clube p/ q o nosso Bahia volte a ser grande!
Igor
Maurício,
Acho que a torcida do Bahia, em geral, é muito acomodada. Ontem, deveriam estar presentes, no mínimo 100 torcedores, independente de torcida organizada ou não...
Fábio,
Tudo Certo!
Augusto,
Como sempre muito lúcido e crítico. Parabéns pelos comentários. Voce tem o perfil para ajudar o Grupo REVOLUÇÃO TRICOLOR.
Igor,
A democratização começou...devagar, mas começou... vamos ver agora a participação da torcida...
Eu não vejo com bons olhos essas torcidas organizadas, nunca entendi muito bem isso. Eu ia para a Fonte Nova e me perguntava o que levava aqueles caras a ficarem de costas pro campo, enquanto o seu time jogava, mas cada um tem a sua forma de torcer, eu gostava de ver o Bahia, eles preferiam admirar a torcida. Acho que a espontaneidadede do torcedor deve ser preservada, quando ele começa a gritar o nome de uma torcida ao invés do nome do time, fico incomodado. Quando ele passa a agir como um robô, subordinado a comandos determinados por um superior, fica com cara de funcionário e repito, torcer tem que ser um ato espontâneo, sou contra distribuição de ingressos ou qualquer ato que tire a independência do cidadão, por isso espero que a Revolução Tricolor continue com esse propósito, não conheço bem o movimento(pretendo conhecer), mas pelo que vejo aqui, é um grupo totalmente diferente dos demais, pois as posições são sempre sensatas e emitidas de uma forma respeitosa, visando o bem do nosso Bahia, é assim que tem que ser, não há mais espaço pra baderneiro, pra gritos de guerra; me desculpem, mas o que eu via era bandidagem organizada e o efeito pode até ser bonito, no entanto, ao meu ver, é nocivo ao futebol.
Por essas e outras, não me senti representado no tal acordo e, como não podia deixar de ser, não fiquei satisfeito com o resultado de ontem, ainda mais com o possível aumento da carência, por mim esses caras saíam hoje.
Fábio,
Obrigado pela participação.
Euclides,
Quero parabenizá-lo de público pela sua fotografia da reunião, como lhe falei pelo telefone, comungo com suas idéias e bons propósitos com o nosso glorioso clube e aproveito para lhe solicitar que divulgue a nossa proxima reunião do "Revolução Tricolor" para que haja a maior quantidade de tricolores possível presentes a fim de que possamos definir as futuras ações do grupo em virtude da próxima reunião de Assembléia que o clube realizará dia 28.07.08.
Um abraço,
Moura
Nais um assunto polêmico à vista... essa venda da sede terá de ser acompanhada de perto para esse dinheiro não virar fumaça...
Não sou contra a venda, mas sou a favor de uma venda para ser aplicada em algo de concreto!
SEM UM PLANEJAMENTO DE ONDE, COMO E QUANDO SERÁ APLICADO ESSA VERBA, O BAHIA CAIRÁ EM MAIS UM CONTO DO VIRGÍLIO, OPS... DO VIGÁRIO...
Valeu Moura,
Obrigado pelas palavras e, quanto à divulgação, vamos fazer sim.
Pedro,
Penso como voce. Tem que vender, pois aquilo lá está um completo abandono. O problema é o que vai ser feito do dinheiro...
Nobres tricolores, a torcida do Bahia nesse momento tem que se unir, haja visto que essas torcidas que se dizem organizadas, pensem somente em seus interesses. O caminho é esse meu velho, e perceba que o nosso Amado Bahia vem encolhendo a cada ano, temos que ser honestos e admitir que a nossa apaixonada torcida é muito omissa, acomodada pra caramba!
Bahia até após o desencarne...
Silvano Rios
Euclides, se você não vai a essa reunião todo mundo ia ficar boiando sem saber o que aconteceu e se aconteceu, afinal o site oficial do clube nem THUNMMM para o assunto, os sites das torcidas envolvidas simplesmente ignoram o tema. 0 Máximo que encontra além das suas informações é que a sede pode ser vendida e coisa e tal quando a questão principal ficou para depois, sei como isto, é hoje, é amanha, e será nunca, tá rebocado essa negócio está me cheirando a uma grande maracutaia.
Quanto a sede me perdoe o meu querido amigo Maurício Guimarães, acho que ela deveria ser ofertada a quem desejasse.
nobre primo, penso que você se sairia muito bem sendo presidente do Baêa... por que não começar a matutar essa ideia... ?
A ausência desses diretores mostra o quanto amam o EC Bania. Será mesmo que ele possuem o poder de representar toda a nação tricolor, como ele pensam que representam? Acho que nós que amamos de verdade esse clube não podemos permitir que estas criaturas continuem avacalhando o nome da Nação Tricolor se dizendo de oposição, quando na verdade sempre apoiaram as decisões dos que estão hoje no poder do EC Bahia. Os ingressos e vantagens recebidas para os jogos é o que interessa a essas pessoas. Isso é uma vergonha. Chega de safadeza!
Silvano,
Somos todos acomodados, eu mesmo sempre fui. Reclamava aos quatro ventos, mas não fazia nada de concreto. Agora que estou tentando fazer alguma coisa...
Dalmo,
Eu fui para a Reunião graças à iniciativa do grupo Revolução Tricolor (Eu e mais umas 20 pessoas) e, aproveitei para cobrir o evento pelo SEMPRE BAHIA...e informar a todos que não puderam ir.
Voce tem razão, ninguém noticiou...nenhum jornal, nem o site oficial, só o Bahia Notícias deu uma nota...
Primo Vini,
Acho que todos nós, verdadeiros torcedores do Bahia, poderíamos fazer melhor do que os atuais e arcaicos dirigentes...mas, de qualquer forma, obrigado pelas palavras...
Anônimo,
Eu não quero entrar no mérito da questão, não quero criticar diretamente essa ou aquela pessoa, mas que eu estranhei a ausência dos mentores do acordo, isso eu estranhei sim...
consta no portal esportivo que foi quebrado o sigilo bancario e telefonico de MARACAJÁ.A imprensa toda fica calada,cada vez mais me convenço que estamos num FEUDO!!
dIVULGUEM, COMENTEM, A HORA DELE ESTÁ CHEGANDO!!
fORA carrapato!!
Anônimo,
Já está no ar...um link para a matéria de A TARDE.
Obrigado!
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2019-01-21T16:28:12Z
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**JOGO AO VIVO**
O Esquadrão de Aço entra em campo hoje, às 20:30h, no estádio Armando Oliveira para enfrentar o Camaçari, em partida válida pela quarta rodada do Baianão 2009. O jogo será transmitido ao vivo pela TV Itapoan / Rede Record e o torcedor tricolor poderá acompanhar seu time em mais uma etapa de sua re-estruturação.
O lateral direito
**PATRÍCIO**será poupado, pois não está no condicionamento físico ideal e está sentindo dores musculares. Em seu lugar, o jovem **Marcone**( *vulgo Baiana de Acarajé... risos*), será improvisado na posição. *Fonte: A TARDE* **Cadu machucado**
O atacante está com problemas no joelho e ficará de fora por três partidas. É uma boa oportunidade para
**REINALDO ALAGOANO**tentar mostrar seu valor. *Fonte: A TARDE* **Volta de Suspensão**
O jovem atacante
**PAULO ROBERTO**reaparece na lista de concentrados após cumprir suspensão automática pela expulsão ( *infantil*) diante do Itabuna, na 1ª rodada do Baianão. **Lista de concentrados** *GOLEIROS: Marcelo e Fernando*
LATERAIS: Rubens Cardoso
ZAGUEIROS: Rogério, Alison e Nen
VOLANTES: Élton, Diogo, Marcone, Léo Medeiros e Leandro
MEIAS: Ananias e Hélton Luiz
LATERAIS: Rubens Cardoso
ZAGUEIROS: Rogério, Alison e Nen
VOLANTES: Élton, Diogo, Marcone, Léo Medeiros e Leandro
MEIAS: Ananias e Hélton Luiz
*ATACANTES: Eraldo, Rychely, Paulo Roberto, Beto e Reinaldo Alagoano* **Time provável** *Marcelo; Marcone, Nem, Alisson e Rubens Cardoso;*
Leandro, Élton, Hélton Luiz e Ananias;
Reinaldo Alagoano e Beto. Técnico: Gallo
Leandro, Élton, Hélton Luiz e Ananias;
Reinaldo Alagoano e Beto. Técnico: Gallo
**Bahia quer mudar a Tabela...**
A diretoria do tricolor está tentando, junto ao Fluminense de Feira, mudar a partida do próximo domingo para o Estádio de PituAÇO, ficando o jogo do segundo turno para o Jóia da Princesa. A inversão do mando de campo seria para angariar mais receitas nesse início de temporada para colocar ordem na casa... O problema é a organização da tabela do campeonato para atender ao contrato com a TV, que programa a transmissão dos jogos do Bahia quando o Vitória joga em casa e vice-versa.
*Fonte: Bahia Notícias* **BAIANÃO LIDERA AUDIÊNCIA**
A TV Itapoan/ Rede Record está sorrindo à toa... os índices de audiência da transmissão dos jogos do Campeonato Baiano estão batendo todos os concorrentes do horário...
Isso mostra que o torcedor baiano quer assistir jogos do seu time e não quer engolir "goela abaixo" jogos de Flamengo, Corinthians, Vasco, Palmeiras, etc...
*Fonte: Tribuna da Bahia*
## 25 comentários:
Que absurdo! Torcedores como esse Vadinho, que ficam se vangloriando de haverem cagado na tampa da latrina, têm mais é que ser proibidos de entrarem no estádio.
Desde já convoco todos os tricolores a denunciarem à PM qualquer ato de vandalismo, assim que o virem, para mantermos o patrimônio público em bom estado de conservação.
Eu concordo com Valquiria. Na nossa vitoria contra o Ipitanga, fui levar meu filho ao banheiro e encontrei uma cena semelhante a que esse cretino disse ter feito: algum animal encheu o cesto de papel de fezes. Eu pergunto:sera que ele faz isso na casa dele?
Não podemos dar importância a esse elemento que se intitula Vadinho da BAMOR... é mentira!
Ele é um torcedor do Vitória que fica enchendo nosso saco, já conheço ele. A nossa resposta é exluir suas mensagens ridículas. E foi o que fiz...
tem q fazer como Euclides falou. vamos ingnorar esse Vadinho. e vamos denunciar todo vandalismo q a gente encontrar. eu mesmo chamei uma patrulha da PM pra mostrar um muro q os caras da Fiel tava mijando e tinha umas senhoras passando e eles continuava mijando sem ligar se ali era a mae ou mulher dos outro.
EU TAVA NO MEIO DA BAMOR E RECLAMEI QUANDO OS CARAS COMECARAM A ARRANCAR OS PARAFUSOS DAS CADEIRAS. TINHA UM MALUCO QUE JA TINHA ARRANCADO DE MAIS DE DEZ CADEIRAS E ESTAVA COLOCANDO OS PARAFUSOS NO BOLSO E A GENTE (EU E MEU PRIMO) PEGOU ELE PELO BRACO E MANDAMOS PARAR DE FAZER MERDA.
Sinceramente , um absurdo o governo gastar tanto dinheiro público, reformar o estádio pra ficar entrando vandalos como esse vadinho
Bota esse animal num zoológico!!!!
Não vou ficar em cima do muro,acho que ingresso p/torcida organizada tem que ser cedido com pagamento de pelo menos 40% do valor ou uma quantidade limitada aos componentes da charanga que levam motivação aos outros torcedores.Todos nós baianos,por experiência no carnaval,sabemos que quando as pessoas estão com a fantasia de algum bloco ou em um grupo numeroso se acham livre p/bagunçar e não é diferente com as organizadas do tricolor!!!!
Enjaulem esses animais da Bamor!
Na reinauguração, presenciei um desses animais chutar a porta do reservado do sanitário com toda força. Não sei como não quebrou. Mais uns três chutes daqueles e a porta irá pro chão. E ainda saiu olhando feio pra mim e pros meus amigos, porque o recriminamos.
Precisamos tomar providências. Um tio meu disse que viu bosta e urina espalhadas em alguns banheiros. Assim não dá!
Quer saber... já chega! Sou da polícia e até então eu estava calado. Só vou trabalhar amanhã pq trabalho 24h e folgo 72, mas eu estava no estádio e quero avisar aos engraçadinhos que Polícia militar tem muitas imagens e está procurando identificar alguns engraçadinhos. Estes terão que prestar depoimentos quando convocados. Cinco pessoas foram presas por serem pegas em flagrantes provocando danos ao patrimônio público. E serão indiciadas por isso. Um tinha passagem pela polícia e continua preso. Os outros vão responder em Liberdade. Não pensem que o crime passará impune. Vocês podem ser pegos seus vândalos. Desculpa galera, mas não aguento isso. Na hora que a gente chega pancando vem os direitos humanos em cima da gente.
Quer saber... já chega! Sou da polícia e até então eu estava calado. Só vou trabalhar amanhã pq trabalho 24h e folgo 72, mas eu estava no estádio e quero avisar aos engraçadinhos que Polícia militar tem muitas imagens e está procurando identificar alguns engraçadinhos. Estes terão que prestar depoimentos quando convocados. Cinco pessoas foram presas por serem pegas em flagrantes provocando danos ao patrimônio público. E serão indiciadas por isso. Um tinha passagem pela polícia e continua preso. Os outros vão responder em Liberdade. Não pensem que o crime passará impune. Vocês podem ser pegos seus vândalos. Desculpa galera, mas não aguento isso. Na hora que a gente chega pancando vem os direitos humanos em cima da gente.
É isso aí, Dudu!!!! Bota fra fuder em cima desses baderneiros!!!
PAULO ROBERTO agreudiu o jogador do Itabuna.
Tomará que ele não faça mais essa infantilidade.
O PODER DA TV
O bahia deve valorizar o contrato da Record, e este, vice-versa. A longo prazo o campeonato baiano estará super valorizado. Não temos idéia do poder econômico de uma TV.
Futuramente as TV's locais entrarão na briga pela transmissão.
Mesmo que a TV pague pouco ainda, a marca bahia ganha com novos garotos torcedores e atrai mais parceiros para divulgação das marcas na camisa e nas placas do campo.
O PODER DA TV
O bahia deve valorizar o contrato da Record, e este, vice-versa. A longo prazo o campeonato baiano estará super valorizado. Não temos idéia do poder econômico de uma TV.
Futuramente as TV's locais entrarão na briga pela transmissão.
Mesmo que a TV pague pouco ainda, a marca bahia ganha com novos garotos torcedores e atrai mais parceiros para divulgação das marcas na camisa e nas placas do campo.
Na década de 70, o voleibol era apenas o quarto esporte do Brasil. Quando a TV, com baixo investimento, começou a transmitir os jogos, houve uma evolução avassaladora: campeonato Mundial na decada de 80, barcelona em 92, e hoje somos imbatíveis, inclusive no vôlei de praia. O volei atualmente é o segundo esporte do Brasil. Quanto ao basquete houve regressão por falta de transmissão.
Tenho observado nesses últimos 3 anos a evolução dos times do interior. Tenho certeza que o aumento da competitividade do baianão é consequência das transmissões televisivas. Os times do interior obteve mais oportunidade da transmitir suas marcas. Hoje eu sei que o patrocínio do vitória da Conquista é TEIÚ por que vejo na TV sempre.
O Bahia não havia contratado outro lateral direito, um tal de Juninho?
Por que, então, fica improvisando o Marcone?
Sempre defendi que as tv´s locais deveriam transmitir nosso futebol ao invés de virar mera copiadora, transmitindo jogos dos times od RJ e de SP...
É por isso que ainda existe tanto baiano e nordestino torcendo para os times de fora, foi culpa da influência da Rádio Globo e depois da TV.
Se nossos times se ajeitarem, com o tempo essse quadro começará a ser revertido. Não dou audiência para ver jogos dos estaduais de fora, prefiro assistir até o jogo do Vicetória. Vamos mostrar que queremos ver é o nosso campeonato, sempre!
VALQUÍRIA, OTACÍLIO, TITA TRICOLOR, ALTAMIRO e DUDU: Vamos ajudar a acabar com esse vandalismo fiscalizando e DENUNCIANDO;
TIAGO ENRIQUE: Tomara mesmo...
ANÔNIMOS E BITENCOURT: Se a Record está rindo à toa com os redordes de audiência que vem obtendo com a transmissão dos jogos do baianão, para o Bahia também será bastante proveitoso a médio prazo, visto que isso, além de valorizar a própria "marca" do clube, ainda aumenta a visibilidade do patrocinador.
Ganham os clubes, ganham as TVs e ganhamos nós torcedores!!
HILDATO: Bem lembrado, vamos nos informar sbre isso...
CORREÇÃO
ANÔNIMOS E BITENCOURT: Se a Record está rindo à toa com os RECORDES de audiência.."
Pois é Pedro, os ganhos são indiretos com valorização da "marca" Bahia e a reboque seu valor quando em negociação com patrocinadores, ou seja, o Bahia pode ganhar vim a ganhar. Agora quem ganha mesmo é TV que celebrou um contrato ao estilo borracha quebrada dois anos atrás, os valores quando divulgados eram ridículos, algo em torno de 200 mil reais para a ser divididos entre os clubes da primeira divisão do baiano. Isto não tira o valor ou méritos da TV, mas é outro aspecto que deve ser considerado.
Dalmo Correa.
Arrecadação da TV é uma questão de tempo...não há concorrência mesmo? cadê a tv bahia?
O TIME TÁ CRESCENDO SIM, MAS PODERIA SER MELHOR. O GAROTO WILLAMES É UM EXCELENTE PRIMEIRO VOLANTE E TEM QUE TER A SUA OPORTUNIDADE, É MELHOR QUE O LEANDRO E NEM RELACIONADO VEM SENDO. FAÇAM UMA MATÉRIA COM O GAROTO.
O TIME TÁ CRESCENDO SIM, MAS PODERIA SER MELHOR. O GAROTO WILLAMES É UM EXCELENTE PRIMEIRO VOLANTE E TEM QUE TER A SUA OPORTUNIDADE, É MELHOR QUE O LEANDRO E NEM RELACIONADO VEM SENDO. FAÇAM UMA MATÉRIA COM O GAROTO.
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2019-01-21T16:38:58Z
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A Nação Tricolor deu seu grito e demonstrou que
**acha muito caro o ingresso de R$ 30,00 para os jogos do Baianão 2009.**O anúncio da diretoria tricolor é de que esse valor será cobrado apenas na estréia de Pituaçu, por causa da capacidade reduzida do estádio e que, posteriormente, o preço cairá... só não se sabe para quanto...
Pois bem, a torcida já deu sua opinião... segundo enquete do
**SEMPRE BAHIA**, **o preço ideal para os jogos do tricolor no Baianão, na nova praça esportiva, é de** **R$ 20,00**, o que já representa um aumento de 100% no valor cobrado nos últimos anos. *Confira o resultado*: **Qual deve ser o valor do ingresso para os jogos do Bahia em PituAÇO pelo Baianão 2009?** **1º R$ 20,00 - 126 votos (39,50%)**
2º R$ 15,00 - 59 votos (18,50%)
3º R$ 30,00 - 56 votos (17,55%)
4º R$ 10,00 - 44 votos (13,79%)
5º R$ 50,00 - 20 votos (6,27%)
6º R$ 25,00 - 14 votos (4,39%)
*Total de votos: 319*
Vale a pena observar que o valor de R$ 30,00 foi apenas o terceiro mais votado...
## 21 comentários:
se o ingresso está defasado porque não aumenta há 14 anos, não vai ser aumentando de uma vez que o problema ser´pa resolvido. 30,00 reais é o triplo do que era cobrado. Começa aumentando para 15 e no brasileiro vai para 20
Outra OBS: Diferença de 3 votos para o valor de 30,00 reais empatar com o de 15,00.
TErrível 30,00 reais para um joguinho. Alguém vai mesmo repensar o preço da Feira para ver o Bahia?
é só pra estrea gente. calma
é só pra estrea gente. calma
Se for só na estréia tudo bem. Só não pode continuar nesse preço depois.
EU CANTAREI POR TI, MESMO QUE A VOZ ME DOA!
saulobotafogo.blogspot.com
20 reais tá ótimo, favorável a todos.
se colocar a 50 centavos vai dar mais gente
Meus amigos,
Respeito a opinião de todos, até porque aqui é um espaço democrático, mas quero emitir a minha opinião. Tenho viajado alguns lugares no Brasil à trabalho e observo que os preços de ingressos variam entre 20 e 40 reais nas praças esportivas. Desde 1994 que os preços de ingressos aqui em Salvador é de R$10,00 (dez reais). Ou seja, está mais que defasado. A torcida sente o impacto porque os reajustes não aconteceram gradativamente. Isso provoca um impacto grande. Mas entendo que o preço de 30 reais está bom. Quem paga meia desenbolsa 15 reais. Qualquer bar que a gente senta hoje cobra entre R$ 3,50 e R$5,00 em uma garrafa de cerveja, e a gente toma várias. Uma festa de camisa e a gente paga 100 a 150 reais. Porque não pagar 30 reais para ver o Bahêa... Como podemos cobrar um grande time pagando 10 a 15 reais no ingresso... os times do Rio e São Paulo tem muito mais recursos e por isso são mais fortes. O tricolor precisa de recursos financeiros para crescer. Nem temos os costume de nos associarmos ao clube. Se pelo menos isso acontecesse, o ingresso até poderia ser mais barato. Reflitam sobre isso!
Futebol, cinema teatro e outras diversoes tem custo. Quanto melhor o espetaculo mais caro o ingresso. O estadio tambem tem capacidade limitada e nao cabe todo mundo. Portanto, o ingresso tem que remurerar os custos e tornar o bahia competitivo. Depois com a estabilidade do time, os patrocinios voltarao e o preço do ingresso pode baixar. Acho 30 reais o preço adequado para o momento. Quem nao poder pagar paciencia, deixe o dinheiro para as despesas da familia. Em todo pais de futebol bom - espanha, italia, inglaterra, etc - é assim. Agora os falsos moralistas do capitalismo (mercado) que protestem mas paguem o preço justo que o bahia merece.
Olha, acredito nessa pesquisa, mas também vi outras pesquisas de opinião que apontaram um empate técnico com relação à concordancia ou não de pagar 30 reais no ingresso dos jogos do Bahia. Existe uma tendencia, que é natural, do torcedor preferir um ingresso mais barato. Acho realmente que 30 reais é um preço justo. O tricolor de aço precisa crescer e não continuar no atraso. Pra crescer tem que ter dinheiro. Além disso, o preço também vai ajudar a selecionar o público, pois aqueles mal educados que invadiram a Fonte Nova podem invadir Pituaçú e terminar por punir o Bahia de novo. E se algum torcedor do rival quiser se infiltrar para prejudicar o tricolor, será mais difícil com 30 reais. Diante de tudo isso, concordo com os dois colegas que comentaram acima. E eu estarei lá no estádio, mesmo com os 30 reais. Tenho certeza que não é isso que vai afastar o torcedor.
Abraço a todos
Eu era contra os 30 reais, mas pensando bem, realmente o preço do ingresso aqui era muito baixo. Entrei em alguns sites de clubes e vi que em muitas capitais do país já é cobrado 30 reais nos ingressos. Inclusive em algumas capitais do Nordeste. Torcedores do tricolor, vamos invadir o estádio de Pituaçú e ajudar o nosso Bahia a ser grande. Vamos nessa! Pra cima deles tricolor. É de aço, de aço!
No ibahia.com, onde a acessibilidade ao site é maior do que esse aqui (sem querer desmerecer), a pesquisa indicou que 47% dos torcedores acham o preço caro. Por outro lado, 44% acham o preço bom e 9% ainda acham barato. Se juntar quem acha bom com quem acha barato dará 53%, ou seja, 53% não se opuseram ao valor de 30 reais. Vamos parar de reclamar pessoal, pois o preço do futebol em todo Brasil é essa faixa de 30 reais mesmo. Vamos gastar nossa energia no estádio gritando Bahêeeeea. Nosso time vai precisar do nosso apoio pra voltar a ser grande. Vamos ao Laboboneira baiano.
Eu sou afavor de R$ 30,00 , agora acho tambem que as torcidas organizada (bardeneiros organizados) deveria pagar ,pois queremos ir ao estadios para se divertir com os amigos e familiares ,nais a maioria das vezes o que vemos é essa turma fazendo baderna e acabando com os estádios e a paz por isso selecionar seria o ideal e traria mais sossego a quem vai se divertir, BAHEA ESTAREI CONTIGO, pituAÇO min aguardem pois é a nossa ressureição...
Amigos,
Agradeço a participação de todos e respeito a opinião de cada um, mas tenho que fazer algumas ponderações:
- Não se pode reajustar o ingresso tão abruptamente, triplicando o valor do ingresso de uma só vez. A recuperação das perdas têm que ser feitas gradualmente.
- Para a estréia em PituAÇO com capacidade reduzida, acho justo o valor de R$ 30,00, mas para o restante do Baianão, é um pouco salgado.
- O poder aquisitivo do torcedor baiano é bem menor do que os torcedores do Sul e Sudeste do país. O custo de vida em São Paulo é bem maior do que Salvador e isto tem que ser levado em conta.
- Para mim, o ideal é R$ 20,00 (preço único) na fase classificatória e nas finas do Baianão, na Copa do Brasil e no Brasileirão, poderia colocar R$ 25,00 ou quem sabe até R$ 30,00...
30 reais esta de bom tamanho se tratando de um estadio com pouca capacidade de publico, se colocarem ingresso a 10 reais, 15 reais ou ate 20 reais, penso que a procura seria maior que a demanda, e o resultado seria confusao na porta do estadio.
Já pensou... pagar R$30,00 para ver um baba que nem o de hoje entre Bahia e Itabuna? É melhor assistir a uma pelada nos campos de bairros... Sou a favor de um ingresso um pouco mais caro, mas o Bahia tem que dar show para cobrar R$30,00 e não este futebol mediocre...
Eu acho que os esquentadinhos tem que aprender a ter mais paciência. Foi apenas o primeiro jogo da temporada. O Bahia malmente teve 2 semanas para treinar condicionamento físico e trino tático, sendo que o elenco é novo e ainda está se conhecendo.
Outra coisa que quero dizer é: se nós temos um poder aquisitivo menor que o Sudeste e o Sul, então vamos nos contentar em ter times baianos com jogadores medíocres e ruins, porque pouco dinheiro só dá para pagar isso. Pelo amor de Deus minha gente. Não estamos falando de 100 reais não, estamos falando de 30 reais. O Bahia não vai fazer cerca 3 jogos em casa por mês.
A gente entra no mercado e deixa 50 reais com qualquer besteira ou então sentamos no bar e gastamos mais que 30 reais. No Carnaval, nos endividamos todos para sair com ASA, IVETE, CHICLETE... ah, deixa disso galera. O nordestino tem poder aquisitivo menor, mas não estamos matando cachorro a grito não. Se queremos um time grande, temos que colaborar também né. Ou então vamos continuar assistindo joguinhos medíocres e torcer para não cair para série C do campeonato Brasileiro.
Concordo com o colega ai. Também acho que se queremos um Bahia forte, temos que arcar com isso. Também acho que 30 reais não vai matar ninguém. Tenho certeza que o torcedor vai estar presente da mesma forma. E se tem alguém querendo comparecer a todos os jogos do Bahia, então se torne sócio-torcedor porque sai mais em conta. Você poderá assistir a todos os jogos como sócio. u acho que o Bahia tem torcedor suficiente para lotar PituAÇO, mesmo com os ingressos a 30 reais. E o Bahia é uma instituição grande, tem que pensar no seu futuro, em formar um time forte. Não é cobrando 15 reais nos ingressos que vai crescer não. Temos que pensar grande galera! Ambição as vezes é importante.
http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2009/01/19/ult59u184484.jhtm
Concordo com o que o Vinicius escreveu, um cineminha em shopping com a namorada? 50 reais no minimo... uma saida para beber uma cerveja num bar, não se gasta menos que 30 reais e poucos reclamam... continuando... um abada para sair num bloco alternativo de carnaval custa NO MINIMO 200 reais (por 2 dias)... se for Ivete, nem se fala... aí vai para mais de 1000 reais...
Vamos lá galera, vcs Gostam do Bahia? então vamos ver os jogos, paguem sem reclamar e reze para que o dinheiro seja empregado mesmo para o bem do clube.
Eu irei a todos os jogos do Bahia, essa é minha forma de ajudar o clube.
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A Assessoria de Imprensa do Esporte Clube Bahia divulgou, no site oficial, que
**foi liberada a capacidade total de 32.400 lugares para os jogos aos domingos em Pituaçu. **A decisão foi tomada após reunião dos Dirigentes Tricolores com a Prefeitura e o Governo do Estado, ocorrida hoje pela manhã.
Ficou acertado também que
**para os jogos de quarta-feira a capacidade ficará limitada a 25.000 ingressos.**
## 11 comentários:
rapaz, que bichos chatos. ainda deixaram um rabinho. porque nao liberaram logo tudo para quarta tambe?
Aleluia...
Finalmente o bom senso falou mais alto. Não era possível uma coisa dessas. Enfim, agora a minha felicidade é total, 100%. E domingo, por favor torcedor, vamos colocar pelo menos 28 mil pessoas no Caldeirão.
Abraço a todos
Agora sim..
Ta liberado, ta tudo liberado!
rs
Pelo aos Domingos!
Podem contar com minha presença neste Domingo.
Vamo que vamo!
Domingo em PITUAÇO de bermuda e camiseta....eta Bahia porreta...
Domingo vou levar a famíla toda...
Ótima notícia!
Bora bahêAAA!!
Acho que essa imposição de liberar só em determinado dia da semana a capacidade total do estádio é ridícula acho que não existe outro registro no mundo de condições como esta.Eu pergunto, no brasileiro da série B os jogos são as terças e nos sabados na sua maioria ,essa imposição é só no baiano????
Muito bom! Agora é a torcida respeitar os limites da convivência civilizada.
isso é só para dizer que não liberou tudo sem a construção da passarela. ridículo
Também acho ridículo. Ainda não me conformo com isso. Muita humilhação termos que nos submeter à um autoritarismo maquiado dessa forma... Alegando de forma descabida a não liberação total da capacidade do estádio bem localizado como Pituaçu. Bom, aqui continua minha indignação!
por favor alguem ai que tem acesso a imprensa ou a diretoria do bahia tão tentando fazer campanha para reservar um espaço em pituaço para q o ingresso seja vendido pela metade do preço,não deixem isso acontecer porfavor,com ingresso custando 20 reais o nivel de torcedor e outro nunca me sentir tão bem num estadio como estou em pituaço, e outra coisa!!!!me lembro quando ia p/ fonte nova e tinha ingresso vale show meu deus era ladrão p/ não acabar mais sem contar com os baderneiros d plantão.não queremos v nosso pituaço destruido e nossa torcida sendo assaltada por favor nos ajudem.so lembrando querem botar ingresso a 10 reais isso e loucura!!!!!!!
"Capacidade de Pituaçu mantida em 20.000 para jogo contra o Feirense."
Notícia do Site Oficial do Bahia no dia 13/02/09 | 17:00.
Eu com toda certeza não sei o que anda acontecendo nos bastidores desta negociação com o Prefeito, mas está se tornando insuportável.
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Feliz Dis dos Namorados!
## 12 junho 2015
### Feliz Dia dos Namorado
O meu amor, tem forma, calor, realidade, verdade...meu amor se chama Felipe!
## 29 janeiro 2015
### Saudades desse cantinho
Nossa...quanto tempo. Tão bom estar aqui...o meu cantinho. Minha riqueza está crescendo e andando, uma correria boa...um sonho. Realmente não consigo vir com frequência, sempre acho que logo voltarei, mas aí vem novas descobertas e não quero perder nada. Espero poder voltar logo. Agora vai chegar meu sobrinho e vou mostrar o quadro de maternidade que estou fazendo para ele.
Cantinho bom...tão bom. Não me desfaço de você , nunca.
## 28 outubro 2014
## 02 agosto 2014
### Olá meu blog querido...
Meu blog querido, tantas saudades de vc! Compartilhamos tantos pensamentos, tantas coisas boas...só coisas boas. Ando sumida...fui mamãe e me dedico em tempo integral, graças à Deus, a minha filha, marido...está sendo tudo maravilhoso, minha filha trouxe tudo de mais, mais alegria, mais bondade, mais paciência, mais vida. Como pode, uma pequena nos ensinar tanto, nos mudar tanto. Todo dia aprendo, todo dia é uma coisa nova. Mas vou pegar um tempinho do meu dia, prometo e vou voltar para vc. Tenha só um pouquinho de paciência. Adoro esse meu cantinho...adoro!
## 20 abril 2014
### Lembrancinha de Batizado
Meus dias estão corridos, mas consegui elaborar as lembrancinhas do batizado de minha filha. Queria algo bem simples e elegante. A primeira coisa certa é que eu queria entregar amêndoas, só não sabia aonde seriam entregues. Depois de pensar um pouquinho imaginei um vasinho bem fofo. Escolhi a cor, o stencil, a renda e pronto. Sem muito segredo mas sempre fazendo tudo com muito carinho, consegui deixar os vasos bem fofos, bem a carinha dela. Fechei os vasos com tule e um belo laço.
Marcadores: Artesanato
## 24 março 2014
### Faz tempo...
Nossa, faz tempo...que não apareço nesse meu cantinho. Passaram se algum tempo e algumas coisas aconteceram. Fui mãe e agora tenho uma riqueza que ocupada todas as horas do meu dia e mesmo nos momentos de soninho...eu fico a contemplar...rs mas estou muito feliz e realizada...aprendendo e amando muito esse meu momento. Curtindo cada segundo porque ela cresce muito rápido e não quero perder nada...absolutamente nada. Não vou fechar o meu blog mesmo porque vou tentar aparecer com mais freqüência. Entrando aqui me fez lembrar de uma época muito boa...esse meu blog me traz lembranças muito boas. Lembrança de um tempo em que eu sonhava e agora estou aqui com o meu sonho de carne e osso. Minha anjinha. E ela é linda!
Marcadores: Anjinha
## 10 dezembro 2013
### Feliz Natal e um próspero Ano!
Meu desejo é que o Natal seja de muita paz e que 2014 seja cheio de saúde, alegrias e muito amor! Paz, paz, paz. Obrigada meu Deus por esse ano, um ano de pura alegrias, pura realizações. Os sonhos se tornando realidade. Fique comigo sempre e me ilumine. Abençoe a todos! Obrigada, obrigada, obrigada! Proteja a minha família ! Proteja todos nós! E vamos ser felizes!
Marcadores: Natal
## 03 dezembro 2013
### Faixinhas de cabelo
Vi em um blog super fofo, http://www.quebaderna.com/category/diy-faca-voce-mesmo e resolvi tentar. Realmente muito fácil e o resultado é muito lindo.
Marcadores: Cabelos
## 29 outubro 2013
### Caixa quadrada em tecido com flor donê.
Ando fazendo várias coisinhas para a minha filha. E queria uma caixa para guardar algumas lembranças para ela, como o resultado do meu exame, a lembrança do chá de fraldas, o caderninho de mensagens da família...algumas coisinhas importantes para ela quando crescer ter de recordação.
E já que eu estou fazendo tudo, porque tb não fazer a caixa. Vou mostrar para vocês.
Marcadores: Artesanatos
## 28 outubro 2013
### 28 de outubro, Dia Especial!
Hoje é um dia muito especial! Dia de são Judas Tadeu! Santo que escuta meus conflitos e atende a todos os meus pedidos. Para Ele nada é impossível. Sou muito grata a São Judas Tadeu, foram muitas bênçãos. Hoje é um dia de agradecer, agradecer, agradecer...
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Há não muito tempo atrás, Márcio (nome fictício por motivos óbvios) adentrou no mundo do empreendedorismo e abriu uma tapiocaria super descolada num bairro boêmio da cidade, com direito a um ambiente retrô e uma jukebox tocando músicas de época.
Para ter uma estreia avassaladora, Márcio resolveu que a inauguração de sua tapiocaria seria fechada ao público.
|Tapiocaria retrô (foto meramente ilustrativa tirada do Google Imagens)
Foram convidados apenas amigos próximos, familiares, colunistas sociais, jornalistas, blogueiras de moda, instagramers do mundo fitness (aquelas mulheres que postam foto malhando e são seguidas por milhares de pessoas), além de um ator do quinto escalão da Globo que recebe cachê para comparecer em eventos aleatórios.
Os colunistas sociais retribuíram o convite divulgando a tapiocaria "ma-ra-vi-lho-sa" nos jornais, as blogueiras do mundo fashion tiraram várias selfies no local, as instagramers fitness postaram fotos de tapioca com rúcula e tomate seco para seus milhares de seguidores admirarem, e o ator global sorriu para as fotos, embolsou seu cachê e foi embora pra nunca mais voltar.
A estratégia de marketing na inauguração deu certo. A tapiocaria passou a ficar sempre cheia, e Márcio passou a se auto-promover como empreendedor de sucesso, um jovem prodígio, um verdadeiro Jorge Paulo Lemann das tapiocas.
Com bastante culto à própria personalidade e uma ajudinha da imprensa que faz reportagem sobre qualquer bosta, Márcio logo foi alçado à posição de jovem prodígio da iniciativa privada, passando a aparecer em matérias sobre pessoas com menos de 30 anos que têm negócios de sucesso, bem como ganhando prêmios de "jovem revelação" dentro dos órgãos de classe e associações empresariais.
Em seus perfis nas redes sociais, Márcio fez jus ao seu status de "expert em empreendedorismo" e passou a ensinar aos reles mortais sobre o poder do pensamento positivo, sobre como você deve acreditar nos seus sonhos, como empreender para mudar o mundo
|Além de administrar a tapiocaria, Márcio começou a flertar com o empreendedorismo de palco
Não sei se em outras regiões do país é diferente, mas em regra uma tapiocaria é o tipo de lugar que você vai uma vez, pensa "
*ok, legal*" e nunca mais volta. Foi assim que me senti quando visitei a tapiocaria do Márcio, e é assim que a absoluta maioria das pessoas provavelmente se sentiu também.
Foi só o estabelecimento do Márcio deixar de ser "a novidade do momento" que o faturamento começou a cair. Com a queda no faturamento veio a dificuldade de pagar empregados e os fornecedores, que por sua vez se negavam a continuar fornecendo os insumos até a quitação dos débitos.
Quando você tem um restaurante e fica sem crédito com os fornecedores do Ceasa, só lhe resta comprar ingredientes mais caros e menos frescos em supermercados, o que diminui ainda mais a sua margem de lucro e a qualidade das suas refeições.
Com a crescente queda no faturamento, não demorou muito tempo até Márcio não ter mais dinheiro para pagar o aluguel do lugar onde funcionava a tapiocaria, e o calote que ele deu no locador do imóvel resultou num processo de despejo e de cobrança de alugueis atrasados.
Sentindo-se encurralado por dívidas vindas de todos os lados, o jovem empreendedor de sucesso dispensou todos os funcionários, fechou as portas da tapiocaria, tornou privado seus perfis pessoais, deletou os perfis da empresa nas redes sociais e "desapareceu".
|Não sei. Ninguém sabe.
Todos os ex-empregados alegam que nunca tiveram a carteira de trabalho assinada, que não recebiam nenhuma verba trabalhista (FGTS, horas extras etc) e que recorrentemente sofriam assédio moral.
Só pra vocês terem uma ideia do alto nível de profissionalismo desse premiado empreendedor, esse é o teor de um processo de uma ex-empregada da tapiocaria que recebi pelo WhatsApp:
Mas enfim, eu contei a aventura empresarial do Márcio pra dizer que, depois de alguns meses sumido, ele finalmente retomou com as aparições públicas, especialmente nas redes sociais.
Só que agora ele não se apresenta mais como o jovem
*enterpreneur*de sucesso, e sim como... **Life Coach** **Business Coach**
Isso mesmo, Márcio agora é coach.
O camarada cujo histórico consiste em molestar garçonete, falir tapiocaria e fugir de dívidas agora está aí, pronto para te dizer como você deve viver sua vida e administrar seus negócios.
Todos os dias Márcio fala para seus seguidores sobre programação neurolinguística, como vencer desafios, aumentar produtividade, maximizar resultados de sua empresa e o caralho a quatro.
|Márcio ajudando os outros com sua vasta experiência
Esse cenário foi terreno fértil para proliferação dos coaches, cuja ampla maioria consiste em pessoas carismáticas que misturam autoajuda com conhecimento pseudocientífico para supostamente revolucionar a vida das pessoas que pagam por seus serviços.
Obviamente o coach te cobra uma boa quantia em dinheiro para te ajudar a "mudar para a melhor", e é claro que se no fim das contas você não sentir nenhum resultado, é porque você não se esforçou o suficiente.
Como hoje em dia um vídeo no YouTube vale mais do que mil palavras, eu recomendo fortemente que vocês assistam os vídeos abaixo. Aviso de antemão que, apesar de serem vídeos bem curtos, são tão constrangedores que beiram o obsceno:
A absoluta falta de regulamentação sobre essa "profissão" faz com que qualquer ser humano possa se autointitular "coach".
Aliás, você pode ir mais além e se autointitular
*master coach*, que é o que alguns já fazem para se apresentar como uma versão evoluída em relação aos coaches comuns.
Digo mais: você pode criar o
*Instituto Interamericano de Coaching*e vender por R$ 4 mil um cursinho *online*de 12 horas-aula, em que quem assistir até o final receberá o certificado de *Supreme Mega Coach*, ou seja, quem comprar seu curso será muito mais fodão que um mero master coach.
Como vocês podem ver, o céu é o limite para a putaria quando uma profissão não tem regulamentação alguma.
|Esse desconhecido fez um curso para
Leader Coaching em alguma instituição que ninguém nunca ouviu falar e agora está pronto para te dar aulas de liderança
E o pior de tudo é que Márcio sequer é o único coach de credibilidade duvidosa que eu conheço. Conheço também uma menina que durante muito tempo trabalhava com venda de pulseiras Power Balance no mercado livre (quem se lembra desse troço?), depois casou e virou dona de casa, e agora divorciou e virou coach de emagrecimento.
E vocês, amigos? Conhecem algum coach? Já tiveram experiência com isso? Se você é coach e ficou chateado com o post de hoje, arranja uma profissão de verdade antes de dar faniquito nos comentários.
Aquele abraço!
Olá MadrugaResponderExcluir
Se pessoa sofre com a falta de auto confiança acho que tem procurar um profissional da saúde pelo menos esses tem mais ética.
Quem está vivo sempre aparece. Tá aí o Madruga.Excluir
Da série gourmetização da vida. Fraquezas humanas sendo devidamente aproveitas por larápios. Esse
fenômeno do coach é algo realmente lamentável.
As pessoas são altamente sugestionáveis(e com o cenário terrível no Brasa, pior ainda, por isso a explosão de MMM, Hinodes e tantos outros).
Já fui em um evento desse tipo como observador(estudo de campo).
O que mais impressiona é a execução, são utilizadas todo o cabedal de técnicas que envolvem: lavagem cerebral, psicologia de massa, manipulação da mente, música ambiente, condicionamento de comportamentos, hipnose, uso de chavões, etc.
Só muda o contexto, mas o mesmo acontece em igrejas.
Discordo da regulamentação. Toda profissão deveria ser de livre exercício, sim, todas(inclusive medicina, engenharia). O processo de mercado, ou seja, indivíduos agindo voluntariamente, é o melhor arranjo.
Sempre haverá espaço para picaretas, porque sempre haverá um tolo querendo ser enganado. Não tem como fugir disso e a história da natureza humana.
Nobre Lifestyle
Construindo um vida significativa em meus termos
Texto maior que o do Dono do Blog? VSF!Excluir
A receita para ficar rico é simplérrima: "não tenha escrúpulo", só isso. Transfere-se renda da maioria para você, ludibriando as pessoas vendendo um produto ou serviço que vale quase nada por um dinheirão. O palestrante/coach deu uma aula prática.
Deveriam aplaudir.
Medicina não deve ser regulamentada? É sério? Pode isso, Arnaldo??Excluir
Meu DEus, o Rodrigo Cionstantino destruiu o pouco de bom senso que havia neste país, fodeu. Acabou tudo. Vende logo para a China...
Se nossa juventude classe média alta fala tamanha asneira, imagine os mais pobres? Estamos lascados com essas imbecilidades.
Dica: more numa casa construída por um " engenheiro" não regulamentado, seja atendido por um médico "liberal"
Anônimo29 de setembro de 2017 14:34Excluir
Ou você é burro ou mal-intencionado ou ambos. O NF deixou claro que não deve ser regulamentado pelo ESTADO de forma compulsória, mas sim pelo MERCADO.
Existe a "REGULAÇÃO" PRIVADA e VOLUNTÁRIA. Exemplo: Java Oracle Academy, que emite certificações para programadores/arquitetos de sistemas. Ninguém é obrigado a fazer para exercer a profissão, mas ter o certificado abre portas. Entende?
O mesmo poderia acontecer em outros mercados, não apenas TI. Sua visão da realidade é muito limitada, a interferência estatal está impregnada na sua alma.
Acorda para não passar vergonha!
Na Periferia as construções são todas feitas por pedreiros cachaceiros sem curso/regulamentação e os barracos estão firmes até hoje.Excluir
Pagar Arquiteto gourmet só pra "assinar" uma obra e não fazer porra nenhuma, nem mesmo fiscalizar só serve pra encarecer e gourmetizar uma profissão tão antiga quanto construção.
O Estado não deve ser babá de ninguém!
10 anos de medicina não garante que um médico irá salvar vidas. Aliás, ir no consultório para o médico nem olhar na sua cara, não pedir exame, e te receitar um remédio genérico, melhor procurar no Yahoo respostas qual a doença e o remédio que precisa tomar.
Adicionando algo contra o Anônimo que se revoltou: um engenheiro formado, "especialista" e regulamentado esteve presente e atestou a qualidade da ciclovia Niemeyer...Excluir
Interessante esse exemplo do Java mencionado pelo Anôn das 15:30...Excluir
Sei que essas certificações são muito comuns na informática, nunca tinha pensado nisso aplicado a outras profissões
Abraço a todos!
Chorando de rir dos vídeos!ResponderExcluir
É o cúmulo da ignorância (estado de ignorar algo), e tem uma multidão de pessoas pagando para participar desses eventos (presumo que, para haver um profissional, deve ter alguém contratando).
Desculpe se ofendo alguém, mas é parecido com a pessoa que entra em um esquema de pirâmide que já está em andamento (nos dias de hoje, quando o esquema já é tão manjado): não tem chances de dar certo.
Olá, Apócrifo! Os vídeos são bizarros... parecem uma seita. Eu ficaria muito constrangido de participar de eventos minimamente parecido com esses dos vídeos.Excluir
Abraço!
Madruga,ResponderExcluir
Que bom que ressuscitou. Tem certeza que esses vídeos são sobre coaching e não gravações de cultos religiosos?
Adeus.
Olá, Anôn. Gastei uma das minhas 7 vidas ressuscitando. Parece mesmo um culto religioso sem religião, rs.Excluir
Abraço!
Aeeee Madrugao voltou. Show.ResponderExcluir
Realmente os 'coachers' dominaram o mercado ...
Eu to fora deles kkk.
Abraçao
Esse VDC nao trabalha? é o dia inteiro postando ladainha em tudo que é lugar.Excluir
É mais um mamando auxilio de inss
Fala, VDC! O curioso é que meu adsense cresceu mais rápido durante minha ausência do que quando estou postando... vai entender.Excluir
Abraço!
Muito bom o post!!!! Conheço algumas pessoas, todas mulheres. Umas ficaram desempregadas de então resolveram virar coach. Outra resolveu vender produtos Junesse (não sei se é assim mesmo que se escreve) e, para complementar a renda que deve ser muito baixa..... virou coach!!!!ResponderExcluir
Olá, Anôn. Tô até com medo de pesquisar o que é esse produto junesse, rs.Excluir
Abraço!
Jesus, Buda, Kardec, Maomé, Xavier... Eles fazem sucesso não é de hoje!ResponderExcluir
Não os confunda com os alguns dos seus seguidores....Excluir
Jesus é o único Filho de Deus que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria. Se encarnou na Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e ressuscitou ao terceiro dia.Excluir
O resto são apenas mestres humanos que falaram
coisas mais ou menos óbvias. Tirando Kardec e Xavier que eram charlatães puros.
Jesus não existe, a Bíblia foi inventada e é reescrita de acordo com a conveniência dos padres e pastores ladrões até hoje.Excluir
Sei que o fanatismo cega e não deixa as pessoas aceitarem, mas o homem não veio do barro, a terra não é plana, Jesus não está voltando e milagres feitos em igrejas não existem, são atores que recebem dinheiro para atuar em showmícios da fé.
Deus pode até existir, mas com certeza absoluta, Jesus não é Deus e Deus não é uma pessoa.
Se Deus fosse uma pessoa melhor acreditar em Zeus ou em Odim, deuses muito mais másculos e poderosos do que Jesus é na mitologia Cristã.
hashtag polêmicaExcluir
kkkkkk conheço uns 5 assim. Uns 3 coach e o resto fanáticos por MMM... Depois me siga no blog. Abraço do GariResponderExcluir
https://gariadvogado.blogspot.com.br/
Bizarro como todo mundo conhece um coach hoje em dia. Banalizou com força mesmo.Excluir
Abraço!
Excelente post, Madruga. Em minha opinião coaching é balela e quem contrata coach pessoal deveria ser internado em um hospital psiquiátrico.ResponderExcluir
Já estava ficando com saudades dos seus ótimos posts. Abraços!
Valeu, Marcelo! Abraço!Excluir
Meu amigo, falou a verdade!ResponderExcluir
Empreendedorismo de palco é MENTIRA! MENTIRA!!!!! NÃO CAIAM NESSA SEUS BABACAS!
Vide Bel Pesce e seus comparsas, tudo mentira, nunca fizeram nada da vida e querem te cagar regras do que fazer na sua vida.
Ótima postagem, dou como exemplo ainda os especialista de televisão, geralmente pessoas que não sabem nada com nada e estão lá só para passar a agenda ideológica da imprensa.
Marco
É uma mentira bastante lucrativa, rs.Excluir
Madruga,ResponderExcluir
Haahahah sensacional!!! Concordo completamente ...
Abs,
Valeu, Rodolfo! Abraço!Excluir
Kkkki. Q sarcasmo sensacional! Um dos melhores posts da semana. ParabénsResponderExcluir
Obrigado, Bufunfa! Abraço!Excluir
Isso tudo se deve basicamente pela popularização da internet.ResponderExcluir
A internet deu espaço pra muita gente e também deu ao público a possibilidade de acessar todo o tipo de conteúdo.
Com isso além de bom conteúdo deu-se a possibilidade também de muito conteúdo duvidoso ser trazido ao ar.
O youtube tem inúmeros vídeos ensinando ou tentando ensinar coisas das mais diversas.
Isso criou falsos especialistas em várias coisas.
Tem vídeo mostrando como beijar mulheres falando qualquer merda. Quem assiste é que tem que ter o bom senso de não acreditar em tudo.
Mas lixo geralmente tem muitas visualizações.
Interessante ver pessoas que levaram a vida nas coxas virando coach.
Só disse verdades!Excluir
Aeee Madruga, ressuscitou heim, bah eu cheguei a ficar abalado com os boatos hahahaha, é sério.ResponderExcluir
Brasileiros buscam por apoio emocional, afinal temos 13 mil brasileiros desempregados, portanto é normal a galera recorrer a estes meios duvidosos de estabilidade mental.
O coaching pe válido no sentido de ajudar o emocional da pessoa, abrir uma visão, mas canalhice usar o titulo "coach máster" para enganar a população já deprimida.
Penso também que o Estado não deve meter o bedelho nessa área "profissional", chega de Estados nas nossas vidas, todavia, o amargurado deve usar um pouco da consciência restante na cabeça e fugir desses Bel Pesce da vida.
Olá, Matheus! Tem tanta coisa errada nesse negócio de master coach e outros títulos inventados que eu não sei nem por onde começar. Mas realmente essa quantidade de coaches surgiu por demanda de 13 milhões de desesperados. Com a recuperação da economia a tendência é que os coaches percam espaço também..Excluir
Abraço!
Boa noite, Madruga.ResponderExcluir
Sempre existirão tipos como este.
Vendedores de sonhos, de soluções fáceis, vivendo de fachada.
Quanto à falta de regulamentação discordo. Deixa o próprio mercado selecionar quem quer ou não cair na conversa destes tipos. Qualquer coisa existe o judiciário pra reclamar.
Um abraço.
Fosse a regulamentação das profissões pelo governo eficiente, então os advogados deveriam ser os mais éticos e competentes, pois as faculdades são fiscalizadad pelo MEC e os advogados pela OAB.Excluir
Se a OAB não fosse obrigatória, mas opcional e ainda com concorrência de outra entidade na fiscalização, aposto que os advogados seriam de outro nivel.
Realmente a regulamentação do jeito que tá não é nada eficiente. Gostei do exemplo de certificação dada pela própria iniciativa privada utilizado por um Anôn em um comentário mais acima.Excluir
Abraço, Jorge!
Fala Madruga,ResponderExcluir
Excelente post. A maioria das hamburguerias gourmet que abriram no meu bairro, tocadas por hipsters tatuados, já fechou. A festa não durou 1 ano. Aí o cara pega mais $$ com o papai e vai abrir uma barbearia. Coach é para quando o $$ acaba, rsrs
Abraços
A maioria incorre no mesmo erro que a tapiocaria. Acha que o negócio vingou só porque está atraindo gente, mas não percebe que só está atraindo gente por conta do "fator novidade", que tem tempo limitado, a não ser que você seja esperto e constantemente renove seu cardápio.Excluir
As hamburguerias que estão há mais tempo no mercado aqui na minha cidade são aquelas que não passam fazem "hambúrguer da semana" e "sobremesa da semana", sempre trazendo algo de novo pra não perder o fator em questão.
Abraço!
Caramba! O cara do primeiro vídeo conseguiu mesclar uma palestra motivacional com aula de Karatê.ResponderExcluir
Gostei... hahahah
Você ganha lição de vida e de defesa pessoal ao mesmo tempo, rs.Excluir
Abraço!
Eu acredito que o pessoal de hoje esta com o psicológico muito fraco, caem na labia de pastores e pessoas desse tipo.ResponderExcluir
Parecem que precisam de alguém para mostrar o que tem ou não de fazer para conseguir algo.
Tem muita gente emocionalmente abalada mesmo. 13 milhões de desempregados é isso aí. Imagina procurar, procurar e não encontrar emprego. Deve ser desesperador. É foda!Excluir
Abraço!
Ainda existem pastores sériosExcluir
https://youtu.be/brtdpa5_RLc
Nada de Estado monitorando. Pensa numa fábrica de leite: eu vendo leite envenenado, um monte de gente morre, minha fábrica é processada pelo mercado e vou à falência. Simples assim. Estado pra quê?ResponderExcluir
Deixa que o mercado resolve tudo.
sei que seu comentario nao foi dirigido a mim, mas se vc me permite gostaria de fracionar seu exemplo em 4 partesExcluir
1 a fabrica vende leite envenenado
2 um monte de gente morre
3 todo mundo processa a fabrica
4 a fabrica vai a falencia
se vc tem o estado fiscalizando, vc impede 2 3 e 4 de acontecer
se vc nao tem o estado fiscalizando vc nao so permite que o 2 aconteca, como vc tambem acaba precisando recorrer ao estado (judiciario) pra fazer o 3 e 4 acontecerem
ate aqui nos eua a fiscalizacao e forte
o que vc ta propondo ta mais pra anarquia do que pra liberalismo
Desculpe, mas a afirmação do Charlito parece mais com uma ironia !Excluir
Anon 22:45, o Estado pode até fiscalizar leite envenenado, mas deixará passar leite com papelão.Excluir
Anon 22:45, o problema não é a regulação em si, ela faz parte do mercado, mas a regulação feita de forma estatal monopolista. O Uber regula os motoristas internamente. Há regulações feitas por certificadoras privadas que têm uma reputação a zelar. Quando ocorreu o caso da Enron, a empresa de auditoria perdeu credibilidade e faliu mais rápido que sexo de coelhos. Pode ver que quando ocorre alguma fraude e a regulação é estatal monopolista, não há punição a reguladores, eles manterão seus empregos. O caso da Friboi mostra isso. Pelo contrário, ainda vão aos microfones pedir mais recursos da sociedade. Pergunte se o Madruga prefere andar nos ultraregulados táxis ou no Uber, Cabify, Easy etc.Excluir
hahaha ri muito. Ótimo post, só não concordo com a parte da regulamentação, a picaretagem faz parte e sem selo é mais fraca, mas você é advogado e lhe dou um desconto. Abraço! Bom que está vivo.ResponderExcluir
Valeu, Anôn!Excluir
Abraço!
Ótimo Post. Sou bem pé atrás com esse negócio de coaching, Alguém querendo ganhar dinheiro em cima de pessoas menos esclarecidas.ResponderExcluir
Um otário e seu dinheiro um dia se separam. Estes caras apenas aceleram o procedimento. Quem entra nessa de "coach" saí mais pobre, do que entra. Fato.Excluir
Nunca vou esquecer dessa frase enunciada por um juiz em uma audiência: "Na obsessão de se tornar milionário, esse classe média passou o recibo de trouxa".
Trabalhem, dinheiro não dá em árvore!
Dr.Putão
OAB SP
Comendo estagiárias classe média de SP como sempre
Dr. Putão, não sei se você está realmente comendo estagiárias.Excluir
Mas fique esperto, uma hora alguma delas processa você.
Eles poderiam dar dinheiro para mim em vez de gastar com coaching. Tô de coração aberto pra receber o dinheiro de quem quer que seja.Excluir
Coaxing e o caralhoResponderExcluir
Resumiu bem o post, rs.Excluir
Abraço!
Excelente visão Sr Madruga.ResponderExcluir
O gado é gado, e sempre será. Eles não pensam um palmo a frente do próximo passo, não reavaliam nada e deixam seus egos dizerem pra si mesmos que são "trabalhadores e merecedores" até que tudo se esvaia, depois disso, a culpa é do próximo (dos politicos, do país, dos juros, dos clientes, etc...). Não que seja fácil, mas tudo sempre esteve lá e sempre soubemos exatamente como seria. E eles escolherão não olhar/pensar/segurar.
Esse texto foi ótimo e o exemplo da Bel Pesce caiu como uma luva. Sempre choro de rir quando falam nessa vigarista.
Grande abraçoo!
Nem fala, Burguês, também me divirto muito com a treta da Bel Peixe, rs. Uma pena que a treta já passou e agora não tem muita coisa rolando além da Bel Peixe tentando resgatar a própria imagem.Excluir
Abraço!
Seu Madruga, bom assunto!ResponderExcluir
Concordo com quase tudo o que disse. A internet é ótima, mas deu vozes aos tolos, que acham que sabe tudo e arrebatam milhares de seguidores. E, pasmem, muitas vezes são jovens com menos de 30 anos! Imaginem a experiência de vida que possuem para querer nos ensinar algo?
Mas, como os leitores acima, não siga o caminho da regulamentação. Existir regras estatais para qualquer coisa não é garantia de nada, apenas de maior circulação de propinas. Para mim, todas as associações de classe deveriam ser extintas. Elas não garantem nada sobre a qualidade do serviço dos profissionais. Apenas garantem que eles pagaram a mensalidade da entidade.
Abraço!
Olá, André! Realmente a internet deu voz pra qualquer um ser especialista em qualquer coisa. Tem semianalfabeto por aí com milhares de seguidores...Excluir
Abraço!
Excelente post SM,ResponderExcluir
O pior é que o preço do ingresso desses eventos são bem caros. Eu não gosto desses especialistas de nada, mas muita gente desesperadas pagam pensando que suas vidas vão melhorar. Pura ilusão.
Abraços.
É caro mesmo! Pesquisei alguns eventos de coaching enquanto escrevia o post e o preço do ingresso é pesado.Excluir
Abraço, Cowboy!
Simplesmente MITOU nesse post. hahahaResponderExcluir
Muito bom!
Obrigado, Anôn!Excluir
Interessante que esse POST me lembrou de uma discussao que li num forum de investimentos dias atras sobre uma palestra do Robert Kofaijdfoajsfas (Autor do "Pai Rico x Pai Pobre").ResponderExcluir
Segundo relatos do pessoal que foi: uma verdadeira porcaria. (link pra quem quiser ler uma noticia a respeito: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/09/26/palestra-com-autor-de-pai-rico-pai-pobre-tem-ofensa-a-plateia-e-vaias.htm)
Nada a ver com o tema "Coach", mas tudo a ver com o charlatanismo que esta no meio.
Admiro como sempre há um esperto e um batalhão de otários, embora dessa vez, se tocaram do desprezo do palestrante. Sabe qual é um dos segredos para ter dinheiro? Não cair em contos nema acreditar em mecanismos mágicos e formulas prontas.Excluir
Li sobre o ocorrido em sites de notícia. Gosto do livro do Kofaijdfoajsfas (também não sei escrever o nome do sujeito), mas leio como se fosse uma obra de ficção. Pra mim esse cara só enriqueceu mesmo depois do sucesso do livro. Ele nunca apresentou nenhum indício de que era rico antes do livro, então acredito nele tanto quanto acredito na Bel Peixe. Mas o livro em si é uma ótima porta de entrada pro mundo do investimento.Excluir
Realmente essa "profissão" denominada coach foi extremamente banalizada. Aliás, nem sei dizer se um dia isso foi uma profissão séria.ResponderExcluir
Não tenho certeza, mas eu chutaria que o termo "coach" foi cunhado por profissionais da psicologia que queriam oferecer um serviço mais "positivo", desvinculado do tratamento de doenças mentais.
O problema é que um sem número de imbecis se apropriou dessa profissão. Hoje em dia o indivíduo perde 5 kg, vira coach de emagrecimento, passa num concurso de gari, vira coach de concursos, abre uma bodega na favela, vira coach de empreendedorismo. Complicado....
Vou te add no meu blogroll, se puder me add ai também!
Abraços!
Se foi criado por psicólogos, eles deram um belo de um tiro no pé, rs, pois agora o coaching virou uma "profissão" com vida própria e concorre com uma série de profissionais sérios de psicologia, nutrição, finanças etc.Excluir
Está adicionado, favor ler o texto vermelho ao final ao final do meu blogroll.
Jorge Paulo Lemann das tapiocas HAHAHAHAHAResponderExcluir
Sou advogado trabalhista desde 2012 e posso te garantir que muito ex-empregado inventa assédio moral onde não tem pra tentar embolsar uma bufunfa a mais através da famigerada indenização por dano moral.
Pode ser o caso que você contou (mulher apalpada).
Se a juíza do trabalho for mulher eu sinto muito pelo Marcio. Juízes do trabalho são marxistas culturais (que ganham 25 mil por mês), imagina se o processo cai na mao de juíza que entrou na moda do empoderamento?
Mas eu também vi conversas de Whatsapp entre essa ex-empregada e o cara. A não ser que a conversa seja forjada, acho que ele pegou bem pesado mesmo no quesito xingamentos, rs.Excluir
Madruga, excelente post! E que bom que está vivo! rsResponderExcluir
Acho essa popularização de especialistas em nada muito ruim. O Coach pode sim ajudar muito (um coach sério) e essa galera está deturpando o significado e fazendo verdadeiros "cultos".
Porra, tem vários desse. Outro dia vi um tal de Gabriel Goffi, o cara era um bom jogador de poker, ai veio com uns papinhos de hacking lifestyle, cobrando 5 conto em um curso online.... ah para né??? E o Murilo Gun então? A mesma coisa... Isso é a Bel Pescização das coisas kkkkk
E nessa, os bons acabam perdendo.
"Bel Pescização" hahahahaExcluir
O Goffi inteligente. Viu um nicho de mercado, viu que muita gente é altamente influenciável. Fez uns vídeos de qualdiade e está ai, deve está milionário. Era massa o high stakes dele. Será que ele faliu? Acho que não né...
Se você tá falando que Goffi é inteligente pq soube surfar bem na onda do empreendedorismo de palco, aí eu concordo com vc.Excluir
Mas no quesito conteúdo ele é uma Bel com piru.
Fala, Enriquecendo!Excluir
Esse camarada do Poker é bem Bel Pesce com piru mesmo, como disse o Anôn.
Só que ele tem a estratégia perfeita, já que ninguém consegue investigar o quanto ele realmente ganhou jogando Poker.
Se você procurar o nome do cara no Google, você vê que ele realmente participava de campeonatos e se deu bem aqui e ali, o que dá um certo grau de veracidade pra história que ele conta sobre ele mesmo.
Mas será realmente que ele era o fodão do Poker? Quantos campeonatos ele ganhou? Quantos ele perdeu? Ficou milionário jogando? Jamais saberemos.
Fala Madruga!ResponderExcluir
Voltou com tudo, muito bom! Excelente texto.
Empreendedor nutella é foda, o cara não se contenta em se achar um fodão com sua tapiocaria-vegana-gourmet e ainda quer se achar melhor que o Zé da Quitanda que vende alface com larvas à 50 anos, formou 3 filhos médicos, 1 engenheiro e 2 dentistas além de ser dono de metade das casas de aluguel da vila. O mundo tá gourmet demais, puta que pariu!
Coach de cu é rola, "no meu tempo" coach era o cara com mais experiência que vc conhecesse, vc ia lá no estabelecimento/casa dele, fazia umas perguntas, pedia opinião e no máximo pagava um café/cerveja. Comigo foi assim, com meu ex patrão português que sempre me "coucheou" quando precisei sem combrar 1 real.
O mundo sempre teve cheio de aproveitadores, coach são os aproveitadores gourmet.
Abraço!
Corey
Olá, Corey! Também tenho muita preguiça de lidar com essa galera do "empreendedorismo lifestyle", como se empreendedorismo fosse algo muito além de ganhar dinheiro. É foda!Excluir
Abraço!
Conheço essa aqui: https://www.priscillamelocoach.com/sobreResponderExcluir
Gatinha ela!
rapaz...Excluir
essa daí pode ficar la em casa falando de coaching, feminismo, luta contra o machismo, dilma coração valente, empoderamento feminino, psol, poliamor, luta de direitos lgbt e o que ela quiser, que eu fico quieto igual um capacho so escutando enquanto admiro a beleza dela
Realmente a coach em questão está de parabéns.Excluir
Olá Madruga, acompanho seu blog a um tempo e gosto do seu conteúdo.ResponderExcluir
Nesse caso acredito que nem tem como regulamentar. A liberdade de expressão dita que todo mundo é livre para dar palestras sobre a merda que quiserem. É obrigação das pessoas terem um mínimo de bom senso e não saírem jogando o dinheiro delas para os golpistas.
Na verdade penso igual disseram ali em cima sou contra o Estado ser babá das pessoas, já passou da hora da população prestar atenção em quem decide seguir ou pagar sozinha pelas consequências.
Lógico se comprovado uma fraude a lei deve punir os golpistas, mas nesse meio tempo as pessoas tem de aprender a parar de dar corda para esse pessoal também.
Para mim é igual aquele golpe do bilhete premiado, o golpista chega nos idosos com um migué cabuloso dizendo que ganhou na loteria, mas aceita dar tudo para o idoso caso este dê uma pequena entrada. Qualquer um com dois neurônios sabe que se fosse verdade a pessoa que está entregando o bilhete estaria abrindo mão de uma quantia enorme = logo impossível alguém fazer isso em sã consciência. Mas os idosos caem nessa porque se julgam os espertões que vão tirar vantagem em cima do outro. Se não fosse a ganância humana a maioria dos golpes não daria certo.
Olá Anôn 3/03! Quando eu falei em regulamentação, pensei mais no sentido de que se o cara está por exemplo agindo como coaching do emagrecimento sem ser médico, nutricionista ou professor de educação física, não estaria ele agindo de maneira fraudulenta e praticando crime de exercício ilegal da profissão? Concordo contigo e com outros comentaristas que quanto menos Estado melhor, mas qual é o mínimo de Estado que precisamos para a coisa toda não virar uma baderna completa?Excluir
Abraço!
Conheço um coach, tentou ser especificar o coach dele para vários ramos, fez o curso de coach em 2 fds em 2016, depois fez o MASTER coach em 2 fds, e virou Pica. Agora pagou o curso para ser MASTER MEGA COACH PICA DAS GALÁXIAS no canadá, foi lá, ficou 4 dias e voltou. Saiu postando nos grupos de whats, no face, no insta. Agora ele é o Pica Master Coach certificator de OUTROS COACHS! Ai sim juvenal, achou o melhor nicho! Nicho em que você treina outros pilantras. Esse tem demanda enorme, ai sim, agora vai render. Até hoje ele conseguia dá uns treinamentos de graça em grupos de órgãos públicos ou um ou outro perdido na vida que ia nele no Life coach ou bussness coach hahahaha. mas uma coisa é legal, ele é esforçado!ResponderExcluir
Esse lance de ser coach professor de coaching é um nicho da porra mesmo. Já vi uns caras no YouTube surfando nessa onda. Se digitar "viver de coaching" no YouTube eles aparecem.Excluir
Daqui a pouco alguém se lança como Professor de professor de coaching, pra ficar acima no esquema hierárquico da coachologia.
Lembrei do filme "o poderoso chefão": "um homem tem que comer...". As pessoas tem que se virar cara, e nem sempre voltam ao mercado de trabalho de modo tradicional. A tendência é inventar uma picaretagem por ter sido sempre picareta.ResponderExcluir
Não concordo em regulamentar a profissão. Escola é regulamentada e não se aprende nada útil lá.
Fala, CF! Pensando bem, é melhor que elas virem coaches do que flanelinhas, mendigos, assaltantes etc, rs.Excluir
Abraço!
coach é uma nova religião onde o deus é você.ResponderExcluir
Kkkkkk, excepcional! Sem palavras para sua definição ímpar.Excluir
Vendo os vídeos, me senti nas Igreja Universal! Kkkk
Mandou bem, ST!Excluir
A vida real é uma desgraça, por isso as pessoas sempre procuram a ilusão. O que é melhor? Um coquetel de antidepressivos e continuar na mesma vida de merda sem resolver nenhum problema e agora mais pobre graças ao custo dos remédios, ou passar por esses levantamentos de ânimo para tentar melhorar suas vidas medíocres?ResponderExcluir
Não condeno quem paga e vai nesses cursos. A vida real é muito sem graça e monótona, por isso vemos filmes, jogamos videogames, lemos ficções. É esses cursos são só uma forma de quebrar a monotonia de suas vidas, assim como a igreja faz ou qualquer outro evento social.
Só se torna uma problema quando vendem algo que não podem entregar, aí cabe aos consumidores parar de consumir e financiar esse tipo de lixo.
Não peça por mais estado, ele é o maior de nossos problemas.
Abraços!
Olá, Pobre Sofredor! Faz sentido! Abraço!Excluir
Cara esse lance de Coach é uma bosta. Converse com alguém de psicologia que você entenderá o quanto ruim é esta merda... Conheço lembrando rápido 3 coachs, na verdade masters coachs.... Um casado com um palhaço, outro preguiçoso prostrado e o terceiro a vida pessoal é tão ruim que sinto pena da família.ResponderExcluir
Na minha visão isso é exercício ilegal de profissão. E deveria virar objeto de regulamentação urgente.
A nova onda dos Gurus..
Madruga, mais uma vez excelente post. Parabéns.
Detalhe, trabalho com uma fracassada que fez coachs. Quando eu pergunto pq a vida dela é tão merda, ela fala que não se esforçou... Lamentável.Excluir
É por isso que nessa bosta de país tem tanta igrejinha meia porta....
É aí que está a magia do coachismo, o cara promete mudar sua vida, mas se sua vida não mudar a culpa é sua. Assim fica fácil....Excluir
Sabe o que deveria ser ensinado em cursos de empreendedorismo? Uma forte base em finanças e noções em marketing e RH. Isso que é necessário para alcançar sucesso.ResponderExcluir
Aí me vem o cidadão ensinar: "acredite nos seus sonhos porque tudo é possível". Pqp, e de doer o cu da bunda.
Concordo plenamente. Aí me chega a porra do empreendedor de palco e me diz que empreendedorismo é vontade de mudar o mundo, e que dinheiro é só uma consequência.Excluir
Fala Madruga, quanto tempo hein, cheguei a ficar preocupado que vc tivesse morrido.ResponderExcluir
Madruga sua habilidade de escrever é excelente, ótimo texto.
Gostaria que vc pesquisasse e escrevesse sobre o Golpe MMM, que está bombando no Brasil,podendo estourar a qualquer momento
Fala, Conde! Tô vivo, obrigado pela preocupação. Vou pesquisar sim, não sei do que se trata.Excluir
Abraço!
https://www.youtube.com/watch?v=SU7nOgWxHV4ResponderExcluir
Bel PEsce continua mentindo
Olá, Victor! Assisti o vídeo. Concordo com o Izzy, pelo visto ela está gastando uma graninha pra tentar recuperar a imagem por meio de entrevistas que não adentram de verdade nas mentiras que ela contou.Excluir
Mas acho que dificilmente ela vai se recuperar do abalo que sofreu. Ela deve ter sofrido um baque financeiro do cacete na carreira de empreendedora de palco e de escritora dela, e não vai conseguir manter a estrutura que ela mantém na empresa dela.
Mas se ela foi esperta, guardou dinheiro pra ser bem de vida pro resto da vida. Ela ganhou muito dinheiro com venda de livros e palestras depois que a grande mídia cegamente comprou a conversinha dela.
Fala Madruga!!! Voltou com tudo hein?ResponderExcluir
Hoje mesmo estava conversando sobre esse assunto... qualquer um vira coach, e o pior, tem muito tonto que acredita nessa baboseira.
Os "Jovens dinâmicos" estão criando um novo patamar de charlatanice... vamos ver onde isso vai parar!
Acho que o que leva uma pessoa a acreditar nesses charlatões é puro desespero mesmo. É só olhar os vídeos que linkei no post pra sentir o desespero nos olhos de quem tá participando daqueles eventos.Excluir
Abraço, Anôn!
Bem vindo de volta Madruga !ResponderExcluir
Você bem que poderia apresentar Márcio, o coach à Vanessa, a advogada ! Que belo casal fariam, não acha ?
:) :) :)
Obrigado, Anôn. Boa ideia, rs, formariam mesmo um belo casal de mongolóides.Excluir
Abraço!
Fala Madruga! Ainda não li o texto, mas fico feliz de saber que está bem... Comentaram em outro post que você tinha morrido em um acidente de automóvel.ResponderExcluir
Olá, Felipe! Foi só boataria mesmo. Não cheguei nem perto de morrer em acidente de automóvel nos últimos meses, rs. Abraço!Excluir
onde trabalho cada ano o maldito RH de lá. faz uma palestra com um coach é uma porcaria sempre falam a mesma coisa. faz um piada um gesto idiota e o pessoal da empresa repete suas palavras ou gestos pelo o ambiente como fosse uma piada interna. haja saco para isso. e o problema que sou obrigado a ir pois leva advertência se faltarResponderExcluir
Que horrível ser forçado a comparecer nisso, Anôn. E o pior de tudo é que o pessoal da sua empresa adora, pelo visto. Vai entender...Excluir
kkkkkkkkkk belo textoResponderExcluir
Valeu!Excluir
Coach é meu ZOVO. Mas regulamentação é o KCT.ResponderExcluir
Zovo esquerdo ou direito?Excluir
carai madruga vc é brilhante! coach de cu é rolaResponderExcluir
vou fazer um pedido: faz um post desse escrachando as piramides (foco na honode)
bom ter vc de volta
Obrigado, Anôn! O que é Honode? Procurei no Google e não achei nada.Excluir
Acho que o anônimo quis dizer Hinode, tem gente que pronuncia "hinôdê".Excluir
Ah, sim! Já vi uns carros com esse tal de Hinode adesivado, mas não fazia ideia de que é esquema de pirâmide. Vou pesquisar. Obrigado!Excluir
e a Vanessa?? estamos esperando os próximos capítulos!ResponderExcluir
No momento não tem muita novidade em relação a ela, mas quando tiver com certeza faço um post novo. Abraço!Excluir
Cacete, voltou em grande estilo. Que postagem maneira, parabéns pelo conteúdo interessante e impactante.ResponderExcluir
Abraço!
Obrigado, Quarentão!Excluir
Esse cara é um "kulti" de estelionatários, 171, isso sim ele pode dar aula e treinamento.kkkkResponderExcluir
A parada beira o estelionato mesmo. Mas como disse um anôn mais abaixo, azar de quem cai nesse golpe.Excluir
Abraço!
Há muitos "Coaches" que são pobres e mal sucedidos, só servem para falar palavras de incentivo, como pode ainda ter empresas que contrata esses charlatõesResponderExcluir
Fala, Stifler! Com certeza a maioria dos que estão por aí viraram coach porque falharam em todas as outras que fizeram antes.Excluir
Abraço!
só discordo quanto a necessidade de regulação por parte do estado.ResponderExcluir
se a pessoa é idiota pra acreditar nesses coaches, não é uma regulação que vai impedir isso
Mas muitos coaches falam de psicologia, medicina, educação física, nutrição etc como se especialistas fossem, isso não é perigoso? Se com os especialistas "de verdade" o serviço já costuma ser medíocre, imagina numa terra sem lei.Excluir
Porra Madruga, voltou com força total. Não podemos deixar de mencionar também a galera do MMN (marketing multi nível), esse ai são os ultra fucking coaches que são tratados como deuses (daria um bom cap.2 deste post hehe).ResponderExcluir
Ótimo post, estamos felizes com o seu retorno, meu caro!
Forte abraço
Daria mesmo uma boa parte 2, Albino!Excluir
Valeu, amigo!
Abraço!
Coach, MMN e outras formas de passar a perna lindamente. Infelizmente muitos brasileiros têm orgulho disso, não basta fazer merda têm que mostrar para o mundo.ResponderExcluir
Pessoal depois se possível da uma passada no meu blog, estou começando nesta jornada gostei muito no estilo destes blogs.
Abraço.
Que tal uma fusão de coaching com marketing multinível? https://www.youtube.com/watch?v=m9gk2aM00lcExcluir
Ouvi dizer que o Madruga foi sequestrado, procede essa informação?ResponderExcluir
Procede, mas tem wifi no cativeiro.Excluir
Desculpa até minha infantilidade. O primeiro coach que ouvi falar foi o seu madruga naquele episódio do futebol americano RS RSResponderExcluir
RsExcluir
Muito bom Madruga!ResponderExcluir
Conheço uma figura que já tentou de tudo na vida, não deu certo em nada e agora tem canal no youtube sobre coaching.
Meu pai me ensinou que temos que ver o dinheiro em primeiro lugar sempre, nesse caso, onde o cara mora, chegou com que carro, que outro rico segue ele etc.
Nunca acreditar no que a pessoa aparenta ser ou diz ser, pesquisar para ver o que realmente ela é.
Na dúvida, não acredite em ninguém.
Grande volta Madruga, parabéns pelo post, linguagem Sensacional como sempre!ResponderExcluir
Eu até acho que alguns Coachs fazem certa diferença, não como eles vendem, mas há por exemplo cursos com.o Autor de Segredos da mente milionária, mas com o autor de assédio sexual e quebrador de negocios? Ora, bizarro! Ultimamente surgem mais "coachs" do que motoristas de Uber, eu dou mais ouvidos a galera do volante. Uma terra com tantos desempregados é muito fértil para Pirâmides e COACHS.
O post é antigo mas não posso deixar de registrar o ex estagiário que chegava atrasado toda segunda-feira e volta e meia se perdia na noite e ligava totalmente chapado avisando que não poderia trabalhar pois estava doente e que agora é Life Coach! hahahahahahaResponderExcluir
Os vídeos parecem propaganda dos cultos da igreja evangélica.ResponderExcluir
Qualquer semelhança com a Igreja Universal é mera coincidência.ResponderExcluir
Hoje em dia tem gente ensinando a pegar mulher na internet, e lucrando muito com isso. Em breve chegaremos ao ponto em que um choaching ganhará dinheiro ensinando jovens a como se portar como homens.ResponderExcluir
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2019-01-24T04:35:42Z
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https://previdi.blogspot.com/2013/10/bom-dia-segunda-21-de-outubro-de-2013.html
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**POR QUE AS POLÍCIAS** **NÃO** **REPRIMEM OS** **BANDIDOS MASCARADOS?**
Neste final de semana, li um post do Rick Jardim no Facebook que me chamou a atenção:
**Não é curioso que em todas as manifestações apareçam os mascarados para tirar a legitimidade das ações? Enquanto eles não se fazem presentes há diálogo e respeito. Então eu pergunto: a ideia não é justamente esta, bagunçar tudo?**
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Interessante.
Lembrei de cara do Jornal Nacional, da Rede Globo.
Eles sempre mostram muita indignação quando a PM atira com balas de borracha e lança gás pimenta nos tais manifestantes. Aí mostram os caras quebrando agências bancárias, lojas e o escambau e nada de indignação. Ficam indignados, sim, com os PMs e pedem a cabeça deles.
Mais fantástico é que tratam os bandidos mascarados como "vândalos". E fazem até os entrevistados falar em "vândalos". Como se fossem uns adolescentes inconsequentes.
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Mas não é só a Rede Globo que adora esses bandidos mascarados.
Outro dia vi uma "autoridade" dizendo que esses bandidos que quebram tudo não podem ser presos.
Como assim???
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Antes, um detalhe: notaram que eles, os mascarados, estão em todas as manifestações? TODAS!
Aí eu te pergunto: esses tais grupos "anarquistas", que ainda usam cabelo de moicano, ou mesmo esses rapazotes dos partidos que são satélites do PT, sabem alguma coisa de algo?
Respondo: não sabem de nada. Não são nada. Jamais souberam de alguma coisa. Não tem ideia do que estão fazendo num protesto. A única coisa que sabem é quebrar o patrimônio dos outros, que alguns chamam de "burgueses".
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O que mais me impressiona é a passividade das polícias com essa bandidagem.
Em todo o Brasil.
Eles quebram lojas e bancos, fecham estradas e avenidas, fazem qualquer loucura e as polícias ali, olhando.Outro diz quebraram a frente do edifício em que mora o prefeito de Porto Alegre e a Brigada Militar ficou ali olhando, mesmo que os moradores pedissem que os "homens da lei" intervissem.
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Sei não, mas me dá a nítida impressão de que tem muita gente apoiando esses bandidos mascarados.
Muita gente que quer esta baderna.
Deus queira que esteja errado.
Caro PrevidiResponderExcluir
Estes vândalos são infiltrações da direita brasileira, financiada pelos bancos e veículos de comunicação, aqueles mesmos que apoiaram a ditadura de 1964. Você pode sentir isso por que bancos não reclamam e os veículos de comunicação querem dar uma idéia de que o Brasil virou uma tremenda bagunça. O governo sabe que isto faz parte do jogo político e que se der o troco a bagunça aumenta. Lá no Rio de Janeiro a polícia prendeu 700 que no fim eram apenas professores que estavam protestando contra a política educacional do governo do RJ.
É a total inversão dos valores, realmente chegamos ao ponto que o poste está urinando nos cães...Excluir
E eu podia ter ido dormir sem ouvir essa: a culpa é da direita.
Bem, se retomarmos a origem política dos termos "direita" e "esquerda" significando situação e oposição, temos que os baderneiros com bandeiras do PSTU, PSol, UJS, et caterva, que sempre são vistos nas arruaças de rua são, efetivamente, de direita, pois não passam de ramos operacionais da quadrilha ora empoleirada no poder.Excluir
Realmente estes BLAC BLOCS se infiltram em qualquer manifestação. Mas, acompanhando os passos deles parece que o estopim aconteceu depois que a PM passou a patrulhar o campus da USP, a pedido dos próprios alunos já que o CAMPI estava virando terra de ninguém. Depois houve aquele levante que culminou com a tomada da reitoria da USP. Com a cobertura da mídia, grande mídia, a população soube o quê realmente os insurgentes queriam. Daí a bronca com os meios de comunicação, onde utilizam a GLOBO como bode expiatório mas, sobra pra todo mundo. Depois de todo quebra-quebra a reinvidicação é apenas uma: A saída da PM do campus da USP.ResponderExcluir
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2019-01-19T02:11:34Z
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*Atualizado diariamente até o meio dia.* *Eventualmente, a tarde, notícias urgentes.* **Escreva para [email protected]**
um
**Bom Dia!**especial
(O espaço hoje é da Débora de Oliveira, do SBT-RS)
*Para meu amado* **Joãozinho Carvalho**! Uma lenda do rádio, um dos maiores tesouros da Band, um grande amigo e querido por todos!!
ponto do dia
**CADÊ O HELICÓPTERO DA RBS?**
Há tempos que venho pensando nisso.
Desde que o Mauro Saraiva Júnior saiu da Rádio Gaúcha para concorrer na eleição de outubro que não ouço mais o barulho do dito. Aliás, acho que antes já não escutava o bruto.
Aí ontem recebo um comentário:
Prévidi, meu caro.
Há meses uma dúvida me atormenta: o que aconteceu com o helicóptero da RBS, o tal RBS cop (nome sofrível?). Já estava acostumado a ser acordado pelo seu barulho inconveniente sobre nossas cabeças, sobrevoando a cidade, trazendo notícias do trânsito e imagens belas para encerrar os telejornais da TV. Quem não lembra do Mauro Saraiva Júnior, fazendo frequentes intervenções aéreas em todas emissoras do Grupo? Teria o Mauro levado a aeronave com ele, quando saiu?
E os boletins do trânsito, da Rádio Gaúcha, nunca mais tiveram entradas ao vivo, aéreas, por quê?
Aliás, por falar nisso, nem mesmo os boletins feito das unidades móveis (carros) são os mesmos. Frequentemente ouço as informações do trânsito transmitidas dos estúdios da Erico Verissimo, com dados dos perfis da EPTC nas redes sociais.
Foi a crise, não tem mais helicóptero nem viatura?
Tá feia a coisa, hein?!
-
Pois é. Fui pro Google e nadica. Ninguém sabe nada.
Um amigo cogitou que o Dudu/Duda, apesar de ser um presidente jovem e tímido, adora todas as alturas e de repente está usando o cop. Pode ser.
Ou passaram ele nos cobres mesmo, pra fazer caixa e pagar os salários dos comedores de sucrilhos com nescauzinho.
Tudo pode ser.
-
Uma historinha que o Mauro Saraiva Junior contou para a revista Press, dos tempos em que não tinha plenipotenciário na Rádio Gaúcha e faziam apenas jornalismo.
Um dia, de manhã cedo, ele estava nos fundos do prédio da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Para quem não conhece, é um descampado.
Parado ali, pensando na vida.
De repente para um carro da Brigada Militar.
Queriam saber o que o "elemento" fazia ali.
- Estou esperando o helicóptero.
A autoridade ficou possessa!
- Teje preso, desacato!
O Mauro explicou com calma.
- Meu amigo, sou o jornalista Mauro Saraiva Júnior, da Rádio Gaúcha, faço os boletins do trânsito, e estou esperando aqui o helicóptero pousar. E aí vou trabalhar.
A autoridade queria levar o cara.
Até que a outra autoridade decidiu se comunicar pelo rádio. E aí chegou o cop.
Mauro pediu licença e embarcou.
As autoridades ficaram ali, de bocas abertas.
* * * * *
ponto da frase do dia
*"Aqui só quem trabalha sou eu!!"*
Adivinhe quem é o autor dessa pérola.
Dicas: É um apresentador de TV, trabalha em Porto Alegre, mas não é gaúcho.
É muito robusto. É, gorducho demais.
Engraçadinho.
E falou esta joinha no programa de ontem, ao vivo e a cores.
Quem é?
* * * * *
ponto midiático
**ERROS E ASNEIRAS -**Recebo de um "anônimo" - sempre eles. Publico porque o sujeito não foi grosso: *Cada vez que você publica um "erro" (e muitas vezes erros que não comprometem a compreensão da informação) com a meta de atingir a RBS e outras grandes empresas de comunicação, você na verdade está ferrando com o jornalista, assalariado, trabalhador. E isso é uma conduta condenável. Sinceramente, ficar vivendo de fofocas e ataques ao trabalho alheio não é uma boa forma de terminar a carreira com dignidade. Esperamos que reflita. Sua atitude não ajuda a melhorar as condições de trabalho nas redações gaúchas.*
Engraçada essa gente. Fazem merda todos os dias e depois sou eu que ferro o imbecil. Será que me acham com cara de sindicalista para "melhorar as condições de trabalho nas redações gaúchas"? Ora, vão chupar um carpim sujo e aprender a, pelo menos, não escrever bobagem.
Primeiro, por que não leem duas, três vezes o que escrevem? Por que não pedem para um colega ler?
E os chefões poderiam ter um ataque de bom senso e contratar EDITORES para evitar erros e asneiras.
Vou ficar muito contente quando os meus colaboradores não me mandem mais cagadas, por não existirem mais, e quando eu leia estes "portais" sem procurar erros e burrices.
Como esta bobagem que está na capa do Zero Hora de hoje:
### WIANEY CARLET
#### "São robustos os indícios de que Abel não ficará"-
O que será que o "consciente" anônimo acha disso? Hoje, no ZH, meu crítico:
-
Num final de semana recente, no "portal" do Zero Hora, numa seção sobre o que fazer no sábado de muito sol, o "redator" sugeriu a missa de sétimo dia de um músico. Depois alguém com um pouquinho de bom senso retirou a sugestão.
Nem brinquei, porque o sujeito que escreveu isso era tão idiota que me deu até dó.
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**É O FIM -**O Chamada Geral - 1ª Edição, da Rádio Gaúcha, foi o melhor programa de reportagem do rádio gaúcho. Hoje, pelo que escutei hoje, é um desfile de pessoas lendo releases oficiais. A mais interessante foi sobre a vacinação contra o sarampo.
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**JURO QUE ESCUTEI! -**"São 11 horas e 45 minutos, exatamente, faltam 15 minutos para o meio dia".
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**HAHAHAHAHA!!!! -**Olhem o nome que inicia a segunda linha.
Ele mesmo, Fabiano Viegas, demitido da RBS TV, recebeu um prêmio do Grupo RBS!
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**CAVALINHOS QUEREM A TV -**O Jockey Club solicitou, formalmente, o prédio da TV Urbana. Imediatamente.
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**BOM FARO -**A Faro Comunicação Estratégica encerra o ano com novos projetos e à frente da participação editorial da Revista Best Home, da Joal Teitelbaum Escritório de Engenharia, cujo lançamento acontece na próxima segunda, dia 15, no Dado Bier do Bourbon Country. Esta é a segunda edição da Best Home que está sob a coordenação editorial da Faro.
A empresa focada em produção de conteúdo, assessoria de imprensa e gerenciamento de plataformas digitais, também fechou contrato com o Grupo Ábaco, uma das maiores urbanizadoras do Sul do Brasil; com a incorporadora DHX, que lança o condomínio Green Sails, no litoral gaúcho; e com as empresas St. Trois e Mareblu para quem a equipe da Faro organiza o lançamento de uma maison da moda em Atlântida.
A Faro Comunicação Estratégica completa três anos em março de 2015 e já está programando uma festa para comemorar os bons resultados obtidos.
A Faro também atende as contas da SPE Holding Beira-Rio, Unicred Brasil Unidade Porto Alegre, Porto Alegre Health Care, entre outros.
* * * * *
ponto da vergonha
**AH, O GOVERNADOR NÃO PODE SER AMEAÇADO!** **TU, EU, TODOS NÓS PODEMOS SER COAGIDOS!!**
Leia isso:
Quatro policiais militares envolvidos em dois incêndios criminosos e na
**elaboração de um vídeo com ameaças ao Governador do Estado**foram **condenados**pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Alvorada. A decisão é do Juiz de Direito Roberto Coutinho Borba que julgou os incêndios causados pelos agentes como causadores de perigo a vida, a integridade física e do patrimônio, bem como pela **ameaça ao Governador do Estado.**
Caso
Os Policiais Militares João Carlos de Sousa, Marcelo Machado Maier, Fernando de Souza e Silva e Renata Molina Tavares foram denunciados pela organização de dois protestos pelo reajuste salarial da Brigada Militar, no Município de Alvorada, em 2011. Em duas ocasiões, os policiais teriam empilhado diversos pneus e ateado fogo. Segundo o inquérito, o protesto expôs a perigo a vida e a integridade física de usuários da via pública, bem como o patrimônio do Município de Alvorada.
Além disso, três dos policiais foram denunciados também pela confecção de um vídeo, no qual os réus Marcelo Maier e Fernando Silva aparecem encapuzados e fardados,
**fazendo ameaças ao Governador do Estado, pressionando por melhor remuneração e condições de trabalho.**A divulgação do material contou, ainda, com a participação da policial Renata Tavares. **Na gravação, cogitavam promover novas ações de perturbação à ordem pública, caso o reajuste salarial não fosse concedido.**
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Agora, vejam estes títulos do ZH:
## Como se organizam as ocupações urbanas da Região Metropolitana de Porto Alegre
Para impedir reintegração de posse, Fórum das Ocupações Urbanas da Região Metropolitana trancou vias no acesso da Capital nesta segunda
## Juiz que autorizou reintegração de posse diz que foi ameaçado de morte
## Protesto do Fórum das Ocupações bloqueia trânsito no acesso a Porto Alegre
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Entenderam, né?
Milhares de pessoas ficaram, na segunda passada, reféns de pouco mais de 100 pessoas, que protestavam contra uma reintegração de posse na zona sul de Porto Alegre.
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**QUEREM SABER?** **TEM QUE INVADIR MESMO ESTAS ÁREAS QUE SÓ SERVEM PARA ESPECULAÇÃO!** **INVADIR E BRIGAR POR ELAS!** **MAS, PELO AMOR DOS SEUS FILHINHOS, SEM PREJUDICAR A VIDA DE NINGUÉM!** **TRANCA A SAÍDA DO PALÁCIO PIRATINI, A GARAGEM DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, SEI LÁ!**
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**E A EX-BRIOSA BRIGADA MILITAR TEM QUE PARAR COM ESTA BOBAGEM DE "MEDIAR CONFLITOS", PORQUE ESTA É UMA VERGONHOSA DESCULPA PARA NÃO FAZER NADA.** **BRIGADA MILITAR, CONIVENTE COM A BADERNA EM PORTO ALEGRE!!**
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**A TAL DA** *MEDIAÇÃO DE CONFLITOS* **DA BRIGADA MILITAR** **AÇÃO DA BRIGADA MILITAR EM OBRA DA CAPITAL**
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre ( STICC) vem a público manifestar seu descontentamento e repúdio aos atos da Brigada Militar ocorridos na segunda e terça (dias 8 e 9) na abertura dos portões da obra da Nacional Engenharia, localizada na Rua Juncal, 50, próxima a Avenida Nilo Peçanha nesta capital, que já havia sido embargada em outra oportunidade pela SRTE/RS.
Após ter sido paralisada pelo STICC, em função de repetidos atrasos nos pagamentos de salários e pelo não-pagamento da primeira parcela do 13o salário, a obra teve seus
**portões abertos de forma arbitrária por parte da Brigada Militar**, extrapolando sua competência legal, invalidando uma ação sindical legítima e frustrando mais de 100 trabalhadores que exerciam suas funções no local e **solicitaram apoio ao sindicato na tentativa de receber sua justa remuneração.** **Na segunda, a ação da Brigada Militar na obra da Nacional Engenharia, cerceando o direito à reivindicação e o direito à remuneração pelo trabalho não foi a mesma adotada algumas horas antes durante a Manifestação por Moradia que paralisou a cidade, causando um verdadeiro caos no trânsito da capital, sem que nenhum participante do movimento fosse retirado e muito menos advertido . Tal medida prejudicou milhares de pessoas que não tiveram acesso ao trabalho, restando evidente a omissão da BM em garantir o Direito Constitucional de Ir e Vir, causando transtornos de todas as ordens à parcela considerável da população.** **Por que somente os trabalhadores da construção civil foram alvo de atuação pró ativa da Brigada Militar e ainda de forma equivocada?**
No entendimento do STICC, a atual situação é grave e reflete a desarticulação das várias esferas de governo, especialmente na área da Segurança Pública e do
**comando despreparado de instituição tão conceituada entre os gaúchos.**
Necessitamos com urgência do desenvolvimento e implementação de uma política justa e igualitária que garanta os mesmo direitos e proteção social aos trabalhadores e cidadãos comuns. Sem favorecer ou prejudicar quem quer que seja. De acordo com a Lei.
*SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDUSTRIAS* *DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE PORTO ALEGRE - STICC*
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ponto g
**PENSANDO BEM**
Sobre este quiproquó sexual entre Bolsonaro e Rosário, estou mais preocupado com o Garotinho no Banco do Brasil.
Imagina o que vem aí pela frente!
Que outros bandidos irão para a Petrobras, Caixa Federal e para os Ministérios que lidam com bilhões e bilhões de reais?
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ponto da piadinha
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ponto final
**PACOTES PROMOCIONAIS** **DA LIVRARIA DO PRÉVIDI** **TAMBÉM NA BANCA DA REPÚBLICA - PORTO ALEGRE**
Rua da República esquina avenida João Pessoa
*Descontos inacreditáveis SÓ até* __19 de dezembro__! **PRESENTES DE NATAL COM PREÇOS ACESSÍVEIS** **E COM O TRADICIONAL SELO DE QUALIDADE PRÉVIDI!** **PAPAI NOEL DE OLHO NOS LIVROS!!** **** __Pacote 1__ **TRILOGIA DAS PIADINHAS** **(200 Piadinhas Contra Qualquer Crise, 200 Piadinhas para Ler na Viagem e 200 Piadinhas para Ler nas Férias)** **Preço real: R$ 30,00** **Na promoção: R$ 20,00 + frete grátis** __Pacote 2__ **PORTO ALEGRE** **(Apaixonados por Porto Alegre – Personagens do Centro e Porto Alegre é Assim!)** **Preço real: R$ 40,00** **Na promoção: R$ 30,00 + frete grátis** __Pacote 3__ **TEXTOS ESCOLHIDOS** **(15 Maneiras Diferentes de Ser Ainda Mais Feliz, A Revolução da Minha Janela e 10 Anos às Ganhas!)** **Preço real: R$ 60,00** **Na promoção: R$ 45,00 + frete grátis** **FAÇA SEU PEDIDO, SEM BUROCRACIA:**
O Fabiano Viegas deve ter sido premiado pela paciência.ResponderExcluir
Anos aturando a inércia e a pestilência dos colegas, do operador dorminhoco, do colega (mau) locutor (mau caráter com voz de taquara).
Premiado por suportar o gestor babaca, a maldade dos corredores dessa empresa cheia de vícios onde a pior espécie de gente é sempre privilegiada.
Saí numa dessas levas das demissões de 2014 e, pra dizer a verdade, não poderia ser mais feliz hoje, distante daquela gente sem vergonha na cara e sem integridade moral.
Um dos maiores males da RBS, dentre tantos, é o mau caratismo que impera nos corredores e pelas "esquinas".
Lugar fértil na fofoca, que em mais de uma década nada me acrescentou.
Perdi dez anos da minha vida naquele lugar!
"Cada vez que você publica um "erro" (e muitas vezes erros que não comprometem a compreensão da informação) com a meta de atingir a RBS e outras grandes empresas de comunicação, você na verdade está ferrando com o jornalista, assalariado, trabalhador. E isso é uma conduta condenável. Sinceramente, ficar vivendo de fofocas e ataques ao trabalho alheio não é uma boa forma de terminar a carreira com dignidade. Esperamos que reflita. Sua atitude não ajuda a melhorar as condições de trabalho nas redações gaúchas."ResponderExcluir
Eles querem que a gente desça ao nível deles escrevendo asneiras. JAMAIS! Por mim podem ir a falência...
Espero que o anônimo reflita sobre a possibilidade de voltar pra escola. Principalmente nas aulas da língua pátria.
Previdi, será que alguém pensa mesmo que a RBS está mal das pernas?ResponderExcluir
Quem pensa isso não sabe nada.
Trabalhei muitos anos lá e não tenho nada para reclamar até pq se fiquei mais de 25 anos na empresa é pq era bom.Não posso sair e ficar falando mal.
Mas essa é só minha opinião respeito a dos outro e não entro em polêmica.
Nada contra quem faz isso, mas eu não faço!
O RBSCOP imitação barata do GLOBOCOP, foi instituído pelo Raul Costa Júnior. Era um helicóptero alugado e com muitas horas de voo que queimva um óleo danado. Volta e meia pousava no Parque Marinha do Brasil para colocar óleo no motor.ResponderExcluir
A cobertura do transito, inicialmente para TV Gaúcha e TV COM foi extendida para a Rádio Gaúcha para dividir os custos operacionais. Pelo que sei o contrato de aluguel não foi renovado depois que o Maurício inventou que poderia ser político. Abs
Previdi: estes dias saiu umas reportagens sobre o litoral, acho que na semana passada, e vi que eles fizeram algumas imagens "rasantes" sobre a praia, com a inscrição na tela do "RBSCop". Agora, se eram novas imagens, ou de arquivo, ai ja não sei....ResponderExcluir
1 - O RBSCop ainda existe... Inclusive, após a Copa do Mundo, transmite imagens HD nos telejornais da RBS TV, vide Bom Dia Rio Grande... É a Rádio Gaúcha que não usa mais, não sei o motivo...ResponderExcluir
2 - A aeronave e os uniformes das aeromoças da Azul estiveram na cor rosa durante o mês de Outubro (Outubro Rosa)... Aliás, graças a Deus, a Azul vai, a cada mês que passa, conquistando maior fatia do mercado aéreo nacional... Aviões novos, confortáveis, e agora, com o novo terminal de Viracopos, começando a realizar voos internacionais,,, E tudo isso sem estar contando com a boa vontade do PT, que insiste em dar privilégios para as "empresas de ônibus com asas" TAM e Gol...
E agora, Maria do Rosário????ResponderExcluir
quinta-feira, dezembro 11, 2014
PF APREENDE MANUSCRITOS EM EMPRESAS ENROLADAS NO PETROLÃO COM LISTA DE NOMES DO PT INCLUINDO A EX-MINISTRA MARIA DO ROSÁRIO
Ex-ministra Maria do Rosário
A Polícia Federal apreendeu documentos nas sedes de duas empresas enroladas no esquema do Petrolão, Queiroz Galvão e Engevix, e encontrou dois manuscritos com nomes, no mínimo, curiosos.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, as principais referências nos papéis encontrados na Queiroz Galvão seriam ao candidato petista derrotado para o governo de São Paulo, Alexandre Padilha, o senador Lindbergh Farias (PT) e Luiz Fernando Pezão (PMDB), que derrotou Lindbergh na disputa pelo governo do Rio de Janeiro.
Outros nomes chamam atenção como “R. Jucá”, mas como o senador Romero Jucá (PMDB-RR) está no meio do mandato, as suspeitas recaem sobre seu filho, Rodrigo Jucá, vice na chapa de Francisco Rodrigues (PSB) ao governo de Roraima.
Na Engevix, a PF encontrou uma outra lista com o nome da ex-ministra dos Direitos Humanos, deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) e de outros deputados e candidatos petistas. Do site Diário do Poder
Não vou entrar no mérito da discussão, mas sou obrigado a concordar com o primeiro comentário no que diz respeito ao "locutor" (?) da RBS, o que sobrou (por enquanto) depois da saída do Fabiano Viegas: o cara é MUITO RUIM!ResponderExcluir
Sem voz, erra entonação, pronúncia e jamais conseguiu estabelecer um padrão. Pior que estive em Santa Cruz do Sul e a voz do ananá pode ser ouvida por lá também.
À propósito, soube que demitiram todos os locutores do interior. Onze famílias atingidas diretamente. O cara que teve essa ideia (de demiti-los), por certo é um grande mau caráter e vai arder no mármore do inferno. Deve ter sido algum gestor comedor de sucrilhos com Nescau.
E, assim, ficou aquela porta com voz de taquara achando que faz locução.
RBS, cada vez pior!
Mas, como vimos, sempre tem um puxa-saco, lógico!
Se não fosse ''locado'' deveriam vender para pagar meus direitos trabalhistas.ResponderExcluir
O fotojornalismo da ZH morreu. A foto da capa é bonita, mas é assinada por alguém "Especial". Em todo 1º caderno só existem fotos de banco de dados, especial ou agência, e nem são "A" foto. Pelo jeito a imagem não diz mais nada. E as letrinhas dizem muito, pena que 90% das letrinhas já foram lidas na internet no dia anterior.ResponderExcluir
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2019-01-19T02:09:18Z
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*Atualizado diariamente até o meio dia.* *Eventualmente, a tarde, notícias urgentes.* **Escreva para [email protected]**
um
**Bom Dia!**especial
Para
**Rick Jardim**, designer, cachorreiro, do bem. E o mais importante: Produziu um trabalho pra mim que vocês vão conhecer ainda neste mês. Dez!! **SABE COMO SE DEFINEM OS NOSSOS GOVERNOS?** **CAGÕES!! SIMPLES: GOVERNOS BUNDÕES!! NÃO?**
15 km de engarrafamento. Responsabilidade dos bundões!
Não existe outra definição para os que permitem, passivamente, o que aconteceu ontem de manhã em Porto Alegre. Cento e poucos vagabundos - vagabundos, porque tomaram as avenidas do Centro da cidade em horário de trabalho - prejudicaram a vida de MILHARES de pessoas. Me admira que nenhum dos prejudicados tenha tido um ataque de fúria!
MEDROSOS, CAGÕES!!
Como é que vão dar papo para uma gente que começa a semana prejudicando as pessoas que têm o direito de se locomover pelas avenidas da cidade?
Ah, claro, para estes governantes do "campo popular" - HAHAHAHAHAHA!!!! UMA BURGUESADA ASQUEROSA!!! - o diálogo é fundamental. Ah, vão passar o próximo final de semana em Punta del Este com a consciência tranquila - "impedimos a reintegração de posse de terras onde estão nossos cumpanheirus".
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A tal da mídia, de certa forma, como é formada por "profissionais conscientes" apoia essa esculhambação e classifica a baderna de "manifestação", "protesto". Esses jornalistas e radialistas conscientes são tão engajados que devem definir uma suruba de "encontro sexual".
No G1:
**"Eu sou uma cidadã, eu trabalho, eu vim a pé desde a ponte do Guaíba. Os ônibus cheios de crianças, idosos passando mal. E olha, por causa de meia dúzia de gente. Tem que resolver, cada um tem seus direitos, mas vamos pensar no direito dos outros", reclamou uma mulher prejudicada pelo protesto.**
Bobagem, os nossos governantes, depois de borrados, já tinham se limpado e desfrutavam de um vigoroso ar condicionado.
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Leiam o absurdo que o G1 registrou:
**Uma parte do grupo fechou a Avenida Mauá, enquanto a restante dos manifestantes bloqueou o acesso ao Túnel da Conceição. Eles realizaram duas liberações no período de uma hora e meia. Cada uma de cinco minutos para passagem dos veículos. A Brigada Militar não interferiu e os próprios integrantes do movimentam decidiriam quem poderia passar.**
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**ALÔ MEDROSOS! ALÔ CAGÕES!!** **NA PRÓXIMA QUINTA VAI TER OUTRA BADERNA, PORQUE TERÁ A REINTEGRAÇÃO DE OUTRA ÁREA, CHAMADA "OCUPAÇÃO CRUZEIRINHO", DO MORRO SANTANA!** **COMPREM MAIS PAPEL HIGIÊNICO, PARA SE BORRAREM A VONTADE!!**
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**POR QUE OS CHEFES DOS BRIGADIANOS NÃO SE CALAM** **AO INVÉS DE JUSTIFICAREM A OMISSÃO?**
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ponto midiático
**NA TORCIDA -**Informa o Rodrigo Mota:
Aos amigos de meu pai,
**Gustavo Mota**, informo q ele sofreu um infarto e está na CTI do Cardiologia. Acreditamos q o pior já passou, mas ainda precisamos das orações dos amigos de fé. Muito obrigado.
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Ele mesmo, o elétrico jornalista Gustavo Mota, um colaborador amigo do Blog do Prévidi.
Estou na torcida e ele está nas minhas orações.
O governador e o Gustavo
-
Ontem à noite conversei com o Rodrigo.
Me contou que desde que começaram as fortes dores no peito,o Gustavo sempre esteve acompanhando tudo. Não perdeu a consciência. Continua o mesmo, debochando até do pepino.
Jamais teve problemas de pressão ou colesterol.
Colocou duas molinhas.
O infarto foi fortíssimo, mas segundo o Rodrigo, vai passar.
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Espero o próximo boletim médico escrito por ele mesmo.
Ontem à noite conversei com o Rodrigo.
Me contou que desde que começaram as fortes dores no peito,o Gustavo sempre esteve acompanhando tudo. Não perdeu a consciência. Continua o mesmo, debochando até do pepino.
Jamais teve problemas de pressão ou colesterol.
Colocou duas molinhas.
O infarto foi fortíssimo, mas segundo o Rodrigo, vai passar.
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Espero o próximo boletim médico escrito por ele mesmo.
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Na TV esta "propaganda" do Grupo RBS deveria ser permitida apenas depois das 22 horas.
É pornografia da pior espécie.
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**VÁ EM FRENTE! -**Bete Duarte, acreditem, **35 anos**no Zero Hora, foi "desligada". Era a editora do caderno de Gastronomia.
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**ESCOLINHA ZH -**No Correio do Povo: **DESPEDIDA DO ÍDOLO**
# Com lágrimas e homenagens, Índio se anuncia aposentadoria-
É que o genial"editor" da capa resumiu o título da matéria:
# Com lágrimas e homenagens, Índio se despede do Inter e anuncia aposentadoria-
Outra da capa do Correio do Povo, hoje de manhã:
# “Abel é o técnico da nossa preferência”, garante Abel--
**ISSO NÃO, MEU GURI! -**Recebo: *O repórter e apresentador do Programa Masbah! (uma cópia do Patrola), do SBT RS, Ivo Schergl Jr, apareceu nesse final de semana com uma camiseta estampando um rapper americano segurando uma arma. Baita profissional esse cara. Além disso, o programa possui um quadro no qual as pessoas tocam ovos na câmera. Baita desperdício.*
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**ALEXANDRE GORDINHO MOTA** **PODIA BALANÇAR SEM ESSA!!**
Olá amigo Prévidi!
Sempre leio sua coluna, para ficar por dentro das novidades do nosso Rio Grande.
Essa semana que passou porém foi um pouco diferente. Estou num desafio bem bacana. Eu e minha equipe na Rede TV Rio, estamos conseguindo trazer um novo momento para a emissora no Rio de Janeiro. Por isso, não consegui ler seu blog. Mas graças a Deus tenho muitos admiradores do meu trabalho desde o tempo do rádio aí no Sul.
Recebi várias mensagens sobre as ofensas do apresentador Alexandre Mota, que foi um grande comunicador quando focava em seu trabalho ao invés de olhar o que faz o vizinho. Enfim, é lamentável que um apresentador que foi bem recebido pelos gaúchos, use seu espaço para agredir profissionais, colegas e emissoras concorrentes como se fosse o rei de toda moral.
Nem vou perder meu tempo, para isso tenho um advogado que cuidará de cada passo, cada calúnia, difamação e constrangimento causado por esse rapaz. Jamais lhe escrevi qualquer informação a respeito do que acontece ou deixa de acontecer aí na redação da Record RS. Até porque não estou aí, e não tenho qualquer informação a respeito. A única informação que me chega, é que o Balanço Geral RS está em terceiro lugar perdendo cada vez mais sua audiência. Talvez por isso o desespero desse rapaz, quando grita e baba no ar procurando encontrar algum responsável por estar vivendo seu inferno astral. Quando deveria procurar em suas próprias atitudes. Temos que aprender com os próprios erros, é assim que amadurece o ser humano. Esse é meu exercício diário. Mas para isso temos que ser homens de verdade e termos humildade.
O telespectador Gaúcho não é bobo, recebe a todos de braços abertos e aplaude aqueles empreendedores que façam a diferença. Isso não significa usar esse povo, para suas ninharias particulares. Você mesmo Prévidi, é a prova disso. Um Carioca que ama o RS, e tem uma audiência estupenda em seu blog. É por tudo isso que o citado comunicador, perdeu aquilo que recebeu dos gaúchos de coração, a confiança e o prestígio. É sabido que o gaúcho não aprova baixarias em épocas de eleição. Não irá aprovar no seu dia a dia com sua família na frente da TV.
Um comunicador que usa um veículo para agredir e difamar profissionais e colegas, emissoras concorrentes etc.
Em atos covardes, pois sabe que não estou aí para responder, quando te encontra em eventos sorri falsamente. Não é capaz ou homem o suficiente para dizer o que pensa. Não merece meu respeito e minha admiração.
Não sei porque causo "febre" nesse cidadão a mais 1600km de distância.
Cuide da sua audiência que despenca a cada dia, Alexandre Mota.
Estou num momento muito feliz, novo desafio dando resultado. Minha segunda filha está chegando (esposa está fechando 37 semanas de gestação), de uma esposa que é uma parceira de 17 anos, no bom e no momento ruim. Uma mulher espetacular!
Para encerrar, tenho piedade (pena é um sentimento de quem se acha superior aos outros, recheado de mágoa) desse cidadão! Parabéns pela sua audiência mais uma vez Prévidi!!
Grande abraço desse Cariúcho!
Rogério Forcolen
* * * * *
ponto da reflexão
**Tem que privatizar tudo. Caso contrário, a roubalheira vai continuar!** **Fábio Marçal, jornalista, da Rádio Guaíba, Brasília**
* * * * *
ponto g
**PORTO ALEGRE É DOS BUROCRATAS! DOS BUNDÕES!!**
No Correio do Povo:
# Piscinas públicas devem abrir na segunda quinzena de janeiro
Média é de 20 mil usuários durante o verão em Porto Alegre(Claro, óbvio, para os imbecis o calor começa mesmo em janeiro)
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Notaram como está bonita a decoração natalina de Porto Alegre?
(Nem em maquete tem enfeite!)
Sim, encontrei uma!!
HAHAHAHAHAHAHA!!!!!!!!!!
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Olha essa outra, também do Correio do Povo:
SAÚDE
# SMS limita internações no hospital Parque Belém(Pura implicância do neurastênico secretário da Saúde, o querido da Prefeitura de Porto Alegre)
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Mais uma do CP:
ORLA DO GUAÍBA
# Porto Alegre busca empréstimo de R$ 238 milhões para revitalização( Grana para terminar as dezenas de obras paradas? Nem pensar!!)
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**UM "MAGISTRADO" JOINHA!**
Na Folha de S. Paulo:
O juiz Marcelo Testa Baldochi, da comarca da cidade de Senador La Roque, no Maranhão, deu voz de prisão a três funcionários do check-in da companhia aérea TAM no aeroporto de Imperatriz (630 km de São Luís) na noite de sábado (6).
Segundo depoimento dos funcionários, o magistrado quis embarcar em um avião da companhia aérea após o encerramento dos procedimentos para embarque.
Ao ter o acesso à aeronave negado, o juiz deu voz de prisão aos funcionários e chamou a Polícia Militar. Os trabalhadores da TAM foram encaminhados para uma unidade da Polícia Civil no centro de Imperatriz (MA).
Os três funcionados foram ouvidos e liberados. O magistrado não prestou depoimento e embarcou em outro voo no mesmo aeroporto.
O caso será investigado pela 3º Delegacia de Polícia de Imperatriz.
O juiz Marcelo Baldochi não foi localizado pela Folha.
Em nota, a TAM informou que "segue todos os procedimentos de embarque regidos pela legislação do setor" e que "está colaborando e prestando todos os esclarecimentos às autoridades".
**"MAGISTRADO" GENTE FINA**
Em dezembro de 2008, o juiz Marcelo Testa Baldochi entrou para a "lista suja" de empregadores acusados pelo Ministério do Trabalho de submeter trabalhadores à situação análoga à escravidão. Seu nome foi retirado da versão do cadastro atualizada no ano seguinte.
Baldochi foi incluído na "lista suja" após o Ministério do Trabalho ter localizado, em 2007, um grupo de 25 trabalhadores em situação degradante nas terras do magistrado.
Na época, o juiz disse que houve "abuso" por parte da fiscalização e que "nunca houve" trabalho análogo à escravidão em sua propriedade.
* * * * *
ponto da piadinha
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*ESTA É A DA SEMANA!* **ESCOLA FLÁVIO OBINO, EX-PRESIDENTE DO GRÊMIO**
(Aquele que disse, no dia em que ficou definida a ida do Grêmio para a segunda divisão: "Pelo menos temos um ônibus zerinho e um site novo")
*Luigi diz que Beira-Rio foi seu "grande título"*
* * * * *
ponto final
E o pior Previdi é que foi suspensa a reintegração de posse por um magistrado do 2° grau. Agora, se você for processado, pode, em tese, na hora de execução da sentença, reunir uns amigos, trancar o trânsito e esperar uma folga que certamente o judiciário te dará. É o fim.ResponderExcluir
Um abraço
Hermes Dutra
Caro leitores,como tudo começou estas acusações entre o Motta e o forcolen?ResponderExcluir
Me confesso tão perdido nessa história quanto você e muitos mais, Felipe...Excluir
Não se é este o time certo, mas depois que li aqui no blog que o gordinho esta mais fresco do que já era, só dando bola cumprimentando gente que puxava o saco dele, que havia se "bandiado" de vez pra IURD, foi o inicio de tudo.. Ele (o Motta) achou que foi o Forcolen que repassou tais informações da interna da Record ao Previdi... Ah o "Anônimo" se fez necessário para escrever a resposta.Excluir
Na qualidade de cidadão consciente e honesto, gostaria de registrar minha INDIGNAÇÃO para com a atitude dos responsáveis pela manutenção da lei e ordem. Não, eu não estava em P. Alegre na tarde de ontem. Porém, pelo sentimento de solidariedade e, claro, por saber como funcionam as coisas em sociedade, achei para lá de lamentável a situação envolvendo pessoas que não tiveram seu direito de ir e vir assegurado. E, pior ainda, igualmente me impressionou a passividade por parte das autoridades. Desnecessario dizer que as pessoas envolvidas no IMPEDIMENTO do trânsito mereceriam ser autuadas e indiciadas. Porém e, de acordo com este blog, informações em jornais e outras fontes de informação, não se tem notícia de que a polícia, a BM ou qualquer outro órgão público tenha interpelado as pessoas que protogonizaram o já citado ‘impedimento do direito de ir e vir’.ResponderExcluir
Eu compartilho da indignação do José Prévidi e, claro, dos demais conterrâneos que ficaram presos, o mesmo acontecendo com o relato da cidadã que foi obrigada a caminhar desde a ponte do Guaíba. Como pode tal fato, senhores gestores? Como pode tamanho escárnio diante das autoridades? Como pode alguém colocar em risco toda a circulação de veículos? Como é possível alguém fazer o que fez por mais de duas horas numa rodovia de acesso, sem ser detido pelo policiamento? E, depois, zombar da população com essa lamentável demonstração de exibicionismo?
Longe de mim querer criticar aqui o trabalho das autoridades. A intenção deste recado é outra. É perguntar, apenas: no futuro, o que pode ser feito em caso de similar manifestação? Os autores ficaram impunes? Pior ainda, a população será novamente obrigada a conviver com tal problema?
Atenciosamente,
Paulo McCoy
Jornalista & Pesquisador de Automobilismo.
PS: Acho que todo mundo aqui deveria fazer algo parecido – escrever carta de protesto e indignação. Vamos ver se teremos respostas. Sinceramente? Duvido. Mas temos obrigações, como cidadãos. Uma delas é não ficar em silêncio diante de episódios como esse.
Desculpe, Prévide, mas estás meio nazistão hoje. O seu Adof chegou ao poder quase com estes ataques contra menores, no caso dele judeus e contra os movimentos sociais, no caso dele os bolcheviques.ResponderExcluir
Os judeus poloneses e comunistas sovieticos dizimaram os alemães que ainda moravam no corredor de Danzig (território polonês que liga Alemanha e Austria), resistentes a mudança que estava no acordo de Versalhes de 1919.. fato este que acabou sendo o estopim para a 2ª Guerra.. Então amigo estes "menores" que referes não são tão menores assim..Excluir
Previdi, meu caro.ResponderExcluir
Há meses uma dúvida me atormenta: o que aconteceu com o helicóptero da RBS, o tal RBS cop (nome sofrível?).
Já estava acostumado a der acordado pelo seu barulho inconveniente sobre nossas cabeças, sobrevoando a cidade, trazendo notícias do trânsito e imagens belas para encerrar os telejornais da TV.
Quem não lembra do Mauro Saraiva Júnior, fazendo frequentes intervenções aéreas em todas emissoras do Grupo? Teria o Mauro levado a aeronave com ele, quando saiu?
E os boletins do trânsito, da Rádio Gaúcha, nunca mais tiveram entradas ao vivo, aéreas, porquê?
Aliás, por falar nisso, nem mesmo os boletins feito das unidades móveis (carros) são os mesmos. Frequentemente ouço as informações do trânsito transmitidas dos estúdios da Érico Veríssimo, com dados dos perfias da EPTC nas redes sociais.
Foi a crise, não tem mais helicóptero nem viatura?
Tá feia a coisa, hein?!
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2019-01-19T02:11:30Z
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**Publicado em 20/06/2013**
"E'sse vídeo foi gravado de um celular (desculpa). Mostra a plenária do senado no momento das manifestações na frente do congresso do dia 20/06/13. No momento só tinha em torno de 5 senadores, entre eles Randulfo Alves e Ana Amélia, os únicos corajosos que toparam ficar enquanto o couro comia lá fora. Todos os outros, inclusive o presidente da casa, Renan Calheiros, estavam com os rabinhos entre as pernas e fugiram. O Senador Cristovam deu uma resposta quando indagado sobre baderna na manifestação. A baderna é gerada dentro do congresso e passada para povo."Anderson Moreira
♥Beijinhos...Fé...Amor...Paz!♥
~¸.•*´¯)✿ *˘◡˘* ♥Marcia Valeria.♥♥
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2019-01-23T19:43:16Z
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ANTI-FASCISTA
Na jamaica até o fim dos anos 50, quase toda musica popular era uma cópia do som norte americano. Nessa época o ska apareceu e foi uma revolução musical para o país.
o estilo agitado e o fato de ser novidade fez o ska garantia de publico.
as festas da periferia de lá eram na maioria das vezes, do tipo sound system,
um esquema onde o aparelho de som comum era ligado a potentes caixas de som (por causa dos altos custos de aparelhos especificos e porque permitia que elas não dependessem de clubes especificos ou lugares fixos) a jamaica, assim como em varios lugares do mundo, também teve seus machões desordeiros, que frequentavam as tais festas suburbanas de kingston. O reconhecimento desses badboys só serviu para eles se tornarem obsessivos em sustentar uma imagem de elite-da-periferia malvada, afinal a maioria era até pouco tempo atras desempregado, pobre e frustrado.
entrar com a gangue nas festas para causar confusão, se envolver com o trafico de drogas para ganhar respeito, agredir pessoas nas ruas e outros foram se tronando os principais passatempos dessa gente. A fama de arrumarem confusão nas festas aumenta quando muitos organizadores contratam as gangues param arrumarem tumultos nas festas concorrentes.
e logo não só os organizadores de festa com "espirito de porco", as os politicos tambem.
havia muita agitação politica na jamaica nessa epoca, ela se tornou independente da inglaterra bem nesse momento, em 1962. Geralmente pagos com armas muitos desses garotos se tornavam gangsters no sentido literal, ameaçavam rivais, em geral politicos, dos seus contratantes. Mas como sempre, muitas pessoas se encantam com essa "marginalidade" e criam a imagem de cowboy, os herois fora da lei, porque ess geração de badboys tinha um jeito disntinto de se vestir, de dançar e era temida por todos.
muita gente começou a imita-los,e o que era antes chamado de roughneck, gare trasher, rude boy como sinônimo de baderneiro, se tornou em pouco tempo o movimento rude boy com seu proprio jeito de dançar ska (imitando os "malandros" norte americanos da decada de 40 e 50), o proprio jeito de vestir calças curtas com a meia a vista e camiseta polo, numa "elegancia marginal", no meio dos anos 60 a maioria das músicas skaa eram cheias de referencias aos rudies. quando realmente se tornou um fenomeno "subcultural" alguns artistas jamaicanos viajaram para a inglaterra e por lá difundiram o ska. As letras sobre o heroismo dos rudies, fez com que alguns ingleses negros da classe baixa se encantassem e criassem sua "própria versão", influenciando e sendo influenciado pelo estilo de seu "irmão branco", que também adorava ska e soul, o mod. E é no meio dessses dois grupos que surgem os primeiros skinheads, brancos e negros.
os herois rudies e os skinheads espancavam hippies nos ans 60, enquanto eles fodiam com toda a pespectiva do povo jamaicano se livrar da exploração branca colonialista, aumentando o mercado de armas, espancando imigrantes, causando insegurança na população e trabalhando para politicos canalhas, os primeiros hippies enfrentavam coqueteis molotov da Ku Klux Klan ao lado de afro-americanos para que ambos tivessem ao menos o direito de usar mesmos bebedouros, banheiros, escolas e assentos de onibus. "Hoje" os skinheads querem se transformar em martires e principais lutadores pela igualdade racial. No minimo patetico.
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2019-01-23T07:14:04Z
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http://simonecampos.blogspot.com/2009/
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Os pais não querem traumatizar os filhos dizendo não (ou não querem ter esse trabalho) ou impondo restrições - por exemplo, andai pelo shopping e verás pais distraídos batendo papo enquanto crianças barbarizam no degrau seguinte da escada rolante. Isso sempre existiu, mas antigamente, quando a mãe se dava conta, puxava a criança pela camisa para perto, morrendo de vergonha; hoje, você tem que reclamar para a mãe te dirigir um olhar de supremo desdém e continuar a conversa com a outra mãe - ou dizer casualmente "Pára, Paulinho" (sem ser ouvida nem obedecida), ou ainda "eu, hein, eles não tão fazendo nada".
Acho que estamos nos tornando um mundo de bananas, onde ninguém quer punir porque não tem colhões pra admitir que é capaz de fazer sofrer, e nem que frustração forma o caráter. Mas essa pirralhada sem limites cresce, e aí (depois de um ambiente escolar infernal) temos uma sociedade sem contrato, onde as pessoas fazem burradas primárias umas contra as outras e ninguém as pune por isso - e nem mesmo se afasta delas por isso. Mas em situações de confronto, um adulto babaquinha acaba ferindo outro adulto babaquinha onde dói. Resultado: os traumas são vividos com maior intensidade, só que na idade adulta. Aí o mundo da pessoa desaba e talvez alguém receite remedinhos para ela se sentir melhor. Tenho visto cada vez mais isso.
Comentário feito a isso aqui, aumentado para ficar com tamanho de post.
## 21.12.09
## 8.12.09
### creeps me out
Sabe o que me dá arrepios? Sambas que antropomorfizam o samba - aqueles que fazem o ouvinte pensar no samba como uma pessoa. Por exemplo:
"Eu sou o samba/Sou natural aqui do Rio de Janeiro"
(em primeira pessoa!)
ou
"Quem nasce lá na Vila/Nem sequer vacila/Ao abraçar o samba"
ou
"É que o samba chegou agora"
ou
"Não deixa o samba morrer"
ou
"Disseram que o samba se perdeu/Onde será que ele está?"
Mas o campeão de creepiness é com certeza
"O samba ainda vai nascer/O samba ainda não chegou"
Como assim, um samba sobre a presente inexistência do samba? Lemniscata, dude.
Me dá um medo. Serinho. Como se não bastasse, quase todos eles (e outros) falam de uma tristeza enorme a reboque dessa tal pessoa-samba.
Felizmente, Rogério Skylab compartilha da minha estranheza, senão não teria criado essas duas pérolas:
"Não deixa não, o samba morrer/O samba chegou/o samba é você."
e
"O samba é totalmente nerd."
Com tudo isso, não faço a mínima questão e conhecer essa pessoa, seja lá quem ela realmente for.
"Eu sou o samba/Sou natural aqui do Rio de Janeiro"
(em primeira pessoa!)
ou
"Quem nasce lá na Vila/Nem sequer vacila/Ao abraçar o samba"
ou
"É que o samba chegou agora"
ou
"Não deixa o samba morrer"
ou
"Disseram que o samba se perdeu/Onde será que ele está?"
Mas o campeão de creepiness é com certeza
"O samba ainda vai nascer/O samba ainda não chegou"
Como assim, um samba sobre a presente inexistência do samba? Lemniscata, dude.
Me dá um medo. Serinho. Como se não bastasse, quase todos eles (e outros) falam de uma tristeza enorme a reboque dessa tal pessoa-samba.
Felizmente, Rogério Skylab compartilha da minha estranheza, senão não teria criado essas duas pérolas:
"Não deixa não, o samba morrer/O samba chegou/o samba é você."
e
"O samba é totalmente nerd."
Com tudo isso, não faço a mínima questão e conhecer essa pessoa, seja lá quem ela realmente for.
## 3.12.09
### "Quero coisas impossíveis, como toda mulher" (Dahmer)
A sorte de ser anormal é que você não passa pelas fases chatas de ideal masculino por que a maioria das meninas passa. Se apaixonar pelo amigo magro e sem pêlos que não intimida; depois pelo amigo gay, com ou sem pêlos; professor, homem mais velho, intelectual (yawn); na hora da revisão existencial, um framenguista doente ou fetichista; depois, já balzaquiana/quarentona, os novinhos. E variações em torno disso.
Sendo anormal você sabe exatamente o que quer, sempre soube, só que não existe. Você quer o impossível. Você quer um viking intelectual.
Até que, um belo dia, existe. E você fica achando: ecce homo, para quê o resto? Ficcionalmente falando acho muito chato, mas é bom de viver. Mão na roda.
Quando li Iracema, entendi a menina. Eu também era uma espécie de virgem vestal com prazo de validade e gosto exótico.
Sendo anormal você sabe exatamente o que quer, sempre soube, só que não existe. Você quer o impossível. Você quer um viking intelectual.
Até que, um belo dia, existe. E você fica achando: ecce homo, para quê o resto? Ficcionalmente falando acho muito chato, mas é bom de viver. Mão na roda.
Quando li Iracema, entendi a menina. Eu também era uma espécie de virgem vestal com prazo de validade e gosto exótico.
postado por Unknown em 3.12.09
Marcadores: diarinho, duenssa, filosofada, quadrinhos, sexo, sibila
## 25.11.09
### Emília
O personagem moralmente reprovável, mas irresistível, é um recurso usado pela literatura do mundo todo, mas no Brasil ele vira uma pedra angular. Basta pensar em Nelson Rodrigues - que, pelo óbvio ululante, nem vou desenvolver - e em Monteiro Lobato. De que seria sua obra infantil sem Emília? E, no entanto, é uma bonequinha egoísta, ambiciosa, arrivista, preconceituosa, orgulhosa etc. etc. etc. "São esses os valores que queremos ensinar aos nossos filhos?" Vocês eu não sei, mas eu não encaro livro só como exemplo direto de comportamento; pode ser só ficção, gostoso de ler; pode ser anti-exemplo; pode ser que a criança imite a Emília um tempo, nos aspectos bonitinhos. Mas não é só isso: Emília é eminentemente brasileira, só que sem hipocrisia.
Isso funciona como a violência catártica dos contos de fada: viver aquilo por procuração conta como experiência. Vendo o mal sem disfarces, a criança aprende a distinguir suas formas mais tênues, hoje tão em voga. Proibir qualquer coisa que remotamente cheire a mal parece com superproteção, mas na verdade desprotege a criança contra um mundo cheio dele, e, se ela nasceu com um talento especial para o mal, certamente isso não impedirá que ela o aproveite. Hoje em dia as pessoas não são mais reprimidas - também acho desnecessário desenvolver -, ou melhor, só se reprimem quando acham que vai pegar mal. As pessoas também não se manifestam/defendem/apartam dos linchadores de inocentes ao verem algo reprovável só porque têm medo de serem excluídas. Oras, até pela bunda-molice onipresente, ninguém vai ter peito pra te excluir só porque você falou a verdade. É capaz até de começarem a gostar de você. Vai fundo!
Isso aprendi com a Emília e o JP.
Ah, a propósito: carioca É porco.
Isso funciona como a violência catártica dos contos de fada: viver aquilo por procuração conta como experiência. Vendo o mal sem disfarces, a criança aprende a distinguir suas formas mais tênues, hoje tão em voga. Proibir qualquer coisa que remotamente cheire a mal parece com superproteção, mas na verdade desprotege a criança contra um mundo cheio dele, e, se ela nasceu com um talento especial para o mal, certamente isso não impedirá que ela o aproveite. Hoje em dia as pessoas não são mais reprimidas - também acho desnecessário desenvolver -, ou melhor, só se reprimem quando acham que vai pegar mal. As pessoas também não se manifestam/defendem/apartam dos linchadores de inocentes ao verem algo reprovável só porque têm medo de serem excluídas. Oras, até pela bunda-molice onipresente, ninguém vai ter peito pra te excluir só porque você falou a verdade. É capaz até de começarem a gostar de você. Vai fundo!
Isso aprendi com a Emília e o JP.
Ah, a propósito: carioca É porco.
## 12.11.09
O meu problema é que nunca consegui ser muito brasileira. Sou inglesa demais (ou oriental, preferem alguns). Por algum motivo, as coisas de que os outros brasileiros gostam me deprimem.
Concurso público: brasileiros acham ótima a estabilidade no emprego. Eu acho o quê?? Sísifo pelo menos fazia um pouco de exercício e ficava ao ar livre.
Ser cantada na rua: brasileiros acham que todo mundo ganha: o rapaz, que exerce sua masculinidade de forma saudável e vê uma forma bonita, e a moça, que tem sua auto-estima reforçada. Eu acho que o rapaz é um bronco em não ver que meu caso é diferente e que, se auto-estima precisa de um pedreiro pra funcionar, simata de uma vez.
Jogo de futebol: brasileiros acham divertido gritar MENGOOO! PORRA! e soltar fogos pela janela à meia-noite. Fico tentada a soltar fogos durante jogos não-tradicionais, seja no fuso horário que for, para ver se não incomoda mesmo. Fórmula 1. Tênis. Lacrosse.
Permissividade: brasileiros toleram comportamentos tipo chegar tarde, aumentam a nota "uns pontinhos", dão "um jeitinho" e uma "passadinha" na festa. Lá pelos meus seis anos, exigi a abolição do diminutivo da língua portuguesa - ou pelo menos do trato comigo - em parte por causa disso.
Birita: brasileiro acha que beber é subversivo e revolucionário. Eu acho OK beber, até cair se você achar necessário (gloriosa Escócia!), mas essa mentalidade é extremamente adolescente. Soltar elucubrações sobre as marcas que você bebe ou como beber é bom ou contar seu coma alcoólico não vai me impressionar. Você é Baco? Noé? Inventou o vinho? Então não é original já faz uns milênios. Calaboca.
Barulho demais, desordem demais, falta de cultura demais. Gosto de chá. Não gosto de hipocrisia. Lassidão e baderna, só nos horários e locais predeterminados com pessoal autorizado, e aí me entrego com gosto; de resto, no loitering.
Pelo menos não posso reclamar da falta de material literário.
Concurso público: brasileiros acham ótima a estabilidade no emprego. Eu acho o quê?? Sísifo pelo menos fazia um pouco de exercício e ficava ao ar livre.
Ser cantada na rua: brasileiros acham que todo mundo ganha: o rapaz, que exerce sua masculinidade de forma saudável e vê uma forma bonita, e a moça, que tem sua auto-estima reforçada. Eu acho que o rapaz é um bronco em não ver que meu caso é diferente e que, se auto-estima precisa de um pedreiro pra funcionar, simata de uma vez.
Jogo de futebol: brasileiros acham divertido gritar MENGOOO! PORRA! e soltar fogos pela janela à meia-noite. Fico tentada a soltar fogos durante jogos não-tradicionais, seja no fuso horário que for, para ver se não incomoda mesmo. Fórmula 1. Tênis. Lacrosse.
Permissividade: brasileiros toleram comportamentos tipo chegar tarde, aumentam a nota "uns pontinhos", dão "um jeitinho" e uma "passadinha" na festa. Lá pelos meus seis anos, exigi a abolição do diminutivo da língua portuguesa - ou pelo menos do trato comigo - em parte por causa disso.
Birita: brasileiro acha que beber é subversivo e revolucionário. Eu acho OK beber, até cair se você achar necessário (gloriosa Escócia!), mas essa mentalidade é extremamente adolescente. Soltar elucubrações sobre as marcas que você bebe ou como beber é bom ou contar seu coma alcoólico não vai me impressionar. Você é Baco? Noé? Inventou o vinho? Então não é original já faz uns milênios. Calaboca.
Barulho demais, desordem demais, falta de cultura demais. Gosto de chá. Não gosto de hipocrisia. Lassidão e baderna, só nos horários e locais predeterminados com pessoal autorizado, e aí me entrego com gosto; de resto, no loitering.
Pelo menos não posso reclamar da falta de material literário.
## 11.11.09
### É o calor sim
Hoje tomei uma decisão. Passei os arquivos de trabalho para o laptop e me tranquei no quarto com ar-condicionado. Me rendi porque o trabalho não estava rendendo nada nesse calor nublado e pegajoso que é muito pior que sol aberto. Adivinha se aqui não estou pensando muito melhor - muito mais rápida e claramente - e produzindo que é uma beleza.
Só fico pensando em quantos professores de Ensino Médio não advogavam aquela ideia de que o clima tropical úmido não tem nada a ver com brasileiro não gostar de trabalhar. E em quantos não tentaram instilar que brasileiro é um povo trabalhador, nada preguiçoso, que Macunaíma é um ultraje etc. etc. etc. Sei. Ainda estou para ver um deles topar corrigir prova no meio da Mata Atlântica. E, pela minha curta experiência em escritório, brasileiro é um povo que fica no trabalho muito tempo - até ganhando hora extra - sem necessariamente trabalhar. Isso em uma empresa privada. No serviço público, nem se fala.
Só fico pensando em quantos professores de Ensino Médio não advogavam aquela ideia de que o clima tropical úmido não tem nada a ver com brasileiro não gostar de trabalhar. E em quantos não tentaram instilar que brasileiro é um povo trabalhador, nada preguiçoso, que Macunaíma é um ultraje etc. etc. etc. Sei. Ainda estou para ver um deles topar corrigir prova no meio da Mata Atlântica. E, pela minha curta experiência em escritório, brasileiro é um povo que fica no trabalho muito tempo - até ganhando hora extra - sem necessariamente trabalhar. Isso em uma empresa privada. No serviço público, nem se fala.
## 9.11.09
### Na companhia de babacas
Sobre a Uniban e gostosas tentando se ilustrar, pensei o seguinte:
Quando eu tinha 13 anos e, da noite pro dia, fiquei gostosa, considerei mentalmente esta nova opção: entretenimento adulto. Até então, eu parecia destinada a ser nerd, mas naquele ponto poderia escolher entre uma carreira de nerd e uma carreira de gostosa.
Não suportava ter que ser interessante para a massa. Se eu fosse tentar a carreira bas-fond, certamente eu miraria nos generais, não nos soldados (Dietrich mode on). MAS...
O ponto decisivo para continuar investindo (pondo os XP points) na nerdice foi a companhia. Eu detestava os zé-punhetas da minha sala. Agora, imagine uma profissão que transforma homens crescidos em babões de 13 anos, tenham a inteligência ou a posição social que tiverem. No fundo foi por isso que desisti da carreira no entretenimento adulto em favor da nerdice, e não por um motivo moral mais elevado (e certamente não pelas recompensas financeiras, heh).
Acontece que o buraco é mais embaixo. O macho brasileiro ainda não trabalha nas duas fases, mulher bonita E inteligente. Resultado: há intelectuais que conversam muito direitinho com outros portadores de pênis, mas quando uma menina bonita entra no palco, só usam a gente como escada-zorra-total. Numa metáfora voleibolística: não levantam a bola para a gente cortar, ressentidos como Irmãs Cajazeiras. Talvez porque aquelas ali não caiam fácil na lábia.
Quando eu tinha 13 anos e, da noite pro dia, fiquei gostosa, considerei mentalmente esta nova opção: entretenimento adulto. Até então, eu parecia destinada a ser nerd, mas naquele ponto poderia escolher entre uma carreira de nerd e uma carreira de gostosa.
Não suportava ter que ser interessante para a massa. Se eu fosse tentar a carreira bas-fond, certamente eu miraria nos generais, não nos soldados (Dietrich mode on). MAS...
O ponto decisivo para continuar investindo (pondo os XP points) na nerdice foi a companhia. Eu detestava os zé-punhetas da minha sala. Agora, imagine uma profissão que transforma homens crescidos em babões de 13 anos, tenham a inteligência ou a posição social que tiverem. No fundo foi por isso que desisti da carreira no entretenimento adulto em favor da nerdice, e não por um motivo moral mais elevado (e certamente não pelas recompensas financeiras, heh).
Acontece que o buraco é mais embaixo. O macho brasileiro ainda não trabalha nas duas fases, mulher bonita E inteligente. Resultado: há intelectuais que conversam muito direitinho com outros portadores de pênis, mas quando uma menina bonita entra no palco, só usam a gente como escada-zorra-total. Numa metáfora voleibolística: não levantam a bola para a gente cortar, ressentidos como Irmãs Cajazeiras. Talvez porque aquelas ali não caiam fácil na lábia.
postado por Unknown em 9.11.09
## 29.10.09
### Tulipas
Arregimentados meus primos, comecei a combinar como seria a peça. O palco seria o chão da casa demolida. O barraquinho de ferramentas seria nosso camarim. Separamos apetrechos como jornal, cadeira, enxada etc. Carregamos as cadeiras da cozinha para o antigo pórtico. Roubamos uma corda do varal para ser a cortina, além de um par de lençóis já sujos. Cobramos 100 caraminguás (quem lembra a moeda de 1991?) dos adultos, que se sentaram com cara de expectativa sob o arco da casa demolida.
O primeiro ato correu às mil maravilhas. Representamos sob a minha direção. O final não estava combinado, mas eu não tinha peias de recorrer a um deus ex machina caso necessário. Conseguimos segurar a atenção dos irrequietos adultos. Fomos aplaudidos.
O segundo ato correu um pouco pior, com murmúrios da plateia. E faltava eu definir como seria o final. Eu hesitei, enquanto a assistência reclamava da demora. Mandei servir o refresco.
Meu primo menor estava com uma cara insatisfeita, e, no intervalo, decretou que, no próximo ato, faríamos o seguinte: ele começaria sozinho no palco, sentado, lendo um jornal, quando se depararia com a notícia de que seu filho foi sequestrado (cena que reconheci imediatamente como inspirada no início de um episódio de Chaves, além de dramaticamente implausível). Tentei protestar: a peça não era sobre isso; não tinha nada a ver com o que tinha sido feito antes; ele replicou que, do jeito que estava, "tava muito chato". A cortina se abriu, ele fez o que tinha inventado à revelia e depois começou a improvisar com seu irmão, que falava para dentro e rápido; as pessoas da plateia começaram a conversar. Eu desisti, deprimida.
Hoje, sob a casa demolida, plantei tulipas. Apenas a branca floresceu uma vez, repolhuda e nada parecida com uma tulipa. Margot Tenenbaum e Briony também são impossíveis em solo nacional.
O primeiro ato correu às mil maravilhas. Representamos sob a minha direção. O final não estava combinado, mas eu não tinha peias de recorrer a um deus ex machina caso necessário. Conseguimos segurar a atenção dos irrequietos adultos. Fomos aplaudidos.
O segundo ato correu um pouco pior, com murmúrios da plateia. E faltava eu definir como seria o final. Eu hesitei, enquanto a assistência reclamava da demora. Mandei servir o refresco.
Meu primo menor estava com uma cara insatisfeita, e, no intervalo, decretou que, no próximo ato, faríamos o seguinte: ele começaria sozinho no palco, sentado, lendo um jornal, quando se depararia com a notícia de que seu filho foi sequestrado (cena que reconheci imediatamente como inspirada no início de um episódio de Chaves, além de dramaticamente implausível). Tentei protestar: a peça não era sobre isso; não tinha nada a ver com o que tinha sido feito antes; ele replicou que, do jeito que estava, "tava muito chato". A cortina se abriu, ele fez o que tinha inventado à revelia e depois começou a improvisar com seu irmão, que falava para dentro e rápido; as pessoas da plateia começaram a conversar. Eu desisti, deprimida.
Hoje, sob a casa demolida, plantei tulipas. Apenas a branca floresceu uma vez, repolhuda e nada parecida com uma tulipa. Margot Tenenbaum e Briony também são impossíveis em solo nacional.
Quando eu era pequena, era sujeita a longas ausências, inclusive enquanto falava com outras pessoas, adultas ou não, em que meu olho parava em algum detalhe inócuo e lá permanecia por cerca de 30 segundos a 2 minutos. Era como se meu cérebro estivesse cansado - não cansado-sem-energia, mas cansado do esforço específico da comunicação interpessoal, que pra mim sempre foi muito difícil.
Logo notei que as ausências não aconteciam somente quando eu estava acompanhada. Às vezes eu estava assistindo televisão, ou simplesmente contemplando a tardinha cair e os detalhes da sala mudarem de cor à medida que isso acontecia, quando, de repente, eu perdia a fixação na realidade objetiva. Eu me sintonizava em outra onda. Quando voltava, percebia estar mirando fixamente a treliça da sala, que, de tão intensamente perscrutada, revelava uma profundidade 3D. Hoje isso acontece com a Montanha.
Hoje isso acontece na rua.
A capacidade intelectual aumentou. Prefiro escolher companhias com quem me comunique em um nível mais profundo (profundo talvez não seja a palavra, mas não sei de melhor) e possa falar como se estivesse tratando comigo mesma. A essas pessoas pareço muito inteligente. Às demais, pareço retardada, aparvalhada, doente, enigmática, hermética, essas coisas. Daqui, parece-me que sou sempre bem clara.
Logo notei que as ausências não aconteciam somente quando eu estava acompanhada. Às vezes eu estava assistindo televisão, ou simplesmente contemplando a tardinha cair e os detalhes da sala mudarem de cor à medida que isso acontecia, quando, de repente, eu perdia a fixação na realidade objetiva. Eu me sintonizava em outra onda. Quando voltava, percebia estar mirando fixamente a treliça da sala, que, de tão intensamente perscrutada, revelava uma profundidade 3D. Hoje isso acontece com a Montanha.
Hoje isso acontece na rua.
A capacidade intelectual aumentou. Prefiro escolher companhias com quem me comunique em um nível mais profundo (profundo talvez não seja a palavra, mas não sei de melhor) e possa falar como se estivesse tratando comigo mesma. A essas pessoas pareço muito inteligente. Às demais, pareço retardada, aparvalhada, doente, enigmática, hermética, essas coisas. Daqui, parece-me que sou sempre bem clara.
## 28.10.09
## 20.10.09
### filme de terror: La Lama
Acaba de sair o número um da revista Lama, em que entrei com O Aleph de Botafogo. Ficou um conto bem light, exceto por ter aberto uma exceção para mim bem violenta: me usar como personagem. Quem acompanha isso aqui deve ter noção de como isso me aterroriza. Felizmente, minha insânia não foi tão longe: tudo o que acontece no conto é pura lorota. Fiz até um vídeo para elucidar:
postado por Unknown em 20.10.09
Marcadores: arte, autodivulgação, bizarro, influenza, literatura, nerdice, pop, scifi, trash
## 12.10.09
### negentropia
Todo o contato prematuro e próximo que tive com o mal, e mais do que com o mal, com a entropia e como a sociedade a trata, me faz considerar certos temas em literatura chatíssimos. Quanta frioleira! Eu quero a verdade. Eu quero o que é real. Por isso mesmo sou fã de ficção. O trabalho de mentir para realçar a realidade vem sido substituído por falar a verdade para melhor mentir, o que explica tanta autobiografia fuleira.
A proximidade da entropia tolerada com a encarcerável é que me arrepia. As coisas se estragam e pouca gente se dispõe a cuidar delas. Preferem criar coisas novas do zero e abandonar o que ainda amam do que revivê-lo - dá trabalho consertar. Uma criança, por exemplo. Ou uma cidade.
Você já parou de andar com alguém porque a pessoa ofendeu uma convicção fundamental sua? Aqui no Rio simplesmente não se usa isso... pelo menos eu nunca vi. Sorri-se e vai em frente. No meu caso, sou incapaz de fazer esse tipo de coisa porque não lembro do nome e da cara das pessoas. Mas faria, faria.
A proximidade da entropia tolerada com a encarcerável é que me arrepia. As coisas se estragam e pouca gente se dispõe a cuidar delas. Preferem criar coisas novas do zero e abandonar o que ainda amam do que revivê-lo - dá trabalho consertar. Uma criança, por exemplo. Ou uma cidade.
Você já parou de andar com alguém porque a pessoa ofendeu uma convicção fundamental sua? Aqui no Rio simplesmente não se usa isso... pelo menos eu nunca vi. Sorri-se e vai em frente. No meu caso, sou incapaz de fazer esse tipo de coisa porque não lembro do nome e da cara das pessoas. Mas faria, faria.
## 9.10.09
### Caixa de ferramentas para quem trabalha com texto
1 - Dicionário de ideias afins, do Sargentim (há outro em português?)
A principal diferença do dicionário de ideias afins para um de sinônimos é que sua interface é gráfica, intuitiva, hipertextual - bom pra ratos de internet como eu. Sabe aquela palavra que está na ponta da língua, mas não vem? E aquela que você acha que quase exprime o que você pretende, mas suspeita que exista um termo mais preciso? Munido desse livro, fica mais fácil de achar.
Outras diferenças para o dicionário de sinônimos são a inclusão de expressões longas (como "sair do ventre materno" para "vida") e o agrupamento de substantivos, verbos e adjetivos na mesma entrada.
Como não se machucar com essa ferramenta: muitas vezes a expressão sugerida pode ser lugar-comum. Use o bom-senso.
Não sei porque protelei tanto para comprar um. Talvez porque seja uma ferramenta pequena, fácil de sumir nas prateleiras da livraria, que muitas vezes nem pede sua reposição...
2 - Dicionário de sinônimos e antônimos. Gosto do Houaiss e do velho Francisco Fernandes
Dicionários de sinônimos são ótimos para escritores e tradutores que sabem usá-los, especialmente em conjunto com outras ferramentas. Folheá-lo à toa pode render uma ideia ou texto. Pessoas com pouco RAM, como eu, têm uma série de significados armazenados no fundo do cérebro que um dicionário como esse vem resgatar.
Como não se machucar com essa ferramenta: Não floreie o texto quando desnecessário. Menos pode ser mais. Vamos colocar assim: o Word tem muitas fontes, mas não é por isso que você tem que usar Matura Script ou Comic Sans, entende? (Mas considere usar uma Wingdings eventualmente.)
3 - Dicionário eletrônico. Gosto do Aurélio e do Houaiss.
Por que eletrônico? Se tem uma coisa que fica melhor digitalizada, é livro de referência. No caso dos dicionários, é bem mais fácil consultar uma palavra sem perder o fio da meada. Com alguns cliques a mais, você pode consultar outras grafias, derivados e sinônimos - ainda sem perder o fio da meada.
O Aurélio é mais objetivo, idiossincrático e politicamente incorreto, o que me agrada. Dê uma olhada na lista de sinônimos para "morrer", por exemplo.
O Houaiss tem TUDO. Mas cada entrada tem informação demais. Você pode se perder naquele mar interessantíssimo de informações e esquecer do seu texto.
Como não se machucar com essa ferramenta: Frisei bastante a questão de não perder o fio da meada, não é? Pois é, dependendo do texto, você deve se permitir navegar à toa no mar de informação excessiva.
A principal diferença do dicionário de ideias afins para um de sinônimos é que sua interface é gráfica, intuitiva, hipertextual - bom pra ratos de internet como eu. Sabe aquela palavra que está na ponta da língua, mas não vem? E aquela que você acha que quase exprime o que você pretende, mas suspeita que exista um termo mais preciso? Munido desse livro, fica mais fácil de achar.
Outras diferenças para o dicionário de sinônimos são a inclusão de expressões longas (como "sair do ventre materno" para "vida") e o agrupamento de substantivos, verbos e adjetivos na mesma entrada.
Como não se machucar com essa ferramenta: muitas vezes a expressão sugerida pode ser lugar-comum. Use o bom-senso.
Não sei porque protelei tanto para comprar um. Talvez porque seja uma ferramenta pequena, fácil de sumir nas prateleiras da livraria, que muitas vezes nem pede sua reposição...
2 - Dicionário de sinônimos e antônimos. Gosto do Houaiss e do velho Francisco Fernandes
Dicionários de sinônimos são ótimos para escritores e tradutores que sabem usá-los, especialmente em conjunto com outras ferramentas. Folheá-lo à toa pode render uma ideia ou texto. Pessoas com pouco RAM, como eu, têm uma série de significados armazenados no fundo do cérebro que um dicionário como esse vem resgatar.
Como não se machucar com essa ferramenta: Não floreie o texto quando desnecessário. Menos pode ser mais. Vamos colocar assim: o Word tem muitas fontes, mas não é por isso que você tem que usar Matura Script ou Comic Sans, entende? (Mas considere usar uma Wingdings eventualmente.)
3 - Dicionário eletrônico. Gosto do Aurélio e do Houaiss.
Por que eletrônico? Se tem uma coisa que fica melhor digitalizada, é livro de referência. No caso dos dicionários, é bem mais fácil consultar uma palavra sem perder o fio da meada. Com alguns cliques a mais, você pode consultar outras grafias, derivados e sinônimos - ainda sem perder o fio da meada.
O Aurélio é mais objetivo, idiossincrático e politicamente incorreto, o que me agrada. Dê uma olhada na lista de sinônimos para "morrer", por exemplo.
O Houaiss tem TUDO. Mas cada entrada tem informação demais. Você pode se perder naquele mar interessantíssimo de informações e esquecer do seu texto.
Como não se machucar com essa ferramenta: Frisei bastante a questão de não perder o fio da meada, não é? Pois é, dependendo do texto, você deve se permitir navegar à toa no mar de informação excessiva.
## 8.10.09
Escrevo um livro muito diferente do outro. Acho que essa irregularidade deixa as pessoas coçando a cabeça, e ninguém tem coragem de, digamos, me contratar. Como vender feito grife um autor que pretende começar do zero a cada obra? Novo tema, nova ambientação, nova estrutura, nova métrica... deve ter gente desconfiando que Simone Campos é pseudônimo de um coletivo de autores.
Pelo menos me esforço para manter ou até ampliar a qualidade. Agora, pelo menos por um bom tempo não vou ser nenhum Stephen King - em fórmulas ou em vendas.
O próximo também não se parece com nenhum dos anteriores - é na internet, como Penados y Rebeldes, mas... quanta diferença.
Pelo menos me esforço para manter ou até ampliar a qualidade. Agora, pelo menos por um bom tempo não vou ser nenhum Stephen King - em fórmulas ou em vendas.
O próximo também não se parece com nenhum dos anteriores - é na internet, como Penados y Rebeldes, mas... quanta diferença.
## 28.9.09
### Chutando cachorro morto
Não acho graça nesses textos que tentam fazer perfil esculachador de classe média. Sério, que engraçado!, dizer que a classe-média-é-medíocre-porque-assiste-novela-das-8 - original também. Que coisa, conheço uma favelada e um filho de dono de cartão de crédito preto que também são doidos por novela... têm Orkut, gostam da Disney etc. etc. Na verdade, conheço até gente inteligente que gosta de algumas dessas coisas. E sempre zoo (zôo? lógico.) elas por isso.
Portanto, nada contra zoar as pessoas por gostarem de novela, mas associar isso sempre a classe média é humor com fundo político, e acho blé. Separar classezinha social pra bater, seja qual for (lumpenproletariat, por exemplo), pra mim é ranço de esquerda dos piores.
As coisas que essas listas apontam não são privilégio de classe. São problemas do Brasil e até, ouso dizer, da condição humana. Acho que bater na classe média por isso é só um jeito de ser condescendente com pobre e demonstrar temor de rico (ou medo de parecer ressentido com rico).
Portanto, nada contra zoar as pessoas por gostarem de novela, mas associar isso sempre a classe média é humor com fundo político, e acho blé. Separar classezinha social pra bater, seja qual for (lumpenproletariat, por exemplo), pra mim é ranço de esquerda dos piores.
As coisas que essas listas apontam não são privilégio de classe. São problemas do Brasil e até, ouso dizer, da condição humana. Acho que bater na classe média por isso é só um jeito de ser condescendente com pobre e demonstrar temor de rico (ou medo de parecer ressentido com rico).
## 27.9.09
O Ismar Tirelli fez essa entrevista comigo um tempo atrás e postei-a em todo lugar, menos aqui. Ele soube extrair o melhor de mim:
- Não quero praticar bukkake com o leitor (“fica aí, paradinho. Isso.”). - sobre a relação não-predatória entre vivência e escrita.
- A lan house é o novo rendez-vous. Eu simplesmente tenho que aproveitar isso. Pretendo plantar um vírus que transforme a lan house em biblioteca. - sobre meus projetos futuros.
Vão lá no Portal Literal e confiram como um entrevistador talentoso rende um bom entrevistado.
- Não quero praticar bukkake com o leitor (“fica aí, paradinho. Isso.”). - sobre a relação não-predatória entre vivência e escrita.
- A lan house é o novo rendez-vous. Eu simplesmente tenho que aproveitar isso. Pretendo plantar um vírus que transforme a lan house em biblioteca. - sobre meus projetos futuros.
Vão lá no Portal Literal e confiram como um entrevistador talentoso rende um bom entrevistado.
## 20.9.09
AMANHÃ, no Bar Balcão, lançamento do meu Amostragem complexa em São Paulo. 19h. Rua Dr. Melo Alves 150 - Jardim Paulista. Fico ali até umas 22h pelo menos. Espero vocês.
## 17.9.09
### coisas que só acontecem na ECo
Ah, a minha faculdade. Passei muito tempo sem ir lá. Tempo demais.
Quantas vezes não caí pra trás de abizarramento naquela faculdade? Só para se ter uma ideia:
Um dia, entrei na xerox, falando animadamente sobre Chaves com uma amiga quando percebi uma menina idêntica à Chiquinha ao meu lado. Idêntica. Eu estava saboreando a coincidência quando Chiquinha-Lama, sorrindo, interferiu: meu ex também é obcecado por Chaves.
- Dá licença, mas eu acho que ele namorava com você porque você é igual à Chiquinha.
(minha amiga disse que eu fui sincera demais)
- Eu sei! É por isso que o site dele sobre Chaves se chama Danizinha.org!
- VOCÊ que é a DANIZINHA ponto org?
Site este que eu tinha conhecido no dia anterior - um dos maiores sobre Chaves no Brasil.
Só na ECo mesmo.
Quantas vezes não caí pra trás de abizarramento naquela faculdade? Só para se ter uma ideia:
Um dia, entrei na xerox, falando animadamente sobre Chaves com uma amiga quando percebi uma menina idêntica à Chiquinha ao meu lado. Idêntica. Eu estava saboreando a coincidência quando Chiquinha-Lama, sorrindo, interferiu: meu ex também é obcecado por Chaves.
- Dá licença, mas eu acho que ele namorava com você porque você é igual à Chiquinha.
(minha amiga disse que eu fui sincera demais)
- Eu sei! É por isso que o site dele sobre Chaves se chama Danizinha.org!
- VOCÊ que é a DANIZINHA ponto org?
Site este que eu tinha conhecido no dia anterior - um dos maiores sobre Chaves no Brasil.
Só na ECo mesmo.
Me vejo como uma grande aliada do português, até quando ele não precisa e não quer ser defendido. Imagine que zelo pela beleza e expressão das frases até em folheto de equipamentos petrolíferos. Gosto que esse tipo de material seja o mais inteligível possível, sem aqueles cabedais de "de" e "ão" que os tradutores preguiçosos costumam fabricar. Nada de "Ampliação da valvulação da pressão". Nada de "escopo crítico". Na minha mão, "scope" é "âmbito" e "critical" é "crucial". (Às vezes, isso faz você perceber como o texto original não faz qualquer sentido, mas isso é outra história.)
Para defender o meu idioma, claro, tenho que conhecer bem o(s) outro(s). No caminho, me encanto por suas belezas (quando há) e peculiaridades (sempre há). O fato de eu aprender, me encantar e desfrutar de outro idioma, paradoxalmente, me torna melhor conhecedora e aliada do meu.
Paradoxo e ambiguidade, como sempre, são coisas que deixam certas pessoas aflitinhas. Na cabeça deles, servir a pátria deve ser se ensimesmar ao máximo, algo do nível tampar os ouvidos e fazer lálálá. Vejo que não são totalmente incapazes, mas me exaspera quererem me "acusar" de pretensiosa (pra mim não é acusação: de fato eu "pretendo" coisas) quando eles são tão obviamente cheios de si; e de "culturalmente colonizada", quando usam jargão dum ideário petrificado, em vez de ler as fontes e aplicá-lo aos tempos que correm.
Mudando de assunto, mas não muito: hoje, na faculdade, vi uma banquinha vendendo ímãs de geladeira do Marx (PlayMobil) e de outros pensadores. Eu queria o do Deleuze, mas não tinha; quase comprei o do Baudrillard. Mas tinha muitos espaços vazios. Aposto que o do Sartre acabou primeiro, >yawn<. É que o Sartre equivale a dizer: "sou feio, mas passo o rodo". Sim, tá bom.
Para defender o meu idioma, claro, tenho que conhecer bem o(s) outro(s). No caminho, me encanto por suas belezas (quando há) e peculiaridades (sempre há). O fato de eu aprender, me encantar e desfrutar de outro idioma, paradoxalmente, me torna melhor conhecedora e aliada do meu.
Paradoxo e ambiguidade, como sempre, são coisas que deixam certas pessoas aflitinhas. Na cabeça deles, servir a pátria deve ser se ensimesmar ao máximo, algo do nível tampar os ouvidos e fazer lálálá. Vejo que não são totalmente incapazes, mas me exaspera quererem me "acusar" de pretensiosa (pra mim não é acusação: de fato eu "pretendo" coisas) quando eles são tão obviamente cheios de si; e de "culturalmente colonizada", quando usam jargão dum ideário petrificado, em vez de ler as fontes e aplicá-lo aos tempos que correm.
Mudando de assunto, mas não muito: hoje, na faculdade, vi uma banquinha vendendo ímãs de geladeira do Marx (PlayMobil) e de outros pensadores. Eu queria o do Deleuze, mas não tinha; quase comprei o do Baudrillard. Mas tinha muitos espaços vazios. Aposto que o do Sartre acabou primeiro, >yawn<. É que o Sartre equivale a dizer: "sou feio, mas passo o rodo". Sim, tá bom.
postado por Unknown em 17.9.09
## 3.9.09
### ponto de inflexão
"Há uma oportunidade rara que se oferece que é como uma tábua entre dois navios. Você é confrontado com uma situação que vai estritamente contra todos os seus princípios; nesta situação, e somente nesta situação, você recebe o dom de abandonar todos eles. Claro que para a mágica acontecer é imprescindível estar situado num turning point."
Trecho de A feia noite (2006)
Será pecado se enamorar tanto do próprio livro? Parece incestuoso. Sei que trechos dele vêm na minha cabeça o tempo todo, e sinto uma compulsão de citá-lo frequentemente.
Maria Luiza, dona dessa frase, é filha de uma ex-umbandista que encontrou... o marketing ("largou os trabalhos pelo trabalho"). Quando leio o termo marqueteiro "turning point" ou "ponto de inflexão" esse trecho sempre vem na minha cabeça.
Trecho de A feia noite (2006)
Será pecado se enamorar tanto do próprio livro? Parece incestuoso. Sei que trechos dele vêm na minha cabeça o tempo todo, e sinto uma compulsão de citá-lo frequentemente.
Maria Luiza, dona dessa frase, é filha de uma ex-umbandista que encontrou... o marketing ("largou os trabalhos pelo trabalho"). Quando leio o termo marqueteiro "turning point" ou "ponto de inflexão" esse trecho sempre vem na minha cabeça.
## 31.8.09
### empiricismo ofensivo
Então - deu vontade de falar agora do meu método empírico.
Quando eu tinha 23 anos, passei um tempo desempregada. Estava terminando jornalismo e resolvi tentar uma bolsa de mestrado*. Para isso, antes eu precisava passar no mestrado. OK, pensei, vamos lá. Li a bibliografia chatinha deles (financiada por papá e mamã) e me preparei para a prova - primeira fase do proceffo ffeletivo (entonação lulesca aqui, por favor).
Levei um livro a mais no dia da prova - um sobre teoria do caos que eu tinha lido antes de começar a faculdade porque me chamou a atenção numa livraria e estava barato. Já estava todo marcado e iluminado mesmo...
Dentre as opções de questão, tinha uma citando Baudrillard e eu fiz a maluca com meu livrinho extraclasse. Pensei, acho que eles vão gostar.
Gostaram. Tirei, sei lá, 8 e passei pra fase seguinte. Apresentação do projeto e currículo. Chato.
Eu tinha uma ideia de execução bem chatinha, mas legal: falar de operador de telemarketing como "boca alugada" pelas corporações, em contraponto à história do pregoeiro que tinha seus próprios bordões criativos. Me pareceu esquerdista o suficiente e fui em frente. Redigi a coisa, passei na Biblioteca Nacional, pesquisei as referências que tinha encontrado. Deu trabalho. Eles pediam introdução mais alguma coisa, não lembro o quê. Um dia antes do prazo fechar, a impressora deu defeito; imprimi na casa do meu namorado, acho. Entreguei.
Alguns dias depois, saiu a resposta - eu tinha passado para a fase final. Entrevista com a banca de três.
Eu fico muito mais intimidada com processos impessoais do que com pessoais. Na verdade, sinto muito mais respeito por processos impessoais. Cara a cara, eu sinto segurança de que não posso ser acusada de burra - talvez de confusa, distraída e sem postura, porque sou mesmo. Mas burra não.
Aí cheguei lá no dia, fiquei esperando chegar a minha vez. Todos os candidatos se conheciam, eu não conhecia ninguém. Ficar ouvindo a ladainha deles ia me deixar nervosa (overthinking), então me afastei depois de ser socialmente simpática.
Entrei. Na banca tinha dois professores de quem eu só tinha ouvido falar e uma que nem isso. Distribuí o recém-saído A feia noite para eles, fiz uma apresentação, e esperei as perguntas.
A professora L., de quem eu tinha ouvido falar, falou muito bem da prova que eu tinha feito, elogiou minhas colocações, o lance do caos. Depois elogiou o projeto.
A professora X., de quem eu nunca ouvi falar até hoje, foi tão neutra que logo vi que ela nem tinha lido nada, mas também não tinha nada contra mim.
O professor M., de quem eu já tinha ouvido falar mal, começou assim:
- Estou vendo uma inflexão tão preconceituosa aqui, aqui e aqui. O que você tem contra pedintes de ônibus?** Então eu quero saber só isso: de onde você tirou esses dados para essa introdução. Eu queria saber que... que método você usou para essa pesquisa. Que método?
- Empírico.
(Silêncio de cinco segundos, eu olhando no olho dele plácida. Professora L. se mexe na cadeira.)
Então expliquei que a pesquisa ainda não tinha sido feita, porque eu ainda não tinha passado para o curso do mestrado. Ao longo do mestrado é que se faz a pesquisa completa, e aí eu teria a chance de modificar a minha introdução e a minha hipótese. (Sorriso conciliador.)
O homem espumou de raiva. Sério mesmo. Juntou bolhinha no canto do lábio. Ele largou o osso enquanto professora L. tentava pôr panos quentes me elogiando um pouco mais. Mas eu sabia que ele logo voltaria à carga. O que eu não esperava é que fosse tão canhestramente.
- Como é que você pode nos apresentar uma introdução nessas condições?
- Eu concordo com você, mas o edital de vocês pede a introdução primeiro. O que eu entendi (e dei uma olhadinha para as professoras L. e M. enquanto isso) foi que vocês só queriam ter uma ideia da nossa capacidade de desenvolvimento e pensamento, não que já fôssemos ser avaliados agora pela capacidade de pesquisa... Inclusive, quando terminei a graduação por essa mesma escola (outra olhadinha para as duas), a professora R. de jornalismo, em Projeto Experimental I, disse que a introdução era a última coisa depois da pesquisa.
- Eu não quero saber o que os imbecis do jornalismo lhe ensinaram!!! (discreto sshhh! da professora L. tocando-lhe no braço) E blá blá blá...**
Quando saí, a professora L. elogiou meu capacete de bicicleta.
- Oh, isso? Não sabia que contava. Não é nada ativista não, venho de bicicleta por preguiça mesmo.
Fui reprovada. Certamente por descompostura.
Confesso que fui irritante de propósito. Fui bem criancinha prodígio explicadinha e articulada e sonsa. Mas ele pediu. Além do mais, se não sabe brincar, não desce pro play. Se você quer pagar de pimp, não aja como bitch.
Eu entendo a dinâmica tira-bom tira-mau tira-neutro, mas o tira mau tem que impor respeito, não dar soquinho de festim. A tira boa mandou bem em seu papel, a neutra também, mas o tira mau... tsk. Ele pode ter me reprovado, mas eu também o reprovei.
"Mas você não tentou de novo?"
O quê - e ter aquilo como professor? Ou morrer na praia com esse tipo de banca? Perdi a fé, foi mal.
* Sempre quis ser paga pra pensar, ao contrário da Luciana Gimenez e depois meio que consegui isso através da Bolsa Petrobras, mas isso é outra história.
** (desculpa, ele falou umas coisas que realmente não faziam sentido racional, então nem tive esteio pra guardar.)
Quando eu tinha 23 anos, passei um tempo desempregada. Estava terminando jornalismo e resolvi tentar uma bolsa de mestrado*. Para isso, antes eu precisava passar no mestrado. OK, pensei, vamos lá. Li a bibliografia chatinha deles (financiada por papá e mamã) e me preparei para a prova - primeira fase do proceffo ffeletivo (entonação lulesca aqui, por favor).
Levei um livro a mais no dia da prova - um sobre teoria do caos que eu tinha lido antes de começar a faculdade porque me chamou a atenção numa livraria e estava barato. Já estava todo marcado e iluminado mesmo...
Dentre as opções de questão, tinha uma citando Baudrillard e eu fiz a maluca com meu livrinho extraclasse. Pensei, acho que eles vão gostar.
Gostaram. Tirei, sei lá, 8 e passei pra fase seguinte. Apresentação do projeto e currículo. Chato.
Eu tinha uma ideia de execução bem chatinha, mas legal: falar de operador de telemarketing como "boca alugada" pelas corporações, em contraponto à história do pregoeiro que tinha seus próprios bordões criativos. Me pareceu esquerdista o suficiente e fui em frente. Redigi a coisa, passei na Biblioteca Nacional, pesquisei as referências que tinha encontrado. Deu trabalho. Eles pediam introdução mais alguma coisa, não lembro o quê. Um dia antes do prazo fechar, a impressora deu defeito; imprimi na casa do meu namorado, acho. Entreguei.
Alguns dias depois, saiu a resposta - eu tinha passado para a fase final. Entrevista com a banca de três.
Eu fico muito mais intimidada com processos impessoais do que com pessoais. Na verdade, sinto muito mais respeito por processos impessoais. Cara a cara, eu sinto segurança de que não posso ser acusada de burra - talvez de confusa, distraída e sem postura, porque sou mesmo. Mas burra não.
Aí cheguei lá no dia, fiquei esperando chegar a minha vez. Todos os candidatos se conheciam, eu não conhecia ninguém. Ficar ouvindo a ladainha deles ia me deixar nervosa (overthinking), então me afastei depois de ser socialmente simpática.
Entrei. Na banca tinha dois professores de quem eu só tinha ouvido falar e uma que nem isso. Distribuí o recém-saído A feia noite para eles, fiz uma apresentação, e esperei as perguntas.
A professora L., de quem eu tinha ouvido falar, falou muito bem da prova que eu tinha feito, elogiou minhas colocações, o lance do caos. Depois elogiou o projeto.
A professora X., de quem eu nunca ouvi falar até hoje, foi tão neutra que logo vi que ela nem tinha lido nada, mas também não tinha nada contra mim.
O professor M., de quem eu já tinha ouvido falar mal, começou assim:
- Estou vendo uma inflexão tão preconceituosa aqui, aqui e aqui. O que você tem contra pedintes de ônibus?** Então eu quero saber só isso: de onde você tirou esses dados para essa introdução. Eu queria saber que... que método você usou para essa pesquisa. Que método?
- Empírico.
(Silêncio de cinco segundos, eu olhando no olho dele plácida. Professora L. se mexe na cadeira.)
Então expliquei que a pesquisa ainda não tinha sido feita, porque eu ainda não tinha passado para o curso do mestrado. Ao longo do mestrado é que se faz a pesquisa completa, e aí eu teria a chance de modificar a minha introdução e a minha hipótese. (Sorriso conciliador.)
O homem espumou de raiva. Sério mesmo. Juntou bolhinha no canto do lábio. Ele largou o osso enquanto professora L. tentava pôr panos quentes me elogiando um pouco mais. Mas eu sabia que ele logo voltaria à carga. O que eu não esperava é que fosse tão canhestramente.
- Como é que você pode nos apresentar uma introdução nessas condições?
- Eu concordo com você, mas o edital de vocês pede a introdução primeiro. O que eu entendi (e dei uma olhadinha para as professoras L. e M. enquanto isso) foi que vocês só queriam ter uma ideia da nossa capacidade de desenvolvimento e pensamento, não que já fôssemos ser avaliados agora pela capacidade de pesquisa... Inclusive, quando terminei a graduação por essa mesma escola (outra olhadinha para as duas), a professora R. de jornalismo, em Projeto Experimental I, disse que a introdução era a última coisa depois da pesquisa.
- Eu não quero saber o que os imbecis do jornalismo lhe ensinaram!!! (discreto sshhh! da professora L. tocando-lhe no braço) E blá blá blá...**
Quando saí, a professora L. elogiou meu capacete de bicicleta.
- Oh, isso? Não sabia que contava. Não é nada ativista não, venho de bicicleta por preguiça mesmo.
Fui reprovada. Certamente por descompostura.
Confesso que fui irritante de propósito. Fui bem criancinha prodígio explicadinha e articulada e sonsa. Mas ele pediu. Além do mais, se não sabe brincar, não desce pro play. Se você quer pagar de pimp, não aja como bitch.
Eu entendo a dinâmica tira-bom tira-mau tira-neutro, mas o tira mau tem que impor respeito, não dar soquinho de festim. A tira boa mandou bem em seu papel, a neutra também, mas o tira mau... tsk. Ele pode ter me reprovado, mas eu também o reprovei.
"Mas você não tentou de novo?"
O quê - e ter aquilo como professor? Ou morrer na praia com esse tipo de banca? Perdi a fé, foi mal.
* Sempre quis ser paga pra pensar, ao contrário da Luciana Gimenez e depois meio que consegui isso através da Bolsa Petrobras, mas isso é outra história.
** (desculpa, ele falou umas coisas que realmente não faziam sentido racional, então nem tive esteio pra guardar.)
### Anotação à parte da monografia*
Salgado (2008) diz que o boca-a-boca é o maior divulgador de um livro para o leitor, e que ver gente falando em palestra, evento etc. é neutro (não influi na compra). Quem vê isso como positivo é a editora (grande) e o autor, claro.
A livraria compra o que sai na mídia (não importa quantas vezes) e o que as distribuidoras dizem que terá boa saída (Sá Earp e Kornis, 2005).
A Cauda Longa (Anderson) diz que tudo é questão de fazer o leitor encontrar seu livro e o livro encontrar seu leitor - haverá algum público para a obra.
Resultado: é preciso sair na mídia ou chamar a atenção do distribuidor (pras livrarias comprarem) e ter uma capa interessante (pra atrair o leitor), uma orelha interessante (para ele comprar o livro) e um conteúdo interessante (pra que ele LEIA e fale do livro com alguém, que o pedirá nas livrarias etc.).
Até as pessoas lerem, chuto que é de sete meses a um ano até um livro "acontecer", dependendo do porte e poder da editora.
Simples, não? Nem passa por editora grande ou pequena, muita ou pouca resenha, coisa assim. Ana Paula Maia está certa (mas eu tenho dados, heh).
É por isso que tem livro que povoa a mídia certa época, mas encalha: emperra na parte do boca-a-boca. Neguinho até compra, até lê, mas não recomenda (pelo contrário, elimina da estante, revende pra sebo; o que já vi e ouvi de livro autografado com amor que aparece nos sebos que frequento...).
*para uso pessoal.
A livraria compra o que sai na mídia (não importa quantas vezes) e o que as distribuidoras dizem que terá boa saída (Sá Earp e Kornis, 2005).
A Cauda Longa (Anderson) diz que tudo é questão de fazer o leitor encontrar seu livro e o livro encontrar seu leitor - haverá algum público para a obra.
Resultado: é preciso sair na mídia ou chamar a atenção do distribuidor (pras livrarias comprarem) e ter uma capa interessante (pra atrair o leitor), uma orelha interessante (para ele comprar o livro) e um conteúdo interessante (pra que ele LEIA e fale do livro com alguém, que o pedirá nas livrarias etc.).
Até as pessoas lerem, chuto que é de sete meses a um ano até um livro "acontecer", dependendo do porte e poder da editora.
Simples, não? Nem passa por editora grande ou pequena, muita ou pouca resenha, coisa assim. Ana Paula Maia está certa (mas eu tenho dados, heh).
É por isso que tem livro que povoa a mídia certa época, mas encalha: emperra na parte do boca-a-boca. Neguinho até compra, até lê, mas não recomenda (pelo contrário, elimina da estante, revende pra sebo; o que já vi e ouvi de livro autografado com amor que aparece nos sebos que frequento...).
*para uso pessoal.
## 27.8.09
### kicking, screaming, gucci little piggy
Eu tenho um problema com obras de arte geradas por ressentimento. Por exemplo: O mundo é um moinho, do Cartola. Que música indigesta. Merece uma tijolada na testa.
Onde tantos veem dor sincera, eu vejo retórica - pra se consolar e convencer os outros de que foi injustiça. Tipo: sou corno mas você vai ficar velha, ãin!
Vai ficar mais claro assistindo a este vídeo instrutivo:
Né?
Na verdade, até gosto muito de algumas obras de arte geradas por ressentimento - como O Mestre e Margarita, de Bulgakov; ou coisas do Radiohead, embora a motivação nem sempre seja identificável... Karma Police ("arrest this girl, her hitler hairdo is making me feel ill") ou Paranoid Android ("when I am king, you will be fast against the wall"). Mas há ironia, há brincadeirinhas boas - a pessoa não se apegou ao próprio ressentimento. O que não dá é narrativa garota-da-laje. Aí minha reação é algo como MEU. DEUS. (arrepios de constrangimento e risadas altas).
P.S.: Nabokov é que é bom. Nabokov é rei. Mesmo quando seu personagem é um loser (Humbert, Lujin, Pnin), e quase sempre é, você nunca o sente como loser. E quando é vilão (Quilty), a mesma coisa. Nabokov demonstra um enorme carinho por eles.
Onde tantos veem dor sincera, eu vejo retórica - pra se consolar e convencer os outros de que foi injustiça. Tipo: sou corno mas você vai ficar velha, ãin!
Vai ficar mais claro assistindo a este vídeo instrutivo:
Né?
Na verdade, até gosto muito de algumas obras de arte geradas por ressentimento - como O Mestre e Margarita, de Bulgakov; ou coisas do Radiohead, embora a motivação nem sempre seja identificável... Karma Police ("arrest this girl, her hitler hairdo is making me feel ill") ou Paranoid Android ("when I am king, you will be fast against the wall"). Mas há ironia, há brincadeirinhas boas - a pessoa não se apegou ao próprio ressentimento. O que não dá é narrativa garota-da-laje. Aí minha reação é algo como MEU. DEUS. (arrepios de constrangimento e risadas altas).
P.S.: Nabokov é que é bom. Nabokov é rei. Mesmo quando seu personagem é um loser (Humbert, Lujin, Pnin), e quase sempre é, você nunca o sente como loser. E quando é vilão (Quilty), a mesma coisa. Nabokov demonstra um enorme carinho por eles.
postado por Unknown em 27.8.09
No Zona Sul do Globo de hoje, com Thalita "Fala sério" Rebouças. Por sinal, não vou escrever um romance "sobre" a internet, mas "na" internet "sobre" videogames.
## 17.8.09
Dia 25, terça que vem, vai ter lançamento do Amostragem Complexa na livraria das Casas Casadas de Laranjeiras, Espaço Rio Carioca. A entrada é pela rua Leite Leal 45. Apareçam!
### Auto-sabotagem
Meus pais sempre me botavam na Colônia de Férias do Exército, embora eu odiasse socializar, para se verem livres de mim durante as férias. Lá estava eu pelo terceiro ano, o último em que seria admitida, quando de repente nos meteram na mão uma carabina de chumbinho e mandaram acertar as bolas de encher num alvo uns metros à frente. Detalhe: éramos uma turma só de meninas. De dez anos de idade. (Exército israelense.)
Eu simpatizei um bocado com aquela atividade que me era familiar - pelo alvo, pois eu brincava muito com os dardos do meu falecido avô -, embora tivesse pena/medo de estourar bolas de ar, mesmo autorizada.
O fato é que ouvi as instruções do soldadinho - apóia arma aqui, coloca a mão acolá - enquanto lembrava do que fazia nos dardos e Monteiro Lobato ecoava em minha cabeça: toda arma dava "coice". O soldadinho não me contou isso, e certamente se espantou quando, imediatamente após a permissão para atirar, eu disparei três rápidos tiros que pegaram em duas das cinco bolas.
Entreolhamo-nos. Por um segundo inteiro. Eu e o soldadinho camuflado. Eu comecei a rir como, bem, uma menininha de 10 anos. E continuei a atirar.
Não acertei mais nenhuma bola, claro. Fiquei nervosa pela minha recém-adquirida importância; fiquei com medo de ser elogiada pelo "professor", me destacar demais como na escola e as outras meninas começarem a ser más comigo por despeito; possivelmente me passou pela cabeça alguma ficção escabrosa e eu não queria ser arrancada a meus pais pra virar sniper secreta do Exército Brasileiro. Seja como eu houver racionalizado o que me acometeu, isso explica muita coisa. Não mostrar-me-ei tão modesta quando os zumbis vierem, though.
Eu simpatizei um bocado com aquela atividade que me era familiar - pelo alvo, pois eu brincava muito com os dardos do meu falecido avô -, embora tivesse pena/medo de estourar bolas de ar, mesmo autorizada.
O fato é que ouvi as instruções do soldadinho - apóia arma aqui, coloca a mão acolá - enquanto lembrava do que fazia nos dardos e Monteiro Lobato ecoava em minha cabeça: toda arma dava "coice". O soldadinho não me contou isso, e certamente se espantou quando, imediatamente após a permissão para atirar, eu disparei três rápidos tiros que pegaram em duas das cinco bolas.
Entreolhamo-nos. Por um segundo inteiro. Eu e o soldadinho camuflado. Eu comecei a rir como, bem, uma menininha de 10 anos. E continuei a atirar.
Não acertei mais nenhuma bola, claro. Fiquei nervosa pela minha recém-adquirida importância; fiquei com medo de ser elogiada pelo "professor", me destacar demais como na escola e as outras meninas começarem a ser más comigo por despeito; possivelmente me passou pela cabeça alguma ficção escabrosa e eu não queria ser arrancada a meus pais pra virar sniper secreta do Exército Brasileiro. Seja como eu houver racionalizado o que me acometeu, isso explica muita coisa. Não mostrar-me-ei tão modesta quando os zumbis vierem, though.
## 16.8.09
### comendo pelas beiradas
Não sou boa em arrebanhar seguidores - pessoas que se amarrem na minha personalidade e experiências. Acho mala ficar realçando tudo o que se fez, ou é capaz de fazer, de bom na vida. Respeito quem o faz de forma elegante, mas para mim a vida não é um processo seletivo... peraí, a vida é um processo seletivo, mas eu não quero trabalhar com qualquer empresa.
Sendo mais específica: não quero despertar o interesse de qualquer empresa. Então me camuflo.
Muitas vezes sou hermética demais; este blog é um tanto chato. Mas todos os movimentos são friamente calculados. Faz parte da minha personalidade, mas não nativamente; é como uma camada extra, um véu. As cores - as cores, as cores - estão por baixo disso tudo. Se eu gostar de você eu vou deixar você ver. Mas não vou mostrá-las para qualquer um.
Adoro acepção de pessoas.
A acepção de pessoas já me feriu muito até eu perceber que eu não queria mesmo estar perto das pessoas que me repeliam e que, pasme, elas estavam certas; aí comecei a adotá-la. Estou falando, é claro, do pré-escolar até, sei lá, sexta série, quando comecei a relaxar.
O que sei é que, com isso, tudo para mim demora mais. Aparecer, fazer amigos, avançar na carreira, achar determinadas agruras da vida aceitáveis. Por outro lado, acho que a qualidade de tudo o que acabo obtendo é muito superior à de quem investe em quantidade ou velocidade.
Sendo mais específica: não quero despertar o interesse de qualquer empresa. Então me camuflo.
Muitas vezes sou hermética demais; este blog é um tanto chato. Mas todos os movimentos são friamente calculados. Faz parte da minha personalidade, mas não nativamente; é como uma camada extra, um véu. As cores - as cores, as cores - estão por baixo disso tudo. Se eu gostar de você eu vou deixar você ver. Mas não vou mostrá-las para qualquer um.
Adoro acepção de pessoas.
A acepção de pessoas já me feriu muito até eu perceber que eu não queria mesmo estar perto das pessoas que me repeliam e que, pasme, elas estavam certas; aí comecei a adotá-la. Estou falando, é claro, do pré-escolar até, sei lá, sexta série, quando comecei a relaxar.
O que sei é que, com isso, tudo para mim demora mais. Aparecer, fazer amigos, avançar na carreira, achar determinadas agruras da vida aceitáveis. Por outro lado, acho que a qualidade de tudo o que acabo obtendo é muito superior à de quem investe em quantidade ou velocidade.
## 9.8.09
### Jacinto Bonde, o espião que desafinava
Filme de que participei na oficina do Michel Gondry no CCBB:
Fui Bonde Girl e dei porrada numa menina, com efeitos sonoros. Ana Paula Maia, que me arrastou pro CCBB, estrela como a mãe da menina.
Fui Bonde Girl e dei porrada numa menina, com efeitos sonoros. Ana Paula Maia, que me arrastou pro CCBB, estrela como a mãe da menina.
postado por Unknown em 9.8.09
## 7.8.09
Jornalistas necessitam de bloquinhos - pelo menos eu achava isso. Os melhores bloquinhos eram os da União - pelo menos eu achava isso. E a imprensa impressa não deu a menor nota quando a União fechou de vez (os sebos da Praça Tiradentes, por outro lado, viraram um dramalhão mexicano).
Desde 2002, a União foi encolhendo, encolhendo, até que, um dia, sumiu. Foi substituída por um sushi bar (em cima), uma butique de café (embaixo) e, ao que parece, uma empresa de consultoria (no meio).
Talvez estejam certos. Não é relevante. Talvez eu seja a única pessoa viva que sente falta da União. Ainda tenho um bloquinho virgem dela aqui em casa (comprei dois no final de 2008, pressentindo perigo).
Confesso: sou nerd de papelaria. Herdei isso do meu pai, acho que não tem muito o que fazer a não ser ceder.
O problema das papelarias modernas, in a nutshell, é que elas fazem vitrine de dia dos pais. Estou falando da Papel Craft, da Papel Picado etc. Também costumam ficar infestadas de adolescentes miguxas abrindo e fechando agendas rosas purpurinadas. Eu mesma arrastei muita amiga pra elas, nos anos 90, com a isca dos estojos com borrachas coloridas cheirosas. Mas eu gostava (e gosto) mesmo é dos cadernos e canetas com design inteligente que você encontra nesse tipo de papelaria.
Agora, se você quer uma faca Olfa, uma fine point Staedtler ou uma linda borrachinha Faber Castell, não vai encontrar. Não nesses lugares. Pelo menos, não bem organizada e armazenada. Esses estabelecimentos costumam ser uma bagunça. Se especializaram em coisas fofinhas.
As coisas não-fofinhas podem ser encontradas numa Kalunga, por exemplo. Envelopes de todos os tamanhos são vendidos a cento e canetas à dúzia para os office-boys fazerem o feirão do escritório. Coisas pequenas como Olfas, Staedtlers e cartuchos de impressora estão trancadas num caixão de vidro e você tem que chamar alguém para abrir para você. Eles vão levar o que você escolher numa sacola de poliéster opaco para trás do caixa, de onde, depois de pagar, você poderá retirá-las.
Não sei vocês, mas isso me dá vontade de chorar. Especialmente quando descobri, hoje, por um porteiro antipático, que a União fechou pra virar sushibar. A butique de café seria até legal se não sofresse com o constante cheiro de peixe da entrada compartilhada com o sushibar (sério? sério).
Fui forte, apenas porque lembrei da Casa Cruz, que ainda mantém seu sortimento dúbio de coisas macias de menininha e coisas úteis de macho, e ainda parece bem de saúde financeira. Aliás, voltou com força triplicada depois do incêndio. Adquiri meus envelopes emocionada. Agora só vou comprar lá para que, pelo menos, ela não morra antes de mim.
Ainda tem Letraset lá - um sortimento reduzido, mas há.
Desde 2002, a União foi encolhendo, encolhendo, até que, um dia, sumiu. Foi substituída por um sushi bar (em cima), uma butique de café (embaixo) e, ao que parece, uma empresa de consultoria (no meio).
Talvez estejam certos. Não é relevante. Talvez eu seja a única pessoa viva que sente falta da União. Ainda tenho um bloquinho virgem dela aqui em casa (comprei dois no final de 2008, pressentindo perigo).
Confesso: sou nerd de papelaria. Herdei isso do meu pai, acho que não tem muito o que fazer a não ser ceder.
O problema das papelarias modernas, in a nutshell, é que elas fazem vitrine de dia dos pais. Estou falando da Papel Craft, da Papel Picado etc. Também costumam ficar infestadas de adolescentes miguxas abrindo e fechando agendas rosas purpurinadas. Eu mesma arrastei muita amiga pra elas, nos anos 90, com a isca dos estojos com borrachas coloridas cheirosas. Mas eu gostava (e gosto) mesmo é dos cadernos e canetas com design inteligente que você encontra nesse tipo de papelaria.
Agora, se você quer uma faca Olfa, uma fine point Staedtler ou uma linda borrachinha Faber Castell, não vai encontrar. Não nesses lugares. Pelo menos, não bem organizada e armazenada. Esses estabelecimentos costumam ser uma bagunça. Se especializaram em coisas fofinhas.
As coisas não-fofinhas podem ser encontradas numa Kalunga, por exemplo. Envelopes de todos os tamanhos são vendidos a cento e canetas à dúzia para os office-boys fazerem o feirão do escritório. Coisas pequenas como Olfas, Staedtlers e cartuchos de impressora estão trancadas num caixão de vidro e você tem que chamar alguém para abrir para você. Eles vão levar o que você escolher numa sacola de poliéster opaco para trás do caixa, de onde, depois de pagar, você poderá retirá-las.
Não sei vocês, mas isso me dá vontade de chorar. Especialmente quando descobri, hoje, por um porteiro antipático, que a União fechou pra virar sushibar. A butique de café seria até legal se não sofresse com o constante cheiro de peixe da entrada compartilhada com o sushibar (sério? sério).
Fui forte, apenas porque lembrei da Casa Cruz, que ainda mantém seu sortimento dúbio de coisas macias de menininha e coisas úteis de macho, e ainda parece bem de saúde financeira. Aliás, voltou com força triplicada depois do incêndio. Adquiri meus envelopes emocionada. Agora só vou comprar lá para que, pelo menos, ela não morra antes de mim.
Ainda tem Letraset lá - um sortimento reduzido, mas há.
## 28.7.09
Pequeno conto meu para a Superpedido deste mês: http://is.gd/1RwDd A restrição: tinha que se passar numa livraria. Agora, só falta me pagarem por ele. (P.S.: pagaram)
## 25.7.09
### flashback
Minha entrevista aos 17 anos no Jô Soares em 2000 (a pedido):
parte 1
parte 2
parte 1
parte 2
## 22.7.09
Depois que li Cthulhu, fiquei lembrando de um trecho de A feia noite:
Deuses extintos, sólidos e onipresentes, orquestravam a violência, desorientando os caçadores uns contra os outros; revanche contra a insignificância luminosa dos engenhos atados ao topo de suas cabeças, e contra aqueles que não pegavam o verdadeiro espírito, abrindo a boca em êxtase para chamá-los, e a todos os seus domínios, maravilhas. De cima era perceptível: as praias eram frias e ameaçadores os malabares de espuma branca, e para não acreditar tanto nisso, todos lhes davam as costas, como no passado, até amanhecer. As vias podiam enrolar-se como uma esteira e tragar o que quer que estivesse por cima; florestas abriam-se nos lugares mais impróprios; os lugares mais ruidosos revelavam-se na verdade os mais silenciosos, e a resposta dos ignorantes era fazer dos lugares mais silenciosos os mais barulhentos. Mas os deuses se riem dessa mímica ingênua de civilização, o anúncio exultante de que agora todos os vulcões estão extintos, quando por baixo da crosta corre a lava preta.
Deuses extintos, sólidos e onipresentes, orquestravam a violência, desorientando os caçadores uns contra os outros; revanche contra a insignificância luminosa dos engenhos atados ao topo de suas cabeças, e contra aqueles que não pegavam o verdadeiro espírito, abrindo a boca em êxtase para chamá-los, e a todos os seus domínios, maravilhas. De cima era perceptível: as praias eram frias e ameaçadores os malabares de espuma branca, e para não acreditar tanto nisso, todos lhes davam as costas, como no passado, até amanhecer. As vias podiam enrolar-se como uma esteira e tragar o que quer que estivesse por cima; florestas abriam-se nos lugares mais impróprios; os lugares mais ruidosos revelavam-se na verdade os mais silenciosos, e a resposta dos ignorantes era fazer dos lugares mais silenciosos os mais barulhentos. Mas os deuses se riem dessa mímica ingênua de civilização, o anúncio exultante de que agora todos os vulcões estão extintos, quando por baixo da crosta corre a lava preta.
Tenho recebido muito feedback do Amostragem complexa de gente do Sul e do Nordeste, mas nenhum do Rio. Às vezes tenho a impressão de que as pessoas daqui não leem mesmo e, se leem, não se empolgam. Não é só comigo não. Ando nos mais diferentes meios - jovens, ricos, pobres, velhos, sarados, sedentários - e, exceto pelo pessoal de literatura, a única conversa literária que ouço aqui é assim:
- Puxa, adoro Clarice Lispector.
- Ah, Clarice!
E é óbvio que você não leu mais de uma crônica por email dela em toda a sua vida - e, se bobear, nem era dela, e sim um Mude tosco da vida.
Vejo minha mãe comprar livros do João Ubaldo Ribeiro que empilha em sua cabeceira e não lê. Ela chegou a me dizer, sobre a Flip, que é muito mais legal encontrar um autor do que ler o livro dele. O marido dela lê muito, pelo menos, mas geralmente só livros de história e negócios.
Eu sinto falta, no Rio, é de gente se empolgando com algum livro. Não importa qual. Às vezes parece que só eu me empolgo aqui. Falo de livros e os empresto pra todo mundo, de acordo com a personalidade do interlocutor, é claro. E geralmente as pessoas se interessam, e depois chegam a me agradecer por ter apresentado o tal livro pra elas. Minha irmã postiça (ela é de Curitiba) e meu amigo Ismar (ele é escritor) estão nessa categoria, mas fico orgulhosa mesmo é pela minha avó, carioca da gema, ter gostado tanto de Clube da Felicidade e da Sorte.
- Puxa, adoro Clarice Lispector.
- Ah, Clarice!
E é óbvio que você não leu mais de uma crônica por email dela em toda a sua vida - e, se bobear, nem era dela, e sim um Mude tosco da vida.
Vejo minha mãe comprar livros do João Ubaldo Ribeiro que empilha em sua cabeceira e não lê. Ela chegou a me dizer, sobre a Flip, que é muito mais legal encontrar um autor do que ler o livro dele. O marido dela lê muito, pelo menos, mas geralmente só livros de história e negócios.
Eu sinto falta, no Rio, é de gente se empolgando com algum livro. Não importa qual. Às vezes parece que só eu me empolgo aqui. Falo de livros e os empresto pra todo mundo, de acordo com a personalidade do interlocutor, é claro. E geralmente as pessoas se interessam, e depois chegam a me agradecer por ter apresentado o tal livro pra elas. Minha irmã postiça (ela é de Curitiba) e meu amigo Ismar (ele é escritor) estão nessa categoria, mas fico orgulhosa mesmo é pela minha avó, carioca da gema, ter gostado tanto de Clube da Felicidade e da Sorte.
## 21.7.09
### como não fazer um romance pop
Acabo de me dar conta de que atualmente estou escrevendo uma monografia para a faculdade, uma história em quadrinhos bastante escrachada e dois romances: um sério com uma pitada de scifi e outro de estrutura mirabolante com tema nerd-pop (tirei essa definição da orelha agora). Para mim, mais do que apenas fácil, trafegar entre as linguagens e os níveis culturais de cada projeto chega a fazer bem. Oxigena minha cabeça. Passei cinco anos obcecada com os personagens de A feia noite, meu segundo romance, simplesmente porque tinha decidido me concentrar "só naquilo" e deixar os outros projetos para depois. Big mistake. Enquanto outras pessoas precisam se concentrar em um projeto para fazê-lo render, eu preciso mesmo é diversificar - para arejar.
Enquanto escrevo e planejo o meu romance de estrutura mirabolante com tema nerd-pop, me veio à mente quantos erros já vi autores cometerem ao querer colocar uma pitada pop em seu romance. Me vieram à mente coisas que não se deve fazer de jeito nenhum:
- batizar personagens com o nome de seu personagem obscuro de HQ favorito;
- citar a(s) banda(s) indie(s) mais foda de todos os tempos da última semana, especialmente para caracterizar algum personagem (isso não funciona nem dentro da semana - de fato, isso não funciona com banda nenhuma, e diria até que com escritor nenhum);
- salpicar referências a esmo quando precisa fazer uma sequência de sonho ou fluxo de consciência;
- fazer de algum personagem um especialista (a não ser um especialista soft, ou para ridicularizá-lo, ou então para jogá-lo num tanque de jacarés - recompensar o leitor, excelente técnica narrativa).
E a regra que engloba todas as anteriores: não tente demonstrar como é profundo conhecedor de todas as formas de cultura, na faixa "olha como sei ser tosco & sofisticado!" (faça como eu, deixe isso no blog). Poucos compartilharão do seu precioso repertório, e isso não lhe trará a glória, tampouco inimigos invejosos, mas meros bocejos. Além de ser chato, ainda costuma mascarar uma profunda falta de vontade/ capacidade em contar alguma história que preste. Pronto, falei.
Apesar de No shopping ser chamado de romance pop, fui comedida na citação de bandas. Citei Massive Attack e Britney Spears, pelo que me lembro, e mesmo assim sem muita fanfarra.
Acho que este meu novo romance exibirá um certo parentesco com No shopping na medida em que o pop foi incorporado a sua estrutura, e não implantado no texto feito silicone.
Enquanto escrevo e planejo o meu romance de estrutura mirabolante com tema nerd-pop, me veio à mente quantos erros já vi autores cometerem ao querer colocar uma pitada pop em seu romance. Me vieram à mente coisas que não se deve fazer de jeito nenhum:
- batizar personagens com o nome de seu personagem obscuro de HQ favorito;
- citar a(s) banda(s) indie(s) mais foda de todos os tempos da última semana, especialmente para caracterizar algum personagem (isso não funciona nem dentro da semana - de fato, isso não funciona com banda nenhuma, e diria até que com escritor nenhum);
- salpicar referências a esmo quando precisa fazer uma sequência de sonho ou fluxo de consciência;
- fazer de algum personagem um especialista (a não ser um especialista soft, ou para ridicularizá-lo, ou então para jogá-lo num tanque de jacarés - recompensar o leitor, excelente técnica narrativa).
E a regra que engloba todas as anteriores: não tente demonstrar como é profundo conhecedor de todas as formas de cultura, na faixa "olha como sei ser tosco & sofisticado!" (faça como eu, deixe isso no blog). Poucos compartilharão do seu precioso repertório, e isso não lhe trará a glória, tampouco inimigos invejosos, mas meros bocejos. Além de ser chato, ainda costuma mascarar uma profunda falta de vontade/ capacidade em contar alguma história que preste. Pronto, falei.
Apesar de No shopping ser chamado de romance pop, fui comedida na citação de bandas. Citei Massive Attack e Britney Spears, pelo que me lembro, e mesmo assim sem muita fanfarra.
Acho que este meu novo romance exibirá um certo parentesco com No shopping na medida em que o pop foi incorporado a sua estrutura, e não implantado no texto feito silicone.
## 18.7.09
Segundo dia de estágio.
- Colocamos a sigla do tradutor nesta parte do rodapé. Precisamos de uma sigla para você. Mas seu nome tem as mesmas iniciais da SC, então... qual é seu nome do meio?
- Silva.
- Você pode ficar sendo SS.
- Como a polícia secreta nazista? - e cerrei os olhos significativamente e sorri.
A gerente de projetos continuou me olhando.
- SS era a sigla da polícia pessoal do Hitler na Segunda Guerra Mundial.
A gerente de projetos continuou me olhando. E eu pensei cá comigo, epa, juntar as coisas ir pra casa. Mas ela finalmente falou, depressa, contrita:
- Por quê, você não gostou dessa sigla? Quer outra? Podemos inventar outra. Qual você quer?
Às vezes tento ser engraçada e soo perturbadora; e vice-versa. Talvez eu seja inexpressiva, ou talvez sutil demais para o Rio de Janeiro.
Vocês devem ter percebido que fiz a piada porque queria que a gerente de projetos fosse inteligente, e tivesse tino cômico, e risse. A piada era um teste em que ela foi reprovada com louvor (e, puxa, eu também: zero em malícia, ou dez em inocência). Apesar de incidentes desse tipo, nunca deixei de testar as pessoas e seus limites. Não quero uma vida chocha.
A lição é que pessoas como eu sempre vão se decepcionar com o mundo do trabalho, porque as pessoas que mandam em você costumam ser, com raríssimas exceções, portas - das bem maciças. Mesmo que você já saia de casa esperando o pior do trabalho, as melhores capacidades de imaginar este pior não chegam nem perto da forma sofisticada como é pior na realidade.
- Colocamos a sigla do tradutor nesta parte do rodapé. Precisamos de uma sigla para você. Mas seu nome tem as mesmas iniciais da SC, então... qual é seu nome do meio?
- Silva.
- Você pode ficar sendo SS.
- Como a polícia secreta nazista? - e cerrei os olhos significativamente e sorri.
A gerente de projetos continuou me olhando.
- SS era a sigla da polícia pessoal do Hitler na Segunda Guerra Mundial.
A gerente de projetos continuou me olhando. E eu pensei cá comigo, epa, juntar as coisas ir pra casa. Mas ela finalmente falou, depressa, contrita:
- Por quê, você não gostou dessa sigla? Quer outra? Podemos inventar outra. Qual você quer?
Às vezes tento ser engraçada e soo perturbadora; e vice-versa. Talvez eu seja inexpressiva, ou talvez sutil demais para o Rio de Janeiro.
Vocês devem ter percebido que fiz a piada porque queria que a gerente de projetos fosse inteligente, e tivesse tino cômico, e risse. A piada era um teste em que ela foi reprovada com louvor (e, puxa, eu também: zero em malícia, ou dez em inocência). Apesar de incidentes desse tipo, nunca deixei de testar as pessoas e seus limites. Não quero uma vida chocha.
A lição é que pessoas como eu sempre vão se decepcionar com o mundo do trabalho, porque as pessoas que mandam em você costumam ser, com raríssimas exceções, portas - das bem maciças. Mesmo que você já saia de casa esperando o pior do trabalho, as melhores capacidades de imaginar este pior não chegam nem perto da forma sofisticada como é pior na realidade.
## 10.7.09
wait a minute mr. postman
Carta de uma mulher da cidade de Naor ao rei de Ur, datada mais ou menos de 2000 a.C., inscrita numa tabuleta de argila em caracteres cuneiformes e encontrada em meio às Cartas de Mari:
"Dizei ao meu senhor, Thus Inib-Sharim, tua dama e serva. Quanto tempo devo permanecer ainda em Naor? A paz está selada e a estrada, desbloqueada. Permita que meu senhor me escreva e permita-me ser levada para ver o rosto de meu senhor, de quem estou separada. Permita que meu senhor, além disso, escreva-me uma tabuleta em resposta." (grifo meu)
Viu? É histórico. Os homens nunca mandam tabuletas no dia seguinte.
Carta de uma mulher da cidade de Naor ao rei de Ur, datada mais ou menos de 2000 a.C., inscrita numa tabuleta de argila em caracteres cuneiformes e encontrada em meio às Cartas de Mari:
"Dizei ao meu senhor, Thus Inib-Sharim, tua dama e serva. Quanto tempo devo permanecer ainda em Naor? A paz está selada e a estrada, desbloqueada. Permita que meu senhor me escreva e permita-me ser levada para ver o rosto de meu senhor, de quem estou separada. Permita que meu senhor, além disso, escreva-me uma tabuleta em resposta." (grifo meu)
Viu? É histórico. Os homens nunca mandam tabuletas no dia seguinte.
postado por Unknown em 10.7.09
Marcadores: baka, bizarro, estudo, filosofada, linguagem, nerdice, pop, serendipity, sibila, vintage
## 8.7.09
Jacko Jesus
Acabei de reler meu scifi Penados y Rebeldes (que escrevi como Filipa Borg). Ainda acho muito bom. Uma palhinha:
"Alguns segundos depois de engatar-se na rede do visualizador VeriSim, o desprogramador do Juruá-Purus se viu no sopé de uma colina. Lentamente, com a alegria dos santos, seus clientes tweens caminhavam em direção ao topo. No topo, estava um ser magro, alto, com um longo capote e dezenas de dedos na ponta do braço, finos como raízes. Ao seu lado estava uma mulher pálida e magra de uns 30 anos.
Kaapor ligou a etiquetação. Sobre o cara de capote, apareceu a etiqueta “Jack Jesus”. Sobre a moça a seu lado, “M&M Geller”. Nisso, Kaapor ouve atrás de si:
- Pedófilo desgraçado! O que quer com nossos filhos?
Um pai engravatado, vermelho de raiva, surgia dos limites da pradaria sob a colina, liderando uma multidão de pais injuriados que corria tão bem quanto podia, ou seja, em câmera lenta.
A resposta de Jack Jesus foi sacudir as longas madeixas e dizer com uma voz que preenchia todos os espaços:
- Nunca ouviu falar em "vinde a mim as criancinhas", mente suja?"
Acabei de reler meu scifi Penados y Rebeldes (que escrevi como Filipa Borg). Ainda acho muito bom. Uma palhinha:
"Alguns segundos depois de engatar-se na rede do visualizador VeriSim, o desprogramador do Juruá-Purus se viu no sopé de uma colina. Lentamente, com a alegria dos santos, seus clientes tweens caminhavam em direção ao topo. No topo, estava um ser magro, alto, com um longo capote e dezenas de dedos na ponta do braço, finos como raízes. Ao seu lado estava uma mulher pálida e magra de uns 30 anos.
Kaapor ligou a etiquetação. Sobre o cara de capote, apareceu a etiqueta “Jack Jesus”. Sobre a moça a seu lado, “M&M Geller”. Nisso, Kaapor ouve atrás de si:
- Pedófilo desgraçado! O que quer com nossos filhos?
Um pai engravatado, vermelho de raiva, surgia dos limites da pradaria sob a colina, liderando uma multidão de pais injuriados que corria tão bem quanto podia, ou seja, em câmera lenta.
A resposta de Jack Jesus foi sacudir as longas madeixas e dizer com uma voz que preenchia todos os espaços:
- Nunca ouviu falar em "vinde a mim as criancinhas", mente suja?"
## 7.7.09
### Querido Diário
Rio, 19 de novembro de 1994.
Usei o modem para conversar com o computador do dindo. Legal! Ele escreve lá, sai aqui. Eu escrevo aqui, sai lá. Até me passou um arquivo!
Legal mesmo!
Simone
Lembro que foi muito complicado - tive que pedir para a minha avó e a empregada ficarem longe do telefone, e depois gritei para elas virem ver porque algo impensável havia acontecido - uma imagem tinha se materializado no meu computador, mais exatamente esta:
Era esse tipo de incidente que eu registrava no meu diário cor-de-rosa. Trocar arquivos pela internet com o padrinho. Ganhar concursos. Criticar os canais da recém-instalada NET. Reclamar que meus amigos só vinham à minha casa pra jogar videogame.
Eu nunca falava de livros, mas é visível o quanto eles influenciavam a minha linguagem no diário. Quando comecei meu primeiro diário sério, aos seis anos, eu imitava a tradução portuguesa do Diário de Anne Frank, usando um vocabulário muitíssimo mal-colocado (eu não "brigava", eu "pelejava", entende?).
Mas eu queria mesmo é ter achado meu "diário" no caderno dos Transformers que eu ganhei de brinde no aniversário de quatro anos do Igor, mantido dos meus 3 a 5 anos de idade. Tudo o que ele continha eram desenhos e rabiscos incompreensíveis, porque eu não sabia escrever, embora já bolasse frases e ficasse angustiada por não saber registrá-las, rabiscando, por isso, as linhas do caderno dos Transformers. Mas depois eu ficava frustradíssima porque não conseguia ler o que tinha "escrito".
Eu gostava muito do caderno dos Transformers porque, pra mim, aqueles robôs gigantes estavam protegendo meus segredos. Bem melhor que os ursinhos que me deram depois para o mesmo fim.
Usei o modem para conversar com o computador do dindo. Legal! Ele escreve lá, sai aqui. Eu escrevo aqui, sai lá. Até me passou um arquivo!
Legal mesmo!
Simone
Lembro que foi muito complicado - tive que pedir para a minha avó e a empregada ficarem longe do telefone, e depois gritei para elas virem ver porque algo impensável havia acontecido - uma imagem tinha se materializado no meu computador, mais exatamente esta:
Era esse tipo de incidente que eu registrava no meu diário cor-de-rosa. Trocar arquivos pela internet com o padrinho. Ganhar concursos. Criticar os canais da recém-instalada NET. Reclamar que meus amigos só vinham à minha casa pra jogar videogame.
Eu nunca falava de livros, mas é visível o quanto eles influenciavam a minha linguagem no diário. Quando comecei meu primeiro diário sério, aos seis anos, eu imitava a tradução portuguesa do Diário de Anne Frank, usando um vocabulário muitíssimo mal-colocado (eu não "brigava", eu "pelejava", entende?).
Mas eu queria mesmo é ter achado meu "diário" no caderno dos Transformers que eu ganhei de brinde no aniversário de quatro anos do Igor, mantido dos meus 3 a 5 anos de idade. Tudo o que ele continha eram desenhos e rabiscos incompreensíveis, porque eu não sabia escrever, embora já bolasse frases e ficasse angustiada por não saber registrá-las, rabiscando, por isso, as linhas do caderno dos Transformers. Mas depois eu ficava frustradíssima porque não conseguia ler o que tinha "escrito".
Eu gostava muito do caderno dos Transformers porque, pra mim, aqueles robôs gigantes estavam protegendo meus segredos. Bem melhor que os ursinhos que me deram depois para o mesmo fim.
## 6.7.09
### Chespirito
Agora que li Hamlet é que entendi porque Roberto Bolaños, criador do Chaves, era conhecido como Chespirito ("Shakespearito").
- Alguém se lembra do episódio em que Dona Neves se faz de louca porque "os loucos não têm responsabilidade por seus atos" e, portanto, não precisam pagar aluguel? Pois então: Hamlet.
- E o episódio dos baldes d'água, onde se diz que "a loucura se cura com um choque forte"? Também há uma fala assim em Hamlet.
- Aparições de fantasma em Chapolim, mais assustadoras porque descritas vividamente por outro personagem
- Episódio de Seu Madruga achando que vai morrer
- Sr. Furtado e sua culpa oculta
- Professor Girafales e Chiquinha = Polonius e Hamlet
- Professor Girafales e Quico = Claudius e Hamlet
- Tenho certeza de que vi essa história do rei acabar virando cocô de mendigo em algum episódio
Imagino um exímio contador de histórias se dando conta de que está no México, e não na Inglaterra elisabetana, e percebendo que tem que fazer um seriado mambembe e humorístico, e não peças imortais. Do mesmo modo, uns se especializam em Shakespeare, outros em Chespirito. E você, percebe?
- Alguém se lembra do episódio em que Dona Neves se faz de louca porque "os loucos não têm responsabilidade por seus atos" e, portanto, não precisam pagar aluguel? Pois então: Hamlet.
- E o episódio dos baldes d'água, onde se diz que "a loucura se cura com um choque forte"? Também há uma fala assim em Hamlet.
- Aparições de fantasma em Chapolim, mais assustadoras porque descritas vividamente por outro personagem
- Episódio de Seu Madruga achando que vai morrer
- Sr. Furtado e sua culpa oculta
- Professor Girafales e Chiquinha = Polonius e Hamlet
- Professor Girafales e Quico = Claudius e Hamlet
- Tenho certeza de que vi essa história do rei acabar virando cocô de mendigo em algum episódio
Imagino um exímio contador de histórias se dando conta de que está no México, e não na Inglaterra elisabetana, e percebendo que tem que fazer um seriado mambembe e humorístico, e não peças imortais. Do mesmo modo, uns se especializam em Shakespeare, outros em Chespirito. E você, percebe?
postado por Unknown em 6.7.09
Marcadores: arte, bizarro, crítica, infância, literatura, nerdice, pop, serendipity, televisão
## 27.6.09
Are you OK, Annie?
A melhor cena de Annie, na minha opinião (começa aos 6:40 do vídeo acima), é quando ela sai da cama para entrar no escritório do ricaço Daddy Warbucks em busca de atenção e, enquanto isso, atrás dela, um sujeito barbudo de terno saltita pelo jardim da casa. Mas Warbucks a ignora e continua trabalhando enquanto o sujeito barbudo arremessa uma bomba dentro do escritório, estilhaçando uma janela. Enquanto Annie olha atônita e Daddy Warbucks continua vituperando em sua ligação intercontinental, o criado oriental de Warbucks (Asp) passa a bomba para o criado indiano, que a arremessa de volta para fora com uma elegante pirueta, onde ela explode. O cão de Annie arrasta o sujeito pelo terno, Asp lhe dá alguns golpes de caratê e o indiano o imobiliza, levando-o para dentro.
Aí Annie diz à secretária, chocada:
"Who would try to kill Mr. Warbucks??"
"The Bolsheviks, my dear. He's living proof that the American system works and they don't want anybody to know that."
"The Bolsheviks? Leapin' lizards!"
Ninguém, no entanto, pergunta se Annie está bem. O que funciona a favor da cena.
(Annie é de 81, Smooth Criminal de 85.)
A melhor cena de Annie, na minha opinião (começa aos 6:40 do vídeo acima), é quando ela sai da cama para entrar no escritório do ricaço Daddy Warbucks em busca de atenção e, enquanto isso, atrás dela, um sujeito barbudo de terno saltita pelo jardim da casa. Mas Warbucks a ignora e continua trabalhando enquanto o sujeito barbudo arremessa uma bomba dentro do escritório, estilhaçando uma janela. Enquanto Annie olha atônita e Daddy Warbucks continua vituperando em sua ligação intercontinental, o criado oriental de Warbucks (Asp) passa a bomba para o criado indiano, que a arremessa de volta para fora com uma elegante pirueta, onde ela explode. O cão de Annie arrasta o sujeito pelo terno, Asp lhe dá alguns golpes de caratê e o indiano o imobiliza, levando-o para dentro.
Aí Annie diz à secretária, chocada:
"Who would try to kill Mr. Warbucks??"
"The Bolsheviks, my dear. He's living proof that the American system works and they don't want anybody to know that."
"The Bolsheviks? Leapin' lizards!"
Ninguém, no entanto, pergunta se Annie está bem. O que funciona a favor da cena.
(Annie é de 81, Smooth Criminal de 85.)
postado por Unknown em 27.6.09
## 25.6.09
there's no spark
Eu gosto de Lígia especialmente pelo começo. O refrão já fica excessivamente meloso - suspeito que por intromissão de, puah, Chico Buarque. Mas o princípio denota um diálogo de sucessivos tocos dados por Lígia em um pretendente.
- Eu sonho com você todo dia.
Eu nunca sonhei com você.
- Gosta de cinema?
Nunca fui ao cinema.
- Vamos pro samba, então. Ou à praia. Vamos, Lígia?
Não gosto de samba, não vou a Ipanema.
- Então vamos para o Horto. Num dia de chuva ou de sol, você é quem sabe.
Não gosto de chuva, nem gosto de sol.
*de Lígia (Tom Jobim e Chico Buarque)
Eu gosto de Lígia especialmente pelo começo. O refrão já fica excessivamente meloso - suspeito que por intromissão de, puah, Chico Buarque. Mas o princípio denota um diálogo de sucessivos tocos dados por Lígia em um pretendente.
- Eu sonho com você todo dia.
Eu nunca sonhei com você.
- Gosta de cinema?
Nunca fui ao cinema.
- Vamos pro samba, então. Ou à praia. Vamos, Lígia?
Não gosto de samba, não vou a Ipanema.
- Então vamos para o Horto. Num dia de chuva ou de sol, você é quem sabe.
Não gosto de chuva, nem gosto de sol.
*de Lígia (Tom Jobim e Chico Buarque)
postado por Unknown em 25.6.09
Marcadores: baka, filosofada, influenza, música, natureza, rei ayanami, sexo, vintage
## 23.6.09
post do triunfalismo nerd
Trabalho em grupo, até o Ensino Médio, significava correr atrás das outras pessoas para fazer a parte delas antes que elas fizessem besteira. Mas com a internet - que me atingiu em sua plenitude lá pelo 2o ano do Ensino Médio - e a faculdade de Produção Editorial comecei a encontrar colaboradores dignos, com ideias ótimas, que complementam as minhas (e vice-versa). Em Produção Editorial, a confiança atingiu níveis tais que cheguei a fazer trabalhos em dupla no esquema "você faz um, eu faço o outro, e no dia da apresentação a gente se encontra antes da aula e se inteira do que a outra preparou". Quando a competência dá as mãos, o mundo é sua caixa de areia - e os incompetentes ainda não perceberam, claro, mas ficará cada vez mais difícil para eles subirem na carreira. Até porque suas velhas armas - puxar o saco, roubar ideias alheias e sabotar quem é melhor - e seus vícios de destrabalho - nivelar por baixo, desistir quando parece difícil - não valem nada num mundo que cobra cada vez mais resultados concretos.
Tenho visto de escritórios de arquitetura a agências de propaganda, e dos grandes, sendo trocados por outros porque não mostraram serviço. Há que mostrar serviço, e serviço consistente.
E tenho dito.
Trabalho em grupo, até o Ensino Médio, significava correr atrás das outras pessoas para fazer a parte delas antes que elas fizessem besteira. Mas com a internet - que me atingiu em sua plenitude lá pelo 2o ano do Ensino Médio - e a faculdade de Produção Editorial comecei a encontrar colaboradores dignos, com ideias ótimas, que complementam as minhas (e vice-versa). Em Produção Editorial, a confiança atingiu níveis tais que cheguei a fazer trabalhos em dupla no esquema "você faz um, eu faço o outro, e no dia da apresentação a gente se encontra antes da aula e se inteira do que a outra preparou". Quando a competência dá as mãos, o mundo é sua caixa de areia - e os incompetentes ainda não perceberam, claro, mas ficará cada vez mais difícil para eles subirem na carreira. Até porque suas velhas armas - puxar o saco, roubar ideias alheias e sabotar quem é melhor - e seus vícios de destrabalho - nivelar por baixo, desistir quando parece difícil - não valem nada num mundo que cobra cada vez mais resultados concretos.
Tenho visto de escritórios de arquitetura a agências de propaganda, e dos grandes, sendo trocados por outros porque não mostraram serviço. Há que mostrar serviço, e serviço consistente.
E tenho dito.
postado por Unknown em 23.6.09
## 17.6.09
Ôlho
Ontem dei uma portada na minha vizinha. Foi sem querer. Ela veio jogar um lixo fora bem no momento em que eu empurrava a porta do elevador, e não manteve a distância defensiva, por assim dizer. Além disso, a porta é ultrapesada, precisa ser empurrada com força, e tem um minúsculo retângulo para você ver quem vem chegando.
Pedi desculpas, mas não acho que ela tenha aceito. Até porque temos uma história - reclamei de algumas coisas que ela fazia, e ela parou, mas não parece em paz com isso (também).
O que fiquei pensando, na verdade, enquanto eu enfiava a chave na fechadura e ela também, é que ela olhou para dentro da minha casa, provavelmente vendo a decoração meio retrô, o gato, a quantidade excessiva de livros e a Bíblia aberta em frente ao computador ligado. O que ela deve ter pensado? Certamente, não que sou crente, pelas roupas e horários em que saio.
Serial killer foi minha aposta. Figurinha mais crível que escritora.
Ontem dei uma portada na minha vizinha. Foi sem querer. Ela veio jogar um lixo fora bem no momento em que eu empurrava a porta do elevador, e não manteve a distância defensiva, por assim dizer. Além disso, a porta é ultrapesada, precisa ser empurrada com força, e tem um minúsculo retângulo para você ver quem vem chegando.
Pedi desculpas, mas não acho que ela tenha aceito. Até porque temos uma história - reclamei de algumas coisas que ela fazia, e ela parou, mas não parece em paz com isso (também).
O que fiquei pensando, na verdade, enquanto eu enfiava a chave na fechadura e ela também, é que ela olhou para dentro da minha casa, provavelmente vendo a decoração meio retrô, o gato, a quantidade excessiva de livros e a Bíblia aberta em frente ao computador ligado. O que ela deve ter pensado? Certamente, não que sou crente, pelas roupas e horários em que saio.
Serial killer foi minha aposta. Figurinha mais crível que escritora.
Agora que ando jogando jogos de fuga, acordar de certos sonhos ficou bem mais difícil.
Sonhei que estava numa casa desconhecida, onde acessei um vídeo na internet e depois adormeci no quarto ao lado.
O vídeo era um curta japonês maluco, de época, sobre uma filha de nobres decadentes que não queria se casar com o consorte, e foi, claro, uma seção separada do sonho. Lembro que, pelo computador do sonho, mandei o link desse curta-sonho para duas ou três pessoas (é óbvio que agora tenho que checar se elas receberam).
Mas depois que eu adormecia dentro do sonho, no quarto ao lado, eu sonhava que estava numa praia onde pessoas do meu passado que não tinham nada a ver comigo jogavam voleibol. Era um sonho com outro clima, completamente diferente, de amplitude e frescor. Inclusive, quando a brisa marítima me atingiu no rosto, senti um desejo incontornável de entrar na água de roupa - e foi o que eu fiz. Bastou eu entrar, porém, para acontecer o que sempre acontece quando estou na praia em sonhos: o mar começar a engolir a praia e, depois, até a terra. Mas já aprendi a flutuar nessas condições, então simplesmente aproveitei. Quando o mar voltou à calmaria (desistindo, talvez, de me afogar), eu percebi que o sonho tinha acabado e que era hora de sair dali. Me deitei na pele da água e fechei os olhos. Quando abri de novo, estava de volta à cama. Mas não à minha cama. Eu estava de volta ao sonho anterior, tal e qual.
- Funcionou - observei - mas ai. Ainda falta acordar no quarto certo.
Minha mãe interviu, dobrando umas fronhas:
- Essa não é sua casa. Procure a saída.
Então o sonho assumiu uma interface meio Myst. Depois de procurar pelo quarto, desisti e abri a porta. Havia um banheiro em frente e, ao lado, o quarto do computador, com a porta entreaberta. Foi o que eu escolhi.
Nesse quarto, o que logo me chamou a atenção foi o espelho. Como sempre nos meus sonhos, olhar no espelho mais que três segundos exibia uma imagem ligeiramente distorcida, pendendo para o monstruoso. Mas ainda assim, me pareceu uma possível saída.
Como cada sonho tem regras diferentes, decidi testar minhas suspeitas: avancei a mão e toquei no espelho. Sim, ele era uma membrana permeável, e dava para o lado real. Minha mão tinha acordado quando ultrapassei o espelho com ela. Então tomei distância, a maior possível no pequeno quarto, e pulei contra o espelho. Fiquei entalada na metade, então resolvi fechar os olhos e esperar. Só aí eu acordei no meu verdadeiro quarto.
Sonhei que estava numa casa desconhecida, onde acessei um vídeo na internet e depois adormeci no quarto ao lado.
O vídeo era um curta japonês maluco, de época, sobre uma filha de nobres decadentes que não queria se casar com o consorte, e foi, claro, uma seção separada do sonho. Lembro que, pelo computador do sonho, mandei o link desse curta-sonho para duas ou três pessoas (é óbvio que agora tenho que checar se elas receberam).
Mas depois que eu adormecia dentro do sonho, no quarto ao lado, eu sonhava que estava numa praia onde pessoas do meu passado que não tinham nada a ver comigo jogavam voleibol. Era um sonho com outro clima, completamente diferente, de amplitude e frescor. Inclusive, quando a brisa marítima me atingiu no rosto, senti um desejo incontornável de entrar na água de roupa - e foi o que eu fiz. Bastou eu entrar, porém, para acontecer o que sempre acontece quando estou na praia em sonhos: o mar começar a engolir a praia e, depois, até a terra. Mas já aprendi a flutuar nessas condições, então simplesmente aproveitei. Quando o mar voltou à calmaria (desistindo, talvez, de me afogar), eu percebi que o sonho tinha acabado e que era hora de sair dali. Me deitei na pele da água e fechei os olhos. Quando abri de novo, estava de volta à cama. Mas não à minha cama. Eu estava de volta ao sonho anterior, tal e qual.
- Funcionou - observei - mas ai. Ainda falta acordar no quarto certo.
Minha mãe interviu, dobrando umas fronhas:
- Essa não é sua casa. Procure a saída.
Então o sonho assumiu uma interface meio Myst. Depois de procurar pelo quarto, desisti e abri a porta. Havia um banheiro em frente e, ao lado, o quarto do computador, com a porta entreaberta. Foi o que eu escolhi.
Nesse quarto, o que logo me chamou a atenção foi o espelho. Como sempre nos meus sonhos, olhar no espelho mais que três segundos exibia uma imagem ligeiramente distorcida, pendendo para o monstruoso. Mas ainda assim, me pareceu uma possível saída.
Como cada sonho tem regras diferentes, decidi testar minhas suspeitas: avancei a mão e toquei no espelho. Sim, ele era uma membrana permeável, e dava para o lado real. Minha mão tinha acordado quando ultrapassei o espelho com ela. Então tomei distância, a maior possível no pequeno quarto, e pulei contra o espelho. Fiquei entalada na metade, então resolvi fechar os olhos e esperar. Só aí eu acordei no meu verdadeiro quarto.
postado por Unknown em 17.6.09
Marcadores: bizarro, cinema, duenssa, informática, Japão, nerdice, serendipity, sibila, sonhos
## 14.6.09
it's ALIVE
Achei o primeiro blog que tive na vida, em 2001: http://desembucha.brinkster.net/exibir-blog.asp?blog=simonecampos
Eu era muito empolgada.
Tem o esboço de A feia noite (sim, já em 2001).
E o servidor que o abrigava subiu no telhado pouco depois do 11 de setembro. Achei que nunca mais veria os meus posts.
Depois vou incorporar os posts dele a este blog, nas devidas datas.
E, nossa, quero ver dizerem que "surgi dos blogs" agora.
Achei o primeiro blog que tive na vida, em 2001: http://desembucha.brinkster.net/exibir-blog.asp?blog=simonecampos
Eu era muito empolgada.
Tem o esboço de A feia noite (sim, já em 2001).
E o servidor que o abrigava subiu no telhado pouco depois do 11 de setembro. Achei que nunca mais veria os meus posts.
Depois vou incorporar os posts dele a este blog, nas devidas datas.
E, nossa, quero ver dizerem que "surgi dos blogs" agora.
## 11.6.09
efeito folhetim
Eu tinha esquecido do frisson que é ter que esperar a foto ficar pronta, em vez de ver como ela ficou na mesma hora. A máquina digital nos roubou isso.
Mais resultados, no Flickr.
Eu tinha esquecido do frisson que é ter que esperar a foto ficar pronta, em vez de ver como ela ficou na mesma hora. A máquina digital nos roubou isso.
Mais resultados, no Flickr.
postado por Unknown em 11.6.09
## 8.6.09
the puppet master
Estou fazendo um twitter com frases da Emília. Sem contexto é mais gostoso.
Estou fazendo um twitter com frases da Emília. Sem contexto é mais gostoso.
## 6.6.09
Não sei o que é maior: minha ojeriza por gente "do bem"/"gentileza gera gentileza" (T-shirts available) ou minha ojeriza por gente que implica por recalque.
descompressão
Sei que devia compartimentalizar mais a minha vida - tipo, não misturar assuntos pessoais e profissionais no blog; não postar pares de coisas díspares, como pole dancing X ponto cruz, ou pró-choque de ordem X clubbing, ou nerdice X fashionismo - mas não tenho muita paciência para manter abertos vários estabelecimentos virtuais diferentes. Resultado é que a maior parte das pessoas gosta muito de uma das pontas da minha vida mas não tolera o todo.
Às vezes penso que sou um personagem inverossímil. Ou que estou fazendo o que tanto desdenho, usar "metamorfose ambulante" como desculpa para falta de coerência. Mas sou coerente com minha complexidade: gosto de manter minhas opções abertas. Realmente gosto de robôs gigantes, ponto cruz, vintage, fofice (kawaii), tradução, literatura, cinema, anime, gatos, videogames, quadrinhos, divulgação científica, dança do ventre, coisas toscas, animação, sexo, música eletrônica, livros (com fetiche), ópera, fotografia, política, ficção-científica, design e não designers, Tijuca e não Ipanema, países insulares e tantas outras coisas. Que fazer?
(Decidi usar negrito, mas não vou abusar.)
Sei que devia compartimentalizar mais a minha vida - tipo, não misturar assuntos pessoais e profissionais no blog; não postar pares de coisas díspares, como pole dancing X ponto cruz, ou pró-choque de ordem X clubbing, ou nerdice X fashionismo - mas não tenho muita paciência para manter abertos vários estabelecimentos virtuais diferentes. Resultado é que a maior parte das pessoas gosta muito de uma das pontas da minha vida mas não tolera o todo.
Às vezes penso que sou um personagem inverossímil. Ou que estou fazendo o que tanto desdenho, usar "metamorfose ambulante" como desculpa para falta de coerência. Mas sou coerente com minha complexidade: gosto de manter minhas opções abertas. Realmente gosto de robôs gigantes, ponto cruz, vintage, fofice (kawaii), tradução, literatura, cinema, anime, gatos, videogames, quadrinhos, divulgação científica, dança do ventre, coisas toscas, animação, sexo, música eletrônica, livros (com fetiche), ópera, fotografia, política, ficção-científica, design e não designers, Tijuca e não Ipanema, países insulares e tantas outras coisas. Que fazer?
(Decidi usar negrito, mas não vou abusar.)
Lista de gente que fez bem ao Brasil e o Brasil tratou mal
- Monteiro Lobato
- Mauá
- D. Pedro II
- Fernando Sabino
- Wilson Simonal
Tem umas pessoas que eu particularmente questiono se fizeram bem mesmo, então não entraram na lista. Ou então, eu posso simplesmente ter esquecido. Mais algum? Mande-me um e-mail.
- Monteiro Lobato
- Mauá
- D. Pedro II
- Fernando Sabino
- Wilson Simonal
Tem umas pessoas que eu particularmente questiono se fizeram bem mesmo, então não entraram na lista. Ou então, eu posso simplesmente ter esquecido. Mais algum? Mande-me um e-mail.
Top 10 países preferidos
1-Escócia (e Inglaterra, e o resto do Reino Unido)
2-Japão
3-Rússia
4-Polônia (e Ucrânia, e o resto das ex-repúblicas soviéticas)
5-Brasil
6-Portugal
7-Chile
8-Espanha
9-Canadá
10-França
- Se não fosse o meu gosto moderado por tosquice, essa lista poderia ser muito diferente.
- Na lista tem países que eu não conheço, e nem todos os que conheço entraram na lista.
1-Escócia (e Inglaterra, e o resto do Reino Unido)
2-Japão
3-Rússia
4-Polônia (e Ucrânia, e o resto das ex-repúblicas soviéticas)
5-Brasil
6-Portugal
7-Chile
8-Espanha
9-Canadá
10-França
- Se não fosse o meu gosto moderado por tosquice, essa lista poderia ser muito diferente.
- Na lista tem países que eu não conheço, e nem todos os que conheço entraram na lista.
postado por Unknown em 6.6.09
## 2.6.09
"Teeth" é legal, mas não tenho coragem de recomendar aquilo pra ninguém. Veja por sua conta e risco.
postado por Unknown em 2.6.09
## 30.5.09
Cena dos anos 90
– Vamos cedo, disse Monica. Quero ficar lá no “gargarejo”.
Era o meu primeiro show sozinha, de adulta, com as amigas. Já tinha acompanhado meu pai recém-divorciado ao show do Tears for Fears, mas aquilo era diferente. A roupa foi diferente também: vesti uma blusa de botões prateada que eu e minha mãe compartilhávamos e botei maquiagem.
Fomos mesmo para o que a Monica chamava de gargarejo, um pouco à esquerda. Começaram a tocar e, mal começaram, os meninos vestidos de preto começaram a moshar. Mas não era bem mosh, estava mais para
– Porrada! Porrada! – açulava Monica.
O show prosseguiu, tocando todos os sucessos do cantor, consagrados na década de 80 e repopularizados devido a um recente disco de remixes. No palco, a posição mais avançada era a do saxofonista louro, que lançava longos olhares para as menininhas e usava uma calça de couro apertada que exibiu, durante algum tempo, o que a mais avançada do grupo logo identificou como uma ereção. De vez em quando ele olhava para o nosso lado, mas eu achei aquilo vagamente nojento e me ocupei mais em dançar.
De repente, em vez de emendar em outra, a música parou. Estavam recalibrando para algo complicado. Demorou tanto tempo que Monica sentenciou:
– Ihh... deu tilt!
E virou pra trás e começou a bater papo, dizendo como o saxofonista era lindo, mais lindo que o cantor, e inventando formas de chamar a atenção dele.
De repente, o palco começou a tremer com um ruído de baixa frequência. Era o baixo de uma versão eletrônica de “Ando meio desligado”.
O público esfriou completamente. Era mesmo uma versão muito chata. No meio do solo, um maluco começou a gritar:
– Pára com essa merda eletrônicaaaa! Caralhoooo! Filha da putaaa! Música de viadoooo! Eu quero é roquenrooool!
Era uma versão muito chata mesmo, mas aquele cara era mais. Ficou gritando aquilo até a música terminar, e eu senti vontade de dizer a ele que eletrônica não era nada daquilo – eu que já estava começando a gostar. Mas calei a minha boca.
Um ano depois, descobri como baixar MP3s na casa do meu pai e danou-se.
– Vamos cedo, disse Monica. Quero ficar lá no “gargarejo”.
Era o meu primeiro show sozinha, de adulta, com as amigas. Já tinha acompanhado meu pai recém-divorciado ao show do Tears for Fears, mas aquilo era diferente. A roupa foi diferente também: vesti uma blusa de botões prateada que eu e minha mãe compartilhávamos e botei maquiagem.
Fomos mesmo para o que a Monica chamava de gargarejo, um pouco à esquerda. Começaram a tocar e, mal começaram, os meninos vestidos de preto começaram a moshar. Mas não era bem mosh, estava mais para
– Porrada! Porrada! – açulava Monica.
O show prosseguiu, tocando todos os sucessos do cantor, consagrados na década de 80 e repopularizados devido a um recente disco de remixes. No palco, a posição mais avançada era a do saxofonista louro, que lançava longos olhares para as menininhas e usava uma calça de couro apertada que exibiu, durante algum tempo, o que a mais avançada do grupo logo identificou como uma ereção. De vez em quando ele olhava para o nosso lado, mas eu achei aquilo vagamente nojento e me ocupei mais em dançar.
De repente, em vez de emendar em outra, a música parou. Estavam recalibrando para algo complicado. Demorou tanto tempo que Monica sentenciou:
– Ihh... deu tilt!
E virou pra trás e começou a bater papo, dizendo como o saxofonista era lindo, mais lindo que o cantor, e inventando formas de chamar a atenção dele.
De repente, o palco começou a tremer com um ruído de baixa frequência. Era o baixo de uma versão eletrônica de “Ando meio desligado”.
O público esfriou completamente. Era mesmo uma versão muito chata. No meio do solo, um maluco começou a gritar:
– Pára com essa merda eletrônicaaaa! Caralhoooo! Filha da putaaa! Música de viadoooo! Eu quero é roquenrooool!
Era uma versão muito chata mesmo, mas aquele cara era mais. Ficou gritando aquilo até a música terminar, e eu senti vontade de dizer a ele que eletrônica não era nada daquilo – eu que já estava começando a gostar. Mas calei a minha boca.
Um ano depois, descobri como baixar MP3s na casa do meu pai e danou-se.
## 27.5.09
Quando a Maísa arrancou a peruca do Silvio ninguém chamou a Secretaria da Terceira Idade.
E tem mais, aposto que ele chorou também - no camarim.
E tem mais, aposto que ele chorou também - no camarim.
postado por Unknown em 27.5.09
Marcadores: bizarro, filosofada, infância, pop, televisão
## 26.5.09
proibido para menores
Estive remexendo no A feia noite para um projeto e me bateu que muita gente, inclusive escritores, não tem noção do trabalho que dá fazer um livro - especialmente um livro como aquele.
Eu pesquisei As mil e uma noites, São Francisco e Santa Clara, o sincretismo de ambos, marketing político, problemas psicológicos, efeitos de diferentes antidepressivos, distúrbios de sono, superdotação, teoria do caos, vários conceitos matemáticos, e dezenas de livros e filmes com "noite" no título.
Veja, por exemplo, a cena de A feia noite em que o marqueteiro político Francisco revista a bolsa da Maria Luiza enquanto ela toma banho:
"Olhos na TV, interessadíssimos na fala pastoral, a mão-boba tem vontade própria, se estende e puxa qualquer coisa lá de dentro. Algo de couro, por exemplo. Um chaveiro que também guarda moedas. Mergulha de novo: uma lamy. Óculos escuros. Tateia mais profundamente desta vez, esquecendo-se da farsa e olhando para ver direito o que estava fazendo: enfiando um antebraço inteiro num local proibido, it goes deep."
Daí se infere que pesquisei até pornografia. Pode rir, vai. "Pesquisar pornografia" soa tão mal que nem vou tentar me defender. Mas me rendeu inúmeras metáforas, verbos e ideias novas. Sem falar em noções de beleza, perversão, degradação, dominação etc. etc.
Isso aparece muito nas atitudes fatais de Maria Luiza, mas nos pequenos detalhes também. Certas roupas, verbos como "trespassar", o uso de facas de caça e silvertape, as referências a necrofilia... agora não está tudo na ponta da língua (por sinal, local onde Maria Luiza possui um discreto piercing). Curiosamente, não considero que o pedófilo do livro tenha saído dessa pesquisa específica, e sim das necessidades da narrativa.
Eu nunca disse que A feia noite devia ser lido por crianças. Ao contrário, aliás, de No shopping, que só pode ser lido por menores de idade. Quem não estiver preso nas engrenagens pré-vestibular e pré-escolha de companhias não vai saboreá-lo, a não ser que tenha ótima memória ou seja muito imaturo.
Acho que já encontrei um tom que sirva tanto para o leitor iniciante como para o experiente no Amostragem complexa (contos). Mas ainda estou devendo um romance nesses termos.
P.S.: mais desenhos de Maria Luiza aqui.
Estive remexendo no A feia noite para um projeto e me bateu que muita gente, inclusive escritores, não tem noção do trabalho que dá fazer um livro - especialmente um livro como aquele.
Eu pesquisei As mil e uma noites, São Francisco e Santa Clara, o sincretismo de ambos, marketing político, problemas psicológicos, efeitos de diferentes antidepressivos, distúrbios de sono, superdotação, teoria do caos, vários conceitos matemáticos, e dezenas de livros e filmes com "noite" no título.
Veja, por exemplo, a cena de A feia noite em que o marqueteiro político Francisco revista a bolsa da Maria Luiza enquanto ela toma banho:
"Olhos na TV, interessadíssimos na fala pastoral, a mão-boba tem vontade própria, se estende e puxa qualquer coisa lá de dentro. Algo de couro, por exemplo. Um chaveiro que também guarda moedas. Mergulha de novo: uma lamy. Óculos escuros. Tateia mais profundamente desta vez, esquecendo-se da farsa e olhando para ver direito o que estava fazendo: enfiando um antebraço inteiro num local proibido, it goes deep."
Daí se infere que pesquisei até pornografia. Pode rir, vai. "Pesquisar pornografia" soa tão mal que nem vou tentar me defender. Mas me rendeu inúmeras metáforas, verbos e ideias novas. Sem falar em noções de beleza, perversão, degradação, dominação etc. etc.
Isso aparece muito nas atitudes fatais de Maria Luiza, mas nos pequenos detalhes também. Certas roupas, verbos como "trespassar", o uso de facas de caça e silvertape, as referências a necrofilia... agora não está tudo na ponta da língua (por sinal, local onde Maria Luiza possui um discreto piercing). Curiosamente, não considero que o pedófilo do livro tenha saído dessa pesquisa específica, e sim das necessidades da narrativa.
Eu nunca disse que A feia noite devia ser lido por crianças. Ao contrário, aliás, de No shopping, que só pode ser lido por menores de idade. Quem não estiver preso nas engrenagens pré-vestibular e pré-escolha de companhias não vai saboreá-lo, a não ser que tenha ótima memória ou seja muito imaturo.
Acho que já encontrei um tom que sirva tanto para o leitor iniciante como para o experiente no Amostragem complexa (contos). Mas ainda estou devendo um romance nesses termos.
P.S.: mais desenhos de Maria Luiza aqui.
## 25.5.09
Olhando a capa do caderno literário
Cansei de gente que escreveu livro importante. Quero ver gente que escreveu livro bom.
Cansei de gente que escreveu livro importante. Quero ver gente que escreveu livro bom.
## 21.5.09
esse modelito da estação passada
Calma, citei Legião Urbana mas não é sinal de demência! Aliás, foi depois de ouvir Flores do mal no rádio que relaxei e admiti que não suportava Legião Urbana mesmo: era ruim. Antes eu ainda tentava contemporizar, ouvir aqueles disquinhos pseudo-românticos nas festas das minhas amigas (e as rodas de violão!) sem reclamar, mas... depois de ouvir esse verso, exatamente esse, do modelito da estação passada, sendo cantado com toda a pompa e gravidade renatorussianas, OK, joguei a toalha...
Mas divago. Eu ia falar era das batinhas. Essas batinhas de grávida que vêm vendendo desde 2002 como "blusa-padrão".
Muitas vezes fico achando que encontrei a blusa perfeita, mas assim que a tiro do cabide percebo que o corte perfeito dos ombros vai abrindo, abrindo, até chegar ao quadril duas vezes maior que o mesmo. Perfeito - como sacão de batata. Vestir saco pra mim é luto ou gravidez.
Antes das batinhas, vendiam-se as baby-looks, lembra? Blusas curtas demais, que mal cobriam o umbigo (se é que chegavam até ele), divulgando o baconzinho de tantas dietas à base de biscoito. E eu usei? Sim, até os 19 anos. Depois, comecei a achar ridículo.
Isso tudo é opinião pessoal, mas reparei numa coisa: quando a moda muda, eu não a sigo. Primeiro, eu a questiono.
Tenho meu estilo; se as coisas que eu gosto vão ficando muito difíceis de ser encontradas, porque a moda do momento não casa com elas, eu me recuso a comprar o que a moda oferece só para acompanhá-la.
Meu gosto não permanece exatamente o mesmo, claro - ele muda gradualmente, assim como o meu corpo, minha idade, minhas experiências - mas certamente não muda a cada estação, como a indústria da moda gostaria.
Não vou jogar minhas blusas berinjela fora porque alguém decidiu que isso está out. Eu fico bem de berinjela. Eu, hein.
Também não vou ficar putinha se o berinjela entrar na moda e todos começarem a dizer que usavam berinjela desde criancinhas. Vou é estocar boa berinjela. Eu sei que aquela batinha berinjela não vai ficar bem em mim e a jaqueta sim, enquanto que a pessoa desesperada vai comprar qualquer coisa berinjela, mesmo que a cor não a favoreça, mesmo que a peça seja medonha, só porque o berinjela está na moda e ela precisa usar berinjela.
(Prometo não usar a palavra "berinjela" de novo até o fim desse post.)
O mesmo vale para as ideias. Os movimentos literários vêm e vão, o que você faz sai e volta à moda, mas você - em "essência" - continua quase igual. O que te interessa e o que você produz a partir disso não muda tão radical nem tão rapidamente quanto a lista de mais vendidos exigiria.
E não há nada de errado com isso. Deixe a moda se afastar, relaxe, use o que você gosta. Um dia ela volta. Ou não. Mas aí você será o único usando... para o bem e para o mal.
Calma, citei Legião Urbana mas não é sinal de demência! Aliás, foi depois de ouvir Flores do mal no rádio que relaxei e admiti que não suportava Legião Urbana mesmo: era ruim. Antes eu ainda tentava contemporizar, ouvir aqueles disquinhos pseudo-românticos nas festas das minhas amigas (e as rodas de violão!) sem reclamar, mas... depois de ouvir esse verso, exatamente esse, do modelito da estação passada, sendo cantado com toda a pompa e gravidade renatorussianas, OK, joguei a toalha...
Mas divago. Eu ia falar era das batinhas. Essas batinhas de grávida que vêm vendendo desde 2002 como "blusa-padrão".
Muitas vezes fico achando que encontrei a blusa perfeita, mas assim que a tiro do cabide percebo que o corte perfeito dos ombros vai abrindo, abrindo, até chegar ao quadril duas vezes maior que o mesmo. Perfeito - como sacão de batata. Vestir saco pra mim é luto ou gravidez.
Antes das batinhas, vendiam-se as baby-looks, lembra? Blusas curtas demais, que mal cobriam o umbigo (se é que chegavam até ele), divulgando o baconzinho de tantas dietas à base de biscoito. E eu usei? Sim, até os 19 anos. Depois, comecei a achar ridículo.
Isso tudo é opinião pessoal, mas reparei numa coisa: quando a moda muda, eu não a sigo. Primeiro, eu a questiono.
Tenho meu estilo; se as coisas que eu gosto vão ficando muito difíceis de ser encontradas, porque a moda do momento não casa com elas, eu me recuso a comprar o que a moda oferece só para acompanhá-la.
Meu gosto não permanece exatamente o mesmo, claro - ele muda gradualmente, assim como o meu corpo, minha idade, minhas experiências - mas certamente não muda a cada estação, como a indústria da moda gostaria.
Não vou jogar minhas blusas berinjela fora porque alguém decidiu que isso está out. Eu fico bem de berinjela. Eu, hein.
Também não vou ficar putinha se o berinjela entrar na moda e todos começarem a dizer que usavam berinjela desde criancinhas. Vou é estocar boa berinjela. Eu sei que aquela batinha berinjela não vai ficar bem em mim e a jaqueta sim, enquanto que a pessoa desesperada vai comprar qualquer coisa berinjela, mesmo que a cor não a favoreça, mesmo que a peça seja medonha, só porque o berinjela está na moda e ela precisa usar berinjela.
(Prometo não usar a palavra "berinjela" de novo até o fim desse post.)
O mesmo vale para as ideias. Os movimentos literários vêm e vão, o que você faz sai e volta à moda, mas você - em "essência" - continua quase igual. O que te interessa e o que você produz a partir disso não muda tão radical nem tão rapidamente quanto a lista de mais vendidos exigiria.
E não há nada de errado com isso. Deixe a moda se afastar, relaxe, use o que você gosta. Um dia ela volta. Ou não. Mas aí você será o único usando... para o bem e para o mal.
## 18.5.09
as sete pragas do Egito
Na minha cozinha têm entrado umas mariposas pretas que, ao que parece, perdem as asas e viram umas lagartinhas nojentas. Elas se prendem ao teto e ficam por lá deslizando. Elas parecem não gostar de nenhum outro lugar, nem o da sala; apenas o laranja-COMLURB de que pintei o teto da cozinha as atrai. De vez em quando eu ponho a escada e estalo algumas com o chinelo: parecem espinhas gordas.
Uma coisa esse apartamento não tem: baratas. De resto, vive sendo invadido por bichos estranhos, às vezes hordas deles. Há épocas para cada praga. Hordas de abelhas, de cupins, formigões, do mosquitinho que deixa cheiro de mato depois de morto, do verdinho que gosta de pousar na tela do computador... e eu nem mantenho uma lavoura (não compro, nem planto...)
Mas os piores são os unitários. Quando o bicho entra sozinho, é porque é punk. É um bicho que eu mesma não vou conseguir tirar e vou ter que chamar o porteiro ou jogar um gato em cima. O morcego, por exemplo. Ou a libélula gigante que a saudosa gatinha Pirata encurralou e, quando ferida, começou a soltar uma espécie de "linha" peguenta verde-água. Como a Pirata fazia questão de comer tudo o que caçava por puro orgulho felino, tirei o bicho dela e joguei fora.
Mas o hors-concours foi um besouro de olhos fosforescentes que invadiu a minha sala certa madrugada, no meio de uma partida de Chrono Trigger. Demoníaco, radioativo e transgênico, o bicho me impressionou tanto que o prendi num copo e fiz um vídeo dele.
Se alguém conhecer essa espécie, gostaria de saber qual é.
Na minha cozinha têm entrado umas mariposas pretas que, ao que parece, perdem as asas e viram umas lagartinhas nojentas. Elas se prendem ao teto e ficam por lá deslizando. Elas parecem não gostar de nenhum outro lugar, nem o da sala; apenas o laranja-COMLURB de que pintei o teto da cozinha as atrai. De vez em quando eu ponho a escada e estalo algumas com o chinelo: parecem espinhas gordas.
Uma coisa esse apartamento não tem: baratas. De resto, vive sendo invadido por bichos estranhos, às vezes hordas deles. Há épocas para cada praga. Hordas de abelhas, de cupins, formigões, do mosquitinho que deixa cheiro de mato depois de morto, do verdinho que gosta de pousar na tela do computador... e eu nem mantenho uma lavoura (não compro, nem planto...)
Mas os piores são os unitários. Quando o bicho entra sozinho, é porque é punk. É um bicho que eu mesma não vou conseguir tirar e vou ter que chamar o porteiro ou jogar um gato em cima. O morcego, por exemplo. Ou a libélula gigante que a saudosa gatinha Pirata encurralou e, quando ferida, começou a soltar uma espécie de "linha" peguenta verde-água. Como a Pirata fazia questão de comer tudo o que caçava por puro orgulho felino, tirei o bicho dela e joguei fora.
Mas o hors-concours foi um besouro de olhos fosforescentes que invadiu a minha sala certa madrugada, no meio de uma partida de Chrono Trigger. Demoníaco, radioativo e transgênico, o bicho me impressionou tanto que o prendi num copo e fiz um vídeo dele.
Se alguém conhecer essa espécie, gostaria de saber qual é.
## 17.5.09
Após detonar autores autobiográficos, fiz um videozinho pra explicar a egotrip do meu novo conto, O aleph de Botafogo. Quando você vai poder ler? Acompanhe aqui. É pulp, gente, é pulp...
## 11.5.09
AFAN
Se o escritor é narcisista, você só vai gostar do que ele escreve se concordar com ele: que ele é o máximo. O problema da literatura autobiográfica é que, se você não topa o autor, logo não topará a literatura dele, baseada na vida dele, com personagens que bailam ao redor da versão idealizada dele.
Se às vezes isso facilita extremamente a vida do crítico, por outras complica demais: como separar não-gosto-de-você do não-gosto-da-sua-obra se a sua obra, admita você ou não nas entrevistas, é você?
É preciso um certo desapego do que se acha, se dar espaço para gostar do livro, como num teste cego. Eu adoro um livro da Fernanda Young, o A sombra das vossas asas, embora ache ela e os demais livros extremamente chatos. Mas, das recentes, ela é das que mais usam a imaginação.
Ninguém disse que o escritor tem qualquer obrigação de facilitar trabalho de crítico - ou de qualquer leitor. Mas o autor de ficção autobiográfica narcisista (AFAN) deve estar preparado para severos golpes no ego ao colocar sua vida no papel. Quer dizer, ele não tem o direito de reclamar. Se chamarem de inverossímil, não vale dizer “mas aconteceu! Eu juro! Quer ver o vídeo?”, e nem dizer "ah, mas essa parte aí é ficção". Se o chamarem de chato narcisista, não vale apelar para Fellini, Zuckerman, sua mãe ou a divindade da sua preferência.
Mas acho que a maior parte dos AFANs só se preocupa em encontrar uma boa desculpa estética - um truque - para dar vazão ao seu imenso complexo de bukkake (só pode ser, porque punheta, antigamente, se batia a sós, e não direcionada para o rosto de outrem): o complexo de Deus de todo autor, a morte da literatura, Woody Allen, a geração fotolog...
O pior é que, se os AFANs pegassem esses temas e tentassem desenvolver em outra direção que não o próprio umbigo, talvez alcançassem alguma coisa. Mas não: todos querem ser príncipes...
Se o escritor é narcisista, você só vai gostar do que ele escreve se concordar com ele: que ele é o máximo. O problema da literatura autobiográfica é que, se você não topa o autor, logo não topará a literatura dele, baseada na vida dele, com personagens que bailam ao redor da versão idealizada dele.
Se às vezes isso facilita extremamente a vida do crítico, por outras complica demais: como separar não-gosto-de-você do não-gosto-da-sua-obra se a sua obra, admita você ou não nas entrevistas, é você?
É preciso um certo desapego do que se acha, se dar espaço para gostar do livro, como num teste cego. Eu adoro um livro da Fernanda Young, o A sombra das vossas asas, embora ache ela e os demais livros extremamente chatos. Mas, das recentes, ela é das que mais usam a imaginação.
Ninguém disse que o escritor tem qualquer obrigação de facilitar trabalho de crítico - ou de qualquer leitor. Mas o autor de ficção autobiográfica narcisista (AFAN) deve estar preparado para severos golpes no ego ao colocar sua vida no papel. Quer dizer, ele não tem o direito de reclamar. Se chamarem de inverossímil, não vale dizer “mas aconteceu! Eu juro! Quer ver o vídeo?”, e nem dizer "ah, mas essa parte aí é ficção". Se o chamarem de chato narcisista, não vale apelar para Fellini, Zuckerman, sua mãe ou a divindade da sua preferência.
Mas acho que a maior parte dos AFANs só se preocupa em encontrar uma boa desculpa estética - um truque - para dar vazão ao seu imenso complexo de bukkake (só pode ser, porque punheta, antigamente, se batia a sós, e não direcionada para o rosto de outrem): o complexo de Deus de todo autor, a morte da literatura, Woody Allen, a geração fotolog...
O pior é que, se os AFANs pegassem esses temas e tentassem desenvolver em outra direção que não o próprio umbigo, talvez alcançassem alguma coisa. Mas não: todos querem ser príncipes...
## 8.5.09
Estava pensando: se eu fosse professora, como impediria meus alunos de usar CTRL-C + CTRL-V num trabalho?
Ainda peguei a época dos livros. Eu ia compilando dois, três livros diferentes, cada um com informações diferentes do outro, e ficava um trabalho enooorme. Mas na universidade, o problema dessa "esperteza" (vergonhosa especialmente depois da 6a série) já começou a afetar relações professor-aluno. Os trabalhos eram enormes e nem um pouco originais.
Tem professor burro que proíbe uso da internet na pesquisa, ou pede, "na boa", para usar "pouco" a internet.
Outros passam extensas provas em folhas de papel almaço para nos obrigar a ficar com a munheca doendo.
Eu já faria diferente: pediria um resumo.
O mal da internet é justamente o excesso de informação. Tanta informação que não se lê boa parte dela. É cortar, colar, ignorar. Trabalhos de vinte páginas sem um conteúdo original.
Mas com um resumo ou fichamento de uma ou duas páginas, as criaturas teriam que ler e trabalhar. Capaz até de terem de abrir um livro. Claro, provavelmente alguém inventaria um jeito de dar a volta nisso, mas seria mais trabalhoso do que fazer o trabalho, e a Lei de Gérson não perdoa ninguém, nem os trapaceiros.
Ainda peguei a época dos livros. Eu ia compilando dois, três livros diferentes, cada um com informações diferentes do outro, e ficava um trabalho enooorme. Mas na universidade, o problema dessa "esperteza" (vergonhosa especialmente depois da 6a série) já começou a afetar relações professor-aluno. Os trabalhos eram enormes e nem um pouco originais.
Tem professor burro que proíbe uso da internet na pesquisa, ou pede, "na boa", para usar "pouco" a internet.
Outros passam extensas provas em folhas de papel almaço para nos obrigar a ficar com a munheca doendo.
Eu já faria diferente: pediria um resumo.
O mal da internet é justamente o excesso de informação. Tanta informação que não se lê boa parte dela. É cortar, colar, ignorar. Trabalhos de vinte páginas sem um conteúdo original.
Mas com um resumo ou fichamento de uma ou duas páginas, as criaturas teriam que ler e trabalhar. Capaz até de terem de abrir um livro. Claro, provavelmente alguém inventaria um jeito de dar a volta nisso, mas seria mais trabalhoso do que fazer o trabalho, e a Lei de Gérson não perdoa ninguém, nem os trapaceiros.
## 30.4.09
tudo bem
Às vezes, na minha adolescência, eu dançava com tal abandono que os outros viam me perguntar se estava tudo bem – “tudo bem” como em “não está prestes a ter overdose?”. Não, não eram drogas. Tudo o que eu fazia era não ter noção e freqüentar uma certa igreja evangélica conhecida por pedir a seus frequentadores para louvar ou expulsar demônios um tanto ruidosamente – Deus ficaria satisfeito. Eu aprendi o abandono, aprendi a me entregar e a sentir o que estava sentindo. E aplicava na boate.
Eu me sentia desesperada, dentre outros motivos, porque ninguém jamais compartilharia desta experiência; ser clubber evangélica era pessoal e intransferível. E esse desespero me fazia dançar mais energeticamente ainda. E aí vinham me perguntar se estava tudo bem, para eu dançar daquele jeito. O que me fazia sentir mais sozinha ainda. Pelo menos na igreja ninguém vinha perguntar se estava tudo bem – se você estava lá, era dado que não estava nada bem, ou, pelo menos, que estava num momento fervoroso.
O pouco que tenho a dizer, do alto da minha experiência, é que tudo passa. E, se você cuidar para reter as coisas boas, elas têm maior chance de ficar por perto.
Às vezes, na minha adolescência, eu dançava com tal abandono que os outros viam me perguntar se estava tudo bem – “tudo bem” como em “não está prestes a ter overdose?”. Não, não eram drogas. Tudo o que eu fazia era não ter noção e freqüentar uma certa igreja evangélica conhecida por pedir a seus frequentadores para louvar ou expulsar demônios um tanto ruidosamente – Deus ficaria satisfeito. Eu aprendi o abandono, aprendi a me entregar e a sentir o que estava sentindo. E aplicava na boate.
Eu me sentia desesperada, dentre outros motivos, porque ninguém jamais compartilharia desta experiência; ser clubber evangélica era pessoal e intransferível. E esse desespero me fazia dançar mais energeticamente ainda. E aí vinham me perguntar se estava tudo bem, para eu dançar daquele jeito. O que me fazia sentir mais sozinha ainda. Pelo menos na igreja ninguém vinha perguntar se estava tudo bem – se você estava lá, era dado que não estava nada bem, ou, pelo menos, que estava num momento fervoroso.
O pouco que tenho a dizer, do alto da minha experiência, é que tudo passa. E, se você cuidar para reter as coisas boas, elas têm maior chance de ficar por perto.
postado por Unknown em 30.4.09
## 27.4.09
Cuidado com Mary Sue
Adaptado da Wikipedia em inglês e em espanhol, o artigo abaixo fala sobre falhas graves no uso do recurso alter ego, algo que vivo apontando. Depois coloco na Wikipédia em português, pode ter alguma serventia...
"Uma Mary Sue (às vezes simplesmente Sue), em crítica literária e particularmente em fan-fiction, é um personagem de ficção com maneirismos idealizados e batidos demais, com quase nenhuma falha aparente e servindo, em primeiro lugar, como realização da fantasia de seus autores ou leitores.
* O autor costuma ser do mesmo sexo que Mary Sue.
* O personagem favorito da autora, de sexo oposto a Mary Sue, vai se apaixonar e provavelmente terminará ao lado dela.
* Mary Sue costuma ter um poder extraordinário em sagas com personagens "mortais" em que abundam poderes psíquicos.
* Na maioria das vezes, as Mary Sue têm um passado trágico, que pode ser similar ao de algum protagonista.
* Com freqüencia, Mary Sue termina aparentada com algum personagem da história original.
* Se se trata de uma estudante, vem de alguma escola estrangeira e chega por um programa de intercâmbio.
* Se o personagem favorito da autora da Mary Sue já se encontra romanticamente envolvido com uma personagem existente na série original, ele preferirá Mary Sue sobre todas as coisas
* A Mary Sue provavelmente unirá romanticamente dois personagens, que no entender do(a) autor(a) deveriam estar juntos.
* Geralmente, a trama da história (fan-fiction) costuma estar centrada na Mary Sue.
* É querida pela maioria dos personagens e raramente tem defeitos (e se os tem, são mínimos).
Algumas variações:
Sue angustiada - Sue com passado trevoso, pelo qual sente medo e culpa. Mas nada que aconteceu com ela foi sua culpa.
Anti-Sue - o autor se esforça tanto para não fazer uma Mary Sue que constrói um personagem cheio de defeitos, extremamente desagradável.
Sue canônica- um personagem da obra original se comporta da forma como o autor bem entende, desrespeitando suas características estabelecidas na obra original.
Sue paródica - Sue feita pelo autor como paródia.
Sue vilanesca - ela se envolve com um vilão e começa a fazer maldades a seu lado, vencendo todos os heróis."
Adaptado da Wikipedia em inglês e em espanhol, o artigo abaixo fala sobre falhas graves no uso do recurso alter ego, algo que vivo apontando. Depois coloco na Wikipédia em português, pode ter alguma serventia...
"Uma Mary Sue (às vezes simplesmente Sue), em crítica literária e particularmente em fan-fiction, é um personagem de ficção com maneirismos idealizados e batidos demais, com quase nenhuma falha aparente e servindo, em primeiro lugar, como realização da fantasia de seus autores ou leitores.
* O autor costuma ser do mesmo sexo que Mary Sue.
* O personagem favorito da autora, de sexo oposto a Mary Sue, vai se apaixonar e provavelmente terminará ao lado dela.
* Mary Sue costuma ter um poder extraordinário em sagas com personagens "mortais" em que abundam poderes psíquicos.
* Na maioria das vezes, as Mary Sue têm um passado trágico, que pode ser similar ao de algum protagonista.
* Com freqüencia, Mary Sue termina aparentada com algum personagem da história original.
* Se se trata de uma estudante, vem de alguma escola estrangeira e chega por um programa de intercâmbio.
* Se o personagem favorito da autora da Mary Sue já se encontra romanticamente envolvido com uma personagem existente na série original, ele preferirá Mary Sue sobre todas as coisas
* A Mary Sue provavelmente unirá romanticamente dois personagens, que no entender do(a) autor(a) deveriam estar juntos.
* Geralmente, a trama da história (fan-fiction) costuma estar centrada na Mary Sue.
* É querida pela maioria dos personagens e raramente tem defeitos (e se os tem, são mínimos).
Algumas variações:
Sue angustiada - Sue com passado trevoso, pelo qual sente medo e culpa. Mas nada que aconteceu com ela foi sua culpa.
Anti-Sue - o autor se esforça tanto para não fazer uma Mary Sue que constrói um personagem cheio de defeitos, extremamente desagradável.
Sue canônica- um personagem da obra original se comporta da forma como o autor bem entende, desrespeitando suas características estabelecidas na obra original.
Sue paródica - Sue feita pelo autor como paródia.
Sue vilanesca - ela se envolve com um vilão e começa a fazer maldades a seu lado, vencendo todos os heróis."
## 17.4.09
comparações espúrias
- Claudine está para Luce assim como Haruhi está para Asahina.
- Eclesiastes e Jó estão para a Bíblia assim como o trip-hop está para a eletrônica.
- Claudine está para Luce assim como Haruhi está para Asahina.
- Eclesiastes e Jó estão para a Bíblia assim como o trip-hop está para a eletrônica.
dislexia galopante
Eu tentando digitar CRITIQUE: criqituqe
Eu tentando digitar CRITIQUE: criqituqe
Abri um twitter só pros trocadilhos da barra de título desse blog. Estou seguindo uns amigos e, mais avidamente, certos personagens fictícios. Orwell me livre de alguém seguir a minha pessoa, nem que seja virtualmente, de alguém saber onde vou, com quem falo e o que penso a cada instante.
postado por Unknown em 17.4.09
Marcadores: informática, pop, sibila
## 16.4.09
Estou cheia dessa história de “abaixo o choque de ordem fascista”, “agora que proibiram o cigarro, eu vou começar a fumar só de birra” (boa morte pra você) e “maldita lei seca que proíbe o consumo de bombons de licor”. Olhe em volta, cazzo. Onde você vive? Na Inglaterra? Aqui, o normal é a desordem. Aqui, as pessoas que estão tentando impor alguma ordem é que são subversivas. Você que diz que vai fumar em local fechado pra ser subversivo: quer ser persona non grata pra valer ou só figurante de anúncio da Ruffles? Se ligue. Seja o chato que só bebe água, Jeremias o bom, Arandir... aí você será perseguido com paus, pedras e tochas acesas, evitado nas ruas, silenciará salões -- um Onézimo encarnado.
Eu já disse: aqui, punk é ser mod...
Acho o nosso país um enigma. Como pode ainda estar de pé? Só pode ser pela inércia. É como se todos aprendessem tudo mal de propósito: dirigir, falar, conviver. Porque com um idioma mal-aprendido e meio-esquecido você não pode realmente cobrar nada a sério de ninguém, né? Aliás, poucos se lembram do idioma original para cobrar em primeiro lugar.
Tudo é marromeno porque ninguém tem medo de tomar um raio de Deus ou uma dura do governo; não existe pecado ao sul do Equador. Então ninguém se esforça para ser impecável, ou para ter excelência (não sei como essa farta distribuição de ISO 9001s). Todos fazem apenas o possível, e o fazem nas coxas, porque o bom é inimigo do ótimo.
Deixa eu dizer um último segredinho pra vocês. Falei no Arandir, não foi? Agora é super décadence fin-de-siècle gostar da obra de Nelson Rodrigues porque tem sacanagem, botando o dedo no queixinho e dizendo que “ele fez uma análise perspicaz da sociedade brasileira”. Ora, por favor. O que ele queria era expor a hipocrisia que velava os comportamentos. O canalha fingindo que não era canalha, a adúltera fingindo que não dava por aí, a lolita fatal fingindo que tinha sido seduzida. E em que isso culmina? Em gente fingindo que gosta dele pela sua “análise perspicaz” quando gosta mesmo é da sacanagem de época.
Eu já disse: aqui, punk é ser mod...
Acho o nosso país um enigma. Como pode ainda estar de pé? Só pode ser pela inércia. É como se todos aprendessem tudo mal de propósito: dirigir, falar, conviver. Porque com um idioma mal-aprendido e meio-esquecido você não pode realmente cobrar nada a sério de ninguém, né? Aliás, poucos se lembram do idioma original para cobrar em primeiro lugar.
Tudo é marromeno porque ninguém tem medo de tomar um raio de Deus ou uma dura do governo; não existe pecado ao sul do Equador. Então ninguém se esforça para ser impecável, ou para ter excelência (não sei como essa farta distribuição de ISO 9001s). Todos fazem apenas o possível, e o fazem nas coxas, porque o bom é inimigo do ótimo.
Deixa eu dizer um último segredinho pra vocês. Falei no Arandir, não foi? Agora é super décadence fin-de-siècle gostar da obra de Nelson Rodrigues porque tem sacanagem, botando o dedo no queixinho e dizendo que “ele fez uma análise perspicaz da sociedade brasileira”. Ora, por favor. O que ele queria era expor a hipocrisia que velava os comportamentos. O canalha fingindo que não era canalha, a adúltera fingindo que não dava por aí, a lolita fatal fingindo que tinha sido seduzida. E em que isso culmina? Em gente fingindo que gosta dele pela sua “análise perspicaz” quando gosta mesmo é da sacanagem de época.
## 15.4.09
sobe, tio
Maldita reativação do Santos Dumont. Agora não consigo ficar cinco minutos sem uma turbina roncar na minha cabeça. Me parece que eles fazem a curva exatamente sobre o meu prédio. De vez em quando o barulho chega a ficar ameaçador, daí eu e JP pomos as mãos na cabeça e entoamos o mantra SOBE, TIO! SOBE, TIO! pro piloto lembrar de puxar o manche um pouco para cima enquanto o torce pro lado. Até agora temos sobrevivido.
Maldita reativação do Santos Dumont. Agora não consigo ficar cinco minutos sem uma turbina roncar na minha cabeça. Me parece que eles fazem a curva exatamente sobre o meu prédio. De vez em quando o barulho chega a ficar ameaçador, daí eu e JP pomos as mãos na cabeça e entoamos o mantra SOBE, TIO! SOBE, TIO! pro piloto lembrar de puxar o manche um pouco para cima enquanto o torce pro lado. Até agora temos sobrevivido.
Des'ree, Desire
Percebi outro dia que as rádios voltaram a tocar Des'ree. Outro dia vi o clipe dela passando na TV. E me toquei que estamos em 2009. E que o revival anos 90 começou.
Dito isso, passo a palavra para o Discodust, blog que apresenta eletrônica de ponta.
Eles indicaram o Desire que, pelo que ouvi, está fazendo uma espécie de eletrônica easy listening. Mirror mirror, por exemplo, poderia tocar numa Antena 1 sem qualquer modificação. Parece com Eurythmics, Carly Simon. Só queria saber por que não toca.
Percebi outro dia que as rádios voltaram a tocar Des'ree. Outro dia vi o clipe dela passando na TV. E me toquei que estamos em 2009. E que o revival anos 90 começou.
Dito isso, passo a palavra para o Discodust, blog que apresenta eletrônica de ponta.
Eles indicaram o Desire que, pelo que ouvi, está fazendo uma espécie de eletrônica easy listening. Mirror mirror, por exemplo, poderia tocar numa Antena 1 sem qualquer modificação. Parece com Eurythmics, Carly Simon. Só queria saber por que não toca.
postado por Unknown em 15.4.09
## 12.4.09
Sonhei que estava lendo o livro do século (deste). Parte dele se passava numa high school. Envolvia mutantes e geopolítica. Lembro especialmente da solução de um dilema: o cão não queria comer nada porque era na verdade um peixe (mutante). Havia um sujeito sorridente e ultrapopular chamado Swoomi (Swann + swami + swoon) que usava camisa listrada vermelho-e-branca e previa o futuro nas suas mínimas ações, mas não sabia disso.
Eram pelo menos três volumes, e eu lia o dois e o três. Ler, nos meu sonhos, significa encarnar num personagem com o qual me identifiquei.
Então, depois que li o início do terceiro volume, com os poucos sobreviventes do segundo volume se reunindo numa nova high school para o primeiro dia de aula, acordei e fiquei olhando para o teto, boladíssima.
- O que foi? - perguntou JP.
- Acabei de morrer numa explosão atômica.
- Que bom. Então pelo menos não doeu.
- Doeu, sim. Porque eu fui mané. Me escondi atrás de um troço de chumbo.
- Então... você foi mané. Deve ter doído muito.
- Horrivelmente. Eles tinham desenvolvido umas bombas atômicas de pequeno porte. Você via as nuvenzinhas de cogumelo. Eu abracei desconhecidos, deu tempo.
- Me falaram de não sei que filme o sujeito escapa de uma explosão atômica dentro de uma geladeira de chumbo.
- Foi... o último Indiana Jones. Eu vi.
- Bem idiota.
- Agora eu sei que não funciona. Eu sei, eu estive lá.
Fechei meus olhos para não ver minha própria carne queimada. A última coisa que senti foram os dedinhos do pé engelhados, um tocando no outro. E só.
Eram pelo menos três volumes, e eu lia o dois e o três. Ler, nos meu sonhos, significa encarnar num personagem com o qual me identifiquei.
Então, depois que li o início do terceiro volume, com os poucos sobreviventes do segundo volume se reunindo numa nova high school para o primeiro dia de aula, acordei e fiquei olhando para o teto, boladíssima.
- O que foi? - perguntou JP.
- Acabei de morrer numa explosão atômica.
- Que bom. Então pelo menos não doeu.
- Doeu, sim. Porque eu fui mané. Me escondi atrás de um troço de chumbo.
- Então... você foi mané. Deve ter doído muito.
- Horrivelmente. Eles tinham desenvolvido umas bombas atômicas de pequeno porte. Você via as nuvenzinhas de cogumelo. Eu abracei desconhecidos, deu tempo.
- Me falaram de não sei que filme o sujeito escapa de uma explosão atômica dentro de uma geladeira de chumbo.
- Foi... o último Indiana Jones. Eu vi.
- Bem idiota.
- Agora eu sei que não funciona. Eu sei, eu estive lá.
Fechei meus olhos para não ver minha própria carne queimada. A última coisa que senti foram os dedinhos do pé engelhados, um tocando no outro. E só.
postado por Unknown em 12.4.09
## 3.4.09
Vovô Elmar: Sr Burns com três manchas na cabeça. Juiz com aposentadoria integral. Maranhense. Elitista pra caralho. Foto com Sarney emoldurada na parede da sala, mas sócio e torcedor ardoroso do Flamengo. Branco como folha de Chamex, mas ascendência indígena (aposto). Fumante compulsivo até os noventa e tantos (causa mortis falência múltipla).
Vovó Eunice ("Ninice"): Alta sociedade mineira. Foto vestida de marinheira durante a Segunda Guerra. Signo de Aquário. Semi-ruiva translucente, ava-gardneriana. Estudos de corte e costura no armário. Andava de calcinha e sutiã pelo apartamento escuro de Copa. Disco do Glenn Miller. Perfume com borrifador. Berloques. Hipocondria e tonturas.
Vovó Albertina ("Tininha"): Morro da Conceição. Filha de portugueses. Morena brejeira. Candidata a miss, retirada do concurso pela mãe (nada de se exibir em roupas de banho). Queria casar com cara mais alto que ela. Casou. Cozinheira de mão-cheia. Centralizadora. Sogra clássica. Pragmática. Sem papas na língua para assuntos carnais.
Vovô Antonio: Cara de ator de filme de Jean Vigo. Português de Braga. Ligado à colônia. 2 exemplares de "Como fazer amigos e influenciar pessoas": falso extrovertido. Dono de loja. Leitor. Traumatizado pela infância. Letra miúda. Bom pai. Fumante. Fã da Anita Ekberg. Colecionava clipes de papel. 1m98cm. Morreu antes que eu nascesse.
Vovó Eunice ("Ninice"): Alta sociedade mineira. Foto vestida de marinheira durante a Segunda Guerra. Signo de Aquário. Semi-ruiva translucente, ava-gardneriana. Estudos de corte e costura no armário. Andava de calcinha e sutiã pelo apartamento escuro de Copa. Disco do Glenn Miller. Perfume com borrifador. Berloques. Hipocondria e tonturas.
Vovó Albertina ("Tininha"): Morro da Conceição. Filha de portugueses. Morena brejeira. Candidata a miss, retirada do concurso pela mãe (nada de se exibir em roupas de banho). Queria casar com cara mais alto que ela. Casou. Cozinheira de mão-cheia. Centralizadora. Sogra clássica. Pragmática. Sem papas na língua para assuntos carnais.
Vovô Antonio: Cara de ator de filme de Jean Vigo. Português de Braga. Ligado à colônia. 2 exemplares de "Como fazer amigos e influenciar pessoas": falso extrovertido. Dono de loja. Leitor. Traumatizado pela infância. Letra miúda. Bom pai. Fumante. Fã da Anita Ekberg. Colecionava clipes de papel. 1m98cm. Morreu antes que eu nascesse.
postado por Unknown em 3.4.09
de onde tiro minha inspiração
Indigo disse que lavar louça acumulada dá excelentes ideias, daquelas que resolvem um livro. Eu digo que correr na esteira dá uma média de 3 ideias boas a cada 20 minutos. Paro tudo e começo a rabiscar no caderninho com a lapiseira no press bench sob o olhar genuinamente intrigado dos marombados.
Não devem ser as endorfinas, porque as ideias que vêm não são nada alto astral. Suponho que seja o aumento do fluxo sanguíneo para o cérebro -- porque quanto mais rápido eu corro, mais me inspiro. E os novos poderes vão além:
- sou capaz de correr muito mais rápido e por mais tempo que qualquer pivete (acredite, foi útil. Rio de Janeiro.)
- não desmaio mais por aí em dias de mormaço
- estou entrando em calças 40
Ana Paula Maia frequenta essa mesma academia. Ou seja, no futuro a Academia Brasileira de Letras terá esteiras numeradas em vez de cadeiras. Na pior das hipóteses mata os imortais tudo.
(A verdade é que ainda prefiro a versão boogie nights da Academia. Fazer ginástica é útil, mas um porre. Fazer o quê...)
Indigo disse que lavar louça acumulada dá excelentes ideias, daquelas que resolvem um livro. Eu digo que correr na esteira dá uma média de 3 ideias boas a cada 20 minutos. Paro tudo e começo a rabiscar no caderninho com a lapiseira no press bench sob o olhar genuinamente intrigado dos marombados.
Não devem ser as endorfinas, porque as ideias que vêm não são nada alto astral. Suponho que seja o aumento do fluxo sanguíneo para o cérebro -- porque quanto mais rápido eu corro, mais me inspiro. E os novos poderes vão além:
- sou capaz de correr muito mais rápido e por mais tempo que qualquer pivete (acredite, foi útil. Rio de Janeiro.)
- não desmaio mais por aí em dias de mormaço
- estou entrando em calças 40
Ana Paula Maia frequenta essa mesma academia. Ou seja, no futuro a Academia Brasileira de Letras terá esteiras numeradas em vez de cadeiras. Na pior das hipóteses mata os imortais tudo.
(A verdade é que ainda prefiro a versão boogie nights da Academia. Fazer ginástica é útil, mas um porre. Fazer o quê...)
postado por Unknown em 3.4.09
Marcadores: bizarro, diarinho, literatura, nerdice, sibila
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2019-01-19T03:45:55Z
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| 18,713
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O personagem moralmente reprovável, mas irresistível, é um recurso usado pela literatura do mundo todo, mas no Brasil ele vira uma pedra angular. Basta pensar em Nelson Rodrigues - que, pelo óbvio ululante, nem vou desenvolver - e em Monteiro Lobato. De que seria sua obra infantil sem Emília? E, no entanto, é uma bonequinha egoísta, ambiciosa, arrivista, preconceituosa, orgulhosa etc. etc. etc. "São esses os valores que queremos ensinar aos nossos filhos?" Vocês eu não sei, mas eu não encaro livro só como exemplo direto de comportamento; pode ser só ficção, gostoso de ler; pode ser anti-exemplo; pode ser que a criança imite a Emília um tempo, nos aspectos bonitinhos. Mas não é só isso: Emília é eminentemente brasileira, só que sem hipocrisia.
Isso funciona como a violência catártica dos contos de fada: viver aquilo por procuração conta como experiência. Vendo o mal sem disfarces, a criança aprende a distinguir suas formas mais tênues, hoje tão em voga. Proibir qualquer coisa que remotamente cheire a mal parece com superproteção, mas na verdade desprotege a criança contra um mundo cheio dele, e, se ela nasceu com um talento especial para o mal, certamente isso não impedirá que ela o aproveite. Hoje em dia as pessoas não são mais reprimidas - também acho desnecessário desenvolver -, ou melhor, só se reprimem quando acham que vai pegar mal. As pessoas também não se manifestam/defendem/apartam dos linchadores de inocentes ao verem algo reprovável só porque têm medo de serem excluídas. Oras, até pela bunda-molice onipresente, ninguém vai ter peito pra te excluir só porque você falou a verdade. É capaz até de começarem a gostar de você. Vai fundo!
Isso aprendi com a Emília e o JP.
Ah, a propósito: carioca É porco.
## 25.11.09
## 12.11.09
O meu problema é que nunca consegui ser muito brasileira. Sou inglesa demais (ou oriental, preferem alguns). Por algum motivo, as coisas de que os outros brasileiros gostam me deprimem.
Concurso público: brasileiros acham ótima a estabilidade no emprego. Eu acho o quê?? Sísifo pelo menos fazia um pouco de exercício e ficava ao ar livre.
Ser cantada na rua: brasileiros acham que todo mundo ganha: o rapaz, que exerce sua masculinidade de forma saudável e vê uma forma bonita, e a moça, que tem sua auto-estima reforçada. Eu acho que o rapaz é um bronco em não ver que meu caso é diferente e que, se auto-estima precisa de um pedreiro pra funcionar, simata de uma vez.
Jogo de futebol: brasileiros acham divertido gritar MENGOOO! PORRA! e soltar fogos pela janela à meia-noite. Fico tentada a soltar fogos durante jogos não-tradicionais, seja no fuso horário que for, para ver se não incomoda mesmo. Fórmula 1. Tênis. Lacrosse.
Permissividade: brasileiros toleram comportamentos tipo chegar tarde, aumentam a nota "uns pontinhos", dão "um jeitinho" e uma "passadinha" na festa. Lá pelos meus seis anos, exigi a abolição do diminutivo da língua portuguesa - ou pelo menos do trato comigo - em parte por causa disso.
Birita: brasileiro acha que beber é subversivo e revolucionário. Eu acho OK beber, até cair se você achar necessário (gloriosa Escócia!), mas essa mentalidade é extremamente adolescente. Soltar elucubrações sobre as marcas que você bebe ou como beber é bom ou contar seu coma alcoólico não vai me impressionar. Você é Baco? Noé? Inventou o vinho? Então não é original já faz uns milênios. Calaboca.
Barulho demais, desordem demais, falta de cultura demais. Gosto de chá. Não gosto de hipocrisia. Lassidão e baderna, só nos horários e locais predeterminados com pessoal autorizado, e aí me entrego com gosto; de resto, no loitering.
Pelo menos não posso reclamar da falta de material literário.
Concurso público: brasileiros acham ótima a estabilidade no emprego. Eu acho o quê?? Sísifo pelo menos fazia um pouco de exercício e ficava ao ar livre.
Ser cantada na rua: brasileiros acham que todo mundo ganha: o rapaz, que exerce sua masculinidade de forma saudável e vê uma forma bonita, e a moça, que tem sua auto-estima reforçada. Eu acho que o rapaz é um bronco em não ver que meu caso é diferente e que, se auto-estima precisa de um pedreiro pra funcionar, simata de uma vez.
Jogo de futebol: brasileiros acham divertido gritar MENGOOO! PORRA! e soltar fogos pela janela à meia-noite. Fico tentada a soltar fogos durante jogos não-tradicionais, seja no fuso horário que for, para ver se não incomoda mesmo. Fórmula 1. Tênis. Lacrosse.
Permissividade: brasileiros toleram comportamentos tipo chegar tarde, aumentam a nota "uns pontinhos", dão "um jeitinho" e uma "passadinha" na festa. Lá pelos meus seis anos, exigi a abolição do diminutivo da língua portuguesa - ou pelo menos do trato comigo - em parte por causa disso.
Birita: brasileiro acha que beber é subversivo e revolucionário. Eu acho OK beber, até cair se você achar necessário (gloriosa Escócia!), mas essa mentalidade é extremamente adolescente. Soltar elucubrações sobre as marcas que você bebe ou como beber é bom ou contar seu coma alcoólico não vai me impressionar. Você é Baco? Noé? Inventou o vinho? Então não é original já faz uns milênios. Calaboca.
Barulho demais, desordem demais, falta de cultura demais. Gosto de chá. Não gosto de hipocrisia. Lassidão e baderna, só nos horários e locais predeterminados com pessoal autorizado, e aí me entrego com gosto; de resto, no loitering.
Pelo menos não posso reclamar da falta de material literário.
## 11.11.09
### É o calor sim
Hoje tomei uma decisão. Passei os arquivos de trabalho para o laptop e me tranquei no quarto com ar-condicionado. Me rendi porque o trabalho não estava rendendo nada nesse calor nublado e pegajoso que é muito pior que sol aberto. Adivinha se aqui não estou pensando muito melhor - muito mais rápida e claramente - e produzindo que é uma beleza.
Só fico pensando em quantos professores de Ensino Médio não advogavam aquela ideia de que o clima tropical úmido não tem nada a ver com brasileiro não gostar de trabalhar. E em quantos não tentaram instilar que brasileiro é um povo trabalhador, nada preguiçoso, que Macunaíma é um ultraje etc. etc. etc. Sei. Ainda estou para ver um deles topar corrigir prova no meio da Mata Atlântica. E, pela minha curta experiência em escritório, brasileiro é um povo que fica no trabalho muito tempo - até ganhando hora extra - sem necessariamente trabalhar. Isso em uma empresa privada. No serviço público, nem se fala.
Só fico pensando em quantos professores de Ensino Médio não advogavam aquela ideia de que o clima tropical úmido não tem nada a ver com brasileiro não gostar de trabalhar. E em quantos não tentaram instilar que brasileiro é um povo trabalhador, nada preguiçoso, que Macunaíma é um ultraje etc. etc. etc. Sei. Ainda estou para ver um deles topar corrigir prova no meio da Mata Atlântica. E, pela minha curta experiência em escritório, brasileiro é um povo que fica no trabalho muito tempo - até ganhando hora extra - sem necessariamente trabalhar. Isso em uma empresa privada. No serviço público, nem se fala.
## 9.11.09
### Na companhia de babacas
Sobre a Uniban e gostosas tentando se ilustrar, pensei o seguinte:
Quando eu tinha 13 anos e, da noite pro dia, fiquei gostosa, considerei mentalmente esta nova opção: entretenimento adulto. Até então, eu parecia destinada a ser nerd, mas naquele ponto poderia escolher entre uma carreira de nerd e uma carreira de gostosa.
Não suportava ter que ser interessante para a massa. Se eu fosse tentar a carreira bas-fond, certamente eu miraria nos generais, não nos soldados (Dietrich mode on). MAS...
O ponto decisivo para continuar investindo (pondo os XP points) na nerdice foi a companhia. Eu detestava os zé-punhetas da minha sala. Agora, imagine uma profissão que transforma homens crescidos em babões de 13 anos, tenham a inteligência ou a posição social que tiverem. No fundo foi por isso que desisti da carreira no entretenimento adulto em favor da nerdice, e não por um motivo moral mais elevado (e certamente não pelas recompensas financeiras, heh).
Acontece que o buraco é mais embaixo. O macho brasileiro ainda não trabalha nas duas fases, mulher bonita E inteligente. Resultado: há intelectuais que conversam muito direitinho com outros portadores de pênis, mas quando uma menina bonita entra no palco, só usam a gente como escada-zorra-total. Numa metáfora voleibolística: não levantam a bola para a gente cortar, ressentidos como Irmãs Cajazeiras. Talvez porque aquelas ali não caiam fácil na lábia.
Quando eu tinha 13 anos e, da noite pro dia, fiquei gostosa, considerei mentalmente esta nova opção: entretenimento adulto. Até então, eu parecia destinada a ser nerd, mas naquele ponto poderia escolher entre uma carreira de nerd e uma carreira de gostosa.
Não suportava ter que ser interessante para a massa. Se eu fosse tentar a carreira bas-fond, certamente eu miraria nos generais, não nos soldados (Dietrich mode on). MAS...
O ponto decisivo para continuar investindo (pondo os XP points) na nerdice foi a companhia. Eu detestava os zé-punhetas da minha sala. Agora, imagine uma profissão que transforma homens crescidos em babões de 13 anos, tenham a inteligência ou a posição social que tiverem. No fundo foi por isso que desisti da carreira no entretenimento adulto em favor da nerdice, e não por um motivo moral mais elevado (e certamente não pelas recompensas financeiras, heh).
Acontece que o buraco é mais embaixo. O macho brasileiro ainda não trabalha nas duas fases, mulher bonita E inteligente. Resultado: há intelectuais que conversam muito direitinho com outros portadores de pênis, mas quando uma menina bonita entra no palco, só usam a gente como escada-zorra-total. Numa metáfora voleibolística: não levantam a bola para a gente cortar, ressentidos como Irmãs Cajazeiras. Talvez porque aquelas ali não caiam fácil na lábia.
postado por Unknown em 9.11.09
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2019-01-18T01:12:16Z
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https://simuladoconcurso.blogspot.com/2018/11/nao-erre-mais-portugues-sacconi.html
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| 302,247
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**Não Erre Mais**Português agradável e descomplicado
Luiz Antonio Sacconi
**Apostilas de Concursos Públicos Pdf**
Passar em Concurso
Concurso publico
APOSTILAS DE CONCURSO
Português agradável e descomplicado
Luiz Antonio Sacconi
Não erre mais!
29.a
edição
educacional
Não erre mais!
29.a
edição
Entre os elementos orgânicos de uma nação,
é o idioma a revelação mais eloqüente do espírito de nacionalidade e,
ao mesmo passo, o vínculo mais forte da união nacional
Laudelino Freire
escala
educacional
E isto
Um indivíduo só pode dizer-se inteiramente livre, no âmbito da
comunicação lingüística, quando conhece todas as modalidades de
língua a seu dispor e escolhe aquela que melhor convém ao momento do
discurso. É pouco, portanto, conhecer apenas uma língua funcional ou a
sua variante sociolingüística. O ideal é que o indivíduo seja um poliglota
dentro da sua própria língua.
Conhecer a norma culta, assim, de certa forma, é sentir-se mais livre
para comunicar-se. Norma culta, ou seja, a língua utilizada segundo os
padrões estabelecidos pelos clássicos ou bons escritores do idioma, é
assim como etiqueta social: não é preciso conhecê-la para viver, mas é
absolutamente indispensável conhecê-la para conviver.
Há os que, quase simploriamente, afirmam que o importante é se
comunicar. Sim senhor! Por fumaç a também se comunica! A esses, no
ato da alimentação, certamente o mais importante é a digestão, sendo de
somenos importância os meios como se leva o alimento à boca. Mas são
justamente esses meios que diferenciam o ser humano educado, civilizado,
dos demais de sua espécie. Cada qual vive e come à sua própria moda,
é certo, mas todos têm o direito de conhecer caminhos, para poderem
fazer a sua escolha. É justamente essa escolha que determina a posição
e o papel que cada um de nós deve ocupar em nosso meio, na sociedade.
Ademais, a norma culta é a única que garante a unidade lingüística de
uma nação.
Esta obra, desde a sua primeira edição, em 1975, surgiu como uma
opção aos que pretendem conhecer a norma culta, a fim de usá-la no
momento que for ou que achar conveniente. Assim como não se aconselha
o uso da língua popular num discurso, também desaconselhável será o
emprego da norma culta entre amigos que se divertem ou que tomam sol
numa praia. Saber distinguir os vários momentos é fundamental. Por isso,
esta obra não deve ser vista como um instrumento tirano, mas como um
meio de levar você, caro leitor, a alcançar um pouco mais da tão sonhada
liberdade. Mais livres somos quanto mais escolhas temos à disposição.
As brincadeiras, ironias e às vezes até alguns sarcasmos encontrados
aqui e ali ficam por conta de uma índole espirituosa, quando não de uma
caturrice sem conta. Nada tem que ver com desprezo ou menosprezo
aos ignorantes. Afinal, todos têm o direito de ser felizes à sua própria
moda...
Luiz Antonio Sacconi
Devo escrever Aírton Sena ou Ayrton Senna?
Pelas norma s ortográficas em vigor, fixada s pela Academia Brasileira
de Letras, hoje devemos escrever Aírton Sena.
É bem provável que o leitor tenha ficado surpreso com a resposta. É
compreensível; nós também não somos favorável a tamanh a mutilação,
principalment e nos sobrenomes.
Pelas regras vigentes, no entanto, após a morte de uma pessoa, seu
nome passa a estar sujeito às norma s ortográficas em vigor: Philomeno
vira Filomeno, Raphael vira Rafael, Thomaz vira Tomás, Teophilo vira
Teófilo, Josephina vira Josefína, Manoel vira Manuel, Newton vira Nilton,
Walter tem de se torna r Válter e assim por diante. Os sobrenomes nacionais
com letras dobradas, como Villa-Lobos e Villas-Boas, devem perder
uma dessas letras, tornando-se , portanto, Vila-Lobos, Vilas-Boas, etc. Não
considero isso razoável, por isso desobedeço aqui e em outras obras minhas
a essa norma, mas apenas no tocante aos apelidos ou sobrenomes.
Convém lembrar, porém, que Thomé de Souza passou a Tomé de Sousa
(e ninguém reclama); que Adhemar de Barros virou Ademar de Barros (e
ninguém reclama); que Paes Leme passou a Pais Leme; que Rodrigues de
Moraes passou a Rodrigues de Morais; que Viriato Corrêa virou Viriato
Correia; que Carlos Goes passou a Carlos Góis; que Osman Lins virou
Osmã Lins. Um dia, também eu mesmo virarei Luís Antônio Sacconi. (E
já estou indignado.)
Mesmo com relação aos nomes, é preciso haver alguma condescendência.
Veja o caso de Wilson. Alguém aceitará Uílson? Ou Vílson? Não,
creio que já seja hora de mudarmo s isso. Toda mudança , contudo, tem de
ter a chancela da Academia Brasileira de Letras, que ainda não se dignou
manifestar.
Tom Jobim não aceitava que alguém escrevesse Vinícius (com acento)
de Morais (com i). Queria que todos respeitassem a grafia constante do
registro civil do grande poeta: Vinícius de Moraes. Mal sabia Tom que seu
próprio sobrenome deveria ser escrito, após a sua morte, Jubim (esta é a
forma correta, segundo a norma em vigor).
Os sobrenomes estrangeiros ou de origem estrangeira ficam, até pela
norma, imutáveis. Portanto, grafaremos sempre Drummond, Goulart,
Kubitschek, Matarazzo, Sacconi, etc.
o "falecimento" de Aírton Senna
Não. O piloto brasileiro não "faleceu" . Morreu. Só falece aquele que
sai da vida naturalmente , ou por velhice. Morre todo aquele que perde a
".ida, brutalment e ou não. Toda pessoa que falece, morre, mas nem toda
pessoa que morre, falece. Uma pessoa assassinada não "falece", morre.
Um nonagenário, num asilo ou num leito de hospital, falece. Só a morte
pode ser violenta; o falecimento, ao contrário, apenas exprime um efeito
natura l e é sereno, calmo, tranqüilo. Por isso, rezemos todos par a falecermos,
bem tarde, muito tarde !
2 6 NÃO ERRE MAIS! 5 1
todo o mundo
Sempre com o artigo, em qualquer acepção. Mas todo o mundo no
Brasil escreve "todo mundo" . É impressionante! Existem até certos gramáticos
que abonam a expressão sem o artigo, num equívoco imperdoável.
Como é em francês? Tout le monde. Como é em espanhol? Todo el mundo.
Por que, em português, seria "todo mundo"? Daí por que saem matérias
em jornais assim: Todo mundo mente. A mentirafaz parte da natureza humana.
Segundo recentes estudos científicos sobre a mentira, constatou-se
que esta faz parte da natureza humana: todo o mundo mente.
Reparou, caro leitor? No título, "todo mundo" ; no texto, todo o mundo.
Uma das tarefas mais interessantes reservadas aos jornalistas de hoje
é justament e esta: confundir o leitor, que, naturalmente, não deixa de ser
uma forma de mentir. Mas a confusão, a mentira, não fica só por conta dos
jornalistas. Veja como escreve um dos imortais da Academia Brasileira
de Letras: "Todo mundo", pelo menos "todo mundo" com quem converso,
sabe que tive problemas com álcool e, de certa forma, sempre terei,
porque ele é meu inimigo permanente. Saiu até minha cara toda inchada
na capa de uma revista, apareci igualmente inchado e meio bêbedo num
programa de tevê em que eu era o assunto e, quando ia falar no sofrimento
que estava enfrentando, as luzes se apagaram. "Todo mundo"ficou
impressionado, há quem até hoje ache que foi intencional.
De fato, estou impressionado e até acho que foi intencional...
A Embratel anuncia: "Todo mundo" vai se comunicar melhor. Use
o 21 para fazer DDD e DDI pelo celular. "Todo mundo" fala mais, ouve
mais e vê "o"quanto é barato.
Comunicar-se melhor desse jeito?!
A Veja, ed. 1.818, pág. 34, reproduziu assim uma declaração do presidente
Lula: "Todo mundo"sabe que nunca aceitei o rótulo de esquerda.
No site da revista se leu, ainda: Milhões de fiéis em "todo mundo"
esperam pelo novo pontífice a partir desta segunda-feira.
Os jornalistas da revista, sem dúvida a melhor do Brasil, parece que
são visceralmente contra o uso do artigo nessa expressão, até mesmo
quando ela eqüivale a o mundo inteiro. Veja como se leu no site da revista:
Em seu primeiro sermão, o novo papa disse aos católicos de "todo
mundo " que pretende trabalhar sem poupar energia para manter a unidade
dos seguidores de Cristo. Ele ainda prometeu continuar a obra de seu
antecessor, João Paulo II, e manter o diálogo com outras fés.
Como se não bastasse, surge agora um dicionário registrando
"todo mundo" . Mas nele, como veremos logo adiante, tudo é perfeita -
mente normal.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 6 1
disparado
Esta palavra é invariável quando funciona como advérbio; eqüivale a
de longe, sem comparação: O Brasil tem os melhores jogadores de futebol
do mundo disparado! * * * As mulheres brasileiras são as mais bonitas do
mundo disparado!
Tudo isso, todo o mundo já está cansado de saber. Dia destes, porém,
um participant e do programa Manhattan Connection, da Globo News,
saiu-se com esta, lá de Nova Iorque: As reservas de petróleo da Arábia
Saudita são maiores que as do Iraque "disparadas".
Seria o caso de perguntar: quem foi o gigante que espantou as reservas,
a ponto de elas saírem disparadas?
"em" Veja ou na Veja ?
Caro leitor, leia sempre a Veja, esteja sempre com a Veja nas mãos,
que se trata, sem dúvida, da melhor revista do Brasil - disparado.
Se, porém, quiser faze r referênci a a um conhecido (e também bom)
produto de limpeza, use apenas Veja. Por isso, compre a Veja nas banca s e
Veja na mercearia, na quitanda , nos supermercados.
Todo e qualquer nome de revista deve ser usado com o artigo: a Placar,
a Carinho, a Capricho, a Contigo, a Caras, a Playboy, a Tudo, a ISTOÉ,
a Época, etc.
Para encerrar, todavia, leia com atenção este editorial da Veja 1.907:
Muito se especulou entre políticos governistas sobre as motivações "de"
Veja ao publicar as recentes reportagens a respeito da corrupção em órgãos
públicos. O ministro José Dirceu disse que beirava o golpismo a reprodução
"por"Veja de uma frase dele sobre os perigos que corriam dois
companheiros graduados do partido de ser pegos por uma CPI. A frase de
Dirceu foi relatada "a"Veja por dois petistas.
Ficamos-lhe muito agradecido pelo que nos tem feito
Frase perfeita. O adjetivo ou o pronome adjetivo pode ficar no singular,
quando se refer e a uma só pessoa.
Veja outros exemplos: Nós mesmo percebemos isso. (É, na verdade,
uma única pessoa que fala ou escreve.) *** O fato nos deixou profundamente
impressionado. (O adjetivo se refere, na verdade a um pronome da
primeira pessoa (eu), subentendido.)
Trata-se do plural majestático, que ocorre, portanto, sempre que a
primeira pessoa do plural expressa um só indivíduo.
Os desavisados acham que o orador ou o escritor erra, ao proceder
assim.
Consulte Silepse de número, em Nossa gramática contemporânea, da
Escala Educacional.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 7 1
"Mogi" é palavra de origem "tupi-guarani"?
A palavra de origem tupi é, em verdade, Moji, de onde sai mojiano (a
grafia "mogiano" não existe). "Mogi" é apenas a forma tradicional.
O tupi e o guarani constituem línguas distintas. Na verdade, o que
existe é o grupo, a família tupi-guarani, não a língua.
O tupi era a língua usada pelos jesuítas na catequese; era falada do
Maranhão a São Vicente (SP), a primeira cidade brasileira. O guarani, um
dialeto do tupi, era a língua falada pelos nativos de São Vicente ao Paraguai,
onde até hoje é a língua oficial, ao lado da castelhana.
O tupi é o idioma indígena que mais contribuiu para o léxico português.
Foi a língua da catequese e a língua das bandeiras: os bandeirantes
conheciam muito bem o tupi, o que lhes facilitava a comunicação com os
índios, na busca do ouro e das pedras preciosas.
Na Universidade de São Paulo (USP), no departamento de Letras
Vernáculas, existe uma cadeira, e apenas uma: Tupi. Ninguém, ao menos
até agora, apresentou-se para ministrar aulas de"Tupi-Guarani"...
Mogi-Guaçu
Os intransigentes preferimos grafar Mojiguaçu, além de Embuguaçu
e Mojimirim. Primeiro, porque Moji é palavra de origem indígena; segundo,
porque os sufixos -açu ou -guaçu (= grande) e -mirim (= pequeno) só se
ligam por hífen a palavras terminadas em vogai acentuada graficamente
(p. ex.: amoré-guaçu) ou em tônica nasal (p. ex.: capim-mirim).
Fora daí, o emprego do hífen é desnecessário e, naturalmente, incorreto.
Note que ninguém escreve "cupu-açu", mas cupuaçu. Sendo assim,
cabe-nos a nós, os intransigentes, corrigir o que os antigos fizeram errado.
Aliás, eles escreviam "Mogi-Guassu","Embu-Guassu". Alguns preferiram
corrigir parcialmente; os intransigentes preferem a correção integral...
Jaboticabal / Pirassununga / Bagé
• Estão no mesmo caso de "Mogi": devem ser preteridas tais formas.
Uma das grandes virtudes do ser humano é a coerência. E não há coerência
naqueles que grafam Jaboticabal a par de jabuticabalénse. Ora,
escrever que jabuticabalense é aquele que nasce em Jaboticabal é uma
notória incoerência. A menos que ainda queira escrever "jaboticaba".
Como a Reforma Ortográfica de 1943 veio corrigir todas as discrepâncias
que havia na nossa maneira de escrever, não posso aceitar que ainda haj a
pessoas que não a tenham acatado. Quem for a qualquer bom dicionário
só encontrará jabuticabalense, piraçununguense, bajeense. Como, então,
querem morar em Jaboticabal, Pirassununga e Bagé?
pé-rapado
Este composto, eminentemente popular, cujo significado é que ou pessoa
que tem baixa condição socioeconômica, pode ser adjetivo e também
2 6 NÃO ERRE MAIS! 8 1
nome sobrecomum. Não varia em gênero: Tenho uma amiga pé-rapado.
1'lssa mulher é um pé-rapado.
Muito bem. Todo brasileiro sabe que as nossas telenovelas não são
positivamente um marco no processo de educação em nosso país. Numa
delas (Cabocla), diz, então, uma de suas personagens: Não vejo como um
moço fino e bonito como o Luís possa viver bem com uma cabocla pé-rapada
como Zuca.
Na verdade, aí, além do erro "pé-rapada" , existe uma notória redundância,
já que todo Luís (ou Luiz) é fino e bonito...
"quisto" ou cisto?
Cisto é a forma correta, embora na língua cotidiana muito se encontro
"quisto".
Opinião do embaixador Itamar Franco, publicada pela Folha de S.
Paulo em 26 de maio de 2005, sobre Romero Jucá, ministro da Previdência,
e Henrique Meirelles, presidente do Banco Central: Não convém ao
PT, não convém ao presidente a permanência desses homens. São "quislos
"no governo. "Quisto"no governo faz mal à opinião pública.
Há muito mais coisas que fazem mal à opinião pública, embaixador.
horas "extra"
As pessoas fazem horas extras, vôos extras e lêem edições extras. A
palavra varia normalmente no plural, e a pronúncia correta é êstra(s).
Apesar de certos supermercados, que divulgam justamente o contrário.
"extra-terrestre"
O prefixo extra- (que se pronuncia êstra) só exige hífen antes de palavras
iniciadas por vogai (extra-escolar; extra-oficial, extra-uterino), h
(axtra-humano), r (extra-regulamentar) ou s (extra-sensorial, extra-so-
/ur). Portanto, sem hífen: extraclasse, extraconjugal, extrajudicial, extramatrimonial,
extraprograma, extraventricular, etc.
Em Fortaleza há um apresentador de televisão famoso por imitar Sílvio
Santos. Recentemente, perguntou a um de seus "jurados": Dr. Lima, o
senhor acredita em "extras terrestres "?
A imitação era, realmente, perfeita...
"neste" sábado / "neste" domingo
Quando se diz Sábado eu vou, já se entende que se trata do próximo
sábado. Quando se diz Domingo eu vou, já se entende que se trata do
próximo domingo. E assim por diante.
As emissoras de televisão, no entanto, insistem em anunciar: "Neste
sábado"não percam o nosso programa de calouros. *** "Neste domingo",
não percam o Domingão do Leitão.
Se o anúncio de um programa que será exibido no sábado for numa
2 6 NÃO ERRE MAIS! 9 1
quinta-feira, por exemplo, deverão usar depois de amanhã-, se for numa
sexta-feira, usem amanhã; se for no próprio sábado, usem hoje.
Pode ser, todavia, que as palavras hoje e amanhã e a expressão depois
de amanhã tenham caído em desuso. Se for esse o caso, quero que todos
me perdoem...
No site de um jornal, exatamente no dia da notícia: A partir "deste
domingo", usuários de celulares terão de de escolher a operadora que
fará as chamadas de DDD e DDI.
E se fosse a partir de hoje, seria diferente?
No site do mesmo jornal, numa segunda-feira: O líder do governo na
Câmara afirmou hoje que a base governista tentará concluir "nesta terça-
-feira"a votação da reforma da Previdência.
E se fosse amanhã, não seria melhor?
Notícia veiculada numa sexta-feira: Sob aplausos e gritos de "santo,
santo", a multidão que participa emocionada do funeral de João Paulo II,
"nesta sexta-feira", na basílica de São Pedro (Vaticano), interrompeu os
ritos por alguns minutos, logo após a comunhão, pedindo a canonização
do sumo pontífice, que morreu no sábado (2).
Notícia lida numa quarta-feira: A chegada de dom Cláudio Hummes,
arcebispo de São Paulo, para os funerais do Papa João Paulo II está prevista
para "esta quarta-feira ".
Por que não usar hoje, em ambos os textos?
Na primeira página de um jornal paulistano, numa segunda-feira: O
jornal espanhol ABC diz "nesta segunda-feira" que já estão começando
a aparecer relatos de curas milagrosas que teriam sido realizadas pelo
Papa João Paulo II quando ainda estava vivo.
Se usasse hoje, o jornalista, além de economizar espaço, pouparia o
leitor a mais essa excrescência do jornalismo brasileiro.
relâmpago
Esta palavra não varia quando usada com o valor de adjetivo, por
muito rápido. Portanto, construímos: gols relâmpago, promoções relâmpago,
etc.
Numa folha paulistana: Cinco homens foram presos nesta quarta-
-feira acusados de praticar roubos em casas na região do Jabaquara, zona
sul de São Paulo, com características de seqüestros "relâmpagos ".
Note ainda que os jornalistas parece não serem capazes de se livrar
do vício: aí também se vê "nesta quarta-feira "por hoje.
Manchete de um diário de São Paulo: Quadrilha internacional fez 72
seqüestros "relâmpagos".
Veja, agora, como escreveu um jornalista cearense: O autor de dois
"seqüestros-relâmpagos" ocorridos anteontem à noite, na área nobre da
Capital, foi capturado em flagrante por policiais militares.
Não satisfeito apenas com relâmpago, no singular, o nobre jornalista
achou ainda de usar um hífen completamente desnecessário. Para ligar o
que a quê?
2 6 NÃO ERRE MAIS! 9 1
Estado "de" Mato Grosso do Sul
Os nomes de Estado que trazem modificadores exigem obrigatoriamente
o uso do artigo. Portanto: Estado do Rio Grande do Norte, Estado
do Rio Grande do Sul, Estado do Mato Grosso do Sul.
O Estado do Mato Grosso do Sul, no entanto mando u timbra r todos
os papéis oficiais sem o artigo: Governo "de" Mato Grosso do Sul. É pouco
provável, entretanto, que algum membro do governo do Mato Grosso do
Sul já tenha dito que passou "por" Rio Grande do Norte ou que já tenha
morado "em" Rio Grande do Sul.
Estado "do" Mato Grosso
Nome s de Estado normalment e não exigem o emprego do artigo, a
não ser nos casos vistos acima e no de Bahia. Portanto: Estado de Mato
Grosso. Moro em Mato Grosso. Gosto muito de Mato Grosso.
Noticia, então, uma folha paulistana: Um terremoto considerado moderado
atingiu o norte "do"Mato Grosso na tarde desta quarta-feira.
Esse texto, tão curto, traz mais dois inconvenientes: "norte", com mina
i minúscula, quando deveria ter inicial maiúscula; e "desta quarta-feiin"
em vez de hoje (a notícia estava sendo veiculada na própria quarta -
feiru).
Estado "de" Tocantins
A exemplo de Mato Grosso do Sul, este nome também exige o artigo:
Moro no Tocantins. Conheço o Tocantins. Governo do Tocantins. Há
jornalist a que ainda não aprendeu esta singela lição. Veja: Médicos cubanos
são proibidos de trabalhar "em" Tocantins. Os 62 médicos cubanos
que trabalham no Tocantins devem voltar ao seu país nesta sexta-feira.
A decisão é do juiz federal Marcelo Albernaz, que concedeu liminar ao
Conselho Regional de Medicina "de" Tocantins pedindo que eles fossem
impedidos de atuar profissionalmente por falta de registro na entidade.
Repare: ora o jornalist a usa o artigo, ora não. Quem é a vítima? O
leitor, que fica sem saber se,é isto ou aquilo.
está na hora dela chegar
Há uma tendência no portuguê s contemporâneo de contrair a preposição
de com o artigo ou o pronome antes de orações reduzida s de infiniI
ivo, em benefício da eufonia. De fato, os melhores escritores portugueses
c brasileiros efetuaram a contração. Por isso, não há nenhum risco da
língua ruir...
Sinta-se, portanto, plenament e à vontade par a construir frase s como
estas: Ele sai para o trabalho antes do Sol nascer. *** Em vez dele ir ao
cinema, foi ao estádio. * * * No momento do avião decolar, começou a pane
no motor. * * * Já passou do tempo do governo perceber que a falta de segurança
é gravíssima. * * * Chegou a hora desses caras se mancarem. * * *
2 6 NÃO ERRE MAIS! 10 1
O fato do Brasil ficar na América do Sul não significa que seus habitantes
falem espanhol. *** Apesar dela ter-me feito isso, ainda a amo. *** Não
gosto do modo dela me beijar.
Afinal, todos dizemos Chegou a hora da onça beber água. Ou alguém
prefere separar?...
recomendar "para que"
Ninguém recomenda "para que"nem"par a alguma coisa". Este verbo
se constrói corretamente assim: Recomendei a meus filhos que voltassem
cedo. (E não: Recomendei a meus filhos "para que" voltassem cedo.) ***
Recomendei a ela que fosse deitar-se. (E não: Recomendei a ela "para que"
fosse deitar-se.) *** Vou recomendar a ela ter cautela nessa questão.. (E
não: Vou recomendar a ela "para" ter cautela nessa questão.) *** Ela não
tinha condições para fazer ginástica; recomendei-lhe, então, que pegasse
seu ônibus dois pontos antes. (E não:... recomendei-lhe, então,"para"que
pegasse seu ônibus dois pontos antes.)
Na mídia: Foi Nossa Senhora que, em Fátima, recomendou aos três
pastorinhos "para" que rezassem o Terço todos os dias, afim de alcançarem
a paz.
O objeto indireto pode vir antecedido tanto de a quanto de para: O
filme é bom e já o recomendei a (ou para) várias amigas.
patinar / patinhar
Só patina quem anda em patins. Como carro nenhum neste mundo
não possui patins, na lama ou na neve ele patinha, ou seja, suas rodas giram
em falso, fazendo um movimento parecido com o dos patos na água.
Usa-se patinhar em sentido figurado por escorregar ou, então, por
não evoluir ou não progredir, estacionar. O jogador patinhou na hora de
fazer o gol. *** A cultura musical brasileira regrediu, patinhou ou evoluiu
depois da bossa nova?
De um âncora de telejornal: A economia mundial "patina": só na
Alemanha, o PIB caiu 2%.
Manchete de um jornal paulistano: Corinthians "patinou"em Salvador:
0 a 0.
É difícil imaginar que economia e equipes patinem, ainda que seja o
Corinthians...
O uso de patinar por patinhar é tão descabido, que nenhuma palavra
da mesma família de patinar tem ligação semântica com patinhar. Há
dicionários que contrariam tudo isso.
a gente "véve" bem aqui
Imagine se não vivesse... Pessoas a quem falta alguma escolaridade
costumam usar"véve"por vive e também"asséste"por assiste. São pessoas
que devem ter muita afinidade com Bento Carnêro,"vampir brasilêro",
aquele que "véve" no além e no aquém...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 12 1
os "sem-terra"
Há quem defenda esta "concordância". Nesta vida há mesmo de
tudo! Se há até os que vivem no aquém, temos naturalment e que compreender...
Na verdade, o que as pessoas fazem é uma ligeira confusã o entre
a expressão Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, (legítima,
já que sem neste caso é preposição) e Movimento dos Sem-Terras
(aqui sem já não é preposição, mas prefixo, daí por que o substantivo
(cin de variar). O diabo é que poucos conhecem a diferenç a entre um
elemento e outro; a conseqüência, evidentemente , só pode ser uma
grande confusão.
Vamos, contudo, ao cerne da questão. Existe uma regra que preceitua
o seguinte: todo substantivo composto formado de prefixo + substantivo
luz o plural com variação do segundo elemento. Isso está em qualquer
gramática, até mesmo nas mambembes. Assim, temos: os ex-ministros, os
r/rc-prefeitos, os sem-vergonhas, os sem-tetos, os sem-lares, os sem-carrtis,
os sem-culturas, os sem-dentes, os sem-túmulos, os sem-responsabiIidades,
os sem-juízos e, naturalmente, os sem-terras.
Há dicionários que dão o plural de apenas alguns compostos desse
tipo, mas incompreensivelmente se omitem em outros. Por que dar o plural,
por exemplo, de sem-fim e de sem-justiça, mas não de sem-terra? Só o
aquém explica...
Na mídia: Na terra dos "sem-delegacia" o tráfico é rei. *** Rossetto
todo feliz no palácio...e os "sem-terra" botando pra quebrar. *** A Vale do
Rio Doce entrou para o movimento dos "com-avião ". É agora proprietária
de um Cessna.
É, de fato, uma criatividade emocionante!
De um articulista da revista Veja: Não se deixe enganar pelas sandálias
havaianas dos "sem-terra".
Eu não me deixo enganar...
Os que desatinadamente aceitam "os sem-terra" ou "os sem-teto"são
obrigados, por coerência, a aceitar concordâncias grotescas, como estas,
que já apareceram e continuam aparecendo em revistas e jornais brasileiros:
"Sem-terra seqüestram" caminhão em Pernambuco. *** Obrigados
pela Justiça a desocupar uma fazenda em São Paulo, "sem-terra
roubaram"eletrodomésticos e mataram animais. *** "Sem-terra prevêem"
intensificação de invasões. *** "Sem-terra tomam"secretário como
refém em Alagoas. *** "Sem-teto fazem" manifestação em frente ao INCRA.
*** "Sem-teto da República vão"para Rua Aurora. *** "Sem-teto
2 6 NÃO ERRE MAIS! 13 1
tentam"invadir cinco imóveis em São Paulo. *** "Sem-terra invadem"
Ministério e debocham do país.
Recentemente, a Veja trouxe isto: Um grupo de sem-terra "ocuparam"
uma fazenda da multinacional Monsanto, para queimar plantação
de transgênicos.
Ou seja: a mais clássica concordância do absurdo.
Com esse tipo de "concordância", os jornalistas brasileiros conseguem
inovar, invertendo uma situação sintática, pois as pessoas iletradas
costumam deixar o verbo no singular, quando o sujeito está no plural (As
pessoas "vive"bem aqui. Nós "fica"em casa quando chove.).
Como continuo acreditando na evolução do ser humano, repudio tal
"concordância". Mas se o jornalismo brasileiro "véve"bem com elas, que
fique à vontade, que vá em frente ! Afinal, cada qual deve sentir-se à vontade
no ambiente em que "véve"...
atender "o" telefone
Quando o complemento é coisa, o verbo atender se usa com a preposição
a: atender ao portão, à porta, à campainha, ao pedido, aos seus
próprios interesses e, naturalmente, ao telefone.
Quando o complemento é pessoa, podemos dispensar a preposição:
atender o (ou ao) pai de aluno, atender os (ou aos) deputados, atender os
(ou aos) empregados.
No site da Abrelivros, órgão dos principais editores brasileiros: No
dia 13 de maio, o Ministério da Cultura e o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) anunciam um conjunto de medidas
que serão tomadas pelo banco para atender "o" mercado editorial
brasileiro, e que integrarão o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL)
com a alcunha de BNDES-PROLIVRO.
De um secretário da Educação de São Paulo: O governo "atende
uma"reivindicação justa dos professores.
Atente, por favor para o cargo: secretário da Educação!
Ir "à" cavalo / ir "à" pé
Antes de palavras masculinas não pode haver à, a não ser em casos
especialíssimos, que a gramática prevê.
A verdade é que todo o mundo vai mesmo a cavalo e a pé.
Repare nesta notícia do provedor Terra: Os ruralistas aceitaram na
reunião "deste domingo" suspender a barreira na ponta se os "sem-terra""voltassem"à
localidade de Passo do Verde, onde também há colonos
acampados. No entanto, o MST não concordou com a proposta. Neste
momento, fazendeiros "à" cavalo e "à" pé, munidos de pedaços de pau,
lanças e "cacetetes" estão de um lado da ponte, e os "sem-terra"permanecem
no outro com bandeiras do movimento.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 14 1
No lugar de "deste domingo" deveria estar hoje; no de "sem-terra",
.r ni-terras, no lugar de "voltassem", voltarem; no de "à" cavalo, a cavalo;
no lugar de"à"pé , a pé; e, finalmente, no de"cacetetes", cassetetes.
O nível do jornalismo brasileiro contemporâneo é de arrepiar!
Logo abaixo, voltava-se a ler: O efetivo policial, que contava com dez
oi aturas, além de homens "à" cavalo e "à"pé da Polícia Militar e da Polícia
Rodoviária Federal, está sendo reforçado por Batalhões de Operações
Kspeciais das cidades próximas.
Esquecem-s e nossos jornalista s de que o castigo sempre vem a
cnvulo...
assistir
Este é um verbo transitivo indireto, na acepção de ver, presenciar:
assisti ao espetáculo, assisti ao filme, assisti à cena, etc. Isso quase todo
o inundo sabe. O que poucos sabem é que este verbo não admite o pronome
lhe (ou variação) como complemento, mas sim a ele (ou variações).
Portanto, devemos construir: O filme é bom, mas ainda não tive tempo de
assistir a ele (e não: "assisti-lo"). A cena foi essa, e muita gente assistiu a
<7« (> não: "assisti-la").
Eis, no entanto, como declara um diretor de telenovela: A novela
A mérica é histérica. Todos falam acima do tom. Tenho deixado de "assisti
Ia" porque é estressante.
Estressante: eis a palavra certa!
bicho-de-sete-cabeças
Qualquer criança sabe disso: bicho-de-sete-cabeças (com hifens) é
coisa complicada, difícil de fazer, de resolver ou de entender: Informática
não é um bicho-de-sete-cabeças. Não se confunde com bicho de sete cabeças
(sem hifens), que é um ente ou monstro imaginário, de sete cabeças.
Eis como um jornalista de um dos grandes jornais de Fortaleza achou
de elaborar o título de uma notícia: Automação não é nenhum "bicho de
sete cabeças".
Que ninguém duvide disso!...
"Chega" ao fim os erros dos jornalistas?
Parece que não. Veja o que um deles escreveu no site de A Gazeta
Esportiva, em manchete: "Chega" ao fim as trajetórias de Hierro e Del
IUísque no Real Madrid.
Quando é que chegam ao fim? Nunca?!
empatar / empatado / empate
Uma equipe empata com outra sempre de (ou por) determinado placur,
e não "em". Ex.: O Flamengo empatou com o Vasco de (oupor) 2 a 2.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 15 1
Empatado se usa com as mesma s preposições, porém, empate só aceita
de: O jogo terminou empatado de (oupor) 2 a 2. *** O empate de 2 a 2
agradou às duas equipes. *** O jogo terminou em empate de 0 a 0.
Na mídia: Com um futebol completamente apático, o Brasil não saiu
do empate "em" 0 a 0 com a seleção da China.
Há até um dicionário especializado em regência nomina l que registra
"empate em". Pois é.
"Quem gostaria? "
Eis a pergunt a mais asinina dos últimos tempos. A pessoa atende
ao telefone e, antes de chama r a pessoa com quem desejamos falar, faz
essa clássica pergunta , em vez de Quem deseja falar com ele (a)? Existem
atendentes, ainda, que acentuam e prolongam a primeir a sílaba do verbo,
tornando-s e ainda mais dolorosa a pergunta: "Quem gosssstaria?". Eu
bem que gostaria...
No futebol, uma vitória por 4 a 3 é goleada?
Não. Goleada é uma vitória por uma diferenç a igual ou superior a
três gols. Por exemplo, quando o Palmeira s vence o Corinthians por 4 a 1.
Outro exemplo: quando o Palmeira s é derrotado pelo Vitória por 2 a 7.
Os jornalista s esportivos têm dito, em vitórias de 4 a 3 e de 5 a 4, que
o time vencedor aplicou goleada. Equivocam-s e (aliás, é o que mais eles
fazem): goleada não é vitória por muitos gols. A goleada existe na diferença,
e não na quantidade .
perder por "5 a 0"
Só as vitórias merecem os placares favoráveis; as derrotas merecem,
naturalmente , os desfavoráveis. Assim, em rigor, um time vence por 5 a 0
e perde por 0 a 5.
No site de um provedor da Internet: Bastou uma derrota na primeira
partida da temporada para conturbar o ambiente no São Paulo. Cartolas
do clube bateram cabeça após os "2 a 1 "contra o Paulista de Jundiaí, pelo
Paulistão.
Perde r de"2 a 1" agrava ainda mais a dor de cabeça...
Escreve um jornalist a esportivo: O Santos perdeu por "2 x 0"para o
Vitória, da Bahia, pois não soube aproveitar as chances.
Ora, se o Santos perdeu, como partir do número positivo?
trave = travessão?
Não. Trave é o nome de cada um dos postes ou barra s verticais que
sustentam o travessão, a barr a horizontal que une as traves, delimitando
a altura do gol ou arco. Assim, uma bola que bate na trave, vai de en2
6 NÃO ERRE MAIS! 16 1
rontro necessariamente a um dos postes laterais; se bate no travessão,
evidentemente, não bate na trave.
Alguns narradores esportivos, no entanto, falam em bater na trave,
cm referência ao encontro da bola contra o travessão. Na emoção do gol
que não saiu, a torcida nem percebe o dislate. Mas há quem, em meio ao
uuuuuuuuuuuuuu da torcida, está atento e grita sozinho: uuuuuuuuuuu
(agora não é nenhuma emoção, é vaia mesmo...).
dengue
Tanto o nome do mosquito quanto o nome da doença são femininos:
ii dengue. Recentemente, porém, o apresentador de um programa de esportes
pela televisão, armando-se de grande autoridade em assuntos do
idioma, disse que era "o"dengue, e não a dengue. E falou com uma segurança
de arrepiar criancinha!
Pessoas desse tipo só prestam desserviços. Há indivíduos que se julgum
sábios só porque conhecem de cor escalações de equipes de futebol
do tempo do Onça. É muito pouco! Mas sempre se consegue enganar alguém.
E o homem recebeu o título de cidadão paulistano em 2003. No
Hrasil, é assim...
Rui Barbosa foi cognominado "o" Águia de Haia?
Seria uma afronta, e não um elogio, se conferissem a Rui Barbosa o
cognome de "o" Águia de Haia, porque o águia é o mesmo que o velhaco,
o espertalhão, o vigarista, o cabra-safado, o sabichão (com toda a carga
pejorativa que o termo encerra).
No feminino, águia é o mesmo que inteligência, sagacidade. Sabe-se
que a águia é a ave que representa a perspicácia, a sutileza, o talento, a
inteligência, virtudes que se acumulavam em Rui, a quem com justiça
denominaram a Águia de Haia.
O mesmo apresentador de um programa de esportes da televisão que
garantiu a todos os espectadores que o correto era "o" dengue, afirmou
i|uc Rui Barbosa foi "o" Águia de Haia.
Como pululam os águias por aí!...
cólera
Em qualquer sentido, só existe a cólera.
Certa vez uma fábrica de desinfetante provocou muita cólera, ao
anunciar:
Não deixe "o" cólera atacar. Proteja sua família.
Continuavam: "O"cólera é uma doença infecciosa que ataca o sistema
digestivo, produzindo diarréia, podendo levar à morte. Para proteger
sua família contra esse inimigo, alguns simples cuidados devem
ser tomados.
Falar em proteção e em inimigo a esta altura já é demais!
Na campanha presidencial de 2002, um dos candidatos declarou (sem
2 6 NÃO ERRE MAIS! 17 1
ficar vermelho): Quando Ciro foi governador do Ceará, a dengue e "o"
cólera tiveram os índices mais altos do Ceará. Ele chegou a ser apelidado
de governador "do " cólera.
Mentira dá nisso.
fome
A pronúncia correta desta palavra éfôme (com o fechado). Se não estiver
com fome, convém pronunciar fôme. Mas se estiver com muita fome,
é melhor pronunciar fôme. Isto é, sem abrir muito a boca (porque não há
nenhuma necessidade).
Creio que me fiz entender: é sempre melhor estar com fôme. Há, no
entanto, os que preferem estar sempre com "fome". Cada um tem a fome
que merece.
Quando o governo de Lula lançou o programa Fome Zero, alguns
apresentadores de telejornais diziam corretamente: fôme (principalmente
os cariocas e nordestinos). Outros, bem, outros ainda continuam com
"fóme"...
homem / lobisomem
Pronunciam-se também com o fechado. Toda vogai que antecede
consoante nasal é fechada. Não há exceção a esta regra. Jamais encontraremos
no português do Brasil uma vogai aberta antes de consoante nasal
(cf. ema, ama, cama, lenha, banha, fronha, dona, etc.).
Por que, então, as pessoas dizem "fóme", "hómem", "lobisomem"?
Ora, porque cada um vive e diz como quiser. Aqueles que quiserem, podem
ficar à vontade e continuar dizendo: O "hómem" que "cóme" sem
estar com "fóme"vira "lobisomem".
A gente sempre entende...
Toninho / Tonho / Tonhão
Todos estes três nomes são hipocorísticos de Antônio. Todos têm o
primeiro o fechado, justamente pela presença da consoante nasal (nh).
Curioso é que no Brasil todos escrevemos Antônio, com acento circunflexo
no o (indicando som fechado), e quase todo o mundo diz "Antônio",
que é a pronúncia e a escrita lusitanas. Daí por que, no meio popular,
também se ouve "Tòninho", "Tónho", "Tònhão". Além desses, há mais
um: Totonho, que o vulgo pronuncia "Totónho".
Note, todavia, que outro hipocorístico de Antônio muito comum
é Tôni (e não "Tóne"). No interior paulista, todavia, existem muitos
"Tónes".
EM TEMPO - Hipocorístico é o nome curto e carinhoso, retirado do
próprio nome de batismo, geralmente duplicado ou no diminutivo, ao
qual o povo chama apelido. Assim, Lili, Ciça, Lulu, Chico, Zezé, Toninho,
Toninha, Tonho, Totonho, Tonhão, etc. são hipocorísticos, nome difícil
para designar coisinhas tão curtas e carinhosas.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 18 1
Jonas
Também se pronuncia com o fechado: Jônas. Repare na presença da
ronsoante nasal (n). Em boa parte do Brasil, contudo, se diz "Jónas". Mas
por que diabos nenhum brasileiro diz também "dóna", "lona", "sóno"?
Por quê? Porque isso é coisa de português.
Jaime
Pronuncia-se com o ditongo fechado: Jaime. O ditongo ai, quando
nntecede fonema nasal, soa fechado. Repare: amaina, andaime, paina, faina,
Baima, sotaina, polainas, Taino, Gislaine, Elaine (no Nordeste se diz
"eláine"). Os cariocas pronunciam corretamente este nome; os paulistas,
bem os paulistas estão na extremidade oposta à dos cariocas, neste item.
Roraima
A pronúncia correta deste nome é Roraima (o ditongo é fechado),
pelas razões expostas anteriormente.
Quem diz "Roráima", com o ditongo aberto (e há os que insistem nesiia
pronúncia) fala mal, dá mau exemplo, presta desserviço à educação, já
que nas salas de aula se aprende que a pronúncia correta é Roraima. Na
verdade, quem diz "Roráima" imita os índios ianomâmis da região que,
impossibilitados foneticamente da nasalação, dizem "Roráima". Ora, mas
eles assim pronunciam, porque não conseguem articular fonemas nasais.
Nós não conseguimos?
TV E
Diz-se TV é (as vogais e e o, pronunciadas isoladamente, soam abertas).
Vamos, então, ler em voz alta: vitamina E, a turma E da escola, Tafman
E, lâmpada GE, o TRE, o DNER, o DER, a ECT, o BNDES, a série E
da Mercedes-Benz, o grupo E da Copa do Mundo, Toyota XE, o Corolla
SE-G; o SOS, a LDO, o ET (= extraterrestre), etc.
A Mercedes-Benz resolveu, recentemente, divulgar pela televisão os
seus automóveis. Uma voz que se ouvia antes do início do Jornal Nacional
anunciava: Mercedes-Benz Classe "ê" oferece o Jornal Nacional.
A marca é boa, o carro é bom, mas o apresentador furou os quatro
pneus do carro...
quilômetro / têxtil / têxteis
Note: estas três palavras têm acento circunflexo na vogai tônica, indicando
que se trata de vogais fechadas. Então, por que quase todo o
mundo pronuncia"kilómetro","téstil","tésteis"? Só o sobrenatural tem a
resposta.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 19 1
sobressair
Este não é nem nunca foi verbo pronominal, o que eqüivale a dizer
que nunca devemos usá-lo com o pronome oblíquo ("sobressair-se").
Na mídia: Não se pode negar que o Omega foi um carro que passou
por problemas, afinal, ele veio para substituir o mito Opala, talvez o carro
mais querido do Brasil. Porém, suas qualidades "se sobressaíram" e ele
se tornou um líder de vendas, assim como seu antecessor. *** Cazuza
foi, sem dúvida, um cantor e compositor que "se"sobressaiu no rock nacional.
*** O fato de o cacto "se"sobressair em regiões áridas deve-se à
capacidade de armazenamento de água em seu interior. *** Num setor
onde as maiores multinacionais investem bilhões de dólares, a Gurgel
"se" sobressaía usando tecnologia e recursos nacionais, que, porém, não
foram suficientes para evitar a sua falência.
Escrever assim, francamente , é querer levar a língua à falência.
Aliás, à falência também andam querendo levar a língua certos dicionários,
tidos por muita gente como a fina flor da lexicografia portuguesa.
Como pode ser visto assim um dicionário que registra sobressair
como verbo pronominal? Deste assunto, ainda trataremos adiante.
Sua "senhora" já chegou?
A palavra feminina que corresponde a marido é mulher, somente
mulher.
Esposo e esposa, por sua vez, são termos que se usam em meios bem
específicos (jurídico e administrativo), além de se aplicarem propriamente
em referência a pessoas ilustres e a deuses da antigüidade: O duque
veio acompanhado da rainha, sua esposa. *** A primeira-dama não soube
explicar por que o presidente, seu esposo, deixara de usar aliança na
mão esquerda. *** Júpiter era o esposo de Juno?
Recentemente, num desses programas populares da televisão, o apresentador
perguntou a uma senhora que sobrevive catando papel nas ruas:
A senhora veio com seu "esposo"?
Não tenho nada "haver" com isso.
Na verdade, esta frase é que não tem nada a ver...
Sim, porque esse é um caso de emprego da preposição a + o verbo
ver, e não do verbo haver, que não tem nada a ver com isso. Por isso, estas
são as frases que têm tudo a ver: Sua opinião não tem nada a ver com a
minha. * * * Seu papo tem tudo a ver comigo.
Como se vê, trata-se de um uso eminentemente popular, restrito à
língua falada despretensiosa, princ. dos jovens. No português castiço,
usa-se assim: Não tenho nada que ver com isso. *** Sua opinião não tem
nada que ver com a minha. *** Seu papo tem tudo que ver comigo.
A garotada, porém, não quer nem ouvir falar nisso. Com razão, porque
esse uso está muito mais próximo de Portugal que do Brasil.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 20 1
brasileiros e brasileiras
Esta é uma invenção de um ex-presidente da República, no afã de
agradar ao eleitorado feminino.
A expressão não teve o mesmo brilho com Collor, mas foi reabilita-
<n pelo Sr. Fernando Henrique e, agora, parece prestigiada, se bem que
ilc forma mais ou menos alterada, por Lula, que recentemente declarou:
K.vía é a hora de cada "brasileiro e brasileira"pensar menos em si mesmo
c mais no país.
Ora! Não há nenhuma necessidade de usar o adjetivo pátrio no feminino.
Quando dizemos O Brasil espera que cada brasileiro cumpra seu
dever, já estamos nos referindo ao homem e à mulher. Ou o Brasil só espera
que o homem brasileiro cumpra seu dever?
Quando afirmamos que o Brasil tem mais de 140 milhões de eleitores,
jíü estamos nos referindo ao homem e à mulher. Acrescentar"e eleitoras"é
de uma primariedade imperdoável. E asinina, naturalmente. Isso de querer
agradar às mulheres, ofendendo a língua, não me parece boa política.
Ademais, com aquele acréscimo injustificado, a frase acabou trazendo
erros elementares de concordância, pois pensar e mesmo deveriam estar
no plural.
O presidente Lula declarou em setembro de 2003 que erradicaria o
analfabetismo do país até 2006. Vejamos como um jornalista nos trouxe
a notícia: Segundo Lula, os brasileiros e brasileiras que aprenderam a
ler e a escrever devem socializar esse conhecimento com aqueles que não
I iveram a mesma oportunidade e, assim, será possível acabar com o analfabetismo
no país.
Realmente, com um pouco de esforço até que dá...
Quem usa essa expressão equivocada fica obrigado, pela coerência, a
usar também "eleitores e eleitoras", "telespectadores e telespectadoras",
"leitores e leitoras","lixeiros e lixeiras", etc., como, aliás, fez o ministro
da Previdência, em 2003, em carta aberta aos funcionários públicos.
O início da carta estava assim: "Caras servidoras e caros servidores".
Ora... A seguir por aí, uma escola não tem tantos mil alunos, tem tantos
mil "alunos e alunas". A seguir por aí, não existem hoje no país 185
milhões de brasileiros, mas 185 milhões de "brasileiros e brasileiras".
Agora, o dia 15 de outubro já não é o Dia do Professor. É o Dia do
1'rofessor e"da Professora" .Veja você!
Brincadeiras têm hora e lugar! E brincadeiras de mau-gosto não têm
nem hora nem lugar.
O presidente Lula se redimiu, em discurso improvisado, no congresso
da CUT, em junho de 2003, quando afirmou, cutucando seu antecessor:
Eu não tenho que falar inglês para ser respeitado no mundo. Eu tenho que
[idar português. Eu só tenho que falar a língua de 185 milhões de brasileiros
para merecer o respeito do mundo. Falou e disse...
Mas por ocasião da comemoração dos 50 anos de criação da Petro2
6 NÃO ERRE MAIS! 21 1
bras, no final do discurso, a recaída: Parabéns, petroleiros e "petroleiras"
de todo Brasil!
Ninguém é perfeito...
paisinho / paizinho
Convém não confundir. Paisinho é diminutivo de país; paizinho,
de pai. Há, ainda diferença de pronúncia: na primeira, existe hiato,
portanto se diz pa-i-si-nho; na segunda existe ditongo, portanto se
pronunci a pai-zi-nho.
Em setembro de 2003, por ocasião da formatur a de alguns diplomatas,
o presidente brasileiro emitiu uma nota afirmando que o Brasil já não
é aquele "paizinho" do Terceiro Mundo, aquele "paizinho" só do futebol,
aquele "paizinho" só do carnaval.
Paizinho, presidente, o Brasil nunca foi mesmo!
caça-níqueis
Usa-se assim tanto no singular quanto no plural: o/os caça-níqueis.
Recentemente, porém, o presidente da República, discursando em Caxias
do Sul, em meio à divulgação do primeiro escândalo no seu governo,
declarou, orgulhoso: Vou acabar com os "bingo"e com os "caças-níquel".
Só, presidente?...
simpatia
Quem tem simpatia, tem simpatia normalmente por alguém. Ninguém
deve duvidar disso. Portanto, construímos: Tenho simpatia por essa
atriz. * * * Essa é uma atriz pela qual tenho simpatia. * * * Essa é uma tese
por que não nutro simpatia. *** Esse é um regime por que nunca senti
nenhuma simpatia.
Muito bem. O presidente Lula discursa, então, por ocasião do lançamento
da loteria Timemania: O Botafogo é um daqueles times que não
têm uma torcida igual à do Flamengo e do Vasco, mas todo o mundo tem
simpatia.
Pode até ser que o Botafogo seja um time que não tem uma torcida
tão numerosa quanto a do Flamengo e a do Vasco da Gama. Mas posso
garantir que é um clube pelo qual todo o mundo tem simpatia.
a cavaleiro
Significa perfeitamente à vontade: Estou a cavaleiro para falar neste
assunto.
Depois de um discurso na ONU, afirmou uma autoridade brasileira:
O Brasil hoje é um país que está a "cavalheira", e não precisa renovar o
acordo com o FMI.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 22 1
definição de ilha
A correta definição é: ilha é uma porção de terra cercada de água
marinha, fluvial ou lacustre.
Em alguns livros de Geografia, no entanto, lê-se redundantemente :
ilha é uma porção de terra cercada de água "por todos os lados ".
Há quem já tenha visto alguma coisa cercada que não seja por todos
os lados?
A toda ação corresponde uma reação igual "e contrária".
Frase que muito se ouve no dia-a-dia , mas também redundante , uma
vez que na palavra reação já existe a idéia de força contrária. Reagir significa
opor a uma ação outra que lhe é contrária.
A terceira lei de Newton, ou seja, a lei da ação e reação é enunciada
geralmente assim: A toda ação corresponde uma reação, com a mesma
intensidade, na mesma direção "e em sentidos contrários".
O melhor mesmo é enunciá-l a assim: A toda força corresponde uma
força contrária, de mesma intensidade e direção. Ou: A toda ação corresponde
uma reação igual.
prova dos noves
Prova corretíssima. A prova sempre foi dos noves. Veio o burro, não
soube faze r a prova e saiu dizendo que prova dos "nove"não era com ele.
Burro é sempre burro...
O nome dos números varia normalmente : os uns, os quatros, os cincos,
os setes, os oitos, os noves, etc. Só os que terminam em -s ou em -z
não sofrem variação: dois, três, seis e dez.
Assim, 44 se faz com dois quatros juntos; 111 se faz com três uns
juntos. Nenhum ser human o norma l forma 99 sem servir-se de dois noves
juntos, um ao lado do outro. Hoje, existe até dicionário que traz
"prova dos nove"! É o tipo de dicionário que tem vítimas, em vez de
consulentes.
anos "sessenta"
É o que mais se vê e ouve. Mas está errado. Há um notório erro de
concordância aqui, que poucos conseguem ver (ou enxergar). Quem sabe
distinguir numera i de substantivo facilment e vê; quem não sabe não vai
ver nunca . Muito menos enxergar.
O numera i é invariável; o substantivo não. Ter sete irmãos é uma
coisa; pinta r os setes é outra. No primeiro caso temos um numerai, por
isso, jamais caberia ali "setes"; no segundo caso temos um substantivo,
portanto: setes.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 23 1
Vamos ver isto, porém, com mais calma! A década de 1960 é composta,
naturalmente , de dez anos:
1960 - mil novecentos e sessenta (já temos 1 sessenta);
1961 - mil novecentos e sessenta e um (temos, agora, 2 sessentas);
1962 - mil novecentos e sessenta e dois (temos 3 sessentas);
1963 - mil novecentos e sessenta e três (temos 4 sessentas);
1964 - mil novecentos e sessenta e quatro (temos 5 sessentas);
1965 - mil novecentos e sessenta e cinco (temos 6 sessentas);
1966 - mil novecentos e sessenta e seis (temos 7 sessentas);
1967 - mil novecentos e sessenta e sete (temos 8 sessentas);
1968 - mil novecentos e sessenta e oito (temos 9 sessentas) e
1969 - mil novecentos e sessenta e nove (temos 10 sessentas).
O fato se repete com as décadas de 1920,1930,1940,1950,1970,1980
e 1990. Já com a década de 1910, não é possível usar "anos dezes", primeiro
porque dez (que termina em -z) não varia (1010 se faz com dois
dez, e não com dois "dezes"); segundo, porque a década de 1910 é assim
formada :
1910 - mil novecentos e dez (portanto, 1 só dez);
1911 - mil novecentos e onze;
1912 - mil novecentos e doze;
1913 - mil novecentos e treze, e assim por diante.
Ou seja, não se repet e o dez em mais nenhum ano da referid a década.
Agora, que - espero - tudo está maravilhosament e mais claro, deixeme
revelar uma coisa: se você não viveu os maravilhosos anos sessentas,
os dourados anos sessentas, esteja certo: você não sabe o que perdeu!
Importante: sabemos que, apesar de todas as evidências, apesar dessa
irrefutáve l prova matemática , muita gente vai continua r vivendo dos
seus anos "vinte", dos seus anos "trinta" , dos seus anos "noventa", etc.
Cada um que viva do jeito que quiser, mas que ao menos tenha consciência!...
"esteje" / "seje"
Só existem as forma s esteja e seja. Por isso, seja sempre atencioso e
esteja sempre atento: anos sessentas!...
Muito pior do que usar "esteje" e "seje" é usar "teja" por tenha, como
fez recentement e o goleiro de um clube paulista, tido pelos jornalista s esportivos
como "intelectual": Por mais experiência que você "teja", antes
de uma partida importante você sempre fica meio tenso.
protestar a favor da paz
Expressão perfeita. Muitos pensam que só se protesta contra. Enga -
nam-se.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 24 1
Protestar significa levantar-se, insurgir-se, clamar, bradar. Assim, todos
podemos (e devemos) protestar a favor da paz, protestar a favor do
amor, a favor da alegria e - sem dúvida - protestar contra os incêndios
na Amazônia, protestar contra a matança das baleias, protestar contra o
contrabando de nossos animais silvestres. Enfim, protestar a favor do ser
humano e veementemente contra o homem predador e irracional!
anético / anistórico
São, à luz da coerência, as formas rigorosamente corretas, muito melhores
e mais coerentes que "aético" e "aistórico".
Ora, em nossa língua, palavras iniciadas por vogai ou por h receitem
o prefixo an- (analfabeto, analgésico, anidro, anistórico); as iniciadas
por consoante recebem o prefixo a- (amoral, apartidário, apolítico,
ateu, atípico).
Se assim é (e não há exceção a essa norma), por que, então, "aético"?
Por que "aistórico"?
Um deputado paulista, ex-ministro de vários governos militares, declarou:
Economia é uma ciência "aética".
Definição anética.
Conhecido jornalista escreveu: O Estado vem se revelando um ente
"aético".
Bem, em pena de jornalista tudo é normal...
Recentemente, conhecida professora universitária declarou: O texto
c "a-histórico", equivocado e um desaforo!
Isso é português ou é desaforo?
Me dó um beijo!
É assim que todos nós, brasileiros, pedimos ao ser amado. Os portugueses
não. Pedem diferente: Dã-me um beijo! Por quê? Porque em sua
fala é mais fácil dizer Dá-me que Me dá. A nós, brasileiros, ocorre justamente
o oposto.
O português falado no Brasil guarda algumas diferenças de ordem
fonética em relação ao português lusitano, e não poderia ser mesmo diferente:
todo um oceano nos separa.
Entre nós, a próclise (colocação do pronome oblíquo antes do verbo)
tem preferência em quaisquer circunstâncias, mesmo que em início de
período. Tal preferência se explica e se justifica pelos padrões fonéticos
por nós utilizados.
Os brasileiros preferimos a próclise com alguma razão. Em Portugal,
a preferência pela ênclise (colocação do pronome oblíquo depois do verbo)
faz os lusitanos construir com visível duplo sentido uma frase como
esta, por exemplo: Os jornais chamam-nos de animais.
Os brasileiros evitamos a ambigüidade, ao construirmos: Os jornais
os chamam de animais.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 25 1
Que brasileiro cantaria "Dá-me um dinheiro aí?"Que brasileiro pede,
ao balcão do bar, um cafezinho usando Dá-me?
Não se amofine com o assunto colocação pronominal, caro leitor: tenha
sempre como aliado o ouvido! E siga em frente!
Certos exames vestibulares continuam insistindo em exigir conhecimentos
de colocação pronominal com base na colocação portuguesa.
Exigência esdrúxula. É bom parar com isso.
O Sr. Antônio Ermírio de Moraes escreveu certa feita na Folha de S.
Paulo: A reviravolta soviética é estimulante. Nos faz pensar.
Tal colocação torna seu autor um inovador, um vanguardista, um
verdadeiro revolucionário. Adelante, camaradas!...
TEXACO - Produtos "que" o mundo confia.
Hoje em dia está muito perigoso viver, caro leitor! Está muito difícil
confiar em alguém, em alguma coisa. A gente abre o jornal, vem a bomba;
lê um anúncio, vem outra bomba; abre a revista, mais bomba; liga o televisor,
eis nova bomba! Vai a um posto de gasolina, leva bomba!
Não está fácil. Realmente, viver não está fácil!
Se quem confia, confia em alguém ou em alguma coisa, como pode a
TEXACO, empresa simpática, que nos vende gasolina boa e barata, adotar
um slogan mambembe desses?
Todos estamos certos de que na TEXACO se encontram produtos em
que o mundo todo confia. Então, por que nos causar tanta decepção?
Recentemente, a mesma TEXACO, empresa simpática, que nos vende
gasolina boa e barata, anunciou numa revista, em letras garrafais: Leve
seu carro "num"posto TEXACO para conhecer a gasolina "que"os pilotos
do mundo todo confiam.
Ora, sim senhor! Levar o carro "num" posto? Para abastecer com a
gasolina "que" os pilotos do mundo todo confiam? Não, prefiro levar meu
carro a outro posto, para conhecer outra gasolina, menos sofisticada, é
bem verdade, mas a gasolina em que eu mesmo confio...
Em vista disso tudo - a simpática TEXACO que me perdoe! -, mas a
pergunta me parece inevitável (e pertinente): confiar em quê?
penal = pênalti?
Não. Em futebol, a infração cometida por um jogador dentro da sua
grande área é punida com um chute livre direto, ou seja, com uma penalidade
máxima ou pênalti.
Certos jornalista s esportivos acham lindo usar "penal" por pênalti,
sinonímia inexistente, mas nem por isso fora de registro de certos dicionários.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 26 1
motosserra
É esta a forma correta, assim como motobomba, motomecanizado,
motonáutica, motoniveladora, etc., sempre sem hífen, porque o elemento
moto- nunca o exige.
A revista Veja, contudo, na capa de sua ed. 1.592 (repare bem: na
capa), traz em letras garrafais, amarelas: O massacre da "moto-serra".
Era matéria exclusiva.
O erro, primário, chocou, principalmente por ter saído onde saiu,
mas não teria sido tão chocante se não houvesse a tentativa grotesca, na
edição posterior, de corrigir o equívoco. A emenda foi muito, muito, muito
pior que o soneto.
A Veja é a melhor revista de informação do Brasil - disparado! Não
precisava disso. Bastava reconhecer, numa linha: Erramos. Afinal, quem
não erra?
E, então, todos os seus leitores perdoaríamos.
"mega-sena"
Se você quiser ter sorte na vida, caro leitor, comece logo com o pé
direito: escrevendo corretamente: megassena.
O elemento mega- não exige hífen: megaempresário, megainvestidor,
etc.
Chorou, "ao" ponto de desmaiar
Não existe a locução "ao"ponto de, mas apenas a ponto de, de valor
consecutivo nas orações reduzidas de iníinitivo. Portanto: Chorou, a ponto
de desmaiar. (= Chorou tanto, que desmaiou.) *** Gumersindo ficou
nervoso, a ponto de esmurrar a mesa. (= Gumersindo ficou tão nervoso,
que esmurrou a mesa.) *** Juçara se humilhou tanto, a ponto de beijar
os pés do namorado. *** O ministro está a ponto de pedir demissão do
cargo. * * * A população de São Paulo e do Rio de Janeiro está assustada
a ponto de já não sair de casa à noite.
No sentido de prestes a é ainda a ponto de que se usa: Manuel se endividou
tanto, que está a ponto de perder tudo o que possui.
Um dia antes do jogo final da Copa do Mundo no Japão, escreveu um
jornalista esportivo: O goleiro Marcos, da seleção brasileira, disse que
não vê tanta qualidade assim no goleiro da Alemanha, "ao"ponto de elegê-lo
como o melhor do mundo.
O homem tem - no mínimo - 500 anos de jornalismo esportivo. E
ainda não aprendeu.
Sem sair do esporte, escreve outro jornalista: O Palmeiras continua a
oscilar muito dentro de um mesmo jogo. Há momentos em que ele dá um
sufoco no adversário. Em outros, todo seu time parece ficar paralisado "ao"
ponto de deixar o adversário livre para realizar qualquer tipo de jogada.
O Palmeiras, por um tempo, andou tão capenga, tão mal administrai
Io, que qualquer pessoa que se referisse ao time ficava mesmo a ponto de
locar a loucura...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 27 1
dormir "no" volante
Se dormir ao volante já é perigoso, que se dirá, então, de dormir "no"
volante!
Certa vez, lemos no pára-choque de um caminhão: Não tenho medo de
animais na pista, mas tenho muito medo de alguns burros "no"volante.
Ele era mais um...
Certa vez, a revista Veja (ed. 1.619) apresentou na capa um jogador de
futebol, com uma frase animalesca: Animais "no"volante.
Ante a grita de alguns leitores mais atentos, veio lá a revista com
uma conversa mole, com um nhenhenhém daqueles, tentando confundir
o leitor. Resolveu, então, consultar uma professora e um professor (o mesmo
que costuma repetir no vídeo a didática e as doutrinas alheias - sem
corar!). Como se, para isso, uma redação do porte da Veja precisasse de
consultas sobre assunto tão elementar.
A professora da Universidade de São Paulo diz que há o registro coloquial
e o registro da norma culta. Correto. E as publicações - as sérias,
pelo menos, como a Veja - devem usar o registro da norma culta.
Por favor, não tentem nos fazer crer que o registro coloquial serve
para a imprensa! Como já tentou fazer uma vez a mesma revista, ao querer
justificar a expressão "uma grama de ouro". Conversa mole só serve
mesmo para boi dormir.
falar "no" telefone
Na norma culta, fala-se ao telefone, assim como se toca ao piano, se
trabalha ao computador, se senta à janela do ônibus.
Certa vez, uma companhia de aviação anunciou: O melhor lugar num
avião não é na frente, atrás, no meio, "na"janela: é o lugar que você preferir.
Há os que preferem fora...
O ônibus passa "na" porta de casa
É assim que o português do Brasil prefere, ou seja, nós, brasileiros,
preferimos usar a preposição em, quando se trata de indicar proximidade,
contigüidade. Em Portugal, todavia, o ônibus nunca passa "na" porta,
mas à porta. Lá em Portugal, ônibus que passa na porta é o que passa por
cima dela. Apesar de ser uma porta - convenhamos - ela não tem culpa...
o Zé / a Ciça
Usamos o artigo antes de nome próprio somente quando se trata de
pessoas íntimas ou que gozam da nossa amizade. O emprego do artigo,
neste caso, é próprio da língua falada. Assim é que temos o Zé, a Chiquinha,
o Mané, a Ciça, o Carlinhos, a Nandinha, etc.
Em certas regiões brasileiras, porém, usa-se o artigo antes de qual2
6 NÃO ERRE MAIS! 28 1
(|uer nome de pessoa, conhecida ou não, simpática ou não, amiga ou não.
Assim, ouve-se comumente: o Antônio Carlos (em referência a Antônio
Carlos Magalhães). Ou: o Maluf(em referência a Paulo Salim Maluf). Ou:
a Maria Betânia. Ou: o Caetano. Ou: o Palocci. Ou: o Genoino.
Mesmo quando se trata de nomes inteiros (neste caso, a língua culta
rejeita o artigo), costumam usá-lo: "o" Fernando Henrique Cardoso, "o"
Caetano Veloso, "a"Marta Suplicy, "a"Roseana Sarney. Já ouvimos pessoas
que, ao referirem-se a Machado de Assis, disseram: "o"Machado. Aí
já é intimidade demais... A propósito, alguém se meteu recentemente a
comentar os "erros" machadianos pela Internet. Escreveu assim o título
de seu "trabalho": Os erros de português do Machado de Assis. (Reparou:
e ainda "português", sem acento. Quem confia?)
Se essa não é uma intimidade nada boa, que se dirá daquela que insinuou
uma governadora fluminense, do PT, que, desesperada com a presença
em seu Estado de um perigoso bandido e querendo livrar-se dele,
sem o conseguir, declarou: Espero que algum governador aceite receber
"o " Fernandinho Beira-Mar.
Que intimidade mais estranha!...
viajar "à" 180km/h
Viajar a essa velocidade é desejar ser multado. Mas também multado
deverá ser o patrulheiro rodoviário que lavrar multa dessa forma. Antes de
numerais não se usa o acento da crase. Por isso, viajar a 180km/h, embora
não seja recomendável, é muito mais saudável que viajar "à" 30km/h...
Agora, que mal lhe pergunte, caro leitor: como vai sua vida a dois?
de segunda "à" sexta-feira
Atende-se melhor de segunda a sexta-feira. Ora, se não se usou o
artigo contraído com a preposição de (da), não pode haver acento no a, já
que aqui não há o artigo. Afinal, crase não é o nome da fusão de dois aa?
Note, agora, esta frase: Os alunos estão em prova, da quinta à oitava
s(:
rie. Por que, agora, o à? Porque antes tivemos da, e não "de". Se usarmos,
portanto: Atendemos da segunda à sexta-feira, também é obrigatório
o uso de à.
TV a cabo
Expressão consagrada, porém, a legítima é outra: TVpor cabo. Nunca
vi ninguém aderir à TV "à" assinatura, mas sim à TV por assinatura;
nunca vi ninguém receber sinal "a" satélite, mas sim por satélite.
Há os que usam, ainda, TV"à"cabo, o que é quase um duplo homicídio
qualificado...
bode "expiratório"
Quando sobre uma pessoa recai a culpa de outrem ou quando é o alvo
predileto de chacotas de outras, diz-se que é bode expiatório.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 29 1
Um famoso seqüestrador, no entanto, ao ser preso, declarou aos repórteres
que estava sendo mero bode "expiratório". Ou seja: ele estava
querendo no fundo, no fundo (porque bem o merecia), expirar antes do
tempo...
Vulcão expele "larva"?
Por enquanto, não... O que os vulcões expelem (todo o mundo sabe) é
lava, rocha em fusão.
Num jornal: As fantásticas ruínas romanas de Pompéia, a cidade dizimada
pela "larva"de um vulcão.
Que larva poderosa é essa, capaz de destruir uma cidade inteira?...
"Miss" Brasil
No Brasil é diferente: Misse Brasil. Lá fora, sim, é que a faixa da
nossa representante nesses concursos traz Miss. Não só isso: traz também
Brazil. Aqui devemos usar misse.
Numa revista: A história da "miss" cassada por ser casada acabou
bem para todas as partes. *** Os organizadores do "Miss"Brasil celebraram
o oba-oba em torno de um concurso quase esquecido.
Só faltou escreverem "Miss Brazil".
uma contato "publicitário"
Contato, usada como sinônimo de profissional que estabelece um elo
entre uma agência de publicidade e um cliente, é nome comum-de-dois,
ou seja, usa-se o contato para o homem e a contato para a mulher.
Se, todavia, a palavra vier modificada por um adjetivo, a concordância
se fará com o artigo, naturalmente, assim como se dá com a modelo
fotográfica. Portanto: a contato publicitária.
No site de um jornal: Joseane, a "Miss"Brasil, foi eliminada hoje do
Big Brother Brasil 3 com 64% dos votos. Ela disputou o paredão com a
contato "publicitário "Andréa.
ponto separativo
Os números que indicam quantias são separados por ponto:
R$1.385.876,00. A vírgula só separa a parte inteira da decimal.
O ponto não deve substituir a vírgula neste caso, ao menos na língua
portuguesa. A indústria automotiva, no entanto, lança seus veículos" 1.8",
"2.0","2.5", rigorosamente como fazem os ingleses e norte-americanos, já
que a língua inglesa usa ponto onde usamos vírgula.
Sobre este assunto, veja esta pérola encontrada em manchete de uma
folha paulistana: O Copom aumentou em 0,25 "ponto percentual"a taxa
Selic.
O jornalismo brasileiro é, realmente, formidável...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 30 1
números comuns
Nos números comuns, ou usamos o ponto, ou deixamos um espaço em
branco que lhe corresponda: 5.692 ou 5 692.
Convém lembrar, todavia, que os números que identificam o ano não
l.em ponto nem intervalo: 1958, 2004, etc.
retornar "a" ligação
Faltou só o acento grave aí, pois o verbo retornar (dar retorno a telefonema,
recado, etc.) é transitivo indireto.
Portanto, se ela ainda não retornou à ligação que você fez, por algo
Norá...
abuso do gerúndio
Gerúndio é uma forma nomina l do verbo, assim como o infinitivo e o
particípio. É chamado forma nominal, porque, além da funçã o de verbo,
exerce também a funçã o de nome. Sempre termina em -não: cantando,
rendendo, partindo, beijando, correndo, etc.
Há certas pessoas (principalmente as nossas lindas e charmosa s secretárias)
que acham elegante usar o gerúndio. E nos mandam gerúndio
i torto e a direito: Vou estar "retornando sua"ligação em alguns minutos.
Nota-se aí mais um inconveniente: a transitividade do verbo retornar (v.
eiiso anterior).
Basta usar: Retornarei à sua ligação em alguns minutos.
Mais exemplos de abuso do gerúndio: Estarei "enviando" a nota fiscal
amanhã. (Aliás: Enviarei a nota fiscal amanhã.) *** Amanhã vou estar
"viajando"para o Rio de Janeiro. (Aliás: Amanh ã viajarei par a o Rio
ile Janeiro.) *** Seu vôo vai estar "saindo"dentro de quinze minutos. (Ou
mija: Seu vôo sairá dentro de quinze minutos.) *** Vou estar "mandando"
hcii dinheiro amanhã. (Isto é: Mandarei seu dinheiro amanhã.) *** Ela
/•ai estar "se apresentando"neste teatro na próxima semana. (Aliás: Ela
v< • apresentará neste teatro na próxima semana.) * * * Seu cheque vai estar
"sendo" debitado em sua conta corrente ainda hoje. (Aliás: Seu cheque
ndrá debitado... )
O abuso do gerúndio tem nome: gerundismo.
"uso abusivo" do gerúndio
Combinação redundante . Deve ser substituída por abuso ou, então,
por uso excessivo, uso exagerado, uso imoderado, etc.
N um jornal: O "uso abusivo"de antibióticos prejudica a saúde.
Noutro jornal, um título: STF critica o "uso abusivo"de MPs.
Escreve um artigo um professor e o intitula assim: O professor e a
prevenção ao "uso abusivo" de drogas na escola.
É muito abuso!
2 6 NÃO ERRE MAIS! 31 1
A França é três vezes "menor" que o Amazonas
Não. O Amazonas é que é três vezes maior que a França.
Se uma coisa pode ser tantas vezes maior que a outra, isso não significa
que esta pode ser tantas vezes "menor" que aquela, porque, evidentemente,
apenas uma vez menor já é igual a zero.
ministro de "descendência" árabe
Pode haver ministro de ascendência árabe, e não de "descendência"
árabe. O que produz um filho ou a prole é ascendente; o que resulta disso,
ou seja, o filho ou a prole se diz descendente.
Assim, pergunta-se corretamente: - Você tem ascendência italiana?
Responde-se: - Sim, tenho ascendência italiana.
cerveja que desce redondo
Frase perfeita. Redondo, aí, é advérbio, e não adjetivo; eqüivale a de
modo redondo. Nessa frase, tem sentido figurado e significa: fácil e gostoso
(= de modo fácil e gostoso).
Experimenta! Experimenta! Experimenta!
Nada contra esta forma verbal nem muito menos contra cervejas.
Convém apenas ressaltar que, na fala brasileira, com exceção de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul, no imperativo afirmativo a preferência
é pela forma da terceira pessoa, e não da segunda. Tanto é que normalmente
dizemos: Escreva isso para mim! (E não: Escreve isso para mim!).
*** Leia a carta para mim! (E não: Lê a carta para mim!)
Ora, se assim é, por que, então, contrariar um uso quase generalizado
numa propaganda? Ou ela foi feita apenas para gaúchos e catarinenses?
A forma experimenta é da segunda pessoa (que a maioria dos brasileiros
rejeita); experimente é que é a forma da terceira pessoa. Portanto: Experimente!
Experimente! Experimente!
Assim, ninguém rejeita!
O mais curioso é que na propaganda que a fábrica faz, há uma advertência
absolutamente correta: Aprecie com moderação.
E aprecie de que pessoa é mesmo?...
Um mês depois do lançamento do Experimenta!, saiu novo anúncio,
novamente equivocado: Se experimentar, não dirija. Se dirigir, não "experimenta".
Desse jeito, qualque r cerveja vai descer quadradinho , quadra -
dinho...
recém / refém
Estas duas palavras são oxítonas, mas aqui e ali sempre se ouve
"récem", "réfem". É perigoso! Já pensou, caro leitor, ter um "récem-nascido"como
"réfem" de bandidos?
É torturante!...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 32 1
É a palavra correta, mas há quem insista em usar"octagenário" .
Na revista Quatro Rodas: Quando leio ou escuto a palavra roadster,
logo o E-Type aparece na minha mente. Julgo-o o supra-sumo da categoria.
Norman Dewis (hoje um "octagenário"ativo que participa de eventos
da Jaguar) teve soberba sensibilidade em seus testes.
No melhor jorna l da Bahia: Uma visita à Bahia feita pelo "octagenário"
pianista cubano Bebo Valdés foi o ponto de partida do filme
espanhol.
Filme pode agradar "o" público?
Não, filme só pode agradar ao público. Agradar só se usa como transitivo
direto, quando o sujeito é ser animado: Por mais que se esforce, ela
não consegue agradar o chefe (ou agradá-lo).
Se o sujeito é ser inanimado, convém usar o verbo apenas como transitivo
indireto: A notícia agradou ao presidente (ou agradou-lhe). *** O
resultado das pesquisas agradou à candidata (ou agradou-lhe).
O antônimo, desagradar, é rigorosamente transitivo indireto: A notícia
desagradou ao presidente (ou desagradou-lhe). *** O resultado das
pesquisas desagradou à candidata (ou desagradou-lhe).
Na mídia: Berzoini diz que proposta é boa porque "desagrada opostos".
*** A nova proposta da Fiesp não agradou "os" sindicatos. ***
Novos preços do arroz não agradam indústria do RS. *** Mudanças na
Unesco para agradar "os" EUA. *** Aumento da meta de superávit, de
11,75% para 4,25% do PIB, agrada "o"FMI.
Durant e a realização de um de nossos salões do automóvel, um instituto
de pesquisa distribuiu um folheto com a seguinte pergunta: Qual o
automóvel nacional que mais "o" agradou neste salão?
Por ocasião do lançamento do Honda FIT, a revista Quatro Rodas
trouxe na capa a foto do veículo junto com uma pérola: Será que o campeão
de vendas no Japão vai agradar "o " brasileiro?
Carro agradar gente é mesmo coisa do outro mundo.
Em suma: essa gente não anda agradando a ninguém...
ao + infinitivo
Neste tipo de construção, o infinitivo varia obrigatoriamente. Ex.: Ao
entrarmos, encontramos tudo revirado. * * * Ao ouvirem isso, todos ficaram
preocupados. *** Ao derreterem-se, as amostras de gelo deixaram
grossas camadas de sedimentos negros.
Na capa da revista de maior circulação nacional: A luta pública do
ator Raul Cortez contra um câncer mostra não apenas coragem. É um sinal
dos tempos: com o fim dos tabus, pacientes e familiares sofrem menos
"ao enfrentar" abertamente a doença.
Na mesma edição da revista, há uma entrevista com um membro da
Academia Brasileira de Letras, que diz: Os colonizadores ingleses, "ao
2 6 NÃO ERRE MAIS! 33 1
vir" para a América, estavam dando as costas para a Europa. Sua intenção,
"ao chegar" ao Novo Mundo, era conceber uma nação ou várias
pequenas nações nas treze colônias.
Num jornal: Classes média e alta não são civilizadas "ao dirigir". ***
Autoridades russas confirmaram a morte de 32 estudantes que dormiam
em alojamento, em Moscou. Mais de 139 ficaram intoxicados "ao inalar"
fumaça ou feridos "ao pular" das janelas.
mais bem - mais mal
São formas corretas, quando usadas antes de adjetivos-particípios.
Assim, por exemplo: Suas crianças estão gordas, porque são mais bemalimentadas
que as minhas. *** Seus filhos são mais mal-educados que os
meus. (Convém usar o hífen, quando for o caso.)
Se houver posposição, empregar-se-ão as formas sintéticas melhor
e pior: Suas crianças estão gordas, porque são alimentadas melhor
que as minhas. *** Seus filhos são educados pior que os meus.
"sócio-econômico"
O elemento socio- (redução de social) não exige hífen: socioeconômico,
sociocultural, sociolingüística, sociopolítico, etc.
Num jornal: Lula tem aprovação de 83,6%, diz CNT-Sensus. O índice
de satisfação com a atual política "sócio-econômica" dos entrevistados
foi de 34%, mas mostrou que a expectativa de melhoras para os próximos
meses é de 63,5%.
"todos dois"
Não existe "todos dois" em nossa língua, embora seja combinação
muito usada em certas regiões do Nordeste. Por exemplo: O clube contratou
Alex e Pedrinho. "Todos dois"são armadores.
O pronome todos só se usa de três em diante: Estavam no carro os
três filhos de Isaque; todos três saíram ilesos do acidente.
Numa de nossas revistas semanais de informação: Elas são seis: Adélia,
Otilia, Juracy, Laurinda, Eulinda e Marinete - as irmãs Lira, como
são conhecidas em Caruaru, PE. Algumas são cinqüentonas; outras já
estão na casa dos 60. "Todas as seis"são solteironas.
O uso do artigo, neste caso, só se justifica quando o numerai antecede
o substantivo. Assim, por exemplo: Todas as seis solteironas são de Caruaru
(PE). Todos os quatro filhos de Cármen já são formados.
bossa nova = Bossa Nova?
Não. A bossa nova é o ritmo musical, misto de jazz com samba, de
melodia e harmonia novas, excepcionalmente inovadoras, surgido no final
da década de 1950, em Ipanema, bairro carioca; muitos dizem apenas
bossa. O Brasil precisa reencontrar urgentemente o caminho da bossa
nova, que é o verdadeiro rumo da sua cultura musical. Bossa Nova é o
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nome do movimento ou, com mais propriedade, do surto cultural da musica
popular brasileira, iniciado em 1958, no Rio de Janeiro, com o propósito
de renovar a forma rítmica, harmônica e melódica da música popular
da época e valorizar as suas letras, com o ressurgimento do sentimento da
beleza da vida, dos encantos da terra e da paixão à mulher amada. Constitui-se
na principal arrancada da nossa cultura musical rumo ao belo,
à perfeição. Mas... tornemos à bossa nova. Como é um misto de jazz com
samba, a bossa nova agradou em cheio ao mais exigente dos músicos norte-americanos,
que o chamam com propriedade o jazz brasileiro. Garota
de Ipanema, Ela é carioca, Samba do avião, Samba de uma nota só e Corcovado
são as cinco músicas que marcaram o auge da bossa nova, tanto
no Brasil quanto no exterior. Não por acaso, todas cinco são composições
de Tom Jobim, o gênio da bossa nova e um dos maiores compositores da
música popular brasileira de todos os tempos. Hoje, incompreensivelmente,
ouve-se mais bossa nova nos Estados Unidos e no Japão que no
Brasil. O Brasil precisa merecer a bossa nova - eis a frase proverbial de
Tom Jobim. Merece? Hoje o mundo canta e toca bossa nova. E o Brasil?
"Reage Rio"
Há uma regra singela de pontuação que preceitua o seguinte: todo
vocativo deve vir isolado por vírgula. Portanto: Reage, Rio! (Note, ainda
o ponto de exclamação, também obrigatório, porque se trata de frase imperativa,
com caráter enfático.)
Um partido político saiu-se recentemente com esta: "Competência
Brasil!" (Foi justamente o que eles esqueceram: a competência.)
Recentemente, torcedores do Santos F.C. lançaram um movimento do
Fico, em relação ao principal jogador da equipe. Assim: Fica Robinho. O
que aconteceu? O jogador foi...
Não faz muito, o Ministério da Saúde lançou um programa muito
interessante pelas televisões educativas, apresentado por um conhecido
médico, que tinha ainda o mérito de ser bastante didático. Mas o nome do
programa padecia de doença grave: O que eu faço doutor?
Se usar camisinha, nos dias de hoje, é importante; se fazer exercícios
físicos sempre foi uma necessidade do homem; se fuma r ou deixar de fumar
é apenas uma questão de ser inteligente ou não, convém saber que a
vírgula nunca deixou de ser importante.
Portanto, pra frente, Brasil!
mais vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação importante, mas cada vez mais
desprezado, não por redução de sua importância, mas por queda de conhecimento,
queda de cultura, queda até de bom-senso, ao escrever.
Antes de orações reduzidas temporais iniciadas por ao + infinitivo,
por exemplo, é obrigatório o uso da vírgula. Veja, porém, o que se leu num
editorial da maior revista semanal de informação do Brasil: O governo do
2 6 NÃO ERRE MAIS! 35 1
PT está brincando com fogo ao permitir que diversas autoridades dêem
livremente sua opinião sobre taxa de câmbio.
A falta da vírgula depois de fogo e antes da oração reduzida iniciada
por ao + infinitivo revela que o redator não tem pleno domínio do que
escreve.
O texto continua assim: Até o presidente contribuiu para o erro ao
dizer, dias atrás, que o real não deveria valorizar-se muito para não atrapalhar
as exportações.
São duas, agora, as vírgulas faltantes: uma depois de erro, e a outra
antes de para (que inicia nova oração reduzida).
Mais adiante se lê: Há dois anos os epidemiologistas americanos ficaram
intrigados "ao encontrar" traços de um dos vírus mais antigos de
que se tem notícia, o da malária, em Boston.
São dois os problemas aqui: "encontrar" (por encontrarem) e a ausência
da vírgula, depois de intrigados.
a vírgula, outra vez
Qualquer estudante do ensino médio sabe que o sujeito não pode
vir separado do predicado por vírgula. Por isso, nenhum deles escreve:
Minha namorada, queria me dar um beijo. Mesmo porque, seriam duas
mentiras...
Jornalista que mente, porém, é intolerável. Veja esta "mentira"
de um deles: Os CDs de Inezita Barroso, Teca Calazans e Isaac
"Brasil, mostram" que há no país música rural de qualidade. Não
é apenas aquele lixo das duplas sertanejas disponíveis no mercado.
Ao menos, no final, esse jornalista foi sincero: a música popular
brasileira, nos dias atuais, está não no lixo, mas no lixão! É
uma pobreza de fazer dó! Há uma total e completa inversão de valores
em nossa música popular hoje em dia: em vez de vermos ótimos
intérpretes da nossa boa música, como Fátima Guedes, Lisa
Ono e Rosa Passos, vemos cada vez mais lixos. Até quando vai isso?
ainda, a vírgula
As orações explicativas vêm obrigatoriamente antecedidas de vírgula.
Por quê? Por arbitrariedade da língua? Não, porque esse tipo de
oração exige pausa. Daí a razão pela qual escrevemos: Não chore, que é
pior! * * * Não faça isso, porque é feio!
Os vocativos, como já vimos, desde o surgimento de Camões, devem vir
sempre separados por vírgula: Jeni, venha cá. *** Aondefoste, Mônica?
No editorial de uma revista: Vamos lá que o desafio não é pequeno.
A bem da verdade, faltaram dois sinais: a vírgula, antes da oração
explicativa, e o ponto de exclamação, encerrando o período, já que as
frases imperativas normalmente exigem seu término com esse sinal.
Ao virarmos a página, encontramos: Salve simpatia.
Salve, língua portuguesa!
2 6 NÃO ERRE MAIS! 36 1
finalmente, a vírgula
A vírgula é obrigatória, para separar orações iniciadas pela conjunção
e, quando os sujeitos forem diferentes. Eis exemplos singelos: A mulher
chegou, e o homem saiu. *** O presidente discursou, e o ministro
apenas falou à imprensa.
De um famoso jornalista carioca, sediado em Brasília: Nossa economia
estagnou e a luz de alerta está acesa no Palácio do Planalto.
Uma singela vírgula depois de estagnou elevaria o conceito do jornalista
perante muitos leitores.
Esse mesmo jornalista é autor desta frase (completamente sem vírC.iila):
A privatização além de piorar os serviços públicos também os tornou
mais caros.
Ele truncou a oração principal e não indicou graücamente. A leitura
correta dessa frase é esta: A privatização (pausa) além de piorar os serviços
públicos (pausa) também os tornou mais caros.
A pausa da fala é marcada na escrita, normalmente, pela vírgula.
Esse mesmo jornalista escreve (totalmente sem vírgula): Nessa torre
de babel que é a reforma da Previdência não há ninguém para zelar por
nós trabalhadores que temos uma aposentadoria limitada.
Em português escorreito, essa mesma frase deveria ser publicada
assim: Nessa torre de babel, que é a reforma da Previdência, não há ninguém
para zelar por nós, trabalhadores, que temos uma aposentadoria
limitada.
Esse mesmo jornalista é autor desta frase: "Nesses" primeiros seis
meses de governo Lula uma coisa ficou clara: uma coisa é prometer outra
é conseguir cumprir as metas de campanha.
Além do emprego de "nesses" por nestes, nota-se falta da competente
vírgula depois de Lula e de prometer.
Conclusão: o homem é mesmo j ej uno em questão de emprego da vírgula.
Esta é de outro jornalista, não menos "inimigo" da vírgula: Lula e Fernando
Henrique continuam trocando farpas e uma ruptura é iminente.
A Serasa faz, então, propaganda por ocasião dos seus 35 anos de fun -
dação. Depois de um histórico, o encerramento foi com esta frase: Mais
consumo significa mais produção, que gera mais emprego, que gera mais
consumo, que por sua vez gera mais produção e o resto da história você já
conhece.
Só conheço esta história: a falta da vírgula depois de produção.
NÃO ERRE MAIS! 37 1
confraternizar
É verbo transitivo indireto ou intransitivo, mas nunca pronominal:
Ao final da partida, alguns jogadores confraternizaram com o árbitro.
*** Ao final da partida, os jogadores e o árbitro confraternizaram.
Nada, portanto, de 'confraternizar-se" , "confraternizaram-se" .
No editorial do Correio Braziliense: O Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra vive momento de grande contradição. Seus líderes vão
ao Palácio do Planalto, "confraternizam-se" com o presidente da República,
que, apesar do evidente desgaste, se deixa fotografar com boné da
entidade na cabeça, mas, em vez de ceder ao diálogo, continua a se utilizar
da força.
Agora, repare como define confraternização um de nossos dicionários:
ato ou efeito de "confraternizar-se" . Logo abaixo, está o verbete
confraternizar, mas o autor não classifica esse verbo como pronominal.
Então, é o caso de perguntar: o que é "confraternizar-se"? O que é de fato
um bom dicionário?
Classic
A palavra é inglesa, portanto, pronuncia-se kléssik. Se a palavra é
inglesa, devemos lê-la à inglesa. Conforme fazemos, aliás, com Sprite,
Nike, Hilux, Goodyear, Firestone, American Airlines, etc. Se a palavra é
francesa, devemos lê-la conforme sua língua de origem, ou seja, à fran -
cesa. Por exemplo: Air France, Renault, Michelin, 5áSec (mas a própria
empresa anda anunciando "cinco"a sé/c), etc.
Nos anos setentas, despontou nos Estados Unidos um conjunto vocal
chamado Classics Four. Nenhum locutor por aqui, naquela época, ousou
dizer "klassíks fór".
No Brasil, o ensino tem regredido tanto da década de 1970 para cá,
que as pessoas, ao invés de progredirem, regridem. E a passos largos!
Pouco tempo atrás, o próprio Banco do Brasil lançou um cheque especial
chamado Classic. Tudo seria normal, se o banco não fosse o do
Brasil e não o anunciasse como "klassík".
O Boticário lançou recentemente uma fragrânci a masculina e lhe
deu o nome Classic. Mas nenhum dos seus funcionários fala em suas lojas
em "klassík".
Por aqui, é normal termos pessoas pronunciando equivocadamente
os nomes estrangeiros. Existe um clube de futebol no Peru de nome
Alianza. Sabe-se que no espanhol não existe o som zê: a consoante [z]
eqüivale ao nosso c ou ç. Então: aliança. Há, contudo, uma casta de repórteres
esportivos que lêem a forma castelhana como se portuguesa ela
fosse: "alianza". Parece brincadeira.
Existe outro clube de futebol, agora na Espanha, chamado Zaragoza.
Os repórteres esportivos são incapazes de dizer corretamente. Só sai "zaragoza".
De arrepiar!
O Palmeiras disputou dois jogos no final dos anos noventas com o
2 6 NÃO ERRE MAIS! 38 1
San Lorenzo de Almagro. Você, naturalmente, já sabe como e que eles
pronunciaram o nome da equipe argentina.
Há um jogador colombiano que anda rondando vários clubes brasileiros:
Aristizâbal. Bem, o caro leitor já sabe como é que eles pronunciam
o nome do jogador.
O correio eletrônico, no Brasil, é chamado e-mail, como nos países
de língua inglesa. Naturalmente, se a palavra é inglesa, devemos lê-la
integralmente à inglesa: i-mêil. Pois já existe gente por aí dizendo e-mêil.
Mas ainda ninguém chegou a dizer "e-ma-íl". Graças a Deus! Não deixa
de ser um progresso...
brincadeira de "mal gosto"
Esta é, de fato, uma brincadeira de muito mau-gosto: escrever mal
por mau é coisa que tem relação, no máximo, com a quinta série do ensino
fundamental.
Não faz muito, o ministro da Casa Civil deu uma declaração um tanto
ou quanto meio estranha, que o Jornal do SBT reproduziu assim: O
governo é "mal" como um pica-pau.
Nem mesmo o u do pica-pau serviu para ajudar...
Certa feita, um famoso apresentador da televisão brasileira, também
empresário, resolveu fazer uma brincadeira com uma repórter de uma revista
e declarou, lá dos Estados Unidos, que estava à beira da morte, que
já havia vendido seus bens e que nunca mais voltaria ao Brasil, porque
queria morrer em paz.
Muito bem. A coisa repercutiu enormemente. A editora vendeu tantas
revistas, que conseguiu equilibrar o orçamento do ano inteiro. Dias
depois, como o rumo que o caso tomou foi bem diverso do pretendido, o
"moribundo"resolveu desmentir.
Eis como foi, pelo site de um jornal: "Foi uma brincadeira que não
saiu como eu queria e que passou a ser uma brincadeira de "mal gosto".
Esse é o tipo de brincadeira que nunca acaba mesmo em boa coisa.
torcer "para" o Palmeiras
Torcedor que se preza torce por seu time, e não "para" seu time. Por
isso, é melhor torcer pelo Palmeiras (apesar da enorme "competência" de
sua diretoria).
Manchete de uma gazeta paulistana: Marcelo Teixeira diz que vai
torcer "para"o Japão, no jogo de hoje contra o Brasil.
Como seria bom se todos torcêssemos pelo Brasil!...
Quem torce pelo Palmeiras é "palmeirista"?
Não. Quem torce pelo Palmeiras é palmeirense. Ou esmeraldino.
Mas agora é também porco, denominação recente, grotesca, pejora -
tiva, de profund o mau-gosto. O bicho-símbolo do Palmeiras sempre foi
o periquito.
Os corintianos gostam de chamar os palmeirenses de porcos. Os palmeirenses
revidam, chamando-os de gambás. Aí começa uma rivalidade
NÃO ERRE MAIS! 3 9 1
não muito inteligente. O Corinthians e o Palmeiras são, na verdade, clubes
coirmãos, quer queiram, quer não queiram os seus torcedores; suas
histórias estão intimamente ligadas.
O Palmeiras e o Corinthians são os clubes de maior rivalidade em
São Paulo. Os corintianos se orgulham de formar a segunda maior torcida
do país. Os palmeirenses, na eterna "guerra "de gozações que empreendem
contra os corintianos, não se incomodam, mas rebatem, dizendo que
o importante mesmo é ter saúde.
Agora, para desespero maior dos corintianos, surgem os astrônomos
norte-americanos e declaram, para espanto do mundo (não meu) que o
universo é verde. Essa realmente é de ficar orgulhoso. Será mesmo que o
Criador também tem seu clube preferido?!...
"alvi-verde" / "alvi-negro"
O Palmeiras sempre foi alviverde. Quem escreve "alvi-verde", naturalmente,
deve torcer por outro time. Por um alvinegro qualquer, por
exemplo...
"super-campeão"
Não. O Palmeiras, de Valdir, D jalma Santos, Valdemar e Geraldo, Zequinha
e Aldemar; Julinho, Romeiro, Américo, Chinesinho e Nardo, foi,
na verdade, supercampeão em 1959, disputando três jogos decisivos com
o poderoso Santos F.C., de Pelé, Zito e Coutinho.
O alviverde ganhou, assim, naquele ano, o super campeonato paulista
de futebol. Aliás, o Palmeiras (permita-me dizer, caro leitor) foi a única
equipe no futebol paulista que conseguiu interromper a série de títulos
do então fabuloso Santos F.C. Por isso, merece lembrança e menção honrosa
aqui. Só por isso...
O prefixo super- só exige hífen antes de palavras iniciadas por h (super-homem)
e r (super-realista). Fora daí, não há hífen.
Na capa de uma revista de automóveis: Tigra! - o "super-segredo"da
GM.
A verdade é que esse modelo, o supersegredo da GM, por coincidência
ou não, acabou sendo um fracasso de vendas no Brasil.
"bi-campeão"
Quem fica campeão de verdade duas vezes é bicampeão; três vezes,
tricampeão; quatro vezes, tetracampeão; cinco vezes, pentacampeão.
Quando o São Paulo F.C. se tornou bicampeão mundial de futebol,
mandaram escrever bem à frente do seu estádio: "Bi-campeão"mundial
de futebol. Mais tarde, anos depois, fizeram a devida correção.
Os derivados também se escrevem sem hífen: bicampeonato, tricampeonato,
tetracampeonato, pentacampeonato.
Também sem hífen se escrevem supercampeão e super campeonato.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 40 1
Corinthians: campeão do "IV.°" Centenário?
O Corinthians foi o legítimo campeão do IV Centenário (1954), mas
ufio do"IV.°", que isto não existe.
Os algarismos romanos não devem vir acompanhados do sinal porque
eles já são lidos como numerais ordinais. Tal sinal só acompanha
numerais cardinais: 1.°, 2.°, etc. Aliás, convém acrescentar que não se usa
I racinho nesse caso, mas ponto.
Na sala de troféus do Sport Club Corinthians Paulista, guarda-se a
bola com que foi disputado e ganho o título do IV Centenário da cidade
de São Paulo. Na velha bola marrom, vê-se: Bola do "IVo
" Centenário.
Como deverá ser a bola do V Centenário?...
por ora / por hora
São duas expressões que se usam em situações distintas. A primeira
eqüivale a por enquanto, por agora: Por ora, estou satisfeito com o meu
salário. *** Vou aplicar por ora apenas metade do que eu tenho.
A segunda eqüivale a cada período de sessenta minutos: Você ganha
vinte centavos por hora e diz que por ora está satisfeito com seu salário?
Numa das principais revistas de esporte do país lemos isto, recentemente:
É praticamente certo que Luiz Gonzaga Belluzzo disputará a
eleição do Palmeiras contra o atual presidente, que "por hora"conta com
0 apoio da maioria dos conselheiros "alvi-verdes".
O jornalista nem sequer soube escrever alviverde. (Adivinhe, então,
qual é o time dele... )
Bem, por ora é só, caro leitor. Não. Ainda não. Tenho só uma pergun1
inha: Ganhas quanto por hora?
site
Trata-se de um anglicismo consagrado no âmbito da Internet, assim
como consagrados estão os anglicismos shopping, show, slalom, skate,
pullman, etc.
Os portugueses usam sítio, aportuguesamento que, como tantos outros,
não soou muito simpático entre nós, brasileiros, já que preferimos
usar essa palavra para significados mais singelos...
Os puristas, que adoram uma novidadezinha dessas, já estão por aí,
no entanto, a empregar sítio por site. Ora, quem usa sítio por site, deve (se
for coerente) usar também rato por mouse; semicúpio por bidê, jines por
•jeans e escapar ate por vitrina...
cal
É palavra feminina: a cal, uma cal, cal hidratada, cal viva, cal nova.
*** Quando viu a mulher, ficou branco tal qual a cal. *** O susto a fez
branca como a cal.
Na imprensa esportiva, todavia, usam-na como palavra masculina: O
arbitro marcou a falta dentro da área e apontou a marca "do"cal.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 41 1
Hoje, porém (façamos justiça!), só os jornalistas de quinto escalão
cometem tal equívoco.
Região "Centro-Sul"
É uma região brasileira que ainda não existe. Mas, se existe, nem
mesmo o IBGE a conhece. Os jornalistas brasileiros, no entanto, referemse
a ela quase todos os dias.
O IBGE divide o Brasil apenas nestas regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste,
Sudeste e Sul. A Região "Centro-Sul" é um adendo jornalístico,
talvez para corrigir uma "falha" do IBGE...
Eis uma referência a essa região, feita por um de nossos jornalistas;
A previsão da próxima safra é otimista, com a área do milho crescendo
em todo o "Centro-Sul".
E eu continuo curioso de saber: onde fica?
"uma" BMW / "uma" Mercedes / "uma" Ferrari
Coisa boa isso não é. Atrás do nome de qualquer carro está uma idéia
masculina: automóvel. Daí por que só devemos sonhar com um BMW,
com um Mercedes, com um Jaguar, com um Porsche, com um Ferrari e
até com um Romi-Isetta.
Muita gente, porém, usa "uma"Ferrari, "uma"Mercedes (às vezes até
no diminutivo: "uma"Mercedinha), talvez por desejar fazer prevalecer a
idéia de poderosa máquina sobre a de um simples automóvel. Tolice.
esquizofrenia
Penso que poucos duvidarão da ortografia desta palavra e de suas
derivadas, que também se grafam com z. Recentemente, porém, lendo um
respeitável colunista do Jornal da Tarde, deparamos com a grafia "esquisofrenia"
como subtítulo de seu trabalho. Estranhamos. Fomos, então, ao
corpo da matéria, onde lemos ainda estarrecidos: Não falta quem considere
"esquisofrênicas" atitudes desse tipo. E completa, para desespero
ainda maior dos que padecem: O presidente Lula é um dos poucos chefes
de estado em condições de contribuir para a transformação desse mundo
"esquisofrênico ".
Pois t®1
.
indústria "automobilística"
A bem da verdade, esta indústria não existe, nunca foi instalada, a
não sear na cabecinha de certos "privilegiados"...
O adjetivo automobilístico se felaciona com automobilismo (modalidade
esportivàf A Mih , só se aplica adequadament e quando se trata de
corrida de automóvel: prova automobilística, corrida automobilística,
pista automobilística, etc.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 42 1
Não sendo assim, é o adjetivo automotivo que deve ter uso (em Portur.al
se usa também automóvel como adjetivo): indústria automotiva, setor
automotivo, peças automotivas, oficina automotiva, poluição automotiva,
evento automotivo, etc.
Quem usa indústria "automobilística"por que não afirma que o Salao
de Frankfurt é um evento "automobilístico"?
O jornalismo brasileiro, revelando estar tão perdido no assunto
quanto cego em meio a cerrado tiroteio, escreve: Ontem, o ministro do
I 'lanejamento, Guido Mantega, confirmou que o governo continua negociando
um plano de auxílio ao setor "automobilístico".
Mas arremata: Furlan descarta a visão de que o Fórum esteja sendo
criado simplesmente para solucionar uma questão pontual na atual crise
do setor automotivo.
No site de um jornal: Setor "automobilístico" convoca estagiários.
Que beleza!
Escreve um jornalista italiano há muito tempo radicado no Brasil,
comentarista de esportes e de automóveis: Como o Brasil saiu atrasado
na corrida rumo "a" segurança e controle de poluição "automobilística"
está sempre uma etapa atrás.
Poluição é bem a palavra...
A revista Veja, ed. 1.833, p. 94, no entanto, dá uma demonstração de
conhecimento e maturidade: Os utilitários esportivos, como são classificados
os jipões de luxo, representam metade das vendas dos veículos de
passageiros nos Estados Unidos. Mina de ouro da indústria automotiva,
eles detêm a preferência dos motoristas graças á aparência possante e á
fartura de espaço interno.
E na mesma reportagem: É a primeira vez que a indústria automotiva
reconhece o problema de segurança dos utilitários esportivos.
A Veja, realmente, de uns tempos para cá, anda diferente. Tão diferente,
que já passou até a dançar chachachá, quando antes preferia rumbar
ao ritmo do"chá-chá-chá"...
Afinal, o tempo existe para evoluirmos...
talvez
Esta palavra, quando usada antes do verbo, exige o subjuntivo: Amanhã
eu talvez vá ao estádio. * * * No futuro talvez eu faça uma viagem dessas.
*** Talvez o pessoal tenha chegado e ainda não tenhamos sabido.
Após o verbo, porém, a palavra não interfere no emprego do modo:
Irei ao estádio talvez amanhã. *** O pessoal chega talvez ainda hoje.
Num editorial: Talvez "chegou"a hora do Brasil.
Hora de quê?...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 43 1
"auto-falante"
Esta é uma das grandes invenções modernas. As pessoas acham que
estão se referindo a falantes de automóveis. Então, não têm dúvida: escrevem
"auto-falante" .
Veja: Foi o próprio governo, por seus "auto-falantes" expostos ou embutidos...
*** Montado em seu triciclo equipado com gravador, amplificador,
"auto-falantes", bandeiras e espelhos... *** Informação de "autofalante"
poderá influir.
Até algumas fábricas estão anunciando que seus veículos têm seis
"auto-falantes" . Deve ser uma barulheira daquelas!...
"showmício"
E uma excrescência: mistura palavra estrangeira (shozv) com o final
de palavra vernácula (comício). Mas consta num dicionário! Nesse, porém,
tudo é perfeitamente normal, como veremos adiante.
Os neologismos surgem por necessidade de momento. Para serem incorporados
ao vocabulário, é necessário que não possuam equivalentes
no idioma e que estejam de acordo com os princípios da língua, ou seja,
que sejam bem-formados. Comício-show me parece muito mais razoável
que essa excrescência.
dona de casa
É assim que se escreve, e não "dona-de-casa". Mas os jornalistas insistem
em usar os hifens, que aí não têm nenhuma necessidade. Repare
embaixo, no vídeo, como eles escrevem, quando um repórter de televisão
entrevista uma dona de casa.
Há até dicionários que registram "dona-de-casa". Mas esses mesmos
dicionários não são capazes de ser coerentes e registrar também "dor-de-
-cabeça","dor-de-barriga","dor-de-dente" , etc. E por que não o fazem?
Porque é asneira, naturalmente!
Só se usa o hífen por razões bem-definidas e necessárias. Para ficar
bem claro o assunto, tomemos como exemplo o caso de dedo duro e de
dedo-duro: dedo duro é dedo teso, que não se articula. O Papa João Paulo
II, depois do atentado que sofreu, tem um dedo duro. Dedo-duro é delator,
alcagüete, algo bem diferente.
O uso do hífen propicia o surgimento de outro termo; surge, em virtude
do seu emprego, outra unidade semântica. Não é o caso de"dona-de -
-casa". Que diferença há entre dona de casa e"dona-de-casa"? Nenhuma.
Então, por que os hifens?
No site de um jornal: "Dona-de-casa"foi esquartejada viva por cirurgião.
No dia seguinte, uo mesmo site: Polícia conclui inquérito sobre esquartejamento
de "dona-de-casa". Nesta vida, lamentavelmente, é difícil,
mas se tem de estar preparado para experimentar uma tragédia atrás da
outra...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 44 1
O caro leitor percebe claramente a diferença de sentido entre cabra
cega e cabra-cega. Ou entre pé de meia e pé-de-meia.
No futebol, fala-se muito em virada-de-mesa (com hífen), porque virada
de mesa se toma no sentido literal. A palavra hifenizada significa
mudança radical numa situação praticamente consolidada.
Há certos clubes brasileiros que entendem muito de viradas-de-
-mesa...
Ihama
É palavra masculina: o lhama, um lhama.
Recentemente, uma de nossas revistas semanais de informação
trouxe, na ed. 1.096, pág. 20: Cientistas árabes comemoram o primeiro
mês de vida de um animal gerado com esperma de um camelo e óvulo
de "uma" lhama. O filhote, batizado de cama, herdou o pêlo suave da
linhagem materna.
Se o esperma de um camelo e o óvulo de "uma" lhama produzem
uma cama, que produto sairá do esperma de um camelo e do óvulo de
um lhama?
"o" Marrocos
Marrocos é nome que não exige artigo: Conheço Marrocos. *** Já
estive em Marrocos. *** Governo de Marrocos. *** Passei rapidamente
por Marrocos.
As revistas semanais de informação repetem o erro várias vezes até
numa mesma edição: região montanhosa "do" Marrocos; pesquisadores
"do" Marrocos; "o" Marrocos quer transformar em parque turístico: rei
"do" Marrocos.
Uma delas trouxe, na ed. 1.712, pág. 20: Espanha retoma ilhota "do"
Marrocos. Note ainda a falta do artigo antes de Espanha.
No site de um jornal: Barco inflável afundou e matou pelo menos 18
pessoas afogadas "no"Marrocos.
No mesmo site, dias depois: Vinte e quatro pessoas morreram em
cinco atentados, três deles com carros-bomba, em Casablanca, "no"
Marrocos.
No mesmo site, no dia seguinte a esse, a manchete era: Polícia prende
27 por atentado em Marrocos. (Ufa!, pensamos, eles finalmente corrigiram
o erro.) A euforia durou poucos segundos. Abaixo se lia: Nenhum
grupo assumiu a autoria do ataque que teria deixado 41 mortos e cem
feridos em explosões ontem em Casablanca, capital comercial "do" Marrocos,
onde várias bombas explodiram simultaneamente.
É uma no cravo e a outra bem na ferradura...
Na mesma época se leu no site de outro jornal: "O" Marrocos está
decidido a castigar sem clemência os terroristas.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 45 1
Castigo só para eles?!...
Depois de realizadas as reuniões de cúpula entre chefes de Estado
árabes e sul-americanos, em maio de 2005, no Brasil, os repórteres se
apressaram em dizer que as próximas reuniões se farão "no" Marrocos.
Vejamos, finalmente, o que trouxe uma revista: Espanha e Marrocos
brigam por uma ilhota (subtítulo). Na matéria se lê: "O"Marrocos sempre
reivindicou a posse dessa ilhota. E ao longo dela só se vê o nome Marrocos
antecedido do incompetente artigo.
Jornalistas, em princípio, deveriam conhecer a língua, porque vivem
dela, é seu instrumento de trabalho. Os diretores do jornal suíço escrito
em francês Les Temps, cansados de ver erros lingüísticos na publicação,
decidiram multar os jornalistas em três dólares por erro cometido, seja
de ortografia, seja de sintaxe. Se a medida fosse adotada no Brasil, os
diretores de jornal já não precisariam preocupar-se em vender suas publicações:
estariam milionários...
Mas não são apenas os jornalistas que padecem desse mal: entre eles
há até dicionaristas! V. item seguinte.
um "tira-teima"
Em português só existe tira-teimas, assim como só existe tira-dúvidas
(e não"tira-dúvida").
"Tira-teima"é brincadeira do mais refinado mau-gosto. Mas, mesmo
assim, foi agasalhada por dois dicionários: a um chamaremos, doravante,
dicionário secular, ao outro, dicionário do entulho, em razão do grande
número de "recheios" que traz, sem nenhuma necessidade, além do semnúmero
de equívocos, alguns grosseiros, realmente imperdoáveis.
O dicionário do entulho criou uma acepção especial, só para incluir
esta cacografLa. É um privilégio realmente encantador.
Tudo seria muito bom, se ambos não pecassem mortalmente. Confiança,
afinal, adquire-se, não se vende nem se empurra goela abaixo.
Atenhamo-nos inicialmente a alguns (apenas alguns) dos equívocos
do dicionário secular:
1. coco-da-baía
Esta palavra seria melhor grafada coco-da-bahia, mas o Vocabulário
Oficial não traz esta forma. O dicionário secular registra coco-da-baía,
mas no verbete água-de-coco usa justamente a forma não autorizada oficialmente
(embora seja a melhor): coco-da-bahia.
2. "arquisseguro"
Os dois dicionários trazem esta forma. Ora, mas o prefixo arqui- exige
hífen antes de palavras iniciadas por s (arqui-sacerdote, arqui-sinagoga,
etc.) Por que, então, "arquisseguro"? Não se sabe: é um mistério.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 46 1
3. reduzir "a menos"
Qualquer pessoa vê nesta combinação uma redundância. Mas na
acepção 3 de atenuar, o dicionário a traz. Seria possível, então, também
"reduzir a mais"?
4. "azeite-de-dendê"
A grafia correta é azeite de dendê, sem hifens. O dicionário secular,
no entanto, registra "azeite-de-dendê", mal de que não padece o outro,
dicionário do entulho.
Ora, se devemos escrever "azeite-de-dendê", somos obrigados,
pela coerência, a grafar também "azeite-de-oliva", "azeite-de-oliveira",
"óleo-de-soja", "óleo-de-amendoim", etc. Mas isso nenhum dicionário
traz. Por algo será...
5. "dona-de-casa"
Como já vimos, é uma tolice. A grafia correta é dona de casa, sem
hifens.
O mais interessante nisso tudo é que os dois dicionários registram
palavras hifenizadas quando elas não exigem hifens e, por outro lado,
deixam de empregá-lo quando há necessidade deles. Por exemplo: buraco-negro
(no sentido astronômico), disco-voador (ovni) e mala-direta (no
sentido publicitário).
Há grande diferença entre um buraco negro e um buraco-negro. Um
buraco negro é um buraco que não é branco, nem verde, nem amarelo, etc.
O buraco-negro é um termo da astronomia; daí por que o vocábulo deve
ser hifenizado.
A caixa-preta das aeronaves não é uma caixa preta (ela tem a cor
laranja), assim como um buraco-negro não é um buraco negro. Se alguns
dicionaristas conseguissem entender isso, evitariam muita s complicações.
Façamos justiça, porém: na edição do século XXI já se mudou de
"manteiga derretida" para manteiga-derretida (pessoa que chora à toa).
IVIas no dicionário do entulho continua a "manteiga derretida". Ora, não
haverá sensível diferença semântica entre uma manteiga que se derreteu
(manteiga derretida) e uma pessoa que chora com facilidade (manteigaderretida)?
Ou tudo é a mesma coisa?
2 6 NÃO ERRE MAIS! 47 1
6. "pôr-do-sol"
É outra brincadeira. É preciso sabermos admirar o verdadeiro pôr do
Sol. Note: sem hífen e com S maiúsculo (de preferência).
Quem escreve ou registra "pôr-do-sol"tem de, por coerência, escrever
e registrar também "nascer-do-sol". Que dicionarista já teve a coragem
de fazê-lo? Nenhum. E por que, então, alguns se enchem de coragem para
registrar "pôr-do-sol"?
Dia desses vimos uma frase que nos deixou ao mesmo tempo entusiasmado
e esperançoso: De todos os fenômenos celestes, o mais visível é
o nascer e o pôr do Sol.
Alguma luz sempre se faz...
O dicionário secular registra "pôr-do-sol", mas no verbete sol-pôr,
sinônimo, incompreensivelmente, traz correto: pôr do Sol. Não é maravilhosa
a coerência?
Já o dicionário do entulho não comete a mesma asneira: traz essa
expressão sem o hífen, mas não com S (maiúsculo): pôr do sol. Não deixa
de ser uma esperança.
A Editora Abril lançou recentemente o seu Guia Brasil, em que destaca
uma lista dos poentes mais bonitos em nosso país. E anunciou: O
melhor do "pôr-do-sol".
Que tal lançar, para breve: O melhor do "nascer-do-sol"?
7. "escola de samba"
É outro equívoco dos dois dicionários. O nome correto da agremiação
que desfila no carnaval, geralmente com carros alegóricos, é escola-desamba.
Quem, contudo, quer aprender a sambar vai a uma escola de samba,
assim como quem quer aprender a dançar forró vai a uma escola de forró;
assim como quem quer aprender a dança do ventre vai à escola de dança
do ventre.
É muito fácil estabelecer a diferença entre uma escola e outra. Os
dicionários não conseguem!
8. cagüira
Todo o mundo sabe o que é isso: muito medo e também azar no jogo.
Com trema, naturalmente. Mas os dois dicionários trazem "caguira". Alguém
já teve "caguira"?
9. vereador "municipal"
Qualquer pessoa detecta de pronto a redundância existente nesta
combinação. O vereador só pode ser municipal. Mas o dicionário secular
define camarista assim: vereador municipal. Existiria, então, o "vereador
estadual"? Ou o "vereador federal"?
2 6 NÃO ERRE MAIS! 48 1
10. sineta "pequena"
Qualquer criança sabe que sineta é sino pequeno. Assim, a combinarão
acima é redundante. Ao definir campainha, o dicionário secular traz:
sineta pequena e manual. Mas em sineta, o próprio dicionário define: sino
pequeno.
Durma-se com tanto sino batendo...
11. "Esporte Clube Coríntiõs Paulista"
Eis aqui o que nem mesmo o mais fanático palmeirense reconheceria.
Kxiste este clube no Brasil? Os corintianos sabem que não. Mas no verbete
corintiano está lá. Quem torce por um clube desses?
12. tecnicólor
É assim que devemos escrever e pronunciar esta palavra. O dicionário
secular, no entanto, registra tecnicolor, ou seja, como oxítona, rimando
com trator.
O caro leitor, por acaso, já assistiu a algum filme em "tecnicolor"?
13. dengue
É palavra feminina (já o dissemos), em qualquer sentido: a dengue. O
dicionário secular registra a palavra, na acepção de doença, como masculina.
Quem pegou "o" dengue que se cuide!
14. Ihama
Você já sabe: lhama é nome masculino. O dicionário secular dá corretamente
a palavra como masculina, mas no verbete alpaca trata o animal
de "a lhama".
15. dundum
É nome masculino (projétil). O dicionário secular, no entanto, dá a
palavra como feminina. É para ferir menos?...
16. colocar
Não se aconselha o uso deste verbo como sinônimo de expor. Por isso,
não fica bem "colocar" uma questão. Mas o dicionário secular registra a
sinonímia.
1 7. "mais" superior
Esta combinação é redundante , porque a idéia de mais já se encontra
no adjetivo. No verbete escapula, acepção 4, porém, está: a parte "mais
superior" do membro superior.
Tudo, naturalmente, muito superior...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 49 1
18. embora "sendo"
Combinação reprovável: embora não aceita a companhi a de gerúndio.
outros equívocos imperdoáveis do dicionário secular
1. Em amigado dá amasiado como sinônimo, mas não traz esta palavra.
2. Confunde verbo unipessoal (usado nas terceiras pessoas, do singular
e do plural) com verbo impessoal (só usado na terceira pessoa do singular),
no verbete anoitecer.
3. Dá atobá como substantivo feminino.
4. Dá atrito como substantivo masculino (corretamente), mas define-o,
na acepção 5, como adjetivo: que tem atrição.
5. Confunde adjetivo com particípio, como se vê no exemplo fornecido
no verbete ativado.
6. Confunde verbo transitivo indireto com verbo intransitivo, como se vê
pelo exemplo do verbete batalhar.
7. Registra caixa-de-fósforos como substantivo masculino.
8. Dá cambeba como substantivo feminino e remete o consulente a cambeva,
que já não é feminino, mas masculino.
9. Registra (imagine!) "camondongo", remete o consulente a camundongo,
mas neste verbete não se refere à cacografia "camondongo".
10. Registra "cerusita", em vez de cerussita.
11. Registra chuva-de-ouro como substantivo masculino e"dobermann" ,
quando a raça do cão é mais singela: doberman.
12. No verbete cianotipia aparece azul-da-prússia, que o dicionário não
registra.
13. Confunde verbo transitivo direto e indireto com verbo transitivo direto
e adjunto adverbial, como se vê na acepção 17 do verbete cobrir.
14. No verbete coincidir, acepção 7, fornece exemplo em que se tem claro
erro de concordância verbal e falta de competente vírgula.
15. Registra corretamente desabafar como verbo intransitivo, na acepção
de desafogar-se, revelando o que sente ou pensa, mas no verbete desafogar
faz constar, na acepção 12,"desabafar-se". O mesmo equívoco
acontece em desapertar, acepção 6.
16. Dá blastoderme como substantivo masculino. A propósito, o dicionário
do entulho dá blastoderma como feminina e blastoderme como
masculina. E é justamente o contrário.
17. Na acepção 3 de desaperceber, dá como sinônimo desprover-se (verbo
pronominal), mas não registra o verbo como pronominal.
18. Dá dina (física) como substantivo feminino, mas no verbete erg traz
um dina. Qual seria o gênero correto de dina?
2 6 NÃO ERRE MAIS! 50 1
11» I )ii parteiro (pasme!) como sinônimo de obstetra. Se um dia, caro leitor,
estiveres numa maternidade, chama o obstetra de parteiro e verás
como nascem os maiores palavrões (sem o uso de fórceps)...
:'<>. No subverbete ciclo suetônico, menciona "Meton", em vez de Méton,
astrônomo ateniense do séc.V a.C.
1! I. Em esquinado dá facetado como sinônimo, mas não registra esta
palavra.
"i. Dá focai (óptica) como substantivo masculino, mas três linhas abaixo
aparece duas focais. Qual seria o gênero correto?
23. Dá forcejar como verbo transitivo indireto e fornece exemplo em que
o verbo é intransitivo.
24. Em garantia, acepção 1, define: ato ou efeito de garantir (-se), mas não
registra o verbo como pronominal.
25. Dá inocular como verbo transitivo direto e indireto e fornece exemplo
em que o verbo é apenas transitivo direto. Fato idêntico ocorre com
o verbo interdizer, em que confunde o pronome lhe, objeto indireto,
com o pronome lhe com valor possessivo.
26. Confunde continuidade e continuação, conforme se percebe pela
acepção 1 de interromper.
27. Confunde mandato com mandado, como se vê pela acepção 2 do verbete
mandatário.
28. Insiste (desde a antiga edição) em registrar manganina como substantivo
masculino.
29. Insiste (desde a antiga edição) em dar numeração como substantivo
masculino.
30. Insiste em registrar o verbo refinar como pronominal, mas fornecer
exemplo de verbo intransitivo.
31. Insiste em registrar sacar como verbo transitivo indireto, fornecendo
exemplo em que o complemento é objeto direto preposicionado: sacou
de um canivete.
32. Insiste em confundir substantivo sobrecomum com substantivo comum-de-dois,
remetendo o consulente de um verbete para o outro.
33. Confunde objeto indireto com adjunto adverbial de finalidade, como
se vê no verbete pelejar.
34. Em perpetuar, acepção 8, fornece este exemplo: segundo a Bíblia, o
homem não se perpetuará "para sempre". (Graças a Deus!...)
35. Em subtangente usa "seguimento"por segmento.
36. Dá último como adjetivo e fornece exemplo com um substantivo: o
último da fila.
37. Em vidrar, dá o verbo como transitivo indireto e fornece este exemplo:
O mineiro é vidrado em mar. Não seria vidrado, aí, um adjetivo?
38. Dá voltado e volvido como sinônimos de virado, mas não registra nenhum
daqueles verbetes. Ou, melhor: dá, sim, voltado, mas não como
sinônimo de virado.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 51 1
39. Dá "fim de semana", sem hifens, em vez de fim-de-semana, como sinônimo
do anglicismo weekend.
40. Dá eliminante como substantivo masculino.
41. Registra "epistase" por epístase e"epistoma"por epístoma.
42. Em derby, informa que a corrida de cavalos na Inglaterra teve início
no século XVII, quando na verdade foi no século XVIII (1780).
43. Em palavra-filtro, dá "máscara (26)" como sinônimo, quando é máscara
(27).
44. No verbete nove horas, ora usa nove-horas, ora"nove horas". Afinal, o
dicionário é cheio de "nove horas" ou de nove-horas?
45. No verbete noticiar, dá notificar-se como sinônimo, na acepção 3, mas
não registra notificar como verbo pronominal.
46. Em nistatina, a fórmula química está completamente errada. (Não
explode?... )
47. Em neutrófilo usa granulócito como adjetivo, quando ele próprio só
registra esse nome como substantivo.
48. Registra neoprene, em vez de neopreno e dá coxão duro como sinônimo
de chã-de-fora (no que está correto), mas não registra nem coxão
duro nem muito menos coxão mole. É mole?
49. Em nefanálise existe um estranho "metereológicas". Existiriam mesmo
informações desse tipo?
50. Usa "independente" por independentemente no verbete nécton.
51. Em nascer, corrompe a ordem alfabética, ao trazer Não ter nascido
ontem depois de Nascer ontem.
Bem, paremos por aqui, mesmo porque 51 sempre dá uma boa
idéia...
alguns equívocos imperdoáveis do dicionário do entulho
1. Registra "todo mundo" , em vez de todo o mundo, e dá "furoa" como
feminino de furão.
2. Registra corretamente antidepressivo, mas ao longo do dicionário usa
"anti-depressivo" (v. o verbete psicotrópico).
3. Registra neo-imperialista como partidário do neo-imperialismo (e o
é, de fato), mas não registra neo-imperialismo; registra polarográfico
desta forma: relativo a polarografia ou a polarógrafo, mas não registra
polarógrafo.
4. Dá teta, mama, seio e úbere como sinônimos. (Ora, mulher tem teta?!
Mulher tem úbere?!)
5. Registra os adjetivos relativos a microfauna (microfauniano e microfaunístico),
mas não faz sequer alusão aos adjetivos relativos
a macrofauna.
6. Registra corretament e conto de fadas (sem hífen) e, logo abaixo,
em outro verbete, usa "conto-de-fadas" . (Ora, a palavra é ou não
é hifenizada? )
2 6 NÃO ERRE MAIS! 52 1
7. Dá peão como sinônimo de pedestre. (Ora, então, todas aquelas pessoas
que caminham pela Avenida Paulista, em São Paulo, são peões?!)
8. Dá xirimbambada como variante de turumbamba, o que é correto, mas
em vez de registrar o verbete xirimbambada, registra outro, que não
existe, "xirimbamba".
9. Dá "portas-e-janelas" como plural de porta-e-janela, quando se sabe
que o plural das palavras ligadas por e se faz com variação apenas do
último elemento (p. ex.: ponto-e-vírgulas, quarto-e-salas).
10. Registra "toca-fita" ao lado de toca-fitas, mas não registra "toca-disco".
(Ora, aquele que registra "toca-fita", que não existe, tem de ser
coerente e registrar também"toca-disco" , que também não existe. Por
que não o faz?... )
11. Dá largo como sinônimo de praça. (Ora, então, podemos dizer indiferentemente:
Largo ou Praça da República, Praça ou Largo do Ouvidor?!)
12. Dá musicista como sinônimo de músico e, como conseqüência desse
equívoco, define retretista como "musicista de retreta".
13. Registra patinar como sinônimo de ganhar (concreções terrosas) e fornece
este exemplo para "elucidar" a acepção: O tempo patinou o mármore
da Acrópole. (Ora, segundo a definição, temos: "O tempo ganhou
concreções terrosas o mármore da Acrópole", ou seja, totalmente sem
sentido.)
14. Procede corretamente, ao não registrar "aficcionado", porque a palavra
não existe, mas emprega justamente "aficcionado" na obra, no
verbete micreiro.
15. Define substantivo como se fosse adjetivo (prodigalidade, acepção 2) e
define adjetivo como se fosse substantivo (mudo, acepção 4.2, combinado,
acepção 7 e macrofilo).
16. Registra corretamente o verbo obedecer como transitivo indireto, mas
usa-o como transitivo direto (ato, acepção 5).
17. Registra biopoese e microcâmara como substantivos masculinos.
18. Registra "por causa que" e até (imagine!) "por causo que". (Só faltou
registrar "mendingo" e "mortandela"...)
19. Registra "tutti frutti " sem hífen, classifica corretamente a expressão
como locução substantiva, mas a define como adjetivo.
20. Registra trecentésimo sem fazer nenhuma referência à forma tricentésimo,
mas registra esta forma e, no verbete (sem se referir a trecentésimo),
muda o texto usado em trecentésimo, como se existissem
acepções distintas para as duas palavras.
21. Confunde objeto indireto com adjunto adverbial e, conseqüentemente,
verbo transitivo indireto com verbo intransitivo, fato claro no verbete
pular.
22. Registra, no verbete pé, "pé de atleta" e faz o mesmo registro em verbete
próprio (pé-de-atleta). (Afinal, qual a palavra correta, com hífen
ou sem hífen?)
NÃO ERRE MAIS! 5 3 1
23. Registra, também no verbete pé, "pé quente" e faz o mesmo registro
em verbete próprio {pé-quente). (Afinal, o dicionário é"pé quente" ou
é"pé-quente"?)
24. Registra muçarela e mozarela, mas dá a primeira como palavra masculina.
(O caro leitor já experimentou comer "um bom" muçarela?)
25. Define tamborete assim: assento quadrado ou redondo, sem encosto
"e" braços. (Ora, a correlativa de sem é nem, e não "e"; daí por que
temos dicionários sem eira nem beira, dicionários sem pé nem cabeça,
etc.)
26. Registra a excrescência "showmício". (Só faltou registrar "menas" e
"questã"...)
27. Usa, a exemplo de Odorico Paraguaçu, famosa personagem de Dias
Gomes, "adredemente", no verbete conhecimento. (Ora, "adredemente"é
absurdo tão grande quanto"apenasmente","emboramente","somentemente".)
28. Usa, a exemplo de criança da quinta série, "rabujento " (verbete
coroca).
29. Usa a incrível palavra "imparciabilidade", em vez de imparcialidade,
no verbete eqüidade.
30. Usa"calcáreo" , em vez de calcário, no verbete bezoar.
31. Dá bituca como palavra masculina (!) e confere-lhe significado totalmente
diverso do que todos conhecemos.
32. Registra corretamente ponto-de-venda, mas no verbete bandeira usa
"ponto de venda". (Afinal, a palavra é ou não é hifenizada?)
33. Classifica os verbos segundo a antiga nomenclatura (bitransitivo,
p. e x
.
)
.
34. Não usa ponto no final das frases nem vírgula antes de etc., contrariando
o que preceitua ou sugere o Vocabulário Oficial.
35. Confunde juiz com árbitro e vice-versa. (Um torcedor que xingue o
árbitro de "juiz ladrão" é compreensível, mas um dicionário confundir
um ofício com outro é imperdoável!)
36. Registra xerox, considerando-a palavra oxítona e também como masculina,
além de registrar o verbo "xerocar", corruptela grosseira de
xerografar.
37. Confunde vaporar com evaporar e vaporizar, e vaporizar com vaporar,
volatilizar e evaporar. (Faz uma bagunça daquelas entre esses verbos,
que não são sinônimos: a água não "se evapora" nem "se volatiliza" a
100°C, mas vaporiza-se.)
38. Registra direitinho Via Láctea, no verbete via, mas em galáxia tem
uma recaída e usa quatro vezes "Via-Láctea". (Afinal, o nome da nossa
galáxia é Via Láctea, sem hífen, ou "Via-Láctea"?)
39. Troca a nacionalidade de pessoas, registrando como médico norte-
-americano o britânico Joseph Bancroft, em bancroftíase.
40. Registra"conto-da-carochinha" com hífen e ainda dá a palavra como
feminina.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 54 1
41. Registra miorrelaxante como substantivo feminino (!), mas o define
como adjetivo e substantivo masculino; com cerebral faz justamente o
oposto: define o adjetivo como se substantivo fosse, na acepção 6.
42. Considera transitivo direto e indireto o verbo da frase voltei do trabalho
para casa e transitivo indireto o verbo das frases voltei ao início
da página e quando voltará você à nossa casa. (Ora, o verbo das três
frases é unicamente intransitivo, seguido de adjuntos adverbiais, e
não de complemento verbal.)
43. Registra "bandoneon", palavra oxítona com -on final, totalmente incompatível
com a índole do idioma. (A forma correta é bandônion.)
44. Usa acento grave na expressão a distância, em xeta. [Ora, qualquer
estudante sabe que só se usa acento grave nessa expressão quando
ela vem determinada: Vejo algo a distância. (Sem acento.) Vejo algo à
distância de vinte metros. (Com acento.)]
45. Registra microaerófilo como substantivo masculino, mas o define
como se fosse um adjetivo.
46. Acentua corretamente fórum, pia-máter e vade-mécum, mas não faz
o mesmo com quorum. (Ora, quem não acentua quorum também não
deverá acentuar fórum, álbum, etc.)
47. Confunde frade com monge (existiria mesmo o frade budista?) e faz
enorme confusão com os nomes científicos (p. ex.: Myrcia multiflora
não é o nome científico da pedra-ume, mas sim do cambuí, e ele dá
ambos os termos como sinônimos, que não são).
48. Dá accessível e accessório como equivalentes, respectivamente, de
acessível e acessório, mas nestes verbetes não faz referência àquelas
formas. (Aliás, neste particular, o dicionário é um pecador inveterado.)
49. Define verbo como se fosse um substantivo (v. arrastar, acepção 11);
define substantivo como se fosse verbo (v. acidificação); define um adjetivo
como se fosse substantivo (v. condigno, acepção 1); define um
adjetivo e fornece um substantivo como exemplo (v. comandante,
acepção 1).
50. Usa Marrocos com artigo ("o Marrocos" e "do Marrocos"), nos verbetes
almorávida e marroquino? (Marrocos é nome que não admite
artigo.)
51. Registra os verbos sobressair e avultar como pronominais ("sobressair-se",
"avultar-se"), coisa que a língua nunca admitiu e, por outro
lado, não registra o verbo branquear como pronominal, fazendo lá o
que deveria ter feito aqui. Enfim, um desastre!
Bem, mas agora é preciso parar: afinal, 51 sempre dá uma boa
idéia...
Mas há mais, muito mais ao longo da obra. É só ter paciência. Por
exemplo: o que um filho pensaria do pai, se ele lhe perguntasse o que é
degelo, e o "velho" respondesse: Meu filho, degelo é degelo mesmo! ?
2 6 NÃO ERRE MAIS! 55 1
Outro exemplo: arrebentação e arrebentamento. O dicionário traz,
na primeira acepção: ato ou efeito de arrebentar(-se). Mas não registra o
verbo arrebentar como pronominal. Como pode uma coisa arrebentar-se,
se isso, para o dicionário, não existe?
Outro exemplo: uma obra séria não pode registrar cabra como feminino
de bode nem vaca como feminino de boi, porque tais nomes não são
"femininos" dos respectivos nomes masculinos.
Outro exemplo? É só ir folhando o dicionário: a cada página, uma ou
mais surpresas, cada qual com seu tamanho. O verbo conceituar é mesmo
bitransitivo? Ou é verbo transobjetivo?
Tudo isso, caro leitor, tudo isso só para lhe mostra r que "tira-teima"
é mais um de seus grandes equívocos, mais uma de suas formidá -
veis invenções.
Suponhamos que, em vez de"tira-teima" , a emissora de televisão que
criou e propagou essa excrescência, tivesse escolhido "tira-dúvida". Será
que o referido dicionarista iria muda r o vocábulo correto tira-dúvidas
para "tira-dúvida"?
A revista Quatro Rodas já estampou isto na capa: Civic x Corolla: o
"tira-teima" dos faixas pretas.
Substituiria, por acaso, o manchetista "tira-teima" por "tira-dúvida"?
(Eu até que não duvido...)
Qualquer dia destes ainda vai aparecer dicionarista que registrará
"auto-falante" . Para atender ao interesse das fábricas, que quase sem
exceção, fazem propaganda afirmando que seus carros têm seis "autofalantes".
"às custas de"
Não existe esta locução em nossa língua. O dicionário do entulho, no
entanto, não só registra, como usa "às custas de" no verbete astúcia.
Se um marido vive à custa da mulher, ninguém tem nada a ver com
isso, mas se um jornalista ou um dicionarista vive"às custas do"leitor, do
consulente ou do assinante, bem, aí a coisa muda.
Veja como escrevem os jornalistas, talvez embasados no maravilhoso
dicionário: Néstor Kirchner, 53, assumiu a Presidência da Argentina
diante de 13 chefes de Estado. Segundo ele, o país honrará seus compromissos
financeiros, mas não "às custas da"fome e da exclusão do povo.
*** Recuperação do Brasil "não pode ser "às custas da" Argentina, diz
integrante de ministério argentino. *** A única coisa que se implanta
com rapidez no Brasil é o esquema de faturamento "às custas do " consumidor.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 56 1
Recentemente , declarou uma autoridad e argentina: Temos a mesma
necessidade de crescer que o Brasil. O Brasil não vai crescer à nossa
1'umta.
Nuestros "hermanos", muy amigos...
viking / viquingue
Os vikings ou viquingues (aportuguesamento) eram pirata s escandinavos
que saquearam as costas da Europa desde o século IX até o século
XI. Até aqui, nenhuma novidade.
O dicionário secular não faz nenhuma referênci a à forma viking-,
prefere registrar o aportuguesamento viquingue (paroxítono). Já o dicionário
do entulho não registra viquingue, mas apenas viking, porém,
cometendo um erro palma r de ordem alfabética : inclui o verbete depois
de vípero, quando deveria figura r antes de vil, que, aliás, assim como 51,
também nos dá uma boa idéia...
esgotar
Na acepção de vender até o último artigo ou exemplar, é verbo pronominal:
O estoque de televisores da loja se esgotou em dois dias. *** O
livro se esgotou em pouco tempo. *** Esta obra se esgotará brevemente.
No dicionário do entulho, registra-se este verbo também como intransitivo.
Na verdade, somente na acepção de esvaziar-se ou vazar-se completamente,
ou na de consumir-se, gastar-se completamente é que este verbo
pode ser usado como intransitivo ou como pronominal: A água do reservatório
esgotou (ou se esgotou) em três tempos. * * * A fortuna do pai
esgotou (ou se esgotou) em poucos anos, com suas extravagâncias.
espreguiçar
E verbo pronominal, e não intransitivo: Hortênsia saiu do quarto espreguiçando-se.
*** Eu nunca me espreguicei na vida. *** Não é muito
aconselhável espreguiçar-se em público.
O dicionário do entulho, todavia, registra este verbo como intransitivo
nesta acepção. Nele, é normal.
estilhaçar
É verbo pronominal, e não intransitivo: As vidraças do prédio se estilhaçaram
com o terremoto. *** O pára-brisa se estilhaçou, ferindo o
motorista. * * * Este vidro trinca, mas não se estilhaça.
No dicionário do entulho, no entanto, o verbo tem registro como intransitivo.
E então? Não é normal?
2 6 NÃO ERRE MAIS! 57 1
estragar
É verbo pronominal, e não intransitivo: Vinho aberto se estragafacilmente.
*** Fora da geladeira, qualquer leite se estraga em pouco tempo.
O dicionário do entulho registra este verbo também como intransitivo.
É ou não é normal?
sujar
Este verbo é rigorosamente pronominal, na acepção de tornar-se
sujo: Com este ar poluído, a pele e os cabelos facilmente se sujam. *** O
chapéu se sujou logo ao primeiro uso.
O dicionário do entulho registra este verbo direitinho como verbo
pronominal. Parabéns! Mas...
Mas no verbete salvaguarda, acepção 6, usa-o como verbo intransitivo.
Afinal, o verbo é pronominal ou intransitivo?
azaléia / azálea
As duas formas existem, mas a segunda é mais aconselhável, embora
a primeira seja a mais popular.
O dicionário do entulho, no entanto, arrumou uma terceira forma,
inexistente: "azaléa" (no verbete murchar).
"mais" anterior
Palavras como anterior, posterior, inferior, superior, etc. não admitem
modificadores como mais, menos, etc., porque sua terminação já dá a
idéia de mais ou de menos. Não existe, portanto, um fato "mais" anterior
a outro. Existe, sim, fato anterior a outro. Não existe, em rigor, um produto
"mais" superior a outro. O que temos é um produto superior a outro.
No dicionário do entulho, todavia, se lê no verbete clitóris: porção
"mais"anterior da vulva.
Isso existe?
parusia
Todo bom católico sabe o que esta palavra significa: retorno glorioso
de Jesus Cristo, no final do tempos, para estar presente ao Juízo Final. A
palavra nos vem do grego parousia e é rigorosamente paroxítona, com
acento na sílaba -si-.
O grande dicionário, todavia, registra "parúsia", coisa naturalmente
relacionada com a chegada do demo...
assim, assim
Quando alguém nos pergunta como vamos, e a nossa saúde não anda
lá essas coisas, costumamos responder: Vou assim, assim.
Mas o dicionário do entulho não vai assim, assim. Vai "assim-assim".
2 6 NÃO ERRE MAIS! 58 1
•ociocultural
íl assim que se escreve esta palavra, e o dicionário do entulho a regisIra
corretamente, mas...
Mas no verbete ambiente, acepção 8, se vê diferente: "sócio-cultural".
Afinal, para o dicionário a forma correta é esta ou aquela?
crisântemo
É esta a única prosódia da palavra, no português contemporâneo. O
calhamaço registra direitinho a palavra como proparoxítona, mas...
Mas no verbete variante, ao fornecer exemplo de variantes prosódicas,
lasca lá um "crisântemo", a par de crisântemo.
Coisas do dicionário do entulho.
"infectocontagioso"
A palavra é hifenizada: infecto-contagioso. O calhamaço, no entanto,
registra "infectocontagioso".
Ora, se infecto é adjetivo, tem vida independente. Não há, por isso,
nenhuma razão para a omissão do hífen. Repare que escrevemos sempre
com hífen: econômico-financeiro, gráfico-industrial, etc.
literocientífico / literomusical
É assim que se escrevem estas palavras, ou seja, sem hífen. Muitos
grafam "lítero-musical"equivocadamente: litero- não é adjetivo, como infecto,
do caso anterior, mas elemento prefixo-radical, a exemplo de aero-
(aeroclube), agro- (agroindústria), áudio- (audiovisual), bi- (bicampeão),
cardio- (cardiorrespiratório), eletro- (eletroeletrônico), morfo- (morfossintaxe),
musculo- (musculomembranoso), radio- (radiopatrulha), socio-
(socioeconômico), turbo- (turbocompressor), etc., que nunca exigem hífen,
a não ser em raríssimos casos.
A primeira palavra (literocientífico) tem uma variante gráfica: literário-científico.
Por que, agora, com hífen? Porque literário é um adjetivo,
e não um elemento prefixo-radical. Curiosamente, o calhamaço não
registra nenhuma daquelas duas palavras. Se registrasse, talvez o fizesse
ambas com hífen. Só para ser coerente, naturalmente...
Veja, agora, caro leitor, como anunciou a nossa melhor revista semanal
de informação, em manchete, a morte do Papa: Morre o papa João
Paulo II. Pontífice teve septicemia e crise "cardio-circulatória".
musculocartilaginoso / musculomembranoso /
musculotendinoso
É assim que se escrevem tais adjetivos compostos, ou seja, sem acento
no elemento musculo-, que, como vimos no caso anterior, não exige
hífen.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 59 1
Os consulente s daquel e formidáve l dicionário encontrarão no
verbete diafragma uma novidade , que também não chega a ser uma
GRANDE novidade. O mais curioso é que o dicionário não registra a
referid a palavra .
destarte / dessarte
As duas formas existem. Mas nenhuma delas se classifica como advérbio;
trata-se de palavra denotativa de continuação (v. Nossa gramática
contemporânea).
Eis, porém, o que escreveu um jornalista, que também, nas horas vagas,
põe-se a professor eletrônico, para dirimir as dúvidas das pessoas
(que quase sempre acabam ficando ainda com mais dúvidas): Quando o
erudito deputado Roberto de Oliveira Campos usou o "advérbio"dessarte
em um de seus artigos pela privatização, a bandeira maior do neoliberalismo,
os ossos do padre Vieira chacoalharam de satisfação na Bahia,
onde foi enterrado há trezentos anos: ele usou dessarte em um de seus
sermões no Século 17.
O calhamaço está com o jornalista: classifica a palavra como advérbio.
franco-atirador
Como este composto é formado de adjetivo (franco = livre) + substantivo
(atirador), ambos os elementos variam no plural: os francos-atiradores.
Houve época em que se confundia o adjetivo com o elemento
franco- = francês, o mesmo de franco-alemão, franco-belga, franco-canadense,
etc. Daí por que se vulgarizou o plural franco-atiradores, que tem
a preferência da mídia.
peso-pesado
É assim que se escreve este nome do mundo do boxe, assim como
estes: peso-galo, peso-leve, peso-leve-ligeiro, peso-médio, peso-meio-
-médio, peso-meio-médio-ligeiro, peso-meio-pesado, peso-mosca e peso-
-pena.
Muito bem. O dicionário do entulho, todavia, registra corretamente
peso-galo, peso-mosca e peso-pena, mas incompreensivelmente "peso
leve","peso leve ligeiro","peso médio","peso meio-médio","peso meio-
-médio ligeiro", "peso meio-pesado" e "peso pesado". Ou seja, faz uma
lambança muito a gosto de crianças, que misturam tudo quanto podem,
quando brincam. Mas só quando brincam...
indochinês / indo-chinês
Convém não confundir. Indochinês é da península da Indochina, península
do Sudeste asiático. Indo-chinês é da índia e da China ou entre
esses dois países: as relações indo-chinesas.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 60 1
Repare: a Indochina fica no Sudeste da Ásia. Pois bem. O dicionário
do entulho, no entanto, traz justamente o oposto: que a referida península
lica no "Sudoeste" asiático.
E agora?
ISO
Esta é uma sigla inglesa. De Internacional Standard Organization =
Organização Internacional de Padronização. O dicionário do entulho, no
entanto, acusa: "International Organization for Standardization". Ora,
como é que a sigla ISO pode sair dessa expressão? Por milagre?
avultar
Este verbo não é pronominal. Portanto, ninguém "se" avulta. Entre
os cientistas do mundo, avulta Einstein. *** Entre os escritores
brasileiros avulta Machado de Assis. Neste caso, avultar significa sobressair,
destacar-se.
Também na acepção de crescer, aumentar, tomar vulto, este verbo é
rigorosamente intransitivo: As baixas norte-americanas avultam no Iraque.
*** O prestígio do PT só tem avultado com a extraordinária e surpreendente
gestão do presidente Lula.
O fantástico dicionário do entulho, no entanto, registra este verbo
como pronominal, que ele não é.
mala-sem-alça
Os nomes femininos de coisas, usados em sentido figurado, em referência
a pessoas, passam a sobrecomum, no masculino. Assim, se banana
(feminino) se aplica a uma pessoa, usamos: Ele (ou Ela) é um banana.
Se picareta (feminino) se aplica a alguém, empregamos: Esse homem (ou
Essa mulher) é um picareta. Se laranja (feminino) se aplica a uma pessoa,
usamos: Esse rapaz (ou Essa garota) é só o laranja, o chefão não aparece
nunca.
Muito bem. Passemos, agora, ao caso de mala, redução de mala-sem-
-alça, termo que se aplica no Brasil, como gíria, ao indivíduo cacete, chato,
cricri, cuja companhia nunca é agradável ou bem-vinda. Trata-se,
como banana, picareta e laranja, de um nome feminino de coisa, em referência
a pessoas. Portanto, o nome é sobrecomum, e não comum-de-dois,
como querem dicionaristas menos avisados. Portanto: Esse dicionarista
(ou Essa dicionarista) é um mala!
Cremos ter sido claro...
pé-de-atleta / pé-quente |
E assim que se grafam estas palavras; a primeira é da área dermatológica
(micose); a segunda se aplica à pessoa que dá ou traz sorte. O
dicionário do entulho registra ambos os verbetes corretamente, mas...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 61 1
Mas no verbete pé, registra os subverbetes "pé de atleta" e "pé quente",
reproduzindo a significação dada naqueles verbetes.
Afinal, o dicionário provoca "pé de atleta" ou pé-de-atleta? É péquente
ou pé-frio?...
teimar "com insistência"
Visível redundância: quem teima já procede com insistência. Mas o
dicionário do entulho é um poço sem fundo de inépcias. No verbete amuar,
acepção 3, traz a redundância.
É por isso que aqui a gente sempre teima: Não erre mais! (Será que,
para alguns, vale a insistência?)
derivar
É verbo transitivo indireto, usado pronominalmente ou não, na acepção
de originar-se, provir; resultar: Jibóia deriva (ou se deriva) do tupi.
*** O queijo e o iogurte derivam (ou se derivam) do leite.
Quanto a este verbo em particular, caro leitor, queira ir ao calhamaço!
Tomamos o verbete derivar apenas como o modelo de bagunça que
campeia na obra, na classificação dos verbos. A ânsia por economia de
espaço obrigou o autor a englobar várias classificações num só item. O
resultado é um imbróglio que confunde até mesmo o consulente mais
atento. Acrescente-se a esse imbróglio a escolha infeliz do autor de usar
nomenclatura arcaica: bitransitivo, p. ex.
Outro fato que salta aos olhos é a classificação errônea dos verbos.
Em derivar, p. ex., na acepção 10, o que para o autor é transitivo indireto,
na verdade se trata de verbo intransitivo, já que campeia confusão, em
toda a obra, entre objeto indireto e adjunto adverbial, mal de que padece
também o dicionário secular.
E saber que uma revista semanal de informação alardeou, à época do
seu lançamento, a obra como a melhor no gênero já publicada no Brasil.
Cego julgando cego dá nisso.
Habemus papam dominum?
parodiador = parodista?
Não. O parodiador é aquele que faz imitações humorísticas. Existem
apresentadores de televisão que têm muitos parodiadores, alguns bons,
outros sofríveis. Quantos parodiadores não tem o presidente?
Parodista é a pessoa que escreve paródias, é o escritor ou a escritora
de paródias.
O dicionário do entulho, todavia, registra ambos os termos como sinônimos.
Nele, normal.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 62 1
apogeu / perígeu
Todo o mundo sabe disso, não é novidade nenhuma: apogeu é o oposto
de perigeu. Em astronomia, apogeu é o ponto da órbita de um planeta
ou de um satélite no qual este se encontra mais distante da Terra; perigeu
é o ponto da órbita de um planeta ou de um satélite no qual este se encontra
mais próximo da Terra.
Em sentido figurado, apogeu significa o grau máximo de desenvolvimento
ou de perfeição que uma pessoa ou uma coisa pode alcançar, o
ponto ou grau mais alto. Uma mulher pode estar no apogeu da sua juventude.
Uma pessoa pode estar no apogeu da carreira. Minha geração viu o
apogeu e a derrocada do império soviético.
Ora, se apogeu e perigeu são antônimos, como pode perigeu significar
também o ponto ou grau mais alto? Pois é. O calhamaço veio mesmo para
mudar tudo.
Habemus papam dominum?
"mais" inferior / "mais" superior
Qualquer estudante mais ou menos aplicado já sabe que inferior e
superior são palavras que não admitem modificadores, como "mais", "menos",
"muito mais", "muito menos", etc. Também não aceitam "que" ou
"do que", mas apenas a: Esse produto é inferior ao meu. *** O preço
desse carro é superior ao meu.
Muito bem. Espantar-se-ia o caro leitor se deparasse "mais inferior"
num dicionário?Talvez não. Talvez sim. Pelo sim, pelo não, queira consultar
o verbete escorralho. Do calhamaço, naturalmente.
cabra-da-peste / cabra-da-moléstia
É assim que se grafam corretamente estas palavras, mas se o caro
leitor for a qualquer dicionário vai encontrar "cabra da peste" e "cabra da
moléstia". Ora, se as duas palavras se prestam a função adjetiva (homem
cabra-da-peste, mulher cabra-da-moléstia), como não hifenizar? E por
que com hífen trazem esses mesmos dicionários todas estas palavras: cabra-de-chifre,
cabra-de-eito, cabra-de-peia, cabra-escovado, cabra-feio,
cabra-macho e cabra-sarado e não cabra-da-moléstia e cabra-da-peste?
Só os ETs explicam.
habeas corpus / habeas data
É assim que se escrevem estes latinismos, ou seja, sem acento nem
hífen.
O dicionário do entulho, contudo, registra habeas corpus (corretamente),
ao lado de"hábeas-data" . Sua coerência é formidável!
habitar
Este verbo pode ser transitivo direto ou intransitivo. Como transitivo
2 6 NÃO ERRE MAIS! 63 1
direto: Habito uma casa modesta. *** Ele habita favela. Como intransitivo:
Habito numa casa modesta. *** Ele habita em favela.
Como intransitivo, costuma ter adjunto adverbial regido da preposição
em (numa casa modesta, em favela).
Qualquer estudante da oitava série sabe distinguir um objeto indireto
(complemento de verbo transitivo indireto) de um adjunto adverbial
de lugar.
O dicionário do entulho, todavia, revela desconhecer a diferenç a
entre um e outro, e isto está claro em muitos verbetes, inclusive em habitar,
em que considera transitivo indireto um verbo que é clarament e
intransitivo.
descongelar
Cubos de gelo se descongelam: o verbo descongelar (derreter-se, degelar)
é rigorosamente pronominal. No microondas, uma carne congelada
se descongela mais rapidamente.
O dicionário do entulho, todavia, registra o verbo também como intransitivo.
Nele, normal.
"aquarelismo"
O caro leitor já ouviu falar em "aquarelismo"? Decerto que não: a
palavra não existe! Mas se um consulente quiser saber o que é aquarelista
e for a certo dicionário, verá que lá está a palavra (que nem mesmo o
próprio registra).
Afinal de contas, o que será"a-qua-re-lis-mo" ? Onde encontrar esse
verbete? Não consigo. Fico, então, sem saber o que é"aquarelismo". Quem
sabe se na próxima edição...
consistir
Este verbo rege a preposição em, e não a preposição "de": O esqueleto
humano consiste em muitos ossos. *** Minha biblioteca consiste
em algumas obras raras. *** A Terra consiste em três quartos de água.
*** A vida consiste em muitos anos de tolices e em muito poucos anos
de lucidez.
Muito bem. O dicionário do entulho traz exemplos perfeitament e
corretos com este verbo. Mas ao usá-lo, ao longo da obra, faz justament e
o oposto. Consulte os verbetes escorregador e número!
Podemos até afirmar, para sermos bem didático, que o dicionário
consiste em muitos equívocos...
E que "tudo mais" vá para o inferno!
A exemplo de todo o mundo, a expressão em destaque não dispensa
o artigo. Portanto, quero, sim, que você me aqueça neste inverno. E que
tudo o mais vá para o inferno!
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
"questã"
Quem usa "questã "está perto de usar também"coraçã","limã","mamã" ,
mHã","sabã","bobã" , que tudo é uma simples questão de cultura.
Há ainda os mais corajosos, que dizem "kuestã"! Aí é mesmo para
(icar maluco! Certa feita uma senhora, muito simpática, depois de uma
do nossas palestras, chegou e nos convidou, à queima-roupa : Professor, eu
faço "questã" que o senhor jante com a gente.
Está claro que preferi a fome...
"mendingo" / "menas "
"Mendingo"e"menas" , a exemplo de"questã" , são farinh a do mesmo
saco.
pantera negra
Não se trata de uma espécie diferent e de animal. Trata-se apenas de
uma panter a que, por ter excesso de melanina , apresenta a pelagem totalment
e negra. Por isso, não há nenhuma necessidade de se usar o hífen
aqui. O dicionário do entulho, todavia, registra "pantera-negra" . Na década
de 1960, nos Estados Unidos, havia os Panteras Negras ou os"Pan -
teras-Negras" ? (Eita perguntinh a marota!)
penal
Não se usa esta palavra, estritament e do meio jurídico, na linguagem
do futebol. A prática esportiva só conhece penalidade máxima ou pênalti,
quando a infraçã o do jogo é cometida dentro da grande área. O dicionário
do entulho, no entanto, registra a palavra por pênalti.
de somenos importância
Assim como não existe "menas" , também não existe "somenas" . Recentemente,
porém, um presidente de tribunal, numa entrevista pela televisão,
afirmou com toda a segurança que o problema da morosidade na
justiç a é de "somenas" importância.
O que, então, é realment e importante?
nomes das horas
Os nome s das horas exigem o artigo: Trabalho das 8h às 18h. (E não:
Trabalho "de" 8h às 18h.) *** Cheguei por volta da meia-noite. (E não:
Cheguei por volta "de" meia-noite".) *** As lojas, aqui, abrem a partir
das 9h. *** Esperei-a desde as duas horas. *** Antes do meio-dia estarei
lá. *** Da zero hora aos trinta minutos, passamos muito frio lá. *** Telefone-me
por volta do meio-dia! *** Estarei de volta entre as duas e as
três horas. *** Só a encontrei depois da uma da madrugada.
É justament e esse artigo que justifica o uso do acento da crase em:
Voltei às nove horas. *** Cheguei às 15h.
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
Se não houvesse o artigo, frases que tais dispensariam o acento grave,
porque não haveria a ocorrência de crase. Por isso, quem usa o acento
grave aí e não usa o artigo nas frases como as que se viram acima não
sabe nem mesmo por que acentua o à ou às.
Alguns jornalistas acham exagero exigir o uso do artigo antes dos
nomes das horas. O valor ou a importância das coisas, para esses, certamente,
se mede pelo seu tamanho.
Na mídia: Morre Joel, campeão mundial em 1958: o corpo será velado
a partir "de" 19h30 na sede da Gávea. *** Entre "10h40"da manhã e
"21h20"da quinta-feira passada, Paulo Maluffez um programa diferente
dos que costuma cumprir em suas férias anuais em Paris. *** Uma estudante
foi morta com várias facadas por volta "de" meia-noite, logo após
chegar ao prédio com um homem que seria o seu namorado.
Veja, agora, caro leitor, o exemplo que encontramos no verbete bacurau,
acepção 5, em ambos os dicionários: ônibus que circula entre "uma"
e "seis"horas da manhã.
Estamos ou não estamos muito bem de dicionários?
lateral-direita
O futebol, na verdade, possui lateral-direita, e não "lateral-direito".
Por isso, pode afirmar, sem medo de errar: O maior lateral-direita do
mundo foi Djalma Santos.
Se lateral e ponta são palavras femininas, só poderemos ter (corretamente,
claro): lateral-direita, lateral-esquerda, ponta-direita, ponta-
-esquerda. Por que é que nenhum jornalista usa "ponta-direito", "ponta-
-esquerdo"? Por algo será...
Nos dias que correm, alguns substituíram lateral por ala. Mas nenhum
deles usa"ala-direito" nem"ala-esquerdo" . Todos dizem ou escrevem
direitinho: ala-direita, ala-esquerda.
O nosso futebol é pentacampeão mundial. E os nossos jornalistas esportivos?
EM TEMPO - O dicionário do entulho registra lateral-direita a par de lateral-direito,
assim como lateral-esquerda a par de lateral-esquerdo. Seu
autor levou em consideração o uso, apenas o uso, ao aceitar os compostos
aqui impugnados. Há certos dicionários que têm como lema "o que cair
na rede é peixe".Tudo para aumentar o número de verbetes. Qualquer dia
destes, certos dicionários ainda vão trazer "mendingo", "mortandela",
"menas", "questã", "ignomia", "idoniedade", "espontaniedade" e outras
palavras populares. Aí, então, já não será preciso ter dicionário em casa.
"De sábado"
Quando algo se repete, nos dias da semana, usamos o nome do dia no
plural, antecedido da preposição a: Aos sábados não há expediente. ***
Ns segundas-feiras tenho aula de Português. *** Aos domingos não saio
de casa.
Quem, na década de 1960, não cantou, pelo menos uma vez, aquela
bela canção americana Never on Sunday? Ou seja: Nunca aos domingos.
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Há pessoas, no entanto, que se sentem melhor cantando "Nunca de
domingo". Assim como há os que se sentem melhor faland o em"lateraldireito"
e "lateral-esquerdo" . Quem é sensato respeita; quem tem juízo
nunca acata.
O Titanik "afundou"
Esta informação não traduz inteirament e a verdade. Sim, porque o
Titanik em verdade se afundou logo na viagem inaugural, quando se dirigia
da Inglaterra par a os Estados Unidos, na noite de 14 para 15 de abril
de 1912, depois de chocar-se com um iceberg.
Há uma diferença abissal entre afundar (= ir ao fundo) e afundar-se
(= ir a pique, naufragar). Um mergulhador ou um submarino afunda e
logo emerge. Muito diferent e é um submarino afundar, e outro afundarse:
par a um, trata-s e de operação merament e de rotina; par a outro, nem
tanto...
Golfinhos, baleias e jacaré s afundam e logo voltam à tona.
Há dicionários que confundem afundar com afundar-se. Não chega a
causar AQUELA surpresa nem AQUELE espanto...
Uma curiosidade: no Brasil se pronunci a "Titanique" , que em verda -
de é uma grande tolice. O navio era britânico, e não francês. A pronúnci a
verdadeira é taiténik.
jogo de "pimbolim"
O jogo que se faz com 22 bonecos numa caixa de madeira , imitante s
a jogadore s de futebol, é o pebolim.
Um famoso treinador, porém, depois de uma grande vitória do Palmeiras
sobre o São Paulo (4 x 2), quando tudo indicava fácil triunf o são-
-paulino, talvez empolgado pelo placar elástico, que teve até gol de chapéu
(Alex), declarou solenemente que futebol não é jogo de "pimbolim" .
Isso não existe. Nem em Luxemburgo...
semiEste
prefixo exige hífe n apena s antes de vogai, h, r ou s: semi-automático,
semi-herbáceo, semi-reta, semi-sintético. Não há hífe n em nenhum
outro caso. Os revendedore s de veículos novos têm geralment e um
setor de carros usados, que eles tratam por "semi-novos". A partida que
antecede a final de uma competição não é semifinal. Para os jornalista s
esportivos, trata-s e de"semi-fmal" .
miniEste
elemento, oficialmente, exige hífen apena s antes de h. Portanto,
segundo a Academia Brasileira de Letras, grafaremos: minissaia, minissérie,
minisselo, minirrestaurante, minirrevólver, mas: mini-harpa, mini-
-hélice, mini-hotel, etc.
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
A nosso ver, todavia, trata-se de um prefixo que deveria exigir hífen,
assim como arqui-, antes não só de h, mas também antes de r e s: mini-
-restaurante, mini-revólver, mini-saia, mini-série, mini-selo, etc. Portanto,
antes de qualquer outra letra, não há hífen. Mas os jornalistas parecem
ignorar isso. Veja como escrevem: Robinho fica na reserva no "minicoletivo"
da seleção.
Se a Reforma Ortográfica realmente vier, todos esses probleminhas
sobre o hífen serão amenizados. Resta saber quando virá.
Quem nasce no Acre é...
Oficialmente, acreano (forma incorreta); na verdade acriano: é a vogai
i que se usa neste caso, com queda da vogai final e. Repare: Açores/
açoriano, Goethe/goethiano, Iraque/iraquiano, raqueiraquiano, etc.
O Vocabulário Oficial, no entanto, registra acreano. E o sapo, quem
tem de engolir somos nós. Aliás, o Vocabulário Oficial nos obriga não só a
engolir esse sapo, mas muitos outros, cada um maior que o outro.
Durma-se com um coaxar desses!
Por falar em sapos, há vários deles em nosso léxico, que andamos
engolindo faz tempo. A Academia Brasileira de Letras, responsável pelo
Vocabulário Oficial, tem de se manifesta r sobre eles. Tem de nos explicar,
por exemplo, por que não agasalha as formas legítimas carcassa, cassarola,
chererém, corsel, gengibirra, harpão, liaça e miçanga que, pelos seus
étimos, jamais poderiam ser grafada s como estão no Vocabulário Oficial.
E por que engazopar, se se trata de derivada de gás? E por que cardeal,
se a palavra nos vem do latim cardinalis? Onde foram achar esse e? E por
que chupim, se a palavra nos vem do tupi xopil E por que chute, se o grupo
sh dó inglês se representa com x em português (xampu, xerife, etc.)?
Não seria um verdadeiro chute?
Em vez de nos dar resposta a essas perguntas, o Vocabulário Oficial
se preocupa em incluir palavras como inro (porta-remédio, em japonês),
charruká (festa judaica), gefiltefish (bolinho de peixe), tzedaká (boa ação),
etc., que absolutamente não correm entre nós. Importante e urgente, sim,
é consertarmos primeiro as nossas inépcias.
A Academia Brasileira de Letras foi fundad a por Machado de Assis
e outros intelectuais contemporâneos seus para - precipuamente - cuidar
da língua portuguesa. Sendo assim, a entidade tem de nos explicar por
que, por exemplo, só admite as formas engulimos e engulis, do presente
do indicativo, se o verbo é engolir. Tem de explicar por que agasalha a
forma estripulia (forma incabível em Portugal, em que só se usa estrepolia).
Tem de explicar por que estmpício, se o étimo é stroppicio (italiano)
e em Portugal só se tem corretamente estropício. Tem de explicar por que
acolhe a forma mezanino, se os zz italianos dão necessariamente c ou ç
em português. A coerência e a história nos levam a apenas uma grafia:
meçanino. E o caso de muçarela ou moçarelal Quem engole a forma proNÀ
NAO ERRE MAIS! 1 1 5
posta mozarela? Tem de explicar por que abona extensão a par de estender,
se são palavras da mesma família.
Por que a Academia nos faz escrever perônio, se o étimo é o grego
perone, através do latim peroneusl Por que fazer conviverem perônio e
peroneal? Por que sustenido, se o étimo, seja o espanhol sostenido, seja o
italiano sostenuto, só nos leva a grafar com o na primeira sílaba? Por que
a Academia prefere a grafia acrídeo a acrídio (a oficial em Portugal), se a
palavra provém do grego akridion, diminutivo de akris = gafanhoto? Por
que a Academia registra xucro, se a palavra tem por étimo chucre que,
em espanhol, significa recém-chegado e, como tal, ignorante das coisas
americanas?
A Academia Brasileira de Letras precisa explicar por que registra
neoprene e neopreno (corretamente), mas apenas isopreno. Precisa explicar
por que não manda acentuar os substantivos fôrma e sêde, se os
acentos gráficos em tais palavras são absolutamente necessários. Seria
interessante, ainda, que a Academia nos explicasse por que considera
mini- um elemento prefixo-radical, e não um prefixo.
Esperamos ainda da Academia Brasileira de Letras uma solução
para o caso dos nomes próprios, alguns de origem indígena, como Mossoró
e Sergipe, e outros de origens as mais diversas, como Gibraltar, que
deveriam, todos três, de acordo com seus étimos, ser grafados, respectivamente,
Moçoró, Serjipe e Jibraltar.
A Academia Brasileira de Letras precisa, enfim, começar a atuar
como a Academia Francesa, por exemplo, que produz o Dicionário, uma
obra séria, o árbitro oficial da língua francesa. Afinal, já temos mais de
quinhentos anos! Não está na hora de criarmos juízo?
EM TEMPO - Sobre a Academia Brasileira de Letras, eis o que trouxe
uma revista semanal de informação, na ed. 1.715, pág. 144: Há muito
tempo, a Academia Brasileira de Letras não produz nada de relevância
cultural. Gera, no máximo, algumas fofocas curiosas. E, mesmo assim, só
de vez em quando. Como se vê, muito longe dos princípios que nortearam
Machado de Assis a fundá-la .
piorar "mais" / piorar "ainda mais"
Visíveis redundâncias, porém, muito cometidas nos dias que correm,
principalmente por repórteres e jornalistas. Eis um exemplo: Em São
Paulo, 66% da população consideram o trânsito da cidade ruim e 67%
acreditam que a situação vai piorar ainda "mais".
Numa revista: Empresas e prestadores de serviço fazem malabarismos
para evitar que a situação piore "ainda mais ".
Há certos jornalistas que se comprazem mais em fazer malabarismos
com a língua...
O mais trágico, porém, aconteceria num fatídico dia de abril de 2003.
Um jornalista escreveu: O clima no Palmeiras, já conturbado depois da
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derrota por 7 a 2 para o Vitória, na última quarta-feira, piorou "ainda
mais" nesta sexta-feira, na véspera da estréia da equipe na Série B do
Campeonato Brasileiro, contra o Brasiliense, em Taguatinga.
Piorar "ainda mais", principalment e no Parque Antártica, em 2002,
era impossível. A verdade é que o Palmeiras piorou tanto, mas piorou
tanto naquele ano, que caiu para a segunda divisão do campeonato
brasileiro.
Reparou? Não foi preciso usar "mais "nem "ainda mais".
adiar "para depois"
Nem é preciso comentar: trata-se de uma redundância palmar. Há,
porém, variantes. Repare nesta frase de um economista, escrita num periódico:
Crédito, ou confiança, que um estabelecimento dispensa ao consumidor
permite adiar o cumprimento de uma obrigação "para uma oportunidade
posterior".
Mais curioso ainda seria se um estabelecimento adiasse o cumprimento
de uma obrigação "para uma oportunidade anterior"...
melhorar "mais"
Redundância explosiva, como as anteriores. Semelhante a "cair para
baixo". Ou seja, coisa de "demente mental"... O governo federal, no entanto,
cometeu-a. Em 1996, durante o primeiro mandato de Fernando
Henrique Cardoso, um de seus anúncios pela televisão anunciava uma
melhora para todos os brasileiros. Então, se lia na tela: Para uns, "melhorou
mais", para outros "melhorou menos", mas que melhorou, melhorou.
Naturalmente, o razoável seria que lêssemos de outra forma. Assim,
por exemplo: Para uns, melhorou muito, para outros melhorou pouco,
mas que melhorou, melhorou.
ir para
Quem vai para algum lugar, vai para ficar ou demorar bastante;
quem vai passear ou mesmo trabalha r às pressas e tenciona regressar
brevemente, vai a. Portanto: Vou a Santos todos os fins de semana. ***
Nas férias irei a Madri. ***Vou a Fortaleza, mas voltarei amanhã. *** Faz
dez anos que Bernadete foi para Lajes. * * * Depois disso nunca mais a vi.
*** Querida, escolhi nossa futura cidade: iremos para Teresópolis!
Assim, não se usa com propriedade, por exemplo, a preposição para
em frases assim: vou "para" a praia, vou "para" a piscina, vou "para" o
clube. A não ser que a intenção seja morar ali definitivamente, o que não
parece coisa razoável.
Num jornal: Para ver uma rena ao vivo, só indo "para" o pólo Norte
ou "para"a Eurásia (a parte superior da Europa), seu ambiente natural.
„ Nem tanto...
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Noutro jornal: Uma empresária foi vítima de assalto e acabou baleada
no braço quando levava três filhas para a escola.
E as filhas ficaram lá na escola, nunca mais voltaram pra casa?!...
dar à luz uma criança
É assim que se constrói o verbo dar nesta expressão. Eis mais exemplos:
Minha vizinha deu à luz gêmeos. (E não: Minha vizinha deu "a"luz
"a"gêmeos.) *** A elefanta deu à luz um macho. (E não: A elefanta deu
"a" luz "a"um macho.)
Num jornal: Cigarra consegue dar à luz "a" mais de 300 filhotes. (E
muitos pensaram que o verdadeiro exagero estava nos 300... )
assim como / bem como
Quando entre os sujeitos houver a expressão assim como ou bem como,
o verbo concordará sempre com o primeiro sujeito: Eu, assim como vocês,
sou brasileiro. *** Vocês, bem como eu, são brasileiros. *** O Brasil, bem
como todos os países sul-americanos, épobre. * * * O homem, assim como
todos os seres humanos, ê mortal. *** Nós, assim como elas, chegaremos a
um acordo. *** Elas, bem como nós, chegarão a um acordo.
De um jornalista: A partir de agora, a publicação de livros, revistas,
jornais e panfletos, bem como sua importação e comercialização, "dependerão
" de autorização prévia das autoridades.
berinjela ou beringela?
O Vocabulário Oficial traz apenas a primeira forma, mas a etimologicamente
correta é a segunda.
Um dicionarista registra a forma beringela como correta, fato que
tem um lado positivo e um negativo. O positivo fica por conta da iniciativa
corajosa, digna de um autêntico dicionarista; o negativo fica por conta
da confusão em que a iniciativa pode meter alunos, que já não saberão
como escrever a palavra corretamente, e professores, que não poderão
corrigir nem uma nem outra forma de seus alunos, já que campeia a bagunça,
a desordem, o caos em relação à palavra.
Levado pelo rigoroso senso de disciplina que nos norteia, nossa posição
é de defesa intransigente da forma berinjela, até que a nobre Academia
Brasileira de Letras se prontifique a registrar a outra forma, mais
consentânea com a etimologia. Os luminares acadêmicos se basearam no
espanhol berenjena para fixar a grafia da nossa palavra, mas se esqueceram
do persa (badingan) e das demais línguas latinas, com exceção do espanhol,
que só a registram com g, caso do catalão alberginia e do francê s
aubergine.
O que me surpreende, todavia, no dicionarista que dá preferência à
Ibrma beringela é o fato de não proceder da mesma forma em relação a
outras palavras, cujo étimo leva à escrita diferente daquela registrada no
Vocabulário Oficial. Carcaça, por exemplo. A palavra, em rigor, se levado
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
em eonta o seu étimo, só poderia ser escrita com ss: carcassa. Nada nos
faz escrever com ç, a não ser o registro oficial. Por que, então, o dicionarista
não mudou também a grafia da palavra?
Por que não mudou a grafia de arpão para harpão?
Por que não mudou a grafia de caçarola para cassarola?
Por que não fez constar em seu dicionário a grafia corsel?
Por que não mudou a grafia de giz para gis, já que o étimo só nos leva
a esta forma?
São perguntas que, infelizmente, já não podem ter resposta, uma vez
que seu autor já não está entre nós.
malograr
Este verbo é pronominal, no sentido de fracassar, gorar: Os esforços
para a paz malograram-se. * * * Os planos do governo para erradicar a
fome malograram-se.
Escreve um jornalista carioca sediado em Brasília: Funcionalismo
público promete greve geral para amanhã, mas parece que vai "malograr".
No editorial de um jornal: Esse plano, como se vê, tem tudo para
"malograr". Por isso, se a realidade da educação básica já é trágica, como
atesta o Saeb, ela poderá piorar "ainda mais" se Lula não mandar seu
ministro da Educação deixar de lado a demagogia e preparar um novo
plano mais realista e compatível com a realidade financeira do Estado.
Será que tudo mesmo vai piorar?...
bastidores
É palavra só usada no plural (lado íntimo ou curioso, pouco sabido
do público): os bastidores da política, os bastidores das televisões.
Dia destes, uma repórter começou seu trabalho assim: Comenta-se
"no bastidor" que...
Repórter que já começa dando notícia dessa forma não deve conhecer
nada do que acontece nos bastidores.
Outra repórter nos informava que "no bastidor" já se sabia que o ministro
dos Transportes não seria exonerado pelo presidente.
Na verdade, nenhuma conhece o trabalho de bastidores...
história / estória
Urge estabelecer a distinção entre história e estória, como já fizeram
João Ribeiro, Câmara Cascudo e tantos outros insignes brasileiros. Guimarães
Rosa, um de nossos mais revolucionários e notáveis escritores,
escreveu Primeiras estórias (contos, 1962). Todos eles teriam cometido
equívoco? Todos teriam vacilado? A distinção entre as formas história e
estória é uma questão de bom-senso, e não propriamente de etimologia,
de ciência.
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
A forma estória nos vem do inglês story, trata-se em verdade de um
cstrangeirismo como outro qualquer e merece, sim, toda a consideração.
()u você também é avesso aos estrangeirismos? Se for, não se envolva com
informática! Se for, não se meta com futebol nem muito menos com esportes
radicais! Se preferir ser ranzinza, ranheta, você vai acabar ficando
confinado numa jaula lingüística. Não vale a pena: a vida é curta!
Ademais, estória não é só um anglicismo, senão uma forma arcaica
do próprio português. João Ribeiro, o gramático, em 1919 já admitia o seu
emprego, a par de história. Foi ele quem sugeriu o emprego da palavra.
Câmara Cascudo, um grande brasileiro, acatou-lhe a sugestão, além de
tantos outros insignes escritores nacionais.
História é ciência, é o que jamais se inventa; é o que existe ou o que
existiu como fato; é fato comprovado por documentos. Sendo assim, estórias
jamais ganharão o status de histórias. Nenhuma estória faz história;
vira conto, narrativa. Mas a história propicia muitas estórias engraçadas.
Houve já um autor nacional que resolveu contar-nos passagens dos bastidores
da nossa história. Intitulou a obra desta forma: Estórias da nossa
história. Perfeito.
Ademais, estória não é só um anglicismo, senão uma forma arcaica
do próprio português. João Ribeiro, o gramático, em 1919 já admitia o seu
emprego, a par de história. Foi ele quem sugeriu o emprego da palavra, na
acepção de balela, lorota, conversa mole ou na de ficção: Não me venha
com estórias! Criança gosta mesmo é de estórias em quadrinhos.
Repare ainda nestas frases, em que só cabe mesmo o emprego de estória,
aqui equivalente de complicação: Deus me livre de estória com a
polícia! Não há uma pessoa na cidade que queira estória com essa gente.
É bem verdade que muitos de nossos escritores, principalmente os regionalistas,
relutaram em usar estória e, na dúvida, empregavam mesmo
história, para não criarem polêmica.
É mais do que sabido que a única grafia cientificamente defensável,
no português, é história. Não é esse, porém, o ponto que se discute. Se as
maiores autoridades em lexicografia latina já registravam história por
"causo" ou por conversa fiada, é hora de estabelecermos a distinção, para
maior clareza da comunicação, por bom-senso (que não faz ciência, mas
é virtude sempre indispensável). Um ladrão ou um bandido, à frente de
um juiz, nunca jamais contará a história; preocupar-se-á com estórias,
porque a verdade conspira contra ele.
O Dicionário do folclore brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo, traz
a forma estória, além da informação de que em Portugal o conde de Sabugosa,
no prefácio de Damas de tempos idos, propõe a forma que tanta
abominação causa a certos autores e escritores brasileiros, muitos deles
caturras por excelência.
Caldas Aulete registra a forma estória, além de outros lexicógrafos
de nomeada. Nós estabelecemos a diferença e fazemos questão de nos
nortear por ela. O leitor que dela não se convencer estará livre para env
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
cerrar-se definitivamente na história, quando contarem "causos": não
ofende a língua, mas agride firmemente o bom-senso!
Por falar em "causo" e só por mor de ilustração, eis um interessante,
que talvez o ajude, caro leitor, a decidir por esta ou aquela forma, conforme
sua consciência:
Numa cidadezinha do interior, dois compadres conversavam aproveitando
o clarão da Lua. Cadeira na calçada, pito na boca e o costumeiro
pijama listrado. Aí, um compadre diz pro outro:
- Conta uma daquelas estórias suas, compadre! A Lua tá tão boazinha,
tá memo pra gente proseá. Como foi memo sua viage à Bahia? Deu
tudo certo?
Vendo que não podia fugir do papo, o compadre não teve jeito:
- Que certo, que nada, compadre, quase que eu morro!
Aparteando com um Num diga!, o compadre viu logo que ia sair estória.
Encostou mais a cadeira, e o outro foi narrando sua aventura.
- Quando o desgraçado do navio ia se aproximando da costa da
Bahia, compadre, não é que foi batê logo numa pedra e arromba todo o
casco? E haj a água pra entrá por tudo quanto era buraco!
O compadre, cada vez mais interessado pela estória, procurando ajudar
o outro, ajuntou:
- E vosmecê, compadre, que nunca nadou nem memo em riacho daqui,
que tem somente uns parmo de fundura , hem?
E o outro prosseguiu:
- Mas na hora da morte, compadre, a gente é capaz de tudo! Quando
vi o aguaceiro entrá porta adentro do meu quarto do navio, subindo parmo
a parmo numa ligeireza danada, e a porta depois fechá com o ferrolho
emperrado, tive uma idéia pai-d'égua.
- Conta, conta, compadre - acudiu o outro, cada vez mais interessado.
- Então, abri aquela portinha redonda de vidro que fica no quarto
pra gente oiá o mar; tirei toda a roupa, peguei minha latinha de vaselina,
besuntei todo o corpo e... tchibung! caí no mar e taquei a nadá em direção
a terra.
- Nadando memo, compadre? - aparteou o outro.
- Nadando que nem um cão, guiado por umas luizinha que piscava
lá longe. Mas isso num é tudo! O pió é que quando eu tava meio caminho
andado, já perto da terra, não é que me vi cercado de tubarão por tudo
quanto é canto, cada um querendo me ganhá primeiro, compadre, e por
baixo!!!
- Ixe, nossa mãe!
- Aí, compadre, num tive dúvida, saquei da minha pexera e fui degolando
de um em um.
- Mas como, compadre?! - atalhou o outro - vosmecê num disse que
tinha saído do navio nuzinho em pêlo?
A esta altura, o compadre estourou:
NÀ NAO ERRE MAIS! 73 1 5
Basta, compadre, basta! Já vi que vosmecê num tá querendo memo
ouvi estória.
E retirou-se, zangado.
Há muita gente séria por aí que só gosta de ouvir histórias desse
tipo...
Um time pode perder "do" outro?
Não, um time ganha do outro, mas perde para o outro: Faz tempo que
o Flamengo ganha do Vasco da Gama. * * * Faz tempo que o Flamengo não
perde para o Vasco. * * * O Corinthians andava ganhando de todo o mundo.
* * * O Palmeiras perdeu até para o ASA, de Arapiraca.
acordo entre "Brasil" e "Argentina"
É comum nossos jornais trazerem manchetes assim, ou seja, sem o
artigo antes de nomes que o exigem. Ora, alguém mora "em" Brasil ou
"em" Argentina?
Eis uma notícia de jornal: Mais de 700 mulheres australianas posaram
nuas hoje para protestar contra o provável envolvimento do seu país
no caso de uma guerra entre "Estados Unidos"e "Iraque". (Ora, quem é
que vai a "Estados Unidos" e foge "de" Iraque?)
Escreve no Jornal da Tarde conhecido e respeitado editorialista: Parece
que Lula e Bush vão surpreender o mundo com uma parceria inédita
entre "Brasil"e "Estados Unidos".
É o caso de perguntar: será que o jornalista conhece o Brasil?; será
que ele sabe onde ficam os Estados Unidos? Ou ele mora mesmo é "em"
Brasil e viaja sempre "a" Estados Unidos?
Outro jornalista carioca, mas sediado em Brasília, escreve: A guerra
entre "EUA"e "Iraque"é cada vez mais iminente e colocará em frangalhos
a economia mundial.
A guerra, viu-se depois, não colocou em frangalhos apenas a economia
mundial, mas também evidenciou o frangalho em que se encontra a
pena de muitos jornalistas.
É o mesmo jornalista que escreve: Vejam a contradição: "EUA"e "Inglaterra"
estão destruindo Bagdá e outras cidades iraquianas, mas já escolheram
as empresas que irão participar da reconstrução.
Vejam que contradição!...
Esta é de outro jornalista: "França" e "Brasil" se aproximam
ainda mais graças a encontro entre representantes dos dois países.
O caro leitor, por acaso, já visitou "França"? Conhece "França"?
Mora "em" Brasil? Vive "em" Brasil? Trabalha "em" Brasil? Já viajo u
"por" Brasil?
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
Noutro jornal: Segundo o presidente da UIA (União da Indústria Argentina),
Héctor Mendez, Furlan é o ministro brasileiro que mais preocupa
os empresários argentinos. Para ele, é necessário a adoção de uma política
empresarial entre "Brasil"e "Argentina"que seja capaz de corrigir
as assimetrias do Mercosul.
Numa revista: A história das relações entre "Brasil" e "Argentina"
obedece a um princípio básico: toda vez que a economia de um deles atinge
velocidade superior à do outro, surgem atritos diplomáticos.
AVeja (ed. 1.615) fez uma entrevista com o respeitável senador Pedro
Simon, um dos políticos mais dignos que este país já produziu. Lá pelas
tantas:
- O senhor acha que os paulistas são arrogantes?
- Não. É que São Paulo está muito à frente. Tem de fazer um esforço
muito grande para conversar com o resto do Brasil. E como os Estados
Unidos dialogando com "Bolívia", "Equador" ou Uganda.
Repare no uso escorreito do artigo antes de Estados Unidos e de Brasil.
Mas... por que diabo o competente, digníssimo e também muito simpático
senador o omitiu antes de Bolívia e Equador?
É um mistério!
Nomes de clube também exigem o artigo?
Também: o Flamengo, o Corinthians, a Portuguesa, o Atlético, o Cruzeiro,
o Grêmio, o Internacional, o Palmeiras, o ASA...
Quando, porém, a referência é a um jogo, a omissão do artigo é também
correta: Palmeiras e Corinthians sempre foi um jogo emocionante.
*** A tabela marca Vasco e Flamengo no Maracanã.
nós "vai", vocês "fica"
É de rir, não é? Pois bem, há jornalista por aí cometendo quase a mesma
asnice. Veja o que se leu recentemente no site de A Gazeta Esportiva:
O volante Claudecir reconheceu que o Palmeiras ainda não apresentou
um futebol digno do Palmeiras. De acordo com o jogador, as duas vitórias
do time não "iludiu" o elenco nem a torcida.
A maré do Palmeiras andou tão em baixa em 2002, que jornalista que
se referia ao clube já nem pensava em plural, porque o clube era muito
singular...
taça Libertadores "de" América
Em português não existe isso, mas os nossos jornalistas e narradores
esportivos abusam da expressão. Em espanhol, sim, é que a palavra
América dispensa o artigo; os povos de língua espanhola estão, portanto,
NÀ NAO ERRE MAIS! 5 1 5
corretos em usar a expressão daquela forma. Nós, brasileiros, não. Que
brasileiro diria que Colombo foi o descobridor "de"América?
campeonato mundial "interclubes"
A palavra interclube é malformada , já que o prefixo inter- se apõe a
adjetivo, e não a substantivo. Assim, deveríamos ter em seu lugar interclubista,
que ninguém usa, mesmo porque não existe no seio da língua.
Em razão dessa má formação, os jornalistas esportivos usam a palavra
por entre clubes, daí resultando uma concordância extraterrena: um adjetivo
no plural modificando uma expressão no singular.
Olimpíadas
Os jogos olímpicos modernos se denominam Olimpíadas (sempre no
plural). A Olimpíada faz parte do tempo do Onça: eram jogos disputados
antes de Cristo. V. Dicionário de dúvidas, dificuldades e curiosidades da
língua portuguesa.
No site de um jornal: São Paulo e Rio de Janeiro acirram disputa
"pela Olimpíada"de 2012.
A manchete seria mais palatável se estivesse rigorosamente assim:
São Paulo e o Rio de Janeiro acirram disputa pelas Olimpíadas.
A vida, no entanto, nunca é como a gente quer...
"massivo"
Não existe esta palavra em nossa língua. Quem a usa está, na verdade,
empregando uma adaptação do vocábulo da língua inglesa massive.
Em português existe maciço, vocábulo que, aliás, deveria ser grafado de
outra forma: massiço, já que é derivado de massa. O Vocabulário Oficial,
todavia, prega-nos mais essa peça.
No site de um jornal: Documento reitera que Iraque já não possui
armas de destruição "massiva".
No site de um provedor: Ataque "massivo" dos Estados Unidos ao
Iraque.
O que se vê, na verdade, cotidianamente, é um ataque maciço à língua...
crianças "prodígios"
Prodígio (extraordinariamente talentoso) é uma palavra que, usada
como adjetivo, não varia: Madame de Staêlfoi uma menina prodígio. ***
Essa escola está cheia de alunas prodígio. *** Joana Maranhão, garota
prodígio de 16 anos, ganha medalha e vai às Olimpíadas.
Existem até os que usam para animais: cachorros prodígio, cavalos
prodígio, etc. Note: além de não variar, também sempre sem hífen.
Numa emissora de televisão, num desses programas de fofocas, a
apresentadora, ao falar sobre o excepcional papel desempenhado por
uma menina em certa novela, afirmou: Muitas crianças já foram consideradas
"prodígias" na TV.
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
A autora da pérola, certamente, nunca esteve entre elas.
Ele só fala "dele" mesmo
Em português, os pronomes da terceira pessoa que indicam reflexibilidade
são se, si e consigo. Assim, ninguém fala "dele" mesmo, nem faz
elogio a "ele" mesmo, mas fala de si mesmo, faz elogio a si mesmo: Os
árabes brigam entre si mesmos. * * * As mulheres se enfeitam para si mesmas.
*** Ele só fala de si mesmo. *** Ela só gosta de si mesma. *** Eles
só falam de si mesmos. * * * Elas só gostam de si mesmas. * * * Ele só se
interessa por si mesmo. *** Ela só se esforça por si mesma. *** Eles só
respondem por si mesmos. * * * Elas só se responsabilizam por si mesmas.
*** O ministro fez um elogio a si mesmo.
Na mídia: Viola está encantado. Com "ele"mesmo. *** O nosso planeta,
a Terra, gira em volta "dele"mesmo. * * * Deputados trabalham para
"eles" mesmos. *** Quem acompanha futebol conhece as brincadeiras
que os jogadores costumam fazer entre "eles". Numa revista: Será que
não está na hora de o povo brasileiro ser fã "dele mesmo" e não cultuar
tantos artistas e atletas?
Manchete de um âncora de telej ornai: Deputados aumentam salários
para "eles"mesmos.
Se ISSO não é uma ver-go-nha, o que será?
a "poeta"
As mulheres sensíveis, que procuram atingir e difundir o belo em
versos, são rigorosamente poetisas.
Há somente um caso em que a palavra poeta pode ser empregada em
referência a mulheres, mas só absolutamente um caso: quando se considera
o todo, o universo dos poetas (homens e mulheres). Assim, por exemplo:
Cecília Meireles é o maior poeta da literatura brasileira. Ou seja:
entre todos os poetas (homens e mulheres) brasileiros, Cecília é quem se
destaca, quem sobressai. Fora daí, nada!
Numa revista: Atenção para o nome de Maria Lúcia Dal Farra: ninguém
no Brasil é melhor poeta que ela.
Alvíssaras! Certo! Absolutamente certo! Quando li, fiz um esforço
danado para que a forte emoção não me dominasse por completo...
Só para firmar conhecimento, veja mais este exemplo: Juçara é o melhor
advogado da cidade. Se afirmarmos que Juçara é a melhor advogada
da cidade, os homens que exercem a mesma profissão estarão de fora,
automaticamente.
Certa feita, qualificaram-se em Maceió e Natal para disputar o segundo
turno duas mulheres em cada uma dessas capitais. Tanto bastou para
que uma repórter anunciasse (com certo ar de regozijo de classe): Em Maceió
e Natal, "a prefeita"será obrigatoriamente uma mulher. Não será, não!
Em Maceió e Natal, o prefeito será obrigatoriamente uma mulher.
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Noutra vez uma revista semanal de informação trouxe na capa (ed.
1 (>70): Marta Suplicy, candidata a "prefeita" em São Paulo. Não, ela foi
candidata a prefeito.
Dois anos depois, no site de um jornal: Marta é a pior entre 9 prefeitos,
segundo pesquisa Datafolha. (Aliás, Marta é o pior entre 9 prefeitos.)
No site da Jovem Pan: Marta é considerada pior "prefeita". (Aliás,
Marta é considerada pior prefeito.)
O mais curioso nisso tudo é que as livrarias estão cheias de manuais
de redação que se propõem "ensinar" português. Como?
Escreve-me um consulente afirmando que, numa consulta a certo
professor eletrônico, este afirmou que poeta já é substantivo comum-dedois.
Sem comentários.
Lojas Americanas
Expressão que não leva o verbo ao plural, a exemplo de Casas Bahia,
Supermercados Pão de Açúcar, Lojas Brasil, Lojas Riachuelo, Casas da
Banha, etc. Se, porém, tivéssemos um artigo antes de tais nomes, o verbo
iria obrigatoriamente para o plural.
Suponhamos, então, que o nome da empresa fosse As Lojas Americanas.
Construiríamos: As Lojas Americanas abrirão nova filial na cidade.
Portanto: Casas Bahia deseja a seus amigos e fregueses um feliz Natal.
*** Lojas Riachuelo comunica à praça que... *** Casas da Banha felicita
os campeões. *** Tintas Coral muda de endereço.
"um" mil
Uma das grandes tolices inventadas por alguém que não tinha o que
fazer é essa de usar um antes de mil. Só uma cabeça muito pequena pode
conceber um singular junto de um plural.
O Brasil foi descoberto em mil e quinhentos, e não em "um mil e quinhentos".
Bombril nunca foi uma esponja de aço de "uma mil" e uma utilidades.
E nenhum país, até hoje, produziu "uma mil" toneladas de aço.
Apesar da evidência, há ainda os que preenchem cheques desta forma:
"um mil reais". Por receio de fraude, outros preenchem cheques assim:
"hum mil reais".
Alguns até acham que é uma exigência bancária a inclusão desse
malsinado "hum" antes de mil. Qual nada! Sempre preenchi os meus
raros cheques dessa importância sem "um" nem muito menos "hum". E
nunca tive os meus cheques recusados por bancos. Aliás, a Lei do Cheque
(2.591, de 07/8/1972) não traz nem poderia trazer a esdrúxula e inaceitável
exigência.
um milhão
É preciso não fazer confusão: milhão, bilhão, trilhão, etc. são nomes
coletivos e de número singular. Sendo assim, aceitam o um, que também
é desse número.
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NÀ NAO ERRE MAIS!
Certa vez, ouvimos de uma repórter de televisão: Eu e "todos os outros
um milhão" e duzentos mil mutuários do Sistema Financeiro de Habitação
pagaremos maior prestação da casa própria.
Que pérola! Se um é singular, como aceitar "outros"?
Um milhão de pessoas morreu nessa guerra
Frase corretíssima. Milhão, como vimos no caso anterior, não é palavra
de plural; trata-se de nome coletivo, assim como exército, turma,
bando, etc., palavras que exigem o verbo no singular, embora dêem idéia
de vários ou de muitos seres. Note, ainda, que milhão se faz acompanhar
de um. E um, neste mundo que Deus criou, é e sempre será de singular. A
menos que os extraterrestres cheguem a qualquer momento e nos mostrem
que não é bem assim...
Enquanto eles não chegam, sejamos ao menos razoáveis: Um milhão
de reais foi gasto à toa nessa obra. *** Um bilhão de pessoas vive na índia.
*** Um trilhão de dólares é o déficit dos Estados Unidos. *** Um milhão
de crianças foi vacinado ontem. * * * Foi arrecadado um milhão de reais em
donativos.
Na capa de uma revista: Um milhão de brasileiros já "moram" em
condomínios fechados.
Noutra revista: "Vivem" em todo o mundo um milhão de bebês de
proveta.
Num tradicional jornal paulistano: Na praça São Pedro e arredores,
além de governantes, reis, rainhas e personalidades importantes, cerca de
um milhão de fiéis "acompanharam"a missa do funeral de João Paulo II.
Nesse mesmo jornal: A frota brasileira de veículos a gás é a segunda
do mundo, com 660 mil veículos, e só perde para a da Argentina, onde
"existem" 1 milhão de veículos desse tipo.
Manchete de um diário de São Paulo: Quase um milhão de aposentadas
"sustentam"a família em São Paulo.
Acho louvável toda atitude ou toda campanha antitabagista, porque
o fumant e é um ser que precisa de ajuda, que necessita de cuidados especiais,
mas nunca de compreensão. Por quê? Porque fuma r aumenta as rugas
ao redor da boca e favorece o aparecimento do câncer bucal. Porque o
cigarro potencializa os sintomas do envelhecimento. Porque onde há fu -
maça há fogo (câncer). Porque fuma r está completamente fora de moda.
Porque, enfim, todo fumant e é um estúpido, não tem sequer bom-senso.
Por tudo o que a medicina hoje conhece e procura prevenir as pessoas,
fuma r chega a ser não só sinônimo de alta estupidez, de pulmão e boca
fétidos, como de intolerável breguice. O que antes era charmoso, hoje é a
expressão inequívoca de grande breguice, da mais inequívoca deselegância,
do mais insuportável mau-gosto!
Tudo isso para dizer que, recentemente, uma empresa antitabagista
fez campanha pela imprensa, nestes termos: Nos Estados Unidos, mais de
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 79 1 5
1 milhão de pessoas já "abandonaram"o cigarro sem usar nicotina. Este
sucesso já está no Brasil.
Escrevendo assim, eles ainda têm coragem de falar em sucesso!...
namorar com
Construção própria do italiano. Nós, brasileiros, imitamos, até porque
boa parte de brasileiros descende de italianos.
Trata-se de construção plenamente consagrada não só entre jovens,
mas entre bons autores, assim como jogar de goleiro e entrar de sócio.
Quem é que, na prática do futebol, diz que joga como goleiro, e não que
joga de goleiro?
Quem é que, associando-se a um clube, diz que entrou como sócio do
clube, e não que entrou de sócio? Que aluno que, ao não conseguir aprovação
para o ano seguinte, diz que repetiu o ano, e não que repetiu de ano?
Que estudante, por mais dedicado e aplicado que seja, diz que passou
o ano, e não que passou de ano?
Por tudo isso é que estamos livres para namorar todo o mundo ou com
todo o mundo. O importante é ser honesto.
"girabrequim"
Há muita gente por aí que, se pudesse, construiria motor com "girabrequim"
. Claro que fundiri a na primeira movimentação. A peça boa,
que qualquer motor saudável aceita, é o virabrequim.
O dicionário do entulho, todavia, registra "girabrequim" . Faz
parte...
A viagem não foi "de toda" má
Não. Viagem assim é sempre de todo muito má.
Locução adverbial não varia: A sentença não foi de todo injusta. ***
A vida na ilha não é de todo monótona. * * * Disfarça-te e sai de f ninho! (E
não: "de fininha".) *** Vidas têm sido colocadas em risco nos estádios de
futebol. (E não: "em riscas".) *** Muitas espécies animais estão em extinção.
(E não: "em extinções".) *** Recebi mensagem por escrito. (E não: "por
escrita".) *** A questão continua em aberto. (E não: "em aberta".) *** Os
salários estão em dia. (E não: "em dias".) *** A equipe corintiana se abriu
por inteiro. (E não: "por inteira".) *** Houve muitos votos em branco nestas
eleições. (E não: "em brancos".)
Certa feita, um repórter esportivo nos revelou que um jogador de fu -
tebol havia pisado com as duas pernas"em falsas", por isso sentia muitas
dores. E o repórter? Não sentiu dor nenhuma?!
Noutra oportunidade, um repórter policial perguntou a uma delegada,
depois da prisão de uns marginais: E agora, doutora, o que vai ser
feito desses ladrões?
A resposta foi sensacional: Eles serão autuados "emflagrantes"e encaminhados
ao xadrez.
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NÀ NAO ERRE MAIS!
Cadeia?!
Não faz muito tempo, um governador paulista ordenou a um repórter
que o cobrava de algo ainda não atendido: Faça uma carta "por escrita"
me relatando tudo e me mande, que eu tomarei as providências cabíveis!
O governador deveria, certamente, estar um pouco nervoso ou muito desorientado;
primeiro: se é carta, só pode ser por escrito; segundo, "por
escrita" foi, naturalmente, brincadeira dele.
No Brasil costuma haver muitos políticos brincalhões. A começar de
presidentes....
"primeiro-damo"
Eis mais uma invenção de jornalista brasileiro. Quando Benedita da
Silva assumiu o governo do Rio de Janeiro, em abril de 2002, os jornalistas
logo acorreram a cuidar da sua vida pessoal. Como ela é casada com
Antônio Pitanga, pai da belíssima Camila, trataram-no por "primeiro-
-damo" , numa analogia com primeira-dama. Como pilhéria, troça ou gozação,
até que serve.
Com a eleição de outra governadora, no Rio de Janeiro, ficou a pergunta:
Garotinho, agora, virou "primeiro-damo"? Não, não virou não.
Marido de governadora ou de presidenta não tem na língua, por enquanto,
nome especial.
ante "a" isso
Ante já é preposição; então, para que se lhe pospor outra preposição?
Alguns advogados (naturalmente os pouco sérios) são mestres neste emprego
abusivo.
Recentemente, um jogador ganhou uma ação trabalhista contra o
Palmeiras. O ministro do Tribunal Superior do Trabalho, ao dar a sentença,
escreveu assim: Nego provimento ao agravo e, "ante a"seu caráter
manifestamente protelário, condeno a agravante ao pagamento de multa
de 10% sobre o valor corrigido da causa.
Ante isso, o Palmeiras teve forçosamente de pagar. Mas quem mais
pagou o pato foi a língua...
Ficar "comovido" com um grande espetáculo
Fica comovido aquele que sente um choque, uma emoção negativa
muito forte. Quando perdemos um ente querido, ficamos comovidos. Mas
quando nos admiramos de um grande espetáculo, ficamos naturalmente
emocionados. Ante um incêndio devastador, quem não fica comovido?
Mas ante uma bela mulher, que homem de bem não ficará naturalment e
emocionado?
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 5 1 5
reboliço / rebuliço
Há quem confunda adjetivo (reboliço, que significa que rebola: CanI
iiiJlas tinha um andar reboliço) com substantivo (rebuliço = grande confusão).
Deste, saiu a abreviação rebu; daí por que fica difícil aos que raciocinam
trocar uma palavra pela outra.
Mas há. Há os que, ou não raciocinam, ou são dados mesmo a cometer
rebus. No site de uma revista: Das histórias envolvendo presidentes e
mulheres bonitas, nenhuma se iguala "a" de Itamar Franco. No carnaval
de 1994, o mineiro foi flagrado ao lado de Lilian Ramos. Até aí nada "demais".
O que causou "reboliço"foi o que a moça mostrou para os fotógrafos
debaixo do pequeno vestido...
Se a modelo causou rebuliço, naquela ocasião única e ímpar, que se
dirá de jornalista que causa rebuliço todos os dias em seu ofício?
Não perca a conta dos erros: "a", em vez de à; "demais" por de mais;
e "reboliço"por rebuliço.
Cabe, então, a pergunta: quem mais está nu? A modelo?!
penalizar / apenar
Há quem confunda o significado destes dois verbos. Penalizar é atormentar,
afligir. Quem não sabe que uma goleada do Palmeiras penaliza
qualquer corintiano ou que uma vitória maiúscula do Flamengo penaliza
todo vascaíno?
Mas há quem use penalizar por punir, castigar, que são justament e os
sinônimos de apenar. Todos sabemos que a inflação apena mais os pobres.
Os guardinhas de trânsito estão aí em todas as ruas das grandes cidades,
vestidos desta ou daquela cor (é marronzinho, é azulzinho, é roxinho,
etc.), para apenar todos os motoristas, justa ou injustamente. Afinal, hoje
se ganha por produtividade...
Sim, mas o assunto não é bem esse: o certo é que jornalistas que se
prezem não têm o direito de confundir penalizar com apenar. Mas confundem.
Repare nesta frase do site de uma revista: Modelo de reajustes
de tarifas de serviços públicos "penaliza" o consumidor e engessa ações
do governo.
Escreve um ex-secretário da Receita Federal: A idéia de monitoramento,
pela Receita, de gastos com cartões de crédito para combater a
sonegação é uma mudança de comportamento: pretende-se aumentar a
arrecadação em cima de quem não está pagando adequadamente em vez
de "penalizar" quem já paga corretamente.
Aqui, todavia, existe uma explicação até que meio convincente: o
Leão penaliza sempre...
governo Lula ou governo de Lula?
Tanto faz. Os jornalistas costumam não usar a preposição
uma questão de economia de espaço.
NÀ NAO ERRE MAIS!
talvez por
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"duas" milhões de pessoas
Grande bobagem. Se a palavra milhão é masculina (o milhão, um
milhão), não há como explicar esse feminino ("duas milhões"). Nunca vi
ninguém usar "uma milhão". Então, por que "duas milhões"?
Enquanto a resposta não vem, convém acostumar os ouvidos: Foram
vacinados dois milhões de crianças ontem. * * * Serão exportados duzentos
milhões de toneladas de soja.
Eis o que nos informa, todavia, um de nossos jornais: Depois de ultrapassar
a marca "das"20 milhões de cópias vendidas, o romance O Código
Da Vinci, de Dan Broivn, se vê envolvido numa polêmica com a Igreja
Católica.
"a" milhar do primeiro prêmio da loteria
Só existe de verdade o milhar do primeiro prêmio. Assim como milhão,
milhar é palavra masculina: o milhar, um milhar.
Veja estas frases: Dois milhares de maçãs foram perdidos durante a
viagem. *** Os milhares de mulheres que aqui estão têm filhos menores.
* * * Duzentos milhares de crianças sul-vietnamitas foram levados para os
Estados Unidos. * * * Esses milhares de crianças abandonadas do Brasil
serão exatamente o quê, amanhã?
No site de um jornal: Confira "as"milhares de ofertas dos classificados.
Convém?
No site do Terra: Os acessos à conturbada Quito foram bloqueados
hoje para impedir a entrada de simpatizantes do presidente do Equador,
Lúcio Gutiérrez, a fim de evitar confrontos com "as" milhares de pessoas
que exigem a renúncia do mandatário nas ruas do país.
Repare, agora, nestas frases da Veja, todas perfeitas: Cem pesquisadorres
passaram os últimos três anos confinados em laboratórios e escritórios,
analisando os milhares de informações coletados ate hoje sobre a
biodiversidade mundial. *** As Farc são apenas terroristas. Não lutam
para solucionar problemas sociais. Na verdade, com os atentados e os seqüestros,
criam mais pobreza. É muita hipocrisia alguém no exterior defender
a guerrilha e esquecer os milhares de vítimas dos guerrilheiros.
Milagres um dia acontecem...
mil
Mil é um caso diferente de milhar, porque se trata de numerai, e não
de substantivo. Adquire, por isso, o gênero do substantivo que se lhe segue:
duas mil pessoas, duzentas mil laranjas, dois mil pedidos, duzentos
mil pedaços, etc.
Um apresentador de um famoso telejornal nacional disse não faz muito
tempo: Cerca de "dois mil"pessoas participaram das manifestações.
Pouco tempo depois, no mesmo telejornal, do mesmo apresentador,
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
ouviu-se isto: Mais de "dois mil" pessoas recebem seguro-desemprego
com um salário de R$10.000,00.
Isto é: o homem confundi u conhaque de alcatrão com catraca de
canhão...
"Benvindo" a São Paulo!
Boas-vindas se dão de modo diferente: Bem-vindo a São Paulo!
Frases de jornalistas: O PMDB e o PDC goianos encaram como
"benvindos" os votos dos fazendeiros. *** Fidel confirmou que o capital
estrangeiro continua sendo "benvindo". *** "Benvindo" ao passado,
Brasil...
Há certos lojistas que ostentam logo à entrada de seu estabelecimento
a sua própria identidade: "Benvindos".
Cuidado, ao entrar!
malvindo
É assim que se grafa esta palavra, a nosso ver o verdadeiro antônimo
de bem-vindo (um dicionário dá bem-ido). Ora, quem não é bem-vindo a
algum lugar, é naturalment e malvindo (ou seria bem-ido?)
Há jornalista que escreve "mal vindo": Já está ficando claro que a
reforma tributária vai atender a todos os interesses menos os do contribuinte,
portanto, ela é muito "mal vinda".
solidarizar-se
É simples: quem se solidariza, se solidariza com alguém. Há, porém,
quem prefira inventar.
No site de um jornal: Lula se solidariza "a" Genoino. Depois de levar
uma torta na cara, no Fórum Social de Porto Alegre, o presidente do PT
recebeu um telefonema do presidente, que está na Europa.
Quem levou a torta foi o deputado; quem se lambuzou todinho foi o
jornalista.
comparecer a "féretro"
Trata-se de ato não só desagradável, mas impossível: féretro é caixão.
Podemos dizer, sim, que o féretro saiu atrasado, que todo o mundo queria
carregar o féretro, mas não que alguém compareceu ao "féretro".
Autoridade, civil ou militar, comparece a funeral, que é a cerimônia
de sepultamento. Cuidado, portanto, com frases assim: Estive no "féretro"
de seu pai. * * * O "féretro " do prefeito tinha muita gente.
Dizem que isso costuma dar até cemitério...
prefiro "milhões de vezes do que"
O mundo está cheio de gente que prefere "mil vezes", que prefere
"milhões de vezes", que prefere "antes", que prefere "muito mais", etc. É
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desperdício: no prefixo (pre-) já existe a idéia de intensidade ou de anterioridade
desejada.
Quem prefere de verdade, simplesmente prefere alguma coisa a outra,
e não "do que" outra: Prefiro chuchu a jiló. *** Elisabete prefere escrever
a discursar. *** As crianças preferem praia a piscina, calor a frio.
*** Eles preferem comer arroz a comer macarrão.
Também não convém preferir uma coisa "em vez de" outra. Numa
revista: Pesquisas recentes revelaram que 41,8% dos consumidores preferem
hambúrguer congelado "em vez de"bife.
atenuante / agravante
São palavras femininas: a atenuante, a agravante.
Numa de nossas revistas semanais de informação: Paga-se aqui, em
termos médios, mais imposto que nos países desenvolvidos, com "o agravante"
de a carga de contribuição estar concentrada sobre os ombros de
uma única classe - a classe média.
sendo "que"
Não existe esta combinação em nossa língua, mas ela aparece muito
na mídia: Apenas 2 dos 348 estudantes que responderam aos questionários
disseram conhecer a tricuríase, "sendo que"ambos demonstraram ter
conhecimentos incorretos.
Nesta frase, "sendo que" poderia ser substituída por mas, porém, todavia,
etc.
Recentemente, ouvimos um metalúrgico reclamando: Recebi cinco
mil reais, "sendo que" boa parte foi retida pelo imposto de renda. Caberia
nessa frase a mesma substituição da primeira.
Não faz muito tempo, lemos a orientação de um advogado: Quando
o casal já está separado de fato judicialmente, o divórcio pode ser requerido
após um ano da decretação da separação. Não havendo ainda a separação
judicial, apenas a separação física, o divórcio pode ser efetivado,
"sendo que" há a necessidade do casal estar separado de fato há mais de
dois anos, o que deverá ser provado por testemunhas.
Também aqui cabe qualquer conjunção adversativa.
Num jornal: A maioria ganha mais de dez salários mínimos mensalmente,
"sendo que" 32% recebem entre dez e vinte salários.
Basta usar mas.
Em outro jornal: O saldo devedor financeiro das operações será
transferido e cedido ao governo do Estado, "sendo que" incidirão juros
de 3% ao ano.
Custaria usar masl
Finalmente, dados do Sebrae: A participação das "micro "e pequenas
empresas no total das empresas em 1994 foi de 96,04%, "sendo que" no
comércio foi de 96,76%, nos serviços 97,26% e na indústria 91,86%.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
'lYido, como se vê, pode ser perfeitament e substituído por um mas, um
/iorem, um todavia, palavras tão singelas!
Há casos em que a substituição se faz por palavra ainda menor: e.
Veja: Ele já escreveu muitos livros, "sendo que" muitos deles já foram
t raduzidos para vários idiomas.
Não querendo usar o e: Ele já escreveu muitos livros, sendo muitos
deles já traduzidos para vários idiomas.
caixa
Que é palavra feminina, todo o mundo sabe: a caixa de sapatos, a
caixa de papelão, a caixa registradora, etc. O que poucos sabem é que esta
palavra é masculina, quando usada na acepção de féria ou na de pessoa
que trabalha junto a uma caixa pagadora ou recebedora. Portanto: O comerciante
fez o caixa e verificou que o movimento tinha sido muito bom
naquele dia, mas de repente os assaltantes entraram e levaram tudo o que
havia na caixa. *** Os caixas do banco ficaram apavorados no momento
do assalto. *** Não há um só caixa livre no banco.
Usa-se também no masculino esta palavra, na acepção de dinheiro
arrecadado: A grande diferença entre os dois candidatos está no tamanho
do caixa de campanha.
Muito bem. Não faz muito, houve uma greve de metroviários em São
Paulo. A cidade virou um caos ao quadrado (porque caos é seu estado
permanente). Um comerciante, abatido, declara, então: As faxineiras chegaram
duas horas atrasadas, e "uma caixa"não chegou até agora.
É o caso de perguntar: Uma caixa de quê? De mangas? Ou de problemas?...
Quantias exigem o verbo no singular?
Depende: se a quantia for de um real, um dólar, etc., use o singular.
Mais que isso, use o plural: Ele disse que R$500,00 bastavam, mas não bastaram.
*** Não deram os R$200.000,00 que eu levei. *** Na minha caixa,
hoje, SÓ entraramR$10,00!
Eu "deito" cedo
Não. Quem se põe na cama para descansar ou para pegar no sono,
deita-se, assim como depois se levanta.
Por isso, eu me deito cedo e me levanto cedo; as crianças se deitam às
8h e se levantam às 7h; quando estamos em férias, nos deitamos tarde e nos
levantamos tarde.
No final de dezembro de 2003, o presidente, pelo rádio, deixou toda
a população brasileira profundament e esperançosa, ao dizer, profeticamente:
Que o povo vá "deitar"no dia 31 sabendo que, a partir do dia l.°o
Brasil será melhor.
Foi?
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NÀ NAO ERRE MAIS!
"indiscreçõo"
Se você vir alguma indiscrição em algum comentário aqui, esteja
certo de que não foi propositado. Afinal, quem prima pela discrição não
pode cometer indiscrições...
Não querendo enveredar pela indiscrição, mas já enveredando, eis o
que saiu num de nossos principais jornais: Os funcionários do Caesar Park
Hotel são de uma "discreção"padronizada, da roupa ao tom de voz.
E onde é que ficou a discrição? Fugiu pela porta dos fundos do hotel?
tchau / tcheco / Tchetchênia
Nenhuma dessas palavras é compatível com a índole da língua portuguesa,
que não agasalha formas iniciadas por t não apoiado em consoante.
Algumas destas formas, todavia, têm o amparo do Vocabulário
Oficial.
O som [tS] = tch é um alofone de [t] antes de vogai. Não há, contudo,
em nosso modo de ver nenhuma necessidade de representar tal som
por tch, assim como não se grafa "tchê", mas sim chê; assim como não se
escreve "Tchaco", mas Chaco; e ninguém grafa "tchiu", mas tio, exceto,
naturalmente, quando se trate de gírias ou de modismos, como "tchurma","pitchula","mintchura","tchan"
, etc., em que se deseja, por alguma
razão, dar ênfase ao alofone. Os chilenos pronunciam o nome do seu país
desta forma: "tchile", mas nem por isso escrevem "Tchile". Note, ainda,
que todos pronunciamos djins (jeans), mas não representamos esse som
inicial na escrita.
Portanto, as grafias, a nosso ver, rigorosamente corretas são chau,
checo, Checoslováquia, Chechênia, chê e Chaco.
Que coisa, "heim"?
Nossa língua admite duas grafias para esta interjeição: hem! (preferida)
e hein!, mas sempre há os que escolhem uma terceira, inexistente:
"heim!".
Frase de um famoso jornalista paulistano: Quem diria, "heim!" Enquanto
o autoritarismo comunista vai caindo de podre no mundo...
Quem diria, hem!
campanhas antifumo
A vida sem cigarro é, de fato, não só mais saudável, como também
muito mais inteligente e menos desagradável para quem está nas proximidades.
Fuma r é sempre um castigo.
Quando o prefixo anti- se junt a a um substantivo, na função de adjetivo,
fica invariável. Portanto: campanhas antifumo, drogas anticâncer,
pneus antiderrapagem, portas antifogo, manifestações antiguerra, medidas
anticrime; xampus anticaspa; cremes dentais anticárie. Tal combinação
é própria da língua inglesa; nós apenas imitamos.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Aqueles que acharem isso um tanto antieufônico, optem, então, pela
construção rigorosament e portuguesa: campanhas contra o fumo, drogas
contra o câncer, manifestações contra a guerra, xampus contra a caspa,
cremes dentais contra a cárie, etc.
E saúde par a todos!
Amuleto "trás" boa sorte?
Só traz par a os espertos. A forma do verbo trazer é traz, e não "trás",
que, no portuguê s contemporâneo, só se graf a posposta a preposição: por
trás (ela veio por trás), para trás (deixar os amigos par a trás).
Certa vez, em Fortaleza, a fantástica , formidáve l e toda esburacada
capital do Ceará, uma cartomant e mando u afixar cartazes aos postes de
toda a cidade, convidando incautos para "consultas". Assim: Sara "trás"
seu amor de volta.
Nessa, seu dinheiro já se foi, e seu amor... adeus!
No site do Estado do Espírito Santo, em destaque s turísticos, viu-se:
Vitória - a ilha que "trás"no nome o motivo de sua existência.
Vitória?
No site de O Estado de S. Paulo escreve um colunista (também autor
de telenovelas): Hoje o carteiro é um mala. Oitenta por cento do que ele
"trás"são jogados imediatamente no lixo mais próximo.
cujo
É um pronome relativo que não admite artigo posposto. Portanto: O
homem, cujo pai morreu, está passando mal. *** O homem, cuja mãe morreu,
está passando bem. * * * O homem, cujos filhos morreram, está passando
bem. *** o homem, cujas filhas morreram, está passando bem.
Há quem insista em usar"cuj o o pai", "cuja a mãe" , "cujos os filhos",
"cujas as filhas". Atenção, advogados de todo o Brasil!
Não só os advogados. Escreve um jornalista : Um dos engenheiros em
cujo "o"velório o presidente chorou, pediu um adicional de periculosidade
de 30%, ganhou na Justiça depois de 11 anos, há 5 tem direito a ele e
morreu sem receber.
Escreve outro jornalista: Segundo reportagem da Fox News, o Banco
da América vendeu a dívida que tinha com Michael Jackson, no valor de
mais US$ 270 milhões, para o grupo Fortress Investments, cuja "a"sede
fica em Manhattan.
Quando cujo (ou uma de suas variações) se refere a dois ou mais
substantivos, não varia no plural, concordando sempre com o elemento
mais próximo. Atenção, advogados de todo o Brasil!
Numa peça advocatícia, leu-se, certa vez: Reclamou ter sido lesado
pela autora em "cujas"seriedade e probidade confiou.
No lugar do "cujas", os bons advogados usam cuja.
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
"os" chitas
Eis aí um bicho que não existe. Ao menos na Terra. Chita é palavra
feminina em qualquer sentido.
Num documentário sobre animais selvagens, porém, o narrador televisivo
conseguiu "criar" uma espécie animal estranha, desconhecida dos
biólogos: "os chitas".
A apresentadora de um dos mais importantes telej ornais nacionais
anunciou certa feita: Como vivem "os chitas"na África - este será o assunto
do Globo Repórter de hoje.
A televisão brasileira tem gente extremamente criativa...
Também não "existe" lobisomens?
Não. Não existem lobisomens, assim como não existem "os chitas".
Pessoas que cometem asneiras, contudo, existem a mancheias. Cuidado
com elas, porque costumam atacar antes e depois da meia-noite! E não
só às sextas-feiras...
Certa vez, ouvimos isto de um ex-governador paulista: Acho normal
que "exista" reclamações do presidente, pois isso faz parte da
democracia.
Certíssimo: asnices também fazem parte da democracia...
gêmeas "xipófagas"
É outra coisa que não existe. Crianças que nascem unidas desde o
apêndice até o umbigo dizem-se xifópagas, e não "xipófagas", como quis
certa feita um apresentador de telejornal, que anunciou: As gêmeas "xipófagas"
que nasceram em Porto Alegre foram operadas e passam bem.
E houve quem começasse a passar mal...
"blasfemo"
Não. Blasfemo (ê) é que é sinônimo de blasfemador.
Numa produção televisiva, exibida recentemente, uma personagem
disse, referindo-se a Jesus: Prendam esse "blasfemo"!
Há dois pecados evidentes aí.
invasão "ao" Iraque
Não. Invasão se usa com de: invasão de domicílio, invasão de privacidade,
invasão de fazendas, invasão de propriedade, etc.
Frase de jornalista: A invasão "ao"Iraque é iminente e vai empobrecer
o mundo.
A invasão do Iraque, como se viu, não empobreceu o mundo; por aqui,
porém, empobreceu um pouco a língua.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
ambos
Kste numera i dual exige o artigo. Portanto, usaremos sempre: ambos
os carros, ambas as mulheres, etc., e não "ambos carros", "ambas
mulheres".
No site de um jornal: O motivo da briga entre "ambas equipes"foi a
invasão de campo da torcida catarinense.
"Fazem" muitos anos que saí da escola
Quem diz uma frase assim deveria voltar imediatamente. À escola,
naturalmente. Aí, então, vai aprender que o verbo fazer, em orações que
dão a idéia de tempo, não varia: Faz muitos anos que saí da escola. ***
Faz dois anos que enviuvei.
Aparecendo verbo auxiliar, este fica também invariável: Vai fazer catorze
anos que casei. *** Está fazendo cem anos que ela nasceu. *** Ia
fazer três meses que estávamos juntos. *** Costuma fazer noites frias no
Sul do Brasil.
Aprecio muito as composições do mineiro Ari Barroso. Mas não posso
desculpá-lo por enodoar a letra de uma de suas músicas (Já era tempo),
ao fazer esta concordância: Já "fazem" meses que você, meu bem, disse
adeus e partiu.
Falando assim, qualquer amor tem mesmo de dizer adeus e partir...
em mão
É esta a expressão que temos. Quando entregamos alguma coisa pessoalmente,
entregamo-la em mão.
Assim como ninguém lava roupa "a mãos", assim como ninguém faz
sapatos "a mãos", uma carta ou um volume qualquer só pode ser entregue
em mão.
Nunc a ouvi dizer que alguém fosse a algum lugar "a pés " nem que
pianista tocasse "de ouvidos", ainda que tenhamos todos - graças a
Deus - dois pés e dois ouvidos (que hoje se dizem, mais propriamente ,
orelhas).
Prefiro, por isso, levar qualquer documento importante em mão (cuja
abreviatura é E.M.) a confiar em qualquer outro portador.
Há um dicionário (aquele) que registra "em mãos" a par de em mão.
Normal.
embora + gerúndio
Conjunção (embora) não combina com gerúndio. Por isso, usa-se o
verbo no subjuntivo: Embora vivesse no Brasil, ela não era brasileira.
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
(E não: Embora "vivendo"no Brasil, ela não era brasileira.) *** Embora
coma bastante, não engorda. (E não: Embora "comendo" bastante , não
engorda.) *** Embora estivesse cansado, fui acompanhá-la. (E não: Embora
"estando" cansado, fu i acompanhá-la.) *** Embora seja pobre, não
rouba. (E não: Embora "sendo" pobre, não rouba.)
O gerúndio se usa com mesmo, palavr a denotativa: Mesmo vivendo
no Brasil, ela não era brasileira. * * * Mesmo comendo bastante, não engorda.
*** Mesmo estando cansado, fui acompanhá-la. * * * Mesmo sendo
pobre, não rouba.
Por falar em roubar...
Por fala r em roubar, convém saber que este verbo não tem nenhuma
forma com o aberto. Durant e a conjugação, o ditongo ou soa fechado:
roubo, roubas, rouba , roubam; roube, roubes, roube, roubem.
O diabo é que todo dia há neste país gente que "róba", que é uma
barbaridade ! Por exemplo, o ex-ministro José Dirceu, assim que deixou a
Casa Civil e já deputado, ao discursar na câmara, avisa: "Este goverrrno
não róba e não deixa roubarrr". Rouba, deputado, rouba...
em detrimento "a" alguém
Esta expressão, em que detrimento é sinônimo de prejuízo, exige a
preposição de, e não a prep. "a". Portanto: em detrimento de alguém. O
governo não pode adota r uma política em detrimento do povo. É uma
verdade.
Eis, agora, a mentir a (de uma revista de automóveis, ed. 232, p. 104):
O único senão do Alfa Romeo 147 é o tempo da troca de marcha que poderia
ser menor, mesmo em detrimento "ao"conforto.
em nível de
É esta a locução que temos: Reunião em nível de diretoria. Ou seja:
só participarão da referida reunião diretores do mesmo nível.
Há, contudo, uma verdadeir a febr e de "a nível de"po r aí. De gente
sem nível, evidentemente . Iriam, esses, par a uma reunião "a" todos os
níveis?
O mais interessante é que certas pessoas usam a expressão "a nível
de"em qualque r caso: "A nível de" casamento, eu diria que estou fora. ***
"A nível de"besteiras, eu digo que sempre estou dentro...
Mesmo em referênci a ao nível do mar, preferimos o uso da preposição
em: Fortaleza está situada no nível do mar.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Usa-se muito a preposição a neste caso, em razão de, na pergunta,
iparecer essa preposição. Por exemplo: São Paulo está situada a quantos
metros acima do nível do mar? A resposta a uma pergunta dessas, evidenI
emente, será: São Paulo está situada a 800m acima do nível do mar.
Essa preposição, contudo, só tem cabimento nos casos de cidades que
não estão no nível do mar, naturalmente. Sim, porque se perguntarem:
Fortaleza está a quantos metros acima do nível do mar?, a resposta deverá
ser dada desta forma: Fortaleza está no nível do mar.
É o mesmo que perguntarmos a um corredor de fórmula 1: - A quantos
quilômetros estás indo agora? E ele responder, simplesmente: - Estou
em casa, agora, não estou correndo ou viajando.
Fiz-me entender?
descobrir "primeiro"
Caro leitor, existe alguma dúvida? Quem descobre já não encontra ou
acha primeiro que outros? Pois é. Desde o meu tempo de menino é assim.
E, com certeza, bem antes disso...
Há, por aí, no entanto, alguns artistas da publicidade que, talvez por
não terem tido infância, querem mudar. Na propaganda de um modelo de
minivan, saiu o tal descobri "primeiro". Será que em alguma agência de
propaganda existem mesmo os que descobrem"depois"?...
novidade "inédita"
Toda novidade não tem de ser necessariamente inédita? Pois bem,
não para todos. Recentemente, pela televisão, anunciaram o lançamento
de um filme. O locutor, então, soltou, a pérola, com aquele vozeirão: Cenas
inéditas, "nunca vistas" no cinema! O caro leitor já viu alguma cena
inédita já vista no cinema?
voar "pelos ares"
Redundância sensível, já que ninguém ainda conseguiu voar pelas
águas... Nossos jornalistas, contudo, em vez de irem aos ares, continuam
voando "pelos ares": Um carro-bomba com várias toneladas de explosivos
fez voar "pelos ares " a sede da ONU em Bagdá. * * * No sábado de aleluia,
em dez minutos, bonecos da malhação voam "pelos ares". *** A vida de
José Carlos Pace, pontuada de algumas alegrias e obstáculos constantes,
voou "pelos ares" a bordo de um avião monomotor que se espatifou em
1977, quando ele ainda não havia completado 33 anos. *** Acionou um
dispositivo, uma bomba fortíssima abriu o asfalto e o carro do ex-primeiro-ministro
de Franco, Carrero Blanco, voou "pelos ares", subiu a mais de
30 metros, ultrapassou o muro alto de um colégio de freiras e se espatifou
lá dentro.
Agora, numa pergunta-enigma: O sujeito tinha um vizinho apaixoN
À NAO ERRE MAIS! 11 5
nado por galinhas. Mas, como faziam muito barulho, um dia resolveu
acabar com elas. Pegou um punhado de grãos de milho, adaptou uma
bomba em cada um deles e atirou-os sob o muro. Olga e Célia, as duas
filhas do vizinho, viram isso e correram para apanhar o milho. Só que, assim
que cada uma delas se abaixou para pegar o milho, tudo voou "pelos
ares". Qual o nome do filme?
Porcaria!
direito individual "de cada um"
Redundância visível. Na ânsia de apresentar emendas à reforma da
previdência, declara um parlamentar: A apresentação de emendas é um
direito individual "de cada um"dos parlamentares.
Bastaria retirar "de cada um" para que tudo ficasse perfeito. Todos
temos direitos, mas não podemos nos esquecer das nossas obrigações...
minha opinião "pessoal"
Visível redundância. Ora, se a opinião é minha, só pode ser pessoal.
Ou haverá uma opinião que seja minha, mas não seja pessoal?
Recentemente, um megaempresário (que até virou dramaturgo) declarou:
Na minha opinião "pessoal", ele não tem condições de ser presidente
da República.
Teve...
criar "novos"
Nova redundância. Os jornalistas vivem pedindo a criação de"novos"
empregos. E o governo não se cansa de criar "novos" impostos... Quem
paga a redundância? O povo. Sempre!
Eis o que escreveu um jornalista, logo após a posse de Lula: Lula poderia
anunciar, em seu primeiro discurso como presidente que, enquanto
não se criam empregos "novos ", deveria ficar proibido demitir.
E se fosse proibido cometer redundância? Não seria bom também?
Certa vez, o locutor de uma rede de televisão nos convidou a criar
"novos" caminhos. Seria o caso de perguntar se ele próprio já havia encontrado
o seu caminho.
elo "de ligação"
No mundo dos terráqueos, todo elo é obrigatoriamente de ligação,
assim como toda surpresa é inesperada, todo lançamento é novo, toda
criança é pequena, etc. Não obstante a evidência, há sempre os que têm
"surpresas inesperadas", os que são loucos por um "novo lançamento", e
os que preferem não sair de casa à noite, porque têm "criança pequena".
Veja: O presidente da Abeiva disse que o crescimento do setor de veículos
importados pode ser explicado pelo lançamento de "novos"produtos.
NÀ NAO ERRE MAIS! 93 1 5
Dá muita vontade de ter um ataque. Eis, agora, a frase de um repórter
esportivo que mais me forçou a essa vontade: O treinador precisa de um
jogador para ser um elo "de ligação"rápida entre a defesa e o ataque.
Ataque? Houve quem quase teve um...
Por falar em ataque, eis o que lemos no site de O Estado, num dos
momentos difíceis da humanidade: Os planos de guerra do presidente George
W. Bush contavam com o apoio dos iraquianos contrários a Saddam
Ilussein, principalmente os xiitas do sul do Iraque. Porém, a resistência
de milícias e do exército nas cidades de Umm Qasr, Basra e Nassíria,
principais elos "de ligação" com Bagdá, levaram as tropas de coalizão a
reveses militares que repercutiram na cotação internacional do petróleo
e nos índices das bolsas mundiais.
Veja, agora, que interessante, interessante mesmo, esta notícia de
uma folha paulistana: Os elefantes parecem ter a habilidade de imitar os
sons do ambiente em sua volta, a exemplo do que fazem os papagaios, de
acordo com os cientistas. Em um estudo publicado na revista científica
"Nature", pesquisadores relatam como um dos animais estudados chegou
a imitar o barulho feito por caminhões. Os pesquisadores acreditam que
a capacidade de reproduzir sons pode ter sido desenvolvida devido ã necessidade
de manter a coesão social das manadas. Os sons ajudariam a
manter um elo "de ligação " entre os vários indivíduos da manada, já que
eles se separam e voltam a se reunir.
E então, caro leitor, tudo isso não é digno de um ataque?
ocasião "favorável"
Outra tolice. Na palavra ocasião já está implícita a idéia de favorável.
Toda ocasião é algo favorável. Tanto é assim, que diz o aforismo popular:
A ocasião faz o ladrão. Ou seja: A circunstância favorável propicia
o surgimento do ladrão.
Certa feita, uma empresa fez anúncio em que mostrava um certo cidadão,
com ares professorais, definindo a palavra oportunidade. A definição
era capenga: oportunidade é ocasião "favorável". Ah, se não fosse!
Agora, só por mera curiosidade: recentemente, folheando um dicionário,
à pág. 2.159, encontrei a redundância. O mundo, realmente, está
ficando muito moderno. (Mas nada favorável...)
importar "ao Brasil"
Se isto não for redundância, o que será?
Alfa Romeo 147 - o compacto da mítica marca italiana, que recebeu um
facelift recentemente, começará a ser importado "ao Brasil" a partir do
começo do ano.
Ferrari F430 - o superesportivo italiano começará a ser importado "ao
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
Brasil" somente no último mês desse ano. O modelo substituirá a Ferrari
360 Modena, que já mostra sinais de cansaço. Àqueles mais abastados,
comecem a preparar o bolso.
pico "culminante"
Visível redundância, mas nem por isso fora das nossas salas de aula
de Geografia nem dos livros da mesma matéria. O que é, afinal, um pico?
Nada mais que um topo agudo ou ponto mais elevado de uma montanha
ou cordilheira.
palma "das mãos" / planta "dos pés"
Visíveis redundâncias, mas muito empregadas. Ora, a palma só pode
ser das mãos; a planta só pode ser dos pés. Não existe palma "dos pés"
nem muito menos planta "das mãos".
outras redundâncias
Redundância nada mais é que a capacidade que as pessoas têm, ao
falarem ou ao escreverem, de chover no molhado. As redundâncias são
conhecidas também como pleonasmos viciosos.
Eis mais algumas delas: subir para cima, descer para baixo, mulher
de cocô na cabeça, mulher de coque na cabeça, acabamento final, metades
iguais, quantia de dinheiro, recuar para trás, avançar para a frente,
programar primeiro, seus respectivos lugares, safra agrícola, entrar para
dentro, sair para fora, se caso eu for, sorriso nos lábios, afastar para trás,
almirante da Marinha, general do Exército, brigadeiro da Aeronáutica,
breve menção, amanhecer o dia, anexar junto, árvore oca por dentro, aumentar
mais ou aumentar ainda mais, melhorar mais ou melhorar ainda
mais, piorar mais ou piorar ainda mais, emulsão de óleo, cair um tombo,
canja de galinha, coletivo para todos, individual para cada um, consenso
geral, conviver juntos, criança pequena, criar novos, destaque excepcional,
sintomas indicativos, detalhes minuciosos, livre escolha, superávit
positivo, déficit negativo, crise caótica, dar de graça, decapitar a cabeça
ou decapitação da cabeça, degenerar para pior, fato real, freqüentar
constantemente, empréstimo temporário, demente mental, desejar votos
de felicidades, desembolsar muito dinheiro do bolso, receber mensalmente
R$300,00 por mês, dois gêmeos, surpresa inesperada, completamente
vazio, engolir pela boca, defecar pelo ânus, erário público, planejar antecipadamente,
gritar bem alto, comparecer em pessoa, exportar para fora,
importar para dentro, expulsar para fora, exultar de alegria, filhote novo,
filhote pequeno, felicidade geral de todos, hemorragia de sangue, hepatite
do fígado, pancreatite do pâncreas, introduzir dentro, labaredas de fogo,
lugar incerto e não sabido, milênios de anos, na minha opinião pessoal,
mínimos detalhes, monopólio exclusivo, novo lançamento ou lançamento
novo, fazer planos para o futuro, projeto para o futuro, plebiscito popular,
pomar de frutas, abusar demais e preconceito intolerante.
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 5 1 5
O presidente Lula foi, então, ao Vaticano, para participar das últimas
homenagens ao falecido Papa João Paulo II. Na sua comitiva levou os
ex-presidentes, que lá em Roma se encontraram com outro, então embaixador
na Itália, Itamar Franco. Depois do evento, declarou, num misto
de encanto e tristeza pela morte do Santo Padre: Em que momento da
história o Brasil conseguiu juntar quatro presidentes "juntos"?
Em nenhum, presidente, em nenhum mesmo. Parabéns!...
Quer dizer que o mundo está cheio de redundâncias?
O mundo de quem?
Há pessoas que ainda gostam muito de uma decapitação "da cabeça",
de uma hemorragia "de sangue", de uma hepatite "do fígado", de
desembolsar "do bolso", de anexar "junto" e tanta s outras chuvas no
molhado.
Não faz muito, ouvimos esta: Ele "autosuicidou-se".
Obra, naturalmente, de demente "mental"...
Certa feita, um jornalista saiu-se com esta: Você poupa mensalmente
R$500,00 "por mês"durante cinco anos.
Duro mesmo seria poupar mensalmente por ano...
Esta é de outro jornalista: Quércia estaria convencido de que, mais
do que nunca, cautela e canja "de galinha" não fazem mal a ninguém.
Quem encontrar, em algum restaurante, canja que não seja de galinha,
saia correndo: é veneno!
Houve outro que escreveu, ainda: Pomares "de fruta", terras cultiváveis,
uma casa e dez tapetes iranianos estão sendo oferecidos ao candidato
a assassino do escritor iraniano Salman Rushdie.
Eu ofereceria ao jornalista apenas um pomar "de legumes"...
Para encerrar, só mais esta, claro, de outro jornalista: Uma companhia
californiana anunciou que vai dar "de graça" 10 mil computadores.
No duro?!
Há redundância na sigla BICBANCO?
Enorme! Ora, se BIC significa Banco Industrial e Comercial, como
aceitar outra vez BANCO após a sigla?
Se a moda pegar, qualquer dia destes estaremos fazendo depósitos no
BCNBANCO, no BBBANCO e no UNIBANCOBANCO.
Outra redundância moderna é usar "sistema ABS". Ora, ABS é sigla
alemã de antiblockiersystem. Note: já há a palavra sistema.
A mim me parece
Trata-se, agora, de pleonasmo literário. A repetição do pronome oblíquo
configura um pleonasmo de grande efeito comunicativo. Repare nestes
exemplos, todos perfeitos: A mim me parece que o governo está querendo
mais impostos. *** A nós não nos parece justo esse imposto. * * * A vocês lhes
parece bom esse tipo de imposto? *** A mim vocês não me enganam não!
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
O pleonasmo que se deve evitar é o vicioso, que não acrescenta coisa
nenhuma à comunicação.
sexy
Esta palavra inglesa não varia, quando usada no português. Portanto:
garotas sexy, poses sexy. Mas pornô, redução de pornográfico, assim
como retrô, equivalente de novo, inspirado em algo antigo, varia normalmente:
filmes pornôs, modelos retrós de automóvel.
Manchete de uma folha paulistana: Britânicos são punidos por acessar
sites "pornô"no trabalho.
É preciso deixar "claro" uma coisa: está difícil
Erro comum de concordância, próprio de gente que saiu da escola
sem ter noção de análise sintática. Se claro está em clara referência a um
nome feminino (coisa), como pode ficar no masculino?
Apesar de a coisa ser clara demais, eis como escrevem os jornalistas:
O PT mudou ao chegar ao poder, mas uma coisa precisamos deixar "claro":
ninguém apaga o passado.
Na verdade, estamos nos empenhando em apagar é o presente...
No site de A Gazeta Esportiva , todavia, uma bomba : A vitória de
6 a 0 sobre o São Raimundo deixou "claro" a superioridade técnica
são-paulina.
a expensas de
Esta locução sempre traz o a no singular, a exemplo da equivalente
à custa de: Mulher que vive a expensas do marido. *** Viajar a expensas
da firma. *** Formar-se a expensas da namorada. *** Concluí o curso a
minhas expensas. *** Vives a tuas expensas ou a expensas da mamãe?
N um edital do Tribunal de Justiça do Paraná: Os exames de saúde
que não forem passíveis de ser realizados no Tribunal de Justiça ficarão
"às" expensas do candidato. No mesmo edital: O candidato considerado
inabilitado terá acesso ao laudo médico, podendo requerer, "às" suas expensas,
outros exames.
Numa resolução do Tribunal de Justiça da Paraíba, porém, a surpresa
foi ainda maior: A celebração do Convênio, para que produza seus efeitos
legais, será objeto de publicação no Diário da Justiça, "sob às" expensas
do Poder Judiciário.
No projeto de lei de um deputado: Parágrafo único. As despesas decorrentes
da aquisição e da instalação do equipamento correrão "as " expensas
do consumidor.
Convém deixar claro: quem faz questão de usar "às" expensas de,
preferindo seguir registros de certos dicionários, inçados de erros e equívocos,
não pode deixar de usar, por coerência,"às custas de".
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
tomos em cinco
Trata-se de um italianismo, como estes: Estávamos "em"seis no automóvel.
(Em português: Estávamos seis no automóvel.) *** íamos "em"
<!<••: pela estrada, conversando. (Em português: íamos dez pela estrada,
conversando.) *** Vínhamos "em" quinze na caminhonete. (Em português:
Vínhamos quinze na caminhonete.) *** Éramos "em"quatro no carro.
(Em português: Éramos quatro no carro.)
A exemplo de namorar com e de jogar de goleiro, é uma construção própria
do italiano, mas devidamente consagrada na nossa língua cotidiana.
continuação / continuidade
Continuação é prosseguimento; continuidade é sucessão ininterrupta.
Um árbitro pode dar continuação a um jogo até os 50m, se achar conveniente;
o novelista que não souber dar continuidade à trama, estará
irremediavelmente fora do ibope, porque não despertará interesse.
Na mídia: Docentes da Unicamp, da USP, da Unesp e da Unifesp decidiram
pela "continuidade" da greve contra a reforma da Previdência.
Na verdade, os professores decidiram pela continuação da greve.
Numa revista: O ministro da Defesa defende a "continuidade" do
programa espacial brasileiro.
Estou certo de que o ministro está a defender a continuação do programa
espacial brasileiro.
Eis, agora, o emprego correto da palavra continuidade, num artigo
publicado no Jornal da Tarde: O que mais se temia, em matéria de educação,
acabou acontecendo. Em vez de dar continuidade à política de avaliação
implementada pelo governo anterior, e cujo estrondoso sucesso foi
registrado pelo Censo Escolar de 2003, o governo do PT optou por desmontá-la
progressivamente.
V. maiores explicações no Dicionário de dúvidas, dificuldades e
curiosidades da língua portuguesa.
"cataclisma" / "aforismo"
Trata-se de cacografias que muito se vêem em todos os tipos de publicações.
Nove, entre dez brasileiros, escrevem errado estas duas palavras,
ou seja, "cataclisma", "aforisma", em vez de cataclismo, aforismo.
Tudo por influência de palavras mais conhecidas, como cinema, dilema,
problema, programa, telefonema, teorema, etc.
Numa folha paulistana: Cientistas russos relançaram o debate sobre
o misterioso "cataclisma" da Tunguska, na Sibéria, em 1908, afirmando
ter encontrado nos locais da catástrofe pedras suspeitas e fragmentos do
que teria sido uma nave "extra-terrestre", que teria se chocado com um
cometa.
Note: o cataclismo foi tão grande aí, que o jornalista não soube nem
mesmo escrever corretamente extraterrestre!
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
No editorial de tradiciona l jorna l paulistano: Um conhecido "aforismo,
" diz que aqueles que esquecem a História estão condenados a
revivê-la.
E aqueles que desconhecem a própri a ortografi a estão condena -
dos a quê?
Pio X / século I / ano II / capítulo Dl
Na sucessão de papas, séculos, anos, capítulos, etc., de I a X lemos em
ordinal; de XI em diante, em cardinal. Portanto: século I (= século primeiro),
ano II (= ano segundo); capítulo III (= capítulo terceiro); Pio X (= Pio
décimo); século XI (= século onze), ano XII (= ano doze).
Não existe século "um", século "dois", século "três", século "quatro",
século "cinco", século "seis", século "sete", século "oito", século "nove"
nem século "dez". Mas é justamente desse modo que dizem todos os repórteres
e jornalistas. Alguns até fazem pior. Escrevem: Papa elogia combate
de Pio "10" ao modernismo. Dois barcos que datam do século "1"
foram descobertos...
Numa revista: Cientistas israelenses anunciaram a descoberta de
uma pedra com inscrições do século "9" a.C. que pode ter sido parte do
lendário Templo de Salomão, citado no Antigo Testamento. Ora, escrevendo
em cardinais, obrigam o leitor a ler erradamente.
Num grande telejornal se ouviu certa vez: Arquimedes viveu no século
"três"antes de Cristo.
Tudo mentira.
"um xerox"
Quem quiser uma cópia boa, sem rasuras, borrões e distorções, que
peça sempre uma xéroxl
Em português, todas as palavras dissílabas terminadas em -x são
paroxítonas: bórax, cóccix, dúplex, tríplex, Félix, fenix, gúmex, Index,
ônix, enfim, todas. Constituem exceções, evidentemente, as que se criam
com fins eminentemente comerciais, quase sempre ao sabor do arbítrio,
com o suposto sufixo ex, indicador do produto: Durex, Duratex, Mentex,
Pirex, etc. Nenhuma dessas formações pertence ao léxico português; nenhuma
possui história: nasceram ontem, aqui mesmo, talvez numa acanhada
sala de agência de propaganda.
Xérox nos vem do grego xéros, e, on, que significa seco, secura.
Tal radica l está presente em xeroftalmia, xerografia, filoxera, em que
a vogai da sílaba xe possui timbre aberto ( xeroftalmia , xerografia, filoxéra),
constituindo-s e em mais um fato comprobatório da prosódia
legítima xérox.
Em inglês, a palavra já é paroxítona. Só mesmo os "artistas "preferem
pronunciá-la como oxítona. E de "artistas" o Brasil está cheio! As vezes
até trabalham em empresas multinacionais...
Veja esta fras e de um jornalista , aliás,"artista" : "Os xerox"estão
1 1 8 NÃO ERRE MAIS!
pnrtl os livros como as fitas "piratas" estão para a indústria de cineniii
O discos.
Tivs erros numa pequena frase. E então? Não é um "artista"?
I o caso de te/ex?
Telex é abreviamento da expressão inglesa teleprinter exchange =
inlrivomunicaçâo impressora a distância. Foge, portanto, à norma desi
i ila no caso anterior.
Qual é o plural de fax?
E os fax. Palavras terminadas em -x com som de ks, mormente as
formadas recentemente, ou que entraram há pouco na língua, não variam
no plural. Estão no mesmo caso de fax: xerox, telex, dúplex e tórax, entre
muitas outras.
Aquelas que possuem variantes em -ce (caso de cálix, índex, etc.)
fazem o plural tendo por base a variante: cálices, índices, etc.
Mooca
Mooca, sempre Mooca, sem acento. Mooca é um antigo e simpático
bairro paulistano. Muita gente, no entanto, pensa que mora na "Moóca",
jura que mora na"Moóca" . Nunca morou!
banana
Não é obrigatório, mas a melhor pronúncia desta palavra é bãnâna, e
não"bánâna" .
Sempre que houver uma consoante nasal após uma vogai, esta é fechada.
Note que estamos falando em preferência de pronúncia, e não em
erro. A ressalva é necessária, porque sempre há uns e outros que, ansiosos
pela crítica, desejosos do nosso sangue, querem logo ir à veia, à jugula.
Recentemente, uma mulher foi a um programa de televisão de entrevistas
e cantou uma música da bossa nova, em cuja letra aparece várias
vezes a palavra banana. Foi "bánâna"par a cá,"bánâna"pr a lá, pra dar e
vender. Afeou a música.
"falámos" / "tratámos" / "conversámos"
Há quem queira diferençar o presente do pretérito, abrindo a vogai a
das formas pretéritas. Essa prática, no português do Brasil, é tolice. Tanto
a forma do presente quanto a do pretérito possuem uma única pronúncia
correta (ao menos por aqui, no Brasil): falámos, tratámos, conversámos.
"mâs"
Houve um presidente brasileiro (folclórico, de todos os pontos de vista)
que se notabilizou não só por dizer "senhora", mas também por pronunciar
a conjunção mas desta forma: "mâs", como, aliás, ainda dizem
NÃO ERRE MAIS! 12 3
alguns gaúchos. Ora, o que ocorre aqui é uma grande confusão: a vogai a
só se fecha quando antecede consoante nasal, nunca quando se pospõe a
ela. Não fosse assim, também teríamos de dizer "nâda","mâla" , etc.
serpente "não venenosa"
Eis aí algo que é difícil de aceitar. Por quê? Porque há uma diferença
entre cobra (qualquer ofídio, venenoso ou não) e serpente (cobra venenosa,
peçonhenta). Quando deparamos uma coral, dizemos que se trata de
uma cobra, porque ela pode ser peçonhenta ou não (existem as falsas).
Mas quando nos referimos à passagem bíblica, somos obrigados a dizer
que foi uma serpente que tentou Eva no Paraíso, e não uma cobra. Tinha,
naturalmente, de ser uma serpente... Cleópatra também morreu em conseqüência
da picada de uma serpente. Tinha de ser...
Eis que, todavia, ao ler uma de nossas principais revistas semanais de
informação, encontro as trevas: Um veterinário australiano, especialista
em cobras, foi chamado às pressas para retirar do telhado de uma casa
uma serpente de 7kg e 3m de comprimento. Missão cumprida, o vaidoso
veterinário posou para fotógrafos e cinegrafistas. Foi quando a cobra se
vingou e o atacou no rosto. Ele teve sorte: a serpente não era venenosa.
Tinha de ser uma serpente...
argüir "da" constitucionalidade de uma medida
É tolice: o verbo argüir não é transitivo indireto. Quem questiona,
discute, apresentando razões a favor ou contra, argúi alguma coisa, e não
"de" alguma coisa. Podemos, agora, argüir uma questão controversa: o
voto dos analfabetos.
Quando um ministro dos Esportes apresentou sua proposta de mudanças
na lei do passe, em 1996, um jornalista esportivo insistiu em afirmar
na televisão: Os cartolas estão querendo argüir "da"constitucionalidade
da proposta.
O homem comete tanto furo, que já o chamam de Zezinho Kfuro!
"duzentos" gramas de queijo "prata"
Eis aqui uma porção suficiente para causar aquela indigestão. Ao
menos aos seres humanos. Sim, porque duzentas gramas só os burros é
que costumam comer, já que grama (feminino) é capim.
E o queijo que costumamos comer em lanches é o prato. Até o momento
nenhum laticínio se empenhou em fazer o queijo "prata", naturalmente
porque o custo não devesse ser vantajoso...
Houve época em que os jornalistas da revista Veja defenderam com
unhas e dentes a expressão"uma grama de ouro". Que bom que os tempos
mudam!
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 5 1 5
uma blitz, duas ...
blitze, já que em alemão, o plura l de blitz é blitze. Os nossos jorna -
listas, que até pouco tempo atrás usavam duas "blitz", já passam a usar
a forma certa. Repare nestes exemplos, para firma r conhecimento: Em
razão da onda de seqüestras, a polícia tem feito muitas blitze pela cidade
de São Paulo. *** Passei por várias blitze sem me pararem.
Mas sempre há exceções. No site de um provedor: Garotinhofaz ronda
para avaliar as 81 "blitzes".
Quem sabe sabe; quem não sabe, que se limite a bate r palmas!
Repare "as" pernas dela!
Quem repar a "as"pernas é mecânico, já que reparar (sem a preposição
em), na linguagem culta formal, significa consertar, reparar relógios,
reparar fechadura s e até reparar pernas, quando mecânicas.
Pessoas mais elegantes, de espírito mais sutil, reparam nas perna s de
uma garota, mas antes reparam nos seus bonitos olhos, nos seus lábios, no
seu jeito de anda r e de falar, no seu olhar, na sua boca, na textur a dos seus
lábios, enfim, reparam em tudo o que ela tenha de reparável e, sobretudo,
de irreparável.
Pode tratar-se de bandidos
Frase perfeita. O verbo poder, neste caso, é auxiliar de um verbo
transitivo indireto acompanhad o do pronome se, que indetermina o sujeito.
Por isso, pode abrir a porta: pode tratar-s e de amigos!
Antes de abrir a porta, porém, repare nestoutr a frase: Pode verificarem-se
protestos, se a polícia usar de violência.
Reparou? O verbo poder, em suma, em frase s desse tipo, eqüivale a é
possível.
aprendendo o bê-a-bá
Apesar de ser assim, veja como escreveu um jornalista: Tanto discutimos
a inflação e suas causas, durante estes anos todos, que acabamos
esquecendo o "beabá", o básico, o elementar.
Há pessoas que querem ser formadora s de opinião sem sequer terem
aprendido o bê-á-bá.
Mas há esperanças, há esperanças. Eis como escreveu outro jornalista,
talvez mais letrado (ou mais bem-alfabetizado): Ao criticar e
desafiar uma MP que está vigendo, o governo Lula está mostrando ser
analfabeto num ponto fundamental que é o bê-a-bá do Estado democrático
de Direito.
Digno de encômios...
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
remontar "há"
O verbo remontar (ter sua origem ou princípio) é transitivo indireto
e se usa com a preposição a: A invenção da imprensa remonta a séculos.
* * * A informática remonta a poucos anos.
Num jornal: O Afeganistão é um mosaico étnico de antigas culturas,
cuja origem remonta "há"séculos de ocupação das estepes e montanhas
da Asia central.
O uso da preposição a e de há, do verbo haver, tem confundido muita
gente, mas já não deveria estar confundindo jornalistas.
por si só
A expressão por si só (= por si sozinho) varia normalmente: As declarações
do réu, por si sós, já bastam para condená-lo. *** Há publicações
que, por si sós, já nos causam arrepios.
Certa feita, uma fábrica de inseticida fez propaganda pela televisão,
na qual o apresentador, logo de início, saiu-se com esta: Existem coisas
que fazem mal por si "só".
De fato.
Peixe tem "espinho"?
Pelo menos nas águas do planeta Terra, não. O que peixe tem é espinha
dorsal. Mas uma repórter da Rede Globo não vacilou em afirmar,
certa feita, que os habitantes de Londrina preferem consumir peixe sem
"espinho".
Nós todos também, não é mesmo?...
a pé
Sempre sem acento no a: andar a pé.
Não se usa, ainda, "de a pé" por a pé: vou a pé, vim a pé (e não: vou
"de " a pé, vim "de" a pé).
Em algumas regiões do Nordeste se usa "de"pé por a pé. Ali, as pessoas
costumam ir "de"pé e vir "de"pé. Assim, quando um motorista paquerador
oferece uma carona a qualquer garota que vai passando pela
rua, esta reage quase sempre brava e desta forma: - Não, não preciso de
carona: eu vou "de"pé mesmo.
Ao chegar a casa, ela dá a notícia à mãe:
- Mããããe, mãinha! Um cara queria me dar carona, mas eu não aceitei:
vim "de pé"mesmo.
O mais interessante é que ela chegou...
de pé / a pé
Já que estamos com a mão na massa, não costuma estabelecer algumas
diferenças de significado existentes entre estas duas expressões:
1) ir a pé = ir usando os pés, por oposição a ir a cavalo, ir de carro, etc.:
Quando lhe ofereceram carona, ela recusou, dizendo que preferia ir a pé.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
1) ir de pé ou ir em pé = ir com o corpo todo ereto, com apoio apenas nos
I por oposição a ir sentado, ir deitado, etc.: Nos ônibus urbanos, muita
ftente vai de pé. Nos ônibus interurbanos, é proibido ir em pé.
it) estar a pé = estar já desperto e fora da cama, ter já se levantado: Na
ona rural, às 5h o pessoal já está a pé. (O povo usa, neste caso, "de" pé
ou "em"pé.)
serviço de "metereologia"
Não existe isto. O que temos é o Serviço de Meteorologia, palavra que
vem de meteoro. No entanto, o erro é comum. O adjetivo correspondente
é meteorológico.
No site do Terra: Saiba a melhor maneira de dirigir em situações
"metereológicas"adversas como: neblina, chuva, vento, lama e até gelo.
No site de um jornal: Um terremoto medindo 7,2 graus na escala Riicher
atingiu a região do Pacífico perto das ilhas Salomão e de Papua Nova
(luiné hoje, segundo um instituto "metereológico" dos Estados Unidos.
"sob" o ponto de visto
É um galicismo dispensável, já que temos do ponto de vista, aliás,
expressão muito mais elegante. De todos os pontos de vista...
Numa revista: O movimento de José Rainha é um anacronismo "sob "
qualquer ponto de vista pelo qual seja observado.
Repare não só no uso do galicismo, mas também na redundância, que
seria evitada, se a frase terminasse em ponto de vista.
"sob" esse aspecto
Esta preposição, em português elegante, deve ser substituída por em:
Nesse aspecto, posso dizer que a amo; mas noutro aspecto, não.
Numa revista: Deputados e senadores que elegemos nunca nos consultam
sobre coisa alguma. Eles nem sabem a quem representam, nem ao
menos têm os nossos e-mails. "Sob" esse aspecto, nem uma República de
fato somos.
o dois-pontos
O nome do sinal de pontuação tem hífen: dois-pontos (:), assim como
ponto-e-vírgula (;).
Poucos sabem usar o dois-pontos. Certa feita, a Toyota do Brasil fez
publicidade capenga. Acima da foto do Corolla se lia: Ótimo desempenho
c muita segurança. O que toda mulher procura num homem e todo homem
procura num carro.
A mensagem publicitária perfeita, no entanto, é esta: Ótimo desempenho
e muita segurança: o que toda mulher procura num homem, e todo
homem procura num carro.
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
Repare neste trecho de jornalista : No Palmeiras, "todo mundo" reconhece.
Quando Marcinho não joga, a defesa fica muito mais exposta.
Note, agora, como ficaria em português: No Palmeiras, todo o mundo reconhece:
quando Marcinho não joga, a defesa fica muito mais exposta.
EM TEMPO - 1) Há quem use os dois pontos (os portuguese s o fazem),
sem hífen e sempre no plural. Para bom entendedor, dois pontos (os) são
isto: .., ou seja, um ponto atrás do outro; dois-pontos (o) é isto: :, ou seja,
sinal de pontuação.
2) Não se usa dois-pontos depois da abreviatur a de telefone nem depois
da abreviatur a de ramal.
zero "pontos"
Se 1 não exige nomes e verbos no plural, que se dirá de zero! Há,
todavia, quem consiga enxergar plural em zero. Repare nesta notícia de
A Gazeta Esportiva: O Oeste de Itápolis foi julgado nesta segunda-feira
pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol,
por atuar com três jogadores que estavam com suas documentações irregulares
e acabou punido com a perda de 12 pontos. A Federação não divulgou
se, após essa decisão, o Oeste, que possuía dois pontos em quatro
jogos e era o penúltimo no Grupo 2, passará a figurar com menos dez ou
com zero "pontos".
Não sabemos dizer se estamos mais com pena do Oeste do que do
Leste...
representação das horas e dos minutos
As horas e os minutos se representam assim, e só assim: 20h, 20hl5min,
15h02min, 18h, 12h38min.
Há os que usam o dois-pontos: "20:15". Há os que usam, além do
dois-pontos: "20:15hs.". Há de tudo, menos o correto.
Certa vez, fixaram um grande aviso à entrada do elevado Costa e
Silva, em São Paulo, conhecido popularment e por Minhocão: O elevado
estará interditado "das 0 HS às 5 HS".
Note que, além da representação gráfica errada das horas, o zero foi
considerado como nome do plural! Não seria mais econômico, mais sensato,
mais educativo elaborar um aviso assim: O elevado estará interditado
da Oh às 5h?
Recentemente, uma emissora de televisão, depois de encerrar suas
atividades, deixou esta mensagem na teia: Fim de transmissão. Horário
de programação: "de 08:00hs às 00:00hs.". Aqui, uma série de absurdos
ocorreu, como facilment e se nota. E saber que é tão fácil (e muito mais
econômico) escrever corretamente: das 8h à Oh!
abreviaturas de quilo e de quilômetro
As abreviatura s de quilo e de quilômetro, junto de números, se usam
assim, e só assim: 2kg, 50kg, lkm, 80km (note: não há s nem ponto, e a
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 105 1 5
abreviatura segue imediatament e o algarismo, não havendo nenhum espaço
entre eles).
Portanto, o limite de velocidade nas principais rodovias brasileiras é
de 80km/h, e não de"80 KM/H" , como se vê comumente. Está aí a razão
por que os motorista s costumam exceder a velocidade máxima permitida:
falta de respeito...
abreviaturas de litro e de mililitro
Hoje devemos usar assim: L par a litro e mL par a mililitro. A mudança
de 1 par a L e de ml par a mL se deveu par a evitar confusão com
o algarismo 1. É a nova orientação da Associação Brasileira de Norma s
Técnicas (ABNT). Podemos, ainda, usar o €, minúsculo, como o escrevemos
manualmente , em vez da maiúscula: 1€.
sêde
O bom-senso mand a acentua r esta palavra, mas oVocabulário Oficial
não vê assim. Convém acentuar, para diferença r de sede (é), outro substantivo.
O acento serve par a evitar ambigüidade , que pode ocorrer em
frase s como esta: O candidato ainda não revelou se tem sede.
Outros casos de acentuação obrigatória, em nosso ver, são das homógrafa
s fechada s fôrma (substantivo) e vede (forma imperativa do verbo
ver). Sem o competente sinal, estas frase s ficam prejudicadas: Não encontrei
a forma da forma que tanto procuro. * * * O calçado tem forma que
não é da forma que eu escolhi. *** Vede tudo: está frio!
O caso do verbo ainda é passável, porque o contexto se encarrega de
nos informa r se se trat a do verbo ver ou do verbo vedar. Mas nos outros
casos, a exigência do acento é absoluta. Em nome do bom-senso.
Imaginemos um escritor que queira dar este título à sua obra: A forma
da forma. E agora?
Repare nesta frase: trata-se de um tipo de impressão que deixa na
superfície impressa apenas a marca da forma usada. (Fôrma ou forma?)
Repare também nestoutr a frase: trata-se de um tipo de impressão
que utiliza forma moldada. (Fôrma ou forma?)
E mais nesta: trata-se de um sistema de impressão que utilizaformas
em relevo. (Fôrma ou forma?)
Bom-senso, assim como beleza, é fundamental: fôrma, fôrmas. Mas o
Vocabulário Oficial não vê assim. Paciência!
Vimos aqui todos os dias para rezar
Frase perfeita: o present e do indicativo do verbo vir, na primeir a
pessoa do plural, é vimos. Portanto, em cartas: Vimos informar a Vossas
Senhorias que ... *** Vimos notando ultimamente uma queda nas vendas
dos nossos produtos.
ATENÇÃO - A fras e Viemos aqui para beber ou para conversar? é defensável,
desde que não se perca de vista o aspecto verbal. A idéia de consNÀ
NAO ERRE MAIS!
tância, de freqüência, traduz-se pelo presente: Vimos aqui para beber ou
para conversar? (Ou seja: Vimos aqui todos os dias para beber ou para
conversar?). Se o fato se dá apenas vez ou outra, cabe o emprego do pretérito:
Afinal, viemos aqui para beber ou para conversar?
Quando um fabricante de cerveja fez anúncio usando a frase, estava
clara a intenção de freqüência, de constância naquele hábito. Daí por que
censuramos a frase numa das edições anteriores.
"sentar na" mesa
É coisa de gente pouco civilizada. Gente educada, elegante, civilizada,
senta-se à mesa, quer para comer, quer para dialogar, discutir, debater,
assinar acordos. É melhor usar como pronominal, mas há dicionários que
já trazem este verbo como intransitivo. A última prefeita de São Paulo
queria sentar"na"mes a com os empresários de ônibus urbanos e"ter com
eles uma parceria". Será que os empresários aceitaram?!
"as" 5.° e 6.a
séries
É tolice. Antes de palavras no singular (5.a
), não se usa o artigo no
plural, ainda que haj a uma seqüência delas: Dou aulas na 7.a
e 8.a
séries.
*** Transcrevi o 2°, 3.°e 4.°parágrafos. *** Angulo formado pela 2.a
e 3.a
porções do duodeno. *** Eram pessoas indicadas para o 2.°e 3.°escalões
do governo. *** A 1." e 2." varas cíveis. *** Não concordo com o 4.° e 5."
itens desse documento.
A maioria dos jornalistas desconhece completamente o assunto. Repare
na frase de um deles: Após três meses de governo, continua a corrida
pelas vagas "nos"segundo e terceiro escalões.
Esta é de outro jornalista, cujo nome lembra um famoso presidente
norte-americano: Em viagem ao Senegal, Lula visitou a Casa dos Escravos,
na ilha de Goree, um dos pontos de partida dos negros que cruzavam
o oceano Atlântico rumo às Américas. Emocionado, pediu perdão
aos africanos pela escravidão que durou "dos séculos" 16 ao final do 19.
dizer "para" que
Quem diz, diz alguma coisa a alguém: O presidente disse aos ministros
que não renunciará, apesar dos sucessivos escândalos à volta do seu
governo.
Escreve o mesmo jornalista: A crise se agravando semanalmente e
Lula dizendo a jornalistas "para"que olhem para a sua cara e vejam seu
ar despreocupado.
Pra que o para?
eu quero me divertir
Há professores que condenam o uso de pronome oblíquo isolado entre
dois verbos, amparando-se na sintaxe do português lusitano. Convém
parar.
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 5 1 5
Aliás, ainda há provas de exames vestibulares que exigem conhecimentos
da sintaxe de colocação usada meramente em Portugal, o que é
um acinte para qualquer brasileiro. Universidade ou faculdade que ainda
exige isso deveria ser cassada, a bem do serviço público...
No portuguê s do Brasil, o pronome oblíquo pode perfeitament e
vir isolado entre dois verbos. Não há nenhuma necessidade de usar o
hífen (Eu quero-me divertir). Deixemos os portuguese s com seus empregos;
fiquemos com os nossos! Ou temos de fala r portuguê s como
eles "tambáim" ?
proceder "um" sorteio
Não. Proceder a um sorteio, a um exame, a uma vistoria, a uma cobrança,
a investigações, a pesquisas, a diligências.
Num formulário de depósito bancário, leu-se, certa vez, esta advertência:
A disponibilidade do depósito em cheque ocorrerá após a respectiva
cobrança "que procederemos"por sua conta e risco.
Pois a cobrança a que procederemos é para sempre. E será maligna!...
olhar
Na acepção de levar em conta ou em consideração é transitivo indireto:
Quando ele vai a restaurantes, não olha a preços. *** Gosto de
Beatriz, porque ela não olha a meus defeitos.
Um jornal reproduz a entrevista com um ministro: Essa greve do judiciário
vai se voltar contra as instituições e será uma greve antipática.
* * * Uma greve por melhores condições da sua própria carreira, que não
olha "a"situação da totalidade do povo brasileiro.
Há quem olhe à situação do povo brasileiro?
Ela "mesmo" diz que merece a punição.
Mesmo e próprio variam em gênero e número, quando funcionam
como demonstrativos de caráter reforçativo: Ela mesma diz que merece
a punição. * * * Ela própria diz que deve ser punida. * * * Elas mesmas
lavam suas roupas. * * * Luísa, seja honesta consigo mesma!
Mesmo não varia somente quando eqüivale a de fato, realmente: Ela
veio mesmo aqui hoje? *** Suas filhas sabem mesmo cozinhar?
Num de nossos jornais apareceu certa vez esta frase: As montadoras
estão virando "no" avesso uma máxima que elas "mesmo" criaram: vender
barato para vender mais.
Viridiana é uma "soprana"? ,
Não. Soprano é termo que se aplica tanto ao cantor quanto à cantora.
A distinção de sexo se faz trocando o gênero do artigo ou de qualquer outro
determinante: o soprano, a soprano; aquele soprano, aquela soprano,
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
etc.Trata-se, portanto, de um nome comum-de-dois, assim como dentista,
jovem, selvagem, motorista.
Certa feita, uma apresentadora de telejornal informou que a "soprana
"Aprile Millo chegaria ao Brasil.
E nem sequer ficou vermelha!
Alguém pode ter olhos "castanhos-escuros"?
Não. Num adjetivo composto, só o último elemento varia. Portanto,
só podemos ter olhos castanho-escuros, cabelos castanho-escuros, olhos
verde-claros, olhos azul-claros, equipamentos médico-hospitalares, política
econômico-flnanceira, tonalidades claro-azuladas, pessoas maníaco-
-depressivas, etc.
Num jornal: Os animais, como as pessoas e principalmente como as
crianças, merecem uma série de cuidados "higiênicos-dietéticos ", que abrangem,
além de limpeza e alimentação, os serviços "médicos-veterinários ".
Certas pessoas, assim como certos animais, merecem - de fato - uma
série de pequeninos cuidados...
"após ter"
Não é bom português o uso de após antes de formas nominais. Prefere-se
depois de: Depois de se levantar da cama, tome banho! *** Depois
de ocorrido o acidente, começou a chover. * * * Depois de ter marcado o
gol, o jogador foi até a galera.
Se o uso de formas nominais com a preposição após já é de todo condenável,
que se dirá, então, do seu emprego não só assim, mas junto de preposição?
Foi o que encontramos no rótulo de um molho de tomate. A patada
veio em forma de conselho: "Após de abrir" conservar em geladeira.
Não é uma fria? Quanto à falta da competente vírgula depois de
abrir, então, nem vamos comentar: é café-pequeno.
Após "ao" almoço, escove os dentes!
Após já é uma preposição; não tem sentido usar preposição com outra
preposição, como vimos no caso anterior. Assim, usaremos: após o jantar,
após as refeições, após as 18h, após o jogo, após o programa, após o
almoço, sempre sem a combinação ao ou sem a crase à.
De notar, ainda, que esse não é um caso rigorosamente correto do
emprego dessa preposição. Consulte o Dicionário de dúvidas, dificuldades
e curiosidades da língua portuguesa.
De vez em quando, no entanto, aparece um aviso correndo na parte
inferior da tela do nosso televisor: Após "ao" futebol, assista a um filme
inédito.
De quem é a culpa? Claro: do futebol!...
No site da Jovem Pan se leu: Romeiros: movimento na Dutra será
mais intenso após "às"16h do domingo.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
De quem é a culpa? Sem dúvida: dos romeiros.
bife a cavalo
Quem conhece este delicioso alimento sabe que aqui existe um para -
doxo: por que bife a cavalo, se é o ovo que vem por cima? Explica-se: esta
expressão é uma redução infeliz de outra, bem mais lógica, porém, pouco
usada: bif e com ovo a cavalo.
Se, porém, algum de nós chegar a um restaurant e e pedir um bife com
ovo a cavalo, o garçom talvez traga outra coisa...
arrepender-se
E verbo essencialmente pronominal. Certa feita, um apresentador de
programa esportivo pela televisão perguntou a um ex-treinador da seleção
brasileira de futebol: Você "arrependeu"de não ter convocado Romário
para as Olimpíadas?
A resposta veio tão capenga quanto a pergunta: Não, não "arrependi".
Pois então, arrependa-sel
Inicia-se período com algarismo?
Não convém. Já encontramos, todavia, períodos iniciados assim:
"1194"foi o ano de implantação do real. *** "5.°"Encontro de Secretários
da Saúde. Convém preferir: O ano de 1994 foi o da implantação do
real. * * * Quinto Encontro de Secretários da Saúde.
O número sete deve ter corte?
De preferência , não. Verifique em qualque r teclado: o 7 tem corte?
O corte nesse algarismo começou a aparecer para espanta r a confu -
são com o 1, ou mesmo com o 2. Convém saber, todavia: o corte é apenas
ratifieativo, e não absolutament e necessário.
Há uma explicação galhofeira para o corte no 7. Diz-se que, quando
Moisés desceu do mont e Sinai com a Tábua dos Dez Mandamentos, passou
a ler as leis de Deus para o povo. Chegando ao mandament o de número
7, ergueu um pouco mais a voz: Não cobiçar a mulher do próximo!
Ao que o povo protestou prontamente , gritando: Corta, corta!
"uma somatória"
E bobagem. A língua só tem um somatório: O país vivia um somatório
de crises. * * * Houve um somatório de equívocos nessa investigação.
* ** Ocorre um somatório de asnices nos exames vestibulares.
Sentença de um juiz: O réu foi imprudente, concorrendo com a imprudência
da vítima, "numa somatória" de culpas que deram causa à
morte do ciclista. A condenação do réu, pois, é de rigor.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Só do réu?
Numa folha paulistana: O lucro de R$7,807 bilhões da Petrobras no
primeiro semestre deste ano supera "a somatória" do resultado dos sete
maiores bancos do Brasil. Na mesma folha: O movimento de reação contra
o imposto de renda resulta de "uma lamentável somatória" de má fé,
demagogia e oportunismo.
O que é mais lamentável?
pagamento em médio e longo "prazo"
Não. Quando o substantivo se refere a dois ou mais adjetivos, deve
estar no plural. Portanto: as administrações direta e indireta, as imprensas
falada, escrita e televisionada, as polícias civil e militar, os setores
público e privado.
Portanto, faça qualquer pagamento em médio e longo prazos. O importante
é fazê-lo.
minguar
Este verbo, assim como aguar, desaguar e enxaguar, nas formas rizotônicas,
tem tonicidade na primeira sílaba: mínguo, minguas, míngua,
minguam; míngüe, míngües, míngüe, míngüem; águo, águas, água,
águam; ágüe, ágües, ágüe, ágüem, etc.
Num jornal: Crédito "mingua"neste governo.
Conhecimentos de português, então, minguam diariamente...
"meu" óculos!
Óculos é palavra só usada no plural: os óculos. Quando precisar de
bons óculos, procure uma óptica! Antes, porém, não se esqueça de consultar
um bom oftalmologista, que lhe indicará os melhores óculos para o
seu caso.
Certa feita, noticiou um jornal, para grande surpresa nossa: A polícia
francesa anunciou ontem o roubo dos óculos usados por Napoleão
Bonaparte na histórica batalha de Austerlitz, de 1805, em que venceu os
exércitos austríaco e russo.
A hora é de festa, de alegria: exultemos!
Já durante a cerimônia de transferência de faixa presidencial, Fernando
Henrique Cardoso, ao retirar a faixa, deixou cair os óculos. A apresentadora
de uma emissora de televisão, todavia, que sabe falar fluentemente
o francê s e o inglês, não conseguiu dizer os óculos. Ficou mesmo
com "o " óculos. É a miopia sempre presente.
Deixe "eu" dormir sossegado!
Frase típica da língua falada. Preste atenção a estes seis verbos, nunca
mais os esqueça: deixar, mandar, fazer, ver, ouvir e sentir. Todos seis
exigem pronome reto antes de infinitivo, e não pronome oblíquo. RepaNÀ
NAO ERRE MAIS! 111 1 5
re nestas frases: Deixe-me dormir sossegado! *** Mandaram-me ficar
aqui. *** Fizeram-me beber todo o purgativo. *** Vi-o entrar. *** Ouvias
chorar. * * * Senti-a mexer-se.
Mas na língua falada , a do dia-a-dia, entre amigos, é comum encontrarmos
o pronome reto: Mandaram "eu"ficar aqui. *** Fizeram "eu"beber
todo o purgativo. *** Vi "ele"entrar. *** Ouvi "elas"chorar. *** Senti
"ela" mexer-se.
Qual das duas forma s de construção é compatível com você? Escolha
a sua!
Faça entrar as visitas!
Frase corretíssima. Lembra-s e dos seis verbos do caso anterior? Eles
estão presentes, novamente. Todos seis, quando usados com infinitivo
imediatament e posposto, dispensam a flexão do infinitivo, independente -
mente do número em que se encontra o sujeito. Ex.: Mande sair as crianças.
(O sujeito de sair é as crianças.) *** "Deixai vir a mim as criancinhas!".
(Sujeito de vir: as criancinhas.) *** Vi morrer os soldados. ***
Ouvi bater portas e janelas. *** Senti cairos meus óculos.
Se aparece um pronome oblíquo como sujeito, o infinitivo continua
invariável. Ex.: Faça-as entrar! (O sujeito de entrar é as.) *** Mande-as
sair! *** Deixa-as vir a mim! *** Vi-os morrer. *** Ouvi-as bater. ***
Senti-os cair.
Se, no lugar do pronome oblíquo, aparece um substantivo ou um pronome
substantivo, a flexão é facultativa ou opinativa. Ex.: Faça as visitas
entrar (ou entrarem)! *** Mande todos sair (ou saírem)!
A Goodyear lançou recentement e um pneu à prova d'água. Sua propaganda
começava com esta frase: Quando as águas chegarem, deixe as
águas rolarem. Perfeito. Mas se estivesse rolar, em vez de rolarem, a fras e
não só estaria perfeita , como castiça.
Os jornalistas, por sua vez, desconhecem por completo o assunto. Eis
um exemplo, dos milhare s que já encontramos em publicações de todos
os tipos: O ano de 1985 "viu passarem"pela área econômica três administrações
distintas.
A Veja, ed. 1.621, apresentou interessante reportagem sobre os ma -
mutes. E uma fras e assim: Corpo bem conservado de mamute morto há
23.000 anos faz cientistas sonharem recriar a espécie.
Extraordinariament e correto! Houve até quem ficasse extremament e
emocionado...
risco de vida / risco de morte
A expressão rigorosament e lógica, racional, é risco de morte (o elemento
final deve denotar sempre algo ruim), assim como se corre risco de
infecção num ambiente infecto; assim como se corre risco de contágio, se
se tem contato com alguém que sofre de mal contagioso, etc.
Nem sempre, porém, o que é racional, lógico, acaba a braços com a
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
língua, que também agasalha risco de vida. Aliás, consta dos mais antigos
(e bons) dicionários.
perigo de vida / perigo de morte?
Eis aqui outro caso interessante, semelhante ao anterior. A língua
só possui perigo de vida. E note que a palavra perigo, logicamente, não
poderia nunc a pedir outra de significado meliorativo, mas sim de significado
ruim, desagradável, funesto. As pessoas que ganham a vida reme -
xendo lixões, correm perigo de doença; uma equipe não corre perigo de
"vitória", mas perigo de derrota, numa partida difícil. Então, por que
apenas perigo de vida? Não tenho, infelizmente, a resposta.
vitrô
Sempre condenei esta excrescência, preferind o vitral, mas estou sendo
obrigado a sucumbir a ela. Sim, porque vitrô, positivamente, não é o
mesmo que vitral. Daí por que não há outra saída, a não ser sair pelo vitrô
mesmo...
tigresa
Não convém usar tigresa como feminino de tigre, mas apenas como
sinônimo de mulher excepcionalmente linda, sedutora, atraente, assim
como Carolina Ferraz, por exemplo.
Quanto à fême a do tigre, continuemos a tratá-l a como bem merece: o
tigre fêmea. É mais ecológico.
quer...quer
As conjunçõe s correlativas alternativas não podem ter elementos diferentes.
Portanto, usamos sempre: quer...quer, ou...ou, seja...seja, etc.Volta
e meia, no entanto, encontramos frase s mais ou menos assim: Estamos
cansados de radicalismos, quer de esquerda "ou" de direita. *** Mulheres
e até homens se preocupam com a própria pele, seja no verão "ou" no
inverno.
Seja no verão, seja no inverno, a realidade é essa...
De boas intenções, o mund o realment e está cheio. Recentemente, um
abnegado se dispôs a comenta r os erros encontrados nos livros didáticos
do ensino fundamental. Sua primeir a frase, par a iniciar o comentário dos
erros, foi esta: Uma rápida folheada num livro, pretensamente didático,
destinado ao Ensino Fundamental, seja de Geografia "ou seja" de Ciências
demonstra, geralmente, um grande número de erros, de imperfeições,
de omissões e/ou de desatualizações na parte referente à Astronomia.
Ele continua : O mais grave dessa situação é que os livros são usados
tanto pelos alunos como pelos professores, sendo, muitas vezes, o
único livro de referência disponível. Assim, o professor aprende erraNÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 5 1 5
do, ensina errado, o aluno se torna professor e o ciclo da ignorância se
fecha e perpetua.
Não é que o autor tem razão!...
Esta saiu num jornal: Não se pode confiar nos homens públicos, seja
na Nova República "ou" na Velha.
Por fala r em Nova República e em Velha República, eis a declaração
de um famoso (e poderoso) senador baiano: Na Bahia, eu sou como o Senhor
do Bonfim: responsável por tudo o que acontece, seja de bom "ou"de
ruim.
Pois é...
Sobre o pode r desse político baiano, ouvi certa vez uma anedota digna
de ser reproduzida aqui. Uma vez no inferno, ele perturbava tanto
o diabo, que este um dia resolveu telefona r a São Pedro, par a oferecerlhe
aquela alma perturbadora . Depois de muita insistência do capeta, o
guardião do Céu resolveu aceitar a oferta. Passados três meses, o diabo
telefona ao Céu. Atende São Pedro. Pede o diabo: - Por favor, quero fala r
com Deus. Ao que São Pedro pergunta : - Qual deles?
Preciso de ajudantes , sejam mulheres, sejam homens.
Frase perfeita : sejam aí é verbo. Mas essa mesma fras e poderia estar
assim, com conjunção alternativa: Preciso de ajudantes, seja mulheres,
seja homens. = Preciso de ajudantes, ou mulheres, ou homens.
Outro exemplo: Estamos cansados de radicalismos, sejam (ou seja)
de esquerda, sejam (ou seja) de direita.
Portanto, perfeit a esta fras e da revista Veja, ed. 1.815, p. 57, sobre cuj a
correção nos enviaram consulta: Na hora do voto, o eleitorado americano
costuma rejeitar os candidatos extremistas - sejam de direita, sejam de
esquerda.
Poderia estar aí também, portanto, seja...seja.
"muito" embora
Combinação esdrúxula. Use-se apena s embora, já que esta palavra,
no portuguê s contemporâneo, só pode ser conjunçã o ou palavr a denota -
t.iva, mas nunca advérbio, como já o fora antanho.
Numa revista: Os gastos dos técnicos com viagens, por exemplo, subiram
40% em três anos, "muito" embora as crises financeiras tenham
sido raras no período.
Pergunt a de uma repórter a um galã do cinema: Há muitos anos que é
considerado um dos símbolos sexuais masculinos de Hollywood. "Muito"
embora esteja agora noivo de Jennifer Lopez, foi assediado por muitas
mulheres quando era solteiro?
Apesar de ser uma praga na mídia brasileira tal combinação, é no
|urnalismo esportivo que ela se fortalece. Veja trecho de um jornalist a
«•nportivo: Scolari será o primeiro a desejar saber das respostas a estas
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
dúvidas, "muito"embora, cá para mim, experiente e seguro como é, Scolari
já deva ter, lá no íntimo, algumas convicções fortes que tanto poderá
querer provar abertamente, logo de início, como poderá testar, mais diplomaticamente,
ao longo do jogo.
suor
Pronuncia-se suor. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no
entanto, certa vez num discurso quis parodiar Churchill. Mas fê-lo tão
mal, que seria melhor que se calasse. Numa daquelas crises por que passou
o seu governo, ele disse que só tinha a oferecer ao povo brasileiro
"suôr" e lágrimas. E voltou a usar a famigerada expressão "brasileiras e
brasileiros", que, aliás, já houvera empregado dias atrás, noutro de seus
discursos.
Não sei quem foi que me disse certa vez que sociologia fazia mal
às pessoas, que mexia muito com a cabeça. Estou já quase me convencendo...
os "pataxó"
É outra asneira, difundida por um grande jornal paulista, que já se
tornando famoso por suas invencionices na língua, para depois colocá-las
todas em seu manual de redação. As vítimas, naturalmente, são os compradores
do manual que buscam, ansiosos conhecimentos de português.
A invenção acima, no entanto, quase ia pegando, não fosse o bombardeio
cerrado que se realizou contra ela. Estavam querendo que todos os
nomes de nações indígenas não variassem e tivessem (ainda) iniciais maiúsculas!
Aí, então, teríamos "os Guarani", "os Tupi", a Rua "dos Tamoio",
a Ladeira "dos Tabajara" e o poema de Gonçalves Dias, naturalmente, iria
virar "Os Timbira".
Ou seja, falaríamos língua de índio. Felizmente, percebeu-se a tempo
a asnice que alguns beócios estavam querendo consolidar.
Entro no trabalho às 8h ou "de 8h"?
Quem é consciente, responsável, entra no trabalho às 8h. Sempre às
8h.
No Ceará, todavia, as pessoas não entram no trabalho às 8h nem
saem às 18h. Elas entram"d e 8"e saem"de 18". Certa vez, encontrando
uma conhecida funcionári a de uma farmácia , em Fortaleza, pergunteilhe:
Já está indo para o trabalho? A resposta veio assim: Não, hoje só
entro "de 4".
E ela ainda ficou sem entender por que ri tanto...
"inhoque" com frango
É um prato indigesto. Há restaurantes que oferecem isso; convém
comer só o frango, deixando a massa...
1 1 8
NÀ NAO ERRE MAIS!
Prato saudável, que deve constar em cardápio de restaurantes confiáveis
(e limpos) é só o nhoque com frango.
Nhoque é um aportuguesamento do italiano gnocchi. Note: nem na
língua de origem existe o"i"inicial, que muitos donos de restaurante fazem
a gente engolir, quer queira, quer não.
Foi "criado" uma CPI
Alguns jornalistas não conseguem distinguir tempo composto de voz
passiva e, assim, acabam colocando os pés pelas mãos.
No tempo composto, o particípio não varia: tenho visto, temos visto,
havemos encontrado, havíamos jogado.
Na voz passiva, ao contrário, o particípio varia normalmente: ela foi
vista, elas estavam eleitas, elas foram encontradas, estávamos jogados.
Com os verbos ter e haver se formam os tempos compostos; com ser e
estar, principalmente, forma-se a voz passiva.
Veja mais exemplos em que há voz passiva: É vedada a publicação de
revistas pornográficas. *** Será adotada uma atitude cautelosa. *** Foi
adotada uma fórmula para solucionar o impasse. *** Foi feita uma avaliação
do estado do jogador.
Todas essas frases foram ouvidas de repórteres, porém, com o particípio
absolutamente invariável, numa demonstração inequívoca de desconhecimento
do assunto. Aliás, até aqui, nenhuma novidade.
Se os sujeitos vierem no plural, a voz passiva os acompanhará: São
vetadas as publicações de revistas pornográficas. *** Serão adotadas atitudes
cautelosas. *** Foram encontradas fórmulas para solucionar o impasse.
* * * Foramfeitas avaliações do estado do jogador.
Vejamos, agora, frases de repórteres ou de jornalistas, assim como
elas vieram ao mundo, tanto de penas quanto de bocas: Foram "atingidas"
pelo decreto um total de 11 áreas nos municípios catarinenses. ***
As entregas são feitas a domicílio, ou é "cobrado" R$10,00 pelo serviço.
*** Nesse caso, é "cobrado" uma mensalidade de R$20,00. *** Só é
"permitido" a retirada de três livros de cada vez. *** Brevemente será
"incluído"na biblioteca circulante da loja coleções de Machado de Assis,
Humberto de Campos, Aloísio de Azevedo, Guilherme de Almeida, etc.
antílope
É nome masculino e epiceno: o antílope macho, o antílope fêmea.
Certa feita, um repórter de televisão nos informou que o zoológico
da cidade havia ganho "uma antílope" (em referência ao antílope
fêmea). Disse mais: que "a antílope" parecia um bode.
E o cheiro ficou até hoje...
pagar "a" longo prazo
Não convém. Prefira pagar em longo prazo. É a preposição em que se
ii:.. i neste caso: em longo prazo, em curto prazo, em médio prazo.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Para ter certeza disso, repare neste sugestivo diálogo entre um encanador
e um cliente necessitado: - Em que prazo você me faz o serviço?
- Faço o serviço em três dias.
Observe qual foi a preposição usada. Esse mesmo diálogo seria impraticável
(ou não é praticado) com a preposição "a". O encanador poderia
dizer que faria o serviço em tempo mais longo (em vinte dias, por
exemplo; seria, então, um serviço em médio prazo); poderia pedir ainda
muito mais tempo para executar o trabalho (em seis meses, por exemplo;
seria, então, um trabalho em longo prazo).
As expressões "a longo prazo"," a médio prazo" e "a curto prazo" receberam
clara influência da locução adverbial de modo o prazo; no entanto,
quando se faz um serviço "a longo prazo" não se tem idéia de circunstância
de modo, mas sim de tempo.
Há jornalistas que acertam, ao usarem a expressão: Governar e fazer
política assim é absolutamente inviável pelo menos no médio e longo
"prazo". Acertou no emprego da preposição, mas deslizou na concordância,
já que o substantivo deveria estar no plural: prazos.
Ou seja: de vez em quando eles acertam, mas dão sempre uma no
cravo e a outra bem na ferradura...
cor-de-rosa
Não varia: camisas cor-de-rosa, meias cor-de-rosa, etc. Se se usar
apenas rosa, também não haverá variação: lenços rosa, camisas rosa,
meias rosa, etc.
A excelente cantora Rosa Passos, na bonita Dunas, fala em orquídeas
"cor-de-rosas", o que empanou um pouco o brilho da sua excelente interpretação.
ao encontro de = de encontro a?
Não. São exatamente locuções antônimas. Ao encontro de indica
situação favorável, conformidade; de encontro a indica contrariedade,
oposição, choque. Assim, uma filha que aguarda a chegada da mãe de
uma longa viagem, num aeroporto, está com saudade e, logo que a vê,
vai ao encontro dela; um aumento de salários vem sempre ao encontro
do desejo dos trabalhadores. Já uma carreta que colide com um muro vai
de encontro a ele; uma redução de salários vem sempre de encontro ao
desejo dos trabalhadores.
O Acre teve uma governadora que declarou: O congresso constituinte
deve ir "de encontro aos " anseios por mudanças da população do país.
Disse o que não queria, o que não devia, o que não podia.
"industrializar" testemunhas
É algo um tanto ou quanto difícil. O que se costuma fazer - e não se
trata de prática muito aconselhável - é industriar testemunhas, ou seja,
1 1 8 NÃO ERRE MAIS!
instruí-las ou orientá-las par a não entrarem em contradição no momento
do depoimento.
É crime industriar testemunhas. Os bons advogados usam sempre
assim. Já os outros preferem "industrializar " as testemunhas.
mesada semanal = incoerência?
Não. A noção de mês na palavra mesada se perdeu completamente.
I lá uma figura de linguagem que justifica todos esses empregos, considerados,
à primeir a vista, como de incoerência: é a catacrese (v. Gramática
contemporânea Sacconi).
tsunâmi
Esta palavra , de origem asiática, é masculina : o tsunâmi, um tsunâmi.
Os apresentadore s de telejornais brasileiros, tão afeitos a provoca r
muitos tsunâmis na língua, usaram-n a como feminina . Parec e haver
um certo gostinho de presta r desserviço à língua por part e desses profissionais.
Quanto ao acento, deve-se ao aportuguesamento, que fizemos por
nossa própri a conta. A Academia Brasileira de Letras ainda não se dignou
fazê-lo; daí por que certos dicionários ainda trazem tsunâmi.
festejar
Todo verbo terminado em -ejar (exceto invejar) mantém fechada a
vogai tônica, durant e a conjugação: festejo, festeja; festeje, festejem, etc.
K assim também com bocejar, calejar, despejar, farejar, gaguejar, gotejar,
latejar, pelejar, pestanejar, planejar, praguejar, rastejar, relampejar, velejar,
etc.
Um jornalist a esportivo, certa vez, preocupado com a não-convoca -
ção de Romário para a seleção brasileira de futebol de 2002, disse pela
televisão: Romário é um jogador que "faréja"o gol.
De outra feita, um jornalist a da TV Cultura (atente bem: TV Cultura)
disse, num programa noturno de entrevista, na ânsia de justifica r a apresentação
de certos programa s do mundo cão, que a televisão "despéja" o
programa que a população quer.
Há, no entanto, quem sempre acaba vendo e ouvindo o que não
<|uer.
idoneidade / espontaneidade
Apesar de serem estas as palavras corretas, o povo gosta muito de
i don iedade" e " espontaniedade" .
Repare ainda nestas palavras, com terminação semelhante: contemporuneidade,
homogeneidade, heterogeneidade, instantane idade, simulluneidade.
NÃO ERRE MAIS! 12 3
E se '"houverem" muitas dúvidas?
Se houver muitas dúvidas, vamos dirimi-las todas. Causa-me algum
mal-estar saber que no século XXI ainda haja pessoas que não aprenderam
a usar corretamente o verbo haver. Na televisão, a cada passo, aparecem
pessoas que exercem cargos e funções importantes, que soltam o
malsinado "haviam" e o malcheiroso "houveram". Não impõem respeito.
Assim como o verbo fazer, o verbo haver não se usa no plural, quando
sinônimo de existir, acontecer, realizar-se e fazer (tempo): Havia animais
na pista. (Jamais: "Haviam", porque haver, aí, eqüivale a existir.) *** Já
houve duas guerras mundiais. Haverá outras? (Jamais: "Houveram", porque
haver, aí, eqüivale a acontecer.) *** Quantas reuniões haverá hoje
aqui? (Jamais: "haverão", porque haver, aí, eqüivale a realizar-se.) ***
Não a vejo há séculos! (Jamais "hão", naturalmente, porque, aí, haver
eqüivale afazer.) *** Espero que haja ingressos à venda. (= existam) ***
Ninguém queria que houvesse greves. (= acontecessem) * * * Pode haver
mais guerras mundiais. *** Costuma haver reuniões todas as sextas-feiras.
*** Está havendo progressos nas negociações. *** Vai haver greves.
Note que o verbo auxiliar também não varia. Eis, porém, como diz
a reitora de uma importante universidade brasileira: As propostas são
boas, são proposições abertas para a discussão e "estão"havendo debates.
Mas, às vezes, a gente toma sustos, como os dois projetos que foram enviados
ao Congresso [de reservar 50% das vagas nas universidades federais
a alunos da rede pública e ocupar vagas no ensino superior privado
em troca de isenção fiscal]. A gente não participou da elaboração disso.
Já sobre a reforma universitária, o MEC nos ouviu em alguns pontos, mas
em nenhum momento sentamos "em"uma mesa para discutir as idéias - o
que deve acontecer em breve.
Repare que além do malsinado "estão", por está, a respeitável senhora
tem o mau hábito de sentar "em" mesa. O mais preocupante é saber
que foram justamente os professores da sua universidade que no MEC
avaliam as obras de língua portuguesa e os minidicionários, para adoção
nas nossas escolas públicas!
Permita-me, caro leitor, fazer aqui um comentário pertinente: há certos
educadores hoje que se consideram tão abalizados, tão conhecedores
dos problemas da Educação brasileira, que as crianças que seguem
seus métodos pedagógicos "ultramodernos"saem das nossas escolas sem
ao menos saberem ler com desenvoltura ou interpretarem um texto, fato
ignominioso, que certos organismos internacionais já detectaram e difundiram
ao mundo. Essa gente implantou uma linha filosófico-pedagógica
que nos levou a um ensino caótico, que aborta educandos incapazes
sequer de ler e escrever razoavelmente, mesmo depois de quatro anos
de freqüência escolar. Na 5.a
ou na 6.a
série, os alunos ainda lêem como
crianças da l.a
série. O nível de analfabetismo diminui nas estatísticas
do governo, mas a escola brasileira, acatando as diretrizes desse tipo de
gente, está formando na verdade analfabetos funcionais. E os professo1
1 8 1 N ÃO ERRE MAIS!
ivs, que pouca ou nenhuma responsabilidade têm nesse resultado, continuam
ganhando miséria. O sistema educacional brasileiro, ao menos
c'ité agora, não percebeu que a virada começa justamente pelo professor,
promovendo reciclagens freqüentes, reconhecendo o seu trabalho,
fazendo-o viver condignamente. Nunca o ensino brasileiro esteve tão
pobre, tão miserável, tão assustador! A Academia Brasileira de Letras
entregou recentemente um documento ao ministro da Educação manifestando
sua insatisfação com o ensino de português nos níveis funda -
mental e médio. Segundo seu presidente, é preciso voltar a ensinar nas
escolas a norma culta, relegada a segundo plano no MEC, para cujos
educadores a norma culta é algo desprezível, algo de "somenas" importância.
No seu entender, o que vale mesmo é a fala popular, a verdadeira
língua. Ninguém põe em dúvida sua importância. Mas a norma culta
é a única que nos une como nação, é a única que une os diversos registros
de fala, é a única que nos garante atuar como bloco monolítico
em defesa da nossa cultura, da nossa soberania e de outros interesses
maiores do país. Em uma geração de educadores que faz a apologia do
"menas", da "mortandela", do "mendingo", da "questã", do "um pastéis"
e do "um chopes", no entanto, é difícil crer em responsabilidade.
"a" mapa
Qualquer aluno da primeira série sabe que mapa é substantivo masculino,
pois nenhum deles diz "a" mapa. Mas um minidicionário, distribuído
oficialmente nas escolas, aprovado pelo MEC, dá a palavra como
substantivo feminino: "a"mapa.
E não fica só por aí. Segundo esse mesmo dicionário, distribuído oficialmente
às nossas crianças, com aprovação do MEC, são palavras femininas:
brioche, rolimã, sistema, capacete, planeta, carma, ídolo, rocambole,
miasma, deságio, biriba, diapasão, sifão, guache, sorvedouro, clã e
ribamar.
Segundo o mesmo dicionário, são palavras masculinas: soja, manobra,
mecha, bólide, tribo, abusão e piracema.
Quem são as vítimas? Nossas crianças.
ignomínia
É esta a palavra que existe. Significa: 1. Estado de quem perdeu toda
a honra, por ter cometido uma ação infamante; grande desonra ou humilhação
pessoal: passar pela ignomínia de ter de renunciar por peculato.
'•'. Qualquer ação, palavra, dito, conduta ou papel vergonhoso, infame,
desonroso: não é ignomínia renunciar a um cargo; ignomínia é, sim, não
honrá-lo; cometer ou dizer ignomínias.
Quem usaria "ignomia" por ignomínia? Talvez uma criança. Talvez
um mau estudante. Talvez um iletrado. Talvez. Mas um dicionário regis11.11'
"ignomia"por ignomínia, é sem dúvida a mais forte das ignomínias.
I'uis um dicionário, aprovado com louvor pelo MEC, cometeu esse dislate.
i l'ol distribuído às nossas crianças.
NÃO ERRE MAIS! 12 3
Esse mesmo dicionário, aprovado com louvor pelo MEC, traz os verbetes
abade e abadia antes de abacate, como se num dicionário a ordem
alfabética não tivesse a mínima importância.
Esse mesmo dicionário, aprovado com louvor pelo MEC, define assim
clamar: gritar em voz alta. Como se se pudesse gritar em voz baixa...
E o que poderíamos dizer de um professor que ensinasse a seus alunos
que sultão não tem plural? Certamente, perderíamos a confiança em
seus ensinamentos. E o que poderíamos dizer de um dicionário que ensina
isso?
Quem são as vítimas? Sempre: nossas crianças.
Além desses absurdos, o dicionário traz tantos outros, que se fôssemos
tratar deles todos, iríamos aqui às mil páginas. Mas o MEC aprovar obras
desse tipo já não surpreende: afinal, os que cometem erros primários e gritantes
de português na elaboração de simples provas do Enem não podem
querer arvorar-se em autoridades, em juizes, embora posem como tais.
"Falta" dois minutos para as seis
O verbo faltar sempre tem sujeito (no caso, dois minutos). Se o sujeito
estiver no plural, o verbo não poderá estar no singular. Portanto: Faltam
dois minutos para as seis. * * * Faltavam quatro segundos para o término
do jogo. *** Quantos minutos faltam para as dez horas? *** Quando faltarem
cinco minutos para a uma, avise-me! * * * Faltam remédios para o
povo, faltam hospitais, falta tudo! * * * Não deviamfaltar nem dois segundos
para as 18h, quando chegamos. *** Estão faltando poucos minutos
para a meia-noite. *** Não podiamfaltarfrutas na casa dele, por causa
das crianças.
Note que, mesmo com verbo auxiliar, a regra não se altera.
O povo, contudo, diz: "Fazem" dois minutos que ela saiu, a par de:
"Houveram" muitas reclamações. Por outro lado, usa também: "Falta"
dois minutos para as seis.
Dá para entender?
"mordida" de mosquito
Não. Só morde o que tem dentes; como inseto nenhum ainda teve esse
privilégio, eles continuam picando.
Os que têm ferrãoferroam, dão ferroadas. Dolorosas à beça, mas sem
-aind a - "morderem".
Por falar em mosquito, cuidado com as picadas da dengue!
Certa vez, numa propaganda de repelente de insetos, lia-se bem em
cima do bumbum de uma linda e formosa garota: Em todo acampamento
sempre aparecem alguns sujeitinhos que vão lá só para "morder" os outros.
São os mosquitos, os borrachudos, os pernilongos e demais insetos
voadores. Essas criaturas escolhem as partes mais gordinhas e delicadas
das pessoas para se divertirem.
O visual e a situação exigiam picar no texto: muito mais pertinente...
1 1 8 NÃO ERRE MAIS!
Apresento "à" Vossa Excelência
Antes de pronome s de tratament o não se usa o acento da crase: Apresento
a Vossa Excelência meus cumprimentos.
Atenção: a abreviatura de Vossa Excelência é V. Ex.a
, e não"V. Excia.".
A cultura caminha passo "à" passo com o progresso?
Não: caminha passo a passo. Se outro for o passo, é torção na certa.
Locuções adverbiais com palavra s repetida s dispensam o acento,
mesmo que tais palavra s sejam femininas: passo a passo, minuto a minuto>,
segundo a segundo, ombro a ombro; cara a cara, frente a frente, face a
face, gota a gota, uma a uma, etc.
Refiro-me "à" exportações .
Também não. Não se usa o a com acento grave antes de palavra s no
plural, porque nesse caso não ocorre crase, basta usar a preposição a: Rejiro-me
a exportações. *** Existem animais que são imunes a picadas de
cobra.
O acento só terá sentido se no lugar do a aparecer as (neste caso, o
substantivo está determinado): Refiro-me às exportações. *** Existem
animais que são imunes às picadas de cobra.
Devo usar artigo antes de pronome possessivo?
Não, necessariamente. É facultativo o emprego do artigo antes de
pronomes possessivos. Por isso, usamos, indiferentemente : meu carro ou
o meu carro, minha cidade ou a minha cidade, seu nome ou o seu nome,
nosso quarto ou o nosso quarto.
Sendo assim, também facultativo é o uso do acento grave da crase
antes de pronome s possessivos femininos: estou a (ou à) sua disposição-,
ela ficou a (ou à) nossa espera por duas horas.
"à" respeito de
Está claro que antes de palavra masculina não se usa a com acento
grave, indicando a existência de crase. Porque é impossível haver crase
com palavra masculina.
Nos jornais, porém, se vê isto: É cedo para qualquer apreciação "à"
respeito do ministério de Luiz Inácio Lula da Silva.
Nunc a é tarde, porém, par a aprender...
Enquanto católico, não aceito o | aborto
Frase corretíssima, tanto na estrutur a quanto no teor. Enquanto
i'(|iiivale, nesse caso, a no papel de, na qualidade de, como.
Kis outros exemplos: Enquanto brasileiro, sinto vergonha de viver
num país onde campeia a violência, onde campeia a impunidade, onde
NÃO ERRE MAIS! 12 3
campeia a corrupção. * * * Enquanto rubro-negro, ele quer que os vascaínos
desapareçam da face da Terra, e estes desejam o mesmo aos rubro-
-negros. *** O presidente prestará depoimento tão-somente enquanto
testemunha. * * * Como agir enquanto professor, quando descubro que um
adolescente é usuário de maconha?
Eis, agora, um exemplo excelente, muito bom mesmo, retirado de um
editorial de jornal: A teoria na prática costuma ser outra, especialmente
na política. Enquanto oposição, o PT deitava falação contra as prorrogações
da CPMF. Agora que assumiu o poder, o Partido dos Trabalhadores
mudou de opinião: quer transformar em definitiva a contribuição provisória
que em nada melhorou a saúde pública no país.
Na prática, a teoria é quase igual...
Convém não confundir esse uso correto de enquanto, com este, incorreto,
que se substitui por quanto: "Enquanto"a mim, estou tranqüilo.
0 dinheiro sumiu
É assim que o povo diz. É assim que está ficando. No português castiço,
todavia, tudo o que desaparece, some-se. O pronome do verbo sumir-se
está sumindo na língua cotidiana, a exemplo do que já ocorre com secarse
e vencer-se. Por isso, há muita gente por aí que já canta: A fonte secou,
quero dizer que entre nós tudo acabou!
E a duplicata que vence amanhã? Bem... isso é só amanhã.
um dos que
Esta expressão leva o verbo obrigatoriamente ao plural, no português
contemporâneo: Sou um dos que mais trabalham aqui. *** Você é
um dos que mais reclamam, porém, um dos que menos ajudam. * * * Manuel
foi um dos que mais me incentivaram.
A mídia brasileira ainda não tomou conhecimento do assunto. Tanto
é que só usa o singular com tal expressão. No site do Terra: Depois de
1994, o Brasil viu-se invadido por montadoras do mundo inteiro. A francesa
Renault foi uma das que "chegou" e "conseguiu" se firmar.
Todo o mundo consegue se firmar no Brasil. Menos a imprensa brasileira.
É impressionante!
Veja, agora, esta pérola, em manchete: Cardeal brasileiro é um dos mais
"cotado"para suceder João Paulo II. Só mesmo dizendo: Meu Deus!!!
"guspir"
Não é coisa que se fale nem se escreva. Se cuspir já não é um gesto
recomendável, que se dirá, então, de alguém que"gospe"!
Em português existe apenas cuspir, cuspo, cuspida, admitindo-se
ainda a variante cuspe Fora daí, tudo é muita falta de educação.
Há dentistas que pedem a seus clientes, na cadeira de "tortura":
Pode "guspir"! Há quem resista...
1 1 8 1 NÃO ERRE MAIS!
a partir "da" meio-dia
E inacreditável, mas há profissional de televisão, tanto no esporte
i|uanto fora dele, que diz isso. Um famoso político declarou, recentemente,
logo após ser eleito: Amanhã, a partir "da" meio-dia eu darei uma
entrevista coletiva.
Pois é...
chuva de "granito"
A chuva ou a queda de granizo é menos devastadora.
Quando da posse do novo presidente, em 2003, havia previsão de
chuva justamente para o momento do evento. Aguardando por aquele
instante há mais de uma década, o presidente eleito declarou, então, às
vésperas do acontecimento: Amanhã eu subo a rampa, mesmo que seja
sob tempestade de granizo.
É assim que se diz...
"vez que"
Não existe esta locução em nossa língua, que se substitui por já que,
porque, uma vez que: Ele é o assassino, uma vez que confessou o crime.
Frase de um juiz da Justiça Federal de Brasília, colhida num site
de um grande jornal baiano: Os dois denunciados encontravam-se momentaneamente
sem foro especial por prerrogativa de função, "vez que"
renunciaram aos seus mandatos eletivos.
É assim que não se escreve...
"um" de fevereiro / "um" de março
Não existe nada disso. O primeiro dia do mês é sempre primeiro.
Quem é que viu alguém pregar "um" de abril em alguém? Quem já comemorou
o "um" de Maio? Qual foi o ano que teve início em "um" de janeiro?
No meu mundo, nenhum.
Não tem ninguém em casa
Há quem condene esta frase, em que o verbo ter está usado impesson!mente,
por haver. Na fala descontraída, do dia-a-dia, admite-se o seu
emprego. Por exemplo: à porta do banheiro, só se pergunta mesmo: Tem
yciite ai? (Repare: à porta do banheiro.)
Na linguagem formal, contudo, convém observar o rigor gramatical,
iiltida que tenha havido famoso poeta que usou ter por haver, por licença
poética.
NÃO ERRE MAIS! 12 3
Um jornalista, por exemplo, deve usar sempre a norma culta, em sinal
de respeito não só ao leitor, mas à própria língua, seu instrumento de
trabalho. Ocorre que nem sempre eles conhecem a norma culta. Então,
escrevem: "Tem" carioca achando que mora em Jerusalém ou Bagdá, tamanha
a onda de violência no Rio de Janeiro.
É do mesmo jornalista: Vai sair faísca quando a direção nacional do
PT reunir a bancada do partido na Câmara dos Deputados. Já "tem"gente
avisando que não poderá comparecer.
É do mesmo jornalista: Nem bem Lula começou e já "tem" gente falando
em reeleição.
Ainda do mesmo jornalista: Como "tem" gente que finge não ver a
realidade!
No outro dia, é o mesmo jornalista quem nos faz uma revelação fantástica,
inédita, em absoluta primeira mão: "Tem" cada coisa tão engraçada
na política!!!
Há cada coisa tão engraçada no jornalismo brasileiro!!!
Um presidente da República (é outro exemplo) deve também sempre
fazer uso da norma culta, a não ser em casos especialíssimos. Em seus
discursos, a norma culta é de rigor tanto quanto nos periódicos. Em sinal
de respeito não só aos valores nacionais, como também aos cidadãos e ao
cargo.
Recentemente, o presidente Lula declarou: "Tem" jogador que pega
a bola, não olha pro lado, dá uma bicuda e não marca o gol. "Tem" outro
que olha pro lado, vê um companheiro livre, passa a bola e marca o gol.
Nós não temos tempo para dar bicuda.
E já não deu?!
É também do mesmo presidente: Não "tem"chuva, não "tem"geada,
não "tem" terremoto, não "tem" cara feia, não "tem" congresso nem poder
judiciário. Só Deus será capaz de impedir que a gente faça este país ocupar
seu lugar de destaque.
É também do mesmo presidente (em visita a Portugal): Se "tem"uma
coisa que admiro nos Estados Unidos é que primeiro eles pensam neles,
em segundo neles e em terceiro neles também. Se sobrar tempo, pensam
um pouco neles outra vez.
A ver-se como fala, o lugar de destaque reservado ao Brasil é
ótimo!...
Recentement e ainda, o governo federa l fez propagand a par a nos
informa r isto: No Brasil não "tem" maremotos, vulcões, terremotos,
furacões.
Certo. E precisa?
1 1 8 NÃO ERRE MAIS!
pirâmide de Quéops
Perfeito. Este nome é paroxítono, assim como são paroxítonos todos
os nomes terminados em ps: bíceps, fórceps, etc.
Quéops (2590-2567 a.C.) foi um dos mais notáveis faraós. Repare:
muitos anos antes de Cristo. Construiu a maior de todas as pirâmides, em
(Jizé, encontrada em 1954. Note mais uma vez: o rei egípcio viveu há mais
de 4.500 anos.
Pois uma famos a emissora de televisão, certa vez, apresentou um
programa sobre o referido faraó, e o apresentador só dizia "Queóps". Era
"Queóps"pr a cá, "Queóps" pra lá. O programa todo. Uma tortura ! Principalmente
par a os estudante s da quinta série do ensino médio. Que já
ouviram fala r em Quéops várias vezes.
recorde
Pronuncia-s e exatament e como se escreve: recorde. Muita gente, no
entanto, tem batido o "récorde" por aí, imitando a prosódia inglesa. Mas
(piem é que diz Rede"Récord" ? E veja que, neste caso, o vocábulo é rigorosamente
inglês: Record. Nem por isso existe a Rede"Récord" .
Há uma famos a rede de televisão que só bate o "récorde". Bem, quem
já divulgou a pronúncia"Queóps" e quem insiste em divulgar a pronúnci a
de índio "Roráima" merece toda a nossa compreensão.
Nada contra os índios...
os requebros de uma garota
Como se pronunci a corretament e a palavr a requebro? Com e tônico
fechado: requebro. Também assim no plural: requêbros.
Certa vez um repórter de uma famos a rede de televisão saiu-se com
esta: Os "requêbros" de Michael Jackson chamam a atenção de todo o
inundo.
Para quem, também, só diz "Roráima" (pronúncia de índio) e um dia
j.í disse "Queóps", a fras e está perfeita!
"nenhuma" cócegas
Nenhum varia normalmente . Não há nenhuns motivos para que não
varie: Não sinto nenhumas cócegas. *** Vocês não são nenhuns coitadinhos,
nenhuns joões-ninguém. *** Não se perceberam nela nenhuns sinais
de remorso.
Nenhuns e nenhumas, contudo, só se usam antes do substantivo, nun -
i a depois dele. As forma s do singular é que se empregam em qualquer
l M isiçao. Exemplos: Estou sem nenhuns trocados. (E não: Estou sem tro-
• mios nenhuns".) *** Ninguém toma nenhumas providências. (E não:
Ninguém toma providências "nenhumas".) *** Não vi nenhuns óculos
mi mesa. (E não: Não vi óculos "nenhum"na mesa.)
i Vi l,a vez declarou com certo ar de autoridade um empresário na -
NÃO ERRE MAIS! 12 3
cional: O país está sem condições "nenhuma" de congelar novamente os
preços.
U ma grand e e tradiciona l loj a de departamento s anuncio u certa
vez pel a televisão a vend a de todo o seu estoque , em três vezes, sem
juros "nenhum".
Quem acreditou?
pedir vista de um processo
Frase perfeita . Vista, aqui, significa ato pelo qual o interessado num
processo recebe os autos para tomar conhecimento de tudo o que nele
contém e se pronunciar como lhe aprouver. Não há nenhuma necessidade
do uso de "vistas" neste caso.
cair "de" sábado
Nad a cai "de" algum dia da semana, mas em um dia da semana. Portanto:
Neste ano, meu aniversário vai cair num sábado. *** O Natal, este
ano, vai cair num domingo.
apêndice supurado
É este o apêndice que causa sérios problema s de saúde e exige cirurgia
imediata. Já o popula r apêndice "estuporado " que muito se ouve,
principalment e no interior do país, causa problema s na língua...
Certa vez nos perguntaram: O senhor já foi operado da "pênis" ou da
"prosta"?
Que resposta poderíamos ter dado?
Lula vai dar um jeito "nesse" país
O pronome demonstrativo correto par a indicar tudo aquilo que nos
abrange fisicamente é este, e não "esse". Repar e nestes exemplos: Este
país passa pelo momento mais crítico de toda a sua história. *** Lula vai
dar um jeito neste país. * * * Este planeta é azul.
Fala o presidente Lula: O Brasil estava quebrado, e alguém vai ter de
salvar "esse"país. Nossa responsabilidade é infinitamente maior que a de
qualquer outro presidente na história "desse"país.
A responsabilidade é mesmo enorme!...
passar de ano
Em portuguê s legítimo não se usa a preposição de nesta expressão,
nem em repetir de ano. Esse "de" é italiano. Mas que estudant e brasileiro
não passa de ano ou não repete de ano?
Não temos nada contra os estrangeirismos. Quem tiver que, então,
nunc a mais use bar (use botequim); que nunc a mais use bidê (use semicúpio);
que nunc a mais use detalhe (use pormenor, minúcia , ou, então, minudência);
que nunc a mais use vitrina (use escaparate); que nunc a mais
1 1 8 NÃO ERRE MAIS!
•TI rocha (que é galicismo); que nunc a mais use soldado (que é italianis1110),
que nunc a mais tenha saldo bancário (porque saldo é um italianisino),
etc. Não resta dúvida de que, assim, a vida ficará bem mais difícil...
Jogos "Panamericanos "
Não existem estes jogos. O prefixopan- exige hífen antes de palavra s
iniciadas por h e vogai. Assim, devemos grafar: pan-americano, pan-africanismo,
pan-arabismo, pan-helênico, etc.
Antigamente, havia uma rádio em São Paulo chamada " Panamerica -
nu". Como a audiência andava baixa, talvez por causa da gafe, mudaram
0 nome da emissora par a Jovem Pan.
Recentemente, no site de um jorna l se leu: O pacto de defesa "panárabe"obriga
todos os estados árabes a ajudar qualquer outro membro do
grupo que seja vítima de uma agressão.
cheque pré-datado e cheque pós-datado
Há grande diferença entre um e outro. O cheque pré-datado é aquele
<|ue se preenche antes do dia em que se quer vê-lo descontado; o cheque
pós-datado é o que se preenche depois do dia em que deveria ter sido
descontado.
preenchimento de formulário pessoal
Quando se preenche formulário de dados pessoais, no item nacionalidade,
use (se for homem) brasileiro, ou brasileira (se for mulher).
Muitos homens preenchem com "brasileira" , atendo-se ao gênero da
palavra nacionalidade. Não. Se assim fosse, no item estado civil, as mulheres
teriam, então, de escrever "casado".
Se no formulário, porém, além da nacionalidade e do estado civil,
exigissem que se indicasse o estado de saúde ou o estado mental, o homem
deveria preencher com bom (ou com precário); se fosse mulher, a
mesma coisa. Nesse caso, a concordância tem de ser feita com a palavra
constante do item, porque, ao perguntarmo s a qualque r pessoa (homem,
mulher, velho ou criança) Como vai o seu estado de saúde?, a resposta
será sempre: Bom (ou Precário).
Por outro lado, quando perguntamos a uma senhorita: Qual é o seu
estado civil?, ouvimos a resposta sempre desta forma: solteira.
Se a resposta vier "solteiro", olhe bem fixo par a ela!...
país não comunista
Perfeito. Não há hífen entre as duas últimas palavras, como usam
muitos. Por quê? Porque se trat a de um adjetivo. Só os substantivos é que
1 ra/.em o hífen. Repare na diferença: produto não perecível (adjetivo), o
não-pagamento da dívida (substantivo); amor não correspondido (adjetivo),
a não-variação de uma palavra (substantivo).
NÃO ERRE MAIS! 12 3
Há gigantes que adormecem e "que" não acordam.
Este que (pronome relativo) é maroto. Por que maroto? Porque não
exerce nenhuma função na frase. Se o retirarmos, a frase ficará perfeita.
O que coordenado só é correto quando exerce a função de conjunção
integrante. Assim, por exemplo: Eu disse que ela era francesa e que gostava
de namorar. * * * Ela afirmou que não gosta do rapaz e que não quer
mais vê-lo. *** Você acha que é esperto e que sempre vai levar vantagem
em tudo?
Mas não assim: Há coisas que a gente vê e "que" já não aceita. ***
Existem rios que são poluídos e "que"por isso não têm peixes.
Retirado o "que" maroto e intruso, faz-se a luz.
ídolo
É sempre nome masculino, ainda que se refira a mulher: Meu ídolo
é Carolina Ferraz. * * * Paula era o ídolo de boa parte dos aficionados ao
basquete.
Há quem, por mera brincadeira , usa "ídola". Mas é só por brinca -
deira.
gênio
É outro nome sempre masculino: Onde está aquele gênio de sua irmã,
que deixou a televisão ligada a noite inteira? * * * Essa cientista, um gênio,
recebeu o Prêmio Nobel de Física. *** Susana era o gênio da classe.
Muito bem. Está claro que não existe "gênia", forma que só se admite
mesmo em programas humorísticos de mau-gosto da televisão e em brincadeirinhas
do recesso do lar. Fora daí, jamais.
Eis, porém, que surge uma apresentadora de televisão que, do alto do
seu l,85m, declara, até que meio aborrecida: Estão dizendo que faço dos
meus erros de português um marketing. Que tipo de "gênia"sou eu, para
falar errado e achar que é marketing?
De fato, de nenhum tipo...
indivíduo
É, igualmente, outro nome sempre masculino: Camila, esse indivíduo
maravilhoso, fará parte do elenco da novela das 7h. *** Carolina é o tipo
de indivíduo que costuma aparecer na Terra só de cem em cem anos.
Há quem, por brincadeira, também use "indivídua". É preciso, no
entanto, nunca esquecer que brincadeira (de qualquer tipo) sempre tem
hora.
traste
É também sempre nome masculino: Viridiana é um traste. * * * Essa
menina virou um traste.
1 1 8 1 NÃO ERRE MAIS!
Minha vizinha é mesmo "uma sujeitinha" à-toa.
Sujeitinho à-toa realment e existe, em todos os lugares; já"sujeitinha "
não existe em lugar nenhum. Mulher, homem, criança, é sempre sujeito
(nome sobrecomum), a exemplo de ídolo, gênio, indivíduo, traste, etc.
Por isso é que suas amigas são - todas elas - uns sujeitinhos falsos.
mais pequeno
É expressão corretíssima. Pode usar sem receio. O que não se deve é
empregar "mais grande" (legítima no espanhol).
É expressã o legítima também no português, ma s soment e quand o
comparamo s qualidade s de um mesmo ser. Assim, por exemplo : Sua
filha é mais grande que pequena. *** Esse rapaz é mais grande que
inteligente.
14 de julho
É uma data histórica, não só para a França, mas para o mundo. E,
ngora, também par a determinada rede de televisão.
Pois bem. O numera i 14, que se escreve por extenso quatorze ou calorze,
lê-se, todavia, de uma só forma: catorze. Nunca: "kuatorze" .
A apresentador a de esportes dessa rede de televisão nos comunica,
fodavia, entre sorridente e eufórica: No dia "kuatorze" de julho, o Globo
Ksporte faz 25 anos.
A ocasião não seria de parabéns ?
Clandestinos são pegos nos Estados Unidos
O verbo pegar não é abundante , mas já se está tornando abundante ,
com o uso tanto de pegado (com ter e haver) quanto de pego (com ser e
estar). Assim, podemos usar, sem problemas: Tenho pegado muito resfriailo
ultimamente. *** O ladrão foi pego em flagrante.
Daí a concluir, no entanto, que também é correto usar "chego", "trago"
e "falo" vai boa distância. Por enquanto, só use: chegado, trazido e
falado.
bóia-fria
Todo o mundo sabe o que é bóia-fria: pessoa que trabalha no meio
rural, sem vínculo empregatício, geralmente no corte de cana-de-açúcar.
Pouca gente sabe que o plura l é bóias-frias (ambos os elementos varium,
porque se trata de um substantivo e de um adjetivo).
Notíci a num site: Acidente com ônibus de "bóia-frias": 12 feridos.
Ihn acidente envolvendo um ônibus de "bóia-frias" e um Corsa no final da
tarde, "deste sábado" deixou 12 pessoas feridas.
O jornalista errou duas vezes no plural e ainda usou"dest e sábado" ,
• mi mvt. de ontem (a notícia foi divulgada no domingo). Ou seja: saiu ferido
'in estar no ônibus...
NÃO ERRE MAIS! 12 3
a norte / a sul / a íeste / a oeste
Todo o mundo usa ao norte e ao sul, mas com os outros dois pontos
cardeais ninguém vacila em grafa r apenas: a leste, a oeste. Como coerência
é importante, sugiro que se use apenas a norte, a sul, a leste e a oeste.
Ou apenas: ao norte, ao sul, ao leste e ao oeste.
O mal está na mistura das coisas. Mas o que se vê, justamente, é isto:
A Venezuela fica ao norte do Brasil; o Uruguai, ao sul; o Peru a oeste; o
oceano Atlântico a leste.
Observe como a revista Veja é perfeita, neste seu texto: Uma imagem
captada em agosto do ano passado pelo telescópio espacial Hubble deixou
os cientistas intrigados. Prometeu, uma das cerca de vinte luas de
Saturno, estava fora do lugar. Alguma força descomunal havia empurrado
o satélite, de 140km de diâmetro, para uma posição 20 graus além de
onde deveria estar. E como se, vista da Terra, a Lua num determinado dia
começasse a nascer um pouco mais ao norte e não ao leste, como tem feito
há bilhões de anos.
Milagres, volta e meia, acontecem...
o Sul do Brasil
Os nomes dos pontos cardeais e colaterais, quando designam regiões,
grafam-se com inicial maiúscula. Portanto: Há previsão de geada para o
Sul do Brasil. * * * Conheci todo o Sudeste da Itália. * * * O narrador esportivo
disse que conhecia o Norte do Brasil, mas só até o Maranhão...
Há certa tendência de as pessoas confundirem a Região Norte com
a Região Nordeste. Dizem, então, que os brasileiros precisam conhecer o
Norte do Brasil e citam Natal, Fortaleza e São Luís, capitais de Estados
do Nordeste.
Recentemente, um narrador de esportes, notório por suas asneiras
(embora os colegas o consideram o melhor do Brasil, o que não é nenhuma
vantagem), afirmou: Vocês precisam conhecer o "Norte"do Brasil:
Natal e Fortaleza são uma maravilha!
E ele mora em Porto de Galinhas, em Pernambuco, Nordest e do
Brasil!
aleitamento materno
É bobagem. Aleitamento é ato ou efeito de aleitar, ou seja, de dar de
mamar a, usando a mamadeira; amamentação é que é ato ou efeito de dar
de mamar a, usando as mamas. Assim, uma veterinária pode aleitar um
filhote de golfinho, de chimpanzé, etc., mas não será imprudente a ponto
de amamentá-los, com certeza.
Os médicos deveriam sempre aconselhar a amamentação, e não "o
aleitamento materno".
Recentemente, uma de nossas revistas semanais de informação deu
esta notícia: Recentes pesquisas comprovam que, quanto maior o tempo
de "aleitamento materno", maior a inteligência do indivíduo na vida
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
adulta. A composição do leite materno é vital para o desenvolvimento
neurológico da criança.
Teria o jornalist a sido amamentado?...
dar de mamar à filhinha "nas" mamas
É algo que se pode evitar. A relação de proximidade é representada ,
em portuguê s castiço, pela preposição a, e não pela preposição "em". Note
que falamos ao telefone (bem mais confortável que falar "no" telefone),
que vivemos ao volante (bem melhor que viver "no" volante).
Convém ressaltar, todavia, que o brasileiro gosta muito da preposição
em. Adora! O portuguê s nem tanto.
crianças de "0" a dois anos de idade
É uma das grandes tolices dos adultos. Existirá a criança de 0 ano?
Está claro que não. Como, então, podem ser vacinada s crianças de"0" a 6
anos, conforme dizem todos os dias os repórteres de televisão? Não seria
mais coerente, mais conseqüente, mais aceitável dizer que todas as crianças
de até dois anos foram vacinadas?
Mais cruel ainda é aquele que vê no zero uma palavr a indicativa de
plural. Escreveu um jornalista : São histórias sem nexo. Para crianças e
adultos "dos 0" aos 80 anos.
No site da Abrelivros, entidade dos principais editores do Brasil:
Existem 22 milhões crianças de "0"a 6 anos no Brasil. Se a questão fosse
quantitativa, a educação infantil deveria ser uma das prioridades das políticas
públicas para o setor. Mas não é isso que acontece desde a criação
do Fundef em 1996, quando os recursos públicos da área foram concentrados
no ensino fundamental, relegando ao segundo plano a educação
das crianças. Segundo dados do IBGE, na faixa etária de "0" a 3 anos, a
taxa de freqüência à escola ou à creche é de apenas 10,6%.
Criança de 0 ano já nasceu?!
vir "còm" o avião
Quem vem"com" o avião, normalmente , é o Super-Homem...
Só homens voadores podem vir com um avião, isto é, na companhi a
dele. Seres humanos menos pretensiosos preferem ir, vir, chegar, voltar no
avião, pelo avião. Ou ir, vir, chegar, voltar no (ou pelo) trem das onze.
Certa época ficou marcada por uma propagand a assim: Voe "com " a
TAP Os portugueses voavam mesmo é pela TAP, empresa que até mudou
de nome, mas não se sabe dizer se foi pelo fracasso do convite...
"mulher bispo" / "a soldado"
Qualque r aluno da quint a série sabe que o feminin o de bispo é
episcopisa.
N um important e jorna l paulista : Bárbara, a primeira "mulher
bispo".
N NÃO ERRE MAIS! 1 133
Ora,"mulher bispo"!... Resta saber, agora, quando é que o jornal vai
nos apresentar a "mulher frade " e a "mulher padre" , como, aliás, já deu
em manchete certo telejornal. Esse mesmo telejornal, em vez de referirse
à militar como a soldada, saiu-se com mais uma pérola recentemente,
falando em "mulher soldado" e em "a soldado".
Repare, agora, nesta notícia de jornal: A pretensão do novo governo
de consolidar a liderança do Brasil na América do Sul não causou
estranheza em Washington. Ao contrário, foi bem recebida. Mas levou a
atual "embaixador" americana em Brasília, Donna Hrinak, a advertir,
em junho passado, que liderar significa também tornar-se alvo de críticas
dentro e fora do País.
"A embaixador " é mesmo coisa que só se tem na cabeça de jorna -
lista.
"inobstante"
É tolice. Alguns advogados criaram a maravilha. Para esses, certas
"criações" lhes conferem autoridade, sapiência, excentricidade. Repare
em frases comumente vistas em suas peças: O locatário foi insultado,
"inobstante"haver pago pontualmente seu aluguer. *** O réu tinha bons
antecedentes, "inobstante"o crime que cometera.
Advogados sérios, competentes, dignos de confiança, usam o que a
língua lhes oferece: não obstante. Os juizes também agradecem.
notícia "vinculada" pela imprensa
Nova tolice. Notícia só pode ser veiculada pela imprensa.
Um famoso treinador de futebol, porém, disse certa vez que os repórteres
não podiam "vincular"tantas mentiras.
Soou-nos como autêntica novidade: quer dizer, então, que além de
escreverem errado, eles também "vinculam" mentiras?!
Será que em Luxemburgo também é assim?...
"Que" horas começa o jogo?
Quem sabe das coisas pergunta diferente: A que horas começa o jogo?
O jogo começa às 21h. *** A que horas chegaremos a Salvador? Chegaremos
a Salvador à meia-noite. * * * A que horas você costuma se levantar?
Costumo me levantar às 6h.
responde r "o " questionário
Não. Responde-se a questionário, a perguntas, a processo, a inquérito,
a cartas, a tudo o que merece resposta.
No sentido de retrucar malcriadamente é que se usa apenas responder:
responder os pais, os professores, os mais velhos, etc.
Manchete de jornal: Israel vai responder ataques de palestinos.
N NÃO ERRE MAIS! 1 133
A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (observe bem: da
Kducação) promoveu, certa feita, um concurso público par a provimento
de cargo de escriturário. Na primeira folha da prova (de Português, atente
bem!), no item Instruções, lia-se: Você deve procurar, na folha de respostas,
o número da questão "que"você está respondendo. Logo a seguir,
vinha: Responda "todas "as questões.
Alguém que fosse realmente competente - e responsável - de um
governo também competente e responsável, escreveria: Você deve procurar,
na folha de respostas, o número da questão a que está respondendo.
(Repetir o "você"pra quê?) Responda a todas as questões!
A última advertência repetia o erro grotesco: Você terá 3 horas para
responder "todas"as questões.
Se nem mesmo eles sabem coisa nenhuma , com que autoridade exigem
alguma coisa de outrem? Que educação é essa?
lá de cima
Muitos usam indevidament e a preposição "de" antes das expressões
lá de cima, lá de baixo, lá do alto, lá de casa, lá de dentro, lá de fora; aqui
de cima, aqui de baixo, aqui do alto, aqui de casa, aqui de dentro, aqui de
fora, etc.
Repare nestes exemplos: A cusparada veio lá do alto. (E não: "de"
lá do alto.) *** Os papéis picados vinham lá de cima. (E não: "de" lá de
cima.) *** As crianças já vieram lá de baixo? (E não: "de"lá de baixo.)
Antes do trágico acidente com a nave espacial Colúmbia, em fevereiro
de 2003, uma astronaut a enviou aos amigos do planeta um e-mail,
que os jornalistas da Folha de S. Paulo traduziram assim: Olá, "daqui"de
cima do nosso magnífico planeta Terra, a perspectiva é verdadeiramente
inspiradora.
Lá de cima, de fato, a perspectiva podia ser de fato inspiradora, mas...
e aqui de baixo?
Certa feita, uma grande editora de revistas afixou cartazes às bancas
de jornal, com estes dizeres, ao lado da foto de uma linda garota: Beleza
vem "daqui"de dentro.
Sim, e "de" lá de fora vem o quê?
Você é "daqui" de São Paulo?
Não, não se pergunt a assim. A preposição "de" combinada com aqui
ou com aí, em frase s como esta, também é dispensável: Você é aqui de São
Paulo? Sim, sou aqui de São Paulo. *** Vocês gostaram aqui de casa?
Sim, todos gostamos aí de sua casa. * * * A que horas as crianças saíram
aí da sua casa? As crianças saíram aqui de casa às 8h.
Uma caneta como "esta daqui" custa caro
Também não existe "esta daqui "nem "essa daí"e suas variações, embora
sejam expressões comuns na boca do povo. Também aqui a preposiN
NÃO ERRE MAIS! 1 135
ção de está de mais. Portanto: Uma caneta como esta aqui custa caro. ***
Um país como este aqui não pode passar por tantas crises. * * * Garotas
tão lindas e ousadas quanto essas aí do Rio de Janeiro não há.
em via de
É esta a locução prepositiva correta, equivalente de na iminência de,
prestes a: Ela está em via de casar. *** O bicho-preguiça está em via de
extinção. *** Nossas minas estão exauridas ou em via de esgotamento.
*** Países em via de desenvolvimento.
Nossos jornais só usam, no entanto, "em vias de", talvez calcados
num dicionário (aquele) que abona a locução aqui impugnada.
Título de um deles: A Internet está "em vias de"se tornar adulta.
Possuo poucos bens, "qual seja" um carro e um terreno.
Qual deve concordar com o antecedente (no caso, bens), e o verbo
deve concordar normalmente com o seu sujeito (um carro e um terreno).
Eis outros exemplos: Possuo uma propriedade, qual seja um apartamento.
* * * Ela possui dois carros, quais sejam um importado e uma carroça.
* * * Nós temos alguns bens, quais sejam dois apartamentos e uma
moto.
No lugar de qual seja podemos usar também como seja.
Quando "munto" a cavalo, eu "sôo" feito uma bica!
Frase dolorosa! Primeiro, porque o verbo montar tem a forma monto
no presente do indicativo (eu); segundo, o verbo suar tem a forma suo no
mesmo tempo, modo, número e pessoa.
Já ouvi muita gente dizer, ainda: Ela "soa" como uma bica!
É sua vez, caro leitor, de comentar...
neologismos
Nossa língua está, nos tempos atuais, sujeita a neologismos de todos
os tipos e matizes, assim como a Terra anda sujeita a todos os tipos de asteróides.
É um bombardeio incessante. Alguns, temos de assimilar; outros
explodem na língua e causam crateras imensas!
Eis alguns dentre os que já se vão firmando: acessar, acidentalizar,
aidético (mas o melhor é sidético), alavancar, biodiversidade, biônico, celetista,
clonagem, dedetizar, deletar, desassonalizar, disponibilizar, ecologia,
elencar, estiletar, fax, flexibilização, formatar, futessal, futevôlei,
ideologizar, impactar, importantizar, informatizar, insumo, megassena,
narcotráfico, oportunizar, parametrizar, pedagiar, performar, pivete, precificar,
priorizar, relativizar, resetar, roteirizar, tablitar, tematizar, unitar,
urgenciar e xérox.
Aniversariar, dedetizar e parabenizar também são neologismos, antes
muito criticados pelos puristas; hoje quem não aniversarial Quem não
dedetiza a casa, para afugenta r a dengue e os pernilongos? Quem não paN
NÃO ERRE MAIS! 1 135
rabeniza o governo pelo excelente trabalho que vem fazendo na Educa -
ção, na Saúde, na Seguranç a Pública e sobretudo na Receita Federal?...
Erros se fazem ou se cometem?
Erros mais se cometem. Os jornalistas, por exemplo, da melhor revista
do Brasil, a Veja, estão corrigindo-se a cada edição e já não cometem
tantos erros primários quanto antigamente . Já não se vê na revista
"duas"milhões de pessoas nem "os"um milhão de adeptos; já não se lê na
revista "a diabete"; já não se encontr a na revista "uma"grama de cocaína
nem dar "a" luz "a" bebê, nem mesmo "no"Marrocos, entre outros de seus
antigos tradicionais deslizes.
Não obstante, a revista continua trazendo "dona-de-casa" , "todo
mundo" , os "sem-terra" e insiste em não pluraliza r os nomes próprios (os
"Bórgia", p. ex.).
Um dia ela chegará lá...
vencer "em" primeiro turno / votação "em" primeiro turno
Não. Os numerais ordinais só não vêm antecedidos de artigo nas locuções
adverbiais e nas definições. Daí por que todos já passamos pela
primeira série escolar, todos moramos no primeiro andar, sempre fomos
o primeiro país do mundo (princ. na quantidad e de impostos), etc. Portanto,
qualque r candidato pode vencer no primeiro turno, desde que seja
razoável.
No site de um jornal: O líder do governo na Câmara, deputado Aldo
Rebelo, afirmou hoje que a base governista tentará concluir a votação
"em"primeiro turno da reforma da Previdência.
Numa revista: Álvaro Uribe foi eleito presidente da Colômbia "em"
primeiro turno.
No editorial da mesma edição, logo na primeir a linha: "Veja" é a
maior e a mais influente revista do Brasil.
AVej a é. Ninguém duvida disso. Mas podia ser melhor.
tampouco / tão pouco
Convém não confundir. Tampouco eqüivale a também não, nem sequer:
Elisa não me cumprimentou nem eu tampouco a ela. * * * O pessoal
não veio tampouco avisou que não vinha.
Tão pouco eqüivale a muito pouco, de tal forma pouco: Dormi tão
pouco hoje, que nem tive tempo de sonhar. *** Ganho tão pouco, que mal
consigo sobreviver.
Usa-se também tão pouco por tão pouca gente e, se no plural, por tão
poucas pessoas: Nunca tantos enganaram tão pouco. *** Nunca tantos
enganaram tão poucos.
No site do provedor Terra: O presidente da Claro afirmou à Reuters
N NÃO ERRE MAIS! 1 137
"nesta sexta-feira" que a participação acionária da Telemar seria minoritária
na BCP, mas evitou dizer qual seria o percentual. "Tão pouco"
confirmou se a Telemar deicidiu exercer a opção.
Não escreveu tampouco no lugar de "tão pouco" nem tampouco usou
hoje no lugar de "nesta sexta-feira" . Aliás, tampouco correto está o uso
do ponto, que deveria ser substituído pela vírgula. (A cacofonia em destaque
é propositada... )
extorquir
É verbo defectivo. Conjuga-se por abolir; portanto, não possui a primeira
pessoa do presente do indicativo e, conseqüentemente, todo o presente
do subjuntivo, além de formas do imperativo.
Está correta, pois, a frase lida na Veja, mas questionada por alguns
leitores: Os membros das Farc extorquem desde os camponeses até os
empresários.
Marinho, Exército e Aeronáutica
Segundo a hierarquia das Forças Armadas, é esta a seqüência correta,
quando nos referimos às três armas. A Marinha tem precedência sobre
o Exército, e o Exército sobre a Aeronáutica, pois esta foi criada somente
na década de 1940, é a última das três. É por isso que nos desfiles militares
a Marinha sempre se posiciona à frente das demais armas. Portanto:
chefes do Estado-Maior da Marinha, Exército e Aeronáutica.
Escreve, porém, um jornalista: É inconcebível imaginar "Exército,
Marinha e Aeronáutica"combatendo o narcotráfico no Rio de Janeiro.
Há muito mais coisas inconcebíveis entre o céu e a terra do que supõe
a vossa vã filosofia...
"lembro de" tudo
Mas se esquece de que o verbo lembrar só aceita a preposição de
quando é pronominal, ou quando antecede infinitivo: Lembro-me de tudo.
*** Não (me) lembro de ter feito isso.
Os jornalistas estão longe de se lembrar disso. E escrevem: Seria bom
que os poderes no Brasil lembrassem de um velho ditado: Cada macaco
no seu galho.
Certinho...
"implantar" uma grande reforma no judiciário
É tolice. Implementar é que significa executar (plano, projeto, medida,
reforma, programa, etc.); implantar é introduzir. Por isso, podemos implementar
uma nova política, para implantarmos um novo regime no país.
N NÃO ERRE MAIS! 1 137
Há gente, todavia, que gosta de "implantar" não só projetos, mas medidas,
reformas, etc. Como há de tudo por aí, a gente entende. Mas não
perdoa.
parecer
Este verbo pode ser auxiliar (as crianças parecem estar com sono) e
intransitivo (as crianças parece estarem com sono ou as crianças parece
que estão com sono).
À primeira vista, pode parecer que haj a erro de concordância nos
exemplos do verbo intransitivo. Ocorre que as frases não têm aí seus termos
na ordem normal. Repare agora como fica tudo mais claro: parece
estarem com sono as crianças; parece que as crianças estão com sono.
Observe ainda estas frases, perfeitamente corretas, pela mesma razão
(inversão dos termos): Quando eu estava com ela, as horas parecia
que voavam! *** Os meninos parecia que brincavam, mas na verdade brigavam.
* * * Nós parecia que estávamos tranqüilos, mas não estávamos.
Um jornalista esportivo ignorou tudo isso e escreveu: Nos últimos 25
minutos, os dois times "pareciam"que não estavam tão preocupados com
goleada, tanto que se abriram e buscaram o gol.
E ainda há por aí gente que sustenta ser supérfluo conhecer análise
sintática! Ah, escola antiga, que saudade!
"um delicioso" musse de chocolate
Pode causar indigestão este doce de chocolate.
É indiscutível que todas as coisas verdadeiramente deliciosas são,
geralmente, femininas: a musse é uma delas. Eis outras: a alface, a libido,
a micareta, a poncã, a própolis, a puxa-puxa e tantas mais, que não vem
ao caso citar aqui.
Certa vez, uma jornalista especializada em economia aconselhava
pela televisão: Se "o"alface está caro, vamos substituir "o"alface por outra
verdura mais barata!
Vamos substituir, sim: pela alface, por exemplo, que é bem mais barata
e não causa tanta azia nem tamanha dor de cabeça.
Conversas que não vem (ou "vêm") ao caso citar aqui?
Conversas que não vem ao caso citar aqui. O sujeito do verbo citar é
uma oração: que não vem ao caso; daí não ter cabimento o uso do plural.
O uso do plural, neste caso, é um erro comum, principalmente na
boca ou na pena de quem nunca aprendeu a fazer análise sintática.
Na frase Essas coisas nem vale a pena lembrar, corretíssima, o sujeito
do verbo valer não é "essas coisas",:como parece à primeira vista ou aos
olhos dos que não têm noção da estrutura da nossa língua. O sujeito do
verbo valer é o infLnitivo lembrar. Afinal, o que nem vale a pena? Lembrar
(eis o sujeito). Sendo assim, a frase eqüivale a esta: Lembrar essas coisas
nem vale a pena.
N NÃO ERRE MAIS! 1 139
Eis outros exemplos, em que a concordância está correta: São casos
que se torna necessário elucidar. *** /Is crianças só faltou comer terra. (E
não: As crianças só "faltaram" comer terra.) *** Estas são providências
que nos compete tomar. *** As crianças parece que estão chorando. (E
não: As crianças "parecem"que estão chorando.)
Em Macbeth, de Shakespeare, lê-se: Às coisas sem nenhum remédio
não adianta olhar. O que está feito, está feito.
O verbo faltar é a maior "vítima" dos que não têm idéia da asneira
que cometem. Num jornal: Na Colômbia, um país onde os traficantes de
drogas só "faltam"assumir a presidência... Grave.
Noutro jornal: O ministro escolhe seus assessores. Mas "faltam" definir
muitos nomes. Noutra página, mais amena, de esportes: O jogador
botafóguense disse que a sua negociação está quase definida. "Faltam"
apenas definir alguns detalhes sobre a duração do contrato.
Uma de nossas revistas semanais de informação publicou, na ed.
1.569, na pág. 89, uma matéria sobre os eletrodomésticos futuristas. Encimou-a
um título pouco futurista: Só "faltam"falar.
E pensarmos que ainda existem educadores e pedagogos visceralmente
contrários ao aprendizado de análise sintática em nossas escolas!
Talvez porque eles próprios nunca tivessem conseguido aprendê-la.
A competência da atual pedagogia ou filosofia da educação adotada em
nosso país pode ser medida todos os anos, nos exames vestibulares, entre os
que fazem as provas de redação. Segundo a Unesco, estamos entre os piores
países do mundo em relação ao aprendizado. Nossas crianças não conseguem
entender o que lêem. Segundo declaração do próprio presidente da
República, por ocasião da abertura da XVIII Bienal do Livro, 52% dos alunos
das escolas públicas não conseguem interpretar um texto lido. Culpa de
quem? Das nossas crianças? Não, absolutamente. Culpa da nossa pedagogia
incompetente, falida (embora haj a pedagogos que a considerem uma maravilha).
Veja, agora, caro leitor, o que escreve um articulista da Folha de S.
Paulo, em 24/5/2005: Está crescendo o número de queixas contra médicos
nos Conselhos Regionais de Medicina. Há unanimidade na explicação de
pelo menos uma das causas desse crescimento: a formação ruim dos estudantes.
Ou seja, gente despreparada está sendo liberada, sem maiores critérios,
para cuidar da saúde das pessoas. Ou seja: a sociedade está experimentando
só agora os profissionais que se formaram fazendo cruzinhas nas
provas, critério esse criado pelos nossos maravilhosos pedagogos modernos.
Por que os alunos, principalmente das nossas escolas públicas, depois de
onze anos assistindo a aulas de Português, saem de nossas escolas sem saber
português? A maioria sai sem saber distinguir sujeito de objeto direto, daí
por que dizem e escrevem: "Acabou"as aulas, "começou"as férias.
A escola antiga não abortava analfabetos funcionais. A escola antiga
não produzia "gênios" com suas monumentais patadas nos exames vestibulares.
A escola antiga ensinava a escrever, ensinava a pensar, ensinava
a entender melhor os textos lidos, ensinava a ter mais respeito pela língua
e também pelo professor. A escola antiga tinha professores que recebiam
um salário digno e eram respeitados pelos alunos. Aqui, antiga bem po1
139 NÃO ERRE MAIS!
deria ser substituída por eficiente. E a escola de hoje? A escola de hoje é
um verdadeiro desastre pedagógico e disciplinar. Mas tem defensores intransigentes.
É natural: foram abortados por ela! A gente entende. Aliás,
a gente sempre entende. Mas não perdoa.
O Brasil possui cerca de 79 milhões de pessoas, entre 16 e 64 anos,
que são analfabetos numéricos, ou seja, sabem o que é um número, mas
não conseguem desenvolver operações simples de soma ou subtração. Além
disso, 42 milhões nessa mesma faixa etária estão em estado crítico de leitura,
ou seja, conseguem ler uma palavra ou outra, mas não entendem o
conteúdo do texto. De maneira geral, 86 milhões de brasileiros são analfabetos
funcionais, pois não dominam habilidades nem de português nem
de matemática. Os dados foram apresentados por Suely Druck, presidente
da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), durante a conferência Produção
de Analfabetos no Brasil, em julho de 2005, na 57.- Reunião Anual
da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Fortaleza.
Certos professores se empenham em ensinar teorias de Barthes, Lacan e
Chomsky, e nossos alunos não conseguem distinguir uma preposição de
uma conjunção nem muito menos um sujeito de um predicado. Alguns deles
têm o desplante de afirmar aos quatro cantos do mundo que falar e escrever
de acordo com a gramática normativa é uma aspiração reacionária,
própria de gente conservadora, o que, já de per si, define-os como enganadores,
pseudoprofessores. Daí por que a carência educacional no Brasil
é tão avassaladora! Tão avassaladora, que boa parte dos brasileiros não
consegue nem mesmo traduzir uma realidade: como pode alguém ser ainda
tão popular, em meio a tantos escândalos de corrupção? Se não reagirmos
urgentemente, não há como fugirmos à justa pecha das gerações futuras de
que somos todos irresponsáveis, incompetentes e enganadores. A educação
é fundamenta l para qualquer país. Mas com educadores e pedagogos realmente
preparados. A realidade brasileira mostra que estamos longe disso.
Como se tudo isso não bastasse, aparece-nos um presidente da República
que parece gabar-se de ter chegado aonde chegou sem estudar,
passando a impressão de que o segredo do sucesso é não ir à escola, é não
estudar. Se esse não é o fim do poço, qual será?
"por conta de"
Há muita gente por aí usando a língua por conta própria; acham-se
no direito de criar. E esta é mais uma das criações modernas: Os hortifrutigranjeiros
sofreram majoração de preço "por conta da" inundação
na Ceagesp. A língua possui inúmeras locuções que a substituem com
vantagem: por causa de, graças a, devido a, à mercê de, em razão de, etc.
Mas vem o criador e rejeita-as todas. Quando, todavia, há idéia de responsabilidade
ou encargo, a expressão é correta: Os preços são baixos,
mas o transporte das mercadorias fica por conta do cliente.
Eis, no entanto, declaração de alguém muito preocupado com a educação
moderna: Há uma grande ansiedade "por conta do "futuro da Educação
neste país.
A ansiedade é enorme!...
N NÃO ERRE MAIS! 1 141
informamos-lhes
Correto. O pronome lhe(s) não suprime o s de nenhuma forma verbal.
Portanto, usamos corretamente: Informamos-lhes que não há vaga. (E
não: "Informamo-lhes" que...) *** Comunicamos-lhes a data do exame.
(E não: "Comunicamo-lhes" a data...) *** Enviamos-lhes toda a documentação
pedida. (E não: "Enviamo-lhes"toda a...) *** Demos-lhes total
apoio. (E não: "Demo-lhes"total...) *** Solicitamos-lhes pronta resposta
a nossa reivindicação. (E não: "Solicitamo-lhes "pronta...)
O s final só deixa de aparecer nas formas da primeira pessoa do plural,
nos verbos pronominais essenciais. Assim, por exemplo: Queixamonos
de tudo, menos disso. *** Arrependamo-nos dos nossos pecados enquanto
é tempo! *** Informamo-nos do preço da passagem.
Se o pronome átono exerce função objetiva, a forma verbal só perde
o s final quando o pronome o (e variações) se transforma em lo (e variações).
Ex.: Informamo-lo de que... *** Certificamo-los de que... *** Comunicamo-las
de que...
retado / arretado
São formas variantes, a primeira usada na Bahia; a segunda, em Pernambuco.
Pode exprimir inúmeras idéias meliorativas, de acordo com o
contexto, ou seja, pode significar bonito, formoso, legal, excelente, vistoso,
etc.: carro retado, garota arretada, penteado retado, dia arretado, bom
para praia; camisa retada.
Os dois Estados, a Bahia e Pernambuco, são rivais, principalmente
em futebol e na música.
Os baianos dizem que música é com eles mesmos: começam citando
João Gilberto, o pai da bossa nova, e vão até Cláudia Leite, a nova musa
da a xé-music .
Os pernambucanos enumeram de Luís Gonzaga a Alceu Valença.
No futebol, os baianos botam as manguinhas de fora: vão logo citando
o primeiro campeonato brasileiro de futebol conquistado pelo Bahia
(1959) e as derrotas que sua equipe infligiu ao poderoso Santos de Pele,
nessa mesma época. Os pernambucanos não deixam por menos: vão logo
falando no íbis, time conhecido no mundo inteiro como o pior de toda a
história do futebol mundial. Falam também no Sport Club Recife, legítimo
campeão brasileiro de 1987.
Mas não há coisa que deixe o baiano mais retado que alguém dizer
que ele ficou"arretado", porque isto é coisa de pernambucano.
A ed. 1.817, da Veja, conseguiu a proeza, ao trazer, na pág. 95, a foto
de uma bela baiana, encimada por um título que, certamente, deixou os
baianos profundament e retados: Uma baianinha "arretada".
pedir "se"
Não se usa a conjunção "se" com o verbo pedir, mas sim com perguntar.
Portanto: Pergunte a sua mãe se ela deixa você ir comigo. (E não:
N NÃO ERRE MAIS! 1 141
"Peça" a sua mãe...) *** Perguntei ao pai dela se permitia o casamento.
(E não: "Pedi"ao pai dela...)
pedir para
Só se admite esta combinação, quando a palavra licença ou permissão
estiver clara ou subentendida: O aluno pediu para ir ao banheiro.
(Isto é: O aluno pediu licença para ir ao banheiro.)
Se não for possível tal subentendimento, usa-se apenas que, e nunca
"para que": Pedi que me trouxessem um copo dágua. *** O último presidente
militar, ao deixar o cargo, pediu que o esquecessem.
Os jornalistas da revista Veja evoluem dia a dia. Repare como eles
já estão escrevendo: Jejferson pede que o PTB entregue cargos. Afinal, a
vida existe para que os seres humanos evoluam, não é mesmo?
Por outro lado, no site de um jornal: Ceará e Vesgo pediram "para"
Silvio Santos assinar um documento autorizando o Pânico a continuar
imitando o apresentador.
Se pedissem que ele assinasse, seria bem melhor.
No site do mesmo jornal: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu
hoje aos seus ministros "para" que apressem a liberação de recursos
para programas que já foram anunciados, mas que sofreram atrasos por
causa da burocracia.
No site do mesmo jornal: O presidente venezuelano, Hugo Chávez,
pediu "para" que seus opositores respeitem os resultados do referendo
que ratificou sua permanência no poder do país. (Aqui foi usada a preposição
para quê?)
No site do Terra: O presidente Lula falou sobre a pobreza mundial na
abertura da Conferência de Xangai, na China, e foi muito aplaudido. Ele
pediu "para " que se preste mais atenção aos povos desfavorecidos.
Manchete de jornal: Cúpula islâmica pede aos EUA "para" sair do
Iraque.
Convenhamos: este não seria bem o caso de pedir licença...
posto que
Esta locução só existe em português como equivalente de embora, e
não como sinônima de "porque". Eis frases com seu uso correto: Viajou,
posto que não estivesse disposto. *** Comeu, posto que não estivesse com
fome.
Certos advogados, no entanto, preferem usá-la desta forma, erroneamente:
O réu foi absolvido, "posto que" não havia provas contra ele.
Na mídia: O preço da gasolina subiu, "posto que" o preço do barril
de petróleo aumentou. *** "Posto que"o pensamento se situa numa zona
invisível para os olhos humanos, muitos supõem que podem pensar o que
N NÃO ERRE MAIS! 1 142
quiserem sem que tenham que arcar com as conseqüências. *** A vida
moderna tem arrastado as mulheres para um comportamento equiparado
ao homem, isto é, a luta pela vida tem levado as mulheres a buscarem
uma equiparação aos homens, "posto que"no passado foram discriminadas
e marginalizadas.
A bem da verdade, o último texto tem outros inconvenientes e deveria
estar assim: A vida moderna tem arrastado as mulheres para um comportamento
equiparado ao do homem, isto é, a luta pela vida tem levado
as mulheres a buscar uma equiparação aos homens, porque no passado
foram discriminadas e marginalizadas.
um "chopes" / um "pastéis"
Se um dia alguém convidá-lo para tomar "um chopes" e comer "um
pastéis", caro leitor, desconfie! Ou o chope está choco, ou o pastel está
vazio...
um "parênteses"
É outra tolice. São dois os parênteses, um que abre, e o outro que fecha:
(). Cada um desses sinais é um parêntese. Sendo assim, como alguém
pode querer abrir ou fechar "um parênteses"? É coisa própria de quem
gosta de tomar "um chopes" e de comer "um pastéis".
Na mídia: A França, considerada terra de asilo e capital mundial
dos Direitos do Homem, está abrindo "um parênteses" em tudo isso.
*** "Um parênteses": é uma vergonha para a sociedade brasileira que
as creches públicas existentes no país sejam os programas infantis das
redes de televisão.
Há coisas bem mais vergonhosas...
um "dropes"
Outra tolice. E ainda há os que escrevem "drop","drops" , copiando o
inglês.
No tubinho vêm geralmente dez balinhas, ou seja, dez dropes. Cada
uma delas, portanto, é um drope.
Quem não se lembra dos dropes Dulcora?
Num jornal: "O dropes "Dulcora foi lançado no final dos anos 50. Foi
"o primeiro dropes"quadradinho e embrulhado um a um.
Para o referido jornalista, naturalmente, o drope descia quadrado...
"um" picles
Aqui o caso se inverte. Picles é palavra só usada no plural. Sendo
assim, todos os determinantes devem estar também nesse número. Ex.:
Gosto desses picles. *** Recebi uns picles importados.
Mas sempre aparece aquele que usa "o" picles, "um" picles, etc. Veja
como um jornal forneceu uma receita às donas de casa de todo o Brasil:
"O"picles de cebola "caseiro"vai bem com qualquer prato.
N NÃO ERRE MAIS! 1 143
um "frios"
Frios (produtos de carne de porco, como mortadela, salame, presunto,
etc.) também é palavra só usada no plural: os frios, uns frios.
Um consulente me escreve, afirmando: Há pouco vi no cardápio de
um restaurante: escolha "um frios " e monte o seu sanduíche.
Ele próprio finaliza, perguntando: O senhor aceitaria o meu convite
para comer "um pastéis"e "um frios"?
Minha resposta foi singela.
"o" brócolis
Brócolis é palavra só usada no plural: os brócolis. Portanto, construímos:
Os brócolis fazem muito bem à saúde. *** Não gosto de brócolis. ***
O preço dos brócolis não anda convidativo.
Os portugueses preferem a forma brócolos, que não corre entre nós.
Recentemente, uma repórter de televisão anunciou que, em razão das
fortes chuvas em Teresópolis, o mercado de legumes e hortaliças do Rio
de Janeiro tinha sido afetado. E completou: "O" brócolis e a alface foram
os itens que mais tiveram seus preços elevados.
sentir "muito ciúmes" de alguém
É perigoso. Quem sente "muito ciúmes" está pronto para comer "um
pastéis"...
Podemos usar ciúme (no singular) ou ciúmes (no plural), mas não devemos
misturar singular (muito) com plural (ciúmes). Repare: Você sente
muitos ciúmes do seu namorado? (Ou: muito ciúme.) *** Ela tem uns ciúmes
do marido! (Ou: um ciúme.) *** Os ciúmes de minha namorada são
exagerados. (Ou: O ciúme de minha namorada é exagerado.)
Na revista Veja, ed. 1.791, pág. 84, aparece publicidade de uma revistinha
da própria Editora Abril. Nestes termos: A sua TV vai chiar de
"tanto ciúmes".
De um locutor de televisão: Saiba como lidar com "o ciúmes" das
crianças!
De um ex-prefeito e ex-governador paulista: Ciúmes de homem "é
pior" que ciúmes de mulher.
Sem dúvida.
um "patins"
Nas lojas se vende par de patins, assim como par de chinelos, par
de sapatos, par de meias, etc. Não me consta que, por isso, alguém tenha
usado, até hoje,"um chinelos","um sapatos","uma meias".
Comprar "um patins", mesmo em promoção, é coisa de gente que não
sabe ainda nem andar. Que se dirá, então, de patinar!
Certa vez uma repórter perguntou a uma entrevistada: E hoje? Você
ainda usa "o patins"?
O mundo tem gente assim...
N NÃO ERRE MAIS! 1 145
ver tudo "sob" outro prisma
É ver torto ou embaçado. A luz se decompõe passando pelo prisma
ou através do prisma, mas nunca "sob"o prisma. Sendo assim, vê-se tudo
por um prisma ou através de outro prisma.
Mário Gonçalves escreveu: Cada homem vê a existência através de
um prisma especial. Assim também acontece às sociedades, tanto no espaço
como no tempo.
Um jornalista escreveu: Na Bahia todos os santos, os jornais e emissoras
de TV às vezes operam milagres com a notícia. Vinculados a grupos
políticos rivais, os principais veículos de comunicação do Estado chegam
a oferecer ao público versões conflitantes para o mesmo acontecimento,
"sob"o prisma que interessa ao grupo.
E ainda há os que querem que vejamos os nossos nobres jornalistas
por outro prisma, através de um prisma agradável.
"tim-tim por tim-tim"
Já houve um grande jornal de São Paulo que estampou esta maravilha
na primeira página! Coisa de cinema! E saber que é tão fácil: tintim
por tintim.
foi um deus-nos-acuda
Ou seja, foi uma confusão, uma balbúrdia: Quando as misses chegaram,
foi um deus-nos-acuda.
Na mídia: Perdendo El Alamein, os aliados certamente perderiam o
controle do Canal de Suez, e aí seria um "Deus nos acuda", pois os alemães
teriam acesso direto ao petróleo do Oriente Médio. *** Mais uma
vez os bispos da CNBB se reúnem em Itaici. Agora de olho nas eleições,
os bispos abandonam os fiéis. É um "Deus nos acuda"...
Que Deus nos acuda!...
oficiala
Feminino de oficial. Anote mais estes femininos: adida, alfaiata, bacharela,
bugra, comandanta, comedianta, coronela, fariséia, filhota, generala,
marechala, mecânica, música, oficiala-generala, paraninfa, perita,
pilota, política, primeira-ministra, primeira-sargenta, sargenta, soldada,
suboficiala, técnica e tribuna.
Use-os sem receio! Se der cadeia, procure-me!...
A força feminina é grande, mas alguns de nossos jornalistas parecem
desconhecê-la. Veja como eles tratam as mulheres: Sete mulheres,
membros da Força Aérea dos EUA - inclusive "uma piloto"e "quatro co-
-pilotos"-serviram a bordo de aviões de abastecimento aéreo que deram
apoio ao ataque contra a Líbia. *** Débora Rodrigues: "piloto"dejamantas.
*** ..."a primeiro-tenente" da PM mineira, Fabiana Norovele.
N NÃO ERRE MAIS! 1 145
Será que a primeira-tenente gostou?
A fórmula 1 está prestes a ter uma mulher entre os pilotos. Eles já a
estão tratando de "homem": é a"piloto"pr a cá, essa "piloto" pra lá.
Numa revista, um milagre: Pela primeira vez na história, a Academia
da Força Aérea Brasileira abriu uma turma feminina para formar pilotas.
Devagarzinho, devagarzinho, eles acabam chegando lá...
Quando surgiu a palavra primeiro-ministro, era um deus-nos-acuda
para a formação do seu feminino. Alguns jornalistas usavam "a primeiroministra",
outros "a primeiro-ministro" e os mais corajosos optavam por
"a primeira-ministro" . Nenhum enxergava o óbvio: a primeira-ministra.
Até que, num passe de mágica, fez-se a luz, e eles passaram, todos, a empregar
o feminino correto.
Há certas coisas incompreensíveis na mídia brasileira. Que os extraterrestres,
naturalmente, haverão de explicar tintim por tintim, quando
aqui aportarem...
corre um "buxixo" por aí
Andam correndo mal muitos bochichos por aí. A forma rigorosamente
correta é bochinche (pouco usada entre nós), cujas variantes são três:
bochicho, bochincho e até bachinche.
dizer "de" que
Só os que não têm nenhuma noção da língua costumam usar "de que"
a torto e a direito. E como os há, caro leitor, como os há! É um tal de comentei
"de" que, disse "de" que, queremos "de" que, creio "de" que, pensei
"de" que, etc.
O raciocínio é simples demais: quem diz, diz alguma coisa; quem
comenta, comenta alguma coisa; quem crê, crê em alguma coisa; quem
pensa, pensa em alguma coisa.
Onde apareceu o de? Em lugar nenhum! Então, por que usar uma
preposição que o verbo não pede?
Usemos de que quando o verbo ou o nome pedem tais palavras. Assim,
por exemplo: Lembre-se de que amanhã é dia útil! (Quem se lembra, se
lembra de alguma coisa.) *** Tenho a impressão de que vai chover. (Quem
tem a impressão, tem a impressão de alguma coisa.) *** Estou certo de que
ela me telefonará. (Quem está certo, está certo de alguma coisa.)
Fora daí,"de que" pra quê?
dar uma pensada / dar uma verificada
Só porque podemos dar uma olhada, dar uma chamada e também
dar uma passada, muitos acham que também podem dar uma "pensada"
ou dar uma "verificada". Na fala diária, podemos até usar quase sem
muito problema Vou dar uma pensada no assunto ou Vou dar uma verificada
no documento. Convém evitar esse emprego, contudo, na escrita ou
em momentos em que os registros da língua popular não são muito aconN
NÃO ERRE MAIS! 1 1 47
selháveis (como num julgamento ou até mesmo numa entrevista). Prefira
usar Vou pensar, Vou verificar. Não é mais simples?
"uma" matiz diferente
Matiz é palavra masculina: o matiz, um matiz. Há quem confund a
matiz com matriz. Daí vermos frases assim, nos jornais: Isso trouxe ao
debate público, com "todas as" matizes indispensáveis a uma campanha
eleitoral, o nome de alguém que é considerado apto ao exercício da função
presidencial. * * * Os arquivos do SNI contêm as fichas de milhares de
brasileiros, catalogados em função de "sua matiz ideológica" e ligações
atuais ou pregressas.
Esta última frase foi retirada do editorial de um importante jornal
de São Paulo, considerado o maior do Brasil.
Um ex-governador de São Paulo saiu-se com esta frase, certa feita,
estampada num jornal: É preciso que, acima de divergências partidárias
e de matizes "ideológicas", os povos da América Latina e suas lideranças
se unam na luta comum pela democracia.
Matiz tem como sinônimo nuance (de var. nuança), que é, esta sim,
palavra feminina.
obrigar as crianças a "comerem"
O infinitivo fica invariável quando não há nenhuma dúvida acerca
do seu sujeito. Na frase em epígrafe, não há nenhuma dúvida de que o
sujeito de comer é as crianças; portanto, desnecessária é sua flexão.
Outros exemplos: O tiroteio obrigou os motoristas a retornar. ***
Convidei os turistas a ir à praia. * * * Os policiais forçaram os manifestantes
a recuar. *** Os jogadores foram acusados de boicotar o treinador. ***
As pessoas eram obrigadas a aguardar em fila. *** Vocês têm razão de
falar duro com seus filhos. * * * Nada nos permite chegar a essa conclusão.
* * * Era impossível aos passageiros sair do avião.
fora-da-lei
Não varia no plural: o fora-da-lei, os fora-da-lei.
Num editorial de jornal: Para evitar complicações, Requião preferiu
recuar da intervenção, assim que conseguiu da Assembléia, na qual dispõe
de maioria, autorização para encampar os pedágios, um evidente instrumento
de pressão para forçar os concessionários a baixarem as tarifas,
repetimos, na marra. Fica de qualquer forma no ar o risco representado
pelo fato de uma autoridade, encarregada de fazer valer a ordem jurídica,
manobrar com "foras-da-lei" assumidos para impor sua vontade.
E não havia nenhuma necessidade de flexionar o infinitivo baixar.
N
NAO ERRE MAIS! 1 59
salário de mil "e" duzentos e cinqüenta reais
Não se usa "e" depois de mil seguido de centena. Nem muito menos
vírgula, como faz muita gente, no preenchimento de cheques. Esquecendo
o intruso (e desnecessário) "e"e a indevida vírgula, temos: Salário de mil
duzentos e cinqüenta reais. *** Gastei mil quinhentos e quinze reais. ***
Estávamos em mil novecentos e noventa e oito. *** A despesa foi de mil
oitocentos e um reais.
O Brasil foi descoberto em "mil quinhentos"
Não é verdade. Quando a centena termina por dois zeros (1500, por
exemplo) ou começa por zero (1015, p. ex.), o uso do e é de rigor. Veja:
Gastei mil e quinze reais, mas só ganho mil e dez.
As centenas devem sempre ser unidas às dezenas e unidades por e:
Gastei mil quinhentos e quinze reais. *** A despesa foi de mil oitocentos
e um reais. Note: em nenhum caso se usa a vírgula.
Com milhão, bilhão, trilhão, etc., o uso do e também é obrigatório.
Ex.: Um milhão e duzentos mil reais. *** Dois trilhões e quatrocentos e
cinqüenta bilhões e setecentos e trinta milhões de reais.
ter que / ter de
É indiferente, no português contemporâneo, o uso de ter que e de ter
de. Tenho que (ou de) ir amanhã a Salvador. *** Vocês têm de (ou que)
sair já daí!
Aos que não aceitam o emprego de ter que, tenho uma sugestão: leiam
Fernando Pessoa!
prazeroso / prazerosamente
É assim que se escrevem tais palavras. Mas sempre há os que acham
"prazeiroso"escrever"prazeirosamente". Eis como se leu no site do Terra,
recentemente: Para conhecer bem o BMW 745IA, serão necessárias algumas
"prazeirosas"semanas de uso. E nós só tivemos uma...
É prazeroso ler assim?
entre...e / de...a / desde...até
Assim como a vida nos faculta escolher as companhias que melhor
nos aprazem, na língua também certas preposições escolhem seus parceiros.
Não pode, aqui, haver troca de parceiros, sob pena da deselegância.
Portanto, construímos: A idade das crianças variava entre 5 e 8 anos. ** *
A idade das crianças variava de 5 a 8 anos. *** A idade das crianças variava
desde 5 até 8 anos. *** Aguardei-a entre o meio-dia e a uma hora.
*** Aguardei-a do meio-dia à uma hora. * * * Aguardei-a desde o meio dia
até a uma hora.
Foi com enorme satisfação que lemos, certa vez, num jornal: O ganso
sinaleiro chinês tem plumagem farta, costuma pesar entre 2,5kg e 4,5kg e
medir de 75cm a 89cm. Extraordinariament e perfeito!
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
Foi com enorme desgosto que lemos, certa vez, noutro jornal: Os
ladrões roubam os veículos em São Paulo e vendem no Paraguai. A
maioria dos carros é vendida por preços que variam entre dez "a" quinze
mil reais.
O desgosto foi ainda maior, ao lermos esta notícia, também num jornal:
Das festas, às segundas-feiras, participariam pelo menos quatro adolescentes,
com idades entre 12 "a" 15 anos, que teriam recebido drogas e
bebidas alcoólicas para manter relações sexuais com os suspeitos.
Foi num misto de insatisfação e desgosto que lemos certa feita isto,
escrito por um ex-ministro da Justiça do Sr. Fernando Henrique Cardoso:
Promete-se dar tudo às crianças, desde a instrução "à"alimentação e "à"
saúde.
Existem gramáticos, no entanto, que estão com o ex-ministro. Suponhamos
esta frase: Dormi desde o ponto inicial do ônibus até chegar ao
trabalho. Ou esta: Ela chorou desde lá até aqui. Como usar a preposição
"a"no lugar de até?
Um dicionário recém-publicado traz este exemplo no verbete desde:
A multidão se estendia desde o centro à periferia da cidade.
Nele, porém, tudo é normal! Absolutamente normal!
"acabou" as férias / "começou" as aulas
Só fala ou escreve assim o que não tem a mínima noção de análise
sintática. Ou seja: aquele que confunde sujeito com objeto direto. Se férias
e aulas exercem a função de sujeito, não há como deixar de levar o
verbo ao plural. Pronto: acabaram as férias, começaram as aulas. Já era
tempo...
subir no ônibus errado
No Brasil, todo o mundo costuma subir no ônibus, mas em Portugal,
todos sobem não só para o ônibus, mas também para o trem, para o avião,
para o automóvel, etc.
Aliás, no Brasil também costumamos subir no telhado e nas árvores.
Em Portugal, porém, sobe-se ao telhado e às árvores.
Os brasileiros trepamos nas árvores, nos muros; os portugueses preferem
trepar às árvores, aos muros.
Tanto nós quanto eles conseguimos chegar lá, sem problema nenhum...
as "micro", pequenas e médias empresas
Toda e qualquer palavra substantivada varia normalmente: o pró, os
prós; o contra, os contras; um não, dois nãos; uma mini, duas mínis; um
híper, dois híperes; a micro, as micros; a macro, as macros, etc.
A regra, todavia, não foi suficiente para evitar a realização em BrasíN
NÃO ERRE MAIS! 1 149
lia, certa vez, de um Congresso Brasileiro das "Micro" e Pequenas Empresas.
Ou seja: foram micros até na comunicação.
Os jornalistas também costumam escrever: As "micro", pequenas e
médias empresas que operam no Brasil não passariam num teste elementar
de modernidade industrial.
O jornalista passaria num teste de português?
Esta foi de um repórter de televisão: "As"mais de 4 milhões de "micro"e
médias empresas pedem socorro. (Repare: para o repórter, milhão é
palavra feminina!)
A Serasa fez festa, ao comemorar 35 anos de fundação. No anúncio
da festa, a frase: Boa parte do nosso crescimento deve-se à estratégia de
apoio às "micro", pequenas e médias empresas, as maiores empregadoras
do país.
Será que, por serem tão pequenas, tão humildes, as micros não merecem
nem mesmo o s do plural?...
relê
É esta a palavra que define o aparelho usado para abrir ou fechar um
circuito elétrico. Há os que dizem e escrevem "relê", como foi o caso de
um jornalista, certa feita: Foram aperfeiçoados todos os circuitos, "relês"
e conectores dos automóveis Ford.
ser atingido por um "relâmpago"
É um pouco difícil: relâmpago é o clarão instantâneo produzido por
descarga elétrica entre duas nuvens ou entre uma nuvem e o solo, é a luz
rápida e intensa que precede ou acompanha um trovão.
Raio é a descarga elétrica entre uma nuvem e o solo, acompanhada
de relâmpago e trovão. Daí por que existem os pára-raios, e não os "pára-
-relâmpagos".
Não obstante a evidência, a apresentadora de um telejornal nos informou
certa vez que um atleta havia sido atingido por um "relâmpago",
num campo de futebol. Só ela mesma é que morreu...
adrede
Adrede é um advérbio que significa de propósito, de caso pensado,
intencionalmente. Pronuncia-se adrede, embora só se ouça "adréde".
Eis exemplos em que entra essa palavra: Foi um crime adrede preparado.
*** Um colegiado adrede escolhido pelo presidente irá estudar o
caso e propor soluções.
Há os que, não conhecendo a função adverbial desta palavra, usam
"adredemente". E ainda pronunciam "adrédemente"! Lembram quem?
A famosa personagem Odorico Paraguaçu, que usava sem pejo"apenasmente","somentemente","de
repentemente","conformemente" , etc.
Tudo isso, naturalmente, é brincadeira. Quando se trata de um dicionário,
contudo, qualquer tipo de brincadeira fica afastada, porque diN
NÃO ERRE MAIS!
1 59
cionário é coisa séria. Pois não é que agora também um dicionário traz
"adredemente"! Nele, porém, tudo é absolutamente normal.
"deverasmente"
É incrível, mas aconteceu. O advérbio deveras recebeu o prefixo
-mente, assim como Odorico Paraguaçu fazia com tantos outros advérbios.
Foi um delegado da Polícia Federal. Encarregado de verificar as
contas clandestinas de brasileiros nos Estados Unidos (caso Banestado),
ele declarou ao repórter: Fiquei "deverasmente" atordoado, quando vi o
nome de tanta gente poderosa!
Quem não ficará deveras embasbacado?
Quem nasce em Bagdá é...
...bagdali (a palavra é oxítona). Eis, porém, como se leu no site da
Folha de S. Paulo, recentemente: Os EUA anunciam ter isolado Bagdá e
controlado as principais vias de acesso à capital. A cidade segue sob intenso
bombardeio. Intensas explosões são ouvidas nesta segunda. Os invasores
não têm apoio da população "bagdali" e vêm sofrendo forte oposição:
iraquianos abriram fogo de praticamente todas as direções contra
soldados dos EUA.
Mas nenhum deles matou a língua...
acenar
Quem acena, acena com alguma coisa a (ou para) alguém: Acenei
com a mão a (oupara) todos os que ficavam. *** O motorista acenou com
o braço às (ou para as) crianças. * * * O rapaz acenou-nos com a cabeça.
* * * Os que ficavam acenavam com ambas as mãos aos (ou para os) que
partiam. *** Duas garotas acenaram-me com o braço, pedindo carona.
Há, contudo, quem acene "a mão", quem acene "o braço" , quem acene "a
cabeça", etc., coisa não recomendável.
Em sentido figurado, só admite a...com ou apenas com: O presidente
acenava ao congresso com a possibilidade de novas cassações.
O presidente acena com a possibilidade de novas emissões de medidas
provisórias.
Na mídia: Os magistrados seguem reunidos em Brasília e ainda
não se pronunciaram oficialmente sobre a greve. Pela manhã, acenaram
"para " a possibilidade de fixar prazo de até o dia 4 de agosto para iniciarem
paralisação.
"primeiroanista" de Medicina
Os que freqüentam o curso de Medicina em seu primeiro ano é primeiranista
de Medicina; os que freqüentam o segundo ano é segundanista;
o terceiro ano, terceiranista\ o quarto ano, quartanista; o quinto ano,
N NÃO ERRE MAIS! 1 151
quintanista-, o sexto ano, sextanista-, o sétimo ano, setimanista e o último
ano, ultimanista.
ao invés de = em vez de?
Não. Ao invés de indica oposição, situação antônima, contrária: O
dólar, ao invés de baixar, sobe. * * * Teresinha chora, ao invés de sorrir. * * *
O custo de vida sobe, ao invés de baixar. * * * O mundo, ao invés de melhorar,
piora!
Há quem use "ao envez de", o que piora o quadro.
Em vez de indica mera substituição, simples troca: Em vez de ir ao
cinema, fui ao teatro. (- No lugar de ir ao cinema, fui ao teatro.) *** Teresinha,
em vez de ir ao quarto, foi à cozinha. * * * Em vez de almoçar, ele
come sanduíche.
Uma construtora paulista lançou certa vez promoção de vendas de
um edifício. O anúncio começava assim: "Ao invés de"um grande passo
na via, dê logo um salto.
Para onde? Para o abismo?!
Um de nossos jornais fez certa vez propaganda assim: "Ao invés de"
falar de renovação de assinatura, que tal falarmos sobre esportes, economia,
lazer ou cultura?
Em vez disso, que tal aquilo?
dois "CD's" / dois "DVD's"
O plural das siglas se faz mediante o simples acréscimo de um s imediatamente
após a última maiuscula: CDs, DVDs, FMs, PMs, IOFs, IPTUs,
IPVAs, HPs, ETs, etc.
Recentemente, num informe publicitário da Associação dos Magistrados
Brasileiros (AMB), viu-se duas vezes "CPI's", em vez de CPIs;
usou-se "MP's" (medidas provisórias), em vez de MPs e também "ao invés
de"por em vez de.
o moral
Moral, palavra masculina, entre outras coisas, significa estado de espírito
ou espírito de luta de pessoa ou grupo, movido por confiança, entusiasmo,
etc.; ânimo. Por isso, usamos: o moral, moral alto, moral baixo,
muito moral, etc.
Moral, palava feminina (a moral), significa, entre outras coisas, conjunto
de valores éticos que norteiam as relações sociais e o comportamento
humano; é, enfim, ética.
Eis algumas frases em que se usa corretamente a palavra masculina:
Naquela época os palmeirenses estavam com o moral baixo. E hoje? ***
E preciso reerguer o moral dessa gente. *** O ânimo excita o moral das
pessoas.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Um médico, certa vez, após uma fracassada tentativa de salvar seu
paciente, declarou: Quando o médico perde a sua esperança, ele perde
realmente "toda a moral"para tratar de seu enfermo.
Médico nenhum no mundo perde a moral, a não ser que seja um libertino,
um devasso, um pedófilo - e não era o caso.
Recentemente, escreveu um jornalista, de Nova Iorque: Os nova-iorquinos
reproduziram em luz as torres do World Trade Center, que foram
postas abaixo. É um projeto de um grupo de artistas e arquitetos para
levantar "a moral "da cidade.
Ou seja, é o tipo de jornalista que não consegue levantar o moral de
ninguém.
No site de um jornal de esportes: Robinho, com moral "alta", promete
pedalar na frente de Narciso. *** O Botafogo quer levantar "a moral" da
torcida no campeonato carioca, para reconquistar o apoio dos alvinegros.
Frases como essas não conquistam o apoio de ninguém.
"Aluga-se" apartamentos
Trata-se de uma concordância gramaticalmente correta, mas bastante
discutível. Por enquanto, convém considerar, nesse caso, apartamentos
como sujeito, que é a orientação gramatical tradicional. Assim, temos:
Alugam-se apartamentos. *** Vendem-se casas.
Eis outros exemplos similares: Não se apresentaram todas as provas
necessárias. * * * O povo espera que se consolidem as instituições democráticas
no país. * * * Podem-se levar em consideração duas sugestões
apenas. *** Devem-se considerar todas as hipóteses. *** Dão-se aulas
particulares de português. *** Exigem-se referências. *** Cobrem-se botões.
*** Já não se fazem máquinas tão boas quanto antigamente. ***
Queremos que se considerem todas as hipóteses possíveis.
Para que ocorra essa concordância, é fundamenta l que o verbo seja
transitivo direto e que o elemento que seria objeto direto esteja no plural,
representando coisa. Quando representa pessoa, ou mesmo ser animado
ou considerado como animado, para evitar ambigüidade, convém apelar
para o objeto direto preposicionado. Por exemplo: Puniu-se aos infratores.
(A frase Puniram-se os infratores dá a entender que eles se puniram
a si próprios.) *** Ama-se aos irmãos. (A frase Amam-se os irmãos pode
dar idéia de reciprocidade.) *** Encontrou-se aos desaparecidos. (A fra -
se Encontraram-se os desaparecidos dá duplo sentido.) *** Feriu-se aos
cães. (A frase Feriram-se os cães é ambígua.) *** Movimenta-se aos galhos
da árvore para a queda dos frutos. (A frase Movimentam-se os galhos
da árvore é ambígua.)
Este é, todavia, um caso controvertido da nossa gramática. Há uma
forte corrente (à qual somos simpático) que prefere considerar o pronome
se, nesses exemplos todos, um mero índice de indeterminação do sujeito.
Visto assim, o verbo ficaria sempre no singular. Mas, por enquanto, a gramática
tradicional é que deve prevalecer.
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 153
"Precisam-se" de empregados
Aqui, já é caso bem diferente. Trata-se de um verbo transitivo indireto.
Neste caso, o singular sempre foi de rigor. Outros exemplos: Gosta-se
de doces. *** Acredita-se em milagres. *** Assiste-se a filmes nesse canal.
* * * Chegaram os turistas. Trata-se de ingleses. * * * É preciso paciência
com as crianças, porque se trata de seres incapazes de compreender muita
coisa.
Não são poucos os que usam o plural, neste caso, mormente quando
o verbo é tratar.
A criança ora gritava, "e" ora chorava
Não. A conjunção alternativa ora não admite, na correlação, a inclusão
de um e anteposto. Empregamos sempre ora...ora, quer...quer, ou...ou,
etc.
Do artigo de um ex-militar, aliás muito culto, publicado no Correio
Braziliense, colhemos isto: Freqüente é julgar-se o militar, entre nós, ora
como casta "e"ora como desfrutador de privilégios.
de "uma" maneira geral
Não há nenhuma necessidade do emprego do artigo nesta expressão,
assim como nestas: de forma geral, de modo geral. Portanto: De maneira
geral, as mulheres têm verdadeiro horror a baratas.
Certa feita, num de nossos jornais, encontramos uma pérola puríssima:
"de um modo em geral".
ir "em" estádio
No registro da norma culta, usa-se a com verbos de movimento. Claro
está que no registro coloquial, podemos usar a preposição em, preferida
dos brasileiros.
Há certas construções, contudo, nas quais não parece caber essa preposição.
Repare nestas frases: Os dias de progresso chegaram "no" fim.
*,** o boxeador foi "na" lona. *** Devagar se vai "no"longe. *** Não vá
com muita sede "no"pote! *** O rei foi "na" caça. *** O programa vai
"no"ar todos os domingos.
Quem usa ou já usou assim? Poucos, muito poucos: a deselegância é
notória.
E quem poderia imaginar uma fábrica de cigarros que pedisse a seus
consumidores que fossem "no" sucesso?
cambiar
É um verbo que se conjuga normalmente: cambio, cambias, cambia,
etc. Estão no mesmo caso: cadenciar, comerciar, diligenciar, distanciar,
evidenciar, influenciar, negociar, obsequiar, penitenciar, premiar, presenciar,
providenciar, reverenciar, sentenciar, silenciar e variar. Portanto, não
existem formas como "cambeio", "vareia", "negoceia", etc. Em Portugal,
contudo, se conjuga premeio, premeias, premeia, etc.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Só cinco verbos terminados em -iar se conjugam com um -e- antes do
-/-, nas formas rizotônicas: mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar.
Apesar de tudo, escreveu um jornalista de uma importante folha de
São Paulo: Chile quer que o papa "medie" litígio na Bolívia.
intermediar
Trata-se de um verbo derivado de mediar, sendo assim, por este se
conjuga: intermedeio, intermedeias, intermedeiam, intermedeiam, etc.
Os jornalistas ignoram totalmente a conjugação correta deste verbo,
a ver-se como escrevem: Com as proximidades das férias escolares,
aumenta a procura pelas agências que "intermediam" viagens turísticas.
*** Essa é uma empresa que "intermedia"a liberação de verbas do governo
para as prefeituras.
Certa vez, uma famosa rede de televisão tratou da prostituição infanto-juvenil.
O repórter nos informou, então, que certos motoristas de
táxi "intermediam" os encontros entre menores e turistas estrangeiros.
A verdade é outra.
eu "se" enganei
E como! Eu não combina com se, são de pessoas diferentes (1.- e 3.-,
respectivamente). Mas volta e meia estamos ouvindo frases assim: Confesso
que eu "se" perdi inteiramente. *** Eu "se" esforcei demais nesse
jogo, mas não adiantou. *** Pode deixar, que eu "se"viro! *** Nós "se"
poupamos no segundo tempo. *** Deixe, que eu "se"entendo com ojogador!
*** Nós "se"preocupamos muito com o futuro do Brasil.
Mesmo?
Em São Paulo já houve um saudoso presidente de clube que declarou,
sem pejo nem complexo de culpa: Eu "se"fiz por "si"mesmo.
Há quem ria. Mas muitos choram...
Na atualidade, existe um apresentador de televisão que vive dizendo:
Você, que está chegando do trabalho! Você, que está chegando do colégio. Vamos
rir! Vamos "se"divertir! Pegadinha inédita! A vítima somos nós todos...
fiquei fora de "si"
E caso semelhante ao anterior. Si é da 3.- pessoa; fiquei, da 1.-, daí por
que não há como conciliarmos uma e outra.
Repare nestas frases, todas corretas: Ela ficou fora de si. (Ela e si = 3.-
pessoa.) *** Ficamos fora de nós por alguns minutos. (Ficamos e nós = 1.-
pessoa.) *** Aquilo me deixou fora de mim. (Me e mim = 1.- pessoa.)
Certa vez, pela televisão, porém, veio esta declaração: Quando eu me
"di"por "si", já tinha sido roubada.
"Di"por dei e "w"por mim\ Ou seja, não restou absolutamente mais
nada: roubaram-lhe tudo...
Agora, para encerrar, eis a declaração de um jogador de futebol que
1 155 NÃO ERRE MAIS!
no Velho Mundo ganha cerca de quinhentos mil dólares por mês: Amanhã
nós vamos dar tudo de "si "para conquistar mais uma vitória.
Seus pés valem ouro. E a língua?
"imparciabil idade"
Esta palavra já seria reprovável na boca ou na pena do comum dos
mortais. Que se dirá, então, se figurasse num dicionário? Pois é: no dicionário
do entulho aparece a pérola no verbete equidade.
"calcóreo"
Esta palavra também já seria reprovável na boca ou na pena do comum
dos mortais. Que se dirá, então, se figurasse num dicionário? Pois é:
no dicionário do entulho ela figura, soberana, no verbete bezoar.
"rabujento"
Esta palavra também já seria reprovável na pena do comum dos mortais.
Que se dirá, então, se figurasse num dicionário? Pois é: no dicionário
do entulho ela aparece no verbete coroca.
"aterrizar"
A maioria das pessoas sabe que um avião, quando pousa, aterra ou
aterrissa. Seus substantivos correspondentes são, respectivamente, aterragem
e aterrissagem.
Aterrar e aterragem são formas legitimamente portuguesas; aterrissar
e aterrissagem são formas copiadas ao francês, portanto, trata-se de
galicismos.
Muito bem. O povo, no entanto, ignora muitas vezes ambas essas formas
e usa quase sempre "aterrizar" e "aterrizagem", que em verdade são
meros brasileirismos.
O dicionário do entulho registra "aterrizar", mas não "aterrizagem".
Qual seria a razão?
"antisséptico" ou anti-séptico?
A forma coerente é anti-séptico. Há dicionários, porém, que registram
ambas as formas, o que só vem confundir. Faz lembrar um velho apresentador
de programa de auditório da televisão. Dicionários, ao contrário,
não se publicam para confundir, mas para explicar, elucidar, esclarecer.
Se a regra diz que o prefixo anti- exige hífen antes de palavras iniciadas
por h, r ou s, por que criar uma exceção desnecessária?
"Fenômeno"semelhante ocorre com a palavra arqui-seguro. Segundo
a regra dos prefixos, arqui- exige hífen antes de h, r ou s. Se assim é, por
que dicionários trazem "arquisseguro"? E um mistério.
Outro caso interessante é o da palavra planocilíndrico: certos dicionários
trazem o verbete corretamente, ou seja, sem hífen. Mas quando a
N ÃO ERRE MAIS! 1 15 7
palavra aparece no miolo do dicionário, eis novament e a confusão: usa-se
a palavra justament e com o hífen: "plano-cilíndrico" .
O dicionário do entulho estabelece a confusão justament e no verbete
mesa, subverbete mesa de tintagem. O dicionário secular também gosta
da confusão e a abona à pág. 1.322.
Se isso tudo não é seguir rigorosamente a filosofia do Velho Guerreiro,
que será, então?
coma alcoólico
Correto. Como a palavra coma é masculina, só pode haver coma alcoólico,
e não "coma alcoólica", como se ouve em nossas telenovelas.
Os jornais também não ficam atrás. Veja o que trouxe um deles: A
meningite caracteriza-se pelo início súbito, com febre alta, náuseas, vômitos
e rigidez na nuca. O delírio e "a coma"são freqüentes.
Um dicionário traz a palavr a coma como palavra masculina ou feminina,
indiferentemente . Em edições anteriores, porém, registrava a mesma
palavr a tão-soment e como feminina, em todas as acepções.
"elegantérrimo"
Evite usar formas superlativas criadas pelo vulgo, como esta ou"ele -
gantésimo" , "finérrimo" , "finésimo", "chiquérrimo" , "chiquésimo". Só
pessoas pedantes, normalment e de baixa escolaridade, usam adjetivos
assim.
"magérrimo"
A forma superlativa sintética da norma culta de magro é macérrimo
(do latim macer + sufixo -rimo), e não "magérrimo" , cujo g tem origem em
magro. Trata-se de um registro da língua coloquial.
Xavier Fernandes, em suas Questões de língua pátria, considera "magérrimo"
um despautério que não se justifica. É assim pouco mais ou menos
como "advogacia","gabina","degote","guspir" .
AVeja, revista que deveria só levar em conta o registro culto, trouxe
(ed. 978, pág. 67): Neste momento de crise e de vacas "magérrimas" nos
cofres estaduais, não se pode a rigor...
Seus jornalistas parece não abrirem mão de "magérrimo" , forma que
aparece constantement e em suas páginas.
Podem contrapor alguns: Ah, mas consta em dicionário.
Isso é tudo? Há dicionários por aí que só lhes falt a mesmo trazer
"menas "," mendingo "," mortandel a " e "questã ".
e nem
Só se usa e nem quando pudermos pospor sequer: Eles chegaram e
nem me telefonaram. = Eles chegaram e nem sequer me telefonaram. ***
A criança se divertia e nem percebia a presença do tio. = A criança se
divertia e nem sequer percebia a presença do tio.
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 157
Não havendo essa possibilidade, basta retirar o "e", para que tudo fique
perfeito: Ela não come nem bebe. (E não: Ela não come "e"nem bebe.)
*** As crianças não almoçaram nem jantaram. (E não: As crianças não
almoçaram "e" nem jantaram.)
No site de um jornal: No lançamento do Fome Zero, o presidente disse
que a fome não será vencida da noite para o dia, "e" nem apenas com
algumas medidas isoladas do governo.
No site de outro jornal, a declaração de uma senadora alagoana:
Pela minha origem, eu não posso votar em alguém (Sarney) que represente
uma oligarquia nordestina "e"nem em quem prestou serviços "à"
ela.
A senadora escorregou, mas quem caiu no abismo foi o jornalista que
reproduziu a declaração: usar à antes de pronome pessoal é de lascar!
Por fim, repare nesta declaração triste de um ex-presidente do PT, ao
renunciar a seu cargo: Nós do PT não praticamos irregularidades. O PT
não compra "e" nem paga deputados.
Pois é...
"impassividade"
Isto não existe, mas muitos querem que exista. Não faz muito um
famoso jornalista esportivo escreveu: Todos notaram a fúria do jogador e
a "impassividade"do árbitro.
É própria dos jornalistas esportivos a invenção, a criação. Eles são
realmente admiráveis. Muito mais admiráveis que a impassibilidade do
povo inglês.
Tão admiráveis eles são, que um deles escreveu em sua coluna, no site
de A Gazeta Esportiva: As jogadas de Robinho estão manjadas demais.
"Fácil"de serem neutralizadas, não é mesmo?
Fácil é saber quem é o autor da pérola, não é mesmo?
Tão admiráveis eles são, que um ex-repórter da TV Bandeirantes
chegou a declarar recentemente: Eu gostaria muito de trabalhar como
manager no Palmeiras. Seria bom até para provar que jornalista esportivo
não é imbecil.
Pois é...
O dono desse carro "é" eu
Não se diz nem se escreve assim. O verbo ser concorda sempre com
o pronome reto: O culpado és tu, o responsável somos nós. *** Quem fez
isso fui eu ou fomos nós?
Redobrada atenção devemos ter com as locuções verbais: Não vou ser
N ÃO ERRE MAIS! 1 59
eu o escolhido, tenho certeza. (E não: Não "vai"ser eu...) *** Devo ser eu
o responsável por isso? (E não: "Deve"ser eu...)
Antioquia
Cidade histórica da Turquia. Pronuncia-se antiokia, e não "antiókia".
Eis, porém, como um jornal paulistano nos conta sobre o primeiro
papa da história: São Pedro: pontificou 34 ou 37 anos. Considerado o
primeiro papa, de acordo com os historiadores, o período de início e de
fim de seu papado é desconhecido. Segundo a tradição, seus últimos 25
anos como papa foram passados em Roma. Os outros ele teria vivido "na
Antióquia".
Note que o jornalista ainda usou artigo antes do nome da cidade, ou
seja, cometeu dois erros em duas palavras. índice respeitável...
conseguimos nos "mantermos" em pé
Nas locuções verbais, só varia o primeiro verbo, ou seja, o auxiliar, ficando
invariável o verbo principal. Portanto: Não podes entrar sem seres
anunciado. (E não: Não "podes entrares"...) *** Vocês querem tomar um
copo de leite? (E não: Vocês "querem tomarem" um copo de leite?)
Repare que o sujeito de ambos os verbos é rigorosamente o mesmo,
daí a não-ílexão: nós (de conseguimos e de manter)-, tu (de podes e de entrar);
vocês (de querem e de tomar).
Numa revista: Militares liderados pelos Estados Unidos no Iraque
afirmaram "terem" matado seis pessoas e prendido outras 54 "neste domingo",
durante uma incursão à procura de insurgentes na cidade de al
Oaim, próxima da fronteira com a Síria.
Repare que além de mostrar que não sabe usar o infinitivo, o jornalista
ainda usou "neste domingo", vício exaustivamente comentado aqui.
As vezes, o verbo auxiliar vem separado do verbo principal: Podem
as autoridades estaduais resolver esse problema. *** Devem os
estrangeiros comparecer à delegacia da Polícia Federal, para fazerem
o recadastramento.
em que pese "o"
E asneira. Em português toda locução prepositiva termina por preposição:
apesar de, diante de, em frente a, em frente de e, naturalmente,
em que pese a. Portanto: Em que pese ao mau tempo, chegamos bem. ***
O Palmeiras venceu, em que pese ao árbitro. *** Em que pese ao presidente
ter feito essa declaração, poucos acreditaram. *** Em que pese à
tempestade, chegamos bem.
Nossos jornalistas conseguem usar uma locução prepositiva sem preposição.
Veja: "Em que pesem as" críticas atuais, a dívida externa contribui
para o progresso do país.
Não só eles. Um presidente da OAB-SP certa vez escreveu isto: "Em
1 160 NÃO ERRE MAIS!
que pesem os"defeitos e pecados remanescentes, a imprensa brasileira já
atingiu sua maioridade.
Doutor, só os "adevogados" escrevem assim.
EM TEMPO - Num desses manuais de redação de jornal, comete-se no
mínimo grande equívoco, quando se trata da expressão em que pese a.
O autor afirma que devemos usá-la quando a referência for a pessoa e
apenas "em que pese" quando a referência for a coisa. Ao ler isso, houve
quem ficasse mortalmente impressionado...
na medida em que
Trata-se de um modismo dispensável, mas acabou vingando no português
do Brasil. Emprega-se como equivalente de se ou de caso. Ex.:
Só é possível usar-se a inteligência na medida em que ela exista. ***
Aprender línguas estrangeiras é útil na medida em que possamos praticá-las
constantemente.
Muitos a empregam por à medida que: "Na"exata "medida em que"
empobrece, a classe média perde noção de deveres e direitos.
Num editorial de importante jornal paulista se leu certa vez a locução
na medida em que usada com valor causai, o que a língua desconhece
inteiramente: No Brasil, de tempos em tempos, aparece um guru
aceito por muitos. Em plantão permanente, esse guru oferece soluções
geniais para alguns dos graves problemas nacionais. "Na medida em que"
há muito tempo que a questão Educação não é levada a sério neste país,
a lista de gurus eleitos para o setor cresceu muito.
De fato, há muito tempo a questão Educação não é levada a sério
neste país.
ficar de olho em alguém
E assim que todos usamos. Desde o tempo de César. De repente, aparece
um ex-árbitro de futebol, pela televisão, fazendo comentários de arbitragem.
E ele quem comenta, num lance do jogo: Esse jogador é malandro:
o "juiz"precisa ficar de olho "com ele".
Não é brincadeira?
veredicto
Apesar de ser esta a forma correta, com ct, há os que insistem em
dizer e escrever "veredito". Até uma editora chegou a publicar uma obra
com este nome: O "veredito", de Franz Kafka . Não é grave?Veja, ainda, o
que apareceu no site de um grande jornal: Sorvete sem gordura e lactose.
Nós testamos. Repórteres do Globo Online experimentam os novos sorvetes
light e diet do mercado e dão o "veredito". Os sorvetes até podem ser
muito bons e saudáveis. Mas... e o jornalista? Manchete de uma folha de
São Paulo: "Veredito"que suspende processo contra Pinochet é impugnado.
Na mesma folha: Omar e seus três cúmplices não demonstraram neN
NÃO ERRE MAIS!
1 59
nhuma emoção ao conhecer o "veredito". Na mesma folha: O Wall Street
Journal emitiu uma breve nota em que diz que os colegas dele continuam
velando por sua memória e que o "veredito" é um passo na direção da
punição aos culpados. Que mal lhe pergunte, caro leitor: e os manuais de
redação, hem?
"metades iguais" / "duas metades"
Redundâncias. Certa vez, a apresentadora de um programa de televisão
saiu-se com esta: A linha do equador divide a Terra em "duas metades".
Bastaria dizer metades.
Ganhar e perder são do esporte
Correto: infinitivos antônimos exigem o verbo no plural. Eis outros
exemplos: Amar e odiar são próprios do ser humano. *** Nascer
e em seguida morrer são apanágio de crianças de alguns países subdesenvolvidos.
Não sendo antônimos os infinitivos, o verbo ficará no singular: Beber
e comer não é apanágio do ser humano. *** Fumar e beber cachaça faz
mal à saúde. *** Passear em parques e tomar banhos de sol em piscinas
ou praias é indicado para a saúde da criança.
Certa feita, um jornalista esportivo, tido pelos colegas injustificadamente
por profundo conhecedor da língua portuguesa, escreveu: Ganhar
e perder "é" do esporte. O fato de colegas lhe devotarem respeito por um
conhecimento que absolutamente ele não tem não significa absolutamente
coisa nenhuma: em terra de cego, quem tem meio olho é Deus.
Desde "de" manhã está chovendo
É tolice. A preposição desde rejeita "de": Desde manhã está chovendo.
*** Desde 1960 não ocorrem terremotos por aqui. *** Trabalhamos
desde manhã até altas horas da noite.
Na mídia: Desde "de" 1945, a Corrida Internacional de São Silvestre
vem atraindo a atenção dos meios de comunicação de todo o mundo.
*** O deputado disse que desde "de" menino tem fascínio pela Academia
Brasileira de Letras. *** Desde "de" 1985, o São Paulo não chegava àfase
final do campeonato paulista. *** Desde "de"janeiro de 1994, criança
nascida na França não é automaticamente francesa. * * * A equipe do São
Paulo não consegue uma vaga na Libertadores desde "de" 1994. *** Dados
da Unicamp indicam que o índice de chuvas só nesta segunda-feira,
de 113,2mm, é o maior registrado no mês de fevereiro desde "de" 1926.
*** Desde "de" quinta-feira dez ônibus foram incendiados por homens
encapuzados na região de Vitória.
Certa feita, ouvimos de um garoto sem escola: Estou aqui desde "das"
seis horas da manhã.
Alguns jornalistas estão na mesma trilha...
N
NAO ERRE MAIS! 1 59
"todos" foram "unânimes"
A combinação "todos unânimes " constitui redundância, pois unânime,
por si só, já significa relativo a todos. Portanto: Todos foram concordes
com essa opinião. Ou, então: Houve unanimidade nessa opinião.
Num jornal: "Todos"são "unânimes"em afirmar que a reforma tributária
aumentará a carga de impostos.
Eis aí uma verdade. Vestida de mentira...
para "chegar" aqui, gastamos duas horas
A regra é clara: no início da frase, o infinitivo antecedido de preposição
ou de locução prepositiva varia obrigatoriamente. Portanto: Para
chegarmos aqui, gastamos duas horas. * * * Por terem chegado tarde, ficarão
de castigo. *** Em vez de irem ao cinema, eles foram ao teatro. ***
Apesar de ficares calado, conhecemos tua opinião.
Num jornal: Apesar de "possuir" hábitos diferentes, os pirilampos e
vaga-lumes têm características diferentes.
Noutro jornal: Para "evitar" as invasões, os fazendeiros começam a
se armar.
A revista Veja trouxe na ed. 1.808 uma matéria sobre casamento homossexual.
Abriu-a assim: Até algum tempo atrás, para "encontrar"amigos
e "namorar"sem ser molestados, os gays se isolavam em guetos.
No meio da matéria ainda se leu: Em vez de "manter" o confinamento
como técnica de defesa, os gays começam a se expor, a se exibir, a emergir.
Na edição 1.818 da mesma revista, escreve um de seus colaboradores:
Antes de "chegar"ao poder, os parlamentares lulistas criticavam a participação
brasileira na Estação Espacial Internacional. Agora mudaram de
idéia.
Todos nós, um dia mudamos...
Noutra de suas edições, trouxe: Antes de "condenar" os brasileiros
que tentam realizar seu sonho de obter um curso superior fora do país,
precisamos entender o porquê dessa escolha.
O infinitivo só não varia, quando aparece depois do verbo principal.
Por exemplo: Gastamos duas horas para chegar (ou chegarmos) aqui. ***
Eles ficarão de castigo, por ter (ou terem) chegado tarde. * * * Eles foram
ao teatro, em vez de ir (ou irem) ao cinema. * * * Conhecemos tua opinião,
apesar de ficar (ou ficares) calado.
Mesmo em tal situação, o infinitivo varia obrigatoriamente, se for
pronominal ou se exprimir reciprocidade ou reflexibilidade de ação:
Gastamos duas horas para nos dirigirmos até lá. * * * Eles relutaram muito
para se cumprimentarem. *** Foram até um canto da sala, a fim de se
pentearem.
Eis, porém, como escreveu um jornalista: Daqui a pouco vão demonizar
o direito de as pessoas "se apaixonar".
Tenho especial admiração por Diogo Mainardi. Sobretudo porque ele
não tem papas na pena. Nem na língua (para quem assiste a Manhattan
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Connection). Mas há um senãozinho neste seu texto, que não posso deixar
de registrar: Houellebecq definiu o Brasil como uma porcaria de país. Foi
antes das comemorações do Ano do Brasil na França. Imagino que agora,
depois de nos "conhecer" melhor, todos os franceses compartilhem essa
opinião.
Depois de nos conhecerem melhor, Diogo, todos os povos vão aprende r
com quantos paus se faz uma corrupção.
células-tronco
Os substantivos compostos formados por dois substantivos, quaisquer
que sejam eles, fazem o plural, no portuguê s contemporâneo, de
preferência, com variação dos dois elementos. Portanto: bananas-maçãs,
pombos-correios, decretos-leis, cafés-concertos, amigos-ursos, canetas-
-tinteiros, horas-aulas, papéis-moedas, salários-famílias, vales-transportes
e, naturalmente , células-troncos. Mas absolutament e não há erro nos
plurais com variação apenas do primeiro elemento. Em relação a célula-
-tronco, parece que o plura l preferido entre nós é o que varia apenas o
primeiro elemento.
EM TEMPO - Quando se trata de um determinado decreto-lei, de um decreto-lei
específico, usa-se com iniciais maiúsculas: Decreto-Lei n.° 3961.
Dó gosto de ver esse time jogar!
Frase de cunho eminentement e popular, a exemplo de Agora ela inventou
de ser tribalista! A norma culta prefer e frase s assim: Dá gosto ver
esse time jogar! *** Deu gosto assistir àquele jogo! *** Dá gosto viver
num país como aquele!
A inclusão da preposição de nesses casos, sem dúvida, realça a comunicação.
A cena se passa em 1964
Para nós, brasileiros, sempre será preferível a próclise, ou seja, a colocação
antes do verbo. Nós temos especial predileção por tal colocação.
Por isso, se passa prevalece sobre passa-se, que é a colocação preferida
dos portugueses.
Eis outros exemplos: As crianças se acostumaram aqui. (Português
do Brasil.) *** As crianças acostumaram-se aqui. (Português luso.) ***
O rapaz se perdeu. (Português brasileiro.) *** O rapaz perdeu-se. (Português
de Portugal.) *** O carro se atolou. (Português do Brasil.) *** O
carro atolou-se. (Português de Portugal.)
Qualque r das colocações é absolutament e correta, o problema aí é só
de conforto. Ou de hábito, preferência .
mulher que "apaixonou-se" por mim
No caso anterior dissemos que o brasileiro prefer e a próclise. É de
todos sabido, ademais, que a palavra que - em qualque r funçã o - atrai o
N NÃO ERRE MAIS! 1 163
pronome oblíquo, ou seja, exige a próclise. O assunto se aprende lá pela
sétima série do ensino fundamental. Mas ainda há os que não aprenderam.
Ou não conseguiram passar para a oitava. Numa publicação distribuída
por uma folha de São Paulo, leu-se no verbete resina: polímero
natural ou sintético que "torna-se"viscoso ao ser submetido ao calor.
"pixote"
Foi uma grande pexotada de um cineasta argentino quando rodou
um filme com este nome. Sim, porque em português, a grafia é pexote (da
locução chinesa pe xot = não sei). Certos dicionários registram "pixote",
mas isso não faz nenhuma diferença: uma pexotada a mais, uma pexotada
a menos, não vai alterar muita coisa. O cineasta deve ter consultado
esses dicionários antes de colocar nome no seu filme. A pexotada começou
justamente aí.
EM TEMPO - Convém ressaltar que, embora devamos escrever pexote, a
pronúncia pode ser pixote, da mesma forma que estamos autorizados a
dizer também minínu, mixirica, marcineiro, etc.: a vogai e pretônica ou
postônica normalmente se reduz, ou seja, soa i.
encarar "de frente" os problemas
Seria interessante se encarasse os problemas "por trás" ou "de
lado"...
A cara de pessoas e animais fica - por enquanto - na frente. Ou
não? E há, ainda, os que usam enfrenta r "de frente" !
Os jornalistas que já estão no futuro escrevem: Metido numa crise
econômica sem precedentes, o país não conseguirá adiar indefinidamente
a hora de encarar "de frente" os problemas que hoje estão postos "à"
mesa.
Vamos encarar a frase do jornalista com bastante isenção de ânimo:
quando as autoridades se reúnem, elas põem os problemas na mesa, e não
"à"mesa. As pessoas, sim, é que ficam à mesa, isto é, próximos dela.
pretérito imperfeito pelo futuro do pretérito
Esse é um uso comum, na língua falad a despretensios a (registro
coloquial).
Não se usa, todavia, o futuro do pretérito pelo pretérito imperfeito
do subjuntivo, como se viu no editorial de importante revista semanal de
informação, ed. 1.626: A confusão em torno da reforma tributária trouxe
uma revelação assombrosa. Em nenhum momento o governo empenhouse
genuinamente na produção de um texto de reforma eficaz, que "permitiria"
desonerar a produção industrial e modernizar o atual sistema de
tributos.
Se o redator usasse dois-pontos no lugar do primeiro ponto; se o redator
empregasse permitisse, em vez de "permitiria"; se o redator usasse,
de preferência, a próclise, como é do feitio do português do Brasil (se emN
NÃO ERRE MAIS! 1 59
penhou), talvez o editorial fosse mais palatável.
Sobre o emprego dos tempos, modos e forma s nominais, consulte
Nossa gramática contemporânea, da Escala Educacional.
a estas horas
A expressão é a estas horas, e não "as estas horas" , como quis certa
feita um jornalist a esportivo, que escreveu: Os dirigentes corintianos devem
estar dando sonoras gargalhadas "as "estas horas.
Há quem costuma dar sonoras gargalhada s justament e quand o lê
jornais...
"Bixiga"
Cacografia. Em São Paulo existe um bairro cujo nome é Bexiga (que
os jornalista s chamam "Bixiga"). Além desta cacografia, os jornalista s
cometem outras. Por exemplo: "Wenceslau Braz","Bra z Cubas" , "Casemiro
de Abreu","Campo s Elíseos"e outros milhares delas, em vez de Venceslau
Brás, Brás Cubas, Casimiro de Abreu, Campos Elísios.
Um terço / dois terços
Os números fracionários exigem concordância normal, ou seja: Um terço
dos nossos bens ficou com o advogado. * * * Dois terços dessas propriedades
serão leiloados. *** Somente um quarto das nossas terras éfértil. ***
Dois quartos da lavoura foram dizimados pela nuvem de gafanhotos.
Na mídia: Dois terços da população brasileira "passa"fome. *** São
Paulo está tomada por vendedores ambulantes: só no centro "estão" um
quarto deles. *** Somente um quarto dos votantes "compareceram"às urnas.
*** Menos de um quarto dos interrogados (24%) "disseram"que confiam
mais em Bush, enquanto 63% afirmaram sua preferência por Powell.
Eis, agora, como escreve um economista, ao concluir uma pesquis a
sobre a economia do livro no Brasil, encomendada pelo BNDES: Pelo
menos um terço das compras de livros de qualquer biblioteca deveria ser
"feitas " em livrarias regionais, do próprio estado, para fortalecer o varejo
local. Ou seja: acertou no cravo, mas se afundo u na ferradura...
Por fim, no editorial de um jornal: Cerca de um quarto dos brasileiros
"são analfabetos".
Vê-se...
"elefoa"
Há muit a criança que na escola aprende que o feminino de elefante é
"elefoa". O feminino de elefante é um só: elefanta. E mais nenhum outro.
Quem usa aliá também se equivoca.
Não obstante, continuam existindo professore s por este Brasil afor a
que ensinam a seus alunos que o feminino de elefante é elefoa ou aliá.
Também já ouvi professor ensinar que o feminino de sapo é"rã" . Deixe a
sapa saber disso...
N NÃO ERRE MAIS! 1 165
sentinela
Sentinela é nome sobrecomum, a exemplo de pessoa, criança, etc., ou
seja, usa-se a sentinela sempre, tanto para o homem quanto para a mulher:
A sentinela se chamava Ivã. *** Hersílio era a sentinela mais atenta
de todas.
Num jornal: Era noite. Na entrada, só "um"sentinela. Manuel Fernandes
reduziu a marcha, se aproximou devagar e gritou: - Viva a Fidel
Castro! Entediado, "o"sentinela respondeu, em voz baixa: - Viva!
Ainda chegará o dia em que leremos nos jornais: "um pessoa", "um
criança". É só uma questão de tempo.
EM TEMPO - Até a saudação estava errada. Em vez de Viva "a" Fidel
Castro! deveria estar: Viva Fidel Castro!
Dois "Corso" e três "Fiesto"
É assim que sai nos jornais. Alguns jornalistas acham que nomes de
automóvel não se pluralizam. Achar não ofende (mas o que incomoda não
é brincadeira)...
Só os nomes de fábrica é que não sofrem variação no plural. Ex.: veículos
Ford, automóveis Toyota, carros Fiat, dropes Dulcora, tintas Coral,
tintas Suvinil.
Substantivados, os nomes de veículo sofrem flexão normalmente: os
Corsas, os Fiestas, os Gols, os Astras, os Golfs, os Clios, os Pólos, etc. Mas
não sofrem variação quando aparecem assim: os automóveis Corsa, os
veículos Fiesta, os carros Gol, os aviões Brasília. Por quê? Porque a flexão
numérica já foi satisfeita no substantivo anterior.
Recentemente foi exibido um filme com este nome: Os irmãos Carade-Pau.
Se fosse omitida a palavra irmãos, esse mesmo filme teria este
nome: Os caras-de-pau. O princípio é o mesmo, quando se trata de nomes
de veículo. Só resta nortearem-se por ele. Creio que não é tão difícil.
Uma revista especializada em automóveis traz isto, ao analisar o
novo modelo BMW, série 5: Na Alemanha, nos trechos com velocidade liberada
foi possível chegar aos 200km/h. Mas, assim como surgiam "Porsche"
para nos empurrar, vez ou outra apareciam "Astra" nos forçando a
desacelerações fortes, nas estradas.
São jornalistas, naturalmente, que estão mais para Astras que para
Porsches...
mico
Esta palavra não varia, quando usada como adjetivo, por desagradável
ou que impressiona mal. Quando vamos a uma concessionária de automóveis,
vêem-se veículos de todas as cores, das discretas às mais ousadas. A
verdade é que estas, anos mais tarde, acabam dando alguma dor de cabeça
ao dono do carro, que sente dificuldade em revender seu veículo.
Um carro que tenha a cor de mostarda, por exemplo, quando novo,
parece o céu! Na hora de vender, é o inferno!
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
Numa revista especializada em automóveis: O Classe A vende bem
em cores sóbrias, como prata, cinza e preto, mas encalha nas três cores
"micos ": verde tropical, vermelho vulcânico e azul marítimo.
Mas, afinal, quem é que está pagando o maior mico?
Que "tal" meus filhos? Não são lindos?
Não. Tal varia nesse caso: que tais meus filhos?, que tais meus planos?;
que tais meus novos óculos, Esteia?
Machado de Assis, o maior nome da literatura brasileira, fornece-nos
um exemplo em Quincas Borba: D. Tônica confessava-lhe que tinha muita
vontade de ver Minas, principalmente Barbacena. Que tais eram os ares?
Houve uma época em que uma escola de São Paulo anunciava assim:
Colegial tradicional? Colegial técnico? Que "tal"os 2 juntos?
Que tais os dois, mas em outra escola?
Tempos depois, a escola faliu. Não foi sem justiça.
os "Kennedy"
É o chamado plural à jornalista brasileiro, que, em vez de atentar
para as regras da língua portuguesa, prefere copiar o que existe na língua
francesa. Em francês é que os nomes próprios não vão ao plural; em
português não. Mas os jornalistas brasileiros apreciam muito escrever
justamente em outra língua.
Certa vez, uma famosa rede de televisão levou ao ar um programa a
que deu este nome: Os "Kennedy"não choram. Os Kennedys podem não
chorar, mas não faltou gente que chorasse durante o programa inteiro...
Uma revista semanal de informação, pertencente à mesma organização,
trouxe na capa da sua ed. 58: Os "Matarazzo"- ascensão e queda de
um império.
Toda revista tem também sua ascensão e queda.
Outra revista de informação, mais antiga, trouxe: Uma tragédia atingiu
o clã dos "Safra"na semana passada.
Tragédia na língua, ali, é semanal.
Na mesma revista: A saga dos "Matarazzo".
No caderno especial de uma folha paulistana: O Museu de Arte Moderna
(MAM) foi criado pelos "Matarazzo", "arquirrivais" de Chateaubriand.
E se fosse arqui-rivais? Não seria um pouquinho melhor?
Nomes e sobrenomes portugueses vão ao plural normalmente; os estrangeiros
ganham apenas um s, mas jamais devem ficar absolutamente
invariáveis (e gramático que advoga a não-variação, neste caso, se equivoca
em grande estilo). Portanto: os Josés, as Luísas, os Joões, as Raquéis,
as Esteres, os Ademires, os Rauis, os Aníbais, os Machados, os Matarazzos,
os Rangéis, os Amarais, os Vidais, os Kennedys, os Bushs, os Bopps,
os Chopins, os Disneys, etc.
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 167
Eça de Queirós (os jornalistas conhecem?) é autor de Os Maias, e não
de "Os Maia"; em São Paulo existe a Rua dos Gusmões e a Rua dos Andradas.
Ou os jornalistas passam pela Rua dos "Gusmão" e pela Rua dos
"Andrada"? A verdade é que os jornalistas de hoje, além de absolutamente
incoerentes, não têm capacidade de cotejar. Não espere deles o que se
lhes afigura impossível de darem.
O mais curioso disso tudo é que esses mesmos jornalistas que estupidamente
se recusam a flexionar nomes próprios e sobrenomes, escrevem:
Os Simpsons estão de volta.
Se o nome ou o sobrenome já termina em -s ou em -z, fica invariável,
com exceção de Luís, que faz no plural Luíses: os Quadros, os Rodrigues,
os Vaz, os Moniz.
Nossos jornais trazem, todavia, diariamente: "os Sampaio","os Toledo","os
Matarazzo","os Suplicy", etc. Certa vez, leu-se num deles: Muitas
"Maria" e muitos "João" vivem pelos cantos, pelas escadas ou corredores
das repartições públicas lamentando-se dos baixos salários.
Tudo isso é muito lamentável...
No site do Correio Braziliense: "Os Silva" vêm aí. Tios e primos do
presidente petista viajarão 36 horas, entre Caetés (PE) e Brasília, para
assistir "o"parente ilustre receber a faixa presidencial.
Dois erros primários em três linhas. Mas eles continuam publicando
seus manuais de redação, arrogando-se o direito de legislar em língua
portuguesa! E esse mesmo jornal ainda divulga, de tempos em tempos,
pérolas de jornalistas pelo seu site. Que tais as suas próprias?
Beijar recém-nascido provoca "sapinho"?
Não, provoca sapinhos, coisa bem diferent e de sapinho (sapo pequeno).
Sapinhos são afta s que costumam aparece r na mucosa bucal dos
bebês.
Certa feita, um de nossos jornais apresentou uma reportagem que
recebeu o singelo título de Magia do beijo. Esta foi a afirmação da garota
entrevistada: O beijo é uma troca de amor, depende de onde, quem e
como se está beijando. Tive beijos envolventes e revoltantes. O envolvente
aconteceu aos onze anos. Estávamos lendo gibi no quarto. De repente nos
olhamos e nos beijamos, foi muito para minha cabeça. Depois, beijei um
garoto que eu não gostava, mas que beijava muito bem. E o revoltante
aconteceu com o Filipe. Foi dramático, me deu até "sapinho".
Dramático MESMO! Depois desse beijo, tudo deve ter ido pro brejo...
Palácio "do" Alvorada
É incrível, mas ainda existe jornalista brasileiro que não sabe sequer
o nome correto da residência oficial do presidente da República. Dia
desses, um deles disse pela televisão Palácio "do" Alvorada, em vez de
Palácio da Alvorada.
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
Está certo que com o novo governo, do PT, o Brasil acordou para um
novo amanhã. Mas nem tanto, não é mesmo?...
"A" Fonte Novo
O nome do estádio de futebol em Salvador, Bahia, chama-se Fonte
Nova. Ora, estádio é nome masculino. Sendo assim, como entender que
alguém jogue "na" Fonte Nova, fazendo a concordância com fonte, que
nada tem que ver com estádio?
Note que todos usamos: O jogo foi no estádio da Fonte Nova. Se
retirarmos a palavra estádio, essa frase fica assim: O jogo foi no Fonte
Nova.
Se ainda tem dúvida, caro leitor, eis exemplos semelhantes, que confirmam
essa nossa afirmação: Moro na Avenida Vieira Souto. = Moro na
Vieira Souto. *** Viajei no iate Marina. = Viajei no Marina. (Você viajari a
"na" Marina?) *** O presidente despacha no Palácio da Alvorada. = O
presidente despacha no Alvorada hoje. (Ou despacharia "na "Alvorada?)
Como se vê, a coisa é simples. Mas sempre há os que complicam.
Em Goiânia (GO) há um grande estádio de nome Serra Dourada. Até
hoje não apareceu nenhum jornalista esportivo dizendo ou escrevendo
"a" Serra Dourada. Por quê? Porque, sem embargo de estarem próximos,
ainda não chegaram ao estádio da loucura... Mas continuam insistindo
"na" Fonte Nova. Existe gente assim.
Suponhamos que exista um estádio com o nome de Princesa Isabel.
Chamá-lo-íamos, então de "a Princesa Isabel"? Os jogos seriam realizados
"na Princesa Isabel"?
Senhores jornalistas esportivos, por favor, raciocínio não dói.
Agora, caro leitor, veja a que ponto chega a "verve" dos jornalistas
brasileiros! Repare na manchete deste diário de São Paulo: Fogo no Buraco
Quente. Um incêndio ontem à tarde espalhou medo e destruição na
Favela do Buraco Quente, na Avenida Washington Luís, próximo ao Aeroporto
de Congonhas, na Zona Sul.
Ora, se se tratava do nome de uma favela, o fogo só poderia ser na
Buraco Quente.
"reverter" o quadro
É a frase da moda. Estará correta?
Médicos, economistas e tecnocratas de todas as áreas estão a inventar
uma língua própria: a asinina. Entre tantas asnices que se notam em
seu linguajar, salienta-se o emprego do verbo reverter por inverter. É
preciso "reverter"o quadro da economia brasileira. (Em vez de: E preciso
inverter o quadro da economia brasileira.) *** O governador não soube
"reverter" o escândalo a seu favor. (Em vez de: O governador não soube
inverter o escândalo a seu favor.) *** A "reversão" desse quadro é difícil.
(Em vez de: A inversão desse quadro é difícil.)
N NÃO ERRE MAIS! 1 169
"Independente" do salário, o Palmeiras descarta Edmundo
Esta foi a manchete de A Gazeta Esportiva recentemente.
O manchetista provou desconhecer que não se usa "independente"
(adjetivo) por independentemente (advérbio).
Observe estas frases: Somos um país independente. (Frase correta,
porque independente aqui é adjetivo.) *** Independentemente da vontade
dos pais, ela casou. (Aqui temos um advérbio.) *** Independentemente
do salário, o Palmeiras descarta Edmundo. (Eis a manchete que deveríamos
ter lido.)
Leu-se noutro jornal: Preservar o ambiente é dever do agricultor,
"independente"da pregação de demagogos e da ação do Estado.
E qual é o dever de todo aquele que escreve em jornais?
Numa de nossas revistas semanais, lemos esta declaração de um diretor
de escola carioca: Um bom professor é aquele que serve de exemplo,
"independente" da matéria que leciona.
Ele próprio seria, sim, um exemplo...
Um jornalista carioca sediado em Brasília escreve: Governadores,
"independente" de filiação partidária, vivem um drama: precisam apoiar
o governo federal.
Não são apenas os governadores que vivem lá seus dramas...
Um desses professores eletrônicos que pululam por aí, em resposta
à dúvida de uma consulente sobre a acentuação nos nomes próprios,
escreve: O acento não é levado em conta na caracterização do nome do
indivíduo; por isso, o melhor é sempre acentuar de acordo com a regra de
acentuação que estiver vigorando, "independente" do registro civil.
Em cada canto da rede se encontra um professor que "tira as suas
dúvidas". E deixa quantas?
"há" muito tempo "atrás"
Frase redundante. O uso da forma verbal há já indica fato passado.
Usa-se, portanto, apenas o há, ou apenas o atrás, mas não ambos na
mesma frase: Há cinqüenta anos tudo era muito diferente. *** Cinqüenta
anos atrás tudo era muito diferente.
Anuncia um grande banco nacional: Há 10 anos "atrás" todo "o"dinheiro
era de papel.
Além da redundância , usou-s e "todo o" por todo. Dinheiro traz
felicidade?
"Chove" besteiras por aí
Seria uma verdade por inteiro, não fosse o erro de concordância. O verbo
chover, usado em sentido figurado, varia normalmente: Chovem besteiN
NÃO ERRE MAIS! 1 59
ras por aí. *** Choveram asneiras nas provas de Português. *** Choverão
papeizinhos picados dos edifícios, na passagem do ano. * * * Estão chovendo
cães e gatos! *** Começam a chover gatos e lagartos! *** Vão chover propostas
para você. *** Daqui a pouco choverão telefonemas para cá.
Alguém pela televisão anunciou certa vez: "Está chovendo"bons goleiros
no Parque Antártica.
Numa revista: "Chove"pedidos dos romeiros para a santa da janela,
em Ferraz de Vasconcelos.
Na letra de uma música, ouviu-se: "Vai chover"pingos de amor.
Qualquer dia destes vão chover pingos de raiva!
A doença de Chagas é transmitida por um "mosquito"?
Não, por um percevejo, conhecido popularment e por barbeiro.
correr atrás do "prejuízo"
É outra grande criação do jornalismo esportivo brasileiro.
Quando uma equipe está perdendo o jogo, diz-se que os jogadores
têm de correr atrás do "prejuízo ".
Só derrotados podem correr atrás do "prejuízo"; vencedores prefe -
rem correr atrás da vantagem ou do lucro. Creio serem mais inteligentes.
Se se deseja usar a palavra prejuízo, sugiro inverter o prejuízo: O
time tomou três gols em dez minutos e agora terá de inverter o prejuízo.
antes "de" que
Não existe em português "antes de que", mas sim antes que, da mesma
forma que não existe "depois de que", mas apenas depois que: Antes que
me esqueça: venha visitar-me! * * * Depois que ele chegou, foi dormir.
N um jornal: Irritar-se é um direito dos militares como de qualquer
outro cidadão. Mas, "antes de que"pensem na tal de última saída, convém
uma ajuda-memória.
Irritar-se é, de fato, um direito de qualquer cidadão.
confessar-se perante "a" Deus
A preposição perante dispensa a companhi a de outra preposição:
Confessar-se perante Deus. *** Perante o juiz, confessou tudo. (E não:
Perante "ao" juiz... ) *** Perante Deus, estou em paz. (E não: Perante "a"
Deus... )
No site do Jornal do Brasil se leu logo no primeiro dia do ano, que é
par a ir já se acostumando: Lula tomou posse efez juramento perante "à"
Constituição.
mediante "ao" documento apresentado
Caso idêntico ao anterior. O uso de mediante dispensa a presença de
outra preposição: Mediante o documento apresentado, pude entrar. Mediante
a nota fiscal na mão, pude lacrar o veículo.
1 171 NÃO ERRE MAIS!
Numa revista de automóveis, um leitor escreve aborrecido: Não havia
peças para solucionar o problema do meu carro. Imediatamente foi feito
um pedido de urgência à fábrica. Mediante "a"isso, recorri à agência...
Mediante isso, temos uma sugestão ao leitor: recorra a uma boa
gramática !
"uma" jacaré fêmea
É bicho que não existe. Ao menos na Terra.
Jacaré é nome epiceno, ou seja, não tem seu gênero alterado para indicar
mudança de sexo; basta o acréscimo das palavras macho ou fêmea.
Portanto: o jacaré macho, o jacaré fêmea.
Da mesma forma: o leopardo macho, o leopardo fêmea; a pantera
macho, a pantera fêmea; um crocodilo macho, um crocodilo fêmea; uma
águia macho, uma águia fêmea.
"uma" gorila
É outro bicho que não temos. Gorila também é nome epiceno; sendo
assim, usamos: o gorila macho, o gorila fêmea; um gorila macho, um gorila
fêmea.
Certa feita, anunciou-se num telejornal: Koko, "uma"gorila, aprendeu
a linguagem dos surdos-mudos.
Pois é. Até um gorila fêmea aprende...
nenê / neném
As duas formas existem. Ambas são masculinas. Ou seja: mesmo que
se trate de uma menina, é o nenê ou o neném.
É nome sobrecomum, a exemplo de indivíduo e ídolo: Meu neném
não é lindo? O nome dele é Isadora. *** Como se chama seu lindo nenê:
Susana? *** Então, é menina o nenê que acaba de nascer?
Se usarmos o diminutivo, teremos nenezinho: Meu nenezinho não é
lindo? O nome dele é Isadora. *** Como se chama seu lindo nenezinho:
Susana? * * * Então, é menina o nenezinho que acaba de nascer?
Certa feita, uma empresa multinacional lançou anúncio pela televisão
no qual falava em "a"nenê.
Coincidência ou não, pouco tempo depois acabou falindo!
bebê
Também é nome sobrecomum: usa-se o bebê tanto para o menino
quanto para a menina: Lurdes era um bebê bonito. * * * Como é o nome do
seu bebê: Cassilda ou Jeni? *** Então, é menina esse seu lindo bebê?
Se usarmos o diminutivo, teremos sempre bebezinho (e nunc a
"bebezinha").
Certa feita, uma grande fábrica de brinquedos nacional lançou uma
boneca e lhe deu o nome de "Bebezinha".
Já nasceu com uma estrela ruim!...
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
plural de meia-noite
É meias-noites, assim como o plura l de meio-fio é meios-fios.
O apresentador de um famoso telejorna l disse, certa vez: Sexta-feira
13: um dia de vinte e cinco horas e duas "meia-noites" marca o fim do
horário de verão.
Quando se fal a em sexta-feira , 13, e ainda em meia-noite, só pode
mesmo haver turbulências.
judaico = judeu?
Não. Judaico se aplica às coisas judias: religião judaica, literatura
judaica, história judaica, arte judaica.
Judeu, de feminino judia, se aplica a pessoas: governo judeu, cidadão
judeu, estudante judeu, mulher judia.
Recentemente, uma repórte r de televisão falou em "tanque judeu" .
Ou seja, o que ela quer é guerr a mesmo...
lâmpada "florescente"
Não existe este tipo de lâmpada. O que temos à disposição é a lâmpada
fluorescente, a que muitos também chamam "fosforescente" , sem sê-lo.
Petrobras
Sem acento gráfico, porque as siglas não necessitam dele: Petrobras,
Telebras, Radiobras, Eletrobras, Proalcool, Sesi, etc. Alguma s empresas
contrariam essa norma e usam o acento. Desnecessariamente .
como "sendo"
Não existe esta combinação em nossa língua, na qual "sendo" apare -
ce sem nenhuma necessidade.
Frases de jornalistas: Os invasores alemães derrotaram o glorioso
exército francês, considerado "como sendo" o mais forte do mundo. ***
Todas as pesquisas de opinião indicavam Ciro Gomes "como sendo" o
adversário mais difícil na campanha. *** Eu vejo o fato "como sendo" importante
para o país. *** Roberta foi criada "como sendo "uma das filhas
de Vilma. *** A vítima foi identificada "como sendo" um mascate conhecido
na região. *** A foto da cobra exibida "como senão" uma jibóia é,
na verdade, uma salamanta-do-sudeste. *** Não são poucos aqueles que
encaram a cegueira "como sendo" uma condição limitadora, ou mesmo
incapacitadora.
Sendo tão ruins assim, como lê-los?
chamar-se
É pronomina l (ter por nome): Eu me chamo Luís, ela se chama Beatriz,
nós nos chamamos Manuel.
Há um famoso, antigo e já cansado animador de televisão que só pergNu
nta: Como você "chama"?
N NÃO ERRE MAIS! 1 173
pé de "jabuticabeira"
Jabuticaba , morment e a cultivar sabará, é uma frut a muito gostosa,
principalment e quando saboreada no pomar. Ao pé de jabuticaba . Ou,
então, à jabuticabeira . Já ao pé da "jabuticabeira" , a frut a me parece
meio azeda...
Os quintais saudáveis costumam ter pé de manga, pé de abacate, pé
de laranja, etc. Ou, então, mangueira, abacateiro, laranjeira, etc. Quem
tem pé de "mangueira", pé de "abacateiro" ou pé de "laranjeira", que não
dê muda s pra ninguém!...
Esse menino é o pai, cuspido e escarrado1
.
Esta é a frase popular, mas a original é outra: esculpido e encarnado.
O povo, contudo, que nada ou pouco entende de escultura e encarna -
ção, mudou a expressão a seu bel-prazer, par a cuspido e escarrado, que
até acabou vingando. Há os mais corajosos que dizem "guspido e escarrado"
. Os radicais, todavia, preferem "guspido e cagado" , o que complica
muito o quadro.
Não faz muito, ouvi uma maldade: Quando criança, essa menina era
a tia, "cuspida e escarrada"; agora é o tio "guspida e cagada".
Percebeu a maldade, caro leitor?
Ao longo da vida, a par de "guspido e cagado" tenho ouvido muita s
outras pérolas, entre as quais atestado de "órbita"(em vez de atestado de
óbito); poço "cartesiano" (em vez de poço artesiano); antena "paranóica"
(em lugar de antena parabólica); "assustar" o cheque (em vez de sustar
o cheque); aos "troncos" e "barroncos" (em vez de aos trancos e barran -
cos); bebê de "trombeta" (em vez de bebê de proveta); ficar em estado de
"cômoda" (em vez de ficar em estado de coma); professor "jipe" (em vez
de professor hippie); levar a filha ao "pediatra", para ver o que tem no pé
(em vez de levar afilha ao ortopedista); estar com "a pênis estuporada"
(em vez de estar com o apêndice supurado); a situação está "periquitante"
(em vez de periclitante), dos males, o "melhor" (em vez de dos males, o
menor) e ainda há pouco, de um presidente da câmara: A esperança é a
única que morre.
A última foi esta, dia desses: Ela me ofendeu com palavras de baixo
"escalão ".
acne
Ninguém duvida de que essa palavra é feminina: a acne, as acnes,
uma acne, umas acnes, duas acnes. Todo adolescente sabe quanto incomodam,
física e espiritualmente , as acnes.
Na Folha de S. Paulo, todavia, uma leitora quer saber o que é exata -
ment e acne. Um professor da Faculdade de Medicina da USP responde:
"O"acne é uma enfermidade cutânea do folículo "pilo-sebáceo"freqüente
na adolescência, podendo ocorrer também em outras faixas etárias. "O"
acne vulgar tem um componente genético muito importante.
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
É preocupante ver um catedrático da mais conceituada universidade
do paísusar "o"acne e "pilo-sebáceo", quando o mundo só conhece a acne
e pilossebáceo.
Velocidade máxima: "80 KM"
É impressionante o número de equívocos encontrados nas placas de
nossas rodovias, sinal de profundo desrespeito não só ao motorista, como
também à língua. Com que autoridade um órgão pode exigir obediência,
se não tem respeito a coisa nenhuma?
Os símbolos das unidades de medida nunca se escrevem com maiúsculas.
E limites de velocidade se indicam assim: km/h, e não apenas"km" .
Portanto, velocidade máxima: 80km/h. (Note: sem espaço.)
Encontram-se muitos avisos sem autoridade nas rodovias brasileiras.
Mas pedágios há aos montões. E como sabem cobrar!
que nem
Só se usa corretamente quando há indício de idéia consecutiva na
segunda oração. Assim, por exemplo: Fiquei vermelho que nem pimentão.
= Fiquei vermelho que nem pimentão é tão vermelho. *** Vim rápido que
nem um foguete. = Vim rápido que nem um foguete viria tão rápido. * * *
0 ministro ria que nem hiena. = O ministro ria que nem hiena ria tanto.
Não havendo essa idéia na segunda oração (que geralmente é elíptica),
usar-se-á como, ou, então, igual a e até feito: Não seja como (ou igual
a ou feito) seus amigos: preguiçoso. * * * Minha namorada é como (ou igual
a ou feito) gasolina: cara, mas pega fogo por qualquer coisinha!
Certa vez, fez-se um anúncio assim: Oferta da Fotoptica é "que nem"
missa. Todo domingo tem.
A frase verdadeiramente cristã seria esta: Oferta da Fotoptica é como
missa: todo domingo tem.
O uso do dois-pontos, no lugar do ponto, nessa frase, além de significativo,
é obrigatório.
Anúncios há que são uma verdadeira contrapropaganda.
férias
É palavra só usada no plural, que exige todos os determinantes e
modificadores também nesse número: férias escolares, boas férias, férias
coletivas, férias anuais, férias remuneradas, etc.
Recentemente, perguntaram a uma ex-governadora nordestina, que
então postulava a sua candidatura à presidência da República, mas se
encontrava em recesso com os jornalistas: Como estão suas férias? A resposta
veio capenga: "'Tá boa minha férias".
1 176 NÃO ERRE MAIS!
O pessoal "gostam" da Playboy
Se o sujeito está no singular, como pode o verbo ir ao plural? Ah, o
pessoal gosta da Playboy? E da língua? Da língua o pessoal não gosta?
A turma "gostaram" do jogo
E da língua? Da língua, a turma não gostai
O casal de médicos "abandonaram" o paciente em coma
E a língua? A língua, o casal de médicos também abandonou em
coma?
Esta saiu num de nossos principais jornais: O casal de escritores
Jorge Amado e Zélia Gattai "são" também convidados especiais do
presidente.
O casal "são"V. A turma não "gostaram"...
um "quebra-cabeças"
Em nossa língua existem inúmeros substantivos que terminam em
-s e pertencem ao número singular. Ex.: lápis, pires, tênis, conta-gotas,
pára-raios, conta-giros, etc. Por causa deles, muita gente confunde alhos
com bugalhos e usa "quebra-cabeças"no singular. Gente assim, naturalmente,
também gosta de "um chopes"e de "um pasteizinho"...
Numa folha paulistana: Os novos dados são mais uma peça no "quebra-cabeças"
do nosso entendimento dos processos celulares e moleculares
associados ao envelhecimento.
Um jornalista esportivo que, em certa época, enveredou por escrever
páginas na Playboy, escreveu: Andréa Guerra resume num corpo só as
fantasias dos leitores que construíram o delicioso "quebra-cabeças "para
formar a mulher ideal.
A moça, de fato, era um exemplo de formosura, mas o tal redator cometeu
um furo tão infantil, que passou então a ser conhecido por Zezinho
Kfuro.
um "guarda-roupas"
Isto não existe. O que temos em casa (e nos bons dicionários) é um
guarda-rowpa.
O que não existe, porém, consta muitas vezes em dicionários, alguns
até aprovados oficialmente e distribuídos às nossas crianças. Um deles
define gaveteiro desta forma: parte do "guarda-roupas " onde se encaixam
as gavetas.
Talvez estribado nessa definição, declarou recentemente um estilista
sem freio na língua, num programa de televisão: Dizem que Adriane
Galisteu tem "um guarda-roupas" de 35 metros quadrados. Pra guardar
aquela porcaria?
O homem é corajoso!
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
"repercutir" os vestiários dos dois times
Os jornalistas esportivos estão inventando mais uma das suas. Agora,
deram de usar o verbo repercutir como transitivo direto. A invenção,
como se vê, já está repercutindo.
Mas não são apenas os jornalistas esportivos os detentores de todas
as maravilhas do mundo. Não. Veja esta notícia lida na Internet: Os investidores
passaram o dia "repercutindo" a pesquisa eleitoral do Ibope
divulgada ontem.
Escreve um jornalista carioca sediado em Brasília: Congresso ainda
"repercute" a nomeação de Garotinho para secretário de Segurança do
Rio de Janeiro. A situação é delicada!
Ora, se não é...
No site de um jornal: O mercado "repercute"o discurso anual do presidente
dos Estados Unidos: o dólar iniciou o dia cotado a R$3,678.
Na Veja 1.907: Os linkers usam seu blog para "repercutir" as informações
que veiculam na imprensa.
Jornalista de revista séria não pode usar esse verbo assim.
Uma das apresentadoras de um telejornal saiu-se com esta: O mercado
"repercute"hoje a alta da taxa Selic, decidida ontem pelo Copom.
O mal se propaga mesmo com grande facilidade.
Nem mesmo o dicionário do entulho, que traz "tira-teima", "todo
mundo" e até o verbo sobressair como pronominal, registra repercutir
nesse sentido.
Como se vê, o caso é grave mesmo...
carros "cinzas"
Cinza é uma daquelas palavras que, ao serem usadas como adjetivo,
na indicação da cor, não variam. Portanto: carros cinza, ternos cinza, camisas
cinza.
Num jornal: As revelações de que o general Geisel defendeu a morte
dos militantes de esquerda na guerra suja, não deslustra sua biografia,
mas servem para atenuar com tons "cinzas", uma reputação de herói da
democracia.
Como também se notou, os conhecimentos do jornalista sobre o emprego
da vírgula são cinza...
comemorativo "a"
Comemorativo se usa com de, sempre com de: Foi inaugurado na praça
um monumento comemorativo do I de Maio. * * * Foi feita uma placa
comemorativa do centenário de fundação da empresa.
N NÃO ERRE MAIS! 1 177
Pois bem, um narrador de esportes da Rede Record de Televisão, durante
a transmissão de um jogo no Maracanã, convidava-nos a todo instante
para o show comemorativo "aos"50 anos da Record.
Essa gente do esporte é incrível! Emociona. Mas também comove...
pigarro
Quem fuma , geralmente, tem isso: pigarro, que, aliás, rima com cigarro.
Algumas pessoas usam "pigarra", coisa que só afeta galináceos. Há,
ainda, os mais corajosos que dizem: Estou com "pigarra na garganta".
Primeiro, o correto é pigarro; segundo, pigarro só dá mesmo na garganta.
Ou já se viu alguém com pigarro no nariz? A frase foi ouvida de uma personagem
de telenovela, o que talvez não admire a ninguém.
atuação de "raros" brilho e vigor
Um adjetivo ou um pronome adjetivo anteposto, quando modifica
dois ou mais substantivos, concorda sempre com o elemento mais próximo.
Portanto: atuação de raro brilho e vigor; o eficiente assessor e secretárias;
a eficiente assessora e secretários; seu marido e filhos; sua mulher
e filhos; qualquer dia e mês; quaisquer dias e mês; distinta senhora e marido;
distinto marido e senhora.
Num jornal: O mercado imobiliário tem "menores" liquidez e rentabilidade
do que muitas outras aplicações.
Num editorial de jornal: O empresário fechou o ano com um protesto
de "raras "felicidade e oportunidade.
Noutro editorial, do mesmo jornal: O governador do Paraná, Roberto
Requião, parece estar fazendo o que está a seu alcance para repetir
no governo Lula o papel desempenhado na gestão Fernando Henrique
pelo ex-governador de Minas Itamar Franco. A bem da verdade, ele se
tem empenhado nisso com "tais" talento e devoção que pode criar mais
problemas ao presidente aliado do que seu modelo criou para o principal
alvo de sua ira cega e devastadora.
No dicionário do entulho, no verbete moralismo se vê na definição
de falso moralismo: comportamento, atitude que denota "falsas"adesão
e defesa de um valor moral qualquer. Nele, todavia, tudo é perfeitamente
normal...
hoje é dois de maio
Do ponto de vista gramatical, a frase merece reparos quanto à concordância
verbal, já que o verbo ser deve concordar com o numerai. A
língua cotidiana, no entanto, vê hoje como sujeito da oração, ou - mais
provável - vê oculta a idéia de dia e, assim, não leva o verbo ao plural.
Numa linguagem formal, use o plural; no dia-a-dia, opte pelo que o
povo usa.
Já na interrogação, melhor será usar o plural: Quantos são hoje?,
Quantos foram ontem?, Quantos serão amanhã?, assim como fazemos
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
quando desejamos saber as horas: Que horas são? (Embora possa ser uma
hora.) Nunca ouvi ninguém perguntar "Que hora é?", mesmo porque, se
ouvir, não vou dar resposta...
Que horas "tem aí"?
Não. Não vá pelas invenções. Continue perguntando como se fez em
todos os tempos: Que horas são?
ele é tal "qual" os irmãos
Tal e qual são palavras que concordam com o nome a que se referem.
Se tal, nessa frase, se refere a rapaz, naturalment e não varia; mas qual
está diretamente ligado a irmãos; daí a necessidade do emprego do plural:
Ele é tal quais os irmãos.
Repare em mais estes exemplos: Esses rapazes são tais qual seu irmão.
*** Esses rapazes são tais quais seus irmãos. *** Sou tal quais essas
crianças. * * * Essas crianças são tais qual eu.
Daí ser realmente uma pena termos de cantar assim, naquela canção
que os brasileiros todos conhecemos: Teus olhos são duas gotas pequeninas,
"qual" duas pedras preciosas, que brilham mais que o luar.
Ficaria bem melhor, sem nenhum prejuízo da beleza da canção, que
estivesse quais no lugar de "qual". E, assim, com certeza, os nossos olhos
iriam brilhar muito mais que o luar...
Eis como escrevem nossos jornalistas: Muita gente tem saudade dos
tempos em que o leite vinha em litros em vez de saquinhos. Agora o leite
tipo A recuperou as garrafinhas, em embalagens plásticas descartáveis,
"tal"como as utilizadas nos EUA e na Europa. *** Os travestis, com os corpos
tratados "tal qual"as mulheres, tomaram de assalto a grande cidade.
Alguns escritores modernos não variam os pronomes, considerando
tal qual = como. Achar não ofende... O que mais intriga é que os grandes
escritores, tanto brasileiros quanto portugueses, nunca acharam...
problema difícil de "se" resolver
Não há nenhuma necessidade de usar esse "se": depois de difícil de,
fácil de, duro de, gostoso de, bom de, ruim de, agradável de, etc., a presença
desse pronome é dispensável. Portanto, use sempre assim: problema
difícil de resolver, questão fácil de contornar, osso duro de roer, automóvel
gostoso de dirigir, água boa de beber, remédio ruim de tomar, trabalho
agradável de fazer.
Escreve um leitor da revista ISTOÉ, misturando erro e ironia: Algumas
pessoas questionam se Portugal e o Brasil são países amigos ou
países irmãos. Particularmente, acredito que somos nações irmãs. E o
motivo é fácil de "se"perceber: amigos, a gente escolhe...
Certa vez, a Eletropaulo, empresa energética de São Paulo, fez publicidade
assim: A energia que você usa é muito difícil de "se" obter.
1 179 NÃO ERRE MAIS!
Puro desperdício.
Desperdício, porém, é coisa pouca, quando se apanha um dicionarista
em flagrante usando a impropriedade. Está lá, no verbete latim (que
ironia!): difícil de "se"entender. Difícil mesmo...
problemas fáceis de "resolverem"
Neste caso (adjetivo no plural + a preposição de), além de prescindir
do pronome se, a construção exige infinitivo invariável. Portanto: problemas
fáceis de resolver, mudanças difíceis de fazer; frutos fáceis de madurar;
plantas duras de desenvolver; pessoas fáceis de convencer, etc.
Um famoso político baiano declarou certa feita: Quando os princípios
são os mesmos, as coisas são mais fáceis de "acontecerem".
No Brasil, coisas assim e até muito mais cabeludas são muito fáceis
de acontecer.
gravidez
Usa-se no plural, normalmente: Minha mulher teve duas gravidezes
muito difíceis. *** O tratamento que minha mulher fez a tornou sujeita a
gravidezes múltiplas. * * * Depois de passar por quatro gravidezes problemáticas,
ela resolveu fazer laqueação.
Certa vez, em visita a uma escola do Recife, uma professora de Português
disse, na sala dos professores, deixando seus colegas de olhos arregalados
(mas sem motivo): Nas minhas duas gravidezes, sofri como condenada!
Aliás, professor está acostumado a sofrer como condenado, sem necessariamente
passar por gravidezes...
alarde
Faz-se alarde sempre de alguma coisa. No editorial de uma revista,
porém, leu-se: Muito alarde se fez "com" o fato de o presidente ter sido
recebido com vaias no congresso da CUT.
Vaias? Que boa idéia!...
obedeça à sinalização!
Era assim que deveria estar nas as placas das nossas rodovias. No
entanto, o que vemos é o a sem o acento em todas as placas.
Quem obedece, obedece a alguém ou a alguma coisa. O verbo é rigorosamente
transitivo indireto, assim como o antônimo desobedecer. Veja
exemplos em que ambos os verbos estão empregados corretamente: Obedeça
aos mais velhos! *** Obedeçamos ao regulamento! *** As leis estão
assim, mas poucos lhes obedecem. *** Desobedeceu ao professor e foi
castigado. *** Quem desobedece às regras de trânsito é multado.
Os clássicos usaram este verbo como transitivo direto, e alguns de
nossos escritores contemporâneos os imitaram, talvez na ânsia de a eles
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
se parecerem. A verdade é que na norma culta, que deve ser seguida pelos
meios de comunicação de massa (e também pelos escritores de respeito),
o verbo é transitivo indireto.
Para alguns jornalistas, a regência do verbo, porém, ainda é aquela
do tempo do Onça. Num jornal: Bagdá começou a destruição de seus mísseis,
"obedecendo um"prazo estipulado pela ONU.
Numa revista: Quem pensa que malhar é vestir bermuda, top e camiseta,
ouvir as instruções do treinador e esfalfar-se para "obedecê-las"está
enganado.
Enganado está mesmo quem?!...
Certa feita, uma fábrica de refrigerantes lançou propaganda nacional,
usando esta frase imperativa: Obedeça sua sede.
Pessoas de bom-senso, naturalmente, não obedeceram à sugestão.
"ha!, ha!, ha!"
Gargalhada se representa graficamente de outra forma: ah!, ah!, ah!,
e não "ha!, ha!, ha!", como fazem certos jornalistas. Podemos empregar,
ainda, quá-quá-quá!, que é justamente o que muitos deles nos provocam
diariamente.
"à" esta altura dos acontecimentos...
A esta altura dos acontecimentos, podemos dizer que nada vai bem
no quartel de Abrantes...
Antes do pronome demonstrativo esta não se usa o acento grave, porque
não pode haver crase. Mas os jornalistas do quartel de Abrantes continuam
usando-o.
o valor dos aluguéis "caíram" em São Paulo
Frase ouvida num famoso telejornal nacional. Trata-se de um erro de
concordância muito comum, principalmente entre os que não têm noção
de análise sintática, que não têm noção da estrutura da própria língua
que falam.
Se o núcleo do sujeito {valor) está no singular, o verbo tem de estar
no singular; não importa que o adjunto (dos aluguéis) esteja no plural,
porque os adjuntos não interferem na concordância verbal.
Por isso, o que todos deveríamos ter ouvido (até por sinal de respeito)
seria esta frase: O valor dos aluguéis caiu em São Paulo.
Eis outra demonstração de desrespeito de outro telejornal: A organização
dos Jogos Olímpicos "foram"um desastre!
Falar em desastre a esta altura não é mera coincidência.
N NÃO ERRE MAIS! 1 181
Roraima fica "ao" norte do Brasil?
Não. Roraima fica no Norte do Brasil. Da mesma forma: A colônia
alemã está concentrada no Sul do Brasil. * * * A menor incidência de chuvas
ocorre no Nordeste brasileiro.
Agora, repare nestoutros exemplos: O Uruguai é um país que fica a
(ou ao) sul do Brasil. * * * A Venezuela é um país localizado a (ou ao) norte
do Brasil.
Ninguém mais duvida que o Uruguai fica ao sul do Brasil: afinal, a
Província Cisplatina já não nos pertence faz algum tempo. É certo, da
mesma forma, que a Venezuela é um país localizado ao norte do Brasil: se
estivesse situada no Norte do Brasil, teríamos petróleo em abundância, e
não pagaríamos tão caro por uma gasolina ordinária como a nossa.
Numa enciclopédia distribuída pela Folha de S. Paulo, no verbete Ribeirão
Preto se lê: Cidade localizada "ao"norte do Estado de São Paulo.
Ora, ao norte do Estado de São Paulo fica Minas Gerais!
emprestar
Quem cede empresta: Emprestei um livro a ela. *** Ela emprestou a
caneta a uma colega.
Quem se beneficia do empréstimo pede ou toma emprestado: Tomei
emprestado o carro dele. *** Pedi emprestada a tesoura. *** Tomei mil
reais emprestados a Sigismundo.
Numa revista: O horizonte "a" longo prazo é turbulento para as
empresas que "emprestaram" dinheiro para voar. Quer dizer, então,
que as quase falidas companhia s de aviação nacionais estão emprestando
dinheiro?
Note, ainda, que se usou "a"longo prazo.
bater "palma"
Bater palmas é mais gratificante. Há apresentadores de televisão que
pedem uma salva de "palma"para seus convidados. Por que não pedem
também uma rajada de "tiro"? Não há diferença nenhuma...
"Possa" ser que amanhã eu viaje
"Possa"ser é uma expressão corrente em certas regiões nordestinas,
principalmente da Bahia, onde é comum ouvirmos: "Possa"ser que amanhã
faça sol. *** "Possa"ser que eu vote nesse candidato.
Na deliciosa e simpática Salvador pode ser que haj a muitos brincalhões.
Pode ser...
Bem ou "má", a legislação existe
Não. O antônimo de bom é mau\ o de bem é mal. Assim, não se leva
em conta o gênero de legislação, porque não se tem aí um adjetivo, mas
um advérbio (bom é adjetivo; bem é advérbio). Bem ou mal, a explicação
está dada.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
A frase acima foi ouvida na televisão, num desses inúmeros programas
de entrevista, em que saem mais "largatos" que lagartos...
Há pessoas que sentem enorme dificuldade no uso de mau ou má e
mal. Um ex-jogador de futebol, tricampeão do mundo, comenta agora
pela televisão: A defesa do Palmeiras está "má"posicionada. *** Eu já
falei sobre o "má"posicionamento dessa defesa. De vez em quando, solta
lá seu "dibrar" e seus "dibres".
Bola e língua são, positivamente, coisas incompatíveis.
"mais diferente do que"
Isto é brincadeira, mas já aconteceu! Um grande zagueiro do nosso
futebol, titular da seleção brasileira em 1978 e 1982, declarou: Jogo decisivo
é "mais diferente do que" os outros.
Ora, o que é diferente, é diferente. Basta. Pra que "mais"? E "diferente
do que"é linguagem de criancinha.
Bola e língua nunca se deram bem, já é tradição.
"os" 0,5% de juros da caderneta de poupança
Se nem mesmo 1 é plural, que se dirá, então, de meio?
Para alguns jornalistas, no entanto, 1 é plural (e muito plural!). Repare
nas suas frases: O ganho real do aplicador em caderneta de poupança
está restrito apenas "aos"0,5%. *** Só 1,5% "tinham"algum nome de
candidato na cabeça. *** Analisou "os seus "um por cento de intenções
de voto. Ainda bem que "existem estes" um por cento de teimosos. ***
Saiu da eleição com "escassos" 1% dos votos. *** O Brasil é um dos países
onde menos se toma sorvete: 1,5 "litros"por habitante ao ano. ***
Em Brasília falta tudo: moradia, emprego, transporte, assistência médica,
segurança pública e até água para abastecer regularmente "seus" 1,7
milhão de habitantes.
Não é só em Brasília que falta tudo; em certas redações anda faltando
também muita coisa.
EM TEMPO - Podemos ler 0,5 de duas formas, indiferentemente: meio ou
cinco décimos: O meio por cento (ou Os cinco décimos) de juros da caderneta
de poupança.
ela não quis "vim"
Na verdade, vim é forma do passado (vim ontem aqui); fora daí, não
tem cabimento seu emprego. Parece-me, todavia, que essa forma corrupta
só é usada mesmo na fala, em conversa informal. Mas, mesmo na fala,
não se admite o seu emprego nos meios de comunicação de massa. Há um
comentarista de futebol, ex-jogador, que jogou em Roma e lá foi considerado
rei, que usa muito "vim" após outro verbo ou depois de preposição.
Nesse caso, é imperdoável.
Veja exemplos em que só cabe o infinitivo vir: Você não deve vir com
essa roupa tão decotada. *** Ontem eu não pude vir. *** Para vir aqui,
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 183
não foi fácil. * * * Antes de vir a Bajé, estive em Lajes. *** Em vez de vir
com Jeni, vim com Juçara. * * * Depois de vir falar comigo, ela foi falar
com Lurdes.
Repare que, se trocarmos o verbo vir por ir, teremos sempre: Por
que ela não quis ir? *** Ontem eu não pude ir. *** Para ir até lá não
foi fácil.
Alguém usaria "im"no lugar de ir?
super-interessante
Não: superinteressante. É assim que se escreve. O prefixo super- só
exige hífen antes de h (super-homem) e r (super-rápido).
Há uma ótima revista nacional com este nome. Repare, porém, como
está na capa. Não é superinteressante? Mas não é superinteressante.
hiper- = super-?
Sim, são prefixos que exigem hífen antes das mesmas letras (h e r:
hiper-humano, hiper-rancoroso) e têm o mesmo significado: hiper- vem
do grego; super-, do latim.
Há, no entanto, uma tendência moderna de conferir a hiper- uma noção
de superioridade, em relação a super-. Assim, um hipermercado seria
um supermercado gigante, com muito mais ofertas de mercadorias que o
supermercado.
Apesar de não ter nenhum fundamento lingüístico, tal diferenciação
está se consolidando.
"Daqui um" pouquinho estaremos de volta
Frase típica de apresentador de programa de televisão, antes de um
intervalo comercial.
Ora, não se usa daqui sem o apoio da preposição a: daqui a um pouquinho
estaremos de volta, daqui a um pouco eu vou, daqui a três minutos
começa a aula, daqui a um minuto estaremos de retorno.
Frase de um jornalista: Cientistas fazem simulação de como seria o
mundo "daqui milhões"de anos sem a existência dos seres humanos.
Pior foi o que disse um apresentador de esportes de famosa rede de
televisão: O jogo "terminou daqui um pouquinho".
Daqui "em" Criciúma é longe!
Quando se usa a preposição de (presente em daqui), usa-se automaticamente
a preposição correspondente, que é a, e não "em": Daqui à praia
são duas quadras. *** Você sabe qual é a distância exata daqui à Lua?
Mais triste do que usar daqui "em"é empregar daqui "há", como se
viu no site do Terra: O carro da Volkswagen deve parar de ser produzido
no país daqui "há"alguns anos.
Daqui a alguns anos, essa gente ainda vai acabar escrever xalxixa...
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
ovos "estalados"
Mais saborosos são os ovos estrelados, isto é, ovos fritos sem serem
mexidos. Não faltam boas cozinheiras que nos estrelem ovos. Então, por
que engolir os outros?
O povo usa "estalado", neste caso, por ouvir estalos, assim que os
ovos caem no óleo quente da frigideira.
Certa vez se leu num grande jornal paulistano: Esperando ovos "estalados",
os jogadores do São Paulo eram a imagem do desânimo.
Também, pudera!
"blá-blá-bló"
Há muita gente que gosta disso (até dicionarista). Há quem prefira
blablablás: é menos aborrecido.
Somos obrigado, aqui, a voltar aos dois dicionários mais conhecidos
do público brasileiro: um deles registra blablablá corretamente, e o outro
(aquele) já vem com registro duplo: blablablá e"blá-blá-blá" .
Repare, agora, caro leitor, que grande curiosidade: o primeiro dicionário
registra, no verbete anterior, blá-blá (prato da culinária de São
Tomé e Príncipe), e o segundo, blablá. Afinal, qual é o verdadeiro blá?...
Talvez por causa dessa balbúrdia é que os jornalistas se confundem
e escrevem: Para o ex-ministro da Justiça, o encontro de presidenciáveis
não passou de um "blá-blá-blá "de comadres.
A imprensa brasileira e certos dicionários estão na verdade mais
para quá-quá-quá que para blablablás.
aborígine
Muitos usam "aborígene", por influência da palavra origem. Existem
até dicionários que registram "aborígene"!
Numa revista: No final do século XVIII, quando o explorador inglês
James Cook (1728-79) ancorou o navio Endeavour na quase desconhecida
Austrália, avistou animais que chamaram a sua atenção. Quando
perguntou aos "aborígenes" que animal era aquele, um deles respondeu:
canguru, que em uma das línguas australianas significa não sei.
Há jornalistas brasileiros que vivem dizendo canguru, canguru...
ficar "no" aguardo de notícias
Será sempre mais esperançoso ficar ao aguardo de notícias, assim
como todos ficamos à espera. Nunca ouvi ninguém ficar "na" espera de
dias melhores.
Um homem verdadeiramente apaixonado, por exemplo, fica sempre
ao aguardo dela, ou seja, à espera do ser amado.
Num jornal: O país está parando "no"aguardo de definições no campo
econômico e político.
Aliás, todos estamos também ao aguardo de concordâncias mais razoáveis.
Por exemplo: campos econômico e político.
N NÃO ERRE MAIS! 1 185
rir "à medida em que" lê
Não existe a suposta locução conjuntiva "à medida em que", tão a
gosto de alguns jornalistas. O que temos é à medida que.
Frases da mídia: Forma e fundo; conjuntura e estrutura; imaginário e
real. Uma nítida diferenciação entre esses planos começa a evidenciar-se
"à medida em que"evolui o plano do governo. *** Os dentes contribuem
com a digestão "à medida em que" vão quebrando os alimentos em partes
cada vez menores. *** "A medida em que"vai aumentando os cargos
para o pessoal de São Paulo, maior será a responsabilidade de todos eles
na administração da CBF.
Nesta última, há também um elementar erro de concordância verbal:
"vai" por vão. Há jornalistas que escrevem assim. E querem ser formadores
de opinião!
Por falar em concordância verbal, eis uma notícia de jornal: Ronaldo
e a modelo se falaram por telefone e as chances de uma possível reconciliação
não "estaria" totalmente descartada. Ainda sobre concordância
verbal, eis o que trouxe um jornal especializado em esportes: Os jogadores
do Palmeiras não "terá" o convívio de suas famílias a partir "desta
segunda-feira". Afinal, o técnico Paulo Bonamigo antecipou em um dia
a concentração para o clássico. Ainda sobre concordância verbal, na melhor
revista do Brasil: Na semana passada, as exportações de petróleo
venezuelanas estavam paradas nos portos e "começava"a faltar produtos
básicos nos supermercados.
Em certos jornais, até que já se compreende a ignorância dos jornalistas
sobre os assuntos mais comezinhos da nossa gramática, mas na
pena de um jornalista de respeito e numa revista séria, trata-se de um
erro inadmissível.
Certa vez perguntaram a um astrônomo e geofísico da USP por que
os planetas eram redondos. A resposta: Os planetas são redondos devido
ao fato de esta ser a forma mais estável. "A medida em que" crescem, a
partir de uma nuvem, adquirem essa forma, capaz de distribuir a matéria
em todas as direções.
Agora todos entendemos melhor por que é que certos astrônomos
preferem viver na Lua...
"octagésimo" lugar
Poucos jornalistas conhecem os numerais ordinais, depois de trigésimo.
Até aí eles até que vão bem. Chegando a quarenta, já começam a titubear.
Que se dirá, então de cinqüenta, sessenta, setenta, oitenta e noventa?
Não sai nada mesmo. Aliás, sai: asneira.
Vamos aprender juntos: o numerai ordinal correspondente a quarenta
é quadragésimo; a cinqüenta é qüinguagésimo (note: o u soa); a sessenta
é sexagésimo\ a setenta é setuagésimo (note: sem o p, apesar de certos
dicionários); a oitenta é octogésimo; e a noventa, nonagésimo.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Repórteres policiais, ao se referirem ao 72.° distrito, preferem dizer
"setenta e dois distrito" a dizer setuagésimo segundo distrito.
zero-quilômetro
Variam ambos os elementos de um substantivo composto formado
por dois substantivos. Esta é a regra mais simples da formação do plural
dos nomes compostos. Ora, se zero e quilômetro são substantivos, o plural
de zero-quilômetro não pode deixar de ser zeros-quilômetros. Portanto:
um zero-quilômetro, dois zeros-quilômetros.
Se fizermos desse composto um adjetivo, equivalente de novo, saído
de fábrica, ele variará normalmente: um carro zero-quilômetro, dois carros
zeros-quilômetros.
Há os que se espantam. Esquecem-se de que lógica e língua são coisas
que não se misturam. Se se misturassem, jamais teríamos esta concordância:
Mais de um passageiro morreu. Ou esta: Menos de dois passageiros
morreram.
A língua não se guia pela lógica; a língua se norteia por normas sintáticas.
Como poucos têm consciência disso, espantam-se com o plural de
zero-quilômetro. Compreende-se.
Os jornalistas escrevem "os zero-quilômetro", "carros zero-quilômetro".
Normal. Veja: "Os zero-quilômetro "pagam 35% de imposto de importação,
fora outros tributos, como o IPI. *** "Mosca branca" entre os
"zero-quilômetro", o carro a álcool também sumiu das lojas de usados.
Como se vê, encontrar jornalista que escreva corretamente é mesmo
uma mosca-branca...
A maioria dos homens ficou nervosa
Nesta frase, correta, mais uma prova de que lógica e língua não se
misturam.
Numa frase em que entra a maioria de + complemento no plural, o
verbo concorda com o núcleo do sujeito (maioria) ou, excepcionalmente,
com esse complemento. Portanto, temos duas concordâncias corretas: a
que vimos acima, gramatical, e a lógica, que é A maioria dos homens ficaram
nervosos.
O mesmo se dá com grande parte de, boa parte de, bom número de,
metade de, etc., chamados coletivos partitivos.
meio-dia e "meio"
Aliás, meio-dia e meia (hora). Ora, se todos dizemos uma e meia,
duas e meia, três e meia, etc., porque, então, meio-dia e "meio"? Como se
viu, há subentendimento da palavra hora, neste caso: uma e meia (hora),
duas e meia (hora), meio-dia e meia (hora).
Nossa, já "são" meia-noite?!
Para evitar o sobrenatural, convém ter mais cuidado: o verbo não
tem por que, aqui, ir ao plural, já que meia-noite não pertence a esse número.
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 187
Existem pessoas, no entanto, que dizem: Já "são"meio-dia: preciso ir.
É bom que vá mesmo...
Um candidato a presidência da República, em 2002, derrotado no
segundo turno, declarou horas antes da eleição: "São"meio-dia. Daqui a
vinte horas começa a virada. Virada para quê? Para o sobrenatural?
A antiga e excelente Rádio Jornal do Brasil certa vez teve um locutor
- talvez acossado pelo sobrenatural - que soltou isto: "São " meia-noite e
quarenta e cinco minutos no Rio de Janeiro.
O sobrenatural, assim como o povo, é muito poderoso!
"São" Salvador
O nome da capital baiana é Salvador. Só. Os baianos a chamam também,
carinhosamente, Cidade do Salvador.
Quem nasce em Salvador é salvadorense ou soteropolitano (adjetivo
preferido na Boa Terra). Quem nunca esteve em Salvador, precisa arrumar
um tempo para conhecê-la. Quem nunca esteve na Cidade do Salvador,
não pode dizer que conhece o Brasil. A capacidade comunicativa do
soteropolitano contagia.
EM TEMPO - Soteropolitano vem de Soterópolis, nome erudito de Salvador;
forma-se do grego Soter = Salvador + polis = cidade. Assim, Soterópolis
= cidade do Salvador. Pronuncia-se sotéro-politano.
todas as vezes "em" que
Expressão equivocada; trata-se de mais uma invenção dos jornalistas,
a exemplo de "à medida em que". Veja como eles a usam, sem pejo
nenhum: Todas as vezes "em"que a televisão mostrou homens e mulheres
nus...
Todas as vezes que leio jornal...
caudal
É palavra masculina: o caudal, um caudal. Portanto: Era extraordinário
o caudal do rio. *** Surgiu um caudal de boatos.
Jornalistas há que imaginam haver algo em comum entre caudal e
cauda. Naturalment e que não há. Mas eles insistem. E escrevem: O PT é
apenas um tributário "da"grande caudal da crise brasileira.
É preciso. É necessário. É bom.
Trata-se de expressões invariáveis. Repare nestas frases: É preciso
muita paciência para lidar com crianças. * * * É necessário atenção redobrada,
ao dirigir veículos à noite. * * * É bom toda a cautela neste caso.
Por que podemos construir assim? Porque, geralmente, há um verbo
subentendido depois do adjetivo. Exemplos: É preciso ter muita paciência
para... *** E necessário manter atenção redobrada... *** E bom usar
toda a cautela...
Repare ainda nestas frases, em que também o adjetivo não varia, por
NÃO ERRE MAIS! 1 89
haver um verbo subentendido: É lindo uma mulher que chora. = É lindo
ver...*** Maçã é ótimo para os dentes. = Comer maçã é... *** Cerveja é
bom para engordar. = Beber cerveja é...
Veja, agora, outros exemplos, par a firmar conhecimento: Énecessário
muitos exercícios para aprender isso. = E necessário fazer... *** É preciso
muitas sessões de psicanálise para ficares bom. = E preciso freqüentares...
*** É bom apenas frutas e legumes no verão. = É bom comer apenas...
*** Era preciso informações exatas. = Era preciso obter... *** Será bom
prudência nesse caso. = Será bom ter... *** Calma, para a saúde, é ótimo!
= Manter a calma, para a...
O egrégio Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, ao confirmar
uma sentença, redigiu: Acertada foi a condenação, pois, como é sabido
e reconhecido pela jurisprudência, castigo corporal através de tapas no
rosto de alunos configura o delito de maus tratos, pois é inadmissível tais
corretivos como atos de disciplina escolar.
Perfeito: é inadmissível adotar tais corretivos...
Repare, agora, nesta fras e de jornalista, que acabou confundind o
alhos com bugalhos: Segundo o presidente da UIA (União da Indústria
Argentina), Héctor Mendez, Furlan é o ministro brasileiro que mais preocupa
os empresários argentinos. Para ele, "é necessário"a adoção de uma
política empresarial entre Brasil e Argentina que seja capaz de corrigir
as assimetrias do Mercosul.
Ou seja: o jornalista aprendeu que não se varia a expressão é necessário
em algumas circunstâncias. O problema é que não soube aplicar
o que aprendeu. Repare, ainda, na falta do necessário artigo antes dos
nomes Brasil e Argentina. Neste assunto, é caso perdido: eles não vão se
emendar mesmo.
maus tratos
É assim que se escreve, ou seja, sem hífen, quando significa tormentos,
torturas. Por exemplo: Homem que maltrata os animais, que inflige maus
tratos a esses seres indefesos, não pode ser com justiça de ser humano.
Só o termo jurídico é que leva hífen, formando um nome composto:
maus-tratos. Neste caso significa crime cometido por aquele que põe em
risco a vida ou a saúde de pessoa que está sob sua autoridade, guarda ou
vigilância.
Os jornalistas desconhecem por completo a diferença.
Título em uma revista: Manual dos "maus-tratos".
Conforme sobejamente visto aqui, são constantes os maus tratos que
eles infligem à língua.
exceder
Este verbo pode ser transitivo direto e também transitivo indireto,
mas neste caso só aceita a preposição a: Beba, mas não exceda os (ou aos)
limites!
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 189
Um antigo dicionário fornece exemplo com a preposição "de". Daí
por que em alguns elevadores se lê (equivocadamente): Capacidade licenciada:
8 pessoas ou 576kg. É proibido exceder "destes" limites, sob pena
de multa imposta pela prefeitura.
Maus exemplos correm muito mais depressa que os bons.
Quantos são duas vezes dois?
É assim que se pergunta . Sendo vezes palavr a feminina , não tem cabimento
pergunta r Quanto é dois vezes dois?, como se ouve comument e
- e com o verbo e pronome interrogativo no singular!
Eis outros exemplos: Aprendi ontem quantos são duzentas vezes um.
*** Quantos são três mais um? *** Nunca soube quantos são trezentas
vezes três.
O número que aparece depois de vezes não varia, porque se toma
como substantivo: duzentas vezes um. O pronome interrogativo quantos,
neste caso, não varia em gênero.
com nós
O uso de com nós é possível, mas somente quando aparecem palavra s
reforçativa s ou apostos. Assim, por exemplo: As crianças vieram com nós
dois. * * * Entramos em conflito com nós mesmos. * * * Queremos estar em
paz com nós mesmos. * * * Quem irá com nós, professores?
Caso contrário, usa-se conosco. Inadmissível é o uso desta forma com
palavra s reforçativas, como se viu, certa feita, numa revista: Férias - tempo
de abertura de nossos campos de encontro "conosco mesmos", com os
familiares, com os outros, com a natureza, com sua imensa riqueza.
derreter
É verbo pronomina l (derreter-se), na acepção de tornar-se líquido: O
gelo se derreteu em poucos minutos. * ** Fora da geladeira, o sorvete logo
se derreteu.
Um dicionário (aquele) registra-o também como intransitivo.
Certa vez, uma fábrica de fogões, no afã de promover seu novo produto,
mandou afixar painéis em toda a cidade com um texto assim, ao lado do
fogão que estava lançando: Uma promessa que não "derrete"com o tempo.
Mais abaixo se podia ler: Esta marca ninguém apaga.
Será?
plural de júnior e de sênior
De júnior, juniores (ô); de sênior, seniores (ô). Hoj e a maioria dos jornalistas
esportivos aprendeu: eles já dizem direitinho: juniôres, seniores,
mas no início só se ouvia"júniors","sêniors" .
Uma emissora de televisão de São Paulo resolveu promover, certa
vez, um campeonato mundia l de futebol, do qual participariam veteranos
de todo o mundo. Ao darem nome à competição, lambuzaram-se : campeonato
mundial de "sêniors".
N NÃO ERRE MAIS!
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déficit / superávit
Trata-se de duas formas oficiais. A nosso ver, equivocadas. Latinismos
não devem ser acentuados. Os portugueses usam défice e superávite,
formas muito mais "inteligentes".
Não se confunda este caso com o de álibi (com acento). Déficit e superávit
têm terminação incompatível com a índole da língua portuguesa.
Não há palavra em português que termine em -t.
O Vocabulário Oficial, todavia, houve por bem abalizar acentos tanto
em déficit e superávit quanto em hábitat, imitando o espanhol. Como
consideramos que coerência ainda é virtude, preferimos usar, então, em
vez de imitações, as palavras latinas puras: déficit, superávit, habitat.
Nossa preferência, contudo - é preciso deixar bem claro - é pelas formas
défice, superávite e habita, que um dia, sem dúvida, haverão de ser oficiais.
telentrega
É assim que se escreve esta palavra, dè uso recente. Há os que escrevem
"tele-entrega". Convém dizer que tele- é um elemento prefixo-radical
e, como tal, não pode ligar-se a outra palavra mediante hífen. Confira:
telecomando, telecomunicação, teleobjetiva, telerrecado, telerresposta,
telerromance, telessena, etc. Todas essas palavras são pronunciadas com
o primeiro e aberto: té.
Não faz muito tempo, a TV Cultura anunciou um "tele-romance".
Como é mesmo o nome da emissora?...
por cada
Não é importante, mas convém fazer uma ressalva. Às vezes não há
como fugir a esta cacofonia, mas há outras em que ela é perfeitament e
evitável, com a simples omissão da palavra cada. Como nestas frases colhidas
em jornal: Convênio prevê que Prefeitura de SP pagará ao Estado
R$38,14 "por cada"multa aplicada. *** Segundo norma da Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel), ao fim do prazo as operadoras
terão de depositar R$ 50,00 " por cada" cliente que não tenha feito o
cadastro.
No site da Abrelivros, entidade que congrega a maioria dos editores
brasileiros: O governo brasileiro paga menos do que uma revista Caras
"por cada"livro adquirido para distribuição nas escolas.
Não é importante, mas para que usar por cada, quando não há nenhuma
necessidade de usar por cada?
Cinco reais "são" muito por um jornal.
Sujeito que dá idéia de preço, quantidade, peso, medida, etc. exige
o singular: Onze meses será muito: não vou agüentar de saudades, meu
N NÃO ERRE MAIS! 1 191
amor! *** Um é pouco, dois é bom, três é demais. *** Quinze metros era
pouco para fazer o vestido daquela mulherona.
Num jornal: Dois dias "foram" muito pouco para que o PT pudesse
definir todos os detalhes para a campanha das eleições.
dar murro em faca de ponta
Frase tão correta quanto a outra, mais conhecida: dar murro em ponta
de faca.
O brasileiro está cansado de dar murro em faca de ponta: pede mais
segurança e ganha mais imposto; pede mais saúde e ganha mais imposto;
pede mais educação e ganha mais imposto; pede mais saneamento básico
e ganha mais dengue.
Em qualque r circunstância, dando murro em faca de ponta ou
dando murro em ponta de faca, a verdade é que o povo está sempre se
machucando...
por "isto"
Não existe esta locução em nossa língua, mas apenas por isso.
"Antártida"
O verdadeiro nome do continente situado dentro do círculo antártico
e assimetricamente centrado no pólo Sul é Antártica. Tudo o mais é conversa
para pingüim dormir...
E os pingüins andam dormindo demais, a ver-se como escrevem nossos
jornalistas. Veja o que nos diz um deles: O mapa da "Antártida" está
ligeiramente mudado. A pequena península conhecida como Língua de
Gelo Drygalski teve praticamente arrancada sua ponta, numa porção de
5km quadrados aproximadamente, depois que o maior iceberg do mundo
resvalou nela.
árbitro / juiz
Arbitro é mediador de jogos esportivos. Juiz é magistrado que julga
nos fóruns ou tribunais. O árbitro nem precisa ter curso superior; basta
ter diploma de curso médio (que alguns ainda falsificam, para conseguir
apitar jogos). O árbitro nunca julga nada, seu papel é seguir as 17 regras
do futebol e decidir instantaneamente no campo de jogo (o que não é tarefa
fácil), ao contrário do juiz, que estuda, reflete e decide nos autos.
Portanto, nos campos de futebol existem árbitros, e não"juízes", apesar
de os torcedores só chamarem "juiz ladrão".
No site de um jornal: O São Paulo venceu. Mas quem brilhou foram
as "juízas". Apesar dos protestos do Guarani, que teve dois gols anulados,
as meninas acertaram em todas as jogadas polêmicas.
Sim, as meninas acertaram em tudo. Mas... e os jornalistas?
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comunicar "sobre"
Não existe esta regência na norma culta. Quem comunica, comunica
alguma coisa a alguém: Ninguém comunicou o roubo à polícia.
*** Ela não quis comunicar o fato ao marido. *** Comuniquei meus
planos a todos.
Na mídia: Os Estados Unidos estão investigando se os dois filhos de
Saddam Hussein etão entre os quatro mortos no tiroteio ocorrido hoje
em Mosul, ao norte do Iraque. Segundo autoridades norte-americanas,
o secretário de Defesa, Donald H. Rumsfeld, comunicou pessoalmente "o
presidente George W. Bush sobre a operação".
De um ex-árbitro, durante a transmissão de um jogo de futebol pela
televisão: O bandeirinha comunicou o "juiz" "sobre" a agressão do zagueiro
ao atacante. A regra é clara...
comentar "sobre"
Também não existe esta regência na norma culta. Quem comenta,
comenta alguma coisa. E só.
No site da Jovem Pan: Marta não comenta "sobre"saída de secretário.
Bastaria retirar a preposição para que tudo fosse muito mais elegante.
Um dicionário (aquele) fornece, no verbete comentar, exemplo
errôneo do emprego deste verbo. Mais um, menos um, não vai fazer nenhuma
diferença.
atrasar
Este verbo é intransitivo (coisa que chega atrasada) e pronominal
(pessoa que chega tarde ou atrasada): O ônibus atrasou, e ele chegou mais
tarde ao trabalho. *** Se o trem atrasar, não chegaremos a tempo. *** O
chefe se atrasou, chegando mais tarde ao trabalho. * * * Quem se atrasar
não fará a prova.
Há, no entanto, certos dicionários que registram o verbo pronominal
como intransitivo. Em dicionários de hoje, ao que tudo indica, isso e mais
aquilo são coisas muito normais.
No site de um jornal: Chávez "atrasou" outra vez: ouviu um não de
Lula.
É isso mesmo: NÃO!
"Há" muito tempo que não viajávamos
Não, há um erro de uniformidade temporal nesta frase: mistura-se
presente (há) com pretérito imperfeito (íamos). A frase irrepreensível é:
Havia muito tempo que não íamos a Salvador.
Outros exemplos: Havia muito tempo não comíamos tão bem. ***
Não víamos terra havia meses.
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Se o verbo da oração subordinada estiver no pretérito mais-queperfeito
do indicativo, ainda assim, haver ficará no pretérito imperfeito:
Havia mais de cinco anos que não estudáramos (ou tínhamos estudado)
tanto! *** Havia pouco tempo que ele fora estudar em Paris.
Eis, todavia, como se leu num de nossos principais jornais: Uma turista
japonesa que chegara "há"poucas horas na cidade do Rio de Janeiro,
na noite de sexta (12), deixou suas malas no hotel e saiu com o marido
pelas ruas de Copacabana, em busca de sossego, de paz e da brisa do mar,
o que, afinal, todos os turistas buscam ao chegar em uma cidade balneário.
Mas o que Yoshiko Magoshi, de 61 anos, não sabia, ou ignorou, é que
algumas cidades brasileiras oferecem muito mais que fresquidão ou belas
paisagens. Magoshi foi vítima de mais uma tentativa de assalto ontem à
noite, em Copacabana.
No editorial de um grande jornal paulistano: Um traficante carioca
arrependido, disposto a contar o que sabia à Justiça, mudou de idéia
quando soube que o Programa de Proteção à Testemunha fora desativado
"há"cinco meses.
No mesmo jornal, em outra edição: Em ímola, um duelo como "há"
muito não se via.
Numa revista: Até "há"pouco tempo era simples: bolo com decoração
elaborada era privilégio de casamento e o encarregado de confeccioná-lo
chamava-se boleiro. Hoje, os bolos modernos viraram inacreditáveis esculturas
de açúcar e quem os prepara não se intitula mais boleiro, mas
cake designer.
Na mesma revista: Famílias inteiras assistem à Grande Família, da
Rede Globo. "Há" tempo não se via nada assim.
Incrível mesmo apareceu no site da Abrelivros (associação de editores
de livros, principalmente didáticos), no dia 14 de julho de 2003: Mesmo
com todos os problemas de distribuição, cerca de dez novas editoras
surgem por mês no país, para editar os livros dos sonhos de seus donos.
A cena tornou-se rotineira - freqüentadores de livrarias com um acervo
mais versátil, ou seja, que não se preocupam em oferecer apenas bestsellers,
vêm notando o crescente surgimento de novas editoras que não
existiam "há "algum tempo.
Fantástico! Reparou também, caro leitor, na incrível redundância
com que o trecho termina? "Surgimento de novas editoras que não existiam
há algum tempo" é pra lá de Marrakech...
Na quarta da capa de uma gramática: Com a evolução dos estudos
lingüísticos e das pesquisas em língua portuguesa, "há" muito não saía
uma gramática completa que pudesse dar conta deste progresso.
Assim tinha início um editorial de um grande e tradicional jornal
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
paulistano: "Há" muito o Brasil não passava por uma fase tão ostensiva
e sistemática de demonstrações de desprezo pelas regras civilizadas de
conduta na vida pública.
O editorial trazia um título interessante: Às favas os escrúpulos.
Enéias, estou aborrecido "consigo"
No português do Brasil, não convém usar consigo em referência à
primeira pessoa, fato comum em Portugal. Entre nós, consigo só se usa em
referência à terceira pessoa: Ela fala consigo mesma. *** Eles trouxeram
consigo os documentos.
Do contrário, use sempre com você(s), contigo ou com o senhor, com
a senhora: Isabel, estou aborrecido com você {ou contigo). *** Enéias, há
uma pessoa aí fora querendo falar com o senhor.
Estados Unidos
Este nome exige o verbo e determinantes sempre no plural: Os Estados
Unidos são hoje a única superpotência mundial. *** Os Estados
Unidos conseguiram o acordo que desejavam. * * * Os Estados Unidos estão
atentos aos acontecimentos na América Latina. * * * Todos os Estados
Unidos foram assolados pelo cataclismo. *** Os Estados Unidos inteiros
estão preocupados com os atos terroristas. *** Os próprios Estados Unidos
reconheceram a falha.
Não se usa apenas "Estados Unidos" sem o artigo, a não ser em circunstâncias
especialíssimas, como em mapas, onde só aparecem mesmo
os nomes dos países: Estados Unidos, Brasil, Alemanha, etc.
Repare nestes exemplos, todos semelhantes: As Filipinas sofrem de
tempos em tempos a ação devastadora de tufões e terremotos. * * * Os Países
Baixos não possuem petróleo. *** Os Alpes ficam na Europa; os Andes
se localizam na América do Sul. * * * Os Bálcãs voltaram novamente
à tranqüilidade. * * * Você sabe onde ficam os Pireneus?
Repare, agora, nesta notícia de tradicional jornal paulistano: Bush
vota e se diz confiante na vitória. Afirmando ter esperança que o resultado
das eleições seja conhecido ainda hoje, o presidente promete liderar o
país, unir o povo e garantir "um"Estados Unidos mais "seguro".
pernoite
É palavra masculina: o pernoite, um pernoite, bom pernoite, mau
pernoite.
Recentemente, porém, um repórter de televisão nos deu má notícia:
"A"pernoite custa baratinho no albergue do pico do Jaraguá.
Quem pagaria um centavo por "ela"?
O verbo correspondente a este substantivo é pernoitar, que não tem
nenhuma forma com "ói"; portanto, pernoito, pernoitas, pernoita, perN
NÃO ERRE MAIS! 1 195
noitam; pernoite, pernoites, pernoite, pernoitem (sempre com o ditongo
fechado).
Um correspondent e da TV Cultur a nos Estados Unidos, todavia,
saiu-se com esta, certa feita: Os carros "pernoitam"nas ruas.
Tenha sempre uma boa "nóite", meu caro jornalista !
gastrointestinal / gastrintestinal
Existe uma regra geral: os elementos gregos ou latinos terminados
em -o- (gastro- e psico-, por exemplo), quando acompanham outros iniciados
por vogai (intestinal e análise, por exemplo), ou por h (hepatite, p.
ex.), perdem esse -o-. Se não, vejamos: gastro + enterite = gastrenterite\
psico + análise = psicanálise; nevro + algia = nevralgia; encéfalo + ite =
encefalite; gastro + hepatite = gastrepatite, etc.
Daí se conclui que, na verdade, só existem gastrenterologistas, especialistas
em gastrenterologia e gastrintestinal. Não obstante, existe o Instituto
Brasileiro de Estudos e Pesquisas de"Gastroenterologia" . Por que
não existiria também, então, o Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas
de "Psicoanálise"?
Bem, daí entra o argumento: É, mas está nos dicionários. Argumento
fraco: alguns dicionários estão fazendo um triste papel: agasalham tudo.
EM TEMPO - 1) Os antigos (e bons) dicionários registravam ou somente
gastrenterologia, ou as duas formas (também "gastroenterologia"), porém,
conferiam a gastrenterologia o verbete principal. No portuguê s contemporâneo,
prevaleceu o critério de queda do -o-, fato que os que vivem
no tempo do Onça desconhecem. Ou preferem ignorar.
2) Quando as palavra s se formam dentro do próprio idioma, muita s
vezes as duas vogais, a final e a inicial, permanecem. Ex.: aeroespacial,
agroindústria , centroavante, eletroímã, microondas, microônibus, turboélice,
etc.
Euler. pronúncia correta
Quem quiser pronuncia r corretament e este nome próprio, dirá óiler.
Quem diz assim? Ninguém. Pois todo o mundo erra. Sim, caro leitor, todo
o mundo erra.
A luz da lógica, não há como defende r a pronúnci a "êuler". Vou explicar
por quê: o grupo eu alemão soa ói. Euler não é um nome português.
N em brasileiro. É um nome alemão. Ora, as palavra s estrangeiras devem
ser pronunciada s de acordo com a sua língua de origem. Daí por que
pronunciamos spráite (Sprite), náike (Nike), ráiluks (Hilux), uóchintan
(Washington), maiâmi (Miami), renô (Renault), nókia (Nokia), etc.
Voltemos, contudo, ao alemão. Como é que todo o mundo pronunci a
este nome alemão: Reuters? Você sabe: róiters. (Alguém diz"rêuters"?)
Como é que todo o mundo pronunci a Neubarth, nome de uma repórter
de televisão?Você também sabe: nóibar. (Alguém diz "nêubar"?)
Como é que todo o mundo pronunciou o nome da personagem Odete
Reutman, de uma famos a telenovela? (Alguém falava em "rêutmã"?)
N ÃO ERRE MAIS! 1 19 7
Quem seria levado a sério se dissesse que a psicanálise foi iniciada
com "frêud"?
Ora, senhores, quem diz fróid (Sigmund Freud), não pode cair no
ridículo (eu considero assim) de dizer "êuler". Ou a coerência não vale
nada? E se a coerência não valer coisa nenhuma, desculpem-me todos,
mas este não é um mundo razoável.
Pronunciar nome estrangeiro como se português fosse me soa no mínimo
inaceitável. Não são poucos os que pronunciam "klassík" (Classic)
nem "titaník" (Titanic).
O Botafogo do Rio de Janeiro tem um zagueiro chamado Scheidt.
Por que ninguém pronunciava "chêit"? Nem mesmo os narradores e repórteres
esportivos cometem essa estupidez. Todos dizem cháit. Por quê?
Porque o grupo ei alemão soa ai.
O Brasil já teve um grande militar (foi até candidato a presidente da
República) com o nome Euler. Tem um jogador de futebol também com
este nome. Só se ouve "êuler". Só "frêud" explica?
Nova Iorque
É assim que se escreve em português. Se quisermos escrever na forma
inglesa, usaremos New York. O que não se recomenda é a grafia mista:
Nova "York". Por quê? Porque New York é uma locução substantiva. E
nenhuma locução se aportuguesa parcialmente. O aportuguesamento de
qualquer locução deve ser completo, total.
Se temos a locução New Wave (nome que se deu a um movimento do
cinema francês, na década de 1960), temos obrigatoriamente de aportuguesá-la
por completo, ou seja: Nova Onda, e não Nova "Wave". Isto é
ridículo? Pois o que certos jornalistas fazem é justamente a mesma coisa,
quando escrevem Nova "York". Não importa que York seja um nome próprio
(deriva de duque de York). A origem não é relevante.
Veja que interessante: quem nasce em Nova Iorque é nova-iorquino.
Todos os jornalistas escrevem nova-iorquino. Ninguém, até agora, se atreveu
a grafar "nova-yorkino". Ora, como pode alguém ser de Nova "York"
e ser nova-iorquino? Será, sim, se coerência valer alguma coisa, "novayorkino".
Ah, mas isso não existe!, poderão argumentar alguns. E Nova
"York" existe?
A Academia das Ciências de Lisboa manda que se escreva Nova Iorque
desde 1940. A notícia ainda não chegou por aqui. Apesar de todos os
avanços da tecnologia...
advertir
Quem adverte, adverte alguém de alguma coisa: Os guardas rodoviários
estão advertindo os motoristas da forte neblina na serra. *** Adverti-o
de que não tinha razão.
Note: em nenhum dos casos, se usa a preposição "para", nem a preN
NÃO ERRE MAIS! 1 59
posição"contra" , amba s tão a gosto dos jornalistas, que costumam escrever:
Os Estados Unidos advertiram a Rússia "para" que não se envolvesse
no conflito do Oriente Médio. *** Governador do Amazonas adverte
"para" uma ocupação internacional que já estaria ocorrendo, sem alarde,
na Amazônia. *** China adverte EUA "contra" exercício militar em
Taiwan.
Ou seja: eles usam tudo! Menos a preposição correta.
ter bastantes namorados
Bastante, nesta frase, é adjetivo, e todo adjetivo varia. Outros exemplos:
Comprei bastantes peras na feira. * * * Tenho bastantes amigos na
cidade.
Muita gente estranha, mas bastante, aí, eqüivale a muito. Faça a
substituição. Como ficam as frases?
No meio jurídico, esse mesmo adjetivo ora aparece antes, ora aparece
depois do substantivo e eqüivale a competente ou a suficiente: Hersílio de
Sousa vem, respeitosamente, por seus advogados e bastantes procuradores...
*** Não há provas bastantes para a condenação do réu.
Bastante só não varia quando é advérbio; nesse caso também eqüivale
a muito. Faça aqui também a substituição e veja como ficam as frases:
Essas pessoas trabalham bastante. * * * As crianças estão bastante doentes.
*** Os professores ganham bastante mal.
Será que os jornalista s sabem distinguir uma classe de outra? Vejamos:
A proporção ideal de carne é de apenas 30% do total de alimentos
de um prato - que deve conter "bastante"verduras e legumes.
Sabem?
Um âncora de telejorna l afirmou certa vez: Nos países que conheço
- e conheço "bastante"- os pobres moram no centro das cidades; os ricos,
nas periferias. No Brasil é o contrário.
No Brasil, tudo é ao contrário...
bairro "das " Perdizes
A cidade de São Paulo conhece apenas um bairro, por sinal muito
simpático (mas dos mais vitimados pela dengue): Perdizes (sem o artigo).
Assim, ninguém mora "nas"Perdizes, mas em Perdizes. Nenhuma linha de
ônibus pass a "pelas" Perdizes, mas por Perdizes.
Nome s de bairro exigem normalment e o artigo (a Lapa, a Penha, o
Leblon, a Tijuca, o Leme, as Laranjeiras, os Aflitos, a Pituba, etc.), mas
este é uma das exceções, a par de Ipanema, Pinheiros, Copacabana, Santana,
Itapuã, Cascadura, Brotas, Cajazeiras, Tamarineiras, etc.
As pessoas moram na Lapa , no Leme, nas Laranjeiras, na Pituba ,
mas também moram em Ipanema , em Cascadura , em Cajazeiras, etc.
Quand o se usa o nome de um bairro pelo de um estádio, se houve r um
adjetivo, omite-s e o artigo. Assim, temos: O Náutico perdeu o título em
plenos Aflitos.
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
Recentemente, uma apresentadora de um programa esportivo pela
televisão, bem ao meio-dia, anunciou uma péssima notícia: O Fluminense
perdeu em "plena "Laranjeiras.
A beleza da moça, de lindos olhos verdes, superava qualquer gafe.
Pois não é que foram substituí-la tempos depois por um sujeito intolerável?
A vida tem dessas coisas: os opostos estão sempre se encontrando.
tirar "uma fina" de um carro
Não, ninguém tira "uma fina" de coisa nenhuma. Quem passa muito
rente por alguém ou por alguma coisa, geralmente com um veículo, tira
um fino. Mas há muita gente por aí que anda tirando "uma fina" dos outros.
Há até gente mais corajosa, que quer passar ainda mais perto dos
outros; então, tiram"uma fininha"...
meses: algarismos indicativos
Só se usa o zero antes de 1 (janeiro) e de 2 (fevereiro), para se evitarem
possíveis adulterações: 12/01/1987,15/02/2004. Se não procedermos
assim, fica fácil, num escrito, muda r o mês de 1 para 11 e de 2 para 12, de
acordo com a conveniência do falsificador.
Como não existem os meses 13,14,15, etc., não há nenhuma necessidade
de usar um zero antes dos números 3 (março), 4 (abril), 5 (maio), 6 (junho),
7 (julho), 8 (agosto) e 9 (setembro). Portanto: 12/3/1949,18/4/1999, e
assim por diante, ou seja, sem o 0 antes do algarismo indicativo do mês.
O "mau" das pesquisas eleitorais
Quando um estudante confunde mal com mau, compreende-se, mas
quando jornalistas de grandes e respeitados periódicos, que desejam
ser formadores de opinião, fazem tal confusão, é imperdoável. Pior ainda
quando, não aceitando o erro, querem justificá-lo, provocando uma
emenda muito pior que o soneto.
Todo estudante que se preza sabe que mal pode ser substantivo (de
pl. males), advérbio e conjunção: O mal do brasileiro é sempre querer
levar vantagem em tudo. *** Ela canta mal. *** Mal abriu a boca, começaram
a rir.
Mau é antônimo de bom: homem mau, mau tempo, mau-humor, mau-
-caráter.
Creia comigo, caro leitor, que isso é mais simples do que andar para a
frente. Pois bem, mas aVeja publicou certa vez um artigo na seção Ponto
de Vista com este singular título: O "mau"das pesquisas.
Ante a enorme grita de seus assinantes mais esclarecidos, a redação
da revista não teve a humildade de reconhecer que errara, coisa a que
todo ser humano, por mais perfeito que seja, está sujeito. Não. Resolveu
consultar um professor de Língua Portuguesa. E precisava?! Mais uma
vez, foi infeliz. Escolheu mal: o homem abalizou o emprego do "mau",
mediante algumas laudas, pelas quais recebeu naturalment e polpudos
N NÃO ERRE MAIS! 1 199
honorários. Bastaria escrever, no entanto, uma só linha: Todo inconveniente
ou toda desvantagem é um mal.
E, assim, todos estaríamos livres daquele "mau" maroto, safado, patife.
O mal dessa revista está na caturrice crônica. (Errei?)
mau-humor
É assim que se grafa, mas muitos substituem mau por "mal" nesta
palavra.
Ora, se humor é substantivo, e mal é advérbio, um não pode combinar
com o outro, porque a palavra que modifica o substantivo é o adjetivo
(mau); portanto, com ou sem mau-humor, escreva sempre corretamente.
No site de um jornal de esportes, no entanto, se leu, recentemente: No
Parque Antártica, a chamada Turma do Amendoim é um grupo conhecido
pelo latente "mal-humor".
O time já causa mau-humor, a diretoria e os conselheiros do clube já
causam mau-humor. E agora também o jornalista...
mal súbito
É assim que se escreve, porque aqui mal aí é substantivo (o mal, os
males), e não advérbio.
Num jornal: A experiência universal indica que um grande número
de pessoas que morrem em decorrência de traumatismo ou "mau"súbito
poderiam ser salvas.
Título de um jorna l paulistano: "Mau" súbito mata torcedor no
Morumbi.
220 pp. = duzentas e vinte páginas
Muitos usam "duzentos", não flexionando o numerai. Nenhum livro
do mundo tem "duzentos" e vinte páginas.
Não obstante o óbvio, volta e meia se ouve alguém dizer, mormente
pela televisão, que o acidente provocou "quatrocentos"e quinze vítimas.
Aliás, a essa altura já serão quatrocentas e dezesseis as vítimas, porque
uma sofreu mal súbito só de ouvir a tolice...
Certa vez, uma repórter de uma famosa rede de televisão noticiou a
morte de "duzentos"e noventa pessoas que estavam a bordo de um avião
iraniano, abatido pelos norte-americanos, no golfo Pérsico.
Os americanos abateram o avião; a repórter fulminou a língua.
Mulheres bonitas é o que não "faltam" no Brasil
O sujeito de faltar, nessa frase, não é mulheres, mas o pronome relativo
que (representante de um termo no singular, o pronome o). O verbo
de ligação, em frases assim, concorda com o pronome neutro o, e não com
o termo no plural. Sendo assim, temos: Mulheres bonitas é o que não falta
no Brasil. *** Candidatos foi o que não faltou ao emprego anunciado. * * *
Vagas é o que não falta na indústria e no comércio. *** Fofocas é o que
nunca falta por aqui.
N ÃO ERRE MAIS! 1 201
Como se vê, quem conhece análise sintática não comete erro em fra -
ses deste tipo. Mas há quem não queira o ensino de análise sintática nas
escolas. De certa forma, é compreensível: quem concluiu todo o seu curso
superior fazendo X nas questões das provas deve ter perdido o contato
com o raciocínio; por isso, compreende-se a resistência a tal ensino.
dar "de graça"
Trata-se de clara redundância. Quem dá, já entrega de graça. Dar "de
graça" é chover no molhado.
Outra bobagem é ganhar "de graça". Ora, quem ganha, naturalmente
não paga nada pelo objeto ganho.
Mas bobagens é o que mais se vê por aí. Um ex-prefeito de São Paulo,
por exemplo, acusado de ter-se enriquecido no cargo, saiu-se com esta
e com ênfase: Eu dou "de graça" a fazenda para quem provar que tenho
essa propriedade.
Não é uma graça?
aumentar "ainda mais"
Aumentar já traz a idéia de mais. Comete redundância, portanto,
quem "aumenta mais", ou quem "aumenta muito mais", ou quem "aumenta
ainda mais". É o mesmo que "diminuir menos", "reduzir menos",
"subir pra cima"e"desce r pra baixo".
Certa vez, uma famosa rede de televisão anunciou-se assim: "Aumentou
ainda mais "a audiência da Globo.
Aumentou muito não serve?
No site de um jornal paulistano: Propostas norte-americanas para
o plano de livre comércio para as Américas causaram reação negativa do
Itamaraty e deverão aumentar "ainda mais " as divergências entre "Brasil"
e "EUA". (Brasil e EUA estão entre aspas porque aparecem sem o
competente artigo: o Brasil, os EUA.)
Aumentar consideravelmente não serve?
Num editorial de outro jornal paulistano: Enquanto as autoridades
discutem fórmulas para coibir a violência, o desprezo a medidas sensatas
já adotadas para garantir a vida de testemunhas e juizes revela como a
inépcia administrativa do poder público é um estimulo para que o crime
organizado aumente "ainda mais "sua eficiência operacional.
Aumente muito não serve?
Comentário de um megaempresário, agora também dramaturgo, no
site da Jovem Pan: Corre-se o risco de as reformas tributária e da Previdência,
como estão sendo discutidas, aumentarem "ainda mais "o desemprego
e a economia informal.
O risco é geral...
N NÃO ERRE MAIS! 1 201
acrescentar "mais"
Se para alguns a redundância aqui é clara, mas outros nem tanto.
Veja o que saiu num jornal paulistano, na primeira página: A USP e a
Escola Paulista de Medicina estão "acrescentando mais" aulas práticas
aos seus currículos.
É preciso, na verdade, acrescentar aulas, muitas aulas, a certos jornalistas.
E os manuais de redação estão aí pelas livrarias, pretendendo
"ensinar" normas da língua.
acessório
É esta a palavra que significa complemento, detalhe. Eis, todavia, o
que se leu no site de um jornal paulistano, alguns dias depois da queda
de Saddam Hussein: Adolescentes, adultos e velhos - homens de todas as
idades - fazem fila nas barbearias de Bagdá para se livrar dos bigodes,
"assessório " quase oficial nos tempos do ex-ditador.
E os manuais de redação?
É de "se" esperar que...
Não se usa o pronome se entre a preposição e o infinitivo quando este
conjunto eqüivaler a um adjetivo (de esperar = esperável ou esperado).
Num dos editoriais de um grande jornal paulista: Era de "se"esperar
que o realismo administrativo produzisse choques frontais contra as utopias
voluntaristas dos grupos radicais do PT e, mais ainda, que a imensa
gama de problemas e a lentidão dos resultados das políticas adotadas
para solucioná-los aprofundassem a crise de identidade pela qual passam
o presidente e seus braços direitos, obrigados inúmeras vezes a negar suas
arraigadas convicções pessoais.
Escreve outro jornalista: Como era de "se" esperar: o PT está aparelhando
o Estado brasileiro e politizando a administração.
Sempre é de esperar que os jornalistas, um dia, evoluam, aprendam a
escrever. Afinal, é do homem evoluir...
entre "eu" e ela há muito amor
Desconfie sempre de quem diz ou escreve "entre eu". Desconfie
sempre!
Eu só se usa antes de verbo (claro ou subentendido); as preposições
pedem mim. Portanto: Entre mim e ela há muito amor. *** Nunca mais
vai haver paz entre mim e essa gente.
Numa coordenação deste tipo, a prioridade é sempre para a primeiN
ÃO ERRE MAIS! 1 202
ra pessoa, principalmente quando um dos elementos coordenados possui
certa extensão. Por exemplo: Entre todos aqueles que me ajudaram a sair
daquele inferno, que é o Vietnã, e "mim"sempre existiu mais do que solidariedade
humana.
Recentemente, um jornalista de uma famosa rede de televisão foi assaltado
no Rio de Janeiro por quatro meliantes. Mesmo sem resistir, levou
uma bala, que passou rente a sua orelha esquerda, sem atingi-lo. Considerando
o fato um verdadeiro milagre, reagiu (mas só algumas horas
depois): Tenho certeza de que Deus estava entre a bala e "eu".
Compreendeu-se a sua emoção, mas não se perdoou a sua imperícia...
"pseuda penalidade"
Pseudo- é prefixo e, como tal, elemento invariável. Sendo assim, não
pode haver "pseuda", "pseudos", "pseudas".
Esse prefixo só exige hífen antes de palavras iniciadas por vogai
(pseudo-amigo), h (pseudo-herói), r (pseudo-religião) ou s (pseudo-sábio).
Fora daí, não há hífen. Portanto, escreva: pseudoliderança, pseudodirigente,
pseudo ciência, pseudopoeta, pseudopenalidade, pseudopunição,
etc.
Os narradores esportivos é que apreciavam muito dizer "pseuda penalidade",
"pseudos árbitros", "pseuda liderança", "pseudos dirigentes",
"pseuda infração". Na ânsia de mostrarem erudição, acabavam enfiando
os pés pelas mãos.
Se pseudo- é prefixo, e não adjetivo, jamais poderá haver a forma
"pseudamente", já que o elemento -mente se pospõe a adjetivos no feminino.
Eis, no entanto, o que se leu no editorial de um tradicional jornal
paulistano: Errar, todos os partidos erram. O problema do PT é ver virtudes
onde existe erro, quando o erro é seu. Os outros estão sempre errados,
jamais o PT. O secretário de Comunicação, Luiz Gushiken, não apenas
considerou injustas as críticas que têm sido feitas ao governo, como tentou
dar uma justificativa "pseudamente" científica para o aparelhamento
do Estado.
Errar, todo o mundo erra. (Era assim que deveria ter começado o
editorial... )
manter / deter / conter / entreter / obter / reter
Todos estes verbos são derivados de ter e por ele se conjugam: Você
é um desonesto: não manteve a palavra! *** Se ele mantiver a palavra,
farei o negócio. *** O patrulheiro deteve o motorista bêbado. * ** O povo
não conteve a insatisfação e vaiou o presidente. * * * Um dos ladrões entretinha
o guarda, enquanto o outro roubava. * * * O ministro voltou dos
EUA dizendo que não obteve novo empréstimo. *** Retiveram toda a arrecadação
da partida.
Há os que usam "manteu" , "mantesse" , "deteu", "conteu", "entreN
NÃO ERRE MAIS! 1 59
F tia", "obteu", "reteram" , etc. Há também até certos autores e professores
que defendem estas formas. O mundo anda perigoso, caro leitor,
muito perigoso...
Num jornal paulistano: O técnico e o vice-presidente do Corinthians
"manteram" dois contatos sigilosos.
No mesmo jornal: Se o governo "manter"a correção da tabela, terá o
aplauso do setor industrial.
"desmistificar" a matemática
Nem mesmo o mais sábio dos homens consegue tamanha proeza!
Quem faz ver uma coisa como ela realmente é desmitifica a coisa, e não
" desmistifica-a ".
Desmistificar é desmascarar. A gente precisa aprender a desmistificar
todos esses charlatães esotéricos que pululam por aí, tungando os incautos.
A política e a vida vivem desmistificanâo demagogos e corruptos.
É preciso desmistificar o câncer de mama e incentivar o auto-exame. No
jogo do amor, é preciso desmistificar a idéia de que os homens não gostam
de se envolver e as mulheres estão sempre insatisfeitas.
Pouco antes das eleições de 2002, leu-se num jornal universitário: A
perspectiva de que um novo modelo poderia ter mais sucesso na condução
da política econômica norteou também o apoio de empresários de vários
setores ao candidato petista. Em uma economia globalizada, boa parte
da sobrevivência econômica depende de criar competitividade. Neste
cenário, muitos empresários notaram que o modelo neoliberal não era
mais o adequado, apesar de o governo FHC contar com a credibilidade
do mercado internacional. Parte destes empreendedores começou a ver o
modelo de Lula como uma alternativa viável de crescimento econômico,
ao privilegiar o mercado interno. Assim, passou-se a desmistificar a figura
de Luiz Inácio, não mais visto como o líder de uma ruptura radical
com o mercado internacional, como o patrocinador do caos.
Perfeito.
Passemos, agora, aos imperfeitos. Recentemente, uma editora lançou
uma obra sobre cálculos financeiros para todo o sistema bancário. A propaganda
veio assim: O obra procura "desmistificar" toda problemática
do cálculo e torna possível aos menos versados na arte do cálculo, com a
utilização da Calculadora HP12C a conclusões espetaculares.
Num grande jornal paulista, se leu certa vez esta declaração de uma
veterinária: Temos de "desmistificar" o leite de cabra, que ainda é visto
como remédio.
Remédio é a palavra certa...
NAO ERRE MAIS! 20 5
"quadriplicar"
Não existe esta forma. A palavra correta é quadruplicar (= redobrar,
reduplicar, tornar quatro vezes maior).
Frase de uma repórter de televisão: O número de funcionários "fantasmas"
na Assembléia Legislativa este ano "quadriplicou".
Dois erros numa frase curta. A proporção é injusta.
Não faz muito, um repórter da TV Cultura usou "quatriplicar".
"ultrassom"
O prefixo ultra- exige hífen antes de vogai (ultra-azedo), h (ultra-
-higiênico), r (ultra-revolucionário) ou s (ultra-som). Portanto, também:
ultra-sonografia.
Repare nestas, que não se grafam com hífen: ultracomunista, ultrabarato,
ultracaro, ultraconservador, ultraleve, ultraliberal, ultramar, ultramicroscópio,
ultravioleta.
Alguns médicos acham que não têm nenhum compromisso com a
língua. E fazem "ultra-filtração" de sangue-, e usam, à frente de seus consultórios:
"ultrassom","ultrassonografia" , etc., além de dizerem"pálato" ,
"catéter", etc.
Tudo isso serve para quê? Para aumentar a confiança, naturalmente...
raios "ultravioletas"
Ultravioleta não varia no plural: raios ultravioleta, radiações ultravioleta,
luzes ultravioleta, lâmpadas ultravioleta.
Frase de um nobre jornalista: A camada de ozônio que protege a Terra
das radiações "ultravioletas"vai continuar nesta década.
Coisas ruins nunca deveriam continuar. Mas continuam!
"os meia dúzia"
Meia-dúzia (repare: com hífen) é palavra feminina, está bem claro,
mas há os que não vêem assim. Veja como escreveu alguém, em importante
jornal paulistano: O PC do B está se esvaziando, ou seja, cresce no sentido
contrário, e acabará restrito "aos meia dúzia " de dirigentes, tendo à
frente o João Amazonas, que acabará falando sozinho.
Há por aí uma meia-dúzia de jornalistas que arrepia!
subsídio
Pronuncia-se subcídio, e não"subzídio" . Também com valor de c tem
o s de subsistir e de subsistência.
Quem diz "subzídio", "subzistir", "subzistência" está obrigado, por
coerência, a dizer também "subzolo" e "subzecretaria". Sob pena de não
subsistir por muito tempo...
O mais incrível é que há os que têm a coragem de escrever "subexisN
NÃO ERRE MAIS! 1 59
tir"! Veja o que nos informou um jornalista: "Subexistem" algumas dúvidas
a respeito do funcionamento da escala móvel, mais conhecida como
gatilho salarial.
O tal do gatilho veio mesmo para fazer estragos gerais...
Dê "um chego" até aqui!
Frase própria de adolescente. Em todo o caso, é sempre melhor dar
uma chegada e até uma chegadinha que dar "um chego".
eis aqui
Há redundância nesta expressão? Absolutamente, não!
Segundo um manual de redação, porém, eis já significa aqui está. Teria
cometido redundância Newton Mendonça, quando compôs, com Tom
Jobim, o excelente Samba de uma nota só? Eis aqui este sambinha, feito
de uma nota só. Há redundância aqui?
Redundância, redundância mesmo, de arrepiar pêlos e cabelos, é a
que apareceu no jornal que publica esse mesmo manual: Um diplomata
africano contou que, ao chegar em Angola, em 1982, precisou comprar
vara de pesca e anzol e "pescar peixe"para o seu jantar, tamanha a escassez
de alimentos na capital angolana.
Isso é que é re-dun-dân-cia.
eis que
Não se usa com propriedade esta locução em substituição a porque,
pois ou porquanto. Assim, por exemplo: Deve chover logo, "eis que" nuvens
plúmbeas se acumulam no horizonte.
Existem certos advogados que apreciam escrever assim: O réu foi
condenado, "eis que"confessou o crime.
Só se usa corretamente eis que para indicar situação de imprevisto,
eqüivalendo a de repente, sem ser locução conjuntiva: Quando os namoradinhos
menos esperavam, eis que surge, então, o pai dela, furioso! ***
Quando menos esperávamos, eis que desaba uma tempestade!
"expo"
Quando se reduzem palavras, e a redução termina em -e ou em -o, ela
se torna, geralmente, uma oxítona. Assim é que temos apê (de apartamento),
metrô (de metropolitano), expô (de exposição), etc.
Além do quê, diz-se espô, e não "ékspo", como muito se ouve: Visite
a "Expo" Center Norte esta semana!
NAO ERRE MAIS! 2 0 7
"eme-ele"
A abreviatura do submúltiplo do litro, o mililitro (mL), tem sido lida
desta forma: "eme-ele".
Você vai a uma farmácia, já com algum problema, aborrecido, chateado,
às vezes até com dor, e o atendente então solta a pergunta: - O senhor
quer água oxigenada? De quantos "eme-eles"?
Como você é elegante, caro leitor, naturalment e responde educadamente:
- De 50 mililitros. Mas há pessoas neuróticas, estressadas, que
respondem de forma bem diferente...
Qualquer dia destes ainda vai aparecer um "artista"por aí que vai ler
lOkm desta forma: dez "cá-emes". Ou 5kg desta: cinco "cá-gês".
Cheguei, "me troquei" e saí
Não existe o verbo "trocar-se". Convém sempre trocar de roupa.
Hoje, os jogadores "aquecem" no próprio gramado
Quando os atletas, antes de uma partida, preparam-se fisicamente
para dela participar, eles se aquecem (o verbo é pronominal, rigorosamente).
Hoje, muitas equipes se aquecem no próprio gramado; antigamente
se aqueciam nos vestiários.
Declaração de um jogador: Participei da preleção com os meus companheiros,
até fiquei com o grupo no aquecimento. Só não "aqueci" junto
com o pessoal, porque estava suspenso e não ia participar do jogo.
Aquecer a língua é uma boa sugestão.
em face de
É a locução que temos: Em face das dificuldades surgidas, os ministros
resolveram entregar o cargo. *** Em face do exposto, peço a condenação
do réu. * * * Em face da crise energética, devemos economizar energia.
*** Em face dos boatos de ontem, o treinador resolveu pedir rescisão
do contrato com o clube.
Na linguagem forense, sobretudo, usa-se muito a locução "face a",
que não temos: "Face ao"exposto, peço a condenação do réu.
Os bons advogados, contudo, não a usam.
repetir "outra vez"
Redundância visível, a exemplo de repetir "duas vezes", repetir "de
novo"e repetir "novamente".
Não há redundância nenhuma, contudo, em repetir três vezes ou
mais.
N NÃO ERRE MAIS! 1 207
Alguns narradores de futebol pela televisão costumam dizer: Vamos
"rever outra vez"o lance!
Há quem tape olhos e ouvidos...
Veja-se estoutra "maravilha" colhida num jornal: Repetindo "a mesma
coisa" que aconteceu nos EUA, o filme Matrix (2003) não conseguiu
superar a bilheteria do Homem-Aranha (2002).
reincidir "de novo" no "mesmo" erro
Duas redundâncias em tão curta frase. Reincidir já significa, por si
só, tornar a praticar. Quem reincide, só pode reincidir na mesma coisa,
não há como fugir. Procure não reincidir no erro, caro leitor, é sempre
salutar!
lançamento novo / novo lançamento
Novas redundâncias. Nunca vi nenhuma empresa fazer lançamentos
velhos, nem velhos lançamentos.
Recentemente, um conhecido professor de oratória de São Paulo,
homem muito competente no seu ofício, lançou um novo livro, que teve
este nome: Um jeito bom de falar bem. A editora que publicou a obra fez
cartazes de propaganda nestes termos: O mais "novo lançamento"do professor
...
Não creio, porém, que o professor tenha lido o cartaz antes de o tornarem
público.
em hipótese nenhuma
É a única expressão que temos: Não vou pedir perdão a ela em hipótese
nenhuma. * * * Não VOU mais lá em hipótese nenhuma.
No Nordeste, no entanto, usa-se muito "de"hipótese nenhuma: Não
concordo com isso "de"hipótese nenhuma!
Certa vez, em Recife, um irado pai vociferou a um pretenso genro:
Você, seu cabra-safado, não vai casar com minha filha "de" hipótese
nenhuma!
E o casamento, de fato, não saiu. Sorte ou azar do noivo?
A família enlutada, os nossos "sentidos pêsames".
"Sentidos pêsames" é coisa de "demente mental": na palavra pêsames
já existe a idéia de sentidos, doloridos, etc. Trata-se, portanto, de
redundância clara. Há muita gente, no entanto, que, para mostrar muita
sinceridade, exagera e acaba chovendo no molhado.
milênios "de anos"
Mais redundância. Quem fala em milênios, já fala em anos, evidentemente,
mas isso não bastou para que o presidente de uma central de
N NÃO ERRE MAIS! 1 208
trabalhadores declarasse, emocionado: Há milênios "de anos"que os trabalhadores
estão sendo explorados pelos empresários.
Emoções muito fortes são, de fato, perigosas.
manter o "mesmo" time
Está claro no verbo manter a idéia de mesmo, igual, etc. Mas há muita
gente que gosta de manter "a mesma" disposição da adolescência, que
aprecia manter "o mesmo" dinamismo do ano passado, que deseja manter
"o mesmo"entusiasmo dos colegas, etc. Trata-se de gente realmente vigorosa,
que gosta de repetir tudo direitinho...
substituir um dispositivo "por outro"
Ora, sim, senhor... Alguém consegue substituir um dispositivo pelo
mesmo? Quem conseguir, esteja certo: é extraterrestre...
batom "na boca"
Há certas redundâncias que arrepiam todos os pêlos e cabelos, de
vivos e mortos. Certa feita uma senhora, entre admirada e crítica, disse
a outra, ao nosso lado: Veja, aquele rapaz está usando "batom na boca"!
Ora, alguém usaria batom noutro lugar?!
planos "para o futuro" / sorriso "nos lábios" /
estrelas "do céu"
Quem duvidará de que há novamente aqui mais três redundâncias?
Fazer planos "para o futuro" dá a entender que alguém possa fazer planos
"para o passado", o que seria, sem dúvida, uma grande inovação...
Quando ela, a um galanteio, responde com um sorriso "nos lábios",
tome cuidado, porque ela também pode responder com um sorriso em
outro lugar...
E os românticos que encontrarem estrelas luminosas noutro lugar,
que não no céu, que me escrevam!
não ver "qualquer" beleza em alguém
Qualquer se usa nas frases declarativas afirmativas; nas negativas se
emprega o pronome existente especialmente para elas: nenhum (e variações).
Portanto: Não vejo nenhuma beleza nessa moça.
Numa repartição pública se leu certa vez este aviso: Não estão abertas
"quaisquer"inscrições para o INAMPS.
Coincidência ou não, tempos depois o INAMPS foi extinto.
Não "grita" comigo!
Frase comum na língua falada, mas que contém erro no emprego do
imperativo negativo, que vem todinho do presente do subjuntivo. Como grita
não é forma verbal desse tempo e modo, fica fácil perceber o inconveniente,
que na língua escrita é imperdoável. Não grite comigo!: essa é a ordem.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Na língua falada é comum encontrarmos frases assim: Ela teve de
casar? Não "brinca"! *** Não "cumprimenta"esse cara! Ele é indecente!
*** Não "amola" o papai, filhinho! *** Por favor, não me "beija" na frente
de todo o mundo! *** Não "conta"isso pro seu pai! *** Não "mexe"em
vespeiro!
Para acertar a forma, basta conjugar o presente do subjuntivo. E cada
uma delas aparecerá. Pela ordem: brinque, cumprimente, amole, beije e
conte.
Eis, agora, frase dita por um arcebispo brasileiro, em resposta a um
jornalista que lhe perguntou se não estava na hora de o mundo ter um
papa brasileiro, especialmente agora que o país tem um presidente operário:
Não, "não mistura" o Lula nessa história ainda não. Aí confunde
tudo, porque ele com o Espírito Santo não se entende muito bem.
Meu anjinho da guarda, acaba de me advertir: Não mexa em vespeiro!...
tratar "à"
Às vezes, vemos anunciada frase assim: Precisa-se de secretárias.
Tratar "à"Rua da Paz, 100. O verbo tratar, em frases deste tipo, usa-se
com em. Por isso, quem quer tratar de um assunto, vai tratar em algum
lugar: Precisa-se de secretárias. Tratar na Rua da Paz, 285. *** Interessados
no emprego devem tratar na Avenida do Trabalho, 153.
"formado-me"
Particípio não admite a posposição de pronome oblíquo: Nasci em
Bajé, tendo me formado em Majé.
Não obstante isso, leu-se num jornal paulistano: As vendas de caminhões
leves da Ford têm sido fator importante na nova fase da montadora.
A comercialização nesse segmento tem "ajudado-a"a contrabalançar
a ausência de lucros significativos dos carros compactos. O repórter falou
com o sobrinho do governador, que teria "aconselhado-o"a evitar...
"uns par de"
É comum, sobretudo no interior do país, ouvirmos a expressão inexistente
"uns par de": Meu time já ganhou "uns par de" títulos. Alguns,
vários, diversos: é só escolher qualquer destes pronomes, e tudo ficará em
seu devido lugar.
"Ave-maria", que mulher feia!
Ave-maria é nome de oração. Quando alguém se admira de algo, usase
ave, Maria: Ave, Maria, quanta corrupção! *** Ave, Maria, que bela
classe política temos!
Vale acrescentar que o plural de ave-maria, em que o elemento ave é
interjeição latina e significa salve, é ave-marias.
Certa vez, um repórter perguntou a um de nossos ministros da área
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
econômica qual a saída para a crise. A resposta estava na ponta da língua:
A saída para crise é ajoelhar e rezar três "aves-marias ".
Ave, Maria: ministro que não sabe ao menos rezar três ave-marias,
tem, no mínimo, que rezar dez salve-rainhas e uns vinte pai-nossos, só
para poder permanecer no cargo. Coincidência ou não, três meses depois
foi exonerado.
"normatização"
Convém usar normalização no lugar de "normatização", que é um
neologismo dispensável. Observe que a sigla Inmetro assim se desenvolve:
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.
estar "ao" par de tudo
Quem diz estou "ao"par deve ficar a par disto: ao par é expressão de
uso estritamente comercial; quando dois países negociam reciprocamente,
e um compra do outro tanto quanto este lhe vende, o câmbio está ao
par, também ao par estará a ação emitida por uma empresa quando seu
valor atual é o mesmo do valor nominal, ou seja, aquele que se encontra
declarado na referida ação.
No sentido de estar ciente, inteirado; ter conhecimento, usa-se a par:
estar a par de tudo, estar a par de toda a fofoca do bairro, estar a par da
vida da vizinha, estar a par da cotação do dólar,etc.
Os jornalistas parecem desconhecer a diferença.Veja como escrevem:
Jacqueline Kennedy não gostava, mas aceitava as aventuras "extra-conjugais"
do marido. Estava também "ao par" dos esforços de membros do
staff presidencial, afim de conseguir encontros amorosos para Kennedy.
De quebra, o jornalista ainda escreveu"extra-conjugais" .
virar "às" esquerda, "às" direita
É perigoso à beça fazer qualquer desses tipos de conversão. Quem,
um dia, precisou tomar alguma informação numa dessas pequenas cidades
do interior, fatalmente já ouviu: Vire "às" esquerda ou Vire "às"
direita. Nunca faça isso, caro leitor! Prefira tomar à direita ou tomar à
esquerda: o perigo de ir dar a um beco sem saída é bem menor...
levar as crianças à escola
Esta é a construção da norma culta. No português do Brasil, contudo,
prefere-se o emprego da preposição "em": Quem levou as crianças "na"
escola? No português elegante sempre se construirá: A babá leva todos os
dias as crianças ao parque. * * * O taxista levou o turista ao aeroporto.
*** O namorado queria levá-la ao motel, mas ela não foi.
Hortênsia, estão chamando você "no" telefone
Esta é uma frase típica da língua cotidiana, sempre informal, despretensiosa.
No português culto se prefere o emprego da preposição a,
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
porque chamar, aí, dá idéia de movimento, e em português todo verbo ou
expressão que der idéia de movimento usa-se melhormente com a preposição
a. Portanto, na norma culta: Hortênsia, estão chamando você ao
telefone. *** Virgílio, estão chamando-o à sala do diretor. *** Chamei-o
ao escritório. * * * Ninguém me chamou à cozinha, para ajudar. * * * O professor
sempre me chama ao quadro-negro. *** Chamaram-me à janela
para ver o desfile. *** Quem é que está me chamando ao portão?
São frases - convenha comigo, caro leitor - muito mais elegantes.
O povo prefere chamar "no" telefone, "na" janela, "no"portão. Não, não
está errado. É apenas uma questão de bom-gosto.
Nos jornais e revistas, essa regência popular deve ser evitada. Deve.
Veja, porém, como se lê neles: O ministro da Aeronáutica foi chamado
"no"Rio para tentar explicar.
E a elegância, o bicho comeu!
descer ao andar térreo
Também aqui se trata de um verbo de movimento (descer). A preposição
mais indicada para acompanhar este verbo, numa linguagem formal,
mais elegante, é a preposição a. O povo, contudo, desce "no"andar térreo,
desce "no"porão, desce "no"ponto de ônibus.
Não, não é errado. A questão é outra.
"peãozada"
Não. Uma porção de peões forma uma peonada, e não uma "peãozada",
muito comum na língua falada despretensiosa.
Você transcreveu "certa" a frase?
Certo e errado, quando advérbios, não variam; eqüivalem, respectivamente,
a certamente e erradamente.Veja exemplos: Será que ela sabe somar
certo a conta? *** Você transcreveu certo a frase? *** Enviei certo toda a
documentação. *** Copiei errado a lição. *** Mandei errado a carta.
Eis, agora, exemplos em que certo e errado são adjetivos, variam
normalmente, portanto não eqüivalem a certamente e erradamente: Ela
transcreveu a frase certa, e não a frase errada. *** Ela me deu a conta
certa. * * * Eles me entrearam a conta errada. * * * Está certa a sua frase.
* * * O professor considerou errada a minha lição.
Antigo Testamento
Expressão preferível a "Velho Testamento", que passa a idéia de que
o livro já está ultrapassado ou defasado. Os termos velho e antigo não são
sinônimos perfeitos.
compadecer
Este verbo, no português contemporâneo, usa-se mormente como
pronominal, tanto na acepção de sentir compaixão (rege de) quanto na
NAO ERRE MAIS! 213
de harmonizar-se, conciliar-se (rege com): Cristo se compadeceu do sofrimento
dos homens. *** Compadeci-me do seu precário estado físico. ***
A generosidade se compadece com a humildade. *** Um juiz não pode
compadecer-se com o crime organizado.
De um desembargador do Distrito Federal, acusado de vender habeas
corpus a narcotraficantes: Não acredito que os bandidos que matam
juizes pelo Brasil afora consigam aqui no Distrito Federal obter crédito
em suas palavras para matar a carreira de um juiz que nunca "compadeceu"
com o crime, muito menos com o tráfico de drogas.
A língua condena...
daqui ao estádio é uma boa "esticada"
Quem quer chegar tranqüilo a um estádio, ou a qualquer destino,
sem nenhuma dor de consciência, dá uma boa estirada (= caminhada longa),
e não "esticada". Também é de uma estirada que se emprega por de
uma vez, sem interrupção ou parada: Fui de São Paulo a Vitória de uma
estirada. *** É cansativo ir de uma estirada até Manaus.
chamar
É verbo transitivo direto, na acepção de convocar: Cristo chamou Pedro
para ser seu vigário na terra. - Cristo chamou-o para ser seu vigário
na terra.
Numa aprazível capital nordestina, uma entidade religiosa mandou
afixar outdoors pela cidade. Neles se lia: A vocação é uma resposta ao
compromisso bastismal.Você já descobriu para que Deus "lhe"chama?
Eu, francamente , ainda não!...
Cem vidas tivesse eu, "daria-as" por Carolina
Futuro nenhum aceita pronome átono posposto ao verbo. Quem deseja
ser autenticamente romântico, que o seja por completo: Cem vidas
tivesse eu, dá-las-ia por Carolina.
Os jornalistas não são o que podemos chamar o exemplo acabado de
romantismo. Veja quanto prosaísmo: Compras externas "limitariam-se"a
US$600 milhões mensais. Não há dúvida de que o S40 traz algo de diferente.
Por ser feito pela Volvo, "esperaria-se" uma carroçaria quadrada,
formas sisudas e um feitio conservador. Que nada!
Que nada mesmo!
zircônio
Nome de um elemento químico metálico (símb.: Zr), muito leve e resistente
à corrosão e ao calor, de largo emprego industrial. Muito bem,
repare: o nome é zircônio.
Numa propaganda de um novo tipo de lentes para óculos: As lentes
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Crizal são tão invisíveis que você pode esquecer que está de óculos. Isso
porque elas possuem a mais avançada tecnologia em anti-reflexo. Sua
camada de "zircone"torna as lentes ultra-resistentes a arranhões e muito
mais duráveis.
Duráveis?!
A mãe fez tudo para que o filho "sossegasse-se"
O modo subjuntivo geralmente exige uma conjunção {que, se, quando,
etc.). Como as conjunções são fatores de próclise, isto é, exigem que
o pronome oblíquo venha antes do verbo, não há como defender a colocação
da frase acima, que se usa portuguesmente assim: A mãe fez tudo
para que o filho se sossegasse.
Alguns jornalistas, contudo, nem mesmo consultam a orelha e escrevem:
Lula cometeu uma grosseria, ao temer que os interesses de Brizola
"limitassem-se"apenas à sucessão presidencial.
É incrível que jornalistas não saibam sequer colocar os pronomes
nas frases. A própria orelha rejeita essa colocação.
ele não "houve" nada, nada!
Parece incrível, mas ainda há gente que confunde houve, forma do
verbo haver, com ouve, forma do verbo ouvir.
Num livro sobre aves, encontramos esta "pérola": O papagaio é a única
ave do mundo que imita a voz humana, repetindo tudo exatamente
como "houve".
Num jornal paulistano: Nos últimos dias, o governo andou justificando
o déficit comercial, que muitos atribuem ao câmbio, ao déficit público
persistente. "Ouve" até comparações entre o caso brasileiro e os twins
deficits (déficits gêmeos) dos Estados Unidos.
Que mal lhe pergunte: e os manuais de redação?...
Escrevo direito ou Direito, medicina ou Medicina?
Do jeito que achar melhor. Tais palavras, como outras que designam
curso de estudo, não precisam necessariamente ser escritas com inicial
maiúscula, a menos que a frase exija. Como nesta frase de pára-choque
de caminhão, por exemplo, muito galhofeira: Caso seu marido não faça
Direito, eu faço. O uso da inicial maiúscula afasta de pronto qualquer interpretação
maldosa, que certamente o caminhoneiro não nos quer forçar
a ter...
adequar-se
Este verbo, assim como precaver, só se conjuga nas formas arrizotônicas
(aquelas cujo acento prosódico recai fora do radical): adequamos,
adequais; adequemos, adequeis. Sendo assim, a gramática tradicional
não reconhece as formas adequo, adequas, adequa, adequam nem
adeque, adeques, adeque, adequem. Não há, contudo, nenhum absurdo no
NAO ERRE MAIS! 215
seu emprego: O que mais se adequa às suas necessidades? *** Espero que
meu perfil se adeqiie às exigências da empresa.
A gramática estabelece sejam substituídas tais formas por outras, de
verbos sinônimos, tais quais acomodar, ajustar, amoldar, etc. A verdade
é que os verbos defectivos estão perdendo a condição de defeituosos ou
incompletos para o cotidiano da língua contemporânea. Em todo o caso,
convém respeitar a gramática tradicional, principalmente na língua escrita
e até mesmo na língua falada, em momentos que exigem alguma
formalidade, como num julgamento ou numa entrevista.
panorama "parcial" / panorama "geral"
São impróprias as duas expressões. Se panorama traz os elementos
gregos pan- (= tudo) e -orama (= visão, espetáculo), a palavra já significa
visão total, vista de tudo, vista geral.
Sendo assim, nenhum panorama pode ser "parcial" nem "geral",
conforme se leu no editorial de importante revista semanal de informação
(ed. 1.597): O Brasil passa por um momento delicado, um desses instantes
de sobressalto em que os sinais se confundem no painel de instrumentos.
O governo parece sem rumo, o congresso gasta o seu tempo em interrogatórios
e o cidadão comum tornou-se mais descrente em decorrência da
maré de escândalos. Contra esse pano de fundo, nada mais recomendável
do que se distanciar um pouco do epicentro da crise para observar o "panorama
geral".
Como cidadão comum - confesso - também estou descrente. Mas não
surpreso: o próprio ministro da Justiça foi a uma faculdade de Direito de
São Paulo para proferir uma palestra. O tema: Drogas nas escolas: um
panorama "geral". Pois é.
Certa vez, anotamos esta frase de um seqüestrado, logo após sua libertação:
Não fomos amarrados no cativeiro, fomos tratados como "gente
humana " mesmo.
Neste caso, é perfeitamente compreensível: a emoção superou a razão,
e a síndrome de Estocolmo aflorou. Se, por acaso, você riu, não se
esqueça de que "gente humana " nada fica a dever a "panorama parcial"
ou a "panorama geral". Tudo é coisa de "demente mental".
Se ela, que é mulher, não gosta de homem, "que dirá eu"!
"Que dirá eu" é expressão própria da língua falada. Na língua mais
cuidada se usa que se dirá de mim, que se dirá de nós, etc.: Se ela, que é
mulher, não gosta de homem, que se dirá de mim! *** Se Calasãs, que é
professor, escreve errado, que se dirá de mim! * * * Se ele, que é presidente,
não resolve a situação, que se dirá de nós!
Podemos usar ainda quanto mais eu!, quanto mais nós, etc. e até muito
menos eu!, muito menos nós, etc., evitando, assim, "que dirá eu!", "que
dirá nós!", porque eu não "dirá"nada nunca!
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
uma patinete / a matinê
É esse o gênero correto destes dois substantivos: feminino. A patinete
ainda está na moda, mas a matinê parece que não tem mais vez entre
os adolescentes de hoje. Ficou para trás o tempo em que os estudantes
preferiam namorar na matinê do cinema, tempo em que pegar na mão
da namoradinha era uma doce conquista! Ficou realmente no passado a
matinê.
Já patinete voltou recentemente à moda. Numa revista, em manchete:
"Os velhos "patinetes viram mania.
gerúndio + infinitivo
Não se flexiona infinitivo que depende de gerúndio. Portanto, construiremos
sempre assim: Já foi marcada a época dos exames, devendo
as provas ser realizadas no período de 5 a 20 de dezembro. (E não: "serem".)
*** Alguns corpos das vítimas do acidente já foram retirados do
local, devendo seus familiares proceder ao exame de reconhecimento no
IML. (E não: "procederem".) *** As inscrições ao concurso estão abertas,
podendo os candidatos dirigir-se à sede da empresa. (E não: "dirigiremse".)
*** A documentação está correta, devendo expedir-se os respectivos
atestados de freqüência. (E não: "expedirem-se".)
Na Folha de S. Paulo, ed. 21.130, escreveu um ex-governador paulista:
Não podem as forças democráticas "ficarem" divididas e subordinadas
a interesses ou posições de intransigência.
Começava justamente com ele a insegurança pública, vivida até hoje
pelos paulistas.
"corpo delito"
Quando alguém sofre uma agressão corporal, há repórteres que anunciam:
Foi ao Instituto Médico-Legal para fazer exame de "corpo delito".
Isto é: falam na coisa, sem saber bem de que se trata. Corpo de delito
é o conjunto dos elementos materiais que comprovam a ocorrência de um
fato criminoso. Existe o corpo de delito direto, feito por meio de exame
ou vistoria, e o corpo de delito indireto, que é efetivado por depoimento
de testemunhas. Mas sempre corpo de delito.
Ela disse que mora na Avenida Sul, número "tanto"
O pronome indefinido tanto, neste caso, deve figurar no plural: Ela
me disse que morava na Rua da Paz, número tantos. * * * Teresa me deu o
telefone, número tantos, e partiu.
piscicultura
A piscicultura é a arte de criar e multiplicar peixes para consumo ou
ornamentação. A palavra nos vem do latim pise- = peixe + cultura.
Não faz muito, porém, uma emissora de televisão apresentou uma reportagem
sobre a criação de peixes em cativeiro. No vídeo apareceu (isto
c incrível!): A moderna "psicultura".
NAO ERRE MAIS! 217
De moderno, isso, de fato, tem tudo! As pessoas conseguem confundir
o que é da alma (psic-) com o que é do peixe (pise-).
cair na "gandalha"
Quem já não caiu, pelo menos uma vez na vida, na gandaia? Cremos
que todos nós.
Uma atriz de telenovela, porém, resolveu cair de outro jeito, bem
mais comprometedor: O síndico aderiu à "gandalha ".
Talvez tenha sido a ânsia de não parecer caipira (que diz "paia" por
palha, "muié" por mulher). Preocupação, a nosso ver, descabida, já que
houve até um presidente da República que declarou no exterior que os
brasileiros, sem exceção, somos todos caipiras.
Mas se até o síndico aderiu à gandaia, a coisa devia mesmo estar
muito boa!
olhar de "esgueio"
Quem olha obliquamente, de soslaio, geralmente desconfiado, olha
de esguelha. Mas muitos dizem "esgueio" ou "esgueia". A esses, devemos
sempre olhar de esguelha.
Escreveu incrivelmente correto uma jornalista, certa vez: O namoro
dos gansos começa com um olhar de esguelha da fêmea, "que" o macho
corresponde sem inibição, mostrando sua excitação.
Note: ela acertou no esguelha, mas se complicou na regência verbal
e no uso do pronome relativo adequado. A frase que ela realmente quis
usar, sem poder, foi esta: O namoro dos gansos começa com um olhar de
esguelha da fêmea, ao qual o macho corresponde sem inibição, mostrando
sua excitação.
É, portanto, mais um jornalista ao qual devemos olhar sempre de
esguelha...
ao lado de / do lado de
São ambas expressões corretas: Você está ao lado dos bons ou do lado
dos maus? * * * O partido expulsou os deputados e senadores que não estiveram
ao lado do (ou do lado do) governo, nessa votação. * * * Afinal, voce
está do meu lado ou ao lado deles?
caso "seríssimo"
Não: caso seriíssimo. Os adjetivos terminados em -io antecedido de
consoante possuem o superlativo com dois ii: friíssimo (ãefrio), maciíssi
mo (de macio), necessariíssimo (de necessário), precariíssimo (de precá
rio), propriíssimo (de próprio), provisoriíssimo (de provisório), reaciona
riíssimo (de reacionário), revolucionariíssimo (de revolucionário), suma
riíssimo (de sumário), vadiíssimo (de vadio), etc.
Os adjetivos terminados em -io antecedido de vogai possuem, todavia,
o superlativo com um i apenas: feíssimo (defeio), cheíssimo (de cheio), etc.
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Os jornais, diariamente, trazem problema s "seríssimos". A revista
Veja, por sua vez, resolveu "inovar". Na ed. 1.794, pág. 94, trouxe: Sob a
eosmecêutica, esse nome "feiíssimo", agrupam-se os cosméticos com propriedades
terapêuticas e os remédios com o poder de embelezar.
Cabe aqui aquele conhecido dito popular: Ouviu o galo cantar, mas
não sabe onde, nem como, nem por quê.
Um dicionário (aquele) registra todos os superlativos, como necessariíssimo,
seriíssimo e precariíssimo, mas (matreiramente) não registra
provisoriíssimo nem sumariíssimo.Vè-se: estamos bem de dicionários...
caixa de "Pândora "
Não, não existe esta caixa. Segundo a mitologia, Pandora (dó) foi
a primeir a mulhe r que surgiu no mundo. A expressão caixa de Pandora
significa fonte de todos os males.
Assim, podemos afirma r que a inflação é a caixa de Pandor a de toda
a economia. Essa mesma fras e foi ouvida de um jornalista especializado
em economia. Mas com caixa de "Pândora".
Você mora em Santa Bárbara "D'Oeste"?
No Estado de São Paulo, existe uma cidade muito simpática, de povo
acolhedor, amigo, e mulheres lindas, sobretudo inteligentes, chamada
Santa Bárbara d'Oeste.
No interior de qualque r locução substantiva própria, todas as palavras
átonas se grafam com inicial minúscula. Portanto, também: Afogados
da Ingazeira, Santo Antônio d'Aldeia, Dias dÁvila, Estrela d'Oeste,
conde d'Eu, Olho dÁgua das Flores, Rio d'Una, Rápido d'Oeste, Joana
d'Are, Antônio d'Alembert, etc.
Você mora em "S." Paulo?
Não, moro em São Paulo. Atenção par a isto: nomes geográficos não
se abreviam. Portanto, escreva sempre por extenso: São Paulo, Coronel
Fabriciano, Marechal Cândido Rondon, Dona Inês, Engenheiro Passos,
Santa Bárbara d'Oeste, São Manuel, Dom Pedrito, General Câmara, Doutor
Severiano, Padre Cícero, Frei Inocêncio, Tenente Portela, Major Vieira,
Almirante Tamandaré, etc.
A norma foi fixada pela Conferência de Geografia, em 1926, com o
apoio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Não se estende aos
nomes de logradouros públicos, que se abreviam: Avenida Mar. Castelo
Branco, Rua Gen. Carneiro, etc.
Títulos de jornais se vêem com abreviaturas. Só se perdoa àqueles
periódicos que foram fundado s antes de 1926.
MM TEMPO - Em Mato Grosso existe uma cidade chamada Vila Bela da
Santíssima Trindade, que, em razão de sua extensão, tem seu nome abreviado
assim: "V. Bela da SS Trindade". Haverá perdão?
N NÃO ERRE MAIS! 1 218
"sagrar-se" campeão
Esta é mais uma do jornalismo esportivo brasileiro. Seus dignos representantes
não se cansam de afirmar que o Corinthians "se sagrou"
campeão paulista, que o Flamengo "se sagrará" campeão brasileiro. Em
português, o verbo nunca admitiu tal emprego.
O mal, todavia, justament e porque é um mal, se propaga para outros
setores do jornalismo. Os jornalistas da Veja também resolveram adotar
o verbo inexistente: Depois de fazer sucesso com a equipe feminina, o
treinador Bernardinho "sagrou-se" campeão mundial de vôlei com a seleção
masculina. *** Sob o comando de Luxemburgo, o time do Cruzeiro
"sagrou-se" campeão brasileiro. Aqui, dois erros, porque o Cruzeiro nem
"se sagrou", nem foi campeão brasileiro, mas sim campeão da Copa do
Brasil.
Nem mesmo o dicionário do "tira-teima" e do "sobressair-se" conseguiu
abonar "sagrar-se" por tornar-se. Como se vê, o caso é grave...
Dado "ao" interesse pelo carro, seu preço subiu
Dado, quando eqüivale a por causa de, não se usa com "a": Dado o
interesse pelo carro, seu preço subiu. * * * Dada a importância do jogo, foi
escalado um árbitro experiente. * * * Dados os inconvenientes apontados,
escolheu-se outra solução. *** Dadas as circunstâncias em que ocorreu o
acidente, tudo indica que o chofer do ônibus dormiu ao volante.
Quando dado eqüivale a interessado, versado, é que se usa a: O rapaz
não era muito dado ao estudo. * * * Edite era muito dada à leitura.
Nos autos de um processo: A vítima vem passando sérias dificuldades
em residir no local, "dado às"constantes provocações proferidas pelas
vizinhas.
Não é provocação?
tampar = tapar?
Não. Tampar é fechar usando tampa ou qualquer outra peça movediça
própria. Assim, tampamos panelas, garrafas, bueiros, vidros de
remédio, etc.
Tapar é fechar, encobrir, vedar, vendar, sem necessidade do uso d
tampa. Desta forma, tapamos tudo o que tem tampa e o que não tem tampa:
tapamos a boca, o ouvido, os olhos, o nariz, um buraco qualquer, etc
Numa propaganda de televisão, certa vez, recomendava-se um medi
camento para desobstrução do nariz. Assim: Dormir com o nariz "tampa
do"é o maior sufoco.
Desse jeito, francamente , não dá nem par a dormir...
"emissão" de posse
Convém não confundir emissão, do verbo emitir (= pôr em circulação
exprimir), com imissão, do verbo imitir (= fazer entrar, investir). Assim
temos: emissão de cheques, emissão de opinião, mas: imissão de posse
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Num jornal: Para o juiz, o ministro está, no mínimo, mal informado,
porque a justiça federal tem um andamento muito rápido no que se refere
à "emissão" de posse.
Quem mesmo é que está mal-informado?
campeonato sul-americano "sub-20"
É o tipo de campeonato que já começa mal entre os brasileiros. Se
subvinte se escreve sem hífen, nada muda quando se substitui a palavra
por algarismos. Assim, o correto é grafar sub20, subi5, sub23. É até questão
de economia de espaço. Mas quem é que consegue convencer certos
jornalistas da vantagem de uma economia dessas?
Qual das misses "são" as preferidas?
Erro de concordância. Qualquer pronome interrogativo no singular,
antecedido da preposição de, exige o verbo no singular: Qual das misses
é a que tem mais chance de vencer o concurso? *** Qual das misses é a
preferida? *** Qual de vocês fez isso? *** Quem de todos esses alunos
ganhará O prêmio?
Declara, então, a mulher de um dos candidatos derrotados ao governo
de São Paulo: As mulheres dos outros candidatos são simplesmente
suas esposas. Eu não. Qual das outras mulheres dos candidatos "são conhecidas"
nacionalmente, independentemente da profissão do seu marido?
Todo pronome indefinido de singular também exige o verbo no singular,
ainda que esteja seguido de nomes ou pronomes no plural. Ex.:
Nenhum dos três goleiros da seleção era bom. * * * Nenhum dos atacantes
chutava a gol. * * * Cada um de nós sabe o que faz. *** Cada um dos ministros
tomava uma decisão diferente. *** Qualquer das pessoas presentes
poderá dar sua opinião.
A tendência popular, neste caso, é esquecer o sujeito (o pronome indefinido)
e dar toda a atenção ao nome pluralizado que se lhe segue. Daí
0 erro.
assaltar "nos faróis"
Farol por semáforo ou sinaleira? Não. Todo farol pressupõe foco potente
de luz. No sinal luminoso de trânsito não há esse requisito básico,
1 >or absoluta desnecessidade. Os portos têm farol; os veículos têm farol,
mas nenhum sinal de trânsito tem "farol". Por isso, nunca pare ao "farol"
vermelho: vá sempre em frente! Se encontrar, porém, um sinal vermelho
ou um semáforo no vermelho, não avance!
mau-caratismo / bom-caratismo |
São neologismos. Como mau-caráter e bom-caráter não têm um
nhstantiv o correspondente, oficial, cria-se. Repare neste texto de Roberlo
Campos, ex-ministro do Planejamento, um dos homens mais cultos
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
que este país produziu: O subdesenvolvimento não resulta de espoliação
internacional ou de falta de recursos naturais. E sempre um fenômeno
cultural: misto de idiotice e mau-caratismo. Infelizmente, ambas as coisas
são abundantes neste subcontinente.
Se os maus-caracteres estão em todos os cantos, enquanto os bons-
-caracteres minguam, tinha de existir um substantivo que representasse
esse vício de personalidade tão asqueroso.
colchão / coxão
São palavras que não devem ser empregadas uma pela outra, principalmente
a primeira pela segunda, quando esta designa corte de carne:
coxão mole, coxão duro.
Chegar a um açougue e pedir um "colchão"duro é confiar demais na
dentadura...
Será que o Corinthians "classifica"?
Não. Os verdadeiros times de futebol, aqueles que dão alguma alegria
à sua torcida, classificam-se para as fases finais de seus campeonatos.
Note: o verbo é classificar-se, que significa ser qualificado num torneio
ou num campeonato para a fase seguinte, e nã o simplesment e "classificar".
Os repórteres esportivos vivem dizendo: Eu acho que o Corinthians
não "classifica".
E é a preposição para que se usa com esse verbo, e não "a".
N o s jornais se lê comumente : O time se classificou "ã"próxima fase
do torneio. Resta saber quando é que certos jornalistas vão se classificar
para a grande fase do jornalismo brasileiro...
concentrar \
Também é verbo pronominal, quando se usa, em futebol, por ficar em
concentração: Os jogadores já se concentraram para o jogo de domingo.
* * * Há certos atletas que não gostam de concentrar-se.
Recentemente, um jornal estampou em manchete, na página de esportes:
"Concentra"ou não "concentra"?
O jornalista, autor disso aí, é que tinha de se concentrar bastante
antes de ir à redação.
sou "de" menor
Ninguém é "de"menor nem "de"maior. Na língua culta ou mais cuidada
existe o menor de idade e o maior de idade. Portanto, diga sempre,
como gente grande: sou menor. Ou, então, como gente que entende: sou
maior.
No registro coloquial, todavia, só se encontr a "de" menor e "de'
maior. Um dicionário (aquele) abona as expressões impugnada s
Compreende-se .
2 2 2 NÃO ERRE MAISI
"fundamento"
Para não continuar errando, convém que todo jogador de futebol,
viciado em erros de passes, treine bastantes fundamentos.
Os primeiros rudimentos ou as primeiras noções básicas ou funda -
mentais de qualquer coisa são fundamentos, sempre no plural.
Agora, permita-me, caro leitor, uma opinião: jogador profissional que
erra passe é algo imperdoável. Para quem só faz isso na vida, e ganha fortunas
só para fazer isso na vida, é difícil aceitar. Jogador profissional que
erra passes ou que erra um gol á frente da meta é comparável a professor
que escreve "xarxixa". Dá pra aceitar?
fim-de-semana = fim de semana?
Não. Fim-de-semana é lazer, descanso. Todo aquele que trabalha tem
direito a seu fim-de-semana remunerado.
Fim de semana é final de semana. Todo fim de semana eu viajo.
Fim de semana todo o mundo tem: pobre, rico, ladrão, corrupto, bandido,
político, vizinho, prostituta, etc. Todo mês tem no mínimo quatro
fins de semana. Não há como fugir dele (a não ser morto).
Fim-de-semana é coisa de gente que pode usufruir as delícias da
vida; é o week-end dos ingleses e norte-americanos.
Os parlamentares brasileiros invariavelmente "esticam" seus fins-desemana,
que começam na sexta-feira (de manhã) e se encerram na segunda-feira
(à noite). Nem todos podemos tamanha proeza...
Apesar de ser clara a diferença (e muito simples de entender), há
um grande jornal paulista que, vendo-se impossibilitado de percebê-la,
adotou apenas a escrita fim-de-semana para ambos os sentidos. (E dá-lhe
manual de redação!...)
Reclamo não tanto por mim, "mas" pelas crianças
A palavra que corresponde a não tanto é quanto, e não "mas" ou "mas
também", correlativos de não só. Portanto, reclame, mas reclame não tanto
por si, quanto pelas crianças.
Repare ainda nestas frases: O namorado a beijou não tanto por desejo
quanto por hábito. *** O jogador se contundiu não tanto pelo choque
com o adversário quanto pelo mau estado do gramado. * * * Juçara veio
até aqui não tanto para buscar o livro quanto para me ver.
Observe que tal correlação implica predomínio de um fato sobre
o outro; a correlação não só... mas também enuncia adição de fatos,
ambos importante s e significativos: Não só eu, mas também o motorista
pegamos no sono. *** Não só o garoto, mas também a mãe viram o
disco-voador.
palavra de honra
Usa-se com em: Dou minha palavra de honra em que isso é verdade.
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* * * O presidente deu sua palavra de honra em que erradicaria o analfabetismo
em cinco anos . * * * Dê sua palavra de honra em que não vai cobrar
isso dele! * * * Ela deu sua palavra de honra em que me procuraria.
Na primeira página de um jornal: O novo ministro da Fazenda deu a
sua palavra de honra "de" que as taxas de juros começarão a cair a partir
de hoje.
A verdade é que as taxas de juros acabaram caindo mesmo. E o ministro
também...
As partes ou a parte contrária "entrarão" em acordo
Quando há mistura de números no sujeito composto, conforme se vê
nesta frase, a concordância se faz sempre com o elemento mais próximo,
e o fator determinante é a conjunção ou, de valor corretivo. Portanto: As
partes ou a parte contrária entrará em acordo. *** Os ladrões ou o ladrão
conseguiu fugir pela chaminé. * * * O ladrão ou os ladrões conseguiram
fugir pela chaminé. * * * Os assassinos ou o assassino continua solto. * * *
O assassino ou os assassinos continuam soltos.
Num jornal paulistano: Existe uma síndrome do candidato. Na verdade,
é o próprio candidato que fabrica sua síndrome, de modo que os
sintomas ou a massa deles "variam" de acordo com a personalidade, o
temperamento, o caráter (se existente) de cada caso examinado.
Em outra edição, do mesmo jornal: Desde 11 de setembro de 1973,
"estão" em vigor no Chile um ou mais estados de exceção.
errata
Esta palavra é um plural latino, cujo singular correspondente é erratum.
Assim, só tem cabimento o seu emprego quando se vai tratar de
dois ou mais erros; quando se vai corrigir apenas um erro, usa-se, naturalmente,
erratum.
Não faz muito, contudo, o Ponto Frio mandou publicar uma nota de
esclarecimento na Folha de S. Paulo (ed. 25.204, pág. 5), para corrigir um
único erro e encimou-a com a palavra errata. O Ponto Frio não teria, assim,
entrado numa gelada?
Mas não é só o Ponto Frio que aprecia uma geladinha. Na pág. 10 da
mesma edição da referida folha, há outra errata. Agora do Pão de Açúcar,
que também quis consertar um erro surgido num de seus anúncios.
A vida está mesmo muito difícil. Principalmente nos supermercados...
Isto são horas de chegar?
Esta é uma frase típica de pais preocupados, dita geralmente de madrugada...
Muitos duvidam de sua correção, mas sem razão.
O verbo ser, quando aparece entre um pronome ou um nome no singular
e uma palavra no plural, concorda com esta, a não ser em alguns
casos especiais, como, por exemplo, quando o pronome ou o nome representa
pessoa. Assim: Você é grande, mas não é dois. *** O neto é as delícias
dele.
N
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De outra forma, podemos construir sem receio: Isso são ossos do ofício.
*** Aquilo são estrelas ou são planetas? *** Meu lazer eram aqueles
exercícios. *** Nossa diversão sempre foram esses brinquedinhos. ***
Pesquisas são uma necessidade durante as eleições.
Se, porém, o pronome demonstrativo o vem como predicativo, a
concordância do verbo ser se faz geralment e com ele: Problemas é o
que não falta no Brasil. *** Risos era o que ninguém gostaria de ver
naquele instante.
Num jornal: Mas o destaque do C3 "é"realmente as linhas modernas
e bastante atraentes.
Repare agora nestas frases, colhidas na etiqueta de uma loja: Conforto,
praticidade e beleza é o que procura o homem moderno. Pesquisa,
tecnologia e bom gosto é o que oferecemos.
Esse livro é para "mim" ler?
"Mim" não ler coisa nenhuma. "Mim" não estudar português, "mim"
só gostar de ganhar presentes. "Mim" também gostar de pipoca!
Quem é que fala assim? Só mesmo índio é que fala assim. Pois quem
usa "mim" antes de verbo está falando quase igual. Sem saber.
Gente civilizada, educada, elegante, usa apenas eu onde o índio quer
"mim": Não deu para eu ir ao escritório hoje. (E não: Não deu para "mim"
ir ao escritório hoje.) *** Deram um bom livro para eu ler. (E não: Deram
um bom livro para "mim" ler.) *** Deixaram tudo para eu fazer. (E não:
Deixaram tudo para "mim "fazer.)
Não havendo verbo, aí, sim, empregaremos mim: Deram um bom livro
para mim. * * * Deixaram tudo para mim.
EM TEMPO - Note estas frases, todas absolutamente corretas: É difícil
para mim dirigir e prestar atenção à sua conversa. * * * Foi duro para mim
vê-la sofrendo.
À primeira vista, podem parecer frases de índio. Não são. Neste caso,
na verdade, as frases se encontram em ordem inversa. Repare na ordem
direta: Dirigir e prestar atenção à sua conversa é difícil para mim. Vê-la
sofrendo foi duro para mim.
Reparou? O mim nada tem que ver com o verbo; não se trata de sujeito,
mas de complemento nominal: difícil para mim, duro para mim.
Não entendi "tamanhas" ignorância e falta de educação
Não. Um adjetivo ou um pronome adjetivo anteposto, quando modifica
dois ou mais substantivos, concorda sempre com o elemento mais
próximo: Não entendi tamanha ignorância e falta de educação. *** Foi
um caso de raro brilho e acontecimento. *** Onde estão seu marido e
filhos? * * * Aonde foram sua mulher e filhos? * * * Visitarei vocês qualquer
dia e mês destes.
No editorial de um importante jornal de São Paulo: O empresário
fechou o ano com um protesto de "raras "felicidade e oportunidade.
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Rara infelicidade e ocasião.
Noutro jornal de São Paulo: O mercado imobiliário tem "menores"
liquidez e rentabilidade do que muitas outras aplicações.
Enfim, o jornalismo brasileiro vai de vento em proa...
Bom "Ano Novo" o todos!
Desejo malfeito: tanto ano-novo quanto ano-bom se escrevem com
hífen e com iniciais minúsculas. Por isso, o desejo sincero só pode vir
desta forma: Bom ano-novo a todos!
Numa revista: Fumar menos está entre suas promessas para 2003?
Bem, é melhor rever seus planos para o "ano novo".
No site de um jornal: Feriado do "Ano Novo" deixa 109 mortos em
estradas federais. Ué! e os manuais de redação?!
Num dicionário (aquele) se lê, na definição de réveillon: ceia da noite
de "Ano-Novo". (Por que as iniciais maiúsculas, se assim nem o próprio
dicionarista registra?)
seja quem for
Esta é uma locução pronominal indefinida invariável, por conta do
pronome quem. Assim, construímos: O governo punirá todos os corruptos,
seja quem for. * * * A morte leva todas as pessoas, seja quem for, pobre
ou rico.
Por ocasião do trágico acontecimento numa das faculdades cariocas,
na qual foi vítima uma estudante, que ficou tetraplégica, a direção da
escola emitiu uma nota em que afirma sua disposição de colaborar com a
polícia e encontrar o autor ou os autores do crime, "sejam quem forem".
O criminoso, até hoje, está à solta...
instalações "hidro-sanitárias"
Hidro- é um elemento prefixo-radical, e nenhum elemento prefixo-
-radical exige hífen. Portanto: hidrossanitário, hidroginástica, hidromassagem,
etc.
A maioria dos engenheiros e arquitetos, no entanto, continua insistindo
em duas coisas: nas instalações "hidro-sanitárias" e no "ante-projeto".
Ainda não tive o prazer de conhecer nenhum que escrevesse de outro
modo, ou seja, corretamente. Ou teria sido apenas uma desagradável
coincidência?
No Sul "gia" demais no inverno
No Sul geia muito no inverno. O verbo é gear, e não "giar". Todo verbo
terminado em -ear ganha um i nas formas rizotônicas. Confira: passear
(passeio, passeia), massagear (massageio, massageia), frear (freio, freia),
recear (receio, receias), torpedear (torpedeio, torpedeia), etc.
Veja, agora, como um comentarista esportivo do Rio de Janeiro, velho
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botafoguense, tido até por poeta entre seus colegas, vacilou, ao escrever
no Jornal do Brasil, recentemente: Eles não fazem isto e ainda "torpediam"quem
tenta defendê-los.
Eu nunca faço isso e ainda torpedeio quem faz...
"freiada"
O verbo frear tem como substantivo correspondente freada, e não
"freiada". Nessa família de palavras, só freio tem i; as demais não: freando,
freava, freasse, freado, etc.
Anote, ainda: afear, enfear, estrear, recear, rechear, passear, todas sem
i. Mas todos os substantivos correspondentes com i: feio, estréia, receio,
recheio, passeio.
Escrevem os jornalistas: O teto solar surgiu logo depois da II Guerra
Mundial, quando era preciso economizar aço ao máximo e os carros tinham
parte da capota substituída por tecido. Como o tecido "enfeiava"o
carro, surgiu a idéia de fazer o teto abrir. * * * A nova rede de televisão do
Paraná deve "estreiar" dia 25 de fevereiro.
E quando é que os jornalistas vão estrear um novo português, um
português respeitoso?
"no que pertine" à questão das multas
Advogados sérios, confiáveis, não usam "no que pertine" por no pertinente,
ou no concernente, ou no referente. Além dessas expressões, esses
mesmos advogados podem usar no que concerne e no que se refere. Eles
jamais usam "no que pertine".
falar "numa boa" com os adversários
Melhor será falar às boas com todo o mundo, e não só com os adversários.
O povo gosta muito de falar "numa boa", de ficar "numa
boa" , mas é às boas que significa amigavelmente, em clima amistoso,
pacificamente.
A expressão popular se usa com propriedade quando há um termo
subentendido. Assim, por exemplo: Passei vários dias doente, mas agora
estou numa boa. Isto é: Passei vários dias doente, mas agora estou numa
boa condição, situação, etc.
"louva-deus"
Nenhum bicho tem este nome. O inseto verde, predador, cuja postura,
quando pousado, lembra alguém de joelhos, em oração, tem nome parecido:
louva-a-deus. Alguns jornalistas, todavia, criaram outro bicho. Veja:
Pesquisadores norte-americanos descobriram que o "louva-deus", inseto
que parece um ramo de árvore, possui um ouvido localizado no centro do
corpo que tem por função, além da auditiva, iludir seus inimigos e atrair
um companheiro para reprodução.
Em que mata se encontra esse bichinho?
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do Oiapoque ao Xuí
Até bem recentemente se dizia que o Brasil ia do Oiapoque ao Xuí.
Pois uma de nossas revistas semanais de informação informa que não é
bem assim, fazendo matéria sobre o "Arroio Chuí". E repete várias vezes
a cacografia.
A gafe é tão grave quanto a de certa emissora de televisão, quando
falou num faraó inexistente, chamado "Queóps".
"próximos 1 km"
Nas nossas rodovias, volta e meia se lêem placas assim, quando está
havendo algum reparo: Cuidado - entrada e saída de veículos - "próximos
1 km".
Se 1 nunca foi plural (ao menos entre os terráqueos), como entender
o uso de "próximos"? Ademais, os símbolos das unidades de medida se
escrevem imediatamente após o algarismo, sem nenhum espaço. Além do
quê, só se usa o algarismo de 2 em diante.
Portanto, a placa deveria trazer outro aviso, mais educativo, mais
respeitoso: Cuidado: entrada e saída de veículos no próximo quilômetro
(ou, por tolerância, no próximo km). Em rigor, também não se usa abreviatura
sem o devido algarismo, mas por medida de economia ou de falta
de espaço nas placas de sinalização, admite-se tal prática.
Quem passava pela Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, notava
placas de aviso assim: Fone de emergência - "cada 1 Km". Ora...
Como se vê, o problema das nossas rodovias não está só nos buracos,
nos enormes buracos, mas também nos furos, que talvez sejam até mais
perigosos...
asa-delta
Faz no plural asas-deltas sem nenhuma dificuldade: qualquer estudante
do ensino médio sabe fazer o plural de compostos constituídos de
dois substantivos, porque os dois elementos sempre variam.
Apesar de a pluralização ser corriqueira, um jornalista resolveu
complicar, ao escrever: Brasília passou a ter seus céus cortados por "asas-
-delta".
Por que o erro? Imagino que seja porque não consta em nenhum dicionário,
para a devida consulta. O mesmo "fenômeno" se dá com o plural
de sem-terra, sem-teto, etc. Não há no dicionário. Sem bússola, o barco
afunda mais rápido...
ter dor "na costa"
É difícil! As pessoas não têm "costa", mas costas. Países é que têm
costa, ou seja, litoral, região à beira-mar. Repare na imensa diferença por
estes exemplos: Minhas costas estão doendo: o que será? *** Eu estava
de costas; fui atingido pelas costas. * * * Não sei por que Aguinaldo me
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voltou as costas. *** Qual e o único inseto que anda de costas? *** Suas
costas estão vermelhas: caiu ou apanhou? *** A costa brasileira é extensa.
* * * Os navegantes alcançaram a nossa costa depois de mil dias. * * * A
Bolívia e o Paraguai não têm costa.
De um ex-presidente: O peso do combate à inflação não pode ser jogado
somente "na costa"do povo pobre.
Depois, um famoso humorista, no seu programa de entrevistas pela
televisão, ao tentar desenhar o mapa do Brasil, fala em "costas do Brasil".
Como o pobre nunca teve "costa" nem o Brasil nunca teve "costas",
como é que se dorme com um barulho desses?
depor
Este verbo, na acepção jurídica, é transitivo direto ou intransitivo,
mas nunca transitivo indireto. Portanto, construímos: A família depôs
que ele sempre foi um filho problemático. *** Todos os funcionários da
firma foram obrigados a depor na polícia.
No site da Jovem Pan, porém, aparece a novidade (desagradável), ou
seja, o verbo usado como transitivo indireto: Pai do médico esquartejador
depõe "à"polícia.
Ninguém depõe "a" coisa nenhuma.
alterar
Este verbo é pronominal na acepção de modificar-se, transformar-se,
mudar, e não é intransitivo em nenhum significado: A cor do camaleão se
altera de acordo com o meio. *** Seu humor se altera conforme as condições
meteorológicas.
No site de um jornal: Desempenho do Astra bicombustível não "altera"
quando se troca de combustível.
Não há o que não se altere na pena de certos jornalistas...
"manter a direita"
Quem viaja pelas nossas rodovias está fadado a ler placas com este
aviso: "Mantenha a direita". Ou: "Conserve a direita". Mais seguro, porém,
é manter-se à direita, é conservar-se à direita.
Outra bobagem que se lê à beira das nossas rodovias é esta: "Mantenha
a sua mão ". É o caso de perguntar: Com quê? Com um bom hidratante?
De que marca?
tornar-se "em"
O verbo tornar-se rejeita a preposição "em". Portanto, devemos construir:
O Brasil se tornou pentacampeão mundial de futebol. *** Muitos
se tornaram reféns do bandido. *** Um cão da raça pastor islandês tornou-se
principal personagem das manchetes dos jornais dinamarqueses,
recentemente, depois que conseguiu sobreviver por 68 dias preso em um
poço, perdendo a metade de seus 22kg.
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No site de um jornal, em manchete, numa linda terça-feira: Lucélia
de Carvalho se torna "na" 1." brasileira a ganhar dois ouros individuais
em Pan.
Depois, no início da matéria: Lucélia de Carvalho conquistou "nesta
terça-feira" a medalha de ouro no kumite acima de 58kg do caratê nos
Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo e se tornou "na"primeira atleta
brasileira a ganhar dois títulos consecutivos em provas individuais na
competição continental.
Dizem que esse jornal se tornou o melhor do país...
sassafrás
Varia normalmente no plural: sassafrases.
Num jornal: A morte dos cedros, "sassafrás", canelas e guapuruvus,
entre outras árvores frondosas, eliminou dois andares ou patamares de
floresta.
pagar / perdoar
Estes dois verbos se usam da mesma forma: pagar (ou perdoar) alguma
coisa a alguém. Note: o objeto indireto é sempre pessoa; o direto é
coisa. Portanto, pagamos dívidas, pecados, compromissos, etc., mas pagamos
ao dono do armazém, ao dentista, ao médico, ao taxista, à costureira,
à professora particular, aos empregados, etc. Se transformarmos isso em
pronomes, eis como fica: Paguei-lhe ontem a dívida, não foi? ** * Eu quis
pagar-lhe, mas ele não quis receber.
Portanto, não se usa "pagá-lo", "pagar o dono do armazém" ou "pagála",
"pagar a dona do armazém", em referência a pessoa, mas apenas pagar-lhe,
pagar ao dono do armazém, pagar à dona do armazém.
Agora, o verbo perdoar. Perdoamos dívidas, pecados, desfeitas, ofensas,
etc., mas perdoamos ao devedor, ao pecador, ao ofensor, ao irmão, ao
vizinho, ao amigo, ao colega, etc. Se transformarmos isso em pronomes,
eis como ficará: Seu pai ainda não lhe perdoou aquela sua má-criação?
* * * Luís, seu amigo diz que nunca vai perdoar-lhe. * * * Depois de muito
tempo é que fui perdoar-lhe.
Portanto, não se usa "perdoá-lo", "perdoar um amigo" ou "perdoála",
"perdoar uma amiga", em referência a pessoa, mas apenas perdoarlhe,
perdoar a um amigo, perdoar a uma amiga.
No site de um jornal, em manchete: Mãe perdoa "o"filho pela morte
de estudantes. Logo abaixo: Ela pede que as famílias de Liana e Felipe
também perdoem "o" seu filho.
O crime cometido foi desses que não merecem perdão.
Uma de nossas melhores revistas semanais de informação trouxe
certa vez um anúncio da própria publicação em forma de advertência: A
redação é uma das provas mais temidas pelos vestibulandos. Em geral,
examinadores não "perdoam quem"foge ao tema ou comete erros grosseiros.
A seção Veja Educação é uma ótima ferramenta para quem deseja
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
escrever em bom português. Traz testes de vocabulário, reportagem sobre
dificuldades da língua e dicas sobre recursos estilísticos. Há ainda a seção
Erros e Acertos, com as regras seguidas pelos jornalistas da revista.
Depois de errarem na regência do verbo perdoar, eles ainda se acham
no direito de oferecer dicas sobre português. Durma-se com um barulho
desses!
benzinho / amorzinho / brotinho
São três palavras absolutamente invariáveis em gênero, mesmo em
referência a mulher. Trata-se de diminutivos carinhosos, respectivamente,
de bem, amor e broto, também, naturalmente, nomes sobrecomuns.
Portanto, usamos: Ifigênia é meu benzinho. *** Juçara é meu amorzinho.
* * * Sua filha é um brotinho lindo!
Há namorado apaixonado por aí que, quando comete alguma asneira,
digna de fim de namoro, sai-se com esta, junto à amada: "Benzinha",
não foi por querer. Perdoa!
Tem perdão?
Uma jornalista, talvez vizinha desse namorado imperdoável, resolve
imitá-lo, escrevendo numa folha de São Paulo: "Brotinha": se você já fez
14 anos, mas ainda não tem 21; se mede mais de "lm68", mas não ultrapassa
"os lm81"; é bonita, é bonita e é bonita, acordei
Acorde?! Quem usa"brotinha","lm68"e"o s lm81", em vez de brotinho,
l,68m e o l,81m, ainda tem coragem de pedir que alguém acorde?!
Aparecida
É este o nome da cidade paulista, onde se situa a maior basílica do
Brasil, dedicada à padroeira do nosso país, Nossa Senhora Aparecida.
Os jornalistas, porém, insistem em chamá-la Aparecida "do Norte", uma
cidade que, em verdade não existe, assim como não existe Salto "de Itu",
mas apenas Salto.
aparte
É palavra masculina: o aparte, um aparte. No diminutivo, mantém
naturalment e esse gênero: um apartezinho. Mas muita gente continua pedindo
"uma apartezinha" por aí.
Um deputado, p. ex., num debate pela televisão, saiu-se com esta:
Hélio, se me permite "uma apartezinha rápida", gostaria de falar sobre
esse assunto.
Pois fale!...
"por causa que"
Não, não existe nada "por causa que". Mas, apesar disso, apesar de
sua inexistência, um dicionário (aquele) a registra. E mais: registra também
"por causo que"! É, o mundo está ficando mesmo muito estranho,
muito perigoso!
N NÃO ERRE MAIS! 1 230
Talvez "por causo" desse registro, um provedor da Internet tenha lançado
recentemente em manchete esta frase: Felipão confessou que só usa
três zagueiros "por causa que" Cafu não sabe marcar.
Certa vez, ouvi um pseudo-apaixonado se dirigir assim à namorada:
"Benzinha, onte eu num pude vim, por causo que tive doente, apesar que
tava loco pa vê ocê".
Será que elas acreditam mesmo em gente assim?!
Certas passagens e frases da vida - não sei por quê - me fazem lembrar
um fato relatado por uma professora e ocorrido numa de suas salas
de aula:
O aluno era de péssimo aproveitamento em português. A professora,
sempre muito dedicada, querendo corrigir mais um de seus inúmeros
erros, mandou-o escrever cem vezes o pretérito perfeito do verbo caber,
porque ele só dizia "cabeu", em vez de coube. A tarefa deveria ser feita
depois que as aulas terminassem, como uma espécie de castigo.
O garoto, então, encheu a página de coube: coube, coube, coube...
No finzinho, escrupuloso, deixou uma nota no caderno à professora, já
ausente: Fessora, num escrevi cem vez por causo que num cabeu.
Já que pra chorar não dá, a gente ri...
pão-duro
Trata-se de nome absolutamente invariável em gênero: turma pãoduro,
namorada pão-duro, mulher pão-duro, gente pão-duro. Da mesma
forma: Sua amiga é um pão-duro de marca maior!
A Veja, no entanto, na ed. 1.626, pág. 172, revela que a linda modelo
gaúcha Gisele Bündchen é "pão-dura"assumida.
Será?
No site de um jornal houve a confirmação: Descobrimos um defeito
em Gisele Bündchen: ela é "pão-dura".
Como é que tem coragem de falar em defeito aquele que está cheio
deles?!
dedo-duro
A exemplo de pão-duro, também é nome invariável em gênero. Portanto,
use sempre: gente dedo-duro, vizinha dedo-duro, turma dedo-duro,
namorada dedo-duro, colega dedo-duro. Da mesma forma: Sua namorada
é um dedo-duro de marca maior!
nó-cego
A exemplo de pão-duro e dedo-duro, também é nome invariável em
gênero. Portanto, use sempre: gente nó-cego, vizinha nó-cego, turma nócego,
namorada nó-cego, colega nó-cego. Da mesma forma: Sua irmã é
um nó-cego de marca maior!
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
"marcar-mos" / "poder-mos" / "fazer-mos"
Não, não se separa a terminação -mos do resto do verbo. Por isso, escreva
sempre: marcarmos, podermos, fazermos, entregarmos, pedirmos,
etc.
Só os pronomes átonos se ligam por hífen às formas verbais: marcarnos,
fazer-nos, entregar-nos, pedir-nos, etc.
"raspar" bigode
Ninguém, em sã consciência, faz isso. As pessoas que não são masoquistas
preferem rapar o bigode: é bem menos dolorido!
Bigode, axilas, cabeça e pêlos se rapam. O que se raspa é taco, parede,
porta, janelas e, recentemente, até bilhete de loteria.
Lembre-se das palavras de Deus a Moisés: Os sacerdotes não raparão
as cabeças, nem as barbas, e não farão golpes no seu corpo.
A uma ordem de tamanha magnitude, obedece-se!
quinta e "sexta-feiras"
Não, não deve haver variação neste caso, porque feira não é adjetivo.
Portanto, usaremos sem nenhum problema: O comércio estará fechado na
quinta e sexta-feira. * * * Não haverá aula na segunda e terça-feira.
gás lacrimogêneo
É este o nome do gás, e não "lacrimogênio", cacografia que recebeu
nítida influência de gênio. Mas... que tem a ver lacrimogêneo com gênio?
Nada. O povo, contudo, sempre vê alguma coisinha...
Não só o povo; alguns jornalistas também. Eis como se leu no site
de um jornal, recentemente: Em meio ao gás "lacrimogênio", opositores,
situacionistas, policiais militares e a Guarda Nacional se misturam numa
batalha campal nas ruas da capital da Venezuela.
A luta continua...
Cheguei agora "do" Guarujá
É assim que se ouve sempre. Mas nomes de cidade rejeitam o uso do
artigo. Note que todos empregamos assim: Cheguei agora de Campinas,
de São José do Rio Preto, de Santos, de Jaú, de Bauru, de Franca, etc.,
sempre sem o artigo. Portanto, também: Cheguei agora de Guarujá, voltei
de Guarujá, estou em Guarujá, não conheço Guarujá.
Existe atualmente uma certa febre, na mídia brasileira, de usar o artigo
não só antes dos nomes de cidade {"o" Jaú, "o Bauru", "a Franca", etc.),
mas agora também com nomes de Estado que não exigem essa classe de
palavras. Então, ouve-se: "o" Sergipe, "o"Pernambuco, "o" Goiás; cheguei
agora "do"Sergipe; estou "no"Pernambuco, já voltei "do" Goiás.
No site de uma folha paulistana: Avião da FAB some em vôo "no
PE". Dias depois, no mesmo site, apareceu esta manchete: Tornado "no"
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Chipre deixa 30feridos. Dias depois, no mesmo site: Portuguesa contrata
jogador que estava "no" Chipre: o meia Luciano Souza, 31, que estava no
AEL Limassol, "do" Chipre, assinou contrato por um ano. Agora, no site
de tradiciona l jorna l paulistano, em manchete: MST realiza sete ocupações
"no" PE.
Nessa baderna toda, quem acaba se machucando são os que se orientam
pelos tais manuais de redação, que são, sem dúvida, uma maravilha!...
Ou seja, é um festival de invenções, que só podem sair mesmo de cabecinhas
altament e privilegiadas.
mulheres alemãs e crianças catalãs
Perfeito. Alemão fa z no plura l alemães-, alemã fa z no plura l alemãs;
catalão faz no plura l catalães; no feminino, catalãs. Aliás, todas as pala -
vras terminada s em -ã fazem o plura l mediant e o acréscimo de s: fã, fãs;
romã, romãs; amanhã, amanhãs, etc.
De um jornalista : Depois de uma guerra nuclear, não haverá
"amanhães".
Ou seja, par a esse jornalista , existe "amanhão", e não amanhã.
Não é assustador?
Deus - "nEle"
Em referênci a a Deus, grafa-s e com inicial maiúscul a o pronome ou
a contração: Creio muito em Deus e espero que Ele sempre esteja comigo.
*** Acredito em Deus e confio Nele. *** Acredito em Deus e quero estar
sempre junto Dele.
Há muitos, no entanto, que usam "nEle", "dEle", etc.
visar / aspirar
São verbos que exigem a presença da preposição a, no sentido de
pretender, objetivar: visar ou aspirar a um cargo, visar ou aspirar a um
prêmio, visar ou aspirar a uma boa carreira, visar ou aspirar a um diploma,
visar ou aspirar à presidência da República.
Ambos os verbos podem (note: podem) dispensar a preposição, se
vierem antecedidos de infinitivo. Portanto: ele visa (ou aspira) conquistar
esse cargo; ele visava (ou aspirava) eleger-se no primeiro turno. Os que
primam pelo rigor, no entanto, preferem construir: ele visa (ou aspira)
a conquistar esse cargo; ele visava (ou aspirava) a eleger-se no primeiro
turno.
Na mídia: Nas emissoras de televisão não há nenhuma preocupação
com programas que visem "o"desenvolvimento da criança, como programas
de cunho educativo. *** Parreira não conseguiu fazer o treino nesta
segunda-feira na China, visando "o" amistoso marcado para quarta, às
9h30 contra a seleção chinesa.
Acho que estamos precisando criar urgentement e um programa que
vise ao melhor desempenho profissional de alguns jornalistas.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
ver / vir
Cuidado, ao usar estes verbos! O problema maior com o primeiro se
dá no futuro do subjuntivo. Muitos usam "se eu ver", o que não existe.
O futuro do subjuntivo do verbo ver é este: vir, vires, vir, virmos, virdes,
virem (que muitos pensam ser do verbo vir). Portanto: Se eu vir Juçara,
darei o seu recado. *** Quem vir meus filhos por aí, por favor, aviseme!
* * * Na hora que eu vir Selma, vou arrancar-lhe os cabelos! * * * Não
vou descansar, enquanto não vir esse caso resolvido. *** Aquele que vira
Deus e continuar ateu, não terá salvação.
O futuro do subjuntivo do verbo vir é: vier, vieres, vier, viermos, vierdes,
vierem. Eis frases com tais formas: Se eu vier aqui amanhã, falarei
com vocês. *** Quem vier mais cedo será recompensado. *** Quando eu
vier aqui novamente, tudo será diferente. * * * Na hora que eu vier a Salvador,
resolverei esse caso. *** Aquele que vier a Deus e não O vir, não
merecerá salvação.
Só por mera curiosidade, eis como aparece nos jornais: Quem passar
pela Avenida Ribeiro Dantas, em Bonsucesso, e "ver" o rosto do Cristo
Redentor...
Isso me faz lembrar aquela frase de pára-choque de caminhão: Se
você me "ver" abraçado com mulher feia, separe, que é briga!
Estamos no 2005.° ano da era cristã: como escrever
por extenso?
Assim: estamos no segundo milésimo quinto ano da era cristã.
Suponhamos, agora, que você tenha sido o 3001 ° colocado num concurso.
Escreverá, então: Fui o terceiro milésimo primeiro colocado no
concurso.
Suponhamos, ainda, que alguém seja a 5.232.- pessoa de uma fila.
Dirá, então, revoltado, naturalmente: Sou a quinta milésima ducentésima
trigésima segunda pessoa da fila!
os democrata-cristãos
É este o plural de democrata-cristão. Quando um composto é formado
de dois adjetivos, só o último varia: social-democratas, nacional-
-socialistas, social-liberais, marxista-leninista, policial-militares, liberal-progressistas,
etc.
Numa revista semanal de informação: Segundo a pesquisa, os "sociais-democratas"
receberiam 40% dos votos contra 38% dos "democratas-cristãos".
No principal jornal baiano, esta manchete: "Democratas-cristãos"
deixam o governo de Berlusconi.
Assim, não há cristão que agüente!
N NÃO ERRE MAIS! 1 234
"aparição" do papa no terraço da basílica
Os jornalistas brasileiros insistem em confundir aparição com aparecimento.
A primeira só se usa com seres sobrenaturais e com fenômenos;
a segunda é que se aplica aos demais casos. Assim, temos: a aparição da
Virgem, a aparição de um fantasma, de uma alma, a aparição do Sol, de
um cometa, etc.
Mas: o aparecimento do papa no terraço da basílica, o aparecimento
do governador para falar com um seqüestrador, o aparecimento do candidato
para as câmaras de televisão, etc.
Eis como se viu escrito numa de nossas revistas semanais de informação:
Jader Barbalho faz "aparições" certas nos três noticiários
diários.
O jornalista não soube informar, porém, quando foi que o ex-senador
virou fantasma ou qualquer outro ser sobrenatural...
"Anexo" segue a foto
Anexo não é advérbio (palavra invariável), mas adjetivo (palavra variável).
Como o adjetivo toma sempre o gênero e o número do substantivo
modificado, temos: Anexas seguem as fotos. *** Anexos seguem os recibos.
*** Anexa segue a nota fiscal. *** Anexos envio os documentos. ***
A foto está anexa aos documentos. * * * A Alvares Penteado era uma escola
anexa ao curso superior. *** Vão aqui anexos seus livros preferidos.
Eis outro exemplo de emprego inadequado dessa palavra: "Anexo"à
presente envio-lhe a nota fiscal. Vemos aí anexo novamente como advérbio.
A frase legítima é: Anexa à presente envio-lhe a nota fiscal.
Apenso se usa rigorosamente como anexo. Convém, contudo, não
confundir anexo com incluso (= o que está dentro, o que está contido; ou
seja, eqüivale a incluído). Anexo é o que está junto, ligado, unido. Repare
nestes exemplos: Já está inclusa na conta a comissão do garçom. *** Seguem
anexas as novas listas de preços.
"em anexo"
Os que sentiam uma natural dificuldade no emprego de anexo como
adjetivo resolveram encontrar uma saída (pouco honrosa) para o problema:
criaram a locução"em anexo", que, como locução, não sofre variação
nunca. Ora, "em anexo" eqüivale rigorosamente a "em junto" . Quem enviaria
"em junto " sua foto?
"lapizão" de cera
O aumentativo de lápis - qualquer criança sabe - é lapisão, mas uma
fábrica de lápis de cera achou de estampar na caixa do seu produto, em
letras enormes: "Lapizão"de cera. Não tenho visto o referido produto: ou
acabou, ou mudaram o nome. Se acabou, mereceu; se mudaram o nome,
fizeram-no a tempo.
236 MÃO mm MAIS!
creme dental com "micro-partícula"
Cuidado com esse tipo de creme dental! Há uma empresa que anda
divulgando aos quatro cantos do mundo que acabou descobrindo isso aí.
Se tivessem feito propaganda de um produto com micropartícula, talvez
fossem levados mais a sério.
O elemento micro- não se liga a nenhuma palavra mediante hífen,
com apenas uma exceção: micro-habitat.
As vendas do comércio caíram "em" 30%
O verbo cair, assim como aumentar e diminuir, não admite "em",
nesta frase e semelhantes: As vendas do comércio caíram 30%. *** As
vendas de veículos caíram 10%. *** As vendas de chuchus aumentaram
50%. *** A inflação diminuiu 8% este ano.
Nos jornais: Conjunto de opcionais pode aumentar o preço de um
carro "em"mais de 20%. *** O movimento de compensação de cheques
em Salvador caiu "em" cerca de 30%.
A paciência de alguns já caiu 100%.
puro-sangue / pele-vermelha / cara-pálida /
pronto-socorro
São substantivos compostos formados por adjetivos e substantivos,
elementos que variam normalmente no plural: puros-sangues, peles-vermelhas,
caras-pálidas e prontos-socorros (có).
Nos jornais: Criar cavalos "puro-sangue" é um negócio milionário.
*** A miséria é intercalada com publicidade de jatos particulares e cavalos
"puro-sangue". *** Gerônimo, líder dos "pele-vermelha". *** Com
a greve dos médicos, a população passou a procurar os "pronto-socorros "
da Prefeitura.
Pois é.
lotação
Pode ser palavra feminina ou masculina, com significados diferentes.
A lotação é a capacidade de veículos coletivos, elevadores, salas de
espetáculo, estádios, etc.: a lotação do ônibus é de 40 passageiros.
O lotação é redução de autolotação, ou seja, qualquer veículo coletivo
(carro, perua, ônibus, etc.) que transporta passageiros de um ponto a
outro da cidade, com maior rapidez e preços maiores que os coletivos de
linha regular, saindo do ponto de origem somente quando se completa a
sua capacidade de transporte. Assim, usaremos: O motorista do lotação
estava nervoso, porque o prefeito o proibiu de trabalhar. Há muitos lotações
clandestinos na cidade.
Num telejornal: A população paulistana voltou hoje a se apertar
"nas" lotações, por causa da greve dos ônibus.
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
muçarela
É este o aportuguesamento correto do italiano mozzarella. Nunca é demais
repetir: os dois zz italianos dão c ou ç em português, mas jamais"ss".
Há uma variante, mozarela, que deve ser desprezada, porque ninguém
usa. Nem o seu Mané, do boteco da esquina, que prefere escrever
"mussarela". Mozarela, no entanto, ele se recusa a escrever no cartaz do
seu estabelecimento. Tem bom-gosto. E bom-senso.
Um dicionário (aquele) registra mozarela a par de muçarela, mas
(veja!) dá o gênero feminino para a primeira e masculino para a segunda.
A vacilação oficial acerca da ortografia deste italianismo tem provocado
desencontros ortográficos em alguns periódicos, entre os quais
a Veja, ed. 1.785, pág. 60, que traz três vezes "mussarela", justamente a
forma preferida do seu Mané.
É para a frente que se anda
Perfeito. Há muita gente que deseja andar para trás, quando escreve:
É "para frente" que se anda, isto é, sem o devido uso do artigo antes da
palavra frente. Note que em situação antônima (com o uso de atrás), o
artigo não aparece.
Antigamente, ficou famosa uma frase entre nós: O Brasil é um país
que vai pra frente. Está correta. Por quê? Porque aí houve a contração de
para a em pra. Aliás, não eram poucos os que diziam: O Brasil é um país
que vai "pa "frente.
A verdade é que, com pra ou com"pa" , o país ainda não foi. Irá?
"semi-final" / "semi-novos"
O prefixo semi- só exige hífen antes de palavras iniciadas por vogai
(semi-analfabeto, semi-automático, semi-eixo, semi-interno, semi-oculto,
semi-úmido), h (semi-horda), r (semi-reta) ou s (semi-selvagem). Em
qualquer outro caso, não deve aparecer o hífen.
No site de um jornal: Peixe obtém um bom resultado na Cidade do
México. Precisa de uma vitória simples na Vila para ir à "semi-final".
Chega a ser inacreditável que ainda haja jornalistas que escrevam
"semi-final", assim como inacreditável são as revendedoras de automóveis
que vendem "semi-novos".
movimento "ético-moral" na política
Trata-se de uma redundância: o grego ethike corresponde ao latim
morale. Sendo assim, ética e moral são rigorosamente sinônimos. Daí por
que não existe nada (sério, pelo menos) que seja "ético-moral" ou "ético
e moral", tão a gosto da oposição brasileira. Essa é uma questão de ética
e sobretudo de moral, foi a frase de conhecido político brasileiro, que até
chegou à presidência da República.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
A medida tornou "inelegível" vários candidatos
A palavr a inelegível está modificando um termo no plural; portanto:
A medida tornou inelegíveis vários candidatos.
Eis outros exemplos: Faço minhas as suas palavras. *** Deixaram
esburacadas as estradas federais. * * * É preciso tornar novamente agradáveis
as noites paulistanas. * * * O voto eletrônico tornou impossíveis as
fraudes. *** Convém tornar úteis os deficientes físicos.
Nos jornais: O IBGE só considera como "desempregado"aqueles que
procuraram emprego nos 30 dias anteriores à consulta. * ** O governo vai
divulgar nova tabela do IPI de modo a tornar "compatível" as alíquotas
brasileiras "às" cobradas pelos seus parceiros do Mercosul.
No lugar de "compatível " deveria estar compatíveis; no lugar de"às" ,
com, que é a verdadeira preposição pedida por compatível.
Como se vê, o jornalismo brasileiro continua evoluindo...
plantei de jogadores
Plantei é palavr a que se usa com propriedad e em alusão a atleta s
de primeir a linha, a craques. Assim, o Flameng o tem o seu plantei, o
Palmeira s tem o seu plantei, o Cruzeiro, o Atlético Mineiro, o Grêmio,
o Inter, etc.
A Folha de S. Paulo, todavia, public a em seu manua l de redação exatament
e o inverso, ou seja, condena o emprego da palavr a plantei em
referênci a a jogadore s de futebol.
"estupideza" sem "tamanha "
É certo que "estupideza " é uma aberração, mas nem por isso deixa de
constar em dicionário (aquele).
Os que variam o pronome tamanho, quand o faz parte da expressão
sem tamanho (= enorme, grandioso) demonstr a desconhecer os princípios
mais elementares da língua portuguesa.
Conhecido jornalist a esportivo, que pens a conhecer todos os segredos
da nossa língua, mas já notável pelos furos que comete, soltou isto,
não faz muito tempo: O deputado Eurico Miranda é de uma desfaçatez
sem "tamanha"!
Ao ouvir a desfaçatez, acabei eu próprio ficando com uma cara sem
tamanhol O referido deputado pode ter lá seus pecados, mas até par a
criticar é preciso ter alguma classe, saber o que faz. Senão, perde-s e a
autoridade (quando se tem, naturalmente).
Não é por acaso que já lhe chamam Zezinho Kfuro.
engajado / alistado / integrado / reintegrado
Usam-s e de preferênci a com a preposição em, assim como todas as
palavra s da mesma família, além de condução e recondução: estar engajado
num movimento, numa candidatura; estar alistado no Exército;
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
já estar integrado no plantei; ser reintegrado nas funções; engajar-se na
luta; o alistamento no Exército; integrar-se no grupo, a condução (ou recondução)
do funcionário no cargo se deu por mandado judicial.
Nos jornais: Há dentro do próprio Palácio do Planalto uma corrente
não engajada "à"candidatura oficial. *** Fábio Costa é reintegrado "ao"
elenco do Corinthians.
Declara uma professora de Psicologia da Educação, na revista Veja: Se
o indivíduo não consegue se integrar "a"uma sociedade, tenta destruí-la.
Sem dúvida...
Não estou hoje "nos" meus melhores dias
Quando alguém se levanta visivelmente mal-humorado, pode dizer
que não se levantou num dos seus melhores dias, mas não "nos seus melhores
dias".
Como estou hoje num dos meus melhores dias, posso ainda continuar
explicando: uma pessoa que dança, depois de longo tempo de inatividade,
pode dizer a seu par: Estou como nos meus melhores dias. Agora, sim,
podemos usar a expressão toda no plural, porque se trata de uma comparação:
entre os tempos antigos e os atuais.
Dersa
Sigla de Desenvolvimento Rodoviário S.A. Como as siglas são do
mesmo gênero da primeira palavra que as formam, Dersa é o, e não "a".
Não importa que seja empresa. O SBT também é empresa e é o, porque é
Sistema Brasileiro de Televisão.
Apesar da evidência, ainda há quem continue falando em "a" Dersa.
Há quem continue escrevendo "a"Dersa. A gente entende...
Os jornalistas da Veja se emendaram por um tempo, escrevendo corretamente:
o Dersa. De repente, porém, a recaída: novamente na revista
só se lê "a"Dersa. A gente sempre entende...
Os sabonetes custaram R$5,00 "cada"
O pronome cada é sempre adjetivo, por isso não se usa isoladamente.
Portanto: cada pessoa, cada sabonete, cada um, etc.: Os sabonetes custaram
R$5,00 cada um.
Num dicionário, distribuído oficialmente nas escolas, aprovado pelo
MEC, encontrou-se esta definição de basquete: Jogo disputado entre duas
equipes de cinco pessoas em dois tempos de vinte minutos "cada ".
Quem são as vítimas? As nossas crianças, naturalmente.
cheirar
Na acepção de ter ou exalar cheiro, este verbo se usa sempre com a (é
transitivo indireto): Suas mãos cheiram a perfume. *** Sua camisa está
cheirando a cigarro.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Pode significar também ter semelhança com: Isso cheira a malandragem.
* * * Isso está cheirando a golpe.
Um jornalista, âncora de telejornal, já disse isto, entre outras coisas
censuráveis: O desfecho desse escândalo está "cheirando pizza" com sobremesa
de marmelada. ISSO É uma ver-go-nha!
O Brasil está cheio de vergonhas.
o mesmo
É vicioso o emprego de "o mesmo" em substituição a pronomes. Repare
nestas frases: A polícia foi atrás do bandido, mas ele conseguiu fugir.
(E não: A polícia foi atrás do bandido, mas "o mesmo" conseguiu fugir.)
* * * Compraram o livro e não o levaram. (E não: Compraram o livro e não
levaram "o mesmo".) *** A inauguração do cinema se deu ontem; a ela
compareceram várias autoridades. (E não: A inauguração do cinema se
deu ontem; "ã mesma" compareceram várias autoridades.) *** O fenômeno
foi visto por Luísa e Manuel, que não quiseram dar entrevistas sobre
ele. (E não: O fenômeno foi visto por Luísa e Manuel, e "os mesmos " não
quiseram dar entrevistas sobre "o mesmo".)
Nos jornais: Haverá maneira de se consumirem frutas e hortaliças
sem que "as mesmas"percam as suas propriedades nutritivas? *** O signo
de Touro é justamente o que exalta os valores materiais, ou a preservação
"dos mesmos". *** De fato, foi uma grande idéia promover esta Feira
de Artesanato, mas é preciso que "a mesma" seja trabalhada de maneira
profissional.
Como se vê, a imprensa continua a mesma...
Agora, num dicionário (aquele): Rapto consensual. Crime que consiste
em raptar mulher maior de 14 e menor de 21 anos, com o consentimento
"da mesma".
dizer "em" aüto e bom som
Não, é preferível dizer alto e bom som (sem a preposição "em"): O pai
disse alto e bom som: neste mês você não vai ter mesada! *** O ganso é
uma boa ave de guarda: ele tem bons ouvidos e emite alto e bom som o seu
alarme, ao perceber alguma anormalidade. * * * Ela repetiu alto e bom
som: Não quero mais nada contigo!
Numa revista: Garotinho disse "em" alto e bom som que sua sucessora
(Benedita da Silva) irá tungar os servidores, mudando a data de
pagamento do funcionalismo e deixando de antecipar o 13° salário.
Houve quem, sem ser servidor fluminense, tenha se sentido tungado...
Um dicionário (aquele), todavia, registr a a expressão também
com a preposição. Não me surpreende. A gente está acostumado a ser
tungado...
N NÃO ERRE MAIS!
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Desesperado, ele "começou chorar"
Antes de infinitivo, começar não dispensa a preposição: Desesperado,
ele começou a chorar. * * * É preciso começar a pensar no futuro. * * *
Quando você começará a ter juízo? *** Em que século os jornalistas
brasileiros vão começar a escrever melhor?
Além de começar, também aprender exige a preposição a: aprender a
nadar, aprender a dirigir, aprender a viver.
No site de um jornal: "Aprenda cuidar"dos pés.
Não estaria na hora de aprender a cuidar da língua?
Curioso é que no mesmo site, no mesmo dia, apareceu ainda isto: Veja
o que "vai acontecerá"hoje nas novelas.
"Foi aconteceu" o quê?
"Viva" os brasileiros!
Embora todo o mundo use viva como se fosse uma interjeição, trata -
se de um verbo, sujeito, portanto, a variações. Salve! é que é interjeição e
não varia nunca. Se o sujeito do verbo viver, em frases assim, estiver no
plural, o verbo deverá, naturalmente, acompanhá-lo. Portanto: Vivam os
brasileiros! *** Vivam os noivos! *** Vivamos nós, brasileiros! *** Viva
eu! *** Viva ela! *** Vivam as férias! *** Vivam os políticos brasileiros!
Recentemente, uma revista de moda lançou publicidade com esta
frase: "Viva"os novos tempos!
Como os velhos ainda não morreram, que vivam os velhos e os novos
tempos!
um doze "avos"
A palavra avo, que só se usa com denominadores acima de dez, concorda
com o numerador. Portanto, 1/12 se lê um doze avo, 2/12 se lê dois
doze avos.
Há um dicionário que "ensina" diferente: que devemos sempre usar
"avos". Não. Talvez por causa desse "ensinamento", escreveu certa vez
uma jornalista: O TGV, trem francês que desenvolve 270km/h, poderá fazer
a ligação entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Sozinho, hoje, o projeto
custaria cerca de 3 bilhões de dólares - exatamente um 75 "avos "da dívida
externa brasileira.
sósia
É nome sobrecomum, ou seja, usa-se o sósia tanto para a mulher
quanto para o homem, assim como criança, vítima, testemunha, pessoa,
ídolo, etc. Portanto: Todos queriam ver o sósia da rainha, que era uma
mulher brasileira. ** * O sósia de Julia Roberts no Brasil é uma garota de
16 anos. *** Estavam procurando um sósia para Natalie Portman, mas
não encontraram.
Os dicionários brasileiros, no entanto, insistem em registrar este substantivo
como comum-de-dois. Não é assim em nenhuma língua latina.
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N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Quando eu "pôr" a mão naquele dinheiro...
O futuro âo subjuntivo do verbo pôr é puser, puseres, puser, pusermos,
puserdes, puserem. Todos os seus derivados, que são muitos, conjugam-se
por ele: apor, compor, depor, dispor, expor, impor, opor, propor,
repor, sobrepor, supor, transpor, etc.
Numa das revistas masculinas: As vésperas da eleição presidencial, o
episódio apressou mudanças. Estava claro, então, que um novo elemento
se "sobreporá"à tradicional divisão entre republicanos e democratas.
"Sobreporá", em vez de sobrepusera, é de dividir não só republicanos
e democratas...
Lurdes é da mesma idade que "eu"
Nas comparações, é comum estar subentendido termo ou termos já
anteriormente mencionados, mas na frase apresentada não há nexo sintático
entre "eu" e outro termo anterior. Portanto, convém comparar assim:
Lurdes é da mesma idade que a minha. (Isto é: Lurdes é da mesma
idade que a minha idade.) *** Hersílio é do mesmo time que o meu. (Isto
é: Hersílio é do mesmo time que o meu time.) [E não: Hersílio é do mesmo
time que "eu".]
adido
Adido é funcionário auxiliar de uma embaixada, sem pertencer ao
quadro diplomático nem estar subordinado a chefes, que trabalha numa
repartição em tarefas bem definidas ou específicas. O feminino é adida.
Rege a: Visitei um adido à embaixada brasileira em Paris. *** Hersílio é
o novo adido a imprensa. (Atenção: esse a é mera preposição, por isso não
tem acento grave.)
Alguns jornalistas ainda escrevem: A "adido"cultural "da"embaixada
brasileira explicou que... , ou seja, dois erros em cinco palavras.
Numa revista: Pelo menos vinte leitores estranharam a ausência de
Portugal no ranking do turismo, publicado na reportagem Os estrangeiros
sumiram. João Mota Pinto, adido comercial "da" embaixada de Portugal
em Brasília, escreveu para a redação lembrando que o país recebe
12,2 milhões de turistas por ano.
"madrilenho"
Quem nasce em Madri, capital da Espanha, é madrileno, e não "madrilenho".
Eis, porém, como escrevem nossos jornalistas: Ronaldo esteve
numa famosa boate "madrilenha" para comemorar o aniversário de Beckliam
e passou a noite na companhia de amigos. *** Nas poucas vezes
em que saia para o ataque, o time "madrilenho"parava na eficiente marcação
feita pelo time do Barcelona durante toda a partida. * * * Confundir
um barcelonense com um "madrilenho" é o caminho mais curto para
entrar numa "fria".
N NÃO ERRE MAIS!
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empresas "laranjas "
Todo e qualque r substantivo usado em funçã o adjetiva não varia. Assim,
temos: empresas laranja, empresas fantasma, promoções surpresa,
seqüestros relâmpago, produtos pirata, crianças prodígio, operários padrão,
carros esporte, elementos chave, países tampão, carros chefe, camisas
vinho, sapatos gelo, tons pastel, ternos cinza, etc.
AVeja, ao comenta r a prisão dos donos da Schincariol, por sonegação
fiscal, em junho de 2005, fez-nos ler assim: Empresas "laranjas" ou de
fachada emitiam notas fiscais frias.
Cheguei "às " dez para a meia-noite.
Este é um erro generalizado entre nós, brasileiros. Ora, se dez se refere
a minutos (que é palavr a masculina), não tem cabimento chegar"às "
dez par a a meia noite, mas sim aos dez par a a meia-noite, ou seja, aos dez
minutos par a a meia-noite.
Acostumemos as orelhas: O telejornal, naquela época, começava aos
cinco para as oito. * * * Eles retornaram aos vinte para a uma. *** A reunião
começará aos quinze para as nove. *** O ônibus saiu aos dois para as seis.
Se "caso" eu não puder ir, irá meu filho.
"Se caso" é uma combinação espúria, já que amba s as palavra s são
conjunção. Melhor será cantar Se acaso você chegasse do que Se "caso"
você chegasse. Não acha, não?
Eu nunca faria uma coisa "dessa" .
N em eu: sempre que o pronome demonstrativo, em contração com a
preposição de, substituir o substantivo anterior, usar-se- á no plural, já
que Eu nunca faria uma coisa dessas eqüivale a Eu nunca faria uma coisa
dessas coisas.
Outros exemplos: Fizemos um esforço daqueles e nada conseguimos.
*** Um país destes não pode passar por tantas crises. *** Depois de um
esforço desses, vocês nada conseguiram?!
ioga
Quando todo o mundo já dizia apenas ióga, quando todo o mundo já
estava acostumado com a pronúnci a ióga, eis que surge uma corrente que
vem insistentement e pronunciando iôga.
Existem, ainda, os que admitem amba s as pronúncias, distinguindo
cada uma delas com um gênero: a ioga (ó), par a esses fenômenos da semântic
a moderna , seria a prátic a do ioga (ô), que seria a filosofia em si.
Há, ainda, uma terceira vertente: dos que só grafam yôga, que, a bem da
verdade, já não é português.
A palavr a nos vem do sânscrito yogah = união com Deus, através do
inglês yoga.
Cremos ter encerrado bem esta nova edição: em união com Deus, ou
seja, em ioga.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
**cursos online para concursos publicos**
Português agradável e descomplicado
Luiz Antonio Sacconi
Não erre mais!
29.a
edição
educacional
Não erre mais!
29.a
edição
Entre os elementos orgânicos de uma nação,
é o idioma a revelação mais eloqüente do espírito de nacionalidade e,
ao mesmo passo, o vínculo mais forte da união nacional
Laudelino Freire
escala
educacional
E isto
Um indivíduo só pode dizer-se inteiramente livre, no âmbito da
comunicação lingüística, quando conhece todas as modalidades de
língua a seu dispor e escolhe aquela que melhor convém ao momento do
discurso. É pouco, portanto, conhecer apenas uma língua funcional ou a
sua variante sociolingüística. O ideal é que o indivíduo seja um poliglota
dentro da sua própria língua.
Conhecer a norma culta, assim, de certa forma, é sentir-se mais livre
para comunicar-se. Norma culta, ou seja, a língua utilizada segundo os
padrões estabelecidos pelos clássicos ou bons escritores do idioma, é
assim como etiqueta social: não é preciso conhecê-la para viver, mas é
absolutamente indispensável conhecê-la para conviver.
Há os que, quase simploriamente, afirmam que o importante é se
comunicar. Sim senhor! Por fumaç a também se comunica! A esses, no
ato da alimentação, certamente o mais importante é a digestão, sendo de
somenos importância os meios como se leva o alimento à boca. Mas são
justamente esses meios que diferenciam o ser humano educado, civilizado,
dos demais de sua espécie. Cada qual vive e come à sua própria moda,
é certo, mas todos têm o direito de conhecer caminhos, para poderem
fazer a sua escolha. É justamente essa escolha que determina a posição
e o papel que cada um de nós deve ocupar em nosso meio, na sociedade.
Ademais, a norma culta é a única que garante a unidade lingüística de
uma nação.
Esta obra, desde a sua primeira edição, em 1975, surgiu como uma
opção aos que pretendem conhecer a norma culta, a fim de usá-la no
momento que for ou que achar conveniente. Assim como não se aconselha
o uso da língua popular num discurso, também desaconselhável será o
emprego da norma culta entre amigos que se divertem ou que tomam sol
numa praia. Saber distinguir os vários momentos é fundamental. Por isso,
esta obra não deve ser vista como um instrumento tirano, mas como um
meio de levar você, caro leitor, a alcançar um pouco mais da tão sonhada
liberdade. Mais livres somos quanto mais escolhas temos à disposição.
As brincadeiras, ironias e às vezes até alguns sarcasmos encontrados
aqui e ali ficam por conta de uma índole espirituosa, quando não de uma
caturrice sem conta. Nada tem que ver com desprezo ou menosprezo
aos ignorantes. Afinal, todos têm o direito de ser felizes à sua própria
moda...
Luiz Antonio Sacconi
Devo escrever Aírton Sena ou Ayrton Senna?
Pelas norma s ortográficas em vigor, fixada s pela Academia Brasileira
de Letras, hoje devemos escrever Aírton Sena.
É bem provável que o leitor tenha ficado surpreso com a resposta. É
compreensível; nós também não somos favorável a tamanh a mutilação,
principalment e nos sobrenomes.
Pelas regras vigentes, no entanto, após a morte de uma pessoa, seu
nome passa a estar sujeito às norma s ortográficas em vigor: Philomeno
vira Filomeno, Raphael vira Rafael, Thomaz vira Tomás, Teophilo vira
Teófilo, Josephina vira Josefína, Manoel vira Manuel, Newton vira Nilton,
Walter tem de se torna r Válter e assim por diante. Os sobrenomes nacionais
com letras dobradas, como Villa-Lobos e Villas-Boas, devem perder
uma dessas letras, tornando-se , portanto, Vila-Lobos, Vilas-Boas, etc. Não
considero isso razoável, por isso desobedeço aqui e em outras obras minhas
a essa norma, mas apenas no tocante aos apelidos ou sobrenomes.
Convém lembrar, porém, que Thomé de Souza passou a Tomé de Sousa
(e ninguém reclama); que Adhemar de Barros virou Ademar de Barros (e
ninguém reclama); que Paes Leme passou a Pais Leme; que Rodrigues de
Moraes passou a Rodrigues de Morais; que Viriato Corrêa virou Viriato
Correia; que Carlos Goes passou a Carlos Góis; que Osman Lins virou
Osmã Lins. Um dia, também eu mesmo virarei Luís Antônio Sacconi. (E
já estou indignado.)
Mesmo com relação aos nomes, é preciso haver alguma condescendência.
Veja o caso de Wilson. Alguém aceitará Uílson? Ou Vílson? Não,
creio que já seja hora de mudarmo s isso. Toda mudança , contudo, tem de
ter a chancela da Academia Brasileira de Letras, que ainda não se dignou
manifestar.
Tom Jobim não aceitava que alguém escrevesse Vinícius (com acento)
de Morais (com i). Queria que todos respeitassem a grafia constante do
registro civil do grande poeta: Vinícius de Moraes. Mal sabia Tom que seu
próprio sobrenome deveria ser escrito, após a sua morte, Jubim (esta é a
forma correta, segundo a norma em vigor).
Os sobrenomes estrangeiros ou de origem estrangeira ficam, até pela
norma, imutáveis. Portanto, grafaremos sempre Drummond, Goulart,
Kubitschek, Matarazzo, Sacconi, etc.
o "falecimento" de Aírton Senna
Não. O piloto brasileiro não "faleceu" . Morreu. Só falece aquele que
sai da vida naturalmente , ou por velhice. Morre todo aquele que perde a
".ida, brutalment e ou não. Toda pessoa que falece, morre, mas nem toda
pessoa que morre, falece. Uma pessoa assassinada não "falece", morre.
Um nonagenário, num asilo ou num leito de hospital, falece. Só a morte
pode ser violenta; o falecimento, ao contrário, apenas exprime um efeito
natura l e é sereno, calmo, tranqüilo. Por isso, rezemos todos par a falecermos,
bem tarde, muito tarde !
2 6 NÃO ERRE MAIS! 5 1
todo o mundo
Sempre com o artigo, em qualquer acepção. Mas todo o mundo no
Brasil escreve "todo mundo" . É impressionante! Existem até certos gramáticos
que abonam a expressão sem o artigo, num equívoco imperdoável.
Como é em francês? Tout le monde. Como é em espanhol? Todo el mundo.
Por que, em português, seria "todo mundo"? Daí por que saem matérias
em jornais assim: Todo mundo mente. A mentirafaz parte da natureza humana.
Segundo recentes estudos científicos sobre a mentira, constatou-se
que esta faz parte da natureza humana: todo o mundo mente.
Reparou, caro leitor? No título, "todo mundo" ; no texto, todo o mundo.
Uma das tarefas mais interessantes reservadas aos jornalistas de hoje
é justament e esta: confundir o leitor, que, naturalmente, não deixa de ser
uma forma de mentir. Mas a confusão, a mentira, não fica só por conta dos
jornalistas. Veja como escreve um dos imortais da Academia Brasileira
de Letras: "Todo mundo", pelo menos "todo mundo" com quem converso,
sabe que tive problemas com álcool e, de certa forma, sempre terei,
porque ele é meu inimigo permanente. Saiu até minha cara toda inchada
na capa de uma revista, apareci igualmente inchado e meio bêbedo num
programa de tevê em que eu era o assunto e, quando ia falar no sofrimento
que estava enfrentando, as luzes se apagaram. "Todo mundo"ficou
impressionado, há quem até hoje ache que foi intencional.
De fato, estou impressionado e até acho que foi intencional...
A Embratel anuncia: "Todo mundo" vai se comunicar melhor. Use
o 21 para fazer DDD e DDI pelo celular. "Todo mundo" fala mais, ouve
mais e vê "o"quanto é barato.
Comunicar-se melhor desse jeito?!
A Veja, ed. 1.818, pág. 34, reproduziu assim uma declaração do presidente
Lula: "Todo mundo"sabe que nunca aceitei o rótulo de esquerda.
No site da revista se leu, ainda: Milhões de fiéis em "todo mundo"
esperam pelo novo pontífice a partir desta segunda-feira.
Os jornalistas da revista, sem dúvida a melhor do Brasil, parece que
são visceralmente contra o uso do artigo nessa expressão, até mesmo
quando ela eqüivale a o mundo inteiro. Veja como se leu no site da revista:
Em seu primeiro sermão, o novo papa disse aos católicos de "todo
mundo " que pretende trabalhar sem poupar energia para manter a unidade
dos seguidores de Cristo. Ele ainda prometeu continuar a obra de seu
antecessor, João Paulo II, e manter o diálogo com outras fés.
Como se não bastasse, surge agora um dicionário registrando
"todo mundo" . Mas nele, como veremos logo adiante, tudo é perfeita -
mente normal.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 6 1
disparado
Esta palavra é invariável quando funciona como advérbio; eqüivale a
de longe, sem comparação: O Brasil tem os melhores jogadores de futebol
do mundo disparado! * * * As mulheres brasileiras são as mais bonitas do
mundo disparado!
Tudo isso, todo o mundo já está cansado de saber. Dia destes, porém,
um participant e do programa Manhattan Connection, da Globo News,
saiu-se com esta, lá de Nova Iorque: As reservas de petróleo da Arábia
Saudita são maiores que as do Iraque "disparadas".
Seria o caso de perguntar: quem foi o gigante que espantou as reservas,
a ponto de elas saírem disparadas?
"em" Veja ou na Veja ?
Caro leitor, leia sempre a Veja, esteja sempre com a Veja nas mãos,
que se trata, sem dúvida, da melhor revista do Brasil - disparado.
Se, porém, quiser faze r referênci a a um conhecido (e também bom)
produto de limpeza, use apenas Veja. Por isso, compre a Veja nas banca s e
Veja na mercearia, na quitanda , nos supermercados.
Todo e qualquer nome de revista deve ser usado com o artigo: a Placar,
a Carinho, a Capricho, a Contigo, a Caras, a Playboy, a Tudo, a ISTOÉ,
a Época, etc.
Para encerrar, todavia, leia com atenção este editorial da Veja 1.907:
Muito se especulou entre políticos governistas sobre as motivações "de"
Veja ao publicar as recentes reportagens a respeito da corrupção em órgãos
públicos. O ministro José Dirceu disse que beirava o golpismo a reprodução
"por"Veja de uma frase dele sobre os perigos que corriam dois
companheiros graduados do partido de ser pegos por uma CPI. A frase de
Dirceu foi relatada "a"Veja por dois petistas.
Ficamos-lhe muito agradecido pelo que nos tem feito
Frase perfeita. O adjetivo ou o pronome adjetivo pode ficar no singular,
quando se refer e a uma só pessoa.
Veja outros exemplos: Nós mesmo percebemos isso. (É, na verdade,
uma única pessoa que fala ou escreve.) *** O fato nos deixou profundamente
impressionado. (O adjetivo se refere, na verdade a um pronome da
primeira pessoa (eu), subentendido.)
Trata-se do plural majestático, que ocorre, portanto, sempre que a
primeira pessoa do plural expressa um só indivíduo.
Os desavisados acham que o orador ou o escritor erra, ao proceder
assim.
Consulte Silepse de número, em Nossa gramática contemporânea, da
Escala Educacional.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 7 1
"Mogi" é palavra de origem "tupi-guarani"?
A palavra de origem tupi é, em verdade, Moji, de onde sai mojiano (a
grafia "mogiano" não existe). "Mogi" é apenas a forma tradicional.
O tupi e o guarani constituem línguas distintas. Na verdade, o que
existe é o grupo, a família tupi-guarani, não a língua.
O tupi era a língua usada pelos jesuítas na catequese; era falada do
Maranhão a São Vicente (SP), a primeira cidade brasileira. O guarani, um
dialeto do tupi, era a língua falada pelos nativos de São Vicente ao Paraguai,
onde até hoje é a língua oficial, ao lado da castelhana.
O tupi é o idioma indígena que mais contribuiu para o léxico português.
Foi a língua da catequese e a língua das bandeiras: os bandeirantes
conheciam muito bem o tupi, o que lhes facilitava a comunicação com os
índios, na busca do ouro e das pedras preciosas.
Na Universidade de São Paulo (USP), no departamento de Letras
Vernáculas, existe uma cadeira, e apenas uma: Tupi. Ninguém, ao menos
até agora, apresentou-se para ministrar aulas de"Tupi-Guarani"...
Mogi-Guaçu
Os intransigentes preferimos grafar Mojiguaçu, além de Embuguaçu
e Mojimirim. Primeiro, porque Moji é palavra de origem indígena; segundo,
porque os sufixos -açu ou -guaçu (= grande) e -mirim (= pequeno) só se
ligam por hífen a palavras terminadas em vogai acentuada graficamente
(p. ex.: amoré-guaçu) ou em tônica nasal (p. ex.: capim-mirim).
Fora daí, o emprego do hífen é desnecessário e, naturalmente, incorreto.
Note que ninguém escreve "cupu-açu", mas cupuaçu. Sendo assim,
cabe-nos a nós, os intransigentes, corrigir o que os antigos fizeram errado.
Aliás, eles escreviam "Mogi-Guassu","Embu-Guassu". Alguns preferiram
corrigir parcialmente; os intransigentes preferem a correção integral...
Jaboticabal / Pirassununga / Bagé
• Estão no mesmo caso de "Mogi": devem ser preteridas tais formas.
Uma das grandes virtudes do ser humano é a coerência. E não há coerência
naqueles que grafam Jaboticabal a par de jabuticabalénse. Ora,
escrever que jabuticabalense é aquele que nasce em Jaboticabal é uma
notória incoerência. A menos que ainda queira escrever "jaboticaba".
Como a Reforma Ortográfica de 1943 veio corrigir todas as discrepâncias
que havia na nossa maneira de escrever, não posso aceitar que ainda haj a
pessoas que não a tenham acatado. Quem for a qualquer bom dicionário
só encontrará jabuticabalense, piraçununguense, bajeense. Como, então,
querem morar em Jaboticabal, Pirassununga e Bagé?
pé-rapado
Este composto, eminentemente popular, cujo significado é que ou pessoa
que tem baixa condição socioeconômica, pode ser adjetivo e também
2 6 NÃO ERRE MAIS! 8 1
nome sobrecomum. Não varia em gênero: Tenho uma amiga pé-rapado.
1'lssa mulher é um pé-rapado.
Muito bem. Todo brasileiro sabe que as nossas telenovelas não são
positivamente um marco no processo de educação em nosso país. Numa
delas (Cabocla), diz, então, uma de suas personagens: Não vejo como um
moço fino e bonito como o Luís possa viver bem com uma cabocla pé-rapada
como Zuca.
Na verdade, aí, além do erro "pé-rapada" , existe uma notória redundância,
já que todo Luís (ou Luiz) é fino e bonito...
"quisto" ou cisto?
Cisto é a forma correta, embora na língua cotidiana muito se encontro
"quisto".
Opinião do embaixador Itamar Franco, publicada pela Folha de S.
Paulo em 26 de maio de 2005, sobre Romero Jucá, ministro da Previdência,
e Henrique Meirelles, presidente do Banco Central: Não convém ao
PT, não convém ao presidente a permanência desses homens. São "quislos
"no governo. "Quisto"no governo faz mal à opinião pública.
Há muito mais coisas que fazem mal à opinião pública, embaixador.
horas "extra"
As pessoas fazem horas extras, vôos extras e lêem edições extras. A
palavra varia normalmente no plural, e a pronúncia correta é êstra(s).
Apesar de certos supermercados, que divulgam justamente o contrário.
"extra-terrestre"
O prefixo extra- (que se pronuncia êstra) só exige hífen antes de palavras
iniciadas por vogai (extra-escolar; extra-oficial, extra-uterino), h
(axtra-humano), r (extra-regulamentar) ou s (extra-sensorial, extra-so-
/ur). Portanto, sem hífen: extraclasse, extraconjugal, extrajudicial, extramatrimonial,
extraprograma, extraventricular, etc.
Em Fortaleza há um apresentador de televisão famoso por imitar Sílvio
Santos. Recentemente, perguntou a um de seus "jurados": Dr. Lima, o
senhor acredita em "extras terrestres "?
A imitação era, realmente, perfeita...
"neste" sábado / "neste" domingo
Quando se diz Sábado eu vou, já se entende que se trata do próximo
sábado. Quando se diz Domingo eu vou, já se entende que se trata do
próximo domingo. E assim por diante.
As emissoras de televisão, no entanto, insistem em anunciar: "Neste
sábado"não percam o nosso programa de calouros. *** "Neste domingo",
não percam o Domingão do Leitão.
Se o anúncio de um programa que será exibido no sábado for numa
2 6 NÃO ERRE MAIS! 9 1
quinta-feira, por exemplo, deverão usar depois de amanhã-, se for numa
sexta-feira, usem amanhã; se for no próprio sábado, usem hoje.
Pode ser, todavia, que as palavras hoje e amanhã e a expressão depois
de amanhã tenham caído em desuso. Se for esse o caso, quero que todos
me perdoem...
No site de um jornal, exatamente no dia da notícia: A partir "deste
domingo", usuários de celulares terão de de escolher a operadora que
fará as chamadas de DDD e DDI.
E se fosse a partir de hoje, seria diferente?
No site do mesmo jornal, numa segunda-feira: O líder do governo na
Câmara afirmou hoje que a base governista tentará concluir "nesta terça-
-feira"a votação da reforma da Previdência.
E se fosse amanhã, não seria melhor?
Notícia veiculada numa sexta-feira: Sob aplausos e gritos de "santo,
santo", a multidão que participa emocionada do funeral de João Paulo II,
"nesta sexta-feira", na basílica de São Pedro (Vaticano), interrompeu os
ritos por alguns minutos, logo após a comunhão, pedindo a canonização
do sumo pontífice, que morreu no sábado (2).
Notícia lida numa quarta-feira: A chegada de dom Cláudio Hummes,
arcebispo de São Paulo, para os funerais do Papa João Paulo II está prevista
para "esta quarta-feira ".
Por que não usar hoje, em ambos os textos?
Na primeira página de um jornal paulistano, numa segunda-feira: O
jornal espanhol ABC diz "nesta segunda-feira" que já estão começando
a aparecer relatos de curas milagrosas que teriam sido realizadas pelo
Papa João Paulo II quando ainda estava vivo.
Se usasse hoje, o jornalista, além de economizar espaço, pouparia o
leitor a mais essa excrescência do jornalismo brasileiro.
relâmpago
Esta palavra não varia quando usada com o valor de adjetivo, por
muito rápido. Portanto, construímos: gols relâmpago, promoções relâmpago,
etc.
Numa folha paulistana: Cinco homens foram presos nesta quarta-
-feira acusados de praticar roubos em casas na região do Jabaquara, zona
sul de São Paulo, com características de seqüestros "relâmpagos ".
Note ainda que os jornalistas parece não serem capazes de se livrar
do vício: aí também se vê "nesta quarta-feira "por hoje.
Manchete de um diário de São Paulo: Quadrilha internacional fez 72
seqüestros "relâmpagos".
Veja, agora, como escreveu um jornalista cearense: O autor de dois
"seqüestros-relâmpagos" ocorridos anteontem à noite, na área nobre da
Capital, foi capturado em flagrante por policiais militares.
Não satisfeito apenas com relâmpago, no singular, o nobre jornalista
achou ainda de usar um hífen completamente desnecessário. Para ligar o
que a quê?
2 6 NÃO ERRE MAIS! 9 1
Estado "de" Mato Grosso do Sul
Os nomes de Estado que trazem modificadores exigem obrigatoriamente
o uso do artigo. Portanto: Estado do Rio Grande do Norte, Estado
do Rio Grande do Sul, Estado do Mato Grosso do Sul.
O Estado do Mato Grosso do Sul, no entanto mando u timbra r todos
os papéis oficiais sem o artigo: Governo "de" Mato Grosso do Sul. É pouco
provável, entretanto, que algum membro do governo do Mato Grosso do
Sul já tenha dito que passou "por" Rio Grande do Norte ou que já tenha
morado "em" Rio Grande do Sul.
Estado "do" Mato Grosso
Nome s de Estado normalment e não exigem o emprego do artigo, a
não ser nos casos vistos acima e no de Bahia. Portanto: Estado de Mato
Grosso. Moro em Mato Grosso. Gosto muito de Mato Grosso.
Noticia, então, uma folha paulistana: Um terremoto considerado moderado
atingiu o norte "do"Mato Grosso na tarde desta quarta-feira.
Esse texto, tão curto, traz mais dois inconvenientes: "norte", com mina
i minúscula, quando deveria ter inicial maiúscula; e "desta quarta-feiin"
em vez de hoje (a notícia estava sendo veiculada na própria quarta -
feiru).
Estado "de" Tocantins
A exemplo de Mato Grosso do Sul, este nome também exige o artigo:
Moro no Tocantins. Conheço o Tocantins. Governo do Tocantins. Há
jornalist a que ainda não aprendeu esta singela lição. Veja: Médicos cubanos
são proibidos de trabalhar "em" Tocantins. Os 62 médicos cubanos
que trabalham no Tocantins devem voltar ao seu país nesta sexta-feira.
A decisão é do juiz federal Marcelo Albernaz, que concedeu liminar ao
Conselho Regional de Medicina "de" Tocantins pedindo que eles fossem
impedidos de atuar profissionalmente por falta de registro na entidade.
Repare: ora o jornalist a usa o artigo, ora não. Quem é a vítima? O
leitor, que fica sem saber se,é isto ou aquilo.
está na hora dela chegar
Há uma tendência no portuguê s contemporâneo de contrair a preposição
de com o artigo ou o pronome antes de orações reduzida s de infiniI
ivo, em benefício da eufonia. De fato, os melhores escritores portugueses
c brasileiros efetuaram a contração. Por isso, não há nenhum risco da
língua ruir...
Sinta-se, portanto, plenament e à vontade par a construir frase s como
estas: Ele sai para o trabalho antes do Sol nascer. *** Em vez dele ir ao
cinema, foi ao estádio. * * * No momento do avião decolar, começou a pane
no motor. * * * Já passou do tempo do governo perceber que a falta de segurança
é gravíssima. * * * Chegou a hora desses caras se mancarem. * * *
2 6 NÃO ERRE MAIS! 10 1
O fato do Brasil ficar na América do Sul não significa que seus habitantes
falem espanhol. *** Apesar dela ter-me feito isso, ainda a amo. *** Não
gosto do modo dela me beijar.
Afinal, todos dizemos Chegou a hora da onça beber água. Ou alguém
prefere separar?...
recomendar "para que"
Ninguém recomenda "para que"nem"par a alguma coisa". Este verbo
se constrói corretamente assim: Recomendei a meus filhos que voltassem
cedo. (E não: Recomendei a meus filhos "para que" voltassem cedo.) ***
Recomendei a ela que fosse deitar-se. (E não: Recomendei a ela "para que"
fosse deitar-se.) *** Vou recomendar a ela ter cautela nessa questão.. (E
não: Vou recomendar a ela "para" ter cautela nessa questão.) *** Ela não
tinha condições para fazer ginástica; recomendei-lhe, então, que pegasse
seu ônibus dois pontos antes. (E não:... recomendei-lhe, então,"para"que
pegasse seu ônibus dois pontos antes.)
Na mídia: Foi Nossa Senhora que, em Fátima, recomendou aos três
pastorinhos "para" que rezassem o Terço todos os dias, afim de alcançarem
a paz.
O objeto indireto pode vir antecedido tanto de a quanto de para: O
filme é bom e já o recomendei a (ou para) várias amigas.
patinar / patinhar
Só patina quem anda em patins. Como carro nenhum neste mundo
não possui patins, na lama ou na neve ele patinha, ou seja, suas rodas giram
em falso, fazendo um movimento parecido com o dos patos na água.
Usa-se patinhar em sentido figurado por escorregar ou, então, por
não evoluir ou não progredir, estacionar. O jogador patinhou na hora de
fazer o gol. *** A cultura musical brasileira regrediu, patinhou ou evoluiu
depois da bossa nova?
De um âncora de telejornal: A economia mundial "patina": só na
Alemanha, o PIB caiu 2%.
Manchete de um jornal paulistano: Corinthians "patinou"em Salvador:
0 a 0.
É difícil imaginar que economia e equipes patinem, ainda que seja o
Corinthians...
O uso de patinar por patinhar é tão descabido, que nenhuma palavra
da mesma família de patinar tem ligação semântica com patinhar. Há
dicionários que contrariam tudo isso.
a gente "véve" bem aqui
Imagine se não vivesse... Pessoas a quem falta alguma escolaridade
costumam usar"véve"por vive e também"asséste"por assiste. São pessoas
que devem ter muita afinidade com Bento Carnêro,"vampir brasilêro",
aquele que "véve" no além e no aquém...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 12 1
os "sem-terra"
Há quem defenda esta "concordância". Nesta vida há mesmo de
tudo! Se há até os que vivem no aquém, temos naturalment e que compreender...
Na verdade, o que as pessoas fazem é uma ligeira confusã o entre
a expressão Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, (legítima,
já que sem neste caso é preposição) e Movimento dos Sem-Terras
(aqui sem já não é preposição, mas prefixo, daí por que o substantivo
(cin de variar). O diabo é que poucos conhecem a diferenç a entre um
elemento e outro; a conseqüência, evidentemente , só pode ser uma
grande confusão.
Vamos, contudo, ao cerne da questão. Existe uma regra que preceitua
o seguinte: todo substantivo composto formado de prefixo + substantivo
luz o plural com variação do segundo elemento. Isso está em qualquer
gramática, até mesmo nas mambembes. Assim, temos: os ex-ministros, os
r/rc-prefeitos, os sem-vergonhas, os sem-tetos, os sem-lares, os sem-carrtis,
os sem-culturas, os sem-dentes, os sem-túmulos, os sem-responsabiIidades,
os sem-juízos e, naturalmente, os sem-terras.
Há dicionários que dão o plural de apenas alguns compostos desse
tipo, mas incompreensivelmente se omitem em outros. Por que dar o plural,
por exemplo, de sem-fim e de sem-justiça, mas não de sem-terra? Só o
aquém explica...
Na mídia: Na terra dos "sem-delegacia" o tráfico é rei. *** Rossetto
todo feliz no palácio...e os "sem-terra" botando pra quebrar. *** A Vale do
Rio Doce entrou para o movimento dos "com-avião ". É agora proprietária
de um Cessna.
É, de fato, uma criatividade emocionante!
De um articulista da revista Veja: Não se deixe enganar pelas sandálias
havaianas dos "sem-terra".
Eu não me deixo enganar...
Os que desatinadamente aceitam "os sem-terra" ou "os sem-teto"são
obrigados, por coerência, a aceitar concordâncias grotescas, como estas,
que já apareceram e continuam aparecendo em revistas e jornais brasileiros:
"Sem-terra seqüestram" caminhão em Pernambuco. *** Obrigados
pela Justiça a desocupar uma fazenda em São Paulo, "sem-terra
roubaram"eletrodomésticos e mataram animais. *** "Sem-terra prevêem"
intensificação de invasões. *** "Sem-terra tomam"secretário como
refém em Alagoas. *** "Sem-teto fazem" manifestação em frente ao INCRA.
*** "Sem-teto da República vão"para Rua Aurora. *** "Sem-teto
2 6 NÃO ERRE MAIS! 13 1
tentam"invadir cinco imóveis em São Paulo. *** "Sem-terra invadem"
Ministério e debocham do país.
Recentemente, a Veja trouxe isto: Um grupo de sem-terra "ocuparam"
uma fazenda da multinacional Monsanto, para queimar plantação
de transgênicos.
Ou seja: a mais clássica concordância do absurdo.
Com esse tipo de "concordância", os jornalistas brasileiros conseguem
inovar, invertendo uma situação sintática, pois as pessoas iletradas
costumam deixar o verbo no singular, quando o sujeito está no plural (As
pessoas "vive"bem aqui. Nós "fica"em casa quando chove.).
Como continuo acreditando na evolução do ser humano, repudio tal
"concordância". Mas se o jornalismo brasileiro "véve"bem com elas, que
fique à vontade, que vá em frente ! Afinal, cada qual deve sentir-se à vontade
no ambiente em que "véve"...
atender "o" telefone
Quando o complemento é coisa, o verbo atender se usa com a preposição
a: atender ao portão, à porta, à campainha, ao pedido, aos seus
próprios interesses e, naturalmente, ao telefone.
Quando o complemento é pessoa, podemos dispensar a preposição:
atender o (ou ao) pai de aluno, atender os (ou aos) deputados, atender os
(ou aos) empregados.
No site da Abrelivros, órgão dos principais editores brasileiros: No
dia 13 de maio, o Ministério da Cultura e o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) anunciam um conjunto de medidas
que serão tomadas pelo banco para atender "o" mercado editorial
brasileiro, e que integrarão o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL)
com a alcunha de BNDES-PROLIVRO.
De um secretário da Educação de São Paulo: O governo "atende
uma"reivindicação justa dos professores.
Atente, por favor para o cargo: secretário da Educação!
Ir "à" cavalo / ir "à" pé
Antes de palavras masculinas não pode haver à, a não ser em casos
especialíssimos, que a gramática prevê.
A verdade é que todo o mundo vai mesmo a cavalo e a pé.
Repare nesta notícia do provedor Terra: Os ruralistas aceitaram na
reunião "deste domingo" suspender a barreira na ponta se os "sem-terra""voltassem"à
localidade de Passo do Verde, onde também há colonos
acampados. No entanto, o MST não concordou com a proposta. Neste
momento, fazendeiros "à" cavalo e "à" pé, munidos de pedaços de pau,
lanças e "cacetetes" estão de um lado da ponte, e os "sem-terra"permanecem
no outro com bandeiras do movimento.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 14 1
No lugar de "deste domingo" deveria estar hoje; no de "sem-terra",
.r ni-terras, no lugar de "voltassem", voltarem; no de "à" cavalo, a cavalo;
no lugar de"à"pé , a pé; e, finalmente, no de"cacetetes", cassetetes.
O nível do jornalismo brasileiro contemporâneo é de arrepiar!
Logo abaixo, voltava-se a ler: O efetivo policial, que contava com dez
oi aturas, além de homens "à" cavalo e "à"pé da Polícia Militar e da Polícia
Rodoviária Federal, está sendo reforçado por Batalhões de Operações
Kspeciais das cidades próximas.
Esquecem-s e nossos jornalista s de que o castigo sempre vem a
cnvulo...
assistir
Este é um verbo transitivo indireto, na acepção de ver, presenciar:
assisti ao espetáculo, assisti ao filme, assisti à cena, etc. Isso quase todo
o inundo sabe. O que poucos sabem é que este verbo não admite o pronome
lhe (ou variação) como complemento, mas sim a ele (ou variações).
Portanto, devemos construir: O filme é bom, mas ainda não tive tempo de
assistir a ele (e não: "assisti-lo"). A cena foi essa, e muita gente assistiu a
<7« (> não: "assisti-la").
Eis, no entanto, como declara um diretor de telenovela: A novela
A mérica é histérica. Todos falam acima do tom. Tenho deixado de "assisti
Ia" porque é estressante.
Estressante: eis a palavra certa!
bicho-de-sete-cabeças
Qualquer criança sabe disso: bicho-de-sete-cabeças (com hifens) é
coisa complicada, difícil de fazer, de resolver ou de entender: Informática
não é um bicho-de-sete-cabeças. Não se confunde com bicho de sete cabeças
(sem hifens), que é um ente ou monstro imaginário, de sete cabeças.
Eis como um jornalista de um dos grandes jornais de Fortaleza achou
de elaborar o título de uma notícia: Automação não é nenhum "bicho de
sete cabeças".
Que ninguém duvide disso!...
"Chega" ao fim os erros dos jornalistas?
Parece que não. Veja o que um deles escreveu no site de A Gazeta
Esportiva, em manchete: "Chega" ao fim as trajetórias de Hierro e Del
IUísque no Real Madrid.
Quando é que chegam ao fim? Nunca?!
empatar / empatado / empate
Uma equipe empata com outra sempre de (ou por) determinado placur,
e não "em". Ex.: O Flamengo empatou com o Vasco de (oupor) 2 a 2.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 15 1
Empatado se usa com as mesma s preposições, porém, empate só aceita
de: O jogo terminou empatado de (oupor) 2 a 2. *** O empate de 2 a 2
agradou às duas equipes. *** O jogo terminou em empate de 0 a 0.
Na mídia: Com um futebol completamente apático, o Brasil não saiu
do empate "em" 0 a 0 com a seleção da China.
Há até um dicionário especializado em regência nomina l que registra
"empate em". Pois é.
"Quem gostaria? "
Eis a pergunt a mais asinina dos últimos tempos. A pessoa atende
ao telefone e, antes de chama r a pessoa com quem desejamos falar, faz
essa clássica pergunta , em vez de Quem deseja falar com ele (a)? Existem
atendentes, ainda, que acentuam e prolongam a primeir a sílaba do verbo,
tornando-s e ainda mais dolorosa a pergunta: "Quem gosssstaria?". Eu
bem que gostaria...
No futebol, uma vitória por 4 a 3 é goleada?
Não. Goleada é uma vitória por uma diferenç a igual ou superior a
três gols. Por exemplo, quando o Palmeira s vence o Corinthians por 4 a 1.
Outro exemplo: quando o Palmeira s é derrotado pelo Vitória por 2 a 7.
Os jornalista s esportivos têm dito, em vitórias de 4 a 3 e de 5 a 4, que
o time vencedor aplicou goleada. Equivocam-s e (aliás, é o que mais eles
fazem): goleada não é vitória por muitos gols. A goleada existe na diferença,
e não na quantidade .
perder por "5 a 0"
Só as vitórias merecem os placares favoráveis; as derrotas merecem,
naturalmente , os desfavoráveis. Assim, em rigor, um time vence por 5 a 0
e perde por 0 a 5.
No site de um provedor da Internet: Bastou uma derrota na primeira
partida da temporada para conturbar o ambiente no São Paulo. Cartolas
do clube bateram cabeça após os "2 a 1 "contra o Paulista de Jundiaí, pelo
Paulistão.
Perde r de"2 a 1" agrava ainda mais a dor de cabeça...
Escreve um jornalist a esportivo: O Santos perdeu por "2 x 0"para o
Vitória, da Bahia, pois não soube aproveitar as chances.
Ora, se o Santos perdeu, como partir do número positivo?
trave = travessão?
Não. Trave é o nome de cada um dos postes ou barra s verticais que
sustentam o travessão, a barr a horizontal que une as traves, delimitando
a altura do gol ou arco. Assim, uma bola que bate na trave, vai de en2
6 NÃO ERRE MAIS! 16 1
rontro necessariamente a um dos postes laterais; se bate no travessão,
evidentemente, não bate na trave.
Alguns narradores esportivos, no entanto, falam em bater na trave,
cm referência ao encontro da bola contra o travessão. Na emoção do gol
que não saiu, a torcida nem percebe o dislate. Mas há quem, em meio ao
uuuuuuuuuuuuuu da torcida, está atento e grita sozinho: uuuuuuuuuuu
(agora não é nenhuma emoção, é vaia mesmo...).
dengue
Tanto o nome do mosquito quanto o nome da doença são femininos:
ii dengue. Recentemente, porém, o apresentador de um programa de esportes
pela televisão, armando-se de grande autoridade em assuntos do
idioma, disse que era "o"dengue, e não a dengue. E falou com uma segurança
de arrepiar criancinha!
Pessoas desse tipo só prestam desserviços. Há indivíduos que se julgum
sábios só porque conhecem de cor escalações de equipes de futebol
do tempo do Onça. É muito pouco! Mas sempre se consegue enganar alguém.
E o homem recebeu o título de cidadão paulistano em 2003. No
Hrasil, é assim...
Rui Barbosa foi cognominado "o" Águia de Haia?
Seria uma afronta, e não um elogio, se conferissem a Rui Barbosa o
cognome de "o" Águia de Haia, porque o águia é o mesmo que o velhaco,
o espertalhão, o vigarista, o cabra-safado, o sabichão (com toda a carga
pejorativa que o termo encerra).
No feminino, águia é o mesmo que inteligência, sagacidade. Sabe-se
que a águia é a ave que representa a perspicácia, a sutileza, o talento, a
inteligência, virtudes que se acumulavam em Rui, a quem com justiça
denominaram a Águia de Haia.
O mesmo apresentador de um programa de esportes da televisão que
garantiu a todos os espectadores que o correto era "o" dengue, afirmou
i|uc Rui Barbosa foi "o" Águia de Haia.
Como pululam os águias por aí!...
cólera
Em qualquer sentido, só existe a cólera.
Certa vez uma fábrica de desinfetante provocou muita cólera, ao
anunciar:
Não deixe "o" cólera atacar. Proteja sua família.
Continuavam: "O"cólera é uma doença infecciosa que ataca o sistema
digestivo, produzindo diarréia, podendo levar à morte. Para proteger
sua família contra esse inimigo, alguns simples cuidados devem
ser tomados.
Falar em proteção e em inimigo a esta altura já é demais!
Na campanha presidencial de 2002, um dos candidatos declarou (sem
2 6 NÃO ERRE MAIS! 17 1
ficar vermelho): Quando Ciro foi governador do Ceará, a dengue e "o"
cólera tiveram os índices mais altos do Ceará. Ele chegou a ser apelidado
de governador "do " cólera.
Mentira dá nisso.
fome
A pronúncia correta desta palavra éfôme (com o fechado). Se não estiver
com fome, convém pronunciar fôme. Mas se estiver com muita fome,
é melhor pronunciar fôme. Isto é, sem abrir muito a boca (porque não há
nenhuma necessidade).
Creio que me fiz entender: é sempre melhor estar com fôme. Há, no
entanto, os que preferem estar sempre com "fome". Cada um tem a fome
que merece.
Quando o governo de Lula lançou o programa Fome Zero, alguns
apresentadores de telejornais diziam corretamente: fôme (principalmente
os cariocas e nordestinos). Outros, bem, outros ainda continuam com
"fóme"...
homem / lobisomem
Pronunciam-se também com o fechado. Toda vogai que antecede
consoante nasal é fechada. Não há exceção a esta regra. Jamais encontraremos
no português do Brasil uma vogai aberta antes de consoante nasal
(cf. ema, ama, cama, lenha, banha, fronha, dona, etc.).
Por que, então, as pessoas dizem "fóme", "hómem", "lobisomem"?
Ora, porque cada um vive e diz como quiser. Aqueles que quiserem, podem
ficar à vontade e continuar dizendo: O "hómem" que "cóme" sem
estar com "fóme"vira "lobisomem".
A gente sempre entende...
Toninho / Tonho / Tonhão
Todos estes três nomes são hipocorísticos de Antônio. Todos têm o
primeiro o fechado, justamente pela presença da consoante nasal (nh).
Curioso é que no Brasil todos escrevemos Antônio, com acento circunflexo
no o (indicando som fechado), e quase todo o mundo diz "Antônio",
que é a pronúncia e a escrita lusitanas. Daí por que, no meio popular,
também se ouve "Tòninho", "Tónho", "Tònhão". Além desses, há mais
um: Totonho, que o vulgo pronuncia "Totónho".
Note, todavia, que outro hipocorístico de Antônio muito comum
é Tôni (e não "Tóne"). No interior paulista, todavia, existem muitos
"Tónes".
EM TEMPO - Hipocorístico é o nome curto e carinhoso, retirado do
próprio nome de batismo, geralmente duplicado ou no diminutivo, ao
qual o povo chama apelido. Assim, Lili, Ciça, Lulu, Chico, Zezé, Toninho,
Toninha, Tonho, Totonho, Tonhão, etc. são hipocorísticos, nome difícil
para designar coisinhas tão curtas e carinhosas.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 18 1
Jonas
Também se pronuncia com o fechado: Jônas. Repare na presença da
ronsoante nasal (n). Em boa parte do Brasil, contudo, se diz "Jónas". Mas
por que diabos nenhum brasileiro diz também "dóna", "lona", "sóno"?
Por quê? Porque isso é coisa de português.
Jaime
Pronuncia-se com o ditongo fechado: Jaime. O ditongo ai, quando
nntecede fonema nasal, soa fechado. Repare: amaina, andaime, paina, faina,
Baima, sotaina, polainas, Taino, Gislaine, Elaine (no Nordeste se diz
"eláine"). Os cariocas pronunciam corretamente este nome; os paulistas,
bem os paulistas estão na extremidade oposta à dos cariocas, neste item.
Roraima
A pronúncia correta deste nome é Roraima (o ditongo é fechado),
pelas razões expostas anteriormente.
Quem diz "Roráima", com o ditongo aberto (e há os que insistem nesiia
pronúncia) fala mal, dá mau exemplo, presta desserviço à educação, já
que nas salas de aula se aprende que a pronúncia correta é Roraima. Na
verdade, quem diz "Roráima" imita os índios ianomâmis da região que,
impossibilitados foneticamente da nasalação, dizem "Roráima". Ora, mas
eles assim pronunciam, porque não conseguem articular fonemas nasais.
Nós não conseguimos?
TV E
Diz-se TV é (as vogais e e o, pronunciadas isoladamente, soam abertas).
Vamos, então, ler em voz alta: vitamina E, a turma E da escola, Tafman
E, lâmpada GE, o TRE, o DNER, o DER, a ECT, o BNDES, a série E
da Mercedes-Benz, o grupo E da Copa do Mundo, Toyota XE, o Corolla
SE-G; o SOS, a LDO, o ET (= extraterrestre), etc.
A Mercedes-Benz resolveu, recentemente, divulgar pela televisão os
seus automóveis. Uma voz que se ouvia antes do início do Jornal Nacional
anunciava: Mercedes-Benz Classe "ê" oferece o Jornal Nacional.
A marca é boa, o carro é bom, mas o apresentador furou os quatro
pneus do carro...
quilômetro / têxtil / têxteis
Note: estas três palavras têm acento circunflexo na vogai tônica, indicando
que se trata de vogais fechadas. Então, por que quase todo o
mundo pronuncia"kilómetro","téstil","tésteis"? Só o sobrenatural tem a
resposta.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 19 1
sobressair
Este não é nem nunca foi verbo pronominal, o que eqüivale a dizer
que nunca devemos usá-lo com o pronome oblíquo ("sobressair-se").
Na mídia: Não se pode negar que o Omega foi um carro que passou
por problemas, afinal, ele veio para substituir o mito Opala, talvez o carro
mais querido do Brasil. Porém, suas qualidades "se sobressaíram" e ele
se tornou um líder de vendas, assim como seu antecessor. *** Cazuza
foi, sem dúvida, um cantor e compositor que "se"sobressaiu no rock nacional.
*** O fato de o cacto "se"sobressair em regiões áridas deve-se à
capacidade de armazenamento de água em seu interior. *** Num setor
onde as maiores multinacionais investem bilhões de dólares, a Gurgel
"se" sobressaía usando tecnologia e recursos nacionais, que, porém, não
foram suficientes para evitar a sua falência.
Escrever assim, francamente , é querer levar a língua à falência.
Aliás, à falência também andam querendo levar a língua certos dicionários,
tidos por muita gente como a fina flor da lexicografia portuguesa.
Como pode ser visto assim um dicionário que registra sobressair
como verbo pronominal? Deste assunto, ainda trataremos adiante.
Sua "senhora" já chegou?
A palavra feminina que corresponde a marido é mulher, somente
mulher.
Esposo e esposa, por sua vez, são termos que se usam em meios bem
específicos (jurídico e administrativo), além de se aplicarem propriamente
em referência a pessoas ilustres e a deuses da antigüidade: O duque
veio acompanhado da rainha, sua esposa. *** A primeira-dama não soube
explicar por que o presidente, seu esposo, deixara de usar aliança na
mão esquerda. *** Júpiter era o esposo de Juno?
Recentemente, num desses programas populares da televisão, o apresentador
perguntou a uma senhora que sobrevive catando papel nas ruas:
A senhora veio com seu "esposo"?
Não tenho nada "haver" com isso.
Na verdade, esta frase é que não tem nada a ver...
Sim, porque esse é um caso de emprego da preposição a + o verbo
ver, e não do verbo haver, que não tem nada a ver com isso. Por isso, estas
são as frases que têm tudo a ver: Sua opinião não tem nada a ver com a
minha. * * * Seu papo tem tudo a ver comigo.
Como se vê, trata-se de um uso eminentemente popular, restrito à
língua falada despretensiosa, princ. dos jovens. No português castiço,
usa-se assim: Não tenho nada que ver com isso. *** Sua opinião não tem
nada que ver com a minha. *** Seu papo tem tudo que ver comigo.
A garotada, porém, não quer nem ouvir falar nisso. Com razão, porque
esse uso está muito mais próximo de Portugal que do Brasil.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 20 1
brasileiros e brasileiras
Esta é uma invenção de um ex-presidente da República, no afã de
agradar ao eleitorado feminino.
A expressão não teve o mesmo brilho com Collor, mas foi reabilita-
<n pelo Sr. Fernando Henrique e, agora, parece prestigiada, se bem que
ilc forma mais ou menos alterada, por Lula, que recentemente declarou:
K.vía é a hora de cada "brasileiro e brasileira"pensar menos em si mesmo
c mais no país.
Ora! Não há nenhuma necessidade de usar o adjetivo pátrio no feminino.
Quando dizemos O Brasil espera que cada brasileiro cumpra seu
dever, já estamos nos referindo ao homem e à mulher. Ou o Brasil só espera
que o homem brasileiro cumpra seu dever?
Quando afirmamos que o Brasil tem mais de 140 milhões de eleitores,
jíü estamos nos referindo ao homem e à mulher. Acrescentar"e eleitoras"é
de uma primariedade imperdoável. E asinina, naturalmente. Isso de querer
agradar às mulheres, ofendendo a língua, não me parece boa política.
Ademais, com aquele acréscimo injustificado, a frase acabou trazendo
erros elementares de concordância, pois pensar e mesmo deveriam estar
no plural.
O presidente Lula declarou em setembro de 2003 que erradicaria o
analfabetismo do país até 2006. Vejamos como um jornalista nos trouxe
a notícia: Segundo Lula, os brasileiros e brasileiras que aprenderam a
ler e a escrever devem socializar esse conhecimento com aqueles que não
I iveram a mesma oportunidade e, assim, será possível acabar com o analfabetismo
no país.
Realmente, com um pouco de esforço até que dá...
Quem usa essa expressão equivocada fica obrigado, pela coerência, a
usar também "eleitores e eleitoras", "telespectadores e telespectadoras",
"leitores e leitoras","lixeiros e lixeiras", etc., como, aliás, fez o ministro
da Previdência, em 2003, em carta aberta aos funcionários públicos.
O início da carta estava assim: "Caras servidoras e caros servidores".
Ora... A seguir por aí, uma escola não tem tantos mil alunos, tem tantos
mil "alunos e alunas". A seguir por aí, não existem hoje no país 185
milhões de brasileiros, mas 185 milhões de "brasileiros e brasileiras".
Agora, o dia 15 de outubro já não é o Dia do Professor. É o Dia do
1'rofessor e"da Professora" .Veja você!
Brincadeiras têm hora e lugar! E brincadeiras de mau-gosto não têm
nem hora nem lugar.
O presidente Lula se redimiu, em discurso improvisado, no congresso
da CUT, em junho de 2003, quando afirmou, cutucando seu antecessor:
Eu não tenho que falar inglês para ser respeitado no mundo. Eu tenho que
[idar português. Eu só tenho que falar a língua de 185 milhões de brasileiros
para merecer o respeito do mundo. Falou e disse...
Mas por ocasião da comemoração dos 50 anos de criação da Petro2
6 NÃO ERRE MAIS! 21 1
bras, no final do discurso, a recaída: Parabéns, petroleiros e "petroleiras"
de todo Brasil!
Ninguém é perfeito...
paisinho / paizinho
Convém não confundir. Paisinho é diminutivo de país; paizinho,
de pai. Há, ainda diferença de pronúncia: na primeira, existe hiato,
portanto se diz pa-i-si-nho; na segunda existe ditongo, portanto se
pronunci a pai-zi-nho.
Em setembro de 2003, por ocasião da formatur a de alguns diplomatas,
o presidente brasileiro emitiu uma nota afirmando que o Brasil já não
é aquele "paizinho" do Terceiro Mundo, aquele "paizinho" só do futebol,
aquele "paizinho" só do carnaval.
Paizinho, presidente, o Brasil nunca foi mesmo!
caça-níqueis
Usa-se assim tanto no singular quanto no plural: o/os caça-níqueis.
Recentemente, porém, o presidente da República, discursando em Caxias
do Sul, em meio à divulgação do primeiro escândalo no seu governo,
declarou, orgulhoso: Vou acabar com os "bingo"e com os "caças-níquel".
Só, presidente?...
simpatia
Quem tem simpatia, tem simpatia normalmente por alguém. Ninguém
deve duvidar disso. Portanto, construímos: Tenho simpatia por essa
atriz. * * * Essa é uma atriz pela qual tenho simpatia. * * * Essa é uma tese
por que não nutro simpatia. *** Esse é um regime por que nunca senti
nenhuma simpatia.
Muito bem. O presidente Lula discursa, então, por ocasião do lançamento
da loteria Timemania: O Botafogo é um daqueles times que não
têm uma torcida igual à do Flamengo e do Vasco, mas todo o mundo tem
simpatia.
Pode até ser que o Botafogo seja um time que não tem uma torcida
tão numerosa quanto a do Flamengo e a do Vasco da Gama. Mas posso
garantir que é um clube pelo qual todo o mundo tem simpatia.
a cavaleiro
Significa perfeitamente à vontade: Estou a cavaleiro para falar neste
assunto.
Depois de um discurso na ONU, afirmou uma autoridade brasileira:
O Brasil hoje é um país que está a "cavalheira", e não precisa renovar o
acordo com o FMI.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 22 1
definição de ilha
A correta definição é: ilha é uma porção de terra cercada de água
marinha, fluvial ou lacustre.
Em alguns livros de Geografia, no entanto, lê-se redundantemente :
ilha é uma porção de terra cercada de água "por todos os lados ".
Há quem já tenha visto alguma coisa cercada que não seja por todos
os lados?
A toda ação corresponde uma reação igual "e contrária".
Frase que muito se ouve no dia-a-dia , mas também redundante , uma
vez que na palavra reação já existe a idéia de força contrária. Reagir significa
opor a uma ação outra que lhe é contrária.
A terceira lei de Newton, ou seja, a lei da ação e reação é enunciada
geralmente assim: A toda ação corresponde uma reação, com a mesma
intensidade, na mesma direção "e em sentidos contrários".
O melhor mesmo é enunciá-l a assim: A toda força corresponde uma
força contrária, de mesma intensidade e direção. Ou: A toda ação corresponde
uma reação igual.
prova dos noves
Prova corretíssima. A prova sempre foi dos noves. Veio o burro, não
soube faze r a prova e saiu dizendo que prova dos "nove"não era com ele.
Burro é sempre burro...
O nome dos números varia normalmente : os uns, os quatros, os cincos,
os setes, os oitos, os noves, etc. Só os que terminam em -s ou em -z
não sofrem variação: dois, três, seis e dez.
Assim, 44 se faz com dois quatros juntos; 111 se faz com três uns
juntos. Nenhum ser human o norma l forma 99 sem servir-se de dois noves
juntos, um ao lado do outro. Hoje, existe até dicionário que traz
"prova dos nove"! É o tipo de dicionário que tem vítimas, em vez de
consulentes.
anos "sessenta"
É o que mais se vê e ouve. Mas está errado. Há um notório erro de
concordância aqui, que poucos conseguem ver (ou enxergar). Quem sabe
distinguir numera i de substantivo facilment e vê; quem não sabe não vai
ver nunca . Muito menos enxergar.
O numera i é invariável; o substantivo não. Ter sete irmãos é uma
coisa; pinta r os setes é outra. No primeiro caso temos um numerai, por
isso, jamais caberia ali "setes"; no segundo caso temos um substantivo,
portanto: setes.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 23 1
Vamos ver isto, porém, com mais calma! A década de 1960 é composta,
naturalmente , de dez anos:
1960 - mil novecentos e sessenta (já temos 1 sessenta);
1961 - mil novecentos e sessenta e um (temos, agora, 2 sessentas);
1962 - mil novecentos e sessenta e dois (temos 3 sessentas);
1963 - mil novecentos e sessenta e três (temos 4 sessentas);
1964 - mil novecentos e sessenta e quatro (temos 5 sessentas);
1965 - mil novecentos e sessenta e cinco (temos 6 sessentas);
1966 - mil novecentos e sessenta e seis (temos 7 sessentas);
1967 - mil novecentos e sessenta e sete (temos 8 sessentas);
1968 - mil novecentos e sessenta e oito (temos 9 sessentas) e
1969 - mil novecentos e sessenta e nove (temos 10 sessentas).
O fato se repete com as décadas de 1920,1930,1940,1950,1970,1980
e 1990. Já com a década de 1910, não é possível usar "anos dezes", primeiro
porque dez (que termina em -z) não varia (1010 se faz com dois
dez, e não com dois "dezes"); segundo, porque a década de 1910 é assim
formada :
1910 - mil novecentos e dez (portanto, 1 só dez);
1911 - mil novecentos e onze;
1912 - mil novecentos e doze;
1913 - mil novecentos e treze, e assim por diante.
Ou seja, não se repet e o dez em mais nenhum ano da referid a década.
Agora, que - espero - tudo está maravilhosament e mais claro, deixeme
revelar uma coisa: se você não viveu os maravilhosos anos sessentas,
os dourados anos sessentas, esteja certo: você não sabe o que perdeu!
Importante: sabemos que, apesar de todas as evidências, apesar dessa
irrefutáve l prova matemática , muita gente vai continua r vivendo dos
seus anos "vinte", dos seus anos "trinta" , dos seus anos "noventa", etc.
Cada um que viva do jeito que quiser, mas que ao menos tenha consciência!...
"esteje" / "seje"
Só existem as forma s esteja e seja. Por isso, seja sempre atencioso e
esteja sempre atento: anos sessentas!...
Muito pior do que usar "esteje" e "seje" é usar "teja" por tenha, como
fez recentement e o goleiro de um clube paulista, tido pelos jornalista s esportivos
como "intelectual": Por mais experiência que você "teja", antes
de uma partida importante você sempre fica meio tenso.
protestar a favor da paz
Expressão perfeita. Muitos pensam que só se protesta contra. Enga -
nam-se.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 24 1
Protestar significa levantar-se, insurgir-se, clamar, bradar. Assim, todos
podemos (e devemos) protestar a favor da paz, protestar a favor do
amor, a favor da alegria e - sem dúvida - protestar contra os incêndios
na Amazônia, protestar contra a matança das baleias, protestar contra o
contrabando de nossos animais silvestres. Enfim, protestar a favor do ser
humano e veementemente contra o homem predador e irracional!
anético / anistórico
São, à luz da coerência, as formas rigorosamente corretas, muito melhores
e mais coerentes que "aético" e "aistórico".
Ora, em nossa língua, palavras iniciadas por vogai ou por h receitem
o prefixo an- (analfabeto, analgésico, anidro, anistórico); as iniciadas
por consoante recebem o prefixo a- (amoral, apartidário, apolítico,
ateu, atípico).
Se assim é (e não há exceção a essa norma), por que, então, "aético"?
Por que "aistórico"?
Um deputado paulista, ex-ministro de vários governos militares, declarou:
Economia é uma ciência "aética".
Definição anética.
Conhecido jornalista escreveu: O Estado vem se revelando um ente
"aético".
Bem, em pena de jornalista tudo é normal...
Recentemente, conhecida professora universitária declarou: O texto
c "a-histórico", equivocado e um desaforo!
Isso é português ou é desaforo?
Me dó um beijo!
É assim que todos nós, brasileiros, pedimos ao ser amado. Os portugueses
não. Pedem diferente: Dã-me um beijo! Por quê? Porque em sua
fala é mais fácil dizer Dá-me que Me dá. A nós, brasileiros, ocorre justamente
o oposto.
O português falado no Brasil guarda algumas diferenças de ordem
fonética em relação ao português lusitano, e não poderia ser mesmo diferente:
todo um oceano nos separa.
Entre nós, a próclise (colocação do pronome oblíquo antes do verbo)
tem preferência em quaisquer circunstâncias, mesmo que em início de
período. Tal preferência se explica e se justifica pelos padrões fonéticos
por nós utilizados.
Os brasileiros preferimos a próclise com alguma razão. Em Portugal,
a preferência pela ênclise (colocação do pronome oblíquo depois do verbo)
faz os lusitanos construir com visível duplo sentido uma frase como
esta, por exemplo: Os jornais chamam-nos de animais.
Os brasileiros evitamos a ambigüidade, ao construirmos: Os jornais
os chamam de animais.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 25 1
Que brasileiro cantaria "Dá-me um dinheiro aí?"Que brasileiro pede,
ao balcão do bar, um cafezinho usando Dá-me?
Não se amofine com o assunto colocação pronominal, caro leitor: tenha
sempre como aliado o ouvido! E siga em frente!
Certos exames vestibulares continuam insistindo em exigir conhecimentos
de colocação pronominal com base na colocação portuguesa.
Exigência esdrúxula. É bom parar com isso.
O Sr. Antônio Ermírio de Moraes escreveu certa feita na Folha de S.
Paulo: A reviravolta soviética é estimulante. Nos faz pensar.
Tal colocação torna seu autor um inovador, um vanguardista, um
verdadeiro revolucionário. Adelante, camaradas!...
TEXACO - Produtos "que" o mundo confia.
Hoje em dia está muito perigoso viver, caro leitor! Está muito difícil
confiar em alguém, em alguma coisa. A gente abre o jornal, vem a bomba;
lê um anúncio, vem outra bomba; abre a revista, mais bomba; liga o televisor,
eis nova bomba! Vai a um posto de gasolina, leva bomba!
Não está fácil. Realmente, viver não está fácil!
Se quem confia, confia em alguém ou em alguma coisa, como pode a
TEXACO, empresa simpática, que nos vende gasolina boa e barata, adotar
um slogan mambembe desses?
Todos estamos certos de que na TEXACO se encontram produtos em
que o mundo todo confia. Então, por que nos causar tanta decepção?
Recentemente, a mesma TEXACO, empresa simpática, que nos vende
gasolina boa e barata, anunciou numa revista, em letras garrafais: Leve
seu carro "num"posto TEXACO para conhecer a gasolina "que"os pilotos
do mundo todo confiam.
Ora, sim senhor! Levar o carro "num" posto? Para abastecer com a
gasolina "que" os pilotos do mundo todo confiam? Não, prefiro levar meu
carro a outro posto, para conhecer outra gasolina, menos sofisticada, é
bem verdade, mas a gasolina em que eu mesmo confio...
Em vista disso tudo - a simpática TEXACO que me perdoe! -, mas a
pergunta me parece inevitável (e pertinente): confiar em quê?
penal = pênalti?
Não. Em futebol, a infração cometida por um jogador dentro da sua
grande área é punida com um chute livre direto, ou seja, com uma penalidade
máxima ou pênalti.
Certos jornalista s esportivos acham lindo usar "penal" por pênalti,
sinonímia inexistente, mas nem por isso fora de registro de certos dicionários.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 26 1
motosserra
É esta a forma correta, assim como motobomba, motomecanizado,
motonáutica, motoniveladora, etc., sempre sem hífen, porque o elemento
moto- nunca o exige.
A revista Veja, contudo, na capa de sua ed. 1.592 (repare bem: na
capa), traz em letras garrafais, amarelas: O massacre da "moto-serra".
Era matéria exclusiva.
O erro, primário, chocou, principalmente por ter saído onde saiu,
mas não teria sido tão chocante se não houvesse a tentativa grotesca, na
edição posterior, de corrigir o equívoco. A emenda foi muito, muito, muito
pior que o soneto.
A Veja é a melhor revista de informação do Brasil - disparado! Não
precisava disso. Bastava reconhecer, numa linha: Erramos. Afinal, quem
não erra?
E, então, todos os seus leitores perdoaríamos.
"mega-sena"
Se você quiser ter sorte na vida, caro leitor, comece logo com o pé
direito: escrevendo corretamente: megassena.
O elemento mega- não exige hífen: megaempresário, megainvestidor,
etc.
Chorou, "ao" ponto de desmaiar
Não existe a locução "ao"ponto de, mas apenas a ponto de, de valor
consecutivo nas orações reduzidas de iníinitivo. Portanto: Chorou, a ponto
de desmaiar. (= Chorou tanto, que desmaiou.) *** Gumersindo ficou
nervoso, a ponto de esmurrar a mesa. (= Gumersindo ficou tão nervoso,
que esmurrou a mesa.) *** Juçara se humilhou tanto, a ponto de beijar
os pés do namorado. *** O ministro está a ponto de pedir demissão do
cargo. * * * A população de São Paulo e do Rio de Janeiro está assustada
a ponto de já não sair de casa à noite.
No sentido de prestes a é ainda a ponto de que se usa: Manuel se endividou
tanto, que está a ponto de perder tudo o que possui.
Um dia antes do jogo final da Copa do Mundo no Japão, escreveu um
jornalista esportivo: O goleiro Marcos, da seleção brasileira, disse que
não vê tanta qualidade assim no goleiro da Alemanha, "ao"ponto de elegê-lo
como o melhor do mundo.
O homem tem - no mínimo - 500 anos de jornalismo esportivo. E
ainda não aprendeu.
Sem sair do esporte, escreve outro jornalista: O Palmeiras continua a
oscilar muito dentro de um mesmo jogo. Há momentos em que ele dá um
sufoco no adversário. Em outros, todo seu time parece ficar paralisado "ao"
ponto de deixar o adversário livre para realizar qualquer tipo de jogada.
O Palmeiras, por um tempo, andou tão capenga, tão mal administrai
Io, que qualquer pessoa que se referisse ao time ficava mesmo a ponto de
locar a loucura...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 27 1
dormir "no" volante
Se dormir ao volante já é perigoso, que se dirá, então, de dormir "no"
volante!
Certa vez, lemos no pára-choque de um caminhão: Não tenho medo de
animais na pista, mas tenho muito medo de alguns burros "no"volante.
Ele era mais um...
Certa vez, a revista Veja (ed. 1.619) apresentou na capa um jogador de
futebol, com uma frase animalesca: Animais "no"volante.
Ante a grita de alguns leitores mais atentos, veio lá a revista com
uma conversa mole, com um nhenhenhém daqueles, tentando confundir
o leitor. Resolveu, então, consultar uma professora e um professor (o mesmo
que costuma repetir no vídeo a didática e as doutrinas alheias - sem
corar!). Como se, para isso, uma redação do porte da Veja precisasse de
consultas sobre assunto tão elementar.
A professora da Universidade de São Paulo diz que há o registro coloquial
e o registro da norma culta. Correto. E as publicações - as sérias,
pelo menos, como a Veja - devem usar o registro da norma culta.
Por favor, não tentem nos fazer crer que o registro coloquial serve
para a imprensa! Como já tentou fazer uma vez a mesma revista, ao querer
justificar a expressão "uma grama de ouro". Conversa mole só serve
mesmo para boi dormir.
falar "no" telefone
Na norma culta, fala-se ao telefone, assim como se toca ao piano, se
trabalha ao computador, se senta à janela do ônibus.
Certa vez, uma companhia de aviação anunciou: O melhor lugar num
avião não é na frente, atrás, no meio, "na"janela: é o lugar que você preferir.
Há os que preferem fora...
O ônibus passa "na" porta de casa
É assim que o português do Brasil prefere, ou seja, nós, brasileiros,
preferimos usar a preposição em, quando se trata de indicar proximidade,
contigüidade. Em Portugal, todavia, o ônibus nunca passa "na" porta,
mas à porta. Lá em Portugal, ônibus que passa na porta é o que passa por
cima dela. Apesar de ser uma porta - convenhamos - ela não tem culpa...
o Zé / a Ciça
Usamos o artigo antes de nome próprio somente quando se trata de
pessoas íntimas ou que gozam da nossa amizade. O emprego do artigo,
neste caso, é próprio da língua falada. Assim é que temos o Zé, a Chiquinha,
o Mané, a Ciça, o Carlinhos, a Nandinha, etc.
Em certas regiões brasileiras, porém, usa-se o artigo antes de qual2
6 NÃO ERRE MAIS! 28 1
(|uer nome de pessoa, conhecida ou não, simpática ou não, amiga ou não.
Assim, ouve-se comumente: o Antônio Carlos (em referência a Antônio
Carlos Magalhães). Ou: o Maluf(em referência a Paulo Salim Maluf). Ou:
a Maria Betânia. Ou: o Caetano. Ou: o Palocci. Ou: o Genoino.
Mesmo quando se trata de nomes inteiros (neste caso, a língua culta
rejeita o artigo), costumam usá-lo: "o" Fernando Henrique Cardoso, "o"
Caetano Veloso, "a"Marta Suplicy, "a"Roseana Sarney. Já ouvimos pessoas
que, ao referirem-se a Machado de Assis, disseram: "o"Machado. Aí
já é intimidade demais... A propósito, alguém se meteu recentemente a
comentar os "erros" machadianos pela Internet. Escreveu assim o título
de seu "trabalho": Os erros de português do Machado de Assis. (Reparou:
e ainda "português", sem acento. Quem confia?)
Se essa não é uma intimidade nada boa, que se dirá daquela que insinuou
uma governadora fluminense, do PT, que, desesperada com a presença
em seu Estado de um perigoso bandido e querendo livrar-se dele,
sem o conseguir, declarou: Espero que algum governador aceite receber
"o " Fernandinho Beira-Mar.
Que intimidade mais estranha!...
viajar "à" 180km/h
Viajar a essa velocidade é desejar ser multado. Mas também multado
deverá ser o patrulheiro rodoviário que lavrar multa dessa forma. Antes de
numerais não se usa o acento da crase. Por isso, viajar a 180km/h, embora
não seja recomendável, é muito mais saudável que viajar "à" 30km/h...
Agora, que mal lhe pergunte, caro leitor: como vai sua vida a dois?
de segunda "à" sexta-feira
Atende-se melhor de segunda a sexta-feira. Ora, se não se usou o
artigo contraído com a preposição de (da), não pode haver acento no a, já
que aqui não há o artigo. Afinal, crase não é o nome da fusão de dois aa?
Note, agora, esta frase: Os alunos estão em prova, da quinta à oitava
s(:
rie. Por que, agora, o à? Porque antes tivemos da, e não "de". Se usarmos,
portanto: Atendemos da segunda à sexta-feira, também é obrigatório
o uso de à.
TV a cabo
Expressão consagrada, porém, a legítima é outra: TVpor cabo. Nunca
vi ninguém aderir à TV "à" assinatura, mas sim à TV por assinatura;
nunca vi ninguém receber sinal "a" satélite, mas sim por satélite.
Há os que usam, ainda, TV"à"cabo, o que é quase um duplo homicídio
qualificado...
bode "expiratório"
Quando sobre uma pessoa recai a culpa de outrem ou quando é o alvo
predileto de chacotas de outras, diz-se que é bode expiatório.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 29 1
Um famoso seqüestrador, no entanto, ao ser preso, declarou aos repórteres
que estava sendo mero bode "expiratório". Ou seja: ele estava
querendo no fundo, no fundo (porque bem o merecia), expirar antes do
tempo...
Vulcão expele "larva"?
Por enquanto, não... O que os vulcões expelem (todo o mundo sabe) é
lava, rocha em fusão.
Num jornal: As fantásticas ruínas romanas de Pompéia, a cidade dizimada
pela "larva"de um vulcão.
Que larva poderosa é essa, capaz de destruir uma cidade inteira?...
"Miss" Brasil
No Brasil é diferente: Misse Brasil. Lá fora, sim, é que a faixa da
nossa representante nesses concursos traz Miss. Não só isso: traz também
Brazil. Aqui devemos usar misse.
Numa revista: A história da "miss" cassada por ser casada acabou
bem para todas as partes. *** Os organizadores do "Miss"Brasil celebraram
o oba-oba em torno de um concurso quase esquecido.
Só faltou escreverem "Miss Brazil".
uma contato "publicitário"
Contato, usada como sinônimo de profissional que estabelece um elo
entre uma agência de publicidade e um cliente, é nome comum-de-dois,
ou seja, usa-se o contato para o homem e a contato para a mulher.
Se, todavia, a palavra vier modificada por um adjetivo, a concordância
se fará com o artigo, naturalmente, assim como se dá com a modelo
fotográfica. Portanto: a contato publicitária.
No site de um jornal: Joseane, a "Miss"Brasil, foi eliminada hoje do
Big Brother Brasil 3 com 64% dos votos. Ela disputou o paredão com a
contato "publicitário "Andréa.
ponto separativo
Os números que indicam quantias são separados por ponto:
R$1.385.876,00. A vírgula só separa a parte inteira da decimal.
O ponto não deve substituir a vírgula neste caso, ao menos na língua
portuguesa. A indústria automotiva, no entanto, lança seus veículos" 1.8",
"2.0","2.5", rigorosamente como fazem os ingleses e norte-americanos, já
que a língua inglesa usa ponto onde usamos vírgula.
Sobre este assunto, veja esta pérola encontrada em manchete de uma
folha paulistana: O Copom aumentou em 0,25 "ponto percentual"a taxa
Selic.
O jornalismo brasileiro é, realmente, formidável...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 30 1
números comuns
Nos números comuns, ou usamos o ponto, ou deixamos um espaço em
branco que lhe corresponda: 5.692 ou 5 692.
Convém lembrar, todavia, que os números que identificam o ano não
l.em ponto nem intervalo: 1958, 2004, etc.
retornar "a" ligação
Faltou só o acento grave aí, pois o verbo retornar (dar retorno a telefonema,
recado, etc.) é transitivo indireto.
Portanto, se ela ainda não retornou à ligação que você fez, por algo
Norá...
abuso do gerúndio
Gerúndio é uma forma nomina l do verbo, assim como o infinitivo e o
particípio. É chamado forma nominal, porque, além da funçã o de verbo,
exerce também a funçã o de nome. Sempre termina em -não: cantando,
rendendo, partindo, beijando, correndo, etc.
Há certas pessoas (principalmente as nossas lindas e charmosa s secretárias)
que acham elegante usar o gerúndio. E nos mandam gerúndio
i torto e a direito: Vou estar "retornando sua"ligação em alguns minutos.
Nota-se aí mais um inconveniente: a transitividade do verbo retornar (v.
eiiso anterior).
Basta usar: Retornarei à sua ligação em alguns minutos.
Mais exemplos de abuso do gerúndio: Estarei "enviando" a nota fiscal
amanhã. (Aliás: Enviarei a nota fiscal amanhã.) *** Amanhã vou estar
"viajando"para o Rio de Janeiro. (Aliás: Amanh ã viajarei par a o Rio
ile Janeiro.) *** Seu vôo vai estar "saindo"dentro de quinze minutos. (Ou
mija: Seu vôo sairá dentro de quinze minutos.) *** Vou estar "mandando"
hcii dinheiro amanhã. (Isto é: Mandarei seu dinheiro amanhã.) *** Ela
/•ai estar "se apresentando"neste teatro na próxima semana. (Aliás: Ela
v< • apresentará neste teatro na próxima semana.) * * * Seu cheque vai estar
"sendo" debitado em sua conta corrente ainda hoje. (Aliás: Seu cheque
ndrá debitado... )
O abuso do gerúndio tem nome: gerundismo.
"uso abusivo" do gerúndio
Combinação redundante . Deve ser substituída por abuso ou, então,
por uso excessivo, uso exagerado, uso imoderado, etc.
N um jornal: O "uso abusivo"de antibióticos prejudica a saúde.
Noutro jornal, um título: STF critica o "uso abusivo"de MPs.
Escreve um artigo um professor e o intitula assim: O professor e a
prevenção ao "uso abusivo" de drogas na escola.
É muito abuso!
2 6 NÃO ERRE MAIS! 31 1
A França é três vezes "menor" que o Amazonas
Não. O Amazonas é que é três vezes maior que a França.
Se uma coisa pode ser tantas vezes maior que a outra, isso não significa
que esta pode ser tantas vezes "menor" que aquela, porque, evidentemente,
apenas uma vez menor já é igual a zero.
ministro de "descendência" árabe
Pode haver ministro de ascendência árabe, e não de "descendência"
árabe. O que produz um filho ou a prole é ascendente; o que resulta disso,
ou seja, o filho ou a prole se diz descendente.
Assim, pergunta-se corretamente: - Você tem ascendência italiana?
Responde-se: - Sim, tenho ascendência italiana.
cerveja que desce redondo
Frase perfeita. Redondo, aí, é advérbio, e não adjetivo; eqüivale a de
modo redondo. Nessa frase, tem sentido figurado e significa: fácil e gostoso
(= de modo fácil e gostoso).
Experimenta! Experimenta! Experimenta!
Nada contra esta forma verbal nem muito menos contra cervejas.
Convém apenas ressaltar que, na fala brasileira, com exceção de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul, no imperativo afirmativo a preferência
é pela forma da terceira pessoa, e não da segunda. Tanto é que normalmente
dizemos: Escreva isso para mim! (E não: Escreve isso para mim!).
*** Leia a carta para mim! (E não: Lê a carta para mim!)
Ora, se assim é, por que, então, contrariar um uso quase generalizado
numa propaganda? Ou ela foi feita apenas para gaúchos e catarinenses?
A forma experimenta é da segunda pessoa (que a maioria dos brasileiros
rejeita); experimente é que é a forma da terceira pessoa. Portanto: Experimente!
Experimente! Experimente!
Assim, ninguém rejeita!
O mais curioso é que na propaganda que a fábrica faz, há uma advertência
absolutamente correta: Aprecie com moderação.
E aprecie de que pessoa é mesmo?...
Um mês depois do lançamento do Experimenta!, saiu novo anúncio,
novamente equivocado: Se experimentar, não dirija. Se dirigir, não "experimenta".
Desse jeito, qualque r cerveja vai descer quadradinho , quadra -
dinho...
recém / refém
Estas duas palavras são oxítonas, mas aqui e ali sempre se ouve
"récem", "réfem". É perigoso! Já pensou, caro leitor, ter um "récem-nascido"como
"réfem" de bandidos?
É torturante!...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 32 1
## cursos online para concursos publicosoctogenário
É a palavra correta, mas há quem insista em usar"octagenário" .
Na revista Quatro Rodas: Quando leio ou escuto a palavra roadster,
logo o E-Type aparece na minha mente. Julgo-o o supra-sumo da categoria.
Norman Dewis (hoje um "octagenário"ativo que participa de eventos
da Jaguar) teve soberba sensibilidade em seus testes.
No melhor jorna l da Bahia: Uma visita à Bahia feita pelo "octagenário"
pianista cubano Bebo Valdés foi o ponto de partida do filme
espanhol.
Filme pode agradar "o" público?
Não, filme só pode agradar ao público. Agradar só se usa como transitivo
direto, quando o sujeito é ser animado: Por mais que se esforce, ela
não consegue agradar o chefe (ou agradá-lo).
Se o sujeito é ser inanimado, convém usar o verbo apenas como transitivo
indireto: A notícia agradou ao presidente (ou agradou-lhe). *** O
resultado das pesquisas agradou à candidata (ou agradou-lhe).
O antônimo, desagradar, é rigorosamente transitivo indireto: A notícia
desagradou ao presidente (ou desagradou-lhe). *** O resultado das
pesquisas desagradou à candidata (ou desagradou-lhe).
Na mídia: Berzoini diz que proposta é boa porque "desagrada opostos".
*** A nova proposta da Fiesp não agradou "os" sindicatos. ***
Novos preços do arroz não agradam indústria do RS. *** Mudanças na
Unesco para agradar "os" EUA. *** Aumento da meta de superávit, de
11,75% para 4,25% do PIB, agrada "o"FMI.
Durant e a realização de um de nossos salões do automóvel, um instituto
de pesquisa distribuiu um folheto com a seguinte pergunta: Qual o
automóvel nacional que mais "o" agradou neste salão?
Por ocasião do lançamento do Honda FIT, a revista Quatro Rodas
trouxe na capa a foto do veículo junto com uma pérola: Será que o campeão
de vendas no Japão vai agradar "o " brasileiro?
Carro agradar gente é mesmo coisa do outro mundo.
Em suma: essa gente não anda agradando a ninguém...
ao + infinitivo
Neste tipo de construção, o infinitivo varia obrigatoriamente. Ex.: Ao
entrarmos, encontramos tudo revirado. * * * Ao ouvirem isso, todos ficaram
preocupados. *** Ao derreterem-se, as amostras de gelo deixaram
grossas camadas de sedimentos negros.
Na capa da revista de maior circulação nacional: A luta pública do
ator Raul Cortez contra um câncer mostra não apenas coragem. É um sinal
dos tempos: com o fim dos tabus, pacientes e familiares sofrem menos
"ao enfrentar" abertamente a doença.
Na mesma edição da revista, há uma entrevista com um membro da
Academia Brasileira de Letras, que diz: Os colonizadores ingleses, "ao
2 6 NÃO ERRE MAIS! 33 1
vir" para a América, estavam dando as costas para a Europa. Sua intenção,
"ao chegar" ao Novo Mundo, era conceber uma nação ou várias
pequenas nações nas treze colônias.
Num jornal: Classes média e alta não são civilizadas "ao dirigir". ***
Autoridades russas confirmaram a morte de 32 estudantes que dormiam
em alojamento, em Moscou. Mais de 139 ficaram intoxicados "ao inalar"
fumaça ou feridos "ao pular" das janelas.
mais bem - mais mal
São formas corretas, quando usadas antes de adjetivos-particípios.
Assim, por exemplo: Suas crianças estão gordas, porque são mais bemalimentadas
que as minhas. *** Seus filhos são mais mal-educados que os
meus. (Convém usar o hífen, quando for o caso.)
Se houver posposição, empregar-se-ão as formas sintéticas melhor
e pior: Suas crianças estão gordas, porque são alimentadas melhor
que as minhas. *** Seus filhos são educados pior que os meus.
"sócio-econômico"
O elemento socio- (redução de social) não exige hífen: socioeconômico,
sociocultural, sociolingüística, sociopolítico, etc.
Num jornal: Lula tem aprovação de 83,6%, diz CNT-Sensus. O índice
de satisfação com a atual política "sócio-econômica" dos entrevistados
foi de 34%, mas mostrou que a expectativa de melhoras para os próximos
meses é de 63,5%.
"todos dois"
Não existe "todos dois" em nossa língua, embora seja combinação
muito usada em certas regiões do Nordeste. Por exemplo: O clube contratou
Alex e Pedrinho. "Todos dois"são armadores.
O pronome todos só se usa de três em diante: Estavam no carro os
três filhos de Isaque; todos três saíram ilesos do acidente.
Numa de nossas revistas semanais de informação: Elas são seis: Adélia,
Otilia, Juracy, Laurinda, Eulinda e Marinete - as irmãs Lira, como
são conhecidas em Caruaru, PE. Algumas são cinqüentonas; outras já
estão na casa dos 60. "Todas as seis"são solteironas.
O uso do artigo, neste caso, só se justifica quando o numerai antecede
o substantivo. Assim, por exemplo: Todas as seis solteironas são de Caruaru
(PE). Todos os quatro filhos de Cármen já são formados.
bossa nova = Bossa Nova?
Não. A bossa nova é o ritmo musical, misto de jazz com samba, de
melodia e harmonia novas, excepcionalmente inovadoras, surgido no final
da década de 1950, em Ipanema, bairro carioca; muitos dizem apenas
bossa. O Brasil precisa reencontrar urgentemente o caminho da bossa
nova, que é o verdadeiro rumo da sua cultura musical. Bossa Nova é o
2 6 NÃO ERRE MAIS! 34 1
nome do movimento ou, com mais propriedade, do surto cultural da musica
popular brasileira, iniciado em 1958, no Rio de Janeiro, com o propósito
de renovar a forma rítmica, harmônica e melódica da música popular
da época e valorizar as suas letras, com o ressurgimento do sentimento da
beleza da vida, dos encantos da terra e da paixão à mulher amada. Constitui-se
na principal arrancada da nossa cultura musical rumo ao belo,
à perfeição. Mas... tornemos à bossa nova. Como é um misto de jazz com
samba, a bossa nova agradou em cheio ao mais exigente dos músicos norte-americanos,
que o chamam com propriedade o jazz brasileiro. Garota
de Ipanema, Ela é carioca, Samba do avião, Samba de uma nota só e Corcovado
são as cinco músicas que marcaram o auge da bossa nova, tanto
no Brasil quanto no exterior. Não por acaso, todas cinco são composições
de Tom Jobim, o gênio da bossa nova e um dos maiores compositores da
música popular brasileira de todos os tempos. Hoje, incompreensivelmente,
ouve-se mais bossa nova nos Estados Unidos e no Japão que no
Brasil. O Brasil precisa merecer a bossa nova - eis a frase proverbial de
Tom Jobim. Merece? Hoje o mundo canta e toca bossa nova. E o Brasil?
"Reage Rio"
Há uma regra singela de pontuação que preceitua o seguinte: todo
vocativo deve vir isolado por vírgula. Portanto: Reage, Rio! (Note, ainda
o ponto de exclamação, também obrigatório, porque se trata de frase imperativa,
com caráter enfático.)
Um partido político saiu-se recentemente com esta: "Competência
Brasil!" (Foi justamente o que eles esqueceram: a competência.)
Recentemente, torcedores do Santos F.C. lançaram um movimento do
Fico, em relação ao principal jogador da equipe. Assim: Fica Robinho. O
que aconteceu? O jogador foi...
Não faz muito, o Ministério da Saúde lançou um programa muito
interessante pelas televisões educativas, apresentado por um conhecido
médico, que tinha ainda o mérito de ser bastante didático. Mas o nome do
programa padecia de doença grave: O que eu faço doutor?
Se usar camisinha, nos dias de hoje, é importante; se fazer exercícios
físicos sempre foi uma necessidade do homem; se fuma r ou deixar de fumar
é apenas uma questão de ser inteligente ou não, convém saber que a
vírgula nunca deixou de ser importante.
Portanto, pra frente, Brasil!
mais vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação importante, mas cada vez mais
desprezado, não por redução de sua importância, mas por queda de conhecimento,
queda de cultura, queda até de bom-senso, ao escrever.
Antes de orações reduzidas temporais iniciadas por ao + infinitivo,
por exemplo, é obrigatório o uso da vírgula. Veja, porém, o que se leu num
editorial da maior revista semanal de informação do Brasil: O governo do
2 6 NÃO ERRE MAIS! 35 1
PT está brincando com fogo ao permitir que diversas autoridades dêem
livremente sua opinião sobre taxa de câmbio.
A falta da vírgula depois de fogo e antes da oração reduzida iniciada
por ao + infinitivo revela que o redator não tem pleno domínio do que
escreve.
O texto continua assim: Até o presidente contribuiu para o erro ao
dizer, dias atrás, que o real não deveria valorizar-se muito para não atrapalhar
as exportações.
São duas, agora, as vírgulas faltantes: uma depois de erro, e a outra
antes de para (que inicia nova oração reduzida).
Mais adiante se lê: Há dois anos os epidemiologistas americanos ficaram
intrigados "ao encontrar" traços de um dos vírus mais antigos de
que se tem notícia, o da malária, em Boston.
São dois os problemas aqui: "encontrar" (por encontrarem) e a ausência
da vírgula, depois de intrigados.
a vírgula, outra vez
Qualquer estudante do ensino médio sabe que o sujeito não pode
vir separado do predicado por vírgula. Por isso, nenhum deles escreve:
Minha namorada, queria me dar um beijo. Mesmo porque, seriam duas
mentiras...
Jornalista que mente, porém, é intolerável. Veja esta "mentira"
de um deles: Os CDs de Inezita Barroso, Teca Calazans e Isaac
"Brasil, mostram" que há no país música rural de qualidade. Não
é apenas aquele lixo das duplas sertanejas disponíveis no mercado.
Ao menos, no final, esse jornalista foi sincero: a música popular
brasileira, nos dias atuais, está não no lixo, mas no lixão! É
uma pobreza de fazer dó! Há uma total e completa inversão de valores
em nossa música popular hoje em dia: em vez de vermos ótimos
intérpretes da nossa boa música, como Fátima Guedes, Lisa
Ono e Rosa Passos, vemos cada vez mais lixos. Até quando vai isso?
ainda, a vírgula
As orações explicativas vêm obrigatoriamente antecedidas de vírgula.
Por quê? Por arbitrariedade da língua? Não, porque esse tipo de
oração exige pausa. Daí a razão pela qual escrevemos: Não chore, que é
pior! * * * Não faça isso, porque é feio!
Os vocativos, como já vimos, desde o surgimento de Camões, devem vir
sempre separados por vírgula: Jeni, venha cá. *** Aondefoste, Mônica?
No editorial de uma revista: Vamos lá que o desafio não é pequeno.
A bem da verdade, faltaram dois sinais: a vírgula, antes da oração
explicativa, e o ponto de exclamação, encerrando o período, já que as
frases imperativas normalmente exigem seu término com esse sinal.
Ao virarmos a página, encontramos: Salve simpatia.
Salve, língua portuguesa!
2 6 NÃO ERRE MAIS! 36 1
finalmente, a vírgula
A vírgula é obrigatória, para separar orações iniciadas pela conjunção
e, quando os sujeitos forem diferentes. Eis exemplos singelos: A mulher
chegou, e o homem saiu. *** O presidente discursou, e o ministro
apenas falou à imprensa.
De um famoso jornalista carioca, sediado em Brasília: Nossa economia
estagnou e a luz de alerta está acesa no Palácio do Planalto.
Uma singela vírgula depois de estagnou elevaria o conceito do jornalista
perante muitos leitores.
Esse mesmo jornalista é autor desta frase (completamente sem vírC.iila):
A privatização além de piorar os serviços públicos também os tornou
mais caros.
Ele truncou a oração principal e não indicou graücamente. A leitura
correta dessa frase é esta: A privatização (pausa) além de piorar os serviços
públicos (pausa) também os tornou mais caros.
A pausa da fala é marcada na escrita, normalmente, pela vírgula.
Esse mesmo jornalista escreve (totalmente sem vírgula): Nessa torre
de babel que é a reforma da Previdência não há ninguém para zelar por
nós trabalhadores que temos uma aposentadoria limitada.
Em português escorreito, essa mesma frase deveria ser publicada
assim: Nessa torre de babel, que é a reforma da Previdência, não há ninguém
para zelar por nós, trabalhadores, que temos uma aposentadoria
limitada.
Esse mesmo jornalista é autor desta frase: "Nesses" primeiros seis
meses de governo Lula uma coisa ficou clara: uma coisa é prometer outra
é conseguir cumprir as metas de campanha.
Além do emprego de "nesses" por nestes, nota-se falta da competente
vírgula depois de Lula e de prometer.
Conclusão: o homem é mesmo j ej uno em questão de emprego da vírgula.
Esta é de outro jornalista, não menos "inimigo" da vírgula: Lula e Fernando
Henrique continuam trocando farpas e uma ruptura é iminente.
A Serasa faz, então, propaganda por ocasião dos seus 35 anos de fun -
dação. Depois de um histórico, o encerramento foi com esta frase: Mais
consumo significa mais produção, que gera mais emprego, que gera mais
consumo, que por sua vez gera mais produção e o resto da história você já
conhece.
Só conheço esta história: a falta da vírgula depois de produção.
NÃO ERRE MAIS! 37 1
confraternizar
É verbo transitivo indireto ou intransitivo, mas nunca pronominal:
Ao final da partida, alguns jogadores confraternizaram com o árbitro.
*** Ao final da partida, os jogadores e o árbitro confraternizaram.
Nada, portanto, de 'confraternizar-se" , "confraternizaram-se" .
No editorial do Correio Braziliense: O Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra vive momento de grande contradição. Seus líderes vão
ao Palácio do Planalto, "confraternizam-se" com o presidente da República,
que, apesar do evidente desgaste, se deixa fotografar com boné da
entidade na cabeça, mas, em vez de ceder ao diálogo, continua a se utilizar
da força.
Agora, repare como define confraternização um de nossos dicionários:
ato ou efeito de "confraternizar-se" . Logo abaixo, está o verbete
confraternizar, mas o autor não classifica esse verbo como pronominal.
Então, é o caso de perguntar: o que é "confraternizar-se"? O que é de fato
um bom dicionário?
Classic
A palavra é inglesa, portanto, pronuncia-se kléssik. Se a palavra é
inglesa, devemos lê-la à inglesa. Conforme fazemos, aliás, com Sprite,
Nike, Hilux, Goodyear, Firestone, American Airlines, etc. Se a palavra é
francesa, devemos lê-la conforme sua língua de origem, ou seja, à fran -
cesa. Por exemplo: Air France, Renault, Michelin, 5áSec (mas a própria
empresa anda anunciando "cinco"a sé/c), etc.
Nos anos setentas, despontou nos Estados Unidos um conjunto vocal
chamado Classics Four. Nenhum locutor por aqui, naquela época, ousou
dizer "klassíks fór".
No Brasil, o ensino tem regredido tanto da década de 1970 para cá,
que as pessoas, ao invés de progredirem, regridem. E a passos largos!
Pouco tempo atrás, o próprio Banco do Brasil lançou um cheque especial
chamado Classic. Tudo seria normal, se o banco não fosse o do
Brasil e não o anunciasse como "klassík".
O Boticário lançou recentemente uma fragrânci a masculina e lhe
deu o nome Classic. Mas nenhum dos seus funcionários fala em suas lojas
em "klassík".
Por aqui, é normal termos pessoas pronunciando equivocadamente
os nomes estrangeiros. Existe um clube de futebol no Peru de nome
Alianza. Sabe-se que no espanhol não existe o som zê: a consoante [z]
eqüivale ao nosso c ou ç. Então: aliança. Há, contudo, uma casta de repórteres
esportivos que lêem a forma castelhana como se portuguesa ela
fosse: "alianza". Parece brincadeira.
Existe outro clube de futebol, agora na Espanha, chamado Zaragoza.
Os repórteres esportivos são incapazes de dizer corretamente. Só sai "zaragoza".
De arrepiar!
O Palmeiras disputou dois jogos no final dos anos noventas com o
2 6 NÃO ERRE MAIS! 38 1
San Lorenzo de Almagro. Você, naturalmente, já sabe como e que eles
pronunciaram o nome da equipe argentina.
Há um jogador colombiano que anda rondando vários clubes brasileiros:
Aristizâbal. Bem, o caro leitor já sabe como é que eles pronunciam
o nome do jogador.
O correio eletrônico, no Brasil, é chamado e-mail, como nos países
de língua inglesa. Naturalmente, se a palavra é inglesa, devemos lê-la
integralmente à inglesa: i-mêil. Pois já existe gente por aí dizendo e-mêil.
Mas ainda ninguém chegou a dizer "e-ma-íl". Graças a Deus! Não deixa
de ser um progresso...
brincadeira de "mal gosto"
Esta é, de fato, uma brincadeira de muito mau-gosto: escrever mal
por mau é coisa que tem relação, no máximo, com a quinta série do ensino
fundamental.
Não faz muito, o ministro da Casa Civil deu uma declaração um tanto
ou quanto meio estranha, que o Jornal do SBT reproduziu assim: O
governo é "mal" como um pica-pau.
Nem mesmo o u do pica-pau serviu para ajudar...
Certa feita, um famoso apresentador da televisão brasileira, também
empresário, resolveu fazer uma brincadeira com uma repórter de uma revista
e declarou, lá dos Estados Unidos, que estava à beira da morte, que
já havia vendido seus bens e que nunca mais voltaria ao Brasil, porque
queria morrer em paz.
Muito bem. A coisa repercutiu enormemente. A editora vendeu tantas
revistas, que conseguiu equilibrar o orçamento do ano inteiro. Dias
depois, como o rumo que o caso tomou foi bem diverso do pretendido, o
"moribundo"resolveu desmentir.
Eis como foi, pelo site de um jornal: "Foi uma brincadeira que não
saiu como eu queria e que passou a ser uma brincadeira de "mal gosto".
Esse é o tipo de brincadeira que nunca acaba mesmo em boa coisa.
torcer "para" o Palmeiras
Torcedor que se preza torce por seu time, e não "para" seu time. Por
isso, é melhor torcer pelo Palmeiras (apesar da enorme "competência" de
sua diretoria).
Manchete de uma gazeta paulistana: Marcelo Teixeira diz que vai
torcer "para"o Japão, no jogo de hoje contra o Brasil.
Como seria bom se todos torcêssemos pelo Brasil!...
Quem torce pelo Palmeiras é "palmeirista"?
Não. Quem torce pelo Palmeiras é palmeirense. Ou esmeraldino.
Mas agora é também porco, denominação recente, grotesca, pejora -
tiva, de profund o mau-gosto. O bicho-símbolo do Palmeiras sempre foi
o periquito.
Os corintianos gostam de chamar os palmeirenses de porcos. Os palmeirenses
revidam, chamando-os de gambás. Aí começa uma rivalidade
NÃO ERRE MAIS! 3 9 1
não muito inteligente. O Corinthians e o Palmeiras são, na verdade, clubes
coirmãos, quer queiram, quer não queiram os seus torcedores; suas
histórias estão intimamente ligadas.
O Palmeiras e o Corinthians são os clubes de maior rivalidade em
São Paulo. Os corintianos se orgulham de formar a segunda maior torcida
do país. Os palmeirenses, na eterna "guerra "de gozações que empreendem
contra os corintianos, não se incomodam, mas rebatem, dizendo que
o importante mesmo é ter saúde.
Agora, para desespero maior dos corintianos, surgem os astrônomos
norte-americanos e declaram, para espanto do mundo (não meu) que o
universo é verde. Essa realmente é de ficar orgulhoso. Será mesmo que o
Criador também tem seu clube preferido?!...
"alvi-verde" / "alvi-negro"
O Palmeiras sempre foi alviverde. Quem escreve "alvi-verde", naturalmente,
deve torcer por outro time. Por um alvinegro qualquer, por
exemplo...
"super-campeão"
Não. O Palmeiras, de Valdir, D jalma Santos, Valdemar e Geraldo, Zequinha
e Aldemar; Julinho, Romeiro, Américo, Chinesinho e Nardo, foi,
na verdade, supercampeão em 1959, disputando três jogos decisivos com
o poderoso Santos F.C., de Pelé, Zito e Coutinho.
O alviverde ganhou, assim, naquele ano, o super campeonato paulista
de futebol. Aliás, o Palmeiras (permita-me dizer, caro leitor) foi a única
equipe no futebol paulista que conseguiu interromper a série de títulos
do então fabuloso Santos F.C. Por isso, merece lembrança e menção honrosa
aqui. Só por isso...
O prefixo super- só exige hífen antes de palavras iniciadas por h (super-homem)
e r (super-realista). Fora daí, não há hífen.
Na capa de uma revista de automóveis: Tigra! - o "super-segredo"da
GM.
A verdade é que esse modelo, o supersegredo da GM, por coincidência
ou não, acabou sendo um fracasso de vendas no Brasil.
"bi-campeão"
Quem fica campeão de verdade duas vezes é bicampeão; três vezes,
tricampeão; quatro vezes, tetracampeão; cinco vezes, pentacampeão.
Quando o São Paulo F.C. se tornou bicampeão mundial de futebol,
mandaram escrever bem à frente do seu estádio: "Bi-campeão"mundial
de futebol. Mais tarde, anos depois, fizeram a devida correção.
Os derivados também se escrevem sem hífen: bicampeonato, tricampeonato,
tetracampeonato, pentacampeonato.
Também sem hífen se escrevem supercampeão e super campeonato.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 40 1
Corinthians: campeão do "IV.°" Centenário?
O Corinthians foi o legítimo campeão do IV Centenário (1954), mas
ufio do"IV.°", que isto não existe.
Os algarismos romanos não devem vir acompanhados do sinal porque
eles já são lidos como numerais ordinais. Tal sinal só acompanha
numerais cardinais: 1.°, 2.°, etc. Aliás, convém acrescentar que não se usa
I racinho nesse caso, mas ponto.
Na sala de troféus do Sport Club Corinthians Paulista, guarda-se a
bola com que foi disputado e ganho o título do IV Centenário da cidade
de São Paulo. Na velha bola marrom, vê-se: Bola do "IVo
" Centenário.
Como deverá ser a bola do V Centenário?...
por ora / por hora
São duas expressões que se usam em situações distintas. A primeira
eqüivale a por enquanto, por agora: Por ora, estou satisfeito com o meu
salário. *** Vou aplicar por ora apenas metade do que eu tenho.
A segunda eqüivale a cada período de sessenta minutos: Você ganha
vinte centavos por hora e diz que por ora está satisfeito com seu salário?
Numa das principais revistas de esporte do país lemos isto, recentemente:
É praticamente certo que Luiz Gonzaga Belluzzo disputará a
eleição do Palmeiras contra o atual presidente, que "por hora"conta com
0 apoio da maioria dos conselheiros "alvi-verdes".
O jornalista nem sequer soube escrever alviverde. (Adivinhe, então,
qual é o time dele... )
Bem, por ora é só, caro leitor. Não. Ainda não. Tenho só uma pergun1
inha: Ganhas quanto por hora?
site
Trata-se de um anglicismo consagrado no âmbito da Internet, assim
como consagrados estão os anglicismos shopping, show, slalom, skate,
pullman, etc.
Os portugueses usam sítio, aportuguesamento que, como tantos outros,
não soou muito simpático entre nós, brasileiros, já que preferimos
usar essa palavra para significados mais singelos...
Os puristas, que adoram uma novidadezinha dessas, já estão por aí,
no entanto, a empregar sítio por site. Ora, quem usa sítio por site, deve (se
for coerente) usar também rato por mouse; semicúpio por bidê, jines por
•jeans e escapar ate por vitrina...
cal
É palavra feminina: a cal, uma cal, cal hidratada, cal viva, cal nova.
*** Quando viu a mulher, ficou branco tal qual a cal. *** O susto a fez
branca como a cal.
Na imprensa esportiva, todavia, usam-na como palavra masculina: O
arbitro marcou a falta dentro da área e apontou a marca "do"cal.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 41 1
Hoje, porém (façamos justiça!), só os jornalistas de quinto escalão
cometem tal equívoco.
Região "Centro-Sul"
É uma região brasileira que ainda não existe. Mas, se existe, nem
mesmo o IBGE a conhece. Os jornalistas brasileiros, no entanto, referemse
a ela quase todos os dias.
O IBGE divide o Brasil apenas nestas regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste,
Sudeste e Sul. A Região "Centro-Sul" é um adendo jornalístico,
talvez para corrigir uma "falha" do IBGE...
Eis uma referência a essa região, feita por um de nossos jornalistas;
A previsão da próxima safra é otimista, com a área do milho crescendo
em todo o "Centro-Sul".
E eu continuo curioso de saber: onde fica?
"uma" BMW / "uma" Mercedes / "uma" Ferrari
Coisa boa isso não é. Atrás do nome de qualquer carro está uma idéia
masculina: automóvel. Daí por que só devemos sonhar com um BMW,
com um Mercedes, com um Jaguar, com um Porsche, com um Ferrari e
até com um Romi-Isetta.
Muita gente, porém, usa "uma"Ferrari, "uma"Mercedes (às vezes até
no diminutivo: "uma"Mercedinha), talvez por desejar fazer prevalecer a
idéia de poderosa máquina sobre a de um simples automóvel. Tolice.
esquizofrenia
Penso que poucos duvidarão da ortografia desta palavra e de suas
derivadas, que também se grafam com z. Recentemente, porém, lendo um
respeitável colunista do Jornal da Tarde, deparamos com a grafia "esquisofrenia"
como subtítulo de seu trabalho. Estranhamos. Fomos, então, ao
corpo da matéria, onde lemos ainda estarrecidos: Não falta quem considere
"esquisofrênicas" atitudes desse tipo. E completa, para desespero
ainda maior dos que padecem: O presidente Lula é um dos poucos chefes
de estado em condições de contribuir para a transformação desse mundo
"esquisofrênico ".
Pois t®1
.
indústria "automobilística"
A bem da verdade, esta indústria não existe, nunca foi instalada, a
não sear na cabecinha de certos "privilegiados"...
O adjetivo automobilístico se felaciona com automobilismo (modalidade
esportivàf A Mih , só se aplica adequadament e quando se trata de
corrida de automóvel: prova automobilística, corrida automobilística,
pista automobilística, etc.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 42 1
Não sendo assim, é o adjetivo automotivo que deve ter uso (em Portur.al
se usa também automóvel como adjetivo): indústria automotiva, setor
automotivo, peças automotivas, oficina automotiva, poluição automotiva,
evento automotivo, etc.
Quem usa indústria "automobilística"por que não afirma que o Salao
de Frankfurt é um evento "automobilístico"?
O jornalismo brasileiro, revelando estar tão perdido no assunto
quanto cego em meio a cerrado tiroteio, escreve: Ontem, o ministro do
I 'lanejamento, Guido Mantega, confirmou que o governo continua negociando
um plano de auxílio ao setor "automobilístico".
Mas arremata: Furlan descarta a visão de que o Fórum esteja sendo
criado simplesmente para solucionar uma questão pontual na atual crise
do setor automotivo.
No site de um jornal: Setor "automobilístico" convoca estagiários.
Que beleza!
Escreve um jornalista italiano há muito tempo radicado no Brasil,
comentarista de esportes e de automóveis: Como o Brasil saiu atrasado
na corrida rumo "a" segurança e controle de poluição "automobilística"
está sempre uma etapa atrás.
Poluição é bem a palavra...
A revista Veja, ed. 1.833, p. 94, no entanto, dá uma demonstração de
conhecimento e maturidade: Os utilitários esportivos, como são classificados
os jipões de luxo, representam metade das vendas dos veículos de
passageiros nos Estados Unidos. Mina de ouro da indústria automotiva,
eles detêm a preferência dos motoristas graças á aparência possante e á
fartura de espaço interno.
E na mesma reportagem: É a primeira vez que a indústria automotiva
reconhece o problema de segurança dos utilitários esportivos.
A Veja, realmente, de uns tempos para cá, anda diferente. Tão diferente,
que já passou até a dançar chachachá, quando antes preferia rumbar
ao ritmo do"chá-chá-chá"...
Afinal, o tempo existe para evoluirmos...
talvez
Esta palavra, quando usada antes do verbo, exige o subjuntivo: Amanhã
eu talvez vá ao estádio. * * * No futuro talvez eu faça uma viagem dessas.
*** Talvez o pessoal tenha chegado e ainda não tenhamos sabido.
Após o verbo, porém, a palavra não interfere no emprego do modo:
Irei ao estádio talvez amanhã. *** O pessoal chega talvez ainda hoje.
Num editorial: Talvez "chegou"a hora do Brasil.
Hora de quê?...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 43 1
"auto-falante"
Esta é uma das grandes invenções modernas. As pessoas acham que
estão se referindo a falantes de automóveis. Então, não têm dúvida: escrevem
"auto-falante" .
Veja: Foi o próprio governo, por seus "auto-falantes" expostos ou embutidos...
*** Montado em seu triciclo equipado com gravador, amplificador,
"auto-falantes", bandeiras e espelhos... *** Informação de "autofalante"
poderá influir.
Até algumas fábricas estão anunciando que seus veículos têm seis
"auto-falantes" . Deve ser uma barulheira daquelas!...
"showmício"
E uma excrescência: mistura palavra estrangeira (shozv) com o final
de palavra vernácula (comício). Mas consta num dicionário! Nesse, porém,
tudo é perfeitamente normal, como veremos adiante.
Os neologismos surgem por necessidade de momento. Para serem incorporados
ao vocabulário, é necessário que não possuam equivalentes
no idioma e que estejam de acordo com os princípios da língua, ou seja,
que sejam bem-formados. Comício-show me parece muito mais razoável
que essa excrescência.
dona de casa
É assim que se escreve, e não "dona-de-casa". Mas os jornalistas insistem
em usar os hifens, que aí não têm nenhuma necessidade. Repare
embaixo, no vídeo, como eles escrevem, quando um repórter de televisão
entrevista uma dona de casa.
Há até dicionários que registram "dona-de-casa". Mas esses mesmos
dicionários não são capazes de ser coerentes e registrar também "dor-de-
-cabeça","dor-de-barriga","dor-de-dente" , etc. E por que não o fazem?
Porque é asneira, naturalmente!
Só se usa o hífen por razões bem-definidas e necessárias. Para ficar
bem claro o assunto, tomemos como exemplo o caso de dedo duro e de
dedo-duro: dedo duro é dedo teso, que não se articula. O Papa João Paulo
II, depois do atentado que sofreu, tem um dedo duro. Dedo-duro é delator,
alcagüete, algo bem diferente.
O uso do hífen propicia o surgimento de outro termo; surge, em virtude
do seu emprego, outra unidade semântica. Não é o caso de"dona-de -
-casa". Que diferença há entre dona de casa e"dona-de-casa"? Nenhuma.
Então, por que os hifens?
No site de um jornal: "Dona-de-casa"foi esquartejada viva por cirurgião.
No dia seguinte, uo mesmo site: Polícia conclui inquérito sobre esquartejamento
de "dona-de-casa". Nesta vida, lamentavelmente, é difícil,
mas se tem de estar preparado para experimentar uma tragédia atrás da
outra...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 44 1
O caro leitor percebe claramente a diferença de sentido entre cabra
cega e cabra-cega. Ou entre pé de meia e pé-de-meia.
No futebol, fala-se muito em virada-de-mesa (com hífen), porque virada
de mesa se toma no sentido literal. A palavra hifenizada significa
mudança radical numa situação praticamente consolidada.
Há certos clubes brasileiros que entendem muito de viradas-de-
-mesa...
Ihama
É palavra masculina: o lhama, um lhama.
Recentemente, uma de nossas revistas semanais de informação
trouxe, na ed. 1.096, pág. 20: Cientistas árabes comemoram o primeiro
mês de vida de um animal gerado com esperma de um camelo e óvulo
de "uma" lhama. O filhote, batizado de cama, herdou o pêlo suave da
linhagem materna.
Se o esperma de um camelo e o óvulo de "uma" lhama produzem
uma cama, que produto sairá do esperma de um camelo e do óvulo de
um lhama?
"o" Marrocos
Marrocos é nome que não exige artigo: Conheço Marrocos. *** Já
estive em Marrocos. *** Governo de Marrocos. *** Passei rapidamente
por Marrocos.
As revistas semanais de informação repetem o erro várias vezes até
numa mesma edição: região montanhosa "do" Marrocos; pesquisadores
"do" Marrocos; "o" Marrocos quer transformar em parque turístico: rei
"do" Marrocos.
Uma delas trouxe, na ed. 1.712, pág. 20: Espanha retoma ilhota "do"
Marrocos. Note ainda a falta do artigo antes de Espanha.
No site de um jornal: Barco inflável afundou e matou pelo menos 18
pessoas afogadas "no"Marrocos.
No mesmo site, dias depois: Vinte e quatro pessoas morreram em
cinco atentados, três deles com carros-bomba, em Casablanca, "no"
Marrocos.
No mesmo site, no dia seguinte a esse, a manchete era: Polícia prende
27 por atentado em Marrocos. (Ufa!, pensamos, eles finalmente corrigiram
o erro.) A euforia durou poucos segundos. Abaixo se lia: Nenhum
grupo assumiu a autoria do ataque que teria deixado 41 mortos e cem
feridos em explosões ontem em Casablanca, capital comercial "do" Marrocos,
onde várias bombas explodiram simultaneamente.
É uma no cravo e a outra bem na ferradura...
Na mesma época se leu no site de outro jornal: "O" Marrocos está
decidido a castigar sem clemência os terroristas.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 45 1
Castigo só para eles?!...
Depois de realizadas as reuniões de cúpula entre chefes de Estado
árabes e sul-americanos, em maio de 2005, no Brasil, os repórteres se
apressaram em dizer que as próximas reuniões se farão "no" Marrocos.
Vejamos, finalmente, o que trouxe uma revista: Espanha e Marrocos
brigam por uma ilhota (subtítulo). Na matéria se lê: "O"Marrocos sempre
reivindicou a posse dessa ilhota. E ao longo dela só se vê o nome Marrocos
antecedido do incompetente artigo.
Jornalistas, em princípio, deveriam conhecer a língua, porque vivem
dela, é seu instrumento de trabalho. Os diretores do jornal suíço escrito
em francês Les Temps, cansados de ver erros lingüísticos na publicação,
decidiram multar os jornalistas em três dólares por erro cometido, seja
de ortografia, seja de sintaxe. Se a medida fosse adotada no Brasil, os
diretores de jornal já não precisariam preocupar-se em vender suas publicações:
estariam milionários...
Mas não são apenas os jornalistas que padecem desse mal: entre eles
há até dicionaristas! V. item seguinte.
um "tira-teima"
Em português só existe tira-teimas, assim como só existe tira-dúvidas
(e não"tira-dúvida").
"Tira-teima"é brincadeira do mais refinado mau-gosto. Mas, mesmo
assim, foi agasalhada por dois dicionários: a um chamaremos, doravante,
dicionário secular, ao outro, dicionário do entulho, em razão do grande
número de "recheios" que traz, sem nenhuma necessidade, além do semnúmero
de equívocos, alguns grosseiros, realmente imperdoáveis.
O dicionário do entulho criou uma acepção especial, só para incluir
esta cacografLa. É um privilégio realmente encantador.
Tudo seria muito bom, se ambos não pecassem mortalmente. Confiança,
afinal, adquire-se, não se vende nem se empurra goela abaixo.
Atenhamo-nos inicialmente a alguns (apenas alguns) dos equívocos
do dicionário secular:
1. coco-da-baía
Esta palavra seria melhor grafada coco-da-bahia, mas o Vocabulário
Oficial não traz esta forma. O dicionário secular registra coco-da-baía,
mas no verbete água-de-coco usa justamente a forma não autorizada oficialmente
(embora seja a melhor): coco-da-bahia.
2. "arquisseguro"
Os dois dicionários trazem esta forma. Ora, mas o prefixo arqui- exige
hífen antes de palavras iniciadas por s (arqui-sacerdote, arqui-sinagoga,
etc.) Por que, então, "arquisseguro"? Não se sabe: é um mistério.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 46 1
3. reduzir "a menos"
Qualquer pessoa vê nesta combinação uma redundância. Mas na
acepção 3 de atenuar, o dicionário a traz. Seria possível, então, também
"reduzir a mais"?
4. "azeite-de-dendê"
A grafia correta é azeite de dendê, sem hifens. O dicionário secular,
no entanto, registra "azeite-de-dendê", mal de que não padece o outro,
dicionário do entulho.
Ora, se devemos escrever "azeite-de-dendê", somos obrigados,
pela coerência, a grafar também "azeite-de-oliva", "azeite-de-oliveira",
"óleo-de-soja", "óleo-de-amendoim", etc. Mas isso nenhum dicionário
traz. Por algo será...
5. "dona-de-casa"
Como já vimos, é uma tolice. A grafia correta é dona de casa, sem
hifens.
O mais interessante nisso tudo é que os dois dicionários registram
palavras hifenizadas quando elas não exigem hifens e, por outro lado,
deixam de empregá-lo quando há necessidade deles. Por exemplo: buraco-negro
(no sentido astronômico), disco-voador (ovni) e mala-direta (no
sentido publicitário).
Há grande diferença entre um buraco negro e um buraco-negro. Um
buraco negro é um buraco que não é branco, nem verde, nem amarelo, etc.
O buraco-negro é um termo da astronomia; daí por que o vocábulo deve
ser hifenizado.
A caixa-preta das aeronaves não é uma caixa preta (ela tem a cor
laranja), assim como um buraco-negro não é um buraco negro. Se alguns
dicionaristas conseguissem entender isso, evitariam muita s complicações.
Façamos justiça, porém: na edição do século XXI já se mudou de
"manteiga derretida" para manteiga-derretida (pessoa que chora à toa).
IVIas no dicionário do entulho continua a "manteiga derretida". Ora, não
haverá sensível diferença semântica entre uma manteiga que se derreteu
(manteiga derretida) e uma pessoa que chora com facilidade (manteigaderretida)?
Ou tudo é a mesma coisa?
2 6 NÃO ERRE MAIS! 47 1
6. "pôr-do-sol"
É outra brincadeira. É preciso sabermos admirar o verdadeiro pôr do
Sol. Note: sem hífen e com S maiúsculo (de preferência).
Quem escreve ou registra "pôr-do-sol"tem de, por coerência, escrever
e registrar também "nascer-do-sol". Que dicionarista já teve a coragem
de fazê-lo? Nenhum. E por que, então, alguns se enchem de coragem para
registrar "pôr-do-sol"?
Dia desses vimos uma frase que nos deixou ao mesmo tempo entusiasmado
e esperançoso: De todos os fenômenos celestes, o mais visível é
o nascer e o pôr do Sol.
Alguma luz sempre se faz...
O dicionário secular registra "pôr-do-sol", mas no verbete sol-pôr,
sinônimo, incompreensivelmente, traz correto: pôr do Sol. Não é maravilhosa
a coerência?
Já o dicionário do entulho não comete a mesma asneira: traz essa
expressão sem o hífen, mas não com S (maiúsculo): pôr do sol. Não deixa
de ser uma esperança.
A Editora Abril lançou recentemente o seu Guia Brasil, em que destaca
uma lista dos poentes mais bonitos em nosso país. E anunciou: O
melhor do "pôr-do-sol".
Que tal lançar, para breve: O melhor do "nascer-do-sol"?
7. "escola de samba"
É outro equívoco dos dois dicionários. O nome correto da agremiação
que desfila no carnaval, geralmente com carros alegóricos, é escola-desamba.
Quem, contudo, quer aprender a sambar vai a uma escola de samba,
assim como quem quer aprender a dançar forró vai a uma escola de forró;
assim como quem quer aprender a dança do ventre vai à escola de dança
do ventre.
É muito fácil estabelecer a diferença entre uma escola e outra. Os
dicionários não conseguem!
8. cagüira
Todo o mundo sabe o que é isso: muito medo e também azar no jogo.
Com trema, naturalmente. Mas os dois dicionários trazem "caguira". Alguém
já teve "caguira"?
9. vereador "municipal"
Qualquer pessoa detecta de pronto a redundância existente nesta
combinação. O vereador só pode ser municipal. Mas o dicionário secular
define camarista assim: vereador municipal. Existiria, então, o "vereador
estadual"? Ou o "vereador federal"?
2 6 NÃO ERRE MAIS! 48 1
10. sineta "pequena"
Qualquer criança sabe que sineta é sino pequeno. Assim, a combinarão
acima é redundante. Ao definir campainha, o dicionário secular traz:
sineta pequena e manual. Mas em sineta, o próprio dicionário define: sino
pequeno.
Durma-se com tanto sino batendo...
11. "Esporte Clube Coríntiõs Paulista"
Eis aqui o que nem mesmo o mais fanático palmeirense reconheceria.
Kxiste este clube no Brasil? Os corintianos sabem que não. Mas no verbete
corintiano está lá. Quem torce por um clube desses?
12. tecnicólor
É assim que devemos escrever e pronunciar esta palavra. O dicionário
secular, no entanto, registra tecnicolor, ou seja, como oxítona, rimando
com trator.
O caro leitor, por acaso, já assistiu a algum filme em "tecnicolor"?
13. dengue
É palavra feminina (já o dissemos), em qualquer sentido: a dengue. O
dicionário secular registra a palavra, na acepção de doença, como masculina.
Quem pegou "o" dengue que se cuide!
14. Ihama
Você já sabe: lhama é nome masculino. O dicionário secular dá corretamente
a palavra como masculina, mas no verbete alpaca trata o animal
de "a lhama".
15. dundum
É nome masculino (projétil). O dicionário secular, no entanto, dá a
palavra como feminina. É para ferir menos?...
16. colocar
Não se aconselha o uso deste verbo como sinônimo de expor. Por isso,
não fica bem "colocar" uma questão. Mas o dicionário secular registra a
sinonímia.
1 7. "mais" superior
Esta combinação é redundante , porque a idéia de mais já se encontra
no adjetivo. No verbete escapula, acepção 4, porém, está: a parte "mais
superior" do membro superior.
Tudo, naturalmente, muito superior...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 49 1
18. embora "sendo"
Combinação reprovável: embora não aceita a companhi a de gerúndio.
outros equívocos imperdoáveis do dicionário secular
1. Em amigado dá amasiado como sinônimo, mas não traz esta palavra.
2. Confunde verbo unipessoal (usado nas terceiras pessoas, do singular
e do plural) com verbo impessoal (só usado na terceira pessoa do singular),
no verbete anoitecer.
3. Dá atobá como substantivo feminino.
4. Dá atrito como substantivo masculino (corretamente), mas define-o,
na acepção 5, como adjetivo: que tem atrição.
5. Confunde adjetivo com particípio, como se vê no exemplo fornecido
no verbete ativado.
6. Confunde verbo transitivo indireto com verbo intransitivo, como se vê
pelo exemplo do verbete batalhar.
7. Registra caixa-de-fósforos como substantivo masculino.
8. Dá cambeba como substantivo feminino e remete o consulente a cambeva,
que já não é feminino, mas masculino.
9. Registra (imagine!) "camondongo", remete o consulente a camundongo,
mas neste verbete não se refere à cacografia "camondongo".
10. Registra "cerusita", em vez de cerussita.
11. Registra chuva-de-ouro como substantivo masculino e"dobermann" ,
quando a raça do cão é mais singela: doberman.
12. No verbete cianotipia aparece azul-da-prússia, que o dicionário não
registra.
13. Confunde verbo transitivo direto e indireto com verbo transitivo direto
e adjunto adverbial, como se vê na acepção 17 do verbete cobrir.
14. No verbete coincidir, acepção 7, fornece exemplo em que se tem claro
erro de concordância verbal e falta de competente vírgula.
15. Registra corretamente desabafar como verbo intransitivo, na acepção
de desafogar-se, revelando o que sente ou pensa, mas no verbete desafogar
faz constar, na acepção 12,"desabafar-se". O mesmo equívoco
acontece em desapertar, acepção 6.
16. Dá blastoderme como substantivo masculino. A propósito, o dicionário
do entulho dá blastoderma como feminina e blastoderme como
masculina. E é justamente o contrário.
17. Na acepção 3 de desaperceber, dá como sinônimo desprover-se (verbo
pronominal), mas não registra o verbo como pronominal.
18. Dá dina (física) como substantivo feminino, mas no verbete erg traz
um dina. Qual seria o gênero correto de dina?
2 6 NÃO ERRE MAIS! 50 1
11» I )ii parteiro (pasme!) como sinônimo de obstetra. Se um dia, caro leitor,
estiveres numa maternidade, chama o obstetra de parteiro e verás
como nascem os maiores palavrões (sem o uso de fórceps)...
:'<>. No subverbete ciclo suetônico, menciona "Meton", em vez de Méton,
astrônomo ateniense do séc.V a.C.
1! I. Em esquinado dá facetado como sinônimo, mas não registra esta
palavra.
"i. Dá focai (óptica) como substantivo masculino, mas três linhas abaixo
aparece duas focais. Qual seria o gênero correto?
23. Dá forcejar como verbo transitivo indireto e fornece exemplo em que
o verbo é intransitivo.
24. Em garantia, acepção 1, define: ato ou efeito de garantir (-se), mas não
registra o verbo como pronominal.
25. Dá inocular como verbo transitivo direto e indireto e fornece exemplo
em que o verbo é apenas transitivo direto. Fato idêntico ocorre com
o verbo interdizer, em que confunde o pronome lhe, objeto indireto,
com o pronome lhe com valor possessivo.
26. Confunde continuidade e continuação, conforme se percebe pela
acepção 1 de interromper.
27. Confunde mandato com mandado, como se vê pela acepção 2 do verbete
mandatário.
28. Insiste (desde a antiga edição) em registrar manganina como substantivo
masculino.
29. Insiste (desde a antiga edição) em dar numeração como substantivo
masculino.
30. Insiste em registrar o verbo refinar como pronominal, mas fornecer
exemplo de verbo intransitivo.
31. Insiste em registrar sacar como verbo transitivo indireto, fornecendo
exemplo em que o complemento é objeto direto preposicionado: sacou
de um canivete.
32. Insiste em confundir substantivo sobrecomum com substantivo comum-de-dois,
remetendo o consulente de um verbete para o outro.
33. Confunde objeto indireto com adjunto adverbial de finalidade, como
se vê no verbete pelejar.
34. Em perpetuar, acepção 8, fornece este exemplo: segundo a Bíblia, o
homem não se perpetuará "para sempre". (Graças a Deus!...)
35. Em subtangente usa "seguimento"por segmento.
36. Dá último como adjetivo e fornece exemplo com um substantivo: o
último da fila.
37. Em vidrar, dá o verbo como transitivo indireto e fornece este exemplo:
O mineiro é vidrado em mar. Não seria vidrado, aí, um adjetivo?
38. Dá voltado e volvido como sinônimos de virado, mas não registra nenhum
daqueles verbetes. Ou, melhor: dá, sim, voltado, mas não como
sinônimo de virado.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 51 1
39. Dá "fim de semana", sem hifens, em vez de fim-de-semana, como sinônimo
do anglicismo weekend.
40. Dá eliminante como substantivo masculino.
41. Registra "epistase" por epístase e"epistoma"por epístoma.
42. Em derby, informa que a corrida de cavalos na Inglaterra teve início
no século XVII, quando na verdade foi no século XVIII (1780).
43. Em palavra-filtro, dá "máscara (26)" como sinônimo, quando é máscara
(27).
44. No verbete nove horas, ora usa nove-horas, ora"nove horas". Afinal, o
dicionário é cheio de "nove horas" ou de nove-horas?
45. No verbete noticiar, dá notificar-se como sinônimo, na acepção 3, mas
não registra notificar como verbo pronominal.
46. Em nistatina, a fórmula química está completamente errada. (Não
explode?... )
47. Em neutrófilo usa granulócito como adjetivo, quando ele próprio só
registra esse nome como substantivo.
48. Registra neoprene, em vez de neopreno e dá coxão duro como sinônimo
de chã-de-fora (no que está correto), mas não registra nem coxão
duro nem muito menos coxão mole. É mole?
49. Em nefanálise existe um estranho "metereológicas". Existiriam mesmo
informações desse tipo?
50. Usa "independente" por independentemente no verbete nécton.
51. Em nascer, corrompe a ordem alfabética, ao trazer Não ter nascido
ontem depois de Nascer ontem.
Bem, paremos por aqui, mesmo porque 51 sempre dá uma boa
idéia...
alguns equívocos imperdoáveis do dicionário do entulho
1. Registra "todo mundo" , em vez de todo o mundo, e dá "furoa" como
feminino de furão.
2. Registra corretamente antidepressivo, mas ao longo do dicionário usa
"anti-depressivo" (v. o verbete psicotrópico).
3. Registra neo-imperialista como partidário do neo-imperialismo (e o
é, de fato), mas não registra neo-imperialismo; registra polarográfico
desta forma: relativo a polarografia ou a polarógrafo, mas não registra
polarógrafo.
4. Dá teta, mama, seio e úbere como sinônimos. (Ora, mulher tem teta?!
Mulher tem úbere?!)
5. Registra os adjetivos relativos a microfauna (microfauniano e microfaunístico),
mas não faz sequer alusão aos adjetivos relativos
a macrofauna.
6. Registra corretament e conto de fadas (sem hífen) e, logo abaixo,
em outro verbete, usa "conto-de-fadas" . (Ora, a palavra é ou não
é hifenizada? )
2 6 NÃO ERRE MAIS! 52 1
7. Dá peão como sinônimo de pedestre. (Ora, então, todas aquelas pessoas
que caminham pela Avenida Paulista, em São Paulo, são peões?!)
8. Dá xirimbambada como variante de turumbamba, o que é correto, mas
em vez de registrar o verbete xirimbambada, registra outro, que não
existe, "xirimbamba".
9. Dá "portas-e-janelas" como plural de porta-e-janela, quando se sabe
que o plural das palavras ligadas por e se faz com variação apenas do
último elemento (p. ex.: ponto-e-vírgulas, quarto-e-salas).
10. Registra "toca-fita" ao lado de toca-fitas, mas não registra "toca-disco".
(Ora, aquele que registra "toca-fita", que não existe, tem de ser
coerente e registrar também"toca-disco" , que também não existe. Por
que não o faz?... )
11. Dá largo como sinônimo de praça. (Ora, então, podemos dizer indiferentemente:
Largo ou Praça da República, Praça ou Largo do Ouvidor?!)
12. Dá musicista como sinônimo de músico e, como conseqüência desse
equívoco, define retretista como "musicista de retreta".
13. Registra patinar como sinônimo de ganhar (concreções terrosas) e fornece
este exemplo para "elucidar" a acepção: O tempo patinou o mármore
da Acrópole. (Ora, segundo a definição, temos: "O tempo ganhou
concreções terrosas o mármore da Acrópole", ou seja, totalmente sem
sentido.)
14. Procede corretamente, ao não registrar "aficcionado", porque a palavra
não existe, mas emprega justamente "aficcionado" na obra, no
verbete micreiro.
15. Define substantivo como se fosse adjetivo (prodigalidade, acepção 2) e
define adjetivo como se fosse substantivo (mudo, acepção 4.2, combinado,
acepção 7 e macrofilo).
16. Registra corretamente o verbo obedecer como transitivo indireto, mas
usa-o como transitivo direto (ato, acepção 5).
17. Registra biopoese e microcâmara como substantivos masculinos.
18. Registra "por causa que" e até (imagine!) "por causo que". (Só faltou
registrar "mendingo" e "mortandela"...)
19. Registra "tutti frutti " sem hífen, classifica corretamente a expressão
como locução substantiva, mas a define como adjetivo.
20. Registra trecentésimo sem fazer nenhuma referência à forma tricentésimo,
mas registra esta forma e, no verbete (sem se referir a trecentésimo),
muda o texto usado em trecentésimo, como se existissem
acepções distintas para as duas palavras.
21. Confunde objeto indireto com adjunto adverbial e, conseqüentemente,
verbo transitivo indireto com verbo intransitivo, fato claro no verbete
pular.
22. Registra, no verbete pé, "pé de atleta" e faz o mesmo registro em verbete
próprio (pé-de-atleta). (Afinal, qual a palavra correta, com hífen
ou sem hífen?)
NÃO ERRE MAIS! 5 3 1
23. Registra, também no verbete pé, "pé quente" e faz o mesmo registro
em verbete próprio {pé-quente). (Afinal, o dicionário é"pé quente" ou
é"pé-quente"?)
24. Registra muçarela e mozarela, mas dá a primeira como palavra masculina.
(O caro leitor já experimentou comer "um bom" muçarela?)
25. Define tamborete assim: assento quadrado ou redondo, sem encosto
"e" braços. (Ora, a correlativa de sem é nem, e não "e"; daí por que
temos dicionários sem eira nem beira, dicionários sem pé nem cabeça,
etc.)
26. Registra a excrescência "showmício". (Só faltou registrar "menas" e
"questã"...)
27. Usa, a exemplo de Odorico Paraguaçu, famosa personagem de Dias
Gomes, "adredemente", no verbete conhecimento. (Ora, "adredemente"é
absurdo tão grande quanto"apenasmente","emboramente","somentemente".)
28. Usa, a exemplo de criança da quinta série, "rabujento " (verbete
coroca).
29. Usa a incrível palavra "imparciabilidade", em vez de imparcialidade,
no verbete eqüidade.
30. Usa"calcáreo" , em vez de calcário, no verbete bezoar.
31. Dá bituca como palavra masculina (!) e confere-lhe significado totalmente
diverso do que todos conhecemos.
32. Registra corretamente ponto-de-venda, mas no verbete bandeira usa
"ponto de venda". (Afinal, a palavra é ou não é hifenizada?)
33. Classifica os verbos segundo a antiga nomenclatura (bitransitivo,
p. e x
.
)
.
34. Não usa ponto no final das frases nem vírgula antes de etc., contrariando
o que preceitua ou sugere o Vocabulário Oficial.
35. Confunde juiz com árbitro e vice-versa. (Um torcedor que xingue o
árbitro de "juiz ladrão" é compreensível, mas um dicionário confundir
um ofício com outro é imperdoável!)
36. Registra xerox, considerando-a palavra oxítona e também como masculina,
além de registrar o verbo "xerocar", corruptela grosseira de
xerografar.
37. Confunde vaporar com evaporar e vaporizar, e vaporizar com vaporar,
volatilizar e evaporar. (Faz uma bagunça daquelas entre esses verbos,
que não são sinônimos: a água não "se evapora" nem "se volatiliza" a
100°C, mas vaporiza-se.)
38. Registra direitinho Via Láctea, no verbete via, mas em galáxia tem
uma recaída e usa quatro vezes "Via-Láctea". (Afinal, o nome da nossa
galáxia é Via Láctea, sem hífen, ou "Via-Láctea"?)
39. Troca a nacionalidade de pessoas, registrando como médico norte-
-americano o britânico Joseph Bancroft, em bancroftíase.
40. Registra"conto-da-carochinha" com hífen e ainda dá a palavra como
feminina.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 54 1
41. Registra miorrelaxante como substantivo feminino (!), mas o define
como adjetivo e substantivo masculino; com cerebral faz justamente o
oposto: define o adjetivo como se substantivo fosse, na acepção 6.
42. Considera transitivo direto e indireto o verbo da frase voltei do trabalho
para casa e transitivo indireto o verbo das frases voltei ao início
da página e quando voltará você à nossa casa. (Ora, o verbo das três
frases é unicamente intransitivo, seguido de adjuntos adverbiais, e
não de complemento verbal.)
43. Registra "bandoneon", palavra oxítona com -on final, totalmente incompatível
com a índole do idioma. (A forma correta é bandônion.)
44. Usa acento grave na expressão a distância, em xeta. [Ora, qualquer
estudante sabe que só se usa acento grave nessa expressão quando
ela vem determinada: Vejo algo a distância. (Sem acento.) Vejo algo à
distância de vinte metros. (Com acento.)]
45. Registra microaerófilo como substantivo masculino, mas o define
como se fosse um adjetivo.
46. Acentua corretamente fórum, pia-máter e vade-mécum, mas não faz
o mesmo com quorum. (Ora, quem não acentua quorum também não
deverá acentuar fórum, álbum, etc.)
47. Confunde frade com monge (existiria mesmo o frade budista?) e faz
enorme confusão com os nomes científicos (p. ex.: Myrcia multiflora
não é o nome científico da pedra-ume, mas sim do cambuí, e ele dá
ambos os termos como sinônimos, que não são).
48. Dá accessível e accessório como equivalentes, respectivamente, de
acessível e acessório, mas nestes verbetes não faz referência àquelas
formas. (Aliás, neste particular, o dicionário é um pecador inveterado.)
49. Define verbo como se fosse um substantivo (v. arrastar, acepção 11);
define substantivo como se fosse verbo (v. acidificação); define um adjetivo
como se fosse substantivo (v. condigno, acepção 1); define um
adjetivo e fornece um substantivo como exemplo (v. comandante,
acepção 1).
50. Usa Marrocos com artigo ("o Marrocos" e "do Marrocos"), nos verbetes
almorávida e marroquino? (Marrocos é nome que não admite
artigo.)
51. Registra os verbos sobressair e avultar como pronominais ("sobressair-se",
"avultar-se"), coisa que a língua nunca admitiu e, por outro
lado, não registra o verbo branquear como pronominal, fazendo lá o
que deveria ter feito aqui. Enfim, um desastre!
Bem, mas agora é preciso parar: afinal, 51 sempre dá uma boa
idéia...
Mas há mais, muito mais ao longo da obra. É só ter paciência. Por
exemplo: o que um filho pensaria do pai, se ele lhe perguntasse o que é
degelo, e o "velho" respondesse: Meu filho, degelo é degelo mesmo! ?
2 6 NÃO ERRE MAIS! 55 1
Outro exemplo: arrebentação e arrebentamento. O dicionário traz,
na primeira acepção: ato ou efeito de arrebentar(-se). Mas não registra o
verbo arrebentar como pronominal. Como pode uma coisa arrebentar-se,
se isso, para o dicionário, não existe?
Outro exemplo: uma obra séria não pode registrar cabra como feminino
de bode nem vaca como feminino de boi, porque tais nomes não são
"femininos" dos respectivos nomes masculinos.
Outro exemplo? É só ir folhando o dicionário: a cada página, uma ou
mais surpresas, cada qual com seu tamanho. O verbo conceituar é mesmo
bitransitivo? Ou é verbo transobjetivo?
Tudo isso, caro leitor, tudo isso só para lhe mostra r que "tira-teima"
é mais um de seus grandes equívocos, mais uma de suas formidá -
veis invenções.
Suponhamos que, em vez de"tira-teima" , a emissora de televisão que
criou e propagou essa excrescência, tivesse escolhido "tira-dúvida". Será
que o referido dicionarista iria muda r o vocábulo correto tira-dúvidas
para "tira-dúvida"?
A revista Quatro Rodas já estampou isto na capa: Civic x Corolla: o
"tira-teima" dos faixas pretas.
Substituiria, por acaso, o manchetista "tira-teima" por "tira-dúvida"?
(Eu até que não duvido...)
Qualquer dia destes ainda vai aparecer dicionarista que registrará
"auto-falante" . Para atender ao interesse das fábricas, que quase sem
exceção, fazem propaganda afirmando que seus carros têm seis "autofalantes".
"às custas de"
Não existe esta locução em nossa língua. O dicionário do entulho, no
entanto, não só registra, como usa "às custas de" no verbete astúcia.
Se um marido vive à custa da mulher, ninguém tem nada a ver com
isso, mas se um jornalista ou um dicionarista vive"às custas do"leitor, do
consulente ou do assinante, bem, aí a coisa muda.
Veja como escrevem os jornalistas, talvez embasados no maravilhoso
dicionário: Néstor Kirchner, 53, assumiu a Presidência da Argentina
diante de 13 chefes de Estado. Segundo ele, o país honrará seus compromissos
financeiros, mas não "às custas da"fome e da exclusão do povo.
*** Recuperação do Brasil "não pode ser "às custas da" Argentina, diz
integrante de ministério argentino. *** A única coisa que se implanta
com rapidez no Brasil é o esquema de faturamento "às custas do " consumidor.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 56 1
Recentemente , declarou uma autoridad e argentina: Temos a mesma
necessidade de crescer que o Brasil. O Brasil não vai crescer à nossa
1'umta.
Nuestros "hermanos", muy amigos...
viking / viquingue
Os vikings ou viquingues (aportuguesamento) eram pirata s escandinavos
que saquearam as costas da Europa desde o século IX até o século
XI. Até aqui, nenhuma novidade.
O dicionário secular não faz nenhuma referênci a à forma viking-,
prefere registrar o aportuguesamento viquingue (paroxítono). Já o dicionário
do entulho não registra viquingue, mas apenas viking, porém,
cometendo um erro palma r de ordem alfabética : inclui o verbete depois
de vípero, quando deveria figura r antes de vil, que, aliás, assim como 51,
também nos dá uma boa idéia...
esgotar
Na acepção de vender até o último artigo ou exemplar, é verbo pronominal:
O estoque de televisores da loja se esgotou em dois dias. *** O
livro se esgotou em pouco tempo. *** Esta obra se esgotará brevemente.
No dicionário do entulho, registra-se este verbo também como intransitivo.
Na verdade, somente na acepção de esvaziar-se ou vazar-se completamente,
ou na de consumir-se, gastar-se completamente é que este verbo
pode ser usado como intransitivo ou como pronominal: A água do reservatório
esgotou (ou se esgotou) em três tempos. * * * A fortuna do pai
esgotou (ou se esgotou) em poucos anos, com suas extravagâncias.
espreguiçar
E verbo pronominal, e não intransitivo: Hortênsia saiu do quarto espreguiçando-se.
*** Eu nunca me espreguicei na vida. *** Não é muito
aconselhável espreguiçar-se em público.
O dicionário do entulho, todavia, registra este verbo como intransitivo
nesta acepção. Nele, é normal.
estilhaçar
É verbo pronominal, e não intransitivo: As vidraças do prédio se estilhaçaram
com o terremoto. *** O pára-brisa se estilhaçou, ferindo o
motorista. * * * Este vidro trinca, mas não se estilhaça.
No dicionário do entulho, no entanto, o verbo tem registro como intransitivo.
E então? Não é normal?
2 6 NÃO ERRE MAIS! 57 1
estragar
É verbo pronominal, e não intransitivo: Vinho aberto se estragafacilmente.
*** Fora da geladeira, qualquer leite se estraga em pouco tempo.
O dicionário do entulho registra este verbo também como intransitivo.
É ou não é normal?
sujar
Este verbo é rigorosamente pronominal, na acepção de tornar-se
sujo: Com este ar poluído, a pele e os cabelos facilmente se sujam. *** O
chapéu se sujou logo ao primeiro uso.
O dicionário do entulho registra este verbo direitinho como verbo
pronominal. Parabéns! Mas...
Mas no verbete salvaguarda, acepção 6, usa-o como verbo intransitivo.
Afinal, o verbo é pronominal ou intransitivo?
azaléia / azálea
As duas formas existem, mas a segunda é mais aconselhável, embora
a primeira seja a mais popular.
O dicionário do entulho, no entanto, arrumou uma terceira forma,
inexistente: "azaléa" (no verbete murchar).
"mais" anterior
Palavras como anterior, posterior, inferior, superior, etc. não admitem
modificadores como mais, menos, etc., porque sua terminação já dá a
idéia de mais ou de menos. Não existe, portanto, um fato "mais" anterior
a outro. Existe, sim, fato anterior a outro. Não existe, em rigor, um produto
"mais" superior a outro. O que temos é um produto superior a outro.
No dicionário do entulho, todavia, se lê no verbete clitóris: porção
"mais"anterior da vulva.
Isso existe?
parusia
Todo bom católico sabe o que esta palavra significa: retorno glorioso
de Jesus Cristo, no final do tempos, para estar presente ao Juízo Final. A
palavra nos vem do grego parousia e é rigorosamente paroxítona, com
acento na sílaba -si-.
O grande dicionário, todavia, registra "parúsia", coisa naturalmente
relacionada com a chegada do demo...
assim, assim
Quando alguém nos pergunta como vamos, e a nossa saúde não anda
lá essas coisas, costumamos responder: Vou assim, assim.
Mas o dicionário do entulho não vai assim, assim. Vai "assim-assim".
2 6 NÃO ERRE MAIS! 58 1
•ociocultural
íl assim que se escreve esta palavra, e o dicionário do entulho a regisIra
corretamente, mas...
Mas no verbete ambiente, acepção 8, se vê diferente: "sócio-cultural".
Afinal, para o dicionário a forma correta é esta ou aquela?
crisântemo
É esta a única prosódia da palavra, no português contemporâneo. O
calhamaço registra direitinho a palavra como proparoxítona, mas...
Mas no verbete variante, ao fornecer exemplo de variantes prosódicas,
lasca lá um "crisântemo", a par de crisântemo.
Coisas do dicionário do entulho.
"infectocontagioso"
A palavra é hifenizada: infecto-contagioso. O calhamaço, no entanto,
registra "infectocontagioso".
Ora, se infecto é adjetivo, tem vida independente. Não há, por isso,
nenhuma razão para a omissão do hífen. Repare que escrevemos sempre
com hífen: econômico-financeiro, gráfico-industrial, etc.
literocientífico / literomusical
É assim que se escrevem estas palavras, ou seja, sem hífen. Muitos
grafam "lítero-musical"equivocadamente: litero- não é adjetivo, como infecto,
do caso anterior, mas elemento prefixo-radical, a exemplo de aero-
(aeroclube), agro- (agroindústria), áudio- (audiovisual), bi- (bicampeão),
cardio- (cardiorrespiratório), eletro- (eletroeletrônico), morfo- (morfossintaxe),
musculo- (musculomembranoso), radio- (radiopatrulha), socio-
(socioeconômico), turbo- (turbocompressor), etc., que nunca exigem hífen,
a não ser em raríssimos casos.
A primeira palavra (literocientífico) tem uma variante gráfica: literário-científico.
Por que, agora, com hífen? Porque literário é um adjetivo,
e não um elemento prefixo-radical. Curiosamente, o calhamaço não
registra nenhuma daquelas duas palavras. Se registrasse, talvez o fizesse
ambas com hífen. Só para ser coerente, naturalmente...
Veja, agora, caro leitor, como anunciou a nossa melhor revista semanal
de informação, em manchete, a morte do Papa: Morre o papa João
Paulo II. Pontífice teve septicemia e crise "cardio-circulatória".
musculocartilaginoso / musculomembranoso /
musculotendinoso
É assim que se escrevem tais adjetivos compostos, ou seja, sem acento
no elemento musculo-, que, como vimos no caso anterior, não exige
hífen.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 59 1
Os consulente s daquel e formidáve l dicionário encontrarão no
verbete diafragma uma novidade , que também não chega a ser uma
GRANDE novidade. O mais curioso é que o dicionário não registra a
referid a palavra .
destarte / dessarte
As duas formas existem. Mas nenhuma delas se classifica como advérbio;
trata-se de palavra denotativa de continuação (v. Nossa gramática
contemporânea).
Eis, porém, o que escreveu um jornalista, que também, nas horas vagas,
põe-se a professor eletrônico, para dirimir as dúvidas das pessoas
(que quase sempre acabam ficando ainda com mais dúvidas): Quando o
erudito deputado Roberto de Oliveira Campos usou o "advérbio"dessarte
em um de seus artigos pela privatização, a bandeira maior do neoliberalismo,
os ossos do padre Vieira chacoalharam de satisfação na Bahia,
onde foi enterrado há trezentos anos: ele usou dessarte em um de seus
sermões no Século 17.
O calhamaço está com o jornalista: classifica a palavra como advérbio.
franco-atirador
Como este composto é formado de adjetivo (franco = livre) + substantivo
(atirador), ambos os elementos variam no plural: os francos-atiradores.
Houve época em que se confundia o adjetivo com o elemento
franco- = francês, o mesmo de franco-alemão, franco-belga, franco-canadense,
etc. Daí por que se vulgarizou o plural franco-atiradores, que tem
a preferência da mídia.
peso-pesado
É assim que se escreve este nome do mundo do boxe, assim como
estes: peso-galo, peso-leve, peso-leve-ligeiro, peso-médio, peso-meio-
-médio, peso-meio-médio-ligeiro, peso-meio-pesado, peso-mosca e peso-
-pena.
Muito bem. O dicionário do entulho, todavia, registra corretamente
peso-galo, peso-mosca e peso-pena, mas incompreensivelmente "peso
leve","peso leve ligeiro","peso médio","peso meio-médio","peso meio-
-médio ligeiro", "peso meio-pesado" e "peso pesado". Ou seja, faz uma
lambança muito a gosto de crianças, que misturam tudo quanto podem,
quando brincam. Mas só quando brincam...
indochinês / indo-chinês
Convém não confundir. Indochinês é da península da Indochina, península
do Sudeste asiático. Indo-chinês é da índia e da China ou entre
esses dois países: as relações indo-chinesas.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 60 1
Repare: a Indochina fica no Sudeste da Ásia. Pois bem. O dicionário
do entulho, no entanto, traz justamente o oposto: que a referida península
lica no "Sudoeste" asiático.
E agora?
ISO
Esta é uma sigla inglesa. De Internacional Standard Organization =
Organização Internacional de Padronização. O dicionário do entulho, no
entanto, acusa: "International Organization for Standardization". Ora,
como é que a sigla ISO pode sair dessa expressão? Por milagre?
avultar
Este verbo não é pronominal. Portanto, ninguém "se" avulta. Entre
os cientistas do mundo, avulta Einstein. *** Entre os escritores
brasileiros avulta Machado de Assis. Neste caso, avultar significa sobressair,
destacar-se.
Também na acepção de crescer, aumentar, tomar vulto, este verbo é
rigorosamente intransitivo: As baixas norte-americanas avultam no Iraque.
*** O prestígio do PT só tem avultado com a extraordinária e surpreendente
gestão do presidente Lula.
O fantástico dicionário do entulho, no entanto, registra este verbo
como pronominal, que ele não é.
mala-sem-alça
Os nomes femininos de coisas, usados em sentido figurado, em referência
a pessoas, passam a sobrecomum, no masculino. Assim, se banana
(feminino) se aplica a uma pessoa, usamos: Ele (ou Ela) é um banana.
Se picareta (feminino) se aplica a alguém, empregamos: Esse homem (ou
Essa mulher) é um picareta. Se laranja (feminino) se aplica a uma pessoa,
usamos: Esse rapaz (ou Essa garota) é só o laranja, o chefão não aparece
nunca.
Muito bem. Passemos, agora, ao caso de mala, redução de mala-sem-
-alça, termo que se aplica no Brasil, como gíria, ao indivíduo cacete, chato,
cricri, cuja companhia nunca é agradável ou bem-vinda. Trata-se,
como banana, picareta e laranja, de um nome feminino de coisa, em referência
a pessoas. Portanto, o nome é sobrecomum, e não comum-de-dois,
como querem dicionaristas menos avisados. Portanto: Esse dicionarista
(ou Essa dicionarista) é um mala!
Cremos ter sido claro...
pé-de-atleta / pé-quente |
E assim que se grafam estas palavras; a primeira é da área dermatológica
(micose); a segunda se aplica à pessoa que dá ou traz sorte. O
dicionário do entulho registra ambos os verbetes corretamente, mas...
2 6 NÃO ERRE MAIS! 61 1
Mas no verbete pé, registra os subverbetes "pé de atleta" e "pé quente",
reproduzindo a significação dada naqueles verbetes.
Afinal, o dicionário provoca "pé de atleta" ou pé-de-atleta? É péquente
ou pé-frio?...
teimar "com insistência"
Visível redundância: quem teima já procede com insistência. Mas o
dicionário do entulho é um poço sem fundo de inépcias. No verbete amuar,
acepção 3, traz a redundância.
É por isso que aqui a gente sempre teima: Não erre mais! (Será que,
para alguns, vale a insistência?)
derivar
É verbo transitivo indireto, usado pronominalmente ou não, na acepção
de originar-se, provir; resultar: Jibóia deriva (ou se deriva) do tupi.
*** O queijo e o iogurte derivam (ou se derivam) do leite.
Quanto a este verbo em particular, caro leitor, queira ir ao calhamaço!
Tomamos o verbete derivar apenas como o modelo de bagunça que
campeia na obra, na classificação dos verbos. A ânsia por economia de
espaço obrigou o autor a englobar várias classificações num só item. O
resultado é um imbróglio que confunde até mesmo o consulente mais
atento. Acrescente-se a esse imbróglio a escolha infeliz do autor de usar
nomenclatura arcaica: bitransitivo, p. ex.
Outro fato que salta aos olhos é a classificação errônea dos verbos.
Em derivar, p. ex., na acepção 10, o que para o autor é transitivo indireto,
na verdade se trata de verbo intransitivo, já que campeia confusão, em
toda a obra, entre objeto indireto e adjunto adverbial, mal de que padece
também o dicionário secular.
E saber que uma revista semanal de informação alardeou, à época do
seu lançamento, a obra como a melhor no gênero já publicada no Brasil.
Cego julgando cego dá nisso.
Habemus papam dominum?
parodiador = parodista?
Não. O parodiador é aquele que faz imitações humorísticas. Existem
apresentadores de televisão que têm muitos parodiadores, alguns bons,
outros sofríveis. Quantos parodiadores não tem o presidente?
Parodista é a pessoa que escreve paródias, é o escritor ou a escritora
de paródias.
O dicionário do entulho, todavia, registra ambos os termos como sinônimos.
Nele, normal.
2 6 NÃO ERRE MAIS! 62 1
apogeu / perígeu
Todo o mundo sabe disso, não é novidade nenhuma: apogeu é o oposto
de perigeu. Em astronomia, apogeu é o ponto da órbita de um planeta
ou de um satélite no qual este se encontra mais distante da Terra; perigeu
é o ponto da órbita de um planeta ou de um satélite no qual este se encontra
mais próximo da Terra.
Em sentido figurado, apogeu significa o grau máximo de desenvolvimento
ou de perfeição que uma pessoa ou uma coisa pode alcançar, o
ponto ou grau mais alto. Uma mulher pode estar no apogeu da sua juventude.
Uma pessoa pode estar no apogeu da carreira. Minha geração viu o
apogeu e a derrocada do império soviético.
Ora, se apogeu e perigeu são antônimos, como pode perigeu significar
também o ponto ou grau mais alto? Pois é. O calhamaço veio mesmo para
mudar tudo.
Habemus papam dominum?
"mais" inferior / "mais" superior
Qualquer estudante mais ou menos aplicado já sabe que inferior e
superior são palavras que não admitem modificadores, como "mais", "menos",
"muito mais", "muito menos", etc. Também não aceitam "que" ou
"do que", mas apenas a: Esse produto é inferior ao meu. *** O preço
desse carro é superior ao meu.
Muito bem. Espantar-se-ia o caro leitor se deparasse "mais inferior"
num dicionário?Talvez não. Talvez sim. Pelo sim, pelo não, queira consultar
o verbete escorralho. Do calhamaço, naturalmente.
cabra-da-peste / cabra-da-moléstia
É assim que se grafam corretamente estas palavras, mas se o caro
leitor for a qualquer dicionário vai encontrar "cabra da peste" e "cabra da
moléstia". Ora, se as duas palavras se prestam a função adjetiva (homem
cabra-da-peste, mulher cabra-da-moléstia), como não hifenizar? E por
que com hífen trazem esses mesmos dicionários todas estas palavras: cabra-de-chifre,
cabra-de-eito, cabra-de-peia, cabra-escovado, cabra-feio,
cabra-macho e cabra-sarado e não cabra-da-moléstia e cabra-da-peste?
Só os ETs explicam.
habeas corpus / habeas data
É assim que se escrevem estes latinismos, ou seja, sem acento nem
hífen.
O dicionário do entulho, contudo, registra habeas corpus (corretamente),
ao lado de"hábeas-data" . Sua coerência é formidável!
habitar
Este verbo pode ser transitivo direto ou intransitivo. Como transitivo
2 6 NÃO ERRE MAIS! 63 1
direto: Habito uma casa modesta. *** Ele habita favela. Como intransitivo:
Habito numa casa modesta. *** Ele habita em favela.
Como intransitivo, costuma ter adjunto adverbial regido da preposição
em (numa casa modesta, em favela).
Qualquer estudante da oitava série sabe distinguir um objeto indireto
(complemento de verbo transitivo indireto) de um adjunto adverbial
de lugar.
O dicionário do entulho, todavia, revela desconhecer a diferenç a
entre um e outro, e isto está claro em muitos verbetes, inclusive em habitar,
em que considera transitivo indireto um verbo que é clarament e
intransitivo.
descongelar
Cubos de gelo se descongelam: o verbo descongelar (derreter-se, degelar)
é rigorosamente pronominal. No microondas, uma carne congelada
se descongela mais rapidamente.
O dicionário do entulho, todavia, registra o verbo também como intransitivo.
Nele, normal.
"aquarelismo"
O caro leitor já ouviu falar em "aquarelismo"? Decerto que não: a
palavra não existe! Mas se um consulente quiser saber o que é aquarelista
e for a certo dicionário, verá que lá está a palavra (que nem mesmo o
próprio registra).
Afinal de contas, o que será"a-qua-re-lis-mo" ? Onde encontrar esse
verbete? Não consigo. Fico, então, sem saber o que é"aquarelismo". Quem
sabe se na próxima edição...
consistir
Este verbo rege a preposição em, e não a preposição "de": O esqueleto
humano consiste em muitos ossos. *** Minha biblioteca consiste
em algumas obras raras. *** A Terra consiste em três quartos de água.
*** A vida consiste em muitos anos de tolices e em muito poucos anos
de lucidez.
Muito bem. O dicionário do entulho traz exemplos perfeitament e
corretos com este verbo. Mas ao usá-lo, ao longo da obra, faz justament e
o oposto. Consulte os verbetes escorregador e número!
Podemos até afirmar, para sermos bem didático, que o dicionário
consiste em muitos equívocos...
E que "tudo mais" vá para o inferno!
A exemplo de todo o mundo, a expressão em destaque não dispensa
o artigo. Portanto, quero, sim, que você me aqueça neste inverno. E que
tudo o mais vá para o inferno!
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
"questã"
Quem usa "questã "está perto de usar também"coraçã","limã","mamã" ,
mHã","sabã","bobã" , que tudo é uma simples questão de cultura.
Há ainda os mais corajosos, que dizem "kuestã"! Aí é mesmo para
(icar maluco! Certa feita uma senhora, muito simpática, depois de uma
do nossas palestras, chegou e nos convidou, à queima-roupa : Professor, eu
faço "questã" que o senhor jante com a gente.
Está claro que preferi a fome...
"mendingo" / "menas "
"Mendingo"e"menas" , a exemplo de"questã" , são farinh a do mesmo
saco.
pantera negra
Não se trata de uma espécie diferent e de animal. Trata-se apenas de
uma panter a que, por ter excesso de melanina , apresenta a pelagem totalment
e negra. Por isso, não há nenhuma necessidade de se usar o hífen
aqui. O dicionário do entulho, todavia, registra "pantera-negra" . Na década
de 1960, nos Estados Unidos, havia os Panteras Negras ou os"Pan -
teras-Negras" ? (Eita perguntinh a marota!)
penal
Não se usa esta palavra, estritament e do meio jurídico, na linguagem
do futebol. A prática esportiva só conhece penalidade máxima ou pênalti,
quando a infraçã o do jogo é cometida dentro da grande área. O dicionário
do entulho, no entanto, registra a palavra por pênalti.
de somenos importância
Assim como não existe "menas" , também não existe "somenas" . Recentemente,
porém, um presidente de tribunal, numa entrevista pela televisão,
afirmou com toda a segurança que o problema da morosidade na
justiç a é de "somenas" importância.
O que, então, é realment e importante?
nomes das horas
Os nome s das horas exigem o artigo: Trabalho das 8h às 18h. (E não:
Trabalho "de" 8h às 18h.) *** Cheguei por volta da meia-noite. (E não:
Cheguei por volta "de" meia-noite".) *** As lojas, aqui, abrem a partir
das 9h. *** Esperei-a desde as duas horas. *** Antes do meio-dia estarei
lá. *** Da zero hora aos trinta minutos, passamos muito frio lá. *** Telefone-me
por volta do meio-dia! *** Estarei de volta entre as duas e as
três horas. *** Só a encontrei depois da uma da madrugada.
É justament e esse artigo que justifica o uso do acento da crase em:
Voltei às nove horas. *** Cheguei às 15h.
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
Se não houvesse o artigo, frases que tais dispensariam o acento grave,
porque não haveria a ocorrência de crase. Por isso, quem usa o acento
grave aí e não usa o artigo nas frases como as que se viram acima não
sabe nem mesmo por que acentua o à ou às.
Alguns jornalistas acham exagero exigir o uso do artigo antes dos
nomes das horas. O valor ou a importância das coisas, para esses, certamente,
se mede pelo seu tamanho.
Na mídia: Morre Joel, campeão mundial em 1958: o corpo será velado
a partir "de" 19h30 na sede da Gávea. *** Entre "10h40"da manhã e
"21h20"da quinta-feira passada, Paulo Maluffez um programa diferente
dos que costuma cumprir em suas férias anuais em Paris. *** Uma estudante
foi morta com várias facadas por volta "de" meia-noite, logo após
chegar ao prédio com um homem que seria o seu namorado.
Veja, agora, caro leitor, o exemplo que encontramos no verbete bacurau,
acepção 5, em ambos os dicionários: ônibus que circula entre "uma"
e "seis"horas da manhã.
Estamos ou não estamos muito bem de dicionários?
lateral-direita
O futebol, na verdade, possui lateral-direita, e não "lateral-direito".
Por isso, pode afirmar, sem medo de errar: O maior lateral-direita do
mundo foi Djalma Santos.
Se lateral e ponta são palavras femininas, só poderemos ter (corretamente,
claro): lateral-direita, lateral-esquerda, ponta-direita, ponta-
-esquerda. Por que é que nenhum jornalista usa "ponta-direito", "ponta-
-esquerdo"? Por algo será...
Nos dias que correm, alguns substituíram lateral por ala. Mas nenhum
deles usa"ala-direito" nem"ala-esquerdo" . Todos dizem ou escrevem
direitinho: ala-direita, ala-esquerda.
O nosso futebol é pentacampeão mundial. E os nossos jornalistas esportivos?
EM TEMPO - O dicionário do entulho registra lateral-direita a par de lateral-direito,
assim como lateral-esquerda a par de lateral-esquerdo. Seu
autor levou em consideração o uso, apenas o uso, ao aceitar os compostos
aqui impugnados. Há certos dicionários que têm como lema "o que cair
na rede é peixe".Tudo para aumentar o número de verbetes. Qualquer dia
destes, certos dicionários ainda vão trazer "mendingo", "mortandela",
"menas", "questã", "ignomia", "idoniedade", "espontaniedade" e outras
palavras populares. Aí, então, já não será preciso ter dicionário em casa.
"De sábado"
Quando algo se repete, nos dias da semana, usamos o nome do dia no
plural, antecedido da preposição a: Aos sábados não há expediente. ***
Ns segundas-feiras tenho aula de Português. *** Aos domingos não saio
de casa.
Quem, na década de 1960, não cantou, pelo menos uma vez, aquela
bela canção americana Never on Sunday? Ou seja: Nunca aos domingos.
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Há pessoas, no entanto, que se sentem melhor cantando "Nunca de
domingo". Assim como há os que se sentem melhor faland o em"lateraldireito"
e "lateral-esquerdo" . Quem é sensato respeita; quem tem juízo
nunca acata.
O Titanik "afundou"
Esta informação não traduz inteirament e a verdade. Sim, porque o
Titanik em verdade se afundou logo na viagem inaugural, quando se dirigia
da Inglaterra par a os Estados Unidos, na noite de 14 para 15 de abril
de 1912, depois de chocar-se com um iceberg.
Há uma diferença abissal entre afundar (= ir ao fundo) e afundar-se
(= ir a pique, naufragar). Um mergulhador ou um submarino afunda e
logo emerge. Muito diferent e é um submarino afundar, e outro afundarse:
par a um, trata-s e de operação merament e de rotina; par a outro, nem
tanto...
Golfinhos, baleias e jacaré s afundam e logo voltam à tona.
Há dicionários que confundem afundar com afundar-se. Não chega a
causar AQUELA surpresa nem AQUELE espanto...
Uma curiosidade: no Brasil se pronunci a "Titanique" , que em verda -
de é uma grande tolice. O navio era britânico, e não francês. A pronúnci a
verdadeira é taiténik.
jogo de "pimbolim"
O jogo que se faz com 22 bonecos numa caixa de madeira , imitante s
a jogadore s de futebol, é o pebolim.
Um famoso treinador, porém, depois de uma grande vitória do Palmeiras
sobre o São Paulo (4 x 2), quando tudo indicava fácil triunf o são-
-paulino, talvez empolgado pelo placar elástico, que teve até gol de chapéu
(Alex), declarou solenemente que futebol não é jogo de "pimbolim" .
Isso não existe. Nem em Luxemburgo...
semiEste
prefixo exige hífe n apena s antes de vogai, h, r ou s: semi-automático,
semi-herbáceo, semi-reta, semi-sintético. Não há hífe n em nenhum
outro caso. Os revendedore s de veículos novos têm geralment e um
setor de carros usados, que eles tratam por "semi-novos". A partida que
antecede a final de uma competição não é semifinal. Para os jornalista s
esportivos, trata-s e de"semi-fmal" .
miniEste
elemento, oficialmente, exige hífen apena s antes de h. Portanto,
segundo a Academia Brasileira de Letras, grafaremos: minissaia, minissérie,
minisselo, minirrestaurante, minirrevólver, mas: mini-harpa, mini-
-hélice, mini-hotel, etc.
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
A nosso ver, todavia, trata-se de um prefixo que deveria exigir hífen,
assim como arqui-, antes não só de h, mas também antes de r e s: mini-
-restaurante, mini-revólver, mini-saia, mini-série, mini-selo, etc. Portanto,
antes de qualquer outra letra, não há hífen. Mas os jornalistas parecem
ignorar isso. Veja como escrevem: Robinho fica na reserva no "minicoletivo"
da seleção.
Se a Reforma Ortográfica realmente vier, todos esses probleminhas
sobre o hífen serão amenizados. Resta saber quando virá.
Quem nasce no Acre é...
Oficialmente, acreano (forma incorreta); na verdade acriano: é a vogai
i que se usa neste caso, com queda da vogai final e. Repare: Açores/
açoriano, Goethe/goethiano, Iraque/iraquiano, raqueiraquiano, etc.
O Vocabulário Oficial, no entanto, registra acreano. E o sapo, quem
tem de engolir somos nós. Aliás, o Vocabulário Oficial nos obriga não só a
engolir esse sapo, mas muitos outros, cada um maior que o outro.
Durma-se com um coaxar desses!
Por falar em sapos, há vários deles em nosso léxico, que andamos
engolindo faz tempo. A Academia Brasileira de Letras, responsável pelo
Vocabulário Oficial, tem de se manifesta r sobre eles. Tem de nos explicar,
por exemplo, por que não agasalha as formas legítimas carcassa, cassarola,
chererém, corsel, gengibirra, harpão, liaça e miçanga que, pelos seus
étimos, jamais poderiam ser grafada s como estão no Vocabulário Oficial.
E por que engazopar, se se trata de derivada de gás? E por que cardeal,
se a palavra nos vem do latim cardinalis? Onde foram achar esse e? E por
que chupim, se a palavra nos vem do tupi xopil E por que chute, se o grupo
sh dó inglês se representa com x em português (xampu, xerife, etc.)?
Não seria um verdadeiro chute?
Em vez de nos dar resposta a essas perguntas, o Vocabulário Oficial
se preocupa em incluir palavras como inro (porta-remédio, em japonês),
charruká (festa judaica), gefiltefish (bolinho de peixe), tzedaká (boa ação),
etc., que absolutamente não correm entre nós. Importante e urgente, sim,
é consertarmos primeiro as nossas inépcias.
A Academia Brasileira de Letras foi fundad a por Machado de Assis
e outros intelectuais contemporâneos seus para - precipuamente - cuidar
da língua portuguesa. Sendo assim, a entidade tem de nos explicar por
que, por exemplo, só admite as formas engulimos e engulis, do presente
do indicativo, se o verbo é engolir. Tem de explicar por que agasalha a
forma estripulia (forma incabível em Portugal, em que só se usa estrepolia).
Tem de explicar por que estmpício, se o étimo é stroppicio (italiano)
e em Portugal só se tem corretamente estropício. Tem de explicar por que
acolhe a forma mezanino, se os zz italianos dão necessariamente c ou ç
em português. A coerência e a história nos levam a apenas uma grafia:
meçanino. E o caso de muçarela ou moçarelal Quem engole a forma proNÀ
NAO ERRE MAIS! 1 1 5
posta mozarela? Tem de explicar por que abona extensão a par de estender,
se são palavras da mesma família.
Por que a Academia nos faz escrever perônio, se o étimo é o grego
perone, através do latim peroneusl Por que fazer conviverem perônio e
peroneal? Por que sustenido, se o étimo, seja o espanhol sostenido, seja o
italiano sostenuto, só nos leva a grafar com o na primeira sílaba? Por que
a Academia prefere a grafia acrídeo a acrídio (a oficial em Portugal), se a
palavra provém do grego akridion, diminutivo de akris = gafanhoto? Por
que a Academia registra xucro, se a palavra tem por étimo chucre que,
em espanhol, significa recém-chegado e, como tal, ignorante das coisas
americanas?
A Academia Brasileira de Letras precisa explicar por que registra
neoprene e neopreno (corretamente), mas apenas isopreno. Precisa explicar
por que não manda acentuar os substantivos fôrma e sêde, se os
acentos gráficos em tais palavras são absolutamente necessários. Seria
interessante, ainda, que a Academia nos explicasse por que considera
mini- um elemento prefixo-radical, e não um prefixo.
Esperamos ainda da Academia Brasileira de Letras uma solução
para o caso dos nomes próprios, alguns de origem indígena, como Mossoró
e Sergipe, e outros de origens as mais diversas, como Gibraltar, que
deveriam, todos três, de acordo com seus étimos, ser grafados, respectivamente,
Moçoró, Serjipe e Jibraltar.
A Academia Brasileira de Letras precisa, enfim, começar a atuar
como a Academia Francesa, por exemplo, que produz o Dicionário, uma
obra séria, o árbitro oficial da língua francesa. Afinal, já temos mais de
quinhentos anos! Não está na hora de criarmos juízo?
EM TEMPO - Sobre a Academia Brasileira de Letras, eis o que trouxe
uma revista semanal de informação, na ed. 1.715, pág. 144: Há muito
tempo, a Academia Brasileira de Letras não produz nada de relevância
cultural. Gera, no máximo, algumas fofocas curiosas. E, mesmo assim, só
de vez em quando. Como se vê, muito longe dos princípios que nortearam
Machado de Assis a fundá-la .
piorar "mais" / piorar "ainda mais"
Visíveis redundâncias, porém, muito cometidas nos dias que correm,
principalmente por repórteres e jornalistas. Eis um exemplo: Em São
Paulo, 66% da população consideram o trânsito da cidade ruim e 67%
acreditam que a situação vai piorar ainda "mais".
Numa revista: Empresas e prestadores de serviço fazem malabarismos
para evitar que a situação piore "ainda mais ".
Há certos jornalistas que se comprazem mais em fazer malabarismos
com a língua...
O mais trágico, porém, aconteceria num fatídico dia de abril de 2003.
Um jornalista escreveu: O clima no Palmeiras, já conturbado depois da
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
derrota por 7 a 2 para o Vitória, na última quarta-feira, piorou "ainda
mais" nesta sexta-feira, na véspera da estréia da equipe na Série B do
Campeonato Brasileiro, contra o Brasiliense, em Taguatinga.
Piorar "ainda mais", principalment e no Parque Antártica, em 2002,
era impossível. A verdade é que o Palmeiras piorou tanto, mas piorou
tanto naquele ano, que caiu para a segunda divisão do campeonato
brasileiro.
Reparou? Não foi preciso usar "mais "nem "ainda mais".
adiar "para depois"
Nem é preciso comentar: trata-se de uma redundância palmar. Há,
porém, variantes. Repare nesta frase de um economista, escrita num periódico:
Crédito, ou confiança, que um estabelecimento dispensa ao consumidor
permite adiar o cumprimento de uma obrigação "para uma oportunidade
posterior".
Mais curioso ainda seria se um estabelecimento adiasse o cumprimento
de uma obrigação "para uma oportunidade anterior"...
melhorar "mais"
Redundância explosiva, como as anteriores. Semelhante a "cair para
baixo". Ou seja, coisa de "demente mental"... O governo federal, no entanto,
cometeu-a. Em 1996, durante o primeiro mandato de Fernando
Henrique Cardoso, um de seus anúncios pela televisão anunciava uma
melhora para todos os brasileiros. Então, se lia na tela: Para uns, "melhorou
mais", para outros "melhorou menos", mas que melhorou, melhorou.
Naturalmente, o razoável seria que lêssemos de outra forma. Assim,
por exemplo: Para uns, melhorou muito, para outros melhorou pouco,
mas que melhorou, melhorou.
ir para
Quem vai para algum lugar, vai para ficar ou demorar bastante;
quem vai passear ou mesmo trabalha r às pressas e tenciona regressar
brevemente, vai a. Portanto: Vou a Santos todos os fins de semana. ***
Nas férias irei a Madri. ***Vou a Fortaleza, mas voltarei amanhã. *** Faz
dez anos que Bernadete foi para Lajes. * * * Depois disso nunca mais a vi.
*** Querida, escolhi nossa futura cidade: iremos para Teresópolis!
Assim, não se usa com propriedade, por exemplo, a preposição para
em frases assim: vou "para" a praia, vou "para" a piscina, vou "para" o
clube. A não ser que a intenção seja morar ali definitivamente, o que não
parece coisa razoável.
Num jornal: Para ver uma rena ao vivo, só indo "para" o pólo Norte
ou "para"a Eurásia (a parte superior da Europa), seu ambiente natural.
„ Nem tanto...
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Noutro jornal: Uma empresária foi vítima de assalto e acabou baleada
no braço quando levava três filhas para a escola.
E as filhas ficaram lá na escola, nunca mais voltaram pra casa?!...
dar à luz uma criança
É assim que se constrói o verbo dar nesta expressão. Eis mais exemplos:
Minha vizinha deu à luz gêmeos. (E não: Minha vizinha deu "a"luz
"a"gêmeos.) *** A elefanta deu à luz um macho. (E não: A elefanta deu
"a" luz "a"um macho.)
Num jornal: Cigarra consegue dar à luz "a" mais de 300 filhotes. (E
muitos pensaram que o verdadeiro exagero estava nos 300... )
assim como / bem como
Quando entre os sujeitos houver a expressão assim como ou bem como,
o verbo concordará sempre com o primeiro sujeito: Eu, assim como vocês,
sou brasileiro. *** Vocês, bem como eu, são brasileiros. *** O Brasil, bem
como todos os países sul-americanos, épobre. * * * O homem, assim como
todos os seres humanos, ê mortal. *** Nós, assim como elas, chegaremos a
um acordo. *** Elas, bem como nós, chegarão a um acordo.
De um jornalista: A partir de agora, a publicação de livros, revistas,
jornais e panfletos, bem como sua importação e comercialização, "dependerão
" de autorização prévia das autoridades.
berinjela ou beringela?
O Vocabulário Oficial traz apenas a primeira forma, mas a etimologicamente
correta é a segunda.
Um dicionarista registra a forma beringela como correta, fato que
tem um lado positivo e um negativo. O positivo fica por conta da iniciativa
corajosa, digna de um autêntico dicionarista; o negativo fica por conta
da confusão em que a iniciativa pode meter alunos, que já não saberão
como escrever a palavra corretamente, e professores, que não poderão
corrigir nem uma nem outra forma de seus alunos, já que campeia a bagunça,
a desordem, o caos em relação à palavra.
Levado pelo rigoroso senso de disciplina que nos norteia, nossa posição
é de defesa intransigente da forma berinjela, até que a nobre Academia
Brasileira de Letras se prontifique a registrar a outra forma, mais
consentânea com a etimologia. Os luminares acadêmicos se basearam no
espanhol berenjena para fixar a grafia da nossa palavra, mas se esqueceram
do persa (badingan) e das demais línguas latinas, com exceção do espanhol,
que só a registram com g, caso do catalão alberginia e do francê s
aubergine.
O que me surpreende, todavia, no dicionarista que dá preferência à
Ibrma beringela é o fato de não proceder da mesma forma em relação a
outras palavras, cujo étimo leva à escrita diferente daquela registrada no
Vocabulário Oficial. Carcaça, por exemplo. A palavra, em rigor, se levado
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
em eonta o seu étimo, só poderia ser escrita com ss: carcassa. Nada nos
faz escrever com ç, a não ser o registro oficial. Por que, então, o dicionarista
não mudou também a grafia da palavra?
Por que não mudou a grafia de arpão para harpão?
Por que não mudou a grafia de caçarola para cassarola?
Por que não fez constar em seu dicionário a grafia corsel?
Por que não mudou a grafia de giz para gis, já que o étimo só nos leva
a esta forma?
São perguntas que, infelizmente, já não podem ter resposta, uma vez
que seu autor já não está entre nós.
malograr
Este verbo é pronominal, no sentido de fracassar, gorar: Os esforços
para a paz malograram-se. * * * Os planos do governo para erradicar a
fome malograram-se.
Escreve um jornalista carioca sediado em Brasília: Funcionalismo
público promete greve geral para amanhã, mas parece que vai "malograr".
No editorial de um jornal: Esse plano, como se vê, tem tudo para
"malograr". Por isso, se a realidade da educação básica já é trágica, como
atesta o Saeb, ela poderá piorar "ainda mais" se Lula não mandar seu
ministro da Educação deixar de lado a demagogia e preparar um novo
plano mais realista e compatível com a realidade financeira do Estado.
Será que tudo mesmo vai piorar?...
bastidores
É palavra só usada no plural (lado íntimo ou curioso, pouco sabido
do público): os bastidores da política, os bastidores das televisões.
Dia destes, uma repórter começou seu trabalho assim: Comenta-se
"no bastidor" que...
Repórter que já começa dando notícia dessa forma não deve conhecer
nada do que acontece nos bastidores.
Outra repórter nos informava que "no bastidor" já se sabia que o ministro
dos Transportes não seria exonerado pelo presidente.
Na verdade, nenhuma conhece o trabalho de bastidores...
história / estória
Urge estabelecer a distinção entre história e estória, como já fizeram
João Ribeiro, Câmara Cascudo e tantos outros insignes brasileiros. Guimarães
Rosa, um de nossos mais revolucionários e notáveis escritores,
escreveu Primeiras estórias (contos, 1962). Todos eles teriam cometido
equívoco? Todos teriam vacilado? A distinção entre as formas história e
estória é uma questão de bom-senso, e não propriamente de etimologia,
de ciência.
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
A forma estória nos vem do inglês story, trata-se em verdade de um
cstrangeirismo como outro qualquer e merece, sim, toda a consideração.
()u você também é avesso aos estrangeirismos? Se for, não se envolva com
informática! Se for, não se meta com futebol nem muito menos com esportes
radicais! Se preferir ser ranzinza, ranheta, você vai acabar ficando
confinado numa jaula lingüística. Não vale a pena: a vida é curta!
Ademais, estória não é só um anglicismo, senão uma forma arcaica
do próprio português. João Ribeiro, o gramático, em 1919 já admitia o seu
emprego, a par de história. Foi ele quem sugeriu o emprego da palavra.
Câmara Cascudo, um grande brasileiro, acatou-lhe a sugestão, além de
tantos outros insignes escritores nacionais.
História é ciência, é o que jamais se inventa; é o que existe ou o que
existiu como fato; é fato comprovado por documentos. Sendo assim, estórias
jamais ganharão o status de histórias. Nenhuma estória faz história;
vira conto, narrativa. Mas a história propicia muitas estórias engraçadas.
Houve já um autor nacional que resolveu contar-nos passagens dos bastidores
da nossa história. Intitulou a obra desta forma: Estórias da nossa
história. Perfeito.
Ademais, estória não é só um anglicismo, senão uma forma arcaica
do próprio português. João Ribeiro, o gramático, em 1919 já admitia o seu
emprego, a par de história. Foi ele quem sugeriu o emprego da palavra, na
acepção de balela, lorota, conversa mole ou na de ficção: Não me venha
com estórias! Criança gosta mesmo é de estórias em quadrinhos.
Repare ainda nestas frases, em que só cabe mesmo o emprego de estória,
aqui equivalente de complicação: Deus me livre de estória com a
polícia! Não há uma pessoa na cidade que queira estória com essa gente.
É bem verdade que muitos de nossos escritores, principalmente os regionalistas,
relutaram em usar estória e, na dúvida, empregavam mesmo
história, para não criarem polêmica.
É mais do que sabido que a única grafia cientificamente defensável,
no português, é história. Não é esse, porém, o ponto que se discute. Se as
maiores autoridades em lexicografia latina já registravam história por
"causo" ou por conversa fiada, é hora de estabelecermos a distinção, para
maior clareza da comunicação, por bom-senso (que não faz ciência, mas
é virtude sempre indispensável). Um ladrão ou um bandido, à frente de
um juiz, nunca jamais contará a história; preocupar-se-á com estórias,
porque a verdade conspira contra ele.
O Dicionário do folclore brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo, traz
a forma estória, além da informação de que em Portugal o conde de Sabugosa,
no prefácio de Damas de tempos idos, propõe a forma que tanta
abominação causa a certos autores e escritores brasileiros, muitos deles
caturras por excelência.
Caldas Aulete registra a forma estória, além de outros lexicógrafos
de nomeada. Nós estabelecemos a diferença e fazemos questão de nos
nortear por ela. O leitor que dela não se convencer estará livre para env
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
cerrar-se definitivamente na história, quando contarem "causos": não
ofende a língua, mas agride firmemente o bom-senso!
Por falar em "causo" e só por mor de ilustração, eis um interessante,
que talvez o ajude, caro leitor, a decidir por esta ou aquela forma, conforme
sua consciência:
Numa cidadezinha do interior, dois compadres conversavam aproveitando
o clarão da Lua. Cadeira na calçada, pito na boca e o costumeiro
pijama listrado. Aí, um compadre diz pro outro:
- Conta uma daquelas estórias suas, compadre! A Lua tá tão boazinha,
tá memo pra gente proseá. Como foi memo sua viage à Bahia? Deu
tudo certo?
Vendo que não podia fugir do papo, o compadre não teve jeito:
- Que certo, que nada, compadre, quase que eu morro!
Aparteando com um Num diga!, o compadre viu logo que ia sair estória.
Encostou mais a cadeira, e o outro foi narrando sua aventura.
- Quando o desgraçado do navio ia se aproximando da costa da
Bahia, compadre, não é que foi batê logo numa pedra e arromba todo o
casco? E haj a água pra entrá por tudo quanto era buraco!
O compadre, cada vez mais interessado pela estória, procurando ajudar
o outro, ajuntou:
- E vosmecê, compadre, que nunca nadou nem memo em riacho daqui,
que tem somente uns parmo de fundura , hem?
E o outro prosseguiu:
- Mas na hora da morte, compadre, a gente é capaz de tudo! Quando
vi o aguaceiro entrá porta adentro do meu quarto do navio, subindo parmo
a parmo numa ligeireza danada, e a porta depois fechá com o ferrolho
emperrado, tive uma idéia pai-d'égua.
- Conta, conta, compadre - acudiu o outro, cada vez mais interessado.
- Então, abri aquela portinha redonda de vidro que fica no quarto
pra gente oiá o mar; tirei toda a roupa, peguei minha latinha de vaselina,
besuntei todo o corpo e... tchibung! caí no mar e taquei a nadá em direção
a terra.
- Nadando memo, compadre? - aparteou o outro.
- Nadando que nem um cão, guiado por umas luizinha que piscava
lá longe. Mas isso num é tudo! O pió é que quando eu tava meio caminho
andado, já perto da terra, não é que me vi cercado de tubarão por tudo
quanto é canto, cada um querendo me ganhá primeiro, compadre, e por
baixo!!!
- Ixe, nossa mãe!
- Aí, compadre, num tive dúvida, saquei da minha pexera e fui degolando
de um em um.
- Mas como, compadre?! - atalhou o outro - vosmecê num disse que
tinha saído do navio nuzinho em pêlo?
A esta altura, o compadre estourou:
NÀ NAO ERRE MAIS! 73 1 5
Basta, compadre, basta! Já vi que vosmecê num tá querendo memo
ouvi estória.
E retirou-se, zangado.
Há muita gente séria por aí que só gosta de ouvir histórias desse
tipo...
Um time pode perder "do" outro?
Não, um time ganha do outro, mas perde para o outro: Faz tempo que
o Flamengo ganha do Vasco da Gama. * * * Faz tempo que o Flamengo não
perde para o Vasco. * * * O Corinthians andava ganhando de todo o mundo.
* * * O Palmeiras perdeu até para o ASA, de Arapiraca.
acordo entre "Brasil" e "Argentina"
É comum nossos jornais trazerem manchetes assim, ou seja, sem o
artigo antes de nomes que o exigem. Ora, alguém mora "em" Brasil ou
"em" Argentina?
Eis uma notícia de jornal: Mais de 700 mulheres australianas posaram
nuas hoje para protestar contra o provável envolvimento do seu país
no caso de uma guerra entre "Estados Unidos"e "Iraque". (Ora, quem é
que vai a "Estados Unidos" e foge "de" Iraque?)
Escreve no Jornal da Tarde conhecido e respeitado editorialista: Parece
que Lula e Bush vão surpreender o mundo com uma parceria inédita
entre "Brasil"e "Estados Unidos".
É o caso de perguntar: será que o jornalista conhece o Brasil?; será
que ele sabe onde ficam os Estados Unidos? Ou ele mora mesmo é "em"
Brasil e viaja sempre "a" Estados Unidos?
Outro jornalista carioca, mas sediado em Brasília, escreve: A guerra
entre "EUA"e "Iraque"é cada vez mais iminente e colocará em frangalhos
a economia mundial.
A guerra, viu-se depois, não colocou em frangalhos apenas a economia
mundial, mas também evidenciou o frangalho em que se encontra a
pena de muitos jornalistas.
É o mesmo jornalista que escreve: Vejam a contradição: "EUA"e "Inglaterra"
estão destruindo Bagdá e outras cidades iraquianas, mas já escolheram
as empresas que irão participar da reconstrução.
Vejam que contradição!...
Esta é de outro jornalista: "França" e "Brasil" se aproximam
ainda mais graças a encontro entre representantes dos dois países.
O caro leitor, por acaso, já visitou "França"? Conhece "França"?
Mora "em" Brasil? Vive "em" Brasil? Trabalha "em" Brasil? Já viajo u
"por" Brasil?
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
Noutro jornal: Segundo o presidente da UIA (União da Indústria Argentina),
Héctor Mendez, Furlan é o ministro brasileiro que mais preocupa
os empresários argentinos. Para ele, é necessário a adoção de uma política
empresarial entre "Brasil"e "Argentina"que seja capaz de corrigir
as assimetrias do Mercosul.
Numa revista: A história das relações entre "Brasil" e "Argentina"
obedece a um princípio básico: toda vez que a economia de um deles atinge
velocidade superior à do outro, surgem atritos diplomáticos.
AVeja (ed. 1.615) fez uma entrevista com o respeitável senador Pedro
Simon, um dos políticos mais dignos que este país já produziu. Lá pelas
tantas:
- O senhor acha que os paulistas são arrogantes?
- Não. É que São Paulo está muito à frente. Tem de fazer um esforço
muito grande para conversar com o resto do Brasil. E como os Estados
Unidos dialogando com "Bolívia", "Equador" ou Uganda.
Repare no uso escorreito do artigo antes de Estados Unidos e de Brasil.
Mas... por que diabo o competente, digníssimo e também muito simpático
senador o omitiu antes de Bolívia e Equador?
É um mistério!
Nomes de clube também exigem o artigo?
Também: o Flamengo, o Corinthians, a Portuguesa, o Atlético, o Cruzeiro,
o Grêmio, o Internacional, o Palmeiras, o ASA...
Quando, porém, a referência é a um jogo, a omissão do artigo é também
correta: Palmeiras e Corinthians sempre foi um jogo emocionante.
*** A tabela marca Vasco e Flamengo no Maracanã.
nós "vai", vocês "fica"
É de rir, não é? Pois bem, há jornalista por aí cometendo quase a mesma
asnice. Veja o que se leu recentemente no site de A Gazeta Esportiva:
O volante Claudecir reconheceu que o Palmeiras ainda não apresentou
um futebol digno do Palmeiras. De acordo com o jogador, as duas vitórias
do time não "iludiu" o elenco nem a torcida.
A maré do Palmeiras andou tão em baixa em 2002, que jornalista que
se referia ao clube já nem pensava em plural, porque o clube era muito
singular...
taça Libertadores "de" América
Em português não existe isso, mas os nossos jornalistas e narradores
esportivos abusam da expressão. Em espanhol, sim, é que a palavra
América dispensa o artigo; os povos de língua espanhola estão, portanto,
NÀ NAO ERRE MAIS! 5 1 5
corretos em usar a expressão daquela forma. Nós, brasileiros, não. Que
brasileiro diria que Colombo foi o descobridor "de"América?
campeonato mundial "interclubes"
A palavra interclube é malformada , já que o prefixo inter- se apõe a
adjetivo, e não a substantivo. Assim, deveríamos ter em seu lugar interclubista,
que ninguém usa, mesmo porque não existe no seio da língua.
Em razão dessa má formação, os jornalistas esportivos usam a palavra
por entre clubes, daí resultando uma concordância extraterrena: um adjetivo
no plural modificando uma expressão no singular.
Olimpíadas
Os jogos olímpicos modernos se denominam Olimpíadas (sempre no
plural). A Olimpíada faz parte do tempo do Onça: eram jogos disputados
antes de Cristo. V. Dicionário de dúvidas, dificuldades e curiosidades da
língua portuguesa.
No site de um jornal: São Paulo e Rio de Janeiro acirram disputa
"pela Olimpíada"de 2012.
A manchete seria mais palatável se estivesse rigorosamente assim:
São Paulo e o Rio de Janeiro acirram disputa pelas Olimpíadas.
A vida, no entanto, nunca é como a gente quer...
"massivo"
Não existe esta palavra em nossa língua. Quem a usa está, na verdade,
empregando uma adaptação do vocábulo da língua inglesa massive.
Em português existe maciço, vocábulo que, aliás, deveria ser grafado de
outra forma: massiço, já que é derivado de massa. O Vocabulário Oficial,
todavia, prega-nos mais essa peça.
No site de um jornal: Documento reitera que Iraque já não possui
armas de destruição "massiva".
No site de um provedor: Ataque "massivo" dos Estados Unidos ao
Iraque.
O que se vê, na verdade, cotidianamente, é um ataque maciço à língua...
crianças "prodígios"
Prodígio (extraordinariamente talentoso) é uma palavra que, usada
como adjetivo, não varia: Madame de Staêlfoi uma menina prodígio. ***
Essa escola está cheia de alunas prodígio. *** Joana Maranhão, garota
prodígio de 16 anos, ganha medalha e vai às Olimpíadas.
Existem até os que usam para animais: cachorros prodígio, cavalos
prodígio, etc. Note: além de não variar, também sempre sem hífen.
Numa emissora de televisão, num desses programas de fofocas, a
apresentadora, ao falar sobre o excepcional papel desempenhado por
uma menina em certa novela, afirmou: Muitas crianças já foram consideradas
"prodígias" na TV.
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
A autora da pérola, certamente, nunca esteve entre elas.
Ele só fala "dele" mesmo
Em português, os pronomes da terceira pessoa que indicam reflexibilidade
são se, si e consigo. Assim, ninguém fala "dele" mesmo, nem faz
elogio a "ele" mesmo, mas fala de si mesmo, faz elogio a si mesmo: Os
árabes brigam entre si mesmos. * * * As mulheres se enfeitam para si mesmas.
*** Ele só fala de si mesmo. *** Ela só gosta de si mesma. *** Eles
só falam de si mesmos. * * * Elas só gostam de si mesmas. * * * Ele só se
interessa por si mesmo. *** Ela só se esforça por si mesma. *** Eles só
respondem por si mesmos. * * * Elas só se responsabilizam por si mesmas.
*** O ministro fez um elogio a si mesmo.
Na mídia: Viola está encantado. Com "ele"mesmo. *** O nosso planeta,
a Terra, gira em volta "dele"mesmo. * * * Deputados trabalham para
"eles" mesmos. *** Quem acompanha futebol conhece as brincadeiras
que os jogadores costumam fazer entre "eles". Numa revista: Será que
não está na hora de o povo brasileiro ser fã "dele mesmo" e não cultuar
tantos artistas e atletas?
Manchete de um âncora de telej ornai: Deputados aumentam salários
para "eles"mesmos.
Se ISSO não é uma ver-go-nha, o que será?
a "poeta"
As mulheres sensíveis, que procuram atingir e difundir o belo em
versos, são rigorosamente poetisas.
Há somente um caso em que a palavra poeta pode ser empregada em
referência a mulheres, mas só absolutamente um caso: quando se considera
o todo, o universo dos poetas (homens e mulheres). Assim, por exemplo:
Cecília Meireles é o maior poeta da literatura brasileira. Ou seja:
entre todos os poetas (homens e mulheres) brasileiros, Cecília é quem se
destaca, quem sobressai. Fora daí, nada!
Numa revista: Atenção para o nome de Maria Lúcia Dal Farra: ninguém
no Brasil é melhor poeta que ela.
Alvíssaras! Certo! Absolutamente certo! Quando li, fiz um esforço
danado para que a forte emoção não me dominasse por completo...
Só para firmar conhecimento, veja mais este exemplo: Juçara é o melhor
advogado da cidade. Se afirmarmos que Juçara é a melhor advogada
da cidade, os homens que exercem a mesma profissão estarão de fora,
automaticamente.
Certa feita, qualificaram-se em Maceió e Natal para disputar o segundo
turno duas mulheres em cada uma dessas capitais. Tanto bastou para
que uma repórter anunciasse (com certo ar de regozijo de classe): Em Maceió
e Natal, "a prefeita"será obrigatoriamente uma mulher. Não será, não!
Em Maceió e Natal, o prefeito será obrigatoriamente uma mulher.
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Noutra vez uma revista semanal de informação trouxe na capa (ed.
1 (>70): Marta Suplicy, candidata a "prefeita" em São Paulo. Não, ela foi
candidata a prefeito.
Dois anos depois, no site de um jornal: Marta é a pior entre 9 prefeitos,
segundo pesquisa Datafolha. (Aliás, Marta é o pior entre 9 prefeitos.)
No site da Jovem Pan: Marta é considerada pior "prefeita". (Aliás,
Marta é considerada pior prefeito.)
O mais curioso nisso tudo é que as livrarias estão cheias de manuais
de redação que se propõem "ensinar" português. Como?
Escreve-me um consulente afirmando que, numa consulta a certo
professor eletrônico, este afirmou que poeta já é substantivo comum-dedois.
Sem comentários.
Lojas Americanas
Expressão que não leva o verbo ao plural, a exemplo de Casas Bahia,
Supermercados Pão de Açúcar, Lojas Brasil, Lojas Riachuelo, Casas da
Banha, etc. Se, porém, tivéssemos um artigo antes de tais nomes, o verbo
iria obrigatoriamente para o plural.
Suponhamos, então, que o nome da empresa fosse As Lojas Americanas.
Construiríamos: As Lojas Americanas abrirão nova filial na cidade.
Portanto: Casas Bahia deseja a seus amigos e fregueses um feliz Natal.
*** Lojas Riachuelo comunica à praça que... *** Casas da Banha felicita
os campeões. *** Tintas Coral muda de endereço.
"um" mil
Uma das grandes tolices inventadas por alguém que não tinha o que
fazer é essa de usar um antes de mil. Só uma cabeça muito pequena pode
conceber um singular junto de um plural.
O Brasil foi descoberto em mil e quinhentos, e não em "um mil e quinhentos".
Bombril nunca foi uma esponja de aço de "uma mil" e uma utilidades.
E nenhum país, até hoje, produziu "uma mil" toneladas de aço.
Apesar da evidência, há ainda os que preenchem cheques desta forma:
"um mil reais". Por receio de fraude, outros preenchem cheques assim:
"hum mil reais".
Alguns até acham que é uma exigência bancária a inclusão desse
malsinado "hum" antes de mil. Qual nada! Sempre preenchi os meus
raros cheques dessa importância sem "um" nem muito menos "hum". E
nunca tive os meus cheques recusados por bancos. Aliás, a Lei do Cheque
(2.591, de 07/8/1972) não traz nem poderia trazer a esdrúxula e inaceitável
exigência.
um milhão
É preciso não fazer confusão: milhão, bilhão, trilhão, etc. são nomes
coletivos e de número singular. Sendo assim, aceitam o um, que também
é desse número.
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
Certa vez, ouvimos de uma repórter de televisão: Eu e "todos os outros
um milhão" e duzentos mil mutuários do Sistema Financeiro de Habitação
pagaremos maior prestação da casa própria.
Que pérola! Se um é singular, como aceitar "outros"?
Um milhão de pessoas morreu nessa guerra
Frase corretíssima. Milhão, como vimos no caso anterior, não é palavra
de plural; trata-se de nome coletivo, assim como exército, turma,
bando, etc., palavras que exigem o verbo no singular, embora dêem idéia
de vários ou de muitos seres. Note, ainda, que milhão se faz acompanhar
de um. E um, neste mundo que Deus criou, é e sempre será de singular. A
menos que os extraterrestres cheguem a qualquer momento e nos mostrem
que não é bem assim...
Enquanto eles não chegam, sejamos ao menos razoáveis: Um milhão
de reais foi gasto à toa nessa obra. *** Um bilhão de pessoas vive na índia.
*** Um trilhão de dólares é o déficit dos Estados Unidos. *** Um milhão
de crianças foi vacinado ontem. * * * Foi arrecadado um milhão de reais em
donativos.
Na capa de uma revista: Um milhão de brasileiros já "moram" em
condomínios fechados.
Noutra revista: "Vivem" em todo o mundo um milhão de bebês de
proveta.
Num tradicional jornal paulistano: Na praça São Pedro e arredores,
além de governantes, reis, rainhas e personalidades importantes, cerca de
um milhão de fiéis "acompanharam"a missa do funeral de João Paulo II.
Nesse mesmo jornal: A frota brasileira de veículos a gás é a segunda
do mundo, com 660 mil veículos, e só perde para a da Argentina, onde
"existem" 1 milhão de veículos desse tipo.
Manchete de um diário de São Paulo: Quase um milhão de aposentadas
"sustentam"a família em São Paulo.
Acho louvável toda atitude ou toda campanha antitabagista, porque
o fumant e é um ser que precisa de ajuda, que necessita de cuidados especiais,
mas nunca de compreensão. Por quê? Porque fuma r aumenta as rugas
ao redor da boca e favorece o aparecimento do câncer bucal. Porque o
cigarro potencializa os sintomas do envelhecimento. Porque onde há fu -
maça há fogo (câncer). Porque fuma r está completamente fora de moda.
Porque, enfim, todo fumant e é um estúpido, não tem sequer bom-senso.
Por tudo o que a medicina hoje conhece e procura prevenir as pessoas,
fuma r chega a ser não só sinônimo de alta estupidez, de pulmão e boca
fétidos, como de intolerável breguice. O que antes era charmoso, hoje é a
expressão inequívoca de grande breguice, da mais inequívoca deselegância,
do mais insuportável mau-gosto!
Tudo isso para dizer que, recentemente, uma empresa antitabagista
fez campanha pela imprensa, nestes termos: Nos Estados Unidos, mais de
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 79 1 5
1 milhão de pessoas já "abandonaram"o cigarro sem usar nicotina. Este
sucesso já está no Brasil.
Escrevendo assim, eles ainda têm coragem de falar em sucesso!...
namorar com
Construção própria do italiano. Nós, brasileiros, imitamos, até porque
boa parte de brasileiros descende de italianos.
Trata-se de construção plenamente consagrada não só entre jovens,
mas entre bons autores, assim como jogar de goleiro e entrar de sócio.
Quem é que, na prática do futebol, diz que joga como goleiro, e não que
joga de goleiro?
Quem é que, associando-se a um clube, diz que entrou como sócio do
clube, e não que entrou de sócio? Que aluno que, ao não conseguir aprovação
para o ano seguinte, diz que repetiu o ano, e não que repetiu de ano?
Que estudante, por mais dedicado e aplicado que seja, diz que passou
o ano, e não que passou de ano?
Por tudo isso é que estamos livres para namorar todo o mundo ou com
todo o mundo. O importante é ser honesto.
"girabrequim"
Há muita gente por aí que, se pudesse, construiria motor com "girabrequim"
. Claro que fundiri a na primeira movimentação. A peça boa,
que qualquer motor saudável aceita, é o virabrequim.
O dicionário do entulho, todavia, registra "girabrequim" . Faz
parte...
A viagem não foi "de toda" má
Não. Viagem assim é sempre de todo muito má.
Locução adverbial não varia: A sentença não foi de todo injusta. ***
A vida na ilha não é de todo monótona. * * * Disfarça-te e sai de f ninho! (E
não: "de fininha".) *** Vidas têm sido colocadas em risco nos estádios de
futebol. (E não: "em riscas".) *** Muitas espécies animais estão em extinção.
(E não: "em extinções".) *** Recebi mensagem por escrito. (E não: "por
escrita".) *** A questão continua em aberto. (E não: "em aberta".) *** Os
salários estão em dia. (E não: "em dias".) *** A equipe corintiana se abriu
por inteiro. (E não: "por inteira".) *** Houve muitos votos em branco nestas
eleições. (E não: "em brancos".)
Certa feita, um repórter esportivo nos revelou que um jogador de fu -
tebol havia pisado com as duas pernas"em falsas", por isso sentia muitas
dores. E o repórter? Não sentiu dor nenhuma?!
Noutra oportunidade, um repórter policial perguntou a uma delegada,
depois da prisão de uns marginais: E agora, doutora, o que vai ser
feito desses ladrões?
A resposta foi sensacional: Eles serão autuados "emflagrantes"e encaminhados
ao xadrez.
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NÀ NAO ERRE MAIS!
Cadeia?!
Não faz muito tempo, um governador paulista ordenou a um repórter
que o cobrava de algo ainda não atendido: Faça uma carta "por escrita"
me relatando tudo e me mande, que eu tomarei as providências cabíveis!
O governador deveria, certamente, estar um pouco nervoso ou muito desorientado;
primeiro: se é carta, só pode ser por escrito; segundo, "por
escrita" foi, naturalmente, brincadeira dele.
No Brasil costuma haver muitos políticos brincalhões. A começar de
presidentes....
"primeiro-damo"
Eis mais uma invenção de jornalista brasileiro. Quando Benedita da
Silva assumiu o governo do Rio de Janeiro, em abril de 2002, os jornalistas
logo acorreram a cuidar da sua vida pessoal. Como ela é casada com
Antônio Pitanga, pai da belíssima Camila, trataram-no por "primeiro-
-damo" , numa analogia com primeira-dama. Como pilhéria, troça ou gozação,
até que serve.
Com a eleição de outra governadora, no Rio de Janeiro, ficou a pergunta:
Garotinho, agora, virou "primeiro-damo"? Não, não virou não.
Marido de governadora ou de presidenta não tem na língua, por enquanto,
nome especial.
ante "a" isso
Ante já é preposição; então, para que se lhe pospor outra preposição?
Alguns advogados (naturalmente os pouco sérios) são mestres neste emprego
abusivo.
Recentemente, um jogador ganhou uma ação trabalhista contra o
Palmeiras. O ministro do Tribunal Superior do Trabalho, ao dar a sentença,
escreveu assim: Nego provimento ao agravo e, "ante a"seu caráter
manifestamente protelário, condeno a agravante ao pagamento de multa
de 10% sobre o valor corrigido da causa.
Ante isso, o Palmeiras teve forçosamente de pagar. Mas quem mais
pagou o pato foi a língua...
Ficar "comovido" com um grande espetáculo
Fica comovido aquele que sente um choque, uma emoção negativa
muito forte. Quando perdemos um ente querido, ficamos comovidos. Mas
quando nos admiramos de um grande espetáculo, ficamos naturalmente
emocionados. Ante um incêndio devastador, quem não fica comovido?
Mas ante uma bela mulher, que homem de bem não ficará naturalment e
emocionado?
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 5 1 5
reboliço / rebuliço
Há quem confunda adjetivo (reboliço, que significa que rebola: CanI
iiiJlas tinha um andar reboliço) com substantivo (rebuliço = grande confusão).
Deste, saiu a abreviação rebu; daí por que fica difícil aos que raciocinam
trocar uma palavra pela outra.
Mas há. Há os que, ou não raciocinam, ou são dados mesmo a cometer
rebus. No site de uma revista: Das histórias envolvendo presidentes e
mulheres bonitas, nenhuma se iguala "a" de Itamar Franco. No carnaval
de 1994, o mineiro foi flagrado ao lado de Lilian Ramos. Até aí nada "demais".
O que causou "reboliço"foi o que a moça mostrou para os fotógrafos
debaixo do pequeno vestido...
Se a modelo causou rebuliço, naquela ocasião única e ímpar, que se
dirá de jornalista que causa rebuliço todos os dias em seu ofício?
Não perca a conta dos erros: "a", em vez de à; "demais" por de mais;
e "reboliço"por rebuliço.
Cabe, então, a pergunta: quem mais está nu? A modelo?!
penalizar / apenar
Há quem confunda o significado destes dois verbos. Penalizar é atormentar,
afligir. Quem não sabe que uma goleada do Palmeiras penaliza
qualquer corintiano ou que uma vitória maiúscula do Flamengo penaliza
todo vascaíno?
Mas há quem use penalizar por punir, castigar, que são justament e os
sinônimos de apenar. Todos sabemos que a inflação apena mais os pobres.
Os guardinhas de trânsito estão aí em todas as ruas das grandes cidades,
vestidos desta ou daquela cor (é marronzinho, é azulzinho, é roxinho,
etc.), para apenar todos os motoristas, justa ou injustamente. Afinal, hoje
se ganha por produtividade...
Sim, mas o assunto não é bem esse: o certo é que jornalistas que se
prezem não têm o direito de confundir penalizar com apenar. Mas confundem.
Repare nesta frase do site de uma revista: Modelo de reajustes
de tarifas de serviços públicos "penaliza" o consumidor e engessa ações
do governo.
Escreve um ex-secretário da Receita Federal: A idéia de monitoramento,
pela Receita, de gastos com cartões de crédito para combater a
sonegação é uma mudança de comportamento: pretende-se aumentar a
arrecadação em cima de quem não está pagando adequadamente em vez
de "penalizar" quem já paga corretamente.
Aqui, todavia, existe uma explicação até que meio convincente: o
Leão penaliza sempre...
governo Lula ou governo de Lula?
Tanto faz. Os jornalistas costumam não usar a preposição
uma questão de economia de espaço.
NÀ NAO ERRE MAIS!
talvez por
1 1 5
"duas" milhões de pessoas
Grande bobagem. Se a palavra milhão é masculina (o milhão, um
milhão), não há como explicar esse feminino ("duas milhões"). Nunca vi
ninguém usar "uma milhão". Então, por que "duas milhões"?
Enquanto a resposta não vem, convém acostumar os ouvidos: Foram
vacinados dois milhões de crianças ontem. * * * Serão exportados duzentos
milhões de toneladas de soja.
Eis o que nos informa, todavia, um de nossos jornais: Depois de ultrapassar
a marca "das"20 milhões de cópias vendidas, o romance O Código
Da Vinci, de Dan Broivn, se vê envolvido numa polêmica com a Igreja
Católica.
"a" milhar do primeiro prêmio da loteria
Só existe de verdade o milhar do primeiro prêmio. Assim como milhão,
milhar é palavra masculina: o milhar, um milhar.
Veja estas frases: Dois milhares de maçãs foram perdidos durante a
viagem. *** Os milhares de mulheres que aqui estão têm filhos menores.
* * * Duzentos milhares de crianças sul-vietnamitas foram levados para os
Estados Unidos. * * * Esses milhares de crianças abandonadas do Brasil
serão exatamente o quê, amanhã?
No site de um jornal: Confira "as"milhares de ofertas dos classificados.
Convém?
No site do Terra: Os acessos à conturbada Quito foram bloqueados
hoje para impedir a entrada de simpatizantes do presidente do Equador,
Lúcio Gutiérrez, a fim de evitar confrontos com "as" milhares de pessoas
que exigem a renúncia do mandatário nas ruas do país.
Repare, agora, nestas frases da Veja, todas perfeitas: Cem pesquisadorres
passaram os últimos três anos confinados em laboratórios e escritórios,
analisando os milhares de informações coletados ate hoje sobre a
biodiversidade mundial. *** As Farc são apenas terroristas. Não lutam
para solucionar problemas sociais. Na verdade, com os atentados e os seqüestros,
criam mais pobreza. É muita hipocrisia alguém no exterior defender
a guerrilha e esquecer os milhares de vítimas dos guerrilheiros.
Milagres um dia acontecem...
mil
Mil é um caso diferente de milhar, porque se trata de numerai, e não
de substantivo. Adquire, por isso, o gênero do substantivo que se lhe segue:
duas mil pessoas, duzentas mil laranjas, dois mil pedidos, duzentos
mil pedaços, etc.
Um apresentador de um famoso telejornal nacional disse não faz muito
tempo: Cerca de "dois mil"pessoas participaram das manifestações.
Pouco tempo depois, no mesmo telejornal, do mesmo apresentador,
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
ouviu-se isto: Mais de "dois mil" pessoas recebem seguro-desemprego
com um salário de R$10.000,00.
Isto é: o homem confundi u conhaque de alcatrão com catraca de
canhão...
"Benvindo" a São Paulo!
Boas-vindas se dão de modo diferente: Bem-vindo a São Paulo!
Frases de jornalistas: O PMDB e o PDC goianos encaram como
"benvindos" os votos dos fazendeiros. *** Fidel confirmou que o capital
estrangeiro continua sendo "benvindo". *** "Benvindo" ao passado,
Brasil...
Há certos lojistas que ostentam logo à entrada de seu estabelecimento
a sua própria identidade: "Benvindos".
Cuidado, ao entrar!
malvindo
É assim que se grafa esta palavra, a nosso ver o verdadeiro antônimo
de bem-vindo (um dicionário dá bem-ido). Ora, quem não é bem-vindo a
algum lugar, é naturalment e malvindo (ou seria bem-ido?)
Há jornalista que escreve "mal vindo": Já está ficando claro que a
reforma tributária vai atender a todos os interesses menos os do contribuinte,
portanto, ela é muito "mal vinda".
solidarizar-se
É simples: quem se solidariza, se solidariza com alguém. Há, porém,
quem prefira inventar.
No site de um jornal: Lula se solidariza "a" Genoino. Depois de levar
uma torta na cara, no Fórum Social de Porto Alegre, o presidente do PT
recebeu um telefonema do presidente, que está na Europa.
Quem levou a torta foi o deputado; quem se lambuzou todinho foi o
jornalista.
comparecer a "féretro"
Trata-se de ato não só desagradável, mas impossível: féretro é caixão.
Podemos dizer, sim, que o féretro saiu atrasado, que todo o mundo queria
carregar o féretro, mas não que alguém compareceu ao "féretro".
Autoridade, civil ou militar, comparece a funeral, que é a cerimônia
de sepultamento. Cuidado, portanto, com frases assim: Estive no "féretro"
de seu pai. * * * O "féretro " do prefeito tinha muita gente.
Dizem que isso costuma dar até cemitério...
prefiro "milhões de vezes do que"
O mundo está cheio de gente que prefere "mil vezes", que prefere
"milhões de vezes", que prefere "antes", que prefere "muito mais", etc. É
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
desperdício: no prefixo (pre-) já existe a idéia de intensidade ou de anterioridade
desejada.
Quem prefere de verdade, simplesmente prefere alguma coisa a outra,
e não "do que" outra: Prefiro chuchu a jiló. *** Elisabete prefere escrever
a discursar. *** As crianças preferem praia a piscina, calor a frio.
*** Eles preferem comer arroz a comer macarrão.
Também não convém preferir uma coisa "em vez de" outra. Numa
revista: Pesquisas recentes revelaram que 41,8% dos consumidores preferem
hambúrguer congelado "em vez de"bife.
atenuante / agravante
São palavras femininas: a atenuante, a agravante.
Numa de nossas revistas semanais de informação: Paga-se aqui, em
termos médios, mais imposto que nos países desenvolvidos, com "o agravante"
de a carga de contribuição estar concentrada sobre os ombros de
uma única classe - a classe média.
sendo "que"
Não existe esta combinação em nossa língua, mas ela aparece muito
na mídia: Apenas 2 dos 348 estudantes que responderam aos questionários
disseram conhecer a tricuríase, "sendo que"ambos demonstraram ter
conhecimentos incorretos.
Nesta frase, "sendo que" poderia ser substituída por mas, porém, todavia,
etc.
Recentemente, ouvimos um metalúrgico reclamando: Recebi cinco
mil reais, "sendo que" boa parte foi retida pelo imposto de renda. Caberia
nessa frase a mesma substituição da primeira.
Não faz muito tempo, lemos a orientação de um advogado: Quando
o casal já está separado de fato judicialmente, o divórcio pode ser requerido
após um ano da decretação da separação. Não havendo ainda a separação
judicial, apenas a separação física, o divórcio pode ser efetivado,
"sendo que" há a necessidade do casal estar separado de fato há mais de
dois anos, o que deverá ser provado por testemunhas.
Também aqui cabe qualquer conjunção adversativa.
Num jornal: A maioria ganha mais de dez salários mínimos mensalmente,
"sendo que" 32% recebem entre dez e vinte salários.
Basta usar mas.
Em outro jornal: O saldo devedor financeiro das operações será
transferido e cedido ao governo do Estado, "sendo que" incidirão juros
de 3% ao ano.
Custaria usar masl
Finalmente, dados do Sebrae: A participação das "micro "e pequenas
empresas no total das empresas em 1994 foi de 96,04%, "sendo que" no
comércio foi de 96,76%, nos serviços 97,26% e na indústria 91,86%.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
'lYido, como se vê, pode ser perfeitament e substituído por um mas, um
/iorem, um todavia, palavras tão singelas!
Há casos em que a substituição se faz por palavra ainda menor: e.
Veja: Ele já escreveu muitos livros, "sendo que" muitos deles já foram
t raduzidos para vários idiomas.
Não querendo usar o e: Ele já escreveu muitos livros, sendo muitos
deles já traduzidos para vários idiomas.
caixa
Que é palavra feminina, todo o mundo sabe: a caixa de sapatos, a
caixa de papelão, a caixa registradora, etc. O que poucos sabem é que esta
palavra é masculina, quando usada na acepção de féria ou na de pessoa
que trabalha junto a uma caixa pagadora ou recebedora. Portanto: O comerciante
fez o caixa e verificou que o movimento tinha sido muito bom
naquele dia, mas de repente os assaltantes entraram e levaram tudo o que
havia na caixa. *** Os caixas do banco ficaram apavorados no momento
do assalto. *** Não há um só caixa livre no banco.
Usa-se também no masculino esta palavra, na acepção de dinheiro
arrecadado: A grande diferença entre os dois candidatos está no tamanho
do caixa de campanha.
Muito bem. Não faz muito, houve uma greve de metroviários em São
Paulo. A cidade virou um caos ao quadrado (porque caos é seu estado
permanente). Um comerciante, abatido, declara, então: As faxineiras chegaram
duas horas atrasadas, e "uma caixa"não chegou até agora.
É o caso de perguntar: Uma caixa de quê? De mangas? Ou de problemas?...
Quantias exigem o verbo no singular?
Depende: se a quantia for de um real, um dólar, etc., use o singular.
Mais que isso, use o plural: Ele disse que R$500,00 bastavam, mas não bastaram.
*** Não deram os R$200.000,00 que eu levei. *** Na minha caixa,
hoje, SÓ entraramR$10,00!
Eu "deito" cedo
Não. Quem se põe na cama para descansar ou para pegar no sono,
deita-se, assim como depois se levanta.
Por isso, eu me deito cedo e me levanto cedo; as crianças se deitam às
8h e se levantam às 7h; quando estamos em férias, nos deitamos tarde e nos
levantamos tarde.
No final de dezembro de 2003, o presidente, pelo rádio, deixou toda
a população brasileira profundament e esperançosa, ao dizer, profeticamente:
Que o povo vá "deitar"no dia 31 sabendo que, a partir do dia l.°o
Brasil será melhor.
Foi?
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
"indiscreçõo"
Se você vir alguma indiscrição em algum comentário aqui, esteja
certo de que não foi propositado. Afinal, quem prima pela discrição não
pode cometer indiscrições...
Não querendo enveredar pela indiscrição, mas já enveredando, eis o
que saiu num de nossos principais jornais: Os funcionários do Caesar Park
Hotel são de uma "discreção"padronizada, da roupa ao tom de voz.
E onde é que ficou a discrição? Fugiu pela porta dos fundos do hotel?
tchau / tcheco / Tchetchênia
Nenhuma dessas palavras é compatível com a índole da língua portuguesa,
que não agasalha formas iniciadas por t não apoiado em consoante.
Algumas destas formas, todavia, têm o amparo do Vocabulário
Oficial.
O som [tS] = tch é um alofone de [t] antes de vogai. Não há, contudo,
em nosso modo de ver nenhuma necessidade de representar tal som
por tch, assim como não se grafa "tchê", mas sim chê; assim como não se
escreve "Tchaco", mas Chaco; e ninguém grafa "tchiu", mas tio, exceto,
naturalmente, quando se trate de gírias ou de modismos, como "tchurma","pitchula","mintchura","tchan"
, etc., em que se deseja, por alguma
razão, dar ênfase ao alofone. Os chilenos pronunciam o nome do seu país
desta forma: "tchile", mas nem por isso escrevem "Tchile". Note, ainda,
que todos pronunciamos djins (jeans), mas não representamos esse som
inicial na escrita.
Portanto, as grafias, a nosso ver, rigorosamente corretas são chau,
checo, Checoslováquia, Chechênia, chê e Chaco.
Que coisa, "heim"?
Nossa língua admite duas grafias para esta interjeição: hem! (preferida)
e hein!, mas sempre há os que escolhem uma terceira, inexistente:
"heim!".
Frase de um famoso jornalista paulistano: Quem diria, "heim!" Enquanto
o autoritarismo comunista vai caindo de podre no mundo...
Quem diria, hem!
campanhas antifumo
A vida sem cigarro é, de fato, não só mais saudável, como também
muito mais inteligente e menos desagradável para quem está nas proximidades.
Fuma r é sempre um castigo.
Quando o prefixo anti- se junt a a um substantivo, na função de adjetivo,
fica invariável. Portanto: campanhas antifumo, drogas anticâncer,
pneus antiderrapagem, portas antifogo, manifestações antiguerra, medidas
anticrime; xampus anticaspa; cremes dentais anticárie. Tal combinação
é própria da língua inglesa; nós apenas imitamos.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Aqueles que acharem isso um tanto antieufônico, optem, então, pela
construção rigorosament e portuguesa: campanhas contra o fumo, drogas
contra o câncer, manifestações contra a guerra, xampus contra a caspa,
cremes dentais contra a cárie, etc.
E saúde par a todos!
Amuleto "trás" boa sorte?
Só traz par a os espertos. A forma do verbo trazer é traz, e não "trás",
que, no portuguê s contemporâneo, só se graf a posposta a preposição: por
trás (ela veio por trás), para trás (deixar os amigos par a trás).
Certa vez, em Fortaleza, a fantástica , formidáve l e toda esburacada
capital do Ceará, uma cartomant e mando u afixar cartazes aos postes de
toda a cidade, convidando incautos para "consultas". Assim: Sara "trás"
seu amor de volta.
Nessa, seu dinheiro já se foi, e seu amor... adeus!
No site do Estado do Espírito Santo, em destaque s turísticos, viu-se:
Vitória - a ilha que "trás"no nome o motivo de sua existência.
Vitória?
No site de O Estado de S. Paulo escreve um colunista (também autor
de telenovelas): Hoje o carteiro é um mala. Oitenta por cento do que ele
"trás"são jogados imediatamente no lixo mais próximo.
cujo
É um pronome relativo que não admite artigo posposto. Portanto: O
homem, cujo pai morreu, está passando mal. *** O homem, cuja mãe morreu,
está passando bem. * * * O homem, cujos filhos morreram, está passando
bem. *** o homem, cujas filhas morreram, está passando bem.
Há quem insista em usar"cuj o o pai", "cuja a mãe" , "cujos os filhos",
"cujas as filhas". Atenção, advogados de todo o Brasil!
Não só os advogados. Escreve um jornalista : Um dos engenheiros em
cujo "o"velório o presidente chorou, pediu um adicional de periculosidade
de 30%, ganhou na Justiça depois de 11 anos, há 5 tem direito a ele e
morreu sem receber.
Escreve outro jornalista: Segundo reportagem da Fox News, o Banco
da América vendeu a dívida que tinha com Michael Jackson, no valor de
mais US$ 270 milhões, para o grupo Fortress Investments, cuja "a"sede
fica em Manhattan.
Quando cujo (ou uma de suas variações) se refere a dois ou mais
substantivos, não varia no plural, concordando sempre com o elemento
mais próximo. Atenção, advogados de todo o Brasil!
Numa peça advocatícia, leu-se, certa vez: Reclamou ter sido lesado
pela autora em "cujas"seriedade e probidade confiou.
No lugar do "cujas", os bons advogados usam cuja.
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
"os" chitas
Eis aí um bicho que não existe. Ao menos na Terra. Chita é palavra
feminina em qualquer sentido.
Num documentário sobre animais selvagens, porém, o narrador televisivo
conseguiu "criar" uma espécie animal estranha, desconhecida dos
biólogos: "os chitas".
A apresentadora de um dos mais importantes telej ornais nacionais
anunciou certa feita: Como vivem "os chitas"na África - este será o assunto
do Globo Repórter de hoje.
A televisão brasileira tem gente extremamente criativa...
Também não "existe" lobisomens?
Não. Não existem lobisomens, assim como não existem "os chitas".
Pessoas que cometem asneiras, contudo, existem a mancheias. Cuidado
com elas, porque costumam atacar antes e depois da meia-noite! E não
só às sextas-feiras...
Certa vez, ouvimos isto de um ex-governador paulista: Acho normal
que "exista" reclamações do presidente, pois isso faz parte da
democracia.
Certíssimo: asnices também fazem parte da democracia...
gêmeas "xipófagas"
É outra coisa que não existe. Crianças que nascem unidas desde o
apêndice até o umbigo dizem-se xifópagas, e não "xipófagas", como quis
certa feita um apresentador de telejornal, que anunciou: As gêmeas "xipófagas"
que nasceram em Porto Alegre foram operadas e passam bem.
E houve quem começasse a passar mal...
"blasfemo"
Não. Blasfemo (ê) é que é sinônimo de blasfemador.
Numa produção televisiva, exibida recentemente, uma personagem
disse, referindo-se a Jesus: Prendam esse "blasfemo"!
Há dois pecados evidentes aí.
invasão "ao" Iraque
Não. Invasão se usa com de: invasão de domicílio, invasão de privacidade,
invasão de fazendas, invasão de propriedade, etc.
Frase de jornalista: A invasão "ao"Iraque é iminente e vai empobrecer
o mundo.
A invasão do Iraque, como se viu, não empobreceu o mundo; por aqui,
porém, empobreceu um pouco a língua.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
ambos
Kste numera i dual exige o artigo. Portanto, usaremos sempre: ambos
os carros, ambas as mulheres, etc., e não "ambos carros", "ambas
mulheres".
No site de um jornal: O motivo da briga entre "ambas equipes"foi a
invasão de campo da torcida catarinense.
"Fazem" muitos anos que saí da escola
Quem diz uma frase assim deveria voltar imediatamente. À escola,
naturalmente. Aí, então, vai aprender que o verbo fazer, em orações que
dão a idéia de tempo, não varia: Faz muitos anos que saí da escola. ***
Faz dois anos que enviuvei.
Aparecendo verbo auxiliar, este fica também invariável: Vai fazer catorze
anos que casei. *** Está fazendo cem anos que ela nasceu. *** Ia
fazer três meses que estávamos juntos. *** Costuma fazer noites frias no
Sul do Brasil.
Aprecio muito as composições do mineiro Ari Barroso. Mas não posso
desculpá-lo por enodoar a letra de uma de suas músicas (Já era tempo),
ao fazer esta concordância: Já "fazem" meses que você, meu bem, disse
adeus e partiu.
Falando assim, qualquer amor tem mesmo de dizer adeus e partir...
em mão
É esta a expressão que temos. Quando entregamos alguma coisa pessoalmente,
entregamo-la em mão.
Assim como ninguém lava roupa "a mãos", assim como ninguém faz
sapatos "a mãos", uma carta ou um volume qualquer só pode ser entregue
em mão.
Nunc a ouvi dizer que alguém fosse a algum lugar "a pés " nem que
pianista tocasse "de ouvidos", ainda que tenhamos todos - graças a
Deus - dois pés e dois ouvidos (que hoje se dizem, mais propriamente ,
orelhas).
Prefiro, por isso, levar qualquer documento importante em mão (cuja
abreviatura é E.M.) a confiar em qualquer outro portador.
Há um dicionário (aquele) que registra "em mãos" a par de em mão.
Normal.
embora + gerúndio
Conjunção (embora) não combina com gerúndio. Por isso, usa-se o
verbo no subjuntivo: Embora vivesse no Brasil, ela não era brasileira.
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
(E não: Embora "vivendo"no Brasil, ela não era brasileira.) *** Embora
coma bastante, não engorda. (E não: Embora "comendo" bastante , não
engorda.) *** Embora estivesse cansado, fui acompanhá-la. (E não: Embora
"estando" cansado, fu i acompanhá-la.) *** Embora seja pobre, não
rouba. (E não: Embora "sendo" pobre, não rouba.)
O gerúndio se usa com mesmo, palavr a denotativa: Mesmo vivendo
no Brasil, ela não era brasileira. * * * Mesmo comendo bastante, não engorda.
*** Mesmo estando cansado, fui acompanhá-la. * * * Mesmo sendo
pobre, não rouba.
Por falar em roubar...
Por fala r em roubar, convém saber que este verbo não tem nenhuma
forma com o aberto. Durant e a conjugação, o ditongo ou soa fechado:
roubo, roubas, rouba , roubam; roube, roubes, roube, roubem.
O diabo é que todo dia há neste país gente que "róba", que é uma
barbaridade ! Por exemplo, o ex-ministro José Dirceu, assim que deixou a
Casa Civil e já deputado, ao discursar na câmara, avisa: "Este goverrrno
não róba e não deixa roubarrr". Rouba, deputado, rouba...
em detrimento "a" alguém
Esta expressão, em que detrimento é sinônimo de prejuízo, exige a
preposição de, e não a prep. "a". Portanto: em detrimento de alguém. O
governo não pode adota r uma política em detrimento do povo. É uma
verdade.
Eis, agora, a mentir a (de uma revista de automóveis, ed. 232, p. 104):
O único senão do Alfa Romeo 147 é o tempo da troca de marcha que poderia
ser menor, mesmo em detrimento "ao"conforto.
em nível de
É esta a locução que temos: Reunião em nível de diretoria. Ou seja:
só participarão da referida reunião diretores do mesmo nível.
Há, contudo, uma verdadeir a febr e de "a nível de"po r aí. De gente
sem nível, evidentemente . Iriam, esses, par a uma reunião "a" todos os
níveis?
O mais interessante é que certas pessoas usam a expressão "a nível
de"em qualque r caso: "A nível de" casamento, eu diria que estou fora. ***
"A nível de"besteiras, eu digo que sempre estou dentro...
Mesmo em referênci a ao nível do mar, preferimos o uso da preposição
em: Fortaleza está situada no nível do mar.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Usa-se muito a preposição a neste caso, em razão de, na pergunta,
iparecer essa preposição. Por exemplo: São Paulo está situada a quantos
metros acima do nível do mar? A resposta a uma pergunta dessas, evidenI
emente, será: São Paulo está situada a 800m acima do nível do mar.
Essa preposição, contudo, só tem cabimento nos casos de cidades que
não estão no nível do mar, naturalmente. Sim, porque se perguntarem:
Fortaleza está a quantos metros acima do nível do mar?, a resposta deverá
ser dada desta forma: Fortaleza está no nível do mar.
É o mesmo que perguntarmos a um corredor de fórmula 1: - A quantos
quilômetros estás indo agora? E ele responder, simplesmente: - Estou
em casa, agora, não estou correndo ou viajando.
Fiz-me entender?
descobrir "primeiro"
Caro leitor, existe alguma dúvida? Quem descobre já não encontra ou
acha primeiro que outros? Pois é. Desde o meu tempo de menino é assim.
E, com certeza, bem antes disso...
Há, por aí, no entanto, alguns artistas da publicidade que, talvez por
não terem tido infância, querem mudar. Na propaganda de um modelo de
minivan, saiu o tal descobri "primeiro". Será que em alguma agência de
propaganda existem mesmo os que descobrem"depois"?...
novidade "inédita"
Toda novidade não tem de ser necessariamente inédita? Pois bem,
não para todos. Recentemente, pela televisão, anunciaram o lançamento
de um filme. O locutor, então, soltou, a pérola, com aquele vozeirão: Cenas
inéditas, "nunca vistas" no cinema! O caro leitor já viu alguma cena
inédita já vista no cinema?
voar "pelos ares"
Redundância sensível, já que ninguém ainda conseguiu voar pelas
águas... Nossos jornalistas, contudo, em vez de irem aos ares, continuam
voando "pelos ares": Um carro-bomba com várias toneladas de explosivos
fez voar "pelos ares " a sede da ONU em Bagdá. * * * No sábado de aleluia,
em dez minutos, bonecos da malhação voam "pelos ares". *** A vida de
José Carlos Pace, pontuada de algumas alegrias e obstáculos constantes,
voou "pelos ares" a bordo de um avião monomotor que se espatifou em
1977, quando ele ainda não havia completado 33 anos. *** Acionou um
dispositivo, uma bomba fortíssima abriu o asfalto e o carro do ex-primeiro-ministro
de Franco, Carrero Blanco, voou "pelos ares", subiu a mais de
30 metros, ultrapassou o muro alto de um colégio de freiras e se espatifou
lá dentro.
Agora, numa pergunta-enigma: O sujeito tinha um vizinho apaixoN
À NAO ERRE MAIS! 11 5
nado por galinhas. Mas, como faziam muito barulho, um dia resolveu
acabar com elas. Pegou um punhado de grãos de milho, adaptou uma
bomba em cada um deles e atirou-os sob o muro. Olga e Célia, as duas
filhas do vizinho, viram isso e correram para apanhar o milho. Só que, assim
que cada uma delas se abaixou para pegar o milho, tudo voou "pelos
ares". Qual o nome do filme?
Porcaria!
direito individual "de cada um"
Redundância visível. Na ânsia de apresentar emendas à reforma da
previdência, declara um parlamentar: A apresentação de emendas é um
direito individual "de cada um"dos parlamentares.
Bastaria retirar "de cada um" para que tudo ficasse perfeito. Todos
temos direitos, mas não podemos nos esquecer das nossas obrigações...
minha opinião "pessoal"
Visível redundância. Ora, se a opinião é minha, só pode ser pessoal.
Ou haverá uma opinião que seja minha, mas não seja pessoal?
Recentemente, um megaempresário (que até virou dramaturgo) declarou:
Na minha opinião "pessoal", ele não tem condições de ser presidente
da República.
Teve...
criar "novos"
Nova redundância. Os jornalistas vivem pedindo a criação de"novos"
empregos. E o governo não se cansa de criar "novos" impostos... Quem
paga a redundância? O povo. Sempre!
Eis o que escreveu um jornalista, logo após a posse de Lula: Lula poderia
anunciar, em seu primeiro discurso como presidente que, enquanto
não se criam empregos "novos ", deveria ficar proibido demitir.
E se fosse proibido cometer redundância? Não seria bom também?
Certa vez, o locutor de uma rede de televisão nos convidou a criar
"novos" caminhos. Seria o caso de perguntar se ele próprio já havia encontrado
o seu caminho.
elo "de ligação"
No mundo dos terráqueos, todo elo é obrigatoriamente de ligação,
assim como toda surpresa é inesperada, todo lançamento é novo, toda
criança é pequena, etc. Não obstante a evidência, há sempre os que têm
"surpresas inesperadas", os que são loucos por um "novo lançamento", e
os que preferem não sair de casa à noite, porque têm "criança pequena".
Veja: O presidente da Abeiva disse que o crescimento do setor de veículos
importados pode ser explicado pelo lançamento de "novos"produtos.
NÀ NAO ERRE MAIS! 93 1 5
Dá muita vontade de ter um ataque. Eis, agora, a frase de um repórter
esportivo que mais me forçou a essa vontade: O treinador precisa de um
jogador para ser um elo "de ligação"rápida entre a defesa e o ataque.
Ataque? Houve quem quase teve um...
Por falar em ataque, eis o que lemos no site de O Estado, num dos
momentos difíceis da humanidade: Os planos de guerra do presidente George
W. Bush contavam com o apoio dos iraquianos contrários a Saddam
Ilussein, principalmente os xiitas do sul do Iraque. Porém, a resistência
de milícias e do exército nas cidades de Umm Qasr, Basra e Nassíria,
principais elos "de ligação" com Bagdá, levaram as tropas de coalizão a
reveses militares que repercutiram na cotação internacional do petróleo
e nos índices das bolsas mundiais.
Veja, agora, que interessante, interessante mesmo, esta notícia de
uma folha paulistana: Os elefantes parecem ter a habilidade de imitar os
sons do ambiente em sua volta, a exemplo do que fazem os papagaios, de
acordo com os cientistas. Em um estudo publicado na revista científica
"Nature", pesquisadores relatam como um dos animais estudados chegou
a imitar o barulho feito por caminhões. Os pesquisadores acreditam que
a capacidade de reproduzir sons pode ter sido desenvolvida devido ã necessidade
de manter a coesão social das manadas. Os sons ajudariam a
manter um elo "de ligação " entre os vários indivíduos da manada, já que
eles se separam e voltam a se reunir.
E então, caro leitor, tudo isso não é digno de um ataque?
ocasião "favorável"
Outra tolice. Na palavra ocasião já está implícita a idéia de favorável.
Toda ocasião é algo favorável. Tanto é assim, que diz o aforismo popular:
A ocasião faz o ladrão. Ou seja: A circunstância favorável propicia
o surgimento do ladrão.
Certa feita, uma empresa fez anúncio em que mostrava um certo cidadão,
com ares professorais, definindo a palavra oportunidade. A definição
era capenga: oportunidade é ocasião "favorável". Ah, se não fosse!
Agora, só por mera curiosidade: recentemente, folheando um dicionário,
à pág. 2.159, encontrei a redundância. O mundo, realmente, está
ficando muito moderno. (Mas nada favorável...)
importar "ao Brasil"
Se isto não for redundância, o que será?
Alfa Romeo 147 - o compacto da mítica marca italiana, que recebeu um
facelift recentemente, começará a ser importado "ao Brasil" a partir do
começo do ano.
Ferrari F430 - o superesportivo italiano começará a ser importado "ao
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
Brasil" somente no último mês desse ano. O modelo substituirá a Ferrari
360 Modena, que já mostra sinais de cansaço. Àqueles mais abastados,
comecem a preparar o bolso.
pico "culminante"
Visível redundância, mas nem por isso fora das nossas salas de aula
de Geografia nem dos livros da mesma matéria. O que é, afinal, um pico?
Nada mais que um topo agudo ou ponto mais elevado de uma montanha
ou cordilheira.
palma "das mãos" / planta "dos pés"
Visíveis redundâncias, mas muito empregadas. Ora, a palma só pode
ser das mãos; a planta só pode ser dos pés. Não existe palma "dos pés"
nem muito menos planta "das mãos".
outras redundâncias
Redundância nada mais é que a capacidade que as pessoas têm, ao
falarem ou ao escreverem, de chover no molhado. As redundâncias são
conhecidas também como pleonasmos viciosos.
Eis mais algumas delas: subir para cima, descer para baixo, mulher
de cocô na cabeça, mulher de coque na cabeça, acabamento final, metades
iguais, quantia de dinheiro, recuar para trás, avançar para a frente,
programar primeiro, seus respectivos lugares, safra agrícola, entrar para
dentro, sair para fora, se caso eu for, sorriso nos lábios, afastar para trás,
almirante da Marinha, general do Exército, brigadeiro da Aeronáutica,
breve menção, amanhecer o dia, anexar junto, árvore oca por dentro, aumentar
mais ou aumentar ainda mais, melhorar mais ou melhorar ainda
mais, piorar mais ou piorar ainda mais, emulsão de óleo, cair um tombo,
canja de galinha, coletivo para todos, individual para cada um, consenso
geral, conviver juntos, criança pequena, criar novos, destaque excepcional,
sintomas indicativos, detalhes minuciosos, livre escolha, superávit
positivo, déficit negativo, crise caótica, dar de graça, decapitar a cabeça
ou decapitação da cabeça, degenerar para pior, fato real, freqüentar
constantemente, empréstimo temporário, demente mental, desejar votos
de felicidades, desembolsar muito dinheiro do bolso, receber mensalmente
R$300,00 por mês, dois gêmeos, surpresa inesperada, completamente
vazio, engolir pela boca, defecar pelo ânus, erário público, planejar antecipadamente,
gritar bem alto, comparecer em pessoa, exportar para fora,
importar para dentro, expulsar para fora, exultar de alegria, filhote novo,
filhote pequeno, felicidade geral de todos, hemorragia de sangue, hepatite
do fígado, pancreatite do pâncreas, introduzir dentro, labaredas de fogo,
lugar incerto e não sabido, milênios de anos, na minha opinião pessoal,
mínimos detalhes, monopólio exclusivo, novo lançamento ou lançamento
novo, fazer planos para o futuro, projeto para o futuro, plebiscito popular,
pomar de frutas, abusar demais e preconceito intolerante.
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 5 1 5
O presidente Lula foi, então, ao Vaticano, para participar das últimas
homenagens ao falecido Papa João Paulo II. Na sua comitiva levou os
ex-presidentes, que lá em Roma se encontraram com outro, então embaixador
na Itália, Itamar Franco. Depois do evento, declarou, num misto
de encanto e tristeza pela morte do Santo Padre: Em que momento da
história o Brasil conseguiu juntar quatro presidentes "juntos"?
Em nenhum, presidente, em nenhum mesmo. Parabéns!...
Quer dizer que o mundo está cheio de redundâncias?
O mundo de quem?
Há pessoas que ainda gostam muito de uma decapitação "da cabeça",
de uma hemorragia "de sangue", de uma hepatite "do fígado", de
desembolsar "do bolso", de anexar "junto" e tanta s outras chuvas no
molhado.
Não faz muito, ouvimos esta: Ele "autosuicidou-se".
Obra, naturalmente, de demente "mental"...
Certa feita, um jornalista saiu-se com esta: Você poupa mensalmente
R$500,00 "por mês"durante cinco anos.
Duro mesmo seria poupar mensalmente por ano...
Esta é de outro jornalista: Quércia estaria convencido de que, mais
do que nunca, cautela e canja "de galinha" não fazem mal a ninguém.
Quem encontrar, em algum restaurante, canja que não seja de galinha,
saia correndo: é veneno!
Houve outro que escreveu, ainda: Pomares "de fruta", terras cultiváveis,
uma casa e dez tapetes iranianos estão sendo oferecidos ao candidato
a assassino do escritor iraniano Salman Rushdie.
Eu ofereceria ao jornalista apenas um pomar "de legumes"...
Para encerrar, só mais esta, claro, de outro jornalista: Uma companhia
californiana anunciou que vai dar "de graça" 10 mil computadores.
No duro?!
Há redundância na sigla BICBANCO?
Enorme! Ora, se BIC significa Banco Industrial e Comercial, como
aceitar outra vez BANCO após a sigla?
Se a moda pegar, qualquer dia destes estaremos fazendo depósitos no
BCNBANCO, no BBBANCO e no UNIBANCOBANCO.
Outra redundância moderna é usar "sistema ABS". Ora, ABS é sigla
alemã de antiblockiersystem. Note: já há a palavra sistema.
A mim me parece
Trata-se, agora, de pleonasmo literário. A repetição do pronome oblíquo
configura um pleonasmo de grande efeito comunicativo. Repare nestes
exemplos, todos perfeitos: A mim me parece que o governo está querendo
mais impostos. *** A nós não nos parece justo esse imposto. * * * A vocês lhes
parece bom esse tipo de imposto? *** A mim vocês não me enganam não!
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
O pleonasmo que se deve evitar é o vicioso, que não acrescenta coisa
nenhuma à comunicação.
sexy
Esta palavra inglesa não varia, quando usada no português. Portanto:
garotas sexy, poses sexy. Mas pornô, redução de pornográfico, assim
como retrô, equivalente de novo, inspirado em algo antigo, varia normalmente:
filmes pornôs, modelos retrós de automóvel.
Manchete de uma folha paulistana: Britânicos são punidos por acessar
sites "pornô"no trabalho.
É preciso deixar "claro" uma coisa: está difícil
Erro comum de concordância, próprio de gente que saiu da escola
sem ter noção de análise sintática. Se claro está em clara referência a um
nome feminino (coisa), como pode ficar no masculino?
Apesar de a coisa ser clara demais, eis como escrevem os jornalistas:
O PT mudou ao chegar ao poder, mas uma coisa precisamos deixar "claro":
ninguém apaga o passado.
Na verdade, estamos nos empenhando em apagar é o presente...
No site de A Gazeta Esportiva , todavia, uma bomba : A vitória de
6 a 0 sobre o São Raimundo deixou "claro" a superioridade técnica
são-paulina.
a expensas de
Esta locução sempre traz o a no singular, a exemplo da equivalente
à custa de: Mulher que vive a expensas do marido. *** Viajar a expensas
da firma. *** Formar-se a expensas da namorada. *** Concluí o curso a
minhas expensas. *** Vives a tuas expensas ou a expensas da mamãe?
N um edital do Tribunal de Justiça do Paraná: Os exames de saúde
que não forem passíveis de ser realizados no Tribunal de Justiça ficarão
"às" expensas do candidato. No mesmo edital: O candidato considerado
inabilitado terá acesso ao laudo médico, podendo requerer, "às" suas expensas,
outros exames.
Numa resolução do Tribunal de Justiça da Paraíba, porém, a surpresa
foi ainda maior: A celebração do Convênio, para que produza seus efeitos
legais, será objeto de publicação no Diário da Justiça, "sob às" expensas
do Poder Judiciário.
No projeto de lei de um deputado: Parágrafo único. As despesas decorrentes
da aquisição e da instalação do equipamento correrão "as " expensas
do consumidor.
Convém deixar claro: quem faz questão de usar "às" expensas de,
preferindo seguir registros de certos dicionários, inçados de erros e equívocos,
não pode deixar de usar, por coerência,"às custas de".
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
tomos em cinco
Trata-se de um italianismo, como estes: Estávamos "em"seis no automóvel.
(Em português: Estávamos seis no automóvel.) *** íamos "em"
<!<••: pela estrada, conversando. (Em português: íamos dez pela estrada,
conversando.) *** Vínhamos "em" quinze na caminhonete. (Em português:
Vínhamos quinze na caminhonete.) *** Éramos "em"quatro no carro.
(Em português: Éramos quatro no carro.)
A exemplo de namorar com e de jogar de goleiro, é uma construção própria
do italiano, mas devidamente consagrada na nossa língua cotidiana.
continuação / continuidade
Continuação é prosseguimento; continuidade é sucessão ininterrupta.
Um árbitro pode dar continuação a um jogo até os 50m, se achar conveniente;
o novelista que não souber dar continuidade à trama, estará
irremediavelmente fora do ibope, porque não despertará interesse.
Na mídia: Docentes da Unicamp, da USP, da Unesp e da Unifesp decidiram
pela "continuidade" da greve contra a reforma da Previdência.
Na verdade, os professores decidiram pela continuação da greve.
Numa revista: O ministro da Defesa defende a "continuidade" do
programa espacial brasileiro.
Estou certo de que o ministro está a defender a continuação do programa
espacial brasileiro.
Eis, agora, o emprego correto da palavra continuidade, num artigo
publicado no Jornal da Tarde: O que mais se temia, em matéria de educação,
acabou acontecendo. Em vez de dar continuidade à política de avaliação
implementada pelo governo anterior, e cujo estrondoso sucesso foi
registrado pelo Censo Escolar de 2003, o governo do PT optou por desmontá-la
progressivamente.
V. maiores explicações no Dicionário de dúvidas, dificuldades e
curiosidades da língua portuguesa.
"cataclisma" / "aforismo"
Trata-se de cacografias que muito se vêem em todos os tipos de publicações.
Nove, entre dez brasileiros, escrevem errado estas duas palavras,
ou seja, "cataclisma", "aforisma", em vez de cataclismo, aforismo.
Tudo por influência de palavras mais conhecidas, como cinema, dilema,
problema, programa, telefonema, teorema, etc.
Numa folha paulistana: Cientistas russos relançaram o debate sobre
o misterioso "cataclisma" da Tunguska, na Sibéria, em 1908, afirmando
ter encontrado nos locais da catástrofe pedras suspeitas e fragmentos do
que teria sido uma nave "extra-terrestre", que teria se chocado com um
cometa.
Note: o cataclismo foi tão grande aí, que o jornalista não soube nem
mesmo escrever corretamente extraterrestre!
1 1 5
NÀ NAO ERRE MAIS!
No editorial de tradiciona l jorna l paulistano: Um conhecido "aforismo,
" diz que aqueles que esquecem a História estão condenados a
revivê-la.
E aqueles que desconhecem a própri a ortografi a estão condena -
dos a quê?
Pio X / século I / ano II / capítulo Dl
Na sucessão de papas, séculos, anos, capítulos, etc., de I a X lemos em
ordinal; de XI em diante, em cardinal. Portanto: século I (= século primeiro),
ano II (= ano segundo); capítulo III (= capítulo terceiro); Pio X (= Pio
décimo); século XI (= século onze), ano XII (= ano doze).
Não existe século "um", século "dois", século "três", século "quatro",
século "cinco", século "seis", século "sete", século "oito", século "nove"
nem século "dez". Mas é justamente desse modo que dizem todos os repórteres
e jornalistas. Alguns até fazem pior. Escrevem: Papa elogia combate
de Pio "10" ao modernismo. Dois barcos que datam do século "1"
foram descobertos...
Numa revista: Cientistas israelenses anunciaram a descoberta de
uma pedra com inscrições do século "9" a.C. que pode ter sido parte do
lendário Templo de Salomão, citado no Antigo Testamento. Ora, escrevendo
em cardinais, obrigam o leitor a ler erradamente.
Num grande telejornal se ouviu certa vez: Arquimedes viveu no século
"três"antes de Cristo.
Tudo mentira.
"um xerox"
Quem quiser uma cópia boa, sem rasuras, borrões e distorções, que
peça sempre uma xéroxl
Em português, todas as palavras dissílabas terminadas em -x são
paroxítonas: bórax, cóccix, dúplex, tríplex, Félix, fenix, gúmex, Index,
ônix, enfim, todas. Constituem exceções, evidentemente, as que se criam
com fins eminentemente comerciais, quase sempre ao sabor do arbítrio,
com o suposto sufixo ex, indicador do produto: Durex, Duratex, Mentex,
Pirex, etc. Nenhuma dessas formações pertence ao léxico português; nenhuma
possui história: nasceram ontem, aqui mesmo, talvez numa acanhada
sala de agência de propaganda.
Xérox nos vem do grego xéros, e, on, que significa seco, secura.
Tal radica l está presente em xeroftalmia, xerografia, filoxera, em que
a vogai da sílaba xe possui timbre aberto ( xeroftalmia , xerografia, filoxéra),
constituindo-s e em mais um fato comprobatório da prosódia
legítima xérox.
Em inglês, a palavra já é paroxítona. Só mesmo os "artistas "preferem
pronunciá-la como oxítona. E de "artistas" o Brasil está cheio! As vezes
até trabalham em empresas multinacionais...
Veja esta fras e de um jornalista , aliás,"artista" : "Os xerox"estão
1 1 8 NÃO ERRE MAIS!
pnrtl os livros como as fitas "piratas" estão para a indústria de cineniii
O discos.
Tivs erros numa pequena frase. E então? Não é um "artista"?
I o caso de te/ex?
Telex é abreviamento da expressão inglesa teleprinter exchange =
inlrivomunicaçâo impressora a distância. Foge, portanto, à norma desi
i ila no caso anterior.
Qual é o plural de fax?
E os fax. Palavras terminadas em -x com som de ks, mormente as
formadas recentemente, ou que entraram há pouco na língua, não variam
no plural. Estão no mesmo caso de fax: xerox, telex, dúplex e tórax, entre
muitas outras.
Aquelas que possuem variantes em -ce (caso de cálix, índex, etc.)
fazem o plural tendo por base a variante: cálices, índices, etc.
Mooca
Mooca, sempre Mooca, sem acento. Mooca é um antigo e simpático
bairro paulistano. Muita gente, no entanto, pensa que mora na "Moóca",
jura que mora na"Moóca" . Nunca morou!
banana
Não é obrigatório, mas a melhor pronúncia desta palavra é bãnâna, e
não"bánâna" .
Sempre que houver uma consoante nasal após uma vogai, esta é fechada.
Note que estamos falando em preferência de pronúncia, e não em
erro. A ressalva é necessária, porque sempre há uns e outros que, ansiosos
pela crítica, desejosos do nosso sangue, querem logo ir à veia, à jugula.
Recentemente, uma mulher foi a um programa de televisão de entrevistas
e cantou uma música da bossa nova, em cuja letra aparece várias
vezes a palavra banana. Foi "bánâna"par a cá,"bánâna"pr a lá, pra dar e
vender. Afeou a música.
"falámos" / "tratámos" / "conversámos"
Há quem queira diferençar o presente do pretérito, abrindo a vogai a
das formas pretéritas. Essa prática, no português do Brasil, é tolice. Tanto
a forma do presente quanto a do pretérito possuem uma única pronúncia
correta (ao menos por aqui, no Brasil): falámos, tratámos, conversámos.
"mâs"
Houve um presidente brasileiro (folclórico, de todos os pontos de vista)
que se notabilizou não só por dizer "senhora", mas também por pronunciar
a conjunção mas desta forma: "mâs", como, aliás, ainda dizem
NÃO ERRE MAIS! 12 3
alguns gaúchos. Ora, o que ocorre aqui é uma grande confusão: a vogai a
só se fecha quando antecede consoante nasal, nunca quando se pospõe a
ela. Não fosse assim, também teríamos de dizer "nâda","mâla" , etc.
serpente "não venenosa"
Eis aí algo que é difícil de aceitar. Por quê? Porque há uma diferença
entre cobra (qualquer ofídio, venenoso ou não) e serpente (cobra venenosa,
peçonhenta). Quando deparamos uma coral, dizemos que se trata de
uma cobra, porque ela pode ser peçonhenta ou não (existem as falsas).
Mas quando nos referimos à passagem bíblica, somos obrigados a dizer
que foi uma serpente que tentou Eva no Paraíso, e não uma cobra. Tinha,
naturalmente, de ser uma serpente... Cleópatra também morreu em conseqüência
da picada de uma serpente. Tinha de ser...
Eis que, todavia, ao ler uma de nossas principais revistas semanais de
informação, encontro as trevas: Um veterinário australiano, especialista
em cobras, foi chamado às pressas para retirar do telhado de uma casa
uma serpente de 7kg e 3m de comprimento. Missão cumprida, o vaidoso
veterinário posou para fotógrafos e cinegrafistas. Foi quando a cobra se
vingou e o atacou no rosto. Ele teve sorte: a serpente não era venenosa.
Tinha de ser uma serpente...
argüir "da" constitucionalidade de uma medida
É tolice: o verbo argüir não é transitivo indireto. Quem questiona,
discute, apresentando razões a favor ou contra, argúi alguma coisa, e não
"de" alguma coisa. Podemos, agora, argüir uma questão controversa: o
voto dos analfabetos.
Quando um ministro dos Esportes apresentou sua proposta de mudanças
na lei do passe, em 1996, um jornalista esportivo insistiu em afirmar
na televisão: Os cartolas estão querendo argüir "da"constitucionalidade
da proposta.
O homem comete tanto furo, que já o chamam de Zezinho Kfuro!
"duzentos" gramas de queijo "prata"
Eis aqui uma porção suficiente para causar aquela indigestão. Ao
menos aos seres humanos. Sim, porque duzentas gramas só os burros é
que costumam comer, já que grama (feminino) é capim.
E o queijo que costumamos comer em lanches é o prato. Até o momento
nenhum laticínio se empenhou em fazer o queijo "prata", naturalmente
porque o custo não devesse ser vantajoso...
Houve época em que os jornalistas da revista Veja defenderam com
unhas e dentes a expressão"uma grama de ouro". Que bom que os tempos
mudam!
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 5 1 5
uma blitz, duas ...
blitze, já que em alemão, o plura l de blitz é blitze. Os nossos jorna -
listas, que até pouco tempo atrás usavam duas "blitz", já passam a usar
a forma certa. Repare nestes exemplos, para firma r conhecimento: Em
razão da onda de seqüestras, a polícia tem feito muitas blitze pela cidade
de São Paulo. *** Passei por várias blitze sem me pararem.
Mas sempre há exceções. No site de um provedor: Garotinhofaz ronda
para avaliar as 81 "blitzes".
Quem sabe sabe; quem não sabe, que se limite a bate r palmas!
Repare "as" pernas dela!
Quem repar a "as"pernas é mecânico, já que reparar (sem a preposição
em), na linguagem culta formal, significa consertar, reparar relógios,
reparar fechadura s e até reparar pernas, quando mecânicas.
Pessoas mais elegantes, de espírito mais sutil, reparam nas perna s de
uma garota, mas antes reparam nos seus bonitos olhos, nos seus lábios, no
seu jeito de anda r e de falar, no seu olhar, na sua boca, na textur a dos seus
lábios, enfim, reparam em tudo o que ela tenha de reparável e, sobretudo,
de irreparável.
Pode tratar-se de bandidos
Frase perfeita. O verbo poder, neste caso, é auxiliar de um verbo
transitivo indireto acompanhad o do pronome se, que indetermina o sujeito.
Por isso, pode abrir a porta: pode tratar-s e de amigos!
Antes de abrir a porta, porém, repare nestoutr a frase: Pode verificarem-se
protestos, se a polícia usar de violência.
Reparou? O verbo poder, em suma, em frase s desse tipo, eqüivale a é
possível.
aprendendo o bê-a-bá
Apesar de ser assim, veja como escreveu um jornalista: Tanto discutimos
a inflação e suas causas, durante estes anos todos, que acabamos
esquecendo o "beabá", o básico, o elementar.
Há pessoas que querem ser formadora s de opinião sem sequer terem
aprendido o bê-á-bá.
Mas há esperanças, há esperanças. Eis como escreveu outro jornalista,
talvez mais letrado (ou mais bem-alfabetizado): Ao criticar e
desafiar uma MP que está vigendo, o governo Lula está mostrando ser
analfabeto num ponto fundamental que é o bê-a-bá do Estado democrático
de Direito.
Digno de encômios...
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
remontar "há"
O verbo remontar (ter sua origem ou princípio) é transitivo indireto
e se usa com a preposição a: A invenção da imprensa remonta a séculos.
* * * A informática remonta a poucos anos.
Num jornal: O Afeganistão é um mosaico étnico de antigas culturas,
cuja origem remonta "há"séculos de ocupação das estepes e montanhas
da Asia central.
O uso da preposição a e de há, do verbo haver, tem confundido muita
gente, mas já não deveria estar confundindo jornalistas.
por si só
A expressão por si só (= por si sozinho) varia normalmente: As declarações
do réu, por si sós, já bastam para condená-lo. *** Há publicações
que, por si sós, já nos causam arrepios.
Certa feita, uma fábrica de inseticida fez propaganda pela televisão,
na qual o apresentador, logo de início, saiu-se com esta: Existem coisas
que fazem mal por si "só".
De fato.
Peixe tem "espinho"?
Pelo menos nas águas do planeta Terra, não. O que peixe tem é espinha
dorsal. Mas uma repórter da Rede Globo não vacilou em afirmar,
certa feita, que os habitantes de Londrina preferem consumir peixe sem
"espinho".
Nós todos também, não é mesmo?...
a pé
Sempre sem acento no a: andar a pé.
Não se usa, ainda, "de a pé" por a pé: vou a pé, vim a pé (e não: vou
"de " a pé, vim "de" a pé).
Em algumas regiões do Nordeste se usa "de"pé por a pé. Ali, as pessoas
costumam ir "de"pé e vir "de"pé. Assim, quando um motorista paquerador
oferece uma carona a qualquer garota que vai passando pela
rua, esta reage quase sempre brava e desta forma: - Não, não preciso de
carona: eu vou "de"pé mesmo.
Ao chegar a casa, ela dá a notícia à mãe:
- Mããããe, mãinha! Um cara queria me dar carona, mas eu não aceitei:
vim "de pé"mesmo.
O mais interessante é que ela chegou...
de pé / a pé
Já que estamos com a mão na massa, não costuma estabelecer algumas
diferenças de significado existentes entre estas duas expressões:
1) ir a pé = ir usando os pés, por oposição a ir a cavalo, ir de carro, etc.:
Quando lhe ofereceram carona, ela recusou, dizendo que preferia ir a pé.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
1) ir de pé ou ir em pé = ir com o corpo todo ereto, com apoio apenas nos
I por oposição a ir sentado, ir deitado, etc.: Nos ônibus urbanos, muita
ftente vai de pé. Nos ônibus interurbanos, é proibido ir em pé.
it) estar a pé = estar já desperto e fora da cama, ter já se levantado: Na
ona rural, às 5h o pessoal já está a pé. (O povo usa, neste caso, "de" pé
ou "em"pé.)
serviço de "metereologia"
Não existe isto. O que temos é o Serviço de Meteorologia, palavra que
vem de meteoro. No entanto, o erro é comum. O adjetivo correspondente
é meteorológico.
No site do Terra: Saiba a melhor maneira de dirigir em situações
"metereológicas"adversas como: neblina, chuva, vento, lama e até gelo.
No site de um jornal: Um terremoto medindo 7,2 graus na escala Riicher
atingiu a região do Pacífico perto das ilhas Salomão e de Papua Nova
(luiné hoje, segundo um instituto "metereológico" dos Estados Unidos.
"sob" o ponto de visto
É um galicismo dispensável, já que temos do ponto de vista, aliás,
expressão muito mais elegante. De todos os pontos de vista...
Numa revista: O movimento de José Rainha é um anacronismo "sob "
qualquer ponto de vista pelo qual seja observado.
Repare não só no uso do galicismo, mas também na redundância, que
seria evitada, se a frase terminasse em ponto de vista.
"sob" esse aspecto
Esta preposição, em português elegante, deve ser substituída por em:
Nesse aspecto, posso dizer que a amo; mas noutro aspecto, não.
Numa revista: Deputados e senadores que elegemos nunca nos consultam
sobre coisa alguma. Eles nem sabem a quem representam, nem ao
menos têm os nossos e-mails. "Sob" esse aspecto, nem uma República de
fato somos.
o dois-pontos
O nome do sinal de pontuação tem hífen: dois-pontos (:), assim como
ponto-e-vírgula (;).
Poucos sabem usar o dois-pontos. Certa feita, a Toyota do Brasil fez
publicidade capenga. Acima da foto do Corolla se lia: Ótimo desempenho
c muita segurança. O que toda mulher procura num homem e todo homem
procura num carro.
A mensagem publicitária perfeita, no entanto, é esta: Ótimo desempenho
e muita segurança: o que toda mulher procura num homem, e todo
homem procura num carro.
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
Repare neste trecho de jornalista : No Palmeiras, "todo mundo" reconhece.
Quando Marcinho não joga, a defesa fica muito mais exposta.
Note, agora, como ficaria em português: No Palmeiras, todo o mundo reconhece:
quando Marcinho não joga, a defesa fica muito mais exposta.
EM TEMPO - 1) Há quem use os dois pontos (os portuguese s o fazem),
sem hífen e sempre no plural. Para bom entendedor, dois pontos (os) são
isto: .., ou seja, um ponto atrás do outro; dois-pontos (o) é isto: :, ou seja,
sinal de pontuação.
2) Não se usa dois-pontos depois da abreviatur a de telefone nem depois
da abreviatur a de ramal.
zero "pontos"
Se 1 não exige nomes e verbos no plural, que se dirá de zero! Há,
todavia, quem consiga enxergar plural em zero. Repare nesta notícia de
A Gazeta Esportiva: O Oeste de Itápolis foi julgado nesta segunda-feira
pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol,
por atuar com três jogadores que estavam com suas documentações irregulares
e acabou punido com a perda de 12 pontos. A Federação não divulgou
se, após essa decisão, o Oeste, que possuía dois pontos em quatro
jogos e era o penúltimo no Grupo 2, passará a figurar com menos dez ou
com zero "pontos".
Não sabemos dizer se estamos mais com pena do Oeste do que do
Leste...
representação das horas e dos minutos
As horas e os minutos se representam assim, e só assim: 20h, 20hl5min,
15h02min, 18h, 12h38min.
Há os que usam o dois-pontos: "20:15". Há os que usam, além do
dois-pontos: "20:15hs.". Há de tudo, menos o correto.
Certa vez, fixaram um grande aviso à entrada do elevado Costa e
Silva, em São Paulo, conhecido popularment e por Minhocão: O elevado
estará interditado "das 0 HS às 5 HS".
Note que, além da representação gráfica errada das horas, o zero foi
considerado como nome do plural! Não seria mais econômico, mais sensato,
mais educativo elaborar um aviso assim: O elevado estará interditado
da Oh às 5h?
Recentemente, uma emissora de televisão, depois de encerrar suas
atividades, deixou esta mensagem na teia: Fim de transmissão. Horário
de programação: "de 08:00hs às 00:00hs.". Aqui, uma série de absurdos
ocorreu, como facilment e se nota. E saber que é tão fácil (e muito mais
econômico) escrever corretamente: das 8h à Oh!
abreviaturas de quilo e de quilômetro
As abreviatura s de quilo e de quilômetro, junto de números, se usam
assim, e só assim: 2kg, 50kg, lkm, 80km (note: não há s nem ponto, e a
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 105 1 5
abreviatura segue imediatament e o algarismo, não havendo nenhum espaço
entre eles).
Portanto, o limite de velocidade nas principais rodovias brasileiras é
de 80km/h, e não de"80 KM/H" , como se vê comumente. Está aí a razão
por que os motorista s costumam exceder a velocidade máxima permitida:
falta de respeito...
abreviaturas de litro e de mililitro
Hoje devemos usar assim: L par a litro e mL par a mililitro. A mudança
de 1 par a L e de ml par a mL se deveu par a evitar confusão com
o algarismo 1. É a nova orientação da Associação Brasileira de Norma s
Técnicas (ABNT). Podemos, ainda, usar o €, minúsculo, como o escrevemos
manualmente , em vez da maiúscula: 1€.
sêde
O bom-senso mand a acentua r esta palavra, mas oVocabulário Oficial
não vê assim. Convém acentuar, para diferença r de sede (é), outro substantivo.
O acento serve par a evitar ambigüidade , que pode ocorrer em
frase s como esta: O candidato ainda não revelou se tem sede.
Outros casos de acentuação obrigatória, em nosso ver, são das homógrafa
s fechada s fôrma (substantivo) e vede (forma imperativa do verbo
ver). Sem o competente sinal, estas frase s ficam prejudicadas: Não encontrei
a forma da forma que tanto procuro. * * * O calçado tem forma que
não é da forma que eu escolhi. *** Vede tudo: está frio!
O caso do verbo ainda é passável, porque o contexto se encarrega de
nos informa r se se trat a do verbo ver ou do verbo vedar. Mas nos outros
casos, a exigência do acento é absoluta. Em nome do bom-senso.
Imaginemos um escritor que queira dar este título à sua obra: A forma
da forma. E agora?
Repare nesta frase: trata-se de um tipo de impressão que deixa na
superfície impressa apenas a marca da forma usada. (Fôrma ou forma?)
Repare também nestoutr a frase: trata-se de um tipo de impressão
que utiliza forma moldada. (Fôrma ou forma?)
E mais nesta: trata-se de um sistema de impressão que utilizaformas
em relevo. (Fôrma ou forma?)
Bom-senso, assim como beleza, é fundamental: fôrma, fôrmas. Mas o
Vocabulário Oficial não vê assim. Paciência!
Vimos aqui todos os dias para rezar
Frase perfeita: o present e do indicativo do verbo vir, na primeir a
pessoa do plural, é vimos. Portanto, em cartas: Vimos informar a Vossas
Senhorias que ... *** Vimos notando ultimamente uma queda nas vendas
dos nossos produtos.
ATENÇÃO - A fras e Viemos aqui para beber ou para conversar? é defensável,
desde que não se perca de vista o aspecto verbal. A idéia de consNÀ
NAO ERRE MAIS!
tância, de freqüência, traduz-se pelo presente: Vimos aqui para beber ou
para conversar? (Ou seja: Vimos aqui todos os dias para beber ou para
conversar?). Se o fato se dá apenas vez ou outra, cabe o emprego do pretérito:
Afinal, viemos aqui para beber ou para conversar?
Quando um fabricante de cerveja fez anúncio usando a frase, estava
clara a intenção de freqüência, de constância naquele hábito. Daí por que
censuramos a frase numa das edições anteriores.
"sentar na" mesa
É coisa de gente pouco civilizada. Gente educada, elegante, civilizada,
senta-se à mesa, quer para comer, quer para dialogar, discutir, debater,
assinar acordos. É melhor usar como pronominal, mas há dicionários que
já trazem este verbo como intransitivo. A última prefeita de São Paulo
queria sentar"na"mes a com os empresários de ônibus urbanos e"ter com
eles uma parceria". Será que os empresários aceitaram?!
"as" 5.° e 6.a
séries
É tolice. Antes de palavras no singular (5.a
), não se usa o artigo no
plural, ainda que haj a uma seqüência delas: Dou aulas na 7.a
e 8.a
séries.
*** Transcrevi o 2°, 3.°e 4.°parágrafos. *** Angulo formado pela 2.a
e 3.a
porções do duodeno. *** Eram pessoas indicadas para o 2.°e 3.°escalões
do governo. *** A 1." e 2." varas cíveis. *** Não concordo com o 4.° e 5."
itens desse documento.
A maioria dos jornalistas desconhece completamente o assunto. Repare
na frase de um deles: Após três meses de governo, continua a corrida
pelas vagas "nos"segundo e terceiro escalões.
Esta é de outro jornalista, cujo nome lembra um famoso presidente
norte-americano: Em viagem ao Senegal, Lula visitou a Casa dos Escravos,
na ilha de Goree, um dos pontos de partida dos negros que cruzavam
o oceano Atlântico rumo às Américas. Emocionado, pediu perdão
aos africanos pela escravidão que durou "dos séculos" 16 ao final do 19.
dizer "para" que
Quem diz, diz alguma coisa a alguém: O presidente disse aos ministros
que não renunciará, apesar dos sucessivos escândalos à volta do seu
governo.
Escreve o mesmo jornalista: A crise se agravando semanalmente e
Lula dizendo a jornalistas "para"que olhem para a sua cara e vejam seu
ar despreocupado.
Pra que o para?
eu quero me divertir
Há professores que condenam o uso de pronome oblíquo isolado entre
dois verbos, amparando-se na sintaxe do português lusitano. Convém
parar.
NÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 5 1 5
Aliás, ainda há provas de exames vestibulares que exigem conhecimentos
da sintaxe de colocação usada meramente em Portugal, o que é
um acinte para qualquer brasileiro. Universidade ou faculdade que ainda
exige isso deveria ser cassada, a bem do serviço público...
No portuguê s do Brasil, o pronome oblíquo pode perfeitament e
vir isolado entre dois verbos. Não há nenhuma necessidade de usar o
hífen (Eu quero-me divertir). Deixemos os portuguese s com seus empregos;
fiquemos com os nossos! Ou temos de fala r portuguê s como
eles "tambáim" ?
proceder "um" sorteio
Não. Proceder a um sorteio, a um exame, a uma vistoria, a uma cobrança,
a investigações, a pesquisas, a diligências.
Num formulário de depósito bancário, leu-se, certa vez, esta advertência:
A disponibilidade do depósito em cheque ocorrerá após a respectiva
cobrança "que procederemos"por sua conta e risco.
Pois a cobrança a que procederemos é para sempre. E será maligna!...
olhar
Na acepção de levar em conta ou em consideração é transitivo indireto:
Quando ele vai a restaurantes, não olha a preços. *** Gosto de
Beatriz, porque ela não olha a meus defeitos.
Um jornal reproduz a entrevista com um ministro: Essa greve do judiciário
vai se voltar contra as instituições e será uma greve antipática.
* * * Uma greve por melhores condições da sua própria carreira, que não
olha "a"situação da totalidade do povo brasileiro.
Há quem olhe à situação do povo brasileiro?
Ela "mesmo" diz que merece a punição.
Mesmo e próprio variam em gênero e número, quando funcionam
como demonstrativos de caráter reforçativo: Ela mesma diz que merece
a punição. * * * Ela própria diz que deve ser punida. * * * Elas mesmas
lavam suas roupas. * * * Luísa, seja honesta consigo mesma!
Mesmo não varia somente quando eqüivale a de fato, realmente: Ela
veio mesmo aqui hoje? *** Suas filhas sabem mesmo cozinhar?
Num de nossos jornais apareceu certa vez esta frase: As montadoras
estão virando "no" avesso uma máxima que elas "mesmo" criaram: vender
barato para vender mais.
Viridiana é uma "soprana"? ,
Não. Soprano é termo que se aplica tanto ao cantor quanto à cantora.
A distinção de sexo se faz trocando o gênero do artigo ou de qualquer outro
determinante: o soprano, a soprano; aquele soprano, aquela soprano,
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
etc.Trata-se, portanto, de um nome comum-de-dois, assim como dentista,
jovem, selvagem, motorista.
Certa feita, uma apresentadora de telejornal informou que a "soprana
"Aprile Millo chegaria ao Brasil.
E nem sequer ficou vermelha!
Alguém pode ter olhos "castanhos-escuros"?
Não. Num adjetivo composto, só o último elemento varia. Portanto,
só podemos ter olhos castanho-escuros, cabelos castanho-escuros, olhos
verde-claros, olhos azul-claros, equipamentos médico-hospitalares, política
econômico-flnanceira, tonalidades claro-azuladas, pessoas maníaco-
-depressivas, etc.
Num jornal: Os animais, como as pessoas e principalmente como as
crianças, merecem uma série de cuidados "higiênicos-dietéticos ", que abrangem,
além de limpeza e alimentação, os serviços "médicos-veterinários ".
Certas pessoas, assim como certos animais, merecem - de fato - uma
série de pequeninos cuidados...
"após ter"
Não é bom português o uso de após antes de formas nominais. Prefere-se
depois de: Depois de se levantar da cama, tome banho! *** Depois
de ocorrido o acidente, começou a chover. * * * Depois de ter marcado o
gol, o jogador foi até a galera.
Se o uso de formas nominais com a preposição após já é de todo condenável,
que se dirá, então, do seu emprego não só assim, mas junto de preposição?
Foi o que encontramos no rótulo de um molho de tomate. A patada
veio em forma de conselho: "Após de abrir" conservar em geladeira.
Não é uma fria? Quanto à falta da competente vírgula depois de
abrir, então, nem vamos comentar: é café-pequeno.
Após "ao" almoço, escove os dentes!
Após já é uma preposição; não tem sentido usar preposição com outra
preposição, como vimos no caso anterior. Assim, usaremos: após o jantar,
após as refeições, após as 18h, após o jogo, após o programa, após o
almoço, sempre sem a combinação ao ou sem a crase à.
De notar, ainda, que esse não é um caso rigorosamente correto do
emprego dessa preposição. Consulte o Dicionário de dúvidas, dificuldades
e curiosidades da língua portuguesa.
De vez em quando, no entanto, aparece um aviso correndo na parte
inferior da tela do nosso televisor: Após "ao" futebol, assista a um filme
inédito.
De quem é a culpa? Claro: do futebol!...
No site da Jovem Pan se leu: Romeiros: movimento na Dutra será
mais intenso após "às"16h do domingo.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
De quem é a culpa? Sem dúvida: dos romeiros.
bife a cavalo
Quem conhece este delicioso alimento sabe que aqui existe um para -
doxo: por que bife a cavalo, se é o ovo que vem por cima? Explica-se: esta
expressão é uma redução infeliz de outra, bem mais lógica, porém, pouco
usada: bif e com ovo a cavalo.
Se, porém, algum de nós chegar a um restaurant e e pedir um bife com
ovo a cavalo, o garçom talvez traga outra coisa...
arrepender-se
E verbo essencialmente pronominal. Certa feita, um apresentador de
programa esportivo pela televisão perguntou a um ex-treinador da seleção
brasileira de futebol: Você "arrependeu"de não ter convocado Romário
para as Olimpíadas?
A resposta veio tão capenga quanto a pergunta: Não, não "arrependi".
Pois então, arrependa-sel
Inicia-se período com algarismo?
Não convém. Já encontramos, todavia, períodos iniciados assim:
"1194"foi o ano de implantação do real. *** "5.°"Encontro de Secretários
da Saúde. Convém preferir: O ano de 1994 foi o da implantação do
real. * * * Quinto Encontro de Secretários da Saúde.
O número sete deve ter corte?
De preferência , não. Verifique em qualque r teclado: o 7 tem corte?
O corte nesse algarismo começou a aparecer para espanta r a confu -
são com o 1, ou mesmo com o 2. Convém saber, todavia: o corte é apenas
ratifieativo, e não absolutament e necessário.
Há uma explicação galhofeira para o corte no 7. Diz-se que, quando
Moisés desceu do mont e Sinai com a Tábua dos Dez Mandamentos, passou
a ler as leis de Deus para o povo. Chegando ao mandament o de número
7, ergueu um pouco mais a voz: Não cobiçar a mulher do próximo!
Ao que o povo protestou prontamente , gritando: Corta, corta!
"uma somatória"
E bobagem. A língua só tem um somatório: O país vivia um somatório
de crises. * * * Houve um somatório de equívocos nessa investigação.
* ** Ocorre um somatório de asnices nos exames vestibulares.
Sentença de um juiz: O réu foi imprudente, concorrendo com a imprudência
da vítima, "numa somatória" de culpas que deram causa à
morte do ciclista. A condenação do réu, pois, é de rigor.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Só do réu?
Numa folha paulistana: O lucro de R$7,807 bilhões da Petrobras no
primeiro semestre deste ano supera "a somatória" do resultado dos sete
maiores bancos do Brasil. Na mesma folha: O movimento de reação contra
o imposto de renda resulta de "uma lamentável somatória" de má fé,
demagogia e oportunismo.
O que é mais lamentável?
pagamento em médio e longo "prazo"
Não. Quando o substantivo se refere a dois ou mais adjetivos, deve
estar no plural. Portanto: as administrações direta e indireta, as imprensas
falada, escrita e televisionada, as polícias civil e militar, os setores
público e privado.
Portanto, faça qualquer pagamento em médio e longo prazos. O importante
é fazê-lo.
minguar
Este verbo, assim como aguar, desaguar e enxaguar, nas formas rizotônicas,
tem tonicidade na primeira sílaba: mínguo, minguas, míngua,
minguam; míngüe, míngües, míngüe, míngüem; águo, águas, água,
águam; ágüe, ágües, ágüe, ágüem, etc.
Num jornal: Crédito "mingua"neste governo.
Conhecimentos de português, então, minguam diariamente...
"meu" óculos!
Óculos é palavra só usada no plural: os óculos. Quando precisar de
bons óculos, procure uma óptica! Antes, porém, não se esqueça de consultar
um bom oftalmologista, que lhe indicará os melhores óculos para o
seu caso.
Certa feita, noticiou um jornal, para grande surpresa nossa: A polícia
francesa anunciou ontem o roubo dos óculos usados por Napoleão
Bonaparte na histórica batalha de Austerlitz, de 1805, em que venceu os
exércitos austríaco e russo.
A hora é de festa, de alegria: exultemos!
Já durante a cerimônia de transferência de faixa presidencial, Fernando
Henrique Cardoso, ao retirar a faixa, deixou cair os óculos. A apresentadora
de uma emissora de televisão, todavia, que sabe falar fluentemente
o francê s e o inglês, não conseguiu dizer os óculos. Ficou mesmo
com "o " óculos. É a miopia sempre presente.
Deixe "eu" dormir sossegado!
Frase típica da língua falada. Preste atenção a estes seis verbos, nunca
mais os esqueça: deixar, mandar, fazer, ver, ouvir e sentir. Todos seis
exigem pronome reto antes de infinitivo, e não pronome oblíquo. RepaNÀ
NAO ERRE MAIS! 111 1 5
re nestas frases: Deixe-me dormir sossegado! *** Mandaram-me ficar
aqui. *** Fizeram-me beber todo o purgativo. *** Vi-o entrar. *** Ouvias
chorar. * * * Senti-a mexer-se.
Mas na língua falada , a do dia-a-dia, entre amigos, é comum encontrarmos
o pronome reto: Mandaram "eu"ficar aqui. *** Fizeram "eu"beber
todo o purgativo. *** Vi "ele"entrar. *** Ouvi "elas"chorar. *** Senti
"ela" mexer-se.
Qual das duas forma s de construção é compatível com você? Escolha
a sua!
Faça entrar as visitas!
Frase corretíssima. Lembra-s e dos seis verbos do caso anterior? Eles
estão presentes, novamente. Todos seis, quando usados com infinitivo
imediatament e posposto, dispensam a flexão do infinitivo, independente -
mente do número em que se encontra o sujeito. Ex.: Mande sair as crianças.
(O sujeito de sair é as crianças.) *** "Deixai vir a mim as criancinhas!".
(Sujeito de vir: as criancinhas.) *** Vi morrer os soldados. ***
Ouvi bater portas e janelas. *** Senti cairos meus óculos.
Se aparece um pronome oblíquo como sujeito, o infinitivo continua
invariável. Ex.: Faça-as entrar! (O sujeito de entrar é as.) *** Mande-as
sair! *** Deixa-as vir a mim! *** Vi-os morrer. *** Ouvi-as bater. ***
Senti-os cair.
Se, no lugar do pronome oblíquo, aparece um substantivo ou um pronome
substantivo, a flexão é facultativa ou opinativa. Ex.: Faça as visitas
entrar (ou entrarem)! *** Mande todos sair (ou saírem)!
A Goodyear lançou recentement e um pneu à prova d'água. Sua propaganda
começava com esta frase: Quando as águas chegarem, deixe as
águas rolarem. Perfeito. Mas se estivesse rolar, em vez de rolarem, a fras e
não só estaria perfeita , como castiça.
Os jornalistas, por sua vez, desconhecem por completo o assunto. Eis
um exemplo, dos milhare s que já encontramos em publicações de todos
os tipos: O ano de 1985 "viu passarem"pela área econômica três administrações
distintas.
A Veja, ed. 1.621, apresentou interessante reportagem sobre os ma -
mutes. E uma fras e assim: Corpo bem conservado de mamute morto há
23.000 anos faz cientistas sonharem recriar a espécie.
Extraordinariament e correto! Houve até quem ficasse extremament e
emocionado...
risco de vida / risco de morte
A expressão rigorosament e lógica, racional, é risco de morte (o elemento
final deve denotar sempre algo ruim), assim como se corre risco de
infecção num ambiente infecto; assim como se corre risco de contágio, se
se tem contato com alguém que sofre de mal contagioso, etc.
Nem sempre, porém, o que é racional, lógico, acaba a braços com a
N À NAO ERRE MAIS! 11 5
língua, que também agasalha risco de vida. Aliás, consta dos mais antigos
(e bons) dicionários.
perigo de vida / perigo de morte?
Eis aqui outro caso interessante, semelhante ao anterior. A língua
só possui perigo de vida. E note que a palavra perigo, logicamente, não
poderia nunc a pedir outra de significado meliorativo, mas sim de significado
ruim, desagradável, funesto. As pessoas que ganham a vida reme -
xendo lixões, correm perigo de doença; uma equipe não corre perigo de
"vitória", mas perigo de derrota, numa partida difícil. Então, por que
apenas perigo de vida? Não tenho, infelizmente, a resposta.
vitrô
Sempre condenei esta excrescência, preferind o vitral, mas estou sendo
obrigado a sucumbir a ela. Sim, porque vitrô, positivamente, não é o
mesmo que vitral. Daí por que não há outra saída, a não ser sair pelo vitrô
mesmo...
tigresa
Não convém usar tigresa como feminino de tigre, mas apenas como
sinônimo de mulher excepcionalmente linda, sedutora, atraente, assim
como Carolina Ferraz, por exemplo.
Quanto à fême a do tigre, continuemos a tratá-l a como bem merece: o
tigre fêmea. É mais ecológico.
quer...quer
As conjunçõe s correlativas alternativas não podem ter elementos diferentes.
Portanto, usamos sempre: quer...quer, ou...ou, seja...seja, etc.Volta
e meia, no entanto, encontramos frase s mais ou menos assim: Estamos
cansados de radicalismos, quer de esquerda "ou" de direita. *** Mulheres
e até homens se preocupam com a própria pele, seja no verão "ou" no
inverno.
Seja no verão, seja no inverno, a realidade é essa...
De boas intenções, o mund o realment e está cheio. Recentemente, um
abnegado se dispôs a comenta r os erros encontrados nos livros didáticos
do ensino fundamental. Sua primeir a frase, par a iniciar o comentário dos
erros, foi esta: Uma rápida folheada num livro, pretensamente didático,
destinado ao Ensino Fundamental, seja de Geografia "ou seja" de Ciências
demonstra, geralmente, um grande número de erros, de imperfeições,
de omissões e/ou de desatualizações na parte referente à Astronomia.
Ele continua : O mais grave dessa situação é que os livros são usados
tanto pelos alunos como pelos professores, sendo, muitas vezes, o
único livro de referência disponível. Assim, o professor aprende erraNÀ
NÀ NAO ERRE MAIS! 5 1 5
do, ensina errado, o aluno se torna professor e o ciclo da ignorância se
fecha e perpetua.
Não é que o autor tem razão!...
Esta saiu num jornal: Não se pode confiar nos homens públicos, seja
na Nova República "ou" na Velha.
Por fala r em Nova República e em Velha República, eis a declaração
de um famoso (e poderoso) senador baiano: Na Bahia, eu sou como o Senhor
do Bonfim: responsável por tudo o que acontece, seja de bom "ou"de
ruim.
Pois é...
Sobre o pode r desse político baiano, ouvi certa vez uma anedota digna
de ser reproduzida aqui. Uma vez no inferno, ele perturbava tanto
o diabo, que este um dia resolveu telefona r a São Pedro, par a oferecerlhe
aquela alma perturbadora . Depois de muita insistência do capeta, o
guardião do Céu resolveu aceitar a oferta. Passados três meses, o diabo
telefona ao Céu. Atende São Pedro. Pede o diabo: - Por favor, quero fala r
com Deus. Ao que São Pedro pergunta : - Qual deles?
Preciso de ajudantes , sejam mulheres, sejam homens.
Frase perfeita : sejam aí é verbo. Mas essa mesma fras e poderia estar
assim, com conjunção alternativa: Preciso de ajudantes, seja mulheres,
seja homens. = Preciso de ajudantes, ou mulheres, ou homens.
Outro exemplo: Estamos cansados de radicalismos, sejam (ou seja)
de esquerda, sejam (ou seja) de direita.
Portanto, perfeit a esta fras e da revista Veja, ed. 1.815, p. 57, sobre cuj a
correção nos enviaram consulta: Na hora do voto, o eleitorado americano
costuma rejeitar os candidatos extremistas - sejam de direita, sejam de
esquerda.
Poderia estar aí também, portanto, seja...seja.
"muito" embora
Combinação esdrúxula. Use-se apena s embora, já que esta palavra,
no portuguê s contemporâneo, só pode ser conjunçã o ou palavr a denota -
t.iva, mas nunca advérbio, como já o fora antanho.
Numa revista: Os gastos dos técnicos com viagens, por exemplo, subiram
40% em três anos, "muito" embora as crises financeiras tenham
sido raras no período.
Pergunt a de uma repórter a um galã do cinema: Há muitos anos que é
considerado um dos símbolos sexuais masculinos de Hollywood. "Muito"
embora esteja agora noivo de Jennifer Lopez, foi assediado por muitas
mulheres quando era solteiro?
Apesar de ser uma praga na mídia brasileira tal combinação, é no
|urnalismo esportivo que ela se fortalece. Veja trecho de um jornalist a
«•nportivo: Scolari será o primeiro a desejar saber das respostas a estas
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
dúvidas, "muito"embora, cá para mim, experiente e seguro como é, Scolari
já deva ter, lá no íntimo, algumas convicções fortes que tanto poderá
querer provar abertamente, logo de início, como poderá testar, mais diplomaticamente,
ao longo do jogo.
suor
Pronuncia-se suor. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no
entanto, certa vez num discurso quis parodiar Churchill. Mas fê-lo tão
mal, que seria melhor que se calasse. Numa daquelas crises por que passou
o seu governo, ele disse que só tinha a oferecer ao povo brasileiro
"suôr" e lágrimas. E voltou a usar a famigerada expressão "brasileiras e
brasileiros", que, aliás, já houvera empregado dias atrás, noutro de seus
discursos.
Não sei quem foi que me disse certa vez que sociologia fazia mal
às pessoas, que mexia muito com a cabeça. Estou já quase me convencendo...
os "pataxó"
É outra asneira, difundida por um grande jornal paulista, que já se
tornando famoso por suas invencionices na língua, para depois colocá-las
todas em seu manual de redação. As vítimas, naturalmente, são os compradores
do manual que buscam, ansiosos conhecimentos de português.
A invenção acima, no entanto, quase ia pegando, não fosse o bombardeio
cerrado que se realizou contra ela. Estavam querendo que todos os
nomes de nações indígenas não variassem e tivessem (ainda) iniciais maiúsculas!
Aí, então, teríamos "os Guarani", "os Tupi", a Rua "dos Tamoio",
a Ladeira "dos Tabajara" e o poema de Gonçalves Dias, naturalmente, iria
virar "Os Timbira".
Ou seja, falaríamos língua de índio. Felizmente, percebeu-se a tempo
a asnice que alguns beócios estavam querendo consolidar.
Entro no trabalho às 8h ou "de 8h"?
Quem é consciente, responsável, entra no trabalho às 8h. Sempre às
8h.
No Ceará, todavia, as pessoas não entram no trabalho às 8h nem
saem às 18h. Elas entram"d e 8"e saem"de 18". Certa vez, encontrando
uma conhecida funcionári a de uma farmácia , em Fortaleza, pergunteilhe:
Já está indo para o trabalho? A resposta veio assim: Não, hoje só
entro "de 4".
E ela ainda ficou sem entender por que ri tanto...
"inhoque" com frango
É um prato indigesto. Há restaurantes que oferecem isso; convém
comer só o frango, deixando a massa...
1 1 8
NÀ NAO ERRE MAIS!
Prato saudável, que deve constar em cardápio de restaurantes confiáveis
(e limpos) é só o nhoque com frango.
Nhoque é um aportuguesamento do italiano gnocchi. Note: nem na
língua de origem existe o"i"inicial, que muitos donos de restaurante fazem
a gente engolir, quer queira, quer não.
Foi "criado" uma CPI
Alguns jornalistas não conseguem distinguir tempo composto de voz
passiva e, assim, acabam colocando os pés pelas mãos.
No tempo composto, o particípio não varia: tenho visto, temos visto,
havemos encontrado, havíamos jogado.
Na voz passiva, ao contrário, o particípio varia normalmente: ela foi
vista, elas estavam eleitas, elas foram encontradas, estávamos jogados.
Com os verbos ter e haver se formam os tempos compostos; com ser e
estar, principalmente, forma-se a voz passiva.
Veja mais exemplos em que há voz passiva: É vedada a publicação de
revistas pornográficas. *** Será adotada uma atitude cautelosa. *** Foi
adotada uma fórmula para solucionar o impasse. *** Foi feita uma avaliação
do estado do jogador.
Todas essas frases foram ouvidas de repórteres, porém, com o particípio
absolutamente invariável, numa demonstração inequívoca de desconhecimento
do assunto. Aliás, até aqui, nenhuma novidade.
Se os sujeitos vierem no plural, a voz passiva os acompanhará: São
vetadas as publicações de revistas pornográficas. *** Serão adotadas atitudes
cautelosas. *** Foram encontradas fórmulas para solucionar o impasse.
* * * Foramfeitas avaliações do estado do jogador.
Vejamos, agora, frases de repórteres ou de jornalistas, assim como
elas vieram ao mundo, tanto de penas quanto de bocas: Foram "atingidas"
pelo decreto um total de 11 áreas nos municípios catarinenses. ***
As entregas são feitas a domicílio, ou é "cobrado" R$10,00 pelo serviço.
*** Nesse caso, é "cobrado" uma mensalidade de R$20,00. *** Só é
"permitido" a retirada de três livros de cada vez. *** Brevemente será
"incluído"na biblioteca circulante da loja coleções de Machado de Assis,
Humberto de Campos, Aloísio de Azevedo, Guilherme de Almeida, etc.
antílope
É nome masculino e epiceno: o antílope macho, o antílope fêmea.
Certa feita, um repórter de televisão nos informou que o zoológico
da cidade havia ganho "uma antílope" (em referência ao antílope
fêmea). Disse mais: que "a antílope" parecia um bode.
E o cheiro ficou até hoje...
pagar "a" longo prazo
Não convém. Prefira pagar em longo prazo. É a preposição em que se
ii:.. i neste caso: em longo prazo, em curto prazo, em médio prazo.
NÀ NAO ERRE MAIS! 1 1 5
Para ter certeza disso, repare neste sugestivo diálogo entre um encanador
e um cliente necessitado: - Em que prazo você me faz o serviço?
- Faço o serviço em três dias.
Observe qual foi a preposição usada. Esse mesmo diálogo seria impraticável
(ou não é praticado) com a preposição "a". O encanador poderia
dizer que faria o serviço em tempo mais longo (em vinte dias, por
exemplo; seria, então, um serviço em médio prazo); poderia pedir ainda
muito mais tempo para executar o trabalho (em seis meses, por exemplo;
seria, então, um trabalho em longo prazo).
As expressões "a longo prazo"," a médio prazo" e "a curto prazo" receberam
clara influência da locução adverbial de modo o prazo; no entanto,
quando se faz um serviço "a longo prazo" não se tem idéia de circunstância
de modo, mas sim de tempo.
Há jornalistas que acertam, ao usarem a expressão: Governar e fazer
política assim é absolutamente inviável pelo menos no médio e longo
"prazo". Acertou no emprego da preposição, mas deslizou na concordância,
já que o substantivo deveria estar no plural: prazos.
Ou seja: de vez em quando eles acertam, mas dão sempre uma no
cravo e a outra bem na ferradura...
cor-de-rosa
Não varia: camisas cor-de-rosa, meias cor-de-rosa, etc. Se se usar
apenas rosa, também não haverá variação: lenços rosa, camisas rosa,
meias rosa, etc.
A excelente cantora Rosa Passos, na bonita Dunas, fala em orquídeas
"cor-de-rosas", o que empanou um pouco o brilho da sua excelente interpretação.
ao encontro de = de encontro a?
Não. São exatamente locuções antônimas. Ao encontro de indica
situação favorável, conformidade; de encontro a indica contrariedade,
oposição, choque. Assim, uma filha que aguarda a chegada da mãe de
uma longa viagem, num aeroporto, está com saudade e, logo que a vê,
vai ao encontro dela; um aumento de salários vem sempre ao encontro
do desejo dos trabalhadores. Já uma carreta que colide com um muro vai
de encontro a ele; uma redução de salários vem sempre de encontro ao
desejo dos trabalhadores.
O Acre teve uma governadora que declarou: O congresso constituinte
deve ir "de encontro aos " anseios por mudanças da população do país.
Disse o que não queria, o que não devia, o que não podia.
"industrializar" testemunhas
É algo um tanto ou quanto difícil. O que se costuma fazer - e não se
trata de prática muito aconselhável - é industriar testemunhas, ou seja,
1 1 8 NÃO ERRE MAIS!
instruí-las ou orientá-las par a não entrarem em contradição no momento
do depoimento.
É crime industriar testemunhas. Os bons advogados usam sempre
assim. Já os outros preferem "industrializar " as testemunhas.
mesada semanal = incoerência?
Não. A noção de mês na palavra mesada se perdeu completamente.
I lá uma figura de linguagem que justifica todos esses empregos, considerados,
à primeir a vista, como de incoerência: é a catacrese (v. Gramática
contemporânea Sacconi).
tsunâmi
Esta palavra , de origem asiática, é masculina : o tsunâmi, um tsunâmi.
Os apresentadore s de telejornais brasileiros, tão afeitos a provoca r
muitos tsunâmis na língua, usaram-n a como feminina . Parec e haver
um certo gostinho de presta r desserviço à língua por part e desses profissionais.
Quanto ao acento, deve-se ao aportuguesamento, que fizemos por
nossa própri a conta. A Academia Brasileira de Letras ainda não se dignou
fazê-lo; daí por que certos dicionários ainda trazem tsunâmi.
festejar
Todo verbo terminado em -ejar (exceto invejar) mantém fechada a
vogai tônica, durant e a conjugação: festejo, festeja; festeje, festejem, etc.
K assim também com bocejar, calejar, despejar, farejar, gaguejar, gotejar,
latejar, pelejar, pestanejar, planejar, praguejar, rastejar, relampejar, velejar,
etc.
Um jornalist a esportivo, certa vez, preocupado com a não-convoca -
ção de Romário para a seleção brasileira de futebol de 2002, disse pela
televisão: Romário é um jogador que "faréja"o gol.
De outra feita, um jornalist a da TV Cultura (atente bem: TV Cultura)
disse, num programa noturno de entrevista, na ânsia de justifica r a apresentação
de certos programa s do mundo cão, que a televisão "despéja" o
programa que a população quer.
Há, no entanto, quem sempre acaba vendo e ouvindo o que não
<|uer.
idoneidade / espontaneidade
Apesar de serem estas as palavras corretas, o povo gosta muito de
i don iedade" e " espontaniedade" .
Repare ainda nestas palavras, com terminação semelhante: contemporuneidade,
homogeneidade, heterogeneidade, instantane idade, simulluneidade.
NÃO ERRE MAIS! 12 3
E se '"houverem" muitas dúvidas?
Se houver muitas dúvidas, vamos dirimi-las todas. Causa-me algum
mal-estar saber que no século XXI ainda haja pessoas que não aprenderam
a usar corretamente o verbo haver. Na televisão, a cada passo, aparecem
pessoas que exercem cargos e funções importantes, que soltam o
malsinado "haviam" e o malcheiroso "houveram". Não impõem respeito.
Assim como o verbo fazer, o verbo haver não se usa no plural, quando
sinônimo de existir, acontecer, realizar-se e fazer (tempo): Havia animais
na pista. (Jamais: "Haviam", porque haver, aí, eqüivale a existir.) *** Já
houve duas guerras mundiais. Haverá outras? (Jamais: "Houveram", porque
haver, aí, eqüivale a acontecer.) *** Quantas reuniões haverá hoje
aqui? (Jamais: "haverão", porque haver, aí, eqüivale a realizar-se.) ***
Não a vejo há séculos! (Jamais "hão", naturalmente, porque, aí, haver
eqüivale afazer.) *** Espero que haja ingressos à venda. (= existam) ***
Ninguém queria que houvesse greves. (= acontecessem) * * * Pode haver
mais guerras mundiais. *** Costuma haver reuniões todas as sextas-feiras.
*** Está havendo progressos nas negociações. *** Vai haver greves.
Note que o verbo auxiliar também não varia. Eis, porém, como diz
a reitora de uma importante universidade brasileira: As propostas são
boas, são proposições abertas para a discussão e "estão"havendo debates.
Mas, às vezes, a gente toma sustos, como os dois projetos que foram enviados
ao Congresso [de reservar 50% das vagas nas universidades federais
a alunos da rede pública e ocupar vagas no ensino superior privado
em troca de isenção fiscal]. A gente não participou da elaboração disso.
Já sobre a reforma universitária, o MEC nos ouviu em alguns pontos, mas
em nenhum momento sentamos "em"uma mesa para discutir as idéias - o
que deve acontecer em breve.
Repare que além do malsinado "estão", por está, a respeitável senhora
tem o mau hábito de sentar "em" mesa. O mais preocupante é saber
que foram justamente os professores da sua universidade que no MEC
avaliam as obras de língua portuguesa e os minidicionários, para adoção
nas nossas escolas públicas!
Permita-me, caro leitor, fazer aqui um comentário pertinente: há certos
educadores hoje que se consideram tão abalizados, tão conhecedores
dos problemas da Educação brasileira, que as crianças que seguem
seus métodos pedagógicos "ultramodernos"saem das nossas escolas sem
ao menos saberem ler com desenvoltura ou interpretarem um texto, fato
ignominioso, que certos organismos internacionais já detectaram e difundiram
ao mundo. Essa gente implantou uma linha filosófico-pedagógica
que nos levou a um ensino caótico, que aborta educandos incapazes
sequer de ler e escrever razoavelmente, mesmo depois de quatro anos
de freqüência escolar. Na 5.a
ou na 6.a
série, os alunos ainda lêem como
crianças da l.a
série. O nível de analfabetismo diminui nas estatísticas
do governo, mas a escola brasileira, acatando as diretrizes desse tipo de
gente, está formando na verdade analfabetos funcionais. E os professo1
1 8 1 N ÃO ERRE MAIS!
ivs, que pouca ou nenhuma responsabilidade têm nesse resultado, continuam
ganhando miséria. O sistema educacional brasileiro, ao menos
c'ité agora, não percebeu que a virada começa justamente pelo professor,
promovendo reciclagens freqüentes, reconhecendo o seu trabalho,
fazendo-o viver condignamente. Nunca o ensino brasileiro esteve tão
pobre, tão miserável, tão assustador! A Academia Brasileira de Letras
entregou recentemente um documento ao ministro da Educação manifestando
sua insatisfação com o ensino de português nos níveis funda -
mental e médio. Segundo seu presidente, é preciso voltar a ensinar nas
escolas a norma culta, relegada a segundo plano no MEC, para cujos
educadores a norma culta é algo desprezível, algo de "somenas" importância.
No seu entender, o que vale mesmo é a fala popular, a verdadeira
língua. Ninguém põe em dúvida sua importância. Mas a norma culta
é a única que nos une como nação, é a única que une os diversos registros
de fala, é a única que nos garante atuar como bloco monolítico
em defesa da nossa cultura, da nossa soberania e de outros interesses
maiores do país. Em uma geração de educadores que faz a apologia do
"menas", da "mortandela", do "mendingo", da "questã", do "um pastéis"
e do "um chopes", no entanto, é difícil crer em responsabilidade.
"a" mapa
Qualquer aluno da primeira série sabe que mapa é substantivo masculino,
pois nenhum deles diz "a" mapa. Mas um minidicionário, distribuído
oficialmente nas escolas, aprovado pelo MEC, dá a palavra como
substantivo feminino: "a"mapa.
E não fica só por aí. Segundo esse mesmo dicionário, distribuído oficialmente
às nossas crianças, com aprovação do MEC, são palavras femininas:
brioche, rolimã, sistema, capacete, planeta, carma, ídolo, rocambole,
miasma, deságio, biriba, diapasão, sifão, guache, sorvedouro, clã e
ribamar.
Segundo o mesmo dicionário, são palavras masculinas: soja, manobra,
mecha, bólide, tribo, abusão e piracema.
Quem são as vítimas? Nossas crianças.
ignomínia
É esta a palavra que existe. Significa: 1. Estado de quem perdeu toda
a honra, por ter cometido uma ação infamante; grande desonra ou humilhação
pessoal: passar pela ignomínia de ter de renunciar por peculato.
'•'. Qualquer ação, palavra, dito, conduta ou papel vergonhoso, infame,
desonroso: não é ignomínia renunciar a um cargo; ignomínia é, sim, não
honrá-lo; cometer ou dizer ignomínias.
Quem usaria "ignomia" por ignomínia? Talvez uma criança. Talvez
um mau estudante. Talvez um iletrado. Talvez. Mas um dicionário regis11.11'
"ignomia"por ignomínia, é sem dúvida a mais forte das ignomínias.
I'uis um dicionário, aprovado com louvor pelo MEC, cometeu esse dislate.
i l'ol distribuído às nossas crianças.
NÃO ERRE MAIS! 12 3
Esse mesmo dicionário, aprovado com louvor pelo MEC, traz os verbetes
abade e abadia antes de abacate, como se num dicionário a ordem
alfabética não tivesse a mínima importância.
Esse mesmo dicionário, aprovado com louvor pelo MEC, define assim
clamar: gritar em voz alta. Como se se pudesse gritar em voz baixa...
E o que poderíamos dizer de um professor que ensinasse a seus alunos
que sultão não tem plural? Certamente, perderíamos a confiança em
seus ensinamentos. E o que poderíamos dizer de um dicionário que ensina
isso?
Quem são as vítimas? Sempre: nossas crianças.
Além desses absurdos, o dicionário traz tantos outros, que se fôssemos
tratar deles todos, iríamos aqui às mil páginas. Mas o MEC aprovar obras
desse tipo já não surpreende: afinal, os que cometem erros primários e gritantes
de português na elaboração de simples provas do Enem não podem
querer arvorar-se em autoridades, em juizes, embora posem como tais.
"Falta" dois minutos para as seis
O verbo faltar sempre tem sujeito (no caso, dois minutos). Se o sujeito
estiver no plural, o verbo não poderá estar no singular. Portanto: Faltam
dois minutos para as seis. * * * Faltavam quatro segundos para o término
do jogo. *** Quantos minutos faltam para as dez horas? *** Quando faltarem
cinco minutos para a uma, avise-me! * * * Faltam remédios para o
povo, faltam hospitais, falta tudo! * * * Não deviamfaltar nem dois segundos
para as 18h, quando chegamos. *** Estão faltando poucos minutos
para a meia-noite. *** Não podiamfaltarfrutas na casa dele, por causa
das crianças.
Note que, mesmo com verbo auxiliar, a regra não se altera.
O povo, contudo, diz: "Fazem" dois minutos que ela saiu, a par de:
"Houveram" muitas reclamações. Por outro lado, usa também: "Falta"
dois minutos para as seis.
Dá para entender?
"mordida" de mosquito
Não. Só morde o que tem dentes; como inseto nenhum ainda teve esse
privilégio, eles continuam picando.
Os que têm ferrãoferroam, dão ferroadas. Dolorosas à beça, mas sem
-aind a - "morderem".
Por falar em mosquito, cuidado com as picadas da dengue!
Certa vez, numa propaganda de repelente de insetos, lia-se bem em
cima do bumbum de uma linda e formosa garota: Em todo acampamento
sempre aparecem alguns sujeitinhos que vão lá só para "morder" os outros.
São os mosquitos, os borrachudos, os pernilongos e demais insetos
voadores. Essas criaturas escolhem as partes mais gordinhas e delicadas
das pessoas para se divertirem.
O visual e a situação exigiam picar no texto: muito mais pertinente...
1 1 8 NÃO ERRE MAIS!
Apresento "à" Vossa Excelência
Antes de pronome s de tratament o não se usa o acento da crase: Apresento
a Vossa Excelência meus cumprimentos.
Atenção: a abreviatura de Vossa Excelência é V. Ex.a
, e não"V. Excia.".
A cultura caminha passo "à" passo com o progresso?
Não: caminha passo a passo. Se outro for o passo, é torção na certa.
Locuções adverbiais com palavra s repetida s dispensam o acento,
mesmo que tais palavra s sejam femininas: passo a passo, minuto a minuto>,
segundo a segundo, ombro a ombro; cara a cara, frente a frente, face a
face, gota a gota, uma a uma, etc.
Refiro-me "à" exportações .
Também não. Não se usa o a com acento grave antes de palavra s no
plural, porque nesse caso não ocorre crase, basta usar a preposição a: Rejiro-me
a exportações. *** Existem animais que são imunes a picadas de
cobra.
O acento só terá sentido se no lugar do a aparecer as (neste caso, o
substantivo está determinado): Refiro-me às exportações. *** Existem
animais que são imunes às picadas de cobra.
Devo usar artigo antes de pronome possessivo?
Não, necessariamente. É facultativo o emprego do artigo antes de
pronomes possessivos. Por isso, usamos, indiferentemente : meu carro ou
o meu carro, minha cidade ou a minha cidade, seu nome ou o seu nome,
nosso quarto ou o nosso quarto.
Sendo assim, também facultativo é o uso do acento grave da crase
antes de pronome s possessivos femininos: estou a (ou à) sua disposição-,
ela ficou a (ou à) nossa espera por duas horas.
"à" respeito de
Está claro que antes de palavra masculina não se usa a com acento
grave, indicando a existência de crase. Porque é impossível haver crase
com palavra masculina.
Nos jornais, porém, se vê isto: É cedo para qualquer apreciação "à"
respeito do ministério de Luiz Inácio Lula da Silva.
Nunc a é tarde, porém, par a aprender...
Enquanto católico, não aceito o | aborto
Frase corretíssima, tanto na estrutur a quanto no teor. Enquanto
i'(|iiivale, nesse caso, a no papel de, na qualidade de, como.
Kis outros exemplos: Enquanto brasileiro, sinto vergonha de viver
num país onde campeia a violência, onde campeia a impunidade, onde
NÃO ERRE MAIS! 12 3
campeia a corrupção. * * * Enquanto rubro-negro, ele quer que os vascaínos
desapareçam da face da Terra, e estes desejam o mesmo aos rubro-
-negros. *** O presidente prestará depoimento tão-somente enquanto
testemunha. * * * Como agir enquanto professor, quando descubro que um
adolescente é usuário de maconha?
Eis, agora, um exemplo excelente, muito bom mesmo, retirado de um
editorial de jornal: A teoria na prática costuma ser outra, especialmente
na política. Enquanto oposição, o PT deitava falação contra as prorrogações
da CPMF. Agora que assumiu o poder, o Partido dos Trabalhadores
mudou de opinião: quer transformar em definitiva a contribuição provisória
que em nada melhorou a saúde pública no país.
Na prática, a teoria é quase igual...
Convém não confundir esse uso correto de enquanto, com este, incorreto,
que se substitui por quanto: "Enquanto"a mim, estou tranqüilo.
0 dinheiro sumiu
É assim que o povo diz. É assim que está ficando. No português castiço,
todavia, tudo o que desaparece, some-se. O pronome do verbo sumir-se
está sumindo na língua cotidiana, a exemplo do que já ocorre com secarse
e vencer-se. Por isso, há muita gente por aí que já canta: A fonte secou,
quero dizer que entre nós tudo acabou!
E a duplicata que vence amanhã? Bem... isso é só amanhã.
um dos que
Esta expressão leva o verbo obrigatoriamente ao plural, no português
contemporâneo: Sou um dos que mais trabalham aqui. *** Você é
um dos que mais reclamam, porém, um dos que menos ajudam. * * * Manuel
foi um dos que mais me incentivaram.
A mídia brasileira ainda não tomou conhecimento do assunto. Tanto
é que só usa o singular com tal expressão. No site do Terra: Depois de
1994, o Brasil viu-se invadido por montadoras do mundo inteiro. A francesa
Renault foi uma das que "chegou" e "conseguiu" se firmar.
Todo o mundo consegue se firmar no Brasil. Menos a imprensa brasileira.
É impressionante!
Veja, agora, esta pérola, em manchete: Cardeal brasileiro é um dos mais
"cotado"para suceder João Paulo II. Só mesmo dizendo: Meu Deus!!!
"guspir"
Não é coisa que se fale nem se escreva. Se cuspir já não é um gesto
recomendável, que se dirá, então, de alguém que"gospe"!
Em português existe apenas cuspir, cuspo, cuspida, admitindo-se
ainda a variante cuspe Fora daí, tudo é muita falta de educação.
Há dentistas que pedem a seus clientes, na cadeira de "tortura":
Pode "guspir"! Há quem resista...
1 1 8 1 NÃO ERRE MAIS!
a partir "da" meio-dia
E inacreditável, mas há profissional de televisão, tanto no esporte
i|uanto fora dele, que diz isso. Um famoso político declarou, recentemente,
logo após ser eleito: Amanhã, a partir "da" meio-dia eu darei uma
entrevista coletiva.
Pois é...
chuva de "granito"
A chuva ou a queda de granizo é menos devastadora.
Quando da posse do novo presidente, em 2003, havia previsão de
chuva justamente para o momento do evento. Aguardando por aquele
instante há mais de uma década, o presidente eleito declarou, então, às
vésperas do acontecimento: Amanhã eu subo a rampa, mesmo que seja
sob tempestade de granizo.
É assim que se diz...
"vez que"
Não existe esta locução em nossa língua, que se substitui por já que,
porque, uma vez que: Ele é o assassino, uma vez que confessou o crime.
Frase de um juiz da Justiça Federal de Brasília, colhida num site
de um grande jornal baiano: Os dois denunciados encontravam-se momentaneamente
sem foro especial por prerrogativa de função, "vez que"
renunciaram aos seus mandatos eletivos.
É assim que não se escreve...
"um" de fevereiro / "um" de março
Não existe nada disso. O primeiro dia do mês é sempre primeiro.
Quem é que viu alguém pregar "um" de abril em alguém? Quem já comemorou
o "um" de Maio? Qual foi o ano que teve início em "um" de janeiro?
No meu mundo, nenhum.
Não tem ninguém em casa
Há quem condene esta frase, em que o verbo ter está usado impesson!mente,
por haver. Na fala descontraída, do dia-a-dia, admite-se o seu
emprego. Por exemplo: à porta do banheiro, só se pergunta mesmo: Tem
yciite ai? (Repare: à porta do banheiro.)
Na linguagem formal, contudo, convém observar o rigor gramatical,
iiltida que tenha havido famoso poeta que usou ter por haver, por licença
poética.
NÃO ERRE MAIS! 12 3
Um jornalista, por exemplo, deve usar sempre a norma culta, em sinal
de respeito não só ao leitor, mas à própria língua, seu instrumento de
trabalho. Ocorre que nem sempre eles conhecem a norma culta. Então,
escrevem: "Tem" carioca achando que mora em Jerusalém ou Bagdá, tamanha
a onda de violência no Rio de Janeiro.
É do mesmo jornalista: Vai sair faísca quando a direção nacional do
PT reunir a bancada do partido na Câmara dos Deputados. Já "tem"gente
avisando que não poderá comparecer.
É do mesmo jornalista: Nem bem Lula começou e já "tem" gente falando
em reeleição.
Ainda do mesmo jornalista: Como "tem" gente que finge não ver a
realidade!
No outro dia, é o mesmo jornalista quem nos faz uma revelação fantástica,
inédita, em absoluta primeira mão: "Tem" cada coisa tão engraçada
na política!!!
Há cada coisa tão engraçada no jornalismo brasileiro!!!
Um presidente da República (é outro exemplo) deve também sempre
fazer uso da norma culta, a não ser em casos especialíssimos. Em seus
discursos, a norma culta é de rigor tanto quanto nos periódicos. Em sinal
de respeito não só aos valores nacionais, como também aos cidadãos e ao
cargo.
Recentemente, o presidente Lula declarou: "Tem" jogador que pega
a bola, não olha pro lado, dá uma bicuda e não marca o gol. "Tem" outro
que olha pro lado, vê um companheiro livre, passa a bola e marca o gol.
Nós não temos tempo para dar bicuda.
E já não deu?!
É também do mesmo presidente: Não "tem"chuva, não "tem"geada,
não "tem" terremoto, não "tem" cara feia, não "tem" congresso nem poder
judiciário. Só Deus será capaz de impedir que a gente faça este país ocupar
seu lugar de destaque.
É também do mesmo presidente (em visita a Portugal): Se "tem"uma
coisa que admiro nos Estados Unidos é que primeiro eles pensam neles,
em segundo neles e em terceiro neles também. Se sobrar tempo, pensam
um pouco neles outra vez.
A ver-se como fala, o lugar de destaque reservado ao Brasil é
ótimo!...
Recentement e ainda, o governo federa l fez propagand a par a nos
informa r isto: No Brasil não "tem" maremotos, vulcões, terremotos,
furacões.
Certo. E precisa?
1 1 8 NÃO ERRE MAIS!
pirâmide de Quéops
Perfeito. Este nome é paroxítono, assim como são paroxítonos todos
os nomes terminados em ps: bíceps, fórceps, etc.
Quéops (2590-2567 a.C.) foi um dos mais notáveis faraós. Repare:
muitos anos antes de Cristo. Construiu a maior de todas as pirâmides, em
(Jizé, encontrada em 1954. Note mais uma vez: o rei egípcio viveu há mais
de 4.500 anos.
Pois uma famos a emissora de televisão, certa vez, apresentou um
programa sobre o referido faraó, e o apresentador só dizia "Queóps". Era
"Queóps"pr a cá, "Queóps" pra lá. O programa todo. Uma tortura ! Principalmente
par a os estudante s da quinta série do ensino médio. Que já
ouviram fala r em Quéops várias vezes.
recorde
Pronuncia-s e exatament e como se escreve: recorde. Muita gente, no
entanto, tem batido o "récorde" por aí, imitando a prosódia inglesa. Mas
(piem é que diz Rede"Récord" ? E veja que, neste caso, o vocábulo é rigorosamente
inglês: Record. Nem por isso existe a Rede"Récord" .
Há uma famos a rede de televisão que só bate o "récorde". Bem, quem
já divulgou a pronúncia"Queóps" e quem insiste em divulgar a pronúnci a
de índio "Roráima" merece toda a nossa compreensão.
Nada contra os índios...
os requebros de uma garota
Como se pronunci a corretament e a palavr a requebro? Com e tônico
fechado: requebro. Também assim no plural: requêbros.
Certa vez um repórter de uma famos a rede de televisão saiu-se com
esta: Os "requêbros" de Michael Jackson chamam a atenção de todo o
inundo.
Para quem, também, só diz "Roráima" (pronúncia de índio) e um dia
j.í disse "Queóps", a fras e está perfeita!
"nenhuma" cócegas
Nenhum varia normalmente . Não há nenhuns motivos para que não
varie: Não sinto nenhumas cócegas. *** Vocês não são nenhuns coitadinhos,
nenhuns joões-ninguém. *** Não se perceberam nela nenhuns sinais
de remorso.
Nenhuns e nenhumas, contudo, só se usam antes do substantivo, nun -
i a depois dele. As forma s do singular é que se empregam em qualquer
l M isiçao. Exemplos: Estou sem nenhuns trocados. (E não: Estou sem tro-
• mios nenhuns".) *** Ninguém toma nenhumas providências. (E não:
Ninguém toma providências "nenhumas".) *** Não vi nenhuns óculos
mi mesa. (E não: Não vi óculos "nenhum"na mesa.)
i Vi l,a vez declarou com certo ar de autoridade um empresário na -
NÃO ERRE MAIS! 12 3
cional: O país está sem condições "nenhuma" de congelar novamente os
preços.
U ma grand e e tradiciona l loj a de departamento s anuncio u certa
vez pel a televisão a vend a de todo o seu estoque , em três vezes, sem
juros "nenhum".
Quem acreditou?
pedir vista de um processo
Frase perfeita . Vista, aqui, significa ato pelo qual o interessado num
processo recebe os autos para tomar conhecimento de tudo o que nele
contém e se pronunciar como lhe aprouver. Não há nenhuma necessidade
do uso de "vistas" neste caso.
cair "de" sábado
Nad a cai "de" algum dia da semana, mas em um dia da semana. Portanto:
Neste ano, meu aniversário vai cair num sábado. *** O Natal, este
ano, vai cair num domingo.
apêndice supurado
É este o apêndice que causa sérios problema s de saúde e exige cirurgia
imediata. Já o popula r apêndice "estuporado " que muito se ouve,
principalment e no interior do país, causa problema s na língua...
Certa vez nos perguntaram: O senhor já foi operado da "pênis" ou da
"prosta"?
Que resposta poderíamos ter dado?
Lula vai dar um jeito "nesse" país
O pronome demonstrativo correto par a indicar tudo aquilo que nos
abrange fisicamente é este, e não "esse". Repar e nestes exemplos: Este
país passa pelo momento mais crítico de toda a sua história. *** Lula vai
dar um jeito neste país. * * * Este planeta é azul.
Fala o presidente Lula: O Brasil estava quebrado, e alguém vai ter de
salvar "esse"país. Nossa responsabilidade é infinitamente maior que a de
qualquer outro presidente na história "desse"país.
A responsabilidade é mesmo enorme!...
passar de ano
Em portuguê s legítimo não se usa a preposição de nesta expressão,
nem em repetir de ano. Esse "de" é italiano. Mas que estudant e brasileiro
não passa de ano ou não repete de ano?
Não temos nada contra os estrangeirismos. Quem tiver que, então,
nunc a mais use bar (use botequim); que nunc a mais use bidê (use semicúpio);
que nunc a mais use detalhe (use pormenor, minúcia , ou, então, minudência);
que nunc a mais use vitrina (use escaparate); que nunc a mais
1 1 8 NÃO ERRE MAIS!
•TI rocha (que é galicismo); que nunc a mais use soldado (que é italianis1110),
que nunc a mais tenha saldo bancário (porque saldo é um italianisino),
etc. Não resta dúvida de que, assim, a vida ficará bem mais difícil...
Jogos "Panamericanos "
Não existem estes jogos. O prefixopan- exige hífen antes de palavra s
iniciadas por h e vogai. Assim, devemos grafar: pan-americano, pan-africanismo,
pan-arabismo, pan-helênico, etc.
Antigamente, havia uma rádio em São Paulo chamada " Panamerica -
nu". Como a audiência andava baixa, talvez por causa da gafe, mudaram
0 nome da emissora par a Jovem Pan.
Recentemente, no site de um jorna l se leu: O pacto de defesa "panárabe"obriga
todos os estados árabes a ajudar qualquer outro membro do
grupo que seja vítima de uma agressão.
cheque pré-datado e cheque pós-datado
Há grande diferença entre um e outro. O cheque pré-datado é aquele
<|ue se preenche antes do dia em que se quer vê-lo descontado; o cheque
pós-datado é o que se preenche depois do dia em que deveria ter sido
descontado.
preenchimento de formulário pessoal
Quando se preenche formulário de dados pessoais, no item nacionalidade,
use (se for homem) brasileiro, ou brasileira (se for mulher).
Muitos homens preenchem com "brasileira" , atendo-se ao gênero da
palavra nacionalidade. Não. Se assim fosse, no item estado civil, as mulheres
teriam, então, de escrever "casado".
Se no formulário, porém, além da nacionalidade e do estado civil,
exigissem que se indicasse o estado de saúde ou o estado mental, o homem
deveria preencher com bom (ou com precário); se fosse mulher, a
mesma coisa. Nesse caso, a concordância tem de ser feita com a palavra
constante do item, porque, ao perguntarmo s a qualque r pessoa (homem,
mulher, velho ou criança) Como vai o seu estado de saúde?, a resposta
será sempre: Bom (ou Precário).
Por outro lado, quando perguntamos a uma senhorita: Qual é o seu
estado civil?, ouvimos a resposta sempre desta forma: solteira.
Se a resposta vier "solteiro", olhe bem fixo par a ela!...
país não comunista
Perfeito. Não há hífen entre as duas últimas palavras, como usam
muitos. Por quê? Porque se trat a de um adjetivo. Só os substantivos é que
1 ra/.em o hífen. Repare na diferença: produto não perecível (adjetivo), o
não-pagamento da dívida (substantivo); amor não correspondido (adjetivo),
a não-variação de uma palavra (substantivo).
NÃO ERRE MAIS! 12 3
Há gigantes que adormecem e "que" não acordam.
Este que (pronome relativo) é maroto. Por que maroto? Porque não
exerce nenhuma função na frase. Se o retirarmos, a frase ficará perfeita.
O que coordenado só é correto quando exerce a função de conjunção
integrante. Assim, por exemplo: Eu disse que ela era francesa e que gostava
de namorar. * * * Ela afirmou que não gosta do rapaz e que não quer
mais vê-lo. *** Você acha que é esperto e que sempre vai levar vantagem
em tudo?
Mas não assim: Há coisas que a gente vê e "que" já não aceita. ***
Existem rios que são poluídos e "que"por isso não têm peixes.
Retirado o "que" maroto e intruso, faz-se a luz.
ídolo
É sempre nome masculino, ainda que se refira a mulher: Meu ídolo
é Carolina Ferraz. * * * Paula era o ídolo de boa parte dos aficionados ao
basquete.
Há quem, por mera brincadeira , usa "ídola". Mas é só por brinca -
deira.
gênio
É outro nome sempre masculino: Onde está aquele gênio de sua irmã,
que deixou a televisão ligada a noite inteira? * * * Essa cientista, um gênio,
recebeu o Prêmio Nobel de Física. *** Susana era o gênio da classe.
Muito bem. Está claro que não existe "gênia", forma que só se admite
mesmo em programas humorísticos de mau-gosto da televisão e em brincadeirinhas
do recesso do lar. Fora daí, jamais.
Eis, porém, que surge uma apresentadora de televisão que, do alto do
seu l,85m, declara, até que meio aborrecida: Estão dizendo que faço dos
meus erros de português um marketing. Que tipo de "gênia"sou eu, para
falar errado e achar que é marketing?
De fato, de nenhum tipo...
indivíduo
É, igualmente, outro nome sempre masculino: Camila, esse indivíduo
maravilhoso, fará parte do elenco da novela das 7h. *** Carolina é o tipo
de indivíduo que costuma aparecer na Terra só de cem em cem anos.
Há quem, por brincadeira, também use "indivídua". É preciso, no
entanto, nunca esquecer que brincadeira (de qualquer tipo) sempre tem
hora.
traste
É também sempre nome masculino: Viridiana é um traste. * * * Essa
menina virou um traste.
1 1 8 1 NÃO ERRE MAIS!
Minha vizinha é mesmo "uma sujeitinha" à-toa.
Sujeitinho à-toa realment e existe, em todos os lugares; já"sujeitinha "
não existe em lugar nenhum. Mulher, homem, criança, é sempre sujeito
(nome sobrecomum), a exemplo de ídolo, gênio, indivíduo, traste, etc.
Por isso é que suas amigas são - todas elas - uns sujeitinhos falsos.
mais pequeno
É expressão corretíssima. Pode usar sem receio. O que não se deve é
empregar "mais grande" (legítima no espanhol).
É expressã o legítima também no português, ma s soment e quand o
comparamo s qualidade s de um mesmo ser. Assim, por exemplo : Sua
filha é mais grande que pequena. *** Esse rapaz é mais grande que
inteligente.
14 de julho
É uma data histórica, não só para a França, mas para o mundo. E,
ngora, também par a determinada rede de televisão.
Pois bem. O numera i 14, que se escreve por extenso quatorze ou calorze,
lê-se, todavia, de uma só forma: catorze. Nunca: "kuatorze" .
A apresentador a de esportes dessa rede de televisão nos comunica,
fodavia, entre sorridente e eufórica: No dia "kuatorze" de julho, o Globo
Ksporte faz 25 anos.
A ocasião não seria de parabéns ?
Clandestinos são pegos nos Estados Unidos
O verbo pegar não é abundante , mas já se está tornando abundante ,
com o uso tanto de pegado (com ter e haver) quanto de pego (com ser e
estar). Assim, podemos usar, sem problemas: Tenho pegado muito resfriailo
ultimamente. *** O ladrão foi pego em flagrante.
Daí a concluir, no entanto, que também é correto usar "chego", "trago"
e "falo" vai boa distância. Por enquanto, só use: chegado, trazido e
falado.
bóia-fria
Todo o mundo sabe o que é bóia-fria: pessoa que trabalha no meio
rural, sem vínculo empregatício, geralmente no corte de cana-de-açúcar.
Pouca gente sabe que o plura l é bóias-frias (ambos os elementos varium,
porque se trata de um substantivo e de um adjetivo).
Notíci a num site: Acidente com ônibus de "bóia-frias": 12 feridos.
Ihn acidente envolvendo um ônibus de "bóia-frias" e um Corsa no final da
tarde, "deste sábado" deixou 12 pessoas feridas.
O jornalista errou duas vezes no plural e ainda usou"dest e sábado" ,
• mi mvt. de ontem (a notícia foi divulgada no domingo). Ou seja: saiu ferido
'in estar no ônibus...
NÃO ERRE MAIS! 12 3
a norte / a sul / a íeste / a oeste
Todo o mundo usa ao norte e ao sul, mas com os outros dois pontos
cardeais ninguém vacila em grafa r apenas: a leste, a oeste. Como coerência
é importante, sugiro que se use apenas a norte, a sul, a leste e a oeste.
Ou apenas: ao norte, ao sul, ao leste e ao oeste.
O mal está na mistura das coisas. Mas o que se vê, justamente, é isto:
A Venezuela fica ao norte do Brasil; o Uruguai, ao sul; o Peru a oeste; o
oceano Atlântico a leste.
Observe como a revista Veja é perfeita, neste seu texto: Uma imagem
captada em agosto do ano passado pelo telescópio espacial Hubble deixou
os cientistas intrigados. Prometeu, uma das cerca de vinte luas de
Saturno, estava fora do lugar. Alguma força descomunal havia empurrado
o satélite, de 140km de diâmetro, para uma posição 20 graus além de
onde deveria estar. E como se, vista da Terra, a Lua num determinado dia
começasse a nascer um pouco mais ao norte e não ao leste, como tem feito
há bilhões de anos.
Milagres, volta e meia, acontecem...
o Sul do Brasil
Os nomes dos pontos cardeais e colaterais, quando designam regiões,
grafam-se com inicial maiúscula. Portanto: Há previsão de geada para o
Sul do Brasil. * * * Conheci todo o Sudeste da Itália. * * * O narrador esportivo
disse que conhecia o Norte do Brasil, mas só até o Maranhão...
Há certa tendência de as pessoas confundirem a Região Norte com
a Região Nordeste. Dizem, então, que os brasileiros precisam conhecer o
Norte do Brasil e citam Natal, Fortaleza e São Luís, capitais de Estados
do Nordeste.
Recentemente, um narrador de esportes, notório por suas asneiras
(embora os colegas o consideram o melhor do Brasil, o que não é nenhuma
vantagem), afirmou: Vocês precisam conhecer o "Norte"do Brasil:
Natal e Fortaleza são uma maravilha!
E ele mora em Porto de Galinhas, em Pernambuco, Nordest e do
Brasil!
aleitamento materno
É bobagem. Aleitamento é ato ou efeito de aleitar, ou seja, de dar de
mamar a, usando a mamadeira; amamentação é que é ato ou efeito de dar
de mamar a, usando as mamas. Assim, uma veterinária pode aleitar um
filhote de golfinho, de chimpanzé, etc., mas não será imprudente a ponto
de amamentá-los, com certeza.
Os médicos deveriam sempre aconselhar a amamentação, e não "o
aleitamento materno".
Recentemente, uma de nossas revistas semanais de informação deu
esta notícia: Recentes pesquisas comprovam que, quanto maior o tempo
de "aleitamento materno", maior a inteligência do indivíduo na vida
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
adulta. A composição do leite materno é vital para o desenvolvimento
neurológico da criança.
Teria o jornalist a sido amamentado?...
dar de mamar à filhinha "nas" mamas
É algo que se pode evitar. A relação de proximidade é representada ,
em portuguê s castiço, pela preposição a, e não pela preposição "em". Note
que falamos ao telefone (bem mais confortável que falar "no" telefone),
que vivemos ao volante (bem melhor que viver "no" volante).
Convém ressaltar, todavia, que o brasileiro gosta muito da preposição
em. Adora! O portuguê s nem tanto.
crianças de "0" a dois anos de idade
É uma das grandes tolices dos adultos. Existirá a criança de 0 ano?
Está claro que não. Como, então, podem ser vacinada s crianças de"0" a 6
anos, conforme dizem todos os dias os repórteres de televisão? Não seria
mais coerente, mais conseqüente, mais aceitável dizer que todas as crianças
de até dois anos foram vacinadas?
Mais cruel ainda é aquele que vê no zero uma palavr a indicativa de
plural. Escreveu um jornalista : São histórias sem nexo. Para crianças e
adultos "dos 0" aos 80 anos.
No site da Abrelivros, entidade dos principais editores do Brasil:
Existem 22 milhões crianças de "0"a 6 anos no Brasil. Se a questão fosse
quantitativa, a educação infantil deveria ser uma das prioridades das políticas
públicas para o setor. Mas não é isso que acontece desde a criação
do Fundef em 1996, quando os recursos públicos da área foram concentrados
no ensino fundamental, relegando ao segundo plano a educação
das crianças. Segundo dados do IBGE, na faixa etária de "0" a 3 anos, a
taxa de freqüência à escola ou à creche é de apenas 10,6%.
Criança de 0 ano já nasceu?!
vir "còm" o avião
Quem vem"com" o avião, normalmente , é o Super-Homem...
Só homens voadores podem vir com um avião, isto é, na companhi a
dele. Seres humanos menos pretensiosos preferem ir, vir, chegar, voltar no
avião, pelo avião. Ou ir, vir, chegar, voltar no (ou pelo) trem das onze.
Certa época ficou marcada por uma propagand a assim: Voe "com " a
TAP Os portugueses voavam mesmo é pela TAP, empresa que até mudou
de nome, mas não se sabe dizer se foi pelo fracasso do convite...
"mulher bispo" / "a soldado"
Qualque r aluno da quint a série sabe que o feminin o de bispo é
episcopisa.
N um important e jorna l paulista : Bárbara, a primeira "mulher
bispo".
N NÃO ERRE MAIS! 1 133
Ora,"mulher bispo"!... Resta saber, agora, quando é que o jornal vai
nos apresentar a "mulher frade " e a "mulher padre" , como, aliás, já deu
em manchete certo telejornal. Esse mesmo telejornal, em vez de referirse
à militar como a soldada, saiu-se com mais uma pérola recentemente,
falando em "mulher soldado" e em "a soldado".
Repare, agora, nesta notícia de jornal: A pretensão do novo governo
de consolidar a liderança do Brasil na América do Sul não causou
estranheza em Washington. Ao contrário, foi bem recebida. Mas levou a
atual "embaixador" americana em Brasília, Donna Hrinak, a advertir,
em junho passado, que liderar significa também tornar-se alvo de críticas
dentro e fora do País.
"A embaixador " é mesmo coisa que só se tem na cabeça de jorna -
lista.
"inobstante"
É tolice. Alguns advogados criaram a maravilha. Para esses, certas
"criações" lhes conferem autoridade, sapiência, excentricidade. Repare
em frases comumente vistas em suas peças: O locatário foi insultado,
"inobstante"haver pago pontualmente seu aluguer. *** O réu tinha bons
antecedentes, "inobstante"o crime que cometera.
Advogados sérios, competentes, dignos de confiança, usam o que a
língua lhes oferece: não obstante. Os juizes também agradecem.
notícia "vinculada" pela imprensa
Nova tolice. Notícia só pode ser veiculada pela imprensa.
Um famoso treinador de futebol, porém, disse certa vez que os repórteres
não podiam "vincular"tantas mentiras.
Soou-nos como autêntica novidade: quer dizer, então, que além de
escreverem errado, eles também "vinculam" mentiras?!
Será que em Luxemburgo também é assim?...
"Que" horas começa o jogo?
Quem sabe das coisas pergunta diferente: A que horas começa o jogo?
O jogo começa às 21h. *** A que horas chegaremos a Salvador? Chegaremos
a Salvador à meia-noite. * * * A que horas você costuma se levantar?
Costumo me levantar às 6h.
responde r "o " questionário
Não. Responde-se a questionário, a perguntas, a processo, a inquérito,
a cartas, a tudo o que merece resposta.
No sentido de retrucar malcriadamente é que se usa apenas responder:
responder os pais, os professores, os mais velhos, etc.
Manchete de jornal: Israel vai responder ataques de palestinos.
N NÃO ERRE MAIS! 1 133
A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (observe bem: da
Kducação) promoveu, certa feita, um concurso público par a provimento
de cargo de escriturário. Na primeira folha da prova (de Português, atente
bem!), no item Instruções, lia-se: Você deve procurar, na folha de respostas,
o número da questão "que"você está respondendo. Logo a seguir,
vinha: Responda "todas "as questões.
Alguém que fosse realmente competente - e responsável - de um
governo também competente e responsável, escreveria: Você deve procurar,
na folha de respostas, o número da questão a que está respondendo.
(Repetir o "você"pra quê?) Responda a todas as questões!
A última advertência repetia o erro grotesco: Você terá 3 horas para
responder "todas"as questões.
Se nem mesmo eles sabem coisa nenhuma , com que autoridade exigem
alguma coisa de outrem? Que educação é essa?
lá de cima
Muitos usam indevidament e a preposição "de" antes das expressões
lá de cima, lá de baixo, lá do alto, lá de casa, lá de dentro, lá de fora; aqui
de cima, aqui de baixo, aqui do alto, aqui de casa, aqui de dentro, aqui de
fora, etc.
Repare nestes exemplos: A cusparada veio lá do alto. (E não: "de"
lá do alto.) *** Os papéis picados vinham lá de cima. (E não: "de" lá de
cima.) *** As crianças já vieram lá de baixo? (E não: "de"lá de baixo.)
Antes do trágico acidente com a nave espacial Colúmbia, em fevereiro
de 2003, uma astronaut a enviou aos amigos do planeta um e-mail,
que os jornalistas da Folha de S. Paulo traduziram assim: Olá, "daqui"de
cima do nosso magnífico planeta Terra, a perspectiva é verdadeiramente
inspiradora.
Lá de cima, de fato, a perspectiva podia ser de fato inspiradora, mas...
e aqui de baixo?
Certa feita, uma grande editora de revistas afixou cartazes às bancas
de jornal, com estes dizeres, ao lado da foto de uma linda garota: Beleza
vem "daqui"de dentro.
Sim, e "de" lá de fora vem o quê?
Você é "daqui" de São Paulo?
Não, não se pergunt a assim. A preposição "de" combinada com aqui
ou com aí, em frase s como esta, também é dispensável: Você é aqui de São
Paulo? Sim, sou aqui de São Paulo. *** Vocês gostaram aqui de casa?
Sim, todos gostamos aí de sua casa. * * * A que horas as crianças saíram
aí da sua casa? As crianças saíram aqui de casa às 8h.
Uma caneta como "esta daqui" custa caro
Também não existe "esta daqui "nem "essa daí"e suas variações, embora
sejam expressões comuns na boca do povo. Também aqui a preposiN
NÃO ERRE MAIS! 1 135
ção de está de mais. Portanto: Uma caneta como esta aqui custa caro. ***
Um país como este aqui não pode passar por tantas crises. * * * Garotas
tão lindas e ousadas quanto essas aí do Rio de Janeiro não há.
em via de
É esta a locução prepositiva correta, equivalente de na iminência de,
prestes a: Ela está em via de casar. *** O bicho-preguiça está em via de
extinção. *** Nossas minas estão exauridas ou em via de esgotamento.
*** Países em via de desenvolvimento.
Nossos jornais só usam, no entanto, "em vias de", talvez calcados
num dicionário (aquele) que abona a locução aqui impugnada.
Título de um deles: A Internet está "em vias de"se tornar adulta.
Possuo poucos bens, "qual seja" um carro e um terreno.
Qual deve concordar com o antecedente (no caso, bens), e o verbo
deve concordar normalmente com o seu sujeito (um carro e um terreno).
Eis outros exemplos: Possuo uma propriedade, qual seja um apartamento.
* * * Ela possui dois carros, quais sejam um importado e uma carroça.
* * * Nós temos alguns bens, quais sejam dois apartamentos e uma
moto.
No lugar de qual seja podemos usar também como seja.
Quando "munto" a cavalo, eu "sôo" feito uma bica!
Frase dolorosa! Primeiro, porque o verbo montar tem a forma monto
no presente do indicativo (eu); segundo, o verbo suar tem a forma suo no
mesmo tempo, modo, número e pessoa.
Já ouvi muita gente dizer, ainda: Ela "soa" como uma bica!
É sua vez, caro leitor, de comentar...
neologismos
Nossa língua está, nos tempos atuais, sujeita a neologismos de todos
os tipos e matizes, assim como a Terra anda sujeita a todos os tipos de asteróides.
É um bombardeio incessante. Alguns, temos de assimilar; outros
explodem na língua e causam crateras imensas!
Eis alguns dentre os que já se vão firmando: acessar, acidentalizar,
aidético (mas o melhor é sidético), alavancar, biodiversidade, biônico, celetista,
clonagem, dedetizar, deletar, desassonalizar, disponibilizar, ecologia,
elencar, estiletar, fax, flexibilização, formatar, futessal, futevôlei,
ideologizar, impactar, importantizar, informatizar, insumo, megassena,
narcotráfico, oportunizar, parametrizar, pedagiar, performar, pivete, precificar,
priorizar, relativizar, resetar, roteirizar, tablitar, tematizar, unitar,
urgenciar e xérox.
Aniversariar, dedetizar e parabenizar também são neologismos, antes
muito criticados pelos puristas; hoje quem não aniversarial Quem não
dedetiza a casa, para afugenta r a dengue e os pernilongos? Quem não paN
NÃO ERRE MAIS! 1 135
rabeniza o governo pelo excelente trabalho que vem fazendo na Educa -
ção, na Saúde, na Seguranç a Pública e sobretudo na Receita Federal?...
Erros se fazem ou se cometem?
Erros mais se cometem. Os jornalistas, por exemplo, da melhor revista
do Brasil, a Veja, estão corrigindo-se a cada edição e já não cometem
tantos erros primários quanto antigamente . Já não se vê na revista
"duas"milhões de pessoas nem "os"um milhão de adeptos; já não se lê na
revista "a diabete"; já não se encontr a na revista "uma"grama de cocaína
nem dar "a" luz "a" bebê, nem mesmo "no"Marrocos, entre outros de seus
antigos tradicionais deslizes.
Não obstante, a revista continua trazendo "dona-de-casa" , "todo
mundo" , os "sem-terra" e insiste em não pluraliza r os nomes próprios (os
"Bórgia", p. ex.).
Um dia ela chegará lá...
vencer "em" primeiro turno / votação "em" primeiro turno
Não. Os numerais ordinais só não vêm antecedidos de artigo nas locuções
adverbiais e nas definições. Daí por que todos já passamos pela
primeira série escolar, todos moramos no primeiro andar, sempre fomos
o primeiro país do mundo (princ. na quantidad e de impostos), etc. Portanto,
qualque r candidato pode vencer no primeiro turno, desde que seja
razoável.
No site de um jornal: O líder do governo na Câmara, deputado Aldo
Rebelo, afirmou hoje que a base governista tentará concluir a votação
"em"primeiro turno da reforma da Previdência.
Numa revista: Álvaro Uribe foi eleito presidente da Colômbia "em"
primeiro turno.
No editorial da mesma edição, logo na primeir a linha: "Veja" é a
maior e a mais influente revista do Brasil.
AVej a é. Ninguém duvida disso. Mas podia ser melhor.
tampouco / tão pouco
Convém não confundir. Tampouco eqüivale a também não, nem sequer:
Elisa não me cumprimentou nem eu tampouco a ela. * * * O pessoal
não veio tampouco avisou que não vinha.
Tão pouco eqüivale a muito pouco, de tal forma pouco: Dormi tão
pouco hoje, que nem tive tempo de sonhar. *** Ganho tão pouco, que mal
consigo sobreviver.
Usa-se também tão pouco por tão pouca gente e, se no plural, por tão
poucas pessoas: Nunca tantos enganaram tão pouco. *** Nunca tantos
enganaram tão poucos.
No site do provedor Terra: O presidente da Claro afirmou à Reuters
N NÃO ERRE MAIS! 1 137
"nesta sexta-feira" que a participação acionária da Telemar seria minoritária
na BCP, mas evitou dizer qual seria o percentual. "Tão pouco"
confirmou se a Telemar deicidiu exercer a opção.
Não escreveu tampouco no lugar de "tão pouco" nem tampouco usou
hoje no lugar de "nesta sexta-feira" . Aliás, tampouco correto está o uso
do ponto, que deveria ser substituído pela vírgula. (A cacofonia em destaque
é propositada... )
extorquir
É verbo defectivo. Conjuga-se por abolir; portanto, não possui a primeira
pessoa do presente do indicativo e, conseqüentemente, todo o presente
do subjuntivo, além de formas do imperativo.
Está correta, pois, a frase lida na Veja, mas questionada por alguns
leitores: Os membros das Farc extorquem desde os camponeses até os
empresários.
Marinho, Exército e Aeronáutica
Segundo a hierarquia das Forças Armadas, é esta a seqüência correta,
quando nos referimos às três armas. A Marinha tem precedência sobre
o Exército, e o Exército sobre a Aeronáutica, pois esta foi criada somente
na década de 1940, é a última das três. É por isso que nos desfiles militares
a Marinha sempre se posiciona à frente das demais armas. Portanto:
chefes do Estado-Maior da Marinha, Exército e Aeronáutica.
Escreve, porém, um jornalista: É inconcebível imaginar "Exército,
Marinha e Aeronáutica"combatendo o narcotráfico no Rio de Janeiro.
Há muito mais coisas inconcebíveis entre o céu e a terra do que supõe
a vossa vã filosofia...
"lembro de" tudo
Mas se esquece de que o verbo lembrar só aceita a preposição de
quando é pronominal, ou quando antecede infinitivo: Lembro-me de tudo.
*** Não (me) lembro de ter feito isso.
Os jornalistas estão longe de se lembrar disso. E escrevem: Seria bom
que os poderes no Brasil lembrassem de um velho ditado: Cada macaco
no seu galho.
Certinho...
"implantar" uma grande reforma no judiciário
É tolice. Implementar é que significa executar (plano, projeto, medida,
reforma, programa, etc.); implantar é introduzir. Por isso, podemos implementar
uma nova política, para implantarmos um novo regime no país.
N NÃO ERRE MAIS! 1 137
Há gente, todavia, que gosta de "implantar" não só projetos, mas medidas,
reformas, etc. Como há de tudo por aí, a gente entende. Mas não
perdoa.
parecer
Este verbo pode ser auxiliar (as crianças parecem estar com sono) e
intransitivo (as crianças parece estarem com sono ou as crianças parece
que estão com sono).
À primeira vista, pode parecer que haj a erro de concordância nos
exemplos do verbo intransitivo. Ocorre que as frases não têm aí seus termos
na ordem normal. Repare agora como fica tudo mais claro: parece
estarem com sono as crianças; parece que as crianças estão com sono.
Observe ainda estas frases, perfeitamente corretas, pela mesma razão
(inversão dos termos): Quando eu estava com ela, as horas parecia
que voavam! *** Os meninos parecia que brincavam, mas na verdade brigavam.
* * * Nós parecia que estávamos tranqüilos, mas não estávamos.
Um jornalista esportivo ignorou tudo isso e escreveu: Nos últimos 25
minutos, os dois times "pareciam"que não estavam tão preocupados com
goleada, tanto que se abriram e buscaram o gol.
E ainda há por aí gente que sustenta ser supérfluo conhecer análise
sintática! Ah, escola antiga, que saudade!
"um delicioso" musse de chocolate
Pode causar indigestão este doce de chocolate.
É indiscutível que todas as coisas verdadeiramente deliciosas são,
geralmente, femininas: a musse é uma delas. Eis outras: a alface, a libido,
a micareta, a poncã, a própolis, a puxa-puxa e tantas mais, que não vem
ao caso citar aqui.
Certa vez, uma jornalista especializada em economia aconselhava
pela televisão: Se "o"alface está caro, vamos substituir "o"alface por outra
verdura mais barata!
Vamos substituir, sim: pela alface, por exemplo, que é bem mais barata
e não causa tanta azia nem tamanha dor de cabeça.
Conversas que não vem (ou "vêm") ao caso citar aqui?
Conversas que não vem ao caso citar aqui. O sujeito do verbo citar é
uma oração: que não vem ao caso; daí não ter cabimento o uso do plural.
O uso do plural, neste caso, é um erro comum, principalmente na
boca ou na pena de quem nunca aprendeu a fazer análise sintática.
Na frase Essas coisas nem vale a pena lembrar, corretíssima, o sujeito
do verbo valer não é "essas coisas",:como parece à primeira vista ou aos
olhos dos que não têm noção da estrutura da nossa língua. O sujeito do
verbo valer é o infLnitivo lembrar. Afinal, o que nem vale a pena? Lembrar
(eis o sujeito). Sendo assim, a frase eqüivale a esta: Lembrar essas coisas
nem vale a pena.
N NÃO ERRE MAIS! 1 139
Eis outros exemplos, em que a concordância está correta: São casos
que se torna necessário elucidar. *** /Is crianças só faltou comer terra. (E
não: As crianças só "faltaram" comer terra.) *** Estas são providências
que nos compete tomar. *** As crianças parece que estão chorando. (E
não: As crianças "parecem"que estão chorando.)
Em Macbeth, de Shakespeare, lê-se: Às coisas sem nenhum remédio
não adianta olhar. O que está feito, está feito.
O verbo faltar é a maior "vítima" dos que não têm idéia da asneira
que cometem. Num jornal: Na Colômbia, um país onde os traficantes de
drogas só "faltam"assumir a presidência... Grave.
Noutro jornal: O ministro escolhe seus assessores. Mas "faltam" definir
muitos nomes. Noutra página, mais amena, de esportes: O jogador
botafóguense disse que a sua negociação está quase definida. "Faltam"
apenas definir alguns detalhes sobre a duração do contrato.
Uma de nossas revistas semanais de informação publicou, na ed.
1.569, na pág. 89, uma matéria sobre os eletrodomésticos futuristas. Encimou-a
um título pouco futurista: Só "faltam"falar.
E pensarmos que ainda existem educadores e pedagogos visceralmente
contrários ao aprendizado de análise sintática em nossas escolas!
Talvez porque eles próprios nunca tivessem conseguido aprendê-la.
A competência da atual pedagogia ou filosofia da educação adotada em
nosso país pode ser medida todos os anos, nos exames vestibulares, entre os
que fazem as provas de redação. Segundo a Unesco, estamos entre os piores
países do mundo em relação ao aprendizado. Nossas crianças não conseguem
entender o que lêem. Segundo declaração do próprio presidente da
República, por ocasião da abertura da XVIII Bienal do Livro, 52% dos alunos
das escolas públicas não conseguem interpretar um texto lido. Culpa de
quem? Das nossas crianças? Não, absolutamente. Culpa da nossa pedagogia
incompetente, falida (embora haj a pedagogos que a considerem uma maravilha).
Veja, agora, caro leitor, o que escreve um articulista da Folha de S.
Paulo, em 24/5/2005: Está crescendo o número de queixas contra médicos
nos Conselhos Regionais de Medicina. Há unanimidade na explicação de
pelo menos uma das causas desse crescimento: a formação ruim dos estudantes.
Ou seja, gente despreparada está sendo liberada, sem maiores critérios,
para cuidar da saúde das pessoas. Ou seja: a sociedade está experimentando
só agora os profissionais que se formaram fazendo cruzinhas nas
provas, critério esse criado pelos nossos maravilhosos pedagogos modernos.
Por que os alunos, principalmente das nossas escolas públicas, depois de
onze anos assistindo a aulas de Português, saem de nossas escolas sem saber
português? A maioria sai sem saber distinguir sujeito de objeto direto, daí
por que dizem e escrevem: "Acabou"as aulas, "começou"as férias.
A escola antiga não abortava analfabetos funcionais. A escola antiga
não produzia "gênios" com suas monumentais patadas nos exames vestibulares.
A escola antiga ensinava a escrever, ensinava a pensar, ensinava
a entender melhor os textos lidos, ensinava a ter mais respeito pela língua
e também pelo professor. A escola antiga tinha professores que recebiam
um salário digno e eram respeitados pelos alunos. Aqui, antiga bem po1
139 NÃO ERRE MAIS!
deria ser substituída por eficiente. E a escola de hoje? A escola de hoje é
um verdadeiro desastre pedagógico e disciplinar. Mas tem defensores intransigentes.
É natural: foram abortados por ela! A gente entende. Aliás,
a gente sempre entende. Mas não perdoa.
O Brasil possui cerca de 79 milhões de pessoas, entre 16 e 64 anos,
que são analfabetos numéricos, ou seja, sabem o que é um número, mas
não conseguem desenvolver operações simples de soma ou subtração. Além
disso, 42 milhões nessa mesma faixa etária estão em estado crítico de leitura,
ou seja, conseguem ler uma palavra ou outra, mas não entendem o
conteúdo do texto. De maneira geral, 86 milhões de brasileiros são analfabetos
funcionais, pois não dominam habilidades nem de português nem
de matemática. Os dados foram apresentados por Suely Druck, presidente
da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), durante a conferência Produção
de Analfabetos no Brasil, em julho de 2005, na 57.- Reunião Anual
da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Fortaleza.
Certos professores se empenham em ensinar teorias de Barthes, Lacan e
Chomsky, e nossos alunos não conseguem distinguir uma preposição de
uma conjunção nem muito menos um sujeito de um predicado. Alguns deles
têm o desplante de afirmar aos quatro cantos do mundo que falar e escrever
de acordo com a gramática normativa é uma aspiração reacionária,
própria de gente conservadora, o que, já de per si, define-os como enganadores,
pseudoprofessores. Daí por que a carência educacional no Brasil
é tão avassaladora! Tão avassaladora, que boa parte dos brasileiros não
consegue nem mesmo traduzir uma realidade: como pode alguém ser ainda
tão popular, em meio a tantos escândalos de corrupção? Se não reagirmos
urgentemente, não há como fugirmos à justa pecha das gerações futuras de
que somos todos irresponsáveis, incompetentes e enganadores. A educação
é fundamenta l para qualquer país. Mas com educadores e pedagogos realmente
preparados. A realidade brasileira mostra que estamos longe disso.
Como se tudo isso não bastasse, aparece-nos um presidente da República
que parece gabar-se de ter chegado aonde chegou sem estudar,
passando a impressão de que o segredo do sucesso é não ir à escola, é não
estudar. Se esse não é o fim do poço, qual será?
"por conta de"
Há muita gente por aí usando a língua por conta própria; acham-se
no direito de criar. E esta é mais uma das criações modernas: Os hortifrutigranjeiros
sofreram majoração de preço "por conta da" inundação
na Ceagesp. A língua possui inúmeras locuções que a substituem com
vantagem: por causa de, graças a, devido a, à mercê de, em razão de, etc.
Mas vem o criador e rejeita-as todas. Quando, todavia, há idéia de responsabilidade
ou encargo, a expressão é correta: Os preços são baixos,
mas o transporte das mercadorias fica por conta do cliente.
Eis, no entanto, declaração de alguém muito preocupado com a educação
moderna: Há uma grande ansiedade "por conta do "futuro da Educação
neste país.
A ansiedade é enorme!...
N NÃO ERRE MAIS! 1 141
informamos-lhes
Correto. O pronome lhe(s) não suprime o s de nenhuma forma verbal.
Portanto, usamos corretamente: Informamos-lhes que não há vaga. (E
não: "Informamo-lhes" que...) *** Comunicamos-lhes a data do exame.
(E não: "Comunicamo-lhes" a data...) *** Enviamos-lhes toda a documentação
pedida. (E não: "Enviamo-lhes"toda a...) *** Demos-lhes total
apoio. (E não: "Demo-lhes"total...) *** Solicitamos-lhes pronta resposta
a nossa reivindicação. (E não: "Solicitamo-lhes "pronta...)
O s final só deixa de aparecer nas formas da primeira pessoa do plural,
nos verbos pronominais essenciais. Assim, por exemplo: Queixamonos
de tudo, menos disso. *** Arrependamo-nos dos nossos pecados enquanto
é tempo! *** Informamo-nos do preço da passagem.
Se o pronome átono exerce função objetiva, a forma verbal só perde
o s final quando o pronome o (e variações) se transforma em lo (e variações).
Ex.: Informamo-lo de que... *** Certificamo-los de que... *** Comunicamo-las
de que...
retado / arretado
São formas variantes, a primeira usada na Bahia; a segunda, em Pernambuco.
Pode exprimir inúmeras idéias meliorativas, de acordo com o
contexto, ou seja, pode significar bonito, formoso, legal, excelente, vistoso,
etc.: carro retado, garota arretada, penteado retado, dia arretado, bom
para praia; camisa retada.
Os dois Estados, a Bahia e Pernambuco, são rivais, principalmente
em futebol e na música.
Os baianos dizem que música é com eles mesmos: começam citando
João Gilberto, o pai da bossa nova, e vão até Cláudia Leite, a nova musa
da a xé-music .
Os pernambucanos enumeram de Luís Gonzaga a Alceu Valença.
No futebol, os baianos botam as manguinhas de fora: vão logo citando
o primeiro campeonato brasileiro de futebol conquistado pelo Bahia
(1959) e as derrotas que sua equipe infligiu ao poderoso Santos de Pele,
nessa mesma época. Os pernambucanos não deixam por menos: vão logo
falando no íbis, time conhecido no mundo inteiro como o pior de toda a
história do futebol mundial. Falam também no Sport Club Recife, legítimo
campeão brasileiro de 1987.
Mas não há coisa que deixe o baiano mais retado que alguém dizer
que ele ficou"arretado", porque isto é coisa de pernambucano.
A ed. 1.817, da Veja, conseguiu a proeza, ao trazer, na pág. 95, a foto
de uma bela baiana, encimada por um título que, certamente, deixou os
baianos profundament e retados: Uma baianinha "arretada".
pedir "se"
Não se usa a conjunção "se" com o verbo pedir, mas sim com perguntar.
Portanto: Pergunte a sua mãe se ela deixa você ir comigo. (E não:
N NÃO ERRE MAIS! 1 141
"Peça" a sua mãe...) *** Perguntei ao pai dela se permitia o casamento.
(E não: "Pedi"ao pai dela...)
pedir para
Só se admite esta combinação, quando a palavra licença ou permissão
estiver clara ou subentendida: O aluno pediu para ir ao banheiro.
(Isto é: O aluno pediu licença para ir ao banheiro.)
Se não for possível tal subentendimento, usa-se apenas que, e nunca
"para que": Pedi que me trouxessem um copo dágua. *** O último presidente
militar, ao deixar o cargo, pediu que o esquecessem.
Os jornalistas da revista Veja evoluem dia a dia. Repare como eles
já estão escrevendo: Jejferson pede que o PTB entregue cargos. Afinal, a
vida existe para que os seres humanos evoluam, não é mesmo?
Por outro lado, no site de um jornal: Ceará e Vesgo pediram "para"
Silvio Santos assinar um documento autorizando o Pânico a continuar
imitando o apresentador.
Se pedissem que ele assinasse, seria bem melhor.
No site do mesmo jornal: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu
hoje aos seus ministros "para" que apressem a liberação de recursos
para programas que já foram anunciados, mas que sofreram atrasos por
causa da burocracia.
No site do mesmo jornal: O presidente venezuelano, Hugo Chávez,
pediu "para" que seus opositores respeitem os resultados do referendo
que ratificou sua permanência no poder do país. (Aqui foi usada a preposição
para quê?)
No site do Terra: O presidente Lula falou sobre a pobreza mundial na
abertura da Conferência de Xangai, na China, e foi muito aplaudido. Ele
pediu "para " que se preste mais atenção aos povos desfavorecidos.
Manchete de jornal: Cúpula islâmica pede aos EUA "para" sair do
Iraque.
Convenhamos: este não seria bem o caso de pedir licença...
posto que
Esta locução só existe em português como equivalente de embora, e
não como sinônima de "porque". Eis frases com seu uso correto: Viajou,
posto que não estivesse disposto. *** Comeu, posto que não estivesse com
fome.
Certos advogados, no entanto, preferem usá-la desta forma, erroneamente:
O réu foi absolvido, "posto que" não havia provas contra ele.
Na mídia: O preço da gasolina subiu, "posto que" o preço do barril
de petróleo aumentou. *** "Posto que"o pensamento se situa numa zona
invisível para os olhos humanos, muitos supõem que podem pensar o que
N NÃO ERRE MAIS! 1 142
quiserem sem que tenham que arcar com as conseqüências. *** A vida
moderna tem arrastado as mulheres para um comportamento equiparado
ao homem, isto é, a luta pela vida tem levado as mulheres a buscarem
uma equiparação aos homens, "posto que"no passado foram discriminadas
e marginalizadas.
A bem da verdade, o último texto tem outros inconvenientes e deveria
estar assim: A vida moderna tem arrastado as mulheres para um comportamento
equiparado ao do homem, isto é, a luta pela vida tem levado
as mulheres a buscar uma equiparação aos homens, porque no passado
foram discriminadas e marginalizadas.
um "chopes" / um "pastéis"
Se um dia alguém convidá-lo para tomar "um chopes" e comer "um
pastéis", caro leitor, desconfie! Ou o chope está choco, ou o pastel está
vazio...
um "parênteses"
É outra tolice. São dois os parênteses, um que abre, e o outro que fecha:
(). Cada um desses sinais é um parêntese. Sendo assim, como alguém
pode querer abrir ou fechar "um parênteses"? É coisa própria de quem
gosta de tomar "um chopes" e de comer "um pastéis".
Na mídia: A França, considerada terra de asilo e capital mundial
dos Direitos do Homem, está abrindo "um parênteses" em tudo isso.
*** "Um parênteses": é uma vergonha para a sociedade brasileira que
as creches públicas existentes no país sejam os programas infantis das
redes de televisão.
Há coisas bem mais vergonhosas...
um "dropes"
Outra tolice. E ainda há os que escrevem "drop","drops" , copiando o
inglês.
No tubinho vêm geralmente dez balinhas, ou seja, dez dropes. Cada
uma delas, portanto, é um drope.
Quem não se lembra dos dropes Dulcora?
Num jornal: "O dropes "Dulcora foi lançado no final dos anos 50. Foi
"o primeiro dropes"quadradinho e embrulhado um a um.
Para o referido jornalista, naturalmente, o drope descia quadrado...
"um" picles
Aqui o caso se inverte. Picles é palavra só usada no plural. Sendo
assim, todos os determinantes devem estar também nesse número. Ex.:
Gosto desses picles. *** Recebi uns picles importados.
Mas sempre aparece aquele que usa "o" picles, "um" picles, etc. Veja
como um jornal forneceu uma receita às donas de casa de todo o Brasil:
"O"picles de cebola "caseiro"vai bem com qualquer prato.
N NÃO ERRE MAIS! 1 143
um "frios"
Frios (produtos de carne de porco, como mortadela, salame, presunto,
etc.) também é palavra só usada no plural: os frios, uns frios.
Um consulente me escreve, afirmando: Há pouco vi no cardápio de
um restaurante: escolha "um frios " e monte o seu sanduíche.
Ele próprio finaliza, perguntando: O senhor aceitaria o meu convite
para comer "um pastéis"e "um frios"?
Minha resposta foi singela.
"o" brócolis
Brócolis é palavra só usada no plural: os brócolis. Portanto, construímos:
Os brócolis fazem muito bem à saúde. *** Não gosto de brócolis. ***
O preço dos brócolis não anda convidativo.
Os portugueses preferem a forma brócolos, que não corre entre nós.
Recentemente, uma repórter de televisão anunciou que, em razão das
fortes chuvas em Teresópolis, o mercado de legumes e hortaliças do Rio
de Janeiro tinha sido afetado. E completou: "O" brócolis e a alface foram
os itens que mais tiveram seus preços elevados.
sentir "muito ciúmes" de alguém
É perigoso. Quem sente "muito ciúmes" está pronto para comer "um
pastéis"...
Podemos usar ciúme (no singular) ou ciúmes (no plural), mas não devemos
misturar singular (muito) com plural (ciúmes). Repare: Você sente
muitos ciúmes do seu namorado? (Ou: muito ciúme.) *** Ela tem uns ciúmes
do marido! (Ou: um ciúme.) *** Os ciúmes de minha namorada são
exagerados. (Ou: O ciúme de minha namorada é exagerado.)
Na revista Veja, ed. 1.791, pág. 84, aparece publicidade de uma revistinha
da própria Editora Abril. Nestes termos: A sua TV vai chiar de
"tanto ciúmes".
De um locutor de televisão: Saiba como lidar com "o ciúmes" das
crianças!
De um ex-prefeito e ex-governador paulista: Ciúmes de homem "é
pior" que ciúmes de mulher.
Sem dúvida.
um "patins"
Nas lojas se vende par de patins, assim como par de chinelos, par
de sapatos, par de meias, etc. Não me consta que, por isso, alguém tenha
usado, até hoje,"um chinelos","um sapatos","uma meias".
Comprar "um patins", mesmo em promoção, é coisa de gente que não
sabe ainda nem andar. Que se dirá, então, de patinar!
Certa vez uma repórter perguntou a uma entrevistada: E hoje? Você
ainda usa "o patins"?
O mundo tem gente assim...
N NÃO ERRE MAIS! 1 145
ver tudo "sob" outro prisma
É ver torto ou embaçado. A luz se decompõe passando pelo prisma
ou através do prisma, mas nunca "sob"o prisma. Sendo assim, vê-se tudo
por um prisma ou através de outro prisma.
Mário Gonçalves escreveu: Cada homem vê a existência através de
um prisma especial. Assim também acontece às sociedades, tanto no espaço
como no tempo.
Um jornalista escreveu: Na Bahia todos os santos, os jornais e emissoras
de TV às vezes operam milagres com a notícia. Vinculados a grupos
políticos rivais, os principais veículos de comunicação do Estado chegam
a oferecer ao público versões conflitantes para o mesmo acontecimento,
"sob"o prisma que interessa ao grupo.
E ainda há os que querem que vejamos os nossos nobres jornalistas
por outro prisma, através de um prisma agradável.
"tim-tim por tim-tim"
Já houve um grande jornal de São Paulo que estampou esta maravilha
na primeira página! Coisa de cinema! E saber que é tão fácil: tintim
por tintim.
foi um deus-nos-acuda
Ou seja, foi uma confusão, uma balbúrdia: Quando as misses chegaram,
foi um deus-nos-acuda.
Na mídia: Perdendo El Alamein, os aliados certamente perderiam o
controle do Canal de Suez, e aí seria um "Deus nos acuda", pois os alemães
teriam acesso direto ao petróleo do Oriente Médio. *** Mais uma
vez os bispos da CNBB se reúnem em Itaici. Agora de olho nas eleições,
os bispos abandonam os fiéis. É um "Deus nos acuda"...
Que Deus nos acuda!...
oficiala
Feminino de oficial. Anote mais estes femininos: adida, alfaiata, bacharela,
bugra, comandanta, comedianta, coronela, fariséia, filhota, generala,
marechala, mecânica, música, oficiala-generala, paraninfa, perita,
pilota, política, primeira-ministra, primeira-sargenta, sargenta, soldada,
suboficiala, técnica e tribuna.
Use-os sem receio! Se der cadeia, procure-me!...
A força feminina é grande, mas alguns de nossos jornalistas parecem
desconhecê-la. Veja como eles tratam as mulheres: Sete mulheres,
membros da Força Aérea dos EUA - inclusive "uma piloto"e "quatro co-
-pilotos"-serviram a bordo de aviões de abastecimento aéreo que deram
apoio ao ataque contra a Líbia. *** Débora Rodrigues: "piloto"dejamantas.
*** ..."a primeiro-tenente" da PM mineira, Fabiana Norovele.
N NÃO ERRE MAIS! 1 145
Será que a primeira-tenente gostou?
A fórmula 1 está prestes a ter uma mulher entre os pilotos. Eles já a
estão tratando de "homem": é a"piloto"pr a cá, essa "piloto" pra lá.
Numa revista, um milagre: Pela primeira vez na história, a Academia
da Força Aérea Brasileira abriu uma turma feminina para formar pilotas.
Devagarzinho, devagarzinho, eles acabam chegando lá...
Quando surgiu a palavra primeiro-ministro, era um deus-nos-acuda
para a formação do seu feminino. Alguns jornalistas usavam "a primeiroministra",
outros "a primeiro-ministro" e os mais corajosos optavam por
"a primeira-ministro" . Nenhum enxergava o óbvio: a primeira-ministra.
Até que, num passe de mágica, fez-se a luz, e eles passaram, todos, a empregar
o feminino correto.
Há certas coisas incompreensíveis na mídia brasileira. Que os extraterrestres,
naturalmente, haverão de explicar tintim por tintim, quando
aqui aportarem...
corre um "buxixo" por aí
Andam correndo mal muitos bochichos por aí. A forma rigorosamente
correta é bochinche (pouco usada entre nós), cujas variantes são três:
bochicho, bochincho e até bachinche.
dizer "de" que
Só os que não têm nenhuma noção da língua costumam usar "de que"
a torto e a direito. E como os há, caro leitor, como os há! É um tal de comentei
"de" que, disse "de" que, queremos "de" que, creio "de" que, pensei
"de" que, etc.
O raciocínio é simples demais: quem diz, diz alguma coisa; quem
comenta, comenta alguma coisa; quem crê, crê em alguma coisa; quem
pensa, pensa em alguma coisa.
Onde apareceu o de? Em lugar nenhum! Então, por que usar uma
preposição que o verbo não pede?
Usemos de que quando o verbo ou o nome pedem tais palavras. Assim,
por exemplo: Lembre-se de que amanhã é dia útil! (Quem se lembra, se
lembra de alguma coisa.) *** Tenho a impressão de que vai chover. (Quem
tem a impressão, tem a impressão de alguma coisa.) *** Estou certo de que
ela me telefonará. (Quem está certo, está certo de alguma coisa.)
Fora daí,"de que" pra quê?
dar uma pensada / dar uma verificada
Só porque podemos dar uma olhada, dar uma chamada e também
dar uma passada, muitos acham que também podem dar uma "pensada"
ou dar uma "verificada". Na fala diária, podemos até usar quase sem
muito problema Vou dar uma pensada no assunto ou Vou dar uma verificada
no documento. Convém evitar esse emprego, contudo, na escrita ou
em momentos em que os registros da língua popular não são muito aconN
NÃO ERRE MAIS! 1 1 47
selháveis (como num julgamento ou até mesmo numa entrevista). Prefira
usar Vou pensar, Vou verificar. Não é mais simples?
"uma" matiz diferente
Matiz é palavra masculina: o matiz, um matiz. Há quem confund a
matiz com matriz. Daí vermos frases assim, nos jornais: Isso trouxe ao
debate público, com "todas as" matizes indispensáveis a uma campanha
eleitoral, o nome de alguém que é considerado apto ao exercício da função
presidencial. * * * Os arquivos do SNI contêm as fichas de milhares de
brasileiros, catalogados em função de "sua matiz ideológica" e ligações
atuais ou pregressas.
Esta última frase foi retirada do editorial de um importante jornal
de São Paulo, considerado o maior do Brasil.
Um ex-governador de São Paulo saiu-se com esta frase, certa feita,
estampada num jornal: É preciso que, acima de divergências partidárias
e de matizes "ideológicas", os povos da América Latina e suas lideranças
se unam na luta comum pela democracia.
Matiz tem como sinônimo nuance (de var. nuança), que é, esta sim,
palavra feminina.
obrigar as crianças a "comerem"
O infinitivo fica invariável quando não há nenhuma dúvida acerca
do seu sujeito. Na frase em epígrafe, não há nenhuma dúvida de que o
sujeito de comer é as crianças; portanto, desnecessária é sua flexão.
Outros exemplos: O tiroteio obrigou os motoristas a retornar. ***
Convidei os turistas a ir à praia. * * * Os policiais forçaram os manifestantes
a recuar. *** Os jogadores foram acusados de boicotar o treinador. ***
As pessoas eram obrigadas a aguardar em fila. *** Vocês têm razão de
falar duro com seus filhos. * * * Nada nos permite chegar a essa conclusão.
* * * Era impossível aos passageiros sair do avião.
fora-da-lei
Não varia no plural: o fora-da-lei, os fora-da-lei.
Num editorial de jornal: Para evitar complicações, Requião preferiu
recuar da intervenção, assim que conseguiu da Assembléia, na qual dispõe
de maioria, autorização para encampar os pedágios, um evidente instrumento
de pressão para forçar os concessionários a baixarem as tarifas,
repetimos, na marra. Fica de qualquer forma no ar o risco representado
pelo fato de uma autoridade, encarregada de fazer valer a ordem jurídica,
manobrar com "foras-da-lei" assumidos para impor sua vontade.
E não havia nenhuma necessidade de flexionar o infinitivo baixar.
N
NAO ERRE MAIS! 1 59
salário de mil "e" duzentos e cinqüenta reais
Não se usa "e" depois de mil seguido de centena. Nem muito menos
vírgula, como faz muita gente, no preenchimento de cheques. Esquecendo
o intruso (e desnecessário) "e"e a indevida vírgula, temos: Salário de mil
duzentos e cinqüenta reais. *** Gastei mil quinhentos e quinze reais. ***
Estávamos em mil novecentos e noventa e oito. *** A despesa foi de mil
oitocentos e um reais.
O Brasil foi descoberto em "mil quinhentos"
Não é verdade. Quando a centena termina por dois zeros (1500, por
exemplo) ou começa por zero (1015, p. ex.), o uso do e é de rigor. Veja:
Gastei mil e quinze reais, mas só ganho mil e dez.
As centenas devem sempre ser unidas às dezenas e unidades por e:
Gastei mil quinhentos e quinze reais. *** A despesa foi de mil oitocentos
e um reais. Note: em nenhum caso se usa a vírgula.
Com milhão, bilhão, trilhão, etc., o uso do e também é obrigatório.
Ex.: Um milhão e duzentos mil reais. *** Dois trilhões e quatrocentos e
cinqüenta bilhões e setecentos e trinta milhões de reais.
ter que / ter de
É indiferente, no português contemporâneo, o uso de ter que e de ter
de. Tenho que (ou de) ir amanhã a Salvador. *** Vocês têm de (ou que)
sair já daí!
Aos que não aceitam o emprego de ter que, tenho uma sugestão: leiam
Fernando Pessoa!
prazeroso / prazerosamente
É assim que se escrevem tais palavras. Mas sempre há os que acham
"prazeiroso"escrever"prazeirosamente". Eis como se leu no site do Terra,
recentemente: Para conhecer bem o BMW 745IA, serão necessárias algumas
"prazeirosas"semanas de uso. E nós só tivemos uma...
É prazeroso ler assim?
entre...e / de...a / desde...até
Assim como a vida nos faculta escolher as companhias que melhor
nos aprazem, na língua também certas preposições escolhem seus parceiros.
Não pode, aqui, haver troca de parceiros, sob pena da deselegância.
Portanto, construímos: A idade das crianças variava entre 5 e 8 anos. ** *
A idade das crianças variava de 5 a 8 anos. *** A idade das crianças variava
desde 5 até 8 anos. *** Aguardei-a entre o meio-dia e a uma hora.
*** Aguardei-a do meio-dia à uma hora. * * * Aguardei-a desde o meio dia
até a uma hora.
Foi com enorme satisfação que lemos, certa vez, num jornal: O ganso
sinaleiro chinês tem plumagem farta, costuma pesar entre 2,5kg e 4,5kg e
medir de 75cm a 89cm. Extraordinariament e perfeito!
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
Foi com enorme desgosto que lemos, certa vez, noutro jornal: Os
ladrões roubam os veículos em São Paulo e vendem no Paraguai. A
maioria dos carros é vendida por preços que variam entre dez "a" quinze
mil reais.
O desgosto foi ainda maior, ao lermos esta notícia, também num jornal:
Das festas, às segundas-feiras, participariam pelo menos quatro adolescentes,
com idades entre 12 "a" 15 anos, que teriam recebido drogas e
bebidas alcoólicas para manter relações sexuais com os suspeitos.
Foi num misto de insatisfação e desgosto que lemos certa feita isto,
escrito por um ex-ministro da Justiça do Sr. Fernando Henrique Cardoso:
Promete-se dar tudo às crianças, desde a instrução "à"alimentação e "à"
saúde.
Existem gramáticos, no entanto, que estão com o ex-ministro. Suponhamos
esta frase: Dormi desde o ponto inicial do ônibus até chegar ao
trabalho. Ou esta: Ela chorou desde lá até aqui. Como usar a preposição
"a"no lugar de até?
Um dicionário recém-publicado traz este exemplo no verbete desde:
A multidão se estendia desde o centro à periferia da cidade.
Nele, porém, tudo é normal! Absolutamente normal!
"acabou" as férias / "começou" as aulas
Só fala ou escreve assim o que não tem a mínima noção de análise
sintática. Ou seja: aquele que confunde sujeito com objeto direto. Se férias
e aulas exercem a função de sujeito, não há como deixar de levar o
verbo ao plural. Pronto: acabaram as férias, começaram as aulas. Já era
tempo...
subir no ônibus errado
No Brasil, todo o mundo costuma subir no ônibus, mas em Portugal,
todos sobem não só para o ônibus, mas também para o trem, para o avião,
para o automóvel, etc.
Aliás, no Brasil também costumamos subir no telhado e nas árvores.
Em Portugal, porém, sobe-se ao telhado e às árvores.
Os brasileiros trepamos nas árvores, nos muros; os portugueses preferem
trepar às árvores, aos muros.
Tanto nós quanto eles conseguimos chegar lá, sem problema nenhum...
as "micro", pequenas e médias empresas
Toda e qualquer palavra substantivada varia normalmente: o pró, os
prós; o contra, os contras; um não, dois nãos; uma mini, duas mínis; um
híper, dois híperes; a micro, as micros; a macro, as macros, etc.
A regra, todavia, não foi suficiente para evitar a realização em BrasíN
NÃO ERRE MAIS! 1 149
lia, certa vez, de um Congresso Brasileiro das "Micro" e Pequenas Empresas.
Ou seja: foram micros até na comunicação.
Os jornalistas também costumam escrever: As "micro", pequenas e
médias empresas que operam no Brasil não passariam num teste elementar
de modernidade industrial.
O jornalista passaria num teste de português?
Esta foi de um repórter de televisão: "As"mais de 4 milhões de "micro"e
médias empresas pedem socorro. (Repare: para o repórter, milhão é
palavra feminina!)
A Serasa fez festa, ao comemorar 35 anos de fundação. No anúncio
da festa, a frase: Boa parte do nosso crescimento deve-se à estratégia de
apoio às "micro", pequenas e médias empresas, as maiores empregadoras
do país.
Será que, por serem tão pequenas, tão humildes, as micros não merecem
nem mesmo o s do plural?...
relê
É esta a palavra que define o aparelho usado para abrir ou fechar um
circuito elétrico. Há os que dizem e escrevem "relê", como foi o caso de
um jornalista, certa feita: Foram aperfeiçoados todos os circuitos, "relês"
e conectores dos automóveis Ford.
ser atingido por um "relâmpago"
É um pouco difícil: relâmpago é o clarão instantâneo produzido por
descarga elétrica entre duas nuvens ou entre uma nuvem e o solo, é a luz
rápida e intensa que precede ou acompanha um trovão.
Raio é a descarga elétrica entre uma nuvem e o solo, acompanhada
de relâmpago e trovão. Daí por que existem os pára-raios, e não os "pára-
-relâmpagos".
Não obstante a evidência, a apresentadora de um telejornal nos informou
certa vez que um atleta havia sido atingido por um "relâmpago",
num campo de futebol. Só ela mesma é que morreu...
adrede
Adrede é um advérbio que significa de propósito, de caso pensado,
intencionalmente. Pronuncia-se adrede, embora só se ouça "adréde".
Eis exemplos em que entra essa palavra: Foi um crime adrede preparado.
*** Um colegiado adrede escolhido pelo presidente irá estudar o
caso e propor soluções.
Há os que, não conhecendo a função adverbial desta palavra, usam
"adredemente". E ainda pronunciam "adrédemente"! Lembram quem?
A famosa personagem Odorico Paraguaçu, que usava sem pejo"apenasmente","somentemente","de
repentemente","conformemente" , etc.
Tudo isso, naturalmente, é brincadeira. Quando se trata de um dicionário,
contudo, qualquer tipo de brincadeira fica afastada, porque diN
NÃO ERRE MAIS!
1 59
cionário é coisa séria. Pois não é que agora também um dicionário traz
"adredemente"! Nele, porém, tudo é absolutamente normal.
"deverasmente"
É incrível, mas aconteceu. O advérbio deveras recebeu o prefixo
-mente, assim como Odorico Paraguaçu fazia com tantos outros advérbios.
Foi um delegado da Polícia Federal. Encarregado de verificar as
contas clandestinas de brasileiros nos Estados Unidos (caso Banestado),
ele declarou ao repórter: Fiquei "deverasmente" atordoado, quando vi o
nome de tanta gente poderosa!
Quem não ficará deveras embasbacado?
Quem nasce em Bagdá é...
...bagdali (a palavra é oxítona). Eis, porém, como se leu no site da
Folha de S. Paulo, recentemente: Os EUA anunciam ter isolado Bagdá e
controlado as principais vias de acesso à capital. A cidade segue sob intenso
bombardeio. Intensas explosões são ouvidas nesta segunda. Os invasores
não têm apoio da população "bagdali" e vêm sofrendo forte oposição:
iraquianos abriram fogo de praticamente todas as direções contra
soldados dos EUA.
Mas nenhum deles matou a língua...
acenar
Quem acena, acena com alguma coisa a (ou para) alguém: Acenei
com a mão a (oupara) todos os que ficavam. *** O motorista acenou com
o braço às (ou para as) crianças. * * * O rapaz acenou-nos com a cabeça.
* * * Os que ficavam acenavam com ambas as mãos aos (ou para os) que
partiam. *** Duas garotas acenaram-me com o braço, pedindo carona.
Há, contudo, quem acene "a mão", quem acene "o braço" , quem acene "a
cabeça", etc., coisa não recomendável.
Em sentido figurado, só admite a...com ou apenas com: O presidente
acenava ao congresso com a possibilidade de novas cassações.
O presidente acena com a possibilidade de novas emissões de medidas
provisórias.
Na mídia: Os magistrados seguem reunidos em Brasília e ainda
não se pronunciaram oficialmente sobre a greve. Pela manhã, acenaram
"para " a possibilidade de fixar prazo de até o dia 4 de agosto para iniciarem
paralisação.
"primeiroanista" de Medicina
Os que freqüentam o curso de Medicina em seu primeiro ano é primeiranista
de Medicina; os que freqüentam o segundo ano é segundanista;
o terceiro ano, terceiranista\ o quarto ano, quartanista; o quinto ano,
N NÃO ERRE MAIS! 1 151
quintanista-, o sexto ano, sextanista-, o sétimo ano, setimanista e o último
ano, ultimanista.
ao invés de = em vez de?
Não. Ao invés de indica oposição, situação antônima, contrária: O
dólar, ao invés de baixar, sobe. * * * Teresinha chora, ao invés de sorrir. * * *
O custo de vida sobe, ao invés de baixar. * * * O mundo, ao invés de melhorar,
piora!
Há quem use "ao envez de", o que piora o quadro.
Em vez de indica mera substituição, simples troca: Em vez de ir ao
cinema, fui ao teatro. (- No lugar de ir ao cinema, fui ao teatro.) *** Teresinha,
em vez de ir ao quarto, foi à cozinha. * * * Em vez de almoçar, ele
come sanduíche.
Uma construtora paulista lançou certa vez promoção de vendas de
um edifício. O anúncio começava assim: "Ao invés de"um grande passo
na via, dê logo um salto.
Para onde? Para o abismo?!
Um de nossos jornais fez certa vez propaganda assim: "Ao invés de"
falar de renovação de assinatura, que tal falarmos sobre esportes, economia,
lazer ou cultura?
Em vez disso, que tal aquilo?
dois "CD's" / dois "DVD's"
O plural das siglas se faz mediante o simples acréscimo de um s imediatamente
após a última maiuscula: CDs, DVDs, FMs, PMs, IOFs, IPTUs,
IPVAs, HPs, ETs, etc.
Recentemente, num informe publicitário da Associação dos Magistrados
Brasileiros (AMB), viu-se duas vezes "CPI's", em vez de CPIs;
usou-se "MP's" (medidas provisórias), em vez de MPs e também "ao invés
de"por em vez de.
o moral
Moral, palavra masculina, entre outras coisas, significa estado de espírito
ou espírito de luta de pessoa ou grupo, movido por confiança, entusiasmo,
etc.; ânimo. Por isso, usamos: o moral, moral alto, moral baixo,
muito moral, etc.
Moral, palava feminina (a moral), significa, entre outras coisas, conjunto
de valores éticos que norteiam as relações sociais e o comportamento
humano; é, enfim, ética.
Eis algumas frases em que se usa corretamente a palavra masculina:
Naquela época os palmeirenses estavam com o moral baixo. E hoje? ***
E preciso reerguer o moral dessa gente. *** O ânimo excita o moral das
pessoas.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Um médico, certa vez, após uma fracassada tentativa de salvar seu
paciente, declarou: Quando o médico perde a sua esperança, ele perde
realmente "toda a moral"para tratar de seu enfermo.
Médico nenhum no mundo perde a moral, a não ser que seja um libertino,
um devasso, um pedófilo - e não era o caso.
Recentemente, escreveu um jornalista, de Nova Iorque: Os nova-iorquinos
reproduziram em luz as torres do World Trade Center, que foram
postas abaixo. É um projeto de um grupo de artistas e arquitetos para
levantar "a moral "da cidade.
Ou seja, é o tipo de jornalista que não consegue levantar o moral de
ninguém.
No site de um jornal de esportes: Robinho, com moral "alta", promete
pedalar na frente de Narciso. *** O Botafogo quer levantar "a moral" da
torcida no campeonato carioca, para reconquistar o apoio dos alvinegros.
Frases como essas não conquistam o apoio de ninguém.
"Aluga-se" apartamentos
Trata-se de uma concordância gramaticalmente correta, mas bastante
discutível. Por enquanto, convém considerar, nesse caso, apartamentos
como sujeito, que é a orientação gramatical tradicional. Assim, temos:
Alugam-se apartamentos. *** Vendem-se casas.
Eis outros exemplos similares: Não se apresentaram todas as provas
necessárias. * * * O povo espera que se consolidem as instituições democráticas
no país. * * * Podem-se levar em consideração duas sugestões
apenas. *** Devem-se considerar todas as hipóteses. *** Dão-se aulas
particulares de português. *** Exigem-se referências. *** Cobrem-se botões.
*** Já não se fazem máquinas tão boas quanto antigamente. ***
Queremos que se considerem todas as hipóteses possíveis.
Para que ocorra essa concordância, é fundamenta l que o verbo seja
transitivo direto e que o elemento que seria objeto direto esteja no plural,
representando coisa. Quando representa pessoa, ou mesmo ser animado
ou considerado como animado, para evitar ambigüidade, convém apelar
para o objeto direto preposicionado. Por exemplo: Puniu-se aos infratores.
(A frase Puniram-se os infratores dá a entender que eles se puniram
a si próprios.) *** Ama-se aos irmãos. (A frase Amam-se os irmãos pode
dar idéia de reciprocidade.) *** Encontrou-se aos desaparecidos. (A fra -
se Encontraram-se os desaparecidos dá duplo sentido.) *** Feriu-se aos
cães. (A frase Feriram-se os cães é ambígua.) *** Movimenta-se aos galhos
da árvore para a queda dos frutos. (A frase Movimentam-se os galhos
da árvore é ambígua.)
Este é, todavia, um caso controvertido da nossa gramática. Há uma
forte corrente (à qual somos simpático) que prefere considerar o pronome
se, nesses exemplos todos, um mero índice de indeterminação do sujeito.
Visto assim, o verbo ficaria sempre no singular. Mas, por enquanto, a gramática
tradicional é que deve prevalecer.
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 153
"Precisam-se" de empregados
Aqui, já é caso bem diferente. Trata-se de um verbo transitivo indireto.
Neste caso, o singular sempre foi de rigor. Outros exemplos: Gosta-se
de doces. *** Acredita-se em milagres. *** Assiste-se a filmes nesse canal.
* * * Chegaram os turistas. Trata-se de ingleses. * * * É preciso paciência
com as crianças, porque se trata de seres incapazes de compreender muita
coisa.
Não são poucos os que usam o plural, neste caso, mormente quando
o verbo é tratar.
A criança ora gritava, "e" ora chorava
Não. A conjunção alternativa ora não admite, na correlação, a inclusão
de um e anteposto. Empregamos sempre ora...ora, quer...quer, ou...ou,
etc.
Do artigo de um ex-militar, aliás muito culto, publicado no Correio
Braziliense, colhemos isto: Freqüente é julgar-se o militar, entre nós, ora
como casta "e"ora como desfrutador de privilégios.
de "uma" maneira geral
Não há nenhuma necessidade do emprego do artigo nesta expressão,
assim como nestas: de forma geral, de modo geral. Portanto: De maneira
geral, as mulheres têm verdadeiro horror a baratas.
Certa feita, num de nossos jornais, encontramos uma pérola puríssima:
"de um modo em geral".
ir "em" estádio
No registro da norma culta, usa-se a com verbos de movimento. Claro
está que no registro coloquial, podemos usar a preposição em, preferida
dos brasileiros.
Há certas construções, contudo, nas quais não parece caber essa preposição.
Repare nestas frases: Os dias de progresso chegaram "no" fim.
*,** o boxeador foi "na" lona. *** Devagar se vai "no"longe. *** Não vá
com muita sede "no"pote! *** O rei foi "na" caça. *** O programa vai
"no"ar todos os domingos.
Quem usa ou já usou assim? Poucos, muito poucos: a deselegância é
notória.
E quem poderia imaginar uma fábrica de cigarros que pedisse a seus
consumidores que fossem "no" sucesso?
cambiar
É um verbo que se conjuga normalmente: cambio, cambias, cambia,
etc. Estão no mesmo caso: cadenciar, comerciar, diligenciar, distanciar,
evidenciar, influenciar, negociar, obsequiar, penitenciar, premiar, presenciar,
providenciar, reverenciar, sentenciar, silenciar e variar. Portanto, não
existem formas como "cambeio", "vareia", "negoceia", etc. Em Portugal,
contudo, se conjuga premeio, premeias, premeia, etc.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Só cinco verbos terminados em -iar se conjugam com um -e- antes do
-/-, nas formas rizotônicas: mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar.
Apesar de tudo, escreveu um jornalista de uma importante folha de
São Paulo: Chile quer que o papa "medie" litígio na Bolívia.
intermediar
Trata-se de um verbo derivado de mediar, sendo assim, por este se
conjuga: intermedeio, intermedeias, intermedeiam, intermedeiam, etc.
Os jornalistas ignoram totalmente a conjugação correta deste verbo,
a ver-se como escrevem: Com as proximidades das férias escolares,
aumenta a procura pelas agências que "intermediam" viagens turísticas.
*** Essa é uma empresa que "intermedia"a liberação de verbas do governo
para as prefeituras.
Certa vez, uma famosa rede de televisão tratou da prostituição infanto-juvenil.
O repórter nos informou, então, que certos motoristas de
táxi "intermediam" os encontros entre menores e turistas estrangeiros.
A verdade é outra.
eu "se" enganei
E como! Eu não combina com se, são de pessoas diferentes (1.- e 3.-,
respectivamente). Mas volta e meia estamos ouvindo frases assim: Confesso
que eu "se" perdi inteiramente. *** Eu "se" esforcei demais nesse
jogo, mas não adiantou. *** Pode deixar, que eu "se"viro! *** Nós "se"
poupamos no segundo tempo. *** Deixe, que eu "se"entendo com ojogador!
*** Nós "se"preocupamos muito com o futuro do Brasil.
Mesmo?
Em São Paulo já houve um saudoso presidente de clube que declarou,
sem pejo nem complexo de culpa: Eu "se"fiz por "si"mesmo.
Há quem ria. Mas muitos choram...
Na atualidade, existe um apresentador de televisão que vive dizendo:
Você, que está chegando do trabalho! Você, que está chegando do colégio. Vamos
rir! Vamos "se"divertir! Pegadinha inédita! A vítima somos nós todos...
fiquei fora de "si"
E caso semelhante ao anterior. Si é da 3.- pessoa; fiquei, da 1.-, daí por
que não há como conciliarmos uma e outra.
Repare nestas frases, todas corretas: Ela ficou fora de si. (Ela e si = 3.-
pessoa.) *** Ficamos fora de nós por alguns minutos. (Ficamos e nós = 1.-
pessoa.) *** Aquilo me deixou fora de mim. (Me e mim = 1.- pessoa.)
Certa vez, pela televisão, porém, veio esta declaração: Quando eu me
"di"por "si", já tinha sido roubada.
"Di"por dei e "w"por mim\ Ou seja, não restou absolutamente mais
nada: roubaram-lhe tudo...
Agora, para encerrar, eis a declaração de um jogador de futebol que
1 155 NÃO ERRE MAIS!
no Velho Mundo ganha cerca de quinhentos mil dólares por mês: Amanhã
nós vamos dar tudo de "si "para conquistar mais uma vitória.
Seus pés valem ouro. E a língua?
"imparciabil idade"
Esta palavra já seria reprovável na boca ou na pena do comum dos
mortais. Que se dirá, então, se figurasse num dicionário? Pois é: no dicionário
do entulho aparece a pérola no verbete equidade.
"calcóreo"
Esta palavra também já seria reprovável na boca ou na pena do comum
dos mortais. Que se dirá, então, se figurasse num dicionário? Pois é:
no dicionário do entulho ela figura, soberana, no verbete bezoar.
"rabujento"
Esta palavra também já seria reprovável na pena do comum dos mortais.
Que se dirá, então, se figurasse num dicionário? Pois é: no dicionário
do entulho ela aparece no verbete coroca.
"aterrizar"
A maioria das pessoas sabe que um avião, quando pousa, aterra ou
aterrissa. Seus substantivos correspondentes são, respectivamente, aterragem
e aterrissagem.
Aterrar e aterragem são formas legitimamente portuguesas; aterrissar
e aterrissagem são formas copiadas ao francês, portanto, trata-se de
galicismos.
Muito bem. O povo, no entanto, ignora muitas vezes ambas essas formas
e usa quase sempre "aterrizar" e "aterrizagem", que em verdade são
meros brasileirismos.
O dicionário do entulho registra "aterrizar", mas não "aterrizagem".
Qual seria a razão?
"antisséptico" ou anti-séptico?
A forma coerente é anti-séptico. Há dicionários, porém, que registram
ambas as formas, o que só vem confundir. Faz lembrar um velho apresentador
de programa de auditório da televisão. Dicionários, ao contrário,
não se publicam para confundir, mas para explicar, elucidar, esclarecer.
Se a regra diz que o prefixo anti- exige hífen antes de palavras iniciadas
por h, r ou s, por que criar uma exceção desnecessária?
"Fenômeno"semelhante ocorre com a palavra arqui-seguro. Segundo
a regra dos prefixos, arqui- exige hífen antes de h, r ou s. Se assim é, por
que dicionários trazem "arquisseguro"? E um mistério.
Outro caso interessante é o da palavra planocilíndrico: certos dicionários
trazem o verbete corretamente, ou seja, sem hífen. Mas quando a
N ÃO ERRE MAIS! 1 15 7
palavra aparece no miolo do dicionário, eis novament e a confusão: usa-se
a palavra justament e com o hífen: "plano-cilíndrico" .
O dicionário do entulho estabelece a confusão justament e no verbete
mesa, subverbete mesa de tintagem. O dicionário secular também gosta
da confusão e a abona à pág. 1.322.
Se isso tudo não é seguir rigorosamente a filosofia do Velho Guerreiro,
que será, então?
coma alcoólico
Correto. Como a palavra coma é masculina, só pode haver coma alcoólico,
e não "coma alcoólica", como se ouve em nossas telenovelas.
Os jornais também não ficam atrás. Veja o que trouxe um deles: A
meningite caracteriza-se pelo início súbito, com febre alta, náuseas, vômitos
e rigidez na nuca. O delírio e "a coma"são freqüentes.
Um dicionário traz a palavr a coma como palavra masculina ou feminina,
indiferentemente . Em edições anteriores, porém, registrava a mesma
palavr a tão-soment e como feminina, em todas as acepções.
"elegantérrimo"
Evite usar formas superlativas criadas pelo vulgo, como esta ou"ele -
gantésimo" , "finérrimo" , "finésimo", "chiquérrimo" , "chiquésimo". Só
pessoas pedantes, normalment e de baixa escolaridade, usam adjetivos
assim.
"magérrimo"
A forma superlativa sintética da norma culta de magro é macérrimo
(do latim macer + sufixo -rimo), e não "magérrimo" , cujo g tem origem em
magro. Trata-se de um registro da língua coloquial.
Xavier Fernandes, em suas Questões de língua pátria, considera "magérrimo"
um despautério que não se justifica. É assim pouco mais ou menos
como "advogacia","gabina","degote","guspir" .
AVeja, revista que deveria só levar em conta o registro culto, trouxe
(ed. 978, pág. 67): Neste momento de crise e de vacas "magérrimas" nos
cofres estaduais, não se pode a rigor...
Seus jornalistas parece não abrirem mão de "magérrimo" , forma que
aparece constantement e em suas páginas.
Podem contrapor alguns: Ah, mas consta em dicionário.
Isso é tudo? Há dicionários por aí que só lhes falt a mesmo trazer
"menas "," mendingo "," mortandel a " e "questã ".
e nem
Só se usa e nem quando pudermos pospor sequer: Eles chegaram e
nem me telefonaram. = Eles chegaram e nem sequer me telefonaram. ***
A criança se divertia e nem percebia a presença do tio. = A criança se
divertia e nem sequer percebia a presença do tio.
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 157
Não havendo essa possibilidade, basta retirar o "e", para que tudo fique
perfeito: Ela não come nem bebe. (E não: Ela não come "e"nem bebe.)
*** As crianças não almoçaram nem jantaram. (E não: As crianças não
almoçaram "e" nem jantaram.)
No site de um jornal: No lançamento do Fome Zero, o presidente disse
que a fome não será vencida da noite para o dia, "e" nem apenas com
algumas medidas isoladas do governo.
No site de outro jornal, a declaração de uma senadora alagoana:
Pela minha origem, eu não posso votar em alguém (Sarney) que represente
uma oligarquia nordestina "e"nem em quem prestou serviços "à"
ela.
A senadora escorregou, mas quem caiu no abismo foi o jornalista que
reproduziu a declaração: usar à antes de pronome pessoal é de lascar!
Por fim, repare nesta declaração triste de um ex-presidente do PT, ao
renunciar a seu cargo: Nós do PT não praticamos irregularidades. O PT
não compra "e" nem paga deputados.
Pois é...
"impassividade"
Isto não existe, mas muitos querem que exista. Não faz muito um
famoso jornalista esportivo escreveu: Todos notaram a fúria do jogador e
a "impassividade"do árbitro.
É própria dos jornalistas esportivos a invenção, a criação. Eles são
realmente admiráveis. Muito mais admiráveis que a impassibilidade do
povo inglês.
Tão admiráveis eles são, que um deles escreveu em sua coluna, no site
de A Gazeta Esportiva: As jogadas de Robinho estão manjadas demais.
"Fácil"de serem neutralizadas, não é mesmo?
Fácil é saber quem é o autor da pérola, não é mesmo?
Tão admiráveis eles são, que um ex-repórter da TV Bandeirantes
chegou a declarar recentemente: Eu gostaria muito de trabalhar como
manager no Palmeiras. Seria bom até para provar que jornalista esportivo
não é imbecil.
Pois é...
O dono desse carro "é" eu
Não se diz nem se escreve assim. O verbo ser concorda sempre com
o pronome reto: O culpado és tu, o responsável somos nós. *** Quem fez
isso fui eu ou fomos nós?
Redobrada atenção devemos ter com as locuções verbais: Não vou ser
N ÃO ERRE MAIS! 1 59
eu o escolhido, tenho certeza. (E não: Não "vai"ser eu...) *** Devo ser eu
o responsável por isso? (E não: "Deve"ser eu...)
Antioquia
Cidade histórica da Turquia. Pronuncia-se antiokia, e não "antiókia".
Eis, porém, como um jornal paulistano nos conta sobre o primeiro
papa da história: São Pedro: pontificou 34 ou 37 anos. Considerado o
primeiro papa, de acordo com os historiadores, o período de início e de
fim de seu papado é desconhecido. Segundo a tradição, seus últimos 25
anos como papa foram passados em Roma. Os outros ele teria vivido "na
Antióquia".
Note que o jornalista ainda usou artigo antes do nome da cidade, ou
seja, cometeu dois erros em duas palavras. índice respeitável...
conseguimos nos "mantermos" em pé
Nas locuções verbais, só varia o primeiro verbo, ou seja, o auxiliar, ficando
invariável o verbo principal. Portanto: Não podes entrar sem seres
anunciado. (E não: Não "podes entrares"...) *** Vocês querem tomar um
copo de leite? (E não: Vocês "querem tomarem" um copo de leite?)
Repare que o sujeito de ambos os verbos é rigorosamente o mesmo,
daí a não-ílexão: nós (de conseguimos e de manter)-, tu (de podes e de entrar);
vocês (de querem e de tomar).
Numa revista: Militares liderados pelos Estados Unidos no Iraque
afirmaram "terem" matado seis pessoas e prendido outras 54 "neste domingo",
durante uma incursão à procura de insurgentes na cidade de al
Oaim, próxima da fronteira com a Síria.
Repare que além de mostrar que não sabe usar o infinitivo, o jornalista
ainda usou "neste domingo", vício exaustivamente comentado aqui.
As vezes, o verbo auxiliar vem separado do verbo principal: Podem
as autoridades estaduais resolver esse problema. *** Devem os
estrangeiros comparecer à delegacia da Polícia Federal, para fazerem
o recadastramento.
em que pese "o"
E asneira. Em português toda locução prepositiva termina por preposição:
apesar de, diante de, em frente a, em frente de e, naturalmente,
em que pese a. Portanto: Em que pese ao mau tempo, chegamos bem. ***
O Palmeiras venceu, em que pese ao árbitro. *** Em que pese ao presidente
ter feito essa declaração, poucos acreditaram. *** Em que pese à
tempestade, chegamos bem.
Nossos jornalistas conseguem usar uma locução prepositiva sem preposição.
Veja: "Em que pesem as" críticas atuais, a dívida externa contribui
para o progresso do país.
Não só eles. Um presidente da OAB-SP certa vez escreveu isto: "Em
1 160 NÃO ERRE MAIS!
que pesem os"defeitos e pecados remanescentes, a imprensa brasileira já
atingiu sua maioridade.
Doutor, só os "adevogados" escrevem assim.
EM TEMPO - Num desses manuais de redação de jornal, comete-se no
mínimo grande equívoco, quando se trata da expressão em que pese a.
O autor afirma que devemos usá-la quando a referência for a pessoa e
apenas "em que pese" quando a referência for a coisa. Ao ler isso, houve
quem ficasse mortalmente impressionado...
na medida em que
Trata-se de um modismo dispensável, mas acabou vingando no português
do Brasil. Emprega-se como equivalente de se ou de caso. Ex.:
Só é possível usar-se a inteligência na medida em que ela exista. ***
Aprender línguas estrangeiras é útil na medida em que possamos praticá-las
constantemente.
Muitos a empregam por à medida que: "Na"exata "medida em que"
empobrece, a classe média perde noção de deveres e direitos.
Num editorial de importante jornal paulista se leu certa vez a locução
na medida em que usada com valor causai, o que a língua desconhece
inteiramente: No Brasil, de tempos em tempos, aparece um guru
aceito por muitos. Em plantão permanente, esse guru oferece soluções
geniais para alguns dos graves problemas nacionais. "Na medida em que"
há muito tempo que a questão Educação não é levada a sério neste país,
a lista de gurus eleitos para o setor cresceu muito.
De fato, há muito tempo a questão Educação não é levada a sério
neste país.
ficar de olho em alguém
E assim que todos usamos. Desde o tempo de César. De repente, aparece
um ex-árbitro de futebol, pela televisão, fazendo comentários de arbitragem.
E ele quem comenta, num lance do jogo: Esse jogador é malandro:
o "juiz"precisa ficar de olho "com ele".
Não é brincadeira?
veredicto
Apesar de ser esta a forma correta, com ct, há os que insistem em
dizer e escrever "veredito". Até uma editora chegou a publicar uma obra
com este nome: O "veredito", de Franz Kafka . Não é grave?Veja, ainda, o
que apareceu no site de um grande jornal: Sorvete sem gordura e lactose.
Nós testamos. Repórteres do Globo Online experimentam os novos sorvetes
light e diet do mercado e dão o "veredito". Os sorvetes até podem ser
muito bons e saudáveis. Mas... e o jornalista? Manchete de uma folha de
São Paulo: "Veredito"que suspende processo contra Pinochet é impugnado.
Na mesma folha: Omar e seus três cúmplices não demonstraram neN
NÃO ERRE MAIS!
1 59
nhuma emoção ao conhecer o "veredito". Na mesma folha: O Wall Street
Journal emitiu uma breve nota em que diz que os colegas dele continuam
velando por sua memória e que o "veredito" é um passo na direção da
punição aos culpados. Que mal lhe pergunte, caro leitor: e os manuais de
redação, hem?
"metades iguais" / "duas metades"
Redundâncias. Certa vez, a apresentadora de um programa de televisão
saiu-se com esta: A linha do equador divide a Terra em "duas metades".
Bastaria dizer metades.
Ganhar e perder são do esporte
Correto: infinitivos antônimos exigem o verbo no plural. Eis outros
exemplos: Amar e odiar são próprios do ser humano. *** Nascer
e em seguida morrer são apanágio de crianças de alguns países subdesenvolvidos.
Não sendo antônimos os infinitivos, o verbo ficará no singular: Beber
e comer não é apanágio do ser humano. *** Fumar e beber cachaça faz
mal à saúde. *** Passear em parques e tomar banhos de sol em piscinas
ou praias é indicado para a saúde da criança.
Certa feita, um jornalista esportivo, tido pelos colegas injustificadamente
por profundo conhecedor da língua portuguesa, escreveu: Ganhar
e perder "é" do esporte. O fato de colegas lhe devotarem respeito por um
conhecimento que absolutamente ele não tem não significa absolutamente
coisa nenhuma: em terra de cego, quem tem meio olho é Deus.
Desde "de" manhã está chovendo
É tolice. A preposição desde rejeita "de": Desde manhã está chovendo.
*** Desde 1960 não ocorrem terremotos por aqui. *** Trabalhamos
desde manhã até altas horas da noite.
Na mídia: Desde "de" 1945, a Corrida Internacional de São Silvestre
vem atraindo a atenção dos meios de comunicação de todo o mundo.
*** O deputado disse que desde "de" menino tem fascínio pela Academia
Brasileira de Letras. *** Desde "de" 1985, o São Paulo não chegava àfase
final do campeonato paulista. *** Desde "de"janeiro de 1994, criança
nascida na França não é automaticamente francesa. * * * A equipe do São
Paulo não consegue uma vaga na Libertadores desde "de" 1994. *** Dados
da Unicamp indicam que o índice de chuvas só nesta segunda-feira,
de 113,2mm, é o maior registrado no mês de fevereiro desde "de" 1926.
*** Desde "de" quinta-feira dez ônibus foram incendiados por homens
encapuzados na região de Vitória.
Certa feita, ouvimos de um garoto sem escola: Estou aqui desde "das"
seis horas da manhã.
Alguns jornalistas estão na mesma trilha...
N
NAO ERRE MAIS! 1 59
"todos" foram "unânimes"
A combinação "todos unânimes " constitui redundância, pois unânime,
por si só, já significa relativo a todos. Portanto: Todos foram concordes
com essa opinião. Ou, então: Houve unanimidade nessa opinião.
Num jornal: "Todos"são "unânimes"em afirmar que a reforma tributária
aumentará a carga de impostos.
Eis aí uma verdade. Vestida de mentira...
para "chegar" aqui, gastamos duas horas
A regra é clara: no início da frase, o infinitivo antecedido de preposição
ou de locução prepositiva varia obrigatoriamente. Portanto: Para
chegarmos aqui, gastamos duas horas. * * * Por terem chegado tarde, ficarão
de castigo. *** Em vez de irem ao cinema, eles foram ao teatro. ***
Apesar de ficares calado, conhecemos tua opinião.
Num jornal: Apesar de "possuir" hábitos diferentes, os pirilampos e
vaga-lumes têm características diferentes.
Noutro jornal: Para "evitar" as invasões, os fazendeiros começam a
se armar.
A revista Veja trouxe na ed. 1.808 uma matéria sobre casamento homossexual.
Abriu-a assim: Até algum tempo atrás, para "encontrar"amigos
e "namorar"sem ser molestados, os gays se isolavam em guetos.
No meio da matéria ainda se leu: Em vez de "manter" o confinamento
como técnica de defesa, os gays começam a se expor, a se exibir, a emergir.
Na edição 1.818 da mesma revista, escreve um de seus colaboradores:
Antes de "chegar"ao poder, os parlamentares lulistas criticavam a participação
brasileira na Estação Espacial Internacional. Agora mudaram de
idéia.
Todos nós, um dia mudamos...
Noutra de suas edições, trouxe: Antes de "condenar" os brasileiros
que tentam realizar seu sonho de obter um curso superior fora do país,
precisamos entender o porquê dessa escolha.
O infinitivo só não varia, quando aparece depois do verbo principal.
Por exemplo: Gastamos duas horas para chegar (ou chegarmos) aqui. ***
Eles ficarão de castigo, por ter (ou terem) chegado tarde. * * * Eles foram
ao teatro, em vez de ir (ou irem) ao cinema. * * * Conhecemos tua opinião,
apesar de ficar (ou ficares) calado.
Mesmo em tal situação, o infinitivo varia obrigatoriamente, se for
pronominal ou se exprimir reciprocidade ou reflexibilidade de ação:
Gastamos duas horas para nos dirigirmos até lá. * * * Eles relutaram muito
para se cumprimentarem. *** Foram até um canto da sala, a fim de se
pentearem.
Eis, porém, como escreveu um jornalista: Daqui a pouco vão demonizar
o direito de as pessoas "se apaixonar".
Tenho especial admiração por Diogo Mainardi. Sobretudo porque ele
não tem papas na pena. Nem na língua (para quem assiste a Manhattan
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Connection). Mas há um senãozinho neste seu texto, que não posso deixar
de registrar: Houellebecq definiu o Brasil como uma porcaria de país. Foi
antes das comemorações do Ano do Brasil na França. Imagino que agora,
depois de nos "conhecer" melhor, todos os franceses compartilhem essa
opinião.
Depois de nos conhecerem melhor, Diogo, todos os povos vão aprende r
com quantos paus se faz uma corrupção.
células-tronco
Os substantivos compostos formados por dois substantivos, quaisquer
que sejam eles, fazem o plural, no portuguê s contemporâneo, de
preferência, com variação dos dois elementos. Portanto: bananas-maçãs,
pombos-correios, decretos-leis, cafés-concertos, amigos-ursos, canetas-
-tinteiros, horas-aulas, papéis-moedas, salários-famílias, vales-transportes
e, naturalmente , células-troncos. Mas absolutament e não há erro nos
plurais com variação apenas do primeiro elemento. Em relação a célula-
-tronco, parece que o plura l preferido entre nós é o que varia apenas o
primeiro elemento.
EM TEMPO - Quando se trata de um determinado decreto-lei, de um decreto-lei
específico, usa-se com iniciais maiúsculas: Decreto-Lei n.° 3961.
Dó gosto de ver esse time jogar!
Frase de cunho eminentement e popular, a exemplo de Agora ela inventou
de ser tribalista! A norma culta prefer e frase s assim: Dá gosto ver
esse time jogar! *** Deu gosto assistir àquele jogo! *** Dá gosto viver
num país como aquele!
A inclusão da preposição de nesses casos, sem dúvida, realça a comunicação.
A cena se passa em 1964
Para nós, brasileiros, sempre será preferível a próclise, ou seja, a colocação
antes do verbo. Nós temos especial predileção por tal colocação.
Por isso, se passa prevalece sobre passa-se, que é a colocação preferida
dos portugueses.
Eis outros exemplos: As crianças se acostumaram aqui. (Português
do Brasil.) *** As crianças acostumaram-se aqui. (Português luso.) ***
O rapaz se perdeu. (Português brasileiro.) *** O rapaz perdeu-se. (Português
de Portugal.) *** O carro se atolou. (Português do Brasil.) *** O
carro atolou-se. (Português de Portugal.)
Qualque r das colocações é absolutament e correta, o problema aí é só
de conforto. Ou de hábito, preferência .
mulher que "apaixonou-se" por mim
No caso anterior dissemos que o brasileiro prefer e a próclise. É de
todos sabido, ademais, que a palavra que - em qualque r funçã o - atrai o
N NÃO ERRE MAIS! 1 163
pronome oblíquo, ou seja, exige a próclise. O assunto se aprende lá pela
sétima série do ensino fundamental. Mas ainda há os que não aprenderam.
Ou não conseguiram passar para a oitava. Numa publicação distribuída
por uma folha de São Paulo, leu-se no verbete resina: polímero
natural ou sintético que "torna-se"viscoso ao ser submetido ao calor.
"pixote"
Foi uma grande pexotada de um cineasta argentino quando rodou
um filme com este nome. Sim, porque em português, a grafia é pexote (da
locução chinesa pe xot = não sei). Certos dicionários registram "pixote",
mas isso não faz nenhuma diferença: uma pexotada a mais, uma pexotada
a menos, não vai alterar muita coisa. O cineasta deve ter consultado
esses dicionários antes de colocar nome no seu filme. A pexotada começou
justamente aí.
EM TEMPO - Convém ressaltar que, embora devamos escrever pexote, a
pronúncia pode ser pixote, da mesma forma que estamos autorizados a
dizer também minínu, mixirica, marcineiro, etc.: a vogai e pretônica ou
postônica normalmente se reduz, ou seja, soa i.
encarar "de frente" os problemas
Seria interessante se encarasse os problemas "por trás" ou "de
lado"...
A cara de pessoas e animais fica - por enquanto - na frente. Ou
não? E há, ainda, os que usam enfrenta r "de frente" !
Os jornalistas que já estão no futuro escrevem: Metido numa crise
econômica sem precedentes, o país não conseguirá adiar indefinidamente
a hora de encarar "de frente" os problemas que hoje estão postos "à"
mesa.
Vamos encarar a frase do jornalista com bastante isenção de ânimo:
quando as autoridades se reúnem, elas põem os problemas na mesa, e não
"à"mesa. As pessoas, sim, é que ficam à mesa, isto é, próximos dela.
pretérito imperfeito pelo futuro do pretérito
Esse é um uso comum, na língua falad a despretensios a (registro
coloquial).
Não se usa, todavia, o futuro do pretérito pelo pretérito imperfeito
do subjuntivo, como se viu no editorial de importante revista semanal de
informação, ed. 1.626: A confusão em torno da reforma tributária trouxe
uma revelação assombrosa. Em nenhum momento o governo empenhouse
genuinamente na produção de um texto de reforma eficaz, que "permitiria"
desonerar a produção industrial e modernizar o atual sistema de
tributos.
Se o redator usasse dois-pontos no lugar do primeiro ponto; se o redator
empregasse permitisse, em vez de "permitiria"; se o redator usasse,
de preferência, a próclise, como é do feitio do português do Brasil (se emN
NÃO ERRE MAIS! 1 59
penhou), talvez o editorial fosse mais palatável.
Sobre o emprego dos tempos, modos e forma s nominais, consulte
Nossa gramática contemporânea, da Escala Educacional.
a estas horas
A expressão é a estas horas, e não "as estas horas" , como quis certa
feita um jornalist a esportivo, que escreveu: Os dirigentes corintianos devem
estar dando sonoras gargalhadas "as "estas horas.
Há quem costuma dar sonoras gargalhada s justament e quand o lê
jornais...
"Bixiga"
Cacografia. Em São Paulo existe um bairro cujo nome é Bexiga (que
os jornalista s chamam "Bixiga"). Além desta cacografia, os jornalista s
cometem outras. Por exemplo: "Wenceslau Braz","Bra z Cubas" , "Casemiro
de Abreu","Campo s Elíseos"e outros milhares delas, em vez de Venceslau
Brás, Brás Cubas, Casimiro de Abreu, Campos Elísios.
Um terço / dois terços
Os números fracionários exigem concordância normal, ou seja: Um terço
dos nossos bens ficou com o advogado. * * * Dois terços dessas propriedades
serão leiloados. *** Somente um quarto das nossas terras éfértil. ***
Dois quartos da lavoura foram dizimados pela nuvem de gafanhotos.
Na mídia: Dois terços da população brasileira "passa"fome. *** São
Paulo está tomada por vendedores ambulantes: só no centro "estão" um
quarto deles. *** Somente um quarto dos votantes "compareceram"às urnas.
*** Menos de um quarto dos interrogados (24%) "disseram"que confiam
mais em Bush, enquanto 63% afirmaram sua preferência por Powell.
Eis, agora, como escreve um economista, ao concluir uma pesquis a
sobre a economia do livro no Brasil, encomendada pelo BNDES: Pelo
menos um terço das compras de livros de qualquer biblioteca deveria ser
"feitas " em livrarias regionais, do próprio estado, para fortalecer o varejo
local. Ou seja: acertou no cravo, mas se afundo u na ferradura...
Por fim, no editorial de um jornal: Cerca de um quarto dos brasileiros
"são analfabetos".
Vê-se...
"elefoa"
Há muit a criança que na escola aprende que o feminino de elefante é
"elefoa". O feminino de elefante é um só: elefanta. E mais nenhum outro.
Quem usa aliá também se equivoca.
Não obstante, continuam existindo professore s por este Brasil afor a
que ensinam a seus alunos que o feminino de elefante é elefoa ou aliá.
Também já ouvi professor ensinar que o feminino de sapo é"rã" . Deixe a
sapa saber disso...
N NÃO ERRE MAIS! 1 165
sentinela
Sentinela é nome sobrecomum, a exemplo de pessoa, criança, etc., ou
seja, usa-se a sentinela sempre, tanto para o homem quanto para a mulher:
A sentinela se chamava Ivã. *** Hersílio era a sentinela mais atenta
de todas.
Num jornal: Era noite. Na entrada, só "um"sentinela. Manuel Fernandes
reduziu a marcha, se aproximou devagar e gritou: - Viva a Fidel
Castro! Entediado, "o"sentinela respondeu, em voz baixa: - Viva!
Ainda chegará o dia em que leremos nos jornais: "um pessoa", "um
criança". É só uma questão de tempo.
EM TEMPO - Até a saudação estava errada. Em vez de Viva "a" Fidel
Castro! deveria estar: Viva Fidel Castro!
Dois "Corso" e três "Fiesto"
É assim que sai nos jornais. Alguns jornalistas acham que nomes de
automóvel não se pluralizam. Achar não ofende (mas o que incomoda não
é brincadeira)...
Só os nomes de fábrica é que não sofrem variação no plural. Ex.: veículos
Ford, automóveis Toyota, carros Fiat, dropes Dulcora, tintas Coral,
tintas Suvinil.
Substantivados, os nomes de veículo sofrem flexão normalmente: os
Corsas, os Fiestas, os Gols, os Astras, os Golfs, os Clios, os Pólos, etc. Mas
não sofrem variação quando aparecem assim: os automóveis Corsa, os
veículos Fiesta, os carros Gol, os aviões Brasília. Por quê? Porque a flexão
numérica já foi satisfeita no substantivo anterior.
Recentemente foi exibido um filme com este nome: Os irmãos Carade-Pau.
Se fosse omitida a palavra irmãos, esse mesmo filme teria este
nome: Os caras-de-pau. O princípio é o mesmo, quando se trata de nomes
de veículo. Só resta nortearem-se por ele. Creio que não é tão difícil.
Uma revista especializada em automóveis traz isto, ao analisar o
novo modelo BMW, série 5: Na Alemanha, nos trechos com velocidade liberada
foi possível chegar aos 200km/h. Mas, assim como surgiam "Porsche"
para nos empurrar, vez ou outra apareciam "Astra" nos forçando a
desacelerações fortes, nas estradas.
São jornalistas, naturalmente, que estão mais para Astras que para
Porsches...
mico
Esta palavra não varia, quando usada como adjetivo, por desagradável
ou que impressiona mal. Quando vamos a uma concessionária de automóveis,
vêem-se veículos de todas as cores, das discretas às mais ousadas. A
verdade é que estas, anos mais tarde, acabam dando alguma dor de cabeça
ao dono do carro, que sente dificuldade em revender seu veículo.
Um carro que tenha a cor de mostarda, por exemplo, quando novo,
parece o céu! Na hora de vender, é o inferno!
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
Numa revista especializada em automóveis: O Classe A vende bem
em cores sóbrias, como prata, cinza e preto, mas encalha nas três cores
"micos ": verde tropical, vermelho vulcânico e azul marítimo.
Mas, afinal, quem é que está pagando o maior mico?
Que "tal" meus filhos? Não são lindos?
Não. Tal varia nesse caso: que tais meus filhos?, que tais meus planos?;
que tais meus novos óculos, Esteia?
Machado de Assis, o maior nome da literatura brasileira, fornece-nos
um exemplo em Quincas Borba: D. Tônica confessava-lhe que tinha muita
vontade de ver Minas, principalmente Barbacena. Que tais eram os ares?
Houve uma época em que uma escola de São Paulo anunciava assim:
Colegial tradicional? Colegial técnico? Que "tal"os 2 juntos?
Que tais os dois, mas em outra escola?
Tempos depois, a escola faliu. Não foi sem justiça.
os "Kennedy"
É o chamado plural à jornalista brasileiro, que, em vez de atentar
para as regras da língua portuguesa, prefere copiar o que existe na língua
francesa. Em francês é que os nomes próprios não vão ao plural; em
português não. Mas os jornalistas brasileiros apreciam muito escrever
justamente em outra língua.
Certa vez, uma famosa rede de televisão levou ao ar um programa a
que deu este nome: Os "Kennedy"não choram. Os Kennedys podem não
chorar, mas não faltou gente que chorasse durante o programa inteiro...
Uma revista semanal de informação, pertencente à mesma organização,
trouxe na capa da sua ed. 58: Os "Matarazzo"- ascensão e queda de
um império.
Toda revista tem também sua ascensão e queda.
Outra revista de informação, mais antiga, trouxe: Uma tragédia atingiu
o clã dos "Safra"na semana passada.
Tragédia na língua, ali, é semanal.
Na mesma revista: A saga dos "Matarazzo".
No caderno especial de uma folha paulistana: O Museu de Arte Moderna
(MAM) foi criado pelos "Matarazzo", "arquirrivais" de Chateaubriand.
E se fosse arqui-rivais? Não seria um pouquinho melhor?
Nomes e sobrenomes portugueses vão ao plural normalmente; os estrangeiros
ganham apenas um s, mas jamais devem ficar absolutamente
invariáveis (e gramático que advoga a não-variação, neste caso, se equivoca
em grande estilo). Portanto: os Josés, as Luísas, os Joões, as Raquéis,
as Esteres, os Ademires, os Rauis, os Aníbais, os Machados, os Matarazzos,
os Rangéis, os Amarais, os Vidais, os Kennedys, os Bushs, os Bopps,
os Chopins, os Disneys, etc.
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 167
Eça de Queirós (os jornalistas conhecem?) é autor de Os Maias, e não
de "Os Maia"; em São Paulo existe a Rua dos Gusmões e a Rua dos Andradas.
Ou os jornalistas passam pela Rua dos "Gusmão" e pela Rua dos
"Andrada"? A verdade é que os jornalistas de hoje, além de absolutamente
incoerentes, não têm capacidade de cotejar. Não espere deles o que se
lhes afigura impossível de darem.
O mais curioso disso tudo é que esses mesmos jornalistas que estupidamente
se recusam a flexionar nomes próprios e sobrenomes, escrevem:
Os Simpsons estão de volta.
Se o nome ou o sobrenome já termina em -s ou em -z, fica invariável,
com exceção de Luís, que faz no plural Luíses: os Quadros, os Rodrigues,
os Vaz, os Moniz.
Nossos jornais trazem, todavia, diariamente: "os Sampaio","os Toledo","os
Matarazzo","os Suplicy", etc. Certa vez, leu-se num deles: Muitas
"Maria" e muitos "João" vivem pelos cantos, pelas escadas ou corredores
das repartições públicas lamentando-se dos baixos salários.
Tudo isso é muito lamentável...
No site do Correio Braziliense: "Os Silva" vêm aí. Tios e primos do
presidente petista viajarão 36 horas, entre Caetés (PE) e Brasília, para
assistir "o"parente ilustre receber a faixa presidencial.
Dois erros primários em três linhas. Mas eles continuam publicando
seus manuais de redação, arrogando-se o direito de legislar em língua
portuguesa! E esse mesmo jornal ainda divulga, de tempos em tempos,
pérolas de jornalistas pelo seu site. Que tais as suas próprias?
Beijar recém-nascido provoca "sapinho"?
Não, provoca sapinhos, coisa bem diferent e de sapinho (sapo pequeno).
Sapinhos são afta s que costumam aparece r na mucosa bucal dos
bebês.
Certa feita, um de nossos jornais apresentou uma reportagem que
recebeu o singelo título de Magia do beijo. Esta foi a afirmação da garota
entrevistada: O beijo é uma troca de amor, depende de onde, quem e
como se está beijando. Tive beijos envolventes e revoltantes. O envolvente
aconteceu aos onze anos. Estávamos lendo gibi no quarto. De repente nos
olhamos e nos beijamos, foi muito para minha cabeça. Depois, beijei um
garoto que eu não gostava, mas que beijava muito bem. E o revoltante
aconteceu com o Filipe. Foi dramático, me deu até "sapinho".
Dramático MESMO! Depois desse beijo, tudo deve ter ido pro brejo...
Palácio "do" Alvorada
É incrível, mas ainda existe jornalista brasileiro que não sabe sequer
o nome correto da residência oficial do presidente da República. Dia
desses, um deles disse pela televisão Palácio "do" Alvorada, em vez de
Palácio da Alvorada.
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
Está certo que com o novo governo, do PT, o Brasil acordou para um
novo amanhã. Mas nem tanto, não é mesmo?...
"A" Fonte Novo
O nome do estádio de futebol em Salvador, Bahia, chama-se Fonte
Nova. Ora, estádio é nome masculino. Sendo assim, como entender que
alguém jogue "na" Fonte Nova, fazendo a concordância com fonte, que
nada tem que ver com estádio?
Note que todos usamos: O jogo foi no estádio da Fonte Nova. Se
retirarmos a palavra estádio, essa frase fica assim: O jogo foi no Fonte
Nova.
Se ainda tem dúvida, caro leitor, eis exemplos semelhantes, que confirmam
essa nossa afirmação: Moro na Avenida Vieira Souto. = Moro na
Vieira Souto. *** Viajei no iate Marina. = Viajei no Marina. (Você viajari a
"na" Marina?) *** O presidente despacha no Palácio da Alvorada. = O
presidente despacha no Alvorada hoje. (Ou despacharia "na "Alvorada?)
Como se vê, a coisa é simples. Mas sempre há os que complicam.
Em Goiânia (GO) há um grande estádio de nome Serra Dourada. Até
hoje não apareceu nenhum jornalista esportivo dizendo ou escrevendo
"a" Serra Dourada. Por quê? Porque, sem embargo de estarem próximos,
ainda não chegaram ao estádio da loucura... Mas continuam insistindo
"na" Fonte Nova. Existe gente assim.
Suponhamos que exista um estádio com o nome de Princesa Isabel.
Chamá-lo-íamos, então de "a Princesa Isabel"? Os jogos seriam realizados
"na Princesa Isabel"?
Senhores jornalistas esportivos, por favor, raciocínio não dói.
Agora, caro leitor, veja a que ponto chega a "verve" dos jornalistas
brasileiros! Repare na manchete deste diário de São Paulo: Fogo no Buraco
Quente. Um incêndio ontem à tarde espalhou medo e destruição na
Favela do Buraco Quente, na Avenida Washington Luís, próximo ao Aeroporto
de Congonhas, na Zona Sul.
Ora, se se tratava do nome de uma favela, o fogo só poderia ser na
Buraco Quente.
"reverter" o quadro
É a frase da moda. Estará correta?
Médicos, economistas e tecnocratas de todas as áreas estão a inventar
uma língua própria: a asinina. Entre tantas asnices que se notam em
seu linguajar, salienta-se o emprego do verbo reverter por inverter. É
preciso "reverter"o quadro da economia brasileira. (Em vez de: E preciso
inverter o quadro da economia brasileira.) *** O governador não soube
"reverter" o escândalo a seu favor. (Em vez de: O governador não soube
inverter o escândalo a seu favor.) *** A "reversão" desse quadro é difícil.
(Em vez de: A inversão desse quadro é difícil.)
N NÃO ERRE MAIS! 1 169
"Independente" do salário, o Palmeiras descarta Edmundo
Esta foi a manchete de A Gazeta Esportiva recentemente.
O manchetista provou desconhecer que não se usa "independente"
(adjetivo) por independentemente (advérbio).
Observe estas frases: Somos um país independente. (Frase correta,
porque independente aqui é adjetivo.) *** Independentemente da vontade
dos pais, ela casou. (Aqui temos um advérbio.) *** Independentemente
do salário, o Palmeiras descarta Edmundo. (Eis a manchete que deveríamos
ter lido.)
Leu-se noutro jornal: Preservar o ambiente é dever do agricultor,
"independente"da pregação de demagogos e da ação do Estado.
E qual é o dever de todo aquele que escreve em jornais?
Numa de nossas revistas semanais, lemos esta declaração de um diretor
de escola carioca: Um bom professor é aquele que serve de exemplo,
"independente" da matéria que leciona.
Ele próprio seria, sim, um exemplo...
Um jornalista carioca sediado em Brasília escreve: Governadores,
"independente" de filiação partidária, vivem um drama: precisam apoiar
o governo federal.
Não são apenas os governadores que vivem lá seus dramas...
Um desses professores eletrônicos que pululam por aí, em resposta
à dúvida de uma consulente sobre a acentuação nos nomes próprios,
escreve: O acento não é levado em conta na caracterização do nome do
indivíduo; por isso, o melhor é sempre acentuar de acordo com a regra de
acentuação que estiver vigorando, "independente" do registro civil.
Em cada canto da rede se encontra um professor que "tira as suas
dúvidas". E deixa quantas?
"há" muito tempo "atrás"
Frase redundante. O uso da forma verbal há já indica fato passado.
Usa-se, portanto, apenas o há, ou apenas o atrás, mas não ambos na
mesma frase: Há cinqüenta anos tudo era muito diferente. *** Cinqüenta
anos atrás tudo era muito diferente.
Anuncia um grande banco nacional: Há 10 anos "atrás" todo "o"dinheiro
era de papel.
Além da redundância , usou-s e "todo o" por todo. Dinheiro traz
felicidade?
"Chove" besteiras por aí
Seria uma verdade por inteiro, não fosse o erro de concordância. O verbo
chover, usado em sentido figurado, varia normalmente: Chovem besteiN
NÃO ERRE MAIS! 1 59
ras por aí. *** Choveram asneiras nas provas de Português. *** Choverão
papeizinhos picados dos edifícios, na passagem do ano. * * * Estão chovendo
cães e gatos! *** Começam a chover gatos e lagartos! *** Vão chover propostas
para você. *** Daqui a pouco choverão telefonemas para cá.
Alguém pela televisão anunciou certa vez: "Está chovendo"bons goleiros
no Parque Antártica.
Numa revista: "Chove"pedidos dos romeiros para a santa da janela,
em Ferraz de Vasconcelos.
Na letra de uma música, ouviu-se: "Vai chover"pingos de amor.
Qualquer dia destes vão chover pingos de raiva!
A doença de Chagas é transmitida por um "mosquito"?
Não, por um percevejo, conhecido popularment e por barbeiro.
correr atrás do "prejuízo"
É outra grande criação do jornalismo esportivo brasileiro.
Quando uma equipe está perdendo o jogo, diz-se que os jogadores
têm de correr atrás do "prejuízo ".
Só derrotados podem correr atrás do "prejuízo"; vencedores prefe -
rem correr atrás da vantagem ou do lucro. Creio serem mais inteligentes.
Se se deseja usar a palavra prejuízo, sugiro inverter o prejuízo: O
time tomou três gols em dez minutos e agora terá de inverter o prejuízo.
antes "de" que
Não existe em português "antes de que", mas sim antes que, da mesma
forma que não existe "depois de que", mas apenas depois que: Antes que
me esqueça: venha visitar-me! * * * Depois que ele chegou, foi dormir.
N um jornal: Irritar-se é um direito dos militares como de qualquer
outro cidadão. Mas, "antes de que"pensem na tal de última saída, convém
uma ajuda-memória.
Irritar-se é, de fato, um direito de qualquer cidadão.
confessar-se perante "a" Deus
A preposição perante dispensa a companhi a de outra preposição:
Confessar-se perante Deus. *** Perante o juiz, confessou tudo. (E não:
Perante "ao" juiz... ) *** Perante Deus, estou em paz. (E não: Perante "a"
Deus... )
No site do Jornal do Brasil se leu logo no primeiro dia do ano, que é
par a ir já se acostumando: Lula tomou posse efez juramento perante "à"
Constituição.
mediante "ao" documento apresentado
Caso idêntico ao anterior. O uso de mediante dispensa a presença de
outra preposição: Mediante o documento apresentado, pude entrar. Mediante
a nota fiscal na mão, pude lacrar o veículo.
1 171 NÃO ERRE MAIS!
Numa revista de automóveis, um leitor escreve aborrecido: Não havia
peças para solucionar o problema do meu carro. Imediatamente foi feito
um pedido de urgência à fábrica. Mediante "a"isso, recorri à agência...
Mediante isso, temos uma sugestão ao leitor: recorra a uma boa
gramática !
"uma" jacaré fêmea
É bicho que não existe. Ao menos na Terra.
Jacaré é nome epiceno, ou seja, não tem seu gênero alterado para indicar
mudança de sexo; basta o acréscimo das palavras macho ou fêmea.
Portanto: o jacaré macho, o jacaré fêmea.
Da mesma forma: o leopardo macho, o leopardo fêmea; a pantera
macho, a pantera fêmea; um crocodilo macho, um crocodilo fêmea; uma
águia macho, uma águia fêmea.
"uma" gorila
É outro bicho que não temos. Gorila também é nome epiceno; sendo
assim, usamos: o gorila macho, o gorila fêmea; um gorila macho, um gorila
fêmea.
Certa feita, anunciou-se num telejornal: Koko, "uma"gorila, aprendeu
a linguagem dos surdos-mudos.
Pois é. Até um gorila fêmea aprende...
nenê / neném
As duas formas existem. Ambas são masculinas. Ou seja: mesmo que
se trate de uma menina, é o nenê ou o neném.
É nome sobrecomum, a exemplo de indivíduo e ídolo: Meu neném
não é lindo? O nome dele é Isadora. *** Como se chama seu lindo nenê:
Susana? *** Então, é menina o nenê que acaba de nascer?
Se usarmos o diminutivo, teremos nenezinho: Meu nenezinho não é
lindo? O nome dele é Isadora. *** Como se chama seu lindo nenezinho:
Susana? * * * Então, é menina o nenezinho que acaba de nascer?
Certa feita, uma empresa multinacional lançou anúncio pela televisão
no qual falava em "a"nenê.
Coincidência ou não, pouco tempo depois acabou falindo!
bebê
Também é nome sobrecomum: usa-se o bebê tanto para o menino
quanto para a menina: Lurdes era um bebê bonito. * * * Como é o nome do
seu bebê: Cassilda ou Jeni? *** Então, é menina esse seu lindo bebê?
Se usarmos o diminutivo, teremos sempre bebezinho (e nunc a
"bebezinha").
Certa feita, uma grande fábrica de brinquedos nacional lançou uma
boneca e lhe deu o nome de "Bebezinha".
Já nasceu com uma estrela ruim!...
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
plural de meia-noite
É meias-noites, assim como o plura l de meio-fio é meios-fios.
O apresentador de um famoso telejorna l disse, certa vez: Sexta-feira
13: um dia de vinte e cinco horas e duas "meia-noites" marca o fim do
horário de verão.
Quando se fal a em sexta-feira , 13, e ainda em meia-noite, só pode
mesmo haver turbulências.
judaico = judeu?
Não. Judaico se aplica às coisas judias: religião judaica, literatura
judaica, história judaica, arte judaica.
Judeu, de feminino judia, se aplica a pessoas: governo judeu, cidadão
judeu, estudante judeu, mulher judia.
Recentemente, uma repórte r de televisão falou em "tanque judeu" .
Ou seja, o que ela quer é guerr a mesmo...
lâmpada "florescente"
Não existe este tipo de lâmpada. O que temos à disposição é a lâmpada
fluorescente, a que muitos também chamam "fosforescente" , sem sê-lo.
Petrobras
Sem acento gráfico, porque as siglas não necessitam dele: Petrobras,
Telebras, Radiobras, Eletrobras, Proalcool, Sesi, etc. Alguma s empresas
contrariam essa norma e usam o acento. Desnecessariamente .
como "sendo"
Não existe esta combinação em nossa língua, na qual "sendo" apare -
ce sem nenhuma necessidade.
Frases de jornalistas: Os invasores alemães derrotaram o glorioso
exército francês, considerado "como sendo" o mais forte do mundo. ***
Todas as pesquisas de opinião indicavam Ciro Gomes "como sendo" o
adversário mais difícil na campanha. *** Eu vejo o fato "como sendo" importante
para o país. *** Roberta foi criada "como sendo "uma das filhas
de Vilma. *** A vítima foi identificada "como sendo" um mascate conhecido
na região. *** A foto da cobra exibida "como senão" uma jibóia é,
na verdade, uma salamanta-do-sudeste. *** Não são poucos aqueles que
encaram a cegueira "como sendo" uma condição limitadora, ou mesmo
incapacitadora.
Sendo tão ruins assim, como lê-los?
chamar-se
É pronomina l (ter por nome): Eu me chamo Luís, ela se chama Beatriz,
nós nos chamamos Manuel.
Há um famoso, antigo e já cansado animador de televisão que só pergNu
nta: Como você "chama"?
N NÃO ERRE MAIS! 1 173
pé de "jabuticabeira"
Jabuticaba , morment e a cultivar sabará, é uma frut a muito gostosa,
principalment e quando saboreada no pomar. Ao pé de jabuticaba . Ou,
então, à jabuticabeira . Já ao pé da "jabuticabeira" , a frut a me parece
meio azeda...
Os quintais saudáveis costumam ter pé de manga, pé de abacate, pé
de laranja, etc. Ou, então, mangueira, abacateiro, laranjeira, etc. Quem
tem pé de "mangueira", pé de "abacateiro" ou pé de "laranjeira", que não
dê muda s pra ninguém!...
Esse menino é o pai, cuspido e escarrado1
.
Esta é a frase popular, mas a original é outra: esculpido e encarnado.
O povo, contudo, que nada ou pouco entende de escultura e encarna -
ção, mudou a expressão a seu bel-prazer, par a cuspido e escarrado, que
até acabou vingando. Há os mais corajosos que dizem "guspido e escarrado"
. Os radicais, todavia, preferem "guspido e cagado" , o que complica
muito o quadro.
Não faz muito, ouvi uma maldade: Quando criança, essa menina era
a tia, "cuspida e escarrada"; agora é o tio "guspida e cagada".
Percebeu a maldade, caro leitor?
Ao longo da vida, a par de "guspido e cagado" tenho ouvido muita s
outras pérolas, entre as quais atestado de "órbita"(em vez de atestado de
óbito); poço "cartesiano" (em vez de poço artesiano); antena "paranóica"
(em lugar de antena parabólica); "assustar" o cheque (em vez de sustar
o cheque); aos "troncos" e "barroncos" (em vez de aos trancos e barran -
cos); bebê de "trombeta" (em vez de bebê de proveta); ficar em estado de
"cômoda" (em vez de ficar em estado de coma); professor "jipe" (em vez
de professor hippie); levar a filha ao "pediatra", para ver o que tem no pé
(em vez de levar afilha ao ortopedista); estar com "a pênis estuporada"
(em vez de estar com o apêndice supurado); a situação está "periquitante"
(em vez de periclitante), dos males, o "melhor" (em vez de dos males, o
menor) e ainda há pouco, de um presidente da câmara: A esperança é a
única que morre.
A última foi esta, dia desses: Ela me ofendeu com palavras de baixo
"escalão ".
acne
Ninguém duvida de que essa palavra é feminina: a acne, as acnes,
uma acne, umas acnes, duas acnes. Todo adolescente sabe quanto incomodam,
física e espiritualmente , as acnes.
Na Folha de S. Paulo, todavia, uma leitora quer saber o que é exata -
ment e acne. Um professor da Faculdade de Medicina da USP responde:
"O"acne é uma enfermidade cutânea do folículo "pilo-sebáceo"freqüente
na adolescência, podendo ocorrer também em outras faixas etárias. "O"
acne vulgar tem um componente genético muito importante.
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
É preocupante ver um catedrático da mais conceituada universidade
do paísusar "o"acne e "pilo-sebáceo", quando o mundo só conhece a acne
e pilossebáceo.
Velocidade máxima: "80 KM"
É impressionante o número de equívocos encontrados nas placas de
nossas rodovias, sinal de profundo desrespeito não só ao motorista, como
também à língua. Com que autoridade um órgão pode exigir obediência,
se não tem respeito a coisa nenhuma?
Os símbolos das unidades de medida nunca se escrevem com maiúsculas.
E limites de velocidade se indicam assim: km/h, e não apenas"km" .
Portanto, velocidade máxima: 80km/h. (Note: sem espaço.)
Encontram-se muitos avisos sem autoridade nas rodovias brasileiras.
Mas pedágios há aos montões. E como sabem cobrar!
que nem
Só se usa corretamente quando há indício de idéia consecutiva na
segunda oração. Assim, por exemplo: Fiquei vermelho que nem pimentão.
= Fiquei vermelho que nem pimentão é tão vermelho. *** Vim rápido que
nem um foguete. = Vim rápido que nem um foguete viria tão rápido. * * *
0 ministro ria que nem hiena. = O ministro ria que nem hiena ria tanto.
Não havendo essa idéia na segunda oração (que geralmente é elíptica),
usar-se-á como, ou, então, igual a e até feito: Não seja como (ou igual
a ou feito) seus amigos: preguiçoso. * * * Minha namorada é como (ou igual
a ou feito) gasolina: cara, mas pega fogo por qualquer coisinha!
Certa vez, fez-se um anúncio assim: Oferta da Fotoptica é "que nem"
missa. Todo domingo tem.
A frase verdadeiramente cristã seria esta: Oferta da Fotoptica é como
missa: todo domingo tem.
O uso do dois-pontos, no lugar do ponto, nessa frase, além de significativo,
é obrigatório.
Anúncios há que são uma verdadeira contrapropaganda.
férias
É palavra só usada no plural, que exige todos os determinantes e
modificadores também nesse número: férias escolares, boas férias, férias
coletivas, férias anuais, férias remuneradas, etc.
Recentemente, perguntaram a uma ex-governadora nordestina, que
então postulava a sua candidatura à presidência da República, mas se
encontrava em recesso com os jornalistas: Como estão suas férias? A resposta
veio capenga: "'Tá boa minha férias".
1 176 NÃO ERRE MAIS!
O pessoal "gostam" da Playboy
Se o sujeito está no singular, como pode o verbo ir ao plural? Ah, o
pessoal gosta da Playboy? E da língua? Da língua o pessoal não gosta?
A turma "gostaram" do jogo
E da língua? Da língua, a turma não gostai
O casal de médicos "abandonaram" o paciente em coma
E a língua? A língua, o casal de médicos também abandonou em
coma?
Esta saiu num de nossos principais jornais: O casal de escritores
Jorge Amado e Zélia Gattai "são" também convidados especiais do
presidente.
O casal "são"V. A turma não "gostaram"...
um "quebra-cabeças"
Em nossa língua existem inúmeros substantivos que terminam em
-s e pertencem ao número singular. Ex.: lápis, pires, tênis, conta-gotas,
pára-raios, conta-giros, etc. Por causa deles, muita gente confunde alhos
com bugalhos e usa "quebra-cabeças"no singular. Gente assim, naturalmente,
também gosta de "um chopes"e de "um pasteizinho"...
Numa folha paulistana: Os novos dados são mais uma peça no "quebra-cabeças"
do nosso entendimento dos processos celulares e moleculares
associados ao envelhecimento.
Um jornalista esportivo que, em certa época, enveredou por escrever
páginas na Playboy, escreveu: Andréa Guerra resume num corpo só as
fantasias dos leitores que construíram o delicioso "quebra-cabeças "para
formar a mulher ideal.
A moça, de fato, era um exemplo de formosura, mas o tal redator cometeu
um furo tão infantil, que passou então a ser conhecido por Zezinho
Kfuro.
um "guarda-roupas"
Isto não existe. O que temos em casa (e nos bons dicionários) é um
guarda-rowpa.
O que não existe, porém, consta muitas vezes em dicionários, alguns
até aprovados oficialmente e distribuídos às nossas crianças. Um deles
define gaveteiro desta forma: parte do "guarda-roupas " onde se encaixam
as gavetas.
Talvez estribado nessa definição, declarou recentemente um estilista
sem freio na língua, num programa de televisão: Dizem que Adriane
Galisteu tem "um guarda-roupas" de 35 metros quadrados. Pra guardar
aquela porcaria?
O homem é corajoso!
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
"repercutir" os vestiários dos dois times
Os jornalistas esportivos estão inventando mais uma das suas. Agora,
deram de usar o verbo repercutir como transitivo direto. A invenção,
como se vê, já está repercutindo.
Mas não são apenas os jornalistas esportivos os detentores de todas
as maravilhas do mundo. Não. Veja esta notícia lida na Internet: Os investidores
passaram o dia "repercutindo" a pesquisa eleitoral do Ibope
divulgada ontem.
Escreve um jornalista carioca sediado em Brasília: Congresso ainda
"repercute" a nomeação de Garotinho para secretário de Segurança do
Rio de Janeiro. A situação é delicada!
Ora, se não é...
No site de um jornal: O mercado "repercute"o discurso anual do presidente
dos Estados Unidos: o dólar iniciou o dia cotado a R$3,678.
Na Veja 1.907: Os linkers usam seu blog para "repercutir" as informações
que veiculam na imprensa.
Jornalista de revista séria não pode usar esse verbo assim.
Uma das apresentadoras de um telejornal saiu-se com esta: O mercado
"repercute"hoje a alta da taxa Selic, decidida ontem pelo Copom.
O mal se propaga mesmo com grande facilidade.
Nem mesmo o dicionário do entulho, que traz "tira-teima", "todo
mundo" e até o verbo sobressair como pronominal, registra repercutir
nesse sentido.
Como se vê, o caso é grave mesmo...
carros "cinzas"
Cinza é uma daquelas palavras que, ao serem usadas como adjetivo,
na indicação da cor, não variam. Portanto: carros cinza, ternos cinza, camisas
cinza.
Num jornal: As revelações de que o general Geisel defendeu a morte
dos militantes de esquerda na guerra suja, não deslustra sua biografia,
mas servem para atenuar com tons "cinzas", uma reputação de herói da
democracia.
Como também se notou, os conhecimentos do jornalista sobre o emprego
da vírgula são cinza...
comemorativo "a"
Comemorativo se usa com de, sempre com de: Foi inaugurado na praça
um monumento comemorativo do I de Maio. * * * Foi feita uma placa
comemorativa do centenário de fundação da empresa.
N NÃO ERRE MAIS! 1 177
Pois bem, um narrador de esportes da Rede Record de Televisão, durante
a transmissão de um jogo no Maracanã, convidava-nos a todo instante
para o show comemorativo "aos"50 anos da Record.
Essa gente do esporte é incrível! Emociona. Mas também comove...
pigarro
Quem fuma , geralmente, tem isso: pigarro, que, aliás, rima com cigarro.
Algumas pessoas usam "pigarra", coisa que só afeta galináceos. Há,
ainda, os mais corajosos que dizem: Estou com "pigarra na garganta".
Primeiro, o correto é pigarro; segundo, pigarro só dá mesmo na garganta.
Ou já se viu alguém com pigarro no nariz? A frase foi ouvida de uma personagem
de telenovela, o que talvez não admire a ninguém.
atuação de "raros" brilho e vigor
Um adjetivo ou um pronome adjetivo anteposto, quando modifica
dois ou mais substantivos, concorda sempre com o elemento mais próximo.
Portanto: atuação de raro brilho e vigor; o eficiente assessor e secretárias;
a eficiente assessora e secretários; seu marido e filhos; sua mulher
e filhos; qualquer dia e mês; quaisquer dias e mês; distinta senhora e marido;
distinto marido e senhora.
Num jornal: O mercado imobiliário tem "menores" liquidez e rentabilidade
do que muitas outras aplicações.
Num editorial de jornal: O empresário fechou o ano com um protesto
de "raras "felicidade e oportunidade.
Noutro editorial, do mesmo jornal: O governador do Paraná, Roberto
Requião, parece estar fazendo o que está a seu alcance para repetir
no governo Lula o papel desempenhado na gestão Fernando Henrique
pelo ex-governador de Minas Itamar Franco. A bem da verdade, ele se
tem empenhado nisso com "tais" talento e devoção que pode criar mais
problemas ao presidente aliado do que seu modelo criou para o principal
alvo de sua ira cega e devastadora.
No dicionário do entulho, no verbete moralismo se vê na definição
de falso moralismo: comportamento, atitude que denota "falsas"adesão
e defesa de um valor moral qualquer. Nele, todavia, tudo é perfeitamente
normal...
hoje é dois de maio
Do ponto de vista gramatical, a frase merece reparos quanto à concordância
verbal, já que o verbo ser deve concordar com o numerai. A
língua cotidiana, no entanto, vê hoje como sujeito da oração, ou - mais
provável - vê oculta a idéia de dia e, assim, não leva o verbo ao plural.
Numa linguagem formal, use o plural; no dia-a-dia, opte pelo que o
povo usa.
Já na interrogação, melhor será usar o plural: Quantos são hoje?,
Quantos foram ontem?, Quantos serão amanhã?, assim como fazemos
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
quando desejamos saber as horas: Que horas são? (Embora possa ser uma
hora.) Nunca ouvi ninguém perguntar "Que hora é?", mesmo porque, se
ouvir, não vou dar resposta...
Que horas "tem aí"?
Não. Não vá pelas invenções. Continue perguntando como se fez em
todos os tempos: Que horas são?
ele é tal "qual" os irmãos
Tal e qual são palavras que concordam com o nome a que se referem.
Se tal, nessa frase, se refere a rapaz, naturalment e não varia; mas qual
está diretamente ligado a irmãos; daí a necessidade do emprego do plural:
Ele é tal quais os irmãos.
Repare em mais estes exemplos: Esses rapazes são tais qual seu irmão.
*** Esses rapazes são tais quais seus irmãos. *** Sou tal quais essas
crianças. * * * Essas crianças são tais qual eu.
Daí ser realmente uma pena termos de cantar assim, naquela canção
que os brasileiros todos conhecemos: Teus olhos são duas gotas pequeninas,
"qual" duas pedras preciosas, que brilham mais que o luar.
Ficaria bem melhor, sem nenhum prejuízo da beleza da canção, que
estivesse quais no lugar de "qual". E, assim, com certeza, os nossos olhos
iriam brilhar muito mais que o luar...
Eis como escrevem nossos jornalistas: Muita gente tem saudade dos
tempos em que o leite vinha em litros em vez de saquinhos. Agora o leite
tipo A recuperou as garrafinhas, em embalagens plásticas descartáveis,
"tal"como as utilizadas nos EUA e na Europa. *** Os travestis, com os corpos
tratados "tal qual"as mulheres, tomaram de assalto a grande cidade.
Alguns escritores modernos não variam os pronomes, considerando
tal qual = como. Achar não ofende... O que mais intriga é que os grandes
escritores, tanto brasileiros quanto portugueses, nunca acharam...
problema difícil de "se" resolver
Não há nenhuma necessidade de usar esse "se": depois de difícil de,
fácil de, duro de, gostoso de, bom de, ruim de, agradável de, etc., a presença
desse pronome é dispensável. Portanto, use sempre assim: problema
difícil de resolver, questão fácil de contornar, osso duro de roer, automóvel
gostoso de dirigir, água boa de beber, remédio ruim de tomar, trabalho
agradável de fazer.
Escreve um leitor da revista ISTOÉ, misturando erro e ironia: Algumas
pessoas questionam se Portugal e o Brasil são países amigos ou
países irmãos. Particularmente, acredito que somos nações irmãs. E o
motivo é fácil de "se"perceber: amigos, a gente escolhe...
Certa vez, a Eletropaulo, empresa energética de São Paulo, fez publicidade
assim: A energia que você usa é muito difícil de "se" obter.
1 179 NÃO ERRE MAIS!
Puro desperdício.
Desperdício, porém, é coisa pouca, quando se apanha um dicionarista
em flagrante usando a impropriedade. Está lá, no verbete latim (que
ironia!): difícil de "se"entender. Difícil mesmo...
problemas fáceis de "resolverem"
Neste caso (adjetivo no plural + a preposição de), além de prescindir
do pronome se, a construção exige infinitivo invariável. Portanto: problemas
fáceis de resolver, mudanças difíceis de fazer; frutos fáceis de madurar;
plantas duras de desenvolver; pessoas fáceis de convencer, etc.
Um famoso político baiano declarou certa feita: Quando os princípios
são os mesmos, as coisas são mais fáceis de "acontecerem".
No Brasil, coisas assim e até muito mais cabeludas são muito fáceis
de acontecer.
gravidez
Usa-se no plural, normalmente: Minha mulher teve duas gravidezes
muito difíceis. *** O tratamento que minha mulher fez a tornou sujeita a
gravidezes múltiplas. * * * Depois de passar por quatro gravidezes problemáticas,
ela resolveu fazer laqueação.
Certa vez, em visita a uma escola do Recife, uma professora de Português
disse, na sala dos professores, deixando seus colegas de olhos arregalados
(mas sem motivo): Nas minhas duas gravidezes, sofri como condenada!
Aliás, professor está acostumado a sofrer como condenado, sem necessariamente
passar por gravidezes...
alarde
Faz-se alarde sempre de alguma coisa. No editorial de uma revista,
porém, leu-se: Muito alarde se fez "com" o fato de o presidente ter sido
recebido com vaias no congresso da CUT.
Vaias? Que boa idéia!...
obedeça à sinalização!
Era assim que deveria estar nas as placas das nossas rodovias. No
entanto, o que vemos é o a sem o acento em todas as placas.
Quem obedece, obedece a alguém ou a alguma coisa. O verbo é rigorosamente
transitivo indireto, assim como o antônimo desobedecer. Veja
exemplos em que ambos os verbos estão empregados corretamente: Obedeça
aos mais velhos! *** Obedeçamos ao regulamento! *** As leis estão
assim, mas poucos lhes obedecem. *** Desobedeceu ao professor e foi
castigado. *** Quem desobedece às regras de trânsito é multado.
Os clássicos usaram este verbo como transitivo direto, e alguns de
nossos escritores contemporâneos os imitaram, talvez na ânsia de a eles
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
se parecerem. A verdade é que na norma culta, que deve ser seguida pelos
meios de comunicação de massa (e também pelos escritores de respeito),
o verbo é transitivo indireto.
Para alguns jornalistas, a regência do verbo, porém, ainda é aquela
do tempo do Onça. Num jornal: Bagdá começou a destruição de seus mísseis,
"obedecendo um"prazo estipulado pela ONU.
Numa revista: Quem pensa que malhar é vestir bermuda, top e camiseta,
ouvir as instruções do treinador e esfalfar-se para "obedecê-las"está
enganado.
Enganado está mesmo quem?!...
Certa feita, uma fábrica de refrigerantes lançou propaganda nacional,
usando esta frase imperativa: Obedeça sua sede.
Pessoas de bom-senso, naturalmente, não obedeceram à sugestão.
"ha!, ha!, ha!"
Gargalhada se representa graficamente de outra forma: ah!, ah!, ah!,
e não "ha!, ha!, ha!", como fazem certos jornalistas. Podemos empregar,
ainda, quá-quá-quá!, que é justamente o que muitos deles nos provocam
diariamente.
"à" esta altura dos acontecimentos...
A esta altura dos acontecimentos, podemos dizer que nada vai bem
no quartel de Abrantes...
Antes do pronome demonstrativo esta não se usa o acento grave, porque
não pode haver crase. Mas os jornalistas do quartel de Abrantes continuam
usando-o.
o valor dos aluguéis "caíram" em São Paulo
Frase ouvida num famoso telejornal nacional. Trata-se de um erro de
concordância muito comum, principalmente entre os que não têm noção
de análise sintática, que não têm noção da estrutura da própria língua
que falam.
Se o núcleo do sujeito {valor) está no singular, o verbo tem de estar
no singular; não importa que o adjunto (dos aluguéis) esteja no plural,
porque os adjuntos não interferem na concordância verbal.
Por isso, o que todos deveríamos ter ouvido (até por sinal de respeito)
seria esta frase: O valor dos aluguéis caiu em São Paulo.
Eis outra demonstração de desrespeito de outro telejornal: A organização
dos Jogos Olímpicos "foram"um desastre!
Falar em desastre a esta altura não é mera coincidência.
N NÃO ERRE MAIS! 1 181
Roraima fica "ao" norte do Brasil?
Não. Roraima fica no Norte do Brasil. Da mesma forma: A colônia
alemã está concentrada no Sul do Brasil. * * * A menor incidência de chuvas
ocorre no Nordeste brasileiro.
Agora, repare nestoutros exemplos: O Uruguai é um país que fica a
(ou ao) sul do Brasil. * * * A Venezuela é um país localizado a (ou ao) norte
do Brasil.
Ninguém mais duvida que o Uruguai fica ao sul do Brasil: afinal, a
Província Cisplatina já não nos pertence faz algum tempo. É certo, da
mesma forma, que a Venezuela é um país localizado ao norte do Brasil: se
estivesse situada no Norte do Brasil, teríamos petróleo em abundância, e
não pagaríamos tão caro por uma gasolina ordinária como a nossa.
Numa enciclopédia distribuída pela Folha de S. Paulo, no verbete Ribeirão
Preto se lê: Cidade localizada "ao"norte do Estado de São Paulo.
Ora, ao norte do Estado de São Paulo fica Minas Gerais!
emprestar
Quem cede empresta: Emprestei um livro a ela. *** Ela emprestou a
caneta a uma colega.
Quem se beneficia do empréstimo pede ou toma emprestado: Tomei
emprestado o carro dele. *** Pedi emprestada a tesoura. *** Tomei mil
reais emprestados a Sigismundo.
Numa revista: O horizonte "a" longo prazo é turbulento para as
empresas que "emprestaram" dinheiro para voar. Quer dizer, então,
que as quase falidas companhia s de aviação nacionais estão emprestando
dinheiro?
Note, ainda, que se usou "a"longo prazo.
bater "palma"
Bater palmas é mais gratificante. Há apresentadores de televisão que
pedem uma salva de "palma"para seus convidados. Por que não pedem
também uma rajada de "tiro"? Não há diferença nenhuma...
"Possa" ser que amanhã eu viaje
"Possa"ser é uma expressão corrente em certas regiões nordestinas,
principalmente da Bahia, onde é comum ouvirmos: "Possa"ser que amanhã
faça sol. *** "Possa"ser que eu vote nesse candidato.
Na deliciosa e simpática Salvador pode ser que haj a muitos brincalhões.
Pode ser...
Bem ou "má", a legislação existe
Não. O antônimo de bom é mau\ o de bem é mal. Assim, não se leva
em conta o gênero de legislação, porque não se tem aí um adjetivo, mas
um advérbio (bom é adjetivo; bem é advérbio). Bem ou mal, a explicação
está dada.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
A frase acima foi ouvida na televisão, num desses inúmeros programas
de entrevista, em que saem mais "largatos" que lagartos...
Há pessoas que sentem enorme dificuldade no uso de mau ou má e
mal. Um ex-jogador de futebol, tricampeão do mundo, comenta agora
pela televisão: A defesa do Palmeiras está "má"posicionada. *** Eu já
falei sobre o "má"posicionamento dessa defesa. De vez em quando, solta
lá seu "dibrar" e seus "dibres".
Bola e língua são, positivamente, coisas incompatíveis.
"mais diferente do que"
Isto é brincadeira, mas já aconteceu! Um grande zagueiro do nosso
futebol, titular da seleção brasileira em 1978 e 1982, declarou: Jogo decisivo
é "mais diferente do que" os outros.
Ora, o que é diferente, é diferente. Basta. Pra que "mais"? E "diferente
do que"é linguagem de criancinha.
Bola e língua nunca se deram bem, já é tradição.
"os" 0,5% de juros da caderneta de poupança
Se nem mesmo 1 é plural, que se dirá, então, de meio?
Para alguns jornalistas, no entanto, 1 é plural (e muito plural!). Repare
nas suas frases: O ganho real do aplicador em caderneta de poupança
está restrito apenas "aos"0,5%. *** Só 1,5% "tinham"algum nome de
candidato na cabeça. *** Analisou "os seus "um por cento de intenções
de voto. Ainda bem que "existem estes" um por cento de teimosos. ***
Saiu da eleição com "escassos" 1% dos votos. *** O Brasil é um dos países
onde menos se toma sorvete: 1,5 "litros"por habitante ao ano. ***
Em Brasília falta tudo: moradia, emprego, transporte, assistência médica,
segurança pública e até água para abastecer regularmente "seus" 1,7
milhão de habitantes.
Não é só em Brasília que falta tudo; em certas redações anda faltando
também muita coisa.
EM TEMPO - Podemos ler 0,5 de duas formas, indiferentemente: meio ou
cinco décimos: O meio por cento (ou Os cinco décimos) de juros da caderneta
de poupança.
ela não quis "vim"
Na verdade, vim é forma do passado (vim ontem aqui); fora daí, não
tem cabimento seu emprego. Parece-me, todavia, que essa forma corrupta
só é usada mesmo na fala, em conversa informal. Mas, mesmo na fala,
não se admite o seu emprego nos meios de comunicação de massa. Há um
comentarista de futebol, ex-jogador, que jogou em Roma e lá foi considerado
rei, que usa muito "vim" após outro verbo ou depois de preposição.
Nesse caso, é imperdoável.
Veja exemplos em que só cabe o infinitivo vir: Você não deve vir com
essa roupa tão decotada. *** Ontem eu não pude vir. *** Para vir aqui,
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 183
não foi fácil. * * * Antes de vir a Bajé, estive em Lajes. *** Em vez de vir
com Jeni, vim com Juçara. * * * Depois de vir falar comigo, ela foi falar
com Lurdes.
Repare que, se trocarmos o verbo vir por ir, teremos sempre: Por
que ela não quis ir? *** Ontem eu não pude ir. *** Para ir até lá não
foi fácil.
Alguém usaria "im"no lugar de ir?
super-interessante
Não: superinteressante. É assim que se escreve. O prefixo super- só
exige hífen antes de h (super-homem) e r (super-rápido).
Há uma ótima revista nacional com este nome. Repare, porém, como
está na capa. Não é superinteressante? Mas não é superinteressante.
hiper- = super-?
Sim, são prefixos que exigem hífen antes das mesmas letras (h e r:
hiper-humano, hiper-rancoroso) e têm o mesmo significado: hiper- vem
do grego; super-, do latim.
Há, no entanto, uma tendência moderna de conferir a hiper- uma noção
de superioridade, em relação a super-. Assim, um hipermercado seria
um supermercado gigante, com muito mais ofertas de mercadorias que o
supermercado.
Apesar de não ter nenhum fundamento lingüístico, tal diferenciação
está se consolidando.
"Daqui um" pouquinho estaremos de volta
Frase típica de apresentador de programa de televisão, antes de um
intervalo comercial.
Ora, não se usa daqui sem o apoio da preposição a: daqui a um pouquinho
estaremos de volta, daqui a um pouco eu vou, daqui a três minutos
começa a aula, daqui a um minuto estaremos de retorno.
Frase de um jornalista: Cientistas fazem simulação de como seria o
mundo "daqui milhões"de anos sem a existência dos seres humanos.
Pior foi o que disse um apresentador de esportes de famosa rede de
televisão: O jogo "terminou daqui um pouquinho".
Daqui "em" Criciúma é longe!
Quando se usa a preposição de (presente em daqui), usa-se automaticamente
a preposição correspondente, que é a, e não "em": Daqui à praia
são duas quadras. *** Você sabe qual é a distância exata daqui à Lua?
Mais triste do que usar daqui "em"é empregar daqui "há", como se
viu no site do Terra: O carro da Volkswagen deve parar de ser produzido
no país daqui "há"alguns anos.
Daqui a alguns anos, essa gente ainda vai acabar escrever xalxixa...
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
ovos "estalados"
Mais saborosos são os ovos estrelados, isto é, ovos fritos sem serem
mexidos. Não faltam boas cozinheiras que nos estrelem ovos. Então, por
que engolir os outros?
O povo usa "estalado", neste caso, por ouvir estalos, assim que os
ovos caem no óleo quente da frigideira.
Certa vez se leu num grande jornal paulistano: Esperando ovos "estalados",
os jogadores do São Paulo eram a imagem do desânimo.
Também, pudera!
"blá-blá-bló"
Há muita gente que gosta disso (até dicionarista). Há quem prefira
blablablás: é menos aborrecido.
Somos obrigado, aqui, a voltar aos dois dicionários mais conhecidos
do público brasileiro: um deles registra blablablá corretamente, e o outro
(aquele) já vem com registro duplo: blablablá e"blá-blá-blá" .
Repare, agora, caro leitor, que grande curiosidade: o primeiro dicionário
registra, no verbete anterior, blá-blá (prato da culinária de São
Tomé e Príncipe), e o segundo, blablá. Afinal, qual é o verdadeiro blá?...
Talvez por causa dessa balbúrdia é que os jornalistas se confundem
e escrevem: Para o ex-ministro da Justiça, o encontro de presidenciáveis
não passou de um "blá-blá-blá "de comadres.
A imprensa brasileira e certos dicionários estão na verdade mais
para quá-quá-quá que para blablablás.
aborígine
Muitos usam "aborígene", por influência da palavra origem. Existem
até dicionários que registram "aborígene"!
Numa revista: No final do século XVIII, quando o explorador inglês
James Cook (1728-79) ancorou o navio Endeavour na quase desconhecida
Austrália, avistou animais que chamaram a sua atenção. Quando
perguntou aos "aborígenes" que animal era aquele, um deles respondeu:
canguru, que em uma das línguas australianas significa não sei.
Há jornalistas brasileiros que vivem dizendo canguru, canguru...
ficar "no" aguardo de notícias
Será sempre mais esperançoso ficar ao aguardo de notícias, assim
como todos ficamos à espera. Nunca ouvi ninguém ficar "na" espera de
dias melhores.
Um homem verdadeiramente apaixonado, por exemplo, fica sempre
ao aguardo dela, ou seja, à espera do ser amado.
Num jornal: O país está parando "no"aguardo de definições no campo
econômico e político.
Aliás, todos estamos também ao aguardo de concordâncias mais razoáveis.
Por exemplo: campos econômico e político.
N NÃO ERRE MAIS! 1 185
rir "à medida em que" lê
Não existe a suposta locução conjuntiva "à medida em que", tão a
gosto de alguns jornalistas. O que temos é à medida que.
Frases da mídia: Forma e fundo; conjuntura e estrutura; imaginário e
real. Uma nítida diferenciação entre esses planos começa a evidenciar-se
"à medida em que"evolui o plano do governo. *** Os dentes contribuem
com a digestão "à medida em que" vão quebrando os alimentos em partes
cada vez menores. *** "A medida em que"vai aumentando os cargos
para o pessoal de São Paulo, maior será a responsabilidade de todos eles
na administração da CBF.
Nesta última, há também um elementar erro de concordância verbal:
"vai" por vão. Há jornalistas que escrevem assim. E querem ser formadores
de opinião!
Por falar em concordância verbal, eis uma notícia de jornal: Ronaldo
e a modelo se falaram por telefone e as chances de uma possível reconciliação
não "estaria" totalmente descartada. Ainda sobre concordância
verbal, eis o que trouxe um jornal especializado em esportes: Os jogadores
do Palmeiras não "terá" o convívio de suas famílias a partir "desta
segunda-feira". Afinal, o técnico Paulo Bonamigo antecipou em um dia
a concentração para o clássico. Ainda sobre concordância verbal, na melhor
revista do Brasil: Na semana passada, as exportações de petróleo
venezuelanas estavam paradas nos portos e "começava"a faltar produtos
básicos nos supermercados.
Em certos jornais, até que já se compreende a ignorância dos jornalistas
sobre os assuntos mais comezinhos da nossa gramática, mas na
pena de um jornalista de respeito e numa revista séria, trata-se de um
erro inadmissível.
Certa vez perguntaram a um astrônomo e geofísico da USP por que
os planetas eram redondos. A resposta: Os planetas são redondos devido
ao fato de esta ser a forma mais estável. "A medida em que" crescem, a
partir de uma nuvem, adquirem essa forma, capaz de distribuir a matéria
em todas as direções.
Agora todos entendemos melhor por que é que certos astrônomos
preferem viver na Lua...
"octagésimo" lugar
Poucos jornalistas conhecem os numerais ordinais, depois de trigésimo.
Até aí eles até que vão bem. Chegando a quarenta, já começam a titubear.
Que se dirá, então de cinqüenta, sessenta, setenta, oitenta e noventa?
Não sai nada mesmo. Aliás, sai: asneira.
Vamos aprender juntos: o numerai ordinal correspondente a quarenta
é quadragésimo; a cinqüenta é qüinguagésimo (note: o u soa); a sessenta
é sexagésimo\ a setenta é setuagésimo (note: sem o p, apesar de certos
dicionários); a oitenta é octogésimo; e a noventa, nonagésimo.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Repórteres policiais, ao se referirem ao 72.° distrito, preferem dizer
"setenta e dois distrito" a dizer setuagésimo segundo distrito.
zero-quilômetro
Variam ambos os elementos de um substantivo composto formado
por dois substantivos. Esta é a regra mais simples da formação do plural
dos nomes compostos. Ora, se zero e quilômetro são substantivos, o plural
de zero-quilômetro não pode deixar de ser zeros-quilômetros. Portanto:
um zero-quilômetro, dois zeros-quilômetros.
Se fizermos desse composto um adjetivo, equivalente de novo, saído
de fábrica, ele variará normalmente: um carro zero-quilômetro, dois carros
zeros-quilômetros.
Há os que se espantam. Esquecem-se de que lógica e língua são coisas
que não se misturam. Se se misturassem, jamais teríamos esta concordância:
Mais de um passageiro morreu. Ou esta: Menos de dois passageiros
morreram.
A língua não se guia pela lógica; a língua se norteia por normas sintáticas.
Como poucos têm consciência disso, espantam-se com o plural de
zero-quilômetro. Compreende-se.
Os jornalistas escrevem "os zero-quilômetro", "carros zero-quilômetro".
Normal. Veja: "Os zero-quilômetro "pagam 35% de imposto de importação,
fora outros tributos, como o IPI. *** "Mosca branca" entre os
"zero-quilômetro", o carro a álcool também sumiu das lojas de usados.
Como se vê, encontrar jornalista que escreva corretamente é mesmo
uma mosca-branca...
A maioria dos homens ficou nervosa
Nesta frase, correta, mais uma prova de que lógica e língua não se
misturam.
Numa frase em que entra a maioria de + complemento no plural, o
verbo concorda com o núcleo do sujeito (maioria) ou, excepcionalmente,
com esse complemento. Portanto, temos duas concordâncias corretas: a
que vimos acima, gramatical, e a lógica, que é A maioria dos homens ficaram
nervosos.
O mesmo se dá com grande parte de, boa parte de, bom número de,
metade de, etc., chamados coletivos partitivos.
meio-dia e "meio"
Aliás, meio-dia e meia (hora). Ora, se todos dizemos uma e meia,
duas e meia, três e meia, etc., porque, então, meio-dia e "meio"? Como se
viu, há subentendimento da palavra hora, neste caso: uma e meia (hora),
duas e meia (hora), meio-dia e meia (hora).
Nossa, já "são" meia-noite?!
Para evitar o sobrenatural, convém ter mais cuidado: o verbo não
tem por que, aqui, ir ao plural, já que meia-noite não pertence a esse número.
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 187
Existem pessoas, no entanto, que dizem: Já "são"meio-dia: preciso ir.
É bom que vá mesmo...
Um candidato a presidência da República, em 2002, derrotado no
segundo turno, declarou horas antes da eleição: "São"meio-dia. Daqui a
vinte horas começa a virada. Virada para quê? Para o sobrenatural?
A antiga e excelente Rádio Jornal do Brasil certa vez teve um locutor
- talvez acossado pelo sobrenatural - que soltou isto: "São " meia-noite e
quarenta e cinco minutos no Rio de Janeiro.
O sobrenatural, assim como o povo, é muito poderoso!
"São" Salvador
O nome da capital baiana é Salvador. Só. Os baianos a chamam também,
carinhosamente, Cidade do Salvador.
Quem nasce em Salvador é salvadorense ou soteropolitano (adjetivo
preferido na Boa Terra). Quem nunca esteve em Salvador, precisa arrumar
um tempo para conhecê-la. Quem nunca esteve na Cidade do Salvador,
não pode dizer que conhece o Brasil. A capacidade comunicativa do
soteropolitano contagia.
EM TEMPO - Soteropolitano vem de Soterópolis, nome erudito de Salvador;
forma-se do grego Soter = Salvador + polis = cidade. Assim, Soterópolis
= cidade do Salvador. Pronuncia-se sotéro-politano.
todas as vezes "em" que
Expressão equivocada; trata-se de mais uma invenção dos jornalistas,
a exemplo de "à medida em que". Veja como eles a usam, sem pejo
nenhum: Todas as vezes "em"que a televisão mostrou homens e mulheres
nus...
Todas as vezes que leio jornal...
caudal
É palavra masculina: o caudal, um caudal. Portanto: Era extraordinário
o caudal do rio. *** Surgiu um caudal de boatos.
Jornalistas há que imaginam haver algo em comum entre caudal e
cauda. Naturalment e que não há. Mas eles insistem. E escrevem: O PT é
apenas um tributário "da"grande caudal da crise brasileira.
É preciso. É necessário. É bom.
Trata-se de expressões invariáveis. Repare nestas frases: É preciso
muita paciência para lidar com crianças. * * * É necessário atenção redobrada,
ao dirigir veículos à noite. * * * É bom toda a cautela neste caso.
Por que podemos construir assim? Porque, geralmente, há um verbo
subentendido depois do adjetivo. Exemplos: É preciso ter muita paciência
para... *** E necessário manter atenção redobrada... *** E bom usar
toda a cautela...
Repare ainda nestas frases, em que também o adjetivo não varia, por
NÃO ERRE MAIS! 1 89
haver um verbo subentendido: É lindo uma mulher que chora. = É lindo
ver...*** Maçã é ótimo para os dentes. = Comer maçã é... *** Cerveja é
bom para engordar. = Beber cerveja é...
Veja, agora, outros exemplos, par a firmar conhecimento: Énecessário
muitos exercícios para aprender isso. = E necessário fazer... *** É preciso
muitas sessões de psicanálise para ficares bom. = E preciso freqüentares...
*** É bom apenas frutas e legumes no verão. = É bom comer apenas...
*** Era preciso informações exatas. = Era preciso obter... *** Será bom
prudência nesse caso. = Será bom ter... *** Calma, para a saúde, é ótimo!
= Manter a calma, para a...
O egrégio Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, ao confirmar
uma sentença, redigiu: Acertada foi a condenação, pois, como é sabido
e reconhecido pela jurisprudência, castigo corporal através de tapas no
rosto de alunos configura o delito de maus tratos, pois é inadmissível tais
corretivos como atos de disciplina escolar.
Perfeito: é inadmissível adotar tais corretivos...
Repare, agora, nesta fras e de jornalista, que acabou confundind o
alhos com bugalhos: Segundo o presidente da UIA (União da Indústria
Argentina), Héctor Mendez, Furlan é o ministro brasileiro que mais preocupa
os empresários argentinos. Para ele, "é necessário"a adoção de uma
política empresarial entre Brasil e Argentina que seja capaz de corrigir
as assimetrias do Mercosul.
Ou seja: o jornalista aprendeu que não se varia a expressão é necessário
em algumas circunstâncias. O problema é que não soube aplicar
o que aprendeu. Repare, ainda, na falta do necessário artigo antes dos
nomes Brasil e Argentina. Neste assunto, é caso perdido: eles não vão se
emendar mesmo.
maus tratos
É assim que se escreve, ou seja, sem hífen, quando significa tormentos,
torturas. Por exemplo: Homem que maltrata os animais, que inflige maus
tratos a esses seres indefesos, não pode ser com justiça de ser humano.
Só o termo jurídico é que leva hífen, formando um nome composto:
maus-tratos. Neste caso significa crime cometido por aquele que põe em
risco a vida ou a saúde de pessoa que está sob sua autoridade, guarda ou
vigilância.
Os jornalistas desconhecem por completo a diferença.
Título em uma revista: Manual dos "maus-tratos".
Conforme sobejamente visto aqui, são constantes os maus tratos que
eles infligem à língua.
exceder
Este verbo pode ser transitivo direto e também transitivo indireto,
mas neste caso só aceita a preposição a: Beba, mas não exceda os (ou aos)
limites!
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 189
Um antigo dicionário fornece exemplo com a preposição "de". Daí
por que em alguns elevadores se lê (equivocadamente): Capacidade licenciada:
8 pessoas ou 576kg. É proibido exceder "destes" limites, sob pena
de multa imposta pela prefeitura.
Maus exemplos correm muito mais depressa que os bons.
Quantos são duas vezes dois?
É assim que se pergunta . Sendo vezes palavr a feminina , não tem cabimento
pergunta r Quanto é dois vezes dois?, como se ouve comument e
- e com o verbo e pronome interrogativo no singular!
Eis outros exemplos: Aprendi ontem quantos são duzentas vezes um.
*** Quantos são três mais um? *** Nunca soube quantos são trezentas
vezes três.
O número que aparece depois de vezes não varia, porque se toma
como substantivo: duzentas vezes um. O pronome interrogativo quantos,
neste caso, não varia em gênero.
com nós
O uso de com nós é possível, mas somente quando aparecem palavra s
reforçativa s ou apostos. Assim, por exemplo: As crianças vieram com nós
dois. * * * Entramos em conflito com nós mesmos. * * * Queremos estar em
paz com nós mesmos. * * * Quem irá com nós, professores?
Caso contrário, usa-se conosco. Inadmissível é o uso desta forma com
palavra s reforçativas, como se viu, certa feita, numa revista: Férias - tempo
de abertura de nossos campos de encontro "conosco mesmos", com os
familiares, com os outros, com a natureza, com sua imensa riqueza.
derreter
É verbo pronomina l (derreter-se), na acepção de tornar-se líquido: O
gelo se derreteu em poucos minutos. * ** Fora da geladeira, o sorvete logo
se derreteu.
Um dicionário (aquele) registra-o também como intransitivo.
Certa vez, uma fábrica de fogões, no afã de promover seu novo produto,
mandou afixar painéis em toda a cidade com um texto assim, ao lado do
fogão que estava lançando: Uma promessa que não "derrete"com o tempo.
Mais abaixo se podia ler: Esta marca ninguém apaga.
Será?
plural de júnior e de sênior
De júnior, juniores (ô); de sênior, seniores (ô). Hoj e a maioria dos jornalistas
esportivos aprendeu: eles já dizem direitinho: juniôres, seniores,
mas no início só se ouvia"júniors","sêniors" .
Uma emissora de televisão de São Paulo resolveu promover, certa
vez, um campeonato mundia l de futebol, do qual participariam veteranos
de todo o mundo. Ao darem nome à competição, lambuzaram-se : campeonato
mundial de "sêniors".
N NÃO ERRE MAIS!
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déficit / superávit
Trata-se de duas formas oficiais. A nosso ver, equivocadas. Latinismos
não devem ser acentuados. Os portugueses usam défice e superávite,
formas muito mais "inteligentes".
Não se confunda este caso com o de álibi (com acento). Déficit e superávit
têm terminação incompatível com a índole da língua portuguesa.
Não há palavra em português que termine em -t.
O Vocabulário Oficial, todavia, houve por bem abalizar acentos tanto
em déficit e superávit quanto em hábitat, imitando o espanhol. Como
consideramos que coerência ainda é virtude, preferimos usar, então, em
vez de imitações, as palavras latinas puras: déficit, superávit, habitat.
Nossa preferência, contudo - é preciso deixar bem claro - é pelas formas
défice, superávite e habita, que um dia, sem dúvida, haverão de ser oficiais.
telentrega
É assim que se escreve esta palavra, dè uso recente. Há os que escrevem
"tele-entrega". Convém dizer que tele- é um elemento prefixo-radical
e, como tal, não pode ligar-se a outra palavra mediante hífen. Confira:
telecomando, telecomunicação, teleobjetiva, telerrecado, telerresposta,
telerromance, telessena, etc. Todas essas palavras são pronunciadas com
o primeiro e aberto: té.
Não faz muito tempo, a TV Cultura anunciou um "tele-romance".
Como é mesmo o nome da emissora?...
por cada
Não é importante, mas convém fazer uma ressalva. Às vezes não há
como fugir a esta cacofonia, mas há outras em que ela é perfeitament e
evitável, com a simples omissão da palavra cada. Como nestas frases colhidas
em jornal: Convênio prevê que Prefeitura de SP pagará ao Estado
R$38,14 "por cada"multa aplicada. *** Segundo norma da Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel), ao fim do prazo as operadoras
terão de depositar R$ 50,00 " por cada" cliente que não tenha feito o
cadastro.
No site da Abrelivros, entidade que congrega a maioria dos editores
brasileiros: O governo brasileiro paga menos do que uma revista Caras
"por cada"livro adquirido para distribuição nas escolas.
Não é importante, mas para que usar por cada, quando não há nenhuma
necessidade de usar por cada?
Cinco reais "são" muito por um jornal.
Sujeito que dá idéia de preço, quantidade, peso, medida, etc. exige
o singular: Onze meses será muito: não vou agüentar de saudades, meu
N NÃO ERRE MAIS! 1 191
amor! *** Um é pouco, dois é bom, três é demais. *** Quinze metros era
pouco para fazer o vestido daquela mulherona.
Num jornal: Dois dias "foram" muito pouco para que o PT pudesse
definir todos os detalhes para a campanha das eleições.
dar murro em faca de ponta
Frase tão correta quanto a outra, mais conhecida: dar murro em ponta
de faca.
O brasileiro está cansado de dar murro em faca de ponta: pede mais
segurança e ganha mais imposto; pede mais saúde e ganha mais imposto;
pede mais educação e ganha mais imposto; pede mais saneamento básico
e ganha mais dengue.
Em qualque r circunstância, dando murro em faca de ponta ou
dando murro em ponta de faca, a verdade é que o povo está sempre se
machucando...
por "isto"
Não existe esta locução em nossa língua, mas apenas por isso.
"Antártida"
O verdadeiro nome do continente situado dentro do círculo antártico
e assimetricamente centrado no pólo Sul é Antártica. Tudo o mais é conversa
para pingüim dormir...
E os pingüins andam dormindo demais, a ver-se como escrevem nossos
jornalistas. Veja o que nos diz um deles: O mapa da "Antártida" está
ligeiramente mudado. A pequena península conhecida como Língua de
Gelo Drygalski teve praticamente arrancada sua ponta, numa porção de
5km quadrados aproximadamente, depois que o maior iceberg do mundo
resvalou nela.
árbitro / juiz
Arbitro é mediador de jogos esportivos. Juiz é magistrado que julga
nos fóruns ou tribunais. O árbitro nem precisa ter curso superior; basta
ter diploma de curso médio (que alguns ainda falsificam, para conseguir
apitar jogos). O árbitro nunca julga nada, seu papel é seguir as 17 regras
do futebol e decidir instantaneamente no campo de jogo (o que não é tarefa
fácil), ao contrário do juiz, que estuda, reflete e decide nos autos.
Portanto, nos campos de futebol existem árbitros, e não"juízes", apesar
de os torcedores só chamarem "juiz ladrão".
No site de um jornal: O São Paulo venceu. Mas quem brilhou foram
as "juízas". Apesar dos protestos do Guarani, que teve dois gols anulados,
as meninas acertaram em todas as jogadas polêmicas.
Sim, as meninas acertaram em tudo. Mas... e os jornalistas?
N NÃO ERRE MAIS! 1 192
comunicar "sobre"
Não existe esta regência na norma culta. Quem comunica, comunica
alguma coisa a alguém: Ninguém comunicou o roubo à polícia.
*** Ela não quis comunicar o fato ao marido. *** Comuniquei meus
planos a todos.
Na mídia: Os Estados Unidos estão investigando se os dois filhos de
Saddam Hussein etão entre os quatro mortos no tiroteio ocorrido hoje
em Mosul, ao norte do Iraque. Segundo autoridades norte-americanas,
o secretário de Defesa, Donald H. Rumsfeld, comunicou pessoalmente "o
presidente George W. Bush sobre a operação".
De um ex-árbitro, durante a transmissão de um jogo de futebol pela
televisão: O bandeirinha comunicou o "juiz" "sobre" a agressão do zagueiro
ao atacante. A regra é clara...
comentar "sobre"
Também não existe esta regência na norma culta. Quem comenta,
comenta alguma coisa. E só.
No site da Jovem Pan: Marta não comenta "sobre"saída de secretário.
Bastaria retirar a preposição para que tudo fosse muito mais elegante.
Um dicionário (aquele) fornece, no verbete comentar, exemplo
errôneo do emprego deste verbo. Mais um, menos um, não vai fazer nenhuma
diferença.
atrasar
Este verbo é intransitivo (coisa que chega atrasada) e pronominal
(pessoa que chega tarde ou atrasada): O ônibus atrasou, e ele chegou mais
tarde ao trabalho. *** Se o trem atrasar, não chegaremos a tempo. *** O
chefe se atrasou, chegando mais tarde ao trabalho. * * * Quem se atrasar
não fará a prova.
Há, no entanto, certos dicionários que registram o verbo pronominal
como intransitivo. Em dicionários de hoje, ao que tudo indica, isso e mais
aquilo são coisas muito normais.
No site de um jornal: Chávez "atrasou" outra vez: ouviu um não de
Lula.
É isso mesmo: NÃO!
"Há" muito tempo que não viajávamos
Não, há um erro de uniformidade temporal nesta frase: mistura-se
presente (há) com pretérito imperfeito (íamos). A frase irrepreensível é:
Havia muito tempo que não íamos a Salvador.
Outros exemplos: Havia muito tempo não comíamos tão bem. ***
Não víamos terra havia meses.
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 193
Se o verbo da oração subordinada estiver no pretérito mais-queperfeito
do indicativo, ainda assim, haver ficará no pretérito imperfeito:
Havia mais de cinco anos que não estudáramos (ou tínhamos estudado)
tanto! *** Havia pouco tempo que ele fora estudar em Paris.
Eis, todavia, como se leu num de nossos principais jornais: Uma turista
japonesa que chegara "há"poucas horas na cidade do Rio de Janeiro,
na noite de sexta (12), deixou suas malas no hotel e saiu com o marido
pelas ruas de Copacabana, em busca de sossego, de paz e da brisa do mar,
o que, afinal, todos os turistas buscam ao chegar em uma cidade balneário.
Mas o que Yoshiko Magoshi, de 61 anos, não sabia, ou ignorou, é que
algumas cidades brasileiras oferecem muito mais que fresquidão ou belas
paisagens. Magoshi foi vítima de mais uma tentativa de assalto ontem à
noite, em Copacabana.
No editorial de um grande jornal paulistano: Um traficante carioca
arrependido, disposto a contar o que sabia à Justiça, mudou de idéia
quando soube que o Programa de Proteção à Testemunha fora desativado
"há"cinco meses.
No mesmo jornal, em outra edição: Em ímola, um duelo como "há"
muito não se via.
Numa revista: Até "há"pouco tempo era simples: bolo com decoração
elaborada era privilégio de casamento e o encarregado de confeccioná-lo
chamava-se boleiro. Hoje, os bolos modernos viraram inacreditáveis esculturas
de açúcar e quem os prepara não se intitula mais boleiro, mas
cake designer.
Na mesma revista: Famílias inteiras assistem à Grande Família, da
Rede Globo. "Há" tempo não se via nada assim.
Incrível mesmo apareceu no site da Abrelivros (associação de editores
de livros, principalmente didáticos), no dia 14 de julho de 2003: Mesmo
com todos os problemas de distribuição, cerca de dez novas editoras
surgem por mês no país, para editar os livros dos sonhos de seus donos.
A cena tornou-se rotineira - freqüentadores de livrarias com um acervo
mais versátil, ou seja, que não se preocupam em oferecer apenas bestsellers,
vêm notando o crescente surgimento de novas editoras que não
existiam "há "algum tempo.
Fantástico! Reparou também, caro leitor, na incrível redundância
com que o trecho termina? "Surgimento de novas editoras que não existiam
há algum tempo" é pra lá de Marrakech...
Na quarta da capa de uma gramática: Com a evolução dos estudos
lingüísticos e das pesquisas em língua portuguesa, "há" muito não saía
uma gramática completa que pudesse dar conta deste progresso.
Assim tinha início um editorial de um grande e tradicional jornal
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
paulistano: "Há" muito o Brasil não passava por uma fase tão ostensiva
e sistemática de demonstrações de desprezo pelas regras civilizadas de
conduta na vida pública.
O editorial trazia um título interessante: Às favas os escrúpulos.
Enéias, estou aborrecido "consigo"
No português do Brasil, não convém usar consigo em referência à
primeira pessoa, fato comum em Portugal. Entre nós, consigo só se usa em
referência à terceira pessoa: Ela fala consigo mesma. *** Eles trouxeram
consigo os documentos.
Do contrário, use sempre com você(s), contigo ou com o senhor, com
a senhora: Isabel, estou aborrecido com você {ou contigo). *** Enéias, há
uma pessoa aí fora querendo falar com o senhor.
Estados Unidos
Este nome exige o verbo e determinantes sempre no plural: Os Estados
Unidos são hoje a única superpotência mundial. *** Os Estados
Unidos conseguiram o acordo que desejavam. * * * Os Estados Unidos estão
atentos aos acontecimentos na América Latina. * * * Todos os Estados
Unidos foram assolados pelo cataclismo. *** Os Estados Unidos inteiros
estão preocupados com os atos terroristas. *** Os próprios Estados Unidos
reconheceram a falha.
Não se usa apenas "Estados Unidos" sem o artigo, a não ser em circunstâncias
especialíssimas, como em mapas, onde só aparecem mesmo
os nomes dos países: Estados Unidos, Brasil, Alemanha, etc.
Repare nestes exemplos, todos semelhantes: As Filipinas sofrem de
tempos em tempos a ação devastadora de tufões e terremotos. * * * Os Países
Baixos não possuem petróleo. *** Os Alpes ficam na Europa; os Andes
se localizam na América do Sul. * * * Os Bálcãs voltaram novamente
à tranqüilidade. * * * Você sabe onde ficam os Pireneus?
Repare, agora, nesta notícia de tradicional jornal paulistano: Bush
vota e se diz confiante na vitória. Afirmando ter esperança que o resultado
das eleições seja conhecido ainda hoje, o presidente promete liderar o
país, unir o povo e garantir "um"Estados Unidos mais "seguro".
pernoite
É palavra masculina: o pernoite, um pernoite, bom pernoite, mau
pernoite.
Recentemente, porém, um repórter de televisão nos deu má notícia:
"A"pernoite custa baratinho no albergue do pico do Jaraguá.
Quem pagaria um centavo por "ela"?
O verbo correspondente a este substantivo é pernoitar, que não tem
nenhuma forma com "ói"; portanto, pernoito, pernoitas, pernoita, perN
NÃO ERRE MAIS! 1 195
noitam; pernoite, pernoites, pernoite, pernoitem (sempre com o ditongo
fechado).
Um correspondent e da TV Cultur a nos Estados Unidos, todavia,
saiu-se com esta, certa feita: Os carros "pernoitam"nas ruas.
Tenha sempre uma boa "nóite", meu caro jornalista !
gastrointestinal / gastrintestinal
Existe uma regra geral: os elementos gregos ou latinos terminados
em -o- (gastro- e psico-, por exemplo), quando acompanham outros iniciados
por vogai (intestinal e análise, por exemplo), ou por h (hepatite, p.
ex.), perdem esse -o-. Se não, vejamos: gastro + enterite = gastrenterite\
psico + análise = psicanálise; nevro + algia = nevralgia; encéfalo + ite =
encefalite; gastro + hepatite = gastrepatite, etc.
Daí se conclui que, na verdade, só existem gastrenterologistas, especialistas
em gastrenterologia e gastrintestinal. Não obstante, existe o Instituto
Brasileiro de Estudos e Pesquisas de"Gastroenterologia" . Por que
não existiria também, então, o Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas
de "Psicoanálise"?
Bem, daí entra o argumento: É, mas está nos dicionários. Argumento
fraco: alguns dicionários estão fazendo um triste papel: agasalham tudo.
EM TEMPO - 1) Os antigos (e bons) dicionários registravam ou somente
gastrenterologia, ou as duas formas (também "gastroenterologia"), porém,
conferiam a gastrenterologia o verbete principal. No portuguê s contemporâneo,
prevaleceu o critério de queda do -o-, fato que os que vivem
no tempo do Onça desconhecem. Ou preferem ignorar.
2) Quando as palavra s se formam dentro do próprio idioma, muita s
vezes as duas vogais, a final e a inicial, permanecem. Ex.: aeroespacial,
agroindústria , centroavante, eletroímã, microondas, microônibus, turboélice,
etc.
Euler. pronúncia correta
Quem quiser pronuncia r corretament e este nome próprio, dirá óiler.
Quem diz assim? Ninguém. Pois todo o mundo erra. Sim, caro leitor, todo
o mundo erra.
A luz da lógica, não há como defende r a pronúnci a "êuler". Vou explicar
por quê: o grupo eu alemão soa ói. Euler não é um nome português.
N em brasileiro. É um nome alemão. Ora, as palavra s estrangeiras devem
ser pronunciada s de acordo com a sua língua de origem. Daí por que
pronunciamos spráite (Sprite), náike (Nike), ráiluks (Hilux), uóchintan
(Washington), maiâmi (Miami), renô (Renault), nókia (Nokia), etc.
Voltemos, contudo, ao alemão. Como é que todo o mundo pronunci a
este nome alemão: Reuters? Você sabe: róiters. (Alguém diz"rêuters"?)
Como é que todo o mundo pronunci a Neubarth, nome de uma repórter
de televisão?Você também sabe: nóibar. (Alguém diz "nêubar"?)
Como é que todo o mundo pronunciou o nome da personagem Odete
Reutman, de uma famos a telenovela? (Alguém falava em "rêutmã"?)
N ÃO ERRE MAIS! 1 19 7
Quem seria levado a sério se dissesse que a psicanálise foi iniciada
com "frêud"?
Ora, senhores, quem diz fróid (Sigmund Freud), não pode cair no
ridículo (eu considero assim) de dizer "êuler". Ou a coerência não vale
nada? E se a coerência não valer coisa nenhuma, desculpem-me todos,
mas este não é um mundo razoável.
Pronunciar nome estrangeiro como se português fosse me soa no mínimo
inaceitável. Não são poucos os que pronunciam "klassík" (Classic)
nem "titaník" (Titanic).
O Botafogo do Rio de Janeiro tem um zagueiro chamado Scheidt.
Por que ninguém pronunciava "chêit"? Nem mesmo os narradores e repórteres
esportivos cometem essa estupidez. Todos dizem cháit. Por quê?
Porque o grupo ei alemão soa ai.
O Brasil já teve um grande militar (foi até candidato a presidente da
República) com o nome Euler. Tem um jogador de futebol também com
este nome. Só se ouve "êuler". Só "frêud" explica?
Nova Iorque
É assim que se escreve em português. Se quisermos escrever na forma
inglesa, usaremos New York. O que não se recomenda é a grafia mista:
Nova "York". Por quê? Porque New York é uma locução substantiva. E
nenhuma locução se aportuguesa parcialmente. O aportuguesamento de
qualquer locução deve ser completo, total.
Se temos a locução New Wave (nome que se deu a um movimento do
cinema francês, na década de 1960), temos obrigatoriamente de aportuguesá-la
por completo, ou seja: Nova Onda, e não Nova "Wave". Isto é
ridículo? Pois o que certos jornalistas fazem é justamente a mesma coisa,
quando escrevem Nova "York". Não importa que York seja um nome próprio
(deriva de duque de York). A origem não é relevante.
Veja que interessante: quem nasce em Nova Iorque é nova-iorquino.
Todos os jornalistas escrevem nova-iorquino. Ninguém, até agora, se atreveu
a grafar "nova-yorkino". Ora, como pode alguém ser de Nova "York"
e ser nova-iorquino? Será, sim, se coerência valer alguma coisa, "novayorkino".
Ah, mas isso não existe!, poderão argumentar alguns. E Nova
"York" existe?
A Academia das Ciências de Lisboa manda que se escreva Nova Iorque
desde 1940. A notícia ainda não chegou por aqui. Apesar de todos os
avanços da tecnologia...
advertir
Quem adverte, adverte alguém de alguma coisa: Os guardas rodoviários
estão advertindo os motoristas da forte neblina na serra. *** Adverti-o
de que não tinha razão.
Note: em nenhum dos casos, se usa a preposição "para", nem a preN
NÃO ERRE MAIS! 1 59
posição"contra" , amba s tão a gosto dos jornalistas, que costumam escrever:
Os Estados Unidos advertiram a Rússia "para" que não se envolvesse
no conflito do Oriente Médio. *** Governador do Amazonas adverte
"para" uma ocupação internacional que já estaria ocorrendo, sem alarde,
na Amazônia. *** China adverte EUA "contra" exercício militar em
Taiwan.
Ou seja: eles usam tudo! Menos a preposição correta.
ter bastantes namorados
Bastante, nesta frase, é adjetivo, e todo adjetivo varia. Outros exemplos:
Comprei bastantes peras na feira. * * * Tenho bastantes amigos na
cidade.
Muita gente estranha, mas bastante, aí, eqüivale a muito. Faça a
substituição. Como ficam as frases?
No meio jurídico, esse mesmo adjetivo ora aparece antes, ora aparece
depois do substantivo e eqüivale a competente ou a suficiente: Hersílio de
Sousa vem, respeitosamente, por seus advogados e bastantes procuradores...
*** Não há provas bastantes para a condenação do réu.
Bastante só não varia quando é advérbio; nesse caso também eqüivale
a muito. Faça aqui também a substituição e veja como ficam as frases:
Essas pessoas trabalham bastante. * * * As crianças estão bastante doentes.
*** Os professores ganham bastante mal.
Será que os jornalista s sabem distinguir uma classe de outra? Vejamos:
A proporção ideal de carne é de apenas 30% do total de alimentos
de um prato - que deve conter "bastante"verduras e legumes.
Sabem?
Um âncora de telejorna l afirmou certa vez: Nos países que conheço
- e conheço "bastante"- os pobres moram no centro das cidades; os ricos,
nas periferias. No Brasil é o contrário.
No Brasil, tudo é ao contrário...
bairro "das " Perdizes
A cidade de São Paulo conhece apenas um bairro, por sinal muito
simpático (mas dos mais vitimados pela dengue): Perdizes (sem o artigo).
Assim, ninguém mora "nas"Perdizes, mas em Perdizes. Nenhuma linha de
ônibus pass a "pelas" Perdizes, mas por Perdizes.
Nome s de bairro exigem normalment e o artigo (a Lapa, a Penha, o
Leblon, a Tijuca, o Leme, as Laranjeiras, os Aflitos, a Pituba, etc.), mas
este é uma das exceções, a par de Ipanema, Pinheiros, Copacabana, Santana,
Itapuã, Cascadura, Brotas, Cajazeiras, Tamarineiras, etc.
As pessoas moram na Lapa , no Leme, nas Laranjeiras, na Pituba ,
mas também moram em Ipanema , em Cascadura , em Cajazeiras, etc.
Quand o se usa o nome de um bairro pelo de um estádio, se houve r um
adjetivo, omite-s e o artigo. Assim, temos: O Náutico perdeu o título em
plenos Aflitos.
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
Recentemente, uma apresentadora de um programa esportivo pela
televisão, bem ao meio-dia, anunciou uma péssima notícia: O Fluminense
perdeu em "plena "Laranjeiras.
A beleza da moça, de lindos olhos verdes, superava qualquer gafe.
Pois não é que foram substituí-la tempos depois por um sujeito intolerável?
A vida tem dessas coisas: os opostos estão sempre se encontrando.
tirar "uma fina" de um carro
Não, ninguém tira "uma fina" de coisa nenhuma. Quem passa muito
rente por alguém ou por alguma coisa, geralmente com um veículo, tira
um fino. Mas há muita gente por aí que anda tirando "uma fina" dos outros.
Há até gente mais corajosa, que quer passar ainda mais perto dos
outros; então, tiram"uma fininha"...
meses: algarismos indicativos
Só se usa o zero antes de 1 (janeiro) e de 2 (fevereiro), para se evitarem
possíveis adulterações: 12/01/1987,15/02/2004. Se não procedermos
assim, fica fácil, num escrito, muda r o mês de 1 para 11 e de 2 para 12, de
acordo com a conveniência do falsificador.
Como não existem os meses 13,14,15, etc., não há nenhuma necessidade
de usar um zero antes dos números 3 (março), 4 (abril), 5 (maio), 6 (junho),
7 (julho), 8 (agosto) e 9 (setembro). Portanto: 12/3/1949,18/4/1999, e
assim por diante, ou seja, sem o 0 antes do algarismo indicativo do mês.
O "mau" das pesquisas eleitorais
Quando um estudante confunde mal com mau, compreende-se, mas
quando jornalistas de grandes e respeitados periódicos, que desejam
ser formadores de opinião, fazem tal confusão, é imperdoável. Pior ainda
quando, não aceitando o erro, querem justificá-lo, provocando uma
emenda muito pior que o soneto.
Todo estudante que se preza sabe que mal pode ser substantivo (de
pl. males), advérbio e conjunção: O mal do brasileiro é sempre querer
levar vantagem em tudo. *** Ela canta mal. *** Mal abriu a boca, começaram
a rir.
Mau é antônimo de bom: homem mau, mau tempo, mau-humor, mau-
-caráter.
Creia comigo, caro leitor, que isso é mais simples do que andar para a
frente. Pois bem, mas aVeja publicou certa vez um artigo na seção Ponto
de Vista com este singular título: O "mau"das pesquisas.
Ante a enorme grita de seus assinantes mais esclarecidos, a redação
da revista não teve a humildade de reconhecer que errara, coisa a que
todo ser humano, por mais perfeito que seja, está sujeito. Não. Resolveu
consultar um professor de Língua Portuguesa. E precisava?! Mais uma
vez, foi infeliz. Escolheu mal: o homem abalizou o emprego do "mau",
mediante algumas laudas, pelas quais recebeu naturalment e polpudos
N NÃO ERRE MAIS! 1 199
honorários. Bastaria escrever, no entanto, uma só linha: Todo inconveniente
ou toda desvantagem é um mal.
E, assim, todos estaríamos livres daquele "mau" maroto, safado, patife.
O mal dessa revista está na caturrice crônica. (Errei?)
mau-humor
É assim que se grafa, mas muitos substituem mau por "mal" nesta
palavra.
Ora, se humor é substantivo, e mal é advérbio, um não pode combinar
com o outro, porque a palavra que modifica o substantivo é o adjetivo
(mau); portanto, com ou sem mau-humor, escreva sempre corretamente.
No site de um jornal de esportes, no entanto, se leu, recentemente: No
Parque Antártica, a chamada Turma do Amendoim é um grupo conhecido
pelo latente "mal-humor".
O time já causa mau-humor, a diretoria e os conselheiros do clube já
causam mau-humor. E agora também o jornalista...
mal súbito
É assim que se escreve, porque aqui mal aí é substantivo (o mal, os
males), e não advérbio.
Num jornal: A experiência universal indica que um grande número
de pessoas que morrem em decorrência de traumatismo ou "mau"súbito
poderiam ser salvas.
Título de um jorna l paulistano: "Mau" súbito mata torcedor no
Morumbi.
220 pp. = duzentas e vinte páginas
Muitos usam "duzentos", não flexionando o numerai. Nenhum livro
do mundo tem "duzentos" e vinte páginas.
Não obstante o óbvio, volta e meia se ouve alguém dizer, mormente
pela televisão, que o acidente provocou "quatrocentos"e quinze vítimas.
Aliás, a essa altura já serão quatrocentas e dezesseis as vítimas, porque
uma sofreu mal súbito só de ouvir a tolice...
Certa vez, uma repórter de uma famosa rede de televisão noticiou a
morte de "duzentos"e noventa pessoas que estavam a bordo de um avião
iraniano, abatido pelos norte-americanos, no golfo Pérsico.
Os americanos abateram o avião; a repórter fulminou a língua.
Mulheres bonitas é o que não "faltam" no Brasil
O sujeito de faltar, nessa frase, não é mulheres, mas o pronome relativo
que (representante de um termo no singular, o pronome o). O verbo
de ligação, em frases assim, concorda com o pronome neutro o, e não com
o termo no plural. Sendo assim, temos: Mulheres bonitas é o que não falta
no Brasil. *** Candidatos foi o que não faltou ao emprego anunciado. * * *
Vagas é o que não falta na indústria e no comércio. *** Fofocas é o que
nunca falta por aqui.
N ÃO ERRE MAIS! 1 201
Como se vê, quem conhece análise sintática não comete erro em fra -
ses deste tipo. Mas há quem não queira o ensino de análise sintática nas
escolas. De certa forma, é compreensível: quem concluiu todo o seu curso
superior fazendo X nas questões das provas deve ter perdido o contato
com o raciocínio; por isso, compreende-se a resistência a tal ensino.
dar "de graça"
Trata-se de clara redundância. Quem dá, já entrega de graça. Dar "de
graça" é chover no molhado.
Outra bobagem é ganhar "de graça". Ora, quem ganha, naturalmente
não paga nada pelo objeto ganho.
Mas bobagens é o que mais se vê por aí. Um ex-prefeito de São Paulo,
por exemplo, acusado de ter-se enriquecido no cargo, saiu-se com esta
e com ênfase: Eu dou "de graça" a fazenda para quem provar que tenho
essa propriedade.
Não é uma graça?
aumentar "ainda mais"
Aumentar já traz a idéia de mais. Comete redundância, portanto,
quem "aumenta mais", ou quem "aumenta muito mais", ou quem "aumenta
ainda mais". É o mesmo que "diminuir menos", "reduzir menos",
"subir pra cima"e"desce r pra baixo".
Certa vez, uma famosa rede de televisão anunciou-se assim: "Aumentou
ainda mais "a audiência da Globo.
Aumentou muito não serve?
No site de um jornal paulistano: Propostas norte-americanas para
o plano de livre comércio para as Américas causaram reação negativa do
Itamaraty e deverão aumentar "ainda mais " as divergências entre "Brasil"
e "EUA". (Brasil e EUA estão entre aspas porque aparecem sem o
competente artigo: o Brasil, os EUA.)
Aumentar consideravelmente não serve?
Num editorial de outro jornal paulistano: Enquanto as autoridades
discutem fórmulas para coibir a violência, o desprezo a medidas sensatas
já adotadas para garantir a vida de testemunhas e juizes revela como a
inépcia administrativa do poder público é um estimulo para que o crime
organizado aumente "ainda mais "sua eficiência operacional.
Aumente muito não serve?
Comentário de um megaempresário, agora também dramaturgo, no
site da Jovem Pan: Corre-se o risco de as reformas tributária e da Previdência,
como estão sendo discutidas, aumentarem "ainda mais "o desemprego
e a economia informal.
O risco é geral...
N NÃO ERRE MAIS! 1 201
acrescentar "mais"
Se para alguns a redundância aqui é clara, mas outros nem tanto.
Veja o que saiu num jornal paulistano, na primeira página: A USP e a
Escola Paulista de Medicina estão "acrescentando mais" aulas práticas
aos seus currículos.
É preciso, na verdade, acrescentar aulas, muitas aulas, a certos jornalistas.
E os manuais de redação estão aí pelas livrarias, pretendendo
"ensinar" normas da língua.
acessório
É esta a palavra que significa complemento, detalhe. Eis, todavia, o
que se leu no site de um jornal paulistano, alguns dias depois da queda
de Saddam Hussein: Adolescentes, adultos e velhos - homens de todas as
idades - fazem fila nas barbearias de Bagdá para se livrar dos bigodes,
"assessório " quase oficial nos tempos do ex-ditador.
E os manuais de redação?
É de "se" esperar que...
Não se usa o pronome se entre a preposição e o infinitivo quando este
conjunto eqüivaler a um adjetivo (de esperar = esperável ou esperado).
Num dos editoriais de um grande jornal paulista: Era de "se"esperar
que o realismo administrativo produzisse choques frontais contra as utopias
voluntaristas dos grupos radicais do PT e, mais ainda, que a imensa
gama de problemas e a lentidão dos resultados das políticas adotadas
para solucioná-los aprofundassem a crise de identidade pela qual passam
o presidente e seus braços direitos, obrigados inúmeras vezes a negar suas
arraigadas convicções pessoais.
Escreve outro jornalista: Como era de "se" esperar: o PT está aparelhando
o Estado brasileiro e politizando a administração.
Sempre é de esperar que os jornalistas, um dia, evoluam, aprendam a
escrever. Afinal, é do homem evoluir...
entre "eu" e ela há muito amor
Desconfie sempre de quem diz ou escreve "entre eu". Desconfie
sempre!
Eu só se usa antes de verbo (claro ou subentendido); as preposições
pedem mim. Portanto: Entre mim e ela há muito amor. *** Nunca mais
vai haver paz entre mim e essa gente.
Numa coordenação deste tipo, a prioridade é sempre para a primeiN
ÃO ERRE MAIS! 1 202
ra pessoa, principalmente quando um dos elementos coordenados possui
certa extensão. Por exemplo: Entre todos aqueles que me ajudaram a sair
daquele inferno, que é o Vietnã, e "mim"sempre existiu mais do que solidariedade
humana.
Recentemente, um jornalista de uma famosa rede de televisão foi assaltado
no Rio de Janeiro por quatro meliantes. Mesmo sem resistir, levou
uma bala, que passou rente a sua orelha esquerda, sem atingi-lo. Considerando
o fato um verdadeiro milagre, reagiu (mas só algumas horas
depois): Tenho certeza de que Deus estava entre a bala e "eu".
Compreendeu-se a sua emoção, mas não se perdoou a sua imperícia...
"pseuda penalidade"
Pseudo- é prefixo e, como tal, elemento invariável. Sendo assim, não
pode haver "pseuda", "pseudos", "pseudas".
Esse prefixo só exige hífen antes de palavras iniciadas por vogai
(pseudo-amigo), h (pseudo-herói), r (pseudo-religião) ou s (pseudo-sábio).
Fora daí, não há hífen. Portanto, escreva: pseudoliderança, pseudodirigente,
pseudo ciência, pseudopoeta, pseudopenalidade, pseudopunição,
etc.
Os narradores esportivos é que apreciavam muito dizer "pseuda penalidade",
"pseudos árbitros", "pseuda liderança", "pseudos dirigentes",
"pseuda infração". Na ânsia de mostrarem erudição, acabavam enfiando
os pés pelas mãos.
Se pseudo- é prefixo, e não adjetivo, jamais poderá haver a forma
"pseudamente", já que o elemento -mente se pospõe a adjetivos no feminino.
Eis, no entanto, o que se leu no editorial de um tradicional jornal
paulistano: Errar, todos os partidos erram. O problema do PT é ver virtudes
onde existe erro, quando o erro é seu. Os outros estão sempre errados,
jamais o PT. O secretário de Comunicação, Luiz Gushiken, não apenas
considerou injustas as críticas que têm sido feitas ao governo, como tentou
dar uma justificativa "pseudamente" científica para o aparelhamento
do Estado.
Errar, todo o mundo erra. (Era assim que deveria ter começado o
editorial... )
manter / deter / conter / entreter / obter / reter
Todos estes verbos são derivados de ter e por ele se conjugam: Você
é um desonesto: não manteve a palavra! *** Se ele mantiver a palavra,
farei o negócio. *** O patrulheiro deteve o motorista bêbado. * ** O povo
não conteve a insatisfação e vaiou o presidente. * * * Um dos ladrões entretinha
o guarda, enquanto o outro roubava. * * * O ministro voltou dos
EUA dizendo que não obteve novo empréstimo. *** Retiveram toda a arrecadação
da partida.
Há os que usam "manteu" , "mantesse" , "deteu", "conteu", "entreN
NÃO ERRE MAIS! 1 59
F tia", "obteu", "reteram" , etc. Há também até certos autores e professores
que defendem estas formas. O mundo anda perigoso, caro leitor,
muito perigoso...
Num jornal paulistano: O técnico e o vice-presidente do Corinthians
"manteram" dois contatos sigilosos.
No mesmo jornal: Se o governo "manter"a correção da tabela, terá o
aplauso do setor industrial.
"desmistificar" a matemática
Nem mesmo o mais sábio dos homens consegue tamanha proeza!
Quem faz ver uma coisa como ela realmente é desmitifica a coisa, e não
" desmistifica-a ".
Desmistificar é desmascarar. A gente precisa aprender a desmistificar
todos esses charlatães esotéricos que pululam por aí, tungando os incautos.
A política e a vida vivem desmistificanâo demagogos e corruptos.
É preciso desmistificar o câncer de mama e incentivar o auto-exame. No
jogo do amor, é preciso desmistificar a idéia de que os homens não gostam
de se envolver e as mulheres estão sempre insatisfeitas.
Pouco antes das eleições de 2002, leu-se num jornal universitário: A
perspectiva de que um novo modelo poderia ter mais sucesso na condução
da política econômica norteou também o apoio de empresários de vários
setores ao candidato petista. Em uma economia globalizada, boa parte
da sobrevivência econômica depende de criar competitividade. Neste
cenário, muitos empresários notaram que o modelo neoliberal não era
mais o adequado, apesar de o governo FHC contar com a credibilidade
do mercado internacional. Parte destes empreendedores começou a ver o
modelo de Lula como uma alternativa viável de crescimento econômico,
ao privilegiar o mercado interno. Assim, passou-se a desmistificar a figura
de Luiz Inácio, não mais visto como o líder de uma ruptura radical
com o mercado internacional, como o patrocinador do caos.
Perfeito.
Passemos, agora, aos imperfeitos. Recentemente, uma editora lançou
uma obra sobre cálculos financeiros para todo o sistema bancário. A propaganda
veio assim: O obra procura "desmistificar" toda problemática
do cálculo e torna possível aos menos versados na arte do cálculo, com a
utilização da Calculadora HP12C a conclusões espetaculares.
Num grande jornal paulista, se leu certa vez esta declaração de uma
veterinária: Temos de "desmistificar" o leite de cabra, que ainda é visto
como remédio.
Remédio é a palavra certa...
NAO ERRE MAIS! 20 5
"quadriplicar"
Não existe esta forma. A palavra correta é quadruplicar (= redobrar,
reduplicar, tornar quatro vezes maior).
Frase de uma repórter de televisão: O número de funcionários "fantasmas"
na Assembléia Legislativa este ano "quadriplicou".
Dois erros numa frase curta. A proporção é injusta.
Não faz muito, um repórter da TV Cultura usou "quatriplicar".
"ultrassom"
O prefixo ultra- exige hífen antes de vogai (ultra-azedo), h (ultra-
-higiênico), r (ultra-revolucionário) ou s (ultra-som). Portanto, também:
ultra-sonografia.
Repare nestas, que não se grafam com hífen: ultracomunista, ultrabarato,
ultracaro, ultraconservador, ultraleve, ultraliberal, ultramar, ultramicroscópio,
ultravioleta.
Alguns médicos acham que não têm nenhum compromisso com a
língua. E fazem "ultra-filtração" de sangue-, e usam, à frente de seus consultórios:
"ultrassom","ultrassonografia" , etc., além de dizerem"pálato" ,
"catéter", etc.
Tudo isso serve para quê? Para aumentar a confiança, naturalmente...
raios "ultravioletas"
Ultravioleta não varia no plural: raios ultravioleta, radiações ultravioleta,
luzes ultravioleta, lâmpadas ultravioleta.
Frase de um nobre jornalista: A camada de ozônio que protege a Terra
das radiações "ultravioletas"vai continuar nesta década.
Coisas ruins nunca deveriam continuar. Mas continuam!
"os meia dúzia"
Meia-dúzia (repare: com hífen) é palavra feminina, está bem claro,
mas há os que não vêem assim. Veja como escreveu alguém, em importante
jornal paulistano: O PC do B está se esvaziando, ou seja, cresce no sentido
contrário, e acabará restrito "aos meia dúzia " de dirigentes, tendo à
frente o João Amazonas, que acabará falando sozinho.
Há por aí uma meia-dúzia de jornalistas que arrepia!
subsídio
Pronuncia-se subcídio, e não"subzídio" . Também com valor de c tem
o s de subsistir e de subsistência.
Quem diz "subzídio", "subzistir", "subzistência" está obrigado, por
coerência, a dizer também "subzolo" e "subzecretaria". Sob pena de não
subsistir por muito tempo...
O mais incrível é que há os que têm a coragem de escrever "subexisN
NÃO ERRE MAIS! 1 59
tir"! Veja o que nos informou um jornalista: "Subexistem" algumas dúvidas
a respeito do funcionamento da escala móvel, mais conhecida como
gatilho salarial.
O tal do gatilho veio mesmo para fazer estragos gerais...
Dê "um chego" até aqui!
Frase própria de adolescente. Em todo o caso, é sempre melhor dar
uma chegada e até uma chegadinha que dar "um chego".
eis aqui
Há redundância nesta expressão? Absolutamente, não!
Segundo um manual de redação, porém, eis já significa aqui está. Teria
cometido redundância Newton Mendonça, quando compôs, com Tom
Jobim, o excelente Samba de uma nota só? Eis aqui este sambinha, feito
de uma nota só. Há redundância aqui?
Redundância, redundância mesmo, de arrepiar pêlos e cabelos, é a
que apareceu no jornal que publica esse mesmo manual: Um diplomata
africano contou que, ao chegar em Angola, em 1982, precisou comprar
vara de pesca e anzol e "pescar peixe"para o seu jantar, tamanha a escassez
de alimentos na capital angolana.
Isso é que é re-dun-dân-cia.
eis que
Não se usa com propriedade esta locução em substituição a porque,
pois ou porquanto. Assim, por exemplo: Deve chover logo, "eis que" nuvens
plúmbeas se acumulam no horizonte.
Existem certos advogados que apreciam escrever assim: O réu foi
condenado, "eis que"confessou o crime.
Só se usa corretamente eis que para indicar situação de imprevisto,
eqüivalendo a de repente, sem ser locução conjuntiva: Quando os namoradinhos
menos esperavam, eis que surge, então, o pai dela, furioso! ***
Quando menos esperávamos, eis que desaba uma tempestade!
"expo"
Quando se reduzem palavras, e a redução termina em -e ou em -o, ela
se torna, geralmente, uma oxítona. Assim é que temos apê (de apartamento),
metrô (de metropolitano), expô (de exposição), etc.
Além do quê, diz-se espô, e não "ékspo", como muito se ouve: Visite
a "Expo" Center Norte esta semana!
NAO ERRE MAIS! 2 0 7
"eme-ele"
A abreviatura do submúltiplo do litro, o mililitro (mL), tem sido lida
desta forma: "eme-ele".
Você vai a uma farmácia, já com algum problema, aborrecido, chateado,
às vezes até com dor, e o atendente então solta a pergunta: - O senhor
quer água oxigenada? De quantos "eme-eles"?
Como você é elegante, caro leitor, naturalment e responde educadamente:
- De 50 mililitros. Mas há pessoas neuróticas, estressadas, que
respondem de forma bem diferente...
Qualquer dia destes ainda vai aparecer um "artista"por aí que vai ler
lOkm desta forma: dez "cá-emes". Ou 5kg desta: cinco "cá-gês".
Cheguei, "me troquei" e saí
Não existe o verbo "trocar-se". Convém sempre trocar de roupa.
Hoje, os jogadores "aquecem" no próprio gramado
Quando os atletas, antes de uma partida, preparam-se fisicamente
para dela participar, eles se aquecem (o verbo é pronominal, rigorosamente).
Hoje, muitas equipes se aquecem no próprio gramado; antigamente
se aqueciam nos vestiários.
Declaração de um jogador: Participei da preleção com os meus companheiros,
até fiquei com o grupo no aquecimento. Só não "aqueci" junto
com o pessoal, porque estava suspenso e não ia participar do jogo.
Aquecer a língua é uma boa sugestão.
em face de
É a locução que temos: Em face das dificuldades surgidas, os ministros
resolveram entregar o cargo. *** Em face do exposto, peço a condenação
do réu. * * * Em face da crise energética, devemos economizar energia.
*** Em face dos boatos de ontem, o treinador resolveu pedir rescisão
do contrato com o clube.
Na linguagem forense, sobretudo, usa-se muito a locução "face a",
que não temos: "Face ao"exposto, peço a condenação do réu.
Os bons advogados, contudo, não a usam.
repetir "outra vez"
Redundância visível, a exemplo de repetir "duas vezes", repetir "de
novo"e repetir "novamente".
Não há redundância nenhuma, contudo, em repetir três vezes ou
mais.
N NÃO ERRE MAIS! 1 207
Alguns narradores de futebol pela televisão costumam dizer: Vamos
"rever outra vez"o lance!
Há quem tape olhos e ouvidos...
Veja-se estoutra "maravilha" colhida num jornal: Repetindo "a mesma
coisa" que aconteceu nos EUA, o filme Matrix (2003) não conseguiu
superar a bilheteria do Homem-Aranha (2002).
reincidir "de novo" no "mesmo" erro
Duas redundâncias em tão curta frase. Reincidir já significa, por si
só, tornar a praticar. Quem reincide, só pode reincidir na mesma coisa,
não há como fugir. Procure não reincidir no erro, caro leitor, é sempre
salutar!
lançamento novo / novo lançamento
Novas redundâncias. Nunca vi nenhuma empresa fazer lançamentos
velhos, nem velhos lançamentos.
Recentemente, um conhecido professor de oratória de São Paulo,
homem muito competente no seu ofício, lançou um novo livro, que teve
este nome: Um jeito bom de falar bem. A editora que publicou a obra fez
cartazes de propaganda nestes termos: O mais "novo lançamento"do professor
...
Não creio, porém, que o professor tenha lido o cartaz antes de o tornarem
público.
em hipótese nenhuma
É a única expressão que temos: Não vou pedir perdão a ela em hipótese
nenhuma. * * * Não VOU mais lá em hipótese nenhuma.
No Nordeste, no entanto, usa-se muito "de"hipótese nenhuma: Não
concordo com isso "de"hipótese nenhuma!
Certa vez, em Recife, um irado pai vociferou a um pretenso genro:
Você, seu cabra-safado, não vai casar com minha filha "de" hipótese
nenhuma!
E o casamento, de fato, não saiu. Sorte ou azar do noivo?
A família enlutada, os nossos "sentidos pêsames".
"Sentidos pêsames" é coisa de "demente mental": na palavra pêsames
já existe a idéia de sentidos, doloridos, etc. Trata-se, portanto, de
redundância clara. Há muita gente, no entanto, que, para mostrar muita
sinceridade, exagera e acaba chovendo no molhado.
milênios "de anos"
Mais redundância. Quem fala em milênios, já fala em anos, evidentemente,
mas isso não bastou para que o presidente de uma central de
N NÃO ERRE MAIS! 1 208
trabalhadores declarasse, emocionado: Há milênios "de anos"que os trabalhadores
estão sendo explorados pelos empresários.
Emoções muito fortes são, de fato, perigosas.
manter o "mesmo" time
Está claro no verbo manter a idéia de mesmo, igual, etc. Mas há muita
gente que gosta de manter "a mesma" disposição da adolescência, que
aprecia manter "o mesmo" dinamismo do ano passado, que deseja manter
"o mesmo"entusiasmo dos colegas, etc. Trata-se de gente realmente vigorosa,
que gosta de repetir tudo direitinho...
substituir um dispositivo "por outro"
Ora, sim, senhor... Alguém consegue substituir um dispositivo pelo
mesmo? Quem conseguir, esteja certo: é extraterrestre...
batom "na boca"
Há certas redundâncias que arrepiam todos os pêlos e cabelos, de
vivos e mortos. Certa feita uma senhora, entre admirada e crítica, disse
a outra, ao nosso lado: Veja, aquele rapaz está usando "batom na boca"!
Ora, alguém usaria batom noutro lugar?!
planos "para o futuro" / sorriso "nos lábios" /
estrelas "do céu"
Quem duvidará de que há novamente aqui mais três redundâncias?
Fazer planos "para o futuro" dá a entender que alguém possa fazer planos
"para o passado", o que seria, sem dúvida, uma grande inovação...
Quando ela, a um galanteio, responde com um sorriso "nos lábios",
tome cuidado, porque ela também pode responder com um sorriso em
outro lugar...
E os românticos que encontrarem estrelas luminosas noutro lugar,
que não no céu, que me escrevam!
não ver "qualquer" beleza em alguém
Qualquer se usa nas frases declarativas afirmativas; nas negativas se
emprega o pronome existente especialmente para elas: nenhum (e variações).
Portanto: Não vejo nenhuma beleza nessa moça.
Numa repartição pública se leu certa vez este aviso: Não estão abertas
"quaisquer"inscrições para o INAMPS.
Coincidência ou não, tempos depois o INAMPS foi extinto.
Não "grita" comigo!
Frase comum na língua falada, mas que contém erro no emprego do
imperativo negativo, que vem todinho do presente do subjuntivo. Como grita
não é forma verbal desse tempo e modo, fica fácil perceber o inconveniente,
que na língua escrita é imperdoável. Não grite comigo!: essa é a ordem.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Na língua falada é comum encontrarmos frases assim: Ela teve de
casar? Não "brinca"! *** Não "cumprimenta"esse cara! Ele é indecente!
*** Não "amola" o papai, filhinho! *** Por favor, não me "beija" na frente
de todo o mundo! *** Não "conta"isso pro seu pai! *** Não "mexe"em
vespeiro!
Para acertar a forma, basta conjugar o presente do subjuntivo. E cada
uma delas aparecerá. Pela ordem: brinque, cumprimente, amole, beije e
conte.
Eis, agora, frase dita por um arcebispo brasileiro, em resposta a um
jornalista que lhe perguntou se não estava na hora de o mundo ter um
papa brasileiro, especialmente agora que o país tem um presidente operário:
Não, "não mistura" o Lula nessa história ainda não. Aí confunde
tudo, porque ele com o Espírito Santo não se entende muito bem.
Meu anjinho da guarda, acaba de me advertir: Não mexa em vespeiro!...
tratar "à"
Às vezes, vemos anunciada frase assim: Precisa-se de secretárias.
Tratar "à"Rua da Paz, 100. O verbo tratar, em frases deste tipo, usa-se
com em. Por isso, quem quer tratar de um assunto, vai tratar em algum
lugar: Precisa-se de secretárias. Tratar na Rua da Paz, 285. *** Interessados
no emprego devem tratar na Avenida do Trabalho, 153.
"formado-me"
Particípio não admite a posposição de pronome oblíquo: Nasci em
Bajé, tendo me formado em Majé.
Não obstante isso, leu-se num jornal paulistano: As vendas de caminhões
leves da Ford têm sido fator importante na nova fase da montadora.
A comercialização nesse segmento tem "ajudado-a"a contrabalançar
a ausência de lucros significativos dos carros compactos. O repórter falou
com o sobrinho do governador, que teria "aconselhado-o"a evitar...
"uns par de"
É comum, sobretudo no interior do país, ouvirmos a expressão inexistente
"uns par de": Meu time já ganhou "uns par de" títulos. Alguns,
vários, diversos: é só escolher qualquer destes pronomes, e tudo ficará em
seu devido lugar.
"Ave-maria", que mulher feia!
Ave-maria é nome de oração. Quando alguém se admira de algo, usase
ave, Maria: Ave, Maria, quanta corrupção! *** Ave, Maria, que bela
classe política temos!
Vale acrescentar que o plural de ave-maria, em que o elemento ave é
interjeição latina e significa salve, é ave-marias.
Certa vez, um repórter perguntou a um de nossos ministros da área
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
econômica qual a saída para a crise. A resposta estava na ponta da língua:
A saída para crise é ajoelhar e rezar três "aves-marias ".
Ave, Maria: ministro que não sabe ao menos rezar três ave-marias,
tem, no mínimo, que rezar dez salve-rainhas e uns vinte pai-nossos, só
para poder permanecer no cargo. Coincidência ou não, três meses depois
foi exonerado.
"normatização"
Convém usar normalização no lugar de "normatização", que é um
neologismo dispensável. Observe que a sigla Inmetro assim se desenvolve:
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.
estar "ao" par de tudo
Quem diz estou "ao"par deve ficar a par disto: ao par é expressão de
uso estritamente comercial; quando dois países negociam reciprocamente,
e um compra do outro tanto quanto este lhe vende, o câmbio está ao
par, também ao par estará a ação emitida por uma empresa quando seu
valor atual é o mesmo do valor nominal, ou seja, aquele que se encontra
declarado na referida ação.
No sentido de estar ciente, inteirado; ter conhecimento, usa-se a par:
estar a par de tudo, estar a par de toda a fofoca do bairro, estar a par da
vida da vizinha, estar a par da cotação do dólar,etc.
Os jornalistas parecem desconhecer a diferença.Veja como escrevem:
Jacqueline Kennedy não gostava, mas aceitava as aventuras "extra-conjugais"
do marido. Estava também "ao par" dos esforços de membros do
staff presidencial, afim de conseguir encontros amorosos para Kennedy.
De quebra, o jornalista ainda escreveu"extra-conjugais" .
virar "às" esquerda, "às" direita
É perigoso à beça fazer qualquer desses tipos de conversão. Quem,
um dia, precisou tomar alguma informação numa dessas pequenas cidades
do interior, fatalmente já ouviu: Vire "às" esquerda ou Vire "às"
direita. Nunca faça isso, caro leitor! Prefira tomar à direita ou tomar à
esquerda: o perigo de ir dar a um beco sem saída é bem menor...
levar as crianças à escola
Esta é a construção da norma culta. No português do Brasil, contudo,
prefere-se o emprego da preposição "em": Quem levou as crianças "na"
escola? No português elegante sempre se construirá: A babá leva todos os
dias as crianças ao parque. * * * O taxista levou o turista ao aeroporto.
*** O namorado queria levá-la ao motel, mas ela não foi.
Hortênsia, estão chamando você "no" telefone
Esta é uma frase típica da língua cotidiana, sempre informal, despretensiosa.
No português culto se prefere o emprego da preposição a,
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
porque chamar, aí, dá idéia de movimento, e em português todo verbo ou
expressão que der idéia de movimento usa-se melhormente com a preposição
a. Portanto, na norma culta: Hortênsia, estão chamando você ao
telefone. *** Virgílio, estão chamando-o à sala do diretor. *** Chamei-o
ao escritório. * * * Ninguém me chamou à cozinha, para ajudar. * * * O professor
sempre me chama ao quadro-negro. *** Chamaram-me à janela
para ver o desfile. *** Quem é que está me chamando ao portão?
São frases - convenha comigo, caro leitor - muito mais elegantes.
O povo prefere chamar "no" telefone, "na" janela, "no"portão. Não, não
está errado. É apenas uma questão de bom-gosto.
Nos jornais e revistas, essa regência popular deve ser evitada. Deve.
Veja, porém, como se lê neles: O ministro da Aeronáutica foi chamado
"no"Rio para tentar explicar.
E a elegância, o bicho comeu!
descer ao andar térreo
Também aqui se trata de um verbo de movimento (descer). A preposição
mais indicada para acompanhar este verbo, numa linguagem formal,
mais elegante, é a preposição a. O povo, contudo, desce "no"andar térreo,
desce "no"porão, desce "no"ponto de ônibus.
Não, não é errado. A questão é outra.
"peãozada"
Não. Uma porção de peões forma uma peonada, e não uma "peãozada",
muito comum na língua falada despretensiosa.
Você transcreveu "certa" a frase?
Certo e errado, quando advérbios, não variam; eqüivalem, respectivamente,
a certamente e erradamente.Veja exemplos: Será que ela sabe somar
certo a conta? *** Você transcreveu certo a frase? *** Enviei certo toda a
documentação. *** Copiei errado a lição. *** Mandei errado a carta.
Eis, agora, exemplos em que certo e errado são adjetivos, variam
normalmente, portanto não eqüivalem a certamente e erradamente: Ela
transcreveu a frase certa, e não a frase errada. *** Ela me deu a conta
certa. * * * Eles me entrearam a conta errada. * * * Está certa a sua frase.
* * * O professor considerou errada a minha lição.
Antigo Testamento
Expressão preferível a "Velho Testamento", que passa a idéia de que
o livro já está ultrapassado ou defasado. Os termos velho e antigo não são
sinônimos perfeitos.
compadecer
Este verbo, no português contemporâneo, usa-se mormente como
pronominal, tanto na acepção de sentir compaixão (rege de) quanto na
NAO ERRE MAIS! 213
de harmonizar-se, conciliar-se (rege com): Cristo se compadeceu do sofrimento
dos homens. *** Compadeci-me do seu precário estado físico. ***
A generosidade se compadece com a humildade. *** Um juiz não pode
compadecer-se com o crime organizado.
De um desembargador do Distrito Federal, acusado de vender habeas
corpus a narcotraficantes: Não acredito que os bandidos que matam
juizes pelo Brasil afora consigam aqui no Distrito Federal obter crédito
em suas palavras para matar a carreira de um juiz que nunca "compadeceu"
com o crime, muito menos com o tráfico de drogas.
A língua condena...
daqui ao estádio é uma boa "esticada"
Quem quer chegar tranqüilo a um estádio, ou a qualquer destino,
sem nenhuma dor de consciência, dá uma boa estirada (= caminhada longa),
e não "esticada". Também é de uma estirada que se emprega por de
uma vez, sem interrupção ou parada: Fui de São Paulo a Vitória de uma
estirada. *** É cansativo ir de uma estirada até Manaus.
chamar
É verbo transitivo direto, na acepção de convocar: Cristo chamou Pedro
para ser seu vigário na terra. - Cristo chamou-o para ser seu vigário
na terra.
Numa aprazível capital nordestina, uma entidade religiosa mandou
afixar outdoors pela cidade. Neles se lia: A vocação é uma resposta ao
compromisso bastismal.Você já descobriu para que Deus "lhe"chama?
Eu, francamente , ainda não!...
Cem vidas tivesse eu, "daria-as" por Carolina
Futuro nenhum aceita pronome átono posposto ao verbo. Quem deseja
ser autenticamente romântico, que o seja por completo: Cem vidas
tivesse eu, dá-las-ia por Carolina.
Os jornalistas não são o que podemos chamar o exemplo acabado de
romantismo. Veja quanto prosaísmo: Compras externas "limitariam-se"a
US$600 milhões mensais. Não há dúvida de que o S40 traz algo de diferente.
Por ser feito pela Volvo, "esperaria-se" uma carroçaria quadrada,
formas sisudas e um feitio conservador. Que nada!
Que nada mesmo!
zircônio
Nome de um elemento químico metálico (símb.: Zr), muito leve e resistente
à corrosão e ao calor, de largo emprego industrial. Muito bem,
repare: o nome é zircônio.
Numa propaganda de um novo tipo de lentes para óculos: As lentes
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Crizal são tão invisíveis que você pode esquecer que está de óculos. Isso
porque elas possuem a mais avançada tecnologia em anti-reflexo. Sua
camada de "zircone"torna as lentes ultra-resistentes a arranhões e muito
mais duráveis.
Duráveis?!
A mãe fez tudo para que o filho "sossegasse-se"
O modo subjuntivo geralmente exige uma conjunção {que, se, quando,
etc.). Como as conjunções são fatores de próclise, isto é, exigem que
o pronome oblíquo venha antes do verbo, não há como defender a colocação
da frase acima, que se usa portuguesmente assim: A mãe fez tudo
para que o filho se sossegasse.
Alguns jornalistas, contudo, nem mesmo consultam a orelha e escrevem:
Lula cometeu uma grosseria, ao temer que os interesses de Brizola
"limitassem-se"apenas à sucessão presidencial.
É incrível que jornalistas não saibam sequer colocar os pronomes
nas frases. A própria orelha rejeita essa colocação.
ele não "houve" nada, nada!
Parece incrível, mas ainda há gente que confunde houve, forma do
verbo haver, com ouve, forma do verbo ouvir.
Num livro sobre aves, encontramos esta "pérola": O papagaio é a única
ave do mundo que imita a voz humana, repetindo tudo exatamente
como "houve".
Num jornal paulistano: Nos últimos dias, o governo andou justificando
o déficit comercial, que muitos atribuem ao câmbio, ao déficit público
persistente. "Ouve" até comparações entre o caso brasileiro e os twins
deficits (déficits gêmeos) dos Estados Unidos.
Que mal lhe pergunte: e os manuais de redação?...
Escrevo direito ou Direito, medicina ou Medicina?
Do jeito que achar melhor. Tais palavras, como outras que designam
curso de estudo, não precisam necessariamente ser escritas com inicial
maiúscula, a menos que a frase exija. Como nesta frase de pára-choque
de caminhão, por exemplo, muito galhofeira: Caso seu marido não faça
Direito, eu faço. O uso da inicial maiúscula afasta de pronto qualquer interpretação
maldosa, que certamente o caminhoneiro não nos quer forçar
a ter...
adequar-se
Este verbo, assim como precaver, só se conjuga nas formas arrizotônicas
(aquelas cujo acento prosódico recai fora do radical): adequamos,
adequais; adequemos, adequeis. Sendo assim, a gramática tradicional
não reconhece as formas adequo, adequas, adequa, adequam nem
adeque, adeques, adeque, adequem. Não há, contudo, nenhum absurdo no
NAO ERRE MAIS! 215
seu emprego: O que mais se adequa às suas necessidades? *** Espero que
meu perfil se adeqiie às exigências da empresa.
A gramática estabelece sejam substituídas tais formas por outras, de
verbos sinônimos, tais quais acomodar, ajustar, amoldar, etc. A verdade
é que os verbos defectivos estão perdendo a condição de defeituosos ou
incompletos para o cotidiano da língua contemporânea. Em todo o caso,
convém respeitar a gramática tradicional, principalmente na língua escrita
e até mesmo na língua falada, em momentos que exigem alguma
formalidade, como num julgamento ou numa entrevista.
panorama "parcial" / panorama "geral"
São impróprias as duas expressões. Se panorama traz os elementos
gregos pan- (= tudo) e -orama (= visão, espetáculo), a palavra já significa
visão total, vista de tudo, vista geral.
Sendo assim, nenhum panorama pode ser "parcial" nem "geral",
conforme se leu no editorial de importante revista semanal de informação
(ed. 1.597): O Brasil passa por um momento delicado, um desses instantes
de sobressalto em que os sinais se confundem no painel de instrumentos.
O governo parece sem rumo, o congresso gasta o seu tempo em interrogatórios
e o cidadão comum tornou-se mais descrente em decorrência da
maré de escândalos. Contra esse pano de fundo, nada mais recomendável
do que se distanciar um pouco do epicentro da crise para observar o "panorama
geral".
Como cidadão comum - confesso - também estou descrente. Mas não
surpreso: o próprio ministro da Justiça foi a uma faculdade de Direito de
São Paulo para proferir uma palestra. O tema: Drogas nas escolas: um
panorama "geral". Pois é.
Certa vez, anotamos esta frase de um seqüestrado, logo após sua libertação:
Não fomos amarrados no cativeiro, fomos tratados como "gente
humana " mesmo.
Neste caso, é perfeitamente compreensível: a emoção superou a razão,
e a síndrome de Estocolmo aflorou. Se, por acaso, você riu, não se
esqueça de que "gente humana " nada fica a dever a "panorama parcial"
ou a "panorama geral". Tudo é coisa de "demente mental".
Se ela, que é mulher, não gosta de homem, "que dirá eu"!
"Que dirá eu" é expressão própria da língua falada. Na língua mais
cuidada se usa que se dirá de mim, que se dirá de nós, etc.: Se ela, que é
mulher, não gosta de homem, que se dirá de mim! *** Se Calasãs, que é
professor, escreve errado, que se dirá de mim! * * * Se ele, que é presidente,
não resolve a situação, que se dirá de nós!
Podemos usar ainda quanto mais eu!, quanto mais nós, etc. e até muito
menos eu!, muito menos nós, etc., evitando, assim, "que dirá eu!", "que
dirá nós!", porque eu não "dirá"nada nunca!
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
uma patinete / a matinê
É esse o gênero correto destes dois substantivos: feminino. A patinete
ainda está na moda, mas a matinê parece que não tem mais vez entre
os adolescentes de hoje. Ficou para trás o tempo em que os estudantes
preferiam namorar na matinê do cinema, tempo em que pegar na mão
da namoradinha era uma doce conquista! Ficou realmente no passado a
matinê.
Já patinete voltou recentemente à moda. Numa revista, em manchete:
"Os velhos "patinetes viram mania.
gerúndio + infinitivo
Não se flexiona infinitivo que depende de gerúndio. Portanto, construiremos
sempre assim: Já foi marcada a época dos exames, devendo
as provas ser realizadas no período de 5 a 20 de dezembro. (E não: "serem".)
*** Alguns corpos das vítimas do acidente já foram retirados do
local, devendo seus familiares proceder ao exame de reconhecimento no
IML. (E não: "procederem".) *** As inscrições ao concurso estão abertas,
podendo os candidatos dirigir-se à sede da empresa. (E não: "dirigiremse".)
*** A documentação está correta, devendo expedir-se os respectivos
atestados de freqüência. (E não: "expedirem-se".)
Na Folha de S. Paulo, ed. 21.130, escreveu um ex-governador paulista:
Não podem as forças democráticas "ficarem" divididas e subordinadas
a interesses ou posições de intransigência.
Começava justamente com ele a insegurança pública, vivida até hoje
pelos paulistas.
"corpo delito"
Quando alguém sofre uma agressão corporal, há repórteres que anunciam:
Foi ao Instituto Médico-Legal para fazer exame de "corpo delito".
Isto é: falam na coisa, sem saber bem de que se trata. Corpo de delito
é o conjunto dos elementos materiais que comprovam a ocorrência de um
fato criminoso. Existe o corpo de delito direto, feito por meio de exame
ou vistoria, e o corpo de delito indireto, que é efetivado por depoimento
de testemunhas. Mas sempre corpo de delito.
Ela disse que mora na Avenida Sul, número "tanto"
O pronome indefinido tanto, neste caso, deve figurar no plural: Ela
me disse que morava na Rua da Paz, número tantos. * * * Teresa me deu o
telefone, número tantos, e partiu.
piscicultura
A piscicultura é a arte de criar e multiplicar peixes para consumo ou
ornamentação. A palavra nos vem do latim pise- = peixe + cultura.
Não faz muito, porém, uma emissora de televisão apresentou uma reportagem
sobre a criação de peixes em cativeiro. No vídeo apareceu (isto
c incrível!): A moderna "psicultura".
NAO ERRE MAIS! 217
De moderno, isso, de fato, tem tudo! As pessoas conseguem confundir
o que é da alma (psic-) com o que é do peixe (pise-).
cair na "gandalha"
Quem já não caiu, pelo menos uma vez na vida, na gandaia? Cremos
que todos nós.
Uma atriz de telenovela, porém, resolveu cair de outro jeito, bem
mais comprometedor: O síndico aderiu à "gandalha ".
Talvez tenha sido a ânsia de não parecer caipira (que diz "paia" por
palha, "muié" por mulher). Preocupação, a nosso ver, descabida, já que
houve até um presidente da República que declarou no exterior que os
brasileiros, sem exceção, somos todos caipiras.
Mas se até o síndico aderiu à gandaia, a coisa devia mesmo estar
muito boa!
olhar de "esgueio"
Quem olha obliquamente, de soslaio, geralmente desconfiado, olha
de esguelha. Mas muitos dizem "esgueio" ou "esgueia". A esses, devemos
sempre olhar de esguelha.
Escreveu incrivelmente correto uma jornalista, certa vez: O namoro
dos gansos começa com um olhar de esguelha da fêmea, "que" o macho
corresponde sem inibição, mostrando sua excitação.
Note: ela acertou no esguelha, mas se complicou na regência verbal
e no uso do pronome relativo adequado. A frase que ela realmente quis
usar, sem poder, foi esta: O namoro dos gansos começa com um olhar de
esguelha da fêmea, ao qual o macho corresponde sem inibição, mostrando
sua excitação.
É, portanto, mais um jornalista ao qual devemos olhar sempre de
esguelha...
ao lado de / do lado de
São ambas expressões corretas: Você está ao lado dos bons ou do lado
dos maus? * * * O partido expulsou os deputados e senadores que não estiveram
ao lado do (ou do lado do) governo, nessa votação. * * * Afinal, voce
está do meu lado ou ao lado deles?
caso "seríssimo"
Não: caso seriíssimo. Os adjetivos terminados em -io antecedido de
consoante possuem o superlativo com dois ii: friíssimo (ãefrio), maciíssi
mo (de macio), necessariíssimo (de necessário), precariíssimo (de precá
rio), propriíssimo (de próprio), provisoriíssimo (de provisório), reaciona
riíssimo (de reacionário), revolucionariíssimo (de revolucionário), suma
riíssimo (de sumário), vadiíssimo (de vadio), etc.
Os adjetivos terminados em -io antecedido de vogai possuem, todavia,
o superlativo com um i apenas: feíssimo (defeio), cheíssimo (de cheio), etc.
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Os jornais, diariamente, trazem problema s "seríssimos". A revista
Veja, por sua vez, resolveu "inovar". Na ed. 1.794, pág. 94, trouxe: Sob a
eosmecêutica, esse nome "feiíssimo", agrupam-se os cosméticos com propriedades
terapêuticas e os remédios com o poder de embelezar.
Cabe aqui aquele conhecido dito popular: Ouviu o galo cantar, mas
não sabe onde, nem como, nem por quê.
Um dicionário (aquele) registra todos os superlativos, como necessariíssimo,
seriíssimo e precariíssimo, mas (matreiramente) não registra
provisoriíssimo nem sumariíssimo.Vè-se: estamos bem de dicionários...
caixa de "Pândora "
Não, não existe esta caixa. Segundo a mitologia, Pandora (dó) foi
a primeir a mulhe r que surgiu no mundo. A expressão caixa de Pandora
significa fonte de todos os males.
Assim, podemos afirma r que a inflação é a caixa de Pandor a de toda
a economia. Essa mesma fras e foi ouvida de um jornalista especializado
em economia. Mas com caixa de "Pândora".
Você mora em Santa Bárbara "D'Oeste"?
No Estado de São Paulo, existe uma cidade muito simpática, de povo
acolhedor, amigo, e mulheres lindas, sobretudo inteligentes, chamada
Santa Bárbara d'Oeste.
No interior de qualque r locução substantiva própria, todas as palavras
átonas se grafam com inicial minúscula. Portanto, também: Afogados
da Ingazeira, Santo Antônio d'Aldeia, Dias dÁvila, Estrela d'Oeste,
conde d'Eu, Olho dÁgua das Flores, Rio d'Una, Rápido d'Oeste, Joana
d'Are, Antônio d'Alembert, etc.
Você mora em "S." Paulo?
Não, moro em São Paulo. Atenção par a isto: nomes geográficos não
se abreviam. Portanto, escreva sempre por extenso: São Paulo, Coronel
Fabriciano, Marechal Cândido Rondon, Dona Inês, Engenheiro Passos,
Santa Bárbara d'Oeste, São Manuel, Dom Pedrito, General Câmara, Doutor
Severiano, Padre Cícero, Frei Inocêncio, Tenente Portela, Major Vieira,
Almirante Tamandaré, etc.
A norma foi fixada pela Conferência de Geografia, em 1926, com o
apoio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Não se estende aos
nomes de logradouros públicos, que se abreviam: Avenida Mar. Castelo
Branco, Rua Gen. Carneiro, etc.
Títulos de jornais se vêem com abreviaturas. Só se perdoa àqueles
periódicos que foram fundado s antes de 1926.
MM TEMPO - Em Mato Grosso existe uma cidade chamada Vila Bela da
Santíssima Trindade, que, em razão de sua extensão, tem seu nome abreviado
assim: "V. Bela da SS Trindade". Haverá perdão?
N NÃO ERRE MAIS! 1 218
"sagrar-se" campeão
Esta é mais uma do jornalismo esportivo brasileiro. Seus dignos representantes
não se cansam de afirmar que o Corinthians "se sagrou"
campeão paulista, que o Flamengo "se sagrará" campeão brasileiro. Em
português, o verbo nunca admitiu tal emprego.
O mal, todavia, justament e porque é um mal, se propaga para outros
setores do jornalismo. Os jornalistas da Veja também resolveram adotar
o verbo inexistente: Depois de fazer sucesso com a equipe feminina, o
treinador Bernardinho "sagrou-se" campeão mundial de vôlei com a seleção
masculina. *** Sob o comando de Luxemburgo, o time do Cruzeiro
"sagrou-se" campeão brasileiro. Aqui, dois erros, porque o Cruzeiro nem
"se sagrou", nem foi campeão brasileiro, mas sim campeão da Copa do
Brasil.
Nem mesmo o dicionário do "tira-teima" e do "sobressair-se" conseguiu
abonar "sagrar-se" por tornar-se. Como se vê, o caso é grave...
Dado "ao" interesse pelo carro, seu preço subiu
Dado, quando eqüivale a por causa de, não se usa com "a": Dado o
interesse pelo carro, seu preço subiu. * * * Dada a importância do jogo, foi
escalado um árbitro experiente. * * * Dados os inconvenientes apontados,
escolheu-se outra solução. *** Dadas as circunstâncias em que ocorreu o
acidente, tudo indica que o chofer do ônibus dormiu ao volante.
Quando dado eqüivale a interessado, versado, é que se usa a: O rapaz
não era muito dado ao estudo. * * * Edite era muito dada à leitura.
Nos autos de um processo: A vítima vem passando sérias dificuldades
em residir no local, "dado às"constantes provocações proferidas pelas
vizinhas.
Não é provocação?
tampar = tapar?
Não. Tampar é fechar usando tampa ou qualquer outra peça movediça
própria. Assim, tampamos panelas, garrafas, bueiros, vidros de
remédio, etc.
Tapar é fechar, encobrir, vedar, vendar, sem necessidade do uso d
tampa. Desta forma, tapamos tudo o que tem tampa e o que não tem tampa:
tapamos a boca, o ouvido, os olhos, o nariz, um buraco qualquer, etc
Numa propaganda de televisão, certa vez, recomendava-se um medi
camento para desobstrução do nariz. Assim: Dormir com o nariz "tampa
do"é o maior sufoco.
Desse jeito, francamente , não dá nem par a dormir...
"emissão" de posse
Convém não confundir emissão, do verbo emitir (= pôr em circulação
exprimir), com imissão, do verbo imitir (= fazer entrar, investir). Assim
temos: emissão de cheques, emissão de opinião, mas: imissão de posse
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Num jornal: Para o juiz, o ministro está, no mínimo, mal informado,
porque a justiça federal tem um andamento muito rápido no que se refere
à "emissão" de posse.
Quem mesmo é que está mal-informado?
campeonato sul-americano "sub-20"
É o tipo de campeonato que já começa mal entre os brasileiros. Se
subvinte se escreve sem hífen, nada muda quando se substitui a palavra
por algarismos. Assim, o correto é grafar sub20, subi5, sub23. É até questão
de economia de espaço. Mas quem é que consegue convencer certos
jornalistas da vantagem de uma economia dessas?
Qual das misses "são" as preferidas?
Erro de concordância. Qualquer pronome interrogativo no singular,
antecedido da preposição de, exige o verbo no singular: Qual das misses
é a que tem mais chance de vencer o concurso? *** Qual das misses é a
preferida? *** Qual de vocês fez isso? *** Quem de todos esses alunos
ganhará O prêmio?
Declara, então, a mulher de um dos candidatos derrotados ao governo
de São Paulo: As mulheres dos outros candidatos são simplesmente
suas esposas. Eu não. Qual das outras mulheres dos candidatos "são conhecidas"
nacionalmente, independentemente da profissão do seu marido?
Todo pronome indefinido de singular também exige o verbo no singular,
ainda que esteja seguido de nomes ou pronomes no plural. Ex.:
Nenhum dos três goleiros da seleção era bom. * * * Nenhum dos atacantes
chutava a gol. * * * Cada um de nós sabe o que faz. *** Cada um dos ministros
tomava uma decisão diferente. *** Qualquer das pessoas presentes
poderá dar sua opinião.
A tendência popular, neste caso, é esquecer o sujeito (o pronome indefinido)
e dar toda a atenção ao nome pluralizado que se lhe segue. Daí
0 erro.
assaltar "nos faróis"
Farol por semáforo ou sinaleira? Não. Todo farol pressupõe foco potente
de luz. No sinal luminoso de trânsito não há esse requisito básico,
1 >or absoluta desnecessidade. Os portos têm farol; os veículos têm farol,
mas nenhum sinal de trânsito tem "farol". Por isso, nunca pare ao "farol"
vermelho: vá sempre em frente! Se encontrar, porém, um sinal vermelho
ou um semáforo no vermelho, não avance!
mau-caratismo / bom-caratismo |
São neologismos. Como mau-caráter e bom-caráter não têm um
nhstantiv o correspondente, oficial, cria-se. Repare neste texto de Roberlo
Campos, ex-ministro do Planejamento, um dos homens mais cultos
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
que este país produziu: O subdesenvolvimento não resulta de espoliação
internacional ou de falta de recursos naturais. E sempre um fenômeno
cultural: misto de idiotice e mau-caratismo. Infelizmente, ambas as coisas
são abundantes neste subcontinente.
Se os maus-caracteres estão em todos os cantos, enquanto os bons-
-caracteres minguam, tinha de existir um substantivo que representasse
esse vício de personalidade tão asqueroso.
colchão / coxão
São palavras que não devem ser empregadas uma pela outra, principalmente
a primeira pela segunda, quando esta designa corte de carne:
coxão mole, coxão duro.
Chegar a um açougue e pedir um "colchão"duro é confiar demais na
dentadura...
Será que o Corinthians "classifica"?
Não. Os verdadeiros times de futebol, aqueles que dão alguma alegria
à sua torcida, classificam-se para as fases finais de seus campeonatos.
Note: o verbo é classificar-se, que significa ser qualificado num torneio
ou num campeonato para a fase seguinte, e nã o simplesment e "classificar".
Os repórteres esportivos vivem dizendo: Eu acho que o Corinthians
não "classifica".
E é a preposição para que se usa com esse verbo, e não "a".
N o s jornais se lê comumente : O time se classificou "ã"próxima fase
do torneio. Resta saber quando é que certos jornalistas vão se classificar
para a grande fase do jornalismo brasileiro...
concentrar \
Também é verbo pronominal, quando se usa, em futebol, por ficar em
concentração: Os jogadores já se concentraram para o jogo de domingo.
* * * Há certos atletas que não gostam de concentrar-se.
Recentemente, um jornal estampou em manchete, na página de esportes:
"Concentra"ou não "concentra"?
O jornalista, autor disso aí, é que tinha de se concentrar bastante
antes de ir à redação.
sou "de" menor
Ninguém é "de"menor nem "de"maior. Na língua culta ou mais cuidada
existe o menor de idade e o maior de idade. Portanto, diga sempre,
como gente grande: sou menor. Ou, então, como gente que entende: sou
maior.
No registro coloquial, todavia, só se encontr a "de" menor e "de'
maior. Um dicionário (aquele) abona as expressões impugnada s
Compreende-se .
2 2 2 NÃO ERRE MAISI
"fundamento"
Para não continuar errando, convém que todo jogador de futebol,
viciado em erros de passes, treine bastantes fundamentos.
Os primeiros rudimentos ou as primeiras noções básicas ou funda -
mentais de qualquer coisa são fundamentos, sempre no plural.
Agora, permita-me, caro leitor, uma opinião: jogador profissional que
erra passe é algo imperdoável. Para quem só faz isso na vida, e ganha fortunas
só para fazer isso na vida, é difícil aceitar. Jogador profissional que
erra passes ou que erra um gol á frente da meta é comparável a professor
que escreve "xarxixa". Dá pra aceitar?
fim-de-semana = fim de semana?
Não. Fim-de-semana é lazer, descanso. Todo aquele que trabalha tem
direito a seu fim-de-semana remunerado.
Fim de semana é final de semana. Todo fim de semana eu viajo.
Fim de semana todo o mundo tem: pobre, rico, ladrão, corrupto, bandido,
político, vizinho, prostituta, etc. Todo mês tem no mínimo quatro
fins de semana. Não há como fugir dele (a não ser morto).
Fim-de-semana é coisa de gente que pode usufruir as delícias da
vida; é o week-end dos ingleses e norte-americanos.
Os parlamentares brasileiros invariavelmente "esticam" seus fins-desemana,
que começam na sexta-feira (de manhã) e se encerram na segunda-feira
(à noite). Nem todos podemos tamanha proeza...
Apesar de ser clara a diferença (e muito simples de entender), há
um grande jornal paulista que, vendo-se impossibilitado de percebê-la,
adotou apenas a escrita fim-de-semana para ambos os sentidos. (E dá-lhe
manual de redação!...)
Reclamo não tanto por mim, "mas" pelas crianças
A palavra que corresponde a não tanto é quanto, e não "mas" ou "mas
também", correlativos de não só. Portanto, reclame, mas reclame não tanto
por si, quanto pelas crianças.
Repare ainda nestas frases: O namorado a beijou não tanto por desejo
quanto por hábito. *** O jogador se contundiu não tanto pelo choque
com o adversário quanto pelo mau estado do gramado. * * * Juçara veio
até aqui não tanto para buscar o livro quanto para me ver.
Observe que tal correlação implica predomínio de um fato sobre
o outro; a correlação não só... mas também enuncia adição de fatos,
ambos importante s e significativos: Não só eu, mas também o motorista
pegamos no sono. *** Não só o garoto, mas também a mãe viram o
disco-voador.
palavra de honra
Usa-se com em: Dou minha palavra de honra em que isso é verdade.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
* * * O presidente deu sua palavra de honra em que erradicaria o analfabetismo
em cinco anos . * * * Dê sua palavra de honra em que não vai cobrar
isso dele! * * * Ela deu sua palavra de honra em que me procuraria.
Na primeira página de um jornal: O novo ministro da Fazenda deu a
sua palavra de honra "de" que as taxas de juros começarão a cair a partir
de hoje.
A verdade é que as taxas de juros acabaram caindo mesmo. E o ministro
também...
As partes ou a parte contrária "entrarão" em acordo
Quando há mistura de números no sujeito composto, conforme se vê
nesta frase, a concordância se faz sempre com o elemento mais próximo,
e o fator determinante é a conjunção ou, de valor corretivo. Portanto: As
partes ou a parte contrária entrará em acordo. *** Os ladrões ou o ladrão
conseguiu fugir pela chaminé. * * * O ladrão ou os ladrões conseguiram
fugir pela chaminé. * * * Os assassinos ou o assassino continua solto. * * *
O assassino ou os assassinos continuam soltos.
Num jornal paulistano: Existe uma síndrome do candidato. Na verdade,
é o próprio candidato que fabrica sua síndrome, de modo que os
sintomas ou a massa deles "variam" de acordo com a personalidade, o
temperamento, o caráter (se existente) de cada caso examinado.
Em outra edição, do mesmo jornal: Desde 11 de setembro de 1973,
"estão" em vigor no Chile um ou mais estados de exceção.
errata
Esta palavra é um plural latino, cujo singular correspondente é erratum.
Assim, só tem cabimento o seu emprego quando se vai tratar de
dois ou mais erros; quando se vai corrigir apenas um erro, usa-se, naturalmente,
erratum.
Não faz muito, contudo, o Ponto Frio mandou publicar uma nota de
esclarecimento na Folha de S. Paulo (ed. 25.204, pág. 5), para corrigir um
único erro e encimou-a com a palavra errata. O Ponto Frio não teria, assim,
entrado numa gelada?
Mas não é só o Ponto Frio que aprecia uma geladinha. Na pág. 10 da
mesma edição da referida folha, há outra errata. Agora do Pão de Açúcar,
que também quis consertar um erro surgido num de seus anúncios.
A vida está mesmo muito difícil. Principalmente nos supermercados...
Isto são horas de chegar?
Esta é uma frase típica de pais preocupados, dita geralmente de madrugada...
Muitos duvidam de sua correção, mas sem razão.
O verbo ser, quando aparece entre um pronome ou um nome no singular
e uma palavra no plural, concorda com esta, a não ser em alguns
casos especiais, como, por exemplo, quando o pronome ou o nome representa
pessoa. Assim: Você é grande, mas não é dois. *** O neto é as delícias
dele.
N
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
De outra forma, podemos construir sem receio: Isso são ossos do ofício.
*** Aquilo são estrelas ou são planetas? *** Meu lazer eram aqueles
exercícios. *** Nossa diversão sempre foram esses brinquedinhos. ***
Pesquisas são uma necessidade durante as eleições.
Se, porém, o pronome demonstrativo o vem como predicativo, a
concordância do verbo ser se faz geralment e com ele: Problemas é o
que não falta no Brasil. *** Risos era o que ninguém gostaria de ver
naquele instante.
Num jornal: Mas o destaque do C3 "é"realmente as linhas modernas
e bastante atraentes.
Repare agora nestas frases, colhidas na etiqueta de uma loja: Conforto,
praticidade e beleza é o que procura o homem moderno. Pesquisa,
tecnologia e bom gosto é o que oferecemos.
Esse livro é para "mim" ler?
"Mim" não ler coisa nenhuma. "Mim" não estudar português, "mim"
só gostar de ganhar presentes. "Mim" também gostar de pipoca!
Quem é que fala assim? Só mesmo índio é que fala assim. Pois quem
usa "mim" antes de verbo está falando quase igual. Sem saber.
Gente civilizada, educada, elegante, usa apenas eu onde o índio quer
"mim": Não deu para eu ir ao escritório hoje. (E não: Não deu para "mim"
ir ao escritório hoje.) *** Deram um bom livro para eu ler. (E não: Deram
um bom livro para "mim" ler.) *** Deixaram tudo para eu fazer. (E não:
Deixaram tudo para "mim "fazer.)
Não havendo verbo, aí, sim, empregaremos mim: Deram um bom livro
para mim. * * * Deixaram tudo para mim.
EM TEMPO - Note estas frases, todas absolutamente corretas: É difícil
para mim dirigir e prestar atenção à sua conversa. * * * Foi duro para mim
vê-la sofrendo.
À primeira vista, podem parecer frases de índio. Não são. Neste caso,
na verdade, as frases se encontram em ordem inversa. Repare na ordem
direta: Dirigir e prestar atenção à sua conversa é difícil para mim. Vê-la
sofrendo foi duro para mim.
Reparou? O mim nada tem que ver com o verbo; não se trata de sujeito,
mas de complemento nominal: difícil para mim, duro para mim.
Não entendi "tamanhas" ignorância e falta de educação
Não. Um adjetivo ou um pronome adjetivo anteposto, quando modifica
dois ou mais substantivos, concorda sempre com o elemento mais
próximo: Não entendi tamanha ignorância e falta de educação. *** Foi
um caso de raro brilho e acontecimento. *** Onde estão seu marido e
filhos? * * * Aonde foram sua mulher e filhos? * * * Visitarei vocês qualquer
dia e mês destes.
No editorial de um importante jornal de São Paulo: O empresário
fechou o ano com um protesto de "raras "felicidade e oportunidade.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
Rara infelicidade e ocasião.
Noutro jornal de São Paulo: O mercado imobiliário tem "menores"
liquidez e rentabilidade do que muitas outras aplicações.
Enfim, o jornalismo brasileiro vai de vento em proa...
Bom "Ano Novo" o todos!
Desejo malfeito: tanto ano-novo quanto ano-bom se escrevem com
hífen e com iniciais minúsculas. Por isso, o desejo sincero só pode vir
desta forma: Bom ano-novo a todos!
Numa revista: Fumar menos está entre suas promessas para 2003?
Bem, é melhor rever seus planos para o "ano novo".
No site de um jornal: Feriado do "Ano Novo" deixa 109 mortos em
estradas federais. Ué! e os manuais de redação?!
Num dicionário (aquele) se lê, na definição de réveillon: ceia da noite
de "Ano-Novo". (Por que as iniciais maiúsculas, se assim nem o próprio
dicionarista registra?)
seja quem for
Esta é uma locução pronominal indefinida invariável, por conta do
pronome quem. Assim, construímos: O governo punirá todos os corruptos,
seja quem for. * * * A morte leva todas as pessoas, seja quem for, pobre
ou rico.
Por ocasião do trágico acontecimento numa das faculdades cariocas,
na qual foi vítima uma estudante, que ficou tetraplégica, a direção da
escola emitiu uma nota em que afirma sua disposição de colaborar com a
polícia e encontrar o autor ou os autores do crime, "sejam quem forem".
O criminoso, até hoje, está à solta...
instalações "hidro-sanitárias"
Hidro- é um elemento prefixo-radical, e nenhum elemento prefixo-
-radical exige hífen. Portanto: hidrossanitário, hidroginástica, hidromassagem,
etc.
A maioria dos engenheiros e arquitetos, no entanto, continua insistindo
em duas coisas: nas instalações "hidro-sanitárias" e no "ante-projeto".
Ainda não tive o prazer de conhecer nenhum que escrevesse de outro
modo, ou seja, corretamente. Ou teria sido apenas uma desagradável
coincidência?
No Sul "gia" demais no inverno
No Sul geia muito no inverno. O verbo é gear, e não "giar". Todo verbo
terminado em -ear ganha um i nas formas rizotônicas. Confira: passear
(passeio, passeia), massagear (massageio, massageia), frear (freio, freia),
recear (receio, receias), torpedear (torpedeio, torpedeia), etc.
Veja, agora, como um comentarista esportivo do Rio de Janeiro, velho
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
botafoguense, tido até por poeta entre seus colegas, vacilou, ao escrever
no Jornal do Brasil, recentemente: Eles não fazem isto e ainda "torpediam"quem
tenta defendê-los.
Eu nunca faço isso e ainda torpedeio quem faz...
"freiada"
O verbo frear tem como substantivo correspondente freada, e não
"freiada". Nessa família de palavras, só freio tem i; as demais não: freando,
freava, freasse, freado, etc.
Anote, ainda: afear, enfear, estrear, recear, rechear, passear, todas sem
i. Mas todos os substantivos correspondentes com i: feio, estréia, receio,
recheio, passeio.
Escrevem os jornalistas: O teto solar surgiu logo depois da II Guerra
Mundial, quando era preciso economizar aço ao máximo e os carros tinham
parte da capota substituída por tecido. Como o tecido "enfeiava"o
carro, surgiu a idéia de fazer o teto abrir. * * * A nova rede de televisão do
Paraná deve "estreiar" dia 25 de fevereiro.
E quando é que os jornalistas vão estrear um novo português, um
português respeitoso?
"no que pertine" à questão das multas
Advogados sérios, confiáveis, não usam "no que pertine" por no pertinente,
ou no concernente, ou no referente. Além dessas expressões, esses
mesmos advogados podem usar no que concerne e no que se refere. Eles
jamais usam "no que pertine".
falar "numa boa" com os adversários
Melhor será falar às boas com todo o mundo, e não só com os adversários.
O povo gosta muito de falar "numa boa", de ficar "numa
boa" , mas é às boas que significa amigavelmente, em clima amistoso,
pacificamente.
A expressão popular se usa com propriedade quando há um termo
subentendido. Assim, por exemplo: Passei vários dias doente, mas agora
estou numa boa. Isto é: Passei vários dias doente, mas agora estou numa
boa condição, situação, etc.
"louva-deus"
Nenhum bicho tem este nome. O inseto verde, predador, cuja postura,
quando pousado, lembra alguém de joelhos, em oração, tem nome parecido:
louva-a-deus. Alguns jornalistas, todavia, criaram outro bicho. Veja:
Pesquisadores norte-americanos descobriram que o "louva-deus", inseto
que parece um ramo de árvore, possui um ouvido localizado no centro do
corpo que tem por função, além da auditiva, iludir seus inimigos e atrair
um companheiro para reprodução.
Em que mata se encontra esse bichinho?
N NÃO ERRE MAIS!
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do Oiapoque ao Xuí
Até bem recentemente se dizia que o Brasil ia do Oiapoque ao Xuí.
Pois uma de nossas revistas semanais de informação informa que não é
bem assim, fazendo matéria sobre o "Arroio Chuí". E repete várias vezes
a cacografia.
A gafe é tão grave quanto a de certa emissora de televisão, quando
falou num faraó inexistente, chamado "Queóps".
"próximos 1 km"
Nas nossas rodovias, volta e meia se lêem placas assim, quando está
havendo algum reparo: Cuidado - entrada e saída de veículos - "próximos
1 km".
Se 1 nunca foi plural (ao menos entre os terráqueos), como entender
o uso de "próximos"? Ademais, os símbolos das unidades de medida se
escrevem imediatamente após o algarismo, sem nenhum espaço. Além do
quê, só se usa o algarismo de 2 em diante.
Portanto, a placa deveria trazer outro aviso, mais educativo, mais
respeitoso: Cuidado: entrada e saída de veículos no próximo quilômetro
(ou, por tolerância, no próximo km). Em rigor, também não se usa abreviatura
sem o devido algarismo, mas por medida de economia ou de falta
de espaço nas placas de sinalização, admite-se tal prática.
Quem passava pela Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, notava
placas de aviso assim: Fone de emergência - "cada 1 Km". Ora...
Como se vê, o problema das nossas rodovias não está só nos buracos,
nos enormes buracos, mas também nos furos, que talvez sejam até mais
perigosos...
asa-delta
Faz no plural asas-deltas sem nenhuma dificuldade: qualquer estudante
do ensino médio sabe fazer o plural de compostos constituídos de
dois substantivos, porque os dois elementos sempre variam.
Apesar de a pluralização ser corriqueira, um jornalista resolveu
complicar, ao escrever: Brasília passou a ter seus céus cortados por "asas-
-delta".
Por que o erro? Imagino que seja porque não consta em nenhum dicionário,
para a devida consulta. O mesmo "fenômeno" se dá com o plural
de sem-terra, sem-teto, etc. Não há no dicionário. Sem bússola, o barco
afunda mais rápido...
ter dor "na costa"
É difícil! As pessoas não têm "costa", mas costas. Países é que têm
costa, ou seja, litoral, região à beira-mar. Repare na imensa diferença por
estes exemplos: Minhas costas estão doendo: o que será? *** Eu estava
de costas; fui atingido pelas costas. * * * Não sei por que Aguinaldo me
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
voltou as costas. *** Qual e o único inseto que anda de costas? *** Suas
costas estão vermelhas: caiu ou apanhou? *** A costa brasileira é extensa.
* * * Os navegantes alcançaram a nossa costa depois de mil dias. * * * A
Bolívia e o Paraguai não têm costa.
De um ex-presidente: O peso do combate à inflação não pode ser jogado
somente "na costa"do povo pobre.
Depois, um famoso humorista, no seu programa de entrevistas pela
televisão, ao tentar desenhar o mapa do Brasil, fala em "costas do Brasil".
Como o pobre nunca teve "costa" nem o Brasil nunca teve "costas",
como é que se dorme com um barulho desses?
depor
Este verbo, na acepção jurídica, é transitivo direto ou intransitivo,
mas nunca transitivo indireto. Portanto, construímos: A família depôs
que ele sempre foi um filho problemático. *** Todos os funcionários da
firma foram obrigados a depor na polícia.
No site da Jovem Pan, porém, aparece a novidade (desagradável), ou
seja, o verbo usado como transitivo indireto: Pai do médico esquartejador
depõe "à"polícia.
Ninguém depõe "a" coisa nenhuma.
alterar
Este verbo é pronominal na acepção de modificar-se, transformar-se,
mudar, e não é intransitivo em nenhum significado: A cor do camaleão se
altera de acordo com o meio. *** Seu humor se altera conforme as condições
meteorológicas.
No site de um jornal: Desempenho do Astra bicombustível não "altera"
quando se troca de combustível.
Não há o que não se altere na pena de certos jornalistas...
"manter a direita"
Quem viaja pelas nossas rodovias está fadado a ler placas com este
aviso: "Mantenha a direita". Ou: "Conserve a direita". Mais seguro, porém,
é manter-se à direita, é conservar-se à direita.
Outra bobagem que se lê à beira das nossas rodovias é esta: "Mantenha
a sua mão ". É o caso de perguntar: Com quê? Com um bom hidratante?
De que marca?
tornar-se "em"
O verbo tornar-se rejeita a preposição "em". Portanto, devemos construir:
O Brasil se tornou pentacampeão mundial de futebol. *** Muitos
se tornaram reféns do bandido. *** Um cão da raça pastor islandês tornou-se
principal personagem das manchetes dos jornais dinamarqueses,
recentemente, depois que conseguiu sobreviver por 68 dias preso em um
poço, perdendo a metade de seus 22kg.
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
No site de um jornal, em manchete, numa linda terça-feira: Lucélia
de Carvalho se torna "na" 1." brasileira a ganhar dois ouros individuais
em Pan.
Depois, no início da matéria: Lucélia de Carvalho conquistou "nesta
terça-feira" a medalha de ouro no kumite acima de 58kg do caratê nos
Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo e se tornou "na"primeira atleta
brasileira a ganhar dois títulos consecutivos em provas individuais na
competição continental.
Dizem que esse jornal se tornou o melhor do país...
sassafrás
Varia normalmente no plural: sassafrases.
Num jornal: A morte dos cedros, "sassafrás", canelas e guapuruvus,
entre outras árvores frondosas, eliminou dois andares ou patamares de
floresta.
pagar / perdoar
Estes dois verbos se usam da mesma forma: pagar (ou perdoar) alguma
coisa a alguém. Note: o objeto indireto é sempre pessoa; o direto é
coisa. Portanto, pagamos dívidas, pecados, compromissos, etc., mas pagamos
ao dono do armazém, ao dentista, ao médico, ao taxista, à costureira,
à professora particular, aos empregados, etc. Se transformarmos isso em
pronomes, eis como fica: Paguei-lhe ontem a dívida, não foi? ** * Eu quis
pagar-lhe, mas ele não quis receber.
Portanto, não se usa "pagá-lo", "pagar o dono do armazém" ou "pagála",
"pagar a dona do armazém", em referência a pessoa, mas apenas pagar-lhe,
pagar ao dono do armazém, pagar à dona do armazém.
Agora, o verbo perdoar. Perdoamos dívidas, pecados, desfeitas, ofensas,
etc., mas perdoamos ao devedor, ao pecador, ao ofensor, ao irmão, ao
vizinho, ao amigo, ao colega, etc. Se transformarmos isso em pronomes,
eis como ficará: Seu pai ainda não lhe perdoou aquela sua má-criação?
* * * Luís, seu amigo diz que nunca vai perdoar-lhe. * * * Depois de muito
tempo é que fui perdoar-lhe.
Portanto, não se usa "perdoá-lo", "perdoar um amigo" ou "perdoála",
"perdoar uma amiga", em referência a pessoa, mas apenas perdoarlhe,
perdoar a um amigo, perdoar a uma amiga.
No site de um jornal, em manchete: Mãe perdoa "o"filho pela morte
de estudantes. Logo abaixo: Ela pede que as famílias de Liana e Felipe
também perdoem "o" seu filho.
O crime cometido foi desses que não merecem perdão.
Uma de nossas melhores revistas semanais de informação trouxe
certa vez um anúncio da própria publicação em forma de advertência: A
redação é uma das provas mais temidas pelos vestibulandos. Em geral,
examinadores não "perdoam quem"foge ao tema ou comete erros grosseiros.
A seção Veja Educação é uma ótima ferramenta para quem deseja
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
escrever em bom português. Traz testes de vocabulário, reportagem sobre
dificuldades da língua e dicas sobre recursos estilísticos. Há ainda a seção
Erros e Acertos, com as regras seguidas pelos jornalistas da revista.
Depois de errarem na regência do verbo perdoar, eles ainda se acham
no direito de oferecer dicas sobre português. Durma-se com um barulho
desses!
benzinho / amorzinho / brotinho
São três palavras absolutamente invariáveis em gênero, mesmo em
referência a mulher. Trata-se de diminutivos carinhosos, respectivamente,
de bem, amor e broto, também, naturalmente, nomes sobrecomuns.
Portanto, usamos: Ifigênia é meu benzinho. *** Juçara é meu amorzinho.
* * * Sua filha é um brotinho lindo!
Há namorado apaixonado por aí que, quando comete alguma asneira,
digna de fim de namoro, sai-se com esta, junto à amada: "Benzinha",
não foi por querer. Perdoa!
Tem perdão?
Uma jornalista, talvez vizinha desse namorado imperdoável, resolve
imitá-lo, escrevendo numa folha de São Paulo: "Brotinha": se você já fez
14 anos, mas ainda não tem 21; se mede mais de "lm68", mas não ultrapassa
"os lm81"; é bonita, é bonita e é bonita, acordei
Acorde?! Quem usa"brotinha","lm68"e"o s lm81", em vez de brotinho,
l,68m e o l,81m, ainda tem coragem de pedir que alguém acorde?!
Aparecida
É este o nome da cidade paulista, onde se situa a maior basílica do
Brasil, dedicada à padroeira do nosso país, Nossa Senhora Aparecida.
Os jornalistas, porém, insistem em chamá-la Aparecida "do Norte", uma
cidade que, em verdade não existe, assim como não existe Salto "de Itu",
mas apenas Salto.
aparte
É palavra masculina: o aparte, um aparte. No diminutivo, mantém
naturalment e esse gênero: um apartezinho. Mas muita gente continua pedindo
"uma apartezinha" por aí.
Um deputado, p. ex., num debate pela televisão, saiu-se com esta:
Hélio, se me permite "uma apartezinha rápida", gostaria de falar sobre
esse assunto.
Pois fale!...
"por causa que"
Não, não existe nada "por causa que". Mas, apesar disso, apesar de
sua inexistência, um dicionário (aquele) a registra. E mais: registra também
"por causo que"! É, o mundo está ficando mesmo muito estranho,
muito perigoso!
N NÃO ERRE MAIS! 1 230
Talvez "por causo" desse registro, um provedor da Internet tenha lançado
recentemente em manchete esta frase: Felipão confessou que só usa
três zagueiros "por causa que" Cafu não sabe marcar.
Certa vez, ouvi um pseudo-apaixonado se dirigir assim à namorada:
"Benzinha, onte eu num pude vim, por causo que tive doente, apesar que
tava loco pa vê ocê".
Será que elas acreditam mesmo em gente assim?!
Certas passagens e frases da vida - não sei por quê - me fazem lembrar
um fato relatado por uma professora e ocorrido numa de suas salas
de aula:
O aluno era de péssimo aproveitamento em português. A professora,
sempre muito dedicada, querendo corrigir mais um de seus inúmeros
erros, mandou-o escrever cem vezes o pretérito perfeito do verbo caber,
porque ele só dizia "cabeu", em vez de coube. A tarefa deveria ser feita
depois que as aulas terminassem, como uma espécie de castigo.
O garoto, então, encheu a página de coube: coube, coube, coube...
No finzinho, escrupuloso, deixou uma nota no caderno à professora, já
ausente: Fessora, num escrevi cem vez por causo que num cabeu.
Já que pra chorar não dá, a gente ri...
pão-duro
Trata-se de nome absolutamente invariável em gênero: turma pãoduro,
namorada pão-duro, mulher pão-duro, gente pão-duro. Da mesma
forma: Sua amiga é um pão-duro de marca maior!
A Veja, no entanto, na ed. 1.626, pág. 172, revela que a linda modelo
gaúcha Gisele Bündchen é "pão-dura"assumida.
Será?
No site de um jornal houve a confirmação: Descobrimos um defeito
em Gisele Bündchen: ela é "pão-dura".
Como é que tem coragem de falar em defeito aquele que está cheio
deles?!
dedo-duro
A exemplo de pão-duro, também é nome invariável em gênero. Portanto,
use sempre: gente dedo-duro, vizinha dedo-duro, turma dedo-duro,
namorada dedo-duro, colega dedo-duro. Da mesma forma: Sua namorada
é um dedo-duro de marca maior!
nó-cego
A exemplo de pão-duro e dedo-duro, também é nome invariável em
gênero. Portanto, use sempre: gente nó-cego, vizinha nó-cego, turma nócego,
namorada nó-cego, colega nó-cego. Da mesma forma: Sua irmã é
um nó-cego de marca maior!
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
"marcar-mos" / "poder-mos" / "fazer-mos"
Não, não se separa a terminação -mos do resto do verbo. Por isso, escreva
sempre: marcarmos, podermos, fazermos, entregarmos, pedirmos,
etc.
Só os pronomes átonos se ligam por hífen às formas verbais: marcarnos,
fazer-nos, entregar-nos, pedir-nos, etc.
"raspar" bigode
Ninguém, em sã consciência, faz isso. As pessoas que não são masoquistas
preferem rapar o bigode: é bem menos dolorido!
Bigode, axilas, cabeça e pêlos se rapam. O que se raspa é taco, parede,
porta, janelas e, recentemente, até bilhete de loteria.
Lembre-se das palavras de Deus a Moisés: Os sacerdotes não raparão
as cabeças, nem as barbas, e não farão golpes no seu corpo.
A uma ordem de tamanha magnitude, obedece-se!
quinta e "sexta-feiras"
Não, não deve haver variação neste caso, porque feira não é adjetivo.
Portanto, usaremos sem nenhum problema: O comércio estará fechado na
quinta e sexta-feira. * * * Não haverá aula na segunda e terça-feira.
gás lacrimogêneo
É este o nome do gás, e não "lacrimogênio", cacografia que recebeu
nítida influência de gênio. Mas... que tem a ver lacrimogêneo com gênio?
Nada. O povo, contudo, sempre vê alguma coisinha...
Não só o povo; alguns jornalistas também. Eis como se leu no site
de um jornal, recentemente: Em meio ao gás "lacrimogênio", opositores,
situacionistas, policiais militares e a Guarda Nacional se misturam numa
batalha campal nas ruas da capital da Venezuela.
A luta continua...
Cheguei agora "do" Guarujá
É assim que se ouve sempre. Mas nomes de cidade rejeitam o uso do
artigo. Note que todos empregamos assim: Cheguei agora de Campinas,
de São José do Rio Preto, de Santos, de Jaú, de Bauru, de Franca, etc.,
sempre sem o artigo. Portanto, também: Cheguei agora de Guarujá, voltei
de Guarujá, estou em Guarujá, não conheço Guarujá.
Existe atualmente uma certa febre, na mídia brasileira, de usar o artigo
não só antes dos nomes de cidade {"o" Jaú, "o Bauru", "a Franca", etc.),
mas agora também com nomes de Estado que não exigem essa classe de
palavras. Então, ouve-se: "o" Sergipe, "o"Pernambuco, "o" Goiás; cheguei
agora "do"Sergipe; estou "no"Pernambuco, já voltei "do" Goiás.
No site de uma folha paulistana: Avião da FAB some em vôo "no
PE". Dias depois, no mesmo site, apareceu esta manchete: Tornado "no"
N NÃO ERRE MAIS! 1 232
Chipre deixa 30feridos. Dias depois, no mesmo site: Portuguesa contrata
jogador que estava "no" Chipre: o meia Luciano Souza, 31, que estava no
AEL Limassol, "do" Chipre, assinou contrato por um ano. Agora, no site
de tradiciona l jorna l paulistano, em manchete: MST realiza sete ocupações
"no" PE.
Nessa baderna toda, quem acaba se machucando são os que se orientam
pelos tais manuais de redação, que são, sem dúvida, uma maravilha!...
Ou seja, é um festival de invenções, que só podem sair mesmo de cabecinhas
altament e privilegiadas.
mulheres alemãs e crianças catalãs
Perfeito. Alemão fa z no plura l alemães-, alemã fa z no plura l alemãs;
catalão faz no plura l catalães; no feminino, catalãs. Aliás, todas as pala -
vras terminada s em -ã fazem o plura l mediant e o acréscimo de s: fã, fãs;
romã, romãs; amanhã, amanhãs, etc.
De um jornalista : Depois de uma guerra nuclear, não haverá
"amanhães".
Ou seja, par a esse jornalista , existe "amanhão", e não amanhã.
Não é assustador?
Deus - "nEle"
Em referênci a a Deus, grafa-s e com inicial maiúscul a o pronome ou
a contração: Creio muito em Deus e espero que Ele sempre esteja comigo.
*** Acredito em Deus e confio Nele. *** Acredito em Deus e quero estar
sempre junto Dele.
Há muitos, no entanto, que usam "nEle", "dEle", etc.
visar / aspirar
São verbos que exigem a presença da preposição a, no sentido de
pretender, objetivar: visar ou aspirar a um cargo, visar ou aspirar a um
prêmio, visar ou aspirar a uma boa carreira, visar ou aspirar a um diploma,
visar ou aspirar à presidência da República.
Ambos os verbos podem (note: podem) dispensar a preposição, se
vierem antecedidos de infinitivo. Portanto: ele visa (ou aspira) conquistar
esse cargo; ele visava (ou aspirava) eleger-se no primeiro turno. Os que
primam pelo rigor, no entanto, preferem construir: ele visa (ou aspira)
a conquistar esse cargo; ele visava (ou aspirava) a eleger-se no primeiro
turno.
Na mídia: Nas emissoras de televisão não há nenhuma preocupação
com programas que visem "o"desenvolvimento da criança, como programas
de cunho educativo. *** Parreira não conseguiu fazer o treino nesta
segunda-feira na China, visando "o" amistoso marcado para quarta, às
9h30 contra a seleção chinesa.
Acho que estamos precisando criar urgentement e um programa que
vise ao melhor desempenho profissional de alguns jornalistas.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
ver / vir
Cuidado, ao usar estes verbos! O problema maior com o primeiro se
dá no futuro do subjuntivo. Muitos usam "se eu ver", o que não existe.
O futuro do subjuntivo do verbo ver é este: vir, vires, vir, virmos, virdes,
virem (que muitos pensam ser do verbo vir). Portanto: Se eu vir Juçara,
darei o seu recado. *** Quem vir meus filhos por aí, por favor, aviseme!
* * * Na hora que eu vir Selma, vou arrancar-lhe os cabelos! * * * Não
vou descansar, enquanto não vir esse caso resolvido. *** Aquele que vira
Deus e continuar ateu, não terá salvação.
O futuro do subjuntivo do verbo vir é: vier, vieres, vier, viermos, vierdes,
vierem. Eis frases com tais formas: Se eu vier aqui amanhã, falarei
com vocês. *** Quem vier mais cedo será recompensado. *** Quando eu
vier aqui novamente, tudo será diferente. * * * Na hora que eu vier a Salvador,
resolverei esse caso. *** Aquele que vier a Deus e não O vir, não
merecerá salvação.
Só por mera curiosidade, eis como aparece nos jornais: Quem passar
pela Avenida Ribeiro Dantas, em Bonsucesso, e "ver" o rosto do Cristo
Redentor...
Isso me faz lembrar aquela frase de pára-choque de caminhão: Se
você me "ver" abraçado com mulher feia, separe, que é briga!
Estamos no 2005.° ano da era cristã: como escrever
por extenso?
Assim: estamos no segundo milésimo quinto ano da era cristã.
Suponhamos, agora, que você tenha sido o 3001 ° colocado num concurso.
Escreverá, então: Fui o terceiro milésimo primeiro colocado no
concurso.
Suponhamos, ainda, que alguém seja a 5.232.- pessoa de uma fila.
Dirá, então, revoltado, naturalmente: Sou a quinta milésima ducentésima
trigésima segunda pessoa da fila!
os democrata-cristãos
É este o plural de democrata-cristão. Quando um composto é formado
de dois adjetivos, só o último varia: social-democratas, nacional-
-socialistas, social-liberais, marxista-leninista, policial-militares, liberal-progressistas,
etc.
Numa revista semanal de informação: Segundo a pesquisa, os "sociais-democratas"
receberiam 40% dos votos contra 38% dos "democratas-cristãos".
No principal jornal baiano, esta manchete: "Democratas-cristãos"
deixam o governo de Berlusconi.
Assim, não há cristão que agüente!
N NÃO ERRE MAIS! 1 234
"aparição" do papa no terraço da basílica
Os jornalistas brasileiros insistem em confundir aparição com aparecimento.
A primeira só se usa com seres sobrenaturais e com fenômenos;
a segunda é que se aplica aos demais casos. Assim, temos: a aparição da
Virgem, a aparição de um fantasma, de uma alma, a aparição do Sol, de
um cometa, etc.
Mas: o aparecimento do papa no terraço da basílica, o aparecimento
do governador para falar com um seqüestrador, o aparecimento do candidato
para as câmaras de televisão, etc.
Eis como se viu escrito numa de nossas revistas semanais de informação:
Jader Barbalho faz "aparições" certas nos três noticiários
diários.
O jornalista não soube informar, porém, quando foi que o ex-senador
virou fantasma ou qualquer outro ser sobrenatural...
"Anexo" segue a foto
Anexo não é advérbio (palavra invariável), mas adjetivo (palavra variável).
Como o adjetivo toma sempre o gênero e o número do substantivo
modificado, temos: Anexas seguem as fotos. *** Anexos seguem os recibos.
*** Anexa segue a nota fiscal. *** Anexos envio os documentos. ***
A foto está anexa aos documentos. * * * A Alvares Penteado era uma escola
anexa ao curso superior. *** Vão aqui anexos seus livros preferidos.
Eis outro exemplo de emprego inadequado dessa palavra: "Anexo"à
presente envio-lhe a nota fiscal. Vemos aí anexo novamente como advérbio.
A frase legítima é: Anexa à presente envio-lhe a nota fiscal.
Apenso se usa rigorosamente como anexo. Convém, contudo, não
confundir anexo com incluso (= o que está dentro, o que está contido; ou
seja, eqüivale a incluído). Anexo é o que está junto, ligado, unido. Repare
nestes exemplos: Já está inclusa na conta a comissão do garçom. *** Seguem
anexas as novas listas de preços.
"em anexo"
Os que sentiam uma natural dificuldade no emprego de anexo como
adjetivo resolveram encontrar uma saída (pouco honrosa) para o problema:
criaram a locução"em anexo", que, como locução, não sofre variação
nunca. Ora, "em anexo" eqüivale rigorosamente a "em junto" . Quem enviaria
"em junto " sua foto?
"lapizão" de cera
O aumentativo de lápis - qualquer criança sabe - é lapisão, mas uma
fábrica de lápis de cera achou de estampar na caixa do seu produto, em
letras enormes: "Lapizão"de cera. Não tenho visto o referido produto: ou
acabou, ou mudaram o nome. Se acabou, mereceu; se mudaram o nome,
fizeram-no a tempo.
236 MÃO mm MAIS!
creme dental com "micro-partícula"
Cuidado com esse tipo de creme dental! Há uma empresa que anda
divulgando aos quatro cantos do mundo que acabou descobrindo isso aí.
Se tivessem feito propaganda de um produto com micropartícula, talvez
fossem levados mais a sério.
O elemento micro- não se liga a nenhuma palavra mediante hífen,
com apenas uma exceção: micro-habitat.
As vendas do comércio caíram "em" 30%
O verbo cair, assim como aumentar e diminuir, não admite "em",
nesta frase e semelhantes: As vendas do comércio caíram 30%. *** As
vendas de veículos caíram 10%. *** As vendas de chuchus aumentaram
50%. *** A inflação diminuiu 8% este ano.
Nos jornais: Conjunto de opcionais pode aumentar o preço de um
carro "em"mais de 20%. *** O movimento de compensação de cheques
em Salvador caiu "em" cerca de 30%.
A paciência de alguns já caiu 100%.
puro-sangue / pele-vermelha / cara-pálida /
pronto-socorro
São substantivos compostos formados por adjetivos e substantivos,
elementos que variam normalmente no plural: puros-sangues, peles-vermelhas,
caras-pálidas e prontos-socorros (có).
Nos jornais: Criar cavalos "puro-sangue" é um negócio milionário.
*** A miséria é intercalada com publicidade de jatos particulares e cavalos
"puro-sangue". *** Gerônimo, líder dos "pele-vermelha". *** Com
a greve dos médicos, a população passou a procurar os "pronto-socorros "
da Prefeitura.
Pois é.
lotação
Pode ser palavra feminina ou masculina, com significados diferentes.
A lotação é a capacidade de veículos coletivos, elevadores, salas de
espetáculo, estádios, etc.: a lotação do ônibus é de 40 passageiros.
O lotação é redução de autolotação, ou seja, qualquer veículo coletivo
(carro, perua, ônibus, etc.) que transporta passageiros de um ponto a
outro da cidade, com maior rapidez e preços maiores que os coletivos de
linha regular, saindo do ponto de origem somente quando se completa a
sua capacidade de transporte. Assim, usaremos: O motorista do lotação
estava nervoso, porque o prefeito o proibiu de trabalhar. Há muitos lotações
clandestinos na cidade.
Num telejornal: A população paulistana voltou hoje a se apertar
"nas" lotações, por causa da greve dos ônibus.
N NÃO ERRE MAIS!
1 59
muçarela
É este o aportuguesamento correto do italiano mozzarella. Nunca é demais
repetir: os dois zz italianos dão c ou ç em português, mas jamais"ss".
Há uma variante, mozarela, que deve ser desprezada, porque ninguém
usa. Nem o seu Mané, do boteco da esquina, que prefere escrever
"mussarela". Mozarela, no entanto, ele se recusa a escrever no cartaz do
seu estabelecimento. Tem bom-gosto. E bom-senso.
Um dicionário (aquele) registra mozarela a par de muçarela, mas
(veja!) dá o gênero feminino para a primeira e masculino para a segunda.
A vacilação oficial acerca da ortografia deste italianismo tem provocado
desencontros ortográficos em alguns periódicos, entre os quais
a Veja, ed. 1.785, pág. 60, que traz três vezes "mussarela", justamente a
forma preferida do seu Mané.
É para a frente que se anda
Perfeito. Há muita gente que deseja andar para trás, quando escreve:
É "para frente" que se anda, isto é, sem o devido uso do artigo antes da
palavra frente. Note que em situação antônima (com o uso de atrás), o
artigo não aparece.
Antigamente, ficou famosa uma frase entre nós: O Brasil é um país
que vai pra frente. Está correta. Por quê? Porque aí houve a contração de
para a em pra. Aliás, não eram poucos os que diziam: O Brasil é um país
que vai "pa "frente.
A verdade é que, com pra ou com"pa" , o país ainda não foi. Irá?
"semi-final" / "semi-novos"
O prefixo semi- só exige hífen antes de palavras iniciadas por vogai
(semi-analfabeto, semi-automático, semi-eixo, semi-interno, semi-oculto,
semi-úmido), h (semi-horda), r (semi-reta) ou s (semi-selvagem). Em
qualquer outro caso, não deve aparecer o hífen.
No site de um jornal: Peixe obtém um bom resultado na Cidade do
México. Precisa de uma vitória simples na Vila para ir à "semi-final".
Chega a ser inacreditável que ainda haja jornalistas que escrevam
"semi-final", assim como inacreditável são as revendedoras de automóveis
que vendem "semi-novos".
movimento "ético-moral" na política
Trata-se de uma redundância: o grego ethike corresponde ao latim
morale. Sendo assim, ética e moral são rigorosamente sinônimos. Daí por
que não existe nada (sério, pelo menos) que seja "ético-moral" ou "ético
e moral", tão a gosto da oposição brasileira. Essa é uma questão de ética
e sobretudo de moral, foi a frase de conhecido político brasileiro, que até
chegou à presidência da República.
N NÃO ERRE MAIS! 1 59
A medida tornou "inelegível" vários candidatos
A palavr a inelegível está modificando um termo no plural; portanto:
A medida tornou inelegíveis vários candidatos.
Eis outros exemplos: Faço minhas as suas palavras. *** Deixaram
esburacadas as estradas federais. * * * É preciso tornar novamente agradáveis
as noites paulistanas. * * * O voto eletrônico tornou impossíveis as
fraudes. *** Convém tornar úteis os deficientes físicos.
Nos jornais: O IBGE só considera como "desempregado"aqueles que
procuraram emprego nos 30 dias anteriores à consulta. * ** O governo vai
divulgar nova tabela do IPI de modo a tornar "compatível" as alíquotas
brasileiras "às" cobradas pelos seus parceiros do Mercosul.
No lugar de "compatível " deveria estar compatíveis; no lugar de"às" ,
com, que é a verdadeira preposição pedida por compatível.
Como se vê, o jornalismo brasileiro continua evoluindo...
plantei de jogadores
Plantei é palavr a que se usa com propriedad e em alusão a atleta s
de primeir a linha, a craques. Assim, o Flameng o tem o seu plantei, o
Palmeira s tem o seu plantei, o Cruzeiro, o Atlético Mineiro, o Grêmio,
o Inter, etc.
A Folha de S. Paulo, todavia, public a em seu manua l de redação exatament
e o inverso, ou seja, condena o emprego da palavr a plantei em
referênci a a jogadore s de futebol.
"estupideza" sem "tamanha "
É certo que "estupideza " é uma aberração, mas nem por isso deixa de
constar em dicionário (aquele).
Os que variam o pronome tamanho, quand o faz parte da expressão
sem tamanho (= enorme, grandioso) demonstr a desconhecer os princípios
mais elementares da língua portuguesa.
Conhecido jornalist a esportivo, que pens a conhecer todos os segredos
da nossa língua, mas já notável pelos furos que comete, soltou isto,
não faz muito tempo: O deputado Eurico Miranda é de uma desfaçatez
sem "tamanha"!
Ao ouvir a desfaçatez, acabei eu próprio ficando com uma cara sem
tamanhol O referido deputado pode ter lá seus pecados, mas até par a
criticar é preciso ter alguma classe, saber o que faz. Senão, perde-s e a
autoridade (quando se tem, naturalmente).
Não é por acaso que já lhe chamam Zezinho Kfuro.
engajado / alistado / integrado / reintegrado
Usam-s e de preferênci a com a preposição em, assim como todas as
palavra s da mesma família, além de condução e recondução: estar engajado
num movimento, numa candidatura; estar alistado no Exército;
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já estar integrado no plantei; ser reintegrado nas funções; engajar-se na
luta; o alistamento no Exército; integrar-se no grupo, a condução (ou recondução)
do funcionário no cargo se deu por mandado judicial.
Nos jornais: Há dentro do próprio Palácio do Planalto uma corrente
não engajada "à"candidatura oficial. *** Fábio Costa é reintegrado "ao"
elenco do Corinthians.
Declara uma professora de Psicologia da Educação, na revista Veja: Se
o indivíduo não consegue se integrar "a"uma sociedade, tenta destruí-la.
Sem dúvida...
Não estou hoje "nos" meus melhores dias
Quando alguém se levanta visivelmente mal-humorado, pode dizer
que não se levantou num dos seus melhores dias, mas não "nos seus melhores
dias".
Como estou hoje num dos meus melhores dias, posso ainda continuar
explicando: uma pessoa que dança, depois de longo tempo de inatividade,
pode dizer a seu par: Estou como nos meus melhores dias. Agora, sim,
podemos usar a expressão toda no plural, porque se trata de uma comparação:
entre os tempos antigos e os atuais.
Dersa
Sigla de Desenvolvimento Rodoviário S.A. Como as siglas são do
mesmo gênero da primeira palavra que as formam, Dersa é o, e não "a".
Não importa que seja empresa. O SBT também é empresa e é o, porque é
Sistema Brasileiro de Televisão.
Apesar da evidência, ainda há quem continue falando em "a" Dersa.
Há quem continue escrevendo "a"Dersa. A gente entende...
Os jornalistas da Veja se emendaram por um tempo, escrevendo corretamente:
o Dersa. De repente, porém, a recaída: novamente na revista
só se lê "a"Dersa. A gente sempre entende...
Os sabonetes custaram R$5,00 "cada"
O pronome cada é sempre adjetivo, por isso não se usa isoladamente.
Portanto: cada pessoa, cada sabonete, cada um, etc.: Os sabonetes custaram
R$5,00 cada um.
Num dicionário, distribuído oficialmente nas escolas, aprovado pelo
MEC, encontrou-se esta definição de basquete: Jogo disputado entre duas
equipes de cinco pessoas em dois tempos de vinte minutos "cada ".
Quem são as vítimas? As nossas crianças, naturalmente.
cheirar
Na acepção de ter ou exalar cheiro, este verbo se usa sempre com a (é
transitivo indireto): Suas mãos cheiram a perfume. *** Sua camisa está
cheirando a cigarro.
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Pode significar também ter semelhança com: Isso cheira a malandragem.
* * * Isso está cheirando a golpe.
Um jornalista, âncora de telejornal, já disse isto, entre outras coisas
censuráveis: O desfecho desse escândalo está "cheirando pizza" com sobremesa
de marmelada. ISSO É uma ver-go-nha!
O Brasil está cheio de vergonhas.
o mesmo
É vicioso o emprego de "o mesmo" em substituição a pronomes. Repare
nestas frases: A polícia foi atrás do bandido, mas ele conseguiu fugir.
(E não: A polícia foi atrás do bandido, mas "o mesmo" conseguiu fugir.)
* * * Compraram o livro e não o levaram. (E não: Compraram o livro e não
levaram "o mesmo".) *** A inauguração do cinema se deu ontem; a ela
compareceram várias autoridades. (E não: A inauguração do cinema se
deu ontem; "ã mesma" compareceram várias autoridades.) *** O fenômeno
foi visto por Luísa e Manuel, que não quiseram dar entrevistas sobre
ele. (E não: O fenômeno foi visto por Luísa e Manuel, e "os mesmos " não
quiseram dar entrevistas sobre "o mesmo".)
Nos jornais: Haverá maneira de se consumirem frutas e hortaliças
sem que "as mesmas"percam as suas propriedades nutritivas? *** O signo
de Touro é justamente o que exalta os valores materiais, ou a preservação
"dos mesmos". *** De fato, foi uma grande idéia promover esta Feira
de Artesanato, mas é preciso que "a mesma" seja trabalhada de maneira
profissional.
Como se vê, a imprensa continua a mesma...
Agora, num dicionário (aquele): Rapto consensual. Crime que consiste
em raptar mulher maior de 14 e menor de 21 anos, com o consentimento
"da mesma".
dizer "em" aüto e bom som
Não, é preferível dizer alto e bom som (sem a preposição "em"): O pai
disse alto e bom som: neste mês você não vai ter mesada! *** O ganso é
uma boa ave de guarda: ele tem bons ouvidos e emite alto e bom som o seu
alarme, ao perceber alguma anormalidade. * * * Ela repetiu alto e bom
som: Não quero mais nada contigo!
Numa revista: Garotinho disse "em" alto e bom som que sua sucessora
(Benedita da Silva) irá tungar os servidores, mudando a data de
pagamento do funcionalismo e deixando de antecipar o 13° salário.
Houve quem, sem ser servidor fluminense, tenha se sentido tungado...
Um dicionário (aquele), todavia, registr a a expressão também
com a preposição. Não me surpreende. A gente está acostumado a ser
tungado...
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Desesperado, ele "começou chorar"
Antes de infinitivo, começar não dispensa a preposição: Desesperado,
ele começou a chorar. * * * É preciso começar a pensar no futuro. * * *
Quando você começará a ter juízo? *** Em que século os jornalistas
brasileiros vão começar a escrever melhor?
Além de começar, também aprender exige a preposição a: aprender a
nadar, aprender a dirigir, aprender a viver.
No site de um jornal: "Aprenda cuidar"dos pés.
Não estaria na hora de aprender a cuidar da língua?
Curioso é que no mesmo site, no mesmo dia, apareceu ainda isto: Veja
o que "vai acontecerá"hoje nas novelas.
"Foi aconteceu" o quê?
"Viva" os brasileiros!
Embora todo o mundo use viva como se fosse uma interjeição, trata -
se de um verbo, sujeito, portanto, a variações. Salve! é que é interjeição e
não varia nunca. Se o sujeito do verbo viver, em frases assim, estiver no
plural, o verbo deverá, naturalmente, acompanhá-lo. Portanto: Vivam os
brasileiros! *** Vivam os noivos! *** Vivamos nós, brasileiros! *** Viva
eu! *** Viva ela! *** Vivam as férias! *** Vivam os políticos brasileiros!
Recentemente, uma revista de moda lançou publicidade com esta
frase: "Viva"os novos tempos!
Como os velhos ainda não morreram, que vivam os velhos e os novos
tempos!
um doze "avos"
A palavra avo, que só se usa com denominadores acima de dez, concorda
com o numerador. Portanto, 1/12 se lê um doze avo, 2/12 se lê dois
doze avos.
Há um dicionário que "ensina" diferente: que devemos sempre usar
"avos". Não. Talvez por causa desse "ensinamento", escreveu certa vez
uma jornalista: O TGV, trem francês que desenvolve 270km/h, poderá fazer
a ligação entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Sozinho, hoje, o projeto
custaria cerca de 3 bilhões de dólares - exatamente um 75 "avos "da dívida
externa brasileira.
sósia
É nome sobrecomum, ou seja, usa-se o sósia tanto para a mulher
quanto para o homem, assim como criança, vítima, testemunha, pessoa,
ídolo, etc. Portanto: Todos queriam ver o sósia da rainha, que era uma
mulher brasileira. ** * O sósia de Julia Roberts no Brasil é uma garota de
16 anos. *** Estavam procurando um sósia para Natalie Portman, mas
não encontraram.
Os dicionários brasileiros, no entanto, insistem em registrar este substantivo
como comum-de-dois. Não é assim em nenhuma língua latina.
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Quando eu "pôr" a mão naquele dinheiro...
O futuro âo subjuntivo do verbo pôr é puser, puseres, puser, pusermos,
puserdes, puserem. Todos os seus derivados, que são muitos, conjugam-se
por ele: apor, compor, depor, dispor, expor, impor, opor, propor,
repor, sobrepor, supor, transpor, etc.
Numa das revistas masculinas: As vésperas da eleição presidencial, o
episódio apressou mudanças. Estava claro, então, que um novo elemento
se "sobreporá"à tradicional divisão entre republicanos e democratas.
"Sobreporá", em vez de sobrepusera, é de dividir não só republicanos
e democratas...
Lurdes é da mesma idade que "eu"
Nas comparações, é comum estar subentendido termo ou termos já
anteriormente mencionados, mas na frase apresentada não há nexo sintático
entre "eu" e outro termo anterior. Portanto, convém comparar assim:
Lurdes é da mesma idade que a minha. (Isto é: Lurdes é da mesma
idade que a minha idade.) *** Hersílio é do mesmo time que o meu. (Isto
é: Hersílio é do mesmo time que o meu time.) [E não: Hersílio é do mesmo
time que "eu".]
adido
Adido é funcionário auxiliar de uma embaixada, sem pertencer ao
quadro diplomático nem estar subordinado a chefes, que trabalha numa
repartição em tarefas bem definidas ou específicas. O feminino é adida.
Rege a: Visitei um adido à embaixada brasileira em Paris. *** Hersílio é
o novo adido a imprensa. (Atenção: esse a é mera preposição, por isso não
tem acento grave.)
Alguns jornalistas ainda escrevem: A "adido"cultural "da"embaixada
brasileira explicou que... , ou seja, dois erros em cinco palavras.
Numa revista: Pelo menos vinte leitores estranharam a ausência de
Portugal no ranking do turismo, publicado na reportagem Os estrangeiros
sumiram. João Mota Pinto, adido comercial "da" embaixada de Portugal
em Brasília, escreveu para a redação lembrando que o país recebe
12,2 milhões de turistas por ano.
"madrilenho"
Quem nasce em Madri, capital da Espanha, é madrileno, e não "madrilenho".
Eis, porém, como escrevem nossos jornalistas: Ronaldo esteve
numa famosa boate "madrilenha" para comemorar o aniversário de Beckliam
e passou a noite na companhia de amigos. *** Nas poucas vezes
em que saia para o ataque, o time "madrilenho"parava na eficiente marcação
feita pelo time do Barcelona durante toda a partida. * * * Confundir
um barcelonense com um "madrilenho" é o caminho mais curto para
entrar numa "fria".
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empresas "laranjas "
Todo e qualque r substantivo usado em funçã o adjetiva não varia. Assim,
temos: empresas laranja, empresas fantasma, promoções surpresa,
seqüestros relâmpago, produtos pirata, crianças prodígio, operários padrão,
carros esporte, elementos chave, países tampão, carros chefe, camisas
vinho, sapatos gelo, tons pastel, ternos cinza, etc.
AVeja, ao comenta r a prisão dos donos da Schincariol, por sonegação
fiscal, em junho de 2005, fez-nos ler assim: Empresas "laranjas" ou de
fachada emitiam notas fiscais frias.
Cheguei "às " dez para a meia-noite.
Este é um erro generalizado entre nós, brasileiros. Ora, se dez se refere
a minutos (que é palavr a masculina), não tem cabimento chegar"às "
dez par a a meia noite, mas sim aos dez par a a meia-noite, ou seja, aos dez
minutos par a a meia-noite.
Acostumemos as orelhas: O telejornal, naquela época, começava aos
cinco para as oito. * * * Eles retornaram aos vinte para a uma. *** A reunião
começará aos quinze para as nove. *** O ônibus saiu aos dois para as seis.
Se "caso" eu não puder ir, irá meu filho.
"Se caso" é uma combinação espúria, já que amba s as palavra s são
conjunção. Melhor será cantar Se acaso você chegasse do que Se "caso"
você chegasse. Não acha, não?
Eu nunca faria uma coisa "dessa" .
N em eu: sempre que o pronome demonstrativo, em contração com a
preposição de, substituir o substantivo anterior, usar-se- á no plural, já
que Eu nunca faria uma coisa dessas eqüivale a Eu nunca faria uma coisa
dessas coisas.
Outros exemplos: Fizemos um esforço daqueles e nada conseguimos.
*** Um país destes não pode passar por tantas crises. *** Depois de um
esforço desses, vocês nada conseguiram?!
ioga
Quando todo o mundo já dizia apenas ióga, quando todo o mundo já
estava acostumado com a pronúnci a ióga, eis que surge uma corrente que
vem insistentement e pronunciando iôga.
Existem, ainda, os que admitem amba s as pronúncias, distinguindo
cada uma delas com um gênero: a ioga (ó), par a esses fenômenos da semântic
a moderna , seria a prátic a do ioga (ô), que seria a filosofia em si.
Há, ainda, uma terceira vertente: dos que só grafam yôga, que, a bem da
verdade, já não é português.
A palavr a nos vem do sânscrito yogah = união com Deus, através do
inglês yoga.
Cremos ter encerrado bem esta nova edição: em união com Deus, ou
seja, em ioga.
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2019-01-19T22:23:48Z
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|Carta enviada a alguns meios de comunicação
Olá,
Sou estudante de Antropologia na UNILA, (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) localizada na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná, universidade que por meio de seus benefícios estudantis é capaz de manter jovens estudantes de países da América Latina. Porém enfrentamos um problema de integração com a comunidade local, para a maioria dos habitantes de Foz, somos estudantes sustentados pelo governo e ponto, e é onde questões de longo prazo se cruzam com medidas emergenciais. Atualmente a Unila não possuí moradia estudantil para abrigar a todos os beneficiados, então são alugados alguns quartos de hotéis para os alunos em vários pontos da cidade.
Estamos completando uma semana de greve dos professores e no dia 03/06, estávamos em cerca de 50 pessoas em volta de uma fogueira, bebendo vinho e conversando, próximo a 1:30 A.M. a policia militar invadiu uma destas moradias, a qual eu moro, não possuíam mandado para entrar, e alegaram primeiramente que receberam denuncia de barulho, som alto, o que não estava ocorrendo. Chegaram dizendo que queriam um responsável pela moradia, porém todos se mobilizaram e perguntaram o porque, depois disseram que iriam levar todo mundo para a delegacia (nestas palavras), após a correria das pessoas por causa de 3 disparos de arma de fogo pela policia e a quebra de um vidro da porta principal, os policiais prenderam e espancaram
**7 estudantes**, (tive informação depois que foram 8) a maioria estrangeiros, **7**homens e 1 mulher, sendo que não tinha uma policial mulher, e a mulher foi detida por homens, foi indagada se era lésbica, se era comunista. Na delegacia (militar) os estrangeiros foram ridicularizados, ameaçados de deporte.
Ao final, os sete estudantes foram indiciados e irão responder judicialmente por pertubação de sossego, e desacato a autoridade, o que não ocorreu. Temos vídeos de tudo o que ocorreu, o vídeo do sistema interno de segurança, e vários outros videos das pessoas que estavam no local.
O que acontece agora, são noticias provenientes de várias partes da imprensa (segue em anexo uma das primeiras notas que saíram, no G1), que não buscam os alunos e nem os vizinhos que foram juntos na delegacia depor a nosso favor, dizendo que não acordaram com a suposta festa, sim com os disparos e com as sirenes da policia.
Gostaria de saber, se vocês poderiam me fornecer contatos na imprensa para a circulação de uma nota a nível nacional, que dialogue com os estudantes, pois estamos diante da construção de uma das maiores universidades do país, e lutamos para que ela se torne referencia na América Latina, mas sabemos que existem pessoas em todos os níveis que estão contra a este projeto idealizado pelo presidente Lula, juntamente com o reitor Helgio Trindade. São contra por questões politicas históricas, por ser uma Universidade que potencializa a integração latino-americana, e que a cada dia que passa, em vez de se tornar algo bonito e fundamental na América Latina, se tornou referencial de marginalidade e vagabundagem.
Atenciosamente.
Caro estudante, não são somente os políticos que estão contra a formação da grande universidade integradora da latino America, existem também aqueles pobres de alma que fazem com que o povo não queria a UNILA como uma grande universidade. Não sou contra a unila, que fique claro, porém sou contra os alunos que fazem mal uso dos benefícios concedidos para estudar e não beber ou usar drogas até. É uma pena sim o ocorrido e como escritor político social desta cidade espero que este fato seja único, que não ocorra nunca mais obviamente e que se houve de fato a agressão, discriminação e mal tratos e até é cabível um abuso de autoridade, que os policiais sejam muito bem punidos porém é necessário dizer à vocês que só é cabível punição mediante denúncia o que quase nunca ocorre. Fica aqui um salve meu e um pedido de mais educação para com vocês estudantes não só por parte de jovens ou pessoas como eu mas também por parte dos policiais e pessoas do meio social da nata iguaçuense que só sabem criticar a unila e os caros unileiros.ResponderExcluir
Pessoal, sugiro que publiquem os videos mencionados, assim a versão contada terá mais credibilidadelResponderExcluir
Este comentário foi removido por um administrador do blog.ResponderExcluir
Fora comunismo!ResponderExcluir
Parabéns à ação da Polícia Militar de Foz do Iguaçu! Não fez nada mais do que os iguaçuenses tanto anseiam: ACABAR COM ESSA BADERNA DESSES COMUNISTÓIDES QUE SE ACHAM ESTUDANTES! Fora baderneiros! Fora maconheiros! Vão arranjar vergonha na cara, e parar de viver à custa da sociedade ao seu redor, e como retribuição, não ter o mínimo de respeito.ResponderExcluir
André Renato Rinaldi
Eng. Agronômica - UNIOESTE
Acho triste esses comentários! Por que ninguém reclama, com o mesmo entusiasmo, dos políticos corruptos!? Esses sim são custeados por nós, e saem milhões de vezes mais caro que qualquer estudante brasileiro ou extrangeiro! Acorda povo! Lutem pelo que vale a pena!ResponderExcluir
esse pessoal da unila tem que se fude mesmo.....ResponderExcluir
Es fácil para muchos desde la comodidad de su casa, teclear y opinar, generalizando por motivos varios. Un caso semejante bien podria ser que, al observar una institucion educativa y ver a un grupo de torcedores de un equipo de futbol dentro de ella, afirmar que todos los alumnos de esa institucion son torcedores de aquel equipo. En ese caso hasta podria afirmar que la midia seria una de las primeras en desmentir tal afirmacion por semejante aberración.ResponderExcluir
Personalmente hago un mea culpa y encuentro que tal ves no hice las cosas muy ciertas tampoco pero, en este periodo viviendo aqui, conoci excelentes personas, tanto brasileras y otras nacionalidades, muy dedicadas, en honor de las cuales creo seria muy injusto "empaquetar".
Es mas fácil señalar a todos que buscar responsables directos, "sensacionalizar" antes que investigar hasta donde llega la culpa de los sectores involucrados. Lo unico que se pide es ética a los que predican la ética dia a dia en las midias, siendo concientes de que tampoco este "quarto poder" es homogéneo.
Personalmente, deposite un sueño en este proyecto y sigo creyendo.
Lic. Ciencias da Natureza - 3er Sem.
Paredon...ao guevara e a todos comunistas que o idolatram.... dessa faculdade sairam muitos professores doutrinadores Gramiscistas nojentosResponderExcluir
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2019-01-22T01:14:05Z
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http://sintserpum-cn.blogspot.com/2010/08/
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O SINTSEPUM – CN vem através desta levar ao conhecimento de toda a sociedade curraisnovense a triste situação da estrutura física da praça da rodoviária que é um dos cartões postais do nosso município, mais esta sentindo o peso do descaso da administração municipal que não enxerga sua importância e prioriza outros investimentos ao invés de cuidar do nosso patrimônio. Estamos e iremos continuar cumprindo o nosso papel de responsabilidade social tornando público e cobrando da administração as devidas providências.
## segunda-feira, 30 de agosto de 2010
### S.O.S (Patrimônio Público - Praça da Rodoviária (Tetê Salustino) pedi socorro, a imagem que a TV não mostra e a notícia que o rádio não veicula).
Essas imagens dizem tudo...
## sexta-feira, 27 de agosto de 2010
### Tentativas em Vão (Nota à Sociedade)
O SINTSERPUM – CN vem através desta levar ao conhecimento de seus associados e da população em geral que tivemos nosso Blog rackeado e que por esse motivo nossa página foi tirada do ar, não iremos fazer nenhum tipo de acusação e nem emitir nenhum juizo de valor a respeito desse fato nossa resposta foi a criação de um novo Blog onde publicamos todas as matérias veiculadas no anterior. Informamos aos nossos associados, leitores e seguidores que voltamos ainda mais fortes, reafirmando todos os compromissos que foram assumidos anteriormente e o principal que é continuar nossa luta de maneira inteligente, passifica com legitimidade, acima de tudo respeitando a constituição federal e toda sociedade curraisnovensse.
“A maior riqueza que o homem pode ter na vida não é construida juntando e sim repartindo”
Carlos Magno
### S. O. S Patrimônio Público (Terminal rodoviário a imagem do descaso)
ESSA É UMA VERDADEIRA GAMBIARRA!!!
EXTINTORES COM VALIDADE E GARANTIA DE RECARGA VENCIDAS
BANHEIROS SEM PAPEL HIGIÊNICO
PÉSSIMO ESTADO DE CONSERVAÇÃO
Todas as vezes que a diretoria do SINTSERPUM – CN precisou colocar seus informativos no guinchê Guarda Volume ponto de apoio dos servidores municipais a serviço do terminal rodoviário foi impedido por seu administrador Sr. Albertino que sempre se comporta como dono e não como gerenciador do orgão público. O SINTSERPUM – CN está curioso para descobrir por que o mesmo não usa sua patente para solucionar os problemas expostos nesta matéria.
SR. ALBERTINO = Administrador do terminal rodoviário
O SINTSERPUM - CN a partir de agora irá assumir um papel social, e repudiar através do nosso Blog o descaso e o desmando no serviço e no patrimônio público.
## quinta-feira, 26 de agosto de 2010
### Tirando a tinta 3 ( O desafio continua)
Dando sequência ao bombardeio de ataques contra os SINTSERPUM – CN o repórter Edmilson de Souza (Rádio Ouro Branco) usou boa parte do seu programa veiculado no último sábado dia 14 para fazer aquilo que já não é mais novidade, e que por esse motivo não iremos usar o nosso precioso espaço com essa discursão o que para nós seria perda de tempo.
O SINTSERPUM – CN quer através desta apenas reforçar o desafio lançado em matérias anteriores, de que na primeira matéria de nossa responsabilidade que seja calúniosa e infundada veiculada em nosso blog iremos tirar nossa página do ar, e que se o mesmo vinher acontecer no programa do Repórter que ele tome a mesma atitude. Dificilmente o mesmo irá aceitar o desafio por não ter certeza se seu programa ainda iria ao ar.
### Aminésia, o boletim de ocorrência que a imprenssa esqueceu de divulgar.
O SINTSERPUM – CN vai se reservar ao direito de não fazer qualquer tipo de comentário em relação ao episódio ocorrido na sessão da Câmara Municipal na última quinta-feira dia 12, simplesmente por entendermos que se trata de uma questão juridica e que não nos cabe emitir nenhum juizo de valor.
Retiramos da cópia do boletim de ocorrência inserido nessa matéria o comentário feito por um internauta e que foi lido na referida sessão como se fosse uma matéria postada pelo blog do SINTSERPUM – CN. O mesmo foi lido pelo presidente da Câmara Vereador João José da Silva Neto (DEM).
Queremos esclarecer que tomamos essa atitude em respeito à honra e a dignidade das pessoas que nele foram citadas e que o SINTSEPUM – CN continua e irá continuar seu movimento de maneira inteligente, passifica e acima de tudo com a capacidade de sabermos dissernir umas coisas das outras.
### Aguardando uma resposta
No último dia 03 (terça-feira) o SINTSERPUM – CN enviou ao Exmo. Sr. Prefeito Geraldo Gomes de Oliveira um oficio protocolado sob nº 1458/2010-E, onde assumimos o compromisso de aguardarmos até o próximo dia 10 (terça-feira) do mês corrente uma proposta concreta do Plano de Cargo Carreira e Salários dos Servidores (PCCS) ou que pelo menos se estabeleça de maneira oficial um prazo para que a mesma venha ser apresentada. Depois deste prazo se não obtivermos uma resposta iremos acionar a justiça para que seja cumprida a LEI Nº 1160, 20 de junho de 1990.
### A praça é nossa
Dando seqüência ao movimento (A hora da conquista) luta pelo plano de carreira dos servidores municipais o SINTSERPUM – CN realizou no ultimo dia 02 de agosto (segunda-feira) um protesto de reivindicação na praça Tomaz Salustino (em frente a prefeitura municipal de Currais Novos) sem perder sua identidade e nem mudar o foco da luta o sindicato utilizou um carro de som, propaganda móvel, algumas faixas e também fez panfletagem.
O protesto contou com a colaboração do SINTE/Regional de Currais Novos – RN representado pelos seus coordenadores Francisca Palmeira e Marinilzo Clementino que fizeram suas intervenções e demonstraram o apoio do SINTE a causa dos servidores, tivemos também a participação do Profº Mendes representante da conlutas em nossa cidade e do grupo teatral Arte Viva de Santa Cruz, como também de alguns servidores e de outros que colaboraram com o manifesto.
É necessário que a sociedade tome conhecimento dos motivos de nossa luta e que iremos dá seqüência ao movimento de maneira inteligente, pacifica e acima de tudo respeitando todos os cidadãos curraisnovense.
### Servindo de exemplo
Os vereadores Francisco Moreira (PP), Eugenio Lins (PSB) e Odon Jr (PT) declararam publicamente seu apoio ao movimento dos servidores pelo plano de carreira e estão contribuindo para que nosso objetivo seja alcançado
O SINTSERPUM – CN agradece o apoio dos nobres vereadores a nossa causa como também aproveitamos a oportunidade para mostrar que somos um sindicato independente que tem autonomia e acima de tudo que não temos bandeira política. E que a nossa bandeira política é e sempre será a bandeira do trabalhador. Convidamos todos aqueles que de maneira direta ou indireta possam colaborar a se somarem a nossa luta pelo cumprimento dos direitos dos trabalhadores.
“O que gera o equilíbrio do mundo não são as igualdades e sim as diferenças”. Autor desconhecido.
### Enrolação (Agora virou negociação)
As três frases mais pronunciadas ao longo do seu mandato pela nobre vereadora e lider do Prefeito Maria Aparecida – PTB (Dadá):
“É um desejo do Prefeito Geraldo Gomes (DEM)”
“O Prefeito já tomou conhecimento”
“O Prefeito esta tomando as providências”.
Após o SINTSERPUM – CN ter desafiado a nobre vereadora a provar o que havia dito na sessão do dia 03 de Agosto de 2010, a mesma aproveitou do precioso e mal aproveitado espaço que detém na Câmara e apresentou na sessão do último dia 10 (terça-feira) documentos que apenas comprovam que ouve uma enrolação e não uma negociação, pois, os mesmos tratam da nomeação de uma comissão encarregada de elaborar uma proposta de plano de carreira e que de maneira verbal estabeleceu três prazos diferentes para essa apresentação e não cumpriu nenhum deles inclusive o último que seria no
A postura da nobre vereadora é vergonhosa e anti democrática, pois, tenta passar para os servidores do município e para a sociedade em geral uma imagem de que existe por parte dela e por parte do Sr. Prefeito Geraldo Gomes (DEM) uma preocupação em cumprir os direitos dos servidores. Na realidade em seu terceiro mandato após a criação da Lei o mesmo insiste apenas em ignora-lá.
**dia 06 de Julho de 2010** **foi assumido pelo próprio secretário de administração e filho do Sr. Prefeito Carlos Magno Correia Gomes na única de 5 (cinco) reuniões que o mesmo participou.**
A postura da nobre vereadora é vergonhosa e anti democrática, pois, tenta passar para os servidores do município e para a sociedade em geral uma imagem de que existe por parte dela e por parte do Sr. Prefeito Geraldo Gomes (DEM) uma preocupação em cumprir os direitos dos servidores. Na realidade em seu terceiro mandato após a criação da Lei o mesmo insiste apenas em ignora-lá.
### Nota de agradecimento (Essa é pra comemorar)
O SINTSERPUM – CN vem através desta agradecer a nobre vereadora Maria Aparecida – PTB (Dadá) por sabermos que a mesma esta acessando o nosso Blog (www.sintsepum-cn.blogspot.com) e que por isso está conseguindo se manter bem informada das ações e do trabalho do nosso sindicato que é levar a verdade aos servidores e a população em geral.
Na oportunidade agradecemos também pelo discurso imprimido na última sessão, pois o mesmo só deixou “os esclarecidos ainda mais esclarecidos e os alienados com algumas dúvidas”.
Na oportunidade agradecemos também pelo discurso imprimido na última sessão, pois o mesmo só deixou “os esclarecidos ainda mais esclarecidos e os alienados com algumas dúvidas”.
“A caneta que escreve a história fica pouco tempo na mão do político, mas a borracha da correção quem tem é o povo”.
Carlos Magno
Carlos Magno
### Em busca da liberdade
Dr. Rafael Diniz (assessor jurídico do SINTSERPUM - CN)
O SINTSERPUM – CN através de sua assessoria juridica deu entrada no último dia 09 (segunda-feira) em um mandato de segurança com pedido de liminar Processo Nº 0001820-58.2010.8.20.0103. Pedindo que seja anulada a cláusula do contrato da Prefeitura Municipal com o Banco do Brasil em que os servidores ficam limitados a fazer empréstimo consignado apenas nessa instituição. O SINTSERPUM – CN informa aos seus associados e servidores em geral que brevemente estaremos empreitando outras ações de interresse coletivo de todas as categorias.
### Portaria nº 009 de 29 de julho de 2010. ( A volta da Censura)
Usando a prerrogativa de presidente da Câmara Municipal o vereador João José da Silva Neto (DEM) baixou uma portaria suspendendo o uso da palavra na tribuna livre de 02 de agosto a 17 de outubro de 2010, alegando ter tomado essa medida em virtude do período eleitoral em sessões ordinárias e extraordinárias, por representantes de entidades e população em geral.
A portaria baixada pelo nobre vereador é na verdade uma forma de tentar legalilzar a volta da sensura e seu principal objetivo foi impossibilitar que a diretoria do SINTSERPUM – CN cumpra com o seu papel e faça aquilo que foi feito todas as vezes em que a mesma ocupou o espaço da tribuna livre defender os interresses dos servidores do nosso município.
Que belo exemplo de democracia hein Sr. Presidente???
A portaria baixada pelo nobre vereador é na verdade uma forma de tentar legalilzar a volta da sensura e seu principal objetivo foi impossibilitar que a diretoria do SINTSERPUM – CN cumpra com o seu papel e faça aquilo que foi feito todas as vezes em que a mesma ocupou o espaço da tribuna livre defender os interresses dos servidores do nosso município.
Que belo exemplo de democracia hein Sr. Presidente???
O SINTSERPUM – CN não vai se calar diante dessa medida retalhativa e antidemocrática vamos da sequência a luta mantendo o nivel do nosso movimento deixando a sociedade curraisnovense informada de todos os acontecimentos.
“Ser livre não significa fazer o que a gente quer e sim saber o que a gente faz”.
Autor desconhecido
### Tirando a tinta 2 – (O Retorno)
Repetindo o que é de costume o réporter Edmilson de Souza (Rádio Ouro Branco) voltou a atacar o movimento sindical (A Hora da Conquista) luta pelo cumprimento da Lei nº 1160, 20 de junho de 1990, Plano de Carreira dos Servidores Municipais.
Na matéria veiculada em seu programa no ultimo dia 5 (quinta-feira) do mês corrente o Réporter tentou mais uma vez descaracterizar o movimento sindical com palavras de calúnia e difamação que dispensam qualquer tipo de comentário. A novidade é que foi criado um factóide envolvendo o Vereador Silvano Araújo (DEM) como vitima e como testemunhas do mesmo dois personagens conhecidos da sociedade curraisnovense o popular (Inácio de Colombita) Inácio Araújo militante do sistema político do Prefeito Geraldo Gomes (DEM) e que ocupa um cargo comissionado na prefeitura municipal o outro personagem é o cidadão conhecido por Nassés Luciano também militante do sistema político do prefeito. Foi dito pelo reporter que o Presidente do sindicato agridiu moralmente o Vereador Silvano Araújo (DEM), a verdade é que o vereador foi abordado em via pública pelo presidente do sindicato que fez o que já tinha sido feito em matéria postada pelo nosso blog no último dia 04 (quarta-feira) que foi simplesmente questionar porque o nobre vereador havia mentido na última sessão da câmara dos vereadores que foi transmitida ao vivo pela Tv Câmara canal 20.
O SINTSERPUM – CN quer deixar claro para todos os servidores e para a sociedade curraisnovense que não vamos entrar nesse jogo sujo e baixo. E que iremos manter o nível do nosso movimento dando sequência e intencificando a luta pelos nossos direitos.
### Inimigos dos Servidores Municipais de Currais Novos
Palavras dos vereadores em resposta ao movimento sindical na sessão realizada no ultimo dia 03 (terça-feira) do mês corrente.
Vereador João José da Silva Neto (DEM) Presidente da Câmara:
“O movimento é uma baderna”
O Presidente da Câmara nobre vereador João José da Silva Neto (DEM) precisa urgentemente consultar o (Aurélio) Dicionário da Língua Portuguesa para aprender a diferença entre o nosso movimento e a palavra BADERNA.
Vereadora Maria Aparecida Alves Othon (PTB) – Dadá líder do Prefeito na Câmara:
”Existia uma negociação, mas o Presidente do Sindicato Carlos Magno procurou a assessoria jurídica da prefeitura e disse que não tinha mais negociação e que o Sindicato iria acionar a justiça”. Desafiamos a nobre vereadora e líder do prefeito a apresentar a sociedade curraisnovense um documento oficial assinado pela diretoria do Sindicato e pela administração municipal onde fiquem comprovadas as palavras da mesma.
Vereador Marinaldo Francisco (PTB):
“Houve um momento em que utilizaram cadeiras para erguerem as faixas e que as pessoas não estavam conseguindo ver a banda e que retiraram as faixas”. Desafiamos o nobre vereador a provar o conteúdo das palavras proferidas pelo mesmo.
Vereador Silvano de Araújo (DEM):
“Chegaram a esfregar o papel que estava sendo entregue na cara do Prefeito Geraldo Gomes”. Somos trabalhadores honestos, humildes e civilizados e que nunca teríamos ou iremos ter tal atitude na luta pelos nossos direitos e desafiamos ao nobre vereador a provar publicamente o que por ele foi dito.
Vereador Dr. Eduardo Pontes (PR):
Vereador Dr. Eduardo Pontes (PR):
“Concordo com tudo que foi dito em relação ao movimento”.
A atitude do nobre vereador Dr. Eduardo Pontes (PR) despensa qualquer tipo de comentário. É necessário que o trabalhador e a sociedade curraisnovense vejam e tome conhecimento de quem são aqueles que defendem seus interesses.
A atitude do nobre vereador Dr. Eduardo Pontes (PR) despensa qualquer tipo de comentário. É necessário que o trabalhador e a sociedade curraisnovense vejam e tome conhecimento de quem são aqueles que defendem seus interesses.
**“Quanto mais o homem se aproxima do poder, do dinheiro e da elite mais ele fica distante do povo”.** **Autor desconhecido.**
### Saiu no blog de Marcos Dantas
Currais Novos 26 de Julho de 2010 05:45
Em plena festa e leilão de Santana, Geraldo Gomes teve que “aturar” protestos dos servidores municipais,
em frente ao palco no Hotel Tungstênio, grande faixa fazia cobranças ao prefeito.
O final de semana da Festa de Santana de Currais Novos não foi tão bem aproveitado pelo prefeito Geraldo Gomes (DEM)... Não é que o evento não tenha atraído a multidão que sempre prestigia a cada ano... O problema foi o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, capitaneados pelo seu presidente Carlos Magno. É que eles resolveram fazer um protesto silencioso, mas grandioso e que chamava a atenção da multidão que prestigiava os leilões com as festas nas noites, após a novena.
Na experiência de seus quatro mandatos, Geraldo Gomes e seus auxiliares tiveram que conviver com faixas imensas no meio do povo e também próximas a mesa que montou para receber seus convidados. Os servidores da Prefeitura reclamam de falta de aumento e algumas vantagens para a categoria prometidas desde as administrações passadas de Geraldo Gomes e que também foram divulgadas como plano de Governo já para essa gestão. Os servidores alegam que nada do combinado foi cumprido, pelo menos até nesse um ano e sete meses da quarta gestão.
### E a luta continua
Cumprindo o que havíamos prometido o SINTSERPUM – CN continuou e intensificou o movimento (A hora da conquista) luta pelo plano de Carreira dos Servidores Municipais. No dia 25 de julho (ultimo domingo) o sindicato deu seqüência ao movimento de maneira pacifica e civilizada, ao contrário da comitiva do senhor prefeito Geraldo Gomes (DEM) encabeçada pela senadora e candidata ao governo do estado Rosalba Ciarline (DEM) e do senador José Agripino (DEM) que mais uma vez deram um show de arrogância, prepotência e descaso com os servidores em resposta ao nosso movimento de luta.
A comitiva passava em frente à Prefeitura (local onde acontecia o protesto) quando foi abordada pelos servidores municipais para que fosse entregue mais uma vez um informativo de reivindicações, e foi surpreendida por dois membros da comitiva que tentaram impedir a entrega do panfleto. Os servidores foram xingados por um deles com as seguintes palavras: (bando de vagabundos) será que este é o tratamento que deve ser dado aos trabalhadores?
A comitiva passava em frente à Prefeitura (local onde acontecia o protesto) quando foi abordada pelos servidores municipais para que fosse entregue mais uma vez um informativo de reivindicações, e foi surpreendida por dois membros da comitiva que tentaram impedir a entrega do panfleto. Os servidores foram xingados por um deles com as seguintes palavras: (bando de vagabundos) será que este é o tratamento que deve ser dado aos trabalhadores?
Procura-se este responsável pelo xingamento
Esse cidadão precisa sair do anonimato
O movimento ofereceu resistência, ignorando a tentativa frustrada e desrespeitosa com os servidores cumprindo sua missão que era a de entregar suas reivindicações a comitiva do (DEM). Populares que passavam no local repudiaram a atitude e demonstraram total apoio ao movimento.
“O único dia impossível na vida de qualquer ser humano para que ele possa fazer qualquer coisa é o dia de ONTEM”.
Paulo Coelho
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2019-01-19T06:48:22Z
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http://quintaemenda.blogspot.com/2006/03/
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**Até segunda**.
## 31.3.06
## 30.3.06
### Pais de Deux
Nada como perder a
Uma despedida para Jobim, o ex presidente do Supremo, e uma constatação sobre a deputada Angela Guadagnin (PT-SP).
*".* **"imunidade parlamentar**
Uma despedida para Jobim, o ex presidente do Supremo, e uma constatação sobre a deputada Angela Guadagnin (PT-SP).
Postado por Marise Morbach às 16:38 2 comentários: Links para esta postagem
### Jorrando
Querem saber das últimas novidades da política paraense, de uma fonte certeira?
Leiam
Leiam
*a coluna do Salame, o de Marabá.* **aqui**
Postado por Marise Morbach às 16:19 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Falsas Premissas
Uma síntese de jornalismo, direito e cidadania o texto em que Lucio Flávio Pinto
*a matéria do site* **critica** **Consultor Jurídico,**que comenta suas demandas com O Liberal.
Postado por Marise Morbach às 16:00 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Sapateado
Outro que saltita que nem rato é Paulo Okamoto,
*até a PF.* **fintando**
Postado por Marise Morbach às 15:49 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Sinistro
Em dois
*posts*, agora à tarde, os blogs do Josias e do Noblat começam a desenhar um cenário sombrio envolvendo o ex ministro Palocci. No curto prazo, inclusive.
Postado por Marise Morbach às 15:26 2 comentários: Links para esta postagem
### Boi na Linha
Fonte do blog, vermelha que nem o sangue de Cristo, garante que o PT tentou, até o último momento, atrair o PDT e o PMDB para uma grande composição.
À Giovani Queiroz foi oferecida a vice, e o senado à vereadora Elcione.
O nome para o governo não era o de Mário Cardoso não.
À Giovani Queiroz foi oferecida a vice, e o senado à vereadora Elcione.
O nome para o governo não era o de Mário Cardoso não.
Postado por Marise Morbach às 12:58 5 comentários: Links para esta postagem
### Dia D
Nova Déli vive seus dias D.
D de dilúvios,D de desimcompatibilização.
D de dilúvios,D de desimcompatibilização.
Postado por Marise Morbach às 07:41 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Embate
Hélio "Bosta" e Gilberto "Vil" protagonizam o mais novo
*dos ministros de Lula. Francamente.* **quiprocó**
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### Calote
O retorno do PDT às hostes da União Pelo Pará está causando transtornos na aliança que sustenta Maria do Carmo em Santarém, que enfrenta muitos problemas - de diferenças de orçamentos ao cumprimento de cronogramas - na realização de obras.
Ao ser procurado pelos prestadores dos serviços, o
E segue dando pernada.
Ao ser procurado pelos prestadores dos serviços, o
*prefeito*Everaldo Martins Filho, o popular Beiçola, balança vigorosamente as enormes bochechas e diz "Não".
E segue dando pernada.
Postado por Marise Morbach às 07:03 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Será o Benedito?
Rá.
Amiga do
Inclusive a da entrevistada – que revelou suas respostas - e a deste
Deve o prefeito de Nova Déli ficar de olho nessa pesquisa.
Ele ainda pode consertar, pelo veto, o
Pode e deve.
Pode também mandar a Guarda Municipal garantir a ordem e a representação popular nas galerias, dando um basta no abafa da turma do barulho, da cachaça e da violência.
Pode e deve.
Aí, quem sabe, pode começar a ser visto com melhores olhos pela opinião pública.
Pode e deve.
Amiga do
*poster*telefona para dizer que foi sondada por uma empresa de pesquisa de opinião. Assunto: restrições à cachaça, barulho e violência, três das maiores pragas que assolam a vida dos moradores de Nova Déli.
Inclusive a da entrevistada – que revelou suas respostas - e a deste
*poster*.
Deve o prefeito de Nova Déli ficar de olho nessa pesquisa.
Ele ainda pode consertar, pelo veto, o
*frankstein*ilegal e imoral que saiu da Câmara.
Pode e deve.
Pode também mandar a Guarda Municipal garantir a ordem e a representação popular nas galerias, dando um basta no abafa da turma do barulho, da cachaça e da violência.
Pode e deve.
Aí, quem sabe, pode começar a ser visto com melhores olhos pela opinião pública.
Pode e deve.
Postado por Marise Morbach às 06:34 5 comentários: Links para esta postagem
### A Nova Lista
O colunista Ancelmo Góes, de O Globo, informa que uma nova lista de mensaleiros, com 45 nomes, está sob intensa pressão para ser divulgada.E para não ser, também.
Todos os nomes são do PMDB.
Todos os nomes são do PMDB.
### Volta ao Lar
O site Consultor Jurídico “comemora” a chegada ao Brasil, em 60 dias, dos
Deve retornar em breve à cadeia.
*que finalmente vão comprovar, de uma vez por todas, as fraudes do ladrão Paulo Salim Maluf.* **documentos**
Deve retornar em breve à cadeia.
Postado por Marise Morbach às 06:10 4 comentários: Links para esta postagem
### Vítima ou Cúmplice?
Informa o noblog, do site
O IBOPE revela, inclusive, o questionário utilizado na sondagem.
E questionário é ouro em pesquisa, pois tudo começa com a correta formulação da pergunta.
É muito interessante o mundo da pesquisa de opinião. Tire a
**nominimo**, que o IBOPE disponibilizou em seu site as informações da pesquisa “Eleitor: Vítima ou Cúmplice”, tema de um comentado post, aqui neste blog.
O IBOPE revela, inclusive, o questionário utilizado na sondagem.
E questionário é ouro em pesquisa, pois tudo começa com a correta formulação da pergunta.
É muito interessante o mundo da pesquisa de opinião. Tire a
*!* **prova**
Postado por Marise Morbach às 05:56 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 29.3.06
### O Relatório
Quem quiser ler, está
*o Relatório Final da CPI do Mensalão.* **aqui**
Postado por Marise Morbach às 17:32 2 comentários: Links para esta postagem
### Fora da Lei
Do Noblat, postado às 13:27
*Coisa de bandido*
Em todos os tempos, aqui e em qualquer parte, os que vivem à margem do modelo econômico adotado pelos Estados só conseguem avançar se pressionam e ameaçam os que estão de cima.
Se o MST ficasse quietinho esperando que os governos arranjassem terra para quem precisa, não haveria terra. Ou haveria pouca.
Em todos os tempos, aqui e em qualquer parte, os que vivem à margem do modelo econômico adotado pelos Estados só conseguem avançar se pressionam e ameaçam os que estão de cima.
Se o MST ficasse quietinho esperando que os governos arranjassem terra para quem precisa, não haveria terra. Ou haveria pouca.
*Mas daí ao MST destruir laboratórios, casas e outras instalações de propriedades que invade, vai uma diferença enorme.*.
É coisa de bandido
É coisa de bandido
Postado por Marise Morbach às 13:33 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Raridade
O Seventy conta que o vereador Carlos Augusto, líder do PFL na Câmara de Nova Déli, "morde e assopra" o prefeito Duciomar Costa. E diz porque:
Mas esse sorriso o prefeito só vê quando não está em Brasília.
*Motivo*
Assessores municipais descobriram que a prática começou desde que uma afilhada do vereador, que era lotada na Secretaria Municipal de Saúde, foi afastada do cargo. A partir daí, o vereador começou a voltar sua metralhadora, nas sessões da Câmara, para o Palácio Antonio Lemos. Mas sempre abre um sorriso quando vê o prefeito.
Assessores municipais descobriram que a prática começou desde que uma afilhada do vereador, que era lotada na Secretaria Municipal de Saúde, foi afastada do cargo. A partir daí, o vereador começou a voltar sua metralhadora, nas sessões da Câmara, para o Palácio Antonio Lemos. Mas sempre abre um sorriso quando vê o prefeito.
Mas esse sorriso o prefeito só vê quando não está em Brasília.
### Deixa Comigo
Do Seventy, hoje em O Liberal
Arredondou a abordagem do tema, o Seventy, e deixa a decisão no colo de quem a tem que tomar: o próprio governador.
*Reserva*
Mesmo no trato com seus assessores mais próximos, o governador Simão Jatene tem mantido a mais absoluta reserva quanto à sua permanência ou não no cargo, depois de sexta-feira. Tão enigmático, não diz se sai ou se fica. Permanecendo no cargo, Jatene só terá duas alternativas: ou disputa a reeleição ou apóia um outro candidato à sua própria sucessão.
Mesmo no trato com seus assessores mais próximos, o governador Simão Jatene tem mantido a mais absoluta reserva quanto à sua permanência ou não no cargo, depois de sexta-feira. Tão enigmático, não diz se sai ou se fica. Permanecendo no cargo, Jatene só terá duas alternativas: ou disputa a reeleição ou apóia um outro candidato à sua própria sucessão.
Arredondou a abordagem do tema, o Seventy, e deixa a decisão no colo de quem a tem que tomar: o próprio governador.
Postado por Marise Morbach às 12:52 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Linha de Sucessão
Ainda o Seventy, na edição de hoje
O blog - longe de querer dar corda em quem não precisa - no lugar do presidente da Assembléia Legislativa, não hesitaria em assumir o cargo.
Mas vamos seguir a obra que o Seventy preferiu deixar em aberto.
O próximo da linha sucessória seria o presidente do TJ, o desembargador Milton Nobre, que assumiria sem problemas, de ordem institucional ou de capacidade pessoal.
*Engenharia*.
Como a vice-governadora Valéria Pires Franco já deixou o cargo, a eventual saída do governador exigiria uma delicada obra de engenharia política para se chegar ao seu sucessor, aquele que assumiria o cargo para completar o mandato. O primeiro da linha de sucessão é o presidente da Assembléia Legislativa, Mário Couto. Mas este, candidato a deputado federal, não poderá assumir, sob pena de se tornar inelegível. Quer dizer, esta é uma semana de muitas dúvidas, mas também de muitas decisões
Como a vice-governadora Valéria Pires Franco já deixou o cargo, a eventual saída do governador exigiria uma delicada obra de engenharia política para se chegar ao seu sucessor, aquele que assumiria o cargo para completar o mandato. O primeiro da linha de sucessão é o presidente da Assembléia Legislativa, Mário Couto. Mas este, candidato a deputado federal, não poderá assumir, sob pena de se tornar inelegível. Quer dizer, esta é uma semana de muitas dúvidas, mas também de muitas decisões
O blog - longe de querer dar corda em quem não precisa - no lugar do presidente da Assembléia Legislativa, não hesitaria em assumir o cargo.
Mas vamos seguir a obra que o Seventy preferiu deixar em aberto.
O próximo da linha sucessória seria o presidente do TJ, o desembargador Milton Nobre, que assumiria sem problemas, de ordem institucional ou de capacidade pessoal.
Postado por Marise Morbach às 12:48 2 comentários: Links para esta postagem
### Sob Investigação
Depois de Alckmin, mais um governador tucano tem problemas com a propaganda.
É Marconi Perillo, de Goiás, um dos expoentes do baixo clero do PSDB. O STF negou-lhe o pedido de trancamento do inquérito que apura uma dispensa de licitação para propaganda institucional.
Detalhes
É Marconi Perillo, de Goiás, um dos expoentes do baixo clero do PSDB. O STF negou-lhe o pedido de trancamento do inquérito que apura uma dispensa de licitação para propaganda institucional.
Detalhes
*.* **aqui**
Postado por Marise Morbach às 12:04 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Conspiração
Do blog do Brasiliense, postado hoje.
É o fim da picada a pressão dos peemedebistas paraenses Jader Barbalho e Asdrúbal Bentes.
Vão para campanha os esforços destes parlamentares.
*O governo Lula tenta inviabilizar a votação do relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDB-SC), da CPMI dos Correios. Líderes petistas concluíram que, em ano eleitoral, um documento afirmando que o "mensalão" existiu vai virar peça de campanha.* *É por isso que o PT prepara um relatório paralelo para derrubar o de Serraglio no plenário da CPMI. A oposição contava com 16 votos para aprovar o relatório de Serraglio, contra 15 do governo. Mas o vice-presidente da comissão, Asdrúbal Bentes (PMDB-PA) - ligado ao deputado "new-lulista" Jader Barbalho (PMDB-PA) - e o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), já teriam se passado com mala e cuia para o lado governista.* *Enquanto isso, adia-se a votação no plenário do processo de cassação do ex-presidente da Câmara, deputado "mensaleiro" João Paulo Cunha (PT-SP). Cunha teme que o "samba do escárnio", da deputada Angela Guadagnin (PT-SP), acabe influenciando os ilustres parlamentares, que votariam pela sua cassação.* *É o fundo do poço, é o fim do caminho...*
É o fim da picada a pressão dos peemedebistas paraenses Jader Barbalho e Asdrúbal Bentes.
Vão para campanha os esforços destes parlamentares.
Postado por Marise Morbach às 11:49 2 comentários: Links para esta postagem
### Algumas Sobras
Do colunista Janio de Freitas na Folha de S. Paulo, hoje:
*"A intromissão de uma verdade onde nenhuma fora prevista, por princípio e por necessidade, destruiu o plano articulado para a permanência de Antonio Palocci no ministério, mas o que sobrou de inverdades e de aparências enganosas continua adulterando os fatos.*
Sobre Lula, por exemplo, consta que só veio a saber do depoimento de Jorge Mattoso ao voltar de Curitiba a Brasília no fim da tarde de segunda-feira, e decidiu demitir Palocci. Irritado, teria até emitido um "Palloci, venha cá".
Pois bem, ao embarcar para Curitiba, ainda na parte da manhã, Lula já recebera duas informações dadas pessoalmente por Jorge Mattoso: o pedido de demissão do presidente da Caixa, apresentado ali mesmo; e sua decisão de dizer, ao depor na Polícia Federal à tarde, que entregara a Palocci o extrato da conta de Francenildo Costa na Caixa, e daí em diante só o ministro da Fazenda poderia explicar.
Lula não se decidiu pela saída de Palocci ao voltar a Brasília. Disso, por sinal, deixou várias pistas. Uma, no discurso em que, contrariando a conduta de sempre, não fez nem a mais leve referência ao cenário político, às críticas a seu governo ou à oposição. Seu abatimento era tão perceptível, que foi mencionado nos relatos imediatos de repórteres de TV e rádio. E Lula já deixara convocados os ministros do chamado conselho político, para a reunião em que, de volta a Brasília, depressa selou formalmente a saída de Palocci.
Se nem Lula foi surpreendido pelo depoimento de Jorge Mattoso, Palocci é que não poderia sê-lo. Mattoso forjou a necessidade de 15 dias para desvendar a quebra de sigilo do caseiro na Caixa, criou uma comissão de sindicância para descobrir a autoria de um ato de que ele mesmo era o autor, lançou o falso desaparecimento do laptop usado na quebra do sigilo, faltou à primeira convocação da PF -e depois de tudo isso, ao voltar de breve ida a São Paulo, estava convencido a dizer a verdade sobre o seu papel na trama para desmoralizar Francenildo. A partir desse ponto, e não de "avaliações de Lula", o episódio mudaria o seu rumo.
O desaparecimento de Palocci por algumas horas, quando repórteres o viram sair de casa no domingo, teve diferentes explicações, iguais na sua falsidade. Palloci conversou por cerca de duas horas com Jorge Mattoso. Em vão. Não conseguiu demovê-lo da nova disposição, que implicaria a saída de ambos do governo e várias outras conseqüências, inclusive policiais e judiciais.
É improvável que Palocci não tenha informado Lula ainda no domingo. Tanto que Lula quis a conversa com Mattoso ainda antes de sair para Curitiba na manhã de segunda. Mesmo que só no domingo ou na segunda Lula tenha sabido a maneira como foi conhecida a conta de Francenildo, há indicações de que já conhecia os depósitos altos na conta desde a quinta-feira 16.
Alguns petistas tiveram também a informação, revelando-se ao se gabarem de esperadas reversões da situação em futuro próximo. A senadora Ideli Salvatti, então feliz com a revelação de depósitos na conta de Francenildo, chegou a narrar sua dedução, na sexta-feira, 17, de que Lula já sabia da descoberta.
A dedução viera do sorriso, apenas um sorriso, com que Lula respondeu à referência da senadora à grave revelação, que o site da "Época" estava fazendo, dos tais depósitos incriminadores. (Desmoralizada a incriminação, a senadora quer outras investigações contra Francenildo: a vingança tem vida própria).
Palloci não precisou escrever às carreiras a carta de "pedido de demissão" que distribuiu aos jornais, pouco depois de selada no Planalto a sua saída. Pôde preparar o longo texto desde que, na véspera, Jorge Mattoso não retrocedeu quanto ao depoimento. O tempo, porém, não foi bastante para impedir Palocci de dizer que não divulgou nem autorizou "nenhuma divulgação sobre informações sigilosas da Caixa".
O extrato foi entregue por Jorge Mattoso a Palocci na noite da quinta-feira e, na sexta, estava no site de uma revista. Na qual trabalha um parente direto do assessor de comunicação de Palocci, Marcelo Netto, assessor de Zélia Cardoso de Mello nos tempos de PC Farias/Collor. É razoável que a Marcelo Netto esteja atribuída a artimanha da entrega à revista e é certo que o extrato saiu das mãos Palocci. Mas não faz diferença uma mentira sua a mais ou a menos."
Sobre Lula, por exemplo, consta que só veio a saber do depoimento de Jorge Mattoso ao voltar de Curitiba a Brasília no fim da tarde de segunda-feira, e decidiu demitir Palocci. Irritado, teria até emitido um "Palloci, venha cá".
Pois bem, ao embarcar para Curitiba, ainda na parte da manhã, Lula já recebera duas informações dadas pessoalmente por Jorge Mattoso: o pedido de demissão do presidente da Caixa, apresentado ali mesmo; e sua decisão de dizer, ao depor na Polícia Federal à tarde, que entregara a Palocci o extrato da conta de Francenildo Costa na Caixa, e daí em diante só o ministro da Fazenda poderia explicar.
Lula não se decidiu pela saída de Palocci ao voltar a Brasília. Disso, por sinal, deixou várias pistas. Uma, no discurso em que, contrariando a conduta de sempre, não fez nem a mais leve referência ao cenário político, às críticas a seu governo ou à oposição. Seu abatimento era tão perceptível, que foi mencionado nos relatos imediatos de repórteres de TV e rádio. E Lula já deixara convocados os ministros do chamado conselho político, para a reunião em que, de volta a Brasília, depressa selou formalmente a saída de Palocci.
Se nem Lula foi surpreendido pelo depoimento de Jorge Mattoso, Palocci é que não poderia sê-lo. Mattoso forjou a necessidade de 15 dias para desvendar a quebra de sigilo do caseiro na Caixa, criou uma comissão de sindicância para descobrir a autoria de um ato de que ele mesmo era o autor, lançou o falso desaparecimento do laptop usado na quebra do sigilo, faltou à primeira convocação da PF -e depois de tudo isso, ao voltar de breve ida a São Paulo, estava convencido a dizer a verdade sobre o seu papel na trama para desmoralizar Francenildo. A partir desse ponto, e não de "avaliações de Lula", o episódio mudaria o seu rumo.
O desaparecimento de Palocci por algumas horas, quando repórteres o viram sair de casa no domingo, teve diferentes explicações, iguais na sua falsidade. Palloci conversou por cerca de duas horas com Jorge Mattoso. Em vão. Não conseguiu demovê-lo da nova disposição, que implicaria a saída de ambos do governo e várias outras conseqüências, inclusive policiais e judiciais.
É improvável que Palocci não tenha informado Lula ainda no domingo. Tanto que Lula quis a conversa com Mattoso ainda antes de sair para Curitiba na manhã de segunda. Mesmo que só no domingo ou na segunda Lula tenha sabido a maneira como foi conhecida a conta de Francenildo, há indicações de que já conhecia os depósitos altos na conta desde a quinta-feira 16.
Alguns petistas tiveram também a informação, revelando-se ao se gabarem de esperadas reversões da situação em futuro próximo. A senadora Ideli Salvatti, então feliz com a revelação de depósitos na conta de Francenildo, chegou a narrar sua dedução, na sexta-feira, 17, de que Lula já sabia da descoberta.
A dedução viera do sorriso, apenas um sorriso, com que Lula respondeu à referência da senadora à grave revelação, que o site da "Época" estava fazendo, dos tais depósitos incriminadores. (Desmoralizada a incriminação, a senadora quer outras investigações contra Francenildo: a vingança tem vida própria).
Palloci não precisou escrever às carreiras a carta de "pedido de demissão" que distribuiu aos jornais, pouco depois de selada no Planalto a sua saída. Pôde preparar o longo texto desde que, na véspera, Jorge Mattoso não retrocedeu quanto ao depoimento. O tempo, porém, não foi bastante para impedir Palocci de dizer que não divulgou nem autorizou "nenhuma divulgação sobre informações sigilosas da Caixa".
O extrato foi entregue por Jorge Mattoso a Palocci na noite da quinta-feira e, na sexta, estava no site de uma revista. Na qual trabalha um parente direto do assessor de comunicação de Palocci, Marcelo Netto, assessor de Zélia Cardoso de Mello nos tempos de PC Farias/Collor. É razoável que a Marcelo Netto esteja atribuída a artimanha da entrega à revista e é certo que o extrato saiu das mãos Palocci. Mas não faz diferença uma mentira sua a mais ou a menos."
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### Recalcitrantes Esporte Clube
Comentarista do blog pede, e o blog publica a lista que a Procuradoria da República está denunciando, para que não fique apenas nas costas de Mário Couto a indevida exclusividade.
Nas palavras da Procuradoria da República:
Nas palavras da Procuradoria da República:
*Depois de desobedecerem à regra eleitoral que proíbe propaganda de candidatos antes do dia 05 de julho, quatro políticos paraenses resolveram ignorar também as ordens do Tribunal Regional Eleitoral que, alertado pelo Ministério Público, mandou retirar outdoors irregulares em Belém e no interior do Pará. Bernardete Ten Caten (PT), Cipriano Sabino (PFL), Mário Couto (PSDB) e Suzana Lobão (PL) mantiveram suas placas de feliz aniversário, mesmo depois de receberem a notificação judicial. Agora, foram denunciados por desobediência e podem até ser presos*
Postado por Marise Morbach às 11:13 3 comentários: Links para esta postagem
### Diagnóstico
É reservadíssimo o prognóstico do caso Palocci.
Dê uma entradinha no link ao lado, Deu no Jornal, e veja a grita geral nos jornais brasileiros de hoje.
Em resumo, um caso de polícia.
E deverá ser um dos maiores flancos da campanha de Lula, daqui prá frente.
Dê uma entradinha no link ao lado, Deu no Jornal, e veja a grita geral nos jornais brasileiros de hoje.
Em resumo, um caso de polícia.
E deverá ser um dos maiores flancos da campanha de Lula, daqui prá frente.
Postado por Marise Morbach às 09:39 4 comentários: Links para esta postagem
### Jornal de R$ 1,00
O excelente
Mas o que chama atenção, também, é o seguinte: não vemos artigos dos professores de jornalismo e comunicação nos jornais, sites e blogs de Nova Déli.
Por que será?
*de Paulo Oliveira, jornalista e professor da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, chama atenção para a disputa do chamado "mercado de jornais populares", em ebulição na Maravilhosa.* **artigo**
Mas o que chama atenção, também, é o seguinte: não vemos artigos dos professores de jornalismo e comunicação nos jornais, sites e blogs de Nova Déli.
Por que será?
Postado por Marise Morbach às 09:17 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Violação Em Série
Do blog do Josias, a denúncia.
*O caseiro Francenildo dos Santos Costa está longe de ser a única vítima de violação criminosa de dados sigilosos sob proteção do Estado. A Corregedoria da Receita Federal investiga um caso envolvendo o acesso irregular aos dados fiscais de cerca de 6.000 pessoas físicas e jurídicas. A lista de vítimas inclui juízes, desembargadores, jornalistas, empresários e autoridades do governo.* *.* **Leia aqui a matéria completa**
### Ação
São injustificáveis as ações do MST na Fazenda Peruano. Ponto.
Da mesma forma que o descumprimento das metas de assentamento dos sem terra pelo governo Lula, ao redor de 60% do prometido.
Ainda assim, a superintendente do INCRA na região conflagrada deixa o cargo, para se candidatar nas eleições de outubro.
Sobra, para o governo do Pará, a confusão. E o temor que a PM apronte outra.
Mas tem que agir sim. Ponto.
Da mesma forma que o descumprimento das metas de assentamento dos sem terra pelo governo Lula, ao redor de 60% do prometido.
Ainda assim, a superintendente do INCRA na região conflagrada deixa o cargo, para se candidatar nas eleições de outubro.
Sobra, para o governo do Pará, a confusão. E o temor que a PM apronte outra.
Mas tem que agir sim. Ponto.
Postado por Marise Morbach às 08:56 2 comentários: Links para esta postagem
### Duas Faces
Do Seventy, ontem, entre a vivandeirice (no texto) e a historicidade (no título)
*Golpe*
O movimento militar que há 42 anos derrubou o governo João Goulart será comemorado no dia 31, em todos os quartéis brasileiros, com a mesma ordem do dia, informa um site de Brasília. Em todas as capitais, estão sendo convidados líderes empresariais e de organizações de trabalhadores. Há quem aposte que os militares poderão lançar um manifesto de advertência diante de tanto escândalo que desaba sobre o governo. Para quem não sabe, hoje, nas pesquisas nacionais, os militares lideram o ranking de credibilidade no país.
O movimento militar que há 42 anos derrubou o governo João Goulart será comemorado no dia 31, em todos os quartéis brasileiros, com a mesma ordem do dia, informa um site de Brasília. Em todas as capitais, estão sendo convidados líderes empresariais e de organizações de trabalhadores. Há quem aposte que os militares poderão lançar um manifesto de advertência diante de tanto escândalo que desaba sobre o governo. Para quem não sabe, hoje, nas pesquisas nacionais, os militares lideram o ranking de credibilidade no país.
Postado por Marise Morbach às 07:24 4 comentários: Links para esta postagem
### Efeito Palocci
*encomendadas pelo Palácio do Planalto indicam um pequeno abalo nas intenções de voto de Lula, mas uma queda expressiva na avaliação de governo.* **Pesquisas**
E aqui no Pará, o que dizem as pesquisas?
Postado por Marise Morbach às 06:56 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Castiçal
Gente experiente do mercado – negro, diga-se de passagem – de arte sacra diz que uma história sinuosa cerca o episódio da reforma da Sé.
Postado por Marise Morbach às 06:12 2 comentários: Links para esta postagem
### Recalcitrante
A Procuradoria da República informa:
Não quer obedecer a Justiça Eleitoral, a mão treme de tanto convenio que assina, não publica regularmente o Diário Oficial da AL, e não mostra a relação de parentes e aderentes do Poder que preside. E ainda quer ser senador?
*Mário Couto, que é presidente da Assembléia Legislativa do Pará, também condenado por unanimidade pelo TRE a pagar multa de R$ 53 mil pelos outdoors que dizem "Parabéns para quem trabalha pelo Pará", ainda assim desobedeceu a ordem de retirada, assinada pela juíza eleitoral Angela Serra Sales: as placas continuavam nas ruas no dia 17 de março, duas semanas após a notificação do político.*
Não quer obedecer a Justiça Eleitoral, a mão treme de tanto convenio que assina, não publica regularmente o Diário Oficial da AL, e não mostra a relação de parentes e aderentes do Poder que preside. E ainda quer ser senador?
Postado por Marise Morbach às 05:53 2 comentários: Links para esta postagem
### Especialista
Tem muito a ensinar nessa área, o governador de São Paulo e médico Geraldo Alckmin. Seu governo já conseguiu
Não é um pouco demais?
*nada menos que 69 CPI’s.* **abafar**
Não é um pouco demais?
## 28.3.06
### "Quanto É"
Do blog do Noblat, sobre o contorcionismo da revista na abordagem das denúncias que acabaram com a carreira do ministro Palocci
*Carta aberta ao diretor da ISTOÉ* **"ISTOÉ, pelo jeito, não quer afligir mais ninguém, principalmente os poderosos. Deve ser por isso que a ISTOÉ desta semana consegue o milagre de produzir uma matéria sobre o caseiro Nildo, aquele que viu as bandalheiras da "República de Ribeirão Preto", sem citar uma única vez o santo nome de Antonio Palocci.**O trecho acima é de carta assinada pelo jornalista Luiz Cláudio Cunha, editor de Política da sucursal de Brasília da ISTOÉ, enviada a Carlos José Marques, diretor-editorial da revista, e publicada pelo site do Observatório da Imprensa
E discorre sobre a vergonhosa quebra de sigilo do caseiro omitindo acintosamente o nome do assessor de imprensa Marcelo Netto, um dos suspeitos de envolvimento no crime.
Reclamo porque fui eu que escrevi a matéria, e nela constavam os dois nomes – Palocci e Marcelo. Meu texto foi lipoaspirado, desintoxicado dos nomes do ministro e do assessor, e assim publicado. Por isso, recusei assinar a matéria."
E discorre sobre a vergonhosa quebra de sigilo do caseiro omitindo acintosamente o nome do assessor de imprensa Marcelo Netto, um dos suspeitos de envolvimento no crime.
Reclamo porque fui eu que escrevi a matéria, e nela constavam os dois nomes – Palocci e Marcelo. Meu texto foi lipoaspirado, desintoxicado dos nomes do ministro e do assessor, e assim publicado. Por isso, recusei assinar a matéria."
Postado por Marise Morbach às 21:18 2 comentários: Links para esta postagem
### Ladeira Abaixo
O Mengão
Contratados ao Nova Iguaçú.
Diz o diretor Kleber Leite que "vieram a custo zero e futebol não é uma ciência exata.
Nem a criatividade dos cartolas.
*a contratação de dois reforços.* **anuncia**
Contratados ao Nova Iguaçú.
Diz o diretor Kleber Leite que "vieram a custo zero e futebol não é uma ciência exata.
Nem a criatividade dos cartolas.
Postado por Marise Morbach às 18:19 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Ouçam!
Essa é uma história de amor por Belém.
É uma lição de cidadania. Fala por um milhão de almas que moram aqui.
E não aguentam mais o barulho, a violência, a frouxura, e a negociação sob o abafa.
A Câmara reúne, de fato, um número surpreendente de adeptos das aparelhagens.
E, mais grave, da cachaça.
Um e.mail de Rejane Bastos, presidente da Associação dos Amigos do Silêncio, para o filho do vereador que apresentou o projeto que disciplina a questão.
É uma lição de cidadania. Fala por um milhão de almas que moram aqui.
E não aguentam mais o barulho, a violência, a frouxura, e a negociação sob o abafa.
A Câmara reúne, de fato, um número surpreendente de adeptos das aparelhagens.
E, mais grave, da cachaça.
Um e.mail de Rejane Bastos, presidente da Associação dos Amigos do Silêncio, para o filho do vereador que apresentou o projeto que disciplina a questão.
**Prezado Nehemias Junior** **Estava escrevendo uma mensagem e deu um problema,não sei se chegou uma parte,se não chegou eu dizia:Do jeito que as coisas foram e estão sendo conduzidas,fica impossível levar alguém ao plenário,até porque,as pessoas trabalham e estudam,não podem perder as manhãs nisso.** **Quem espera pela Lei,não é uma minoria articulada,que pode ser levada para qualquer lugar a qualquer hora,de forma ensaiada.Trata-se do conjunto da sociedade,que tem suas obrigações.** **Seu pai está correndo o risco,de gravar o nome na Lei "Samba do Crioulo Doido II",confusa e ineficaz.** **Essas emendas causam confusão e acabarão por legitimar a baderna,com respaldo legal.** **A emenda da Vanessa por exemplo,é muito infeliz,pois,está dando direito ao sujeito de fazer barulho em postos.Os 65 decibíes são muito altos,além do mais,existe uma Lei Federal que regula isso.** **E por aí vai.** **Quando aceitei participar do processo,não imaginava o quanto a maioria dos vereadores está voltada apenas para suas bases e alguns apenas para seus umbigos.O bem estar social passa ao largo.** **Parabenizo seu pai pela iniciativa,mostrou sensibilidade ao se preocupar com a sociedade como um todo,mas infelizmente,vou torcer contra esse Frankstein que estão costurando,pois,** **dificilmente a polícia vai ter condições de agir de maneira eficaz diante de tanta confusão:dia tal,até tal hora,no posto,barulho até tantos decibéis.** **Sinceramente,fiquei preocupada.Estamos perdendo uma grande oportunidade,a CF no art 30,incisos I e II e a Súmula 645 do Supremo,ratificam o poder Municipal de regular o horário de funcionamento do comércio,estamos jogando fora a oportunidade de organizar Belém.** **sds** **Rejane Bastos**
Postado por Marise Morbach às 17:41 2 comentários: Links para esta postagem
### Prêmio Amargo
O Sebrae, responsável pelo certame, não tem nada a ver com isso.
Mas a medalha de bronze concedida à iniciativa da prefeitura de Santarém vale ouro no Tribunal de Contas da União, já de olho no processo de aquisição das mini centrais hidrelétricas, objeto do prêmio.
Mais um problema para a administração do
Mas a medalha de bronze concedida à iniciativa da prefeitura de Santarém vale ouro no Tribunal de Contas da União, já de olho no processo de aquisição das mini centrais hidrelétricas, objeto do prêmio.
Mais um problema para a administração do
*prefeito*Everaldo Martins Filho, o Beiçola.
Postado por Marise Morbach às 13:50 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Todos Livres, Todos Soltos*
Do Seventy, sobre desvios na SUDAM, matéria que conhece.
Parece que Jader teve mais sorte que outros que desviaram os recursos da SUDAM.
* copyright by Ronaldo Brasileinse
*Esqueleto*
Matéria da revista 'Istoé' desta semana mostra que a União está gastando R$ 70 milhões por ano para administrar os zumbis Sudam e Sudene, que sofreram desvio de R$ 5 bilhões de reais. Na Sudam, 466 projetos não foram cancelados e 'os donos dos projetos, mesmo aqueles sob suspeita - continuam com chances de botar a mão em mais dinheiro público', diz a revista. E completa: 'Nenhum acusado de cometer irregularidades está preso e, até hoje, o governo não recuperou nenhum centavo'.
Matéria da revista 'Istoé' desta semana mostra que a União está gastando R$ 70 milhões por ano para administrar os zumbis Sudam e Sudene, que sofreram desvio de R$ 5 bilhões de reais. Na Sudam, 466 projetos não foram cancelados e 'os donos dos projetos, mesmo aqueles sob suspeita - continuam com chances de botar a mão em mais dinheiro público', diz a revista. E completa: 'Nenhum acusado de cometer irregularidades está preso e, até hoje, o governo não recuperou nenhum centavo'.
*Arquivo*
A 'Istoé', que registra na matéria um flagrante de lobby explícito, diz que o deputado federal paraense Jader Barbalho, 'acusado pelo Ministério Público de chefiar esquema para desviar dinheiro da Sudam e que foi preso em 2002, conseguiu arquivar o inquérito que o investigava. À época, sua mulher foi acusada de desvio de dinheiro da instituição para a construção de um ranário'.
A 'Istoé', que registra na matéria um flagrante de lobby explícito, diz que o deputado federal paraense Jader Barbalho, 'acusado pelo Ministério Público de chefiar esquema para desviar dinheiro da Sudam e que foi preso em 2002, conseguiu arquivar o inquérito que o investigava. À época, sua mulher foi acusada de desvio de dinheiro da instituição para a construção de um ranário'.
Parece que Jader teve mais sorte que outros que desviaram os recursos da SUDAM.
* copyright by Ronaldo Brasileinse
Postado por Marise Morbach às 13:35 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Atarefados
Do Seventy, no Liberal de hoje.
Não devem ter o que fazer, o padre e o secretário, que não puderam se entender a tempo.
Enquanto isso deteriora-se o patrimonio, dilapida-se a Sé, e os fiéis e turistas não tem acesso à igreja. Quem sabe o bispo resolve.
*Está criado um grande conflito entre Paulo Chaves e o padre José Gonçalo, cura da Sé. O secretário diz que o sacerdote, ao reclamar do projeto de reforma da Catedral, que já havia sido aprovado, fez com que a questão fosse levada à Justiça, retardando o início das obras.* *Por conta disso, Chaves acusa o sacerdote de ser o responsável pelo estado atual em que se encontra a Sé e diz que não tem nenhuma responsabilidade sobre a situação. Ele mandou uma segunda carta ao arcebispo dom Orani. A briga promete.*
Não devem ter o que fazer, o padre e o secretário, que não puderam se entender a tempo.
Enquanto isso deteriora-se o patrimonio, dilapida-se a Sé, e os fiéis e turistas não tem acesso à igreja. Quem sabe o bispo resolve.
Postado por Marise Morbach às 13:20 2 comentários: Links para esta postagem
### Somos (Quase) Todos Cúmplices
*Uma pesquisa inédita revela que o eleitor brasileiro é conivente com a corrupção política e que a falta de ética não é um problema apenas da classe dirigente: 75% dos brasileiros acreditam que cometeriam um dos atos de corrupção listados na pesquisa se estivessem no lugar dos políticos denunciados. “Ao imaginar que poderia cometer um desses atos, o eleitor provavelmente é tolerante com o político que o fizer”, explica a cientista social Sílvia Cervellini, diretora de Atendimento do Ibope Opinião, responsável pelo trabalho.*
Assim começa a excelente
*de Luis Antonio Riff, no site* **reportagem** **nominimo**, mostrando que os políticos não metem prego sem estopa, e que o discurso da honestidade não tem a prevalência que muita gente pensa nas campanhas políticas.
Postado por Marise Morbach às 08:07 6 comentários: Links para esta postagem
### Bagrinho
Caiu o Assessor Especial de comunicação do governador Geraldo Alckmin, aquele que promete um "banho de ética" no país se for eleito presidente. O Ministério Público de São Paulo
No meio do fogo cruzado vários veículos de comunicação, inclusive a revista
*as denúncias de fraude nas contas publicitárias da NossaCaixa, o banco estadual paulista.* **investiga**
No meio do fogo cruzado vários veículos de comunicação, inclusive a revista
*, do combativo espadachin Reinaldo de Azevedo, o articulista número 1 do tucanato.* **Primeira Leitura**
Postado por Marise Morbach às 06:24 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Loucuras Em Série
Da coluna de Eliana Cantanhede, na Folha de São Paulo de hoje.
*"A queda de Palocci confirma uma combinação explosiva do governo Lula: desconhecimento, inexperiência e arrogância. Jogar o peso do Estado contra um caseiro que ousou desmentir um ministro já raiava a loucura. Como foi o presidente da CEF quem violou o sigilo bancário e quem entregou em mãos o troféu para o ministro da Fazenda, é pura loucura.*
Mas tem a ver com um governo que achava que podia tudo: calar a boca de procuradores, da imprensa e dos funcionários públicos, expulsar um jornalista estrangeiro e estimular borbulhantes casas de lobistas
Mas tem a ver com um governo que achava que podia tudo: calar a boca de procuradores, da imprensa e dos funcionários públicos, expulsar um jornalista estrangeiro e estimular borbulhantes casas de lobistas
### Faixa
### Olho Por Olho
Fontes de Brasília avaliam que a pressão política, com a queda de Palocci e indiciamento de Mattoso, poderá provocar desdobramentos nos tribunais superiores, acelerando o andamento de processos pendentes.
É a velha lei da ação e reação.
É a velha lei da ação e reação.
### Avisa Lá
Alguém precisa avisar o deputado estadual Martinho Carmona (PDT) que seu partido já decidiu, desde a quinta feira da semana passada, apoiar a União Pelo Pará nas eleições de outubro.
Ontem, no intervalo do jornal local da Record, um “combativo” Carmona desancava os índices de competitividade recentemente publicados, que colocam o Pará no vigésimo primeiro lugar da federação.
Tá todo mundo curioso para saber o que falará Carmona nos palanques.
Vai ver que foi pensando nele que o governador Jatene se referiu aos “derrotistas”, dia desses no jornal.
Vai ver que foi sim.
Ontem, no intervalo do jornal local da Record, um “combativo” Carmona desancava os índices de competitividade recentemente publicados, que colocam o Pará no vigésimo primeiro lugar da federação.
Tá todo mundo curioso para saber o que falará Carmona nos palanques.
Vai ver que foi pensando nele que o governador Jatene se referiu aos “derrotistas”, dia desses no jornal.
Vai ver que foi sim.
Postado por Marise Morbach às 05:33 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 27.3.06
### Caiu
As manchetes dos principais
*on line*do país anunciam: o rabecão acaba de passar no Ministério da Fazenda.
Postado por Marise Morbach às 17:34 2 comentários: Links para esta postagem
### Caldeirão
Começou a borbulhar o tacho, no sul do Pará.
Postado por Marise Morbach às 17:27 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Sem Cerimônia
Do blog de
*, hospedado no UOL.* **Fernando Rodrigues** *Mensaleiros comandam PP e PL*
O deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP) renunciou ao mandato. Não queria ser cassado. Era acusado de traficâncias com Marcos Valério. O tempo passa, mas Valdemar continua como presidente nacional do PL.
O deputado Pedro Corrêa (PP-PE) foi cassado por ter admitido o recebimento de aproximadamente R$ 700 mil do valerioduto. O tempo vai passando, mas Pedro Corrêa continua a ser o presidente nacional do PP.
O que são PL e PP? Partidos?
O deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP) renunciou ao mandato. Não queria ser cassado. Era acusado de traficâncias com Marcos Valério. O tempo passa, mas Valdemar continua como presidente nacional do PL.
O deputado Pedro Corrêa (PP-PE) foi cassado por ter admitido o recebimento de aproximadamente R$ 700 mil do valerioduto. O tempo vai passando, mas Pedro Corrêa continua a ser o presidente nacional do PP.
O que são PL e PP? Partidos?
Postado por Marise Morbach às 16:34 2 comentários: Links para esta postagem
### Foi Ele
O Estadão
Mattoso acaba de entrar na PF para prestar depoimento.
O blog do Noblat está contando a grave violação de direitos.
*on line*acaba de *: foi o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, quem autorizou a quebra do sigilo bancário do caseiro Nildo, da Casa da Felicidade.* **anunciar**
Mattoso acaba de entrar na PF para prestar depoimento.
O blog do Noblat está contando a grave violação de direitos.
Postado por Marise Morbach às 16:06 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Zé
Comentarista alerta o blog que mais dois deputados federais paraenses,
*a Folha de São Paulo, estavam na lista dos faltosos na sessão que absolveu dois mensaleiros, na semana passada. São os deputados Zé Geraldo (PT) e Zé Lima (PP).* **segundo**
Postado por Marise Morbach às 09:28 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Uns e Outros
Postado por Marise Morbach às 09:07 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Ensaboado
Do blog do Josias, agora de manhã
*.* *O presidenciável tucano Geraldo Alckmin disse, veja você, que não será investigada a* *denúncia* *de que ele teria direcionado recursos de publicidade da Nossa Caixa, instituição financeira do governo paulista, para favorecer políticos aliados na Assembléia Legislativa. Acha que não há necessidade*
"Conversei com o presidente da Nossa Caixa (Carlos Eduardo Monteiro). (A denúncia) Não tem a menor veracidade. O governo do Estado não interfere em banco público", disse
"Conversei com o presidente da Nossa Caixa (Carlos Eduardo Monteiro). (A denúncia) Não tem a menor veracidade. O governo do Estado não interfere em banco público", disse
*Alckmin* *(para assinantes da Folha).* *Para sorte geral, o Ministério Público de São Paulo pensa de outro modo. Abriu, em dezembro, uma investigação. Algo que Geraldo “Banho de Ética” Alckmin parece apreciar somente no quintal dos outros.*
### Voto Aberto
“Quero saber Como Meu Representante Vota”, é o mote da campanha lançada pelo PSOL, para eliminar o voto secreto nas sessões do Congresso Nacional.
O blog está de acordo com a iniciativa, que deveria se chamar
“Tenho Direito de Saber Como Meu Representante Vota”.
O blog está de acordo com a iniciativa, que deveria se chamar
“Tenho Direito de Saber Como Meu Representante Vota”.
Postado por Marise Morbach às 09:00 2 comentários: Links para esta postagem
### Trem Bão
Do site de Cláudio Humberto,mostrando a variedade de ações do Congresso.
*Trem da alegria na Câmara* *Sem alarde, a Câmara dos Deputados aprovou o plano de cargo e carreira dos servidores e incluiu um “contrabando”: criou cinco cargos para cada um dos 513 deputados federais. O trem da alegria é extenso: soma 2.565 novos cargos, que farão a festa dos deputados em pleno ano eleitoral.*
Postado por Marise Morbach às 06:49 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Unidos
Comentarista do blog rejeita a idéia da divisão do PSDB em dois grupos, o de Jatene e o de Almir. Lembra que em pouco mais de três anos de governo os dois não brigaram, e que Almir tá pronto para entrar em campo, sim senhor. É só querer.
Acha o bem humorado comentarista que em ano eleitoral a fofoca campeia.
Mas porque o Seventy faria uma fofoca dessas?
Acha o bem humorado comentarista que em ano eleitoral a fofoca campeia.
Mas porque o Seventy faria uma fofoca dessas?
### A Cozinha de Alckmin
A
O
*inteligentsia*tucana que cerca o candidato Geraldo Alckmin é mal avaliada em dois artigos neste final de semana. O *de Mário Sérgio Conti, articulista de* **primeiro,** **nominimo**, prende-se a Gabriel Chalita, o secretário de Educação de São Paulo, só laquê.
O
*de Vinicius Mota, na Pensata da Folha de São Paulo, abre o leque, preocupante* **segundo**
Postado por Marise Morbach às 05:50 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Exemplo
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), numa demonstração de oportunismo político, acabou dando um bom exemplo aos seus colegas de cargo. Encaminhou projeto à Assembléia Legislativa do Paraná proibindo o
Bem que o executivo e o legislativo paraenses poderiam aproveitar o embalo, né não?Ganhariam muitos votos, pois o nepotismo revolta quem tem, ainda, um pingo de dignidade, muita gente
*no executivo daquele estado, incluindo os Tribunal de Contas e o MPE.* **nepotismo**
Bem que o executivo e o legislativo paraenses poderiam aproveitar o embalo, né não?Ganhariam muitos votos, pois o nepotismo revolta quem tem, ainda, um pingo de dignidade, muita gente
### Reta Final
A situação desesperadora de Duciomar Costa na prefeitura de Nova Déli, os prazos de desincompatibilização, e a decisão do Conselho Nacional de Procuradores, que obriga todos os promotores e procuradores cedidos aos executivos estaduais a voltarem para casa, tudo isso junto desmontou uma parte do secretariado de Jatene.
Mas tem muita gente querendo entrar na barca, mesmo a nove meses do final.
O PDT é o mais novo tripulante.
Mas tem muita gente querendo entrar na barca, mesmo a nove meses do final.
O PDT é o mais novo tripulante.
Postado por Marise Morbach às 05:41 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 26.3.06
### Enterro
Um cortejo fúnebre desce o rio Amazonas. A favor da maré, caixão fechado.
O Remo se despediu do campeonato paraense e está forésimo da Copa Brasil de 2007.
Lágrimas, muitas, acompanham o féretro.
O Remo se despediu do campeonato paraense e está forésimo da Copa Brasil de 2007.
Lágrimas, muitas, acompanham o féretro.
Postado por Marise Morbach às 20:46 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Abuso de Poder
*A desfaçatez, o uso sistemático da mentira, o empenho em desqualificar qualquer denúncia, nada disso constitui novidade no comportamento do governo Lula. Chegou-se nos últimos dias, entretanto, a níveis inéditos de degradação ética, de violência institucional e de afronta às normas da convivência democrática*.
Assim começa o explosivo Editorial da Folha de São Paulo de hoje, que voce pode ler
**aqui.**
Postado por Marise Morbach às 12:50 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Banho de Peroba
Manchete da Folha
A matéria pode ser lida
*on line*, sobre os procedimentos relativos às verbas de comunicação do governo de São Paulo, cujo titular promete um "banho de ética" se ganhar as eleições presidenciais. *O governo Geraldo Alckmin (PSDB) direcionou recursos da Nossa Caixa para favorecer jornais, revistas e programas de rádio e televisão mantidos ou indicados por deputados da base aliada na Assembléia Legislativa*.
A matéria pode ser lida
*.* **aqui**
Postado por Marise Morbach às 12:00 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Voltando Prá Casa
Do site Consultor Jurídico, hospedado no Estadão, sobre os
Aqui no Pará a medida atinge em cheio o secretário de Defesa Social Manoel Santino. O Conselho deu o prazo de tres meses para o retorno.
*de promotores que ocupam cargos de confiança nos governos estaduais.* **casos** *Agora o Conselho Nacional do Ministério Público pôs fim às amáveis disponibilidades entre duas instituições, remetendo os promotores e procuradores aos cargos para os quais foram preparados e estão sendo pagos. Ao contrário de colocar à disposição seus préstimos a um governo de ocasião, os membros do parquet devem é fiscalizar a administração pública e não guardar com ela o menor traço de engajamento, intimidade ou simpatia.*
Aqui no Pará a medida atinge em cheio o secretário de Defesa Social Manoel Santino. O Conselho deu o prazo de tres meses para o retorno.
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### Estatuto de Gafieira
*"A forma insólita e ofensiva usada pela deputada petista Ângela Guadagnin (SP) para comemorar a absolvição de seu colega de bancada na Câmara dos Deputados, João Magno (MG), acusado de ter recebido dinheiro do valerioduto, rebolando o volumoso traseiro no plenário da Casa, foi o atestado de óbito do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar".*
Trecho do
*de "O Estado do Paraná" de hoje, sobre a* **Editorial** *go go girl*Angelita de Los Pilas.
Postado por Marise Morbach às 08:00 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Malha
Mãe do Rio e Novo Repartimento foram os municípios paraenses sorteados para a fiscalização da Controladoria Geral da União. O blog deseja boa sorte a eles.
Macapá foi a única capital a entrar na lista. Coitado do prefeito João Henrique (PSB-AP)
Macapá foi a única capital a entrar na lista. Coitado do prefeito João Henrique (PSB-AP)
Postado por Marise Morbach às 07:54 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Ilusão de Ótica
Do Seventy, na edição de hoje, sobre as teses do Nosso Líder.
Jatene reescreve a sociedade capitalista. Deve ter descoberto, além da exploração da mais valia, algum outro lugar de onde vem o lucro dos capitalistas.Deve sim.
*Trabalho*.
No discurso que fez na Fiepa, durante a assinatura do decreto regulamentando a lei estadual de florestas, o governador Simão Jatene contrapôs-se à velha dicotomia que distancia o empresariado do operariado. Na visão de Jatene, empresários e operários são igualmente trabalhadores e representam força capaz de ditar, unida pelo voto, os rumos da construção da sociedade
No discurso que fez na Fiepa, durante a assinatura do decreto regulamentando a lei estadual de florestas, o governador Simão Jatene contrapôs-se à velha dicotomia que distancia o empresariado do operariado. Na visão de Jatene, empresários e operários são igualmente trabalhadores e representam força capaz de ditar, unida pelo voto, os rumos da construção da sociedade
Jatene reescreve a sociedade capitalista. Deve ter descoberto, além da exploração da mais valia, algum outro lugar de onde vem o lucro dos capitalistas.Deve sim.
Postado por Marise Morbach às 07:03 4 comentários: Links para esta postagem
### Fico
Do Seventy, na edição de hoje de O Liberal.
No dia da inaugú do Hospital Metropolitano, há oito dias, o Seventy deu destaque ao desprendimento e amizade entre Jatene e Almir, como se o ninho tucano fosse uma grande incubadora a aquecer todos os filhos, como se o candidato fosse secundário ao projeto de governo. O blog estranhou os discursos, lembram?
Na edição de hoje o Seventy escancara a verdade: o grupo de Jatene não quer a volta de Almir.
Uma nota dessas acaba com o fim de semana de Almir, à beira do gramado.
Jatene talvez queira continuar. Seus amigos com certeza. O Seventy então...
*Caso permaneça no cargo, Jatene terá duas opções políticas: ou será candidato à reeleição, opção defendida por seus principais auxiliares, ou permanecerá até o final do governo, apoiando outro candidato - no caso, Almir Gabriel.*
No dia da inaugú do Hospital Metropolitano, há oito dias, o Seventy deu destaque ao desprendimento e amizade entre Jatene e Almir, como se o ninho tucano fosse uma grande incubadora a aquecer todos os filhos, como se o candidato fosse secundário ao projeto de governo. O blog estranhou os discursos, lembram?
Na edição de hoje o Seventy escancara a verdade: o grupo de Jatene não quer a volta de Almir.
Uma nota dessas acaba com o fim de semana de Almir, à beira do gramado.
Jatene talvez queira continuar. Seus amigos com certeza. O Seventy então...
Postado por Marise Morbach às 07:02 2 comentários: Links para esta postagem
### Argumento
Preocupada em aumentar o “arco da sociedade” prejudicado pela Resolução da Cachaça, relaxada pelo governo que a implantou, a presidente do Sindicato dos Vendedores de Cachaça, Oscarina Silva, elenca até empregados de fábricas de cigarros entre os prejudicados pelas medidas. Patética.
Postado por Marise Morbach às 06:50 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Bolsa
O PMDB vem que vem para as eleições de outubro.
Hildegardo Nunes e Luis Otávio são os nomes mais ventilados no partido.
Hildegardo Nunes e Luis Otávio são os nomes mais ventilados no partido.
Postado por Marise Morbach às 06:43 2 comentários: Links para esta postagem
### Terceirona
Postado por Marise Morbach às 06:32 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Memória da Violência
Do Repórter Diário, no Diário de hoje, comentando a agressão sofrida por jornalistas da TV Liberal no estacionamento do Detran.
A memória do RD também encurtou. Tanto a OAB como o Sindicato dos Jornalistas se manifestaram sim. A bem da memória das duas instituições, antes não o tivessem feito, do jeito que fizeram.
E a agressão do cinegrafista, injustificável, mostra bem as agruras da profissão, onde os operários pagam pelos patrões.
*Jornalistas agredidos* *Num rasgo de ousadia, a TV Liberal abordou (sexta-feira) a onda de agressões a jornalistas no Pará - segundo Estado em ocorrências do gênero. Motivo da matéria: cinegrafista da emissora foi surrado por um dono de auto-escola acusado de corrupção. Pontificaram na reportagem o presidente da OAB-PA, Ophir Cavalcante, e a presidente do Sindicato dos Jornalistas, condenando as obstruções ao trabalho da imprensa.* *Memória curta* *A matéria só não menciona que, há exatos um ano e dois meses, um dos diretores de O Liberal (e da emissora), Ronaldo Maiorana, ajudou a estimular a onda de truculência ao agredir o jornalista Lúcio Flávio Pinto, no restaurante do Parque da Residência. Naquela ocasião, a OAB e o Sindicato dos Jornalistas preferiram silenciar.*
A memória do RD também encurtou. Tanto a OAB como o Sindicato dos Jornalistas se manifestaram sim. A bem da memória das duas instituições, antes não o tivessem feito, do jeito que fizeram.
E a agressão do cinegrafista, injustificável, mostra bem as agruras da profissão, onde os operários pagam pelos patrões.
Postado por Marise Morbach às 06:29 6 comentários: Links para esta postagem
## 25.3.06
### Porque Nova Déli?
O Arquivo 5ª, alternativa deste pôster quando em viagem, como hoje, responde a perguntas de leitores recentes do blog, que têm dificuldade para entender as referências à capital indiana, todas as vezes que tratamos da capital paraense, Republico hoje, então, a história desse apelido.
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Depois do primeiro turno das eleições de 98 fui descansar no Marajó.Levei na mala da pick up 32 pés de bouganville, de quatro cores diferentes, terçados, e muita disposição para roçar, destocar e cercar um terreno de 1000m2 que havia comprado meses antes.Passei quatro dias “descansando” o dia todo, só voltava no fim da tarde prá pousada.Lá conheci um casal de gaúchos que estava correndo o Brasil numa Kombi trailler, com patrocínio de um jornal e de uma revenda Volkswagen,ambos de Novo Hamburgo, RS.Ele fotógrafo, ela artista plástica. Gente simples, mas mui buena.Voltei um dia antes deles, pois o segundo turno foi confirmado e a produtora me chamou de volta. Vésperas do Círio, convidei-os para almoçar o patoso com minha família.Levaram as fotos de suas andanças mundão afora, contaram histórias e lá pelas tantas perguntei o que tinham achado de Belém.Entreolharam-se, e ela começou a falar, descrevendo o centro da cidade, área que melhor conheceu.Descreveu uma cidade que eu conhecia, mas não via.Falou da sujeira, da desorganização no centro comercial com a invasão dos camelôs, da desfiguração do patrimônio histórico, da prostituição e da loucura solta pelas ruas do entorno e na Praça da República. Não esqueceu do trânsito caótico e boçal dos ônibus, dos esgotos a céu aberto, da balbúrdia generalizada.Achou a cidade muito barulhenta e sem definição urbana. Comércios e residências lado a lado.Sete anos depois ela ficaria surpresa se voltasse à Belém.O impossível aconteceu com a cidade: ela piorou muito. A Praça então,coitada.Um vigoroso ponto de drogas viceja bem na esquina da Riachuelo com a 1º de Março e a violência se instalou geral,disputando com as putas nas transgressões e no perigo,pois elas,já velhas,fodem pouco e roubam muito.Os carros som circundam a praça sem parar e a feira dos artesãos – mais paraguaia e sulanca que qualquer outra coisa – começa a tomar conta da praça já na sexta de tarde.Nas calçadas da Presidente Vargas, a mais tradicional avenida do centro da cidade, vende-se de filhotes de cachorro a queijo de coalho do Nordeste.Mafuá é pouco!Quem anda muito por ela vê a gentalha colocando o bilau pra fora, e sem cerimônia, derrama o ácido úrico que empesta as calçadas. As pessoas tomam ônibus no meio da pista.Tudo na cara das autoridades, nas ventas da sociedade.Hoje me lembro que ao final daquele encontro com o casal gaúcho, perguntei qual cidade do mundo lembrava Belém.Entreolharam-se de novo e desta vez ele, voz cavernosa, não contou conversa: Nova Déli.Então é isso, amigos. O blog é domiciliado em Belém.Mas reside em Nova Déli.
Postado por Marise Morbach às 01:56 10 comentários: Links para esta postagem
## 24.3.06
### Nova Déli?
Amanhã republicarei um post, na seção Arquivo 5ª, que conta a estória de como cheguei à
As postagens retomam seu curso normal com as edições dos jornais de domingo.
*Nova Déli*enquanto representação da capital paraense.
As postagens retomam seu curso normal com as edições dos jornais de domingo.
Postado por Marise Morbach às 13:30 2 comentários: Links para esta postagem
### Opinião Não Publicada
Mas quando é que vão publicar uma pesquisa de intenção de voto ao governo do Pará?
Custa tão pouco, vale tanto...
O mistério parece indicar as seguintes possibilidades:
1) ou tem alguém muito na frente, o suficiente para nem se preocupar em divulgá-la agora;
2) ou tá meio embolado e todos têm medo de mostrar os números;
3) ou, por fim, a indefinição é grande o bastante para recomendar cautela para uns, ousadia para outros.
O blog, sem pesquisas, desconfia da alternativa 2.
Custa tão pouco, vale tanto...
O mistério parece indicar as seguintes possibilidades:
1) ou tem alguém muito na frente, o suficiente para nem se preocupar em divulgá-la agora;
2) ou tá meio embolado e todos têm medo de mostrar os números;
3) ou, por fim, a indefinição é grande o bastante para recomendar cautela para uns, ousadia para outros.
O blog, sem pesquisas, desconfia da alternativa 2.
Postado por Marise Morbach às 13:21 2 comentários: Links para esta postagem
### Vitória de Pirro*
A chapa "Sou Mais Seventy", também apoiada pela Associação dos Docentes da Jacob, antiga Adufpa, foi a mais votada nas eleições para o Diretório Central dos Estudantes da UFPA,500 votos à frente da segunda colocada,"Sou Mais UFPA", que dobrou o número de assentos na representação estudantil no CONSUN
Pelo critério de proporcionalidade, entretanto,a vanguarda do atraso - Sou Mais Seventy - perderá quase a metade das cadeiras que tinha na dita representação.
Ou seja, ganhou, mas não levou.
*
Pelo critério de proporcionalidade, entretanto,a vanguarda do atraso - Sou Mais Seventy - perderá quase a metade das cadeiras que tinha na dita representação.
Ou seja, ganhou, mas não levou.
*
**Pirro**
### Destinos
Lula foi prá Vitória. Jatene pro Xingú.
..................................................................
Atualizada às 19:15 H, de um comentarista do blogger:
"
..................................................................
Atualizada às 19:15 H, de um comentarista do blogger:
"
**E o povo, que não tem para onde ir ?"**
Postado por Marise Morbach às 07:05 2 comentários: Links para esta postagem
### Memória
Testemunhas garantem: tanto Jader Barbalho(PMDB-PA) quanto Nicias Ribeiro (PSDB-PA) estavam em Plenário na sessão que liberou os deputados mensaleiros, ante ontem em Brasília. Só não assinaram a lista de presença.
Devem ter se esquecido. Devem sim.
Devem ter se esquecido. Devem sim.
Postado por Marise Morbach às 06:52 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Na Mosca
Da coluna de João Salame, do jornal Opinião, do Sul do Pará.
Mas o blog, admirador confesso da Vice-Governadora, com todo o respeito, é claro, tem certeza que, em matéria de representação, nenhum estado brasileiro chega aos pés do Pará.
Só que a questão não é de representação, é de aparição mesmo.
*Xingu* *Conforme antecipou esta coluna, o governador Simão Jatene (PSDB) está sendo esperado em São Félix do Xingu nesta sexta-feira (24). E vai. Isso significa que o governador dos paraenses não estará na ampliação das instalações da Alunorte, em Barcarena, no mesmo dia. Jatene será representado pela vice-governadora Valéria Pires Franco (PFL).*Vai fazer falta o governador do paraenses.
Mas o blog, admirador confesso da Vice-Governadora, com todo o respeito, é claro, tem certeza que, em matéria de representação, nenhum estado brasileiro chega aos pés do Pará.
Só que a questão não é de representação, é de aparição mesmo.
Postado por Marise Morbach às 06:46 2 comentários: Links para esta postagem
### Mais Prá Frente
Ainda a coluna de Salame, no Opinião.
Enquanto isso se escondem, ambos, atrás de jornais e porta vozes.
*Presidente* *Caso o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) confirme sua presença em Barcarena, prestigiando mais uma das iniciativas da Companhia Vale do Rio Doce, o esperado encontro com o governador (para que se tire a limpo quanto realmente a União investiu no Pará nesses anos de domínio petista) ficará para depois.*Tem razão a nota. Vai ficar prá bem depois, prá render bem.
Enquanto isso se escondem, ambos, atrás de jornais e porta vozes.
Postado por Marise Morbach às 06:45 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Peso da Opinião Pública
E, bem humorada, arremata a coluna.
João Salame acertou mais uma vez.
Os blogs vão ficar tristíssimos, pois queriam o esclarecimento do “jogo de cena”, enfim admitido na nota. Melhor que terminou a cena, e começou o jogo.
O blog respeita a decisão do Palácio dos Despachos, compreende suas limitações, mas acha que os tucanos deveriam pensar numa postura mais republicana para o governador dos paraenses.
Começa a ficar estranho, com uma agenda tão alongada, toda vez que Lula vem “cá”, Jatene se “despacha” prá “lá”. Tal não acontece em nenhum estado do Brasil!
É isso que “prevalece” entre os paraenses, ao menos aos mais atentos.
Já os desgovernados...
E o blog agradece a referencia da coluna e de um leitor de peso, num lugar que tem um peso especial no coração deste poster. (cujo nome completo é Juvêncio Dias de Arruda Câmara.)
Afinal, tem três tios-avos ex prefeitos de Marabá, o primeiro deles inclusive, empresta seu nome ao Palácio Legislativo da cidade, Augusto Dias.
Leonel e Josico Vergolino foram os outros dois.
Mas o blog, triste, reconhece: Salame 3 x 0 Blog
*Blogueiros* *Os blogueiros que acompanham essa perlenga certamente ficarão decepcionados com a decisão do Palácio dos Despachos, entre eles o blog Quinta Emenda, assinado por Juvêncio de Arruda (www.quintaemenda.blogspot.com). Entre os tucanos prevaleceu a idéia de que o nível de desgaste chegou a um ponto que não dá mais pra fazer jogo de cena com Lula. Pelo jeito, decidiu-se apostar todas as fichas na vitória de Geraldo Alckmin (PSDB).*
João Salame acertou mais uma vez.
Os blogs vão ficar tristíssimos, pois queriam o esclarecimento do “jogo de cena”, enfim admitido na nota. Melhor que terminou a cena, e começou o jogo.
O blog respeita a decisão do Palácio dos Despachos, compreende suas limitações, mas acha que os tucanos deveriam pensar numa postura mais republicana para o governador dos paraenses.
Começa a ficar estranho, com uma agenda tão alongada, toda vez que Lula vem “cá”, Jatene se “despacha” prá “lá”. Tal não acontece em nenhum estado do Brasil!
É isso que “prevalece” entre os paraenses, ao menos aos mais atentos.
Já os desgovernados...
E o blog agradece a referencia da coluna e de um leitor de peso, num lugar que tem um peso especial no coração deste poster. (cujo nome completo é Juvêncio Dias de Arruda Câmara.)
Afinal, tem três tios-avos ex prefeitos de Marabá, o primeiro deles inclusive, empresta seu nome ao Palácio Legislativo da cidade, Augusto Dias.
Leonel e Josico Vergolino foram os outros dois.
Mas o blog, triste, reconhece: Salame 3 x 0 Blog
Postado por Marise Morbach às 06:42 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Balança
Tucano de alta plumagem, mas tanta que quase não consegue voar, admite para o blog que Dudu está causando muita preocupação no ninho. Ele quer porque quer ficar em Brasília.
E ele deve “contaminar o parceiro” no eleitorado de Nova Déli, diz o preocupado tucano.
Para compensar, diz,vão "jogar muito dinheiro na capital".
O blog acha que não vai dar tempo de reverter esse quadro de rejeição fantástico que se abateu sobre Dudu, a tempo destas eleições.
Para 2008, quem sabe?
E ele deve “contaminar o parceiro” no eleitorado de Nova Déli, diz o preocupado tucano.
Para compensar, diz,vão "jogar muito dinheiro na capital".
O blog acha que não vai dar tempo de reverter esse quadro de rejeição fantástico que se abateu sobre Dudu, a tempo destas eleições.
Para 2008, quem sabe?
### Livre, Leve e Solta
De fora do relatório final da CPI da Biopirataria, assinado por Sarney Filho – sua assessora Joana Pessoa e o ex marido Marcílio Monteiro idem – Ana Júlia volta a pensar na hipótese de se candidatar ao governo do estado. Sarney Pai adoça Jader.
Quem sabe até o anima a vir ao Senado?
Já pensaram?
Quem sabe até o anima a vir ao Senado?
Já pensaram?
Postado por Marise Morbach às 06:31 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Menos Um. Mais Um
O ex prefeito de Jacareacanga, Eduardo Azevedo não é do PSDB, como informado na nota Gang Desbaratada, postada aqui no dia 20, que contava a história da Quadrilha dos Remédios, desmontada pela Polícia Federal no Oeste do Pará.
Embora eleito pelo PSC, Eduardo hoje se alinha com o PV, chefiado no Pará pelo Chefe da Casa Civil do governo do Pará.
Com isso cai de 4 para 3 o número de prefeitos tucanos envolvidos na quadrilha.
E o PV sai do zero.
Postado por Marise Morbach às 06:30 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 23.3.06
### O Circo
O outdoor acima circula na Internet com um retrato fiel do momento dramático da política brasileira. Uma alternativa bem humorada à indignação generalizada contra a palhaçada que se pratica no picadeiro do Congresso.
**Nós os milhões de palhaços**
O outdoor acima circula na Internet com um retrato fiel do momento dramático da política brasileira. Uma alternativa bem humorada à indignação generalizada contra a palhaçada que se pratica no picadeiro do Congresso.
Postado por Tutty Vasques, no
**noblog**,o blog de **nominimo**
Postado por Marise Morbach às 19:13 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Ausentes
A Secretaria Geral da Câmara
Foram os deputados Jader Barbalho (PMDB), Nicías Ribeiro (PSDB) e Zequinha Marinho(PSC).
Segundo o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), a ausência de um número tão grande de parlamentares foi decisiva na absolvição dos acusados.
--------------------------------------------------------------------------
Atualizado às 20:45
O blog recebeu há pouco, da Assessoria Parlamentar do deputado Zequinha Marinho (PSC-PA) o comunicado abaixo, postado à consideração dos leitores, agradecendo a agilidade e atenção da Assessoria do deputado.
*a presença de tres deputados paraenses, entre os 70 que faltaram à sessão que livrou a cara de mais dois mensaleiros.* **não registrou**
Foram os deputados Jader Barbalho (PMDB), Nicías Ribeiro (PSDB) e Zequinha Marinho(PSC).
Segundo o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), a ausência de um número tão grande de parlamentares foi decisiva na absolvição dos acusados.
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Atualizado às 20:45
O blog recebeu há pouco, da Assessoria Parlamentar do deputado Zequinha Marinho (PSC-PA) o comunicado abaixo, postado à consideração dos leitores, agradecendo a agilidade e atenção da Assessoria do deputado.
*O Vôo Brasília-Palmas sai pontualmente de Brasília às (16:12).*
O deputado Zequinha Marinho embarcou neste horário e tomou um carro para não se atrasar para compromisso político anteriormente agendado com o partido o qual preside no Estado em Conceição do Araguaia, sul do Pará, muito antes da decisão da Mesa da Câmara de agendar a votação de cassação dos dois deputados citados pelo pôster.
O deputado Zequinha Marinho embarcou neste horário e tomou um carro para não se atrasar para compromisso político anteriormente agendado com o partido o qual preside no Estado em Conceição do Araguaia, sul do Pará, muito antes da decisão da Mesa da Câmara de agendar a votação de cassação dos dois deputados citados pelo pôster.
*Por outrossim, já tramita na Casa PEC para derrubar o caráter secreto na votação deste tipo de processo. O que revelará à sociedade de uma vez por todas quem tem compromisso com a moralidade parlamentar. Atenciosamente,* *Assessoria de Imprensa* *Gabinete Deputado Federal Zequinha Marinho (PSC/PA)*
Postado por Marise Morbach às 17:54 4 comentários: Links para esta postagem
### Fora do Ar
Depois de oito anos de veiculação ininterrupta, saiu do ar o premiado programa Minuto da Universidade, veiculado pela TV Liberal.
Desde dezembro sem patrocínio, período em que foi
No ar ficam seis empregos diretos, e quatro estagiários do curso de Comunicação Social, bancados, junto com todas as despesas de produção do Minuto, pela Fadesp ao longo desses anos.
Nos planos a reorientação do projeto Academia Amazônia, com um novo plano de mídia, a ser oferecido à outras emissoras de tv.
Desde dezembro sem patrocínio, período em que foi
*assinado*pelas Organizações Rômulo Maiorana enquanto se buscava um patrocinador, o programa foi retirado sem nenhuma comunicação à UFPA.
No ar ficam seis empregos diretos, e quatro estagiários do curso de Comunicação Social, bancados, junto com todas as despesas de produção do Minuto, pela Fadesp ao longo desses anos.
Nos planos a reorientação do projeto Academia Amazônia, com um novo plano de mídia, a ser oferecido à outras emissoras de tv.
Postado por Marise Morbach às 09:14 6 comentários: Links para esta postagem
### E Aí, Jatene?
Pronto.O Seventy confirma a vinda de Lula ao Pará amanhã.
Só a de Lula.
Prá onde será que Jatene vai viajar desta vez?
O blog torce por Barcarena.
Só a de Lula.
Prá onde será que Jatene vai viajar desta vez?
O blog torce por Barcarena.
Postado por Marise Morbach às 07:38 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Má Educação
O Seventy de hoje, em nota políticamente correta, conta a história de um cadete capixaba que estuda no Instituto de Ensino de Segurança do Pará que, ao ter seu carro roubado, de dentro do estacionamento do Instituto, foi comunicar a ocorrência ao diretor e foi punido.
E o diretor, quem pune?
E o diretor, quem pune?
Postado por Marise Morbach às 07:33 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Sobe ou Desce?
O Seventy vem dizendo hoje que o ministro do Turismo faz elogios ao setor de turismo no Pará, credenciado, segundo ele, para ser a futura porta de entrada do turismo estrangeiro na Amazonia. Que bom.
Devem estar errados os empresários do
Devem estar errados os empresários do
*trade*, que no mesmo Seventy, no início desta semana, entregaram um documento com propostas ao governo do Pará, preocupados com as estatísticas do setor, que caiu 17% no ano passado.
Postado por Marise Morbach às 07:27 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Eleição Plebiscitária
A manutenção da verticalização ontem, no Supremo, pode levar a eleição presidencial de 2006 a ser decidida num turno só. O mesmo pode acontecer em alguns estados.Em vários estados, aliás.
O Pará entre eles.
O Pará entre eles.
Postado por Marise Morbach às 05:44 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Arroz de Festa
Figurinha fácil na ponte aérea Belém-Brasília, o prefeito Duciomar Costa não consegue se separar da capital federal.
Postado por Marise Morbach às 05:31 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Drink
Interrompidas duas vezes, ontem, as negociações entre a Câmara de Nova Déli e os festeiros que querem a cachaça até altas horas. Motivo: animos exaltados.
Mas se a Polícia afrouxou, como é que a Câmara vai segurar?
Cachaça, violência e frouxura: o coquetel da segurança pública.
A estória do desemprego é papo furadésimo.
Se a festa começar e terminar mais cedo todo mundo vai e ninguém fica sem emprego.
É rápido que o povo se acostuma.
Impactos negativos sobre o turismo? Mentira!
Só se for o turismo sexual. O turista que investe, compra, se hospeda e deixa grana na cidade não frequenta essas festas porcarias de aparelhagens.
O blog garante que a população é contra a cachaça.
Alguém ousa publicar uma pesquisa?
Mas se a Polícia afrouxou, como é que a Câmara vai segurar?
Cachaça, violência e frouxura: o coquetel da segurança pública.
A estória do desemprego é papo furadésimo.
Se a festa começar e terminar mais cedo todo mundo vai e ninguém fica sem emprego.
É rápido que o povo se acostuma.
Impactos negativos sobre o turismo? Mentira!
Só se for o turismo sexual. O turista que investe, compra, se hospeda e deixa grana na cidade não frequenta essas festas porcarias de aparelhagens.
O blog garante que a população é contra a cachaça.
Alguém ousa publicar uma pesquisa?
Postado por Marise Morbach às 05:10 7 comentários: Links para esta postagem
### Dicionário de Sinônimos
Remo=Paissandu= vexame
Postado por Marise Morbach às 05:09 2 comentários: Links para esta postagem
### Feira Livre
Do Repórter Diário, no Diário do Pará de hoje.
*Divididos* *O presidente regional do PDT, Giovani Queiroz, levou duas opções de pedidos para a reunião que teve, esta semana, com a cúpula do PSDB. Em troca do apoio de seu partido aos tucanos, nas eleições deste ano, ele quer a Seduc ou o Detran. Ao mesmo tempo, outros três deputados da bancada do PDT se reuniram com o senador Luiz Otávio, do PMDB, também propondo acordo por cargos*
Postado por Marise Morbach às 05:08 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Isonomia
Quando é que a Assembléia Legislativa eliminará o nepotismo de seus quadros?
Poderiam começar informando à sociedade paraense a relação de parentes e aderentes de cada parlamentar. Que tal, Mário Couto?
Poderiam começar informando à sociedade paraense a relação de parentes e aderentes de cada parlamentar. Que tal, Mário Couto?
Postado por Marise Morbach às 05:07 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Troca
Do Repórter Diário, no Diário do Pará de hoje.
*Heitor Pinheiro está limpando as gavetas na Fumbel. Ocupará o lugar de Izabela Jatene, filha do governador, no Pró-Paz.*
Postado por Marise Morbach às 05:06 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Quente
O
Com “raiva,muita raiva no coração”.
Ora,ministro, faça-nos rir.
*indica que o “chefe” da Casa da Felicidade pode cair hoje.* **clima**
Com “raiva,muita raiva no coração”.
Ora,ministro, faça-nos rir.
Postado por Marise Morbach às 05:05 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Ligações Perigosas
Do site de Cláudio Humberto.
*Suspeitos são todos do PT gaúcho*
São do PT gaúcho, ligados ao ex-ministro Olívio Dutra, os suspeitos do crime de quebrar ilegalmente o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, o “Nildo”, que confirmou a ligação do ministro Antônio Pallocci com a mansão do lobby, em Brasília: o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, amigo de Felipe Belisário Wermus (vulgo ”Luiz Favre”), de histórico trotskista como Palocci, e Clarisse Copetti, “guardiã” de segurança da informação da Caixa.
São do PT gaúcho, ligados ao ex-ministro Olívio Dutra, os suspeitos do crime de quebrar ilegalmente o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, o “Nildo”, que confirmou a ligação do ministro Antônio Pallocci com a mansão do lobby, em Brasília: o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, amigo de Felipe Belisário Wermus (vulgo ”Luiz Favre”), de histórico trotskista como Palocci, e Clarisse Copetti, “guardiã” de segurança da informação da Caixa.
*Batom na cueca*
Vice-presidente de Tecnologia da Caixa, Clarice Copetti (que depõe hoje na CPI dos Bingos) é mulher de Cesar Alvarez, do PT gaúcho. Ele trabalha a poucos passos do gabinete do presidente Lula, no 3º andar do Planalto.
Vice-presidente de Tecnologia da Caixa, Clarice Copetti (que depõe hoje na CPI dos Bingos) é mulher de Cesar Alvarez, do PT gaúcho. Ele trabalha a poucos passos do gabinete do presidente Lula, no 3º andar do Planalto.
*‘Nildo’ conectado*
César Alvarez foi secretário da Indústria e Comércio nos governos do PT em Porto Alegre, hoje é subsecretário-geral da Presidência e coordena o programa “PC Conectado”, dividindo a mesma parede do gabinete de Lula.
César Alvarez foi secretário da Indústria e Comércio nos governos do PT em Porto Alegre, hoje é subsecretário-geral da Presidência e coordena o programa “PC Conectado”, dividindo a mesma parede do gabinete de Lula.
Postado por Marise Morbach às 05:03 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Quorum
Vinte por cento dos deputados não estava em Plenário, ontem, na sessão que absolveu mais dois mensaleiros da cassação.
São ou não são uns malandros, diga lá?
São ou não são uns malandros, diga lá?
Postado por Marise Morbach às 05:02 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 22.3.06
### Varada
Está mantida pelo Supremo Tribunal Federal a regra da verticalização.
Tomem, deputados horizontais. Procuraram né?
Tomem, deputados horizontais. Procuraram né?
Postado por Marise Morbach às 18:20 2 comentários: Links para esta postagem
### Tarado
Trecho da declaração do procurador da República Renato Resende, após o interrogatório do meliante Donizete Pires, que terminou agora há pouco em Santarém.
*"O acusado é delinquente ambiental compulsivo. Trabalha na destruição da Floresta Amazônica qual formiga incansável. Mais do que comprovado o imenso perigo que José Donizetti Pires de Oliveira apresenta para o convívio social. O estado democrático de direito não pode permitir que um indivíduo, além de ocupar terras públicas ilegalmente, ainda agrida cidadãos brasileiros que estão gozando do seu direito constitucional de manifestação pacífica"*
Postado por Marise Morbach às 17:00 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### 6 Por 1/2 Dúzia
Do blog do Noblat, há pouco, mostrando o que não pode ser feito pelos candidatos nas eleições de 2006.
São pífias as alterações, uma delas, a dos comícios, claramente ilegal.
Quais são os problemas com os bonés, canetas, chaveiros e brindes, limitados instrumentos de marketing?
Não haverá limites de gastos, querem apostar?
A proibição das pesquisas, justamente no período em que se consolida a decisão do voto,é uma pegadinha de mau gosto, pois abre espaço para o boato em detrimento do instrumento científico. Divulgação de gastos depois da campanha pela internet? Ora, isso já existe, apenas foi formalizado.
A data da convenção dos partidos - prazo limite para que radialistas e apresentadores de tv saiam do ar - na prática, é cinco dias antes do prazo permitido para o início da campanha.
Ou seja, inócua.
Vai embora em boa hora essa legislatura brasileira. Aliás, vai atrasada.
Tomara que pouquíssimos voltem. Mas bem pouquinhos...quase ninguém.
**Proibidos showmícios.*
*Proibidos o uso e a distribuição de camisetas, bonés, canetas, chaveiros e brindes.
*Proibida a propaganda de candidato ou partido em jornais e revistas.
*Uma comissão da Câmara tem até 10 de junho para fixar o limite de gastos de cada candidato. Se não o fizer, caberá a cada partido estipular o gasto (o texto original delegava tal tarefa à Justiça Eleitoral. Agora, se a comissão não limitar, a farra está liberada. Cada um gasta o que quiser).
*Proibida a divulgação de pesquisas no período que antecede 15 dias das eleições.
*Os candidatos não precisam divulgar os gastos pela internet durante a campanha. Somente 30 dias depois das eleições.
*A administração pública fica proibida de doar bens, valores ou benefícios em ano de eleições.
*Candidatos radialistas e apresentadores de televisão devem deixar suas funções na data da convenção do partido.
*Proibidos o uso e a distribuição de camisetas, bonés, canetas, chaveiros e brindes.
*Proibida a propaganda de candidato ou partido em jornais e revistas.
*Uma comissão da Câmara tem até 10 de junho para fixar o limite de gastos de cada candidato. Se não o fizer, caberá a cada partido estipular o gasto (o texto original delegava tal tarefa à Justiça Eleitoral. Agora, se a comissão não limitar, a farra está liberada. Cada um gasta o que quiser).
*Proibida a divulgação de pesquisas no período que antecede 15 dias das eleições.
*Os candidatos não precisam divulgar os gastos pela internet durante a campanha. Somente 30 dias depois das eleições.
*A administração pública fica proibida de doar bens, valores ou benefícios em ano de eleições.
*Candidatos radialistas e apresentadores de televisão devem deixar suas funções na data da convenção do partido.
São pífias as alterações, uma delas, a dos comícios, claramente ilegal.
Quais são os problemas com os bonés, canetas, chaveiros e brindes, limitados instrumentos de marketing?
Não haverá limites de gastos, querem apostar?
A proibição das pesquisas, justamente no período em que se consolida a decisão do voto,é uma pegadinha de mau gosto, pois abre espaço para o boato em detrimento do instrumento científico. Divulgação de gastos depois da campanha pela internet? Ora, isso já existe, apenas foi formalizado.
A data da convenção dos partidos - prazo limite para que radialistas e apresentadores de tv saiam do ar - na prática, é cinco dias antes do prazo permitido para o início da campanha.
Ou seja, inócua.
Vai embora em boa hora essa legislatura brasileira. Aliás, vai atrasada.
Tomara que pouquíssimos voltem. Mas bem pouquinhos...quase ninguém.
Postado por Marise Morbach às 14:43 5 comentários: Links para esta postagem
### Papelões
Do Diário do Pará, trecho de matéria do Caderno Cidades.
É um desrespeito a Câmara, ao menos enquanto instituição, a ausência do ex prefeito de Nova Déli. E o presidente da CPI desrespeitou a cidade ao afrouxar na Resolução da Cachaça.
0 x 0.
*O ex-prefeito de Belém Edmilson Rodrigues não compareceu à convocação para prestar depoimento à CPI que apura denúncias de que os descontos realizados em folha de pagamento de servidores municipais ao INSS não foram repassados ao instituto. De acordo com o presidente da CPI, Nehemias Valentim, o inquérito seguirá. “Ele teve oportunidade de defesa garantida. Se não fez uso, agora vai ser julgado à revelia. O relatório será enviado ao Ministério Público e às autoridades jurídicas”, disse.*
É um desrespeito a Câmara, ao menos enquanto instituição, a ausência do ex prefeito de Nova Déli. E o presidente da CPI desrespeitou a cidade ao afrouxar na Resolução da Cachaça.
0 x 0.
Postado por Marise Morbach às 13:15 2 comentários: Links para esta postagem
### A Premio
Até agora seus colegas evangélicos se perguntam aonde estava com a cabeça o vereador Nhemias Valentim (PSDB) ,ao dar uma entrevista, no Jornal da Record, defendendo uma solução "negociada" para a Resolução da Cachaça.
Foi vergonhosa a "afrouxada" que os vereadores deram, submetendo-se à minoria de festeiros e donos de aparelhagens, cuja associação é comandada por Fabrício Gama, assessor do deputado André Dias (PSDB).
E acabou a discussão.
A cachaça venceu. A violência vai continuar
Foi vergonhosa a "afrouxada" que os vereadores deram, submetendo-se à minoria de festeiros e donos de aparelhagens, cuja associação é comandada por Fabrício Gama, assessor do deputado André Dias (PSDB).
E acabou a discussão.
A cachaça venceu. A violência vai continuar
Postado por Marise Morbach às 13:00 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Perdido
No Mattoso sem cachorro.
*está o presidente da Caixa Economica Federal.* **Assim**
Postado por Marise Morbach às 12:53 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Destaque Nacional
O Liberal é
*também, e principalmente, no site do Observatório da Imprensa, que não gosta nenhum pouco do que observa naquele jornal.* **destaque**
Postado por Marise Morbach às 11:34 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Prêmio
IVC: o maior premio jamais concedido aos leitores de O Liberal
Postado por Marise Morbach às 09:56 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Dúvida
Lula vem? Jatene vai?
Postado por Marise Morbach às 09:49 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Falta o Principal: a Verdade
Do artigo de Lúcio Flávio Pinto, em
Leia a íntegra do artigo, um golpe no fígado,
*.* **O Estado do Tapajós** *A direção de redação do jornal não tem o menor pudor de violentar a integridade dos fatos conforme sua vontade e conveniência. Priva a opinião pública de saber o que realmente acontece. Fornece-lhe a mais nefanda das informações: a informação truncada, manipulada, a meia-verdade que distorce mais do que a mentira assumida, aberta, escancarada.O jornal perdeu o sentido de sua responsabilidade. Vive a se superar nessa sucessão de desrespeitos ao compromisso profissional, ético e moral. A que andar do subsolo da descrença descerá no próximo episódio*?
Leia a íntegra do artigo, um golpe no fígado,
**aqui.**
Postado por Marise Morbach às 09:44 2 comentários: Links para esta postagem
### In Versus Cantamus
De Jota Ninos, poeta,jornalista e escrivão judicial, comentarista do blog.Gente muito boa.
*Infelizmente Vou Contar"*
Hoje IVC é quem manda,
falou tá falado
não tem discussão",
parafraseia o poeta,
Indivíduo Vetusto e Carente,
em busca da informação renitente
numa folha de jornal
Mas como encontrar a verdade liberal?
Libertas quae sera Veritate?
Onde esconderam os exemplares vivos
de uma verificação que há muito não foi feita?
Infelizmente Vou Contar:
no meio do caminho
havia uma regra
Ivo viu a uva
e o IVC não viu você...
Se há maior gana
em tudo isso,
que dirá o sumiço
de tantas folhas jogadas
ao léu e ao beiral...
Funde-se, já, um novo periódico:"New Déli Beiral"!
(Juventy, o editor que não se emenda, depois de quinta)
Isto Você Conhece...
Hoje IVC é quem manda,
falou tá falado
não tem discussão",
parafraseia o poeta,
Indivíduo Vetusto e Carente,
em busca da informação renitente
numa folha de jornal
Mas como encontrar a verdade liberal?
Libertas quae sera Veritate?
Onde esconderam os exemplares vivos
de uma verificação que há muito não foi feita?
Infelizmente Vou Contar:
no meio do caminho
havia uma regra
Ivo viu a uva
e o IVC não viu você...
Se há maior gana
em tudo isso,
que dirá o sumiço
de tantas folhas jogadas
ao léu e ao beiral...
Funde-se, já, um novo periódico:"New Déli Beiral"!
(Juventy, o editor que não se emenda, depois de quinta)
Isto Você Conhece...
Postado por Marise Morbach às 09:25 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Revolta
Importante liderança empresarial, da “velha guarda da Portela”, informou ao blog que, impressionado com a unanimidade da reação na diretoria da entidade que participa, mandou imprimir e distribuir cópias da Carta do reitor ao Liberal para todos os associados da tradicional instituição.
“Foi a maneira que encontramos de posicionar a entidade no episódio”, disse a liderança.
“Foi a maneira que encontramos de posicionar a entidade no episódio”, disse a liderança.
Postado por Marise Morbach às 09:22 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Escândalo IVC
Na mesma ocasião, o empresário considerou "gravíssimo" o resultado da auditoria do IVC no jornal."E são evidentes os prejuízos aos anunciantes", arrematou.
Postado por Marise Morbach às 09:16 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Pinochio
Em ofício enviado à direção de O Liberal, a UFPA repele, mais umavez, os termos da nota da edição on line do jornal, objeto de post ontem aqui no Quinta, em que o problemático Liberal desinformava seus leitores ao citar a própria UFPA como fonte da dita.
Mentira, simples e pura. Não se emenda o jornal ivecezado.
Já seus leitores...
Mentira, simples e pura. Não se emenda o jornal ivecezado.
Já seus leitores...
Postado por Marise Morbach às 09:11 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Moral?
Da coluna de Elio Gaspari, em O Globo de hoje.
Leia a íntegra
*Uma coisa é lutar contra a corrupção, bem outra é manipular essa luta. Essa foi a principal bandalheira petista. O surto moralista dos tucanos é falso como os depoimentos dos comissários petistas nas CPIs*
Leia a íntegra
*.* **aqui**
Postado por Marise Morbach às 09:09 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Fábrica de Encrencas
Do Repórter Diário, no Diário do Pará de hoje.
É impressionante a capacidade de arrumar encrencas da administração deNova Déli.
O prefeito? Tá em Brasília, é claro.
Mas o que diabos Dudu tanto gosta de fazer em Brasília que não sai de lá?
*A novela da compra do hospital Sírio Libanês, onde a Prefeitura de Belém pretende abrigar o PSM, ganhou mais um capítulo. Moradores de seis casas, na Barão do Triunfo, próximo à Duque (na lateral do hospital), receberam notificação da Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos, informando que serão desapropriados de seus imóveis, declarados como de utilidade pública. Só que o preço proposto pela PMB foi considerado um insulto pelos moradores*
É impressionante a capacidade de arrumar encrencas da administração deNova Déli.
O prefeito? Tá em Brasília, é claro.
Mas o que diabos Dudu tanto gosta de fazer em Brasília que não sai de lá?
Postado por Marise Morbach às 08:37 4 comentários: Links para esta postagem
### Rotina
Nada mudou em Santarém com a viagem de Maria do Carmo, do PT, à São Paulo e Brasília.
Foi ontem e só volta no fim de semana.
O vice, Delano Riker, do PDT, continua Secretário de Agricultura.
O município segue comandado pelo
Foi ontem e só volta no fim de semana.
O vice, Delano Riker, do PDT, continua Secretário de Agricultura.
O município segue comandado pelo
*prefeito*Everaldo Martins Filho, o perigoso Beiçola.
Postado por Marise Morbach às 08:35 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 21.3.06
### Coerência
Do blog do Jeso, sobre as alianças que se formam para as eleições de outubro.
Só não batam com muita força para não despertarem a ira de Covas e Brizola.
O PDT moveu mais de 20 ações contra o PSDB, uma delas pedindo o
Deu um trabalhão ao governador.
E o PSDB respondeu com 18 ações.
*As cúpulas do PSDB e PDT reúnem logo mais à noite na Hotel Sagres, em Belém, em mais uma rodada de negociações, para selar aliança política na eleição deste ano.* *As negociações giram em torno da Seduc (Secretaria de Educação).O PDT impõe a seguinte condição: quer a secretaria em "pacote fechado".* *Ou seja, com poder de nomear em todas as UREs, espécie de sucursais regionais da Seduc espalhadas por todo o Estado.* *O PSDB hesita.Mas as duas partes querem bater o martelo no acordo ainda hoje.*
Só não batam com muita força para não despertarem a ira de Covas e Brizola.
O PDT moveu mais de 20 ações contra o PSDB, uma delas pedindo o
*impeachment*de Jatene.
Deu um trabalhão ao governador.
E o PSDB respondeu com 18 ações.
Postado por Marise Morbach às 16:29 2 comentários: Links para esta postagem
### Exemplo
O blog reverencia o chines Gong Duoruo, que mesmo aos 105 anos, continua na
Tomara que este
*.* **luta**
Tomara que este
*poster*faça o mesmo.
Postado por Marise Morbach às 15:24 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Campanha
Trecho da matéria de O Liberal
A chapa "Dias de Luta" também ficou conhecida como "Sou Mais Seventy".
E o que é pior: no rodapé está dito que a fonte , pasmem com a violência, é a própria UFPA.
*on line*de agora há pouco, que mesmo desmentido, segue mal informando seus leitores, verificadíssimos, ao dizer que uma das chapas candidatas ao DCE tem o apoio da reitoria da instituição. *Neste ano, cinco chapas concorrem ao pleito. Mas a disputa tende a ficar entre a Chapa 3 “Sou mais UFPA”, que conta com o apoio da reitoria da instituição, e a Chapa 4 “Dias de Luta”, que defende um movimento estudantil autônomo e é apoiada pela maioria dos Centros Acadêmicos da Universidade*.
A chapa "Dias de Luta" também ficou conhecida como "Sou Mais Seventy".
E o que é pior: no rodapé está dito que a fonte , pasmem com a violência, é a própria UFPA.
Postado por Marise Morbach às 14:40 2 comentários: Links para esta postagem
### Sinuca de Bico
É cruel a situação de Antonio Palocci
Mais cruel impossível.
*no blog do Noblat..* **descrita**
Mais cruel impossível.
Postado por Marise Morbach às 14:33 6 comentários: Links para esta postagem
### Efeito Cascata
Marabá é o primeiro município do interior a relaxar a "Lei Seca".
O exemplo de Belém, relaxada na sexta,
Está muito próximo da desmoralização completa a mais importante iniciativa das autoridades em conter a violência.
É lamentável, e preocupante, na medida em que as alternativas de contenção à bandidagem diminuem perigosamente.
O exemplo de Belém, relaxada na sexta,
*o prefeito de uma das mais violentas cidades do estado a seguir os passos de Nova Déli.* **encorajou**
Está muito próximo da desmoralização completa a mais importante iniciativa das autoridades em conter a violência.
É lamentável, e preocupante, na medida em que as alternativas de contenção à bandidagem diminuem perigosamente.
Postado por Marise Morbach às 09:40 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Rateio
Da coluna de João Salame, no Jornal Opinião, de Marabá.
*Acordo* *Um acordo está em marcha no sul do Pará. Se o ex-prefeito de Conceição do Araguaia, Alberto Branco (PSDB), desistir de sua candidatura a deputado estadual para apoiar o ex-prefeito Mário Moreira (PSDB), este se compromete a apoiar a candidatura de Wandenkolk Gonçalves (PSDB) a deputado federal.* *Outro* *Existe ainda uma outra possibilidade que circula nos bastidores. O grupo de Mário Moreira indicaria o próximo secretário de Agricultura do Estado em substituição a Wandenkolk, com o compromisso de apoiar a sua candidatura. A conferir.*
Postado por Marise Morbach às 08:22 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### O Encontro
Tres dias separam Lula e Jatene do encontro que poderá começar a desvendar o mistério da transferencia dos recursos federais ao Pará. Serão R$ 5 bilhões, como disse o presidente em Marabá? Muito menos do que isso, como retorquiu o governador? Serão R$ 9 bilhões como anunciou o deputado estadual Mário Cardoso (PT)?
Lula vem? Jatene vai?
Lula vem? Jatene vai?
Postado por Marise Morbach às 08:16 2 comentários: Links para esta postagem
### Fim do Mistério?
A Folha de São Paulo já
*o mistério da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro da Casa da Felicidade. Segundo conta o blog do Noblat, foi a Caixa.* **desvendou**
Postado por Marise Morbach às 07:28 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Práticas Obscuras
Editorial de O Globo de hoje, sobre a greve dos desembargadores do TJ de Minas Gerais.
Leia mais
*Só a defesa impudente de práticas administrativas obscuras e de privilégios inadmissíveis numa democracia moderna pode explicar atitudes imoderadas como a ameaça de paralisação anunciada pelos 117 desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em protesto contra a proibição do nepotismo pelo Conselho Nacional de Justiça e o cumprimento da decisão constitucional que limita os salários dos juízes em R$ 24.500.*
Leia mais
**aqui.**
Postado por Marise Morbach às 07:14 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Esse Não
O blog não vai contratar o IVC para auditar sua circulação.
Postado por Marise Morbach às 07:13 2 comentários: Links para esta postagem
### Velho Oeste
Do Repórter Diário,hoje no Diário do Pará.
Isaias é um dos ex prefeitos que terá a prisão solicitada pela Procuradoria da República no caso da Quadrilha dos Remédios. Deverá ficar em local seguro logo logo.
*Tiros na rádio* *Três tiros disparados contra o prédio da Rádio Comunitária de Juruti (RCJ) calaram a entrevista do ex-prefeito do município, Isaías Batista, do PMDB, neste final de semana. No microfone, Batista criticava duramente a administração municipal quando foi interrompido. O autor dos disparos, identificado como Manduca, é assessor do atual prefeito, Henrique da Costa, do PT. A Polícia local acompanha o caso.*
Isaias é um dos ex prefeitos que terá a prisão solicitada pela Procuradoria da República no caso da Quadrilha dos Remédios. Deverá ficar em local seguro logo logo.
### Versão
Não se fala de outra coisa em Monte Alegre, o mais lindo sítio urbano de todo o Amazonas paraense. O episódio que envolveu o ex prefeito daquela cidade, Jardel Vasconcelos, foi diferente do noticiado nos jornais da capital. Em campanha pela esposa, candidata a deputada estadual pelo PFL, Jardel teria descido a maçaranduba no prefeito de Óbidos,em comunidades rurais da cidade vizinha.
Magoado, digamos, o prefeito mandou dar um susto nos “invasores”. Os “gentilezas” de lá teriam exagerado, e por pouco não ocorreu uma tragédia.
Magoado, digamos, o prefeito mandou dar um susto nos “invasores”. Os “gentilezas” de lá teriam exagerado, e por pouco não ocorreu uma tragédia.
Postado por Marise Morbach às 07:01 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Triste Episódio
O episódio das liminares que cercearam o depoimento do caseiro da Casa da Felicidade, onde os petistas de Ribeirão Preto faziam todo tipo de saliência, tem contornos ridículos.
Todo mundo soube os termos, ou a falta deles, que rolavam na mansão.
Todo mundo viu o esforço, ou a falta dele, em não levar o caso até o esclarecimento final.
Apesar do senador Tião Viana (PT-AC) e do STF
Todo mundo soube os termos, ou a falta deles, que rolavam na mansão.
Todo mundo viu o esforço, ou a falta dele, em não levar o caso até o esclarecimento final.
Apesar do senador Tião Viana (PT-AC) e do STF
Postado por Marise Morbach às 06:57 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 20.3.06
### Cercados
A Receita Federal começa a fechar o cerco em cima das fábricas de refrigerantes.
Motivo: falsificação e evasão fiscal. Dependendo do tamanho da produção, diferentes prazos de adequação às medidas foram estabelecidos.As menores fábricas terão prazo até 31 de dezembro do ano que vem. A partir daí terão que instalar
Uma espécie de IVC de líquidos.
Motivo: falsificação e evasão fiscal. Dependendo do tamanho da produção, diferentes prazos de adequação às medidas foram estabelecidos.As menores fábricas terão prazo até 31 de dezembro do ano que vem. A partir daí terão que instalar
*.* **medidores de vazão**
Uma espécie de IVC de líquidos.
Postado por Marise Morbach às 17:18 2 comentários: Links para esta postagem
### Corno Manso
*Demorei meio século para descobrir que prefiro ser corno manso, ou seja, se tiver que ser traído, algo de que ninguém que conheço escapou, prefiro a mansidão à brabeza. Se uma mulher quiser ou precisar trair, não vai ser a braveza do marido ou sua mansidão que impedirão. Talvez um manso até seja menos traído por ser, quem sabe, mais amoroso.*
Calma pessoal, não é a minha autocrítica. Ou, pelo menos, ainda não.
É um trecho do delicioso ensaio de Hermelindo Neder, compositor premiado internacionalmente em trilhas sonoras de cinema, e Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo.
É um, digamos, manual para quem vai chegar lá.
Todos, segundo o autor.
Postado por Marise Morbach às 15:35 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Preocupação Desnecessária
Do Seventy, hoje em O Liberal.
A população pode ficar despreocupada. Elas não funcionam em nenhum dos dois rituais.
Mas tem que ser registrado o bom humor da nota do Seventy, em plena segunda feira.
*A Arquidiocese está preocupadíssima. Todos os indícios e as primeiras investigações da Polícia fazem crer que as hóstias furtadas da capela de Lourdes seriam usadas mesmo em rituais satânicos*.
A população pode ficar despreocupada. Elas não funcionam em nenhum dos dois rituais.
Mas tem que ser registrado o bom humor da nota do Seventy, em plena segunda feira.
Postado por Marise Morbach às 12:14 2 comentários: Links para esta postagem
### Gang Desbaratada
Do blog do Jeso, postado agora há pouco em Santarém.
Veja no link a relação dos prefeitos e ex-prefeitos que fazem parte da quadrilha.
Além deles um contador e tres empresários, do ramo de distribuição de medicamentos, estão relacionados pelo Procurador Federal Renato Resende na quadrilha dos remédios.
Preste bem atenção para ver em que palanque essa gang vai subir nas próximas eleições, ou para qual candidato a deputado ou governador eles vão pedir o seu voto.
Se é que estarão nas ruas.
--------------------------------------------------------------------------
Atualizada às 13:23
Comentarista do blog ressalva que o Procurador Federal Renato Resende, embora nascido no Rio de Janeiro, é de família paraenseE a relação dos prefeitos envolvidos tem 4 filiados ao PSDB, 3 do PMDB e 1 do PP e PTB.
*“Essas pessoas só temem a cadeia”.* *A declaração é do procurador da República Renato Resende em entrevista à GAZETA na última sexta-feira. Por isso, decidiu por abrir ação criminal contra os acusados de participação da chamada* *"quadrilha dos remédios"* *.* *Só depois, então, pretende ajuizar ação civil, para que devolvam ao erário público todo o dinheiro desviado.Para Renato Resende, a indenização pura e simples deste tipo de fraude não tem sido capaz de amedrontar as pessoas que a praticam.* *Daí porque resolveu adotar outra estratégia.“Pouco importa que passem apenas cinco dias na cadeia. O importante é que sejam presos. E é isso que eles temem”, disse o procurador, nascido no Rio de Janeiro.* *Resende ressalta que a crença na impunidade por parte da quadrilha era tão grande que “não tiveram a preocupação em apagar as pegadas”. Os documentos e computadores apreendidos semana passada em poder do contabilista José Ronaldo Costa atestam o amadorismo das fraudes.“O esquema é simples, de fácil constatação e que mostra a audácia dos criminosos que usurpam os recursos públicos”, afirmou. “A ausência de órgãos federais na região propicia o aparecimento desse tipo de quadrilha”.*
Veja no link a relação dos prefeitos e ex-prefeitos que fazem parte da quadrilha.
Além deles um contador e tres empresários, do ramo de distribuição de medicamentos, estão relacionados pelo Procurador Federal Renato Resende na quadrilha dos remédios.
Preste bem atenção para ver em que palanque essa gang vai subir nas próximas eleições, ou para qual candidato a deputado ou governador eles vão pedir o seu voto.
Se é que estarão nas ruas.
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Atualizada às 13:23
Comentarista do blog ressalva que o Procurador Federal Renato Resende, embora nascido no Rio de Janeiro, é de família paraenseE a relação dos prefeitos envolvidos tem 4 filiados ao PSDB, 3 do PMDB e 1 do PP e PTB.
Postado por Marise Morbach às 10:37 4 comentários: Links para esta postagem
### Caminhão de Grana
Além da limpeza do lixo em "Orora" do Pará, fonte do blog informa a destinação de mais tres convenios ,assinados pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Mário Couto (PSDB-PA), daqueles que só aparece o número no Diário Oficial da Assembléia, edição semestral.
Uma praça em Santana do Araguaia, uma fábrica de blokrets em São João do Araguaia, e benefícios na Ilha do Mosqueiro.
Vai se eleger o Mário. Mas assim até eu.
----------------------------------------------------------------------------------
Atualizada às 14:27
Fonte do blog chama atenção para os reparos devidos: não são os convenios que não são especificados, como postado acima, e sim as portarias de diárias e passagens.Nos dois casos, publicados na edição semestral do Diário Oficial da Assembléia Legislativa do Pará.
Uma praça em Santana do Araguaia, uma fábrica de blokrets em São João do Araguaia, e benefícios na Ilha do Mosqueiro.
Vai se eleger o Mário. Mas assim até eu.
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Atualizada às 14:27
Fonte do blog chama atenção para os reparos devidos: não são os convenios que não são especificados, como postado acima, e sim as portarias de diárias e passagens.Nos dois casos, publicados na edição semestral do Diário Oficial da Assembléia Legislativa do Pará.
Postado por Marise Morbach às 10:09 2 comentários: Links para esta postagem
### Tortura
Mais um campo de concentração americano é
Um centro de tortura completo, estilo Bush, que vai se consolidando como o maior genocida da virada do século.
*, desta vez no Iraque.* **descoberto**
Um centro de tortura completo, estilo Bush, que vai se consolidando como o maior genocida da virada do século.
Postado por Marise Morbach às 08:29 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Alô PF!
A Polícia Federal tem a missão de apresentar, o mais rápido possível, os
De preferência algemados.
E depois das fotos de praxe encaminha-los à cela.
Nunca foi tão fácil pegar os meliantes.
*responsáveis* **bandidos** *pela quebra do sigilo bancário do caseiro da Casa da Felicidade dos petistas em Brasília.* ****
De preferência algemados.
E depois das fotos de praxe encaminha-los à cela.
Nunca foi tão fácil pegar os meliantes.
Postado por Marise Morbach às 07:31 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Carbono
Da coluna de Guilherme Augusto, sempre mais, no Diário do Pará de hoje
O nome do "mais novo pasquim" - ótima essa, Guilherme - é apropriadíssimo, e remete-o ao pasquim que lhe inspira. Será que o IVC vai audita-lo também?
*Da lama* *Abaixo da cintura, está valendo tudo na Universidade Federal do Pará.A coluna recebeu a informação de que será lançado em breve o jornal “Beira da Lama”, uma espécie de contraponto ao jornal “Beira do Rio”, de responsabilidade da Ufpa.* *Porta-voz* *O mais novo pasquim, que deverá circular na Ufpa, sede e campi do interior, a partir de 1° de abril, olha o dia da mentira de novo aí, se apresenta como independente, sarcástico e irônico, e pretendente ser a voz, livre e solta, dos críticos à administração atual, na reitoria, centros e campi*
O nome do "mais novo pasquim" - ótima essa, Guilherme - é apropriadíssimo, e remete-o ao pasquim que lhe inspira. Será que o IVC vai audita-lo também?
Postado por Marise Morbach às 07:16 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Esqueceram de Mim
Do blog do Noblat, ontem a noite.
E o Jader? Porque não tá nessa lista de Simon?
*Simon quer expulsar Renan, Sarney e Suassuana* *O senador Pedro Simon (PMDB-RS) preparou para entregar na próxima terça-feira à Executiva do PMDB um pedido de expulsão de José Sarney, Renan Calheiros e Ney Suassuna. Simon acusa os três de trabalharem contra o partido ao entrar na Justiça para cancelar as prévias deste domingo*.
E o Jader? Porque não tá nessa lista de Simon?
### Contagem Regressiva
Postado por Marise Morbach às 06:18 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Ô Raça...
Não é verdade que Dudu teria sido visto boiando nas águas que invadiram as entupidas ruas de Nova Déli, com as chuvas do sábado.
Postado por Marise Morbach às 06:17 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Estratégias de Marketing
Do Seventy, circulando ontem em O Liberal.
Bem orientado, Seventy começa a “colar” o Nosso Líder em Alckmin.
Aposta de risco, mas não há alternativa. Melhor assim, do que em Dudu, de quem foi padrinho político e maior financiador, segundo o site www.contasabertas.org.br.
Mas o argumento do Seventy, ou de Jatene, ou de ambos, quer sugerir que só existem duas candidaturas na disputa em 2006: o passado, personificado no couro de Jader, e o presente, o PSDB, seja qual for o grupo do PSDB.
Ignora solenemente, à moda tucana, os outros candidatos na disputa.
Meia verdade, meia mentira.
*Conhecedor da administração do governador Simão Jatene, com quem convive desde 2003 nas batalhas travadas em Brasília pela revisão do pacto federativo e compensação às desoneradas exportações, Alckmin disse que o Pará é 'um bom exemplo de que a política brasileira pode melhorar'. Lembrou que o Pará, assim como São Paulo, sob Mário Covas, reergueu-se de cenário político devastador no qual o governo não tinha dinheiro sequer para pagar o funcionalismo*.
Bem orientado, Seventy começa a “colar” o Nosso Líder em Alckmin.
Aposta de risco, mas não há alternativa. Melhor assim, do que em Dudu, de quem foi padrinho político e maior financiador, segundo o site www.contasabertas.org.br.
Mas o argumento do Seventy, ou de Jatene, ou de ambos, quer sugerir que só existem duas candidaturas na disputa em 2006: o passado, personificado no couro de Jader, e o presente, o PSDB, seja qual for o grupo do PSDB.
Ignora solenemente, à moda tucana, os outros candidatos na disputa.
Meia verdade, meia mentira.
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### Juízo Perfeito
O PDT ajuizou mais de 20 ações contra o PSDB do Pará.
O PSDB ajuizou 18 ações contra o mesmo PDT.
Agora estão por um fio de se juntarem, a pedir votos ao eleitor.
O PDT, inclusive, querendo abocanhar a SEDUC já, agora, antes das eleições.
A SEDUC, veja só!
Brizola e Covas estão mortos mesmo. Mortinhos da Silva.
O PSDB ajuizou 18 ações contra o mesmo PDT.
Agora estão por um fio de se juntarem, a pedir votos ao eleitor.
O PDT, inclusive, querendo abocanhar a SEDUC já, agora, antes das eleições.
A SEDUC, veja só!
Brizola e Covas estão mortos mesmo. Mortinhos da Silva.
### Contra Mão
Matéria ilustrada, ontem no Liberal, informa aos seus minguantes leitores que o jornal recebeu um premio da Confederação Nacional dos Diretores Lojistas, entre outros requisitos, pela “confiabilidade de suas informações e amplitude de cobertura”.
Exatamente o contrário do que diz o IVC. Que coisa, hein?
Exatamente o contrário do que diz o IVC. Que coisa, hein?
Postado por Marise Morbach às 06:13 4 comentários: Links para esta postagem
### Apostas
Num dos
Um quarto do eleitorado não quer Lula e Alckmin, não quer PSDB e PT.
É essa galera que vai decidir a eleição. No primeiro ou no segundo turno, se houver.
Deve haver.
*sondados pelo Datafolha, a soma dos votos de Heloisa Helena, Roberto Freire, Rigotto, Eymael, Cristovam Buarque, mais os indecisos, atinge 26%. Mais que Alckmin.* **cenários**
Um quarto do eleitorado não quer Lula e Alckmin, não quer PSDB e PT.
É essa galera que vai decidir a eleição. No primeiro ou no segundo turno, se houver.
Deve haver.
Postado por Marise Morbach às 06:11 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Suspense
A torcida do Flamengo tá na maior expectativa.
Pelo início do Campeonato Brasileiro.
O Botafogo está na final do Campeonato Carioca.
Pelo início do Campeonato Brasileiro.
O Botafogo está na final do Campeonato Carioca.
Postado por Marise Morbach às 06:10 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 19.3.06
### Pessoas
**15/9/1933**
"
**Há em tudo o que fazemos**
uma razão (?) singular:
É que não é o que queremos.
Faz-se porque nós vivemos,
E viver é não pensar.
Se alguém pensasse na vida,
morria de pensamento.
Por isso a vida vivida
É essa coisa esquecida
Entre um momento e um momento.
Mas nada importa que o seja
ou até que deixe de o ser:
Mal é que a moral nos reja,
Bom é que ninguém nos veja;
Entre isso fica viver"
Fernando Pessoa
uma razão (?) singular:
É que não é o que queremos.
Faz-se porque nós vivemos,
E viver é não pensar.
Se alguém pensasse na vida,
morria de pensamento.
Por isso a vida vivida
É essa coisa esquecida
Entre um momento e um momento.
Mas nada importa que o seja
ou até que deixe de o ser:
Mal é que a moral nos reja,
Bom é que ninguém nos veja;
Entre isso fica viver"
Fernando Pessoa
Postado por Marise Morbach às 15:20 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Matando a Pau
Manchete da matéria do Jornal Pessoal, de Lúcio Flávio Pinto, já nas bancas de Nova Déli, sobre a carta que o reitor da UFPA mandou para O Liberal, convidando-o para conhecer a universidade.
**Verdade: produto em falta na redação de O Liberal.**
Postado por Marise Morbach às 13:22 2 comentários: Links para esta postagem
### Poucas Palavras
Do Estadão
E Vidigal comprova a velha tese: quem não tem nada a dizer, não diz nada mesmo.
*on line*, o ministro Edson Vidigal( futuro PMDB-MA) responde às críticas a respeito de sua lambança nas liminares das prévias do PMDB, que estão acontecendo em todo o Brasil, menos em oito estados.Nem os doze que prometia a ala governista, nem os cinco que diziam os anti-Lula.
E Vidigal comprova a velha tese: quem não tem nada a dizer, não diz nada mesmo.
*"Não posso ser candidato se eu não sou filiado a nenhum partido. Já requeri o meu pedido de aposentadoria, mas enquanto eu não for aposentado, eu sou juiz", disse Vidigal.*
Postado por Marise Morbach às 12:42 2 comentários: Links para esta postagem
### Prestígio
Não há mais dúvidas. Depois do PSDB, é o PSOL o partido que mais influência tem no Liberal.
E seu editorial de hoje, que tem muita dificuldade mas consegue não dizer coisa com coisa, aumenta as suspeitas: deve haver uma chapa "Sou Mais Seventy" concorrendo ao Diretório Central dos Estudantes na UFPA.
E seu editorial de hoje, que tem muita dificuldade mas consegue não dizer coisa com coisa, aumenta as suspeitas: deve haver uma chapa "Sou Mais Seventy" concorrendo ao Diretório Central dos Estudantes na UFPA.
Postado por Marise Morbach às 07:42 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Queda Livre
Do Seventy,edição de hoje do verificado Liberal.
Corre Dudu, corre que a casa tá caindo.
*Pressa*
A mudança do gabinete do prefeito Duciomar Costa para as antigas instalações da Petrobrás, no Tapanã, foi apressada. Marcada para junho ou julho, a transferência pode ser antecipada. Motivo: a queda de um pedaço do reboco do Antônio Lemos
A mudança do gabinete do prefeito Duciomar Costa para as antigas instalações da Petrobrás, no Tapanã, foi apressada. Marcada para junho ou julho, a transferência pode ser antecipada. Motivo: a queda de um pedaço do reboco do Antônio Lemos
Corre Dudu, corre que a casa tá caindo.
Postado por Marise Morbach às 07:21 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Aparências, Nada Mais
Em duas notas, uma no Seventy outra no Quiquiqui, O Liberal de hoje deixa escapar uma situação um pouco diferente das notas da edição de ontem, sábado, quando deu destaque à união tucana no Pará.
Vamos ao Seventy.
Plantão? Resta claro que há dois grupos tucanos, e que Sérgio Leão, gente boa, é a diferença. Muito ligado à Jatene, será a cota, por assim dizer, de Jatene na chapa de Almir.
Os chefes dos dois grupos foram educados, nos discursos de inaugú do Hospital.
Mas ainda vai rolar muita água debaixo dessa ponte.
Vamos ao Seventy.
*Cotado também para sair (* **candidato** *)está Sérgio Leão, atual secretário especial de Governo. Mas este, se deixar o cargo, será por determinação expressa de Jatene.*Agora, ao Quiquiqui. *O secretário Especial, Sérgio Leão, sairá do governo dia 31. Não decidiu se disputará ou não as próximas eleições pelo PFL, no qual está inscrito. De qualquer forma, está numa espécie de plantão. Se o grupo liderado pelo governador Simão Jatene decidir, Leão vai à luta por qualquer cargo.*
Plantão? Resta claro que há dois grupos tucanos, e que Sérgio Leão, gente boa, é a diferença. Muito ligado à Jatene, será a cota, por assim dizer, de Jatene na chapa de Almir.
Os chefes dos dois grupos foram educados, nos discursos de inaugú do Hospital.
Mas ainda vai rolar muita água debaixo dessa ponte.
Postado por Marise Morbach às 07:15 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Brincadeira de Criança
Timidez ou educação. Deve ter sido por isso que nenhum dos entrevistados da Troppo, a revista de O Liberal, ao responder a enquete “De que você mais gostava de brincar quando criança” deu a resposta que o blog daria: de médico.
Mas que tem gente que mentiu, ah tem!
Mas que tem gente que mentiu, ah tem!
Postado por Marise Morbach às 07:08 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Caminhão de Votos
Do Repórter Diário, no Diário do Pará de hoje.
Quem precisa falar também é o Diário Oficial da Assembléia Legislativa – lembram dele? - que está demorando seis meses pra ser publicado, e quando sai, é com uma longa relação de convênios não detalhados. Tem até, veja só, convenio de limpeza de lixo de cidade do interior. Felizmente não tem “hospitaus”.
--------------------------------------------------------------------------
Atualizada às 10:08
Um leitor anonimo declina ao blog a cidade objeto do convenio do lixo.
Foi "Orora" do Pará.
*Viva a Assembléia!* *O presidente da AL, deputado Mário Couto, reuniu em farto regabofe representantes de suas bases eleitorais - mais de 100. Na alegre reunião, bradava que não terá adversários na disputa por uma cadeira na Câmara Federal. As canetadas justificam toda essa confiança. O orçamento da Assembléia vem sendo rateado em convênios quase diários para saciar as fomes das bases do deputado. Com a palavra, os Tribunais de Contas e o Ministério Público*.
Quem precisa falar também é o Diário Oficial da Assembléia Legislativa – lembram dele? - que está demorando seis meses pra ser publicado, e quando sai, é com uma longa relação de convênios não detalhados. Tem até, veja só, convenio de limpeza de lixo de cidade do interior. Felizmente não tem “hospitaus”.
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Atualizada às 10:08
Um leitor anonimo declina ao blog a cidade objeto do convenio do lixo.
Foi "Orora" do Pará.
Postado por Marise Morbach às 07:04 2 comentários: Links para esta postagem
### Dever de Estado
Da coluna de João Salame, no Liberal Sul do Pará, poucos exemplares vendidos, segundo o IVC.
O Wandinho pode ir no lugar dele, não pode Salame?
Jatene não deverá faltar ao encontro com Lula no dia 24, em Barcarena.
Não é mesmo Jatene?
*Previsão*O blog acha que os prefeitos vão esperar sentados, com todo o respeito, é claro.
O prefeito Valciney Gomes está esperando para o próximo dia 24 a visita do governador Simão Jatene (PSDB) a Palestina do Pará, para inaugurar obras e ruas pavimentadas dentro do programa Asfalto na Cidade. Em São Félix do Xingu é grande também a expectativa em relação à presença do go-vernador no mesmo dia.
O prefeito Valciney Gomes está esperando para o próximo dia 24 a visita do governador Simão Jatene (PSDB) a Palestina do Pará, para inaugurar obras e ruas pavimentadas dentro do programa Asfalto na Cidade. Em São Félix do Xingu é grande também a expectativa em relação à presença do go-vernador no mesmo dia.
O Wandinho pode ir no lugar dele, não pode Salame?
Jatene não deverá faltar ao encontro com Lula no dia 24, em Barcarena.
Não é mesmo Jatene?
### Afrouxando a Rosca
Da coluna do Guilherme Augusto, que raramente sai à noite, no Diário de hoje.
*Doa a quem doer* *Ainda no programa da RBA, o delegado geral da Polícia Civil, Luiz Fernandes Rocha, esgrimiu números em que mostra a queda da ocorrência de homicídios na cidade para garantir que a resolução que estabelece hora para fechamento de casas noturnas vai continuar sem data para acabar e, até, ser ampliada com o aumento do contingente policial* *Começa assim* *O delegado só não contava com a afrouxada na medida determinada por seu superior*
Postado por Marise Morbach às 07:00 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Sob Nova Direção
Observador atento da cena jornalística paraense comenta com o blog que nem parece que o jornalismo da TV Liberal é da mesma empresa de O Liberal, tão diferentes que ficaram, depois da chegada do novo editor-geral, o mineiro Álvaro Borges, indicado pela Rede Globo.
De fato, a edição de sexta do JL 2 foi profissional, talvez a melhor edição até agora, da nova direção.
De fato, a edição de sexta do JL 2 foi profissional, talvez a melhor edição até agora, da nova direção.
Postado por Marise Morbach às 06:59 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 18.3.06
### Coitado do Carvalhido
Do blog do Noblat, agora há pouco,uma tristeza.
*Olha o Vidigal aí, gente!* *."*
Do site do Superior Tribunal de Justiça (STJ):
"O ministro Edson Vidigal, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), acaba de decidir: não há motivos para reconsiderar sua decisão anterior. Assim, está mantida a liminar que impede a realização da convenção extraordinária do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) marcada para este domingo, 19 de março
Do site do Superior Tribunal de Justiça (STJ):
"O ministro Edson Vidigal, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), acaba de decidir: não há motivos para reconsiderar sua decisão anterior. Assim, está mantida a liminar que impede a realização da convenção extraordinária do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) marcada para este domingo, 19 de março
*Vidigal havia concedido na noite de quinta-feira liminar cancelando as prévias do PMDB marcadas para amanhã. O que favorecia os governistas, liderados por Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-AP).*
Mas ala liderada pelo presidente do PMDB, Michel Temer, e pelos pré-candidatos Anthony Garotinho e Germano Rigotto conseguiram na noite de ontem uma liminar do ministro Hamilton Carvalhido que mantinha as prévias.
Vidigal, ligado politicamente a Sarney, estava no Maranhão. Chegou hoje cedo e anulou a decisão de Carvalhido agora à noite.
Temer promete recorrer. Mas já avisou que, se não reverter a situação, as prévias devem ocorrer mesmo assim. Pelo menos como um tipo de consulta.
Mas ala liderada pelo presidente do PMDB, Michel Temer, e pelos pré-candidatos Anthony Garotinho e Germano Rigotto conseguiram na noite de ontem uma liminar do ministro Hamilton Carvalhido que mantinha as prévias.
Vidigal, ligado politicamente a Sarney, estava no Maranhão. Chegou hoje cedo e anulou a decisão de Carvalhido agora à noite.
Temer promete recorrer. Mas já avisou que, se não reverter a situação, as prévias devem ocorrer mesmo assim. Pelo menos como um tipo de consulta.
Postado por Marise Morbach às 22:42 4 comentários: Links para esta postagem
### Fim Adiado
Os deputados estaduais do Amapá, verdadeiras fadas, estão dando trabalho à sociedade amapaense.
Como será que vai ser por aqui?
*de jeito nenhum acabar com o nepotismo naquele estado.* **Não querem**
Como será que vai ser por aqui?
Postado por Marise Morbach às 15:17 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Quadrilha
Uma grande quadrilha, que envolve pelo menos nove ex prefeitos, está sendo desbaratada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal no Oeste do Pará. Desviavam recursos públicos através de compras
Assim que for encaminhada à Justiça o blog publicará os nomes dos meliantes, para que os paraenses saibam quem são, e em que palanque subirão em outubro.
(
*ivecezadas*em conluio com distribuidoras de produtos farmaceuticos. Em dez dias deverá estar pronta a denúncia do MPF.
Assim que for encaminhada à Justiça o blog publicará os nomes dos meliantes, para que os paraenses saibam quem são, e em que palanque subirão em outubro.
(
*com informações do blog do Jeso)*
Postado por Marise Morbach às 13:14 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Diferença
Do Seventy, auditado e revelado, hoje em O Liberal
Fonte do blog garante que Almir disse o seguinte:
É bem diferente, não?
*Almir Gabriel aumentou o mistério sobre quem será o candidato ao governo do Estado da União pelo Pará. Ontem, no discurso que fez na inauguração do Hospital Metropolitano, mandou o recado: 'Eu quero, Jatene, que você continue como governador'*
Fonte do blog garante que Almir disse o seguinte:
*Jatene, se voce quiser se recandidatar eu lhe apoio. O importante não é o nome mas o projeto de governo*
É bem diferente, não?
Postado por Marise Morbach às 12:28 5 comentários: Links para esta postagem
### Silêncio Constrangedor
Na sexta edição após a denúncia de
*nos números de sua circulação, O Liberal continua calado. Mas não é só ele que está calado.* **fraude**
Postado por Marise Morbach às 12:11 4 comentários: Links para esta postagem
### Verde Desbotado
De Xico Vargas, no blog do nominimo.
*Estão sendo recebidas da pior maneira possível nos quartéis as notícias sobre a negociação entre o Comando Militar do Leste e comandantes do tráfico de drogas para a devolução das armas roubadas na madrugada do último dia 3.*
Diante das informações que têm conseguido confirmar – como o envolvimento pessoal do general comandante – jovens oficiais dão curso a um sentimento de grande frustração.
Fruto talvez do autoritarismo característico da profissão, esses militares têm dito que prefeririam tomar todas as favelas, ainda que com o uso das armas e todo o risco que isso implica, até botar as mãos no último traficante.
Mesmo que as armas levadas do Estabelecimento Central de Transporte nunca mais fosse encontradas. O que mais dói, segundo alguns depoimentos, é o Exercito ter aceitado primeiro desocupar as áreas dominadas pelo Comando Vermelho para depois receber o que lhe pertencia
Diante das informações que têm conseguido confirmar – como o envolvimento pessoal do general comandante – jovens oficiais dão curso a um sentimento de grande frustração.
Fruto talvez do autoritarismo característico da profissão, esses militares têm dito que prefeririam tomar todas as favelas, ainda que com o uso das armas e todo o risco que isso implica, até botar as mãos no último traficante.
Mesmo que as armas levadas do Estabelecimento Central de Transporte nunca mais fosse encontradas. O que mais dói, segundo alguns depoimentos, é o Exercito ter aceitado primeiro desocupar as áreas dominadas pelo Comando Vermelho para depois receber o que lhe pertencia
Postado por Marise Morbach às 11:56 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Por que Será?
De Tutty Vasques, no blog do nominimo.
*Ô, raça!* *É impressionante como os publicitários são desunidos. Não se ouve uma voz do ramo em defesa de Duda Mendonça.*
Postado por Marise Morbach às 11:52 2 comentários: Links para esta postagem
### Gata Sobe No Telhado
Do blog do Jeso, revelando o banho Maria em que se encontra a secretária da Prefeitura Municipal de Santarém,
*comandada*por Everaldo Martins Filho, o popular Beiçola. *Fritura*
Por que o secretário de Governo, Inácio Corrêa, não faz a defesa firme e incisiva de Valéria Lima (Infra-Estrutura), sob bombardeio cerrado de todos os lados?
Por que o secretário de Governo, Inácio Corrêa, não faz a defesa firme e incisiva de Valéria Lima (Infra-Estrutura), sob bombardeio cerrado de todos os lados?
Postado por Marise Morbach às 11:36 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Gang
A Folha de São Paulo de hoje
*que a banda governista do PMDB era comandada por um bandido, José Borba, que continua no que ela chama de "comando informal do partido".* **mostra**
Postado por Marise Morbach às 11:05 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Agenda
Dia 24, sexta feira da próxima semana, encontro com Lula em Barcarena, viu Jatene?
Ele não morde. Vá lá e diga-lhe o que perdeu a chance de dizer em Marabá.
Ele não morde. Vá lá e diga-lhe o que perdeu a chance de dizer em Marabá.
Postado por Marise Morbach às 09:58 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Predador Em Cana
*Hamilton do Vale/TV Guarani*
Ele desmatou a maior área na Amazonia no ano passado.
Grilou terras públicas.Invadiu terras destinadas à reforma agrária.
Acumula multas milionárias no Ibama.
Há duas semanas arrasou um protesto do Greenpeace em Santarém, investindo contra fotógrafos e ameaçando jornalistas.
Tá bom, ou querem mais?
Pois bem, ontem a Polícia Federal pôs as algemas no facínora Donizete Oliveira, sob ordens da Justiça Federal.
Agora ele chora aonde mamãe não pode ouvir.
Postado por Marise Morbach às 08:58 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### A Cachaça Venceu
Durou apenas quatro dias a vigência da resolução do Conselho Estadual de Segurança Pública que determinava o fechamento dos bares à meia noite.
Santino - pressionado pelo Sindicato dos Botecos e pelos donos de aparelhagem, pisando em cima do Conselho, e de uma manifestação da Justiça que negou-lhes a liminar contra a resolução – ratificou a verdadeira intenção deste governo na área da segurança pública.
A sociedade paraense, estarrecida, assiste a ausência de determinação, a falta de firmeza das autoridades, e mostra quem verdadeiramente manda no pedaço: a turma da cachaça.
Uma vergonha.
Santino - pressionado pelo Sindicato dos Botecos e pelos donos de aparelhagem, pisando em cima do Conselho, e de uma manifestação da Justiça que negou-lhes a liminar contra a resolução – ratificou a verdadeira intenção deste governo na área da segurança pública.
A sociedade paraense, estarrecida, assiste a ausência de determinação, a falta de firmeza das autoridades, e mostra quem verdadeiramente manda no pedaço: a turma da cachaça.
Uma vergonha.
Postado por Marise Morbach às 08:49 11 comentários: Links para esta postagem
## 17.3.06
### Estupro
Do blog do Jeso, sobre aquele jornal que agora todo mundo sabe o tamanho.
*O Liberal em Santarém* *Deflorada a caixa-preta do IVC, a cristalina realidade:* *O Liberal* *vende pouco mais de 100 exemplares em Santarém.Até o semanário-trash do Almeida*( **O Impacto** *) bate na folha dos Maiorana.*
Postado por Marise Morbach às 16:30 14 comentários: Links para esta postagem
### Greve Imoral
Veja só esta notícia
Os 120 desembargadores do TJ de Minas Gerais vão fazer greve na segunda,20, por causa da resolução do Conselho Nacional de Justiça contra o nepotismo.
O CNJ deveria aposentar todos, e oxigenar a justiça mineira, abaladíssima depois dessa afronta à sociedade e à ordem.
*, um retrato do Brasil.* **aqui**
Os 120 desembargadores do TJ de Minas Gerais vão fazer greve na segunda,20, por causa da resolução do Conselho Nacional de Justiça contra o nepotismo.
O CNJ deveria aposentar todos, e oxigenar a justiça mineira, abaladíssima depois dessa afronta à sociedade e à ordem.
Postado por Marise Morbach às 15:37 2 comentários: Links para esta postagem
### Terra A Vista
Mais uma pinçada do Seventy,de hoje.
*O coordenador-geral do MST, João Pedro Stédile, esteve ontem em Parauapebas e Marabá, em reunião com lideranças locais dos sem-terra.*
Postado por Marise Morbach às 15:22 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Elas
Do Seventy, edição de hoje do auditado O Liberal.
O blog também admira essas qualidades de Valéria. E acha o mesmo de D. Zilda, com mais respeito ainda.
*A presidente da Pastoral das Crianças, Zilda Arns, assinou ontem vários convênios com o Estado e fez questão de ressaltar o trabalho da vice-governadora Valéria Pires Franco, a quem chamou de 'bonita e inteligente'.*
O blog também admira essas qualidades de Valéria. E acha o mesmo de D. Zilda, com mais respeito ainda.
Postado por Marise Morbach às 15:15 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Imóvel
Do Seventy, requentadíssima, hoje em O Liberal.
A tipóia do prefeito é apenas a aparência. Na essência, ele está todo imobilizado.
É por isso que o parceiro Jatene entrou em campo.
*Esquerda*
Comentário do prefeito de Belém, Duciomar Costa, ontem, no aeroporto de Brasília, quando lhe indagavam sobre as razões de estar com o braço esquerdo na tipóia: 'Imobilizei a esquerda'.
Comentário do prefeito de Belém, Duciomar Costa, ontem, no aeroporto de Brasília, quando lhe indagavam sobre as razões de estar com o braço esquerdo na tipóia: 'Imobilizei a esquerda'.
A tipóia do prefeito é apenas a aparência. Na essência, ele está todo imobilizado.
É por isso que o parceiro Jatene entrou em campo.
Postado por Marise Morbach às 14:53 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Apócrifo
Um panfleto distribuído nas imediações do hospital na hora de sua inaugú,classifica como privatista o modelo de gestão.Questão vencida, ao menos enquanto a ação não transita em julgado.
Um "Comitê Em Defesa da Saúde e Educação Pública" assina (?) o papelucho.
Um "Comitê Em Defesa da Saúde e Educação Pública" assina (?) o papelucho.
Postado por Marise Morbach às 14:45 6 comentários: Links para esta postagem
### Mamãe Eu Quero
Do Estado do Tapajós on line.
Bem, reações de clientes já eram esperadas. Se exagerarem, a Polícia deve levar.
E vaia de bêbado não vale, diz o velho chiste.
*Agentes da Polícia Civil e militares da PM fizeram uma blitz na madrugada de hoje em casas noturnas e bares de Santarém que vendiam bebidas alcoólicas depois da meia-noite, o que é proibido por uma resolução do Conselho Superior de Segurança Pública do Pará. Em alguns estabelecimentos houve reações dos clientes e a polícia foi vaiada.*
Bem, reações de clientes já eram esperadas. Se exagerarem, a Polícia deve levar.
E vaia de bêbado não vale, diz o velho chiste.
Postado por Marise Morbach às 14:35 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Nosso Líder
O governador Jatene estava radiante. Especialista em Teoria do Estado, disse que "o povo não é federal,estadual ou municipal". Como Alckmin, também fez considerações ao modelo de gestão do hospital, apostando em seu sucesso, valorizando a importância que a hierarquia tem no atendimento médico-hospitalar. Esse hospital, disse ele, vem completar uma lacuna no atendimento à saúde pública da região metropolitana e nordeste do estado.
Agradeceu as palavras de Almir, e disse que, ao contrário do que muitos achavam, eles não brigaram. Começaram e terminaram o governo amigos do mesmo jeito, arrematou.
Mas porque será que deram tanta ênfase à questão?
Agradeceu as palavras de Almir, e disse que, ao contrário do que muitos achavam, eles não brigaram. Começaram e terminaram o governo amigos do mesmo jeito, arrematou.
Mas porque será que deram tanta ênfase à questão?
Postado por Marise Morbach às 14:10 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Picolé de Chuchu
O governador de São Paulo, o médico Geraldo Alckmin, foi no estilo habitual. Racional, educado.
Deteve-se no modelo,bem sucedido em seu estado e em outras unidades da federação.
Não perdeu tempo com Lula.
Deteve-se no modelo,bem sucedido em seu estado e em outras unidades da federação.
Não perdeu tempo com Lula.
Postado por Marise Morbach às 14:02 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Nos Vai
À unanimidade, o discurso mais fora de foco, o do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Mário Couto (PSDB). Falou em estradas, viajou, rodou e quase esqueceu de louvar os "hospitaus" que estão em obras. Foi uma gargalhada geral, no plural.
Um discurso classificado como pífio.
Um discurso classificado como pífio.
Postado por Marise Morbach às 13:41 2 comentários: Links para esta postagem
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2019-01-19T10:39:40Z
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null |
http://quintaemenda.blogspot.com/2007/06/
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por
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| 198,205,247
| 75,428
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A DS, leia-se Edilza Fontes, é a grande vencedora nas eleições do sindicato dos professores da subseção Marabá, por 2,5% dos 883 votantes.
Com direito a repercussão na definição do candidato do PT nas próximas eleições municipais.
## 30.6.07
### Prévias
Postado por Marise Morbach às 08:15 5 comentários: Links para esta postagem
### Pelo Ralo
No último dia da mídia semestral gratuita, o PSDB resolveu aprontar. Prá cima do Sobrancelhudo, é claro.
A exibição de um vt com a careta de Manoel Pioneiro, apoiado num roteiro saudosista, apregoava as vantagens do tempo em que administrou o município ( 1996-2003), e deu a entender que Ananindeua não anda bem das pernas agora, na gestão Sobrancelhudinho.
E na última imagem da peça, o ex governador Jatene aparece abraçado ao ex prefeito.
Na próxima eleição pode começar a vazar, para usar um verbo tão conjugado ultimamente, o
A exibição de um vt com a careta de Manoel Pioneiro, apoiado num roteiro saudosista, apregoava as vantagens do tempo em que administrou o município ( 1996-2003), e deu a entender que Ananindeua não anda bem das pernas agora, na gestão Sobrancelhudinho.
E na última imagem da peça, o ex governador Jatene aparece abraçado ao ex prefeito.
Na próxima eleição pode começar a vazar, para usar um verbo tão conjugado ultimamente, o
*tanque de contenção dos rejeitos*de Jader Barbalho: a carreira governamental do filhote.
Postado por Marise Morbach às 08:14 4 comentários: Links para esta postagem
## 29.6.07
### Córtex
O álbum Córtex, mais nova produção do grupo paraense Cravo Carbono, chegou às lojas de todo o Brasil nesta última semana de junho.
O segundo disco da banda formada por Lázaro Magalhães (letras e voz), Pio Lobato, Bruno Rabelo (guitarras) e Vovô (bateria) levou três anos para ser produzido independente, com gravações no estúdio APCE (Belém) e em computadores caseiros, com apoio da Lei Municipal Tó Teixeira e patrocínio da empresa Y.Yamada.
Mais sobre o Cravo?
Bastidores de gravações de Córtex,
matérias, clips, fotos e textos da banda no blog Cravo Carbono:
**www.cravocarbono.weblogger.terra.com.br**
Letras:
**http://telegrapho.blogspot.com**
Ouça e baixe músicas no Trama Virtual:
**www.tramavirtual.com.br/artista.jsp?id=8565**
Cravo no My Space:
**www.myspace.com/cravocarbono**
Cravo no Orkut
**http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1265390**
Postado por Marise Morbach às 17:30 5 comentários: Links para esta postagem
### Fazemos Qualquer Negócio
No blog do Noblat.
*Está em curso no Senado uma manobra dos líderes do PMDB (Romero Jucá e Valdir Raupp) e do PT (Ideli Salvatti) para tirar do Conselho de Ética os senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Eduardo Suplicy (PT-SP).*
Os dois são tidos com independentes e seus votos no processo contra Renan Calheiros (PMDB-AL) são imprevisíveis. O problema é que os todos os integrantes do Conselho têm mandato e não podem ser destituídos por vontade de algum líder. Suplicy e Casagrande só saem se quiserem.
A idéia então é constrangê-los ou colocá-los contra a parede, assim como fizeram com Sibá Machado (PT-AC), ex-presidente do Conselho, que renunciou por pressão de Renan, Jucá e companhia.
O primeiro passo da manobra foi dado por Lula, que mandou o recado de que reprovava a indicação de Suplicy para o Conselho. O segundo foi dado ontem, quando Casagrande foi convidado e desconvidado publicamente para relatar o processo contra Renan.
Casagrande confirma que está sofrendo pressão, mas diz que não sai:
- Há forças externas agindo no Conselho de Ética. Não sei quem são, mas elas existem.
Sem os dois no Conselho, Renan teria nove votos certos pela sua absolvição sumária. Na composição de hoje do Conselho, Renan seria certamente derrotado com os mesmos nove votos.
Os dois são tidos com independentes e seus votos no processo contra Renan Calheiros (PMDB-AL) são imprevisíveis. O problema é que os todos os integrantes do Conselho têm mandato e não podem ser destituídos por vontade de algum líder. Suplicy e Casagrande só saem se quiserem.
A idéia então é constrangê-los ou colocá-los contra a parede, assim como fizeram com Sibá Machado (PT-AC), ex-presidente do Conselho, que renunciou por pressão de Renan, Jucá e companhia.
O primeiro passo da manobra foi dado por Lula, que mandou o recado de que reprovava a indicação de Suplicy para o Conselho. O segundo foi dado ontem, quando Casagrande foi convidado e desconvidado publicamente para relatar o processo contra Renan.
Casagrande confirma que está sofrendo pressão, mas diz que não sai:
- Há forças externas agindo no Conselho de Ética. Não sei quem são, mas elas existem.
Sem os dois no Conselho, Renan teria nove votos certos pela sua absolvição sumária. Na composição de hoje do Conselho, Renan seria certamente derrotado com os mesmos nove votos.
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### Pau a Pau
Às vésperas do Jogos Panamericanos, o deputado Zequinha Marinho (PTC-PA), recordista paroara de
É que o verador santareno Luis Alberto se aproxima perigosamente dos índices de Zequinha. Depois do PSDB, do PPS, e do PMDB, o edil mocorongo se prepara para mais um
*salto de partido*, tem que se cuidar.
É que o verador santareno Luis Alberto se aproxima perigosamente dos índices de Zequinha. Depois do PSDB, do PPS, e do PMDB, o edil mocorongo se prepara para mais um
*pulação*, a quarta em sete anos de mandato. Conta o **do Jeso que em agosto ele vai de mala e cuia para o PP.** *blog*
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### Um Passo Atrás, Muitos à Frente
O Reporter Diário repercutiu, na edição de hoje do Diário do Pará, a carta que o procurador Jorge Mendonça enviou à governadora Ana Julia, reconhecendo o atendimento às recomendações feitas pelo MP na questão de contratações de parentes e aderentes.
Este blog registrou, ainda no mes passado, as exonerações de parentes de diretores da Imprensa Oficial, mostrando que o governo estava atendendo o pedido do MPE
Com isso a governadora começa a remover a má impressão causada por essas nomeações, e começa a marcar diferenças no trato da questão em relação ao governo anterior.
Além do que é extremamente simpático, alvissareiro até, que as relações entre os representantes dos intereses dos cidadãos perante o estado, o MPE, e o próprio estado, neste episódio representado pela governadora, possam diminuir diferenças sem recursos à outras instâncias que não a temperança e o entendimento.
Este blog registrou, ainda no mes passado, as exonerações de parentes de diretores da Imprensa Oficial, mostrando que o governo estava atendendo o pedido do MPE
Com isso a governadora começa a remover a má impressão causada por essas nomeações, e começa a marcar diferenças no trato da questão em relação ao governo anterior.
Além do que é extremamente simpático, alvissareiro até, que as relações entre os representantes dos intereses dos cidadãos perante o estado, o MPE, e o próprio estado, neste episódio representado pela governadora, possam diminuir diferenças sem recursos à outras instâncias que não a temperança e o entendimento.
Postado por Marise Morbach às 15:56 10 comentários: Links para esta postagem
## 28.6.07
### Éter
Metade políticos, metade pastores.
Essa é a galera que comanda as rádios comunitárias no Pará
Essa é a galera que comanda as rádios comunitárias no Pará
Postado por Marise Morbach às 08:44 7 comentários: Links para esta postagem
### Operar Sim, Vazar Não
O vazamento ocorrido no dia 11 deste mês na Imerys Rio Capim Caulim foi o quarto detectado pela Sectam desde 1999, quando começaram as atividades da empresa em Barcarena.
Está mais do que correta, portanto, a decisão da secretaria, ratificada na Justiça, de só desinterditar a empresa após a certificação de que novos vazamentos não voltarão a ocorrer no local.
-------
Atualizada às 9:25.
Em artigo ao site
Está mais do que correta, portanto, a decisão da secretaria, ratificada na Justiça, de só desinterditar a empresa após a certificação de que novos vazamentos não voltarão a ocorrer no local.
-------
Atualizada às 9:25.
Em artigo ao site
**Pará Negócios**, o jornalista Lucio Flavio Pinto classifica o último vazamento da Imerys como o mais grave acidente ambiental com danos ecológicos já registrado no Pará. Na íntegra **.** *aqui*
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### Ou Seja, Cerveja
Os tucanos fingiram que se aborreceram, mas estavam comemorando a renovação dos incentivos fiscais à Cerpasa tal e qual fizeram no governo anterior, quando foram alvos de ação no STF que julgou ilegal a política de incentivos fiscais do Pará.
Este blog, radicalmente contra qualquer modalidade deste instrumento de política economica, prefere a Brahma.
Este blog, radicalmente contra qualquer modalidade deste instrumento de política economica, prefere a Brahma.
Postado por Marise Morbach às 07:45 9 comentários: Links para esta postagem
### Matamento
Sobre a Operação Matamento, desfechada ontem pela Polícia Federal em Marabá, e motivo de dois pedidos de esclarecimentos aqui no blog, deixo-os com a pena de Ademir Braz, jornalista, poeta, advogado e
**marabaense.** *blogueiro* *A desconfiança de que assassínios programados ocorrem em Marabá vem desde 2004, quando um policial militar foi morto por gangue quando tirava serviço, como segurança noturno do Hospital Climec, no bairro Cidade Nova.*
Responsabilizados pelo crime, os jovens integrantes da “Gangue BH” (bairro Belo Horizonte) foram quase todos assassinados, segundo os registros da imprensa local. Um dos apontados como membro da “BH”, Emanuel, então com 16 anos, foi retirado às pressas da cidade por familiares e provavelmente é o único sobrevivente. Nunca ninguém foi preso por esses e outros crimes que alcançaram supostas gangues do Cabelo Seco, da Santa Rosa, da Liberdade/Independência e de outros bairros.
A seqüência de assassinatos de jovens delinqüentes, cuja autoria permanece até hoje no desconhecimento das autoridades e da opinião pública, incluiu menores de 15, 16 anos, apontados na imprensa como “elementos com passagem na polícia”. Esta, aliás, parece ter sido a senha que norteou a execução seletiva.
Talvez por esse conjunto de fatos, a Polícia Federal passou todo o dia de hoje cumprindo mandados de prisão na cidade. Segundo uma fonte, policiais militares foram a grande maioria dos detidos, acusados da formação de grupo de extermínio, juntamente com alguns civis.
E assim, vai algo no ar marabaense além, claro, dos urubus de matadouros clandestinos
Responsabilizados pelo crime, os jovens integrantes da “Gangue BH” (bairro Belo Horizonte) foram quase todos assassinados, segundo os registros da imprensa local. Um dos apontados como membro da “BH”, Emanuel, então com 16 anos, foi retirado às pressas da cidade por familiares e provavelmente é o único sobrevivente. Nunca ninguém foi preso por esses e outros crimes que alcançaram supostas gangues do Cabelo Seco, da Santa Rosa, da Liberdade/Independência e de outros bairros.
A seqüência de assassinatos de jovens delinqüentes, cuja autoria permanece até hoje no desconhecimento das autoridades e da opinião pública, incluiu menores de 15, 16 anos, apontados na imprensa como “elementos com passagem na polícia”. Esta, aliás, parece ter sido a senha que norteou a execução seletiva.
Talvez por esse conjunto de fatos, a Polícia Federal passou todo o dia de hoje cumprindo mandados de prisão na cidade. Segundo uma fonte, policiais militares foram a grande maioria dos detidos, acusados da formação de grupo de extermínio, juntamente com alguns civis.
E assim, vai algo no ar marabaense além, claro, dos urubus de matadouros clandestinos
Postado por Marise Morbach às 07:21 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 27.6.07
### Justiça Civilizada
*'...até o momento, não persistem elementos suficientes para assegurar que a requerente (Imerys) possua o domínio da boa gestão dos entes ecológicos que maneja'*.
Com estas palavras o juiz Raimundo Santana negou a liminar à Imerys Rio Capim Caulim,que pedia a retomada das atividades industriais da empresa.
Segue o texto de O Liberal, caderno Atualidades, edição de hoje.
*O juiz Raimundo Santana também apontou dois fatos como incontestes para sua decisão. O primeiro, diz ele, se refere à falta de esclarecimentos sobre o que provocou o vazamento de caulim da Bacia 3 da fábrica da Imerys, em 11 de junho passado. 'As causas do evento ainda são desconhecidas', cita o juiz.*.
O segundo fato levado em consideração é o de que as unidades de recepção dos rejeitos da fábrica da Imerys estão com o funcionamento comprometido. 'A Bacia 1 está com sua capacidade de funcionamento exaurida e a Bacia 2 segue o mesmo destino, porquanto sua aptidão para receber os resíduos de caulim tende a esgotar nos próximos três meses, caso as atividades minerais sejam realizadas no mesmo ritmo de produção'.
Esse argumento está baseado no Parecer Técnico nº 009/2007, emitido pela Defesa Civil do Estado, e segundo o juiz são do cohecimento da Imerys. Ele lembra ainda que, apesar da assessoria jurídica da empresa ter se utilizado de parecer técnico emitido pelo Corpo de Bombeiros sobre as Bacias 1 e 2, alegando que elas não representam risco iminente de desabamento, e portanto sem justificativas para a permanência da interdição dessas duas unidaes da fábrica, o juiz ressaltou que 'o parecer dos bombeiros foi baseado em análise estritamente visual', conforme os peritos fizeram questão de ressaltar na análise que lhes foi pedida pelo Ministério Público.
A assessoria do Corpo de Bombeiros confirmou esse aspecto da análise e disse também que ela não deveria ter sido usada porque o Corpo de Bombeiros não é responsável por esse tipo de análise de engenharia, que requer equipamentos sofisticados e pessoal especializado na área.
Na ação, a Imerys RCC usou também os argumentos de que possui as licenças ambientais estaduais e federais, com o que não concorda a Sectam, e por esse motivo até o momento não renovou a licença ambiental da empresa
O segundo fato levado em consideração é o de que as unidades de recepção dos rejeitos da fábrica da Imerys estão com o funcionamento comprometido. 'A Bacia 1 está com sua capacidade de funcionamento exaurida e a Bacia 2 segue o mesmo destino, porquanto sua aptidão para receber os resíduos de caulim tende a esgotar nos próximos três meses, caso as atividades minerais sejam realizadas no mesmo ritmo de produção'.
Esse argumento está baseado no Parecer Técnico nº 009/2007, emitido pela Defesa Civil do Estado, e segundo o juiz são do cohecimento da Imerys. Ele lembra ainda que, apesar da assessoria jurídica da empresa ter se utilizado de parecer técnico emitido pelo Corpo de Bombeiros sobre as Bacias 1 e 2, alegando que elas não representam risco iminente de desabamento, e portanto sem justificativas para a permanência da interdição dessas duas unidaes da fábrica, o juiz ressaltou que 'o parecer dos bombeiros foi baseado em análise estritamente visual', conforme os peritos fizeram questão de ressaltar na análise que lhes foi pedida pelo Ministério Público.
A assessoria do Corpo de Bombeiros confirmou esse aspecto da análise e disse também que ela não deveria ter sido usada porque o Corpo de Bombeiros não é responsável por esse tipo de análise de engenharia, que requer equipamentos sofisticados e pessoal especializado na área.
Na ação, a Imerys RCC usou também os argumentos de que possui as licenças ambientais estaduais e federais, com o que não concorda a Sectam, e por esse motivo até o momento não renovou a licença ambiental da empresa
De um lado a Imerys.
De outro a Justiça, a Sectam, o Corpo de Bombeiros, o Instituto Evandro Chagas, e o equilíbrio ambiental.
Deve a empresa sentar o rabicó, sossegar o facho, e evitar declarações que sejam imediatamente desmentidas pelos fatos e, principalmente,
*ça vas sans dire*, *sentir-se*na França, na civilização.
Postado por Marise Morbach às 14:20 20 comentários: Links para esta postagem
### Cordeiro de Deus
Postado por Marise Morbach às 07:38 3 comentários: Links para esta postagem
### Coalixão
Não é verdade que o PT e o PMDB vão acabar com a farsa, e fundirem-se de uma vez por todas.
-------
Atualizada às 17:00.
Pode estar em curso, com a possível escolha do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) para a presidencia do Conselho de Ética do Senado, a inclusão do PSDB nesta lixeira.
Pelas informações do blog do Noblat, o senador Ademir Santana (DEM-DF), que deveria presidir o Conselho com a renúncia de Sibá Machado (PT-AC), já teria pulado fora, garantindo assim a presença do DEM na imundície.
A ser confirmado, o Senado uniu-se. Contra a Nação.
Malta de última categoria.
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Atualizada às 17:00.
Pode estar em curso, com a possível escolha do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) para a presidencia do Conselho de Ética do Senado, a inclusão do PSDB nesta lixeira.
Pelas informações do blog do Noblat, o senador Ademir Santana (DEM-DF), que deveria presidir o Conselho com a renúncia de Sibá Machado (PT-AC), já teria pulado fora, garantindo assim a presença do DEM na imundície.
A ser confirmado, o Senado uniu-se. Contra a Nação.
Malta de última categoria.
Postado por Marise Morbach às 07:36 4 comentários: Links para esta postagem
### Sibá, um Frouxo
Renunciou ontem o presidente do Conselho de Ética (?) do Senado da República, o lamentável senador Sibá Machado, do PT do Acre.
Postado por Marise Morbach às 07:35 Um comentário: Links para esta postagem
### 20 Segundos
É o tempo que a Receita Federal e a Justiça precisam, depois de firmado o
Este último adorou.
**, para quebrar o sigilo bancário do Sobrancelhudo, do Paulo Rocha, do José Nery, do Mário Couto, do Vic Pires Franco, do Giovanni Queiroz, do Simão Jatene, do Duciomar Costa, e do Juvencio de Arruda, se investigados em processo.** *acordo*
Este último adorou.
Postado por Marise Morbach às 07:34 19 comentários: Links para esta postagem
### Sem Limites
Bastavam dois votos para enterrar outra imundície encaminhada pelo prefeito Duciomar "oculista" Costa à Câmara. Mas a rataria escafedeu-se do plenário da tolerante casa, e o projeto canalha das OS's por pouco não foi arquivado.
A presença de sindicatos de barnabés de vários orgãos testemunhou a tentativa de fuga do notório vereador Gervásio Morgado ( Partido das ORM ) para uma salinha ao lado do plenário.
Descoberto, o medroso voltou, reassumiu sua cadeira e, sob intensa vaia, declarou seu voto: abstenção.
A presença de sindicatos de barnabés de vários orgãos testemunhou a tentativa de fuga do notório vereador Gervásio Morgado ( Partido das ORM ) para uma salinha ao lado do plenário.
Descoberto, o medroso voltou, reassumiu sua cadeira e, sob intensa vaia, declarou seu voto: abstenção.
Postado por Marise Morbach às 07:25 2 comentários: Links para esta postagem
### Quanto É?
Não satisfeito em anabolizar as pocilgas locais, as folhas nariguda e sobrancelhuda, o prefeito desta infeliz cidade que não atende aos mais elementares direitos da população - e daí o salvo conduto que leva e traz o prefeito à Brasília todas as semanas-
Lá o nacional tem 70% de aprovação.
Na vera, a cidade quer o couro dêle.
-------
Objetivo, o jornalista Val-André Mutran, em seu
*aduba*a revista *Quanto É*desta semana, que publica a mais escandalosa pesquisa que este blog já viu nos últimos tempos.
Lá o nacional tem 70% de aprovação.
Na vera, a cidade quer o couro dêle.
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Objetivo, o jornalista Val-André Mutran, em seu
**, vai logo** *blog* *nos finalmente*: *A revista semanal Isto É, bem que poderia dizer aos seus leitores quanto custou a matéria paga que publicou esta semana, para dizer que o prefeito Duciomar Costa (PTB) - pior prefeito da história de Belém - tem 70% de elogios dos belemenses.*.
Até as pedras do Ver-o-Peso, um dos cartões postais da capital paraense e que se encontra imundo como nunca, sabem que esse cidadão é a maior fraude eleitoral jamais vista na terra dos cabanos
Até as pedras do Ver-o-Peso, um dos cartões postais da capital paraense e que se encontra imundo como nunca, sabem que esse cidadão é a maior fraude eleitoral jamais vista na terra dos cabanos
Postado por Marise Morbach às 07:23 10 comentários: Links para esta postagem
### E o Constantino?
Todo mundo de olho em Roriz e pouca gente fala do envolvimento do dono da estrebaria chamada Gol.
Postado por Marise Morbach às 07:22 7 comentários: Links para esta postagem
### Biodiversidade
A Alcoa e a Conservação Internacional lançaram ontem o “Programa de Apoio à Conservação da Biodiversidade da Amazônia”, que vai investir R$ 2 milhões nos próximos cinco anos nas áreas da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, Parque Nacional da Amazônia, Floresta Nacional do Pau Rosa e Floresta Nacional de Amaná. Essas unidades formam o núcleo de um novo Corredor de Biodiversidade na Amazônia, com quase 10 milhões de hectares, distribuídos entre os municípios de Juruti, Santarém, Aveiro e Itaituba, no Pará, e Maués no Amazonas.
Postado por Marise Morbach às 07:15 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 26.6.07
### Na Moral
Postado por Marise Morbach às 19:52 3 comentários: Links para esta postagem
### Pavilhão
O
Pudico, o blog não vai publicá-las.
Mas, confessa, por alguns instantes deixou de ser botafoguense.
*poster*acaba de receber um mail de um amigo carioca, flamenguista doente, com as primeiras fotos da *bandeirinha*Ana Paula Oliveira, que estará na edição de julho da Playboy.
Pudico, o blog não vai publicá-las.
Mas, confessa, por alguns instantes deixou de ser botafoguense.
Postado por Marise Morbach às 17:26 19 comentários: Links para esta postagem
### Senado em Ruínas
No blog do Noblat.
*Senado cheira mal*
Volto a repetir: há um tremendo engodo nessa história de Sibá Machado (PT-AC), presidente do Conselho de Ética do Senado, enfrentar dificuldades para encontrar um novo relator que cuide do Caso Renan Calheiros.
Lorota, lorota, lorota pura! Vários senadores já se ofereceram para relatar o caso.
Demóstenes Torres (DEM-GO) foi excluído porque não pertence à base de apoio do governo e quer por que quer investigar o caso para valer.
Eduardo Suplicy (PT-SP) foi excluído porque o PT tem medo de que ele investigue o caso de verdade.
Gilvan Borges (PMDBAP) foi excluído porque seria um escracho. Nem Renan quer ele na relatoria. Acha que seria bandeira demais. Borges antecipou que livraria a cara de Renan rapidinho.
E assim vai...
O que está em curso é uma nova etapa da manobra para salvar Renan - nem que seja jogando o caso dele para depois do recesso do Congresso em julho. Até lá o caso terá esfriado.
É mais um capítulo da farsa encenada pela Companhia de Espetáculos do Senado Federal.
A propósito, o que se fará com o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), acusado de ter recebido parte de uma bolada suspeita de R$ 2,2 milhões?
Ontem, por meio de vários dos seus líderes - entre eles, o presidente do partido Michel Temer (SP) -, o PMDB disse que aguardaria uma explicação de Roriz antes de tomar qualquer posição
Ora, a explicação foi dada ontem mesmo pelo senador por meio de uma nota oficial.
E agora? O PMDB se dá por satisfeito? Não se dá? Quer mais explicações?
Do Senado emana um cheiro de podridão cada vez mais insuportável. Todos ou quase todos ali se comportam como cúmplices de gritantes irregularidades. E debocham da nossa cara.
(Atualização das 15:48: O PT veta o nome de Suplicy para relator do Caso Renan sob a desculpa de que não quer ficar ao mesmo tempo com a relatoria e a presidência exercida por Sibá. Que gracinha!)
Volto a repetir: há um tremendo engodo nessa história de Sibá Machado (PT-AC), presidente do Conselho de Ética do Senado, enfrentar dificuldades para encontrar um novo relator que cuide do Caso Renan Calheiros.
Lorota, lorota, lorota pura! Vários senadores já se ofereceram para relatar o caso.
Demóstenes Torres (DEM-GO) foi excluído porque não pertence à base de apoio do governo e quer por que quer investigar o caso para valer.
Eduardo Suplicy (PT-SP) foi excluído porque o PT tem medo de que ele investigue o caso de verdade.
Gilvan Borges (PMDBAP) foi excluído porque seria um escracho. Nem Renan quer ele na relatoria. Acha que seria bandeira demais. Borges antecipou que livraria a cara de Renan rapidinho.
E assim vai...
O que está em curso é uma nova etapa da manobra para salvar Renan - nem que seja jogando o caso dele para depois do recesso do Congresso em julho. Até lá o caso terá esfriado.
É mais um capítulo da farsa encenada pela Companhia de Espetáculos do Senado Federal.
A propósito, o que se fará com o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), acusado de ter recebido parte de uma bolada suspeita de R$ 2,2 milhões?
Ontem, por meio de vários dos seus líderes - entre eles, o presidente do partido Michel Temer (SP) -, o PMDB disse que aguardaria uma explicação de Roriz antes de tomar qualquer posição
Ora, a explicação foi dada ontem mesmo pelo senador por meio de uma nota oficial.
E agora? O PMDB se dá por satisfeito? Não se dá? Quer mais explicações?
Do Senado emana um cheiro de podridão cada vez mais insuportável. Todos ou quase todos ali se comportam como cúmplices de gritantes irregularidades. E debocham da nossa cara.
(Atualização das 15:48: O PT veta o nome de Suplicy para relator do Caso Renan sob a desculpa de que não quer ficar ao mesmo tempo com a relatoria e a presidência exercida por Sibá. Que gracinha!)
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### Entre a Lei e a Liminar
Termina amanhã o prazo legal para a Imerys Rio Capim Caulim apresentar à SECTAM os projetos técnicos para mitigar os problemas referentes à sua bacia de contenção.
As duas autuações que a empresa recebeu, em agosto de 2006 e março de 2007, alertavam extamente para o risco do rompimento.
Isto foi ouvido, em alto e ótimo som, pelos funcionários da empresa que foram até o secretário do Meio Ambiente, Walmir Ortega, na quinta 21, pedir a desinterdição da empresa alegando risco social.
Mas a empresa resolveu buscar um atalho, e tenta, desde ontem, uma liminar na Justiça.
Risco social, com todo o respeito, se apresenta claramente e sem sofismas quando a lei não é cumprida.
Aqui e na França,
---------
Atualizada às 17:40.
Bem a propósito, sobre a aplicação da lei na França.
Fonte: Caderno Mercantil do Diário
As duas autuações que a empresa recebeu, em agosto de 2006 e março de 2007, alertavam extamente para o risco do rompimento.
Isto foi ouvido, em alto e ótimo som, pelos funcionários da empresa que foram até o secretário do Meio Ambiente, Walmir Ortega, na quinta 21, pedir a desinterdição da empresa alegando risco social.
Mas a empresa resolveu buscar um atalho, e tenta, desde ontem, uma liminar na Justiça.
Risco social, com todo o respeito, se apresenta claramente e sem sofismas quando a lei não é cumprida.
Aqui e na França,
*bien sur*.
---------
Atualizada às 17:40.
Bem a propósito, sobre a aplicação da lei na França.
*O grupo de distribuição Carrefour foi condenado nesta terça-feira pela Justiça francesa a uma multa de 2 milhões de euros (em torno de R$ 10 milhões) por publicidade enganosa. O Tribunal Correcional de Evry, nos arredores de Paris, obrigou em sua sentença, a primeira deste tipo contra o líder do setor na França, a publicar a decisão sobre a publicidade enganosa nas 213 lojas da empresa no país. O tribunal impôs multa de 1,5 milhão de euros ao Carrefour por fazer publicidade de produtos que não existiam em quantidade suficiente nos estabelecimentos*.
Fonte: Caderno Mercantil do Diário
*online*. Publicada às 17:25.
Postado por Marise Morbach às 12:30 2 comentários: Links para esta postagem
### A Última Esperança
Nada mudou na aprovação do governo Lula, segundo a mais nova pesquisa CNT/Sensus, disponível
É só com isso que conta gente como a dupla aí de baixo.
**, fresquinha, do blog do Noblat.** *aqui*
É só com isso que conta gente como a dupla aí de baixo.
Postado por Marise Morbach às 11:46 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Entubados
A
Mas a pesquisa Perspectiva/O Estado do Tapajós - que identificou uma diferença entre avaliação de gestão e avaliação pessoal - diz o contrário: a gestora consegue ser pior que a gestão, caso idêntico ao de seu colega de Nova Déli.
Respira por aparelhos, a dupla.
*subprefeita*santarena Maria do Carmo, do PT, entrou para o rol dos simpáticos, segundo o *Seventy*, na edição de hoje da folha nariguda, aquela que se diz a maior do norte e nordeste e sequer bate a concorrente local, a folha sobrancelhuda.
Mas a pesquisa Perspectiva/O Estado do Tapajós - que identificou uma diferença entre avaliação de gestão e avaliação pessoal - diz o contrário: a gestora consegue ser pior que a gestão, caso idêntico ao de seu colega de Nova Déli.
Respira por aparelhos, a dupla.
Postado por Marise Morbach às 11:41 5 comentários: Links para esta postagem
### Implosão
O blog do Noblat dedica-se, desde ontem à noite, a desmontar o muro de esterco que o senador Joaquim Roriz ( PMDB-DF) levantou em sua defesa.
Tarefa nada difícil, dado o diâmetro do escândalo e a desfaçatez grosseira, abusiva, da nota do senador, um literal escárnio.
Mas o senador obra no lugar certo: 70 dos 81 senadores, segundo pesquisa realizada pela Folha de SP e publicada no final de semana, querem absolver o outro fazendeiro, o malsinado Renan.
Tarefa nada difícil, dado o diâmetro do escândalo e a desfaçatez grosseira, abusiva, da nota do senador, um literal escárnio.
Mas o senador obra no lugar certo: 70 dos 81 senadores, segundo pesquisa realizada pela Folha de SP e publicada no final de semana, querem absolver o outro fazendeiro, o malsinado Renan.
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### Movem-se as Pedras
Na coluna Roda Viva, do
No Repórter Diário, edição de hoje da folha sobrancelhuda.
**, de Parauapebas.** *Correio do Pará* *Segunda feira Milton Schinneider (*
Aliás Milton já esta dando expediente naquela secretaria.
**ex Emater**) assume a SEFAZ ( **de Parauapebas**)
Aliás Milton já esta dando expediente naquela secretaria.
No Repórter Diário, edição de hoje da folha sobrancelhuda.
*Leme*
O Planejamento Territorial Participativo (PTP), considerado o principal fórum de consultas populares do governo do PT, terá uma superintendência estadual, nos próximos dias. Edilza Fontes, que dirige a Escola de Governo, foi escolhida para coordenar o PTP pelo chefe da Casa Civil, Charles Alcantara, e pelo secretário de Governo, Cláudio Puty, com aprovação da governadora Ana Júlia Carepa. A superintendência estadual do PTP ficará vinculada à Sepof.
O Planejamento Territorial Participativo (PTP), considerado o principal fórum de consultas populares do governo do PT, terá uma superintendência estadual, nos próximos dias. Edilza Fontes, que dirige a Escola de Governo, foi escolhida para coordenar o PTP pelo chefe da Casa Civil, Charles Alcantara, e pelo secretário de Governo, Cláudio Puty, com aprovação da governadora Ana Júlia Carepa. A superintendência estadual do PTP ficará vinculada à Sepof.
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### Blog do Castagna
*Nascido*neste mes de junho, começa a fazer sucesso o **do advogado Castagna Maia, especializado em previdência complementar.** *blog*
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### Pit Stop
Depois de 18 meses de abastecimento quase diário e mais de cinco mil
*posts*,o Quinta Emenda vai parar. Ainda nesta semana, e por todo o mes de julho, para o *gôzo de merecidas*.
Postado por Marise Morbach às 08:32 28 comentários: Links para esta postagem
### Atalho
A Imerys preferiu seguir o caminho mais curto para resolver o seu problema e reabrir suas portas: o da Justiça.
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### Filhote do Sarney
É o notório senador Gilvan Borges, do PMDB do Amapá, o novo relator do caso Renan.
Preparem-se para fortes emoções.
Gilvan vem a ser aquele parlamentar que tem mais de uma centena de pedidos de retransmisoras de tv e emissoras de rádio em território paraense.
-----------
Atualizada ás 12:10.
Melhores informações sobre o prontuário do novo relator podem ser lidas
Preparem-se para fortes emoções.
Gilvan vem a ser aquele parlamentar que tem mais de uma centena de pedidos de retransmisoras de tv e emissoras de rádio em território paraense.
-----------
Atualizada ás 12:10.
Melhores informações sobre o prontuário do novo relator podem ser lidas
**, no Caneta Sem Fronteira, impagável blog do Walter Jr.** *aqui*
Postado por Marise Morbach às 07:50 9 comentários: Links para esta postagem
### Estado Depravado
Por Jânio de Freitas, na Folha de SP de hoje, analisando a nota à imprensa do marginal Joaquim Roriz, senador pelo PMDB-DF.
*A inversão*
O ESTADO de deterioração da vida política e administrativa chegou a um patamar original. Sua medida não é dada mais pela descoberta de feitos da desonestidade criminosa, mas pela fragilidade, quase infantil, a que se vêem forçadas as atitudes que pretendam lhes dar a resposta correta, a das leis e da civilidade.
O alastramento da depravação -as palavras, como os remédios, ou correspondem ao que as solicita ou são inúteis- fica claro se atentamos mais para o PSOL do que para o pasmo com as conversas transcritas do senador Joaquim Roriz, combinando a divisão de mais uns milhões. Autor da representação que forçou o Senado a considerar o rebanho financeiro de Renan Calheiros, o impulso do PSOL foi adotar a mesma iniciativa, ao constatar a revelação da revista "Época" sobre Roriz. Coerente, sim. Necessário, claro.
Mas ao impulso sucedeu a meia-trava de um alarme: um novo processo no Conselho de Ética do Senado poderia facilitar o esvaziamento do caso Renan Calheiros no mesmo conselho, por mais que os dois sejam igualmente justificados. E cabíveis na disponibilidade farta dos senadores ainda não alcançados por revelações comprometedoras. Simples, portanto, a realidade institucional da depravação: acionar o dispositivo também institucional para examinar, e punir se for o caso, um enredo de corrupção tende comprometer o exame, e a punição se for o caso, de outro enredo de corrupção. Ambos, e a mútua colaboração preservadora dos enredos e dos autores, no âmbito do Senado da República.
Contribuição adicional é dada pela Corregedoria do Senado, em cujo nome o corregedor Romeu Tuma ainda não fez nada que perturbasse a confiança nele posta, por seus pares, de preservação do convívio senatorial harmonioso, acima e sobretudo debaixo das denúncias, suspeitas, indícios e evidências que tentam inquietar ali a vida comunitária.
Como sempre, o senador Tuma deu com presteza o seu aviso sherlockiano: "Assim que chegar [do Uruguai] vou pedir [amanhã] o relatório da polícia sobre o senador Roriz". Se não disser de antemão que "quer inocentá-lo", como fez antes de examinar qualquer dado no caso Renan Calheiros, Romeu Tuma não precisa de mais do que uma providência para testar a versão do seu colega Roriz.
Os R$ 300 mil que admite ter recebido no escritório de Nenê Constantino, dono da Gol, Joaquim Roriz os rotula como "empréstimo para comprar uma novilha". É só verificar, agora, se no dia da operação, 13 de março, o riquíssimo Joaquim Roriz estava destituído dos seus recursos. Dizem que o impossível acontece, mas não naquele dia, embora 13.
O que causa curiosidade em mais esse caso na lista de Roriz (talvez jamais as altas instâncias do Judiciário tenham sido tão testadas por alguém) não é Joaquim Roriz. É o que levou Nenê Constantino, que tem sido admirado e louvado por sua obra empresarial, a envolver-se em um episódio desses. E fazê-lo a ponto de mudar, em poucas horas e de público, a resposta espontânea com que negou o pretexto de cheque seu por empréstimo, para adotar uma versão inconvincente em favor da explicação ridícula de Joaquim Roriz.
O ESTADO de deterioração da vida política e administrativa chegou a um patamar original. Sua medida não é dada mais pela descoberta de feitos da desonestidade criminosa, mas pela fragilidade, quase infantil, a que se vêem forçadas as atitudes que pretendam lhes dar a resposta correta, a das leis e da civilidade.
O alastramento da depravação -as palavras, como os remédios, ou correspondem ao que as solicita ou são inúteis- fica claro se atentamos mais para o PSOL do que para o pasmo com as conversas transcritas do senador Joaquim Roriz, combinando a divisão de mais uns milhões. Autor da representação que forçou o Senado a considerar o rebanho financeiro de Renan Calheiros, o impulso do PSOL foi adotar a mesma iniciativa, ao constatar a revelação da revista "Época" sobre Roriz. Coerente, sim. Necessário, claro.
Mas ao impulso sucedeu a meia-trava de um alarme: um novo processo no Conselho de Ética do Senado poderia facilitar o esvaziamento do caso Renan Calheiros no mesmo conselho, por mais que os dois sejam igualmente justificados. E cabíveis na disponibilidade farta dos senadores ainda não alcançados por revelações comprometedoras. Simples, portanto, a realidade institucional da depravação: acionar o dispositivo também institucional para examinar, e punir se for o caso, um enredo de corrupção tende comprometer o exame, e a punição se for o caso, de outro enredo de corrupção. Ambos, e a mútua colaboração preservadora dos enredos e dos autores, no âmbito do Senado da República.
Contribuição adicional é dada pela Corregedoria do Senado, em cujo nome o corregedor Romeu Tuma ainda não fez nada que perturbasse a confiança nele posta, por seus pares, de preservação do convívio senatorial harmonioso, acima e sobretudo debaixo das denúncias, suspeitas, indícios e evidências que tentam inquietar ali a vida comunitária.
Como sempre, o senador Tuma deu com presteza o seu aviso sherlockiano: "Assim que chegar [do Uruguai] vou pedir [amanhã] o relatório da polícia sobre o senador Roriz". Se não disser de antemão que "quer inocentá-lo", como fez antes de examinar qualquer dado no caso Renan Calheiros, Romeu Tuma não precisa de mais do que uma providência para testar a versão do seu colega Roriz.
Os R$ 300 mil que admite ter recebido no escritório de Nenê Constantino, dono da Gol, Joaquim Roriz os rotula como "empréstimo para comprar uma novilha". É só verificar, agora, se no dia da operação, 13 de março, o riquíssimo Joaquim Roriz estava destituído dos seus recursos. Dizem que o impossível acontece, mas não naquele dia, embora 13.
O que causa curiosidade em mais esse caso na lista de Roriz (talvez jamais as altas instâncias do Judiciário tenham sido tão testadas por alguém) não é Joaquim Roriz. É o que levou Nenê Constantino, que tem sido admirado e louvado por sua obra empresarial, a envolver-se em um episódio desses. E fazê-lo a ponto de mudar, em poucas horas e de público, a resposta espontânea com que negou o pretexto de cheque seu por empréstimo, para adotar uma versão inconvincente em favor da explicação ridícula de Joaquim Roriz.
Postado por Marise Morbach às 07:28 9 comentários: Links para esta postagem
### De Quatro
No Repórter Diário, edição de hoje do Diário do Pará.
A mais relevante produção da Casa é a postura genuflexa ao prefeito desastre, o que envergonha o mandato popular em que foram investidos. Péssima legislatura, talvez a pior da história da Casa.
Há exceções, pouquíssimas.
*Na próxima sexta-feira, às 10h, a mesa diretora da CMB realizará coquetel para apresentar à imprensa os resultados do período legislativo deste primeiro semestre. Na ocasião, também serão apresentados os novos produtos de comunicação da casa, entre eles a TV Câmara, cujo projeto é de autoria da vereadora Vanessa Vasconcelos, do PMDB.*
A mais relevante produção da Casa é a postura genuflexa ao prefeito desastre, o que envergonha o mandato popular em que foram investidos. Péssima legislatura, talvez a pior da história da Casa.
Há exceções, pouquíssimas.
Postado por Marise Morbach às 07:20 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 25.6.07
### As Vacas de Presépio
No blog do Josias de Souza, da Folha de SP.
*Na última sexta-feira (22), antes de embarcar para o Acre, Sibá Machado dissera que escolheria até domingo (24) um novo relator para o processo contra Renan Calheiros. Pois bem, o presidente do Conselho de Ética retornou a Brasília, nesta segunda (25), sem o nome do relator.*
Não que lhe faltem alternativas. Eduardo Suplicy já disse que aceita a relatoria. Demóstenes Torres também não recusaria o encargo. Mas Sibá diz que o novo relator será um dos senadores de presépio que integram o rebanho liderado por Renan.
Como se fosse pouco, em vez de exercer os poderes que o regimento lhe confere, Sibá acena agora com a hipótese de transferir a escolha do relator para os líderes da bancada pró-Renan, que não têm a menor pressa.
De resto, esperava-se que Joaquim Roriz, o novo boiadeiro encrencado do Senado, subisse à tribuna para proferir meia dúzia de palavras em sua defesa. Mas Roriz acha que não deve nada a ninguém. Muito menos explicações. A única providência que adotou foi restringir o acesso às porteiras de seu gabinete.
Parece confiar na boa vontade os colegas.
Afinal, onde passa um boi...
Não que lhe faltem alternativas. Eduardo Suplicy já disse que aceita a relatoria. Demóstenes Torres também não recusaria o encargo. Mas Sibá diz que o novo relator será um dos senadores de presépio que integram o rebanho liderado por Renan.
Como se fosse pouco, em vez de exercer os poderes que o regimento lhe confere, Sibá acena agora com a hipótese de transferir a escolha do relator para os líderes da bancada pró-Renan, que não têm a menor pressa.
De resto, esperava-se que Joaquim Roriz, o novo boiadeiro encrencado do Senado, subisse à tribuna para proferir meia dúzia de palavras em sua defesa. Mas Roriz acha que não deve nada a ninguém. Muito menos explicações. A única providência que adotou foi restringir o acesso às porteiras de seu gabinete.
Parece confiar na boa vontade os colegas.
Afinal, onde passa um boi...
Postado por Marise Morbach às 17:43 3 comentários: Links para esta postagem
### A Sete Chaves
Mas nem
*Santo Antonio com gancho*tira do bolso do colete de *Beiçola*, o virtual prefeito de Santarém, a pesquisa encomendada pelo governo da Cidade da Gente, que já chegou às suas mãos, trêmulas.
Postado por Marise Morbach às 10:35 4 comentários: Links para esta postagem
### Teaser*
No
* Teaser: s.m. (pal. ing.) Recurso de rádio, televisão ou publicidade para estimular a curiosidade do público em relação a uma notícia, um programa, um anúncio, uma campanha, que só depois se farão conhecidos
**do Cjk.** *blog* *GUARDEM ESTE NOME*.
CTF Technologies
CTF Technologies
* Teaser: s.m. (pal. ing.) Recurso de rádio, televisão ou publicidade para estimular a curiosidade do público em relação a uma notícia, um programa, um anúncio, uma campanha, que só depois se farão conhecidos
Postado por Marise Morbach às 09:49 Um comentário: Links para esta postagem
### Dique
Experiente e bem informada fonte na área ambiental contou ontem ao
Em março deste ano, nova autuação.
E a licença de operação - que anualmente tem que ser renovada - está empacada.
Lá na SECTAM espera-se que a empresa apresente os estudos de minimização dos riscos de rompimento de suas barragens.
----------
Olha, há um evidente
A questão, que se arrastará por muito tempo, precisa de equilíbrio e firmeza dos orgãos do estado, dos quais se espera ao menos uma coisa: o cumprimento da legislação.
*poster*que as escaramuças entre a SECTAM e a Imerys Rio Capim Caulim começaram no ano passado, mais exatamente em agosto, quando a empresa foi autuada pela primeira vez.
Em março deste ano, nova autuação.
E a licença de operação - que anualmente tem que ser renovada - está empacada.
Lá na SECTAM espera-se que a empresa apresente os estudos de minimização dos riscos de rompimento de suas barragens.
----------
Olha, há um evidente
*rompimento*da contenção que *segurava*um contencioso ambiental vindo do governo anterior, onde a Imerys é apenas um dos casos.
A questão, que se arrastará por muito tempo, precisa de equilíbrio e firmeza dos orgãos do estado, dos quais se espera ao menos uma coisa: o cumprimento da legislação.
Postado por Marise Morbach às 09:25 4 comentários: Links para esta postagem
### Boi de Papel
De repente
Embora não passem de lavadeiras.
**virou fazendeiro.** *todo mundo*
Embora não passem de lavadeiras.
Postado por Marise Morbach às 06:30 12 comentários: Links para esta postagem
### Más Fadas
Nenhuma linha foi publicada nos jornais de Brasília, neste final de semana, sobre o escândalo Roriz. Também por lá as pocilgas das redações estão inundadas com
*jabá*.
Postado por Marise Morbach às 06:27 7 comentários: Links para esta postagem
### Informação Aberta
O Diário do Pará informa, ontem pelo Mauro Bonna e hoje pelo Repórter Diário, que a governadora Ana Julia mandou fazer pesquisas de opinião na principais cidades paroaras.
Tomara que ela libere os resultados à opinião pública.
Tomara que ela libere os resultados à opinião pública.
Postado por Marise Morbach às 06:25 3 comentários: Links para esta postagem
## 24.6.07
### Cai Mais Um
Até que enfim parece que
Parece.
**um velho safardana. Joaquim Roriz, do PMDB-DF** *pegaram*
Parece.
Postado por Marise Morbach às 13:12 10 comentários: Links para esta postagem
### Situação Preocupante
Indispensável um passadinha no
A barbárie é o tema dos
**do Alencar, o juiz trabalhista e cidadão.** *blog*
A barbárie é o tema dos
*posts* **Instituições versus Barbárie**e **E por falar em barbárie**
Postado por Marise Morbach às 08:38 2 comentários: Links para esta postagem
### Caixinha, Obrigado
O prefeito desastre encaminhou um Projeto de Lei à sua
O nome pomposo embuste, na verdade, uma forma de cancelar “ex ofício” créditos tributários regularmente constituídos pelas autoridades tributárias competentes.
O projeto também trata de parcelamento de créditos tributários em 36 vezes e de remissão de créditos (perdão), numa clara demonstração de deseducação tributária e de injustiça fiscal, pois o contribuinte que cumpre em dia com suas obrigações está excluído de tais “benesses” fiscais.
São muitas as suposições sobre os reais interesses deste projeto de lei.
---------
Prometida para este final de semana, as informações acima acabaram sendo objeto de nota assinada por seis sindicatos e associações de servidores municipais, publicada na edição de hoje do Diário do Pará, junto com outras presepadas cometidas pela gestão nefasta do nacional Duciomar Costa.
*muy querida*Câmara Municipal, com pedido de urgência, para tratar de um tal “Programa de Regularização Tributária”.
O nome pomposo embuste, na verdade, uma forma de cancelar “ex ofício” créditos tributários regularmente constituídos pelas autoridades tributárias competentes.
O projeto também trata de parcelamento de créditos tributários em 36 vezes e de remissão de créditos (perdão), numa clara demonstração de deseducação tributária e de injustiça fiscal, pois o contribuinte que cumpre em dia com suas obrigações está excluído de tais “benesses” fiscais.
São muitas as suposições sobre os reais interesses deste projeto de lei.
---------
Prometida para este final de semana, as informações acima acabaram sendo objeto de nota assinada por seis sindicatos e associações de servidores municipais, publicada na edição de hoje do Diário do Pará, junto com outras presepadas cometidas pela gestão nefasta do nacional Duciomar Costa.
Postado por Marise Morbach às 08:22 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 22.6.07
### Incompleto
O inquérito policial do caso Novelino encerrou hoje.
Mas a
Mas a
*puliça*não foi em Itaituba.
Postado por Marise Morbach às 18:04 11 comentários: Links para esta postagem
### Situação Braba
A ex presidente do TJ do Pará, a desembargadora aposentada Maria de Nazaré Brabo de Souza, faz sua estréia nas
Essa bronca vai se somar aos outros dois processos que Nazaré Brabo responde no MPF, um pela compra de 400 cd's do cantor Almirzinho Gabriel - Naza, Nazica, Nazarezinha, lembram? - e outro pela realização de um documentário de 15 minutos que custou R$ 76.000,00, segundo denúncias apresentadas pelo sindicato dos funcionários do poder judiciário, o SINJEP.
**policiais do Diário do Pará, acossada pelo 3º promotor de Direitos Constitucionais e Patrimônio Público, Jorge de Mendonça Rocha.** *pautas*
Essa bronca vai se somar aos outros dois processos que Nazaré Brabo responde no MPF, um pela compra de 400 cd's do cantor Almirzinho Gabriel - Naza, Nazica, Nazarezinha, lembram? - e outro pela realização de um documentário de 15 minutos que custou R$ 76.000,00, segundo denúncias apresentadas pelo sindicato dos funcionários do poder judiciário, o SINJEP.
Postado por Marise Morbach às 11:45 18 comentários: Links para esta postagem
### Vida de Gado
Postado por Marise Morbach às 11:00 Um comentário: Links para esta postagem
### Prefeitura Achaca Contribuintes
Imagine se o banco onde voce tem conta resolve programar o sistema de computadores para abandar R$ 1,00 de sua conta a cada dez operações que voce reliza.
Multiplique este valor pelo número de correntistas e operações bancárias. O resultado é uma bela grana, certo?
É mais ou menos isso que a secretaria de Finanças de Nova Déli está fazendo ao mandar cobrar, indiscriminadamente, débito fiscais de toda ordem inclusive prescritos e/ou aqueles enquadrados no Artigo 150 da Constituição, que versa sobre a imunidade recíproca. Até sindicatos de trabalhadores estão sendo cobrados ilegalmente pela prefeitura.
Daí o caráter de utilidade pública deste
Multiplique este valor pelo número de correntistas e operações bancárias. O resultado é uma bela grana, certo?
É mais ou menos isso que a secretaria de Finanças de Nova Déli está fazendo ao mandar cobrar, indiscriminadamente, débito fiscais de toda ordem inclusive prescritos e/ou aqueles enquadrados no Artigo 150 da Constituição, que versa sobre a imunidade recíproca. Até sindicatos de trabalhadores estão sendo cobrados ilegalmente pela prefeitura.
Daí o caráter de utilidade pública deste
*post*: procure um advogado antes de atender a qualquer chamado deste covil chamado SEFIN.
Postado por Marise Morbach às 10:44 3 comentários: Links para esta postagem
### Tunga
Irregularidades na SESMA e regularização de tributos, serão as próximas pautas do Quinta Emenda sobre a prefeitura de Nova Déli.
Mais patifarias, é claro.
Neste final de semana.
Mais patifarias, é claro.
Neste final de semana.
Postado por Marise Morbach às 08:36 9 comentários: Links para esta postagem
## 21.6.07
### Alcoa: Novo Round?
O
Mas na edição de hoje, 21, da
*poster*não leu em lugar nenhum aqui em Nova Déli.
Mas na edição de hoje, 21, da
*news letter*HSM, uma publicação destinada a um público bem específico, os gestores privados e as altas administrações, a fina flor da literatura periódica do *management*saiu a notícia: *Governo do Pará ameaça proibir mina da Alcoa por poluir água*.
A poluição da água pode levar à suspensão da licença ambiental da nova mina de bauxita Juruti, da Alcoa Alumínio, disse a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sectam). "Recebemos pedidos de suspensão da licença de instalação do projeto devido à poluição dos recursos hídricos locais", disse Douglas Dinelli, porta-voz da secretaria, que verificou a contaminação de igarapés da região devido às obras na futura mina. Não se trata de poluição química, e sim principalmente de lama e terra das obras
A poluição da água pode levar à suspensão da licença ambiental da nova mina de bauxita Juruti, da Alcoa Alumínio, disse a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sectam). "Recebemos pedidos de suspensão da licença de instalação do projeto devido à poluição dos recursos hídricos locais", disse Douglas Dinelli, porta-voz da secretaria, que verificou a contaminação de igarapés da região devido às obras na futura mina. Não se trata de poluição química, e sim principalmente de lama e terra das obras
Postado por Marise Morbach às 17:06 6 comentários: Links para esta postagem
### (Des)controle de Vôo
Enquanto o
Mais de 30% dos vôos estão atrasados e até o final do dia a previsão é de aumento nos atrasos. Houve
O Palácio do Planalto estuda a concessão imediata de um abono aos controladores, que distensionaria o ambiente e as relações entre a categoria e o comando do Cindacta, a beira do limite.
Mas o abono pode ter graves repercussões nas forças armadas.
*poster*conversava com uma fonte de Brasília, o blog do Noblat começava a veicular as primeiras notícias dando conta da gravidade da crise aérea, que aumentou muito nas últimas 24 horas.
Mais de 30% dos vôos estão atrasados e até o final do dia a previsão é de aumento nos atrasos. Houve
*puliça*e escaramuças no aeroporto de Brasília pela manhã.
O Palácio do Planalto estuda a concessão imediata de um abono aos controladores, que distensionaria o ambiente e as relações entre a categoria e o comando do Cindacta, a beira do limite.
Mas o abono pode ter graves repercussões nas forças armadas.
Postado por Marise Morbach às 14:20 16 comentários: Links para esta postagem
### Imerys: de Portas Abertas
A Imerys Rio Capim Caulim envia a seguinte nota ao blog.
*A Imerys Rio Capim Caulim afirma que, apesar de não ter tido acesso ao laudo elaborado por pesquisadores de Instituto Evandro Chagas, os níveis de pH da água descritos através da imprensa não condizem com as medições que vêm sendo feitas diariamente pela empresa, no sentido de acompanhar a evolução do meio ambiente. Ainda especificamente sobre os níveis de pH relatados via imprensa pelo IEC, a empresa esclarece que o nível de acidez descrito provocaria a total sedimentação das argilas em suspensão nas águas. Ou seja, os igarapés estariam completamente transparentes. Na paisagem in loco, a volta da coloração natural das águas barrentas da região Amazônica é visível.*
A Imerys reitera que abriu suas portas para as autoridades competentes e para a imprensa desde o início do evento com objetivo claro de apoiar todos os interessados pela questão na busca por esclarecimentos e exatamente no sentido de não gerar desinformação. Esta é uma postura de seriedade da empresa, de seus administradores e de respeito pelo povo paraense, que se mantém em cada notícia divulgada pela empresa desde o incidente.
A Imerys reitera que abriu suas portas para as autoridades competentes e para a imprensa desde o início do evento com objetivo claro de apoiar todos os interessados pela questão na busca por esclarecimentos e exatamente no sentido de não gerar desinformação. Esta é uma postura de seriedade da empresa, de seus administradores e de respeito pelo povo paraense, que se mantém em cada notícia divulgada pela empresa desde o incidente.
Postado por Marise Morbach às 10:43 8 comentários: Links para esta postagem
### Renan Mostra os Dentes
*Renan Calheiros (PMDB-AL) considera-se abandonado pelos aliados. Queixa-se de todos, inclusive de Lula e de seu próprio partido. Nas últimas 48 horas, passou a utilizar, entre quatro paredes, uma arma que destoa da frieza que exibe em suas aparições públicas: a ameaça. Disse claramente a um grupo de interlocutores que, se lhe der na telha, pode criar “uma crise institucional”. Declara-se inclusive disposto a prejudicar Lula e seu governo.*
Num instante em que a hipótese de perda de mandato já não parece tão improvável, Renan diz, em privado, que, se cair, não irá ao chão sozinho. Afirma que arrastará consigo outros senadores. Chega mesmo a difundir, em timbre inamistoso, a informação de que não hesitará em revelar segredos de alcova dos colegas. Diz que sua privacidade foi invadida sem constrangimentos. E não se julga na obrigação de guardar as confidências alheias.
Num instante em que a hipótese de perda de mandato já não parece tão improvável, Renan diz, em privado, que, se cair, não irá ao chão sozinho. Afirma que arrastará consigo outros senadores. Chega mesmo a difundir, em timbre inamistoso, a informação de que não hesitará em revelar segredos de alcova dos colegas. Diz que sua privacidade foi invadida sem constrangimentos. E não se julga na obrigação de guardar as confidências alheias.
Leia mais
**, no blog do Josias, da Folha de SP.** *aqui*
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### Porto do Espadarte
A Frente parlamentar Pro Hidrovias, que reúne 38 dos 41 deputados estaduais paroaras, pediu a governadora um estudo de viabilidade geológica, ecológica, econômica e social da região da Ponta da Romana, em Curuçá, a 140 km de Nova Déli.
Pelo calado do local, 25 metros, a Frente acha que pode abrigar o Terminal Off-Shore do Espadarte, e os estudos poderão subsidiar o governo federal na hora da escolha do local do porto, inevitável, pelo congestionamento do porto da Ponta da Madeira, no Maranhão.
Mas o deputado Luis Cunha (PDT), presidente da Frente, adverte: "A decisão sobre construir o porto é política"
Pelo calado do local, 25 metros, a Frente acha que pode abrigar o Terminal Off-Shore do Espadarte, e os estudos poderão subsidiar o governo federal na hora da escolha do local do porto, inevitável, pelo congestionamento do porto da Ponta da Madeira, no Maranhão.
Mas o deputado Luis Cunha (PDT), presidente da Frente, adverte: "A decisão sobre construir o porto é política"
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### Delegação Santarena
Uma caravana com cerca de 15 estudantes de comunicação dos cursos de graduação e tecnológicos da área de Comunicação Social de duas faculdades de Santarém (IESPES e FIT), participa desde ontem do VI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte - Intercom Norte 2007.
Postado por Marise Morbach às 09:59 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### IEC Nega Informações ao SBT
A jornalista e locutora Úrsula Vidal, editora chefe do Jornal do SBT no Pará, em comentário no
*post* **Luz Amarela**, abaixo, manifesta seu desagrado com a acolhida que recebeu da assesssoria de comunicação do Instituto Evandro Chagas, ao tentar entrevistar o pesquisador que estuda os efeitos do vazamento dos rejeitos da Imerys em Barcarena. *Ao solicitar entrevista a respeito do laudo sobre o vazamento de caulim, em Barcarena, a equipe do Jornal SBT PARÁ ouviu do assessor de imprensa do Instituto Evandro Chagas a curiosa resposta: “o pesquisador Marcelo Lima, responsável pelo laudo, não quer ser incomodado porque está se preparando para dar entrevista em uma outra emissora de televisão”. Nem por escrito, depois de muita insistência o pesquisador aceitou repassar qualquer informação, já publicada (com estranha exclusividade) no jornal do mesmo grupo de comunicação. É um típico caso de servidor público, tratando informação pública, de maneira privada.*
Parabéns á cobertura do liberal, que saiu na frente e conseguiu o exclusivo. Pra nós, pobres mortais, sobra a informação no site do Evandro Chagas.
Parabéns á cobertura do liberal, que saiu na frente e conseguiu o exclusivo. Pra nós, pobres mortais, sobra a informação no site do Evandro Chagas.
Postado por Marise Morbach às 09:42 9 comentários: Links para esta postagem
## 20.6.07
### Quem Tem Medo de Pesquisas?
A divulgação de uma série de pesquisas de intenção de voto - em Nova Deli ( BMP/Democratas) aqui no Quinta, no blog do Hiroshi, em Marabá e Curionópolis( Veritate/cliente não declarado) e no Estado do Tapajós, em Santarém (Perspectiva/Estado do Tapajós) - tem balançado corações e mentes da audiência destes mídias e, como não poderia deixar de ser, provocado os mais variados tipos de comentários.
Da desqualificação dos institutos, dos clientes, dos candidatos, e dos próprios mídias, até alertas para a fragilidade das pesquisas distantes do evento eleitoral, tem rolado
Pesquisas, em qualquer momento, são armas de propaganda e instrumentos de aferição de uma realidade que, no limite, não existe mais sequer no momento de sua divulgação. O quadro pode ter "piorado" ou "melhorado", dependendo do ponto de vista. E nas últimas eleições tem se verificado a migração de expressivos contingentes eleitorais em espaços de tempo relativamente curtos.
Não há como negar que a sondagem realizada pelo Democratas após a mídia (regional e nacional) do partido - que trouxe a ex vice governadora Valéria Pires Franco de volta a telinha - ajudou a elevar seus índices de intenção de voto.
Não há como negar que o desgaste do PMDB e de suas lideranças, nacionais e regionais, tem contribuído para deprimir os índices de seus possíveis candidatos, ou, ao menos, dos nomes testados nas diferentes sondagens.
Não há como negar que os candidatos tucanos encontram sérias dificuldades para reafirmar seus discursos, ou que os petistas, pelas circunstâncias da coalizão estadual, ainda se mostrem tímidos na divulgação de suas pretensões políticas.
Não há como negar a péssima avaliação dos atuais prefeitos, seja de que partido for, parte pela baixa qualidade da safra, parte pela ausência de condições materiais ao exercício de uma boa gestão, parte pelo desmoronamento dos esquemas e cânones da comunicação institucional que sustentam essas administrações.
Mas há afirmações possíveis, já a partir dessas pesquisas, que pouco devem se alterar até o ano que vem.
Promesseiros, inexperientes, incompetentes notórios e corruptos terão muita dificuldade em subir nas intenções de voto. Mostrar a capacidade de fazer alianças e articulações com outras esferas de governo também é um ponto destacado. Ter a coragem de ousar na campanha, revelando foco, prioridades, factibilidade em suas propostas, terá muita ifluência em 2008.
A campanha de 2008 está só começando.
E a opinião pública, revelada, já incomoda.
Mas se ela não o fizer, quem o fará?
Boa noite.
Da desqualificação dos institutos, dos clientes, dos candidatos, e dos próprios mídias, até alertas para a fragilidade das pesquisas distantes do evento eleitoral, tem rolado
*de um tudo*.
Pesquisas, em qualquer momento, são armas de propaganda e instrumentos de aferição de uma realidade que, no limite, não existe mais sequer no momento de sua divulgação. O quadro pode ter "piorado" ou "melhorado", dependendo do ponto de vista. E nas últimas eleições tem se verificado a migração de expressivos contingentes eleitorais em espaços de tempo relativamente curtos.
Não há como negar que a sondagem realizada pelo Democratas após a mídia (regional e nacional) do partido - que trouxe a ex vice governadora Valéria Pires Franco de volta a telinha - ajudou a elevar seus índices de intenção de voto.
Não há como negar que o desgaste do PMDB e de suas lideranças, nacionais e regionais, tem contribuído para deprimir os índices de seus possíveis candidatos, ou, ao menos, dos nomes testados nas diferentes sondagens.
Não há como negar que os candidatos tucanos encontram sérias dificuldades para reafirmar seus discursos, ou que os petistas, pelas circunstâncias da coalizão estadual, ainda se mostrem tímidos na divulgação de suas pretensões políticas.
Não há como negar a péssima avaliação dos atuais prefeitos, seja de que partido for, parte pela baixa qualidade da safra, parte pela ausência de condições materiais ao exercício de uma boa gestão, parte pelo desmoronamento dos esquemas e cânones da comunicação institucional que sustentam essas administrações.
Mas há afirmações possíveis, já a partir dessas pesquisas, que pouco devem se alterar até o ano que vem.
Promesseiros, inexperientes, incompetentes notórios e corruptos terão muita dificuldade em subir nas intenções de voto. Mostrar a capacidade de fazer alianças e articulações com outras esferas de governo também é um ponto destacado. Ter a coragem de ousar na campanha, revelando foco, prioridades, factibilidade em suas propostas, terá muita ifluência em 2008.
A campanha de 2008 está só começando.
E a opinião pública, revelada, já incomoda.
Mas se ela não o fizer, quem o fará?
Boa noite.
Postado por Marise Morbach às 18:15 31 comentários: Links para esta postagem
### Luz Amarela
Não bastassem as imagens assustadoras do vazamento da Imerys Rio Capim Caulim, semana que passou, na região de Barcarena, duas notícias hoje parecem agravar o episódio.
Na primeira, pela manhã, o Portal ORM informou a ausência do presidente e do engenheiro ambiental da empresa na Delegacia de Meio Ambiente, onde seriam ouvidos.
A segunda, agora há pouco, mais grave: as primeiras informações que
O químico responsável pela pesquisa do IEC, uma das mais respeitadas instituições científicas brasileiras, afirma que
Na primeira, pela manhã, o Portal ORM informou a ausência do presidente e do engenheiro ambiental da empresa na Delegacia de Meio Ambiente, onde seriam ouvidos.
A segunda, agora há pouco, mais grave: as primeiras informações que
*vazam*do estudo do Instituto Evandro Chagas, que será entregue amamnhã, aponta uma alteração significativa no Ph do material coletado desde fevereiro na área.
O químico responsável pela pesquisa do IEC, uma das mais respeitadas instituições científicas brasileiras, afirma que
*"essas alterações não são apenas fruto do vazamento de caulim na área. Segundo ele, os rejeitos despejados nos últimos anos nas bacias e lençóis freáticos de Vila do Conde são também os grandes responsáveis pela distruição dos igarapés".*
Postado por Marise Morbach às 15:58 43 comentários: Links para esta postagem
### Rejeição Máxima
Discursou menos de cinco minutos, debaixo de uma sonora vaia tão alta quanto o sistema de som, o alcaide desastre de Nova Déli na
O nacional, aliás, não anda protegido apenas por um salvo conduto.
Cerca-o um pelotão de guardas municipais.
Ou ele apanha no meio da rua.
*cerimônia da tocha*na Praça da República.
O nacional, aliás, não anda protegido apenas por um salvo conduto.
Cerca-o um pelotão de guardas municipais.
Ou ele apanha no meio da rua.
Postado por Marise Morbach às 14:05 18 comentários: Links para esta postagem
### Sibá Sentou
No blog do Noblat.
Renan agoniza. A nação rejubila-se.
*Sem o voto de Sibá*
Em reunião fechada com a bancada do PT, o presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC), até então aliado de Renan Calheiros (PMDB-AL), comunicou uma decisão para a reunião de hoje: se o PMDB insistir em votar o processo imediatamente e couber a ele, Sibá, desempatar a votação, Renan vai perder:
- Eu não vou ficar com esse peso nas minhas contas -, afirmou Sibá às lideranças do PT.
A decisão é apadrinhada pela líder do PT, Ideli Salvatti (SC), que encabeçava a tropa de choque pró-Renan, mas que desde ontem abandonou o grupo que defendia o presidente do Senado.
Além de Sibá, Augusto Botelho (PT-RR), Renato Casagrande (PSB-ES) e Eduardo Suplicy (PT-SP) avisaram que votam pelo aprofundamento das investigações e conseqüentemente pelo adiamento da votação.
Com isso, a contagem dos votos indica que Renan perderia a votação de hoje por pelo menos nove a cinco.
Em reunião fechada com a bancada do PT, o presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC), até então aliado de Renan Calheiros (PMDB-AL), comunicou uma decisão para a reunião de hoje: se o PMDB insistir em votar o processo imediatamente e couber a ele, Sibá, desempatar a votação, Renan vai perder:
- Eu não vou ficar com esse peso nas minhas contas -, afirmou Sibá às lideranças do PT.
A decisão é apadrinhada pela líder do PT, Ideli Salvatti (SC), que encabeçava a tropa de choque pró-Renan, mas que desde ontem abandonou o grupo que defendia o presidente do Senado.
Além de Sibá, Augusto Botelho (PT-RR), Renato Casagrande (PSB-ES) e Eduardo Suplicy (PT-SP) avisaram que votam pelo aprofundamento das investigações e conseqüentemente pelo adiamento da votação.
Com isso, a contagem dos votos indica que Renan perderia a votação de hoje por pelo menos nove a cinco.
Renan agoniza. A nação rejubila-se.
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### " Basta de Canalhas! "
Da lavra de Mendonça Neto, no
Na íntegra
**Extra**, de Alagoas. *A proteção acintosa e covarde com que os senadores querem salvar o criminoso Renan Calheiros, exibe às escâncaras um Senado que é a cara do Brasil de hoje, onde triunfam nulidades, dá-se licença ao mal e pune-se o país, a esperança que se vê acuada pela desfaçatez e pela mentira.*
O Brasil inteiro sabe , hoje, quem é Renan Calheiros. Um político oportunista, carreirista, mentiroso e que ficou rico ilicitamente negociando seu mandato.. Não é necessário o julgamento desta corte de parasitas que é o Senado Federal de nossa época, uma caricatura medonha e negra do que ele deveria realmente representar. O juiz é o povo. É a rua. É a nação!
O Brasil inteiro sabe , hoje, quem é Renan Calheiros. Um político oportunista, carreirista, mentiroso e que ficou rico ilicitamente negociando seu mandato.. Não é necessário o julgamento desta corte de parasitas que é o Senado Federal de nossa época, uma caricatura medonha e negra do que ele deveria realmente representar. O juiz é o povo. É a rua. É a nação!
Na íntegra
**.** *aqui*
Postado por Marise Morbach às 12:14 6 comentários: Links para esta postagem
### Guedes Assume NEAD
O ex secretário de Planejamento do governo do Pará, Carlos Guedes, é o novo coordenador nacional do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD), do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
O NEAD é um projeto de cooperação técnica entre o MDA e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) que promove estudos e pesquisas com a intenção de avaliar e aperfeiçoar políticas públicas voltadas à reforma agrária, agricultura familiar, e desenvolvimento rural sustentável.
O NEAD é um projeto de cooperação técnica entre o MDA e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) que promove estudos e pesquisas com a intenção de avaliar e aperfeiçoar políticas públicas voltadas à reforma agrária, agricultura familiar, e desenvolvimento rural sustentável.
Postado por Marise Morbach às 09:01 7 comentários: Links para esta postagem
### Intercom
Começa logo mais em Nova Déli a Intercom Norte, o congresso da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação. Na palestra de abertura o presidente nacional da entidade, o safardana José Marques de Melo, péssimo caráter.
Postado por Marise Morbach às 08:45 6 comentários: Links para esta postagem
### Reintegre-se
A Unicamp está entrando com uma
Agora de manhã a Ufpa deverá fazer o mesmo.
A baderna dos bandos começa a ser enfrentada no terreno certo: o da lei.
E o PSOL entra na mira da opinião pública: pode um partido que não comanda seus militantes, comandar uma cidade?
Com a palavra o silenciosíssimo Edmílson Rodrigues, líder das pesquisas de intenção de voto em Nova Déli.
**do setor de adminstração acadêmica da instituição na Justiça de Campinas.** *ação de reintegração de posse*
Agora de manhã a Ufpa deverá fazer o mesmo.
A baderna dos bandos começa a ser enfrentada no terreno certo: o da lei.
E o PSOL entra na mira da opinião pública: pode um partido que não comanda seus militantes, comandar uma cidade?
Com a palavra o silenciosíssimo Edmílson Rodrigues, líder das pesquisas de intenção de voto em Nova Déli.
Postado por Marise Morbach às 07:39 17 comentários: Links para esta postagem
### Coveiro da Ética
Alguém precisa dizer ao senador Sibá Machado (PT-AC) que ele está extrapolando todos os limites da
Isto o senador José Nery (PSOL-PA) pode dizer para ele.
Em plenário, certo senador?
---------
Quem ler o link pode observar que o jornalista Ricardo Noblat sobe o tom.
Não é para menos. Os ladrões insistem em avançar sobre o país.
**. E se entregando abertamente à mais reles e explícita patifaria, na condição de presidente do Conselho de Ética do Senado.** *sem vergonhice*
Isto o senador José Nery (PSOL-PA) pode dizer para ele.
Em plenário, certo senador?
---------
Quem ler o link pode observar que o jornalista Ricardo Noblat sobe o tom.
Não é para menos. Os ladrões insistem em avançar sobre o país.
Postado por Marise Morbach às 07:39 16 comentários: Links para esta postagem
### Rabo de Palha
Não é verdade que o alcaide de Nova Déli estaria com pavor da tocha do Pan.
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### Predadores Compulsivos
O
Tá na hora do governo chamar essa
**que o governo do Pará divulgou sobre as guseiras do sul/sudeste do estado, apontando uma série de irregularidades e sugerindo a suspensão dos incentivos fiscas concedidos a tres empresas, é claríssimo.** *relatório*
Tá na hora do governo chamar essa
*galera*, e ouvi-los...numa delegacia de Polícia.
Postado por Marise Morbach às 07:25 4 comentários: Links para esta postagem
### A Perna Curta da Adufpa
A estratégia do reitor Alex Fiúza em dar um caráter público, e com a presença da imprensa, ao ser convidado pelo senador José Nery (PSOL-PA) para uma reunião com os alunos,
Não é a primeira vez que a associação divulga inverdades em notas públicas.
Essa é uma lição que os professores da Adufpa não podem dar aos seus alunos, podem?
*estourou*a cabeça da Adufpa, a associação dos docentes da UFPA. Percebendo que a exposição da invasão chamou atenção da opinião pública negativamente, pela violência e falta de critério, tratou de emitir nota pública, já cabalmente **pela UFPA.** *desmentida*
Não é a primeira vez que a associação divulga inverdades em notas públicas.
Essa é uma lição que os professores da Adufpa não podem dar aos seus alunos, podem?
Postado por Marise Morbach às 07:24 5 comentários: Links para esta postagem
### Longe e Perto
A maior diferença entre as simulações de segundo turno da pesquisa BMP/Democratas está entre Edmilson (47,10) e Mário Cardoso (15,10).
E a menor fica entre Edmilson (40,80) e Valéria Pires Franco (35,80)
E a menor fica entre Edmilson (40,80) e Valéria Pires Franco (35,80)
## 19.6.07
### Reitoria da UFPA Segue Ocupada
Em contato telefônico com o reitor da UFPA, o senador José Nery (PSOL-PA, com a mesma polidez revelada ontem, na reunião com os alunos, deu a entender que chegou ao limite no convencimento de seus correligionários que ocupam a reitoria.
Depois de duas assembléias, escurecem os prognósticos para o desfecho do caso.
Boa noite.
Depois de duas assembléias, escurecem os prognósticos para o desfecho do caso.
Boa noite.
Postado por Marise Morbach às 20:50 4 comentários: Links para esta postagem
### CVRD x Funai/MPF
As negociações entre a CVRD, a Funai, e o MPF, a respeito dos repasses da mineradora aos índios xicrim, que aconteciam desde dezembro depois que a empresa se recusou a mantê-los, fracassaram.
Os repasses estavam sendo desviados para fins, digamos, questionáveis.
Agora, a ação que as duas entidades moviam contra a empresa será retomada.
A causa, segundo o MPF, é a intransigência da empresa.
Leia mais
Os repasses estavam sendo desviados para fins, digamos, questionáveis.
Agora, a ação que as duas entidades moviam contra a empresa será retomada.
A causa, segundo o MPF, é a intransigência da empresa.
Leia mais
**.** *aqui*
Postado por Marise Morbach às 19:08 6 comentários: Links para esta postagem
### Renan Desaba
Está subindo rápido no telhado o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A renúncia à presidência já é pedida até pelos colegas de partido, e falada abertamente no senado.
Agarrados no beiral, com as perninhas sacudindo, uma renca de peixinhos miúdos e a fauna acompanhante.
Há tres paroaras entre eles: o Sobrancelhudo, o ex deputado José Priante e o ex senador Luis Otávio.
A renúncia à presidência já é pedida até pelos colegas de partido, e falada abertamente no senado.
Agarrados no beiral, com as perninhas sacudindo, uma renca de peixinhos miúdos e a fauna acompanhante.
Há tres paroaras entre eles: o Sobrancelhudo, o ex deputado José Priante e o ex senador Luis Otávio.
Postado por Marise Morbach às 17:08 6 comentários: Links para esta postagem
### Pesquisas Também em Marabá
É só dar um pulo
**, no blog do Hiroshi Bogea, que já começou a liberar os resultados de uma pesquisa do Instituto Veritate.** *aqui*
Postado por Marise Morbach às 15:26 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Segundo Turno: 10a Hipótese
Valéria Pires Franco 46,90%
Mário Cardoso 16,50%
Indeciso/abstenção/branco e nulo 36,60%
Mário Cardoso 16,50%
Indeciso/abstenção/branco e nulo 36,60%
Postado por Marise Morbach às 15:20 8 comentários: Links para esta postagem
### Segundo Turno: 9a Hipótese
Edmilson Rodrigues 47,10%
Mário Cardoso 15,10%
Indeciso/abstenção/branco e nulo 37,80%
Mário Cardoso 15,10%
Indeciso/abstenção/branco e nulo 37,80%
Postado por Marise Morbach às 15:19 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Segundo Turno: 8a Hipótese
Simão Jatene 17,90%
Valéria Pires Franco 43,30%
Indeciso/abstenção/branco e nulo 38,80%
Valéria Pires Franco 43,30%
Indeciso/abstenção/branco e nulo 38,80%
Postado por Marise Morbach às 15:17 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Segundo Turno: 7a Hipótese
Valéria Pires Franco 43,30%
José Priante 21,60%
Indeciso/abstenção/branco e nulo 35,10%
José Priante 21,60%
Indeciso/abstenção/branco e nulo 35,10%
Postado por Marise Morbach às 15:15 Um comentário: Links para esta postagem
### Segundo Turno: 6a Hipótese
José Priante 31,90%
Duciomar Costa 27,10%
Indeciso/abstenção/branco/nulo 41,00%
Duciomar Costa 27,10%
Indeciso/abstenção/branco/nulo 41,00%
Postado por Marise Morbach às 15:13 Um comentário: Links para esta postagem
### Lula Já Cogita Queda de Renam
Na Folha de SP
Leia mais
*on line*. *O cenário de queda de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado passou a ser cogitado no Palácio do Planalto. Até a semana passada, prevalecia a avaliação de que Renan se enfraqueceria, mas permaneceria no comando da Casa.*
Leia mais
**.** *aqui*
Postado por Marise Morbach às 13:58 2 comentários: Links para esta postagem
### Rebarbados
É tensa, neste momento, a assembléia que discute a desocupação da reitoria da UFPA, cheia de nacionais que não fazem parte da estudantada.
Há uma proposta de uma convocação para nova assembléia, pela parte da tarde, o que comprova a recalcitrância do bando e os interesses espúrios que se movimentam na assembléia.
A PF pode se movimentar amanhã. Ou até hoje mesmo.
Há uma proposta de uma convocação para nova assembléia, pela parte da tarde, o que comprova a recalcitrância do bando e os interesses espúrios que se movimentam na assembléia.
A PF pode se movimentar amanhã. Ou até hoje mesmo.
Postado por Marise Morbach às 11:29 20 comentários: Links para esta postagem
### Segundo Turno: 5a Hipótese
Valéria Pires Franco 35,80%
Edmilson Rodrigues 40,80%
Indeciso/abstenção/nulo e branco 23,40%
Ainda faltam mais cinco simulações. Todas serão publicadas ainda hoje.
Edmilson Rodrigues 40,80%
Indeciso/abstenção/nulo e branco 23,40%
Ainda faltam mais cinco simulações. Todas serão publicadas ainda hoje.
Postado por Marise Morbach às 11:13 4 comentários: Links para esta postagem
### Segundo Turno: 4a Hipótese
Duciomar Costa 29,10%
Mário Cardoso 27,10%
Indeciso/abstenção/nulo e branco 43,80%
Mário Cardoso 27,10%
Indeciso/abstenção/nulo e branco 43,80%
Postado por Marise Morbach às 10:08 5 comentários: Links para esta postagem
### Segundo Turno: 3a Hipótese
Simão Jatene 25,50%
Edmilson Rodrigues 47,40%
Indeciso/abstenção/nulo e branco 27,10%
Edmilson Rodrigues 47,40%
Indeciso/abstenção/nulo e branco 27,10%
Postado por Marise Morbach às 09:41 8 comentários: Links para esta postagem
### Tristes Cenas
Cinco meses de sofrimento, cinco andares de subida.
Esta é a
O Ministério Público Federal precisa ver as cenas criminosas mostradas ontem na imprensa e tomar uma enérgica e imediata providência, antes que a direção da porcaria do orgão em Nova Déli obtenha um salvo conduto.
Esta é a
*via crucis*dos segurados do INSS que precisam marcar consultas no posto da Av. Presidente Vargas. A largura da escada, pouco mais de um metro, torna o trajeto - povoado de cardiopatas, sequelados de avc, idosos, deficientes físicos, entre outros necessitados - um roteiro digno dos caminhos do Tinhoso.
O Ministério Público Federal precisa ver as cenas criminosas mostradas ontem na imprensa e tomar uma enérgica e imediata providência, antes que a direção da porcaria do orgão em Nova Déli obtenha um salvo conduto.
Postado por Marise Morbach às 09:40 7 comentários: Links para esta postagem
### Segundo Turno: 2a Hipótese
Duciomar Costa 20,50%
Valéria Pires Franco 43,80%
Indeciso/abstenção/nulo e branco 35,70%
Valéria Pires Franco 43,80%
Indeciso/abstenção/nulo e branco 35,70%
Postado por Marise Morbach às 09:19 8 comentários: Links para esta postagem
### Segundo Turno: 1a Hipótese
Edmilson Rodrigues 46,20%
Duciomar Costa 23,80%
Indeciso/abstenção/nulo e branco 30,00%
Duciomar Costa 23,80%
Indeciso/abstenção/nulo e branco 30,00%
Postado por Marise Morbach às 09:07 2 comentários: Links para esta postagem
### Imparcial
É o retrato fiel dos fatos a
É a mais correta cobertura do jornal sobre um fato da universidade nos últimos quinze anos.
Assim que a edição
--------
Atualizada às 12:07.
**de O Liberal, edição de hoje, sobre a reunião entre o reitor e os ocupantes da reitoria da UFPA.** *cobertura*
É a mais correta cobertura do jornal sobre um fato da universidade nos últimos quinze anos.
Assim que a edição
*online*entrar no ar, atualizarei o *post*com o link da matéria.
--------
Atualizada às 12:07.
Postado por Marise Morbach às 08:59 3 comentários: Links para esta postagem
### Pioneiro ou Jatene, Tanto Faz
Vamos ao segundo cenário sondado pela pesquisa BMP/Democratas.
Nêle, o nome de Simão Jatene dá lugar à Manoel Pioneiro. Veja os resultados.
Edmílson Rodrigues 30,40%
Valéria Pires Franco 19,00%
Duciomar Costa 11,30%
José Priante 5,50%
Manoel Pioneiro 4,80%
Mário Cardoso 3,70%
Arnaldo Jordy 3,50%
Não sabe/indeciso 14,00%
Brancos e nulos 7,80%
Nêle, o nome de Simão Jatene dá lugar à Manoel Pioneiro. Veja os resultados.
Edmílson Rodrigues 30,40%
Valéria Pires Franco 19,00%
Duciomar Costa 11,30%
José Priante 5,50%
Manoel Pioneiro 4,80%
Mário Cardoso 3,70%
Arnaldo Jordy 3,50%
Não sabe/indeciso 14,00%
Brancos e nulos 7,80%
Postado por Marise Morbach às 08:42 2 comentários: Links para esta postagem
### Reitoria Ocupada
À exceção de uma demanda, a construção da Casa do Estudante, todas as reinvidicações dos ocupantes da reitoria da UFPA foram atendidas na reunião de ontem. Até porque 80% delas já estava incluída no plano de trabalho da administração superior para este ano, e algumas já estão em andamento.
A reitoria aceitou não punir os ocupantes, mas não se responsabiliza por eventuais consequências jurídicas das agressões aos funcionários da segurança, perpetradas pelos celerados.
O resultado da negociação reitera o que todo mundo sabia: a ocupação poderia ter sido evitada, se houvesse seriedade na condução dos assuntos da política estudantil.
E foi elogiadíssima, por todos, a postura do sendor José Nery (PSOL-PA). Apenas duas intervenções - na hora e rumo certos - em quatro horas de reunião, deram o tom da simplicidade e discrição do senador.
A reitoria aceitou não punir os ocupantes, mas não se responsabiliza por eventuais consequências jurídicas das agressões aos funcionários da segurança, perpetradas pelos celerados.
O resultado da negociação reitera o que todo mundo sabia: a ocupação poderia ter sido evitada, se houvesse seriedade na condução dos assuntos da política estudantil.
E foi elogiadíssima, por todos, a postura do sendor José Nery (PSOL-PA). Apenas duas intervenções - na hora e rumo certos - em quatro horas de reunião, deram o tom da simplicidade e discrição do senador.
Postado por Marise Morbach às 08:31 14 comentários: Links para esta postagem
### Edmílson na Cabeça
Finalmente, a tão esperada intenção estimulada de voto para a prefeitura de Nova Déli da pesquisa BMP/Democratas, que ouviu 850 eleitores entre os dias 26/05 e 01/06, com margem de erro de 3,5%, para mais ou para menos.
Edmílson Rodrigues 29,50%
Valéria Pires Franco 17,60%
Duciomar 11,40%
Simão Jatene 7,60%
José Priante 4,90%
Arnaldo Jordy 3,90%
Mário Cardoso 3,80%
Não sabe/indeciso 13,50%
Branco/nulo 7,80%
Mais tarde publicaremos um outro cenário testado, e as projeções para o segundo turno.
Edmílson Rodrigues 29,50%
Valéria Pires Franco 17,60%
Duciomar 11,40%
Simão Jatene 7,60%
José Priante 4,90%
Arnaldo Jordy 3,90%
Mário Cardoso 3,80%
Não sabe/indeciso 13,50%
Branco/nulo 7,80%
Mais tarde publicaremos um outro cenário testado, e as projeções para o segundo turno.
Postado por Marise Morbach às 07:01 13 comentários: Links para esta postagem
### IVC em Santarém
Foram bem sucedidas as negociações ontem, em Fortaleza, entre O Estado do Tapajós e o IVC. Em breve uma vistoria do instituto aterrisa na Pérola para conhecer o jornal, dando início ao processo de filiação.
Postado por Marise Morbach às 07:00 6 comentários: Links para esta postagem
### Escândalo
O
Uma imoralidade completa!
O Senado segue a sina.
*poster*assistiu o JN de ontem em seu boteco predileto, e ficou perplexo com o tamanho da desfaçatez da prestação de contas do senador Renam Calheiros, do PMDB de Alagoas, e presidente do Senado. Ao lado, uma mesa de sindicalistas assistia silenciosamente as peripécias do aliado.
Uma imoralidade completa!
O Senado segue a sina.
Postado por Marise Morbach às 06:58 4 comentários: Links para esta postagem
### Casa da Impunidade
Manchete de O Globo de ontem diz que em 40 anos o STF nunca condenou ninguém por corrupção. Mas já absolveu e/ou soltou centenas de ladrões.
Taí o tamanho da dívida do judiciário brasileiro com o país.
Taí o tamanho da dívida do judiciário brasileiro com o país.
Postado por Marise Morbach às 06:57 5 comentários: Links para esta postagem
## 18.6.07
### Bolsa-Palhaço
No blog do Josias de Souza, na Folha de SP.
*Logo, logo o Senado se verá obrigado a aprovar um projeto de lei instituindo um programa que terá efeitos benéficos no combate ao desemprego. Se a iniciativa for bem sucedida, milhões de brasileiros estarão habilitados para trabalhar nos picadeiros de circo.*
Nesta segunda-feira, deu-se mais um passo rumo à instituição do programa Bolsa-Palhaço. Epitácio Cafeteira, relator do processo contra Renan Calheiros, pediu licença. Alega problemas de saúde. Pretende ausentar-se por pelo menos dez dias. Nada impede que o prazo seja prorrogado.
Diante do incomum, o Conselho de Ética do Senado enveredou pelas trilhas do inusitado. Em vez de indicar um substituto para Cafeteira, o presidente Sibá Machado nomeou-se a si mesmo como relator substituto. Com isso, manteve vivo o relatório de Cafeteira, que pede o soterramento do processo contra Renan Calheiros.
Nesse ritmo, o Senado talvez tenha que acelerar a elaboração e a votação do Bolsa-Palhaço. Sugere-se a inclusão no projeto de um artigo prevendo a distribuição gratuita de narizes vermelhos e sapatos grandes a todos os desempregados que desejarem ingressar na nova carreira. É dispensável qualquer tipo de preocupação com cursos de treinamento. O trabalho do Conselho de Ética transforma todos os brasileiros em palhaço automática e instantaneamente
Nesta segunda-feira, deu-se mais um passo rumo à instituição do programa Bolsa-Palhaço. Epitácio Cafeteira, relator do processo contra Renan Calheiros, pediu licença. Alega problemas de saúde. Pretende ausentar-se por pelo menos dez dias. Nada impede que o prazo seja prorrogado.
Diante do incomum, o Conselho de Ética do Senado enveredou pelas trilhas do inusitado. Em vez de indicar um substituto para Cafeteira, o presidente Sibá Machado nomeou-se a si mesmo como relator substituto. Com isso, manteve vivo o relatório de Cafeteira, que pede o soterramento do processo contra Renan Calheiros.
Nesse ritmo, o Senado talvez tenha que acelerar a elaboração e a votação do Bolsa-Palhaço. Sugere-se a inclusão no projeto de um artigo prevendo a distribuição gratuita de narizes vermelhos e sapatos grandes a todos os desempregados que desejarem ingressar na nova carreira. É dispensável qualquer tipo de preocupação com cursos de treinamento. O trabalho do Conselho de Ética transforma todos os brasileiros em palhaço automática e instantaneamente
Postado por Marise Morbach às 18:48 3 comentários: Links para esta postagem
### Seis Por Meia Dúzia
Sob o título
**Estamos Perdidos**, o **Nec Plus conta as últimas de Brasília.** *blog* *Com a sangria virando hemorragia, já se começa a discutir a futura sucessão de Renan Calheiros na presidência do Senado Federal. Os nomes que se apresentam são: pelo governo o senador do AP/MA, José Sarney (PMDB); e pela oposição, Agripino Maia (DEM-RN).*
Postado por Marise Morbach às 11:37 5 comentários: Links para esta postagem
### Negociação
Está marcada para as 5 da tarde de hoje, no Capacit, o centro de treinamento da UFPA, o encontro entre a reitoria, o senador José Nery (PSOL-PA), uma comissão com quatro ocpupantes da reitoria e a imprensa.
A tentativa é de desocupar o prédio no diálogo, antes que a PF o faça.
Sem diálogo, é claro.
---------
Enquanto isso, no Estadão, a
A tentativa é de desocupar o prédio no diálogo, antes que a PF o faça.
Sem diálogo, é claro.
---------
Enquanto isso, no Estadão, a
**de novas invasões em todo o Brasil a partir de agosto.** *notícia*
Postado por Marise Morbach às 07:33 12 comentários: Links para esta postagem
### O Menos "Sobrancelhudo"
A pergunta era:
QUAL DESSES CANDIDATOS É MAIS HONESTO, MENOS ENVOLVIDO EM CORRUPÇÃO?
Eis o resultado.
Edmilson Rodrigues 19,80%
Valéria Pires Franco 9,80%
Duciomar Costa 3,90%
Arnaldo Jordy 3,10%
Manoel Pioneiro 2,90%
Simão Jatene 2,60%
José Priante 2,50%
Mário Cardoso 1,50%
Não sabe/indeciso 40,80%
Branco/Nulo/abstenção 13,10%
---------
A pesquisa BMP/Democratas ouviu 850 eleitores entre os dias 26/06 e 01/06 em Nova Déli. A margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais para mais, ou para menos.
QUAL DESSES CANDIDATOS É MAIS HONESTO, MENOS ENVOLVIDO EM CORRUPÇÃO?
Eis o resultado.
Edmilson Rodrigues 19,80%
Valéria Pires Franco 9,80%
Duciomar Costa 3,90%
Arnaldo Jordy 3,10%
Manoel Pioneiro 2,90%
Simão Jatene 2,60%
José Priante 2,50%
Mário Cardoso 1,50%
Não sabe/indeciso 40,80%
Branco/Nulo/abstenção 13,10%
---------
A pesquisa BMP/Democratas ouviu 850 eleitores entre os dias 26/06 e 01/06 em Nova Déli. A margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais para mais, ou para menos.
Postado por Marise Morbach às 07:25 13 comentários: Links para esta postagem
### O Mais "Sobrancelhudo"
A pergunta era:
E QUAL DESSES CANDIDATOS É MAIS DESONESTO, MAIS ENVOLVIDO EM CORRUPÇÃO?
Eis as respostas:
Duciomar Costa 19,80%
Simão Jatene 14,50%
Edmilson Rodrigues 8,90%
Manoel Pioneiro 1,40%
José Priante 1,30%
Valéria Pires Franco 1,30%
Mário Cardoso 0,80%
Arnaldo Nordy 0,40%
Não sabe/indeciso 40,20%
Branco/nulo/abstenção 11,40%
E QUAL DESSES CANDIDATOS É MAIS DESONESTO, MAIS ENVOLVIDO EM CORRUPÇÃO?
Eis as respostas:
Duciomar Costa 19,80%
Simão Jatene 14,50%
Edmilson Rodrigues 8,90%
Manoel Pioneiro 1,40%
José Priante 1,30%
Valéria Pires Franco 1,30%
Mário Cardoso 0,80%
Arnaldo Nordy 0,40%
Não sabe/indeciso 40,20%
Branco/nulo/abstenção 11,40%
Postado por Marise Morbach às 07:24 Um comentário: Links para esta postagem
### Chapa dos Sonhos
Se perguntarem ao deputado estadual Arnaldo Jordy (PPS) se ele quer ser candidato a prefeito de Nova Déli, ele dirá que sim.
E se perguntarem quem é o candidato a vice de seus sonhos, ele não dirá nada. Mas sonha com a ex deputada estadual Sandra Batista (PCdoB).
E se perguntarem quem é o candidato a vice de seus sonhos, ele não dirá nada. Mas sonha com a ex deputada estadual Sandra Batista (PCdoB).
### Pesquisa da Gente
O
Pois o blog abre seu espaço para publicá-la, para ver qual seria o instituto que
Um dos reclamantes conta que passou o dia de sábado atendendo ligações de correligionários, tentando acalmá-los.
O blog tem uma prescrição melhor: aplicação do Fator 8, um pro coagulante.
E uma transfusão, é claro.
*poster*recebeu meia dúzia de telefonemas para comentar a pesquisa Perspectiva/O Estado do Tapajós, postada sábado aqui no Quinta. Tres estavam aborrecidos com os resultados. Um deles garantiu que tem pesquisa, recente, que literalmente inverte o resultado.
Pois o blog abre seu espaço para publicá-la, para ver qual seria o instituto que
*reverteria a opinião pública*para tentar estancar a *sangria hemofílica*que tomou conta da gestão Maria do Carmo e seu mano *Beiçola*.
Um dos reclamantes conta que passou o dia de sábado atendendo ligações de correligionários, tentando acalmá-los.
O blog tem uma prescrição melhor: aplicação do Fator 8, um pro coagulante.
E uma transfusão, é claro.
Postado por Marise Morbach às 07:22 Um comentário: Links para esta postagem
### Pequenos Grandes Crimes
Primeiro foram as aparelhagens, sórdidas e fora da lei, que entraram na mira da Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Civil. Ontem foi a vez dos
Convém anotar o nome da delegada: Tânia Nascimento. E torcer para ela apertar ainda mais.
*churrascos de gato*que enfumaçam as esquinas das grandes avenidas da cidade que levaram um aperto dos policiais.
Convém anotar o nome da delegada: Tânia Nascimento. E torcer para ela apertar ainda mais.
Postado por Marise Morbach às 07:20 11 comentários: Links para esta postagem
### Tiragem Auditada
O jornalista Miguel Oliveira, diretor de O Estado do Tapajós, faz Fortaleza hoje, e marca presença na convenção nacional da Associação Nacional dos Jornais- ANJ. O jornal santareno foi convidado a fazer parte do grupo de periódicos auditados pelo IVC. Se entrar, vai ser o primeiro jornal fora das capitais amazônicas a entrar no seleto grupo.
Postado por Marise Morbach às 07:19 Um comentário: Links para esta postagem
### Poderia...
A Cidade Velha, o centro histórico de Nova Déli, ainda pode ser revitalizada. É o que garantem pesquisadores italianos trazidos à cidade pelo Circuito Landi, da UFPA.
A receita é o
Mas seria necessário uma prefeitura com decisão política e quadros para efetivar a ação. Coisas inexistentes na era Duciomar "oculista" Costa, onde a
A receita é o
*planejamento participado*, metodologia usada com sucesso em Veneza há mais de vinte anos.
Mas seria necessário uma prefeitura com decisão política e quadros para efetivar a ação. Coisas inexistentes na era Duciomar "oculista" Costa, onde a
*meleca*é geral.
Postado por Marise Morbach às 07:18 2 comentários: Links para esta postagem
## 17.6.07
### Conversa
O senador José Nery (PSOL-PA) foi acionado pelos ocupantes da reitoria da UFPA, e procurou o reitor Alex Fiúza, ontem a noite. Conversaram vinte minutos pelo telefone.
É possível um encontro entre a reitoria e uma comissão dos ocupantes, com a presença do senador e da imprensa.
Pode acontecer na terça,19, no Núcleo de Artes da UFPA.
O PSOL se moveu.
É possível um encontro entre a reitoria e uma comissão dos ocupantes, com a presença do senador e da imprensa.
Pode acontecer na terça,19, no Núcleo de Artes da UFPA.
O PSOL se moveu.
Postado por Marise Morbach às 08:22 18 comentários: Links para esta postagem
### O Prefeito Ideal
Perfil do prefeito desejado pelos eleitores de Nova Déli, de acordo com a pesquisa BMP/Democratas, que ouviu 850 eleitores entre os dias 26/05 a 1/06.
A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Ser Mulher 26,50%
Ser Homem 22,60%
Indiferente 50,90%
Não ter sido político 18,00%
Ter sido político 52,60%
Indiferente 29,40%
Ter experiência administrativa 70,00%
Não ter experiencia administrativa 6,20%
Indiferente 23,80%
Ser aliado da governadora 43,80%
Não ser aliado da governadora 14,60%
Indiferente 41,60%
Ser aliado do prefeito atual 29,90%
Não ser aliado do prefeito 25,50%
Indiferente 44,60%
Ser aliado do presidente Lula 46,10%
Não ser aliado do presidente 15,80%
Indiferente 38,10%
-----------
Amanhã o blog vai publicar dois
E na terça feira,19, finalmente, as intenções de voto - espontânea e estimulada para prefeito de Nova Déli, e as simulações de segundo turno.
A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Ser Mulher 26,50%
Ser Homem 22,60%
Indiferente 50,90%
Não ter sido político 18,00%
Ter sido político 52,60%
Indiferente 29,40%
Ter experiência administrativa 70,00%
Não ter experiencia administrativa 6,20%
Indiferente 23,80%
Ser aliado da governadora 43,80%
Não ser aliado da governadora 14,60%
Indiferente 41,60%
Ser aliado do prefeito atual 29,90%
Não ser aliado do prefeito 25,50%
Indiferente 44,60%
Ser aliado do presidente Lula 46,10%
Não ser aliado do presidente 15,80%
Indiferente 38,10%
-----------
Amanhã o blog vai publicar dois
*posts*com as respostas para as perguntas "qual o candidato mais honesto, menos envolvido em corrupção", e "qual o candidato mais desonesto, mais envolvido em corrupção".
E na terça feira,19, finalmente, as intenções de voto - espontânea e estimulada para prefeito de Nova Déli, e as simulações de segundo turno.
Postado por Marise Morbach às 08:21 5 comentários: Links para esta postagem
### O Certo Pelo Caminho Errado
Restabelecida a normalidade da página do Estado do Tapajós - a internet em Santarém é um caso de
Hoje ele analisa o fim do convenio da TV Liberal. Leia
*puliça*- voltamos a publicar os artigos de Lucio Flavio Pinto naquele jornal, a partir de seu Jornal Pessoal.
Hoje ele analisa o fim do convenio da TV Liberal. Leia
**.** *aqui*
Postado por Marise Morbach às 08:13 8 comentários: Links para esta postagem
### A Conta Gôtas
O
Mostra, ainda, um atestado de falência da rede básica de atendimento, ao condenar um hospital do porte e destinação do HR à mera extensão, em grandes dimensões, do que deveriam ser as unidades de saúde.
A rigor, a governadora vai inaugurar um laboratório no dia 11 de julho, com funcionamento no horário comercial, e de segunda a sexta. Em seguida, por partes, mediante agendamento e definições de especialidades ainda não detalhadas, e até dezembro, os outros setores do HR. A rede hospitalar do Oeste perdeu seu centro de média e alta complexidade, e vai continuar drenando pacientes graves para hospitais de Nova Déli, Manaus e, para quem pode, o centro sul do país.
Nem o MP foi capaz de entender o drible que levou, de experientes
A pressão política, admita-se, não foi pequena. Uma fonte do blog afirma que o vice governador Odair Correa - que anda aprontando menos últimamente - é um dos que conspiraram contra o projeto anterior.
Decisões como essa transformam a governadora - anotem para conferir - na
E vamos aguardar as aulas de prestidigitação que o
**apresentado pelo governo Ana Julia para o funcionamento do Hospital Regional do Oeste é mais uma estocada na população da região.** *cronograma*
Mostra, ainda, um atestado de falência da rede básica de atendimento, ao condenar um hospital do porte e destinação do HR à mera extensão, em grandes dimensões, do que deveriam ser as unidades de saúde.
A rigor, a governadora vai inaugurar um laboratório no dia 11 de julho, com funcionamento no horário comercial, e de segunda a sexta. Em seguida, por partes, mediante agendamento e definições de especialidades ainda não detalhadas, e até dezembro, os outros setores do HR. A rede hospitalar do Oeste perdeu seu centro de média e alta complexidade, e vai continuar drenando pacientes graves para hospitais de Nova Déli, Manaus e, para quem pode, o centro sul do país.
Nem o MP foi capaz de entender o drible que levou, de experientes
*players*na, digamos, política pública. Lamentável, mas não surpreendente.
A pressão política, admita-se, não foi pequena. Uma fonte do blog afirma que o vice governador Odair Correa - que anda aprontando menos últimamente - é um dos que conspiraram contra o projeto anterior.
Decisões como essa transformam a governadora - anotem para conferir - na
*maior eleitora*do oeste paraense. Pela divisão do estado, claro.
E vamos aguardar as aulas de prestidigitação que o
*triângulo publicitário*que atende ao governo vai veicular para comemorar o feito: o feito de transformar o maior hospital da Amazonia num *pronto socorrão*.
Postado por Marise Morbach às 08:11 7 comentários: Links para esta postagem
### Rindo à Toa
Está rindo para as paredes o deputado estadual santareno Antonio Rocha (PMDB). É que pela primeira vez em dez anos ele aparece bem nas pesquisas eleitorais para a prefeitura da Pérola. Mesmo longe do primeiro lugar, ele aparece em segundo em todos os cenários da pesquisa Perspectiva/Estado do Tapajós
Enquanto isso, nos arraiais governistas da bela cidade, uma mistura de pânico e perplexidade toma conta dos acólitos da administração atual.
As esperanças, agora, estão depositadas nas águas do Tapajós, que ainda irão rolar, e muito, até o ano que vem.
Mas
Enquanto isso, nos arraiais governistas da bela cidade, uma mistura de pânico e perplexidade toma conta dos acólitos da administração atual.
As esperanças, agora, estão depositadas nas águas do Tapajós, que ainda irão rolar, e muito, até o ano que vem.
Mas
*a coisa*tá muito complicada pro lado dos Martins.
Postado por Marise Morbach às 08:07 Nenhum comentário: Links para esta postagem
## 16.6.07
### A Hora Chegou
A propósito do
*post* **O Pior do PSOL**, abaixo, comenta o reitor da UFPA, Alex Fiúza. *Como leitor do Quinta, quero esclarecer aos demais formadores de opinião que acessam este blog que as informações dos estudantes que ocupam a reitoria, repassadas à imprensa, são absolutamente falaciosas:*
1 - eu já os recebi, sim, para ouvir suas reivindicações, inclusive pronunciadas dentro do Conselho Universitário (com testemunhas) e com assinatura minha de recebimento das mesmas;
2 - Havia marcado, sim, uma reunião de retorno, com todas as respostas, para a manhã do dia 17, e não do dia 5, como mentirosamente informaram, mesmo porque no dia 5 estava em Brasília, em reunião do Conselho Nacional de Educação, e não poderia, portanto ter agendado o encontro nesse dia (o convite seria feito na sexta, no meu retorno, e não pode ser encaminhado graças à invasão e fechamento do prédio);
3 - A desculpa da proibição da aparelhagem de som como motivo para a revolta é um simples pretexto, pois a invasão já estava determinada pela direção nacional do movimento sustentato pelo PSOL (a exmeplo de outras universidades e de nota divulgada pelos próprios invasores);
4 - Tudo é fachada para justificar uma ação política de prejuízo às instituições (são os mesmos que se movem no IBAMA, no INCRA e alhures), pois são grupos que não conseguem liderar mentes, agir pelo convencimento e precisam e fatos escandalosos e do uso da violência, como fechar prédios, para impressionar e chamar a atenção da imprensa. Não convencem ninguém.
A sociedade está sendo mal informada, sem base, com informações distorcidas. Publiquei, ontem, Nota neste sentido e espero que ela seja dada a conhecer à sociedade. É um dever da imprensa ouvir os dois lados e comunicar as duas versões à sociedade.
Os estudantes invasores querem apenas a presença do reitor para, diante da imprensa, criar um tumulto e detratar a figura institucional. Não darei a eles esta oportunidade. Já o fiz em público, diante do Conselho Universitário.
E ainda mais:garanto que, há muito tempo, não há tanto esforço da Administração Superior da Instituição para beneficiar os estudantes: salas de aulas reformadas e refrigeradas; bibliotecas idem; expansão de espaços físicos; reforma da iluminação; restaurante universitário reformado e produzindo 1.200 refeições/dia, de qualidade, a reço de 1 real; compora de livros; ônibus no campus. Todas conquistas que há tempos não se viam e, óbvio, em favor do estudante. E continuamos a trabalhar. Basta entrar no campus e verificar a olho nú. Portanto, quem não quer diálogo são eles. Caluniosos e indecorosos, prejudicam a imagem de nossos estudantes. Só lamento que a grande maioria de alunos, calada, silenciosa, não seja ouvida pela imprensa e não reaja a esses mau-elementos que só fazem destruir a Instituição.
Não cederei às suas chantagens e à sua violência. Não sou ingênuo. Não estudei ciência política impunemente. É meu dever honrar o cargo ao qual fui conduzido, duas vezes, por eleições limpas e diretas da comunidade universitária e sou eu que a represento, e não sindicalistas e estudantes de grupos políticos minoritários e inexpressivos. Esses que se arrogam a exclusividade de representar os estudantes foram eleitos por um universo de 2.500 pares (e com apenas metade dos votos a seu favor, repartindo o Diretório com outros grupos que não concordam com suas práticas). Eu fui eleito por um universo de 15.000 votantes, sendo 11.000 estudantes (e venci as duas vezes no seio da categoria estudantil).
O fato é este: ou contruímos uma academia de verdade, sólida e séria, ou vamos afundar de vez o país. Não ha mais como recuar diante do populismo do passado. O tempo do mundo não espera. A questão da educação é séria. Naõ será resolvido por esses fanáticos fundamentalistas.
A hora da separação das águas chegou!
Agradeço a divulgação deste esclarecimento.
Alex Fiúza de Mello
1 - eu já os recebi, sim, para ouvir suas reivindicações, inclusive pronunciadas dentro do Conselho Universitário (com testemunhas) e com assinatura minha de recebimento das mesmas;
2 - Havia marcado, sim, uma reunião de retorno, com todas as respostas, para a manhã do dia 17, e não do dia 5, como mentirosamente informaram, mesmo porque no dia 5 estava em Brasília, em reunião do Conselho Nacional de Educação, e não poderia, portanto ter agendado o encontro nesse dia (o convite seria feito na sexta, no meu retorno, e não pode ser encaminhado graças à invasão e fechamento do prédio);
3 - A desculpa da proibição da aparelhagem de som como motivo para a revolta é um simples pretexto, pois a invasão já estava determinada pela direção nacional do movimento sustentato pelo PSOL (a exmeplo de outras universidades e de nota divulgada pelos próprios invasores);
4 - Tudo é fachada para justificar uma ação política de prejuízo às instituições (são os mesmos que se movem no IBAMA, no INCRA e alhures), pois são grupos que não conseguem liderar mentes, agir pelo convencimento e precisam e fatos escandalosos e do uso da violência, como fechar prédios, para impressionar e chamar a atenção da imprensa. Não convencem ninguém.
A sociedade está sendo mal informada, sem base, com informações distorcidas. Publiquei, ontem, Nota neste sentido e espero que ela seja dada a conhecer à sociedade. É um dever da imprensa ouvir os dois lados e comunicar as duas versões à sociedade.
Os estudantes invasores querem apenas a presença do reitor para, diante da imprensa, criar um tumulto e detratar a figura institucional. Não darei a eles esta oportunidade. Já o fiz em público, diante do Conselho Universitário.
E ainda mais:garanto que, há muito tempo, não há tanto esforço da Administração Superior da Instituição para beneficiar os estudantes: salas de aulas reformadas e refrigeradas; bibliotecas idem; expansão de espaços físicos; reforma da iluminação; restaurante universitário reformado e produzindo 1.200 refeições/dia, de qualidade, a reço de 1 real; compora de livros; ônibus no campus. Todas conquistas que há tempos não se viam e, óbvio, em favor do estudante. E continuamos a trabalhar. Basta entrar no campus e verificar a olho nú. Portanto, quem não quer diálogo são eles. Caluniosos e indecorosos, prejudicam a imagem de nossos estudantes. Só lamento que a grande maioria de alunos, calada, silenciosa, não seja ouvida pela imprensa e não reaja a esses mau-elementos que só fazem destruir a Instituição.
Não cederei às suas chantagens e à sua violência. Não sou ingênuo. Não estudei ciência política impunemente. É meu dever honrar o cargo ao qual fui conduzido, duas vezes, por eleições limpas e diretas da comunidade universitária e sou eu que a represento, e não sindicalistas e estudantes de grupos políticos minoritários e inexpressivos. Esses que se arrogam a exclusividade de representar os estudantes foram eleitos por um universo de 2.500 pares (e com apenas metade dos votos a seu favor, repartindo o Diretório com outros grupos que não concordam com suas práticas). Eu fui eleito por um universo de 15.000 votantes, sendo 11.000 estudantes (e venci as duas vezes no seio da categoria estudantil).
O fato é este: ou contruímos uma academia de verdade, sólida e séria, ou vamos afundar de vez o país. Não ha mais como recuar diante do populismo do passado. O tempo do mundo não espera. A questão da educação é séria. Naõ será resolvido por esses fanáticos fundamentalistas.
A hora da separação das águas chegou!
Agradeço a divulgação deste esclarecimento.
Alex Fiúza de Mello
Postado por Marise Morbach às 09:51 28 comentários: Links para esta postagem
### Queda
Na coluna Radar, da Veja
*online*. *Um dado eloqüente dos problemas de Duda Mendonça está no recém-lançado ranking das maiores agências de propaganda, produzido pelo Meio&Mensagem. Entre 2005 e 2006, a agência Duda foi a que registrou a maior queda de posições. Era a 16ª maior do Brasil. Hoje, é a 26ª.*
Postado por Marise Morbach às 09:03 Um comentário: Links para esta postagem
### O Mais Querido
Ante a pergunta "qual o partido político mais simpático, ou ao qual é filiado", responderam os eleitores entrevistados pela pesquisa BMP/Democratas, realizada em Nova Déli entre os dias 26/05 a 01/06, com 850 questionários.
PT 22,10%
PMDB 7,20%
PSDB 5,50%
PTB 1,60%
PSOL 0,70%
PPS 0,50%
DEM 0,40%
PV 0,40%
PDT 0,20%
PSB 0,10%
PP 0,10%
Outros 0,40%
Nenhum 60,80%
PT 22,10%
PMDB 7,20%
PSDB 5,50%
PTB 1,60%
PSOL 0,70%
PPS 0,50%
DEM 0,40%
PV 0,40%
PDT 0,20%
PSB 0,10%
PP 0,10%
Outros 0,40%
Nenhum 60,80%
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### 72% Não Querem a Reeleição de Maria
No
---------
O blog tem informações que o grupo dos Martins, Everaldinho
**Estado do Tapajós**, edição de hoje, que já corre nas ruas de Santarém. A matéria é do repórter Paulo Leandro Leal. *A grande maioria da população do município de Santarém (72,2%) diz não à reeleição da prefeita Maria do Carmo Martins Lima (PT). Este é o resultado da primeira pesquisa realizada pelo Instituto Perspectiva, encomendado pelo jornal O Estado do Tapajós.*
A pesquisa, realizada entre os dias 5 e 7 de junho, entrevistou 400 moradores de todos os bairros da cidade e também da zona rural, com margem de erro de 2,5% para mais ou para menos.
Perguntada se a prefeita Maria do Carmo deve ser reeleita, apenas 13,7% dos entrevistados responderam que sim, contra 72,2% que disseram não. 6,7% se disseram indiferentes e 7,4% não souberam responder à pergunta.
Se a eleição para a prefeitura de Santarém fosse hoje, a prefeita Maria do Carmo perderia a disputa qualquer que fosse o cenário de candidaturas. É o que revela a pesquisa Perspectiva/O Estado do Tapajós. Tanto na pesquisa espontânea - aquela em que o eleitor responde em quem votaria sem que lhe seja apresentados nomes - quanto na estimulada - na qual é apresentada uma lista de candidatos - Maria perde feio. O candidato com melhores chances é o ex-prefeito e agora deputado federal Lira Maia, principal adversário político de Maria do Carmo.
No primeiro cenário estimulado pelo Instituto Perspectiva o deputado Lira Maia não aparece como candidato. O deputado estadual Alexandre Von venceria as eleições com 38,5% dos votos. Em segundo aparece o também deputado estadual Antonio Rocha, com 15,7% das intenções de voto. Só depois surge a prefeita Maria do Carmo, com apenas 14,7% das intenções de voto. Ainda nesta simulação aparece o médico Erick jenings, com 4,7%, o advogado Helenilson Pontes, com 2,3% e o vice-prefeito Delano Riker, com 0,7% das intenções de voto. Brancos e nulos somam 8,7% e não souberam responder 14,7% dos entrevistados.
A segunda simulação de cenário traz como candidato o deputado Lira Maia, disputando diretamente com a prefeita Maria do Carmo e sem o deputado Antonio Rocha no páreo. Segundo a pesquisa, se as eleições fossem hoje o ex-prefeito teria 59,2% das intenções de voto, vencendo com folga a prefeita Maria do Carmo, que teria 15,4% dos votos. O advogado Helenilson Pontes teria 6,0% das intenções de voto e o vice-prefeito Delano Riker 2,0%. Outros 4,6% disseram que votariam em branco ou nulo e 12,7% não souberam ou não quiseram responder.
A pesquisa, realizada entre os dias 5 e 7 de junho, entrevistou 400 moradores de todos os bairros da cidade e também da zona rural, com margem de erro de 2,5% para mais ou para menos.
Perguntada se a prefeita Maria do Carmo deve ser reeleita, apenas 13,7% dos entrevistados responderam que sim, contra 72,2% que disseram não. 6,7% se disseram indiferentes e 7,4% não souberam responder à pergunta.
Se a eleição para a prefeitura de Santarém fosse hoje, a prefeita Maria do Carmo perderia a disputa qualquer que fosse o cenário de candidaturas. É o que revela a pesquisa Perspectiva/O Estado do Tapajós. Tanto na pesquisa espontânea - aquela em que o eleitor responde em quem votaria sem que lhe seja apresentados nomes - quanto na estimulada - na qual é apresentada uma lista de candidatos - Maria perde feio. O candidato com melhores chances é o ex-prefeito e agora deputado federal Lira Maia, principal adversário político de Maria do Carmo.
No primeiro cenário estimulado pelo Instituto Perspectiva o deputado Lira Maia não aparece como candidato. O deputado estadual Alexandre Von venceria as eleições com 38,5% dos votos. Em segundo aparece o também deputado estadual Antonio Rocha, com 15,7% das intenções de voto. Só depois surge a prefeita Maria do Carmo, com apenas 14,7% das intenções de voto. Ainda nesta simulação aparece o médico Erick jenings, com 4,7%, o advogado Helenilson Pontes, com 2,3% e o vice-prefeito Delano Riker, com 0,7% das intenções de voto. Brancos e nulos somam 8,7% e não souberam responder 14,7% dos entrevistados.
A segunda simulação de cenário traz como candidato o deputado Lira Maia, disputando diretamente com a prefeita Maria do Carmo e sem o deputado Antonio Rocha no páreo. Segundo a pesquisa, se as eleições fossem hoje o ex-prefeito teria 59,2% das intenções de voto, vencendo com folga a prefeita Maria do Carmo, que teria 15,4% dos votos. O advogado Helenilson Pontes teria 6,0% das intenções de voto e o vice-prefeito Delano Riker 2,0%. Outros 4,6% disseram que votariam em branco ou nulo e 12,7% não souberam ou não quiseram responder.
---------
O blog tem informações que o grupo dos Martins, Everaldinho
*Beiçola*à frente, também teria uma pesquisa nas mãos. Poderiam cuidar de informá-la aos eleitores santarenos. O **Quinta Emenda**publicaria com todo prazer.
Postado por Marise Morbach às 08:00 13 comentários: Links para esta postagem
### Renam, o Rei do Gado
O blog aguarda a
E que coisa patética a situação do senador Epitácio Cafeteira (PMDB-MA) expondo sem pudor a sem vergonhice que orienta seu mandato.
A camarilha peemedebista continua revelando-se ao país.
**do senador Renam Calheiros (PMDB-AL) sobre a grana que bancou a ex namorada Monica Veloso. Está ficando cada vez mais parecido com seu colega Severino Cavalcanti, o imundo que presidiu a Câmara até ser defenestrado por corrupção.** *próxima versão*
E que coisa patética a situação do senador Epitácio Cafeteira (PMDB-MA) expondo sem pudor a sem vergonhice que orienta seu mandato.
A camarilha peemedebista continua revelando-se ao país.
Postado por Marise Morbach às 07:25 6 comentários: Links para esta postagem
### O Pior do PSOL
A ocupação da Reitoria da UFPA na quinta, e os
E figuras de proa do PSOL lá estavam, agarradas à insensatez e à malandragem.
É uma pena: a pior facção do partido amoita-se na UFPA.
**da noite de ontem, no** *acontecimentos* *hall*do prédio da administração da universidade, mostraram, pela enésima vez, que a instituição não pode conviver com os marginais que lá fingem fazer política.
E figuras de proa do PSOL lá estavam, agarradas à insensatez e à malandragem.
É uma pena: a pior facção do partido amoita-se na UFPA.
Postado por Marise Morbach às 07:24 14 comentários: Links para esta postagem
### Soltinha da Silva
Já está nas ruas, tranquilamente, a desembargadora aposentada Ana Murrieta.
Nem esquentou a cela, para onde ainda deve retornar.
Nem esquentou a cela, para onde ainda deve retornar.
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## 15.6.07
### Dudu e Maria
Amanhã o blog vai publicar os resultados da pesquisa Perspectiva/O Estado do Tapajós sobre as eleições de 2008 em Santarém.
Postado por Marise Morbach às 22:39 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Os Garantidores
A pergunta era:
Assim responderam os eleitores.
Aumenta a vontade de votar 17,10%
Diminiu a vontade 25,80%
Não interfere 47,10%
Não sabe/não opinou 10,00%
Aumenta a vontade de votar 29,50%
Diminui a vontade 17,60%
Não interfere 43,80%
Não sabe/não opinou 9,10%
Aumenta a vontade de votar 22,40%
Diminiu a vontade 22,80%
Não interfere 46,40%
Não sabe/não opinou 8,40%
Aumenta a vontade de votar 16,70%
Diminui a vontade 22,10%
Não interfere 50,90%
Não sabe/não opinou 10,30%
Aumenta a vontade de votar 16,80%
Diminiu a vontade 27,90%
Não interfere 46,00%
Não sabe/não opinou 9,30%
Aumenta a vontade de votar 34,10%
Diminui a vontade 15,30%
Não interfere 42,60%
Não sabe/não respondeu 8,00%
----------
Nestes resultados encontramos interessantes subsídios para um cenário eleitoral a ser explorado no último
*AGORA TEMOS NOMES DE GOVERNANTES E POLÍTICOS E GOSTARIA DE SABER SE O APOIO DELES PARA UM CANDIDATO A PREFEITO DE BELÉM, AUMENTA, DIMINUI OU NÃO INTERFERE NA SUA VONTADE DE VOTAR NESSE CANDIDATO?*
Assim responderam os eleitores.
**Almir Gabriel**
Aumenta a vontade de votar 17,10%
Diminiu a vontade 25,80%
Não interfere 47,10%
Não sabe/não opinou 10,00%
**Ana Julia**
Aumenta a vontade de votar 29,50%
Diminui a vontade 17,60%
Não interfere 43,80%
Não sabe/não opinou 9,10%
**Jader Barbalho**
Aumenta a vontade de votar 22,40%
Diminiu a vontade 22,80%
Não interfere 46,40%
Não sabe/não opinou 8,40%
**Vic Pires Franco**
Aumenta a vontade de votar 16,70%
Diminui a vontade 22,10%
Não interfere 50,90%
Não sabe/não opinou 10,30%
**Simão Jatene**
Aumenta a vontade de votar 16,80%
Diminiu a vontade 27,90%
Não interfere 46,00%
Não sabe/não opinou 9,30%
**Lula**
Aumenta a vontade de votar 34,10%
Diminui a vontade 15,30%
Não interfere 42,60%
Não sabe/não respondeu 8,00%
----------
Nestes resultados encontramos interessantes subsídios para um cenário eleitoral a ser explorado no último
*post*desta série da pesquisa BMP/Democratas, quando falaremos das possíveis alianças que se formarão no ano que vem.
Postado por Marise Morbach às 09:08 17 comentários: Links para esta postagem
## 14.6.07
### Um Jogo de Soma Zero
Quando o Diário do Pará ataca um candidato com denúncias negativas, a vontade do eleitor votar naquele candidato:
Não interfere 63,60%
Diminui 14,00%
Aumenta 2,00%
Não sabe avaliar 20,40%
Quando é O Liberal que ataca, a vontade:
Não interfere 64,10%
Diminui 14,00%
Aumenta 2,00%
Não sabe avaliar 19,90%
Moral da história: as duas porcarias são desprezíveis e iguais até na influência do voto. E como estão em lados opostos, uma porcaria anula a outra.
O blog acha que o marketing dos candidatos deve diminuir drásticamente o
O custo/benefício do investimento, viu-se, é baixíssimo...rs.
------------
Amanhã vamos conhecer a influência dos partidos no processo eleitoral, e o poder dos "garantidores", como são chamados, no jargão do marketing político, os
Não interfere 63,60%
Diminui 14,00%
Aumenta 2,00%
Não sabe avaliar 20,40%
Quando é O Liberal que ataca, a vontade:
Não interfere 64,10%
Diminui 14,00%
Aumenta 2,00%
Não sabe avaliar 19,90%
Moral da história: as duas porcarias são desprezíveis e iguais até na influência do voto. E como estão em lados opostos, uma porcaria anula a outra.
O blog acha que o marketing dos candidatos deve diminuir drásticamente o
*jabá*servido às pocilgas.
O custo/benefício do investimento, viu-se, é baixíssimo...rs.
------------
Amanhã vamos conhecer a influência dos partidos no processo eleitoral, e o poder dos "garantidores", como são chamados, no jargão do marketing político, os
*patronos*das candidaturas. Tipo o que Almir Gabriel representou para Jatene em 2002, tirando-o de um *traço*nas pesquisas do início do ano, para a vitória no segundo turno em outubro.
Postado por Marise Morbach às 15:30 10 comentários: Links para esta postagem
## 13.6.07
### Nova Déli , Pelos Seus Habitantes
Hoje vamos mostrar a avaliação dos eleitores de Nova Déli sobre os serviços públicos na gestão do alcaide desastre.
Boa 12,00%
Regular 40,60%
Deficiente 47,20%
Não Sabe/não opinou 0,20%
Boa 3,90%
Regular 28,40%
Deficiente 67,60%
Não sabe/não opinou 0,10%
Boa 3,30%
Regular 22,70%
Deficiente 74,00%
Boa 5,30%
Regular 40,80%
Deficiente 52,00%
Não sabe/não opinou 1,90%
Boa 3,90%
Regular 37,50%
Deficiente 57,40%
Não sabe/não opinou 1,20%
Boa 7,10%
Regular 31,30%
Deficiente 61,30%
Não sabe/não opinou 0,30%
Boa 5,10%
Regular 27,20%
Deficiente 67,50%
Não sabe/não opinou 0,20%
Boa 28,20%
Regular 35,10%
Deficiente 36,70%
Boa 30,70%
Regular 34,70%
Deficiente 34,60%
----------------
Amanhã voce vai saber se as matérias negativas sobre candidatos publicadas em O Liberal e no Diário do Pará influenciam a decisão do voto.
O resultado vai surpreender muito
A pesquisa da BMP/Democratas ouviu 850 eleitores entre os dias 26/05 e 01/06 e tem uma margem de erro de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
----------------
Tem sido comovente o esforço de
Também por isso ela está saindo bem devagarzinho, para fazê-los
**Educação Básica**
Boa 12,00%
Regular 40,60%
Deficiente 47,20%
Não Sabe/não opinou 0,20%
**Saúde**
Boa 3,90%
Regular 28,40%
Deficiente 67,60%
Não sabe/não opinou 0,10%
**Segurança Pública**
Boa 3,30%
Regular 22,70%
Deficiente 74,00%
**Programas de Assistência Social**
Boa 5,30%
Regular 40,80%
Deficiente 52,00%
Não sabe/não opinou 1,90%
**Programas Habitacionais**
Boa 3,90%
Regular 37,50%
Deficiente 57,40%
Não sabe/não opinou 1,20%
**Trânsito**
Boa 7,10%
Regular 31,30%
Deficiente 61,30%
Não sabe/não opinou 0,30%
**Transporte Coletivo**
Boa 5,10%
Regular 27,20%
Deficiente 67,50%
Não sabe/não opinou 0,20%
**Coleta de Lixo e Limpeza Pública**
Boa 28,20%
Regular 35,10%
Deficiente 36,70%
**Iluminação Pública**
Boa 30,70%
Regular 34,70%
Deficiente 34,60%
----------------
Amanhã voce vai saber se as matérias negativas sobre candidatos publicadas em O Liberal e no Diário do Pará influenciam a decisão do voto.
O resultado vai surpreender muito
*neguinho*.
A pesquisa da BMP/Democratas ouviu 850 eleitores entre os dias 26/05 e 01/06 e tem uma margem de erro de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
----------------
Tem sido comovente o esforço de
*setores pouco lembrados*em desacreditar a pesquisa que está sendo divulgada aqui no Quinta.
Também por isso ela está saindo bem devagarzinho, para fazê-los
*sangrar*lentamente. E continuarei poupando os leitores do Quinta das *meninices*lançadas contra o blog.
Postado por Marise Morbach às 05:30 8 comentários: Links para esta postagem
### Diferentes Visões
Estava ficando cada vez mais aberto o fosso que separava o ex secretário Carlos Guedes do núcleo central do governo, diz uma fonte do blog.
No caso dos investimentos no parque tecnológico, por exemplo, objeto de uma visita da governadora ao presidente Lula, combinou-se um aporte do Tesouro estadual no valor de R$ 40 milhões. Guedes queria destinar apenas R$ 5 milhões.
No caso dos investimentos no parque tecnológico, por exemplo, objeto de uma visita da governadora ao presidente Lula, combinou-se um aporte do Tesouro estadual no valor de R$ 40 milhões. Guedes queria destinar apenas R$ 5 milhões.
Postado por Marise Morbach às 05:23 5 comentários: Links para esta postagem
### De Leve
Um compromisso profissional leva o
Teremos pelo menos mais dois
Moderações ao menos uma vez ao dia, e no sábado retomamos a normalidade das postagens.
Se o
Com todo o respeito, é claro.
*poster*até Castanhal e Bragança, com retorno previsto para a próxima sexta, 15.
Teremos pelo menos mais dois
*posts*, na quinta e na sexta, na série da pesquisa BMP/Democratas.
Moderações ao menos uma vez ao dia, e no sábado retomamos a normalidade das postagens.
Se o
*poster*for um cara de sorte, quem sabe ele encontra em Bragança a belíssima deputada Simone Morgado (PMDB)?
Com todo o respeito, é claro.
Postado por Marise Morbach às 05:20 6 comentários: Links para esta postagem
## 12.6.07
### Bem na Foto
Sete meses depois de uma eleição onde recebeu pouco mais de 50% dos votos, a governadora Ana Julia mantém a marca na aprovação da população nos primeiros meses de mandato.
51,50% dos entrevistados diz que sim, ela está fazendo um bom governo.
Para 20,60 da amostra, por outro lado, a resposta é não.
E 27,90% não soube ou não quis responder.
Vamos ver agora como fica a aprovação por classes.
Classes A/B
50,80% Aprova
26,20% Reprova
23,00% Não sabe/não respondeu
Classe C
51,00% Aprova
16,50% Reprova
32,50% Não sabe/não respondeu
Classes D/E
52,00% Aprova
21,30% Reprova
26,70% Não sabe/não respondeu
51,50% dos entrevistados diz que sim, ela está fazendo um bom governo.
Para 20,60 da amostra, por outro lado, a resposta é não.
E 27,90% não soube ou não quis responder.
Vamos ver agora como fica a aprovação por classes.
Classes A/B
50,80% Aprova
26,20% Reprova
23,00% Não sabe/não respondeu
Classe C
51,00% Aprova
16,50% Reprova
32,50% Não sabe/não respondeu
Classes D/E
52,00% Aprova
21,30% Reprova
26,70% Não sabe/não respondeu
Postado por Marise Morbach às 13:39 20 comentários: Links para esta postagem
### Mandou, Tá Mandado
Certeiro, o
Dudu estava em noite de Dia dos Namorados.
**Nec Plus cantou ontem, em postagem às 12:19, o clima do programa Argumento, levado ao ar às 22:00 no Sistema Clube de Comunicação, antiga RBA.** *blog*
Dudu estava em noite de Dia dos Namorados.
*VOZ DO DONO*
A ordem é ser firme, mas ir com calma, deixar o homem falar
A ordem é ser firme, mas ir com calma, deixar o homem falar
Postado por Marise Morbach às 13:38 13 comentários: Links para esta postagem
### Preparativos
Começou no dia 7, na região de Redenção, sul do Pará, a movimentação da Democracia Socialista, a tendência da governadora, nas reuniões preparatórias ( 24 ao todo) para a Plenária Estadual da DS que deve acontecer no sábado, 16, em Nova Déli.
Não estão descartadas adesões de membros de outros partidos, como o PSB e o PPS, para engrossar as fileiras da DS, que quer conquistar o diretório estadual do grupo do deputado federal Paulo Rocha.
Este - articulado aos grupos do deputado estadual Waldir Ganzer e do federal Zé Geraldo - promete resistir e impedir que a escolha do partido para a candidatura à prefeito de Nova Déli saia dos quadros comandados pela governadora.
Não estão descartadas adesões de membros de outros partidos, como o PSB e o PPS, para engrossar as fileiras da DS, que quer conquistar o diretório estadual do grupo do deputado federal Paulo Rocha.
Este - articulado aos grupos do deputado estadual Waldir Ganzer e do federal Zé Geraldo - promete resistir e impedir que a escolha do partido para a candidatura à prefeito de Nova Déli saia dos quadros comandados pela governadora.
Postado por Marise Morbach às 13:37 5 comentários: Links para esta postagem
### Encontro
Começa hoje o IX Encontro Nacional dos Empregados do BASA, em Nova Déli.
Não são apenas as questões salariais e corporativas que estão na pauta. A concentração do sistema financeiro, a situação da caixa de previdência complementar, e o temor da perda do recorte regional na atuação dos bancos estatais brasileiros caso o BASA seja encampado pelo Banco do Brasil, também estarão em discussão.
Não são apenas as questões salariais e corporativas que estão na pauta. A concentração do sistema financeiro, a situação da caixa de previdência complementar, e o temor da perda do recorte regional na atuação dos bancos estatais brasileiros caso o BASA seja encampado pelo Banco do Brasil, também estarão em discussão.
Postado por Marise Morbach às 13:36 2 comentários: Links para esta postagem
### Sem Problemas
Não tem o que temer a governadora Ana Julia, na Assembléia Legislativa, na hora da votação do próximo conselheiro do TCM. Seu candidato, Daniel Lavareda, tem todas as chances de ter seu nome aprovado na casa. É o que garante ao blog um deputado que acompanha de perto o processo.
Postado por Marise Morbach às 08:59 7 comentários: Links para esta postagem
### Aprovada?
O foco do
No início da tarde estará postado.
*post*de hoje sobre a pesquisa BMP/Democratas será a popularidade da governadora Ana Julia, após cinco meses de governo.
No início da tarde estará postado.
Postado por Marise Morbach às 08:31 8 comentários: Links para esta postagem
### Finado
O secretário Carlos Guedes, da SEPOF, caiu.
Ah...mas que chatice,hein?
Ah...mas que chatice,hein?
Postado por Marise Morbach às 08:23 11 comentários: Links para esta postagem
### A Igreja e o Desenvolvimento Regional
"Não é mais possível tratar os problemas da Amazônia na base do conflito, da violência e da bala”.
São essas afirmações, cunhadas pelo Arcebispo Dom Orani Tempesta, que devem encontar eco no I Simpósio Internacional “Amazônia e Desenvolvimento Sustentável: Crítica, Perspectivas e Novo Modelo” (SIAM) promovido pelo Centro de Cultura e Formação Cristã (CCFC) da arquidiocese da capital.
O Simpósio começa hoje às 17:00 hrs e vai até quinta com palestras e discussões.
As inscrições podem ser feitas pelos e-mails amazô[email protected] e [email protected] e no site www.ccfc.com.br estão disponíveis mais informações sobre o evento.
São essas afirmações, cunhadas pelo Arcebispo Dom Orani Tempesta, que devem encontar eco no I Simpósio Internacional “Amazônia e Desenvolvimento Sustentável: Crítica, Perspectivas e Novo Modelo” (SIAM) promovido pelo Centro de Cultura e Formação Cristã (CCFC) da arquidiocese da capital.
O Simpósio começa hoje às 17:00 hrs e vai até quinta com palestras e discussões.
As inscrições podem ser feitas pelos e-mails amazô[email protected] e [email protected] e no site www.ccfc.com.br estão disponíveis mais informações sobre o evento.
Postado por Marise Morbach às 08:22 Um comentário: Links para esta postagem
## 11.6.07
### Ricos e Pobres Desaprovam Duciomar
Eis aí a avaliação do simulacro de administração do falso médico e prefeito de Nova Déli, de acordo com a pesquisa da BMP/Democratas, depois de dois anos desgraçando a cidade.
Ótima.......................... 2,20%
Boa .......................... 10,20
Regular tendendo para boa..... 19,30
Regular tendendo para ruim ... 16:00
Ruim.......................... 20,40
Péssimo ...................... 27,10
Não sabem avaliar/não opinou.. 4,80
À exceção dos conceitos Regular para boa, e regular para ruim, por uma pequena diferença, pode-se dizer que o critério de classe social não é significativo nos resultados da pesquisa.
A conclusão: a rejeição ao malsinado prefeito é transversal a esta variável. Não se afirmou como um mandatário dos carentes, e não convenceu as classes média e alta.
58,30% desaprovam o sedizente prefeito.
Vale lembrar que esses resultados mostram uma recuperação, em torno de 10 pontos percentuais, em relação a pesquisas realizadas em dezembro de 2006.
Começa desta data a injeção maciça de recursos na mídia paroara, que passou a elogiar a admiministração e a pessoa do nacional, muitas vezes sonegando fatos da opinião pública.
Essa recuperação, cinco meses depois, além de ter feito a festa de veículos e colunistas, tem custado praticamente a liberdade do elemento, e a ausência cada vez maior do poder público nas mais elementares ações de atendimento a população.
A margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Ótima.......................... 2,20%
Boa .......................... 10,20
Regular tendendo para boa..... 19,30
Regular tendendo para ruim ... 16:00
Ruim.......................... 20,40
Péssimo ...................... 27,10
Não sabem avaliar/não opinou.. 4,80
À exceção dos conceitos Regular para boa, e regular para ruim, por uma pequena diferença, pode-se dizer que o critério de classe social não é significativo nos resultados da pesquisa.
A conclusão: a rejeição ao malsinado prefeito é transversal a esta variável. Não se afirmou como um mandatário dos carentes, e não convenceu as classes média e alta.
58,30% desaprovam o sedizente prefeito.
Vale lembrar que esses resultados mostram uma recuperação, em torno de 10 pontos percentuais, em relação a pesquisas realizadas em dezembro de 2006.
Começa desta data a injeção maciça de recursos na mídia paroara, que passou a elogiar a admiministração e a pessoa do nacional, muitas vezes sonegando fatos da opinião pública.
Essa recuperação, cinco meses depois, além de ter feito a festa de veículos e colunistas, tem custado praticamente a liberdade do elemento, e a ausência cada vez maior do poder público nas mais elementares ações de atendimento a população.
A margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Postado por Marise Morbach às 15:45 28 comentários: Links para esta postagem
### Impressão
No
Cjk, é possivel que o
**do Cjk.** *blog* *O entorno do prefeito de Belém Duciomar Costa está preocupado com a entrevista que será concedida hoje à noite, ao vivo, na TV RBA. Temem uma casca de banana qualquer. Já o prefeito está tranquilo, dando a impressão de que vai logo ali dar um recado as partes interessadas, e já volta.*
Cjk, é possivel que o
*entorno*esteja preocupado pois não tem salvo conduto. Só o chefe, que perambula graças a ele.
Postado por Marise Morbach às 13:46 10 comentários: Links para esta postagem
### Informação Democratizada
Começa hoje, no Hangar, o V Forum Paraense do Software Livre, com uma
**imperdível.** *programação*
Amanhã, às 16:00 horas, uma mesa redonda vai discutir os blogs e a democratização na informação. Participam a profa. dra. Regina Lima, presidente da Funtelpa, a
*red, hot, chilli and pepper*Gisele Vasconcelos, o blogueiro e especialista em informática Antonio Fonseca, e este *poster.*
Postado por Marise Morbach às 07:29 12 comentários: Links para esta postagem
### Farra Televisiva
Enfrenta problemas na 14a Vara da Justiça do Trabalho em Nova Déli a Abril Radiodifusão e sua
Não é certo que a
Que o diga outro
*outorgada*, a Decoder Comunicação e Sistemas, a MTV daqui.
Não é certo que a
*transferência*tenha sido confirmada pelo Ministério das Comunicações, lugar onde são emitidos, digamos, *ruídos*na informação.
Que o diga outro
*sistema*, o Clube de Comunicação, antiga RBA.
Postado por Marise Morbach às 07:08 2 comentários: Links para esta postagem
### Estranha Flor
Do
**Quaradouro.** *blog*
Postado por Marise Morbach às 06:37 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Ausência Sentida
Já está em Nova Déli a, digamos,
*legação*paroara que brilhou na Parada Gay ontem, em Sampa. Não, o deputado evangélico Martinho Carmona (PMDB) não desembarcou em Val de Cães.
Postado por Marise Morbach às 06:32 7 comentários: Links para esta postagem
### Marola
Mais um
A indicação do advogado Daniel Lavareda desagradou a bancada do PT na AL, e provocou a reação da deputada Regina Barata.
O presidente do TCM não enviou a lista tríplice para o executivo e o primeiro da lista, auditor Ornilo Sampaio, já estrilou.
Os outros dois candidatos, também auditores, seriam Alexandre Cunha e Sérgio Dantas. O primeiro é genro, e o segundo é sobrinho do conselheiro Laércio Franco.
Alexandre acaba de retornar de São Paulo, onde colocou um
*imbroglio*se anuncia com a indicação da vaga de conselheiro no Tribunal de Contas dos Municípios.
A indicação do advogado Daniel Lavareda desagradou a bancada do PT na AL, e provocou a reação da deputada Regina Barata.
O presidente do TCM não enviou a lista tríplice para o executivo e o primeiro da lista, auditor Ornilo Sampaio, já estrilou.
Os outros dois candidatos, também auditores, seriam Alexandre Cunha e Sérgio Dantas. O primeiro é genro, e o segundo é sobrinho do conselheiro Laércio Franco.
Alexandre acaba de retornar de São Paulo, onde colocou um
*stent*no coração.
Postado por Marise Morbach às 06:13 5 comentários: Links para esta postagem
### Breakfest
A AEBA - Associação dos Empregados do Basa - recebe os jornalistas logo mais, às 8:00, em café da manhã no Zoghby Hotel.
O blog vai lá e na volta conta as novidades.
O blog vai lá e na volta conta as novidades.
Postado por Marise Morbach às 06:11 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### A Pesquisa do Democratas
O blog recebeu neste final de semana, enviada pelo deputado federal Vic Pires Franco (DEM-PA), a pesquisa que o Democratas contratou ao BMP - Bureau de Marketing e Pesquisa, comandado pelo economista Renato Condurú Jr.
O BMP ouviu 850 pessoas entre os dias 26 de maio e 1 de junho.
Vou publicá-la em pedaçinhos, lentamente, analisando cada resultado, cada cruzamento.
No próximo final de semana divulgarei as intenções de voto, nos diferentes cenários sondados. Ainda hoje, mais tarde, publico o primeiro
Saberão os senhores quem vota em quem, quem puxa voto prá quem, qual é o jornal que influencia mais a opinião pública na decisão do voto, e a quantas anda o cartaz da governadora, entre outras informações.
O blog gostaria de receber, publicar e comentar outras pesquisas - de qualquer partido - desde que tragam o sêlo de um instituto de pesquisas de comprovada experiência e eficácia, aferida, é claro, a procedência do remetente, e respeitado o prazo limite para publicação, independente de registro no TRE, dia 30 de setembro próximo.
O BMP ouviu 850 pessoas entre os dias 26 de maio e 1 de junho.
Vou publicá-la em pedaçinhos, lentamente, analisando cada resultado, cada cruzamento.
No próximo final de semana divulgarei as intenções de voto, nos diferentes cenários sondados. Ainda hoje, mais tarde, publico o primeiro
*post*sobre a pesquisa.
Saberão os senhores quem vota em quem, quem puxa voto prá quem, qual é o jornal que influencia mais a opinião pública na decisão do voto, e a quantas anda o cartaz da governadora, entre outras informações.
O blog gostaria de receber, publicar e comentar outras pesquisas - de qualquer partido - desde que tragam o sêlo de um instituto de pesquisas de comprovada experiência e eficácia, aferida, é claro, a procedência do remetente, e respeitado o prazo limite para publicação, independente de registro no TRE, dia 30 de setembro próximo.
Postado por Marise Morbach às 06:11 9 comentários: Links para esta postagem
### HR's: a Pendência Continua
Duas notas da Agencia Pará, publicadas no site do governo dias 6 e 7 da semana que passou, trazem novos ingrediemtes à saga dos Hospitais Regionais. Anunciam uma discussão com vistas a estabelecer um novo formato de gestão para os desativados hospitais.
Os objetivos e pressupostos do novo modelo, bastante semelhante aos das OS's, já chamam atenção de alguma coisa esquisita está caminho.
O marco legal, ainda em discussão no Congresso, permite antever um considerável atraso nos cronogramas do HR de Santarém, definido para o mês de julho próximo em audiência pública realizada na Pérola, no início de junho.
Ainda não estaria definido, por exemplo, se o novo modelo estará sujeito a Lei 8.666, a Lei das Licitações, o que deixaria os hospitais muito parecidos com órgãos da administração direta.
E a sinuosidade com que a SESPA tem tratado o problema ganha mais um
Desconhece-se qualquer estudo de aferição da
Já há quem desconfie que o
Os objetivos e pressupostos do novo modelo, bastante semelhante aos das OS's, já chamam atenção de alguma coisa esquisita está caminho.
O marco legal, ainda em discussão no Congresso, permite antever um considerável atraso nos cronogramas do HR de Santarém, definido para o mês de julho próximo em audiência pública realizada na Pérola, no início de junho.
Ainda não estaria definido, por exemplo, se o novo modelo estará sujeito a Lei 8.666, a Lei das Licitações, o que deixaria os hospitais muito parecidos com órgãos da administração direta.
E a sinuosidade com que a SESPA tem tratado o problema ganha mais um
*round*quando o secretário de Saúde, Halmélio Sobral, afirma que o modelo atual não deu certo, e por isso tem que mudar.
Desconhece-se qualquer estudo de aferição da
*performance*das OS's na área da saúde, mas o blog tem em seu poder um estudo da USP, da Unicamp e do BID que diz o contrário.
Já há quem desconfie que o
*sapateado de rato*da SESPA pode não estar agradando o Palácio dos Despachos.
Postado por Marise Morbach às 06:08 3 comentários: Links para esta postagem
### Show
Munido de um salvo conduto- embora já acossado por outra ausência de cumprimento de suas obrigações, desta vez no Conselho Tutelar - o prefeito de Nova Déli apresenta mais um show de cinismo hoje à noite no Argumento, o programa de entrevistas do jornalista Mauro Bonna, no Sistema Clube de Comunicação.
Duciomar não poderá afirmar, com toda a convicção, se será candidato à reeleição, pois esta decisão não está em suas mãos.
Duciomar não poderá afirmar, com toda a convicção, se será candidato à reeleição, pois esta decisão não está em suas mãos.
Postado por Marise Morbach às 06:07 8 comentários: Links para esta postagem
## 6.6.07
### Travelling
De agora até segunda, sem atualização e moderação.
Bom feriadão, pessoal!
Bom feriadão, pessoal!
Postado por Marise Morbach às 13:00 14 comentários: Links para esta postagem
### Frias?
O Congresso Nacional deveria ter reservas - institucional, geopolitica e moral - ao se meter com algum país, presidente, ou o que valha. Por uma razão elementar: ele não representa, de fato, a nação. Deve se concentrar no resgate de seu débito ao país.
Chaves reagiu como de costume: bateu, levou.
Pensando ao contrário, publicou o
Perigoso é o dia que o
Pior se for assim, e se chamar Hugo Chaves Frias.
Entrou na agenda, a relação cessionário/estado da televisão brasileira - que está um farra completa, da concessão à programação! - e junto com ela, a anunciada tv do governo federal.
---------
Atualizada às 11:00.
Dá uma olhada no
Chaves reagiu como de costume: bateu, levou.
Pensando ao contrário, publicou o
**Estado de Sâo Paulo**, em seu **que Chaves é um perigo.** *editorial de hoje*
Perigoso é o dia que o
*buzico* *chega na veiúda*, com o perdão da expressão.
Pior se for assim, e se chamar Hugo Chaves Frias.
Entrou na agenda, a relação cessionário/estado da televisão brasileira - que está um farra completa, da concessão à programação! - e junto com ela, a anunciada tv do governo federal.
---------
Atualizada às 11:00.
Dá uma olhada no
**, na Folha de SP de ontem,** *Jânio de Freitas* *puxada*do blog do Jeso.
Postado por Marise Morbach às 10:30 7 comentários: Links para esta postagem
### De Nôvo?
A famosa dupla Manoel Santino-João Paulo Vieira, um procurador e ex secretário de Defesa Social, e o outro coronel e ex comandante geral da PM no governo tucano, estão novamente sob a mira do MP estadual.
A suspeita é de superfaturamento na compra do helicóptero do governo do Pará.
Leia
A suspeita é de superfaturamento na compra do helicóptero do governo do Pará.
Leia
**.** *aqui*
Postado por Marise Morbach às 07:39 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Corretagem
O MPF do Tocantins deu entrada em mais uma ação contra o nacional Jader Barbalho.
É mais uma
Nesta, o nacional teria levado
Mais um pouco e vão ter que construir um anexo só para os processos deste elemento.
É mais uma
*paradinha*nos casos que envolvem o Sobrancelhudo na SUDAM.
Nesta, o nacional teria levado
*vintinho*de comissão, segundo o MPF, conforme pode ser lido **.** *aqui*
Mais um pouco e vão ter que construir um anexo só para os processos deste elemento.
Postado por Marise Morbach às 07:18 9 comentários: Links para esta postagem
### Na Pedra
De um comentarista anônimo do blog, sobre o
*post* **Start**, de domingo, que adianta as primeiras informações sobre pesquisas eleitorais em Nova Déli. *Meu peixe,*
Fiz uma pesquisa informal juntamente com alguns amigos aqui no Jurunas. Coisa rápida. sem induzir nomes, coisa espotânea. Placar:
Edmilson - 303 votos
Papudinho, ele mesmo - 11
Jatene - 8
Wlad - 1
P.S A galera não quer nem ouvir falar no cara de rato. Quem diria!
Fiz uma pesquisa informal juntamente com alguns amigos aqui no Jurunas. Coisa rápida. sem induzir nomes, coisa espotânea. Placar:
Edmilson - 303 votos
Papudinho, ele mesmo - 11
Jatene - 8
Wlad - 1
P.S A galera não quer nem ouvir falar no cara de rato. Quem diria!
Postado por Marise Morbach às 06:56 14 comentários: Links para esta postagem
### Longe de Cannes
Em duas notas, na edição de domingo do Diário do Pará, a coluna Repórter Diário faz um rasante no mercado publicitário paroara.
Numa delas, diz que o ex governador gente boa Hildegardo Nunes já teria batido o martelo, e escolhido a agência CA para atender a conta do SEBRAE.
As propostas foram entregues na quinta.
Na outra, acusa o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) de ser uma espécie de agenciador da Temple Comunicação. É a renovação do contrato de uma grande conta que está em jôgo. E, por trás dela, uma interessante e necessária discussão sobre os limites e papéis dos diversos formatos de agências hoje existentes no mercado, e sobre a exigências para a sindicalização, algumas absurdas.
Não custaria nada o Sindapa nomear uma comissão para rever essas normas, e oxigenar o mercado, algo cartorial, com um novo marco institucional.
Numa delas, diz que o ex governador gente boa Hildegardo Nunes já teria batido o martelo, e escolhido a agência CA para atender a conta do SEBRAE.
As propostas foram entregues na quinta.
Na outra, acusa o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) de ser uma espécie de agenciador da Temple Comunicação. É a renovação do contrato de uma grande conta que está em jôgo. E, por trás dela, uma interessante e necessária discussão sobre os limites e papéis dos diversos formatos de agências hoje existentes no mercado, e sobre a exigências para a sindicalização, algumas absurdas.
Não custaria nada o Sindapa nomear uma comissão para rever essas normas, e oxigenar o mercado, algo cartorial, com um novo marco institucional.
Postado por Marise Morbach às 06:55 12 comentários: Links para esta postagem
### Disco de Ouro
O blog recebeu ontem o cd com os estudos da Diagonal, encomendados pela CVRD, que tanto assanharam os separatistas do sudeste do Pará. Em breve vai comentá-los.
Postado por Marise Morbach às 06:54 Nenhum comentário: Links para esta postagem
### Não Prospera
O presidente Lula deu ontem a melhor entrevista de sua carreira presidencial, sobre o caso que envolve seu irmao Vavá, suspeito de praticar tráfico de influência na esteira da Operação Xeque-Mate.
Por alguns segundos, a matéria do JN que cobriu o caso parecia deslocada do contexto e em franco desacordo com o teor das entrevistas.
Por alguns segundos, a matéria do JN que cobriu o caso parecia deslocada do contexto e em franco desacordo com o teor das entrevistas.
Postado por Marise Morbach às 06:52 10 comentários: Links para esta postagem
### Disputa
A eleição da Assembléia Paraense, o clube, colocou em lados opostos uma antiga dupla do marketing político paroara.
O multimidia Ney Messias comanda a campanha da situação, do advogado Gilberto Guimarães, enquanto o publicitário Orly Bezerra dirige a da oposição, do empresário Délio Mutran.
Guimarães quase foi
O multimidia Ney Messias comanda a campanha da situação, do advogado Gilberto Guimarães, enquanto o publicitário Orly Bezerra dirige a da oposição, do empresário Délio Mutran.
Guimarães quase foi
*trucidado*anteontem, no programa Argumento, do jornalista Mauro Bonna, na RBA, aliás, Sistema Clube de Comunicação.
Postado por Marise Morbach às 06:52 24 comentários: Links para esta postagem
### Justiça Seja Feita
Texto de Lucio Flavio Pinto a respeito da rejeição das denúncias dos Maiorana, na 7a Vara Penal da capital.
*A juíza da 7ª vara penal de Belém, Odete da Silva Carvalho, rejeitou todas as quatro queixas-crimes propostas contra mim nessa vara por Ronaldo e Romulo Maiorana Júnior, principais executivos do grupo Liberal, baseado em Belém do Pará, e por uma das empresas da corporação, a Delta Publicidade, que edita o jornal O Liberal,. As deliberações foram resenhadas na edição de ontem (4) do Diário da Justiça do Estado.*
As ações tiveram como pretexto artigos que escrevi em vários números do Jornal Pessoal, quinzenário alternativo que edito há quase 20 anos (a completar em setembro). Algumas das matérias noticiavam e analisavam a agressão que sofri em 21 de janeiro de 2005, praticada por Ronaldo Maiorana, diretor-editor corporativo do grupo Liberal, cuja emissora de televisão é afiliada à Rede Globo. Fui surpreendido pelos murros e chutes de Ronaldo (19 anos mais moço do que eu, que tenho 57), quando almoçava com amigos num restaurante que funciona num parque público, onde também a secretaria estadual de cultura tem sua sede, diante de pelo menos 150 pessoas. O agressor teve a cobertura de dois suboficiais da Polícia Militar, que há vários anos atuam como seus seguranças particulares. Um deles também me agrediu. Nada lhes aconteceu, nem na Auditoria Militar, nem na corporação.
Os Maiorana requereram à justiça meu enquadramento Lei de Imprensa, de 1967, pelos crimes de injúria, calúnia e difamação, que eu teria cometido nos artigos. Neles, além de me referir à agressão, mostrava as origens (nem sempre limpas) do império de comunicação da família, o maior do Norte do país, seus procedimentos pouco éticos, e as mudanças na linha editorial conforme os interesses puramente comerciais, que levaram os veículos a criticar ou elogiar, dependendo do faturamento publicitário dos alvos de suas campanhas.
A Companhia Vale do Rio Doce, o Banco da Amazônia e a Rede/Celpa foram por mim apresentados como vítimas desse tipo de constrangimento.
Numa das ações, os autores se declararam ofendidos porque também me referi à agressão que sofri como espancamento. Não puderam negá-la, mesmo porque o fato foi reconhecido em outra ação pelo próprio Ronaldo,: ele aceitou pagar uma multa de 6,5 mil reais, estipulada pelo Ministério Público do Estado, em transação penal da qual foi o autor (na forma de cestas básicas destinadas a instituições de caridade), para se livrar do procedimento penal. Nesse processo, a vítima não fala, exceto para dizer se aceita ou não um acordo (que rejeitei), conforme estabelece a lei que instituiu esses juízos especiais, em 1995.
Mas os Maiorana disseram que houve "apenas" agressão e não espancamento. A diferença (que, evidentemente, inexiste) serviria de fundamento para o enquadramento legal e o ressarcimento pelo dano moral sofrido pelo agressor – e não espancador. Um processo mais para o kafkiano do que para o judicial.
Mas a juíza Odete Carvalho entendeu, ao sentenciar uma das queixas-crime, que as afirmativas por mim feita em meu jornal "foram fundadas em fatos reais e amparadas pela tutela legal da Lei de Imprensa e da Constituição Federal, além de pautadas, exclusivamente, pelo interesse público".
Em outras duas ações a magistrada não conseguiu identificar provas ou tipificação para punir o réu. E declarou perempta uma quarta ação porque o autor, Ronaldo Maiorana, mesmo intimado, não compareceu à audiência designada para ouvi-lo.
Essa foi a única vez em que um oficial de justiça conseguiu localizar um dos Maiorana: em todas as outras ocasiões, eles eram simplesmente barrados à frente da sede do jornal ou informados que os irmãos não estavam ou se encontravam viajando. Os Maiorana não compareceram a nenhuma das audiências de instrução dos processos, instaurados a seus pedidos.
As sentenças da juíza da 7ª vara penal contrastaram com as anteriormente lavradas e com decisões da juíza da 16ª vara penal em ações dos Maiorana – e de outros autores, contrariados por matérias do Jornal Pessoal – contra mim. A juíza Maria Edwiges de Miranda Lobato, titular da 16ª vara, que é a especializada nos crimes de imprensa na comarca de Belém, depois de se manifestar sistematicamente contra mim, foi obrigada a reconhecer sua suspeição quando argüi sua tendenciosidade. Uma representação que fiz contra a magistrada ainda está sendo apreciada pela Corregedoria Metropolitana de Justiça.
As ações foram então redistribuídas. Além das que couberam à 7ª vara, há uma ação em tramitação perante a 3ª vara e outra na 10ª, ainda pendentes de decisão. Os Maiorana também requereram indenização por danos morais e materiais, pelos mesmos motivos, em quatro ações protocoladas no fórum cível, duas das quais foram rejeitadas, por insubsistentes. Em todos os casos, cíveis e penais, eles têm recorrido à instância superior, do tribunal de justiça.
As ações tiveram como pretexto artigos que escrevi em vários números do Jornal Pessoal, quinzenário alternativo que edito há quase 20 anos (a completar em setembro). Algumas das matérias noticiavam e analisavam a agressão que sofri em 21 de janeiro de 2005, praticada por Ronaldo Maiorana, diretor-editor corporativo do grupo Liberal, cuja emissora de televisão é afiliada à Rede Globo. Fui surpreendido pelos murros e chutes de Ronaldo (19 anos mais moço do que eu, que tenho 57), quando almoçava com amigos num restaurante que funciona num parque público, onde também a secretaria estadual de cultura tem sua sede, diante de pelo menos 150 pessoas. O agressor teve a cobertura de dois suboficiais da Polícia Militar, que há vários anos atuam como seus seguranças particulares. Um deles também me agrediu. Nada lhes aconteceu, nem na Auditoria Militar, nem na corporação.
Os Maiorana requereram à justiça meu enquadramento Lei de Imprensa, de 1967, pelos crimes de injúria, calúnia e difamação, que eu teria cometido nos artigos. Neles, além de me referir à agressão, mostrava as origens (nem sempre limpas) do império de comunicação da família, o maior do Norte do país, seus procedimentos pouco éticos, e as mudanças na linha editorial conforme os interesses puramente comerciais, que levaram os veículos a criticar ou elogiar, dependendo do faturamento publicitário dos alvos de suas campanhas.
A Companhia Vale do Rio Doce, o Banco da Amazônia e a Rede/Celpa foram por mim apresentados como vítimas desse tipo de constrangimento.
Numa das ações, os autores se declararam ofendidos porque também me referi à agressão que sofri como espancamento. Não puderam negá-la, mesmo porque o fato foi reconhecido em outra ação pelo próprio Ronaldo,: ele aceitou pagar uma multa de 6,5 mil reais, estipulada pelo Ministério Público do Estado, em transação penal da qual foi o autor (na forma de cestas básicas destinadas a instituições de caridade), para se livrar do procedimento penal. Nesse processo, a vítima não fala, exceto para dizer se aceita ou não um acordo (que rejeitei), conforme estabelece a lei que instituiu esses juízos especiais, em 1995.
Mas os Maiorana disseram que houve "apenas" agressão e não espancamento. A diferença (que, evidentemente, inexiste) serviria de fundamento para o enquadramento legal e o ressarcimento pelo dano moral sofrido pelo agressor – e não espancador. Um processo mais para o kafkiano do que para o judicial.
Mas a juíza Odete Carvalho entendeu, ao sentenciar uma das queixas-crime, que as afirmativas por mim feita em meu jornal "foram fundadas em fatos reais e amparadas pela tutela legal da Lei de Imprensa e da Constituição Federal, além de pautadas, exclusivamente, pelo interesse público".
Em outras duas ações a magistrada não conseguiu identificar provas ou tipificação para punir o réu. E declarou perempta uma quarta ação porque o autor, Ronaldo Maiorana, mesmo intimado, não compareceu à audiência designada para ouvi-lo.
Essa foi a única vez em que um oficial de justiça conseguiu localizar um dos Maiorana: em todas as outras ocasiões, eles eram simplesmente barrados à frente da sede do jornal ou informados que os irmãos não estavam ou se encontravam viajando. Os Maiorana não compareceram a nenhuma das audiências de instrução dos processos, instaurados a seus pedidos.
As sentenças da juíza da 7ª vara penal contrastaram com as anteriormente lavradas e com decisões da juíza da 16ª vara penal em ações dos Maiorana – e de outros autores, contrariados por matérias do Jornal Pessoal – contra mim. A juíza Maria Edwiges de Miranda Lobato, titular da 16ª vara, que é a especializada nos crimes de imprensa na comarca de Belém, depois de se manifestar sistematicamente contra mim, foi obrigada a reconhecer sua suspeição quando argüi sua tendenciosidade. Uma representação que fiz contra a magistrada ainda está sendo apreciada pela Corregedoria Metropolitana de Justiça.
As ações foram então redistribuídas. Além das que couberam à 7ª vara, há uma ação em tramitação perante a 3ª vara e outra na 10ª, ainda pendentes de decisão. Os Maiorana também requereram indenização por danos morais e materiais, pelos mesmos motivos, em quatro ações protocoladas no fórum cível, duas das quais foram rejeitadas, por insubsistentes. Em todos os casos, cíveis e penais, eles têm recorrido à instância superior, do tribunal de justiça.
Postado por Marise Morbach às 06:51 7 comentários: Links para esta postagem
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2019-01-19T10:50:25Z
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AS 10 MÚSICAS QUE NUNCA DEVERIAM SER CANTADAS EM UMA MISSA
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1.Glória a Deus
Glória a Deus, glória a Deus, glória ao Pai. (2x)
A Ele seja a glória (2x)
Aleluia, amém.
Eu queria entender o porquê do medo que os padres têm de falar
claramente: “não existe letra alternativa ao ‘Gloria in excelsis Deo et
in terra pax hominubus[...]‘”. Coloco em latim para que não haja
dúvidas. Existe uma oração para o Glória incluído na categoria de partes
fixas da missa, o Ordinário. As partes do ordinário, como já vimos, não
podem ser modificadas de forma alguma. Eu vou ser muito sincero com
vocês, a única atitude liturgicamente correta quando uma banda me chega
com um glória “pirata”, ou seja, desautorizado, para cantar na missa é
dizer, “rezemos a oração do glória”, antes de começarem os instrumentos.
Não há de se fazer concessões. Por isso a importância de o padre saber
antecipadamente tudo o que se vai cantar na missa. Vocês já acompanharam
a escolha de um setlist para show? Nas paróquias comumente se diz: “já
cantamos esse glória semana passada. Acho melhor esse para dar uma
variada…”. Não se pode escolher o Glória como se escolhe o setlist de um
show. A menos que se mude UNICAMENTE a melodia, é terminantemente
proibido mudar a letra.
2.Em nome do Pai
Em nome do Pai, em nome do Filho[...]
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar,
te aclamar…
Aqui há dois problemas: o primeiro é que o Sinal da Cruz NÃO é rezado
por todos os fiéis. O Missal Romano esclarece: “O sacerdote diz: Em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. O povo responde: Amém”. O
segundo também pode ser esclarecido pelo missal: não está previsto
nenhum “para louvar e agradecer, etc”. Infelizmente (eu diria
felizmente) não temos (padres, leigos, religiosos e nem mesmo bispos
individualmente) poder para alterar a liturgia, que é sinal da
universalidade e da unicidade da Igreja. Como diz o papa Bento XVI, “A
cada dia deve crescer em nós a convicção de que a liturgia não é um
nosso, um meu ‘fazer’, mas é ação de Deus em nós e conosco”.
3. Santo, Santo, Santo, Dizem Todos Os Anjos
Santo, santo, santo, dizem todos os anjos [...]
Céus e terras passarão, mas Sua Palavra não passará
Não, não, não passará
Também existe uma oração específica, incluída na categoria “Ordinário
da Missa”. Além disso, essa musiqueta é conhecida por incitar nos fiéis
uma certa coreografia na qual os fiéis levantam as mãozinhas para cima,
para baixo e fazem o sinal de negativo com o dedinho. Vamos combinar,
nada mais inadequado para dizer o mínimo.
4. Faz um milagre em mim
Entra na minha casa
Entra na minha vida
Mexe com minha estrutura
Sara todas as feridas …
Ainda que a música protestante não tenha erro explícito (na letra),
muitas vezes a melodia está carregada de personalismo e de
sentimentalismo, próprios de certas seitas neopentecostais. Além disso,
até onde sei costuma-se cantar essa música durante a Comunhão. Alguém lê
alguma referência à Eucaristia nesse canto?
5. Pai-Nosso do Padre Marcelo Rossi
Pai, meu pai do céu, meu pai do céu
Eu quase me esqueci, me esqueci
Que o teu amor vela por mim, vela por mim
Que seja feito assim
Acho que essa é a música mais obviamente inadequada de todos os tempos.
A oração do Pai-Nosso é bíblica. Quando foi que Jesus falou em “Eu
quase me esqueci, etc”?
6. Senhor que viestes salvar
Senhor, eis aqui o teu povo,
que vem implorar teu perdão;
é grande o nosso pecado,
porém é maior o teu coração.
O Missal Romano prevê três tipos de oração para o Ato Penitencial. a)
ou reza ou canta o “Confesso a Deus todo-poderoso…” (confiteor); b) O
“Tende compaixão…”; c) o “Senhor, que viestes salvar… tende piedade de
nós”. Ou seja, faz parte do Ordinário da Missa também. Muitas vezes se
pensa que basta que a letra remeta a arrependimento que pode ser
incluída na missa. Mais uma vez vou ser bem claro, estamos numa época de
liturgistas desautorizados. Pessoas sem autoridade que querem inovar no
rito de Paulo VI como se se houvesse alguma possibilidade de coisas
assim ocorrerem. Felizmente muitos fazem isso por ignorância. Eu só
tenho pena de sacerdotes que estudam sete anos no mínimo e ainda assim
permitem que a liturgia da Igreja seja deformada com gestos sutis de
desobediência, como mudar um canto aqui, outro ali.
7.Quero te dar a paz
Quero te dar a paz, do meu Senhor com muito amor (2x)
Na flor vejo manifestar o poder da criação.
Nos seus lábios eu vejo estar o sorriso de um irmão.
Toda vez que te abraço e aperto a sua mão.
Eu nunca vi essa música ser tocada sem incitar palmas, dancinhas,
agitação, conversa e barulho. Só por isso deve ser a Anathema Sit dos
cantos de missa.
8. Cantar a Beleza da vida
Cantar a beleza da vida, presente do amor sem igual:
Missão do teu povo escolhido, Senhor, vem livrar-nos do mal.
Vem dar-nos teu Filho, Senhor, sustento no Pão e no Vinho.
E a força do Espírito Santo, unindo o teu povo a caminho.
Heresia branca. Primeiro que é difícil entender que “sustento no Pão e
no vinho” signifique a transubstanciação. Para mim o trecho em questão
significa justamente o contrário, que Cristo está simbolicamente
representado no Pão e no Vinho e dessa ligação simbólica/espiritual
viria o nosso sustento. Afinal, o sustento vem do pão e do vinho ou da
carne (o corpo), da hóstia consagrada, do Pão do Céu? Não sei quem é o
compositor, mas caso vocês queiram relativizar e dizer que é apenas uma
ambiguidade, fica a critério de cada um.
9. Passeio de Caranguejo
Não vou ficar chorando (buá, buá, buá)
Vendo a vida passar
Vou entoar meu canto
Cantando com os anjos até o sol raiar.
Cansei de escutar essa música no canto final. Essa música numa missa só
pode ser fruto da mente de uma pessoa que jura estar num culto
protestante. Não tem outra explicação.
10. Reunidos aqui
Reunidos aqui
Só pra louvar ao Senhor,
Novamente aqui,
Em união.
Costumam cantar esta música no canto de entrada. Eu não recomendaria
esse canto para a missa porque transmite uma visão reducionista do Culto
Sagrado. Antes de estar na missa “só pra louvar”, estamos lá adorar,
agradecer, expiar e pedir. Não é festa e não estamos lá “só para
louvar”.
Poderia citar as 10 musicas que seriam as mais adequadas para tocar na missa. Acho que só a critica sem o apontamento de como se fazer melhor não gera um grande resultado.ResponderExcluir
Concordo plenamente anônimo! Vejo muitos posts, apontando as doenças que existem na Igreja, mas não vejo nenhum, indicando o remédio para a cura!Excluir
Assim fica muito fácil e descompromissado!
A Igreja permite cantos que sejam sóbrios e adequados ao espírito da liturgia. A Missa é um culto, não uma baderna. Há lugar para músicas agitadas com conteúdo religioso fora da Missa.Excluir
O parâmetro é o canto gregoriano. Ele é, em igualdade de condições, o ideal. Não o podendo executar, ou havendo justas razões para não o fazer, pode-se escolher outro tipo, e quanto mais esse outro tipo de canto se aproxime do gregoriano, melhor.
Assim, além do gregoriano, há a polifonia sacra e o canto popular sacro. Algumas vezes, a polifonia, por ser bem solene, pode ser melhor para uma Missa especial. Em outras, por causa do povo que se reúne para a Missa ou pela falta de um coral treinado, o canto popular pode ser a alternativa. Mas sempre tendo em vista o lugar de excelência do gregoriano e inspirando-se nele para as melodias e para o "ethos" de sobriedade e seriedade da música litúrgica.
A Missa cantada pode ter partes em gregoriano e partes em polifonia, conforme o tipo.
Hinario liturgico CNBB cara vai lá que vc vai entender!Excluir
kkkkkkkkkkkkkkkkkk daqui a pouco quem vcs vão ressuscitar, beethoven ou guilaume de machaut pra compor as músicas da campanha da fraternidade 2015??!.kkkExcluir
Beleza, venham cantar motetos em uma comunidade onde grande parte dos fiéis mau sabem compreender o português!.. E o padre vai celebrar de costas para os fiéis também?..
Desculpe, porém não concordo nem um pouco com essa postagem.Excluir
Se fossemos partir do pressuposto de que as músicas cantadas na missa devam ser pautadas em coros gregorianos ou sei lá o que você quis dizer, as missas se tornam chatas e sem graças. Hoje em dia a maior dificuldade da comunidade católica é atrair o jovem para igreja e se for da forma como você diz meu caro irmão, eles não passariam nem na porta.
Nossa igreja vivia fazia, resolvemos mudar um pouco a forma das músicas e hoje é super cheia e animada, inclusive temos em nosso repertório muitas das músicas que mencionou no texto. Acho que a igreja católica deve se modernizar para poder caminhar lado a lado na fase em que vivemos atualmente.
Nosso Senhor se humilhou ao tomar a nossa forma humana,morreu em uma cruz nos dando seu exemplo de que quem ama dá a vida pelo amado,os apóstolos ,com exceção de S.João evangelista,foram mártires assim como muitos outros santos,por não seguirem as seitas do seu tempo,e por que nós vamos seguir o modernismo de agora?Excluir
O povo da tua comunidade vai a Igreja pela missa (padre ou show) em si ou para um encontro com Jesus Cristo? O erro de muitos católicos é achar que a missa é um espetáculo... quantidade não é qualidade meu amigo, se o intuito for abarrotar os bancos da igreja com pessoas que buscam algo "prazeroso" e bonito, creio que estejam no lugar errado. A missa não é um show é uma oração que deve ser tomada com máximo respeito e piedade. Quanto a ir ou não ir a igreja por que a missa é "chata", desculpe mas, realmente estão fazendo errado, tu tá indo por que está buscando um "prazer" e não pela anamnese cristã. A Igreja tem abre tantos espaços para coisas do gênero "diversão", por que macular a maior oração da Igreja? Além do mais meus amigos, a Liturgia da Igreja é advém de tempos da tradição e embasada na mais nobre teologia, a cristã. Ir contra a Liturgia da Igreja é ir contra o própio papa e seus antecessores, bem como todo corpo clerical. E eu vos pergunto, ser Cristão Católico é acolher apenas o que me convém? Apenas o que me dá prazer? Estou obedecendo os princípios evangélicos em não orientar outros irmãos ao que a Igreja, durante séculos, estudou (com sapiência) para definir a melhor forma de elevar nossas suplicas a Deus? Sinceramente, o Padre que faz esforço para encher os bancos da Igreja sem respeitar as orientações da mesma, está tão errado quando aquele que omite-se perante a verdade! Abraços, Con. Hans von Strauss, SACExcluir
Por outro lado, se num primeiro momento algumas pessoas vão a missa por ser um momento agradável, que traz bons sentimentos, com o tempo essa mesma pessoa, inevitavelmente se aproximará mais de Deus. Concordo com os que falam de mudança, de um culto alegre à Deus, com pessoas sorrindo, cantando, e batendo palmas sim! Dizer que isso não deve ser feito pq os papas e os estudiosos disseram que não é pra ser é outro erro. Papas são humanos, cometeram milhares de erros ao longo da história, e quem disser o contrário é cego ou alienado. Nosso povo é pobre, sem acesso a educação, quanto mais erudito fica o rito da missa, mais as pessoas (principalmente o pobre) se afastam.Excluir
Meu Deus qta baboseira que eu to lendo... o culto é um expressão e movimento que tende a fazer com que o fiel se encontre com Deus... os cantos ministrados na Santa Missa devem fazer esse papel... pautado em tema e singularidade com a liturgia... agora os padres e fieis defecadores de regras conseguem afastar não só fieis mais os proprios musicos e cantores que doam do seu dom e do seu tempo para contribuir com a evangelização... missão dada pelo proprio cristo. respeitar e zelar pela liturgia não é igual por um cabresto e viver cego... abraços e pelo amor de Deus... evangelizem mais e defequem menos regras.Excluir
Tem gente que postou aqui que a missa com cantos gregorianos ficaria chata. Oras, se quer se divertir, fique em casa assistindo TV. Missa não é para ser divertida.Excluir
NA CONTEMPORANEIDADE, SE A IGREJA NÃO TENTAR CATIVAR AS PESSOAS DA ATUALIDADE E PRINCIPALMENTE OS JOVENS QUE JÁ NÃO TEMEM COMO ANTES OS DOGMATISMOS, NÃO SERÁ DE MÃOS POSTAS OU ELEVANDO DEMAIS A LITURGIA QUE IRÁ ADENTRAR NO CORAÇÃO DELES. O MUNDO ESTÁ MUDANDO, AS PESSOAS ESTÃO MUDANDO. A IGREJA, NÓS, DEVEREMOS DINAMIZAR, ATRAIR E MISSIONAR DE ACORDO COM A REALIDADE DAS PESSOAS. EXEMPLO: COMO SERIA A REAÇÃO DAS PESSOAS QUE MORAM NA ZONA RURAL SE AS MISSAS FOSSEM SEGUIDAS DE ACORDO COM O MISSAL ROMANO? TENHAMOS CUIDADO PARA NÃO ELEVAR DEMAIS A LITURGIA E ESQUECER O FOCO: AS PESSOAS, O ALCANÇAR SEU CORAÇÕES.. SOU CATÓLICO APOSTÓLICO ROMANO- EVANGELIZAR COM A VIDA... COM A REALIDADE.Excluir
Mas gente, a igreja graças a Deus, tem vários movimentos e proporciona vários encontros que servem justamente para esse dinamismo todo.Excluir
Missa é sacrifício. Não tem o que contestar.
É por chuva de regras como essas, que as igrejas protestantes vem ganhando cada vez mais jovens em seus cultos. Missa não é festa, FATO. Mas não vejo problema algum em torná-la mais interessante. Sabemos que a música consegue, na maioria das vezes, tocar mais o coração do fiel do que a oração falada. A música FAZ UM MILAGRE em mim, é uma delas. Quantas vezes, ao cantarmos essa música em uma missa, vemos os fieis chorar e se entregar a Jesus?!! O que é mais importante? As regras ou a conversão dos fiéis e a entrega deles a Jesus?Excluir
Claro, que tudo dentro do bom senso. Não vamos sair cantando música mundanas na santa missa, mas músicas com letras 'tocantes' não vejo problema.
Será q "Chuva de graça" como canto de entrada, pode?Excluir
Na música Pai nosso do padre Marcelo, sua interpretação (de quem escreveu essa matéria) está equivocada. Trata-se de um diálogo nosso (povo) com Deus e não de Jesus.ResponderExcluir
Anônimo, mesmo assim parece inadequada por que o sacerdote diz: "Cantemos (rezemos) a oração que Jesus nos ensinou", e esse "eu quase me esqueci..." simplesmente não faz parte do Pai Nosso. Aliás, devemos perceber que os textos das partes fixas da missa não podem ser alterados: Glória, Santo, Cordeiro, etc..Excluir
O Pai Nosso é parte do Ordinário, sendo fixo na Missa.E, por isso, ele não se altera. Quer cantar? Cante, mas cante o que está no Missal. Não interessa se outra coisa está "no folheto". Folheto não é documento da Igreja! O Pai Nosso não é o momento para meros "cantos de Pai Nosso". Assim, o "Ó, Pai Nosso tu que estás" ou o "Pai Nosso que estais nos céus, Pai Nosso que estais aqui..." e outros, por mais belos que sejam, não cabem no Pai Nosso. Tampouco um piegas, ridículo, sentimentalóide e circense "Vamos dar as mãos, vamos dar as mãos, vamos dar e vamos juntos cantar..."Excluir
Não que eu aprove a canção,mas bem que podia ter outro nome para evitar problemas não?Excluir
É por tanto rigor que nossas "Paróquias" encontram-se cada dia mais vazias... Eu me pergunto: O que Jesus faria? Ficaria com o rigor das celebrações ou com aquilo que liberta e toca profundamente os corações?Excluir
Antes verdadeiros cristãos do que bonecos de posto, as Paróquias estão "vazias" pelas praticas modernistas não o contrário, é só pegar imagens da igreja no brasil antes do vaticano II, sem falar também que as vocações eram multidões não só alguns punhados cada ano.Excluir
fico pasmado com tantas modernidades existentes desde o início da santa missa, misturando-se o sacro ao profano; simplesmente me calo, não bato palmas, silencio e rezo interiormente o que deveria ser feito.ResponderExcluir
Saiba que e é justamente isso que Nosso Senhor,os santos e anjos fazem na Santa missa!Seja forte porque seu exemplo pode salvar muitas almas,pois palavras comovem e exemplos arrastam.Que a Virgem Maria nossa Mãe seja teu sustento.Excluir
isso mesmo, oremos pelos nossos irmãos que se afastam do ensinamento da Igreja.Excluir
ola! meu nome é Marcos Eloisio da Silva, sou músico contra-baixista, toco regularmente nas santas missas nos finais de semana em minha paróquia. Concordo plenamente com o assunto e a reprova de tais músicas. Isto se da pelo simples fato de que, quem as coloca não ter conhecimento litúrgico, e muitas vezes as colocam por sentirem-se tocados por sua melodia ou mensagem. Por outro lado, falta formação e informação por parte das (arquidioceses, dioceses e paróquias). Se investissem em tais formações, este fato não se daria. Corrijam-me se estiver errado. (ha um documento da igreja que faz alusão neste sentido. creio chamar-se " INESTIMABILE DOMIUS". ja tentei consegui-lo através do site da cnbb e não o consegui. infelizmente.ResponderExcluir
Existem aberrações e existem pequenos erros, mas acho que não devemos ser nem oito, nem oitenta, por que a "lei mata", não quero aqui dizer que devemos relativizar a coisa, mas sei que muitos sacerdotes, assim, como o próprio Jesus fez, ao falar em parábolas, linguagem do povo, tenta trazer a liturgia para mais próximo do entendimento das pessoas. Se as pessoas compreendem, tem uma experiência com o Deus verdadeiro, isso válido. Ah! voltemos as Missas em Latin, catemos cantos gregorianos, tenho certeza que muita gente deixaria de ir a Missa, simplesmente por que nada falaria aos seus corações, (...). Se não entendo, não vivo, não amo!!!ResponderExcluir
Amélia Azevedo,nosso olhar de fé nunca será bastante largo nem profundo para compreender a Missa. E por isso temos o dever de fazer tudo para não reduzir nossa visão aos limites de nossas mesquinhas concepções humanas. A Missa é um mistério de fé.Excluir
Ela está no centro de nosso destino e do destino do mundo. Ela é para o cristão a fonte única por onde lhe vem a salvação, por ela, cada dia, Cristo salva o Universo e a Humanidade.
Gostaria que lessem essa história:Excluir
Havia um pobre senhor que todos os dias antes de ir trabalhar na roça,passava na capelinha da paróquia,ajoelhava-se e ficava por um longo tempo olhando para Jesus crucificado.Certo dia o padre resolveu perguntar a ele o que rezava durante tanto tempo,o velhinho respondeu:
-Eu não sei ler,mas procuro acompanhar com atenção a Santa Missa e as outras orações.
O padre perguntou também:
-Mas nesses dias que o senhor só olha para o crucifixo?
-Há padre eu penso: ó como ELE me ama!Como ELE me ama!
Amélia, por acaso se você for a um encontro da RCC onde eles fazem seus louvores usando a "língua dos anjos" você entende alguma coisa? Latim a gente pode aprender como o inglês, francês alemão... Já a "lingua dos anjos", tenho certeza que é impossível aprendê-la e compreendê-la.Excluir
E quanto as músicas estou de pleno acordo. Canto há anos a Santa Missa e procuro ao máximo ser litúrgica. e se algúem me pede algum canto e não concordo com o mesmo digo que não e explico porque. Assim também quando me pedem auxílio para escolha de cantos. Infelizmente muitos não aceitam a sugestão, mas fica da parte de cada um.
Concordo plenamente com o Pai Nosso Cantado, mas as outras músicas discordo totalmente,são todas muito lindas não tem nada ver .Pior é deixarem cantar certas musicas em casamentos, tem umas de péssimo gosto e não tem nada a ver, e as músicas de Roberto Carlos também cantadas nas igrejas,tem muita coisa para ser mudadas, se é que pretendem.ResponderExcluir
Amigos o remédio é muito simples e está ao alcance de todos. Se chama Instrução Geral do Missal Romano. Se nós músicos fizermos como está lá não erraremos. Nem mais, nem menos, lá está como deve ser. Vocês podem comprar o livro, baixar na internet ou pedir ao seu pároco para consultá-la já que ela se encontra no Missal. Deixo aqui o link para os que quiserem baixá-la (http://www.sagradocoracaopaulinia.org.br/uploads/publicacoes/IGMR.pdf) . Só lembrando que a Santa Missa é o sacrifício de Jesus. Não é simbologia, não é teatro, não é festa, mas é a Paixão acontecendo no altar de forma incruenta, ou seja, sem derramamento de sangue, por isso não faz sentido bater palmas, cantar excessivamente alto, usar em excesso os instrumentos, quanto mais sóbrio, mais nos ajudará a entrar em espírito de oração. A paz de Jesus a todos!ResponderExcluir
Concordo que devemos seguir o que está no missal romano. Não os conheço como chegaram a concepção que tem. Mas fiz formação litúrgica e um dos pontos mais discutidos é sempre o que cantar na missa, como cantar,etc. Um padre não muda as coisas que estão erradas assim em um piscar de olhos, nem mesmo fala aos fiéis que estão fazendo tudo errado, ele vai assustar o povo e perderá ovelhas do seu rebanho. Se a sua intenção é ajudar a manter a liturgia correta na missa, tente utilizar palavras, formas de se expressar mais tranquila, pois do jeito com que vocês falam, somos obrigadas a fazer como Vocês QUEREM E NÃO COMO DIZ O MISSAL. Pode não concordar com as músicas, mas jamais fale ou insinue dizer que são ridículas, pois as pessoas quando compõe uma música elas tiveram uma experiência que é transmitida na música. As músicas gregorianas também é assim. Muitos gostam e muitos não. Mas após o Concílio Vaticano II, a missa não é mais rezada de costa para o povo,etc. Temos que achar um ponto de equilíbrio,mas este não é o caminho.Irmãos, sejamos pacíficos em nossas palavras, e ações, o canto nos ajuda a rezar, é importante na missa, mas o mistério da missa não é baseada na música, é CRISTO, existem músicas que realmente não nos ajuda a meditar este mistério, mas saibamos falar com as pessoas para ajuda los, e não criticar isso sim é uma barbaridade!Excluir
Creio que realmente há pessoas que muitas vezes preferem ridicularizar em vez de ajudar,mas há também aqueles que ficam indignados pela situação atual da Igreja.Lembra-se da passagem da sagrada escritura que Jesus ao entrar no templo,vê vários comerciantes vendendo suas mercadorias?Ele os expulsa dali e diz:a casa do meu Pai é casa de oração!Excluir
Se Jesus aparecesse visivelmente numa missa nova o que será que diria ou faria???
Edson, seria bom você citar a fonte da sua resposta postada às 11h52. Se não me engano, o texto original é do site www.salvemaliturgia.comResponderExcluir
A missa é o alimento do católico. A Paixão de Cristo é o ápice da Santa Missa, mas é também a nossa salvação. Será que não está na hora de rever alguns aspectos? É por isso que muitas igrejas estão se esvaziando e os cultos evangélicos ganhando fieis dia a dia. As pessoas querem ser tocadas pelo Deus vivo, o Deus da alegria, que é a essência da vida. Td evoluiu, e a Santa Igreja tem sim que trazer Jesus para perto de seu povo e a música é um modo em potencial para isto. Quem canta reza duas vezes. A música que toca ao coração tem um poder imensurável. Não sei porque tanto preconceito, tanta vontade de manter tudo como está? Então, se é para ser fiel à liturgia, voltemos para as missas em Latim!ResponderExcluir
Amigo basear sua fé no emocionalismo levará você ao fracasso espiritual pois emoções são carnais e passam, porém uma tomada de decisão consciente nos leva a a conversão legítima e perene. Não confunda a ação de Deus com seus sentimentos....São coisas bem diferentes!Excluir
Meu Deus, quanta perca de tempo com pequenas coisas, todas as músicas citadas nos faz refletir a presença e o amor de Deus, e não seria este o papel do culto religioso? Nos levar a Deus. Então irmãos, parem de procurar cabelo em ovo, sejamos cristãos com todo nosso ser e não percamos tempo com puritanismos desnecessários. Vocês correm o risco de fundar um novo catolicismo, dos perfeitos. E a dissipação já é fruto de tudo aquilo que Deus repudia. Vigiemos, perfeito, só Deus!ResponderExcluir
Irmão obviamente você é daqueles católicos que não sabe nada a respeito da sua fé. ..Se soubesse alguma coisa saberia que não é nada "pequeno" e menos ainda perder tempo mas ao contrário, significa garantir a fé católica as próximas gerações! !! Estude mais e entenderás!Excluir
Incrível ver quão pouco cristianismo pode haver num "cristão".ResponderExcluir
Sério? Procurar maldade em cantos que levam o povo a adorar e amar a Deus?
Me senti num culto protestante onde os pastores procuram o diabo em tudo que não lhe agrada e leva as pessoas a uma estupidez sem limites.
O radicalismo de alguns católicos afasta mais pessoas de Deus do que esses cânticos inocentes onde sua mente deturpada viu mal.
Bom, e, primeiro lugar nunca pedimos pra ninguém pegar nenhuma de nossas músicas, feitas por seguidores de "nossas seitas" para se usar em sua missa. Em segundo lugar sabemos bem a quem seguimos e a quem adoramos, então colega, sinceramente, vc deveria se preocupar com o que vem acontecendo com a sua igreja e com seus fiéis que estão cada vez mais seguindo as seitas pentecostais e parar de se preocupar com mesquinharias. Pois, enquanto vc se preocupa com mesquinharias nós, em nossas seitas estamos preocupados em transmitir o amor de Deus, somente Dele, por Ele e para Ele, que na palavra é o único que é digno de todo louvor. Vc já ouviu falar que o louvor tem o poder de curar? Vc já leu que Davi dançava para louvar a Deus? Que Mirião dançou de alegria quando atravessaram o mar vermelho?ResponderExcluir
Vamos ler a bíblia e falar segundo ela: " Os falsos deuses de outros povos não passam de imagens feitas de ouro e prata, por mãos humanas.
Tem boca, mas não falam; tem olhos, mas não veem.
Tem ouvidos, mas não ouvem, pq esses ídolos não tem vida!
Quem faz essas imagens e adora esses ídolos acaba se tornando como eles." Salmo 135:15-18.
Pra quem não sabe isso é o que o apóstolo Paulo escreve para a igreja de Roma: "Dizendo-se sábios, tornaram-se completamente tolos. Então, em vez de adorarem ao Deus imortal, vivente, tomaram madeira e pedra e fizeram ídolos para si, esculpindo-os na forma de simples aves, animais, serpentes e homens mortais. Em vez de crerem naquilo que eles próprios sabiam ser a verdade sobre Deus, escolheram crer em mentiras. E assim adoraram e serviram as coisas criadas e seres criados, em lugar do Criador, que deve ser louvado para sempre. Amém." Romanos 1:22 em diante.
Fui católica, mau marido era católico, temos uma família católica e nunca ouvi tantos absurdos da boca deles e sim nos respeitamos. Fale de suas músicas, exija que elas sejam tocadas e não critique as nossas afinal não tocamos nenhuma vinda de vcs pois não sentimos essa necessidade. Espero sinceramente que vc medite mais e não fale do que o seu coração está cheio antes de pensar bem pois foi por pessoas assim que acabei indo para o caminho da verdade e fui liberta, isso é sério e acaba que afastando aqueles que estão na missa com o coração aberto e sincero buscando simplesmente ser tocado, através de um louvor.
Desculpe todos a minha humilde ignorância. Mas como pode tanto rancor e tanto problema em cima de músicas de Deus. OK! Entendo q a missa tem um missal a ser seguido, mas me desculpa... Quem escreveu o missal? Foram homens capacitados a tal? Sim... Beleza! Alguém ou um conselho q juntou varias partes da vida de Jesus e montou um "ritual"? E pq isso não pode ser modificado? Se teoricamente os padres estudam, sabem o q estão fazendo qnd liberam as músicas. Ou não sabem? E tem mais, se vcs disserem pra mim q não sabem, eu vou concordar tbm. Pq eh impressionante o quão são diferentes um dos outros. Será q o diferente eh errado? Se somo 2+3=5 Mas se eu somar 2+1+2=5 o resultado é o mesmo. Objetivo alcançado. Temos pessoas de Deus trabalhando duro para tentar de uma forma ou de outra trazer pessoas pra Deus. Alguém mais acima falou sobre folheto... Um papel como o missal tbm eh. Documento a ser seguido meu querido, somente a bíblia. Vida relatada de Jesus. E outra, a ser seguido por nós Cristãos q seguimos essa fé. O q eh verdade para nós para outros nem serve como verdade. Se seu intuito foi ajudar, seja menos arrogante, menos debochado, e mais humilde. De repente aí sim as pessoas entendam esse post como ajuda. Enfim, uma pena tudo isso...Excluir
A Missa não é um entretenimento, a missa não existe pra atrair jovens para a Igreja, a missa serve para alimentar, redimir e dar vida às almas. Portanto na Missa não deve existir danças, palmas, musicas pop, rock, samba,musicas inculturadas. A missa é o Sacrifício real de Cristo na cruz, "não é um encontro fraterno ao redor de uma mesa", assim nos diz o Papa São João Paulo II. Se os jovens forem para Missa e entenderem o real acontecimento do que lá se passa, então serão não atraídos, mas impulsionados a irem a Cristo no sacrifício do altar, e os cantos litúrgicos apropriados para a missa serão parte essencial da mística que elevará suas almas ao Real acontecimento sacrificial de Cristo no altar. A única inculturação que deve existir na Santa Missa é a inculturação do Calvário, é a inculturação de Maria e João aos pés da Cruz. A Missa não é um circo pra se ter palhaçadas, não é um programa de auditório, não é um show onde vamos em busca de nos determos nas apresentações musicais bem arranjadas e na cativação dinamizada dos artistasExcluir
"Vem dar-nos Teu filho Senhor, sustento no pão e no vinho..."ResponderExcluir
Não vejo nenhum problema aqui, o próprio Santo Thomas de Aquino diz:
"...Quae sub his figuris vere latitas"
O termo "NO" empregado na frase, elimina qualquer possibilidade do sustento ser atribuído à natureza das espécies pão e vinho.
Seria como: Pai, dá-nos teu filho que se faz sustento, alimento, nas espécies consagradas.
Não creio que exista uma norma que prevê para os cantos de comunhão o termo transubstanciação.
Só li verduras. Besteirol e mimimi.ResponderExcluir
Perdi 20 minutos do meu dia.ResponderExcluir
"Senhor eis aqui o teu povo que vem implorar teu perdão" nunca foi canto de Ato Penitencial.ResponderExcluir
Meu Deus quanta profundidade... aff
O ruim fslando do pior, quantas palavras soltas ao vento...ResponderExcluir
Uns querendo ser mais sabido que outros.
HUMILDADE JÁ.
Farisaismo.Excluir
não existe fui católica, se vc saiu da igreja católica vc nunca deixa de ser!!!!ResponderExcluir
musicas evangelicas pra que??
temos Rosa de saron ,Dunga, Adoração e Vida, Celina Borges, Eugenio Jorge, Martim valverde, Adriana,ihaweh, Fatima, Amor e adoração, TONY ALLYSON e varios!!!!
Você é um idiota provavelmente membro da Opus Dei. Desde que seja catado do fundo da alma, não importa a letra, o que importa é exaltar o Senhor. Deus adora alegria e gente feliz em Sua Casa... quem gosta de tristeza é o diabo. Ao invés de ficar escrevendo essas baboseiras, vai à missa e louva Teu Senhor.ResponderExcluir
Você é um idiota provavelmente membro da Opus Dei. Desde que seja cantado do fundo da alma, não importa a letra, o que importa é exaltar o Senhor. Deus adora alegria e gente feliz em Sua Casa... quem gosta de tristeza é o diabo. Ao invés de ficar escrevendo essas baboseiras, vai à missa e louva Teu Senhor.ResponderExcluir
É nós católicos precisamos conhecer,mais sobre a nossa IGREJA CATÓLICAResponderExcluir
Nisso concordo, ngm ama o que não conhece.Excluir
o que falta muitas vezes é obediencia é cada um fazendo o que quer e gosta e acaba esquecendo que o maior encinamento de Jesus é exatamente a obediencia ao Pai fica a dica.ResponderExcluir
A missa é um culto a Deus e não aos homens. Se tivéssemos sempre isto em mente não haveriam heresias. Será que dizemos a verdade quando professamos "Creio na Santa Igreja"? Se a Igreja nos determinou algo é porque aquilo é a vontade divina e quem se puser contra a Igreja responderá por isso no supremo juízo.ResponderExcluir
Por isso a igreja católica esta perdendo seus fiéis a igreja hoje pede para ser jovem e jovens gostam de fervor animaçãoResponderExcluir
A igreja nunca perde ou perdeu fiéis mas sim os infiéis.Excluir
Esse texto é a prova que católicos seguem sua "liturgia", seus "costumes" e não a Bíblia. Por que vocês não fazem um livro pra vocês, assim como os espíritas e os mórmons fazem para eles? Aí tudo bem, agora falar tanta baboseira e ainda declarar que a Bíblia é o manual de fé, me poupe.ResponderExcluir
Estudei música durante muitos anos, desde criança. Criança tocava Ave maria para os meus pais ouvirem. Assim, o que me fez voltar a participar das Missas(porque meus pais não são católicos) foram as músicas. O esvaziamento da nossa Igreja parece inevitável, mas tenho certeza que com esse radicalismo não sobrará ninguém para sequer discutir as músicas da Missa.ResponderExcluir
Cara vc é um fanático doente, se interne! É por isso que cada vez mais vocês tiram os jovens da igreja! tisc tiscResponderExcluir
Edson Parabéns pela coragem,comprometimento e obediência ao que nos ensina e nos indica a santa madre Igreja Católica Apostólica Romana que sabiamente nos aponta o caminho a seguir e não nos deixa fazermos aquilo que bem entermos. Essa bagunça que os "ministros de música" fazem na igreja é que está fazendo com que a fé do povo seja cada vez mais superficial e relativizada, basta olhar os nosos aantepassados em comparação à nossa geração. A luta é árdua mas precisamos continuar. Como diz aquela oração feita canção: "amar por quem não te ama, adorar por quem não te adora, esperar por quem não espera em ti, pelos que não creem eu estou aqu". Termino citando uma frase de santo Agostinho que é o meu santo protetor deste ano:"Não basta fazer coisas boas, é preciso fazê-las bem". Pax et bonum.ResponderExcluir
Salve Maria!Excluir
Muito obrigado Leandro,Deus te abençoe!
Ave Cor Mariae!
LARGA DISSO GENTE. ESTÃO PRESOS AO QUE É PEQUENO, OFENDENDO UNS OS OUTROS,. JESUS NOS DIZ PARA QUE AMEMOS UNS AOS OUTROS. A FÉ DEVE SER MAIOR QUE QUALQUER MÚSICA. SE QUER ENSINAR, ENSINE COM MAIS CARINHO, QUER criticar CRITIQUE FAÇA COM DELICADEZA, PARA QUE XINGAR, OU SE FAZER DE VITIMA?Excluir
TALVEZ, ALGUNS AQUI NÃO GOSTEM DE MÚSICAS DESTE TIPO, MAS EXISTE UMA QUE DIZ"DEUS VÊ O CORAÇÃO...ELE NÃO PODE POR LIMITES NO SEU AMOR..."
SE DEUS NOS DEIXA LIVRES, SEJAMOS ELE SABE A INTENÇÃO DE CADA UM, MAS PAREM COM ISTO. ESTE SITE SE TORNOU UMA VERGONHA PARA NÓS CATÓLICOS, DEVERÍAMOS ESTAR EM COMUNHÃO(COMUM UNIÃO-COM UNIÃO) E NÃO ASSIM TÃO DESUNIDOS. QUE TRISTE!
Não acredito que se degladiando desta forma iremos chegar a lugar algum, talvezpor isso hoje em dia, tantas igrejas sofrem por não terem pessoas para assumir as missas em varios lugares do Brasil, por conta da desunião. Não vejo aqui, de forma alguma, uma vontade de ajuda, porqur não colocam as 10 mhsicas mais lindas da Santa Missa? Porque é mais facil julgar? Lembram se do que Jesus disse para aquela mulher no poço? Pois é, nem CRISTO, nos condena. Se o João quer cantar tal musica e o pároco dele esta de acordo, que cante. Se o povo canta, e observa os preceitos, amém! Oque não se pode, é julgar, apontar, denegrir, em nome de Deus. Guerras acontecem por intolerância, não nos deixemos levar, por este tipo de comportamento. Deus abençoe a todos os Músicitas de Deus. Paz e bem!Excluir
Tô pensando seriamente em deixar de participar de igrejas, cada uma tem opiniões diversificadas. Já participei de vários cursos, sou católica mas se decidir minha religião vai ser só JESUS. Quem sabe a verdade não está esclarecendo o povo. Seguem o padrão de suas igrejas. Desculpem essa é Minha opinião.ResponderExcluir
Vejo que a maior preocupação não deve ser a musica e sim a conduta de cada um.Deus quer ser adorado não através das melodias musicais e sim do coração. Ele mesmo disse;muitos me louva com os lábios porem o coração esta longe de mim.O que ele quer é fidelidade pois ele não divide a sua glória com ninguém.ResponderExcluir
Oi, não conheço o autor e nem sei porque me dispus a escrever aqui. Não sei se ele está aberto a compreender ou só em expressar a suas opiniões. Bem, acreditando que ele esteja disposto a ouvir pergunto:ResponderExcluir
Qual é seu propósito ao postar suas opiniões? Você está comprometido com o que?
Porque eu consigo entender, sim, seus argumentos. Mas a sua expressão é tão agressiva e arrogante. Só isso já é um cotra-testemunho. Além de, com certeza, exprimir-se dessa forma provoca uma distorção no conteúdo da mensagem fazendo com que a forma desfavoreça o conteúdo. A não ser, que o seu propósito seja atacar ou ofender.
Se o seu comprometimento e com amor, que é o que se resume a missa. Então você deve encontrar uma forma mais amigável de se expressar.
Jesus sempre falou com carinho com seu povo.
Pensa bem nisso, porque precisamos sempre de pessoas esclarecidas para identificar os erros e propor correções. Não, limite o seu dom.
Sou feliz servindo a Cristo, com louvores e adoração, sem muito me apegar ao que louvo tem que estar no MISSAL, os tempos mudam, o sistema muda, a Igreja de Cristo com João, Pedro e Paulo, tinha rituais totalmente diferentes dos dias de hoje e Cristo se faz presente, a Bíblia nos ensina que onde estiverem dois ou mais reunidos em meu Nome ali Eu estarei ( Mateus 18 v20). Devemos evitar tantas repetições ...vejam o que Mateus diz ..e, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos" (Mt 6.7)... E o que me diz sobre aqueles que foram levantados a Bispo, antes do Concilio de Latrão IV (1215), casavam ...e detalhe é Biblico ....I Timóteo - Capítulo 3ResponderExcluir
1Eis uma coisa certa: quem aspira ao episcopado, saiba que está desejando uma função sublime.2Porque o bispo tem o dever de ser irrepreensível, casado uma só vez, sóbrio, prudente, regrado no seu proceder, hospitaleiro, capaz de ensinar.3Não deve ser dado a bebidas, nem violento, mas condescendente, pacífico, desinteressado;4deve saber governar bem a sua casa, educar os seus filhos na obediência e na castidade.5Pois quem não sabe governar a sua própria casa, como terá cuidado da Igreja de Deus?6Não pode ser um recém-convertido, para não acontecer que, ofuscado pela vaidade, venha a cair na mesma condenação que o demônio.7Importa, outrossim, que goze de boa consideração por parte dos de fora, para que não se exponha ao desprezo e caia assim nas ciladas diabólicas. GENTE ...PENSA BEM QUANTA COISA JA MUDOU....agora pega o amado que dentro da sua teologia sentado na poltrona felpuda....e diz pra ele MANDAR O PADRE CALÇA AGARRADA PARAR DE CANTAR MODA SERTANEJA.....Shalon Irmãos..... REYNALDO CEFILHO
oi boa noite, muito interessante a reflexão, mas acredito que existe um equivoco quanto o musica de numero 6, a saber, "senhor, eis aqui o seu povo que veio implorar teu perdão...". É bem verdade que está musica não é apropriada para o ato penitencial, já que para este existe uma formula pronta e são invocações rigorosamente cristológicas, mas esse canto esse para ser usado em outros lugares na liturgia, como por exemplo, para canto de entrada no tempo quaresmal. Deste modo não acho que seria uma música para nunca ser cantada na missa, pode sim cantar, mas em lugar apropriado, no próprio hinário liturgico da cnbb esta musica se faz presente.ResponderExcluir
Ademilson, é isso mesmo. Este canto é de entrada do Tempo quaresma. Tenho o livro destas partituras e fui conferir.Excluir
oi boa noite, muito interessante a reflexão, mas acredito que existe um equivoco quanto o musica de numero 6, a saber, "senhor, eis aqui o seu povo que veio implorar teu perdão...". É bem verdade que está musica não é apropriada para o ato penitencial, já que para este existe uma formula pronta e são invocações rigorosamente cristológicas, mas esse canto esse para ser usado em outros lugares na liturgia, como por exemplo, para canto de entrada no tempo quaresmal. Deste modo não acho que seria uma música para nunca ser cantada na missa, pode sim cantar, mas em lugar apropriado, no próprio hinário liturgico da cnbb esta musica se faz presente.ResponderExcluir
Não concordo com a crítica, mas não posso dizer muito pois sou leiga em muita coisa ainda relacionada a Igreja oq é certo ou não. Agora, no caso do Padre Marcelo é uma musica + a oração... ou seja, o Pai Nosso não é alterado.. nada a ver falar "quando q foi q Jesus falou na Bíblia "eu quase me esqueci" se vc prestar atenção ele faz a oração e vai interrompendo-a para cantar a música, canta dizendo que quase se esqueceu do amor de Deus mas faz parte da música e não da Oração... vamos aprender a interpretar primeiro antes de julgar.ResponderExcluir
As músicas são lindas e os críticos sismáticos da verdadeira Igreja Católica Apostólica Romana, sem qualquer credibilidade!ResponderExcluir
A música "Senhor eis aqui o teu povo que vem implorar teu perdão" é cantada na Entrada, não no Ato Penitencial, e está no hinário litúrgico como canto para o tempo da Quaresma.ResponderExcluir
Boa tarde a paz de Cristo a todos, concordo com tudo que foi colocado pelo Edson, essas tirando as músicas protestantes, as outras vcs podem cantar nos seus encontros mas na Santa missa ai não, o problema do católico hj é querer transformar a missa num culto pentecostal cheio de sentimentalismo e sem conhecimento real e profundo de como viver a santa missa, alias ainda tem pessoas que falam "to indo assistir a missa" em vez de "vou participar". Falta muito conhecimento daa INSTRIÇÕES GERAIS DO MISSAL ROMANO. Paz e bem. Salve MariaResponderExcluir
Continuem com o tradicionalismo idiota e vejam a igreja vazia de pagantes de dízimos. A imbecilidade que acompanha os arautos da moralidade dos fiéis católicos me assusta. Daqui a pouco vão pedir pra rezar a missa em latim, isso, é super tradicional. Missa apesar de relembrar o sacrifício de Cristo, também é a rememoração da ressurreição e da glória de Deus. Tem que ter palma e cânticos sim seus chatos.ResponderExcluir
Se o Papa falou que é proibido palmas...Excluir
Meu Deus, isso tudo é secundário. Perder tempo com normas e prescrições. Tudo bem se isso é preocupação de catolicismo, mas não deveria ser uma preocupação cristã. O cristianismo é muito mais que isso. Jesus, acredito nem está aí pra música e liturgia. A preocupação de Jesus é com o amor ao próximo, com o perdão, a justiça e caridade. Não vamos reduzir o cristianismo a questões litúrgicas. Bem que na verdade isso é muito mais prático, cômodo e tudo mais. Que adianta ser todo ortodoxo com a missa se o coração não foi ou está sendo cultivado com o que mais essencial. Perdão, mas prefiro me ocupar com coisas mais importantes da pregação de Jesus a perder tempo com essas normas meramente criadas e veneradas pelo magistério da igreja. Fiquemos e nos preocupemos com o evangelho de Cristo que essencial. Não vamos perder tempo ou nos ocupar com essas coisas secundárias e que acredito Deus tem coisas mais importantes para se preocupar do que com música nas missas de final de semana. Me poupem!!!ResponderExcluir
Não lhe critico Grazi, inclusive não sou fã do fanatismo dos tradicionalistas(comunhão de joelho, não canto, não me movo), pois querem ser a pequna porção santa da Igreja, mas a Igreja tem boa parte de sua beleza oriunda de sua tradição e da liturgia, não fosse isso, não passaríamos de um seita.ResponderExcluir
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Só tenho uma coisa a dizer sobre tudo isso: DEUS É SIMPLES! Não vamos dificultar né amados. Acima de tudo AME.ResponderExcluir
Não ha nada de errado, tudo eh adaptável ao presente tempo para facilitar a vida do fiel. Por acaso gostaria que o pai nosso voltasse a sua forma original?ResponderExcluir
oi tudo bem? Eu concordo com você sobre as músicas, mas o que fazer quando o padre te obriga a canta-las? Acredito que a missa tem se tornado algo opcional para os cristãos, pois, virou bagunça. É teatro na missa, é dancinha, é apresentação de slide , é subtituição de ato penitencial pela novena. Olha tá dificil!ResponderExcluir
Que sejam validas todas as formas de adorar e bendizer o Santo nome de Jesus! Se é com cântico alegre, gregoriano, lírico o bom é sentir a presença de Jesus no coração, não se julgando dono da verdade!ResponderExcluir
De que adianta estar presente na Santa missa se na hora da Consagração, o coração está fechado porque o padre não agiu conforme a tradição? Ou que se tenha cantado um cântico novo?
Meus caros irmãos, que cada um seja tocado e haja conforme sinta melhor! Vamos respeitar as diferenças, não perdemos o foco da Santa Missa!
Sou musico católico e não vejo problema nenhum com essas músicas citadas... Tremendo mimimi... Quem canta reza duas vezes.. Não vejo heresia em nenhuma dessas músicas.ResponderExcluir
A liturgia é um trabalho em favor do povo em nome de Deus, pois, o Sacrifício já foi feito e revivemos na Santa Missa. Então toda ornamentação que faz o povo chegar até Deus é válida. Cada cultura enriquece a liturgia e faz viva. Já participei de Missa na África e me desculpe foi muito mais viva do que esse querer "gesso na liturgia". Jesus não está nem ai para como cantamos ou celebramos e sim como vivemos Ele e celebramos ele não somente na Missa mas no dia-a-dia. Sabe parece Briga de Pedro e Paulo... Vamos cantar a Deus e parar com essa frescura religiosa...OBS: Sou teólogo sei o que estou dizendo!ResponderExcluir
Desculpe, porém não concordo nem um pouco com essa postagem.ResponderExcluir
Hoje em dia a maior dificuldade da comunidade católica é atrair o jovem para igreja e se for da forma como você diz meu caro irmão, eles não passariam nem na porta.
Nossa igreja vivia fazia, resolvemos mudar um pouco a forma das músicas e hoje é super cheia e animada, inclusive temos em nosso repertório muitas das músicas que mencionou no texto. Acho que a igreja católica deve se modernizar para poder caminhar lado a lado na fase em que vivemos atualmente.
Se Deus é todo, uno e infinito por que ele iria se incomodar com esses cantos? A liturgia da igreja é sagrada, porém esta em dissonância com o presente...agora falar em canto gregoriano nesses tempos, é demais!!!! celebrar para meia dúzia de gente que entende a liturgia como ela é vai lá! Mas o povão nem sabe que não se diz amém depois do Pai nosso! Como diz meu colega acima "gesso litúrgico" e vou até mais além: tão querendo engessar o próprio Deus nas criações que o próprio homem criou"...Vamos voltar as missas rezadas em latim, e ver se Deus chega ao coração do povo!ResponderExcluir
Cantai com júbilo ao senhor todos os moradores da terra.ResponderExcluir
Para as orações e partes fixas da Missa, compreendo a explicação, pois toda a Missa tem uma estrutura muito bem organizada que deve ser respeitada, mas temos de entender que o que justifica a Igreja é a Ressurreição e não a tristeza. Cantos gregorianos, musicas clássicas, não compreendo a justificativa, porque é europeu? Porque é chique? Não sei. Existem músicas belas com um simples toque de violão, algumas alegres que representam a alegria na vitória de Jesus Cristo sobre a morte. Temos também de tomar cuidado com os preconceitos quanto aos ritmos musicais. Respeito é diferente de pose e de casca.ResponderExcluir
Salmos 150
1.Aleluia. Louvai o Senhor em seu santuário, louvai-o em seu majestoso firmamento.
2.Louvai-o por suas obras maravilhosas, louvai-o por sua majestade infinita.
3.Louvai-o ao som da trombeta, louvai-o com a lira e a cítara.
4.Louvai-o com tímpanos e danças, louvai-o com a harpa e a flauta.
5.Louvai-o com címbalos sonoros, louvai-o com címbalos retumbantes. Tudo o que respira louve o Senhor!
Tem que tirar também aquela música "Parabéns para você" de dentro da Missa.ResponderExcluir
Também não gosto!Excluir
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Há 24 anos sirvo a Deus através do canto, sempre defendi a não substituição dos hinos de Kyrie, Glória, Santo, por essas músicas "genéricas", porém, o que sempre percebi é que se o pastor não conduz a ovelha, esta se perdi. Infelizmente um grande número de sacerdotes não "catequiza" liturgicamente os ministérios, grupos ou pastorais do canto. Sendo a música parte INTEGRANTE, da liturgia sagrada, os Párocos deveriam reservar um "tempinho" para formar melhor os servos da música. Certa vez estava eu cantando e veio alguém e falou-me "Olha o canto final será: Não sei porque você se foi..." E falei, olha, esta música é totalmente anti litúrgica, e a pessoa respondeu: O padre já autorizou. E ai... cantei. Nós, que trabalhamos com o canto litúrgico devemos buscar uma formação continuada. Mas, penso que os párocos deveriam, não criticar a equipe em plena Celebração, como acontece, mas, formar, formar e acompanhar. "O meu povo se perde por falta de conhecimento" (Ose 4,6)ResponderExcluir
Caro Edson, respeito sua opniao mais como participante da renovacao carismatica catolica sei o quanto uma musica e importante na celebracao da missa. Discordo de TODAS as suas opnioes inclusive afirmo canto gregoriano afasta os fieis da missa. Isso mostra porque a igreja evangelica esta crescendo o numero de fieis. Acredito que a musica e sua reflexao mexe muito mais com os fieis fazendo-os refletir do que muita vezes a homilia. A igreja catolica precisa renovar seus fieis e traze los cada vez mais pra comunidade.ResponderExcluir
Quando o católico finalmente entender o que é a santa missa verá que não existe maior presente deixado por Deus a nós. Muita gente sai da igreja por não entender e se um católico vai a missa pelas musicas nem apareça na igreja, pq vc vai pra participar do santo sacrifício e não para agradar seus ouvidos, pq acham que existem shows com musicas religiosas? A missa é chata? Me desculpe, mas seu amor não é pelo Cristo imolado no altar, a partir do momento que você entra na igreja pra bater palmas e fazer dancinhas saiba que é diante de Cristo ferido e maltratado que fazemos isso, não discordo com a postagem afinal temos que apontar nossos erros tbm, o catecismo da igreja católica esta ai pra quem quiser aprender, quem tem interesse corre atrás ate mesmo do próprio pároco pra tirar as dúvidas e aqueles que sabem deveriam se oferecer para ensinar nas comunidades, isso é catequizar. Todo mundo quer ser santo, mas ngm coloca a mão na massa pq é confortável.ResponderExcluir
Me desculpe se ofendi alguém, mas devemos viver a radicalidade dos evangelhos. Sim sim não não!
Discordo do comentário relacionado a música "Faz um milagre em mim", ela tem um erro teológico explícito sim e grotesco, quando se canta " Quero amar somente a ti", ora quem diz que ama a Deus e não ama o próximo é mentiroso, é impossível amarmos somente a Deus...ResponderExcluir
Qual o problema de aceitar que os tempos são outros? A igreja evoluiu muito, querem voltar a idade média? Não quero dizer que a igreja tem que virar uma "zoeira", pelo contrário, há como renovar em questão de cânticos, atraindo mais jovens e cativando o coração das pessoas sem deixar de lado os princípios da nossa igreja católica! Cá entre nós, Deus está muito mais interessado nos nossos corações e intenções ou se o cântico de ofertório, por exemplo, está milimetricamente adequado para o momento litúrgico?ResponderExcluir
Gente para criticar é o que mais tem. São os professores de Deus. Os que criticam na maioria das vezes, são os que não fazem nada. ..desafio a postar as dez músicas liturgicamente certas.ResponderExcluir
Me admiro da capacidade que a religião tem de produzir fariseus. Não consigo me lembrar de Jesus perdendo seu tempo explicando regras rituais. Lamentável coar mosquitos e engolir camelos.ResponderExcluir
Quanta baboseira, a santa Missa só tem um objetivo, que é de trazer a comunidade para perto do Senhor, levar as pessoas que estão ali buscando uma intimidade com Deus a de fato ter um encontro com ele, e cada momento é diferente do outro assim como cada pessoa ou comunidade tem as suas culturas. Concordo que existem cantos corretamente liturgicos que devam ser obedecidos, mas ninguem pode dizer que a missa não é uma festa,porque muitas vezes ela é uma festa sim, pois os anjos do senhor se alegram em festa quando vivemos bem uma santa missa, e as vezes a missa é sacrificio quando o momento que vivemos nos leva a viver o sacrificio de Cristo com Ele no altar, muitas vezes é só pra louvar e agradecer que estamos lá, aí o nosso ato de remissao, adoração e tudo mais se voltam para o louvor... O Excencial é que estejamos lá, com coração livre de farisaísmos e sem julgamentos achando que somos bons o suficientes pra querer dar aulinhas, sem termos de fato nos encontrado com o Senhor uma única vez na Santa Eucarístia.ResponderExcluir
Olá pessoal , com alegria venho até vcs que, se me derem licença falarei um pouquinho , é simples minha fala ! precisamos, independente da religião, que sejamos INICIADOSou ou reiniciados NA VIDA CRISTÃ,ou seja... NA FÉ, para que ao fazermos o nosso encontro ou re encontro com Jesus Cristo, tenhamos uma FÉ MADURA NELE ! . Agora fiquei triste com os comentários acima...pois pq pensei em estar vendo uma unidade na diversidade ou seja um DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO ,porém o que li foi uma grande PICUINHA entre denominações.Gente vamos parar com isso .... temos que ter respeito, dialogo , escuta e principalmente AMOR por parte de todos os seguimentos! Me desculpem ao entrar nesta discussão tão desnecessária ...bjs carinhosos em Cristo.ResponderExcluir
Me desculpa a sinceridade, mas achei sua maneira de se expressar um tanto quanto "Espírita". Nada contra essa, claro.Excluir
Temos que ser feliz em tocar e em participar e se adequar de modo sútil, não julgando, criticando, apontando erros e falhas pois os músicos estão dedicando seu tempo e dom para fazer o bem e não ganhar dinheiro ou aparecer. Ao contrário de muitos que só querem mesmo causar desordem e perder o principal foco da santa missa, não sou o dono da verdade nem quero ser toco na missa há 25 anos já escutei muita bobagem mas faço pra Deus. Espero ter falado claramente, a paz!ResponderExcluir
Só vim ver os comentários de católicos jujubas querendo modernidade dentro da igreja. A igreja não deve ser convidativa aos olhos do mundo, os olhos do mundo que devem se abrir para a realidade da igreja. O canto gregoriano é o canto aprovado em concílios e a forma mais pura de música dentro da missa. Se a sua comunidade não sabe cantar em latim, pelo menos cante músicas piedosas capazes de mostrar o verdadeiro clima de oração na igreja e não uma festa escandalosa como os cultos protestantes.ResponderExcluir
Faço parte da Comunidade Resgate aqui em Juiz de Fora uma Comunidade católica, marcada com celebrações muito alegres. Cristo não nos quer tristes, devemos mesmo louvar, agradecer, bendizer e adorar fazendo jestos e porque não até dancando.E pra quem não sabe, conseguimos reunir 3000 pessoas em uma celebração, é uma bênção!ResponderExcluir
Eterna rivalidade entre liturgia eucarística e ministério de música......mimimi. As músicas devem ser alegres e harmoniosas, quer tristeza vai tocar em velório!ResponderExcluir
A música do Padre Marcelo Rossi é a mais autêntica para se cantar na missa. Sabemos que quando Cristo estava na cruz ele clamou: TENHO SEDE. Essa sede não era de água e sim de FÉ e ir até o fim atender o propósito do Deus Pai. Ele diz mais: está tudo consumado. Em tuas mãos entrego meus Espírito. então, o Cristo quase se esqueceu mesmo quando falou tenho sede, ou seja fortaleça-me pai...ResponderExcluir
Gosto de todas as músicas! Nao concordo com o que foi dito, muitas musicas como a do padre que fala "quase me esqueci de ti" nao ta querendo dizer que ele se esqueceu, e sim reconhece que estava afastado, com relacao a dancas e agitacao a resposta esta no salmo 150 vs 4. As musicas são lindas, foram feitas com um unico proposito de adoracao a Deus e deveriam sim ser cantadas em missas. (Sem mais)ResponderExcluir
Bando de fariseus e republicanos, só me resta rezar para que Jesus se mostre a vcs e que recebam o Espírito Santo. Sempre me pergunto o que Jesus faria? E com toda doçura de seu coração manso e amoroso, com certeza não inventaria esse monte de mii mi mi, isso sim é profano.ResponderExcluir
Bando de fariseus e republicanos, só me resta rezar para que Jesus se mostre a vcs e que recebam o Espírito Santo. Sempre me pergunto o que Jesus faria? E com toda doçura de seu coração manso e amoroso, com certeza não inventaria esse monte de mii mi mi, isso sim é profano.ResponderExcluir
Pelo que li em alguns pontos, além de ver opinião pessoal, entendi que a celebração eucarística deve ser triste e apática. E em outros se citou corretamente o missal romano.ResponderExcluir
Quanta besteira num post só... Isso é falta de leitura da palavra de Deus. Onde está, na Bíblia, que não se pode louvar a Deus? Que tem que se ater ao Missal da Igreja? Já fiz a palavra de Deus que Ele habita no louvor, então louvem a Deus!ResponderExcluir
Que baboseira! Quem fez a matéria não entende nem de música nem de interpretação de texto... kkkkResponderExcluir
Por isso a igreja católica bem perdendo tantos fiéi.
#quantabesteira
Os tocadores de missa, pensam que estão em um show, e é por isso, que atraem os jovens, que pensam estar em um show, e não em uma missa. Não sabem nada de liturgia, porque "cantam na missa" e não "cantam a missa". Estão ali para fazer suas próprias vontades e não viver o sacrifício, porque querem ser o centro das atenções. Basta ver que estão sempre tocando, falando e afinando instrumentos na hora errada. Pergunto aos entendidos: Conseguem escutar a voz do cantor em uma missa, ou somente dos instrumentos? Façam o teste. Missa não é barulho, pois esse, incomoda demais. Ministérios de música...leiam mais e entendam que vocês não são o centro das atenções. Se as missas estão vazias, não tem nada haver com as músicas e sim com as homilias pobres, que muitos padres fazem. Abs.ResponderExcluir
as 10 musicas que são terminamentemente proibidas na lingua dos HOMENS que vc quis dizer????? PRA DEUS QUALQUER LOUVOR É VALIDO, regras e mais regras criadas pelo ser Humano, eu canto louvores ao meu Deus, regras que restringem isso eu desconsidero.ResponderExcluir
Vcs sabiam que no Brasil, nunca se seguiu retamente as instruções da Santa Sé? Como somos um país de muitas raças, todas as regras nos chegam já adequadas porque a CNBB acredita que seja melhor. Portanto, já somos uma igreja que faz o que quer. Entendo sobre o que o autor da postagem esta falando. E entendo também que as pessoas não encaram o fato de que agem de firma errada e não aceitam correção. Estas musicas são um erro mesmo, e existem muitas mais. É como cantar na comunhão uma musica evangélica. Como cantamos uma canção de quem não professa nossa fé na hora de maior manifestação de nossa crença: Jesus Corpo e Sangue! Verdadeiro! Para o evangélico isso é uma mentira. A Transubstanciação é um engodo. Por mais linda que a canção seja, é um erro. São realidades que não se conversam. Por ignorância, mas é assim que acontece. A Missa pode ser feliz, convidativa e evangelizadora, cativante. Somos ricos de material católico para isso. Mas precisamos aprender a filtrar. Não se canta a missa somente para comover ou fazer bonito. Se canta para elevar corações, para tornar a oração mais eficaz. Para isso não podemos esquecer nossas doutrinas, relativizar nossas regras e achar que mundanizar a celebração a torna mais agradável. Isso é um engano. Procuremos as riquezas da nossa igreja, e para isso não precisa voltar ao século XVIII. Para mais assistam vídeos do Pe Paulo Ricardo. Ele ensina muito sobre isso. Um abraço.ResponderExcluir
ENTÃO NAO DEVE CANTAR MUSICA NENHUMA. MISSA TRIDENTINA EU CONHEÇO E VOUResponderExcluir
Mais importante de q tudo isso é reconciliar-se com seu irmão, reconhecendo que somos pecadores e filhos de um Deus vivo e misericordioso. Não deixe os rituais sucumbirem a sua cabeça, Deus é mais importante.ResponderExcluir
O mais importante não eh as musicas e sim o amor por Deus.ResponderExcluir
Musicas Católicas para Missa --> https://www.cantusdeo.comResponderExcluir
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Quer dizer que só o Governador
**SERGIO CABRAL** tem filhos pequenos?
Só os filhos dele ficaram assustados com as manifestações em sua rua?
Os manifestantes que exigem que se trate o público como público são arruaceiros?Baderneiros?
O poder dopa as mentes fracas,tira-as da realidade e faz com que acreditem que tudo podem.
Não pode não,Governador.
O tempo está passando,o Papa chegou e já se foi,mas o povo sabe muito bem o que quer. E o que não quer!!!
**TUMBA** com o Governador do Rio de Janeiro!!!
### PAZ & BEM !!!
Semana passada tivemos o privilégio de receber o novo Papa.
Carismático,humilde,simpático,risonho,alegre,sério e totalmente decidido e convicto do que,realmente,precisa ser mudado na Igreja e quiçá,na nossa sociedade.
Não se falou de outra coisa. E não se viu tamanha disposição das pessoas em olhar pro seu interior e nas suas próprias atitudes.
Depois das manifestações populares em junho,o Brasil foi mais uma vez abençoado com a presença do Sumo Pontífice,na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.
Que seu legado esteja mesmo apenas no começo.
**CETRO** pro **PAPA FRANCISCO** !!!
### PAZ & BEM !!!
Tirando as manifestações contra o governo federal,sem dúvida,o Governador do Rio,o falastrão
**SERGIO CABRAL** ,é o político que tem sofrido as maiores críticas da população apartidária que tem tomado as ruas do país desde junho.
Certamente a sua mania de misturas as coisas públicas com suas necessidades particulares transbordaram o copo e faz a água cair bastante.
Mas o pior é perceber que ele ainda não entendeu o recado das ruas,insistindo que os manifestantes sejam arruaceiros e bandidos em sua maioria.O que não é verdade.
Quem mandou se tornar amnigo dos petralhas e achar que o modus operandi deles continuaria descendo a seco na garganta da população de bem.
**TUMBA** com ele !!!
### PAZ & BEM !!!
### QUATRO DEDINHOS DE PROSA SOBRE A PETROBRÁS E OS PETRALHAS
**Uma visão Contábil, Econômica e sobre o Futuro**
**Dedinho de Prosa 1**
Você lembra, há sete anos atrás, nosso então presidente afirmando que, pela primeira vez na historia desse país, o Brasil alcançou a autossuficiência na produção de petróleo ?
Eu lembro.
E qual é a verdade passados 7 anos ?
A verdade é que a Petrobras tem produzido cada vez menos, mesmo encontrando cada vez mais jazidas.
Só em 2012 o Brasil importou R$ 15 bilhões em derivados de petróleo.
Nesses mesmos 7 anos a balança comercial do petróleo e derivados apresentou um déficit superior a R$ 57 bilhões. Para se ter uma ideia, esse número é maior do que os R$ 50 bilhões que o governo pretende investir esse ano em Infraestrutura.
Em 2012 a produção da Petrobras caiu 2%.
Começamos 2013 pior ainda: A produção de janeiro caiu 3,3% e fevereiro recuou 2,25%.
A Petrobras está “crescendo” que nem rabo de cavalo: pra baixo.
**Dedinho de Prosa 2**
Você lembra que a primeira coisa que o presidente Lula fez (depois de ter tomado um Romanée Conti) foi cancelar as compras das plataformas para a Petrobras que o antigo presidente tinha feito, pois era um absurdo comprar coisas do estrangeiro sendo que nossa indústria naval esta sendo sucateada?
Eu lembro.
E qual a verdade passados 10 anos?
A verdade é terrível e passa pelo que esse governo aprendeu a fazer (não sei como): Maquiagem de balanço.
Esse governo atual levou a Petrobras ao limite máximo, e perigoso, de endividamento, ou seja quase 3 vezes a sua geração de resultados.
Assim, decidiram não mais endividá-la, contabilmente, e como cada plataforma custa R$ 3 bilhões cancelaram as compras nacionais, levando o SINAVAL – Sindicado Naval – a denunciar a perda constante de postos de trabalhos.
E como estão fazendo?
Simples!! Em vez de comprar, alugam. Assim, a contabilização é em despesa e não em passivo a pagar.
Mas quanto fica esse aluguel? Mais barato que comprar?
Em 2011 a Petrobras gastou R$ 4 bilhões em locação. Em 2012, R$ 6 bilhões.
Mas pelo menos contratou-se empresas brasileiras?
Todas as locações de plataformas são de empresas estrangeiras.
Na realidade não sei se isso é maquiagem do balanço ou maquiagem do destino final do
dinheiro.
**Dedinho de Prosa 3**
Você lembra que o PT, para ganhar as eleições, diz o tempo todo que é contrario às privatizações? E que exemplo de gestão pública é o caso da Petrobras?
Eu lembro.
E qual é a verdade.
A resposta já seria fácil só pela simples leitura do acima. Mas deixem-me prosear mais um causo.
Em 2006 uma empresa belga comprou uma falida refinaria no Texas por US$ 42 milhões. Poucos meses depois essa empresa vendeu essa refinaria por US$ 1,2 bilhão. Adivinhe quem foi o felizardo comprador? Isso mesmo, a nossa Petrobras.
Passado pouco tempo, acredite, a Petrobras verificou que tinha feito um mal negócio e resolveu vender tal refinaria. Mandou avaliar. Foi avaliada por menos de US$ 100 milhões. Colocou a venda. O Tribunal de Contas da União resolveu investigar essas estranhas negociações que gerariam um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão. A Petrobras suspendeu imediatamente a venda. Só no balanço do ano passado consta mais de R$ 450 milhões de despesas com essa estupenda refinaria.
Mas isso são negócios no exterior. Como são os negócios da Petrobras no Brasil? São rentáveis?
Mais ou menos.
O antecessor da Dilma, aquele aposentado por invalidez (lembra, aquele que não tinha um dedo), selou um acordo com outro ex-presidente, grande estadista, o Chávez (infelizmente esse já morreu), para construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, terra natal do vivente. Os dois calcularam, na ponta do lápis, o desembolso da Petrobras nessa Parceria: R$ 5 bilhões.
Qual a realidade atual?
O último relatório da Petrobras aponta um custo até hoje de R$ 35 bilhões.
Mais duas prosinhas:
Nas vésperas de eleições o nosso nordestino presidente lançou a construção de duas Refinarias Premiuns. Onde? Uma no Maranhão e outra no Ceará. E como estão? Projetos suspensos. Por que? Agora constatou-se que não há certeza da rentabilidade na operação dessas refinarias.
Vendo tudo isso, me rebelo: Deus foi injusto em levar o Chávez.
**Dedinho de Prosa 4**
Você lembra da cena daqueles 4 dedinhos sujos de petróleo? Aquele nosso ex-presidente em cima de uma plataforma sujando a mão no óleo (acho que foi a única vez na vida) para convencer os trabalhadores a retirarem o dinheiro do FGTS e investirem na Petrobras?
Eu lembro.
E o que aconteceu?
Os trabalhadores perderam 50% do patrimônio que retiraram do FGTS.
Mas como isso aconteceu?
O Mercado Financeiro, que não é controlado ou subornado por ninguém, começou a perceber que empresa é de fato a Petrobras e sua avaliação não para de cair.
O Mercado, e os investidores, perceberam que a empresa está sendo manipulada com intuitos puramente políticos, ou como “cabides de empregos” ou para mascarar a inflação, não reajustando seus preços a parâmetros internacionais.
Pior ainda.
A Petrobras ajuda nosso país vizinho, a Argentina, a aprimorar essa prática de mascarar a inflação.
Como assim?
Simples: na Argentina a gasolina é vendida nos postos a aproximadamente o equivalente a R$ 0,98 o litro (aqui você sabe que pagamos em média R$ 2,80).
Como consegue isso?
A Petrobras exportou, durante anos, para a Argentina gasolina a R$ 0,65. Detalhe: exporta gasolina limpa, sem misturas com álcool ou outros aditivos.
É por essas, e outras, que a Petrobras é uma amostra do que acontece na administração total do nosso país, inclusive levando o Brasil a registrar um déficit na balança comercial, no primeiro trimestre de 2013, de US$ 5,1 bi, algo que não acontecia há 12 anos.
Esse ano a Petrobras completará 60 anos. Teve como seu slogan mais forte: O Petróleo é Nosso.
A pergunta atual é: e o dinheiro vai pra quem?
**Dedinho de Prosa 5**
Pérai – estará dizendo meu infortunado leitor – o título preconiza 4 dedinhos de prosa e você chegou no 5 !!!
Pois é. Eu tenho 5 dedos em cada mão. Eu trabalho honestamente e não estou aposentado. E não poderia deixar de relatar minha visão sobre o futuro da Petrobras, sua atual direção e o pré-sal.
Atualmente a Petrobras e presidida por Graça Foster. Nasceu no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, começou a trabalhar com 21 anos como estagiária na Petrobras, formou-se em engenharia na Universidade Fluminense, foi promovida para engenheira de perfuração e hoje é presidente da Petrobras. Ah, quase esqueci o mais importante, de 2003 a 2005 acumulou também a função de secretária da Dilma.
Com essa vasta experiência acadêmica, profissional, internacional e de gestão, a Graça fechou o balanço da Petrobras de 2012 apresentando um Passivo a Pagar de R$ 332,3 bilhões, tendo apenas como Ativo Realizável R$ 118,1 bilhões. Ou seja, a Petrobras deve 3 vezes o que tem em caixa. Apresentou também em 2012 o menor lucro dos últimos 8 anos, R$ 20,9 bilhões, embora a receita bruta cresça em torno de 20% ao ano.
Diante desse cenário, a Graça resolveu “gerar” dinheiro, pois serão necessários para o pré-sal R$ 237 bilhões até 2016.
Tanto investimento no pré-sal, mas ele dará retorno?
Ninguém sabe.
Veja:
De 1980 a 2004, o barril de petróleo era negociado a US$ 40. De 2004 a 2009 a US$ 70 e hoje na casa do US$ 90. Mas essa cotação esta caindo pois as reservas mundiais de petróleo estão abarrotadas. Os EUA estão com o dobro da capacidade estocada. A tendência é de queda. Cada vez mais se descobrem, e são adotadas, novas alternativas energéticas.
Ai que mora o problema.
O petróleo do pré-sal custa em torno de US$ 50 a 70 para ser extraído.
E se o preço internacional cair abaixo disso? Gastaremos mais para vender por menos? E as outras soluções energéticas que estão chegando?
Mas a Graça tem que dar continuidade ao projeto, tem que gerar dinheiro. Mas como?
Vendendo os ativos da Petrobras, atitude essa como qualquer empresa em fase pré-falimentar faria.
Ah, vendendo ativos não operacionais e defasados?
Não!!
Vendendo tudo que gera energia renovável, como
parques eólicos, centrais hidrelétricas e termelétricas.
Mas isso tem lógica? Ela decide tudo isso sozinha?
Não!!
Ela recebe ordens do Presidente do Conselho de Administração da Petrobras: Sr.Guido Mantega.
E o Mantega responde a quem?
Bem, o chefe continua em plena atividade. Nos últimos meses, de jatinho particular, ele está “ajudando” o amigo Eike Batista e seu diretor Pires Neto (afastado no ano passado do
Ministério dos Transportes por escândalos ligados aos mensaleiros) a vender sondas petroleiras que a OGX comprou no exterior e que não tem utilidade. E o “coitado” do Eike pediu auxilio ao companheiro pois as ações da OGX já caíram 90% esse ano.
Adivinha como vão ajudá-lo?
Adivinha para quem eles estão tramando a venda dessas inúteis sondas?
Petrobras.
O chefe deu mais ordens: Em agosto de 2012 a Dilma lançou o “pacote ferroviário” de R$ 91 bilhões. Teria como principal meta escoar o petróleo do pré-sal. Advinha qual foi o principal beneficiado com as primeiras estradas de ferro?
Eike Batista.
Pior. Além de utilizarem dinheiro publico para atender uma empresa privada, fizerem um acordo chamado Modelo Ferroviário.
Sabe como funciona?
Simples:
Por esse Modelo o Eike não precisará colocar nenhum centavo para o transporte. O governo pagará tudo. Funcionará assim: Uma empresa constrói as ferrovias; o governo compra toda a capacidade de transporte e repassa para as empresas interessadas em usar os trilhos. Se não houver demanda, ou se for parcial, o governo paga totalmente a conta.
Não é um excelente negócio?
Não para a Petrobras. Não para o Pais. E bom para……
Depois de relatar tudo isso, se você ainda estiver lendo, e eu puder dar um conselho antes das próximas eleições, ai vai:
Não compre ações da Petrobras.
*Marco Antonio Pinto de Faria
Bacharel em Ciências Contábeis, Administrador de Empresas, Auditor, Presidente e Fundador do Grupo SKILL composto por empresas atuantes no mercado há 34 anos, oferecendo serviços de Consultoria Tributária, Contabilidade e Tecnologia da Informação. Integrante do IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.*
### PAZ & BEM !!!
Sem dúvida alguma,é o melhor papel da atriz nos últimos anos.
Sua BARBARA ELLEN é de um convencimento tal que parece incorporar totalmente na atriz
**GIULIA GAM** .
Está roubando a cena em SANGUE BOM .
**CETRO** pra ela!!!
### PAZ & BEM !!!
Impressionante o descontrôle emocional do atacante
**LUIS FABIANO**.Não bastasse não estar jogando nada faz tempo ,e prejudicando sua equipe em jogos decisivos,agora sai na imprensa que ele não tem se dado bem com diretores e jogadores.
Triste fim de carreira pra ele,que vai pra
**TUMBA DE RAMSES** esta semana.
### PAZ & BEM !!!
E terminei de ler
**CINQUENTA TONS DE LIBERDADE** ,de **E L JAMES**,sem dúvida o melhor livro da trilogia.
Como já tive a oportunidade de dizer quanto aos livros anteriores,a história te prende e voce se envolve demais com o casal de personagens.Não se trata de apenas sexo por sexo,mas tudo ocorre porque a história tem uma narrativa interessante e que voce não vê a hora de terminar.
Ficou,claro,um gostinho de quero mais!!!
*Quando a ingênua Anastasia Steele conheceu o jovem empresário Christian Grey, teve início um sensual caso de amor que mudou a vida dos dois irrevogavelmente. Chocada, intrigada e, por fim, repelida pelas estranhas exigências sexuais de Christian, Ana exige um comprometimento mais profundo. Determinado a não perdê-la, ele concorda. Agora, Ana e Christian têm tudo: amor, paixão, intimidade, riqueza e um mundo de possibilidades a sua frente. Mas Ana sabe que o relacionamento não será fácil, e a vida a dois reserva desafios que nenhum deles seria capaz de imaginar. Ana precisa se ajustar ao mundo de opulência de Grey sem sacrificar sua identidade. E ele precisa aprender a dominar seu impulso controlador e se livrar do que o atormentava no passado. Quando parece que a força dessa união vai vencer qualquer obstáculo, a malícia, o infortúnio e o destino conspiram para transformar os piores medos de Ana em realidade.*
E comecei a ler O IMPERADOR - OS PORTÕES DE ROMA , do autor britânico CONN IGGULDEN.
### PAZ & BEM !!!
Tudo bem que ,até aqui,a conquista de títulos não seja a sua rotina.Mas a verdade é que o técnico
**CUCA** tem feito ótimos trabalhos nos clubes que tem passado.
A classificação do Atlético Mineiro para a final da Copa Libertadores da América,sem dúvida,é consequência desta sua competência.
Se vai ganhar,são outros quinhentos,mas que dá gosto de ver seu time jogar,isto dá.
**CETRO** pra ele !!!
### PAZ & BEM !!!
*( Qualquer ilação comparativa, não será mera coincidência) *
Um professor de economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira.
Esta classe em particular havia insistido que o socialismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza,ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.
O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas'. Todos receberão as mesmas notas, o que significa que em teoria ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um "A".
Após calculada a média da primeira prova todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Já aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou.
Depois da terceira prova, a média geral foi um "F". As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram aquela disciplina... Para sua total surpresa.
O professor explicou: "o experimento socialista falhou porque quando a recompensa é grande o esforço pelo sucesso individual é grande. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros para dar aos que não batalharam por elas, então ninguém mais vai tentar ou querer fazer seu melhor. Tão simples quanto o exemplo de Cuba, Coréia do Norte, Venezuela e o Brasil e Argentina, que estão chegando lá.."
1. Você não pode levar o mais pobre à prosperidade apenas tirando a prosperidade do mais rico;
2. Para cada um recebendo sem ter de trabalhar, há uma pessoa trabalhando sem receber;
3. O governo não consegue dar nada a ninguém sem que tenha tomado de outra pessoa;
4. Ao contrário do conhecimento, é impossível multiplicar a riqueza tentando dividí-la.
5. Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.
Estas premissas são, praticamente todas, inspiradas no Decálogo de Abraam Lincoln (1809 - 1865), 16º Presidente dos Estados Unidos da América:
1 - Você não pode criar prosperidade desalentando a Iniciativa Própria;
2 - Você não pode fortalecer o fraco, enfraquecendo o forte;
3 - Você não pode ajudar os pequenos, esmagando os grandes;
4 - Você não pode ajudar o pobre, destruindo o rico;
5 - Você não pode elevar o salário, pressionando a quem paga o salário;
6 - Você não pode resolver seus problemas enquanto gasta mais do que ganha;
7 - Você não pode promover a fraternidade da humanidade, admitindo e incitando o ódio de classes;
8 - Você não pode garantir uma adequada segurança com dinheiro emprestado;
9 - Você não pode formar o caráter e o valor do homem lhe tirando sua independência (liberdade) e iniciativa;
10 - Você não pode ajudar aos homens permanentemente, realizando por eles o que eles podem e devem fazer por si mesmos.
**Ayn Rand **
"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada."
*(Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa).*
### PAZ & BEM !!!
Por causa das eleições no Sindicato dos Motoristas de São Paulo,milhões de pessoas ficaram sem transporte no dia de ontem.
Todos os terminais de onibus da cidade foram fechados por manifestantes ligados à oposição à atual diretoria.
A confusão se estendeu durante todo o dia e se transformou num enorme conflito na rua em que fica a sede do Sindicato,no centro da capital.
Esta violência,esta briga a qualquer custo pelo poder ,são mais uma amostra do modus operandi que este pessoal costuma usar para atingir seus objetivos.
É só nos lembrarmos,mais uma vez,das confusões e assassinatos que aconteciam nas décadas de 70 e 80,em vários sindicatos país afora.
E é esta gente que tomou o poder em Brasília e faz o que tem feito.
Não estão acostumados a serem fiscalizados e não prestam contas a ninguém.
A tal República Sindicalista,pelega,que prega benfeitorias às custas dos outros,precisa ser contida.
O país não aguenta mais tanto desmando.
Mais aqui .
### PAZ & BEM !!!
A história não parece ser das melhores,e o ator principal ainda não tem convencido.
O resultado é que AMOR À VIDA não tem me empolgado,e não tenho feito esforço algum para acompanhá-la.
O ator
**MALVINO SALVADOR** ,personagem à parte,tem sido pouco convincente nas cenas com sua amada,principalmente depois que ela descobriu que a menina não é a filha dele.
Às vezes,acho-o um canastrão que está se esforçando para parecer um pai amoroso,ou um namorado romantico.
Tá mal ele!!!
E merece a
**TUMBA** da semana!!!
### PAZ & BEM !!!
No começo da trama achei-o muito exagerado e espalhafatoso,incomodava-me até.
Mas o ótimo
**MATEUS SOLANO** foi se ajustando e seu personagem,o vilão FELIX,está roubando a cena em AMOR À VIDA.
Não bastassem suas tiradas e gestos,ele tem conseguido mostrar toda a falsidade do personagem,de forma irretocável.
A novela tem valido por ele,que merece o
**CETRO** da semana!!!
### PAZ & BEM !!!
Era uma vez um rei que queria ir pescar.
Ele chamou o seu Ministro Meteorologista e pediu-lhe a previsão do estado do tempo para as próximas horas.
Este assegurou-lhe que não iria chover.
No caminho, ele encontrou um camponês montando seu burro que, ao ver o rei, disse:
- "Majestade, é melhor regressar ao palácio porque que vai chover muito."
É claro que o rei ficou pensativo:
- "Eu tenho um Ministro Meteorologista muito bem pago que me disse o contrário. Vou seguir em frente."
E assim fez ... e, claro, choveu torrencialmente, a pescaria ficou estragada e o rei encharcado e resfriado.
Furioso voltou para o palácio e despediu o Ministro.
Ele convocou o camponês e ofereceu-lhe o cargo, mas este, sincero (não era político), disse-lhe:
- "Senhor, eu não entendo nada disso, mas se as orelhas do meu burro estão caídas, significa que vai chover."
O rei então usou a lógica e nomeou o burro.
Assim começou o costume de nomear burros que, desde então, têm as posições mais bem pagas nos governos.
### PAZ & BEM !!!
]
Desde que o caldo engrossou,pouco se tem ouvido falar no
**LULA**.
No começo ainda tentou dar alguns pitacos ao Prefeito de São Paulo,depois à Presidente,e nada mais se ouviu falar da eminência parda do país.
Fácil ficar desfilando por todos os lugares,quando,dizia-se,sua popularidade,e da sua sucessora,atingia marca acima das nuvens.
Agora que tudo,parece,tem virado pó,o falastrão resolveu se recolher,dizem até no exterior,talvez com medo que nele respingue a insatisfação generalizada que tomou conta de boa parte da população.
Quero crer que deve te-lo chocado demais,o coro de "LADRÃO",que centenas de manifestantes fizeram em frente ao edifício que mora em São Bernardo do Campo.
Um dia,a esperteza ia comer o esperto!!!
**TUMBA** com ele!!!
### PAZ & BEM !!!
Em uma hora e meia de entrevista concedida em sua casa, em São Paulo, Lobão falou sobre seu livro e destacou alguns temas. Disse que o país se encaminha para um...novo golpe de Estado. Criticou o passado da presidente Dilma Rousseff e a postura da líder brasileira na Comissão da Verdade. Abaixo, suas afirmações.
**Presidente Dilma e a Comissão da Verdade**
*Dilma no tribunal militar, aos 22 anos, em que militares
cobrem seus rostos. Com certeza previram a comissão da verdade.*
Ela foi terrorista. Ela sequestrou avião, ela pode ter matado. Como que ela pode criar uma Comissão da Verdade e, como presidenta, não se colocar? Deveria ser a primeira pessoa a ser averiguada. Você vai aniquilar a história do Brasil? Vai contar uma coisa totalmente a favor com esse argumento nojento? Porque eles mataram, esquartejaram pessoas vivas, deram coronhadas, cometeram crimes.
O estopim, a causa da ditadura militar foram eles. Desde 1935, desde a coluna Prestes, começaram a dar golpes de Estado. Em 1961, começaram a luta armada. Era bomba estourando, eu estava lá. Minha mãe falava: você vai ser roubado da gente, o comunismo não tem família.
Quase um milhão de pessoas saíram às ruas pedindo para o Exército tomar o poder.
Acham que a junta militar estava a fim de dominar o Brasil? Não vejo nenhum desses presidentes militares milionário. E massacram os caras.
**Regime militar**
Não acredito em vítima da ditadura, quero que eles se arrebentem. Eu fui perseguido, passei quatro anos perseguido por agentes do Estado. Por que eu tinha um galho de maconha? Me botaram por três meses na cadeia. Nem por isso eu pedi indenização ao Estado. Devo ter sofrido muito mais do que 90% desses caras que dizem que foram torturados.
**PT**
Esses que estão no poder, Dilma, Emir Sader, Franklin Martins, Genoíno, estavam na luta armada. Todos esses guerrilheiros estão no poder. Porra, alguma coisa está acontecendo! Em 1991, só tinha um país socialista na América Latina, hoje são 18. São neoditaduras pífias. A Argentina é uma caricatura, o Evo Morales, o Maduro. Vão deixar o comunismo entrar aqui? É a mesma coisa que botar o nazismo. A América do Sul está se tornando uma Cortina de Ferro tropical. Existe uma censura poderosíssima perpetrada por uma militância de toupeiras. Quem está dando golpe na democracia são eles, o PT está há dez anos no governo.
**Golpe de Estado**
Todo mundo fala da ditadura, do golpe militar, isso nunca esteve tão vivo. Os militares estão cada vez mais humilhados. As pessoas têm que entender que nenhum país civilizado conseguiu ser um país com suas Forças Armadas no Estado em que está a brasileira. Eles fizeram a Força Nacional, uma milícia armada, uma polícia política. Está tudo pronto para vir um golpe e as pessoas não estão vendo.
**Comentário de Luciano Moura**
Venho alertando e alertando. E parece que estão todos cegos e surdos. Depois não chorem. Eles estão infiltrados em todos os lugares cooptando suas mentes (inclusive e absurdamente até nas igrejas e templos espíritas).
**Comentário do Jornal dos Amigos**
Lobão sempre foi um artista polêmico. Os mais gozadores o apelidavam de “Lobobão”, mas no assunto presente ele não tem nada de bobo e sua lucidez é total. Se na política não existe mais oposição, mas jogo de interesses, aqui na Internet fazemos a verdadeira oposição a um governo que leva o país para o abismo. O Brasil esta trilhando o mesmo caminho da Venezuela. Lá, as elites pensantes, a classe média não levaram a sério a política e o povo de baixa renda. Veio o Chávez e hoje o país é o caos, sem forças armadas e com milícias pró-governo que não permitem oposição. Não faliu ainda totalmente por causa do petróleo. O Brasil chegou à prosperidade até aqui graças ainda à iniciativa privada. Não adianta nenhuma bolsa isso ou aquilo se não houver a plena produção e o pleno emprego. Se o governo incompetente petista não atrapalhasse tanto e concentrasse seus esforços na boa educação e na saúde, poderíamos estar em outro patamar de prosperidade. Apelamos para os abnegados amigos na rede, como Luciano Moura, Mara Montezuma, Waldo Viana e outros para que não esmoreçam. Continuemos o bom combate. A conjunção política atual está indicando que 2014 teremos supresas. Aqui na Internet se faz a verdadeira oposição.
### PAZ & BEM !!!
Ninguém precisa entender muito de futebol para perceber a enorme diferença entre a atual Seleção Brasileira e a anterior.
Em muito pouco tempo,o experiente
**FELIPÃO** conseguiu montar um time que ,de fato,honra o nosso manto,a nossa história.
Claro que a conquista da Copa das Confederações ,ontem,no Maracanã,confirmou aquilo que se viu durante toda a competição.
O Brasil entrou ligado,respeitando a forte e badalada Espanha,mas se impondo e fazendo valer o peso de uma camisa tão vitoriosa.
Foi um passeio!! Um baile!!!
Sem dúvida,os jogadores incorporaram a nova Família Scolari.
**CETRO** pra ele!!!
### PAZ & BEM !!!
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2019-01-21T16:34:02Z
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A saga de uma família de retirantes cearenses, comedores de rapadura,
rumo à terra onde a Cana dá.
Fortaleza -> Ceará -> Brasil -> Canadá -> Quebéc -> Québec
## quarta-feira, 28 de abril de 2010
### Se le portê estiver fechê, pule por riba.
Atendendo a pedidos da leitora Pat, vou contar um pouco da minha odisséia francófona.
Era uma vez, um menino cujo pai adorava idiomas estrangeiros. Quando tinha cerca de 10 anos, o pai lhe ensinava as cores em francês e algumas palavras como table/mesa, chaise/cadeira e crayon/lápis. Isso lhe rendeu até uma piada do avô que, muito bem humorado, inventou essa mistura de francês com o dialeto cearense só para dizer que é muito fácil: Se le portê estiver fechê, pule por riba/se o portão estiver fechado, pule por cima. (nota do tradutor: Eu já não tenho cores para pintar tanto dialeto maluco!). Mais que algumas palavras, este menino ganhou uma boa base fonética, e também um gosto forte por idiomas. Sabem como é, né: Filho de peixe não morre afogado!
Aprendi o inglês e o espanhol (ou portunhol) porque são, ou melhor, eram os idiomas mais presentes no meu estudo e trabalho. Porém, o gosto por francês sempre esteve lá e depois da obrigação, comecei a estudá-lo por satisfação pessoal, sem pretenção nenhuma. Então, nas minhas poucas horas vagas, aprendia sozinho via Internet e assistia a TV5, embora não entendesse P.N. (Tradução politicamente correta: Praticamente Nada). Reconhecia palavras, mas não dava para encadeá-las nas frases para pegar a ideia toda. Para falar, era a mesma dificuldade.
Eis que, precebendo que a Mônica chegaria no Canadá sabendo mais francês mesmo começando do zero, que inglês continuando do que já sabia, meu sonho de morar em um lugar bilingue fica mais próximo. E mais: os idiomas eram francês e inglês.
Só que tinhamos poucos meses para fazer essa proeza. É aí onde entra em cena o Ruy, um professor particular de francês de Fortaleza. Por ele passam muitos dos Fortalezenses que vêm para o Québec. Ele conseguiu fazer um verdadeiro milagre. Com somente 36 horas aula, eu passei do nível de montar somente umas frases bobas e não entender um diálogo normal ao nível de ter mais de uma hora de entrevista por telefone, e ser contratado. Antes mesmo da entrevista, foi ele que me pediu, a título de exercício prático, para fazer um currículo em francês e mandar para uma oferta de emprego real. Parece mentira, mas foi assim que eu consegui o meu bom emprego daqui, ainda estando no Brasil.
Quando cheguei aqui, percebi que conseguia resolver os problemas como o Ruy me recomendou: "Não se preocupe por não falar bem como você gostaria e não deixe de falar por isso. O importante é se comunicar e resolver o que precisa. E isso você já faz".
Mas, sendo bem sincero, tem horas que não dá mesmo para entender! Por telefone a inteligibilidade é pior. Também se falarem rápido, o nosso processadozinho estoura. E, além dos problemas normais de comunicação que os imigrantes têm quando vão para as províncias anglófonas do Canadá, temos um outro que se chama français québécois/francês quebequense! Isso sem mencionar que muitos de nós temos que falar o inglês também.
Já ouviram um português falando? No começo, nem percebemos que é o nosso mesmo idioma. Depois é que começamos a sintonizar o ouvido. Pois assim é o francês québécois que se diferenciou do da frança pela distância. Quão diferente é do francês da frança que estudamos no Brasil? O suficiente para entendermos tudo que o cara do documentário fala, mesmo falando rápido, mas ao mesmo tempo, não entender nenhuma palavra do que a senhora disse no supermercado, mesmo repetindo a mesma frase três vezes. Algumas pessoas usam um sotaque mais neutro, mais standard: Os apresentadores de televisão, os mais cultos e, de certa forma, os mais jovens (adolescente é outra estória). É o reflexo das comunicações que deixam o mundo globalizado mais próximo. Por outro lado, os outros que carregam no sotaque...xiii!!! Demorou para eu acreditar que o pô, lô e çô eram o pas/não, là/lá e ça/isso que eu esperava ouvir. Também chega a ser engraçado como o je suis/eu sou, simplesmente some e vira um chiado como shh e sem nenhum som vocálico. Dá até para fazer uma frase sem vogal: Je suis petit/eu sou pequeno, que vira shh p'tss. É tanto que muitos escrevem p'tit até em progadandas e produtos. Para compensar, algumas palavras tem um "degradê" prolongado de sons vocálicos como faire/fazer que se pronuncia tipo fááaaeeeeiiiire e tâche/tarefa que vira tááaaoooouuuche.
Também existem diferenças de vocabulário, como usar embarquer/embarcar e débarquer/desembarcar para ônibus e até para a gangorra do parquinho. E uma diferença bem propensa a uma boa gafe do que as refeições: déjeuner que na França é almoço, aqui é o café da manhã. Dîner que lá é o jantar, aqui é o almoço. E souper, aqui é o jantar e os franceses dizem: Ahh! Como se chamava muito antigamente, né?
Mas nada como o tempo para desenvolver o aprendizado e resolver esses problemas. E a galera daqui ajuda! A empresa banca duas horas de curso de francês por semana e a Mônica vai começar a francisação em tempo integral recebendo 460$/mês, fora uma ajuda de garderie/creche. No trabalho, onde preciso falar muito, em pouco tempo e sendo preciso, uso cada vez mais o francês e menos o inglês. Já dá para fazer um seguro por telefone passando por meia hora de perguntas. E o mais importante: Não tenho mais vergonha de falar, mesmo com erros e entraves. Porque se le portê estiver fechê, pule por riba, já dizia o meu sábio avô.
P.S. Se quiser saber o que é o nível avançado de francês québécois, tente entender o que esses bonecos falam: http://www.tetesaclaques.tv/. Se você entender, vai estar muito bem na foto.
Postado por Alexei Aguiar às 01:11 9 comentários:
## sábado, 24 de abril de 2010
### Decom? Me venderam o Canadá como sendo o céu...
Pois bem, tendo me dado conta da responsabilidade que é fazer uma imagem daqui para que outros possam tomar uma decisão tão importante e impactante, resolvi equilibrar a balança e mostrar também problemas e desvantagens que eu vejo aqui. Como sempre, tudo é muito subjetivo. O que é grave para um, é despresível para outro e vice-versa. E até a mesma pessoa muda de critérios de acordo com a sua fase da vida, por exemplo, depois que nasce o primeiro filho. Vale observar é que alguns pontos como a garderie/creche são particulares ao Québec, enquanto outros podem ser generalizados para o Canadá todo. Mas as outras cidades e províncias também tem seus pontos negativos que não estou relatando aqui, principalmente as mais populosas.
Hoje é um bom dia para escrever esse post porque uma das dificuldades daqui resolveu nos pregar uma peça: a garderie. É realmente difícil de encontrar vagas nas garderies de Québec e, pelo que leio, do Québec (incluindo Montréal). Existem delas que são subsidiadas diretamente pelo governo provincial e que custam só 7$/dia. Conversando com québécoises (e já fazendo amizades), ouço estórias de colocar o nome na lista de espera enquanto o bebê ainda está na barriga e também de esperar até dois anos para ser chamado para a mais próxima de casa.
Descobrimos que tem pré-maternal a partir de certa idade e antes dos 6 anos, que é a idade para começar na escola (se não me engano). Porém, a única que tinha vaga antes do começo do ano letivo (setembro) custa somente a bagatela de 800$/mês! É um aluguel de apartamento, ou comprar um carro 0Km financiado em somente 18 meses. No meio termo, temos as garderies não subsidiadas, normalmente en milieu familial/em meio familiar, resumindo: uma casa com até seis crianças. Tem de 25 a 30$/dia, que dá uns 660$/mês e pasmem: se tiver a sorte de pegar uma com vaga e não fechar logo, rapidinho ela é ocupada. A Mônica recebeu hoje a confirmação do curso de francisação começando em maio e as duas vagas que encontramos já sumiram.
Quase sempre o que tem para alugar são apartamentos. E dificilmente eles são en béton/de concreto. O mais comum é ser quase todo de madeira, tendo uma camada fina de tijolos vermelhos por fora para proteger e talvez um esqueleto estrutural de concreto. Daí, ouvimos os passos do vizinho de cima, ou o trotar dos potrinhos cheios de energia como o Davi. Coitado do nosso vizinho do sub-solo! Não sei como ainda não chamou a polícia (ela é usada para resolver problemas de barulho entre vizinhos também). Outro fator é que de tempos em tempos vemos no noticiário canadense um incêndio. Por causa disso, existe um tipo de doido a mais aqui: o piromaníaco. O piro não é relacionado a pirar, nem outra coisa que vocês possam imaginar. Vem de piros, ou fogo. Isso! O cara vem com um coquetel Molotov e floft! (nem sei de onde tirei essa onomatopéia) Lá se vai um condomínio inteiro.
Não sei se é o ar seco, o frio ou os dois, mas é comum ver pessoas tossindo e pigarreando (o bichinho do ram, ram pegou você...), mesmo não estando gripadas com com *.nite (rinite, faringite, laringite, etc.). Até na televisão às vezes acontece de fazerem o ram, ram, pedirem desculpas e continuarem. Depois de ajustar a humidade para 40%, quase não temos mais isso.
Vais sair do Brasil porque não aguenta (viva o fim do trema) a corrupção na política? Aqui tem também! É inerente ao poder e à fraqueza humana. O primeiro ministro do Québec está levando porrada porque nomeou um juiz que financiou a sua campanha eleitoral, existe uma denúncia de favorecimento de empresas de informática que prestam serviço para o governo e um parlamentar federal está sendo acusado de ser lobista que trabalha apenas para algumas empresas ao invés de defender os interesses do povo. E olhe que ainda não consigo ficar antenado por que não escuto a televisão quando a meninada está por perto. Lembra do chão de madeira? Pocotó, pocotó, pocotó...
Até na nossa pacatíssima cidade de zero ou um homicídio por ano tem furtos. Roubaram a bicicleta de uma brasileira que estava presa com uma corrente (a bicicleta! Não a brasileira!). Infração de transito? Tem sim senhor! Bem menos, é claro, mas a galera faz umas gambiarrazinhas também. E não é imigrante não! Conta o conterraneo Carlos Germano (ou Carlos Last) que em Ottawa, se alguém infringe a lei no transito, podes ver que a placa é do Québec. Hum...bem...er... Porém, é raro ver coisas mais graves como avanço de sinal vermelho. Mas agora que o inverno se foi, quase toda semana vejo o carro da polícia parando infratores. Ahh! Acabou a moleza, não é!
E adolescente é adolescente no mundo todo. O parquinho infantil aqui perto é usado pela galera da escola secundária que fica a um quarteirão para baderna na hora do almoço. Eles brincam nos briquedos que não apropriados para o peso deles e o chão fica um lixo!
O que mais...? Não preciso dizer que o frio do inverno congela até a alma. E por causa da areia que jogam nas ruas para dar mais aderencia por causa da neve e do gelo, a cidade fica marrom de lama. Vais lavar o carro a -20 graus? E os tapetes com lama? Só agora é que estão lavando as ruas e calçadas. Ao menos fazem isso.
Ahh!!! Também, vendedor é vendedor em todo lugar do mundo. Se bobear, os caras te pegam. E mentem também, mesmo sendo de forma sutil, dissimulada ou por omissão.
E, embora não tenhamos precisado usar ainda e não podermos falar por experiência própria, o sistema de saúde daqui (instituições privadas e plano de saúde do governo) é melhor que o sistema público do Brasil, mas pior que o sistema privado. E não tem escolha. O rico e o pobre pegam a mesma fila e esperam até horas para serem atendidos.Não se pode dizer que não é democrático. Ao menos existe uma triagem por grau de urgência. Dizem que os hospitais tem muita estrutura e poucos profissionais de saúde. O lance é levar uma vida saudável para prevenir e ir escalonando de acordo com o caso: farmaceuticos, clínicas e por último os hospitais. Alguns procedimentos podem ter uma espera de alguns meses.
Tá bom, né? E olhem que nem falei dos problemas relacionados à nossa condição de imigrantes aqui porque eles vão desaparecendo com o tempo. Também, se não tivesse defeitos, não se chamaria Canadá e sim paraiso celestial! Mas mesmo com esses e outros defeitos, me sinto como tendo nascido para morar aqui.
Postado por Alexei Aguiar às 02:14 6 comentários:
## domingo, 18 de abril de 2010
### ...e o senhor passou do limite de velocidade!
Agora vamos fazer igual àqueles filmes que começam pelo meio e saltam para o começo.
Não poderia mais usar a minha carteira de motorista brasileira porque o prazo de 90 dias tinha acabado de acabar (a repetição foi propósital, mas não sei para que). Ainda poderia dirigir com a carteira de aprendiz, mas somente com alguém devidamente habilitado ao lado, no caso, a Mônica. Mas o dia mais próximo que estava disponível para agendamento do exame prático era bem no limite dos 90 dias de carteira brasileira da Mônica e iria demorar aproximadamente um mês. Eu não estava gostando nada da situação. No exame teórico, eu já havia percebido que ao mesmo tempo que as disponibilidades de agendamento são tão distantes quanto um mês, também aparecem ocasionalmente oportunidades dos próximos dois dias por causa das desistencias dos que "amarelam". Temos um prazo de 48 horas (acho) para remarcar ou cancelar senão pagamos uma taxa. Nesta segunda fase, também consegui remarcar para o segundo dia seguinte por telefone, por segurança, mas agora poderia ter feito via Internet. O primeiro agendamento tem que ser feito por telefone mesmo.
Dessa vez, li umas partes do livro "Conduire un véhicule de promenade" porque ele diz como realizar os procedimentos e manobras, inclusive com câmbio manual que é o meu caso e é mais uma exceção.
Na SAAQ, a minha "senha" de atendimento era a próxima. Paguei 25$ do exame, pediram une piece d'identité (essa tradução fácil eu deixo para vocês) e ficaram com o certificat d'immatriculation/licenciamento e o certificat d'assurance/certificado de seguro do carro. Na hora marcada, com a pontualidade canadense, me chama pelo nome no sistema de som uma mulher cujo nome era Xavière ou algo parecido. Ela se apresentou, e pediu para eu levar um painel de aviso de exame para ser colocado em cima do carro. Chegando no carro, fizemos a verificação do veículo. Deixar o vidro baixo, ligar o carro, clignotant/seta/pisca-pisca para um lado, para o outro, ela vai para trás, pisada no frein/freio, clignotant para o outro lado. Depois, ela me deu todas as explicações dizendo entre outros detalhes, que o exame iria ter cerca de 30 minutos, que eu teria que fazer um mínimo de 74 pontos em um total de 100 e outra coisa mais que não entendi.
-Saia do estacionamento pela gauche/esquerda. Na lumière/semáforo (engraçado, nos livros só se usa o termo feu), siga tout droit/direto, au coin, tourne à droite/na esquina, dobre à direita, au bout de la rue, tourne a gauche/no fim da rua, dobre à esquerda.
E assim ia ela dando as instruções e eu achando que estava fazendo todos os procedimentos do livro bonitinho. Eis que uma hora, mesmo achando que estava sendo ultrapassado por uma lesma alejada, dei uma espiada no velocímetro. Marcava 57 Km/h. Estava em um retão e por isso, pude perceber pela visão periférica que ela não virou os olhos para o painel do carro. Ainda deu tempo de pensar que não estava acima dos 60, então estava tudo bem mas lá vem o puxão de orelhas. Ela também tem visão periférica e viu a velocidade do carro sem olhar diretamente.
- Senhor, qual a velocidade da via?
- 60?
-Não. 50Km/h e o senhor ultrapassou o limite de velocidade. Queira por favor regularizar a velocidade.
-Pois não! Desculpe.
Passei até o fim do exame pensando que seria um erro grave e que estaria reprovado, mas continuei na minha ao menos para ganhar a experiênca.
Logo depois, tinha uma rua e eu vi a placa de 70Km/h. Gato escaldado tem medo de conta gotas! Vou ficar nos cinquentinha para não dar outra mancada.
-Senhor, qual é a velocidade da via?
Eu acho que já vi este filme, mas com outros atores!
-70!
-Correto, e não estás infringindo as leis porque é a velocidade máxima. Mesmo assim, peço por gentileza que se aproxime da velocidade da via para dar mais fluidez ao tráfego.
je m'en câlice!!! (palavrão québécois que aprendi recentemente, mas o editor não me deixa traduzir), pensei mas fui diplomático:
-Tudo bem. Pois não.
Dobra cá, dobra lá e achei que estávamos voltando, mas só haviamos rodado por 20 minutos. Eis que ela anuncia que é a saint Jean-Baptiste, a rua da SAAQ. Aí é que pensei mesmo que tivesse reprovado.
-Estacione aqui de marche arrière/marcha ré.
-Pronto?
-Você acha que e está pronto?
Com uma pergunta dessas, sabia que tinha algo errado mas não conseguia perceber o que era, afinal, já estava com o carro estacionado bem certinho dentro dos limites.
-uhhh....sim.
-Então desligue o carro. Félicitations, vous avez réussi/parabéns, você conseguiu/foi aprovado.
Eu fiquei meio sem acreditar.
-O senhor teve aquele excesso de velocidade, quando for parar; tem que parar antes da faixa e não imediatamente nela; nas placas pare, tem que imobilizar o carro completamente e esperar antes de sair; você fazia a verificação dos três retrovisores e do angulo morto, ligava a seta/pisca-pisca e já começava a mudar de faixa antes de fazer a segunda rodada de verificação dos retrovisores e do angulo morto; quando foi estacionar, não passou pelo canto do carro a 45 graus e haviam pedestres chegando no carro vizinho e você continuou a manobra. Mesmo assim, tem bom domínio do veículo e fez 80 pontos. Porém, recomendo que preste mais atenção aos procedimentos para que dirija de forma mais segura.
Deu os parabéns novamente, pediu para eu levar o painel de volta e completar o processo no balcão.
Eu não sabia se ficava triste ou alegre, satisfeito ou com raiva. Fora o excesso de velocidade, tudo mais eu estava fazendo consciente e achando que era suficiente. Já havia lido sobre a cobrança da parada contando até três, e achava que estava até exagerando. Talvez não tivesse fazendo isso na segunda vez, quando tinha que parar depois da faixa e mais perto da esquina para ter mais visão. Quanto a questão de passar a 45 graus, chequei no livro e não diz nada disso. Na verdade, só tem uma figura para descrever a manobra. E queria dar uma porrada no cara que se enfiou entre os carros porque mesmo tento um bom espaço, ele poderia esperar eu terminar de estacionar. Mas tudo bem, o pedestre tem prioridade.
Bom, nessa hora, a ficha caiu e só indo de volta à SAAQ é que fiquei alegre pela conquista. Essa alegria me custou mais 37$ para fazerem meu cartãozinho de PVC com foto digital que é o documento mais usado como identidade aqui. Da mesma forma que a carteira de aprendiz, demora de 5 a 10 dias ouvrables/úteis para chegar pelos correios, mas saimos com uma carteira provisória em papel. Porém, essa agora só é válida junta da carteira de aprendiz.
Nem preciso dizer o quanto estou feliz, não é? Passei de primeira e completei os documentos que precisava. Não preciso mais passar por nenhum teste, exame ou avaliação. Finalmente não preciso mais provar nada a ninguém. E com isso fecho a primeira fase de adaptação justamente quando completo 3 meses aqui.
E como sempre diz o assíduo leitor César: e a vida segue...
Postado por Alexei Aguiar às 02:33 7 comentários:
Marcadores: carteira de motorista, exame prático, SAAQ
## quarta-feira, 14 de abril de 2010
### Aconteceu no ônibus
Esse título é tão comum quanto tirar a foto da folha d'érable/maple/bordo. Não me incomodo com o fato de ser bem cliché/clichê (nota do tradutor: Só para dizer que se usa esse termo no Brasil também). Ainda não tirei essa foto porque só agora é que as folhas começam a nascer. Em geral, os blogueiros costumam descrever em um post com um título desses uma situação inusitada que se passou dentro de um ônibus que surpreende pela diferença cultural. O meu não poderia ser diferente.
Estava eu lendo meu "livrinho" de como passar no exame prático de direção e depois fazer tudo diferente (mesma coisa do Brasil. Raros são os que desaceleram com o carro sempre engatado, sem o deixar livre como manda o manual), quando percebi que um cara cantava uma canção alegre (assim não é pleonasmo). E cantava um pouco mais alto do que o normal quando se canta para si mesmo. Dai, uma mulher que estava do outro lado do ônibus acompanhou. Achei curioso e parei de ler. Então, mais outra pessoa se junta ao coro, e outra, e outra. Quando tive que descer, tinha umas cinco pessoas que provavelmente não se conheciam cantando a mesma canção enquanto que a maioria dos demais, inclusive eu, abria um sorriso, contagiado pelo clima.
E aí vocês perguntam: Qual era a canção? Querem saber? Eu também!! Não entendi, nem tive tempo de pegar ao menos uma frase para pesquisar. E fiquei morrendo de curiosidade de saber o que tem de tão contagiante nessa música.
Mesmo assim, já é interessante o suficiente contar aqui da situação que parece coisa de filmes, mas para virar um filme aqui, basta eu filmar. E não deu tempo também! Que puxa!
Postado por Alexei Aguiar às 00:40 5 comentários:
Marcadores: comportamento, ônibus
### Empregada versus vida prática
Muitos futuros imigrantes ficam pensando como vai ser penoso morar no Canadá sem a empregada. O salário mínimo daqui é de cerca de 1.500$/mês para 40 horas semanais e esse é um dos muitos fatores que faz esse país ser o que é, com bem menos problemas sociais. Mas não é só na América do Norte que as pessoas se viram sozinhas. Isso é comum também na Europa. E aí? Como é que dizem que o Canadá é um pais de alta qualidade de vida sendo escravos do lar, trabalhando em casa além de trabalhar na empresa?
A resposta é: com uma vida mais prática.
Vamos começar pelas tarefas domésticas mais cansativas. Vou tentar falar daí em termos gerais e não necessariamente o caso particular de alguém. Mas já aqui, a visão vai ser de poucas amostras, logo, não necessariamente o caso geral. Até porque não conheço também fora do Québec.
Faxina: No Brasil, é comum entrar com sapatos sujos em casa e as janelas trazem poeira da rua. Para completar, varremos a casa toda e depois passamos um pano molhado com um rodo. Ufa! Quando pensava em fazer isso, já dava preguiça. Aqui no inverno, só entramos de botas cheias de neve poucas vezes até aprendermos que dá mais trabalho enxugar a água que fica. Sem contar a lama! Por isso, a primeira coisa que fazemos ao entrar em casa é deixar os calçados na "bandeja" de plástico. O sal usado para derreter a neve corrói o verniz do piso de madeira. Quando visitarem alguém, escolham meias legais porque é de meias que ficamos na casa dos outros. Logo, evitem comprar meias brancas. Compro meiões pretos e com o mínimo de algodão possível na composição porque absorve o suor e dá frio em temperaturas abaixo de -5 graus. Também, a casa fica fechada a maior parte do ano, logo, não entra muita sujeira. Logo, ela se suja muito menos, principalmente se vocês conseguirem disciplinar os anjinhos a não comerem coisas que se esfarelam no chão ou no sofá. Quando fazemos a limpeza do chão, que é muito menos frequente, já fazemos duas operações em uma: usamos uma espécie de escovão com esponja, tecido descartável seco ou já com um produto embebido em baixo. Este escovão já "varre" a sujeita grossa e absorve a sujeira fina. Uma passada e o chão já fica limpinho. No caso da esponja, tem uma alavanca para a espremermos com pouco esforço. Não vejo acumular sujeira no resto da casa, e não vejo aranhas para fazer suas teias artísticas, logo, se precisar, vai ser uma vez perdida.
Lavar, secar e passar roupas: É só jogar na máquina de lavar, colocar uma folha de detergente sólido, apertar o botão e assistir a série de hockey Québec versus Montréal. Quando terminar, ela avisa. Aí tiramos as roupas e a folha que vai servir agora como amaciante, perfume e anti-estática, jogamos na secadora, apertamos o botão e voltamos para o terceiro tempo. Ela avisa quando estiver pronto. Acabei o tópico. Epa! você não falou de passar as roupas! Quando eu pedi um ferro de passar à amiga que me hospedou pelo primeiro mês, ela disse: eu te empresto mas eu nem sei porque eu o tenho. Nunca uso! E conversando com amigos, todos dizem que passar roupa é uma perda de tempo (isso depois de me encherem o saco por eu falar engomar ao invés de passar. Coisas do dialeto cearense!). Quando as camisas saem quentinhas da secadora, seguro pelas extremidades de baixo e dou três "sopapos" para esticá-las. Depois, botamos no cabine que elas ficam bonitinhas. As calças também. A escolha dos tecidos também ajuda, porque o velho algodão, linho e companhia vão pedir para serem passados mesmo. Mas as malhas, moleton e jeans são uma tranquilidade.
Louça: Se quiser, podem usar uma máquina de lavar louça também. No Brasil, duvidava da limpeza delas, mas faz milagre mesmo. Não precisa de pré-lavagem manual. Fazia isso porque não confiava. Foi bom eu ter tocado no assunto porque, conversando com a patroa, ficamos de pesquisar o preço e o que precisa para instalá-la. Lai vou eu de plombier/encanador outra vez.
Cozinhar: Agora eu vou ter que fazer uma boa contextualização primeiro. Bem grosseiramente, uma pessoa que ganha X reais no Brasil tende a ganhar X dólares aqui. Repito: é uma regra grosseira, só para dar uma ordem de grandeza. Assim, algo que custa 10$ aqui tem o "peso" no bolso de algo que custa R$10,00 para quem ganha em reais. Porém, o produto que compramos com 10$ custa uns R$17,00 (cotação de exemplo). Assim, com essa diferença, muitas vezes dá para pagar a importação e ainda pegar as melhores seleções de frutas, por exemplo. Compramos castanha de caju mais ou menos do mesmo preço que comprávamos no Ceará, seguindo a regra do 1$=1R$ e é importado, enquanto que o Ceará exporta. Quando são produzidos aqui, o custo fica baixo. No Brasil, muitas vezes impera a lógica do vende mais o produto que for mais barato, porém às custas de uma redução de qualidade. Aqui, vende mais o que é melhor, levando-se em conta o custo-benefício, claro, mas não focado só no custo. Para dar o exemplo mais radical: sorvetes de marca como o Kibon tem gosto de água, enquanto que já comprei que o delicioso Häagen-dazs (eita nome complicado!) por até 4$ o pote de 500ml. No Brasil, acho que custa mais de R$30,00. Também, quando o mercado consumidor é grande e exigente, pode-se e deve-se investir nos produtos.
Pronto! Isso dito, agora posso dizer que não é pecado, nem fast-food, nem apelação comprar um papillote (não sei como se traduz isso, mas é um saco de papel tipo o de pipoca) de frutos do mar e fazer no microondas. É uma delícia com camarão, peixe e algumas coisas mais que nem imagino o que sejam. E tem outras coisas que, se não estão prontas, estão semi-prontas como batatas descascadas e cortadas. Se quiserem um bolo mais gostoso que o comprado no supermercado, vão ter que ser competentes como a Mônica, senão, vai dar mais trabalho e não vai ser tão bom quanto. Isso porque muita gente consome e exige, então, como dissera (lembram do finado pretérito mais-que-perfeito?), tem mais investimentos para produzir com qualidade.
Basta dizer que eu não sabia cozinhar e me virei aqui sozinho durante o primeiro mês. Não estou dizendo para só comer comida pronta e se matar de fast-food. Vou dar um exemplo: Jogava sal, óleo, e arroz na água quente, ajustava o timer e ia ver se entendia alguma coisa na televisão. Quando dava o bipe, já tinha o arroz para esta e outra refeição. Depois fritava uma posta (eu disse Posta!) de salmão que já vinha bonitinho do supermercado, colocava uma salada que já vinha cortada e misturada e batatas fritas. Voilà/vualá! (nota do tradutor já enchendo o seu saco: não é uma tradução porque todo mundo conheçe essa palavra quando falada, apenas não sabem como se escreve) Taí um almoço gostoso, sem trabalho e que até eu faço!
Fora os afazeres de casa, as instituições aqui são na média menos burucráticas, as embalagens mais fáceis de usar e protegem mais, os eletrodomésticos são mais fáceis de desmontar e limpar, etc. Uma amiga minha devolveu o processador multi-uso Tabajaras só porque não era tão prático de desmontar e limpar. Esse tipo de produto morre fácil porque aqui os consumidores os devolvem e pegam o dinheiro de volta nos 30 primeiros dias.
E o tempo aqui é bem aproveitado. Tem rendez-vous/agendamento/hora marcada para tudo. Assim, não precisamos perder tempo esperando e normalmente somos atendidos na hora certa mesmo. As crianças daqui se viram bem mais que as brasileiras e ajudam ao invés de atrapalhar. Já trabalhavamos nessa linha no Brasil e estamos reforçando isso aqui, mas.... ai, ai, ai!
Enfim, não é a mesma coisa que ter uma pessoa dentro de casa só para trabalhar para nós, mas pensando bem, tem muito esforço desnecessário que pode ser otimizado na nossa rotina para que ela fique leve o suficiente para não nos importarmos, principalmente depois de acostumados.
No próximo capítulo dessa série, pretendo falar sobre a filosofia do faça você mesmo, que não é a mesma coisa do te vira malandro!
Postado por Alexei Aguiar às 00:39 2 comentários:
Marcadores: comportamento, praticidade, trabalho
## domingo, 11 de abril de 2010
### Ponte Québec-Lévis
Esse post vai ser curtinho, acho. É só para mostrar a(s) ponte(s) que cortam o rio São Lourenço e liga(m) Québec à cidade vizinha Lévis. Eu, fiquei impressionado com o tamanho da estrutura. Nunca vi nada parecido (matuto!). Talvez pelo fato do rio ser profundo saia mais barato fazer estruturas de amarração colossais que fazer mais colunas de sustentação, que precisam ir até o fundo. Percebam que tem outra ponte mais velha ao lado. Não sei se ela ainda está em funcionamento ou se é para os trens.
Não posso dizer ainda que já conhecemos duas cidades canadenses porque só entramos na cidade e já saimos. Antes disso, rodamos um tantinho até achar o caminho de volta. Foi mais para preencher o tempo e já estávamos perto de lá mesmo. Nada como dar uma conferida ao vivo. Outro dia vamos dar uma passeda de verdada lá e vamos ver Québec pelo outro lado. É mais fácil que começar a temporada oficial de turismo, que tem tudo para estrear com Montéal.
Espero fazer uma boa cobertura turística para vocês.
Postado por Alexei Aguiar às 14:41 Nenhum comentário:
## sábado, 10 de abril de 2010
### Quebrando mitos
Apesar de não ser exatamente a tradução, quando vejo esse título, só lembro da música do Peter Frampton que diz: "...and we're breaking all the rules...". E por coincidência, procurei no no Youtube para ouvi-la e vi este vídeo que achei relacionado com o post.
Antes, durante e depois de cruzar a linha do Equador, vivemos em contato com outros imigrantes, atuais ou futuros. E com isso, acabamos absorvendo muita informação valiosa, mas também nos prendendo a mitos. Tem uma frase que eu acho muito boa para abrir a mente: "Não sabia que era impossível, foi lá e fez. Logo, o impossível só existe na nossa mente". Não sei se é mania minha de fugir do convencional, mas muita coisa saiu dos padrões nessa imigração. Nisso, acabei quebrando alguns mitos. Vejamos:
1. Quem faz o processo federal não pode ir para o Québec / Muitas coisas no Québec só são feitas com o C.S.Q.
Essa me deu muito trabalho desde quando seguiamos o processo, pois esses casos são raros e não tinhamos muita informação. As próprias pessoas que trabalham na imigração me disseram que eu não poderia (vejam esse post).
No final da estória, a única diferença é que quem não tem o C.S.Q. paga os cursos pós-secundários como alguém de outra província durante o primeiro ano de moradia, mas não como extrangeiro.
2. Rapaz! Você é doido! Como é que você vai morar em uma cidade fria como aquela! Passei uns dias lá e te digo: você não vai detestar. / Como é que você sai de uma terra quentinha como o Brasil para vir morar aqui? Aqui só tem neve e gelo! Não foi uma boa escolha.
Que é bem frio no inverno, é mesmo. Tem muita gente que vai até se arrepender de ter vindo. Realmente, acho que quem puder deveria vir primeiro para sentir -34 graus de sensação térmica, porque ela deixa os pés, mãos e rosto dormentes e doloridos.
Mas...tirei de letra. Passava era horas andando sem rumo definido conhecendo a cidade. Até me perdi e tive que andar 2 quilômetros no dia mais frio do inverno, mas não deixei de sair de casa para fazer uma aventura. E brincar com a neve e patinar no gelo é muito divertido. A Lara que o diga!
A foto abaixo foi tirada com zero graus e ainda passamos 5 minutos do lado de fora.
Aviso: Não tentem fazer isso em casa. Os integrantes dessa foto são profissionais treinados para isso. Ninguém foi ferido durante a execução desse espetáculo.
3. Quem não tem o histórico de crédito não pode alugar um apartamento / ... só pode alugar com um fiador canadense / ... tem que deixar cheques de garantia para X meses / ... tem que lutar muito para achar alguém que se disponha a correr o risco de alugar.
No primeiro apartamento que tentei alugar, a mulher da imobiliária disse que todas as imobiliárias exigiriam um fiador canadense. Depois amenizou dizendo que poderiam existir algumas imobiliárias pequenas que trabalham com umas áreas mais pobres da cidade que aceitassem. Revejam neste post.
Porém, simpatizei muito como apartamento onde moramos, que foi a segunda tentativa, e não colocaram nenhuma dificuldade. E olhe que fica somente a uns 500 metros do primeiro, na mesma área nobre da cidade.
4. Sem histórico de crédito, não podemos comprar um carro financiado.
A primeira concessionária que eu contactei por telefone me disse que ninguém faria financiamento sem histórico, somente com fiador. Devia ter copiado e colado esse trecho do texto do aluguel do apartamento!
Na segunda concessionária também da Kia, eu paguei só 3.000$ e financiei 11.000$ em dois anos e com juros de 0%. E aqui vendem carros com juros de 0% durante até 5 anos!
Talvez o fato de eu ter um emprego tenha mudado a situação. E eles dividiram o valor do aluguel do apartamento por dois adultos (eu e a Mônica), para avaliarem o comprometimento do orçamento em relação ao salário e isso pesou positivamente também para o nosso caso. Detalhes neste post.
5. Sem a carteira de motorista do Québec, não podemos comprar um carro / ... não podemos fazer o seguro que é obrigatório para licenciar o carro / ... faz com que o preço do seguro do carro fique proibitivo.
Meias verdades. Pelo que entendi, o Desjardins faz o seguro do mesmo preço para quem tem só a carteira de motorista brasileira, mas não tenho certeza. E, pelo visto, realmente o carro só pode ser licenciado se tiver um número de carteira de motorista do Québec. Acho que é assim porque a placa é associada ao dono e não ao carro. Quando trocamos de carro, a placa é mudada para o carro novo.
Por outro lado, ainda não fiz o exame prático, não tenho a carteira "de verdade" e já tenho carro em situação totalmente legalizada. O lance é que fiz o exame teórico e este já nos dá na hora uma carteira de aprendiz, provisória e de papel, mas que tem o número que é o importante. A receita está neste post.
6. Os empregadores canadenses exigem uma experiência canadense / não se consegue emprego no Canadá estando ainda no Brasil.
Posso estar enganado e não dá para generalizar, mas fica parecendo que essa estória de você não tem experiência canadense é uma forma de dizer que o candidado é equivalente aos outros, só que os outros são canadenses, se comunicam bem e já sabem como tudo funciona. Porque então quebrar a cabeça com alguém que acabou de chegar?
Depois que vi o caso de um cara que recebeu cinco convites de entrevista, escolheu os melhores e no dia seguinte já estava contratado, percebi que existem casos e casos. Ele me mandou o currículo para eu ver como era a forma, mas o conteúdo é que era o valioso. Só um doido não o contrataria! Isso me fez tirar duas certificações Java para melhorar minha empregabilidade. Antes de tirar a terceira, o "acaso" bateu na porta e quando percebi, estava mandando o contrato assinado via Fedex para a empresa. Contei o caso neste post.
Pegando o gancho dessa última quebra de mito, quero deixar bem claro que muito do que contei aqui é exceção e não quero alimentar a esperança de vocês em cima de coisas que possivelmente não vão acontecer. Às vezes me sinto fazendo propaganda enganosa, por isso o aviso. Tenham os pés no chão porque são eles que nos fazem andar e chegar onde queremos. Por outro lado, o que quero provar é que nem todo caminho improvável é impossível.
Muita gente me pergunta como é que eu fiz para conseguir isso ou aquilo, principalmente o emprego. Bem... a explicação que tenho é que não sou eu. Deus é que faz esses milagres. Por exemplo: quase não procurei apartamentos; consegui uma vaga de desistência para antecipar o exame teórico para o dia seguinte e que seria só meio mês depois; a primeira concessionária me deu um não e a outra da mesma marca aceitou e fiz as duas entrevistas que totalizaram mais de uma hora falando um francês terrível, podendo ter me expressado bem melhor em inglês. Ou seja, teve muito "acaso" e, por vezes, só o que fiz foi atrapalhar.
"Acaso é um dos pseudônimos que Deus usa para assinar suas obras". Foi o que um amigo meu me disse assim do nada, por "acaso".
Postado por Alexei Aguiar às 18:11 Um comentário:
### Passiá carrão pata papai?
É assim que o Davi pergunta se vamos passear no nosso novo carrão prata. Ele também chama de vuatú ajã (voiture argent/carro prateado) e mesmo que ainda não seja compreensível para um francófono, ao menos mostra que ele está aprendendo.
Para os padrões daqui, o carrão (Kia Rio) na verdade é peba/de baixa qualidade (nota do tradutor: peba é um termo do dialeto cearense). Porém, nos sentimos como se fosse o Corsa que tinhamos porque é parecido até esteticamente, também é sedan e tem a mesma cor. Não tem trava e vidros elétricos como o Corsa tinha, mas tem air bag, som com USB, viva voz bluetooth, motor 1.6 16 válvulas e tem ABS. O air bag e ABS são itens de luxo no Brasil e aqui, ao menos o ABS, é padrão há décadas e ninguém nem fala mais. Também! Vai frear na neve! Com frete, preparação, impostos e tudo mais, paguei 3.000$ e financiei 11.000$ em dois anos com juros de 0% por um o carro 0Km. Pelo poder de compra daqui, é como se ele custasse R$14.000,00 no Brasil. Outro fato que o faz ser um dos mais baratos carros novos daqui é que ele é da Manuelle. Isso foi uma confusão que fiz porque tem nome de gente. Na verdade é que tem cambio
**manual**e a grande maioria tem cambio automático. Não me importo. Sempre dirigi carros da Manuelle no Brasil. Ahh!!! Tem garantia de 5 anos em tudo, exceto pedais, limpadores de parabrisa e pneus. E temos direito a um mecânico para nos salvar caso tranque com a chave dentro ou falte gasolina, sem pagar extra.
O fato é que estou muito contente por ter conseguido mais essa vitória na nossa caminhada aqui. Usei a palavra caminhada porque todos nós andamos pra caramba! Eu ando no mínimo um quilômetro e meio todo dia, e chego a andar quatro quilômetros, sendo um de subida de ladeira como se fosse subida de serra. Mesmo com o carro, continuamos andando porque é saudável e já estamos habituados.
O primeiro contentamento vem do fato de que a Mônica e as crianças não vão mais ter que andar no frio de -20 graus, rajadas de 60Km/h e chuva para pegar a Lara na escola. Nesses dias, o carro não vai ficar de enfeite na garagem, já que continuo indo para o trabalho de metrobus por opção. Tenho direito a uma vaga no estacionamento da empresa, mas não espero nem 5 minutos pelo ônibus, normalmente vou sentado, lendo e a empresa paga a carga do cartão de passe.
O segundo contentamento é pelo fato de ter vencido uma batalha dura. A primeira concessionária da Kia disse que pela falta de histórico de crédito, nenhuma concessionária iria financiar um carro para mim. Fui na segunda também da Kia. Lá, sabendo de toda a minha situação de imigrante recém-chegado, começamos o processo. Suspense no aguardo da resposta da financeira e trim, trim, toca o celular. Era o gerente comercial:
Seu financiamento foi aprovado. Só falta você nos enviar um fax com a carteira de motorista do Québec. Câlice de tabernake! (vocês já sabem, né? Palavrão québécois) O cara sabe que eu não tenho! Vai ver isso é bem uma maneira polida de dizer não. Liguei para o vendedor que me deu uma notícia boa demais para ser verdade: Basta você ir na SAAQ aqui do lado e pegar uma carteira de aprendiz! Vá lá que você resolve hoje mesmo. Liguei para a SAAQ e confirmei minha suspeita: Só poderia fazer isso se eu tivesse feito os 5 módulos do curso obrigatório. Era dia 31 de março e o meu exame teórico estava marcado para o dia 15 de abril, que foi a data mais próxima que me deram. Quem não arrisca, não é petista, já diz o ditado (mudei um pouco para ficar mais divertido). Liguei e consegui transferir para o dia seguinte, que era primeiro de abril. Putz! No dia da mentira! Lai vai eu fazer o exame e graças a Deus, passei, mas sai só com um papelzinho de uma carteira de aprendiz e ainda provisória. Mandei para o fax do gerente comercial e quando liguei para confirmar, ele já tinha mandado para a financeira.
-E aí? É suficiente?
-Não sei, mas quando derem resposta, eu te ligo.
Passamos os quatro dias de feriado de páscoa no suspense e na terça-feira ele me liga.
-Beleza! Foi aprovado! Ligue para o vendedor para vir buscar o carro.
-Pode ser hoje? O carro vai estar pronto?
-Sim.
-Emplacado e licenciado?
-Sim.
E assim fiquei eu, sorridente cantando vitória, quando ele me liga:
-Tem mais um detalhe.
-Qual?
-O carro só pode sair da concessionária com a certidão de seguro. Você já fez o seguro dele?
-Não! Não tenho o número do chassis! Mande-mo (eita! É mande + me + o. Detonei agora!) via email que eu vou ver o que eu consigo fazer.
-Sim.
Por sorte, contratar um seguro aqui é mais fácil que descascar banana (a banana daqui é colombiana e muitas vezes só conseguimos começar a descascá-la usando uma faca. Estou falando sério!). Liguei para o Desjardins e, a partir do número do chassis, a mulher já tinha todos os dados do carro. Caramba! Ela me pediu o nome da concessionária, o nome do vendedor e me pediu para aguardar um pouco. Quando voltou, ela me disse que já estava tudo resolvido. Quando perguntei se ela poderia me dar algo via fax para mandar para eles, ela disse que já tinha mandado, que o carro já estava assegurado e que não precisava fazer mais nada. Isso em apenas uns 15 minutos de ligação! Vai para o Guiness book (o livro dos recordes).
Depois do trabalho, passei lá, assinei uma pancada de papéis e já pude me vingar da ladeira da ave. St-Sacrement. É que das outras duas vezes que fui à concessionária, sai de lá a pé e tive que subir um quilômetro de ladeira muito íngreme como havia falado antes. Dessa vez, subi dirigindo e cheguei em casa bem menos cansado e muito satisfeito por ter dado certo.
Essa confusão toda aconteceu no primeiro de abril, mas juro que é verdade!
Postado por Alexei Aguiar às 18:04 4 comentários:
Marcadores: carro, financiamento
## quarta-feira, 7 de abril de 2010
### Bodas de estanho, zinco, pérola e érable
Há exatamente dez anos atrás, lembro de assinar com a mão trêmula de emoção, a oficialização da nossa união no casamento civil. Seis anos mais tarde mas no mesmo dia, tivemos a bênção de Deus na nossa união matrimonial. Hoje, comemoramos as nossas bodas de estanho, de zinco, de pérola ou de érable/maple/bordo, se me permitirem incluir na lista essa árvore típica do Canadá que resiste até o mais rigoroso dos invernos e sempre renasce a cada primavera.
Passamos muitas alegrias e tristezas, realizações e dificuldades juntos. Somos muito diferentes um do outro. A Mônica diz que não sabe como é que estamos completando dez anos de casados, fora outros cinco de namoro juntos com tanta diferença. E eu digo que é por isso que deu certo. Temos atritos como todo casal, mas sabemos conversar e resolver nossos problemas. Mudamos muito para nos adaptar um ao outro e hoje colhemos os frutos na harmonia que o nosso relacionamento tem. Sabendo respeitar o ponto de vista um do outro e ceder quando é oportuno, deixamos de ser opostos e passamos a ser complementares, combinando o que tem de melhor em cada um. Isso está sendo importante na nossa nova vida aqui, que vai nos unir ainda mais.
E hoje, tenho ainda mais certeza de ter escolhido a melhor companheira para caminharmos juntos na missão que Deus nos der, junto dele, até que a morte nos separe momentaneamente enquanto não nos reencontramos no paraiso.
Moniquinha, mesmo que às vezes possas pensar que não, saiba que sempre te amo. Beijão.
Postado por Alexei Aguiar às 23:03 7 comentários:
## terça-feira, 6 de abril de 2010
### Solzão, calor, bermudas, bronzeado e futebol, parte II
Mais coisas curiosas sobre esse verão inusitado de 3 dias. O recorde de temperatura alta para o dia 3 de abril era 13 graus. Desta vez fez 25 graus! Durante os três dias as temperaturas ficaram entre 20 e 25 graus. Na televisão, passou uma cena surreal. Gente fazendo churrasco enquanto outros esquiavam de bermuda e sem camisa! Que esquisito!
No segundo dia, ficamos mais confiantes e saimos de bermuda, camisa e sem nenhuma roupa de frio.
Ficamos descalços e corri muito atrás do Davi na grama. Se não for atrás, ele vai longe mesmo e o parque é quilométrico. De fato, parece que ele vai daqui até Vieux-Québec.
Só agora é que eu descobri qual é o sentido de um piquenique em um parque, desfrutando da natureza com a temperatura mais agradável que existe, nem quente, nem fria e brincando com as crianças. Eu não gosto de fazer comparações. Me desculpem essa. Mas não fazia sentido para mim um piquenique em Fortaleza, suado, brigando para o Davi não ir para o sol escaldante e poeira para não ficar doente, e ficar tomando cuidado para as crianças não se machucarem nos brinquedos sempre quebrados e enferrujados do parque o qual frequentávamos.
Outra coisa curiosa. Nesses dois dias eu vi mais carros conversíveis do que todo o resto da minha vida. E também tinha muitas motos, sendo a maioria daquelas estradeiras tipo Harley Davidson. Mas também tinha as esportivas. A galera que tem grana aqui deixa esse carro guardado para o verão enquanto usa o do inverno!
Adicionei mais 22 fotos à galeria do post anterior mas, por conveniência, repito-a aqui.
Ontem, fomos bater perna em Vieux-Québec e esta estava cheia. Muita gente nos restaurantes, pubs e bistrôs. Esses últimos dão um ar bem francês à cidade. Vimos a apresentação de rua de um acrobata, tinha palhaço, malabarista e uma cantora com violão. Parece ser uma prévia do verão de verdade.
E hoje, segunda-feira de feriado de páscoa aqui, passou o dia com o tempo fechado, embora não tenha feito uma chuva de verdade, e com uns 15 graus. Hoje foi dia de fazer a faxina que não fizemos enquanto aproveitávamos o sol. Ainda bem que faxina aqui é muito mais leve que no Brasil, já que a vida aqui é mais prática. Isso é assunto para um post que estou querendo escrever desde muito tempo. Vou ver se ele fica no começo da fila.
|Parc des Champs-de-bataille
Postado por Alexei Aguiar às 00:09 3 comentários:
## sábado, 3 de abril de 2010
### Solzão, calor, bermudas, bronzeado e futebol
|Parc des Champs-de-bataille
Querido diário. Era um belo dia de abril. O céu estava totalmente azul, sem nenhuma nuvem, e o sol estava espalhando sua energia em tudo e em todos. Uma vizinha se deitou na poltrona, na varanda do seu apartamento para se bronzear e deixou a porta aberta. Resolvemos conhecer o Parc des Champs-de-bataille. Chegando lá, tinha gente de bermuda, outros deitados na grama sem camisa curtindo o sol, gente jogando futebol, muitas crianças andando de bicicleta. Estava fazendo agradabilíssimos 20 graus e tinha gente usando óculos escuros e protetor solar.
Vocês devem estar pensando que eu estou de sacanagem. Acabei de fazer um post descrevendo o inverno na entrada da primavera, e agora faço um de verão poucos dias depois.
Não é poisson d'avril/fools day/dia da mentira. Foi ontem. Simplesmente em poucos dias passamos do clima do inverno para o do verão. Porém, é por poucos dias. Em uma semana a temperatura vai fazer uma subida de uns 8 a 20 graus, passar uns dois dias nesse valor e voltar para o mesmo patamar de antes. É, o clima aqui muda muito e com variações rápidas. E a primavera já dá mais sinais além das gaivotas. Ontem ouvimos passarinhos e hoje vimos as primeiras flores colorindo os jardins.
Esse post está muito fifi/boiola/bichinha! Vamos mudar um pouco de tom para ficar mais dígno de um Cearense cabra macho!
O parque fica na rue Grande Allée Est, que passa na esquina do nosso apartamento e fica só a poucos quarteirões deste. Ele é imenso e um excelente ponto turístico. No inverno as pessoas praticam ski de fond/cross country skiing, patinação, hokey, e no resto, muitos outro esportes. Tem um campo de futebol americano, basquete, pista de bicicleta, etc. No perímetro austral (mais ao sul. Lembrem-se que tenho que usar paravras difíceis no português para aliviar a pobreza do meu francês), temos uma vista muito bonita do fleuve Saint Laurent/rio São Lourenço e da cidade de Lévis do outro lado. Me disseram que o festival de verão é feito lá e vai ter Iron Maiden e Dream Theater entre outros. Yeahh!!!!
Andamos muito e só fomos até o Musée National des Beaux-Arts du Québec/Museu Nacional de Belas Artes do Québec. Olhando no Google Maps, deve ser apenas cerca de um quarto do parque.
O parquinho das crianças é bem grande e variado. Tem brinquedos bem interessantes e alguns são sofisticados. Vocês podem ver nas fotos que a gangorra daqui é super hi-tech.
Legal que nós ficamos deslumbrados com o local e aconteceu uma coisa curiosa. A sensação que temos é de sermos turistas. Até pelo fato de ficarmos tirando fotos. Então, quando vem o encantamento, vem também aquele pensamento do inconsciente: Eu queria morar aqui! Aí o consciente diz: Epa! Mas eu moro aqui! Somos turistas descobrindo a nossa própria cidade, conhecendo o verão mesmo ainda estando na primavera.
Ahh!! Deixem-me contar só mais essa! Vimos uma quantidade boa de carros conversíveis só no caminho de ida e de volta. Como diz o Davi: Pai! Carrão!!! Parece até que estamos em Miami. Acho que esses carros estavam guardados durante o inverno.
Agora vou dormir porque amanhã vamos curtir o segundo dia de verão na primavera. Para lembrar, o lema é il fait beau, il faut profiter/o clima está bonito, temos que aproveitar.
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Postado por Alexei Aguiar às 01:11 2 comentários:
## sexta-feira, 2 de abril de 2010
### No semáforo vermelho, devemos parar, passar ou reduzir?
Essa pergunta pode parecer idiota, mas é mesmo idiota! Até o Davi já sabe que é para parar no sinal
vermelho! Pois bem, essa é uma das perguntas do teste simulado para exame teórico da carteira de motorista do Québec. Ainda bem que só vi esse teste agora, perto de fazer o exame. Se tivesse o visto antes, não teria lido o livro de preparação. As perguntas do simulado são muito fáceis. Porém, achei o teste real mais difícil.
A Societé de l'Assurance Automobile do Québec ou simplesmente SAAQ, onde fazemos os exames teórico e prático aqui no Québec, é bem grande e movimentada. Tem muita gente sendo atendido por ordem de chegada, com senha, mas no meu caso, eu tinha um rendez-vous/hora marcada. O cara da recepção me disse que iriam me chamar pelo serviço de som na hora marcada, no guichê 22. Esse guichê e outro ficam em uma seção destinada a nós imigrantes, mas com um outro termo o qual não me lembro exatamente.
De fato, pontualmente (como muita coisa aqui no Canadá) às 10h30, uma funcionária foi para esse guichê e chamou: Monsieur Alexi Agüiar (Agu-iar). Agora eu já sei que esse é o meu nome! Ainda bem que quem chamou não foi a moça do guichê 13. Ela chama com um sotaque carregadíssimo de chinês. Não entendia nenhum nome. A funcionária, muito educada e simpaticamente, pediu o cartão de residente permanente, a confirmação de residente permanente (não sei porque, já que para termos o cartão, precisamos ter chegado!), a carteira de motorista brasileira, a sua tradução juramentada e.... adivinhem: O C.S.Q. 'stie!!! Calis!!! Tabernake!!! Pela terceira vez!!!! Só que o comedor de rapadura aqui dessa vez já estava mais maceteado. Falei com ar de advogado que sabe decorado o artigo do código de sei lá o que: Eu fiz o processo federal para Toronto. Nesses casos, um comprovante de residência no Québec é suficiente. A funcionária concordou. Yess!!!! Macete validado!!!
-Voilá le bail/Eis o contrato de aluguel.
-Não é aceito.
-Hydroquébec?
-Sim. Opa! Mais isso é o contrato. Só aceitamos faturas!
-Correspondência do banco?
-Hum....
-Fatura da Rogers?!?!?!?!
-Ahh! Essa é suficiente!
Ainda bem que eu ando bem municiado de papéis. Dá para alimentar uma cidade de traças. Assim como quando fui tirar o NAS, pude optar pelo(s) sobrenome(s) que irá/irão aparecer, já que se tratar de um documento de identidade. Optei por manter o padrão do NAS de usar apenas o último sobrenome, como a tradição local. Fiz um examezinho rápido de vista com uns losangos quadriculados onde tinhamos que responder em qual posição estava o diferente: en haut/em cima, en bas/em baixo, a gauche/à esquerda e a droite\à direita. A mulher explicou bem direitinho.
De lá, fui encaminhado para o guichê 14 para tirar uma foto. Quando nós menos esperamos, PUFFF!!!! Lá se foi o flash e pronto! De lá para a sala de exame.
O exame em "computador" pode ser feito em francês ou inglês. Em papel, tem espanhol, grego, árabe, italiano, e outros, mas não tem português, ao menos aqui em Québec. Coloquei computador entre aspas porque só tem 5 teclas e os desenhos e letras são bem parecidos com o que tínhamos nos primeiros videogames (dá-lhe Atari e Odissey!!!). Tem uma tecla para cada opção de resposta, de A a D, e um V para validar a resposta escolhida, que pode ser alterada até apertarmos o V. Se a resposta for errada, aparecerá um quadro piscando ao redor da resposta correta. São três grupos de perguntas denominados Securité routiére/Segurança rodoviária, Signalisation/sinalização e Spécialisation/Especialização (nem sei de que se trata!). Cada grupo tem respectivamente 16, 16 e 32 questões, podendo errar 4, 4 e 8 questões.
A pergunta de ensaio é safada: Em uma estrada, o que é proibido de ser transportado em uma casa reboque (tipo motor home)?
A) Animais;
B) Inflamáveis;
C) Pessoas;
D) Armas.
O Bom senso acusa logo os inflamáveis e as armas porque são mais ligados a perigo. Porém, a resposta correta é pessoas! Quem disse que tem cinto de segurança para elas em um treco desses?
Bom, quando começou valendo, já errei de cara a primeira questão! Caramba! Começei mal! Vai daqui, vai de lá e errei duas, por isso o primeiro grupo só teve 14 questões, já que não fazia mais diferença responder as últimas duas. Errei também duas no segundo grupo e quatro no terceiro. Pelas minhas contas, exatamente a metade do que poderia errar nas três mas, como não saiu resultado, ainda fiquei de suspense.
Então a funcionária deu os parabéns e disse que eu passei! Uuuhhuuuuu!!!!
Eu li o livro "Guide de la route" todo, que fala sobre as regras de trânsito de uma forma bem detalhada e por vezes, de forma monótona. Já o "Conduire un véhicule de promenade", minha fonte de emprésimos perdeu o rastro dele mas, como duas pessoas me disseram que não o leram e passaram, resolvi fazer o mesmo.
Bem, não existem regras em relação ao que é necessário fazer para passar, logo, não me culpe se não passares! Cada um é cada um. O que eu posso dizer é que o entendimento do texto é muito importante, logo, o idioma ter uma boa influência. Outra coisa importante é o velho bom senso. Por exemplo: Eu via muito nos textos a palavra klaxonner/buzinar. Ora! Se não aparece nenhuma vez no livrão todo, então é porque não é recomendado fazer. Quando uma opção dizia que deveriamos klaxonner, eu já a eliminava de cara. Suspeitei pelo contexo que fosse buzinar e agora confirmei que é isso mesmo. O bom senso me indicou a resposta certa, por exemplo, sobre o que fazer quando o carro derrapa na pista escorregadia por causa da neve ou gelo. Isso deve estar no livro que não li.
No guichê seguinte, mas sempre sendo atendido logo e chamado pelo nome, optei pela carteira de aprendiz porque preciso dela para a tentativa de financiamento do carro (estória longa e que ainda não acabou. Aguardem!). 50$ em papel ou 60$ em plástico. Já saimos de lá com um papel que serve de documento, pois tem o número da carteira. Pelo que a moça disse e para a minha surpresa, a carteira brasileira ainda vai valer até o fim dos 3 primeiros meses.
Agora é marcar a prova prática para o mais cedo possível e mandar bala! Vamos lá que a luta continua.
Postado por Alexei Aguiar às 01:25 2 comentários:
Marcadores: carteira de motorista, exame teórico, francês, Québec, SAAQ
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Desde, pelo menos, os anos 1950, na noite de 31 de dezembro, a praia de Copacabana era freqüentada por adeptos de cultos de origem africana, como candonblé e umbanda.
Vestidos de branco, reuniam-se, em pequenos grupos, cultuando seus rituais, cantando hinos e dançando. Lançavam, ao mar, flores e presentes para Iemanjá, como agradecimento das bençãos recebidas no ano que findava, e oravam por novas bençãos para o próximo. Eram comemorações quase silenciosas, cercadas de alguns curiosos que, respeitosamente, assistiam os ritos.
Em 1976, o Hotel Meridién inventou uma queima de fogos desde seu terraço. Esse evento acabou por repetir-se, e instituir a queima de fogos por vários hotéis e restaurantes da Avenida Atlântica.
Chegou, então, um prefeito que, em 1992, vislumbrou um potencial de marketing no evento e estragou tudo, transformando a respeitável festa em verdadeira baderna, com torres emitindo som em volume exagerado até alta madrugada, e atraindo milhões de pessoas que emporcalham toda orla. O prefeito conseguiu transformar a festa em um completo absurdo.
As fotos mostram, acima: oferendas a Iemanjá; e, abaixo: dois milhões de pessoas na areia.
A cerca de 10 km da entrada da barra, encontra-se a Ilha Rasa e seu conhecido farol que, à noite, exibe dois lampejos brancos e um vermelho visíveis da orla de Copacabana, Ipanema e Leblon.
Em virtude dos perigos que a entrada da Baía da Guanabara oferecia aos navegantes, o príncipe D.João atendendo a pedido da Junta de Comércio determinou, em 1812, a construção de um farol na Ilha Rasa. Entretanto, ele só seria inaugurado em 31 de julho de 1829.
A construção, de alvenaria, levantada por escravos, é quadrangular e tem 26m de altura, totalizando 110m acima do nível do mar. Exibia uma fogueira acesa, ao anoitecer, no topo da construção. Em 1883, o farol passou a ser operado por um sistema elétrico fornecido pela empresaMaison Soutter et Lemunier, substituído, em 1909, por outro, fabricado pela Maison Turenne. Em 1907, foi instalada, na ilha, um posto pluviométrico e, em 1909, uma estação radiotelegráfica. Em 1913 foi instalada uma buzina de cerração. O alcance atual do farol é de 25 milhas náuticas (46km).
A Marinha mantém uma guarnição na ilha. Hoje já há um heliponto, mas o abastecimento ainda é feito via marítima; não existe local para atracação, mas um pequeno guindaste auxilia o desembarque.
A ilha serviu de prisão não só para o catedrático José Oiticica, por ocasião da revolução de 1924, como recebeu prisioneiros durante o Estado Novo. Atualmente, é um lugar bastante procurado para mergulho, dada a variedade de ambientes: costões, lajes e grutas.
Nas fotos: o prédio do farol; um aspecto da ilha;e uma vista aérea.
As fotos mostram os postos de salvamento em diversas etapas de sua existência.
Os primeiros postos de salvamento surgiram ainda antes de 1910. Eram mastros que sustentavam pequenas plataformas onde permanecia um guarda-vida vigiando as pessoas que se banhavam. Nota-se, na foto, que a Avenida Atlântica era ainda a rua de serviço mandada abrir por Pereira Passos e que perdurou até seu primeiro alargamento, em 1918.
A segunda foto, de cerca de 1938, já mostra um posto de salvamento de concreto, embora dentro do mesmo espírito do anterior. Vê-se uma Avenida Atlântica já bastante ocupada por construções.
O terceiro modelo, que perdurou desde a década de 1940 até a de 1970, já era bem mais evoluído: dispunha de um bar, no térreo, e de um 'escritório' (com telefone) que se alcançava por uma escada. Dispunha, também, de um relógio que podia ser visto da praia.
Com o alargamento da avenida na década de 1970, em que o calçadão dos prédios estendeu-se e abarcou até a antiga calçada junto à areia, novos postos foram idealizados. O projeto de Sérgio Bernardes, mostrado na foto colorida, pretendia passar quase despercebido pela população, com uma mínima interferência na paisagem, embora dispusesse de banheiros e um chuveiro público sob o deque.
Durante a década de 1980 os postos passaram por um período de decadência. Encontravam-se depredados, os chuveiros já não funcionavam e os banheiros inutilizáveis quando a Prefeitura reformou-os, cercou-os com grades, e passou a cobrar pelo uso dos sanitários. Talvez para aliviar os custos, passou até a admitir publicidade, tornando visível o que pretendia ser quase imperceptível.
Circula, pela internet, um texto que afirma existir, em São Cristovão, uma rua chamada Pedro Ivo. Explica que quando estudantes foram tentar descobrir quem havia sido esse tal de Pedro Ivo, descobriram que, na verdade, a rua homenageava D.Pedro I, que quando foi rei de Portugal, foi aclamado como Pedro IV. Um funcionário da Prefeitura, ao pensar que o nome da rua fora grafado errado, havia acrescentado um "O" ao final. e o texto afirma: "O erro permanece até hoje. Acredite se quiser..."
Pois essa é uma história inventada. Conta-nos Brasil Gerson que essa rua em São Cristovão, na época da construção da casa da Marquesa de Santos, chamava-se Rua do Imperador. Com o fim da monarquia, os republicanos mais ardorosos mudaram seu nome para Pedro Ivo, homenageando o Capitão Pedro Ivo Veloso da Silveira, herói da Revolução Praieira,insurreição ocorrida em 1848, em Pernambuco, justamente contra o Imperador.
Hoje, a antiga Rua do Imperador chama-se Rua Pedro II. A casa da Marquesa de Santos é o Museu do 1º Reinado. E o herói pernambucano é homenageado em dois logradouros no Rio de Janeiro: a Rua Coronel Pedro Ivo, no Caju, e a Rua Pedro Ivo, na Cidade de Deus.
Ilustra o post o quadro "Museu do 1º Reinado" de J.Araujo.
Cinco interessantes fotos da evolução ocorrida, em cerca de 50 anos, na área entre a Praça da República, de um lado, e a estação Pedro II e o edifício do Exército, de outro.
A primeira foi tirada por Marc Ferrez, em 1894, durante os festejos do 5° aniversário da República e posse do Presidente Prudente de Morais. À esquerda, as árvores do parque; no centro, o Pavilhão da República (depois substituído por monumento a Benjamim Constant) e, à direita, o Quartel-General do Exército que viria a sofrer várias alterações ao longo do tempo. Ao fundo, mal se distingue a Estação Pedro II. É de se notar a quantidade de bondes passando em frente ao QG.
A segunda, do início do século XX, tirada da Estação Pedro II, mostra a parte fronteira ao quartel que seria ampliado e se tornaria Ministério da Guerra (hoje Comando Militar do Leste). Ao fundo, a Escola Rivadávia Correia (que continua no mesmo lugar) e, a seu lado, parcialmente encoberto pelas árvores, o prédio da Prefeitura que seria demolido para a construção da Av. Pres. Vargas. À direita as grades e o arvoredo da Praça da República.
A terceira foto, tirada nos anos 1930, mostra o já modificado Palácio do Ministério da Guerra, tendo à sua frente o monumento a Benjamin Constant (que hoje se encontra no centro na Praça da República). Nota-se, ainda, à esquerda, uma parada de bonde e um ônibus de dois andares que os cariocas apelidaram de "chope duplo".
A quarta foto, ainda na década de 1930, mostra novos prédios da EFCB e do Min. da Guerra (hoje Palácio Duque de Caxias), em construção por trás dos antigos.
Finalmente, na foto dos anos 1940, vê-se a Pres. Vargas e os prédios prontos. A avenida retirou uma respeitável fatia da Praça da República (veja post de 03out2007). Na época desta foto, a estátua eqüestre de Luiz Alves de Lima e Silva ainda não havia sido transferida do Largo do Machado, o que só ocorreria em 1949, para, com os restos mortais do patrono do Exército, constituir o Panteão de Caxias.
Tem um total de 28m de altura, e agulha de 11,4m, feito de granito extraído do Morro da Viúva. É obra do escultor Eduardo de Sá. Foi doado à cidade pela construtora da Av. Central, hoje Rio Branco, a empresa Januzzi & Irmão, quando da inauguração da Avenida.
O mar ficava próximo, o que pode ser observado na foto da ressaca. Hoje, está bastante afastado devido aos vários aterros feitos.
Exibe uma placa com os dizeres:"Sendo Presidente da República S.Excia. o Sr. Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves eMinistro da Indústria, Viação e Obras Públicas o Exmo. Sr. Dr. Lauro Severiano Muller, foi decretada, construída e inaugurada a Avenida Central, executando os trabalhos a Comissão Construtora, tendo como engenheiro-chefe o Dr. André Gustavo Paulo de Frontin, 15 de novembro de 1902 - 15 de novembro de 1906".
Vitoriosa a Revolução de 1930, participantes gaúchos, cumprindo promessa feita, amarraram ali seus cavalos.
É de se notar que hoje, dois dos degraus desapareceram devido à construção de uma "ilha" em volta do monumento, o que pode ser visto nas fotos abaixo.
Quando da chegada da família real, em 1808, a cidade possuía 74 oratórios. Nichos que mantinham imagens e serviam como pontos de oração para os passantes. Como tinham, sempre, um candeeiro aceso, serviam de parca iluminação antes da instalação dos lampiões públicos _ o que só ocorreria em 1854.
Difícil é encontrar registros deles todos. Sabe-se dos que ficaram notáveis por uma ou outra razão. Havia um em veneração à sagrada família que, por ter uma imagem representando-a quando da fuga de Herodes, deu à via o nome de Rua do Egito. Logradouro que, após 1723, passou a chamar-se Rua daCarioca, quando converteu-se em acesso ao chafariz do Largo da Carioca.
Outro, no Arco do Teles, dedicado à NªSª dos Prazeres que, devido a acontecimentos ligados àpresença de prostitutas, foi demolido, e teve a imagem removida para a Igreja de Santo Antonio dos Pobres.
Parece que resistem, hoje, apenas dois desses oratórios, em seus locais tradicionais. Um é o dedicado à NªSª do Cabo da Boa Esperança. Está, desde 1763, na Rua do Carmo, nos fundos da Igreja da Ordem Terceira. Ainda que tombado pelo IPHAN, está coberto por tapumes há quase duas décadas. A foto no alto mostra esse oratório antes de ser oculto pelas tábuas. A imagem veio de um oratório que existiu no Morro do Castelo. Os marinheiros portugueses, que seguiam para o oriente, nas vésperas da partida vinham pedir proteção à Virgem para a travessia do sul da África. No regresso, iam agradecer o bom êxito da viagem.
O outro encontra-se na entrada do Mosteiro de Santo Antônio, no Largo da Carioca.
Há, ainda, o repositório em madeira com a imagem que ficava em um oratório na Rua do Ouvidor, origem da Irmandade e da Igreja da Lapa dos Mercadores. A relíquia é guardada na Sacristia e mostrada em ocasiões especiais. Pode-se ver, abaixo, uma foto dessa peça.
O Morro do Pão de Açúcar é um enorme bloco de granito, com 396m de altura, à entrada da Baía da Guanabara. Vieira Fazenda nos esclarece que seu nome provém dos blocos de açúcar que eram feitos em formas de barro cônicas para serem transportadas para a Europa.
Em 1907, o engenheiro Augusto Ferreira Ramos teve a idéia de atingir o topo do morro por meio de um teleférico. Em 1910, obteve permissão da Prefeitura para construir, e explorar por 30 anos, um caminho aéreo que partindo da Praia Vermelha alcançasse o topo do Pão de Açúcar.
O primeiro trecho, até o morro da Urca (220m de altitude) foi inaugurado em outubro de 1912 e, apesar da festa e do foguetório, apenas alguns homens se arriscaram na subida até o alto do Morro da Urca. O trecho seguinte foi inaugurado em janeiro de 1913, e desta vez formaram-se filas para viajar pelo teleférico. O bondinho, capaz de transportar 23 passageiros, manteve o mesmo modelo por 60 anos. Em 1972, o bondinho de madeira foi substituído por outro, de plexiglass, com capacidade de 72 passageiros. (A foto mostra essas duas gerações)
Em 2002 foi realizada a troca dos cabos de sustentação dos quatro bondinhos.
Em 2008, nova mudança dos carros; desta vez mais arredondados, com música brasileira em som ambiental, e capacidade de apenas 60 passageiros, segundo os padrões europeus.
A visita obrigatória feita pelos turistas que visitam a cidade, só é feita por cariocas quando acompanhando parentes, ou amigos, que vivem em outras cidades. O mapa do Google mostra os dois trechos do caminho aéreo.
A história vem de longe: é atribuída a D. Manoel, o Venturoso, a idéia de pavimentar o piso em volta da Torre de Belém com seixos rolados. Após o terremoto de 1755, muitos portugueses desenharam estrelas em suas calçadas com esses seixos, como um talismã contra sismos. Mas o basalto negro e a calcita branca, formando figuras, teria sido empregada a primeira vez, em 1842, por iniciativa do governador de armas do castelo de São Jorge, e alcançou tamanho sucesso que trataram de cobrir os 8.712 metros quadrados do Rossio.
No Rio, Pereira Passos mandou vir pedras e calceteiros de Lisboa para pavimentar as calçadas da Av. Central, então em construção. Jazidas de basalto e calcita foram, mais tarde, encontradas nas cercanias da cidade e, além da avenida e da calçada de Copacabana, ambas obras do prefeito Pereira Passos, as chamadas pedras portuguesas se espalharam, não só pelo Rio como por outras cidades brasileiras.
Periodicamente ocorrem movimentos contra este tipo de calçamento; dizem que necessitam de muitos cuidados de manutenção; que facilmente se desfazem, dando origem a buracos; que são responsáveis por quedas de idosos; que seus interstícios quebram os saltos finos dos sapatos femininos...
Lembro-me de, quando criança, observar o trabalho dos calceteiros da época. Usavam um martelo especial, e quebravam cuidadosamente as pedras de forma a ajustá-las bem junto umas das outras; ou escolhiam, dentre várias, as que melhor se adaptassem, deixando mínimo o espaçamento entre elas.Um trabalho meticuloso e cheio de cuidados. Hoje, as pedras são colocadas de qualquer maneira, com largas folgas entre si; o martelo específico desapareceu, os operários das firmas ditas especializadas não ajustam as pedras, dispondo-as atabalhoadamente, e quanto mais rápido, melhor. Resultado: o piso não dura, as folgas permitem a soltura das pedras, os buracos aparecem... E dizem que a culpa é do calçamento!
A foto acima mostra um trecho da então Avenida Central, com seus belos mosaicos. As fotos abaixo mostram uma comparação entre pedras bem e mal dispostas.
Leia aqui o artigo do Prof. Cristovão Duarte sobre as pedras portuguesas
Esta fábrica, pertencente à Companhia de Fiação e Tecelagem Corcovado, foi fundada por José da Cruz, em 1889, em terras da antiga chácara de João Calhau. O estabelecimento ficava na atual Rua Jardim Botânico.
Na região, até então ocupada por chácaras e sitios, surgiram estabelecimentos fabris a partir da criação de linhas de bonde em 1871. Em 1884, a Companhia de Tecidos Carioca já havia se instalado junto ao Rio do Algodão, nas proximidades da atual Rua Pacheco Leão.
Durante a administração do Prefeito Carlos Sampaio (1920-1922) foram realizadas obras de saneamento na orla da Lagoa pelo sanitarista Saturnino de Brito, além da cessão de terrenos para a construção do Jockey Club Brasileiro.
A fábrica da Cia Corcovado encerrou suas atividades na década de 1940 e teve seu terreno desmembrado em lotes para a construção de moradias, já de população de maior poder aquisitivo que os operários.
A foto de Marc Ferrez mostra a fábrica como vista da fonte da saudade. Na foto do alto do Corcovado pode-se ver a fábrica, o Jardim Botânico, a Rua Pacheco Leão e a própria Rua Jardim Botânico.
Ficava na Rua Sá Ferreira, bem próximo à Av. Atlântica. Construído na década de 1930, apresentava acabamento bastante rebuscado, mas era muito elegante em seus traços.
Junto à calçada, ornada com mosaico em pedras portuguesas, um belo portão de ferro dava acesso a um pátio interno, com um tanque de carpas no centro, e de onde se avistavam os corredores que atendiam os apartamentos, andares acima.
Na pequena distância que o separava da Av. Atlântica, foi instalado um posto de serviços Texaco.
Foi demolido no final dos anos 1970, depois de alguns anos de decadência.
Acima temos uma vista do prédio; e abaixo, em foto da década de 1950, sua localização, tendo à frente o Hotel Miramar e, ao lado, o posto de serviço.
Em 1627, jesuítas se estabeleceram junto a uma aldeia de índios Temininós e construíram, a beira-mar, uma igreja dedicada a São Cristóvão. Graças ao embarcadouro construído pelos padres e sua proximidade do Caminho de São Cristóvão, que ligava o Rio de Janeiro aos engenhos de açúcar do interior, a região começou a desenvolver-se.
Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o governador da Província confiscou as terras e dividiu-as em quintas e sítios, dentre as quais, anos depois, veio a destacar-se a Quinta da Boa Vista que, adotada como Paço pelo Príncipe D. João, transformou a região em bairro nobre.
Desde então, foram feitos vários aterros, não só para eliminar alagadiços e mangues, como, mais tarde, para atender às necessidades do crescimento da cidade. O último deles parece ter sido a construção da Av. Brasil, que acabou por distanciar a igreja do mar em quase mil metros.
O postal mostra a igreja, em 1901, ainda a beira-mar, vendo-se canoas, na praia à sua frente, e um embarcadouro. No mapa do Google, abaixo, a cruz azul mostra a localização atual da igreja, e a distância que a separa do mar.
Foi no século XVII que a pedra ganhou o nome de Corcovado. Até então era conhecida como Pináculo da Tentação, designação que teria sido dada por Américo Vespucio, em 1502, como referência à passagem bíblica em que o diabo oferece, no alto de uma rocha, riquezas a Cristo.
Consta que D. Pedro Iatingiu o seu cume, a 704m de altitude, graças à abertura de uma trilha por ação de engenheiros militares chefiados pelo próprio imperador. Depois desta trilha inicial, o pico começou a ser freqüentado e o caminho, incrementado.
Uma estrada de ferro começou a ser construída em 1882. A primeira etapa, que ia do Cosme Velho às Paineiras, foi inaugurada em 1884 por Pedro II. O caminho de ferro foi concluído em 1885, com uma extensão de 3.800m, percorridos graças a uma locomotiva a carvão. No alto do morro havia sido construído um pavilhão, de cujo telhado cônico surgiu a designação dada pelos cariocas: chapéu de sol.
Consta que a idéia de ali construir um monumento religioso teria partido do padre Pedro Maria Boss, em visita à cidade em 1859. A idéia teria sido apoiada pela princesa Isabel, mas de nada resultou.
Em 1921, por ocasião dos preparativos para o centenário da independência, o cardeal Arcoverde retomou a idéia, como uma forma de demonstrar a presença do catolicismo no país, apesar de a República ter separado a Igreja do Estado, transformando-o em laico.
Em 4 de abril de 1922 é lançada a pedra fundamental do monumento; e, no ano seguinte, lançado um concurso para a escolha do monumento. Concorreram propostas de José Agostinho dos Reis, Adolfo Morales de los Rios e Heitor da Silva Costa que teve seu projeto escolhido. O desenho da estátua é de Carlos Oswald e sua execução ficou a cargo do escultor francês Paul M. Landowski. As obras foram iniciadas em 1926, e a inauguração ocorreu em 12 de outubro de 1931. O arranjo que faria com que a iluminação fosse acesa por Marconi, desde seu iate nas costas da Itália, falhou; mas o incidente foi contornado por Rinaldo Franco, da equipe do engenheiro Gustavo Corção, que acionou, à mão, o interruptor.
A estátua tem 30m de altura sobre um pedestal de 8m que contém uma capela. É coberta por um mosaico em pedra sabão. Elevadores e escadas rolantes foram instaladas em 2003 para conforto dos passageiros que desembarcam do trem com tração elétrica (desde 1909) que parte do Cosme Velho.
As fotos mostram: o topo do Corcovado, com detalhe do Chapéu de Sol em 1906 e vista do mirante. E, abaixo, ainda na década de 1930, onde se vê o pavilhão, às costas do Cristo.
Um belo par de estátuas, uma balaustrada ornada de luminárias e duas escadariasconstituem o monumento comemorativo do centenário da abertura dos portos, ocorrida por ato do Príncipe D.João, logo que chegou à Bahia em 1808. As estátuas são obra do escultor francês Eugène Bénet, inspiradas _dizem_ em obras da Place de la Concorde, em Paris.
Junto às estatuas, a avenida Beira Mar, aberta por Pereira Passos debruçava sua amurada sobre o mar, de há muito afastado por aterros. A figura de costas para o Flamengo representa o Comércio: é uma mulher sentada que segura com a mão esquerda o caduceu, e com a direita um escudo com o desenho de um ramo de loureiro. A de costas para o Largo do Russel segura uma cana de leme com a mão direita e uma âncora, com a esquerda, e simboliza a Navegação. Nos pedestais de granito a inscrição «Abertura dos portos - 28 de janeiro de 1808».
É de se notar que os festejos do centenário não se limitaram ao monumento, incluíram uma grande exposição na Praia Vermelha.
A foto colorizada é um postal do início do século, enquanto a colorida é recente, vendo-se o Hotel Glória, construído na década de 1920.
Belo prédio construído em 1928 na Av. Atlântica, esquina de Rua Constante Ramos, em terreno que ia até a Rua Domingos Ferreira. Seguiu o sugerido no plano Agache, ficando na metade posterior do terreno junto à Domingos Ferreira, mantendo no espaço fronteirojardins e pérgulas com mesas de um restaurante no térreo.
Com dez andares foi, durante algum tempo, um dos mais altos edifícios da orla. Infelizmente, na década de 1960, permitiram a construção no espaço, até então,non aedificandi, surgindo um prédio à sua frente que lhe roubou a vista do mar.
Passou muitos anos abandonado, provavelmente por ser propriedade de apenas um dono. Problemas legais impediram que o prédio fosse demolido. Finalmente, na década de 1990 acabou tendo sua situação normalizada e, depois de reformado, foi transformado em residência para idosos. Teve seu simpático nome de origem tupi substituído por uma verdadeira frase em língua estrangeira, supostamente para parecer 'elegante'.
A foto em P&B mostra o prédio em 1945, conforme publicado por Luiz D' em seu fotolog de 05/07/2005; a colorida, a situação atual, em que vemos sua fachada verdadeiramente emparedada.
José Maria da Silva Paranhos, visconde do Rio Branco, nasceu na cidade de Salvador, Bahia, a 16 de março de 1819. Freqüentou a Escola Naval e a Escola Militar mas formou-se em ciências matemáticas.
Exerceu as profissões de Professor, Jornalista, Servidor Público, Diplomata. Em 1851, foi secretário na missão do Rio da Prata, sob o comando do marquês do Paraná. Foi ministro, chefe de delegação e enviado especial em missões na Argentina, no Uruguai e no Paraguai. Teve como tarefa, ao término da guerra, em 1869, a organização do Governo Provisório do Paraguai.
Foi deputado provincial pelo Rio de Janeiro e deputado geral em várias legislaturas. Presidente de Província, Ministro de Negócios Estrangeiros, da Marinha, da Guerra e da Fazenda. Presidente do Conselho de Ministros de março de 1871 a junho de 1875,cabendo-lhe sancionar a Lei do Ventre Livre (28 de setembro de 1871). Maçom, presidiu, como Grão-Mestre, o Grande Oriente do Brasil. É o patrono da cadeira nº40, da ABL. Pai do Barão do Rio Branco.
Faleceu em 1880. Graças a uma subscrição pública organizada pelo Jornal do Commercio, teve um monumento erigido e inaugurado, em 1902, no Largo da Glória. O Visconde está sentado, com o uniforme de Senador do Império; no pedestal, uma figura feminina simboliza a História. Em 1938, quando da substituição do nome da Av. Salvador Correa de Sá para Av. Princesa Isabel, por motivo do cinqüentenário da Lei Áurea, o monumento foi removido da Glória para Copacabana; e na década de 1990, quando se reformou o canteiro central da avenida, o monumento foi transferido para a Praça Demétrio Ribeiro, junto à Rua Felipe de Oliveira.
A primeira foto mostra o monumento no Largo da Glória, com a igreja do outeiro ao fundo. A foto recente mostra sua localização atual na Praça Demétrio Ribeiro, e se pode ver, à direita, as galerias do Túnel Novo.
Já não se ouve falar desse ponto da geografia carioca. Nem se encontram referências a ele em buscas pelo Google. Talvez porque tenha perdido sua magia com os sucessivos aterros na orla da baía. Por esse nome era conhecida a curva de entrada na Av. Ruy Barbosa de quem vinha pela praia de Botafogo. O apelido decorria do fato de quem, de carro, à noite, fazia a curva para acessar a Ruy Babosa, infalivelmente iluminava pelo menos um casal de namorados, no escurinho, junto à amurada.
O local era, de fato, mágico. A amurada sobre o mar deixava vislumbrar a enseada de Botafogo, com o Pão de Açúcar e o Morro da Urca ao fundo.
As fotos mostram trechos da Av. Ruy Barbosa e sua bela vista, durante o dia, em 1950; o trecho da amurada que ficava bem na curva, onde pescadores tentam a sorte, fora destruída, provavelmente por um acidente de trânsito, e ainda não reparada; a outra foto mostra um rapaz na posição usual das moças durante os namoros noturnos que deram o nome à curva.
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Desde, pelo menos, os anos 1950, na noite de 31 de dezembro, a praia de Copacabana era freqüentada por adeptos de cultos de origem africana, como candonblé e umbanda.
Vestidos de branco, reuniam-se, em pequenos grupos, cultuando seus rituais, cantando hinos e dançando. Lançavam, ao mar, flores e presentes para Iemanjá, como agradecimento das bençãos recebidas no ano que findava, e oravam por novas bençãos para o próximo. Eram comemorações quase silenciosas, cercadas de alguns curiosos que, respeitosamente, assistiam os ritos.
Em 1976, o Hotel Meridién inventou uma queima de fogos desde seu terraço. Esse evento acabou por repetir-se, e instituir a queima de fogos por vários hotéis e restaurantes da Avenida Atlântica.
Chegou, então, um prefeito que, em 1992, vislumbrou um potencial de marketing no evento e estragou tudo, transformando a respeitável festa em verdadeira baderna, com torres emitindo som em volume exagerado até alta madrugada, e atraindo milhões de pessoas que emporcalham toda orla. O prefeito conseguiu transformar a festa em um completo absurdo.
As fotos mostram, acima: oferendas a Iemanjá; e, abaixo: dois milhões de pessoas na areia.
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A Comissão de comunas da "verdade" entrou num quartel do Exército no Rio de Janeiro para "assuntar" sobre torturas, como está na moda e na prática desses atoleimados. O Deputado Bolsonaro, que é capitão do Exército, quis entrar e dois castristas, o senador Capiberibe (este cara já foi cassado e retornou, como também é moda) e o senador de voz fina Randolph, do Psol, tentaram barrá-lo. Aconteceu o inacreditável: vermelhos stalinistas que odeiam o Exército visceralmente, entram no quartel para humilhar os fardados e querem impedir um capitão e deputado de entrar. Bolsonaro não aceitou e entrou meio na marra. Agora os idiotas querem enquadrá-lo na tal de falta de decoro. Os caras "se acham". É de indignar o mutismo dos comandantes do Exército. Um comandante de peito não deixaria esses caras entrarem (afinal, o que fazem eles num quartel brasileiro?) e pediria exoneração imediatamente. mas esse pessoal da cúpula das Forças Armadas, estranhamente, beija as mãos do poder e abaixa a cabeça. É de corar estátua. Repulsivo! E o comandante deste quartel? Devia impedi-los de entrar.
A minguada tropa de choque dos stalinistas em frente ao quartel. Sempre o berreiro, os clichês surrados e as palavras de ordem mixurucas.
Bolsonaro entra. Bravo, Bolsonaro! Quem não deve entrar em quartel é comunista. Assentem praça em Cuba ou Coreia do Norte.
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Evo Morales, que finge ser aimará, quer processar Obama internacionalmente por crimes contra a humanidade. Cara ridículo. É o rato querendo espantar a águia. E isso porque não morro de amores por esse Obama.
A região da Borgonha, na França, célebre por seus vinhedos, fica florida nesta época do ano. A prefeita de uma cidade, em entrevista, disse que dois funcionários cuidam das flores em toda a cidade. Se fosse aqui em Marmelândia, haveria uma comissão de políticos para estudar o problema e mil funcionários para cuidar das flores. Eles entrariam em greve e a cidade ficaria um nojo. Mas o pueblo unido jamais será vencido.
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Estava eu numa noite da semana que passou no meu escritório, uma da madrugada, e veio um jumento de moto com escapamento aberto. Acelerou no final da rua, indo até o máximo da sua burrice tronituante. A moto, não muito comum, é verde e facilmente localizável. Se eu ainda fosse comandante de um quartel de polícia, daria um jeito de achar esse fulano e enquadrá-lo. O animal tira o sono de adultos, crianças, idosos, doentes, e se acha o máximo. Mas como estamos na "democracia", ele ficará sempre a encher o saco dos moradores dos prédios da rua, que estarão inermes ante o jegue sulino. Isso com todo o respeito aos jumentos e jegues. A baderna neste país já é generalizada. Como antes de 1964.
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Impressionante o currículo do ministro Toffoli, do STF: foi advogado do PT. E o relevante saber jurídico?...
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Não sustente cleptocratas. Hoje eles abundam.
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Os militares eram ditadores. E os que financiam Cuba, Venezuela e países africanos socialistas? E os que se enternecem com a Coreia do Norte e o Irã?
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Eu pagaria tranquilamente 50% de taxas do meu salário. Desde que não fosse para o governo. (Bruce Dinckinson - historiador).
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O comunista é como um crocodilo: quando abre a boca você não sabe se ele está sorrindo ou se preparando para devorar você. (Winston Churchill).
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As finanças do governo devem ser equilibradas. As dívidas, como a arrogância das autoridades, serão reduzidas. As pessoas precisam aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública (Cícero - 50 AC).
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Preconceitos:
Antigamente se tinha preconceito contra negros, índios, gays, lésbicas, malandros, políticos, bandidos, ateus, URSS, Cuba e polícia.
Hoje se tem preconceito contra católicos, evangélicos, militares, conservadores, os que trabalham, liberais, políticos, EUA, Israel e polícia.
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Não tenho tevê fechada. Só aquela com a anteninha interna que pega mesmo quatro canais. Aqui em Blumenau, na casa de minha filha, onde estou agora, a tevê é da Net, com todos aqueles canais, a maioria nem sei. Passando o controle por todos, estava tocando ou cantando, sei lá, um agrupamento de doidos chamado Ratos de Porão. Falam mal do capitalismo numa letra, mas observa-se que o conceito deles de capitalismo é tacanho, quiçá ensinado pelo partido dominante nas escolas públicas. De resto, se é que se pode chamar música, lixo total. Sem melodia, sem harmonia, somente berreiro desconexo. Na camisa um não à Cruz de Cristo e à religião, seguindo Lennon. Este, pelo menos, tinha qualidade.
Contribuem também para emburrecer o pueblo. Ah, Lizt, se estivesses aqui e agora, como teus ouvidos sofreriam!...
****************
Estranharam a charge que está lá em cima, no início desta postagem? Gosto de usá-la. Perfeita. 2013 já é e 2014 será.
*****************
Que bom que os governantes do continente inerte de veias abertas são
************
O site Cleofas afirma que Chavez, na hora da morte, se arrependeu das burradas que perpetrou contra a Igreja Católica e seu povo, chamou um padre, confessou e comungou. Menos mal. Se fez isso, arrependido mesmo, meu desejo sincero é que se salve e que Deus tenha misericórdia..
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Estava eu numa noite da semana que passou no meu escritório, uma da madrugada, e veio um jumento de moto com escapamento aberto. Acelerou no final da rua, indo até o máximo da sua burrice tronituante. A moto, não muito comum, é verde e facilmente localizável. Se eu ainda fosse comandante de um quartel de polícia, daria um jeito de achar esse fulano e enquadrá-lo. O animal tira o sono de adultos, crianças, idosos, doentes, e se acha o máximo. Mas como estamos na "democracia", ele ficará sempre a encher o saco dos moradores dos prédios da rua, que estarão inermes ante o jegue sulino. Isso com todo o respeito aos jumentos e jegues. A baderna neste país já é generalizada. Como antes de 1964.
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Impressionante o currículo do ministro Toffoli, do STF: foi advogado do PT. E o relevante saber jurídico?...
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Não sustente cleptocratas. Hoje eles abundam.
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Os militares eram ditadores. E os que financiam Cuba, Venezuela e países africanos socialistas? E os que se enternecem com a Coreia do Norte e o Irã?
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Eu pagaria tranquilamente 50% de taxas do meu salário. Desde que não fosse para o governo. (Bruce Dinckinson - historiador).
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O comunista é como um crocodilo: quando abre a boca você não sabe se ele está sorrindo ou se preparando para devorar você. (Winston Churchill).
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As finanças do governo devem ser equilibradas. As dívidas, como a arrogância das autoridades, serão reduzidas. As pessoas precisam aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública (Cícero - 50 AC).
*Parece que não aprenderam*.
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Preconceitos:
Antigamente se tinha preconceito contra negros, índios, gays, lésbicas, malandros, políticos, bandidos, ateus, URSS, Cuba e polícia.
Hoje se tem preconceito contra católicos, evangélicos, militares, conservadores, os que trabalham, liberais, políticos, EUA, Israel e polícia.
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Não tenho tevê fechada. Só aquela com a anteninha interna que pega mesmo quatro canais. Aqui em Blumenau, na casa de minha filha, onde estou agora, a tevê é da Net, com todos aqueles canais, a maioria nem sei. Passando o controle por todos, estava tocando ou cantando, sei lá, um agrupamento de doidos chamado Ratos de Porão. Falam mal do capitalismo numa letra, mas observa-se que o conceito deles de capitalismo é tacanho, quiçá ensinado pelo partido dominante nas escolas públicas. De resto, se é que se pode chamar música, lixo total. Sem melodia, sem harmonia, somente berreiro desconexo. Na camisa um não à Cruz de Cristo e à religião, seguindo Lennon. Este, pelo menos, tinha qualidade.
Contribuem também para emburrecer o pueblo. Ah, Lizt, se estivesses aqui e agora, como teus ouvidos sofreriam!...
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Estranharam a charge que está lá em cima, no início desta postagem? Gosto de usá-la. Perfeita. 2013 já é e 2014 será.
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Que bom que os governantes do continente inerte de veias abertas são
*democráticos.*Vivos, mortos, ou quase!... E por falar em liberdade, Evo quer impor à Bolívia a sua "religião", controlada por ele. Vai ver que quer ser papa. Ou um novo Edir Macedo. O cara é pândego! Os comunas são repetitivos e previsíveis, em qualquer lugar do mundo.
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O site Cleofas afirma que Chavez, na hora da morte, se arrependeu das burradas que perpetrou contra a Igreja Católica e seu povo, chamou um padre, confessou e comungou. Menos mal. Se fez isso, arrependido mesmo, meu desejo sincero é que se salve e que Deus tenha misericórdia..
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Estou plenamente convencido que muita gente que posa de ético e de catão da paz, é no seu íntimo favorável às arruaças e violências de rua tão em moda em Marmelândia. Olhem o Ricardo Boechart, da Band. No fundo no fundo ele vibra com as pedras e as depredações. Temos também em nosso íntimo broncas históricas com relação à polícia. Tanto que não há filme nem novela que as considere sérias e honestas. E dá-lhe propaganda para desconsiderá-las. Quem não foi jovem e não aprontou? Quando a polícia aparece para nos colocar no lugar nos vem o ódio. Principalmente nós, que somos latinos e adoramos uma contravenção.
O esquerdista, então, pensa com carinho em todas essas violências. É a revolução, tão sonhada e amada desde o banho de sangue que foi a revolução francesa, que escolheu nobres e religiosos para matar com perfeição milimétrica, até o genocídio perpetrado por Mao e Stalin e o
*paredon*de Castro. Servem também Hitler, Pol Pot e Kim, todos vermes.
Na verdade, nós somos mesmo um bando de hipócritas.
Já estou cansado de assistir na Globo News aos pretensos doutos e doutas circunspectos, sempre de vozinha doce e melíflua, justificar sociologicamente as canalhices do pueblo engajado e culpar sempre a polícia. Queriam o que de alguém da USP ou de qualquer universidade pública? Mas são estes
*intelequituais*anti-polícia os únicos que entendem de polícia nesta terra estranha.
Aqui na Assembleia em Floripa dois deputados médicos do PT são favoráveis aos cubanos e três deputados médicos anti-PT não são. Queriam diferente? Vou sempre considerar o Genoíno um sem-vergonha e ele vai sempre se considerar um santo sofredor. A humanidade é assim. Afinal, onde está o certo e o errado? Já estou de saco cheio de ideologias. Devo me dedicar mais à cultura açoriana, pois nada devo a f. da p. revolucionário nenhum. Não consigo nem sonegar meu imposto de renda, que enriquece Brasília. Afinal, não sou mais que um gnu manso. Os baderneiros pelo menos descontam na polícia, nas portas de bancos e mais recentemente na imprensa, os seus recalques. E vão votar depois em Lula e Dilma.
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Acho essa charge genial. Os black blocs atacam e depois votam no PT. São gnus da esquerda raivosa, que só amansam em outubro para eleger Lula ou quem ele determine.
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Governo federal quieto em relação à Venezuela, país amigo de fé e crença. A oposição estranha. Não devia, pois de repente a Força Nacional pode ter que ir a Caracas ajudar o Maduro, que já passou do ponto.
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E o MST, hein?... 550 ml reais para fazer a baderna num dia e ser recebido pela presidente no outro. rmãos de crença também. Ou farinha do mesmo saco. Pensam que enganam.
********************
Celac, Unasur, Mercosul, siglas pelegas e fantoches do comunismo internacional, apoiam Maduro. Ridículo a Venezuela, país do norte, estar comandando o Mercosul, do sul.
*******************
E o comuna de uísque e charuto Maradona (acho que ele nem sabe que Marx existiu) vai trabalhar na Copa dp Mundo para uma empresa de tevê estatal da... Venezuela. Amigão dos Castros, do Lula e do Maduro.
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Você sabia que é um desbunde o que tem de carteiras de estudantes frias neste país?
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Governo federal quieto em relação à Venezuela, país amigo de fé e crença. A oposição estranha. Não devia, pois de repente a Força Nacional pode ter que ir a Caracas ajudar o Maduro, que já passou do ponto.
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E o MST, hein?... 550 ml reais para fazer a baderna num dia e ser recebido pela presidente no outro. rmãos de crença também. Ou farinha do mesmo saco. Pensam que enganam.
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Celac, Unasur, Mercosul, siglas pelegas e fantoches do comunismo internacional, apoiam Maduro. Ridículo a Venezuela, país do norte, estar comandando o Mercosul, do sul.
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E o comuna de uísque e charuto Maradona (acho que ele nem sabe que Marx existiu) vai trabalhar na Copa dp Mundo para uma empresa de tevê estatal da... Venezuela. Amigão dos Castros, do Lula e do Maduro.
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Você sabia que é um desbunde o que tem de carteiras de estudantes frias neste país?
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Este é o padre Frans Van der Lugt, executado a tiros em Homs, cidade situada e sitiada na Síria. Estava na igreja, foi retirado à força e morto com oito tiros. Qual a corja que o matou? Muçulmanos radicais, desses que desejam matar a todos os que não professam a crença muçulmana, e que por isso são considerados "djaur", ou seja, cães.
Isto está virando lugar comum nos locais em que o Islã comanda as tais revoluções, nos países como a Síria, Líbano, Irã, Iraque, Paquistão, Afeganistão, em algumas republiquetas da África, revoluções festejadas pela ONU e pelos comunistas de plantão nas redações de jornais e tevês. Muçulmanos radicais dessas tais irmandades podem comandar países e se dedicarão a exterminar mulheres e cristãos que não rezem pela sua cartilha, sob os auspícios de uma Europa amedrontada, de um States indiferente e de uma entidade que somente representa os países de esquerda do mundo.
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Estamos nos aproximando dos tempos democráticos em que você poderá eleger os corruptos. (João Ubaldo Ribeiro, falecido recentemente).
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VOCÊ SABIA QUE ATÉ AGORA A GUERRA ISRAEL/ HAMAS MATOU QUASE MIL PESSOAS? NO BRASIL, NO MESMO PERÍODO DA GUERRA, FORAM MORTAS 3000 PELA VIOLÊNCIA. E DÁ-LHE CRITICAR ISRAEL, OS HIPÓCRITAS.
*****************
Figuras ilustres da América Latina também passam neste livro, mas longe de nos mostrar somente que elas não são tão admiráveis quanto se diz. Na história de quase todo país, é comum abrilhantar as palavras de figuras públicas e até inventar virtudes de seu caráter. Acontece que na América latina se vai além: escolhem-se como heróis justamente os homens que mas atrapalharam a política. mais arruinaram a economia, mais perseguiram os cidadãos. Não importam as tragédias que Salvador Allende, Guevara e Juan Peron tenham tornado possíveis. Importantes são o carisma, o rosto fotogênico, a morte trágica, os discursos inflamados contra estrangeiros.
Na verdade, quem criou Fidel Castro foi o New York Times. Os EUA precisam cuidar melhor de seus próprios traidores.
Tópicos do livro "Guia Politicamente Incorreto da América Latina", de Leandro Marloch e Duda Teixeira. Leitura imperdível que desvenda os falsos heróis cucarachas, como Castro e Guevara.
*********************
**********************
A justiça de Floripa determinou, sem embargos infringentes nem declaratórios, que só valem para os mensaleiros, que as casas construídas a menos de 30 metros da Lagoa da Conceição estão no mínimo com problemas. E normalmente quem se mete com isso aqui em Floripa nem daqui é. Ou sotaque gaúcho ou argentino. O Paulo Brito é que está certo: se um lugar é "intocável", existir pra quê? Será mais fácil destruírem o homem, como vêm tentando desde os primórdios. Preservar, sim, mas sem radicalismos.
Acabei de ouvir o Paulo Brito dizer na Rádio Guarujá que pobre pode invadir, construir na beira do mar, que não tem problema. Mas se rico faz, o Ministério Público Federal logo entra com tudo.
********************
Você sabia que. quando o governo federal desonera um produto de seu imposto, este tal imposto, com o valor de um real, faz a união perder 45 centavos e os estados e municípios 55? É o típico caso do beijo com a boca dos outros. E quem passa por bonzinhos são os federais.
******************
Gente!... O tal templo de Salomão do Edir Macedo é um desbunde. Que suntuosidade, que riqueza. E dizer que quem o construiu foram ex-católicos que jogavam centavos no saquinho das espórtulas, criticando e falando mal da dita. Converteram-se para a Universal e arriaram tudo. Quase 700 milhões o tal templo, com cinquenta apartamentos para os pastores. Edir Macedo já pregou lá. Com as barbas enormes e uma manta à la rabino, quer reviver Moisés.
*****************
Senadores e deputados só voltarão a trabalhar depois das eleições. Se não fosse tão caro, eu tentaria ser político.
*****************
Alguns black blocs pediram asilo no consulado do Uruguai. Ridículo, não? Pensam que estão vivendo as barricadas de Paris ou os tempos da resistência comunista no Brasil. Pândegos! Nada mais demodê que essas chorumelas de esquerda. E por falar em demodê, dissidentes cubanos ainda são presos na amada Cuba do frei Betto por "atividades contra-revolucionárias". Ridículos outra vez, não?
*****************
O Fantástico de ontem demonstrou quem na verdade são os tais blacks blocs da Sininho. Baderneiros violentos, trogloditas sem causa ou com as causas velhas. São mero caso de polícia.
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Estamos nos aproximando dos tempos democráticos em que você poderá eleger os corruptos. (João Ubaldo Ribeiro, falecido recentemente).
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VOCÊ SABIA QUE ATÉ AGORA A GUERRA ISRAEL/ HAMAS MATOU QUASE MIL PESSOAS? NO BRASIL, NO MESMO PERÍODO DA GUERRA, FORAM MORTAS 3000 PELA VIOLÊNCIA. E DÁ-LHE CRITICAR ISRAEL, OS HIPÓCRITAS.
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Figuras ilustres da América Latina também passam neste livro, mas longe de nos mostrar somente que elas não são tão admiráveis quanto se diz. Na história de quase todo país, é comum abrilhantar as palavras de figuras públicas e até inventar virtudes de seu caráter. Acontece que na América latina se vai além: escolhem-se como heróis justamente os homens que mas atrapalharam a política. mais arruinaram a economia, mais perseguiram os cidadãos. Não importam as tragédias que Salvador Allende, Guevara e Juan Peron tenham tornado possíveis. Importantes são o carisma, o rosto fotogênico, a morte trágica, os discursos inflamados contra estrangeiros.
Na verdade, quem criou Fidel Castro foi o New York Times. Os EUA precisam cuidar melhor de seus próprios traidores.
Tópicos do livro "Guia Politicamente Incorreto da América Latina", de Leandro Marloch e Duda Teixeira. Leitura imperdível que desvenda os falsos heróis cucarachas, como Castro e Guevara.
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**A Felicidade uniu-se ao Tempo e gerou a Amizade, a Sabedoria e o Amor. A Sabedoria está sempre unida a seu pai. O Amor provoca estragos que seu pai vai curando. A Amizade é uma bela menina que procura sempre fazer os outros serem mais felizes, como sua mãe. (De um texto espírita).**
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A justiça de Floripa determinou, sem embargos infringentes nem declaratórios, que só valem para os mensaleiros, que as casas construídas a menos de 30 metros da Lagoa da Conceição estão no mínimo com problemas. E normalmente quem se mete com isso aqui em Floripa nem daqui é. Ou sotaque gaúcho ou argentino. O Paulo Brito é que está certo: se um lugar é "intocável", existir pra quê? Será mais fácil destruírem o homem, como vêm tentando desde os primórdios. Preservar, sim, mas sem radicalismos.
Acabei de ouvir o Paulo Brito dizer na Rádio Guarujá que pobre pode invadir, construir na beira do mar, que não tem problema. Mas se rico faz, o Ministério Público Federal logo entra com tudo.
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Você sabia que. quando o governo federal desonera um produto de seu imposto, este tal imposto, com o valor de um real, faz a união perder 45 centavos e os estados e municípios 55? É o típico caso do beijo com a boca dos outros. E quem passa por bonzinhos são os federais.
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Gente!... O tal templo de Salomão do Edir Macedo é um desbunde. Que suntuosidade, que riqueza. E dizer que quem o construiu foram ex-católicos que jogavam centavos no saquinho das espórtulas, criticando e falando mal da dita. Converteram-se para a Universal e arriaram tudo. Quase 700 milhões o tal templo, com cinquenta apartamentos para os pastores. Edir Macedo já pregou lá. Com as barbas enormes e uma manta à la rabino, quer reviver Moisés.
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Senadores e deputados só voltarão a trabalhar depois das eleições. Se não fosse tão caro, eu tentaria ser político.
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Alguns black blocs pediram asilo no consulado do Uruguai. Ridículo, não? Pensam que estão vivendo as barricadas de Paris ou os tempos da resistência comunista no Brasil. Pândegos! Nada mais demodê que essas chorumelas de esquerda. E por falar em demodê, dissidentes cubanos ainda são presos na amada Cuba do frei Betto por "atividades contra-revolucionárias". Ridículos outra vez, não?
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O Fantástico de ontem demonstrou quem na verdade são os tais blacks blocs da Sininho. Baderneiros violentos, trogloditas sem causa ou com as causas velhas. São mero caso de polícia.
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2019-01-19T05:59:05Z
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|fotos cedida pelo Blog Tangará Acontece
Um jovem ajudante de cargas foi atingindo por uma bala perdida enquanto dormia dentro de um caminhão baú, na madrugada desta terça-feira (08), na cidade de Tangará.
Segundo informações apuradas pelo blog
**O Paralelo**junta a Polícia Militar daquele município, é que por volta de 01:00 desta madrugada, baderneiros estavam em um veículo, até o momento não identificado, atirando em via pública enquanto trafegavam no perímetro urbano entre os dois postos de combustíveis, na BR 226.
Uma das balas atravessou a lataria do caminhão e acertou em cheio a vítima, identificada pelo nome de
**Juleandro Nicácio Silva Dantas,** **25**, que dormia em uma rede. O jovem trabalhador era natural da cidade de Rui Barbosa e residia em Natal.
Ainda segundo informações, o motorista do caminhão trabalha para a empresa CDA, uma distribuidora de alimentos da capital, abriu a porta do baú e percebeu que seu ajudante estava morto. O Itep já fez a remoção do corpo para Natal.
Blog O Paralelo
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2019-01-16T22:31:06Z
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**Blog: O Povo com a Notícia**
## quarta-feira, 30 de novembro de 2016
### Ministro Helder Barbalho garante água do Rio São Francisco no primeiro trimestre de 2017
O Governo Federal, por meio do Ministério da Integração Nacional, intensificou os repasses para ações e obras hídricas estruturantes nos últimos meses. Neste momento, todos os esforços estão direcionados para a conclusão das estruturas físicas do Projeto de Integração do Rio São Francisco para que a água chegue aos estados beneficiados: Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Essas afirmações foram feitas pelo ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, aos participantes da Audiência Pública da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, nesta quarta-feira (30). Além dos senadores, estavam presentes o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, e representantes dos governos estaduais da Paraíba e Pernambuco.
### Toda Quarta tem Promoção na Pizzaria Sabor & Delícia em Floresta, no Sertão
**Pizzaria Sabor & Delícia em Floresta. A m** **elhor Pizza da Cidade e com um Legitimo Forno à Lenha!** *OLHA NOSSA QUARTA ESPECIAL PIZZA GRANDE = 20,00 PEIXE C/FAROFA E VINAGRETE = 25,00 BATATA FRITA = 8,00 PORÇÃO DE CALABRESA = 18,00 BROTINHO QUALQUER SABOR = 7,00* *Agora recebendo pedidos pelo WhatsApp.* *(87) - 9 9604-4993.*
### Força-tarefa da Lava Jato ameaça renunciar se lei de abuso for aprovada
Os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato afirmaram durante coletiva nessa quarta-feira (30), que vão renunciar coletivamente caso a proposta de abuso de autoridade, do pacote de medidas anticorrupção entrar em vigor.
A proposta foi inserida no texto pela Câmara na madrugada desta quarta. "Vamos renunciar coletivamente à Lava Jato caso essa proposta seja sancionada pelo presidente", afirmou Carlos Fernando Lima, procurador da República.
### Brasil tem 827 mil vivendo com HIV; 112 mil não sabem que estão infectados
Dados divulgados hoje (30) pelo Ministério da Saúde revelam que 827 mil pessoas vivem com HIV/aids no Brasil. Dessas, cerca de 112 mil não sabem que estão infectados.
Do total de pessoas soropositivas identificadas no país, 372 mil ainda não estão em tratamento, apesar de 260 mil delas já saberem que estão infectadas.
### Temer sanciona lei que torna vaquejada patrimônio cultural do Brasil
O presidente Michel Temer sancionou a Lei 13.364/2016, que eleva o rodeio e a vaquejada – e suas respectivas expressões artístico-culturais – à condição de manifestação cultural nacional e de
**.** *patrimônio cultural imaterial*
De acordo com o texto, consideram-se patrimônio cultural imaterial do Brasil o rodeio, a vaquejada e expressões decorrentes, como: “montarias; provas de laço; apartação; bulldog; provas de rédeas; provas dos Três Tambores, Team Penning e Work Penning; paleteadas; e outras provas típicas, tais como Queima do Alho e concurso do berrante, bem como apresentações folclóricas e de músicas de raiz”.
A nova lei está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (30/11).
**Blog: O Povo com a Notícia**
### Criança morre após estante cair por cima dele em hotelzinho de Caruaru
Uma criança de dois anos morreu após uma estante cair por cima dela em um hotelzinho de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O acidente ocorreu na tarde da terça-feira (29). "O menino estava brincando em uma sala quando subiu numa estante, que caiu por cima dele", detalhou ao G1 o delegado Gustavo Garcia, que recebeu a ocorrência.
O delegado ainda informou que os representantes do hotelzinho relataram o fato quando foram prestar o Boletim de Ocorrência. "Tudo vai ser apurado", disse Gustavo Garcia.
O delegado ainda informou que os representantes do hotelzinho relataram o fato quando foram prestar o Boletim de Ocorrência. "Tudo vai ser apurado", disse Gustavo Garcia.
### Petrolina: Julgamento dos acusados de assassinar Bruna e Taiane acontecerá na próxima quinta dia 08
Na próxima quinta-feira dia (08) está marcado para às 08:00, no Fórum de Petrolina, no Sertão pernambucano, o julgamento dos acusados de assassinar as jovens
**Taiane**e **Bruna**nas imediações do Distrito Industrial no **.** *dia 05 de setembro deste ano*
Os acusados foram presos e apresentados pela Polícia Civil no
**, são eles,** *dia 08 de setembro* **Lindolfo Nunes da Silva**e **Lucas Conceição santos**. **Blog: O Povo com a Notícia**
### Comerciantes de Petrolina pedem prisão do “Bandido da Lanterna”
O bandido da lanterna que aterroriza comerciantes de Petrolina volta a ser alvo de reclamações dos proprietários de estabelecimentos.
Eles cobram uma resposta da polícia devido a uma série de arrombamentos, em maioria das lojas que ficam na Avenida Honorato Viana, Área Central de Petrolina e de uma delas, foram levados aproximadamente R$ 100 mil reais.
### Multidão acompanha carreata da vitória de Marcílio e Pedro em Cabrobó, no Sertão
Desde que terminou a votação no dia 2 de outubro a população de Cabrobó aguardava com ansiedade pela confirmação da vitoria de Marcílio e Pedro,
*iria prevalecer para a população dar início as comemorações por todos os cantos da cidade. No entanto, faltavam às presenças dos dois majoritários que por motivos de força maior, só poderia abraçar seus eleitores nesta terça-feira (29).* **bastou o TRE tomar adecisão fazendo com que a vontade do povo de Cabrobó**
Segundo informações do nosso parceiro do Blog Didi Galvão, uma multidão de pessoas aguardava ansiosa pela chegada dos dois, a espera teve fim quando Marcílio e Pedro acompanhados dos vereadores eleitos da coligação chegaram para participarem de uma mega carreata. Carros, motos e muita gente, percorreram as principais ruas e avenidas da cidade até o momento das falas na concha acústica no centro de Cabrobó.
Pedro Caldas, vice prefeito eleito foi o primeiro a falar, e disse que agora é hora de desarmar os palanques e dar início a montagem do governo que vai mudar Cabrobó. Marcílio Cavalcante, agradeceu a todos e reafirmou seu compromisso de fazer um governo voltado para quem mais precisa.
**Matéria relacionada:** **Blog: O Povo com a Notícia**
### Aborto até o terceiro mês não é crime, entende STF
A maioria da primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) firmou o entendimento, nesta terça-feira (29), de que praticar aborto nos três primeiros meses de gestação não é crime. Votaram dessa forma os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Edson Fachin.
A decisão é sobre um caso específico, em um habeas corpus que revogou a prisão preventiva de cinco pessoas que trabalhavam numa clínica clandestina de aborto em Duque de Caxias (RJ), mas pode ser considerada um passo à frente na descriminalização do ato, desde que no início da gravidez.
O relator, ministro Marco Aurélio, já havia concedido liminar em 2014 para soltar os cinco médicos e funcionários da clínica fluminense. Seu fundamento era que não existiam os requisitos legais para a prisão preventiva (como ameaça à ordem pública e risco à investigação e à aplicação da lei). Nesse processo, nenhuma mulher que praticou aborto na clínica foi denunciada.
A decisão é sobre um caso específico, em um habeas corpus que revogou a prisão preventiva de cinco pessoas que trabalhavam numa clínica clandestina de aborto em Duque de Caxias (RJ), mas pode ser considerada um passo à frente na descriminalização do ato, desde que no início da gravidez.
O relator, ministro Marco Aurélio, já havia concedido liminar em 2014 para soltar os cinco médicos e funcionários da clínica fluminense. Seu fundamento era que não existiam os requisitos legais para a prisão preventiva (como ameaça à ordem pública e risco à investigação e à aplicação da lei). Nesse processo, nenhuma mulher que praticou aborto na clínica foi denunciada.
### Senado aprova em primeiro turno PEC do teto de gastos
O Senado aprovou nesta terça-feira o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos por 20 anos, pelo placar de 61 votos contra 14.
Os senadores também rejeitaram todos os destaques que poderiam alterar o texto já aprovado pela Câmara, incluindo um pedido para que a proposta passasse por um referendo popular antes de entrar em vigor.
### Câmara injeta vingança contra juízes e procuradores no pacote anticorrupção
Depois de abandonar, sob pressão popular, a ideia de se autoconceder uma anistia para os crimes de caixa dois, corrupção, lavagem de dinheiro e um enorme etcétera, os deputados aprovaram na madrugada desta quarta-feira uma emenda com gostinho de
**. O texto foi empurrado para dentro do pacote anticorrupção que chegou à Câmara apoiado por 2,4 milhões de brasileiros. Trata da punição de juízes como Sergio Moro e de procuradores como os membros da força tarefa da Lava Jato por “abuso de autoridade”.** *vingança*
O resultado da votação, por acachapante, revela o tamanho do desejo da Câmara — apinhada de investigados — de enquadrar investigadores e julgadores. Votaram a favor da proposta 313 deputados. Contra, 132 contra. Houve 5 abstenções. Pressionando
**, você chega à íntegra da lista de votação. Supremo paradoxo: 69,6% dos presentes, que tinham votado a favor do pacote anticorrupção, aprovaram a emenda que visa constranger magistrados e membros do Ministério Público. Apertando** *aqui* **, você vai à integra da emenda.** *aqui*
### Aniversariante do dia, Giovanna Almeida
**Feliz aniversário Giovanna** **! Muita saúde, paz e sucesso! Deus continue sempre abençoando você. Esses são os votos de todos os seus familiares e amigos.** **Parabéns!** **Blog: O Povo com a Notícia**
### Carro incendiado em manifestação pertence a mãe de filho de Temer, diz colunista
Um veículo incendiado por manifestantes durante os protestos que aconteceram na tarde desta terça-feira (29), na Esplanada dos Ministérios, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 – que limita os gastos do governo pelos próximos 20 anos – pertencia à jornalista Erica Ferraz, mãe de um dos filhos do presidente Michel Temer (PMDB).
A informação é do colunista Maurício Lima, da Radar Online, da Veja, e diz que o Palácio do Planalto ainda investiga se a ação foi direcionada ou se os baderneiros acertaram onde nem desconfiavam.
**Blog: O Povo com a Notícia**
### Berg Serralheiro agora com mais uma opção de compra com cartões de créditos
**Agora Berg Serralheiro conta com mais uma opção de compra para você cliente com cartões de créditos VISA, Master Card, HIPERCARD, HIPER e Diners Club Internacional.** **Blog: O Povo com a Notícia**
### Governo do Estado paga nesta quarta-feira a 1ª parcela do 13º salário
O Governo do Estado de Pernambuco pagará nesta quarta-feira (30) a primeira parcela (50%) dos servidores públicos ativos e inativos do Poder Executivo Estadual, segundo informou o secretário de Administração, Milton Coelho. A folha totalizará R$ 416 milhões.
Já nos dias 6, 7 e 8 de dezembro o Governo pagará o salário de novembro dos aposentados, ativos e comissionados, totalizando R$ 832 milhões.
No dia 20/12 sairá a segunda parcela do décimo terceiro, ficando o salário de dezembro para ser pago na primeira semana de janeiro.
“No espaço de apenas 20 dias, R$ 1,6 bilhão serão injetados na economia pernambucana e com isso esperamos dar um fôlego ao comércio, que vem apresentando queda nas vendas nos últimos meses”, disse o secretário.
## terça-feira, 29 de novembro de 2016
### Manifestação tem confronto com a polícia na frente do Congresso
Um protesto contra o governo e contra projetos do presidente Michel Temer terminou em confusão no final da tarde desta terça-feira (29).
Após mais de 12 mil pessoas se reunirem em frente ao gramado do Congresso Nacional (segundo estimativa da Polícia Legislativa), alguns manifestantes viraram um carro da TV Record que estava estacionado na rampa de acesso e depredaram outros.
A Polícia Militar e a Polícia Legislativa, que faziam um cordão de isolamento, atiraram então bombas de efeito moral para dispersar o ato.
Com o grito de guerra "fora, Temer", o protesto reúne sindicatos, índios, organizações de esquerda e movimentos sociais.
### Quadrilha invade aeroporto, rouba carro-forte e troca tiros com policiais no Piauí
Uma quadrilha invadiu o aeroporto do município de Floriano (PI) e trocou tiros com policiais militares durante assalto na manhã desta terça-feira (29).
A ação criminosa foi registrada por volta de 10:30 e o policiamento de toda a região foi acionado e está em perseguição.
O PM ferido ainda não teve a identidade revelada, mas seria da Força Tática. De acordo com o coronel Marcos Antônio, subcomandante de policiamento no Serrado, o tiro que atingiu o militar seria de fuzil e atravessou o colete. Ele foi encaminhado ao Hospital Regional Tibério Nunes e está fora de perigo. “O colete foi essencial para salvar a vida do policial”, explicou.
### Macarrão On-line do Mumú em Floresta, no Sertão de PE
### Transição em prefeituras mostra crise grave em 70% dos municípios de PE
Eleições após eleições, os casos se repetem: prefeitos perdem o pleito e promovem desmonte na estrutura municipal ou não repassam os dados necessários durante a transição de governo. Diante disso, o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) realizam, conjuntamente, fiscalização e punição a estes gestores. Este ano não está sendo diferente.
### Cinegrafista vítima da tragédia esteve a pouco tempo no Sertão do Pajeú
O cinegrafista Ari de Araújo Júnior, da Rede Globo, uma das vítimas do que estava no acidente com o elenco da Chapecoense, esteve em solo sertanejo. E não faz muito tempo.
Foi ele o cinegrafista que esteve em Afogados da Ingazeira, no Sertão do pajeú, com Pedro Bassan fazendo a
**sobre potenciais olímpicos com a pentatleta Yanea Marques. A reportagem foi ao ar em 12 de julho deste ano.** *reportagem especial para o Jornal Nacional*
As imagens de Ari tiveram imensa repercussão, Não falta quem credencie à bela história de Yane contada por Bassan e com imagens de Araújo o empurrão que faltava para que ela fosse escolhida como porta-bandeira do Brasil nas Olimpíadas do Rio.
Em seu Instagram, Yane fez uma homenagem a Ari, com quem passou a trocar mensagens nas redes sociais. “Que Deus te receba, amigo. Descanse em paz. Ainda sem acreditar. Força para todos os familiares que sofrem com uma grande perda”.
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### Aprovados e convocados em Concurso Público da Prefeitura de Floresta protestam contra a determinação do TCE
Na manhã desta terça-feira dia (29), os aprovados e convocados no Concurso Público da Prefeitura Municipal de Floresta, no Sertão pernambucano, realizaram um manifesto em frente ao Ministério Público da cidade.
Eles protestam contra a determinação do TCE que suspendeu no dia 25 de novembro deste ano, suas nomeações que foram divulgadas pela prefeitura no de 23 de novembro, e acatou uma Medida Cautelar suspendendo os efeitos da nomeação de 500 servidores aprovados.
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### Via Lanches, Lanchonete e Açaiteria em Floresta, no Sertão de PE
*DISPOMOS DE MAIS DE 20 SABORES DE SORVETES, MILK SHAKE, AÇAÍ, PICOLÉS, UMA VARIEDADE DE TORTAS E SALGADOS.* **Horário de funcionamento:** **Terça a sexta:** **08h às 21h** **Sábado e domingo:** **16h às 22h** **Estamos localizados na rua Tito Rosa, ao lado da Casa Lotérica.** **Blog: O Povo com a Notícia**
### Vídeo: Em março, vidente previu acidente de avião com um time de futebol
Um vidente pode ter previsto o acidente aéreo que o time da Chapecoense sofreu nesta terça-feira (29). Em março deste ano, Carlinhos vidente participou do programa "Olga Bongiovanni" para fazer previsões para 2016. "Vou contar uma [previsão] de primeira mão também: um time inteiro de futebol vai morrer num avião. Marca o que estou falando para vocês. Isso vai acontecer em um ano ou um ano e meio", disse Carlinhos Vidente, em março deste ano.
*"Mas é um time do Brasil", perguntou Olga. "Essa é a pergunta. Não deu para levantar ainda se é um time do Brasil ou um time de fora"*, respondeu o vidente. **Vídeo:** **Clique aqui e assista a entrevista na íntegra:** **Blog: O Povo com a Notícia**
### Avião de acidente foi usado pela seleção Argentina há três semanas
O avião que sofreu um acidente com o time da Chapecoense, na madrugada desta terça-feira (29), em voo com destino à Colômbia, foi utilizado por Lionel Messi e os demais jogadores argentinos na viagem para o Brasil, há menos de três semanas. Na ocasião, os hermanos foram derrotados por 3 a 0 para os comandados de Tite, em jogo válido pelas eliminatórias, no Mineirão.
O presidente do Atlético Nacional, Juan Carlos de la Cuesta, equipe que enfrentaria a Chapecoense, disse que o avião tinha tradição em transportar equipes de futebol e, há algumas semanas, havia sido utilizada pelo Nacional para uma viagem a La Paz, na Bolívia, e também pela própria Chapecoense, conforme o Zero Hora.
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### Presos na PB cinco suspeitos de chacina de Santa Terezinha, no Sertão do Pajeú
*Por Nill Júnior*
A Polícia Militar acaba de confirmar ao
*blog*a prisão de cinco homens acusados de participar na *. As primeiras informações dão conta de que o serviço de inteligência do* **chacina registrada neste domingo em Santa Terezinha, no Sertão do Pajeú** **23º BPM**conseguiu identificar onde eles estariam escondidos. Os nomes ainda não foram divulgados porque a ação foi concluída a pouco.
Participaram da operação, as equipes do GATI, com apoio de PMs da Paraíba e o Delegado Cristiano Silva, que atua no estado vizinho. Com eles, a polícia encontrou quatro revólveres, uma pistola calibre .40, uma pistola calibre 765 e uma espingarda calibre 12 de fabricação caseira, boa quantidade de drogas e dinheiro.
Três deles estavam escondidos no Sítio Santo Antonio, na zona rural de Imaculada, que faz fronteira com a cidade pernambucana onde ocorreram os crimes. Dois foram encontrados no Bairro Vila Rica, Santa Terezinha, próximo de onde aconteceram os crimes. Todos estão sendo levados para a Delegacia de Princesa Isabel, onde serão autuados por porte de armas, tráfico de drogas e formação de quadrilha. Depois, com o apoio de Drº Ubiratan Rocha, serão autuados pelo triplo homicídio.
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### Quarto jogador da Chapecoense é encontrado com vida após acidente aéreo
Mais um jogador da Chapecoense teria sido encontrado com vida após um acidente com a aeronave que transportava o time nesta terça-feira (29). O atleta seria Hélio Neto. Além dele, também sobreviveram Alan Ruschel (lateral da Chapecoense), Jakson Follmann (goleiro), Danilo (goleiro), Rafael Henzel (jornalista) e Ximena Suarez (comissária). No acidente, morreram 75 pessoas.
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### Papelaria Paulo Freire em Floresta
### Temer lamenta acidente com equipe da Chapecoense
O presidente Michel Temer lamentou a morte de 75 pessoas no acidente com o time da Chapecoense. O avião que levava a equipe para a Colômbia caiu quando chegava em Medelín. Nas redes sociais, Temer colocou órgãos do governo à disposição das famílias das vítimas.
"Nesta hora triste que a tragédia se abate sobre dezenas de famílias brasileiras, expresso minha solidariedade. Estamos colocando todos meios para auxiliar familiares e dar toda a assistência possível. A Aeronáutica e o Itamaraty já foram acionados", afirmou.
"O governo fará todo o possível para aliviar a dor dos amigos e familiares do esporte e do jornalismo nacional", disse o presidente.
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### Após tragédia com voo da Chapecoense, CBF adia da final da Copa do Brasil
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) comunicou nesta terça-feira (29), que foi adiada a final da Copa do Brasil, entre Grêmio e Atlético Mineiro, inicialmente prevista para quarta-feira (30). "Definições a respeito deste jogo serão informadas ao longo do dia", diz trecho do comunicado.
Na madrugada desta terça-feira,
*76 pessoas morreram no acidente aéreocom a delegação da Chapecoense*, na cidade de La Unión, próximo a Medellín, na Colômbia. A informação é do General José Acevedo Ossa, da polícia local, responsável pelo resgate. Os sobreviventes foram Alan Ruschel (lateral da Chapecoense), Jakson Follmann (goleiro), Danilo (goleiro), Rafael Henzel (jornalista) e Ximena Suarez (comissária).
### Policiais do GATI prendem elementos acusados de assalto em Petrolina, no Sertão
No início da tarde desta segunda-feira dia (28), Policiais Militares do GATI foram acionados pela Central de Operações do 5° BPM, informando que uma Policial feminina teria flagrado um roubo de celular a uma pessoa do sexo feminino nas proximidades do Supermercado G. Barbosa, no bairro Vila Eduardo, em Petrolina, no Sertão pernambucano.
Em uma ação cautelar e pró-ativa, a citada militar acompanhou os suspeitos e simultaneamente em contato via telefone com o GATI, indicou a localização correta dos meliantes, sendo os mesmos alcançados em uma motocicleta de marca SUNDOW/MAX placa JSH-1376 de cor prata, tendo como ocupantes
**ROMÁRIO MENDES DA SILVA**, natural da cidade de Juazeiro-BA, onde o mesmo cumpre prisão em regime semi-aberto por diversos crimes tais como: homicídio, roubo e porte ilegal de arma de fogo, além de **JOANDERSON CARVALHO DO NASCIMENTO**, natural de Juazeiro-BA, onde, segundo relatos do próprio acusado, também já foi preso por tráfico de drogas, sendo este flagrado com o produto do roubo dentro de suas vestes, um celular de marca LG de cor dourada.
Durante o acompanhamento tático, os imputados perderam o controle da motocicleta e colidiram no meio fio da via, sendo de imediato imobilizados e confessado a autoria do crime. Os acusados foram encaminhados para o hospital Universitário onde foram feitos os primeiros socorros por conta das escoriações e posteriormente conduzidos até a Delegacia de Polícia Civil de Plantão, em Ouro Preto, onde a Autoridade Policial lavrou o Auto de Prisão em Flagrante Delito.
**Blog: O Povo com a Notícia**
### Chuvas evitam nova redução de vazão do Rio São Francisco
O registro de chuvas na bacia do rio São Francisco nos últimos dias foi o motivo para a manutenção da vazão atual do chamado rio da integração nacional no reservatório de Sobradinho, na Bahia. A decisão foi anunciada ontem (28), durante reunião de avaliação dos efeitos da vazão reduzida, promovida em Brasília (DF), pela Agência Nacional de Águas (ANA), e transmitida por videoconferência para os estados da bacia. Há algumas semanas, quando foi autorizada a redução da defluência, a programação era para uma vazão de 750 metros cúbicos por segundo (m³/s) a partir do dia 21, na semana passada, chegando a 700m³/s a partir de hoje.
A equipe técnica da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) apresentou um relatório com fotos sobre a vistoria no Baixo São Francisco, para avaliar os efeitos da defluência de 750m³/s durante a primeira semana da medida. De acordo com a apresentação, houve o registro de banco arenoso emergindo nas proximidades da cidade de Juazeiro (BA) e presença de retroescavadeiras para garantir a captação de água para a Companhia de Abastecimento de Sergipe (Deso), entre outros reflexos.
A equipe técnica da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) apresentou um relatório com fotos sobre a vistoria no Baixo São Francisco, para avaliar os efeitos da defluência de 750m³/s durante a primeira semana da medida. De acordo com a apresentação, houve o registro de banco arenoso emergindo nas proximidades da cidade de Juazeiro (BA) e presença de retroescavadeiras para garantir a captação de água para a Companhia de Abastecimento de Sergipe (Deso), entre outros reflexos.
### Marcos Pneus: Sempre com o melhor serviço para o cliente
### Vinte novos juízes substitutos tomam posse no TJPE
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) empossou ontem 20 classificados no concurso para juiz substituto da instituição, realizado no ano passado. No total, 100 candidatos foram aprovados para o cargo. Desses, 33 foram empossados em fevereiro, totalizando 53 convocados até o momento.
Os 20 novos juízes substitutos começarão a atuar em comarcas do Estado até o fim do primeiro semestre de 2017, após concluírem o curso de formação inicial na Escola Superior da Magistratura de Pernambuco (Esmape). A seleção durou um ano e envolveu diversas etapas, como prova oral, prova de sentença e análise de títulos. O resultado final foi homologado em janeiro.
O presidente do TJPE, desembargador Leopoldo Raposo, reconheceu a importância da nomeação dos concursados. À medida que forem superadas restrições orçamentárias, mais aprovados serão nomeados para ocupar os 200 cargos vagos no Estado.
**Blog: O Povo com a Notícia**
### Governo não consegue aprovar projeto de 'pente-fino' e INSS remarca perícias
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) precisou remarcar para janeiro outras 1.660 perícias agendadas para esta semana no âmbito do pente-fino dos benefícios previdenciários que começou em setembro. No início do mês, o instituto já tinha contatado 5,9 mil beneficiários para remarcar as consultas. Essas perícias tinham sido marcadas originalmente para o período de 7 a 25 de novembro.
Ao todo, mais de 7,5 mil perícias já foram remarcadas porque o governo não consegue aprovar no Congresso a revisão dos benefícios.
O governo esperava que o Congresso aprovasse o projeto de lei em substituição à medida provisória 739, que perdeu a validade no início do mês. Sem a MP, o INSS poderia continuar com as revisões dos auxílios-doença e das aposentadorias por invalidez, mas não tinha como garantir o pagamento do bônus de R$ 60 aos peritos por perícia feita na revisão.
### Ministério da Saúde libera R$ 62 milhões para compra de medicamentos
O Ministério da Saúde liberou cerca de R$ 62 milhões para a compra de medicamentos para tratamento de câncer, Parkinson e esclerose lateral amiotrófica (ELA). Os remédios fazem parte do Componente Especializado de Assistência Farmacêutica – CEAF.
Os estados do Centro-Oeste receberão R$ 5,2 milhões para a compra dos medicamentos; para a Região Sudeste foram destinados R$ 39,6 milhões; para o Sul, R$ 9,1 milhões; os estados do Nordeste receberam R$ 6,9 milhões e os do Norte, R$ 1,3 milhão.
Os medicamentos CEAF têm a compra centralizada pelo Ministério da Saúde, mas os estados, o Distrito Federal e os municípios são os responsáveis pela seleção, aquisição, armazenamento, controle de estoque e prazos de validade, além da distribuição e dispensação dos produtos.
**Blog: O Povo com a Notícia**
### Primeiro balanço de queda de avião do Chapecoense é de 75 mortos e 6 feridos
Autoridades colombianas falam em 75 mortos no acidente aéreo com a delegação da Chapecoense na madrugada desta terça-feira (29), na cidade de La Unión, próximo a Medellín, na Colômbia. A informação é do General José Acevedo Ossa, da polícia local, responsável pelo resgate. Não há confirmação sobre quem são as vítimas.
Segundo Ossa, somente seis pessoas sobreviveram à tragédia. Três deles são jogadores da Chapecoense: o lateral esquerdo Alan Ruschel, além dos goleiros Danilo e Follmann. As informações são de hospitais da região e de familiares dos jogadores.
O modelo do avião é o Avro Regional Jet 85, também conhecido como Jumbolino, de matrícula CP-2933, produzido pela British Aerospace. O avião tem lugar para 95 pessoas, mas segundo as autoridades colombianas, tinha 72 passageiros e 9 tripulantes no momento do acidente.
## segunda-feira, 28 de novembro de 2016
### Avenida Lanches em Floresta: Lanches diversos e Almoço
### Mudança em regras para ingresso na PM e nos Bombeiros preocupa entidades
Entidades manifestaram preocupação com propostas em tramitação na Câmara dos Deputados que alteram o Decreto-Lei 667/69, que trata do ingresso no quadro de pessoal da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de todos os estados e do Distrito Federal.
O PL 4682/16, do deputado Rocha (PSDB-AC) seria analisado nesta segunda-feira (28) em audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. O debate foi cancelado, mas o deputado Roney Nemer (PP-DF), relator do projeto no colegiado, aproveitou a oportunidade para ouvir os convidados.
A proposta do deputado Rocha exige curso superior para o ingresso na PM ou no Corpo de Bombeiros e prevê que haverá “carreira única compreendida em graduações e postos, com ascensão gradual e sucessiva, sendo o ingresso exclusivamente na graduação de soldado”.
### Ainda em novembro, número de homicídios supera o de 2015 em PE
Ainda falta mais de um mês para acabar o ano de 2016, mas o número de homicídios em Pernambuco já ultrapassou o total registrado em 2015. Até o dia 22 deste mês, último balanço divulgado pela Secretaria de Defesa Social (SDS) em sua página na internet, foram 3.902 crimes contra a vida. Durante o ano passado inteiro, foram contabilizados 3.888 homicídios. Em nota, a SDS classificou os dados como “inaceitáveis para as instituições que compõem a segurança pública em Pernambuco”.
Outubro, por exemplo, foi o mês mais violento desde agosto de 2008. Do dia 1º ao 31 foram 451 homicídios. Só entre os dias 28 de outubro e 22 deste mês ocorreram 354 homicídios. De acordo com os números apresentados, a média bate os 354 homicídios por mês. São 11 crimes violentos letais intencionais (CVLIs) por dia.
### Lula será interrogado em fevereiro
Dia 17 de fevereiro está marcado na agenda do ex-presidente Lula como o dia em que ele prestará seu interrogatório, da acusação que lhe pesa de ser o mandante do possível suborno para comprar o silencia de Nestor Ceveró.
A informação é do site O Antagonista. Dois dias antes dele, em 15 de fevereiro, o tribunal interrogará também Delcídio Amaral.
**Blog: O Povo com a Notícia**
### Adolescente de 16 anos mata professora a golpe de faca em Bodocó, no Sertão de PE
Uma professora de 55 anos, foi assassinada a golpe de faca na manhã deste domingo (27), na zona rural de Bodocó, no Sertão de Pernambuco. O crime aconteceu por volta das 11:40 na comunidade do Sítio Meleiro no segundo distrito do município.
De acordo com a polícia, a vítima
**Edileuza Raimunda Nobre**, professora, casada, de 55 anos, se encontrava no interior de uma residência quando foi surpreendida pela estudante de iniciais **R. E. S**., **de 16 anos, que armada com uma faca desferiu um golpe no pescoço da professora, que não resistiu e faleceu no local do ocorrido.**
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|Roberto Cury
OS ANIMAIS SÃO IRRACIONAIS?
REENCARNAÇÃO E EVOLUÇÃO.
A VOLTA DE JESUS
JESUS NEGA SER DEUS
REENCARNAÇÃO OU RESSURREIÇÃO
BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO
CONHECER PARA PROGREDIR
SABEDORIA
A PACIÊNCIA
A PARTIDA
A RESIGNAÇÃO
A DÁDIVA
O AMOR UNIVERSAL
OBSESSÃO ESPIRITUAL NA INFÂNCIA
A MÁGOA
A ALEGRIA COMO FORMA DE VIDA
A REFORMA ÍNTIMA
A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA E A JUSTIÇA DIVINA.
DESEQUILÍBRIO
EMPOLGAÇÃO COM A DOUTRINA ESPÍRITA
HÁ QUEM CHEGUE CHORANDO, EU CHEGUEI SORRINDO!
MALEDICÊNCIA E FALSAS ACUSAÇÕES
MILAGRES
POR QUE DEUS É FIEL?
O ABORTO
O medo de morrer nos mata por antecipação
O PODER DO MEDO
O SEXO DESTRUIDOR OU FORÇA CRIADORA
PARA VENCER É PRECISO TER SORTE
PARTIDA DE ENTES QUERIDOS
REFLEXOS
SOFRER É UMA QUESTÃO PESSOAL
VIOLÊNCIAS E PAZ.
**OS ANIMAIS SÃO IRRACIONAIS?**
Era sexta-feira, dia 17 de maio de 2013, e a reunião de estudos cuidava dos animais perante os homens. Várias histórias sobre animais foram narradas pelos frequentadores da noite, ora sobre a inteligência, ora sobre o instinto e até se eles têm livre arbítrio !
Mas, a grande questão era a de que se os animais têm alma.
Tudo começou quando Kardec perguntou aos espíritos da Codificação: - Pois se os animais têm uma inteligência que lhes dá uma certa liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria? (questão 597).
Secamente, responderam os espíritos: - Sim, e que sobrevive ao corpo.
Novamente Kardec na questão 597-a: - Esse princípio é uma alma semelhante à do homem?
Responderam: - É também uma alma, se o quiserdes; isso depende do sentido em que se tome a palavra, mas é inferior à do homem. E completam: - Há, entre a alma dos animais e a do homem tanta distância quanto entre a alma do homem e Deus.
- Caramba!, assustou-se o jovem Lúcio.
Gabriel Delane, in Evolução Anímica, pág. 63, ensina: "se o animal executar ações inteligentes, é porque é dotado de inteligência, e se esses atos forem da mesma índole que se percebe nas pessoas, evidentemente se conclui que tal inteligência é semelhante à alma do homem, de vez que, na criação, somente a alma é dotada de inteligência".
Esse princípio, segundo Delane, enseja a conclusão de que o princípio inteligente (alma) que habita o corpo do animal é da mesma natureza que a humana, apenas com a diferença do desenvolvimento gradativo (evolução gradativa).
- Caramba!, assustou-se, também, a jovem Eniele, completando: - quer dizer que a alma dos bichos é igualzinha a nossa?
A gargalhada foi estrepitosa na Casa Espírita e isso causou certa apreensão em Claudemiro acostumado noutros centros onde quando muito se permitia sorrir, mas, jamais gargalhar. - Que falta de respeito, pensou com seus botões. Eita povinho mais doido, sô. Onde já viu rir assim a bandeiras despregadas!
- De jeito nenhum, refutou o cinquentão Agostinho; homem é homem, animal é animal. Não acredito que um dia os animais possam virar homens.
Sorrindo, ainda, o coordenador da reunião de estudos contou que na obra citada, Gabriel Delane narra uma história verdadeira contada por um cidadão, que descortinava a paisagem em frente à sua janela, sobre uma raposa que conduzia um ganso como sua presa. Diante de um muro muito alto a raposa estacou e tentou, sem largar do ganso, aprisionado entre os dentes dela, saltar sobre o obstáculo, não conseguindo em nenhuma das três tentativas.
Assentou-se apreciando o muro como se estudasse uma forma de superá-lo. De repente, agarrou o ganso pela cabeça esfregando-a de encontro à parede saltou até alcançar uma reentrância onde enfiou o bico da ave, fixando aquele corpo ali. Depois, firmando-se sobre a ave presa no muro, chegou ao cimo. Jeitosamente, abocanhou novamente a presa atirando-a para o outro lado, saltou sobre o muro, lá agarrou, novamente o ganso e saiu em desabalada carreira planície afora.
Ainda na mesma obra, Delane conta sobre um urso muito inteligente do zoológico de Viena que divisando uma fatia de pão que flutuava na água fora da jaula, teve a idéia engenhosa de revolver a água com sua pata, formando assim uma corrente artificial que trouxe para perto de si o pedaço apetitoso de pão.
Sem sombra de dúvidas que a idéia do urso foi genial. Das duas histórias contadas por Delane, torna-se fácil compreender que tanto o urso quanto a raposa demonstraram possuir três coisas essenciais ao sucesso de suas empreitadas: 1- idéia de cálculo; 2 - raciocínio; e 3 - decisão.
Certas criaturas humanas não teriam tamanha inteligência demonstrada pela raposa e pelo urso.
Allan Kardec, n'O Livro dos Médiuns, capítulo XXII, páginas202 a 207, edição IDE, referindo-se à inteligência dos animais, ensina: "Não se lhes pode, sem dúvida, recusar uma certa dose de inteligência relativa, mas, seria preciso convir que, em certas circunstâncias, sua perspicácia ultrapassaria de muito a do homem, porque não há pessoa que possa se gabar de fazer o que eles fazem; seria preciso mesmo, para certas experiências, lhes supor um dom de segunda vista superior a dos sonâmbulos mais clarividentes".
Novamente Delane, na mesma obra, porém grande parte buscada na Revista Científica, edição de janeiro de 1879, narra que no Zoológico de Viena, havia uma enorme quantidade de ursos e a direção, receosa da proliferação da espécie em escala descontrolável, resolveu eliminar alguns deles. Assim foram lançados bolos envenenados para dois ursos que mesmo famintos, cheiraram os alimentos e fugiram. Entretanto, mais tarde, atraídos pelo cheiro do ácido prússico, veneno potentíssimo, empurraram os bolos para o fosso de água e ali, manipularam até que a evaporação do tóxico deixou os alimentos livres de qualquer traço perigoso. Só então os famintos ursos devoraram os bolos. Esse comportamento inteligente não se lhes salvou a vida como a direção acabou por perdoá-los.
Prossegue Delane com relatos interessantíssimos, como o da vespa que tentando transportar o cadáver de uma mosca, mas, percebendo que as asas desta lhe dificultavam o voo, inteligentemente, tomou sua decisão: pousando sobre a mosca, cortou-lhe as asas voou, com facilidade, transportando o cadáver do inseto, aprisionado em suas patas.
Sou testemunha de um caso espetacular de inteligência e malícia de um animal selvagem. Na minha chácara no município de Nerópolis, Estado de Goiás, vez ou outra, atraídos pelas galinhas, patos e galinhas de angola, que circulavam livremente pelo terreiro, de vez em quando, gatos do mato só não abocanhavam algum destes animais menores quando os cães, eram cinco, os impediam de conseguirem a presa. Entretanto, no córrego que mais tarde veio a formar o lago da represa, apareceu uma lontra que, espertamente saía da água e sempre levava uma ou outra galinha ou abocanhava um ou outro pato que nadava por ali. Num dia em que a lontra saiu da água para perseguir uma galinha próxima, mas, que conseguiu escapar do seu bote, a cadela Tulipa disparou em cima da caçadora que caiu na água e só ficou com o nariz de fora. Confiante de que pegaria a lontra, Tulipa se atirou na água, foi quando o animal selvagem deu um bote e iniciou o afogamento da cadela. Sêo Geraldo, o caseiro, atirou com a espingarda cartucheira, acertando a cabeça da lontra que assim largou a cadela que foi recolhida viva pelo atirador.
Sem sombra de dúvidas que a lontra utilizou-se de sua invejável inteligência consubstanciada através da malícia atraindo a sua inimiga para afogá-la. Preparou a armadilha e a cadelinha caiu direitinho.
Costelinha é um cão que apareceu na porta da nossa Casa Espírita faminto e sofrido. Sentia-se que ele buscava abrigo e compaixão. Ao final da reunião, Karla, nossa confreira, condoída levou-o para sua residência, onde ele foi acolhido carinhosamente por ela e por seu marido o amigo Carlos. Alimentaram-no, dispensando todo um tratamento que se fazia necessário à recomposição física do animal. A princípio, Costelinha, nome dado por Karla, em face de que quando lá chegou desnutrido, suas costelas estavam à mostra, fazia suas necessidades indiscriminadamente em qualquer lugar. Com o tempo, os seus donos começaram aplaudi-lo toda vez que ele fez suas necessidades no lugar adequado. Ele aprendeu e a cada vez que era aplaudido, tudo indicava, que ele sorria, mostrando sua satisfação, sua felicidade abanando o rabo e olhando com olhos brilhantes os donos entusiasmados.
Assim, a cada vez que ele sentia necessidade, beirava a porta que era liberada. Logo depois, satisfeito e aplaudido, voltava todo feliz.
Pois numa destas noites, com diarréia, defecou no box do banheiro do casal.
Quando Karla percebeu pelo cheiro e pela sujeira, olhou firmemente para o cão que imediatamente escondeu sua cabeça entre as patas dianteiras, não deixando qualquer dúvida de que estava envergonhado do que fizera.
A análise do comportamento do cão pelo grupo espírita, colocados os fatos por Karla, ficou entendido que o cão antes criticado porque fizera em lugares indiscriminados e aplaudido quando defecara em lugares corretos, concluiu que sentira o olhar de Karla como reprovação por ter se aliviado no lugar menos adequado e, portanto, envergonhou-se. Era o amor-próprio ferido pelo olhar reprovativo da dona em face do lugar diferente do correto.
É inquestionável que Costelinha não apenas goza de uma inteligência além do normal nos animais, como tem capacidade de raciocínio, além do sentimento de amor-próprio.
Há tantas passagens com todos os animais domésticos ou selvagens que não mais se surpreendem os homens pela inteligência e pelos sentimentos manifestados por eles, demonstração clara e insofismável que tudo evolui, inclusive os seres considerados irracionais mas, que têm tanto ou mais raciocínio do que certos humanos.
Roberto Cury
**REENCARNAÇÃO E EVOLUÇÃO. **
Nossa confreira Áurea, uma das pioneiras na fundação do nosso grupo espírita, ainda hoje nos contava sobre as peripécias e capacidades de seu netinho Gabriel, de menos de dois anos e que mostra um conhecimento ímpar e diferenciado das gerações anteriores além de sair-se, sempre que inquirido, com "tiradas" impressionantemente inteligentes capazes de demonstrar, de forma indiscutível, uma vivência anterior na qual a criança tenha se desenvolvido, portanto, já se encontrando preparado para enfrentar o progresso no caminho da Regeneração do globo terrestre.
Marcos Paterra, anuncia que
*"a reencarnação de espíritos mais adiantados e preparados faz parte da evolução da Terra"* e afirma, sem receio, de que *"Não é segredo que as novas gerações que vêm nascendo nos últimos 50 anos, demonstram uma inteligência acima da média; algumas chegam a ser consideradas com "alta habilidade", destacando-se das outras"*.
Houve um tempo e há , ainda, pessoas que acreditam no Fim do Mundo e a consequente erradicação dos seres humanos (teoria apocalíptica).
Kardec, em A Gênese, Capítulo XVIII, trata da geração nova, textualmente afirmando:
*"Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-los avançar. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.*
*A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas.*
*Tudo, pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem." *(cópia ipsis litteris da tradução de Guillon Ribeiro - FEB).
Desde o advento de A Gênese, em Paris, em 6 de janeiro de 1868, muita coisa já mudou neste nosso mundão.
Os eventos apocalípticos, ao nosso ver, já aconteceram: as primeira e segunda guerras mundiais em que milhões de vidas foram ceifadas, muitas das quais já não pertencem à esfera terrestre, naturalmente excluídos para mundos inferiores.
É verdade que os conflitos ainda não terminaram, ao revés, fervilham por toda a parte, especialmente no oriente médio, onde a felicidade ainda não chegou e os reajustes reclamam correção, justiça e paz.
Entretanto, são os acertos circunscritos aos patrícios de cada país. Praticamente, não existem mais conflitos envolvendo uma nação contra outra. Eis que divergências de ordem política ou de desencontros verbais, ou, ainda, de rompantes visando a conquista pelo menor esforço, mesmo que ameaçando com bombas ou artefatos de alcance inimaginável, vizinhos creditam-se esperançosos em estender suas fronteiras pela dominação através do medo alheio. E, se o vizinho não se acovarda, mas, também responde no mesmo pé, fortalecido pelo apoio de nações ocidentais, então o empate acontece e cada um recolhe seus arsenais bélicos aos paióis ocultos ou que imaginam desconhecidos.
Mas, os desentendimentos intestinos, todos visando ou o poder pelo poder, ou a conquista de bens necessários ao progresso do país, têm sido mostrado, imediatamente, ao resto do mundo, através da televisão, da internet e das redes sociais. Nada mais fica oculto aos olhos do mundo mais do que um milésimo de segundo nos tempos de agora. Até as manifestações populares da gente ordeira querendo saúde, educação, paz, bem-estar, seriedade no trato da coisa pública, acontecem a todos os instantes exigindo ações imediatas dos governantes. Trata-se da incessante busca da melhoria da qualidade de vida, da alegria e da felicidade tão almejadas pelos encarnados terrenos.
Assim é que, também aqui no Brasil, as populações têm saído às ruas em manifestações pacíficas reclamando a ausência de melhor saúde, melhor educação, melhor segurança e melhores oportunidades na vida em geral.
Tudo se encadeia no Universo, respondem os espíritos quando tratam da Lei do Progresso inserta em O Livro dos Espíritos. Então entre uma geração e outra, o progresso da humanidade acontece sem solavancos e cada vez mais aceleradamente.
Observamos que vez ou outra, algumas pessoas aderem a sistemas estranhos e, entusiasmadas, tentam introduzir, no Movimento Espírita, conceitos e teorias absurdos, mas, que logo se derrotam naturalmente. Aqui no Brasil, principalmente. A FEB forçou com o Rustenismo e até hoje mantém a venda de "Os Quatro Evangelhos". Em Goiás, "A Corrente Magnética" fez sucesso entre orgulhosos "inovadores", mas, arrefecida, quase desapareceu. As teorias e práticas conhecidas como Cromoterapia, Psicoterapia, Musicoterapia, Hidroterapia, Cristalterapia, Fitoterapia, além de outras terapias, ainda são praticadas em algumas casas espíritas, mesmo nada tendo a ver com a Doutrina Espírita. Do exterior, chegou o livro "Crianças Índigo", editado pela Butterfly Editora, de São Paulo, de autoria de Lee Carrol, de Jan Tober e do Espírito denominado Kryon, cuja história americana considera que as crianças especiais são encarnações de espíritos puros e altamente elevados, de um conhecimento superior que poderiam ser considerados excepcionais seres que teriam vindo para impulsionar, o progresso mundial de forma inusitada e definitiva. Se as denominadas crianças índigo fossem realmente espíritos puros de extrema elevação, como explicar que , quando contrariadas, se enervam e até agridem os que se opõem a elas, ou se evadem através da ausência?
A jornalista e escritora Dora Incontri, autora de vários livros adverte: "O aspecto comprometedor que afasta o movimento espírita do rumo de Kardec é a ausência de criticidade, debates e exame livre das questões".
A reencarnação não é apenas uma questão da Doutrina Espírita, ali colocada por Allan Kardec e que várias denominações cristãs abominam porque desejam permanecer subordinando os seus fiéis aos dogmas criados por elas, para garantirem a sua própria mantença como razão de existência, enquanto a palingenesia coloca o homem diante de si mesmo para, através da liberdade de ação (Lei do Livre Arbítrio), escolher o seu caminho no progresso e no desenvolvimento de sua vida, sem depender de quem quer que seja para dirigir-lhe o destino.
Jorge Luiz Hessen, escritor e articulista espírita de nomeada, profundo conhecedor das questões doutrinárias, escreveu:
*"* *Casos de crianças precoces sempre despertaram a atenção dos cientistas, que atribuem esse fenômeno natural a “milagres biogenéticos”.*
*Mas, quem é o superdotado? O que faz na Terra? Qual é o seu porvir? Perguntas, essas, que somente podem ser respondidas, tendo a pluralidade das existências como verdade absoluta e mecanismo natural de evolução do Espírito. “O jovem Maiko Silva Pinheiro lia, sem dificuldade alguma, aos 4 anos; aprendeu a fazer contas, aos 5 e, aos 9, era repreendido pela professora, porque fazia as divisões, usando uma lógica própria, diferente do método ensinado na escola. Hoje, estuda economia no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, sendo bolsista integral. Aos 17 anos, os diretores do Banco Brascan dizem ter se surpreendido com sua capacidade lógico-matemática”.*
*"O mexicano Maximiliano Arellano começou a desenvolver a extraordinária memória, aos 2 anos de idade; aos 6 anos, Maximiliano diz querer ser médico. “Maximiliano deu uma aula de fisiopatologia e osteoporose com linguajar de um residente, segundo afirmativa do Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Autônoma do Estado do México, Roberto Camacho”.*
*"* * Wolfgang Amadeus Mozart, que, aos dois anos de idade, já executava, com facilidade, diversas peças para piano; dominava três idiomas (alemão, francês e latim) aos três anos; tirava sons maviosos do violino aos quatro anos; apresentou-se ao público pela primeira vez e já compunha minuetos aos cinco anos; e escreveu sua primeira ópera, La finta semplice, em 1768, aos doze anos. John Stuart Mill aprendeu o alfabeto grego aos três anos de idade.*
*Segundo a Revista Veja, “Os sinais da inteligência, fora do comum, do jovem americano, Gregory Robert Smith, começaram muito cedo. Começou a falar com, apenas, dois meses de idade. Quando completou um ano, já memorizava o conteúdo de livros volumosos – tinha na cabeça a coleção inteira de Júlio Verne. Com 14 meses, resolvia problemas simples de matemática; com 1 ano e 2 meses, ele resolvia problemas de álgebra; aos 2 anos, lia, memorizava e recitava livros, além de corrigir os adultos que cometiam erros gramaticais; três anos depois, no jardim-de-infância, lia Júlio Verne e tentava ensinar os princípios da botânica aos coleguinhas; aos 10, ingressou na Faculdade de Matemática; aos 13, deve começar a pós-graduação”, pois já terminou a faculdade”. “Smith criou uma fundação internacional e foi indicado para o Nobel da Paz.”*
*Suas pretensões iam mais além, com planos de fazer carreira na diplomacia internacional e, futuramente, sentar-se na cadeira que, então, pertencia a George W. Bush. Antecipou-se, dizendo: – “Na presidência, poderei trabalhar muito pelo meu país e pelos pobres de todo o mundo”.*
* Zélia Ramozzi Chiarottino, que, aos quarenta e seis anos, já integrava o Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, disse: “Nos testes de inteligência, os gênios precoces costumam estar anos à frente dos colegas de classe”. Ela citou como exemplo, Fábio Dias Moreira, aluno que cursava a segunda série do curso médio, do Colégio PH, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, que, aos 14 anos, conquistou 11 medalhas de ouro em olimpíadas de Matemática, sendo quatro delas em disputas internacionais. Segundo ele, preferia estudar, a ir a festas com os colegas, e não gostava de esportes. Sob nenhuma hipótese trocava os livros de Matemática por uma pelada com os colegas, mas conquistou a simpatia da turma, porque era quem tirava todas as dúvidas dos que apresentavam dificuldades com a matemática".*
Ainda Hessen afirma:
*"Allan Kardec, examinando a questão da genialidade, perguntou aos Benfeitores: – Como entender esse fenômeno? Eles, então, responderam que eram “lembranças do passado; progresso anterior da alma(…)” *
Neste primeiro final de semana de julho conheci Pedro, segundo filho de Rafaela e Denis. Rafaela, filha de nossa confreira Vera e do nosso saudoso irmão e um dos construtores da nossa Casa Espírita, Mario. Pedro me surpreendeu, pois apenas com 6 meses, encarou-me com seriedade, prestando atenção em tudo o que lhe disse enquanto brincava com ele. Surpreendeu-me porque mesmo calado, percebi que ele me entendia, sentindo que queria dizer-me algo, como: - eu te conheço, te reconheço. Meu coração pareceu saltar dentro do peito. Senti que Pedro era meu amigo desde sempre. A felicidade inebriou-me então quando Rafaela me disse que ele gungunava mamã, papá esticando o olhar como querendo dizer algo.
Minha saudosa mãe me dissera que levei 2 meses só pra abrir meus olhos. As crianças de hoje chegam, na Terra, já ligados à melhor e mais alta tecnologia, com conhecimentos científicos e moral muito além da nossa imaginação.
A atuação das nossas crianças, causam-nos estupefação e surpresa pela capacidade que sobrepuja nosso simples entendimento das coisas. Entretanto, não podemos estacionar nem no espanto e muito menos na admiração porque tanto um quanto a outra seriam inibidores das reflexões a que devemos nos guindar, para então entendermos a importância dessas encarnações.
Hessen, novamente, nos socorre:
*"Os talentos dos superdotados são inatos, sim, uma vez que nasceram com eles, ou melhor, renasceram com eles. Tais possibilidades – e é importante que não se perca de foco – são conquistas dos gênios-mirins, em existências pregressas, pela consubstanciação de conhecimentos." *
A conclusão não deve ser difícil ao cristão que raciocina que Deus, na Sua Bondade Infinita, na equanimidade de Sua Justiça, jamais permitiria que alguns poucos fossem beneficiários de imerecidos "dons", como querem os milagreiros de plantão de algumas denominações cristãs.
Cada um destes iluminados, são detentores de suas conquistas e a surpresa que causam, em nós simples mortais, também são úteis para nos impulsionar na busca de mais conhecimentos através do estudo das ciências, da moral, da responsabilidade que temos com nosso planeta.
Roberto Cury
**A VOLTA DE JESUS**
Desde que Jesus foi crucificado e morto no Calvário, a humanidade, especialmente, os cristãos esperam a sua volta, eis que ele afirmou: “Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito de Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. – Mas o consolador, que é o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. – João, XIV:15-17 e 26.
Na Revista Espírita da SPEE, dezembro de 1864, “A Propósito da Imitação do Evangelho”, se lê: “Há dezoito séculos vim, por ordem de meu Pai, trazer a palavra de Deus aos homens de vontade”. Mais a frente: “Há muitas moradas na casa de meu Pai, disse-lhes eu há dezoito séculos”. A mensagem está assinada por “O Espírito de Verdade”.
No capítulo XXXI, item IX, do Livro dos Médiuns, “Dissertações Espíritas”, “Sou eu que venho, o teu salvador e o teu juiz. Venho como outrora entre os filhos transviados de Israel. Venho trazer a verdade e dissipar as trevas. Ouvi-me”.
Não há nenhuma dúvida de que Jesus proferira tais palavras, tanto quando entre os homens se encontrava como quando escrevera através da mediunidade do Sr. Rul, no Grupo São João, em Bordéus, em maio de 1864 e só trazido à luz em Dezembro.
Allan Kardec, professor, cientista, meticuloso, mesmo reconhecendo tratar-se de Jesus, emitiu nota ao rodapé da comunicação transcrita na Revista Espírita: “Sabe-se que emprestamos tanto menos responsabilidade aos nomes quanto mais pertencem a seres mais elevados. Não garantimos mais essas assinaturas do que outras: limitamo-nos a entregar tal comunicação à apreciação de cada Espírita esclarecido. Contudo diremos que não é possível desconhecer nela a elevação do pensamento, a nobreza e a simplicidade das expressões, a sobriedade da linguagem, a ausência de superfluidade. Se se a compara às que são dadas na “Imitação do Evangelho” (prefácio e Cap. III: “O Cristo Consolador”), e que levam a mesma assinatura, posto obtidas por médiuns diferentes e em épocas diversas, nota-se entre elas uma analogia marcante de tom, de estilo e de pensamentos, que acusa uma origem única. Para nós, dizemos que pode ser do Espírito de Verdade porque é digna dele; ao passo que temos visto massas assinadas por este nome venerado ou o de Jesus, cuja prolixidade, verbiagem, vulgaridade, por vezes mesmo a trivialidade das idéias, traem a origem apócrifa aos olhos dos menos clarividentes”.
Já após o final da comunicação no Livro dos Médiuns, Kardec anotou: “Esta comunicação, obtida por um dos melhores médiuns da Sociedade Espírita de Paris, foi assinada por um nome que o respeito só nos permitirá reproduzir com certa reserva, tão grande seria a insígne graça de sua autenticidade, e porque já muito se abusou desse nome em comunicações evidentemente apócrifas. Esse nome é o de Jesus de Nazaré. Não duvidamos absolutamente que ele possa manifestar-se. Mas se os Espíritos verdadeiramente superiores só o fazem em circunstâncias excepcionais, a razão nos impede aceitar que o espírito puro por excelência responda a qualquer apelo . Haveria pelo menos profanação em lhe atribuirmos uma linguagem indigna dele. É por essas considerações que temos sempre evitado publicar tudo o que traz o seu nome. ... Na comunicação acima constatamos apenas a incontestável superioridade da linguagem e dos pensamentos, deixando a cada um o cuidado de apreciar se aquele de quem ela traz o nome a rejeitaria ou não”.
Ainda, na mesma página, José Herculano Pires, tradutor da obra, edita a seguinte nota: “Esta comunicação aparece um pouco modificada, no cap. VI, de O Evangelho Segundo o Espiritismo com a assinatura de Espírito de Verdade, datada de Paris, 1861. Sabendo-se que Kardec não tomava decisões dessa importância por seu próprio arbítrio, e que poderia ter deixado de incluir ali a comunicação, é evidente que a assinatura primitiva de ter sido corrigida pelo próprio Espírito comunicante, como sempre acontece quando a imaginação do médium interfere nos ditados. No caso, o conteúdo da mensagem é realmente de valor. Note-se o cuidado seguido por Kardec e por ele recomendado, mas até hoje pouco seguido, no tocante às comunicações assinadas por nomes venerados. É conveniente ler e reler as suas recomendações acima”.
No capítulo VI, item 5 do ESE, Instruções dos Espíritos; “Advento do Espírito de Verdade, lê-se: “Venho, como outrora, entre os filhos desgarrados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como outrora a minha palavra, deve lembrar aos incrédulos que acima deles reina a verdade imutável: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar as plantas e que levanta as ondas. Eu revelei a doutrina divina; e, como um segador, liguei em feixes o bem esparso pela humanidade, e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis!”...“Espíritas: amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana; e eis que, de além-túmulo, que acreditáveis vazio, vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal; sede os vencedores da impiedade!”
Eis que o Espírito de Verdade e Jesus de Nazaré, o Cristo, são o mesmo Espírito.
Basta a análise comparativa, porém profunda, descobrindo a identidade no teor das palavras ditas por Jesus entre os desgarrados de Israel e dezoito séculos a frente quando veio à luz o Espiritismo, o Espiritismo que será o futuro das religiões.
Assim, conforme afirmara, Jesus retornou, no século XIX, como o Consolador Prometido, como o Espírito Santo, o Espírito de Verdade, que tudo esclarece.
Jesus Cristo voltou através do Consolador Prometido – o Espiritismo. E, voltou para ficar definitivamente entre nós, esclarecendo todas circunstâncias e situações.
Roberto Cury
**JESUS NEGA SER DEUS**
“
*Não vim de mim mesmo, mas fui enviado por Aquele que é verdadeiro e que vós não conheceis.” - Jesus.*
Com o advento de Jesus, já nos primeiros séculos da cristandade, precisamente três séculos depois, debate-se sobre a natureza do Cristo. Até nossos dias ainda há quem creia na natureza divina e quem a negue peremptoriamente.
Kardec, ao seu tempo, já dizia que o debate entre a natureza divina e a natureza humana de Jesus não se achava solucionado. E arrazoava dizendo que a divergência de opiniões sobre essa natureza originou a maioria das seitas que dividiram a Igreja. Nota-se que, no passado, todos os chefes dessas seitas foram bispos ou membros consagrados do clero.
Eram teólogos de nomeada, gente esclarecida, escritores de talento, que não achavam concludentes as razões invocadas em prol do dogma da divindade do Cristo.
Hoje as opiniões não se fundam em fatos, mas, em abstrações e, estas, levam a conclusões firmadas, exclusivamente na fé cega.
Acompanhemos, devagar, a passagem de Jesus sobre o nosso Planeta e ouçamos a Sua Voz (Jesus nada deixou escrito), através dos Apóstolos e dos Evangelistas, sempre que Ele se referiu ao Pai.
Mas, só citaremos algumas de Suas Falas, para não sermos enfadonhos.
Reflitamos, com paciência e discernimento em cada uma das expressões do Mestre, pois assim atingiremos o conhecimento isento das paixões religiosas, conseguindo a paz na consciência e a firmeza nas convicções, pela fé raciocinada.
Eis que Suas afirmações tão formais e múltiplas, nos levam ao caminho claro da Sua natureza, como, por exemplo:
*Da parte Dele venho. Digo o que vi * em meu Pai. Não me cabe a mim dá-lo, senão que será para aqueles a quem os tem preparado o meu Pai. Vou a meu Pai porque meu Pai é maior do que eu. Por que me chamais bom? Só Deus é bom. Não falo de mim mesmo, senão de meu Pai que me enviou. É Ele que indica o que devo dizer. Minha Doutrina *não é minha, mas é a Doutrina Daquele que me enviou. A palavra que tendes ouvido não é minha, mas pertencem ao meu Pai que me enviou. Não faço nada por mim mesmo, digo apenas o que aprendi com meu Pai. Nada posso fazer por mim mesmo. Não busco a minha vontade, mas somente a vontade de Quem me enviou. Tenho lhes dito a verdade que aprendi com Deus. Minha comida consiste em fazer a vontade Daquele que me enviou. Vós que sois o Deus verdadeiro, e Jesus Cristo a quem enviaste. Meu Pai, em Tuas mãos entrego meu Espírito. Meu Pai, se Te é possível, fazei que este cálice se aparte de mim! Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. Subo a meu Pai e a vosso Pai, a meu Deus e a vosso Deus.*
Quando folheamos o Evangelho e nos deparamos com semelhantes afirmações de Jesus, concluímos que ninguém pode se dar ao luxo de uma interpretação contrária, nem contestatória do Mestre dos mestres, pois todas são de clareza meridiana.
Eis que o Cristo de Deus se coloca, todo o tempo, subordinado ao Pai. Reconhecendo o Pai como o único Deus verdadeiro.
Foi a doutrina teórica, surgida trezentos anos depois de Jesus, que gerou a polêmica sobre a natureza abstrata do Verbo. De caráter meramente especulativa, só vingou pela pressão de um poder civil absoluto do Clero e do Estado, que se deixou intervir, visando a busca das benesses convencionais geradas de um para o outro e vice-versa.
Quando Jesus esclarece: “
*E vimos a glória Dele, glória como de Unigênito do Pai”;* entendemos, sem dificuldade, que o que recebe não pode ser o que dá, e o que dá a glória não pode ser igual ao que a recebe.
Fosse Jesus Deus, possuiria por Si mesmo a glória, não havendo razão para esperá-la de ninguém.
Por outra, se Deus e Jesus são um só ser sob diferentes nomes, não poderia existir entre Eles nem supremacia, nem subordinação.
Assim, desde que não existe paridade absoluta de posição, é porque são dois seres distintos.
Não se nega a qualidade de Messias como se lê em todos os Evangelhos e Enviado que não é de igualdade, porque, de maneira insofismável está ressaltada a posição de subalternidade em relação ao que O envia. E, mais, o que obedece não pode ser igual ao que manda.
João, o Evangelista, estabelece a dualidade de pessoas quando caracteriza a posição secundária do Enviado.
Entretanto, Jesus é o Messias Divino por duas razões inquestionáveis: a de que Sua missão fora recebida de Deus e de que Suas perfeições espirituais O colocavam em relação direta com Deus.
Inúmeras vezes Jesus reconheceu Sua inferioridade perante Deus, não deixando nenhuma margem a dúvidas; como já, surrado, coroado de espinhos, inquirido por Pilatos sobre o conceito de verdade, Ele, humilde, respondeu com firmeza: “
*A verdade é o Pai que está nos céus.”*
Também, quando ele Se chama a Si mesmo de
*“* *Filho do Homem* *”,* e o fez persistentemente, esclarece que Ele nasceu do homem situação oposta ao que está fora da Humanidade, o Deus, Incriado, Inteligência Suprema, Causa Primária de todas as coisas.
Algumas poucas vezes Se chama
*“Filho de Deus”* assim como filhos de Deus somos todos nós, porque fomos todos criados por Deus. Por tudo isso, bem como em outras tantas oportunidades, Jesus deu o Seu testemunho de que Ele pertence à Humanidade, negando ser Deus: *“Eu estou *. João, 14:20, ou, ainda, “ em meu Pai e vós em Mim e Eu em vós” *Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida e ninguém chegará ao Pai senão por mim”*.
Então, quando Jesus enfatiza:
*“Não vim de mim mesmo, mas fui enviado por Aquele que é verdadeiro e que vós não conheceis”, *expressão tão clara que não deixa margem a nenhuma dúvida mais: **se não veio Dele mesmo, mas, foi enviado, e que Verdadeiro é quem O enviou, então Jesus não é Deus.**
Roberto Cury
__REENCARNAÇÃO OU RESSURREIÇÃO__
*“A alma do homem é como a Água; vem do céu e sobe para o céu, para depois voltar à Terra, em eterno ir e vir.”* Goethe.
Grande parte das religiões e dos religiosos não aceita a reencarnação como um dos requisitos da Justiça de Deus.
Exacerbados radicalismos são opostos contra ela. Daí, colocarem a ressurreição como promessa da recomposição do corpo e do espírito quando do Juízo Final, por vários segmentos religiosos. Esses mesmos segmentos entram em contradição com seus dogmas quando falam da ressurreição de Jesus em carne e espírito, pois, com afirmação da recomposição da carne do Rabi da Galiléia, negam que Jesus é Deus. Porque Deus é Espírito e nunca teve ou terá necessidade de corpo material, indispensável aos homens na fase evolutiva.
Realmente, reencarnação e ressurreição são temas delicados que merecem um tratamento cuidadoso não apenas quanto à forma, mas, principalmente, em relação aos argumentos utilizados, porque ninguém tem o direito de desrespeitar o livre arbítrio de quem quer que seja.
Outrossim, é necessário, senão indispensável mesmo, que ambos lados estejam desvestidos de preconceitos, que analisem, sem paixões, cada dito e cada fato apresentados para que, ao final, as partes tenham o seu próprio juízo, aferindo com justeza, corrigindo os equívocos e acertando seus detalhes argumentativos.
Apesar da contestação de muitos religiosos, outros entendem que reencarnação e ressurreição se confundem pois, no dizer dos dicionaristas, ambas significam “
*vida nova”.* Entretanto, não podem ser confundidas, nem tampouco uma anular a outra.
O Pastor Presbiteriano Nehemias Marien, formado pela Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana em Campinas, e em Jornalismo e Comunicação pela Universidade de Bloomington – EUA; Mestre
em Ciências Bíblicas pela Escola Bíblica de Jerusalém e pela Universidade de Nottingham – Inglaterra, desde 1972, no programa “Show Sem Limites”, apresentado por J. Silvestre, e, também, no seu livro “Transcendência e Espiritualidade”, tem declarado: *“Até o ano de 553, no segundo Concílio de Constantinopla, a reencarnação fazia parte da Igreja. Depois, por discussões mais administrativas e menos teológicas, foi banida do cânone oficial e hoje a Doutrina Espírita, para a maioria dos pressupostos evangélicos, permanece no índex, interditada àqueles que não concordam com ela. No estudo da Bíblia, as evidências da reencarnação são clamorosas e eu admito ser o Espiritismo a mais caudalosa vertente do Cristianismo. Você encontra tanto no Antigo como no Novo Testamento, evidências claras da reencarnação, isto é, do prosseguir da vida. A morte nunca teve a última palavra.”*
Algumas pessoas enganam-se quando acham que a Bíblia trata da reencarnação apenas nas passagens quando Jesus disse a Nicodemos
*“que é necessário nascer de novo”* e, depois da Transfiguração, quando os Apóstolos perguntaram sobre Elias, o Divino Mestre respondeu: “ *pois que Elias já veio e eles não o conheceram, antes fizeram dele quanto quiseram”. Então os apóstolos compreenderam que Ele lhes falara de João Batista.*
Eis outras passagens:
*“Tu reduzes o homem ao pó, e dizes: tornai, filhos dos homens, pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi” *(Salmo 90: 3 e 4). “ *Porventura não tornarás a vivificar-nos?” *(Salmo 85:6); *Andarei na presença do Senhor, na Terra dos viventes”. *(Salmo 116:9). *“Porque somos de ontem e nada sabemos”. *(Jó 8:9). *“Agora eu era uma boa criança por natureza, e uma boa alma caiu no meu lugar. Sendo eu bom,eu caí num corpo puro”. *(Sabedoria 8: 19 e 20). *“Os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão” *(Isaías 26:19). *“Na quarta geração tornarão para aqui”. *(Gênese, 15:15 e 16). *“Viverão com seus filhos e voltarão”.*(Zacarias 10:9). *“Eis que abrirei as vossas sepulturas , vos tirarei de dentro delas, vos trarei à terra de Israel”. *(Ezequiel 37:12). *“Javé é quem faz morrer e viver, quem faz descer à sepultura e de lá retornar”. *(I Samuel 2:6).
É preciso compreender que o espírito existe desde sua criação e que só vem a Terra ou a outro planeta quando reúne as condições encarnatórias. Por isso, a preexistência não tem como ser combatida. Rebeca, grávida, está aflita com a rivalidade que percebe entre os dois espíritos cujos corpos estavam sendo gestados no seu ventre. Consultou Jeová que respondeu:
*”Duas nações há no teu ventre e dois povos se dividirão de tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro e o mais velho servirá ao mais moço” *Gênese 25: 22 a 26 *.* * *(o mais velho dos gêmeos é quem nasce primeiro).
Modo geral, os defensores da ressurreição em contraposição com a reencarnação, entendem que o ressurgimento se dá no mesmo corpo que um dia morreu, e isto no Juízo Final que não deixa de ser o mesmo que Final dos Tempos, enquanto pela reencarnação a volta do espírito, à vida física, acontece em novo corpo, sucessivamente até que atinja o seu melhor grau evolutivo. E aí a grande diferença. E aí a necessidade do bom senso. E aí só o raciocínio claro e isento pode concluir qual tema é mais consentâneo com a Divina Justiça, ou se ambos foram contemplados nas Imutáveis Leis.
Há muitos milênios, escrituras, Avatares e sábios hindus trataram da reencarnação. Eis o que diz o Bhagavad Gita (livro sagrado dos hindus):
*“Assim como a alma passa, neste corpo, pela infância, juventude e a fase adulta, de igual maneira ela toma outro corpo. O sábio não estranha tal coisa. (2.13)*
*Tal como uma pessoa despe a roupa velha e veste outra nova, a alma encarnada saca os corpos gastos e veste outros que sejam novos. (2.22).*
Krishna Avatar, 5000 anos A.C. ensinou a verdade da reencarnação.
O Professor católico José Reis Chaves, que, diante das descobertas no estudo de O Livro dos Espíritos, tornou-se espírita, no livro “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”, diz:
*“Muitos acham que ressurreição e reencarnação são duas questões incompatíveis, o que é um grande equívoco. Para sintetizar de vez o assunto, devemos atentar para o fato de que a ressurreição bíblica é na chamada fase escatológica do homem ou no final dos tempos – final dos tempos, e não do mundo –, enquanto que a reencarnação sempre aconteceu, acontece e acontecerá, antes da mencionada fase o homem, como numa espécie de ressurreição provisória, em preparação à ressurreição, propriamente dita, ressurreição essa que não é só bíblica, mas universal, pois consta também das escrituras sagradas de outras grandes religiões”.*
Para o Professor José Reis a reencarnação seria a fase intermediária da evolução espiritual do homem; ou seja, enquanto o homem não chega à perfeição há de ir e voltar entre os dois mundos físico e espiritual, servindo-se da reencarnação e que, só ao final dos tempos, que não é o final do mundo, acontecerá a ressurreição bíblica, pois o ser humano não mais necessitará de um corpo físico e sim só do corpo astral, a que dão o nome de
__fase da glorificação__. Tanto que conclui: *“Mas o que é ressurreição? É a libertação do espírito da matéria, isto é do corpo mortal. Por isso ela é também a libertação da morte”.*
De uma clareza meridiana, essa explanação do Professor Reis já seria suficiente para por fim a qualquer celeuma. Mas, como a humanidade, ainda tão díspar, contestadora eu diria, coloca oposições as mais complicadas exatamente visando defender os seus dogmas, pois quase todos se acreditam
, quando até Jesus negou ser proprietário dela, ao responder a Pilatos que “ __donos da verdade__ *a Verdade é Deus que está nos céus”.*
Sonia Jobim, em notável artigo na revista Visão Espírita, ano 2, nº 24, páginas
18 a 21, ensina que: “ *Não há discrepâncias nem diferenças. A reencarnação e a ressurreição do espírito são verdades, dentro de parâmetros estabelecidos. São etapas de um mesmo ciclo evolutivo. São elas: 1 – * *Criação do Espírito:* * o espírito em sua “forma” original é uma energia, criada por Deus. Nessa “forma” ele está num estágio embrionário, onde não está desenvolvido, nem o Bem nem o Mal. Suas potencialidades estão apenas latentes. 2 – * (Todos os grifos são da autora e a transcrição é literal até na pontuação). **Reencarnação: **etapa em que o espírito “toma” forma material (física) necessária a uma vida planetária (na Terra ou outro orbe). O objetivo é desenvolver todas as suas potencialidades. 3 – **Ressurreição:** etapa final do espírito, quando completado seu aprendizado retoma sua forma original, que é pura energia, não reencarnando mais. O espírito restabelece o íntimo contato com seu criador e está pronto a empreender missões mais elevadas da Criação.
Quando Chico Xavier e Waldo Vieira estiveram nos Estados Unidos, Chico recebeu mensagem psicografada em inglês do espírito Ernest O’Brien que afirmou:
*“ A reencarnação é o retorno da alma à Terra, repetidas vezes, no corpo humano. Somente essa doutrina explica as aparentes injustiças da vida. É a verdade eterna”.*
Os espíritos Jésus Gonçalves e Jair Presente, respectivamente, cantaram a reencarnação:
**Jésus Gonçalves ** **Jair Presente** ** **
Uma lei que nunca erra: E acentuou: - meus amigos,
Reencarnação, lei bendita... Bendita é a reencarnação,
Cada ser retorna à Terra A lei que nos guia e nos eleva,
Na lição que necessita. Aos cimos da evolução!...
Assim, quando o espírito tiver adquirido o pleno conhecimento do Universo e atingido o ápice da moralidade, não mais necessitará de encarnar-se, encontrando-se pronto para a Ressurreição anunciada na Bíblia. Mas essa Ressurreição dar-se-á apenas quanto ao espírito que transcende as dimensões além da matéria. Onde reina o espírito, não cabe a matéria.
Ou, ainda, em palavras mais simples, o corpo material pertence aos mundos materiais, pois é dali que o espírito retira os elementos para compor a sua forma física.
O corpo, o bendito corpo, serve e muito bem, apenas para propiciar ao espírito suas vivências materiais. Ao desencarnar, o espírito volita para esferas do além imaterial, deixando no mundo material os despojos dali retirados ao nascer.
As sábias palavras de Emmanuel encerram este articulado:
*“* *Façamos o melhor ao nosso alcance, refletindo o Cristo em nossa própria consciência e, nessa diretriz salvadora, estejamos convictos de que para nós a * **Divina Ressurreição** começará desde hoje”.
Roberto Cury
**BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO**
Reunião das quartas-feiras versava sobre a bem-aventurança dos pobres de espírito.
João Rosa, pela primeira vez, acabara de chegar ao Centro Espírita e fora recebido alegremente à porta por Elísio e a primeira dama Eva Tudor.
A princípio ficou um pouco constrangido pois jamais vira qualquer daquelas pessoas que, em recebendo-o, parecia sugerir de que se tratava, desde sempre, de um velho conhecido.
Estranhou, mas não mais do que um segundo.
Dobrou-se diante da festiva recepção. Então, seu sorriso indefinido, deixou transparecer toda a sua alegria de estar ali. Não sabia bem porque, mas, sentia que estava no lugar certo que tanto procurara e que só agora acreditava tivesse encontrado.
E, novamente revelou sua satisfação íntima com novo e encantador sorriso.
O que podemos entender por pobres de espírito? – perguntou o jovem Marcos ao coordenador do Evangelho daquela quarta-feira na Casa Espírita.
O coordenador, como sói acontecer, observando a técnica didática da Maiêutica de Sócrates, transferiu a questão para os freqüentadores presentes, deixando de nominar alguém para responder.
Logo, mãos se elevaram, gesto significativo de que aqueles queriam responder, sem acanhamentos, ou sem forçar respostas adrede ensaiadas, mas, com serenidade. Então, a mão primeira escolhida foi a do Almeida, balconista de uma loja de tecidos da Rua das Pombas, no centro da cidade e que de pronto respondeu: - “O ensinamento do Divino Mestre refere-se às almas simples e singelas, despidas do “espírito de ambição e egoísmo”, desvestidas de qualquer preconceito e que, assim, costumam triunfar nas lutas do mundo”.
Preconceito? Que é que tem o preconceito contra os humildes? Como é isso? - Inquiriu preocupado, Lucas, soldado da PM.
O próprio Almeida aquiescendo à preocupação de Lucas, respondeu: - Os dicionaristas explicam que preconceito é todo e qualquer conceito antecipado e sem fundamento razoável, formado sem reflexão, gerando prejuízo. É também superstição.
No nosso caso, o preconceito é danoso porque sempre prejudica o crescimento do estudioso da Doutrina Espírita, bem como daqueles que buscam consolação para os seus sofrimentos, angústias e frustrações, e até provoca o atraso no desenvolvimento do Espiritismo, como mensagem de fé, de justiça, de caridade e de amor. Em suma, o preconceito é arma das trevas para combater a luz que liga e fortalece os fraternos laços entre todas as criaturas encarnadas, porque visa a desunião entre elas.
Lucas, insistiu : - Por que superstição é preconceito?
Então, quem respondeu foi o Coordenador: - Porque superstição é sentimento fundado no medo e na ignorância, gerando idéias equivocadas de falsos deveres e de estranhos receios de ações sobrenaturais, ou, ainda, leva o ser humano a confiar em coisas ineficazes, às crendices, ao fanatismo, ao preconceito, às mandingas e às simpatias. Tudo isso contraria a Verdade, porque a Verdade não se contradiz é sempre firme e imutável, enquanto que a superstição coloca em cheque a razão que deve sempre presidir os seguidores do Cristo através da Doutrina Espírita que é a doutrina da Razão, tanto que o espírito Erasto, ensinou que "
". *é melhor desacreditar de noventa e nove verdades do que acreditar numa só mentira*
Seguindo a ordem das mãos que se levantaram, o coordenador disse: - é sua vez, Madalena.
Ela então, falou: "Muitas pessoas confundem pobres de espírito com os destituídos de riqueza material, ou seja os pobres em geral ou então com aqueles irmãozinhos que apresentam certa deficiência mental ou com dificuldades de aprendizado. Mas, não é isso. Pobres de espírito são os simples como disse o Almeida, principalmente os humildes que nunca se ofendem".
Eustáquio, afirmou: "O Cristo de Deus, quando perguntado pelos seus discípulos de quem é o maior no Reino dos Céus? respondeu: Na verdade vos digo que se, não vos fizerdes como meninos, não entrareis no Reino dos Céus. Todo aquele que se humilhar e se fizer pequeno como este menino, esse será o maior no Reinos dos Céus. E o que receber em meu nome um menino como este, a mim é que recebe."
- Muito bem, elogiou o coordenador, e completou: Então é preciso sofrer humilhação?
- Não, redarguiu Eustáquio: - Basta ser humilde, simples, sem afetação.
- Excelente, reforçou mais uma vez o coordenador. Quer dizer então que só é pobre de espírito aquele que não tem orgulho?
Luciana, jovem frequentadora garantiu: "O contraste de pobre de espírito seria "orgulhoso de espírito", auto-suficiente, arrogantemente independente. Há indivíduos com a atitude que diz "não preciso que ninguém me dê qualquer direção na vida. Eu posso passar muito bem sem qualquer padrão moral de uma fonte divina".
O coordenador sorriu e perguntou: - Quer dizer que só os pequeninos é que entram no Reino dos Céus? Orgulhoso e vaidoso não têm chances?
- Nenhuma, enquanto não se rebaixarem- retorquiu Almeida.
- Rebaixar? confundiu a cabeça de João Rosa. - Como assim? - perguntava insistente aos seus botões o jovem recém chegado.
Foi então, que a luz da intuição brilhou no cérebro do Presidente da Casa que, ao levantar sua mão, teve autorizada a palavra pelo coordenador. -"Rebaixar-se, não significa ser envergonhado ou humilhado diante de ninguém. Rebaixar-se quer dizer tornar-se simples, humilde, sorridente e feliz aceitando com desprendimento tudo aquilo que aos orgulhosos seria ofensa e que para o rebaixado seria o reconhecimento da Bondade de Deus que lhe permite ter aquela característica fundamental de perceber que se é espiritualmente vazio, e que somente confiando em Deus se pode preencher esse vazio. Reconhecendo que é espiritualmente pobre, a pessoa humilde de espírito conhece a sua própria necessidade".
-Nossa, que interessante! Nunca tinha pensado nisso - deixou escapar, em voz alta, João Rosa que até então nada havia dito.
Novamente, o Presidente: - muitas pessoas se julgam inteligentes e cultas e se acreditam superiores ao ponto de se rirem das coisas divinas, chegam a negar a Divindade e até a Sua Justiça por considerarem indignas de sua atenção, tanto as coisas quanto Deus e a Sua Justiça. Na verdade, esses pseudo-sábios têm medo de serem humilhados pela grandeza de Deus, ignorando que o Senhor da Vida jamais submeteu ou submeterá qualquer dos seus filhos à execração, à humilhação, à degradação.
Foi aí que o Coordenador observando que faltavam apenas dois minutos para o encerramento da reunião, resolveu contar que: certa feita, participando de um almoço de confraternização de um outro segmento religioso, convidado que fora por alguns dos fiéis daquele credo, quedou-se estarrecido ao ouvir no discurso do principal daquela seita a expressão determinante: - EU SOU SALVO.
A arrogância e a auto-suficiência claramente demonstradas pelo religioso repugnam o bom senso de qualquer cristão que enxerga, na figura do Mestre Jesus, a humildade perene e a submissão à Suprema Sabedoria e à Bondade Infinita do Pai Celestial.
Imediatamente, se lembrou de alguns pronunciamentos de certos confrades nas várias Casas Espíritas e que se vangloriaram de seu pseudo-conhecimento, ou que se jactaram em disfarçados elogios ao seu alto grau de compreensão das Obras Básicas como se detentores de extrema sabedoria.
Infelizmente, concluiu para si mesmo, que alguns desses maiores do Movimento Espírita têm recebido exalçamentos, nem sempre merecidos, somente porque têm nome conhecido. Outras vezes porque são-lhes atribuídas virtudes que jamais tiveram.
Via de regra, alguns desses maiores são isentados dos seus erros e equívocos pelos seus seguidores ou endeusadores e saem como ferozes vespas apontando seus ferrões contra aqueles que discordam das idéias dos grandiloquentes senhores do Espiritismo.
Diante do silêncio dentro da Casa Espírita, o Coordenador deu por terminadas as discussões, iniciando a prece de encerramento: "aquele que quiser ser o maior, seja o que vos sirva, porque quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado".
Roberto Cury
**CONHECER PARA PROGREDIR**
Esta é uma história que tem quase tudo a ver comigo. Entretanto, os valores me chegaram através de pessoas maravilhosas que faço questão de ressaltar neste escrito, porquanto, tiveram a ousadia de enfrentar minhas antigas posições religiosas, espirituais e também como ser humano inserido na sociedade, conseguindo me fazer enxergar desconhecidos horizontes novos e romper com tudo o que eu considerava irretocável, trazendo-me para a realidade do ente que descobriu que nada tinha a não ser um grande orgulho e uma vaidade inesgotável por ter nascido no estado paulista, até hoje considerado um país de primeiro mundo dentro do Brasil de 3º estágio, no concerto das nações civilizadas.
E foi aqui em Goiás que meu espírito se libertou das principais amarras que o prendiam na ignorância do verdadeiro bem, abandonando, de vez, as falsas idéias do cristianismo, até então vivido, entrando para o reino do Conhecer para Progredir.
Disse que a história tem quase tudo a ver comigo porque se eu não fosse um dos protagonistas, os demais não teriam importância, porquanto foi a minha teimosia que me manteve durante mais de 32 anos desta encarnação no obscurantismo me imaginando grande, mas, sem objetivos e nem finalidades, até porque não entendia que o que é que eu fazia perdido aqui neste mundão, sem sentido! Lembro-me que aos 16 anos fizera estes pessimistas versos: “Eta!, vida mal dividida, de uma existência perdida!”
Por outro lado, justifico que os outros não teriam importância, não fora pelo fato de que meu errôneo entendimento de uma existência perdida, me deixava totalmente órfão.
Por bondade de Deus, eles se ligaram a mim proporcionando-me investigação dos princípios norteadores da encarnação que eleva pelo descortino da razão. São, pois, os responsáveis pela minha descoberta como ser espiritual, antes de corporal e a utilidade de cada passagem pelos mundos materiais.
Adentremos, sem receios, a história.
Segundo semestre de 1965, só não me lembro em que mês, Álvaro e Natália, pais de Maria Inês, a minha esposa (casáramos em julho daquele ano), mudaram-se de São Paulo para o Sarandi, pequeno lugarejo no município de Itumbiara.
Apesar de recém casados, Maria Inês e eu vínhamos de um estresse muito grande, resultado dos nossos trabalhos na Capital paulista e resolvêramos tirar um descanso na orla paulista curtindo uma praia deserta num prédio onde só nós dois estivemos todos os 15 dias, pelos lados da conhecida Cidade Ocian que nem sei se ainda existe com esse nome. Foi lá que nasceu a idéia maluca. -“Vamos mudar pra Goiás?”, disse eu que nunca antes havia imaginado morar neste estado. Maria Inês respondeu: -“Vamos, mas, primeiro você vai conhecer pra saber se é isso mesmo que você quer”.
Em dezembro vim a Itumbiara, hospedando-me em casa de Julio Menezes e dona Tarsila, tios de Maria Inês. Encantei-me com o Rio Paranaíba e com as possibilidades de pesca eu que tanto adorara pescar e que a anos não o fazia.
Professor, percorri os colégios e recebi promessas de muitas aulas, afinal eu vinha do centro mais avançado à época. Incontinente, aluguei uma casa na Sapolândia (beira rio).
Voltando a São Paulo embalamos móveis e outros utensílios, consegui um caminhão de carroceria simples (ficou mais barato) e logo no começo de janeiro de 1966, cheguei com a mudança recebendo, de chofre, a notícia desagradável de Zé Cheiro, dono da casa, de que não poderíamos morar na mesma porque ela estava à venda.
Reclamei que não tinha onde colocar os móveis e ele permitiu que eu deixasse lá, mas, sem poder armá-los, até que arrumasse um outro local. Logo, consegui um barracão da Dra. Zenaide e passamos a morar com as dificuldades naturais daquela época.
Nem tantas aulas prometidas me foram dadas, mas, logo me chegaram alunos particulares e pude, com isso, manter a casa e cuidar de Maria Inês que logo realizou seu sonho de gravidez. Em outubro, 16 ainda sob a comemoração do dia do professor, chegou Marileila, a primogênita.
Antes, porém, o Instituto Francisco de Assis, orientado e dirigido por um grupo espírita, convidou-me e aceitei muitas aulas de Português nos vários cursos ministrados ali.
Apesar de católico, convivi com muitos espíritas. Vigilato Pereira de Almeida, Presidente do Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, pai de Lívia, esposa de Diógenes Mortoza da Cunha, sempre me abordava dizendo: - “Roberto, você ainda vai ser espírita”. Jamais refutei, em consideração à idade e à postura de Vigilato, mas, sorria sempre e interiormente dizia-me: “É nunca!”.
Diógenes trabalhava no Banco do Brasil e apesar de morarmos na mesma rua e próximos um do outro jamais havíamos nos encontrado até um dia em que, saindo do banco, para o almoço, deparei-me com ele. Sentindo uma inexplicável repugnância, pois nunca o vira antes, mudei de calçada.
No final do ano de 1967, alguns alunos do curso comercial, pretendendo fazer vestibular de Direito me convidaram para dar aulas de Português e Espanhol. Silvia, cedeu seu escritório para as aulas. Foi lá que me vi frente a frente com Diógenes e sem mais nem menos começamos a discutir como se nos conhecêssemos de muito virando a discussão apenas questões de idéias entremeadas de um rancor surdo entre nós. Gastamos todo o tempo das aulas em discussão e os alunos nos chamaram à razão dizendo-nos que se fôssemos ficar brigando, eles nos dispensariam pois o que queriam era o aprendizado.
Pacto feito de não mais discutirmos, o resultado das aulas foi sucesso absoluto, pois tanto os alunos quanto eu e Diógenes conquistamos aprovação e iniciamos o curso na Faculdade de Direito de Uberlândia – MG, hoje Universidade Federal.
Do início de 1968 ao fim de 1972, com a desistência de três deles, bacharelamo-nos em Direito.
Em 1973, mudara-me para Santa Helena de Goiás, onde exerci a Procuradoria Jurídica da Prefeitura Municipal e advoguei tanto no cível, quanto no penal.
Transcorria o ano de 1974 e o meu espírito inquieto se assoberbava com certas questões de ordem religiosa, quando numa noite em que estive profundamente preocupado, orei assim: “Jesus, meu amigo e meu irmão (nunca acreditei que Jesus fosse Deus como pregam as igrejas), você sabe que estou muito confuso. Orienta-me e me ilumine para que eu saiba como proceder. Dormi e de nada me lembro, mas acordei eufórico no desejo de ler obras espíritas. Até então nunca lera nada sobre Espiritismo.
Pensei: - “Como fazer. Nunca vi livro espírita nas livrarias de Santa Helena e não conheço nenhum espírita aqui para que eu possa me orientar ou conseguir obras.”
Decidi ir a Itumbiara, pois lá tinha meus conhecidos e apesar de Vigilato já estar desencarnado, tinha seus descendentes, seu genro Diógenes e outros que poderiam me orientar no novo propósito.
Peguei meu fusquinha e me mandei pra lá. Além de “filar” o almoço na casa de Diógenes e Lívia, ainda ganhei “O que é o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”, com a recomendação de que lesse o primeiro e só depois estudasse O Livro dos Espíritos.
A leitura dinâmica que possuía à época me permitiu engolir O que é o Espiritismo em meia hora, ficando assustado pois senti que já conhecia praticamente tudo que estava ali. Sim, assustado, pois jamais tinha lido qualquer assunto de espiritismo, como então poderia conhecer?
Entretanto, o que mais me tornou convicto de que agora estava no caminho certo foi descobrir, na primeira questão de O Livro dos Espíritos: O que é Deus? Deus suprema inteligência e causa primária de todas as coisas. Eis o Deus que sempre procurara e nunca antes havia encontrado, pois não aceitava aquele Deus que fizera o Mundo em seis dias e no sétimo teve de descansar, ou o Deus que pediu o sacrifício do primogênito de Abrahão como prova de sua lealdade, ou, ainda, o Deus que teve de fazer Adão dormir para, retirando dele uma costela, criar Eva.
O Deus cruel, falho, terrível, fraco consagrado no Velho Testamento, nunca pude aceitar.
Deus, Suprema Inteligência, Suprema Sabedoria, Causa primária de todas as coisas.
Durante dois anos seguidos, um dos irmãos desencarnados, possivelmente, companheiro de sacerdócio de outras encarnações, não me folgou, nem quando ia ao banheiro, lembrando-me que só a Igreja é que estava certa, que esses negócios de espírito eram coisa do demo, mal sabendo que ele não pertencia ao mundo encarnado e que, apesar de estar me azucrinando todo o tempo, também não era demo, apenas um espírito que ainda não compreendera que a vida de relação é passageira e que a verdadeira vida é a Espiritual que jamais se acaba.
Finalmente, numa noite, encontrando-me em Goiânia, pelos idos de 1976, depois da desencarnação de Maria Inês, participara de um culto do Evangelho no Centro Espírita Amor e Caridade, fui convidado pelo Presidente Amir Salomão David a permanecer para reunião mediúnica e para minha surpresa, o meu obsessor se manifesta na minha mediunidade inconsciente, conta a história da sua desencarnação e com a libertação desenvolveram-se em mim os trabalhos na seara do Cristo com a assistência aos espíritos necessitados.
Passado mais um tempo, em julho de 1979 mudei-me para Goiânia, frequentando um e outro centro sem compromissos maiores até que em 1981, quando já morava no Privê Atlântico, o culto do Evangelho no lar, por sugestão do espírito Padre Clarion, que tanto me obsedara antes, foi transformado, abrindo-se as portas da residência a quem quisesse participar das reuniões.
Sem que soubéssemos, ali se dava o início do Grupo de Doutrina Espírita Professor Herculano Pires, que hoje está totalmente consolidado, graças a Deus, servindo de amparo e conforto a todos que o procuram e que tem como principal meta CONHECER PARA PROGREDIR.
Roberto Cury
**SABEDORIA**
Sabedoria
ou sapiência
é o que detém o "sábio". Desta palavra derivam várias outras, como por exemplo, "amor à sabedoria" (filos/sofia).
Há também o termo "Phronesis" - usado por Aristóteles
na obra Ética a Nicômaco
para descrever a "sabedoria prática", ou a habilidade para agir de maneira acertada".
Desde o início das civilizações
, o homem estuda maneiras de se relacionar melhor com o meio social
. A sabedoria é de singular importância para a questão do "tratar as pessoas", e por isso o conceito geral é que, sábio é aquele que decide corretamente, sempre respeitando a moral
e os costumes
. Nos últimos tempos, agir com sabedoria é sinônimo de: 1 - Respeitar o pensamento alheio. 2 - Ser gentil
para com as pessoas. 3 - Ser humilde
. 4 - Tratar o outro como gostaria de ser tratado.
Os orientais são conhecidos por nós, aqui do Ocidente, por sua sabedoria milenar e o caráter profético dos seus ensinamentos. Tanto é verdade que, passados dois milênios, a obra de Confúcio
ainda é extremamente atual. Ou vai dizer que você nunca ouviu coisas como: “
*aquilo que um cavalheiro procura, ele procura dentro de si próprio; aquilo que um homem vulgar procura, ele procura nos outros”*
.
Muitas vezes procuramos aprender com a sabedoria dos mais velhos, dos mais vividos, não importando a classe social a que pertençam, porque o preconceito ainda é um grande entrave ao desenvolvimento e ao crescimento do homem, em todos os setores da vida, principalmente daqueles que se acham superiores aos outros, ou que se acreditam cientes e sabedores de tudo nessa vida terrena.
Sêo Raimundo era um velho nordestino, analfabeto que sempre em torno das 6 horas da tarde assentava-se na reborda da fonte, de a muito inativa, na pracinha da igreja na cidade de Maurilândia e ali proseava com quem quisesse gastar um dedinho de dizeres, nem que fosse pra jogar conversa fora
Um dia alguém me perguntou: - doutor, o senhor homem culto, porque se senta ao lado do velho Raimundo, todas as tardes, e fica ouvindo aquele analfabeto de pai, mãe, avô, avó, e todo o resto também? Ao que perguntei: - Você já conversou com ele alguma vez?
Ele retrucou: - Eu não, não perco meu tempo com analfabeto.
Então lhe disse: - pois devia se assentar com ele. O homem é um sábio. Sua fala é sempre muito elevada e até hoje a única vez em que dele discordei foi quando ele não aceitou que o homem tivesse ido à lua. Ele achava que era truque cinematográfico.
Brian Weiss, no seu Livro: “A Divina Sabedoria Dos Mestres - Um guia para a felicidade, alegria e paz interior”, leciona essa maravilhosa lição:
*“As pessoas andaram convencidas, durante séculos, que a tecnologia desenvolvida ao máximo seria a solução para todos os males que afligem a humanidade; e que a ciência nos iria indicar o caminho para sairmos das cavernas, ou seja, para bem longe da doença, da pobreza e da dor.*
*Já descobrimos que a tecnologia e a ciência não são capazes por si só de resolver os nossos problemas. A tecnologia tanto pode ser utilizada no bom, como no mau sentido.”*
Weiss, psicólogo, doutor em psicoterapia, que se confessara quase ateu, pelo menos agnóstico, acaba descobrindo, através da regressão a vidas passadas quando submeteu pacientes a esse tratamento da mente, a existência dos espíritos e a imortalidade da alma.
Descobriu mais, que o amor é a essência de tudo e portanto, através do amor ocorreriam como ocorreram as curas das doenças que acometiam os seres humanos que se encontravam em lutas psíquicas, ou com medo, ou que se fechavam num mutismo próprio das depressões. A síndrome do pânico encontrou solução exatamente na terapia das sessões de regressão aplicadas por Weiss.
*“A tecnologia pode vir verdadeiramente em nosso auxílio, mas só quando é utilizada com sabedoria, com equilíbrio e com clareza. Temos que encontrar o equilíbrio certo. O amor está no centro desse equilíbrio.*
*Quando as pessoas passam por experiências espirituais intensas, a energia do amor é quase sempre evocada. Esta forma de amor é incondicional, é absoluta e transcendente. É como um pulsar de energia pura, uma energia que também se reveste de características extremamente poderosas, como a sabedoria, a compaixão, a intemporalidade e a consciência do sublime. O amor é a energia mais básica e, ao mesmo tempo, a mais universal. É a essência do nosso ser e do nosso universo. O amor é a pedra angular fundamental da natureza, é aquilo que liga e une todas as coisas, todas as pessoas.*
*O amor é mais que um objetivo, é mais que um combustível, ultrapassa em muito um ideal.*
*O amor é a nossa natureza. Nós somos amor. Espero que este livro o ajude a reconhecer o amor, a cultivar e a ampliar a sua experiência do amor (em especial em relação a si próprio e também nas suas relações), e a manifestar e a irradiar o seu amor para com os outros. Ao proceder deste modo, a experiência de mais alegria, saúde e felicidade tornar-se-á inevitável na sua vida.*
*O amor é o poder supremo da cura. Num futuro não muito distante, proceder-se-á ao estudo científico de algumas das características da sua energia, em particular as características que podem ser quantificadas, medidas e compreendidas. Outras características permanecerão no domínio do mistério, da transcendência e do incomensurável. Felizmente, quando sentimos profundamente a energia do amor, seja ou não possível medi-la ou mesmo compreendê-la, a realidade é que experimentamos sempre os seus efeitos de cura.*
*Os físicos sabem que tudo é energia. As bombas nucleares são construídas através do recurso a técnicas de transformação e libertação de energia. As medicinas tradicionais e homeopáticas funcionam devido às transformações energéticas induzidas a nível celular. Os resultados são substancialmente diferentes, menos mecanismos subjacentes são exatamente os mesmos: transformações energéticas.*
*A energia do amor é potencialmente mais poderosa do que qualquer bomba, é mais subtil do que qualquer erva. Nós é que ainda não aprendemos a dominar esta energia pura e fundamental.*
*Quando o fizermos, a cura poderá ocorrer em todos os níveis, em nível individual e planetário.*
*Antes de escrever este livro, descrevi a fenomenologia, as características de várias experiências metafísicas: reencarnação, a natureza da alma, curadores e cura, acontecimentos psíquicos e capacidades mediúnicas, Experiências de Quase-Morte e Pós-Morte, e a sabedoria incrível de seres que existem, aparentemente, do "outro lado".*
Enquanto Augusto Cury deseja: “Que o “Mestre dos Mestres” lhe ensine que nas falhas e lágrimas se esculpe a sabedoria”; Brian Weiss, lembra: “
*Temos agora a oportunidade de compreender e experimentar a energia que é comum e que une todas essas experiências, todos esses fenômenos e seres. Quando o fizer, a sua vida conhecerá uma expansão e elevação, e passará a conseguir remover os bloqueios e os obstáculos que o impedem de alcançar a sua paz interior, a alegria e a felicidade*.”
O homem busca sempre a felicidade, mesmo o mais pessimista. Como Weiss ensinou acima, a felicidade nasce da alegria. Se você estiver alegre, nada lhe turvará a felicidade.
Entretanto, a alegria nunca chega gratuitamente, nem chega como sopro de brisa fresca, mas, procede das dificuldades e dos embaraços vencidos em luta, muitas vezes, renhida.
Os percalços e empecilhos que surgem à frente do homem são naturais, vindos até para testar a capacidade de enfrentamento.
*“Mais do que apontar caminhos exatos, os espíritos superiores nos ensinam a utilizar nosso livre-arbítrio com uma consciência mais plena e generosa.”* Emmanuel)
*"Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos são os que entram por ela." *Jesus Cristo
*"Aquele que sabe limitar seu desejos e vê sem inveja o que está acima de si, poupa-se a muitas decepções desta vida". *Livro Dos Espíritos
*"As idéias são como as sementes: não podem germinar antes da estação própria, e a não ser em terreno preparado." *Evangelho Segundo o Espiritismo
*"Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias." *Lao Tse
"Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro." Confúcio
Quando finalmente você for capaz e maduro mentalmente de criar suas próprias convicções pessoais, você parará imediatamente de criticar as conclusões de outros, posto que você estará seguro das suas próprias e não viverá sob convicções dos outros.
Não estamos aqui para moldar ninguém, convencer ninguém sobre coisa alguma, cada um deve de maneira inteligente colher um dado aqui outro acolá e usando a sua mente elaborar seus próprios pensamentos e verdades pessoais, mesmo que relativas no tempo.
O respeito aos pensamentos, idéias e modos de vida de cada um é o princípio básico da evolução dos seres humanos na sociedade, e isto se fosse levado a efeito de fato tornaria a convivência entre os humanos pacífica, mesmo na total diversidade que é a mola que constrói a evolução, e já teria evitado tantas e tantas lutas e guerras absolutamente “burras” sob o ponto de vista de objetivos da vida em sociedade.
Num momento tão conturbado em que vivemos com tantas incongruências e extremismos, a busca da paz, do equilíbrio, da fraternidade entre os humanos se faz extremamente imprescindível para encontrarmos o caminho da liberdade individual.
__A PACIÊNCIA__
Roberto Cury
Minha encarnação tem sido de incomparável riqueza de experiências com espíritos de uma luminosidade maravilhosa.
Conto, agora, alguns episódios que marcaram, de forma indizível, a minha vida.
Meu avô Saad Gibran, com seu sorriso, sua doçura e sua filosofia de vida, foi um desses espíritos luminosos e de uma paciência inesgotável, demonstrando uma inteligência invulgar e uma sabedoria infinita.
Corria o ano de 1948. Tinha meus 8 anos e era o neto mais velho do vô Gibran. Entre a casa dele e a casa do meu tio mais velho Abdala, irmão de minha mãe, até hoje encarnado, havia um tipo de jardim de inverno em que as crianças brincavam à noite enquanto as mulheres (a avó, minha mãe e tias) reunidas tricotavam, os homens jogavam canastra, meu avô assentado num banco de madeira com encosto, apreciava, calado e sorridente a reunião familiar de todas as noites, invariavelmente.
Meu tio e padrinho Zé Gibran, tio Luiz e meu pai, mesmo ainda não naturalizado eram influentes políticos nas corrutelas de Clementina e Coroados, no interior paulista.
Certa noite, enquanto brincávamos no espaço entre as duas casas, parou um carro com motor ligado e motorista a postos, no portão que era passagem das casas para a rua. Desceram dois homens armados de carabina. Como neto mais velho, corri para avisar que estavam entrando homens armados. Meu pai e meus tios correram todos para se armarem, as mulheres se emudeceram apavoradas.
Meu avô levantou-se do banco e em passos vagarosos dos seus mais de 80 anos, sorriso nos lábios, rodeado de todos os netos que ali brincavam foi ao encontro dos homens, com eles travando o diálogo: - sejam bem-vindos meus filhos. Vieram visitar minha família, entrem para que minha velha lhes sirva um cafezinho passado na hora.
Os homens estarrecidos com a tranquilidade do velho, surpresos e desarmados pela sua paciência e sabedoria, baixaram as carabinas, e se desculparam: - Não sêo Gibran, obrigado pelo convite, nós estamos indo embora. Voltaram, entraram no carro e dispararam, sumindo na noite.
Quando meu pai e tios, armados, voltaram, meu avô os recebeu com um sorriso nos lábios. Disse-lhes: - bem que os convidei para entrar e tomar um cafezinho conosco, mas, eles estavam apressados e foram-se embora.
Numa outra feita, quando eu tinha 11 anos, meu tio Luiz, mais ou menos com uns 22. Era umas 4 horas da tarde e ele brigara com sua mãe, lá pelos lados da cozinha. Muito nervoso, gritava que iria embora de casa, adentrando seu quarto cuja porta dava pra sala de estar onde meu avô estava assentado numa poltrona conversando placidamente comigo. Minha avó começou a bater na porta pedindo pro meu tio abrir. Ele gritava: que estava arrumando a mala pra deixar a casa fazendo minha avó chorar desesperadamente.
Meu avô, em árabe disse: Fahta (nome de minha avó), deixa o menino. Ela aquietou-se e voltou pra a cozinha.
Meu tio continuava enfurnado no quarto, quando lá pelas seis e meia da tarde, meu avô se levantou e bateu na porta, dizendo: - Luiz, meu filho, abra a porta para o seu pai.
Meu tio: - eu vou embora assim que abrir a porta.
Meu avô, com toda a paciência: - pois é meu filho, abra a porta pra eu poder te abraçar e me despedir de você.
Passados uns longos segundos meu tio abriu a porta, abraçou meu avô e chorando pediu desculpas: - não vou mais embora, não, meu pai.
Muitos espíritos maravilhosamente iluminados e luminosos têm preenchido minha encarnação com a riqueza da sabedoria assentada no bom senso, mas, especialmente na paciência.
Tenho agora 69 anos e, graças a Deus, convivo com uma família maravilhosa cujo esteio é a avozinha Irene Cândida, mãe de Dirce, de César, avó de Lenina, Dra. Irene, Kalininho e da menina Emília, bisavó de Leandro, Lorena, Larissa, Tainara, Artur e mais algumas dezenas de outras criaturas do segmento familiar.
Sua vida sempre foi um exemplo de firmeza, doçura, bondade, e amor universal.
No interiorzão de Goiás, nos tempos mais difíceis, inclusive da guerrilha do Araguaia quando uma filha e um dos genros estiveram envolvidos, a avozinha Irene foi perseguida e nunca deixou de orar por todos, de medicar, fazendo partos de dezenas de mulheres, trazendo à luz goianinhos e goianinhas, hoje pais e avós de tanta gente.
Nos seus 94 anos, depois de uma parada cardiorrespiratória, reanimada pela filha Dirce, foi internada no Hospital do Coração.
Fui visita-la e quase chorei de emoção pela alegria com que recebeu a mim e aos demais que a visitaram naquela meia hora. Sempre alegre, feliz como se nada estivesse acontecendo consigo. Quando sua neta Irene disse-lhe que eu levara o Evangelho, ela sorriu, agradecendo a Deus pela dádiva. E ao colocar o Livro em suas mãos, ela: - Deus me inspire para que eu possa abrir o Evangelho numa lição que seja boa para todos nós. A lição: “Bem-aventurados os puros de coração”.
Deus nos revelava, mais uma vez, que estávamos diante de um dos bem-aventurados espíritos puros de coração que ainda se encontra na Terra sempre prestos ao serviço do bem.
Áurea, que, também, visitava a avozinha, disse, na saída do hospital: - Pensamos levar conforto e fomos confortados pela candura da avozinha Irene, seu sorriso encantador, sem nenhuma reclamação e agradecendo a Deus pela alegria de nos ter ali, naquele momento.
Assim tem sido sempre. São Bem-aventurados os puros de coração porque descobriram que a compreensão e o discernimento, a pureza e a bondade, o amor e a sabedoria são qualidades advindas da paciência, que caracteriza as grandes almas neste mundão de Deus.
Roberto Cury
**A PARTIDA**
Partida, quantos significados para esta palavra! Se ficarmos apenas dentro da Doutrina Espírita, ainda assim, consideraremos vários sentidos: partida = ida para algum lugar em busca de algo; partida = saída do Mundo dos espíritos no retorno à Terra através da reencarnação; partida = desencarnação e volta do espírito à Pátria Espiritual.
Falemos da partida no sentido da desencarnação, quando o espírito deixa seu corpo material e retorna às suas origens, ou seja, onde Deus o criou.
Tanta gente tem medo da morte, ou seja da partida de volta!
E por que?
Via de regra, as razões mais variadas, porém, quase todos têm receio do que irão encontrar lá do outro lado, por puro desconhecimento, desinteresse, comodismo além de outros quejandos mais. Tem até aqueles que dizem: “Se a morte é descanso, prefiro viver cansado”.
Em contraposição ao medo, algumas pessoas, por compreenderem que a Vida é a do espírito e que a passagem pela Terra é fugaz e insignificante diante da eternidade, sentem uma alegria incomensurável pela aproximação do seu tempo de retorno. Entretanto, outras, muitas vezes, recolhem-se num processo melancólico que não sabem explicar.
“Melancolia significa o estado de tristeza e apatia sentido continuamente por alguém”, definem os dicionários.
Allan Kardec, compilou, no capítulo V, item 25, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, a mensagem de François de Genéve, passada em Bordeaux, na França, vazada assim: “
*Sabeis por que uma vaga tristeza se apodera por vezes de vossos corações, e vos faz sentir a vida tão amarga? É o vosso Espírito que aspira à felicidade e à liberdade, mas, ligado ao corpo que lhe serve de prisão, se cansa em vãos esforços para escapar. E, vendo que esses esforços são inúteis, cai no desânimo, fazendo o corpo sofrer sua influência, com a languidez, o abatimento e uma espécie de apatia, que de vós se apoderam, tornando-vos infelizes.*
*Acreditai no que vos digo e resisti com energia a essas impressões que vos enfraquecem a vontade. Essas aspirações de uma vida melhor são inatas no Espírito de todos os homens, mas não a busqueis neste mundo. Agora, que Deus vos envia os seus Espíritos, para vos instruírem sobre a felicidade que vos está reservada, esperai pacientemente o anjo da libertação, que vos ajudará a romper os laços que mantêm cativo o vosso Espírito. Pensai que tendes a cumprir, durante vossa prova na Terra, uma missão de que já não podeis duvidar, seja pelo devotamento à família, seja no cumprimento dos diversos deveres que Deus vos confiou.*”
Quantas vezes já foram ouvidas expressões como essas: “Estou cansado desta vida. Quero ir-me embora de vez.” “Por que Deus ainda não me chamou?” “Já vivi demais e está passando da hora de partir.”
No entanto, felizes são aqueles que compreendem que só a carne morre, o espírito jamais. Felizes daqueles que são senhores dos seus atos, dos seus pensamentos, das suas vontades e, ao final, sentem que cumpriram com sua missão terrena, porque, invade-lhes a alegria com a libertação dos grilhões da carne e então, o espírito esvoaçante, leve, flutuando acima do leito ou do teto, rompe as alturas e se vai, célere na busca da verdadeira morada.
José Luiz, esposo de Lô, a filha caçula de Herculano, foi um dos que atendeu ao chamado de dona Virgínia a “Bi” como Herculano carinhosamente tratava sua esposa e carregando o corpo desfalecido para levá-lo ao Hospital São Paulo, o mais próximo da residência do grande espírita conhecido como “o melhor metro que mediu Kardec no século XX”, quando teve a certeza de ouvir, com clareza e distintamente, a voz do seu sogro dizendo: - deixa disso Zé, eu já era”.
No mesmo instante, na garagem da casa, um grande cômodo que abrigaria, tranquilamente uns 6 carros daqueles “compridões importados conhecidos “rabo de peixe” por causa do tamanho e da largura da traseira, onde durante anos, mesmo depois da desencarnação de Herculano, ainda funcionou o centro Cairbar Schuttel, cujo homenageado fora amigo de Herculano desde a juventude, desenvolvia-se a reunião mediúnica, sendo que ninguém do recinto sequer sonhara com o acontecimento que, naquele momento, ocorria na parte alta da casa.
Foi então, nessa reunião mediúnica, que duas mensagens psicografadas foram recebidas por um dos médiuns que ali se encontrava. Porém, ninguém deu importância achando que se tratavam de mensagens comuns de espíritos menores uma vez que o médium ainda se encontrava em desenvolvimento e não figurava na primeira linha dos escribas terrenos.
E quando entregues a dona Virgínia, no dia seguinte, ela exclamou descrente: Herculano nem bem desencarnou e já estão trazendo mensagens! Foi quando uma das filhas disse: - vamos ler. Então a grande surpresa: Herculano era o autor de ambas mensagens, reconhecido de pronto pelo palavreado, por sua grafia, mas, especialmente pelas expressões só conhecidas dos familiares e mais intimamente da sua querida “Bi”.
Alguém ousaria dizer: - Ah! Também o Herculano foi um grande espírito. Pra ele era fácil escrever psicograficamente, já que era escritor e jornalista. Mas, nós, pobres coitados ralando nas ribanceiras da vida jamais poderíamos fazer isso.
É verdade. Herculano foi realmente um grande espírita de passagem por aqui difundindo sempre a Verdade doesse ela onde doesse. Eu mesmo, certa feita fui fazer graça com a Igreja, numa das reuniões na garagem, lá pelos idos de 1974 ou 75 e levei um “baita” puxão de orelhas pela falta de respeito para com nossos irmãos católicos.
Mas qualquer de nós pode perfeitamente atingir a condição de escrevinhar logo após a desencarnação. Basta que reunamos méritos próprios, ao longo da encarnação.
Mario Ribeiro, esposo de nossa irmãzinha Vera Lúcia, um dos fundadores da nossa Casa, o Centro Espírita “Professor Herculano Pires”, desencarnou à noite e já no dia seguinte, antes do sepultamento, na hora em que fazia eu a prece de despedida daquele corpo, pude entrever a festa que os espíritos fizeram para a recepção do nosso querido irmão, lá no Mundo Espiritual, de tal sorte que o espírito médico Clóvis, nosso amigo do além, diante de milhares de irmãos festejando a volta do Mario, exclamou sorrindo: - só falta guaraná!
E a vózinha Irene, avó da médica Dra. Irene, da esposa do Presidente da Casa, a psicóloga Lenina, cantou com toda a família, canções lindas até que se calou para este mundo, adentrando o reino, pois lá é o endereço e a morada dos anjos.
A partida é sempre a abertura da prisão libertando o espírito para reassumir a grande Vida, aquela que jamais fenece, que jamais morre.
Busquemos conhecer cada vez mais a doutrina dos espíritos para que, quando chegar nossa hora, a partida seja de alegria e de felicidade pela libertação e pela certeza de que
também seremos recebidos por aqueles que cultivamos com amor, carinho e respeito e uma grande festa será o retorno à Pátria Espiritual.
__A RESIGNAÇÃO__
Roberto Cury
“Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados.”
O homem nasce na Terra para evoluir, para vencer a si mesmo e amealhar virtudes.
A resignação é uma das virtudes difíceis de serem adquiridas e seu exercício é quase sempre incompreendido pois o sofrimento ocorre comumente em nosso mundo.
Apesar dos inumeráveis progressos sociais, milhões de seres sofrem ainda terríveis dores: a miséria provocando intensas agonias; a enfermidade arrastando os seres para os vales do sofrimento e da angústia, de que nem mesmo as classes mais cultas ou abastadas conseguem se isentarem desses males.
Às vezes, u’a melancolia se abate sobre o ser até daquele que habita ambientes onde reina a abundância, um sentimento de desânimo, uma vaga tristeza, às vezes se apodera das almas.
Conheci um tetraplégico que aparentava uma tranquilidade inexprimível, mas, que se enfurecia com seus familiares quando, por sofrer incontinência urinária, molhava o fraldão na frente de gente que o visitava.
Isabel já andava pela casa dos 50 e poucos anos. Morava num barraco de adobe que ela mesma construíra próximo do encontro do Ribeirão Veredão com o Rio dos Bois lá pelas bandas do município de Acreúna.
Quase nunca tinha o que cozinhar para alimentar as 3 pessoas que dividiam o barraco: ela e seus 2 filhos, Genésia debilóide de 35 anos e Fábio, de 22 anos, totalmente dependente pois não falava, andava de quatro como os animais quadrúpedes e que sempre se sujava com seus excrementos.
Apesar de todas as dificuldades, ausência de alimentos, deficiências vitamínicas, Isabel trabalhava lavando roupa pra fora usando uma “quada” de sabão de cinzas que ela mesma fazia até porque não podia comprar os detergentes próprios. E enquanto lavava a roupa, cantarolava alegremente entoando agradecimentos a Deus pela vida e pelos filhos adorados que o Senhor lhe destinara.
Richard Simonetti escreveu “A Receita Para Ser Forte: Incrível! Aquele homem passara cinco dias perdido no deserto, sem água, sem alimentação! E não morrera! Um prodígio de resistência!
No hospital, ainda fraco, mas em franca recuperação, vê-se rodeado por pessoas interessadas em seu segredo. Como pudera sobreviver? Onde encontrara recursos para sustentar-se?
O homem sorriu, bem humorado, e respondeu:
- Muito simples! Eu orava o tempo todo. A oração foi meu sustento, minha tábua de salvação!”
Depois, Simonetti aconselha: “Amigo. Em todas as situações, onde estiver, converse com Deus. Como o filho que procura a ajuda de seu pai, fale de seus anseios e esperanças. Comente suas angústias e problemas. Abra seu coração e Ele o sustentará nas lutas do Mundo, ajudando-o a fazer o melhor.
Tudo será mais fácil se aprendermos a conversar com Deus...”
A dor é o remédio para a correção das nossas imperfeições e, também, para as enfermidades da nossa alma.
No atual estágio de evolução em que nos encontramos, sem ela não é possível o nosso aprimoramento.
Nossos excessos geram as moléstias orgânicas que se abatem sobre nós, assim como nossas faltas passadas são responsáveis pelas provas morais que nos atingem.
Um dia, o resultado de nossos erros e equívocos, fatalmente, recairão sobre nós.
É a lei de justiça agindo no curso de nossas existências.
Saibamos aceitar os seus efeitos como se fossem remédios amargos, operações dolorosas, capazes de restituir nossa saúde.
Embora possamos nos sentir entristecidos pelos desgostos, devemos sempre suportá-los com paciência, alegria e disposição, compreendendo que nós plantamos e agora estamos colhendo os frutos do nosso plantio.
Caminhamos no terceiro milênio, mas, a Terra ainda é um mundo de provas e expiações, em que a dor reina soberana, em virtude de que o mal ainda sobrepuja o bem.
Ainda que estejamos conscientes dessa inegável condição, é nosso dever lutar contra a adversidade, porque sofrer sem reagir aos males da vida seria uma covardia.
Ao percebermos que todos os nossos esforços para superar os sofrimentos, físicos ou morais, se tornam supérfluos, quando tudo se mostra inevitável, é porque é chegado o momento de apelarmos para a resignação.
Toda revolta contra a lei moral que corrige nossas mazelas seria tão insensato quanto querermos resistir à lei da gravidade.
Se fazemos sentir, por toda parte, o peso de nossas amarguras, infelicitamos os que nos amam e até aqueles que nos vêem como exemplos, nos caminhos da vida.
Com raciocínio, o espírito sensato clareia a situação encontrando, na provação, os meios de fortificar suas qualidades.
Só é corajosa a alma que aceita os males, as dificuldades, os obstáculos que encontra pela frente, trabalha os pensamentos, compreende a Justiça Divina como bênção regeneradora, eleva-se acima deles, sorri agradecida, construindo, então, uma escala para atingir a virtude.
A resignação é uma conquista do Espírito que vence suas paixões para atingir a maturidade. Conseguindo mantermos a alegria e o otimismo, mesmo nas condições mais adversas, ao enfrentarmos com tranquila dignidade nossos infortúnios, preparamo-nos para um futuro venturoso.
Sejamos, pois, alegres e felizes, agradecendo a Deus pela vida.
Roberto Cury
**A DÁDIVA**
“É quando derdes de vós próprios, que realmente dais.” – Gibran.
Genervino era filho de Salustiana, empregada doméstica, analfabeta, porém de grande postura espiritual, que sempre demonstrou, com sua humildade indiscutível, uma enorme capacidade de superar a dor, o sofrimento de um modo geral através de um lindo sorriso nos lábios. Podemos dizer, sem medo de erro, que Salustiana é um grande espírito de luz, desses que o mundo desconhece porque se esconde na simplicidade e se confunde na multidão sem expressão, além de não ter qualquer reconhecimento social. Ao revés, longe dos holofotes humanos que só projetam luz nos apagados espíritos, mas reconhecidos do mundo, Salustiana jamais exibiu sua luz aos transeuntes da encarnação, mas, sempre foi vista, enxergada, pela sua iluminação interior junto de grandes espíritos, que com ela conviveram nas lutas diárias, na cozinha e na arrumação da casa onde esteve empregada ou onde, até hoje, cumpre o seu desiderato de sobrevivência física, especialmente porque, mesmo envelhecida, ainda tem de trabalhar cada dia, de sol a sol, pois, seus filhos, todos adultos, pela preguiça e pelos maus hábitos, ainda vivem à sua custa e manutenção.
Nunca se ouviu um lamento sequer de Salustiana. Nem nos desatinos que a vida lhe submetera, nem por qualquer injustiça que tenha sofrido. Negra na pele, mãos calejadas e aura luminosa, contrastes que só uns poucos enxergam, mesmo quando olham diretamente para ela.
Três filhos: Genervino, do meio, sendo Pedro, o mais velho e Linda, a caçula.
Pedro, alcoólatra serviu de exemplo negativo para Genervino que acabou assassinado por certeiras facadas desferidas por um outro bêbado que com ele dividia as “cangibrinas “ no boteco da esquina, no bairro da periferia distante na capital do estado goiano onde se situa o barraco da família.
Linda, de muito se perdera nos braços de muita gente, vendendo-se para conseguir alguns trocados sempre ansiosa e obcecada para manter seu terrível vício de consumo de drogas. Linda, inúmeras vezes, voltou, ao barraco dividido com seus irmãos e sua mãe Salustiana, cheia de hematomas, além da corrupção e da brutalidade sexual de que fora pasto de gente tão infeliz quanto ela mesma.
Linda não se emendou nem com a gravidez inesperada que lhe chegou pela vivência na promiscuidade de sempre. Salustiana, desde o princípio até o final da gravidez, cuidou, primeiro, da desregrada filha e depois, do neto que chegara trazendo a sífilis como herança maldita dos descalabros sexuais de sua mãe viciada.
Salustiana, nossa heroína, frequenta uma Casa Espírita, onde tanto os dirigentes, como os trabalhadores e freqüentadores se equiparam na busca do conhecimento mais próximo dos ensinamentos do Cristo de Deus como ele o fez durante Seu trajeto pela Judéia a dois mil anos atrás. Diversos médiuns de vidência da Casa em questão, se encantam com a participação de Salustiana nos debates pois todos a vêem sempre aureolada de intensa luz, característica dos espíritos de escol que habitam a Terra.
Ainda assim é humilde o bastante para sorrir encabulada, , sempre negando ser um grande espírito de passagem pelo globo, em todas as vezes que alguém menciona a sua luminosa aura.
Quando chegou a notícia do assassinato de Genervino, Salustiana sentiu o terrível golpe no seu coração bondoso quase desfalecendo, pela intensidade da dor.
A brancura da palidez que a assaltou fez aparecer os vincos que o escuro de sua pele naturalmente escondia.
Pressurosos, acorreram trabalhadores da Casa Espírita que conviviam com Salustiana no lar onde trabalhava diariamente.
Nem assim, se ouviu um só murmúrio contra Deus, ou um só lamento pela perda do filho. A compreensão de que as existências terrenas são passageiras e que a vida, a verdadeira Vida nunca se acaba, pois é aquela que Deus nos deu quando nos criou, dessa compreensão Salustiana sempre demonstrou ser detentora.
Diante do caixão no qual foram depositados os restos mortais de Genervino, Salustiana, durante todo o velório, permaneceu impassível, serena, triste, mas conformada, até que, no fechamento da tampa para seguir-se ao sepultamento, levantou a voz pedindo que todos orassem com ela.
- Pai de Infinita Bondade e Misericórdia, receba aquele que me destinaste como meu filho Genervino. Ele nunca foi meu, mesmo quando pude cuidar dele. Devolvo-Te o espírito e Te rogo me perdoes os erros que cometi durante os cuidados que devera ter para com ele. E se, em algum momento acertei, Te agradeço a Bondade e a Paciência que sempre tivestes para comigo.
Em tuas Mãos , Pai, entrego o espírito de Genervino. Permita que ele possa se acalmar diante da violência que foi a sua volta ao Mundo Espiritual. Assim seja!
Serenamente, como se tivesse cumprido com fidelidade a tarefa a ela cometida, voltou-se para todos: - podem fechar a tampa.
O féretro seguiu até a cova rasa onde o caixão foi depositado e coberto de terra até formar o característico montinho ali alguém fincou uma pequena cruz de madeira destacada por uma lata na qual constaram o nome do filho de Salustiana e as datas de nascimento e morte do mesmo.
Salustiana é uma dádiva divina para o mundão terreno, porque sempre se dedicou ao bem de todos que com ela conviveram e convivem pois para a felicidade geral ela continua encarnada.
Poderíamos dizer, sem medo de erro, que ela é, também, a verdadeira cristã caridosa, porque não tem como dar bens materiais na sua pobreza econômico-financeira, mas, que sempre deu de si própria, encarnando, perfeitamente o dizer de Gibran definindo A DÁDIVA: “É quando derdes de vós próprios, que realmente dais.”
Roberto Cury
**O AMOR UNIVERSAL**
**“** *Amarás teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. Esse o maior e o primeiro mandamento. E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro; Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. – Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos*.” Mateus, XXII, 36 a 40.
Quanta confusão já vimos quando se fala do AMOR.
Também tantos já conceituaram tantas vezes o AMOR. O AMOR é... O AMOR é...
O AMOR é a luz do Mundo. Foi com essa expressão maravilhosa que a TV Globo encerrou uma novela das 6 horas.
O AMOR é...
Leandro Pires, no livro O Eu Superior – Nosso Verdadeiro Mestre:
*“* *O Amor é o sentimento mais difícil de ser explicado. Porque não há palavras que o definam melhor. É um sentimento tão intenso e poderoso, de tão elevadas vibrações, que praticamente impossibilita ao homem explicá-lo melhor, através de simples palavras”.*
E quando a gente diz: O AMOR UNIVERSAL, muitos correm pra dizer: ah! Isso é coisa de carola, de beato, de padreco, de espírita sofredor, e vão desfilando impropérios mil sobre esse tal de AMOR UNIVERSAL.
Tem gente que diz: Amor Universal, rima com “sem sal”, e lá vêm mais um mundaréu de outras impropriedades: igrejeiro, catimbozeiro, macumbeiro, e mais um tantão de “eiros”. Caramba! Dá vontade de rir.
Mas, não é de rir, não. É pra chorar, diante da ignorância ou dos interesses com que a humanidade desvia o verdadeiro sentido do segundo mandamento da Lei Divina: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo”. Pois foi aí, nesse ponto crucial da vida, que o Mestre Jesus nos mostrou o que é o AMOR UNIVERSAL.
Walkiria Lúcia de Araújo Cavalcante, no artigo “O mandamento maior” para a Revista Internacional de Espiritismo, Dezembro/2007, pág. 573, escreveu: “
*Junta em seguida, a este mandamento: “Amarás ao teu próximo, como a ti mesmo* **”**. Ele não nos disse para amar o próximo como ele nos ama. O amor de Jesus é um amor sem mescla, sem preconceito. O nosso amor ainda não se expressa com total pureza”.
Caramba! É fácil dizer EU TE AMO. Muito fácil. O negócio mais difícil é realmente amarmos o próximo como a nós mesmos.
Mas será que amamos a nós mesmos?
E nossas tristezas que cultivamos como se fôssemos crianças desamparadas?
E nossos melindres que trabalhamos pra nunca deixar de continuar assassinando mentalmente aqueles que nos “ofenderam”?
E nosso amor próprio ferido, nosso orgulho de homem ou de mulher? De pai dedicado ou de mãe extremada?
E nossas vaidades que ultrapassam qualquer idade e que tanto são exaltadas como se fossem naturais no ser humano?
E nossas esquisitices que guardamos cuidadosa e zelosamente no coração pra só explodir na hora certa, porque somos sistemáticos?
E nossas depressões que, nas horas em que estamos sós, tratamos a “pão de ló” pra que os mais próximos sofram com “nossos terríveis sofrimentos”?
“Coitadinho(a) dele(a)! Não é bom que eles tenham “peninha” da gente? Afinal somos tão sofredores e nem merecemos isso! Somos tão bons que deveríamos estar no lugar dos maiores entre todos os homens da Terra, pois ninguém está à nossa altura.
No budismo, existe a prática da meditação com o objetivo de alcançar o amor incondicional, o AMOR UNIVERSAL.
Então essa técnica milenar de efeitos maravilhosos, senão fantásticos, por conta de que ensina pessoas de qualquer idade, sexo, religião, tem a finalidade de purificar a mente, tornando-a saudável e íntegra. É o primeiro passo para a pessoa amar a si mesma. Por isso, é denominada Meditação Universal.
Eis o procedimento:
*“* *A prática da * __Meditação do Amor Universal__ deve começar pela própria pessoa, porque se alguém não se ama, torna-se impossível estender amor e benevolência a outras pessoas.
*Inicia-se com o pensamento: estou limpando minha mente de todas as impurezas, que eu esteja livre de maldades, que eu esteja livre de inimizades, que eu fique livre do sofrimento, que eu me sinta muito feliz, com muito amor e muita paz.*
*Depois disso com a mente e o coração repletos de amor e paz, o pensamento deve ser dirigido a uma pessoa muito querida, da qual gostamos muito, visualizamos essa pessoa recebendo todo o nosso carinho, toda a paz e todo o amor que estamos sentindo. Em seguida visualizamos uma pessoa que nos é indiferente, um conhecido do qual não gostamos nem deixamos de gostar, e enviamos o mesmo pensamento. Finalmente lembramos de alguém que por algum motivo não gostamos, que nos é desagradável, pelo qual temos algum tipo de rancor, e enviamos em forma de pensamento o nosso perdão, banhando-o com pensamentos de amor, paz e compreensão”.*
Ora, quando nos tornamos capazes de amar-nos e passamos a endereçar nossos sentimentos em favor do próximo, podemos dizer que estamos aptos para darmos o primeiro passo do Amor Incondicional.
Depois disso, a prática se consolidará, até que o Amor Incondicional seja o verdadeiro Amor Universal.
Novamente, Leandro Pires, na obra citada:
*“* *O Amor Universal é a manifestação de um Amor puro, infinito, imparcial e sem distinções.*
*O Amor Universal não faz distinção entre raças, cor, e credo religioso; não discrimina, não separa, não julga, não prefere, nem escolhe. Mas não é indiferente, tem compaixão, inspira o perdão, tem a sua própria razão, e assim como a Fé, é capaz de mover montanhas”.*
É um sentimento agradável, doce, maravilhoso. Uma alegria incomensurável, uma ternura inefável avançam pelo peito a dentro quando praticamos o bem ao nosso próximo. E ao vê-lo feliz pelo amor que lhe doamos sem condições, a felicidade penetra nossa alma e ambos nos tornamos como um foco luminoso – é a irradiação do Amor.
O ser humano então compreenderá que o mandamento Amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento e ao próximo como ama a si mesmo, é o único caminho que leva ao descortino da fé pela razão e, de conseqüência, à felicidade inconteste do mais sublime dos sentimentos – o AMOR.
Nesse instante sublime, não só o nosso coração se encontra emprenhado de vigorosa energia, como sentimos que todo o Universo pulsa no mesmo ritmo.
Ainda há muitos desamores, muitos abalos, muitas ofensas, muitas guerras, muitas escaramuças, muitas brigas menores ou maiores para serem vencidos.
Assim como neste terceiro milênio nosso Orbe terrestre deixará de ser um planeta de provas e expiações, tornando-se um Mundo regenerado, também os homens, num futuro, nem tão distante, descobrirão e sentirão este AMOR UNIVERSAL, vivenciando-o em sua plenitude, escoimando sofrimentos para compartilhar a felicidade em todos os quadrantes da matéria.
__OBSESSÃO ESPIRITUAL NA INFÂNCIA__
Roberto Cury
Corria o ano de 1974. Vindo do Catolicismo, tinha recém iniciado os estudos da Doutrina Espírita. Maria Inês, minha esposa, ainda encarnada, já estava gravemente enferma por doença que lhe atingiu o sistema nervoso central fazendo-a sofrer terrível cefaléia que a deixava completamente fora de si, inclusive com perda temporária da capacidade racional, causa da sua desencarnação em abril de 1976, um dia após completar 31 anos.
Indicaram-me que a levasse a Palmelo, então conhecida como cidade espírita do nosso Estado goiano, pois, Jerônimo Candinho e Damo, líderes espirituais encarnados, exerciam, com muito sucesso, atividades de cura em geral.
Assim fiz. A viagem de ida transcorreu dificultosamente porque me encontrava transtornado com o sofrimento da esposa, que gemia alto em plena crise.
Tão logo chegados a Palmelo, Maria Inês se mostrou serena como se as dores tivessem cessado. Apesar de pequena cidade, era a primeira vez que estivemos lá. Então me informei onde poderia ver e falar com Jerônimo Candinho. Indicado o local, pra lá rumamos. De imediato atendidos, Jerônimo nos recomendou que ela fosse inscrita no Raio X do meio-dia e que a esposa ficasse internada na pensão de uma senhora cujo nome não me vem à memória. A justificativa foi de que todos que tivessem de passar por tratamento mais longo, lá deveriam ser internados porque era como se fosse um hospital visitado pelo menos duas vezes ao dia pelos médiuns de cura do Centro Espírita Luiz Gonzaga, dirigido por Candinho e por Damo.
Naquele mesmo dia, Maria Inês passou pelo Raio X e por cirurgia espiritual na cabeça, ficando internada na referida pensão.
No dia seguinte, foi internado, juntamente com sua mãe, um menino de 10 anos de idade submetido à terrível subjugação que lhe impunha estar de quatro, berrando como cabrito, sem expressar vocalmente qualquer palavra.
A mãe, garantiu que até os 6 anos de idade era uma criança normal, alegre, risonha e falante. De repente, como se fosse uma maldição, deixou de falar, perdeu o porte ereto e caiu a andar de quatro como um animal quadrúpede e passou a berrar como um caprino. Parecia, também, nada entender da conversa entre pessoas. Nunca mais sorriu. A mãe, desdobrava-se em ternura e carinho por aquele desventurado ser que perdera a identidade humana e agia tal qual um cabrito, saltando, berrando, e dando cabeçada nas pessoas. E aquela criança só tinha 10 anos.
Ainda neófito nas questões espirituais, conhecendo praticamente nada de mediunidade, não entendia, nem mesmo aceitava que Deus pudesse “punir” uma criança inocente, uma vez que sempre acreditei na existência de nosso Pai Celestial, como o Senhor de Bondade e de Misericórdia.
Só depois de algum tempo, quando já havia estudado as obras básicas: O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, A gênese e O Céu e o Inferno, comecei a compreender que Deus, ao criar a Lei do Livre Arbítrio, nunca puniu, como jamais puniria qualquer dos seus filhos, pela simples razão de que sob a égide dessa Divina Lei, o homem tem sempre o direito da escolha dos seus caminhos, ou, por outras palavras tem liberdade para plantar, mas, a colheita do que plantou também será obrigatória.
No estudo das obsessões aprendi que a primeira coisa que precisamos ter em mente, para melhor compreendermos os mecanismos de ação, utilizados nos processos obsessivos, é que o obsessor está ligado ao seu desafeto por razões emocionais, seja por ódio, por desejo de vingança ou até mesmo por sentir-se desprezado ou traído por este. Assim, tomado pelo ódio, depois de um simples e automático processo de sintonia vibratória, o obsessor se vê atraído, inconscientemente, para junto daquele que é o objeto de suas angústias. Basta isso, ou seja, a presença de um espírito carregado de energias profundamente perturbadoras para prejudicar o obsediado.
Uma vez que ambos os seres estão sintonizados pelo mesmo padrão vibratório, aquele que está mergulhado no corpo de carne começará a captar as emissões de ódio do seu perseguidor e, a depender de sua conduta moral e mental, essa captação poderá trazer desordens graves ao funcionamento de seu organismo físico.
**O obsessor é um obstinado perseguidor de sua vítima, muitas vezes, anteriormente seu algoz que permanecendo ou renascido na carne, agora, com as vibrações do encarnado, se encontram no conúbio desastroso da vingança, do revide, da intemperança e da infelicidade tanto para um quanto para o outro, que só agravam seus mútuos débitos.**
**Então, para obsidiar, basta a simples presença do obsessor junto de sua vítima.**
**Caramba! diria o leitor estupefato, como pode uma criança de poucos anos ser submetida a uma obsessão? E o pior, uma subjugação que transforma e mantém a vítima num simulacro de cabrito saltador e berrante!**
**A priori sabemos que a morte física, infelizmente, nem sempre apaga da lembrança o rancor que perturba o espírito inferior ainda menos esclarecido e que, incapaz de perceber as luzes do Evangelho, curte e resfolega no seu imo a mágoa e o ódio incontroláveis.**
**No afã do seu ódio, de sua vingança, o obsessor não consegue ver a criança momentaneamente fragilizada e ingênua em nova e recente encarnação, enxergando apenas o espírito imortal responsável pelo delito cometido ou que imagina tenha sido culpado pela mágoa, pela ofensa ou qualquer outra causa de sua desgraça atual.**
**Muitas vezes os familiares resistem em admitir a hipótese de obsessão da criança, imaginando-a livre do assédio invisível. Quando acontece essa ou qualquer outra situação similar dentro da família do pequeno obsidiado, lamentavelmente, o engano traz seriíssimas repercussões, pois quando mais tempo se passar entre o primeiro ataque do obsessor à constatação do quadro da obsessão, várias e irremediáveis sequelas estarão acontecendo.**
** Inúmeras vezes, na experimentação mediúnica, tratamos com espíritos que engendraram investidas contra os pais, ferindo com a obsessão, diretamente, a criança e indiretamente os genitores. O obsessor incide seus fluidos mórbidos negativos que comprometem a saúde física ou mental de um dos filhos comprazendo com o sofrimento dos pais.**
**A sensibilidade infantil e a aproximação do espírito obsessor, provocam, muitas vezes o choro, a inquietude, a irritabilidade e até erupções cutâneas que fazem o pediatra confundir com quadros clínicos buscando causas no organismo da criança como verminoses, otalgias, erupção dentária e outras mazelas.**
**Tivemos um caso em que uma nossa confreira que dera a luz a um menino e enquanto bebê foi levado ao centro com frequência e durante sua permanência na nave, chorava o tempo todo, gerando desconforto e sofrimento à mãezinha, só se acalmando quando tomava o passe magnético.**
**Hoje com 14 anos, o menino ouve vozes, vê e conversa com espíritos sem receio algum.**
** Os distúrbios infantis requerem cuidados urgentes dos pais. Primeiramente, os pais devem buscar os procedimentos médicos e só depois de descartadas todas as hipóteses da medicina da Terra é que se deve buscar a Casa Espírita afeita às curas e tratamentos com o auxílio da Espiritualidade.**
**Mesmo havendo o sustentáculo da Casa Espírita, com os recursos dos passes e da água fluidificada, é importante, também, que o Evangelho seja implantado semanalmente na residência da família, em dia e hora marcados, com a presença inclusive de vizinhos que se manifestarem.**
A confiança em Deus por lema e a disposição de servir aos nossos irmãos encarnados e desencarnados com o Amor Universal que une a todos, eis a fórmula para a união fraterna entre todos os povos deste Mundão Terreno.
Roberto Cury
A MÁGOA
Escrevo no primeiro dia do ano. O dia da paz mundial. E há tanta guerra no mundo!
Há quem diga que as guerras, sejam gerais ou particulares, têm como causa a falta de amor. Outros afirmam que está ausente a fraternidade. Tem aqueles que garantem que a culpa reside nas desigualdades sociais e até mesmo nas arbitrariedades dos fortes ou poderosos sobre os mais fracos.
Há os que ferem e quem se ofenda. Quem fere, magoa, e quem é ofendido se sente magoado. Entre as duas pontas, o rancor que origina a mágoa.
Ferimentos leves, via de regra acontecidos nas brincadeiras de mau gosto, também geram rancores surdos pela humilhação causada.
Outras vezes, a ofensa é direta, intencional, destruidora.
A verdade é que a mágoa tem sido a causa dos destemperos humanos.
Todo aquele que pretende dominar alguém ou alguns, magoa seu semelhante, que, então, se sente constrangido, sem liberdade, sem amor, reclama das desigualdades e lamenta da falta de fraternidade.
A mágoa é como o rastilho de pólvora que explode nos mais terríveis ódios, gerando a destruição por séculos, por inumeráveis encarnações, eternizando o atraso e a ignorância da humanidade, retardando o progresso espiritual dos seres e a evolução da Terra.
É muito séria a responsabilidade dos que agem na mágoa, ferindo ou receptando-a, porque além da paralisação do seu crescimento, responde diretamente pelo retardo do desenvolvimento do Globo e, o ofensor, ainda, pelo desvio da trajetória do ofendido.
Por isso, ensinam os espíritos: “
*Se a mágoa lhe bate à porta, entorpecendo-lhe a cabeça ou paralisando-lhe os braços, fuja dessa intoxicação mental enquanto pode”*.
“
*Ante ofensas quaisquer, defende-te, pacifica-te e restaura-te, perdoando sempre. Nas trilhas da vida, somos nós próprios quem acolhe em primeiro lugar e mais intensivamente os resultados da intolerância, quando nos entrincheiramos na dureza de alma”.*
* “Dentre os ângulos do perdão, um existe dos mais importantes, que nos cabe salientar: os resultados dele sobre nós mesmos, quando temos a felicidade de desculpar”.*
*“Urge perceber, no entanto, que, quando conseguimos desculpar o erro ou a provocação de alguém contra nós, exoneramos o mal de qualquer compromisso para conosco, ao mesmo tempo que nos desvencilhamos de todos os laços suscetíveis de apresar-nos a ele”.*
Se ofendemos, peçamos perdão. Não há nenhuma humilhação quando reconhecemos nossos erros, nem fraqueza no perdão das ofensas recebidas.
Não vale a pena cultivar mágoas. Veja os versos de Ormando Candelária:
** ** Lança as mágoas ao passado,
Alma cansada e ferida,
Ressentimento guardado
É fogo na própria vida.
Roberto Cury
**A ALEGRIA COMO FORMA DE VIDA**
Zé Henrique surgiu na Casa Espírita buscando ajuda, segundo os seus dizeres, para solucionar as tantas trombadas que ultimamente vinha recebendo da vida. Nada dava certo, ou melhor, tudo dava errado.
Só de olhar pro Zé Henrique já dava dó. Aparentava um sofrimento inexaurível. Pálido, olhos mortiços, semblante apagado. Era a triste figura de quem não tinha um só momento de tranquilidade e de bem estar. A felicidade, parece, nunca estivera nem ao seu lado quanto mais dentro dele.
Narrou, também, que nos últimos meses nem dormir direito conseguia mais. Via sombras a perseguirem-no. Tinha a impressão que sempre alguém estava às suas costas esperando para desferir-lhe um golpe mortal. Às vezes, tão logo conseguia um soninho, despertava assustado com alguém gritando com ele ou para ele ficar acordado porque estava para sofrer alguma coisa. Ora sentia como se o fôlego faltasse e fosse morrer sufocado, ora, parecia como se alguém lhe agarrasse a garganta tentando esganá-lo.
As piores sensações o acometiam incessantemente.
Uma voz sugeria-lhe orar a Deus e ele, não conseguia proferir nem a primeira frase do Pai Nosso, pois um aturdimento parecia penetrar-lhe pelos ouvidos deixando-o completamente alheio ao sentido da oração universal e nada saia nem de sua boca, muito menos se formava nos seus pensamentos que pudesse colocá-lo em contato com a espiritualidade maior.
Realmente, era algo ruim invadindo-o de tal sorte que o corpo parecia tomado de um torpor que ele nem conseguia respirar direito, nem concatenar idéias que o livrassem daquele estado de coisas.
A família já não mais o suportava nos arroubos amalucados que entremeavam palavras ofensivas com o mau humor constante, ou tiradas incoerentes com falsas acusações de deslealdade dos seus afins.
Depois de tantas desventuras alguém, nem se lembra direito quem, lhe sugerira procurasse a Casa Espírita onde davam atendimento nesses casos que tais.
Chegou cedo, pelas 19 horas, quando a irmã encarregada da abertura do Centro já pusera o molho de chaves na porta de entrada. Ali mesmo ele pediu ajuda pra ela e lhe foi informado que aguardasse a irmã Clotilde que era quem fazia a triagem e o encaminhamento ou para o espírito médico que atendia todas as quartas-feiras ou para os trabalhadores, via de regra um grupo de 3 ou 4 irmãos, que tinham a missão de ouvir e de orientar os encarnados necessitados.
Quando Clotilde ouviu o histórico de sofrimento de Zé Henrique, não teve dúvidas, encaminhou-o à consulta com o espírito médico que certamente haveria de lhe dar medicamento certo para o seu intrincado caso.
O espírito requereu a presença do psicoterapeuta desencarnado Dr. Luiz Antonio que quando encarnado fora médico psiquiatra e psicólogo num hospital de referência no interior paulista.
Luiz Antonio mostrou que a vida pode ser comparada com u’a moeda de duas faces: a face negativa, quando o Universo parece desabar na cabeça da pessoa e a face positiva, quando a pessoa se vê sempre cercada do carinho dos demais, dos negócios que se encaminham mais facilmente, do bem estar que atinge a si e aos familiares e amigos. Mas, que para isso é importante que se ore aos espíritos todas as noites e todas as manhãs, rogando que Deus os ilumine e os abençoe para eles serem felizes. Esse procedimento serve como limpeza dos fluidos deletérios que algum espírito inferior possa ter deixado no ambiente onde a pessoa vive ou trabalha, além de instalar, definitivamente na sua vida, a alegria de viver, a alegria do agradecimento por tudo que lhe foi concedido até aquele instante e por tudo que ainda haveria Deus de lhe proporcionar.
Que tivesse a coragem de romper com os grilhões que o infelicitavam escolhendo a alegria como forma de vida.
Zé Henrique partiu aliviado depois das recomendações do espírito Dr. Luiz Antonio.
Quase um mês depois retornou à Casa Espírita tão alegre como se tivesse ganho o prêmio máximo da loteria anunciada no dia anterior.
E disse alto e bom som: “adotei a alegria como forma de minha vida e tudo já passou. Sinto-me plenamente feliz e desejoso de trabalhar como voluntário em tudo que a Casa Espírita me designar fazer”.
Assim está acontecendo, tal qual já acontecia pois os trabalhadores da Casa Espírita já haviam adotado a ALEGRIA COMO FORMA DE VIDA.
__A REFORMA ÍNTIMA__
Roberto Cury
João Batista Armani, no seu texto “Reforma Íntima”, publicado no site Portal do Espírito, da cidade de São José do Rio Preto – SP, conta uma pequena história de um doente que padecia de cirrose hepática em consequência da ingestão de bebidas alcoólicas, para, ao final, citar u’a mensagem de Emmanuel:
*“O pastor conduz o seu rebanho, mas são as ovelhas que andam com as próprias pernas”*.
Assim, deve ser a questão da Reforma Íntima.
Reforma Íntima e Livre Arbítrio, ligam-se entre si, como se a primeira jamais poderia acontecer sem o exercício do Livre Arbítrio.
Como podemos entender o que é Reforma Íntima?
Há quem responda com as mais variadas expressões, todas muito bem colocadas e elucidativas. Algumas são grandiloquências doutrinárias de auto-afirmação do próprio autor, outras singelas palavras de clareza meridiana e de fácil entendimento.
Certa feita, em conversa com o escritor, palestrante, conferencista espírita e professor universitário de Direito Emidio Silva Falcão Brasileiro, que juntamente com sua esposa, também escritora espírita, possuidora de invejável cultura Marislei Espíndula Brasileiro, formam uma dupla em que a alegria é constante, a segurança nos princípios doutrinários são evidentes e irrestrita a confiança em Deus e na Sua Sabedoria Infinita, concluímos Emídio e eu que a Reforma Íntima, nos termos em que vem sendo colocada não acontece.
O que existe, ao nosso ver, é a Transformação Íntima, porque enquanto na Reforma os vícios e erros permanecem reformados apenas através de alguma luta, muitas vezes inglória, contra eles; na Transformação, como afirmou José Herculano Pires,
*“o Homem Velho é substituído totalmente pelo Homem Novo”*, ou seja, arranca-se o homem velho e instala-se o Homem Novo, ou, ainda, elimina-se, totalmente, tudo o que amarfanhava o ser interior, para expor um novo ser, diferente, luminoso e definitivamente no caminho do Bem.
Ora, direis, caro leitor, isso é ilusão. Ninguém se transforma do dia para a noite.
É comum o dito espírita de que a natureza não dá saltos.
Como um homem vicioso, pode se transformar, de uma hora para a outra, em um ser equilibrado e sábio conquistador de virtudes?
As mais das vezes, queremos nos reformar intimamente. Então nos propomos a fumar apenas 19 cigarros quando fumávamos 20 por dia. A beber, uma dose a menos da bebida alcoólica que ingeríamos. A xingar, a maldizer, a vociferar, a reclamar, a murmurar entredentes, só 23 horas quando assim agíamos durante as 24 horas de cada dia. Agindo destarte entendemos que estamos fazendo uma linda e eficiente reforma.
Ainda, na Reforma, nos propomos a enganar menos os nossos semelhantes. Então a traição e a desídia, são contemporizadas porque apenas nos permitimos a olhar cobiçosamente sem exprimir o que pensamos, ou a afirmarmos que estamos somente descansando, quando a indolência e a preguiça, são velhas e conhecidas marcas do nosso caráter leviano.
Sem sombra de dúvidas que há sinceridade em muitos corações que se propõem caminhar para a Reforma Íntima, mas, infelizmente, muitas vezes há hipocrisia e insinceridade como se fosse possível enganar a Deus que tudo vê, tudo sabe, tudo conhece, pois que é a Suprema Inteligência e Causa Primária de todas as coisas, menos das coisas do mal, porque somente o Bem é Sua Criação enquanto que o mal foi e continua sendo criado, trabalhado e gerido pelo homem.
Ninguém quer se propor em paladino das virtudes, nem em potência capaz de transformar os erros da humanidade em sublimidade dos anjos.
A cada instante nos deparamos em encruzilhadas. De um lado, os erros, de sempre, cometidos e que mantemos, sob a capa da austeridade ou porque nos consideramos sistemáticos, comumente com o objetivo de nos afirmarmos corretos nas atitudes. De outro, o desejo, nem sempre desenvolvido, de caminharmos nas trilhas do Bem.
Busquemos, pois, o auxílio da Lei do Livre Arbítrio, ou das Opções, ou das Escolhas.
Somos produto de nós mesmos.
Somos responsáveis por nossos atos, omissões e pensamentos.
Tudo o que fizermos ou deixarmos de fazer, conta contra ou a nosso favor, dependendo do bem ou do mal, praticado ou omitido.
Se somos viciosos e resolvermos mudar nosso comportamento, não caberá a
Reforma, mas a transformação. Enquanto a Reforma apenas melhora um aspecto ou outro do caráter, a Transformação muda radicalmente. Plagiando mais uma vez J. Herculano Pires, a Transformação arranca, do ser, o homem velho, instalando, no seu lugar, um homem novo e não renovado.
É verdade que, muitas vezes, o homem não está preparado para a Transformação, preferindo partir para a Reforma de alguns dos aspectos que sabe negativos. Então se propõe a ser apenas um homem renovado.
*“Para elevar a própria vida, é necessário gastar muitas emoções, aparar inúmeras arestas da personalidade, reajustar conceitos e combater sistematicamente a ilusão”.*
Agora, quem quiser, realmente assumir a mudança, partindo do mal, definitivamente para o Bem, que adote a Transformação Íntima e tudo será diferente, porque sua escolha se faz com base na Lei Universal do Livre Arbítrio e nada, nem ninguém, conseguirá impedi-lo de chegar ao desiderato proposto por Jesus: “SEDE PERFEITOS, COMO PERFEITO É O PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS”.
Roberto Cury
__A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA E A JUSTIÇA DIVINA.__
Trágico fim de semana em Santa Maria, cidade de cerca de 270 mil habitantes do Estado do Rio Grande do Sul, quando jovens estudantes universitários se feriram ou perderam a vida como consequência de um incêndio enquanto, na madrugada do domingo dia 27, assistiam a um show da Banda Gurizada Fandangueira, na boate Kiss, daquela terra gaúcha.
As notícias deste dia 30 de janeiro são de que 235 faleceram e os 143 feridos vêm sendo tratados nos hospitais de Santa Maria e também de Porto Alegre, sendo que os hospitalizados na Capital gaúcha recebem tratamentos especializados em face do estado crítico da mais extrema gravidade em que se encontram, resultado de queimaduras sofridas no incêndio ou por inalação da fumaça tóxica, intoxicação causada pelo gás cianeto, o mesmo usado nas câmaras de gás nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial.
Era, novamente, o princípio ativo do tristemente famoso Zyklon B dos campos de extermínio.
Segundo o pesquisador Anthony Wong, diretor médico do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP) trata-se de um dos venenos mais letais, por sua capacidade de paralisar os mecanismos de produção de energia das células, matando-as.
Pois o cianeto apareceu junto com a fuligem e o monóxido de carbono dentro da Kiss, como consequência da combustão dos materiais usados no revestimento acústico.
"Não tem cheiro nem cor e é capaz de matar em um prazo curtíssimo, de quatro a cinco minutos", explica Wong.
Quando, nos idos de 1960, então, estudante de Química, na Faculdade Oswaldo Cruz, em São Paulo, num dos eventos laboratoriais conheci o ácido cianídrico (HCN), também conhecido como cianeto de hidrogênio, consequência do borbulhamento do gás cianídrico em água, de onde o gás retira o hidrogênio (H) na reação do ácido com esse elemento, resultando num composto fatal. Da mesma forma, se a reação se der na presença de potássio (k), o ácido cianídrico se transforma no temível cianeto de potássio (KCN), um veneno muito potente que interfere na condução do oxigênio às células do organismo.
O ácido cianídrico, gás altamente tóxico, se inalado, mata em 9 ou 10 segundos, o cianeto tem efeito um pouco mais lento.
A capacidade de expansão, altamente vertiginosa, desses gases é inimaginável para os leigos em química. Seus efeitos danosos provocam a intoxicação e a corrosão instantâneas, danificando, irremediavelmente, as vias aéreas, rompendo os brônquios, sangrar os bronquíolos, provocando a interrupção dos batimentos cardíacos e na consequente e irreversível parada cardiorrespiratória.
Daí para a morte cerebral não resta sequer mais nenhum passo.
O medicamento Hidroxocobalamina serve para combater a intoxicação causada pelo gás cianeto, quando aplicado antes que os efeitos se tornem irreversíveis.
Eventos dessa natureza e da magnitude em que ocorreu, causam impacto indescritível no povo que, ainda que solidário com as pessoas que perderam seus entes queridos, não consegue esconder a dor e o sofrimento, a consternação e as lágrimas que vêm naturalmente.
Entretanto, esse mesmo povo grita por justiça, mas, os gritos, na verdade não são para clamar a apuração dos culpados para que se cumpra a mais perfeita justiça terrena com o respeito aos direitos humanos. Representa na verdade a máscara da mágoa, do ódio, da vingança que a massa deseja como satisfação íntima de sua própria revolta, muitas vezes maior do que a dor dos próprios familiares dos entes que partiram, principalmente, se foram jovens que desencarnaram, eles que representavam o futuro do país, o orgulho dos pais, a esperança e a alegria da família e agora não mais existem.
Todas as grandes tragédias atuais guardam repercussão cada vez maior em face de que a mídia desenrola as notícias, em todo o mundo, em poucos segundos e isso provoca reações, nos povos, na medida da sua capacidade de observação, da sua compreensão e de seu discernimento.
Não raras vezes, as reações são as mais inusitadas.
A comoção popular está diretamente relacionada com a grandeza do evento infausto. Se foram muitas as pessoas vitimadas, a comoção é de um tamanho. Maior se crianças pereceram. Maior ainda se foram jovens universitários como, é o caso que se deu em Santa Maria.
Os efeitos colaterais da tragédia na terra gaúcha são inúmeros. Na segunda-feira, 28, um dia após o acontecimento com tudo e com todos os que nele se envolveram, e foram muitas as pessoas e profissionais que desempenharam inúmeras tarefas na azáfama de salvar queimados e intoxicados pela fumaça venenosa, iniciou-se a “caída da ficha”. Taxistas e coveiros buscaram ajuda psicológica em Santa Maria, porém, muitos psicólogos deixaram de comparecer, esgotados em razão da intensa atividade no dia fatídico.
Acusações aos mais variados setores da sociedade civil e militar vieram a tona e até os bombeiros foram acusados pelo advogado de um dos proprietários da boate, como responsáveis pelo incêndio, eles que sempre se constituíram nos verdadeiros salvadores da humanidade nas situações de perigo. No dizer do advogado, os bombeiros seriam culpados por não terem efetuado a vistoria preventiva obrigatória imediatamente ao requerimento da empresa pertencente daquele estabelecimento.
Atitudes desse jaez são comuns, pois ninguém se sente culpado de nada, principalmente se for possível acusar uma ou outras pessoas.
A transferência da culpabilidade é inerente ao ser humano. Diante da justiça humana, muitas vezes, inocentes pagaram pelos verdadeiros culpados que, ou não apareceram, ou não foram descobertos.
Entretanto, nada acontece por acaso. Tudo tem uma razão de ser.
Se a justiça humana falha, como muitas vezes falhou em todos os países do Globo Terrestre, a Justiça Divina jamais falha, porquanto perfeita e aplicada pela consciência de cada um no cumprimento exato da Lei de Causa e Efeito. Sim, toda causa tem o seu efeito correspondente, como Jesus mesmo advertiu Simão Pedro que, desembainhando sua espada, decepara a orelha de um dos soldados que aprisionara o Mestre: - Pedro, Pedro quem com ferro fere, com ferro será ferido – enquanto colava a orelha no mesmo lugar de onde tinha sido arrancada.
Todos os grandes desastres, nos quais pereceram ou se feriram muitas pessoas, há sempre histórias daqueles que não chegaram a tempo de embarcarem no veículo sinistrado, ou não entraram ou saíram do prédio incendiado ou desabado, ou permaneceram no lugar de origem onde a onda avassaladora (tsunami) não chegou, ou que se retiraram pouco antes do terremoto atingir aquela região, ou... tantas outras inexplicáveis circunstâncias em que muitos foram tragados pelo abraço da morte e outros sequer foram tocados, mesmo de leve, pelos ventos mortais. Aqueles que não foram atingidos são pessoas que não estavam vinculados ao evento, consequência natural de causa anterior.
Diante da Justiça Divina, ninguém paga pelo erro alheio, como, também, ninguém é passível de julgamento incriminatório se nada deve.
As grandes tragédias, com a retirada de entes humanos, via de regra, são efeitos de outras em que os atuais retirantes foram responsáveis pela retirada de outros irmãos num passado recente ou longínquo.
Quantas tragédias o mundo terreno já presenciou, ou delas se tornou vítima?
Quantos incêndios em florestas dizimaram animais e seres humanos?
Os campos nazistas de extermínio em vários países; a dizimação dos povos conquistados por Átila, rei dos hunos; a arena romana onde leões devoraram cristãos; as batalhas do Peloponeso onde tantos pereceram; as guerras e guerrilhas americanas intervindo em territórios estrangeiros ocasionando um rastro de sangue; a santa inquisição que ceifou a vida de inocentes acusados injustamente, ora na fogueira, ora na decapitação, ora por enforcamento; a noite de São Bartolomeu em que milhares de protestantes foram assassinados pela intolerância religiosa; quantas outras tragédias são as causas das que hoje acontecem?
Vez ou outra, um fenômeno natural se incumbe de ser o braço executor da Justiça Divina, especialmente quando a Natureza tivera sido vilipendiada anteriormente.
Apesar da Justiça Divina pertencer a Deus, nosso Criador, nós, criaturas, somos as causadoras das nossas desgraças, dos nossos sofrimentos, dos nossos horrores. Consequentemente, sofremos os efeitos de nossos próprios atos.
Invariavelmente, porque nos cremos inocentes, as provas a que somos submetidos, muita vez, nos parecem imerecidas ou maiores do que imaginávamos, que nosso sofrimento é único e inquirimos Deus: - Por que Senhor? Por que?
Apesar de responsáveis, não aceitamos nada que nos atinja e mostramos claramente que não acreditamos em Deus ou que n’Ele não confiamos.
Felizes aqueles como Jó que jamais se rebelaram contra o Senhor da Vida: - O Senhor me deu, o Senhor me tirou. Bendito seja o Senhor!
Compreendamos que a dor que nos chega, principalmente aquelas que vieram oriundas de causas que nós provocamos, é a dor que burila o espírito, que nos faz mais compreensivos, que nos torna melhores discípulos da Bondade Divina.
Compartilhemos a dor dos nossos irmãos gaúchos, sejamos misericordiosos com seus sofrimentos, mas, jamais abandonemos a Confiança no Criador de tudo e de todos, pois Ele é o Senhor da Vida, a Fonte Suprema do Amor e que nos Eleva sempre que d’Ele precisamos.
Lembremo-nos de jamais atirarmos pedras em quem quer que seja, pois ainda que sejam muitas e fortes as nossas razões, jamais elas serão maiores do que a Felicidade que podemos viver ou ensejar ao nosso próximo.
Tiremos lições de cada tragédia e agradeçamos a Deus pela oportunidade do raciocínio, da busca da compreensão e vivamos, intensamente, o Bem Incomensurável que nos chega do Pai Celestial.
Roberto Cury
__DESEQUILÍBRIO__
Claudinei, aparentando estranha expressão física, chegou à Casa Espírita numa quarta-feira por volta das 19,30 horas, surpreendendo Laurenice, a companheira encarregada de abrir o Centro e recepcionar quem ali viesse pela primeira vez.
Parecendo estar desnorteado e sem rumo, falando atropeladamente, quase sem se fazer entender, disse um amontoado de coisas com tanta rapidez que Laurenice ficou parada tentando raciocinar sobre o que aquele moço, bem apessoado, de terno e gravata, cabelos lisos despenteados, rosto pálido como se o sangue tivesse fugido para os pés e estivesse a ponto de desmaiar, estivera dizendo-lhe.
Aquela algaravia desconexa de Claudinei levou a recepcionista a imediatamente ligar seu alarme interior: ele estava momentaneamente desequilibrado por algum acontecimento surpreendente ocorrido naquele dia ou até a poucos momentos atrás.
Então convidou-o a entrar e a se assentar num dos bancos do salão e logo em seguida, disse-lhe: - moço, só um segundinho, vou trazer um copo com água pra você.
Dirigiu-se à sala vizinha, apanhou um copo no armário, encheu-o com água da jarra e levou-o até Claudinei, entregando-lhe nas mãos, dizendo: - beba um pouco da água. Essa água tem fluidos trazidos pelos espíritos e é capaz de tranqüilizar a alma e serenar as preocupações e desanuviar os pensamentos.
Claudinei sorveu uma golada como se a sede fosse intensa. Depois olhando para o copo murmurou baixo, quase entre dentes: - estou desesperado, nada dá certo na minha vida. Os negócios vão de mal a pior, vejo-me cercado de entidades me perseguindo e de vez em quando são animais: cães, ursos, onças, leões.
E, olhando para Laurenice, perguntou: - é verdade que aqui tem consulta com um espírito e que ele atende e responde sobre as questões mais difíceis da vida?
A moça respondeu: - sim, um espírito médico pode ser consultado aqui, mas, antes é preciso passar por uma triagem em face de que o encaminhamento para orientação com o espírito ou então, com os trabalhadores da Casa, especialmente preparados para auxiliar as pessoas consoante os ditames da Doutrina Espírita, dependerá da questão.
Já assentado num dos bancos da Casa Espírita, Claudinei continuou trauteando com seus botões como se mantivesse uma larga conversação com vários companheiros invisíveis.
Assim que Marília, a responsável pelas triagens, chegou foi inteirada por Laurenice sobre Claudinei adiantando-lhe tratar-se de um caso de profunda obsessão, pois o paciente estava matraqueando com um monte espíritos, só interrompendo a conversa quando caía num convulsivo e incontrolável choro. De repente, sem mais , nem menos, alternava o choro com gargalhadas como se acabara de ouvir a mais engraçada piada.
Marília balançou a cabeça de um lado para o outro antes mesmo de se dirigir ao paciente. Sabia que se tratava de um caso grave e media suas forças no caso da necessidade de intervenção se o paciente ou os espíritos resolvessem empreender uma agressão física a ela. Então, pensou: - melhor me prevenir com preces aos bons amigos espirituais para que me protejam se o paciente se tornar agressivo.
Recolheu-se, mentalmente, e orou pedindo proteção.
Ato seguinte, sorridente e delicadamente, convidou-o a adentrar a sala de triagem, mesmo local onde o espírito médico atende os pacientes.
Marília concitou Claudinei a dizer o que sentia e assustou-se com o que viu e ouviu.
Claudinei, falando, parecia um disco furado, ranheta e confuso, não se fazendo entender e nem se importava se era ou não entendido nas suas expressões, tal o grau de excitação em que se encontrava.
Os olhos esgazeados rodopiavam nas órbitas como que desequilibrados e em desconformidade com a firmeza do olhar de uma pessoa normal.
Marília reconheceu, facilmente, a gravíssima obsessão espiritual raiando ao estado de subjugação que se assenhoreara de Claudinei.
Não se tratava, pois, de consulta com o espírito médico, mas, sim ao trabalho inteligente e amoroso dos médiuns da Casa que muito bem sabiam trabalhar com casos de obsessão espiritual.
A triagem nem precisou ir além do primeiro diagnóstico emitido por Marília que recomendou tratamento de desobsessão, encaminhando Claudinei aos trabalhadores preparados para esses casos.
O grupo liderado por Leocádio, Presidente da Casa, marcou o primeiro bate-papo, com o obsediado, para após o passe magnético ao final da reunião pública.
Já no tratamento inicial foi detectado um grupo de desencarnados confusos que, no passado, se comprometeram com o obsediado numa sucessão de erros, quase todos voltados para a ambição desmesurada e as negociações de engodo visando enriquecerem-se à custa de pessoas mais simples e humildes.
O grupo de desobsessão marcou, então, fluidoterapia nas próximas 5 quartas-feiras e evocação espiritual dos obsessores, na ausência do obsediado, todas as quintas-feiras, já a partir do dia seguinte.
Em menos de 2 meses de tratamento, Claudinei já sorria, livre dos problemas que acentuaram a sua chegada na Casa Espírita.
No mês seguinte, engajava-se no trabalho como simples trabalhador desde a recepção até os bate-papos da TBC (Turma da Boa Conversa) ao final das reuniões públicas.
Claudinei neste ano de 2011, participa, pela primeira vez, do Planejamento Anual da Casa, mostrando-se alegre e feliz como se sempre o fora, ficando a obsessão esquecida no tempo como deve acontecer sempre que obstáculos são superados.
Com a alegria estampada sempre no semblante, os trabalhadores da Casa Espírita demonstram que Jesus ao vencer a impiedade mostrou-lhes que o Bom Combate é aquele que jamais fere quem quer que seja e que o exemplo das virtudes torna o Bem vencedor do Mal.
Roberto Cury
**EMPOLGAÇÃO COM A DOUTRINA ESPÍRITA**
Eu me lembro que depois de ler uma parte do Livro dos Espíritos, eu que viera do Catolicismo, que entendia tudo, ou pelo menos achava que entendia tudo daquela Doutrina Cristã, quedei-me convencido de que havia descoberto as chaves do Reino dos Céus e que, estando no caminho certo, com a verdadeira doutrina do Amor, pois o Espiritismo redivivo representava a minha salvação definitiva e que tudo iria rolar entre sorrisos de alegria vertidos em consequência das soluções de todas as questões da vida, só encontradas naquela obra básica e o meu comportamento legal diante das Leis de Deus, bastando, para isso, que em amasse todos os meus irmãos e fosse caridoso.
Estava tão empolgado que acreditei que era fácil amar o próximo e também ser caridoso, aliás, me considerava altamente benevolente com as criaturas, praticante da caridade mais pura que era dar esmola a todos que me procurassem em nome de Deus.
Os primeiros esbarrões da realidade serviram para despertar –me daquele sonho pueril.
Certa tarde, no meu escritório profissional, adentrou uma senhora idosa, muito alta, vestido de chita barata, pés grandes, descalços, sujos da poeira daquele município goiano e me pedira uma esmola. Medi-a de alto a baixo e concluí que se tratava de uma pobre velha necessitada de um dinheiro pra poder comer. No alto dos meus escaninhos mentais cataloguei que ela devia estar sem se alimentar bem a uma semana mais ou menos. Assim convencido nos meus botões meti a mão no bolso, sacando uma nota de dez cruzeiros (era uma boa quantia) e sorrindo passei à velha dizendo, Deus te abençoe minha tia.
Ela sequer me agradeceu nem resmungou que Deus me pagasse o feito.
Depois que a velha saiu, minha secretária, que estava na sala de recepção, perguntou-me: - o senhor deu esmola pra velha Prata?
- Quem?
- A velha Prata que acabou de sair daqui.
- Como assim, insisti?
E a secretária, sorrindo, explicou: - doutor, a velha Prata é uma das pessoas mais ricas do Município. Tem fazendas e casas de aluguel na cidade.
- O que? – perguntei assustado.
- É isso mesmo, repetiu.
- Por que ela se veste como maltrapilha e pede esmolas então?
- Porque ela sempre fez isso. É uma pobre miserável que vive desgraçadamente como uma pobretona. Vive esmolando e todos aqueles que não a conhecem dão-lhe esmolas polpudas que ela guarda ou esconde em sua casa que é sede de uma das fazendas.
Fiquei decepcionado porque ao invés de fazer uma caridade, contribuíra para alimentar o desequilíbrio daquela pobre infeliz.
Esse episódio me lembrou um tal Zé Macarrão que habitou um pedaço da minha juventude numa cidade do interior paulista , próxima da minha terra natal e que esmolava pela manhã, sempre pedindo dinheiro pra comprar macarrão pro almoço que ele não tinha o que comer em casa.
De tarde ele sumia.
A sua morte, nos revelou um trágico quadro de sovinice e vida miserável.
Vivia sozinho num casarão vizinho da casa de um tio que me hospedava, pois eu fazia o curso científico no Instituto de Educação numa outra cidade para onde ia todos os dias às 6 horas da manhã, voltando somente pelo meio-dia.
O cadáver começara a cheirar mal e, por isso, comunicada pelos vizinhos, a polícia arrombou a porta da frente e descobriu-o num quarto grande dos fundos, a casa sem nenhuma mobília, fogão a lenha que a muitos anos não fora aceso, rodeado de sacos de notas de todos os valores e ali muitas delas já sem valor econômico pelas muitas transformações do dinheiro.
Segundo a polícia, no loca, em dinheiro com valor ele tinha cerca de 20 mil cruzeiros, pequena fortuna porque o salário-mínimo montava em 80 cruzeiros.
E a surpresa não parou por aí, porque descobriram alguns recibos de depósito nas três agências bancárias da cidade: Banco do Brasil, Banco Bandeirantes e Bradesco. Ao fazer o levantamento, o Zé Macarrão era muito rico pois tinha uma fortuna de mais de 100 mil cruzeiros.
A minha empolgação começou o pique para baixo, diminuindo à medida que fui entendendo que caridade não é só dar esmolas e que nem sempre comprar comida ou alimentar pessoas significam fazer o bem aos nossos irmãos. Descobri que muitas vezes estamos alimentando as loucuras ou os desvios de conduta das pessoas.
Descobri, também, que só fazemos o bem sem olhar a quem quando temos certeza de que o amor que nos liga a essas pessoas é aquele Amor Universal que é capaz de superar todas as diferenças, mas, que é praticado conscientemente, ou seja usando a razão sem nos deixar arrastar pelas emoções ou paixões momentâneas.
Roberto Cury
__HÁ QUEM CHEGUE CHORANDO, EU CHEGUEI SORRINDO!__
Católico, jamais imaginara um dia ler uma obra espírita. Credo em cruz, ave Maria dizia eu, na certeza de que o Espiritismo era coisa de macumbeiro e outros quejandos mais. Pois não é que também não acreditava nesse negócio de Espiritismo ser uma religião? Baixar espíritos? Como poderia um espírito baixar entrando no corpo de alguém? Isso não cabia na minha cabeça. Não que eu fosse um cético, ou teimoso mesmo. Mas, que eu era ignorante em matéria de Espiritismo, ah! Isso eu era mesmo!
Até então eu me achava inteligente, e do alto do meu acendrado orgulho, achava-me até mesmo o mais inteligente daqueles que conhecia e quando via alguém famoso por suas posições, ficava me perguntando: - Como uma pessoa inteligente e culta como aquela podia ser espírita? Pois não é que eu, intimamente, questionei até o Professor José Herculano Pires, “o melhor metro que mediu Kardec no século XX”: “Como um Professor de Filosofia, Escritor, Jornalista, poderia estar ligado a esse tal de Espiritismo?” Já ouvira que ele era um dos grandes espíritas. Esse fato deu-se na década de 1960, à época do casamento do seu único filho homem Herculaninho com minha irmã carnal Maria Alice, a Lilita.
Tempos depois conheci Heloísa Pires, grande mestra e conferencista espírita, com ensinamentos passados em várias capitais dos estados brasileiros e também no exterior, em França e Portugal, pelo menos.
O velho amigo Vigilato Pereira de Almeida, presidente, por mais de 30 anos, do Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, de Itumbiara, desencarnado um dia depois de Dom Veloso, o primeiro bispo diocesano daquela cidade, isso ainda no início de 1970, desde 1966, quando, vindo de São Paulo, me instalei em Goiás, dissera-me inúmeras vezes que eu seria espírita. Respeitosamente, sorri-lhe todas as vezes desse seu dizer, mas, jamais admiti que me tornaria espírita, pois, acreditava tratar-se de ignorância religiosa dele e de quem mais comungasse daquele absurdo.
Eu e Diógenes Mortoza da Cunha, genro de Vigilato e primo de Eurípedes Barsanulfo, o mineiro farmacêutico dos pobres que tantas vezes substituiu o médico que não existia pelas bandas de Sacramento, cursamos a mesma Faculdade de Direito e nos assentamos ao lado um do outro na sala de aula, mantendo-me católico apesar das tantas conversas dele sobre a Doutrina Espírita. Respeitei-lhe as falas, sabendo-o sério e responsável, incapaz de qualquer mentira, mas nunca pusera fé naquilo.
Ninguém pode discutir ou colocar em dúvida a Sabedoria Divina, pois só Deus sabe a hora de cada coisa, ou acontecimento para cada um.
Minha hora, a hora da transformação ainda não era chegada. Acredito que por isso eu ainda permanecia enclausurado na minha crença católica.
Entretanto, a dúvida já massacrava o meu espírito indômito. Meu espírito racional encontrava dificuldade para aceitar certos artigos da fé católica, conforme os dogmas da Igreja. Um deles, o da Trindade, não recebia guarida no meu raciocínio, porquanto contrariava o credo num Deus único, pois o Pai Criador não poderia se desdobrar em Filho e Espírito Santo, pois aí não seria Único, mas três. Como dizia a Igreja “três pessoas e um só Deus. Ora, isso é irracional. Sendo cada pessoa uma individualidade, inadmissível que três individualidades possam se tornar uma só Divindade, em face de que ocorreriam, no mínimo três mandantes, ou três criadores, consequentemente, Deus não seria Único.
Outro item que esquentou minha cabeça e que meu coração jamais aceitou foi o dogma da virgindade de Maria após o parto. O parto natural teria rompido o hímen na expulsão do feto do útero para o tempo, derrubando, assim, a tese propugnada pela Igreja. Por outro lado, a tese da Virgindade de Maria trazia dois outros empecilhos para a aceitação pela minha mente perquisitiva e contestadora: primeiro, se a gravidez fora iniciada por inseminação divina, Deus estaria contrariando a própria Natureza criada por Ele, uma vez que a mulher engravida quando, no período fértil, um dos seus óvulos recebe a penetração de um espermatozóide masculino e o ovo formado desloca-se da trompa de falópio até o útero fixando-se num dos locais desse órgão iniciando a fase de nidação, a partir do que o processo celular vai destacando tecidos diferenciados, até a composição final do feto; e segundo, se ela continuou virgem, sem o rompimento do hímen, então tudo não passara de uma farsa desde a anunciação até a morte do Cristo na cruz, pois Jesus não teria sido homem nem se comportado como tal, assim como todas as fases da vida encarnada: recém nascido, a primeira e a segunda infâncias, a juventude e a maturidade, teriam sido nada mais que um embuste muito bem engendrado para colocá-lo na condição de Deus, junto com o Pai e com o Espírito Santo. Se fosse assim, Jesus não teria afirmado e reafirmado ser A Verdade porque não passaria de cruel mentira.
Outros dogmas menores, como o da “Infalibilidade Papal”, atazanavam meu espírito. Sempre enxergara, no Papa, homem como qualquer outro, ou como eu mesmo, falível, cometendo equívocos de interpretação e até mesmo erros grosseiros, naturais nos seres humanos. Assim não poderia admitir como jamais admiti que o Comandante da Igreja que combatia a ciência e que discriminava os não católicos fosse um ser infalível.
Por estas e por outras eu já não era um bom católico, pois não poderia rezar a oração do Credo sem cometer perjúrio diante de Deus e de mim próprio.
Aconteceu que, já morando
em Santa Helena de Goiás, certa noite do ano de 1973, o mês já não me lembro, perturbado e atazanado com as dúvidas que minha mente assacava contra as convicções católicas até então professadas, orei pedindo: Jesus, meu Amigo e meu Irmão, a minha religião não responde às tantas dúvidas que me sobressaltam. Orienta-me durante o sono para que eu possa decidir o que fazer”.
Dormi preocupado e acordei eufórico com o firme propósito de ler obras espíritas.
Mas, ler o que? Por onde começar?
Não conhecia nenhum espírita dos que habitavam Santa Helena, nem nunca havia visto qualquer livro espírita nas duas livrarias da cidade. Pensei comigo que deveria ir a Itumbiara. Vigilato partira de volta à Pátria do Espírito a quase 4 anos, mas, o meu amigo Diógenes ainda morava lá.
Meu fusquinha levou-me até Itumbiara pela antiga Sul Goiana estrada de terra, hoje a asfaltada rodovia federal BR 452 e cheguei justo na hora do almoço aproveitando para filar a deliciosa comida preparada por Lívia, esposa de Diógenes e minha irmãzinha do coração.
Quando respondi a Diógenes qual o motivo de minha ida à sua casa, ele sorriu e lascou: “o Vigilato sempre disse que você seria espírita”, ao que retruquei: “Espera aí, não disse que virei espírita. Quero ler obras espíritas, mas, não sei quais, nem por onde começar”.
Foi então que ele me presenteou com dois livros: “O que é o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”, dizendo-me que lesse o primeiro e só depois, devagar, fosse estudando o segundo.
Em seguida fui visitar o ex-aluno Tarcísio alfaiate, que me presenteou com ”O Livro dos Médiuns”. Hoje Tarcísio é advogado tendo voltado ao seu estado de origem no Nordeste do País.
Finalmente busquei os pães deliciosos da Padaria da Hora, defronte da Rodoviária velha, do meu amigo Allan Kardec Garcia que, assustado ao ver tantos livros espíritas no banco traseiro do fusca, perguntou-me o que era aquilo. Respondi que ia ler obras espíritas. Então disse-me que eu teria 3 dificuldades: primeiro acreditar na existência de espíritos e eu, sorrindo, repliquei: eu creio, pois os vejo desde que era criança. Depois falou da dificuldade que teria em aceitar a reencarnação. Disse-lhe: “Não sei sobre reencarnação, mas, estou aqui pensando no Miguelão (homem alto, um verdadeiro Adônis, de bermudão e pezões descalços, andando pra lá e pra cá atravessando a rua de sua casa, o dia inteiro em face de sua estranha deficiência mental não aparente na primeira vista, mas sua mudez e a sua ausência induziam o perscrutador a pensar que ele não sentia absolutamente nada. Ledo engano, vimos aquele homenzarrão chorando copiosamente a morte de sua mãezinha.). Continuei; Miguelão não cometeu nenhum pecado e como acredito na Justiça Divina, não creio que Deus castigue ninguém muito menos o Miguelão por alguma falta dos seus pais biológicos. Então se Miguelão é diferente deve ser porque ele cometeu algum deslize em outra vida. Kardec, isso é reencarnação? – perguntei.
Ele sorriu e afirmou que sim. A terceira dificuldade ele nunca me disse qual seria.
Voltando ao “O que é o Espiritismo”, minha leitura dinâmica me permitiu ler em meia hora e assustado fiquei porque nunca tinha lido nada, como era então que eu conhecia quase tudo que ali estava escrito?
Curioso e surpreso, não me aguentei. Fui para “O Livro dos Espíritos”, saltando os tais Prolegômenos e me deparei com a primeira pergunta: - O que é Deus? A resposta me fez dar um pulo de alegria: “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”
Esse era o Deus que eu sempre buscara, pois jamais concordara com o jargão bíblico que O pintara como o velho cansado que fez o mundo em 6 dias e no sétimo descansou. Esse deus idoso, combalido jamais aceitei fosse o Criador, pois era mostrado numa imagem humana e não como divindade lúcida e capaz. O deus que se arrependera de ter criado o homem, nunca seria o Deus Verdadeiro, Justo, Amoroso e Pai.
O Deus suprema Inteligência, Suprema Sabedoria, Causa Primária de todas as coisas, esse sim era e é o Deus de Bondade, o Deus de Verdade que eu busquei e encontrei logo na primeira questão de “O Livro dos Espíritos”.
Daí para a frente fui me surpreendendo cada vez mais na medida em que descobria o tanto de identificação que tinha com as questões desse magnífico livro que a Bondade do Espírito de Verdade que não é outro senão o próprio Jesus, o Cristo de Deus, trouxe a lume para nós. Sim me surpreendendo pois até então jamais lera uma linha sequer de qualquer obra espírita, como poderia então conhecer daquela filosofia, daquela ciência, daquela doutrina?
As surpresas transformaram a criatura atormentada pelas dúvidas e incertezas que eu era num espírito desanuviado, sereno e sorridente.
Via de regra, aqueles que buscam o consolo, o conforto para as suas perdas, as certezas para as suas dúvidas, chegam ao Espiritismo pelas lágrimas ou pelo sofrimento.
Eu não busquei o consolo, nem o conforto, busquei o Deus Perdido nos alfarrábios dos religiosos e nas prédicas dos pastores de plantão e até mesmo nas palestras de estranhos doutrinadores ditos espiritualistas e encontrei-O na resposta sucinta, clara, objetiva e direta do Espírito de Verdade.
O Cristo de Deus é o Senhor da Alegria então a Sua resposta encheu-me de inolvidável alegria e infinita felicidade.
É por isso que posso afirmar, sem medo de errar que eu cheguei ao Espiritismo sorrindo e sorrindo continuo aprendendo cada detalhe do processo evolutivo do ser humano.
Então leitor amigo, se estiveres afim de eliminar suas dúvidas e embaraços para começar a sorrir, experimente ler obras espíritas.
MALEDICÊNCIA E FALSAS ACUSAÇÕES
Roberto Cury
O jornal on line “A Gazeta Esportiva”, do último dia 5 de junho, publicou a entrevista do jogador de futebol Jean Rolt quando de sua apresentação, no dia anterior, ao seu novo clube, o São Paulo Futebol Clube, da capital paulista.
Da entrevista retiramos apenas a parte que interessa ao nosso estudo a ser desenvolvido neste articulado.
Assim está posta: “
*Apenas dois meses depois de ser o pivô de uma suspeita de suborno, o zagueiro Jean Rolt vestiu oficialmente nesta quinta-feira a camisa do São Paulo. O atleta foi apresentado no Tricolor com a certeza de que está diante da principal oportunidade de sua * *carreira* *, mas acredita que nem mesmo a chance em um grande clube * __apagará as acusações que sofreu__ da diretoria da Portuguesa na reta final do *Campeonato* * Paulista.*
*"Mesmo chegando ao São Paulo, *(Os grifos são nossos). __vou ser lembrado por aquilo, apesar de ser mentira o que falaram.__ Procurei erguer a cabeça e fazer meu trabalho da melhor maneira possível", afirmou o zagueiro, que sabe da responsabilidade no Tricolor. "Não vai faltar vontade, é a grande oportunidade da minha vida".
Quantas vezes tivemos oportunidade de falar sobre os malefícios e os prejuízos oriundos da MALEDICÊNCIA e das FALSAS ACUSAÇÕES,
em inúmeras Casas Espíritas deste nosso imenso Brasil.
Quantas vezes, também, ouvimos reclamações e enxugamos as lágrimas dos injustamente acusados ou tomamos conhecimento dos danos sofridos pelas vítimas da maledicência alheia.
Injustamente acusado de suborno, o craque vê sua estrela bruxuleante no firmamento esportivo pela pecha inconcebível do julgamento apressado por falta normal de jogo acontecida nos últimos instantes de uma partida de futebol e que o acusador, Presidente de um outro clube, que se acreditou prejudicado, lançou sobre ele.
Nós brasileiros sempre nos esquecemos das promessas que os políticos fazem nas campanhas eleitorais. Por isso, dizem que temos memória curta. Mas nunca nos esquecemos daquilo que um dia foi imputado a alguém, e, ainda que seja inocente, sobre ele pairará sempre, no mínimo, a suspeita e a desconfiança.
Não bastou ter Jean Rolt provado sua inocência. A todo instante, não falta quem o acuse ou lembre a difamante acusação que submete, injustamente, a sua honra de ser humano, trabalhador, correto, de esportista exemplar.
O processo destrutivo da reputação pode reduzir, sensivelmente, o desempenho das funções laborais do acusado, a condenar, o indigitado sofredor, ao desequilíbrio mental, além de lhe causar, no transcurso, inúmeras outras doenças de fundo psicossomático, como a depressão, as obsessões, a auto-flagelação, a loucura e até mesmo conduzi-lo, às agressões físicas, aos homicídios e às raias do suicídio.
Se, de um lado, a responsabilidade dos desequilíbrios espirituais é inerente ao detentor desses quadros, de outro, não menos responsável será quem causou-lhe tão graves danos por nefandas acusações, verdadeiras ou não, ou que, simplesmente, teceu comentários desairosos, em outras palavras mais singelas, “falou mal” da indigitada pessoa.
No mesmo dia da entrevista, nosso “Diário da Manhã”, publicou artigo da pena do advogado espírita Irani Inácio de Lima, sob o título “O Perdão de Linda”, no qual, o articulista narra que, na gestão de Maguito Vilela no Governo do Estado, trabalhou com a Professora Linda Monteiro, sendo ela presidente da Fundação Cultural Pedro Ludovico Teixeira. Os fatos a seguir são da narrativa dele: “
*Certa feita, todavia, num momento de extrema fragilidade moral, invigilante e politicamente vencido, recusei-me a aceitar a adversidade temporária, materializada numa natural ocorrência partidária e, irrefletidamente, julguei-me por ela prejudicado. *
*Irresignado, insurgi-me em desfavor da notável e culta professora, acionando-a judicialmente, com o ególatra objetivo de auferir recursos pecuniários, para fazer face a possíveis danos morais que julguei ter ela causado a minha pessoa.”*
Mais adiante, o artigo mostra:
*“Com respeito e humildade, reconheço que alguns dos documentos utilizados para instruir o processo suprarreferenciado, embora de domínio público, a ele foram acostados por mim indevidamente.”*
Tempos depois, quando a consciência se fez marcante, ei-lo narrando, novamente:
*“Este fato, fruto indesejável do meu açodado e irrefletido comportamento, passou a fustigar-me a consciência, que sempre recomendou e aconselhou serenidade e paz, diante de toda e qualquer situação.”*
*“Recorri-me à oração, este infalível remédio para todos os males da humanidade. E eis que encontrei alento na prece, que dulcifica o ser, harmoniza o sentimento e é sempre o grande lenitivo que balsamiza a dor, pacifica o coração e sereniza o pensamento.”*
*”A reflexão induziu-me, imediatamente, a pedir perdão à amiga que julguei haver causado danos e prejuízos imperdoáveis. Segui formalmente os desígnios da minha consciência.”*
O perdão de Linda Monteiro, chegou agora no dia 12 de maio, segundo conta Irani Inácio, singelo, fraterno, suave como a compreensão que norteia os anjos bondosos que aprenderam com Jesus que nada pode ofender aquele que ama aos seus irmãos.
De próprio punho de Linda, eis as palavras textuais:
*“Sua carta me fez um grande bem e me deixou feliz e sensibilizada. Continuo sua amiga. Que Deus o ilumine e lhe dê forças para enfrentar as adversidades, proporcione-lhe alegria e paz para viver com amor e serenidade junto aos que você ama.”*
O perdão das ofensas recebidas tem o condão de abençoar aquele que perdoa e de diminuir a intensidade da culpa do ofensor, propiciando que Deus, nosso Onipotente Pai, oportunize a redescoberta do amor que une universalmente Suas criaturas com o respectivo resgate dos males advindos da maledicência, ou das falsas imputações.
Lembrando o ensinamento do Mestre Jesus diante da mulher adúltera, depois da desistência daqueles que quiseram atirar-lhe pedras pelo adultério cometido:
*“Mulher, onde estão os que te acusavam? Eles não tem condenaram e eu também não te condeno, mas, vai e não peques mais.”*
Então, ainda para seguirmos o ensino de Jesus: “NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS”.
Roberto Cury
MILAGRES
Recebi um e-mail de um irmão querido assim vazado:” Querido mano Roberto:
Recebi este email de uma ex-aluna, e gostaria de sua opinião: seria possível isto, ou é mais um email fanático? Abração! Netinho.
|O mundo ainda duvida de Jesus!
|UMA NOTÍCIA QUE ESTÁ ABALANDO O EGITO!
FÉ!
Depois do haitiano que ficou 27 dias nos escombros e disse que uma pessoa lhe deu água, veja outra notícia que vem ao nosso conhecimento.
UMA NOTÍCIA QUE ESTÁ ABALANDO O EGITO...
Um muçulmano egípcio matou sua esposa porque ela estava lendo a Bíblia e então a enterrou com seu bebê nascido há poucos dias e uma filha de 8 anos de idade.
As crianças foram enterradas vivas!
O pai então disse à polícia que um tio havia matado as crianças.
Quinze dias mais tarde, outra pessoa de sua família morreu.
Quando foram enterrá-la, encontraram as duas crianças sob a areia! VIVAS!
O país ficou em choque e o homem será executado...
Perguntaram à menina de 8 anos como ela havia conseguido sobreviver por tanto tempo enterrada ela disse: "Um homem que usava roupas brilhantes e com feridas que sangravam em suas mãos, vinha todos os dias para nos alimentar. Ele sempre acordava minha mãe para dar de mamar à minha irmã".
Ela foi entrevistada no Egito numa TV nacional por uma mulher jornalista que tinha o rosto coberto.
Ela disse na TV pública, 'Foi Jesus quem veio cuidar de nós, porque ninguém mais faz coisas como essas!'
Os muçulmanos acreditam que Isa (Jesus) aparecerá para fazer coisas desse tipo, mas as feridas em Suas mãos dão provas de que Ele realmente foi crucificado e que Ele está vivo!
Também ficou claro que a criança não seria capaz de inventar essa história e não seria possível que essas crianças vivessem sem um
milagre verdadeiro.
Os líderes muçulmanos terão muita dificuldade em lidar com essa situação e a popularidade do filme 'Paixão de Cristo' não os ajuda!
Como o Egito está bem no centro da media e da educação do Oriente Médio, você pode ter a certeza de que essa história vai se espalhar rapidamente.
Jesus Cristo ainda está deixando o mundo de pernas pro ar!
Espalhe esta história por todos os lugares.
'O Senhor diz, 'Abençoarei a pessoa que colocar Sua confiança em mim'' (Jeremias 17).
Jesus disse: "Se me negas entre os homens, te negarei diante do Pai”
De que adianta um homem ganhar o mundo inteiro, se perde a sua alma. (Lucas 9:25)
Bom... agora faça o que seu coração mandar!!!”
Respondi:
Amigo e irmão.
Há dois mundos: o dos que crêem e o dos que descrêem. E mais uma subdivisão dos que crêem: dos que crêem irracionalmente, e dos que crêem porque raciocinam (usam a razão).
Mas, foi Jesus quem garantiu que ao falar ao povo em parábolas, fazia-o para que "aqueles que têm ser-lhes-á dado em abundância e aos que não têm até o que têm ser-lhes-á tirado". Em palavras mais singelas: "aqueles que têm ouvidos que ouçam, aqueles que têm olhos que vejam, pois há aqueles que tendo ouvidos não ouvem ou não entendem, e que têm olhos mas não vêem". Ou ainda, por palavras mais simples: "os que têm e buscam conhecer a Verdade, a Verdade os libertará (ser-lhes-á dado conhecer muito mais)", ou mais, por palavras singelíssimas: "aqueles que não se importam, até aquele conhecimento superficial que têm ser-lhes-á tirado para suprir outros que têm interesse".
Voltando ao tema proposto, não se trata de duvidar de Jesus, mas, de quem ainda não o conhece ou que crêem em milagres, então encaminham para o sobrenatural e os materialistas riem da crença dos fanáticos e também dos inocentes.
Particularmente, não tenho idéia dos fatos narrados nesse e-mail. Nunca ouvi falar deles, salvo pela internet e muitas vezes a net encaminha coisas irreais ou fantásticas para satisfação dos crédulos e gozo dos incrédulos.
Sinceramente, se verdadeiros, nada vejo de anormal que algum espírito tenha se materializado para servir água àqueles que se encontravam em dificuldades, mas acho irreal, senão ilusório, que alguém soterrado pela areia não haja morrido sufocado ou que a mãe assassinada pelo marido pudesse despertar para amamentar um bebê soterrado com ela.
Com a Doutrina Espírita aprendemos a FÉ RACIOCINADA, isto é, de só acreditarmos naquilo que nossa razão concluir como sendo o correto, o melhor, o verdadeiro, ou por outras palavras, de só crermos no que nosso raciocínio entender como normal.
Em razão disso o ensinamento do Mestre Jesus que afirmou que o maior dos mandamentos é: "Amar a Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento".
Cada um de nós tem entendimento que nos possibilita manter-nos senhores de nossas próprias razões, ou por outra, capazes de discernir o que aceitamos e o que devemos recusar, na conformidade da Divina Lei do Livre Arbítrio. Então nosso entendimento nos conduz à firmeza de nossas convicções.
Ou, ainda, por outras palavras, amamos a Deus igualmente com toda a força de nossa razão, o que equivale dizer que ninguém ama a Deus mais ou menos do que ninguém.
É por aí que Deus na Sua Suprema Inteligência e Suprema Sabedoria não estabelece limites para o nosso amor para com Ele, nem para com o próximo, mas, nos garante que todo o amor que tivermos para com Ele, segundo o nosso entendimento, Ele o recebe com a mesma Bondade.
Um abração.
Roberto.
**POR QUE DEUS É FIEL?**
Roberto Cury
Este é um tema deveras interessante. Há quem não concorde com os evangélicos que preconizam a fidelidade divina. Os discordantes trazem, como argumento principal, o entendimento de que tratar-se-ia da fidelização do Criador para sua criatura, o que representaria a inversão dos valores. Ou seja de que o Criador estaria submetido aos seus filhos.
Um outro argumento utilizado é de que seria “uma jogada de “marketing” das igrejas visando arrecadar com mais facilidade o dízimo que os fiéis pagam para manutenção dos seus cultos. Repugnamos essa argumentativa, por entendermos que se trata de odioso preconceito, inadmissível aos seguidores do Cristo de Deus, que veio à Terra, ensinando a Doutrina do Amor para conseguirmos nossa salvação.
Os dicionaristas não são objetivos na definição, porquanto a expressão somente surgiu nos tempos modernos buscada no fundo da Bíblia pelos protestantes ou crentes, ou ainda, evangélicos.
Não se observa nenhuma referência ao “Deus é Fiel” no Catolicismo, nem os demais credos cristãos a ele se referem.
Em Deuteronômio 7:9
: Saberás, pois, que o SENHOR teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos.
Nesta citação bíblica algumas igrejas evangélicas entenderam de trocar os termos
*concerto* e *misericórdia* por “compromisso e aliança”. Compromisso é um dos sentidos de concerto, apesar de que a expressão aramaica se referia mais a “acordo, entendimento”. Ainda, abrindo para maior já nestes tempos, a expressão: *que guarda o concerto e a misericórdia...* tem o significado “de que desde o Princípio, ou desde a Criação, Deus conserva tudo fiel, imutável, seguindo o curso da vida sem alterações de rumo ou de destinação” e completa: “até mil gerações”.
Mas as mil gerações já vieram e se passaram e tudo está conservado conforme a Criação, conforme o Princípio de tudo. E tudo assim continuará.
Entretanto, seguimentos evangélicos ensinam que a
*aliança *ou *pacto *não seria substituto de “concerto” mas, sim o significado de Testamento. Tanto que afirmam: “ *O Antigo testamento é a aliança que Deus fez com o homem quanto à sua salvação, antes de Cristo vir. * **Aliança da lei.**
* O Novo Testamento é o pacto que Deus fez com o homem, quanto à sua salvação, depois de Cristo vir. *(sic). **Aliança da Graça que veio por Jesus Cristo”**.
Assim, entendem que: “
*Tudo se resume no amor e na justiça de Deus. Amor é compromisso e aliança”.*
Explicam citando outras passagens bíblicas:
“
*Somos parte de um plano de Deus. * * *
*Deus sabe quem somos e o quanto somos falhos, mas um dia ele traçou um plano de amor para a humanidade, nos criando a sua imagem e semelhança, nos delegando poder.*
*E sua justiça testifica na palavra (Biblia).*
*E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. Gêneses 1:26* *.*
* Então mesmo que o homem falhe , Deus nunca falha, e a sua fidelidade permanece pra sempre, ele acredita em nós e sua palavra e promessa permanece em nós.*
*Justiça pela palavra.*
*Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria? *Números 23:19
*Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. *Hebreus 4:12
*A palavra de Deus é Sua própria revelação e o Espirito Santo nos guiará a toda verdade.*
*Prova de Sua fidelidade*
*Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. *João 3:16” *.*(sic).
Utilizam-se, ainda, do Novo Testamento, quando, pela ordem, sugerem aos crentes e fiéis a aprenderem com Paulo, o Apóstolo dos Gentios, em Gálatas 3 e Romanos 3 e, também, com as parábolas em Lucas 19 e em Mateus 20.
O ensino evangélico é robusto e bem constituído, mas, com todo o respeito e guardadas as reservas naturais de entendimento, está ausente a “razão”, ou o “porque” de que “Deus é Fiel”.
**Deus teria feito uma aliança com o homem.......**
Nota-se a tentativa de justificar a Fidelidade Divina com exemplos de como o homem deva ser fiel.
Roberto Cury
O ABORTO
O rumoroso caso do aborto terapêutico praticado por equipe médica no Estado de Pernambuco numa menina de 9 anos estuprada desde os 6 anos pelo padrasto e que estava grávida de fetos gêmeos, extrapolou as fronteiras brasileiras, veio de ser comentado em quase todos os países do Mundo, porque um arcebispo da Igreja Católica, inicialmente, com a aprovação do Vaticano, entendeu de aplicar normas do Código Canônico, excomungando a mãe da criança grávida e toda a equipe médica que trabalhou na interrupção da gravidez.
Interessante que a condenação do aborto só veio como mote eclesial fundado no fato de que duas vidas (os fetos são seres vivos) foram tiradas, mesmo que o desiderato natural seria a morte da menininha de 9 anos, que nem ficou sabendo de gravidez pois dela nada entendia, imaginando que as transformações físicas pudessem ser consequência de vermes intestinos.
Mais interessante é que a condenação da Igreja não atingiu o padrasto estuprador.
Entrevistado num programa matutino da TV Globo de grande audiência nacional, o médico responsável pelo procedimento disse que não se arrependeu e que procedeu de acordo com a lei nacional que permite o aborto nos casos de violência por estupro e, no caso, porque a menina tem útero infantil e a gravidez, principalmente dupla, colocava a gestante em sério risco de morte, por pré-eclampse ou mesmo por eclampse e, ainda, porque o órgão da criança, também desnutrida, não suportaria o desenvolvimento dos dois fetos.
O médico, garantiu, que continuará trabalhando na conformidade da legislação.
O mesmo programa de televisão promoveu enquête nacional por telefone tendo a opinião pública apresentado o seguinte resultado: 90% dos ouvintes se declararam a favor do referido aborto e só 10% deram razão à Igreja ou ao Arcebispo.
A Doutrina Espírita cuida do aborto nas questões
357 a 360 de “O Livro dos Espíritos”.
Kardec pergunta e os espíritos respondem que as consequências do aborto para o Espírito é de uma existência nula com recomeço em outra oportunidade.
Inquire, na questão 360, se o respeito que se tem com o corpo de uma criança nascida na Terra deve ser o mesmo para com o feto abortado e os espíritos responderam: “Em tudo isto vede a vontade de Deus e a sua obra, e não trateis levianamente as coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da Criação, que às vezes são incompletas pela vontade do Criador? Isso pertence aos seus desígnios, que ninguém é chamado a julgar.”
Na questão 358,o Codificador inquire se o aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção.
A resposta é elucidativa: “ Há sempre crime, quando se transgride a lei de Deus. A mãe, ou qualquer pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida à criança antes do seu nascimento, porque isso é impedir a alma de passar pelas provas de que o corpo devia ser o instrumento.”
Emmanuel, no livro Religião dos Espíritos, edição FEB/1988, página 17, trata, assim do Aborto Delituoso:
*“Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião. Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais... Furtos espetaculares que inspiram várias medidas de vigilância... Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam guerra de nervos em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinqüência... Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia da crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da natureza... Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação. Referimo-nos ao aborto delituoso, em que os pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz...*
*Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!*
*Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro...”*
Entretanto, a questão 359, enfoca uma situação em que os divinos olhos do Pai se mostram compassivos. Kardec inquire: “No caso em que a vida da mãe estaria em perigo pelo nascimento da criança, há crime em sacrificar a criança para salvar a mãe?”
Taxativa e objetivamente, responderam os espíritos: “
*É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe”.*
A gravidez com os dois fetos no ventre da criança de 9 anos não era simplesmente uma gravidez de risco, mas que colocava em perigo imanente e iminente a pequenina mãezinha que nunca se imaginou grávida pois acreditava que era portadora de severa verminose.
Trata-se, portanto, de um caso de aborto, que a Justiça Divina classifica como necessário utilizado unicamente para salvar a vida existente da inocente criança violentada, não por conta do estupro, mas, para garantir continuasse viva a pequenina mãe, permitindo, assim, a extirpação dos dois fetos que ainda não existiam para o Mundo e que, naturalmente, terão oportunidade de renascimento em ventre preparado e apropriado.
Roberto Cury
O medo de morrer nos mata por antecipação
1º) “
*Eu não sei porque tenho um medo enorme de morrer, não da morte em si, mas sempre que eu penso nisso, eu me vejo sendo enterrada e a terra sendo jogada sobre mim, isso me deixa em pânico, pois eu vejo toda a cena, tenho 41 anos e sei que a morte é uma coisa natural que vai acontecer mais cedo ou mais tarde, por favor alguém me explique porque isso acontece, se tem alguma coisa a ver com vidas passadas, e como posso ser ajudada pois isso me perturba muito*.”
2º) “
*Mesmo sabendo que é a nossa única certeza eu morro de medo de morrer. O que acontecerá, como vai ser quando eu morrer? Fico me perguntando essas coisas*.”
3º) “
*Não tenho medo da morte. Apenas de deixar a vida. Eu sei que quando morre acaba tudo. Todos falam de vida após a morte, que a pessoa volta e tal. Sou filha única e era muito apegada com o meu pai. Ele sempre foi tudo na minha vida. Até que um dia ele se foi dessa vida. Morreu em um assalto. Tenho certeza absoluta de que, se existisse forma de voltar, ou se existisse vida depois da morte, eu saberia. Ele teria voltado, ele me amava demais. Mas não foi o que aconteceu, eu nunca mais o vi. Tenho certeza de que acabou. Então eu não tenho medo da morte porque sei que vou descansar e isso é consequência da vida. O meu medo é saber que vou deixar pessoas aqui que me amam e que vão sentir a minha falta. Amo viver, amo respirar, realizar meus sonhos amo muito tudo isso e tenho medo de tudo simplesmente "acabar". Tenho medo de envelhecer e saber que isso me aproxima cada vez mais do "fim". Mas, infelizmente nada dura para sempre, nem a gente*.”
Três depoimentos, inclusive conflitantes um com os outros.
Um amigo muito querido não gosta nadinha quando eu toco no assunto morte. Ele morre de medo de morrer. Da mesma forma uma funcionária da minha esposa me esconjura a cada vez que me refiro ao fenômeno natural, pois, também ela, morre de medo de morrer. Chega a afirmar que jamais morrerá. E quando me rio da ingenuidade, ela fica muito brava.
Joanna de Angelis entende “
*o Medo como um sentimento natural e necessário para que sejamos prudentes frente a perigos que possam prejudicar nossa vida.” *Em várias de suas obras, afirma que * “o medo da morte resulta do instinto de conservação que trabalha a favor da manutenção da existência.”*
Entretanto, é importante que diferencemos o medo natural, quando moderado, do medo excessivo que se torna patológico porque passa a prejudicar a vida encarnada fazendo com que a pessoa viva mais com medo do que com tranquilidade.
Joanna de Angelis aponta: “
*que existem pessoas que tem tanto medo do instante da morte, que se matam para não esperá-la.* *Ou às vezes o medo da morte é de tal grau que a pessoa passa a temer o envelhecimento, recorrendo a todas as formas de tratamentos para manter uma aparência jovem, tentando mostrar aos outros e a ela mesma algo que ela não é.”*
Todos nós um dia morreremos. Como reagiremos a esse momento? Isso dependerá da preparação que cada um fez para assegurar durante a sua vida. Afinal preparar-se para a morte não será assim tão esdrúxulo como poderá parecer, perante tantas evidências de que a vida continua além túmulo e ninguém será apenas fantasmas a aparecer ou desaparecer diante de assustados olhos humanos.
Herculano Pires, no livro Educação para a Morte, 2ª Ed. Correio Fraterno, pág. 19 ensina: “A Educação para a Morte, não é nenhuma forma de preparação religiosa para a conquista do Céu. É um processo educacional que tende a ajustar os educandos à realidade da Vida, que não consiste apenas no viver, mas também no existir e no transcender. A vida e a morte constituem os limites da existência. Entre o primeiro grito da criança ao nascer e o último suspiro do velho ao morrer, temos a consciência do ser e do seu destino. A criatura humana é um ser definido, que reflete o mundo na sua consciência e se ajusta a ele, não para nele permanecer, mas para conquistá-lo, tirar dele o suco das experiências possíveis e transcendê-lo, ou seja, passar além dele.”
No mundo turbulento e imediatista de hoje, em que a busca desesperada pelos bens de ordem material prevalece sobre os valores morais, muita gente, pensando apenas num futuro próximo e aqui, porque a morte lhe parece o fim e que é preciso aproveitar intensamente a vida na Terra, age tentando agradar a uns e a outros, procurando esquecer os sentimentos próprios, chegando até a afogar-se nas hesitações entre o desejo e o dever.
Uma terrível sensação de fragilidade e insegurança se abate sobre aqueles que vivem amedrontados diante do que lhes reserva o futuro e principalmente se olham o futuro desaguando no momento da morte. O que me acontecerá? - gemem entre dentes.
Esse desequilíbrio emocional tem contribuído decisivamente para que muitos vivam em constante sobressalto. Alguns choram às escondidas, no recôndito do quarto de dormir, ou nos cantos mais afastados. Outros escancaram a própria choradeira e a preocupação de que a morte dói, ou imaginam que a agonia da morte deve ser tremendamente dolorosa.
Outros, sentindo-se culpados de algum ato mais desairoso ou até mesmo criminoso, temem o momento final porquanto seria visitado por suas vítimas a cobrarem as dívidas contraídas, principalmente pelos que o antecederam no além-túmulo.
Ou então, aqueles que temem o seu desaparecimento no nada, perdendo-se todos os seus feitos terrenos, porque é o nada que enxergam depois da morte.
Estes são os mais infelizes porque não têm a menor consciência da sobrevivência da alma.
Cairbar Schutel, na obra “A Vida no outro Mundo”,6ª edição, Casa Editora O Clarim, pág. 95, define: “
*Morto o corpo, a *individualidade sobrevivente *é tomada de um estado psíquico original, dependendo muito esse estado, das crenças do indivíduo, seu modo de agir quando vivia na Terra, sua moralidade, finalmente, seu grau de evolução espiritual.”*
Herculano Pires, obra citada, pags. 125/126, encerra: “
*Todos morremos, mas todos ressuscitamos. Mortal é o corpo material de que nos servimos para – segundo as Filosofias da Existência – nos projetarmos no plano existencial. Na Terra, só existimos quando integramos a humanidade encarnada.”* Assim, para Herculano, “ *Mas, a mais difícil tarefa da Educação para a Morte é precisamente a de quebrar esse condicionamento milenar, integrando os homens numa visão mais realista da vida. Os fatos são de todos os tempos e estão ao alcance de todas as criaturas dotadas de bom senso, não se permitindo criaturas razoavelmente cultas ficarem amarradas às teorias absurdas de um céu e um inferno, ou ao desaparecimento no nada.”*
Diante de tantas provas da sobrevivência da alma humana e até mesmo dos animais, não há porque temermos a morte que nada mais é que uma passagem de um plano menor para um meio mais amplo e mais completo, o Mundo Espiritual.
Devemos cuidar para que nossa estadia na Terra seja proveitosa pela prática do bem, pela busca incessante de melhoria da qualidade de vida de todos e também do Planeta que nos serve de residência temporária, pois se assim não agirmos, fatalmente, o medo de morrer nos matará por antecipação.
Não viver a vida terrena com alegria, com satisfação, regando-a incansavelmente, com nossos sorrisos e nossos contributos para o progresso de todos, significa que ficaremos devendo e ao voltarmos à Terra teremos de pagar aquilo de errado que fizemos, além de ter de construir um futuro melhor para a humanidade.
Então, até por esperteza, vivamos como se fosse a nossa última vida aqui neste Planeta para que nossa vida definitiva no Mundo do Além seja mais belo, mais rico e mais delicioso de se viver.
Roberto Cury
O PODER DO MEDO
Contaram-me, certa feita, um conto pequenino, mas, extremamente significativo. Vou procurar lembrá-lo integralmente:
“ A Peste dirigia-se para Damasco, na Síria, e passou velozmente junto à tenda do chefe de uma caravana no deserto.
- Aonde vais com tanta pressa? Perguntou-lhe o chefe.
- A Damasco. Penso cobrar um milhar de vidas.
No regresso de Damasco, a Peste passou de novo junto à caravana.
Então, o chefe disse-lhe:
- Eu já sei que cobraste 50 mil vidas, não o milhar que havias dito!
- Não, respondeu-lhe a Peste.
Eu só cobrei mil vidas.
As restantes levou-as o Medo.”
Esse pequeno conto demonstra que o Medo é capaz de levar medrosos à desencarnação.
Muitas vezes o Medo é difundido entre os encarnados através de gente que se põe medrado nesse sentimento por qualquer coisa. E não é só por falta de coragem, mas, por pura insegurança, ou por ignorância, ou ainda por ausência ou preguiça de raciocinar.
Eu me lembro que tive medo e nem dormi uma noite, porque durante o dia, quando passara o féretro de uma pessoa que desencarnara na nossa cidadezinha do interior paulista, as minhas tias católicas carolas e sem se importarem comigo criança, ficaram dizendo que as voltas do corpo extinto que sobraram fora das ripas que formavam a base do caixão pobre coberto de um tecido roxo transparente de tão fino, eram em razão do peso de sua consciência e que, por isso, durante a noite viria ele assombrar os pequeninos. Meus 6 anos balançaram e eu não dormi naquela noite.
Daí em diante, pequeno, ainda, aprendi a usar o raciocínio. Não levei muito tempo para raciocinar que um corpo morto não teria como vir assombrar ninguém jamais.
Nunca mais tive medo de defunto.
Jamais me classifiquei como destemido, mas, depois desse incidente, passei a usar sempre a razão e, por isso, sou destemeroso.
Não brigo, nem gosto de brigas. Também não me envolvo em polêmicas porque as acho desnecessárias e de grande eficiência para gerar ódios, rancores e mágoas.
Entretanto, não me posiciono pusilânime diante de argumentação alguma. Se no meu entender meus argumentos forem razoáveis, defendo-os até à exaustão ou até que sinta que a discussão está chegando ao limiar daquelas confusões que podem causar danos irreparáveis na amizade, no respeito entre os discutidores, ou, ainda, no descambar para os desacertos dos contraditórios.
O que é Medo?
No conceito de Adenauer de Moraes, no livro Psicologia e Espiritualidade, “o medo é a reação natural do organismo diante de uma ameaça real ou imaginária. O próprio instinto de conservação leva o indivíduo a se preservar diante de certos perigos. (Educação dos Sentimentos)”.
Ainda Adenauer: “É uma das 5 emoções básicas (medo, ira, tristeza, alegria e afeto). São elementos psíquicos que se apresentam à consciência pela falta de segurança e equilíbrio interno.”
Portanto, o medo, esse sentimento tão terrível para tanta gente, tem como causa principal, a falta de segurança daquele que o sente. Outras vezes, é fruto de desequilíbrio interno, ou seja, na instabilidade espírito - emocional, ou numa auto-obsessão, ou, ainda na sugestibilidade provocada por pessoas, por espíritos brincalhões ou até de má conduta.
Um escrito de origem desconhecida, provavelmente lusitano, em face do estilo e utilização das palavras, ensina: “O medo é uma emoção básica, que coloca o nosso organismo em sobre - alerta e o prepara para fugir e/ou defender-se perante a percepção de perigo. A generalidade das crianças passará por algum sintoma de medo durante a sua infância, em especial as raparigas (mocinhas) que, no entanto, têm uma maior facilidade
em ultrapassá-lo. Esta maior facilidade estará, provavelmente, ligada a uma maior capacidade em exteriorizar sentimentos e emoções que, em consonância com a ajuda dos pais, lhes possibilita uma melhor compreensão dos seus sentimentos, e leva a uma procura mais eficaz de estratégias para lidar com os mesmos.”
Algumas vezes, os cuidados e a necessidade de prevenir-se contra certos perigos, são confundidos com o medo.
Pois bem, se assim entender alguém que se separe esse medo que é o bom medo, o dos cuidados preventivos daquele medo que é destrutivo e sobretudo é importante lembrar-se de que ele, o medo, é inspirado exatamente na falta de confiança em Deus.
Há pais que infundem o medo nos pequeninos por várias razões. Dentre elas, a total ausência de confiança no Criador, o despreparo para a paternidade, a incompreensão dos deveres de orientação sadia, real e verdadeira, a falta de conhecimentos e o desinteresse no aprendizado, a postura egoística de que pai é pai, filho é filho e o pai diz e o filho só tem de ouvir.
Novamente Adenauer, ob. cit. “O medo pode se apresentar em forma de ciúme (filho doentio da insegurança emocional), da inveja (tormento do mesmo conflito de insegurança), do ódio (incapacidade de compreender e de desculpar), do despeito (ausência do critério de valorização). (Conflitos existenciais –Joanna de Angelis)
Circuito do Medo Ruído ou ameaça→Ouvidos→Tronco cerebral → Tálamo→Amígdalas e Hipocampo →Áreas do cérebro ↓ Hormônios Acelera o coração, aumenta a pressão, palidez cutânea, contração muscular, dilatação das pupilas.
Quem aciona estas alterações?
Por que temos medo?
Causas.
Por que o Espírito tem tanto medo? O medo é gerado devido as faltas cometidas durante várias experiências reencarnatórias.
Ele vem após um insucesso, um erro ou um estado de punição, coerção ou imposição. Ele é o efeito de inúmeras causas que o ligam aos nossos insucessos ou ilusões que causaram danos morais para o Espírito.
É um sentimento gerado a partir da invigilância do pensamento.
Os medos são típicos do ser humano que ainda se encontra em processo de iluminação interior. Eles são muitos e suas causas diversas. Foram em sua maioria, estruturados desde o período em que éramos seres primitivos e habitávamos as cavernas.”
O medo é algo que faz parte da vida dos seres humanos. É ele quem nos dá o alerta de perigo, fazendo com que nossas ações
sejam baseadas no bom senso. O medo em excesso pode neutralizar o nosso potencial, por esse motivo é que devemos aprender a lidar com esse sentimento.
Com as crianças isso nem sempre é possível. Pelo fato de se sentirem completamente inseguras e por terem uma imaginação mais fértil do que os adultos, elas apresentam uma maior dificuldade para superar o medo. Os pais precisam orientar seus filhos com relação ao assunto, dando a eles todo o necessário para que possam se sentir mais seguros.
Além disso, é fundamental
que eles recebam apoio para enfrentar essa situação. Por exemplo, caso o seu filho tenha medo do escuro, fique com a luz apagada alguns minutos e mostre a ele que não há nada a temer. Aos poucos ele vai adquirindo mais confiança, e com o tempo, saberá encarar os seus problemas sozinho.
Ainda nos valemos dos ensinamentos de Adenauer de Moraes, para encerrar este artigo: “Quando nos encontramos sob o domínio do medo de que algo nos aconteça, mesmo diante de ameaça real da ocorrência de um fato desagradável, é preciso termos em mente o seguinte:
1.Nada me ocorrerá que não seja útil para o meu progresso.
2.Acredito nas possibilidades favoráveis quando enfrento situações adversas.
3.Enfrento , de forma progressiva o objeto causador do medo.
4. O medo que sinto não vem do objeto , mas de meu mundo interior
5.Devo ter consciência das influências espirituais favoráveis ao meu sucesso , como também não devo fixar-me nas desfavoráveis.
6.Diante do medo de qualquer natureza é preciso calma e segurança , a fim de manter a mente em equilíbrio para poder enfrentá-lo.
Por fim, se a situação apresenta-se perversa e sem saída libertadora, considera com alegria, qual o mal que te pode acontecer, se somente ele atingirá o corpo frágil, ensejando que o Espírito imortal avance totalmente livre na direção da Grande Luz!
E não temas nunca!”
Roberto Cury
O SEXO DESTRUIDOR OU FORÇA CRIADORA
*“Como distinguiremos o que é bom no prazer do que é mau? Ide, pois, aos vossos campos e pomares e, lá, aprendereis que o prazer da abelha é sugar o mel da flor,mas que o prazer da flor é entregar o mel à abelha. Pois, para a abelha, uma flor é a fonte de vida, e para a flor, uma abelha é uma mensageira de amor. E para ambas, a abelha e a flor, dar e receber o prazer é uma necessidade e um êxtase.” – *Gibran *.*
A imprensa, escrita e televisada, tem noticiado uma inominável série de abusos sexuais contra crianças e incapazes, via de regra, consumadas as agressões pelos padrastos ou simplesmente por companheiros de desventuradas ou desnaturadas mães principalmente através de estupros de meninas ou de meninos menores de dez anos.
Muitas vezes, até mesmo os pais naturais têm mantido relações sexuais com as meninas, engravidando-as inclusive, tornando-se pais e avós dos nascidos dessas excrescentes obscenidades.
Há quem afirme que esses absurdos atos contra indefesos sejam reminiscências ou recrudescências de passadas encarnações em que uns foram amantes dos outros ou morreram ou se mataram ou se deixaram matar por causa do sexo.
Há, também, infelizmente, o homossexualismo, tanto masculino quanto feminino, tido como natural, inclusive aqui no Brasil, em que se oficializou, através de lei, o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Mesmo sexo? Sim, mesmo sexo, porém com a libido com tendências diferentes, masculinas num membro da parceria e femininas no outro.
Nada, entretanto, é capaz de justificar as absurdidades cometidas pelo sexo.
É o desregramento das condutas que demonstra o caráter destruidor de sonhos e de ilusões existentes nas mentes infantis ou de incapazes que tudo confiam naqueles que deveriam ser os responsáveis pela guarda e pela formação dos menores e dos dependentes impossibilitados.
Nelson Moraes, em artigo escrito para a Revista Internacional de Espiritismo – RIE intitulado “O Sexo é sinônimo de felicidade?”, disse:
*“Estudando a evolução do sexo a partir da infância compreendida do berço até os cinco anos ou um pouco mais, - isso considerando a precocidade das crianças dos tempos atuais -, vamos observar que nesse período não se percebe qualquer comportamento que revele impulsos sexuais, o que indica que a sexualidade no ser humano não é instintiva como nos animais que desde cedo ensaiam o ato sexual.”*
Entretanto, conheci, de perto, um caso de um menino de cinco anos de idade, que deitava-se aos pés de uma jovem de quinze anos, assediando-a sexualmente. No dia em que ela percebeu o assédio, empurrou-o, repreendendo-o.
Isso bastou para que ele então ateasse fogo na sala de estar, e mesmo com o firme combate, executado pela família da jovem, o fogo ainda consumiu o carpete e as cortinas da sala.
Mas, seria o sexo apenas o destruidor das virtudes e dos valores morais? Serviria apenas ao repasto dos imorais, dos corruptores de menores, dos vilipendiadores dos bons costumes e dos estupradores? Seriam os escândalos causados pelos desregramentos sexuais a marca da humanidade atual? Valorar-se-iam o descomprometimento com o bem, o desarranjo da harmonia entre os seres, o desrespeito às igualdades impondo apenas a sobreposição dos interesses individuais, mesmo que indignos e malfazejos, sobre o sentimento divino da fraternidade que deveria reger esse mundão de Deus, como regulares e legais normas de conduta dos humanos?
Não é à toa que se espalha como rastilho de pólvora, entre as sociedades, que o bom e o bonito são os que se destacam pelas potencialidades do sexo, aqueles que são distinguidos pelas páginas das revistas modernas depois de focados pelas câmeras nos eventos sociais.
Não, não estava, ainda, falando dos valores potenciais do sexo divino entre os casais buscando primeiro o bem estar de ambos, a concretização do amor que une corpos e almas, e depois a perpetuação das gerações capaz de produzir o burilamento dos costumes, a lapidação das virtudes e a plena realização das tarefas dos seres em evolução.
Falava, ainda, dos destemperos sexuais que levam ao desequilíbrio e à loucura das mentes e à consequente perda das oportunidades reencarnacionistas.
Basta. Vamos cuidar das potencialidades criadoras do sexo.
Através da relação de amor é que o espírito se reencarna, oportunizando, assim, novos rumos para o conserto de erros passados, substituindo o mal pelo bem que possa praticar, especialmente, em favor do outro ou dos outros seres que com ele conviverem.
*“Já ultrapassamos os horizontes da animalidade. A união entre um homem e uma mulher não é uma união apenas entre macho e fêmea, semelhante à que ocorre no reino animal, mas sim a união de dois espíritos em evolução que buscam o aprimoramento moral e o equilíbrio das forças psíquicas necessárias ao desenvolvimento do verdadeiro amor.”* Nelson Moraes, ob. cit.
Muitas vezes nos surpreendemos com a conceituação de amor que certas pessoas formulam para nortear sua vida encarnada.
Certa feita, discutindo sobre o amor devido aos pais biológicos, alguém questionou afirmando que não concordava que se amasse o pai estuprador, porque o filho do estupro viera pelo sofrimento da mãe violentada.
Foi então que uma lindíssima jovem de cerca de 20 anos levantou-se e disse enfaticamente: - Eu amo minha mãe que mesmo tendo sido violentada não se abateu e manteve toda a gravidez amando-me extremosamente como se eu tivesse sido gerada de uma natural relação de amor. Não conheço meu pai biológico, mas, não o enxergo como estuprador, mas, como aquele que me amou profundamente gerando-me no seio de minha mãezinha. Por isso eu o procuro e o procurarei até encontrá-lo e quando isso acontecer, atirar-me-ei em seus braços dizendo a alto e bom som: - eu te amo meu pai.
Diante desse discurso ninguém mais contestou o amor dos filhos para com seus pais biológicos, sejam eles companheiros da sua mãe, sejam estupradores.
É assim que as almas boas compreendem a encarnação onde estão postas na vivência corporal. Todos devemos nossa presença neste mundão de Deus, que é a Terra, exatamente porque viemos através do sexo criador que nos deu um corpo para revestir nosso indômito espírito, adaptando-o ao cumprimento das tarefas e das missões de desenvolvimento do nosso globo, sempre principiado da reforma dos nossos maus costumes próprios do homem velho até então existente, edificando um novo homem em substituição dentro de nós mesmos.
Não podemos nos esquecer de que nenhum (re)nascimento na Terra ocorre sem que haja um Planejamento no Mundo Espiritual porque nada acontece por acaso. Em tudo há o controle universal do Senhor da Vida que é Deus. O sexo é apenas o veículo através do qual os (re)nascimentos ocorrem na materialidade. O que importa realmente é o amor que une as criaturas.
Há, ainda, um sem número de considerandos que poderiam ilustrar esta página, não fosse a exiguidade do espaço. Entretanto, não podemos deixar de reconhecer a grandeza e a importância do sexo que nos traz a este Mundo não só criando nossos corpos, mas, principalmente, permitindo que façamos de cada instante da reencarnação, momentos de criações inesquecíveis em favor da evolução e do crescimento dos espíritos voltados para o bem comum e para a felicidade de todos.
Assim é que felicidade e amor verdadeiro entre os espíritos encarnados se eternizam de tal forma que na idade mais avançada, quando o sexo já não tem mais importância, o afeto, a ternura, o carinho tornam-se a tônica da incessante busca de fazer o outro cada vez mais feliz.
PARA VENCER É PRECISO TER SORTE
Roberto Cury
A pedagoga, escritora e conferencista Heloisa Pires, filha de José Herculano Pires, “o melhor metro que mediu Kardec”, no século passado e que, por isso, alguns dizem ter sido ele a reencarnação do grande Mestre de Lion, afirma: “todos nascemos para a vitória”.
Édo Mariani, do Movimento Espírita de Matão – SP: “Fomos criados para sermos felizes”.
Vitória é subjetiva e felicidade, impalpável.
Vitória e felicidade têm de estar juntas para obtenção do sucesso nas empreitadas da vida material e para a conquista das qualidades necessárias para a Vida Espiritual.
E a sorte?
Muitos dizem que não existe sorte e muito menos azar.
Pois eu digo que é preciso ter sorte para a felicidade e para vencer as paradas surgidas em cada encarnação.
- Caramba!, admira-se um dos leitores que conhece muito bem o conceito de que nada existe por acaso e de que tudo acontece por alguma razão.
Azar? Também não acredito nele porque seria fruto do acaso bem como a negação da Existência e da Justiça de Deus, nosso Criador.
Sorte? Sim, sorte.
S = Suor. Tudo neste Mundão de Deus depende do suor dos poros do corpo humano para a conquista das coisas, garantidoras da sobrevivência da espécie. Nada se consegue ao som de flautas. Todas as ações exigem a firmeza, a constância, o desprendimento, a fortaleza, a coragem, o denodo.
O = Organização. Tudo o que a humanidade faz, deve obedecer a uma ordem natural das coisas. O caos conduz às confusões, às incúrias, às maluquices, às intemperanças, à baderna, ao desequilíbrio. O planejamento, o preparo, o treinamento e a execução são componentes indispensáveis, dessa ordem, para que os objetivos sejam atingidos e os resultados positivos apareçam. E essa organização vitoriosa chega pela moral, pelos bons costumes, pela perseverança nos caminhos do Bem.
R = Resignação. Ninguém chega à vitória no lanço inicial, nem na escaramuça de começo, muito menos na primeira tentativa. Todas as derrotas, as negativas, os fracassos, os insucessos, não podem desanimar aquele que busca conquistar a felicidade de vencer, ou a vitória da felicidade. É preciso resignação e persistência. A resignação relaciona-se com a compreensão e com a submissão à grandeza da vida e a persistência está diretamente ligada à sabedoria e à alegria de jamais desistir das empreitadas até à conquista final da vitória.
T = Trabalho. O trabalho não se resume apenas nos esforços físico e mental despendidos em cada tarefa. O trabalho deve ser digno, envolver a honra, exercido com serenidade, com a certeza de que vale a pena, nutrido na alegria dos bens produzidos e na satisfação da colheita de frutos edificantes e realizadores.
E = Estudo. Suor, Organização, Resignação e Trabalho somente são conseguidos com o Estudo. Ou, por outras palavras, se o homem não busca o Estudo, não terá resignação diante dos erros cometidos, ou frente aos maus resultados. Da mesma forma, jamais o homem poderá se organizar porque não conhece os caminhos e os meandros que compõem as pesquisas nem as missões desejadas pela falta de horizontes que só o Estudo é capaz de fornecer. Se lhe faltam as bases fundadas no Estudo, inútil todo o seu Suor e infeliz o Trabalho despendido que se arrebentará nas dificuldades que o tempo e as circunstâncias se lhe opuseram.
Então é preciso ter SORTE (Suor, Organização, Resignação, Trabalho e Estudo) para vencer a jornada terrena tanto quanto à vida material e principalmente pela conquista dos valores espirituais que elevam o espírito à condição de Vencedor.
Roberto Cury
PARTIDA DE ENTES QUERIDOS
Tinha meus 20 anos, quase 21, morava só, no distante bairro Ferreira, na Capital paulista. Naquele tempo, cursava o 2º ano de Química Industrial na Faculdade “Oswaldo Cruz” e trabalhava em São Caetano do Sul, nas Indústrias Matarazzo.
Anibal, meu primo, Abdalinha, seu irmão e eu, todas as tardes de sábado, após nossos trabalhos, fazíamos programas malucos próprios de jovens alegres e felizes. Saíamos, os três, para jogar sinuca (éramos todos péssimos jogadores) ríamos um dos outros à medida que o vencedor “curetava” as grossuras dos outros dois e o segundo “gozava” com a cara do último perdedor.
Depois de muitas partidas “a leite de pato” somente pelo prazer de brincarmos entre nós, nos metíamos nos cinemas, geralmente para ver filmes do faroeste americano, rodando de uma sala de espetáculos para a outra mais próxima, até que, cansados, íamos para o apartamento da família e por lá dormíamos até o domingo, só acordando por volta das 10 horas da manhã.
Vinha um café reforçado que tia Maria (a mãe deles), casada com Youssef, meu tio-avô materno fazia à moda árabe, forte pra caramba e sem coar, botava uma gota de água fria e o pó assentava todinho no fundo do bule. Muitos pães e roscas trazidos quentinhos da padaria da esquina, manteiga de leite da boa, alguns queijos e muitas frutas sazonais, completavam fartamente a mesa.
Reforçados, saíamos novamente para ver os filmes matinais nas casas cinematográficas do Centro, pertinho do apartamento dos pais deles, permanecendo assim até lá pelas 4 da tarde, quando íamos almoçar a deliciosa comida da tia Maria ou da Adla, tia deles, por parte de mãe.
Manhã de segunda-feira, feliz, Anibal dirigia seu carro seminovo adquirido dias antes, quando em sentido contrário um motorista embriagado, no volante de um caminhão, praticamente, passou por cima do carro.
Anibal desencarnara. Partiu o meu amigo, o meu primo. Enquanto percorria as ruas e avenidas paulistanas para avisar parentes e amigos, pois telefone era raríssimo naquele tempo, sentia que Anibal me sussurrava que a gente não perde ninguém, que a morte é apenas transição e que os entes queridos se fixam como estrelas a nos iluminar lá do alto. E que ele, então, já era uma estrela luminosa refulgindo seus raios sobre mim e sobre todos os que ficaram na Terra.
A roda do tempo girou, tornara-me espírita e no dia do aniversário de minha filha mais velha, 16 de outubro de 1974, meu sogro e padrinho dela, deixou-nos. Nunca mais pude pescar os peixes do Rio Meia Ponte com ele como antes fazíamos.
Um ano e meio depois, dia 17 de abril de 1976, minha meiga esposa Maria Inês se juntou ao pai partindo da Terra deixando-nos cheios de saudades eu, e minhas duas filhas pequenas, agora órfãs.
Seis anos depois, em 29 de novembro de 1982, foi a vez da minha caçula enriquecer a abóbada celestial como nova estrela de primeira grandeza emitindo vibrações luminosas de exponencial magnitude.
Sua mãe biológica, abandonada pelo marido, rejeitara o pequeno ser. Assim, ela chegou ao nosso lar através das mãos de um médico amigo que fizera o parto, em 1973.
A doçura da menina e sua sabedoria, apesar de criança, encantou meus alunos de Direito que a foram visitar no Hospital Araújo Jorge. Anelise, de 9 anos, superou a terrível dor do câncer ósseo, impressionando os médicos pois sempre recusou até simples analgésicos dizendo-se mais forte que a dor.
Tinha sempre uma palavra amiga para os outros pacientes, um largo sorriso no rosto infantil e surpreendeu todos os visitantes conversando sobre assuntos das mais elevadas expressões, além de demonstrar uma compreensão da vida muito além da sua pouca idade. Fui agraciado com a visão do desligamento de Anelise por Clovis, mentor amigo, primeiro médico negro do Brasil, passando o espírito liberto para os braços de sua mãezinha Maria Inês,depois para meus avós maternos Gibran e por tantos espíritos amigos que vieram recolher aquela que, mesmo tendo partido em tenra idade, cumprira um intenso programa de luz e de bondade.
Em 1985, meu pai também se foi para o Mundo Maior e em 1997, minha mãe se juntou a ele, em nova convolação de núpcias, eles que tanto se amaram aqui na Terra.
Vários amigos também formam na grande constelação de astros espirituais que brilham na esfera superior da Vida.
Nunca senti houvesse perdido nenhum dos meus entes queridos. Sempre posso alcançá-los através do meu pensamento divisando-os na minha visão espiritual que me trazem a certeza de que no tempo e na hora de minha volta à Pátria do Espírito, eles estarão me esperando lá pra me abraçarem ou até vindo me recolher neste recôndito espaço terreno, onde sempre estive apenas de passagem.
Então, não choro, nem lamento a partida porque sei que se cumpre inexoravelmente, os desígnios divinos que sempre são justos, corretos e indiscutivelmente os melhores que nos podem acontecer.
Roberto Cury
REFLEXOS
Das mulheres, a segunda irmã, logo depois de Lilita (Maria Alice) casada com Herculaninho, filho de José Herculano Pires, aquele que foi reconhecido como o melhor metro que mediu Kardec no século XX; Maria Catarina, carinhosamente apelidada TOTA, solteira, doutora em pedagogia, dedicada à educação, desde a sua primeira formação em magistério, depois dos 64 anos de vida, partiu de volta ao Mundo dos Espíritos.
Ainda criança, cerca de 4 anos de idade, esteve na porta do Cemitério Saudade, em Birigui, interior de São Paulo, de lá voltando por obra e graça de Deus e da intuição do médico da família Dr. Magalhães, de saudosa memória, porque quando eu tinha 12 anos, retirou-me o apêndice que havia supurado, o doutor que vinha tratando de todos, inclusive tendo participado de partos de nossa mãe.
Disse que Catarina esteve na porta do Cemitério porque, desenganada pelo terrível tétano que a afligira quando já havia enrolado a língua e revirado os olhos, recuperou-se para participar de uma vida material onde fez da atividade contínua a sua tônica, sempre com um sorriso para todos.
Simples, caminhou como a onça pintada (Ibrahim, meu primeiro irmão, apelidara-a de “onça pintada” pela sua natureza cuidadosa e tranquila e pelas sardas do rosto), arrostando os perigos que tanto a assoberbaram, vencendo as escaramuças do destino, nunca deixando se abater diante de nenhuma dificuldade.
Grande mulher! Nunca se casou, pois em três oportunidades viu frustrados os sonhos de ter um companheiro e filhos, naturalmente. Então dedicou seu carinho e seu amor aos sobrinhos e aos sobrinhos netos como se fossem extensão da prole que não teve. Mas, jamais se esqueceu de amar o pai David e a mãe Maria, quando ainda encarnados e aos oito irmãos, três mais velhos inclusive este escriba, o mais velho dos irmãos e cinco mais novos que ela.
Na vida material destacou-se como excelente educadora dirigindo colégios
em São Paulo e faculdades em Curitiba, no Paraná e no interior paulista.
Médium, Catarina viu, ouviu e cedeu suas cordas vocálicas aos espíritos de Deus. Não se tornou espírita, e mesmo sem ter lido qualquer obra da Doutrina dos Espíritos, inquestionavelmente demonstrou elevadíssimo grau de espiritualidade em todos os seus atos como ser humano, bem como no carinho e no profundo amor ao próximo.
Jamais sua boca emitiu qualquer xingamento ou dissera palavra ofensiva à moral, aos costumes ou contra quem quer que fosse, bem como nunca se viu colhida em perorações vexatórias ou tergiversara com a verdade, nem com a beleza da vida.
Alegre por natureza, sóbria no comportamento, depois da desencarnação dos pais, foi cúmplice e confidente no amor entre os irmãos mais velhos e amparo, ternura e segurança nos aconselhamentos aos irmãos mais novos, sem exceção.
Teve poucos amigos, mas amou intensamente e com extrema lealdade a todos.
Ao final de seus dias nessa jornada terrena, dedicou-se ao estudo da Bíblia tornando-se evangélica, mantendo acesa a chama das trocas de aprendizado e de ensinamentos com seus irmãos sanguíneos do credo católico e da Doutrina Espírita.
Seu retorno ao Mundo Espiritual foi nimbado de luz, própria daqueles que bem cumpriram suas tarefas e missões terrenas. A alegria incomensurável trazida no abraço de acolhida pelos que a antecederam na grande Vida, inclusive seus avós Gibran, os pais, tios, Anelise, Maria Inês I e Maria Inez II, Elias, Jorge, Heleninha e tantos outros que estiveram ligados por indissolúveis laços de fraternidade corporal e também cristã, marcou o retorno da alma boníssima e querida da Totinha, aos Arrais da Espiritualidade Maior.
Essas demonstrações dos espíritos quando da volta de um encarnado ao Mundo Espiritual, são reflexos das boas conquistas daquele que retorna.
Tota, ou Maria Catarina, ou só Catarina, está já engajada na faina dos discípulos de Cristo que, libertos da matéria, trabalham sem cessar, emitindo seus reflexos pelo bem da humanidade, conforto dos necessitados e segurança dos trabalhadores da última hora.
Roberto Cury
SOFRER É UMA QUESTÃO PESSOAL
Ele chegou pela primeira vez na Casa Espírita. Sorridente, calmo, diria alegre. Parecia que nenhum problema o afetava. Disse que seu nome era Luiz Antonio e que tinha um irmão chamado José Augusto. Logo em seguida, contou essa história interessante.
“Meu pai sempre foi um católico dedicado. Estudioso, leu alguns livros espíritas de fundo filosófico e moral, mas nenhuma obra da Codificação. Assim, não chegou a conhecer os fundamentos básicos da Doutrina dos Espíritos. Desencarnou em 1985, 3 dias após a morte de Tancredo Neves. Em novembro de 1982, ainda se encontrava entre nós e alguns dias antes da desencarnação de Carlinhos, filho de meu irmão, trocava conversa com um grande amigo que até hoje meu irmão considera como um segundo pai e que, também, não é versado na Doutrina Espírita. Perguntou-lhe: - Professor (o amigo de meu irmão foi professor no interior de Goiás), não entendo esse menino meu filho, o Zé Augusto. Aconteceram tantas coisas com ele: morte do sogro, doença prolongada e morte da esposa, agora o filho Carlinhos com essa doença terrível que é o câncer. Mesmo assim, diante de tudo isso, ele está sempre sério. Qualquer um estaria chorando pelos cantos ou vociferando contra Deus. O Zé nunca reclamou de nada, nem de cansaço. Por que será?
O segundo pai respondeu: - Sêo Nicomedes, conheço o Zé Augusto a muitos anos e também nunca ouvi qualquer reclamo dele. Está sempre alegre, sorridente como se o mundo estivesse isento de problemas, com todas as pessoas vivendo em paz e harmonia. Uma vez perguntei-lhe por que ele estava sempre assim, por que eu não o tinha visto chorar nunca. Ele me disse que chorava sim, que era emotivo. Que mais parecia uma manteiga derretida. Então insisti pra ele contar-me porque parecia ver o mundo cor-de-rosa, se ele não sofria com a dor. Ele me respondeu que não sofria. Que tinha compreendido, com o passar dos anos que tudo que aconteceu ou acontecia na vida dele foram e eram bênçãos de Deus pra que ele progredisse na sua encarnação, ficando mais perto dos bons espíritos. Então você é frio? Insensível – insisti. Ele, novamente, “não, sou como qualquer outra pessoa só que não sofro porque compreendo que sofrimento pode ser confundido com egoísmo. Que Deus poderia pensar – dei tantas oportunidades pro Zé Augusto progredir e ele fica choramingando pelos cantos como um bebê abandonado! E completou, sêo Nicomedes – “aprendi que a gente sofre como quer, quanto quer e pelo tempo que quiser”. Então concluí: pra que sofrer?”
Pois foi assim sêo Nicomedes.
Luiz Antonio sorriu e contou que, recentemente, encontrou Zé Augusto e foi logo dizendo que o admirava como seu ídolo, pois era pobre e nunca reclamara de nada, nem de ninguém, estava sempre de alto astral. Zé Antonio, então, comovido, chorou, sereno, enquanto lágrimas escorreram pela face.
Luiz Antonio continua freqüentando a Casa Espírita. É calado, raramente, interrompe os coordenadores das reuniões públicas pra perguntar alguma coisa. Não parece agoniado, mas, sequioso de aprendizado. De vez em quando conta alguma coisa a respeito de Zé Augusto, sempre muito interessante, como se seu irmão nunca demonstrasse sofrimento ou que sofrer seja uma questão pessoal – só sofre quem quer, como quer, quanto quer e durante o tempo que quiser.
Roberto Cury
__VIOLÊNCIAS E PAZ.__
*“Quando o Senhor nos exortou à pureza infantil, como sendo a condição de entrada no plano superior, não nos convidava à insipiência ou à incultura. Recomendava-nos a simplicidade do coração, que se revela sempre disposto a aprender.”*Emmanuel.
Os noticiários escritos, falados e televisivos estão repletos de uma enormidade de notícias sobre violências as mais inusitadas.
Manchete de capa do jornal “O Popular”, de Goiânia, do dia 23 de fevereiro:
*“20 horas de crimes. Assaltos, brigas, tiroteios, bomba e homicídios na Capital. Tudo no mesmo dia.” E, no texto introdutório, ainda na capa, remetendo para a matéria da página 4: * *“O crime não deu folga ontem (22) aos moradores da Grande Goiânia. Em 20 horas, 13 graves ocorrências. Entre mortos e feridos, nem todos escaparam. O estudante Kelvin Silva foi morto com um tiro na cabeça. Assaltos a farmácia, supermercado, livrarias e joalheria deixaram policiais e empresário feridos.”*
Semana passada, a mãe do cantor sertanejo Adriano, foi estrangulada depois de várias pauladas com um taco de “críquete”, na cabeça, pelo namorado, roubada em pertences e, inclusive, nos seus cartões de crédito e demais documentos pessoais, sem que se apontasse qualquer motivo aparente para o crime.
Roger da Silva, menino de 9 anos, sobrevivente da chacina do dia 18, está internado em estado gravíssimo na UTI do Hospital Evangélico de Anápolis. Rogério Lopes dos Santos, de 19 anos, confessou ter matado a enxadadas, além da avó de 75 anos, também dois de seus irmãos um de 13 e outro de 15 anos, onde moravam.
Psicólogos e psicoterapeutas aturdidos, cada vez mais, se surpreendem com as causas apontadas para tanta violência estrugindo no mundo. Buscam, incessante e ininterruptamente, fundamentos de cada causa para compreensão de cada efeito.
Livros, internet, teses, tudo pesquisam, interessados na descoberta do significado e da importância das causas em cada um dos efeitos da violência em geral, para, assim, encontrarem soluções que minorem os sofrimentos das vítimas e fortaleçam a paz e a harmonia nas relações humanas.
A propensão à violência é característica dos Espíritos vinculados ao planeta Terra, variando apenas quanto à intensidade e aos estímulos necessários para desencadear a ação violenta.
Os estudiosos têm apontado vários fatores como causas da tipificação da violência. A cultura, a educação, o lazer, o emprego, a afetividade, sendo que a ausência de um ou de vários destes tipos têm sido considerados como carências dos indivíduos violentos.
Assim, a violência resultaria de um estado interior. Toda pessoa insatisfeita ou carente, interiormente explodiria e isso, certamente, pode acontecer com todos nós.
Outro fator que vem sendo considerado como causa preponderante para a violência, nos dias atuais, é a da leviandade de muitos mestres e educadores imaturos, sem habilitação moral para tais propósitos, ou seja, para a educação de novos indivíduos que aportam na crosta terrestre, facilitando a disseminação da violência.
Uma argumentação muito utilizada nestes tempos é que, graças à mídia, agora ficamos sabendo dos fatos violentos tão logo acontecem, pois, no passado, havia coisas muito mais drásticas, só que ninguém sabia, porque inexistiam imprensa, TV, rádio, jornal, muito menos Internet.
Lembramos de que os reis, os senhores feudais tinham direito de vida e morte sobre as pessoas, que havia escravidão legalizada, que nos faz entender o quanto a humanidade estava mergulhada na ignorância das violências que a atingiam.
Diante da escala de violência, dá pra acreditar que a Terra está mesmo evoluindo para melhor?
A humanidade está evoluindo. A Terra já passou de mundo primitivo para mundo de expiações e provas e nessa escala se transformará agora em mundo de regeneração, um lugar onde o bem terá sobrepujado o mal.
Entretanto, uma das causas, ainda enclausurada no seio da humanidade e responsável por uma enormidade de violências, reside no “espírito de competição”, muitas vezes elogiado e engrandecido nas rodas sociais como sinal de inteligência, na expressão corriqueira de que “o mundo é dos espertos”. Infelizmente, o que se vê destacando são o orgulho e o egoísmo, esses dois defeitos do caráter, verdadeiras chagas que retardam o crescimento do homem e o desenvolvimento do planeta.
No processo regenerativo, os homens deverão se transformar. Então, só aqueles que vencerem seus impulsos violentos, fazendo-se construtores da paz, terão a oportunidade de habitar a Terra em seu período de regeneração.
Os mestres e os educadores referidos serão os próprios pais, que ao receberem os espíritos na condição de filhos, também ficam incumbidos do trabalho de moldagem dos mesmos dentro dos princípios da moralidade e da vivência no bem.
Deus nos confiou as crianças para que, através da educação reta, instruções corretas e formação do seu caráter, estajamos integrados na participação efetiva da transformação do mundo.
Mas, para tanto é preciso que nos atenhamos a princípios básicos, não só na reformulação dos conceitos, mas, principalmente, porque existem razões especiais para que pudéssemos recepcionar essas crianças em nosso lar.
“
*A moral cristã precisa ser ministrada à criança, desde tenra idade, tendo em vista o seu contínuo progresso intelecto-moral. Não basta, portanto, propiciar-lhe instrução, mas, também, a educação que faz homens de bem, favorecendo que alcance êxito na sua programação reencarnatória. A criança é o esteio da Humanidade. Educá-la com instrução e amor é sublimar a causa do progresso evolutivo dos seres, instituída pelas Leis de Deus.*” (RIE, ano LXXXVII, nº 12, editorial).
A formação e o preparo da criança envolvem hábitos saudáveis e cultivo do esporte, das artes e mais atividades físicas, mentais dentro da moral cristã que se regra pelo amor a Deus, a ela mesma e ao próximo.
A internet e os recursos audiovisuais devem ser orientados para que deles a criança tire o máximo de proveito para sua formação e educação sempre voltadas para o bem pessoal além do benefício coletivo.
Não é com pancadas ou terríveis castigos que ferem a carne que se corrigem defeitos de caráter nos espíritos recém-vindos. Muito menos gritos e elevação de voz para ridicularizar a criança. As palavras chulas, os palavrões, a desídia, nunca conquistaram pontos positivos no espírito infantil, porque jamais a violência conseguirá despertar a paz, enquanto a mansuetude, o respeito, a benevolência, a compreensão e o amor são responsáveis pelo despertamento da bondade além de estabelecerem alegre e feliz cumplicidade entre os pais e as crianças.
Os bons exemplos no lar, são a essência da formação moral da criança. Mostrar-lhe a importância das regras e dos limites, com firme energia e amor, constitui a missão dos pais promovendo o discernimento daquele ser em desenvolvimento na direção do bem.
Ter mansidão é ter fé na providência divina, o que nos dá a tranquilidade íntima, a consciência de que não precisamos agredir, nem em pensamento, quem quer que seja.
Para que as coisas fiquem bem, não precisamos forçar. Precisamos é agir respeitando o semelhante e as suas diferenças.
Os pais nunca poderão tomar atitudes dúbias, nem demonstrar incertezas nos seus atos, para que as crianças tenham sempre em mente a linha reta da correção, da responsabilidade dos seus atos e da verdade incondicional. Devemos nos pautar como o ensino do Cristo de Deus: “seja o seu dizer e o seu fazer, sim, sim; não, não”.
“
*Não existe este ser encarnado ou desencarnado que não deseje verdadeiramente a felicidade sem mesclas, o amor sem fronteiras, o carinho verdadeiro sem interesse, a bonança da verdade, a paz de espírito, a comunhão com Deus. Para um dia podermos dizer: Eu e o Pai somos um*!” ( Injúrias e violências, artigo de Walkiria L. de Araújo Cavalcante, em O Clarim, n 6, ano CVII).
Kardec nos alerta para a lei introduzida por Jesus para que possamos segui-Lo e chegar ao Pai: “
*Por essas máximas, Jesus faz da doçura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência uma lei; condena por conseguinte, a violência, a cólera e mesmo toda expressão descortês com respeito ao semelhante*.”
Em nossa Casa Espírita, temos recomendado aos pais de crianças problemas que quando do desprendimento durante o sono físico, a criança está na posse plena do seu espírito que não é infantil. Façamos preces e em seguida esclareçamos, com voz calma e tranquila, sobre os efeitos positivos de viver com correção, com atitudes boas, com discernimento do bem e do bom caminho, contando com seus anjos guardiães, assim o espírito encontrará as melhores soluções em cada passo de sua existência corporal, crescendo e se desenvolvendo para um mundo cada vez melhor até pelo seu próprio contributo.
Richard Simonetti nos lembra que
*"quando a contenção da violência deixar de ser um problema policial e se transformar em questão de disciplina do próprio indivíduo; quando a paz for produto não da imposição das leis humanas, mas da observação coletiva das leis divinas, então viveremos num mundo melhor."*
Destarte, os instintos mais bravios, as violências mais ferozes, se amainarão, até que, definitivamente, serão extintas do globo terrestre que, então estará transformado em Mundo Regenerado.
*“Bem-aventurados aqueles que agem com brandura porque possuirão a Terra. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.”* – Mateus V, 4 e 9
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** A MORTE DE ITINHO CABELUDO, A RUA DIREITA E OS NAMOROS...**
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As meninas e os meninos ficavam andando de lá pra cá e muitos casamentos se firmaram nestas puras e belas andanças de uma Macaé ainda muito nossa. Eu só revi este tipo de pureza interiorana quando em l961 estive no Congresso da UBES, representando o Estado do Rio, em Goiânia.
As meninas e os meninos ficavam andando de lá pra cá e muitos casamentos se firmaram nestas puras e belas andanças de uma Macaé ainda muito nossa. Eu só revi este tipo de pureza interiorana quando em l961 estive no Congresso da UBES, representando o Estado do Rio, em Goiânia.
**Lá era na Rua Anhanguera que a juventude repetia o que eu via em Macaé. Foi um tempo nacionalmente brasileiro sem as televisões para massificar. A Rua Direita iluminada e as ruas periféricas recebiam as voltas para casa de centenas de jovens após estes domingos e Quinta- feira s. Era hora de um fortivo aperto de mãos no sagrado escuro das noites e caminhadas para “levar em casa a namorada”...** **As principais sessões de cinema eram no Domingo e nas quintas. As terças era para a galera com faroeste . Nestas, poucas mulheres, porque o pau comia em alegres palavrões das turmas de Aroeira, Barra e Cajueiros. Nequinho contava o filme alto, peidava, soltava barbantinho cheiroso e jogava pedra na tela. Éramos verdadeiros índios. Torcer pelos bandidos era coisa comum a todos...** **Alguns iam até para espantar a Águia do filme da Paramount. Tinha dia que a luz acendia umas l5 vezes. Nos domingos e quintas a coisa era mais educada e tinha muita gente que não podia entrar. Alguns já de mãos dadas com suas respectivas namoradas sempre com os pais ou mães atrás dando uma de vigilante. Era tempo da chegada de gente do interior como Alcione e Cilênio que se juntava a nós.** **Edgar Moraes, que mais tarde trabalhou na Autorizada de um multinacional, criaria com seu humor lindamente nativo a Auto-rizada num catucamento a autorizada de Ruy Borges que, com seu humor sempre aflorado, riu da idéia e até ia visitar o nosso Edgar.** **O velho Honorato ainda residia na Praia Campista e mais tarde seria um dos primeiros moradores do Novo Cavaleiro com sua espôsa Madalena e sua filha. Honorato conhecia a história de Macaé e ao inicio deste milênio faleceu aos 90 anos. Um negro que me contava muita coisa bonita de Macaé nos anos 20...** **Os beijos furtivos eram roubados nos camarotes do Cine Taboada ou nos momentos em que uma passagem de cena para outra escurecia a sala, mais tinha se que ter muito cuidado porque o Lanterninha Mudo vinha com sua lanterna para o clareamento inoportuno e cruel. As vezes era Zé Macaco, Genilson ou o próprio senhor Paulo Manhaes que clandestinamente chegava com suas lanternas terríveis e feias...** **Acho que o Mudo, um negro belamente feio e alegre, recebia ordens dos pais da época. Uma espécie de propina extra para evitar alongamento de carícias e beijos.,Por falar nisso, e o seu Farid? Ex- dono do cinema e sua esposa a Onça?** **Dizem que nunca pisou por estas bandas mulher tão feia e cabeluda. Quando a luz apagava gritavam: - Olha o roubo Farid E, lá vinha Elso Mussi, junto com a Onça, alumiando as cadeiras em busca dos gritantes.** **As máquinas velhas que Farid, o dono do cinema, nos obrigava a ouvir os ruídos em sucessivas mutação quando tinham que mudar as cenas dos faroestes, faziam com que sua mãe fosse lembrada em urros de Farid Ladrão e, Elcio Mussi seu gerente, tinha que acender a luz de propósito para descobrir donde vinha as berrações contra Farid e sua mulher: chamada de Onça.** **De fato a meiga Shaffira era de fato uma sócia humana de uma onça com sua cabeleira pintada de um vermelho fúnebre e esvoaçado. Quem a conhecia, no entanto, podia sentir a alma linda que brotava de seu olhar meigo e sua voz de mulher libanesa.** **O mudo negro ainda podia ser visto subindo as escadas em direção aos camarotes em busca de baderneiros...** **Mais tarde a família de Paulo Manhães assumiu os dois cinemas.** **Existe quem afirme que o nosso Alvinho Paixão, um dia que a luz acendeu, foi flagrado torcendo para o bandido num filme de Rock Lane. Ele sempre ia ao Santa Isabel escondinho para não dar a entender que gostava da faroeste. Esperava a luz apagar , comprava o impresso e ficava num canto torcendo. Sendo um dos mais eficientes advogados da época de Ouro de Macaé achava que não ficava bem frequentar estas sessões onde o pau sempre cantava solto. Não queria, no entanto, o nosso bom Alvinho, fugir as suas origens e discutia com Dunga, Fernando Santos e Wilde alguns dos bons filmes do Velho Oeste Americano...** **Nuvio ainda vigiava o namoro de Norma com Jamil a mando dos velhos pais que moravam na Imbetiba...** **Memória é uma coisa estranha. Ela viaja num tempo que nem a gente que quer fazer dela uma cronica consegue comandar. As vezes ela vai num tempo longe e nos faz escrever coisas que só a gente entende. Outras vezes nos faz ficar num presente, pedindo ao autor que misture com textos que não tem nada haver com o que estáva sendo desenvolvido. Tentando por no ar fatos de memórias, veja por exemplo, o que falo a seguir, ao colocar nesta história a presença de Itinho. ** ** II** ** ITINHO CABELUDO** ** Morreu Itinho Cabeludo um dos pilares do cotidiano. Quando falo em cotidiano me refiro a essência viva de nossa história, que é feita longe dos gerenciamentos de bancos, empresas e jantares festivos, falo da essência das ruas, das coisas que tocam a profundeza do vital que teimam em passar um borrão nestes últimos 30 anos de profundidades marítimas e mídias compradas.** **Pois bem ,soube da morte deste lindo e feliz amigo que fazia de nossas ruas o prolongamento do seu paraíso interior .Itinho Cabeludo trazia para nós, independente do seu tormento interior, um belo universo de alegrias e falas amigas. Itinho deixava, creio eu, na soleira de sua humilde casa na rua da Boa Vista, toda a trama de tristeza com a perda trágica de seu filho Fanta e sua vida de homem pobre das nossas existências macaenses,** **Vinha para a rua, com sua camisa do Botafogo e com seu sorriso ainda cheirando a pinga, fazia de cada um de nós o seu próprio palco, na representação que ele sabia ser ator, num mundo de mentiras e falsas atitudes vãs. Itinho Cabeludo deixou, ou havia deixado de beber nos últimos meses e, lutava para deixar o cigarro.** **Itinho foi um um grande jogador de Futebol. A "mardita" da birita, que tantos valores levam para o brejo da vida o apanhou numa destas horas de melancolia que rodeiam muitos de nós. Milcélio está ai para relatar e, Arthur da sinuca, para confirmar. Nem mesmo quem ele abordava na rua, com sua doce e pura aporrinhação, nega este fato histórico. E, ontem mesmo quando recebi um telefonema de Alan Birosca de Porto Seguro, falamos de sua vida.** **Quis homenagea a-lo no jornal que Armando esta soltando em Macaé. Armando não entendeu bem a linguagem que fiz. Comparando o brilho que se apagava com a morte dele, ao brilho que Gorghi via nos homens de rua do folclore de seu tempo, e a vida que vivenciou nos seus olhares, quando vivo na Alemanha de sua infância.** **Temos que entender determinados setores da vida que ainda acham que o belo tem a forma estereotipada nas novelas e nos penteamentos de cabelos com toques de noites em bares intelectuais.** **Este belo intelectualizado e meio moderno foi o que levou o Armando a não entender o brilho irradiante deste negro puramente macaense que, com cheiro de pinga de noite anteriormente sofrida e bebida,tinha tanta sabedoria e esbanjava cultura popular.Entendo o velho Armando.Passou muito tempo nos refrigerados da TELERJ e perdeu o cheiro das ruas. Está se Tá recuperando devagar...** **Itinho morreu, e com ele morre muita coisa desta cidade onde se reluta em fazer a verdadeira história em festas engravatadas e com cheiro de perfume importados, churrascarias e teatros polpudos.** **A verdadeira vida macaense não está nestas solenidadess. A nossa essência vem das poeiras da ruas, do suor dos pescadores, do malho que estica ferro na bigorna da ferrovia e o petroleiro que enfrenta o mar...** ** A nossa essência está mesmo no cheiro de pinga vinde de nossos canaviais e não importado de outras cidades como querem fazer crer os donos do poder transitório atual. Muitas de nossas histórias estão cimentadas no apito dos trens, no buzo de Imbetiba e, no cheiro de bosta dos bois que desfilavam nas ruas principais indo para Aroeira. Tentar negar isso é tentar por para baixo do tapete nossas belezas e tirar a podridão catingosa de histórias inexistentes.** **Por isso é que quando morre um Itinho, morre um pouco de nós mesmos.** **Conversando nas andanças da Praia dos Cavaleiros com Parodi e José Alves de Souza, o nosso Batistinha do SENAI ,que jogou l0 anos no Americano e teve ao seu lado na nossa seleção, Zé Que Não Dança, Bibinho, Hélinho Cabral. George, Geraldo Cara Suja, Garfante e outros. Batistinha me dizia dos dribles e jogadas de fundo que nasciam nas pernas meio tortas de Itinho e que fazia vibrar os velhos corações macaenses nas décadas do Futebol de Ouro.** ** Lembro que, quando de meu primeiro livro e o citei nas andanças pela Rua da Boa Vista, ele me catucou e balbuciou com sua voz de macaense nato: "você esqueceu, no seu livro, de falar em dona Letícia Carvalho, que é sogra do Birosca. Jogamos bola juntos e nunca saiu de minha cabeça os acordes de seu piano quando passava em frente a sua casa vindo das peladas da Praça da Luz. Itinho ainda falou de seu Pierre, de seu Barreto, de dona Pastora dona Elisa Dinyz, , de dona Albertina e de dona Honorina. Sempre que podia, trazia notícias de minha filha Lais a quem sempre olhou com carinho e afetuosidade. Era uma história viva de nossa cultura popular...** **.** ** ... Lá detrás daquele morro, tem um Pé de Manacá.**
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2019-01-23T21:40:40Z
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*Arquivo X - 1 A Verdade Está Lá Fora - Les Martin*
Este é o primeiro episódio da
**série Arquivo X**, levado ao ar pela Fox, nos Estados Unidos, em setembro de 1993. Também é o primeiro contato com esta seção do FBI - Os Arquivos x - que investiga casos estranhos e inexplicáveis, fenômenos paranormais e contatos com alienígenas. Aqui, você poderá acompanhar o primeiro encontro dos dois agentes, **Fox Mulder**e **Dana Scully**, suas diferenças de opiniões, personalidades e métodos de trabalho. Perceberá, também, a atitude ambígua da agência governamental diante das descobertas dos dois agentes. **O QUE ACHEI:**O seriado arquivo X deixou saudades. Um dos seriados mais inteligentes e viciantes da tevê, acredito que só comparável ao bem-bolado "Lost".
Para matar as saudades, comecei a reler os episódios (poucos, infelizmente) que foram publicados como livretos, relacionados aos episódios da série televisiva.
O primeiro livro é também a história do primeiro encontro entre a racional e prática agente Scully e o temperamental e criativo agente Fox Mulder. Aqui vai uma "compilação" das cenas mais chocantes do seriado que marcou época e se tornou um ícone na guerra contra a desinformação dos governos em relação aos ovnis.
Conheceremos a história investigada por eles, quando vários jovens de uma cidadezinha do interior são misteriosamente "tocados" por uma luz misteriosa, no meio das florestas e ficam, após isso, meio loucos.
É curioso como a ufologia tem se desenvolvido, ao longo de três décadas. Quando eu ainda era criança, raríssimos eram os livros sobre Ovnis encontrados por mim nas estantes de livrarias e/ou bibliotecas, e eu os devorava com a paciência obsessiva de uma futura "caçadora de livros" e adepta da "literatura do sobrenatural". A ovniologia (para usar um termo mais português) ainda estava engatinhando, mas ainda se podia degustar essa controversa ciência através dos livros incríveis de Charles Berlitz e Eric Von Däniken. Eu, claro, caí nela de cabeça.
Quando os primeiros episódios de Arquivo-X foram ao ar, na tevê aberta, foi numa época em que a internet não tinha nem nascido. Então, a gente fazia todo o possível para não perder os episódios semanais. Lembro que, ainda solteira, eu ficara fascinada pela dupla de agentes e e me identifiquei logo com Scully: Sempre reservada, mais ou menos cética, usando seus terninhos escrupulosamente bem cortados, racional e calma.
Quando me casei - talvez dois anos após a estreia do seriado - meu marido juntou-se à mim no vício pela série. Bons tempos, mesmo sem internet!
Quando revejo algum dos episódios hoje em dia, já os percebo bem mais... ingênuos do que pareceram na época. Claro, agora a violência, o sexo e as cenas macabras/bizarras são a tônica do dia. Os novos seriados precisam ter esses ingredientes indigestos, para satisfazer a um público cada vez mais sedento de coisas fortes e perigosas. Mesmo assim, o Arquivo-X foi para minha idade de jovem adulta como o seriado "
*Jornada nas Estrelas*" e " *Jeannie é um gênio*" foram para minha infância. Nunca perderão o sabor marcante do prazeroso, do original, do aventuresco, do inusitado. Abaixo algumas das cenas românticas da dupla (mais tarde, casal), Mulder e Scully.
Para as novas gerações eu ainda recomendo: Se não assistiram a série, pelo menos leiam esses livrinhos, que, apesar de curtos e resumidos, ainda trazem à tona verdades que nós, como avestruzes medrosas, fazemos questão de ignorar, metendo a cabeça na areia... :)
## 3 comentários:
Condesso que comprei os livrinhos desta série, mas acabei me desfazendo deles porque não gostava da forma que eram escritos. Já o seriado, já baixei até o fim da quarta temporada. Como eu amava Arquivo X. Eu chegava a sair mais cedo da faculdade só para ver, hahahahahaha. Gostei de tudo até a sexta temporada, depois as coisas ficaram complicadas e de alguns episódios não gostei. Na ultima temporada, qdo soube que os Lone Rangers morreriam, parei de assistir no episódio anterior a morte deles e nunca vi o fim. Meu marido diz que eu fui abençoada por isso, pq o final é horrível, hehehehe. Eu também gostava muito de Millennium, até refazerem tudo tentando atrair audiência e estragaram uma série perfeita. Sugiro que vc assista Fringe. na minha opinião Fringe superou e muito Arquivo X.
Bj, Aris.
Oi, Aris!
Menina, Arquivo X sempre foi "lindo", huahuahua, se é que se pode falar assim de um seriado de suspense, terror e ficção científica, rsss...
Olhe... eu baixei toda a série, mas não cheguei a assistir as últimas temporadas, não! O que eram os Lone Rangers? Eram os Ets? Sei que vi pela tevê apenas um dos últimos episódios, mas achei tão esquisito... depois, paramos, eu e meu marido, porque o canal que passava começou a fazer baderna. Uma semana passava episódio novo, na outra passava reprise.
Agora tenho todas as temporadas no pc, mas... sei lá, as primeiras são tão ingênuas hoje.
Fringe? Pois é, comecei a assistir, vi os 3 primeiros episódios, depois parei... não sei, parecia que havia muito lugar-comum, enredos que já tinham sido usados em outros filmes, sei lá... talvez melhore na 2ª, 3ª temporada, o que vc me diz?
Se for realmente bacana, vou assistir, sim. Você é especialista em filmes e séries de fc, suspense e terror, então sua opinião para mim tem um grande peso.
Bjoss!
:)
Eu posso te dizer o seguinte, sobre Fringe: a primeira temporada parece constar apenas de episódios com monstros da semana, só que daí vc vai chegando perto do fim dela e as coisas começam a mostrar seu real significado e vc fica de boca aberta e então vem as seguintes temporadas e ao final de cada uma delas meu cérebro quase explodia, então, no final, tudo...TUDO foi amarrado. Tudo, desde o inicio, tinha seu motivo e sentido. Eu fiquei triste com uma ou outra escolha, mas não tem como dizer que foi a primeira série que acompanhei que respeitou sua mitologia e carater dos personagens e seus fãs :-)
Sobre Arquivo X, depois da sexta temporada as coisas começaram a ficar estranhas, com tramas fracas e só piorou. Os Lone Rangers eram um grupo de Nerds que ajudavam o Fox (muito engraçados).
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2019-01-22T21:04:07Z
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Decepção, decepção....
Quero compartilhar com os leitores, a minha angústia.
Uns dias atrás, estava andando por Blumenau e passei em frente a uma denominação, prefiro não citar nomes (mas começava com Deus e terminava com Amor, e tinha um verbo de ligação no meio das duas palavras conjugado na 3 pessoa do singular), e resolvi entrar e assistir a um culto, afinal, estava andando e orando, e pensei: puxa, que bom, um culto vai começar, não conheço esse lugar, vamos escutar a palavra que o irmão vai trazer hoje então!
Entrei, me sentei no banco dos fundos, nisso uma pessoa já veio e me perguntou onde eu morava. Logo após o pastor disse para todos abrirem a bíblia num dos evangelhos, todos as 15 pessoas que estavam lá dentro começaram a se olhar, e chegaram a conclusão que ninguém tinha trazido sua bíblia, ele rapidamente deu um sermão dizendo que cristão sem bíblia é soldado sem espada, e em seguida leu o relato do milagre que Jesus fez curando o paralítico que tinha sido abaixado por seus amigos pelo teto de uma casa, e com texto ele começou.
Não conseguia parar de pensar: Mas por que ele está usando um jaleco branco? hum...ainda não descobri. Se alguém souber, por favor, me tirem dessa agonia.
De repente, ele começa a gritar e a falar com um ritmo de voz igual ao do Marco Feliciano, não consegui entender tudo que dizia, pois gritava alto no microfone, e o lugar acusticamente falando, era muito pequeno para tanto volume, mas enfim, ele disse:
*aquele paralítico já estava sonhando com aquele milagre, ele já saiu de casa com seus amigos sonhando que "hoje eu iria andar", "hoje eu conseguirei o meu milagre", e gente é assim mesmo, se você não sonhar, você não conseguirá nada, o povo de Deus não ganha milagre porque não sonha. E tenham como exemplo o que ele fez, chegou lá viu que estava LOTADO de gente, nunca conseguiria passar por aquela multidão, então decidiu entrar pelo teto mesmo, então, se você um dia bater na porta, e não abrirem, entra pelo teto irmão! HOJE DEUS TEM UM MILAGRE PARA VOCÊÊÊÊ!!*
*...agora olha para o irmão do seu lado (*um homem veio andando até mim, e eu só pensando: NÃO NÃO NÃOOOO. Mas não deu outra, ele chegou até o meu lado, e fui forçado, pela boa educação que recebi de minha mãe, a olhar para ele e dizer amém) * e diga: Deus quer um milagre na tua vida!!*
Aquela reunião, foi uma afronta direta ao raciocínio lógico de qualquer ser humano.
Imagine você, o que seu amigo ateu, gnóstico, evolucionista, revoltado com a vida faria se entrasse num lugar assim? Ué! o mesmo que nós, riria muito e diria: Se Deus é essa palhaçada, eu não quero esse deus!
Triste. Esses lugares deveriam ser o lugar onde o homem vai para achar as respostas sobre a vida.
Eu perdi a esperança nesse evangeliquê! Isso é coisa pra louco! Esse lugares são pra gente que deliberadamente escolhe não enxergar. Esse esquema de igreja está falido!
(Mas que bom que ainda existem as sérias!)
Simplesmente decidi imitar Jesus, e Ele irmãos, não era palhaço nem acrobata nem Headbanger nem dançarino, Ele era/é amor!
Uma vez que fica bem claro que a igreja não tem nada a ver com um templo; que a casa de Deus não é feita de tijolos; que a salvação não se encontra em denominações; que o fato de alguém estar atrás de uma bíblia pregando encima de um púlpito não faz ela mais santa; que fé não é vinculada a rituais litúrgicos; que
*é* possível estar reconciliado com Deus sem frequentar uma denominação, as pessoas começam a fazer perguntas, começam a indagar a respeito de Jesus, e pensar: Poxa, mesmo? Ele é isso tudo que a bíblia fala? Poxa, agora faz sentido! Meu que diferente que eu pensei que era!
Quando fica bem claro que a igreja é um grupo de pessoas se amando e imitando a Jesus, vivendo de acordo com as Suas palavras, o incrédulo vem e começa a perguntar.
Eu decidi evitar de manifestar meu ponto de vista espiritual em lugares públicos: sala de aula, encontros, reuniões...etc., por dois motivos: para não ser confundido com mais um desses que "dão o dinheiro para o pastor e ficam gritando aleluia", e não atrair "evangélicos", porque olha, conversar com gente que fica dizendo "misericórdia", "tá amarrado" e "glória a Deus" a cada frase que você diz, é uma tortura que poucos aguentam!
Olha, conclui que é muito melhor e mais prazeroso conversar com alguém que de Deus não conhece nada, do que conversar com gente teimosa e "igrejera", porque pelo menos o incrédulo escuta o evangelho, observa a tua vida e pensa, enquanto os "fiéis evangélicos" tentam espiritualizar tudo e não conseguem conversar 1 hora sem citar sua amada denominação e seus grandes ministérios. (sem contar como amam tais pastores).
Se converter-se a Jesus Cristo for
**renascer** para uma **vida nova**, onde o **reino de Deus** é a **Assembleia** dos baderneiros não pensantes e desprovidos de amor, eu não quero me converter!
Mas que bom que a salvação está em Jesus Cristo, o cordeiro que tira a maldade do homem nos reconciliando com Deus o criador.
Se você quiser conhecer a Jesus, humildemente fale com Ele em oração, admita que viveu longe dEle mas agora está arrependido de perder tanto tempo com vaidades e quer começar de novo; leia a bíblia e compre livros que te ajudem a entendê-la, procure gente série e compromissada com o Senhor, mas evite grandes movimentos em massa, geralmente estão levedados!
Escrevi há uns meses atrás sobre o número de evangélicos no Brasil (Post – Que vergonha!), e fiz a pergunta: Mas como que, segundo a Bíblia, 10 justos podem começar a mudar uma cidade, e com 17 milhões a coisa só piora?
Acho que descobri porque. Eu me perguntava quantos desses milhões são cristãos sérios?
Mas, depois de decepção atrás de decepção, escândalo atrás de escândalo, com a "igreja evangélica", percebi que os cristãos sérios que participaram da pesquisa responderam: Não somos evangélicos. Portanto não constam nesse número.
E que esse número gigante, que já deve de ter crescido muito, é, provavelmente, composto por gente que ainda acredita nesse esquema "igrejeiro-templário", e que ainda acredita que nossos apóstolos brasileiros são gente séria, comprometida com Deus, e que acima de tudo buscam o bem estar de seu rebanho.
Coitados, vamos orar por essa gente.
Que o Senhor abra os olhos desse povo coitado, que sofre debaixo do calcanhar de lobos enganadores; que é hipnotizado e acaba caindo nas armadilhas denominacionais (caindo, literalmente).
Dói escrever isso, pois essa angústia que o texto representa, é a angústia que se revolve dentro de mim, porque tem muita gente que vai ficar de fora, e está convencendo multidões a ficar com eles.
Jesus Cristo é o Senhor e autor da vida! Não da palhaçada! Paulo fundou as primeiras igrejas! E não os primeiros circos! O Espírito Santo veio a nós para nos convencer do pecado e da justiça! E não nos convencer de dar nosso dinheiro da conta de luz de oferta como ato de fé!
Que a paz do Senhor seja com "todos os
*voscos*"!
## Comentários
Nem eu me converteria em um lugar escandaloso desses...
cara aconteceu algo engraçado com um colega meu, o qual vive seriamente com Deus sem se preocupar com Igreja, religião etc..., Ele estava em seu trabalho e algumas pessoas dessas denominações vieram tentar falar de Deus para os amigos dele não convertidos... passado alguns instantes após a cena cômica, seus amigos vieram até ele e disseram: "Júnior, olha os seus irmãos queima-cara!"
ótimo artigo!
God Bless you!!
é incrivel como a gente
acaba se acostumando com
aquilo que ovimos ou vemos...
o falso profeta é aquele que toma a glória para si, correto? ou não existem os tais também?
humildade é mto importante...
os soberbos não herdarão o Reino de Deus
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2019-01-18T21:12:04Z
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Definição segundo Wikipedia: “A Marcha para Jesus é um evento internacional e interdenominacional (ou seja, de todas as denominações da Igreja Evangélica) que ocorre anualmente em milhares de cidades do mundo. Criada e comandada, no Brasil, por lideranças evangélicas, principalmente da Igreja Renascer em Cristo, é um ato pacífico, que prega o consciente e excitante do mover de Deus nos dias atuais. A Igreja tem a oportunidade de mostrar que não é restrita aos templos, mas viva e aberta a toda sociedade, além de unir as denominações evangélicas em um ato de expressão pública de fé, amor, agradecimento e exaltação do nome de Jesus Cristo.”
“...que prega o consciente e excitante do mover de Deus nos dias atuais.” Caros irmãos e amigos, se Deus se move dessa forma estamos todos perdidos!
Seguiremos o conselho de Jesus e analisaremos os frutos(resultados) dessa marcha, e veremos se de fato essa marcha é um grande avivamento “cristão”, como disseram alguns lob...quer dizer, pastores.
Bagunça, barulho, gritaria, escárnio, desordem, agitação...hum....verdadeiros frutos do espírito, só não o de Deus!
Seguiremos o conselho de Jesus e analisaremos os frutos(resultados) dessa marcha, e veremos se de fato essa marcha é um grande avivamento “cristão”, como disseram alguns lob...quer dizer, pastores.
Bagunça, barulho, gritaria, escárnio, desordem, agitação...hum....verdadeiros frutos do espírito, só não o de Deus!
Desculpem-me apoiadores do evento, mas até que algum de vocês me convidar para uma conversa civilizada, e me mostrar com a Bíblia e a boa lógica que estou errado, eu terei de continuar dizendo que essa marcha não é nada mais do que um “Carnaval Evangélico”, sendo cada denominação uma escola de samba e cada “pastor” um porta bandeira.
Eu estou esperando. Provem-me que estou errado! Oh fiéis da renascer! Oh fiéis da assembléia! Oh fiéis da deus é amor! Oh fiéis da Universal e todos aqueles que participam e concordam com a marcha! Mostrem-me que essa marcha é realmente uma idéia que provém do âmago do Espírito Santo, e que, o que acontece nela é uma manifestação do amor de Deus e um agir direto dEle. Aguardo o convite que nunca acontecerá.
Olha o trabalho que vocês nos dão! É preciso gastar quase uma hora de conversa para explicar como que esses movimentos não são do Senhor, para só então depois pregar o evangelho!
Olha o trabalho que vocês nos dão! É preciso gastar quase uma hora de conversa para explicar como que esses movimentos não são do Senhor, para só então depois pregar o evangelho!
É Timóteo 2.3-4 acontecendo!
Faço as mesmas perguntas que fiz no primeiro post que escrevi sobre a marcha.
O que aconteceria se o dinheiro que é usado para promover o evento fosse, integralmente, usado para construir casa para quem não tem e comprar comida e remédios para quem precisa?
O que aconteceria se ao invés de marchar, toda essa gente não fosse às ruas se ajoelhar, orar, e depois voltar para suas casas, em ordem e decência?
Como seriam as cidades, se ao invés de marchar, essa gente toda não saísse pelas ruas recolhendo lixo e reconstruindo comunidades?
Tirem suas próprias conclusões.
Meus irmãos, o Evangelho não tem nada a ver com isso...(o primeiro post desse blog fala sobre esse assunto da marcha e da vergonha evangélica)
## Comentários
Senhor "anonimo", você tem razão, eu não sou dono da verdade, mas conheço quem é, e você?
Senhor "anonimo", o que você acabou de fazer, não foi me julgar por estar "julgando"? senhor "anonimo", você marcha também?
Muito obrigado pela paciência!
Eu concordo com o Guilherme, pois nem todos la estao com os mesmo idais!
e outra o Dinheiro investido do evento poderia ajudar muuuuita gente. seria muito mais cristao fazer isso !
(desculpe os erro deportugues como ecentos meu teclado e US )
Guilherme continue assim ... !Nao que esqueça de que os quem condenou a Jesus foram os Da Lei !
O conhecedores, Sirva a Deus de Coracao porque e ai onde as coisas acontecem . . .
Acho errado CQC fazer brincadeiras com o nome de Jesus Cristo, porem acho mais errado ainda, fazer baderna com o Nome Santo de Jesus Cristo.
Muito Obrigado!
Áh! Agora tenho um blog também.
http://subjetivismosimbolizado.blogspot.com
Apenas para publicar algumas idéias, textos, etc..
Embora possa não parecer, o que eu postar são apenas as minhas suposições. E como eu mesmo postei, toda filosofia é limitada, inclusive a minha. Dá uma olhada lá, abraço!
opinão é uma coisa, afronta e falta de respeito é outra.
abraços
O que acontece na marcha, é a vontade de Deus ou não?
Isso se chama, falta de CULTO RACIONAL, por esses exemplos vemos como esse pessoal que se chama de cristão são emotivos, e tem a coragem de falar o contrário sem provar nda...
Deus é o Deus da lógica...
Deus é o Deus da ciência...
Deus é o Deus da razão...
Pois não foi Deus que criou tudo?
e isso que fizeram não existe lógica.
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2019-01-18T21:09:45Z
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De acordo com um irmão querido, não precisamos de uma reforma na Igreja, pois a reforma apenas dará uma nova forma ao erro presente, precisamos de uma revolução. É preciso ter coragem de admitir que nunca soubemos o que foi Igreja e recomeçar sempre a partir de Jesus. Ou talvez apenas a Igreja deva sempre ser reformada, como os reformadores diziam(?), e adaptada às necessidades do tempo presente sem perder suas raízes históricas.
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Faz bem relembrar algumas características básicas da Igreja de Jesus sem as quais a Igreja se torna só mais uma igreja.
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A Igreja de Jesus não tem nome, nem placa nem endereço, mas está no coração de quem crê!
**(1 Coríntios 3 : 16)**
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A Igreja de Jesus não é feita de tijolos, e sim de pessoas!
**(1 Pedro 2 : 4)**
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A Igreja de Jesus não precisa de um prédio para prestar cultos!
**(Atos 7 : 48)**
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A Igreja de Jesus não é rica, pois todos os seus bens, ela doa aos pobres!
**(Lucas 18 : 22) - (Mateus 10 : 9 – 10)**
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A Igreja de Jesus é odiada e perseguida por causa da justiça, não por causa do escândalo e da baderna!
**(Mateus 5 : 11)**
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A Igreja de Jesus prega a mensagem da cruz, de arrependimento, de novo nascimento e de santificação, e não a prosperidade auto-declarada, o pensamento positivo e a intolerância à religião alheia!
**(2 Coríntios 5** **: 18 – 19) - (Marcos 1 :** **15) - (2 Timóteo 4 : 2 – 4) - (Gálatas 1 : 7 – 9)**
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A Igreja de Jesus celebra cultos com ordem e decência, sem gritarias e correrias!
**(1 Coríntios 14:13 / 14:19 / 14:23 / 14:40 / 14:27 – 32)**
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A igreja de Jesus não é um lugar de confusão!
**(1 Coríntios 14 : 33)**
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Nos cultos da Igreja de Jesus só é permitido orar em línguas se houver quem as interprete, e é feito por duas ou três pessoas no máximo!
**(1 Coríntios 14 : 27 - 28)**
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Nos cultos da Igreja de Jesus os profetas falam um de cada vez e são julgados pelos outros!
**(1 Coríntios 14 : 29 – 30)**
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A Igreja de Jesus tem somente um pastor, o resto é só irmão. Nada de apóstolos e afins!
**(João 10** **:** **14) - (Salmos 23 : 1)**
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A Igreja de Jesus não vende pregação!
**(Mateus 10 : 8)**
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A Igreja de Jesus não se preocupa com números, cadeiras ou galpões lotados!
**(João 6 : 66 – 67)**
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A Igreja de Jesus não cobra nem recolhe dízimos, mas aceita ofertas para ajudar o necessitado e não para enriquecer pastor ou reformar templo de pedra!
**(2 Coríntios 9** **: 7) -** **(Atos 4 : 34 – 35)**
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Na Igreja de Jesus não há levitas, pois agora estamos sob outro sacerdócio, o de Melquisedeque. O sacerdócio levita acabou! Carreira eclesiástica é coisa pagã.
**(Hebreus 7** **: 11 – 17)**
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A Igreja de Jesus quer mais do que só o seu coração, quer o seu corpo e mente!
**(Romanos 6 : 13 / 12 : 1)**
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A Igreja de Jesus tem o amor como dom supremo e evidência de batismo com o Espírito Santo! Misticismo não prova nada e pode ser perigoso.
**(1 Coríntios 13 : 1 – 8)**
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A Verdade pregada na Igreja de Jesus liberta, não escraviza, não fecha a menta, não torna o fiel dependente de culto nem de pastor!
**(João 8 : 32)**
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A Igreja de Jesus não se sente em casa, nem faz planos para ficar por aqui por muito tempo!
**(João 18 : 36) - (Lucas 12 : 20) - (1 João 2 : 15 / 5 : 19)**
Guilherme Adriano
## Comentários
Mas a boa notícia é que os que ficaram tiveram muitos conceitos esfacelados e estamos voltando à raiz, à fonte. Eu, como professor da escola bíblica, certamente vou usar seu texto. desde já agradeço.
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2019-01-18T21:14:45Z
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*Mensagem de EDUARDO CAMPOS - Ex-Candidato a Presidente do BRASIL.* *É com profundo pesar e preocupação, embora a esperança que ainda acalenta-me, de certa forma, pela nova visão que adquiri neste plano de vida, que venho, hoje, expressar a indignação que abate a nós todos que passamos pela experiência de humanidade na área política da nação brasileira.* *Não quero deixar para o final desta mensagem enviar o meu coração inteiro de amor e saudade à minha digna família, tão valorosa e nobre, que eu mesmo me comovi diante de suas provas de fortaleza espiritual, desde os primeiros momentos da minha passagem, após o choque havido pelo que lhes era inesperado...e, sem dúvida, terrível, para tão responsável companheira e dedicada mãe e esposa, e tão sensíveis e puros filhos, que tive a honra de conceber como pai. A esses mais caros seres que tive no planeta, e que podem chegar a ler esta mensagem, deixo o meu preito de gratidão por toda a felicidade que, afortunadamente, tive na convivência com vocês, como prêmio, sem merecer, talvez, de Deus...este ser incógnito de quem cada vez mais me aproximo, diante de tudo o que venho sabendo aqui, nessa outra vida, da qual eu não tinha a certeza de que existia e dela ainda viesse a falar com meus conterrâneos de Pátria, nessa minha mais recente encarnação.* *Pelo oportuno alvitre de estar aqui, enfim, comunicando-me através da mensageira que, antes mesmo que houvesse se concretizado o meu assassinato, já me ouvia em entrevista na mídia, na noite anterior, e que, perplexa, soube pelos seus instrutores que este que todos conhecem por Eduardo Campos, viria a desencarnar.... agradeço, emocionado, a sua disponibilidade solidária de hoje.* *Não sabia ela, porém, que tal desenlace, de meu espírito do corpo, daria-se na manhã seguinte, sendo que, pela imediata sintonia com meu espírito, dada a surpresa de ver acontecer o que soube na noite anterior, logo ao verificar noticiário, estabeleceu-se um elo de participação espiritual decisiva com o que somente hoje, após tantas vezes que lhe havia pedido para que redigisse minha voz lhe falando, concretiza-se.* *Soube tudo quanto ocorreu nos bastidores de minha morte urdida, fato que não poderei detalhar nesta mensagem, a pedido dos espíritos que aqui me trouxeram, por várias vezes, e da própria médium, que não deseja estar envolvida com denúncia espiritual.* *Passei largo tempo me corroendo de inconformação, de contrariedade mórbida, de uma raiva atroz, pois que não compreendia o porquê de tal inescrupulosa indigência moral do falso amigo de papos abertos, de nossa área de trabalho em comum, no cenário da política brasileira.* *Após o impacto inicial, após ter sido rapidamente socorrido por membros de minha família portuguesa antiga, e também por Tancredo Neves, Juscelino Kubitschek e outros estuantes nomes de personalidades de escol, além de médicos espirituais, ainda na época das eleições pude visitar esta médium e relatar aos seus ouvidos uma saga antiga que os orientadores espirituais haviam me esclarecido, sobre o porquê da trágica conspiração para que fosse ceifada a minha possível eleição.* *Contei-lhe sobre a inveja que era a marca daquele que me tiraria a vida, ainda nesse novo tempo em que nos fora permitida a reconciliação.* *Estupefata, não quis até hoje, cogitar de comentar com ninguém o que ela tentou retirar de sua mente...mas que ainda hoje a faz ter repugnância de quem se faz de bom homem no palco do teatral convívio parlamentar, nos antros escuros e fétidos do Congresso Nacional.* *Não tem provas...e nada pode fazer....Ninguém creria nela...* *Esquece-se do que viu e ouviu de mim.... mas eu não... do que passei e senti.* *Contudo, não é sobre isso o motivo de estar aqui, fazendo colidir uma montanha de indignação, que ainda tenho, com a placidez e suavidade dessa alma forte e aguerrida que usa sua mão para grafar o que lhe inspiro.* *Após ter passado alguns períodos em sessões terapêuticas pós-traumáticas..(*não do corpo astral...que recuperou-se logo, dada a minha condição evolutiva, segundo me informaram espíritos de alto escalão aqui na Metrópole do Grande Coração, onde fico maior parte do tempo ) .....quando psicólogos de grande sabedoria mostravam-me os meandros e causas anteriores das situações de vida das criaturas humanas, para estarem nessa ou naquela condição de vida, evidenciaram que foi de grande valia, para futuros dirigentes da nação brasileira, a minha trágica passagem. Foi isso que me fez ir recobrando, paulatinamente, a paz interior que dantes nutria, nos meios terrenos, pela honestidade de minhas ações em tudo o que me fora dado como competências a serem administradas.* *Como foi importante saber que existe um labirinto de experiências no mundo carnal, onde as portas só aparecem abertas quando e como convém aos sábios planejamentos divinos, apesar de todos os disparates que fazem parte dessa engendragem evolutiva, que permite que se aproveitem as capacidades de maldade dos homens para fazer reciclar-se o que é mais incipiente em mais produtivo, para o êxito de ajustes que devem ser feitos em cada alma humana, rumo a uma dita ascensão espiritual de uma coletividade social.* *Aparentemente contraditório pode parecer o fato de eu ter compreendido, até um determinado ponto, ainda insatisfatório, os porquês de fatos humanos inconcebíveis....com a maneira como comecei eu esta missiva, dizendo que vinha com pesar e preocupação dirigir-me, aos que se dispuserem crer no que aqui está a acontecer, sobre o abatimento que nos causou, políticos brasileiros e internacionais desencarnados, juntos aqui no Parlamento Espiritual Planetário, em cidade acima do Planalto Central do Brasil . ( * refere-se à Metrópole do Grande Coração, de Mestre Ramatis )* *Primeiramente... abatimento... por termos constatado a pobritude de espírito, se é que existe esse termo, ou então o crio agora, pois é mais do que pobreza....de algozes de uma país destinado a florescer em todos os seus rincões e em todos os seus mais subjetivos aspectos.* *O labirinto divino existe sim... como aprendi, e aqui afirmei que me foi ensinado...mas o livre arbítrio humano e suas más inclinações fazem-no ser ainda mais complexo e prejudicial à evolução de todos os envolvidos nesse drama nacional.* *A arbitrariedade de se mancomunar, com sordidez, em derredores interpretativos traiçoeiros de Leis ainda imperfeitas de Constituições de Nações, especialmente a do Brasil, cheia de embaraços teóricos e medidas que dão livre espaço de tempo para ações retardatárias, obstrutivas de justiça plena e depois, portanto, ineficazes... faz-nos, aqui das cadeiras legislativas da Novas Disposições Espirituais que regerão a sociedade brasileira, no Terceiro Milênio, ainda na nossa pequenez de sentimentos e emoções ( que não é mesmo comparável às luzes dos nobres seres que aqui se aglutinam ), quase desejar ''chutar o pau da barraca'' e voltar, de novo, em corpo humano, ao cenário político, para ajudarmos a esquartejar, de vez, os inimigos da nação brasileira.* *Ruminavam seus planos, os quase já obituários, dentre vários que estão ou estavam na mira de gladiadores do passado, travestidos de líderes de movimentos sociais, os pérfidos traidores da Pátria na vossa contemporaneidade.* *O cheiro do maquiavélico produto de mentes irresponsáveis e comprometidas diante da Lei Divina, agora, é como o de um mar podre, onde morrem os peixes pela inconsequência de seus poluidores voluntários, carrascos que se perpetuam nos poderes para dizimarem populações.* *A ausência de princípios consistentes que fossem marcas de homens grandiosos, que se unissem em prol do soerguimento de uma tão promissora nação, de proporções continentais, pujante e magnânima, na sua fecunda condição de nutrir a prole nacional e até mesmo de povos refugiados, faz cair por terra, se não for Deus a tudo inspirar consertar em tempo, os sonhos dos que amam o Brasil, aí entre vossos pares, e aqui, dentre os nossos novos amigos verdadeiros, em lares hospitaleiros de espíritos que continuam se consagrando ao serviço social pelo planeta e pelos seus povos.* *Regurgitaram de suas entranhas, de susto e de desgosto, os cidadãos brasileiros. Sim, pois pior que isso, haviam vomitado por sobre um povo esperançoso, o veneno dos bandidos, com suas mentes inconsequentes, que não cogitam sobre o desencadeamento de suas manobras em futuras repercussões ao seu próprio processo evolutivo.* *Sim... agora falo como quem contemplou o que vem depois da morte ! Vivo o além vida !* *E estou aqui, crendo ou não crendo os que, como eu, nada sabiam sobre a Vida que continua... e, portanto, que engulam o que tenho a dizer !* *Os milhares que indignaram-se com a inspirada lembrança de Deus, daquela irmã cheia de luz, ainda verão a Sua Justiça !* *Tentam vender a imagem da integridade os que, em verdade, são cúmplices de legiões de inimigos da terra da Vera Cruz. Mas ela se esfacelará, logo mais, num profundo abismo que haverão de conhecer os que são vândalos anônimos de baderna maior que a das ruas, pois que na surdina atearam fogo nos corações dos cidadãos brasileiros, quebrando as vidraças da transparência de seus mais acalentados desejos em prol do Brasil e de sua gente.* *Da honradez que não existiu morrerão os que já são mortos em si mesmos, e encontrarão, além do mármore gelado do fatídico destino dos homens, o frialdade maior em suas consciências despidas de honestidade.* *Falo não somente aos que tem conivência com acontecimentos recentes, mas a todos os que são réus diante de suas próprias almas e de diante da Justiça de Deus.* *Não passarão.... não passarão... nos tribunais da eternidade, os que são tribunos da falácia...de boca cheia de vermes perniciosos que habitam seu interior, e que contaminam a alma quase ingênua do povo brasileiro... Ingênua, porque, a despeito do que pensam conceber sobre os antros da política, nada sabem, ante a lente que hoje tenho ao meu dispor para conhecer o tamanho da inescrupulosidade de meus antigos parceiros de embates políticos.* *Nada se esconde do Altíssimo...e a falta de fé ou a falsa fé... essa que demonstram ao entrarem em igrejas para serem vistos como sérios combatentes em nome do povo.... haverá de os surpreender, caros e não caros verborrágicos senhores, muitos verdadeiros exemplos de probidade e retidão...convivendo com víboras, nos corredores pútridos de espaços que deveriam ser labirintos de justiça, complexos como afirmei ao iniciar esta mensagem, mas de portas morais abertas, por onde a verdade à sociedade faminta de progresso, de ordem e de paz, se proclamasse.* *No anseio de que tenha conseguido expressar tudo o que me ia na garganta, desde que desengatei-me do meu querido corpo, por meio do qual podia abraçar os amores de minha vida, lanço um olhar de piedade aos meus falsos amigos, traidores que foram a mim e ao seu próprio futuro.* *Que de mim possam se lembrar nos umbrais da Terra, pois ajudarei a resgatá-los da tenebrosa esfera de dor que os aguarda.* *Não guardo ódio...mas sim, ainda, revolta....pois, sobre o que se afirma ser carma nos meios espíritas, a mim foi dito que nem sempre.... O libre arbítrio para matar faz parte da Lei Divina.* *Muitas vezes podem ser evitados... ou permitidos... pois encontram-se os crimes como peças de um mosaico de sábias disposições divinas, como ainda estou tentando compreender, como lhes disse antes... participando, ainda, de sessões, não mais terapêuticas, mas de conhecimentos espirituais e universais.* *Após certo padrão de consciência mais equilibrada, voltando ao enfoque de minha vida além túmulo, fui convidado a ocupar uma cadeira do Parlamento Espiritual Planetário, onde escrevo sobre projeto para coligações e convênios para educação de jovens do Brasil, o que já aspirava e fazia, aí, em outros moldes. O que pretendemos aqui é uma revolução na Educação, que saberão com o tempo, pelas iniciativas de novos ministros de governo, seja do atual ou de outros, que possam assimilar nossos ensinos durante as madrugadas, juntos em espírito, aqui onde atuamos, em favor dos estudantes da nossa grande e abençoada terra do Cruzeiro.* *Aqui se trabalha, mas de verdade... com fins e metas muito bem estudados e perseguidos.* *Aí muitos trabalham para outros enriquecerem... e, na área parlamentar, muitos enriquecem suas vidas de acertos ou de erros, sendo que caberá a cada um acertar suas contas no Placar aqui de cima.* *Tentei atenuar meu discurso através dessas últimas linhas, em respeito ao coração da valente irmã, que se agitou ao sentir a minha ainda remanescente revolta com a podridão dos comparsas, que atualmente estão em efêmeras cadeiras de glórias fictícias.* *O que se leva da Terra é só o que se é e o que se constrói, de fato.* *Ninguém chegará num espaço ou forma de vida espiritual digna, de forma fácil como é a dos que promovem a corrupção... essa senda cruel onde se atiraram os que achincalharam a Pátria dos novos mandamentos do Cristo, e ainda zombam de todos os que estão se remoendo de desesperança, sem rumo e sem fé.* *A esses, puros de coração, que tem suas formas distintas de ser, que tem fé, em suas distintas formas de falarem com Deus, aos que são ateus, mas justos, honestos, e perseverantes na honestidade, e aos que não falam a linguagem religiosa, mas são luminares pilastras do país, nos seus múltiplos âmbitos, pessoas cuja Ética admirável e responsável e exemplar condução de vida própria, como agentes de transformações sociopolíticas no país, lutam pelo Brasil, devo tentar acender, em seu interior, a chama da esperança naqueles que também trabalham aqui, numa outra dimensão de vida, em nome da Justiça e dos Planos Divinos para a Terra e, em especial, para nós, e vós, no Brasil.* *Estamos juntos ! Tudo terá jeito, pois há estratégias traçadas por aqui, o plano espiritual.* *Fez parte da história a malandragem do livre arbítrio constatada, mas, dentro de um painel de expectativas divinas quanto ao que é disposto ao ser humano, levará a uma nova consciência, pelo aprendizado que traz em seu bojo a toda a população e representantes do país.* *Fiquei feliz por poder deixar ao Brasil as minhas impressões sobre o passageiro caos atual e sobre o que vivo e faço aqui onde estou... lindo espaço de moradia com excelsos ex-dirigentes da nação... na própria cidade astral onde se reúnem, em imenso salão parlamentar, os verdadeiros guardiães desta exuberante nação, políticos comprometidos com o Bem Estar, a Ordem e o Progresso da Pátria do Cruzeiro.* *Estando nós aqui, de onde projetamos nossas ideias à médium, sendo orientados por Anjo Ismael, tutor espiritual do Brasil, concluímos dizendo que todos os brasileiros passam por uma encruzilhada dentro do labirinto de permissões divinas, mas que maioria optará pela luta sincera em favor do bem geral, de uma forma ou de outra.* *Mesmo que não totalmente satisfeitos com medidas provisórias, coerentes, de certa forma, com o que é possível, no momento, que lembrem-se de que poderão ser fecundas.* *Sejam legítimos os passos do atual presidente da terra de Santa Cruz! Isso esperamos.* *Que toda a trilha a ser palmilhada pelo novo governante do país, seja esse ou aquele que ainda surja no panteão de possibilidades, que se desdobram em novas decisões, a cada dia, seja palmilhada com retidão e de forma visionária, honesta e frutuosa.* *Que sejam os brasileiros envolvidos em clima de certeza de que não estão sozinhos... e que os mais violentos poderão ser contidos pelos trabalhadores da área de policiamento espiritual, mas que algo de mais preocupante pode lhes advir se não forem cautelosos, também, quanto aos que incitam pessoas radicais a se imporem ante o restante da população.* *Abraço, afetuosamente, a irmã que me acolheu e dedico-lhe flores róseas daqui dos jardins de onde as pude colher.* *Aos amados familiares, parentes, amigos de jornadas nas leiras políticas, e aos meus queridos servidores de tantas instâncias por onde pude transitar e agir, lealmente, conforme ditava a minha consciência, manifesto a minha gratidão por ter estado com todos vocês, mesmo que por tão pouco tempo. Mas o perfume das almas sinceras, que, graças a Deus, vem de maioria de todos que conheci nos grandes e sérios momentos de minha vida, ainda sinto... e dele me nutro espiritualmente, assim como ao ouvir suas preces e deferências em datas especiais. Muito obrigado por isso !* *Brasil.... te quero bem. Conte comigo !* *Com cordiais saudações a todos que me leram,* **Eduardo Campos** *Mensagem ditada a Rosane Amantéa, na tarde de domingo, 04 de setembro de 2016, em Londrina- Pr - Brasil.* ***Obs: Em tempo: Após postar a mensagem ainda pude ouvir, de instrutores espirituais, que ele não se referiu a quem estava com ele, no avião, porque não havia sido autorizado pela Espiritualidade.** **Rosane Amantéa.** **©2016 - Rosane Amantéa** **Esta mensagem pode ser compartilhada desde que os direitos autorais sejam respeitados citando-se o autor e o link** **Obrigada por incluir o link do site do autor quando repassar essa mensagem**
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*Mensagem de EDUARDO CAMPOS - Ex-Candidato a Presidente do BRASIL.* *É com profundo pesar e preocupação, embora a esperança que ainda acalenta-me, de certa forma, pela nova visão que adquiri neste plano de vida, que venho, hoje, expressar a indignação que abate a nós todos que passamos pela experiência de humanidade na área política da nação brasileira.* *Não quero deixar para o final desta mensagem enviar o meu coração inteiro de amor e saudade à minha digna família, tão valorosa e nobre, que eu mesmo me comovi diante de suas provas de fortaleza espiritual, desde os primeiros momentos da minha passagem, após o choque havido pelo que lhes era inesperado...e, sem dúvida, terrível, para tão responsável companheira e dedicada mãe e esposa, e tão sensíveis e puros filhos, que tive a honra de conceber como pai. A esses mais caros seres que tive no planeta, e que podem chegar a ler esta mensagem, deixo o meu preito de gratidão por toda a felicidade que, afortunadamente, tive na convivência com vocês, como prêmio, sem merecer, talvez, de Deus...este ser incógnito de quem cada vez mais me aproximo, diante de tudo o que venho sabendo aqui, nessa outra vida, da qual eu não tinha a certeza de que existia e dela ainda viesse a falar com meus conterrâneos de Pátria, nessa minha mais recente encarnação.* *Pelo oportuno alvitre de estar aqui, enfim, comunicando-me através da mensageira que, antes mesmo que houvesse se concretizado o meu assassinato, já me ouvia em entrevista na mídia, na noite anterior, e que, perplexa, soube pelos seus instrutores que este que todos conhecem por Eduardo Campos, viria a desencarnar.... agradeço, emocionado, a sua disponibilidade solidária de hoje.* *Não sabia ela, porém, que tal desenlace, de meu espírito do corpo, daria-se na manhã seguinte, sendo que, pela imediata sintonia com meu espírito, dada a surpresa de ver acontecer o que soube na noite anterior, logo ao verificar noticiário, estabeleceu-se um elo de participação espiritual decisiva com o que somente hoje, após tantas vezes que lhe havia pedido para que redigisse minha voz lhe falando, concretiza-se.* *Soube tudo quanto ocorreu nos bastidores de minha morte urdida, fato que não poderei detalhar nesta mensagem, a pedido dos espíritos que aqui me trouxeram, por várias vezes, e da própria médium, que não deseja estar envolvida com denúncia espiritual.* *Passei largo tempo me corroendo de inconformação, de contrariedade mórbida, de uma raiva atroz, pois que não compreendia o porquê de tal inescrupulosa indigência moral do falso amigo de papos abertos, de nossa área de trabalho em comum, no cenário da política brasileira.* *Após o impacto inicial, após ter sido rapidamente socorrido por membros de minha família portuguesa antiga, e também por Tancredo Neves, Juscelino Kubitschek e outros estuantes nomes de personalidades de escol, além de médicos espirituais, ainda na época das eleições pude visitar esta médium e relatar aos seus ouvidos uma saga antiga que os orientadores espirituais haviam me esclarecido, sobre o porquê da trágica conspiração para que fosse ceifada a minha possível eleição.* *Contei-lhe sobre a inveja que era a marca daquele que me tiraria a vida, ainda nesse novo tempo em que nos fora permitida a reconciliação.* *Estupefata, não quis até hoje, cogitar de comentar com ninguém o que ela tentou retirar de sua mente...mas que ainda hoje a faz ter repugnância de quem se faz de bom homem no palco do teatral convívio parlamentar, nos antros escuros e fétidos do Congresso Nacional.* *Não tem provas...e nada pode fazer....Ninguém creria nela...* *Esquece-se do que viu e ouviu de mim.... mas eu não... do que passei e senti.* *Contudo, não é sobre isso o motivo de estar aqui, fazendo colidir uma montanha de indignação, que ainda tenho, com a placidez e suavidade dessa alma forte e aguerrida que usa sua mão para grafar o que lhe inspiro.* *Após ter passado alguns períodos em sessões terapêuticas pós-traumáticas..(*não do corpo astral...que recuperou-se logo, dada a minha condição evolutiva, segundo me informaram espíritos de alto escalão aqui na Metrópole do Grande Coração, onde fico maior parte do tempo ) .....quando psicólogos de grande sabedoria mostravam-me os meandros e causas anteriores das situações de vida das criaturas humanas, para estarem nessa ou naquela condição de vida, evidenciaram que foi de grande valia, para futuros dirigentes da nação brasileira, a minha trágica passagem. Foi isso que me fez ir recobrando, paulatinamente, a paz interior que dantes nutria, nos meios terrenos, pela honestidade de minhas ações em tudo o que me fora dado como competências a serem administradas.* *Como foi importante saber que existe um labirinto de experiências no mundo carnal, onde as portas só aparecem abertas quando e como convém aos sábios planejamentos divinos, apesar de todos os disparates que fazem parte dessa engendragem evolutiva, que permite que se aproveitem as capacidades de maldade dos homens para fazer reciclar-se o que é mais incipiente em mais produtivo, para o êxito de ajustes que devem ser feitos em cada alma humana, rumo a uma dita ascensão espiritual de uma coletividade social.* *Aparentemente contraditório pode parecer o fato de eu ter compreendido, até um determinado ponto, ainda insatisfatório, os porquês de fatos humanos inconcebíveis....com a maneira como comecei eu esta missiva, dizendo que vinha com pesar e preocupação dirigir-me, aos que se dispuserem crer no que aqui está a acontecer, sobre o abatimento que nos causou, políticos brasileiros e internacionais desencarnados, juntos aqui no Parlamento Espiritual Planetário, em cidade acima do Planalto Central do Brasil . ( * refere-se à Metrópole do Grande Coração, de Mestre Ramatis )* *Primeiramente... abatimento... por termos constatado a pobritude de espírito, se é que existe esse termo, ou então o crio agora, pois é mais do que pobreza....de algozes de uma país destinado a florescer em todos os seus rincões e em todos os seus mais subjetivos aspectos.* *O labirinto divino existe sim... como aprendi, e aqui afirmei que me foi ensinado...mas o livre arbítrio humano e suas más inclinações fazem-no ser ainda mais complexo e prejudicial à evolução de todos os envolvidos nesse drama nacional.* *A arbitrariedade de se mancomunar, com sordidez, em derredores interpretativos traiçoeiros de Leis ainda imperfeitas de Constituições de Nações, especialmente a do Brasil, cheia de embaraços teóricos e medidas que dão livre espaço de tempo para ações retardatárias, obstrutivas de justiça plena e depois, portanto, ineficazes... faz-nos, aqui das cadeiras legislativas da Novas Disposições Espirituais que regerão a sociedade brasileira, no Terceiro Milênio, ainda na nossa pequenez de sentimentos e emoções ( que não é mesmo comparável às luzes dos nobres seres que aqui se aglutinam ), quase desejar ''chutar o pau da barraca'' e voltar, de novo, em corpo humano, ao cenário político, para ajudarmos a esquartejar, de vez, os inimigos da nação brasileira.* *Ruminavam seus planos, os quase já obituários, dentre vários que estão ou estavam na mira de gladiadores do passado, travestidos de líderes de movimentos sociais, os pérfidos traidores da Pátria na vossa contemporaneidade.* *O cheiro do maquiavélico produto de mentes irresponsáveis e comprometidas diante da Lei Divina, agora, é como o de um mar podre, onde morrem os peixes pela inconsequência de seus poluidores voluntários, carrascos que se perpetuam nos poderes para dizimarem populações.* *A ausência de princípios consistentes que fossem marcas de homens grandiosos, que se unissem em prol do soerguimento de uma tão promissora nação, de proporções continentais, pujante e magnânima, na sua fecunda condição de nutrir a prole nacional e até mesmo de povos refugiados, faz cair por terra, se não for Deus a tudo inspirar consertar em tempo, os sonhos dos que amam o Brasil, aí entre vossos pares, e aqui, dentre os nossos novos amigos verdadeiros, em lares hospitaleiros de espíritos que continuam se consagrando ao serviço social pelo planeta e pelos seus povos.* *Regurgitaram de suas entranhas, de susto e de desgosto, os cidadãos brasileiros. 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Mas ela se esfacelará, logo mais, num profundo abismo que haverão de conhecer os que são vândalos anônimos de baderna maior que a das ruas, pois que na surdina atearam fogo nos corações dos cidadãos brasileiros, quebrando as vidraças da transparência de seus mais acalentados desejos em prol do Brasil e de sua gente.* *Da honradez que não existiu morrerão os que já são mortos em si mesmos, e encontrarão, além do mármore gelado do fatídico destino dos homens, o frialdade maior em suas consciências despidas de honestidade.* *Falo não somente aos que tem conivência com acontecimentos recentes, mas a todos os que são réus diante de suas próprias almas e de diante da Justiça de Deus.* *Não passarão.... não passarão... nos tribunais da eternidade, os que são tribunos da falácia...de boca cheia de vermes perniciosos que habitam seu interior, e que contaminam a alma quase ingênua do povo brasileiro... Ingênua, porque, a despeito do que pensam conceber sobre os antros da política, nada sabem, ante a lente que hoje tenho ao meu dispor para conhecer o tamanho da inescrupulosidade de meus antigos parceiros de embates políticos.* *Nada se esconde do Altíssimo...e a falta de fé ou a falsa fé... essa que demonstram ao entrarem em igrejas para serem vistos como sérios combatentes em nome do povo.... haverá de os surpreender, caros e não caros verborrágicos senhores, muitos verdadeiros exemplos de probidade e retidão...convivendo com víboras, nos corredores pútridos de espaços que deveriam ser labirintos de justiça, complexos como afirmei ao iniciar esta mensagem, mas de portas morais abertas, por onde a verdade à sociedade faminta de progresso, de ordem e de paz, se proclamasse.* *No anseio de que tenha conseguido expressar tudo o que me ia na garganta, desde que desengatei-me do meu querido corpo, por meio do qual podia abraçar os amores de minha vida, lanço um olhar de piedade aos meus falsos amigos, traidores que foram a mim e ao seu próprio futuro.* *Que de mim possam se lembrar nos umbrais da Terra, pois ajudarei a resgatá-los da tenebrosa esfera de dor que os aguarda.* *Não guardo ódio...mas sim, ainda, revolta....pois, sobre o que se afirma ser carma nos meios espíritas, a mim foi dito que nem sempre.... O libre arbítrio para matar faz parte da Lei Divina.* *Muitas vezes podem ser evitados... ou permitidos... pois encontram-se os crimes como peças de um mosaico de sábias disposições divinas, como ainda estou tentando compreender, como lhes disse antes... participando, ainda, de sessões, não mais terapêuticas, mas de conhecimentos espirituais e universais.* *Após certo padrão de consciência mais equilibrada, voltando ao enfoque de minha vida além túmulo, fui convidado a ocupar uma cadeira do Parlamento Espiritual Planetário, onde escrevo sobre projeto para coligações e convênios para educação de jovens do Brasil, o que já aspirava e fazia, aí, em outros moldes. O que pretendemos aqui é uma revolução na Educação, que saberão com o tempo, pelas iniciativas de novos ministros de governo, seja do atual ou de outros, que possam assimilar nossos ensinos durante as madrugadas, juntos em espírito, aqui onde atuamos, em favor dos estudantes da nossa grande e abençoada terra do Cruzeiro.* *Aqui se trabalha, mas de verdade... com fins e metas muito bem estudados e perseguidos.* *Aí muitos trabalham para outros enriquecerem... e, na área parlamentar, muitos enriquecem suas vidas de acertos ou de erros, sendo que caberá a cada um acertar suas contas no Placar aqui de cima.* *Tentei atenuar meu discurso através dessas últimas linhas, em respeito ao coração da valente irmã, que se agitou ao sentir a minha ainda remanescente revolta com a podridão dos comparsas, que atualmente estão em efêmeras cadeiras de glórias fictícias.* *O que se leva da Terra é só o que se é e o que se constrói, de fato.* *Ninguém chegará num espaço ou forma de vida espiritual digna, de forma fácil como é a dos que promovem a corrupção... essa senda cruel onde se atiraram os que achincalharam a Pátria dos novos mandamentos do Cristo, e ainda zombam de todos os que estão se remoendo de desesperança, sem rumo e sem fé.* *A esses, puros de coração, que tem suas formas distintas de ser, que tem fé, em suas distintas formas de falarem com Deus, aos que são ateus, mas justos, honestos, e perseverantes na honestidade, e aos que não falam a linguagem religiosa, mas são luminares pilastras do país, nos seus múltiplos âmbitos, pessoas cuja Ética admirável e responsável e exemplar condução de vida própria, como agentes de transformações sociopolíticas no país, lutam pelo Brasil, devo tentar acender, em seu interior, a chama da esperança naqueles que também trabalham aqui, numa outra dimensão de vida, em nome da Justiça e dos Planos Divinos para a Terra e, em especial, para nós, e vós, no Brasil.* *Estamos juntos ! Tudo terá jeito, pois há estratégias traçadas por aqui, o plano espiritual.* *Fez parte da história a malandragem do livre arbítrio constatada, mas, dentro de um painel de expectativas divinas quanto ao que é disposto ao ser humano, levará a uma nova consciência, pelo aprendizado que traz em seu bojo a toda a população e representantes do país.* *Fiquei feliz por poder deixar ao Brasil as minhas impressões sobre o passageiro caos atual e sobre o que vivo e faço aqui onde estou... lindo espaço de moradia com excelsos ex-dirigentes da nação... na própria cidade astral onde se reúnem, em imenso salão parlamentar, os verdadeiros guardiães desta exuberante nação, políticos comprometidos com o Bem Estar, a Ordem e o Progresso da Pátria do Cruzeiro.* *Estando nós aqui, de onde projetamos nossas ideias à médium, sendo orientados por Anjo Ismael, tutor espiritual do Brasil, concluímos dizendo que todos os brasileiros passam por uma encruzilhada dentro do labirinto de permissões divinas, mas que maioria optará pela luta sincera em favor do bem geral, de uma forma ou de outra.* *Mesmo que não totalmente satisfeitos com medidas provisórias, coerentes, de certa forma, com o que é possível, no momento, que lembrem-se de que poderão ser fecundas.* *Sejam legítimos os passos do atual presidente da terra de Santa Cruz! Isso esperamos.* *Que toda a trilha a ser palmilhada pelo novo governante do país, seja esse ou aquele que ainda surja no panteão de possibilidades, que se desdobram em novas decisões, a cada dia, seja palmilhada com retidão e de forma visionária, honesta e frutuosa.* *Que sejam os brasileiros envolvidos em clima de certeza de que não estão sozinhos... e que os mais violentos poderão ser contidos pelos trabalhadores da área de policiamento espiritual, mas que algo de mais preocupante pode lhes advir se não forem cautelosos, também, quanto aos que incitam pessoas radicais a se imporem ante o restante da população.* *Abraço, afetuosamente, a irmã que me acolheu e dedico-lhe flores róseas daqui dos jardins de onde as pude colher.* *Aos amados familiares, parentes, amigos de jornadas nas leiras políticas, e aos meus queridos servidores de tantas instâncias por onde pude transitar e agir, lealmente, conforme ditava a minha consciência, manifesto a minha gratidão por ter estado com todos vocês, mesmo que por tão pouco tempo. Mas o perfume das almas sinceras, que, graças a Deus, vem de maioria de todos que conheci nos grandes e sérios momentos de minha vida, ainda sinto... e dele me nutro espiritualmente, assim como ao ouvir suas preces e deferências em datas especiais. Muito obrigado por isso !* *Brasil.... te quero bem. Conte comigo !* *Com cordiais saudações a todos que me leram,* **Eduardo Campos** *Mensagem ditada a Rosane Amantéa, na tarde de domingo, 04 de setembro de 2016, em Londrina- Pr - Brasil.* ***Obs: Em tempo: Após postar a mensagem ainda pude ouvir, de instrutores espirituais, que ele não se referiu a quem estava com ele, no avião, porque não havia sido autorizado pela Espiritualidade.** **Rosane Amantéa.** **©2016 - Rosane Amantéa** **Esta mensagem pode ser compartilhada desde que os direitos autorais sejam respeitados citando-se o autor e o link** **Obrigada por incluir o link do site do autor quando repassar essa mensagem**
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*Mensagem de EDUARDO CAMPOS - Ex-Candidato a Presidente do BRASIL.* *É com profundo pesar e preocupação, embora a esperança que ainda acalenta-me, de certa forma, pela nova visão que adquiri neste plano de vida, que venho, hoje, expressar a indignação que abate a nós todos que passamos pela experiência de humanidade na área política da nação brasileira.* *Não quero deixar para o final desta mensagem enviar o meu coração inteiro de amor e saudade à minha digna família, tão valorosa e nobre, que eu mesmo me comovi diante de suas provas de fortaleza espiritual, desde os primeiros momentos da minha passagem, após o choque havido pelo que lhes era inesperado...e, sem dúvida, terrível, para tão responsável companheira e dedicada mãe e esposa, e tão sensíveis e puros filhos, que tive a honra de conceber como pai. A esses mais caros seres que tive no planeta, e que podem chegar a ler esta mensagem, deixo o meu preito de gratidão por toda a felicidade que, afortunadamente, tive na convivência com vocês, como prêmio, sem merecer, talvez, de Deus...este ser incógnito de quem cada vez mais me aproximo, diante de tudo o que venho sabendo aqui, nessa outra vida, da qual eu não tinha a certeza de que existia e dela ainda viesse a falar com meus conterrâneos de Pátria, nessa minha mais recente encarnação.* *Pelo oportuno alvitre de estar aqui, enfim, comunicando-me através da mensageira que, antes mesmo que houvesse se concretizado o meu assassinato, já me ouvia em entrevista na mídia, na noite anterior, e que, perplexa, soube pelos seus instrutores que este que todos conhecem por Eduardo Campos, viria a desencarnar.... agradeço, emocionado, a sua disponibilidade solidária de hoje.* *Não sabia ela, porém, que tal desenlace, de meu espírito do corpo, daria-se na manhã seguinte, sendo que, pela imediata sintonia com meu espírito, dada a surpresa de ver acontecer o que soube na noite anterior, logo ao verificar noticiário, estabeleceu-se um elo de participação espiritual decisiva com o que somente hoje, após tantas vezes que lhe havia pedido para que redigisse minha voz lhe falando, concretiza-se.* *Soube tudo quanto ocorreu nos bastidores de minha morte urdida, fato que não poderei detalhar nesta mensagem, a pedido dos espíritos que aqui me trouxeram, por várias vezes, e da própria médium, que não deseja estar envolvida com denúncia espiritual.* *Passei largo tempo me corroendo de inconformação, de contrariedade mórbida, de uma raiva atroz, pois que não compreendia o porquê de tal inescrupulosa indigência moral do falso amigo de papos abertos, de nossa área de trabalho em comum, no cenário da política brasileira.* *Após o impacto inicial, após ter sido rapidamente socorrido por membros de minha família portuguesa antiga, e também por Tancredo Neves, Juscelino Kubitschek e outros estuantes nomes de personalidades de escol, além de médicos espirituais, ainda na época das eleições pude visitar esta médium e relatar aos seus ouvidos uma saga antiga que os orientadores espirituais haviam me esclarecido, sobre o porquê da trágica conspiração para que fosse ceifada a minha possível eleição.* *Contei-lhe sobre a inveja que era a marca daquele que me tiraria a vida, ainda nesse novo tempo em que nos fora permitida a reconciliação.* *Estupefata, não quis até hoje, cogitar de comentar com ninguém o que ela tentou retirar de sua mente...mas que ainda hoje a faz ter repugnância de quem se faz de bom homem no palco do teatral convívio parlamentar, nos antros escuros e fétidos do Congresso Nacional.* *Não tem provas...e nada pode fazer....Ninguém creria nela...* *Esquece-se do que viu e ouviu de mim.... mas eu não... do que passei e senti.* *Contudo, não é sobre isso o motivo de estar aqui, fazendo colidir uma montanha de indignação, que ainda tenho, com a placidez e suavidade dessa alma forte e aguerrida que usa sua mão para grafar o que lhe inspiro.* *Após ter passado alguns períodos em sessões terapêuticas pós-traumáticas..(*não do corpo astral...que recuperou-se logo, dada a minha condição evolutiva, segundo me informaram espíritos de alto escalão aqui na Metrópole do Grande Coração, onde fico maior parte do tempo ) .....quando psicólogos de grande sabedoria mostravam-me os meandros e causas anteriores das situações de vida das criaturas humanas, para estarem nessa ou naquela condição de vida, evidenciaram que foi de grande valia, para futuros dirigentes da nação brasileira, a minha trágica passagem. Foi isso que me fez ir recobrando, paulatinamente, a paz interior que dantes nutria, nos meios terrenos, pela honestidade de minhas ações em tudo o que me fora dado como competências a serem administradas.* *Como foi importante saber que existe um labirinto de experiências no mundo carnal, onde as portas só aparecem abertas quando e como convém aos sábios planejamentos divinos, apesar de todos os disparates que fazem parte dessa engendragem evolutiva, que permite que se aproveitem as capacidades de maldade dos homens para fazer reciclar-se o que é mais incipiente em mais produtivo, para o êxito de ajustes que devem ser feitos em cada alma humana, rumo a uma dita ascensão espiritual de uma coletividade social.* *Aparentemente contraditório pode parecer o fato de eu ter compreendido, até um determinado ponto, ainda insatisfatório, os porquês de fatos humanos inconcebíveis....com a maneira como comecei eu esta missiva, dizendo que vinha com pesar e preocupação dirigir-me, aos que se dispuserem crer no que aqui está a acontecer, sobre o abatimento que nos causou, políticos brasileiros e internacionais desencarnados, juntos aqui no Parlamento Espiritual Planetário, em cidade acima do Planalto Central do Brasil . ( * refere-se à Metrópole do Grande Coração, de Mestre Ramatis )* *Primeiramente... abatimento... por termos constatado a pobritude de espírito, se é que existe esse termo, ou então o crio agora, pois é mais do que pobreza....de algozes de uma país destinado a florescer em todos os seus rincões e em todos os seus mais subjetivos aspectos.* *O labirinto divino existe sim... como aprendi, e aqui afirmei que me foi ensinado...mas o livre arbítrio humano e suas más inclinações fazem-no ser ainda mais complexo e prejudicial à evolução de todos os envolvidos nesse drama nacional.* *A arbitrariedade de se mancomunar, com sordidez, em derredores interpretativos traiçoeiros de Leis ainda imperfeitas de Constituições de Nações, especialmente a do Brasil, cheia de embaraços teóricos e medidas que dão livre espaço de tempo para ações retardatárias, obstrutivas de justiça plena e depois, portanto, ineficazes... faz-nos, aqui das cadeiras legislativas da Novas Disposições Espirituais que regerão a sociedade brasileira, no Terceiro Milênio, ainda na nossa pequenez de sentimentos e emoções ( que não é mesmo comparável às luzes dos nobres seres que aqui se aglutinam ), quase desejar ''chutar o pau da barraca'' e voltar, de novo, em corpo humano, ao cenário político, para ajudarmos a esquartejar, de vez, os inimigos da nação brasileira.* *Ruminavam seus planos, os quase já obituários, dentre vários que estão ou estavam na mira de gladiadores do passado, travestidos de líderes de movimentos sociais, os pérfidos traidores da Pátria na vossa contemporaneidade.* *O cheiro do maquiavélico produto de mentes irresponsáveis e comprometidas diante da Lei Divina, agora, é como o de um mar podre, onde morrem os peixes pela inconsequência de seus poluidores voluntários, carrascos que se perpetuam nos poderes para dizimarem populações.* *A ausência de princípios consistentes que fossem marcas de homens grandiosos, que se unissem em prol do soerguimento de uma tão promissora nação, de proporções continentais, pujante e magnânima, na sua fecunda condição de nutrir a prole nacional e até mesmo de povos refugiados, faz cair por terra, se não for Deus a tudo inspirar consertar em tempo, os sonhos dos que amam o Brasil, aí entre vossos pares, e aqui, dentre os nossos novos amigos verdadeiros, em lares hospitaleiros de espíritos que continuam se consagrando ao serviço social pelo planeta e pelos seus povos.* *Regurgitaram de suas entranhas, de susto e de desgosto, os cidadãos brasileiros. Sim, pois pior que isso, haviam vomitado por sobre um povo esperançoso, o veneno dos bandidos, com suas mentes inconsequentes, que não cogitam sobre o desencadeamento de suas manobras em futuras repercussões ao seu próprio processo evolutivo.* *Sim... agora falo como quem contemplou o que vem depois da morte ! Vivo o além vida !* *E estou aqui, crendo ou não crendo os que, como eu, nada sabiam sobre a Vida que continua... e, portanto, que engulam o que tenho a dizer !* *Os milhares que indignaram-se com a inspirada lembrança de Deus, daquela irmã cheia de luz, ainda verão a Sua Justiça !* *Tentam vender a imagem da integridade os que, em verdade, são cúmplices de legiões de inimigos da terra da Vera Cruz. Mas ela se esfacelará, logo mais, num profundo abismo que haverão de conhecer os que são vândalos anônimos de baderna maior que a das ruas, pois que na surdina atearam fogo nos corações dos cidadãos brasileiros, quebrando as vidraças da transparência de seus mais acalentados desejos em prol do Brasil e de sua gente.* *Da honradez que não existiu morrerão os que já são mortos em si mesmos, e encontrarão, além do mármore gelado do fatídico destino dos homens, o frialdade maior em suas consciências despidas de honestidade.* *Falo não somente aos que tem conivência com acontecimentos recentes, mas a todos os que são réus diante de suas próprias almas e de diante da Justiça de Deus.* *Não passarão.... não passarão... nos tribunais da eternidade, os que são tribunos da falácia...de boca cheia de vermes perniciosos que habitam seu interior, e que contaminam a alma quase ingênua do povo brasileiro... Ingênua, porque, a despeito do que pensam conceber sobre os antros da política, nada sabem, ante a lente que hoje tenho ao meu dispor para conhecer o tamanho da inescrupulosidade de meus antigos parceiros de embates políticos.* *Nada se esconde do Altíssimo...e a falta de fé ou a falsa fé... essa que demonstram ao entrarem em igrejas para serem vistos como sérios combatentes em nome do povo.... haverá de os surpreender, caros e não caros verborrágicos senhores, muitos verdadeiros exemplos de probidade e retidão...convivendo com víboras, nos corredores pútridos de espaços que deveriam ser labirintos de justiça, complexos como afirmei ao iniciar esta mensagem, mas de portas morais abertas, por onde a verdade à sociedade faminta de progresso, de ordem e de paz, se proclamasse.* *No anseio de que tenha conseguido expressar tudo o que me ia na garganta, desde que desengatei-me do meu querido corpo, por meio do qual podia abraçar os amores de minha vida, lanço um olhar de piedade aos meus falsos amigos, traidores que foram a mim e ao seu próprio futuro.* *Que de mim possam se lembrar nos umbrais da Terra, pois ajudarei a resgatá-los da tenebrosa esfera de dor que os aguarda.* *Não guardo ódio...mas sim, ainda, revolta....pois, sobre o que se afirma ser carma nos meios espíritas, a mim foi dito que nem sempre.... O libre arbítrio para matar faz parte da Lei Divina.* *Muitas vezes podem ser evitados... ou permitidos... pois encontram-se os crimes como peças de um mosaico de sábias disposições divinas, como ainda estou tentando compreender, como lhes disse antes... participando, ainda, de sessões, não mais terapêuticas, mas de conhecimentos espirituais e universais.* *Após certo padrão de consciência mais equilibrada, voltando ao enfoque de minha vida além túmulo, fui convidado a ocupar uma cadeira do Parlamento Espiritual Planetário, onde escrevo sobre projeto para coligações e convênios para educação de jovens do Brasil, o que já aspirava e fazia, aí, em outros moldes. O que pretendemos aqui é uma revolução na Educação, que saberão com o tempo, pelas iniciativas de novos ministros de governo, seja do atual ou de outros, que possam assimilar nossos ensinos durante as madrugadas, juntos em espírito, aqui onde atuamos, em favor dos estudantes da nossa grande e abençoada terra do Cruzeiro.* *Aqui se trabalha, mas de verdade... com fins e metas muito bem estudados e perseguidos.* *Aí muitos trabalham para outros enriquecerem... e, na área parlamentar, muitos enriquecem suas vidas de acertos ou de erros, sendo que caberá a cada um acertar suas contas no Placar aqui de cima.* *Tentei atenuar meu discurso através dessas últimas linhas, em respeito ao coração da valente irmã, que se agitou ao sentir a minha ainda remanescente revolta com a podridão dos comparsas, que atualmente estão em efêmeras cadeiras de glórias fictícias.* *O que se leva da Terra é só o que se é e o que se constrói, de fato.* *Ninguém chegará num espaço ou forma de vida espiritual digna, de forma fácil como é a dos que promovem a corrupção... essa senda cruel onde se atiraram os que achincalharam a Pátria dos novos mandamentos do Cristo, e ainda zombam de todos os que estão se remoendo de desesperança, sem rumo e sem fé.* *A esses, puros de coração, que tem suas formas distintas de ser, que tem fé, em suas distintas formas de falarem com Deus, aos que são ateus, mas justos, honestos, e perseverantes na honestidade, e aos que não falam a linguagem religiosa, mas são luminares pilastras do país, nos seus múltiplos âmbitos, pessoas cuja Ética admirável e responsável e exemplar condução de vida própria, como agentes de transformações sociopolíticas no país, lutam pelo Brasil, devo tentar acender, em seu interior, a chama da esperança naqueles que também trabalham aqui, numa outra dimensão de vida, em nome da Justiça e dos Planos Divinos para a Terra e, em especial, para nós, e vós, no Brasil.* *Estamos juntos ! Tudo terá jeito, pois há estratégias traçadas por aqui, o plano espiritual.* *Fez parte da história a malandragem do livre arbítrio constatada, mas, dentro de um painel de expectativas divinas quanto ao que é disposto ao ser humano, levará a uma nova consciência, pelo aprendizado que traz em seu bojo a toda a população e representantes do país.* *Fiquei feliz por poder deixar ao Brasil as minhas impressões sobre o passageiro caos atual e sobre o que vivo e faço aqui onde estou... lindo espaço de moradia com excelsos ex-dirigentes da nação... na própria cidade astral onde se reúnem, em imenso salão parlamentar, os verdadeiros guardiães desta exuberante nação, políticos comprometidos com o Bem Estar, a Ordem e o Progresso da Pátria do Cruzeiro.* *Estando nós aqui, de onde projetamos nossas ideias à médium, sendo orientados por Anjo Ismael, tutor espiritual do Brasil, concluímos dizendo que todos os brasileiros passam por uma encruzilhada dentro do labirinto de permissões divinas, mas que maioria optará pela luta sincera em favor do bem geral, de uma forma ou de outra.* *Mesmo que não totalmente satisfeitos com medidas provisórias, coerentes, de certa forma, com o que é possível, no momento, que lembrem-se de que poderão ser fecundas.* *Sejam legítimos os passos do atual presidente da terra de Santa Cruz! Isso esperamos.* *Que toda a trilha a ser palmilhada pelo novo governante do país, seja esse ou aquele que ainda surja no panteão de possibilidades, que se desdobram em novas decisões, a cada dia, seja palmilhada com retidão e de forma visionária, honesta e frutuosa.* *Que sejam os brasileiros envolvidos em clima de certeza de que não estão sozinhos... e que os mais violentos poderão ser contidos pelos trabalhadores da área de policiamento espiritual, mas que algo de mais preocupante pode lhes advir se não forem cautelosos, também, quanto aos que incitam pessoas radicais a se imporem ante o restante da população.* *Abraço, afetuosamente, a irmã que me acolheu e dedico-lhe flores róseas daqui dos jardins de onde as pude colher.* *Aos amados familiares, parentes, amigos de jornadas nas leiras políticas, e aos meus queridos servidores de tantas instâncias por onde pude transitar e agir, lealmente, conforme ditava a minha consciência, manifesto a minha gratidão por ter estado com todos vocês, mesmo que por tão pouco tempo. Mas o perfume das almas sinceras, que, graças a Deus, vem de maioria de todos que conheci nos grandes e sérios momentos de minha vida, ainda sinto... e dele me nutro espiritualmente, assim como ao ouvir suas preces e deferências em datas especiais. Muito obrigado por isso !* *Brasil.... te quero bem. Conte comigo !* *Com cordiais saudações a todos que me leram,* **Eduardo Campos** *Mensagem ditada a Rosane Amantéa, na tarde de domingo, 04 de setembro de 2016, em Londrina- Pr - Brasil.* ***Obs: Em tempo: Após postar a mensagem ainda pude ouvir, de instrutores espirituais, que ele não se referiu a quem estava com ele, no avião, porque não havia sido autorizado pela Espiritualidade.** **Rosane Amantéa.** **©2016 - Rosane Amantéa** **Esta mensagem pode ser compartilhada desde que os direitos autorais sejam respeitados citando-se o autor e o link** **Obrigada por incluir o link do site do autor quando repassar essa mensagem**
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**Contatos pelos [email protected]** **ALCEU MOREIRA INDIGNADO!!**
Entrevista do deputado federal Alceu Moreira, do PMDB, concedida ao jornalista Políbio Braga:
**Este movimento patrocinado pelo governo do PT para tomar terras dos proprietários e entregar tudo para quilombomas e indígenas, tem algum caráter de justiça?**
É ideológico. O governo quer 25% das terras produtivas do Brasil, entregam para o que eles chamam de quilombolas e indígenas, depois inviabilizam a produção, como fizeram nos assentamentos do MST, e mais tarde socializam tudo, entregando as propriedades para a companheirada.
**Onde o senhor está?**
Em Morro Alto, perto de Torres. Trancamos as rodovias. O protesto ocorre em 16 Estados. Nós só vamos sair mortos dessa empreitada, porque ninguém vai entregar suas propriedades ao Incra e a Funai, que forjaram laudos falsos para tomar as terras de grandes, médios e pequenos proprietários.
**Onde o senhor se encontra, de que tamanho são os proprietários?**
São pequenos. Gente que tem meio a um hectare, dois.
**Mas existem quilombolas na região?**
O que existem são remanescentes negros. Nunca existiram quilombos por aqui. Isto é fraude. O Incra pediu os laudos à universidade, e ela só ouviu um lado. O governo e seus aliados vão estipendiados por ONGS internacionais que querem ver o circo pegar fogo.
**E a defesa?**
90 dias para se defender depois de notificado a sair das terras, perante o mesmo carrasco. Assim não dá.
**Por que o governo patrocina isso tudo?**
É um governo ladrão. Já estivemos com o ministro da Injustiça, no STF, na AGU, com tudo mundo, 21 vezes. Nada foi resolvido.
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**MAIS UM PROTESTO. PROTESTO??**
É criminoso ou não obstruir o uso das estradas.
De qualquer forma, continua aqui no RS e em outros Estados o dilema sobre as demarcações das terras indígenas e quilombolas. Um movimento em defesa da segurança jurídica no campo, organizada por agricultores, fechou hoje várias rodovias para tentar chamar a atenção do governo.
Aqui no Litoral, a BR 101, no KM 71, em Osório ficou fechada das 9 às 14 horas..
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**ALGUÉM SABE O NOME?**
Apareceu nesta semana, na frente de casa em Oasis/Oeisis.
Jamais tinha visto por aqui.
Não voto no Alceu por que não está no meu partido, mas o respeito até por ter desbancado um sujeito que desprezo, mas sendo ele um deputado federal dos mais respeitados juntar-se a essa baderna de bloquear rodovias é algo inadmissível. Rodovias são bens públicos de uso comum do povo, não sendo assim lícito a quem quer que seja bloqueá-las por mais justa que seja a reivindicação. Se no resto do país a polícia ostensiva está fazendo valer o respeito a lei por que não pôs a correr esses abusados, incluindo-se aí o próprio Alceu?ResponderExcluir
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2019-01-18T19:50:44Z
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